Uruguai - 1930 HISTRIA A Fifa, criada em 1904, j pensava em realizar um campeonato mundial de futebol. Mas no foi fcil.

Em 1905, durante um congresso em Paris, o presidente da entidade, o francs Ribert Gurin levantou o assunto. Ningum se interessou, e o assunto voltou para a gaveta. A segunda tentativa no foi destruda pela falta de interesse, mas sim pela primeira grande guerra mundial, entre 1914 e 1918. Somente nas mos de Jules Rimet, em 1928, e com o sucesso do torneio olmpico de futebol, a primeira Copa do Mundo saiu do papel e virou realidade. Durante um congresso da Fifa em Amsterd, ficou decidido o que todos ns j sabemos: a partir de 1930, e a cada quatro anos, seria realizado um campeonato internacional de futebol. Meses depois, ficou decidido de que o Uruguai, bicampeo olmpico, seria o primeiro pas-sede da competio, depois da desistncia de Espanha, Holanda, Hungria, Itlia e Sucia. Com isso, o Uruguai se credenciou como grande favorito a levar, pela primeira vez, a taa de ouro, criada pelo francs Abel La Fleur e batizada posteriormente de Jules Rimet, o francs criador da Copa. Dos demais 15 participantes convidados, apenas 13 compareceram. Destes, somente quatro eram europeus: eles levaram seis semanas, somados os dias da travessia do Atlntico num navio, da disputa e do retorno ao velho continente, e poucas associaes nacionais podiam arcar com os custos. Jules Rimet e o hngaro Maurice Fischer encarregaram-se de estabelecer a primeira frmula de disputa de uma Copa do Mundo. Os times se dividiram em quatro grupos, jogariam entre si e o vencedor de cada chave estavam classificadas para as semifinais. No houve disputa de terceiro lugar. Grupo 2: Bolvia, Brasil e Iugoslvia O Uruguai da dcada de 20 era uma verdadeira mquina. Praticamente imbatvel, a equipe ganhou o apelido de "Celeste Olmpica", em funo da cor da camisa e, claro, das medalhas de ouro conquistadas nos primeiros torneios de futebol dos Jogos Olmpicos: em Paris, 1924, vencendo a Sua por 3 a 0, e em Amsterd, 1928, batendo a Argentina. Os donos da casa no fizeram feio e confirmaram o favoritismo: em quatro jogos, o time de Nasazzi, Andrade, Gestido e Ca marcou 17 gols e levou apenas trs. Final Uruguai 4x2 Argentina Data: 30/07/1930 Estdio: Centenrio (Montevidu) Pblico: 93.000 Uruguai: Ballesteros, Nazzasi, Mascheroni, Andrade, Fernndez, Gestido, Dorado, Scarone, Castro, Cea e Iriarte. Argentina: Botasso, Della Torre, Paternoster, Evaristo, Monti, Surez, Peucelle, Varallo, Stbile, Ferreira e Evaristo. Gols: Dorado, aos 13'; Peucelle, aos 20' e Stbile, aos 39' do primeiro tempo; Cea, aos 12', Iriarte, aos 23' e Castro, aos 42' do segundo tempo. rbitro: Jean Langenus (Blgica) Artilheiros 8 gols: Stabile (Argentina)

Pos

Pas

Pontos

GP

GC

1 Uruguai 8 4 4 15 3 2 Argentina 8 5 4 - 1 18 9 3 EUA 4 3 2 - 1 7 6 4 Iugoslvia 4 3 2 - 1 7 7 5 Chile 4 3 2 - 1 5 3 6 Brasil 2 2 1 - 1 5 2 - O primeiro jogador expulso na histria das copas foi o zagueiro peruano DeLasCasas. Alis, esta foi a nica vez que o carto vermelho foi aplicado na competio. Ele empurrou o rbitro chileno Alberto Warken, durante a partida vencida pela Romnia por 3 a 1. - Outra marca de desagradvel para as Copas do Mundo: a primeira grave contuso ocorreu durante o jogo entre Bolvia e Iugoslvia. O atacante Gomez teve uma dupla fratura na perna direita. - No jogo final, a rivalidade no ficou restrita torcida ou ao futebol: ouve discusso tambm a respeito da bola que seria usada. Os dirigentes dos dois lados queriam jogar com bolas fabricadas em seus pases. E realmente havia uma diferena: a bola uruguaia era mais pesada que a argentina. John Langenus, rbitro belga, decidiu: foi usada uma em cada tempo. - No fosse a briga entre Rio e So Paulo, certamente a seleo teria um desempenho bem diferente. Dias depois da eliminao na Copa, o Brasil bateu a Frana por 3 a 2, gols dos paulistas Heitor (2) e Friedenreich. Ainda em 1930 e com sua fora mxima, os brasileiros devolveram a derrota para a Iugoslvia, e de goleada: 4 a 1. O Brasil tambm derrotou os EUA, por 4 a 0, e j em 1931, em um amistoso no Rio, o Brasil venceu os campees uruguaios por 2 a 0, dois gols de Nilo. - O primeiro jogo do recm-construdo Estdio Centenrio foi no dia 18 de julho, data nacional do pas e dia da estria do Uruguai. O time da casa venceu o Peru por 1 a 0, diante da torcida da casa que lotou o estdio.

Itlia - 1934
A Copa do Mundo de 1934 foi um reflexo do momento poltico que o mundo estava passando. A competio foi organizada pela Itlia e foi um alvo de Mussolini para mostrar a fora de sua nao e do fascismo. O "Duce" seguiu um planejamento feito pelos italianos desde o ano de 1929 e conseguiu trazer a competio para o pas depois de oito congressos da Fifa. O lder poltico comparecia aos estdios e recebia as homenagens do pblico no mesmo tom que os astros do futebol. O torneio foi dominados pelas seleo europias, que tinham 12 representantes. Todos os times das quartas-de-final eram da Europa. Brasil, Egito, Estados Unidos e Argentina no conseguiram montar times competitivos e saram da Itlia sem nenhuma vitria. O Uruguai resolveu no participar da Copa. Os atuais campees ficaram irritados com a falta de apoio das selees europias no Mundial de 1930. A Celeste Olmpica j no tinha a mesma fora dos ttulos olmpicos (1924 e 1928) e da conquista da Copa do Mundo de 1930. Forma de disputa A Copa de 1934 foi disputada por 16 equipes que disputaram partidas eliminatrias em quatro fases (oitavas, quartas, semi e final). Se a partida terminasse empatada no tempo normal e na prorrogao, a organizao da competio promovia uma partida desempate. BRASIL Eliminatrias

O Brasil se classificou com a desistncia do Peru e no precisou disputar partidas pelas eliminatrias. Turquia e Chile tambm desistiram de tentar uma vaga no Mundial. Apenas 29 times participaram da competio. Grupo 2 - Peru e Brasil Brasil eliminado na estria O Brasil no teve uma preparao adequada para disputar o torneio e no teve um bom desempenho a Copa do Mundo de 1934. Os brasileiros no mostraram um bom futebol na estria e foram eliminados j nas oitavas-de-final aps a derrota por 3 a 1 para a Espanha. Iraragorri e Langara abriram dois gols de vantagem para os europeus. Aos 11 minutos do segundo tempo, Lenidas descontou e deu esperana para o torcedor brasileiro. Mas aos 32 minutos, Lanagara marcou mais uma vez e definiu o placar. A briga da CBD (Confederao Brasileira de Desportos) com os clubes e as federaes foi considerado o principal fator para o fracasso do Brasil na Copa do Mundo de 1934 . Apenas quatro atletas de So Paulo foram convocados. A base era o Botafogo, que cedeu nove atletas. Mesmo com tantos jogadores do mesmo time, a equipe no conseguiu convencer na competio. O destaque brasileiro: Lenidas da Silva A seleo brasileira no teve um desempenho aceitvel na Copa do Mundo de 1934. O time foi eliminado na primeira fase aps ser derrotado por 2 a 1 pela Espanha. O melhor jogador brasileiro foi Lenidas da Silva. O atacante do Vasco da Gama, que tinha 21 anos na poca, fez o nico gol do Brasil na competio. Ele conseguiu encantar os europeus mostrando grande velocidade e tcnica. Seu grande auge seria na Copa de 1938, quando marcou sete gols e acabou como o grande artilheiro da competio. O inventor da bicicleta j era popular na Amrica do Sul, onde ficou conhecido como Diamente Negro. Jogos do Brasil Espanha 3 x 1 Brasil Data: 14 de julho de 1934 Local: Estdio Ferraris Cidade de Gnova rbitro: Alfred Birlem (Alemanha) Pblico: 40 mil Gols: Langara (27 e 77) e Iraragorri (18) para a Espanha. Lenidas (56) para o Brasil. Espanha: Zamora; Ciriaco e Quincoces; Cilauren, Muguerza e Marculeta; Lafuente, Iararagorri, Langara, Lecue e Gorostiza. Brasil: Pedrosa; Silvio Hoffman, Lus Luz, Tinoco, Martim e Canali; Luizinho, Valdemar de Brito, Armandinho, Lenidas e Patesko. OBS: Valdemar de Brito desperdiou um pnalti. Jogadores do Brasil Goleiros: Roberto Gomes PEDROSA (Botafogo) e GERMANO Boettcher Sobrinho (Botafogo). Zagueiros: Alfredo Alves TINOCO (Vasco), SILVIO HOFFMAN Mazi (So Paulo), LUIZ LUZ (Grmio), OCTACLIO Pinheiro Guerra (Botafogo). Meio-de-campo: MARTIN Mrcio da Silveira (Botafogo), Heitor CANNALLI (Botafogo), ARIEL Nogueira (Botafogo), VALDIR Guimares (Botafogo). Atacantes: Luis Mesquita de Oliveira - LUISINHO (So Paulo F.C), WALDEMAR DE BRITO (So Paulo), Armando dos Santos - ARMANDINHO (So Paulo F.C), LENIDAS DA SILVA (Vasco), PATESKO (Nacional/Uru). CAMPEO A Itlia conquistou o ttulo seu primeiro ttulo mundial em 1934. Comandada pelo artilheiro Schiavio, a Azzurra fez uma campanha impecvel (quatro vitrias e um

empate). Mas o ttulo no foi fcil. Apenas a estria contra os Estados Unidos terminou com goleada (7 a 1). Nas quartas-de-final, os italianos tiveram que jogar duas vezes contra a Espanha. O primeiro jogo terminou com empate por 1 a 1. Na partida decisiva, vitria da Itlia por 1 a 0. Meazza fez o gol que manteve a equipe na competio. O adversrio da semifinal foi a ustria. O campo de Milo estava pesado e a Azzurra tinha que superar o desgaste fsico do confronto com a Espanha. Meazza fez o nico gol e foi novamente o heri italiano. A final da Copa de 1934 foi disputada por Itlia e Tchecoslovquia, no dia 10 de junho de 1934, em Roma. O jogo foi muito nervoso. Os tchecos saram na frente aos 25 minutos do segundo tempo, gol de Puc. Os italianos s conseguiram o empate aos 40 minutos, atravs de Orsi. O jogo foi para a prorrogao. O gol do ttulo foi feito pelo artilheiro Schiavio, aos cinco minutos do tempo extra. Jogos do campeo Oitavas-de-Final (25/05/1934) Itlia 7 x 1 EUA Local: Estdio Partido Nacional Facista Roma rbitro: Ren Mercet (Sua) Pblico 44.798 Gols: Schiavio (3), Orsi (2), Meazza e Ferrari (Ita) E Donelli (EUA) Itlia: Combi, Rosetta, Allemandi, Pizziolo, Monti, Bertolini, Guarisi, Meazza, Schiavio, Ferrari e Orsi. Quartas-de-Final (31/05/1934) Itlia 1 x 1 Espanha (Prorrogao 0 x 0) Local: Estdio G. Berta Florena rbitro: Louis Baert (Blgica) Pblico 43.000 Gols: Ferrari (Ita), Guerreiro (Esp). Itlia: Combi, Monzeglio, Allemandi, Pizziolo, Monti, Castellazi, Guaita, Meazza, Schiavio, Ferrari e Orsi. Desempate das quartas-de-final (01/06/1934) Itlia 1 x 0 Espanha Local: Estdio G. Berta Florena rbitro: Ren Mercet (Sua) Pblico 43.000 Gols: Meazza (Ita) Itlia: Combi, Monzeglio, Allemandi, Ferraris IV, Monti, Bertolini, Guaita, Meazza, Borrel II, Demaria e Orsi. Semifinal (03/06/1934) Itlia 1 x 0 ustria Local: Estdio San Siro rbitro: Ivan Eklind (Sucia) Pblico: 35.000 Gols: Guaita (Ita). Itlia: Combi, Monzeglio, Allemandi, Ferraris IV, Monti, Bertolini, Guaita, Meazza, Schiavio, Ferrari e Orsi. ustria: Platzer, Cisar, Sesta, Wagner, Smistik, Urbanek, Zischek, Bican, Sindelar, Schall e Viertl. Final (10/06/1934) Itlia 2 x 1 Tchecoslovquia Local: Estdio Partido Nacional Facista Roma

rbitro: Ivan Eklind (Sucia), auxiliado por Langenus e Baert (Blgica). Pblico: 73.202 (recorde da competio) Gols: Puc (Tch), aos 70`, Orsi (Ita), aos 80, e Schiavio (Ita), aos 95". Itlia: Combi (C) , Monzeglio, Allemandi, Ferraris IV, Monti, Bertolini, Guaita, Meazza, Schiavio, Ferrari e Orsi. DESTAQUES O artilheiro: Schiavio (Itlia) O destaque internacional da Copa de 1934 foi Schiavio. O atacante da seleo italiana foi artilheiro da competio com quatro gols. Ele marcou em momentos decisivos para o sucesso italiano na competio. Schiavio fez o gol na prorrogao contra a Tchecoslovquia na final da Copa do Mundo. Foi o tento que deu o to sonhado ttulo mundial de 1934 para a Azzurra. Seleo eleita pela imprensa presente Zamora (Espanha), Monzeglio (Itlia) e Quincoces (Espanha); Ferraris (Itlia), Cambal (Tchecoslovquia) e Monti (Itlia); Guaita (Itlia), Meazza (Itlia), Conen (Alemanha), Nejedly (Tchecoslovquia) e Orsi (Itlia). Curiosidades - A Copa de 1934 deveria ter sido disputada na Sucia. O pas desistiu do evento por estar vivendo problemas financeiros. A Itlia fez um evento bem organizado e conseguiu valiosos lucros para o pas. - O argentino Orsi jogou pela Itlia depois de ter sido campeo Sul-americano pela pas platino. O atacante se transferiu para o futebol italiano e foi cinco vezes campeo pela Juventus. Em 1936, ele voltou para a Argentino e chegou a atuar pelo Flamengo. Foi campeo carioca em 1939. Outro argentino no elenco italiano era Demaria, que em 1934 atuava pelo Gimnasia y Esgrima. 4 gols: Conen (Ale); Schiavio (Ita); Nejedly (Tch). Final Itlia 2 x 1 Tchecosovquia Pos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Pas Itlia Tchecolosvquia Alemanha ustria Espanha Hungria Sua Sucia Argentina Frana Holanda Romnia Egito Brasil Blgica EUA Pontos 9 6 6 4 3 2 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 J 5 4 4 4 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 V 4 3 3 4 1 1 1 1 E 1 1 D 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 GP 12 9 11 7 4 5 5 4 2 2 2 1 2 1 2 1 GC 3 6 8 7 3 4 5 4 3 3 3 2 4 3 5 7

Frana - 1938
O clima na Europa em 1938 era tenso. A ascenso do nazismo e os delrios de Hitler prenunciavam uma era de guerras e incertezas. A Espanha estava mergulhada numa

sangrenta guerra civil e a Alemanha comeava a expandir os seus tentculos pelo continente, anexando a ustria ao seus territrios. E foi neste contexto que a Frana organizou a terceira Copa do Mundo, entre os dias 4 e 19 de junho. O presidente da Fifa, Jules Rimet, decidiu no adiar a competio por acreditar que o futebol conseguiria promover a paz - pelo menos dentro de campo. A Itlia, atual campe, e o Brasil, entram na competio como favoritos. Pela primeira vez, a seleo nacional levava o que tinha de melhor para disputar a Copa do Mundo. Craques como Domingos da Guia e Lenidas da Silva do um show em campo, mas a falta de experincia em competies internacionais faz com que o Brasil perca para a Itlia. Na final, os italianos batem a surpreendente Hungria e conquistam o bicampeonato. Entretanto, foi difcil no perceber o cheiro de tragdia no ar. O episdio mais desagradvel do Mundial foi protagonizado pela Alemanha. Depois de impedir a participao da ustria, que havia conquistado a vaga nas Eliminatrias, os alemes obrigaram alguns dos melhores jogadores austracos a vestirem o uniforme do fher. A Copa foi disputada no sistema mata-mata. Se o jogo terminasse empatado, uma nova partida seria realizada dias depois. Como a ustria no pde participar, o Mundial foi disputado por 15 equipes. A Sucia, que enfrentariam os austracos nas oitavas-de-final, foi a nica equipe que entrou diretamente nas quartas-de-final. . BRASIL O Brasil nas eliminatrias O Brasil foi beneficiado pela desistncia da Bolvia. Assim, a seleo no precisou disputar as Eliminatrias para garantir a vaga no Mundial. Cuba, Romnia e ndias Holandesas tambm se classificaram pela desistncia de seus adversrios. Pela primeira vez, o campeo do ano anterior e os donos da casa no precisaram disputar as Eliminatrias. Pela primeira vez, o Brasil foi disputar uma Copa do Mundo com seus melhores craques. A equipe contava com grandes jogadores e, pelo menos, dois gnios: Domingos da Guia e Lenidas da Silva. Assim, a seleo brasileira desembarcou na Frana como uma das favoritas conquista do ttulo. Mas a CBD continuava a fazer trapalhadas fora do campo. A maior delas foi a convocao do atacante Nigrinho, que jogava na Lazio, da Itlia. Os dirigentes da CBD s descobriram que no poderiam utilizar o jogador dias antes do incio do Mundial, quando a seleo j estava na Frana. Nigrinho no pde ser utilizado pois j possua uma inscrio pela Itlia. Outro problema enfrentado pelo Brasil foi a falta de experincia em competies internacionais. A seleo participou apenas da Copa Amrica de 1937, quando perdeu a final para a Argentina. O Brasil estreou no Mundial contra a Polnia, numa partida histrica. O atacante Lenidas da Silva marcou quatro gols e foi o destaque do jogo. Nas quartas-de-final, outra batalha. A vitria contra a Tchecoslovquia s aconteceu depois de dois jogos dramticos. Um empate em 1 a 1 na primeira partida e uma vitria por 2 a 1 no segundo jogo, realizado menos de 48 horas depois do primeiro. Cansado, o Brasil foi enfrentar a Itlia, pela semifinal. O tcnico Ademar Pimenta resolveu poupar Lenidas da Silva para a grande deciso. Sem o melhor jogador, o Brasil no encontrou o seu jogo. Mesmo assim, a seleo brasileira segurou o empate at os 10 minutos do segundo tempo, quando Colaussi abriu o placar. Cinco minutos depois, o golpe de misericrdia: Domingos da Guia chuta um italiano sem bola e o juiz marca pnalti. Meazza converte e enterra o sonho brasileiro de levar a taa. Nem mesmo o gol de Romeu no finalzinho evita a derrota. Resta ao Brasil lutar pelo terceiro lugar, contra a Sucia. A vitria vira uma questo de honra e o escrete brasileiro no deixa por menos, marcando 4 a 2. Lenidas balana as redes por duas vezes e termina a Copa como artilheiro. O Brasil deixa a Frana

com a cabea erguida, mesmo sabendo que poderia ter tido um resultado melhor. O destaque brasileiro: Domingos da Guia Em 1938, Domingos da Guia tinha a fama de ser um dos maiores zagueiros do mundo. Entretanto, na semifinal contra a Itlia, o "Divino Mestre" cometeu uma falha infantil, que acabou eliminando o Brasil do Mundial. Num lance sem bola, Domingos da Guia revidou uma agresso recebida do atacante Piola. Para azar do Brasil, o juiz viu e marcou pnalti. Meazza converteu a cobrana a sepultou as esperanas brasileiras de chegar final. Mesmo assim, Domingos Antnio da Guia considerado o melhor zagueiro brasileiro de todos os tempos. Nascido na cidade do Rio de Janeiro a 24 de julho de 1917, Domingos da Guia comeou a sua carreira no Bangu. Desde o nicio, o jogador encantou por sua extrema habilidade, levando a torcida ao delrio quando driblava os atacantes dentro da rea. No comeo da dcada de 30, Domingos da Guia atuou no Pearol, do Uruguai, onde aclamado "El Divino Mestre", aos 20 anos de idade. Jogou ainda no Vasco da Gama, Boca Juniors, Flamengo, Corinthians e, novamente, Bangu, onde encerrou a carreira, em 1948. Jogos do Brasil Oitavas-de-final Brasil 4 x 4 Polnia (Prorrogao: Brasil 2 x 1 Polnia) Data: 05 de junho de 1938 Local: Estdio do Racing Strasbourg (Estrasburgo) rbitro: Ivan Eklind (Sucia) Pblico: 13.882 Gols: Lenidas, aos 18', Willimowski, aos 22', Romeu, aos 25' e Percio, aos 44' do 1 tempo; Piontek, aos 5', Lenidas 27' e Willimowski, aos 14' e 43' do 2 tempo; Lenidas, aos 3' e Willimowski, aos 12'do 1 tempo da prorrogao; Lenidas, aos 2' do 2 tempo da prorrogao. Brasil: Batatais; Domingos da Guia e Machado; Zez Procpio, Martim e Afonsinho; Lopes, Romeu, Lenidas, Percio e Hrcules. Quartas-de-final Brasil 1 x 1 Tchecoslovquia (Prorrogao: Brasil 0 x 0 Polnia) Data: 12 de junho de 1938 Local: Estdio Municipal (Bordeaux) rbitro: Paul VonHertzka (Hungria) Pblico: 14.000 Gols: Lenidas, aos 30' do 1 tempo e Nejedly, aos 19' do 2 tempo. Brasil: Wlter; Domingos da Guia e Machado; Zez Procpio, Martim e Afonsinho; Lopes, Romeu, Lenidas, Percio e Hrcules. Quartas-de-final (jogo desempate) Brasil 2 x 1 Tchecoslovquia Data: 14 de junho de 1938 Local: Estdio Municipal (Bordeaux) Pblico: 15 mil Gols: Kopecky, aos 30' do 1 tempo; Lenidas, aos 11' e Roberto, aos 18' do 2 tempo. Brasil: Wlter; Ja e Nariz; Brito, Brando e Argemiro; Roberto, Luizinho, Lenidas, Tim e Patesko. Tchecoslovquia: Burkert; Burger e Daucik, Kostalek, Boucek e Luedl; Horak, Semifinais Brasil 1 x 2 Itlia Data: 16 de junho 1938

Local: Estdio Jean Boin (Marselha) rbitro: Hans Wuthrich (Sua) Pblico: 35 mil Gols: Colaussi, aos 10'; Meazza, aos 15' e Romeu, aos 42' do 2 tempo. Itlia: Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari e Colaussi. Brasil: Wlter; Domingos da Guia e Machado; Zez Procpio, Martim e Afonsinho; Lopes, Luizinho, Romeu, Percio e Patesko. Disputa do 3 lugar Brasil 4 x 2 Sucia Data: 19/06/1938 Local: Estdio Municipal (Bordeaux) rbitro: John Langenus (Blgica) Pblico: 15 mil Gols: Johasson, aos 18'; Nyberg, aos 38' e Romeu, aos 43' do 1 tempo; Lenidas, aos 18' e aos 28' e Percio, aos 35' do 2 tempo. Brasil: Batatais; Domingos da Guia e Machado; Zez Procpio, Brando e Afonsinho; Roberto, Romeu, Lenidas, Percio e Patesko. Sucia: Abrahamsson; Eriksson e Nilsson; Almgren, Linderholm e Svanstroem; Nyberg, Johasson, Harry Andersson, Ake Andersson e Persson. Jogadores do Brasil Goleiros: Batatais (Fluminense) e Walter (Flamengo). Zagueiros: Domingos da Guia (Flamengo), Machado (Fluminense), Ja (Vasco da Gama) e Nariz (Botafogo). Meio-de-campo: Zez Procpio (Botafogo), Brito (Amrica/RJ), Afonsinho (So Cristvo) e Argemiro (Portuguesa Santista). Atacantes: Lopes (Corinthians), Romeu (Fluminese), Lenidas da Silva (Flamengo), Percio (Botafogo), Hrcules (Fluminense), Roberto (So Cristvo), Luizinho (Palestra Itlia), Tim (Fluminense), Niginho (Lazio/Ita) e Patesko (Botafogo). CAMPEO Se o Uruguai foi o grande papa-ttulos da dcada de 20, a Itlia ficou com o cargo na dcada seguinte. A Esquadra Azzura tornou-se a primeira seleo a conquistar o bicampeonato do mundo, vencendo os mundiais de 34 e 38. Alm disso, os italianos faturaram as Olimpadas de Berlim, em 1936. Mesmo contando com apenas trs jogadores que conquistaram o ttulo em 1934, a campanha da Itlia foi excelente. Depois de uma vitria apertada na estria contra a Noruega, conseguida na prorrogao, a seleo italiana se acertou. Nas quartas-definal enfrentou os donos da casa e no tomou conhecimento: venceu por 3 a 1, com uma grande atuao de Piola. O adversrio na semifinal seria o Brasil, que vinha de duas batalhas contra a Tchecoslovquia. Cansados e inexperientes, os brasileiros no souberam suportar a presso italiana, que venceu por 2 a 1 e garantiu uma vaga na final, contra a Hungria. Na deciso, os hngaros contaram com o apoio da torcida francesa, mas sucumbiram diante do futebol italiano. A vitria por 4 a 2 colocou o tcnico Vittorio Pozzo no panteo dos heris italianos, pois ele levou a seleo a dois ttulos mundiais consecutivos. Jogos do campeo Oitavas-de-Final Itlia 1 x 1 Noruega (Prorrogao: Itlia 1 x 0 Noruega) Data: 05 de juho de 1938

Local: Estdio Jean Boin (Marselha) Pblico 17 mil Gols: : Ferraris II, aos 2' do 1 tempo; Brustad, aos 38' do 2 tempo e Piola, aos 4' do 1 tempo da prorrogao Itlia: Olivieri; Monzeglio e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Pasinati, Meazza, Piola, Ferrari e Ferraris II. Quartas-de-Final Itlia 3 x 1 Frana Data: 12 de junho de 1938 Local: Estdio Colombes (Paris) Pblico 58.455 Gols: Colaussi, aos 9' e Heisserer, aos 10' do 1 tempo; Piola, aos 7' e 27' do 2 tempo. Itlia: Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari e Colaussi. Semifinais Itlia 2 x 1 Brasil Data: 16 de junho de 1938 Local: Estdio Jean Boin (Marselha) Pblico: 35 mil Gols: Colaussi, aos 10'; Meazza, aos 15' e Romeu, aos 42' do 2 tempo. Itlia: Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari e Colaussi. Brasil: Wlter; Domingos da Guia e Machado; Zez Procpio, Martim e Afonsinho; Lopes, Luizinho, Romeu, Percio e Patesko. Final Itlia 4 x 2 Hungria Data: 19 de junho de 1838 Local: Estdio Colombes (Paris) Pblico: 55 mil Gols: Colaussi, aos 5' e 35'; Piola, aos 16' e Titkos, aos 7'do 1 tempo; Sarosi, aos 25' e Piola, aos 37' do 2 tempo. Itlia: Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari e Colaussi. DESTAQUES O artilheiro: Lenidas (Brasil) Lenidas da Silva foi, junto com Arthur Friedenreich, o grande craque brasileiro nos primrdios do futebol no pas. Dono de um estilo nico, gil e vibrante, o "Diamante Negro" foi um dos inventores da bicicleta. Nascido no dia 06 de setembro de 1913, no bairro de So Cristvo, no Rio de Janeiro, Lenidas comeou a sua carreira no time do bairro, o So Cristvo. Depois, Lenidas passou pelo Barroso, Sul-americano, Srio Libans e Bonsucesso, at se transferir para o Pearol, do Uruguai, em 1933. Lenidas ficou apenas uma temporada no Uruguai, sendo contratado em seguida pelo Vasco da Gama. Depois, o jogador ainda atuou pelo Botafogo carioca antes de se transferir para o Flamengo. No incio da dcada de 40, Lenidas brigou com os dirigentes do Mengo e foi jogar no So Paulo, onde se tornou o maior jogador da histria do Tricolor, ganhando os campeonatos paulistas de 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949. A transferncia de Lenidas do Flamengo para o So Paulo foi a mais cara da poca, custando 200 contos-de-ris. Sua estria pelo Tricolor, no dia 24 de abril de 1942, registrou o maior pblico do estdio do Pacaembu: 74.078 pessoas pagaram para ver a partida entre So Paulo e Corinthians.

Pela seleo, fez sua estria em 1932, aos 19 anos. Jogou as Copas do Mundo de 1934 e 1938, tornando-se o primeiro brasileiro a abocanhar a artilharia do Mundial. No total, Lenidas fez 19 partidas oficiais com a camisa da seleo, marcando 21 gols. Lenidas abandonou o futebol em 1951 e hoje mora em So Paulo. O destaque: Vittorio Pozzo (Itlia) Vittorio Pozzo conseguiu uma proeza at hoje no alcanada. Ele foi o nico tcnico que venceu duas Copas do Mundo, dirigindo a Itlia nas campanhas de 1934 e 1938. Nascido em Turim, no dia 2 de maro de 1886, Pozzo foi jogador do Torinense e do Grasshoppers. Jogou ainda na Frana e na Inglaterra. Foi um dos maiores treinadores do Torino. Em 1912, foi convidado para dirigir a Itlia, nas Olimpadas de Estocolo. A carreira de treinador foi interrompida em meados da dcada de 10, pois Pozzo foi convocado para defender a Itlia na 1 Guerra Mundial. O grande comandante morreu em 21 de dezembro de 1968. Em 1990, o Torino resolveu homenagear o treinador, batizando seu novo estdio de Vittorio Pozzo. Curiosidades - O Brasil acreditava tanto na vitria contra a Itlia, na semifinal, que comprou as passagens areas para Paris com antecedncia. Depois de perder a partida, os dirigentes brasileiros se recusaram a vender os bilhetes para os italianos, que tiveram que ir de Marselha a Paris de trem. - Quando corria para cobrar o pnalti contra o Brasil na semifinal, o atacante italiano Meazza teve uma desagradvel surpresa: o cordo que prendia o seu calo arrebentou. Sem outra alternativa, Meazza segurou o calo e cobrou, sem chance para o goleiro brasileiro. Na comemorao, os jogadores italianos cercaram Meazza para que ele pudesse trocar o calo. - As partidas entre Brasil e Tchecoslovquia foram verdadeiras guerras. Aps o primeiro jogo, nada menos do que nove atletas brasileiros ficam contundidos. Pelo lado tcheco, o nmero de baixas um pouco menor: oito. O jogo foi to violento que dois jogadores da Tchecoslovquia foram parar no hospital. - Na histrica partida entre Brasil e Polnia, Lenidas da Silva protagonizou um lance pitoresco. Depois de um temporal ter alagado o campo de Estrasburgo, o jogador tirou as chuteiras para jogar melhor. E deu certo: Lenidas marcou um gol. Mas a festa do brasileiro acabou por a, j que o rbitro Ivan Eklind mandou-o calar as chuteiras. Artilheiros 8 gols: Lenidas (Brasil) 7 gols: Zsengeller (Hungria) Semifinais 16/06 - Itlia 2 x 1 Brasil 16/06 - Hungria 5 x 1 Sucia Deciso do 3 lugar 19/06 - Brasil 4 x 2 Sucia Final 19/06 - Itlia 4 x 2 Hungria Classificao final Pos Pas 1 Itlia 2 Hungria 3 Brasil 4 Sucia Pontos 8 6 7 2 J 4 4 5 3 V 4 3 3 1 E 0 0 1 0 D 0 1 1 2 GP 11 15 14 11 GC 5 5 11 9

Brasil - 1950
Brasil, Espanha, Sucia e Uruguai classificaram-se para a fase final. Aps a disputa de um quadrangular seria campeo a equipe que somasse mais pontos. Na primeira

rodada, o Brasil no deu chances para os suecos, goleando por 7 a 1. A sorte estava ao lado dos brasileiros, pois na outra partida Espanha e Uruguai ficaram no 2 a 2. Nova goleada nacional na segunda rodada, 6 a 1 na Espanha. E, de virada, os uruguaios venceram a Sucia por 3 a 2. O ttulo estava mais prximo do Brasil, que precisaria somente de um empate na ltima rodada para ser campeo. O palco da finalssima foi o ento recm-inaugurado Estdio do Maracan, no Rio de Janeiro. Quase 200 mil pessoas presentes, esperando apenas o apito final para comemorar o ttulo do Brasil. E a seleo confirmou seu favoritismo na etapa inicial, pressionando o Uruguai e desperdiando oportunidades de gol. Mas, no intervalo, o placar permanecia como havia comeado: 0 a 0. Logo aos 2 minutos do segundo tempo, Friaa, em um contra-ataque, converteu a superioridade brasileira em gol. O estdio explodiu em festa. Inexplicavelmente, a partir da, a seleo parou, e os uruguaios comearam a pressionar. E aos 21 minutos, Schiaffino empatou a partida. Resultado que ainda servia ao time brasileiro. Mas os brasileiros sentiram o golpe, e aos 34 minutos, Ghiggia avanou pela direita e chutou cruzado, quase junto linha de fundo. A bola pegou o goleiro Barbosa no contra-p e foi parar no fundo do gol brasileiro, determinando o placar final do jogo: Brasil 1 x 2 Uruguai. O pblico ficou emudecido, no acreditando na derrota nacional. A primeira grande tragdia da histria das Copas. Forma de disputa Na primeira fase, as selees foram divididas em quatro grupos. Dois de quatro pases, um de trs e um ltimo com somente dois times. Os confrontos ocorreriam entre os selecionados de cada grupo. Os vencedores de cada chave garantiriam vaga para um agrupamento final, onde se enfrentariam em turno nico. Seria campe a seleo que somasse mais pontos ao final. O destaque brasileiro: Barbosa A derrota na final da Copa tambm marcou o incio de uma das mais injustas perseguies da histria da competio. Barbosa, goleiro da seleo brasileira, at hoje no perdoado pelo gol de Gighia, que deu ao Uruguai o ttulo, mesmo tendo sido inocentado at mesmo por jogadores do time campeo. Imprpria condenao para um goleiro seguro que atuou em 20 partidas com a camisa da seleo brasileira. Brasil 4 x 0 Mxico Data: 24/06/1950 Local: Estdio do Maracan, Rio de Janeiro Pblico: 81.700 espectadores Brasil: Barbosa; Augusto, Ely, Danilo e Juvenal; Bigode, Friaa, Maneca e Baltazar; Ademir e Jair. Gols: Ademir, aos 32 min e 81 min; Jair, aos 66 min; e Baltazar, aos 72 min. Brasil 2 x 2 Suia Data: 28/06/1950 Local: Estdio do Pacaembu, So Paulo Pblico: 42.000 espectadores Brasil: Barbosa; Augusto, Bauer, Danilo e Juvenal; Bigode, Friaa, Zizinho e Chico; Ademir e Jair. Gols: Alfredo, aos 2min; Fatton, aos 16min e 88 min; Baltazar, aos 31 min.

Brasil 2 x 0 Iugoslvia Data: 01/07/1950 Local: Estdio do Maracan, Rio de Janeiro Pblico: 139.000 espectadores

Brasil: Barbosa; Augusto, Bauer, Danilo e Juvenal; Bigode, Maneca, Zizinho e Chico; Ademir e Jair. Gols: Ademir, aos 3min; e Zizinho, aos 69 min. Brasil 7 x 1 Sucia Data: 09/07/1950 Local: Estdio do Maracan, Rio de Janeiro Pblico: 139.000 espectadores Brasil: Barbosa; Augusto, Bauer, Danilo e Juvenal; Bigode, Friaa, Zizinho e Chico; Ademir e Jair. Gols: Ademir, aos 17 min, 36 min, 52 min e 54 min; Chico, aos 39 min e 88min; Andersson ,aos 67 min; e Maneca, aos 85 min. Brasil 6 x 1 Espanha Data: 13/07/1950 Local: Estdio do Maracan, Rio de Janeiro Pblico: 173.000 espectadores Brasil: Barbosa; Augusto, Bauer, Danilo e Juvenal; Bigode, Friaa, Zizinho e Chico; Ademir e Jair. Gols: Ademir, aos 15 min e 57 min; Jair, aos 21 min; Chico, aos 31 min e 55min; Zizinho, aos 67 min; e Igoa, aos 71 min. Brasil 1 x 2 Uruguai Data: 16/07/1950 Local: Estdio do Maracan, Rio de Janeiro Pblico: 174.000 espectadores Brasil: Barbosa; Augusto, Bauer, Danilo e Juvenal; Bigode, Friaa, Zizinho e Chico; Ademir e Jair. Uruguai: Mspoli; Matas Gonzlez, Gambetta e Tejera; Andrade, Varela, Ghiggia e Prez; Miguez, Schiaffino e Moran. Gols: Friaa, aos 47 min; Schiaffino, aos 66 min; e Ghiggia, aos 79 min. Jogadores do Brasil Goleiros: Barbosa (Vasco da Gama), Castilho (Fluminense) Zagueiros: Augusto (Vasco da Gama), Juvenal (Flamengo), Nena (Grmio), Nlton Santos (Botafogo/RJ) Meio-campistas: Bauer (So Paulo), Danilo (Vasco da Gama), Bigode (Flamengo), Ely (Vasco da Gama), Rui (So Paulo), Noronha (So Paulo) Atacantes: Friaa (So Paulo), Zizinho (Bangu), Ademir (Vasco da Gama), Jair (Palmeiras), Chico (Vasco da Gama), Alfredo (Vasco da Gama), Maneca (Vasco da Gama), Baltazar (Corinthians), Adozinho (Internacional/RS) e Rodigues (Palmeiras) Tcnico: Flvio Costa Uruguai 8 x 0 Bolvia Data: 02/07/1950 Local: Estdio Independncia, Belo Horizonte Pblico: 13.000 espectadores Gols: Schiaffino, aos 14 min, 23 min, 45 min, 56 min e 59 min.; Vidal, aos 18 min.; Prez, aos 73 min,; e Ghiggia, aos 83 min. Uruguai: Mspoli; Matas Gonzlez, Jun Gonzlez e Tejera; Andrade, Varela, Ghiggia e Prez; Miguez, Schiaffino e Vidal. Uruguai 2 x 2 Espanha Data: 09/07/1950 Local: Estdio do Pacaembu, So Paulo Pblico: 35.000 espectadores

Gols: Ghiggia, aos 29 min; Basora, aos 32 e 39 min; Varela, aos 73 min. Uruguai 3 x 2 Sucia Data: 13/07/1950 Local: Estdio do Pacaembu, So Paulo Pblico: 32.000 espectadores Gols: Palmer, aos 5 min; Ghiggia, aos 39 min; Sundqvist, aos 40 min; Miguez, aos 77 min e 85 min. O artilheiro: Ademir de Menezes (Brasil) O brasileiro que mais gols marcou tambm foi o artilheiro da competio. Ademir Marques de Menezes, o Queixada, deixou sua marca nas redes adversrias em nove oportunidades (disputou seis partidas). Contra a Sucia, na fase final, marcou quatro vezes. Atuou no ataque ao lado de Zizinho e Jair da Rosa Pinto. Pernambucano do Recife, iniciou sua carreira no infanto-juvenil do Sport. Aps uma excurso do time ao Rio de Janeiro, quando jogou muito bem, foi contratado pelo Vasco da Gama, participando do esquadro conhecido como "Expresso da Vitria". Teve tambm uma breve passagem pelo Fluminense. Foi um dos maiores artilheiros da histria vascana, com mais de 300 gols em 429 jogos. Conquistou quatro ttulos cariocas pelo clube cruzmaltino. Pela seleo, marcou 31 gols em 39 partidas disputadas entre 1945 e 53. Depois de se aposentar como jogador, foi por um tempo O destaque: Obdulio Varela (Uruguai) O capito da Celeste Olmpica na Copa do Mundo de 1950, Obdulio Varela, comeou sua carreira no Pascual Somma e no Deportivo Juventud, em Montevidu, capital uruguaia. Aps um tempo transferiu-se para o Wanderers, em 1938. Quatro anos mais tarde, foi adquirido pelo Pearol, onde venceu seis campeonatos nacionais, em 1944, 45, 49, 51, 53 e 54. Curiosidades - Quando comeou a Copa, em 24 de junho, o estdio do Maracan ainda no estava terminado. Para sua construo foram necessrios 435 mil toneladas de concreto. Por muito tempo manteve-se como o maior estdio do mundo. O pblico registrado na partida final, 173.850 pagantes at hoje recorde mundial em Copas do Mundo. - a Copa do Mundo de 1950 contou pela primeira vez com selees britnicas; Inglaterra e Esccia classificaram-se por meio do antigo Campeonato Britnico de Selees, que foi disputado entre 1884 e 1984, sendo a mais antiga competio entre selees nacionais. - Cerca de um ms antes do incio do Mundial, Brasil e Uruguai se enfrentaram trs vezes, pela Copa Rio Branco. Os brasileiros perderam o primeiro jogo por 4 a 3, e ganharam os seguintes: 3 a 2 e 1 a 0. 9 gols: Ademir (Brasil) 6 gols: Schiaffino (Uruguai)

Pos 1 2 3 4

Pas Uruguai Brasil Sucia Espanha

PG 7 9 5 7

J 4 6 5 6

V 3 4 2 3

E 1 1 1 1

D 0 1 2 2

GP 15 22 11 10

GC 5 6 15 12

SG 10 16 -4 -2

Suia - 1954
Com uma situao estvel em meio ao caos que tomou conta da Europa aps a 2 Guerra Mundial, a Sua no teve dificuldade para levar o direito de organizar e receber a 5 Copa do Mundo, que aconteceria em 54. A neutralidade do pas na

Guerra e os bons resultados nos ltimos Mundiais, em 38 e 50, fizeram com que a Copa voltasse Europa pela terceira vez. Ao total, 39 pases se inscreveram para participar das eliminatrias, com destaque para Japo, China, Egito e Coria do Sul, que estreavam. Eles foram divididos em 13 chaves e apenas 12 times classificaram-se. O grande destaque para o Mundial era a mquina hngara comandada pelo vice-presidente do Comit de Esportes, Gusztav Sebes, que chegara Copa credenciada pelo ttulo olmpico em Helsinque (52), alm de uma invencibilidade que j se prolongava por quatro anos. J o Brasil amargava ainda a perda da Copa de 50, quando Ghiggia calou 200 mil pessoas no Maracan. Levando um time reformulado, a seleo mudou a cor da camisa, mas o lado psicolgico, ainda afetado pelo luto no estdio carioca, fez com que o time no fosse bem no torneio. Com goleadas incrveis, a Hungria foi confirmando seu favoritismo e impondo massacres em todos os seus adversrios. Em todos os jogos, o time conseguiu a incrvel marca de dois gols nos primeiros dez minutos. Mas na final, a Hungria caiu diante da Alemanha por 3 a 2, mesma equipe que havia sido batida por 8 a 3 na fase classificatria. O Estdio de Berna assistiu segunda injustia da histria das Copas, quando o ponta Rahn anotou o gol decisivo a seis minutos do final. Foi a nica derrota dos hngaros, que ainda ficaram mais dois anos sem conhecer a derrota. Justamente na maior deciso da sua histria futebolstica. Forma de disputa No sobraram crticas para o regulamento organizado pelos suos. Nas eliminatrias, os 39 times foram divididos em 13 chaves. As equipes foram dividas conforme sua posio geogrfica. Dos dez grupos formados por europeus, quatro tinham apenas dois representantes. J outras cinco eram compostas por trs times, enquanto a outra tinha quatro selees. Apenas nesta ltima chave, dois times se asseguravam para a Copa. Por fim, uma chave com sul-americanos, outra com membros da Amrica Central e do Norte, alm de um grupo asitico. Definidos os 14 classificados, as equipes se somaram Sua, pas-sede, e Uruguai, atual campeo. Na Copa do Mundo, mais crticas aos organizadores. Os 16 times foram divididos em quatro chaves de quatro times cada. Mas desta vez, foi inventado um sistema maluco, na qual eram escolhidos dois cabeas-de-chave do grupo, que no se enfrentariam na primeira fase. Ao final dos quatro jogos, os dois melhores se classificariam para as quartas-de-final. A partir da, o mata-mata tomava conta e apenas os vencedores passavam. Grupo 1: Iugoslvia, Frana, Brasil e Mxico Grupo 2: Hungria, Alemanha Ocidental, Coria do Sul e Turquia Grupo 3: ustria, Esccia, Uruguai e Tchecoslovquia Grupo 4: Inglaterra, Blgica, Sua e Itlia Paraguai 4 x 0 Chile Chile 1 x 3 Paraguai Chile 0 x 2 Brasil Paraguai 0 x 1 Brasil Brasil 1 x 0 Chile Brasil 4 x 1 Paraguai Trapalhadas marcam a passagem brasileira A superstio marcou a expedio brasileira rumo Sua. Acreditando que a Copa de 50 foi perdida por outros fatores, a Confederao Brasileira de Desportos (atual CBF) resolveu exorcizar a camisa branca usada na final contra o Uruguai. Foi escolhido um novo uniforme em um concurso promovido pela entidade, que acabou coroando o

gacho Aldir Schlee. O modelito o que utilizamos at hoje: camisa amarela e calo azul. Com uma nova mstica, mas ainda com a cena do gol de Ghiggia na cabea, o Brasil reformou sua equipe e chegou at s quartas-de-final, quando caiu diante da Hungria por 4 a 2. Na estria, o time passou pelo Mxico por 5 a 0, com dois gols do atacante Pinga. Didi exibiu sua "folha seca" e Julinho e Baltazar selaram a vitria brasileira. No segundo compromisso, uma cena pattica promovida pelos jogadores. Um empate contra a Iugoslvia classificava os dois pases para a prxima fase, mas ningum da delegao brasileira sabia disso. O resultado foi uma correria desesperada promovida pelos jogadores dos dois times. O Brasil lutando para marcar, enquanto os iugoslavos estavam desesperados com a insanidade adversria. O jogo terminou empatado e os brasileiros saram arrasados do gramado. Muitos choraram no nibus e sentiram a perda. Tudo em vo, a queda brasileira viria nas quartas-de-final, quando tivemos a Hungria pela frente. O Brasil no teve a menor chance e ainda proporcionou uma briga antolgica com os hngaros, que ficou conhecido como a "Batalha de Berna". Nela sobrou para todo mundo. Dirigentes, jogadores, jornalistas e torcedores quebraram o pau no vestirio e os brasileiros desembarcaram no Rio de Janeiro com a pinta de vencedor. Teve taa de campeo e festa para os "heris brasileiros". O destaque brasileiro: Julinho Jlio Botelho foi um ponta-direita infernal. Talvez, o melhor ponta , depois de Man Garrincha. Nascido em 1929, Julinho comeou sua carreira na Portuguesa, onde foi um dos maiores destaques da equipe lusa. O time baseava todo seu jogo naquele jogador, que driblava e entortava zagueiros com muita facilidade. Foi o atleta mais batalhador de toda delegao brasileira na Copa, quando infernizou a vida dos grandalhes hngaros, que no conseguiam par-lo facilmente. Julinho foi o artilheiro brasileiro, ao lado de Pinga e Didi, com dois gols. O ponta nunca foi um artilheiro nato, mas se destacou em todos os clubes que passou. Antes da Copa, foi um dos feitores da Academia montada pelo tcnico Osvaldo Brando no Palmeiras. Seu sucesso na Copa levou o jogador para a Itlia, onde defendeu a Fiorentina, clube em que dolo at hoje. Mas, sem sombra de dvida, a camisa que mais o destacou foi o alviverde do Parque Antrtica. Brasil 5 x 0 Mxico Data: 16 de junho de 1954 Pblico: 17.500 Brasil: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Nilton Santos, Brandozinho, Bauer, Julinho, Didi, Baltazar, Pinga e Rodrigues. Tc: Zez Moreira Mxico: Motta; Lpez, Gmez, Crdenas, Romo, valos, Torres, Naranjo, Lamadrid, Balcazar e Arellano. Tc: Vial. Gols: Baltazar, aos 23, Didi, aos 30, Pinga, aos 34, e Julinho, aos 43 minutos, do primeiro tempo; Pinga, aos 24 minutos, do segundo tempo. Brasil 1 x 1 Iugoslvia Data: 20 de julho de 1930 Pblico: 1.200 espectadores Brasil: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Nilton Santos, Brandozinho, Bauer, Julinho, Didi, Baltazar, Pinga e Rodrigues. Tc: Zez Moreira Gols: Moderato, aos 37 minutos do primeiro tempo; Preguinho, aos 12, Moderato, aos 28 e Preguinho, aos 38 minutos do segundo tempo. Hungria 4 x 2 Brasil Data: 27/06/1954 Pblico: 63.200 pessoas rbitro: Arthus Ellis (Inglaterra) Expulses: Nilton Santos e Humberto; Bozsik

Gols: Hidegkuti, aos quatro e Kocsis, aos sete minutos do primeiro tempo; Djalma Santos, de pnalti aos 18 do primeiro tempo; Lantos, de pnalti aos 15, Julinho, aos 20 e Kocsis, aos 43 da etapa complementar. Brasil: Castilho; Pinheiro e Nilton Santos; Djalma Santos, Brandozinho e Bauer (capito); Julinho, Didi, ndio, Humberto e Maurinho. Tcnico: Zez Moreira. Goleiros: Joel (Amrica), Velloso (Fluminense) Zagueiros: Brilhante (Vasco), Itlia (Vasco), Z Luiz (So Cristvo). Meio-campo: Hermgenes (Amrica), Fausto (Fluminense), Fernando (Fluminense), Pamplona (Botafogo), Ivan Mariz (Fluminense), Benevenuto (Flamengo), Fortes (Fluminense), Oscarino (Ypiranga). Ataque: Poli (Americano), Nilo (Botafogo), Araken (sem clube), Preguinho (Fluminense), Tefilo (So Cristvo), Benedito (Botafogo), Doca (So Cristvo), Manoelzinho (Goytacaz), Carvalho Leite (Botafogo), Russinho (Vasco), Moderato (So Cristvo). Tcnico: Pndaro de Carvalho A supresa alem pra a Hungria Nunca foram marcados tantos gols quanto na Copa do Mundo de 54. Para se ter uma idia, a competio apresentou uma mdia de 5,4 gols por jogo e nenhum confronto terminou em 0 a 0. O grande show ficou por conta da mquina hngara de Puskas e Kocsis. O time aplicou goleadas memorveis como o 9 a 0 sobre a Coria do Sul logo na estria. A seleo marcou 27 gols em cinco jogos, mas no levou o ttulo. A Hungria perdeu na deciso para a frieza alem por 3 a 2, apesar de ter ganho do mesmo adversrio por 8 a 3 na fase classificatria. Naquele primeiro duelo, os alemes entraram com um time misto para estudarem o adversrio e tambm descansar seu elenco. Mesmo sendo goleado, o tcnico alemo, Sepp Herberger, saiu feliz do gramado, pois o grande astro da mquina hngara, o meia Kocsis, saiu contundido do jogo com o tornozelo direito completamente arrasado pelo resto da competio. O futebol de Puskas no foi o mesmo aps isso, sendo que ele deixou de participar de duas partidas por causa dessa leso. Jogou no sacrifcio a deciso e a Alemanha acabou aproveitando para vencer e derrubar o favoritismo hngaro por 3 a 2. Depois da derrota na fase classificatrio, os germnicos embalaram e destroaram seus adversrios. Com goleadas sobre a Turquia (7 a 2) e ustria (6 a 1), o time se credenciou para deciso. Como em todos os jogos, a Hungria abriu 2 a 0 nos dez primeiros minutos de jogo com Puskas aos cinco minutos e Czibor aos oito. Quando tudo indicava para mais uma goleada, a Alemanha reagiu. Morlock anotou o primeiro aos dez minutos, com o empate sendo selado aos 18 com o ponta Rahn. A partir da, o equilbrio tomou conta da deciso e a frieza alem foi mais uma vez essencial para a virada. Depois de aguentar uma presso do ataque adversrio, os comandados de Herberger roubaram uma bola de Bozsik e partiram em um desenfreado contra-ataque. Aos 39 minutos, Schfer tocou para Rahn que desferiu um belo chute no canto direito do goleiro Grosics, decretando a virada alem. Ainda a Hungria marcou um minuto depois, mas o gol foi anulado devido a um impedimento apontado pelo bandeirinha. Com isso, a Alemanha apenas segurou a bola para conquistar seu primeiro ttulo mundial. Foi a primeira derrota da mquina montada pelo tcnico Gyula Mandi em quatro anos. O time no perdia desde maio de 50, e ainda permaneceu sem perder depois da final de 54, at fevereiro de 56. Primeira fase Alemanha 4 x 1 Turquia Data: 17/06/1954 Alemanha: Turek; Laband, Kohlmeyer, Eckel, Posipal, Mai, Klodt, Morlock, Fritz Walter, Ottmar Walter e Schfer. Tc: Sepp Herberger

Gol: Suat, aos 2' e Schfer, aos 14' do primeiro tempo; Klodt, aos 7', Ottmar Walter, aos 15' e Morlock, aos 39'do segundo tempo Hungria 8 x 3 Alemanha Data: 20/06/1954 Pblico: 56.000 Hungria: Grosics; Buzansky, Lantos, Bozsik, Lorant, Zakarias, Toth, Kocsis, Hidegkuti, Puskas e Czibor. Tc: Guztav Sebes Alemanha: Kwiatkowski; Bauer, Kohlmeyer, Posipal, Liebrich, Mebus, Rahn, Eckel, Fritz Walter, Hermann e Pfaff. Tc: Sepp Herberger Gols: Kocsis, aos 3' e aos 21', Puskas, aos 17' e Pfaff, aos 25' do primeiro tempo; Hidegkuti, aos 5'e 9', Kocsis, aos 22'e aos 33', Toth, aos 28', Rahn, aos 32' e Hermann, aos 36' do segundo tempo Alemanha 7 x 2 Turquia Data: 23/06/1954 Alemanha: Turek; Laband, Bauer, Eckel, Posipal, Mai, Klodt, Morlock, Fritz Walter, Ottmar Walter e Schfer. Tc: Sepp Herberger Gols: Ottmar Walter, aos 7', Schfer, aos 12', Mustafa, aos 21' e Morlock, aos 30', do primeiro tempo; Morlock, aos 15'e aos 32', Fritz Walter, aos 17', Schfer, aos 34', e Lefter, aos 37'do segundo tempo Quartas-de-final Alemanha 2 x 0 Iugoslvia Data: 27/06/1954 Alemanha: Turek; Laband, Kohlmeyer, Eckel, Liebrich, Mai, Rahn, Morlock, Fritz Walter, Ottmar Walter e Schfer. Tc: Sepp Herberger Gols: Horvat (contra) aos 9' do primeiro tempo e Rahn, aos 40' do segundo tempo Semifinais Alemanha 6 x 1 ustria Data: 30/06/1954 Pblico: 58.000 Alemanha: Turek; Posipal, Kohlmeyer, Eckel, Liebrich, Mai, Rahn, Morlock, Fritz Walter, Ottmar Walter e Schfer. Tc: Sepp Herberger Stojaspal, Probst e A.Krner. Gols: Schfer, aos 31' do primeiro tempo; Morlock, aos 2', Probst, aos 6', Fritz Walter, aos 9'e aos 20' e Ottmar Walter, aos 16'e aos 44'do segundo tempo Final Hungria 2 x 3 Alemanha Data: 04/07/1954 Pblico: 63.800 Hungria: Grosics; Buzansky, Lantos, Bozsik, Lorant, Zakarias, Toth, Kocsis, Hidegkuti, Puskas e Czibor. Tc: Guztav Sebes Alemanha: Turek; Posipal, Kohlmeyer, Eckel, Liebrich, Mai, Rahn, Morlock, Fritz Walter, Ottmar Walter e Schfer. Tc: Sepp Herberger Gols: Puskas, aos 5', Czibor, aos 8', Morlock, aos 10' e Rahn, aos 18' do primeiro tempo; Rahn aos 39'do segundo tempo O artilheiro: Sndor Kocsis (Hungria) Kocsis nasceu em 1929 e foi um dos grandes cabeceadores do mundo. Quando ele subia, muitas defesas tremiam e os torcedores j esboavam comemorar o gol. Presena marcante na rea, o jogador fez parte do Honved, time que dominou o futebol hngaro entre 50 e 56, sendo a base para a seleo que foi campe olmpica

em 52 e o vice-mundial em 54, sendo o artilheiro da competio com 11 gols. Assim como seus companheiros de clube, fugiu da Hungria em 56, por causa dos problemas polticos que tomavam conta do pas, com a entrada do socialismo e o incio da Guerra Fria. Foi contratado pelo Barcelona, onde ficou at o encerramento de sua carreira. Ficou na Espanha aps pendurar suas chuteiras e morreu em 1979. O destaque: Ferenc Puskas (Hungria) O maior cone do futebol hngaro nasceu em 2 de abril de 1927. Sua carreira comeou no pequeno Kispet, onde se destacou com os seus petardos com a canhota, logo aos 10 anos. Seis anos depois, o time passou para a primeira diviso e chamou a ateno dos dirigentes do Honved, montado pelo vice-diretor do Comit de Esportes, Gusztav Sebes, sendo contratado aos 19 anos. Foi o comandante da equipe, que tinha a base da seleo hngara com Kocsis, Czibor, Szusza e Bozsik. No Honved, levantou diversos ttulos e foi o principal jogador do mundo no incio dos anos 50. Mesmo no atuando em duas partidas da Copa de 54, foi eleito o melhor atleta do torneio. Depois disso teve uma passagem destacada pelo Real Madrid, quando atuou ao lado do argentino Di Stfano, do brasileiro Didi e do espanhol Gento. A mquina espanhola conquistou trs vezes a Copa dos Campees, cinco ttulos espanhis e um Mundial Interclubes. Ao longo de toda sua carreira marcou mais de mil gols e considerado um dos maiores artilheiros de todos os tempos. S na seleo da Hungria, teve uma mdia espetacular de mais de um gol por jogos. Em 84 partidas, ele deixou sua marca por 85 vezes. Um feito que poucos atletas no mundo do futebol conseguiram igualar. Curiosidades - Pela primeira vez, um tcnico de uma das selees participantes da Copa do Mundo pediu demisso durante a competio. O escocs Andy Batle no gostou das normas que impuseram sua delegao, que tinha apenas 13 jogadores por motivos de superstio e economia de gastos. Parece que o tcnico tinha razo, j que os britnicos perderam seus dois jogos. Na estria levou de 1 a 0 da ustria e se despediram com um melanclico 7 a 0 diante do Uruguai. - Uma deciso inslita classificou os turcos para sua primeira Copa do Mundo. O seu adversrio no caminho para a Sua era a Espanha. No primeiro jogo, o time levou de 4 a 1 dos ibricos. No confronto de volta, foi a vez dos turcos faturarem por 1 a 0. Como no havia o critrio de desempate por saldo de gols, foi jogada uma terceira partida, que terminou empatada em 2 a 2. Com isso, a 16 vaga foi decidida no sorteio e os turcos levaram a melhor. Franco Gemma, o menino que puxou a bolinha da Turquia, foi adotado como mascote da equipe, sendo levado para a Sua. - O medo da delegao brasileira em enfrentar a Hungria nas quartas-de-final era tanta que um jogador, sujo nome no foi revelado, acabou tentando de tudo para fugir do jogo. Nas vsperas da partida, ele comeu pasta de dente para ter uma disenteria e no ser obrigado a enfrentar os fortes hngaros. - A Hungria entrou para histria do Estdio de Wembley. O time imps uma das maiores goleadas sobre a Inglaterra no seu tradicional estdio. A equipe massacrou os ingleses por 6 a 3, em um jogo desafio marcado pelo presidente da Federao Inglesa, Stanley Rous. Inconformados, foi marcado outro duelo, desta vez em... - Os sul-coreanos estrearam na Copa de forma mambembe. Ningum da delegao sabia falar ingls ou qualquer outro idioma, sem ser o coreano, e por isso muitas vezes, os atletas tinham que ser conduzidos ao seu hotel por policiais. Na competio, a histria no foi muito diferente. O time levou 16 gols em dois jogos e despediu-se com a pior campanha do torneio. Pos Pas Pontos J V E D GP GC 1 Alemanha Ocidental 10 6 5 - 1 25 14 2 Hungria 8 5 4 - 1 27 10 3 ustria 8 5 4 - 1 17 12 4 Uruguai 6 5 3 - 2 16 9

5 6 7

Sua Brasil Inglaterra

4 3 3

4 3 3

2 1 1

1 1

2 1 1

11 8 8

11 5 3

Sucia - 1958
O perodo de 8 a 29 de junho de 1958 nunca mais ser esquecido para ns brasileiros. Das 85 naes filiadas FIFA, 53 pases se escreveram para disputar o maior mundial realizado at aquela data. Enquanto o mundo vivia o conturbado perodo da Guerra Fria, quando Unio Sovitica e Estados Unidos disputavam a hegemonia mundial, o Brasil vivia o milagre de JK, com os seus cinqenta anos em cinco. O crescimento da economia era fantstico, uma nova capital federal estava sendo construda no Planalto Central, gerando um clima de festa e esperana. O local para a reunio dos deuses do futebol foi a Sucia, escolhida em virtude de sua neutralidade guerra, assim como acontecera com a Sua em 54. Modernos estdios foram construdos em Goteborg e Malmoe. A campanha para a conquista do ttulo comeou no incio do ano de 58, quando a CBD resolveu apostar numa revoluo no futebol brasileiro. A Confederao aceitou um plano do empresrio paulista, dono da TV Record, o inesquecvel Paulo Machado de Carvalho, que foi tambm o chefe da delegao. A seleo verde-amarela iria reunir um dos maiores elencos da histria do futebol com Garrincha, Djalma Santos, De Sordi, Gilmar, Nlton Santos, Dida, Bellini, Orlando, Zito, Didi, Vav e Zagalo, sem contar com o coroamento de Pel, o rei do futebol, em sua primeira Copa. Eles formariam um time pico, considerado por muitos como o maior do planeta em todos os tempos. Todos esses talentos do esporte tinham o comando do tcnico Vicente talo Feola, que durante a competio utilizou 16 dos 22 convocados. Feola, com seu temperamento discreto, soube durante o torneio ajustar o time at chegar conquista do ttulo mundial. Jules Rimet, o pai do futebol, o homem que dava nome taa, faleceria em 16 de outubro de 1956, em Paris, sem conhecer o novo rei da modalidade e nem assistir aos esquemas 4-2-4 e 4-3-3 do brasileiro Feola. Forma de disputa 53 pases se registraram na FIFA, mas apenas 51 acabaram participando das eliminatrias. 16 equipes se classificaram para a competio na Sucia. Os 16 participantes se dividiram em quatro chaves. Os dois melhores times de cada chave se classificaram para as quartas-de-final. Em caso de empate no nmero de gols, uma nova partida era necessria. Os oito vencedores das quartas-de-final se enfrentaram, resultando na semifinal com quatro equipes. Os dois vencedores fizeram a final, disputando o ttulo mundial. Os dois perdedores jogaram pela terceira colocao. Grupo 1: Alemanha, Argentina, Irlanda do Norte e Tchecoslovquia Grupo 2: Frana, Paraguai, Iugoslvia e Esccia Grupo 3: Sucia, Mxico, Hungria e Pas de Gales Grupo 4: Inglaterra, URSS, Brasil e ustria Filho de dona Celeste e de um ex-jogador de futebol conhecido como Dondinho, dson Arantes do Nascimento nasceu em Trs Coraes, em Minas Gerais, no dia 23 de outubro de 1940. Dico, como era conhecido quando garoto nas peladas e nos campinhos de terra por onde passou, ficou conhecido quando jogava no Santos. Chegou ao clube em 1956 e l permaneceu at o final de sua carreira, em 1977, quando defendeu a equipe do

Cosmos, em Nova York, nos Estados Unidos. Numa poca em que a FIFA no autorizava substituies, Pel demonstrava um talento incomparvel com a bola, do qual impossvel comentar sem a lembrana das imagens de suas inesquecveis jogadas. Mas, por muito pouco o jovem talento, de 17 anos, no ficou de fora da competio. Num amistoso de despedida contra o Corinthians, Pel acabou sofrendo uma sria contuso e acabou sendo vetado pelo departamento mdico, mas Paulo Machado contrariou a deciso e apostou na presena da jovem promessa do esporte nacional. Mas a jovem promessa, em muito pouco tempo, deixou de existir, dando lugar ao maior jogador de toda a histria do futebol, simplesmente um rei. O Brasil estreava arrasador contra a ustria, vencendo por 3 a 0, mas um simples empate sem gols contra a Inglaterra alterava os planos do tcnico brasileiro. O ataque formado por Joel, Mazola, Vav e Zagalo parou frente fora da defesa inglesa e Pel assistia ao empate brasileiro sem poder colaborar muito. No segundo jogo, o tcnico Feola arriscava e Pel, ainda com 17 anos, entrava em campo, pela primeira vez num Mundial, mas o show foi do atacante Vav, que marcou os dois gols da vitria contra a Unio Sovitica. Vindo com o primeiro lugar do grupo mais equilibrado da primeira fase do mundial, a seleo brasileira pegava Pas de Gales na semifinal. A partida foi muito disputada e a majestade do rei do futebol comeava a aparecer em seu gol, aos 21 minutos do segundo tempo, que garantiu a vitria brasileira e a passagem para a prxima fase. Agora, o adversrio era a Frana do artilheiro Just Fontaine. O Brasil fez 5 a 2 e Pel marcou os trs ltimos gols da partida. Na grande final, Pel mostrava ao mundo que o futebol tinha um novo rei, marcando mais dois gols contra a Sucia - Vav fez dois e Zagalo, um - e trazendo ao Brasil a taa de campeo mundial de futebol. Jogadores: Goleiros: GILMAR dos Santos Neves (Corinthians) e Carlos Jos CASTILHO (Fluminense) Zagueiros: Nilton DE SORDI (So Paulo F.C.), DJALMA SANTOS (Portuguesa de Desportos), Hideraldo Luiz BELLINI (Vasco da Gama), MAURO Ramos de Oliveira (So Paulo F.C.), NILTON SANTOS (Botafogo) e Valdemar Rodrigues Martins ORECO (Corinthians). Meio-de-campo: DINO SANI (So Paulo F.C.), Jos Eli de Miranda ZITO (Santos F.C.), ORLANDO Peanha de Carvalho (Vasco da Gama) e ZZIMO Alves Calazns (Bangu). Atacantes: Manoel Francisco dos Santos GARRINCHA (Botafogo), JOEL Antonio Martins (Flamengo), Waldir Pereira DIDI (Fluminense), MOACIR Claudino Pinto (Flamengo), Edvaldo Isdio Neto VAV (Vasco), Jos Joo Altafini MAZZOLA (Palmeiras), Edson Arantes do Nascimento PEL (Santos F.C.), Edvaldo Alves Santa Rosa DIDA (Flamengo), Mrio Jorge Lobo ZAGALO (Flamengo) e Jos Macia PEPE (Santos F.C.). Sucia - 1958 O ataque que estreou na Copa do Mundo de 1958 tinha Joel, Mazola, Dida e Zagalo. No tinha Pel, nem Vav. Ganhamos da ustria na pequena cidade de Udevalla por 3 a 0. Mazola marcou um gol em cada tempo, Nilton Santos fez o outro. Um jogo nervoso, mas limpo e com resultado merecido. No segundo jogo, contra a Inglaterra, l esteva ele em campo: Evaldo Izidio Neto, o Vav. Faltou o gol: 0 a 0. No terceiro jogo, o duelo com a Unio Sovitica em Goteborg. O ataque j tinha Garrincha no lugar de Joel. E o calouro Pel na vaga de Mazola. O Brasil comea arrasador, com Garrincha dando show. Em poucos minutos, depois de uma bola na trave, gol do Brasil. Gol de Vav. No segundo tempo, Brasil 2 a 0. Outro gol de Vav. E a seleo brasileira garantia o primeiro lugar no grupo.

Vav no jogou contra Pas de Gales, pelas quartas-de-final, em Goteborg. O titular foi Mazola. Mas era dia de Pel, que marcou seu primeiro gol numa Copa do Mundo. Brasil, 1 a 0, rumo semifinal, para um duelo com a fantstica Frana, dona do melhor ataque, com seu artilheiro Just Fontaine. O time brasileiro, porm, contava com a defesa mais eficiente. E mostraria para o mundo algumas de suas estrelas, entre eles Vav, o Peito de Ao. Fontaine colocou a Frana na frente, mas Vav empatou. Didi marcou 2 a 1 ainda no primeiro tempo. Os franceses perdem Jonquet numa lance com Vav e fica com dez homens at o final (ainda no eram permitidas substituies). Depois, s deu Pel, que hipnotizou a defesa francesa com trs lindos gols. Pinantoni ainda faria mais um para a Frana. Final, Brasil 5 a 2. Estvamos na final da Copa, mais uma vez, depois de 1950. Em Estocolmo, diante de 49.737 torcedores, a Sucia sai na frente, com um gol de Liedholm. Didi pega a bola do fundo do gol e, tranquilamente, leva-a at o centro do campo. A reao brasileira vai comear. Duas jogadas de Garrincha, dois gols de Vav e o Brasil vira o jogo ainda no primeiro tempo: 2 a 1. Pel marcou o terceiro no comeo do segundo tempo. Zagalo fez o quarto e Simonsson ainda diminui para os suecos. E Pel, de cabea, fecha a goleada em Estocolmo: 5 a 2. O Brasil levanta a taa que ficou devendo em 50. Vav, com cinco gols, termina como terceiro artilheiro da Copa, atrs de Pel e do alemo Rahn, com seis, e do francs Just Fontaine, com 13. Mais tarde, Pel faria um tributo a Vav, seu parceiro de ataque. "Embora no tivssemos atuado juntos no mesmo clube, fomos grandes companheiros na seleo. Em 58, comeamos no banco, mas terminamos como titulares", ressaltou Pel. O Rei considera Vav um dos grandes destaques da Copa de 1958 e afirma que ele s no foi mais reconhecido porque, fora de campo, possua um estilo calado e levava um vida pacata, longe dos holofotes da imprensa. Pel costumava brincar, dizendo que Vav assustava os zagueiros porque tinha cara de buldogue. "Dentro de campo, ele fazia por merecer o apelido Peito de Ao", reverenciou o Rei. Jogos do campeo Brasil 3 x 0 ustria (1 x 0) Brasil: Mazola (38'), Nilton Santos (51') e Mazola (89') Equipes: Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini (capito), Orlando e Nilton Santos; Dino e Didi; Joel, Mazola, Dida e Zagalo. Brasil 0 x 0 Inglaterra Pblico: 40.895 pessoas Brasil: Gilmar, De Sordi, Bellini (capito), Orlando e Nilton Santos, Dino e Didi, Joel, Mazola, Vav e Zagalo. Brasil 2 x 0 URSS (1 x 0) Pblico: 50.928 (recorde da competio) Brasil: Vav (2') e (76') Brasil: Gilmar, De Sordi, Bellini (capito), Orlando e Nilton Santos, Zito e Didi, Garrincha, Vav, Pel e Zagalo. Quartas-de-finais Brasil 1 x 0 Pas de Gales (0 x 0) Pblico: 23.000 pessoas Brasil: Pel (66') Brasil: Gilmar, De Sordi, Bellini (capito), Orlando e Nilton Santos, Zito e Didi, Garrincha, Mazola, Pel e Zagalo. Semifinal

Brasil 5 x 2 Frana (2 x 1) Pblico: 27.100 pessoas Brasil: Vav (1'30"), Didi (39'), Pel (52', 64' e 75') Frana: Fontaine (8') e Piantoni (83') Brasil: Gilmar, De Sordi, Bellini (capito), Orlando e Nilton Santos, Zito e Didi, Garrincha, Vav, Pel e Zagalo. Frana: Abbes, Kaelbel, Jonquet (capito), Lerond, Penverne, Marcel, Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni e Vincent. Final Brasil 5 x 2 Sucia (2 x 1) Pblico: 49.737 pessoas Brasil: Vav (8' e 32'), Pel (55'), Zagalo (68'), Pel (90') Sucia: Liedholm (4') e Simonsson (80') Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Bellini (capito), Orlando e Nilton Santos, Zito e Didi, Garrincha, Vav, Pel e Zagalo. Artilheiro: Just Fontaine (Frana) O maior jogador da Frana na Copa de 58 nasceu em Casablanca, no Marrocos, onde seu pai, funcionrio do governo francs, trabalhava. Sua participao nesse Mundial foi to importante, que at hoje, passados mais de 40 anos, Justine Fontaine continua sendo o recordista de gols em uma Copa do Mundo. Saiu do Marrocos para defender a equipe do Nice. Jogou depois no Reims, em 54, um dos melhores times franceses de todos os tempos. Dois anos aps ser a sensao da Copa do Mundo e estabelecer seu recorde, num infortnio do destino fraturou a perna, quando levou um chute do jogador Sikou, num jogo contra o Sochaux. Este lance inusitado marcou o fim da carreira do grande goleador, que na poca tinha apenas 29 anos e, em 27 jogos pela seleo francesa, marcou 20 gols. Curiosidades Machado assistiu ao primeiro jogo em que o Brasil venceu a ustria por 3 a 0 com um terno marrom. Em todas as outras partidas brasileiras, ele compareceu com o mesmo terno. No s na Sucia, mas tambm no bicampeonato no Chile. - Em fevereiro de 58, no Aeroporto de Riem, em um acidente areo, morreram oito jogadores do time do Manchester United, entre eles Taylor, Edwards, Byrne, trs titulares da seleo inglesa, mas o tcnico "Bob" Charlton se salvou e em 1966 se sagrou campeo mundial. - Pel se contundiu em um amistoso contra o Corinthians e no ia para a Copa da Sucia. Contrariando a deciso de muitos, o dr. Paulo Machado insistiu na ida do jovem, na poca com 17 anos, dson Arantes do Nascimento, que seria a grande revelao brasileira para o mundo. Artilheiros 13 gols: Just Fontaine (Frana) 6 gols: Pel (Brasil) e Rahn (Alemanha) Pos 1 2 3 Pas Brasil Sucia Frana Pontos 11 9 8 J 6 6 6 V 5 4 4 E 1 1 2 D 0 1 0 GP 16 12 23 GC 4 7 15

Chile - 1962
O Brasil estreou na Copa do Mundo de 1962, no Chile, com nove jogadores do time que fez a final de 1958. Mauro substituia Bellini na zaga. Zzimo ocupava o lugar de

Orlando na defesa. Feola, doente, dava o comando no banco a Aimor Moreira. A chefia da delegao continuava com o Marechal da Vitria, Paulo Machado de Carvalho. A seleo brasileira estava no grupo 3, e disputaria seus jogos no estdio Sausalito, em Via del Mar, contra Tchecoslovquia, Mxico e Espanha. Na estria, a seleo derrotou o Mxico por 2 a 0, diante de 11 mil torcedores, gols de Pel e Zagalo. Nenhum deles voltou a marcar naquele mundial Pel se machucaria na partida seguinte diante da Tchecoslovquia. A contuso de Pel passou a ser o grande drama do Brasil. Empatamos com o tchecos por 0 a 0. Contra a Espanha, diante de 19 mil pessoas, o Brasil comeou em desvantagem, tomando um gol de Abelardo, mas virou o jogo com dois gols de Amarildo, o substituto de Pel, em jogadas de Garrincha. Mesmo no sufoco, o time brasileiro passava segunda fase. Amarildo seria a soluo. Unio Sovitica e Iugoslvia tambm passaram segunda fase, eliminando Colmbia e Uruguai. Num jogo sensacional, soviticos e colombianos empataram por 4 a 4. No grupo 2, entre Chile, Sua, Alemanha e Itlia, travaram-se verdadeiras batalhas. Em plena poca do futebol-arte, a violncia em campo estava assustadora e fez com que o Comit Disciplinar solicitasse uma reunio de emergncia com todos os rbitros, aps a primeira rodada, para exigir mais rigor. Alemanha e Chile acabaram alcanando a vaga. No grupo 4, deu Hungria e Inglaterra. Brasil e Inglaterra duelaram pelas quartas-de-final em Via del Mar, que j vinha sendo a sede brasileira na Copa. Garrincha mandou no jogo e vencemos por 3 a 1. A Iugoslvia eliminou a Alemanha em Santiago por 1 a 0. Os chilenos foram at Arica, derrotaram a Unio Sovitica e passaram a sonhar com o ttulo. Em Rancgua, a Tchecoslovquia eliminou a Hungria, 1 a 0. No dia 13 de maio, as semifinais. Em Via del Mar, a Tchecoslovquia batia a Iugoslvia por 3 a 1 e mais uma vez chegava final. Em Santiago, num clima de comoo nacional, o Chile enfrentou o Brasil. A delegao brasileira viajou de trem, desceu duas estaes antes de Santiago e seguiu de nibus para o estdio, ludibriando a torcida chilena. Um plano perfeito do marechal Paulo Machado de Carvalho. Diante de 77 mil torcedores, o Brasil fez 4 a 2 nos chilenos, com show de Garrincha, que marcou dois gols e ainda foi expulso ao atingir Rojas, sem bola. Na final, dia 17 de junho, 71 mil torcedores no Estdio Nacional de Santiago. O jogo mais tcnico do Mundial. O Brasil tomou um gol aos 15 minutos, de Masopust, mas Amarildo empatou em seguida. No segundo tempo, Zito marcou e virou o jogo: 2 a 1. O gol decisivo: Djalma Santos levanta para a rea, Schroif, o goleiro tcheco, se atrapalha com o sol que bate no seu rosto, solta a bola e Vav aproveita para fazer 3 a 1. Brasil, bicampeo. Forma de disputa A Copa do Mundo de 1962 foi disputada no Chile entre 30 de maio e 17 de junho. Na primeira fase, os 16 times foram distribudos em quatro grupos, assim constitudos: Grupo 1 Colmbia, Uruguai, URSS e Iugoslvia (Estdio Carlos Dittborg - Arica) Grupo 2 Chile, Sua, Alemanha Ocidental e Itlia (Estdio Nacional do Chile Santiago) Grupo 3 Brasil, Mxico, Tchecoslovquia e Espanha (Estdio Sausalito Via del Mar) Grupo 4 Argentina, Bulgria, Hungria e Inglaterra (Estdio Rancgua) As selees jogaram entre si dentro de cada grupo, classificando-se as duas melhores de cada chave para as quartas-de-final. Desta etapa at a final foi adotado o sistema de eliminatria simples. BRASIL O esquadro que deu um show em terras suecas estava de volta. Pel, Garrincha e toda a delegao que fez histria em 1958 foi at o Chile para, mais uma vez, deixar o mundo encantado com o futebol verde-amarelo.

Pel, que vivia uma fase radiante na sua carreira, machucou-se no segundo jogo, contra a Tchecoslovquia, e deixou a Copa com apenas um gol marcado. Ficou no campo tentando atrair a marcao, j que naquela poca ainda no existiam as substituies. A maior estrela do bicampeonato foi mesmo Man Garrincha, que chamou para si toda a responsabilidade pelo ttulo, marcando quatro gols e ajudando Amarildo e Vav em tantos outros. A seleo no sofreu grandes alteraes de 58 para 62. A mais fundamental dela foi, sem dvida, a entrada do tcnico Aimor Moreira no lugar de Vicente Feola, que estava doente. O capito Mauro tambm teve uma participao decisiva na conquista do ttulo, ao substituir Bellini com personalidade e segurana. Alm da grande campanha brasileira, a Copa de 62 tambm ficou marcada pelo excelente futebol apresentado pelos chilenos e, principalmente, pela seleo tcheca, que conseguiu sua classificao para a final de maneira surpreendente, marcando dois gols nos ltimos dez minutos da semifinal contra a Iugoslvia. Convocados da Seleo Goleiros Castilho (Fluminense), Gilmar (Corinthians) Zagueiros Altair (Fluminense), Bellini (Vasco da Gama), Djalma Santos (Palmeiras), Jair Marinho (Fluminense), Jurandir (So Paulo), Mauro (So Paulo), Nilton Santos (Botafogo) e Zzimo (Bangu). Meio-de-campo: Didi (Botafogo), Menglvio (Santos), Zito (Santos) e Zequinha (Palmeiras) Atacantes: Amarildo (Botafogo), Coutinho (Santos), Garrincha (Botafogo), Jair da Costa (Portuguesa), Pel (Santos), Pepe (Santos), Vav (Palmeiras) e Zagallo (Botafogo) Tcnico: Aymor Moreira Garrincha uma das maiores lendas do futebol brasileiro. Seu futebol provocante e seu jeito irreverente encantou multides. Atuava na ponta direita com dribles alegres e ousados. Mostrou o melhor do seu talento enquanto esteve no Botafogo, onde conquistou os ttulos estaduais de 57, 61 e 62 e o Rio-So Paulo de 62 e 64, marcando 249 gols. Sua participao na seleo brasileira foi espetacular. Pea fundamental em todos os jogos que participou, Garrincha nunca perdeu uma partida sequer ao lado de Pel. Sua atuao foi decisiva na conquista das Copas de 58 e principalmente em 62, quando Man teve que jogar por ele e por Pel, que abandonou o campeonato contundido. Mas a vida do craque, chamado de "alegria do povo", era recheada de tragdias. Bebia muito e teve uma carreira profissional abreviada tambm pelas constantes contuses no joelho. Apesar de ser um dos melhores jogadores do mundo, Garrincha terminou sua vida na misria. Nunca soube negociar um bom contrato, frequentemente explorado pelos clubes que o contratavam. Para piorar, o advogado de sua ex-esposa Nair tirava cada centavo que o craque das pernas tortas faturava. Acabou se unindo cantora Elza Soares. No final de carreira, j quase sem brilho, defendeu o Corinthians. Primeira fase Brasil 2 x 0 Mxico Data: 30/05/1962 Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro e Nilton Santos, Zito e Zzimo; Garrincha, Didi, Vav, Pel e Zagallo. Gols: Zagallo, aos 11 do segundo tempo, e Pel, aos 27 do segundo tempo (Brasil). Brasil 0 x 0 Tchecoslovquia Data: 02/06/1962 Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro e Nilton Santos, Zito e Zzimo; Garrincha, Didi,

Vav, Pel e Zagallo. Brasil 2 x 1 Espanha Data: 06/06/1962 Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro e Nilton Santos, Zito e Zzimo; Garrincha, Didi, Vav, Amarildo e Zagallo. Gols: Amarildo, aos 26do segundo tempo, e Pel, aos 44 do segundo tempo (Brasil) e Adelardo, aos 35do primeiro tempo (Espanha). Quartas-de-Final Brasil 3 x 1 Inglaterra Data: 10/06/1962 Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro e Nilton Santos, Zito e Zzimo; Garrincha, Didi, Vav, Amarildo e Zagallo. Inglaterra: Sprinnget, Armfield, Moore e Wilson, Greaves, Norman e Flowers, Hitchens, Douglas, J. Haynes e B. Charlton. Gols: Garrincha, aos 32 do primeiro e 14 do segundo tempo, Vav aos 8 do segundo tempo (Brasil). Hitchens ao 39 do primeiro tempo (Inglaterra). Semifinal Brasil 4 x 2 Chile Data: 13/06/1962 Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro e Nilton Santos, Zito e Zzimo; Garrincha, Didi, Vav, Amarildo e Zagallo. Chile: Escuti, Eyzaguirre, Raul Sanchez e Rodriguez, Contreras e Rojas, Ramirez, Toro, Landa, Tobar e Leonel Sanches. Gols: Garrincha, aos 9 e 31 do primeiro tempo, Vav aos 48 e 32do segundo tempo (Brasil). Toro, aos 42 do primeiro e 6 do segundo tempo (Chile). Final Brasil 3 x 1 Tchecoslovquia Data: 17/06/1962 Local: Estdio Nacional do Chile Santiago rbitro: Nikolai Latishev (URSS) Pblico: 68 mil Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Mauro e Nilton Santos, Zito e Zzimo; Garrincha, Didi, Vav, Pel e Zagallo. Tchecoslovquia: Schroif, Tichy, Popluhar e Novak, Pluskal e Masoputs, Pospichal, Scherer, Kadraba, Kvasnak e Jelinek. Gols: Amarildo, aos 16 do primeiro tempo, Zito, aos 23 minutos do segundo tempo, Vav aos 32do segundo tempo (Brasil). Masopust, aos 14do primeiro tempo (Tchecoslovquia). DESTAQUES Drazan Jerkovic, um croata na Histria O croata Drazan Jerkovic entrou para a histria das Copas como o artilheiro de uma edio que menos marcou gols (apenas cinco). Jerkovic foi um dos mais importantes atacantes da seleo iugoslava na dcada de 60. Comeou sua carreira no Dnamo de Zagreb (atual Croatia Zagreb) onde conquistou uma srie de ttulos como o Campeonato Iugoslavo em 58 e a Copa da Iugoslvia de 1960, 1963 e 1965. Uma contuso o tirou da Olimpada de Roma no ano em que sua equipe foi medalha de ouro. No mesmo ano, Jerkovic foi um dos destaques da Iugoslvia na conquista do vice-campeonato da Eurocopa, em 1960. Curiosidades - A equipe brasileira esteve beira de uma crise durante a Copa do Chile. O tcnico Aymore Moreira queria substituir o capito Mauro por Bellini. Inconformado, o jogador

procurou Aymore e ameaou abandonar o time e voltar para o Brasil caso fosse substitudo. O tcnico brasileiro pensou, pensou e resolveu ficar com Mauro. Para a sorte do Brasil, o zagueiro jogou bem todas as partidas e teve uma atuao exemplar como capito da conquista. - A participao de Pel na Copa de 62 foi uma grande decepo. Existia uma grande expectativa do pblico e da imprensa em torno da apresentao do famoso camisa 10 santista, mas Pel sofreu um estiramento do msculo adutor da virilha direita logo no segundo jogo contra a Tchecoslovquia. Mesmo inutilizado, o craque brasileiro ainda ficou em campo para tentar atrair a marcao adversria, pois naquela poca no eram permitidas alteraes durante as partidas, mas no adiantou. O jogo terminou empatado em 0 a 0. - Garrincha foi o principal jogador do Brasil na Copa de 62, mas quase ficou de fora da final. Man foi expulso no jogo contra o Chile por dar um pontap no goleiro Rojas e pelas regras do torneio estava automaticamente excludo da competio. Conta-se que a CBD (Confederao Brasileira de Desporto) presenteou o juiz peruano Arturo Yamasaki com uma passagem area para o Brasil. Naturalmente, isso nunca foi comprovado, mas Garrincha passou por um rpido julgamento e ganhou o direito de jogar a final contra a Tchecoslovquia. O que mais beneficiou o craque na anlise do jri foi o fato de o juiz peruano no ter entregue a smula do jogo a tempo. Artilheiros 5 gols Jerkovic (Iugoslvia); 4 gols Leonel Sanches (Chile), Albert (Hungria), Ivanov (URSS), Garrincha e Vav (Brasil); Pos 1 2 3 Pas Brasil Tchecoslovquia Chile Pontos 11 7 8 J 6 6 6 V 5 3 4 D 0 1 0 E 1 2 2 GP 14 7 10 GC 5 7 8

Inglaterra - 1966
Copa da violncia e do apito suspeito A Inglaterra levantou a taa, mas Portugal teve um passagem marcante na Copa de 1966. Os portugueses, comandados por Oto Glria, teve expressiva campanha nas eliminatrias e o futebol do mulato Eusbio j despontava para o mundo. E Portugal cairia justamente no grupo do Brasil, com sede em Liverpool e Manchester. A anfitri Inglaterra faria seus jogos em Londres, no estdio de Wembley, contra Uruguai, Frana e Mxico. O grupo de Sheffield e Birmingham contava com Argentina, Espanha, Alemanha (na poca Ocidental) e Sua. Em Sunderland e Middlesbrough ficaram Chile, Itlia, Unio Sovitica e Coria do Norte. Portugal mostra sua fora no grupo que seria o mais forte do Mundial. Bate a renovada Hungria, temida por sua tradio, por 3 a 1. O Brasil passa pela Bulgria, mas ningum gostou do que viu: os dois gols de bola parada, marcados por Pel e Garrincha, foram insuficientes para satisfazer os torcedores que esperavam um show de bola mal sabiam eles que naquela Copa o Brasil seria uma negao, e vencer a Bulgria por 2 a 0 j estava de bom tamanho. Contra a Hungria, diante de 57 mil torcedores, o Brasil mostrou sua cara. Perdeu por 3 a 1. Pel nem chegou a jogar: foi poupado. Tosto marcou nosso gol. Enquanto isso, Portugal metia 3 a 0 na Bulgria. Era a vez de Brasil e Portugal. Diante de 62 mil torcedores, camos por 3 a 1 e fomos eliminados ainda na primeira fase o maior vexame da nossa histria. E olhem que naquele time tnhamos Pel, Gerson, Tosto e Jairzinho, mas a administrao foi uma

lstima Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitria, daquela vez havia ficado fora. A Inglaterra passou pela Frana por 2 a 0 e pelo Mxico pelo mesmo placar, recompondo-se da tmida estria em que empatou por 0 a 0 com o Uruguai, o segundo colocado da chave. No grupo 4, que parecia ser fcil, os coreanos surpreenderam o mundo ao empatar com o Chile por 1 a 1 e ganhar da Itlia por 1 a 0. Ficaram com o segundo lugar da chave, apesar da derrota para a URSS por 3 a 0. Os coreanos protagonizaram o jogo mais emocionante das quartas-de-final, e por pouco no se transformam na maior zebra dos mundiais. Em poucos minutos, na base da correria e muita vontade, eles abriram uma vantagem de 3 a 0 contra Portugal. Mas a comeou a brilhar a estrela de Eusbio, que ainda no primeiro tempo marcou dois gols (ele faria quatro naquele jogo e terminaria a Copa como maior artilheiro, com nove). Portugal virou o jogo para 5 a 3. A Unio Sovitica tambm passou pela Hungria por 2 a 1, um resultado pouco esperado. Os soviticos tinham como destaque o goleiro Yashin, o Aranha Negra. Em Londres, diante de 90 mil pessoas, a Inglaterra despachava a Argentina por 1 a 0, no jogo marcado pela expulso de Rattin e por uma polmica declarao do tcnico ingls Alf Ramsey sobre os argentinos: "So uns animais". O Uruguai teve problemas parecidos diante da Alemanha em Sheffield. Os uruguaios comearam melhor e Pedro Rocha teve tudo para fazer o gol: com uma bela cabeada, venceu o goleiro, mas um toque de mo de Schenellinger tirou a bola em cima da linha. O juiz ingls Finney no marcou o pnalti. Tampouco marcaria falta nos inmeros pontaps distribudos pelos alemes. Os uruguaios Troche e Hector Silva revidaram e foram expulsos. No final, a Alemanha goleou por 4 a 0. Portugal vai a Londres para tentar desbancar os ingleses nas semifinais, mas no repete seu grande futebol. Em Wembley, 94 mil torcedores vem o melhor jogo do Mundial. Com dois de Bobby Charlton, a Inglaterra vence por 2 a 1. Na outra semifinal, apesar da grande atuao do goleiro Yashin, a Unio Sovitica cai diante da Alemanha por 2 a 1, num jogo marcado pela violncia. Wembley, 95 mil torcedores. Sob a arbitragem atrapalhada e suspeita do suo Gottfried Dienst, Inglaterra e Alemanha fazem a final. Depois do empate por 2 a 2 no tempo normal, os ingleses vencem na prorrogao por 2 a 0 e ficam com a taa. No ltimo gol j havia gente dentro de campo para comemorar o ttulo. Forma de disputa A Copa de 1966 foi disputada entre 11 e 30 de julho. A primeira fase teve quatro grupos assim definidos: Grupo 1 Uruguai, Frana, Inglaterra e Mxico (Londres e Wembley) Grupo 2 Argentina, Espanha, Alemanha Ocidental e Sua (Sheffield e Birmingham) Grupo 3 Brasil, Portugal, Hungria e Bulgria (Liverpool e Manchester) Grupo 4 Chile, Itlia, URSS e Coria do Norte (Sunderland e Middlesbrough) BRASIL Entre a comisso tcnica, torcedores brasileiros e mesmo entre a imprensa internacional a conquista do tricampeonato mundial era uma certeza. Por isso mesmo, quase todos os bicampees foram convocados. Afinal de contas, mesmo quatro anos mais velhos, era justo que eles fossem tri. Mas muitas coisas no estavam acontecendo como em 1958 e 1962. Por exemplo: no havia a mesma organizao, ponto fundamental das duas conquistas anteriores. No meio da confuso geral, o tcnico Vicente Feola (o mesmo de 58) convocou 46 jogadores em final de maro. Entre eles Amarildo, vindo da Itlia e que seria o primeiro "estrangeiro" a ser chamado para a seleo. A apresentao ocorreu no dia 12 de abril e haveria trs meses para a seleo fazer os treinamentos. Tempo mais do que suficiente para que fossem decididos os 22 nomes da lista final. O fato de serem convocados 46 jogadores criou uma grande

disputa interna no grupo. Ningum queria se entrosar com ningum. Cada um queria provar que era o melhor. No embarque para a Europa no dia 17 de junho, a lista ainda tinha 27 jogadores. Mais cinco ainda seriam cortados. Depois de uma rpida excurso na Europa, um jornalista ingls declararia que Bellini e Garrincha estavam mortos. O espio brasileiro Ernesto Santos tambm no foi muito otimista: "o Brasil s ser tri por milagre." As nuvens estavam se formando sobre a seleo e a primeira tempestade ameaou cair logo no primeiro jogo da Copa: o Brasil venceu a Bulgria por 2 a 0, com gols de bola parada, de Pel e Garrincha. No segundo, a tempestade desabou forte e a Hungria passaria pela "seleo tri" por 3 a 1. A confuso em Liverpool, sede brasileira, era tanta que Feola ainda no tinha decidido o time titular. Os jogadores revoltados pediram uma definio. O supervisor Carlos Nascimento interfere na escalao, tira nove jogadores do time do jogo anterior - inclusive Garrincha -, mas no consegue segurar os portugueses, que despacham a seleo canarinho por 3 a 1. Depois da campanha vergonhosa, s restou seleo retornar quietinha ao Brasil. Brasil 2 x 0 Bulgria Data: 12/07/1966 Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Altair, Paulo Henrique, Denilson, Lima, Garrincha, Alcindo, Pel e Jairzinho Gols: Pel, aos 15min; Garrincha, aos 63min Hungria 3 x 1 Brasil Data: 15/07/1966 Hungria: Gelei, Kapozta, Matrai, Szapesi, Meszoly, Sipos, Bene, Mathesz, Albert, Farkas e Rakosi Brasil: Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Altair, Paulo Henrique, Gerson, Lima, Garrincha, Alcindo, Tosto e Jairzinho Gols: Bene, aos 2min; Tosto, aos 14min; Farkas, aos 64min; Meszoly, aos 73min Portugal 3 x 1 Brasil Data: 19/07/1966 Portugal: Jos Pereira, Morais, Batista, Vicente, Hilrio, Jaime Graa, Coluna, Jos Augusto, Eusbio, Torres e Simes Brasil: Manga, Fidlis, Brito, Orlando, Rildo, Denilson, Lima, Jairzinho, Silva, Pel e Paran Gols: Simes, aos 15min; Eusbio, aos 26min; Rildo, aos 73min; Eusbio, aos 85min Jogadores brasileiros Goleiros: Gilmar (Santos) e Manga (Botafogo) Defensores: Fidlis (Bangu), Djalma Santos (Palmeiras), Bellini (So Paulo), Brito (Vasco), Orlando (Santos), Altair (Fluminense), Rildo (Botafogo) e Paulo Henrique (Flamengo) Meio-de-campo: Denilson (Fliminense), Zito (Santos), Lima (Santos) e Gerson (Botafogo) Atacantes: Jairzinho (Botafogo), Garrincha (Corinthians), Alcindo (Grmio), Tosto (Cruzeiro), Silva (Flamengo), Pel (Santos), Edu (Santos) e Paran (So Paulo) Tcnico: Vicente Feola A taa dos ingleses Tudo acontecia na Inglaterra em 1966: muito LSD, a inveno da minissaia, a revoluo dos Beatles. E para completar naquele ano a Copa do Mundo tambm seria inglesa. Muito mais inglesa do que todo o resto do mundo queria. Conta-se que o ento presidente da Fifa, o ingls Stanley Rous, j havia feito uma presso sobre asiticos e africanos para conseguir levar o Mundial para seu pas. Depois de ter conseguido a sede, a entidade teria colocado muitos rbitros ingleses para apitar, principalmente, os jogos dos adversrios da Inglaterra.

A Inglaterra levou a taa, mas no convenceu. O Mundial ficou marcado como o mais violento da histria e com as arbitragens mais duvidosas de todos os tempos, com lances polmicos, discutidos at hoje. Os ingleses dividiram o Grupo 1 com Uruguai, Frana e Mxico. A estria no Wembley Stadium, contra o Uruguai, no dia 11 de julho, contou com a presena de mais de 100 mil espectadores, entre eles a rainha da Inglaterra. Um jogo decepcionante que terminou em 0 a 0 e seria uma amostra do futebol que seria jogado durante aquele Mundial. Os uruguaios permaneceram o tempo todo na defesa e os ingleses no ataque. Entretanto, o time da Rainha no soube como chegar ao gol. Ao final da partida, os jogadores deixaram o campo sem ao menos se lembrar de cumprimentar "vossa majestade". Nos jogos seguintes, os donos da casa venceriam a Frana e o Mxico pelo mesmo placar: 2 a 0. Sem um futebol empolgante, eles conseguiram avanar para a prxima fase. Nas quartas-de-final, os ingleses tiveram a ajuda do juiz no jogo contra a Argentina. Noventa mil torcedores compareceram ao estdio de Wembley. O rbitro alemo, Rudolf Kreitlein, no entendeu o que o argentino Rattin lhe disse (este falara em espanhol) e o expulsou do jogo. O jogador pediu um intrprete e no foi atendido. Depois do escndalo, os argentinos decidiram colocar os dez homens na defesa e rezar para o jogo terminar em zero a zero e ser decidido no sorteio. Mas o atacante Hurst acabou com o sonho argentino, faltando treze minutos para terminar a partida, marcando um gol de cabea. Nas semifinais, novamente a Inglaterra joga em Wembley e recebe a sensao da Copa: os portugueses. As duas selees fazem, para 94 mil torcedores, o melhor jogo do Mundial. Sem a mesma confiana que teve contra Hungria e Brasil, Portugal no acredita que poderia vencer e deixa o ingls Bobby Charlton fazer dois gols. Final: Inglaterra 2 x 1 Portugal. Eusbio marca para os portugueses a oito minutos do final, de pnalti. A grande final seria um dos espetculos mais vexatrios do futebol mundial e os personagens seriam Inglaterra, Alemanha e o rbitro suo Gottfried Dienst. O palco: mais uma vez Wembley. O pblico: 95 mil torcedores. O senhor Dienst erra na cronometragem e d mais tempo que os 90 minutos normais. Neste acrscimo, marca uma falta inexistente para os alemes que empatam a partida e provocam a prorrogao. Alm disso, ele comete mais dois erros cruciais nos dois gols ingleses durante a prorrogao: o primeiro a bola no chega ultrapassar a linha e no segundo havia torcedores em campo prontos para comemorar o ttulo. Os dois gols foram marcados por Hurst, que se tornaria o heri do ttulo da Copa mais fria do mundo. Jogos do campeo Inglaterra 0 x 0 Uruguai Inglaterra: Banks, Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore, Wilson, Alan Ball, Stiles, Bobby Charlton, Greaves, Hunt e Connely Inglaterra 2 x 0 Mxico Inglaterra: Banks, Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore, Wilson, Paine, Stiles, Bobby Charlton, Greaves, Hunt e Peters Gols: Bobby Charlton, aos 37min; Hunt, aos 75min Inglaterra 2 x 0 Frana Inglaterra: Banks, Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore, Wilson, Callaghan, Stiles, Bobby Charlton, Greaves, Hunt e Peters Gols: Hunt, aos 38min e aos 75min Quartas-de-final Inglaterra 1 x 0 Argentina Inglaterra: Banks, Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore, Wilson, Stiles, Bobby

Charlton, Alan Ball, Hurst, Hunt e Peters Gols: Hurst, aos 76min Semifinais Inglaterra 2 x 1 Portugal Inglaterra: Banks, Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore, Wilson, Alan Ball, Stiles, Bobby Charlton, Hurst, Hunt e Peters Portugal: Jos Pereira, Festa, Batista, Carlos, Hilrio, Jaime Graa, Coluna, Jos Augusto, Eusbio, Torres e Simes Gols: Bobby Charlton, aos 30min e aos 79min; Eusbio, aos 82min Final Inglaterra 4 x 2 Alemanha Ocidental (2 x 2 no tempo normal) Inglaterra: Banks, Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore, Wilson, Stiles, Bobby Charlton, Alan Ball, Hurst, Hunt e Peters Alemanha Ocidental: Tillkowski, Hoettges, Schulz, Weber, Schnellinger, Beckenbauer, Haller, Overath, Seeler, Held e Emmerich Gols: Haller, aos 12min; Hurst, aos 18min; Peters, aos 78min; Weber, aos 90min; Hurst, aos 101min e 120min DESTAQUES A zebra: coreanos vencem a Itlia A maior zebra da Copa de 66 foi a vitria da Coria do Norte sobre a Itlia, na poca j bicampe mundial. Tudo bem que a Azzura no era aquela fora. Havia ganho dos chilenos na estria (2 x 0) e perdido da URSS no segundo jogo (0 x 1). Mas a Coria no tinha nenhuma tradio nas Copas. Nas quartas-de-final quase que os coreanos repetem a zebra. Sempre na base da correria, eles marcam 3 a 0 nos portugueses, que foram salvos pelos quatro gols de Eusbio. A surpresa: Portugal Portugal tambm comeou surpreendendo logo nas Eliminatrias europias. Depois de conseguir pela primeira vez sua classificao, mesmo estando no grupo dos vicecampees de 62, os tchecos, Portugal chegou arrebentando na Copa, principalmente com a fora do atacante Eusbio. Logo na estria, a seleo comandada pelo brasileiro Oto Glria fez 3 a 1 na Hungria. A equipe venceu os trs jogos da primeira fase, fazendo nove gols e sofrendo dois. Uma das vtimas foi o Brasil que tambm apanhou de 3 a 1. Nas quartas-de-final, os portugueses levaram um susto frente Coria do Norte. Os adversrios fizeram trs gols e pareciam ter ganho o jogo. Mas eis que surge Eusbio e marca quatro na vitria por 5 a 3. Tudo terminou em Wembley diante dos ingleses, comandados em campo por Bobby Charlton. Eusbio mostrava afobao e o time no conseguiu fazer os gols necessrios para a classificao. Resultado: Inglaterra 2 x 1 Portugal. O artilheiro: Eusbio Eusbio Ferreira da Silva no foi s o artilheiro da Copa de 66 com nove gols. Foi tambm o principal responsvel pela empolgante campanha da seleo portuguesa. Com 24 anos, o moambicano havia sido descoberto pelo futebol da metrpole em 1961. E graas a um brasileiro. Jos Carlos Bauer estava excursionando pela frica com a Ferroviria, naquele ano, quando viu um fantstico jogador moambicano em ao. Impressionado, quando passou por Lisboa ele falou a respeito do goleador com Bela Guttmann, ex-tcnico do So Paulo e naquela poca treinador do Benfica. Guttmann mandou observar Eusbio que logo depois foi contratado pelo time portugus. Naquele perodo, o atacante chegou a ser comparado com Pel e ajudou o Benfica a conquistar dez ttulos portugueses (sete como artilheiro), cinco Copas de Portugal e uma Copa Europia de Campees.

O destaque: Bobby Charlton Bobby Charlton foi a grande estrela da Inglaterra campe de 1966. O jogador era realmente um homem de sorte: foi um dos poucos sobreviventes do acidente areo que vitimou a maioria dos jogadores do Manchester, em 1958, em Munique. Durante a Copa fez apenas trs gols, mas dois deles na semifinal contra Portugal que levaram o time fase seguinte. Conhecido como "Our Kid" (nosso garoto), Bobby Charton defendeu a camisa inglesa de 1958 a 1970 e, quando abandonou o futebol em 1973, foi condecorado pelo Reino Unido com o ttulo de cavaleiro. O destaque brasileiro A campanha brasileira em 66 foi to decepcionante que impossvel destacar um jogador. Se isso pode ser considerado um mrito, pode-se dizer que Jairzinho foi o nico brasileiro a entrar em campo nas trs partidas que a seleo conseguiu disputar naquela Copa. Outro fato para ser lembrado: a convocao de Edu com apenas 16 anos. O pontaesquerda foi o brasileiro mais novo a vestir a camisa amarelinha em um Mundial. Ao lado de Zito, ele tambm foi o nico jogador a no entrar em nenhuma das trs partidas. Entre os 22 brasileiros inscritos na Copa de 66, oito haviam sido bicampees mundiais Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Altair, Zito, Garrincha e Pel. Com exceo do Rei, para todos os outros esta tambm seria a ltima Copa. Curiosidades 1 A despedida de Pel e Man. Contra a Bulgria, na primeira partida da Copa, foi a ltima vez que o Brasil teve o Rei e Garrincha juntos em campo. E eles conseguiram manter o tabu de nunca perderem disputando juntos uma partida com a camisa da seleo. Coincidentemente, a primeira vez em que eles estiveram juntos foi justamente contra a Bulgria, em 1958, no Pacaembu. 2 Em 1966, a seleo teve pela primeira vez um smbolo oficial: o desenho de um canrio criado por Ziraldo e Carlos Leonam. Uma evidncia de que o tricampeonato mundial era considerado lquido e certo foi o lanamento dos cigarros Tri. 3 Depois da vergonhosa derrota para a Coria por 1 a 0, os italianos tiveram de mudar o local da chegada de sua delegao na Itlia para evitar a fria dos torcedores. 4 Logo aps a Copa de 66 foram criados os cartes amarelo e vermelho. Isso muito se deve ao jogo entre Inglaterra e Argentina, quando o campo ficou parecendo uma Torre de Babel. O rbitro alemo, Rudolf Kreitlein, no teria entendido o que dizia em espanhol o argentino Rattin e expulsou o jogador. Esperto, o capito argentino pediu um intrprete mas no foi atendido. A surgiram os cartes, com o propsito de facilitar a comunicao. 5 A Fifa determinou que haveria apenas uma vaga para ser disputada entre os continentes africanos e asiticos e a Austrlia. As federaes africanas acharam um absurdo e queriam uma vaga apenas para o continente. Diante da recusa da Fifa, as selees africanas desistiram das eliminatrias. Melhor para a Coria do Norte, que ficou com a vaga depois de derrotar duas vezes a Austrlia. 9 gols Eusbio (Portugal) 6 gols Haller (Alemanha Ocidental) Pos 1 2 3 11 Pas Inglaterra Alemanha Portugal Brasil Pontos 11 9 10 2 J 6 6 6 3 V 5 4 5 1 D 0 1 1 2 E 1 1 0 0 GP 11 15 17 4 GC 3 6 8 6

Mxico - 1970
O Mundial de 70 teve o mrito de redimir o futebol mundial das pssimas atuaes apresentadas por selees e arbitragens durante a Copa de 66, na Inglaterra. O Brasil

tinha renovado completamente sua equipe, Itlia e Uruguai voltavam a figurar no cenrio mundial como potncias do futebol, a Alemanha Ocidental estava preparada para conquistar mais um ttulo e a Inglaterra, com seu futebol ofensivo, entrava como favorita ao bi. Talvez porque naquele ano o Mxico respirasse esporte (o pas foi a sede dos Jogos Olmpicos de 68), aquela Copa ficou conhecida pelos seus jogos limpos e sem violncia. Isso contribua para aumentar a imagem do espetculo. O maior espetculo da terra estava de volta nas terras mexicanas. Trabalhando desde a Olimpada, os mexicanos construram o majestoso estdio Azteca, com capacidade para 107.247 torcedores. O estdio Jalisco, em Guadalajara, foi totalmente reformado, com capacidade para 70.878 torcedores e palco do grande show brasileiro at as semifinais. Na abertura da Copa, 107 mil pessoas assistiram ao empate por 0 a 0 entre Mxico e URSS, na largada da grande festa. Os mexicanos se classificariam, junto com soviticos, e cumpririam um belo papel como anfitries. Eles cairam nas quartas-definal diante da Itlia e adotaram o Brasil at o fim do mundial como sua seleo de corao. E se deram muito bem. Forma de disputa A Copa do Mundo de 1970 foi disputada no Mxico entre 31 de maio e 21 de junho. Na primeira fase, os 16 times foram distribudos em quatro grupos, assim constitudos: Grupo 1 Mxico, Unio Sovitica, Blgica e El Salvador (Cidade do Mxico) Grupo 2 Uruguai, Israel, Itlia e Sucia (Puebla e Toluca) Grupo 3 Inglaterra, Brasil, Tchecoslovquia e Romnia (Guadalajara) Grupo 4 Peru, Bulgria, Alemanha Ocidental e Marrocos (Len) Depois de passar quase toda a dcada de 60 como a maior potncia do futebol aps o bicampeonato nas Copas de 1958 e 1962, o Brasil, com o fracasso de 1966, teve de amargar a necessidade de passar pelas Eliminatrias para chegar Copa de 70. A Amrica do Sul teria trs vagas na competio. No primeiro grupo aconteceu a grande surpresa: a favorita Argentina, eliminada pelo Peru, ficou fora do Mundial. No terceiro grupo, o Uruguai ficou com a vaga passando por Equador e Chile. No segundo grupo, uma vaga deveria ser disputada entre Paraguai, Venezuela, Colmbia e Brasil. Mas no incio da fase eliminatria o Brasil j teria voltado a mostrar seu grande futebol, a arte do pas bicampeo. Sob o comando do jornalista Joo Saldanha, ex-tcnico do Botafogo, a seleo aplicaria goleadas histricas e passaria pelas eliminatrias com uma campanha arrasadora que j profetizava a campanha que viria na Copa. Durante a competio, os brasileiros marcaram 23 gols e sofreram apenas seis. O grande craque desta fase da seleo foi o cruzeirense Tosto, que chegou a ser ameaado de ficar de fora da Copa devido a um desvio na retina. Apesar da classificao, o tcnico Joo Saldanha bateu de frente com as autoridades militares que controlavam o Pas e foi demitido pouco antes do Mundial do Mxico, deixando o cargo livre para Zagallo. No se sabe ao certo o que exatamente derrubou Saldanha, mas houve uma srie de fatores. O principal que o presidente Emlio Garrastazu Mdici teria pedido sua cabea devido s suas convices polticas de esquerda. Alm disso, Saldanha fazia questo de mostrar sua antipatia ao regime e mantinha fora de sua lista o artilheiro da poca, o atacante Dario, do Atltico/MG, apontado por Garrastazu Medici como seu favorito. Nada interferia na escalao do polmico Saldanha. Ele acabou perdendo o cargo para Zagallo, este sim, bem afinado como o regime e com a comisso tcnica da Seleo, toda formada por militares. No ltimo jogo do Brasil pelas Eliminatrias contra o Paraguai mais de 180 mil pessoas compareceram ao Maracan. Segundo registros oficiais, este o maior pblico do estdio. A caminhada rumo ao tri

O Brasil iniciou o torneio nervoso e logo aos 11 minutos do primeiro tempo a Tchecoslovquia saiu na frente com um gol de Petras. Parece que o gol serviu para acordar os brasileiros e colocar a seleo na Copa. Treze minutos depois, uma falta cobrada magistralmente pelo corintiano Rivelino deixou tudo igual no placar. No segundo tempo um gol de Pel e outros dois de Jairzinho acabariam com qualquer reao tcheca e dariam a sensao que nenhum time poderia vencer aquela seleo. O grande nome do jogo tinha sido Grson, o Canhotinha de Ouro. Mas o jogador deixou o campo contundido e no participaria do jogo seguinte contra a Inglaterra. Por sinal, esta seria a partida mais difcil para a seleo brasileira. Um osso duro de roer. O nico gol da partida s sairia aos 15 minutos do segundo tempo, com uma jogada toda trabalhada por Tosto, que seria completada por Jairzinho, aps um passe perfeito de Pel. No sufoco, o Brasil venceu mais uma. No terceiro jogo, contra a Romnia, mais um problema: j sem Grson, o Brasil agora no teria Rivelino. Mesmo jogando fechados, correndo atrs de um empate em 0 a 0, os romenos no conseguiram segurar o ataque brasileiro, que marcou dois gols no primeiro tempo. No incio da etapa complementar, o Brasil tomaria um gol e passaria os minutos seguintes sofrendo com os chuveirinhos em sua rea. Mas a defesa resistiu e o Brasil venceu por 3 a 2, dois de Pel e um de Jairzinho. S restava esperar por Peru ou Bulgria nas quartas. Deu a zebra Peru, que passou pela Bulgria por 3 a 2. Brasil e Peru fariam um grande duelo sul-americano. A dupla Grson e Rivelino estava mais uma vez em campo, mas o grande nome do jogo seria o genial Tosto, que marcou dois gols na vitria brasileira por 4 a 2. Para as semifinais, s campees: Brasil, Uruguai, Itlia e Alemanha. O adversrio brasileiro seria o grande rival sul-americano. O jogo foi quase to duro quanto contra os ingleses. As duas selees entraram cautelosas e o Uruguai fez forte marcao sobre Grson e Rivelino, impedindo a criao de jogadas brasileiras. Para piorar a situao, o Uruguai fez 1 a 0: o uruguaio Cubillas chutou torto e pegou de surpresa o goleiro Flix, que saa correndo atrs da bola, enquanto ela entrava vagarosamente em seu gol. A situao era desesperadora e havia uma nuvem de tragdia no ar. Os uruguaios enrolavam o jogo, na maioria das vezes com faltas, e o ataque brasileiro no conseguia furar a defesa. Diante disso, Zagallo muda, pela primeira vez na Copa, o esquema ttico da equipe: recua Grson. Os defensores uruguaios seguem o Canhotinha, enquanto Clodoaldo ganha mais liberdade e consegue empatar o jogo no final do primeiro tempo. A virada s viria aos 31 minutos do segundo tempo com um gol de Jairzinho. A um minuto do final, Rivelino marcaria o ltimo gol e definiria a partida. Na outra semifinal, Itlia e Alemanha empatam no tempo normal. Na prorrogao, o jogo termina 4 x 3 para o italianos. Na grande final, dois bicampees: Brasil e Itlia podiam conquistar definitivamente a Jules Rimet. Durante 32 anos, os italianos perseguiram o tri, mas o Brasil contava com os reis do futebol e a taa viria para nossas mos definitivamente. Fisicamente, os brasileiros j saam na frente pois os italianos tinham enfrentado uma desgastante semifinal. Logo aos 18 minutos, o Brasil mostrou que mandaria no jogo com um gol de cabea de Pel. Aos 37 minutos, Clodoaldo e Flix falham e Bonisegna empata a partida. No segundo tempo, um espetculo e a conquista do tri: Grson desempata com uma bomba no canto esquerdo de Albertosi, Jairzinho marca o terceiro aos 25 minutos e o capito Carlos Alberto Torres daria o tiro de misericrdia a quatro minutos do final. O Brasil no s conquistou a Jules Rimet como tambm se tornou o primeiro campeo a vencer todos os seus jogos depois da Itlia em 1938. Goleiros: Flix (Fluminense), Ado (Corinthians) e Leo (Palmeiras) Zagueiros: Carlos Alberto Torres (Santos), Z Maria (Portuguesa), Brito (Flamengo), Baldochi (Palmeiras), Piazza (Cruzeiro), Fontana (Cruzeiro), Joel (Santos), Marco Antnio (Fluminense) e Everaldo (Grmio)

Meio-de-campo: Clodoaldo (Santos), Rivelino (Corinthians) e Grson (So Paulo) Atacantes: Jairzinho (Botafogo), Tosto (Cruzeiro), Dario (Atltico Mineiro), Pel (Santos), Paulo Csar (Botafogo), Roberto (Botafogo) e Edu (Santos) Jairzinho, o Furaco da Copa Em 1970, o botafoguense Jairzinho chegava ao Mxico disposto a esquecer a campanha de 1966. Na edio anterior da Copa ele havia sido o nico jogador brasileiro a entrar em campo nos trs jogos da seleo. Mas isso no tinha sido suficiente para marcar seu nome no futebol mundial. Era preciso mais. E a redeno aconteceu em Guadalajara. O atacante superou Pel e marcou sete gols na Copa. Ficou atrs apenas do alemo Gerd Mller, o artilheiro do Mundial, com 10 gols. Tornou-se o primeiro jogador a marcar pelo menos um gol em todos os jogos da equipe campe. Por isso, merecidamente, ganhou um apelido que passou para a histria das maiores odissias da Seleo Brasileira: o Furaco da Copa. Dois dos gols do Furaco saram logo no jogo de estria contra a Tchecoslovquia. O Brasil j vencia por 2 a 1, gols de Rivelino e Pel, de virada, aps levar um gol do tcheco Petras no comeo do jogo. Verdade restabelecida, o time comea a dar show para 52 mil torcedores em Guadalajara. Jair completa a festa dois belos gols: 4 a 1. Na partida seguinte, o duelo com a Inglaterra. Jogo complicado, adversrios valentes, bem organizados em campo. O Brasil encontra dificuldades para furar o bloqueio ingls. Mas aos 15 minutos do segundo tempo, o grito de vitria surge nos ps de Jairzinho. O gol teve o toque genial de Tosto, que enganou trs ingleses e cruzou para Pel, que limpou a jogada e meteu para Jairzinho. Fuzilou o goleiro Banks. Diante da Romnia, outro jogo muito difcil. Vencemos por 3 a 2 e Jairzinho deixa sua marca com o segundo gol brasileiro (Pel fez dois). Diante do Peru, nas quartas-definal, a estrela do artilheiro volta a brilhar, com um belo gol que fecha a vitria por 4 a 2 em Guadalajara. Desafio no menos difcil seria encarar a garra dos uruguaios na semifinal, ainda no estdio Jalisco. Cubilla erra o chute, toca de canela e consegue enganar Flix: 1 a 0 Uruguai, logo no comeo. Clodoaldo empata a partida. Depois, a vez de Jair entrar em ao: ele recebe de Tosto e chuta cruzado, para virar o jogo em 2 a 1. Rivelino marca o terceiro gol brasileiro e define o Brasil como finalista da Copa: 3 a 1. Final no estdio Azteca, com 107 mil torcedores para ver Brasil e Itlia. Jairzinho leva para a deciso a fama de artilheiro, mas ainda faltava um final feliz para a histria do Furaco da Copa. Pel faz, de cabea, 1 a 0. Boninsegna empata ainda no primeiro tempo. Grson desempata com um chute fulminante da meia-esquerda. E o terceiro gol surge para coroar o artilheiro brasileiro no Mundial: aos 36 minutos, Grson lana Pel pelo alto e, de cabea, o Rei serve a Jair, que entra pelo meio e com um leve toque engana o goleiro Albertosi: 3 a 1. De joelhos, fazendo o sinal da cruz, Jair agradece aos cus pelos momentos de pura magia que garantiram o tri. O capito Carlos Alberto Torres, com passe de Pel, encerra o show com o quarto gol. Brasil 4 x 1 Tchecoslovquia Brasil: Flix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Grson (Paulo Csar), Jairizinho, Tosto, Pel e Rivelino Gols: Petras, aos 11min; Rivelino, aos 24min; Pel, aos 59min; Jairzinho, aos 61min e 81min Brasil 1 x 0 Inglaterra Brasil: Flix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Jairizinho, Paulo Csar Lima, Tosto (Roberto), Pel e Rivelino Inglaterra: Banks, Wright, Moore, Labone, Cooper, Mullery, Bobby Charlton (Astle), Alan Ball, Peters, Hurst e Lee (Bell) Gols: Jairiznho, aos 59min Brasil 3 x 2 Romnia Brasil: Flix, Carlos Alberto, Brito, Fontana, Everaldo (Marco Antonio), Piazza, Clodoaldo (Edu), Jairizinho, Tosto, Pel e Paulo Csar Lima

Gols: Pel, aos 19min; Jairizinho, aos 22min; Dumitrache, aos 34min; Pel, aos 67min; Dembrowski, aos 84min Quartas-de-final Brasil 4 x 2 Peru Brasil: Flix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Marco Antonio, Clodoaldo, Grson (Paulo Csar), Jairizinho (Roberto), Tosto, Pel e Rivelino Gols: Rivelino, aos 11min; Tosto, aos 15min; Gallardo, aos 28min; Tosto, aos 52min; Cubillas, aos 70min; Jairzinho, aos 75min Semifinais Brasil 3 x 1 Uruguai Brasil: Flix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Grson, Jairizinho, Tosto, Pel e Rivelino Gols: Cubilla, aos 19min; Clodoaldo, aos 44min; Jairzinho, aos 76min; Rivelino, aos 89min Final Brasil 4 x 1 Itlia Data: 21/06/1970 Pblico: 107 mil Brasil: Flix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Grson, Jairizinho, Tosto, Pel e Rivelino Itlia: Albertosi, Burgnich, Cera, Rosato, Fachetti, Bertini (Juliano), Mazzolla (Rivera), De Sisti, Domenghini, Boninsegna e Gigi Riva Gols: Pel, aos 18min; Boninsegna, aos 37min; Grson, aos 65min; Jair, aos 70min; Carlos Alberto, aos 86min DESTAQUES Gerd Mller, o maior artilheiro O alemo Gerd Mller no foi apenas o artilheiro da Copa de 70. O atacante repetiu o feito na edio seguinte do evento e se tornou o maior goleador em Copas foram 14 gols em dois torneios. Entretanto, em 1970 seus dois gols na semifinal, contra a Itlia, no foram suficientes para garantir uma vaga para sua seleo na final. Jogando pelo Bayern de Munique, Gerd Mller conquistou o ttulo europeu em 74, 75 e 76. Em 1970, ganhou a Bola de Ouro como o melhor jogador da Europa. A consagrao do Rei No foi s a seleo brasileira que conquistou o tri em 1970. Pel tambm o conseguiu. At hoje nenhum outro jogador participou das trs conquistas de sua seleo. Pel estava na Copa de 58, 62 e 70 e pode realmente dizer que tricampeo mundial. O feito, aliado aos seus outros ttulos e nmeros, rendeu a ele o ttulo de Rei do futebol. No ano de 1970, Pel foi fundamental na conquista brasileira apresentando um futebol empolgante. Apesar de no ter sido o artilheiro, marcou quatro gols, Pel protagonizou no Mxico alguns dos lances mais bonitos e reprisados do futebol mundial. Para provar sua importncia para aquela Copa e atestar sua imortalidade, os mexicanos colocaram na tribuna do estdio Jalisco, onde o Brasil jogou at a semifinal, uma placa em sua homenagem. Didi comanda o Peru A seleo peruana, comandada pelo brasileiro bicampeo mundial Didi, chegou Copa de 1970 como a grande zebra. E no era por menos. Nas eliminatrias sulamericanas, os peruanos conseguiram tirar do torneio os favoritos argentinos. J no Mxico, os peruanos conseguiram a classificao para as quartas-de-final passando por Marrocos e Bulgria. Mas para chegar semifinal, eles teriam que passar pelos brasileiros. A seleo canarinho passaria fcil pelos peruanos, que apresentaram um futebol limpo. O grande destaque desta seleo foi o atacante Tefilo Cubillas, terceiro

artilheiro do torneio com cinco gols. Mas eles tinham tambm o fraco goleiro Rubios e uma defesa que no conseguiu parar o ataque brasileiro. Potencias em equilbrio A Copa do Mxico no apresentou nenhuma surpresa. Na disputa das semifinais todas as selees j tinham conquistado ttulos mundiais: Alemanha Ocidental, Itlia, Uruguai e Brasil. Os trs ltimos tinham a chance de conquistar o tricampeonato. A Inglaterra, em tese, deveria ter ficado com uma das vagas para as semifinais por ter conquistado a Copa anterior. Entretanto, sua eliminao pela tambm forte e favorita Alemanha no chegou a ser uma surpresa. Pelo alto nvel tcnico de todos os selecionados que chegaram fase final, a Copa de 70 considerada uma das melhores edies do torneio. Curiosidades * A Copa de 70 apresentou o mais belo futebol de todos os tempos. Para comprovar isso, dois de seus jogos so lembrados como os mais empolgantes: Alemanha Ocidental x Inglaterra (quartas-de-final) e Itlia x Alemanha. No primeiro jogo, a Alemanha se vinga da final da Copa anterior e desclassifica os ingleses. O jogo s foi decidido na prorrogao, quando o artilheiro Gerd Mller marca um gol e desempata a partida que terminou em 3 a 2. * A partida entre Itlia e Alemanha foi eleita, em uma pesquisa realizada pelo jornal francs "Lquipe" entre 50 jogadores, o "jogo do sculo". E no para menos. Beckenbauer, de brao imobilizado junto ao corpo, comandou o time alemo em uma verdadeira batalha. No tempo normal a partida terminou em 1 a 1, mas na prorrogao os italianos conseguiram definir o jogo por 4 a 3. * Outra prova do bom futebol so os lances de Pel. Logo na estria, ele percebe o goleiro adiantado e chuta a bola do meio-de-campo. O goleiro Viktor, desesperado, tenta voltar, mas no consegue. A bola, caprichosa, passa rente trave. Na partida contra o Uruguai, pelas semifinais, o Rei protagonizaria um dos lances mais geniais e reprisados do futebol: aps dar um drible de corpo no uruguaio Mazurkiewicz, ele chuta cruzado, evitando a chegada do zagueiro Ancheta. Novamente a bola passa raspando a trave. * Na seleo brasileira, cinco jogadores eram camisa 10 em seus clubes: Pel (Santos), Jairzinho (Botafogo), Tosto (Cruzeiro), Rivelino (Corinthians) e Grson (So Paulo). Na seleo mexicana, um jogador completaria 20 anos de Copa: o goleiro Carbajal disputava seu quinto Mundial, mas na reserva de Caldern. * Os brasileiros puderam vibrar mais intensamente com a conquista do tricampeonato: foi a primeira Copa em que as imagens chegavam ao vivo nos aparelhos de televiso dos torcedores do Brasil. A transmisso era em preto e branco, mas em Itabora, na sede da Embratel, as imagens chegavam em cores. * O Mundial de 70 provocou uma guerra de verdade. El Salvador e Honduras disputavam uma vaga. Nos dois primeiros jogos, uma vitria para cada lado. No terceiro e decisivo, El Salvador venceu e conquistou o passaporte para a Copa. Os hondurenhos no ficaram muito felizes e se iniciou a guerra. claro que existiam outros motivos, mas a rivalidade provocada pelo futebol foi o estopim. 10 gols - Gerd Mller (Alemanha) 7 gols - Jairzinho (Brasil) 5 gols - Teofilo Cubillas (Peru) 4 gols - Pel (Brasil); Bichevetz (URSS) 3 gols - Rivelino (Brasil); Seeler (Alemanha) e Riva (Itlia) Pos 1 2 Pas Brasil Itlia Pontos 12 8 J 6 6 V 6 3 D 0 1 E 0 2 GP 19 10 GC 7 8

Alemanha - 1974

A Fifa instituiu uma nova copa para substituir a Jules Rimet, ganha em definitivo pelo Brasil. Foram analisados 53 projetos, em Zurique, at que se decidisse pelo trabalho do escultor italiano Silvio Gazzaniga, a 5 de abril de 1971. A nova Copa do Mundo Fifa tem 37 centmetros de altura e foi feita de ouro macio na cidade de Milo, para ficar em poder transitrio do campeo. No haver mais ganhador definitivo do trofu, que representa dois atletas exultantes com o mundo nos braos. Pel ainda podia jogar, mas renunciou a esse direito e brilhou apenas na cerimnia de abertura, levando a Jules Rimet, ao lado do alemo Uwe Seller, que carregava a Copa do Mundo Fifa. A Alemanha Ocidental ganha do Chile na estria por 1 a 0, gol de Paul Breitner, numa partida complicada em que o chileno Caszely expulso no segundo tempo. Os alemes acabam se classificando ao bater a ustrlia por 3 a 0, gols de Overath, Cullmann e Mller. Depois, um encontro histrico entre as duas Alemanhas divididas ainda pelo Muro de Berlim, entre capitalismo e socialismo, a Ocidental e a Oriental. E os donos da casa caem por 1 a 0, gol de Sparwasser no final do jogo. Enquanto isso, a Holanda vai superando seus adversrios com a mgica do seu carrossel: 2 a 0 no Uruguai, 0 a 0 com a Sucia e 4 a 1 na Bulgria. Nas segunda fase, a "Laranja Mecnica" esmaga um a um seus concorrentes: 4 a 0 na Argentina, 2 a 0 na Alemanha Oriental e 2 a 0 no Brasil. Assim, passa a ser a maior favorito conquista do ttulo. No grupo B, a Alemanha Ocidental passa pela Iugoslvia por 2 a 0, faz 4 a 2 na Sucia e 1 a 0 na Polnia, ficando com o primeiro lugar e o direito e disputar a final com a Holanda. Na grande final, o juiz ingls John Taylor marca um pnalti contra os donos da casa aos 56 segundos de jogo. Neeskens cobra e coloca a Holanda na frente. O gol de empate vem tambm com um gol de pnalti, aos 26, cobrado por Paul Breitner. O artilheiro alemo Mller vira o jogo ainda no primeiro tempo, com um gol aos 44. Alemanha 2, Holanda 1, resultado final. E a taa erguida por Franz Beckenbauer. Forma de disputa A Copa do Mundo de 1974 foi disputada na Alemanha entre 13 de junho e 7 de julho. Na primeira fase, os 16 times foram distribudos em quatro grupos, assim constitudos: Grupo 1 Alemanha Ocidental, Alemanha Oriental, Chile e Austrlia. Grupo 2 Brasil, Iugoslvia, Esccia e Zaire. Grupo 3 Holanda, Sucia, Uruguai e Bulgria. Grupo 4 Itlia, Polnia, Argentina e Haiti. As selees jogaram entre si dentro de cada grupo, classificando-se as duas melhores de cada chave para as quartas-de-final. Nesta etapa, os selecionados ficaram divididos da seguinte forma: Grupo A - Argentina, Alemanha Oriental, Brasil e Holanda. Grupo B - Alemanha Ocidental, Iugoslvia, Polnia e Sucia BRASIL A Copa de 74 pode ser resumida dessa forma: A Alemanha tinha Beckenbauer, a Holanda tinha Cruyff e o Brasil no tinha mais Pel... Havia uma grande expectativa quanto participao da seleo canarinho na Copa da Alemanha. A equipe vinha de uma conquista gloriosa no Mxico e, mesmo sem Pel, tinha um elenco de respeito com Leo, Paulo Csar Carpegiani, Ademir da Guia, Rivelino e Jairzinho. Era o incrvel esquadro verde-amarelo que chegava, mais uma vez, como favorito ao ttulo. Porm, quando o torneio comeou, a mscara caiu. Ainda sob o comando de Zagallo, o Brasil continuava uma equipe de grandes talentos, mas j no tinha mais nada do esprito ofensivo que a consagrou. Em outras palavras, a seleo brasileira era um time retranqueiro. E olhem que tnhamos um timao: Leo;

Nelinho, Lus Pereira, Marinho Perez e Marinho Chagas; Piazza, Rivelino e Paulo Csar Caju; Valdomiro, Jairzinho e Leivinha. A estria foi um alerta do que viria pela frente: o Brasil s empata por 0 a 0 com a Iugoslvia.Uma partida ruim, sem brilho, indigna da festa de abertura da Copa. No segundo jogo, outro empate sem gols, no mesmo estdio de Frankfurt, com a Esccia. Na terceira partida o time entra em campo com a obrigao de vencer o Zaire por pelo menos trs gols de diferena para chegar segunda fase. O Zaire havia perdido da Iugoslvia por 9 a 0, mas diante do Brasil os africanos se desdobraram, apelaram para o jogo viril e ainda contaram com a ajuda do rbitro no anti-jogo. Jairzinho e Rivelino fizeram 2 a 0 e o terceiro gol acabou surgindo s a 11 minutos do final, com o ponta Valdomiro. Um sufoco! Na segunda fase, a seleo vence a Alemanha Oriental com um gol de cobrana de falta, de Rivelino. Depois, passa pela Argentina por 2 a 1, gols de Rivelino e Jairzinho, dando a impresso que o futebol de campeo havia ressurgido na Copa. Diante da Holanda, porm, o Brasil cai de novo na real e perde por 2 a 0, gols de Neeskens e Cruyff no segundo tempo. Resta ainda a disputa pelo terceiro lugar diante da Polnia. Zagalo escala este time: Leo; Z Maria, Alfredo, Marinho Perez e Marinho Chagas; Paulo Csar Carpegiani, Ademir da Guia e Rivelino; Valdomiro, Jairzinho e Dirceu. Foi o nico jogo de Ademir da Guia, que estava no auge da forma e fazia uma notvel partida quando foi substitudo por Mirandinha. Outra derrota: 1 a 0, gol de Lato, o artilheiro da Copa, a 15 minutos do final. E o Brasil volta com o quarto lugar e a misso de refazer todo seu planejamento para 1978. Brasil 0 x 0 Iugoslvia Brasil Leo, Nelinho, Lus Pereira, Marinho Perez, Marinho, Piazza, Rivelino, Paulo Csar Lima, Valdomiro, Jairzinho e Leivinha. Brasil 0 x 0 Esccia Brasil Leo, Nelinho, Lus Pereira, Marinho Perez, Marinho, Piazza, Rivelino, Paulo Csar Lima, Mirandinha, Jairzinho e Leivinha (Paulo Csar Carpegiani). Brasil 3 x 0 Zaire Brasil Leo, Nelinho, Lus Pereira, Marinho Perez, Marinho, Piazza, Rivelino, Paulo Csar Lima, Jairzinho, Leivinha (Valdomiro) e Edu. Gols: Jairzinho, Rivelino e Valdomiro, aos 13, 67 e 79 Quartas de Final - Grupo A Brasil 1 x 0 Alemanha Oriental Brasil Leo, Z Maria, Lus Pereira, Marinho Perez, Marinho, Paulo Csar Carpegiani, Rivelino, Paulo Csar Lima, Jairzinho, Valdomiro e Dirceu. Gol: Rivelino, aos 61 Brasil 2 x 1 Argentina Brasil Leo, Z Maria, Lus Pereira, Marinho Perez, Marinho, Paulo Csar Carpegiani, Rivelino, Paulo Csar Lima, Jairzinho, Valdomiro e Dirceu. Argentina Carnevalli, Glaria, Heredia, Bargas, S (Carrascosa), Brindisi, Squeo, Babington, Balbuena, Ayala e Kempes (Houserman) Gols - Brasil: Rivelino e Jairzinho, aos 32 e 48 - Brindisi, aos 34 Holanda 2 X 0 Brasil Brasil Leo, Z Maria, Lus Pereira, Marinho Perez, Marinho, Paulo Csar Carpegiani, Rivelino, Paulo Csar Lima(Mirandinha), Valdomiro, Jairzinho e Dirceu. Holanda Jongbloed, Suurbier, Krol, Haan, Rijsbergen, Neeskens (Israel), Van Hanegem, Jansen, Rep, Cruyff e Rensenbrink (De Jong). Gols: Neeskens e Cruyff, aos 50 e 65 minutos

 Deciso de Terceiro Lugar Polnia 1 X 0 Brasil Pblico: 74.100 Brasil Leo, Z Maria, Alfredo, Marinho Perez, Marinho, Paulo Csar Carpegiani, Ademir da Guia, (Mirandinha), Rivelino, Valdomiro, Jairzinho e Dirceu. Polnia Tomaszewski, Szymanowski, Zmuda, Gorgon, Musial, Kasperczak (Cmikiewicz), Deyna, Maszczyk, Lato, Szarmach (Kapka) e Godocha. Gol: Lato, aos 75 minutos Goleiros: Emerson Leo - Palmeiras, Renato - Flamengo e Valdir Perez - So Paulo Zagueiros: Nelinho - Cruzeiro, Luis Pereira - Palmeiras, Marinho Peres - Santos, Marinho Chagas - Botafogo, Piazza - Cruzeiro, Z Maria - Corinthians, Alfredo Mostarda - Palmeiras e Marco Antonio - Fluminense Meio-campo: Ademir da Guia - Palmeiras, Rivelino - Corinthians e Paulo Cesar Carpegiani Internacional Atacantes: Jairzinho - Botafogo, Dirceu Botafogo, Paulo Cesar - Flamengo, Valdomiro Internacional, Leivinha - Palmeiras, Mirandinha So Paulo, Ed Santos e Csar Maluco Palmeiras Tcnico: Mrio Jorge Lobo Zagallo Kaiser comanda Alemanha O nome de Franz Beckenbauer, ficou imortalizado no futebol como o de um dos jogadores de maior viso ttica da histria. Sua atuao, tanto na seleo alem como nos clubes onde jogou, revolucionou a posio de lbero, transformando-o em um jogador til em todos os lugares do campo. Por isso, recebeu o apelido de Kaiser (Imperador, em alemo). Em 1966 foi eleito pela primeira vez "Melhor Jogador Europeu". Alm de 74, jogou tambm nas Copas de 1966 e 1970, retirando-se da seleo em 1977 depois de disputar 103 partidas internacionais. Jogou junto com Pel no Cosmos de New York, vencendo dois campeonatos da NASL, antes de voltar para o futebol alemo onde encerrou a carreira jogando pelo Hamburgo. Como treinador da seleo da Alemanha, Beckenbauer mostrou-se to competente quanto como jogador. Nas duas Copas em que treinou o selecionado conseguiu o vice-campeonato em 1986 e o ttulo em 1990, na Itlia. Primeira Fase Alemanha Ocidental 1 x 0 Chile Alemanha Ocidental: Maier, Vogts, Beckenbauer, Schwarzenbeck, Hoeness, Paul Breitner, Cullmann, Overath (Holzenbein), Grabowski, Muller e Heynckes. Gol: Paul Breitner, aos 16 minutos Alemanha Ocidental 3 x 0 Austrlia Alemanha Ocidental: Maier, Vogts, Schwarzenbeck, Paul Breitner, Cullmann (Wimmer), Beckenbauer, Hoeness, Overath, Grabowski, Muller e Heynckes (Holzenbein). Gols: Overath, Cullmann e Muller, aos 12, 34 e 58 minutos Alemanha Ocidental 0 x 1 Alemanha Oriental Alemanha Ocidental: Maier, Vogts, Schwarzenbeck (Hoettges), Paul Breitner, Cullmann, Beckenbauer, Hoeness, Overath (Netzer), Grabowski, Muller e Flohe. Gol: Sparwasser, aos 77 minutos Quartas de Final Alemanha Ocidental 2 x 0 Iugoslvia Alemanha Ocidental: Maier, Vogts, Schwarzenbeck, Bonhof, Breitner, Beckenbauer, Holzenbein (Flohe), Overath, Wimmer (Hoeness), Muller e Herzog. Gol: Breitner e Muller, aos 38 e 77 minutos

Alemanha Ocidental 4 x 2 Sucia Alemanha Ocidental: Maier, Vogts, Schwarzenbeck, Breitner, Hoeness, Bonhof, Beckenbauer, Overath, Holzenbein (Flohe), Muller e Herzog (Grabowski). Gols: Alemanha Ocidental - Overath, Bonhof, Grabowski e Hoeness, aos 50, 51, 89 e 90. Sucia - Edstrom e Sandberg, aos 26 e 53 Alemanha Ocidental 1 x 0 Polnia Alemanha Ocidental: Maier, Vogts, Schwarzenbeck, Breitner, Hoeness, Bonhof, Beckenbauer, Overath, Holzenbein, Muller e Grabowski. Gol: Muller, aos 75 minutos Final - Alemanha Ocidental 2 x 1 Holanda Alemanha Ocidental: Maier, Vogts, Schwarzenbeck, Breitner, Hoeness, Bonhof, Beckenbauer, Overath, Holzenbein, Muller e Grabowski. Holanda: Jongbloed, Suurbier, Haan, Krol, Rijsbergen (De Jong), Neeskens, Rep, Cruyff e Rensenbrink. Gols: Alemanha Ocidental - Breitner e Muller, aos 26 e 44 minutos. Holanda Neeskens a 1 minuto Alemanha Ocidental Goleiros: Jupp Kapellmann, Wolfgang Kleff e Josef Maier Zagueiros: Hans-Hubert Vogts, Paul Breitner, Horst-Dieter Hottges, Georg Schwarzenbeck e Franz Beckenbauer Meio-Campo: Bernhard Culimann, Jrgen Grabowski, Uli Hoeness, Gnter Netzer, Raines Bonhof, Herbert Winner, Dieter Herzog, Wolfgang Overath, Helmut Kremers e Norbert Nigbur Atacantes: Bernd Holzenbein, Josef Heynckes, Heinz Flohe e Gerhard Muller Tcnico: Helmut Schon Artilheiros 7 gols: Grzegorz Lato (Polnia) 5 gols: Johannes Neeskens (Holanda) 4 gols: Gerd Muller (Alemanha Oriental), Ralf Edstrom (Sucia), Johannes Rep (Holanda), Andrzej Szarmach (Polnia) Pos 1 2 3 4 Pas Alemanha Ocidental Holanda Polnia Brasil Pontos 12 11 12 8 J 7 7 7 7 V 6 5 6 3 E 1 1 1 2 D 0 1 0 2 GP 13 15 16 6 GC 4 3 5 4

Argentina - 1978
O Mundial da ditadura argentina A Argentina foi escolhida como sede da Copa de 1978 em uma conferncia realizada pela Fifa em julho de 66. Os dirigentes, entretanto, no poderiam imaginar o clima tenso em que o pas estaria envolvido 12 anos mais tarde. O pas se via sob controle da ditadura do general Jorge Videla, marcado pela tortura e assassinatos de muitos cidados argentinos. O governo, por outro lado, via na Copa do Mundo uma tima oportunidade para fazer propaganda poltica, em um pano de fundo que lembrava o Mundial de 34, disputado na Itlia de Mussolini. A seleo argentina precisava vencer aquele mundial a qualquer custo, para provar aos opositores a eficincia do regime militar.

Dentro de campo, a Copa chegou a lembrar a de 66, quando a Inglaterra levou o ttulo sem convencer, sob suspeita de favorecimento da arbitragem. A vitria argentina tambm levantou desconfiana, tanto pela arbitragem quanto pela estranha goleada por 6 a 0 sobre o Peru, que levou o time comandado por Luis Cesar Menotti final. A derrota peruana acabou por prejudicar a seleo brasileira, uma equipe irregular comandada pelo tcnico Cludio Coutinho. O Brasil terminou a competio em terceiro lugar, mas de forma invicta, coisa que valeu o ttulo de "campeo moral", dado pelo prprio Coutinho. Forma de disputa A Copa de 1978 foi a ltima a ser disputada com 16 participantes. A frmula foi idntica de 74, com primeira fase composta por quatro grupos, assim definidos: Grupo 1: Argentina, Itlia, Frana e Hungria Grupo 2: Alemanha Ocidental, Polnia, Tunsia e Mxico Grupo 3: Brasil, Sucia, ustria e Espanha Grupo 4: Holanda, Peru, Esccia e Ir As selees jogaram entre si dentro de cada grupo, classificando-se as duas melhores de cada chave para as quartas-de-final. Nesta etapa, os selecionados ficaram divididos da seguinte forma: Grupo A: Itlia, Alemanha Ocidental, Holanda e ustria. Grupo B: Brasil, Argentina, Peru e Polnia Os campees, em cada grupo, classificaram-se para a final, enquanto os segundos classificados disputaram o terceiro lugar. BRASIL A delegao brasileira voltou da Argentina declarando-se a "campe moral" da Copa. O ttulo foi dado pelo tcnico Cludio Coutinho, um homem fascinado por teorias e inovaes no futebol, que ele mostrava criando termos como "overlaping" e "ponto futuro". Coutinho s vezes exagerava em suas experincias, chegando a escalar o quartozagueiro Nelinho na lateral direita ou, ainda pior, deixando Falco no Brasil para levar, em seu lugar, o volante Chico. Estas atitudes geraram inmeras crticas da torcida e da imprensa, que exigia Oswaldo Brando em seu lugar. Na verdade, o terceiro lugar ficou de bom tamanho para a equipe brasileira. As duras crticas que Coutinho recebera antes da Copa s aumentaram nos dois primeiros jogos. Mostrando um futebol pobre, o Brasil no saiu do empate nos dois primeiros jogos. Na estria, contra a Sucia, o jogo terminou 1 a 1. J na segunda partida, contra a Espanha, o placar terminou em branco. O mau desempenho da seleo brasileira obrigou o presidente da CBF, Heleno Nunes, a exigir alteraes na equipe. Para o jogo contra a ustria, o ltimo da primeira fase, entraram Roberto Dinamite, Jorge Mendona e Rodrigues Neto, no lugar, respectivamente, de Reinaldo, Zico e Edinho. O time melhorou e garantiu a primeira posio do grupo ao bater os austracos por 1 a 0. O Brasil passou assim fase final, caindo no mesmo grupo de Peru, Argentina e Polnia. O time deslanchou e conseguiu uma convincente vitria sobre o Peru por 3 a 0. Em seguida, era a vez dos arqui-rivais argentinos, naquela que ficou conhecida como a "batalha de Rosrio". O jogo aconteceu no dia 18 de junho. Mais de 37 mil argentinos se espremeram no acanhado estdio de Rosrio para apoiar sua seleo. Mas o Brasil resistiu bravamente presso imposta pelo adversrio e conseguiu um empate de 0 a 0, levando a deciso para a ltima rodada. Contra a Polnia, o Brasil obteve uma boa vitria por 3 a 1, que dava ao time de Coutinho uma vantagem considervel de quatro gols de saldo sobre os argentinos. Em seguida, os donos da casa entravam em campo com a obrigao de golear o Peru (estranhamente os dois jogos no foram disputados no mesmo horrio). A Argentina venceu por 6 a 0, com uma atuao suspeita do goleiro peruano Quiroga, e tirou o Brasil da Copa.

Restou assim ao Brasil disputar o terceiro lugar contra a Itlia. O time verde-amarelo venceu por 2 a 1, de virada, e obteve a honrosa medalha de bronze. Como consolo, melhoramos em uma posio a classificao da Copa anterior, quando ficamos em quarto. Isto, claro, alm do ttulo de "campeo moral". Oitavas-de-final Brasil 1 x 1 Sucia Brasil: Leo, Toninho, Oscar, Amaral, Edinho, Batista, Toninho Cerezo, (Dirceu), Zico, Gil (Nelinho) Reinaldo e Rivelino. Gols: Brasil - Reinaldo, aos 45'. Sucia: Sjoberg, aos 37'. Brasil 0 x 0 Espanha Data: 07/06/78 Brasil: Leo, Nelinho (Gil), Oscar, Amaral, Edinho, Batista, Toninho Cerezo, Dirceu, Zico, (Jorge Mendona) Reinaldo e Toninho. Brasil 1 x 0 ustria Brasil: Leo, Toninho, Oscar, Amaral, Rodrigues Neto, Batista, Toninho Cerezo (Chico), Dirceu, Jorge Mendona (Zico), Gil, Roberto Dinamite. Gol: Brasil - Roberto Dinamite, aos 40'. Quartas-de-final Peru 0 x 3 Brasil Brasil: Leo, Toninho, Oscar, Amaral, Rodrigues Neto, Batista, Toninho Cerezo (Chico), Dirceu, Gil (Zico), Jorge Mendona e Roberto Dinamite. Gol: Brasil - Dirceu (2) e Zico (pnalti), aos 14', 27' e 70'. Argentina 0 x 0 Brasil Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Ardiles (Villa), Gallego, Ortiz (Beto Alonso), Luque, Daniel Bertoni e Kempes. Brasil: Leo, Toninho, Oscar, Amaral, Rodrigues Neto (Edinho), Batista, Chico, Dirceu, Jorge Mendona (Zico), Gil e Roberto Dinamite. Polnia 1 x 3 Brasil Polnia: Kukla, Maculewicz, Zmuda, Gorgon, Szymanowski, Kasperczak (Lubanski), Deyna, Nawalka, Lato, Szarmach e Boniek. Brasil: Leo, Nelinho, Toninho, Oscar, Amaral, Batista, Toninho Cerezo (Rivelino), Dirceu, Zico (Jorge Mendona), Gil e Roberto Dinamite. Gols: Polnia - Lato, aos 44'. Brasil - Nelinho e Roberto Dinamite (2), aos 13', 57' e 62'. Deciso do 3 lugar Brasil 2 x 1 Itlia Brasil: Leo, Nelinho, Oscar, Amaral, Rodrigues Neto, Batista, Torinho Cerezo (Rivelino), Dirceu, Jorge Mendona, Gil (Reinaldo) e Roberto Dinamite. Itlia: Dino Zolf, Gentile, Cuccureddu, Scirea, Cabrini, Maldera, Causio, Paolo Rossi, Antognoni (Cludio Sala), Patrizio Sala e Bettega. Gols: Brasil - Nelinho e Dirceu, aos 46' e 70'. Itlia: Causio, aos 38'. Goleiros: Emerson Leo (Palmeiras), Carlos (Ponte Preta) e Waldir Peres (So Paulo) Zagueiros: Toninho (Flamengo), Nelsinho (Cruzeiro), Oscar (Ponte Preta), Abel (Vasco), Polozi (Ponte Preta), Amaral (Corinthians), Edinho (Fluminense), Rodrigues Neto (Botafoto) Meio-de-campo: Toninho Cerezo (Atltico Mineiro), Chico (So Paulo), Rivelino (Fluminense), Dirceu (Vasco), Batista (Internacional) Atacantes: Gil (Botafogo), Jorge Mendona (Palmeiras), Zico (Flamengo), Roberto Dinamite (Vasco), Reinaldo Lima (Atltico Mineiro), Z Srgio (So Paulo) Tcnico: Cludio Coutinho

A conquista da Argentina em 78, indita at ento, foi a que mais causou controvrsia na histria das Copas. Muito se comenta sobre as presses que os rbitros recebiam nos vestirios para favorecer os donos da casa, sob os auspcios da ditadura militar. Isto sem falar da classificao para a final, obtida atravs de uma estranhssima goleada de 6 a 0 imposta diante do Peru. Com craques como Passarella e Kempes, o time comandado por Luis Cesar Menotti no era ruim, apesar de no contar com o garoto, mas j craque, Diego Maradona. Entretanto, havia a presso do governo argentino, que queria o ttulo mundial a qualquer custo para provar ao mundo a eficincia do regime autoritrio de Videla. As suspeitas comearam logo na primeira fase, com a Argentina sendo favorecida pela arbitragem nas vitrias de 2 a 1 sobre Hungria e Frana. No ltimo, o rbitro Dibacha deixou de marcar um pnalti claro contra a Argentina, o que seria suficiente para elimin-la do Mundial, j que a equipe encerrou a etapa de classificao com uma derrota de 1 a 0 frente a Itlia. Classificada em segundo lugar de sua chave, a Argentina foi ao grupo B das semifinais, junto com Brasil, Peru e Polnia. Na primeira partida, contra os poloneses, vitria por 2 a 0, com dois gols de Kempes, artilheiro daquele Mundial. Em seguida, era a vez do Brasil, que havia batido o Peru por 3 a 0 na estria. Apesar do apoio dos quase 40 mil torcedores, a Argentina no conseguiu sair do 0 a 0, naquela que ficou conhecida como "a batalha de Rosrio". O resultado obrigava o time de Menotti a obter um resultado melhor do que o dos brasileiros na ltima rodada. Com a vitria da seleo brasileira sobre a Polnia, por 3 a 1, a Argentina precisava bater o Peru por quatro gols de diferena. A tarefa parecia difcil, mas os peruanos no entraram em campo dispostos a dificultar muito a vida dos donos da casa. Principalmente o goleiro Quiroga, nascido na Argentina, que viu a bola entrar nada menos que seis vezes. A Argentina estava classificada para a final. A deciso foi no dia 25 de junho, contra a Holanda. Sem Cruyff, o time j no era mais a "Laranja Mecnica" de quatro anos atrs, mas era uma equipe competitiva o bastante para complicar a vida dos argentinos, obrigando o goleiro Fillol a fazer grandes defesas. A Argentina abriu o placar do Monumental de Nuez, em Buenos Aires, com um gol de Kempes aos 38 minutos da primeira etapa. No segundo tempo, entretanto, a Holanda voltou melhor, empatando com Portviliet. A deciso s no acabou ainda no tempo normal porque, no ltimo minuto, Resenbrink chuta para a bola caprichosamente acertar a trave de Fillol. Na prorrogao, entretanto, os donos da casa mostraram mais vigor fsico e passaram a dominar a partida. O desempate sai aos 15 minutos do primeiro tempo, com um gol de Kempes. Aos 11 minutos da segunda etapa, Bertoni fez o gol que selou a vitria de 3 a 1 e o ttulo argentino. Os gritos contra a ditadura foram silenciados pela comemorao da torcida portenha. Oitavas-de-final Argentina 2 x 1 Hungria Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Ardiles, Gallego, Valencia (Beto Alonso), Houseman (Daniel Bertoni), Luque e Kempes. Gols: Argentina - Luque e Bertoni, aos 15' e 83'. Hungria - Csapo, aos 10'. Argentina 2 x 1 Frana Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Ardiles, Gallego, Valencia (Beto Alonso e depois Ortiz), Houseman, Luque e Kempes. Gols: Argentina: Passarela (pnalti) e Luque, aos 45' e 72'. Frana: Platini, aos 61'. Argentina 0 x 1 Itlia Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Ardiles, Gallego, Valencia, Ortiz (Houseman), Daniel Bertoni e Kempes. Gol: Itlia - Bettega, aos 67'.

 Quartas-de-final Argentina 2 x 0 Polnia Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Ardiles, Gallego, Valencia (Villa), Houseman (Ortiz), Daniel Bertoni e Kempes. Gols: Argentina - Kempes (2), aos 15' e 70'. Argentina 0 x 0 Brasil Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Ardiles (Villa), Gallego, Ortiz (Beto Alonso), Luque, Daniel Bertoni e Kempes. Brasil: Leo, Toninho, Oscar, Amaral, Rodrigues Neto (Edinho), Batista, Chico, Dirceu, Jorge Mendona (Zico), Gil e Roberto Dinamite. Peru 0 x 6 Argentina Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Larrosa, Gallego (Oviedo), Ortiz, Luque, Daniel Bertoni (Houseman) e Kempes. Gols: Argentina - Kempes (2), Tarantini, Houseman e Luque (2), aos 20', 48', 43', 49' e 72'. Final Argentina 3 x 1 Holanda Argentina: Fillol, Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Ardiles (Larrosa), Gallego, Ortiz (Houseman), Daniel Bertoni, Luque e Kempes. Holanda: Jongbloed, Jansen (Suurbier), Krol, Brandts, Poortvlier, Willy van der Kerkhof, Haan, Renne van der Kerkhof, Rep (Nanninga), Neeskens e Rensenbrink. Gols: Argentina: Kempes (2) e Bertoni, aos 38', 104' e 114'. Holanda: Poortvliet, aos Os campees Goleiros: Ubaldo Matildo Fillol, Hctor Baley e Ricardo Lavolpe Zagueiros: Mario Jorge Olguin, Daniel A. Passarella, Lus Galvn, Alberto Tarantini, Miguel Oviedo, Daniel Killer, Rben Pagnanini Meio-de-campo: Amrico Gallego, Osvaldo Ardiles, Omar Larrosa, Daniel Valencia, Ricardo Villa, Norberto Alonso e Rben Galvn Atacantes: Daniel Bertoni, Leopoldo Luque, Mrio Alberto Kempes, Oscar Ortz, Ren Houseman Treinador: Csar Lus Menotti DESTAQUES Mario Kempes, gols que valeram o ttulo Mario Kempes colocou seu nome na histria do futebol argentino com apenas 23 anos, ao marcar dois gols na deciso da Copa, contra a Holanda. Alm do ttulo mundial, o jogador sagrou-se artilheiro da competio com seis gols. Kempes iniciou sua carreira no Rosario e passou a ser apontado como a grande promessa no futebol argentino. Em 76, foi vendido ao Valencia, onde marcou poca ao ser artilheiro do Campeonato Espanhol (77 e 78), da Copa do Rei (79 e 80) e da Recopa (80). O jogador voltou em 81 para o River Plate, conquistando no mesmo ano o ttulo argentino. No auge, ele foi a grande esperana da Argentina da Copa da Espanha junto com Maradona. Entretanto, sua participao foi um fiasco, no marcando um gol sequer. A partir da sua carreira entrou em declnio. Ele voltou para a Europa, mas sempre em clubes obscuros. Acabou se aposentando no anonimato, em 92, quando defendia o Krems, da ustria. Curiosidades 1 O milsimo gol da histria das Copas foi marcado na Argentina. O autor foi o holands Resembrink, de pnalti, na derrota de sua seleo para a Esccia por 3 a 2, na primeira fase.

2 Uma das cenas mais curiosas da Copa aconteceu no jogo entre Brasil e Espanha, na primeira fase. Coutinho colocou Jorge Mendona no aquecimento logo no incio do segundo tempo, mas ele s foi entrar em campo aos 38 minutos, no lugar de Zico. 3 "Camos de p", foi a frase do goleiro Quiroga, do Peru, depois de ter "entregado o ouro" e perdido por 6 a 0 da Argentina. Detalhe: Quiroga nasceu na Argentina e naturalizado peruano. 4 O Brasil estreou na Copa com um empate por 1 a 1 com a Sucia. O resultado poderia ter sido melhor se o rbitro gals Clive de Thomas no encerrasse o jogo durante a cobrana de escanteio que terminaria com um gol de Zico. Muito estranho. Artilheiros 6 gols: Mario Kempes (Argentina). 5 gols: Teofilo Cubillas (Peru) Rob Rensenbrink (Holanda). Classificao final Pos Pas 1 Argentina 2 Holanda 3 Brasil 4 Itlia

Pontos 11 8 11 9

J 7 7 7 7

V 5 3 4 4

D 1 2 0 2

E 1 2 3 1

GP 15 15 10 9

GC 4 10 3 6

Espanha - 1982
Com 18 anos de antecipao, a Espanha j sabia que seria a sede da Copa do Mundo de 1982. Escolhida em Tquio, os espanhis puderam assistir a todas as competies para que organizassem um dos melhores campeonatos da histria. Com os estdios praticamente lotados em todos os jogos, os torcedores puderam mostrar sua paixo e foram coroados com uma das copas de melhor nvel tcnico. Times impecveis como o Brasil de Zico, a Frana de Platini e a Alemanha de Rummenigge estiveram presentes e encantaram os olhos de todo o mundo. Qual brasileiro no esquece aquela mquina armada por Tel Santana, que caiu diante dos ps de Paolo Rossi? Uma copa tambm recheada de gols. Foi nela que aconteceu a maior goleada da histria dos mundiais. Em 15 de junho, a Hungria enfiou 10 a 1 sobre o El Salvador, ameaando repetir o sucesso de 54. S ameaando, pois nove dias depois o time seria eliminado j na primeira fase da competio. Foi a primeira vez em que 24 times disputaram a fase final, sendo que quatro vagas ficaram garantidas para africanos, asiticos e ocenicos. Com isso, equipes como Nova Zelndia e Kuwait puderam se dar ao luxo de disputar a maior competio do futebol. O ano de 1982 foi tambm marcado pelo bem armado time italiano, que comeou capengante e terminou com a taa. O seu terceiro ttulo mundial e que rompeu um jejum de 54 anos sem ganhar a Copa do Mundo. O grande comandante foi o matador Paolo Rossi, apesar dos desempenhos memorveis de Dino Zoff, Gentile e Tardelli. Como no esquecer o ano de 1982..... Forma de disputa Pela primeira vez, o nmero de times inscritos ultrapassava a casa dos 100. Foram exatamente 107 pases que tentaram uma vaga entre os 24 que foram para a Espanha. Como o regulamento classificava 24, os continentes foram redivididos com o nmero de vagas. A Europa ficou com 13, a Amrica do Sul com 3, enquanto frica e a Amrica Central e do Norte garantiam dois times cada. J a sia e a Oceania

decidiam as outras duas vagas restantes. Espanha, pas-sede, e Argentina, ltima campe, estavam classificados automaticamente. Foram 315 partidas apenas na fase classificatria. Na Europa, os 33 pases foram divididos em cinco chaves de cinco times. Os dois primeiros classificados estavam na Espanha. J uma outra chave era formada por trs times, em que apenas o melhor passava. J na Amrica do Sul, os pases foram divididos em trs grupos de trs times. O melhor assegurava sua presena na Espanha. Na frica, os 29 inscritos foram divididos de uma forma diferente. Para uma eliminatria, foram escolhidos 18 selees, que eram emparceirados a cada dois times e faziam jogos no sistema matamata. Os nove classificados juntavam-se aos outros 11, que passaram direto, para continuar os jogos eliminatrios. No final, os dois que sobrassem estavam na Espanha. Na Concacaf e na sia e Oceania, os times foram divididos por regies. Na Amrica, as 15 equipes foram rachados em 3 zonas: Central, Norte e Caribe. Restaram seis times, que disputaram um hexagonal, classificando-se os dois primeiros. J na Oceania, as cinco equipes batalhavam entre si, onde apenas o melhor sobrava para jogar um quadrangular decisivo com trs times asiticos. Na Espanha, os 24 times foram divididos em seis chaves de quatro times cada. Os dois melhores classificados passavam para a segunda fase, que teriam os times, novamente, divididos em chaves. Desta vez, eram quatro grupos de trs times, sendo disputado um turno nico. O melhor avanava para as semifinais. Na sequncia, os vencedores passavam para a final. Grupo 1: Itlia, Polnia, Peru e Camares Grupo 2: Arglia, Alemanha Ocidental, ustria e Chile Grupo 3: Blgica, Argentina, El Salvador e Hungria Grupo 4: Inglaterra, Frana, Tchecoslovquia e Kuwait Grupo 5: Espanha, Honduras, Irlanda do Norte e Iugoslvia Grupo 6: Brasil, URSS, Esccia e Nova Zelndia O Brasil deu muita sorte no sorteio das eliminatrias. Com um elenco estelar, formado por Zico, Falco, Scrates e Jnior, os brasileiros tinham pela frente a fraca Venezuela e o time da cordilheira, Bolvia. Tarefa fcil para o Brasil na teoria, mas complicada na prtica. O time sofreu para ganhar dos venezuelanos por apenas 1 a 0, em Caracas, e para bater a Bolvia, por 2 a 1. Em territrio brasileiro, a situao no foi muito diferente. No primeiro compromisso, o time canarinho penou para bater a Bolvia por 3 a 1, mas estraalhou a Venezuela por 5 a 0. Com quatro vitrias em quatro jogos, o Brasil confirmou sua participao pela 12 vez seguida em uma Copa do Mundo. Confira os jogos das eliminatrias da Amrica do Sul. Venezuela 0 x 1 Brasil Bolvia 1 x 2 Brasil Venezuela 1 x 0 Bolvia Brasil 3 x 1 Bolvia Brasil 5 x 0 Venezuela Bolvia 3 x 0 Venezuela Do show ao desastre do Sarri Foi um espetculo parte para quem soube apreciar o show da seleo brasileira na Copa do Mundo de 82. Com jogadores extremamente tcnicos e habilidosos, a equipe canarinha causou furor pelo futebol ofensivo e criativo, em que Zico era seu principal comandante. Entretanto, tudo caiu em apenas um jogo. A desgraa de 5 de julho, no maldito estdio de Sarri, implodido em 97, jamais sair da memria do torcedor brasileiro. Desgraa menor apenas que a sofrida na Copa de 50. O comeo foi pouco animador, mas sem grandes sustos. Nas eliminatrias, o Brasil despachou as fracas Bolvia e Venezuela. Na Copa do Mundo, a histria mudou

completamente. J na partida de estria, a refinada tcnica do ponteiro der Aleixo brilhou. Depois de uma falha gritante do goleiro Waldir Peres no gol de Bal e do gol de empate do doutor Scrates, o Brasil virou o jogo com um chutao de fora da rea de der, que o goleiro Dassaev nem viu por onde passou. Um golao que marcou a primeira vitria do Brasil na competio. No segundo compromisso foi a vez dos escoceses entrarem na roda. E como entraram. Foram quatro gols e novamente uma vitria de virada. Com gols de Zico, Oscar, der e Falco, a mquina de Tel Santana comeou a encantar a Espanha. Jogando um futebol de primeira, o Brasil emplacou outra vitria na sua despedida da fase classificatria. A Nova Zelndia nem viu a cor da bola e levou um vareio. O time canarinho goleou por 4 a 0, com dois gols de Zico, um de Falco e outro do centroavante Serginho Chulapa. Com isso, a empolgao tomou conta e o Brasil despontava como grande favorito, ao lado da Frana de Platini. Na segunda fase, a Argentina seria nossa primeira rival. Zico abriu o placar j no primeiro tempo. Serginho e Jnior ampliaram, e o meia Ramn Diaz descontou. O Brasil deu ol nos seus rivais que terminaram a partida com dez jogadores, por causa da expulso do ento novato Diego Maradona. A, veio a desgraa. Precisando de um mero empate, o Brasil deixou escapar a classificao e o possvel ttulo das mos. A derrota por 3 a 2 diante dos italianos matou a era de Zico e selou a desclassificao brasileira. O jogo foi memorvel com o Brasil chegando a ficar na frente do placar, mas esbarrando no carrasco Paolo Rossi. Teve de tudo. Um passe errado de Toninho Cerezo resultou no segundo gol dos italianos, Zico teve sua camisa rasgada pelo zagueiro Gentile, Falco lutou e Zoff fechou o gol. A eliminao chocou o Pas e passou a ser conhecida como o "desastre do Sarri". Meninos choraram inconsolveis, em imagens que vo ficar para sempre registrada na memria. Primeira fase Brasil 2 x 1 URSS Brasil: Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho, Jnior, Falco, Dirceu (Paulo Isidoro), Scrates, Zico, Serginho e der. Tc: Tel Santana Gols: Bal, aos 33 do primeiro tempo; Scrates, aos 30, e der, aos 43 do segundo tempo. Esccia 1 x 4 Brasil Brasil: Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho, Jnior, Cerezo, Falco, Scrates, Zico, Serginho (Paulo Isidoro) e der. Tc: Tel Santana Gols: Narey, aos 18, Zico, aos 33 do primeiro tempo; Oscar, aos 3, der, aos 19, e Falco, aos 41 do segundo tempo. Brasil 4 x 0 Nova Zelndia Brasil: Waldir Peres; Leandro, Oscar (Edinho), Luizinho, Jnior, Cerezo, Falco, Scrates, Zico, Serginho (Paulo Isidoro) e der. Tc: Tel Santana Gols: Zico, aos 29 e aos 31 do primeiro tempo; Falco, aos 19, e Serginho, aos 25 do segundo tempo. Segunda fase Brasil 3 x 1 Argentina Brasil: Waldir Peres; Leandro (Edevaldo), Oscar, Luizinho, Jnior, Cerezo, Falco, Scrates, Zico (Batista), Serginho e der. Tc: Tel Santana Argentina: Fillol; Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Barbas, Kempes (Ramn Daz), Ardiles, Caldern, Bertoni (Santamaria) e Maradona. Tc: Csar Lus Menotti Gols: Zico, aos 12 do primeiro tempo; Serginho, aos 22, Jnior, aos 27, e Ramn Daz, aos 43 do segundo tempo.

Itlia 3 x 2 Brasil Data: 05/07/1982 Itlia: Zoff; Gentile, Collovati, Scirea, Cabrini, Antognoni, Oriali (Marini), Tardelli, Graziani, Rossi (Altobelli) e Conti. Tc: Enzo Bearzot Brasil: Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho, Jnior, Falco, Scrates, Zico, Cerezo, Serginho (Paulo Isidoro) e der. Tc: Tel Santana Gols: Rossi, aos 5 e aos 25, e Scrates, aos 12 do primeiro tempo; Falco, aos 23, Rossi, aos 29 do segundo tempo. O elenco brasileiro Goleiros: Waldir Peres (So Paulo), Paulo Srgio (Botafogo) e Carlos (Ponte Preta) Zagueiros: Leandro (Flamengo), Edevaldo (Inter), Oscar (So Paulo), Luizinho (Atltico-MG), Edinho (Udinese), Juninho (Ponte Preta), Jnior (Flamengo) e Pedrinho (Vasco) Meio-campo: Cerezo (Atltico-MG), Falco (Roma), Scrates (Corinthians), Zico (Flamengo), Batista (Grmio) e Renato (So Paulo) Ataque: Serginho (So Paulo), der (Atltico-MG), Paulo Isidoro (Cruzeiro), Dirceu (sem clube) e Roberto Dinamite (Vasco) Tcnico: Tel Santana CAMPEO Como se fosse num preo de turfe, o cavalinho italiano comeou muito desacreditado na Copa do Mundo. Mesmo com a boa campanha nas eliminatrias, quando teve cinco vitrias, dois empates e uma derrota, o time italiano chegou como azaro. Precisando se recuperar do escndalo de 80, quando diversos jogadores e dirigentes tiveram seus nomes envolvidos na fraude da loteria esportiva, a Itlia sabia que no tinha condies de disputar o ttulo. Com o desentrosado Paolo Rossi no ataque, a situao piorava ainda mais. Sem jogar h dois anos, Rossi chegou Espanha apenas como um jogador queridinho do tcnico, mas se recuperou de forma espetacular. O atacante cresceu junto com a equipe, no momento em que a Itlia mais precisava. A Azzura teve um comeo desanimador para seus torcedores. A equipe no conseguiu passar de um empate com Polnia, Peru e Camares. A sorte dos europeus que Camares, que tambm havia empatado os trs jogos, marcou um gol a menos e terminou fora. Com isso, mesmo debaixo de muitas crticas pelo medocre futebol apresentado na primeira fase, o time passou para a segunda fase, na qual enfrentaria Argentina, atual campe, e Brasil, a melhor equipe da competio at aquele momento. Certeza de eliminao. Era tudo que passava na cabea do mais fantico torcedor italiano. Foi a que brilhou a estrela do matador Paolo Rossi. O artilheiro resolveu jogar bola e levou a Itlia praticamente nas costas. No primeiro jogo, um surpreendente 2 a 1 sobre a Argentina. Rossi no marcou, mas deu os passes para Tardelli e Cabrini, que selaram a vitria. No segundo jogo, a Azzura precisava derrotar o Brasil para se classificar. Como todos sabem, o carrasco Rossi marcou trs e mandou o Brasil de Tel de volta para casa. Na semifinal, a equipe mostrou estar realmente embalada e devorou os poloneses, com outra exibio de gala. Jogando muito e empolgando a torcida, os italianos passaram fcil pela Alemanha, na final, por 3 a 1. O ttulo ia pela terceira vez Bota, que empatou com o Brasil em nmero de conquistas na Copa do Mundo. A Itlia consagrava ainda uma bos safra de jogadores, todos dolos em seus clubes, como o fantstico goleiro Zoff, o zagueiro Gentile e a dupla matadora Conti e Rossi, ao lado de raudos como o meia Orialli e o zagueiro Scirea. Uma turma muito bem comandada pelo tcnico Enzo Bearzot.

Itlia 0 x 0 Polnia Itlia: Zoff; Gentile, Collovati, Scirea, Cabrini, Antognoni, Marini, Tardelli, Graziani, Rossi e Conti. Tc: Enzo Bearzot Peru 1 x 1 Itlia Itlia: Zoff; Gentile, Collovati, Scirea, Cabrini, Antognoni, Marini, Tardelli, Graziani, Rossi (Causio) e Conti. Tc: Enzo Bearzot Gols: Conti, aos 19 do primeiro tempo; Collovati (contra), aos 39 do segundo tempo. Itlia 1 x 1 Camares Itlia: Zoff; Gentile, Collovati, Scirea, Cabrini, Antognoni, Oriali, Tardelli, Graziani, Rossi e Conti. Tc: Enzo Bearzot Gols: Graziani, aos 15 e MBila, aos 16do segundo tempo. Segunda fase Argentina 1 x 2 Itlia Argentina: Fillol; Olguin, Galvn, Passarella, Tarantini, Gallego, Diaz (Valencia), Ardiles, Kempes (Caldern), Bertoni e Maradona. Tc: Csar Lus Menotti Itlia: Zoff; Gentile, Collovati, Scirea, Cabrini, Antognoni, Oriali (Marini), Tardelli, Graziani, Rossi (Altobelli) e Conti. Tc: Enzo Bearzot Gols: Tardelli, aos 12, Cabrini, aos 22, e Passarella, aos 38 do segundo tempo. Itlia 3 x 2 Brasil Itlia: Zoff; Gentile, Collovati, Scirea, Cabrini, Antognoni, Oriali (Marini), Tardelli, Graziani, Rossi (Altobelli) e Conti. Tc: Enzo Bearzot Brasil: Waldir Peres; Leandro, Oscar, Luizinho, Jnior, Falco, Scrates, Zico, Cerezo, Serginho (Paulo Isidoro) e der. Tc: Tel Santana Gols: Rossi, aos 5 e aos 25, e Scrates, aos 12 do primeiro tempo; Falco, aos 23, Rossi, aos 29 do segundo tempo. Semifinais Itlia 2 x 0 Polnia Itlia: Zoff; Bergomi, Collovati, Scirea, Cabrini, Antognoni (Marini), Oriali, Tardelli, Graziani (Altobelli), Rossi e Conti. Tc: Enzo Bearzot Gols: Rossi, aos 22 do primeiro tempo; Rossi, aos 28 do segundo tempo. Final Itlia 3 x 1 Alemanha Ocidental Itlia: Zoff; Gentile, Collovati, Scirea, Cabrini, Bergomi, Oriali, Tardelli, Graziani (Altobelli, e depois Causio), Rossi e Conti. Tc: Enzo Bearzot Alemanha: Schumacher; Kaltz, Stielike, Karl-Heinz Forster, Bernd Foster, Dremmler (Hrubesch), Briegel, Breitner, Littbarski, Fischer e Rummenigge (Hansi Mller). Tc: Jupp Derwall Gols: Rossi, aos 11, Tardelli, aos 24, Altobelli, aos 35, e Breitner, aos 37 do segundo tempo. Paolo Rossi, de bandido a heri O jogador italiano comeou sua carreira em 77, jogando pela Juventus. No teve um bom esempenho e acabou sendo negociado para o modesto Como. A partir da, comeou a ser um jogador nmade passando por diversos clubes de pouca expresso. Esteve no Vicenza e no Perugia, onde voltou a se destacar. Com isso, Rossi retornou aos grandes times, sendo contratado pela Juventus. Mostrando muito oportunismo, ele despontou como um dos grandes nomes no futebol italiano, at meados de 80, quando se viu envolto no escndalo da Loteria Esportiva, que abalou a Itlia e revelou a corrupo em inmeros jogos para manipulao da

loteria. Rossi pegou dois anos de suspenso, retornando com imagem de bandido para a disputa da Copa de 1982. Perseguido e desacreditado, ele superou tudo e marcou seus seis gols nos ltimos trs jogos, terminando como artilheiro e maior estrela da competio. Depois de saborear por certo tempo o sucesso da Copa, amargou novamente um perodo de fracassos, desta vez sem volta. Falco, o ponto de equilbrio Entre tantas estrelas, Paulo Roberto Falco foi uma das que mais brilhou durante a Copa. Mesmo jogando como o meia mais recuado da seleo de Tel, o Rei de Roma desfilou nos campos italianos, marcando trs gols durante todo o torneio. Dando chutes precisos de fora da rea e armando a defesa com maestria, Falco foi essencial para o sucesso do esquema ttico de Tel, fazendo muito bem a marcao e partindo para o ataque, quando preciso. O meia comeou sua carreira no Inter, onde foi campeo brasileiro em 75,76 e 79. Passou pela Roma, levando o time da capital italiana ao ttulo nacional em 83, encerrando sua carreira no So Paulo de 85, o time que marcou poca nas mos de Cilinho. Tambm participou da Copa de 86, onde ficou no banco de reserva. Curiosidades 1 O juiz sovitico Miroslav Stupar ficou para sempre marcado como um covarde aps o jogo entre Frana e Kuwait, pela fase classificatria. Inconformado com um gol francs, o xeque Fahid Al-Sabah entrou em campo e exigiu a anulao do gol. O rbitro resolveu acatar a ordem do xeque invasor e anulou o gol. Mesmo assim, a Frana ganhou por 4 a 1. 2 A falta de gols eliminou Camares da competio. Mesmo terminando a primeira fase nvictos, os Lees Indomveis foram desclassificados, pois perderam no desempate para os italianos pela segunda colocao do grupo A. O time africano marcou um gol, enquanto a Azzura anotou dois. Mais um gol e Camares poderia ter eliminado o campeo j na primeira fase. 3 Se o time no chegou final, o Brasil esteve representado pela primeira vez por um juiz. O rbitro Arnaldo Csar Coelho apitou a deciso entre Alemanha Ocidental e Itlia, sendo o primeiro brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo. Depois dele, Romualdo Arppi Filho comandou a final de 86. 4 O Brazil por pouco no enfrentou o Brasil. Em 82, a Esccia inscreveu um jogador chamado Brazil. O atacante britnico atuou nas partidas contra Unio Sovitica e Nova Zelndia, mas desfalcou o time justamente contra nossa seleo. Brazil jogou 72 minutos e no marcou nenhum gol na competio. 5 Ao mesmo tempo em que apresentou a maior goleada da competio, o torneio de 82 teve tambm a maior quantidade de jogos em 0 a 0. No total, foram sete partidas sem sair do zero. A segunda maior marca foi em 78, quando seis jogos terminaram sem abertura de placar. Artilheiros 6 gols: Paolo Rossi (Itlia) 4 gols: Zico (Brasil) e Boniek (Polnia) 3 gols: Falco (Brasil), Giresse (Frana), Kiss (Hungria) e Armstrong (Irlanda do Norte) Classificao final Pos Pas 1 Itlia 2 Alemanha Ocidental 3 Polnia 4 Frana 5 Brasil Pontos 11 8 9 8 8 J 7 7 7 7 5 V 4 3 3 3 4 E 3 2 3 2 D 2 1 2 1 GP 12 12 11 16 15 GC 6 10 5 12 6

Mxico- 1986
Maradona comanda a Argentina Diego Armando Maradona foi o grande nome da Copa do Mundo de 1986. Uma participao decisiva e brilhante na campanha da Argentina campe mundial, incluindo cinco gols em momentos decisivos. Desde Garrincha em 1962, com o Brasil campeo, um jogador no se apresentava de forma to marcante para um ttulo de uma seleo. Os argentinos estriam com uma vitria por 3 a 1 em cima da Coria do Sul. Depois empatam por 1 a 1 com a Itlia, com um gol de Maradona, e fazem 2 a 0 na Bulgria. Nas oitavas, 1 a 0, gol de Pasculli, diante do Uruguai. E vem o duelo com a Inglaterra nas quartas-de-final, diante de 114 mil torcedores no estdio Azteca: 2 a 1, dois gols de Maradona, um deles com a mo. "Com a mo de Deus", diria mais tarde Dieguito. S o juiz tunisiano Ali Bennaceur no viu. A Argentina elimina a Blgica na semifinal: 2 a 0, mais dois gols de Maradona. Na final diante da Alemanha, no estdio Azteca, com o apoio do mexicanos, os argentinos vencem a Alemanha por 3 a 2. Os argentinos fazem 2 a 0, os alemes empatam em 2 a 2, mas um passe de Maradona deixa Burruchaga em condies de marcar o gol do ttulo, a seis minutos do final. A Colmbia foi inicialmente a nao escolhida para ser a sede da 13 Copa do Mundo. No entanto, problemas polticos e financeiros fizeram o governo do pas retirar seu apoio ao comit organizador. Sem essa ajuda, os colombianos anunciaram em 1983 que no possuam condies para abrigar a competio. Brasil, Canad, Estados Unidos e Mxico ofereceram-se para substituir a Colmbia. A falta de tradio no futebol acabou com as esperanas de americanos e canadenses, que logo foram descartados. O Brasil tambm no contou com o apoio do governo federal e acabou por retirar sua candidatura, sobrando o Mxico como nico opo. Mas o Mxico tambm no ficou livre de problemas. Oito meses antes do incio da Copa, a Cidade de Mxico e outros trs estados do pas foram atingidos por um terremoto que causou a morte de 25 mil pessoas. Ento surgiu a fora do povo mexicano, que mesmo com srios obstculos decidiu seguir em frente na determinao de organizar a Copa. Forma de disputa Forma de disputa A 13 edio da Copa do Mundo contou com a participao de 24 selees, divididas em seis grupos de quatro. As equipes enfrentaram-se dentro de cada chave. Os dois primeiros colocados de cada grupo, mais as quatro melhores naes terceiras colocadas (pelo ndice tcnico) garantiram vaga nas oitavas-de-final. A partir dessa fase foi adotado o sistema eliminatrio, quem perdesse estava fora da competio, at se chegar ao campeo da competio. Grupo A: Argentina, Itlia, Bulgria e Coria do Sul Grupo B: Mxico, Paraguai, Blgica, e Iraque Grupo C: URSS, Frana, Hungria e Canad Grupo D: Brasil, Espanha, Irlanda e Arglia Grupo E: Dinamarca, Alemanha Ocidental, Uruguai e Esccia Grupo F: Marrocos, Inglaterra, Polnia e Portugal BRASIL Mesmo depois do "desastre do Sarri", Tel Santana ganhou nova chance no comando da Seleo Brasileira a partir das eliminatrias para a Copa de 1986. Ele reuniu a base do time de 1982, apostando na experincia de Zico, Cerezo, Falco, Scrates, Elzo e Alemo. E no teve problemas para se classificar. O Brasil caiu no grupo 3 das eliminatrias sul-americanas, ao lado da Bolvia e do Paraguai. As trs selees enfrentaram-se em turno e returno, e apenas a primeira colocada garantia vaga automaticamente para a Copa do Mxico. Os brasileiros estrearam vencendo a Bolvia fora de casa por 2 a 0. Os paraguaios tambm perderam pelo mesmo placar, em Assuno. Nas partidas de volta, dois empates por 1

a 1, primeiro com o Paraguai e depois com a Bolvia, foram suficientes para assegurar a presena do Brasil em mais uma Copa do Mundo. Na Copa, o Brasil caiu no grupo D, ao lado da Espanha, Irlanda do Norte e Arglia. O time de Tel obteve trs vitrias em trs jogos, sem sofrer um s gol. Nas oitavas-definal, oito jogos em eliminatrias simples. O Brasil no tomou conhecimento da Polnia, fez 4 a 0 e deixou a torcida bastante confiante numa nova conquista. Nas quartas-de-final, o Brasil enfrenta a Frana. Fizemos 1 a 0 com Careca, mas os franceses empataram o jogo com Platini. A partida vai para a prorrogao. Zico entra em campo frio e logo em seguida o juiz marca pnalti para o time brasileiro. O Galinho de Quintino bate e o goleiro Bats defende. A chance de classificao estava sendo perdida ali, naquele lance. Na deciso por pnaltis, a Frana leva a melhor, vencendo por 4 a 3, mesmo com Platini, o lder do time, perdendo sua cobrana. O goleiro Bats voltou a brilhar, defendendo um pnalti cobrado por Scrates. E o Brasil volta para casa mais cedo, apesar de uma campanha impecvel at ali, com quatro vitrias, 10 gols marcados e apenas 1 sofrido. O melhor momento de Careca O centroavante brasileiro Antnio de Oliveira Filho, o Careca, atingiu uma das melhores fases de sua carreira em 1986. Durante a disputa da Copa do Mundo no Mxico, em junho, sagrou-se vice-artilheiro da competio com cinco gols. Alguns em momentos cruciais, como o gol da vitria sobre a Arglia, na primeira fase, e o gol que deixou o Brasil na frente por 1 a 0 contra a Frana, nas quartas-de-final. De volta ao Brasil, Careca participou da campanha vitoriosa do So Paulo no Campeonato Brasileiro do mesmo ano, tornando-se artilheiro da competio com 25 gols. Suas boas atuaes despertaram a ateno de dirigentes europeus e, em 1987, Careca transferia-se para o Napoli, da Itlia. L veio a consagrao que lhe faltava, nos campos do melhor campeonato do mundo. Fazendo dupla com o argentino Maradona, Careca virou dolo da torcida local. Conquistou os ttulos italianos de 1987 e 90 e da Copa da Uefa de 1989. Marcou mais de 90 gols em sua passagem pelo futebol italiano. Nascido em Araraquara, interior paulista, Careca comeou sua carreira vitoriosa no Guarani, em 1978, quando o tcnico Carlos Alberto Silva, sem opes no ataque para o Campeonato Brasileiro daquele ano, decidiu promover, s vsperas do incio da competio, um jovem de 17 anos da equipe juvenil para a principal. Meses mais tarde, Careca no apenas conquistaria o ttulo de campeo brasileiro como ainda marcaria o gol do ttulo na vitria sobre o Palmeiras, 1 a 0, na final. Sua ltima grande jogada aconteceu em 1993, durante a disputa das eliminatrias da Copa do Mundo de 94, nos EUA. Fora de forma, o atacante deu um exemplo de autocrtica e pediu dispensa da seleo, por entender que no estava colaborando com a equipe. Um gesto que resumiu bem sua atuao em toda a carreira, do artilheiro que pensava no coletivo. Primeira fase Brasil 1 x 0 Espanha Brasil: Carlos; Branco, Edinho (c), Jlio Cesar, Edson; Jnior (Falco), Scrates, Alemo, Elzo; Casagrande (Mller), Careca. Gol: Scrates, aos 63 min. Brasil 1 x 0 Arglia Brasil: Carlos; Branco, Edinho (c), Jlio Cesar, Edson (Falco); Jnior, Scrates, Alemo, Elzo; Casagrande (Mller), Careca Gol: Careca, aos 66 min Brasil 3 x 0 Irlanda do Norte Brasil: Carlos; Branco, Edinho (c), Jlio Cesar, Josimar; Jnior, Scrates (Zico), Alemo - Elzo, Mller (Casagrande), Careca. Gols: Careca, aos 15 min e 87 min; Josimar, aos 41 min.

 Oitavas-de-final Brasil 4 x 0 Polnia Brasil: Carlos; Josimar, Jlio Cesar, Edinho (c), Branco; Elzo, Alemo, Scrates (Zico), Jnior, Careca, Mller (Silas) Gols: Scrates, aos 30 min; Josimar, aos 54 min; Edinho, aos 77 min; e Careca, aos 81 min. Quartas-de-final Brasil 1 x 1 Frana (nos pnaltis, Brasil 3 x 4 Frana) Brasil: Carlos;Josimar, Jlio Cesar, Edinho (c), Branco; Alemo, Scrates, Junior (Silas), Elzo; Mller (Zico), Careca. Frana: Bats; Amoros, Tureau, Battiston e Bossis; Fernandez, Tigana, Giresse (Ferreri) e Platini; Rocheteau (Bellone) e Stopyra. Gols: Careca, aos 18 min; e Platini, aos 42 min. Goleiros: Carlos (Corinthians), Paulo Vtor (Fluminense) e Leo (Palmeiras) Zagueiros: dson (Corinthians), Jlio Csar (Guarani), Edinho (Udinese), Branco (Fluminense), Josimar (Botafogo/RJ), Oscar (So Paulo), Mauro Galvo (Internacional/RS) Meio-de-campo: Jnior (Torino), Elzo (Atltico/MG), Alemo (Botafogo/RJ), Scrates (Flamengo), Falco (So Paulo), Zico (Flamengo), Silas (So Paulo), Valdo (Grmio) Atacantes: Muller (So Paulo), Careca (So Paulo), Casagrande (Corinthians), Edivaldo (Atltico/MG) CAMPEO Don Dieguito, o craque da Copa O argentino Diego Armando Maradona escreveu seu nome na histria da Copas em 1986. Ele liderou sua equipe ao ttulo com inesquecveis atuaes e gols decisivos. Um contra a Itlia na primeira fase, dois gols histricos contra a Inglaterra nas quartasde-final e mais dois contra a Blgica, na semifinal. Nascido em 1960, no subrbio de Buenos Aires, Don Dieguito, como passou carinhosamente a ser chamado, comeou sua carreira nas categorias de base do Argentinos Juniors. Tornou-se o mais jovem jogador a vestir a camisa de seu pas em 1976, aos 16 anos. Por pouco no foi convocado para disputar a Copa em seu pas, em 78. Transferiu-se para o Boca Juniors em 80. Em 1983 foi vendido para o Barcelona, da Espanha, por um valor recorde poca. Porm no foi bem-sucedido no clube catalo, e dois anos depois, em 1985, foi para o Napoli, da Itlia, onde conseguiu demonstrar toda a sua genialidade. Maradona conquistou o Sul da Itlia com sua habilidade. Deu ao Napoli dois scudettos (ttulo do Campeonato Italiano), seus primeiros na histria. Capito indiscutvel, tambm levantou a taa da Copa da Uefa no perodo em que esteve no clube italiano. Ainda hoje dolo e tratado como astro em Npoles. Quase deu mais uma Copa do Mundo Argentina em 1990. Carregou o time nas costas, deu passes para gols nos momentos mais necessrios (contra o Brasil e Itlia), garantindo o vice-campeonato. Em 1991, em um jogo do Campeonato Italiano, contra o Bari, seu exame antidoping deu positivo. Resultado: uma suspenso que o deixou 18 meses longe dos gramados. Prescrita a pena, voltou ao Boca. Ainda teve breves passagens pelo Sevilla (Espanha) e pelo Newells Old Boys. Convocado por Alfio Basile para defender uma vez mais a Argentina na Copa do Mundo de 1994, nos EUA, Maradona provou que ainda podia jogar bem. Na estria contra a Grcia, goleada por 4 a 0, incluindo um gol seu. No entanto, algumas horas mais tarde o Comit Organizador anunciou que o jogador havia sido flagrado no exame antidoping, presena da substncia efedrina em seu sangue. Maradona suspenso mais uma vez do futebol.

Argentina 3 x 1 Coria do Sul Argentina: Pumpido; Clausen, Brown, Ruggeri e Garr; Giusti, Batista (Olarticoechea), Pasculli (Tapia) e Maradona; Burruchaga e Valdano. Gols: Valdano, aos 5min e 46min; Ruggeri, aos 17 min; e Chang-sun, aos 75 min. Itlia 1 x 1 Argentina Itlia: Galli; Vierchowod, Scirea, Bergomi e Cabrini; Bagni, Di Gennaro, Galderisi e De Napoli (Baresi); Altobelli e Conti (Vialli). Argentina: Pumpido; Brown, Ruggeri e Garr; Giusti, Cuciuffo, Batista (Olarticoechea), Borghi (Enrique) e Maradona; Burruchaga e Valdano. Gols: Altobelli, aos 6 min; Maradona, aos 34 min. Argentina 2 x 0 Bulgria Argentina: Pumpido; Brown, Ruggeri e Garr; Giusti, Cuciuffo, Batista (Olarticoechea), Borghi (Enrique) e Maradona; Burruchaga e Valdano. Gols: Valdano, aos 3min; Burruchaga, aos 87min. Oitavas-de-final Argentina 1 x 0 Uruguai Argentina: Pumpido; Brown, Ruggeri e Garr; Giusti, Cuciuffo, Batista (Olarticoechea), Pasculli e Maradona; Burruchaga e Valdano. Gol: Pasculli, aos 41min. Quartas-de-final Argentina 2 x 1 Inglaterra Argentina: Pumpido; Brown, Ruggeri e Olarticoechea; Giusti, Cuciuffo, Batista, Enrique e Maradona; Burruchaga (Tpia) e Valdano. Gols: Maradona (2), aos 51 e 54 min.; Lineker, aos 81min. Semifinal Argentina 2 x 0 Blgica Argentina: Pumpido; Brown, Ruggeri e Olarticoechea; Giusti, Cuciuffo, Batista, Enrique e Maradona (Tpia); Burruchaga (Bocchini) e Valdano. Gols: Maradona, aos 51 e 62 min. Final Argentina 3 x 2 Alemanha Ocidental Argentina: Pumpido; Brown, Ruggeri e Olarticoechea; Giusti, Cuciuffo, Batista, Enrique e Maradona (Tpia); Burruchaga (Trobbiani) e Valdano. Alemanha Ocidental: Schumacher; Berthold, Foester, Jakobs e Briegel; Eder, Mattheus, Magath (Hoeness) e Brehme; Rummenigge e Allofs (Voeller). Gols: Brown, aos 22min; Valdano, aos 55 minutos; Rummenigge, aos 73 min; Voeller, aos 81 min; Burruchaga, aos 83 min. Goleiros: Nery Pumpido, Lus Islas e Hctor Zelada. Zagueiros: Jos Lus Cuciuffo, Oscar Ruggeri, Jos Lus Brown, J.J. Olarticoechea, Nstor Clausen, Oscar Garre e Daniel Passarella Meio-de-campo: Srgio Daniel Batista, Ricardo Giusti, Diego Armando Maradona e Ricardo Bocchini Atacantes: Jorge Burruchaga, Hctor Adolfo Enrique, Jorge Valdano, Cludio Borghi, Pedro Pablo Pascullli, Carlos Tpia, Marcelo Trobbiani e Srgio Almirn. Treinador: Carlos Salvador Bilardo

DESTAQUES Gary Lineker, o artilheiro Seis gols em cinco partidas. O ingls Gary Lineker foi o grande artilheiro da Copa do Mundo de 86. Ele demorou para embalar, no marcando nenhuma vez nos dois primeiros jogos. Desencantou contra a Polnia, deixando sua marca trs vezes. Nas oitavas-de-final, mais dois gols. E outro contra a Argentina, nas quartas. Na Itlia, em 1990, foram mais quatro gols, o que lhe coloca na posio de sexto maior goleador da histria das Copas, com 10 gols. Lineker nasceu em Leicester, regio central da Inglaterra, em 30 de novembro de 1960. Comeou jogando no clube de sua cidade, o Leicester City, estreando na primeira diviso em 1979. Ficou duas temporadas na reserva, e somente em 1981 passou para a equipe titular. No campeonato seguinte, foi artilheiro com 17 gols em 39 partidas (segunda diviso). Repete o feito na temporada seguinte, desta vez com 26 gols, ajudando o Leicester a subir para a diviso principal. Em 1985 foi negociado com o Everton, da cidade de Liverpool. Depois do Mundial de 1986, foi vendido para o Barcelona, da Espanha. Retornou ao futebol ingls em 1989, para defender o Tottenham Hotspur. Encerrou a carreira no Japo, atuando pelo Nagoya Grampus. Curiosidades - pela primeira vez na histria, o sorteio dos grupos, realizado em dezembro de 1985, foi direcionado. Para tornar as chaves mais equilibradas e impedir a sada prematura de selees de um mesmo continente, os 24 pases foram divididos em quatro categorias diferentes. Mxico (pas-sede), Argentina, Alemanha Ocidental, Frana, Polnia e Brasil foram designados como cabeas-de-chave. - para evitar resultados de convenincia, ficou estabelecido que a ltima rodada de cada grupo fosse disputada no mesmo dia e horrio. - pela primeira vez foi adotado o sistema de classificao (dos quatro melhores terceiros colocados) por ndice tcnico. - Romualdo Arppi Filho foi o juiz que apitou a final, o segundo brasileiro consecutivo a ter essa honra o primeiro havia sido Arnaldo Csar Coelho, em 1982. Artilheiros 6 gols: Lineker (Inglaterra); 5 gols: Maradona (Argentina), Careca (Brasil) e Butragueo (Espanha); Classificao final Pos Pas 1 Argentina 2 Alemanha Ocidental 3 Frana 4 Blgica 5 Brasil

Jogos 7 7 7 7 5

V 6 3 4 2 4

E 1 2 2 2 1

D 0 2 1 3 0

GP 14 8 12 12 10

GC 5 7 6 15 1

SG 9 1 6 -3 9

Itlia - 1990
O mundo esperava uma grande Copa em 1990. Afinal, o Mundial voltava a ser disputado na Itlia aps 56 anos e ainda estava no ar o clima mgico dos jogos realizados na Espanha, em 1982, e no Mxico, em 1986. Fora do campo, os organizadores deram um show. At hoje a Copa de 90 considerada a mais organizada da histria. Entretanto, dentro dos gramados, as coisas no andaram muito bem. Jogos sofrveis, empates e poucos gols fizeram da Copa uma grande chatice. A Itlia, favorita, sucumbiu nas semifinais diante de uma aguerrida, mas limitada, Argentina. O Brasil tambm tropeou nos argentinos, mas a seleo canarinho j estava mesmo mal das pernas.

A surpresa da Copa ficou por conta da seleo de Camares. Os Lees Africanos, como ficou conhecido o time comandado pelo veterano Roger Milla, derrotou a Argentina na estria do Mundial, sendo o nico time a apresentar um futebol ofensivo e artstico na competio. Entretanto, os camaroneses pagaram por um futebol-arte, perdendo as quartas-de-final para a Inglaterra no jogo mais emocionante da Copa. Na final, a Alemanha conseguiu o to sonhado ttulo, aps dois vice-campeonatos, e entrou para o clube dos tricampees mundias. E nada melhor do que vencer a Argentina na grande deciso, devolvendo a derrota sofrida no Mundial de 86. Forma de disputa A Copa foi disputada por 24 equipes, divididas em seis grupos de quatro. Classificaram-se para as oitavas-de-final o primeiro e o segundo colocado de cada grupo, alm dos quatro melhores terceiros colocados. As selees classificadas se enfrentavam no sistema mata-mata, at ser definido o campeo. A partir das oitavasde-final, as partidas que terminassem empatadas eram decididas numa prorrogao de 30 minutos e, em caso de persistncia do empate, seria realizada uma srie de cobranas de pnaltis. Grupo A - Itlia, ustria, Tchecoslovquia e Estados Unidos Grupo B - Argentina, Repblica dos Camares, URSS e Romnia Grupo C - Brasil, Sucia, Esccia e Costa Rica Grupo D - Alemanha Ocidental, Iugoslvia, Colmbia e Emirados rabes Unidos. Grupo E - Blgica, Uruguai, Espanha e Coria do Sul. Grupo F - Inglaterra, Holanda, Egito e Irlanda (Eire). Lazaroni trava a Seleo A participao do Brasil na Copa de 1990 foi marcada por muita confuso. A comear pelo esquema ttico da equipe, com a utilizao do lbero no futebol brasileiro. Pobre Mauro Galvo, que s conseguiu resgatar a sua imagem depois de muitos anos jogando um bom futebol como quarto-zagueiro. O grupo tambm estava desunido, com vrios grupos divergentes. A verborragia do tcnico Sebastio Lazaroni no conseguia ser assimilada pelos boleiros, que estavam mais preocupados em lutar por um aumento dos bichos. Alm disso, a CBF permitiu que os jogadores levassem seus familiares ao Mundial, o que reduziu a possibilidade de concentrao. Com esse quadro, a seleo fez sua campanha mais medocre desde 1966. Na primeira fase, trs vitrias apertadas e com muito sofrimento (2 x 1 Sucia, 1 x 0 Costa Rica e 1 x 0 Esccia) garantiram a primeira colocao do grupo. Mas a tragdia j estava anunciada e chegou logo nas oitavas-de-final. Na partida contra a Argentina, a seleo brasileira mostrou um futebol um pouco mais aplicado. Mesmo assim, continuou tropeando nas prprias pernas, com a defesa confusa, o meio-de-campo inerte e o ataque inexistente. O gol de Caniggia selou o fim da "Era Dunga", marcada pelo futebol de pegada e sem criatividade. O Brasil nas Eliminatrias As eliminatrias para a Copa da Itlia registraram uma das cenas mais deprimentes da histria do futebol. No dia 3 de setembro de 1989, um Maracan lotado assistia perplexo encenao do goleiro chileno Rojas, numa tentativa desesperada de classificar a sua equipe para o Mundial. Fingindo ter sido acertado por um rojo atirado pela torcida, Rojas provocou um corte em seu superclio e ocasionou a sada do Chile de campo, quando o placar anotava 1 a 0 para o Brasil. Entretanto, fotos comprovaram a armao e o Chile foi punido, sendo suspenso por oito anos de competies internacionais. Rojas foi banido para sempre do Mundial. Brasil e Chile faziam parte, junto com a Venezuela, do grupo 3 das eliminatrias sulamericanas. Desde o comeo, sabia-se que a disputa ficaria mesmo entre brasileiros e chilenos. O Brasil goleou a Venezuela por duas vezes e conseguiu um empate herico com o Chile, em Santiago, numa verdadeira guerra. Na partida final o Brasil precisava apenas de um empate, mas saiu na frente no comecinho do segundo tempo. Foi ento que Rojas aproveitou o rojo atirado em campo para realizar a sua farsa.

Nos outros grupos sul-americanos, nenhuma surpresa: Uruguai e Argentina conseguiram suas vagas sem dificuldades. Na Europa, a decepo foi desclassificao da Dinamarca, sensao da Copa de 86, que perdeu a vaga para a Romnia no grupo 1. Quem tambm se deu mal foi a Frana (terceira colocada da Copa da Espanha), eliminada por Iugoslvia e Esccia. Jogos do Brasil Primeira Fase Grupo C Brasil 2 x 1 Sucia Brasil: Taffarel; Jorginho, Mozer, Mauro Galvo, Ricardo Gomes e Branco; Valdo (Silas), Dunga e Alemo; Mller e Careca. Gols: Careca, aos 40 do 1 tempo e aos 18 do 2 tempo e Brolin, aos 34 do 2 tempo Brasil 1 x 0 Costa Rica Brasil: Taffarel; Jorginho, Mozer, Mauro Galvo, Ricardo Gomes e Branco; Valdo (Silas), Dunga e Alemo; Mller e Careca (Bebeto). Gol: Mller, aos 33 do 1 tempo Brasil 1 x 0 Esccia Data: 20 de junho de 1990 Brasil: Taffarel; Jorginho, Ricardo Rocha, Mauro Galvo, Ricardo Gomes e Branco; Valdo, Dunga e Alemo; Romrio (Mller) e Careca. Gol: Mller, aos 36 do 2 tempo Oitavas-de-final Brasil 0 x 1 Argentina Brasil: Taffarel; Jorginho, Ricardo Rocha, Mauro Galvo (Renato Gacho), Ricardo Gomes e Branco; Valdo, Dunga e Alemo (Silas); Mller e Careca. Argentina: Goycoechea; Simon, Monzon, Troglio (Calderon) e Olarticoechea; Burruchaga, Basualdo, Ruggeri e Giusti; Maradona e Caniggia. Gol: Caniggia, aos 35 do 2 tempo Goleiros: Taffarel (Internacional), Accio (Vasco da Gama) e Z Carlos (Flamengo) Zagueiros: Jorginho (Bayer Leverkusen/Ale), Mozer (Olympique/Fra), Ricardo Rocha (So Paulo), Mauro Galvo (Botafogo), Dunga (Fiorentina/Ita), Ricardo Gomes (Benfica/Por), Aldair (Benfica/Por) e Branco (Porto/Por) Meio-de-campo: Mazinho (Vasco da Gama), Valdo (Benfica/Por), Silas (Sporting/Por), Tita (Vasco da Gama), Bismarck (Vasco da Gama) e Alemo (Napoli/Ita) Ataque: Romrio (PSV/Hol), Renato Gacho (Flamengo), Mller (Torino/Ita), Careca (Napoli/Ita) e Bebeto (Vasco da Gama) A vingana do Imperador A derrota para a Argentina na final da Copa de 1986 nunca saiu da cabea do tcnico alemo Franz Beckenbauer. Afinal, os argentinos ganhavam a partida por 2 a 0 quando Rummenigge e Voeler empataram para a Alemanha, faltando dez minutos para terminar o jogo. Quando tudo indicava a necessidade de uma prorrogao, o meia Burruchaga marcou o terceiro gol argentino, acabando com o sonho do Kaiser se tornar campeo do mundo. Mas Beckenbauer soube esperar. Quatro anos depois, a Alemanha disputa a Copa como uma das favoritas ao ttulo, credenciada pelos vice-campeonatos nos ltimos dois Mundiais. Na primeira partida, uma vitria tranquila sobre a Iugoslvia. Cinco dias depois, outra fcil vitria, desta vez em cima dos Emirados rabes. Nem mesmo o surpreendente empate com a Colmbia no encerramento da primeira fase serviu para tirar os nimos dos alemes. Nas oitavas-de-final, o adversrio foi o perigoso time da Holanda. A seleo holandesa era inferior tecnicamente Laranja Mecnica de 1974, quando o Kaiser faturou seu

nico ttulo mundial como jogador. Mesmo assim, a Holanda ainda tinha estrelas como Gullit, Rijkaard e Van Basten. O resultado foi o mesmo de 74, com os alemes vencendo por 2 a 1 e a Holanda vendo novamente um grande time nadar e morrer na praia. A partida contra a Tchecoslovquia, vlida pelas quartas-de-final, foi extremamente difcil. Um gol de pnalti de Matthaeus garantiu a vaga nas semifinais. O adversrio seria a Inglaterra, algoz dos germnicos na discutida final da Copa de 66 (estria de Beckenbauer em Copas do Mundo). Depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal e outro, em 0 a 0, na prorrogao, brilha a estrela do goleiro Ilgner, que classifica nos pnaltis a Alemanha para a final. O adversrio da deciso era a Argentina, de novo. E finalmente chegou a hora da vingana do Imperador. A Alemanha dominou todo o jogo, mas no conseguia transformar a superioridade em gols. Os argentinos, desfalcados, apostavam no talento de Maradona. Mas o craque estava muito bem marcado e quase no levou perigo ao gol alemo. Quando a partida encaminhava-se para a prorrogao, o rbitro mexicano Edgardo Codesal Mndez marcou um pnalti duvidoso em Voeller. Na cobrana, Brehme no deu chances para Goycoechea, marcando o gol do ttulo. Bechenbauer, o Kaiser, finalmente, estava vingado. Primeira Fase Grupo D Alemanha 4 x 1 Iugoslvia Alemanha: Illgner; Reuter, Berthold, Augenthaler, Buchwald e Brehme; Haessler (Littbarski), Matthaeus e Bein (Moeller); Klinsmann e Voeller. Gols: Matthaeus, aos 28 do 1 tempo e aos 20 do 2 tempo; Klinsmann, aos 39 do 1 tempo; Jozic aos 10 e Brehme, aos 26 do 2 tempo Alemanha 5 x 1 Emirados rabes Alemanha: Illgner; Reuter, Berthold (Littbarski), Augenthaler, Buchwald e Brehme; Haessler, Matthaeus e Bein; Klinsmann (Riedle) e Voeller. Gols: Voeller, aos 35 do 1 tempo e aos 29 do 2 tempo; Klinsmann, aos 37 do 1 tempo; Khalid Mubarak, aos 2, Matthaeus, aos 3 e Bein aos 13 do 2 tempo. Alemanha 1 x 1 Colmbia Alemanha: Illgner; Reuter, Berthold, Augenthaler, Buchwald e Pfluegler; Haessler (Thon), Matthaeus e Bein (Littbarski); Klinsmann e Voeller. Gols: Littbarski, aos 44 e Rincn, aos 45 do 2 tempo. Oitavas-de-final Alemanha 2 x 1 Holanda Alemanha: Illgner; Reuter, Buchwald, Augenthaler, Kholer e Brehme; Berthold, Littbarski e Matthaeus; Klinsmann (Riedle) e Voeller. Holanda: VanBreukelen; Ronald Koeman, VanTiggelen, VanAerle (Kieft), Rijkaard e Wouters; Winter, Gullit e Richard Witscheg (Gillhaus); Vant Schip e VanBasten. Gols: Klinsmann, aos 6, Brehme, aos 40 e Ronald Koeman, aos 44 do 2 tempo Quartas-de-final Alemanha 1 x 0 Tchecoslovquia Alemanha: Illgner; Berthold, Buchwald, Augenthaler, Kholer e Brehme; Littbarski, Matthaeus e Bein (Moeller); Klinsmann e Riedle. Gol: Matthaeus, aos 24 do 1 tempo Semifinais Alemanha 1 x 1 Inglaterra (Prorrogao: Alemanha 0 x 0 Inglaterra Pnaltis: Alemanha 4 x 3 Inglaterra)

Alemanha: Illgner; Berthold, Buchwald, Augenthaler, Kholer e Brehme; Haessler (Reuter), Matthaeus e Thon; Klinsmann e Voeller (Riedle). Inglaterra: Shilton; Wright, Parker, Butcher (Steven), Walker e Pearce; Gascoigne, Platt e Waddle; Lineker e Beardsley. Gols: Brehme, aos 14 do 1 tempo e Lineker, aos 36 do 2 tempo. Final Alemanha 1 x 0 Argentina Alemanha: Illgner; Berthold (Reuter), Buchwald, Augenthaler, Kholer e Brehme; Haessler, Matthaeus e Littbarski; Klinsmann e Voeller. Argentina: Goycochea; Simn, Sensini, Ruggeri (Monzn), Serrizuela e Lorenzo; Basualdo, Trglio e Burruchaga (Caldern); Dezzotti e Maradona. Gol: Brehme, aos 39 do 2 tempo Goleiros: Bodo Illgner, Andreas Koepke e Raimond Aumann. Zagueiros: Klaus Augenthaler, Stefan Reuter, Guido Buchwald, Juergen Kohler, Andreas Brehme, Thomas Berthold e Paul Steiner. Meio-de-campo: Pierre Littbarski, Thomas Haessler, Lothar Matthaeus, Uwe Bein, Andreas Moeller e Paul Steiner. Atacantes: Hans Pfluegler, Rudolf Voeller, Juergen Klinsmann, Olof Thon, Frank Mill e Gunter Hermann. Tcnico: Franz Beckenbauer DESTAQUES Toto Schillaci conquista a Itlia Antes de comear a Copa, o atacante Salvatore Schillaci era um ilustre desconhecido para o torcedor. Mesmo entre os italianos, ele passava quase despercebido. Afinal, era apenas mais um reserva para o ataque. Mas o Mundial mudou a vida de Toto Schillaci, como era conhecido pelos tifosi. Para quem fazia pouco caso, Schillaci deu o ar da graa logo na estria da Itlia diante da ustria, Saiu do banco para entrar no lugar de Carnevale e marcar o gol da vitria por 1 a 0. O gol ainda no foi suficiente para ganhar a camisa de titular. Ele permaneceu na reserva e na partida seguinte substituiu de novo Carnevale. A Itlia ganhou dos Estados Unidos por 1 a 0, gol de Giannini. Para a partida contra a Thecoslovquia, no teve jeito:Schillaci ganhou um lugar no ataque e marcou um dos gols da vitria por 2 a 0 (Baggio fez o segundo). Nas oitavas-de-final, o faro do artilheiro reaparece diante do Uruguai. Ele marca o primeiro gol na vitria por 2 a 0 (Serena fez o segundo). Nas quartas, de novo Schillaci: a Itlia venceu a Irlanda por 1 a 0. E nas semifinais contra a Argentina, ele marca seu sexto gol na Copa e coloca a Itlia em vantagem, mas Canigia empata no segundo tempo e leva o jogo para a prorrogao. Os italianos caem na disputa por pnaltis. Schillaci nasceu em Palarmo, a 1 de dezembro de 1964.Defendeu o Messina (1988 a 1990), a Juventus (1990 a 1994) e a Internazionale (1994 a 1996) na Itlia. Jogou ainda no futebol japons com a camisa do Jubilo Iwata, de 1996 a 1999. Ganhou a Copa da Itlia (1989/1990) e a Copa da Uefa (1990) pela Juventus. Roger Milla, recordista africano Vov Roger Milla, como passou a ser chamado, disputou trs Copas do Mundo (82/90/94). Uma faanha no seu Continente: foi o nico jogador africano que conseguiu essa marca. Marcou um gol histrico contra a Rssia: foi o mais velho jogador a marcar em copas, aos 42 anos. Ele comeou no Leopardos, de Douala. Depois, transferiu-se para o Tonnere Kalara, sendo campeo da Copa da frica em 1976. Em 77, foi jogar no Montpellier, da Frana. Milla foi campeo da frica por Camares em 84 e 88

Curiosidades 1 A Copa de 1990 teve a pior mdia de gols de todos os tempos. Foram marcados 115 gols em 52 partidas, com a ridcula mdia de 2,21 gols por jogo. A mdia representa menos da metade daquela que foi registrada em 1954, quando as redes balanaram 5,38 vezes por jogo. 2 Camares conseguiu um feito histrico: jogando um belo futebol, os Lees Indomados terminaram a competio em stimo lugar. Foi a melhor colocao obtida por uma equipe africana na histria do Mundial. Dentre os feitos camaroneses, o destaque fica para a vitria sobre a Argentina na abertura da Copa do Mundo e o grande jogo contra a Inglaterra, nas quartas-de-final. 3 A competio marcou tambm a primeira derrota de Camares em Copas do Mundo. A seleo africana, que havia participada do Mundial de 82 (trs jogos e trs empates) perdeu duas vezes: 4 x 0 para a URSS e 3 x 2 para a Inglaterra. 4 As duas partidas semifinais foram decididas nos pnaltis, algo que no foi repetido at hoje. 6 gols: Schillaci (Itlia) 5 gols: Skuhravy (Tchecoslovquia) 4 gols: Matthaeus (Alemanha), Roger Milla (Camares), Michel (Espanha) e Lineker (Inglaterra) Pos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Pas Alemanha Argentina Itlia Inglaterra Iugoslvia Tchecoslovquia Camares Irlanda Brasil Pontos 12 7 13 9 7 6 6 4 6 J 7 7 7 7 5 5 5 5 4 V 5 2 6 3 3 3 3 0 3 E 2 3 1 3 1 0 0 4 0 D 0 2 0 1 1 2 2 1 1 GP 15 5 10 8 8 10 7 2 4 GC 1 4 2 6 6 5 9 3 2

EUA - 1994
O tetra, 24 anos depois A dcima quinta Copa do Mundo foi realizada em 1994, nos Estados Unidos. Dos 146 pases inscritos nas Eliminatrias, apenas 24 estariam disputando a to almejada taa. Depois do fracasso da Copa da Itlia, em 1990, onde no havia sido demonstrado um bom futebol, a Copa dos EUA era esperada com muita expectativa por todo o planeta. Cerca de 3,5 milhes de ingressos foram colocados venda e por volta de 30 bilhes de pessoas assistiram aos 52 jogos da Copa, que teve como caracterstica as milionrias cifras, sendo elas dos contratos publicitrios ou dos passes dos jogadores. Como favoritos, apareciam a Alemanha, que defendia o ttulo, a Itlia, que contava com Roberto Baggio, considerado o melhor do mundo na poca, e o Brasil, que, dessa vez comandado pelo artilheiro Romrio, buscava o tetracampeonato, at ento indito. A Argentina, com a volta do fenomenal Maradona, tambm era considerada um forte candidato ao ttulo. Com poucas diferenas tticas, o esquema que prevaleceu na competio foi o 4-4-2, tendo quase todas as selees dois volantes no meio de campo, mostrando que a defesa era considerada um fator muito importante para pretenses de vitria. A seleo brasileira, com um meio-de-campo de muita marcao e, principalmente, com o atacante Romrio inspirado como nunca, levou a melhor, conquistando o tetracampeonato, um ttulo que o povo brasileiro esperava havia 24 anos.

Forma de disputa As 24 selees foram divididas em seis grupos de quatro componentes que jogaram entre si. Os dois primeiros colocados de cada grupo se classificaram para as oitavasde-final automaticamente. Classificaram-se tambm os quatro melhores terceiros colocados. A partir das oitavas, quem perdesse um jogo era eliminado. Havendo empate no tempo normal, uma prorrogao de 30 minutos era disputada. Se o empate persistisse, a partida era decidida na cobrana de pnaltis. Grupo A: Estados Unidos, Sua, Colmbia e Romnia Grupo B: Brasil, Rssia, Repblica dos Camares e Sucia Grupo C: Alemanh, Bolvia, Espanha e Coria do Sul Grupo D: Argentina, Grcia, Nigria e Bulgria Grupo E: Itlia, Irlanda, Noruega e Mxico Grupo F: Blgica, Marrocos, Holanda e Arbia Saudita A seleo brasileira disputou a primeira fase da Copa dos Estados Unidos no Grupo B, junto com Sucia, Camares e Rssia. O Brasil, favorito absoluto ao primeiro lugar do grupo, no teve maiores dificuldades de se classificar para as oitavas-de-final. A partida de estria foi contra a seleo russa e, com gols de Romrio e Ra, o Brasil ganhou por 2 a 0. O segundo jogo foi contra Camares, que vinha de tima campanha na Copa de 1990, quando foi at as quartas-de-final. Mas a seleo Canarinho jogou bem e fez 3 a 0, com gols de Romrio, Mrcio Santos e Bebeto. O terceiro jogo, dessa vez contra a forte seleo sueca, foi o mais difcil da primeira fase. A Sucia saiu na frente, porm Romrio, mais uma vez, salvou o Brasil, empatando a partida no segundo tempo: 1 a 1. Com esse resultado, a seleo brasileira se classificou na primeira colocao do grupo e a sueca, na segunda. Rssia e Camares estavam eliminados. Nas oitavas-de-final, o Brasil enfrentou a seleo norte-americana, anfitri da Copa. O jogo seria disputado no dia quatro de julho, o dia da Independncia dos Estados Unidos, o que aumentava a expectativa em torno do confronto. A seleo brasileira venceu apenas por 1 a 0, gol de Bebeto, classificando-se para a prxima fase da O confronto entre Brasil e Holanda, nas quartas-de-final, foi uma das partidas mais emocionantes da competio. O primeiro tempo terminou em 0 a 0, porm, a segunda etapa guardava uma agradvel surpresa para os torcedores. A seleo Canarinho abriu 2 a 0, com gols de Romrio e Bebeto, parecendo que a vitria estava garantida. Porm, com gols de Bergkamp e Winter, a Holanda empatou o jogo. Foi quando apareceu a bomba de Branco, que substitua o suspenso Leonardo, desempatando numa linda cobrana de falta. O Brasil estava entre os quatro melhores do mundo. Na semifinal, estavam frente a frente Brasil e Sucia novamente. Entretanto nesse jogo, a seleo brasileira no deu chances aos suecos, vencendo a partida por 1 a 0, um gol de cabea do baixinho Romrio entre os zagueiros gigantes. O placar magro no demonstra o que foi a partida, pois o Brasil dominou todas as aes e s no goleou por falhas nas finalizaes. Agora, depois de 24 anos, os brasileiros vinham sua seleo numa final de Copa do Mundo. O Brasil enfrentaria a seleo italiana na final, sendo que o vencedor se consagraria como o nico pas tetracampeo do mundo. O dois maiores jogadores do campeonato, Romrio, do Brasil, e o italiano Baggio, realizariam o mais esperado duelo. A final foi nervosa, com bom lances das duas selees, porm sem que nenhuma conseguisse os concretizar em gols. O tempo normal e a prorrogao se encerraram e o placar ainda estava como comeou. Dessa forma a deciso iria, pela primeira vez na histria, para os pnaltis. Nas penalidades, deu Brasil. Com gols de Romrio, Branco e Dunga, e o erro de Baggio na quinta cobrana italiana, a seleo brasileira ganhou por 3 a 2. ramos os nicos tetracampees do planeta. O Brasil nas Eliminatrias O Brasil disputou as Eliminatrias Sul-americanas no grupo B, junto com as selees do Uruguai, Bolvia, Equador e Venezuela. Os dois primeiros colocados se

classificariam para a Copa do Mundo de 1994, que seria disputada nos Estados Unidos. A seleo, comandada pelo treinador Carlos Alberto Parreira, no comeou bem na luta pela classificao para a Copa. Ela empatou a primeira partida com o Equador em 0 a 0 e depois o desastre: a derrota de 2 a 0 para a Bolvia em La Paz. Era a primeira partida que a seleo brasileira perdia na histria das Eliminatrias. Depois desse resultado, a situao de Parreira ficava complicada e sua permanncia no cargo era criticada por muitos. Sua ttica defensiva, utilizando dois volantes marcadores, era considerada responsvel pelo mau futebol apresentado. A convocao de Romrio, que brilhava no Barcelona, era unanimidade nacional, mas ele no era chamado por seu comportamento polmico fora dos campos. A Bolvia acabou o primeiro turno como lder e o Brasil ficou em segundo, ganhando do Uruguai apenas pelo saldo de gols. Tudo comeou a mudar na partida de volta contra a Bolvia, em Recife, quando a seleo Canarinho apresentou um belo futebol, vencendo o jogo por 6 a 0. Porm, a classificao da seleo brasileira ainda no estava garantida e a vaga seria decidida no ltimo jogo, contra o Uruguai, no Maracan. Uma derrota eliminaria o seleo. Comearam as lembranas da Copa de 1950, quando perdemos a final para os uruguaios naquele mesmo estdio. A to esperada convocao de Romrio aconteceu e ele no desapontou. O Baixinho marcou os dois gols da vitria por 2 a 0. Romrio era heri, Parreira estava salvo e o Brasil se garantia na Copa de 1994. Romrio, o dono da Copa No h dvida de que o grande destaque brasileiro na Copa dos Estados Unidos foi Romrio. O baixinho de temperamento explosivo foi o maior responsvel pela conquista do tetra, prometido antes de embarcar para os Estados Unidos. E o brilhante atacante cumpriu a promessa. O Baixinho, que em 94 brilhava na artilharia do Campeonato Espanhol atuando pelo Barcelona, quase no foi Copa. Suas atitudes polmicas fora de campo no agradavam a comisso tcnica brasileira e ele no participou de quase todas as Eliminatrias. Quando a classificao brasileira estava a perigo, Parreira no arriscou, convocou Romrio e este no decepcionou: marcou os dois na vitria de 2 a 0 sobre o Uruguai, garantindo a participao do Brasil na Copa. Nos Estados Unidos, o atacante, famoso por suas curtas arrancadas, jogou como nunca. Ele, com sua classe e precisos toques na bola, marcou cinco gols em sete partidas, dando forte poderio ofensivo seleo. Faltou deixar sua marca na final, mas na deciso nos pnaltis contra a Itlia ele no vacilou, concretizando sua cobrana. Romrio chegou de volta ao Brasil com a taa nas mos, ato que simbolizava o quanto foi decisivo para o tetracampeonato. Primeira fase Brasil 2 x 0 Rssia Brasil: Taffarel; Jorginho, Ricardo Rocha (Aldair), Mrcio Santos e Leonardo; Mauro Silva, Dunga (Mazinho), Ra e Zinho; Bebeto e Romrio. Gols: Romrio (27) e Ra (53) - Brasil Brasil 3 x 0 Camares Brasil: Taffarel; Jorginho, Aldair, Mrcio Santos e Leonardo; Mauro Silva, Dunga, Ra (Muller) e Zinho (Paulo Srgio); Bebeto e Romrio. Gols: Romrio (39), Mrcio Santos (65) e Bebeto (72) Brasil Brasil 1 x 1 Sucia Brasil: Taffarel; Jorginho, Aldair, Mrcio Santos e Leonardo; Mauro Silva (Mazinho), Dunga, Ra (Paulo Sgio) e Zinho; Bebeto e Romrio. Sucia: Ravelli; Nilsson, Kamark, Schwarz (Mild), P. Andersson e Ljung; Ingesson, Thern, Larsson (Blomqvist) e Brolin; K. Andersson. Gols: Romrio (47) Brasil. K. Andersson (23) - Sucia

 Oitavas-de-final Brasil 1 x 0 Estados Unidos Brasil: Taffarel; Jorginho, Aldair, Mrcio Santos e Leonardo; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho (Caf); Bebeto e Romrio. EUA: Meola; Clavijo, Balboa, Lalas e Caligiuri; Sorber, Jones, Dooley e Ramos (Wynalda); Stewart e Perez (Wegerle). Gol: Bebeto (74) Brasil Quartas-de-final Brasil 3 x 2 Holanda Brasil: Taffarel; Jorginho, Aldair, Mrcio Santos e Branco (Caf); Mauro Silva, Dunga, Mazinho (Ra) e Zinho; Bebeto e Romrio. Holanda: De Goej; Winter, Koeman, Valckx e Witschge; Wouters, Rijkaard (Ronald de Boer), Jonk e Bergkamp; Overmars e Van Vossen (Roy). Gols: Romrio (52), Bebeto (62) e Branco (81) Brasil. Bergkamp (64) e Winter (76) Holanda Semifinal Brasil 1 x 0 Sucia Brasil: Taffarel; Jorginho, Aldair, Mrcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho (Ra) e Zinho; Bebeto e Romrio. Sucia: Ravelli; Nilsson, P. Andersson, Bjorklund e Ljung; Ingesson, Thern, Mild e Brolin; Dahlin e K. Andersson. Gol: Romrio (80) Brasil Final Brasil 0 x 0 Itlia * 17/07/94 The Rose Bowl (Los Angeles) Brasil: Taffarel; Jorginho (Caf), Aldair, Mrcio Santos e Branco; Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho (Viola); Bebeto e Romrio. Itlia: Pagliuca; Mussi (Apolloni), Maldini, Baresi e Benarrivo; Albertini, Dino Baggio (Evani), Donadoni e Berti; Roberto Baggio e Massaro. * Nos pnaltis: Brasil 3 x 2 Itlia. Gols: Romrio, Branco e Dunga Brasil. Albertini e Evani Itlia Goleiros: Cludio Andr Taffarel, Gilmar Luiz Rinaldi e Armelino Donizetti Quagliatto (Zetti) Laterais: Jorge de Amorim Campos (Jorginho), Marcos Evangelista de Moraes (Caf), Leonardo Nascimento de Arajo e Cludio Ibraim Vaz Leal (Branco) Zagueiros: Aldair Nascimento dos Santos, Mrcio Roberto dos Santos, Ricardo Barreto da Rocha e Ronaldo Rodrigues de Jesus (Ronaldo) Volantes: Mauro da Silva e Carlos Caetano Bledorn Verri (Dunga) Meias: Crizan Cezar de Oliveira Filho (Zinho), Iomar do Nascimento (Mazinho) e Ra Souza de Oliveira Atacantes: Jos Roberto Gama de Oliveira (Bebeto), Romrio de Souza, Paulo Srgio Silvestre do Nascimento, Paulo Srgio Rosa (Viola), Luiz Antnio Correa da Costa (Muller) e Ronaldo Luiz Nazrio de Lima (Ronaldinho) Tcnico: Carlos Alberto Parreira DESTAQUES Salenko e Stoichkov, os artilheiros A artilharia da Copa do Mundo de 1994 ficou dividida entre dois jogadores: o russo Oleg Salenko e o blgaro Hirsto Stoichkov, ambos com seis gols. Stoichkov, que j era astro na equipe do Barcelona, foi o grande responsvel pela bela campanha da Bulgria na competio. Dos quatro gols que seu pas marcou a partir

das oitavas, ele fez trs. A seleo blgara ficou na quarta colocao, tendo eliminado a Alemanha, que defendia o ttulo, nas quartas-de-final da Copa. J Oleg Salenko, que atuava, em 94, no Lograes, um pequeno clube espanhol, no era um jogador conhecido antes da Copa. Uma prova disso que ele s foi titular de seu pas a partir da segunda partida do campeonato. Alm disso, sua seleo no foi nada bem na Copa do Mundo, ficando apenas na terceira colocao em seu grupo, nem se classificando para as oitavas-de-final. Salenko s conseguiu chegar artilharia pela brilhante atuao que teve na partida contra Camares. Nesse jogo, que acabou 6 a 0 para os russos, Salenko marcou cinco, igualando o recorde de gols em uma nica partida de Copa do Mundo. Baggio, a estrela da Itlia O Italiano Roberto Baggio foi o destaque internacional da Copa de 1994. Ele, com seus dribles curtos, lanamentos e cinco gols, foi o grande responsvel por levar a Itlia final. Defendendo a Juventus na poca, o meia-atacante, que em 93 havia sido considerado o melhor da Europa, chegou Copa como a grande esperana para o tetra italiano. Porm na primeira fase, na qual sua seleo ficou em terceiro lugar no grupo, classificando-se apenas nos gols marcados, ele no atuou bem, ficando sem marcar nenhum gol. O craque italiano comeou a jogar bem a partir das oitavas-de-final. Nessa fase, a Itlia passou pela forte seleo nigeriana ao vence-la, de virada, por 2 a 1, sendo que os dois gols foram marcados por Baggio. Nas quartas-de-final, os italianos passaram pelos espanhis tambm por 2 a 1 e Baggio, a dois minutos do fim, marcou o gol que selou a vitria da squadra azzurra. Na semifinal, os adversrios foram os fortes blgaros que, comandados por Stoichkov, haviam eliminado a Alemanha, pas que defendia o ttulo. O jogo foi muito disputado, porm, com mais dois gols de Baggio, o italianos venceram por 2 a 1, classificando-se para a grande final contra o Brasil. Na deciso, onde o vencedor seria o primeiro tetracampeo mundial, Baggio no brilhou como o esperado. Jogando machucado e sob forte marcao, o craque italiano no criou as belas jogadas pelas quais era to conhecido e temido. A partida acabou 0 a 0, indo para a deciso por pnaltis. Essa foi a pior parte para Baggio, pois este chutou a quinta cobrana por cima, dando o ttulo ao Brasil. Muitos lembram de Baggio como o homem que deu a vitria aos brasileiros, porm o craque da azzurra foi certamente um grande destaque na Copa dos Estados Unidos. O doping de Maradona Maradona voltou seleo argentina como salvador. Contra a Austrlia, na repescagem, a Argentina tinha a ltima chance de disputar a Copa nos Estados Unidos e recorreu ao veterano dolo. Dom Diego comandou o time e garantiu sua presena em mais um Mundial, mas j se sabia que corria o risco de ser pego no exame antidoping. Na poca, correu uma verso de que Maradona havia feito um pacto com os dirigentes da Fifa: seu nome ficaria fora de qualquer exame. O pacto foi quebrado no jogo contra a Nigria, quando a Argentina venceu por 2 a 1, ainda na primeira fase. O exame constatou a presena de efedrina, droga proibida pela Fifa. "Estou morto. Me mataram", reagiu Maradona ao resultado do exame, colocando-se como vtima de um compl. Os argentinos, j sem Maradona, perderam o jogo seguinte para a Bulgria por 2 a 0, passaram para as oitavas, mas foram eliminados pela Romnia por 3 a 2. Curiosidades - Na partida de abertura da Copa, disputada entre Alemanha e Bolvia, alguns torcedores americanos, desacostumados com as regras do futebol, bateram palmas para um arremesso lateral. - Pela primeira vez, a vitria valeu trs pontos. Caso valesse o antigo critrio, no qual cada vitria valia dois pontos, os classificados para a fase seguinte seriam os mesmos.

- O jogo disputado entre Estados Unidos e Sua, realizado no Silverdome, em Detroit, foi o primeiro confronto na histria da Copa do Mundo que aconteceu em um estdio totalmente coberto. - A me do blgaro Stoichkov sofreu um ataque cardaco na hora em que ele marcou o gol da vitria contra a Alemanha, numa partida vlida pelas quartas-de-final. - O goleiro da Coria do Sul, Choi In-Young, pediu demisso no intervalo da partida que disputava contra a Alemanha. Ele admitiu que falhara em dois dos trs gols que havia sofrido. A demisso foi aceita, o goleiro reserva assumiu a posio e a Coria do Sul melhorou. Porm, no final deu Alemanha: 3 a 2. 6 gols: Salenko (Rssia) e Stoichkov (Bulgria); 5 gols: K. Andersson (Sucia), Klismann (Alemanha), Roberto Baggio (Itlia) e Romrio (Brasil); 4 gols: Batistuta (Argentina), Dahlin (Sucia) e Raduciou (Romnia); OITAVAS-DE-FINAL Alemanha 3 x 2 Blgica Espanha 3 x 0 Sua Sucia 3 x 1 Arbia Saudita Romnia 3 x 2 Argentina Holanda 2 x 0 Irlanda Brasil 1 x 0 Estados Unidos Itlia 2 x 1 Nigria Bulgria 1 x 1 Mxico* *Nos pnaltis, Bulgria 3 x 1 Mxico QUARTAS-DE-FINAL Itlia 2 x 1 Espanha Brasil 3 x 2 Holanda Alemanha 1 x 2 Bulgria Sucia 2 x 2 Romnia* *Nos pnaltis, Sucia 5 x 4 Romnia SEMIFINAIS Itlia 2 x 1 Bulgria Brasil 1 x 0 Sucia Deciso do 3 Lugar Bulgria 0 x 4 Sucia FINAL Brasil 0 x 0 Itlia* *Nos pnaltis, Brasil 3 x 2 Itlia Pos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Pas Brasil Itlia Sucia Bulgria Alemanha Romnia Holanda Espanha Nigria Pontos 17 14 12 10 10 11 9 8 J 7 7 7 7 5 5 5 5 V 5 4 3 3 3 3 3 2 E 2 2 3 1 1 2 0 2 D 0 1 1 3 1 1 2 1 GP 11 8 15 10 9 10 8 10 GC 3 5 8 11 7 9 6 6

Frana - 1998
A ltima Copa do Sculo. Esta frase, intensamente alardeada pela mdia logo aps o tetra brasileiro nos EUA, veio acompanhada por todo o potencial de organizao e marketing dos franceses, donos da casa e ausentes da mega-festa do futebol desde o terceiro lugar de 1986. Desta vez, eles queriam no s fazer a melhor Copa de todos os tempos, mas tambm ganh-la. Michel Platini, o melhor jogador da Frana de todos os tempos e um dos organizadores do evento, jamais escondeu o seu grande sonho: realizar a maior Copa que o mundo j viu e assistir, na final, o triunfo do seu pas sobre a maior seleo do mundo, a do Brasil. Seria, sem dvida, uma festa inesquecvel para eles. No foi a primeira vez que a Frana recebeu a competio em seu territrio. Claro que, da ltima vez, exatos sessenta anos atrs, a Copa ainda no podia contar com o moderno sistema de transportes da Frana, ou mesmo pelo acompanhamento instantneo, em qualquer parte do planeta, proporcionado pela Internet. Mas estas no foram as novidades. Depois de vinte anos, o fechado grupo de campees mundiais conheceu mais um integrante: Uruguai, Argentina, Brasil, Inglaterra, Itlia e Alemanha ganharam a companhia dos franceses. Vitria justa dos anfitries que montaram a maior Copa de todos os tempos. A ltima vez que um time que jamais havia vencido a Copa conseguiu este feito foi em 1978, quando a Argentina bateu a forte Holanda na final. Foi uma Copa de nvel tcnico bem superior ao das duas anteriores. Praticamente todas as equipes atuaram ofensivamente. Houve muitas goleadas. E alguns artilheiros conseguiram justificar seu prestgio: Suker, Batistuta, Vieri, Salas, Hernandez, Bierhoff e Ronaldinho, mesmo com seus problemas no joelho. Forma de disputa Em 68 anos, nunca uma Copa teve tantos participantes: 32. Oito grupos de quatro equipes formaram a primeira fase do torneio. Destes, apenas os dois melhores por chave passaram fase final, o j tradicional "matamata". Pela primeira vez na histria das copas, passou a valer a "morte sbita" a partir das oitavasdefinal, ou seja, durante os 30 minutos de prorrogao, a primeira equipe a marcar o "golden gol" (como a Fifa prefere chamar a morte sbita), vence a partida e evita o desempate por cobrana de pnaltis. Confira a formao dos grupos da primeira fase. Grupo A: Brasil, Esccia, Marrocos e Noruega Grupo B: Itlia, Chile, Camares e ustria Grupo C: Frana, Dinamarca, Arbia Saudita e frica do Sul Grupo D: Espanha, Nigria, Paraguai e Bulgria Grupo E: Holanda, Blgica, Mxico e Coria do Sul Grupo F: Alemanha, Iugoslvia, EUA e Ir Grupo G: Inglaterra, Romnia, Colmbia e Tunsia Grupo H: Argentina, Crocia, Japo e Jamaica Brasil tropea na hora do penta "Vocs vo ter que me engolir!" Era assim que a nao brasileira foi obrigada a encarar a seleo de Zagallo na Copa da Frana. Pela sexta vez em sua histria, a seleo brasileira nico pas a garantir sua presena em todas as copas no precisou passar pelas eliminatrias, por ter sido o campeo da ltima edio. Um time repleto de estrelas, que ainda contava com a coordenao tcnica de Zico. Apesar da teimosia e das excentricidades do Velho Lobo, o penta parecia uma questo de detalhes. Mas, logo s vsperas do torneio, uma bomba em Ozoir la Ferriere: Romrio, heri da campanha do tetra e uma das esperanas para o ttulo, foi cortado da equipe por contuso. A comisso tcnica supos que ele no se recuperaria a tempo, mas pouco

depois de voltar ao Brasil j estava defendendo o Flamengo. Romrio chiou e com justa razo. 10 de junho. Brasil e Esccia fazem o jogo de abertura da competio. E a seleo comea bem. Logo aos quatro minutos, aps cobrana de escanteio, Csar Sampaio faz 1 a 0. Por uma ironia do destino, o mesmo Csar Sampaio o responsvel pelo empate escocs, ao derrubar o adversrio dentro da rea. Cafu desempata o jogo e Giovanni, que comea como titular, se queima com o treinador. Na segunda partida, contra a seleo de Marrocos, Ronaldinho e Rivaldo deram um show de bola. Coisa que no aconteceu diante da Noruega, terceiro adversrio na primeira fase. Vitria dos grandalhes da Escandinvia, graas a um pnalti duvidoso e a m atuao da equipe, que s conseguiu chegar ao gol ao final do segundo tempo. Apesar da derrota, a seleo permaneceu com o primeiro lugar do grupo. Daquele jogo em diante, s a vitria interessava. A equipe partiu para cima do Chile como se quisesse esquecer de vez a derrota para a Noruega. Ganhamos fcil, e mais uma vez, o iluminado Csar Sampaio coloca a bola nas redes. Mas a moleza ficou por a. Diante da Dinamarca, a histria foi outra: comeamos perdendo, chegamos a virar o jogo e, mais uma vez, o empate e o fantasma dos pnaltis. No fosse, claro, o talento de Rivaldo para fazer 3 a 2 e eliminar os irmos Laudrup e seus amigos. O Brasil j estava entre os quatro melhores do mundo, e para ganhar a vaga na grande final, bastava vencer a Holanda. Tarefa difcil. A seleo no poderia contar com Cafu, que tomou o segundo carto amarelo, e a Laranja Mecnica, velho trauma do lobo Zagallo, vinha de uma vitria diante da sempre forte Argentina e contava com Kluivert, Bergkamp, os irmos De Boer e Davids. Eram at ali as duas equipes mais tcnicas do Mundial, que fariam uma verdadeira final antecipada. O primeiro tempo da partida terminou sem gols, graas a uma forte marcao imposta por ambos os times, principalmente pela Holanda. O meia Zenden se aproveitou da fragilidade do lateral Z Carlos, que substitua Cafu, e foi um dos destaques da partida. Mas o Brasil ainda contava com Ronaldinho, que logo aos primeiros segundos da etapa final fez o seu gol, para alvio dos brasileiros. Mas a equipe no conseguiu ampliar a vantagem e, percebendo o desespero dos brasileiros, a Holanda comeou a reagir. O resultado foi o gol de empate, aos 41 minutos, numa cabeada de Kluivert. Veio a temida prorrogao com morte sbita. A tenso diante da possibilidade de um erro se misturava aos contra-ataques rpidos de Ronaldinho, lembrando os tempos de Cruzeiro. Os holandeses no quiseram arriscar, e a deciso acabou indo para a loteria dos pnaltis. Ronaldinho, Frank De Boer, Rivaldo, Bergkamp e merson, nesta ordem, converteram suas penalidades. Quando chegou a vez de Cocu bater, brilhou a estrela de Taffarel, heri da seleo na Olimpada de Seul, em 88, e na final da Copa de 94. Dunga fez o quarto gol do Brasil e, no chute de Ronald De Boer, Taffarel sepultou de vez as crticas de seus algozes, defendeu mais uma. Festa para o Brasil, finalista de uma Copa do Mundo pela sexta vez. Festa para Zagallo, que poderia ser o nico pentacampeo mundial da histria. Festa para os jogadores, que extasiados diante da eliminao holandesa, j estavam com uma das mos na taa. Festa para mais de cento e cinqenta milhes de pessoas, que terminaram de pintar as ruas, enfeitar os postes e os parapeitos das janelas de verde e amarelo, comprar a camisa da seleo e encomendar a carne para o churrasco do dia 12 de julho. Nada poderia dar errado. O resto, voc j sabe. Deu tudo errado, e o Brasil terminou a competio com o vicecampeonato, o mesmo resultado obtido em 1950. Primeira fase Brasil 2 x 1 Esccia Brasil: Taffarel; Cafu, Jnior Baiano, Aldair e Roberto Carlos; Dunga, Csar Sampaio, Giovanni (Leonardo) e Rivaldo; Bebeto (Denlson) e Ronaldinho. Tcnico: Zagallo. Gols: Csar Sampaio, aos 4, e Collins aos 37 minutos do primeiro tempo; Boyd (contra) aos 25 do segundo.

Brasil 3 x 0 Marrocos Brasil: Taffarel; Cafu, Aldair, Junior Baiano, Roberto Carlos e Csar Sampaio (Doriva); Dunga, Leonardo, Rivaldo (Denlson), Ronaldo e Bebeto (Edmundo). Tcnico: Zagallo. Gols: Ronaldo aos nove e Rivaldo aos 47 minutos do primeiro tempo e Bebeto, aos trs do segundo. Brasil 1 x 2 Noruega Brasil: Taffarel, Cafu, Junior Baiano, Goncalves, Roberto Carlos, Dunga, Leonardo, Rivaldo, Denlson, Ronaldo, Bebeto. Noruega: Grodas, Berg, Eggen, Johnsen, Bjornebye; Havard Flo (Solskjaer), Leonhardsen, Rekdal, Strand (Mykland), Riseth, Tore Andre Flo. Gols: Bebeto, aos 32 do segundo tempo, Tore Andre Flo, aos 37, e Rekdal, de pnalti, aos 43. Oitavasdefinal Brasil 4 x 1 Chile Brasil: Taffarel; Cafu, Aldair (Gonalves), Junior Baiano e Roberto Carlos; Cesar Sampaio, Leonardo, Dunga e Rivaldo; Ronaldo e Bebeto (Denlson). Tcnico: Zagallo. Chile: Tapia; Margas, Fuentes e Reyes; Cornejo, Acua (Musrri), Miguel Ramrez (Estay), Sierra (Vega) e Aros; Salas e Zamorano. Tcnico: Nelson Acosta. Gols: Csar Sampaio, aos 11 e aos 27 minutos do primeiro tempo, e Ronaldinho aos 47 do primeiro e 25 do segundo; Salas aos 23 do segundo. Quartasdefinal Brasil 3 x 2 Dinamarca Brasil: Taffarel; Cafu, Aldair, Junior Baiano e Roberto Carlos; Cesar Sampaio, Dunga, Leonardo (merson) e Rivaldo (Z Roberto); Ronaldo e Bebeto (Denilson). Dinamarca: Peter Schmeichel; Marc Rieper, Jes Hogh, Jan Heintze e Soren Colding; Martin Jorgensen, Thomas Helveg (Schjonberg) e Allan Nielsen (Tofting); Michael Laudrup, Brian Laudrup e Peter Moller (Sand). Gols: Jorgensen, no primeiro minuto de jogo, Bebeto, aos 9 minutos do primeiro tempo e Rivaldo, aos 25 do primeiro tempo. Brian Laudrup, aos 5 do segundo tempo, e Rivaldo, aos 15 do segundo tempo. Semifinal Brasil 1 (4) x 1 (2) Holanda Brasil: Taffarel; Z Carlos, Aldair, Junior Baiano e Roberto Carlos; Cesar Sampaio, Dunga, Leonardo (merson) e Rivaldo; Ronaldo e Bebeto (Denlson). Tcnico: Zagallo. Holanda: Edwin van der Sar; Michael Reiziger (Winter), Jaap Stam, Frank de Boer e Phillip Cocu; Ronald de Boer, Wim Jonk (Seedorf), Edgar Davids e Boudewijn Zenden (Van Hooijdonk); Dennis Bergkamp e Patrick Kluivert. Tcnico: Guus Hiddink. Gols: Ronaldinho aos 40 segundos e Kluivert aos 42 minutos do segundo tempo. Nos pnaltis: Ronaldinho, Rivaldo, Emerson e Dunga; Frank de Boer e Bergkamp. Final Frana 3 x 0 Brasil Data: 12/07/98 Local: Stade de France, SaintDennis. rbitro: Said Belqola (Marrocos) Brasil: Taffarel; Cafu, Jnior Baiano, Aldair e Roberto Carlos; Dunga, Csar Sampaio (Edmundo), Rivaldo e Leonardo (Denlson); Bebeto e Ronaldo. Tcnico: Zagallo. Frana: Fabien Barthez; Lilian Thuram, Marcel Desailly, Franck Leboeuf e Bixente Lizarazu; Christian Karembeu (Boghossian), Didier Deschamps, Zinedine Zidane, Emmanuel Petit e Youri Djorkaeff (Vieira); Stephane Guivarc'h (Dugarry). Tcnico: Aim Jacquet.

Gols: Zidane aos 27 e aos 47 minutos do primeiro tempo e Petit aos 47 do segundo. Cartes amarelos: Deschamps, Desailly, Karenbeu, Jnior Baiano Carto vermelho: Desailly. Goleiros: Taffarel (AtlticoMG), Carlos Germano (Vasco da Gama), Dida (Cruzeiro) Laterais: Cafu (Roma), Z Carlos (So Paulo), Roberto Carlos (Real Madrid) e Z Roberto (Flamengo). Zagueiros: Aldair (Roma), Jnior Baiano (Flamengo), Gonalves (Botafogo), Andr Cruz (Milan). Meiode-campo: Csar Sampaio (Yokohama Flugels), Giovanni (Barcelona), Dunga (Jubilo Iwata), Emerson (Bayer Leverkussen), Doriva (Porto) e Leonardo (Milan). Atacantes: Ronaldinho (Inter de Milo), Denlson (So Paulo), Bebeto (Botafogo) e Edmundo (Fiorentina). Tcnico: Mrio Jorge Lobo Zagallo. CAMPEO Frana com garra e vontade de campe A Frana comeou a se credenciar ao ttulo desde a primeira fase. Os donos da casa venceram facilmente as suas trs primeiras partidas, sempre pressionando muito e partindo para o ataque desde os momentos iniciais. Mas tiveram que suar muito a camisa para eliminar, na morte sbita, o Paraguai, de Paulo Csar Carpegiani, Chilavert, Arce e Gamarra. Nas quartasdefinal, conseguiram segurar a Itlia at o fim, garantindo a classificao para a fase seguinte graas ao erro de Di Biaggio, mantendo o tabu italiano de jamais ter vencido uma disputa por pnaltis em mundiais. Depois de passar pela surpreendente Crocia nas semifinais, chegou a vez de enfrentar o Brasil, de Ronaldinho e Cia. Para ns, seria a festa do penta. Seria. Inexplicavelmente, a seleo brasileira estava aptica, irreconhecvel. Os franceses aplicaram uma forte marcao, anulando o nosso ataque at os 20 minutos, o Brasil no havia conseguido chegar nenhuma vez. Ao mesmo tempo, o "ladro" Dunga e todo o meiocampo eram "roubados" facilmente pelos adversrios. Leonardo e Rivaldo no conseguiam lanar para o ataque, erravam muitos passes e sequer chegaram perto da boa atuao nos jogos anteriores. Os laterais Cafu e Roberto Carlos tambm pouco fizeram, apagando tambm a presena de Ronaldinho, visivelmente sem condies fsicas, e Bebeto. At que, aos 27 minutos, aps uma cobrana de escanteio, a superioridade francesa em campo chegou ao pice. O implacvel Zidane aproveitou, de cabea, e fez o primeiro gol da Frana. O resultado desfavorvel no conseguiu acordar o time brasileiro. J nos descontos, em nova cobrana de escanteio, Zidane, novamente de cabea, selou o que j era inevitvel: a Frana entraria para o seleto clube dos campees mundiais de futebol. Para o segundo tempo, o tcnico Zagallo no fez nada de ousado, trocando apenas Leonardo por Denlson. O time at melhorou um pouco, mas no conseguiu reverter o placar desfavorvel. Nem mesmo a expulso de Desailly, aos 23 minutos, foi suficiente para o time brasileiro reagir. Pelo contrrio, a Frana ainda criou novas oportunidades de ampliar. Zagallo s resolveu reforar o ataque aos 29 minutos, trocando Csar Sampaio por Edmundo. Mas j era tarde demais. O Brasil, sem condies de reagir, ainda assistiu ao terceiro gol da Frana, nos descontos, marcado por Petit. O pas estava ensandecido. Milhares de pessoas tomaram a Place de La Concorde e a Avenida Champs Elyses, comemorando o ttulo at o dia 14 de julho, data em que os franceses comemoram tambm a queda da Bastilha. Tudo foi festa. Torcedores eram detidos embriagados e depredando lojas. Outros eram feridos em meio aos diversos tumultos registrados ao longo da madrugada.

 Primeira fase Frana 3 x 0 frica do Sul Frana: Barthez; Blanc, Desailly, Lizarazu, Thuram; Deschamps, Djorkaeff (Trezeguet), Petit (Boghossian), Zidane, Henry; Guivarc'h (Dugarry). Gols: Dugarry, aos 35 do primeiro tempo; Issa, contra, aos 33 e Henry, aos 46 do segundo tempo. Frana 4 x 0 Arbia Saudita Frana: Barthez; Lizarazu, Blanc, Desailly, Thuram; Deschamps, Boghossian, Zidane, Diomede (Djorkaeff); Henry (Pires) e Dugarry (Trezeguet). Tcnico: Aim Jacquet Gols: Thiery Henry, aos 36 minutos do primeiro tempo; Trezeguet, aos 22, Henry, aos 32 e Lizarazu, aos 40 minutos do segundo tempo. Cartes Vermelhos: Al Khilaiwi, Zidane Frana 2 x 1 Dinamarca Frana: Fabien Barthez; Christian Karembeu, Frank Leboeuf, Marcel Desailly e Vincent Candela; Patrick Vieira, Emmanuel Petit (Boghossian), Robert Pires (Henry), Yuri Djorkaeff e Bernard Diomede; David Trezeguet (Guivarc'h). Tcnico: Aim Jacquet. Dinamarca: Peter Schmeichel; Jacob Laursen (Colding), Marc Rieper, Jes Hogh e Jan Heintze; Thomas Helveg, Allan Nielsen, Michael Laudrup e Michael Schjonberg; Martin Jorgensen (Sand) e Brian Laudrup (Tofting). Tcnico: Bo Johansson. Gols: Djorkaeff aos 12 e Micheal Laudrup aos 42 minutos do primeiro tempo; Petit aos 12 do segundo. Oitavasdefinal Frana 1 x 0 Paraguai rbitro: Ali Mohamed Bujsaim (Emirados rabes Unidos) Frana: Barthez; Thuram, Blanc, Desailly e Lizarazu; Deschamps, Petit (Boghossian), Djorkaeff e Henry (Pires); Diomede (Guivarch) e Trezeguet. Tcnico: Aim Jacquet Paraguai: Chilavert; Arce, Gamarra, Ayala e Sarabia; Acua, Enciso, Bentez e Paredes (Caniza); Jorge Campos (Yegros) e Cardozo (Rojas). Tcnico: Paulo Csar Carpegiani Gol: Blanc (9 minutos do 2 tempo da prorrogao) Quartasdefinal Frana 0 (4) x 0 (3) Itlia Local: Stade de France, Saint-Denis Frana: Barthez; Thuram, Desailly, Blanc e Lizarazu; Deschamps, Petit, Karembeu (Henry), Zidane e Djorkaeff; Guivarc'h (Trezeguet). Tcnico: Aime Jacquet. Itlia: Pagliuca; Bergomi; Costacurta, Cannavaro, e Maldini; Moriero, Dino Baggio (Albertini), Di Biagio e Pessotto (Di Livio); Del Piero (Roberto Baggio) e Vieri. Tcnico: Cesare Maldini. Gols: Nos pnaltis Zidane, Trezeguet, Henry e Blanc (FRana); Roberto Baggio, Costacurta e Vieri (Itlia). Semifinais Frana 2 x 1 Crocia Frana: Barthez; Thuram, Blanc, Desailly e Lizarazu; Deschamps, Petit, Karambeau (Henry) e Zidane; Djorkaeff (Leboeuf) e Guivarch (Trezeguet). Tcnico: Aim Jacquet. Crocia: Ladic; Stimac, Soldo e Simoc; Jarni, Bilic, Stanic (Prosinec), Boban (Maric) e Asanovic; Vlaovic e Suker. Tcnico: Miroslav Blazevic. Gols: Suker, aos 30 segundos; Thuram, aos dois e aos 25; todos no segundo tempo. Cartes Amarelos: Asanovic, Stanic e Simic (Crocia) Carto Vermelho: Blanc (Frana).

 Final Frana 3 x 0 Brasil Data: 12/07/98 Local: Stade de France, SaintDennis. rbitro: Said Belqola (Marrocos) Brasil: Taffarel; Cafu, Jnior Baiano, Aldair e Roberto Carlos; Dunga, Csar Sampaio (Edmundo), Rivaldo e Leonardo (Denlson); Bebeto e Ronaldo. Tcnico: Zagallo. Frana: Fabien Barthez; Lilian Thuram, Marcel Desailly, Franck Leboeuf e Bixente Lizarazu; Christian Karembeu (Boghossian), Didier Deschamps, Zinedine Zidane, Emmanuel Petit e Youri Djorkaeff (Vieira); Stephane Guivarc'h (Dugarry). Tcnico: Aim Jacquet. Gols: Zidane aos 27 e aos 47 minutos do primeiro tempo e Petit aos 47 do segundo. Cartes amarelos: Deschamps, Desailly, Karenbeu, Jnior Baiano Carto vermelho: Desailly. Os campees Goleiros: Fabien Barthez, Bernard Lama e Lionel Charbonnier Zagueiros e laterais: Bixente Lizarazu, Liliam Thuram, Laurent Blanc, Vicent Candeia e Liliam Thuram Meio-de-campo: Alain Bofhossian, Didier Deschamps, Emmanuel Petit, Bernard Diomede, Christian Karembeu, Robert Pires, Patrick Vieira, Zinedine Zidane e Marcel Desailly. Atacantes: Thierry Henry, Christophe Dugarry, Stphane Guivarc'n, David Trezeguet e Youri Djorkaeff Tcnico: Aim Jacquet DESTAQUES Davor Suker, o artilheiro da Copa Nada mau para uma estria. A Crocia surpreendeu a todos e terminou a Copa do Mundo na terceira colocao da Copa da Frana. E mais: Davor Suker, considerado o melhor jogador da equipe, foi o artilheiro isolado do Mundial, com seis gols. Suker nasceu em 1 de janeiro de 1968 na cidade croata de Osijek, ainda Iugoslvia, onde comeou sua carreira como profissional em 1987. Passou pelo Dinamo Zagreb e pelo Sevilha, at ingressar no Real Madrid, em 1996, onde foi o artilheiro da equipe na temporada 96/97, campeo da liga espanhola na mesma temporada e da Copa dos Campees da Europa em 1998. Sua histria na seleo croata comeou nas Eurocopa 96, onde fez trs gols diante da Dinamarca, mas foram eliminados pela mesma Alemanha que perdeu nas quartas definal. Artilheiro da equipe nas eliminatrias do Mundial, o atacante, bem como boa parte da gerao croata da Copa de 98, chegou a atuar na seleo sub-21 da Iugoslvia no Mundial do Chile em 1987. Foi eleito o segundo melhor jogador da Copa e o terceiro melhor do mundo, pela Fifa, em 98. Quase caiu no ostracismo, indo parar na reserva do time espanhol no incio de 1999. Atualmente, joga no Chelsea, Inglaterra. Zidane, o melhor do mundo em 98 Zinedine Zidane nasceu em 23 de junho de 1972, na cidade de Marsiglia, Frana. Comeou sua carreira no Cannes, em 1988, passando pelo Bordeaux, em 1992, e finalmente, em 1996, na Juventus, onde joga at hoje. No clube italiano, Zidane tornou-se o armador, mas nunca se atreveu a fazer muitos gols. Mesmo assim, ajudou a sua equipe a ser campe italiana nas temporadas de 96/97 e 97/98, e finalista da Copa dos Campees em 1998. Na seleo francesa, foi fundamental na campanha da equipe na Eurocopa de 1996, onde perdeu a semifinal para a Repblica Tcheca. Durante a Copa da Frana, foi expulso na primeira fase, teve uma atuao bastante discreta e fez apenas dois gols. Para nosso azar, foram esses os gols do ttulo mundial francs. Graas ao seu bom desempenho, foi eleito o melhor jogador do mundo em 1998.

Ronaldo, o Fenmeno, um mistrio Ele tinha tudo para brilhar no Mundial. Eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo em 1996 e 1997, Ronaldo Luis Nazrio de Lima recebeu, de quebra, a alcunha de Fenmeno na Itlia. Artilheiro no Cruzeiro de Belo Horizonte, PSV Eindhoven e do Barcelona, foi reserva na Copa do Mundo de 94, com 17 anos, e ganhou a posio de titular desde o incio da nova era Zagallo, na Olimpada de Atlanta. O atacante da Internazionale de Milo tinha tudo para se transformar na maior esperana de gols da Seleo Brasileira. Fez quatro gols em seis partidas. Mas quando foi preciso, na deciso da Copa, a presso tornou-se insuportvel. No fatdico dia 12 de julho, aps o almoo, Ronaldinho teve tonturas, convulses, suou muito, se debateu na cama, sentiu falta de ar, nsia de vmito... O lateral Roberto Carlos, que estava no mesmo quarto, ficou muito assustado e chamou o mdico Ldio Toledo na concentrao em Lsigny. O craque estava estressado. Mas h outra verso: a convulso teria sido causada por medicamentos receitados para se curar de uma leso. Claro, houve outras verses para o estranho problema que envolveu o jogador s vsperas da final. At hoje, muitos mistrios esto envolvidos na pergunta que calou Brasil naquela dia: o que houve com Ronaldinho? Na primeira escalao, divulgada pela organizao da Copa, Edmundo seria o titular, e o melhor do mundo estava na reserva. Minutos depois, a escalao comeou a ser recolhida porque havia um erro, de acordo com os funcionrios do centro de imprensa. Ronaldinho, que acabara de voltar do hospital instantes antes do incio da partida, estava bem. Seus exames no indicaram problemas, e Zagallo escalou o jogador, que entrou em campo. Mas jogou como se no estivesse. Os demais jogadores, preocupados com a sade do jogador, tambm pareciam estar longe da deciso. Mesmo aps esse fim trgico, Ronaldinho foi eleito o melhor jogador da Copa. Mas daquele dia em diante, o rendimento do atacante jamais foi o mesmo. Mal disputou a temporada 98/99 do Campeonato Italiano, envolvido com seus problemas no joelho. Aos poucos, Ronaldo est adquirindo sua forma fsica, e j mostrou que capaz de retomar sua velha fase na ltima Copa Amrica, no Paraguai, em julho de 99. Curiosidades 1 Enquanto a Crocia sagrou-se a surpresa do Mundial, a decepo ficava por conta da Espanha. A "Fria", do tcnico Javier Clemente, teve um desempenho pfio, ficando apenas com a terceira posio em seu grupo. Perdeu para a Nigria por 3 a 2, com a ajuda do goleio Zubizarreta, ficou no 0 a 0 com o Paraguai e, mesmo goleando a Bulgria por 6 a 1, o resultado mais expressivo da competio, nada mais podia fazer para evitar o vexame, diante da vitria paraguaia sobre a j classificada Nigria por 3 a 1. 2 Festa dentro de campo, guerra do lado de fora. Hooligans alemes e ingleses barbarizaram a Frana. s vsperas da partida envolvendo Inglaterra e Colmbia, ainda na primeira fase, 35 fanticos torcedores ingleses foram presos em Lille e Lens, por causa das brigas. Os alemes foram mais duros: aps o empate com a Iugoslvia em 2 a 2, tambm na primeira fase, os torcedores agrediram um cinegrafista da rede Globo e um policial francs, que permaneceu em coma durante um bom tempo. Segundo um depoimento de um policial local, eles estavam sbrios e usavam sistemas mveis de comunicao para dispersar e reagrupar rapidamente. 3 Outro acontecimento provocou tristeza no mundo do futebol: Fernand Sastre, dirigente francs e co-presidente do Comit Organizador da Copa do Mundo, morreu vtima de um cncer no pulmo. O ex-jogador francs e tambm presidente do Comit Organizador, Michel Platini, chorou muito na tribuna de honra do estdio La Beaujoire, em Nantes, numa homenagem feita pouco antes da partida entre Espanha e Nigria. Durante nove anos, Sastre trabalhou como presidente do Comit Organizador da candidatura da Frana para a sede da competio. 4 Os conflitos polticos entre iranianos e norte-americanos passaram longe da Copa. Dentro do Estdio Gerland, em Lyon, as selees dos dois pases protagonizaram

uma das cenas mais bonitas da competio: as duas equipes se saudaram e trocaram flores entre si. Fora de campo, era possvel ver torcedores dos dois pases abraados, jogando bola na rua, cantando o nome do outro pas, pensando apenas em futebol. O resultado final foi 2 a 1 para o Ir, a nica vitria do pas em copas, mas suficiente para eliminar os EUA. "Ao vencer os Estados Unidos, o Ir conseguiu por meio do esporte o que no conseguiu com a poltica", dizia um jornal iraniano. J os americanos lamentaram a derrota, mas destacaram o clima amistoso entre os jogadores das duas selees. 5 Faltavam poucos dias para o incio da Copa quando os pilotos da companhia area Air France, companhia area oficial da competio, iniciaram uma greve, deixando os principais aeroportos franceses repletos de problemas, pois os passageiros estavam com dificuldades para conseguir passagens em outras empresas. Isso sobrecarregou as estradas e a rede ferroviria. Felizmente, para alvio dos torcedores, o grupo de pilotos aceitou a proposta da empresa no dia 10 de julho data da abertura do Mundial. Os pilotos declararam greve por causa de um plano da companhia em reduzir os salrios em troca de aes da empresa no mercado financeiro. Mas voltaram atrs aps receberem a proposta de reduo salarial em troca de aes e outras concesses. NMEROS Artilheiros 6 gols: Suker (Crocia) 5 gols: Batistuta (Argentina), Vieri (Itlia). Acervo/Gazeta Press 4 gols: Hernandez (Mxico), Ronaldinho (Brasil), Salas (Chile). 3 gols: Bebeto (Brasil), Bergkamp (Holanda), Bierhoff (Alemanha), Csar Sampaio (Brasil), Henry (Frana), Klinsmann (Alemanha), Rivaldo (Brasil). Primeira fase Grupo A 10/6/98 Brasil 2 x 1 Esccia Saint-Denis 10/6/98 Marrocos 2 x 2 Noruega Montpellier 16/6/98 Esccia 1 x 1 Noruega Paris 16/6/98 Brasil 3 x 0 Marrocos Paris 23/6/98 Marrocos 3 x 0 Esccia SaintEtienne 23/6/98 Noruega 2 x 1 Brasil Marselha Brasil e Noruega classificados

Batistuta (5 gols) comemora com Simeone

Oitavasdefinal 27/6/98 Itlia 1 x 0 Noruega Lens 27/6/98 Brasil 4 x 1 Chile Paris 28/6/98 Frana 1 x 0 Paraguai Lens** 28/6/98 Dinamarca 4 x 1 Nigria Saint-Denis 29/6/98 Alemanha 2 x 1 Mxico Montpellier 29/6/98 Holanda 2 x 1 Iugoslvia Toulouse 30/6/98 Crocia 1 x 0 Romnia Bordeaux 30/6/98 Argentina 2 (4) x 2 (3) Inglaterra SaintEtienne* * Classificao decidida por pnaltis ** Classificao decidida na "morte sbita" Quartasdefinal 3/7/98 Frana 0 (4) x 0 (3) Itlia Saint-Denis* 3/7/98 Brasil 3 x 2 Dinamarca Nantes 4/7/98 Holanda 2 x 1 Argentina Marselha 4/7/98 Crocia 3 x 0 Alemanha Lyon * Classificao decidida por pnaltis

 Semifinais 7/7/98 Brasil 1 (4) x 1 (2) Holanda Marselha* 8/7/98 Frana 2 x 1 Crocia Saint-Denis * Classificao decidida por pnaltis Deciso do 3 lugar 11/07/98 Crocia 2 x 1 Holanda Paris Final 12/07/98 Frana 3 x 0 Brasil Saint-Denis Classificao final Pos Pas 1 Frana 2 Brasil 3 Crocia 4 Holanda Pontos 19 13 15 12 J 7 7 7 7 V 6 4 5 3 E 1 1 0 3 D 0 2 2 1 GP 15 14 11 13 GC 2 10 5 7

Pos 1. 2. 3. 4. 5. 6.

Pas Brasil Alemanha Itlia Argentina Inglaterra Frana

Pontos 173 152 130 97 73 69

J 80 78 66 57 45 41

V 53 45 38 29 20 21

E D 14 13 17 16 16 12 10 18 13 12 6 14

GP 173 162 105 100 62 86

GC 78 103 62 69 42 58

Ano 1930 1934 1938 1950 1954 1958 1962

1966 1970 1974 1978 1982

Jogador Guillermo Stbile Oldrich Nejedly Lenidas Ademir Sandor Kocsis Just Fontaine Garrincha Vav Valentin Ivanov Leonel Sanchez Florian Albert Drazan Jerkovic Eusebio Gerd Mller Grzegorz Lato Mario Kempes Paolo Rossi

Pas Argentina Tchecoeslovquia Brasil Brasil Hungria Frana Brasil Brasil URSS Chile Hungria Iuguslvia Portugal Alemanha Polnia Argentina Itlia

Gols 8 5 8 9 11 13 4 4 4 4 4 4 9 10 7 6 6

1986 1990 1994 1998

Gary Lineker Salvatore Schillaci Hristo Stoitchkov Oleg Salenko Davor Suker

Inglaterra Itlia Bulgria Rssia Crocia

6 6 6 6 6

- Maiores artilheiros em copas Nesta tabela so computados gols marcados em mais de uma copa. Gols 14 13 12 11 10 Jogador Gerd Mller Just Fontaine Pel Sandor Kocsis Jrgen Klinsmann Helmut Rahn Teofilo Cubillas Grzegorz Lato Gary Lineker Vav Ademir Lenidas Jairzinho Eusebio Uwe Seeler Paolo Rossi Karl-Heinz Rummenigge Roberto Baggio Gabriel Batistuta Guilermo Stbile Oscar Mguez Diego Maradona Rudi Vller Ademir Careca Hans Schfer Lajos Tichy Johny Rep Andrzej Szarmach Rivelino Denis Bergkamp Gyula Sarosi Pas Alemanha Frana Brasil Hungria Alemanha Alemanha Peru Polnia Inglaterra Brasil Brasil Brasil Brasil Portugal Alemanha Itlia Alemanha Itlia Argentina Argentina Uruguai Argentina Alemanha Brasil Brasil Alemanha Hungria Holanda Polnia Brasil Holanda Hungria Copas 70, 74 58 58, 62, 66, 70 54 86, 90, 94, 98 54, 58 70, 78 74, 78, 82 86, 90 58, 62 50 34, 38 66, 70 66 58, 62, 66, 70 78, 82 78, 82, 86 90, 94, 98 94, 98 30 50, 54 82, 86, 90, 94 82, 86, 90 50 86, 90 54, 58 58, 62 74, 78 78, 82, 86 70, 74 94, 98 34, 38

Erich Probst Max Morlock Josef Hgl Helmut Haller Roy Rensenbrink Zbigniew Boniek Mario Kempes Salvatore Schillaci Hristo Stoitchkov Oleg Salenko Davor Suker

ustria Alemanha Sua Alemanha Holanda Polnia Argentina Itlia Bulgria Rssia Crocia

54 54 54 66 74, 78 78, 82 78, 82 90 94 94 98