Terapia Aba 2011

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TERAPIA ABA

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PROGRAMA DE TRATAMENTO GAROTO


Terapeuta responsvel: Robson Brino Faggiani

1. AVALIAO INICIAL 2. PROGRAMAO DA TERAPIA ABA


O objetivo principal da Terapia ABA para as crianas diagnosticadas com autismo aumentar sua percepo do mundo ao redor, suas interaes sociais e sua comunicao. Para isso, as tarefas de aprendizagem propostas pelos terapeutas ABA so formuladas de modo a auxiliar as crianas a atentarem adequadamente para os contextos e pessoas com quem convive. Os programas ABA constroem pr-requisitos de ateno e habilidades bsicas de aprendizagem para que as crianas sejam capazes de aprenderem sem ajuda e estarem preparadas para desenvolver conhecimentos complexos. Faz isso direcionando as potencialidades de aprendizagem j presentes nas crianas, permitindo que elas sejam efetivadas de maneira apropriada.

2.1. Questes gerais


2.1.1. Motivao. Todas as atividades se tornam mais interessantes e mais fceis de serem aprendidas se o comportamento for seguido por um motivador poderoso. Um motivador (reforador) qualquer coisa que fortalea um comportamento: pode ser um abrao, um sorriso, uma bala, ouvir muito bem!, ver TV, ouvir msica, etc. Reconhece-se um motivador pelo nvel de interesse da pessoa em acess-lo. Quanto mais interesse, mais um item, ou ao, motivador. O ideal, com crianas com Transtorno Invasivo, escolher motivadores sociais como estmulo realizao das tarefas propostas. Infelizmente, nem sempre isso possvel. A alternativa selecionar itens arbitrrios, como acesso televiso, a brinquedos e a interaes sociais positivas. O motivador, qualquer que seja, funciona de forma mais efetiva quando segue imediatamente a resposta esperada. Por isso, ele deve ser facilmente manejvel e estar disposio do terapeuta ou cuidador o tempo todo. Se o estudante no estiver demonstrando interesse na atividade, duas coisas podem estar acontecendo. Ele pode estar cansado de trabalhar. Neste caso, programe perodos de intervalo, em que possvel fazer brincadeiras e realizar ensino incidental (veja abaixo). A falta de ateno pode estar ligada qualidade do motivador. Por isso, fundamental ter um mapa de preferncias das crianas e variar os motivadores de modo a sempre manter o item mais desejado do cliente como o.
Psiclogo Me. Robson Brino Faggiani (CRP: 06/80512) [email protected] Tel: 11 6783.2345

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2.1.1.1. Dicas para o uso de motivadores 1. Faa testes frequentes sobre as preferncias de Garoto. O efeito positivo de um reforador pode ter prazo curto. 2. Caso Garoto no esteja atento, mostre a ele o motivador e ento lhe faa a solicitao. 3. Utilize o motivador como incentivo para que Garoto olhe para os estmulos ou para seus olhos ou boca. 4. No d todo o motivador de uma vez, e no permita acesso ilimitado a ele, pois isso diminui sua eficcia. 5. O acesso ao reforador, durante o ensino em tentativa discreta, deve ser de mais ou menos 4s, no ultrapassando 10s. Um tempo grande de acesso ao reforador produz dois problemas: desateno e perda de interesse pela atividade. 6. Sempre pareie um motivador no-social com um social. 7. Retire gradualmente o motivador no-social e mantenha apenas o social.

2.1.2. Tentativa discreta. o tipo de ensino que consiste em (1) fazer um pedido para a criana, (2) esperar (ou ajudar) a resposta e (3) reforar em seguida. Depois dessa sequncia, os estmulos devem ser reordenados e a tentativa discreta repetida. utilizada com praticamente todos os programas. A tentativa discreta um dos grandes diferenciais da Terapia ABA. um tipo de ensino estruturado e altamente motivador, que produz rpida aquisio de conhecimento. Quando a tentativa discreta for realizada com estmulos colocados mesa, vlido utilizar a resposta de observao. Trata-se de ajudar a criana a olhar para todos os estmulos presentes na mesa antes de uma resposta ser requisitada (use o dedo da criana em cima dos estmulos e coloque o reforador prximo a eles, quando necessrio).

2.1.3. Hierarquia de dicas. Para garantir que a aprendizagem ocorra sem erros, o terapeuta inicia ajudando o cliente nas tarefas solicitadas e retira as dicas gradualmente, at que o estudante no necessite de qualquer ajuda. A hierarquia de dicas deve ser utilizada em todos os programas. O terapeuta deve estar o tempo todo ligado nos padres de resposta do cliente, direcionando-os para o local certo e impedindo que a resposta errada seja emitida desnecessariamente. As dicas, da maior para a menor: Ajuda Fsica: Levar a mo da criana ao local correto ou ao movimento correto. Ajuda Leve: Levar a mo da criana com mais leveza. Ajuda Gestual: Apontar o local ou movimento correto, ou direcionar mais levemente. Sem Ajuda: Quando o cliente no necessita mais de dicas.
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2.1.4. Ordem aleatria. Em todos os programas, os estmulos e pedidos utilizados no ensino devem ser apresentados de maneira aleatria, para evitar que a criana aprenda a responder baseada na posio ou ordem do estmulo ou por repetio demasiada. Por isso, cada pedido ou estmulo deve ser apresentado a mesma quantidade de vezes.

2.1.5. Cuidados com os estmulos. Os estmulos utilizados nas tarefas devem possuir dimenso e cor semelhantes (exceto em programas onde as cores so o estmulo ensinado). Isso garante que o aprendiz atente para as caractersticas relevantes do ensino e no a diferenas de tamanho ou cor dos estmulos apresentados. O ideal que todos sejam plastificados e possuam tamanhos semelhantes (4x6 ou 5x7,5). De preferncia, todos devem ser visualizados em formato paisagem e no retrato.

2.1.6. Modelegem (ensino gradual). Nos primeiros passos de qualquer nova tarefa, o terapeuta deve aceitar como corretas mesmo respostas pouco semelhantes ao desempenho desejado. O comportamento esperado deve ser exigido aos poucos, passo a passo. Inicia-se aceitando qualquer resposta. Aps ela estar bem instalada, exige-se que ela fique um pouco mais parecida com o que se espera antes de liberar o reforador. Aps bem instalada, aumenta-se um pouco mais a exigncia, e assim por diante. Segue-se com esse procedimento at que o comportamento desejado ocorra perfeitamente.

2.1.7. Ensino incidental. Consiste em aproveitar momentos de lazer e prazer natural da criana para ensinar habilidades adequadas. uma forma de garantir que a criana aprenda de forma natural, contextualizada e motivadora. Por isso, o terapeuta deve ficar atento s atividades preferidas da criana e utiliz-las como ferramenta de aprendizagem. A regra aproveitar todos os momentos possveis e ser criativo.

2.1.8. Generalizao. Para garantir que o aprendizado ocorra de forma abrangente e seja disseminado para todos os ambientes, til programar generalizao. Isso pode ser feito variando o local da aprendizagem e a pessoa que a realiza. Quanto mais variedade, melhor. Idealmente, alm do ensino incidental, as habilidades ensinadas na sesso teraputica devem ser requisitadas em situaes naturais. A participao dos pais especialmente importante para a ocorrncia de generalizao. Eles devem conhecer pormenorizadamente tudo que est sendo ensinado criana em tentativa discreta e requisitas essas habilidades em situaes naturais, quando elas se

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apresentarem. Outra possibilidade que os pais simulem situaes naturais para que haja mais oportunidades de praticar generalizao.

2.1.9. Objetivos de Curto Prazo (OCP). A Terapia ABA especifica Objetivos de Curto Prazo (OCP) a serem cumpridos antes que o nvel de dificuldade de uma tarefa seja aumentado. Os OCPs indicam o nvel de ajuda que deve ser dada em cada tarefa particular. Um benefcio dos OCPs que os pais e profissionais podem acompanhar passo a passo a evoluo da criana e fazer modificaes imediatas nos programas, para se adaptar a essa evoluo. Um OCP considerado completado quando a criana (1) acerta 100% das tentativas de um bloco (que geralmente tem 10 ou 20 tentativas), OU (2) acerta 90% das tentativas de dois blocos consecutivos, OU (3) acerta 70% das tentativas de um bloco sem precisar de ajuda alguma (a no ser que o OCP em questo exija respostas independentes). Quando um OCP dominado, imediatamente se passa para o OCP seguinte, mais complexo. Infelizmente, s vezes necessrio recuar. Se a criana diminuir a quantidade de acertos em trs blocos consecutivos (cada bloco tem 10 ou 20 tentativas), o OCP atual considerado muito complexo e a criana redirecionada ao OCP anterior, mais simples. Exemplo de quatro OCPs: OCP 1 = Imitar movimentos com ajuda total. OCP 2 = imitar movimentos com ajuda parcial. OCP 3 = imitar movimentos com ajuda mnima. OCP 4 = imitar movimentos sem ajuda. Durante o OCP 1, resposta guiada por ajuda total considerada correta. No OCP 2, resposta guiada com ajuda total considerada incorreta, mas correta se a ajuda foi parcial. Se, durante o OCP 3, for utilizada ajuda parcial, a resposta considerada incorreta: apenas respostas produzidas com ajuda mnima seriam corretas. Por mim, na OCP 4, qualquer tipo de ajuda tornaria a resposta incorreta: o critrio acerto sem ajuda.

2.1.10. Treino de Fluncia. O treino de fluncia consiste em apresentar as tentativas de aprendizagem em ritmo rpido, de modo que o total de tentativas apresentadas dividido pelo tempo total de terapia resulte em um valor entre 2,5 e 3. H trs principais motivos para realizar o treino rpido: (1) a criana fica mais atenta, dispersando menos e, como consequncia, fica mais interessada na tarefa, (2) mais tentativas significam mais oportunidades de aprender

2.1.11. Outras dicas. Para evitar cansao por parte do aluno, vlido preparar todo o material da Terapia antes de conduzi-lo para o incio da aprendizagem. Quando a criana for levada para a mesa de trabalho, as atividades devem ser iniciadas imediatamente. Tambm no recomendado que a criana seja
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deixada sem superviso. Deve-se aproveitar todos os momentos possveis para ensinar comportamentos adequados.

2.2. Terapia ABA Programas em Tentativa Discreta


2.2.1. Imitao Motora Grossa. O programa tem o objetivo de aumentar a ateno social da criana e favorecer que ela aprenda novas habilidades por meio da observao dos comportamentos de seus pares. prrequisito para interaes sociais complexas. Inicie com os seguintes movimentos: levantar a mo, esconder o rosto, bater palmas. OCP 1 imitar com ajuda fsica OCP 3 imitar sem ajuda Procedimento: 1. Sente-se com a criana de frente para voc. 2. Faa um teste de reforadores para ver o que a est interessando. 3. Faa um movimento e instrua faa igual. 4. Ajude a criana a imitar a ao, usando a dica de acordo com o OCP atual. 5. Reforce bastante. 6. Siga os passos 3 a 5 com outros movimentos. 7. Continue apresentando os movimentos em ordem aleatria. OCP 2 imitar com ajuda leve

2.2.2. Imitao com Objetos. O programa tem os mesmos procedimentos e objetivos do Programa de Imitao Motora Grossa. Inicie com os seguintes movimentos: pentear o cabelo, andar com o carro, tocar pandeiro.

2.2.3. Identificao de Cores. Os programas de identificao ajudam a criana a aprender a olhar para o mundo de modo mais atento, alm de desenvolver linguagem receptiva relacionada aos estmulos utilizados. Inicie com: azul, vermelho e amarelo. Objetivos de Curto Prazo: OCP 1 identificar 3 cores com ajuda fsica OCP 3 identificar 3 cores com ajuda gestual Procedimento: 1. Disponha os trs estmulos sobre a mesa, afastados entre 10 e 15 cm um do outro. 2. Sente-se com a criana mesa. 3. Faa um teste de reforadores. 4. Instrua cad o (nome de um dos estmulos).
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OCP 2 identificar 3 cores com ajuda leve OCP 4 identificar 3 cores sem ajuda

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5. Ajude a criana a identificar o estmulo, usando a dica de acordo com o OCP atual. 6. Reforce bastante. 7. Modifique a posio dos estmulos que esto na mesa. 8. Siga os passos 4 a 8 com os outros estmulos. 9. Continue apresentando os estmulos em ordem aleatria.

2.2.4. Identificao de Objetos. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Identificao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize os objetos bolo, lata e cubo.

2.2.5. Identificao de Palavras. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Identificao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize as palavras bolo, lata e cubo.

2.2.6. Identificao de Fotos da Famlia. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Identificao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize as fotos de Garoto, papai e mame.

2.2.7. Identificao de Nomes da Famlia. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Identificao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize os nomes de Garoto, papai e mame.

2.2.8. Identificao de Algarismos. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Identificao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize os algarismos de 1 a 3.

2.2.9. Identificao de Quantidades. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Identificao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize as quantidades de 1 a 3.

2.2.10. Nomeao de Cores.


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O programa de Nomeao tem o objetivo de ensinar a criana o nome dos diferentes estmulos que compem seu ambiente e com os quais a criana tem que interagir. Alm disso, ele prepara a criana para perceber que cada objeto tem seu nome e para aprender tais nomes sem ajuda em ambiente natural. Utilize as cores azul, amarelo, vermelho, verde, preto e branco. Objetivos de Curto Prazo: OCP 1 Nomear com ajuda da palav. inteira OCP 3 Nomear sem ajuda Procedimento: 1. Sente-se de frente para a criana. 2. Faa um teste de reforadores. 3. Ponha a figura de um dos estmulos prxima sua boca e diga O que isso? 4. Pea para a criana repetir, dando a dica apropriada OCP atual. 5. Para dar dicas adicionais para crianas que no tm fala espontnea, ponha a mo da criana em sua garganta, para que ela sinta a vibrao das cordas vocais. 6. Tenha a certeza de que ela est olhando para a sua boca. 7. Para crianas que no tm fala espontnea, reforce qualquer som. Para crianas que falam, reforce vocalizaes idnticas ou as mais parecidas possveis com o som desejado. 8. Caso a criana no diga som algum, pea duas respostas alternativas fceis e as reforce. 9. Continue apresentando os estmulos em ordem aleatria. OCP 2 Nomear com ajuda da primeira slaba

2.2.11. Nomeao de Objetos. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Nomeao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize os objetos Bola, lata, cubo, bala, bota e lobo.

2.2.12. Nomeao de Familiares. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Nomeao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize as fotos de Garoto, papai e mame.

2.2.13. Nomeao de Algarismos. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Nomeao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize algarismos de 1 a 6.
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2.2.14. Nomeao de Figuras. 20 figuras. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Nomeao de Cores, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize 20 figuras variadas importantes para o contexto de Garoto e cujos nomes ele ainda no conhea.

2.2.15. Pareamento de Objeto com Palavra (mais Montagem). Alm do pareamento, Garoto montar as palavras, utilizando slabas (inicie com 3 slabas: apenas uma errada. Quando Garoto estiver montando sozinho, aumente para quatro slabas, ou seja, duas erradas. Assim por diante). O objetivo dos programas de pareamento ensinar a criana o relacionamento entre objetos e figuras. A tarefa pr-requisito para relaes mais complexas, como as de proporo e as simblicas (por exemplo, linguagem) e costuma ser considerado um bom indicativo do nvel intelectual da criana. O pareamento deve ocorrer entre palavras, na mesa, e figuras a serem dadas na mo da criana. Utilize os estmulos bola, lata e cubo. Objetivos de Curto Prazo: OCP 1 parear com ajuda fsica OCP 3 parear com ajuda gestual OCP 2 parear com ajuda leve OCP 4 parear sem ajuda

Procedimento: 1. Disponha os estmulos sobre a mesa, afastados entre 10 e 15 cm um do outro. Deixe os estmulos extras (de pareamento) ao seu alcance. 2. Sente-se com a criana mesa. 3. Faa um teste de reforadores. 4. D um dos estmulos extras para a criana (os de pareamento. Mantenha os estmulos que esto na mesa) e instrua relacione. 5. Ajude a criana a parear o estmulo, usando a dica de acordo com o OCP atual. 6. Reforce bastante. 7. Modifique a posio dos estmulos, e os estmulos, que esto na mesa. 8. Siga os passos 4 a 8 com os outros estmulos. 9. Continue apresentando os estmulos em ordem aleatria.

2.2.16. Pareamento de Nome com Foto dos Familiares. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Pareamento de Objetos com Palavras, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize nomes da famlia (Garoto, papai e mame) e suas fotos correspondentes.
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2.2.17. Pareamento de Algarismos com Quantidade (mais Contagem). O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Pareamento de Objetos com Palavras, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize algarismos de 1 a 3 e figuras com as quantidades equivalentes. Pea para Garoto contar os pontos.

2.2.18. Conversao 1. O programa de Conversao tem o objetivo de ensinar a criana a prestar ateno na fala das outras pessoas e a responder a ela adequadamente. um programa fundamental para a interao social complexa e completa. Nesta etapa inicial, a criana deve apenas responder a perguntas simples. Utilize as perguntas Qual o seu nome?, Qual o nome da sua me?, Qual o nome do seu pai? e Qual o nome do seu irmo?. Objetivos de Curto Prazo: OCP 1 Responder com ajuda da palavra inteira OCP 2 Responder com ajuda da primeira slaba OCP 3 Responder sem ajuda Procedimento: 1. Sente-se de frente para a criana. 2. Faa um teste de reforadores. 3. Faa uma das perguntas estipuladas para a criana. 4. Caso ela no responda, ajude, dando a dica apropriada OCP atual. 5. Para dar dicas adicionais para crianas que no tm fala espontnea, ponha a mo da criana em sua garganta, para que ela sinta a vibrao das cordas vocais. 6. Tenha a certeza de que ela est olhando para a sua boca. 7. Para crianas que no tm fala espontnea, reforce qualquer som. Para crianas que falam, reforce vocalizaes idnticas ou as mais parecidas possveis com a resposta desejada. 8. Caso a criana no diga som algum, pea duas respostas alternativas fceis e as reforce. 9. Continue apresentando os estmulos em ordem aleatria.

2.2.19. Conversao 2. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Conversao 1, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Utilize as perguntas Quantos anos voc tem?, Qual o nome do seu colgio?, Qual o nome da sua terapeuta? e Qual o nome da garota que fica com voc na escola?.
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2.2.20. Conversao 3. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Conversao 1. No entanto, as perguntas devem ser feitas no cotidiano de Garoto, de forma espontnea e no planejada.

2.2.21. Seguir Instrues 1. O objetivo do programa ensinar habilidades bsicas de colaborao e linguagem receptiva, fundamentais para a compreenso do que os outros dizem. O ensino de colaborao e seguimento de instrues tambm ajudam a criana a se tornar atenta linguagem e, mais importante, s pessoas com quem convive. O programa pr-requisito para a conversao elaborada. O grupo 1 composto pelas instrues: tocar a cabea, tocar a barriga, tocar o brao e tocar a perna. Objetivos de Curto Prazo: OCP 1 seguir instrues com ajuda fsical OCP 3 seguir instrues sem ajuda OCP 2 seguir instrues com ajuda leve

Procedimento: 1. Sente-se com a criana confortavelmente. 2. Faa um teste de reforadores. 3. D uma instruo. 4. Ajude a criana a seguir a instruo, usando a dica de acordo com o OCP atual. 5. Reforce socialmente. 6. Imediatamente apresente a segunda instruo. Ajude de acordo com o OCP, reforce socialmente e apresente a terceira dica imediatamente. Assim por diante. 7. Continue apresentando as instrues em ordem aleatria.

2.2.22. Seguir instrues 2. O objetivo e procedimento do programa so semelhantes aos do programa de Seguir Instrues 1, assim como so semelhantes os Objetivos de Curto Prazo. Selecione quatro instrues que sejam do cotidiano de Garoto.

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2.3. Terapia ABA Programas de Brincar


Dada a amplitude, quantidade e possibilidades de brincadeiras, virtualmente impossvel fazer um guia especfico de cada um delas. Por isso, segue um procedimento geral que pode ser adaptado para cada brincadeira particular: 1. Crie um ambiente relaxante para a criana. Brincadeira deve sempre ser ldica. 2. Antes de convid-la para fazer uma atividade, deixe todo o material necessrio preparado. 3. Convide-a gentilmente para uma atividade/brincadeira, sorrindo muito. 4. Caso ela ainda no souber realizar a atividade/brincadeira sem ajuda, fornea uma dica que a auxilie (veja a hierarquia de dicas). a. Inicie exigindo pouco. Por exemplo, requisite que ela encaixe apenas duas peas de um quebra-cabeas de 4 peas, que apenas chute a bola em linha reta, que apenas faa alguns riscos coloridos no desenho, que apenas d uma ou duas batidas em um instrumento musical, etc. b. A exigncia de tempo na atividade, e de sua dificuldade, deve ser aumentada gradativamente. 5. Faa bastante festa quando ela acertar brincar corretamente. 6. Se a criana no tem interesse pela atividade/brincadeira, utilize um reforador externo, como um brinquedo preferido, por exemplo. a. Gradativamente, deixe de usar o reforador externo. O objetivo que a tarefa em si seja reforadora. 7. Incentive trocas sociais durante a atividade/brincadeira. Qualquer atividade pode se tornar social: peas de montagem podem ser trocadas de mo e mo e cada um ter sua vez de jogar (durante a troca, vlido pedir contato visual e vocalizao); durante a pintura de um desenho a criana pode ser incentivada a escolher as cores ou o desenho pode ser pintado a quatro mos; duas pessoas podem tocar o mesmo tambor; etc. 8. Varie sempre as atividades/brincadeiras dentro de uma categoria, e pea para a criana selecionar com o que deseja brincar mais. 9. Seja paciente e compreenda que, ainda que a criana no esteja respondendo como esperado no momento, ateno, carinho e persistncia a ajudaro a brincar cada vez melhor.

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2.3.1. Brincadeiras de encaixe e montagem. So brincadeiras estruturadas, que exigem habilidade motora e visual. Dentre elas, h montagem de quebra-cabea, jogo da memria, encaixe de formas, montagem de blocos, montagem de partes do corpo humano, etc. Essas atividades possibilitam ensinar a criana a brincar sozinha quando for necessrio. No programa ABA, no entanto, ela deve ser inicialmente utilizada de modo social. Professor e estudante trocam peas antes da montagem. Cada um monta uma vez (trocar turnos importante). O professor pode pedir que a criana requisite verbalmente a pea, ou por meio de apontar ou de contato visual.

2.3.2. Grafomotores. Grafomotores so atividades tipicamente escolares, que ajudam a desenvolver a coordenao motora fina: pintar, escrever por cima dos pontos, copiar, recortar e colar, amassar papel, utilizar guache, massinha, fazer arte em geral. Esse conjunto de atividades a base do que posteriormente ser a habilidade de escrever e utilizar ferramentas eletrnicas, como word. Para tornar essas atividades mais sociais, o professor pode pedir que o aluno escolha a cor, ou o que recortar, ou onde colar. Pode pedir contato visual, brincar de faz de conta com a figura a pintar ou desenhada, etc.

2.3.3. Brincadeiras motoras grossas. So brincadeiras que envolvem movimentos amplos do corpo, como pega-pega, chutar bola, jogar basquete, correr juntos, danar, andar de bicicleta, empurrar carrinhos ou bolas um para o outro, etc. Essas brincadeiras ajudam no desenvolvimento da coordenao, percepo do prprio corpo e desenvolvimento de habilidades sociais.

2.3.4. Atividades motoras grossas. So direcionadas ao equilbrio, fora e desenvolvimento motor grosso da criana e conhecimento do prprio corpo: pular, girar juntos (cantando), andar sobre uma linha desenhada no cho, subir escadas, andar para trs, andar para os lados, levantar objetos, arremessar objetos, levantar-se do cho, carregar objetos relativamente pesados, etc.

2.3.5. Atividades motoras finas. So direcionadas ao desenvolvimento motor fino. Dentre os movimentos mais importantes, est o de pina, que pode ser estimulado por meio de brincadeiras em que a criana tem que tirar gros com os dedos (ou com um pregador) de um pote e colocar em outro. Tambm podem ser ensinados o alinhavo, amarrar cadaros, abotoar, puxar zper, colar e descolar velcro, etc.
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2.3.6. Contar histrias. A contagem de histrias aumenta a ateno social, a pacincia, e a habilidade de brincar de faz-de-conta. Pode ser realizada com base em livros (a criana pode ajudar a virar a pgina e desenhar os personagens), fantoches (a criana pode escolher os fantoches e at controlar um deles), brinquedos, histrias em quadrinhos, etc. O importante que a histria seja contada de maneira alegre, com variao de entonao para chamar a ateno e envolvendo personagens que a criana goste.

2.3.7. Msicas. Msicas ensinam ritmo e ajudam no desenvolvimento da ateno. Alm disso, estimulam a linguagem. vlido selecionar algumas msicas das quais Garoto goste e ajud-lo a acompanhar cada uma delas de um modo diferente: bater tambor em uma msica (sempre no mesmo ritmo), teclado em outra (pode ser de brinquedo), palmas em uma terceira, dana na quarta msica, instrumento de sopro em uma quinta msica. Mais opes podem ser oferecidas, e mais de uma msica por instrumento pode ser ensinada. O importante ensinar o conceito de ritmo e se divertir bastante com a criana.

2.3.8. Integrao Sensorial. Muitas crianas com TID possuem disfunes sensoriais. Garoto parece estar entre elas. Apesar de esse problema necessitar de tratamento especializado, h algumas estratgias que podem ser implantadas em casa: massagem pelo corpo todo, com uma fora que seja agradvel para a criana; passar pelo corpo, particularmente pelos braos, barriga e rosto da criana, objetos de diferentes texturas (spero, macio, rugoso, duro, mole, gelado, quente, etc); ajudar a criana a compreender os conceitos de quente e frio; oferecer, para crianas com pouco paladar, comidas crocantes; para crianas que no param quietas ou tm movimentos estereotipados intensos, vlido fazer massagens profundas na barriga, costas e mos; para crianas que andam nas pontas dos ps, vlido criar tapetes com diferentes texturas e incentiv-las a pisar em todas elas.

2.3.9. Brincadeira Livre. Aproveite o interesse imediato de Garoto e o transforme em uma brincadeira social divertida. Valorize muito a iniciativa da criana, ampliando o alcance da brincadeira, mas respeitando seu limite de envolvimento (o interesse principal deve partir dela).

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2.4. Terapia ABA Rotina


comum que crianas com TID tenham dificuldade em compreender sua rotina. Tcnicas que utilizam informaes visuais ajudam na organizao e compreenso das diferentes tarefas. Outro benefcio de utilizar calendrios e rotinas visuais que eles fornecem o princpio da percepo temporal e sequncia das atividades.

2.4.1. Descrevendo o dia. Todas as manhs, Garoto deve ser auxiliado a preencher um quadro que descreve todas as atividades que realizar no dia. Este quadro deve estar grudado na parede e possuir uma faixa de velcro, onde Garoto colar as fotos correspondentes a todas as tarefas que realizar. Ajude-o a colar cada foto e a nomeie junto com ele. Comece o quadro com cerca de 7 a 10 fotos. Dicas adicionais podem ser dadas durante o dia. Mostre a Garoto uma foto de sua prxima atividade, ainda que ela no esteja no quadro, ou que Garoto no esteja perto dele. Essa dica adicional s possvel se houver um lbum mvel com fotos das atividades do garoto.

2.4.2. Na Terapia. Garoto deve chegar sala de Terapia e preencher um quadro que mostra que hora de comear o trabalho. A cada intervalo de brincadeira, o garoto vai novamente ao quadro e coloca uma foto correspondente brincadeira. Ao fim da Terapia, adiciona ao quadro uma foto indicando que a Terapia terminou. Deixe sempre disponvel para Garoto um relgio, ou foto de relgio. Pegar o objeto e entreg-lo terapeuta ser compreendido como um pedido de intervalo, que deve ser respeitado. Caso o garoto comece a pegar o relgio muitas vezes, explique que ele pode ter o intervalo assim que terminar a tarefa atual. Se os pedidos continuarem muito frequentes, o intervalo s poder ser pedido aps duas atividades.

2.5. Atividades de Vida Diria


Algumas crianas necessitam de ajuda extra para realizar as atividades de vida diria, como tomar banho, vestir-se, escovar os dentes, ir ao banheiro e se alimentar. Uma forma de ajudar na realizao dessas atividades dividi-las em passos sequenciais e utilizar fotos como dicas para a execuo de cada passo (ao lado das fotos, coloque seu nome e nmero). Para mximo aproveitamento, til dar dicas fsicas (pegar na mo da criana e, com ela, realizar a atividade), que devem ser retiradas do ltimo para o primeiro passo. Ou seja, o ltimo passo o primeiro no qual as dicas so retiradas. Evite usar dicas verbais, como dizer criana o que fazer; privilegie imagens.

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Dicas verbais podem tornar a criana dependente de ajuda e dificultar a independncia. possvel comear com dicas verbais junto com as fotos, mas elas devem ser rapidamente retiradas.

2.5.1. O procedimento bsico: 1. Divida a atividade em passos. 2. Mostre criana uma foto da atividade que ela est prestes a realizar. 3. Conduza criana at o local onde a atividade realizada. 4. Mostre a foto do primeiro passo. 5. Ajude, utilizando o nvel de dica apropriado. 6. Mostre a foto do segundo passo. 7. Ajude, utilizando o nvel de dica apropriado. 8. Siga a sequncia de mostrar a foto e ajudar com os demais passos. 9. Retire primeiro a dica utilizada no ltimo passo. 10. Aps a criana dominar o ltimo passo, remova a dica do penltimo. 11. Continue removendo os passos, do ltimo para o primeiro. 12. Siga realizando toda a sequncia at que a criana no necessite mais de ajuda.

Abaixo seguem algumas atividades de vida diria e uma possvel sequenciao dos passos a serem fotografados. Isto apenas um guia; possvel optar por utilizar mais ou menos passos. Uma atividade como escovar os dentes, por exemplo, pode ser dividida em mais de 30 passos. Note-se que alguns passos notadamente no foram relacionados nas sugestes abaixo. Isso porque a adio de mini-passos pode prejudicar a compreenso da tarefa.

2.5.2. Ir ao banheiro e lavar as mos. A primeira coisa a fazer conhecer os horrios da criana. Dessa forma, possvel saber de quanto em quanto tempo necessrio lev-la ao banheiro para fazer xixi e coco. Simplesmente registre a hora em que a criana vai ao banheiro toda vez que ela fizer xixi ou coco. Enquanto a criana no capaz de pedir para ir ao banheiro por si mesma (seja vocalmente ou por troca de figuras), no pergunte se ela quer ir, simplesmente mostre a foto do evento e diga quero fazer xixi (ou coco), ajudando a criana a dizer o mesmo e a prestar ateno foto. Faa muita festa quando a criana fizer o xixi ou coco enquanto sentada no vaso. Utilize o procedimento geral descrito no item 2.5.1. Abaixo, segue uma sugesto da diviso da tarefa em passos (a serem representados por fotos). Lavar as mos pode ocorrer separado de ir ao banheiro.

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IR AO BANHEIRO Passo 1. Acender a luz. Passo 2. Levantar a tampa. Passo 3. Baixar a cala e cueca. Passo 4. Sentar-se. Passo 5. Levantar a cala e cueca. Passo 6. Puxar a descarga.

LAVAR AS MOS Passo 1. Ir at a pia. Passo 2. Abrir a torneira. Passo 3. Ensaboar as mos. Passo 4. Enxaguar as mos. Passo 5. Fechar a torneira.

2.5.3. Tomar banho e vestir-se. Utilize o procedimento geral descrito no item 2.5.1. Segue uma sugesto da diviso da tarefa de tomar banho e vestir-se em passos (a serem representados por fotos). Vestir-se pode ocorrer separado de tomar banho.

TOMAR BANHO Passo 1. Foto do banho. Passo 2. Abrir o chuveiro. Passo 3. Lavar parte de cima. Passo 4. Enxaguar parte de cima. Passo 5. Fechar o chuveiro.

VESTIR-SE Passo 1. Colocar a cueca. Passo 2. Colocar a cala. Passo 3. Colocar a camisa. Passo 4. Colocar a meia Passo 5. Colocar o tnis.

2.5.4. Escovar os dentes. Utilize o procedimento geral descrito no item 2.5.1. Segue uma sugesto da diviso da tarefa de escovar os dentes em passos (a serem representados por fotos).

ESCOVAR OS DENTES Passo 1. Escovar os dentes. Passo 2. Passar pasta na escova. Passo 3. Escovar dentes da frente. Passo 4. Enxaguar a boca. Passo 5. Fechar a torneira.

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2.6. Terapia ABA Comunicao


O desenvolvimento das habilidades de comunicao deve ser responsabilidade de todas as pessoas envolvidas com Garoto. Cada um pode contribuir do seu jeito na realizao dos programas e sugestes aqui apresentadas. Para mximo aproveitamento, mostre os procedimentos listados aqui para todos os envolvidos com o garoto.

2.6.1. Paradigma da Linguagem Natural (PLN). O PLN uma maneira de ensinar linguagem que utiliza estratgias ldicas e aproveita o interesse da criana e suas brincadeiras favoritas como incentivo comunicao. H maneiras mais estruturadas e menos estruturadas de utilizar o PLN. O ideal unir ambas as formas de aplicao. Se possvel, deixando que os pais fiquem responsveis pela forma menos estruturada e o terapeuta fique responsvel por ambas (estruturada e no estruturada). Ambas tm muito em comum, diferindo em questes como o momento e o ambiente em que sero utilizadas.

2.6.1.1. Procedimento PLN menos estruturado. 1. Fique atento s brincadeiras da criana e ao que ela deseja. 2. Quando ela comear a brincar com alguma coisa, entre na brincadeira. 3. Assim que possvel, reveze turnos, pegando o objeto com o qual ela est brincando. 4. Brinque com o objeto, dizendo o que est fazendo (andando com o carro, por exemplo). 5. Pea para ela repetir a frase apresentada. No exemplo: andando com o carro. 6. Inicialmente, aceite qualquer resposta verbal como correta, ainda que no relacionada ao que voc disse. 7. Caso ela diga qualquer coisa, d o objeto para ela, fazendo muita festa e continuando a brincadeira. 8. Caso ela nada diga, continue brincando e mostrando a ela como se fala, ao mesmo tempo em que faz carinhos, d risada com ela. 9. Pea pela vocalizao mais trs vezes. Se em nenhuma delas a criana nada disser, ajude-a apontar o objeto e diga voc apontou, voc quer, vamos brincar e continue a brincadeira. 10. importante no estressar a criana. Se for notado que ela est ficando impaciente, rapidamente a ajude a apontar e iniciem a brincadeira. 11. Durante os pedidos por resposta, vlido, de vez em quando, revezar turnos, deixando a criana brincar um pouco e depois voc. 12. recomendado ficar com os olhos na altura dos olhos da criana.
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13. V mudando o objeto e o foco da brincadeira de acordo com o interesse da criana. 14. Elogie quando ela olhar para voc e para o objeto.

2.6.1.2. Procedimento PLN mais estruturado. O procedimento deve ocorrer nos termos apresentados acima. A diferena que os objetos a serem utilizados como reforadores e o momento em que o PLN vai ser aplicado devem ser prplanejados. No entanto, importante escolher objetos do interesse da criana e modific-los caso ela no esteja interessada por eles. Em poucas palavras, a principal diferena que enquanto na aplicao menos estruturada se aproveita o momento de interesse da criana, na mais estruturada se procura criar o momento de interesse.

2.6.2. PECS. O PECS (Picture Exchange Communication System) um Sistema de Comunicao por Troca de Figuras. constitudo por um fichrio com divisrias com faixas de velcro e uma faixa de velcro na capa. Nas faixas so colocadas figuras das atividades, objetos, alimentos e pessoas do cotidiano da criana. A comunicao ocorre quando a criana retira uma foto do interior do PECS e a coloca no velcro da capa. O PECS tem as funes de ajudar as crianas sem linguagem a se comunicar adequadamente, a desenvolver a compreenso da comunicao, a desenvolver os pr-requisitos e perceber a importncia da fala vocal, reduzir a frustrao e comportamentos inapropriados, desenvolver o conhecimento da estrutura da linguagem, permitir que a criana escolha e seja compreendida. O PECS geralmente dividido em 6 fases. Garoto est no momento de realizar a primeira fase. Segue, ainda assim, uma descrio de todas as fases e como proceder em cada uma delas. FASE 1 Troca Fsica Simples: Nesta fase, a criana simplesmente aponta ou pega a figura do objeto desejado na presena de um adulto. Procedimento: 1. Tire fotos de cerca de trs a cinco itens que a criana gosta muito (ponha o nome dos objetos em todas as fotos, abaixo da imagem). 2. Sente-se de frente para a criana. 3. Deixe os itens ao alcance da viso da criana, bem como as fotos dos itens em uma faixa de velcro. 4. Pergunte criana o que voc quer? 5. Ajude-a (hierarquia de dicas) a pegar a foto de um dos itens e lhe entregar. 6. Diga eu quero (nome do item)! e pea para ela repetir. 7. Permita que ela acesse o item. 8. Repita o procedimento acima vrias vezes.
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9. Aumente o nmero de itens aps domnio das primeiras fotos sem ajuda. FASE 2 Desenvolvendo a espontaneidade: Semelhante fase anterior, mas desta vez tanto o PECS como os objetos reforadores no estaro ao alcance imediato da criana Procedimento: 1. Pergunte criana o que voc quer? 2. Ajude-a a caminhar at o PECS. 3. Ajude-a a tirar uma figura e lhe entregar. 4. Diga eu quero (nome do item)! e pea para ela repetir. 5. Permita que ela acesse o item. 6. Repita o procedimento acima vrias vezes. 7. Aumente o nmero de itens ainda mais. FASE 3 Discriminao de Figuras: Agora, a criana precisa identificar entre os objetos desejados e objetos no desejados. Procedimento: 1. Acrescente ao PECS um desenho representativo do NO. 2. Tire fotos de itens do cotidiano da criana pelos quais ela no sente atrao particular. 3. Repita o procedimento da FASE 2: itens 1 a 7. 4. Caso a criana pea um item no desejado, entregue-o a ela. 5. Se ela recusar o item, ensine-a a pegar o desenho, ou figura, do NO. FASE 4 Compondo frases: Nesta fase, a criana aprende a compor frases simples por meio do PECS. Procedimento: 1. Acrescente ao PECS as palavras Eu, quero. 2. Pergunte criana o que voc quer? 3. Ajude-a a montar, na capa do PECS, a frase Eu quero + (foto do item). 4. Ajude-a a repetir a frase vocalmente. 5. Permita que ela acesse o item. 6. Repita o procedimento vrias vezes. FASE 5 O que voc quer?: Esta fase consiste em tornar a criana independente aps a pergunta o que voc quer?. Reduza gradativamente a ajuda criana at ela se torna inteiramente independente no uso do PECS. FASE 6 Respostas e Comentrios Espontneos: Agora, a criana deve ser capaz de responder a outras perguntas alm de o que voc quer?. Ela deve responder o que voc est vendo?, O que est ouvindo?, O que isto? e assim por diante. uma fase muito difcil; requer pacincia, persistncia e muita dedicao em ajudar a criana. Para realizar esta fase, acrescente novas frases ao PECS, varie as perguntas e ajude a
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criana a montar as sentenas corretamente. Sempre elogie muito os acertos, sejam eles com ajuda ou independentes.

2.6.3. Atividades cotidianas que ajudam no desenvolvimento da linguagem. Os itens abaixo descrevem o que todos que convivem com Garoto podem fazer para incentiv-lo a se comunicar. So aes que podem gerar exaustivas para os pais, mas so um investimento vlido para o desenvolvimento da linguagem do garoto. 1. Dificulte a obteno do que Garoto deseja: Fique em seu caminho, coloque os objetos longe do seu alcance. Em suma, no torne fcil para que ele obtenha o que quer. Exija que ele pea verbalmente, dando ajuda para o que ele ainda no conhece. Essa talvez seja a forma mais poderosa de estimular a linguagem. Caso no tenha tempo de utilizar todas as estratgias aqui propostas, realize pelo menos esta primeira e a descrita a seguir. 2. Relao fala-resultado: Garoto precisa aprender que as palavras so importantes e produzem consequncias positivas. Por isso, muito til que a qualquer palavra dita pela criana seja seguida de algum objeto. De preferncia, o objeto nomeado pela criana. Caso Garoto diga sons sem sentido, ento d a ele qualquer objeto que esteja prximo e diga claramente Voc pediu o [nome do objeto], que timo e variaes. importante que o objeto siga imediatamente a resposta. 3. Explore as aes de Garoto: Ajude Garoto a descrever o mximo de aes que esteja fazendo. Quando est no quarto, ensine-a a dizer estou no quarto; quando comendo, estou comendo, e assim por diante. Insista para que ele repita a frase, e no apenas a oua. 4. Explore o nome dos objetos: Faa o que foi descrito acima com os objetos, para aumentar o vocabulrio de Garoto. 5. Inicie conversaes naturais: Pergunte a ele o que ele est fazendo e a ajude a responder. D dicas sobre como iniciar conversas, fazendo-o dizer como est?, alguma novidade?, etc. 6. Pergunte o que ele fez no passado: Pergunte sobre o que ele fez no passado, Inicialmente, sobre o que ele fez h apenas algumas horas e que seja marcante. Posteriormente, com eventos mais remotos. 7. Faa brincadeiras que tenham um clmax: Faa brincadeiras do tipo um, dois, trs e... j. As crianas geralmente gostam muito dessas brincadeiras e dizem o j para que o clmax acontea.

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8. Utilize pistas visuais: Quando for possvel, utilize fotos dos ambientes e tarefas que Garoto realizar para ajud-lo a compreender o que vai fazer e para nomear a atividade. vlido ter um grande acervo de fotos disposio.

2.7. Terapia ABA Lidando com Comportamentos-Problema


Segue uma lista completa de como lidar com comportamentos-problema, antes de falar especificamente sobre os comportamentos de Garoto.

2.7.1. Estereotipias. As estereotipias so comportamentos mantidos por auto-estimulao. So difceis de lidar porque geralmente so mais interessantes para as crianas do que as outras atividades disponveis em seu cotidiano. Alguns autores supem que os comportamentos repetitivos esto ligados disfunes sensoriais das crianas. A melhor forma de diminuir as estereotipias, ainda assim, redirecionando o comportamento para alguma atividade adequada. Segue o procedimento detalhado: 1. Faa uma lista de todas as estereotipias da criana, registrando horrio, qual foi a estereotipia e o contexto em que ela ocorreu (durante o banho, vendo TV, etc). 2. Com base no levantamento, fique atento s situaes em que os movimentos costumam ocorrer. 3. Seja mais rpido do que a criana e direcione o comportamento dela para algo adequado ANTES de a estereotipia ocorrer (preferencialmente, que fornea uma estimulao semelhante. Por exemplo, ao invs de enfileirar objetos, enfileiras peas de domin). 4. Caso no seja possvel redirecionar a estereotipia antes de ela ocorrer, redirecione enquanto ela ocorre. 5. importante no brigar com a criana ou dizer no s estereotipias, pois isso pode refor-las devido ateno dada. 6. Repita os passos acima persistentemente.

2.7.2. Rituais. So comportamentos fixos, que a criana deseja fazer sempre do mesmo jeito e na mesma ordem. Quadros de rotina e mudanas graduais so uma boa forma de lidar com os rituais. Segue o procedimento: 1. Faa uma lista de mapeamento dos rituais (igual descrita para as estereotipias). 2. Faa pequenas mudanas no modo de ao da criana
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a. Exemplo 1: se a criana insiste em sentar sempre na mesma cadeira, desloque-a um pouco por dia. b. Exemplo 2: se durante a caminhada a criana insistir em seguir sempre o mesmo caminho, mude-o um poo (na ltima rua, por exemplo) por vez. 3. Caso a mudana gradual seja estressante, tenha por perto um item reforador e o utilize para reforar a mudana na rotina. 4. Utilize quadros de rotina e dicas adicionais para as mudanas de tarefa (item 2.4.1.).

2.7.3. Interesse Restrito. O interesse restrito semelhante aos rituais. Pode ser observado pelo apego inadequado e insistncia da criana em brincar com poucos brinquedos ou objetos, e um estresse intenso quando no possvel encontr-los. A soluo introduzir gradativamente novas atividades e brinquedos no cotidiano da criana. 1. Leve a criana para outra atividade. 2. Reforce, ainda que os poucos segundos de engajamento na nova atividade, com o objeto ou brinquedo pelo qual a criana tem apego inadequado. 3. Retire o objeto inadequado. 4. Repita os passos acima, exigindo cada vez mais tempo de engajamento na brincadeira adequada antes de permitir acesso ao objeto de apego.

2.7.4. Birras e comportamentos disruptivos. So comportamentos agressivos, de oposio e enfrentamento, ou gritos e choros, em que a criana fica muito agitada. De uma forma geral, as birras so uma forma de comunicao. A soluo, portanto ensinar a criana a se comunicar adequadamente e impedir que a comunicao inadequada obtenha sucesso. Esse processo tem o nome de reforamento diferencial de comportamentos alternativos com extino. Significa que agora s sero aceitas respostas adequadas (alternativas s inadequadas) e que as respostas inadequadas no mais sero aceitas (extino). O procedimento: 1. Faa uma lista de todas as birras e comportamentos disruptivos da criana. A listagem deve conter o dia e a hora em que a birra ocorreu, a situao em que ocorreu (quando requisitado a sentar, por exemplo, ou na hora do almoo, quando ofereci alface), o tipo de birra (correu e gritou, ou deitou no cho e chorou, ou tentou me bater) e a consequncia da birra (no insisti que ela sentasse ou deixei o alface de lado). Em suma, quatro colunas: dia e hora, situao, comportamento, consequncia.
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2. Tenha um sistema de comunicao alternativa em mos (pode ser o PECS, ou figuras representativas de no e de quero). Caso no haja um sistema alternativo, fique pronto para pedir qualquer tipo de resposta adequada no lugar da inadequada. 3. Nos momentos em que a birra costuma ocorrer (voc tem a lista das situaes), prepare-se para tentar uma troca rpida: a. Pouco antes de a birra ocorrer (na situao comum em que ela acontece), oferea o que a criana quer ou permita que ela fuja do que costuma fugir (voc tem a lista e sabe o que a criana costuma obter com a birra) assim que ela lhe entregar a figura alternativa ou realizar uma resposta alternativa. importante que ocorra uma troca rpida: assim que a reposta alternativa acontecer, permita criana obter o que quer. b. A ideia que a troca ocorra to rapidamente, que a criana no tenha tempo de emitir os comportamentos inadequados. c. Aos poucos, aumente o tempo entre a situao causadora da birra e a resposta alternativa. Idealmente, a criana deve ser capaz de, na situao em que a birra costuma ocorrer, procurar uma resposta alternativa. d. Caso a troca no ocorra de forma rpida o suficiente, e a birra acontea, continue com as instrues a seguir. 4. Quando ocorrer a birra, imediatamente pea a resposta alternativa e ajude a criana a realiz-la e a reforce com o que ela deseja. a. Faa isso algumas vezes, at perceber que a criana entendeu que ela obtm o que quer por conta da resposta adequada e no da inadequada. b. Aos poucos, exija que a birra pare antes de pedir a resposta alternativa adequada. c. Finalmente, reforce apenas caso a resposta adequada ocorra. 5. Caso as dicas dadas nos itens 3 e 4 no funcionem ou no sejam aplicveis a uma birra ou a uma consequncia particular (se o que a criana deseja no possa ser dado a ela, por exemplo), utilize o seguinte procedimento: a. Ignore totalmente a birra. No olhe para a criana, no pegue em sua mo, no diga nada a ela. De preferncia, fique de costas, como se voc no a visse enquanto ela faz a birra. Fique atento apenas para no permitir que a criana se machuque ou a outras pessoas (nestes casos, apenas impea a agresso, mas sem nada dizer e sem olhar diretamente para a criana). b. Assim que a birra parar, faa muita festa e oferea algo que a criana gosta (de preferncia, se possvel, o que ela costuma obter com a birra).
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c. Esse procedimento acarretar em um aumento inicial da quantidade e intensidade das birras. Se isso ocorrer porque o procedimento est ocorrendo da forma correta. d. Continue ignorando o comportamento inadequado e reforando sempre que ele cessar. e. Introduza o comportamento adequado assim que a birra cessar (entregar uma foto representativa do que a criana quer, ou o no, ou outra resposta adequada). f. Continue realizando esse procedimento at a birra cessar por completo e volte a realiz-lo caso a birra volte a acontecer. 6. Cuidado para no compreender tudo como birra. Muitas vezes o choro e os gritos podem estar indicando desconforto fsico. Nesses casos, a criana precisa de carinho. Se a lista descrita em 1 estiver correta, ser possvel identificar o que a criana deseja. 7. muito comum que as birras ocorram para receber ateno ou algum brinquedo ou objeto favorito. Nesses casos, alm de ignorar o inadequado e reforar apenas pedidos adequados: a. D o que a criana quer em momentos em que ela esteja bem comportada. b. Deixe claro que ela est ganhando o que quer porque est se comportando bem.

2.8. Terapia ABA Guia Geral


A terapia em casa deve ocorrer diariamente e de forma intensiva, se possvel. Recomenda-se um mnimo de 10 horas semanais de Terapia ABA, sendo entre 20 e 40 horas o tempo ideal (no computando o tempo despendido na escola).

2.9.1. O que fazer por dia. O ideal fazer tantos programas quanto forem possveis. Enquanto houver tempo, vlido realizar mais programas. Se possvel, todos os descritos. Caso haja mais tempo, vlido repetir aqueles em que Garoto tem mais dificuldades.

2.9.2. Registro do comportamento. essencial que todos os comportamentos de Garoto sejam registrados. As anotaes devem ser realizadas em folhas especficas para cada programa e mostrar o tipo de ajuda necessria para a

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realizao das tarefas. Os registros devem ser posteriormente passados para um arquivo do Excel, para que seja facilitada a construo de grficos de evoluo da criana. O ideal que cada folha represente uma brincadeira, um comportamento-problema ou um programa em tentativa discreta. Isso torna os dados mais claros.

2.9.3. Aps domnio de um movimento ou estmulo. Se nas trs ltimas aplicaes de um bloco de programa Garoto acertar sem ajuda 8 de 9 tentativas de um determinado movimento ou a seleo de determinado estmulo, o terapeuta deve acrescentar um novo movimento ou estmulo ao programa e retirar aquele que foi dominado (que deve continuar a ser pedido apenas periodicamente). Realize novos programas, variando os estmulos apresentados, quando Garoto estiver proficiente nos programas atuais e/ou quando houver tempo adicional na terapia (ou seja, couberem mais atividades). Por exemplo, possvel fazer imitao (com objetos, facial, motora fina, etc), identificao de formas (de nmeros, de palavras escritas, de quantidade, etc), pareamento com fotos dos familiares (com fotos de animais, com palavras escritas, etc), pareamento arbitrrio (objetos 2D com 3D, nome de familiares e foto de familiares, nome de objetos e foto de objetos, etc.), classificao (colocar todas as figuras relacionadas no mesmo monte ou fileira), dentre outros.

Robson Brino Faggiani, maro de 2011.

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