Cartas Oportunas

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LUIZ DE MATTOS

CARTAS OPORTUNAS
sobre espiritismo

14a Edio 1991

Sumrio Prefcio..............................................................................................................................5 O espiritismo no deve ser manto de imoralidades...........................................................7 Espritas verdadeiros e embusteiros..................................................................................8 Tratamos de Doutrina e no de pessoas.............................................................................9 O Racionalismo Cristo esclarece...................................................................................10 A mediunidade no graa divina..................................................................................12 Quem praticar o mal, ter de repar-lo............................................................................14 Para obsedados, no h lgica.........................................................................................16 Sobre a mediunidade.......................................................................................................17 O mdium s til, quando esclarecido..........................................................................18 Estudemos os porqus da vida.........................................................................................19 Os perigos da prtica do Espiritismo...............................................................................21 O Espiritismo uma cincia............................................................................................23 S a alma esclarecida evoluir.........................................................................................24 Verdadeiros discpulos da Verdade.................................................................................26 O Espiritismo o farol que tudo ilumina........................................................................27 Os espritas de fancaria enraivecem-se............................................................................28 Os exploradores do Espiritismo.......................................................................................29 Os abutres do Espiritismo................................................................................................31 As aves de rapina do Espiritismo....................................................................................32 Pratiquemos o bem..........................................................................................................34 A magia negra e os pais de servio..............................................................................35 Cangam, furtam e matam.............................................................................................36 Ainda os exploradores do Espiritismo.............................................................................37 Evitem o convvio com macumbeiros.............................................................................39 Ainda os perigos da magia negra.....................................................................................41 A magia negra descrita pelo fillogo Jlio Ribeiro.........................................................43 Ainda a magia negra descrita por Jlio Ribeiro..............................................................46 Sejamos esclarecidos.......................................................................................................47 impossvel dar o que no se tem..................................................................................48 A Fora Astral.................................................................................................................50 Espritos bons e maus......................................................................................................51 Viver pensar, raciocinar e trabalhar..............................................................................53 S tem valor o fundo, no a forma..................................................................................54 O Espiritismo Cientfico e os exploradores do povo.......................................................55 Espiritismo e mistificaes..............................................................................................57 Espiritismo coisa sria..................................................................................................59 Espiritismo no magia negra.........................................................................................61 O baixo espiritismo..........................................................................................................63 Sobre os passes................................................................................................................65

Lodoros e magna caterva.............................................................................................67 Mais absurdos..................................................................................................................68 Fingimentos e mais fingimentos......................................................................................69 Explanamos a Verdade....................................................................................................71 Cartas a Gustavo Macedo (I a XLV)...............................................................................72

Prefcio Ao reeditarmos esta coletnea de artigos e cartas de Luiz de Mattos, publicados na imprensa desta Capital, sentimo-nos no dever moral e de conscincia de no calar a Verdade pregada e praticada pelo fundador do Racionalismo Cristo, verdade que fere e caustica muitas almas transviadas do bom caminho, para for-las a meditar sobre as coisas srias da vida, entre as quais a prtica abusiva do espiritismo. Pelo seu contedo eminentemente esclarecedor e, pois, de combate, no aos homens, mas aos seus erros, compreende-se que este livro no possa ser bem acolhido nos meios melosos do espiritismo no cientfico, cujos praticantes se sentem feridos na sua vaidade de pontificadores de incautos. Que nos importa, porm, o que pensam esses pobres ignorantes da vida real, se a finalidade desta obra no fazer comrcio, no explorar a ignorncia ou a credibilidade de quem quer que seja ou alijar criaturas de certas posies, para que outras as ocupem? Cartas oportunas obra elucidativa que tudo esclarece sobre espiritismo, mostrando a espritas e no espritas o perigo que representam as atuaes desordenadas, ainda que feitas com as melhores intenes. Nos artigos e cartas de Luiz de Mattos, reproduzidas neste livro, usou ele, em muitas delas, linguagem causticante, para alguns dos seus crticos, demasiadamente forte. Mas para quem, como ele, conheceu de perto os praticantes da Magia negra, muitas vezes oculta insidiosamente sob a capa do espiritismo, tais expresses se justificam plenamente, principalmente se levarmos em conta que almas inveteradas no crime astral ou terreno s acicatadas pela dor despertam da embriaguez em que vegetam, rompendo a nuvem negra que as envolve. Luiz de Mattos foi sempre, na sociedade e na famlia, um perfeito diplomata, um fidalgo no porte e no trato, mas a sua alma bonssima era como a de todos que se batem por causas justas: vendo a maioria da humanidade resvalar para a prtica do mal, escrava de paixes e sentimentos inferiores, dominada pela idia do gozo puramente material e movendo-se num crculo de honrarias e vaidades tolas, revoltava-se contra tanta materialidade e deixava-se invadir por uma espcie de nostalgia, um desejo de retornar ele que era, e continua a ser, um esprito de elevada evoluo ao seu mundo de luz. No fora um ser esclarecido, com a conscincia, j ntida, da misso que o trouxera Terra, e se teria deixado talvez vencer pela nsia de desprender-se da matria, para ascender ao plano Astral Superior. As duras verdades contidas nesta obra no devem, pois, inspirar qualquer sentimento de revolta ao leitor, seja qual for a sua maneira de encarar o problema, e no o inspirar, certamente, se considerar que Luiz de Mattos no escreveu por simples passatempo, mas para transmitir humanidade um pouco do muito que sabia da vida. Se a sua palavra parecia seca, dura, causticante, a sua alma era transbordante do calor e vida com que envolvia a todos, porque s o bem desejava ao prximo. Ele verberava para fazer doer e curar, e por isso aqueles que se sentiam atingidos pelas suas verdades, que no podiam refutar, o chamavam de inimigo. No deixavam de ter certa razo, porque se no era inimigo das criaturas, era-o do que elas praticavam: a mentira e a explorao em nome de Jesus.

Luiz de Mattos deve ser visto, atravs desta obra, como o Pai austero que censura o filho por v-lo transviado do bom caminho, mas que, sabendo-o em sofrimento ou j regenerado, vai ao seu encontro, e s se lembra do que precisa fazer para proporcionarlhe felicidade e bem-estar. Despeitos, prevenes e idias preconcebidas devem, pois, ser postos de lado, quando se l esse livro. OS EDITORES

O espiritismo no deve ser manto de imoralidades Racionalismo Cristo (Espiritismo Racional e Cientfico Cristo), que se pratica no Centro Redentor e suas Filiais, tem por base a Fora e a Matria, nicos elementos de que se compe o Universo, nomeadamente o ser humano e tudo o que tem vida. Nas Sesses Pblicas de Limpeza Psquica, realizadas trs vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras, s 20 horas (horas da noite), para desobsedar criaturas mal assistidas ou atuadas por espritos perturbados, encontra o observador sensato e estudioso fenmenos que o obrigaro a pensar e raciocinar, para convencer-se de que, de fato, somos alguma coisa mais que o monte de carne que vemos e apalpamos, e que, enquanto nos causa a matria asco e repulsa, aps a morte, o esprito, quando desce do seu verdadeiro mundo at ns, com a luz que lhe prpria, nos inebria. Pelo reflexo do que os assistentes pensam, e pela atuao dos espritos obsessores que avassalam os mdiuns ignorantes ou perversos, praticantes da magia negra, e, ainda, pela manifestao do Astral Superior, que preside as Casas Racionalistas, fcil a compreenso da vida fora da matria e da razo por que Jesus disse: Sereis o que pensardes. E assim : pelo pensamento, engendramos a nossa desgraa ou felicidade material e espiritual, a sade ou a enfermidade, as boas ou ms relaes sociais, o progresso ou a runa dos negcios, quaisquer que eles sejam. O que so as leis comuns e naturais, a fora em si e a matria em si, como causa e efeito de tudo, quer de ordem material, quer espiritual, no tm querido saber os espritas no esclarecidos, porque a eles no interessa o espiritismo sobre base racional e cientfica, por faltar-lhes disposio moral para submeter-se rigorosa disciplina que nos impe o dever a cumprir para com a Humanidade, que est carecendo de preparo espiritual para resistir ao tremendo vendaval de loucura que se tornar a peste mais danosa do sculo e de todos os tempos, e para a qual o materialismo da cincia mdica no ter remdio. sabido que as guerras prosseguiro at o fim deste sculo e princpios do vindouro, e que a mortandade, a fome e a peste sero terrveis, passando o mundo por grandes transformaes. A marcha da cincia ningum ousar pr entraves, mas os efeitos morais das guerras e da peste sero de tal ordem, que os espritos fracos terminaro por enlouquecer, havendo, no final deste sculo, uma espcie de peste da loucura, como j houve a peste negra, que dizimou, pode-se assim dizer, mais criaturas do que as maiores guerras de antanho. Naquela ocasio os empestados eram mortos bala, para que o mal no grassasse, s se salvando os fortes de esprito e do corpo. Eis o que est reservado aos glutes, aos gozadores, aos devassos, aos escravos dos txicos que supem que a vida se resume em comer, dormir e praticar atos bestiais. A vida est nos mostrando ser de lutas, investigaes e trabalhos incessantes. Mas, repetimos, das coisas srias da vida no quer saber a grei sectria. A esta apraz ser ludibriada e mistificada por espritos que se apresentam com nomes respeitveis que, conhecendo as suas fraquezas morais, falamlhes ao seu paladar, obsedando mdiuns, presidentes e quem assiste a essas comdias. Essa gente leva a runa a lares, cujos componentes, durante anos, viveram em harmonia e paz. Com to prejudicial assistncia, vo avassalando pessoas honestas que caem no ardil de deixar-se desenvolver em tais antros, ficando to dominadas e fanatizadas pelo que nelas se praticam, que acabam por prostituir-se.

Muitos salafrrios da verdade utilizam-se da doutrina de Kardec para dar cobertura aos seus crimes. Kardec, estamos certos, nunca sups que em seu nome se praticassem tantas monstruosidades e sua doutrina servisse de capa para essa malta de saltimbancos. No para tal gente, evidentemente, que escrevemos, porque com o que no presta no se perde tempo, mas para os incautos desse espiritismo rasteiro a fim de que se precavenham e no cheguem a ver a runa moral de seus lares e a desgraa material de toda ordem. A finalidade do Espiritismo autntico consiste em tornar o homem senhor de si mesmo, preparando-o para o desempenho de seus encargos na Terra, e nunca, mas nunca mesmo, para ser um instrumento degradante da famlia e da sociedade. Pela ladainha dos enviados divinos (mdiuns e presidentes de sesso avassalados), o raciocnio e o livre-arbtrio so faculdades mortas, e se a humanidade se conduzisse pelas suas ridculas teorias, a obsesso seria ainda maior.

Espritas verdadeiros e embusteiros Entre os grandes males que sempre afligiram a humanidade, destaca-se a prtica da magia negra, disfarada, muitas vezes, com rtulos de centro esprita, tem papel dos mais destacados. Nesses centrelhos no se cogita da regenerao moral de quem quer que seja. O que neles se trata de vinganas, cangamentos e outras misrias morais. A ajud-los, esto os espritos malfeitores, zombeteiros, embusteiros que viveram, quando encarnados, sempre praticando patifarias. Se humanidade fossem explicados os porqus da vida, inclusive a composio do Universo, que a mesma do ser humano Fora e Matria estaria ela hoje esclarecida, e dispensaria aos pensamentos o mesmo cuidado que tem com a eletricidade, o radium etc. pelo pensamento que o ser humano alcana a sade ou a doena, o xito ou o fracasso. A soluo dos problemas da vida dos indivduos, das coletividades, das naes e do mundo, depende da normalidade dos homens, da sua educao moral e preparo intelectual, baseados em princpios racionais e cientficos, cada um sabendo que uma fora geratriz de pensamentos e que, como os alimentar, assim ser: bom ou mau, feliz ou infeliz, saudvel ou doente. Sendo os pensamentos foras saturadas de poder, preciso se torna esclarecer as criaturas, fazendo-lhes ver que sem preparo, sem disciplina, sem bom estado psquico, sem moral em todos os lares, nada absolutamente de bom, de til, de estvel conseguiro, porque sem esses predicados, as fobias vrias que avassalam a humanidade, filhas da falta de moral, continuaro a imperar por toda parte. Para que isso se no d, necessrio que cada um de ns, os j esclarecidos, j senhores dos porqus das coisas, no deixe que caminhe to desenfreadamente esse veneno mental, essa praga de espritas embusteiros, como so os praticantes da magia negra. O Espiritismo a cincia das cincias! A filosofia das filosofias! Aquela que sendo a cincia da vida, nos guia, acertadamente, na luta travada na Terra, preparando a alma para a vida de elevao moral e de futura vitria espiritual!

O Espiritismo, quando bem orientado e colocado no campo do esclarecimento, consola, anima, encoraja e retempera os espritos para os embates da vida, como ensina o notvel mdico Pinheiro Guedes em sua obra magistral: Cincia esprita, a chave certa de todos os problemas. Entretanto, para certos espritas, ele capa de sem-vergonhices, praticamente limitado ao desenvolvimento de mdiuns, alguns analfabetos que se prestam prtica do mal, corrupo de polticos, desonra de lares, satisfazendo aos consulentes, tambm maldosos, que no tendo a hombridade precisa para enfrentar criaturas de algum valor material, moral ou poltico, vo s escondidas, a altas horas da noite, fazer as suas encomendas aos pais de servio, pais de mesa ou pais santos, aos quais pagam bem para que o trabalhinho visado seja bem feito. Desgraados daqueles que mercantilizam com o espiritismo e abusam da fraqueza e ignorncia dos seres humanos! chegada a hora de todos se esclarecerem para se libertarem desses embusteiros. S triunfaro na luta pela vida os que souberem o que so como Fora e Matria, e quanto valem a vontade educada e os pensamentos ao seu servio. Os esclarecidos de verdade nada temem, porque a sua arma de defesa consiste no valor, na honradez, na calma, no desprendimento, e quem emite pensamentos elevados, jamais ser atingido pelas falanges obsessoras postas ao servio maldoso dos perversos, dos comodistas e negocistas da desgraa alheia. Trabalhar para bem pensar dever que se impe a todos que da honra tm noo.

Tratamos de Doutrina e no de pessoas Aos bem intencionados, a quem estas publicaes interessam, pedimos toda a ateno quando lerem o que escrevemos, e que o faam livres de idias preconcebidas ou paixes, para, ento, com verdadeira iseno de nimo, poderem julgar as nossas palavras. Assim fazendo, muito devero lucrar espiritualmente, embora o que tenhamos dito e venhamos a dizer sobre Espiritismo, no seja novo, porque nada, absolutamente nada de novo existe neste mundo de torturas, verdadeiro alambique depurador de almas. H, todavia, coisas que aparecem e passam por novas, por descobertas da atualidade, em virtude da ignorncia em que tem vivido o gnero humano. A certa classe de gente ainda apraz conservar a verdade oculta, em benefcio de seus interesses pessoais, morais e materiais, e da vaidade que exibem, grotescamente. Essas coisas sobre espiritismo, que a muitos possam parecer novas, no o so, porque todos os fenmenos psquicos, espirticos, so muito conhecidos e tornaram-se corriqueiros nas anteriores civilizaes do Oriente, e at do Ocidente da Europa. Disso tem tratado o Centro Redentor, em narrativas vrias, e agora novamente o faz atravs de ligeiras palestras, para no fatigar o esprito ou alma do leitor, partcula da Inteligncia Universal que o vulgo chama Deus, e que, quando liberta de dio e malquerenas, s anseia por paz, amor, verdade e justia, e quer luz e mais luz! medida, porm, que fordes lendo estes escritos, haveis de certificar-vos de que no possvel evitar nem curar os males da humanidade, sem se escrever claramente ou falar a verdade, e isto princpio firmado pelo Racionalismo Cristo, Doutrina que se prega e pratica no Centro Redentor e suas Filiais. Por assim ser, diremos somente a verdade, porque s esta torna livre a humanidade.

Quer isto dizer que assumimos inteira responsabilidade de tudo quanto dissermos nestas colunas, pois nenhum outro intuito nos move que no seja o de prevenir os lerdos, esclarecer os ignorantes e despertar os incautos, uma vez que nada querendo e nada precisando de ningum, visamos, apenas, cumprir o nosso dever de cidado esclarecido e fiel discpulo da Doutrina implantada por Jesus e codificada pelo Racionalismo Cristo. Ao servio da Verdade, definindo princpios doutrinrios e nunca tratando de pessoas, teremos sempre um prazer imenso em ver contestadas as nossas asseres; mas contestadas por homens de valor e saber, criaturas verdadeiramente normais, que, como ns, desejem ser apenas instrumentos de esclarecimento do povo deste soberbo, lindo e querido Brasil que, queiram ou no, h de ser o pioneiro da nova civilizao , por ser habitado por muitas almas j grandemente evoludas, que s se sentem felizes vendo os demais povos em paz. Ao tratarmos da Doutrina Esprita, claro est que s de princpios cuidaremos, e no, repetimos, de pessoas, por mais normais e sbias que paream. As pessoas sero sempre, para ns, instrumentos bons ou maus, esclarecidos ou ignorantes, conforme o seu estado de alma, de pensar e sentir, refletidos em aes ou obras. Sero, pois, representantes de princpios certos ou errados, salutares ou danificadores, e nada mais. Para o homem conseguir algo de bom, precisa ser, alm de metdico e disciplinado, livre para pensar e agir, pois, doutro modo, nada de bom, de til far para o bem do Todo, do povo, da famlia e de si mesmo. Pelo exposto, pedimos ao leitor amigo nunca veja em nossas palavras a cor do despeito, o desejo de sobressair, de menosprezar ou diminuir a quem quer que seja, esprita ou no. Demonstraremos, com clareza, os perigos da materializao dos pensamentos, da prtica da Magia negra, das sesses espritas em famlia, venham elas com o rtulo que vierem. Os bem intencionados ho de acabar por dar-nos razo, e talvez cheguem Doutrina do meigo Nazareno, que recomendava: Amai o prximo, como a vs mesmo. Estes podero transformar os seus lares em templos de amor e virtude, e tambm em oficinas de trabalho e produo. O Rabi ser o cidado trabalhador, honrado esposo e extremoso Pai, e a diretora, a preceptora, a respeitvel esposa e carinhosa e muito querida Me. Os assistentes, discpulos e trabalhadores, sero os filhos, os irmos, os sobrinhos, os netos, toda a famlia, enfim.

O Racionalismo Cristo esclarece Explicada, como ficou, a nossa atitude na publicao anterior, sob o ttulo Tratamos da Doutrina esprita e no de pessoas, para que dvidas no restem sobre os nossos intentos e deveres, diremos que no havendo efeito sem uma causa inteligente, no podemos nem devemos tratar da mais sria, da mais proveitosa das Doutrinas, sem partir da sua base, na parte prtica. O principal instrumento do Espiritismo, na prtica, o mdium desenvolvido. Dos perigos que correm os mdiuns e aqueles que os endeusam, aceitando todas as suas sentenas, no souberam, porm, tratar os que mais escreveram sobre Espiritismo.

Inmeras foram as obras escritas por Kardec. Mdium que era, muitas vezes foi atuado por espritos jesutas, e da a influncia do misticismo religioso nos seus escritos que, embora possuindo boa moral, so nocivos aos espritos fracos. Seus ensinamentos levam as criaturas ao desenvolvimento medinico, mas nada lhes ensinado sobre os perigos a que esto expostos os mdiuns, nada se lhes disse sobre a sua composio astral e fsica, do que resulta a prtica do espiritismo sem mtodo e sem disciplina, deixando-se os mdiuns atuar em qualquer lugar para praticarem a pretensa caridade a que, a propsito de tudo, se referem. Para os sectrios inimigos gratuitos do Espiritismo Racional e Cientfico 1 que se pratica no Centro Redentor e suas Filiais, o mdium uma personagem divinal que incorpora para dar receitinhas de pingos de gua alcoolizada e outras bugigangas, algumas beberagens at perigosas, em qualquer parte, centro esprita ou casa de famlia, nas mesas de botequins, tabernas ou centrelhos, e que tambm d passes, faz gua rezada e articula um amontoado de palavras sem significado nem valor, que so tidas entre os crentes como mensagens do alm, dadas por protetores, por irmos do espao, por espritos camaradas e at por mensageiros do pai ou de Nosso Senhor Jesus Cristo o Divino Mestre etc Dizemos mdiuns desenvolvidos, porque mdiuns intuitivos so todos os seres humanos, e por isso que se diz saber ou dizer tal ou qual coisa por intuio; e intuio s aquela que nos vem de fora e vive fora de ns, e o elemento que intui s pode ser partcula da Inteligncia Universal, chamada alma ou esprito pelo vulgo; mas mdiuns desenvolvidos, sem vontade, o so somente as pessoas fracas e as que, menos fracas, procuram desenvolver-se nos centrelhos espritas, para receberem espritos e praticarem a tal caridade. O leitor, por certo, no se espantar com a afirmativa de que todos somos mdiuns intuitivos, e mais ainda se lhe dissermos que mdiuns videntes e auditivos so tambm os cavalos e os ces, como se prova atravs do livro A vida fora da matria, editado pelo Centro Redentor. A esses mdiuns assim desenvolvidos e praticando a mediunidade em qualquer parte ou centro esprita, temos, bem a contragosto., de chamar a pior praga que no mundo existe, por serem todos eles ignorantes do que seja a mediunidade humana e de como ela se desenvolve e deve praticar, para o bem prprio e da humanidade. Ora, sendo a ignorncia a origem de todos os males, e no se conhecendo o mdium a si mesmo, como Fora, partcula da Inteligncia Universal, tambm ignora ser ele uma porta aberta para os espritos materializados, que perambulam no astral inferior, obsessores de mdiuns ignorantes e de pessoas que no se conhecem como Fora (alma) agindo sobre a matria. No sabem, ainda tais mdiuns o que a mediunidade e como deve ser ela praticada com as precisas garantias para no terminarem avassalados pelo astral inferior, composto de espritos que se quedam na atmosfera da Terra, por haverem, por sua vez, desencarnado na mais completa ignorncia; pois nem Alan Kardec, nem todos os outros seus discpulos, inclusive os dos outros ramos denominados cincias ocultas, algo disseram a respeito de Fora e Matria. Todavia, desde 1910, o Racionalismo Cristo est sendo explanado e praticado no Brasil, tendo se iniciado em Santos, Estado de So Paulo.
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Vide Racionalismo Cristo, ltima edio.

O primeiro a iniciar aqui no Rio de Janeiro o Espiritismo Racional e Cientfico Cristo, como representante do Centro de Santos, foi Igncio Bittencourt, antigo esprita kardecista. Como o Espiritismo Racional e Cientfico Cristo feito por Espritos Superiores, de verdadeira pureza, que lhe impunham uma disciplina rigorosa no viver material e no espiritual, determinando horas para tudo e exigindo uma moral pelo menos relativa, esse mdium da primeira hora, no tendo fora para praticar tal disciplina, desertou, rapidamente, para o antigo campo de espritas de fancaria, que uma variante da Magia negra. Por este e outros exemplos verificados em mdiuns da primeira hora, chegamos concluso, na prtica de 14 anos, que tais mdiuns so, de fato, a pior praga que na Terra existe. com esses instrumentos viciados, vaidosos e obsedados, portadores de diferentes fobias, que se pratica, por a, o tal espiritismo, tendo por chefes astrais (astral inferior) caboclos ou pretos Lodoros, Urubats, Juncos Verdes, Ismais, todos do ambiente brasileiro, msticos, e outros infelizes obsessores que empolgam, dominam e enlouquecem pais de mesa e presidentes de sesso, como o vulgo os denomina. Mdiuns e presidentes so similares, e por isso, de acordo com as leis comuns e naturais, que eles chamam divinas, sem saber porque, s Lodoros, s inferioridades astrais, s obsessores podem atrair. Faltam-lhes sentimentos e conhecimentos para se constiturem em corrente fludica, m de atrao dos espritos puros, do Astral Superior. Depois desses mdiuns ricos ou pobres homens ou mulheres ignorantes do que so como Fora e Matria, e por isso entregues aos espritos obsessores, com grande perigo para os incautos, so os presidentes de sesso os mais criminosos dos seres humanos, espiritualmente falando, como a seguir explicaremos, para que o leitor amigo fique sabendo que no est perdendo o seu tempo ao tomar conhecimento destes esclarecimentos para livrar-se de tal praga, a pior, at hoje, conhecida. A essas criaturas ultraperigosas, vm os espritos do Astral Superior esclarecendo, desde 1910; elas conhecem os Princpios explanados pelo Centro Redentor, em suas diversas obras, mas, como tais princpios so baseados na Verdade, e tm por fim o desenvolvimento das virtudes dos seres, e, portanto, o alijamento dos seus maus hbitos, o domnio pleno da alma e a prtica da moral verdadeira e das virtudes recomendadas pelos espritos do Astral Superior; s essas qualidades podem dar fora e vigor ao ser humano, e torn-lo um instrumento til a si mesmo e humanidade em geral.

A mediunidade no graa divina Ao leitor desprevenido dever parecer heresia a maneira de tratarmos os praticantes do baixo espiritismo, principalmente os mdiuns, por estar certamente habituado a ouvi-los dizer que a mediunidade uma graa divina etc. Quando iniciei os meus estudos sobre o espiritismo, e antes de aprofundar-me neles, na maior boa-f tambm tomei os mdiuns como mensageiros de Deus (Grande Foco), sem me aperceber do que eram capazes esses infelizes que fazem da mediunidade uma profisso torpe e no passam de instrumentos do astral inferior. Somente depois da publicao da 1a edio do livro Espiritismo Racional e Cientfico (cristo)2 pude demorar meu raciocnio nos porqus das coisas e observar o
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Hoje editado sob o ttulo Racionalismo Cristo e j na 36a edio.

logro de que havia sido vtima, ao acreditar em tal falsidade, que por toda parte era tida como verdade. S ento, depois de haver publicado esse logro da graa divina, foi possvel ao Astral Superior que dirige o Centro Redentor e seus Filiados atuar num mdium devidamente esclarecido e previamente preparado, mesmo sem que ele o percebesse, portanto, um dos mdiuns mais aptos, e em hora de maior calma, colocado dentro de forte corrente fludica, constituda por seres de boa vontade, para dizer aquilo que eu havia j concludo, mas no divulgado a pessoa alguma, que graas so favores e que se tais favores pudessem ser concedidos, se os praticasse Deus (Grande Foco), falharia a lei que determina que cada um tem o que merece. Essa explicao do Astral Superior veio confirmar as mximas de Jesus: Como pensares, assim sers. Como fizeres, assim ters. Somos, pois, aquilo que pensamos, e os nossos pensamentos esto sujeitos s leis naturais, por ser o pensamento uma fora saturada de poder, para o bem ou para o mal. Ora, essa balela de tomar a mediunidade como um favor divino, uma graa do pai celestial, prpria desses mdiuns ignorantes, indisciplinados, desordenados e alguns at perversos e imorais que fazem questo de que essa tolice ganhe foros de verdade entre os espritas, para mais facilmente se tornarem dominadores dos incautos e fazerem jus a salamaleques, melosidades, honrarias e privilgios no seio das famlias honestas, que s vezes se tornam desonestas, com a sua inferior assistncia astral. To viciados desses privilgios ficaram os mdiuns desenvolvidos e praticantes do espiritismo em famlia e, fora dela, nos sales dourados, nos centrelhos de todos os feitios, como viciados e iludidos na sua boa-f ficaram os assistentes de tais sesses, a tal ponto foi e vai essa crendice, essa lria especulativa, por parte de tais mdiuns e seus admiradores e fanticos, que hoje, ao lerem as nossas incontestveis afirmativas sobre tais instrumentos, revoltam-se contra ns, honrando-nos com barbaridades diversas, das quais temos que rir, por julg-las naturais e prprias da ignorncia que os domina e nos tentou dominar, inicialmente, mas que terminar por desaparecer do mental de todos, como desapareceu do nosso, quando pudemos raciocinar e concluir que o sobrenatural e o milagre so produtos exclusivos da ignorncia humana, e que o Grande Foco, gerador de tudo, no pode dar mais a uns do que a outros, no pode castigar nem perdoar, porque a isso se opem as leis naturais, em virtude das quais cada um tem o que quer ter e por si engendra o bem e o mal, de acordo com a sua vontade, o seu livre-arbtrio e a irradiao dos seus pensamentos, impulsionados por essa vontade; sendo, portanto, certo que cada um tem o que merece. Por assim ser, aqueles que lerem estes escritos, devem procurar raciocinar muito sobre o que formos publicando com relao aos mdiuns e a outras verdades referentes prtica do espiritismo, e se isso fizerem com iseno de nimo, livres de idias preconcebidas e paixes mal cabidas, ho de acabar concluindo que nos sobrou razo para as asseres contrrias a tudo quanto tais instrumentos do mal afirmam. Espritas ou no devem ler, com ateno, estas apreciaes, como verdadeiros cristos que so todos aqueles que no aninham dios nem prevenes no seu esprito, lembrando-se de que quem se zanga turba a razo, desperta as ms paixes, a verdade se esconde, o sentimento de justia foge, as virtudes choram e todos os sentimentos altrustas elevados adormecem, de acordo com as concluses a que cheguei nos meus estudos de psicologia humana.

Preparem-se todos, pois, para continuar a ler verdades sobre a mediunidade e o mdium a parte mais sria da vida dos seres e da prtica do espiritismo, que tanto seduz o gnero humano.

Quem praticar o mal, ter de repar-lo Na obra Racionalismo Cristo (j na 36a edio), explana-se o que o Centro Redentor e seus Filiados demonstram em teoria e prtica sobre o Espiritismo. A disciplina e o bom mtodo criam a ordem, e s com esta que se podem atrair espritos de luz para beneficiar os que sofrem moral e fisicamente, normalizar criaturas obsedadas, acalmar as nervosas ou irritadas, que nada mais so do que mdiuns avassaladas, ignorantes do que seja a mediunidade. Naquele livro pode o leitor estudioso, pois, ver claramente o que so a mediunidade, o livre-arbtrio e o Astral Superior que dirige o Centro Redentor. Esse livro encerra to profundos ensinamentos, que homens de real valor o cognominaram de verdadeiro luzeiro da humanidade. Estudando-o, analisando-o, facilmente se conclui que o esprito traz, ao encarnar, a mediunidade intuitiva, o livre-arbtrio, o raciocnio, alm de outras faculdades necessrias ao processo de sua evoluo, umas desenvolvidas e outras latentes. Esses elementos so as armas que acompanham cada esprito, ao encarnar, ao deliberar descer a este planeta para trabalhar em corpo fsico, a fim de poder levar a bom termo a sua depurao, o cumprimento do seu dever e, portanto, o seu aperfeioamento. A mediunidade tanto mais desenvolvida, quanto maior esforo for preciso para reparar males praticados. Os mais criminosos, portanto, os mais fracos, trazem a mediunidade vidente e auditiva (ver e ouvir os espritos, como em geral dizem), que serve para proporcionar-lhes mais facilmente os conhecimentos sobre a vida fora da matria. E trazem essas faculdades medinicas para, vendo e ouvindo espritos desencarnados, se convencerem da continuao da vida aps a morte do corpo, e assim no mais falirem e no perderem a encarnao. , pois, a vidncia, quase sempre, prova de inferioridade espiritual ou reflexo de muitas encarnaes perdidas, de muitas dvidas e faltas cometidas, de muito se haver feito sofrer aos outros na prtica de crimes de toda espcie. A vidncia, possuem-na o cavalo e o co, como elemento natural de progresso, como auxlio para o seu caminhar para a evoluo, a que tudo e todos esto sujeitos; por determinao natural das leis da vida, a Fora Criadora de tudo, por muitos chamada Deus, mas que poucos sabem definir, e que ns reconhecemos por Grande Foco, por ser Luz e Inteligncia a clarividenciar os espritos, as mentes ou inteligncias, e a impulsionar os tomos para a formaro de clulas e molculas. Bastante razo teve Guerra Junqueiro ao cham-lo de Grande Fogo! Mas to errnea a concepo da vida, principalmente da transcendente que os mdiuns que vem e ouvem espritos, passam entre os espritas incautos por enviados especiais do pai celestial, como mensageiros privilegiados seus, e entre outros, como bruxos ou criaturas endemoniadas, possuidoras do demnio ou satans, quando se trate de seres mergulhados na mais profunda ignorncia. A, essas criaturas tm o dom

de falar com as entidades da corte celestial, fazendo jus at canonizao. No passado, os plebeus podiam chegar fogueira, como sucedeu com a grande Joana D'Arc! Entretanto, tudo isso s demonstra, na realidade, serem almas atrasadas umas, covardes muitas, e grandes criminosas a sua maioria. Em toda parte se desejara comunicaes com espritos, mas, a no ser o Astral Superior, ao servio da grande causa de Jesus, algum tratou de fazer luz sobre a composio do Universo? Pde, pois, o Astral Superior, servindo-se da nossa mediunidade intuitiva, firmar Princpios doutrinrios indestrutveis, e, com a cooperao de mdiuns treinados e desejosos de servir Verdade, portanto, causa do Bem, fornecer os elementos precisos, baseados nas leis naturais, para confeco da matria que encerram os livros Racionalismo Cristo e A vida fora da matria. Neste, que contm gravuras demonstrativas da vida fora da matria, pode o estudioso constatar o perigo que correm aqueles que se concentram para receber mensagens do alm, praticando espiritismo em famlia ou em qualquer centro, sem base, sem corrente fludica, mtodo e disciplina, e observar a assistncia astral dos pais-de-mesa, de servio, presidentes de sesses e dos seus mdiuns analfabetos e ignorantes, ou alfabetizados e grandes espertalhes. sabido pelos estudiosos e isto se afirma no Redentor e em suas Casas Filiais que todos os mdiuns mistificam, por vontade prpria ou sem o querer; e porque assim , torna-se de fato o mdium um instrumento perigoso, como o tem sido a maioria daqueles que vm praticando a clebre caridade (dar receitinhas), e os que tm feito questo de passar por grandes mdiuns, o que nos levou, com motivos justificados, a classific-los como a pior praga que existe neste planeta depurador de almas. So, pois, todos os mdiuns inexperientes ou pretensiosos, criminosos por vontade prpria ou sem vontade, e at, s vezes, desejosos de bem fazer a si e aos outros. No queremos com estas palavras desmoraliz-los, por serem tais sentimentos imprprios de todos os que, com a conscincia esclarecida, esto a servio do Centro Redentor. O que visamos somente esclarecer as criaturas com a verdade, para evitar o desenvolvimento da obsesso e doutras desgraas entre os incautos, os bem intencionados, e chegarem loucura provinda da obsesso desenvolvida, todos os dias, com a mediunidade mal praticada. A boa-f e o tal ridculo desejo de praticar a caridade, como em geral dizem os falsos espritas, no os inibe de chegar loucura. Mal mal, crime crime, embora praticado involuntariamente, ou em boa-f. No h atenuante para o esprito (alma) que pratica crime de lesa-incautos contra a humanidade e contra si prprio. Estude-se, pois, o viver das criaturas, o seu passado e o presente, e fcil ser prever-lhes o futuro. Nesta penitenciria a Terra tudo se h de resgatar, a maioria dos casos em encarnaes futuras. Somente os humildes perante a Verdade, altivos perante o dever, valorosos no perigo e cordatos com a razo, justos no julgar, podero ter sade e paz de esprito. Mais vale, pois, a pobreza farta, que a riqueza mal adquirida. O mal d-nos remorso; o bem traz-nos sossego espiritual. Por que no fazer esforo para tornar-se bom, em toda a extenso da palavra? Sejamos, hoje, melhor do que fomos ontem. Este deve ser o lema do cristo.

Para obsedados, no h lgica Os que conhecem a psicologia das criaturas, em virtude do estudo dirio, dentro e fora do Centro Redentor, dos atos humanos, chegam certeza absoluta de que a normalidade dos seres mui rara, e que a lgica nada consegue dos anormais, por serem estes criaturas obsedadas. Tendo fundado, com o meu companheiro Luiz Alves Thomaz, dois hospitais para a normalizao de loucos, que existiram at 1916, um em Santos, a bela cidade praiana do Estado de So Paulo, na avenida Ana Costa no 67, e outro no Rio de Janeiro, na rua Jorge Rudge no 121, ficaram at os mais cticos convencidos de que a obsesso s poderia ser curada com o emprego do mtodo e da disciplina aconselhados pelo Centro Redentor. Um mdico, velho amigo meu, me dizia: Para anormais no h lgica, e s uma disciplina constante e obrigatria poder fazer com que o anormal acorde e se ponha a raciocinar para compreender o que se lhe diz, e assim se v normalizando pouco a pouco. Ora, em virtude do estado de alma da maioria dos seres humanos, e da minha confiana inabalvel nestes Princpios, tornados teraputica para as mais variadas fobias, fartamente observadas por mim, tomei a resoluo inabalvel de no dar importncia opinio de quem quer que seja, para censurar-me, para julgar-me bom ou mau, certo ou errado, isto por ser bem claro que os elogios ou censuras no me atingem, porque no trato nem discuto pessoas mas, sim, e unicamente, Princpios. Para mim s tem valor real, s pode merecer considerao e respeito, quem me provar, com fatos e no palavras, possuir moral verdadeira, exata noo do dever e permanente empenho em cumpri-lo. Os Princpios pregados por Jesus e fartamente divulgados pelo Centro Redentor, ensinam-nos que s se deve tomar a srio aquele que quer estudar e aprender; se aos viciados apontamos em tese os vcios e suas misrias, para alert-los com o conhecimento da verdade, obrigando-os, pelo esclarecimento proporcionado, a raciocinarem com acerto. A Doutrina Racionalista Crist nada quer materialmente para si prpria, mas os seus Princpios exigem, porm, que todos raciocinem, para se tornarem esclarecidos, e assim teis a si mesmos, famlia, ptria e humanidade. Assim sendo, caros leitores, no deveis perder tempo em julgar-me, porque o vosso julgamento e a vossa opinio, quaisquer que sejam, no me fazem abalar, no me vo preocupar o mental, que est sempre pronto para auxiliar os que dele precisarem, e muito deseja o vosso progresso moral, a normalizao de todos, com o que sente imenso prazer a minha alma; mas no levar ela a srio qualquer coisa partida deste ou daquele que no tenha uma finalidade elevada e despersonalizada. As paixes, quaisquer que sejam, toldam o raciocnio e perturbam a razo. Portanto, s levarei a srio aqueles que saibam pr de lado as suas pessoas, para tratarem valorosamente da humanidade enferma da alma e do corpo, como o soube fazer Jesus. Sinto-me, pois, muito bem no trabalho contnuo de difundir e praticar a verdade, o Espiritismo Racional e Cientfico Cristo (Racionalismo Cristo), elucidando os de boa vontade sobre as coisas srias da vida, aqui e no Alm grandioso e belo, coisas estas que

todos reputamos, no Centro Redentor, muito srias, sem nada desejarmos das pessoas, nem mesmo agradecimentos. Sinto-me feliz em saber que estou contribuindo para o bem-estar fsico e moral de algum, como satisfeito fico tambm quando, de algum modo, posso socorrer um necessitado, mas prefiro que nunca me toquem no benefcio prestado, porque se algum lucra, sem dvida, aquele que socorre com a conscincia do dever, e no o socorrido. , pois, para as pessoas de boa vontade que o Racionalismo Cristo existe e o Astral Superior desce Terra. Para os indiferentes, pretensiosos e criminosos, ele no convm, por serem esses cegos propositais, que s aceitam como bom o que agrada ao seu paladar depravado, sua vaidade, aos seus vcios, s suas misrias morais. A quem no agradar esta rude franqueza, que tenha pacincia, mas que a grave no seu mental, para no se deixar, em tempo algum, iludir com aqueles que, cientes e conscientes, tenham de falar em nome do Centro Redentor. As pessoas que representam o Centro Redentor tm por dever ser trabalhadores, livres e independentes, embora pobres de pecnia... Eles no vivem da Doutrina nem d credulidade do povo. Trabalham, e por isso s se sentem satisfeitos quando sabem que o mau se tornou bom, que o desonesto se tornou honrado, que a adltera se regenerou, que o materialista se espiritualizou, que o obsedado se desobsedou, enfim, que todos se tornaram teis a si e coletividade. Continuai, leitores amigos, a ter a pacincia de ler estas publicaes e, sem ofensa s vossas crenas ou doutrinas, demorai-vos a raciocinar sobre o que lerdes e, por certo, haveis de concluir tratar-se de um trabalho de grande alcance psquico e moral. Sobre a mediunidade Alm do que se acha exarado no livro Racionalismo Cristo, editado pelo Centro Redentor, sobre a mediunidade, o mdium (e como este mistifica, mesmo sem o querer), alm desses preciosos esclarecimentos, tem o mdium de subordinar tudo, toda a sua vida material e espiritual aos Princpios Racionais e Cientficos da Doutrina. O mdium tem por dever raciocinar muito sobre esses Princpios, sobre os seus maus hbitos, desejos desordenados, imperfeies e, muito especialmente, deve convencer-se de que nas suas vidas anteriores, por falta de conhecimentos dos porqus das coisas e da instruo e educao erradas, acumulou no seu corpo astral (perisprito, subconsciente ou duplo etreo), e no seu prprio esprito, maneiras, teorias, hbitos e conhecimentos errados, baseados nas falsidades dos mistificadores. To errados conhecimentos impedem a manifestao clara da Verdade pelo Astral Superior (espritos esclarecidos), atuando no mdium. Com tais conhecimentos errados, vindos de pocas passadas, o esprito do mdium no aceita as intuies contrrias aos mesmos e, por isso, s articula ou escreve aquilo que tem gravado, que fixou no corpo astral, durante suas vidas passadas, nessas encarnaes quase todas perdidas ou de pouqussimo aproveitamento para ele. Por esse motivo que se nota no estudo e prtica do alto e baixo psiquismo que os adeptos de Alan Kardec denominam Espiritismo que o esprito do mdium teima em conservar esses errados conhecimentos e os seus maus hbitos, ao ponto de repelir o Esprito Superior (depois deste haver atuado nele), passando a irradiar na sua prpria vida anmica, imitando a irradiao do Astral Superior, e a articular e escrever as suas falsas teorias e todas as formas religiosas, sectaristas, filosficas ou pseudocientficas, que tem gravadas no seu perisprito.

Por assim ser, rarssimo o mdium que serve para todos os trabalhos psquicos, pois se um prescreve conselhos regularmente, outro eficiente somente nas Sesses de Desdobramento e nas Sesses Pblicas de Limpeza Psquica (de desobsesso), para se deixar atuar, receber o astral inferior (espritos da atmosfera da Terra), e transmitir assistncia aquilo em que pensa o ser que se acha na mesma Sesso, a quem o esprito atuado assistia e obsedava. O Racionalismo Cristo no aprova a prtica dos passes executados como habitualmente fazem por a, ou maneira obsessora dos pais de mesa, presidentes de sesso e magna caterva canjerista, a quem, desde 1910, se empenham o Centro Redentor e o Astral Superior em esclarecer, atravs de seus mdiuns disciplinados, para bem dos incautos e deles prprios, que s males produzem com tais passes, portadores de seus prprios fluidos, ou atuados por espritos obsessores possuidores de fluidos venenosos captados nos corpos em decomposio nos cemitrios, nas guas estagnadas das valas, nos corpos enfermos hospitalizados e outros quaisquer, mesmo de irracionais. Poucos so os mdiuns habilitados a darem comunicaes certas, baseadas nos Princpios da Doutrina da Verdade, porque para isso preciso que o esprito do mdium no tenha sido sectarista, fantico, beato, nas outras vidas (encarnaes) ou pelo menos na ltima, que no haja gravado no seu perisprito os falsos princpios sectricos, e possua em si o ardente desejo de evoluo, que precisa fazer, baseada em princpios racionais. necessrio, enfim, que o esprito do mdium seja evoludo, livre de manias e de mentiras convencionais desta encarnao, para que se confirme o velho ditado que afirma que o ser j nasce feito e que o que o bero d, somente a tumba leva ou s na tumba desaparece, como continuaremos a provar para o bem geral.

O mdium s til, quando esclarecido Os que tm lido estas publicaes domingueiras, caro leitor, devem ter observado que o que no mundo existe de mais srio e perigoso, o mdium mal orientado, ignorante dos porqus das coisas, que no se conhece a si mesmo como Fora e Matria e trabalha sem disciplina e mtodo, fora das correntes fludicas organizadas pelo Astral Superior e no pelos homens, pelos ridculos e grotescos pais de mesa, presidentes de sesso, como eles se denominam. E tomai bem nota: O mdium que foi sectrio de qualquer das seitas existentes, no pode dar comunicao alguma que no seja baseada nos falsos princpios que praticou na ltima encarnao, e est sempre com o milagre, o sobrenatural e as conhecidas melosidades na boca, tais como o perdo e a caridade sempre humilhantes, e o falso pai celestial pois falam muito em Deus, mas nunca o definiram de um modo claro e racional. S o Astral Superior, atravs de seus instrumentos, pde vir colocar as coisas nos seus devidos lugares e, definido como sendo o primeiro elemento componente do Universo, ao qual, se tivesse de dar um nome, caberia o de Grande Foco, porque o definiria melhor e faz desaparecer a falsa crena de que deus uma figura semelhana do homem, materializando-se, assim, vergonhosamente, o que nunca foi matria nem tem forma. Com os falsos princpios religiosos, tais criaturas, os mdiuns, nem em centenas de encarnaes alijaro de seu perisprito essa bagagem mstica, fantica e intrujona, que no os deixa falar em deus sem melosidades e mentiras subservientes, sem

expresses repletas de splicas, amor animal, caridade e perdo, todas contrrias s leis naturais, razo e ao bom-senso, mas que por muitos sculos vm sendo explanadas como verdades, como coisas srias e certas, quando no passam de intrujices criadas pela vaidade, filha da ignorncia, da subservincia vilssima e especulativa, do fanatismo do ser fsico, sendo esta forma de loucura mansa a mais terrvel, a mais danificadora, desde muito antes de Jesus. O mdium tem de carregar toda essa bagagem de conhecimentos e hbitos errados at poder dela libertar-se pelo estudo raciocinado, e as doutrinaes que deve ouvir dos seres esclarecidos e honrados, como tm por dever de ser todos aqueles que assumem a responsabilidade de presidir Sesses no Centro Redentor e seus Filiados. Nesses Centros Casas do Racionalismo Cristo nenhum mdium pode trabalhar sem estar organizada a corrente fludica, por ser esta, a um s tempo, a sua garantia e apoio dos espritos de luz, para trabalharem com o nico fim de beneficiar a humanidade pelo esclarecimento da verdade, e no pela humilhante e falsa caridade de receitar aginhas bentas. Mas sendo certo que essas criaturas fanticas, obsedadas, no fazem o menor esforo para alijar essa bagagem repleta de falsos princpios educativos e preceitos sociais e religiosos, dever tm os Presidentes dos Centros onde se pratica o Racionalismo Cristo de estar bem senhores dos Princpios Bsicos da Doutrina, como dceis instrumentos do Astral Superior, e terem muita pacincia com tais mdiuns que venham a enveredar para a Verdade, desejosos de acertar, de se adaptarem disciplina que os Princpios do Racionalismo Cristo impem a todos, pois se a isso se prestarem, fazem jus considerao das pessoas honradas, que sabero dar-lhes a sua irradiao de valor e amizade, e que no ignoram que se tais mdiuns, j modificados no seu viver moral e material, no do mais intelectual e espiritualmente, porque no podem, pois a natureza no d saltos e o esprito no pode chegar perfeio seno com muito trabalho e luta constante contra os maus hbitos e as suas concepes erradas, gravadas no seu perisprito durante muitos sculos. Todavia, se o mdium, depois de esclarecido e amparado pelo Astral Superior e pelas criaturas tambm esclarecidas e honestas, prefere continuar no erro e se revolta contra a disciplina racional e contra o que para o seu bem dito, dever ser posto de lado, abandonado mesmo pelos seus companheiros disciplinados, que o devem esquecer para no sofrer a influncia deletria de sua malfica assistncia astral. Um mdium avassalado sempre perigoso numa casa de famlia, pela atmosfera pesada, densa, doentia que cria, a todos perturbando. O convvio dirio com tais criaturas torna-se prejudicial ao corpo e ao esprito, podendo ocasionar perturbaes e doenas vrias, se forem espritos fracos e ignorantes do valor do pensamento e do poder da vontade. para que no continuem a grassar as endemias espirituais nos lares, que o Dentro Redentor vem fazendo luz no esprito de todos que queiram raciocinar. O homem esclarecido, que se conhece como Fora e Matria, no enferma facilmente, e est habilitado a criar um lar com absoluta sade mental e fsica.

Estudemos os porqus da vida Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, que serve de base explicao dos porqus das coisas.

As causas desses porqus so a Fora, que se deve procurar na sua fonte de origem, o primeiro elemento componente do Universo, pois os efeitos so a matria, e nada mais. No Universo s existem Fora e Matria, os mesmos componentes do homem e de tudo que tem vida. Nada reais h, alm desses dois elementos Fora e Matria. Tudo se engendra e desdobra dentro deles. A Fora, parcelada em todos os reinos da natureza, causa primacial de tudo quanto existe neste e nos outros mundos, que o vulgo erradamente denomina Deus e ns chamamos Grande Foco, por ser incitador de tudo quanto existe neste e nos outros mundos, no a conhece a humanidade nem a definem as inumerveis seitas existentes na Terra, desde as praticadas pelos selvagens, s dos povos ditos civilizados. Tambm no a conhecem os espritas religiosos, em geral, que nada mais praticam que variantes da Magia negra, a torpe e vilssima feitiaria, sados todos esses praticantes das diversas seitas, que nada souberam explicar sobre a composio do Universo e o que so a Fora, a Inteligncia e o Esprito, causa de tudo quanto existe. Nenhuma dessas pessoas (umas tidas como chefes dalguns ramos do espiritismo, e outras dirigentes das vrias seitas), soube explicar o que toda gente tem necessidade de saber para esclarecer-se sobre a alma, na qual todos falam, por ouvir dizer, mas sem a noo exata, certa e segura do que seja, como partcula integrante de um dos dois elementos componentes do Universo e dos seres. dessa ignorncia, oriunda da indolncia espiritual, uma das mais perigosas, porque dela nascem os males de que a humanidade est sofrendo, que resulta para todas as seitas e pessoas em geral, a aceitao do corao, como fonte de sentimentos humanos, de alegrias e tristezas de toda gente, quando aquele rgo no passa de um msculo, cuja maior importncia consiste em ser pndulo do corpo que, como no relgio, carece de corda, e se a este a d a mo humana, quele, ao corao, a d o esprito, que, tal qual a mo, vive do lado de fora desse referido msculo, mais intensamente ligado ao crebro, motivo pelo qual nos grandes abalos morais, a cabea que mais sofre. Diante do exposto, o corao nada mais que um rgo receptor das emoes vibradas pelo esprito sobre o crebro e deste reproduzidas sobre aquele, mas j como conseqncia do dano produzido no sistema nervoso e na ramificao arterial, visto ser o corao o rgo distribuidor do sangue. O crebro o engenho central da rede telefnica, e o corao a estao nutridora. No relgio, a corda, depois de alguns anos, arrebenta e fica sem conserto, no exercendo a mo do homem mais influncia sobre a mquina. Na criatura, chegando o tempo, gasta a matria, fica enfraquecido o pndulo (corao) e obrigado o esprito a cessar tambm a sua influncia irradiativa sobre o corpo. Se no houvesse ignorncia a respeito dos porqus da vida e de todas as coisas, e do que cada um , as criaturas no atribuiriam ao corao, importante, mas simples vscera do corpo humano, qualidades, sentimentos, bens e males, alegrias e tristezas que s podem existir e, de fato, existem, no esprito (alma), visto que a matria s se organiza, incita e movimenta por um elemento que lhe vem de fora e vive fora dela, que o esprito, princpio explanado e consagrado por Claude Bernard, o pai da Fisiologia moderna, pelo grande Paul Gibier, discpulo querido de Pasteur, e outros cientistas honestos. Quem empregar as frases o corao manda, o corao chora, o corao canta, o corao tem melodia, e o corao tem amor, prova nada conhecer da composio do Universo, do que sejam o pensamento e a alma. Sua obra poder ter boa

literatura, mas encerra poucos ou nenhuns ensinamentos, visto ter por base a matria e pensamentos materializados. Isto a verdade, e porque o , no agrada a muitas nem pode ser compreendida pelos que se dizem espritas e praticam o espiritismo sem mtodo e disciplina, tornando-se fanticos, que loucos so, por no quererem fazer o menor esforo para raciocinar e to pouco para melhorar o seu eu, preparando-se para o cumprimento do dever, a fim de colaborarem na grande obra do Todo, como verdadeiros obreiros do Bem, que s podem ser aqueles que se conhecem como Fora e Matria e palmilham o caminho traado pelos Princpios racionais pregados por Jesus, que se neguem vida de prazeres desordenados, mentira, s convenes saciais, pondo de lado evangelhos e teorias esdrxulas, e surgindo no palco da vida como homens sensatos, francos, leais, valorosos, nunca encobertos como manta da hipocrisia, escondidos sob pseudnimos ou acovardados no anonimato, nem como vive a maioria dos seres que se intitulam evangelistas-espritas, todos melosidade, mas tambm insinceros, subservientes, como insinceros so os seus guias, embora rotulados de nomes pomposos com que gostosamente os ludibriam, sugam-lhes a vida anmica e enfraquecendo a esprito, levando os mais fracos ao avassalamento, loucura. Por assim ser, e no como muitos supem, que afirmamos, com segurana absoluta, que tais praticantes do Espiritismo mstica so uns infelizes, porque no passam de fabricantes de loucos, como tereis, caro leitor, ocasio de ler atravs destas colunas em que tudo vos explicaremos, pelo desejo que temos de cumprir o nosso dever de cristo, e jamais como exibicionista. Estas coisas, caros leitores, precisais saber, por serem elas as mais srias da vida humana, que se conservaram, apesar disso, por muito tempo encobertas e assim continuariam por sculos, se no fossem chegados as tempos prometidos por Jesus, para o raiar de uma nova aurora.

Os perigos da prtica do Espiritismo No conhecendo os praticantes do Espiritismo vulgar a causa inteligente de todos os efeitos, de tudo quanto se observa, quer material, quer espiritualmente, quer, ainda, dos fenmenos medinicos e outros, claro que tais criaturas sem base, mtodo e disciplina, s males podem praticar, como de fato praticam, embora algumas no sejam mal intencionadas. Se para as artes, desde o pedreiro, o carpinteiro, ao artista mais categorizado, ningum pode prescindir da aprendizagem subordinada disciplina e mtodos indispensveis, se para qualquer profisso puramente material necessrio estudo srio para que o resultado seja compensador, como que os praticantes do Espiritismo (que a cincia das cincias, a arte das artes, a cincia profunda e ecltica, no dizer do ilustre mdico brasileiro Antnio Pinheiro Guedes, na sua sapiente obra Cincia Esprita), que tudo explica e tem por fim o benefcio geral da humanidade, pelo esclarecimento, pela explanao ampla da Verdade, como que os praticantes do espiritismo, dizamos, no querem sujeitar-se a uma aprendizagem sria, a um estudo acurado, racionalmente feito, a fim de que assim tenham a indispensvel base para trabalhar e produzir os bens que a cincia esprita quer colocar, atravs do esclarecimento, disposio do gnero humano? Se, pois, todas as prticas e profisses, ainda que puramente materiais, exigem um estudo srio, baseado em teorias experimentadas e provadas, como que uma cincia to importante para a prtica da mais bela, da mais sria e, por isso mesmo, da mais

complicada e perigosa doutrina filosfica, que denominam Espiritismo, por ser a cincia que tudo explica com relao ao esprito, desvendando a causa principal das suas enfermidades e da obsesso e loucura, como pode ser praticada sem estudo? Como que pessoas de destaque social, muitas portadoras de ttulos universitrios, vo a sessezinhas em famlia, chegando macumba, aos terreiros, que so verdadeiros chiqueiros espirituais (onde, para agravar, para satisfazer a animalidade de espritos terrivelmente obsessores da atmosfera da Terra, so sacrificados bodes pretos, galinhas e patos da mesma cor), como que pessoas, decentes e de destaque social, dizamos, se podem confundir, se podem misturar com os praticantes dessa nojenta magia negra, supondo que tal misria lhes poder trazer sorte, resolver os seus problemas amorosos, vencer os desafetos e at acertarem na loteria? Como devem ser classificadas as pessoas que prestigiam essas prticas miserveis e, com elas, os pais de santo, os tais mdiuns mistificadores e os que freqentam os centrelhos que ostentam ttulos pomposos ou no, onde dizem praticar a caridade, quando no passam, mesmo sem se aperceberem, de instrumentos do astral inferior, de espritos zombeteiros e gozadores, portanto, que se aproveitam da ignorncia de mdiuns e presidentes para ludibriar os que os levam a srio? Consciente ou inconscientemente, os freqentadores, alm de muitos se prejudicarem com essa freqncia, correndo srio risco de ficar obsedados, loucos, e at com a vida material e familiar arruinada, contribuem para a proliferao dessa chaga social que se vai estendendo, cada vez mais, por toda parte, com graves riscos para a sanidade mental e fsica das criaturas humanas. Se tais pessoas perderam a noo das coisas srias da vida, e assim da moral verdadeira, merecem ser chamadas de loucas, classificao idntica dos tais pais-demesa dos celebrrimos presidentes-de-sesso, que guerreando os padres e o papa, fazem questo cerrada de passar entre os incautos por grandes personagens do espiritismo, apesar de no serem mais que figuras grotescas a pontificarem nos centros onde se pratica no o verdadeiro espiritismo, mas a magia negra, cuja assistncia astral obsessora e danificadora de corpos e almas. Quem desce a confabular com um pai de mesa, no seu antro infecto e nauseabundo, espiritualmente falando, ou chamando-o em sua casa, confunde-se com ele e acabar por ser vtima do astral inferior, que, ao seu servio, lhe armar a cilada que planejar. tal a influncia que os obsessores exercem sobre as senhoras de esprito fraco, que elas, sem se aperceberem, se prestam prtica de atos indignos e repulsivos, traindo os maridos, desonrando os seus lares, atos esses que praticam sem se aperceberem do ridculo, da vergonha e do crime que cometem, pois a assistncia astral de tais macumbeiros leva-as ao estado de excitao sexual e quase de absteno dos sentidos, como que em estado catalptico. No h exagero na afirmao de que a maioria das conquistas, dos desmoronamentos dos lares, tramada pelo astral inferior, ao servio dos pais de mesa. Homem ou mulher que alimenta idias de conquista amorosa, cria em redor de si um ambiente sensual, atrai espritos gozadores e sensualistas, que o ajudam a dar o bote na pessoa visada, e se chega a fazer a sua encomenda de cangamento ao pai de servio, ento fica tal ambiente carregado, e para que a criatura no venha a cair no lao que lhe armado, preciso que possua moral rgida, carter impoluto, nunca haja descido a consultar cartomantes ou canjeristas e tenha a vontade fortemente educada para o bem.

Fiquem certos de que, mesmo entre as famlias religiosas, muitos casamentos so realizados com a interferncia do astral inferior. As mes, coitadas, por ignorncia, vo aos pais de servio e s cartomantes para amarrar os noivos de suas filhas, principalmente se virem neles bons partidos. Quem dera que com estes esclarecimentos pudssemos despertar as criaturas, para que os criminosos se tornassem bons cidados e os incautos seres pensantes e raciocinadores.

O Espiritismo uma cincia Cincia profunda e ecltica, que o Espiritismo, no dizer do Dr. Pinheiro Guedes, no pode ela ser praticada, tumultuada e boalissimamente, como est sendo, nos tais centrelhos dos pais de mesa, nos centros sem corrente fludica ou em casas de famlia onde se fazem as sessezinhas de invocao para a prtica da caridade etc. Aquele notvel mdico brasileiro, na sua obra Cincia Esprita, escreve: Assim, pois, o Espiritismo visa um fim, estuda uma ordem de fatos, emprega mtodos, processos e instrumentos exclusivamente seus, cria teorias, estatui princpios, estabelece leis; satisfazendo assim e preenchendo todos os requisitos exigidos pelos foros cientficos. O Espiritismo , sem a mnima dvida, uma cincia, e seus princpios, suas leis, tm aplicao universal: so um fanal no meio das trevas que nos cercam, so um farol no mar tempestuoso da vida. Sim, tudo isso que esse sbio, honra dos cientistas brasileiros, afirma, e o Centro Redentor, na prtica, o comprova, nas suas Sesses Pblicas de Limpeza Psquica e outras, confirmando-o tambm em teoria, atravs de suas obras. Praticado, porm, por criaturas ignorantes do que seja a Fora em si e a Matria em si, base da composio do Universo e, portanto, de tudo quanto existe, somente males, s danos morais e materiais o espiritismo mstico pode produzir, e, de fato, produz, sendo essa a razo de muitas criaturas sensatas no levarem a srio tais praticantes. Outro no foi tambm o motivo dos egpcios e gregos haverem ocultado ao povo ignorante o conhecimento do espiritismo cientfico, por no estar ele preparado para praticar essa verdadeira cincia, cuja chave est no pensamento e ao. Da limitarem a sua prtica aos iniciados, e darem-lhe o nome de ocultismo, ou cincia oculta. Os sbios desprendidos quiseram, em pocas diversas, revelar ao povo essa cincia, mas os negocistas, os que tiram proveito da sua ignorncia, aliados aos que defendem o obscurantismo, a isso sempre se opuseram tenazmente. A verdade que to importante cincia no pode ter como intrpretes mdiuns e presidentes de mesa ignorantes e, em sua maioria, destitudos de formao moral e intelectual e sem condies, alm disso, para compreender que a sua finalidade principal esclarecer e orientar a humanidade. Poder o Espiritismo resolver os problemas sociais praticado por tal gente, com presidentes pernsticos, mdiuns analfabetos atuados por pretos Lodoros, caboclos Urubats, Juncos Verdes, Pariparobas, Mes do Ouro, Me d'gua, Sete Coroas etc., que nada mais so do que espritos quedados na atmosfera da Terra (astral inferior), zombeteiros uns, brincalhes outros, perversos muitos, sofredores alguns, mas obsessores e obsedados todos?

O Espiritismo h de resolver, sim, muitos problemas sociais, cuja causa de ordem espiritual e no material. Se se cogitasse da espiritualizao do homem e da mulher, mas de um modo racional, com base nos princpios de fraternidade pregados por Jesus, no teramos o comunismo, o fascismo e outras correntes extremistas a avassalar o mundo com o seu materialismo egosta que torna os seres humanos frios e insensveis. Mas, o que tm feito as religies e os prprios espritas em provao? Apenas materializar todas as coisas da alma, e da a descrena de tudo e de todos nos mentores espirituais, por verem neles exploradores da ignorncia humana e bugigangueiros. Mas, aos poucos, confirma-se, por toda parte, que os tempos so chegados, pois vo surgindo homens de ao e valor, para tudo colocarem nos seus devidos lugares. A prpria igreja se acha profundamente afetada, e s no autntico, no verdadeiro Cristianismo poder a mocidade encontrar a fora moral capaz de regenerar o mundo em decomposio. claro, pois, que no se pode regenerar o mundo nem provar que o Espiritismo cincia, com tais espritos ignorantes das leis da vida, que aceitam todas as baboseiras transmitidas por espritos zombeteiros, atuados em mdiuns boais, apresentando-selhes com o corpo astral de frades ou santos, para mais e melhor os intrujarem. Compreender o leitor amigo que tudo isso e mais as feitiarias praticadas por tal insensata gente, no podem ser tomadas a srio pelas criaturas bem formadas de intelecto, com noo da higiene fsica e mental, possuidoras de razo e bom-senso. E se so criminosos todos os praticantes dessas misrias derivadas da magia negra praticada pelos povos selvagens da frica e outros, menos criminosos no so aqueles que a tal gente der mo forte, que freqentam terreiros ou centrelhos, pois h senhoras e polticos que at os sustentam, materialmente, para t-los ao seu servio. De acordo com as leis comuns e naturais que tudo regem, os similares se atraem e os contrrios se repelem, portanto, no podem os meios civilizados ser freqentados por espritos selvagens, caboclos, Urubats, Juncos Verdes etc., sendo, pois, todos mistificados e mistificadores. Mas se pudssemos admitir que tais atuaes fossem verdadeiras, reais, que bem poderia fazer um pobre e ignorante esprito das selvas ou dos sertes da frica as almas mais atrasadas que existem neste planeta? Por tudo estar errado, por no querer dar trato ao raciocnio, por viver a maioria fora das leis naturais, em divergncia com a razo e o bom-senso, que a loucura e outras enfermidades aumentam, e ns, a servio da Verdade, do Astral Superior, de Jesus, temos que vir a campo para esclarecer os bem intencionados, a fim de orient-los sobre as coisas srias da vida, mostrando-lhes a rota que os conduzir a uma vida simples, livre de males da alma e do corpo, sem ostentao e enganos, mas portadores de riquezas morais, nicas que levara o ser ao acatamento e respeito, tornando-o valoroso e destemido, cristo, portanto.

S a alma esclarecida evoluir Para que dvidas no pairem sobre o que vimos escrevendo a respeito de mdiuns e espritos mistificadores, diremos:

a) Que certo e seguro que o esprito desencarnado faz tudo quanto lhe apraz do fluido em que estiver envolvido; b) que, por isso, no s imita corpos astrais de pessoas desencarnadas e mesmo das ainda encarnadas (vivas), como imita tambm os de qualquer animal (cobra, cavalo, macaco, rato, jacar) e de hediondas figuras, a fim de atormentar os mdiuns videntes, a quem obsedam, e as crianas filhas de pais ignorantes, principalmente mes muito ou pouco religiosas, mas obsedadas. No livro Racionalismo Cristo, obra bsica da Doutrina que se pratica no Centro Redentor e seus Filiados, est amplamente explicado que o esprito, ao desencarnar, depois de haver abandonado o seu corpo fsico, fica na atmosfera da Terra, em virtude do desconhecimento de si mesmo como alma, partcula do Grande Foco (Deus, como lhe chama o vulgo) e conserva os mesmos hbitos e vcios filhos da falta de conhecimentos em que viveu quando encarnado, passando a estagiar em corpo astral na atmosfera da Terra, para a qual atrado pelos similares em ignorncia e malfazer, pelos tais mdiuns viciados, como ele. Dessa atrao pelos mdiuns ignorantes, que so todos os que praticam a mediunidade fora de corrente fludica, e da evocao para coisas materiais pelos adeptos do tal espiritismo, resulta, alm da obsesso, da loucura, a mistificao de caboclos, pretos e outras entidades, ao sabor do mdium, do evocador e do que gosta de tais sujeiras astrais. Aqueles espritos ignorantes dos porqus da vida real, como os prprios encarnados evocadores, por mais que deles queiram e eles prprios desejem, s obsesso, loucura e sofrimento do corpo e desarranjos da vida obtm, porque tais espritos encontram-se como se encarnados estivessem, e nada mais sabem do que sabiam quando encarnados. Por isso, nem mesmo materialmente podem fazer mais do que qualquer pessoa, homem ou mulher. Se, pois, tal ou tal esprito que estagia na atmosfera da Terra grandemente perverso, grandemente malfeitor, como quando encarnado, no pode melhorar, absolutamente, enquanto no romper a atmosfera da Terra e partir para o mundo a que pertena, pois aqui ele pratica todos os atos, todas as maldades e transmite todas as intuies, unicamente para perturbar, para danificar a pessoa que o atrai, que o evoca, que no o repele. Nesse malfazer est includa a sua transformao em qualquer animal, para atormentar os videntes e auditivos, crianas ou adultos, e para melhor avassalar e arruinar, material e moralmente, os seus adeptos, imita o corpo astral de pessoas amigas e parentes dos seus obsedados, para apresentar-se aos mdiuns videntes dos centros e centrelhos em que se manifeste, ficando assim os seus evocadores certos pela descrio que o vidente lhes faz de que o esprito atuado , de fato, o evocado e desejado. Assim mais facilmente domina ele a criatura que o tomou a srio, que fica obsedada, para todos os efeitos, por talprotetor, guia ou irmo do espao que em tal centro ou centrelhos lhe ofereceram, mediante a paga de qualquer dinheiro ou coisa que o valha. O esprito desencarnado s deixa de ser o que acabamos de descrever, depois que parte para o seu mundo, e volta, atrado pelas correntes organizadas pelo Astral Superior, para tratar do Todo, do bem geral, e nunca para satisfazer curiosos ou cuidar de coisas puramente materiais ou individuais. Basta de mercantilismo com as coisas da alma!

Cada encarnado tem que evoluir por si, e para isso deve esclarecer-se, para no andar, por aqui e ali, procura da salvao espiritual, da melhoria dos negcios e da famlia, oferecendo ddivas aos antros espritas, aos pais de servio So Jorge, Cosme e Damio e outros que tais.

Verdadeiros discpulos da Verdade Antes de desvendarmos todos os segredos da magia negra que, embora com outros nomes, se pratica em toda parte, desde os sales atapetados choupana do pobre, e os grandes males que ela est produzindo no mundo, principalmente no Brasil e Portugal; antes de desnudarmos todas as torpezas dos seus praticantes e de indicarmos, caro leitor, o contraveneno, o remdio para evit-las e curar os seus terrveis efeitos, vamos transmitir-vos a opinio de honrados cientistas, representados pelo mdico Dr. Antonio Pinheiro Guedes: A opinio pblica, mal orientada at por cultores do Espiritismo, parece convencida de que ele mais uma seita religiosa, acrescida s que j existem. Tem ela sido induzida em erro, ciente ou inconsciente, pela imprensa, pelos padres e outros sectrios de todas as seitas religiosas; pelos mdicos e at por espritas que, seduzidos pelas conseqncias ou efeitos morais resultantes do conhecimento da doutrina, consideram-na uma religio. A imprensa assoalha que o Espiritismo a mais perniciosa de todas as doutrinas filosficas. Os padres catlicos e acatlicos proclamam, do plpito e pela sua imprensa, que ele obra do demnio e o maior inimigo da igreja. Os mdicos, na sua maioria, propalam que ele povoa os hospitais de alienados e os cemitrios. So as mil bocas da ignorncia pretensiosa, do obscurantismo cientfico, da intolerncia religiosa e do fanatismo estpido que vociferam contra aquilo que no conhecem. Essa grita infrene, toda essa celeuma, fez surgir em meu esprito a idia de oferecer aos espritas, aos mdicos, aos padres, imprensa e ao povo, estas pginas em que lhes mostro: Ao povo, que o Espiritismo como um farol que guia o navegante ao porto. A imprensa, que ele a mais racional, a mais consoladora de todas as filosofias, seno a verdadeira filosofia, porque nos eleva e conforta a alma. Aos padres e aos sectrios de todas as seitas religiosas, que ele o guia seguro nas jornadas infinitas para Deus, e no um inimigo da Religio; no a condena, antes a justifica, quando ela tem por base a Verdade. Aos mdicos, que ele no s no um tmulo, mas antes um bero, onde primeiro se embalou a divina arte de curar; no a morte, antes d vida, que em vez de povoar os hospitais de alienados, abre-lhes as portas, para fazer sair desses ergstulos, casas de torturas, antros de horror, alguns infelizes que para l foram empurrados pela mo da medicina materialista pelo falso espiritismo e pela magia negra. Aos espritas, msticos ou fanticos, que ele no s no apresenta nenhum dos requisitos das seitas religiosas, uma vez que no tem templos nem sacerdotes, nem culto externo, mas possui o carter e preenche os requisitos das cincias.

O que a fica, caro leitor, foi escrito por um homem de valor, mdico notvel, brasileiro digno, enaltecedor da sua cincia, o que melhor viu, sentiu e escreveu, dentre os cientistas mundiais, sobre as cincias ocultas Espiritismo e tudo que ele afirma tem sido praticado e provado pelo Centro Redentor. No um presidente de sesso, um mdium ou papa do espiritismo que vos fala, que vos explica a Doutrina da Verdade, mas um mdico erudito, desprendido, bom e humanitrio, que soube colocar a verdade e a cincia acima de interesses puramente materiais. Para felicidade da humanidade, houve sempre, em todos os tempos, verdadeiros apstolos do bem. Homens que entendem que a cincia para esclarecer, e nunca para servir de meio de explorao, consideram criminosos todos aqueles que vivem custa da ignorncia do seu semelhante. Esses homens so, de fato, os verdadeiros discpulos da Verdade pregada e difundida por Jesus. E embora falem pouco no seu nome, honram-no com as suas valorosas obras.

O Espiritismo o farol que tudo ilumina Pelo que vimos escrevendo, atravs destas colunas, fica o leitor sabendo o que so os tais mdiuns evocadores de espritos africanos e caboclos, e como se tornam perversos, e at criminosos, todos os praticantes do espiritismo sem base racional e cientfica, que se renem em qualquer canto ou centrelhos para receber o protetor, a fim de dar receitinhas ou ordens, e, em dias e horas determinados, fazerem despachos, muambas, servios, para atingirem desafetos, para fazerem vtimas, desmoronarem lares e desgraarem polticos e negociantes desordenados ou fracos. Eles mercantilizam com os espritos quedados na atmosfera da Terra, como os feirantes com as suas mercadorias. A maior parte dos males fsicos e morais que assoberbam a humanidade originada por espritos obsessores ao servio dos encarnados malvados, e pela ignorncia dos seres que no sabem defender-se dos avassalamentos por desconhecerem a sua composio astral e fsica. Todo aquele que tiver boa vontade e desejar esclarecer-se, para no ficar obsedado, avassalado, enfermo do corpo, do esprito, procure ler o livro Racionalismo Cristo e praticar a Limpeza Psquica, como determinam os Princpios doutrinrios explanados e praticados no Centro Redentor. O ser esclarecido dos porqus da vida, metdico, disciplinado e possuidor de boa moral, sempre valoroso e destemido, e sabe estar ao abrigo das correntes malficas do astral inferior. As obras do Centro Redentor so recomendadas, no para a Instituio usufruir proventos, mas por encerrarem ensinamentos de que a humanidade carece para saber vencer na vida. Lendo-as, compreender o leitor que possui em si mesmo todos os elementos de defesa contra as doenas do corpo e do esprito. Assim como Monsenhor Kneipp aconselha andar descalo, pelo menos uma hora por dia, para dar combate aos resfriados e colocar os ps, at 10 minutos, dentro de gua fria, noite, para, logo em seguida, deitar-se e ter sono reparador, assim o Astral Superior aconselha o banho dirio do esprito (Limpeza Psquica), para ter-se a mente s e forte, a fim de poder resistir a todas as tempestades morais ou de efeito canjerista.

Com o estudo de obras esclarecedoras editadas pelo Centro Redentor, vir a convico de que o ser humano conforme pensar assim atrair, mxima atribuda a Jesus, e j muito citada por pensadores notveis de todo o mundo. pelo pensamento, pois, que se atraem as foras astrais (espritos) boas ou ms, nele que reside o segredo de todo bem que almejamos ou de todo o mal de que seremos vtima, se o desejarmos a outrem. Torna-se preciso conhecer as leis naturais que a tudo presidem e regem, s quais todos estamos sujeitos e a elas obedecermos, por meio da vontade e do livre-arbtrio. Conosco s no estaro os espritas ou sectaristas que no quiserem pensar e raciocinar, e se sintam bem atolados no lodo moral em que vivem, no qual se atiram todos os demais espritos fracos que os procuram . . . Enquanto a humanidade no seguir as duras, mas grandemente beneficiadoras verdades que explanamos, continuar a ser vtima da sua falta de conhecimentos e da ao dos mdiuns avassalados existentes na maioria dos lares e congregaes religiosas e profanas. Com os pensamentos repletos de fraqueza e maldade que engendram os seres humanos um inferno cheio de torturas morais, tornando-os, como encarnados, verdadeiros demnios uns para os outros. E, quer queiram quer no, neste degredo a Terra que tero de resgatar todo mal que aos outros fizerem, e por isso se justifica a lei da reencarnao do esprito, a qual s os pretensiosos e insensatos hoje podero negar diante dos fatos presenciados em toda parte, onde crianas rememoram fatos por elas desconhecidos no presente, mas conhecidos pelos seus ascendentes etc. Nada de melosidade e falsa caridade. Faa-se todo bem que se possa, mas como um dever. As palavras melosas e a apregoada caridade, s tm servido para enfraquecer almas e criar uma gerao de pedintes e vencidos. tempo de libertar-se a humanidade do caos em que vive, e para impedi-la de caminhar para o abismo, preciso se torna falar-lhe com austeridade crist, de modo a faz-la pensar e raciocinar sobre as coisas srias da vida e os seus porqus, tanto da matria como fora da matria. No com rezas e lamrias que sero resolvidos os intricados problemas sociais, mas com o raciocnio esclarecido e o pensamento firme no Bem, na Verdade e na Justia, agindo, portanto, dentro da ordem e do progresso. Despertai, espritas e no espritas, para os verdadeiros ensinamentos de Jesus: ser bom, no cobiar o que dos outros, trabalhar sempre e amar a Verdade.

Os espritas de fancaria enraivecem-se Depois da explicao completa que o Centro Redentor faz nas Sesses Pblicas de Limpeza Psquica, trs vezes por semana, e nas suas obras, do que so a Fora e a Matria em si, das quais tudo deriva, explica ele aos seus milhares de assistentes o que so as leis comuns e naturais que, regem tais elementos, s quais tudo est sujeito, quer neste planeta quer nos outros. Conhecida a base de tudo quanto existe, observa-se logo o efeito produzido pela lei da atrao que o ser humano pratica com o seu pensamento, ao servio da sua vontade, bem ou mal educada. O efeito dessa lei a atrao das boas ou ms foras que o vulgo denomina de ocultas, e dessa atrao resulta a boa ou m assistncia dos seres

humanos, tornando-se assim a sua prtica o segredo de todo bem ou de todo mal das criaturas. Quem for ignorante, embora bom no fundo, est sempre sujeito m assistncia dos espritos, e o que alm de ignorante for viciado, pornogrfico, maldizente e perverso, est sobre o domnio das ditas foras astrais inferiores, um obsedado, porque somente os esclarecidos que se conhecem como Fora e Matria, sabem irradiar pensamentos de valor, desprendimento e altrusmo, e sentir a vibrao de sentimentos elevados, pois s com eles que podem religar-se aos mundos adiantados habitaes dos espritos esclarecidos e superiores e de l atrair, para si e para outrem, fluidos benficos para o corpo, e luz para fortificar a alma. Desse esclarecimento resulta que cada um tem o que merece, porque atrai para si aquilo que quer, aquilo em que pensa. Imaginem o que atrairo os devassos, os crpulas, os velhos casquilhos libidinosos e torpes, os presidentes de sesso marca Tiro-ao e toda essa malta que se deixa arrastar por desejos animalizados, desordenados, ptridos e indignos de gente civilizada, de pessoas que sabem pensar e raciocinar. Em vista destes princpios (que s os ignorantes se atrevem a contestar), como devem ser classificados os centrelhos, as sesses onde se pratica o espiritismo rasteiro povoado de duendes, inventados por uma scia de malfeitores materiais e morais, da qual a imprensa, no raro, se ocupa? Esses centrelhos usando de nomes respeitveis e outros ridculos, inventados por esses crapulosos pais de mesa e seus guias, l se podem tomar a srio como sendo teis a quem quer que seja? Absolutamente no, porque so fbricas de loucos e de todas as misrias materiais e morais. Da freqncia a tais antros, resulta o alastramento desse veneno astral inferior que produz suicdios, assassinatos, paralisias gerais, cegueira, feridas malignas, desonras de lares e outros fatos que os jornais mencionam no seu noticirio. A esses infelizes mdiuns e presidentes de sesso, no agrada, pois, a linguagem franca e leal da Verdade, porque esta os desmascara. A eles s convm parceiros para o crime, e como o Centro Redentor no os fornece, enraivecem-se e correm de um lado para o outro, fugindo s admoestaes dos intrpretes da Verdade.

Os exploradores do Espiritismo Diante do que vimos explanando nestas colunas, perguntar o leitor, como que a prtica e assistncia de tal espiritismo magia negra produz tantos males, inclusive a loucura dos seres humanos? Nesses centrelhos, todos os adeptos, mdiuns e no-mdiuns, que se dispem a praticar a magia negra, rotulada de espiritismo, atraem para si as foras inferiores que se acham na atmosfera da Terra, ficando, desde logo, assistidos pelo astral inferior, similar em sentimentos e perversidades de tais criaturas. Assim, escravizados tais praticantes a sentimentos materializados, animalizados e bestiais, embora com a humilhante forma de caridade e de preces evanglicas, tornam-se instrumentos dceis das foras inferiores, que se lhes apresentam com nomes pomposos de santos ou de caboclos, embora nunca o tivessem sido. As criaturas que com eles tiverem relaes, se os levarem a srio, ficam envolvidas pela sua assistncia astral inferior e, assim, quando menos, mal assistidas e obsedadas por completo, mais

tarde ou mais cedo, conforme a ligao dos seus pensamentos com tais refinados tratantes e os antros que dirigem. Este princpio no falha, porque originado da vontade, do livre-arbtrio e, portanto, da irradiao do pensamento de cada um, sujeita essa vontade lei de atrao que o ser humano pratica com os seus pensamentos. Em tais condies, certa a desgraa de uns e outros, e os que mais sofrem so os assistentes a tais sesses, que mantm relaes ntimas ou de simples interesse material com tais baiuqueiros. O que a fica entende-se com os praticantes menos perversos, mas fanticos e ignorantes dos princpios que estamos explanando e praticando no Centro Redentor. Todavia, quando os pais de mesa, presidentes de sesses, homens ou mulheres, so, como em geral acontece, indivduos perversos e negocistas, que esto sempre disposio de quem lhes pague mais para fazerem o servio, o trabalho, o canjer, a feitiaria, grandes desgraas, como doenas, perturbaes, falncias materiais e morais, desmoronamento de lares, suicdios e assassinatos podem acontecer s criaturas visadas, se os pensamentos destas se casarem com os dos desafetos. Para esse fim, os tais pais de mesa fazem sesses particulares com seus guias, os santos, pretos e caboclos, e nas evocaes do santo e de toda a falange astral, indicam o nome das pessoas que devem ser cangadas, vencidas, desonradas e desgraadas, mencionando o lugar, rua e nmero onde moram as suas vtimas. Ao mesmo tempo, colocam sobre a mesa da evocao cabeas de cobra, sapos secos, chifres de carneiro, cristas de galo preto, couros e patas de bodes pretos, moedas de cobre, cascas de ovo de pata e de outras aves, terra de cemitrio etc., e a estas e demais trapalhices denominam pontos, que depois colocam nas residncias das pessoas alvejadas, suas vtimas, e nos caminhos mais freqentados por elas. Assim, escolhem esses perigosos pais de mesa ou presidentes de sesso, o ponto destinado a A ou B, que o guia protetor ou santo do centrelho observa, para no se enganar e ficar de guarda tal pessoa que deve ser cangada e roubada nos seus, haveres, na sua sade e na honra. Ao fregus que tais trabalhos encomenda, dado tambm um ponto de seduo ou de fortuna e umas rezas para, em determinadas, horas, estar atento e ir, pouco a pouco, preparando o ambiente e a patifaria que deseja. Todos, uns e outros, os que encomendam esses trabalhos e as criaturas visadas ficam, desde logo, sob a ao dos tais caboclos e santos, e assim, acompanhados por eles, acabam obsedados, ao menor descuido. Desde o primeiro dia de trabalho, no h trguas para a vtima escolhida; e de acordo com o seu viver ntimo, com os seus pensamentos, ela atacada e, pouco a pouco, dominada pela assistncia astral do presidente de sesso, at que se entrega o homem ou a mulher que mencionou ao patifo do antro ou se deixa roubar, com o pretexto de emprstimo etc., fazendo, enfim, o que o bandido que encomendou a sua canga deseja. V tomando nota, caro leitor, porque bem precisa saber de todas essas torpezas, para no ser vtima delas.

Os abutres do Espiritismo Os espritos quedados na atmosfera da Terra que se acobertam com os nomes de Santo Antnio, So Jorge, Tiro-Ao, Lodoro, Presciliana e magna caterva, essa imundcie, essa sujeira astral, atende, servilmente, nojentamente, aos seus evocadores, aos tais instrumentos criminosos mencionados nestas colunas, disposio dos quais ficam para tudo quanto de perverso, devasso, corrupto, venal, de runa, de desgraa, lhes for ordenado. Por assim ser, o solicitante, o irmo fregus ou a irm freguesa (assim denominada a pessoa que tal cfila procura) fica; desde logo, cangado, como fazendo parte dos instrumentos dessa canalha astral. Cangadas so todas as pessoas a quem se deseja roubar a honra, dinheiro e emprego, ou mesmo matar, como aconteceu com o grande Pinheiro Machado e outros menos considerados na poltica ou fora dela, como a senhora ndio do Brasil. Assim, a mulher casada que tem cimes do marido e o confessa aos tais espritas, fica, desde logo, por conta dos caboclos, santas ou santos inventados por eles, e o pobre marido, sem o saber, passa a ser acompanhado pelos patifes astrais, que o induzem prtica de todas as misrias, que s deixar de cometer se for possuidor de uma moral s, de vontade fortemente educada para o bem e no tiver vcios. Quando o marido visado realmente cumpridor dos seus deveres e no pode ser cangado pelos protetores do centrelho, estes, que j tm prisioneira a esposa que os foi procurar, pedem-lhe um leno, uma cueca, meia ou outra qualquer pea de roupa do marido, de uso junto pele, para eles benzerem. Essa infeliz esposa principia assim a fazer a sua desgraa conjugal, moral e material, porque passa a receber dos espritos que assistem ao presidente da sesso intuies de vingana contra o marido e a ser por eles conduzida para os galanteios, o libidinismo de qualquer indivduo, sujo da alma e do corpo. Apesar de haver sido honesta e viver somente para o seu lar, o marido e os filhos, passa a lembrar-se do seu tempo de solteira e a ter saudades do namorado com quem teve mais intimidade e que, por qualquer motivo, no se casou. Procura saber dele e, se chega a encontr-lo, comea a fazer-lhe queixas do marido, dizendo que uma infeliz no amor, que antes no se tivesse casado com ele, que h incompatibilidade de gnios, os temperamentos no combinam etc. O homem a quem ela conta estas intimidades, que j est tambm por conta dos protetores, desde esse colquio adredemente preparado, convida-a para um passeio, a fim de distrair-se, e desde esse dia passam a ser amantes. Se se tratar de cangar um homem, os objetos preferidos so os acima citados, mas, em se tratando de mulher, tais objetos so uma cala, toalha higinica, meias ou camisa. Essas peas ficam em poder do Pai-de-Mesa at a prxima sesso feita para tal fim, para que os protetores caboclos, santos e santas dessas arapucas tenham conhecimento de quem se trata. Depois dessa apresentao de objetos aos patifes fsicos e astrais, ficam as vtimas, homem ou mulher, no caminho da loucura, branda primeiramente, e depois furiosa, podendo chegar a praticar crimes, influenciados por esses bandidos astrais, os pais de mesa e presidentes de sesso, mdiuns e magna caterva. Estas belezas morais do-se, em sua maioria, com pessoas da alta aristocracia, do comrcio, da indstria e classes mdias; e quando ainda tais mulheres e homens perseguidores, fregueses de tais centrelhos, conservam a mscara de honestos, no meio social em que vivem, mandam as suas criadas de mais confiana, quase sempre

arrumadeiras ou lavadeiras, ou na falta destas uma colega inteiramente desavergonhada e prostituda, levar os objetos aos antros ou espeluncas, e dizer o que desejam que se faa com a pessoa visada. Esta maneira de agir, de cangar, escravizar, obsedar, avassalar e prostituir seres humanos a mais conhecida, a mais vulgar e a que mais freguesia possui na alta e mdia camadas sociais. Para a prtica de tais torpezas, os irmos fregueses no fazem questo de dinheiro, do tudo quanto lhes for exigido, contanto que os caboclos e santos satisfaam os seus torpes desejos de vingana, runa e sensualismo. A magia negra que se pratica nos sales atapetados, porm, no exige aqueles objetos, contentando-se com o nome e residncia das vtimas, para estas serem, desde logo, na primeira sesso, cangadas, dominadas e assim trabalhadas para o fim desejado. Esse trabalho em tais antros tem o mesmo valor dos j mencionados, e a a palavra cangar, substituda por focalizar, e ento os tais presidentes dizem assim: a mulher de A, a filha de B, a prima de C, ou a esposa de A, B ou C, ou, ento, os negociantes tais e tais, esto focalizados. Focalizar, pois, cangar, dominar, escravizar astralmente, para desonrar, prostituir, roubar ou matar. V, caro leitor, tomando nota, e previna-se contra as amiguinhas que freqentam o seu lar na sua ausncia, que podem ser as conselheiras indignas da esposa e filha inexperiente e as introdutoras das cartomantes e dos mdiuns e presidentes de sesso em sua casa, levando para ela toda srie de desgraas, morais e materiais. Se quer viver em paz espiritual, no desampare o seu lar, zele por ele, dando-lhe todo o prestgio moral, e escorrace toda a peonha das amiguinhas e comadres, escolhendo, com argcia, as pessoas que o devem freqentar e merecer a sua estima, o trato fidalgo, sabendo que a fidalguia deve consistir nos dotes morais, e no nas linhagens hierrquicas, genealgicas, nos gestos e curvaturas estudados.

As aves de rapina do Espiritismo , caro leitor, como temos dito por estas colunas, uma tremenda misria moral o que vm praticando esses infelizes e perversos instrumentos da Magia negra, quase sempre disfarada. Existem muitas criaturas bem intencionadas que no se entregam a atos menos dignos, mas inmeras praticam o espiritismo mercenrio, e estas, que so a maioria, envergonham e degradam a mais bela das doutrinas o Espiritismo. Essa magia negra, rotulada de espiritismo, para tratar de conquistas amorosas, descoberta de criminosos, cangamento de polticos e outras coisas que tais, praticada no Brasil, onde conta com milhes de adeptos, na Amrica do Norte, na Frana, em Portugal, na Espanha, na Amrica Espanhola e aqui mesmo no Brasil. Na China, Japo e noutros pases, ela tambm praticada. So suas vtimas todos os seres, mesmo os indiferentes sua prtica; e, por assim ser, que a loucura est aumentando assustadoramente, por toda parte, a ela no escapando, religiosos e profanos. De todas as obsesses, as mais perigosas so a poltica, a sensual e a gozadora, que esto avassalando todos os meios sociais. Conhecedores do perigo dessa torpe magia negra, garantimos ser ela a causa principal de todos os males de que sofre a humanidade ignorante da sua composio astral e fsica, e do que como alma e corpo (Fora e Matria).

A prtica da magia negra vem desde os primitivos tempos e foi se infiltrando nas numerosas seitas existentes. Neste ou naquele rito, esto resqucios da magia, da qual os mais velhacos tm tirado proventos morais ou materiais. Mas sero sempre de nulo efeito os trabalhos da magia negra, quaisquer que sejam, ainda que os feiticeiros, canjeristas estejam de posse dos objetos ntimos j mencionados, quando a pessoa visada possui moral, sentimentos bons, tem a vida disciplinada, horas para tudo e vive como ensina o livro Racionalismo Cristo, obra bsica da Doutrina que se pratica no Centro Redentor e suas filiais. Vivendo como ali se ensina, podem todos os praticantes dessa torpeza e toda a scia astral, lodoros, caboclos, santos e santas atirar-se contra a honra, haveres, empregos e a vida de quem quer que seja, podem lanar mo de todos os expedientes e trapalhices j mencionadas, porque nada conseguiro contra a pessoa visada, desde que esta no saia dos Princpios Racionais e Cientficos explanados na obra acima referida. Os efeitos da prtica da perigosa e nojenta magia negra s atingem aos seres fracos, corruptos, venais, viciados no lcool, fumo e outros entorpecentes da alma e do corpo. Os prprios praticantes da magia negra so os que colhem todo mal que aos outros enviam com os seus pensamentos imorais ligados caterva astral, pois vo, em virtude da lei de atrao, atraindo toda a doena e desgraa moral ou fsica desejada a outrem, e por isso que os pais de mesa, presidentes de sesso, mdiuns de arapucas por ignorncia chamadas espritas, terminam na cegueira, na paralisia geral ou parcial, na obsesso, na pobreza monetria, e at leprosos. Esclarea-se, caro leitor, e ficar sabendo que s ser vtima de tal misria moral o fraco, aquele que tem medo da corja astral e fsica, o supersticioso, o fantico das diversas seitas, os que se irritam ou arreliam por qualquer coisa, em casa ou fora dela, os que maldizem de tudo e de todos e intervm na vida alheia, os gozadores que, como os sunos, vivem para a engorda, para a satisfao, uso e abuso de todos os prazeres da carne, no possuindo moral verdadeira, nem dela querendo ter a menor noo. As mulheres ciumentas descambam para praticar o que condenam nos maridos, e acabam por prostituir-se, porque o cime o maior sinal de fraqueza espiritual que pode dar qualquer criatura humana e dessa fraqueza derivam todos os vcios e males. Da alta e mdia camadas sociais, provm os recursos para o sustento de todos os patifes homens e mulheres que praticam o espiritismo-negcio. So essas senhoras piedosas quem mais do a ganhar a essa gente, dizendo-se, entretanto, muito religiosas... Sem perceberem o perigo que as cerca, so exploradas, de todos os modos, e uma grande maioria acaba por entregar-se a essa prtica nojenta, ou a acamaradar-se com seres que lhes passem a fazer a corte, empolgados pelos tais protetores das arapucas espritas, a quem, em m hora, desceram a fazer qualquer pedido. Ora, se tais mulheres, que querem passar por senhoras virtuosas, como muitas existem por toda parte, tivessem um pouco de senso, no desceriam a tais chiqueiros astrais e fsicos, que pouco diferem dos das meretrizes ou das casas de encontros fortuitos, onde se vo nivelar com os boalssimos pais de mesa e mdiuns torpssimos, tornando-se desses antros fregueses habituais. Podero os socilogos, que se dizem psiclogos, resolver os magnos problemas sociais, se desconhecem a influncia real que tais elementos exercem sobre o gnero humano? Ningum pode indicar o remdio para os males que avassalam a humanidade, sem estar em condies de esclarec-la, devendo os estudiosos dispensar mais ateno s

coisas do esprito, para no continuarem a viver na ignorncia do que seja a composio do Universo e a de si mesmo. Enquanto isso no fizerem, no teremos psiquiatras nem verdadeiros socilogos, mas, apenas, homens possuidores de ilustrao dada pelos compndios, mas que enfermaro e deixaro enfermar toda a humanidade, por no saberem desintoxic-la da profunda materialidade criada pela cincia e religies materialistas, do que resulta a vida de gozos e prazeres desenfreados, aos que se entregam, e que Jesus veio combater, na sua poca, e continua a ser combatida, hoje, onde quer que existam conscincias bem formadas. Pratiquemos o bem Jlio Ribeiro, o grande fillogo brasileiro, romancista e polemista que tanto honrou as letras marejando o ao de sua pena com elegncia e ironia, na sua admirvel obra Cartas sertanejas, dizia: . . . no seguimos a vereda, no temos o pssimo hbito dos ignorantes da Verdade, dos sbios, a ttulo negativo. Como Jlio Ribeiro, que sempre nos considerou o seu melhor amigo, seno o nico, ho de pensar todos os homens de bem, de amor ao trabalho e ao Brasil, que querem ser livres de vcios, preconceitos religiosos e sociais, para servirem de patrimnio moral da famlia e do pas. A vereda que seguem os ignorantes da Verdade, os sbios a ttulo negativo e os pretensiosos espritas, falsa, por s verem os males, os defeitos nos outros, homens pblicos ou no, sem indicarem um nico remdio, sem nada esclarecerem de bom, de eficaz contra o triste estado de coisas que por toda parte se observa. Os instrumentos da Doutrina Racionalista Crist, que colocam a verdade acima de tudo, estando senhores dos porqus das coisas, ao mesmo tempo que apontam os males, quaisquer que eles sejam, mesmo os mais terrveis, como os produzidos pela prtica do espiritismo sem base racional, mtodo e disciplina, indicam a eficaz teraputica psquica e fisiolgica, preventiva e curadora para todos eles. Dando-vos, caro leitor, o conhecimento claro e completo da ao malfica que sobre todos os seres humanos exercem as foras ocultas inferiores, provando-vos ser tal prtica e tal gente o pior mal que no mundo existe, havemos indicado tambm remdio eficaz contra esse veneno moral e material que tantos danos tem causado e est causando a todos os ignorantes da Verdade, a todos os fracos de vontade mal educada, a todos os gozadores, e, portanto, a todos os seres animalizados com aparncia de racionais e civilizados. Em nossa publicao anterior, ficaram sabendo todos os nossos leitores como evitar os ditos grandes males e como curar os que por ignorncia esto torturando a grande maioria dos seres humanos. Alm dessa teraputica preventiva e curadora indicada, pode o leitor achar mais ampla explicao nos livros Pela Verdade e Cincia esprita, sendo que na obra Racionalismo Cristo, que prepara o homem para a luta, encontrar desvendado o segredo do xito na vida dos seres, como se vence nas vidas fsica e moral, como se vencem os homens prepotentes, corruptos e escravocratas e como se afastam e vencem os espritos obsessores os tais protetores, caboclos e santos inventados e atrados por essa scia de malfeitores da alma e corpo para as torpezas.

S o esclarecido pelas verdades contidas nas obras do Centro Redentor, e que pratica a Limpeza Psquica disciplinadamente, estar ao abrigo dos botes desses malandros pais-de-mesa ou presidentes de sesso e de seus nojentos protetores. Fora disso, por mais dinheiro ou posio social que a criatura possua, e at por isso mesmo, no est livre da focalizao, do cangamento, bastando, para isso, que caia na antipatia de algum desses infelizes ou algum os v procurar para qualquer servio de feitiaria ou cangamento, trabalho que sempre feito pelo astral inferior (espritos quedados na atmosfera da Terra), donde provm esses protetores, que muitas vezes so procurados e tomados para guias na vida dos seres, mas que, em vez disso, mais perturbaes buscam, chegando mesmo a terrveis desgraas morais e materiais.

A magia negra e os pais de servio Denunciando, por estas colunas, os males, os perigos da magia negra, por muitos praticantes rotulada falsamente de espiritismo, ainda no fizemos referncia a uma das suas modalidades, chamada servio, que se pratica ao ar livre, em lugares diversos, hoje no campo A, amanh no campo B, depois no C, tudo conforme a convenincia que houver e for reconhecida pelo pai de servio que, em geral, sempre um negro boalssimo, um velhaco nascido por c, mas falando, por imitao grosseira e idiota, como os africanos. Descrevendo hoje o servio, diremos que a essa torpe maneira de atrair as foras ocultas obsessoras, concorre gente de todos os sexos, raas e posies sociais. uma promiscuidade que chega a causar engulhos nos seres humanos bem intencionados que l vo por curiosidade, estudo ou coisa que o valha. Esses desgraados, patifes uns e infelizes outros, sabem que a polcia, quando quer cumprir os seus deveres, no os deixa trabalhar tranqilamente, e por esse motivo que eles, os pais de servio, no tm lugar certo para reunir a sua gente, os seus filhos e filhas, como denominados so os adeptos, os fregueses que os sustentam material e moralmente. Assim mesmo, mudando de stio para as suas reunies, tm eles um pessoal destinado e adestrado para avisar o pai, quando parece que h mouro na costa, que a polcia os espreita. Os fiscais ou vigias so denominados pelo pai de servio de filhos trancaruas, e todos eles se acham armados para defender o servio e especialmente o pai at morte. As facas, punhais ou faces de que se servem esses vigias, denominam-se pontenas, e quando est tudo pronto para funcionar, pergunta o pai de servio Filhos tranca-ruas(!) conheceis o vosso dever e tendes as pontenas para a vossa defesa? Ao que respondem os tais vigias: Estamos pronto, Pai, e as pontenas bem afiadas. Podeis por isso trabai vontade, porque nis c estemo no nosso posto. Aps esta tranqilizadora resposta dos filhos tranca-ruas, entra o pai-de-servio no meio de todos os fiis (filhos), que formam uma grande roda, com s vezes mais de cem pessoas, e tira a prece, cujo estribilho acompanhado por todos os presente. Finda a prece, o pai de servio se concentra (porque sempre um mdium desenvolvido), e, segurando na palma de cada mo uma figa e uma figura de um manipanso qualquer, d uns passos ou salto de sua inveno, pronuncia outra cantiga, cujo final os assistentes

acompanham em coro. Com essa cantiga, esses saltos, esse bambolear de quadris, da barriga, do corpo continua a evocao dos seus guias que, em geral, em So Paulo, do norte ao sul, tm por chefe o Pai Jac ou Pai Reviramundo; no Estado de Minas e Estado do Rio, alm desses pais, tm tambm a Me-de-Ouro o Tiro-Ao e a Me Joana, esta j, segundo dizem, de grande fora astral. O pai de servio, atuado pelo pai santo ou astral, chefe do servio, comea ento a atender a todos os pedidos ali feitos pelos filhos e filhas do seu servio, os quais j pagaram, antecipadamente, as quantias exigidas por ele, conforme as posses materiais de cada pretendente na importncia de cada pedido etc. Em tal posio e estado medinico, principia o guia, por intermdio do seu instrumento, a dizer o que deve agradar a cada filho, e assim prende os seus fregueses e a assistncia, tal patifaria. No h um dos filhos que no saia satisfeito, porque o pai astral tudo faz para que o pai de servio, seu instrumento, cada vez mais se acredite e ganhe fama de forte, o mais valente dos pais de servio, como explicaremos a seguir.

Cangam, furtam e matam Em conformidade com o que explicamos linhas antes, dir-vos-emos, caro leitor, que o servio tem por fim especial cangar a criatura A em benefcio da B, cangamento este que vai at matar a pessoa visada, se tanto for preciso, no caso dela se recusar a dar dinheiro ou coisa que o valha pessoa B que mandou cangar, dominar e perseguir astralmente. Em geral, so os amantes ou parentes seus que contratam com o pai de servio o trabalho para matar, se a criatura visada no quiser ceder por bem e ficar dura no cobre como eles dizem. Para tal fim, o pai de servio prolonga as horas do trabalho at depois de meia-noite, se for necessrio, para atrair o esprito da vtima que, ao dormir, arrebatado para aquele covil de malfeitores fsicos e astrais pelos guias protetores de tal monstro o pai de servio. Os espritos, durante o sono e a inrcia do seu corpo, so facilmente atrados a qualquer parte onde as foras ocultas inferiores, os seus terrveis obsessores, os tais pais de servio e pais astrais, os queiram levar, desde que tais criaturas sejam ignorantes, fanticas, religiosas, fracas de vontade e no saibam ou no possam resistir influncia de tais salteadores fsicos e astrais. A atrao faz-se, do seguinte modo: no meio da roda de servio, j descrito anteriormente, o pai de servio risca umas figuras, uns desenhos grotescos, sua maneira, que dizem ser o mundo, mas que denominam marimb. Conforme os arabescos riscados no solo, no centro da roda feita pelas criaturas ao servio do pai, e como para essa gente cada marimb tem o seu valor e mais forte, mais fraco ou de mais pronto efeito um do que outro, desenham, rabiscam o que mais lhes deve calhar. Tm eles: 1o) O marimb de cruz, que uma cruz com uma poro de arabescos cabalsticos em volta. Este favorece mais os filhos que pleiteiam casamentos ricos ou dinheiro. 2o) O marimb de boi, que uma figura de boi, com grandes cornos, rodeada de arabescos diversos, fingindo cobras, jibias, onas ou outros animais grotescamente

rabiscados. Este o marimb que deve facilitar a conquista de mulheres casadas ou homens para estas, ou solteiras que queiram casar. 3o) O marimb, figura de homem morto, rodeado de sapos. Este serve para matar as pessoas que, j fortemente cangadas, no cederam vontade do guia do servio. Esses marimbs so ornamentados nas curvas dos seus arabescos por montes de plvora, que os pais de servio denominam fundanga, e por velas acesas. Depois de assim estar bem carregado (preparado) o marimb, que o pai de servio, d comeo ao seu trabalho, tendo sua disposio um mdium subalterno seu, dentro do marimb, para receber os espritos encarnados que ao servio do marimb foram atrados a qualquer hora da noite em que o seu corpo esteja repousando. Atuado o pai de servio, comeam as atraes dos espritos encarnados que devem ser cangados e tm que atuar no mdium auxiliar. Aps a atrao e atuao do esprito da vtima no referido mdium auxiliar, principia o guia-chefe do servio atuando no seu mdium, o pai do dito servio, a dominar a vtima, a impor-lhe aquilo que dela quer a pessoa que a mandou cangar; e, para mais fazer valer o seu poder sobre a assistncia em geral e seus serviais, manda chegar fogo aos montes de plvora e faz o mdium auxiliar, atuado pelo esprito da vtima, passar e pular diversas vezes por cima do marimb, em todas as direes, na ocasio em que se queima a plvora. Aps esse queimar de plvora, como castigo vtima atrada, se essa ainda se mostra rebelde, aplicado no estpido mdium uma sova de vara de Guin, como se se estivesse a castigar o prprio esprito atuado nele. E assim se explica a causa de muitas pessoas, pela manh, que, em vez de se levantarem bem dispostas, alegres e bem-humoradas, o fazem denunciando na fisionomia mau-humor e irritao, e queixando-se de estar fatigadas, com o corpo doendo, como se tivessem levado uma surra. Em verdade, levaram essa surra, no diretamente no fsico, mas no perisprito, corpo astral, e desde que a surra foi fludica, no podia deixar de repercutir no fsico. , pois, por esses meios que tais monstros cangam, dominam as criaturas ignorantes da verdade, desconhecedoras da sua composio astral e fsica, para delas obterem o que as filhas ou filhos, fregueses do antro, desejam, levando, por vezes, esse trabalho macumbeiro, cargueiro, meses e anos, embora o faam trs ou quatro vezes por semana. Durante o servio, o pai e todos os filhos bebem aguardente com plvora que tenha estado em infuso de razes de Guin, arruda e outras plantas, e cuja beberagem por eles denominada guia e serve para fortific-los para o trabalho. No h necessidade de muita meditao para perceber-se a razo de certas criaturas se deitarem com sade e aparecerem de manh mortas ou curtindo dores cruciantes, outras ficarem loucas, e umas tantas se entregarem bebida, ao jogo e prostituio, quando antes eram pessoas de relativo equilbrio moral e material.

Ainda os exploradores do Espiritismo Como deve ter observado, caro leitor, o fim destas publicaes consiste em fazer luz na alma dos ignorantes, prevenindo-os dos perigos ocasionados pelos praticantes da magia negra, para os quais seria intil escrever, por no pretenderem regenerar-se; ao

contrrio, ficam indignados com a nossa atitude, pois sentem-se bem na prtica do mal e tm prazer em arruinar lares, ocasionar doenas graves e at mortes. Por toda parte existem grupos denominados Servio do Pai Artur, Pai Reviramundo, Pai Mio, Pai Zermo (Jernimo), Me dgua, Me Quitria, Me do Ouro e outros pais e mes de Servio, havendo, porm, entre os chefes de servio, tremendas rivalidades e lutas de se matarem os homens uns aos outros. Cada chefe de servio pretende ter mais fora (assistncia do astral inferior), do que o colega, seu rival, para assim mais fregueses obter e maior renda conseguir no seu negcio, como eles denominam a patifaria que fazem. Entre os praticantes da magia negra, h conhecimento certo e seguro da existncia de espritos sagazes, cognominados de Pai fulano, sicrano ou beltrano, e da rivalidade que existe tambm entre eles, como chefes de falanges, conhecimento esse que lhes serve para evocarem este ou aquele pai, e pedir-lhe sua proteo para atacar A ou B, sem ser vencido pelo servio dele. A luta, em tais casos, titnica, feroz, entre esses pais de servio e seus protetores astrais e fsicos. Trabalham noites inteiras at madrugada, e muitos dias durante o ms, para provar o maior valor, a maior fora de cada um. Essa fora est na razo direta da vontade de cada pai de servio, o que quer dizer que o que for forte de nimo, voluntarioso, disposto a vencer, quem maior assistncia astral inferior, maior quantidade de espritos obsessores atrai, e com ela triunfa sobre qualquer dos outros servios dos colegas, por mais valentes e fanfarres que se apresentem aos seus fregueses ou filhos. Deste segredo, que decorre das leis naturais em que os similares se atraem, no tem conhecimento real essa malta infecta e vil, e as suas vitrias so por ela atribudas ao pai astral A ou B, ao santo tal ou qual, porque esses desgraados tambm tm a mania daqueles que se dizem espritas, chamando-os de santos guias, quando, em verdade, no mal ou no bem, o resultado depende sempre do instrumento humano, que neste caso o pai de servio, o chefe dessas espeluncas. Se o servio A demora a cangar a sua vtima, porque a criatura visada, na maioria dos casos, recorre ao servio B para libertar-se do cangamento do servio A; e o servio B comea, ento, quando procurado pelo visado, a lutar com o seu rival e a procurar proteger e amparar o novo fregus. Essa proteo, que principia e acaba por obsesso, por escravizao s foras inferiores, e sempre uma desgraa, embora com feitio de defesa, de bem-fazer, mas sempre bem paga pelo fregus, prestada como um favor especial a tais incautos, a tais ignorantes, e pratica-se assim: Cada grupo ou servio tem falanges diversas de espritos perversos, chefiados pelo pai astral, que comanda os trabalhos do servio, cada servio pe em ao as suas foras para vencer as do adversrio, e entre tais foras, como se fossem exrcitos, colocam os seus protegidos e os seus cangados, para que o adversrio no consiga o que deseja. Com isto constituem uma espcie de fortaleza em volta de sua vtima ou protegido, e por toda parte acompanham a criatura que os procurou para receber a sua proteo. Nessa fortaleza em que colocam o fregus e as suas vtimas, escolhem sempre os espritos mais fortes; e estes, quer na rua por onde passe o seu protegido ou perseguido, quer nos prprios servios, travam combates astrais, como se encarnados estivessem.

Dessas lutas titnicas entre os do grupo A e os do grupo B, resulta a vitria de uma das falanges; e ento o vencido retira-se, deixando a presa em poder do rival, e tambm quem protegia ou cangava, que passam a sofrer coisas horrveis e maldades tremendas. O pai de servio do grupo vencido lana mo de novos elementos que vo dar novos combates ao grupo vencedor, e se os instrumentos destes se descuidam, o vencedor ser, por sua vez, vencido. Se quiser, caro leitor, convencer-se destas verdades, assista s Sesses Pblicas de Limpeza Psquica do Centro Redentor e suas Filiais, e poder julgar do que so capazes os espritos obsessores, no s pelos reflexos desvendados pelos mdiuns concentrados em correntes fludicas, como pelo triste estado em que ali chegam as criaturas que tenham freqentado tais centrelhos. Neste nosso convite a freqentar as Casas Racionalistas, no h segunda inteno, no s por ser-nos indiferente a quantidade ou posio social dos assistentes, como nessas Casas no h sacolas porta, bandejas sobre a mesa ou passando pelos que a elas comparecem. No Centro Redentor e suas Filiais h independncia absoluta, h mtodo e disciplina racionais que merecem ser observados, para cada um saber tratar de si, ter sade do corpo e do esprito, para ento poder tratar do Todo, que a humanidade. H de haver sempre cretinos a quererem confundir a ao do Centro Redentor, do Astral Superior (porque cada um julga os outros por si), entretanto, e os que tentam infeccionar o ambiente criado pelo Racionalismo Cristo, acabaro por tornar-se vtimas das suas prprias maldades. Ao cristo custa ter que dizer verdades to duras, mas conhecedor que das leis de causa e efeito, sabe perfeitamente que s a dor far o criminoso voltar-se para dentro de si mesmo, e passar a enxergar os crimes que comete.

Evitem o convvio com macumbeiros tremendo o trabalho de tais servios, e o vencedor aquele que mais freguesia adquire entre as camadas sociais; mas tanto os protegidos como os perseguidos desses perigosssimos antros ficam sempre colocados na mesma posio de vtimas das foras ocultas inferiores, que s pela brutalidade ou a animalidade que os domina, satisfazem os terrveis desejos de A ou as covardias de B, perseguidos do outro pai-de-servio; e os resultados materiais que, por vezes, obtm do pai-do-servio C, acabam no valendo nada, porque mais dia, menos dia, o vencedor ser cangado por outro, que tudo lhe tirar, inclusive a prpria vida fsica. Quer isto dizer que tanto o que procura a defesa em tais antros, como o desgraado que perseguido, ficam escravos dos espritos do astral inferior e at do torpssimo especulador pai-do-servio, e acabam sempre na misria moral e material, dentro de mais ou menos tempo. Os coronis politiqueiros, e certos polticos, tambm usam e abusam do servio para a conquista de posies, ou consolidao das que j possuem. Alguns, que so fazendeiros, chegam a instalar nas suas propriedades rurais os pais-de-servio, para neles praticar, vontade, as suas torpezas, pois sabendo que se trata da fazenda do Coronel Fulano ou do Doutor Cicrano, a polcia no os vai l incomodar, tornando-se tais fazendeiros protetores incondicionais daqueles patifes.

H polticos que tambm se fazem clientes de espertalhes que se intitulam professores de ocultismo, instalados no Rio, So Paulo e noutras grandes cidades, e pagam-lhes bem na esperana de que tais refinados malandros tornem realidade os seus desejos de vencer eleies, de conseguir a derrota ou a morte do rival A ou B, para eles, polticos, ficarem em destaque na zona, perante as comisses diretoras do partido. Em certa ocasio, conseguimos obter uma relao de polticos clientes de servio e dos ocultistas, que excedeu a nossa expectativa, pois encontramos, entre os relacionados, pessoas que tinham sido Governadores de Estado! Alm dessas formas de servio, todas da prtica da maldita magia negra, rotulada de espiritismo, fundangas e cangaes, pontenas e molambos, h um detalhe ainda no mencionado, que se denomina fechar o corpo. O pretendente ao fecho do corpo entra no aposento do pai-de-servio, no campo ou nas cidades, e fica completamente nu, e nesse estado de porco pelado ou a pelar, colocado num banco ou esteira; a o pai-de-servio lana mo de uma tinta qualquer, com que faz uma poro de arabescos no corpo do paciente, desde o pescoo at ponta dos ps, de costas e de barriga para o ar. Assim preparado e rezado esse suno humano, lana mo o pai de uma navalha de barba, e com ela vai cortando, embora levemente, todo o corpo do bruto, pelos arabescos que traou a tinta. Depois de bem consagrado o pobre coitado, passa-lhe uma untura de banha de lagarto ou de bode preto, e por cima um cozimento de arruda ou de Guin, terminando com mais uma reza ao santo Onofre, santa presciliana ou pai Jac, lodoro ou reviramundo, para guardarem o filho iniciado, cujo corpo fica assim fechado para todas as influncias astrais, inclusive para a faca (pontena), bala, ou qualquer outro malefcio, coisa feita, afazer etc. For este fecho, paga o fregus o preo combinado pelo ponto fortuna, que na ocasio lhe vendido pelo pai-de-servio. Este fecho de corpo mais um logro para o desgraado que a tal patifaria se submete, visto que no h fecho possvel de corpo que evite a influncia dos espritos inferiores ou facadas, tiros, venenos e outros malefcios a que o ser humano est sujeito, quando no se conhece a si prprio como Fora e Matria nem possui nimo forte para vencer os males fsicos e astrais. A essas misrias se prestam mulheres de todas as classes, homens pergaminhados, capitalistas e pobres, que alm de se sujeitarem a tal sacrifcio, a trabalho to nojento, ajoelham-se sobre gros ele milho ou pedrinhas, para serem iniciados e merecerem o nome de filhos, e a proteo dos servios. De norte a sul do pas, h canjeristas, catimbozistas, mandingueiros e feiticeiros a levar a desgraa s criaturas. De uma feita, o major Aurlio Nogueira, como delegado de polcia de So Lus, no Maranho, teve que dar uma batida nesses antros, e qual no foi a sua surpresa ao encontrar num deles senhoras da mais alta sociedade de So Lus, e dentre elas uma deitada, completamente nua, para submeter-se ao sacrifcio do fecho do corpo. Ficou o delegado to penalizado com a baixeza a que haviam descido aquela e outras esposas de homens respeitveis, e elas tanto lhe imploraram que ocultasse os seus nomes, que resolveu relaxar a priso de todos, macumbeiros e assistentes, naquele momento, para dar nova batida noutra ocasio, prendendo os exploradores da credulidade pblica e processando-os, como consta do noticirio dos jornais de So Lus. Ficamos, porm, possuindo os nomes das senhoras encontradas nesse antro. Existissem muitas autoridades da envergadura moral desse major Nogueira, e essa corja

de malfeitores seria obrigada a ter uma profisso, e estaria, pelo trabalho honesto, depurando os seus espritos. Como v, caro leitor, homens e senhoras de todos os estados sociais, at mesmo aristocratas, descem s macumbas, e c fora fazem questo de passar por criaturas muito boazinhas, que vo s missas de luxo aos domingos, rezadas para a elite. E se a elas algum tiver o atrevimento de falar no Espiritismo Racional e Cientfico, benzem-se trs vezes, dizem credo em cruz, e com nfase: Sou muito catlica... no me meto em espiritismo . . . Sim, o Espiritismo que se pratica no Centro Redentor e suas filiais, no pode satisfazer a tais criaturas que preferem viver enganadas, j que nas Casas Racionalistas teriam de ouvir duras verdades, mas verdades que curam a alma e reforam os atributos morais, alm de retemperar o carter. S a Verdade far livre o homem, disse Jesus. Concorramos, todos, para tornar livres os nossos semelhantes, pois isso fazendo, temos a certeza de estar construindo o slido edifcio da concrdia humana.

Ainda os perigos da magia negra Motivos imperiosos, caro leitor, levaram-nos a interromper, por alguns dias, as nossas publicaes, que sabemos estar a agradar a muitos e a desagradar a muitos mais, mas uns e outros podem ficar certos de que no ocupamos esta coluna para agradar ou desagradar, mas porque o dever a cumprir nos ordena dizer a verdade, e esta havemos de diz-la sempre, enquanto neste degredo o mundo Terra formos presidirios da matria (corpo, que incitamos e movimentamos, na nsia de, dia a dia, mais conhecimentos adquirirmos e, de algum modo, podermos aliviar-nos da carga de faltas do passado, quer dizer, misria e crimes cometidos noutras encarnaes. Todo ser humano tem faltas a resgatar; portanto, leitor amigo, se fazes parte daqueles a quem no agradam as nossas publicaes, no te revoltes, porque mais te desgraas, espiritualmente falando; contm-te e l-as com ateno, desapaixonadamente, e no foro ntimo da tua alma hs de dar-nos razo, principalmente quando chegares a reconhecer o fim das nossas duras verdades, que visam, apenas, dar ferroadas no teu subconsciente, para que o esprito desperte da letargia a que o atiraste e possa, ainda nesta encarnao, conhecer a grandeza da Fora a influenciar sobre ti mesmo. Ento sabers que sendo, como s, uma partcula dessa Fora, tens por dever libertar-te de crendices e buginganguices, para te tornares uma criatura esclarecida a pugnar pela prtica somente de boas aes, e elevando a tua moral e purificando os teus sentimentos e pensamentos. Se assim procederes, passars a condenar a moral convencional e, livre de quaisquer peias, seguirs as pegadas de Jesus, amando o prximo e no querendo mal a quem quer que seja. Se, porm, fores dos leitores que apreciam o nosso leal e franco modo de dizer as coisas, tambm no te deves limitar a, airosamente, comentar o que dizemos, mas procurar ver se algo aproveitaste, a fim de que amanh sejas melhor operrio do que ontem, na grandiosa obra da Inteligncia Universal.

Todos precisamos melhorar os nossos sentimentos. Sem moral no pode haver sade nem paz, e porque a moral vem faltando, que religio, poltica, negcios e famlias se confundem, aumentando a crise de carter que campeia atualmente. Ponhamos entraves derrocada, comeando por zelar pela famlia dentro de princpios de s e elevada moral, moral exemplificada e no convencional de aparncia e utilitria. dela, dessa elevada moral que tratamos, pois, sem querer honras e glrias, mas sim servir Causa do Bem. Assim fez Jesus, assim podero fazer todos, desde que imponham a si mesmos ser bons, e no malvados. No guerreamos os homens de quaisquer seitas, mas a mentira; esta a atacaremos, sem d nem piedade, por ser ela a arma traioeira que matou Jesus e continua fazendo vtimas em toda parte. Do que temos dito, ficou bem claro, resultam sofrimentos horrveis para os perseguidores e os vencidos pelo trabalho ou servio. A cegueira, a paralisia parcial ou geral, a magreza extrema, as torturantes dores renais, do fgado, da cabea e outras, so o menos que acontece a tais desgraados que, por fraqueza e falta de moral, se deixam cangar. A falncia de comerciantes, a perda de empregos, a runa de lares e da vida material, em geral, so os resultados mais terrveis visados pelos servios cangadores e os seus fregueses. E tudo isso se realiza sem as vtimas saberem donde provm tantas desgraas. Uma ou outra pessoa, vitimada por esses infelizes obsessores astrais e fsicos, sabe, realmente, a fonte de tantas torpezas, mas no conhece outro remdio para elas se no o de procurar outros rivais em servio, na v tentativa de desfazerem estes a ao dos seus cangadores. Da o grande mal, como ficou esclarecido na ltima publicao, quando bastaria, para impedir toda ao malvola dos perversos, que as pessoas visadas pelo servio possussem moral relativa, vontade educada para o bem, firme e desenvolta para repelir o mal, para no o temer, sobretudo, e assim afast-lo para bem longe, sem que os seus perseguidores, por maior que fosse o nmero, pudessem venc-los em coisa alguma. Mas os infelizes que outra defesa procuram no melhoram de situao nem podem melhorar, porque ficam colocados na mesma corrente da magia negra, tornam-se escravos do pai-de-servio, a quem incumbiram de defend-los do trabalho feito pelo outro colega seu. Se chegam a conjurar o mal produzido pelo servio A, por pouco tempo, j que o seu protetor, exercendo sobre eles domnio absoluto, principia a explor-los materialmente; e ai dos protegidos que deixarem de satisfazer um pedido ou ordem do seu protetor, porque, desse dia em diante, ficam sendo perseguidos ferozmente, e acabam falindo, desgraando-se material e moralmente. A mesma situao, tem o fregus que tais cangas pede ao servio; esse cangado fica sob o domnio absoluto do pai-de-servio, o seuprotetor, tornando-se uma presa de tais exploradores que dela fazem tudo quanto lhes apraz. H ainda outro sistema de praticar a magia negra, no menos perigoso, que no tempo da escravido era a arma vingadora dos escravos contra os seus senhores ou quem lhes pertencia, quer como famlia, escravos ou empregados. Esse sistema, que se pode, acertadamente, denominar de verdadeira feitiaria, foi inventado e fortemente praticado pelos escravos africanos, prticos em todos os malefcios para prejudicarem os seus senhores e os parceiros ou amigos destes.

Esses, sim, so perigosssimos, porque, alm de trabalhar com foras astrais similares, grandemente inferiores e perversas, aplicam mezinhas, beberagens, ps e outros venenos na comida, nos lquidos e nos ingredientes para a cura de feridas. Os africanos velhos tinham grande prtica do efeito malfico, mortfero e envenenador de certas ervas que aplicavam com certeza absoluta de cegar, aleijar e matar. Eles ensinavam aos seus iniciados (adeptos), nunca em nmero superior a vinte, o efeito terrvel de: a) Semente de mamoninho bravo, socada e macerada em aguardente; b) osso de defunto, cuja carne tenha cado de podre, que raspado e posto numa comida qualquer, produz molstia incurvel; c) sapo verde do mato virgem, sufocado em fogo lento, dentro de uma panela nova, coberta por testo novo, que morre largando uma espuma branca, a qual, diluda em gua, produz a hidropisia mortal; d) folhas de jaboranda, passadas e reduzidas a massa, que aplicadas aos sovacos, produzem suores e salivao; e) raiz de Guin, anhandvora, so contra-poderosssimos para coisa feita. Alm disso, os megangas (feiticeiros) ensinavam uma infinidade de supersties medonhas umas e outras muito ridculas, que a seguir mencionaremos. Essa maneira terrvel de praticara magia negra est a cargo de descendentes de tais africanos caboclos e outros tipos repelentes, ultra-animalizados. Convm, todavia, que o leitor medite um pouco sobre o que vimos escrevendo nesta coluna e, se isso fizer, chegar concluso do perigo que correm as famlias que tenham ao seu servio domstico criadas ou criados que descendam de tais feiticeiros ou freqentem o catimb, canjer, servio, macumba, terreiro etc. A cozinheira, copeira e arrumadeira que dali provenham so elementos perigosssimos numa casa de famlia no esclarecida, e hoje o caro leitor fica sabendo a razo por que certos entes queridos que sempre gozaram sade, de um momento para o outro passam a curtir dores cruciantes que no tm mais cura pela cincia oficial, desencarnando alguns da noite para o dia. Conhece-te a ti mesmo, leitor amigo, desenvolve a tua fora dica, disciplina a tua vida moral e material, como ensina o livro Racionalismo Cristo, pratica a Limpeza Psquica todos os dias, e os elementos maus no te avassalaro nem te enfermaro.

A magia negra descrita pelo fillogo Jlio Ribeiro Da magia negra praticada pelos africanos no tempo da escravido, e hoje pelos seus descendentes e srdidos traficantes do espiritismo, existe uma descrio completa, magistralmente feita pelo grande fillogo, romancista e polemista brasileiro, Jlio Ribeiro, na sua obra A carne. Durante e aps uma das costumeiras danas dos escravos numa das fazendas paulistas de ento, feita a carpa geral como folgana dada aos escravos pelo seu senhor, o Coronel R, assim descreve o grande Jlio Ribeiro uma iniciao feita pelo feiticeiromor Joaquim Cabinda, escravo, octogenrio, intil ao trabalho da dita fazenda:

Enquanto se danava no terreiro, Joaquim Cabinda estava sozinho sentado em um cepo ao p de um fogo de lenha de peroba, no paiol velho abandonado que, a rogo seu, lhe fora concedido para morada. Era horroroso este preto: calvo, beiudo, maxilares enormes, com as esclerticas amarelas raiadas de laivos sangneos a destacarem-se na pele muito preta. Curvado pela idade, tardo, trpega, quando se erguia envolto na sua coberta de l parda, dava alguns passos, semelhava uma hiena fusca vagarosa, covarde, feroz, repelente. Tinha as mos secas aduncas; os dedos dos ps reviravam-se-lhe para dentro, desunhados, medonhos. O paiol velho formava uma vasta quadra de telha v, de cho de terra, esburacado. A um canto, um chalo paus rolios, com uma esteira, um travesseiro negro e lustroso, uma traparia imunda: era a cama do africano. Par baixo do chalo, no desbo escuro, punha uma nota branca, um urinol velho de loua ordinria, desbeiado, com um arquiplago de incrustaes ricas no fundo, muito ftido, nauseabundo. Junto do chato, uma caixa de pinho, cuja fechadura nova, envernizada, destacava-se, muito lustrosa, na madeira carunchada, enegrecida pela fumaa. Em outro canto fronteiro ao chato, sobre uma mesa coxa, um oratrio vetusto de gonzos enferrujados, gastos, rodo dos ratos em vrios lugares, muito ensebado. Pelas paredes, saquinhos de boca amarrada, samburs, porungas de pescoo, guampas de boi, cartolas antiqssimas, sobrecasacas arcaicas de trs pontas na lapela, do tempo do rei. Por todo o cho, abboras, pepinos maduros, espigas de milho com casca, cabos e instrumentos de lavoura, cepos de madeira, cascas de ovos, talos de couve, montes de cisco. A porta estava cerrada: abriu-se e entrou uma negra, ainda moa, magra, baixinha, de olhos fundos, olhar febril (era mdium), vestida de cores multa espantadas, saia amarela, casaco vermelho. Tomou a bno a Joaquim Cabinda, e foi sentar-se, em silncio, junto ao fogo, por ser inverno. Um a um, vieram vindo outros pretos e pretas. Entravam, davam louvado ao velho e, silenciosas, acomodavam-se sobre os cepos ao p do fogo, ao todo dez. Quando completo esse nmero, Joaquim Cabinda disse: Fssa pote (fecha a porta). A negra, que primeiro chegara, levantou-se, cumpriu a ordem e voltou a sentarse em seu lugar. Reinou silncio por largo espao. Fora, ouvia-se a coro retumbando na noite: Eh! pomba, eh! estribilho de cantiga dos que danavam no terreiro, a qual era assim: Serena pomba, serena; No cansa de seren; O sereno desta pomba, Lumeia que nem met! ....................... Eh! pomba! eh! ......................

Joaquim Cabinda acendia um cachimbo de longo canudo e fumava, tranqilo, sem parecer dar f das circunstantes; cerca de meia hora levou absorto, com os olhos cerrados, meditando, cochilando, a puxar fumaas, morosamente, preguiosamente. Quando se consumiu o carrego do cachimbo, sacudiu as cinzas, bateu-o bem, cuidadosamente, soprou o canudo e encostou-o parede. Ergueu-se lento, titubeante, monstruoso, caminhou para o oratrio; chegou, abriu-lhe as folhas das portas, de par em par, tirou fora duas velas de cera que estavam dentro em castiais de lato, riscou fsforos, acendeu-as, iluminando o interior do nicho revestido de papel de prata, moreado. Dois eram os divos desse mesquinho e srdido larrio: um So Miguel, de gesso, cambuto, retaco, muito feio, muito pintado de excretos de moscas; e um manipanso tecido inteirinho de cordas finssimas de embira, pavoroso mas admirvel pelos detalhes anatmicos, estupendo como obra de pacincia. Os negros erguem-se todos, reverentes. Zeromo - disse Joaquim Cabinda -, uss pens b nu qu uss v faz, lapssi? Pens, rneganda. (Pensei, Mestre). In tonsi, uss qu mmo si rissani rimanari ri San Miqu rizma? (Ento, voc quer mesmo alistar-se na irmandade de So Miguel das Almas? ). Qu, meganga, (Quero, Mestre). Que era muito bom, explicou Cabinda, na sua meia, lngua, pertencer um preto irmandade de So Miguel das Almas, mas que tambm era perigoso; que quem no tinha peito no tomava mandinga; que branco queria, por fora, saber o segredo dos irmos de So Miguel, e que para isso surrava o preto, mas que o preto que revelava o segredo de So Miguel, morria sem se saber de qu. Fez o nefito beijar os ps de So Miguel, f-lo beijar os cornos de satans a eles sotopostos, f-lo beijar as partes genitais do manipanso; ditou-lhe juramentos solenes; cominou-lhe penas terrveis, no caso de infrao. Recebeu dele dinheiro, trinta mil ris, seis notas de cinco mil ris, que estavam no bolso da cala, muito enleadas em um lento de chita, muito sujo. Passou parte doutrinria, entrou a inici-lo na arte terrvel dos feitios e dos contras, a dar-lhe meios de matar e curar. Ensinou-lhe muitos efeitos terrveis de diversas razes, folhas, cabeas de cobras, sapo seco, ps, raspagens, lquidos preparados etc. Ensinou mais uma infinidade de supersties, medonhas umas, outras muito ridculas; que a mo ressequida de uma criancinha morta sem batismo um talism precioso para conciliar o amor; que uma lasca de pedra de ara, furtada a uma igreja, fecha o corpo, tornando-o invulnervel a tiros de arma de fogo, a pontaos de arma branca; que caf coado com gua de banho por fralda de camisa de mulher ou por fundilho de ceroula do homem, sem lavar, capta simpatia, amansa gnio bravo; que a corda do enforcado faz ganhar dinheiro no jogo, que uma figa da raiz de arruda, arrancada em sexta-feira maior, remdio soberano de quebranto, de mau olhado; que para inutilizar um mestre feiticeiro, para tirar-lhe o poder, preciso surr-lo com uma vara de fumo e quebrar-lhe na cabea trs ovos chocos. Passou a curar o nefito, a fechar-lhe o corpo, a anestesi-lo para no sentir castigos fsicos; mandou que se despisse, que se pusesse de quatro ps, como uma besta. Murmurando palavras inconexas, frases de engrimano, untou-o com uma pomada ranosa que tirou de uma latinha muito oxidada, borrifou-o com gua de uma

porunga que desprendeu da parede. Disse-lhe que era preciso repetir a operao em mais sextas-feiras, para que o encanto ficasse completo e o corpo insensvel de uma vez. Pelo que estamos transcrevendo de A carne, pode o leitor avaliar o perigo da prtica da magia negra, hoje difundida por toda parte e zelosamente cultivada no s nas fazendas, como tambm nos palcios das grandes e pequenas cidades.

Ainda a magia negra descrita por Jlio Ribeiro Em continuao ao que dissemos atravs destas colunas, transcrevemos da obra de Jlio Ribeiro, A carne, o que se vai ler: Para provar, com fatos, o seu poder, para demonstrar a eficcia dos seus sortilgios, chamou a preta magra, a primeira que viera (mdium). Acudiu ela, aproximando-se, ligeira, muito contente. Passou-se uma cena estranha. Joaquim Cabinda tirou do oratrio uma agulha de coser sacos, comprida, acerada, e tomando o brao esquerdo da preta, atravessou-o de parte a parte, em vrios lugares, por vrias vezes, sem que reumasse um pingo de sangue; a paciente olhava, curiosa, para o brao, sem dar a mnima mostra de dor. Joaquim Cabinda, largou a agulha, afastou-se um pouco, baixou-se, fitou-a de modo particular por sob a plpebra com a pupila brilhante, fixa como a de um rptil. A rapariga soltou um grande grito e levou as mos ao peito. - A bola! A bola! Sufoco! - exclamou. E caiu desamparada, com os olhos esbugalhados, com a boca torta, com os membros contorcidos por convulses tetnicas. Estenderam-se-lhe os braos; os punhos viraram-se para fora; os dedos fecharam-se, penetrando quase as unhas nas palmas das mos; a lngua estava negra e pendente, betada, aqui e ali, por fios de baba escumosa. E revolvia no solo, aos saltos, como uma cobra cortada aos pedaos. De sbito, largou um berro entrecortado, gutural, rouco, que nada tinha de humano. Deu um estremeo, curvou-se para trs, assumiu a forma de um bodoque retesado, quedou-se imvel, dura, firme, em uma posio impossvel; por uma parte tinha o alto da cabea apoiado ao solo, e, por outra, os dois ps que assentavam em cheio, um pouco separados; ao todo, trs pontos de apoio. Os punhos continuavam cerrados e os braos tesos, ao longo do corpo. A rigidez era cadavrica, mais ainda, marmrea, metlica. Joaquim Cabinda sorria-lhe, medonhamente. Com uma agilidade que desmentia o seu vagar, o seu tolhimento costumeiro e de que ningum o teria julgado capaz, trepou, deu um salto sobre essa esquisita ponte humana. Com os olhos reluzentes, com o claro do fogo a refletir-se-lhe na calva negra polida, mostrando os dentes amarelos em esgares diablicos, ele pulava, tripudiava sobre o estmago, sobre o ventre, sobre o pbis da convulsionada.

Ela no se abalava, no se mexia sob o impulso dos ps, sob a ao do peso do monstro; semelhava uma ponte de arco, feita de cantaria. Joaquim Cabinda desceu, foi a um canto buscar um cabo de picareta e com ele entrou a bater-lhe duro no peito, no ventre. Os golpes sucediam-se, crebros, com um som bao, abafado, como se fossem dados em um saco de trapos. De sbito a vtima desinteiriou-se, recobrou a moleza vital, recaiu no solo pesadamente, em atitude humana. Inundavam-lhe o rosto grossas camarinhas de suor. Os assistentes estavam aterrados! O ttrico hierofante desses horrendos mistrios tinha apagado, rapidamente, as velas, tinha fechado o oratrio, estava de novo silencioso, sentado em um cepo, atiando o fogo. A rapariga dormia, profundamente, respirando alto em estertores. Fora, o samba continuava; ouvia-se o cutucar dos atabaques, e o estrupido surdo dos ps; sonoro, melanclico, plangente repercutia o estribilho. Eh! pomba! eh! Assim termina Jlio Ribeiro a real e magistral descrio do feiticeiro, da sua casa, do interior, da sua maneira de iniciar adeptos, de os tornar seus auxiliares, seus escravos e cmplices em todos os envenenamentos, em todas as torpezas astrais e materiais.

Sejamos esclarecidos Foi a prtica da magia negra presenciada por mim, quer em companhia de Jlio Ribeiro ou sozinho quando, como comissrio e exportador de caf, percorria as principais fazendas de So Paulo e quando caava no serto paulista ou goiano at s divisas de Mato Grosso, inclusive no Tringulo Mineiro, desde as margens do Tiet, Mogi-Guau, Rio Pardo, Rio Grande (Alto Paran) at o Araguaia. Por toda parte encontrei hediondos feiticeiros, e se terrveis eram os seus trabalhos, inmeras eram as suas vtimas, como o so hoje, sem que dos efeitos horrveis, desesperadores, de tais venenos, aplicados por eles, diretamente, e por intermdio dos adeptos, membros da irmandade, fosse conhecida a sua origem, visto que o adepto, o iniciado, o filho, deixava-se matar pelos seus senhores ou os parentes das suas vtimas, mas absolutamente no denunciava o chefe, o pai Meganga, nem o nome dos venenos aplicados por ele, como tive, muitas vezes, oportunidade de presenciar. Depois das torpes prticas da magia negra j descritas nestas colunas, entram na mesma linha as tais cartomantes e videntes do Brasil, Portugal e Frana, sendo que na to apregoada cidade da luz Paris todas as patifarias se praticam com a mesma desenvoltura das grandes e pequenas cidades do Brasil e da Amrica Espanhola. Essas cartomantes, ditas volantes, so, em geral, mdiuns videntes e auditivos completamente avassalados, e quem as procura e com elas trata, fica entregue s foras inferiores (astral inferior), sujeito mesma quantidade de fora malfica, como se tratasse com os antros da magia negra.

Tm essas criaturas grande clientela para arranjar vidas e tratar de desordens domsticas, provindas de avassalamentos dos lares e da obsesso das pessoas que os constituem. Cegos propositais ou no, so os tais fregueses dessas repugnantes criaturas, que nem observam que, se tal gente e os espritos que os assistem pudessem dar fortuna e paz aos lares, no viveriam elas prprias na pobreza, a exercer a profisso criminosa de atrair espritos para desgraar criaturas e lares. Com os conhecimentos que vem proporcionando o Centro Redentor, s podem permanecer na prtica dessas misrias, dessas verdadeiras patifarias, os seres despidos de honra e vergonha, sem carter, por aprazer-lhes rastejar no lodaal nauseabundo da imoralidade, da corrupo, e se sentirem bem com o bafejo fludico dos espritos quedados na atmosfera da Terra, com idnticos desejos e vcios dos seres humanos que os atraem. Quem desce a um antro da magia negra, seja em casa rica ou espelunca, passa a ficar corrompido do corpo e da alma, e mais dia, menos dia, ser uma criatura avassalada. Leis so leis. Elas so naturais e imutveis, e na sua prtica o que regula a vontade e o pensamento. Ora, desde que a criatura, por ignorncia ou no, delinqe, tem ela, e s ela, de reparar o mal feito a si ou aos outros. Tudo o que se faz grava-se na aura dos seres como dbitos espirituais que eles tero de resgatar nas sucessivas encarnaes. Vemos criaturas que nos parecem no merecer passar pelo que esto passando, mas se as submetermos apreciao da razo esclarecida, perante a lei da reencarnao, facilmente concluiremos que elas esto apenas se purgando de males praticados noutras existncias. Convm, caro leitor, ter muita cautela com a melosidade dos espritas evangelistas, que tudo levam conta de provao e no fazem o menor esforo para uma melhoria material e moral. Estes, como os canjeristas, so criaturas perigosas em qualquer lar. O Espiritismo Racional e Cientfico Cristo explanando princpios doutrinrios, visa no ferir sentimentos religiosos de crentes de qualquer seita, mas sim fazer luz na alma de todos para que cada um chegue convico de que em si mesmo residem o bem e o mal, e que dever do ser humano desenvolver s as virtudes, deixando ofuscado o mal. A desenvoltura deste que nos leva a todas as runas morais e materiais. Compreenda-se a Vida criadora de tudo tal qual , e teremos a felicidade de sentila em ns mesmos, sempre que estivermos movidos pelo desejo de aperfeioamento moral, criando um lar honrado, zelando pela famlia, fundando uma sociedade dotada de bons sentimentos e melhores costumes.

impossvel dar o que no se tem Todos os espritas, mdiuns ou no, tm por dever instruir-se, dia a dia, sobre os porqus do Espiritismo, para chegarem concluso de que praticar a Doutrina Esprita no desenvolver a mediunidade a torto e a direito, para dar receitinhas em qualquer lugar, nem invocar espritos para tratar de coisas materiais e chegarem at prtica de monstruosidades.

Por esse caminho, se no tivesse aparecido o Centro Redentor para pr termo desenfreada desenvoltura de mdiuns, verdadeiros loucos alguns e obsedados todos, seria o mundo, dentro de pouco tempo, um verdadeiro pandemnio, ningum mais se entenderia, e todos os seres acabariam anormais. Felizmente, pude despertar a tempo de cumprir a minha misso na Terra, auxiliado pelo meu querido companheiro Luiz Alves Thomaz, e desde o momento em que constatei a existncia da vida fora da matria, passei ao trabalho da pesquisa, estudando, a fundo, a Fora Criadora de tudo, que sentia em mim mesmo e me intua para a prtica do verdadeiro espiritismo (que cientfico e no religioso), pregado por Jesus na sua poca e que os homens deturparam deliberadamente. Jamais abandonarei o campo da luta enquanto permanecer neste alambique depurador de almas, e bem sei que muitos se sentem feridos com as duras verdades que no posso calar e afastam-se do Centro Redentor para juntar-se a outros infelizes que nos centrelhos e baicas dirigidos pelo astral inferior se supem grandes senhores e conhecedores do espiritismo, e invocam seus pretos Lodoros, Urubats e magna caterva astral para ver se me conseguem cangar, avassalar e aparceirar com eles para a prtica de todos os crimes, em nome de Jesus, e da tal caridade humilhante, a maior das perversidades para com os infelizes ignorantes do que so a alma e o corpo. Pela imprensa tenho procurado esclarecer a todos os papas do espiritismo, chamando at a contas os tidos como chefes, sendo-lhes demonstrados todos os seus erros que redundam em crimes, por estarem fabricando loucos por toda parte e, em conseqncia, originando desgraas morais e materiais, mas nenhum quis abandonar o seu pedestal de intrujice. Esto obsedados de todo uns e tm desencarnado desastrosamente outros, ficando cegos e paralticos muitos. Alguns tm a certeza do mal que praticam, mas cultivam a sua rvore de modo a que ela continue a proliferar em frutos que nada mais so do que grandes venenos e males para eles prprios e para os desgraados que os procuram, pensando aliviar os seus sofrimentos ou endireitar as suas vidas tortas pelo mau uso do livre-arbtrio de cada um, e s remediveis pelo bom uso que de tal livre-arbtrio fizerem. Um bom conselho valer muito, mas cada ser tem que responder pelo que fizer e no poder deixar de por si organizar a sua vida; os de fora podero ajud-lo a vencer, se possurem valor moral e material. No se pode dar o que se no possui. Logo, quem procura tais espritas para arranjar a vida, mais se arruna. A vaidade dos papas caricatos do espiritismo cega-os, e no os deixa ver com clareza: apregoam-se missionrios , que o so de fancaria, e no pensam por si nem do trato ao raciocnio, limitando-se a receber supostas ordens do espao, mensagens do alm, e os seus guias protetores dizem-lhes, vaidosamente, que tm tido conferncias com Scrates, So Paulo, So Pedro etc., nos templos, razo por que s vezes no os podem atender de pronto e do-lhes a conhecer o teor das conferncias, passam-no como coisa sagrada, o supra-sumo vindo do espao para os rgos espritas e os crentes, todos basbaques, doentes da mente e do fsico, recebem a lio como manjar vindo do cu . . . e que no passa, na realidade, de brincadeira de espritos zombeteiros quedados na atmosfera da Terra, que foram bomios quando encarnados. Pobres infelizes! No vem o ridculo em que caem, mas tudo lhes h de custar caro, quer aqui quer no espao, onde sero juzes de si mesmos e tero tremenda vergonha dos ridculos papis que representaram.

Para os observadores imparciais j no passa desapercebido o estado fsico e mental desses espritas, pois no se encontra um mdium bblico que possua verdadeira sade de corpo e da alma. So todos enfermos, e claro que enfermos no podem dar sade aos outros e, muito menos, explanarem a Verdade. Para falar-se em nome de Jesus, preciso ter sade do corpo e da alma. Teimar no erro ser criminoso proposital. Jesus que, como homem, estava sujeito s leis do mundo fsico, s naturais intempries, algumas vezes enfermou e, em uma delas, foi hspede de Nicodemos, ficando numa das suas fazendas cerca de sessenta dias, para restabelecer-se, s voltando a prelecionar ao povo quando forte do corpo e desanuviada a alma dos dissabores e infmias assacadas contra a sua pessoa pelos sacerdotes fariseus. Deu-nos, pois, o exemplo de que com o esprito torturado pela maldade humana e abalado o fsico, no se podem produzir obras boas, dizer a Verdade, de modo a que ela cale fundo na alma dos ouvintes. Sejamos verdadeiros discpulos de Jesus, e jamais mintamos em seu nome! Honremo-lo praticando sempre o Bem, para termos sade e paz de esprito, a fim de podermos reparti-las com os que sofrem moral e fisicamente.

A Fora Astral Conhecido o mal, os terrveis efeitos produzidos pela prtica do baixo espiritismo e suas variantes, desde o servio em campo aberto, do Canjer, Candombl, Feitiaria dos Africanos, at s cartomantes profissionais do ocultismo, e ao servio praticado por altos polticos, claro ficou nos escritos anteriores que essa prtica (a atuao dos espritos inferiores e a confabulao com eles), a causa dos grandes males de que sofre a maioria dos seres humanos, desde a runa dos lares paralisia, cegueira, loucura e falncias comerciais, nosso dever indicar o remdio preventivo e curador para esses males terrveis. Fomos clarssimos na explanao das misrias produzidas pelas foras ocultas que imperam e guiam esses antros que se denominam Centros ou Grupos espritas, servios, feitiarias etc., para assim todos ficarem sabendo que nada de novo existe na Terra e quais os porqus, a causa dos males e dos grandes sofrimentos morais e fsicos por que passa o gnero humano, desde os eruditos aos analfabetos. Assim procedendo, cumprimos os Princpios Racionalistas Cristos, que afirmam e provam que no se podem prevenir nem curar os males da humanidade, sem lhe falar ou escrever claramente. Concluda, pois, a primeira parte da explanao da Verdade sobre os males que tais prticas, tais evocaes de espritos, tais procuras de arranjos de vida produzem, vamos agora tratar dos remdios para esses males. Tudo quanto existe no mundo, que se v, se apalpa, se olfatiza (e tambm se sente, sem se ver, se sonha e se v com os olhos da alma), tem uma origem, uma causa inteligente, que a Fora, primeiro elemento componente do Universo. Essa Fora, denominada pelo vulgo Deus e pelos esclarecidos Grande Foco, a Vida Inteligente Universal, de que o ser humano uma partcula em depurao neste planeta em evoluo, e assim em ascenso para essa fonte, para essa nica origem de tudo.

Ela se faz sentir em todos os corpos e em toda parte, neste e nos outros planetas, pelos raios fludicos que envolvem o Universo, agindo sobre as plantas e seres dos reinos da natureza, os quais muitos no vem nem conhecem, mas cujos efeitos sentem nos seus corpos fsico, astral e mental em todo o seu eu. De acordo com esses raios sonoros e harmnicos, que so naturais e imutveis, que todos os seres vibram, pensam e vivem moral e materialmente. Nesse viver reside o segredo do bem e do mal que beneficia ou tortura todos os seres, por nele imperar a lei de atrao que a criatura pratica com os seus pensamentos, vibraes do seu prprio esprito, ao servio da sua vontade. De acordo, pois, com a educao da vontade dos seres, assim eles irradiam os pensamentos que (pondo em prtica a lei de atrao) atraem para si e para o seu meio as Foras, que so espritos inferiores ou superiores.

Espritos bons e maus , como j dissemos, na vontade de cada ser humano que reside a causa de todo bem ou de todo mal de que ele acometido; portanto, a vontade irradiadora de pensamentos (estes ao servio daquela), a causa nica e o segredo de todo xito ou fracasso na vida. E no esprito ou alma que possumos o remdio para todos os males fsicos ou morais, e no em A ou B. Carecendo os males do corpo de medicamentos e alimentos racionais adequados reconstruo celular deste ou daquele rgo, podem eles ser prescritos por mdicos competentes, mas nenhum efeito surtiro se o enfermo no estiver em boas condies psquicas. Se se achar obsedado, avassalado, se seu esprito no reage, no d calor, no d vida ao prprio corpo, apesar de ser este obra sua, pois, foi ele quem o modelou com matria ambiente dos pais, e csmica, trazida do mundo que lhe prprio. Os espritos da atmosfera da Terra que assistem a curandeiros etc., nada curam, porque nada possuem de bom para poder curar. Seu trabalho consiste em dominar a falange astral assistente do doente, passando um esprito sagaz, que foi mdico, quando encarnado, a espargir fluidos sobre o enfermo. Em seguida, ele receita qualquer droga, por intermdio do mdium que o recebe, e devido confiana com que o enfermo ingere a tisana, do-se as melhoras, mas apenas aparentemente, pois dentro de pouco tempo tal enfermo fica pior, at sujeito a desencarnar bruscamente, ou a ficar louco furioso. A razo disso simples: os espritos que assistiam antes ao enfermo, e os pertencentes nova falange que os dominou, travam combates dentro ou na porta da casa do doente, como fazem os encarnados arruaceiros da pior espcie, e desse conflito astral resulta ser criado um ambiente, uma atmosfera pesada para o doente, e no s para ele, como para todos da famlia. Esses espritos, vivendo na atmosfera da Terra envolvidos no fluido que lhes prprio e no deste planeta, que pesado, denso, enfermio, devido s exalaes de todos os corpos e, principalmente, dos j em decomposio, que podem dar a quem assistirem, seno doenas e perturbaes? Para que se possam fazer curas no Espiritismo, necessrio que os dirigentes dos Centros possuam sade fsica e mental e faam jus a assistncia dos espritos j livres deste mundo, que s podem a ele descerem correntes fludicas devidamente

organizadas, constitudas por criaturas de relativa moral, pelo menos, e ento, pela ao irradiativa desses seres, que se produz a lei de atrao, descendo o Astral Superior corrente, onde fica apoiado, para espargir seus fluidos beneficiadores trazidos dos seus mundos de luz, e com esta luz desbravar as trevas da ignorncia e arrebatar os espritos avassaladores dos encarnados enfermos. Afastados esses espritos malfeitores, e fortificados os dos encarnados, passam estes a poder raciocinar com mais acerto, dado o clarividenciamento deixado pelos Espritos de Luz, e assim, senhores da situao real, dispem-se, como espritos encarnados, a dar melhor orientao espiritual e material ao seu viver terreno, irradiando todos os dias, a horas certas, s Esferas Superiores, fazendo a Limpeza Psquica (da alma) com a mesma regularidade com que fazem a do corpo, para poderem estar em qualquer parte sem incomodar a ningum com o cheiro exalado por falta de higiene. Assim, procedendo disciplinar e metodicamente, dificilmente enfermar. O ser humano um instrumento irradiador de fora astral inteligente, a qual, se acionada s para o bem, atrai para si foras idnticas que o fortificam e auxiliam a caminhar com segurana e a bem cumprir o seu dever durante a sua estada neste planeta depurador. Quem for forte de alma e no quiser para os outros o que no deseja para si, tiver a vontade educada para enfrentar a luta pela vida, para suportar, com valor racional e resignadamente, os sofrimentos derivados dessa luta, que destinada a todos os seres racionais, no pode, se tal disciplina praticar, ser atingido pelas foras astrais inferiores, nem pelas desgraadas e malvadas criaturas que a estas servem de instrumentos. Os seres esclarecidos, possuidores de vontade forte, no sofrero os efeitos terrveis dos depravados cangadores, feiticeiros e magna caterva. De acordo com a lei de atrao, os similares, os que pensam com elevao moral e so ponderados, moderados, justos e honrados, atraem outros seres de idnticos sentimentos e repelem, afastam para longe de si os patifes astrais e fsicos, que voltaro aos seus antros para a prtica das suas misrias. Estas, entretanto, jamais atingiro uma criatura de valor e honradez que viva para o trabalho e a famlia. preciso, pois, educar a vontade, no ter medo de coisa alguma e estar absolutamente certo de que nela, na vontade e no pensamento que reside todo xito, por constiturem eles a fora vencedora de todas as misrias astrais e humanas. de todas as perversidades, de todos os males irradiados por tais desgraados, que tantos danos produzem aos fracos, fanticos ou acovardados. A vontade reside no prprio esprito, e no deve ser confundida com o desejo, que puramente material, a satisfao dos impulsos da carne, funes naturais do corpo, mas que precisam ser reguladas pelo esprito, pela vontade espiritual, para que haja comedimento em todos os atos da vida fsica, pois dar expanso desabrida aos instintos bestiais, chegar obesidade, paralisia, tuberculose, loucura. preciso saber comer, saber o que se come, e saber beber, vestir, recrear e, sobretudo, ser moderado na vida sexual. Trabalhe-se para educar o pensamento e a vontade s para o bem, e desaparecero as meretrizes, os lupanares, as casas de jogo, os centrelhos espritas, os macumbeiros e todas as fbricas de delinqentes, para surgir, ento, a verdadeira famlia crist, o homem e a mulher a buscarem cedo, (dos 20 aos 25 anos) a unio pelo amor, orgulhando-se de dar frutos dessa unio para a formao de uma sociedade melhor, esteio de uma nao.

No se confundam, nunca, desejos de comer, beber e praticar animalidades com a vontade que, quando educada para o bem, vence todos os mpetos, todos os desejes desordenados e regulariza a vida fsica e a astral, tudo colocando nos seus lugares, para assim a criatura bem pensar e ter a segurana moral necessria para bem cumprir os seus deveres, que s se cumprem quando no se egosta, invejoso, maldizente, vaidoso e trate cada um da sua vida, no intervindo na vida dos outros e esquecendo os seres maus para no atrair a sua malfica assistncia, sempre obsessora, sempre danosa. Fora do pensamento no h remdio nem salvao para quem quer que seja! Que o mau reconhea depressa o quanto se lucra em ser bom, em seu prprio benefcio.

Viver pensar, raciocinar e trabalhar Pelas nossas duas ltimas publicaes, deve ter verificado o leitor que no prprio ser humano que existe o remdio para vencer na vida, para no ser cangado pelos vrios ramos da magia negra, nem ser furtado nos haveres materiais e morais, e para ter sempre sade e tranqilidade de esprito. na vontade e no pensamento, ao servio dela, que est o lenitivo para todos os males, para a neutralizao das irradiaes perversas dos encarnados e da ao malfica, terrvel, ultradanificadora das foras ocultas inferiores colocadas ao servio de tais criaturas, verdadeiras feras humanas, criminosas conscientes, as quais s desaparecero vencidas pelo progresso moral (espiritual) que a humanidade for alcanando, lenta, mas infalivelmente, por meio da reencarnao. As geraes futuras, portanto, no mais aceitaro crendices absurdas, buginganguices nojentas, pois seu grau toe espiritualidade far com que delas se distanciem os malvados, que acabaro por reconhecer que devem tornar-se seres melhores. No h quem possa fugir s conseqncias da lei espiritual da evoluo que se opera atravs das reencarnaes dos espritos das esferas inferiores ou mesmo das Superiores, desde que tenha passado pelo mundo sem deixar rastro de aperfeioamento moral. Tudo evolui, portanto, mundo e seres que o habitam, mas o viver na Terra s se tornar mais ameno, quando for de categoria espiritual elevada. Por enquanto, ainda impera no mundo a inferioridade espiritual, alis bem visvel, atravs do proceder moral e material das criaturas. Uma criatura de elevao espiritual est sempre propensa a desculpar as faltas alheias, nunca irradia maldade nem deseja vingana. Sofre, afasta-se, no quer mais saber de quem lhe ocasionou sofrimentos e no profere uma palavra de revolta, dio, malquerena ou vingana, ao passo que a criatura de categoria espiritual inferior, nada desculpa, rancorosa, rumina noite e dia a maneira de vingar-se de quem lhe fez alguma coisa que a contrariou, ainda que se trate de fatos de somenos importncia. O esprito inferior traidor, hipcrita, desleal em tudo, e para saciar os seus desejos, no respeita a honra alheia nem mede conseqncias. Enquanto a criatura que teve a infelicidade de cair em seu desagrado no for enlameada moralmente ou curta dores fsicas, no fica saciada a sua alma perversa.

Agir neste mundo s pelo instinto viver animalizadamente, nivelar-se ou inferiorizar-se aos irracionais. Os que assim procedem andaro sempre perturbados e acabaro vencidos na luta pela vida destinada a todas as criaturas. bem lamentvel que seja esse o viver da maioria da humanidade, pois poucos so os que do importncia s coisas do Esprito que so as principais, visto ser ele partcula da Fora Criadora, do que vemos e no vemos, mas sentimos. A essa Fora o vulgo chama Deus, sem compreender, porque a materializa, e serve-se do seu nome para negociar, intimidar incautos, explorar ignorantes e praticar atos que aberram dos princpios de uma s e equilibrada moral. Leia com ateno estes escritos, prezado leitor, para que no continue a alimentar dvidas no seu esprito e no tenha mais iluses nem teimosias materialistas, com formas sectricas e religiosas, que no fundo dogmtico so o mesmo materialismo, apenas enfeitado com idia de falsa espiritualidade. Esforce-se para praticar somente o bem, como ensinam as obras editadas pelo Centro Redentor, que tudo explanam claramente, pelas quais aprendemos a conhecernos como Fora e Matria, para podermos vencer tudo o que de mal existe dentro ou fora de ns, irradiado ou captado, em conformidade com o nosso estado psquico, e mais: 1) Educar a vontade para s irradiar pensamentos de valor e praticar boas aes, sem pensar em espritas de fancaria ou outros seres quaisquer que no possuam as qualidades que nobilitam o homem: trabalho, valor, honra e dignidade. 2) Afastar da mente toda imagem que representar o mal e no ter medo das feitiarias, despachos ou de excomunhes. 3) Estar sempre ocupado com coisas teis, no falando em espiritismo nem em espritos quando tiver de tratar de qualquer assunto material com presidentes e mdiuns de centros espritas. 4) Procurar ter verdadeira noo do dever e assim, a obrigao de defender o seu direito, a sua propriedade, a sua famlia, enfim, os seus legtimos haveres morais e materiais. 5) Ser forte e saber lutar fsica e mentalmente na defesa dos seus direitos e de si prprio, como o dever de todo ser que pensar e raciocinar. O covarde no vive; passa pela vida, como o tempo passa por ele.

S tem valor o fundo, no a forma Como temos explicado nestas colunas, o Racionalismo Cristo, desde 1910, vem clareando tudo para que a humanidade possa libertar-se das garras dos abutres fsicos e astrais, ensinando-lhe os remdios para os seus males. Tais remdios, porm, dependem muito do livre-arbtrio do prprio ser, e quando este, pela corrupo de seus hbitos, m educao da vontade e inferior categoria espiritual, prefere dar expanso carne, torpeza, pura animalidade, no praticando a Limpeza Psquica e o que ensina o livro Racionalismo Cristo, claro que o resultado no se faz esperar e o indivduo torna-se fatalmente vtima do livre-arbtrio, dominado por seus instintos animalizados. No basta ler essa obra ou outras do Centro Redentor; preciso praticar o que elas ensinam, modificar todo o viver material e moral, pois dessa prtica resultar ento todo

o bem, todo o progresso espiritual e at material, seja qual for a profisso ou categoria social da criatura. Para combater males da alma e do corpo, precisa o ser humano: a) No assistir s sesses espritas (vulgo magia negra), ainda que com carter religioso; b) no querer saber de espritos nem de mdiuns de tais centros, para coisa alguma; c) no manter relaes sociais com tais mdiuns ou pais-de-servio de mesa oude sesso; d) considerar perniciosos ao convvio familiar os praticantes da magia negra e todos aqueles que da honra e dignidade no possuem noo; e) seguir, disciplinarmente, o que preceitua o livro Racionalismo Cristo, praticar a Limpeza Psquica, diariamente, fazendo irradiaes para afastar os maus espritos e no temer coisa alguma nem ter medo de espritos ou de criaturas, evitando, porm, por princpio de higiene mental, que seus pensamentos e at olhares se cruzem com os dos seres tidos como maus. Quem praticar o que acabamos de aconselhar, ficar com o esprito livre da assistncia dos espritos obsessores, tornar-se- forte para a luta, apto para melhor raciocinar e assim no se deixar envolver nas malhas das foras astrais inferiores que venham a ser atiradas por seres malvados, praticantes da magia negra. Qualquer pessoa, seja qual for a sua idia sectarista, praticando o que o folheto Limpeza Psquica ensina, ser beneficiada, porque o que tem valor o fundo e no a forma, como o so as diversas seitas ou religies, e quando a alma pensa, vibra com fora e vigor, com o desejo de ser boa, de praticar a s moral ainda que relativa, est evoluindo. O indivduo pode dizer-se cristo, catlico, protestante ou mesmo racionalista cristo, e no passar de um intrujo e comediante hipcrita; sua alma no vibra, no sente, est apenas repleta de preconceitos religiosos ou sociais, de maus hbitos, de vcios, enfim, idntico a qualquer malfeitor, mas como lhe facultado ocultar o pensamento pelas palavras, infiltra-se, diplomaticamente, em todos os meios convenientes e deles tira partido. Pensar bem, desejar bem a todos, ainda que tenham formas religiosas diversas, estar o ser apto a ligar-se s esferas superiores, s almas puras, no do cu, porque este, como o inferno, no existe, mas dos mundos astrais, das casas do Pai, como disse Jesus. Eis o que o Racionalismo Cristo visa ao aconselhar a fazerem a Limpeza Psquica: limpar astralmente e ligar espiritualmente os encarnados s Foras Astrais Superiores, que com a sua luz e fluidos benficos transmitem fora, vigor e raciocnio aos seres humanos que a eles se sabem ligar pela prtica de boas aes e pela vontade e pensamentos exercitados para o bem. Nada de dios! Faamos por ser bons, amando-nos uns aos outros.

O Espiritismo Cientfico e os exploradores do povo Alm dos hediondos crimes j descritos, praticados por todos os ramos da. magia negra, inclusive a chamada magia dos bruxos, alm desse infecto e vil baixo

espiritismo, h o ridculo das manifestaes espritas, das comdias grotescas dos tais mdiuns e divinos protetores, das maneiras e modos cabalsticos dos pais-de-mesa e celebrrimos presidentes de sesso. Antes de conhecermos bem a humanidade e a categoria espiritual de cada membro seu, surpreendia-nos ver pessoas de certa cultura descerem aos antros da magia negra, centros e baicas espritas dirigidas por criaturas sujssimas do corpo e da alma, e a elas se nivelarem. A prxima civilizao, porm, chamar a prestar contas toda essa gente. Homens e mulheres de destaque social, criaturas cultas e no cultas que no tm feito outra coisa seno praticar o mal, que descem a confabular com mdiuns e presidentes nos centrelhos ou arapucas que se intitulam espritas, que alimentam o vcio, propagando o jogo, o luxo e o meretrcio, ho de responder, e no demorar muito, por essa tremenda crise moral que se observa. As pessoas de destaque social que alimentam, material ou moralmente, as cartomantes e feiticeiros nos seus antros de misria, confundem-se com eles, e mal sabem que esto cavando, por suas prprias mos, a sua runa moral e material. Tais seres, desde os de destaque social aos desprovidos de fortuna, procuram o tal espiritismo para ver se conseguem empregos rendosos, sorte no jogo do bicho ou na loteria e outras coisas, sem observarem, nesses infernos de torpezas, o ridculo e a intrujice dos mdiuns e dos espritos inferiores que neles atuam, exploradores de supersties e crendices, fazendo de todos os assistentes verdadeiros bocs. Se tais criaturas estivessem em bom estado de raciocnio, no lhes seria difcil concluir que um esprito superior, uma pureza astral, no podia ali descer, por faltar-lhe ambiente moral e espiritual e, alm disso, nenhum esprito pode alterar as leis que regem o livre-arbtrio dos seres. Muito menos podem os espritos dar fortuna material a quem quer que seja, porque se tal pudessem fazer, tinham por dever melhorar primeiro a situao dos seus instrumentos, mdiuns e presidentes, dando-lhes haveres materiais que os habilitassem a no viver infringindo disposies do Cdigo Penal com a explorao dos incautos edesamor ao trabalho. Como pode um ser sem requisitos morais e materiais, arranjar colocao e meios de fortuna para os outros? Passemos, agora, s receitinhas. hbito na Capital do pas e dos Estados, nos grandes meios sociais, convocarem-se reunies espritas, ultra-ignorantes, hoje na casa do capitalista F, ou do Dr. A, B e C, e amanh na de Fulano ou Beltrano. Um dos tidos por grande experiente na presidncia das sesses toma a cabeceira da mesa, ocupando os demais os outros lugares, tambm mesa, ou nesta ficam somente o presidente e o mdium, e os assistentes espalhados pela sala. O presidente faz as preces, o mdium fica atuado e o esprito apresenta-se com o clssico: que a paz de Deus esteja convosco, meu irmo ao que o presidente responde que assim seja, meu querido irmo, sede bem-vindo. Quereis algumas receitinhas, no ? Sim, irmo. Lede ento os nomes dos irmos necessitados. O presidente comea a leitura, e o mdium vai receitando: Brinia, 5.a, uma colher de hora em hora, e assim por diante.

Ao mdium que assim pratica a divina caridade, passam todos a render as suas homenagens, tornando-se ele uma espcie de semideus entre os obsedados da sua grei. Saber, porm, o leitor que esse mdium por vezes uma criatura paraltica, tuberculosa, ou uma mulher que tem dois ou trs amantes, trocando-os como qualquer outra meretriz que agrada ao que mais luxo lhe der? E se homem, torna-se, no raro, o sedutor da esposa ou filhas dos donos das casas onde chamado a receitar? V que monstruosidade! Se duvidas disto, caro leitor, procura as varas criminais e examina nos seus arquivos os processos que por elas passam, bem como, tomando as precaues precisas de ordem fsica e mental, dispe-te a freqentar esses meios espritas, dando-te como muito crente, e depois, se no chegares a ser dominado pelo meio, se a tua moral for firme e o teu carter impoluto, conta-nos o que presenciaste e diz-nos se no ficamos neste relato muito aqum do que nesses meios se passa. H, no h dvida, criaturas dignas de compaixo, porque tendo ainda requisitos morais entregam-se, fanaticamente, prtica da mediunidade, certas de que esto sendo missionrias do bem, fazendo a caridade, que consiste em dar receitas, no se apercebendo de que o seu estado fsico e mental est perigando dia a dia. Entristece-nos isso, porque tais seres acabam indo parar no hospital e outros nas chamadas casas de sade de enfermidades mentais, onde se registra, como causa do mal, o delrio do esprito, em virtude da prtica do espiritismo de fancaria. Todos os dias, no Centro Redentor e suas Filiais, chegam enfermos da alma tirados dessas casas pelos seus parentes para serem normalizados nas suas correntes fludicas, nas Sesses Pblicas de Limpeza Psquica. Diariamente, pois, temos cincia dessas desgraas e, como dissemos, ficamos tristes, no s porque so seres em essncia espiritual nossos irmos, como porque sendo o Espiritismo a cincia das cincias, a nica e verdadeira Doutrina da Verdade praticada por Jesus, que normaliza loucos e outros males, ele tomado por muitos, por maldade ou ignorncia, como sendo causador da loucura, quando certo que esta de origem psquica, tem por causa nica a falta de moral, a nenhuma educao da vontade, a ignorncia crassa da composio do Universo e, assim, a astral e fsica do ser humano.

Espiritismo e mistificaes As ridculas prticas da magia negra, baixo psiquismo a que se entregam as criaturas menos esclarecidas, malvadas algumas e incautas ou ignorantes muitas, s tm servido para mais perturbar a humanidade. Essa evocao de espritos para deles se saberem coisas e receberem instrues dos clebres protetores do Espao ou camarades como muitos os chamam s serve para mais avassalados ficarem os invocadores e mais obsedados fazerem estes, porque todos, praticantes e consulentes, passam a ficar dominados pelo astral inferior, que so espritos zombeteiros e malfeitores que perambulam na atmosfera da Terra. Nessas sesses de baixo espiritismo, aps as chamadas mensagens do alm, ou receitinhas, h sempre um ou dois consulentes a pedir notcias de pessoas falecidas em tal dia, ms e ano, e a resposta quase sempre esta: Meu irmo, a situao dessa pessoa no lhe permite aparecer nesta sesso; ela carece de preces dirias, porque assim o exige o seu estado.

Diante dessa resposta, o consulente quase sempre uma senhora cai em pranto, chora, solua e todos os demais movem os lbios fazendo as preces. Mas, devemos esclarecer que tal evocao e resposta so falhas de verdade: 1) porque um esprito, nesse estado de perturbao, est sempre junto pessoa que nele pensa; 2) por estar sempre pronto a tomar qualquer mdium, em qualquer lugar em que este lhe d entrada, que o deixe atuar e dizer o que lhe aprouver; 3) porque o ambiente nessas sesses prprio para essas atuaes, pois os espritos ali se encontram como se ainda estivessem encarnados, sentindo tudo quanto sentiam quando de posse do corpo e conhecendo as pessoas com quem conviviam, podem fazer referncias a coisas ou fatos delas s conhecidos; 4) porque o pranto e soluos do consulente so sempre a prova provada da atuao feita pelo esprito nele prprio. H casos em que esses espritos chegam a dizer s criaturas com quem conviveram que no deviam ter ido ali e que, invocando-os, s males lhes fazem. Isso uma grande verdade. Males a eles espritos, e males bem grandes aos encarnados, que passam a ser fcil presa das falanges do astral inferior. Se houvesse verdadeira noo da vida espiritual, pessoa alguma se atreveria a invocar espritos, a no ser aqueles que j se sabe estarem livres da atmosfera da Terra, e assim mesmo s em sesses dirigidas pelo Astral Superior, onde h corrente fludica e instrumentos de reconhecida honestidade e boa moral a obedecerem disciplina constante do livro Racionalismo Cristo. Essas invocaes so para benefcio geral, e nunca para satisfazer curiosidades ou tratar de seres ou coisas de natureza material ou pessoal. Acresce a circunstncia, ainda, de que os espritos que desencarnam em estado de obsesso situao a que chegaram pela ao do astral inferior sobre eles ficam a este escravizados, sem liberdade para atuar e se manifestarem, para, mais vontade, continuar ele, astral inferior, a dominar os que eram seus parentes e amigos e todos os que neles pensarem. Por esta razo, pode-se afirmar que a maior parte das atuaes que se do por a, tomadas como sendo do esprito A, B ou C, no passa de mistificaes, sendo obra do prprio mdium ou de um dos seus obsessores. E tanto essa gente vive em dvida, tanto vive na ignorncia dos porqus de todas as coisas, que um velho esprita, com algumas qualidades humanitrias, mas de alma por demais impregnada de evangelismo, supondo-se at ser encarnao de Paulo, o apstolo, abalou-se a ir capital do Par para falar com o esprito da filha, o que no conseguia nos centros que freqentava aqui, do que se poder concluir que tendo o esprito da filha j partido para o Espao Superior, e no havendo corrente fludica organizada pelo Astral Superior nos centros por ele freqentados, tal esprito no se podia manifestarem corpo astral. Mas, ainda que isso fosse possvel, seria o caso de perguntar: ento, onde est a convico da continuidade da vida? Porventura, desde que se chega certeza da vida fora da matria, podero ainda pairar dvidas sobre a ascenso do esprito aos mundos de luz? Nosso egosmo ir a tal ponto de s ficarmos satisfeitos quando ouvimos falar o esprito que nos pertenceu por afinidade carnal ou laos de s amizade? E a sensibilidade de tais seres? Que no os ouamos porque no se possam manifestar, em virtude de no haver sempre mediunidade desenvolvida e espiritualidade afim, admite-se; mas qual a criatura

que ao fazer uma irradiao devidamente sentida, no percebe o sistema nervoso denunciar-lhe, numa sensibilidade suave, a aproximao de outra alma a espargir fluidos sobre a sua e entrelaarem-se os seus duplo-etreos? No podemos deixar de concluir que tais espritas so iguais aos materialistas que tudo querem palpvel, e de cincia abstrata no tm nenhuma noo. O espiritualista, antes de o ser, estuda, investiga os porqus da vida, dilata o raciocnio, observa que no h efeito sem causa e, de grau em grau, conclui que dos astros que vem a eletricidade, que tudo fora magntica a cercar-nos, que nada mais h alm de matria fluida ou concreta para, em laboratrios humanos ou outros, a Fora Criadora com ela fazer, dentro das leis de atrao e evoluo, tudo quanto lhe apraz. Abstrata a eletricidade, como o o som, o pensamento, entretanto, por aquela podemos ser fulminados, pelo som podemos chegar loucura e o pensamento transmitese, deixando-nos sentiras vibraes de dio ou de amizade. Deixou, pois, mal colocados os mdiuns dos seus centros, quem se abalou a ir a Belm para falar com o esprito da filha... Poderamos dizer-lhe que, apesar de Tom, nada o autoriza a afirmar que falou com a filha. Foi, sim, muito bem ludibriado, porque o esprito que o mdium recebeu e que lhe traou a biografia e os traos caractersticos da que foi sua filha, nada mais fez do que, orientado pela imagem gravada na aura do consulente, transformar-se no corpo astral da filha e transmitir-lhe palavras que o pensamento dele, pai, revelavam. Vendo o corpo astral, apalpando-o e falando-lhe, tudo se deu atravs da materializao do esprito atuante, que para isso se serviu do fluido do mdium e do consulente e este, em grande estado de emoo avassaladora, prestou-se a dizer ter visto o que no viu, apalpado o que no apalpou, e falado o que a sua retina mental em delrio concebeu. Espritas que se dizem ser, mais chegados, por essa via, ao espiritismo, podem, amanh, afirmar, como Flamarion, que no sabem o que de fato o esprito, apesar deste sbio ter convivido, por longos anos, com Kardec, de quem, dizem, foi secretrio. Compreenda-se melhor a vida fora da matria, definida, como poucos, racional e cientificamente, pelo grande sbio-mdico Visconde de Sabia, na sua importantssima obra A vida psquica do homem, editada h muitos anos passados, que deveria ser conhecida dos que se dizem estudiosos do espiritismo.

Espiritismo coisa sria Continuando a tratar da suposta manifestao do esprito da filha daquelas criaturas que se abalaram capital do Par, para ouvi-la, transcrevemos o que naquela ocasio publicou A NOITE: . . . De repente, o mdium desprendeu a mo direita, alongou o brao, como se fizesse muita fora, bateu sobre a mesa, ajeitou o tronco valentemente, e mostrava a face contrada, como se sofresse. Depois, sacudindo o corpo e encetando uma conversa que havia de ser cheia de gestos enrgicos, bradou: Vocs insistem! Pois eu insisto tambm. Entabulou, raivoso, conversa com F, sustentando o direito de perseguir uma mulher j decrpita, quase velha, um calhambeque.

Por que te preocupas com ela, se calhambeque? perguntou F. Porque meu direito! Depois de uma discusso entre o mdium e o presidente, levantou-se este, e com a mo sobre a cabea do mdium, enquanto os circunstantes oravam, mudamente, proferiu uma longa prece invocando Jesus e pedindo-lhe a misericrdia de esclarecer sobre o seu prprio destino o esprito que ali dizia achar-se. Quando o invocador tornou a sentar-se, recomeou o silncio, que se prolongou por quase uma hora. Depois o rosto do mdium exprimiu um grande espanto e ele entrou a bradar, a breves intervalos: impossvel! . . . No, senhor! falso, deixem-me fugir! Deixem-me ir embora! Deixem-me, ou eu arrebento o mdium! . . . Observou o mdium (agora o prprio mdium quem fala): Peo o mais ardente amor em benefcio deste esprito que est sofrendo angstias inenarrveis etc. Transcrevemos este trecho porque, de fato, como fita esprita, das melhores para empolgar os incautos ou bocs da assistncia, muitos j fanticos e que gostosamente aceitam tais comdias bem ridculas e perigosas, porque avassalam e enlouquecem os seres de pouca espiritualidade ou de esprito impressionvel. Nessas sesses, quer feitas em residncias particulares ou centros, servem-se do nome de Jesus ou de um esprito qualquer para melhor impressionar o auditrio, fazendo-lhes invocaes todas cheias de doura. As manifestaes que se derem em tais sesses, se analisadas por observadores sensatos, servem para demonstrar o ridculo de tudo o que nelas se passou e certificar-se o ser, livre de idias preconcebidas, que tudo provocado pelos prprios mdiuns e seus protetores astrais, obsessores perigosos, quando encontram instrumentos aptos a receb-los, e instrumentos so todas as criaturas desordenadas na vida moral e material, cheias de vcios de educao que, sem o saberem, vo se prestando ao desenvolvimento medinico e terminam, mais tarde, procurando o espiritismo, onde se alistam como mdiuns desenvolvidos, recebendo espritos por toda parte, no lar, nos centros sem corrente fludica, nas igrejas, nos veculos e at na rua ou estabelecimentos comerciais. Ora, quem assistisse sesso acima descrita, no estando de todo em mau estado psquico, terminaria por concluir que o mdium era um mestre em manifestaes mistificadoras e suas prprias: 1) Pelos movimentos das mos, dos ps, do tronco, da fungadeira e dos grunhidos entremeados de urros; 2) Pelo bater fortemente na mesa; 3) Pela maneira de contrair o rosto e de agitar o tronco, violentamente; 4) Pelos gestos e brados raivosos; 5) Pela demora de quase uma hora para repetir a manifestao e movimentos do corpo; 6) E, finalmente, por pedir, como ele prprio (o mdium) declara, o mais ardente amor em benefcio do esprito que dizia nele estar atuando etc. O pai-de-mesa de uma audcia prpria dos grandes e propositais ignorantes, por prestar ateno a tal atuao, e assim ao esprito, qualquer que ele fosse, que atuou

no mdium mistificador e viciado nesses trabalhos de fazer fanticos, crentes, obsedados. Alis, tais presidentes de sesso, que pontificam como papas, so, como todos os chamados importantes mdiuns, viciados em lrias, que denominam preces a Jesus, para evoc-lo a vir montar guarda a sunos astrais e fsicos, como se as leis que regem o Universo que so comuns e naturais fossem passveis de alterao, e purezas astrais, espritos de luz, habitando os mundos luminosos que se movimentam no Espao, livres, portanto, da atmosfera da Terra, pudessem descer a centros da magia negra, a terreiros e outros lugares onde faltam a ordem, a moral, a verdade, e impera o fluido com o qual criado um ambiente impurssimo, uma atmosfera pesadssima, perturbadora, danificadora de almas e corpos. natural e compreensvel, pela sua ignorncia, que o presidente de tal sesso julgue puro um esprito como o que se manifestou, pelo que ele prprio ou na sua casa se passa, tomando como provao tudo que nela e consigo prprio se observa, e assim acreditando que Jesus tem o mesmo estmago e o mesmo raciocnio. . . Era bastante observar a evocao feita a Jesus, para avaliar-se a ignorncia crassa de tal presidente e ver-se, desde logo, que tudo aquilo, alm de tolo, era demasiado ridculo. Por tudo isso se verifica que esses presidentes de sesso e mdiuns chegam prtica do espiritismo com a alma eivada de misticismo, e transportam para ele todas as manias, vcios e supersties adquiridos na seita que antes professavam. Essas criaturas, que nunca foram esclarecidas sobre os porqus da vida, tm sempre um mau fim, ao contrrio daquelas que vivem dentro dos Princpios Racionais e Cientficos pregados por Jesus e ampliados no livro Racionalismo Cristo que cultivam a sade e a alegria.

Espiritismo no magia negra J fizemos referncia, por estas colunas, aos grandes males que resultam da prtica do baixo espiritismo ou magia negra. Quem leu o que temos escrito e vai ler o que continuaremos a escrever, deve convencer-se de que no nos move nenhum despeito ou interesse, mas, sim, o desejo ardente de esclarecer o nosso semelhante, a fim de que ele conhea o grande risco que correm todos os seres humanos que praticam a magia negra ou freqentam antros de misria, onde se concorre para a runa moral e fsica de tantas criaturas, correndo assim perigo de runa material negociantes, industriais, lavradores em geral, e no necessrio freqentar terreiros, servios, macumbas, catimbs e sesses; bastante as criaturas terem convvio com tais praticantes, ou cair-lhes em desagrado, para passar a ser alvejadas pelas falanges que os assistem, e estas tudo passam a fazer para dar ganho de causa aos seus protegidos. Essas falanges, sabendo o que os seus protegidos desejam de mal aos desafetos, perseguem-nos, at torn-los paralticos, cegos, leprosos e prostitutas. Ao leitor no deve restar a menor dvida sobre a existncia do esprito, alma, vida fora da matria organizada a fazer-se sentir por toda parte, quer para o bem, quer para o mal. So os espritos quedados na atmosfera da Terra (astral inferior) que, prevalecendo-se da ignorncia ou maldade humana, provocam enfermidades do esprito e do corpo, suicdios, assassinatos, runas de lares etc.

So os espritos do Astral Superior e, portanto, j livres desta atmosfera, que auxiliam os mdicos bem intencionados, embora disso eles no saibam, a curar os seus enfermos, bem como a normalizar obsedados no Centro Redentor e suas Filiais. Todos recebem intuies neste mundo e de acordo com a sua moral, irradiao de pensamentos e educao da vontade, tero sade ou enfermidades, sero felizes ou infelizes, merecero a assistncia astral inferior ou Superior. Se, porm, o indivduo duvida da existncia da Fora, do Esprito que organiza o corpo e o incita e movimenta, se no quer ter conhecimento certo e seguro e teima no grande mal de conservar-se na ignorncia, negando, por prazer, a Verdade, que devia sentir em si, prprio, a todos os instantes; se tem orgulho de dizer-se materialista e no quer saber da Alma, triste nota d de si mesmo e ridculo se tornar perante os homens que raciocinam e que agora pensam como pensavam os ilustres mdicos e professores Visconde de Sabia, Pinheiro Guedes, Alberto Seabra e Bezerra de Menezes, filhos deste grandioso pas que, quer queiram quer no, h de levar a luz de uma nova civilizao a todos os continentes. No escrevemos para os que desejam viver, apenas, instintivamente, pois estes quem poder demover da materialidade? Escrevemos para todos aqueles que em obras e atos j se distanciam da vida instintiva, vivendo a vida racional num anseio natural de aperfeioamento moral e at fsico. Prestgio, dinheiro, posio social ou religiosa, nada significam, desde que o ser queira apenas viver para o estmago, para o corpo, com prejuzo absoluto do esprito que o incita e movimenta. Satisfazer desejos no viver, escravizar-se a apetites que se tornam depravadores do carter e terminam sempre por levar as criaturas decadncia moral e runa material. , pois, para os de boa vontade, para os fortes de esprito, que so todos aqueles que querem raciocinar, e no para os indiferentes, para os pernsticos ou sabiches, que desde o primeiro nmero de A RAZO foram destinadas estas colunas para, sob a epgrafe Nota, ser explanada a Verdade que caminhar sempre, como bem o disse Emlio Zola: Aos homens podem opor embargos, mas majestade da Verdade quem que poder atrever-se a.cri-los? Assim sendo, dever nosso pugnar por uma humanidade livre, forte de esprito e do fsico, obediente lei, conhecendo-se na sua composio astral e fsica e educandose nos sos e belos Princpios doutrinrios que levaram Jesus ao infamante madeiro, mas que o tornaram imortal pelos sculos alm. Aquele que for esclarecido nos porqus da vida e da desencarnao e guiar-se pelo que o Nazareno deixou firmado como Doutrina, jamais ser covarde, servil, suicida, assassino, praticante da magia negra ou insuflador de revolues e guerras. So os Princpios Racionais e Cientficos da Doutrina crist que ho de remodelar usos e costumes no mundo, influindo assim para melhorar o indivduo como cidado, poltico, cientista ou portador de qualquer outra profisso. So eles que ho de dar combate aos materiales e obsedados, para fazer realar a vida simples, vivida com arte, naturalidade e aperfeioamento. No se iludam aqueles que duvidam de tudo e de todos, porque acima dos vcios e vontades, filhos da vaidade que os domina, esto as leis naturais que tudo impulsionam para o progresso dos seres e coisas.

Quanto mais teimarem no erro e se conservarem ignorantes propositais ou praticantes do mal, mais perdem, mais tero que sofrer para atingir a perfeio espiritual de que todos precisam. Dessa teimosia nada racional, filha da ignorncia sobre o porqu da vida real dos seres que resulta o estado de loucura, egosmo, cime, vaidade, guerras e misrias vrias em que se acha envolto o mundo. Menos religiosidade, pois, e com a verdadeira noo do dever a cumprir e respeito ao direito alheio, se demonstrar ser cristo, preparadopara sentir a ao espiritual da Inteligncia Universal.

O baixo espiritismo No basta afirmar-se que a prtica dos diferentes ramos da magia negra , alm de perigosa, geradora de loucos e outras desgraas; preciso, provar-se, e esta prova j a fizemos mais de uma vez, apontando o ridculo a que se prestam todos aqueles que a ela se entregam. O Racionalismo Cristo, explanado no Centro Redentor e suas filiais, tem por base a composio do Universo Fora e Matria e no pode afirmar coisa alguma que no seja verdadeira, racional e cientfica. A sua nica finalidade, afirmada inmeras vezes, esclarecer a humanidade, a fim de libert-la dos perigos que est correndo ao tomar a srio baiuqueiros transmissores dos males de que so capazes as foras astrais inferiores, que assistem e atendem a tais criaturas. Para o homem j esclarecido nos porqus da vida, indiferente a sua posio social ou material; ele trata com urbanidade a todos que tenham compostura moral, e zurze, se preciso for, com o ltego da Verdade, os que tentarem confundi-lo com as prticas de indivduos desonestos ou imorais, e imoral quem se entrega aos vrios ramos da feitiaria ou a ela recorre para infelicitar criaturas suas desafetas. Neste mundo cada um o que quer ser, de acordo, est visto, com o seu livrearbtrio, pensamento e vontade, e Jesus j afirmava que cada um aquilo em que pensar, portanto, cada ser humano receber o que merecer pelos seus pensamentos e obras. Ao esprito, o que do esprito; ao corpo, o que do corpo! Dada esta explicao, voltamos sesso esprita presidida pela personagem que foi ao Par para falar com o esprito da filha, cujo relato estamos transcrevendo do jornal A NOITE, do Rio de Janeiro: Quando o invocado tornou a sentar-se, recomeou o silncio, que se prolongou por quase uma hora. O rosto do mdium exprimiu um grande espanto e entrou a bradar, a breves intervalos: E impossvel!... Eu no fiz isso. No, senhor! falso! Observem que fita ridcula o mdium, mistificador profissional, desdobrou nesse pedacinho! Levar uma hora em absoluto silncio, para depois voltar a manifestar-se o mesmo esprito com esse espanto e esse fraseado, negando um ato seu que s depois de uma hora reconheceu, quando certo que durante esse tempo se podem esclarecer

milhares de espritos, os quais, uma vez vendo o quadro fludico de seus maus atos, se tornam dceis e prontos a tudo fazer para sarem da atmosfera da Terra e ascender aos seus mundos de luz. Nunca o esprito, por mais perverso que seja, nega as suas faltas, desde que, envolvido pela luz Astral Superior, esclarecido sobre o seu estado e as suas obras. Isso feito, ele imediatamente pede, roga, suplica que lhe indiquem o caminho da sua regenerao, para segui-lo. Com a luz irradiada pelo Astral Superior, o entendimento do esprito perturbado se torna lcido em um minuto, se tanto. Como, pois, esses mistificadores se manifestam assim, aps uma hora passada? Porque so mdiuns obsedados, e os espritos obsessores fazem tais espetculos para conseguir adeptos. A expresso de espanto do esprito manifestado, e a de angstia do mdium, com a face de quem est a chorar, sem verter lgrimas, proferindo palavras de desespero, pedindo misericrdia, indagando como poderia resgatar as suas faltas e, de repente, gritando: Deixem-me fugir! Deixem-me ir embora! Deixem-me, ou eu arrebento o mdium!, d bem a idia da mistificao a que se entregava o mistificador. S depois de uma hora, e de negar obstinadamente, as suas faltas, que o tal esprito manifesta expresses de espanto e angstia, implorando perdo. Observemos bem. Primeiro, ele chorava, sem verter lgrimas, pedindo misericrdia e perdo, e, logo a seguir, brada que o deixassem fugir, se no arrebentaria o mdium. Chorar, sem verter lgrimas, coisa grotesca do prprio mdium, porque o esprito, qualquer que seja, atuando nesse estado, produz na vida anmica e, assim, no sistema nervoso do mdium, a mesma sensao de sofrimento, e o obriga a chorar de verdade. impossvel a qualquer ser humano, e muito especialmente a um esprito, chorar de arrependimento das faltas, implorar misericrdia para elas e ao mesmo tempo dizer que o deixassem fugir e que arrebentaria o mdium, se isso no lhe concedessem. V-se, nessa ridcula comdia, retratar-se o feitio moral do mdium. Um esprito, aps seu esclarecimento, no pede perdo, porque sabe que o perdo inveno das muitas seitas, principalmente dos espritas, que enxovalham a belssima Doutrina de Jesus, e, portanto, no existe. Aps essa mistificao ridcula, que o desprevenido fantico presidente dos trabalhos da sesso deixou passar, diz, ainda, o mdium, dando-se como atuado: Vejo (exclamou o suposto esprito) a meu lado um velho venervel, que aqui me oferece apoio. Quem ? - perguntou o presidente. o senhor Richard! - respondeu o mdium. Tal afirmativa do mdium impostor demonstra, mais uma vez, a fora astral inferior, porque o velho venervel Richard, que o esprito disse ver a seu lado, foi um dos chefes e mdiuns na Federao Esprita Brasileira, e era um dos que diziam: Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Divino Mestre, est aberta a sesso.

Ora, se ele, Richard, hoje esprito, no teve fora para imediatamente dominar e esclarecer todos os espritos perturbados e perturbadores, porque se conserva na atmosfera da Terra, e to obsessor quanto os outros, continuando a ignorar que Jesus no Deus, nem divino, porque Deus (Grande Foco) Inteligncia Universal, Fora Mater de tudo o que tem vida, e Jesus apenas uma partcula sua, j grandemente evoluda, mas irm de todas aquelas que vivem encarnadas e desencarnadas. um grande esprito em evoluo contnua para o Grande Foco, vulgarmente chamado Deus, denominao que preferimos, por melhor expressar a verdade. E o que acabamos de referir, o prprio Jesus repetia constantemente, quando os fanticos e aduladores o chamavam de Deus ou Divino. Admitindo como verdadeira a manifestao do esprito de Richard neste triste estado em que ele apresentado pelo mdium, provada fica a ignorncia em que viveu como encarnado e depois como desencarnado, ignorncia que tambm domina o mdium ou mdiuns e presidentes que supem que, para se praticar o Espiritismo, basta invocar espritos, esquecendo-se de que na atmosfera deste planeta se quedam milhes deles com as mesmas manias e vcios que possuram quando encarnados, e que assistindo a criaturas de educao defeituosa, as vo avassalando dia a dia, at as levarem obsesso (loucura) e prtica de atos que em bom estado psquico condenariam.

Sobre os passes Continuando, demonstraremos a mistificao, o precrio estado espiritual de Richard, e o ridculo papel a que se presta uma mulher mdium. Continua a reportagem de A NOITE: A moa morena, ao lado da senhorita Elisabeth, agitando-se, nervosamente, comeou a chorar. O Sr. Figner levantou-se, passando a dar passes com as mos espalhadas pelos cabelos, ombros e braos. Se Figner d passes, porque possui mediunidade desenvolvida; logo, por princpio algum, poderia presidir uma sesso esprita. S isso d uma demonstrao clara da falta de conhecimentos sobre a prtica do Espiritismo, e do que so as faculdades medinicas. Essa comdia de passes comum em todos os centros espritas e at nas casas de famlia onde existem os chamados crentes. Uns, aplicam-nos, sem terem noo do que fazem; outros do-nos, possuindo alguns conhecimentos sobre a vida dica ou anmica, e alguns, verdadeiros anormais, agem por velhacaria. Sensualistas inveterados, acobertam-se no manto evanglico da mediunidade, para ter o gosto de passar as mos sobre os corpos de senhoras ou jovens, com que do prazer aos seus sentidos bestiais, pois doutra forma jamais chegariam a tocar em tais criaturas, que os repeliriam, por serem no fundo honestas e terem pudor; mas, a continuarem a ser bafejadas pelo fluido animal desses mdiuns e no mdiuns, assistidos pelo astral inferior, podem ser levadas perdio. O astral inferior, ao servio dessa gente, trabalha os espritos das vtimas, avassalando-os e fazendo-os chegara prestar-se a papis degradantes.

As varas criminais, atravs dos processos que por elas correm, isso provam, deixando muitos casos de ser levados s barras dos Tribunais por neles estarem envolvidas criaturas de destaque social. Antros de mistificao, casa de macumba ou feitiaria, ainda que rotuladas de espritas, so lugares perigosssimos para o ser humano. Numa diligncia que o Major Aurlio Nogueira, como Delegado Regional da Polcia em S. Lus, deu, em certa ocasio, num antro esprita, encontrou senhoras da alta sociedade maranhense completamente despidas, indo cada uma, por sua vez, a determinado lugar, a ss, com o pai santo ou de servio para, deitando-se sobre riscos de giz, ser fechado o corpo, para as rivais em conquista ou feitiaria no a poderem atingir. Quanta baixeza! Quanta misria! Da prtica dos passes e de tudo quanto diz respeito magia negra, resulta, quase sempre, efeito contrrio quele que tais miserveis exploradores da credulidade humana desejam para as desgraadas pessoas que caem na tolice de aceitar tais coisas como teraputica astral ou fsica, pois, sem exceo de uma s, ficam impregnadas de maus fluidos, e, como dissemos, sujeitas aos avassalamentos provocados pelos espritos obsessores que assistem, com verdadeiro gosto, a presidentes e mdiuns viciados na prtica do baixo espiritismo, vulgo magia negra. De acordo com as leis naturais que regem o Universo, os seres humanos e tudo o que tem vida s podem dar o que possuem, aquilo que, pelo seu livre-arbtrio e sentimentos, atraem para si e para os outros. E para quem raciocinar queira ou possa, fcil verificar que em geral os seres humanos, que do passes e praticam o baixo espiritismo, so deformados fsicos e morais, e se no se curam a si prprios, como podero curar os outros? A pessoa de olfato apurado, estando perto de uma dessas criaturas, ainda que bem vestidas, h de sentir certo cheiro desagradvel e vontade de afastar-se do lugar. que essas criaturas, assistidas por falanges obsessoras, ficam com o perisprito impregnado de fluidos vrios, que exalam odores desagradveis, sendo o mais comum o que se assemelha ao do gs sulfdrico ou do alho esmagado. Para ter-se um corpo fsico so, preciso se torna trazer limpo o corpo astral. Para que a vida anmica (fluido nervoso) de qualquer criatura possa estar limpa e apta a aliviar os sofrimentos alheios, preciso ser ela esclarecida nos porqus da vida, saber, com absoluta certeza, que a composio do Universo Fora e Matria (e no s a do Universo, como de todos os seres animados), praticar somente a verdade e ser valorosa, ponderada, moderada e justiceira. Uma criatura assim, sem dvida, no se presta a dar passes. Se mdium, desenvolve e pratica a mediunidade somente dentro de correntes fludicas, como determina o Racionalismo Cristo. O mdium esclarecido uma criatura que se impe pelas suas virtudes, e nunca por excentricidades. No negamos que existam criaturas bem intencionadas em todas as seitas e no espiritismo religioso, mas a boa inteno no basta; preciso luz espiritual, raciocnio clarividenciado, para o ser humano poder habilitar-se correo de todas as suas fraquezas, dominao dos seus maus instintos, controle dos pensamentos, despojando-se de todos os que a conscincia lhe apontar como inferiores, e desenvolvendo os puros, de amor verdade e ao prximo.

Lodoros e magna caterva Continua, assim, a reportagem que estamos transcrevendo de A NOITE: Asserenada a dama, voltaram todos a concentrar-se, e logo a senhorita E , dando ao rosto uma expresso que o deformava (no so poucas as senhoritas tambm fiteiras), curvou a fronte, abaulou as costas e, movendo os dedos no gesto de quem est fechando um cigarro, rompeu o silncio numa linguagem de caipira ou preta-mina. Era, disseram-me depois, o esprito Lodoro (que tido como guia protetor de toda essa gente baiuqueira), negro que, tendo sido escravo e havendo levado a comida a escravos fugidos, apanhara uma surra, a mando de seu senhor, que fora tamanha, que ficara cado no mato e morrer devorado pelos vermes. Como fingimento, para embasbacar bocs, essa manifestao uma das de mais efeito que possui a magia negra, praticada em toda parte com rtulo de espiritismo. Fingimento, sim: 1) Pela expresso deformadora do rosto da tal senhorita; 2) Pelo curvar da fronte e o abaular das costas; 3) Pelo romper o silncio, numa linguagem de caipira ou preto-mina, que no deveria ser preto-mina mas preto vulgar, de origem africana, ignorante e subserviente, pois o preto da Costa da Mina inteligente, trabalhador e at escravizador de outros pretos, chegando a ser patro, sogro ou sogra de branco. 4) Pela denominao de tal esprito Lodoro, sua condio de escravo e pela sua morte mentirosa, porque nunca se matou escravo algum por haver levado comida aos canhamboras (corruptela de quilombos), pretos fugidos dos Quilombos (refgio, guarida dos negros fugidos na mata virgem multissecular das fazendas), visto que o escravo era ouro e, por isso, no se atirava assim pela porta fora, como tivemos ocasio de ver em todas as fazendas paulistas e sul-mineiras, no tempo da escravatura, quando fomos abolicionista como os que mais o foram. Esses mdiuns e pais-de-mesa, sabendo quanto cala no esprito dos assistentes esse linguajar imitando o preto africano, ajeitam o rosto, o corpo e os movimentos desses africanos, mas tudo isso que significa? Que provas, que exemplos de bem-estar e de moral trazem humanidade? Ouvir um mdium obsedado, esprito atrasadssimo, inferior ou velhaco, que se diz atuado por esprito de preto, branco, caboclo ou santo, articular asnices num dialeto estpido, grosseiro, resultar isso em algo de til para quem quer que seja, salvo os especuladores baiuqueiros? Absolutamente, no! Porque a ignorncia dos espritos atuantes, mdiuns e magna caterva, s males produz. S o esclarecimento da Verdade, bem claramente explanada, beneficia moral e materialmente a humanidade. Como tomar a srio tal gente e tais espritos? O estado psquico desses seres humanos est de tal forma deformado, que no os deixa ver o ridculo dessas prticas de fetichismo.

Sentem prazer nessa vergonheira, nessa misria de arranjos de vida e cangamentos, onde criaturas desprevenidas, desorientadas, vo para ver se arranjam casamentos, empregos rendosos, sorte, bons negcios, xito nas conquistas amorosas etc., quando o que deviam fazer seria viver racionalmente, de fronte erguida, trabalhando, lutando contra os seus vcios e misrias, educando a vontade fortemente para o bem, a fim de conseguirem triunfar na vida, aperfeioando-se espiritual e fisicamente. Todos os adeptos da lei do menor esforo, caminham para a decadncia moral e material que se observa, para a triste vida que levam, para a tremenda loucura que por toda parte se faz sentir.

Mais absurdos A senhorita Elisabeth dizia que a natureza est dividida em trs reinos, e que ningum os estuda ao mesmo tempo. Assim, no era aconselhvel a mistura de pensamentos, que no combinavam em torno das mesmas idias de pureza, mas que por essa mistura eram responsveis os promotores daquela reunio. Depois pediu que rezassem um padre-nosso para um remdio. Puseram gua em um copo, colocado entre as mos do mdium, rezaram o padre-nosso pedido e envolveram o copo num papel, para ser-lhe dado o destino indicado pelo mdium. Perguntamos: qual o proveito para quem tais lrias ouviu ou proferiu? Absolutamente nenhum, nem mesmo a afirmativa de que a natureza est dividida em trs reinos, o que toda gente sabe, mas ningum estuda ao mesmo tempo, como disse o mdium. Por esse motivo, que ningum os estuda as mesmo tempo', disse no ser aconselhvel a mistura de pensamentos que no combinassem em torno das mesmas idias de pureza. Ignorncia crassa a do mdium e dos espritos que nele atuaram sobre o que sejam o pensamento e as leis que o regem. Mdiuns e presidentes desprevenidas aceitando tudo o que dos espritos vem, sem dar trato ao raciocnio, tornam-se criaturas perigosas e fanticas, do que resulta s atrarem males para si mesmos e para os outros que, incautos, os tomam a srio. No sabem o que so como Fora e Matria, vivem no mundo da Lua, querem passar por missionrios, por criaturas fora do comum e, como resultado, caminham para a obsesso e a loucura. Se conhecessem as leis naturais da vida, se sentissem a grandeza do Grande Foco, todos seriam equilibrados, trabalhadores, independentes e no se prestariam a representar papis que indignificarn a espcie humana. Sendo os pensamentos vibraes do prprio esprito e, como tudo o mais, sujeitos lei de atrao, impossvel se torna dar-se a mistura dos pensamentos bons com os pensamentos maus, porque em virtude dessa lei, sabe-se, com certeza, que os similares se atraem e os contrrios se repelem. A mistura de pensamentos contrrios, que esse mdium ignorante afirmou ser possvel e certo, no tem nenhuma possibilidade, por estar condenada pela lei de

atrao. Leis naturais so imutveis, inalterveis portanto, o que contrrio no similar, e desde que o no seja, repelido est por natureza. Num recinto em que estejam pessoas com pensamentos diversos, que jamais podero ser misturados quando no so uniformes, vence a corrente de pensamentos emitidos por vontades fortes para o bem os pensamentos maus das demais pessoas, ainda que estas estejam em superioridade numrica. E por essa razo ou princpio que seis ou mais pessoas esclarecidas, em forte concentrao numa Limpeza Psquica, fornecem elemento atrativo ao Astral Superior, e este desavassala uma assistncia at de mil pessoas. Nessa limpeza astral so dominados todos os pensamentos malficos, provando-se assim no poderem influenciar os pensamentos maus sobre os bons e sim estes sobre aqueles, no havendo, por no ser possvel, a mistura de pensamentos bons com os maus, e vice-versa. A verdade s tem um caminho e uma explicao. Todos devem esclarecer-se sobre os porqus da vida, para no darem lugar ao dos embusteiros e exploradores. Espiritismo cincia, e por isso exige estudo, meditao e clarividncia.

Fingimentos e mais fingimentos... Provado temos que h grande ignorncia por parte dos presidentes das sesses e dos mdiuns, e muitos no so s ignorantes, mas tambm malfeitores inveterados, espalhando por toda parte, no Brasil e fora dele, os efeitos da magia negra, cuja sementeira de loucura impressionante, dado o fato de quase todas as criaturas terem propenso para a crendice. O misticismo tem enfraquecido demais o esprito humano que, desprevenido das coisas srias da vida, no sabendo, no tendo base racional para a educao da vontade e controle dos pensamentos, deixa-se levar pelas correntes deletrias para uma vida de sobressaltos. Esses mdiuns que pedem copos ou outras vasilhas com gua para faz-la rezada, como eles a chamam, s veneno podem espargir nessa gua, isto porque venenoso o fluido em que tm envolvido o seu perisprito, e alm desse fluido os das demais pessoas presentes, porque ligadas pelo pensamento a tais mdiuns, sabido que todos esto compartilhando da sua assistncia astral inferior. Existe fluido neutralizador que suaviza males fsicos e espirituais, mas que s pode vir at ns os seres humanos por intermdio de mdiuns esclarecidos e de comprovada honradez, quando colocados dentro de correntes organizadas pelo Astral Superior, e ento, sim, irradiando sobre a gua, a tornam poderoso calmante e eficaz medicamento, por meio de compressas para dores agudas etc. Sem a interveno de mdiuns tambm se faz a gua Fludica, colocando-se vasilhas com gua ao sereno durante a noite, e junto delas fazendo-se as irradiaes ao Astral Superior e Grande Foco (vide folheto Limpeza Psquica). Com referncia sesso que vimos descrevendo, atravs do jornal que fez a reportagem, diz ele: O Sr. Viana pediu ao mdium que, por intermdio de Lodoro (c est novamente o bicho-guia, de destaque nas sesses espritas) consultasse o Dr. Lobo, ouvida a resposta, acrescentou a senhorita Elisabeth, ainda em nome de Lodoro, que o esprito da genitora do Sr. Vianinha estava presente para pedir-lhe que, no Natal deste ano,

no se esquecesse da criana a quem vestiu no ano passado. Por fim, o mdium anunciou que Lodoro ia retirar-se, para que se manifestasse o esprito de Antonio de Sousa. Leitor amigo, se vives calmo, equilibrado e possuis algumas noes da vida, tens que, como ns, dizer: C est nova encenao, nova intrujice, conversa fiada, tudo para embasbacar o maior dos mistificadores, o tal Vianinha (j falecido), que mui naturalmente, como de uso e costume nesses centrelhos espritas, tendas, grupos ou outros nomes que tenham, agradecer ao irmo-guia o haver-lhe dito algo em nome da pobre me. Ento, um esprito j livre desta atmosfera, embora de categoria inferior, desce a dar recados dessa natureza a quem quer que seja? Como so ignorantes! Um esprito, depois de romper a atmosfera da Terra, s trata do que possa interessar ao progresso espiritual da humanidade em geral. O esprito, j depois de ascender ao seu mundo de luz, no pode tratar de pessoas e sim de Princpios, que so leis comuns, naturais e imutveis, no trata, em absoluto, de coisas materiais, de caridades, no aconselha a dar roupas e comidas a pessoa alguma, por ser isto funo da vida terrena e no astral, e se pudesse admitir-se tal interferncia espiritual, que valor teriam os seres humanos se, para praticarem um ato generoso, fosse preciso primeiro receber ordens do Alm? Embusteiros ridculos, ultra-ignorantes propositais, grandemente vaidosos, acobertam-se com o manto da humildade e da falsa caridade, pelo que carssimo vo ter de pagar pelo mal que fazem aos espritos, quer encarnados, quer desencarnados. Trabalhar para acabar com os famintos maltrapilhos, organizando uma melhor sociedade que leve ao governo homens com noes claras do dever a cumprir para com o povo, sim, o que deveriam fazer, para darem exemplos dos ensinamentos de Jesus que, praticados, no admitem indigentes, malandros, devassos, corruptos, nem famintos da alma e do corpo, pais o esprito vem ao mundo para lutar, trabalhar e vencer, e no para receber caridades. Esprito esclarecido basta-se a si mesmo, e se por quaisquer circunstncias chega invalidez, a Nao quem tem o dever de acolh-lo em estabelecimentos apropriados ou de superintender as suas necessidades fsicas e espirituais no seio da sua prpria famlia. E tanto esta a verdade que, levantando-se a questo social pelo mundo, foram criadas as Caixas de Aposentadorias e Penses, as Institutos de Previdncia, de Socorro Profissional etc. No Brasil, foi A RAZO que, desde 1916, levantou eficaz campanha em prol das classes trabalhadoras. Mas sem mentiras nem demagogia. Diz, ainda, o noticiarista: . . . a senhorita Elisabeth saiu docemente do seu transe . . . (Tem muita graa, chegando a ser duplamente pilhrico esse transe do qual trataremos oportunamente). Concentram-se todos de novo, e passados quinze minutos, outro mdium, depois de alguns movimentos bruscos, contraindo a face, protestou contra a violncia que lhe faziam, trazendo-o quela reunio.

O presidente disse umas lrias, bancando o valento da lenda sertaneja. Outro mdium mistificador agitou-se, raivoso, e com a fisionomia de alucinado ( assim a de todos esses mdiuns), rindo, asseverou: Hei de v-la de rastros, miservel! Ah, infame! Ento, estarei satisfeita! O presidente retrucou com outras lrias muito melosas, como de praxe nos centros de magia negra, rotulados de espritas, repletos de pai celestial, de divino mestre; mas o esprito e o mdium no fizeram caso algum do sermo. Aplicaram-lhe, diz o jornal, passes, e o mdium sacudiu-se, de repente, e suspirou, voltando ao seu estado calmo anterior ao transe. Contaram-nos, diz o noticiarista, no fim da sesso, que no corpo desse mdium estivera encarnado o esprito de uma sua amiga, com cujo vivo ela, mdium, casara, inspirando outra sentimentos de vingana. A tem o leitor nova farsa, nova intrujice, uma das malandrices mais atrevidas que se conhecem em tais baicas. O mdium, casada com o vivo, para bancar a vtima junto ao marido e valer-se da profisso de jangadeira, fingiu atrair e receber um esprito ciumento, animalizado, inimigo seu, quando a verdade esta: Nenhum esprito de mdium, por mais ignorante que, seja, recebe um esprito declaradamente seu inimigo. As leis naturais opem-se a isso, salvo quando o mdium pobre de alma e do corpo, covarde, louco portanto, completamente dominado pelo astral inferior. Esse mdium, porm, no estava em estado completo de loucura, isto porque, aps os passes aplicados pelo presidente (tem graa o presidente a dar passes . . .) voltou logo a si, causando espanto aos basbaques esse fato. Mas, admitindo que tudo isso fosse verdade, que lucraria a humanidade com essas coisas? Revelados foram ensinamentos que lhe trouxessem algum proveito? Deu-lhes certeza da vida bem vivida? Algum fenmeno cientfico foi observado? Absolutamente, no. Logo, essas sessezinhas s podem servir para obsedar as criaturas humanas, e obsedados terminam todos, realmente, quer praticantes, quer assistentes.

Explanamos a Verdade Atravs do que vimos escrevendo sobre a organizao e prtica da magia negra, sob a capa de sesses espritas nos centrelhos, em famlia e nos terreiros psiquicamente imundos, no pode o leitor supor que assim procedemos por despeito, porque se tal juzo vier a fazer de ns, demonstra estar lendo estes escritos com idias preconcebidas, que toldam sempre o raciocnio, no o deixando ver com clareza, o alvo da verdade. Criaturas esclarecidas, como somos, temos por dever de falar e escrever s o que sabemos ser verdadeiro, e, alm disso, querer bem a toda gente, embora no nos misturando com aqueles que gostosamente persistem em andar no erro. O que quer o Racionalismo Cristo das criaturas, que no seja arranc-las da ignorncia? Porventura haver, ainda, quem o suponha uma seita a querer fazer crentes

ou adeptos? Diante de tanta clareza naquilo que o Centro Redentor vai explanando e publicando, de supor que as criaturas estejam convencidas de que ele no uma seita, e muito menos mercenria como infelizmente fazem todas as que existem, com a ressalva de que se encontram nelas almas boas e bem intencionadas. Com verdadeira independncia, sem monetariamente precisarmos de quem chega ao Racionalismo Cristo, continuaremos o assunto da NOTA anterior, afirmando que essas prticas vulgares e perniciosas do espiritismo so obras de ignorantes das coisas srias da alma, da vida na Terra e no Espao, que levam, com ela, a ignorncia, o descrdito e a desmoralizaro a to bela Doutrina, desde que se veja nela a chave de todas as cincias, como bem dizia, no princpio deste sculo, o mdico Pinheiro Guedes, em sua admirvel obra Cincia esprita. Nessa misria rotulada de espiritismo, h criaturas aperfeioadas em prevaricaes, em intrujar os incautos ou basbaques que os procuram, principalmente se forem criaturas que se mantenham em certo equilbrio moral. O noticiarista, tornando pblico aquilo que presenciou, possibilitou-nos estes esclarecimentos sobre as patifarias e sobretudo a ignorncia crassa desses pais e mes de mesa. A ignorncia dos porqus da vida representa a seiva de que todos os exploradores da humanidade se alimentam. No caminha com segurana quem andar com os olhos vendados. Os que estudam o que o Racionalismo Cristo ensina tm muito em conta as coisas.srias da vida e sabem preparar-se para enfrentar todas as lutas morais e materiais, das quais saem vitoriosos. Quando toda gente for esclarecida sobre o valor do pensamento e da vontade, raciocinar com acerto, baseando tudo em causa e efeito Fora e Matria no se deixando mais iludir. No dia venturoso em que estiver esclarecida uma grande parte da humanidade, incluindo aqueles que legislam e governam, as questes sociais e polticas sero resolvidas racional e cientificamente, tornando bem mais ameno o viver reste mundo. Sem os conhecimentos racionais da vida, sem o acesso instruo e educao racionais e cientficas a todos os viventes humanos, nada conseguiro os governos, as autoridades e o povo em geral, que continuaro a construir hoje para destrurem amanh, porque o elemento perturbador de tudo a ignorncia da verdade, com o que atrado o astral inferior, que tem instrumentos aos milhes por toda parte para a prtica de animalidades, de torpezas e desordens, quer nos lares, quer fora deles, atuando em todas as atividades humanas: poltica, lavoura, indstria e comrcio, classes civis e militares, universidades etc.

Cartas a Gustavo Macedo (I a XLV) I Meu caro Gustavo Macedo, meu adorvel Frei Solanus e frade de todos os tempos. A NOITE, de 15 de janeiro, na sua reportagem sobre o que se passa ''No Mundo dos Espritos, tratou de ti, meu caro Gustavo, da tua Cruzada Esprita, do que se passou e, naturalmente, continua a passar-se no Abrigo Teresa de Jesus.

E onde se propagam os tais caboclos que fazem ressuscitar cadveres, assim classificados pela cincia oficial, da qual tratarei em ocasio oportuna; e de ti, meu Gustavo, diz o referido jornal o que se segue: O Sr. Gustavo Macedo, depois de felicitar a Senhora Ivete pelos xitos de sua misso a Pernambuco, falou sobre o resultado das preces realizadas naquele Centro, e anunciando a sua viagem a So Paulo, narrou, a propsito, casos que emocionaram o auditrio, e, entre eles, um de transfigurao ocorrido em uma das casas mais ilustres dessa capital. Perante essa famlia de nome glorioso contou o Sr. Gustavo Macedo vira o Sr. Lameira de Andrade, vencido pela angstia de uma me sofredora, cair em transe (c est o tal transe dos baiuqueiros) e, fisicamente, transfigurar-se num jovem falecido h pouco mais de um ano, sendo to completa a transformao, que a aflita me, abrindo os braos, exclamou: meu filho! Rematando o seu discurso, o Sr. Macedo anunciou que aps a msica devocional que prepara as almas para a uno da prece final, esta seria feita pelo doutor Florentino. A harmonia de um violino tocado pela senhorita Iara, encheu o espao de inefveis vibraes sonoras; e quando, ao suspirar a ltima nota, se abriram os olhos que se haviam quase todos cerrado, o Dr. Florentino, erguendo-se, assinalou os pontos da prece que deveriam merecer maior ateno e mais esforos de concentrao, para mais eficaz irradiao de pensamentos. Foi longa, ardente e mesmo eloqente a prece, ouvida com ateno religiosa. Abraou, em seu desenvolvimento, as pessoas presentes e os seus amigos ausentes ou mortos, os nomes inscritos num livro especial de preces, os que sofrem na Terra e os que disse padecerem no espao, e, demoradamente, o Sr. Viana de Carvalho e o Vigrio de Pernambuco, de quem falara a senhora Ivete. Finda, com a prece, a sesso, onde supomos no haverem manifestaes de espritos desencarnados, como tambm no os houve, supomos ns, no Abrigo Teresa de Jesus, instalado rua Visconde de 1bituruna etc. Essa transcrio que a fica, meu prezado Gustavo, leva gua no bico, como vulgarmente se diz, especialmente as palavras grifadas por ns. Ao mesmo tempo essa transcrio feita para provar ao leitor destas cartas que tu no deves ser confundido com a magna caterva de mistificadores, saco de gatos praticantes da Magia negra, com denominao de Espiritismo. Desejo ardentemente que os amveis leitores te no tornem conivente com tal gente da magia negra disfarada, na fbrica de loucos e de outros males que atingem a todos aqueles que os tomam a srio. Que te tomem como mstico, como Frei Solanus, no fundo, embora na forma o no pareas, tambm o que eu desejo, porque mil vezes prefervel esse fradejar, do que parecer, embora ligeiramente, esprita em provao, da primeira ou ltima hora. Quero-te assim mesmo, para melhor e mais vontade poder palestrar contigo sobre toda essa famlia esprita.

II Confirmo-te, meu caro Gustavo, a minha carta de ontem, e antes de tratar das palavras grifadas: a) ressuscitar cadveres pelos caboclos do Abrigo Teresa de Jesus; b) misso a Pernambuco da mui respeitvel senhora D. Ivete; c) as preces realizadas na tua Cruzada; d) um caso de transfigurao em uma das casas mais ilustres de So Paulo; e) o cair em transe do mdium Lameira de Andrade, vencido pela angstia de uma me sofredora; f) o sofrimento de uma me por perder um filho; g) a msica devocional que prepara as almas para a unio da prece final na tua Cruzada; h) o esforo de concentrao para mais fecunda evoluo de fluidos e reais eficaz irradiao de pensamentos; i) a ateno religiosa; j) as preces pelos que sofrem na Terra e os que padecem no espao, demoradamente, proferidas pelo Sr. Viana de Carvalho e pelo Sr. Vigrio de Pernambuco, que tanto atrapalhou aquele na sua arenga sobre o espiritismo que adota, do qual ele o sabi coleira de mais cotao, antes disso preciso se me torna explicar o porqu destas minhas cartas a ti dirigidas. Resolvi palestrar contigo, meu caro Gustavo, porque se tens prazer em fradejar as tuas atitudes, ditas por ti espiritualistas, e assim dar s tuas pregaes um fundo e uma forma montalvernianas, bem fradescas, portanto, bem tuas, meu Gustavo, tambm eu tenho prazer em conservar o meu velhssimo hbito, que hoje os novos denominam de velharias, de correspondncia epistolar que a vida moderna, transformando tudo para o almofadismo e para o nu tambm pe de parte, para dar lugar aos telegramas, aos postais ilustrados, ao telefone, pelas simples declaraes nos jornais e agora o sistema perigoso do sem fio, que tudo est devassando. Assim, por este velhssimo sistema epistolar to usado e amado pelo nosso incomparvel mestre, Padre Antonio Vieira, pelo Cavalheiro de Oliveira, no sculo XVII (vide suas Cartas da Holanda), Padre Gusmo e muitos outros do sculo XVIII, pode minh'alma, muito amiga da tua, mostrar aquilo que de fato , e no o que parece ultrafeia, atrevida e m, como a consideram todos os feiticeiros, todos os ridculos praticantes dessa torpeza que eles denominam Espiritismo. Apraz-me, agora, meu caro Gustavo, como explanador dos Princpios Racionalistas Cristos que tm por base a Verdade, palestrar contigo, assim epistolarmente, porque desejo que os papas do tal espiritismo fiquem sabendo que cada um tem, neste mundo, aquilo que merece e a que faz jus pelos seus pensamentos e obras, conforme o uso que faz de seu livre-arbtrio. No quero que te confundam com os espritas em provao, porque esses, alm de sujos, quase todos, nas vestes, tm a alma em petio de misria, tambm sujssima pelos Ismais, Urubats e magna caterva que os dominam. Quero que saibam que tu s, de fato, um alto funcionrio da Prefeitura do Distrito Federal, pagador da mesma, h muitos anos, sem que os milhares de contos que tm passado pelas tuas mos tenham tentado a tua alma; s um publicista de valor, um cronista admirvel, autor de um livro que denominaste Profisso de F.

Possuis, pois, qualidades dignas da minha estima e da considerao e respeito de todas as pessoas que amam a honradez, embora s material. Alm disso, s um marido exemplar, tens um lar digno de ser imitado, no qual impera e domina uma rainha crist que a tua virtuosa esposa, bem digna da estima e respeito que lhe tributas e que, sempre ao teu lado, te d a rara felicidade de possures duas almas boas, uma que te deve acompanhar em corpo astral, e outra em corpo carnal, que ela, essa adorvel esposa e me. O resto, meu Gustavo, fica para as outras cartas. III Expliquei bem claramente, meu caro Gustavo, na minha carta anterior, os motivos que tenho para destacar-te dos outros homens que se dizem espritas e que no passam de intrujes, ultra-ridculos, indignos da considerao e respeito que somente se devem a quem tem uma folha corrida limpa e capaz de algo de bom fazerem benefcio da humanidade. Compreendes bem que o homem no pode separar a sua pessoa do cargo que exerce, seja qual for, e por isso torna-se homem pblico, para todos os efeitos, e como tal est sujeito a ter os seus atos comentados por quem quer que seja que possua raciocnio para isso, e tudo o mais que possa beneficiar a todos com quem houver de tratar. Cada ser humano deve ter um encargo, um ideal nobre que o possa valorizar na Terra e no alm, sem o qual, tu bem o sabes, no pode haver progresso moral (espiritual), que o nico que interessa verdadeiramente a todas as almas e portanto, s partculas do Grande Foco. Por assim ser, meu caro Gustavo, que se afirma, com certeza absoluta, que cada ser humano um instrumento incitado por uma partcula da Fora, tambm denominada Inteligncia Universal, e por essa partcula movimentado na Terra para o bem ou para o mal, conforme a educao da sua vontade e o uso que fizer do livre-arbtrio. Assim tomado o ser, ningum lhe deve querer mal por explanar princpios errados, por praticar atos animalizados reprovados por toda gente, at pelos mais prevaricadores. Antes, deve-se doutrin-lo, para que acorde pelo esclarecimento que lhe ministrado, e se torne um instrumento do bem e no um desgraado do mal. Quer isto dizer, Gustavo, que as criaturas esclarecidas, como instrumentos inconfundveis da Verdade, no individualizam as questes e no combatem os homens, mas o que estes fazem de errado em seu prprio prejuzo e do semelhante. No caso do Racionalismo Cristo, as pessoas contrrias aos Princpios que explano colocam-se em oposio Verdade, consciente ou inconscientemente, e tornam-se, sem o querer ou saberem, instrumentos das mentiras e crimes que se vm praticando em toda parte. assim que devem ser encaradas estas cartas, visto conterem os Princpios Racionalistas Cristos que devem remodelar o mundo no tempo prprio, e dos quais sou instrumento, como o podem ser outros incontveis que, de boa vontade, se dispuserem a explan-los e pratic-los. Para ns, racionalistas cristos, tem a criatura uma importncia mui relativa, que no vai alm do valor de um instrumento varivel que, para ser de fato bom, til a si e aos outros, precisa ser:

1) valoroso e capaz de todas as lutas a bem do todo; 2) moderado em todos os seus atos; 3) ponderado no dizer, e que nada afirma sem prvio exame e certeza absoluta da verdade; 4) justiceiro, e ningum o pode ser sem conhecer e praticar os trs outros princpios que, com este, constituem, de fato, o homem verdadeiramente honrado. Concluindo esta, meu caro Gustavo, quer o seu contedo dizer que no de ti somente nem de mim, e muito menos desses praticantes ridculos da magia negra que o Centro Redentor est tratando, e sim de Princpios que devem tornar a humanidade melhor e o mundo mais suportvel. Terminando, pois, fao votos para que a tua querida alma possa aceitar as irradiaes de muito carinho e verdadeira estima que te tributa o sempre, muito teu. IV Postas assim as coisas nos seus devidos lugares, conforme o exarado nas minhas cartas anteriores, vamos, caro Gustavo, s palavras grifadas na penltima. Quando o noticiarista de A NOITE tratou da tua Cruzada Esprita, tambm tratou do pregador que no Abrigo Teresa de Jesus afirmou que os caboclos que imperam, que dominam o Centro Esprita Nossa Senhora da Piedade ressuscitaram uma jovem morta, um cadver, portanto, j assim atestado por um mdico de fama, em Niteri etc. Nessa ocasio, dito pregador de ontem, de hoje e de sempre, como todos os outros dominados pelo misticismo, tratou do feitio e da magia para, ento, bem desenvolver essa sua especialidade e tratar do valor curador e ressuscitador dos tais caboclos, filhos das selvas. Foi pena que dito pregador no conclusse essa histria de ressuscitar cadveres com caboclos, dando-se ares de Jesus que, apesar da sua grande pureza, nunca ressuscitou cadveres, por ser tal coisa contrria s leis naturais que tudo regulam. Devia concluir a encenao do tal Centro Esprita Nossa Senhora da Piedade, que pela denominao no se perca, dizendo: Respeitvel assistncia! Esse fenmeno de ressuscitar uma donzela em Niteri, uma das muitas intrujices astrais sempre feitas de acordo com os mdiuns. A moa, respeitveis basbaques que me ouvis, no morreu atuada pelos espritos inferiores que a maltrataram e dominaram o seu esprito, para assim lhe lanarem no corpo fluidos danificadores que produziram a morte aparente, para embasbacar os basbaques; e depois de o haverem feito, voltou o esprito da jovem a incitar o seu corpo, aps liberto da ao danificadora dos tais caboclos, produzindo-se ento o espantoso milagre da ressurreio do seu cadver. Depois, devia o dito pregador afirmar: Amveis basbaques, serve isto unicamente para provar-vos que tudo nos vem de fora e vive fora de ns, e que as foras ocultas acionam e dominam as criaturas, conforme a sua vontade e educao; por esse motivo, a moa de Niteri, fraca de vontade e j trabalhada na feitiaria da caboclada, tornou-se um magnfico instrumento de ditos caboclos, que agora no s so senhores absolutos dela, como do pai e de todos que tomarem a srio tal intrujice.

E concluindo: Tambm serviu esse fenmeno de franca obsesso, de pleno domnio de uma jovem pelo astral inferior para provar a inexperincia do mdico que passou o atestado de morte sem maior pesquisa, sem ao menos colocar a mo em qualquer parte do corpo da jovem atuada, para convencer-se de que o mesmo estava repleto de vida anmica (fluido nervoso), e que enquanto esta existir, ligada s molculas, ao corpo em geral, no se pode dar a morte. O fenmeno pertence ao nmero daqueles, portanto, que os mdicos denominam morte aparente. A morte do corpo s real, ilustres intrujes e mistificadores, quando a vida anmica (fluido nervoso) se desagrega de todas as clulas, o sangue coagula e o corpo (a matria organizada) fica totalmente frio e inerte. Mas o dito pregador preferiu quedar-se no sobrenatural, no milagre, a explicar o que j se conhece a respeito e se acha exarado nas obras do Centro Redentor. V oportuno, meu caro Gustavo, visto estarmos com a mo na massa da caboclada, desenvolver o assunto sobre os tais guias que por toda a parte do Brasil, e mais especialmente nesta capital, chegaram a ganhar foros de coisa sria, de verdade em fora astral, em proteo a basbaques. Preciso se torna, pois, que leias, com a devida ateno, o que se segue, para bem poderes ajuizar as torpezas, as especulaes que se fazem em nome dos pobres selvagens, que ao meio civilizado nunca chegaram, porque no podem vir, como vers. Quando um pai-de-servio, de mesa ou de sesso quer valorizar a sua sesso, a sua baica, espalha aos quatro ventos que os seus guias so caboclos, silvcolas brasileiros, chefiados por Urubat, Pariparoba, Junco Verde e outros nomes estapafrdios. esse o melhor anncio para arranjar freguesia de incautos. Atrs de tais protetores astrais correm logo as melindrosas que querem casar ou arranjar um amante rico; as mulheres casadas que, fartas dos maridos, preferem ser meretrizes ocultas; os empregados pblicos, com pretenses a acesso ou gratificaes; os comerciantes quase falidos, para endireitarem as suas finanas; o advogado, para vencer as suas demandas; o poltico, para cangar e vencer o rival, ou ainda o dirigente local, que deseja as graas do mando central, o domnio poltico absoluto na sua jurisdio, e demais pretendentes a coisas privadas desonestas. Por assim ser que o ex-pregador do respeitvel Abrigo Tereza de Jesus fez na sua arenga, o elogio dos tais caboclos, como guias de tais centros, como ressuscitadores do cadver de uma filha querida de um comerciante abastado, como preciso que sejam todos os pais, para garantirem aos tais centros uma renda maior. No entanto, meu caro Gustavo, preciso que te diga, e que todos saibam, que os tais caboclos-guias so pura mistificao, uma torpe intrujice do astral inferior, dos mdiuns deste e dos tais pais-de-mesa, presidentes dessa magna caterva que os aplaude. Assim , porque as leis naturais e imutveis no permitem, em absoluto, que as foras astrais contrrias em sentimentos se aproximem, se unam umas s outras, que um esprito selvagem, animalizado, fraco, sem o menor conhecimento das coisas civilizadas, venha trabalhar nos meios civilizados, seja no que for e para o que for. Se o pobre diabo em vida carnal no pde sair das selvas, e nelas se quedou at desencarnar, vivendo, apenas, a vida instintiva e, assim, das coisas que interessavam

somente ao corpo, satisfao da matria organizada, como que depois vem, garboso, com conhecimentos humanos que nunca possuiu e fora fsica que nunca teve, superior do branco ou do mestio, combater os outros espritos de jesutas, doutores e soldados? VI Antes de continuar a provar que os selvagens das Amricas, os tais espritas em provao denominados caboclos, e da frica etc., no se podem manifestar em parte alguma do que se denomina mundo ou sociedade civilizada, preciso se torna tratar da psicologia, do seu real significado, para assim bem claro se tornar o estado espiritual desses que de racionais somente tm a forma. Por isso, toma boa nota do que te vou dizer como instrumento racionalista cristo, repito, e assim, das foras ocultas superiores, sobre o porqu de coisas que elas explanam, com certeza absoluta, para esclarecimento da humanidade. Dentre as suas inmeras invenes, filhas da vaidade e do egosmo do homem, esto a palavra psicologia e outras, suas derivadas, que correm mundo como sinal, como marca de sabedoria e de erudio por parte dos que as empregam no seu rabiscar de ignorncia e de maldades. Essa palavra psicologia foi inventada para tratar da alma pelos tais sbios que ns, honrando o nosso grande Jlio Ribeiro, denominamos sbios, a titulo negativo... Assim, tambm ns, os racionalistas cristos, usamos a dita palavra. Entretanto, do que ela absolutamente no trata da alma, isto porque da alma no tm eles os eruditos, os que tal palavra tm empregado noo, visto que a base dos seus conhecimentos o tomo, que matria, embora jamais visto nem cheirado por eles. E a alma no matria. Todos, inclusive tu, meu Gustavo, os frades de todas as ordens e os sectrios das diversas seitas em geral, ignoram o que seja a composio do Universo e desconhecem a sua prpria composio, como ignoram o que a Fora em si, primacial princpio componente do Universo e do ser humano, que o universo em miniatura, por ser composto de Fora, ou Inteligncia, e Matria os dois nicos elementos que no Universo existem a organizar, incitar e movimentar corpos, quaisquer que eles sejam. Desconhecendo, assim, o que seja a Fora ou Inteligncia Universal, nada podem eles dizer com acerto, e muito menos de psicologia, da qual pouco entendem, at que se disponham a estudar, bom afinco o desprendimento, o que seja a Fora em si e, assim, a alma de todos os seres. Tratando, pois, da partcula da Fora que incita e movimenta os corpos, que denominamos alma, tratamos da completa, da verdadeira psicologia humana para, desse tratar, poder o leitor tirar concluses certas e seguras do estado espiritual de cada vivente humano, e assim poder concluir, com verdade, que de fato a alma existe e que as leis naturais, s quais est sujeita, so as mesmas que governam o Universo. VII Em continuao, dir-te-ei, querido Gustavo, que as partculas da Inteligncia Universal, que o vulgo denomina almas, so a vida que se acha em todos os reinos da natureza, como o Centro Redentor demonstra e prova na sua obra denominada A vida fora da matria.

Essas partculas da Inteligncia Universal que, em obedincia a leis naturais e imutveis, incitam e movimentam os diversos reinos da natureza, estabelecendo a vida em todos os mundos, em todos os corpos, em todos os seres orgnicos e inorgnicos, desde a pedra aos metais, aos vegetais, aos animais e ao gnero humano, esto em constante ascenso para a luz, para a sua fonte de origem, que o Grande Foco incitador de tudo quanto existe. Assim, vo elas, essas partculas, passando por todos os corpos dos reinos da natureza, em evoluo, em constante purificao, e assim, cada vez mais aumentando a sua luz, a sua Fora, para o final cumprimento do dever, que confundir-se com a luz de onde partiram para este e outros planetas. , pois, claro e certssimo que quando ditas partculas chegarem a organizar, incitar e movimentar corpos humanos, j tm grande progresso feito, j fazem parte das Foras de categoria verdadeiramente racional, e, como tais, com inteira responsabilidade dos seus atos e pensamentos, que as fazem caminhar neste mundo sem que para os seus atos reprovveis possa haver desculpa, contemplao e muito menos perdo, por serem racionais, responsveis por tudo quanto fazem de bem ou de mal. Pelos diversos povos da Terra e suas raas, verifica-se a variao das categorias espirituais de cada povo, de cada nao, de cada agrupamento humano. Por esse estado do gnero humano fcil se torna a demonstrao do que dito fica e que os povos ditos selvagens, apesar de humanos nos corpos, so ainda espiritualmente mui jovens, e assim, mui atrasados em raciocnio, vivendo mais pelo instinto, do que racionalmente. Sendo certo que todas as partculas da Inteligncia Universal, seja qual for o seu estado, esto, como tudo, sujeitas s leis comuns e naturais, s leis do progresso, que se fazem facilmente sentir desde o reino vegetal ao animal, no se podem elas confundir umas com as outras, especialmente quando fora da matria, porque, em virtude das ditas leis, os similares se atraem e os contrrios se repelem. Quer isto dizer que a alma de categoria A nunca est bem com a de categoria B, nem esta com a categoria C, e assim por diante, e que s pode haver, e h, de fato, tolerncia, no mistura nas categorias superiores para com as outras, porque elas so as verdadeiramente desprendidas das coisas e glrias da Terra, praticantes de uma democracia verdadeiramente racional e cientfica, e no dessa coisa infecta e vil no fundo, a que o grande parlamentar baiano, que se chamou Cesar Zama, denominou de canalhocracia (vide suas cartas a Latino Coelho). Essas categorias de espritos agem, pois, na Terra e na atmosfera desta, de acordo com o seu adiantamento, e assim, como a sua categoria espiritual, e no como querem os ignorantes civilizados, os sectrios de todas as seitas e os eruditos vrios. VIII De acordo, pois, com os princpios exarados nas minhas cartas, e especialmente nas ltimas, fcil se torna, meu caro Gustavo, compreender e concluir que os espritos dos selvagens, conhecidos pela denominao de caboclos, que lhes do os tais pais-deservio, ou da magia negra, enfim, no podem vir aos centros civilizados, nem prestar-se, portanto, a trabalhos ditos espritas, porque: 1) A sua categoria espiritual inferiorssima, o seu viver todo instintivo e animalizado e, assim, sujeito s mesmas leis que regem a evoluo dos irracionais;

2) no possuindo o raciocnio desenvolvido, no conservam, aps a desencarnao, os mesmos hbitos e vcios da maioria dos espritos civilizados, nem os mesmos desejos intemperados destes; 3) no possuindo tal raciocnio para o mal, tais desejos intemperados de vingana, fcil se torna ao Astral Superior afast-los das selvas, da atmosfera da Terra, e encaminh-los para os mundos a que pertencem; 4) para conseguir a partida para fora da atmosfera da Terra, afeitos como todos esto obedincia cega aos seus superiores, bastante para que um esprito esclarecido, ao servio do Astral Superior, encarregado desse trabalho, se lhes apresente em corpo astral com a figura de seu chefe, do seu superior e que eles o reconheam como tal, para que, com raras excees, aps a desencarnao o acompanhem para fora desta atmosfera, e assim para o mundo a que cada um pertence. claro que a projeo da figura astral de chefe selvagem s podem engendrar os espritos superiores e esclarecidos, capazes, portanto, de irradiar os dialetos de diferentes tribos, o que no pode fazer um esprito da atmosfera da Terra, um obsessor, mistificador de corpos astrais, que ignora tais dialetos e como reproduzir o corpo astral do chefe selvagem, ao qual todos obedecem cegamente. Por assim ser, raros so os espritos selvagens que se quedam na atmosfera da Terra, e os poucos que assim no procedem, que no se deixam facilmente conduzir, nunca podendo vir assistir ou trabalhar em meios civilizados, pois os contrrios se repelem como os similares se atraem, e eles se achariam deslocados em tais meios. O mesmo se tem dado com espritos de pretos verdadeiramente africanos que desencarnaram fora das suas selvas, nos lugares onde foram escravos nos pases civilizados, e ficaram ao servio das Foras Superiores (Astral Superior) para a produo dos fenmenos denominados de efeitos fsicos, dirigidos por um preto feiticeiro denominado Meganga (Mestre) ao qual, j quando encarnados, respeitavam e obedeciam cegamente. Por sua vez, este Meganga, quase sempre preto e de idade avanada, quando encarnado subordinado a um mentor da sua confiana, ao qual obrigado a obedecer a sua falange, a turma que lhe est subordinada. So estes os espritos que se prestam para a produo dos fenmenos denominados de efeitos fsicos, sendo que para tais trabalhos preciso que o mentor, por intermdio do preto velho, o Meganga, os conduza aos meios civilizados e os obrigue a atuar nos mdiuns afins sua espiritualidade ou a estar entre eles, para, com o auxlio do fluido e da assistncia destes, poderem produzir o que lhes for ordenado pelo Astral Superior. IX Em continuao minha carta sob o nmero VIII, dir-te-ei, meu caro Gustavo, que grande o medo e a repulsa que os espritos dos africanos sentem pelos meios civilizados onde devem produzir ditos fenmenos, e por assim ser que, por vezes, tais trabalhos falham, no se realizando completamente. O primeiro trabalho, pois, a fazer, acostumar ditos espritos com os mdiuns e a assistncia civilizada, para que eles no fujam e no preguem partidas aos mdiuns e assistncia. Somente estes espritos africanos menos atrasados que os silvcolas da Amrica, podem servir para os trabalhos de efeitos fsicos, porque com o seu fluido materializado

como o de qualquer encarnado de espiritualidade inferior, no sofrem com a materializao necessria produo desses efeitos; ao passo que um esprito de outra categoria, embora da zona opaca, no poderia suportar tal materializao e produzir tais fenmenos. J grande o sofrimento por que passa um esprito habitante de um mundo superior para vir at ns em corpo astral, branco, difano, que vem engendrando com o fluido dos mundos que lhe so inferiores, at chegar s correntes fludicas do Centro Redentor e suas Filiais, quanto mais materializar-se, para produzir ditos efeitos fsicos. Desta parte nunca tiveram conhecimento os cientistas oficiais experimentadores; e da o acreditarem como de espritos superiores os fenmenos que verificaram. A mesma coisa aconteceu ao Figner, no Par, com a tal materializao da filha. Tudo o que a fica, meu caro Gustavo, o Astral Superior explicou claramente na obra Racionalismo Cristo, e s se enganar quem quiser. Mas demos de barato que assim no seja, somente para argumentar e mais fcil se compreender a categoria de ditos espritos; admitamos que de fato eles pudessem estar entre ns e agir como civilizados. Ainda nesta hiptese, qual o benefcio para a humanidade e at para os praticantes de tais trabalhos? Qual o valor espiritual desses infelizes, em nome dos quais tanta misria e torpeza se vem praticando e continua a praticar? Absolutamente nenhum, porque: a) o valor psquico do ser humano, a fora e o vigor que o animam para as lutas individuais ou coletivas, so filhos do prprio esprito que organiza, incita e movimenta o corpo carnal; b) tal fora e coragem individual no podem ter o selvagem e o africano de inferior espiritualidade, bem como a Fora incitadora de seu corpo; c) a prova est claramente demonstrada na histria dos povos atrasados, especialmente na histria da colonizao da frica e das Amricas, em que as lutas dos nativos, dos selvagens s eram, como continuam a ser, traio, agindo eles como quem caa feras ou animais das florestas. Os selvagens, em geral, s se apresentam em campo raso para enfrentar os civilizados, quando estes so em muito menor nmero. o que por hoje me dado dizer-te, pedindo-te que continues a acreditar na real estima do teu amigo. X Alm do exarado em nossas ltimas cartas, dir-te-ei mais, meu caro Gustavo, que o corpo fsico do selvagem, mesmo musculoso, , em geral, inferior ao do homem civilizado; e quando mesmo essa parte da matria organizada fosse mais bem conformada e nutrida do que a do civilizado, o que impossvel, em virtude das leis naturais, no poderia ele vencer, porque lhe faltaria, como falta, a fora motora, o vigor psquico em quantidade e pureza precisas para tanto; porque: a) a mquina humana (corpo carnal), age qual couraado ou locomotiva, que s so possantes e vencedores quando o vapor gerado nas caldeiras forte e na quantidade precisa; b) no ser humano d-se ainda que, alm da fora espiritual, do adiantamento da alma, indispensvel uma forte e constante educao da vontade para vencer os

instintos, os maus hbitos e a indolncia, a fim de que a Fora (alma) cada vez mais se fortifique pela luta e o estmulo que a obriga a raciocinar, com acerto, para vencer, elementos que faltam, em absoluto aos selvagens. Como, pois, meu caro Gustavo, dar aos africanos e aos caboclos (selvagens) qualidades, embora materiais, para a luta, se eles, de acordo com as leis naturais que tudo regem, tal fora, tais qualidades de lutadores no podem ter? Como ainda atribuir a ditos espritos qualidades de vencer, doutrinar e proteger, que s cabem a espritos adiantados e j fora da atmosfera da Terra? No se observa, raciocinando um pouco sobre o que a fica, ser impossvel tal coisa, por estar fora das leis naturais, e assim no ser racional? A tudo que a fica, respondero os tais mdiuns videntes que funcionam em sesses de feitiaria ou assemelhadas: No verdade o que afirmais, racionalistas cristos, porque ns, mdiuns videntes, vemos os ditos espritos de caboclos em seus corpos astrais, enfeitados sua maneira e com os mesmos gestos, fala e esgares que usam nas tribos, quer em tempo de paz ou de guerra, e como assim o vemos, assim os descrevemos aos nossos pais-demesa, pai-de-servio e assistncia. Ningum que saiba raciocinar e estude, com critrio, a vida fora da matria organizada, e assim a Fora, pode negar esse fato de mdiuns videntes verem caboclos (selvagens) nas suas sesses, mas os vem somente no seu corpo astral, e no na sua categoria de espritos adiantados, movimentadores de corpos de civilizados, que so esses mistificadores. real essa viso dos mdiuns videntes, por mais imperfeitos e viciados que sejam, visto que a vidncia, como j dissemos, tm-na o cavalo e o prprio co, e , em geral, no ser humano prova de fraqueza espiritual; mas sendo real a forma (corpo astral) do selvagem, no o seu fundo, por tratar-se de uma mistificao que explicaremos na prxima carta. At l, meu Gustavo, fao votos para que te aproveite o exarado nas cartas anteriores, e nesta. XI Em continuao minha carta sob o nmero X: sabido, meu Gustavo, e nas obras do Centro Redentor est amplamente explicado, que o esprito desencarnado, e mesmo o encarnado em desdobramento (o esprito desdobra-se quando o corpo dorme ou quando, mesmo acordado, o ser se concentra), faz da matria csmica (fluido) em que est envolvido e se acha sua disposio em outros corpos, tudo quanto lhe apraz, tudo quanto julga preciso para satisfao dos seus desejos ou do que lhe for determinado pelo Astral Superior, quando ao servio deste. certo tambm que na aura dos encarnados se refletem as imagens do que eles pensam, sendo, portanto, a aura o espelho da alma, atravs do qual tudo observado por qualquer esprito da atmosfera da Terra, por mais inferior que seja. Em virtude destes princpios inalterveis como as prprias leis naturais que os regem, os espritos, especialmente os obsessores, velhacos, conscientes do mal que fazem e para que o fazem, transformam-se no que lhes apraz, desde o animal mais repelente, ao corpo astral belo ou disforme de qualquer criatura. Assim sendo, os espritos obsessores velhacos que imperam nas tais baicas, transformam-se em caboclos, negros africanos etc., quando lhes apraz ou convm ao seu

Centro; ao crdito do seu presidente ou correspondente ao desejo do mdium em quem vai atuar etc. Desde que a freguesia do seu antro gosta de caboclos, por ter mais confiana neles, claro que esse desejo se manifesta na aura de cada um desses basbaques, e o esprito velhaco, o chefe astral do antro, ordena que toda a falange ao servio do dito antro, engendre o corpo astral de selvagem, de caboclo, e dance e faa esgares como esses, para que o mdium vidente assim os veja e ateste as suas presenas. Quase sempre, quem assim se transforma em caboclos e negros so espritos de relativa espiritualidade; e tanto esses como os seus parceiros tudo fazem para que o seu antro se torne o primeiro entre os primeiros em feitiaria e perversidades. A tm os tais mdiuns videntes e os apreciadores de caboclos, a explicao racional dos corpos astrais desses caboclos que eles, mdiuns, vem, mas que no so caboclos em esprito, porque o no podem ser, conforme acima j explicamos. O que a fica por todos pode ser sabido, desde que queiram ler as obras do Centro Redentor e raciocinar sobre tudo o que lerem. Todavia, esses infelizes praticantes da magia negra e os seus mdiuns materialistas, mesmo videntes, preferem ser ignorantes propositais e seres animalizados, a aproveitarem o tempo, estudando os porqus das coisas e raciocinando sobre os fenmenos que se lhes apresentam. Procedem como irresponsveis, enlouquecendo-se uns e outros, e por isso o Racionalismo Cristo afirma que cada um tem o que quer e merece. A tens, meu caro Gustavo, a verdade sobre os tais caboclos. Que ela te aproveite e aos meus leitores, so os votos que fao. XII Onze so as cartas que te tenho dirigido, meu caro Gustavo, desde o dia 27 de maro at o dia 24 de abril 3. Nessas onze cartas se acham exaradas verdades no sabidas por ti e, muito menos, pelos tais mdiuns e presidentes dos terreiros e centrelhos, quase todos analfabetos e, por isso, incapazes de raciocinar, por ser-lhes mais agradvel viver instintivamente, como os animais inferiores, a fazerem o menor esforo de raciocnio sobre qualquer coisa sria da vida que interesse alma, que eles no sabem o que , como o no entenderam Kardec nem Flammarion, seu mdium e secretrio. Entre essas verdades, figura a psicologia dos selvagens e africanos, e assim o estado verdadeiro dessas pobres almas, cuja denominao serve de torpe especulao aos feiticeiros que fazem profisso desses feitios. Por esse estado de alma de selvagens, que bem claro ficou em ditas cartas, fcil deve ter sido a ti, meu caro Gustavo, e aos demais leitores de boa vontade, concluir que os evocadores de tais espritos de caboclos no passam de criaturas completamente inexperientes em assuntos de tal natureza. Assim, pois, certssimo, como deves estar agora dessa tremenda intrujice do velhaco astral inferior, que obseda e dirige toda casta de praticantes do baixo, do inferior, da perigosa coisa que os seus infelizes praticantes teimam em fazer passar por Espiritismo, vamos, agora, tua Cruzada, para que bem claro fique que no se pode servir bem a dois senhores , como em geral fazem os sectrios das diversas seitas,

Ano de 1924

inclusive o meu frei Solanus, que agora se assina Gustavo Macedo, presidente da Cruzada Esprita, e cidado bem nascido e bem criado, para todos os efeitos. Assim, pois, ouve: As preces rezadas na tua Cruzada pelos que sofrem na Terra, pelos que padecem no espao, e as que fizeste e continuas a fazer demoradamente pelo Sr. Viana de Carvalho e pelo Sr. Vigrio de Pernambuco (que tanto atrapalhou as arengas do dito sabi coleira do teu espiritismo), todas essas palavras melosas no tm valor algum, meu Gustavo, so completamente perdidas e no chegam mesmo a vibrar, a irradiar alm da atmosfera (aura) que envolve quem as faz, por mais instrudo ou pergaminhado que seja. Se, pois, nem feita por ti, que no s praticante, tais preces tm valor, por no irem alm da tua aura, imagina o que sero as feitas por esses pernsticos! Feitas por tal gente, elas nem chegam aura de cada um, quedando-se nas vsceras de quem de tal se lembra, porque filhas das vsceras so e nelas ficam. XIII Por que razo assim classificas tu as preces que eu fao e que fazem os espritas bblicos e outros? - ests a perguntar-me, mentalmente, caro Gustavo. Porque a prece para os sectaristas das diversas seitas uma forma de sentir puramente material, por material ser o seu Deus que se habituaram a adorar subservientemente. Essas preces, que no so mais que rezinhas, mexer de lbios, inteiramente materiais, esto condenadas pelo Racionalismo Cristo, no qual no h preces, mas, sim, irradiaes, verdadeiras vibraes do esprito aos Mundos Superiores, habitaes das partculas esclarecidas da Inteligncia Universal. Essas irradiaes figuram na obra Racionalismo Cristo, e so: 1) Irradiao ao Grande Foco, que curta e clara. 2) Irradiao ao Astral Superior, que por si s constitui o esclarecimento completo do que so o Grande Foco, gerador de tudo quanto existe, e a alma de que se constitui o ser humano, e quais os seus deveres neste e nos outros planetas. maravilhoso ver, meu Gustavo, como se desprendem das partculas do Grande Foco as centelhas de luz esplendorosa, que vo ascendendo, em cintilaes vibrantssimas, at se ligarem no Espao Infinito, onde se encontram as Foras Astrais Superiores. certo que todas as intenes de humanos esclarecidos e raciocinadores se refletem nos pensamentos em cintilaes de variadssimas cores e intensidade, consoante o grau de pureza e fora impulsionadora da vontade ou ao refletida, da concentrao espiritual de cada ser, em particular, ou da comunho em geral. Assim sendo, a prece, meu Gustavo, vs bem que consiste, para os ignorantes, em mover lbios, articular palavras, revirar olhos, falar muito do pai celestial e divino mestre e implorar proteo, como todos fazem, em bem de quem se faz e do prprio indivduo que acredita faz-la. S real a irradiao e, assim, os seus efeitos, quando quem a faz se conhece como Fora e Matria, como alma e corpo carnal, e sabe raciocinar com acerto. Porque produzindo a Irradiao o cordo de luz que nos liga aos mundos e seres superiores, no pode quem quer que seja irradiar pensamentos ao Astral Superior, se

desconhece a Fora em si e a Matria em si, e assim as Foras, Almas Superiores, onde elas residem, e como so atradas. At breve, meu Gustavo. XIV Sendo a Irradiao, caro Gustavo, o que exarado ficou na minha carta nmero XIII, isto , um cordo de luz partindo da alma humana para lig-la aos mundos e almas superiores, cordo de luz constitudo por pensamentos que so vibraes do esprito de cada ser, vibraes que a sua vontade desloca do Todo, que Luz e no matria, e que, por assim ser, produz o dito cordo de luz; sendo assim, meu caro Gustavo, claro que ela no pode ser luminosa e bela, se no quando feita por seres racionais na forma e no fundo. O ignorante e, alm disso, viciado em mexer de lbios e revirar de olhos, prtico em gestos e maneiras para armar efeito e iludir aos outros e a si prprio, no pode irradiar a dita Luz, que Fora, Inteligncia, por conservar-se em estado animalizado, idntico, portanto, ao dos irracionais. No sabe sentir elevadamente, com o vigor preciso, de maneira a produzir irradiaes de Luz e, de acordo com a lei de atrao, ligar-se s entidades astrais superiores. Por assim ser que se afirma, como verdade absoluta, que todos pronunciam palavras, mas que mui poucos sabem irradiar. E esta afirmativa, meu Gustavo, est de inteiro acordo com aquela verdade existente entre as mentiras do romanismo, atribudas a qualquer Paulo, Sancho ou Martinho de antanho, que diz: Glria a Deus nas Alturas e paz aos homens de boa vontade na Terra! Ora, se s aos seres humanos de real vontade, e assim, raciocinadores e vibradores de sentimentos altrustas, elevados, puros, que cabe a paz de esprito, e sendo esta paz do esprito filha do estado psquico, do estado da alma, da convico da sua prpria existncia, claro que o egosta, o supersticioso e mau, como a imensa maioria dos sectaristas de todas as seitas, no podem ter paz, porque a no sabem atrair pelos seus pensamentos valorosos, ao servio da sua vontade. Se, pois, a Irradiao se expressa nesse cordo de luz, base e fonte do amor, no pode ser feita por quem no tenha a vontade fortemente educada para o bem real, que o espiritual e no o material; e no tendo assim a vontade educada, fatalmente um fraco; e sendo-o, no pode saber o que a Fora em si, o que o Grande Foco; e sendo certo que no se pode respeitar, profunda e realmente, o que se no sente, o que se no estuda e conhece, claro, meu Gustavo, que no pode o ignorante compreender e respeitar o Grande Foco nem irradiar e constituir o dito cordo de luz pela elevao do pensamento. Como, pois, queres tu, Gustavo, que as tais preces sejam benficas, se elas no passam de um articular de palavras sem o menor sentimento verdadeiramente racional e cristo? Como queres tomar a srio essas palavras proferidas por pessoas que, alm de ignorantes da sua prpria existncia, como Fora e Matria, nutrem somente desejos intemperados, animalizados, perturbadores da alma? Ignoras que a pessoa que sabe elevar o pensamento s Esferas Superiores, e assim formar o dito cordo de luz vibrante de amor, torna-se invencvel na luta pela vida

porque, sabendo irradiar, sabe sentir, vibrar, ligar-se s entidades e esferas superiores, sustentando-se do que vs denominais f, que a espada da vitria? O que a fica afirmado por todos os sectaristas, quando dizem, sem saber por que o dizem, que a f remove montanhas. Ora, se todos soubessem irradiar, no existiriam no mundo as montanhas de sofrimentos, oriundas dos vcios, maus hbitos e outras misrias que os seres humanos tm mantido e desenvolvido desde milhares de existncias de ignorncia sobre as coisas srias da vida, a sua composio, deveres etc. XV Como deves ter observado pelo que escrevi na minha carta nmero XIV, inteiramente nulo o valor das preces, porque: 1) quem as faz, sendo ignorante da sua prpria composio, no sabe irradiar pensamentos com o vigor preciso para ligar-se s Foras Superiores, de maneira a fortificar com elas a corrente branca que existe nesta atmosfera fsica, que se denomina corrente magntica, formada por pensamentos bons, ao servio de vontades fortemente educadas para o bem geral da humanidade; 2) a maioria dos articuladores de tais palavras mais ou menos melosas, monsticas, e que tu denominas devocionrias, mal assistida, obsedada, repleta de sentimentos egostas e de moral utilitria, moral de gozo, e quem possui essa noo errada da moral, e s desejos materiais, animalizados, intemperados nutre, no pode, claro, ligar-se s Foras Superiores, e com estas fazer causa comum, beneficiadora de corpos e de almas; 3) sendo assim interesseira, egosta, invejosa, animalizada e, portanto, m, vive instintivamente e no racional e cristmente a maioria da humanidade, e nesse viver s pode ligar a sua aura a entidades idnticas, porque isso que determinam as leis naturais, as quais ordenam que os similares se atraiam e os contrrios se afastem; 4) em tal estado psquico, quem reza o faz somente com os lbios e, portanto, ilude-se, mente a si prprio, enquanto no aprende a vibrar, a sentir e a irradiar com raciocnio, com a razo esclarecida, com o conhecimento certo e seguro de si prprio e da sua fonte de origem, que o Grande Foco. claro, meu Gustavo, que tais preces no beneficiam nem a quem as faz nem a quem so dedicadas, visto que no h vibrao da alma ao faz-las, e se algo sente quem as faz, puramente material. A irradiao vibrao astral e no material. Mesmo que a irradiao seja feita por um racionalista cristo de boa vontade, que saiba sentir, que saiba vibrar, que saiba como e onde irradiar o seu pensamento, ela no pode beneficiar, fortificar, alegrar, dar prazer se no a um similar, pessoa que tambm saiba colocar-se em boas condies psquicas. Isto racional e est de acordo com as leis naturais, que tu denominas divinas; elas determinam que os similares se atraiam e se irmanem, e os contrrios se repilam, se afastem, procurando os que pensam e sentem da mesma maneira. Quer isto dizer que a irradiao, embora feita por quem a sabe fazer e sentir, no pode beneficiar o desgraado, o obsedado, o viciado, o especulador, enfim, porque esses se acham envoltos em densas trevas, metidos numa couraa que absolutamente no deixa a luz, a irradiao repleta de amor, aproximar-se deles.

XVI Pelo que tens lido, deves haver concludo l no teu ntimo, nos momentos consoladores da tua querida alma, que de fato est tudo errado, desde a tal devoo, a religiosidade, de que trataremos depois, at s preces que, assim feitas, nada valem, a ningum beneficiam, so a mentira mais mentirosa que se conhece e que se est desvendando agora, graas ao Racionalismo Cristo, que tudo vem esclarecendo e colocando nos seus verdadeiros lugares. Sei, meu caro Gustavo, que os sectrios, os viciados em coisas que eles denominam religiosas, os fanticos, os beatos, os rezadores, em geral, de baicas ditas espritas, muito sofrem com essas verdades. Eles nada compreendem que no seja aquilo que, como obsedados, gravaram no seu mental, nesta como nas milhares de encarnaes por que tm passado, sempre envoltos pela mentira e dominados pelo astral inferior. Esses retardados no usam o raciocnio, no podem ler e fixar o que o Racionalismo Cristo explana, porque so escravos das foras inferiores, s quais se acham ligados pela sua indolncia, pela sua fraqueza mental, pela prpria inferioridade espiritual que os torna ridculos e nulos para as coisas srias da vida, para a luta que escolheram ao encarnar. Eles, pois, no aproveitam a verdade pelo Racionalismo Cristo explanada pela imprensa, pelos livros e pela palavra dos seus militantes, porque j se sabe que tais criaturas nem em centenas de encarnaes podem atingir a categoria espiritual de bem compreender e praticar a Verdade; para o aproveitamento das geraes vindouras que estas verdades so escritas e ditas claramente nas Sesses Pblicas de Limpeza Psquica (de normalizao de obsedados), no Centro Redentor, na rua Jorge Rudge no119, Rio de Janeiro, e em seus Filiados e Correspondentes. Farto est o Astral Superior, como ns tambm, de saber que h pouca gente, atualmente, capaz de compreender e praticar a Verdade que se est explanando. Mui poucos dos seres humanos se podem dizer de boa vontade, de vontade forte para o bem; no fiquemos, pois, na bela iluso do aproveitamento pelos adultos da Verdade trazida Terra pelos Espritos Superiores ou da Verdade a que dizem haver-se referido Jesus. O que consegue o Racionalismo Cristo, por nosso intermdio, meu Gustavo, avivar os incautos, os ignorantes ou indolentes espirituais, com a explanao da Verdade. o medo que guarda a vinha, diz o ditado popular portugus, e assim tambm nesta parte: O encarnado tem medo de morrer antes do tempo, ou de ficar louco, e sabendo que esses males so produzidos pelos seus maus hbitos e os maus pensamentos, procura conter-se um pouco, modificar o seu proceder, fazer o menos mal possvel e nada mais, como, a seguir, verificars. XVII Se te foi possvel, meu Gustavo, raciocinar sobre as minhas cartas quanto prece, deves estar convencidssimo de que poucos na Terra sabem o que ela , seu real significado, e como a irradiao se faz. Esta afirmativa, meu Amigo, confirmada pelos tais Evangelhos, repletos de contradies, que todos vs sabeis na ponta da lngua e que dizem: Muitos sero os chamados, e mui poucos os escolhidos.

Ora, se dos muitos chamados para a obra remodeladora da humanidade poucos so os escolhidos, conforme afirmou Jesus, porque poucos tm fora para resistir ao vcio que os domina, e poucos sabem, por meio da irradiao verdadeira, estabelecer esse cordo de luz e de amor espiritual. Se todos os que rezam soubessem irradiar e ligar-se ao Astral Superior, claro que todos seriam escolhidos, e ento se poderia afirmar que dos muitos chamados, mui poucos seriam os repudiados, por animalizados. Mas, se os sectaristas das diversas seitas, que se dizem religiosos, espritas ou espiritualistas, soubessem irradiar, tivessem certeza do valor da irradiao, meu Gustavo, os hospcios e o mundo no estariam repletos de doidos feitos por essas seitas e pelo baixo espiritismo, porque a irradiao, sendo fora luminosa, inteligente, pura, afasta as trevas, os maus elementos, e liga quem a sabe fazer s almas puras, formando estas em volta do seu similar, que sabe irradiar, uma fortaleza to luminosa e bela que as trevas constitudas pelo astral inferior, pelos Lodoros, Urubats e outros, que de to sujos chegam a no poder encar-la, fogem dela, a saltos de veado galheiro, em plena e bela campina. Vs, pois, meu Gustavo, que se os que articulam palavras mais ou menos melosas soubessem, realmente, fazer as irradiaes, no estaria a pobre humanidade no triste estado mental e fsico em que se encontra, devido ignorncia em que as seitas religiosas a tm conservado sobre o porqu de todas as coisas, e assim, sobre a composio de cada ser humano como Fora e Matria. Continuar, pois, meu Gustavo, a fazer tais rezas, sem que em primeiro lugar se instrua a humanidade sobre o que ela , o que so a Fora e Matria, o Grande Foco, a vontade e o pensamento de cada ser, para ento, e somente ento, saber irradiar e aproveitar o seu tempo em bem do Todo e da prpria alma de cada um, perder tempo. De boas intenes est o mundo repleto, mas as boas intenes no salvam as partculas do Grande Foco; so os pensamentos e as obras, reflexos desses pensamentos, que as beneficiam. Quer isto dizer, meu Gustavo, que sem instruo racional e cientfica, sem o conhecimento certo e seguro das foras da natureza e do prprio eu humano, no h evoluo, por mais que todos articulem palavras melosas, revirem os olhos e os fixem no teto das casas ou na aura da Terra, por mais que falem no pai celestial e em Jesus, por mais que se digam religiosos. Acima de tudo esto as leis naturais, que preciso conhecer para se no ser racional apenas na forma. Certo, como deves estar, do nenhum valor das preces que os religiosos, em geral, proferem; certo de que tal articular de palavras e revirar de olhos no passa de uma comdia muito grotesca, muito ridcula, como a transfigurao do tal mdium Lameira numa das casas mais ilustres de So Paulo. A transfigurao, meu Gustavo, palavra velha empregada para encobrir a ignorncia, no exprimindo, realmente, o que vs todos quereis que exprima, porque impossvel, por ser contrria s leis naturais. O ser humano no se transforma em seu corpo fsico, e erra quem tal afirme. O corpo fsico, porque fsico, matria organizada, s de 7 em 7 anos se altera, e no correr dos anos que se vai modificando. O caso outro. Todos vs ouvis cantar o galo, mas no sabeis onde. Atentai, pois, agora, para a explicao real dessa irreal transfigurao:

certo que tudo nos vem de fora e vive fora de ns. certo tambm que os seres humanos so mdiuns intuitivos, e podem tornar-se, se quiserem, mdiuns desenvolvidos, portanto mquinas ao servio das foras inferiores invisveis, (espritos) que neles atuam quando querem, e deles, mdiuns, fazem o que lhes apraz, quando so da fora do Sr. Lameira, completamente obsedados. Nesse estado de mediunidade animalizada, o mdium presta-se, facilmente, para qualquer esprito atuar nele, e com o auxlio da vida anmica (fluido nervoso) do dito mdium, forma o seu corpo astral, o corpo do esprito evocado, de maneira que a pessoa ou pessoas conhecidas o vejam. Quer isto dizer que qualquer esprito da atmosfera da Terra se materializa envolvendo o corpo fsico do mdium, a ponto deste deixar de ser observado, e ele, esprito, tornar-se claramente visto. , pois, o mdium envolvido pelo fluido astral seu e do esprito que dele se serve, e no transfigurado, visto que tal transfigurao, na realidade, no se pode operar, por ser contra as leis naturais. O mdium Lameira, obsedado como todos os mdiuns desenvolvidos sem orientao, nada mais fez do que concentrar-se e deixar-se atuar e cobrir do fluido formado do corpo astral de qualquer esprito que, tomando-o, materializando-se, se transformou no corpo astral do filho da referida me aristocrtica. Fenmeno corriqueiro, como vs, meu Gustavo! O que tu tambm no tens querido saber, mas vais ser informado, agora, que o dito esprito que atuou no mdium Lameira no era o filho da pobre me sofredora, e sim um dos obsessores do mdium que, querendo valorizar o seu instrumento, e vendo na aura da pobre me a figura de seu filho, procurou imitar o corpo astral deste (o que faclimo, porque o esprito faz o que lhe apraz do fluido em que esta envolvido) para que a pobre senhora ficasse certa de que de fato era ele, o seu filho, quem ali estava. Com esta explicao racional e cientfica, l se foi por gua abaixo: 1)A notabilidade de tal mdium. 2)A sua transfigurao de mentira. 3)O filho da tal senhora aristocrtica j no est na atmosfera da Terra e, sim, no mundo que lhe prprio, e do qual no pode vir Terra para manifestar-se por mdiuns obsedados, sem corrente fludica superior. O que fizeram, pois, meu Gustavo, foi iludir a pobre senhora, sem nada lhe explicar sobre a vida real. assim o tal espiritismo. E por assim ser que o Racionalismo Cristo ou Doutrina da Verdade o est malhando, sem contemplao. XVIII Certo, como deves estar, aps a leitura da minha ltima carta, de que tal transfigurao do mdium Lameira ou outro qualquer no passa de uma inveno grotesca de tal gente, que vive a inventar termos para iludir-se e enganar os incautos, vamos outra parte da tua referncia, publicada no vespertino referido. L, dizes tu: Ao cair em transe, o mdium Lameira de Andrade, vencido pela angstia de uma me sofredora etc. O mdium, qualquer que seja, meu Gustavo, no cai em transe nem vencido pelo sofrimento de ningum, visto ser senhor absoluto do seu eu, no havendo esprito nem influncia humana que possa domin-lo, salvo quando est viciado, como o Sr.

Lameira de Andrade, a concentrar-se em qualquer parte, sem corrente fludica organizada pelo Astral Superior. Os mdiuns inteiramente obsedados, em pleno domnio dos espritos obsessores perversos ou brincalhes, se deixam atuar em qualquer lugar, sem garantia para si e para os que o rodeiam; s em tal caso que ele, mdium, pode ser vencido e deixar-se atuar por qualquer esprito obsessor, especialmente para manter a sua vaidade de grande mdium; mdium superior, que no h um s no mundo, e muito menos entre os que tm horror disciplina e, assim, aos Regulamentos do Centro Redentor e suas Filiais. Quanto ao tal transe, outra frase inventada pelos pernsticos e repetida pelos bocs e basbaques experimentadores dos fenmenos denominados de efeitos fsicos, como se de efeitos fsicos no fossem todos os fenmenos observados neste planeta. Isso no significa coisa que jeito tenha, que se possa aproveitar para esclarecer a humanidade. E sabes por que, meu Gustavo? a) porque todos os mdiuns so conscientes, e s so atuados, se quiserem; b) porque antes de ser atuado, sente o mdium o princpio da irradiao do esprito que nele procura atuar; c) porque esse sentir o aviso que recebe para concentrar-se e transmitir as intuies do dito esprito; d) porque, mesmo consentindo na atuao do esprito, esta se faz sem que o mdium perca a conscincia do seu eu, e assim, do seu livre-arbtrio, da noo do seu estado e da certeza de que a sua fora ou vontade est acima de todas as foras ocultas que tentem domin-lo, desde que ele, esprito encarnado, no seja um velho e fraco escravo dos obsessores que, em tal estado, no passar de uma criatura perigosa e at evitvel pela sua fraqueza e vcios de convivncia com Lodoros, caboclos e magna caterva; e) porque, mesmo nesse triste estado de obsedado covarde, ele no perde a noo do seu eu, e apenas se sente bem com o fluido dos obsessores, atirado por estes at nas partes mais sensveis do corpo humano, especialmente na mulher que com tais fluidos se casa e com eles se sente bem, sua maneira; f) o que o mdium faz ao receber o tal guia rebolar-se, fazer-se de gata ou de cobra, se mulher, e de galo ou bode, se homem; e isto que o fluido dos obsessores produz nas partes ntimas de tais mdiuns, que os pais-de-mesa denominam transe. Todo mdium, pois, qualquer que ele seja, sabe o que faz, o que diz e porque se rebola, imitando os felinos, os caprinos, ao cair-lhes no corpo o tal fluido gozador, que oportunamente detalharemos, quando tivermos de tratar de certos mdiuns femininos, de certos loucos crnicos, que s o so na forma, para mais vontade darem expanso aos seus vcios com os corpos astrais dos espritos obsessores, os quais chegam a materializar-se para satisfazer os mdiuns nos seus desejos intemperados. XIX Agora que j sabes, meu Gustavo, que o transe dos mdiuns uma inveno pernstica, seno idiota, dos sbios, a ttulo negativo, e dos espritos bblicos e em provao, como tu; agora que j ests ciente e consciente de que ningum fica fora de si e que pessoa alguma perde a noo de seu eu, da sua personalidade, e que tudo o que se escreve em contrrio a isso burla, toleima, completa bestice, vamos tratar da tua msica devocional.

Afirmaste ao reporte do jornal A NOITE que a msica devocional prepara as almas para a ?uno da prece final? na tua Cruzada Esprita. No bem assim, meu Gustavo, ests errado: a) porque devoo outra palavra inventada pelos sectrios das diversas seitas, para melhor e mais facilmente explorarem a crendice, a toleima dos que caem nas malhas da sua rede ultra-especulativa; b) porque, quando essa palavra significasse algo de superior, portanto de til para as partculas do Grande Foco, ela s podia ser pronunciada por quem se conhecesse a si prprio e soubesse o que significam a Inteligncia Universal e a superioridade de suas leis; c) mas, sendo essa palavra uma mentira, querendo significar o que no pode existir, s serve para iludir os pobres diabos, basbaques que a tomam a srio; d) se tal palavra quer significar um sentimento superior, ainda no est certa, porque sentimento superior um s existe: o racional cumprimento do dever; e) se, pois, do dever no tm as partculas do Grande Foco noo exata, como possvel que o ser humano possa dar-lhe um sentimento qualquer derivado deste? f) que do dever s pode ter real noo o ser humano de alma evoluda, portanto superior e, alm disso, disciplinado, bem educado, e que se conhea a si prprio, na sua composio como Fora (alma) e Matria. E se esclarecidos s so, at agora, os que estudam o Racionalismo Cristo, como quereis vs ento, sectaristas, que a msica seja devocional, se tal devoo no pode existir, como acima ficou dito? Como queres tu, pois, meu Gustavo, que almas humanas, ignorantes do que a fica, e sem a noo do seu dever, despertem ao som da msica, por mais melodiosa que seja? O que acontece s almas humanas, s dos macacos, muares, ces e de outros animais, sentir na sua aura as vibraes dos sons harmoniosos, no vulgares ao seu ambiente, sua vida psquica, desprendendo-as da vida triste, rida, repleta de animalidade e fluidos grosseiros, em que so obrigadas a permanecer. Todavia, meu Gustavo, essa mudana de ambiente, de vibrao fludica, o vibrar sonoroso em tais almas , alm de incompreendido por essas partculas da Inteligncia Universal, de pouca durao. Essa vibrao irradiada sobre tudo o que tem vida neste planeta, paralisa, por momentos, o viver simplesmente instintivo, e assim o vibrar animalizadamente, mas no faz ligar as ditas almas s partculas evoludas do Grande Foco, por ignorarem elas a sua origem e no saberem como irradiar os seus pensamentos, como ligar as suas auras ao Todo, ficando como que narcotizadas e sentindo um certo bem-estar que o narctico produz em toda vida animalizada; mas tudo puramente material, inteiramente anmico, e nada mais. Ao acordar desse estado empolgante, por pouco tempo conserva o ser humano a noo desse bem-estar fludico, diferente do acostumado, do comum, e torna-se, aps, um animal inferior, por vezes feroz, matador, como fcil se torna constatar na vida de todas as seitas, ditas religiosas. Quantas vezes, meu Gustavo, nas encarnaes anteriores, tu, clrigo, tu, frade, saas do coro, aps aqueles maviosos cantares, ditos sacros, e que agora denominas devocionais, e ias torturar, por diversas maneiras, os cristos novos, como Antnio Jos (o Judeu), e milhares de outros que, aps as msicas devocionais, e at durante estas, eram queimados?

Se tal msica devocional pudesse preparar as almas para a uno da prece, e esta pudesse realmente ser o cordo de luz e amor que liga as almas terrenas s superiores, claro que as atrocidades romanas, anglicanas e das outras seitas no seriam praticadas. No h devoo, porque no ela precisa quando existe noo do dever e se o cumpre, e se deste no existe conhecimento, no valem preces nem devoo, nem revirar de olhos, porque no passam de palavras e gestos sem valor. XX Aps a msica devocional de que tratei na minha ltima carta, referiste-te ao esforo de concentrao para mais fecunda evoluo de fluidos e mais eficaz irradiao de pensamentos. A exemplo das demais explicaes tuas ao reprter do jornal A NOITE, meu Gustavo, no passam estas de palavras e mais palavras, porque, para se chegar a esse resultado, preciso saber: a) o que seja o esprito (alma); b) o que seja a concentrao; c) o que seja o pensamento; d) o que sejam a vontade e sua eficaz irradiao. Nada disso foi explicado por Kardec. Havendo ele perguntado a um obsessor que atendia pelo nome de um padre clebre o que eram o esprito e o fluido, esse sabicho do espao lhe respondeu: ?o que so o esprito e o fluido ns no sabemos; por esse motivo vamos estudar o que o esprito, e estudai vs o que o fluido?. Escusado dizer que tal estudo nunca foi feito pelos protetores de Kardec, e muito menos por este e seus adeptos. Sendo, pois, certo que os seus adeptos no conhecem o porqu das coisas, o que so a Matria em si e a Fora em si; sendo eles dos mais ignorantes da vida real, os mais crassos, por terem prazer em ser analfabetos propositais nesse campo do saber humano, no podem preparar-se para a concentrao, para a irradiao dos pensamentos aos planos dos mundos superiores, habitaes dos espritos esclarecidos. Por assim ser, meu Gustavo, deves observar, melancolicamente, que mais uma afirmativa tua perdida, por estar fora de vila e termo, por no poder pessoa alguma praticar aquilo que ignora, e muito especialmente ligar-se, pelo pensamento, s Entidades Superiores que no alm tratam, afincadamente, do progresso moral e espiritual dos povos, e no de coisas materiais, como querem e praticam todos os espritas religiosos. Se a palavra devoo, como j observaste, uma inveno grotesca para enganar crianas grandes (ignorantes), melhor lhes tirar o dinheiro, assim a tal ?prece? e tudo mais que tu e os teus adeptos pregam. Palavras leva-as o vento, como bem diz o povo, e s se pode saber se ela, a prece, um cordo de luz e de amor que liga os encarnados esclarecidos aos Espritos Superiores, quando quem a faz sabe sentir, sabe vibrar s esferas superiores, e s consegue fazer essa vibrao quem sabe o que so o Grande Foco, a vontade e o pensamento, o que todos os espritas msticos ignoram, por falta de espiritualidade e educao racional e cientfica.

Se ainda tens dvida sobre o que te tenho to claramente explicado, fala com o respeitabilssimo teosofista, nosso leal amigo General Raimundo Seidl; ele te dir que assim , e que no se deve tomar verdadeiramente a srio a ignorncia proposital, visto que do esclarecimento da verdade, do conhecimento real de todas as foras da natureza que resultam a reforma do ambiente e diafanizao das correntes fludicas, a harmonia das vibraes anmicas, o bem-estar racional consciente das almas, partculas da Fora, que a Inteligncia Universal que denominam ?Deus?. Jesus afirmou que o maior mal da humanidade era a ignorncia da Verdade. Assim sendo, como queres tu que pessoas sem instruo, sem conhecimento real dos porqus de todas as coisas, possam praticar Espiritismo, se elas ignoram o que so a alma e o pensamento, e como este se irradia? Que os tais espritas em provao, instrumentos dos lodoros, urubats, pariparobas, percilianas, ismais e parceirada obsessora, no se queiram instruir para saber raciocinar e separar o joio do trigo, a mentira da verdade, v, porque os pobres diabos, mesmo encarnados em vianinhas, em lameiras e outros corpos de destaque, no tm espiritualidade para mais; preferem deleitar-se nas coisas terrenas, a tratar das coisas superiores que beneficiam a alma. Tal gente, meu Gustavo, nem em centenas de encarnaes chegar a saber o que so a Fora e a Matria, a alma e a carne, portanto, a vida do esprito e do corpo, e como as devem viver. No queiras, pois, ltima hora, confundir-te com tal gente ignorante e viciada. Com o meu saudoso abrao, os melhores votos pela tua sade e pelo acordar de tua alma. XXI A seguir ao esforo de concentrao ?para mais fecunda evoluo de fluidos e mais eficaz irradiao do pensamento?, palavras estas sem sentido, sem valor, de que tratei na minha ltima carta, referiste-te ateno religiosa que, pelas razes j explanadas, tambm no tem valor. Muito se fala, meu Gustavo, em religio, palavra empregada por todos os sectaristas e at pelos eruditos que tudo julgam saber, quando certo que nem a si mesmos se conhecem. No entanto, seita alguma, inclusive o Kardecismo, soube, at agora, definir esse termo, dar-lhe o verdadeiro significado, e isso j expliquei fartamente em diversos artigos sob o ttulo NOTAS, pelo vespertino desta capital O COMBATE. mais um termo explorado pela ignorncia dos seres, pela pernosticidade dos que algo julgam saber de coisas da alma, para se intrujar e iludir a pobre humanidade, h tantos sculos ludibriada pela mentira. Religio, que poderia significar ?ligao?, mas de que e a quem ? o que, at agora, seita ou erudito algum do mundo disse com certeza absoluta do que diz e para que o diz? Essa explanao coube ao Racionalismo Cristo, desde 1910, ano em que apareceu, e cuja primeira casa foi inaugurada em Santos, em cerimnia a que assististe. , pois, mais uma palavra deturpada pelos intrujes, sempre vidos em enganar os de boa-f, que afinal se tornam papalvos, basbaques.

Assim sendo, ouve, toma boa nota e transmite aos de boa vontade que te acompanham, para no te confundires com os exploradores de crendices. Religio, meu Gustavo, s poder ser administrada como ligao dos pensamentos humanos s partculas evoludas do Grande Foco, incitador de tudo quanto existe neste e noutros mundos adiantados. Para essa ligao preciso que exista no ser humano inteiro conhecimento do seu ?eu?, e assim da Fora em si e da Matria em si, e tenha ele uma vontade fortemente educada para o bem. Assim, e somente assim, poder essa vontade forte irradiar pensamentos afins s Esferas Superiores, pensamentos que so vibraes do esprito humano, com os quais se atraem as entidades astrais beneficiadoras dos corpos, esclarecedoras e fortificadoras das almas. Sendo estas verdades inteiramente ignoradas por todos os sectaristas, claro que no sabem eles ligar-se s Esferas Superiores e sim, e somente, os esclarecidos, educados e disciplinados. Mesmo os de boa vontade ? mas ignorantes do que sejam a fora astral e, portanto, a alma, a vontade e como se a educa, e do que so os pensamentos por essa vontade irradiados ? apenas conseguem tornar a sua aura mais difana, e assim, o ambiente menos pesado. Esses diafanizam a matria ambiente, engendram formas diversas, mas no vo alm disso, visto que a falta de conhecimentos no deixa o esprito encarnado romper a atmosfera da Terra, galgar aos mundos adiantados e a eles ligar-se, para atrair os fluidos e as partculas (espritos) da Inteligncia Universal que os habitam. Compreendes bem, meu Gustavo, que se assim no fosse, no haveria tanto sofrimento e tanta desgraa neste mundo que, apesar de ser fsico, e, portanto, depurador de almas, muitssimo melhor, de relativa felicidade seria nele a vida, se os seus habitantes, ditos racionais, tivessem conhecimento da vida real dos seres e dos seus deveres, e os cumprissem. que as leis do Grande Foco so imutveis e no podem, por isso, auxiliar, por intermdio das suas partculas, os que no raciocinam nem se colocam dentro dessas leis. por isso que os ignorantes, sectaristas ou no, se revoltam contra o tal ?deus?, quando as coisas no correm maneira dos seus desejos puramente materiais, pois ignoram o que sejam o Grande Foco e o papel das suas partculas, j repetidamente descritos nestas cartas. S esclarecido, pois, meu Gustavo, o que se conhecer como Fora e Matria e souber praticar a verdade que a fica; fora disso, o indivduo enganar-se a si prprio e tornar muito lento o progresso espiritual, que o nico progresso aproveitvel. Por assim ser que o Racionalismo Cristo afirma que sem instruo racional e cientfica, sem o conhecimento do que a fica, no h evoluo espiritual; e fora desse conceito a religio no passa de mais uma palavra que o vento leva e que a alma no pode sentir, por ser ignorante de si mesma. XXII chegada a ocasio, meu Gustavo, de reconhecer a supremacia intelectual dos mentores religiosos sobre os espritas de fancaria. V o ridculo papelo da tua Cruzada Esprita que um vigrio de Pernambuco atrapalhou, arrasando as arengas que o Viana de Carvalho, vulgarmente conhecido por

Vianinha e ?sabi coleira? do espiritismo mstico, muito atrevidamente foi fazer em Recife, capital daquele lendrio Leo do Norte. Achou a dita senhora, em sua boa-f de representante da tua Cruzada, que tal atitude por parte do Senhor Vigrio foi uma falta de respeito e, assim, da alta considerao que se deve ao ?ilustre bartono? Vianinha, o melhor cantador e violeiro que possui o espiritismo confabulador no Brasil, desde o norte ao sul, nessas mil e quinhentas lguas de linda costa martima, do Amazonas ao Prata, como se dizia nos bons tempos de antanho. No se lembrou que, por direito de conquista e de nascimento sectarista, o ilustre Vigrio de Pernambuco estava em seu papel de defensor do seu redil e das nobres e queridas ovelhas. Essa mui respeitvel enviada tua, olvidou-se de que o galo, qualquer que seja a sua raa, quando no seu terreiro comandando as suas galinhas, vale por dez e tem fora para impedir o intrometimento de outros galos, obrigando-os a dar carreirinhas e a cantar de galinha. Falta de respeito, prova de m educao deu o Vianinha indo ao terreiro do outro galo impingir lrias das maiores e mais conhecidas, o falso Espiritismo, aos paroquianos do dito vigrio que, rebatendo o veneno mental que o dito Vianinha tentava espalhar na arena dos catlicos apostlicos romanos, no fez mais do que cumprir o seu dever. Muito feliz ainda foi ele, o dito ?sabi coleira?, o bartono e violeiro de mais valor que possui a feitiaria dos chefes Lodoros, Urubats e magna caterva astral, por no haver levado uma desanca de piva aplicada pelas bentas mos do dito vigrio da parquia de Ja, na ento Provncia de So Paulo. Tu, meu Gustavo, se fosses o Vigrio em Pernambuco, apesar da tua tolerncia, imitarias o legendrio vigrio Barbosa: passavas o lao no cantador referido e davas-lhe um almoo de pau de goiabeira, at que este ficasse direito como um fuso. Outra coisa no merecia um semeador de venenos, perturbador de almas, obsedado que no sabe o que diz, ou que diz o que no deve, tornado, quando menos, um pobreto do espiritismo, a fazer de rico, sem crena e sem f, e a querer chasquear de uma seita, a que mais se tem salientado em riquezas materiais. Procura raciocinar sobre o que tenho dito em minhas cartas, para agires com segurana e no te confundires com os kardecistas, teus inimigos figadais. XXIII O que exarei na minha ltima carta sobre o sabi coleira do espiritismo mstico e os seus parceiros, meu Gustavo, pode ter-te parecido duro demais, por dura ser a teraputica aconselhada para conter tal gente sem classificao. Pode parecer-te menos cristo, dada a idia falsa que tu fazes de Jesus, que andou na Terra a pregar a Verdade to clara, altiva e nobremente, a ponto de ter empunhado o vergalho para conter a canalha mercadejadora da conscincia e da honra humanas. claro que ests errado assim pensando, porque s se pode ser cristo quando se sabe raciocinar como ele raciocinou, e ser valoroso (forte para a luta), ponderado, moderado e justiceiro como foi Jesus (nada carnvoro nem gozador de viandas vrias, desde as cruas s cozidas e guisadas). Esse Jesus que pregais, que desenhais nas vossas pregaes falso, retrata o covarde, por ele prprio condenado, quando disse: quem quiser seguir aps mim, negue-se a si prprio e siga-me. E mais: S a Verdade dizendo-a e praticando-a vos far livres.

Tais coisas s as pode praticar quem tiver uma alma valorosa, e s possui essa consciente noo quem tiver certeza de que a luta a vida destinada a todo ser humano na Terra, e a convico da verdade, a espada da vitria, e assim souber lutar, arrostando as dificuldades que se apresentarem durante a vida fsica, num planeta depurador, como este. Quer isto dizer que quem no tiver noo do seu direito e o no souber defender em todos os terrenos, no digno de viver; um ser desprezvel, pssimo exemplo para os fracos da sua gerao e os vindouros. Somente os comodistas, os covardes, os tais bonzinhos na forma e perversos no fundo, que apresentam Jesus sua maneira, para mais comodamente continuarem nulos, imprestveis, gozadores de viandas etc. Por isso, meu Gustavo, raciocina sobre a dureza da minha ltima carta, e vers que muito mais dura ela devia ser, porque outro tratamento no merece quem tem o atrevimento de em nome de Jesus, o mais valoroso, sensato e justiceiro dos homens do seu tempo e das almas de todas as pocas menosprezar os homens por serem padres, chasquear, ridicularizar os clrigos porque se acham ao servio de Roma, quando certo que os espritas em provao nivelam-se a eles, sendo certo que na classe clerical tm existido e existem homens de valor intelectual, embora repletos de fanatismo sectrico. XXIV Dentre as invenes marotas do falso Espiritismo, destaca-se esta: O esprita no julga, no condena, nem castiga. Inventaram os velhacos esta mxima, para melhor e mais vontade poderem dar expanso sua animalidade. Com a capa dessa tolerncia, indigna de seres humanos que do seu dever tenham noo exata, envoltos nela, praticam eles as maiores misrias que se possam imaginar. Envoltos nesse rtulo ultracovarde e venenoso, os tais espritas, com os seus guias astrais, com seus protetores, com os miserveis Lodoros, Percilianas, Gertrudes, Genaros, Urubats e magna canalha astral, arrunam lares, seduzem mulheres casadas, filhas de famlia, e praticam torpezas incontveis. por esse motivo, e somente por ele, que inventaram essa tirada de que o esprita no julga, no condena e no castiga, para mais vontade, mais humildemente e com todas as aparncias de gente honesta, de criaturas habitando um dos muitos mundos que se movimentam no espao, poderem dar expanso ao seus maus hbitos e vcios. Acastelados nessa forma de santidade e de tolerncia indigna de seres honrados, esses cretinos vivem, por a, como se no fossem j fartamente conhecidos pelos homens que os vem por fora e por dentro e procuram raciocinar sobre o aviltamento da besta humana, nesse estado de completa decadncia. Com essa capa, os tais mdiuns e no mdiuns ficaram vontade para dizer mulher casada com o irmo A, freqentadora das tais sesses lodricas e urubatnicas: Minha irmzinha, os nosso guia, teus e meus protet, j disseru, pela nossa mdia Bolozinha, que ns semo casado no espao, e que foi uma tentao do capeta, dos brincalho, dos zombeteiro, faz tu cas cum esse home cum que tu vve. Por assim ser, perciso nis cumpr as leis do espao, que so as verdadeira, e por isso convm regul a nossa vida, marcando os dia em que nis se devemo junt pra cumpri os

nossos dev materi e pratic a caridade para cum os espirto que percisam encarn e o desejam faz in nis.' O mdium Bolozinha, cujos escrpulos nunca foram o seu forte, facilmente se faz de atuada para arranjar parceiro para desgraar mes, filhas e esposas, e assim fomentar a mais nojenta prostituio do mundo. para esse e outros fins que essa gente inventou essa tirada e outras, das quais trataremos a seguir, e no para dar exemplos de tolerncia raciocinada e de moral verdadeira, virtude que tal gente desconhece em absoluto, por serem almas corrompidas desde milhares de encarnaes e assim afeitas a tomar o vcio por virtude e os crimes como qualidades superiores da alma. Alm disso, todo covarde, todo criminoso consciente, no julga para no ser julgado, no condena, porque no pode condenar, e no castiga, por no ter coragem nem moral para isso. Tem uma alma racional, mas age como irracional. Pois, ao contrrio disso, o racionalista cristo julga, condena e castiga, como o fez o grande Jesus, e tm obrigao de fazer os seus verdadeiros discpulos, por ser esse o procedimento que a todos impem as leis naturais que, porque o so, se tornam imutveis, e assim fazem os homens de valor que nada devem, e por isso nada temem. XXV Quando me dispus a estudar a vida fora da matria (a Fora inteligente fora do corpo humano), e se tornou pblica esta minha tarda resoluo tomada aos 50 anos de idade, aps um grave insulto cardaco, meu Gustavo, fui assediado por bandos enormes de espritas msticos que me induziam a estudar, aceitar e pregar as suas msticas. Tudo fizeram para, viva fora, os incutirem na minha alma de materialista, que no acreditava nem no Homem-Jesus, quanto mais no tal deus sua imagem, o deus de todas as seitas, o mais brbaro e maior escravocrata, o mais injusto e vingativo de que h notcia. Entre o muito que o meu esprito repugnava, desde logo, l estava, como verdade sagrada, a capa de grandes corruptores de lares e da sociedade em geral, a tal afirmativa de que, o esprita no julga, no condena, nem castiga e, depois desta, a provao e o tal corpo fludico de Jesus para dar mais consistncia repugnncia que eu sentia. Entre esses salteadores de almas para a confraria da corrupo, do semvergonhismo, denominado irmandade esprita, encontravam-se criaturas que at ento me pareciam normais e de moral relativa, mas que, por indolncia espiritual, como tu, meu caro Gustavo, no demoravam o seu raciocnio sobre tais afirmativas. Logo, porm, que observaram a minha atitude desassombrada contra essa e outras mentiras mistificadoras convencionais, sectaristas e cientficas, e aps a Limpeza Psquica feita na corrente do Racionalismo Cristo, ento com sede em Santos, Estado de So Paulo, essas pessoas puderam raciocinar sobre a minha atitude e afastaram-se mentalmente de tal bando e das suas prticas. Todavia, esses valentes mui poucos foram e, afastando-se de tal veneno, de tal malta de salteadores de almas, tambm no ficaram na ativa do Racionalismo Cristo, que somente lhes servia para se limparem psiquicamente e tratarem do corpo e da amenizao das suas enfermidades. Disto, porm, meu Gustavo, fui eu prevenido pelos meus Mestres Astrais, logo ao iniciar-me nos estudos dos porqus das coisas, o que se constituiu no maior e mais

ardente desejo de minha pobre alma de materialista de ento, homem que nada temia porque nada devia, mas insatisfeito com a vida terrena e com as filosofias vrias e teorias religiosas at ento de mim conhecidas. Por isso fui me habituando a no ligar a menor importncia a indivduos cuja alma me no era dado ver, e muito menos os hbitos, imperfeies, vcios e velhacadas tornados em segunda natureza, para s tratar dos Princpios que devem remodelar a humanidade, to implacavelmente explorada por toda essa onda de mistificadores. claro, meu Gustavo, como tu ests farto de saber, que no aceitando as teorias desse espiritismo, tinha de ser, como tenho sido (e desejo continuar a ser), guerreado de morte por aqueles queridos irmos trabalhadores da vinha do Senhor, apstolos, missionrios, discpulos de Jesus, desde os da primeira hora, chefiados pelo meloso Cirne, compadre e irmo querido do seu Incio e Jasmins do sabi coleira Vianinha e outros que tu bem conheces. Assim, guerreando a Verdade explanada pelo Redentor, provam esses discpulos do divino mestre e cavadores da vinha do Senhor, ser, de fato, ignorantes da verdade, aos quais os homens honrados no devem dar trguas, como eu absolutamente no darei enquanto estiver neste mangueiro, entre tal gente, para castigo meu. Recebe o abrao saudoso do muito teu, XXVI Das grotescas invenes dos falsos espritas, uns ignorantes, outros cretinos, e todos perigosos, ganhou foros de veracidade a assero de que o corpo do forte, belo e destemido Jesus, era fludico. Esta inveno, meu Gustavo, tu bem o sabes e sentes, veio fortalecer a mxima j mencionada nas duas cartas anteriores, que tm como dogma, que o esprita no julga, no condena e no castiga. Ambas as afirmaes so contra as leis comuns e naturais, que o vulgo denomina divinas, mas inventadas para o mesmo fim de corrupo de lares e de caracteres de incautos, como a grande maioria indolente intelectual. No julga, no condena e no castiga , serve de capa para as velhacadas e para obrigar os lesados na sua honra e nos seus haveres a no reclamarem, em voz alta, suportando todos as poucas vergonhas dos irmos corruptores de suas mulheres e filhas. Quando qualquer ludibriado gritar, reclamar, ameaar chamar a polcia ou recorrer justia da pistola, do rabo de tatu, da piva ou da peroba, vem logo o protetor do espao, l do antro a que pertence, por intermdio do mdium de alma prostituda, repreend-lo e avis-lo de que tal desejo, tal noo da honra e do dever no so prprios de espritas, de discpulos de Jesus, de seguidores do Divino Mestre. Se porventura o irmo lesado se conserva firme na inteno da desforra, vem ento o mesmo guia, com outro nome e por outro mdium, tambm farsante, e lhe diz: Meu irmo, no podes insistir nesse desejo, fruto da m inspirao, da m intuio e atuao dos zombeteiros que querem aumentar a tua desgraa para a outra encarnao. O que se est passando em tua casa, uma das provaes que escolheste ao encarnar, e se resignada e calmamente no cumprires essa provao, a tua vida material se arruinar, se tornar pior, e a vida astral ser infernal. com esses casos domsticos, meu irmo, que o pai celestial, o divino mestre experimenta os seus filhos e

discpulos. Agenta-os, pois, e d graas a Deus por te haver concedido essa provao que deve remir todas as faltas e fazer a tua felicidade astral. Com tiradas destas, no h basbaque, no h desgraado que no se resigne e se torne at manso e pacfico, ao sabor dos prevaricadores, e que no ceda a sua casa, a sua cama, a sua mesa ao malandro pico que, com a torpe capa de irmo e de discpulo de Jesus, lhe desonra o lar e o torna ridculo e cretino. Mas, quando o tal irmo prevaricador carnal chamado a contas pela sua vtima e v que a madeira vai entrar em servio no seu lombo, ou bala de pistola no seu crnio de bode no cio, sai-se, ento, com esta tirada: Imperfeito e atrasado que eu sou, meu irmo, eu vos peo perdo, porque se eu tivesse um corpo fludico, como o do divino mestre, no seria tentado pela carne e pelos zombeteiros a prejudicar-vos. Alm de no ter corpo fludico, como o mestre, e de no ser possvel imit-lo na sua vida material, provao minha, como atrasado que sou, praticar atos que irritam os meus irmos para obter deles o preciso perdo, e assim auxili-los no seu progresso espiritual, na sua provao, porque quem sofre se depura e o irmo que perdoa ao outro irmo, depura-se, cada vez mais. E como perdoar e purificar-se o meu irmo, se eu o no fizesse sofrer para ter o que perdoar? J v o meu querido irmo que a sua atitude contra mim, triste irmo seu em provao terrvel, deve ser a do nosso Divino Mestre: perdoar, como ele perdoou a todos que o fizeram sofrer, desde a rua da amargura, at cruz. XXVII Esse tal corpo fludico de Jesus foi inveno de um francs, combatido por Kardec, apesar dos seus partidrios o adotarem. Com efeito, essa inveno, que desmoralizava toda a arenga mistificadora do mestre Kardec, foi aceita, desde logo, pela maioria mais sbia, mais erudita, mais missionria, mais apostlica do espiritismo, que a foi impingindo aos basbaques, como sendo ouro de lei, como sendo coisa de alta sabedoria do Alm. Ela serviu para facilitar a prevaricao e a desonra dos lares e servir de desculpa para as maiores patifarias, praticadas e a praticar por tantos indivduos sem escrpulo, capazes das maiores misrias para satisfazerem os seus animalizados instintos. Por assim ser, o Kardecismo no Brasil ficou to desorientado, que nem observou que o seu Kardec, o seu segundo divino mestre, combatia o tal corpo fludico de Jesus. Mas nem essa opinio do seu mestre eles puderam observar, nem tiveram, at hoje, um momento de juzo para ver que o tal corpo fludico, alm de ser contra as leis naturais, s serve para fazer de Jesus um mistificador, um intrujo, um tipo desprezvel, pois que com esse corpo fludico (que o corpo astral ou duplo etreo dos investigadores), no podia ele sofrer, ser pregado na cruz, nem ter necessidades fisiolgicas, e no podia ser vtima de torturas prprias do mundo fsico, onde veio encarnar, como todas as almas, estudar, pregar e vencer. O fanatismo e a cegueira em que vivem com relao s leis espirituais, no os deixa ver que no mundo fsico s um corpo fsico gerado e nascido de mulher, e sujeito s leis fsicas, pode estar e agir. Esta tremenda lria de corpo fludico de Jesus ganhou foros de coisas srias e espalhou-se pelo Brasil, mais intensamente depois que, como esprito, antes esprita de

primeira hora, Bitencourt Sampaio, aproveitando-se de um mdium inepto, lhe intuiu um livro denominado Jesus Perante a Cristandade, dado luz em 1898. Nesse livreto de um esprito atrasado, transmitido por um mdium desorientado, diz o tal Primeira Hora, tratando do corpo de Jesus: Ns no conhecemos, em todas as suas evolues, as leis dos fluidos, mas parece-nos que os espritos prepostos designados para acompanhar o nosso divino mestre, na sua misso sobre a Terra, foram buscar na flor da vida e nos floridos trigais os elementos que deviam compor o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta tirada acha-se exarada a folhas 26 do dito livreto do tal esprita da primeira hora. A se verifica a ignorncia desse esprita, que tem servido de apoio afirmativa da criatura que tal bobagem inventou. Por esse pouco se v bem o estado mental dos infelizes deturpadores, no somente de coisas espirituais, como das leis e coisas materiais. V bem, meu Gustavo, para o que essa gente prevaricadora quer o corpo fludico de Jesus, a maior das intrujices, e do qual continuarei a tratar: para tornar o bandido meloso e humilde para com a sua vtima e para que esta, embora armada, se deixe vencer por essa lgica de cavadores da vinha do Senhor. E propunham-se esses ignorantes dos porqus da vida a ensinar a Verdade humanidade e a regener-la, quando somente da mentira e para a mentira vivem. At breve, meu Gustavo, e que a coragem te no falte para que a tua alma possa suportar as irradiaes malficas dessa gente que no te aprecia, porque no praticas ms aes como eles. XXVIII Tenho-te dito, meu Gustavo, que os praticantes da magia negra, rotulada de espiritismo, so a maior praga que na Terra existe, porque, alm dos seus maus instintos, so dominados pela indolncia mental e no gravam se no aquilo que agrada sua animalidade. A prova dessa afirmao tens tu, meu amigo, bem clara, na aceitao que eles deram ao corpo fludico de Jesus. Se tal bando soubesse ler, digerir o que l e raciocinar, facilmente veria nos Evangelhos, que eles dizem aceitar e seguir, que o corpo fludico uma tremenda intrujice dos obsessores. Em So Mateus, por exemplo, no captulo 1, que trata da gerao de Jesus, diz, na parte 16: E Jac gerou a Jos, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus que se chamou o Cristo. A parte 2 desse mesmo captulo diz: ela, Maria, parir um filho e o chamar por nome Jesus. No captulo II, diz: Tendo, pois, nascido Jesus em Belm de Jud etc. Na parte 13, deste mesmo captulo: O Anjo lhe disse: - Levanta-te e toma o menino e sua me, e foge para o Egito. Na parte 14, diz: 'Jos levantou-se, tomou de noite o menino e sua me, e retirou-se para o Egito. No captulo IV, diz: Ento foi levado Jesus pelo Esprito ao deserto, para ser tentado pelo diabo; e tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Bem claramente se v, pois, que Jesus foi gerado em tero de mulher (Maria), esposa de Jos, o carpinteiro.

V-se, ainda, que esse nascimento de Jesus teve lugar em Belm, onde foi parido por Maria, e nesse lugar do nascimento de Jesus, Jos, seu pai, teve ordem do anjo para levantar-se, tomar o menino e sua me, e fugir para o Egito. Levado, depois de crescido, para o deserto, ali se quedou 40 dias e 40 noites, jejuando, e tendo fome depois. Ora, claro, meu Gustavo, que os corpos fludicos no nascem do tero de mulher, so formados pelo prprio esprito, quando precisam mostrar-se aos encarnados para dar-lhes a prova da vida fora da matria, e assim, da existncia da alma; e esses corpos fludicos astrais 'no tm vsceras, no precisam de sangue e no tm fome, portanto. Desde, pois, que Jesus nasceu de Maria e Jos, teve de fugir, quando menino, com sua me, e depois sentiu fome, porque o seu corpo era carnal, como o de toda gente, repleto de vida anmica e necessidades inerentes matria organizada. Os kardecistas, vendo tudo isso nos tais Evangelhos, que dizem seguir, aceitam outro corpo de Jesus, corpo contrrio s leis naturais e a todos os sofrimentos pelos quais ele passou. sabido que foi a beleza fsica de Jesus que inspirou a paixo das mulheres aristocrticas que o viam, e foi mais por ele ser forte, belo e tentador dessas mulheres, que s para a carne e da carne viviam ento, que Jesus foi morto. O seu maior perseguidor foi Hanan, ex-sumo-sacerdote dos judeus, amante de Maria Madalena, a qual abandonou o dito velho amante e acompanhou o herico Jesus, o maior revolucionrio da sua poca. sabido que Cludia, mulher de Pilatos, uma das mais belas damas da alta aristocracia, ficou, como vulgarmente se diz, doida por ele; e se Jesus a quisesse satisfazer nos seus desejos, claro que Pilatos no lavaria as mos mas imporia a sua libertao ao velho crpula Hanan, ex-chefe dos judeus que, louco de cimes por haver sido abandonado por Maria Madalena, fez questo, para vingar-se do abandono, de que se pregasse Jesus na cruz, como se fosse um bandido vulgar. V tu, meu Gustavo, a que ponto chegam esses fiis discpulos que nem os tais Evangelhos e o seu segundo divino mestre Kardec respeitam. Como sempre, muito teu. XXIX A terceira tremenda patifaria inventada, meu Gustavo, a tal provao que, junta s j descritas: o esprita no julga, no condena e no castiga , e do corpo fludico de Jesus, constituem a base de todas as poucas vergonhas praticadas. Esse amontoado de baboseiras, enfeitado com as rendas sem caridade no h salvao e outras frioleiras, perdoa, para seres perdoado, de que trataremos a seguir, o arsenal operatrio desses lambanceiros. Ignoram, propositalmente, que o que de bem ou de mal acontece ao ser humano, , de um modo geral, originado pelo seu livre-arbtrio. pelo bom uso que se faz dessa faculdade, o livre-arbtrio, que ele se depura, alijando da sua alma, que luz, as manchas provindas de erros praticados nesta e em encarnaes anteriores. Ignorantes propositais, no adquirem o hbito de raciocinar e, por isso, no sabem que desde que o esprito ascende categoria dos racionais, passa a ter amplo livrearbtrio para, com o seu uso, assumir a responsabilidade de todos os atos que pratica, e assim tornar-se bom ou mau, forte ou fraco, conforme o uso que de tal faculdade fizer.

Quem, pois, no quer raciocinar e pr em ao para o bem essa faculdade superior, inerente sua categoria racional e psquica, vive, instintivamente, como os animais inferiores, e o seu livre-arbtrio torna-se uma arma terrvel contra o ser humano, por somente dela fazer uso para o mal. As muitas seitas ditas religiosas, principal causa da triste ignorncia em que se encontra a humanidade, baseadas no sobrenatural e no milagre, inventaram a palavra provao, para mais facilmente reduzir os seus adeptos tristssima condio de escravos das prprias fraquezas, e assim no os deixarem raciocinar sobre a sua composio psquica e as leis naturais que tudo regulam neste e noutros planetas, portanto no Universo. Dessa inveno resultou levarem tudo conta de provao, sem mesmo conhecer o significado desta palavra, e esperarem de Deus e dos espritos remdios para todos os males, resultantes da sua ignorncia e da vontade mal educada. Entre esses infelizes logrados, roubados na sua boa-f e haveres, destacam-se os tais espritas de fancaria, para os quais tudo quanto lhes no d amplo prazer levado conta de provao. Se tal malandro esprita tem falta de dinheiro, porque no trabalha para o obter honradamente, desculpa a penria com a provao, e no d um passo para vencer a crise. Se tomou uma bebedeira de cachaa ou outra bebida, e da lhe resulta um embarao heptico, leva-o conta de provao. Se a prpria mulher o desanca porque, alm de malandro, de nada produzir, ainda refila com ela, o patife est cumprindo a sua provao. Se se apresenta em desalinho, sujo, cotroso, chapu esbotenado, rilhado nas abas pelas baratas ou camundongos, e botas cambaias, corre por conta de provao. Se a esposa, cansada de aturar tal porco, tal malandro viciado, procura um homem de posses para ter a casa farta e limpa, os filhos bem tratados, e mete em casa tal pagante, o sem-vergonha a tolera, e tudo leva conta de provao. Como vs, uns pndegos, intrujes e pretensiosos. Sempre teu, XXX Como deves ter observado na minha ltima carta, meu Gustavo, serve a tal provao de capa de tremendas misrias morais, praticadas, tambm constantemente, por tal casta de falsos espritas. Essa provao serve, ainda, para conservar em desalinho mental e fsico os seus adeptos, e lanar sobre eles e a doutrina que dizem representar o mais tremendo dos ridculos. por esse motivo que as pessoas limpas do corpo e da alma, principalmente da alma, com hbitos bons, embora puramente materiais, tm horror ao espiritismo bblico que, explanado por tal casta, se torna perigoso e at nojento. E damos razo de sobra s pessoas que, fazendo questo de ser honradas e humanas nos atos e nas maneiras, repelem tal doutrina e seus adeptos. Mesmo intuitivamente, sabe a gente limpa, a gente forte de nimo, que a luta a vida destinada a todo ser encarnado na Terra, porque somente pela luta contnua contra os seus maus hbitos, as suas imperfeies e a ignorncia e perversidade dos

outros, que o esprito se depura e ascende, mais rapidamente, aos mundos de relativa pureza. Como, pois, o espiritismo bblico pretende contribuir para o progresso da humanidade, se implanta a desordem, o desalinho e a misria moral com a tal provao? A provao, meu Gustavo, no existe, e sim o dever a cumprir, do qual resulta o sofrimento moral que cada ser tem de passar na Terra ou fora dela, mesmo em corpo astral, sofrimento que nem mesmo o livre-arbtrio bem conduzido pode evitar, porque esse sofrimento muitas vezes no depende dele, da sua vontade, e sim de terceiros filhos, amigos, parentes e at da humanidade. Mas esse dever no o conhece o falso esprita por no saber o que so a moral verdadeira e a alma, com as belezas que em si contm, e ela, a alma, demonstra quando bem educada, disciplinada e raciocinadora. Criaturas sem a noo dessa moral, no podem deixar de ser zurzidas com o ltego da Verdade que parte do Centro Redentor, para assim ficarem sabendo o risco que correm os incautos ao se aproximarem de tal gente e ao dar-lhe importncia ou prestar-lhe mesmo passageira ateno, como continuarei a explicar e provar, para bem de todos os de boa-vontade. At breve, pois, meu Gustavo, XXXI Pelo exarado na minha ltima carta, deves ter bem compreendido, meu Gustavo, que tudo est errado no espiritismo bblico, cuja explanao e cuja prtica, por isso, se tornam o maior dos males sociais. Com a explanao feita por tal gente de princpios inteiramente errados, a maioria do gnero humano, que no sabe raciocinar, conserva a triste mania de atribuir os seus males a uma entidade qualquer, visvel ou invisvel, ou tal provao escolhida pelo esprito ao encarnar, quando esses males nada mais so do que as conseqncias do mau uso que faz do livre-arbtrio. A depurao do esprito s pode ser conhecida do sofredor humano, quando: a) ele instrudo, racionalmente, e assim, esclarecido sobre o seu eu, a sua composio astral e fsica, e, portanto, conhecedor dos dois elementos componentes do Universo, Fora e Matria. b) quando a criatura for esclarecida, observar os quatro princpios que constituem o homem verdadeiramente honrado, que so: 1. Valor para a luta pela vida, destinada a todos os seres; 2. Ponderao em todos os seus atos; 3. Moderao em palavras e aes; 4. Justia para consigo prprio e terceiros. Quer isto dizer, meu Gustavo, que somente sendo esclarecido e praticante desses princpios, tambm exarados no livro Racionalismo Cristo, o ser humano poder chegar compreenso dos seus deveres neste planeta, e fazendo bom uso do livrearbtrio s produzir bens, fora e vigor, confirmando o axioma de que quem bem faz, para si o faz. , porm, certo que a maioria dos sofrimentos, quer morais, quer materiais, so filhos do livre-arbtrio de cada ser encarnado; e para evitar esse sofrimento que o Racionalismo Cristo, que se explana e pratica no Centro Redentor, prepara as almas

para a luta e para vencerem na vida; e s faliro, depois de assim esclarecidos, os covardes ou viciados. O dever, pois, do ser humano esclarecer-se racionalmente, disciplinar-se, educando a vontade para o bem, para as boas obras, e emitir melhores pensamentos, lutando para vencer o seu eu fsico e psquico, o seu maior inimigo nesta triste vida terrena. Palavras mais ou menos melosas e serficas, leva-as o vento; e somente palavras, nada mais que palavras reboam na tal casta de praticantes da magia negra, rotulada de espiritismo, ignorantes propositais do que a fica, apesar de ser a base do progresso dos seres. Sem esclarecimento e prtica da Verdade, meu Gustavo, no h evoluo para pessoa alguma, faa as preces que fizer; desde que a alma no sinta e no vibre pensamentos de valor, nada, absolutamente nada consegue para a sua felicidade, para o seu proveito no Alm. na remodelao dos hbitos, na correo dos vcios e das imperfeies, que reside o segredo da felicidade material e moral de todos os seres. Atira, pois, s urtigas a tal provao, caro Gustavo, que somente desprezveis, indolentes cotrosos, desalinhados, pedintes e malandros produz, e nada mais. Abraa-te o sempre muito teu, XXXII Depois da terceira afirmativa a tal provao vem a outra mxima, no menos insidiosa: sem caridade no h salvao. A Caridade a prtica do bem. Que bem podem prestar a quem quer que seja, com a prtica do baixo espiritismo? Que bem poder prestar quem ignorante proposital da vida real dos seres, e de como deve ser vivida neste mundo de sofrimentos? Se o bem serve para auxiliar a normalizao das vidas moral e fsica dos seres, que normalidade poder produzir um instrumento das foras inferiores, dos maus espritos, produtores de inmeros males de que sofre a humanidade em geral? Que benefcio espiritual e material poder fazer a outrem uma coletividade obsedada por foras inferiores, por espritos que se conservam na atmosfera da Terra? Que bem poder fazer um mdium receitista do espiritismo bblico, ignorante e supersticioso, se no existe um nico que no esteja enfermo da alma e completamente dominado pelo astral inferior, que composto de espritos maldosos, mistificadores, ultraperversos, que usam de nomes ao sabor dos papalvos, para mais facilmente dominarem os que os ouvem e tomam a srio? Que bem a quem quer que seja poder fazer essa casta praticante e mantenedora da magia negra, a mais tremenda misria que se pratica na Terra? Que salvao poder produzir tal casta, se s males do corpo e da alma possui, s venenos mentais e fsicos espalha por onde passa? Que limpeza psquica, e assim, que bem da alma e do corpo poder produzir um ser se s lama, s sujeira, s misrias em si contm? Pelo que a fica, a prtica da caridade tornou-se sem significado real, sem o efeito que se lhe quis atribuir.

S pode salvar qualquer nufrago da vida fsica, quem na alma tiver fora e vigor, e assim, limpeza para irradiar pensamentos puros, elevados, envoltos em fluidos benficos. Salvar corpos e almas combalidos pela ignorncia e pelo mau uso que cada um faz do seu livre-arbtrio, s o pode conseguir: 1) Quem for esclarecido sobre os porqus das coisas; 2) Quem, depois disso, tiver uma vontade fortemente educada para a prtica de boas obras; 3) Quem dessa vontade souber fazer bom uso, tornando-se forte para a luta e, sobretudo, justiceiro; 4) Quem, portanto, souber ligar-se s Foras Superiores, afastando as inferiores, e assim formando uma atmosfera de luz, emanada dessas mesmas Foras Superiores, que so as que beneficiam, as que tudo impulsionam para o bem. Fora disso, nada de bom, antes de mau, de deletrio pode produzir o ser humano, que acima de tudo e de todos no coloque o seu dever, e o cumpra risca. Como, pois, essa gente que nada de bom possui no corpo e na alma, afirma praticar o bem e diz que sem a tal caridade no h salvao? Toma nota, meu Gustavo, porque sobre este ponto ainda algo mais tenho a dizerte, por ser, como sempre, muito teu, XXXIII A palavra caridade, segundo os dicionaristas, quer dizer: 1) Amor ao prximo. 2) Uma das trs denominadas virtudes teologais, que representa a benevolncia, a bondade e a esmola. Como vs, a caridade uma palavra cujo significado s mui tardiamente ser conhecido, sentido e aplicado pela humanidade, tal o triste estado de atraso espiritual em que ela se encontra. Se a caridade, como diz o dicionarista, significa o amor ao prximo, torna-se impraticvel, por ser o amor a maior, a mais perfeita das virtudes, que s pode, portanto, sentir e irradiar quem for completamente virtuoso; claro que se essa virtude existisse na maioria das almas humanas, de maneira a vibrar, a irradiar consciente e racionalmente, no estaria o mundo no triste estado egosta, invejoso, impuro e, portanto, mau, em que se encontra. O que se observa sob a capa de caridade e amor, comrcio reles, anti-humano, que por toda parte animalizadamente se pratica. Assim , e ser ainda por muito tempo, porque tal virtude, tal sentimento, tal vibrao e irradiao, um predicado da alma, da partcula de Fora, Inteligncia Universal que o vulgo chama Deus, e no do corpo carnal ou crebro, como explica o psiquiatra professor Austregsilo. Sendo, pois, uma virtude da alma verdadeiramente evoluda, senhora do seu corpo carnal, dominadora dos seus desejos intemperados e vencedora das dores e sofrimentos do corpo, tal qualidade no pode possuir e irradiar quem da Fora, da Inteligncia Universal no tiver noo, como a no tm os praticantes do baixo espiritismo. Como queres tu, Gustavo, que quem quer que seja, sinta, vibre e irradie virtudes que absolutamente no conhece, por no as conter na alma?

Que caridade, pois, essa, que serve de divisa aos falsos espritas? A caridade tambm empregada no sentido de dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, vestir os nus e, assim, praticar atos puramente materiais, como um favor que o indivduo faz. Assim considerada a tal caridade kardecista, ela um dever de solidariedade humana, no favor nem esmola. nesse sentido simples e erradamente material, que eles entendem a caridade e dizem que a praticam. Tambm empregam esse termo, tornado anticristo e humilhante, quando o indivduo se tem por mdium receitista, passista e tudo quanto a intrujice imagina. Receita ento uma gua qualquer, com lcool mal cheiroso, para ser usada aos pingos ou gotas gua suja pingada sem a menor ao curadora e, antes, danificadora. Ignoram que para curar corpos fsicos preciso higiene mental e fsica e fora atrativa de fluidos das esferas luminosas. Ora, tais fluidos curadores no os conhecem esses mdiuns; nem pela sua fraqueza, imoralidade e obsesso os podem atrair, visto que o ser conforme pensa assim atrai, e quem pensa animalizada e perversamente, a ponto de ficar obsedado, como todo mdium no esclarecido, s males pode produzir e, de fato, produz, como a seguir explicarei. At breve, meu Gustavo. XXXIV Claramente explicada a significao da palavra caridade, na minha carta anterior, fcil ser, meu Gustavo, compreenderes agora que a sua prtica se torna impossvel por quem de si prprio, da sua composio espiritual e material no tem a menor noo e desconhece a virtude mxima da alma que se denomina amor. Ora, tu bem sabes que o pior cego o que no quer ver, e dessa cegueira vem padecendo, cada vez mais, o esprita praticante e caminhando para a mesma atitude, o terico ou puramente evangelista, como eles se denominam. Dizem esses pndegos que praticar a caridade receitar e fornecer as tais guas pingadas aos incautos que os procuram, depois de desenganados ou explorados e empobrecidos pelos charlates, quando a verdade esta: Os mdiuns que por ignorncia e teimosia se colocam ao servio das foras astrais inferiores, receitando, aconselhando ou dando passes, nada curam nem aliviam, antes danificam o corpo e a alma dos que os procuram, porque obsedados so todos, sem exceo de um nico, e no possuem fora mental para atrair espritos j livres da atmosfera da Terra, e, portanto, limpos e em estado superior os nicos capazes de aliviar os encarnados. Quem recorrer a esses intrujes sai perdendo sempre, alm de ficar escravo das foras inferiores que obsedam tais mdiuns. Quando acontece algum ficar aliviado dos seus males do corpo e da alma, aps receitado por esses mdiuns, foi porque a sua vontade, posta em ao, atraiu o Astral Superior, e este, com suas cargas fludicas e intuies, o aliviou, como j fartamente demonstrei nas minhas cartas anteriores. So, pois, as prprias foras curadoras da natureza humana, vontade e pensamento atraindo os similares, que produzem as curas atribudas a tal gente, e no esses indivduos sujos de corpo e da alma que por onde passam s levam veneno e misria consigo. No se salvando a si prprios, no podem salvar outras almas das garras dos obsessores.

Como, ento, adotaram eles a divisa sem caridade no h salvao, se nem daqui a centenares de encarnaes podem conhecer e praticar o amor, a virtude das virtudes, que s existe desenvolvida nos seres evoluidssimos, e, portanto, verdadeiramente virtuosos? Alm disso, a prtica do amor e das virtudes no constitui favor; ela obrigao dos espritos em marcha para a evoluo, e enquanto no chegarem a essa perfeio, no podem ser teis a si ou a outrem. Sendo a prtica do bem o dever de cada alma, esta quem lucra praticando-a, e no deve ser tomada como um favor, como esmola humilhantssima. Quem tal bem recebe, lucra um pouco, materialmente falando, mas no absolutamente a sua alma, a qual tem que fazer por si, pelo seu esforo, o seu progresso espiritual, que o nico proveitoso, e por isso que o Racionalismo Cristo afirma que quem bem faz para si o faz, por ser o bem que se pratica o real impulsionador do progresso que cada alma obrigada a fazer, embora para chegar perfeio, leve milhares de encarnaes. Ora, falar em amor quem s possui rancor e animalidade, fazer o bem, desprendidamente, quem desse dever no tem a menor noo, v bem, meu Gustavo, que no pode ser, por contrariar as leis naturais, que afirmam que cada partcula da Inteligncia Universal s pode dar aquilo que possui e que os similares se atraem e os contrrios se repelem. Quer isto dizer que quem s atrai maus fluidos, veneno astral e fsico, no pode irradiar virtudes fortificantes dos corpos e das almas. A tens tu, meu Gustavo, toda a verdade sobre a tal sem caridade no h salvao, quando certo que sem instruo nem conhecimento racional que no h evoluo, por no poder pessoa alguma progredir e chegar ao termo da viagem espiritual. Sempre muito teu, XXXV Depois de publicada a minha ltima carta, recebi alguns avulsos, meu Gustavo, referentes alterao da denominao da tua Cruzada, que deixou de ser esprita, para denominar-se Cruzada Espiritualista. Razo de sobra tiveste para essa mudana, pois a tal denominao de Esprita uma carga demasiado pesada para ti que, frade velho e, portanto, com feitio e hbitos monsticos, verdadeiramente franciscano, no te sentes disposto a carregar trouxas de roupa suja, como essa rotulada de esprita. Dou-te, pois, os parabns por essa mudana e por poderes faz-la to facilmente, de um dia para outro. No me cabe tal bem, por haver-me obrigado a carregar tal trouxa mal cheirosa at que os incautos bem a conheam e dela no se aproveitem, para no serem contaminados pelo veneno. s mais feliz do que eu; preferes fradear o caso, a violentar os teus hbitos externos e internos, como eu estou fazendo, em nome do Racionalismo Cristo, que tem por dever tocar em todos os venenos sem se envenenar, em todas as estruturas sociais e sectaristas, sem se enodoar. Tendo, pois, daqui em diante, de dar preferncia tua Espiritualista, nova denominao da tua Cruzada, pois que nessa denominao mais vontade se acha o meu pobre esprito, que, como sabes, do teu amigo certo, para tratar da verdade

verdadeira, qual se dedicou desde 1910, e j agora ir at inrcia do corpo, at desligao completa da vida superior e intermdia, que o estado de perisprito ou vida anmica dos que se proclamam cientistas. Para isso, preciso se torna que os nossos leitores tenham conhecimento da tua pastoral curadora, bem borrifada pela gua benta de igreja nova, servida por frade velho, de grande atilamento no savoir vivre, no lidar com quem se lhe apresenta e receber as graas mentais de que possuidor, e para isso aqui vai ela transcrita: CRUZADA ESPIRITUALISTA Sesses s sextas-feiras, s 10 horas. Rua do Rosrio, 133, 2o andar. A Diretora da Cruzada Esprita, atendendo a que uma sesso esprita ordinariamente uma reunio onde se fazem evocaes de espritos, ou se produzem fenmenos psquicos de vrias naturezas: como nenhuma dessas coisas se faz em sesses seno estudos, preces e uso de msica devocional, pareceu-lhe mais acertado denominar a Cruzada Espiritualista, por ser mais lata a sua acepo. Alm da colaborao dos espritas, conta Cruzada com a coadjuvao dos teosofistas, esoteristas, ocultistas e quantos estejam convencidos que a base de toda evoluo espiritual reside no esprito de mais larga tolerncia, e conseqentemente da mais ampla fraternidade. Desde que todas as escolas espiritualistas aceitem a verdade da reencarnao, a eficcia da prece e a comunicao dos espritos no tm nenhuma divergncia essencial e cabem perfeitamente dentro dos moldes da Cruzada Espiritualista. Esperamos que a Cruzada Espiritualista seja mais um timo fator de unio fraternal entre espritas, teosofistas, esoteristas e ocultistas. Gustavo Macedo. o que a fica, o que se contm em dita pastoral espiritualista, mais uma inveno dos homens fsicos, vivendo para os seus antigos hbitos, para as suas imperfeies, como partculas da Inteligncia Universal, portanto, da Fora Inteligente. Desse espiritualismo tratarei daqui em diante, para que te certifiques, meu caro Gustavo, de que no se podem pescar trutas a bragas enxutas. XXXVI Entre as incontveis mentiras ditas evanglicas, algumas palavras existem que se podem citar como exprimindo pensamentos srios de qualquer esprito evoludo. Dessas pouqussimas palavras, aproveitveis so estas, atribudas a Jesus: S a Verdade vos far livres, que eu terei de citar muitas vezes, nestas cartas, para te provar a contradio nas palavras que constituem o teu sistema de fradear a vida, que tu denominas de espiritualidade, e que tem tanto de espiritualista, quanto eu tenho atualmente de frade, de Apolo ou mesmo de Petrnio. Se, pois, a Verdade a nica fora libertadora da crassa ignorncia em que vive a pobre humanidade, meu caro Gustavo, obrigao de quem, como eu, a conhece, explan-la, embora tenha de torturar a alma, por saber que ela, a Verdade, dita e praticada maneira racionalista, tortura e queima as almas amigas. A tua teima em irritar as inferiores, que nada tm para dar por nada de bom ainda possurem ou terem trazido da feira de Deus como dizia a minha inolvidvel genitora,

que daqui para o seu mundo partiu sem saudades, deixando apenas muitssimas a este filho, o mais novo dos sete. meu dever esclarecer-te, meu Gustavo, porque muito te quer a minha alma, velha companheira da tua, sempre superiormente fradesca nas encarnaes passadas. Vai lendo e raciocinando sobre tudo o que leres, porque tudo, por menos importante ou aproveitvel que te parea ou ao leitor amigo, tem por base a Verdade. Dir-te-ei, pois, meu Gustavo, que a denominao de Espiritualista que acabas de dar tua Cruzada, menos prejudicial do que a de Esprita, que lhe havias dado anteriormente, mas que, ainda que leve e maneirosa, tal denominao uma mentira, porque no existe na Terra espiritualismo; salvo o Racionalismo Cristo, puro materialismo tudo quanto existe sob a denominao de espiritualismo. Das milhares de seitas que uma estatstica, h anos publicada num jornal de Barcelona assevera existirem, no h uma nica que seja verdadeiramente espiritual, porque no existe nenhuma que conhea a alma ou esprito, tal qual . No conhecendo a essncia da vida, e assim, do esprito, como que esses sectrios, inclusive os espritas, se dizem espiritualistas, e como os aceitas no teu meio que, embora material, limpo e cheira a lavado? No observas que todos os que se dizem espiritualistas, atribuem ao corao sentimentos e qualidades que s podem residir no esprito? esta a prova mais certa e segura de que todos ignoram, inclusive tu, o que a alma, bem como as qualidades que nela existem e como ela as manifesta. Ora, sendo o corao um msculo, no pode sentir, vibrar, poetizar, cantar etc., visto que s contm em si matria. Torn-lo senhor e depositrio de sentimentos, quaisquer que sejam, muito especialmente sentimentos de amor, o primacial nos seres humanos, a maior das inverdades e prova da ignorncia do que seja o esprito (alma) e assim o que espiritualidade. Raciocina, meu Gustavo, e at breve. XXXVII A vida humana, meu Gustavo, desde sculos incontveis, desde a sua primeira encarnao neste planeta, tem sido uma comdia at certa idade dos seres, passando tragdia, medida que cada um se vai desenvolvendo psquica e fisiologicamente. Essa comdia tem diversas denominaes, desde a burlesca at de relativa compostura. A denominao que mais rapidamente foi aceita, e cuja representao constante, conhecida por espiritualista, conjunto de espiritismo maneira e sabor do intelecto de cada ser. Diversas so as outras comdias que pregam em nome de Deus, Pai Celestial, Nosso Senhor Jesus Cristo, Divino Mestre dos Kardecistas, santos e santas da corte celestial e outras, das quais tratarei nas cartas que se seguirem. Dessa comdia, denominada espiritualista, tm resultado as muitas seitas religiosas, maneira, sabor e educao de cada raa, de cada povo, de cada nao, e que so as mais requintadas mentiras convencionais que essa pobre humanidade tem inventado ou aceitado como coisas boas neste planeta, por ela e por todos os sbios desconhecidos na parte que mais interessa a todos os seres.

Dessas muitas seitas, filhas do falso espiritualismo e neste envolvidas para mais fcil ao deletria que nas almas produzem, tem resultado, para a humanidade, o tristssimo estado em que ela ainda se encontra em pleno sculo XX. Todos se dizem espiritualistas e assim crentes numa entidade que no conhecem, inveno das mais pernsticas dos que mais julgavam saber e que denominam Deus que, considerado como tem sido, um pratudo, idntico a um cozimento de razes, assim denominado em Minas, e que tanto serve para disenteria, como para priso de ventre, para gerar filhos, como para desmanch-los ou mat-los, para engorda de bezerros ou para curar-lhes a bicheira, para casar criaturas ou para as descasar e atir-las prostituio, para fazer o bem ou o mal, do qual trataremos, largamente, no momento azado para o estabelecimento da verdade, e assim da verdadeira Fora Inteligente, origem de tudo quanto no Universo existe. Sendo, pois, um grande mal para a humanidade a representao constante dessa comdia denominada Espiritualista, concorres tu, meu Gustavo, para esse mal com a tua Cruzada, outro termo de inveno grotesca dos tais escrevinhadores de coisas e loisas bem inferiores sua prpria imagem. Por assim ser que te disse aquelas verdades que deves ter considerado exageradas, nas minhas duas ltimas cartas, para que ponhas em ao o teu raciocnio e procures penitenciar-te, como eu o tenho feito e farei at ltima hora da vida fsica, desses graves erros praticados, em todas as encarnaes, com a capa de espiritualismo. Dar a mo palmatria, como vulgarmente se diz, quando se praticam faltas, como a de denominar espiritualismo ao que no passa de puro materialismo, erro grave que muito prejudica o progresso humano e a realizao dos magnos problemas da vida fsica e moral, confessar o erro nobre, honrado, o cumprimento do dever de todos ns. Deves saber, como eu sei: a) Que a ignorncia a origem de todos os males e de todas essas comdias mencionadas e doutras que irei mencionando; b) que, portanto, a ignorncia impede e desvia todo progresso, expondo as massas s resolues leigas e sectaristas e conduzindo os povos superstio e ao fanatismo, ao sobrenatural e ao embrutecimento; c) que a ignorncia contrria s leis naturais, que vs denominais divinas. Quer isto dizer, meu Gustavo, que todo homem que se instrui e abre o caminho da verdade aos outros, produz obra til, benfica, patritica, humanitria, e que os que se quedam nas mentiras convencionais, leigas ou religiosas, praticam um crime, pois que a mentira o maior de todos os crimes. De crimes tem sido a prtica dos homens que sabem ler e no pem em ao o seu raciocnio para o bem prprio e do Todo a humanidade que tanto est sofrendo, por manter-se escrava da ignorncia em que a tm conservado os chefes das seitas, da falsa cincia e da reles poltica. V, pois, meu Gustavo, que ser espiritualista sem conhecer o que seja o esprito, a Inteligncia Universal, no possvel, e erro grave. Pensa no que a fica para teu governo, meu Gustavo, de quem sou muito amigo. XXXVIII

Deves ter observado nas minhas ltimas cartas, meu Gustavo, que todo ser humano que se apresenta como espiritualista, concorre para a continuao da comdia, que, com esse nome, se representa em todo o mundo, e erro grave, portanto, pratica. Assim, erro grave praticas tu, meu Gustavo, porque apresentando-te como homem de bem, de honestidade material comprovada, como digno marido e bom cidado, atrais criaturas que vo tua Cruzada em busca do que necessitam, sem bem saberem definir o que seja; e, l chegadas, continuam a quedar-se na mesma triste ignorncia, porque, no seguindo tu os Princpios Racionalistas Cristos nicos que tudo explicam no podes satisfazer nem a tua alma nem a daqueles que te procuram, por no poderes esclarec-los sobre a sua origem, deveres durante a estada neste planeta e o fim a que devem chegar. No ignoras que quem mal faz para si o faz e, por assim ser em todos os tempos, grande mal, imenso mal para a tua querida alma, meu Gustavo, ests fazendo, dizendote espiritualista e atraindo almas vidas de luz e, portanto, de conhecimentos de tudo o que no Universo existe. Cada um de ns o Universo em miniatura, como farto est o Racionalismo Cristo de o dizer e provar no Centro Redentor e nas suas Filiais. Tu no te queres confundir com os outros, com os cretinos, os falsos espritas, e tanto assim , to nojenta te pareceu a denominao de Cruzada Esprita, que a mudaste para Cruzada Espiritualista. Provaste que no desejas descer, nivelar-te a essa gente supersticiosa, fantica, cretinizada; queres manter-te acima das misrias que os tais espritas em provao praticam, com prazer; e por isso, com mais um empurro, meu querido frade velho, e como tal marinheiro de muitas derrotas, atiras a caixa ao poro. Sabes, meu Gustavo, qual a maior crise do mundo? de coragem, moral, para o ser libertar-se da priso provinda de muitas mentiras convencionais e de todos os graves erros sociais. Ora, tu, meu Gustavo, no s um ignorante vulgar nem possuis a cobardia dos nulos que acreditam precisar de todos os argentrios para levarem a vida folgada. Tu tens uma vida material garantida pelo teu honrado trabalho, pela tua grande responsabilidade, pela tua profunda honestidade material de esposo e pai. s, portanto, um homem independente, de ningum dependes, e no ignoras que o homem mais rico do mundo aquele que vive alegre e satisfeito com o pouco que ganha ou que conseguiu juntar para o inverno da vida, e que no tem um nico vcio que o obrigue a perturbar-se e tornar-se um sabujo, um instrumento vil da canalha dourada, lupanaresca, dissoluta, que vive e se mantm dos assaltos aos interesses do povo e de altos expedientes inconfessveis. , pois, no alijamento de vcios, de maus hbitos e, assim, a inteira independncia para poder caminhar com segurana na terrvel estrada da vida fsica e astral que o ser humano encontra a felicidade. Somente, pois, os covardes, os viciados nos fandangos dourados, no chtanguice, nos requebros, gestos e maneiras sensuais, libidinosas, caprino-bodficas, no se podem alar para a luz, explanando e praticando a Verdade, nica que vos far livres, como disse algum de juzo e de valor. Ora, no estando tu nesse ajuntamento desprimoroso, e sim bem distante dele, como prova a tua exemplar vida material e de famlia, praticas um crime pelo qual o maior lesado s tu prprio, no raciocinando sobre o que te tenho dito e que ests farto de saber pelas obras do Centro Redentor, cuja assistncia a cada Sesso Pblica de

Limpeza Psquica monta a cerca de trs mil pessoas, verificadas nas trs Sesses Pblicas de normalizao de corpos e de almas, que nele se realizam semanalmente. Tu j declaraste que no praticas a absurda confabulao com o astral inferior, com os espritos lodricos, urubats, ismais e magna caterva astral ; no fazes as tais sesseszinhas em famlia ou em grupos. Para que, pois, conservar-te no outro erro, embora mais suave e limpo o do espiritualismo, que s aquele explanado e praticado pelos racionalistas de verdade, pelo Centro Redentor e suas Filiais? V, meu caro Gustavo, atira o hbito, os Evangelhos e todas as maneiras monsticas s urtigas, e torna-te de fato o que a tua alma, nas horas de paz, quer que tu sigas como homem fsico, valoroso e justiceiro, para teu prprio bem e dos que te procuram na tua Cruzada e fora dela, como homem limpo, cheirando a lavado em toda a linha. XXXIX No teu avulso, explicando a mudana da tua Cruzada Esprita para Espiritualista, defines mal o Espiritismo verdadeiro, que a cincia das cincias, e no a torpe evocao de espritos para a prtica de patifarias, como geralmente fazem, e dizes que no se praticam na tua Cruzada tais misrias, porque no te apraz fabricar loucos e desgraar lares, nela s se tratando de estudo, preces e uso da msica devocional. No entanto, no dizes que estudos so esses, nem o que seja a prece, e muito menos a msica devocional de que tratas na tua Cruzada. No dizes, porque no sabes, porque realmente so palavras que nada exprimem, inventadas pelos mesmos homens que inventaram as outras, que tu bem conheces: Espiritualista, Deus, Divindade, Santos e Santas c deste alambique depurador de Foras vrias, dentre as quais se salienta a humana, por mais evoluda e apta a raciocinar e resolver os problemas da vida com acerto. O estudo, pois, a que te referes, no passa de uma fantasia ou de frases inventadas para encobrires a ignorncia que domina toda ou quase toda a pobre humanidade, a qual, desde sculos incontveis, desde a sua primeira encarnao neste planeta, afirma que anda a estudar os problemas da vida, tem mesmo inventado cdigos do bom-tom, compndios vrios sobre a maneira de bem viver, sem at agora saber o que a vida real e como ela se deve viver realmente, verdadeiramente, proveitosamente. Desde que o tal espiritismo, que quer dizer estudo da alma para conhecimento certo e seguro da mesma e do seu papel em todo o Universo, no te agrada, como dizes, outro estudo qualquer, meu Gustavo, no tem o menor valor, constituindo erro grave, porque conservar a humanidade na desgraada ignorncia em que se acha, na qual tem vivido sempre at o aparecimento do Racionalismo Cristo que se pratica no Centro Redentor e nas Filiais deste. Como pode o ser humano estudar qualquer coisa a srio que aproveite a si e ao tudo quanto existe no Universo, e, assim, ao seu prprio eu? O que se fez at 1910, foi estudar e explanar efeitos, ignorando, por completo, a sua causa inteligente. Sim, meu Gustavo, porque o estudo da matria organizada, e mesmo inorgnica, o estudo do efeito, nico que preocupa toda gente, e no da causa. O que , porm, essa matria em si, no o sabem os tais sbios, e da fora em si e do seu papel na vida real de todos os seres nenhum deles ao menos suspeita nem procura saber, e quando o Racionalismo Cristo lhes prova, terica e praticamente, o

grave erro que todos praticam, em vez de correrem a ampliar, a desdobrar os conhecimentos que tm por base a Fora e a Inteligncia fora da matria e mesmo ligada a esta, revoltam-se contra quem se presta a ensinar-lhes a Verdade verdadeira, sem o conhecimento da qual nada se aproveita realmente do que eles, sbios, dizem saber. Estando, pois, tudo errado, por faltar-lhe a base, que a Fora Inteligente parcelada no Universo, meu Gustavo, que estudo esse teu sobre erros e mentiras convencionais que andam por a berradas, buzinadas em todos os tons e at em todos os tamanhos, cores e feitios? Pensa bem no que a fica, e no muito mais que te disse em muitas cartas, e verificars que nada lucraste mudando o rtulo da tua Cruzada, na qual nada se estuda, porque o que l se prega no o verdadeiro Espiritualismo, que tem por base a Verdade, o conhecimento do Grande Foco, gerador de tudo quanto existe, e assim o conhecimento da alma humana. No te iludas por mais tempo, meu Gustavo, com tais estudos de mentiras convencionais, porque, repito, somente a Verdade te far livre e te libertar das garras da ignorncia que at hoje tem dominado a humanidade inteira, ignorncia de que tem resultado esse sofrimento horrvel por toda parte, essa anarquia tremenda que reina entre todos os povos da Terra. Nas mesmas condies de estudo esto as tais preces e uso de msica devocional a que te referes, e das quais tratarei a seguir, por ser, como sabes, muito teu, XL No mesmo caso dos tais estudos, esto as 'preces e a msica devocional na tua Cruzada, sobre as quais creio que j disse algo nas minhas cartas anteriores. Todavia, nunca demais, quando se trata de bem claramente colocar as coisas nos seus verdadeiros lugares e insistir no assunto. Se, pois, os estudos a que te referes no tm base sria que aproveite aos que te procuram para saber o que a vida real de todos os seres, e como eles a devem bem viver, melhor base no podem ter as tais preces e a msica devocional. No se sabe, at agora, no Racionalismo Cristo, como tratar de qualquer coisa sem base slida, sem alicerces bem fundados e argamassados. Tambm est fartamente sabido que no se pode amar verdadeiramente o que verdadeiramente se no estuda e, portanto, no se conhece. Assim sendo, meu Gustavo, como queres tu torcer o bico ao prego, que como quem diz deturpar as leis comuns e naturais que tu e todos os sectrios de todas as seitas denominam divinas, se elas s movimentam, dirigem e governam elementos de real existncia, desde o granito ao ferro, aos vegetais, aos animais, s vidas diversas, enfim, que formam o Universo, e que a humanidade ignora, em absoluto? A prece, inventada pelos fanticos, indolentes e preguiosos mentais, quer dizer irradiao de pensamentos a elementos conhecidos, que possam beneficiar os que os irradiam. Mas, como irradiar, e assim, vibrar, verdadeiramente, se vs, e quando digo vs, digo todos os sectrios que se dizem espiritualistas, no sabeis o que a fora em si, partcula da Inteligncia Universal, fonte, origem dos pensamentos humanos?

No possuindo esse conhecimento certo e seguro, filho de constantes estudos bem raciocinados, de experincias feitas nos laboratrios psquicos do Racionalismo Cristo, ignorando o que seja o pensamento e como ele se irradia a qualquer dos elementos da vida, que residem fora de ns e a ns vm, conforme a nossa vontade, que preces so essas, que fora irradiativa podem elas possuir, se a alma, da qual so vibraes os pensamentos, tudo ignora, inclusive o que ela prpria seja? Como podes tu, meu Gustavo, ou quem quer que seja, montar o cabo tormentrio da vida fsica e entrar no mar do entendimento, da sabedoria constituda pela Inteligncia Universal, e assim, religar-te s Esferas Superiores, donde emanam a Verdade e o bem para todas as almas, se teu barco frgil, os marinheiros so pastores serranos e, portanto, bisonhos, sem roteiro certo e instrumentos prprios de marear nesse mar revolto da vida? Ignoras que para Afonso IV, o Bravo, de Portugal, poder descobrir o Brasil em 1343, teve de instruir marinheiros nas pequenas Escolas criadas por D. Dinis, servidas por mestres, como os Adornos, os Peanhas, os Perestrelos e outros, mandados vir das Escolas do Mediterrneo, de Veneza, rainha do Adritico, de Pisa e de Gnova? Ignoras, tambm que, para montar o Cabo Tormentrio, hoje denominado de Boa Esperana, e passar ndia (terra do Prestes Joo), como era to conhecido esse antigo e riqussimo pas, fundou o Infante D. Henrique a importante Escola de Sagres, bem no promontrio desse nome, da qual saram os grandes da Guin, dos Aores, de Cabo Verde, da lindssima Madeira, das terras, enfim, da sia, da frica e Oceania? Como, pois, queres tu, meu Gustavo, caminhar, cruzar esse mar tormentoso da vida real, sem estud-lo primeiro, profundamente, para fazer nele navegao certa e segura? Como queres tu entrar no mundo moral e ancorar em porto seguro da vida real, que s aquela que se vive fora do mundo fsico, se desconheces o caminho para ele e a irradiao e o seu valor? No te iludas, meu Gustavo, com o mexer dos lbios e revirar de olhos. Isso pertence ao homem fsico, pura matria, e no prova sentimentos e conhecimentos elevados, mas simplesmente maneiras de estar na Terra e de praticar as mentiras convencionais para se iludirem uns aos outros e a si prprios. Assim, a tal msica devocional, que absolutamente e pelo mesmo motivo acima exarado, nada significa, no tem valor algum, nada aproveita a quem a faz e a quem a ouve, porque no prepara o ser para a luta, visto ser esta a nica que purifica as almas e as faz ascender mais rapidamente luz, ao Grande Foco, do qual fazemos parte. claro que a msica agradvel a todos os viventes, mas no os auxilia a progredir nem lhes d esclarecimentos sobre a vida real de cada ser. Forma a msica, qualquer que ela seja, um ambiente ameno, algo branco, e assim, difano, mas nada mais, e de pouca durao. Aps esse estado de vibraes musicais, fica o ser na mesma ignorncia e capaz de trucidar ou matar mesmo qualquer ser humano que contrarie os seus sentimentos caprino-bodficos, e assim, de cime, egosmo, inveja e vaidade, sentimentos inferiores que a msica no remodela nem alija dos seres. Para que serve, pois, tal tocar e cantarolar, tal musicar devocionalmente, como tu dizes? Para iludir as pobres almas que te procuram para conhecer a Verdade, e assim, a maneira de lutar e vencer na vida? XLI

Depois do que ficou exarado nas minhas duas ltimas cartas, dizes tu ainda, meu Gustavo, no teu avulso: Alm da colaborao dos espritas, conta a Cruzada com a coadjuvao dos teosofistas, esoteristas, ocultistas e quantos estejam convencidos de que a base de toda a evoluo espiritual reside no esprito da mais larga tolerncia e conseqentemente da mais ampla fraternidade. No dizes, porm, meu Gustavo, em que consiste essa coadjuvao, se a dos espritas ou dos teosofistas, esoteristas etc. etc. E no o dizes porque nada de verdade, de real sobre a alma e seus deveres sabem esses sectrios e muitos outros que se rotulam de espiritualistas. Que sabem os tais espritas a que te referes, que nada mais so do que instrumentos conscientes ou inconscientes, tericos ou prticos da magia negra? Absolutamente nada. Disso, meu Gustavo, s tu bem ciente, bem convicto, porque, como frade velho, s perfeito conhecedor das imensas manhas da humanidade, especialmente da requintada velhacaria da maioria dos que se dizem, espritas e espiritualistas. Tens horror ao isolamento e procuras, por isso, acender uma vela ao tal pai celestial e outra ao capeta, que, fora da Bahia, se denomina diabo, com guampas, rabo e ps-de-cabra, conforme o inventamos nos tempos idos, nas encarnaes anteriores, em que fradeando essas vidas passadas, era nosso desejo ardente fabricar cretinos, para mais facilmente dominarmos em toda linha e levarmos vida folgada entre almas nossas, mui prestimosas, mui quituteiras, abadessas e freirinhas, esposas de Cristo, e por vezes, no poucas, dos pregadores dos tais Evangelhos atribudos a esse valoroso e grande esprito. Farto estou de observar que hbitos velhos, especialmente os que do prazer vida inferior e na carne produzem sensaes agradveis, embora momentneas, hbitos de escravizar mulheres bonitas aos desejos intemperados, as coisas que denomino de garanhices, farto de saber que tais hbitos que o ser humano vem praticando, desde a sua primeira encarnao, constituem uma segunda natureza, como vulgarmente se diz, ou uma vida inferior dominante, que somente com grande trabalho se pode, pouco a pouco, corrigir. E da que resulta a tal afirmativa de que a natureza no d saltos, porque a partcula da Fora que organiza, incita e movimenta o corpo humano que lhe serve para estar no mundo fsico, indolente e quase querendo imitar as foras granticas, tendo o seu livre-arbtrio, sente-se melhor assim animalizada do que lutadora, para tudo vencer na vida real. Desse mal, meu Gustavo, sofri eu at aos cinqenta anos desta encarnao; sofres tu, ainda, velho companheiro, e sofre a humanidade em geral, porque os espritos, at certas categorias, tendem todos para o menor esforo e mais fcil viver. A tal ponto vo os adeptos do menor esforo, meu Gustavo, que o Dr. Martim Francisco mencionou, num dos seus profundos e alegres escritos, o fato de um vulto poltico do seu conhecimento ser to republicano da poca e to pico do menor esforo, que conseguiu casar com uma viva que j trazia consigo doze filhos feitos. Adeptos, pois, tu, meu Gustavo, da lei do menor esforo, desde a primeira encarnao, no queres, nesta, mudar de idias nem de rumo, e assim continuas a fradear o caso da vida atual que devia ser toda repleta de lutas bem raciocinadas, e

assim, da explanao da Verdade, que ns sempre conservamos escondida, como luz que . Assim sendo, que coadjuvao essa dos sectrios que nada sabem da vida real e provam ser adeptos da lei do menor esforo, a tal ponto, que nem para procriarem, real e naturalmente, tm coragem, tanto que procuram casar com vivas que j tenham filhos, segundo narrou esse Andrade, da minha mais alta considerao e real estima, a quem acima me referi? A seguir, meu Gustavo, serei mais claro sobre esta parte da reforma da tua Cruzada, e assim, mais amplamente explanarei o grave erro que ests praticando com a tua tolerncia de falso espiritualismo e dos vcios do mesmo, e assim, tolerante de crimes que a verdade manda lembrar, castigar e no tolerar. Muito teu, XLI I Dizes tu, Gustavo, que a base de toda a evoluo espiritual reside no esprito da mais larga tolerncia, quando justamente o contrrio. Assim pensando e agindo, imitas os praticantes da magia negra que se fazem passar por espritas, para mais vontade praticarem toda sorte de patifarias, e afirmam e espalham por toda parte que no se deve julgar, condenar, nem castigar ningum. Confirmando tu essa tremenda misria e tornando-a como base do progresso espiritual, tornas-te um criminoso contra os desejos do teu esprito, principalmente quando o teu proceder na vida que vives em nada se parece com o dessa gente,. A mais larga tolerncia, quer dizer confundir-se o tolerante com todos os prevaricadores, com todos os patifes, com todos os elementos deletrios da Sociedade que, propositalmente, nela vivem praticando crimes, dissolvendo os bons costumes e a tudo e a todos procurando corromper. Ser isso que manda a Verdade que na Terra foi explanada por um grande esprito que na ndia se chamou Krishna; no Egito, Hermes; na Grcia, Plato; na China, Confcio; e na Judia, Jesus? No, absolutamente no! Mentem todos que tal torpeza lhe atribuem. Se Jesus tivesse sido um ser tolerante, no pregaria a Verdade to denodadamente como o fez, e seria querido ou tolerado pelos escribas, pelos eruditos, pelos nobres e pela seita judaica, como o era pelo povo; que o ouvia e dele recebia a amenizao para as obsesses que adultos e crianas sofriam. Como, pois, afirmais vs, espiritualistas, a maior das inverdades e dos crimes atribudos a Jesus, quando todos os espritos da sua categoria e, portanto, honrados, sempre afirmaram que o maior mal da humanidade a ignorncia, e que somente a explanao e prtica da Verdade poderia libert-la desse grande mal, e torn-la relativamente feliz neste mundo de torturas? Se Jesus e todos os espritos evoludos tinham a certeza que a Verdade verdadeira queima, tortura, esmaga a alma do convencionalista, do intrujo, qualquer que seja a sua categoria, e se afirmam que s honrado, s til, s benfico a si e ao seu semelhante o que a explana e pratica, doa a quem doer, como que tu, que te dizes seu discpulo, afirmas o contrrio e te irmanas com a intrujice, com as mentiras convencionais, quando certo que de fato a mentira o maior de todos os crimes e ela que tem retardado o progresso da humanidade?

Para que, pois, os tais missionrios, os tais apostlicos, os tais que se dizem cristos, se a mentira tem adoradores e em vez de elevarem templos virtude, os elevam ao vcio, e deles fazem a sua vida deliciosa e nica? Para que, pois, procuras tu, meu Gustavo, fazer do teu lar um santurio, dando tua prole exemplos dignificadores, se achas defensveis a prostituio, a prevaricao, a vilania, a ponto de as tolerares, incondicionalmente, e com elas te irmanares, como dizes? Por hoje s isto, meu Gustavo, visto que esta parte do teu programa d pano para mangas. Sempre muito teu, XLIII Como que a mais larga tolerncia a que te referes pode concorrer para o adiantamento do esprito e mais ampla fraternidade, se s a Verdade explanada e praticada que liberta o esprito das garras da ignorncia em que vive e o impede de ser sedutor de lares e, portanto, ladro do que, na vida terrena, h de mais precioso, como seja um lar-abrigo das almas que precisam depurar-se e que, pela prtica das suas virtudes; devem concorrer para melhor-las, uma vez que esto em depurao neste planeta? Se certo que todo ser humano, embora somente materialmente honrado, e que tem em seu esprito gravada a noo de higiene mental, procura afastar-se dos prevaricadores, dos corruptos, dos venais, porque a sua alma se sente mal junto de tal gente, como que tu persistes nesse erro, atribudo a Jesus, o mais valoroso, ponderado e justiceiro dos espritos que vieram encarnar neste planeta torturante? Se os homens organizam cdigos e leis pai reprimir os abusos e a animalidade dos seres obrigando-os a uma compostura crist e racional, tanto quanto lhes seja possvel, como que tu, que s o que j tenho dito, mais de uma vez, um homem que cheira a lavado, e assim, digno de viver entre gente civilizada, aceitas a tal tolerncia de torpezas e vilanias contrrias s leis naturais, s leis do progresso dos seres, contrrias, inclusive, s leis dos homens, feitas para o relativo bem-estar social? Como isto triste para minha alma, principalmente por ser dito por ti, assim como quem diz o que sente e sente o que diz, quando tudo contrrio ao desejo da tua alma, que j sabe que a mentira o maior de todos os crimes, e que diz-la ou pratic-la torna todo ser humano o mais inferior dos viventes e at indigno de viver, porque de tal s digno quem sabe lutar por causas justas que tenham por base a Verdade, e, assim, o bem geral da humanidade. Tens, bem sei, o teu livre-arbtrio, e pela sua prtica te tornas o nico responsvel pelos atos que praticas; mas quando se esclarecido, no se pode ver o estacionamento de uma alma, o aumento de manchas, em virtude desse livre-arbtrio, sem que a nossa tenha tristeza profunda e chegue mesmo a chorar pela grande desgraa dessa a quem amamos verdadeiramente. Por assim ser, meu Gustavo, que me tens aqui a explanar a Verdade, em todos os tons que os seres de boa-vontade aceitam. E, como eles, deves tambm aceit-la tu. Liberta-te, pois, dessa indolncia mental que tanto te far sofrer nesse alm grandioso e belo onde, como tribunal e juiz de ti prprio, te vais condenar ao sacrifcio de nova encarnao em condies tristssimas, como acontece com todos os que abusam da felicidade atual, olvidando-se da Verdade e, assim, da felicidade espiritual.

At breve, meu Gustavo, e aceita o meu abrao saudoso, por ser, como sempre, o muito teu, XLIV Deves ter notado a falta das minhas cartas e at pensado que elas no continuariam. Natural essa falha, meu Gustavo. Uma perturbao cardaca obrigou-me a partir, no dia 28 de novembro, para as portas da eternidade, que me no foram abertas por determinao de So Pedro, nosso camarada e amigo velho. De l voltei, h dias, muito contrariado, pois me parecia que j era tempo de deixar este alambique depurador de almas. Fui de aeroplano, mas tive de voltar em carro de bois, por ser essa a conduo que So Pedro fornece aos apressados em bater-lhe porta, que guarda com muito carinho. Aqui me tens, ainda, por mais um tempinho, para dar prazer a todos os que tu denominas espiritualistas, entre os quais reina a mais ampla fraternidade, como tu afirmas na tua Cruzada, e que gostam tanto de mim e dos meus produtos psquicos, como gostam das prprias tripas, quando fora da barriga. Perguntando a So Pedro (o legtimo, o autntico, calvo e barbudo, que antes de o ser se chamou Ccero, na sua bela Roma tribuncia, e no o que est encarnado no nosso compadre Leopoldo Cirne, como ele e o esbelto compadre seu Incio afirmam por toda parte), por quanto tempo ainda teria de quedar-me neste terrvel ambiente de animalizados, que tu denominas espiritualistas de todas as cores e feitios; respondeu-me o bonssimo mordomo do cu, o maioral daquela clebre corte que ns inventamos, no correr de encarnaes diversas, para mais facilmente dominarmos os papalvos e o belo sexo, fregueses dos nossos confessionrios, que quando eu houvesse fechado, com lucro, o balano da casa verdadeiramente espiritualista, que o Centro Redentor, me daria licena para entrar l no cu e assentar-me ao lado direito de Deus, fazendo parte do grupo dos que bem cumprem o seu dever. Esse grupo, que aqui se denominaria Ameno Resed, Mimosas Cravinas ou ainda Flor do Abacate, ou mesmo Chuveiro de Prata, no aceita, em seu seio espiritualista, algum c desta taverna infecta, que denominam Terra, por serem todos de m catadura e terem o perdo, o amor e a fraternidade nos lbios, e a mentira, a animalidade e todas as perversidades na alma, que eles desconhecem em absoluto. J vs, pois, que um Grupo limpo, supimpa, como c dizem; e ningum entre os que o compem, usa bigode pontudo (assim como o dos antigos guitas, soldados de polcia da Lbia amada), como os do nosso inolvidvel Incio, de Botafogo, que revira os olhos para o alto procura do tal pai celestial, como o compadre Cirne, para mais facilmente passar por apstolo, por missionrio, enviado do dito pai celestial. L, porque tudo fia mais fino, a gente dessa espiritualidade mandada por So Pedro, para as Pedras Negras dos praticantes da magia negra. Toma, pois, cuidado, meu Gustavo, porque quem assim te fala porque deseja a tua desligao mental desse pessoal da lira, que tu denominas espiritualista, e que no passa de inferior materialista, desses que da moral, e assim, da Verdade, no tm a menor noo. Na carta a seguir tratarei do que tu chamas escolas espiritualistas e sobre a aceitao da verdade da reencarnao, a eficcia da prece, a comunicao dos espritos, preparo exigido por ti para ser tomada a srio qualquer criatura que labialmente afirme crer nessas lrias. Por hoje, basta. Muito teu,

XLV Desde que todas as escolas espiritualistas aceitem a verdade da reencarnao, a eficcia da prece e a comunicao dos espritos no tm nenhuma divergncia essencial e cabem perfeitamente dentro dos moldes da Cruzada Espiritualista, dizes tu, no teu manifesto ltimo, quando tratas da mudana do nome da tua Cruzada. Tudo o que a fica, meu Gustavo, est errado: 1) Porque, no podendo haver efeito sem causa, no podem existir escolas espiritualistas, porque nenhuma das seitas existentes sabe o que so a Fora em si e a Matria em si, os dois nicos elementos de que se compe o Universo. Assim ignorantes, os sectrios de todas as seitas no sabem o que o esprito ligado ao corpo e fora deste, e quais os seus deveres. A tens tu o primeiro erro teu, do qual derivam os outros. 2) Como podem tais espiritualistas de fancaria aceitar a verdade da reencarnao, se so uns perfeitos ignorantes do que seja o esprito e, assim, eles prprios como Fora inteligente, o Universo em miniatura, portanto? Nas mesmas condies esto as tais preces e as comunicaes dos espritos. A prece (irradiao) s tem valor quando sentida e vibrada verdadeiramente, atingindo a partcula de Fora Superior, qual se liga, em virtude desse sentir, dessa vibrao da alma. Logo, tais preces so simplesmente labiais, porque a ignorncia no permite que quem as faz irradie aos planos superiores e, assim, se ligue s foras benficas da natureza, cuja existncia ignoram e nelas falam por ouvir dizer e para acompanhar o tero, como vulgarmente se diz. A comunicao dos espritos o maior dos crimes que tais espiritualistas de fancaria praticam, levando a obsesso, a loucura, a runa, aos lares, a todos os que a tais prticas se entregam, sem o conhecimento certo e seguro do que seja o esprito humano o elemento mais perigoso que existe quando, desencarnado, se queda na atmosfera da Terra. esse o maior dos males da humanidade, dos que aceitam os tais espritos ou com eles confabulam nas tais sesses, ditas espritas. Como vs, meu Gustavo, fica assim destruda essa tua maneira de julgar e aceitar espiritualistas que no existem, para o teu grmio. Palavras, e muitas, tm inventado todos os que mais julgam saber para intrujar a humanidade e conserv-la na ignorncia em que vive, para melhor e mais facilmente a explorar. Tu, meu Gustavo, no tens coragem para romper com as mentiras convencionais e vais mesmo, contra a vontade da tua alma, aceitando essas palavras sem significao, que s males produzem aos que de boa-f nelas acreditam (ou as tomam a srio) e julgam pratic-las. Que Incio, Cirne, Vianinha, Figner e outros assim procedam, v, porque tais criaturas no podem ir mais alm no saber e sentir; mas tu, que, socialmente falando, tens outro porte, que s frade velho e conhecedor, portanto, de todo o beatrio feminino e masculino e de todas as tratantadas dos que, em nome de Deus, de santos e santas e da corte celestial diariamente praticam, tu, meu Gustavo, est cavando a tua runa espiritual, porque muito te foi dado em inteligncia para poderes raciocinar, bem pensar, portanto, bem agires.

V, pois, se alijas de ti essa tremenda bagagem fradesca da mxima tolerncia e da mentira, que o maior de todos os crimes; procura arranjar nimo forte para mandares todas esses escolas de mentiras, esse espiritualismo para o inferno, que, no teu caso, so as pedras negras dos feiticeiros que se dizem espritas e outros. Procura conhecer-te de verdade como Fora, partcula da Inteligncia Universal, para assim aproveitares esta encarnao e mais progredires, portanto. Pensa bem no que a fica, procura raciocinar com acerto para tua felicidade, que o que te deseja o sempre muito teu.

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