André Melo Amaro A
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ME7
Questo 1) O meio ambiente um bem comum valioso devido a sua biodiversidade e valor ambiental, como os recursos naturais. Sua proteo esta prevista no capitulo VI da Constituio Federal, que assegura competncia aos entes da federao (Unio, Estados e Municipios) para criar leis e medidas necessrias para a efetiva proteo do meio ambiente. Uma das maneiras de se proteger o meio ambiente foi a instituio de Unidades de Conservao no direito ambiental brasileiro, por intermdio da lei 9.985/00, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza. A lei define unidades de conservao como espaos territoriais e seus recursos ambientais com caractersticas ambientais relevantes criados pelo Poder Pblico com um regime de administrao especial que visa aplicar as medidas necessrias de proteo. Estabelecida pelo poder pblico, a criao da unidade de conservao exige determinados requisitos estabelecidos no Art. 22 da referida lei. Primeiramente, necessrio um estudo tcnico prvio, com o objetivo de averiguar o valor ambiental da rea e os possveis riscos, possibilitando estabelecer os limites e dimenso da unidade. Aps o estudo, efetuada uma consulta pblica com o objetivo de informar o pblico e fornecer as informaes a respeito. O publico tem o direito de participar e de se informar, devendo o poder publico prover um estudo inteligvel mesmo para leigos. A criao da unidade de conservao se da por um ato administrativo por parte do executivo, conforme regulamentado pelo decreto n. 4.340/04, tendo, pois, natureza jurdica de ato administrativo. Deve-se ressaltar que a ampliao da uma unidade de conservao tambm deve ser objeto de novo estudo e consulta pblica, correndo-se o risco de o aumento ser considerado nulo pelos tribunais. A reduo ou extino unidade de conservao s poder ocorrer por meio de lei especifica, conforma 7o da lei 9.985/00. A necessidade do estudo tcnico e consulta publica j foi confirmada pelos tribunais, conforme jurisprudncia abaixo:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CRIAO DE UNIDADE DE CONSERVAO DA NATUREZA DO TIPO RESERVA EXTRATIVISTA (LEI 9.985/2000; DECRETO 4.340/2002). ESTUDOS TCNICOS E CONSULTA PBLICA. OBSERVNCIA.9.9851. No processo de criao de unidades de conservao da natureza, vista do disposto no artigo 22, 2 e 3, da Lei 9.985/2000 e nos artigos 4 e 5 do Decreto 4.340/2002, a consulta pblica populao interessada deve ser precedida dos estudos tcnicos que comprovem a viabilidade dela (unidade de conservao).22 239.985454.3402. Por sua vez, a consulta pblica, alm de observar os preceitos legais e regulamentares (Lei 9.985/2000, artigos 5, III, e 22, 2 e 3; Decreto 4.340/2002, artigos 4 e 5), deve ser procedida com obedincia ao disposto no Guia de Consultas Pblicas para Unidades de Conservao, de forma a permitir a mais ampla divulgao e oportunidade de discusso sobre as implicaes da criao da unidade de conservao, em observncia ao princpio democrtico.9.9855III22 234.340453. Improcedncia das alegaes de ofensa ao disposto no artigo 43 da Lei 9.985/2000 e de ausncia de dotao oramentria (Lei 4.320/1964, artigo 4).439.9854.32044. Ocorrncia do "periculum in mora", uma vez que a criao da unidade de conservao em causa sem a observncia dos preceitos legais e regulamentares pertinentes poder implicar dano de difcil reparao populao a ser atingida pelo ato do Poder Pblico.5. Agravo de instrumento provido em parte. (15900 BA 2006.01.00.015900-0, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA ISABEL GALLOTTI RODRIGUES, Data de Julgamento: 24/11/2006, SEXTA TURMA, Data de Publicao: 29/01/2007 DJ p.53)1 MEIO AMBIENTE.Unidade de conservao. Estao ecolgica. Ampliao dos limites originais na medida do acrscimo, mediante decreto do Presidente da Repblica. Inadmissibilidade. Falta de estudos tcnicos e de consulta pblica. Requisitos prvios no satisfeitos. Nulidade do ato pronunciada. Ofensa a direito lquido e certo. Concesso do mandado de segurana. Inteligncia do art. 66, 2 e 6, da Lei n 9.985/2000. Votos vencidos. A ampliao dos limites de estao ecolgica, sem alterao
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dos limites originais, exceto pelo acrscimo proposto, no pode ser feita sem observncia dos requisitos prvios de estudos tcnicos e consulta pblica 9.985
(24665 DF , Relator: MARCO AURLIO, Data de Julgamento: 30/11/2004, Tribunal Pleno, Data de Publicao: DJ 06-10-2006 PP-00033 EMENT VOL-02250-02 PP-00233 RT v. 96, n. 856, 2007, p. 104-118)2
Questo 2) Tendo em vista o determinado pela lei 9.985/00, a reduo dos limites da unidade de conservao por meio de medida provisria ilegal. A lei clara ao determinar que tal reduo somente poder ocorrer mediante lei especfica, categoria que no inclui medidas provisrias. As medidas provisrias, largamente utilizadas pelo executivo, deveria ser utilizada somente em casos de relevncia e urgncia, conforme previsto na constituio federal. Entretanto, notrio o mal uso do instituto pelo governo federal, que o utiliza em lugar dos projetos de lei. Destarte, o Governo Federal utiliza largamente das medidas provisrias, inclusive com relao ao direito ambiental. Apesar da ilegalidade, o governo federal continua com o abuso de poder, reduzindo o tamanho de unidades de conservao atravs de medidas provisrias, como a MP 558. O ministrio pblico, inclusive, reconhece a ilegalidade cometida pelo governo federal, tendo impetrado a ADIN 4717 em face do governo federal, alegando a inconstitucionalidade da referida MP. claro o abuso do governo, que impem ao desenvolvimento econmico tal prioridade ao ponto de prejudicar outro principio constitucional importante, como a preservao do meio ambiente. Questo 4) Sim, a licena ambiental poder ser anulada pelo rgo ambiental no perodo de sua vigncia. De acordo com o art. 7 da resoluo do CONAMA 237/1997, possvel o cancelamento da licena nos seguintes casos: 1) expedida em dissonncia com relao a lei; 2) a licena subsidiada por falsas informaes e 3) supervenincia de graves riscos para o ambiente e sade, que no podem ser superados por medidas de controle3. A licena ambiental tem prazo de validade para que se possa verificar o cumprimento das condicionantes da licena de operao e adaptar essas condicionantes as novas normas impostas pelo governo federal. Como as normas de proteo ao meio ambiente mudam, com uma tendncia a serem cada vez mais restritas (pelo menos no plano terico) as licenas vigentes devem ser adaptadas para terem consonncia com as novas determinaes. Bibliografia: MILAR, dis. "Direito do Ambiente."7. ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
MILAR, dis. "Direito do Ambiente."7. ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. P. 542