Projeto Qualibio - Ambientes Marinhos

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Projeto Qualibio - Ambientes Marinhos

Caracterizao de Ambientes
AMBIENTES MARINHOS Nos ambientes marinhos, quase todas as caractersticas fsicas e qumicas da gua dependem da quantidade de sais dissolvidos - a salinidade. Tanto a salinidade como o teor de oxignio podem ser considerados uniformes, exceto em locais com caractersticas particulares, como esturios e manguezais. Os organismos que formam as comunidades biolgicas nos ambientes marinhos esto submetidos a uma srie de outros fatores fsicos (profundidade, luminosidade, tipo de substrato, caractersticas das correntes, temperatura, iluminao, presso hidrosttica, mars e ondas) qumicos (pH, nitritos) e de origem biolgica (competio e predao). A profundidade um dos fatores mais importantes na distribuio dos organismos pois as condies de luminosidade, presso e temperatura variam em funo dela. A presso por exemplo, aumenta em uma atmosfera a cada 10 metros de profundidade, as radiaes da luz solar so absorvidas diferentemente de acordo com a profundidade e a temperatura geralmente diminui da superfcie para o fundo, embora correntes quentes possam ocorrer em regies profundas. Os substratos marinhos atuais usualmente possuem uma margem (regio da plataforma continental) adjacente s massas terrestres (zona litoral) que se estende em direo ao mar at uma profundidade mdia de 150 a 200 metros, que representa o limite da penetrao da luz. O limite desta plataforma, freqentemente marcado por um brusco desnvel ( talude continental) que se estende a profundidades de 1000 metros ou mais, pois a regio, denominada batipelgica tem uma profundidade muito varivel, alm de apresentar fossas superiores a 10000 metros de profundidade Figura 1. Toda a coluna de gua que cobre os fundos at a superfcie est dividida em duas zonas: nertica, que cobre a plataforma continental, e ocenica , alm desta. Os organismos que vivem no fundo do mar, independente da profundidade, so denominados bentnicos, palavra grega cujo significado "fundo do oceano" e aqueles habitantes da regio pelagial so distinguidos pela capacidade de locomoo. Os que so nadadores como peixes e lulas formam o necton e aqueles com fraca ou nula movimentao, sendo arrastados pelos ventos e correntes constituem o plncton , cujo significado errante. A maioria dos filos animais (Reino Metazoa ou Animalia) tem representantes no mar, dentre os quais destacam-se os equinodermos, que so exclusivamente marinhos, as esponjas, os cnidrios, os moluscos, os aneldeos (poliquetos) e os artrpodes (crustceos), predominantemente marinhos. Tambm esto representadas cianobactrias (Reino Eubacteria ) as algas verdes, marrons e vermelhas , diatomceas e protozorios (Protoctista) , assim como alguns representantes dos Reinos Fungi e Plantae. As estratgias de sobrevivncia so variadas e inmeras as adaptaes dos organismos marinhos, particularmente daqueles que vivem na fronteira entre terra e gua e os animais das regies batipelgicas. A resistncia s mudanas de salinidade e temperatura e o poder adesivo de organismos marinhos que habitam o litoral exposto s ondas, so exemplos marcantes dessas adaptaes. A transparncia de muitos organismos planctnicos conseqncia da riqueza em gua dos tecidos, uma adaptao que permite flutuar. O destaque no abissal est na modificao dos tecidos e do protoplasma dos animais para suportar presses extremamente altas e na capacidade de muitos produzirem luz prpria, embora certos seres de regies superficiais tambm sejam capazes de produzir bioluminescncia. Para a maioria dos organismos balano hdrico e salino garantido devido isotonia da gua do mar em relao concentrao inica interna e a reproduo de animais no mar pode ser por fertilizao externa e desenvolvimento indireto, onde as larvas so muito teis na disperso das espcies. Os gametas, zigotos ou esporos das algas tambm so eliminados na gua e por isto apresentam flagelos . As variaes em torno do esquema topogrfico aqui apresentado (Fig.1) resultam em um certo nmero de ambientes marinhos no Planeta mais gua do que Terra, a exemplo dos ecossistemas costeiros onde praias rochosas, praias arenosas e recifes de coral tm destaque em termos de biodiversidade e fragilidade perante distrbios naturais e antropognicos. PRAIAS ROCHOSAS
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As praias rochosas existem onde o efeito das ondas no contorno litorneo principalmente erosivo, transportando os materiais inconsolidados e deixando as rochas expostas e a aparncia da praia depende muito do tipo de rocha exposta. Onda h declive h variedade de meios habitveis: praias expostas, penhascos protegidos, poas de mar, areia dentro de fissuras ou sob seixos. Ao visitarmos uma praia rochosa, notvel como alguns animais esto sempre expostos claridade , enquanto outros desta se escondem, o que expressa a influncia da luz neste ambiente e tal fato diferencia as comunidades de praias rochosas daquelas de praias arenosas e lodosas, menos influenciadas pela luminosidade. As algas verdes, por exemplo, colonizam os nveis mais superiores, enquanto as marrons as seguem em profundidade, e em nveis ainda mais profundos, so encontradas as algas vermelhas. Esta distribuio correlaciona-se com a absoro diferenciada da luz solar pela gua do mar: a luz branca, as radiaes vermelhas e as alaranjadas penetram apenas muito superficialmente, permitindo que a clorofila faa a fotossntese, enquanto as radiaes verdes azuis e violetas atingem respectivamente, profundidades progressivamente maiores. A clorofila ento acompanhada ou substituda por outros pigmentos como a ficofena (algas marrons) e a ficoeritrina (algas vermelhas), capazes de realizar fotossntese na presena das radiaes verdes e azuis. A densidade e composio das comunidades de praias rochosas so influenciadas pela intensidade das ondas, pois este um dos principais fatores que determinam o tipo de crescimento das algas sobre as rochas, j que a oxigenao e o aporte de nutrientes so bons. Em ntido contraste com as comunidades de praias arenosas e lodosas, onde muitos indivduos vivem enterrados no solo (infauna), muitas das plantas e animais nas praias rochosas so facilmente percebidas, seja na chamada zona do entremars, seja na regio jamais descoberta pelas guas , denominada infralitoral. ou sublitoral. PRAIAS ARENOSAS O sedimento das praias arenosas usualmente inclui uma variedade de tipos e tamanhos de partculas, como areias grosseiras e areias finas. As praias amarelas, por exemplo, so constitudas quase inteiramente por gros grossos de slica. As praias so afetadas por ventos e ondas que inibem o desenvolvimento de uma comunidade com boa diversidade de espcies. A zona litoral usualmente consiste em uma relativa gradao de regies, podendo existir dunas na poro mais alta. No nvel mais baixo, j na gua, podem existir poas de mar e poucas zonas com rochas, bastante irregulares. Nas comunidades de praias arenosas predominam os animais da infauna, ou seja, que vivem enterrados na areia ou em tubos por eles construdos. Seus representantes mais caractersticos so os poliquetos e os moluscos, particularmente os bivalves. H tambm seres intersticiais que vivem nos espaos entre os gros de areia. Em regies abrigadas, dentro de baas, a fauna geralmente mais diversificada caso no seja perturbada por fatores estranhos, como a poluio. Em Salvador, a praia da Ribeira, sabidamente degradada, tem assistido a reduo de sua diversidade em favor da proliferao de poucas espcies, a exemplo de uma espcie de anfioxo Branchiostoma platae (Hubbs), cuja abundncia surpreendente no local. RECIFES DE CORAL Os recifes de coral so ambientes compostos por formaes rochosas de origem biolgica, principalmente formada por animais delicados, certos Cnidrios coloniais. Estes animais apresentam uma relao mutualstica com algas microscpicas: estas oferecem alimento e oxignio para os corais, os quais, por sua vez, fornecem nutrientes e abrigo. Esta associao muito importante para o crescimento dos corais e, por isso, os recifes so tpicos de guas rasas, onde ocorre penetrao da luz, necessria s atividades de fotossntese. Alm da luminosidade, as guas devem ser limpas e a temperatura em torno dos 25 C, sem variao superior a 6 C. O branqueamento dos corais, tema atual e debatido por especialistas do mundo, ocorre quando as algas so expelidas em resposta ao estresse causado principalmente por poluio, sedimentao ou ciclos de aquecimento natural. Considerando que os mares tropicais so pobres em nutrientes e que os ambientes coralinos so altamente produtivos, beneficiando muitas espcies residentes e visitantes, o branqueamento uma ameaa sade deste ecossistema. Os recifes de coral esto localizados ao longo do litoral de mais de 100 pases tropicais, entre eles o Brasil, compreendidos entre 32 de latitude norte e sul, abrigando uma notvel diversidade de organismos. So considerados reas vitais para atividades de conservao, pois os corais so altamente sensveis aos distrbios ambientais. Dragagens nas vizinhanas dessas reas so particularmente danosas, pois causam turbidez e conseqente reduo da penetrao da luz, inibindo, desta forma, o crescimento desses animais. O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, localizado no Sul da Bahia, a maior reserva de recifes de coral do Brasil. Neste ambiente, uma espcie de coral que s ocorre na Bahia , Mussismilia braziliensis (Verril), a principal
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construtora dos recifes. Maiores informaes sobre as espcies de corais podem ser encontradas no "Guia Internet dos Corais e Hidrocorais do Brasil" - http://www.pppg.ufba.br/~pgeol/guia-corais/ Solange Peixinho E-mail: [email protected] ||Pgina Inicial| Ambientes Estuarinos e Manguezais |Ambientes Dulciaqcolas | |Ambientes Terrestres| Ambientes Biolgicos| Exemplos Regionais ||

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Belm, M. J .C.; Rohlfs, C.; Pires, D. O.; Young, P. S. & Castro, C. B. S.O.S. Corais. Cincia Hoje, v. 5. n. 26. p. 34-42. 1986.

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