Introdução Ao Conceito de Neurose Obsessiva
Introdução Ao Conceito de Neurose Obsessiva
Introdução Ao Conceito de Neurose Obsessiva
traumtica que acomete a estrutura do sujeito. O presente artigo tem a finalidade de fomentar discusses sobre a utilizao das terminologias usadas pelo DSM-IV, fazendo uma inter-relao com a psicanlise. Assim como apresentar algumas ideias psicanalticas sobre a neurose obsessiva e introduzir o aspecto obsessivo no caso homem dos ratos. Nesse sentido, o estudo se torna relevante para apontar novas vertentes sobre a temtica, bem como possibilitar dilogos com a psicanlise e a psicologia. Palavras-chave: Neurose Obsessiva, Sigmund Freud, Psicanlise.
1. Consideraes Iniciais
A neurose obsessiva se caracteriza como uma doena mental grave, podendo ser entenda a partir de um conflito decorrente de uma experincia traumtica que acomete a estrutura do sujeito no contexto libidinal. O trabalho defensivo da neurose obsessiva consiste, portanto, em transformar a representao forte da experincia infantil penosa numa representao enfraquecida e em orientar para outros usos a soma de excitao, por esse estratagema, foi desligada de sua fonte verdadeira. Desse modo, a neurose obsessiva se desenvolve a partir do Complexo de dipo, onde a libido do indivduo encontra-se fixada no estgio anal de maturao da sexualidade. O sentimento de culpa, pode se caracterizar como uma forte tendncia do neurtico obsessivo, em que tentam usar objetos como tentativa de aliviar conflitos internos. As obsesses podem ser identificadas a partir de pensamentos, ideias, sentimentos, frases, nmeros, supersties mgicas, atitudes compulsivas que invadem a conscincia de forma repetida e recorrente, o que provoca no sujeito uma sensao de mal-estar e impotncia diante de tais pensamentos. Assim, o pensamento do sujeito obsessivo abstrato, no tem uma ligao com a realidade. Os obsessivos se preparam constantemente para o futuro, e no conseguem viver o presente. Na psicanlise, h mais dificuldade no tratamento desse indivduo tendo em vista a dificuldade de associao livre, assim como na internalizao do conflito apresentado.
usados ou inteis, mesmo quando no tm valor sentimental; (6) relutncia em delegar tarefas ou ao trabalho em conjunto com outras pessoas, a menos que estas se submetam a seu modo exato de fazer as coisas; (7) adoo de um estilo miservel quanto a gastos pessoais e com outras pessoas; o dinheiro visto como algo que deve ser reservado para catstrofes futuras; (8) rigidez e teimosia.
Tais critrios levantam as caractersticas psiquitricas desse adoecimento, criadas com base no contexto geral, o que leva ao debate sobre destacar e entender tambm a histria individual de cada sujeito. Essa ideia apresentada pelo DSM-IV entra em contradio com a psicanlise, que nomeia o problema de neurose obsessiva. Uma questo toma o sintoma sujeito e o exclui classificao, mas que levantada que o DSM, ao lado da CID-10, exclui a subjetividade e pela estrutura, ou seja, aquilo que responde uma classe, esmaga o de cena, uma vez que a particularidade do sujeito no tem a ver com a com aquilo que escapa a ela (GOMES, 2009).
se tornem realidade. O paciente teme que coisas terrveis ocorram com seu pai e com uma dama venerada. Est submetido a impulsos obsessivos, como o de fazer mal dama, que lhe ocorrem quando ela est ausente; mas estar longe dela lhe faz bem. Ele se impe interdies e se atrasa em seus estudos de direito, pois apresenta inibies ligadas ao combate contra seus sintomas. Ele vem consultar Freud porque leu a Psicopatologia da vida cotidiana. Pode-se dizer que houve ali o encontro com o sujeito suposto saber, encontro que o conduz hiptese de que seus sintomas querem dizer alguma coisa (SUAREZ, 2011). Para analisar a formao da neurose obsessiva, Freud (1909) discorre sobre algumas especificidades acerca da sintomatologia desse indivduo, como a onipotncia de seus pensamentos, bem como a necessidade de incerteza e da dvida em suas vidas. A onipotncia decorre da superestimao dos efeitos de seus sentimentos hostis sobre o mundo externo. Em relao a incerteza e a dvida, o obsessivo tende a protelar qualquer deciso e so incapazes de chegar a um deciso, especialmente no que tange ao aspecto afetivo. De acordo com Suarez (2011) o neurtico obsessivo um sujeito afetado por seu pensamento, que sofre de seus pensamentos. Na neurose obsessiva, contrariamente histeria, o recalcamento no ligado amnsia e ao esquecimento, mas a uma disjuno da relao de causalidade que se produz em funo de um deslocamento do afeto. O sintoma obsessivo o resultado de deformaes destinadas a mascarar o pensamento, que provm da censura primria. O pensamento obsessivo torna-se alheio ao sujeito.
5. Consideraes Finais
Com base nas discusses apresentadas nesse trabalho pde-se compreender que a estrutura neurtica obsessiva um tipo de estrutura que realiza vrias conexes atravs de pensamentos ritualsticos na tentativa de retirar da conscincia algumas representaes que foram conflituosas em determinado momento da vida do sujeito. Desse modo, o indivduo cria uma srie de estratgias ou pensamentos obsessivos a fim de lidar com essa situao de forma mais tolervel. O debate empreendido tem a finalidade de apontar qual a funo da psicanlise no manejo com o sujeito obsessivo, identificando que a psicanlise pretende fazer o indivduo falar sobre suas demandas, a fim de que este possa ressignificar o afeto mal elaborado.