Cap. III - Há Muitas Moradas Na Casa de Meu Pai

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O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO III

“HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI”

1. Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em


mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já
eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que
me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos
retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí
estejais. ( S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.)

Para que possamos entender melhor sobre o tema desta noite, vamos fazer
um narrativa rápida dos diferentes mundos que nem imaginávamos existir
e, mais a frente vamos voltar de como foi a transformação da terra até os
dias de hoje.

Vejamos inicialmente o sinônimo de Universo:

Conjunto de tudo quanto existe (incluindo-se a Terra, os astros, as galáxias


e toda a matéria disseminada no espaço), tomado como um todo; o cosmo,
o macrocosmo. (Dicionário Aurélio).

Como dizem os mentores espirituais, existem mundos físicos para a


encarnação ou outras formas de vida que desconhecemos. Existe também,
lugares na Espiritualidade, alguns bem perto da Terra que eles denominam
Crosta, onde espíritos desencarnados ainda sentem as influências
materiais, sentindo-se mais ou menos felizes, sempre de acordo com o seu
adiantamento. Sabe-se ainda pelos ensinos dos Espíritos, que os diversos
mundos físicos ou estâncias espirituais, são muito diferentes uns dos outros
apresentando os aspectos que seus moradores lhes imprimem.

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Existem regiões agrestes e destituídas de belezas naturais. Trevosas
Nebulosas (Como nos relata André Luiz)

Regiões abismais, sem a beleza da vegetação e das flores, lugares


onde os arbustos mostram-se retorcidos como se estivessem
atormentados. Regiões sem a limpidez do Céu e o murmúrio das fontes e
dos rios. Espíritos disformes ali habitam, alguns tão animalescos que os
próprios mentores se recusam a descreve-los.

Mas também por outro lado, existem lugares que primam pela harmonia,
pela ordem, e beleza da natureza. Habitam ali seres benfazejos alegres e
felizes consequentemente belos de físico e de alma. São esses os mundos
Superiores e Celestes onde o bem reina sem qualquer mistura.

Sabemos que mundos físicos tal como a Terra, passam por modificações
físicas. Modificações essas que acompanham a evolução dos seres que o
habitam. Assim é que a terra, há milênios foi um Planeta Primitivo. Seu
aspecto era então muito diferente do que é hoje. Na sua origem, foi uma
massa incandescente. Foi esfriando pouco a pouco e sua superfície,
principiou a endurecer. Pode-se compara-la diz a (Gênese) a um bloco de
carvão ao sair da fornalha e cuja superfície se apaga e esfria ao contato
com o ar. Mantendo-se lhe o interior em estado de ignição. E em
conseqüência do esfriamento, os elementos formaram novas constituições
ou combinações. O ar muito dilatado, decerto se estendia a uma distância
imensa e toda água forçosamente transformada em vapor se encontrava
misturada com o ar. As matérias suscetíveis de se volatilizarem, tais como
os metais o enxofre e o carbono se achavam em estado de gás. A
atmosfera nada tinha de comparável ao que é hoje. A densidade de todos
esses vapores lhe dava uma opacidade que nenhum raio de Sol podia
atravessar. A atmosfera era uma fornalha abrasadora. Esse foi o período
primitivo da Terra. Sucederam-se depois outros períodos.

Transição e Secundário foram períodos que deixou importantes despojos


fósseis de animais e de vegetais, dentro das diferentes camadas, até nas
mais duras pedras. Entre os despojos desses animais, alguns se mostram
penetrados de matéria calcária, que os transformaram em pedras. São não
raros, esqueletos completos. São numerosos os peixes e moluscos fósseis.

É ainda do Período Secundário, os fósseis dos répteis gigantes. A


vegetação desse período é menos colossal que a precedente, sem dúvida
em virtude da diminuição do calor e da umidade e de modificações da
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atmosfera. É a natureza quem fala desde que se note traços de fogo, pode-
se dizer com certeza, que houve fogo ali. Onde se vejam sinais de água,
pode-se dizer com certeza que houve água ali. E assim também com os
animais. A Geologia é toda uma ciência de observações, só tira conclusões
do que vê.

Mais tarde no Período Pós Diluviano, aparece o homem. E a Terra foi


passando para um planeta de Provas e Expiações, pois foi recebendo
grandes levas de Espíritos degredados, vindos da outros Planetas, Ex. Os
Capelinos, vindo de Capela ou Cabra da Constelação de Cocheiro.

As encarnações sucessivas foram se processando e segundo


informações dos espíritos, a Terra deverá passar a Planeta de
Regeneração. Diz-se que nessa época será habitada por Homens
melhores. Será um Planeta com boas condições física e clima mais ameno.

Não existirá doenças tão deploráveis. Haverá uma constante


atividade no Bem e novos conhecimentos científicos e filosóficos serão
dado ao homem conhecer. Surgirá a leitura telepática...

Os cientistas sabem que a Terra veio ao mundo mais ou menos a 4 bilhões


e meio de anos. Não foi fácil chegar-se a essa conclusão. Os Hindus, em
seu antiquíssimo livro sagrado "O Purana", chegaram perto da verdade, ao
calcular a idade do Planeta, em alguns bilhões de anos. Hoje com
pacientes investigações, os cientistas, conseguiram descobrir através da
medição radioatividade das rochas, a idade verdadeira. A Geologia, nascida
no século XIX, projetou luz sobre tão controvertida questão da origem do
Globo Terrestre. Nesse ponto não há simples hipótese, A história da
formação da Terra está escrita nas camadas geológicas.
Como os demais Planetas, Ela gira em torno do Sol em espantosa
velocidade. Conte 1, 2, 3, e a Terra já percorreu 100.000 quilômetros, mais
ou menos. Essa é a velocidade de Translação, como um bólido em uma
órbita ao redor do Sol.

Com tudo isto, podemos ver quanta transformação.

Podemos afirmar que a Terra caminha a passos largos em sua fase


evolutiva. Esta semana mesmo, foi noticiado uma conferência que está
acontecendo no Rio de Janeiro onde cientistas do mundo inteiro, se
reúnem e discutem novos avanços para a tecnologia, onde sensores cada
vez menores vão poder fazer a diferença. Só para exemplificar, uma
antena externa no alto de um prédio assim como quilômetros de cabos
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elétricos ou ópticos poderão serem substituídos por sensores até mesmo
do tamanho de uma caneta. Se olharmos para trás, voltando ao passado,
veremos quanto este nosso planeta evoluiu tecnologicamente e
cientificamente; meios de transportes, eletrodomésticos, medicamentos
entre outros, estão cada vez mais surpreendentes. Não nos esquecemos,
que com esse progresso também vieram conseqüências graves, face ainda
a nossa imperfeição, onde lutamos mortalmente com os nossos
semelhantes.

Creio eu, que não temos muito que comemorar pois, espiritualmente
estamos crescendo muito vagarosamente. Nossa moral que é
predominante para o nosso progresso espiritual ainda está em baixa,
devemos melhorar em muito nossa conduta. Por outro lado, sejamos
esperançosos, por que, esta maravilhosa doutrina dos espíritos que ainda é
nova, veio para nos auxiliar. Nossa modificação através de seus
ensinamentos nos dá a condição de crescimento sólido, pois o que
prevalece é o espírito.

Seguindo, vejamos abaixo os itens de 02 à 07, contidos no evangelho.

Diferentes estados da alma na erraticidade

2. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que


circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam,
moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.

Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus


também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito
na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e
desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se
encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as
percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde
viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto
alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de
resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente,
enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes
insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas
afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio
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com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível.
Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas,
nem localizadas.

Diferentes categorias de mundos habitados

3. Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das
outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou
de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há-os em que estes últimos
são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma
categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a
todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material,
reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. A medida
que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que,
nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.

4. Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um


ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam.
Embora se não possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação
absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da
destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-
los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados às
primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas,
onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda
têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta;
mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos,
habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A
Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por
que aí vive o homem a braços com tantas misérias.

5. Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos


indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que
lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles
alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para
outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de
puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se
lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já
conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem
mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um
mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do
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que aquele a que se vêem impedidos de voltar quando se obstinaram no
mal.

Destinação da Terra. - Causas das misérias humanas

6. Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões


grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí
concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do
acanhado ponto de vista com que se colocam os que o emitem e que lhes
dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a
Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com
efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que
povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra,
em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma
aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e
moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve
em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.

7. Faria dos habitantes de uma grande cidade, idéia muito falsa quem os
julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num
hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária,
vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões
insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e
enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital,
uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e
compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto
não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as
casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as
casas de correção se podem ter por lugares de deleite.

Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos
hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira.
E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os
que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de
suas enfermidades morais.

Fontes consultadas: Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec


Auxílio de Espíritos Amigos

Julho/2008
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