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EXCELENTSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) __ JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMLIA, SUCESSES E CVEL DA COMARCA DE GOINIA/GO

PAULA MARIA SOARES BARBOSA DE SOUSA, brasileira, menor impbere, nascida em 18/01/2007, neste ato representada por sua genitora ANA ZANETE APARECIDA SOARES, brasileira, solteira, auxiliar de lavanderia, portadora da C.I. n. 3592343 DGPC/GO, inscrita no CPF/MF sob n 959.701.261-87, residentes e domiciliados na Rua 220, Qd. 3, Lt. 2, S/N, Setor Leste Vila Nova, Goinia, Gois, por seu advogado que a esta subscreve, com endereo profissional na Av. Universitria, s/n, esquina com 5 Avenida, Setor Universitrio, CEP 74605-220, Goinia/GO, vem, respeitosamente, presena de Vossa Excelncia, propor: AO DE INVESTIGAO DE PATERNIDADE c/c ALIMENTOS e RETIFICAO DE REGISTRO CIVIL Em face de seu verdadeiro pai, NIL MAICON MARTINS FRANA, brasileiro, residente e domiciliado na Rua 21, Qd. 6, Lt. 15, Conjunto Romeu de Carvalho, CEP 75780000, Ipameri/GO, em vista das seguintes razes de fato e de direito: I. PRELIMINARMENTE DO LITISCONSRCIO PASSIVO Do LITISCONSRCIO PASSIVO necessrio do Sr. REGINALDO DE FREITAS SOUSA, brasileiro, residente e domiciliado na Av. Ivo Simes, Qd. 46, Lt. 03, Setor Jardim Balnerio Meia Ponte, Goinia/GO CEP: 74.590-820 , que registrou criana que depois se certificou no ser filho seu, para cincia da pretenso de retificao do registro, pedido que se faz cumulativo nestes autos, e cujo permitido, conforme comentrios e transcries de

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entendimentos feitos mais adiante. Em sede preliminar, e antes mesmo de se discutir o mrito da presente contenda, requer seja deferido o litisconsrcio passivo necessrio de REGINALDO DE FREITAS SOUSA, eis que no caso em comento, a pretenso de reconhecer e comprovar por exame D.N.A. a paternidade da menor registrada por ele, agora imputada a MAICON MARTINS FRANA, e anular registro feito. Para tanto o referido Senhor Litisconsorte passivo dever ser citado, alis, ele j est ciente dos fatos e suas consequncias futuras. Quanto ao cabimento do litisconsrcio passivo pleiteado, do entendimento jurisprudencial:
Ao negatria de paternidade cumulada com anulao de registro de nascimento. Sentena que extinguiu o processo por impossibilidade jurdica do pedido. No se deve olvidar que o direito paternidade verdadeira atributo da dignidade humana, art. 1, inciso III, da CF. A dvida, em qualquer circunstncia da vida, via de regra, costuma ser atroz e perturbadora dos sentidos, logo, no pode, nem deve, a Justia, no mundo contemporneo, contribuir para a sua manuteno, pela simples razo que a dvida suspende o juzo, nada afirmando ou nada negando. Pelo conhecimento e provimento do recurso. (11a. Cmara Cvel do TJ/RJ. Autos: 2005.001.04838. Relatora:
Desembargadora Marilene Melo Alves)

Outro no o entendimento do STJ:

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AO DE INVESTIGAO DE PATERNIDADE. REGISTRO EM NOME DE TERCEIRO. CUMULAO DE PEDIDOS CONTRA RUS DIVERSOS. POSSIBILIDADE. ADITAMENTO DA INICIAL. - A ao de investigao de paternidade independe do prvio ajuizamento da ao de anulao de registro, cujo pedido apenas conseqncia lgica da procedncia da demanda investigatria. Precedentes. - A pretenso concomitante de ver declarada a paternidade e ver anulado o registro de nascimento no configura cumulao de pedidos, mas cumulao
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de aes. - possvel o aditamento da inicial para incluso do litisconsorte unitrio. Precedentes. - Em demanda objetivando a declarao de paternidade e anulao de registro, o suposto pai biolgico e aquele que figura como pai na certido de nascimento devem ocupar, em litisconsrcio unitrio, o plo passivo.
(REsp 507626/SP. RECURSO ESPECIAL 2003/0027033-5. Terceira Turma. Rel. Min Nancy Andrighi. DJ: 06/12/2004, p. 287. RNDJ: vol. 64 p. 134)

II DOS FATOS 1. No Carnaval do ano de 2004, na cidade de Ipameri/GO, a me da Requerente conheceu, atravs de amigos em comum, o Requerido. Nessa poca, sua genitora ainda morava na cidade de Braslia/DF. Entretanto, apesar da distncia mantiveram um relacionamento amoroso, quando a genitora da Requerente ia, com frequncia, visitar o Requerido em sua cidade natal. 2. Passados cerca de um ano e meio, a genitora da Requerente decidiu se mudar para a casa do Requerido em Ipameri/GO, onde viveu at incio do ano de 2006. Ocorre que, certo dia, no incio do ano de 2006, o casal teve uma briga derradeira que culminou com o fim do relacionamento, quando o Requerido ameaou a genitora da Requerente de agredi-la fisicamente, optando, no entanto, por expuls-la de casa, jogando seus pertences no meio da rua. 3. Desnorteada, pediu auxlio aos amigos e familiares, sendo que acabou se mudando para esta Capital em 9 de janeiro de 2006, conseguindo empregar-se no Hospital das Clnicas, onde trabalha at os dias atuais. 4. Passado algum tempo, a genitora da Requerente conheceu Reginaldo ora litisconsorte e iniciaram um relacionamento amoroso. Ocorre que, nessa mesma poca, o Requerido voltou a procurar pela me da Requerente, quando reataram o antigo romance. Sendo assim, a genitora manteve relacionamento ntimo concomitantemente com o Requerido e com o Litisconsorte. Essa situao perdurou at o momento em que descobriu seu estado de gravidez.

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5. Como o Requerido sabia do relacionamento que a me da genitora mantinha com o Litisconsorte nesta capital, ela sentiu-se vontade para propor ao Requerido que fizessem o exame de D.N.A., sendo que este recusou-se veementemente. 6. Outrossim, o Litisconsorte no tinha conhecimento do relacionamento que a genitora da Requerente mantinha com o Requerido, fazendo-o acreditar que a filha era sua, acabando por registr-la, conforme se comprova da certido de nascimento em anexo. 7. Ressalte-se que a me da Requerente tambm acreditava que o Litisconsorte passivo era efetivamente o pai de sua filha, por isso, aceitou que este registrasse a Requerente como sendo seu pai. 8. Aps o nascimento da Requerente, sua genitora viu-se compelida a ajuizar, na condio de sua representante legal, Ao de Alimentos em face do Litisconsorte passivo (Processo n. 200802390301). Tal ao tramitou na 4. Vara de Famlia, Sucesses e Cvel desta Comarca. 9. No curso da ao, o Litisconsorte passivo, ento ru, contestou a paternidade que lhe foi atribuda, e que at ento havia sido reconhecida espontaneamente por ele, e solicitou a realizao do exame hematolgico de DNA. Foi realizado o citado exame, e o resultado mostrou que, de fato, o Litisconsorte passivo no era o pai biolgico da Requerente. 10. Diante do inesperado resultado laboratorial, e, tendo em vista a negao dos laos scio afetivos demonstrada pelo Litisconsorte passivo em relao Requerente, houve por bem sua genitora desistir da ao, tendo o processo sido extinto sem resoluo do mrito, com fundamento no art. 267, inciso VIII, do CPC. III DO DIREITO Uma vez afastada a paternidade do Litisconsorte passivo, no restam dvidas que o Requerido o verdadeiro pai biolgico da Requerida, uma vez que a me da Requerida no manteve relaes sexuais com nenhum outro homem na poca da concepo da Requerida.

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O Requerido trabalha como auxiliar tcnico na Prefeitura de Ipameri/GO, tendo plenas condies financeiras de arcar com sua obrigao de pai e contribuir para o sustento da Requerente. Vale lembrar que, negando-se o requerido a submeter-se ao exame de prova laboratorial de DNA, presumir-se-o verdadeiras as alegaes de paternidade, nos termos da smula 301 do STJ, in verbis:
Em ao investigatria, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presuno juris tantum de paternidade.

Em entendimento jurisprudencial:
APELAO CVEL. AO DE INVESTIGAO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS. EXAME DE DNA. RECUSA INJUSTIFICADA DO INVESTIGADO. PRESUNO DE PATERNIDADE NO ELIDIDA POR PROVA EM CONTRRIO. ALIMENTOS MANTIDOS. I - Recusando-se injustificadamente o suposto pai realizao do exame de DNA, impera em seu desfavor a presuno relativa da paternidade alegada, nos termos dos arts. 231 e 232 do Cdigo Civil e da Smula n 301 do STJ, que somente elidida pela apresentao de prova cabal em contrrio, nus do qual no se desincumbiu o investigado, ora apelante. II - No caso em tela, a presuno decorrente da recusa do apelante em se submeter ao exame de DNA, aliada aos depoimentos das testemunhas, que confirmaram que esse manteve relao amorosa e ntima com a genitora do menor por vrios anos e, ainda, por no haver nos autos indcios seguros de que a me da criana se relacionava com outros homens durante o perodo da concepo desta, refora a convico e, portanto, o reconhecimento da paternidade. III - Diante da paternidade atribuda ao apelante, inegvel a necessidade de percepo dos alimentos pelo menor, sendo, por outro lado, inconteste a obrigao do pai em prov-los. IV - Sopesando os elementos extrados dos autos, vislumbra-se que os alimentos foram fixados com observncia do binmio legal, ou seja, respeitando as necessidades do alimentando e as possibilidades do alimentante, devendo ser mantidos no patamar arbitrado, mormente em considerao condio financeira satisfatria e bom padro de vida do apelante e por este no ter logrado provar a incapacidade de arcar com o valor fixado. Apelao conhecida, porm desprovida. (Apelao Cvel n 140442-22.2009.8.09.0051. 3 Cmara Cvel TJ/GO. DJ 642 de 17/08/2010 )

Ainda, garantido constitucionalmente que: (...) 6. Os filhos, havidos havidos fora ou no da relao do casamento, ou por adoo, tero os mesmos direitos e qualificaes, proibidas quaisquer designaes discriminatrias
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relativas a filiao ( 6, do art. 227, CF/88). Os pais tem o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (...) (art. 229, CF/88) Outrossim, de acordo com o art. 16 do CC/2002, toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome, assim como ter identificado o pai. Sob outro aspecto, reconhecida a paternidade, ao requerido caber prestar alimentos requerente. Os artigos 1.694 e ss. do Cdigo Civil de 2002, asseguram requerente o direito de exigir os alimentos que lhe so indispensveis subsistncia, devendo o ru, como genitor, concorrer com a capacidade de alimentar. Nesse sentido, leciona Bertolo Mateus de Oliveira Filho: Consoante Caio Mrio da Silva Pereira, com forte amparo na jurisprudncia, os alimentos so, antes de tudo, uma imposio do direito natural, no sendo admissvel que o filho se exponha a sofrer mngua de recursos indispensveis subsistncia, at que os trmites processuais encerrem a primeira fase desta ao. Se ao juiz parecerem razoveis os fundamentos desta, e houver indcios da paternidade, deve conced-los provisionais na pendncia ou mesmo no incio da lide. (OLIVEIRA FILHO, Bertolo Mateus. Alimentos e Investigao de Paternidade. So Paulo : Del Rey, 1993. p. 119) Alm do mais, perfeitamente cabvel a cumulao do pedido e investigao de paternidade com a fixao de alimentos provisionais. Seno, vejamos: Ao de alimentos cumulada com investigao de paternidade fixao do dies a quo da prestao alimentcia. A prestao alimentcia devida a partir da citao. Entendimento consagrado pela Lei n 5.478/68 e consubstanciado na Smula 226/STF. (RE n 34.435 STJ. Min. Rel. Cludio Santos. DJU: 21/03/94) Diante do exposto, resta irrefutvel o dever de prestar alimentos por parte do requerido.

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IV DOS PEDIDOS Ex positis, requer, permissa venia: a) Seja deferido o litisconsrcio pleiteado, LIMINARMENTE, determinando-se a citao do litisconsorte passivo, Sr. REGINALDO DE FREITAS SOUSA, para que aceite os termos da presente, no endereo na Av. Ivo Simes, Qd. 46, Lt. 03, Setor Jardim Balnerio, CEP: 74.590-820, Goinia/GO; b) Seja feita a citao do Requerido, para contestar, querendo, os termos da presente ao, no prazo legal, sob pena de revelia, acompanhando-a at o final; c) Sejam fixados LIMINARMENTE os alimentos provisrios, nos termos do art. 4 da Lei 5.478/68; d) Sejam concedidos os benefcios da Justia Gratuita, por ser a Requerente pessoa declarada e comprovadamente pobre, em conformidade com o disposto no art. 5, LXXIV, da Constituio Federal, como atesta documento em anexo (fls.); e) Seja intimado o ilustre representante do Ministrio Pblico, para que atue no feito de acordo com o art. 82 do Cdigo de Processo Civil; f) Seja expedido ofcio Prefeitura de Ipameri/GO, no endereo Av. Pandia Calgeras, 84, Ipameri/GO, CEP: 75780-000, para que informe os rendimentos exatos do Requerido (art. 5, 7, da Lei n. 5.478/68), sob as penas da lei, cujo documento dever vir para os autos at a data da audincia; f) Seja julgado procedente o presente pedido, para condenar o Requerido ao pagamento de penso alimentcia mensal destinada Requerente, no equivalente a 1/3 (um tero) calculado sobre seus vencimentos lquidos (bruto menos descontos obrigatrios), extensivo ao dcimo terceiro salrio, frias, verbas de resciso do contrato de trabalho, quando houver, gratificaes e adicionais que obtiver, a ser descontado em folha de pagamento, mediante expedio de ofcio empresa Prefeitura de Ipameri/GO, depositado em conta a ser aberta pela genitora da Requerente, condenando-se o Requerido ao pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios; e

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g) Por fim, seja expedido, aps o reconhecimento da procedncia da presente ao, mediante sentena, o competente mandado para ao Cartrio de Registro Civil para que seja procedida a devida regularizao no registro da Requerente, sendo garantido a ela, ainda, o direito ao uso do nome do Requerido. h) Protesta provar o alegado, por todos os meios de provas em direito admitidas, inclusive depoimento pessoal do requerido, oitiva das testemunhas abaixo arroladas, e, principalmente prova pericial realizada por exame hematolgico de DNA com custas pelo Estado;. D-se causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) apenas para efeitos fiscais, em atendimento Lei. Termos em que, pede deferimento. Goinia, 14 de outubro de 2.010 Cristina Bastos Schlemper Vendruscolo OAB/GO

Rol de testemunhas:

1) Zlia Martins, residente e domiciliada Rua 21, Qd. 6, Lt. 15, Conjunto Romeu de
Carvalho, CEP 75780-000, Ipameri/GO. 2) Marcelo Cristina Borges, residente e domiciliado Rua 208, n 920, Setor Vila Nova, Ipameri/GO. 3) Nalva Pereira de Souza, residente e domiciliada Rua Abrao Farah, n 26, Ipameri/GO. 4) Daniela de Ges, residente e domiciliada Rua do Horrio, Qd. 152, Lt. 30, Setor Jardim Novo Mundo, Ipameri/GO.

Documentos em anexo:

1) 2) 3) 4) 5) 6)

Procurao Cpias da Carteira de identidade e CPF Comprovante de residncia Declarao de Carncia Certido de Nascimento da Requerente Dispositivo da sentena proferida nos autos do Processo n 200802390301.

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