Manual Consumidor2
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MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DA PARABA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIA CENTRO DE APOIO OPERACIONAL S PROMOTORIAS DE JUSTIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR PROCURADOR-GERAL DE JUSTIA Oswaldo Trigueiro do Valle Filho 1 SUBPROCURADOR-GERAL DE JUSTIA Nelson Antnio Cavalcante Lemos 2 SUBPROCURADOR-GERAL DE JUSTIA Ktia Rejane Medeiros Lira Lucena SECRETRIO-GERAL Bertrand de Arajo Asfora COORDENADOR DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO Adrio Nobre Leite GESTOR DO PROJETO Alcides Orlando de Moura Jansen COORDENADOR DO CENTRO DE APOIO OPERACIONAL S PROMOTORIAS DE JUSTIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR Clstenes Bezerra de Holanda AUTOR DO MANUAL Clstenes Bezerra de Holanda DIRETOR DO CEAF Jos Raimundo de Lima COORDENADORA DO CEAF Cristiana Ferreira M.Cabral de Vasconcellos NORMALIZAO Christianne Maria Wanderley Leite - CRB-15/0033 Nigria Pereira da Silva Gomes - CRB-15/0193 REVISO GRAMATICAL Prof. Francelino Soares de Souza PROJETO GRFICO E DIAGRAMAO Geraldo Alves Flr - DRT 5152/98 Joo Gomes Damasceno Filho - DRT 3982/01 IMPRESSO Grfica Santa Marta
P221M
Paraba. Ministrio Pblico do Estado da. Manual de atuao funcional do Consumidor. - Joo Pessoa: MPPB/PGJ, CAOP do Consumidor, 2011. 170p. 1.Ministrio Pblico Consumidor Paraba I. Ttulo CDU 347.963:381.6(813.3)
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SUMRIO
PREFCIO .................................................................... 9 APRESENTAO........................................................... 11 CAPTULO 1: DA ATUAO DO PROMOTOR DE DEFESA DE INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGNEOS ............................................................. 13 CAPTULO 2: DA ATUAO DO PROMOTOR DE DEFESA DO CONSUMIDOR ......................................................... 17 2.1 DA PREVISO NORMATIVA DE ATUAO DO MINISTRIO PBLICO NA DEFESA DO CONSUMIDOR ................................. 2.2 OS TRABALHOS NA PROMOTORIA E O RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA .......................................................... 2.3 NATUREZA DAS ATRIBUIES ....................................... 2.3.1 A questo das reclamaes de natureza individual disponvel .................................................... 2.4 PROCEDIMENTOS (ADMINISTRATIVOS) E AES (JUDICIAIS) UTILIZADOS NO EXERCCIO DAS ATRIBUIES ......... 2.5 A ATUAO DA PROMOTORIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR RELATIVAMENTE A TEMAS TRANSVERSAIS ........... 2.6 SITUAES DE LEGITIMIDADE CONCORRENTE ENTRE MINISTRIOS PBLICOS FEDERAL E ESTADUAL. ATUAO CONJUNTA. CONFLITOS DE ATRIBUIES ............................. 2.7 ATUAO DOS PROMOTORES DE INTERESSES DIFUSOS E DOS PROMOTORES CVEIS (CUSTOS LEGIS) NAS AES JUDICIAIS PROPOSTAS PELO MINISTRIO PBLICO E POR TERCEIROS IGUALMENTE LEGITIMADOS ............................... 2.8 LEGITIMAO DA PROMOTORIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA CAPITAL DO ESTADO ..................................................
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2.9 ATUAO DO CENTRO DE APOIO OPERACIONAL S PROMOTORIAS DE DEFESA DO CONSUMIDOR .......................... 34 2.10 COMO PROCEDER NA HIPTESE DE VERIFICAO DA PRTICA DE CRIME EM SEDE DE RELAES DE CONSUMO ......... 36 2.11 ASPECTOS DE RELEVO DO MICROSSISTEMA DE DEFESA DO CONSUMIDOR .......................................................... 37 CAPTULO 3: SUGESTES DE TEMAS PARA ATUAO DO PROMOTOR DE DEFESA DO CONSUMIDOR E JURISPRUDNCIA RELACIONADA ...................................... 43 3.1 TEMA: PROJETO NO PARE: SERVIO ESSENCIAL NO PODE PARAR (PLANEJAMENTO ESTRATGICO DO MPPB 2011/2016) .. 43 3.1.1 Jurisprudncia relacionada .................................... 44 3.2. TEMA: INSTITUIES FINANCEIRAS .............................. 48 3.2.1 Jurisprudncia relacionada. ................................... 49 3.3 TEMA: SERVIO DE TV POR ASSINATURA (TV A CABO)......... 56 3.3.1 Jurisprudncia relacionada .................................... 57 3.4 TEMA: POSTOS DE COMBUSTVEIS ................................. 59 3.4.1 Jurisprudncia relacionada .................................... 60 3.5 TEMA: FEIRAS E MERCADOS PBLICOS ........................... 64 3.6 TEMA: MATADOUROS OFICIAIS E CLANDESTINOS E AOUGUES .................................................................. 65 3.6.1 Jurisprudncia relacionada .................................... 65 3.7 TEMA: RESTAURANTES, TRAILERS, LANCHONETES, PIZZARIAS E PANIFICADORAS .......................................................... 68 3.7.1 Jurisprudncia relacionada .................................... 68 3.8 TEMA: BARES E CASAS DE SHOWS ................................. 71 3.8.1 Jurisprudncia relacionada .................................... 71 3.9 TEMA: MEIA-ENTRADA .............................................. 72 3.9.1 Jurisprudncia relacionada. ................................... 73 3.10 TEMA: REDE HOSPITALAR PRIVADA E PLANOS DE SADE .... 74 3.10.1 Jurisprudncia relacionada. ................................. 75 3.11 TEMA: COMERCIALIZAO DE GS GLP (DE COZINHA) ...... 80 3.12 TEMA: SUPERMERCADOS E MERCADINHOS ..................... 81 3.12.1 Jurisprudncia relacionada. ................................. 81 3.13 TEMA: INSTITUIES PARTICULARES DE ENSINO. ............. 84
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3.13.1 Jurisprudncia relacionada .................................. 85 3.14 TEMA: HOSPEDAGEM (HOTIS, POUSADAS E MOTIS) ........ 86 3.14.1 Jurisprudncia relacionada. ................................. 86 3.15 TEMA: CONSRCIOS E SEGURADORAS .......................... 89 3.15.1 Jurisprudncia relacionada .................................. 89 3.16 TEMA: FARMCIAS .................................................. 93 3.16.1 Jurisprudncia relacionada .................................. 94 3.17 TEMA: FALSIFICAO DE MEDICAMENTOS E BEBIDAS ......... 99 3.17.1 Jurisprudncia relacionada .................................. 99 3.18 TEMA: INTERNET BANDA LARGA ................................ 104 3.18.1 Jurisprudncia relacionada. ................................ 104 3.19. TEMA: ASSISTNCIAS TCNICAS AUTORIZADAS .............. 107 3.19.1 Jurisprudncia relacionada. ................................ 107 3.20 TEMA: RECALL ..................................................... 108 3. 20.1 Jurisprudncia relacionada. ............................... 108 3.21 TEMA: ELETRODOMSTICOS/ELETRNICOS E APARELHOS CELULARES COM VCIOS .................................. 112 3.21.1 Jurisprudncia relacionada ................................ 112 3.22 TEMA: PUBLICAES, EM LISTAS TELEFNICAS NO AUTORIZADAS E ASSINATURAS DE REVISTAS NO SOLICITADAS ........................................................ 116 3.22.1 Jurisprudncia relacionada. ................................ 117 3.23 TEMA: ESTACIONAMENTOS COMERCIAIS E ROTATIVOS ...... 118 3.23.1 Jurisprudncia relacionada ................................ 119 3.24 TEMA: ESTDIOS DE FUTEBOL ................................... 123 3.24.1 Jurisprudncia relacionada ................................. 124 3.25 TEMA: PUBLICIDADE/ PROPAGANDA ENGANOSA ............. 132 3.25.1 Jurisprudncia relacionada ................................. 132 3.26 TEMA: ERRO MDICO .............................................. 138 3.26.1 Jurisprudncia relacionada. ................................ 138 3.27 TEMA: TRANSPORTE AREO ...................................... 140 3.27.1 Jurisprudncia relacionada ................................. 140 3.28 TEMA: AGNCIAS DE VIAGENS/TURISMO ...................... 145 3.28.1 Jurisprudncia relacionada ................................. 145 3.29 TEMA: FIDELIZAO ............................................... 151 3.29.1 Jurisprudncia relacionada ................................. 151
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3.30 OUTRAS PRTICA ABUSIVAS ...................................... 153 3.30.1 Jurisprudncia relacionada ................................ 153 CAPTULO 4: ENUNCIADOS DE SMULAS DO STF E DO STJ RELACIONADOS DEFESA DOS DIREITOSDO CONSUMIDOR ... 157 CAPTULO 5 : LINKS PARA OBTENO DE MODELOS DE PEAS PARA A DEFESA JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL DO CONSUMIDOR ........................................................ 165 CAPTULO 6: LINKS TEIS AO PROMOTOR DE DEFESA DO CONSUMIDOR ........................................................ 167 REFERNCIAS ............................................................. 170
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PREFCIO
Diante de tantos desafios e diversos temas relevantes, a atuao do Ministrio Pblico ganha traos significativos de complexidade. A sociedade de massa gerou conflitos os mais variados e densos. So muitas as atividades do Ministrio Pblico, em diversos campos e reas to distintas. A carga de demandas enseja sempre maior preparo, sob diversos matizes. A exigncia social envolve a necessidade de um tempo de resposta cada vez menor. Frente a essa realidade, em setembro de 2010, a imensa maioria dos que fazem o Ministrio Pblico da Paraba se reuniu para discutir em profundidade questes institucionais, no primeiro Workshop de Alinhamento Estratgico, ocasio em que ficou muito ntida a pretenso da classe no sentido da atuao ministerial de forma integrada e uniforme, de tal modo que esse anseio passou a figurar como objetivo transversal em nosso Mapa Estratgico. Um dos projetos imaginados para comear a garantir a concretizao dessa ideia coletiva foi o de disponibilizar aos que fazem a Instituio Ministerial esta coleo de MANUAIS DE ATUAO FUNCIONAL, com o pensamento de minimizar esforos e, sobretudo, reduzir o tempo empreendido no trabalho de cada um. Na verdade, o material produzido tem o papel de facilitar o contato mais direto e rpido com questes enfrentadas no dia a dia, induzindo prticas otimizadas que auxiliem as nossas rotinas, transmitindo sociedade a segurana jurdica de que falamos a mesma lngua, do litoral ao serto, materializando, enfim, o primeiro dos nossos princpios institucionais que o da UNIDADE como est escrito na Carta da Nao. Mas, claro que no s isso. O desafio que se lana ao Ministrio Pblico enorme. preciso a introduo e o desenvolvimento de mecanismos que permitam o fortalecimento da Instituio. Os membros do Ministrio Pblico so fortes pela dimenso profundamente transformadora que se encontra na essncia das funes constitucionais a eles confiadas. Mas, sero mais fortes com uma perspec9
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tiva de maior integrao, e por isso os Manuais buscam tambm esse vis espontneo de alinhamento integrativo. No entanto, os caminhos apontados so puramente sugestivos. No trazem tambm a exausto dos temas apresentados. Os Centros de Apoio Operacional tm a misso de conduzir a concretizao e o aprimoramento dos conhecimentos especficos agora estabelecidos. Como um primeiro passo de suporte e orientao, os Manuais devem obrigatoriamente passar por aperfeioamentos e evolues naturais de entendimento. Fica a certeza maior de contribuio inicial a uma jornada incansvel de maior efetividade. A responsabilidade coletiva. O desafio de todos.
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APRESENTAO
O presente Manual de Atuao Funcional possui direcionamento especfico atuao dos Promotores de Justia de Defesa do Consumidor e nasceu da percepo institucional de que uma ao ministerial fundada em pensamentos e condutas uniformizadas, padronizadas e em conformidade com o pensamento e as diretrizes superiores da instituio, se mostra com elevada possibilidade de alcanar maior efetividade, maior dimenso social e, com isso, mais xito em relao aos objetivos e misso do Ministrio Pblico. A par disso, as experincias de outros Ministrios Pblicos com a edio de manuais de atuao funcional, serviu para demonstrar o quanto tal iniciativa otimizou, racionalizou e contribuiu para um melhor desempenho dos seus membros em suas respectivas reas de atuao. Com esse pensar, inseriu-se, no Planejamento Estratgico 2011/2016 do Ministrio Pblico da Paraba, projeto voltado para a elaborao de Manuais de Atuao Funcional, dedicados, cada um deles, a uma rea especfica da atuao dos Promotores de Justia, incumbindo-se, a cada Centro de Apoio Operacional respectivo, sua elaborao. Ao consultar este Manual, o Promotor de Justia, com atuao na defesa do consumidor, no se deparar com uma obra doutrinria que se preste ao aprendizado do complexo direito consumerista. Essa no a pretenso nem o objetivo almejados. Cuida-se de um roteiro bsico e inicial de atuao do representante ministerial que atuar nessa vastssima seara que a da defesa do consumidor. Como no poderia ser diferente, por no possuir carter vinculativo, deve servir, portanto, como sugesto, tanto quanto aos aspectos formais da atuao do Promotor nessa rea, quanto a temas que podem por ele vir a ser enfrentados, especialmente em se tratando 11
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de questes mais complexas ou de aspectos prticos pouco difundidos em obras doutrinrias clssicas. Nossa inteno foi a de, afastando-nos de aspectos puramente doutrinrios e academicistas, sem, no entanto, deles olvidarmos por completo, concentrarmos, neste espao, o mximo possvel de informaes teis e de natureza prtica, que possam servir para facilitar a atuao do Promotor de Justia, seja com o ganho de tempo de trabalho, seja de elementos e ferramentas que lhe permitam imprimir rapidez e dinamismo na resposta exigida pela sociedade ao Ministrio Pblico quando na defesa dos interesses difusos, coletivos e/ou individuais homogneos dos consumidores em geral. Impende ressaltar, guisa de concluso, que este Manual necessitar de constante atualizao, com incremento de novos temas, novos procederes, novos posicionamentos doutrinrios, jurisprudenciais e legislativos, face ao dinamismo das relaes sociais e, em especial, das relaes de consumo. Por sua prpria natureza, universal e globalizada, apresentam, diariamente, novas manifestaes, facetas e modalidades, gerando, com extrema rapidez e por consequncia, uma variada gama de novas modalidades de conflitos, a exigir enfrentamento e soluo pelos Promotores de Justia de defesa de direitos dos consumidores.
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CAPTULO 1:
1 DA ATUAO DO PROMOTOR DE DEFESA DE INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGNEOS A quase unanimidade dos doutrinadores que se debruaram nos estudos acerca da atuao do Ministrio Pblico no campo da defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais homogneos conclui no sentido de que essa atuao emerge do comando constitucional (art. 129 da CF), recebe reforo de um vasto arcabouo legislativo de natureza infraconstitucional e, a partir da, espraia-se com intensa capilaridade por sobre as mais diversas reas em que os relevantes interesses da sociedade se mostrem ameaados ou efetivamente atacados de alguma forma. A Constituio Federal e toda a legislao infraconstitucional que legitima a atuao judicial ou extrajudicial do Ministrio Pblico na defesa dos interesses transindividuais confere instituio ministerial um sem-nmero de instrumentos e ferramentas hbeis e eficazes para o combate s situaes caracterizadoras de violao a direitos fundamentais do indivduo, em sua dimenso coletiva, e lanar-se mo cotidianamente desses mecanismos legais um imperativo a quem se dispuser a adentrar nessa quadra da atuao ministerial. So exemplos, entre outros, os institutos da recomendao, do termo de compromisso de ajustamento de conduta, do acordo homologado e constitudo em ttulo executivo, produzidos no mbito de procedimentos preparatrios ou inquritos civis pblicos (atuao extrajudicial) e do extenso rol de aes judiciais para cuja propositura o Ministrio Pblico est legitimado (atuao judicial). No dizer de Antnio Cludio da Costa Machado1
(...) os interesses indisponveis que so tidos pela
1 In : A interveno do Ministrio Pblico no processo civil brasileiro. 2. ed. So Paulo: Saraiva. 1989. p. 66.
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ordem jurdica como de grande essencialidade social recebem da lei o carter de realizabilidade obrigatria por meio da outorga ao Ministrio Pblico de ao civil pblica. So precisamente esses direitos ou interesses, ameaados ou violados, que sero objeto do cuidado, da ateno, do zelo e da tutela ministeriais, quer pela via extrajudicial quer judicial, para que, em ltima anlise, a prpria sociedade tenha, garantidos e preservados, os seus direitos essenciais.
A atuao do promotor de defesa de interesses transindividuais no pode deixar de ser proativa e sempre direcionada busca da concretizao dos anseios sociais que, quase sempre, esto representados por interesses difusos, coletivos e/ou individuais de natureza homognea que se colocam ao representante ministerial, ora sob a forma de pleitos, ora com o formato de reclamaes ou representaes, ora de forma escrita, ora verbal, mas sempre espera de uma atuao firme, abnegada e condizente com a vocao e com o perfil constitucional da instituio ministerial. A atuao do promotor de defesa de interesses metaindividuais no pode limitar-se ao aguardo da provocao social, qual a do magistrado em respeito ao princpio da inrcia, mas, ao revs e em obedincia a princpios como o da indisponibilidade e o da obrigatoriedade que, estes sim, se coadunam com a misso da instituio e regem seus passos, deve ser no sentido de, sponte sua, ir busca das situaes de violao de direitos que, por dever legal, lhe cabe tutelar. Com isso se quer dizer que a atuao ministerial ex officio deve ser a regra e no a exceo em uma promotoria de defesa de direitos metaindividuais, face necessidade de permanente viglia do rgo ministerial no que tange s constantes e diuturnas violaes aos direitos indisponveis em geral. Afastando-se desse caminho, a Promotoria fatalmente perder o dinamismo, o mobilismo e a capacidade de transformao social que devem ser a marca e razo de sua existncia. Faz-se necessrio percebermos que o Ministrio Pblico, que 14
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defende os interesses sociais e luta de forma intransigente pela dignidade e pelo respeito aos direitos dos cidados, representa, perante a sociedade, a faceta estatal que ainda no sucumbiu corroso de valores ticos e morais que campeia. Mister que faamos jus credibilidade que essa nobre instituio possui no seio da sociedade, atravs de uma atuao permanente e vigilante contra os abusos e violaes aos direitos difusos, coletivos e individuais homogneos que nos cabe tutelar.
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CAPTULO 2:
2 DA ATUAO DO PROMOTOR DE DEFESA DO CONSUMIDOR 2.1 DA PREVISO NORMATIVA DE ATUAO DO MINISTRIO PBLICO NA DEFESA DO CONSUMIDOR A defesa, pelo Ministrio Pblico, dos direitos e interesses dos consumidores em geral encontra respaldo normativo em inmeros diplomas legais, mas preponderantemente na Constituio Federal, no Cdigo de Defesa do Consumidor, na Lei da Ao Civil Pblica e nas Leis Orgnicas, nacional e estadual, do Ministrio Pblico. O art. 5, inciso XXXII da Constituio Federal estatui que o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor. Ainda na Carta Magna: Art. 170 A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios: (...) V- defesa do consumidor. O Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n 8.078/90) traz vasta previso de atuao do Ministrio Pblico nessa seara, como se pode ver a seguir: Art. 5. Para a execuo da Poltica Nacional das Relaes de Consumo, contar o poder pblico com os seguintes instrumentos, entre outros: (...) II - instituio de Promotorias de Justia de Defesa do Consumidor, no mbito do Ministrio Pblico; Art. 51. So nulas de pleno direito, entre outras, as clusulas 17
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contratuais relativas ao fornecimento de produtos e servios que: (Clusulas abusivas) (...) 4. facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministrio Pblico que ajuze a competente ao para ser declarada a nulidade de clusula contratual que contrarie o disposto neste cdigo ou de qualquer forma no assegure o justo equilbrio entre direitos e obrigaes das partes. Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vtimas poder ser exercida em juzo individualmente, ou a ttulo coletivo. Pargrafo nico. A defesa coletiva ser exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste cdigo, os transindividuais, de natureza indivisvel, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstncias de fato; II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste cdigo, os transindividuais, de natureza indivisvel de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrria por uma relao jurdica base; III - interesses ou direitos individuais homogneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
Art. 82. Para os fins do art. 81, pargrafo nico, so legitimados concorrentemente: I - o Ministrio Pblico; (...) Art. 92. O Ministrio Pblico, se no ajuizar a ao, atuar sempre como fiscal da lei. 18
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A Lei da Ao Civil Pblica (Lei n 7.347/85), por sua vez, traz as seguintes disposies acerca da matria: Art 1. Regem-se pelas disposies desta Lei, sem prejuzo da ao popular, as aes de responsabilidade por danos causados: (...) ll - ao consumidor; (...) Art 5. A ao principal e a cautelar podero ser propostas pelo Ministrio Pblico, pela Unio, pelos Estados e Municpios. Podero tambm ser propostas por autarquia, empresa pblica, fundao, sociedade de economia mista ou por associao que: (...). A Lei Orgnica Nacional do Ministrio Pblico (Lei n 8.625/ 93), em seu art. 25, assim disciplina a questo: Art. 25. Alm das funes previstas nas Constituies Federal e Estadual, na Lei Orgnica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministrio Pblico: (...) IV - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, na forma da lei: a) para a proteo, preveno e reparao dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico, e a outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponveis e homogneos. (grifo nosso) A Lei Orgnica Estadual do Ministrio Pblico (Lei Complementar Estadual n 97/2010), reproduzindo as disposies da norma federal, assim estabelece: Art. 37. Alm das funes previstas nas Constituies federal, estadual e em outras leis, incumbe ainda ao Ministrio Pblico: (...) IV - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, na forma da lei, para: (...) 19
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b) a proteo, a preveno e a reparao dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico; c) a proteo dos interesses individuais indisponveis, difusos e coletivos, relativos famlia, criana, ao adolescente, ao idoso, ao consumidor, cidadania e s minorias tnicas; (...) IX - propor, quando cabvel, ao de responsabilidade do fornecedor de produtos e servios, em defesa do consumidor. Art. 53. Em matria de consumidor, so atribuies do Promotor de Justia: I - exercer as atribuies conferidas ao Ministrio Pblico na legislao que disciplina as relaes de consumo; II - fiscalizar o fornecimento de produtos e servios, tomando as providncias necessrias no sentido de que se ajustem s disposies legais e regulamentares; III - instaurar o inqurito civil e promover a ao civil pblica para a defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais homogneos em matria de consumo; IV - diligenciar para a instaurao de procedimento policial, quando for o caso; V - exercer outras atribuies previstas em lei. 2.2 OS TRABALHOS NA PROMOTORIA E O RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA Ao assumir uma Promotoria de Defesa do Consumidor, deve o membro do parquet atentar para certos aspectos e providncias iniciais que podem otimizar e contribuir em muito para uma melhor atuao, tais como comunicar a assuno do cargo, por ofcio, aos rgos de proteo e defesa do consumidor (Procons Estadual e/ou Municipal), porventura existentes na Comarca, bem como a rgos que, acaso instalados, possam vir a contribuir como parceiros na atuao ministerial e encetar aes conjuntas, tais como Vigilncia 20
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Sanitria, Instituto de Pesos e Medidas, Universidades, Associaes com finalidade de defesa do consumidor, etc. Outra providncia inicial importante diz respeito organizao de toda a legislao federal, estadual e municipal atinente defesa dos consumidores, bem como do material tcnico de apoio eventualmente encaminhado pelo CAOP do Consumidor, Corregedoria ou outros rgos da administrao superior do Ministrio Pblico, que serviro de subsdio para as futuras aes a serem encampadas pela Promotoria. No h como o trabalho de uma Promotoria de Defesa do Consumidor em uma comarca no ser extremamente sentido, notado e percebido, no em virtude de gestos pirotcnicos ou explorao exagerada e indevida da mdia, mas por seus resultados. A percepo da sociedade, por sua vez, da existncia na Comarca de uma Promotoria atuante na rea de defesa dos consumidores, fatalmente gerar uma maior busca por soluo da enorme gama de conflitos emergentes nas relaes de consumo, o que provoca um ciclo vicioso positivo. A presena forte, marcante, decisiva e, sobretudo, eficaz, da Promotoria nesses casos um imperativo imposto pelo novo perfil constitucional atribudo ao Ministrio Pblico e, sobretudo, pela crescente e mais que justificada exigncia e cobrana social de uma atuao destacada. Essa atuao forte da Promotoria de Defesa do Consumidor atrair, rapidamente, a ateno da imprensa que, objetivando noticiar os fatos de relevo para a sociedade, buscar obter o mximo possvel de informaes junto ao Promotor de Justia ou Promotoria. A imprensa pode e deve ser uma grande parceira do Ministrio Pblico, levando sociedade a grande quantidade de informaes decorrentes da atuao institucional. Percebendo o Promotor de Justia de Defesa do Consumidor que a divulgao das operaes encetadas, das recomendaes expedidas, de TACs celebrados, de aes ajuizadas ou de qualquer outro tipo de atuao da Promotoria, contribuir para um melhor resultado, para uma maior conscientizao e estmulo dos consumidores ou ainda que simplesmente para divulgar a atuao institucional, deve buscar os meios de comunicao.
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Tambm de grande valia a divulgao das aes levadas a efeito pela Promotoria no mbito interno da instituio, o que pode ser feito atravs da Assessoria de Imprensa do Ministrio Pblico. ([email protected]), como forma, inclusive, de servir de exemplo e estmulo para atuao idntica em outras Promotorias. Importante relembrar que o Promotor deve ter o discernimento necessrio para diferenciar a exposio pessoal dos interesses institucionais. A misso e o trabalho da imprensa so de extrema relevncia social, mas no pode o Promotor de Justia, deixando-se levar pela vaidade, face fama e o prestgio pessoal que a exposio na mdia propicia, comprometer o trabalho que necessita desenvolver, muitas vezes sob o signo do sigilo para o alcance dos resultados almejados. A prpria imagem e a credibilidade da instituio podem sair arranhadas em virtude da exposio excessiva e com carter de mera promoo individual de seus membros. De igual modo, deve o membro do parquet abster-se de externar pontos de vista ou juzos de valor acerca de investigaes ainda inconclusas. A tal respeito, inclusive, assim dispe o art. 14 da Resoluo CPJ/MPPB n 01/2010: Art. 14. Em cumprimento ao princpio da publicidade das investigaes, o membro do Ministrio Pblico poder prestar informaes, inclusive aos meios de comunicao social, a respeito das providncias adotadas para apurao de fatos em tese ilcitos, abstendo-se, contudo, de externar ou antecipar juzos de valor a respeito de apuraes ainda no concludas. 2.3 NATUREZA DAS ATRIBUIES Na esteira do que estabelece o ordenamento jurdico ptrio, incumbe ao Promotor de Justia de Defesa do Consumidor a adoo de todas as providncias e medidas administrativas e/ou judiciais que se mostrarem cabveis e necessrias proteo dos interesses 22
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difusos, coletivos e individuais homogneos indisponveis relativos aos consumidores, bem como preveno e reparao dos danos que lhes tenham sido causados ou que possam vir a ser. A adoo de medidas judiciais ou extrajudiciais tendentes responsabilizao de causadores de danos aos consumidores ou preveno de condutas potencialmente lesivas, ou seja, que possam vir a gerar esses danos, decorre dos prprios comandos normativos insculpidos na Constituio Federal e nas leis que compem o conjunto normativo de defesa do consumidor. No h desavenas relevantes na doutrina ou na jurisprudncia em relao legitimidade ministerial para atuar, assim no campo repressivo, como no preventivo, da defesa dos consumidores. De igual modo no h maiores discusses em torno da possibilidade de tutela, pelo Ministrio Pblico, dos interesses difusos ou coletivos afetos aos consumidores em geral. A defesa judicial ou extrajudicial de interesses de natureza difusa e coletiva integra o prprio perfil atribudo constitucionalmente ao Ministrio Pblico (Art. 129, inciso III da CF). Quanto aos cognominados direitos individuais homogneos, ante a ausncia de previso constitucional expressa, houve a necessidade de construo doutrinria e jurisprudencial no sentido da legitimidade ministerial para sua defesa. Mas ela se fez com slidos alicerces e resistentes argumentos, propiciando segurana jurdica aos membros do parquet que atuam nessa seara. Com bastante propriedade, acentuou o Min. Luiz Fux, ao relatar em 09/11/2010, no STJ, o Recurso Especial n 2007/0280874-9:
As aes que versam interesses individuais homogneos participam da ideologia das aes difusas, como si ser a ao civil pblica. A despersonalizao desses interesses est na medida em que o Ministrio Pblico no veicula pretenso pertencente a quem quer que seja individualmente, mas pretenso de natureza genrica, que, por via de prejudicialidade, resta por influir nas esferas individuais.
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No STF a legitimidade do Ministrio Pblico para a defesa de direitos individuais homogneos nas relaes de consumo j foi reconhecida em diversas oportunidades, podendo se citar como um dos precedentes mais antigos a respeito do tema, a deciso proferida em 26.02.1997 pelo Plenrio da Suprema Corte no Recurso Extraordinrio n 163.231/SP (DJ de 29.06.2001). Assim, dvidas no mais remanescem a tal respeito. O Ministrio Pblico detm legitimidade ativa para a defesa, em juzo, dos direitos e interesses individuais homogneos, quando impregnados de relevante natureza social. 2.3.1 A questo das reclamaes de natureza individual disponvel Como se viu anteriormente, a atuao do Ministrio Pblico na Defesa do Consumidor, de acordo com o que prev o ordenamento jurdico, limita-se proteo e defesa dos interesses difusos, coletivos e individuais homogneos, ou seja, daqueles direitos afetos a um nmero indeterminado ou indeterminvel de pessoas ou a um grupo ou coletividade de consumidores. Como bem se v, a atuao se cinge defesa das relaes de consumo em sua dimenso coletiva e no puramente individual e sem repercusso social. Nesses casos, em que possuem os consumidores titulares de direito individual, certo, patrimonial, identificvel, divisvel e disponvel uma gama de instrumentos legais para a tutela, individualmente falando, de seus direitos, os tribunais ptrios tm, reiteradamente, deixado de reconhecer legitimidade ao Ministrio Pblico para a proteo judicial do direito violado. So inmeras e rotineiras, no entanto, as situaes de consumidores que, com interesses puramente individuais e disponveis violados, buscam o Ministrio Pblico no af de solucionar suas demandas. Isto ocorre, sobretudo, em Comarcas menores, que no dispem de rgos de proteo e defesa dos consumidores (Procon, Juizado do Consumidor, Associaes, etc.) instalados e em funcionamento. Levando em considerao sua falta de legitimidade para atuar 24
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judicialmente no caso concreto, a primeira das opes que se abre ao Promotor de Justia a de encaminhar o reclamante a algum dos rgos de proteo e defesa do consumidor (Procons) instalados e em funcionamento na cidade (onde houver), em busca de uma soluo administrativa para a demanda. A segunda opo, para a hiptese de inexistirem Procons na cidade e a depender do interesse do consumidor, a de se tentar a celebrao de conciliao e acordo extrajudicial entre os envolvidos no conflito de interesses, no mbito do prprio Ministrio Pblico. Em audincia designada especificamente com essa finalidade, logrando-se xito na tentativa de conciliao, deve o Promotor de Justia consignar os termos do acordo e homolog-lo, a fim de constitu-lo em ttulo executivo extrajudicial, nos moldes preconizados pelo art. 585, II do Cdigo de Processo Civil e art. 57, pargrafo nico da Lei n 9.099/95. No havendo a conciliao, restaria ao consumidor partir para a esfera judicial em busca da tutela do direito pleiteado. Havendo a concordncia do consumidor/reclamante em se tentar uma conciliao em audincia, importante que a Promotoria informe e esclarea que se trata exclusivamente de uma tentativa, no mbito administrativo, de se alcanar um acordo. A falta dessa informao tem gerado, no raro, falsas expectativas, especialmente no reclamante leigo, de que no mbito do Ministrio Pblico haver, inexoravelmente, soluo definitiva para sua demanda, o que nem sempre possvel. De igual modo, faz-se necessrio informar que, na hiptese de no ser celebrada a transao, o Promotor de Justia no ter legitimidade para ingressar em juzo na defesa do seu direito. A terceira e ltima das opes vislumbradas seria a de orientar o reclamante a buscar diretamente a soluo da demanda atravs da via judicial, seja constituindo advogado particular, seja atravs da Defensoria Pblica, instalada, na maior parte das comarcas da Paraba, no prprio Frum Judicial, independentemente da tentativa de conciliao no ambiente administrativo dos Procons ou do prprio Ministrio Pblico. Por fim, importante frisar que ocorrem, com certa frequncia, 25
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casos de consumidores que celebram acordos no mbito da Promotoria e, no havendo o cumprimento espontneo da avena pela parte adversa, buscam novamente o Ministrio Pblico em busca de nova soluo para a questo. Nestes casos, outro caminho no h seno o de orientar o consumidor a providenciar, atravs de advogado constitudo ou da Defensoria Pblica, a execuo em juzo do ttulo extrajudicial, vez que o Ministrio Pblico no detm legitimidade para tanto. 2.4 PROCEDIMENTOS (ADMINISTRATIVOS) E AES (JUDICIAIS) UTILIZADOS NO EXERCCIO DAS ATRIBUIES Como j referido anteriormente, o Promotor de Defesa dos Direitos do Consumidor possui uma variada gama de instrumentos legais e processuais sua disposio para buscar a efetivao dos direitos dos consumidores, lesados ou em vias de s-lo. O Conselho Nacional do Ministrio Pblico, atravs da Resoluo CNMP n 23/ 2007, e o Colgio de Procuradores de Justia do Ministrio Pblico da Paraba, atravs da Resoluo CPJ n 01/2010, disciplinaram a tramitao dos procedimentos preparatrios e dos inquritos civis pblicos como mtodos de investigao cvel no mbito do Ministrio Pblico. De acordo com esses atos normativos e nas situaes ali previstas, o membro do parquet com atuao na defesa de direitos ou interesses metaindividuais poder, no mbito dos Procedimentos Preparatrios e dos Inquritos Civis Pblicos, lanar mo de importantes instrumentos legais, hbeis tutela e efetivao daqueles direitos. Entre eles se destacam os institutos da Audincia Pblica, da Recomendao, do Compromisso de Ajustamento de Conduta e da Cooperao Tcnica. Durante a tramitao de procedimento preparatrio ou de inqurito civil pblico, h situaes em que o Promotor sente a necessidade de ouvir diretamente segmentos da sociedade a respeito de determinado tema, a fim de colher elementos de informao e mesmo opinies que possam contribuir para a formao de sua convico e subsidiar suas aes. Nesses casos, a indicao de 26
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realizao de Audincia Pblica. Elas devem ser presididas pelo rgo ministerial, aberta a qualquer cidado, precedidas de edital de convocao e documentada atravs de ata circunstanciada, e seu resultado no vincula a atuao do Ministrio Pblico (Pertinncia do art. 11 e pargrafos da Res. CPJ 01/2010). A Recomendao expedida pelo rgo ministerial nos autos do Procedimento Preparatrio ou do Inqurito Civil Pblico tem se mostrado uma ferramenta extremamente til e eficaz nas situaes em que, com o juzo de valor do Ministrio Pblico firmado e com a posio fundamentada no sentido de que a conduta do fornecedor de produtos e servios se encontra em desconformidade com o ordenamento jurdico, o destinatrio do ato ministerial atende s prescries ali expressas e modifica sua conduta e seus procedimentos, adequando-se ao que preconiza o sistema normativo. sempre bom lembrar, inclusive para que eventualmente o ato no venha a ser inquinado de nulidade, a necessidade de se fazer constar expressamente da Recomendao os dados precisos de qualificao do destinatrio, bem como o prazo para seu cumprimento e para o envio Promotoria das informaes e comprovao necessrias, no sentido de que a Recomendao foi efetivamente cumprida. De igual modo, fazer-se nela constar que, na hiptese de descumprimento, as medidas judiciais cabveis sero adotadas pelo Ministrio Pblico. O Compromisso de Ajustamento de Conduta, devidamente reduzido a termo, uma das excelentes ferramentas de que dispe o Promotor de Justia de Defesa do Consumidor no exerccio de seu mister funcional. Presta-se, com eficincia, tanto reparao quanto preveno de possveis danos causados nas relaes de consumo, atravs da adequao do fornecedor de produtos ou servios s exigncias legais e/ou normativas pertinentes no caso concreto. Importante lembrar a possibilidade de, havendo clusula que comine penalidade pecuniria em razo de eventual descumprimento do ajuste, serem os recursos destinados ao Fundo Estadual de Direitos Difusos, de que cuida a Lei Estadual n 8.102/2006 (ContaCorrente n 10.504-X da Agncia n 1618-7 do Banco do Brasil S/A), visto que os recursos do fundo podem ser revertidos em favor de 27
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aes de defesa de direitos e interesses transindividuais lesados no Estado da Paraba. Para a consecuo permanente e continuada de operaes de fiscalizao em alguns dos segmentos da atuao do Promotor de Defesa do Consumidor, faz-se necessria a participao de rgos especializados em determinadas matrias, tais como Vigilncia Sanitria, Corpo de Bombeiros, Procons, IMEQ, Fisco, etc. Surgindo a necessidade e havendo a concordncia das instituies, possvel a celebrao de Cooperao Tcnica, mediante Termo em cujas clusulas fique especificada a forma de atuao de cada rgo no enfrentamento das situaes nele estabelecida. No custa relembrar que no se trata de Compromisso de Ajustamento de Conduta, uma vez que no se trata de adequao da conduta do rgo a comandos normativos. Cuida-se de atuao em parceria com o Ministrio Pblico no combate a situaes de violao a direitos de consumidores. Por fim, sabe-se da variada gama de aes judiciais que podem ser ajuizadas no sentido de reprimir ou prevenir condutas que lesam ou ameaam de leso os direitos e interesses dos consumidores, destacando-se, entre elas, a Ao Civil Pblica, instrumento processual vastamente utilizado pelo Ministrio Pblico, sobremodo em razo do largo alcance da tutela jurisdicional nela proferida (erga omnes), permitindo que toda uma coletividade vitimada pela ao ilcita de fornecedores de produtos ou servios obtenha a reparao do dano. 2.5 A ATUAO DA PROMOTORIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR RELATIVAMENTE A TEMAS TRANSVERSAIS O Promotor de Defesa do Consumidor deparar-se- com determinadas questes consumeristas em que a legitimidade para a atuao concorrer com a de outros rgos ministeriais de defesa de interesses transindividuais. Em casos de conflito positivo de atribuies, a melhor opo a de caminhar-se no sentido da atuao conjunta, legalmente possvel face unidade e indivisibilidade ministeriais e muito mais salutar do ponto de vista institucional, na medida em que a prpria atuao do Ministrio Pblico se sobreleva. Na persistncia do conflito, positivo ou negativo de atribuies, 28
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incumbe ao Procurador-Geral de Justia dirimir a questo, nos moldes preconizados pela Lei Orgnica da instituio (art. 15, IX da Lei Complementar Estadual n 97/2010), o que se faz, em regra, verificando-se, no caso concreto e em face da especificidade do tema e das respectivas atribuies dos rgos envolvidos, a quem competir atuar. Exemplos de situaes dessa natureza esto nos casos que envolvem o cumprimento das normas previstas no estatuto do torcedor, questes ligadas rea da sade (planos de sade, erro mdico, rede hospitalar), da infncia e adolescncia (relaes com escolas particulares, direito meia entrada), do meio ambiente (esgotamento sanitrio), entre vrias outras. 2.6 SITUAES DE LEGITIMIDADE CONCORRENTE ENTRE MINISTRIOS PBLICOS FEDERAL E ESTADUAL. ATUAO CONJUNTA. CONFLITOS DE ATRIBUIES. Havendo casos de legitimidade concorrente entre os Ministrios Pblicos Federal e Estadual para atuar em favor do consumidor, uma das solues possveis encontrase no que dispe o art. 5, 5 da Lei da Ao Civil Pblica: Art. 5. Tem legitimidade para propor a ao principal e a ao cautelar: (...) 5 - Admitir-se- o litisconsrcio facultativo entre os Ministrios Pblicos da Unio, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. No havendo entendimento entre os rgos ministeriais acerca da formao do litisconsrcio e estando ambos legitimados, a atuao poder se dar isoladamente por qualquer deles. Impende ressaltar que, na hiptese de deixar o Ministrio Pblico Federal de atuar e estando o Estadual legitimado a agir, ainda que a competncia para julgar a matria em questo seja da Justia Federal, pode o Ministrio Pblico Estadual demandar perante 29
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aquele juzo. A tal respeito, lecionam Ada Pellegrini Grinover e outros2, verbis:
Na verdade, o sentido teleolgico desse dispositivo de deixar claro que o rgo do Ministrio Pblico pode promover a ao, sem que seja necessria a anuncia de outro rgo do parquet. O Ministrio Pblico dos Estados pode ajuizar, sozinho, ao civil pblica na Justia Federal e vice-versa. (...) A recproca verdadeira. O Ministrio Pblico da Unio (...) pode agir no mbito da Justia Federal comum ou especial, e, ainda, na Justia Estadual. (...) Quando, por exemplo, o parquet federal quedar-se inerte diante de lide que deva ser levada por ele soluo pela Justia Federal, pode o Ministrio Pblico Estadual agir movendo ao naquela Justia.
Nas hipteses de eventual conflito, positivo ou negativo, de atribuies, deve ele ser dirimido pelo Supremo Tribunal Federal. Na Pet 3528/BA, em que foi relator o Min. Marco Aurlio, a Suprema Corte, pelo seu rgo Pleno, ao resolver conflito instaurado entre o Ministrio Pblico do Estado da Bahia e o Federal, firmou o entendimento no sentido de ser dele a competncia para decidir o conflito, diante da inexistncia de previso especfica na Constituio Federal a respeito, emprestando maior alcance alnea f do inciso I do art. 102 da CF, ante o fato de estarem envolvidos no conflito rgos da Unio e de Estadomembro. Asseverou, tambm, a incompetncia do Procurador-Geral da Repblica para a soluo do conflito, em face da impossibilidade de sua interferncia no parquet da unidade federada. Com base nesse mesmo dispositivo constitucional, o STF tambm pacificou o entendimento de que a ele compete dirimir conflitos de atribuies entre membros de Ministrios Pblicos Estaduais distintos.
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In: Cdigo brasileiro de defesa do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto . 7. ed. So Paulo: Forense. p. 940-942.
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2.7 ATUAO DOS PROMOTORES DE INTERESSES DIFUSOS E DOS PROMOTORES CVEIS (CUSTOS LEGIS) NAS AES JUDICIAIS PROPOSTAS PELO MINISTRIO PBLICO E POR TERCEIROS IGUALMENTE LEGITIMADOS. Nas comarcas em que h Promotores com atribuies especficas para a atuao na defesa de interesses metaindividuais e Promotores com atribuies tambm especficas para funcionarem perante os juzos cveis, na condio de custos legis, pode ocorrer de, no curso de ao coletiva proposta pelo primeiro deles, o juzo, por equvoco, determinar a remessa dos autos com vista ao promotor cvel com atuao vinculada vara em que o feito tramita. Na hiptese de aes coletivas propostas pelo Promotor de Defesa de Interesses Transindividuais, incumbe a ele, e no ao Promotor com atuao especfica na vara, o acompanhamento e o lanamento de toda e qualquer manifestao nos autos, seja no sentido de requerer diligncias, produo de provas, manifestar-se acerca de requerimentos formulados pela parte adversa, participar de audincias eventualmente designadas, apresentar alegaes finais, recorrer, etc. que, como cedio, a atuao do Ministrio Pblico no processo civil se d na condio de parte ou de interveniente (arts. 81 e 82 do CPC). Ao propor a ao coletiva, o Promotor de Defesa dos Interesses Difusos, agindo como parte autora, a ela se vincula at o seu desfecho, cabendo a ele lanar nos autos toda e qualquer manifestao que incumbir parte autora da ao. Nessas aes, no h, nem deve haver, participao do membro do parquet que atua perante o juzo na condio de custos legis. Como bem pontua o eminente Prof. Antnio Cludio da Costa Machado3,
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(...) entre a misso do custos legis e a do autor da ao civil b pblica no h esta inconciliabilidade. (...) A situao semelhante do autor da ao penal pblica: s interessa a condenao se h prova do crime e da autoria; se no, o promotor pede a absolvio. Isto mostra com clareza que tanto na ao civil como na penal pblica o Ministrio Pblico assume formalmente a posio de autor, sem perder, contudo, na essncia, a condio de fiscal, de imparcial na apreciao dos fatos e do interesse deles emergente. Da que, instaurado o processo civil pelo Ministrio Pblico, o prprio rgo oficiante cumprir o papel de fiscalizador da regularidade procedimental e da qualidade da prova realizada (mesmo quanto aos fatos que hipoteticamente levem improcedncia do pedido), de sorte a no haver a mnima necessidade de que intervenha outro rgo para, autonomamente, cumprir esse mister.
Ademais, a atuao de dois representantes do parquet na mesma ao, funcionando um deles na condio de autor, e o outro, de interveniente e possuindo ambos autonomia de entendimento e de convencimento, pode gerar indesejvel conflito de posicionamentos, enfraquecendo a prpria ao e pondo em xeque a credibilidade institucional. Nesse exato sentido, pronunciou-se o STJ no REsp n 156.291/SP em que foi relator o e. Min. Adhemar Maciel e que restou assim ementado: Tratando-se de ao civil proposta pelo Ministrio Pblico, desnecessria a interveno do Parquet como fiscal da lei. j nos casos de propositura de aes coletivas tendentes defesa de consumidores por parte de um dos entes colegitimados pela Lei n 7.347/85 que no o Ministrio Pblico (art. 5, incisos II a V), a situao se inverte. Nesses casos, como o autor da ao no o Ministrio Pblico e a fim de atender ao comando constante do art. 92 da Lei n 8.078/90, intervir obrigatoriamente na Ao Civil 32
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Pblica, na condio de interveniente, o representante do Ministrio Pblico com atribuies para atuar perante o juzo cvel em que a ao tramita, nela no tendo qualquer participao o Promotor com atribuies especficas para a defesa dos consumidores, ressalvada a possibilidade de eventual designao especial pelo Procurador-Geral de Justia. 2.8 LEGITIMAO DA PROMOTORIA DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA CAPITAL DO ESTADO O art. 93, inciso II do Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n 8.078/90) estabelece: Art. 93. Ressalvada a competncia da Justia Federal, competente para a causa a justia local: I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de mbito local; II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de mbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Cdigo de Processo Civil aos casos de competncia concorrente. Assim, em se tratando de situaes que envolvam relaes de consumo em que o dano causado aos consumidores tenha abrangncia em todo o Estado ou em grande parte dele, a competncia absoluta para o julgamento de eventual Ao Civil Pblica, proposta pelo Ministrio Pblico, do foro da Capital do Estado, sendo o Promotor de Defesa dos Direitos do Consumidor da Capital o detentor da legitimidade para sua propositura. A tal respeito, recente julgado da 3 Turma do STJ restou assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AO CIVIL PBLICA. 33
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DANO DE MBITO REGIONAL. COMPETNCIA DA VARA DA CAPITAL PARA O JULGAMENTO DA DEMANDA. ART. 93 DO CDC. 1. O art. 93 do CDC estabeleceu que, para as hipteses em que as leses ocorram apenas em mbito local, ser competente o foro do lugar onde se produziu o dano ou se devesse produzir (inciso I), mesmo critrio j fixado pelo art. 2 da LACP. Por outro lado, tomando a leso dimenses geograficamente maiores, produzindo efeitos em mbito regional ou nacional, sero competentes os foros da capital do Estado ou do Distrito Federal (inciso II). 2. Na espcie, o dano que atinge um vasto grupo de consumidores, espalhados na grande maioria dos municpios do estado do Mato Grosso, atrai ao foro da capital do Estado a competncia para julgar a presente demanda. 3. Recurso especial no provido. (Recurso Especial n 1.101.057-. MT (2008/0236910-0) Rel. Min. Nancy Andrighi) Nesses casos, deve o Promotor da comarca interiorana enviar a denncia, representao ou notcia da irregularidade Promotoria da Capital para os encaminhamentos necessrios. Nada obsta; pelo contrrio, de todo recomendvel que o Promotor do interior empreenda, antes da remessa de autos ou de informaes Promotoria da Capital, diligncias iniciais no sentido de colher elementos de informao e eventualmente de prova, que possam vir a subsidiar e contribuir para a atuao do Promotor com atribuies na Capital, considerando inclusive que o provimento jurisdicional a ser proferido na ao eventualmente proposta, face sua abrangncia, alcanar e beneficiar os consumidores em nvel estadual. 2.9 ATUAO DO CENTRO DE APOIO OPERACIONAL S PROMOTORIAS DE DEFESA DO CONSUMIDOR Reza o art. 1, caput da Resoluo CPJ n 007/2011, que com34
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pete ao Centro de Apoio Operacional s Promotorias de Defesa do Consumidor a prestao de auxlio e suporte atividade funcional dessas Promotorias, desenvolvendo as atribuies expressa e legalmente definidas nos artigos 33 e incisos, da Lei n. 8.625/93 e no art. 59, da Lei Complementar Estadual n 97/2010 (Lei Orgnica do Ministrio Pblico do Estado da Paraba). Cabe, de igual modo, ao Centro de Apoio as seguintes atribuies, previstas no pargrafo nico daquele dispositivo:
I - organizao e manuteno de banco de dados na rea de tutela dos direitos do consumidor, de modo integrado a outros sistemas e de maneira atualizada, com recepo de dados da atuao do Ministrio Pblico da Paraba, atravs das iniciativas dos rgos de execuo; II elaborao das diretrizes operacionais decorrentes das polticas institucionais prioritrias e institucionalmente definidas, mediante estruturao e implementao das atividades inerentes gesto do plano estratgico institucional, sobretudo no que se refere aos projetos, indicadores e metas especficos; III criao e disponibilizao de mecanismos eficientes de apoio aos rgos de execuo e de assessoramento, permitindo o uso de ferramentas de interao em tempo hbil e, preferencialmente, de modo virtual, inclusive pesquisas, consultas, orientaes, remessa de peas, sugestes no vinculativas de atuao e informativos; IV realizao peridica de atividades de aprimoramento tcnico-prtico e operacional; V participao nas aes interinstitucionais voltadas para o fortalecimento da rede de entidades de defesa do consumidor; VI articulao com entidades da sociedade civil
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organizada para a celebrao de parcerias com o Ministrio Pblico, tendentes defesa dos direitos do consumidor; VII estmulo e suporte para atuao articulada e uniforme entre os rgos de execuo e entre estes e demais rgos da Administrao Superior, inclusive mediante formao de grupos de trabalho, edio de enunciados sem carter vinculante e envio de sugestes normativas ao Procurador-Geral de Justia; VIII - outras aes definidas pelos rgos da Administrao Superior do Ministrio Pblico, nos termos do artigo 59, XII, da Lei Complementar Estadual n. 97/2010.
2.10 COMO PROCEDER NA HIPTESE DE VERIFICAO DA PRTICA DE CRIME EM SEDE DE RELAO DE CONSUMO O Cdigo Penal e o Cdigo de Defesa do Consumidor, alm de outros diplomas legais que integram a legislao extravagante em matria de defesa do consumidor (a exemplo das leis n 8.137/90, 8.176/91 e 1.521/51) tipificam vrias condutas, caracterizando-as como ilcitos penais. cedio que, ao menos no Ministrio Pblico da Paraba, os Promotores de Defesa de Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Homogneos de uma forma geral, detm atribuies eminentemente cveis, no fugindo dessa regra o Promotor de Defesa do Consumidor, conforme se depreende da leitura do art. 53 da Lei Orgnica Estadual (LC 97/2010). Inobstante se discuta no seio da instituio a possibilidade de alargamento do rol de atribuies desses Promotores, de modo a que eles tambm possam atuar na seara criminal vinculada aos interesses supraindividuais que j defendem, o fato que essa ainda no nossa realidade. Assim sendo, na hiptese de o Promotor de Defesa do Consumidor, ao dar andamento aos seus procedimentos preparatrios ou inquritos civis pblicos, findar por coletar elementos de convico 36
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que apontem para a prtica de crimes relacionados s relaes de consumo, outro caminho no se lhe abre, ao menos por ora, seno o do encaminhamento das peas informativas Coordenao da Promotoria de Justia Criminal (onde houver), Coordenao das Promotorias (onde houver mais de um Promotor criminal) ou ao prprio Promotor criminal (onde houver apenas um), de modo que a atribuio de natureza criminal possa ser devidamente exercida. Ressalte-se, invocando o disposto no art. 53, IV da Lei Complementar Estadual n 97/2010, que nada impede que o Promotor de defesa de interesses supraindividuais, tendo s mos notcia de prtica delituosa, requisite diretamente autoridade policial a instaurao do devido procedimento inquisitorial tendente sua apurao. O que ainda no se lhe permite a instaurao de Procedimento Investigatrio Criminal, assim como a deflagrao da persecutio criminis in judicio, atravs do oferecimento de denncia. 2.11 ALGUNS ASPECTOS DE RELEVO DO MICROSSISTEMA DE DEFESA DO CONSUMIDOR (LEMBRETES) O microssistema normativo, consubstanciado no Cdigo de Defesa do Consumidor e na legislao consumerista extravagante, possui peculiaridades de extrema relevncia e nos remete inevitvel anlise de alguns aspectos que no podem escapar da ateno do Promotor de Defesa do Consumidor. Uma defesa eficaz dos direitos do consumidor passa, necessariamente, pela escorreita interpretao dos princpios, conceitos e normas que, em conjunto, fornecem ao membro do parquet que atua nessa quadra da funo ministerial o entendimento e a lgica necessrias ao seu bom agir. O Prof. Leonardo de Medeiros Garcia4 chama a ateno para alguns desses aspectos, tratando-os como pontos importantes: as normas do CDC so de ordem pblica e interesse social,
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prevalecendo sobre a vontade das partes, e que, em decorrncia disso, ao juiz dado reconhecer sua incidncia de ofcio; na ADI n 2.591, o STF pacificou que aplicvel o CDC s relaes bancrias; atentar para o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor, afinal a existncia da vulnerabilidade que determinar se h ou no relao de consumo; as regras contratuais do Cdigo de Defesa do Consumidor afastam a incidncia, nas relaes jurdicas por elas previstas dos dispositivos pertinentes dos Cdigos Civil e Comercial; no art. 4 do CDC est expressa a presena do princpio da boa-f objetiva e o princpio do equilbrio nas relaes de consumo; os princpios do Cdigo de Defesa do Consumidor estendem-se tambm aos servios pblicos, ainda que prestados por empresas concessionrias ou permissionrias; atentar para a possibilidade de ressarcimento integral dos danos sofridos, inclusive de dano moral coletivo; a inverso do nus da prova pode ser concedida de ofcio ou a requerimento da parte, quando for verossmil a alegao ou quando o consumidor for hipossuficiente; os direitos dos consumidores, previstos no CDC, no so taxativos e se compatibilizam com outras normas protetoras (dilogo de fontes); adotou-se o princpio da informao Em qualquer hiptese, o fornecedor tem que prestar informaes necessrias sobre os riscos sade ou segurana dos consumidores, e os entes federados tm o dever de informar sobre a periculosidade de produtos e servios; adotou-se a teoria do risco do negcio (da atividade) pela qual os fornecedores no podero colocar no mercado produto ou servio que sabe ou deveria saber serem nocivos ou perigosos sade ou segurana; quando os instrumentos utilizados pelo comerciante para medies e pesagens (balanas, por exemplo) de produtos no estiverem aferidos segundo os padres oficiais, o fornecedor imediato tem responsabilidade exclusiva, rompendo-se a responsabilidade solidria com quem lhe forneceu o produto (CDC, 38
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art. 19, 2); observar a obrigatoriedade quanto ao uso de peas originais e novas no conserto de produtos pelo fornecedor, somente se eximindo dessa obrigao, quando o consumidor consentir em sentido contrrio, sob pena de prtica criminosa (CDC, art. 70); observar que a garantia contratual complementar legal e facultativa, sendo conferida mediante termo escrito, enquanto a garantia legal obrigatria, independente de termo escrito, no podendo o fornecedor dela se exonerar; clusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor so consideradas abusivas e, como tal, invlidas e no escritas; a instaurao de inqurito civil pblico, e at que seja encerrado, obsta a decadncia do direito que tem o consumidor de reclamar pelos vcios aparentes ou de fcil constatao (CDC, art. 26, 2, III); observar o princpio da vinculao contratual da publicidade estampado no art. 30 do CDC, segundo o qual a publicidade integra o contrato, devendo ser cumprida nos moldes em que foi veiculada; observar a possibilidade de o consumidor exigir o cumprimento forado da oferta, caso o fornecedor se recuse a execut-la, sob a alegao de ausncia de culpa ou dolo em relao a anncio veiculado. Trata-se de responsabilidade objetiva. (CDC, art. 35, I); observar a vedao cognominada venda casada (CDC, art. 39, I); a entrega de produtos ou prestao de servios, sem a solicitao do consumidor, so consideradas amostras grtis e, como tal, no podem ser cobradas (CDC, art. 39, pargrafo nico); na cobrana de dvidas, o consumidor no pode ser exposto a ridculo, nem submetido a constrangimento ou ameaa (CDC, art. 42); entendimento do STJ que constitui constrangimento e ameaa o registro do nome do consumidor em cadastros de proteo ao crdito, quando o montante da dvida ainda objeto de discusso em juzo; a jurisprudncia atual do STJ entende que a simples inscrio irregular do nome do consumidor em bancos de dados ou cadastros 39
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de proteo ao crdito (SPC, Serasa, Cadin, etc.), suficiente para a configurao do dano moral, dispensando a necessidade de prova do prejuzo sofrido (Leading case Resp 51158/DF); contratos de consumo somente obrigaro os consumidores quando lhes for dada a oportunidade de tomarem prvio conhecimento do seu contedo e quando no forem redigidos de modo a dificultar a compreenso de seu sentido e alcance; com base no princpio da isonomia e reconhecendo o consumidor como sendo a parte vulnervel da relao jurdica de consumo, o legislador estabeleceu que as clusulas contratuais devem sempre ser interpretadas de modo mais favorvel a ele (CDC, art. 47); quando a contratao de fornecimento de produtos e servios ocorrer fora do estabelecimento comercial (compra pela internet, por exemplo), o direito de arrependimento pode ser exercido em at 07 (sete) dias contados da assinatura do contrato ou do recebimento do produto ou servio (CDC, art. 49); o elenco das clusulas abusivas, previsto no art. 51 do CDC, no taxativo, mas meramente exemplificativo; clusulas abusivas, por versarem matria de ordem pblica, so nulas de pleno direito e podem ser assim reconhecidas de ofcio pelo juiz (com a ressalva do posicionamento do STJ no sentido da impossibilidade desse reconhecimento em segundo grau, caso o consumidor no haja recorrido, j que deciso dessa natureza pioraria a situao do recorrente, o que se veda em razo do princpio do tantum devolutum quantum apellatum art. 515 do CPC); a nulidade uma clusula contratual considerada abusiva no invalida, necessariamente, todo o contrato; em contratos que envolvam outorga de crdito ou concesso de financiamento, a liquidao antecipada do dbito (total ou parcial) gera a reduo proporcional dos juros e demais acrscimos (CDC, art. 52, 2); so nulas, de pleno direito, as clusulas que, nos contratos de compra e venda de mveis ou imveis mediante pagamento em prestaes, bem como nas alienaes fiducirias em garantia, estabeleam a perda total das prestaes pagas em benefcio do credor nos casos de inadimplemento (CDC, art. 53); 40
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nos casos de publicidade enganosa ou abusiva, pode haver a imposio de contrapropaganda ao fornecedor, s expensas do infrator (CDC, art. 60); no h litispendncia entre as aes coletivas e as aes individuais (CDC, art. 104).
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CAPTULO 3:
3 SUGESTES DE TEMAS PARA ATUAO DO PROMOTOR DE DEFESA DO CONSUMIDOR E JURISPRUDNCIA RELACIONADA H um sem nmero de situaes que podem ensejar a atuao do Promotor de Defesa do Consumidor, tais como as relacionados sade, segurana, qualidade, quantidade, aos contratos, publicidade dos produtos e servios, assim como s prticas comerciais abusivas. Neste captulo, oferecemos algumas sugestes de temas que podem ser trabalhados no mbito da Promotoria, acompanhados de julgados recentes, preferencialmente do STF, do STJ ou do Tribunal de Justia da Paraba a eles relativos, para que se tenha uma noo do posicionamento mais atualizado das Cortes Superiores e da Corte local a respeito dessas matrias. 3.1 TEMA: PROJETO NO PARE: SERVIO ESSENCIAL NO PODE PARAR (PLANEJAMENTO ESTRATGICO DO MPPB 2011/2016) O Projeto No Pare foi concebido e inserido no contexto do Planejamento Estratgico 2011-2016 do Ministrio Pblico da Paraba, com o propsito de municiar os Promotores de Defesa do Consumidor de todo o estado com elementos de informao e ferramentas hbeis ao eficiente combate descontinuidade na prestao dos servios pblicos concedidos, considerados essenciais, quais sejam, o fornecimento de gua, de energia eltrica, de telefonia fixa e mvel e de transportes pblicos. O Projeto ficou definido nos seguintes termos:
O art. 22 do Cdigo de Defesa do Consumidor estabelece que os servios pblicos considerados essenciais so contnuos, ou seja, no podem ser interrompidos pela administrao pblica ou por seus permissionrios/cessionrios sem justificativa plausvel. (...) O projeto tem por objetivo proceder a
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um detalhado diagnstico da situao no Estado em cada um desses setores de prestao de servios, estabelecer estratgias especficas e uniformes de atuao e combate provvel omisso do poder pblico nessas reas, oferecendo as ferramentas e o suporte necessrios para uma atuao efetiva e eficaz por parte das Promotorias envolvidas, tomando-se por base os problemas mais crticos identificados no diagnstico inicial.
Trata-se, como se v, de uma rea da atuao do Promotor de Defesa do Consumidor extremamente abrangente e com largo alcance social.
3.1.1 Jurisprudncia relacionada: CONSUMIDOR. INVERSO DO NUS DA PROVA. ART. 6, VIII, DO CDC. PROVA PERICIAL. RESPONSABILIDADE PELAS CUSTAS. 1. Conforme o art. 6, VIII, do CDC, a inverso do nus probante no curso do processo direito bsico do consumidor para a facilitao da defesa de seus direitos, cabendo ao magistrado verificar a existncia de uma das condies ensejadoras da medida, quais sejam, a verossimilhana da alegao ou a hipossuficincia da parte, segundo as regras ordinrias de experincias. 2. No entanto, a inverso do mencionado nus no implica responsabilizao da r pelas custas da percia solicitada; significa to somente que j descabe autora a produo dessa prova. Optando a r por no antecipar os honorrios periciais, presumir-se-o verdadeiras as alegaes da autora. Precedentes do STJ. 3. In casu, o juzo a quo determinou a inverso do nus probante e a antecipao dos honorrios periciais pela r em ao de obrigao de fazer fundada em contrato de prestao de energia eltrica. Alicerou-se no fundamento de que compete prestadora de servios a comprovao da regularidade da cobrana tida por excessiva pela autora. 4. Ora, tendo sido invertido o nus da prova, desaparece a necessidade de o autor provar o que estiver no mbito da 44
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inverso. Logo, suprfluo obrigar o ru a produzir prova cuja apresentao seja de seu exclusivo interesse, pois a sua negativa ou omisso em nada prejudicar o sujeito vulnervel, s o favorecer em consequncia da prpria inverso. 5. Agravo Regimental no provido. (STJ. AgRg-REsp 1.098.876; Proc. 2008/0227038-3. SP; Segunda Turma; Rel. Min. Herman Benjamin; Julg. 08/09/2009; DJE 26/04/2011). PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPETIO DE VALORES. SERVIOS DE FORNECIMENTO DE GUA E ESGOTO. AUSNCIA DE REDE PARA O DESPEJO. ILICITUDE DA TARIFA COBRADA. RESTITUIO EM DOBRO. CABIMENTO. ARTIGO 42, PARGRAFO NICO, DO CDC. PRECEDENTES. APLICAO DO PRAZO PRESCRICIONAL PREVISTO NO ARTIGO 205 DO CDIGO CIVIL. PRECEDENTES. 1. A Primeira Seo, no julgamento do RESP n. 1.113.403/RJ, da relatoria do Ministro Teori Albino Zavascki, DJe 15/9/2009, submetido ao regime dos recursos repetitivos do artigo 543-C do CPC e da Resoluo/STJ n. 8/2008, firmou entendimento de que a ao de repetio de indbito de tarifas de gua e esgoto se sujeita ao prazo prescricional estabelecido no Cdigo Civil, podendo ser vintenrio, na forma estabelecida no artigo 177 do Cdigo Civil de 1916, ou decenal, de acordo com o previsto no artigo 205 do Cdigo Civil de 2002. 2. O Superior Tribunal de Justia possui firme jurisprudncia no sentido de no configurar erro justificvel a cobrana de tarifa de gua e esgoto por servio que no foi prestado pela concessionria de servio pblico, razo pela qual os valores indevidamente cobrados do usurio devem ser restitudos em dobro, conforme determina o artigo 42, pargrafo nico, do Cdigo de Defesa do Consumidor. Precedentes: AGRG no RESP 1119647/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 04/03/2010; AGRG no RESP 1117014/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 19/02/2010; RESP 821.634/RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 23/04/2008; RESP 817.733/RJ, Rel. Min. Castro Meira, D.J. 25.05.2007. 3. Agravo regimental no provido. (STJ. AgRg-Ag 1.303.241; Proc. 2010/0078045-0; RJ; Primeira Turma; Rel. Min. Benedito Gonalves; Julg. 17/03/2011; DJE 22/03/2011). PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO 45
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AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO ORDINRIA DE DECLARAO DE INEXISTNCIA DE DBITOS. VIOLAO DO ART. 535, I E II, DO CPC. NO OCORRNCIA. CUSTO ADMINISTRATIVO. OFENSA AO ARTIGO 73 DA RESOLUO N. 456/ANEEL. INADEQUAO DA VIA RECURSAL ELEITA. SUSPENSO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA, EM RAZO DA FALTA DE PAGAMENTO DA DIFERENA DE CONSUMO APURADA EM RAZO DE FRAUDE NO MEDIDOR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. No h violao dos artigos 165, 458 e 535 do CPC, quando o Tribunal a quo se manifesta de forma fundamentada a respeito de todos os pontos necessrios ao deslinde da questo, apenas no adotando a tese do recorrente. 2. No que diz respeito insurgncia atinente ao afastamento do custo administrativo, o recurso no pode ser conhecido, visto que a apontada contrariedade ao artigo 73 da Resoluo n. 456/2000 da ANEEL no passvel de anlise em sede de Recurso Especial, uma vez que no se encontra inserida no conceito de Lei Federal, nos termos do art. 105, III, da CF. Precedente: RESP 1117542/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 03.02.2011. 3. entendimento deste Superior Tribunal de Justia que no legtimo o corte do fornecimento de energia eltrica quando a inadimplncia do consumidor decorrer de dbitos consolidados pelo tempo oriundos de recuperao de consumo por suposta fraude no medidor. Precedentes: AGRG no RESP 1075717/RS, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 02/12/2008; AGRG no AG 1031388/MS, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 12/ 11/2008; RESP 952877/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 03.09.2007; RESP 975.314/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 04.10.2007; AGRG no AG 1214882/RS, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 08/03/2010; AGRG no AG 1200406/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 07/12/2009; AGRG no RESP 793.285/RS, Rel. Min. Sidnei Beneti, Terceira Seo, DJe 13/05/2009. 4. Agravo regimental no provido. (STJ. AgRg-Ag 1.268.716; Proc. 2010/0009761-5; RS; Primeira Turma; Rel. Min. Benedito Gonalves; Julg. 15/03/2011; DJE 21/03/2011).
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PROCESSUAL. ADMINISTRATIVO. DIFERENA DE CONSUMO DE ENERGIA DECORRENTE DE FRAUDE NO MEDIDOR. VIOLAO DO ART. 535 DO CPC. NO-OCORRNCIA. REEXAME DE PROVAS. SMULA 07/ STJ. 1. No h violao do artigo 535 do CPC se o acrdo recorrido dirimiu as questes suscitadas de forma clara, fundamentada e nos limites em que propostas, como no caso dos autos. 2. O Tribunal de origem concluiu que a prova alegada de irregularidade no medidor no convincente, porquanto a concessionria a obteve de modo unilateral, no cumpriu o dever de vistoriar periodicamente os aparelhos e no h prova de que o consumo aps o perodo considerado irregular tenha aumentado. 3. O acolhimento da pretenso recursal para declarar-se a validade da dvida e a irregularidade do medidor de energia eltrica demandariam o reexame do conjunto fticoprobatrio, tarefa essa que no d azo a Recurso Especial, a teor do disposto na Smula n 7/STJ. 4. Contestada em juzo dvida apurada unilateralmente e decorrente de suposta fraude no medidor do consumo de energia eltrica, h ilegalidade na interrupo do fornecimento desta. Isso porque tal procedimento configura verdadeiro constrangimento ao consumidor, que procura discutir no Judicirio dbito considerado indevido. Precedentes. 5. A recorrente no observou as formalidades indispensveis ao conhecimento do especial pela alnea c do permissivo da Constituio da Repblica, porquanto no procedeu ao indispensvel cotejo analtico no intuito de demonstrar que os arestos confrontados partiram de situaes ftico-jurdicas idnticas e adotaram concluses discrepantes. 6. Agravo regimental no provido. (STJ. AgRg-Ag 1.366.549; Proc. 2010/0204818-6. RS. Segunda Turma; Rel. Min. Jos de Castro Meira; Julg. 17/03/2011; DJE 25/03/2011). ADMINISTRATIVO. ENERGIA ELTRICA. FORNECIMENTO. INTERRUPO. DBITO PRETRITO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No h nulidade no acrdo que julgou a matria em sua inteireza, fazendo-o apenas em sentido contrrio pretenso da recorrente. 2. No cabe interrupo do fornecimento de energia eltrica quando se trata de cobrana de dbitos antigos e consolidados, os quais devem ser cobrados pelas vias ordinrias de cobrana, sob pena de infringncia 47
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ao disposto no art. 42 do Cdigo de Defesa do Consumidor. 3. Agravo regimental no provido. (STJ. AgRg-REsp 1.219.282; Proc. 2010/ 0200429-7; RS; Segunda Turma; Rel. Min. Jos de Castro Meira; Julg. 22/03/2011; DJE 04/04/2011). PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. VCIOS NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA. DANOS MATERIAIS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONRIA (CDC, ART. 14). EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE NO-COMPROVADA. APLICAO DA SMULA 07/ STJ. 1. O acrdo recorrido considerou incontroversos os danos causados parte ora agravada em funo da irregularidade no fornecimento da energia eltrica. Assim, com base nas disposies do Cdigo de Defesa do Consumidor, concluiu pela responsabilidade civil objetiva da concessionria, afastando a necessidade da comprovao da culpa. Asseverou, ainda, que a concessionria no comprovou a alegao de que a irregularidade no fornecimento de energia eltrica se deu em razo de caso fortuito, fora maior ou culpa de terceiro. 2. Desconstituir as concluses apresentadas pelo decisrio atacado implicaria, necessariamente, o revolvimento ftico-probatrio dos autos, o que vedado na via especial, por fora da disposio da Smula 07/STJ: A pretenso de simples reexame de prova no enseja Recurso Especial. 3. A recorrente no demostrou divergncia jurisprudencial, porquanto no procedeu ao indispensvel cotejo analtico no intuito de caracterizar que os arestos confrontados partiram de situaes ftico-jurdicas idnticas e adotaram concluses discrepantes. 4. Agravo regimental no provido. (STJ. AgRgAg 1.362.064; Proc. 2010/0182814-0. SP. Segunda Turma; Rel. Min. Jos de Castro Meira; Julg. 05/04/2011; DJE 14/04/2011). 3.2 TEMA: INSTITUIES FINANCEIRAS Com a consolidao jurisprudencial e doutrinria no sentido da aplicao do CDC s relaes bancrias, intensificaram-se as reclamaes em relao aos servios prestados, de um modo geral, pelos bancos, em especial no tocante ao cumprimento de leis de filas, existncia de clusulas contratuais abusivas, ao no fornecimento 48
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de cpias de contratos bancrios, aos servios de administradoras de cartes de crdito e ao superendividamento dos consumidores, aspectos a serem observados e combatidos pelo Promotor de Defesa do Consumidor. 3.2.1 Jurisprudncia relacionada: RECURSO EXTRAORDINRIO. CONSTITUCIONAL. CONSUMIDOR. INSTITUIO BANCRIA. ATENDIMENTO AO PBLICO. FILA. TEMPO DE ESPERA. LEI MUNICIPAL. NORMA DE INTERESSE LOCAL. LEGITIMIDADE. LEI MUNICIPAL N. 4.188/01. BANCO. ATENDIMENTO AO PBLICO E TEMPO MXIMO DE ESPERA NA FILA. Matria que no se confunde com a atinente s atividades-fim das instituies bancrias. Matria de interesse local e de proteo ao consumidor. Competncia legislativa do Municpio. Recurso extraordinrio conhecido e provido. (STF. RE 432.789-9; Primeira Turma. Rel. Min. Eros Grau; Julg. 14/06/2005; DJU 07/10/2005; p. 27). PROCESSO CIVIL. AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS. INSTITUIO FINANCEIRA. APLICAO DO CDC. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO PRESTADOR DE SERVIO. DEMORA NO ATENDIMENTO. OFENSA AO PRINCPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. I. Na prestao de servio bancrio, aplica-se o Cdigo de Defesa do Consumidor, por haver relao de consumo entre as partes; II. O prestador de servio responde objetivamente pelos danos causados ao consumidor; III. O fato de o cliente permanecer em fila de banco por tempo superior ao que estabelece a Lei Municipal para ser atendido ofende a dignidade da pessoa humana, principio basilar da constituio cidad (artigo 1, inciso III), porquanto a desdia do banco est a caracterizar dano moral, restando ao mesmo o dever de repar-lo.IV. Quantum fixado no valor de R$ 1.500,00, atendendo aos critrios de prudncia, parcimnia e proporcionalidade. V - Recurso conhecido e provido. (TJSE. AC 2010219958; Ac. 4551/2011; Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Roberto Eugenio da Fonseca Porto; DJSE 28/04/2011. p. 21). 49
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PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCRIO. NOTA PROMISSRIA. CLUSULA MANDATO. VIOLAO AO ART. 51, IV, CDC. SMULA N 60/STJ. NULIDADE. DESPROVIMENTO. 1 - nula a clusula contratual em que o devedor autoriza o credor a sacar, para cobrana, ttulo de crdito representativo de qualquer quantia em atraso. Isto porque tal clusula no se coaduna com o contrato de mandato, que pressupe a inexistncia de conflitos entre mandante e mandatrio. Precedentes (RESP 504.036/RS e AGRG AG 562.705/RS). 2 - Ademais, a orientao desta Corte no sentido de que a clusula contratual que permite a emisso da nota promissria em favor do banco/embargado, caracteriza-se como abusiva, porque violadora do princpio da boa-f, consagrado no art. 51, inciso IV do Cdigo de Defesa do Consumidor. Precedente (RESP 511.450/RS). 3 - Agravo regimental desprovido. (STJ. AgRg-REsp 808603. RS. Quarta Turma; Rel. Min. Jorge Tadeo Flaquer Scartezzini; Julg. 04/05/2006; DJU 29/05/ 2006. p. 264). PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGATIVA DE PROVIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO BANCRIO. JUROS REMUNERATRIOS. LEI DE USURA. COMISSO DE PERMANNCIA. CORREO MONETRIA, JUROS REMUNERATRIOS, JUROS MORATRIOS E MULTA CONTRATUAL. INACUMULATIVIDADE. SMULAS NS 30, 294 E 296/STJ. CLUSULA-MANDATO. ABUSIVIDADE. INOCORRNCIA. DISSDIO JURISPRUDENCIAL. SMULA N 83/STJ. DESPROVIMENTO. 1 - No que tange aos juros remuneratrios, esta Corte Superior de Justia firmou-se no sentido de que, com a edio da Lei n 4.595/ 64, no se aplicam as limitaes fixadas pelo Decreto n 22.626/33, de 12% ao ano, aos contratos celebrados com instituies integrantes do Sistema Financeiro Nacional (Smula n 596 do STF), salvo nas hipteses de legislao especfica. 2 - A Eg. Segunda Seo desta Corte pacificou entendimento no sentido de que a cobrana da comisso de permanncia lcita quando observada a taxa mdia dos juros de mercado, apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada taxa do contrato (Smula n 294/STJ). Todavia, tal encargo no pode ser cumulado com a correo monetria e com os 50
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juros remuneratrios (Smulas ns 30 e 296 do STJ), ou, ainda, com os juros moratrios, ou com a multa contratual. 3 - Com relao a questo referente a clusula mandato, verifico que interpretao dada pelo V. acrdo recorrido tambm encontra respaldo no entendimento desta Corte de Uniformizao, no sentido de que no abusiva a clusula-mandato nos contratos de carto de crdito. 4 - Quanto ao cabimento do Recurso Especial pela alnea c do artigo 105, inciso III do permissivo constitucional, dissdio pretoriano aventado, (alnea c, do permissivo constitucional), verifico que o recurso encontra-se obstado pela incidncia da Smula n 83 deste Superior Tribunal porquanto admite-se nos contratos firmados por instituies integrantes do Sistema Financeiro Nacional, posteriormente edio da MP 1.963-17/2000, de 31 de maro de 2000 (atualmente reeditada sob o n. 2.170-36/2001) a capitalizao mensal dos juros, desde que expressamente pactuada. 5 - Agravo regimental desprovido. (STJ. AgRg-Ag 698376. RS; Quarta Turma; Rel. Min. Jorge Tadeo Flaquer Scartezzini; Julg. 08/11/2005; DJU 28/11/2005. p. 307). CONTA CORRENTE. Apropriao do saldo pelo banco credor. Numerrio destinado ao pagamento de salrios. Abuso de direito. Boaf. Age com abuso de direito e viola a boa-f o banco que, invocando clusula contratual constante do contrato de financiamento, cobra-se lanando mo do numerrio depositado pela correntista em conta destinada ao pagamento dos salrios de seus empregados, cujo numerrio teria sido obtido junto ao BNDES. A clusula que permite esse procedimento mais abusiva do que a clusula mandato, pois, enquanto esta autoriza apenas a constituio do ttulo, aquela permite a cobrana pelos prprios meios do credor, nos valores e no momento por ele escolhidos. Recurso conhecido e provido. (STJ. RESP 250523; SP. Quarta Turma; Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar Jnior; Julg. 19/10/2000; DJU 18/12/2000. p. 00203). AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. CARTO DE CRDITO. Cobrana de prmios seguros no solicitados e includos nas faturas. Ausncia de regularidade na contratao dos 51
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servios. Negligncia da empresa recorrente. Dvidas inexistentes. Inscrio indevida em cadastro restritivo de crdito. Nexo causal e culpa evidenciados. Dano moral puro. Dever de indenizar. Cabvel a repetio do indbito. Reduo da condenao. Impossibilidade. Manuteno da sentena. Desprovimento do apelo. No dispondo o ru de qualquer manifestao de vontade da promovente no sentido de contratar os seguros que lhe foram indevidamente cobrados, no pode afirmar tenha ela os solicitado. Como no trouxe aos autos qualquer prova nesse sentido, a desconstituio da suposta dvida medida que se impe. A incluso indevida do nome de cliente em cadastro de restrio ao crdito, por si s, gera para o ofensor a obrigao de reparar os danos morais da advindos, cujo valor deve ser fixado de acordo com a gravidade da leso e a extenso do dano. Uma vez restado configurada a ausncia de qualquer elemento probatrio acerca da contratao do seguro, configura-se a conduta ilcita do ru, sendo cabvel a repetio do indbito, de forma dobrada, com fulcro no artigo 42, nico do Cdigo de Defesa do Consumidor. (TJPB. AC 004.2007.000.486-8/001. Rel. Des. Jos Di Lorenzo Serpa; DJPB 01/06/2010. p. 5). APELAO CVEL. PRESTAO DE SERVIO BANCRIO. MOVIMENTAO BANCRIA. Recebimento de carto de crdito pela ex-esposa do correntista sem autorizao. Inverso do nus da prova. No comprovao da culpa exclusiva da vtima. Responsabilidade objetiva. Dever do banco restituir os valores sacados indevidamente. Dano moral in re ipsa. Indenizao devida. Manuteno do valor indenizatrio. Dano material. Termo inicial da correo monetria. Ajuizamento da ao. Impossibilidade de alterao. Pena de prejudicar o recorrente. Juros de mora. Citao. Dano moral. Correo monetria a contar da do ajuizamento da ao. Juros de mora, do evento danoso. Desprovimento do recurso movido pelo Banco do Brasil. Provimento parcial do recurso movido por leif harry hauge. Reforma da sentena de primeiro grau. Diante da absoluta ausncia de provas, a fragilizar a verso do consumidor, constata-se a existncia do defeito de servio, no havendo o que se falar em culpa exclusiva do correntista, quanto movimentao efetivada na sua 52
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conta corrente, por no haver a comprovao de autorizao do correntista para terceiro utilizar carto magntico, autorizando a condenao imposta ao banco, no sentido de devolver os valores movimentados indevidamente, bem como indenizao por danos morais. Em se tratando de responsabilidade contratual, como o caso entre o banco e o correntista, no h que se falar em juros moratrios contados desde o evento danoso, pois no incidente a Smula n 54 do STJ. No caso, contam-se os juros a partir da citao e a correo monetria desde a sentena. O termo inicial da correo monetria a data em que foi arbitrada a indenizao por dano moral, e a correo monetria a data em que o valor foi fixado. A reforma da sentena no pode prejudicar o direito do recorrente, se a matria recursal foi levantada apenas por ele. (TJPB. AC 073.2004.000.186-6/001. Rel. Des. Jos Di Lorenzo Serpa; DJPB 21/09/2010. p. 6). APELAO. Ao revisional para equilbrio contratual. Carto de crdito. Instituio financeira. Multa. Juros. Comisso de permanncia. Clusula com previso. Defesa do consumidor. Clareza e destaque. Abusividade. Anulao inadmissibilidade da capitalizao. Provimento negado. Os contratos que regulam as relaes de consumo no obrigaro os consumidores se no lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prvio de seu contedo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreenso do seu sentido e alcance, portanto procedente a reclamao de capitalizao de juros prevista em clusula abusiva. Os contratos de adeso escritos sero redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legveis, de modo a facilitar a compreenso pelo consumidor. (TJPB. APL 001.2008.011.790-4/001. Rel. Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira; DJPB 15/10/2010. p. 8). AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS C/C REPETIO DE INDBITO. Cobrana indevida em carto de crdito. Reconhecimento do direito repetio do indbito. Indenizao por dano moral julgada improcedente. Irresignao. Pretenso indenizatria por dano moral e material. Pedido de majorao do 53
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valor devido a ttulo de repetio de indbito. Conduta abusiva e caracterizadora da mcula moral. Dever indenizatrio que merece reconhecimento. Repetio do indbito devida, conforme cobrana ilegal evidenciada nas faturas de carto. Valor a ser apurado em liquidao de sentena. Direito repetio de indbito que j indeniza o alegado dano material. Provimento parcial do recurso. A configurao do dano moral no se restringe incluso do nome do consumidor no cadastro dos maus pagadores, ao contrrio, subsiste ante prtica, comprovada, da conduta abusiva por parte do fornecedor de bens ou servios. luz do art. 42, pargrafo nico, do CDC, a cobrana indevida de valores gera direito ao consumidor de perceb-los (os valores) em dobro, o que caracteriza repetio de indbito e no danos materiais, os quais necessitam da existncia de dano emergente e lucro cessante. (TJPB. AC 200.2009.030501-8/001. Rel. Des. Mrcio Murilo da Cunha Ramos; DJPB 29/10/2010. p. 6). DIREITO DO CONSUMIDOR. FURTO DE CATO DE CRDITO. COMPRAS REALIZADAS POR TERCEIROS NO MESMO DIA DA COMUNICAO. RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRADORA DE CARTES. DEMORA DE MENOS DE DOIS ANOS PARA O AJUIZAMENTO DA AO. IRRELEVNCIA NA FIXAO DO QUANTUM. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. O consumidor que, no mesmo dia do furto de seu carto de crdito, procede comunicao administradora acerca do fato, no pode ser responsabilizado por despesas realizadas mediante falsificao de sua assinatura. Deveras, cabe administradora de cartes, em parceria com a rede credenciada, a verificao da idoneidade das compras realizadas, utilizando-se de meios que dificultem ou impossibilitem fraudes e transaes realizadas por estranhos em nome de seus clientes, e isso independentemente de qualquer ato do consumidor, tenha ou no ocorrido furto. 2. A demora de menos de dois anos para o ajuizamento da ao no possui qualquer relevncia para fixao da indenizao por dano moral. Em realidade, de todo recomendvel que a ao no seja ajuizada to logo o cidado se sinta lesado, buscando primeiro as vias extrajudiciais de soluo e preveno de 54
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conflitos, como ocorreu no caso, em que a autora pretendeu, sem sucesso, a composio amigvel junto administrao da empresa r. 3. Recurso Especial conhecido e provido. (STJ. REsp 970.322; Proc. 2007/0172793-3. RJ. Quarta Turma; Rel. Min. Luis Felipe Salomo; Julg. 09/03/2010; DJE 19/03/2010). RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AO DE INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ASSINATURAS DE REVISTAS NO SOLICITADAS. REITERAO. DBITO LANADO INDEVIDAMENTE NO CARTO DE CRDITO. DANO MORAL CONFIGURADO. ARTS. 3 E 267, VI, DO CPC. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULAS STF/282 E 356. QUANTUM INDENIZATRIO. REVISO OBSTADA EM FACE DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. I - Para se presumir o dano moral pela simples comprovao do ato ilcito, esse ato deve ser objetivamente capaz de acarretar a dor, o sofrimento, a leso aos sentimentos ntimos juridicamente protegidos. II - A reiterao de assinaturas de revistas no solicitadas conduta considerada pelo Cdigo de Defesa do Consumidor como prtica abusiva (art. 39, III). Esse fato e os incmodos decorrentes das providncias notoriamente dificultosas para o cancelamento significam sofrimento moral de monta, mormente em se tratando de pessoa de idade avanada, prxima dos 85 anos de idade poca dos fatos, circunstncia que agrava o sofrimento moral. III - O contedo normativo dos artigos 3 e 267, VI, do CPC, no foi objeto de debate no V. Acrdo recorrido, carecendo, portanto, do necessrio prequestionamento viabilizador do Recurso Especial. Incidem, na espcie, as Smulas ns 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. lV - S possvel a interveno desta Corte para reduzir ou aumentar o valor indenizatrio por dano moral nos casos em que o quantum arbitrado pelo Acrdo recorrido se mostrar irrisrio ou exorbitante, situao que no se faz presente no caso em tela. Recurso Especial improvido. (STJ. REsp 1.102.787; Proc. 2008/ 0261020-0; PR; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 16/03/ 2010; DJE 29/03/2010). RECURSO ESPECIAL. AO COLETIVA DE CONSUMO. COBRANA DE PREOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTVEL EM DI55
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NHEIRO, CHEQUE E CARTO DE CRDITO. PRTICA DE CONSUMO ABUSIVA. VERIFICAO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I - No se deve olvidar que o pagamento por meio de carto de crdito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento, j que, como visto, a administradora do carto se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor, assumindo o risco de crdito, bem como de eventual fraude; II - O consumidor, ao efetuar o pagamento por meio de carto de crdito (que s se dar a partir da autorizao da emissora), exonera-se, de imediato, de qualquer obrigao ou vinculao perante o fornecedor, que dever conferir quele plena quitao. Est-se, portanto, diante de uma forma de pagamento vista e, ainda, pro soluto (que enseja a imediata extino da obrigao); III - O custo pela disponibilizao de pagamento por meio do carto de crdito inerente prpria atividade econmica desenvolvida pelo empresrio, destinada obteno de lucro, em nada referindo-se ao preo de venda do produto final. Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a diviso de gastos advindos do prprio risco do negcio (de responsabilidade exclusiva do empresrio), o que, alm de refugir da razoabilidade, destoa dos ditames legais, em especial do sistema protecionista do consumidor; IV - O consumidor, pela utilizao do carto de crdito, j paga administradora e emissora do carto de crdito taxa por este servio (taxa de administrao). Atribuirlhe ainda o custo pela disponibilizao de pagamento por meio de carto de crdito, responsabilidade exclusiva do empresrio, importa em oner-lo duplamente (in bis idem) e, por isso, em prtica de consumo que se revela abusiva; V - Recurso Especial provido. (STJ. REsp 1.133.410; Proc. 2009/0065220-8. RS; Terceira Turma; Rel. Min. Massami Uyeda; Julg. 16/03/2010; DJE 07/04/2010). 3.3 TEMA: SERVIO DE TV POR ASSINATURA (TV A CABO) Nos ltimos anos, com a disseminao da oferta do servio de TV por assinatura, ou TV a cabo, levantou-se a questo da (i)legalidade da cobrana pela instalao do chamado ponto adicional ou ponto extra nas residncias dos consumidores que contratam o servio. 56
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3.3.1 Jurisprudncia relacionada: DIREITO PRIVADO NO ESPECIFICADO. AO DECLARATRIA. SERVIO DE TV POR ASSINATURA. TV A CABO. PONTO EXTRA OU PONTO ADICIONAL. COBRANA. IMPOSSIBILIDADE. RESOLUO N 528/2009 DA ANATEL. PROVA PERICIAL. DESNECESSIDADE. A produo de prova pericial em nada contribuiria para o deslinde da questo, razo pela qual no se faz necessria, mormente porque o juiz o destinatrio da prova, cabendo a ele sopesar a importncia ou no da produo de algum elemento probatrio. A Resoluo n 528/ 2009 da ANATEL - resultado de uma Consulta Pblica com a participao de consumidores e prestadoras do servio de TV a cabo - alterou o artigo 29 do Regulamento de Proteo e Defesa dos Direitos dos Assinantes dos Servios de Televiso por assinatura, que passou a dispor: A programao do ponto principal, inclusive programas pagos individualmente pelo Assinante, qualquer que seja o meio ou forma de contratao, deve ser disponibilizada, sem cobrana adicional, para pontos extras e para pontos de extenso, instalados no mesmo endereo residencial, independentemente do Plano de Servio contratado. APELAO DESPROVIDA. (TJRS. AC 70034501601; Cachoeirinha; Dcima Cmara Cvel; Rel. Des. Tlio de Oliveira Martins; Julg. 27/05/2010; DJERS 06/07/2010). REPARAO DE DANOS. CONSUMIDOR. TELEVISO POR ASSINATURA (TV A CABO). COBRANA DE PONTO ADICIONAL. ILEGALIDADE. RESOLUO 528/ANATEL, DE 17.04.2009, E NOTA DE ESCLARECIMENTO DE 18.03.2010. Aps a edio da Resoluo n. 528, da ANATEL, em 17.04.2009, no mais possvel a cobrana, a qualquer ttulo, de taxa adicional para pontos extras e pontos de extenso instalados no mesmo endereo residencial, independentemente do plano de servio contratado. Todos os valores pagos a partir da data da Resoluo, a ttulo de cobrana mensal por ponto extra, devem ser restitudos em dobro. A NET e congneres somente poder cobrar pelo equipamento e pelos servios de instalao e manuteno do ponto extra, por evento (reparos, por exemplo), e no em bases mensais. SENTENA MANTIDA. RECURSO 57
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DESPROVIDO. (TJRS. RCiv 71002463255. Porto Alegre; Terceira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Eugnio Facchini Neto; Julg. 08/07/2010; DJERS 23/07/2010). JUIZADO ESPECIAL. CIVIL. CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. SERVIOS DE TV POR ASSINATURA. COBRANA DE PONTO EXTRA. ILEGALIDADE DA TARIFA. PRECEDENTES DESTA TURMA. ACRDO DE N 385267. RESOLUO 428/09 DA ANATEL QUE ALTERA OS ARTIGOS 29 E 30 DA RESOLUO 488/07. INEXISTNCIA DE SERVIO PERMANENTE E CONTNUO REFERENTE AO PONTO EXTRA. PRTICA ABUSIVA. INTELIGNCIA DOS INCISOS IV E XV DO ARTIGO 51 DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E AINDA DOS INCISOS I E II DO 1, DO MESMO DISPOSITIVO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENA MANTIDA POR SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS, COM SMULA DE JULGAMENTO SERVINDO DE ACRDO, NA FORMA DO ART. 46 DA LEI N 9.099/95. 1. A MATRIA AINDA NO EST PACIFICADA, EXISTINDO POUCOS JULGADOS EM AMBOS OS SENTIDOS. 2. NESTA TURMA, ENTRETANTO, O ENTENDIMENTO PELA ILEGALIDADE DA COBRANA, CONFORME ARESTO JURISPRUDENCIAL QUE TRAGO COLAO. APELAO CVEL. ADMINISTRATIVO. SERVIOS DE TV POR ASSINATURA. COBRANA DE ASSINATURA DE PONTO ADICIONAL. ILEGALIDADE DA TARIFA. RECURSO PROVIDO. SENTENA REFORMADA. 1. No se justifica a cobrana de assinatura de ponto adicional de TV por assinatura, tendo em vista que a instalao do mesmo no requer novas instalaes externas levando em conta que o sinal j se encontrar disponibilizado no ponto principal. 2. Recurso conhecido e provido. Sentena reformada. (20060110548283ACJ, Relator RENATO SCUSSEL, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CVEIS E CRIMINAIS DO DF, julgado em 20/10/2009, DJ 27/10/ 2009 p. 168) Ementa. AO CIVIL PBLICA - Servios de TV a Cabo (TV por assinatura) - Cobrana por ponto adicional - Discusso sobre a legalidade - Natureza dos servios prestados - Justa expectativa do consumidor que adquire tais servios em deter opo de entretenimento, pouco importando em que local de sua residncia ir assistir programao ou se o far de forma conjunta ou separadamente dos integrantes do ncleo familiar - Inexistncia de servios pres58
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tados adicionalmente pela instalao dos pontos - Servios que no so mensurados como a energia eltrica - Abusividade da cobrana Existncia de projeto de Lei que, com base nesta justificativa, probe expressamente a cobrana - Impossibilidade da imposio de tais valores e necessidade de restituio dos valores pagos indevidamente pelos consumidores - Sentena reformada - Apelao provida. Apelao 991070317355 (7152066000). Relator (a). Lus Eduardo Scarabelli. Comarca. Piracicaba. rgo julgador. 13 Cmara de Direito Privado D. Data do julgamento. 27/03/2009. Data de registro. 28/04/2009 Ementa. CONTRATO - Prestao de servios - Televiso a cabo - Ao civil pblica - Cobrana por ponto extra - Inadmissibilidade - Ausncia de nova prestao de servio Abusividade reconhecida - Inteligncia dos incisos IV e XV do art. 51 e ainda dos incisos I e II do 1, do mesmo dispositivo, do Cdigo de Defesa do Consumidor - Repetio do indbito afastada - Inexistncia de m-f do prestador de servios - Smula n 159 do STF - Inteligncia do art. 940 do Cdigo Civil - Restituio de forma simples das quantias j pagas e respeitado o prazo prescricional de cinco anos a ser aferido individualmente em execuo - Inteligncia dos arts 27 e 95 do Cd. de Defesa do Consumidor - Apelao parcialmente provida. Apelao 991080580258 (7273053500). Relator (a). Jos Tarciso Beraldo. Comarca. Ribeiro Preto. rgo julgador. 14 Cmara de Direito Privado. Data do julgamento. 15/10/2008. Data de registro. 24/11/2008 3. Recuso conhecido e improvido. Sentena mantida por seus prprios fundamentos, com Smula de julgamento servindo de acrdo, na forma do art. 46 da Lei n 9.099/ 95. A parte recorrente arcar com o pagamento das custas e honorrios base de 10% (dez por cento) do valor corrigido da condenao (Lei n 9099/95, art. 55). como voto (TJDF. Rec. 2009.01.1.039296-7; Ac. 442.127; Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais; Rel. Juiz Jos Ronaldo Rossato; DJDFTE 02/09/2010. p. 224). 3.4 TEMA: POSTOS DE COMBUSTVEIS Em relao ao comrcio de combustveis, as irregularidades com 59
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maior nmero de reclamaes referem-se a possveis adulteraes nos combustveis, cobrana de preos diferenciados nas vendas vista e no carto de crdito, abusividade nos aumentos de preos (violao ao art. 39, X do CDC) e alinhamento de preos, a sugerir prtica ilegal de cartelizao. 3.4.1 Jurisprudncia relacionada: EMBARGOS DE DECLARAO NO AGRAVO REGIMENTAL EM CONFLITO NEGATIVO DE COMPETNCIA. PENAL. ADULTERAO DE COMBUSTVEL. COMPETNCIA DA JUSTIA ESTADUAL. 1. Os embargos de declarao, conforme dispe o art. 619 do Cdigo de Processo Penal, destinam-se a suprir omisso, afastar obscuridade ou eliminar contradio existentes no julgado. Inexiste omisso a ser sanada, quando a insurgncia est fundada no mero inconformismo do embargante acerca do decidido no acrdo impugnado. 2. Como cedio, esta Corte superior firmou compreenso no sentido de que compete a Justia Estadual o processo e julgamento dos delitos contra a ordem econmica, definidos na Lei n 8.176/91, falta de disposio expressa noutro sentido. 3. No caso, a adulterao de combustvel no demonstrou qualquer leso a bens, servios ou interesses da Unio, nos termos do art. 109, inciso IV, da Carta Magna, tudo a afastar a competncia da Justia Federal para o exame do presente feito. 4. A questo foi tratada exausto tanto na deciso monocrtica que julgou o conflito de competncia quanto no acrdo do agravo regimental que se seguiu, ambos decididos luz da jurisprudncia pacfica deste Superior Tribunal. 5. Embargos de declarao rejeitados. (STJ. EDcl-AgRg-CC 90.035; Proc. 2007/0224105-8; SP. Terceira Seo; Rel. Min. Og Fernandes; Julg. 25/08/2010; DJE 10/09/2010). DIREITO CONSTITUCIONAL, CONSUMERISTA E PROCESSUAL CIVIL. AO CIVIL PBLICA. ADULTERAO DE COMBUSTVEL. RELAO DE CONSUMO. PREJUZOS EXPERIMENTADOS PELOS CLIENTES. PROCEDNCIA. APELAO. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA. PROVA SUFICIENTE. REJEIO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. 60
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NEXO CAUSAL E DANOS EVIDENCIADOS. AUSNCIA DE EXCLUDENTES DA OBRIGAO DE INDENIZAR. VERBA REPARATRIA CONVENIENTE. DESPROVIMENTO. CABE AO MAGISTRADO A TAREFA DE ZELAR PELA RPIDA ENTREGA DA PRESTAO JURISDICIONAL, EM RESPEITO AO PRINCPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL, DEVENDO DISPENSAR A PRODUO DE PROVAS INTEIS E PROTELATRIAS, CONFORME INTELIGNCIA DO ART. 130, DO CPC. A indenizao por dano moral deve ser fixada com prudncia, segundo o princpio da razoabilidade e de acordo com os critrios apontados pela doutrina. (TJPB. AC 888.2004.005531-0/001. Joo Pessoa; Segunda Cmara Cvel; Rel. Des. Francisco Serphico da Nbrega Neto; Julg. 19/04/2005; DJPB 26/04/2005). RECURSO ESPECIAL. AO COLETIVA DE CONSUMO. COBRANA DE PREOS DIFERENCIADOS PRA VENDA DE COMBUSTVEL EM DINHEIRO, CHEQUE E CARTO DE CRDITO. PRTICA DE CONSUMO ABUSIVA. VERIFICAO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. I - No se deve olvidar que o pagamento por meio de carto de crdito garante ao estabelecimento comercial o efetivo adimplemento, j que, como visto, a administradora do carto se responsabiliza integralmente pela compra do consumidor, assumindo o risco de crdito, bem como de eventual fraude; II - O consumidor, ao efetuar o pagamento por meio de carto de crdito (que s se dar a partir da autorizao da emissora), exonera-se, de imediato, de qualquer obrigao ou vinculao perante o fornecedor, que dever conferir quele plena quitao. Est-se, portanto, diante de uma forma de pagamento vista e, ainda, pro soluto (que enseja a imediata extino da obrigao); III - O custo pela disponibilizao de pagamento por meio do carto de crdito inerente prpria atividade econmica desenvolvida pelo empresrio, destinada obteno de lucro, em nada referindose ao preo de venda do produto final. Imputar mais este custo ao consumidor equivaleria a atribuir a este a diviso de gastos advindos do prprio risco do negcio (de responsabilidade exclusiva do empresrio), o que, alm de refugir da razoabilidade, destoa dos ditames legais, em especial do sistema protecionista do consumidor; IV - O consumidor, pela utilizao do carto 61
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de crdito, j paga administradora e emissora do carto de crdito taxa por este servio (taxa de administrao). Atribuir-lhe ainda o custo pela disponibilizao de pagamento por meio de carto de crdito, responsabilidade exclusiva do empresrio, importa em oner-lo duplamente (in bis idem) e, por isso, em prtica de consumo que se revela abusiva; V - Recurso Especial provido. (STJ. REsp 1.133.410; Proc. 2009/0065220-8. RS; Terceira Turma; Rel. Min. Massami Uyeda; Julg. 16/03/2010; DJE 07/04/2010). PROCESSUAL CIVIL E ECONMICO. HIERARQUIA ENTRE AS PROVAS. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULA N 211/STJ. DIREITO CONCORRENCIAL. MERCADO DE COMBUSTVEIS. ALINHAMENTO DE PREOS. REVISO DO ACERVO PROBATRIO. SMULA N 7/ STJ. FUNDAMENTO INATACADO. SMULA N 283/STF. 1. Pretendese a reforma do acrdo que reconheceu a formao de cartel no Municpio de Catalo, quanto ao mercado de combustveis. 2. O Tribunal de origem examinou a questo das provas exclusivamente sob os enfoques dos nus e da sua inverso. 3. A tese de violao do art. 131 do CPC, com base na inexistncia de hierarquia entre as provas, no foi prequestionada. Ademais, a norma referida versa sobre o princpio da persuaso racional, de modo que no possui comando idneo a amparar a pretenso recursal. Incidncia das Smulas ns 211/STJ e 284/STF. 4. Quanto ao mrito, o rgo colegiado da instncia de origem concluiu, com base na prova dos autos, haver infrao legislao concorrencial, consistente no acordo para alinhamento dos preos de combustveis. O acordo seria efetivado de modo simulado, no escrito, e decorreria do cotejo entre as peculiaridades de cada posto de abastecimento (nmero de empregados, tempo de atividade empresarial, preo de aquisio do combustvel, custos operacionais, etc.), e, por outro lado, a alienao da mercadoria por preos iguais ou muito similares. 5. Os recorrentes limitam-se a afirmar que o relatrio tcnico da Agncia Nacional de Petrleo comprova a inexistncia de infrao Lei n 8.884/1994. Incidem os seguintes bices ao enfrentamento dessa tese: a) impossibilidade de revolvimento do acervo probatrio, com o objetivo de afastar as premissas fixadas pelo Tribunal a quo (S62
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mula n 7/STJ); e b) ausncia de impugnao especfica ao fundamento adotado no acrdo hostilizado, apto, por si s, a mant-lo (Smula n 283/STF). 6. Recurso Especial no conhecido. (STJ. REsp 1.172.350; Proc. 2009/0248447-9. GO; Segunda Turma; Rel. Min. Herman Benjamin; Julg. 25/05/2010; DJE 28/04/2011). AO CIVIL PBLICA. MINISTRIO PBLICO PARA A DEFESA DOS INTERESSES DOS CONSUMIDORES. VENDA DE COMBUSTVEL. IGUALDADE DE PREOS DE REVENDA. FORMAO DE CARTEL. O acordo entre postos de gasolina, ainda que tcito, visando prejudicar a livre concorrncia, caracteriza infrao ordem econmica, pela cartelizao da revenda de combustveis, haja vista o poder de mercado para influenciar os preos ou outras condies comerciais. (TJMG. APCV 1464177-54.2005.8.13.0105; Governador Valadares; Dcima Terceira Cmara Cvel; Rel. Des. Francisco Kupidlowski; Julg. 06/05/2010; DJEMG 14/06/2010). AO CIVIL PBLICA. VIOLAO ORDEM ECONMICA. FORMAO DE CARTEL. REVENDEDORES DE COMBUSTVEL QUE PRATICARAM DURANTE DETERMINADO PERODO, PREOS IDNTICOS EM RELAO GASOLINA, LCOOL E DIESEL, OU COM DIFERENA PERCENTUAL ECONOMICAMENTE INSIGNIFICANTE. EMPRESAS QUE CONSTITUAM NO MNIMO 88,88% DO MERCADO TOTAL. ACORDO QUE SE PRESUME DIANTE DO DOMNIO DE MERCADO. RECURSO PROVIDO PARA JULGAR PROCEDENTE A AO. Caracteriza-se infrao ordem econmica, pela cartelizao na revenda de combustveis, o acordo, ainda que tcito, entre postos de gasolina, que seja apto a prejudicar a livre concorrncia, especialmente se os membros integrantes do cartel dispunham de suficiente poder de mercado para influenciar os preos ou outras condies comerciais. (TJSP. APL 994.03.009153-6; Ac. 4332797. Jos Bonifcio; Dcima Primeira Cmara de Direito Pblico; Rel. Des. Luis Ganzerla; Julg. 08/02/2010; DJESP 08/04/2010). APELAO CVEL. AO CIVIL PBLICA EM DEFESA DE INTERESSESDIFUSOS E COLETIVOS DE CONSUMIDORES. PERCENTUAL DE LU63
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CRO EXCESSIVO E CARTELIZAO NA VENDA DO LCOOL COMBUSTVEL. INDENIZAO DEVIDA POR INFRAO ORDEM ECONMICA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. A prtica de fixao abusiva e cartelizao no preo de venda de produtos infringe a ordem econmica e de defesa ao consumidor, devendo o praticante ser condenado indenizao em favor dos interesses difusos e coletivos dos consumidores. (TJMT. APL 118129/2008; Capital; Segunda Cmara Cvel; Rel. Des. Antnio Bitar Filho; Julg. 01/07/2009; DJMT 14/08/ 2009. p. 50). AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO CIVIL PBLICA. COMBUSTVEL. PREO NICO EM VRIOS ESTABELECIMENTOS. CARACTERIZAO DE CARTEL. INFRAO A ORDEM ECONMICA. MARGEM DE LUCRO DE 20%. ADMISSIBILIDADE. DECISO SINGULAR MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. A prtica, usada pelos postos de combustveis, de disfarar o tabelamento dos preos deles, se revela contrria aos princpios constitucionais da ordem econmica, quando se vislumbram indcios robustos de cartelizao disfarada e margem de lucro superior a 20% do preo da aquisio junto distribuidora. (TJMT. RAI 32903/ 2007; Capital; Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Licnio Carpinelli Stefani; Julg. 31/03/2008; DJMT 17/04/2008. p. 26). 3.5 TEMA: FEIRAS E MERCADOS PBLICOS A existncia de irregularidades, especialmente no que se refere s condies higinico-sanitrias e correta manipulao de alimentos no mbito das feiras e mercados pblicos uma constante, sobretudo em comarcas do interior. A averiguao dessas situaes deve ser realizada periodicamente e preferencialmente com a participao de rgos tecnicamente especializados para a deteco das irregularidades, tais como Vigilncia Sanitria, Secretarias Estadual e Municipal de Agricultura, Procons, Imeq entre outros, que, ao final das operaes, devem elaborar seus respectivos relatrios tcnicos e encaminh-los Promotoria para anlise e adoo das medidas extrajudiciais e/ou judiciais cabveis no sentido de sanar as irregularidades detectadas. 64
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3.6 TEMA: MATADOUROS OFICIAIS E CLANDESTINOS E AOUGUES Em se tratando de abate de animais, sobretudo de bovinos, inmeras so as reclamaes no sentido da falta de condies higinico-sanitrias de matadouros pblicos, denncias da existncia de matadouros clandestinos e de desobedincia s normas que disciplinam o acondicionamento das carnes em aougues. No caso dos matadouros pblicos oficiais, interdies cautelares provisrias se mostram necessrias, at que o poder pblico adote as providncias tendentes resoluo dos problemas detectados. Quanto aos clandestinos, a medida judicial a ser pleiteada deve ser mais rigorosa, promovendo-se a interdio definitiva e a proibio da prtica, posto que absolutamente desprovida de legalidade. Em relao aos aougues, h de se instar o comerciante a regularizar a situao da conservao irregular das carnes, seja atravs da tomada de compromisso de ajustamento de conduta, seja pela via judicial, sob pena de interdio cautelar do estabelecimento. 3.6.1 Jurisprudncia relacionada: APELAO CVEL. MATADOURO PBLICO EM CONDIES PRECRIAS. Depoimentos recentes de testemunhas que corroboraram as concluses obtidas em laudos periciais. Fotos que atestam a situao do local. Proibio das atividades. Medida que se impe. Prejuzos sade pblica e danos ambientais. Desprovimento do recurso. Manuteno do decisum. A deciso proferida bem levou em considerao as condies sanitrias dos produtos de natureza animal destinados ao abate no Matadouro Municipal de Areia, restando extremamente precrias, insuficientes e colocando em risco a sade pblica da coletividade. a sade concebida como direito de todos e dever do estado, que a deve garantir mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos. O direito sade rege-se pelos princpios da universalidade e da igualdade de acesso s aes e servios que a promovem, protegem e recuperam. As aes e servios de sade so de relevncia pblica, por isso ficam inteiramente sujeitos regulamenta65
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o, fiscalizao e controle do poder pblico, nos termos da Lei. (TJPB. AC 007.2003.000.550-3/001. Rel. Des. Jos Di Lorenzo Serpa; DJPB 19/10/2010. p. 6). PROCESSUAL CIVIL. APELAO CVEL. AO CIVIL PBLICA. MATADOURO DO MUNICPIO DE ITAPORANGA/PB. Funcionamento em desacordo com as normas de vigilncia sanitria. Direito vida e sade do consumidor. Laudos tcnicos, atestando condies imprprias. Necessidade de adequao s normas consumeristas e ambientais. Desprovimento do recurso. No caso em testilha, serve a presente demanda para proteger os interesses difusos da populao de Itaporanga, posto que consumidora efetiva ou potencial dos produtos de origem animal provenientes dos abates realizados no Matadouro Municipal. No se pode esquecer de que se trata da sade pblica da populao local, vulnervel pela ausncia mnima de condies sanitrias do local de abate de animais, bem como, de proteo do meio ambiente, em razo do lanamento indevido dos resduos (fl. 56). No h como negar que a conduta praticada pelo municpio de Itaporanga, ao realizar o abate de animais destinados ao consumo humano, sem observar as mnimas regras de ordem sanitria, viola os mais comezinhos princpios insertos no Cdigo de Defesa do Consumidor. (TJPB. AC 021.1997.000211-5/001. Rel. Juiz Conv. Carlos Antnio Sarmento; DJPB 20/10/2010. p. 6). APELAO CRIMINAL. CRIME CONTRA AS RELAES DE CONSUMO. MATADOURO CLANDESTINO. CONFISSO E DELAO EXTRAJUDICIAL DE CORRU. CIRCUNSTNCIAS DO FLAGRANTE. EXISTNCIA DE UMA ESTRUTURA PRECRIA E DE EQUIPAMENTOS PARA O ABATE DE BOVINOS - PROVAS SUFICIENTES PARA A MANUTENO DA CONDENAO - DESPROVIMENTO. 1) A deflagrao das investigaes por denncias annimas e a existncia de uma precria estrutura e de instrumentos usualmente empregados no abate de bovinos evidencia que havia um certa estabilidade e permanncia naquela conduta. Esses elementos, agregados cincia de que o recorrente mensalmente comparecia sua propriedade, onde eram realizados os abates, do credibilidade confisso e delao feitas por corru 66
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na esfera policial, ratificadas indiretamente pelas testemunhas que participaram da diligncia ao local dos fatos, no sentido de que era o recorrente, dono do imvel, o responsvel pelo abate em condies imprprias. 2) manuteno da condenao pela prtica do crime do artigo 7, inciso IX, da Lei n. 8.137/90. Recurso desprovido. (TJES. ACr 48030106024. Primeira Cmara Criminal; Rel Des Catharina Maria Novaes Barcellos; DJES 08/12/2010. p.58). APELAO. CRIME CONTRA O CONSUMIDOR. DOLO. CONFIGURAO. TIPICIDADE OBJETIVA. MANUTENO EM DEPSITO DE CARNE CLANDESTINA PARA POSTERIOR COMERCIALIZAO. TIPO MISTO ALTERNATIVO. POSSIBILIDADE. BEM JURDICO TUTELADO. RELAES DE CONSUMO. CRIME DE DANO E DE PERIGO. MERCADORIA IMPRPRIA PARA CONSUMO. NATUREZA DA ELEMENTAR. ELEMENTO NORMATIVO DE REGULAO EXTRAPENAL. TUTELA DO CONSUMIDOR VIA DIREITO PENAL. POSSIBILIDADE. OBEDINCIA AOS PRINCPIOS DA INTERVENO MNIMA E SUBSIDIARIEDADE. NOS CRIMES CHAMADOS EMPRESARIAIS, NO BASTA QUE SE PROVE A RESPONSABILIDADE CONTRATUAL DO RU, MAS QUE, DE FATO, REALIZOU CONDUTA COM A INTENO DE OFENSA AO BEM JURDICO TUTELADO OU DEU CAUSA AO DANO POR IMPRUDNCIA, NEGLIGNCIA OU IMPERCIA. COMPROVA-SE O ELEMENTO SUBJETIVO DO INJUSTO DEFINIDO NO ART. 7, INCISO IX DA LEI N 8137/90, QUANDO O ACUSADO CONCORDA COM A MANUTENO EM DEPSITO, NO PEQUENO AOUGUE DE SUA PROPRIEDADE, DE CARNE CLANDESTINA, SEM CERTIFICADO DE ORIGEM E ATESTADO DE BOAS CONDIES SANITRIAS, PARA POSTERIOR COMERCIALIZAO. O CRIME DESCRITO NO ART. 7, INCISO IX DA LEI N 8137/90 UM TIPO MISTO ALTERNATIVO CONFIGURANDO-SE QUANDO A CARNE CLANDESTINA VENDIDA OU EXPOSTA PARA VENDA, MAS TAMBM QUANDO MANTIDA EM DEPSITO PARA COMRCIO FUTURO. Como o delito do art. 7, IX da Lei n 8137/90 ofende a relao de consumo, na vertente da manuteno em depsito para venda de carne clandestina se caracteriza como crime de dano e, no, de perigo, pois violado um dos princpios norteadores da supramencionada relao de consumo, ou seja, o direito informao acerca da origem do produto e da qualidade pela certificao sanitria. A definio do que seja merca67
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doria imprpria para o consumo, em funo da natureza do bem jurdico tutelado pela norma incriminadora do art. 7, inciso IX da Lei n 8137/90, deve ser regulada pela legislao extrapenal, ou seja, o Cdigo de Defesa do Consumidor, sendo, pois, a melhor classificao para a citada elementar a de que se trata de elemento normativo de regulamentao extrapenal, aplicvel a norma do art. 18, 6, II da Lei n 8078/90. A confiana do consumidor, ao adquirir o produto, satisfeitos os requisitos da informao e da qualidade, tem ntima ligao com o objeto de proteo penal, ou seja, a relao de consumo que, devido a sua caracterstica difusa e de interatividade com outros valores como a vida, o patrimnio, a sade e a honra que podem ser, em certa medida, objetos de consumo, por sua vez, obedece ao critrio de seletividade de bens jurdico-penais, no se chocando, pois, com os ideais do Minimalismo Penal. (TJMG. ACr 1.0043.04.001552-1/001. Areado; Quinta Cmara Criminal; Rel. Desig. Des. Alexandre Victor de Carvalho; Julg. 13/06/2006; DJMG 14/ 07/2006). 3.7 TEMA: RESTAURANTES, TRAILERS, LANCHONETES, PIZZARIAS E PANIFICADORAS A fiscalizao das condies higinico-sanitrias de estabelecimentos que manipulam alimentos medida que se impe com regularidade e frequncia acentuadas, face necessidade de assegurar-se aos consumidores em geral, o consumo de alimentos adequadamente conservados e manipulados, de modo a lhes garantir a sade e a incolumidade. Operaes conjuntas de fiscalizao, com a parceria dos rgos tcnicos (Vigilncia Sanitria, Procons e Imeq, por exemplo) extremamente salutar. Havendo necessidade, podem ser formulados pedidos cautelares de interdio provisria do estabelecimento reticente em se adequar s normas sanitrias pertinentes. 3.7.1 Jurisprudncia relacionada: APELAES CVEIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. AO DE INDENIZAO. SALADA DE MAIONESE. SALMONELA. INTOXICAO ALIMEN68
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TAR SEVERA. QUANTUM INDENIZATRIO MAJORADO. MRITO DO RECURSO EM EXAME. 1. Analisando as provas coligidas no presente feito, verifica-se que a parte autora comprovou que almoou no estabelecimento empresarial da demandada no dia 13 de janeiro de 2001. Do mesmo modo, restou provado o mal-estar sentido pelo autor, em decorrncia da contaminao pela bactria salmonela entrica. 2. As testemunhas arroladas pelo postulante foram devidamente compromissadas, no tendo demandada apresentado contradita tempestivamente. De modo que no h falar que as testemunhas eram suspeitas, pois precluiu o direito para impugnlas. 3. No que tange alegao da demandada de que a internao do autor teria ocorrido to somente cinco dias aps a ingesto do alimento contaminado, pouco importa para o deslinde do litgio, pois no exigvel que o estado de sade da parte seja de risco de vida para configurar a intoxicao sofrida. Conforme se depreende do documento inserto fl. 26 dos autos, no dia seguinte ao almoo no estabelecimento da r, o autor necessitou procurar atendimento mdico em Arroio do Sal. 4. O fato de o alimento consumido no estabelecimento da demandada estar contaminado pelo microorganismo precitado restou devidamente comprovado pelos exames realizados no autor. Alis, a falta de limpeza e organizao da cozinha do estabelecimento atestada pelo auto de infrao da fl. 25 dos autos, o qual determinou a interdio cautelar do restaurante em 29 de janeiro de 2001, poucos dias aps o incidente com o autor. 5. A demandada foi autuada por infrao s normas sanitrias, com aplicao das penas previstas no art. 10, inciso XXIX, da Lei n. 6437/77, entre os fatos narrados na notificao de se destacar: alimentos sem procedncia, alimentos aberto no prprio invlucro, alimentos em contato com o gelo, alimentos imprprios para o consumo, lixeiras sem tampa; ou seja, o estabelecimento demandado no era nenhum primor em termos de higiene, colocando em risco a sade de seus clientes. 6. Oportuno destacar que no possvel exigir do consumidor prova mais robusta quanto ao nexo de causalidade. Que o autor ingeriu certa quantidade da salada de maionese comercializada pela demandada no h dvidas, agora exigir a prova de que o mal-estar que o acometeu decorreu exata69
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mente desta ingesto no encontra amparo nem na cincia mdica ou sequer na jurdica, quanto mais nesta que parte de presunes legais para atribuir a responsabilidade no direito consumerista. Assim, a exigncia do grau de certeza probatria pretendida constituiria extremada limitao aos direitos do consumidor, diante da dificuldade ou, at mesmo, da impossibilidade de sua realizao, o que atenta ao garantismo parte hipossuficiente na relao de consumo. 7. H de ser reconhecida a inadequao da conduta da demandada ao colocar disposio do consumidor alimento em pssimas condies de higiene e conservao, o que ofende o direito segurana e sade, insculpido no inc. I do art. 6 da Lei n. 8.078/ 90. 8. No que tange prova do dano moral, por se tratar de leso imaterial, desnecessria a demonstrao do prejuzo, na medida em que possui natureza compensatria, minimizando de forma indireta as consequncias da conduta da r, decorrendo aquele do prprio fato. Conduta ilcita da demandada que faz presumir os prejuzos alegados pela parte autora, o denominado dano moral puro. 9. O valor a ser arbitrado a ttulo de indenizao por dano imaterial deve levar em conta o princpio da proporcionalidade, bem como as condies da ofendida, a capacidade econmica do ofensor, alm da reprovabilidade da conduta ilcita praticada. Por fim, h que se ter presente que o ressarcimento do dano no se transforme em ganho desmesurado, importando em enriquecimento ilcito. 10. Quantum indenizatrio majorado para R$ 16.600,00 (dezesseis mil e seiscentos reais), a fim de atender aos parmetros precitados. 11. entendimento assentado nesta colenda Cmara que perfeitamente possvel a cumulao de pedido de danos morais com o prejuzo esttico, haja vista que as consequncias advindas destas espcies de danos so distintas e perfeitamente identificveis. Assistncia Judiciria Gratuita 12. A concesso de Assistncia Judiciria Gratuita decorre de efetiva demonstrao de carncia econmica, mesmo momentnea, independentemente da condio de pobreza ou miserabilidade da parte, consoante estabelece o art. 2, nico da Lei n 1.060/50, combinado com o artigo 5, LXXIV da CF. 13. Ainda mais na hiptese destes autos, onde a postulante da gratuidade constitui pessoa jurdica, caso em que a prova acerca da 70
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impossibilidade de arcar com as custas e demais despesas processuais deve ser indubitvel. 14. No caso em anlise, a parte demandada, consubstanciada em pessoa jurdica, formulou o pedido de gratuidade judiciria neste grau de jurisdio, sem, contudo, comprovar a necessidade do benefcio. Portanto, no havendo qualquer indcio de que a parte recorrente no possa arcar com as despesas do processo, no deve ser deferida a benesse pleiteada. Negado provimento ao apelo da demandada e dado provimento ao apelo do demandante. (TJRS. AC 70026041657. Torres; Quinta Cmara Cvel; Rel. Des. Jorge Luiz Lopes do Canto; Julg. 15/10/2008; DOERS 22/ 10/2008. p. 37). 3.8 TEMA: BARES E CASAS DE SHOWS Em se tratando de estabelecimentos de diverso, tais como, bares e casas de shows, so comuns reclamaes no sentido da cobrana de importncia a ttulo de consumao mnima, a ttulo de gorjeta para garons (10%) e de multas em razo da perda de cartes de controle de consumo. So condutas que, quando no informadas com clareza e antecedncia ou quando no aceitas pelo consumidor, so consideradas abusivas a exigir a interveno dos rgos de defesa do consumidor. 3.8.1 Jurisprudncia relacionada: ATO ADMINISTRATIVO. Estabelecimento comercial autuado por cobrar consumao mnima dos consumidores, impor multa exorbitante pela perda do carto de consumo e no aceitar cheques de contas com menos de dois anos de abertura. Prticas consideradas abusivas. Inteligncia dos artigos 39, caput, inciso I, e artigo 51, inciso IV, do Cdigo de Defesa do Consumidor Ato administrativo que no possui nenhuma ilegalidade. Reduo da multa por aplicao da Portaria Procon 26/06. Recurso parcialmente provido. (TJSP. APL-Rev 821.536.5/0; Ac. 3620516. So Paulo; Segunda Cmara de Direito Pblico; Rel Des Vera Angrisani; Julg. 07/04/2009; DJESP 04/08/2009). 71
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EMBARGOS EXECUO FISCAL. TAXA DE SERVIO DE 10%. MULTA. A COBRANA DA TAXA DE SERVIO DE 10%. GORJETA. Somente poder ser feita quando amparada por conveno coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho ou dissdio coletivo de trabalho. O pagamento da taxa de servio. Gorjeta. opcional quando sua incluso na nota de servio feita a pedido do prprio cliente/ consumidor. (TRF 4 R. AC 180471; Proc. 9704056460. SC; Terceira Turma; Rel Juza Vivian Josete Pantaleo Caminha; Julg. 29/06/ 2000; DJU 09/08/2000). AO CIVIL PBLICA. ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS. PRESTAO DE SERVIOS. COBRANA DE ACRSCIMO PECUNIRIO (GORJETA). PORTARIA N 4/94 (SUNAB). VIOLAO AO PRINCPO DA LEGALIDADE E AO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. I. O pagamento de acrscimo pecunirio (gorjeta), em virtude da prestao de servio, possui natureza facultativa, a caracterizar a ilegitimidade de sua imposio, por mero ato normativo (Portaria n4/94, editada pela extinta SUNAB) e decorrente de conveno coletiva do trabalho, cuja eficcia abrange, to somente, as partes convenentes, no alcanando a terceiros, como no caso, em que se pretende transferir ao consumidor, compulsoriamente, a sua cobrana, em manifesta violao ao princpio da legalidade, insculpido em nossa Carta Magna (CF, art. 5, ii) e ao Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n 8.078/90, arts. 6, IV, e 37, 1), por veicular informao incorreta, no sentido de que a referida cobrana estaria legalmente respaldada. ii. Apelaes e remessa oficial desprovidas. Sentena confirmada. (TRF 1 R. AC 2001.01.00.037891-8. DF; Sexta Turma; Rel. Des. Fed. Souza Prudente; Julg. 15/08/2008; DJF1 13/10/ 2008.p. 95). 3.9 TEMA: MEIA-ENTRADA A fiscalizao constante do cumprimento da Lei Estadual n 5.720/ 93, regulamentada pelo Decreto n 15.246/93, que assegura aos estudantes o direito a pagamento de meia-entrada em espetculos esportivos, culturais e de lazer de extrema relevncia, face ao 72
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reiterado descumprimento do diploma legal por parte dos estabelecimentos e promotores de eventos sujeitos s suas disposies e obrigados ao cumprimento de seus dispositivos. 3.9.1 Jurisprudncia relacionada: AO ORDINRIA. ESTUDANTES E IDOSOS. MEIA-ENTRADA. DIREITO GARANTIDO POR LEI. DESCONTOS OFERECIDOS PELOS PRODUTORES DO EVENTO A OUTROS TTULOS. NO INFLUNCIA SOBRE O DIREITO MEIA-ENTRADA. VENCEDOR DA DEMANDA. MINISTRIO PBLICO. HONORRIOS ADVOCATCIOS. DESCABIMENTO. Dispondo a Lei Estadual 11.052/93 e a Lei Federal 10.741/03, respectivamente, que os estudantes e os idosos fazem jus ao pagamento de meiaentrada em atividades culturais e de lazer, no podem ser impedidos do gozo de tal benefcio, ainda que cumulativamente sejam concedidos pela produtora do evento populao em geral descontos a outros ttulos. No sendo o Ministrio Pblico representado em juzo por advogados, mas sim por seus prprios rgos, no faz jus ao recebimento de honorrios advocatcios. (TJMG; APCV 934718583.2006.8.13.0024; Belo Horizonte; Dcima Dcima Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Duarte de Paula; Julg. 07/04/2010; DJEMG 10/05/2010). APELAO CVEL. LEI ESTADUAL N. 12.570/2003, QUE DISPE SOBRE OS BENEFCIOS AOS ESTUDANTES E MENORES DE DEZOITO ANOS PARA O ACESSO A EVENTOS CULTURAIS, DESPORT IVOS E DE LAZER. MEIA-ENTRADA. CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA RECONHECIDA PELO TRIBUNAL PLENO DESTA CORTE. O tribunal pleno desta corte declarou constitucional a Lei Estadual n. 12.570/2003, que garante classe estudantil o abatimento de 50% (cinquenta por cento) no preo efetivamente cobrado nas entradas, pelas casas exibidoras cinematogrficas, de teatro, de espetculos musicais, circenses e de eventos esportivos, no territrio catarinense. Festas tpicas que tm por finalidade valorizar e propagar a cultura alem. Programao que inclui a apresentao de bandas, orquestras e canto coral. Eventos culturais que configuram a hiptese do benef73
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cio previsto na referida norma legal. 1 os eventos culturais promovidos pela sociedade ginstica e desportiva. So Bento, denominadas schlachtfest e bauernball, que tm por finalidade valorizar e propagar a cultura alem, apresentam extensa programao, que inclui gastronomia tpica, apresentaes musicais (orquestas, canto coral, bandas e grupos musicais), danas folclricas, dentre outras atraes. Inegavelmente, trata-se de eventos abrangidos pela referida norma legal. 2 prejudicado o pedido de desconto nas entradas para a 24 schlachtfest e 28 bauernball, todavia, porquanto referidos eventos h muito j ocorreram (7 a 11 de setembro de 2005). Nada obsta, no entanto, que os participantes com direito ao desconto busquem, por meio das vias ordinrias cabveis, a devoluo do valor cobrado indevidamente. Reforma da sentena. Provimento do recurso. (TJSC. AC 2007.011662-7. So Bento do Sul; Primeira Cmara de Direito Pblico; Rel. Des. Vanderlei Romer; DJSC 20/07/ 2009. p. 203). ATO ADMINISTRATIVO. Insurgiu-se o autor contra a prtica de cinema que, em afronta Lei Estadual n 7.844/92, no fazia diferenciao nos preos de ingresso para estudantes e demais espectadores. Pretenso do autor de obstar tal prtica. Sentena que julgou procedente a ao. Deciso que merece subsistir. Lei Estadual que, expressamente, assegura aos estudantes o direito ao pagamento de meia-entrada em espetculos esportivos, culturais e de lazer. Legitimidade passiva da municipalidade configurada. Cinema local explorado por empresa que venceu concorrncia pblica. Dever do Municpio de fiscalizar o contrato administrativo firmado. Reexame necessrio e recurso voluntrio improvidos. (TJSP. APL-SRev 209.127.5/1; Ac. 3700662. Atibaia; Oitava Cmara de Direito Pblico; Rel. Des. Rubens Rihl; Julg. 27/05/2009; DJESP 14/07/2009). 3.10 TEMA: REDE HOSPITALAR PRIVADA E PLANOS DE SADE Dentre as inmeras reclamaes que orbitam o universo do sistema privado de sade no pas, alguns tipos de reclamao tm se evidenciado: a cobrana de caues para fins de internao hospitalar, 74
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a limitao de tempo de internao hospitalar, aumentos abusivos das prestaes dos planos de sade e negativa de cobertura para determinados procedimentos mdico-hospitalares. Relativamente questo da limitao de tempo para internao hospitalar, o prprio STJ pacificou a matria, ao editar a Smula 302: abusiva a clusula contratual de plano de sade que limita no tempo a internao hospitalar do segurado. 3.10.1 Jurisprudncia relacionada: HABEAS CORPUS. DELITO DO ARTIGO 71 DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ALEGAO DE QUE O INQURITO POLICIAL FOI REQUISITADO PARA APURAR A EXIGNCIA DE CAUO PARA INTERNAO HOSPITALAR. TRANCAMENTO. EXCEPCIONALIDADE. INVESTIGAO DEFLAGRADA PELOS DOIS FATOS. 1. Incontroverso que o inqurito policial foi deflagrado em razo de processo administrativo em que apurados fatos concernentes exigncia de cauo para internao e cobrana vexatria, descabe a pretenso de trancamento do inqurito policial ao argumento de que o Promotor de Justia teria motivado o pedido de investigao apenas no que tange exigncia de cauo para internao hospitalar. 2. Hiptese em que pessoa idosa, apesar de ter recebido alta s 10 horas da manh, somente foi liberada s 4 horas da tarde, mediante o pagamento de determinado valor. Fato passvel de configurar, em tese, o crime descrito no artigo 71 do Cdigo de Defesa do Consumidor. 3. sabido que o trancamento de inqurito policial pela via estreita do habeas corpus somente possvel quando evidenciados, sem necessidade de dilao probatria, a atipicidade da conduta, a ausncia de autoria ou existncia de causa extintiva da punibilidade. Ordem denegada. (STF. HC 87.607-2; Segunda Turma; Rel. Min. Eros Grau; Julg. 28/03/2006; DJU 12/05/2006.p. 28). CONSUMIDOR. PRESTAO DE SERVIOS MDICOS. COBRANA DE DBITO DO CONSUMIDOR POR MEIO CONSTRANGEDOR. ATO ILCITO CARACTERIZADO. DOR MORAL DO DEVEDOR. OBRIGAO INDENIZATRIA DO CREDOR CARACTERIZADA. INTELIGNCIA DO ART. 42 CA75
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PUT, DO CDC. AO PROCEDENTE. RECURSO IMPROVIDO. Caracterizada a relao de consumo na prestao de servio mdico, utilizao de depsito de chequecauo dado por ocasio da internao para compelir o consumidor a pagar divida inferior a vinte vezes do valor do cheque, caracteriza ato ilcito caracterizado de dano moral indenizvel. CONSUMIDOR. PRESTAO DE SERVIOS MDICOS. DANO MORAL. ALEGAO DA R DE INDENIZAO FIXADA EM VALOR ELEVADO. ALEGAO DA AUTORA DE VALOR BAIXO. ARBITRAMENTO EQUNIME. RECURSOS IMPROVIDOS. A quantia fixada a titulo de danos morais no pode ser fator de enriquecimento injustificado do indenizado, mas tambm no pode gerar excesso na direo oposta, tornando-se extremamente modesta e no provocando qualquer esforo ao devedor para adimpli-la. No caso, a opo feita pelo magistrado bem equacionou tais vertentes, observadas as circunstncias e consequncias do evento. (TJSP. APL 992.08.063958-4; Ac. 4255569. Araraquara; Trigsima Primeira Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Adilson de Arajo; Julg. 15/12/ 2009; DJESP 12/02/2010). PLANO DE SADE LIMITAO DO TEMPO DE INTERNAO HOSPITALAR E TRATAMENTO NA UTI. Discusso sobre a abusividade de clusula que limita o tempo de internao do paciente. Sentena que julgou procedente o pedido, declarando abusivas as clusulas questionadas. Apelo da r. Argumentos insubsistentes. Contrato de adeso que merece observncia das disposies do Cdigo de Defesa do Consumidor. Hiptese de emergncia e urgncia (tratamento de aneurisma cerebral). Clusula que limita o tempo de internao necessrio que se mostra abusiva. Matria pacificada (S. 302, STJ) Sentena mantida Apelo desprovido. (TJSP. APL 001908132.2009.8.26.0482; Ac. 4980371. Presidente Prudente; Nona Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Joo Carlos Garcia; Julg. 22/02/ 2011; DJESP 23/03/2011). AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PLANO DE SADE. LIMITAO DE COBERTURA. RESTRIO DE DIREITOS. ABUSIVIDADE. FUNDAMENTOS INSUFICIENTES PARA REFORMAR A DECISO AGRA76
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VADA. 1. A 2 Seo do STJ j firmou o entendimento no sentido de que abusiva a clusula limitativa de tempo de internao em UTI (RESP n. 251.024/SP, Rel. Min. Slvio de Figueiredo Teixeira, por maioria, DJU de 04.02.2002). 2. A agravante no trouxe argumentos novos capazes de infirmar os fundamentos que aliceraram a deciso agravada, razo que enseja a negativa do provimento ao agravo regimental. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ. AgRg-REsp 515.706; Proc. 2003/0039996-0. RS; Terceira Turma; Rel. Des. Conv. Vasco Della Giustina; Julg. 08/02/2011; DJE 17/02/2011). CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AO DE COBRANA. DIREITO SADE. DEVER DO ESTADO. REDE PBLICA DE SADE. INEXISTNCIA DE VAGA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. DECISO JUDICIAL DETERMINANDO A INTERNAO E O TRATAMENTO EM HOSPITAL PARTICULAR. DESPESAS MDICAS DE RESPONSABILIDADE DO ENTE FEDERATIVO. REEMBOLSO. VALORES PRATICADOS NO MERCADO. 1. No h se falar em inpcia da inicial se, da narrao dos fatos, decorre de forma lgica o pedido. Ora, se inexistia vaga em UTI na rede pblica de sade e se essa falta foi compensada mediante a internao do paciente em hospital pertencente parte demandante, que custeou, por certo perodo de tempo, o tratamento da pessoa enferma, legtimo que a Autora postule o ressarcimento das despesas mdicas ao ente que tem a obrigao constitucional de efetivar o direito sade. 2. A resistncia oferecida pelo Distrito Federal no presente feito e a inocorrncia de pagamento voluntrio evidenciam a necessidade do processo judicial para a efetivao do direito substancial deduzido em juzo. Patente, pois, o interesse processual da Autora. 3. Na linha do que dispe o art. 196 da Constituio da Repblica, dever do Estado efetivar o direito sade, no ficando ele desobrigado dessa sua tarefa constitucional na hiptese de inexistir vaga em unidade de terapia intensiva nos hospitais da rede pblica de sade, quando, ento, o ente pblico dever arcar com o nus da internao do paciente em hospital particular. 4. Os valores a serem pagos pelo Distrito Federal no devem sofrer limitao da Tabela do SUS, notadamente quando a instituio privada que prestou o servio no firmou qualquer contrato ou convnio com o ente 77
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federativo. 5. A Lei n. 11.960, de 29 de junho de 2009, em razo do seu carter instrumental e material, no alcana as aes propostas antes da sua entrada em vigor, como a presente, ajuizada em 18.09.2008. Precedentes do STJ. 6. Reexame necessrio e recurso do Distrito Federal no providos. Apelo da autora provido para majorar a condenao do ente federativo, bem como para afastar a aplicao da Lei n. 11.960/2009 ao caso. (TJDF. Rec. 2008.01.1.121462-7; Ac. 490.026. Primeira Turma Cvel; Rel. Des. Flavio Rostirola; DJDFTE 25/03/2011.p. 116). AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SADE. AO COMINATORIA. TUTELA ANTECIPADA INDEFERIDA. PRESTAO REAJUSTADA EM 64,57%. INCONFORMISMO. ACOLHIMENTO EM PARTE. CONTRATO FIRMADO EM 2004. AGRAVANTE COM 59 ANOS DE IDADE E PORTADORA DE CNCER. AUMENTO QUE IMPE ONEROSIDADE EXCESSIVA, CONFIGURANDO DANO DE DIFCIL REPARAO. PRESENA DOS REQUISITOS LEGAIS. APLICAO DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PORCENTUAL REDUZIDO PARA 30% (PLEITO SUBSIDIRIO), MANTIDA A POSSIBILIDADE DE REAJUSTE. Equilbrio aparente entre as partes (manuteno do contrato e condies de pagar o prmio e valer-se da rede de mdicos e hospitais). Deciso reformada. Recurso parcialmente provido. (TJSP. AI 0470525-93.2010.8.26.0000; Ac. 4992841. So Paulo; Quinta Cmara de Direito Privado; Rel. Des. J.L. Mnaco da Silva; Julg. 02/03/2011; DJESP 27/04/2011). PLANO DE SADE. AUMENTO NA MENSALIDADE POR MUDANA DE FAIXA ETRIA. ABUSIVIDADE CARACTERIZADA. APLICAO DO ESTATUTO DO IDOSO, O CDC E A LEI N 9656/98, SEM OFENSA AO ATO JURDICO PERFEITO. CONTRATO DE TRATO SUCESSIVO. Devoluo em dobro, porm indevida, uma vez que o aumento se deu com base em clusulas contratuais, no podendo ser considerada indevida. Sentena de improcedncia. Recurso parcialmente provido. (TJSP. APL 0004972-56.2009.8.26.0306; Ac. 5021849. Jos Bonifcio; Quinta Cmara de Direito Privado; Rel. Des. James Siano; Julg. 16/03/ 2011; DJESP 27/04/2011). 78
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PLANO DE SADE. UNIMED. REAJUSTE DAS CONTRAPRESTAES EM RAZO DA MUDANA DE FAIXA ETRIA. ABUSIVIDADE DA CLUSULA. ABATIMENTO DOS VALORES COBRADOS A MAIOR POR CONTA DO REAJUSTE INDEVIDO. ARBITRAMENTO DO REAJUSTE EM 30%. CABIMENTO. COMPETNCIA DO JUIZADO PARA O APREO DA MATRIA. Preliminar de incompetncia do juizado especial cvel que no comporta acolhida, tendo em vista ser desnecessria a realizao de percia. - nula, de pleno direito, por abusiva e por no redigida de forma clara e destacada, a clusula que, em contrato de plano de sade, estabelece o reajuste das contraprestaes pecunirias em funo da mudana da faixa etria do segurado (60 ou 70 anos de idade), elevando a contribuio para montante excessivamente oneroso. - Violao ao Cdigo de Defesa do Consumidor. Direito ao abatimento do valor cobrado indevidamente do consumidor, conforme determinado pela sentena. - Aplicao do princpio da razoabilidade e da proporcionalidade a justificar a reduo do aumento previsto para 30%. Incidncia do disposto no art. 6, inciso V, do cdigo consumerista. - Entendimento pacificado pelas turmas, a partir do julgamento do incidente de uniformizao de jurisprudncia n 71002534873. Recurso parcialmente provido. (TJRS. Rec. 751258. 2011. 8. 21. 9000. Flores da Cunha; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Heleno Tregnago Saraiva; Julg. 14/04/2011; DJERS 20/04/2011). OBRIGAO DE FAZER. PLANO DE SADE. CONTRATO ANTERIOR LEI N. 9.656/98 E N. 8.078/90. ARTROPLASTIA UNICOMPARTIMENTAL LATERAL. COLOCAO DE PRTESE NO JOELHO. NEGATIVA DO PLANO DE SADE. CLUSULA RESTRITIVA DE COBERTURA DE PRTESE. DESCONFORMIDADE COM CDC. CLUSULA ABUSIVA. 1) Indicao da artroplastia unicompartimental lateral como tratamento apropriado ao caso, para aliviar as dores do paciente, com a implantao de prtese. 2) Negativa de cobertura da prtese ante a existncia de clusula restritiva. 3) O STJ firmou entendimento no sentido de ser possvel constatar a abusividade das clusulas luz do CDC, mesmo que o contrato tenha sido firmado antes da vigncia da prpria legislao consumerista. 4) Admitindo-se a possibilidade 79
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do contrato de plano de sade conter clusulas limitadoras de direitos do consumidor, por ser o contrato anterior a Lei n. 9.656/98, as limitaes devem ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fcil compreenso, nos termos do 4 do artigo 54 do CDC, para serem legitimadas. 5) Estando determinado procedimento includo na cobertura securitria, no legtimo exigir que o segurado se submeta cirurgia sem a implantao da prtese ante a no cobertura pelo plano. 6) abusiva a referida clusula limitadora, tendo em vista o bom xito do procedimento cirrgico, coberto pelo plano de sade, depender do material no permitido pela seguradora. (TJPE. APL 0221069-3. Recife; Quarta Cmara Cvel; Rel. Des. Jones Figueirdo Alves; Julg. 24/02/2011; DJEPE 27/04/2011). PLANO DE SADE. NEGATIVA DE COBERTURA. INTERNAO DE RECM-NASCIDO EM UTI EM RAZO DE QUADRO DE BRONQUIOLITE. Incluso do menor no plano de sade efetuada aps o prazo de trinta dias subsequentes ao nascimento. Perodo de carncia de cento e oitenta dias. Afastamento. Clusula abusiva e ilegal. Caso de emergncia. Infringncia do disposto no Cdigo de Defesa do Consumidor. Sentena confirmada. Aplicao do disposto no art. 252 do Regimento Interno deste Tribunal. RECURSO NO PROVIDO. (TJSP. APL 0139933-04.2008.8.26.0100; Ac. 4969608. So Paulo; Stima Cmara de Direito Privado; Rel. Des. lcio Trujillo; Julg. 23/ 02/2011; DJESP 27/04/2011). 3.11 TEMA: COMERCIALIZAO CLANDESTINA DE GS GLP (DE COZINHA) Para que um estabelecimento possa comercializar Gs Liquefeito de Petrleo (GLP), faz-se necessrio o credenciamento junto Agncia Nacional de Petrleo (ANP) e a obteno de autorizao do Corpo de Bombeiros, alm da regular licena/alvar da Prefeitura Municipal para funcionamento do estabelecimento comercial. A venda, portanto, deste produto de alto risco, sem a devida regularizao perante esses rgos, ilcita e deve ser combatida com rigor, 80
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vez que, em vrios casos, h risco iminente vida, sade, segurana ou integridade fsica do prprio comerciante, de seus empregados e da populao em geral. Operaes conjuntas de fiscalizao desses pontos clandestinos de comercializao do gs com a ANP e Corpo de Bombeiros surtem valioso efeito. 3.12 TEMA: SUPERMERCADOS E MERCADINHOS A constante fiscalizao dos rgos de defesa do consumidor das atividades desenvolvidas por Supermercados e Mercadinhos medida que se impe, levando-se em conta, sobretudo, a enorme quantidade de produtos, inclusive perecveis em curto espao de tempo, exposto ao consumo pela populao. Venda de produtos com prazo de validade expirado tem gerado, inclusive, reparaes por danos materiais e/ou morais, face responsabilidade do fornecedor pelo vcio de qualidade do produto. 3.12.1 Jurisprudncia relacionada: HABEAS CORPUS. AO PENAL. CRIME CONTRA AS RELAES DE CONSUMO. ART. 7, INCISO IX, DA LEI N. 8.137/90. BEM EXPOSTO AO COMRCIO IMPRPRIO PARA CONSUMO. PRODUTO AGROTXICO VENCIDO. LAUDO PERICIAL DISPENSVEL, NO CASO. ORDEM DENEGADA. 1. A antiga jurisprudncia desta Egrgia Corte era no sentido de que o delito, tipificado no art. 7, inciso IX, da Lei n. 8.137/90, crime formal e de perigo abstrato, ou seja, que no exige leso ou dano, contentando-se com a mera potencialidade lesiva. 2. No se descura, entretanto, que, no dia 06/10/2009, quando do julgamento do RESP 1112685/SC, Rel. Min. Felix Fischer, esta Turma modificou seu anterior entendimento, para estabelecer que, nos crimes previstos no art. 7, inciso IX, da Lei n 8.137/90, indispensvel a realizao de percia, quando possvel sua realizao, a fim de se atestar se o produto ou no imprprio para o consumo (DJe 29/03/2010). 3. Tal alterao se deu aps o julgamento do HC 90.779-2/PR, Rel. Min. Carlos BRITTO (DJ de 24/10/2008) pela Primeira Turma do Pretrio Excelso. No referido writ, os Pacientes 81
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foram denunciados em razo da produo de desinfetantes para uso geral, desodorante sanitrio e sabo em pedra em desconformidade com as normas e regulamentos de fabricao e distribuio, situao ftica que exigiu percia para comprovar a lesividade ao consumidor. 4. No presente caso, o paciente, representante de empresa, exps venda 08 litros do produto denominado Score (embalagem de 01 litro), e 04 gales do produto chamado Contain (embalagem de 05 litros), todos com as respectivas datas de validade vencidas. A hiptese dos autos, portanto, diversa da que se exigiu percia para aferio da lesividade do produto. Na espcie trata-se de comercializao de agrotxico, que por si s, sem maiores discusses, produto perigoso ao manuseio humano. No s isso; repita-se: os produtos tinham prazo de validade vencido. 5. luz do art. 18, 6, do Cdigo de Defesa do Consumidor, So imprprios ao uso e consumo: I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos. 6. Despicienda, portanto, nesta hiptese, a percia, pois absolutamente desnecessria a comprovao da materialidade delitiva por meio de laudo pericial (RESP 1060917/RS, Rel. Min. Arnaldo ESTEVES Lima, 5 Turma, DJe 13/04/2009). 7. Habeas corpus denegado. (STJ. HC 115.650; Proc. 2008/02036130. SP; Quinta Turma; Rel Min Laurita Hilrio Vaz; Julg. 26/10/ 2010; DJE 22/11/2010). CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL. VCIO DO PRODUTO. PRODUTO ALIMENTCIO IMPRPRIO PARA O CONSUMO. INGESTO. INFECO INTESTINAL. DANO SAUDE DO CONSUMIDOR. DANO MORAL. I. EVIDENCIADA A RESPONSABILIDADE OBJETIVA (ART. 18 DO CDC) FRENTE A VENDA DE PRODUTO COM VALIDADE VENCIDA (VCIO DO PRODUTO). II. A EMBALAGEM E O CUPOM FISCAL COLACIONADOS ESTO A DEMONSTRAR, DE MANEIRA INEXPUGNVEL, A DATA DA COMPRA (28.07.2010. FL. 43), ASSIM COMO EVIDENCIAM QUE PRAZO DE VALIDADE DO HAMBRGUER HAVIA EXPIRADO NO DIA 22.05.2010 (FL. 44), OU SEJA, O PRODUTO PERMANECEU NAS PRATELEIRAS DO FORNECEDOR POR PELO MENOS 2 MESES ALM DO PRAZO ADEQUADO. III. A aquisio de produto vencido e sua posterior utilizao com efeitos deletrios sade do consumidor causam evidente dano 82
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moral, porquanto viola atributo de sua personalidade, a dispensar, desse modo, a prova do prejuzo, que se presume e assim deve ser indenizado (art. 6, VI c/c art. 18, 6, inc. I, do CDC). (precedentes 20080110207364acj, relator Leonor Aguena, segunda turma recursal dos juizados especiais cveis e criminais do DF, julgado em 31/08/2010, DJ 16/09/2010 p. 206 e 20071110092803acj, relator Sandra Reves Vasques Tonussi, primeira turma recursal dos juizados especiais cveis e criminais do DF, julgado em 06/10/2009, DJ 21/ 10/2009 p. 213). lV. De outro turno, no que concerne ao quantum arbitrado para o dano moral, no escopo de evitar o enriquecimento desproporcional, tenho que o valor deve ser reduzido para R$ 3.000,00, eis que os autores no se precataram a observar a data da validade do produto antes da ingesto, bem como no foi preciso buscar atendimento hospitalar (f. 46, V.), o que evidencia que a infeco no foi to grave. (CC, art. 944) (Lei n 9.099/95, art. 6). V. Recurso provido em parte. Mantm-se a sentena por seus prprios fundamentos, salvante para reduzir o valor dos danos morais (Lei n 9099/95, arts. 46 e 55). Unnime. (TJDF; Rec. 2010.03.1.024699-9; Ac. 483.141; Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Fernando Antnio Tavernard Lima; DJDFTE 25/02/2011. p. 307). CDC. RESPONSABILIDADE CIVIL. VCIO DO PRODUTO. PRODUTO ALIMENTCIO IMPRPRIO PARA O CONSUMO. INGESTO. INFECO INTESTINAL. AFASTAMENTO DO TRABALHO. DANO SAUDE DO CONSUMIDOR. DANO MORAL. 1. VENDA DE PRODUTO COM VALIDADE VENCIDA. VCIO DO PRODUTO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 18 DO CDC. 2. Nota Fiscal com cdigo de barras do produto bem demonstra que o cereal matinal, com prazo de validade vencido h 04 meses, foi comercializado na loja da recorrente, fls. 44/48. 3. Mercadoria alimentcia com prazo de validade vencida. Ingesto do produto pelo consumidor e infeco intestinal. Atendimento do consumidor em hospital pblico. Afastamento do trabalho por 03 dias. Nexo causal demonstrado. Dano sade do consumidor. Dano moral. Dever de indenizar, inc. I, 6 do CDC. 4. A indenizao foi fixada com fiel observncia aos princpios da razoabilidade e da 83
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proporcionalidade, considerando-se tambm as circunstncias da lide, a condio socioeconmica das partes, bem como o grau de culpa do causador do dano, a gravidade e intensidade da ofensa moral. 5. Recurso conhecido e improvido. Sentena mantida na forma que foi lanada, fl. 90/91. 6. Acrdo lavrado na forma do artigo 46 da Lei n 9099/90. 7. Pela sucumbncia, arcar a recorrente com o pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios fixados em 10% do valor da condenao. (TJDF. Rec. 2008.01.1.020736-4; Ac. 447.562. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais; Rel Juza Leonor Aguena; DJDFTE 17/09/2010. p. 206). DIREITO CIVIL. INDENIZAO. CONSUMIDOR. DANO MORAL. PRODUTO ALIMENTCIO. VCIO. DATA DE VALIDADE EXPIRADA. FORNECEDOR. RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO. DANO. NEXO CAUSAL. COMPROVAO. INDENIZAO CABVEL. Constitui-se em responsabilidade in re ipsa a do fornecedor de produto, pelo vcio, consoante o art. 18 do Cdigo de Defesa do Consumidor, no afastando, entretanto, a necessidade de demonstrao da existncia de ato ilcito e do dano resultante. Os produtos com prazo de validade vencido so imprprios ao consumo, visto que eivados de vcio de qualidade, respondendo o fornecedor pelos danos causados por seu consumo. Comprovado o nexo de causalidade entre o dano e o produto fornecido cabe ao consumidor ressarcimento a ttulo de danos morais. (TJMG. APCV 1.0567.07.1054900/0011. Sabar; Dcima Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Fernando Caldeira Brant; Julg. 24/03/2010; DJEMG 19/04/2010). 3.13 TEMA: INSTITUIES PARTICULARES DE ENSINO Em matria de instituies particulares de ensino, aspectos de relevo a serem observados, entre outros, dizem respeito impossibilidade, face expressa vedao legal, de imposio de sanes pedaggicas ao estudante em razo de inadimplncia, o aumento abusivo de mensalidades escolares e a incluso abusiva de materiais no exigveis em listas de material escolar. 84
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3.13.1 Jurisprudncia relacionada: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. INSTITUIO PARTICULAR. INADIMPLNCIA. EFETIVAO DE MATRCULA. ARTS. 5 E 6 DA LEI N 9.870/99. EXEGESE. PROVIMENTO LIMINAR. TEORIA DO FATO CONSUMADO. INADIMPLNCIA. SMULA N 7/STJ. 1. Os alunos j matriculados, salvo quando inadimplentes, tero direito renovao das matrculas, observado o calendrio escolar da instituio, o regimento da escola ou clusula contratual. (Art. 5 da Lei n 9.870/99) 2. Deveras, so proibidas a suspenso de provas escolares, a reteno de documentos escolares ou a aplicao de quaisquer outras penalidades pedaggicas por motivo de inadimplemento, sujeitando-se o contratante, no que couber, s sanes legais e administrativas, compatveis com o Cdigo de Defesa do Consumidor, e com os arts. 177 e 1.092 do Cdigo Civil Brasileiro, caso a inadimplncia perdure por mais de noventa dias. (Art. 6 da Lei n 9.870/99) 3. A exegese do dispositivos legais supramencionados revela a proibio da aplicao de penalidades pedaggicas, tais como a suspenso de provas escolares ou reteno de documentos escolares, inclusive, para efeitos de transferncia para outra instituio de ensino, em decorrncia do inadimplemento das mensalidades escolares. 4. A proibio da aplicao de penalidade como forma de coibir o aluno ao pagamento da mensalidade escolar, conduziu o legislador, objetivando impedir abusos e preservar a viabilidade financeira das instituies particulares de ensino, a excluir do direito renovao da matrcula ou rematrcula os alunos inadimplentes. 5. In casu, a recorrida impetrou o Mandado de Segurana em 31.01.2006, tendo sido deferido o pedido liminar em 02.02.2006, para determinar autoridade impetrada que realizasse de imediato os atos necessrios realizao de rematrcula da Impetrante no ano letivo de 2006, no curso de Direito junto instituio, de forma a no prejudicar o andamento normal do curso, com presena s aulas, realizao de provas e quaisquer outras atividades curriculares. 6. Consumada a matrcula naquela oportunidade, a Recorrida cursou o ltimo perodo do Curso de Direito, pelo que se impe a aplicao da Teoria do Fato Consumado 85
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consagrada pela jurisprudncia macia do E. STJ. 7. As situaes consolidadas pelo decurso de tempo devem ser respeitadas, sob pena de causar parte desnecessrio prejuzo e afronta ao disposto no art. 462 do CPC. Teoria do fato consumado. Precedentes da Corte: RESP 253094/RN, DJ: 24/09/2001; MC 2766/PI, DJ: 27/08/ 2001; RESP 251945/RN, DJ: 05/03/2001. 8. O requisito do prequestionamento, porquanto indispensvel, torna invivel a apreciao, em sede de Recurso Especial, de matria sobre a qual no se pronunciou o tribunal de origem. que, como de sabena, inadmissvel o recurso extraordinrio, quando no ventilada na deciso recorrida, a questo federal suscitada (Smula n 282/STF). (Ausncia de prequestionamento do art. 475, II, do CPC) 9. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. (STJ. REsp 1.127.524; Proc. 2009/0044249-6. SP; Primeira Turma; Rel. Min. Luiz Fux; Julg. 03/09/2009; DJE 14/10/2009). AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO MANDAMENTAL. UNIVERSIDADE. REMATRCULA. INADIMPLNCIA. IMPOSSIBILIDADE. 1. A Constituio da Repblica, no seu artigo 209, I, dispe que o ensino livre iniciativa privada, desde que cumpridas as normas da educao nacional. 2. O aluno, ao matricular-se em instituio de ensino privado, acorda com as mesmas clusulas que o obrigam ao pagamento das mensalidades como contraprestao ao servio recebido. 3. O atraso no pagamento no possibilita sanes que se consubstanciem em descumprimento do contrato por parte da entidade de ensino, tais como suspenso de provas escolares ou reteno de documentos escolares, inclusive para efeitos de transferncia a outra instituio de ensino. 4. Dispe o Art. 5 da Lei n 9.870/99 que os alunos j matriculados, salvo quando inadimplentes, tero direito renovao das matrculas, observado o calendrio escolar da instituio, o regimento da escola ou clusula contratual. 5. Contrrio senso, quando houver inadimplemento superior a noventa dias, a instituio de ensino est autorizada a no renovar a matrcula (RESP n 660439/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 27/06/2005). 6. A aluna no vem honrando suas obrigaes desde 2007, no havendo possibilidade de se obrigar a Universidade a rematricul-la. 7. Agra86
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vo a que se d provimento. (TRF 3.R.. AI 001291428.2010.4.03.0000. SP; Quarta Turma; Rel. Juiz Fed. Conv. Paulo Sarno; Julg. 11/11/2010; DEJF 07/12/2010. p. 544). MANDADO DE SEGURANA. DUPLO GRAU DE JURISDIO. TRANSFERNCIA ESCOLAR. DIREITO LQUIDO E CERTO. LIMITAO AO DIREITO. Constitui direito lquido e certo do cidado postular e ser atendido no seu pleito de transferncia, a qualquer tempo, para outra instituio de ensino de sua melhor preferncia, conforme preconizado pelo 2, do artigo 6, da Lei n 9.870/99, configurando ato ilegal a reteno de tais documentos (art. 6, Lei n 9.870/ 99), com violao ao art. 205 e seguintes da CF/88, passvel de correo pela via do mandamus. Duplo grau conhecido e desprovido. (TJGO. DGJ 200991963083. So Lus de Montes Belos; Rel. Des. Camargo Neto; DJGO 25/03/2010. p. 276). PROCESSUAL CIVIL. AO CIVIL PBLICA. AUMENTO DE MENSALIDADE ESCOLAR. MINISTRIO PBLICO. LEGITIMIDADE. I. Pacfica na jurisprudncia desta Corte a orientao de que o Ministrio Pblico tem legitimidade para propor ao civil pblica em defesa de interesses coletivos, visando a coibir aumento abusivo de mensalidade escolar (art. 81, II, da CDC). II. Precedente da Corte Especial: ERESP n 65.836/MG, relator Ministro Paulo Costa Leite, DJ de 22/ 11/99. III. Recurso conhecido e provido. (STJ. RESP 43585. MG; Quarta Turma; Rel. Min. Aldir Guimares Passarinho Junior; Julg. 14/12/2000; DJU 05/03/2001. p. 00164). 3.14 TEMA: HOSPEDAGEM (HOTIS, POUSADAS E MOTIS) 3.14.1 Jurisprudncia relacionada: RESPONSABILIDADE CIVIL DE HOTELEIRO. FURTO EM APARTAMENTO DE HOTEL. DANO MATERIAL. DANO MORAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. AO PELO RITO ORDINRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. HOTEL. FURTOS EM APARTAMENTOS DE HOSPEDES. ASPECTO DEMONSTRADO. DEVER REPARA87
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TRIO CARACTERIZADO. FIXAO ADEQUADA DAS VERBAS INDENIZATRIAS. RELAO DE CONSUMO NA ESPCIE. MANUTENO DA SENTENA. IMPROVIMENTO DO RECURSO. O estabelecimento hoteleiro responde, como depositrio, nos termos do pargrafo nico, do artigo 1284 do Cdigo Civil, pelos prejuzos causados bagagem, objetos e valores de seus hospedes deixados nos apartamentos. Porquanto objetiva essa responsabilidade, uma vez que tambm envolve relao de consumo, dela aquele somente se exonera se provada a culpa exclusiva do hspede ou a ocorrncia de caso fortuito ou fora maior, a teor, igualmente, do disposto no artigo 1.285, I e II do referido diploma substantivo. Assim, tratando-se de furto acontecido em apartamento de hspede, cujo fato resta demonstrado e reconhecido, bem como no evidenciada a excludente da responsabilidade, a indicar que houve uma prestao defeituosa do servio, caracterizado se tem o dever de indenizar por parte do estabelecimento hoteleiro, seja a ttulo de dano material, este consistente na reparao dos prejuzos oriundos da subtrao verificada, a, includo o que efetivamente foi furtado, seja a ttulo de dano moral, que cabvel na hiptese, este consubstanciado na sensao de perda, na frustrao causada pelo prprio evento e na insegurana experimentada pelo hspede, com ntido reflexo na sua esfera psicolgica, exibindo-se adequada a verba respectiva, porquanto fixada em patamares comedidos. (TJRJ. AC 18906/2002. Rio de Janeiro; Terceira Cmara Cvel; Rel. Des. Antonio Eduardo F. Duarte; Julg. 18/02/2003). PRESTAO DE SERVIOS (HOSPEDAGEM). REPARAO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. Roubo praticado por trs agentes, em concurso, contra dois consumidores do ru (motel), no interior do estabelecimento empresarial (motel). Responsabilidade civil objetiva, merc do Cdigo de Defesa do Consumidor (arts. 8, caput, e 14, e ). Ausncia de alegao, por parte do fornecedor do servio, de excludente de responsabilidade. Configurao do nexo causal e dos danos materiais e morais. Recurso no provido. (TJSP. APL 992.08.0557278; Ac. 4455285. Vargem Grande do Sul; Vigsima Quinta Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Antnio Benedito Ribeiro Pinto; Julg. 29/ 04/2010; DJESP 11/05/2010). 88
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BAGAGEM. FURTO. HOTEL. CONSUMIDOR. FALHA NA PRESTAO DE SERVIO. DANOS MATERIAL E MORAL. VERBAS DEVIDAS. devida a indenizao por danos material e moral decorrentes do furto de bagagem de consumidor em hotel onde estava hospedado, notadamente se o fato decorrer de falha no sistema de segurana e controle de acesso de pessoas adotado pela empresa prestadora do servio. (TJRO. APL 0111700-74.2009.8.22.0002; Rel. Des. Marcos Alaor Diniz Grangeia; Julg. 16/02/2011; DJERO 22/02/2011. p. 46). 3.15 TEMA: CONSRCIOS E SEGURADORAS As discusses acerca de devoluo de quantias pagas pelo consorciado desistente, de reconhecimento de clusulas abusivas nos contratos de adeso de consrcios e de negativas de cobertura securitria tm se repetido nos rgos de defesa do consumidor e nos tribunais, como bem se pode ver dos arestos a seguir transcritos. 3.15.1 Jurisprudncia relacionada: DIREITO DO CONSUMIDOR. AO DE RESCISO. CONSRCIO. RESTITUIO DE QUANTIA PAGA. CONTRATOS ANTERIORES VIGNCIA DA LEI N 11.795/08. DESISTNCIA DO CONSORCIADO. JURISPRUDNCIA DO STJ. RESTITUIO DEVIDA EM AT 30 DIAS APS O ENCERRAMENTO DO GRUPO CONSORCIAL. CORREO MONETRIA A PARTIR DO PAGAMENTO DE CADA PARCELA. JUROS DE MORA, CONTADOS APS O PRAZO DE TRINTA DIAS PREVISTO PARA O ENCERRAMENTO DO CONSRCIO. RETENO DE TAXA DE ADMINISTRAO. FUNDO COMUM. CLUSULA PENAL INDEVIDA. ART. 53, 2, DO CDC. FUNDO DE RESERVA. LEGALIDADE DE COBRANA DE SEGURO, SE COMPROVADA A CONTRATAO COM A SEGURADORA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Em contratos firmados antes da vigncia da Lei n 11.795/08, a devoluo dos valores pagos deve ser feita em at 30 (trinta) dias contados a partir do prazo previsto no contrato para encerramento do grupo. A correo monetria deve incidir a partir do pagamento de cada prestao, e os juros de mora, apenas aps o trigsimo dia depois do 89
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fim do grupo ante a ausncia de pagamento por parte da administradora. Pacificao de jurisprudncia STJ. abusiva clusula contratual que extrapole esse lapso temporal. 2. Quando da devoluo das parcelas pagas, so admissveis as retenes, desde que previstas em clusulas, claras e no abusivas, da taxa de adeso (condicionada comprovao da efetiva intermediao do corretor), da taxa de administrao (mormente fixada entre 10% e 19%), do seguro (condicionado comprovao da contratao da seguradora) e da multa (condicionada comprovao da existncia de real prejuzo) (STJ - AGRG 2008/0134975-4 no RESP 1066855RS, Relator Min. Sidnei Beneti, 3 Turma, DJE 05.11.2009). 3. A atualizao monetria das parcelas a serem restitudas deve ser realizada com base em ndice que melhor reflita a desvalorizao da moeda, e no pela variao do valor do bem objeto do consrcio. Correo monetria, a partir de cada desembolso, pela aplicao do ndice de correo do sistema do TJDFT. 4. A taxa de administrao pode ser livremente pactuada pelas partes, legitimando-se a reviso judicial, apenas se verificada abusividade considerada em relao s taxas praticadas no mercado. No abusiva taxa de administrao fixada em 15,5%. 5. O fundo comum constitudo pela soma das importncias desembolsadas pelos participantes que se destinam s contemplaes. Ainda, no h previso contratual de recolhimento de taxa de fundo comum, de forma que a reteno de valores a esse ttulo significaria negar ao exconsorciado o direito restituio do capital por ele contribudo. 6. O Contrato de Adeso prev a reteno de clusula penal no caso de consorciado desistente. Entretanto, a composio dos eventuais danos causados por ele ao grupo de consrcio demanda a comprovao da existncia do prejuzo, conforme o art. 53, 2, da Lei n 8.078/90. 7. cabvel a reteno do percentual recolhido a ttulo de fundo de reserva, se comprovada a existncia de real prejuzo. 8. No h comprovao de contratao de seguradora para que seja devido o valor do seguro cobrado, assim, indevida a reteno. 9. No presente caso, as parcelas devem ser devolvidas no prazo mximo de 30 (trinta) dias aps o encerramento do grupo, sendo devida somente a reteno da taxa de adminis90
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trao, fixada em 15,5% (quinze e meio por cento), porm, somente sobre os valores correspondentes aos meses em que o consorciado esteve vinculado ao grupo. O montante a ser devolvido dever ser corrigido monetariamente, a partir de cada desembolso, pela aplicao do ndice de correo do sistema do TJDFT, e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) a partir do trigsimo dia aps o fim do grupo. 10. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sem custas e sem honorrios, conforme art. 55 da Lei n 9.099/95. (TJDF. Rec. 2010.11.6.001284-2; Ac. 494.628. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Asiel Henrique; DJDFTE 12/04/2011. p. 216). DIREITO DO CONSUMIDOR. AO DE RESCISO CONTRATUAL C/C RESTITUIO DE QUANTIA PAGA. CONSRCIO. DESISTNCIA DO CONSORCIADO. MOMENTO DE DEVOLUO DAS PARCELAS PAGAS, AT 30 DIAS APS O ENCERRAMENTO DO GRUPO. JURISPRUDNCIA DO STJ. VLIDA A RETENO DE TAXA DE ADMINISTRAO FIXADA PELO JUZO A QUO EM 10% SOBRE O VALOR PAGO. OBSERVNCIA AO PRINCPIO DA RAZOABILIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENA REFORMADA. MAIORIA. 1. O STJ, em recente deciso proferida na RCL 3752, firmou entendimento no sentido de que, em caso de desistncia do plano consorcial, a restituio das parcelas pagas pelo participante far-se- de forma corrigida, contudo no ocorrer de imediato, e sim at 30 (trinta) dias a contar do prazo previsto no contrato para o encerramento do grupo. 2. No cabe, portanto, a devoluo imediata das parcelas de consrcio em razo da desistncia do consorciado. 3. Quanto ao percentual fixado a ttulo de taxa de administrao, correta se mostra a sentena que o estipulou em 10%, pois abusiva a clusula contratual que prev patamar superior, por ferir o princpio da razoabilidade e onerar excessivamente o consumidor. 4. Recurso parcialmente provido. Sem condenao em custas e honorrios, por incabveis (Lei n 9.099/95, artigo 55, segunda parte). (TJDF. Rec. 2009.01.1.158266-4; Ac. 491.644. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Jos Guilherme de Souza; DJDFTE 04/02/ 2011. p. 197). 91
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AO DE COBRANA C/C INDENIZAO POR DANOS MORAIS. SEGURO DE AUTOMVEL. PARCELAS NO PAGAS. CANCELAMENTO AUTOMTICO DO SEGURO. CLUSULA ABUSIVA. NECESSIDADE DE PRVIA NOTIFICAO DO SEGURADO. INCIDNCIA DO CDC. IMPLEMENTO DO RISCO SEGURADO. COBERTURA SECURITRIA DEVIDA. ABATIMENTO DOS ENCARGOS DA MORA. DANOS MORAIS. NO CONFIGURAO. Aos contratos de seguro aplicam-se, inegavelmente, as regras do CDC, inclusive de modo a autorizar a reviso das clusulas abusivas presentes na contratao e mitigar a incidncia do princpio do pacta sunt servanda. abusiva a clusula que prev o cancelamento automtico do seguro em virtude da inadimplncia do contratante, por coloc-lo em situao de extrema desvantagem, sendo imprescindvel a prvia notificao do contratante, para oportunizar-lhe a quitao da dvida e evitar a resoluo do pacto, sem a qual no h a constituio em mora do devedor. No sendo o devedor constitudo em mora e tendo ele inclusive providenciado o pagamento das parcelas ainda devidas, bem como, comprovada a implementao do risco segurado, deve ser-lhe reconhecido o direito cobertura securitria contratada, mas com o abatimento dos encargos devidos em funo da mora no pagamento, nos moldes previstos na contratao. A atitude da seguradora, que nega a cobertura securitria com fundamento nas clusulas contratuais, no pode ser tida por ilcita ou de m-f, no sendo, portanto, capaz de dar ensejo configurao de um verdadeiro abalo de ordem moral. (TJMG. APCV 0907832-34.2006.8.13.0027. Betim; Dcima Oitava Cmara Cvel; Rel. Des. Arnaldo Maciel; Julg. 05/04/2011; DJEMG 26/04/2011). APELAO CVEL. AO DE COBRANA. SEGURO. INVALIDEZ TOTAL E PERMANENTE POR DOENA. PARA TODA E QUALQUER ATIVIDADE. INTERPRETAO LUZ DO DIREITO CONSUMIDOR. DOCUMENTO QUE COMPROVA A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PELO INSS. PROVA HBIL. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 1 - O pagamento da indenizao pela seguradora encontra-se vinculado comprovao da incapacidade laborativa total e permanente do apelado em razo da doena alegada; antes, porm, h que se analisar se pertinente a exigncia da incapacidade total e permanente para o 92
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exerccio de toda e qualquer atividade laboral. 2 - O Cdigo de Defesa do Consumidor, seguindo a nova viso do direito, prima pela funo social do contrato e pelo equilbrio contratual, de modo a limitar a autonomia da vontade, para evitar a abusividade, que, em geral, s se revela no momento em que uma das partes requer a satisfao de seu direito e se v preterido em razo de uma interpretao contratual totalmente desfavorvel e diversa da natureza do pacto realizado. 3 - Destarte, em respeito s regras da SUSEP (art. 5 da Circular n 17), desarrazoado seria admitir a incluso, no contrato sub examine, da condio - Incapacidade para qualquer atividade laboral, uma vez que a interpretao se deve dar no sentido de que o segurado no mais pode exercer a sua atividade laboral, sem esperana de recuperao ou reabilitao com os recursos teraputicos disponveis no momento da constatao da invalidez. Correta, portanto, a sentena de piso que afastou a incidncia da clusula considerada abusiva. 4 - Ademais, os autos apresentam uma peculiaridade, o documento de fls. 17, cujo teor informa a concesso da aposentadoria por invalidez pelo INSS (Instituto de Seguridade Social). 5 - Quanto a isso, este tribunal tem se posicionado no sentido de que o benefcio da aposentadoria por invalidez, concedida pelo INSS, comprova documentalmente a incapacidade definitiva para o trabalho, ensejando, desta forma, a percepo do prmio relativo ao seguro de vida por invalidez contratado. 6 - Recurso conhecido e desprovido. (TJE. AC 24030136774. Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. William Couto Gonalves; DJES 19/04/ 2011. p. 18). 3.16 TEMA: FARMCIAS Os temas relacionados comercializao de medicamentos despertam enorme ateno, na medida em que esto em jogo a sade, a segurana, a incolumidade ou a prpria vida dos consumidores. Aspectos como a responsabilidade pela venda de medicamentos em desacordo com a prescrio mdica, de medicamentos com prazo de validade expirado ou de medicamentos controlados sem a apresentao da respectiva receita mdica exigem fiscalizao rigorosa. 93
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3.16.1 Jurisprudncia relacionada: CRIMINAL. RHC. ENTORPECENTES. VENDA DE MEDICAMENTO CONTROLADO PELO MINISTRIO DA SADE SEM A APRESENTAO E RETENO DE RECEITA MDICA. NULIDADE. OMISSO DA SENTENA QUANTOS TESE DA DEFESA RELACIONADA TEORIA DA IMPUTAO OBJETIVA. INOCORRNCIA. DECRETO CONDENATRIO QUE REFUTOU AS ALEGAES DEFENSIVAS PARA FUNDAMENTAR A CONDENAO. RECURSO DESPROVIDO. Hiptese em que o paciente foi denunciado, juntamente com outra acusada, pois, na condio de proprietrio de uma farmcia, teria consentido na venda de medicamento controlado pelo Ministrio da Sade sem a apresentao e reteno de receita mdica. Julgador monocrtico que ressaltou a caracterizao inequvoca da autoria dos delitos, apoiando-se em elementos de convico reputados relevantes para fundamentar o dito condenatrio, sendo certo que afastou a alegao defensiva referente teoria da imputao objetiva. No se tem como omissa a sentena condenatria que, embora no se referindo, expressamente, tese da defesa, fundamenta a condenao com base nos elementos probatrios reputados vlidos para caracterizar o crime narrado na denncia e sua autoria. Embora seja necessrio que o Magistrado aprecie todas as teses ventiladas pela defesa, torna-se despicienda a meno expressa a cada uma das alegaes se, pela prpria deciso condenatria, resta claro que o Julgador adotou posicionamento contrrio. Recurso desprovido. (STJ. RHC 12842. PR. Quinta Turma; Rel. Min. Gilson Langaro Dipp; Julg. 05/08/2003; DJU 29/09/ 2003; pg. 00275). RESPONSABILIDADE CIVIL. VENDA DE MEDICAMENTO, POR FARMCIA, EM DISSONNCIA COM RECEITA MDICA. APLICAO REALIZADA PELA CLNICA REQUERIDA. DANOS MATERIAS E MORAIS. OFENSA SADE DO CONSUMIDOR. O receiturio da fl. 09 indica ao farmacutico, ao receitar o medicamento Neripurum, que sua aplicao se deveria dar de forma EV (endovenosa). Venda do medicamento de aplicao intramuscular (IM). Responsabilidade da farmcia pela venda de medicamento sem a correta observncia do recei94
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turio mdico. Ainda que constasse de forma abreviada a forma de aplicao do medicamento, coexistindo duas formas de apresentao de tal frmaco, trata-se de informao de uso corriqueiro ao farmacutico. Se no fosse assim, deveria o profissional, no mnimo, informar parte autora, pessoa leiga, que a receita se apresentava incompleta. Aplicao da primeira dose do medicamento realizada na clnica requerida. Equvoco constatado, quando da segunda aplicao. Ora, se o erro na venda e aplicao da droga foi constatada pela prpria clnica quando da segunda aplicao, no h razo que justifique a sua inobservncia quando da primeira dosagem. Aquisio e aplicao da medicao incorreta que decorrem das condutas das requeridas. Aplicao do Cdigo de Defesa e Proteo ao Consumidor. Ofensa direito sade do consumidor, que lhe constitui direito bsico. No h necessidade de incidncia de risco de vida para configurao do dano. Dano moral configurado pelo risco que se apresenta na utilizao de medicamentos no receitados. Danos in re ipsa. Valor da indenizao adequado (R$ 5.000,00), face ao grau de negligncia e desconsiderao com a sade do consumidor. Alm disso, consideradas as condies pessoais das partes. Sentena mantida pelos seus prprios e jurdicos fundamentos. RECURSOS IMPROVIDOS. (TJRS. RCiv 71002423218. Rio Grande; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Fbio Vieira Heerdt; Julg. 15/07/2010; DJERS 23/07/2010). APELAES CRIMINAIS. TRFICO ILCITO DE DROGAS. ART. 12 DA LEI N 6.368/76. COMERCIALIZAO DE UMA CAIXA DE DIAZEPAM SEM RECEITA MDICA. CONDENAO PENA MNIMA E EM REGIME INICIAL ABERTO. RECURSOS DE ACUSAO E DEFESA. 1. PRELIMINAR DE PRESCRIO RETROATIVA - INTERRUPO DO PRAZO PRESCRICIONAL PELO RECEBIMENTO DA DENNCIA - DECURSO DE APENAS SEIS ANOS AT O ADVENTO DA SENTENA CONDENATRIA - INATINGIDO O PRAZO MNIMO EXIGIDO NO ART. 109, IV, DO CDIGO PENAL - PRELIMINAR REJEITADA - 2. ABSOLVIO CONCLAMADA PELOS SENTENCIADOS - INSUFICINCIA PROBATRIA - INOCORRNCIA- DELAES RECPROCAS REFORADAS POR PROVA ORAL E OUTROS ELEMENTOS CIRCUNSTANCIAIS - CONDENAO MANTIDA - 3. PARTICIPAO DE 95
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MENOR IMPORTNCIA - INEXISTNCIA - 4. PRETENSO MINISTERIAL DE AGRAVAMENTO DO REGIME - INVIABILIDADE - APLICAO DOS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE - 5. RECURSOS DESPROVIDOS, NA SUA TOTALIDADE. 1. Para o reconhecimento da prescrio retroativa no se despreza a interrupo do seu curso pelo recebimento da denncia (art. 117, inciso I, do Cdigo Penal). Rejeita-se, pois, a preliminar que invoca o instituto, quando no esgotado o prazo legal estabelecido no art. 109, inciso IV, do mesmo CODEX, considerando a pena fixada em 03 anos de recluso e o decurso de apenas 06 anos entre o marco interruptivo e a sentena condenatria. 2. No se sustenta a pretendida absolvio pela venda ilcita de Diazepam sem receita mdica, quando a alegao dos apelantes sobre o desconhecimento da ilicitude do procedimento e da conduta esbarra nas delaes recprocas, reforadas pelos depoimentos de testemunhas e demais elementos circunstanciais de prova, coletados. 3. Descabido o reconhecimento de participao de menor importncia do proprietrio do estabelecimento comercial quando a venda da droga sem receita mdica no se realizaria sem o seu consentimento. 4. Os princpios positivos da individualizao, proporcionalidade e necessidade das penas permitem a inflio de regime inicial mais ameno que o fechado para crime cometido antes da vigncia da Lei n 11.464/07, por pessoas que comercializaram medicamento psicotrpico lcito sem a receita mdica especial, pois a hiptese afasta a necessidade de observncia do mesmo rigorismo aplicvel aos demais casos de trfico ilcito de drogas. (TJMT. APL 84292/2008. Nobres; Primeira Cmara Criminal; Rel Des Graciema R. de Caravellas; Julg. 22/09/2009; DJMT 19/11/2009. p. 43). APELAO CVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. FORNECIMENTO, AO CONSUMIDOR, DE PRODUTO DIVERSO DO CONSTANTE NA RECEITA MDICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELO FATO DO PRODUTO CARACTERIZADA. DANO MORAL. 1. RESPONSABILIDADE CIVIL. Na casustica, restou incontroverso nos autos que a r vendeu medicamento diverso daquele constante em receiturio mdico, a saber, Tryptanol - Cloridato de Amitriptilina, quando a receita especificava 96
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Trofanil - Cloridrato de Imipramina, prestando, assim, informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua utilizao e riscos. Outrossim, verifica-se que o autor apresentou processo alrgico medicamentoso, com descamaes e feridas na pele, necessitando de terapia com medicao e repouso absoluto. 2. A venda de produto diverso daquele pretendido, sua utilizao pelo autor e os danos da advindos, tudo demonstrado na prova coligida aos autos, confortam o suporte ftico deduzido na petio inicial, sendo inegvel o dever de indenizar da parte demandada. 3. DANO MORAL. Tais circunstncias, sem sombra de dvidas, causaram-lhe constrangimentos, variveis verdade, mas sempre presentes. Da a necessidade de reparao dos danos morais. 4. QUANTUM INDENIZATRIO. O quantum indenizatrio deve representar para a vtima uma satisfao capaz de amenizar de alguma forma o sofrimento impingido. A eficcia da contrapartida pecuniria est na aptido para proporcionar tal satisfao em justa medida, de modo que no signifique um enriquecimento sem causa para a vtima e produza impacto bastante no causador do mal a fim de dissuadi-lo de novo atentado. 5. JUROS MORATRIOS. Na hiptese de reparao por dano moral, cabvel o incio da contagem a partir da fixao do quantum indenizatrio, ou seja, a contar do julgamento no qual foi arbitrado o valor da condenao. Tal posicionamento no afronta o verbete da Smula n 54 do STJ. Ao revs, harmoniza-se com o entendimento do E. Superior Tribunal de Justia, segundo o qual a indenizao, em casos relativos responsabilidade civil, deve ser fixada de forma equitativa. 6. CORREO MONETRIA. A correo monetria no constitui um acrscimo, e sim mera atualizao da moeda, razo pela qual deve incidir a partir da fixao do quantum devido, dizer, a partir do julgamento. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO. UNNIME. (TJRS. AC 70027151992. Rio Grande; Nona Cmara Cvel; Rel. Des. Odone Sanguin; Julg. 18/02/2009; DOERS 02/03/ 2009.p. 28). RECURSO INOMINADO. INDENIZAO POR DANOS MORAIS. Venda de medicamento com prazo de validade vencido. Agravamento do estado de sade do consumidor. Dano moral comprovado. Sentena 97
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mantida por seus prprios fundamentos. Recurso improvido. (TJBA. Rec. 0060046-25.2009.805.0001-1. Primeira Turma Recursal; Rel. Juiz Benedito Alves Coelho; DJBA 29/04/2011). AO DE INDENIZAO POR VCIO DE QUALIDADE DE PRODUTO. 0 AUTOR ADQUIRIU DO RU MEDICAMENTO COM PRAZO DE VALIDADE VENCIDO. A INGESTO DO REMDIO VENCIDO PIOROU O ESTADO DE SADE DO AUTOR. DANO MORAL CARACTERIZADO. FATO DO PRODUTO PELO QUAL RESPONDE OBJETIVAMENTE O RU, COM FUNDAMENTO NOS ARTS. 12 E 14, DO CDIGO DE DEFESA DE CONSUMIDOR. Responde exclusivamente o fornecedor pela oferta e venda do produto potencialmente danoso e a sua responsabilidade no cede pela falta de cuidado do consumidor, que no pode ser prejudicado porque no soube se defender da ao do fornecedor que colocou venda o produto proibido. A violao do dever, no caso, do fornecedor, e por isso a causal adequada do dano reside exclusivamente no seu agir. O f/alor atribudo causa pelo autor no corresponde sua prete. (TJSP. APL 990.10.061942-0; Ac. 4508819. Santo Andr; Vigsima Sexta Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Carlos Alberto Garbi; Julg. 25/05/2010; DJESP 24/09/2010). CIVEL. DANOS MORAIS. MEDICAMENTO. PRAZO DE VALIDADE EXPIRADO. FRUSTRAO. EFEITOS TERAPUTICOS. CONSUMIDOR. MANUTENO INDEVIDA DA LESO. COMPROMETIMENTO DA INTEGRIDADE FSICA. RECURSO CONHECIDO. NO PROVIDO. SENTENA MANTIDA POR SEUS FUNDAMENTOS. 1. Medicamento com o prazo de validade vencido. Defeituosa prestao dos servios causa abalo dignidade humana, implicando em iluso quanto aos efeitos do medicamento. 2. Os danos morais no decorrem exclusivamente da iluso do consumidor quanto aos efeitos do medicamento, vez que, nitidamente, impe ao consumidor a manuteno indevida da leso, comprometendo diretamente a sua integridade fsica. 3. Inexplicvel o fato de que uma farmcia, presumidamente sob a orientao de um profissional, tenha em seu estoque remdio vencido em sua validade. 4. Recurso conhecido. No provido. Sentena mantida por seus fundamentos. (TJDF. Rec. 2007.01.1.087799-4; Ac. 98
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382.300. Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais; Rel. Juiz Flvio Fernando Almeida da Fonseca; DJDFTE 15/10/2009.p.335). 3.17 TEMA: FALSIFICAO DE MEDICAMENTOS E BEBIDAS O tema da falsificao ou adulterao de produtos alimentcios (bebidas) assim como de medicamentos, inobstante esteja estreitamente ligado esfera penal, repercute com intensidade na seara do direito do consumidor, na medida em que so os consumidores as maiores vtimas dessa prtica delituosa, fazendo-se necessria a responsabilizao no s criminal, mas tambm civil, dos que, de qualquer modo, participam da introduo no mercado de produtos que no condizem com suas caractersticas originais (falsificados ou adulterados). 3.17.1 Jurisprudncia relacionada: RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. FALSIFICAO DE PRODUTOS DESTINADOS A FINS TERAPUTICOS OU MEDICINAIS. TRANCAMENTO DA AO PENAL. AUSNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. APLICAO DO PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. IMPOSSIBILIDADE. BEM JURDICO TUTELADO: A SADE PBLICA. 1. O trancamento da ao penal pela via de habeas corpus medida de exceo, que s admissvel quando emerge dos autos, de forma inequvoca, a inocncia do acusado, a atipicidade da conduta ou a extino da punibilidade, hipteses no verificadas no caso. 2. O princpio da insignificncia, como derivao necessria do princpio da interveno mnima do direito penal, busca afastar desta seara as condutas que, embora tpicas, no produzam efetiva leso ao bem jurdico protegido pela norma penal incriminadora. Trata-se, na espcie, de crime em que o bem jurdico tutelado a sade pblica. Irrelevante considerar o valor da venda do medicamento para desqualificar a conduta. 3. Recurso improvido. (STJ. RHC 17942. SP; Sexta Turma; Rel. Min. Hlio Quaglia Barbosa; Julg. 08/11/ 2005; DJU 28/11/2005. p. 336). 99
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PENAL. APELAO CRIMINAL. FALSIFICAO, CORRUPO, ADULTERAO OU ALTERAO DE PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPUTICOS OU MEDICINAIS. ART. 273, 1 B, INCISOS I, III E VI, DO CP. IMPORTAO DE MEDICAMENTO NO-REGISTRADO PELA ANVISA. PRODUTOS ANABOLIZANTES E REMDIOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE DISFUNO ERTIL. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS. CONFISSO. DESCABIMENTO DO BENEFCIO DO ART. 41, DA LEI N 11.343/06. PERDIMENTO DO VECULO. APLICAO DO ART. 91, II, A, DO CP. DOSIMETRIA DE PENA. VIOLAO AOS PRINCPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. INTERPRETAO SISTEMTICA E HISTRICA DA LEI N 9.677/98. APLICAO DAS PENAS PREVISTAS NO ART. 33, DA LEI N 11.343/ 06. APELAO PARCIALMENTE PROVIDA. 1. A materialidade foi plenamente comprovada pelo Auto de Priso em Flagrante (fls. 02/ 04) e pelo Auto de Apresentao e Apreenso (fls. 14/15), o qual elencou as substncias encontradas no compartimento do tanque do veculo usado pelo ru. O Laudo de Exame de Produto Farmacutico (fls. 118/126) atestou que os produtos apreendidos no so registrados na ANVISA e parte deles de origem ignorada, sendo sua importao proibida. 2. A autoria incontroversa, no apenas pela priso em flagrante, mas tambm pela confisso do acusado. 3. A alegao de destinao do material para uso prprio no crvel, dada a quantidade e a diversidade de produtos anabolizantes e medicamentos destinados ao tratamento de disfuno ertil. 4. A configurao do tipo penal do art. 273, 1 B, do CP, independe da demonstrao de risco efetivo dos medicamentos ou que tenham sido estes adulterados, corrompidos ou falsificados. A criao desta figura tpica pela Lei n 9.677/98 veio justamente para reprimir penalmente a conduta de perigo abstrato de importar produto teraputico ou medicinal em desconformidade com o controle da vigilncia sanitria. 5. Sendo lcita a posse do veculo utilizado no transporte das substncias apreendidas, no cabe a decretao de perdimento do bem, pela regra do art. 91, II, a, do CP. 6. Invivel a concesso do benefcio do art. 41, da Lei n 11.343/06, ao caso em tela. Ainda que se coubesse a aplicao analgica do dispositivo relativo ao trfico de drogas, o acusa100
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do no realizou qualquer das formas de colaborao contempladas naquele artigo. 6. Face aos princpios da proporcionalidade e da razoabilidade, ntido o rigor excessivo empregado pelo legislador na fixao da pena mnima aplicvel aos delitos do art. 273, 1 e 1 B, do CP. A interpretao sistemtica da legislao penal conduz adoo da pena mnima aplicvel ao crime de trfico de drogas (art. 33, da Lei n 11.343/06) como parmetro na dosimetria da pena a ser cominada para o delito em tela. 7. Manuteno da pena em 05 (cinco) anos e 10 (dez) meses de recluso, para cumprimento inicial em regime fechado, e 580 (quinhentos e oitenta) dias-multa. 6. Apelao parcialmente provida. (TRF 3 R. ACr 0002736-35.2010.4.03.6106. SP; Segunda Turma; Rel. Des. Fed. Lus Paulo Cotrim Guimares; Julg. 14/12/2010; DEJF 17/ 12/2010. p. 118). HABEAS CORPUS. ART. 272, PARGRAFOS 1-A E 1 (TER EM DEPSITO PARA VENDER BEBIDA ALCOLICA FALSIFICADA) E ART. 293, 1, INCISO II (FALSIFICAO DE PAPEL PBLICO), AMBOS DO CP. INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE LIBERDADE PROVISRIA DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO PELA MAGISTRADA SINGULAR. AUSNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. REITERAO CRIMINOSA NA MESMA PRTICA DELITIVA. PRINCPIO DA ISONOMIA NO APLICVEL. CONDIES PESSOAIS DO PACIENTE QUE DESTOAM DAS CONDIES DO CODENUNCIADO. PEDIDO DE PRISO DOMICILIAR NO ACATADO EM FACE DA NO COMPROVAO DE TER O PACIENTE SADE DEBILITADA A PONTO DE NECESSITAR DA BENESSE. NUS DA PROVA DE QUEM ALEGA. ESCORREITA DECISO. ORDEM DENEGADA. DECISO MANTIDA. ORDEM DENEGADA. I. O paciente foi preso em flagrante, tendo em depsito vrias garrafas de usque falsificado, marca Natu Nobilis, e petrechos utilizados para a falsificao bem como, 663 (seiscentos e sessenta e trs) selos falsificados, destinados ao controle de produto industrializado, extraindo-se desta situao a gravidade da conduta perpetrada, porquanto, como bem ponderado na deciso singular, ressalta-se o planejamento prvio da ao delituosa, a quantidade de produtos e rtulos apreendidos, advertindo a produo em escala significativa. II. O paciente incorreu em reiterao 101
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criminosa, constando no sistema orculo, que o paciente responde a outros dois processos por falsificao de produto alimentcio (autos n 2008.0004431-5 e n 2007.0000083). III. No que tange alegada identidade da situao do paciente com a do co-denunciado Arlindo Alves, de se asseverar que, ainda que presos em flagrante, a avaliao individual das circunstncias que cercam o caso em concreto e das condies pessoais de cada um conduzem a inexistncia de identidade. lV. Consoante se observa dos documentos juntados pela defesa, o paciente tem diabetes e presso alta, condio mdica de inmeras pessoas. No caso do paciente, no se avalia demasiada a gravidade de sua situao, tanto que se encontrava em plena atividade empresarial at o momento de sua priso. Certo que, o paciente no se desincumbiu de demonstrar efetivamente a imprescindvel necessidade da benesse pleiteada. V. No constitui o habeas corpus o leito processual adequado para exame aprofundado de provas para concluir ser o paciente inocente, pois, existindo indcio de autoria, deve tal norte ser solucionado no ventre da ao penal. VI. Ressalto que suas condies pessoais favorveis, isoladamente consideradas, no obstam a custdia cautelar, quando presente ao menos uma de suas hipteses autorizadoras, como o caso. (TJPR. HC Crime 0731977-3. Londrina; Segunda Cmara Criminal; Rel. Des. Ldio Jos Rotoli de Macedo; DJPR 13/01/2011. p. 540). CRIME DE FALSIFICAO BEBIDAS. ARTIGO 272, PARGRAFO PRIMEIRO DO CDIGO PENAL. TESE DE ABSOLVIO. MATERIALIDADE E AUTORIA SUFICIENTEMENTE PROVADAS. CONFISSO EXTRAJUDICIAL. PROVA TESTEMUNHAL EM JUZO. LAUDO DE EXAME CONFIRMANDO QUE A BEBIDA EST EM DESCONFORMIDADE COM AS ESPECIFICAES LEGAIS. CONDENAO MANTIDA. PENA-BASE REDUZIDA. LUCRO FCIL QUE FAZ PARTE DO PRPRIO TIPO. EXCLUSO DA AGRAVANTE DO ARTIGO 62 DO CP. REDUO DA PENA. ALTERAO PARA REGIME ABERTO COM SUBSTITUIO POR PENA RESTRITIVAS DE DIREITOS. DE OFCIO RECONHECIMENTO DA PRESCRIO RETROTIVA DA PRETENSO PUNITIVA DO CRIME DE ESTELIONATO. APELAO 102
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PARCIALMENTE PROVIDA. A condenao deve ser mantida, quando a confisso extrajudicial retratada em juzo, sem qualquer justificativa plausvel, estiver em consonncia com as demais provas colhidas sob o crivo do contraditrio nos termos do artigo 272, pargrafo nico do Cdigo Penal, a simples falsificao ou adulterao da bebida alcolica j configura o crime, independentemente de as substncias nelas inseridas serem nocivas sade ou no, visto que tal conduta j reduz o valor das bebidas alcolicas. No crime previsto no artigo 272, pargrafo nico do Cdigo Penal, o lucro fcil uma caracterstica elementar do tipo penal, sendo inerente sua natureza, pois a adulterao, falsificao do produto tem o finalidade da venda, s podendo visar ao lucro fcil, razo pela qual se impe sua desconsiderao quanto valorada como motivo previsto no artigo 59 do CP. Se a conduta dos rus no se adequa a nenhuma daquelas previstas nos incisos artigo 62 do Cdigo Penal, referida agravante deve ser excluda da pena. Diminuda a pena definitiva para 04 anos de recluso, inexistindo circunstncias judiciais desfavorveis, deve o regime ser alterado para o aberto, com substituio da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, em obedincia ao contido no artigo 33, 2. , inciso c e artigo 44, inciso I, todos do Cdigo Penal. (TJPR. ApCr 0541752-5. Curitiba; Terceira Cmara Criminal; Rel. Des. Rogrio Coelho; DJPR 04/06/ 2009. p. 341). APELAO CRIMINAL. FALSIFICAO DE BEBIDA ALCOLICA QUE ATESTA ADULTERAO DA SUBSTNCIA ART. 272, 1 A E 1 DO CDIGO PENAL. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. LAUDO PERICIAL. CONDENAO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. 1. os frascos das bebidas encontram-se parcialmente fechados, mas com lacres rompidos, no apresentando selos de IPI, sendo reaproveitados e com bebidas de teor alcolico inferior ao disposto em seus rtulos, ressaltando que, pela menor graduao de lcool, h o confronto com a legislao vigente. 2. registre-se que as declaraes dos policiais esto revestidas de validade e em consonncia com as outras provas produzidas nos autos, formando um conjunto probatrio suficiente para reconhecer a materialidade dos delitos e iden103
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tificar os apelantes como seus autores. (TJPR. ApCr 0513217-0. Maring; Segunda Cmara Criminal; Rel. Des. Joo Kopytowski; DJPR 05/12/2008. p. 99). 3.18 TEMA: INTERNET BANDA LARGA Reclamaes tm surgido com frequncia, relativamente ao oferecimento de servios de internet banda larga 3G. Tem se constatado, na maior parte dos casos, que a velocidade de conexo prometida no tem sido a efetivamente disponibilizada para os consumidores, o que viola os princpios e dispositivos insculpidos no Cdigo de Defesa do Consumidor e impe responsabilidade aos fornecedores do servio. 3.18.1 Jurisprudncia relacionada: CONSUMIDOR. SERVIO DE INTERNET BANDA LARGA. TECNOLOGIA 3G. Direito informao adequada e clara quanto ao servio. Descumprimento da oferta. Comprovada alguma utilizao, ainda que em velocidade reduzida, faz jus o consumidor restituio dos valores adimplidos apenas no que excede velocidade no usufruda e no garantida contratualmente. Devida a restituio de 90% dos valores comprovadamente pagos e a quantia relativa ao modem, mediante devoluo do aparelho. Mero dissabor. Dano moral inocorrente. Sentena reformada, em parte. Recurso do autor parcialmente provido e provido o da r. (TJRS. Rec. 3046028.2010.8.21.9000. Campina das Misses; Terceira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Carlos Eduardo Richinitti; Julg. 14/04/2011; DJERS 25/04/2011). RECURSO INOMINADO. BANDA LARGA CLARO 3G. AO DE RESCISO DE CONTRATO C/C REPARAO DE DANOS. DESCUMPRIMENTO DAS CONDIES CONTRATADAS. INDISPONIBILIDADE DE ACESSO. FALHA NA PRESTAO DE SERVIO. DIREITO RESCISO SEM INCIDNCIA DE MULTA. SENTENA MANTIDA PELOS PRPRIOS FUNDAMENTOS. 1. Demonstrada a falha na prestao de servio de internet 104
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banda larga 3 g, impe-se a resciso contratual sem a incidncia da multa. 2. Documentos acostados pela r no so hbeis a comprovar a regularidade dos servios prestados, uma vez que se trata de documentos unilaterais da empresa, demonstrando unicamente valores que caberia demandante pagar. 3. Incumbia empresa requerida proceder clara e adequada informao autora sobre os diferentes produtos e servios, com especificao correta de quantidade, caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como sobre os riscos que apresentem (art. 6, III, CDC). Recurso improvido. (TJRS. Rec. 20296-04.2010.8.21.9000. Sapucaia do Sul; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Edson Jorge Cechet; Julg. 14/04/ 2011; DJERS 25/04/2011). CONSUMIDOR. SERVIO DE INTERNET BANDA LARGA 3G CONTRATADO. FALHA NA PRESTAO DO SERVIO. DEVOLUO EM DOBRO DOS VALORES COBRADOS INDEVIDAMENTE. DESCONSTITUIO DOS DBITOS. CANCELAMENTO DO CONTRATO. INEXIGIBILIDADE DE MULTA RESCISRIA. PUBLICIDADE ENGANOSA. DANO MORAL OCORRENTE. 1. No tendo a r comprovado efetivamente a disponibilidade de sinal na regio de residncia da autora, verossmeis so as alegaes da requerente quanto falha na prestao do servio pela r. Ademais, corroboram suas alegaes os protocolos de atendimento juntados pela prpria r, conforme fl. 45. Impe-se, assim, a desconstituio de qualquer dbito em relao ao contrato firmado entre as partes, bem como a devoluo, em dobro, dos valores pagos a partir do ms de setembro de 2009, visto que indevidos, em virtude da m prestao do servio. 2. Da mesma forma, inexigvel qualquer valor a ttulo de multa rescisria, pois a r falhou no cumprimento com o acordado. 3. Havendo descaso da r para com o consumidor, devido m prestao dos servios contratados, ocorrem os danos morais. 4. Com relao ao quantum indenizatrio, deve ser fixado em R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), a fim de se adequar aos princpios da razoabilidade e proporcionalidade, bem com aos padres utilizados pelas turmas recursais no julgamento de casos anlogos. Recurso provido. (TJRS. Rec. 20062-22.2010.8.21.9000. Sapiranga; Primeira Turma Recursal C105
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vel; Rel. Des. Ricardo Torres Hermann; Julg. 14/04/2011; DJERS 25/04/2011). CONSUMIDOR. SERVIO DE INTERNET BANDA LARGA 3G CONTRATADO. FALHA NA PRESTAO DO SERVIO. INVERSO DO NUS DA PROVA. INEXIGIBILIDADE DA MULTA RESCISRIA. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENA MANTIDA. 1. A autora juntou aos autos documentos que embasam a pretenso deduzida e conferem verossimilhana a seus argumentos. A r, por sua vez, no logrou xito em comprovar a regularidade na prestao do servio de internet Claro 3g, com a velocidade ofertada para a consumidora (art. 333, II, do CPC). 2. Obrigao da r em dar informao clara e adequada sobre a qualidade e preo, bem como sobre os riscos que o produto apresenta (art. 6, III, do CDC). 3. Flagrado descumprimento da relao contratual com falha na prestao de servio por culpa exclusiva da empresa, mostra-se equnime a resciso contratual sem a multa de fidelizao, assim como a restituio em dobro dos valores pagos indevidamente. 4. A condenao por dano moral se justifica no caso concreto pela funo punitiva, a fim de evitar reiteradas condutas inadequadas da empresa. Tal condenao deriva do prprio ato ofensivo praticado pela r. 5. Quantum indenizatrio que no comporta reduo, estando, inclusive, aqum do entendimento adotado pelas turmas recursais em casos anlogos. Recurso improvido. (TJRS. Rec. 18439-20.2010.8.21.9000. Novo Hamburgo; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Edson Jorge Cechet; Julg. 14/04/2011; DJERS 25/04/2011). CONSUMIDOR. SERVIO DE INTERNET BANDA LARGA 3G ILIMITADA. FALHA NA PRESTAO DO SERVIO. INVERSO DO NUS DA PROVA. DANO MORAL OCORRENTE. QUANTUM INDENIZATRIO MAJORADO. 1. A r no logrou xito em comprovar que os servios tenham sido efetivamente utilizados pela autora com a velocidade prometida, nus que lhe incumbia, nos termos do art. 333, inc. II, do CPC. 2. Danos morais que derivam da prpria conduta ilcita da empresa, por falha na prestao de servios. Ultrapassados os limites do mero dissabor, impe-se a condenao da demandada ao pagamento de 106
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indenizao a ttulo de danos morais como funo punitiva, para evitar reiterao da conduta inadequada. 3. Quantum indenizatrio majorado em observncia aos princpios da proporcionalidade e da razoabilidade, observando os parmetros adotados pelas turmas recursais em casos anlogos. Sentena mantida por seus prprios fundamentos. Recurso da autora provido e improvido recurso da r. (TJRS. Rec. 13534-69.2010.8.21.9000. Igrejinha; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Edson Jorge Cechet; Julg. 14/04/2011; DJERS 25/04/2011). 3.19 TEMA: ASSISTNCIAS TCNICAS AUTORIZADAS Tm se multiplicado as reclamaes perante os rgos de defesa do consumidor, bem como a propositura de aes judiciais contra empresas responsveis pelo oferecimento de assistncia tcnica ou mesmo contra os fabricantes, relativamente falta de peas de reposio para consertos dos produtos comercializados, especialmente de aparelhos celulares, equipamentos eletroeletrnicos, eletrodomsticos e veculos. 3.19.1 Jurisprudncia relacionada: CONSUMIDOR. FALHA NA PRESTAO DOS SERVIOS. CONSERTO DE VECULO PELA CONCESSIONRIA. FALTA DE PEAS PARA REPOSIO. DEMORA POR TEMPO SUPERIOR AO RAZOVEL. DANO MORAL CARACTERIZADO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1.Enseja indenizao por danos morais a excessiva demora para a execuo de servios de conserto de veculo automotor, ainda mais quando o atraso decorre da ausncia de entrega de peas de reposio pela montadora concessionria de veculos. 2.Atende aos critrios da proporcionalidade e da razoabilidade a indenizao fixada em R$ 4.500,00, para o caso em que a ausncia da tampa do porta-malas implicou a demora de 73 dias para o conserto do veculo 3.RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 4.Deciso tomada nos termos do art. 46, da Lei n 9.099/95, servindo a ementa de acrdo. 5.Diante da sucumbncia, nos termos do art. 55 da Lei dos Juizados Especiais 107
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(Lei n 9.099/95), condeno o recorrente ao pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios, estes fixados em 10% (dez por cento) do valor da condenao. (TJDF. Rec. 2010.01.1.0276282; Ac. 497.113. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Asiel Henrique; DJDFTE 18/04/ 2011. p. 225 . DIREITO DO CONSUMIDOR. TV DE PLASMA. VCIO DO PRODUTO. Tratando-se de vcio oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Obsta decadncia a reclamao do consumidor, por vcios ocultos ou de difcil constatao, perante o fabricante, aqui includa a assistncia tcnica autorizada impossibilidade de reparo do bem. Assistncia tcnica autorizada com servios suspensos. Ausncia de servio de assistncia tcnica e de fornecimento das peas pelo fabricante. A fabricante de produtos colocados disposio dos consumidores no mercado responsvel pelo fornecimento de peas para substituio das defeituosas ou reposio das danificadas, devendo responder pelos prejuzos decorrentes da demora ou impossibilidade em fornec-las. Responsabilidade objetiva do fabricante do produto pelas peas de reposio de bem durvel. Dano material configurado. Recurso parcialmente provido. (TJBA. Rec. 009093678.2008.805.0001-1. Terceira Turma Recursal; Rel Juza Josefa Cristina Tomaz Martins Kunrath; DJBA 03/03/2011). RECURSO IMPROVIDO. SERVIO DE CONSERTO DE AUTOMVEL. Precariedade e demora no fornecimento de peas de reposio. Insatisfao. M prestao do servio. Vcio do art. 14 do CDC. Configurado o dano moral. Princpio da razoabilidade e proporcionalidade. Aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor. Indenizao razovel. Sentena mantida. Recurso conhecido e improvido. (TJBA. Rec. 52386-0/2007-1. Segunda Turma Recursal; Rel. Juiz Marcio Reinaldo Miranda Braga; DJBA 20/04/2010). PRESTAO DE SERVIOS. AO DE IN-DENIZAO. CONSERTO DE VECULO. DEMORA POR FALTA DE PEAS. AO DE INDENIZAO. 108
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RESPONSABILIDADE SO-LIDRIA DA IMPORTADORA E DA CONCES-SIONRIA. PEDIDO DE REEMBOLSO DE DESPESAS COM TXI PELO PERODO EM QUE O VECULO FICOU PARALISADO POR FALTA DE PEA DE REPOSIO. INDE-NIZAO DEVIDA. RECURSO IMPROVIDO. So solidariamente responsveis a importadora e a concessionria pelo fornecimento de peas de reposio de veculo entregue para conserto, cabendo ao consumidor escolher qual delas ir acionar judicialmente. cabvel indenizao de despesas com transporte pelo tempo em que o veculo ficou paralisado, quando a demora na prestao do servio se d em virtude da indisponibilidade de peas de reposio. (TJSP. APL 992.05.009073-8; Ac. 4458735. So Paulo; Vigsima Nona Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Luis de Carvalho; Julg. 28/04/2010; DJESP 19/05/2010). 3.20 TEMA: RECALL J entendimento pacificado o de que o procedimento de recall, por si s, pelos fabricantes dos produtos, no enseja reparao por danos morais. O recall, no entanto, tem servido, em diversos julgados do pas, como demonstrao da efetiva existncia de defeito que possa ter causado acidentes e danos. De igual modo, a omisso de fabricantes em efetuar o procedimento do recall em relao a produtos que colocou no mercado e que passaram a apresentar defeito capaz de causar danos aos consumidores, tambm tem gerado demandas tendentes a reparaes material e/ou moral desses danos. 3.20.1 Jurisprudncia relacionada: RESPONSABILIDADE CIVIL. AQUISIO DE AUTOMVEL COM DEFEITO NO PROJETO DE FABRICAO. PROVA DE QUE O DEFEITO ASSUMIU PROPORO NACIONAL. AUSNCIA DE RECALL. DEVER DE REPARAR EXISTENTE. DANOS MATERIAIS REDUZIDOS SUBSTANCIONALMENTE. FALTA DE PROVAS. MANTIDO O VALOR ARBITRADO PARA OS DANOS MORAIS. PRELIMINAR REJEITADA. A prova dos autos revela a legitimidade passiva da apelante, na medida em que est autoriza109
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da por contrato a fornecer veculos, peas e acessrios s concessionrias da empresa KIA. Assim, nos termos do art. 18 do Cdigo do Consumidor, rejeita-se a preliminar. DO MRITO. de se confirmar a sentena recorrida porque, de fato, a prova dos autos confirmou que o defeito apresentado pelo veculo adquirido pela apelada decorreu de uma falha no projeto do automvel KIA SPORTAGE 2.0. A apelante, diante da constatao de que se tratava de um problema nacional, deveria ter promovido um recall, mas no o fez. Da porque responsvel pela indenizao ora pleiteada. DANOS MATERIAIS. Impe-se reduzir substancialmente o valor atribudo aos danos materiais por no haver prova efetiva dos gastos afirmados pela apelada. DANOS MORAIS. O valor arbitrado est correto e adequado aos parmetros fixados por esta egrgia Cmara Recursal. PRELIMINAR REJEITADA. APELO PROVIDO EM PARTE. UNNIME. (TJRS. AC 70036375475. Erechim; Nona Cmara Cvel; Rel Des ris Helena Medeiros Nogueira; Julg. 08/07/2010; DJERS 16/07/2010). CONSUMIDOR. AQUISIO DE BRINQUEDO OBJETO DE RECALL. DEMORA NA RESTITUIO DO VALOR PAGO. DANO MORAL CONFIGURADO. INDENIZAO DEVIDA. SENTENA MANTIDA. 1 - A demora na restituio do valor pago em brinquedo que fora devolvido empresa que o fabricou, em razo de restar configurado o recall, posto que o mesmo era imprprio para crianas, gera o dever de indenizar, ante a dificuldade enfrentada pelo consumidor em ser ressarcido pelos prejuzos materiais e morais experimentados indevidamente. 2 - Nas relaes de consumo, configurada a falha no servio prestado pelo fornecedor e tendo em vista sua responsabilidade objetiva, est configurado o dever de indenizar o dano que eventualmente advir de tal situao. 3 - 0 dano moral se caracteriza pelo desconforto, no sendo difcil supor-se o sentimento de impotncia do consumidor e seu inegvel estresse psicolgico diante da m prestao do servio. Quantificao da indenizao por dano moral mantida 4 - Recurso conhecido e no provido (TJMT. RCIN 2631/2009. Cuiab; Primeira Turma Recursal; Rel. Des. Yale Sabo Mendes; Julg. 17/06/2010; DJMT 16/09/2010. p. 79). AO DE INDENIZAO. CAPOTAMENTO DE VECULO DECORREN110
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TE DE PERDA DA BANDA DE RODAGEM DE PNEU. IMPUTAO DA RESPONSABILIDADE CIVIL AO FABRICANTE DO AUTOMVEL E FABRICANTE DO PNEU. CORRESPONDNCIA DE RECALL ENCAMINHADA AO USURIO, DESTACANDO A EXISTNCIA DE VCIOS NOS PNEUS FABRICADOS. DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. RECURSO PRINCIPAL E ADESIVO A QUE SE NEGAM PROVIMENTO. 1. Verifica-se, nos autos, s fls. 33/34, comunicado de recall encaminhado ao usurio, ora apelados, informando a existncia de falhas nos pneus que poderiam comprometer a dirigibilidade do veculo e a segurana dos usurios. 2. Evidencia-se pela anlise, tanto do comunicado de recall quanto da percia tcnica (fl. 1.152), que o pneu utilizado pelo veculo dos apelados o mesmo citado como possuidor de defeito referido na carta enviada pela empresa apelante. 3. mais prudente para o caso se basear nas regras consumeristas, tendo em vista a posio de hipossuficincia dos apelados em relao as grandes empresas apelantes. 4. Situao apta a gerar a responsabilizao civil das fabricantes, impondo-se a manuteno da sentena. Apelaes e apelo adesivo a que se nega provimento. (TJPE. APL 0182400-4. Recife; Terceira Cmara Cvel; Rel. Des. Francisco Eduardo Gonalves Sertorio Canto; Julg. 06/05/2010; DJEPE 07/06/2010). APELAO CVEL. INDENIZAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. AIR BAG. ACIONAMENTO ESPONTNEO DO EQUIPAMENTO, CAUSANDO DANOS FSICOS AO CONDUTOR DO VECULO. RELAO DE CONSUMO PROTEGIDA PELO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DEFEITO DE FABRICAO. CONVOCAO PARA REALIZAO DE RECALL. INDENIZAO DEVIDA. QUANTUM MANTIDO. 1. O conjunto dos elementos probatrios dos autos deve convergir para demonstrar a presena dos requisitos configuradores do dever de indenizar, quais sejam, o dano e o nexo de causalidade entre a conduta do agente e o resultado danoso. 2. Evidenciados esses elementos, consubstanciados no acionamento espontneo do equipamento de air bag, causando leses no rosto do condutor do veculo, culmina com a procedncia do pleito indenizatrio requerido na inicial, visto que o incidente decorre de indubitvel defeito de fabricao do automvel, corroborado pelo fato de ter sido convocado para recall. 3. Para fixao do valor do 111
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dano moral h de se considerarem as peculiaridades de cada caso, a proporcionalidade, razoabilidade e moderao, evitando o enriquecimento ilcito da parte moralmente lesada e reprimenda incua para os causadores do dano. Amoldando-se o valor arbitrado nesses critrios, ele deve ser mantido. Apelo conhecido e improvido. Sentena mantida. (TJGO. AC 9994-68.2003.8.09.0051. Goinia; Rel. Des. Kisleu Dias Maciel Filho; DJGO 22/10/2010. p. 354). 3.21 TEMA: ELETRODOMSTICOS/ELETRNICOS E APARELHOS CELULARES COM VCIOS Com o considervel aumento na comercializao de eletrodomsticos, eletroeletrnicos e aparelhos celulares no pas, intensificaram-se, na mesma proporo, as reclamaes dos consumidores em relao ao desrespeito dos lojistas e fabricantes legislao consumerista, no momento da troca desses produtos, quando apresentam vcios de qualidade. H necessidade de intensa fiscalizao dos rgos de defesa do consumidor e do Ministrio Pblico acerca do cumprimento das disposies contidas no CDC, especialmente em seu art. 18. Quanto troca de aparelhos celulares, o Departamento de Proteo e Defesa do Consumidor do Ministrio da Justia editou a Nota Tcnica n 62/2010, considerando o servio de telefonia mvel como sendo de natureza essencial e que, como tal, a ele se aplica o 3 do art. 18. Por essa interpretao, aparelhos celulares defeituosos devem ser trocados de imediato por lojistas e/ ou fabricantes, j que entre eles vige o regime da solidariedade previsto no mesmo dispositivo legal, independentemente do cumprimento do prazo previsto no 1 do mesmo artigo. 3.21.1 Jurisprudncia relacionada: APELAO CVEL DA CONCESSIONRIA. AO DE OBRIGAO DE FAZER C/C INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. VECULO ZERO-QUILMETRO COM DEFEITO. TROCA DO MOTOR EM MENOS DE DOIS MESES DE USO. DIVERSOS REPAROS EM CURTO LAPSO TEMPORAL. APLICABILIDADE DO CDC. TEORIA DA DESTINAO MITIGADA 112
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PELA VULNERABILIDADE DAS PARTES. CONCESSO DE EFEITO SUSPENSIVO. AFASTADA. CERCEAMENTO DE DEFESA INEXISTENTE. APLICAO DO ART. 18 DO CDC. DEFEITO DO PRODUTO QUE COMPROMETE SUA QUALIDADE. DEPRECIAO DO VALOR DE MERCADO. FACULDADE DO CONSUMIDOR. DEVOLUO DA QUANTIA PAGA DEVIDA. ANTECIPAO DA TUTELA ESPECFICA PRESENA DOS REQUISITOS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I - Fazendo-se uma compreenso mais ampla dos termos do caput do art. 2 do CDC, em razo da vulnerabilidade econmica, tcnica e ftica da parte autora, considerando as circunstncias fticas que permeiam os autos, fica autorizada a aplicao do CDC, que visa proteger o mais fraco nas relaes mercadolgicas, de acordo com o disposto no art. 4, I, deste CODEX. II - possvel conferir efeito suspensivo ao recurso de apelao contra sentena que defere antecipao de tutela, como forma de evitar leso grave ou de difcil reparao, desde que relevantes os fundamentos do recurso. III - Se o magistrado de primeiro grau entendeu que os fatos relevantes para o deslinde da causa j estavam suficientemente comprovados, tornando-se desnecessria a produo de mais provas, no h que se falar em cerceamento do direito de defesa das rs pela ausncia de dilao probatria, com o consequente julgamento antecipado da lide. lV - O disposto no art. 18 do CDC imputa a todos os partcipes do ciclo de produo como responsveis diretos por eventual vcio constatado no produto ou na prestao do servio. Dessa forma, sendo a concessionria r quem forneceu o produto ao autor, disponibilizando-o ao comrcio, pressupe-se da sua responsabilidade por eventuais vcios de qualidade nele constatado. V - Na linha de jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia, tratando-se de veculo novo com defeito aplicvel o que dispe o art. 18, acima transcrito e no os arts. 12 e 13 do CDC. VI - No pode o fornecedor opor-se escolha do consumidor pelas alternativas dispostas na legislao consumerista sempre que, em razo da extenso do vcio, a substituio das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou caractersticas do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. APELAO CVEL DA FABRICANTE. AO DE OBRIGAO DE FAZER C/C INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. VECULO ZERO-QUILME113
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TRO COM DEFEITO. TROCA DO MOTOR EM MENOS DE DOIS MESES DE USO. DIVERSOS REPAROS EM CURTO LAPSO TEMPORAL. APLICABILIDADE DO CDC. TEORIA DA DESTINAO MITIGADA PELA VULNERABILIDADE DAS PARTES. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTENTE. RESPONSABILIDADE DA FBRICA. DEFEITO DO PRODUTO QUE COMPROMETE SUA QUALIDADE DEPRECIAO DO VALOR DE MERCADO. FACULDADE DO CONSUMIDOR - DEVOLUO DA QUANTIA PAGA DEVIDA - EXTENSO DO VCIO DEMONSTRADA. REPARAO POR DANOS DECORRENTES DO VCIO. RESPONSABILIDADE TAMBM DA FABRICANTE. DANOS MATERIAL E MORAL COMPROVADOS. ABORRECIMENTOS QUE ATINGEM O NTIMO. FRUSTRAO E ANGSTIA. VALOR PROPORCIONAL E CONDIZENTE COM AS CIRCUNSTNCIAS DOS AUTOS E CAPACIDADE ECONMICA DAS PARTES. REQUISITOS PARA ANTECIPAO DA TUTELA DEMONSTRADOS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I - Fazendose uma compreenso mais ampla dos termos do caput do art. 2 do CDC, em razo da vulnerabilidade econmica, tcnica e ftica da parte autora, considerando as circunstncias fticas que permeiam os autos, fica autorizada a aplicao do CDC, que visa proteger o mais fraco nas relaes mercadolgicas, de acordo com o disposto no art. 4, I, deste CODEX. II - O disposto no art. 18 do CDC imputa a todos os partcipes do ciclo de produo como responsveis diretos por eventual vcio constatado no produto ou na prestao do servio. Dessa forma, sendo a concessionria r quem forneceu o produto ao autor, disponibilizando-o ao comrcio, pressupe-se da sua responsabilidade por eventuais vcios de qualidade nele constatado. III - Se restar demonstrado que o veculo adquirido pelo autor apresenta vcio de tamanha extenso que comprometa a qualidade do produto, notadamente porque, em menos de dois meses de uso, teve seu motor remarcado, alm de troca de diferencial entre outros reparos, imediata a aplicao do disposto no 3 do art. 18 do CDC, livre escolha do consumidor, independentemente do cumprimento do prazo fixado pelo 1 do referido dispositivo legal. lV Nos termos do inciso II do 1 do art. 18 do CDC, o consumidor pode optar pela restituio da quantia paga pelo produto viciado, sem 114
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prejuzo de eventuais perdas e danos. Em outras palavras, a norma garante ao consumidor o direito indenizao por eventuais danos sofridos em funo do vcio do produto. V - Diante da excessiva quantidade de defeitos apresentados, os quais no se limitaram a reduzir apenas a utilidade do bem, mas tambm a segurana do veculo e de seus ocupantes e, tendo em vista os importantes reparos efetuados, denota-se frustrao, constrangimento e angstia do autor, que configuram o abalo moral alegado, cuja indenizao, no importe de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), demonstrase razovel e condizente com as circunstncias dos autos e com a capacidade econmica das partes. (TJMS. AC-Or 2010.025575-4/ 0000-00. Campo Grande; Terceira Turma Cvel; Rel. Des. Marco Andr Nogueira Hanson; DJEMS 29/03/2011. p. 29). RELAO DE CONSUMO. Ao de restituio de indbito c/c indenizatria por danos morais com fulcro na Lei n°. 8.078/90. Aquisio de aparelho celular. Apresentao de vcio aps 03 (trs) meses de uso. Encaminhamento assistncia tcnica. Impossibilidade de conserto. Troca do aparelho. Consumidor que fica impossibilitado de usar o produto adquirido por mais de 03 (trs) meses por causa das acionadas. M prestao de servios. Responsabilidade civil objetiva. Inteligncia do art. 14 do CDC. Ato ilcito, nexo causal e danos morais configurados. Dever de indenizar. Inteligncia do art. 927 do CC/02. Quantum indenizatrio fixado em R$ 374,50 (trezentos e setenta e quatro reais e cinquenta centavos). Inobservncia do princpio da razoabilidade. Majorao do importe arbitrado para o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentena reformada. (TJBA. Rec. 0065154-69.2008.805.0001-1. Quarta Turma Recursal; Rel Juza Sandra Ins Moraes Rusciolelli Azevedo; DJBA 12/04/2011). AO CONDENATRIA COM PEDIDO DE ENTREGA DE COISA CERTA C.C. INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS - PRESTAO DE SERVIOS. TELEFONIA MVEL CELULAR. DEFEITO EM APARELHO E TROCA POR OUTROS QUE SE REVELARAM INADEQUADOS AO FIM OBJETIVADO. COBRANA INDEVIDA DE FATURAS. SENTENA 115
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DE PARCIAL PROCEDNCIA. RECURSO CONHECIDO EM PARTE E, NA PARTE CONHECIDA, NO PROVIDO. 1. No se conhece da parte do recurso em que a recorrente no sucumbiu. Afirma-se, no recurso, inexistir dano moral indenizvel, exatamente o que decidiu a r. Sentena. 2. A apelante comercializou os produtos; por isso, fornecedora, nos termos do art. 3o da Lei de Regncia, no havendo cogitar de ilegitimidade passiva, sob fundamento de que no o fabricou. Os fornecedores respondem solidria e objetivamente, em se tratando de vcio do produto. 3. Incumbia fornecedora do produto sanar o defeito apontado no aparelho celular novo, nos termos do artigo 18 do Cdigo de Defesa do Consumidor, bem como promover, desde logo, a troca do aparelho por outro da mesma marca e modelo, e com idntica tecnologia. Evidenciando a prova dos autos que assim no agiu e que o produto e os servios da apelante revelaram-se deficientes e inadequados, era de rigor o acolhimento das postulaes iniciais, nesses aspectos. (TJSP. APL 0075790-33.2008.8.26.0576; Ac. 4972966. So Jos do Rio Preto; Vigsima Nona Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Reinaldo Caldas; Julg. 23/02/2011; DJESP 16/03/2011). 3.22 TEMA: PUBLICAES EM LISTAS TELEFNICAS NO AUTORIZADAS E ASSINATURAS DE REVISTAS NO SOLICITADAS A publicao de anncios em listas telefnicas sem que tenha havido solicitao do consumidor ou com assinatura de autorizao para figurao por funcionrio de empresa sem poderes de representao tem sido compreendida pela doutrina e jurisprudncia mais abalizadas como prtica abusiva, passvel de nulidade e, eventualmente, de reparao de danos materiais e/ou morais, a depender do caso concreto. De igual modo, o envio de revistas, jornais e peridicos em geral sem solicitao pelo consumidor j pacificamente interpretado como fornecimento de amostra grtis, nos moldes preconizados pelo art. 39, pargrafo nico do CDC.
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3.22.1 Jurisprudncia relacionada: APELAO CVEL. PUBLICAO EM LISTA TELEFNICA. CONTRATO FIRMADO SEM O CONSENTIMENTO DA PARTE. ENVIO DO BOLETO DE PAGAMENTO. IRREGULARIDADE. ATO PASSVEL DE DANO MORAL. CARTER PEDAGGICO. FIXAO PRUDENTE. DESPROVIMENTO DO APELO. O constrangimento existente no caso em tela patente, pois, a apelada saiu de uma situao confortvel de inrcia, dentro de sua normalidade, com todas as obrigaes devidamente cumpridas, para uma atuao positiva, diante do ato ilcito praticado pelo apelante, tendo que buscar um advogado para patrocinar a causa, com a iminncia da negativao e do protesto a todo o momento. O dano moral fixado revela um carter eminentemente pedaggico, com o fim especfico de combater a impunidade, desestimular a reincidncia, proteger a sociedade e compensar, ao menos minimamente, a vtima do ato ilcito. (TJPB. AC 200.2009.041084-2/001. Rel. Juiz Conv. Eduardo Jos de Carvalho Soares; DJPB 18/02/2011. p. 6). DIREITO PRIVADO NO ESPECIFICADO. NEGCIOS JURDICOS. CONTRATO FIRMADO POR AGENTE SEM PODERES DE REPRESENTAO DA PESSOA JURDICA. INVALIDADE. ARTIGO 104, INCISO I, DO CDIGO CIVIL. HONORRIOS DE SUCUMBNCIA. AUSNCIA DE FUNDAMENTAO. NO CONHECIMENTO DO APELO NESTE PARTICULAR. VALOR DOS DANOS MATERIAIS. ERRO MATERIAL. CORREO. No se conhece do recurso de apelao quanto ao pedido de minorao dos honorrios de sucumbncia, uma vez inexistir nas razes recursais qualquer fundamento a amparar a pretenso. Inteligncia do art. 514, II, do Cdigo de Processo Civil. de ser invalidado o contrato de prestao de servios de publicao em lista telefnica por falta de requisito fundamental: capacidade do agente que assinou o contrato. A prova dos autos revelou que a assinatura constante do contrato ora controvertido pertence a um funcionrio que no detinha poderes de representao, nem de gesto da empresa. Da porque houve a violao dos art. 47 c/c art. 104, I do CCB/02, devendo ser confirmada a sentena que declarou a inexistncia de relao jur117
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dica entre as partes e a inexigibilidade dos valores cobrados. Corrigido o erro material em relao ao valor da indenizao por danos materiais. APELO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA, PARCIALMENTE PROVIDO. UNNIME. (TJRS. AC 70040334054. Sapiranga; Nona Cmara Cvel; Rel Des Iris Helena Medeiros Nogueira; Julg. 26/01/2011; DJERS 03/02/2011). CDC. ASSINATURA DE REVISTA. SOLICITAO PRVIA DOS PRODUTOS. FATO NEGATIVO. NUS DO FORNECEDOR. AMOSTRA GRTIS. COBRANA INDEVIDA. RESTITUIO EM DOBRO. DANO MORAL. CONFIGURAO. 1. A prova da solicitao do produto cabe ao fornecedor, no se podendo impor parte hipossuficiente demonstrar a ocorrncia de fato negativo. 2. Ausente referida prova, reconhecese indevida a cobrana da assinatura de revista, considerando-se amostra grtis os peridicos encaminhados residncia do consumidor (artigo 39, pargrafo nico, CDC), o que d ensejo restituio em dobro dos valores debitados em conta de carto de crdito, nos termos do artigo 42, pargrafo nico, do Cdigo de Defesa do Consumidor. 3. A prtica do ato ilcito, aliada ao descaso demonstrado pela empresa r em solucionar as cobranas indevidas, no pode ser considerado mero aborrecimento comum do dia a dia, justificando, ao revs, indenizao pelos presumidos danos morais. 4. Havendo a deciso monocrtica, obedecido aos princpios da razoabilidade e proporcionalidade na fixao do valor indenizatrio, h que ser confirmada. 5. Recurso conhecido e improvido. (TJDF. Rec. 2007.07.1.012880-7; Ac. 306.404. Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais; Rel. Juiz Sandoval Oliveira; DJDFTE 03/06/2008. p.166). 3.23 TEMA: ESTACIONAMENTOS COMERCIAIS E ROTATIVOS A responsabilidade por objetos deixados no interior de veculos e pelos prprios veculos deixados nos estacionamentos de estabelecimentos comerciais ou em estacionamentos particulares do tipo rotativo da empresa e tem natureza objetiva. A tal respeito, o STJ editou a Smula n 130, segundo a qual, a empresa responde, 118
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perante o cliente, pela reparao de dano ou furto de veculo ocorridos em seu estacionamento. Assim sendo, abusiva (art. 51, I do CDC) a aposio de placas em estacionamentos, eximindo o estabelecimento de sua responsabilidade. 3.23.1 Jurisprudncia relacionada: CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AO DE INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS. FURTO DE VECULO EM ESTACIONAMENTO DE SUPERMERCADO. PRINCPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ NA AFERIO DAS PROVAS QUE SE MOSTRAM SUFICIENTES PARA A COMPROVAO DO OCORRIDO (COMPROVANTE DA ENTRADA E SADA E IMEDIATA LAVRATURA DO BOLETIM DE OCORRNCIA POLICIAL). DEVER DE VIGILNCIA. RESPONSABILIDADE PELOS EFEITOS DANOSOS CAUSADOS AO PATRIMNIO DO PARTICULAR. 1. Recurso tempestivo e com preparo. Conhecimento. 2. O autor afirmou que deixou seu veculo no estacionamento interno da empresa r e que, enquanto realizava compras, seu carro foi furtado. Narrou que, dias depois o automvel foi encontrado, porm, sem diversas peas e objetos que estavam em seu interior, inclusive um toca-cd. Requereu indenizao de R$ 7.841,00 em virtude dos danos materiais. 3. A sentena julgou procedente o pedido de indenizao por danos materiais, em decorrncia de furto de veculo dentro do estacionamento de hipermercado. 4. O apelante alegou que no h provas de que o furto teria ocorrido nas dependncias de seu estacionamento e de que o autor teria sofrido os danos alegados, uma vez que no h nos autos comprovao de gastos. 5. O supermercado responsvel por fatos danosos ocorridos nas suas dependncias, incluindo os furtos e outras danificaes incidentes sobre bens mveis estacionados ou guardados em seus estacionamentos ou garagens, nos precisos termos do enunciado n 130 da Smula de jurisprudncia predominante do STJ. 6. Para que se estabelea a responsabilidade, necessria a prova de que o dano tenha ocorrido dentro do estacionamento do estabelecimento comercial. 7. A entrada do autor no estacionamento do estabelecimento ru ficou devidamente demonstrada pelas fotos juntadas. Por outro lado, a hora da lavratura do Boletim de 119
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Ocorrncia demonstra que o furto ocorreu momentos depois da entrada do autor ao supermercado, evidenciando que o fato se realizou nas dependncias do supermercado ru. 8. As fotos juntadas pelo ru apenas comprovam que o autor entrou ao supermercado e que, momentos depois, o carro saiu, no existindo como saber quem era o condutor. 9. O estabelecimento comercial que oferece estacionamento em rea prpria para comodidade de seus clientes, ainda que a ttulo gratuito, assume, em principio, a obrigao de guarda dos veculos, sendo assim responsvel civilmente pelo seu furto ou danificao. (STJ - RESP 107.385/RS), somente eximindose da indenizao ante a prova inequvoca de culpa exclusiva da vtima ou da no existncia do evento. 10. Diante disso, resta claro que a empresa r tem o dever de guarda e conservao dos bens deixados nas suas dependncias, uma vez que oferece o estacionamento para auferir lucro daqueles que frequentam o supermercado, devendo indenizar os prejuzos materiais sofridos pelo autor. 11. Quanto aos bens furtados, observa-se que os objetos descritos pelo autor so, em sua grande maioria, os que compem um automvel, que normalmente so retirados de um veculo furtado, como rodas, estepe, etc. Tal fato confirmado pelo Boletim de Ocorrncia que atesta, aps a realizao de percia, que acessrios e equipamentos do veculo foram furtados (fls. 09) e que a parte eltrica do veculo foi danificada. 12. Por outro lado, sabendo o ru que o veculo foi restitudo e no tendo procurado a delegacia para obter o laudo pericial, com maiores informaes sobre os bens furtados, deixou que sua omisso constitusse prova contra si. 13. Ademais, incumbia ao estabelecimento comercial o nus de provar que o furto no aconteceu no interior de seu estacionamento, ou ainda que no houve subtrao de bens ou que o consumidor agiu de forma negligente com seu patrimnio, o que no ocorreu. 14. RECURSO CONHECIDO E NEGADO PROVIMENTO. 15. Sentena mantida por seus prprios e jurdicos fundamentos, com Smula de julgamento servindo de acrdo, na forma do artigo 46 da Lei n 9.099/95. 16. Diante da sucumbncia, nos termos do artigo 55 da Lei dos Juizados Especiais (Lei n 9.099/95), condeno o apelante no pagamento das custas processuais. Sem honorrios por no estar o apelando assisti120
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do de advogado. (TJDF. Rec. 2009.06.1.000408-4; Ac. 423.128. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais; Rel. Juiz Asiel Henrique; DJDFTE 27/05/2010. p. 233). CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. REPARAO DE DANOS MATERIAIS. FURTO DE PERTENCES DO INTERIOR DO VECULO ENQUANTO ESTE ESTAVA NO ESTACIONAMENTO, E O AUTOR, NO INTERIOR DO SUPERMERCADO. DANOS MORAIS AFASTADOS. 1. Conjunto probatrio formado nos autos que evidencia a verossimilhana da narrativa da parte autora. Aplicao da teoria da reduo do mdulo da prova. Autor produziu todas as provas que estavam ao seu alcance para confirmar que o veculo estava no estacionamento do supermercado ru (prova testemunhal fl. 26, nota fiscal das compras efetuadas e ticket de estacionamento fl. 28, e Boletim de Ocorrncia fls. 43/44,), no momento em que foi furtado, bem como os objetos que foram levados do interior do veculo (fls. 30/ 32) e nota fiscal de conserto dos danos causados pelo arrombamento (fls. 38/39). Boletim de Ocorrncia (fls. 43/44) prova de eficcia relativa, que, no caso, restou corroborada pelos demais elementos do processo. 2. Parte r responsvel pela guarda e vigilncia dos veculos deixados em seu estacionamento. Inclusive, conta com equipe de segurana e cmeras de monitoramento. Portanto, tinha condies de comprovar fatos extintivos, modificativos ou impeditivos dos direitos dos autores. Ademais, considerando a frequncia com que se d essa situao danosa, incumbe r tomar providncias, para evitar tais ocorrncias ou, ao menos, produzir provas eficientes a seu favor, como apresentar as filmagens do local. 3. Danos materiais. Em que pese inexistir prova cabal acerca de todos os bens furtados, tem-se como invivel exigir do consumidor a realizao de prova mais robusta da que foi produzida pelo autor. Os pertences reclamados apresentam-se condizente com o cotidiano da parte autora e sua vida profissional, portanto, plausvel o pedido formulado. Inclusive, constou no Boletim de Ocorrncia a relao de bens furtados. 4. Quantum indenizatrio fixado de acordo com os oramentos e notas fiscais em anexo (fls. 30 e 38), em relao aos quais a parte r no deduziu prova em contrrio. 5. Danos morais 121
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afastados. Em que pese o transtorno que o fato acarretou ao advogado coautor Rafael, j que guardava carteira de trabalho de sua cliente no interior do veculo, no vislumbro desconforto extraordinrio que justifique o arbitramento da indenizao. Afinal, cabia ao autor ser mais zeloso com documentos importantes, mxime, considerando que estava sob a guarda de documento de terceira pessoa. 6. Sentena confirmada por seus prprios fundamentos, nos termos do art. 46 da Lei n 9.099/95, salvo quanto condenao por danos morais. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJRS. RCiv 71002452142. Porto Alegre; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Heleno Tregnago Saraiva; Julg. 30/09/2010; DJERS 08/10/2010). CONSUMIDOR. I. Possui legitimidade passiva para a causa a empresa que explora, com lucro, locao de espao a eventos e ali ocorre furto em interior de veculo estacionado em espao destinado a esse fim (fls. 47/49). Preliminar rejeitada. II. Inpcia da petio inicial no configurada, porque registrados com propriedade os dados insertos no art. 282 CPC. Preliminar rejeitada. III. Tambm no desponta cerceamento de defesa centrado na valorao que a juza emprestou a certas evidncias, e a outras no, pois, ela no est obrigada a refutar meticulosamente todos os pontos levantados na resposta, bastando a exposio motivada dos elementos probatrios que forjaram sua convico. Preliminar rejeitada. lV. Mrito. Desponta a responsabilidade da recorrente ao locar seu espao a evento ocorrido no dia 6/7 de fevereiro de 2009 (das 22h s 6h), em que o locatrio deveria dispor de pessoal de segurana (f. 48), e ali o veculo da recorrida foi arrombado e subtrados objetos de seu interior. Suficincia probatria da ocorrncia do furto na forma historiada na inicial a partir da imediata lavratura do Boletim de Ocorrncia policial (fls. 26/28), vistoria do automvel perante o ic/ pcdf na mesma data (07.2.09. F. 29), fotos (fls. 30/31), oramentos dos danos (fls. 32/33) e depoimentos das partes (f. 21). (CC, art. 186 c/c 927). V. Em festa dessa natureza, ordinariamente no entregue comprovante de estacionamento, e a cobrana feita antecipadamente e sem a prvia declarao dos pertences deixados no veculo (Lei n 9.099/95, art. 5). Ademais, a recorrente/r no 122
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se desincumbiu do nus de provar que todas essas medidas eram adotadas (CPC, art. 333, II). VI. De resto, a deciso apontou com propriedade o quantum proporcional indenizatrio (extenso dos danos) que, poder propiciar a ao regressiva formalmente fixada (clusula 3, pargrafo nico - F. 48). Recurso improvido. Mantmse a sentena por seus prprios fundamentos. A parte recorrente arcar com as custas (Lei n 9099/95, arts. 46 e 55). Unnime. (TJDF. Rec. 2009.01.1.028512-2; Ac. 427.929. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais; Rel. Juiz Fernando Antnio Tavernard Lima; DJDFTE 21/06/2010. p. 174). APELAO CVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONRIA DE SERVIO PBLICO. ESTACIONAMENTO ROTATIVO. FURTO DE VECULO. SERVIO ADEQUADO. SEGURANA. RISCO DA ATIVIDADE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. EVENTO DANOSO, DANO E NEXO DE CAUSALIDADE CARACTERIZADOS. RECURSO IMPROVIDO.1. O servio prestado pela concessionria de servio pblico, a teor do art. 175, nico, da CF, deve ser adequado. Inclui-se nesse conceito a legtima expectativa de segurana de seus usurios. 2. Ainda, em virtude da finalidade lucrativa do empreendimento, a prestadora do servio atrai para si a responsabilidade pelos danos sofridos pelo usurio. No razovel conceber que a concessionria que explora o estacionamento rotativo ir auferir os bnus da atividade sem que tenha que arcar com os nus dela decorrentes. 3. Prescindvel a demonstrao de culpa, em virtude da incidncia do art. 37, 6, da Constituio Federal, e do art. 22, do Cdigo de Defesa do Consumidor. 4. Deve a concessionria do servio pblico de estacionamento rotativo ressarcir o usurio pelo furto de veculo que se encontrava estacionado na rea sob sua fiscalizao. 5. Recurso conhecido, mas desprovido. (TJES. AC 24950149104. Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Arnaldo Santos Souza; Julg. 15/01/2008; DJES 27/02/2008. p. 20). 3.24 TEMA: ESTDIOS DE FUTEBOL O Estatuto do Torcedor (Lei n 10.671/03) dispe, em seu art. 123
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3, que para todos os efeitos legais, equiparam-se a fornecedor, nos termos da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990, a entidade responsvel pela organizao da competio, bem como a entidade de prtica desportiva detentora do mando de jogo. Partindo-se dessa premissa, a segurana e a incolumidade de todos os consumidores que comparecem aos estdios de futebol para assistir s partidas dos campeonatos so de responsabilidade de seus organizadores, devendo, na hiptese de ocorrncia de danos, por eles responderem. 3.24.1 Jurisprudncia relacionada: APELAO CVEL (1) AO DE REPARAO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. QUEDA DE ARQUIBANCADA DURANTE PARTIDA DE FUTEBOL DO CAMPEONATO PARANAENSE, FERINDO TORCEDOR. CONHECIMENTO PARCIAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRENTE SEGURO CONTRATADO PELA ENTIDADE ORGANIZADORA DO EVENTO, TENDO COMO BENEFICIRIOS OS ESPECTADORES DO JOGO. DANOS MORAIS. COBERTURA. INTERPRETAO CONTRATUAL, DE ACORDO COM OS PARMETROS NORTEADORES EXPRESSOS PELO CDIGO CIVILINTELIGNCIA DOS ARTS. 112 E 421 DO CC CORREO MONETRIA. TERMO INICIAL. ARBITRAMENTO DA INDENIZAO. JUROS MORATRIOS DEVIDOS DESDE O EVENTO DANOSO APLICE SECURITRIA CORREO MONETRIA DEVIDA. JUROS DE MORA INCABVEIS, POR ORA. 1. Ausente a sucumbncia em relao obrigao de arcar com os honorrios da lide principal, falece interesse recursal litis denunciada para requerer a reduo do montante fixado a esse ttulo, logo no se conhece do recurso nesses tpicos. 2. Presentes nos autos todos os elementos de prova documental suficientes para formar o convencimento do julgador, no ocorre cerceamento de defesa se julgada antecipadamente a lide. Inteligncia do artigo 330, inciso I, do CPC. 3. Atentando-se real inteno das partes, consubstanciada no instrumento contratual em anlise (art. 112 do Cdigo Civil), depreendese estarem efetivamente cobertos os danos morais originados de acidente dentro do estdio de futebol, durante a realizao do evento, 124
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eis que a funo do contrato de seguro em tela assegurar aos espectadores uma maior segurana em relao ao evento, a fim de reparar-lhes os danos sofridos em razo de problemas ocorridos nas partidas. 4. Ademais, em ateno funo social do contrato e consequente exigncia de resguardo dos interesses de terceiros afetados pelo instrumento contratual, em se tratando de seguro firmado em favor de terceiro, no possvel deixar o requerente sem a garantia representada pela indenizao securitria, aos danos causados pelo infortnio ocorrido durante a realizao de evento desportivo coberto. 5. A correo monetria relativa aos danos morais incidir a partir da fixao do valor a ser pago, pois o juzo a estabelece tendo em vista as condies do caso no momento do julgamento. 6. Os juros moratrios so devidos desde a data do evento danoso, haja vista se tratar de responsabilidade extracontratual. 7. Com relao aos valores contratados, em se tratando a correo monetria de mero reajuste do valor nominal da moeda, deve incidir da data da emisso da aplice constante dos autos, j que representa apenas a manuteno do poder da moeda com o passar dos anos. 8. Quanto aos juros em relao aplice, o art. 395 do Cdigo Civil disciplina a matria na ocorrncia do inadimplemento; se este ainda no se verificou, no possvel fazer incidir juros moratrios em relao ao valor segurado. Recurso (1) conhecido parcialmente e, na parte conhecida, parcialmente provido. Apelao cvel (2) ao de reparao de danos materiais e morais queda de arquibancada durante partida de futebol do Campeonato Paranaense, ferindo torcedor; conhecimento parcial; dano moral; quantum; manuteno correo monetria; termo inicial; arbitramento da indenizao; juros moratrios devidos, desde o evento danoso; honorrios; advocatcios manuteno. 1. Conhece-se, em parte, o apelo do ora recorrente, frente ausncia de interesse de agir no que concerne ao pleito de condenao solidria da litis denunciada em relao indenizao a ser paga ao autor. 2. Em se tratando de grave falha na segurana dos espectadores da partida de futebol (art. 13 do Estatuto do Torcedor), a indenizao pelo abalo moral sofrido deve ser fixada em valor expressivo, atendendo a sua dplice funo: representar um lenitivo da dor vtima e 125
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sancionar exemplarmente o ofensor, a fim de inibir a repetio da conduta danosa. 3. A correo monetria relativa aos danos morais incidir a partir da fixao do valor a ser pago, pois o juzo a estabelece tendo em vista as condies do caso no momento do julgamento. 4. Os juros moratrios so devidos desde a data do evento danoso, haja vista se tratar de responsabilidade extracontratual. 5. O percentual relativo condenao nos honorrios advocatcios remunera condignamente o patrono da parte autora, tendo-se em conta os requisitos do 3 do artigo 20 do CPC. Recurso (2) conhecido parcialmente e, na parte conhecida, parcialmente provido. Apelao cvel (3) ao de reparao de danos materiais e morais, queda de arquibancada durante partida de futebol do campeonato paranaense, ferindo torcedor; responsabilidade solidria da entidade organizadora do campeonato inteligncia dos art. 19 do Estatuto do Torcedor e 14 do Cdigo de Defesa do Consumidor; responsabilidade objetiva; dano moral puro; quantum; manuteno; honorrios advocatcios; manuteno; lide secundria; honorrios; cabimento. 1. A solidariedade entre a entidade mandante da partida de futebol e a organizadora do campeonato, por falhas na segurana dos torcedores, legal, donde no se conceber a pretenso de se eximir do dever de indenizar, alegando ausncia de culpa, inclusive porque a responsabilidade, no caso, objetiva, cabendo ao consumidor apenas a demonstrao do nexo de causalidade entre o ato ilcito e o dano por ele sofrido. 2. O dano moral puro independe de prova, por atingir o interior da personalidade. Comprovado o nexo de causalidade entre o fato e o dano, obrigado est o causador de repar-lo. 3. Em se tratando de grave falha na segurana dos espectadores da partida de futebol (art. 13 do Estatuto do Torcedor), a indenizao pelo abalo moral sofrido deve ser fixada em valor expressivo, atendendo a sua dplice funo: representar um lenitivo da dor vtima e sancionar exemplarmente o ofensor, a fim de inibir a repetio da conduta danosa. 4. O percentual relativo condenao nos honorrios advocatcios remunera condignamente o patrono da parte autora, tendo-se em conta os requisitos do 3 do artigo 20 do CPC. 5. So devidos honorrios ao patrono da denunciante, pois a seguradora denunciada manifestou 126
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resistncia com relao cobertura da indenizao por dano moral. Recurso (3) conhecido e parcialmente provido. (TJPR. ApCiv 06255849. Cianorte; Nona Cmara Cvel; Rel Des Rosana Amara Girardi Fachin; DJPR 26/03/2010. p. 186). REPARAO DE DANOS. TORCEDOR IMPEDIDO DE INGRESSAR EM ESTDIO DURANTE PARTIDA DE FUTEBOL, EMBORA TIVESSE ADQUIRIDO INGRESSO. ESTATUTO DO TORCEDOR. DIREITO REPARAO DOS DANOS. Busca a parte autora indenizao pelos danos materiais e morais sofridos ao no ingressar no Estdio onde ocorreria a partida Grmio X Cruzeiro pela Taa Libertadores da Amrica. Ilegitimidade passiva do requerido afastada. Preliminar que se confunde com o mrito. So aplicveis ao caso a Lei n 10.671/03 Estatuto de Defesa do Torcedor e a Lei n 8.078/90 Cdigo de Defesa do Consumidor -. Como se v do texto dos artigos 3 e 14 da Lei n 10.671/03, o Estatuto do Torcedor faz expressa remisso ao microssistema consumerista, equiparando a entidade responsvel pela organizao da competio ao fornecedor. A responsabilidade pela segurana do torcedor, durante a realizao de evento esportivo, da entidade detentora do mando de jogo, conforme art. 17 do Estatuto do Torcedor. Tratando-se de falha na segurana, a responsabilidade objetiva, ensejando a aplicao, alm das regras especficas do Estatuto do Torcedor, do disposto nos arts. 12 a 14 do CDC, que estabelecem a responsabilidade objetiva do fornecedor por defeitos na prestao de servio. E no h falar que a mera solicitao de segurana ao Poder Pblico (art. 14, I, da Lei n 10.671/03), pela entidade desportiva, transfere a responsabilidade pela segurana exclusivamente ao Estado. A solicitao de segurana ao Estado um dos deveres da entidade desportiva, o que no exclui a responsabilidade pela elaborao do plano de ao especial a que se refere o artigo 17 do Estatuto. Entidade desportiva deve responder independentemente de culpa pelos prejuzos causados ao torcedor. Assim, ainda que tenha sido requisitada segurana ao Poder Pblico e estando esta efetivamente presente no estdio, se o ilcito ocorreu de se concluir que a segurana prestada era insuficiente ou defeituosa, ensejando, assim, na forma do art. 19 da Lei 127
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n 10.671/03, combinado com o art. 14 da Lei n 8.078/90, o dever de indenizar da entidade desportiva. Dano moral in re ipsa. Quantum indenizatrio mantido visto que atende aos parmetros adotados pelas Turmas Recursais. (Ementa extrada do Recurso Inominado n 71002390987, relatado pelo Dr. Fbio Vieira Heerdt, julgado em 24/06/2010). Recurso provido. (TJRS. RCiv 71002820546. Porto Alegre; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Ricardo Torres Hermann; Julg. 28/10/2010; DJERS 05/11/2010). I.. AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. II. APELAO 1: A) RECURSO ADESIVO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. RESPONSABILIDADE INDENIZATRIA CARACTERIZADA. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. ALEGAO DE INEXISTNCIA DE CONTRATO CAPAZ DE ESTABELECER UMA RELAO ENTRE APELANTE E APELADO. NO ACOLHIDA. RESPONSABILIDADE DE NATUREZA EXTRACONTRATUAL. B) MRITO. ALEGAO DE QUE, NO COMPROVADO O DANO MATERIAL, NO H QUE SE FALAR EM DANO MORAL. DANO MATERIAL. FATO INCONTROVERSO. NO COMPROVAO APENAS DA EXTENSO DESTE DANO. C) IRRESPONSABILIDADE DO APELANTE. FALTA DE PROVA DA CULPA PELA LESO OCORRIDA. ALEGAO NO ACOLHIDA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. APLICAO DOS ARTIGOS 14, 15 E 19 DO ESTATUTO DO TORCEDOR E 17 DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. D) MULTA 1% SOBRE O VALOR DA CAUSA. AFASTADA. RECURSO NO PROTELATRIO. LEGITIMIDADE DO PEDIDO DO APELANTE PARA CORREO DE OMISSO. III. APELAO 2: A) PRELIMINAR. CARNCIA DE AO. FALTA INTERESSE DE AGIR. ALEGAO DE QUE O ESTADO DO PARAN J INDENIZA TODOS OS POLICIAIS MILITARES COM UMA GRATIFICAO (ADICIONAL) POR RISCO DE VIDA, NO HAVENDO RAZO PARA RECLAMAR O DANO. NO ACOLHIDA. O ADICIONAL DE PERICULOSIDADE SERVE PARA BONIFICAR O MILITAR QUE, NO EXERCCIO DE SUA FUNO, PRECISA CONSTANTEMENTE SE EXPOR A UM RISCO DE LESO. BENEFCIO QUE NO ABRANGE EVENTUAIS DANOS CAUSADOS POR TERCEIROS. B) INEXISTNCIA DO DEVER DE INDENIZAR. DANOS QUE SE DERAM EM RAZO DE CASO FORTUITO. PROVA TESTEMUNHAL INSUFICIENTE PARA ATESTAR SE OS VENTOS QUE ATINGIRAM O ESTDIO TINHAM FORA PARA DERRUBAR PARTE 128
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DA PAREDE, E SE ESTA SE ENCONTRAVA EM PERFEITO ESTADO DE CONSERVAO. NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. C) ALEGAO DE INEXISTNCIA DO DANO MORAL POR AUSNCIA DE PROVA DO DANO. DANO MATERIAL INCONTROVERSO. DANO MORAL CARACTERIZADO. D) MULTA DE 1% SOBRE O VALOR DA CAUSA. MANTIDA. EMBARGOS COM CARTER PROTELATRIO. INEXISTNCIA DE CONTRADIO NA R. SENTENA RECORRIDA. lV. APELAO 1 A QUE SE D PARCIAL PROVIMENTO. APELAO 2 A QUE SE NEGA PROVIMENTO. INSURGEM-SE AS PARTES FRENTE A R. SENTENA DE FLS. 278-289 QUE, EM AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, JULGOU PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, CONDENANDO OS RUS A PAGAR PARA O AUTOR INDENIZAO A TTULO DE DANOS MORAIS NO VALOR DE R $ 8.000,00. ALM DISSO, INSURGEM-SE CONTRA AS RESPECTIVAS DECISES DOS EMBARGOS DE DECLARAO INTERPOSTOS PELOS APELANTES, NAS QUAIS FORAM APLICADAS MULTAS DE 1% SOBRE O VALOR DA CAUSA, NOS TERMOS DO ART. 538 DO CPC. SUSTENTA, EM SNTESE, O RU/APELANTE 1: A) PRELIMINARMENTE, A ANLISE DO AGRAVO RETIDO; B) QUE NO SE PODE TER DANO MORAL SEM QUE HAJA O MATERIAL; C) QUE NO PODE SER RESPONSABILIZADO POR DEFEITO DO ESTDIO LIBERADO PARA O JOGO PELAS AUTORIDADES COMPETENTES; E D) QUE NADA TIVERAM DE PROTELATRIOS OS EMBARGOS DE DECLARAO, PELO CONTRRIO, SEU CABIMENTO E SUA PROCEDNCIA SO EVIDENTES, POR SUA VEZ, A R/APELANTE 2 SUSTENTA, EM SNTESE: A) PRELIMINARMENTE, CARNCIA DE AO POR FALTA DE INTERESSE DE AGIR; B) A INEXISTNCIA DO DEVER DE INDENIZAR, EIS QUE OS DANOS CAUSADOS OCORRERAM EM FACE DE CASO FORTUITO, BEM COMO POR INEXISTIR DANO MORAL, POR AUSNCIA DE PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO INVOCADO PELO APELADO; E C) INADEQUADA APLICAO DO ART. 538 DO CPC. CONTRARRAZES S FLS. 348353, PELA MANUTENO DA R. SENTENA RECORRIDA. , EM RESUMO, O RELATRIO. I. - Conheo dos recursos, eis que interpostos e preparados tempestivamente. II. - Quanto apelao 1: A) do recurso adesivo: A. 1) o pedido de ilegitimidade passiva do Coritiba Football Club no pode ser acolhido, uma vez que, como no mrito 129
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ser demonstrado, restou caracterizada a responsabilidade indenizatria deste apelante. A. 2) da mesma forma, a alegao de falta de interesse de agir do autor, sob o fundamento de que inexiste contrato de trabalho capaz de estabelecer relao entre o ora apelante e apelado, no merece ser acolhida, por no se tratar de responsabilidade de natureza contratual, mas sim extracontratual, nascida da violao de norma de segurana nos estdios, razo pela qual resta preenchido o binmio necessidade/adequao. B) do mrito: B. 1) primeiramente, no merece ser acolhida a alegao do apelante no sentido de que, no restando comprovado o dano material, no h que se falar em dano moral. O dano material fato incontroverso, como bem relatou o MM. Juiz a quo s fls. 2811, no restando comprovada, isso sim, a extenso do dano sofrido pelo autor/ apelado, razo pela qual o pedido de danos materiais foi julgado improcedente, mas procedente quanto ao dano moral. B. 2) quanto alegao de ausncia de responsabilidade do apelante, por no haver prova de que o mesmo seja culpado pela leso ocorrida, h que ressaltar o fato de sua responsabilidade ser objetiva, conforme os arts. 14, 15 e 19 do Estatuto do Torcedor e, ainda, com base no art. 17 do Cdigo de Defesa do Consumidor, razo pela qual independe da prova da culpa. E, mesmo que se pudesse acolher a argumentao do apelante, no h nos autos a comprovao de que o clube tenha solicitado e recebido autorizao do Corpo de Bombeiro e da Polcia Militar sobre a higidez do Estdio Pinheiro para a realizao de jogos, pois os documentos dirigidos a estes rgos se referem apenas ao cumprimento do art. 14, II do Estatuto do Torcedor e a solicitao de Agentes Pblicos de Segurana (fls. 232-234). B. 3) e, no que se refere aplicao de multa de 1% sobre o valor da causa, a mesma deve ser afastada, uma vez que no se pode considerar protelatrio o recurso que visa corrigir omisso quanto ao dispositivo da sentena, no qual no se declarou como solidria a responsabilidade dos rus. Embora prevista na fundamentao, a mesma no far coisa julgada, nos termos do art. 469, I do CPC2, razo pela qual se torna legtima a pretenso do ora apelante. III. - Quanto a apelao 2: A) alega o apelante, em sede de preliminar, a carncia de ao do autor por falta de interesse de 130
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agir, sob o argumento de o Estado do Paran j indenizar todos os policiais militares com uma gratificao (adicional) por risco de vida, no havendo assim razo para reclamar o dano. Entretanto, este pedido no merece ser acolhido, uma vez que o adicional de periculosidade serve para bonificar o militar que, no exerccio de sua funo, precisa constantemente se expor a um risco de leso, ao contrrio de inmeras outras profisses. Assim, tal benefcio no abrange eventuais danos causados por terceiros, razo pela qual necessria e adequada sua cobrana via judicial. B) aduz, ainda, a inexistncia do dever de indenizar da ora apelante, sob o argumento de que os danos se deram em razo de caso fortuito. Constatase que a prova testemunhal capaz de demonstrar que, de fato, chovia forte e com vento, mas insuficiente para atestar se os ventos que atingiram o estdio de futebol tinham fora para derrubar parte da parede, e se a mesma estava em perfeito estado de conservao, razo pela qual se faria necessrio, neste caso, a demonstrao por meio de prova pericial, a qual restou inexistente. C) sustenta, ainda, que inexiste o dano moral indenizvel, por no ter sido comprovada a existncia da suposta cicatriz, de qualquer outro tipo de sequela, por no tomar qualquer medicamento em razo dos sofrimentos e, ainda, em razo de no haver prejuzos em seu salrio. Contudo, mesmo inexistindo estas provas, o dever de indenizar nasce do fato de restar incontroverso a existncia de um dano causado na cabea do apelado, o que se sustenta at mesmo pela foto de fl. 14. Alm disso, nota-se que foram necessrias duas semanas para que retornasse ao exerccio de suas atividades, o que se supe tenha ocorrido transtornos em sua vida. Nesse sentido, bem observou a MM. juza a quo s fls. 285-286 que A leso integridade fsica do autor e o sofrimento desta decorrente se caracterizam como danos passveis de indenizao e no necessitam de comprovao, pois existem in re ipsa, ou seja, so suscetveis de gerar a obrigao de indenizar independente de prova de sua efetiva existncia. D) e no que se refere aplicao de multa de 1% sobre o valor da causa, a mesma deve ser mantida, uma vez demonstrado o carter protelatrio dos embargos. No h contradio na r. Sentena recorrida, eis que em momento algum a MM. 131
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Juza a quo afirmou que o apelado teria sofrido ferimentos graves, mas sim que este teria sido o argumento utilizado pelo autor, conforme bem pode se notar fl. 285. A magistrada menciona apenas a existncia de ferimentos sofridos pelo autor, o que incontroverso, como acima mencionado. O que faltou, como j descrito no item b. 1 da apelao 1, foi a prova da extenso do dano para que a parte pudesse ser ressarcida por danos materiais. Diante disso, nota-se o carter exclusivamente protelatrio do recurso, razo pela qual mantenho a deciso. lV. - Por estas razes, dou parcial provimento apelao 1 e nego provimento apelao 2, Curitiba, 24 de abril de 2009. J. S. Fagundes Cunha - Relator 1 in casu, restou incontroverso nos autos que o autor sofreu ferimentos em razo de ser atingido por vrios tijolos que se desprenderam do muro do Estdio Pinheiro, ao final da partida de futebol travada entre o Coritiba Football Club e o Treze da Paraba. 2 a imutabilidade decorrente da coisa julgada no abrange a motivao (RSTJ 90/ 199). Negro, Theotnio e Gouva, Jos Roberto F. Cdigo de processo civil e legislao processual em vigor. 39. ED. Atual. At 16 de janeiro de 2007. - So Paulo: Saraiva, 2007. P. 564, art. 469: 5. (TJPR. ApCiv 0551928-2. Curitiba; Oitava Cmara Cvel; Rel. Des. Jorge de Oliveira Vargas; DJPR 04/05/2009; p. 160). 3.25 TEMA: PUBLICIDADE/PROPAGANDA ENGANOSA A prtica de oferta pblica de produtos ou servios em dissonncia com suas reais caractersticas ou propriedades repelida pelo ordenamento jurdico ptrio e caracteriza ilcito a ser diuturnamente combatido pelo Ministrio Pblico e pelos demais rgos de defesa do consumidor. A propaganda ou publicidade dos produtos e servios postos disposio dos consumidores no mercado h de corresponder com a verdade, alm de ser clara e compreensvel aos seus destinatrios. 3.25.1 Jurisprudncia relacionada: DIREITO DO CONSUMIDOR. ADMINISTRATIVO. NORMAS DE PRO132
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TEO E DEFESA DO CONSUMIDOR. ORDEM PBLICA E INTERESSE SOCIAL. PRINCPIO DA VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR. PRINCPIO DA TRANSPARNCIA. PRINCPIO DA BOA-F OBJETIVA. PRINCPIO DA CONFIANA. OBRIGAO DE SEGURANA. DIREITO INFORMAO. DEVER POSITIVO DO FORNECEDOR DE INFORMAR, ADEQUADA E CLARAMENTE, SOBRE RISCOS DE PRODUTOS E SERVIOS. DISTINO ENTRE INFORMAO-CONTEDO E INFORMAOADVERTNCIA. ROTULAGEM. PROTEO DE CONSUMIDORES HIPERVULNERVEIS. CAMPO DE APLICAO DA LEI DO GLTEN (LEI N 8.543/92 ABROGADA PELA LEI N 10.674/2003) E EVENTUAL ANTINOMIA COM O ART. 31 DO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MANDADO DE SEGURANA PREVENTIVO. JUSTO RECEIO DA IMPETRANTE DE OFENSA SUA LIVRE INICIATIVA E COMERCIALIZAO DE SEUS PRODUTOS. SANES ADMINISTRATIVAS POR DEIXAR DE ADVERTIR SOBRE OS RISCOS DO GLTEN AOS DOENTES CELACOS. INEXISTNCIA DE DIREITO LQUIDO E CERTO. DENEGAO DA SEGURANA. 1. Mandado de Segurana Preventivo fundado em justo receio de sofrer ameaa na comercializao de produtos alimentcios fabricados por empresas que integram a Associao Brasileira das Indstrias da Alimentao - ABIA, ora impetrante, e ajuizado em face da instaurao de procedimentos administrativos pelo PROCON-MG, em resposta ao descumprimento do dever de advertir sobre os riscos que o glten, presente na composio de certos alimentos industrializados, apresenta sade e segurana de uma categoria de consumidores - os portadores de doena celaca. 2. A supervenincia da Lei n 10.674/2003, que ab-rogou a Lei n 8.543/92, no esvazia o objeto do mandamus, pois, a despeito de disciplinar a matria em maior amplitude, no invalida a necessidade de, por fora do art. 31 do Cdigo de Defesa do Consumidor - CDC, complementar a expresso contm glten com a advertncia dos riscos que causa sade e segurana dos portadores da doena celaca. concreto o justo receio das empresas de alimentos em sofrer efetiva leso no seu alegado direito lquido e certo de livremente exercer suas atividades e comercializar os produtos que fabricam. 3. As normas de proteo e defesa do consumidor tm ndole de ordem pblica e interesse social. So, portanto, indisponveis e inafastveis, pois 133
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resguardam valores bsicos e fundamentais da ordem jurdica do Estado Social, da a impossibilidade de o consumidor delas abrir mo ex ante e no atacado. 4. O ponto de partida do CDC a afirmao do Princpio da Vulnerabilidade do Consumidor, mecanismo que visa a garantir igualdade formal-material aos sujeitos da relao jurdica de consumo, o que no quer dizer compactuar com exageros que, sem utilidade real, obstem o progresso tecnolgico, a circulao dos bens de consumo e a prpria lucratividade dos negcios. 5. O direito informao, abrigado expressamente pelo art. 5, XIV, da Constituio Federal, uma das formas de expresso concreta do Princpio da Transparncia, sendo tambm corolrio do Princpio da boa-f Objetiva e do Princpio da Confiana, todos abraados pelo CDC. 6. No mbito da proteo vida e sade do consumidor, o direito informao manifestao autnoma da obrigao de segurana. 7. Entre os direitos bsicos do consumidor, previstos no CDC, inclui-se exatamente a informao adequada e clara sobre os diferentes produtos e servios, com especificao correta de quantidade, caractersticas, composio, qualidade e preo, bem como sobre os riscos que apresentem (art. 6, III). 8. Informao adequada, nos termos do art. 6, III, do CDC, aquela que se apresenta simultaneamente completa, gratuita e til, vedada, neste ltimo caso, a diluio da comunicao efetivamente relevante pelo uso de informaes soltas, redundantes ou destitudas de qualquer serventia para o consumidor. 9. Nas prticas comerciais, instrumento que, por excelncia, viabiliza a circulao de bens de consumo, a oferta e apresentao de produtos ou servios devem assegurar informaes corretas, claras, precisas, ostensivas e em lngua portuguesa sobre suas caractersticas, qualidades, quantidade, composio, preo, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam sade e segurana dos consumidores (art. 31 do CDC). 10. A informao deve ser correta (= verdadeira), clara (= de fcil entendimento), precisa (= no prolixa ou escassa), ostensiva (= de fcil constatao ou percepo) e, por bvio, em lngua portuguesa. 11. A obrigao de informao desdobrada pelo art. 31 do CDC, em quatro categorias principais, imbricadas entre si: a) informao-- con134
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tedo (= caractersticas intrnsecas do produto e servio), b) informao-utilizao (= como se usa o produto ou servio), c) informao-preo (= custo, formas e condies de pagamento), e d) informao-advertncia (= riscos do produto ou servio). 12. A obrigao de informao exige comportamento positivo, pois o CDC rejeita tanto a regra do caveat emptor como a subinformao, o que transmuda o silncio total ou parcial do fornecedor em patologia repreensvel, relevante apenas em desfavor do profissional, inclusive como oferta e publicidade enganosa por omisso. 13. Inexistncia de antinomia entre a Lei n 10.674/2003, que surgiu para proteger a sade (imediatamente) e a vida (mediatamente) dos portadores da doena celaca, e o art. 31 do CDC, que prev sejam os consumidores informados sobre o contedo e alertados sobre os riscos dos produtos ou servios sade e segurana. 14. Complementaridade entre os dois textos legais. Distino, na anlise das duas Leis, que se deve fazer entre obrigao geral de informao e obrigao especial de informao, bem como entre informao-contedo e informao-advertncia. 15. O CDC estatui uma obrigao geral de informao (= comum, ordinria ou primria), enquanto outras Leis, especficas para certos setores (como a Lei n 10.674/03), dispem sobre obrigao especial de informao (= secundria, derivada ou tpica). Esta, por ter um carter mnimo, no isenta os profissionais de cumprirem aquela. 16. Embora toda advertncia seja informao, nem toda informao advertncia. Quem informa nem sempre adverte. 17. No campo da sade e da segurana do consumidor (e com maior razo quanto a alimentos e medicamentos), em que as normas de proteo devem ser interpretadas com maior rigor, por conta dos bens jurdicos em questo, seria um despropsito falar em dever de informar baseado no homo medius ou na generalidade dos consumidores, o que levaria a informao a no atingir quem mais dela precisa, pois os que padecem de enfermidades ou de necessidades especiais so frequentemente a minoria no amplo universo dos consumidores. 18. Ao Estado Social importam no apenas os vulnerveis, mas, sobretudo, os hipervulnerveis, pois so esses que, exatamente por serem minoritrios e amide discriminados 135
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ou ignorados, mais sofrem com a massificao do consumo e a pasteurizao das diferenas que caracterizam e enriquecem a sociedade moderna. 19. Ser diferente ou minoria, por doena ou qualquer outra razo, no ser menos consumidor, nem menos cidado, tampouco merecer direitos de segunda classe ou proteo apenas retrica do legislador. 20. O fornecedor tem o dever de informar que o produto ou servio pode causar malefcios a um grupo de pessoas, embora no seja prejudicial generalidade da populao, pois o que o ordenamento pretende resguardar no somente a vida de muitos, mas tambm a vida de poucos. 21. Existncia de lacuna na Lei n 10.674/2003, que tratou apenas da informao-contedo, o que leva aplicao do art. 31 do CDC, em processo de integrao jurdica, de forma a obrigar o fornecedor a estabelecer e divulgar, clara e inequivocamente, a conexo entre a presena de glten e os doentes celacos. 22. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (STJ. REsp 586.316; Proc. 2003/ 0161208-5. MG; Segunda Turma; Rel. Min. Herman Benjamin; Julg. 17/04/2007; DJE 19/03/2009). PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO RETIDO. PEDIDO DE DILAO PROBATRIA. JULGAMENTO ANTECIPADO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRNCIA. MATRIA UNICAMENTE DE DIREITO. DESPROVIMENTO. Inocorre cerceamento de defesa quando o ru apresenta contestao e tem oportunidade de manifestar-se nos autos, mormente em razo de ser facultado ao magistrado conhecer diretamente do pedido, desprezando a dilao probatria requerida pela demandada, julgando antecipadamente o feito. Processual civil. Apelao. Preliminar de ilegitimidade ativa ad causam. Ministrio Pblico. Propaganda enganosa veiculada na imprensa. Aquisio de produto por vrios consumidores. Interesse coletivo. Legitimidade ativa do rgo ministerial. Rejeio. A propaganda enganosa, consistente na falsa promessa a consumidores de entregar bens durveis, mveis ou imveis, atravs de financiamento, quando, na verdade, se trata de ttulo de capitalizao, legitima o Ministrio Pblico a propor a ao civil pblica. A atuao do Ministrio Pblico na propositura 136
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de aes coletivas deve ser explicada luz do enunciado pela teoria institucional ou objetivista, que justifica a participao do ente estatal (.) cortar a possibilidade de sua atuao, na fase em que vive a nossa sociedade, ser cercear o normal desenvolvimento da tendncia de defesa de interesses metaindividuais, e impedir, atravs da negativa de acesso justia, o reiterado objetivo das modernas leis elaboradas no pas. (STJ. RESP n 177.965 / PR. 4 T.. Rel. Min. Ruy Rosado Aguiar. DJU 18.05.1999). CONSUMIDOR E CONSTITUCIONAL. Apelao. Ao Civil Pblica - Propaganda veiculada na imprensa. Aquisio de bens mveis e imveis. Promessa de entrega em curto lapso temporal. Realidade diversa. Ttulo de capitalizao. Publicidade enganosa. Dano coletivo. Configurao. Pedido de reduo da responsabilidade. Denegao. Desprovimento. Caracteriza propaganda enganosa a promessa de entregar bens mveis e imveis atravs de financiamento sem juros e com um ano de seguro grtis, quando, na verdade, se trata de ttulo de capitalizao ou poupana programada. O artigo 30, do CDC, estabelece que toda mensagem publicitria integra o contrato que vier a ser celebrado. (Toda informao ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicao com relao a produtos e servios oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.). O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos (art. 14, do CDC). (TJPB. AC 200.2003.043728-5/001. Joo Pessoa; Rel. Juiz Conv. Alexandre Targino Gomes Falco; DJPB 17/10/2008. p. 7). PROCESSUAL CIVIL. APELAO CVEL. Ao de repetio de indbito c/c danos morais. Publicidade enganosa por omisso. Inexistncia de clusula limitativa de direito. Excluso das ligaes interurbanas da tarifa promocional. Ilegalidade. Pagamento indevido. Inscrio do nome do devedor em cadastro de proteo ao crdito. Dvida 137
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inexistente. Responsabilidade do credor. Dano moral. Comprovao do prejuzo moral. Desnecessidade. Ocorrncia in re ipsa. Provimento. Havendo a cobrana indevida de tarifas no pactuadas contratualmente, deve o consumidor ser ressarcido, em dobro, pelo valor indevidamente pago, nos termos do pargrafo nico do art. 42 do CDC (repetio de indbito). A inscrio de nome em cadastro de instituio protetora de crdito, por dvidas inexistentes, implica, por si s, dano moral (in re ipsa). A indenizao por dano moral deve ser fixada mediante prudente arbtrio do juiz, dentro da razoabilidade, observadas a capacidade patrimonial do ofensor e a extenso do dano experimentado pelo autor. Ainda, tal importncia no pode ensejar enriquecimento ilcito para o demandante, mas tambm no pode ser nfima, a ponto de no coibir a r de reincidir em sua conduta. (TJPB. AC 200.2005.074.986-6/001. Joo Pessoa; Rel. Juiz Conv. Alexandre Targino Gomes Falco; DJPB 14/10/2008. p. 6). 3.26 TEMA: ERRO MDICO As inmeras e controvertidas discusses em torno da natureza da responsabilidade dos profissionais da rea mdica, por danos causados a pacientes submetidos aos seus cuidados, levaram os tribunais a debruarem-se sobre os casos concretos e conclurem no sentido da aplicao do Cdigo de Defesa do Consumidor e de seu regime de responsabilidades s relaes entre consumidores e profissionais ou hospitais. Avanando no tema, h entendimento recente do STJ, conforme transcrito abaixo, no sentido da possibilidade de inverso do nus da prova em favor do paciente lesado. 3.26.1 Jurisprudncia relacionada: AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO DE INDENIZAO. RECURSO ESPECIAL. ERRO MDICO. PRESCRIO QUINQUENAL. ART. 27 DO CDC. DECISO AGRAVADA. MANUTENO. A orientao desta Corte no sentido de que se aplica o Cdigo de Defesa do Consumidor aos servios mdicos, inclusive no que tange ao prazo prescricional quinquenal previsto no art. 27 do CDC. 138
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Agravo Regimental improvido. (STJ. AgRg-Ag 1.229.919; Proc. 2009/0171270-5. PR; Terceira Turma; Rel. Min. Sidnei Beneti; Julg. 15/04/2010; DJE 07/05/2010). CIVIL E CONSUMERISTA. NUS DA PROVA. INVERSO. AGRAVO RETIDO. ART. 523, 1, DO CPC. DESCUMPRIMENTO. NO CONHECIMENTO. Ao de ressarcimento por danos moral e material. Procedncia do pedido. Cirurgia plstica. Erro. Responsabilidade objetiva do mdico. Inteligncia do art. 14, caput, do Cdigo de Defesa do Consumidor. Conduta e dano evidenciados. Nexo causal existente. Ausncia de excludente de ilicitude. Dano moral configurado. Dever de indenizar. Quantum indenizatrio proporcional ao infortnio experimentado. Dano material comprovado. Indenizao devida. Desprovimento do apelo. No se conhece agravo retido, quando o recorrente no cumpre o disposto no art. 523, 1, do CPC. A responsabilidade do mdico objetiva, fundada no Cdigo de Defesa do Consumidor, respondendo quando demonstrada a prestao defeituosa do servio. Comprovada leso, cumulada aos demais pressupostos da responsabilidade civil, ressoa como indispensvel a reparao, visto ser essa a nica forma de compensar o intenso sofrimento cominado ofendida. O dano moral se projeta com maior nitidez e intensidade no mago das pessoas, prescindindo, assim, de rigorosa demonstrao probatria. Desse modo, provada a ilicitude do fato, necessria a indenizao. Resta configurado o dano moral, quando o autor fizer prova cabal dos prejuzos sofridos, capazes, por si s, de representarem o quantum devido. (TJPB. AC 001.2005.015075-2/001. Rel. Des. Frederico Martinho da Nbrega Coutinho; DJPB 14/05/2010. p.11). RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MDICO. INVERSO. NUS. PROVA. Cuida-se de REsp interposto contra acrdo em agravo de instrumento que, em ao de indenizao ajuizada pela ora agravada, manteve a inverso do nus da prova com fulcro no art. 6, VIII, do CDC. Para a ao, alegou a agravada erro mdico em procedimento cirrgico realizado pelo mdico (agravante), arrolado como ru ao 139
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lado do hospital onde foi realizada a cirurgia. Ressalta a Min. Relatora que, segundo a jurisprudncia do STJ, a responsabilidade subjetiva do mdico (art. 14, 4, do CDC) no exclui a possibilidade de inverso do nus da prova, se presentes os requisitos do art. 6, VIII, do CDC. Nesse caso, deve o profissional demonstrar ter agido com respeito s orientaes tcnicas aplicveis e ter adotado as devidas cautelas. Igualmente, explica que a inverso do nus da prova no implica procedncia do pedido, mas significa apenas que o juzo de origem, em razo dos elementos de prova j trazidos aos autos e da situao das partes, considerou presentes os requisitos do art. 6, VIII, do CDC (verossimilhana da alegao ou hipossuficincia), os quais no podem ser revistos em recurso especial (Smula n. 7-STJ). Diante do exposto, a Turma negou provimento ao agravo regimental. Precedentes citados: REsp 171.988-RS, DJ 28/6/1999, e REsp 696.284-RJ, DJe 18/12/2009. AgRg no Ag 969.015-SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 7/4/2011). 3.27 TEMA: TRANSPORTE AREO A sobrecarga e as deficincias estruturais do sistema de transporte areo nacional findou por levar aos rgos de defesa do consumidor, ao Ministrio Pblico e ao Judicirio um sem nmero de reclamaes que vo desde a falha na prestao dos servios das empresas em terra, a prtica do overbooking, atrasos e cancelamentos de voos, etc., a gerar danos e responsabilidades das empresas de transporte areo com base na legislao consumerista. 3.27.1 Jurisprudncia relacionada: REPARAO DE DANOS. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AREO. Atraso de voo por mais de vinte e quatro horas. Perda de dois dias de hospedagem em hotel. Responsabilidade objetiva da companhia area. Falha na prestao do servio. Dano moral configurado. Quantum indenizatrio mantido, ante as nuances do caso concreto. Afastadas preliminares de suspeio do juiz leigo e cerceamento de defesa. Mantida a condenao pena de litigncia de m-f, ante a 140
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conduta temerria da r. Recurso improvido. (TJRS. Rec. 3310356. 2010. 8. 21. 9000. Porto Alegre; Segunda Turma Recursal Cvel; Rel Des Vivian Cristina Angonese Spengler; Julg. 13/04/2011; DJERS 20/04/2011). CONSUMIDOR. TRANSPORTE AREO INTERNACIONAL. CANCELAMENTO DO VOO. RETOMADA DA VIAGEM NO DIA SEGUINTE. DANOS MATERIAIS COMPROVADOS. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS. VALOR INDENIZATRIO EXACERBADO. REDUO. SENTENA REFORMADA. 1. O artigo 14, 1, da Lei n. 8078/90 atribui ao fornecedor responsabilidade objetiva pelos danos que causar decorrentes da prestao defeituosa dos seus servios, pelo que sua responsabilidade independe da prova de culpa na m prestao de servio. 2. A recorrente no logrou comprovar nenhum fato que exclua sua responsabilidade pelo evento danoso, no sendo suficiente, para tanto, a simples alegao de defeito no aparelho, fato este que no se encontra entre as previses legais de excluso da responsabilidade, estabelecidas no 3, do art. 14, do CDC, que regula casos como o presente, ainda mais quando esta alegao vem desprovida de qualquer prova a respeito do assunto, pelo que a recorrente responsvel pelo pagamento dos danos ocasionados recorrida em face da m prestao do servio de transporte internacional contratado. 3. A recorrente tem a obrigao de ressarcir os gastos com a diria de hotel e txi, despendidos pela recorrida na cidade onde aguardou a continuidade da viagem em virtude do cancelamento do voo, danos materiais estes que restaram devidamente comprovados (fls. 40/41). 4. O valor da indenizao por danos morais deve ser fixado num montante compatvel com as circunstncias da lide, com a condio socioeconmica das partes e com a natureza da ofensa, e com os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade. 5. No havendo provas de uma maior disseminao do dano ou de fatos que permitam aferir a necessidade de uma maior elevao do valor indenizatrio, o valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) se mostra exacerbado. 6. Recurso conhecido e provido em parte. Sentena reformada para reduzir o valor da indenizao por danos morais para R$ 2.000,00 (dois mil reais), devendo o valor ser acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao ms, a teor do 141
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que dispe o art. 406 do Cdigo Civil, c/c, art. 161, 1, do Cdigo Tributrio Nacional, a partir da citao inicial (art. 405 do Cdigo Civil cumulado com art. 219 do Cdigo de Processo Civil) e corrigido monetariamente desde a publicao do presente acrdo, (Smula n. 362 do Superior Tribunal de Justia). Sem custas e sem honorrios advocatcios. (TJDF. Rec. 2007.01.1.122174-2; Ac. 479.605. Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Carlos Bismarck Piske de Azevedo Barbosa; DJDFTE 18/02/ 2011. p.191) . CONSUMIDOR. ATRASO DO VOO. NECESSIDADE DE REPAROS NA AERONAVE. INEXISTNCIA DE PROVA DE CASO FORTUITO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPRESA. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS. VALOR ADEQUADO S CIRCUNSTNCIAS DO CASO. PRINCPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Reparos inesperados em aeronaves constituem motivo de fora maior e excluem a responsabilidade da empresa pelo atraso do voo, entretanto, devem ser comprovados. A mera manuteno atividade rotineira da empresa area e no justifica o atraso. 2. Se da retirada da aeronave para manuteno decorre atraso de voo em trecho domstico com repercusso na perda do trecho internacional, deslocamento do voo para outra cidade (do Rio de Janeiro para So Paulo), atraso de 01 (um) dia na chegada ao destino e perda de locao de veculo e hospedagem em hotel, caracterizados esto os dissabores que autorizam indenizao por danos morais, porque em muito superiores aos transtornos do cotidiano. 3. Afastado o fortuito externo, a empresa area responde objetivamente pelos danos materiais e morais causados aos seus passageiros. 4. O valor da indenizao, arbitrado em R$ 2.000,00 para cada passageiro, mostra-se justo e razovel ao seu fim e adequado s circunstncias do caso em exame. 5. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 6. Sentena mantida por seus prprios e jurdicos fundamentos, com Smula de julgamento servindo de acrdo, na forma do art. 46 da Lei n 9.099/95. 7. Custas processuais e honorrios advocatcios pela apelante, estes fixados em 10% sobre o valor da condenao, nos termos do art. 55 da Lei n 9.099/95. 142
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(TJDF. Rec. 2009.01.1.146016-8; Ac. 477.781. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Asiel Henrique; DJDFTE 08/02/2011. p. 111). JUIZADOS ESPECIAIS. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. CONEXO. JULGAMENTO SIMULTNEO. LEGITIMIDADE PASSIVA DA AGNCIA DE TURISMO. FALHA DO SERVIO DEMONSTRADA. DANO MORAL CARACTERIZADO. RAZOABILIDADE DO VALOR DA INDENIZAO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. O juzo de origem proferiu nica sentena nos processos em que reconhecida a conexo na forma do art. 105 do CPC - nmeros 2009.01.1.197372-6 e 2009 01 1 197378-3 - E o recorrente interps nico recurso. 2. Devidamente demonstrada a existncia de contrato entre as partes, patente a legitimidade passiva ad causam da agncia de turismo em ao deflagrada pelo consumidor com deduo de pretenso indenizatria pelas perdas e danos decorrentes da falha na prestao de servios relativos ao pacote de viagem adquirido (art. 7, pargrafo nico, e art. 25, 1, ambos da Lei n. 8.078/90). Preliminar rejeitada. 3. A informao adequada sobre produtos e servios no mercado de consumo direito do consumidor dos mais relevantes, insculpido no art. 6., III, da Lei n. 8.078/90. O artigo 14, 1, da Lei n. 8078/90 atribui ao fornecedor responsabilidade objetiva pelos danos que causar decorrentes da prestao defeituosa dos seus servios. 4. Os servios prestados, tanto pela agncia de turismo que negociou o pacote turstico internacional quanto pela empresa que realizou o transporte areo, so defeituosos ao no fornecerem a segurana legitimamente esperada de que os embarques de ida e volta, o transporte terrestre e a hospedagem ocorreriam na forma, datas e horrios avenados, e que, em caso de atraso e alteraes de data, itinerrio e hotel, seriam envidados esforos para fornecer informaes adequadas e minimizar os danos decorrentes ao consumidor. Configura-se assim, na hiptese vertente, um quadro de circunstncias com habilidade tcnica de atingir a dignidade do consumidor e causar dano moral indenizvel, por violao a atributo da personalidade, em que a ansiedade, a frustrao e o desconforto se presumem suportados. A devolu143
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o do valor referente perda de uma diria de hotel no local de destino igualmente devida. 5. Observados os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade que informam a fixao da indenizao do dano moral, com inteligncia judicial que considera as circunstncias da lide, a condio socioeconmica das partes, bem como o grau de culpa do causador do dano, a gravidade e intensidade da ofensa moral, prolata sentena que merece ser confirmada. 6. Recurso conhecido e improvido. Sentena mantida por seus prprios fundamentos, com Smula de julgamento servindo de acrdo, na forma do art. 46 da Lei n 9.099/95. Condeno a recorrente ao pagamento de custas processuais e honorrios advocatcios, fixados em 10% sobre o valor da condenao. (TJDF. Rec. 2009.01.1.197378-3; Ac. 475.110. Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel Juza Sandra Reves Vasques Tonussi; DJDFTE 28/01/2011. p. 184). CONSUMIDOR. ATRASO DO VOO. MAU TEMPO. FORA MAIOR. CONEXES IMPREVISTAS. AUSNCIA DE PROVAS QUANTO AO MAU TEMPO. PERDA DE DIRIA DE HOTEL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPRESA. DANOS MORAIS E MATERIAIS CARACTERIZADOS. VALOR ADEQUADO S CIRCUNSTNCIAS DO CASO. PRINCPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Condies climticas adversas constituem motivo de fora maior e excluem a responsabilidade da empresa pelo atraso do voo, entretanto devem ser comprovadas. 2. Afastado o fortuito externo, a empresa area responde objetivamente pelos danos materiais e morais causados aos seus passageiros. 3. O valor da indenizao de R$ 1.500,00 para cada passageiro mostra-se justo e razovel ao seu fim e adequado s circunstncias do caso em exame. 4. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 5. Nos termos do art. 55 da Lei dos Juizados Especiais (Lei n 9.099/95), condeno o apelante ao pagamento de custas processuais e honorrios advocatcios, estes fixados em 10% sobre o valor da condenao. (TJDF. Rec. 2008.07.1.012281-3; Ac. 473.934. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Asiel Henrique; DJDFTE 24/01/2011; p. 280). 144
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REPARAO DE DANOS. LEGITIMIDADE DA REQUERIDA. CONSUMIDOR. TRANSPORTE AREO. OVERBOOKING. ATRASO DE VOO, INVIABIALIZANDO A CHEGADA NO DESTINO NA DATA APRAZADA. DANOS MATERIAIS NO EVIDENCIADOS. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. Pelo CODECON, ser a requerida legtima para responder pela obrigao de reparao dos danos ocasionados em virtude da ineficiente prestao do servio. Alegao da prtica overbooking no desfeita pela r. E, nessa situao, imperioso reafirmar a incidncia do disposto no VIII do ope judicis, responsabilizando-se, assim, a demanda pelo evento. A compra de agasalhos em virtude da realocao do demandante em voo com conexo em Paris no representa prejuzo patrimonial. de se reconhecer, todavia, a obrigao da r em indenizar os danos extrapatrimoniais causados ao autor, em face da extenso dos transtornos sofridos, abalo esse decorrente do desgaste que a situao proporcionou, em atendimento ao carrer lenitivo e dissuasrio da medida, bem como extenso danosa da conduta da r. Sentena reformada. Recuo parcialmente provido. (26.2010.8.21.9000. Porto Alegre; Terceira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Carlos Eduardo Richinitti; julg.14/04/2011; DJERS 25/04/2011). 3 .28 TEMA: AGNCIAS DE VIAGENS/TURISMO A responsabilidade solidria das agncias de viagens ou de turismo, com empresas de transporte areo, redes de hotis, servios de traslados terrestres, enfim com todos que, conjuntamente, negociam pacotes de viagens e turismo, tem sido reiteradamente reconhecida pelos Tribunais ptrios, com base na legislao consumerista, amparando os consumidores que, ao se dirigirem a esses estabelecimentos, depositam total confiana de que suas viagens ocorrero sem transtornos. 3.28.1 Jurisprudncia relacionada: JUIZADOS ESPECIAIS. CONSUMIDOR. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA AGNCIA DE TURISMO. FALHA DO SERVIO DEMONSTRA145
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DA. DANO MORAL CARACTERIZADO. RAZOABILIDADE DO VALOR DA INDENIZAO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Devidamente demonstrada a existncia de contrato entre as partes, patente a legitimidade passiva ad causam da agncia de viagens representante da operadora de turismo, em ao deflagrada pelo consumidor com deduo de pretenso indenizatria pelas perdas e danos decorrentes da relao de consumo (art. 17 da Lei n. 8.078/90). Preliminar rejeitada. 2. O artigo 14, 1, do Cdigo do Consumidor estabelece que o fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados por defeitos relativos prestao de servios que disponibiliza no mercado de consumo. Demonstrado nos autos o inadimplemento da empresa de turismo, que disponibilizou hotel sem infra estrutura adequada, de forma diversa da contratada, a devoluo dos valores vertidos, relativos aos quatro primeiros dias da estada, durante os quais o consumidor buscou, sem sucesso, a soluo do problema, medida que se impe. 3. O mero inadimplemento no rende ensejo ocorrncia de dano moral, todavia, quando as circunstncias excedem o simples descumprimento contratual, violando direitos da personalidade do consumidor, resta configurado o ilcito. Na hiptese vertente, a injustificada demora para o devido e pronto atendimento ao consumidor - que se hospedou em hotel diverso do contratado e sem infra-estrutura adequada - bem como a marcante ineficincia das empresas recorrentes, afrontaram a dignidade do consumidor, dispensando a prova do prejuzo, que se presume, e deve ser indenizado. 4. Se foram devidamente observados os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade que informam a fixao da indenizao do dano moral, a respectiva condenao merece ser confirmada. 5. Recurso conhecido e improvido. Sentena mantida por seus prprios fundamentos. A Smula de julgamento servir de acrdo conforme reza o art. 46 da Lei n. 9.099/95. Condenados os recorrentes ao pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios fixados em 10% (dez) do valor da condenao. (TJDF. Rec. 2010.07.1.020511-4; Ac. 496.161. Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel Juza Sandra Reves Vasques Tonussi; DJDFTE 15/04/2011. p.264). 146
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JUIZADOS ESPECIAIS. CONSUMIDOR. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM AFASTADA. FORNECEDOR QUE INTEGRA CADEIA DE FORNECIMENTO . MRITO. FALHA NA PRESTAO DE SERVIO DE PACOTE TURSTICO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENA MANTIDA PELOS SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS . RECURSO CONHECIDO . PRELIMINAR REJEITADA . IMPROVIDO. 1. parte legtima para responder por qualquer falha na prestao de servio turstico todos os fornecedores que participam da cadeia de fornecimento do pacote turstico (passagem area, hotel, etc..) oferecido diretamente ao consumidor. 2. No caso em questo, restou comprovada a grave sequncia de falhas na prestao de servio contratado (ntido tratamento de descaso com o autor e sua famlia na hospedagem em cidade estranha ao seu domiclio), configurando a responsabilidade do fornecedor, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados ao consumidor por defeitos relativos prestao dos servios. 3. No realizao do pacote turstico, conforme contratado, gera desconforto e aflio ao consumidor que extrapola a situao de meros aborrecimentos da vida cotidiana. 4. Observados os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade, haja vista a durao do tratamento descorts com o consumidor e sua famlia, sentena que fixa valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), para cada autor, a ttulo de reparao por dano moral e, ainda, que considera a gravidade do dano, os incmodos e constrangimentos experimentados pelos consumidores deve ser confirmada. 5. Sentena mantida pelos prprios fundamentos, com Smula de julgamento servindo de acrdo, na forma do art. 46 da Lei n 9.099/95. Preliminar rejeitada. Recurso conhecido e no provido. Condenado o recorrente vencido ao pagamento das custas e honorrios advocatcios que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenao. (TJDF. Rec. 2010.07.1.022741-9; Ac. 491.089. Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel. Juiz Flvio Fernando Almeida da Fonseca; DJDFTE 29/03/2011. p. 440). CONSUMIDOR. APELAO. AO DE INDENIZAO. PACOTE TURSTICO. HOTEL. CANCELAMENTO DE RESERVA. FALHA DA OPERA147
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DORA DE VIAGEM. COMPROVAO. ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA REPARAO. EVIDENCIADOS. PAGAMENTO DE DESPESAS PELO CONSUMIDOR. RESSARCIMENTO. PROCEDNCIA. SENTENA MANTIDA. APELAO. DEVER DE INDENIZAR. CONFIGURAO. VALOR ARBITRADO. IRRISRIO. MAJORAO. NO ACOLHIMENTO. CONDENAO JUSTA. PRINCPIO DA RAZOABILIDADE. ADOTADO. MANUTENO DA QUANTIA. CONTRARRAZES. ALEGAO DE LITIGNCIA DE M-F. NO CONHECIMENTO. ELEIO DA VIA PROCESSUAL INADEQUADA. DESPROVIMENTO. Considerando que o sentenciante, quando do arbitramento da condenao por dano moral, adotou os princpios da razoabilidade e da proporo, no h que se falar em reforma do decisum. No se conhece de temtica nova alegada em contrarrazes, quando tal pugna no fora reiterada pelo recorrente, em seu apelo. Assim, a afirmao de litigncia de m-f no merece conhecimento, tendo em vista que, apesar de interpor recurso prprio, o insurgente limitou-se a postular a majorao dos danos morais. Apelao. Mero dissabor. Inocorrncia. Patrimnio imaterial. Ofendido. Montante indenizatrio. Mantido. Valor proporcional ao dano moral vivenciado. Desprovimento. A frustrao do viajante, em razo do cancelamento da reserva, caracteriza-se como ofensa honra subjetiva, a qual impe o dever de indenizar, cujo valor h de ser moderado e razovel, de acordo com o dano sofrido. No intuito de se perquirir o valor do dano moral, necessrio que se levem em considerao as condies pessoais dos envolvidos, a fim de que no se transponham os limites dos bons princpios e da igualdade que regem as relaes de direito, evitando, por conseguinte, um prmio indevido ao ofendido, indo muito alm da recompensa ao desconforto, ao desagrado, aos efeitos do gravame suportado. (TJPB. AC 001.2008.008463-3/001. Rel. Des. Frederico Martinho da Nbrega Coutinho; DJPB 23/03/2011. p. 5). JUIZADOS ESPECIAIS. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. CONEXO. JULGAMENTO SIMULTNEO. LEGITIMIDADE PASSIVA DA AGNCIA DE TURISMO. FALHA DO SERVIO DEMONSTRADA. DANO MORAL CARACTERIZADO. RAZOABILIDADE DO VALOR DA INDENIZAO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. O juzo de origem proferiu 148
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nica sentena nos processos em que reconhecida a conexo na forma do art. 105 do CPC - nmeros 2009.01.1.197372-6 e 2009 01 1 197378-3 - E o recorrente interps nico recurso. 2. Devidamente demonstrada a existncia de contrato entre as partes, patente a legitimidade passiva ad causam da agncia de turismo em ao deflagrada pelo consumidor com deduo de pretenso indenizatria pelas perdas e danos decorrentes da falha na prestao de servios relativos ao pacote de viagem adquirido (art. 7, pargrafo nico, e art. 25, 1, ambos da Lei n. 8.078/90). Preliminar rejeitada. 3. A informao adequada sobre produtos e servios no mercado de consumo direito do consumidor dos mais relevantes, insculpido no art. 6., III, da Lei n. 8.078/90. O artigo 14, 1, da Lei n. 8078/90 atribui ao fornecedor responsabilidade objetiva pelos danos que causar decorrentes da prestao defeituosa dos seus servios. 4. Os servios prestados, tanto pela agncia de turismo que negociou o pacote turstico internacional quanto pela empresa que realizou o transporte areo, so defeituosos ao no fornecerem a segurana legitimamente esperada de que os embarques de ida e volta, o transporte terrestre e a hospedagem ocorreriam na forma, datas e horrios avenados, e que, em caso de atraso e alteraes de data, itinerrio e hotel, seriam envidados esforos para fornecer informaes adequadas e minimizar os danos decorrentes ao consumidor. Configura-se assim, na hiptese vertente, um quadro de circunstncias com habilidade tcnica de atingir a dignidade do consumidor e causar dano moral indenizvel, por violao a atributo da personalidade, em que a ansiedade, a frustrao e o desconforto se presumem suportados. A devoluo do valor referente perda de uma diria de hotel no local de destino, igualmente devida. 5. Observados os princpios da razoabilidade e da proporcionalidade que informam a fixao da indenizao do dano moral, com inteligncia judicial que considera as circunstncias da lide, a condio socioeconmica das partes, bem como o grau de culpa do causador do dano, a gravidade e intensidade da ofensa moral, prolata sentena que merece ser confirmada. 6. Recurso conhecido e improvido. Sentena mantida por seus prprios fundamentos, com Smula de julgamento servindo de acrdo, na forma do art. 46 da Lei n 149
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9.099/95. Condeno a recorrente ao pagamento de custas processuais e honorrios advocatcios, fixados em 10% sobre o valor da condenao. (TJDF. Rec. 2009.01.1.197378-3; Ac. 475.110. Primeira Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel Juza Sandra Reves Vasques Tonussi; DJDFTE 28/01/2011. p.184) . DIREITO DO CONSUMIDOR. DANO MORAL. AGNCIA DE TURISMO. FORNECEDORA DE SERVIO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. CONTRATO DESCUMPRIDO. RESERVA DO HOTEL CANCELADA, DEIXANDO O CONSUMIDOR DESAMPARADO EM PAS ESTRANGEIRO, TARDE DA NOITE, BUSCANDO NOVO HOTEL PARA HOSPEDAGEM. CONFIGURAO DO DANO MORAL. QUANTUM ARBITRADO MODERADAMENTE. 1. A agncia de turismo, na qualidade de fornecedora de servios, responde objetivamente pelos danos morais que vier a causar ao consumidor, mesmo diante do cancelamento da reserva de hotel feito pela operadora internacional (art. 14, Lei n 8078/90). 2. Submetem-se injusta preocupao, angstia e aflio, causandolhes indiscutveis danos morais, o consumidor que, com prudncia e muita antecedncia, contrata com a agncia de turismo um pacote turstico para sua primeira viagem internacional para Paris, contudo, chegando ao hotel s 22:00 horas, aps longa viagem, surpreendido com a recusa do hotel em aceitar seu voucher de viagem, em face do cancelamento anterior da reserva. 3. Mostra-se justo o valor, quando arbitrado com cautela e moderao, mediante criteriosa considerao das circunstncias que envolveram o fato, das condies pessoais e econmico-financeiras dos envolvidos, assim como do grau da ofensa moral, sem ser, de um lado, suficiente a redundar em enriquecimento ilcito do ofendido e, de outro, no passando despercebido pelo ofensor, afetando-lhe moderadamente o patrimnio financeiro. 4. Recurso conhecido e improvido, para o fim de manter a sentena recorrida na forma que foi lanada, com Smula de julgamento servindo de acrdo, nos termos do art. 46 da Lei n 9.099/95. 5. Condenao no pagamento de R$ 496,02, referente a 04 dias de hospedagem em Paris, e na indenizao por dano moral no valor de R$ 3.000,00. 6. Condeno o recorrente no pagamento de custas processuais e honorrios advocatcios no valor 150
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equivalente a 10% da condenao, nos termos do art. 55 da Lei n 9.099/95. (TJDF. Rec. 2007.01.1.111907-3; Ac. 472.561. Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e Criminais do Df; Rel Juza Leonor Aguena; DJDFTE 17/01/2011. p. 214). 3.29 TEMA: FIDELIZAO A clusula de fidelizao, popularizada nos contratos de prestao de servios de telefonia mvel ou de internet, pela qual o consumidor se compromete a efetuar o pagamento de multa na hiptese de resciso contratual, pode vir a ser considerada abusiva em determinadas hipteses, especialmente quando h falhas na prestao do servio contratado ou falta de informao adequada ao consumidor das condies contratuais. 3.29.1 Jurisprudncia relacionada: RECURSO CVEL INOMINADO-DEMANDA INDENIZATRIA POR DANOS MORAIS. MODEM DE INTERNET. SERVIOS NO PRESTADOS AO CONSUMIDOR. RESCISO CONTRATUAL POR FALHA NA PRESTAO DE SERVIOS. MULTA POR QUEBRA DE FIDELIZAO. INAPLICAO EM CASO DE RESILIO CONTRATUAL POR CULPA DA OPERADORA DO SETOR DE TELEFONIA. NEGATIVAO EM RGO DE PROTEO AO CRDITO. DANO MORAL. CONFIGURAO. VALOR INDENIZATRIO. CONFORMAO COM AS FINALIDADES LEGAIS. SENTENA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. A responsabilidade civil do fornecedor em decorrncia de vcio na prestao de servio objetiva, em face da sua condio de prestador de servios que lhe impe o dever de zelar pela perfeita qualidade do servio prestado, inclusive, o dever de informao. A negativao em rgos de proteo ao crdito gera o chamado dano moral puro, que dispensa a prova de sua ocorrncia. Deve ser mantido o valor indenizatrio que se apresenta em conformidade com a finalidade reparatria e pedaggica atinentes aos danos morais. (TJMT. RCIN 3214/2010. Terceira Turma Recursal; Rel. Des. Sebastio de Arruda Almeida; Julg. 25/03/2011; DJMT 27/04/2011.p. 40). 151
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DANO MORAL. FURTO DO APARELHO CELULAR. MULTA DE FEDILIZAO. COBRANA INDEVIDA. AUSNCIA DE OFENSA HONRA OBJETIVA. DANOS MORAIS NO CONFIGURADOS. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. A legalidade da clusula de fidelizao, em regra, est intimamente ligada aos benefcios auferidos pelo consumidor quando da celebrao do contrato. Entretanto, ser abusiva, quando o rompimento da relao jurdica se der em decorrncia de furto do aparelho celular, fato que impossibilita a continuidade dos servios na forma contratada. A simples cobrana da multa contratual, decorrente da clusula de fidelizao, que posteriormente foi declarada ilegal, por no ser damnum in re ipsa, no emerge o direito a indenizao, por dano moral, embora seja uma conduta reprovvel, se inexistir prova de ter atingido o bom nome, a reputao ou a imagem do consumidor. (TJMT. RCIN 3178/2010. Terceira Turma Recursal; Rel. Des. Valmir Alarcio dos Santos; Julg. 25/03/2011; DJMT 27/04/2011. p. 39) CONSUMIDOR. TELEFONIA. POSSIBILIDADE DE RESCISO DO CONTRATO SEM NUS PARA O AUTOR QUANDO DEMONSTRADO O INADEQUADO FUNCIONAMENTO DO SERVIO. Desatendimento pela r do nus probatrio que se lhe impunha, qual seja, o de demonstrar os fatos impeditivos ao direito do autor (art. 333, inciso II, do CPC), pois deveria a r ter demonstrado, diante do aparato tecnolgico que possui, o adequado funcionamento do servio. Deciso que, ao reconhecer como devidos os valores contidos nas faturas vencidas at ento, foi amplamente favorvel ao fornecedor, que apenas est a reclamar do afastamento da multa por fidelizao. Correta a deciso quanto a este ponto, j que no seria possvel exigir do consumidor a manuteno do vnculo em face da inadequada prestao do servio. Pretenso cujo acolhimento consistiria em um prmio a ineficincia. Recurso improvido. Sentena mantida por seus prprios fundamentos. (TJRS. Rec. 42907-48.2010.8.21.9000. Canela; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Luiz Antonio Alves Capra; Julg. 14/04/2011; DJERS 25/04/2011). CONSUMIDOR. TELEFONIA MVEL. FALHA NA PRESTAO DE SERVIO. RESCISO CONTRATUAL SEM A INCIDNCIA DA MULTA DE FIDE152
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LIZAO. 1. A r no logrou xito em comprovar a regularidade do sinal de telefonia na localidade da residncia da demandante, nus que lhe incumbia, nos termos do art. 333, II, do CPC. 2. Obrigao da empresa em prestar informaes adequadas consumidora, quando da contratao dos servios de telefonia (art. 6, III c/c art. 31, ambos do CDC). 3. Impe-se, no caso, a resciso contratual sem a multa de fidelizao, tendo em vista a culpa exclusiva da empresa por haver falha na prestao de servio. Recurso improvido (TJRS. Rec. 24298-17.2010.8.21.9000; Torres; Primeira Turma Recursal Cvel; Rel. Des. Edson Jorge Cechet; Julg. 14/04/2011; DJERS 25/04/2011). 3.30 OUTRAS PRTICAS ABUSIVAS A dinamicidade das relaes, em uma sociedade de consumo em massa como a nossa, gera incalculveis conflitos das mais variadas matizes, o que torna impossvel uma previso taxativa e definitiva de situaes de abusividade. Inmeros so os casos novos que, diariamente, inundam os Procons, o Ministrio Pblico e o Judicirio em todo o pas, exigindo do defensor dos direitos do consumidor que se mantenha atualizado do ponto de vista doutrinrio e jurisprudencial para que possa enfrentar essas questes inspirado nos princpios e normas insculpidos no microssistema de defesa do consumidor. 3.30.1 Jurisprudncia relacionada: CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AO DE INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. EMBARGOS DE DECLARAO. OMISSO, CONTRADIO OU OBSCURIDADE. NO OCORRNCIA. RECUSA INDEVIDA DE CHEQUE. ALEGAO DE QUE NO H PROVISO DE FUNDOS. CONFIGURAO DE DANOS MORAIS. COMPRA REALIZADA POR OUTRA FORMA DE PAGAMENTO. IRRELEVNCIA. Aps recusa da sociedade empresria em receber cheque emitido pelo consumidor, sob o falso argumento de que no havia proviso de fundos, o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante carto de dbito em conta 153
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corrente. - Embora o cheque no seja ttulo de crdito de aceitao compulsria no exerccio da atividade empresarial, a sociedade empresria, ao possibilitar, inicialmente, o pagamento de mercadoria por meio desse ttulo, renunciou sua mera faculdade de aceitao e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa, sob pena de violao ao princpio da boa-f objetiva. - Na hiptese julgada, no foi demonstrada justa causa para a recusa do cheque, sobretudo porque, na data da emisso deste, havia proviso de fundos em conta corrente, bem como o nome da recorrente no estava inscrito em cadastros de proteo ao crdito. - Destarte, a recusa indevida de cheque, sob a alegao inverdica de que no h proviso de fundos, ocasiona danos morais in re ipsa. Ademais, a utilizao de outra forma de pagamento e a posterior realizao do negcio jurdico no ilidiram a conduta ilcita j consumada. Recurso Especial provido. (STJ. REsp 981.583; Proc. 2007/0200290-3. PR; Terceira Turma; Rel Min Ftima Nancy Andrighi; Julg. 23/03/2010; DJE 01/07/2010). EMBARGOS INFRINGENTES. AO CIVIL PBLICA. PRELIMINAR DE NO CONHECIMENTO DO APELO QUANTO AOS PEDIDOS DE MAJORAO DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS. MATRIA PREJUDICADA. MRITO. INVALIDAO DE CLUSULA CONTRATUAL. CRDITOS PARA CELULAR PR-PAGO. PRAZO DE VALIDADE. CLSULA ABUSIVIDA RECONHECIDA. PREVALNCIA DO VOTO MINORITRIO. RECURSO PROVIDO POR MAIORIA. 01. O apelo no merece ser conhecido na parte em que o embargante requereu a majorao dos honorrios advocatcios, uma vez que, com o provimento do apelo, por maioria, houve a fixao de novos honorrios em seu desfavor, ficando a questo prejudicada. 02. abusiva a clusula contratual, nos contratos de telefonia mvel, que estabelece prazo mnimo de 90 (noventa) dias para que o usurio utilize os crditos comprados, uma vez que representa manifesta e exagerada desvantagem para o consumidor, ao passo em que importa em pagamento de servio sem a correspondente contraprestao. 03. Ademais, atenta contra o objeto do contrato, pois restringe direitos e obrigaes inerentes prpria natureza, esvaziando o contedo da obrigao do forne154
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cedor. 04. Prevalncia do voto minoritrio, no sentido de declarar a abusividade da referida clusula inserta nos contratos de telefonia mvel pelas rs. 05. Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte, provido, por maioria. Vencido o relator. (TJDF. Rec. 2002.01.1.084384-4; Ac. 433.843. Terceira Cmara Cvel; Rel. Desig. Des. Romeu Gonzaga Neiva; DJDFTE 16/07/2010. p.37).
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CAPTULO 4:
4 ENUNCIADOS DE SMULAS DO STF E DO STJ RELACIONADOS DEFESA DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
SMULAS DO STF
NMERO 28
TEOR O estabelecimento bancrio responsvel pelo pagamento de cheque falso, ressalvadas as hipteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista.
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Salvo se tiver havido premeditao, o suicdio do segurado no perodo contratual de carncia no exime o segurador do pagamento do seguro.
vedada a capitalizao de juros, ainda que expressamente convencionada. Em contrato de transporte, inoperante a clusula de no indenizar. A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, no elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ao regressiva.
454 492
Simples interpretao de clusulas contratuais no d lugar a recurso extraordinrio. A empresa locadora de veculos responde, civil e solidariamente com o locatrio, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado.
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SMULAS DO STF
TEOR Compete Justia Estadual, em ambas as instncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S.A. O ministrio pblico tem legitimidade para promover ao civil pblica cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
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Ofende o princpio da livre concorrncia lei municipal que impede a instalao de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada rea.
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SMULAS DO STJ
TEOR A fixao do horrio bancrio, para atendimento ao pblico, O avalista do ttulo de crdito vinculado a contrato de mtuo tambm responde pelas obrigaes pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidrio. A comisso de permanncia e a correo monetria so inacumulveis. A aquisio, pelo segurado, de mais de um imvel financiado pelo Sistema Financeiro da Habitao, situados na mesma localidade, no exime a seguradora da obrigao de pagamento dos seguros. Compete Justia Estadual processar e julgar causa relativa a mensalidade escolar cobrada por estabelecimento particular de ensino. Incide correo monetria sobre as prestaes pagas, quando de sua restituio, em virtude da retirada ou excluso do participante de plano de consrcio. So cumulveis as indenizaes por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. Prescreve em vinte anos a ao para haver indenizao, por responsabilidade civil, de sociedade de economia mista. Compete justia comum estadual processar e julgar as causas cveis em que parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
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SMULAS DO STJ
TEOR Incide correo monetria sobre dvida por ato ilcito a partir da Os juros moratrios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. O seguro de vida cobre o suicdio no premeditado. A comprovao da mora imprescindvel busca e apreenso do bem alienado fiduciariamente. A falta de registro do compromisso de compra e venda de imvel no dispensa a prvia interpelao para constituir em mora o devedor. A terceiro de boa-f no oponvel a alienao fiduciria no anotada no certificado de registro do veculo automotor. A ao de indenizao do segurado em grupo contra a seguradora prescreve em um ano. ilegal condicionar a renovao da licena de veculo ao pagamento de multa, da qual o infrator no foi notificado. A empresa responde, perante o cliente, pela reparao de ano ou furto de veculo ocorridos em seu estacionamento. nula a clusula contratual que sujeita o devedor a taxa de juros divulgada pela ANBID/CETIP. admissvel ao declaratria, visando a obter certeza quanto exata interpretao de clusula contratual. Prescreve em vinte anos a ao para obter, do construtor, indenizao por defeitos da obra.
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SMULAS DO STJ
NMERO 199
TEOR Na execuo hipotecria de crdito vinculado ao Sistema Financeiro da Habitao, nos termos da Lei n 5.741/71, a petio inicial deve ser instruda com, pelo menos, dois avisos de cobrana.
221
So civilmente responsveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicao pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietrio do veculo de divulgao.
227 229
A pessoa jurdica pode sofrer dano moral. O pedido do pagamento de indenizao seguradora suspende o prazo de prescrio at que o segurado tenha cincia da deciso.
259 278
A ao de prestao de contas pode ser proposta pelo titular de conta-corrente bancria. O termo inicial do prazo prescricional, na ao de indenizao, a data em que o segurado teve cincia inequvoca da incapacidade laboral.
283
As empresas administradoras de carto de crdito so instituies financeiras e, por isso, os juros remuneratrios por elas cobrados no sofrem as limitaes da Lei de Usura.
285 286
Nos contratos bancrios posteriores ao Cdigo de Defesa do Consumidor, incide a multa moratria nele prevista. A renegociao de contrato bancrio ou a confisso da dvida no impede a possibilidade de discusso sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.
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SMULAS DO STJ
TEOR A Taxa Bsica Financeira (TBF) no pode ser utilizada como indexador de correo monetria nos contratos bancrios. A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pode ser utilizada como indexador de correo monetria nos contratos bancrios. A restituio das parcelas pagas a plano de previdncia privada deve ser objeto de correo plena, por ndice que recomponha a efetiva desvalorizao da moeda.
Nos planos de previdncia privada, no cabe ao beneficirio a devoluo da contribuio efetuada pelo patrocinador. A Taxa Referencial (TR) indexador vlido para contratos posteriores Lei n. 8.177/91, desde que pactuada. O Cdigo de Defesa do Consumidor aplicvel s instituies financeiras. O alongamento de dvida originada de crdito rural no constitui faculdade da instituio financeira, mas, direito do devedor nos termos da lei.
abusiva a clusula contratual de plano de sade que limita no tempo a internao hospitalar do segurado. O Cdigo de Defesa do Consumidor aplicvel relao jurdica entre a entidade de previdncia privada e seus participantes. Para a repetio de indbito, nos contratos de abertura de crdito em conta-corrente, no se exige a prova do erro. A inscrio do nome do devedor pode ser mantida nos servios de proteo ao crdito at o prazo mximo de cinco anos, independentemente da prescrio da execuo.
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SMULAS DO STJ
NMERO 327
TEOR Nas aes referentes ao Sistema Financeiro da Habitao, a Caixa Econmica Federal tem legitimidade como sucessora do Banco Nacional da Habitao.
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legtima a cobrana da tarifa bsica pelo uso dos servios de telefonia fixa. A pedido do assinante, que responder pelos custos, obrigatria, a partir de 1 de janeiro de 2006, a discriminao de pulsos excedentes e ligaes de telefone fixo para celular.
Cabe ao rgo mantenedor do Cadastro de Proteo ao Crdito a notificao do devedor antes de proceder inscrio. A correo monetria do valor da indenizao do dano moral incide desde a data do arbitramento. No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja clusula resolutiva expressa, necessria a notificao prvia do arrendatrio para constitu-lo em mora.
Caracteriza dano moral a apresentao antecipada de cheque pr-datado. Nos contratos bancrios no regidos por legislao especfica, os juros moratrios podero ser fixados em at 1% ao ms. Nos contratos bancrios, vedado ao julgador conhecer, de ofcio, da abusividade das clusulas. A estipulao de juros remuneratrios superiores a 12% ao ano, por si s, no indica abusividade.
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SMULAS DO STJ
NMERO 385
TEOR Da anotao irregular em cadastro de proteo ao crdito, no cabe indenizao por dano moral, quando preexistente legtima inscrio, ressalvado o direito ao cancelamento. lcita a cumulao das indenizaes de dano esttico e dano moral. A simples devoluo indevida de cheque caracteriza dano moral. O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo clusula expressa de excluso. legtima a cobrana da tarifa de gua fixada de acordo com as categorias de usurios e as faixas de consumo. A ao de repetio de indbito de tarifas de gua e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Cdigo Civil. Nos contratos vinculados ao SFH, a atualizao do saldo devedor antecede sua amortizao pelo pagamento da prestao. Pactuada a correo monetria nos contratos do SFH pelo mesmo ndice aplicvel caderneta de poupana, incide a taxa referencial (TR) a partir da vigncia da Lei n. 8.177/1991. Aplica-se o Cdigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de sade.
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CAPTULO 5:
5 LINKS PARA OBTENO DE MODELOS DE PEAS PARA A DEFESA JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL DO CONSUMIDOR CAOP do Consumidor do Ministrio Pblico de Gois (Aes Civis Pblicas e outras, Jurisprudncia, Legislao especfica, Portarias, Recomendaes, Termos de Ajustamento de Conduta, Termos de Cooperao Tcnica, Notas Tcnicas do DPDC). http://bit.ly/k1HiXT Portal Consumidor do Ministrio Pblico do Rio Grande do Sul (Termos de Ajustamento de Conduta, Jurisprudncia, Legislao, Recomendaes e Pareceres). http://bit.ly/ijR0Pj CAOP do Consumidor do Ministrio Pblico do Paran (Legislao, Jurisprudncia, Smulas e Material de Apoio por Assunto). http://bit.ly/lAbZvD 3 Cmara de Coordenao e Reviso do MPF Consumidor e Ordem Econmica (Aes Civis Pblicas, Termos de Ajustamento de Conduta e Recomendaes) http://bit.ly/lZzef4
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CAPTULO 6:
6 LINKS TEIS AO PROMOTOR DE DEFESA DO CONSUMIDOR ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas: http://www.abnt.org.br/ ABRICEM - Associao Brasileira de Compatibilidade Eletromagntica: http://www.abricem.com.br/ AESA/PB: http://www.aesa.pb.gov.br/ ANA Agncia Nacional de guas: http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx ANATEL - Agncia Nacional de Telecomunicaes: http://www.anatel.gov.br/ ANEEL - Agncia Nacional de Energia Eltrica: http://www.aneel.gov.br/ ANP - Agncia Nacional de Petrleo: http://www.ant.gov.br/ ANS Agncia Nacional de Sade Suplementar: http://www.ans.gov.br/ ANVISA: www.anvisa.gov.br ANTT Agncia Nacional de Transportes Terrestres: http://www.antt.gov.br BC - Banco Central do Brasil: http://www.bcb.gov.br/ BRASILCON: http://www.brasilcon.org.br/web/home.asp 167
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CADE Conselho Administrativo de Defesa Econmica: http://www.cade.gov.br/ CAGEPA: http://www.cagepa.pb.gov.br/portal/ CFF - Conselho Federal de Farmcia: http://www.cff.org.br/ Conselho Federal de Medicina: http://portal.cfm.org.br/ CONAR - Conselho Nacional de AutoRegulamentao Publicitria: http://www.conar.org.br/ Corpo de Bombeiros da Paraba: http://www.bombeiros.pb.gov.br/ CTNBio - Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana: http://bit.ly/jJG691 DPDC: http://portal.mj.gov.br/DPDC/data/Pages/ MJ5E813CF3PTBRNN.htm EMBRATUR - Empresa Brasileira de Turismo: http://www.braziltour.com/index.html?ocale=pt BR ENERGISA: http://www.energisa.com.br/paraiba/default.aspx IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor: http://www.idec.org.br/ INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial: http://www.inmetro.gov.br/ IQB - Instituto da Qualidade do Brinquedo: http://www.iqb.org.br Instituto de Tecnologia de Alimentos: http://www.ital.sp.gov.br/ 168
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IPT - Instituto de Pesquisas Tecnolgicas: http://www.ipt.br/ MPCON: http://www.mpcon.org.br/site/portal/default.asp Ministrio da Agricultura e do Abastecimento: http://www.agricultura.gov.br Ministrio da Sade: http://www.saude.gov.br Ministrio da Justia: http://www.mj.gov.br Portal do Consumidor: http://www.portaldoconsumidor.gov.br/index.asp Procon So Paulo: http://www.procon.sp.gov.br/ Procon Estadual: http://www.procon.pb.gov.br/ Procon Municipal de Joo Pessoa: http://www.joaopessoa.pb.gov.br/secretarias/procon/ Procon Municipal de Campina Grande: http://www.proconcg.com/ Proteste Associao Brasileira de Defesa do Consumidor: http://www.proteste.org.br/ SDE - Secretaria de Direito Econmico: http://www.abnt.org.br/ STTRANS/JP: http://www.joaopessoa.pb.gov.br/secretarias/sttrans/ SUSEP- Superintendncia de Seguros Privados: http://www.susep.gov.br 169
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REFERNCIAS
MACHADO, Antnio Claudio da Costa. A interveno do Ministrio Pblico no processo civil brasileiro. 2. ed. So Paulo: Saraiva, 1989. GRINOVER, Ada Pelligrini et al. Cdigo brasileiro de defesa do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. GARCIA, Leonardo Medeiros. Direito do consumidor: Cdigo comentado e jurisprudncia. 3. ed. Niteroi : Impetus, 3007.
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ANOTAES
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