História Dos Maias, Incas e Astecas

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Histria dos Maias, Histria dos Astecas e Histria dos Incas

Histria da Amrica, Histria do Mxico, cultura, arte e religio dos povos pr-colombianos da Amrica, comrcio, formas de produo, sistemas de trabalho, economia, administrao, cultura inca

Pirmide maia de Tikal, Pirmide asteca de Teotihuacan e runas da cidade inca de Machu Picchu

Civilizao Maia
O povo maia habitou a regio das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Pennsula de Yucatn (regio sul do atual Mxico). Viveram nestas regies entre os sculos IV a.C e IX a.C. Entre os sculos IX e X , os toltecas invadiram essas regies e dominaram a civilizao maia. Nunca chegaram a formar um imprio unificado, fato que favoreceu a invaso e domnio de outros povos. As cidades formavam o ncleo poltico e religioso da civilizao e eram governadas por um estado teocrtico.O imprio maia era considerado um representante dos deuses na Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (famlia real), sacerdotes (responsveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do imprio (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, arteso e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.

Arte e arquitetura: pirmide da civilizao maia A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijo e tubrculos. Suas tcnicas de irrigao eram muito avanadas. Praticavam o comrcio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do imprio.

Ergueram pirmides, templos e palcios, demonstrando um grande avano na arquitetura. O artesanato tambm se destacou: fiao de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas. A religio deste povo era politesta, pois acreditavam em vrios deuses ligados natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendrio que estabelecia com exatido os 365 dias do ano. Assim como os egpcios, usaram uma escrita baseada em smbolos e desenhos (hierglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes. Desenvolveram muito a matemtica, com destaque para a inveno das casas decimais e o valor zero.

Civilizao Asteca
Povo guerreiro, os astecas habitaram a regio do atual Mxico entre os sculos XIV e XVI. Fundaram no sculo XIV a importante cidade de Tenochtitln (atual Cidade do Mxico), numa regio de pntanos, prxima do lago Texcoco. A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exrcito. A nobreza era tambm formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da populao. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsrio para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras pblicas (canais de irrigao, estradas, templos, pirmides). Durante o governo do imperador Montezuma II (incio do sculo XVI), o imprio asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O imprio comeou a ser destrudo em 1519 com as invases espanholas. Os espanhis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilizao. No satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da regio.

Arte asteca e arquitetura: pirmide da civilizao asteca

Os astecas desenvolveram muito as tcnicas agrcolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo. O artesanato a era riqussimo, destacando-se a confeco de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religio era politesta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovo, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e smbolos. O calendrio maia foi utilizado com modificaes pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemticos e de astronomia. Na arquitetura, construram enormes pirmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifcios humanos. Estes, eram realizados em datas especficas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifcios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.

Civilizao Inca
Os incas viveram na regio da Cordilheira dos Andes (Amrica do Sul ) nos atuais Peru, Bolvia, Chile e Equador. Fundaram no sculo XIII a capital do imprio: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhis em 1532.

pintura: arte inca O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juzes e sacerdotes), camada mdia ( funcionrios pblicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesos e os camponeses). Esta ltima camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras pblicas. Na arquitetura, desenvolveram vrias construes com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palcios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraos (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijo, milho (alimento sagrado) e batata. Construram canais de

irrigao, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jias. Domesticaram a lhama (animal da famlia do camelo) e utilizaram como meio de transporte, alm de retirar a l , carne e leite deste animal. Alm da lhama, alpacas e vicunhas tambm eram criadas. A religio tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porm, cultuavam tambm animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo). Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de cordes coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo no desenvolveu um sistema de escrita. Na Amrica, a organizao de sociedades mais complexas, como a dos Astecas, Maias e Incas, no ocorreu ao mesmo tempo que no Oriente prximo ou na Europa. Alis, os processo histricos no so nunca os mesmos em todas as sociedades. O prprio continente americano mostra evidncias dessa afirmao. Na Amrica, durante sculos, conviveram (e ainda convivem) inmeros povos com realidades histricas bem distintas: povos nmades de cultura primitiva, como muitas tribos norte-americanas, os esquims (Alasca), os ianommis e os xavantes (Brasil), que viviam (alguns ainda vivem) basicamente da caa e da coleta, os tupis-guaranis (Amrica do Sul), os pueblos (Amrica do Norte) e os aruaques (Amrica Central), sedentrios e agrcolas; e, finalmente, os povos de culturas mais complexas maias, incas e astecas.

Os astecas
Origens A influncia dos olmecas entre os astecas tambm foi muito grande, sobretudo porque eles viveram, em tempos diferentes, basicamente na mesma regio. Aps a hegemonia olmeca, a regio sofreu vrias invases de povos vindos da Amrica do Norte. Os primeiros povoadores procedentes do norte, da regio de Nahua (famlia lingstica do nahuatl), construram, entre 500 e 600 d.c, baseados nas tradies olmecas, uma grande cidade, Teotihuacn, com gigantescas pirmides homenageando o Sol, a Lua e seu deus maior, Quetzacoatl. Nesse centro urbano desenvolveu-se uma sociedade sobre a qual , infelizmente, temos poucas informaes. Os toltecas, uma das tribos nahuas do norte, chegaram Amrica Central entre 850 e 900 d.c., e talvez tenham se submetido aos sacerdotes de Teotihuacn, pois deram continuidade construo e manuteno dessa grande cidade. Em razo do gigantismo de suas construes, muitos povos consideravam que ela havia sido construda por gigantes, antes da chegada dos homens regio. Eles organizaram um forte Estado e

uma rica civilizao, que, aps disputas internas, guerras externas e invases, chegou ao fim em 1194 d.c.

Calendrio Asteca O povo mexica, mais conhecido como asteca, originrio da regio de Aztln (da a palavra asteca), no sul da Amrica do Norte. Ele se estabeleceu no planalto mexicano (especificamente nas ilhas do lago Texcoco), junto com outros povos, aps uma longa marcha, em 1168 d.c. No ano de 1325 eles comearam a construo de sua cidade, Tenochtitln, que no sculo XV seria uma das maiores cidades do mundo. Organizao Poltica - A formao do Imprio Asteca A formao do Imprio asteca baseou-se na aliana de trs grandes cidades, texcoco, Tlacopn e a capital, Tenochtitln, estendendo seu poder por toda a regio. As relaes polticas que se estabeleceram entre elas e as regies que controlavam anda no so muito claras. Contudo, pode-se afirmar que no era uma estrutura rigorosamente centralizada, como ocorreria entre os incas. Na confederao Asteca conviviam inmeras comunidades com idiomas, costumes e culturas diferentes (zapotecas, mixtecas, totonacas, etc.) A unidade entre elas dava-se em torno de aspectos religiosos e, principalmente, atravs da centralizao militar dos astecas e da arrecadao dos impostos em Tenochtitln. As diversas provncias da regio que, alm dos tributos, elas deveriam fornecer contingentes militares e submeterse aos tribunais da capital. O Imprio asteca atingiu seu apogeu entre 1440 e 1520, quando foi inteiramente destrudo pelos colonizadores espanhis liderados por Corts. Aps diversas incurses colonizadoras em agosto de 1521 o Imprio Asteca foi inteiramente conquistado. Diversas razes levaram derrota asteca a primeira propriamente militar: a guerra, para os astecas, tinha como objetivo a dominao poltico-militar, para os espanhis a guerra era de conquista e extermnio. Alm disso as estratgias militares e, principalmente, o armamento blico dos colonizadores eram bem mais avanados. Outro motivo importante foi a proliferao de vrias doenas e epidemias entre os astecas (a mais forte foi a varola). Um fato adicional que contribuiu muito para a derrota asteca foi a aliana estabelecida entre alguns povos da regio (tlaxcaltecas, totonecas, etc.) e os espanhis. A inteno imediata desses povos era derrotar a hegemonia dos astecas na regio, e os espanhis eram fortes aliados para alcanar esse

objetivo. Todavia, eles no puderam prever o que lhes aconteceria aps a derrota asteca, com a consolidao da colonizao europia. Economia asteca A sustentao da economia do Imprio estava baseada justamente no pagamento dos tributos em mercadorias. A no-destruio das cidades submetidas e a manuteno relativa do poder local incluam-se nessa lgica de arrecadao dos tributos, que variavam muito. Estima-se que, no final do Imprio, Tenochtitln recebia toneladas de milho, feijo, cacau, pimenta seca; centenas de litros de mel, milhares de fardos de algodo, manufaturados txteis, cermicas, armas, alm de animais, aves, perfumes, papel, etc. A produo agrcola estava baseada essencialmente nos cereais, sobretudo no milho que, na verdade, foi a base da alimentao das civilizaes pr-colombianas. bem provvel que essas sociedades no teriam se desenvolvido sem o milho, pois ele as sustentava e possibilitava o crescimento de suas populaes. A posse das terras tinha uma caracterstica muito interessante: o Estado asteca era proprietrio de todas as terras e as distribua aos templos, cidades e bairros (calpulli). J nas cidades e bairros, a explorao da terra tinha um carter coletivo, todo adulto tinha direito de cultivar um pedao de terra para sobreviver e o dever de trabalha-la. Na fase final do Imprio, essa relao foi se modificando, pois sacerdotes, comerciantes e chefes militares se desobrigaram de trabalhar na terra, criando uma forma de diferenciao social. Sociedade asteca Pode ser uma sociedade fundada em aspectos religiosos e na guerra, aqueles que detinham mais poder eram os sacerdotes, seguidos dos chefes militares e dos altos funcionrios do Imprio. Os altos funcionrios militares e do Estado recebiam a denominao tecuhtli (dignitrio), eram escolhidos pelo soberano e tinham uma srie de privilgios (no pagavam impostos e viviam em grandes residncias). Logo abaixo estavam os calpullec, espcies de administradores dos bairros (calpulli). Inicialmente eles eram escolhidos pelos habitantes dos bairros, mas com o tempo passaram a ser indicados pelos soberano. O comrcio externo era realizado por poderosas corporaes de comerciantes, os pochtecas. O comrcio de luxo entre as cidades era monopolizado por eles. Em razo do rpido enriquecimento desse setor da sociedade, ele foi ganhando gradativamente poder e distino. A maioria dos artesos trabalhava vinculada a algum senhor (tecuhtli), e muitos mantinham oficinas em palcios e templos. O imposto era pago em artigos de sua especialidade e no eram obrigados ao trabalho coletivo. A maior parte da populao estava entre os macehualli, que eram homens livres com direito a cultivar um pedao de terra para sua sobrevivncia,embora devessem obrigaes como pagamento de impostos em mercadorias (a maior fonte de

arrecadao), prestar o servio militar e o trabalho coletivo (construir, conservar e limpar estradas, pontes e templos). Os tlatlacotin formavam os estrato social mais baixo, composto geralmente por prisioneiros de guerra, condenados, desterrados. Em troca de casa, comida e trabalho, eles se vinculavam a um amo. Isso no significava que eram escravos, pois podiam torna-se livres e possuir bens. Religio e cultura dos Astecas Os astecas eram considerados o povo mais religioso da regio. Sua religio era essencialmente astral, isto , baseada nos astros, e foram absorvendo deuses e ritos das mais importante era Uitzlopochtli, que representava o sol do meio-dia. Os mitos e ritos astecas eram muito ricos e variados, e relacionavam-se com a natureza. Os cultos mais importantes sempre envolviam o Sol. Eram muito comuns rituais com sacrifcios humanos; a guerra, portanto, era uma grande fornecedora de prisioneiros para os sacrifcios. Geralmente toda a energia da comunidade estava canalizada para as atividades ritualsticas, realizadas com uma srie encenaes e procedimentos minunciosos. As atividades artsticas dos astecas foram muito influenciadas pelas tradies olmecas e toltecas. A escultura em jade e as grandes construes so exemplos claros dessas influncias. A arquitetura estava ligada vida religiosa, a forma mais freqentemente utilizada era a pirmide com escadarias, culminando em um santurio no topo.

Pirmide construda no Imprio Maia Os afrescos coloridos e as pinturas murais tambm tinham destaque entre as artes astecas. O escriba ostentava o ttulo de pintor, pois os hierglifos eram acompanhados por uma srie de quadros cuidadosamente desenhados. A msica e a poesia estavam intimamente ligadas. Quase sempre acompanhadas pr instrumentos, danas e encenaes, as msicas tinham carter religioso.

Infelizmente, a violncia da colonizao espanhola acabou destruindo grande parte dessa rica produo.

Os maias
Origens Antes que os maias se radicassem em alguma regies da Amrica Central, existiam a povos originrios, como os otomies e otoncas. Vindos da Amrica do Norte , aps dcadas vagando pela Amrica Central, os mais estabeleceram-se no Yucatn e reas prximas, por volta de 900 a . C. A produo do milho e a influncia dos olmecas forram mito importante para o seu desenvolvimento A rea ocupada pelos maias pode ser dividida em duas regies. A das terras altas (rea abrangida hoje por El Salvador e Guatemala) estava voltada para o Pacfico e, apesar de possuir boas condies naturais, no teve muita importncia para a construo da civilizao maia. comum dividir-se o processo de construo da civilizao maia em uma primeira fase (317-987) e uma segunda fase (987-1697). A primeira fase teria se iniciado em 317 d.C. Essa data , na realidade, tem como referncia o mais antigo objeto maia encontrado at hoje. Sabe-se que essa civilizao j existia antes de 317, mas no se dispe ainda de informaes precisas a respeito desse perodo. Sociedade maia A sociedade comeou a desenvolver-se , com destaque para trs cidades: Chichen-Itz, Mayapan e Uxmal. Em 1004 foi criado a Confederao Maia, que reuniu essas trs grandes cidades. Dezenas de cidades e povoados so criados ao longo dos duzentos anos seguintes, expandindo seu poder poltico na regio. Aps o perodo de unio (entre os sculos X e XI), as cidades da Confederao entram em confronto, sendo Mayapan a vitoriosa. A hegemonia poltica dessa cidade foi sustentada por uma forte base guerreira. Inmeras revoltas explodem na regio, e em 1441 Mayapan incendiada; As grandes cidades so abandonadas por causa das guerras. As lutas internas, as catstrofes naturais (terremotos, epidemias, etc.), as guerras externas e principalmente, o declnio da agricultura levaram a sociedade maia decadncia. Auando os europeus chegaram regio (1559), os sinais de enfraquecimento dos maias eram evidentes, tornando a conquista mais fcil. Em 1697, a ltima cidade maia (Tayasal) conquistada e destruda pelos colonizadores. Cada cidade tinha um chefe supremo (halach uinc), e o cargo era hereditrio. Os camponeses e artesos compunham a maioria da populao (mazehualob) eram obrigados a pagar os tributos, a trabalhar nas grandes obras e moravam nos bairros mais distantes dos centros. Os escravos, geralmente por conquinsta serviam a um senhor, mas no trabalhavam na produo Religio dos Maias

A sociedade maia tinha um carter fortemente religioso; a religio dava legitimidade ao poder, que era exercido basicamente por algumas famlias. O Ahaucan (senhor da serpente) o supremo sacerdote. Ele indica os outros sacerdotes, rege as cerimnias, recebe tributos e decide sobre as coisas do estado. Existiam tambm sacerdotes com funes especficas, como os adivinhos, os encarregados dos sacrifcios humanos, os escribas, etc. A organizao do Estado Os maias no chegaram a organizar um forte e poderoso Estado centralizado. Na realidade, as cidades maias importantes controlavam as aldeias e terras prximas. No havia nenhum poder ou instituio que as unificasse. Elas tinham autonomia econmica e poltica, e geralmente eram governadas por famlias. Houve perodos em que a unidade foi estabelecida entre algumas cidades, como durante a Confederao Maia. N entanto, a regra era a independncia e a luta entre cidades por novas terras, tributos, matrias primas, etc. Economia maia A economia dos maias baseava-se na agricultura. A tecnologia empregada nas atividades agrcolas era bastante primitiva. Contudo, eles conseguiam uma extraordinria produtividade, principalmente do milho. justamente em virtude dessa produo do milho, gerando excedentes, que um grande contingente de mo-de-obra podia ser liberado das atividades agrcolas para a construo de templos, pirmides, reservatrios de gua, etc. As terras pouco frteis da regio obrigavam os maias a realizar um rodzio, que geralmente mantinha a terra boa durante oito a dez anos. Aps esse perodo era necessrio procurar novas terras, cada vez mais distantes das aldeias e cidades. O esgotamento das terras, as distncias cada vez maiores entre elas e as cidades e o aumento da populao imseram civilizao maia uma dura realidade. A fome, um dos fatores que a levaram decadncia. Cultura maia Os conhecimentos de astronomia dos mais eram realmente avanados, e seus observatrios, bem-equipados. Eles podiam prever eclipses e elaboraram um calendrio de 365 dias. Para o desenvolvimento da astronomia, a matemtica era um elemento fundamental, da terem acumulado conhecimento nessa rea. A atividade mdica e a farmacutica tambm eram bastante desenvolvidas, o que foi reconhecido at pelos colonizadores. As peas teatrais, os poemas, as crnicas, as canes, tinham uma funo literrioreligiosa bem evidente.

Mas a arquitetura e a engenharia representam as reas do conhecimento mais desenvolvidas pelos maias. Seus grandes centros religiosos, as pirmides, as cidades com edifcios de vrios andares, os canais de irrigao e os reservatrios de gua maravilham os conquistadores europeus.

Os incas
Origens O povo incaico originrio de uma regio entre o lago Titicaca e a cidade de Cuzco, no Peru. A partir da os incas expandiram-se por uma rea que abrangia desde o sul da Colmbia, passando pelo Equador, Peru, Bolvia e norte da Argentina, at o sul do Chilel Esse Imprio chegou a reunir cerca de 15 milhes de pessoas, de povos com lnguas, costumes e culturas diferentes. Antes da construo do Imprio incaico viviam nessa regio povos com culturas e formaes sociais avanadas, que se costuma denominar pr-incaicos. Eles estavam distribudos por toda a costa leste do continente sul-americano, nas serras e no altiplano andino; os chavin viviam nas serras peruanas; os manabi, no litoral do equador; os chimu, no norte do Peru; e havia ainda os chinchas, mochicas, nazca, e outros. Talvez grande demonstrao do desenvolvimento desses povos pr-incaicos seja Tiahuanaco. Tratava se de um grande centro cerimonial (hoje suas runas esto a cerca de 100 Km de La Paz, capital da Bolvia) que recebia periodicamente milhares de pessoas por Ano. Estima-se que essa civilizao que parece ter sido influenciada pelos chavin, estabeleceu-se na regio por volta do sculo X d. C. A organizao poltica dos Incas O Imprio Inca absorveu as diversas culturas das civilizaes preexistentes, colocandoas a servio da expanso e manuteno do Imprio. A vitria sobre os chancas, em 1438 d. C., liderada pelo inca Yupanqui, marcou o incio da formao do Imprio. Ele ocupou quase todo o Peru, chegando at a fronteira do Equador. Seus sucessores expandiram o Imprio para o altiplano boliviano, norte da Argentina, Chile (Tope Inca) e equador,at o sul da Colmbia (Huayana capac, 1493-1528). A expanso foi interrompida em razo da disputa entre dois irmos, filhos de Huayana: Huascar, que centralizou seu Imprio em Cuzco, e Atahualpa, sediado em Quito. A rivalidade entre os irmos levou oi Imprio a uma verdadeira guerra civil, enfraquecendo- A vitria de Atahualpa no lhe trouxe vantagens, pois, junto dela, chegaram os colonizadores, liderados por Pizarro, que destruram todo o Imprio Inca. Para controlar seur Imprio o Estado inca mantinha um constante censo populacional, um instrumento fundamental para o censo era o quipo,uma espcie de elaborada colculadora manual feita de cordes coloridos e ns. Quem realizava o levantamento e a leitura eram os funcionrios chamados de quipucamayucus. Esse imenso Imprio inca, controlado de perto pelo Estado, precisou de uma infraestrutura que permitisse a circulao de funcionrios, mensageiros, impostos, populaes, exrcitos, etc. Para que isso ocorresse, foi construda uma incrvel rede de

pontes e caminhos lajeados. Ao longo desses caminhos havia os tambos, pequenas construes que continham alimentos e gua, servindo de alojamento para os viajantes. Sociedade inca O Estado inca era imperial, capaz de controlar rigidamente tudo o que ocorria em sua vasta extenso territorial. O chefe desse Estado era o Inca, um imperador com poderes sagrados hereditrios, reverenciado por todos. Ao lado do inca havia uma rede de sacerdotes, escolhidos por ele entre a nobreza. Para manter o Imprio ntegro, criou-se uma complexa burocracia administrativa e militar. Os cargos administrativos eram distribudos entre membros da nobreza e acabaram adquirindo hereditariedade. O carter guerreiro do Imprio privilegiava a formao e educao militar. Como os burocratas, essa camada privilegiada era mantida graas aos tributos arrecadados pelo Estado. Os camponeses, chamados de llactaruna, em troca do direito de trabalho nos ayllus, eram obrigados a cultivar as terras do Inca e dos curacas e a pagar os impostos em mercadorias. Alm disso, o estado os obrigava a trabalhar nas obras pblicas, como as pirmides, caminhos, pontes, canais de irrigao e terraos. Havia tambm os artesos especializados, considerados artistas (pintores, escultores, ceramistas, tapeceiros, ourives, etc.), e os curandeiros e feiticeiros (cirurgies, farmacuticos, conhecedores de plantas medicinais, etc.). Os yanaconas, originrios da sublevao da cidade de Yanacu, eram escravos. s vezes algum povo conquistado tambm se tornava escravo. Eles no trabalhavam na produo, e suas funes eram eminentemente domsticas. Economia inca A base da economia inca estava nos ayllu, espcie de comunidade agrria. Todas as terras do Imprio pertenciam ao Inca, logo, ao Estado. Atravs da vasta rede de funcionrios, essas terras eram doadas aos camponeses para a sua sobrevivncia. Os membros de cada ayllu deveriam, em troca, trabalhar nas terras do Estado e dos funcionrios, nas obras pblicas e pagar impostos. A base da produo agrcola era o milho, seguido pela batata, tomate, abbora, amendoim, etc. Nas reas mais altas e com dificuldades de obteno de gua, o milho tinha de ser plantado nos terraos feitos nas encostas das serras com canais de irrigao. A domesticao de ilhamas, vicunhas e alpacas foi importante para o fornecimento de l, couro e transporte. Os cachorros-do-mato e porcos tinham importncia secundria. O comrcio era muito precrio e restringia-se basicamente aos bens de luxo destinados corte. Religio dos Incas

Havia uma rede de sacerdotes, escolhidos entre a nobreza. Suas funes variavam desde a manuteno dos templos, realizao de sacrifcios, adivinhaes, curas milagrosas, at feitiarias e orculos. A grande maioria dos cultos e cerimnias religiosas dos incas era em homenagem ao Sol. Os sacerdotes tambm tinham a funo de ensinar e divulgar, junto com historiadores oficiais, os mitos, lendas e histrias sobre o inca. interessante notar que existia uma religio para a nobreza e outra divulgada entre a populao mais pobre. Cultura inca Lembrando o que j foi dito, o Estado inca utilizou-se das inmeras conquistas das civilizaes pr-incaicas para controlar e manter seu Imprio. Eles faziam um uso abancado da matemtica, conheciam inclusive o zero; conheciam muito bem a astronomia, pois o Sol representava o deus mais importante, podendo prever eclipses e fazer calendrios; usavam pesos e medidas padronizados. Os trabalhos dos incas na manufatura do ouro, da prata e do cobre maravilharam os espanhis. Alm disso, produziam cermica, tecidos coloridos, esculturas e pinturas

Machu Pichu Talvez as maiores produes incaicas estejam relacionadas com a arquitetura e engenharia. Por meio delas foi possvel construir pirmides, palcios, pontes caminhos; cidades como Cuzco e Machu Pichu, que reuniam milhares de pessoas mantinham uma rica ordem urbanstica. E os famosos terraos irrigados nas serras montanhas para a produo agrcola. a e e e

Concluso

Conclumos ento que quando Colombo chegou Amrica, em 1492, encontrou o continente habitado h muito tempo por vrias civilizaes e povos. Os povos prcolombianos apresentavam diferentes estgios de desenvolvimento cultural e material, classificados em sociedades de coletores/caadores e sociedades agrrias. Dentro desse segundo grupo, trs culturas merecem maior destaque: os maias, os astecas e os incas. Alcanaram notveis conhecimentos de astronomia e matemtica, alm de dominar tcnicas complexas de construo, metalurgia e cermica. Desenvolveram tcnicas diferentes de agricultura. Enquanto o fim da cultura maia at hoje um mistrio, sabemos que os povos astecas e incas decaram perante a conquista espanhola.

Trs

tesouros

da

Amrica

Assim como os demais habitantes das Amricas na poca do descobrimento, os incas, maias e astecas foram, de forma geral, chamados de ndios pelos europeus. Apesar de muitas semelhanas, havia diferenas entre eles - como lnguas, hbitos e costumes. O que restou de seus templos e outras obras de arquitetura so tesouros que, at hoje, encanta quem visita o Mxico, o Peru e a Guatemala. Muitas das caractersticas que chamam a ateno nessas trs civilizaes como a construo de grandes cidades, templos majestosos, tcnica de irrigar o solo, calendrios, escritos, estilos artsticos, deuses e rituais religiosos - j faziam parte da vida de grupos ainda mais antigos.

A serpente feita com fragmentos de pedras a mais conhecida escultura asteca

Os calendrios dos maias e dos astecas, que, baseado na observao das estrelas no cu, eram precisos e usados para inform-lo sobre as datas importantes para a agricultura (tempo de plantio e de colheita), para a religio (datas comemorativas) e para a poltica (organizao e cobrana de impostos). Os calendrios tambm serviam para fazer previses e ler o destino dos povos e dos previses.

Pedra

do

Sol

um

exemplo

de

calendrio

asteca

A escrita tambm uma caracterstica marcante dos astecas e dos maias. Os primeiros comunicavam-se por escrito por meio de imagens (escrita pictogrfica) e ficaram famosos por seus lindos cdices, os manuscritos anteriores ao livro, com desenhos detalhados que do conta de informar sobre o cotidiano de suas vidas. J os maias escreviam por meio de sinais representando ideias, os chamados hierglifos, que, at hoje, no foram totalmente decifrados. E os incas? Esse povo no conhecia a escrita, mas chamou a ateno dos espanhis pela perfeio do sistema de recenseamento desenvolvido para listar a populao tributria de seu Imprio: por meio de cordas e ns coloridos, registravam minuciosamente as pessoas que deveriam pagar impostos. Os incas tambm se destacavam pelos caminhos que construram para ligar seu vasto Imprio, desenvolvendo, assim, um excelente sistema de comunicaes. Esses caminho alm de facilitar o ir e vir das pessoas, levando e trazendo informaes, tinham postos que servia de albergue e de correios.

Machu Picchu, no Peru, uma das cidades-fortalezas construdas pelos incas

Os incas e os astecas eram povos guerreiros e com suas vitrias dominaram outros povos com os quais formaram seus imprios que estavam em plena expanso, quando os espanhis chegaram Amrica. Os maias embora tambm participassem de guerras, no chegaram a construir um imprio com vasto domnio sobre outros povos, mas igualmente se destacavam pela organizao de suas cidades-estados, cujo auge foi anterior chegada dos europeus. Esse fato talvez explique, em parte, a razo pela qual os maias sejam menos conhecidos e estudados que os incas e os astecas. Os trs povos desenvolveram tcnicas de irrigao, que tornavam frteis os solos secos e, com isso, aumentavam muito a produo agrcola. A grande quantidade de alimentos facilitou o surgimento de cidades amplas e populosas. Alguns dedicavam-se aos afazeres polticos, religiosos ou guerreiros e constituram a nobreza encarregada de organizar e controlar o funcionamento dos vastos imprios e cidades. Porm, a maioria da populao, no caso dos trs povos, era formada por camponeses agricultores. Uma caracterstica marcante desses povos era a organizao dos trabalhos pelos governantes, que administravam as cidades-estados levando em conta aspectos religiosos, econmico e militares. Tanto para os incas, maias e astecas, quanto para qualquer comunidade indgena, o trabalho, a religio, o lazer, a obedincia aos chefes as relaes de aliana ou de guerra com os vizinhos so atividades conjuntas que no se separam no dia-a-dia de suas vidas.

El Caracol o nome do observatrio astronmico construdo pelos maias

Os trs povos eram politestas e, dentre seus vrios deuses, o Sol tinha um lugar muito especial: era ligado s origens de seus mundos e responsvel, portanto, por sua continuidade e sobrevivncia. Os grandes templos, nos quais se realizavam as cerimnias religiosas e os sacrifcios, demonstram a importncia da religio para esses grupos, que, por meio dela, davam sentido s suas vidas sociais e familiares.

Em geral, as esculturas maias tinham carter religioso. A foto mostra um deus Chac

Os astecas e os maias ofereciam aos deuses seus prisioneiros de guerra e os incas, de acordo com os pesquisadores, sacrificavam apenas animais. Incas, maias e astecas foram apenas trs dos muitos povos indgenas que habitavam a Amrica. A arte, o esplendor e a sabedoria de suas sociedades deslumbraram os europeus no sculo XVI, porm no os impediu de destruir esses povos na nsia de apoderar-se de suas riquezas. Apesar do altssimo nmero de mortos e dos prejuzos incalculveis causados s populaes indgenas, sua resistncia foi tambm surpreendente, tanto que, at hoje, assistimos, no Mxico, no Peru e na Guatemala, aos descendentes desses povos afirmando suas origens, orgulhando-se delas e lutando para obter os direitos que lhes cabem. Os Maias A sociedade maia vivia na regio que hoje compreende o sul do Mxico, a Guatemala e

a Pennsula de Yucatn. Os indcios apontam que por volta de 900.C. os maias j estavam estabelecidos ali. Politicamente, os maias se organizavam em cidades-Estado que se caracterizavam como centros religiosos. As cidades-Estado mais importantes eram Palenque, Tikal, e Copn. A base da economia era a agricultura, sobretudo do milho, considerado um alimento sagrado. As prticas, agrcolas eram rudimentares, com a utilizao de instrumentos simples e da queimada para limpar o terreno. A parcela mais numerosa da populao era formada por trabalhadores agrcolas, denominados de mazehualob. O governo era exercido por um monarca, que tinha vrios auxiliares nas funes religiosas, administrativas e militares. A monarquia era hereditria e tinha carter religioso. A religio era um trao marcante dessa sociedade. Os maias acreditavam que a vida era dirigida pelos deuses era representada por elementos naturais como o Sol, a chuva ou o vento, mas acreditam tambm em um deus criador do mundo, que chamavam de Hunab. Os maias usavam uma escrita hieroglfica cujos sinais pictogrficos e smbolos representavam as silabas. Tinham amplo conhecimento de astronomia, que usavam para prever eclipses e observar os movimentos dos astros. Criaram um calendrio com ano de 365 dias, dividido em 18 meses de 20 dias, aos quais se somava, mais 5 dias para completar o ciclo solar. Na matemtica estabeleceram um smbolo para o zero. A partir do sculo IX d.C., as cidades do sul comearam a desaparecer, progredindo at a chegada dos espanhis, fato que provocou uma trgica mudana na histria daquele povo. Os Incas Os incas formaram um vasto imprio que ocupava a regio que hoje corresponde Bolvia, ao Peru ao Equador, a parte do Chile, chegando at a Argentina. As terras do Imprio Inca iam dos Andes at o litoral do Oceano Pacfico. No incio de sua formao, organizavam-se em tribos que compunham uma confederao no Vale do Cuzco. As disputas com povos vizinhos criaram nos incas o impulso imperialista. Na primeira metade do sculo XV comeou a expanso inca. A justificativa usada para avanar sobre as terras alheias era a de levar aos povos que eles consideravam selvagens uma cultura mais avanada. Ironicamente, no sculo seguinte, os europeus dominaram a Amrica usando o mesmo argumento. A fim de manter o controle sobre os povos dominados, os incas desenvolveram um eficiente sistema de comunicao entre vrias partes do Imprio. Esse sistema consistia na construo de uma rede de estradas e na manuteno de postos de informaes percorridos por vrios mensageiros, que passavam noticias de um posto a outro O imprio era politicamente dirigido pela cidade de Cuzco, que os incas acreditavam ser o centro do mundo. A explorao das provncias era feita por meio do trabalho familiar. Cada famlia recebia

um lote de terra para cultivar, alm da obrigao de prestar servios nas terras do kuraka, que era o chefe da comunidade. A prestao de servio na terra do kuraka era chamada de mita. O imprio Inca era formado por numerosas comunidades agrcolas, os chamados ayllus, e seu lder mximo era o Inca, considerado filho do Sol, e que na sua tarefa de governar, era auxiliado pelos Kuracas. A sucesso imperial no era hereditria: quando o Inca morria, os nobres lutavam entre si para definir quem seria o novo rei. Os espanhis aproveitaram-se de um desses momentos de disputa pelo poder, travada entre Atahualpa e Huscar (coincidentemente os dois nobres eram filhos do Inca Huyana Kpac), para estabelecer sua dominao sobre aquele Imprio. Todas as famlias tinham a obrigao de pagar tributos em espcie ao Inca, o que servia para sustentar a sua famlia e uma aristocracia formada por religiosos e militares. O sistema de pagamento de impostos retirava dos agricultores uma expressiva parte dos alimentos que deveriam servir para o seu sustento. Aliada a essa explorao, a dominao poltica exercida pelo Inca e por seus exrcitos provocava freqentes rebelies dos povos dominados. Quando havia revoltas, a represso era imediata. As comunidades muito rebeldes eram transferidas para outras regies como forma de castigo. Os Astecas Os astecas criaram uma civilizao com fortes traos urbanos. A capital, Tenochtitln, possua uma vida muito movimentada, um ativo centro de comrcio, muitas construes que abrigavam a administrao pblica e vrios templos e pirmides dedicadas aos diversos deuses cultuados por eles. Tenochtitln representava o poderio asteca de tal forma que os espanhis, no processo de conquista da Amrica, transformaram a cidade em runas e construram sobre elas a Cidade do Mxico, a fim de que no restasse um trao sequer da importncia e do poder que a cidade havia representado. Quando os espanhis chegaram a Amrica ,a civilizao asteca ocupava um regio que se estendia da atual Guatemala at o Mxico, e do Oceano Pacfico at o Golfo do Mxico. As riquezas acumuladas pelos reis astecas surpreenderam os espanhis e foram, evidentemente, um dos maiores motivos para a destruio daquela civilizao. Os astecas migraram para o Vale do Mxico no incio do sculo XIII. Posteriormente fizeram uma aliana com os habitantes de duas outras cidades, Texcoco e Tlaconpn, e passaram a praticar uma poltica imperialista de conquista das regies vizinhas. Aos poucos, Tenochtitln foi ganhando importncia, sobreps-se s outras duas cidades e tornou-se a capital do Imprio Asteca. O controle sobre as regies dominadas era feito por meio de uma poderosa fora militar que garantia a submisso dos outros povos e o pagamento dos tributos devidos ao imperador asteca. Foi graas a essa explorao econmica que os governantes conseguiram acumular os tesouros que foram pilhados pelos espanhis. O governo era exercido por um monarca denominado de Tlatoani, eleito pelos membros da camada dominante (militares funcionrios do alto escalo da administrao pblica e

sacerdotes). Aps a eleio, o novo rei tinha o seu poder sancionado pelos sacerdotes, que conferiam a ele um carter divino. Tambm no Estado asteca, poltica e religio articulavam-se de forma a garantir que o poder no fosse questionado. O expansionismo asteca resultou na formao de uma sociedade guerreira, que dava grande valor hierarquia e cujo chefe supremo era, tambm, um lder militar. A populao pobre era formada principalmente por trabalhadores agrcolas que tinham o direito de explorar um lote de terra, com o compromisso de pagar tributos ao Estado. As crianas tinham escolas e havia a possibilidade de ascenso social para os que quisessem entrar para o exrcito ou para o clero. Como habitavam uma regio pantanosa, os astecas desenvolveram um sistema de cultivo em plataformas, denominadas chinampas, que eram construdas na superfcie dos lagos, utilizando-se o lodo e as plantas aquticas. A fim de viabilizar o uso das plataformas foram construdos diques e canais para controlar as guas. Os astecas praticavam a escravido, mas essa prtica era bastante diferente daquela introduzida na Amrica a partir do sculo XVI pelos colonizadores. O escravo poderia ser um prisioneiro de guerra, ou algum que no fosse oferecendo a si prprio. Mas a escravido era, em geral, temporria. Aps a quitao da divida por meio da prestao de servios, a pessoa readquiria a sua liberdade. Os filhos de escravos nasciam livres e, alm disso, era possvel comprar a liberdade com certa facilidade. A intensa atividade urbana foi responsvel pela constituio de uma camada mdia, formada por comerciantes, artesos e funcionrios pblicos. Os comerciantes eram denominados de pochthecas e, graas ao seu trabalho, podiam acumular grandes fortunas. Porm, mais que a riqueza material, a grande fonte de poder no Imprio Asteca era o Estado. O grupo que realmente exercia o poder era formado pelo Tlatoami, pelos sacerdotes, militares e membros do alto escalo do servio pblico. A mitologia asteca previa o retorno Terra dos deuses que haviam criado a vida. Quando os espanhis chegaram quela regio foram confundidos com deuses e, por causa disso, recebidos com honrarias pelos astecas, que aceitaram se submeter dominao dos colonizadores. Quando entenderam que pessoas to cruis no poderiam ser deuses, era tarde demais: os conquistadores j haviam se apoderado do Imprio.

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