Rezende - Por - Fisio Oxidação - 2003
Rezende - Por - Fisio Oxidação - 2003
Rezende - Por - Fisio Oxidação - 2003
Possveis fatores determinantes no processo de liplise e na oxidao de cidos grxos decorrente do treinamento fsico. Possible decisive factors in the lipolysis process and in the oxidation of fat acids due to the physical training. Nome: Alexandre Rodrigues Alves Rezende Endereo para correspondncia: SQSW 103 Bloco I Apto. 406, Setor Sudoeste. Cidade: Braslia, DF. E-mail: [email protected] ___________________________________________________________________ RESUMO A obesidade est aumentando dramaticamente, da a necessidade de se encontrar formas eficazes de se atenuar esta situao. A maneira mais eficiente e segura para se perder gordura de corpo aumentar despesa de energia exercitando-se mais e diminuindo a entrada de energia atravs da alimentao excessiva. O exerccio provoca alteraes metablicas capazes de equilibrar o balano calrico evitando o ganho de massa gorda, tornando mais eficaz a quebra dessas gorduras em triglicerdeos e a conseqente utilizao destes, por parte do organismo, atravs da oxidao dos cidos graxos. Vrios fatores influenciam para que isso ocorra, sendo o processo metablico de utilizao das gorduras extremamente complexo, no sentido de definir com preciso quais desses fatores so responsveis pela otimizao e pela suspenso dos processos oxidativos das gorduras corporais durante a atividade fsica. A energia armazenada nos adipcitos compreendem uma fonte metablica quase que ilimitada ao organismo humano, por isso necessrio que se estudem formas eficazes de utiliza-la. Esta reviso procura definir alguns dos fatores responsveis pela quebra e a utilizao das gorduras e elucidar como ocorrem as provveis reaes envolvidas neste processo assim como os fatores responsveis pela supresso dos mecanismos envolvidos no metabolismo das gorduras.
ABSTRACT
Obesity is increasing dramatically. Its necessary to find effective forms of lessening this situation. The most efficient way to lose body fat is increasing expense of energy training and reducing the entrance of energy through the excessive feeding. The exercise provokes metabolic alterations which are capable of balancing the caloric swinging, avoiding the earnings of fat mass and turning more effective the break of this fat into triglycerides and allowing its use by the organism through the oxidation of the fat acids. Several causes influence on this fact. As the metabolic process of utilization of fat by the organism is rather complicated is hard to define accurrately which factors are responsible for the optimization or suspension of the oxidative processes of the corporal fat during t he physical activity. The energy stored in the adipocytes represents an endless source of energy to the human body therefore its necessary to study effective forms of its utilization. This revision tries to define some of those factors and to elucidate how they happen the probable reactions for the break and the use of the fats as well as the factors that limit those processes. INTRODUO Segundo Marcelo Guimares,2001 (citado por Dantas, E. H. M. et al., 2003), o desenvolvimento tecnolgico impulsiona o homem a viver sob o regime de menor esforo reduzindo a atividade muscular e os estmulos orgnicos apenas ao indispensvel, consequentemente, proporcionando srios prejuzos para a sade fsica, mental e espiritual. Conclui ainda que, a necessidade de uma atividade fsica se impe dia aps dia como complemento indispensvel para uma boa sade geral. Da a necessidade de se encontrar uma forma eficiente de praticar exerccios que estimulem os msculos e proporcionem um controle ponderal. A populao em geral tem tido um aumento nos nveis de percentual de gordura corporal e por isso existe a necessidade de se encontrar o caminho para que se otimize o pouco tempo disponvel para um mximo aproveitamento em relao prtica de atividade fsica. Isso pode ser possvel com um planejamento consciente e com um embasamento cientfico das formas mais eficazes de se
alcanar o maior nvel de intensidade dentro de um determinado volume para uma mxima oxidao de gorduras e consequentemente um eficiente controle ponderal. FATMAX, UM CONCEITO RECENTE EM RELAO A OXIDAO DE
GORDURAS
Fatmax descreve a intensidade de exerccio qual a oxidao de gordura mxima. Provavelmente, Fatmax estar abaixo da intensidade onde a taxa de
gliclise comea a aumentar notadamente. Foi buscando encontrar qual o nvel dos exerccios aerbicos ideal para emagrecimento, que ACHTEN, J. et al. (2002) testaram dezoito ciclistas moderadamente treinados e concluram que a intensidade de fatmax equivalente a 64 4% doVO2max e 74 3% da freqncia cardaca mxima. A zona fatmax (gama de intensidades com taxas de oxidao de gorduras dentro de 10% da taxa mxima) foi localizado entre 55 3 e 72 4% VO2max. A contribuio de oxidao de gordura para produo de energia ficou desprezvel sobre 89 3% VO2max (92 1% freqncia cardaca mxima). EXERCCIO AERBIO LIPOLTICO VERSUS MAIORES INTENSIDADES, QUAL A MELHOR ESTRATGIA PARA OXIDAO DE GORDURAS ?
Hoje em dia sabido, atravs de tabelas de custo energtico durante atividades fsicas, que dispndio de calorias de caminhadas significativamente inferior quele assinalado com as corridas. Margarida et al. (1963), segundo Marcelo Guimares 2001, citado por Dantas, E. H. M. et. al., 2003, observaram que esta diferena pode chegar a ser at 50% mais baixa para as caminhadas, girando a sua mdia em 30% a menos. Desta forma, os ajustes no tempo para fornecer um nvel adequado de gasto energtico total em programas de caminhadas so essenciais. Segundo Mc Cardle (1998, citado por Dantas, E. H . M. et. al., 2003), o treinamento contnuo deve, pelo menos, atingir a intensidade limiar, garantindo-se a adaptao fisiolgica necessria para o aprimoramento da capacidade aerbica. Este limiar varia de indivduo para indivduo, dependendo, ainda, do nvel inicial de aptido. Portanto, na prescrio de exerccios para indivduos adultos, deve-se considerar, sempre, a individualidade
biolgica e se ter em mente que os programas de intensidade de baixa a moderada e de longa durao so geralmente recomendados para os iniciantes. Esta recomendao particularmente pertinente para os indivduos que apresentam uma baixa capacidade funcional ou que sejam obesos, hipertensos ou cardiopatas. Assume-se, comumente, que a intensidade do exerccio deve ser baixa para queimar melhor as gorduras, entretanto, segundo RANKIN em 1997 (citado por Dantas, E. H. M. et. al., 2003), a quantidade de gordura oxidada aproximadamente 50 % superior a 65% do que a 25% do VO2mx. Em um estudo recente, Marra C. A. C.(2002) pesquisou o efeito da intensidade do exerccio de mdia (60 a 70 % da FCM) e alta (75 a 90 % da FCM) intensidade, durante 14 semanas com uma amostra de 16 homens com idades entre 18 e 33 anos que no realizavam exerccios fsicos regulares a pelo menos 4 meses, sugerindo que o exerccio fsico aerbio de alta intensidade parece favorecer a perda de gordura corporal em indivduos com as caractersticas similares s da amostra do estudo. No houve uma diferena estatstica significativa durante 14 semanas na reduo de percentual de gordura no grupo que realizou exerccios de mdia intensidade enquanto que o grupo que realizou exerccios de alta intensidade reduziu o % de gordura em mdia em 4,91 % entre o pr-teste e o ps-teste. Dois estudos foram administrados por Yoshioka M. (2001), sendo o primeiro para avaliar o aumento de energia em intensidades de exerccio capaz alterar o metabolismo lipdico e gordura corporal realizado com 352 homens adultos saudveis que praticaram regularmente atividades fsicas em alta intensidade ou no. E o segundo estudo foi projetado para determinar os efeitos energticos do exerccio de alta intensidade e o metabolismo lipdico no ps exerccio como tambm a contribuio da excitao beta-adrenergica tal como em condies da vida real. Os resultados do Estudo 1 mostraram que homens que regularmente fazem parte em atividades fsicas intensas exibem mais baixo percentual de gordura e adiposidade subcutnea que homens que nunca executam tais atividades, e isto continuou sendo verdade mesmo diante da informao de que o grupo que no se exercitou regularmente realizou uma menor ingesta de energia (917 kJ/dia aproximadamente 219 KCal, P <0.05). No estudo 2, o estmulo de exerccio de alta intensidade produziu um maior consumo de oxignio ps exerccio como tambm oxidao de gordura que durante a sesso descansando. Alm disso, o aumento do consumo de oxignio observado depois da sesso de exerccio de alta intensidade
4
tambm foi significativamente maior que o promovido pela sesso de exerccio de baixa intensidade. Estes resultados sugerem que exerccios de alta intensidade favorecem uma menor deposio de gordura corporal que pode ser relacionado a um aumento no metabolismo energtico ps exerccio e pela estimulao betaadrenergica mediada durante o exerccio. FATORES RESPONSVEIS PELO CONTROLE DO METABOLISMO DAS GORDURAS NO MSCULO ESQUELTICO.
Jeukendrup AE et. al. (1998) discutiram a mobilizao e o metabolismo dos cidos graxos como tambm os possveis fatores limitantes da oxidao de gordura. Segundo o autor, os dois passos que provavelmente vo limitar a oxidao de gordura a mobilizao de cido graxo no tecido gorduroso e o transporte de cidos graxo nas mitocndrias junto com densidade mitocondrial, determinando a capacidade dos msculos em oxidar cidos graxos. Jeukendrup AE. (2002) tambm estudou a regulao da utilizao de carboidratos e gorduras atravs do msculo esqueltico em repouso e durante exerccio sendo este tema assunto de investigao desde muito cedo quando em 1963, Randle et al. (citado por jeukendrup AE 2002) props um ciclo de glicosecido graxo para explicar a relao recproca entre carboidrato e metabolismo das gorduras. Os mecanismos sugeridos estavam baseados na premissa que um aumento na disponibilidade de cido graxo resultaria num metabolismo de gorduras aumentado e a inibio do metabolismo de carboidratos. Embora h alguma evidncia para a existncia do ciclo de glicose-cido graxo em repouso e durante exerccio de baixa intensidade, este mecanismo no pode explicar a utilizao de substrato para uma intensidade moderada para alta de exerccio. Neste mesmo estudo, Jeukendrup A. E. (2002), descreveu evidncias de que um aumento do fluxo glicoltico poderia diminuir o metabolismo das gorduras. O s locais de regulao potencial so o transporte de cidos graxos no sarcoplasma, liplise de triacilglicerdeo intramuscular atravs de lipase hormnio-sensvel (HSL) e o transporte de cidos graxos pela membrana mitocondrial. Segundo o autor, existem ainda vrios reguladores potenciais de oxidao de gordura entre eles a concentrao de malonil-CoA que formada pelo acetil-CoA catalisada pela enzima acetil-CoA carboxilase (ACC), que em troca inibir a carnitina palmito-transferase I
5
(CPT I) no permitindo o transporte de cidos graxos livres para dentro do mitocndria onde ocorrer sua oxidao. Isto poderia reduzir teoricamente o transporte de cidos graxos para as mitocndrias. Jeukendrup AE. (2002) tambm relatou algumas evidncias de que CPT I inibida atravs de redues pequenas em pH que poderia ser observado durante exerccio a intensidades altas. Tambm possvel que entrada de cidos graxos no sarcolema seja regulada pelo transportador de cido graxo no msculo esqueltico FAT/CD36. Estudos sugerem que os mecanismos reguladores em repouso possam ser diferentes durante o exerccio e que podem mudar como os aumentos de intensidade de exerccio. A regulao do metabolismo da gordura no msculo esqueltico claramente multifatorial, e mecanismos diferentes podem dominar em condies diferentes. Van Loon LJ (2001) quantificou com preciso a utilizao de substrato e
estudou a regulao da seleo de combustvel do msculo durante o exerccio com intensidades de 40, 55 e 75 % da carga mxima de trabalho (Wmx). Taxas de glicognio muscular e oxidao plasmtica de glicose aumentaram com todo incremento de intensidade do exerccio. Oxidao de gordura corporal aumentou a 32 + / - 2 (kJ/min) a 55% W(max), mas declinou a 75% W(max) (19 + / - 2 (kJ/min)), sendo acompanhado por aumentos da piruvato desidrogenase do msculo, resultando em um declnio no msculo da concentrao de carnitina livre. Sendo que, segundo o autor, o provvel mecanismo para a reduo na oxidao de gordura durante exerccio de alta intensidade uma baixa regulao de carnitina palmito-transferase I , ou pelo declnio marcado na disponibilidade de carnitina livre ou por uma diminuio em pH intracelular. Kiens B e Roepstorff C. (2003) estudaram a importncia dos cidos graxos de cadeia longa (AGCL) como sendo fonte importante de energia na contrao do msculo esqueltico durante o perodo de exerccio de resistncia aumentada considerando que quando a intensidade de exerccio aumentada, a necessidade de energia cada vez mais suprida atravs dos carboidratos. Dados de estudos sugerem que a regulao da utilizao de cidos graxos no msculo esqueltico durante exerccio est principalmente na entrada das mitocndrias ou metabolismo dentro das mitocndrias (Jeukendrup AE et. al. (1998), Jeukendrup AE. (2002), Van Loon LJ (2001)). O autor considera ser difcil tirar concluses definitivas porm a disponibilidade de evidncias sugerem que mudanas na concentrao de malonil CoA no msculo no tenha um papel regulador principal no controle da oxidao de
6
AGCL durante exerccio em homens. Em contraste, sugerido que a disponibilidade de carnitina livre possa fazer o papel regulador principal em oxidao de AGCL durante exerccio. FATORES QUE INFLUENCIAM A MOBILIZAO E OXIDAO DE GORDURAS DURANTE O EXERCCIO
HAWLEY, J. A. (2002) em um simpsio sobre os limites da oxidao de gordura pelo msculo esqueltico durante o exerccio relatou os fatores que afetam a oxidao de gorduras durante o exerccio pelo msculo esqueltico. O autor relatou que apesar da abundncia de triacilglicerol endgeno, existe uma capacidade limitada para a oxidao de cidos graxos durante exerccio, no havendo nenhum mecanismo que emparelha a disponibilidade metablica destes taxa de despesa de energia e que a fadiga coincide frequentemente com o esgotamento das reservas de glicognio dos msculos e do fgado. O contedo de triglicerdeos intramuscular altamente varivel e depende de tipo de fibra (ESSEN, B., 1977; ibid 2002), estado de treinamento (KIENS, B. et al. 1993; ibid 2002) e dieta (COYLE, E. F. et al. 2001). A taxa de oxidao de cidos graxos depende da interao de uma variedade de fatores que incluem a intensidade de exerccio (Marra C. A. C., 2002; Yoshioka M , 2001), estado de treinamento (Sidossis, L. S. et al.; 1998) concentrao plasmtica de cidos graxos livres (Hagenfeldt, L., 1975; ibid 2002), disponibilidade exgena (Coyle, E. F. et al., 1997) e endgena(Coyle E. F. et al, 2001) de CHO. ALTERAES HORMONAIS E SEUS EFEITOS SOBRE O METABOLISMO LIPDICO
Mora-Rodriguez, R. e Coyle, E. F. (2000) determinaram os efeitos da elevao de adrenalina plamtica no metabolismo das gorduras durante exerccio. Em quatro ocasies, sete sujeitos moderadamente treinados pedalaram a 25% de consumo de oxignio mximo (VO2 mx) durante 60 min. Sendo que 15 min antes do exerccio os sujeitos receberam aplicao intravenosa de baixo (0.96 0.10 nM), moderado (1.92 0.24 nM), ou alto (3.44 0.50 nM) nveis (P <0.05) de adrenalina, para controlar o aum ento da adrenalina plasmtica (Controle; 0.59 0.10 nM). Em
7
uma tentativa adicional, os mesmos sujeitos exercitaram a 45% de VO2mx sem infuso de adrenalina produzindo uma concentrao de adrenalina plasmtica idntica aos baixos nveis testados. Porm, a liplise era mais baixa (i.e., 5.5 0.6 vs. 6.5 0.5 mol kg min; P <0.05). A concluso do estudo que elevaes na concentrao de adrenalina plamtica durante exerccio a 25% de VO2 mx provocou aumento progressivo da liplise porm diminuiu a oxidao de cido graxo e aumentos de intensidade do exerccio de 25% para 45% do VO2mx atenua as aes de lipoltica da adrenalina. Com isso, a causa aparente para a diminuio na oxidao de cidos graxos apesar de um aumento na liplise pode estar relacionada a outros fatores e no somente ao aumento de adrenalina e conseqente aumento de Lipase hormniosensvel (HSL) que catalisa a hidrlise de triacilglicerol intramuscular (TGIM). Sendo assim, Watt M. J., Heigenhauser G.J. e Spriet L.L. (2003-a) propus eram que a lipase hormnio-sensvel (HSL) regula hidrlise de triacilglicerol intramuscular no msculo esqueltico. A concluso do estudo que um fator relacionado ao comeo de exerccio (por exemplo a liberao de Ca2+) ativa a HSL precocemente durante o exerccio. Propondo que o controle de hidrlise de triacilglicerol intramuscular, devido a ativao de HSL imediata durante o exerccio a cada vez que a hidrlise de triacilglicerol intramuscular e oxidao de gordura so considerados desprezveis, no est relacionado somente ao nvel de ativao de HSL, mas tambm deve ser regulado atravs de fatores ps ativacionais. Segundo Watt M. J. et. al. (2003-b), a regulao de HSL pobremente compreendido no msculo esqueltico. Seu estudo mediu no msculo e squeltico humano em repouso a atividade de HSL e durante 120 min de ciclismo a 60% do da captao mxima de O2. A atividade de HSL aumentou do descanso a 10 min de exerccio (de 2.09 + / - 0.19 a 2.56 + / - 0.22 mmol . min-1 . kg massa seca-1, P <0.05), aumentando mais adiante durante 60 min (para 3.12 + / - 0.27 mmol . min-1 . kg massa seca-1, P <0.05), e diminuiu prximo ao descanso depois de 120 min de ciclismo. A atividade de HSL aumentada s 60 min era associado com o efeito estimulante do aumento de adrenalina e diminuio dos nveis de insulina. Aps 120 min a queda na atividade da HSL foi associada com os efeitos inibitrios propostos pelo aumento de AMP livre. O acmulo de acil CoA no 2 hora de exerccio tambm pode ter reduzido o fluxo de HSL e previamente pode ter respondido pela reduo
na utilizao de triglicerdeo intra-muscular observada mais tarde no exerccio prolongado. INFLUENCIA DO ESTADO DE TREINAMENTO NA OXIDAO DE GORDURA CORPORAL
Sidossis, L. S.; Wolfe, R. R.; Coggan, A. R.(1998), mostraram que um fluxo aumentado de carboidrato diminui oxidao de gordura durante exerccio por inibio da entrada de cidos graxos nas mitocndrias. Criaram a hiptese de que devido ao treinamento de resistncia a taxa de fluxo de carboidrato reduzida durante o exerccio, e o treinamento aumenta a oxidao de gordura aliviando esta inibio. Para testar esta hiptese, cinco homens sedentrio e cinco homens treinados em resistncia exercitaram em um ciclo ergmetro a um consumo de oxignio de ~2.0 l/min, representando 80 e 40% do VO2Mx, respectivamente. Analisaram, atravs de infuso, a oxidao de cidos graxos de cadeia mdia e longa. Os resultados desta pesquisa indicam uma diminuio na oxidao de cidos graxos de cadeias longas mas no de cadeias mdias entre no treinados e treinados, sendo esta maior entrada de cidos graxos na mitocndria por parte dos indivduos treinados ser fator determinante na maior capacidade oxidativa deste grupo, diminuindo a depleo dos estoques de glicognio do msculo e do fgado retardando a fadiga. Sugerindo que taxas crescentes de gliclise inibem a oxidao inibindo a CPT-1 (carnitina palmito-transferase I) o mediador de carnitina responsvel pelo transporte de cidos graxos nas mitocncrias. INFLUNCIA DA DIETA NO METABOLISMO LIPDICO Coyle E F. et al. (1997) determinaram que um aumento do fluxo glicoltico durante a hiperglicemia e hiperinsulinemia reduz a oxidao de cido graxo diretamente durante exerccio. Concluram que a oxidao do substrato energtico durante exerccio pode ser regulada pelo fluxo glicoltico aumentado que acompanhado por uma inibio direta de oxidao de cidos graxos de cadeia longa. Estas observaes indicam que a disponibilidade de carboidrato pode regular diretamente a oxidao de gordura durante exerccio.
Mais tarde, Coyle E.F. et al. (2001) demonstraram o efeitos de uma dieta pobre em gordura e concluram que uma ingesta extremamente baixa de gorduras e rica em carboidratos reduz a concentrao de triglicerdeo intramuscular, reduz a liplise, a oxidao de gordura total e os cidos graxos no plasmticos oxidados durante o exerccio em jejum. Em um estudo de Horowitz, J. F et. al. (1997) ficou determinado que existe supresso de liplise depois da ingesto de carboidrato e que durante jejum a oxidao de gordura foi menor que a liplise, considerando que a oxidao de
gordura praticamente se igualou liplise durante a ingesto de frutose e glicose. Em uma tentativa adicional, os mesmos sujeitos ingeriram glicose (0.8 g/kg) 1 hora antes de exerccio e a liplise foi aumentada simultaneamente com a infuso lipdica observada ao longo do descanso e perodos de exerccios. Esta elevao de liplise durante a ingesta de Glicose+Lipdios aumentou oxidao de gordura 30% sobre a ingesto de Glicose (4.0 0.4 vs. 3.1 0.3 mol kg min; P <0.05), confirmando que a liplise limita a oxidao de gordura. VARIAES NA LIPLISE E NA OXIDAO DE GORDURA, DURANTE E APS EXERCCIO, DECORRENTES DAS DIVERSAS INTENSIDADES DE TRABAL HO.
Romijn J. A. et. al.(2000), em um estudo com oito mulheres treinadas em resistncia analisaram a taxa de cidos graxos livres e a taxa de oxidao de gordura durante o repouso e exerccio a 25, 65, e 85% de captao de oxignio de mxima. O consumo de glicose aumentou em relao a intensidade de exerccio. Em contraste, a taxa de cidos graxos livres aumentaram significativamente mesma proporo diante de exerccio de baixa e moderada intensidade, porm durante o exerccio de alta intensidade, a taxa de cidos graxos livres foi reduzida comparado com os outros valores de exerccio. A oxidao de carboidrato aumentou progressivamente com intensidade de exerccio, considerando que a taxa mais alta de oxidao de gordura era durante exerccio a 65% de captao mxima de oxignio. Os autores determinaram que os padres de mudanas na utilizao de substrato durante exerccio de moderado e alta intensidade semelhante em homens e mulheres treinados. Porm, necessrio investigar se o metabolismo das gorduras em pessoas obesas reagem na mesma proporo em relao s pessoas que j possuem um
10
certo nvel de treinamento. Com isso, Van Aggel-Leijssen D. P. (2002) investigaram o efeito do treinamento em diferentes intensidades na oxidao de gordura em homens obesos. Vinte e quatro sujeitos homens saudveis obesos foram divididos de forma aleatria e submetidos a um programa de treinamento de baixa (40% do consumo mximo de oxignio) ou alta intensidade exerccio (70% do consumo
mximo de O2) por 12 semanas, e um grupo controle que no se exercitou. Concluram que o treinamento de baixa intensidade em sujeitos obesos parece aumentar oxidao de gordura durante exerccio mas no em repouso. Nenhum efeito durante o treinamento de alta intensidade em relao oxidao de gordura pode ser mostrado. Sendo assim, conclui-se que existe uma real resistncia oxidao de cidos graxos em pessoas obesas quando submetidas a altas intensidades de exerccio. Thompson D.L. et al. (1998) pesquisaram a utilizao de Substrato durante e depois de exerccio de baixa (pedalando a 33% do VO2 mx.) e moderada intensidade (pedalando a 66% do VO2 mx.) com gasto calrico semelhante em dez homens ativos. Significativamente (P <0.05) mais gordura [42.4 (3.6) g vs 24.0 (12.2) g] e menos CHO [142.5 (28.5) g vs 188.8 (45.2) g] foi utilizada como substrato durante a baixa intensidade comparada tentativa de moderada intensidade. O substrato usado durante o perodo de recuperao no era significativamente diferente no havendo diferena entre as diferentes intensidades. Conclui-se que a baixa intensidade em exerccio de longa durao resulta em uma maior oxidao de gordura total que a intensidade moderada de exerccio de despesa calrica semelhante. Sendo este resultado um dado importante para a prescrio de exerccios para pessoas obesas e destreinadas, corroborando com os dados citados na pesquisa de Van Aggel- Leijssen D. P. (2002). Apesar da vantagem observada nos exerccios de baixa intendidade e longa durao relatada anteriormente, necessrio se pesquisar se uma maior intensidade seria responsvel por maiores gastos calricos ps-treino. Sendo assim, Melanson E. L. et al. (2002) determinaram os efeitos de exerccio a intensidades diferentes em 24 horas de gasto energtico e a oxida o de substrato em dezesseis adultos (8 homens e 8 mulheres) no obesos e moderadamente ativos estudados em trs ocasies: um dia de repouso (Controle), um dia de exerccio de baixa intensidade (400 kcal a 40% de consumo mximo de oxignio) e um dia de exerccio de alta intensidade (400 kcal a 70% de consumo mximo de oxignio) usando
11
calorimetria indireta para medir. Concluiram que a intensidade de exerccio no tem nenhum efeito nas 24 horas ps exerccio ou na oxidao de nutrientes. Adicionalmente, se parece que as mulheres podem sustentar taxas ligeiramente maiores durante 24 horas de oxidao de gordura durante e aps perodos ativos do dia. Kimber N.E. et. al.(2003) tiveram como foco de seu estudo determinar se a utilizao de triacilglicerol intramuscular (TGIM) contribuiu significativamente para o aumento na oxidao de lipdio durante recuperao de exerccio. A concluso dos autores que o TGIM tem um papel desprezvel na contribuio da oxidao de gordura aumentada durante recuperao de exerccio exaustivo. Apesar da elevao de glicose e insulina que seguem a alta ingesta de CHO durante recuperao, foram diminudas oxidao de CHO e ativao de piruvato desidrogenase, apoiando a hiptese de que a ressintese de glicognio de alta prioridade m etablica. cidos graxos plasmticos, lipoproteinas de muito baixa densidade triacilglicerois, como tambm estoques de acetilcarnitina intramusculares so provveis fontes de combustvel importantes para energia aerbia,
particularmente durante as primeiras horas de recuperao. Schrauwen P (2002).demonstrou que o treinamento de resistncia de baixa intensidade a 40 % do VO2 mx 3 vezes por semana aumentou a oxidao de gordura em repouso e durante exerccio em homens sedentrios magros testados durante 3 meses. Concluindo que uma quantia mnima de atividade fsica tende a aumentar oxidao de gordura levando a mudanas marcadas pela expresso gentica que codificam as enzimas fundamentais no metabolismo das gorduras. FATORES ETRIOS E SUAS INFLUNCIAS NO METABOLISMO LIPDICO
Sial S et. al, (1996) avaliaram o efeito do metabolismo de gorduras e de carboidratos em idosos e adultos jovens durante exerccio de intensidade moderado. Concluram que a oxidao de gordura diminuda enquanto oxidao de carboidrato aumentada durante exerccio de intensidade moderado nos homens e mulheres idosos. A troca na oxidao de substrato foi causada devido s mudanas relatadas da idade e na capacidade respiratria dos msculos esquelticos pois as taxas lipolticas e disponibilidade de cidos graxos livres no eram fatores que pudessem limitar a oxidao das gorduras em sujeitos idosos.
12
CONCLUSO
O controle ponderal tem sido um preocupao constante por parte das organizaes de sade mundial, j que devido ao impulso tecnolgico, o ser humano est cada vez menos, realizando atividades motoras, diminuindo assim seu gasto calrico dirio e consequentemente acumulando gordura corporal, sendo esta responsvel por diversos males a sade. Conceitos recentes como a Zona d e Fatmax vem adicionar um dilema que vrios estudiosos h alguns anos tentam descobrir. Qual a melhor maneira de se utilizar as gorduras coporais ? Conforme relatado por Jeukendrup A. E. (2002), a regulao do metabolismo da gordura no msculo esqueltico claramente multifatorial, e mecanismos diferentes podem dominar em condies diferentes. Apesar dos exerccios aerbicos parecerem ser a forma mais eficiente de oxidar gorduras, esta reviso demonstrou que em indivduos saudveis e que praticam atividade fsica o gasto calrico total e consequentemente o aumento na contribuio das gorduras no metabolismo dos exerccios aconteceram em maiores intensidades, superiores a 65% do VO2 mximo. Contudo, preciso se ter muita ateno ao se prescrever exerccios de alta intensidade, principalmente para pessoas destreinadas, portadoras de cardiopatias e obesas. Segundo Van Aggel-Leijssen D. P. (2002), o treinamento de baixa intensidade parece mais efetivo no processo de oxidao de gorduras em sujeitos obesos, existindo uma resistncia oxidao de cidos graxos em altas intensidades de exerccio, provavelmente por um estado de treinamento deficiente e at mesmo devido uma deficiente produo de enzimas fundamentais no metabolismo das gorduras. Sendo que uma atividade mnima, segundo Schrauwen P (2002), tende a aumentar a oxidao de gorduras devido a mudanas marcadas pela expresso gentica enzimtica do msculo esqueltico.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
1. Achten, J.; Gleeson, M.; Jeukendrup, A. E. (2002) Determination of the exercise intensity that elicits maximal fat oxidation. Med. Sci. Sports Exerc.; Vol. 34, No. 1, pp. 9297.
13
2.
Coyle, E. F.; Jeukendrup, A. E.; Oseto, M. C.; Hodgkinson, B.J.; Zderic, T. W.(2001) Low-fat diet alters intramuscular substrates and reduces lipolysis and fat oxidation during exercise. Am J Physiol Endocrinol Metab 280: E391-E398.
3. Coyle, E.F.; Jeukendrup, A. E.; Wagenmakers A. J. M.; Saris W.H.M. (1997) Fatty acid oxidation is directly regulated by carbohydrate metabolism during exercise. Am J Physiol.; 273:E268-E275. 4. Dantas, E. H. M.; De Carvalho, A. M. G.; Pinheiro, J. C. (2003) Emagrecimento: novas tendncias e descobertas. PROCIMH - Universidade Castelo Branco -RJ. http://www.personaltraining.com.br/treinamentoaerobico.htm 5. Hawley, J. A. (2002) Symposium: Limits to fat oxidation by skeletal muscle during exercise - introduction. Med. Sci. Sports Exerc., 34(9): 1475 - 1476. 6. Horowitz, J. F.; Mora-Rodriguez, R.; Byerley, L. O., Coyle, E. F. (1997) Lipolytic suppression following carbohydrate ingestion limits fat oxidation during exercise. Am J Physiol Endocrinol Metab 273: E768-E775. 7. Jeukendrup, A. E. (2002) Regulation of fat metabolism in skeletal muscle. Ann NY Acad Sci.; 967:217-35. 8. Jeukendrup, A. E.; Saris, W.H.; Wagenmakers, A. J. (1998) Fat metabolism during exercise: a review. Part I: fatty acid mobilization and muscle metabolism. Int J Sports Med.; 19(4):231-44. 9. Kiens, B.; Roepstorff, C. (2003) Utilization of long-chain fatty acids in human skeletal m uscle during exercise. Acta Physiol Scand.; 178(4):391-6. 10. Kimber, N. E.; Heigenhauser, G. J.; Spriet, L. L.; Dyck, D. J. (2003) Skeletal muscle fat and carbohydrate metabolism during recovery from glycogendepleting exercise in humans. J Physiol.; 1;548(Pt 3):919-27. 11. Marra C. A. C. (2002) Efeitos de diferentes intensidades de exerccio fsico aerbio na composio corporal de adultos com sobrepeso. Dissertao (Mestrado em Educao Fsica). Universidade Catlica de Braslia. 12. Melanson, E. L.; Sharp, T. A.; Seagle, H. M.; Horton, T. J.; Donahoo, W. T.; Grunwald, G. K.; Hamilton, J. T.; Hill, J. O. (2002) Effect of exercise intensity on 24-h energy expenditure and nutrient oxidation. J Appl Physiol 92: 1045-1052. 13. Mora-Rodriguez, R.; Coyle, E. F. (2000) Effects of plasma epinephrine on fat metabolism during exercise: interactions with exercise intensity. Am J Physiol Endocrinol Metab.; 278: E669-E676.
14
14. Romijn, J. A.; Coyle, E. F.; Sidossis, L. S.; Rosenblatt, J.; Wolfe, R. R. (2000) Substrate metabolism during different exercise intensities in endurance-trained women. J Appl Physiol.; 88: 1707-1714. 15. Schrauwen, P.; Van Aggel-Leijssen, D. P.; Hul, G.; Wagenmakers, A. J.; Vidal, H.; Saris, W. H.; van Baak, M.A. (2002) The effect of a 3 -month low-intensity endurance training program on fat oxidation and acetyl-CoA carboxylase-2 expression. Diabetes; 51(7):2220-6. 16. Sial, S.; Coggan, A. R.; Carroll, R.; Goodwin, J.; Klein, S. (1996) Fat and carbohydrate metabolism during exercise in elderly and young subjects. Am J Physiol. 271(6 Pt 1):E983-9. 17. Sidossis, L. S.; Wolfe, R. R.; Coggan, A. R.(1998) Regulation of fatty acid oxidation in untrained vs. trained men during exercise. Am J Physiol Endocrinol Metab 274: E510-E515. 18. Thompson, D.L.; Tow nsend, K.M.; Boughey, R.; Patterson, K.; Bassett, D.R. Jr. (1998) Substrate use during and following moderate- and low-intensity exercise: implications for weight control. Eur J Appl Physiol Occup Physiol. 78(1):43-9. 19. Van Aggel-Leijssen, D. P.; Saris, W. H.; Wagenmakers, A. J.; Senden, J. M.; Van Baak, M. A. (2002) Effect of exercise training at different intensities on fat metabolism of obese men. J Appl Physiol 92: 1300-1309. 20. Van Loon, L. J.; Greenhaff, P. L.; Constantin-Teodosiu, D.; Saris, W. H.; Wagenmakers, A. J. (2001) The effects of increasing exercise intensity on muscle fuel utilisation in humans. J Physiol.; 536(Pt 1):295-304. 21. Watt, M, J,; Heigenhauser, G.J.; Spriet, L.L. (2003-a) Effects of dynamic exercise intensity on the activation of hormone-sensitive lipase in human skeletal muscle. J Physiol; 547(Pt 1):301-8. 22. Watt, M. J.; Heigenhauser, G. J.; O'Neill, M.; Spriet, L. L. (2003-b) Hormonesensitive lipase activity and fatty acyl- CoA content in human skeletal muscle during prolonged exercise. J Appl Physiol; 95(1):314-21. 23.Yoshioka, M.; Doucet, E.; St-Pierre, S.; Almeras, N.; Richard, D.; Labrie, A.; Despres, J. P.; Bouchard, C.; Tremblay, A. (2001) Impact of high-intensity exercise on energy expenditure, lipid oxidation and body fatness. Int J Obes Relat Metab Disord.; 25(3):332-9.
15