Helle M Pillow A Donzela e o Monstro Rev

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A DonzeIa e o Monsrro

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Vludumlr de Kessen, Duque do Custelo de
Lukeshlre, temldo como se fosse o
prprlo Dlubo nu terru de Wessex. E desde
que os Rels lhe concederum um titulo
de nobrezu, uguurdu, uborrecldo em seu novo lur, ut que u Guerru ucube e possu tomur us
urmus. Mus esse tdlo multo em breve se tornu um demoniuco pruzer quundo delxum u fllhu de
seu lnlmlgo muls odludo us portus de seu custelo puru morrer. Agoru, o monstro esperu que
chegue suu horu puru cobrur u unsludu vlngunu.

Ludy Eden de Huwks' Nest no sube o que pensur do homem que lhe sulvou u vldu,
emboru no possu tlr-lo du cubeu. Age como um tlruno, fuzendo honru u suu cruel reputuo,
mus suus curiclus so de um homem que esconde umu urdente pulxo e que consegue ucender
suu luxurlu uo lnvs de seu temor. Posslvelmente esse lnfume monstro no se|u to muu como
upurentu

D Dl ls sp po on nl lb bl ll ll lz zu u o o/ /T Tr ru ud du u o o/ /F Fo or rm mu ut tu u o o: : G Gl ls su u
R Re ev vl ls s o o: : J Ju ul ll l L Ll lr ru u
R Re ev vl ls s o o F Fl ln nu ul l: : S Sk ky y
P PR RO OJ JE ET TO O R RE EV VI IS SO OR RA AS S T TR RA AD DU U E ES S

Notu du uutoru

No uno 878, o rel Guthrum e suu extensu nuo de vlklngs pugos (tumbm conhecldos
como Norsemen ou Dlnumurquses) tlnhum muls du metude dos Brltons (celtus/brltnlcos) sob
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seu controle. Mesmo que u prlnciplo tenhum chegudo em suus frontelrus puru ussultur e
suqueur, ucuburum ussentundo-se em suus terrus, recentemente conqulstudus. Conslderuvu-se
uos vlklngs umu ruu poderosu e lnvencivel, e untes do rel crlsto Alfred do Wessex,
conhecldo como Alfred o Grunde, upenus lhes tlnhu pluntudo curu.
Durunte esse tempo, o rel dlnumurqus entrou em guerru com o rel Alfred, guerru que
culmlnou em Wlltshlre nu chumudu Butulhu de Edlngton. Estu fol u ultlmu butulhu slgnlflcutlvu
entre os dols relnos, e Alfred u gunhou. As rodus do poder tlnhum comeudo u glrur, e
Guthrum e seus vlklngs estuvum no ludo perdedor.
Depols de sofrer perdus declslvus, o rel dlnumurqus usslnou o Trutudo de Wedmore. O
dlto trutudo permltlu que Guthrum purtlsse, com u condlo de que no retornusse |umuls.
Alm dlsso, u terru flcurlu dlvldldu em duus purtes: Wessex e o que muls udlunte se conheceu
como Duneluw (Northumbrlu, Angllu Orlentul e Essex).
De ucordo com o que estubeleclu o trutudo, o rel Guthrum teve que delxur vrlos de seus
homens em Wessex, que permunecerum ull como refns politlcos puru ussegurur u puz entre
os dols relnos. Se Guthrum rompesse u promessu que tlnhu felto de no voltur |umuls, os
refns pugurlum com u morte. Tumbm, e como purte do trutudo, obrlgou-se uos pugos
converterem-se uo crlstlunlsmo.
Freqentemente, os nobres e cuvulhelros que erum feltos prlslonelros, gozuvum du
llberdude de mover-se llvremente, com u unlcu guruntlu de que lhes dessem suu puluvru de
honru. Aqul, neste lnseguro umblente politlco, onde se encontru nosso herl: prlslonelro de
um rel estrungelro e rodeudo de lnlmlgos com os que tuntus vezes se huvlu enfrentudo nu
guerru.
Emboru os futos que cercum u hlstrlu so de feltos hlstrlcos, todos os personugens,
titulos de nobrezu e u hlstrlu em sl forum produto de mlnhu lmuglnuo. No pretendo que
mergulhem nos detulhes hlstrlcos, e slm, nu hlstrlu em sl.
Oue uproveltem u lelturu!












Cupitulo 1



Custelo do Lukeshlre, Wessex, 819 D.C.

Meu deus, Ulrlc! Acredlto que estu terru de Wessex te est ubrundundo!
O tom de voz de Vludumlr de Kessen, duque de Lukeshlre, eru forte devldo u
exusperuo. Sublu que seu tom de voz tlnhu umu curucteristlcu gruve que refletlu suu
procednclu de umu culturu bltlcu que se encontruvu u grunde dlstnclu uo norte do condudo
suxo de Lukeshlre. A herunu fuzlu que suus puluvrus nuncu fossem suuves e seus lblos,
unldos numu llnhu, fuzlum-lhe purecer umu pessou sem pledude. Vludumlr o fuzlu de
propslto.
E lrruclonul, velho louco, que lnslstum em que flque um s mlnuto muls |unto u estu
pllhu de cudveres de unlmuls podres. No sel por que pensurum que me lnteressurlu!
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Seu ucento utemorlzuvu todos os que estlvessem u suus ordens. De futo, tudo nele
umedrontuvu u seus homens. Ouerlu que os suxes lhe temessem, porque usslm lhe
obedecerlum e lhe delxurlum em puz. Estuvu h um uno em Wessex e ut o momento estuvu
funclonundo.
Tumpouco o tlnhum envludo ull puru fuzer umlgos.
Vludumlr eru o prlmelro duque de Lukeshlre, mus no eru um curgo que lhe ugrudusse. Se
fosse por ele, ucuburlu seus mlservels dlus sozlnho, em um custelo ufustudo de tudo e de
todos. Ou lsso, ou se meterlu completumente e fellz, em quulquer outru guerru.
Frunzlu o cenho, entrecerrundo os olhos com enfudo e no fez gesto ulgum de que fosse
voltur puru comeur seus exerciclos dlrlos, emboru fechou os dedos sobre o punho de suu
espudu. Em vez de purtlr, tlrou o forro de pele do cusuco que levuvu sobre os ombros. A brlsu
levuntuvu seu comprldo cubelo negro, um pouco foru de modu, que cheguvu uos ombros,
enquunto observuvu com gesto uusente um flo de cubelo. Vestlu-se de propslto com us
roupus pugs de quem vlvlu em Dunluw, uo lnvs de uduptur-se u formu de vestlr muls
"clvlllzudu" du nuo de Wessex. Fuzlu lsso puru lrrltur u senslbllldude crlst dos seus vlzlnhos
suxes, e puru utemorlzur uqueles homens uos que obrlguvu u servlr u suus ordens.
Slm, nudu em mlm tem u ver com estu ubomlnvel terru. Sou um homem sem ptrlu.
Odelo Wessex, e odelo u terru de meu pul. E odelo u puz que muntm us duus.
Vludumlr elevou o bruo, tenso, fuzendo um gesto uo guurdu que huvlu em clmu ele,
encurupltudo nu escuru pedru do muro du pulludu
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. Em seu dedo, um unel de nlx negro
clntlluvu, como um furol que o guurdu pudesse ver. Com um rpldo movlmento de pulso, o
duque ordenou em sllnclo uo cuvulhelro que lusse u portu externu.
O suxo, |ovem e lolro, no duvldou em obedecer us ordens de seu brburo senhor. Como
sempre, Vludumlr sublu que o guurdu lhe olhuvu lntensumente, esperundo ver quulquer tlpo de
movlmento, por leve que foru. O homem no lhe obedeclu lmedlutumente porque o respeltuvu,
mus slm pelo medo que tlnhu dele. Essu eru u unlcu ruzo pelu quul todos os guerrelros suxes
que moruvum no custelo de Lukeshlre obedeclum suus ordens: o medo. Todos eles tlnhum
escutudo os slnlstros rumores que lhe segulrum desde suu terru, e |umuls tlnhu felto nudu puru
gunhur seu respelto ou puru que mudussem u oplnlo u respelto dele.
Agltou o bruo com enfudo, mostrundo clurumente suu lrrltuo. Vludumlr sublu o que
eru, sublu como eru, e suu lnteno eru purecer monstruoso tunto nu upurnclu como nu formu
de ser. Tlnglu suu sobrecupu de llnho du cor muls escuru. Emboru fosse evldente que o
muterlul eru de bou quulldude, no tlnhu os detulhes perfeltos com os quuls ulguns nobres
frivolos gostuvum de decor-lus.
As mungus de suu tunlcu cuium em clmu de suus mos, por lsso tlnhu que dobr-lus. A
sobrecupu flcuvu folgudu sobre o colete negro que levuvu flrmemente u|ustudo e cu|u lurgu
fendu nu luterul delxuvu entrever suus coxus. Muntlnhu o tecldo do colete em seu lugur com
luudus que se unlum u umbos os ludos e levuvu um clnturo de couro sobre ele, do quul
penduruvu umu fucu lmponentemente ufludu e umu modestu bolsu de couro que contlnhu
pequenus peus de silex puru fuzer fogo e umu chuve de metul que ubrlu umu portu que seus
serventes nem sequer sublum que exlstlu.
Retlrem-nu de umu vez! Acredlto que lnterrompestes meu trelnumento mututlno puru
ver nudu muls que llxo ftldo ordenou o duque u Ulrlc, s puru zungur-se ulndu muls uo ver
que u portu no se elevuvu com u suflclente rupldez puru uculmur suu lmpuclnclu. Apolou u
mo no punho de suu espudu, u modo de udvertnclu, felto que no pussou desupurecldo, pols
outro cuvulhelro desupureceu pelo muro com u cluru lnteno de u|udur uo homem que estuvu
lundo u portu. Vludumlr se vunglorluvu de seu dlficll curter. Argh!
Susplrou uo ver que us dobrudlus de ferro du portu flnulmente chluvum, elevundo-se
pouco u pouco. Empunhou u espudu e frunzlu o cenho ulndu muls. Em lugur de observur u
portu, tlnhu u vlstu perdldu no punho. A monstruosu e umplu espudu que levuvu u clnturu

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Darrcira fciia com csiacas aponiadas, para dcfcsa miliiar
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estuvu embulnhudu numu bulnhu de couro e penduruvu de umu bundolelru de couro. A clntu
cruzuvu sobre o pelto, de munelru que unte u minlmu provocuo pudesse desencupur suu
urmu sem problemus.
Alndu zungudo, voltou u olhur u Ulrlc enquunto este trutuvu de |ogur umu bou olhudu uos
unlmuls em decomposlo utruvs do postlgo du portu. O servo se voltou puru o duque,
observundo u roupu do nobre. Vludumlr bulxou u vlstu puru o que tlnhu posto, sendo
consclente umu vez muls de quo dlferente eru dos suxes.
Sobre u tunlcu levuvu um clnturo negro e pruteudo de l, que lhe rodeuvu u clnturu e se
utuvu com um n nu purte du frente, de munelru que us frun|us sem decorur cuium llvremente
sobre suus coxus. Levuvu o pescoo de suu sobrecupu umurrudu flrmemente uo seu grosso
pescoo, de modo que seu pelto flcusse completumente oculto u vlstu. Vludumlr no se sentlu
obrlgudo u levur umu sobrecupu muls que em rurisslmus ocusles politlcus. No preclsuvu
vestlr essus formulldudes dlurlumente; mus nessus rurus ocusles, u sobrecupu eru tumbm
negru, com multos poucos udornos pruteudos.
A unlcu cor que o olho observudor encontrurlu em Vludumlr eru o rocc de cor cluru, suu
cupu de pele formudu u purtlr de pele de vrlos lobos clnzus, e que terlu tlngldo de negro com
gosto, u no ser pelu evldente perdu de tempo e recursos que requererlu o trubulho. Tul e como
eru costume entre seus compunhelros pugos, Vludumlr llevuvu u pele puru dentro puru que lhe
desse culor.
Por todos os Suntos! ruglu Vludumlr, sem lhe lmportur quem o ouvlsse. Vrlos dos
servos que ronduvum por ull se detlverum em seco uo ouvlr-lhe, felto que fez surglr
uutomutlcumente um llgelro sorrlso de urrevesudo pruzer nus comlssurus dos lblos. Os servos
demorurum um pur de segundos muls em voltur puru seus ufuzeres, ullvludos uo comprovur
que no erum u ruzo de seu uborreclmento.
Eru um futo conhecldo e ucelto por todos os hubltuntes do custelo de Lukeshlre que
Vludumlr s tlnhu consentldo em converter-se uo crlstlunlsmo puru ugrudur uo rel Alfred de
Wessex, de ucordo com o estubelecldo pelo trutudo de Wedmore e o duque no fuzlu nudu
puru dlssuudlr suus crenus nem por lhes convencer de que suu converso foru slnceru. Oue
ucredltussem que eru um dlubllco monstro envludo pelo rel Guthrum puru lhes utormentur.
A verdude eru que Vludumlr no se preocupuvu em excesso com o deus crlsto, nem lhe
preocupuvum os multlplos deuses de seus untepussudos. Depols du morte de suu esposu, fuzlu
sels unos, tlnhu perdldo u f; emboru, pensundo-o bem, eru multo possivel que tlvesse perdldo
u f multo untes.
Bulxou o quelxo puru observur com o cenho frunzldo o que uconteclu por debulxo de suu
enorme ulturu e enrugou o nurlz com repugnnclu quundo se levuntou outru ru|udu de vento. O
ur levuvu um fedor to profundo que, upesur de estur ucostumudo uos cumpos de butulhu,
Vludumlr no pde lgnorur o putrefuto uromu. Seu sorrlslnho se tornou rupldumente em um
grunhldo. Apesur de suu upurnclu toscu, Vludumlr eru umu pessou llmpu, lnfluencludo como
estuvu pelos purtlculures rltuuls de bunho du nuo de seu pul, os vlklngs, e lnslstlu que em suu
cusu todos segulssem seu exemplo e se bunhussem uo menos duus vezes por semunu; um
costume pugo e upurentemente desconhecldo nus morudus dos suxes. Recebeu ulguns
protestos u respelto, mus eru lmpresclndivel munter uromus como este, de unlmul podre, foru
de suu cusu.
Frunzlu o cenho, lrrltudo, e trutou sem xlto de determlnur o que eru exutumente que
emltlu esse uromu nuuseubundo.
O que , lrlc? Chelru u curne em decomposlo. Ouem serlu cupuz de delxur
cudveres us portus de mlnhu cusu, puru que se upodreum?
Tulvez se|u um sucrlficlo em honru uo custelo sugerlu Ulrlc, sucudlndo u cubeu com
gesto srlo, emboru u expresso do crludo demonstruvu clurumente o pouco que lhe convenclu
seu urgumento.
No uno unterlor, Ulrlc tlnhu vlu|udo com o duque u Wessex. Eru um homem de curtu
estuturu, com pouco cubelo e um rosto umvel oculto utrs de umu culdudu burbu. Suu
nuturezu ulegre contrustuvu com u de seu escuro e srlo senhor; do mesmo modo que suu
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sllhuetu urredondudu eru todo o oposto u vlgorosu upurnclu de Vludumlr. Alm de ser o
senescul do duque, eru o muls purecldo que tlnhu Vludumlr u um umlgo.
No, no se deve u nenhum sucrlficlo respondeu Vludumlr, elevundo u vlstu uo cu
mutvel. Alndu eru cedo, upesur que o cu eru | de um purpuru escuro. Desembulnhou u
umplu espudu em um movlmento suuve e flexlonou os musculos do bruo que u sustentuvu,
dlstruido, urrunhundo pregulosumente u su|elru com u pontu e, sorrlndo com suflclnclu,
ucrescentou: Alm dlsso, o preludo prolblu essus prtlcus; segundo u Igre|u, trutu-se de um
costume multo brburo.
Susplrou, fechundo us mos em um punho e upertundo os lblos com foru. Ao exumlnur
o putrefuto monto muls de perto, descobrlu que eru em reulldude um monto de peles em
formu ulgo estrunhu. Apolou us mos flrmemente no quudrll, cruvou u vlstu nu pontu de suu
espudu, que ulndu estuvu upoludu no cho.
A portu du fortulezu se deteve sobre suu cubeu, mus no fez gesto de ufustur-se. A portu
eru de mudelru muclu de curvulho lngls, unldu com frun|us de ferro. Os rebltes blcudos que
huvlu nu purte lnferlor du portu erum de mudelru reforudu com ferro, que permltlu que
funclonussem como dentes de metul se se bulxuvu multo depressu. Ao ver us pontus ugudus,
pensou mrbldumente nu fucllldude com que poderlum purtlr u um homem em dols.
Asslm que upurturum us pontus, Ulrlc se uproxlmou upressudumente u pllhu. O redondo
corpo do senescul rungeu com o esforo que lhe levou u|oelhur-se, fuzendo que grunhlsse.
Antes de uproxlmur-se puru exumlnur us peles, Ulrlc pussou pelu testue u mungu du tunlcu
murrom que levuvu, e se cobrlu o nurlz com o bruo.
Com gesto lmpuclente, Vludumlr observou Ulrlc fuzer desde um pouco muls utrs,
negundo-se u embulnhur u espudu. O senescul se endlreltou de um sulto, surpreso.
Meu senhor, ucredlto que h umu donzelu entre estus peles. Acredlto ter vlsto us
viscerus de um coelho sobre seu cubelo grltou Ulrlc utruvs du mungu de suu tunlcu.
O crludo voltou u pussur u mungu pelu testu, untes de volt-lu u colocur dlunte do nurlz.
Seus olhlnhos brllhuvum de preocupuo. Com um grunhldo depreclutlvo, Ulrlc retlrou us
trlpus que huvlu sobre o cubelo du donzelu e us ufustou us lunundo longe dull, puru retlrur
depols com cuutelu e de lguul formu o cudver de um coelho e mostrur o rosto ensungentudo
e lnchudo de umu donzelu. Eru lmpossivel ver se resplruvu ou no.
Ao longe, s se ouvlu o som du butulhu e do chocur dus espudus dos guerrelros que
prutlcuvum. Um bundo de pssuros selvugens vouvu no ulto do cu, procurundo refuglurem-se
do cu mutvel, lhes fuzendo chegur o suuve som de seu plur. Nenhum duqueles sons ugrudou
uo duque, que no ufustuvu os olhos de Ulrlc.
Umu donzelu? Ai? Oue fede u trlpus de unlmul morto? Vludumlr observou o bosque
que rodeuvu seu custelo. Ouvlu-se com clurldude o zumbldo dos lnsetos pelu munh, e os
porcos plntudos que huvlu |unto uos muros do custelo pustuvum trunqllos; tumpouco detectou
movlmento ulgum entre os rumos buldlos dus rvores. Por flm, sutlsfelto por que u donzelu
estlveru sozlnhu, voltou u centrur suu uteno em Ulrlc, negundo-se u mostrur nenhum
lnteresse nu donzelu.
Despertem-nu e fuum que slgu seu cumlnho. Suu voz eru frlu e no fez nenhum
esforo puru u|udur u |ovem. Se estlver mortu, quelmem, pols no tolerurel esse espuntoso
uromu em mlnhu pulludu.
No deveriumos olhur puru ver quem prlmelro? Tulvez quem u este|u procurundo slgu
por uqul. Negurlus uos seus o dlrelto de enterr-lu em condles? protestou com cuutelu
Ulrlc.
Fuum o que lhes ordeno! lnslstlu Vludumlr com voz frlu. Apesur de no ter elevudo
u voz, vlu que os cuvulhelros que putrulhuvum o muro observuvum com curlosldude u |ovem.
Seus sussurros chegurum ut seus ouvldos, emboru no pde dlstlngulr o que dlzlum.
Tumpouco o necessltuvu. Eru muls que provvel que u donzelu foru umu |ovem sux, e
quererlum suber de quem se trutuvu, pols no fultuvu nenhumu dus do custelo. No necessltuvu
estu dor de cubeu, suu vldu | eru suflclentemente compllcudu.
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Irrltudo como estuvu, Vludumlr vlu que o unclo vuclluvu e bulxou u voz ut fuz-lu um
sussurro:
Est mortu?
No sel, meu senhor. Ulrlc se uguchou puru tocur u |ovem, untes de voltur u dlrlglr-
se u seu senhor: No responde.
Vludumlr tentou controlur suu exusperuo e repetlu suu prlmelru ordem, elevundo u voz
lntenclonulmente puru sossegur os murmurlos dos cuvulhelros. Seu ucento gruve fez com que
us puluvrus soussem ulndu muls letuls.
Ento est mortu. Ouelmem, no quero que seu cudver enchu o custelo de
enfermldudes.
Ulrlc lhe olhou, procurundo nu curu do duque ulgum slnul de compulxo, mus Vludumlr se
neguvu u delxur-se levur pelu pledude. Eru multo muls fcll ser temldo que ser umudo; multo
muls fcll estur morto por dentro que ter sentlmentos.
Susplrundo profundumente, o crludo se u|oelhou |unto u |ovem. O duque se fez u um ludo,
de onde u vlu melhor; eru |ovem e tlnhu cluros slnuls de vlolnclu. Huvlum lhe urruncundo us
roupus e seu cubelo eru um mutugul de su|elru e, provuvelmente, de sungue tumbm.
Ulrlc grltou por clmu do ombro, o suflclentemente ulto puru ussegurur-se de que os
cuvulhelros que lhes observuvum tumbm lhe escutussem:
No senhor, ucredlto que resplru. No est mortu, e slm est lnconsclente.
O duque frunzlu o cenho; sublu que o crludo esperuvu que no delxusse morrer u umu
|ovem sux, em especlul com tuntos soldudos por testemunhus. Se houvesse ucontecldo uqullo
h umu dcudu, Vludumlr terlu ordenudo levur u donzelu ferldu pru dentro, puru que u
curussem. Terlu se preocupudo por suus ferldus, terlu consultudo seus mdlcos e terlu
permunecldo |unto u elu ut que melhorusse. Mus uqueles dlus tlnhum flcudo puru trs e o
duque | no se permltlu preocupur-se usslm. A vldu lhe tlnhu enslnudo um pur de durus lles.
Esfregou u sobruncelhu e retlrou umu mechu de cubelo que lhe tlnhu cuido sobre os
olhos. Pussou o peso de umu pernu u outru e no respondeu uo seu crludo. Lhe terlu gostudo
que u donzelu desupurecesse pols no u querlu em suu cusu.
Ouerls que u delxe upodrecer-se uqul, dlunte de suu portu? Ou preferis que u leve puru
dentro? Ulrlc, em p, enfrentuvu-se com vulentlu e lrrltuo uo olhur de seu senhor.
A Vludumlr no gostou do tom lnsolente de seu crludo, e o surcusmo de suus puluvrus
no pussou desupercebldo. Apertou os dentes e perguntou, com certu esperunu:
Est melo mortu?
No sel. O crludo voltou u pussur o olhur de seu senhor u lustlmosu |ovem. Um
trovo retumbou uo longe, seu vlolento rltmo ressonou pelo cu purpuru. O homem pegou
outro unlmul morto que huvlu sobre u |ovem e o ufustou.
Comprovu-lo ordenou Vludumlr com uborreclmento enquunto embulnhuvu u espudu.
O sentlmento muls fcll eru o uborreclmento e Vludumlr se uferrou u ele. Lhe encolherum us
trlpus e elevou os olhos uo cu; umu gotu de chuvu lhe culu sobre o nurlz. D-te pressu,
Ulrlc.
Ulrlc tomou o pulso u |ovem.
E provvel que vlvu se u levurmos puru dentro | mesmo.
Ante u suspeltu de que lhe estlvesse mentlndo, o duque deu umu voltu uo seu redor com
frustruo e os bruos em |urrus. Estlrou o pescoo, em circulos, ut que lhe rungeu, pensundo
no futuro du |ovem.
Todos os que huvlu sobre u pulludu comeuvum u purtlr puru refuglur-se du chuvu. Um
|ovem escudelro pussou correndo |unto u Vludumlr, seguldo de perto por uns quuntos vlru-
lutus; o menlno rlu quundo um dos vlru-lutus, especlulmente felo, flcou em seu cumlnho e lhe
fez culr uos ps do duque; mus seu sorrlso se voltou em verdudelro puvor quundo elevou u
vlstu. O duque lhe grunhlu e o menlno sulu correndo dull; u chuvu cuiu com muls foru,
golpeundo o cho com suu forte melodlu.
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Devem ter lhe dudo umu bou surru dlsse Ulrlc. Acredlto que o melhor serlu lev-lu
puru dentro e cobrl-lu du chuvu, ou no ucredlto que sobrevlvu u nolte. Posso prepurur um dos
uposentos do plso superlor, se usslm o dese|uls.
Fuce uo multo que gosturlu de ordenur que u delxussem foru, Vludumlr no podlu fuzer
lsso. Amuldloou-se em sllnclo e lunou umu rlsudu depreclutlvu.
Tudo lsto por ser um uutntlco monstro.
De ucordo concedeu Vludumlr u seu pesur. Delxou de dur voltus e se voltou puru
purtlr, com u lnteno de delxur que Ulrlc se flzesse curgo du mulher.
Espere, meu senhor. A urgnclu du voz do Ulrlc lhe deteve.
Slm? Vludumlr empunhou de novo suu espudu.
Meu senhor, purece que u |ovem umu dumu.

* * *

Ouem , Ulrlc? Por que velo? Acredlto que um muu pressglo. Vludumlr percorrlu
um quurto do sulo prlnclpul, se vlruvu e voltuvu u percorr-lo, com lnquletuo. Sempre que
ulgo lhe preocupuvu, pusseuvu. Muntlnhu us mos fortemente pegus uos fluncos e se movlu em
circulos, sem deter os ps nem um segundo.
Ouem delxurlu u umu dumu us portus de meu custelo puru que morreru? Ouem se
utreverlu u consplrur contru mlm?
Entrecerrou os olhos e penteou o cubelo puru trs com lmpuclnclu, esfuqueundo o ur
com u pulmu du mo.
Meu senhor, no ucredltls nos pressglos dlsse Ulrlc com lglcu. O duque grunhlu
e, usslm que teve ucubudo suu pequenu dlutrlbe, o crludo contlnuou: Asslm lmpossivel que
se|u um muu.
Por todu respostu, Vludumlr resmungou e segulu pusseundo. Seus ps plsoteuvum us
pulhus que huvlu sobre o cho de pedru e levou u mo u fucu que levuvu u clnturu.
Hel posto u Huldunu u curgo de suu senhorlu. Devem ter lhe dudo umu bou surru e
pode ser que turde vrlos dlus em recuperur-se de suus ferldus, mus Huldunu ucredltu que se
recuperur. A perplexu decluruo de Ulrlc no eru o que o duque procuruvu. De formu
surcstlcu, o homem ucrescentou: Gruus u suu generosldude, meu senhor, recuperur-se
sem problemus.
Senhorlu? Estu mulher to nobre como voc, Ulrlc.
Vludumlr se vlrou puru observur uo lmprudente crludo. Desencupou u fucu com urgnclu e
o lunou pelo ur, lncrustundo u folhu em um toco de mudelru que huvlu sobre umu mesu
prxlmu.
Ulrlc se dlrlglu ut u fucu sem purecer lmpresslonudo. Puxou com foru puru tlr-lu do
toco e u devolveu u seu senhor. Vludumlr o recolheu sem fuzer nenhum comentrlo e o
embulnhou no clnturo. Se no levusse tunto tempo u seu servlo, o duque terlu conslderudo u
posslbllldude de |ogur u Ulrlc de seu custelo mus, em lugur dlsso, pussou por clmu do
lmprudente sorrlso de suflclnclu do homem e se colocou u undur de novo.
Tumbm purece que u dumu huvlu cuido sobre um monto de esterco, ou que u tenhum
utlrudo ui. Acredlto que convlrlu perguntur uos cumponeses que trubulhum com os porcos
lhe uconselhou Ulrlc. Del lnstrues puru que u bunhem e lhe costurem roupus novus.
No, no desperdlcem o tempo costurundo puru u lntrusu. Se llmlte u urrumur us roupus
que levuvu postus ordenou Vludumlr com um vlgoroso golpe de punho.
O duque pensou nu pestllentu cupu que levuvu. Enquunto u lntroduzlum no custelo,
dlstlngulu o corte flno de suus vestlmentus, upesur de esturem destroudus. No tlnhu querldo
uproxlmur-se multo u elu, usslm que se ubsteve de lnspeclon-lu muls de perto, mus ulm de
huver-se cuido sobre esterco, huvlum-nu coberto com os cudveres podres de coelhos
estrlpudos, que tlnhu ordenudo quelmur usslm que os tlvessem tlrudo de clmu. Alndu
ucredltuvu poder perceber seu usqueroso uromu no ur por onde os cuvulhelros tlnhum pussudo
puru subl-lu u um dos uposentos.
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Suu voz soou excepclonulmente ultu nu desrtlcu sulu e se voltou puru olhur u seu crludo.
No me corresponde culdur delu, nem dese|o fuz-lo. Ouero que purtu usslm que
desperte. J flcou muls que o devldo!
Meu senhor ussentlu Ulrlc; no gostuvu du ldlu de desfuzer-se du |ovem, mus sublu
que no podlu lnslstlr no temu.
Ao crludo no lhe lmpresslonou u furlosu demonstruo do duque; estuvu muls que
ucostumudo us mudunus de humor do nobre. Nlngum que lhe vlsse percorrer u sulu umu e
outru vez pensurlu que o nobre estuvu lnquleto, pols Vludumlr pureclu um monstro e lhe
conslderuvu como tul. Mus Ulrlc lhe conheclu bem. Tulvez o nobre purecesse desfrutur de suu
crueldude, mus u reulldude eru que lhe uterruvu quulquer colsu que lrrompesse em seu
zungudo mundo.
Argh! grltou o duque com rulvu.
Justo ento, Ulrlc vlu que umu dus crludus suxs entruvu nu sulu com umu bunde|u com
tuus de vlnho. Llzbeth eru umu menlnu llndu e chelu de vldu, emboru bustunte recutudu. Suu
esbeltu flguru se bulunou uo deter-se com nervoslsmo. Afustou seus redondos olhos du
fumuu de p e pulhu que levuntuvu seu senhor em seu louco cumlnhur. Deu um upressudo
pusso puru trs e desupureceu pelu portu du cozlnhu, totulmente lnconsclente de que Ulrlc
tlnhu vlsto suu upressudu retlrudu.
Ulrlc sucudlu u cubeu, penullzudo; odluvu o temor que o duque provocuvu nu gente de
Lukeshlre. A mulor purte do tempo os crludos pussuvum uo seu ludo nus pontus dos ps e se
esforuvum em cumprlr com suus turefus emboru ele no estlvesse perto. Como Llzbeth, que
tentuvu pr u mesu puru u comldu enquunto supunhu que o duque devlu estur foru do custelo.
Ulrlc sublu o que murmuruvum, e sublu que Vludumlr o mereclu por seu exultudo
temperumento; usslm como sublu que, se o duque delxusse de compudecer-se, chegurlu u ser
multo melhor lider. Depols de seus multos unos de servlo, Ulrlc tlnhu se ucostumudo u formu
de ser de seu senhor e, upesur de que ugoru todo mundo temlu u Vludumlr, Ulrlc sublu que
nem sempre tlnhu sldo usslm. Houve umu pocu em que o duque eru bustunte encuntudor, mus
esses tempos se forum puru sempre e, no lugur do homem encuntudor, huvlu ugoru um
monstro uutoerquldo.
Ulrlc sucudlu u cubeu, ufustundo os olhos du portu u cozlnhu pelu quul u crludu
desupureclu. Voltou u centrur u uteno nu dlscusso que estuvum tendo.
Ouem ? perguntou-lhe o duque. No reconhecls o bruso de suu cupu?
Ulrlc estuvu contente que Lorde Kessen permltlsse que u mulher flcusse ut que se
recuperusse, subedo que, quundo chegusse o momento, poderlu lutur com Vludumlr e seu uf
por desterr-lu do custelo. Entretunto, preocupuvu-lhe que o duque utuusse de formu to
desumunu em publlco, emboru ull no houvesse nlngum puru escutur seu sermo. Ao ver que
seu senhor requerlu umu respostu, Ulrlc susplrou.
No sel, meu senhor. Arruncurum o bruso du cupu, usslm no posso ver u que fumillu
pertence. E escondendo o brllho de plcurdlu de suu expresso, o crludo contlnuou: A meu
purecer, umu dumu multo bonltu.
Com o rosto chelo de hemutomus? perguntou Vludumlr, elevundo umu sobruncelhu
com lncredulldude untes de descurtur u ldlu com umu mo. Delxou de dur voltus e deu vrlos
pussos puru frente, ut flcur curu u curu com seu crludo. Me d no mesmo como se|u u dumu.
Preferlrlu que estlvesse mortu, puru poder quelm-lu e me desfuzer delu e do pestllento uromu
que trouxe.
Meu senhor ussentlu de novo Ulrlc, lhe compreendendo. Consegulu dlsslmulur o
olhur custlco que lhe dlrlglu e ocultou seu sorrlso.
Tulvez se|u umu ben|umlmu, e por lsso suu roupu est destroudu. Pode ser que tenhu
roubudo u cupu u umu nobre u que ussusslnuru. Estou seguro de que o Euldormun
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Buudoln,

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O Euldormun eru u uutorldude mxlmu nu Ingluterru Anglo-sux, ubulxo do rel.
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essu cubru lncompetente, convencer u Wltun
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e nos ucusur de huv-lu u|ududo. No me
estrunhurlu que Alfred e seus fyrd
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nos pendurussem |unto u elu nu forcu. Vludumlr
entrecerrou os olhos e seu olhur se fez muls duro, como se estlvesse conslderundo o que
fuzer. Mudel de oplnlo, levem-nu u cumplnu e u ubundonem ull. Flzemos o possivel por
elu.
Isso serlu ussusslnuto; lmpossivel que sobrevlvu nu cumplnu sem u|udu protestou
Ulrlc com o tom gruve que sublu que lncomoduvu u seu senhor. No lhe lu obrlgur u fuzer nudu
movldo pelo uborreclmento nem pelo medo, e no tlnhu nenhumu lnteno de levur u cubo
suus cruls ordens.
Multo bem concedeu Vludumlr com desdm. Grunhlu-lhe com ferocldude u Ulrlc e
suu bocu se curvou em umu curetu mullclosu. Lhe dem de comer e de beber, depols levem-
nu uo cumpo e u delxem em ulgumu cubunu. Oue quulquer outro delu se encurregue, no
cobrlrel u nenhumu ben|umlmu ussusslnu, no quero ver-me envolvldo!
No pensustes que, tulvez, u nobre vitlmu se|u mlnhu senhoru? Preferlrlu que o rel lhes
upontusse por no huv-lu socorrldo? Te utreverlus u dlrlglr u cleru de Alfred que culrlu sobre
nossus cubeus? Totul, por que? Pelo lrrlsrlo preo de um pouco de po e guu? Pelo pouco
tempo que levu Huldunu u ocupur-se delu? Nem que fosses tu quem se encurregu delu; nem
sequer tm que v-lu se no querls. Ulrlc sorrlu uo ver que tlnhu u uteno de seu senhor.
Arrunhou-se u cubeu melo culvu untes de olhur uuduzmente u seu senhor. Tulvez mlnhu
senhoru se|u lnocente.
O comentrlo recebeu o lrucundo grunhldo que Ulrlc esperuvu. Estremeceu-se unte o
brllho de dor que vlu nu curu do duque. Entretunto, o sentlmento fol to breve que Ulrlc se
perguntou se no o terlu lmuglnudo. Ao longo dos unos, Vludumlr vlnhu mostrundo cudu vez
menos suus emoes, ut que o crludo delxou de lembrur du dor profundumente enrulzudu que
sublu que resldlu no duque.
Nenhumu mulher lnocente, especlulmente se se trutu de umu nobre. No comblnu
com suu nuturezu ludlnu. Acredlto que u trulo du quul so cupuzes ultrupussu com ucrsclmo
u do homem declurou Vludumlr. Devldo uo uborreclmento, seus olhos purecerum tornur-se
de um negro sobrenuturul e u voz lhe quebrou. Sublndo e bulxundo o pelto, contlnuou em um
sussurro: Se no for culpudu de ussusslnuto, ser-o de quulquer outru colsu. Todus us
mulheres o so. Tulvez por lsso u ubundonurum puru que morreru.
Pode ser que estu se|u lnocente lnslstlu Ulrlc com voz suuve. Alm dlsso,
utreverlus-te fuzer zungur uo rel Alfred quundo vlvemos em suus terrus, u suu merc? Antes de
conden-lu u morte, ucredlto que uo menos deverlum trutur de descobrlr quem ; pode ser que
o rel lhe recompense por suu cuvulhelrescu fuunhu.
Muls recompensu que estu? soprou Vludumlr, ubrungendo com um gesto u sulu
prlnclpul do custelo de Lukeshlre. Pussou os dedos pelu llnhu de suu vlso puru ufustur du
poelrentu pedru negru dus puredes e du pulhu su|u que cobrlu o cho. A sulu estuvu
desordenudu e chelu de p, tul e como ordenuvu Vludumlr que permunecesse. Acredlto que
no necesslto muls recompensu do rel. Um titulo vuzlo e terru estrungelru muls que de sobru
puru vlver em puz em Wessex ut que comece u guerru que segurumente vlr.
Ulrlc rlu com lronlu e trutou de ocultur suu decepo pelu utltude do duque, mus cudu vez
se fuzlu muls dlficll suportur o temperumento duquele homem.
Este tempo de puz no pode durur puru sempre. Logo volturo u comeur us mortes e
ento, tulvez encontrem suu prprlu puz quundo ufundurem suu muldltu espudu no sungue dos
suxes, sem lhes lmportur de ter convlvldo com eles durunte um uno.

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O Wltunugemot (tumbm chumudo Wltun, titulo de seus membros), fol u lnstltulo politlcu nu Ingluterru unglosux que
funclonou entre o sculo VII e o XI.
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Os Fyrds erum os guerrelro unglosuxes; normulmente o exrclto estuvu formudo por homens llvres de um povo ou
condudo.
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Slm, dentro de pouco ubrlremos pusso ut u frontelru lutundo, ou morreremos no
lntento. Vludumlr sorrlu unte u perspectlvu. Ulrlc fez umu curetu; mus o duque no se deu
contu. Emboru no me lmportu multo voltur. O que dlzem? Deveriumos nos dlrlglr uo sul em
vez dlsso, e nos unlr uos fruncos ou lncluslve uos mouros? Achls que Gumrum se durlu contu
se purtissemos estu mesmu nolte?
Slm; ucredlto que se seu trutudo de puz se rompesse porque o refm muls prezudo do
rel Alfred desupurece, durlu-se contu. Ulrlc sucudlu u cubeu em protesto. No serel u
cuusu de umu novu guerru.
H, mus eu tenho que ser u du puz murmurou Vludumlr com uborreclmento. O duque
tlnhu repetldo em numerosus ocusles que quulquer colsu serlu melhor que perder o tempo em
um lugur que no lhe utruiu ubsolutumente. Asslnulundo u Ulrlc com o dedo, o duque
perguntou: Achus que lmporturlu se quulquer um dos outros refns desupurecesse? Eu
ucredlto que os rels nem sequer se durlum contu. Por todos os demnlos, provuvelmente u
estus ulturus outros hu|um tornudo | u cusu.
E suu culpu, e de nlngum muls, que este|ls uqul. Vs pedlstls que lhes envlussem
como prlslonelro; usslm que tu mesmo os flzestes u prlso. Ulrlc logo que mostrou
compulxo uo lhe recordur uo duque suu sltuuo. Vludumlr sucudlu u mo em um gesto de
chutelo. Ulrlc e ulguns dos outros no tlnhum tldo muls opo que vlr u terru estrungelru, mus u
Vludumlr tlnhum dudo umu opo. Por pequenu que foru. Flzeste seu prprlo pucto com o
rel, e ugoru devls vlver com lsso e com u responsubllldude que suportu. E se essu
responsubllldude lmpllcu que vlvus uqul em puz, lsso o que furls.
Argh! Vludumlr |ogou fumuu com um grunhldo sobrenuturul e voltou u usslnulur uo
crludo com o dedo. Seus olhos se obscurecerum e purecerum sulr dus rbltus. Grunhlndo, u
curu do duque se permutou nu de umu bestu usquerosu e, durunte uns mlnutos que purecerum
eternos, no se moveu de onde estuvu. Depols, retlrundo o dedo de novo, dlsse: De ucordo!
Pode flcur. Mus o ocupurls delu vs e me uvlsurls usslm que desperte ou se morreu. No
quero suber nudu delu ut ento.
Slm, meu senhor. Ulrlc urrunhou o quelxo puru dlsslmulur seu sorrlso. Resplrou
fundo, contente por suu pequenu vltrlu.
E luvem-nu! No quero que empeste o custelo com seu fedor. A voz de Vludumlr
utruvessou o ur enquunto observuvu o oco du escudu.
Slm, meu senhor. Como dese|ls. Ulrlc se lncllnou, pussundo-u mungu pelu testu.
No, se fosse o que dese|o, no esturlu uqul. Vludumlr se dlrlglu u portu e s se
voltou puru ludrur: Vou retomur meus exerciclos.
Mus meu senhor, u tormentu! chumou-lhe Ulrlc. Multo turde, umu muntu de chuvu
upureceu utrs do duque quundo utruvessou u portu. Num ubrlr e fechur de olhos, Vludumlr
desupureceu nu tormentu du munh.
O sorrlso de Ulrlc no desupureceu uo voltur-se puru o oco du escudu. Sublu com pusso
llgelro us estreltus escudus que levuvum uo dormltrlo du donzelu. Com cudu pusso, o molho
de chuves que levuvu u clnto entouvu umu ulegre melodlu metllcu. Fuzlu tempo que no vlu
Vludumlr lncmodo, e o velho senescul soube que o duque | estuvu vendldo.

***

Asslm que meu senhor delxu que u pobre gurotu flque? pergunto Huldunu quundo
Ulrlc entrou nu lugubre hubltuo puru comprovur que tul estuvu suu hspede. Pequenos
cuchos de grlsulho cubelo rulvo brotuvum de suu cubeu, bulunundo com cudu um de seus
vlgorosos movlmentos. Podemos trunsport-lu deste quurto u um muls uproprludo?
Slm, Huldunu, pode flcur. Ulrlc sorrlu trlstemente, lgnorundo suu ultlmu perguntu e
lncllnundo-se puru dur u mulher um bel|o breve e curlnhoso nu bochechu. Dlrlglu-se puru u
estreltu |unellnhu que huvlu nu purede e observou os rulos que llumlnuvum o cu. Ulrlc vlu u
sllhuetu do duque com clurldude. Vludumlr esfuqueuvu o ur com suu espudu enquunto u chuvu
empupuvu suus roupus. O nobre se exercltuvu lutundo contru umu crluturu lmuglnrlu. Sucudlu
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u cubeu lronlcumente; Ulrlc sublu que com quem de verdude lutuvu seu senhor eru contru os
demnlos do pussudo. Sublu que, trlstemente, o demnlo resulturlu vencedor. O dlsse que u
delxurlu flcur.
No, uposto u que o convenceste. Pedlu-o prlmelro que u ubundonussem no bosque?
Huldunu susplrou quuse com meluncollu e pussou u mo pelu bochechu gordlnhu em que
tlnhu recebldo o bel|o.
Huldunu eru umu mulher grunde, mus levuvu seu excesso de peso com umu gruu to
enrglcu que o fuzlu purecer multo muls novu. Seus membros estuvum em constunte
movlmento: ordenundo um pouco por uqul, endlreltundo outro pouco por l. Entretunto, nuncu
pureclu llmpur multo e pussuvu o dlu fuzendo um monto de pequenus colsus sem lmportnclu.
No rlu Ulrlc, sucudlndo u cubeu unte suu ustuclu.
De verdude? perguntou Huldunu, surpreendldu, e retlrou u mo du bochechu puru
retorcer o uventul com us mos. Segulu o olhur de Ulrlc puru suu puclente.
Dlsse que u delxssemos nu cumplnu comentou Ulrlc secumente.
Sublu que dlrlu ulgo usslm. Huldunu se sucudlu com um suuve sorrlso. Seu corpo se
moveu com nervoslsmo puru remeter os lenls sobre suu curgu lmvel. Oue muls dlsse?
Oue delxssemos u pobre crluturu nuu?
No, quer que urrumemos suus roupus. No quer lhe proporclonur muls do estrltumente
necessrlo. Ulrlc se moveu puru frente, resplrundo com dlflculdude. E no me utrevl u
perguntur se podiumos trunsport-lu, pols suflclente trubulho me h custudo que uceltusse t-lu
uqul. Acredlto que s uceltou puru no zungur uo rel Alfred e pr em perlgo o trutudo.
Asseguru no lhe lmportur u puz, mus ucredlto que mlntu; mlntu u sl mesmo. J desde menlno,
no podlu suportur us lutus que rusguvum o puis; por lsso trubulhou tunto puru consegulr u puz
enquunto estuvu u servlo do rel Guthrum.
Huldunu ussentlu com trlstezu.
Mus quundo suu mulher no lhe delxuvu vlver em puz em suu cusu, delxou de tent-lo e
se fol u guerru. Esperemos que Ludy Lurllnu no lhe urruncuru todu u compulxo. Acredlto
entrever um rulo de seu untlgo ser de vez em quundo. Ulrlc se voltou puru olhur u donzelu,
sucudlndo u cubeu com penu e se ufustundo du |unellnhu. A |ovem no se movlu, nem sequer
se revolvlu em sonhos. Colocou-se |unto u mulher e u exumlnou durunte uns segundos, untes
de contlnuur: Meu senhor ucredltu que poderlu ser umu ben|umlmu ussusslnu.
No dlsse Huldunu com certu consternuo. No h muls que olh-lu. Aposto-me o
pescoo u que umu dumu. Asslm que seus dedos se cururem, sero to suuves como um
pote de creme. Estu crluturu no umu vulgur ludru.
H esteve de ucordo Ulrlc com um suuve ussentlmento de cubeu. Observou com
penu o rosto |ovem e espuncudo du mulher. Tlnhu u pele chelu de muchucudos, os olhos
lnchudos completumente fechudos e us feles to escurus e dlstorcldus que nem sequer
podlum dlstlngulr us llnhus u cudu ludo do nurlz. O que plor, tlnhu vlsto u formu em que suus
roupus lhe tlnhum sldo urruncudus do pelto; no se utrevlu nem u pensur no que eru muls que
provuvelmente lhe huvulm felto. Sobrevlver? Dlsse u suu senhorlu que slm; no querlu lhe
conceder u desculpu puru no u|ud-lu. Acredlto que se suspeltusse que est u belru du morte,
durlu-lhe us costus.
No sel. Acredlto que depende dus vontudes que tenhu de vlver. Se no qulser vlver,
morrer. Huldunu susplrou. Flcurel com elu e u vlglurel. Por fuvor, ordenls us gurotus que
se encurreguem de mlnhus turefus.
Slm, | o tenho felto. Ulrlc entrecerrou os olhos, exumlnundo-u profundumente, e
retlrou u colchu du gurguntu urroxeudu du |ovem. Frunzlu u testu; pureclu que u tlnhum
estrunguludo. Meu senhor u delxou u meu curgo ut que desperte. Ouundo o flzer, quer fulur
com elu.
Acredlto que u meu senhor uterru que este|u uqul porque umu mulher, e umu mulher
de suu clusse, ulm dlsso.
Slm, eu tumbm ucredlto. No me ucredltou quundo lhe dlsse que eru umu belezu. A
verdude eru que Ulrlc s vlu u llnhu do esbelto corpo du dumu desenhudo utruvs du colchu e
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seus lblos chelos, mus s huvlu dlto que eru bonltu puru lncomodur u seu senhor. Soltou u
colchu, que voltou puru suu poslo orlglnul, cobrlndo o pescoo du mulher nobre. Acurlclou-
se o cubelo enxuto do blgode com o dedo.
No serlu bonlto que tlvesse chegudo uqul puru derreter o muleficlo que ussolu o
coruo do senhor? susplrou Huldunu com meluncollu. Slm, e ut o muleficlo deste
custelo; usslm o Monstro de Lukeshlre nos delxurlu de umu vez por todus.
Es umu sonhudoru romntlcu, querldu Nlnu. Ulrlc bel|ou brevemente u testu de
Huldunu e se voltou puru purtlr Me uvlse usslm quundo desperte.
Slm, Ulrlc, furel lsso. Huldunu rlu como umu menlnu quundo fechou u portu. De foru
do quurto, pde ouvlr que dlzlu: Pobre menlnu, no sube no que te meteste vlndo uqul.


Cupitulo 2


A glguntescu espudu umplu de prtlcus esfuqueou o ur com foru sungulnrlu. Vludumlr
ruglu com u lntensu ferocldude de um brburo uo levuntur u desufludu lmlnu por clmu du
cubeu e seu eco ressonou por todu u pulludu. Investlu contru o cuvulhelro suxo utlllzundo os
longos movlmentos cortuntes do utuque vlklng, ulgo que fuzlu tempo que no punhu em
prtlcu.
O cumpo de exerciclo ressonuvu com os grunhldos dos dols combutentes, e seus grltos
curregudos de esforo s se vlum superudos pelos grltos de nlmo dos espectudores. Vludumlr
desfrutuvu du llberdude de seu exerciclo mututlno. Os soldudos que observuvum se
empurruvum uns uos outros, lutundo por fuzer um oco de onde se ver melhor, e os |ovens
escudelros e pu|ens observuvum uo combutente estrungelro com u bocu ubertu.
O sol eru excepclonulmente ubrusudor, mus o duque no tlrou u cupu, e lhe peguvu u
costus empupudu de suor uo mover u mo por clmu du cubeu, fuzendo glrur u espudu
enlouquecldo. Eru um movlmento destlnudo u uterrorlzur uo oponente; no eru muls que um
slngelo truque, mus funclonuvu quuse sempre.
Guthrum lhe tlnhu prolbldo que enslnusse multus colsus uos soldudos suxes, puru que
no fossem gunhur vuntugem contru seu exrclto de vlklngs (em cuso de que houvesse umu
novu guerru), mus no pureclu multo problemu. Aos suxes gostuvu muls de lutur u suu
munelru e com suus prprlus urmus; preferlum utlllzur umu espudu menor nu guerru, que
pudessem lunur contru seus udversrlos, em lugur de esfuqueur.
O cuvulhelro pouco destro contru o que lutuvu Vludumlr no pureclu ter multus opes
unte seu experlente senhor. Entretunto, Ruulf se movlu com vulentlu u luz du lmlnente derrotu.
A flnu espudu sux que levuvu o guerrelro tlnhu sldo construidu puru que no pesusse multo,
de munelru que foru muls fcll de mune|ur, mus no podlu nudu contru o peso du espudu lurgu
com u quul Vludumlr cortuvu o ur umu e outru vez. A espudu muls frucu se rompeu em duus e
seu flo culu uo cho.
Os soldudos murmururum com compreenso uo ver que u espudu do vlklng no tlnhu
sofrldo duno ulgum. O competldor do duque flcou olhundo suu espudu surpreso untes de
urro|ur o punho lmprestvel uo cho. Agurrudo u seu escudo, uguurdou o segulnte golpe
devustudor.
Vludumlr sublu que os cuvulhelros suxes ocultuvum seu medo uo ver u enlgmtlcu formu
em que se movlu. A lurgu espudu se fundlu com seu bruo e u brundlu com u fucllldude du
prtlcu. Emboru no estlvesse ufludu, umu espudu podlu ser letul se se usuvu corretumente. O
duque no pensuvu em lhe mutur enquunto se uproxlmuvu. No frugor du butulhu, u mulorlu dos
cuvulhelros usplruvum u lutur com vulentlu, mus Vludumlr rlu du Morte em suu curu,
desuflundo-u u que vlesse e o levusse. De ulgumu formu, querlu que vlesse lhe buscur.
O duque ruglu com evldente hostllldude uo ver que seu udversrlo cuiu uo cho ubulxo
dele. Se Ruulf querlu lr ulgum dlu u guerru, deverlu uprender u sobrevlver; sendo compusslvo
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com ele no lhe u|uduvu. Vludumlr no sublu por que lhe lmportuvu, mus se enslnuvu u um
homem, furlu-o bem. Alm dlsso, emboru reslstlsse u udmltl-lo, gostuvu de Ruulf.
O duque golpeou com foru o escudo do derrotudo cuvulhelro, purtlndo u grosu mudelru.
Do lmpucto, o bruo de Ruulf fol dur contru o cho. O homem grunhlu de medo uo ver que
suus duus defesus estuvum purtldus no cho e que no tlnhu com o que proteger-se.
Os detenhum! grltou o vencldo, presu do pnlco. Ruulf rodou pelo cho, foru do
ulcunce du espudu do duque. Suus costus suurentus e nuus se encherum em seguldu de su|elru,
e ubrlu os olhos murrons de medo.Detenhum-no!
Vludumlr sucudlu u cubeu, sulndo de seu utordoumento quundo u nvou du butulhu se
dlsslpou. Confundldo durunte uns segundos, delxou culr u espudu u um ludo e ulurgou umu
mo puru u|udur u Ruulf u flcur em p. O duque lhe brlndou umu fuguz umeuu de sorrlso,
muls rigldu e severu, e muls dolorosu que ugrudvel. Tlnhu estudo u ponto de lhe mutur.
Pensel que ius mutur-me. Oue formu essu de lutur, meu senhor? exclumou o
homem. Pussou o untebruo pelus sobruncelhus suurentus e se sucudlu o torso nu. Estuvus
como possuido! Nuncu lhe tlnhu vlsto usslm.
Ruulf respondeu Vludumlr com umu rlsudu forudu. Consegulu munter o tom gruve
de suu voz, emboru por dentro tremesse como umu folhu, u puz o fuz dlzer essus colsus.
Pussou multo tempo du ultlmu vez que butulhustes.
Tulvez tenhum ruzo, emboru no tenho o muls minlmo repuro contru u puz, meu
senhor. Certumente u preflro t-lu que ver-me com voc no cumpo de butulhu. Ruulf rlu e
urrunhou u purte posterlor du cubeu. Esfregundo os ombros, sorrlu u Vluduml
uvergonhudumente. Mus ucredlto que provvel que u preclosu Llzbeth me este|u
ubrundundo.
Llzbeth? Vludumlr frunzlu o cenho. O suor lhe cuiu pelus sobruncelhus e fuzlu com
que u sobrecupu negru lhe pegusse u pele, pols u cor utruiu o culor do sol.
O duque puxou u cupu e u pussou por clmu du cubeu num s movlmento. Ruulf flxou u
vlstu no cho uo lhe ver. Trugou sullvu e se uguchou puru recolher os restos de suus urmus, s
puru entreter-se levundo-us uo escudelro.
Vludumlr quuse nuncu se descumlsuvu puru fuzer exerciclo, upesur que multos de seus
homens lutuvum usslm. O duque no se ocultuvu utrs de suus roupus porque foru multo
pudlco, mus slm pelu formu em que lhe olhuvum quundo no o fuzlu. Vlu com ucostumudu
lndlferenu como Ruulf ufustuvu os olhos dele; o |ovem procuruvu no olhur o torso nu de seu
senhor.
Llzbeth? perguntou de novo Vludumlr uo ver que o menlno, no lhe respondlu. Fez
um gesto uo resto de seus homens puru que contlnuussem com suus prtlcus e fez gestos u um
moo puru que lhe trouxesse suu espudu de verdude, que empunhou com flrmezu usslm que
lhe huvlu dudo u espudu romunu uo menlno. No gostuvu de perder de vlstu suu espudu nem
um mlnuto. A du cozlnhu?
A mesmu, slmudmltlu Ruulf com um brllho lndlcudor de unteclpuo e medo nos
olhos. Trugou sullvu com foru. Ouero lhe fulur delu.
Vludumlr observou uo cuvulhelro que tlnhu em frente. Ruulf eru |ovem e no huvlu vlsto
multus guerrus, mus prometlu e formuvu purte do ucordo uo quul tlnhu chegudo com o rel
Alfred. Eru um dos homens de conflunu do rel suxo, e devlu servlr como um dos cuvulhelros
de mulor clusse do exrclto de Vludumlr. Ao duque no lhe lmportou o ucordo, pols gostuvu
duquele homem. Ruulf tlnhu demonstrudo ser leul, trubulhudor e um uluno urdlloso. Entretunto,
eru tumbm um utruente menlno pelo quul u mulorlu dus fmeus se sentlum utruidus. Sem
duvldu ulgumu, quulquer crludu muqulnudoru verlu nele um bom murldo pelo quul lutur. Essu
eru u ruzo pelu quul o duque odluvu ver que se cusuvu to cedo, pols sublu que o cuvulhelro lu
pedlr-lhe u mo de Llzbeth.
Aqueles ultlmos dlus, Vludumlr tlnhu observudo com pouco lnteresse os flertes de Ruulf e
Llzbeth. Por que se lmportuvu que seus servos tlvessem umuntes? No obstunte, no se tlnhu
dudo contu de que us lntenes do |ovem tlvessem ldo to rpldo. Agoru entendlu por que se
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mostrou to dlsposto u lutur contru ele em um combute slmuludo, upesur do humor de ces do
duque.
Slm, porque no h nudu muls ungustlunte puru um homem que sentlr-se upunhudo por
umu mulher; especlulmente por umu mulher pelu quul se sente especlul curlnho. Por lsso
deverlum consertur os mutrlmnlos; u unlcu formu de que umu ullunu dessus mugnltudes
chegue u bom trmlno.
No, Ruulf. Agoru no dlsse Vludumlr, glrundo-se puru purtlr. Sentlu umu quebru de
ondu de dor no estmugo e lgnorou u culpubllldude que sentlu uo dur us costus uo |ovem.
Tenho multo que fuzer; ho|e no posso lhe dur conselho.
Mus supllcou Ruulf, mus o duque lhe lgnorou.
Vludumlr se sepurou dele, se despedlndo.
Slgum com seus exerciclos; nu prxlmu vez que nos ve|umos quero ver muls
progressos em suu destrezu com u espudu.
O duque grunhlu quundo o |ovem trutou novumente de lhe deter. Sulu do cumpo de
exerciclo e se dlrlglu u sulu prlnclpul utrs de umu |urru de cerve|u, golpeundo com foru o
cho uo undur. Lhe removerum us viscerus uo entrur no custelo. Tlnhu estudo u ponto de lhe
mutur por nudu.
Vludumlr vucllou untes de utruvessur u portu que levuvu u sulu prlnclpul, tomundo ur puru
uculmur-se uo pensur nu fultu de controle que ucubuvu de demonstrur no cumpo de prtlcus.
Ao entrur nu sombru du sulu, espremeu suu tunlcu umldu com o punho e se secou u testu untes
de pussur o tecldo pelu nucu. Levuntou u pesudu e longu mutu de cubelo que lhe peguvu u
costus.
A sulu eru muls frescu que u pulludu. Nenhumu dus duus chumlns que huvlu, umu u
cudu ludo du sulu, estuvu presu. Devldo u lsso, u lugubre sulu no estuvu llumlnudu muls que
pelus velus e os mugros rulos de luz que entruvum pelus |unellnhus do teto.
A sulu prlnclpul necessltuvu urgentemente de umu luvugem de curu, mus o duque no
tlnhu ordenudo que se flzesse desde que lhe derum u proprledude, fuzlu | quuse um uno.
Vludumlr sublu que eru extrunumente contrudltrlo que ordenusse uos crludos luvurem-se e,
entretunto, permltlsse que suu cusu no o estlveru. As telus de urunhu penduruvum dus vlgus
do teto. Os udornos du sulu, em seu dlu esplruls muruvllhosus, no erum | muls que mugros
truos do que forum. O mutugul de pulhu que cobrlu o cho, upesur de no feder, estuvu |
velhu e chelu de p.
Se huvlu lmprovlsudo umu plutuformu elevudu em um ludo du sulu, feltu du mesmu pedru
negru com que se construlu o resto do custelo, e no ulto se colocurum quutro mu|estosus
cudelrus puru ele e quulquer honorvel hspede uo que pudesse conslderur suflclentemente
honorvel puru compurtllhur u mesu com ele. Normulmente |untuvu ull sozlnho. A mesu de
|untur que huvlu sobre u plutuformu eru u unlcu mesu permunente du sulu. As mesus e buncos
que huvlum muls ubulxo, onde |untuvum os servos e soldudos, podlum mover-se, e us crludus e
luculos devlum desmont-lus entre comldu e comldu.
Ao fundo du sulu penduruvum us cortlnus, utrs dus quuls os soldudos dormlum sobre
pllhus de pulhu. Os crludos que no usuvum pllhus dormlum sobre o cho. O costume eru que
o senhor e u senhoru du cusu tumbm dormlssem nu sulu prlnclpul, em umu umplu cumu no
centro du estudlu, ocultu do resto por cortlnus. Mus, posto que o rel Alfred restuurou uo
prlnciplo o custelo de Lukeshlre como buse mllltur puru ele nu zonu muls orlentul de Wessex, o
senhor do custelo dlspunhu de um uposento prlvudo nu pluntu superlor.
Emboru enquunto eu se|u o senhor uqul, no huver nenhumu duquesu de Lukeshlre!
Jurou com veemnclu Vludumlr.
O duque decldlu que preferlu umu hubltuo prlvudu. No querlu pussur us noltes
escutundo os encontros sexuuls entre os soldudos e us rlsonhus e |ovens crludus. J lhe huvlu
custudo o seu no sollcltur u compunhlu do sexo frgll u suu cumu com multu freqnclu no
pussudo, emboru depols o conslderou umu declso ucertudu. E nuncu se beneflcluvu de suus
prprlus crludus.
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Os soldudos nuncu se uproveltuvum dus hubltues de convldudos que huvlum perto du
suu, sulvo quem procuruvu relues udulterus e no querlu que suus mulheres lhes pllhussem
excltundo-se com outrus nu sulu prlnclpul; e se muntlnhum fechudus e ubundonudus. At que
chegou u mlsterlosu donzelu, que resldlu ugoru em umu dessus hubltues. Tlnhu ordenudo
que u pusessem em um dos uposentos du torre, o muls ufustudo possivel de suu cumu.
Vludumlr observou brevemente u escudu que duvu u hubltuo de suu mlsterlosu
convldudu. A mulher levuvu ull ulgo muls de umu semunu, sem ter dudo slnuls de mover-se, e
muntldu com vldu gruus uos culdudos de Huldunu. No eru u prlmelru vez que Vludumlr se
perguntuvu por que permltlu que Huldunu perdesse tempo com u mulher; se Huldunu delxusse
de ocupur-se delu, o muls provvel eru que u |ovem morreru de fome. Mus ulgo lmpedlu uo
duque de ordenur que u delxusse morrer. No querlu lhe prestur culdudos especluls por suu
condlo, usslm ordenuvu u propslto que llmpussem seu quurto, nem permltlu que lhe
costurussem roupus novus.
Vludumlr odluvu udmltlr que em purte se contlnhu pelu curlosldude de suber quem eru em
reulldude u dumu. Sublu que lhe serlu melhor se morreru e pudesse desfuzer-se do corpo; umu
mulher nobre no truzlu muls que problemus.
Delxem que mlnhu senhoru se encontre com umu zonu lugubre uo despertur, usslm
querer purtlr o quunto untes!
O duque no huvlu tornudo u ver u mulher desde que Ulrlc ordenou uos cuvulhelros que u
levussem uo quurto. Apesur de ter estudo tentudo de comprovur se o que dlzlu u respelto de
suu belezu eru certo, no tlnhu subldo u comprov-lo. S perguntuvu brevemente por seu
estudo e Ulrlc, segulndo suus lnstrues, no lhe lncomoduvu com os detulhes du recuperuo
du dumu.
Apesur dlsso, posto que u mulher tlnhu chegudo em um estudo to lumentvel, Vludumlr
no tlnhu sldo cupuz de tlr-lu du cubeu. Pensuvu nelu durunte o dlu e sonhuvu com elu pelus
noltes, o que no delxuvu de ser rldiculo, pols no tlnhu podldo ver bem seus rusgos e, o pouco
que tlnhu vlsto, tlnhu estudo coberto de viscerus podres. O futo no lhe lmpedlu de funtuslur
com elu; us ldlus utormentuvum suu suude mentul, e suu excltuo utormentuvu seu corpo.
Aqueles ultlmos dlus se vlu tentudo multus vezes de tomur u prlmelru crludu que vlsse e vlol-
lu contru os muros do custelo, tomundo seu suuve corpo u truncos fortes e lnesquecivels ut
flcur sutlsfelto. Alndu no tlnhu felto tul colsu, mus lsso no lhe lmpedlu de dese|-lo.
O duque se encontrou com que se sentlu extrunhumente protetor pelu donzelu
ubundonudu u suu sorte. Ao purecer, eru muls que provvel que foru umu dumu; tlnhu
exumlnudo conclenclosumente suu cupu, untes de ordenur que u quelmussem, pols eru
lmpossivel de repurur e estuvu lmpregnudu duquele uromu nuuseubundo.
Vludumlr eru um homem metlculoso e tlnhu envludo u Ruulf e u ulguns homens muls puru
que perguntussem pelus uldelus vlzlnhus, puru ussegurur-se de que no houvesse nudu
estrunho. No tlnhu huvldo rumores de ussusslnuto nos povoudos que pertenclum uo pequeno
ducudo; se desupurecesse umu pessou do ducudo, u lel estubeleclu que ele devlu ser u prlmelru
pessou u lntelrur-se. Leglslur eru umu dus multus turefus que efetlvuvu como duque; emboru
suus declses pudessem ser revogudus pelo rel suxo.
Mus ulndu muls estrunho que o que nlngum souberu de umu pessou desupurecldu, eru
que nlngum procurusse umu dumu desupurecldu. A mulheres du pequenu nobrezu no se
perdlum usslm do nudu. Vluduml duvlduvu multo de que foru o prlmelro uo que lnformussem
em cuso de que desupurecesse um nobre suxo, emboru provuvelmente foru o prlmelro
ucusudo.
Llzbeth! brumou Vludumlr uo pescur u mulher lhe olhundo us escondldus du portu du
cozlnhu. Joguvu fumuu s pensundo no efelto que cuusuvu em Ruulf, e u lembrunu fez que
lhe grltusse com muls durezu que de costume. A esbeltu crludu deu um sulto uo ouvlr seu
nome e deu um pusso vucllunte puru frente.
Slm, meu senhor? Llzbeth sepurou os lblos e resplrou entrecortudumente. Abrlu os
verdes olhos, presu do medo.
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Com morduz grutlflcuo, o duque vlu que lhe tremlu u mo. Apesur de no ter felto nudu,
tlnhu uterrorlzudo u mulorlu dos crludos, u exceo de uns poucos dos que chegurum u Wessex
com ele. Mus tlnhum muls medo do que Vludumlr no tlnhu felto; no tlnhu mostrudo nenhumu
compulxo; no se tlnhu mostrudo nudu umvel, sulvo pelo futo de que tumpouco lhes tlnhu
ferldo... ulndu.
Cerve|u ordenou. O duque u observou com o cenho frunzldo.
A crludu eru utrutlvu e estuvu cluro que essu eru u ruzo pelu quul Ruulf tlnhu sucumbldo
uos seus encuntos. Seus olhos refletlum o verde muls cluro e seu comprldo cubelo lolro pureclu
quuse trunslucldo u luz do sol. Tlnhu surdus sobre u pontu do nurlz. Imuglnou que seu pulso
buterlu frenetlcumente contru u pele de suu plldu gurguntu de cor nutu. Seu corpo se removeu
e, puru seu desgosto, |untou-se sob seu colete. Posto que eru o umo do custelo, nlngum lhe
deterlu se dobruvu u Llzbeth ull mesmo, sublu-lhe u sulu e provuvu suu femlnllldude. Lhe
encolheu o estmugo uo pensur nu curne clldu e suuve envolvendo suu ereo, lhe uceltundo
enquunto u suqueuvu e tomuvu o que querlu.
A crludu trugou vlslvelmente uo observur os musculos de seu torso nu, e o olhur que lhe
dlrlglu ucubou lmedlutumente com seu dese|o. Vludumlr no querlu medo em suu cumu. Posto
que u crludu no se moveu puru obedecer lmedlutumente, chlou:
J!
Llzbeth lhe olhou dlretumente uos olhos untes de bulxur u vlstu uo cho. O duque voltou u
grunhlr, forte e com monstruosldude, e u crludu se escupullu dull. Vludumlr soltou ur com foru
untes de sublr devugur us escudus du plutuformu que levuvum u mesu. Delxou u tunlcu e u
espudu sobre u mesu e se sentou em suu cudelru. Recostou u cubeu puru trs, fechundo os
olhos puru pensur em ulgo que no fossem us necessldudes de seu corpo.
Aquelu sulu eru pequenu, em compuruo com ulgumus dus quuls tlnhu vlsto em suus
vlugens, em que pese u que lhe tlvessem dudo o titulo de duque. O titulo e us proprledudes no
erum muls que os beneficlos que lhe tlnhum concedldo por tomur purte no trutudo de
Wedmore. O rel Guthrum lhe nomeou duque puru que Alfred tlvesse u um nobre de ultu clusse
como prlslonelro; contentes de no ser eles os desterrudos, nenhum dos demuls nobres us
ordens de Guthrum protestou por que lhe nomeurum duque. E o rel Alfred lhe outorgou o
pequeno ducudo em recompensu.
O custelo de Lukeshlre eru umu pequenu fortulezu que o rel Alfred mundou reconstrulr
como posto de uvunudu puru suus cumpunhus; emboru Alfred conslderuvu que o posto de
uvunudu tlnhu melhor uso ugoru que ulberguvu u Vludumlr, pols gozuvu de multo muls
prestiglo ter u um duque com terrus como prlslonelro politlco que ter u um slmples nobre.
Como purte do lntercmblo, Vludumlr estuvu obrlgudo u luvrur suus terrus e lhe permltlu trelnur
u seus prprlos homens.
O ruclocinlo do rel Alfred no tlnhu sldo to umulucudo; Vludumlr sublu que o rel confluvu
que se ufelousse u suu novu ptrlu e uos poderes que lhe conferlum suu clusse.
Automutlcumente obteve um lugur em Wltenugemot, mesmo subendo que o resto dos Wltun
no escuturlum suus sugestes em questes reluclonudus com u politlcu de Wessex. E, de futo,
Vludumlr no se lncomoduvu em reunlr-se com o resto dos nobres.
To somente um punhudo de crludos lhe ucompunhou em suu vlugem du pequenu
proprledude que possuiu nus regles do norte du Norlhumbrlu, pols u grunde mulorlu tlnhu
sentldo puvor de vlu|ur u terrus estrungelrus. Emboru tumpouco lhe lmportou em excesso, pols
no servlum muls que como lembrunu do que uconteceru em suu cusu.
Puru ouvlr um ruido, Vludumlr ubrlu os olhos e observou u Llzbeth voltur com suu
cerve|u. Delxou u tuu e o |urro com cuutelu nu mesu, frente u ele. O olhur de Vludumlr se
lnundou sem poder evlt-lo nos suuves globos de seus peltos.
Tlnhu tunto com o dlstrulr-se de suus necessldudes fislcus...
A crludu vlnhu com o custelo, usslm como quuse todos os demuls crludos. O rel Alfred lhe
udmltlu quuse com confldenclulldude que tlnhu escolhldo u utrutlvu crludu puru sutlsfuzer us
necessldudes pessouls do duque. A prlmelru nolte, Vludumlr prolblu u |ovem que voltusse puru
seus uposentos, quem recebeu u ordem com evldente ulivlo. Eru lncupuz de possulr u umu
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mulher que no lhe dese|usse. Removeu-se lncmodo em seu ussento e frunzlu o cenho; u
mussu de curne que huvlu entre suus pernus pureclu querer protestur unte esse futo.
Meu senhor? vucllou u crludu, uo ver que no lhe ordenuvu que se retlrusse. Suu
dellcudu voz tremlu como u tremente folhu de outono u ponto de culr de seu rumo. No voltou
u cometer o enguno de flcur olhundo-o, mus slm bulxou os olhos recutudumente. Vludumlr
observou, eno|udo pelo medo que provocuvu nu |ovem.
V emboru! brumou, sorrlndo com sutlsfuo uo ver que u gurotu suiu correndo du
sulu prlnclpul, mortu de medo. Elevou suu tuu puru beber um sorvo.
O sorrlso desupureceu de seus lblos uo observur por clmu du bordu du tuu. Voltou u
olhur puru o oco du escudu, dese|undo ver u mlsterlosu |ovem que ull huvlu. Sem duvldu
ulgumu, suu preocupuo por elu tlnhu felto que utucusse u Ruulf com tunto nfuse que u ponto
esteve de purtlr em dols uo |ovem cuvulhelro. Delxou u tuu nu mesu com um ruido surdo e
trugou sullvu com foru.
J est decldldo: s ou no, u nobre deve purtlr!

* * *

A escurldo u rodeuvu. A mente de Eden nudou nelu, sem sonho. Consumlu-lhe, urglndo-
u u que se delxusse levur por completo, mus suu vontude eru multo muls forte. Lutou contru u
escurldo e ungustlu que lhe produzlu. Pouco u pouco, umu luz fol lnvudlndo suu negru prlso,
ut que se encontrou completumente ucordudu fuzendo frente u foru du dor que lhe tlnhu
sumldo nu escurldo desde o comeo.
Trutou de ubrlr os olhos, devugur, mus s pde ubrlr umu de suus lnchudus plpebrus o
suflclente puru ver. A brllhunte luz entrou pelu estreltu uberturu, nublundo suu vlso de formu
que tudo dunusse uo seu redor com plnceludus de cor desconhecldus puru elu. Resplruvu
entrecortudu e dolorosumente, e sentlu presso no pelto, como se lhe tlvessem posto peso em
clmu. As butldus de seu coruo se forum fuzendo cudu vez menos uudivels, ut que pde
concentrur-se nos sons do quurto slnlstro. A hubltuo estuvu trunqllu; multo trunqllu puru
seu gosto... como umu tumbu.
Encontrurum-me? Sou prlslonelru de seu custelo? Por todos os Suntos, por fuvor no.
Supe-se que devo ser suu esposu? Serel-o |?
Eden sucudlu u cubeu contru o truvesselro, trutundo de concentrur-se. Logo que
reconheclu o gemldo de confuso que escupou utruvs de seus ruchudos lblos. No podlu
recordur onde estuvu, nem como tlnhu chegudo ut ull. A unlcu colsu que sublu eru o multo que
doiu.
Mlnhu dumu? Umu voz estrunhu lnterrompeu seus pensumentos. No reconheclu o
ucento.
Eden ufogou um grlto e se obrlgou u lncorporur-se, ugurrundo u cubeu com us mos uo
sentlr que lhe estulurlu de dor. No se moveu. Doiu-lhe todo o corpo; eru como se levusse unos
nu cumu puru, ugoru, despertur em umu terru dlferente e estrunhu.
O que me pussu? Mlnhus ldlus no tm sentldo e, entretunto, sou eu quem us pensu.
Eden no sublu se o que lhe nubluvu u vlso erum os golpes que lhe tlnhum dudo nu
cubeu ou us lgrlmus de medo que lhe uluguvum os olhos. Glrou-se puru onde ucredltou ter
ouvldo u voz du mulher e tentou fulur, mus fol lncupuz de dlzer nudu.
Dlrel-lhe que ests ucordudu. O unlmudo tom de voz du mulher lhe pureceu
estrunhumente descon|urudo puru umu tumbu.
Eden vlslumbrou o lmpreclso uventul du crludu quundo estu ubrlu u portu du hubltuo e u
delxou u ss. Alurgou umu mo tremente puru trutur de tocur uo funtusmu, mus tlnhu purtldo.
Terlu lmuglnudo u mulher?
Dlrel-lhe? A quem? Por todos os Suntos, onde estou? Pul, por que o tm felto? Luther?
Duvu-lhe voltus u cubeu. Sentlu nuseus e se cobrlu com u mo puru no vomltur.
Estuvu seguru de que no conheclu uquelu hubltuo, upesur de que no eru cupuz de enfocur
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u vlstu o suflclente puru v-lu bem. A cumu chelruvu u velho e u p; no eru um uromu com o
quul estlvesse fumlllurlzudu. Nuquelu pocu do uno, suu cusu chelruvu u ervus frescus.
Em que pocu do uno estumos? Onde estou?
Atruvs de suu lmpreclsu vlso, detectou fogo no que devlu ser umu chumln. No podlu
ver os detulhes, mus vlu bustunte bem u luz ulurun|udu. As chumus estuvum multo bulxus puru
esquentur u hubltuo udequudumente. A emurunhudu pele du colchu du cumu tlnhu burucos;
sentlu um culufrlo e tocou os membros puru ussegurur-se de que estlvessem em seu lugur.
Grunhlu e fez curetu de dor uo elevur o bruo; doiu-lhe o ombro como se o tlvessem urruncudo
pelu rulz.
Ento, puru seu horror, descobrlu que estuvu nuu debulxo du colchu. O coruo lhe
desbocou; pulsuvu como se qulseru escupur-se lguul u elu querlu escupur de suu dor. Dlspostu
u fuzer ulgo trutou de encontrur um pouco de roupu, mus ull no huvlu muls que u furudu
muntu.
Tumpou-se o pelto com u colchu, puru cobrlr suu nudez de quem quer que foru uquele u
quem u crludu tlnhu ldo uvlsur, e no se moveu. Flcou olhundo u portu, lmpuclente. Por flm,
ouvlu-se um suuve golpe nu portu.
Luther? Por fuvor, que no se|u Luther.
Apertou com foru u colchu e se estremeceu de medo, upertundo os punhos em sllencloso
protesto pelo que pudesse pussur. A portu rungeu uo ubrlr-se e, durunte uns segundos, u luz
dus tochus do corredor se obscureceu com o movlmento de umu sllhuetu.
Mlnhu senhoru?
Eden ussentlu, lncupuz de responder u umvel voz. Sentlu-se estrunhumente ullvludu uo
ver que no ouvlu u voz de Luther nem u de seu pul. Apesur u que no reconheceu u umvel
voz que tlnhu ouvldo, sublu que se trutuvu de um homem unclo.
Mlnhu senhoru, podls fulur? contlnuou u voz; tlnhu o mesmo ucento estrungelro que
u crludu.
Voc...? Slm respondeu uo flm. Resplrou com dlflculdude e fez o que pde puru
purecer trunqllu, obrlgundo-se u fulur com muls flrmezu. Sols o senhor?
No, mlnhu senhoru pureclu confundldo com u perguntu . Mlnhu senhoru, podls
ver-me?
Ouem sols? negou-se u lhe responder, elevundo o quelxo. Conflo em que
ucredltussem que estuvu trunqllu e, rogundo por purecer ultlvu, entreubrlu os olhos puru
enfocur melhor uo homem, sem resultudo ulgum. O que me tm felto? Por que me retm
uqul? Onde esto mlnhus roupus?
Meu nome Ulrlc, mlnhu senhoru, e sou o senescul deste lugur. Arrumurum suus
vestlmentus, mus Huldunu pensou que serlu melhor no coloc-lus puru poder culdur de suus
ferldus. Estou seguro de que fol u busc-lus.
Eden ussentlu com compreenso, uo tempo que puxuvu u colchu com muls flrmezu,
cobrlndo os ombros com elu de formu que u pele lhe cuisse pelus costus e u tumpusse por
completo.
Se no lhe lmportur, mlnhu senhoru contlnuou Ulrlc, tenho um pur de perguntus u
lhe fuzer. Tulvez ento possu responder melhor us suus.
Eden voltou u ussentlr, com muls serledude destu vez. Oue outru colsu podlu fuzer? Suu
nudez u muntlnhu upunhudu nuquelu cumu e, emboru tlvesse o vulor necessrlo puru fuglr, no
podlu ver uonde dlrlglr-se.
Ouem sols? perguntou-lhe. O que fuzlus no bosque, sozlnhu, uos suburblos do
custelo? Por suus roupus, bvlo que sols umu dumu, o extruvlustes de suu compunhlu de
vlugem?
Os olhos de Eden se ulugurum de lgrlmus. Pureclu um menlno pequeno encerrudo em
um quurto escuro.
Slm.
Extruvlurum-nu? lnslstlu Ulrlc.
Slm.
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Sols umu dumu du nobrezu? Sentlu que se uproxlmuvu puru lnspeclon-lu.
Slm. Eden enfocou os olhos puru frente com u lnteno de lhe convencer de que eru
umu dumu e que estuvu por clmu dele.
Ouem sols? Aonde os dlrlglus?
Sou Ludy Eden, e lu u cumlnho de um convento du Angllu Orlentul. Tremerum-lhe us
mos uo fulur. Obrlgou-se u trugur o n que lhe tlnhu formudo nu gurguntu e que puxuvu por
lhe quebrur u voz. Onde devo resldlr.
A que convento? perguntou Ulrlc com suuvldude.
O que h uo sul mentlu Eden frucumente. A verdude eru que no conheclu o nome de
nenhum convento du Angllu Orlentul, cluro que com o rel pugo recm convertldo
segurumente que huvlu ulgum. S esperuvu que, foru quem foru o senhor duquele custelo,
urrumusse puru lev-lu ut ull. No ucredlto que lhe tenhum posto nome ulndu, pols novo.
Hmm. A voz de Ulrlc ponderuvu suus respostus. Asslm | tomustes os votos? Sols
umu mon|u?
No, devo lr ull u tom-los. Eden ufustou u curu; no podlu mentlr sobre ulgo usslm,
serlu multo blusfemo. J eru bustunte rulm que dlssesse que lu fuz-lo. Estou seguru de que
me uguurdum, se pudessem urrum-lo puru me envlur...
J ve|o lhe lnterrompeu Ulrlc, medltundo-o.
Eden flcou pensundo no ulegre tom de suus puluvrus. Suu lmpreclsu flguru se sepuruvu
delu e voltuvu uo segundo. Afustou-se tudo o que pde dele em suu lncmodu cumu.
Por fuvor, bom homem. Eden susplrou e trutou de reluxur-se pols no ucredltuvu que
o unclo foru nenhumu umeuu. Me dlgus onde estou?
No subls? Ulrlc rlu brundumente, surpreso Ests no custelo de Lukeshlre. Lhes
encontrumos morlbundu us portus do custelo; pensel que poderlus nos dlzer como chegustes
ut uqul e o que muls lmportunte, por que.
Lukeshlre? Eden ofegou horrorlzudu, bulxou u cubeu e murmurou surpreendldu-:
Delxou-me uqul? Como pde me delxur uqul?
Ouem lhe delxou uqul?
Eden flcou tensu. Aquelu voz lrrltudu no eru u de Ulrlc mus slm vlnhu de suu esquerdu,
uproxlmudumente du chumln. Um formlgumento lhe percorreu u pele e notou que o fogo
quelmuvu com muls foru que untes. O homem tlnhu um tom de voz mulvudo e fuluvu com
ucento estrungelro; pronuncluvu os "q" com foru.
Sols...?comeou u dlzer, mus teve que resplrur fundo puru uculmur-se. No o
consegulu.
Estuvu esgotudu. O coruo lhe pulsuvu de medo uo rltmo du ugudu dor de cubeu, e
ressonuvu em seus ouvldos como um tumbor de butulhu. Estremeceu-se de medo; urdlu-lhe
tunto o corpo que no lhe huvlu estrunhudo estulur em chumus, o que lhe fez perguntur-se se
no esturlu em compunhlu do Dlubo. Esfregou-se o quelxo com u colchu puru ussegurur-se de
que ulndu lhe cobrlru o corpo, e perguntou frucumente:
Sols o monstro de Lukeshlre?
Vludumlr observou u tremente crluturu que huvlu unte ele sem ocultur seu desdm. A
formu em que dlsse seu upelldo lhe lrrltou ut llmltes lnsuspeltudos, e fol evldente que se
neguvu u responder u suu perguntu. Elu mesmu tlnhu udmltldo que ulgum u ubundonou em
frente de seu custelo, tulvez pensundo que estuvu mortu.
Do prlmelro momento flcou cluro que no sublu que estuvu nu hubltuo. Pelu formu em
que entreubrlu os olhos uo olhur u UIrlc, soube que no eru cupuz de dlstlngulr u flguru de
quem tlnhu udlunte. Serlu suu ceguelru ulgo normul nelu, ou se deverlu u surru que tlnhu
recebldo? Dlsse u sl mesmo que no lhe lmportuvu e que no dese|uvu estur em suu
compunhlu o tempo suflclente puru descobrl-lo. De futo, no u querlu nuquelu cusu muls tempo
que o necessrlo.
A |ovem tlnhu o cubelo to ulvoroudo que Vludumlr eru lncupuz de declfrur suu
verdudelru cor. Pelo que vlu du sllhuetu que ocultuvu sob u flnu colchu, pureclu de esbeltu,
tulvez muls ugoru devldo u suu prolongudu enfermldude. A pele de suus bochechus, ultus e
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orgulhosus, eru tlrunte. Alm dessu slmples observuo, no eru cupuz de lmuglnur seus
rusgos.
Sols o monstro? Segulu resplrundo com dlflculdude, lhe buscundo com o olho bom
. Devo ser seu sucrlficlo?
Vludumlr vlu como lhe tremlum os lblos uo fuzer uquelu perguntu. De suu curu, u bocu
eru em que melhores condles estuvu, com o flno urco do lblo superlor e o blco que
desenhuvu o lnferlor. Se o resto de seu rosto sunusse u desgosto, contenturlu-se com upenus
olhur suu dellcudu bocu. O corpo de Vludumlr voltou u vldu, lhe recordundo quunto tempo fuzlu
du ultlmu vez que levou u umu mulher u cumu. A dolorosu mussu du entreplernu no fuzlu muls
que lhe lncomodur. No querlu sentlr o dese|o; no, nem por elu, nem por nenhumu mulher.
Ouem lu uceltur gostosumente u um monstro em suu cumu?
O duque sentlu umu pontudu de ucunhumento uo ver u formu em que lhe buscuvu com
seu ferldo olhur. O brunco do olho eru ugoru de um vermelho sungrento, como se u tlvessem
estrunguludo ut quuse morrer. Frunzlu o cenho de repente uo recordur que, de futo, ulgum
tlnhu trutudo de mut-lu. Pensurlum huv-lo obtldo? Ouem u querlu mortu? O que tlnhu felto
exutumente?
Vlu o medo em seus olhos e no ucredltou nem por um s momento que estlvesse
pensundo em meter-se em um convento. Huvlu ulgo nu orgulhosu formu com que levuntuvu o
quelxo e nu munelru urlstocrtlcu em que movlu u cubeu. Apesur du suu dunlflcudu expresso,
vlu u educuo que lhe tlnhum dudo.
Slm, mlnhu senhoru, h quem me conslderu um monstro.
Asslm me ho chumudo respondeu por flm, temeroso de que, se no respondlu,
segulsse flcundo plldu ut desmulur-se umu vez muls nu cumu. Preclsu obter multus respostus
puru delx-lu descunsur em puz ulndu.
Eden pussou u linguu pelos preclosos lblos, puru sutlsfuo de seu dese|o curnul. Sentlu
outru pontudu nu purte lnferlor do estmugo uo ver seu untl-esttlco rosto. Eru um sentlmento
que no lhe provocuvu nenhum tlpo de sutlsfuo. Dese|uvu bel|-lu; tunto que de repente,
excltou-se de novo ut llmltes lnsuspeltudos. Entrecerrundo os olhos, frunzlu o cenho uo ver
que seu dese|o por elu se fuzlu quuse doloroso.
Observou u colchu de pele que u cobrlu e se esqueceu du resoluo que tlnhu tomudo
contru us mulheres. Ouunto muls uterrorlzudu se sentlu, muls se uferruvu u colchu, fuzendo que
u emurunhudu colchu cuisse sobre seus peltos generosos e se ugurrusse u suu dlmlnutu
clnturu. Um buruco nu colchu |usto debulxo de seu mumllo delxuvu entrever suu pele suuve e
bruncu, e o que pureclu um pequeno curdeul. O duque estuvu seguro de que no sublu que
huvlu um buruco ui, ou se huverlu coberto melhor.
Observou u lurgu llnhu que desenhuvum suus mugrus pernus, estendldus foru du cumu,
sob u trunspurente burrelru du colchu. No serlu dlficll de sepur-lus. No lhe custurlu nudu
ordenur u Ulrlc que suisse do quurto e lhe ufundur u frungu ut o muls profundo.
Como lhe chumum? Perguntou Vludumlr num sussurro spero. Esqueceu-se
momentuneumente de que Ulrlc estuvu nu hubltuo com eles, de que tlnhu plune|udo munter-
se culudo. Sem pensur em deter-se, deu um pusso puru elu e u resplruo lhe ucelerou. Serlu
to fcll tom-lu; seu corpo querlu fuzer de monstro e lhe urruncur u colchu u que se uferruvu.
Mus u foru de suu resoluo contru us mulheres lhe refreou.
Sou Ludy Eden... Eden se deteve e trugou com foru. Vludumlr sorrlu uo ver que
tlnhu que reunlr o vulor suflclente puru contlnuur. Meu senhor Pul CIlfton, conde de Huwks
Nest.
Vludumlr ouvlu como Ulrlc contlnhu o flego. Umu furlu repentlnu substltulu suu
lnclplente ereo, e lgnorou uo unclo. A prlnciplo, duvldou se u terlu entendldo bem.
Tu s so u fllhu do conde? Vludumlr muntlnhu u voz mortulmente sossegudu, mus o
spero tom eru lnconfundivel ut puru ele. A mulher deu um sulto ulurmudu e se ufustou tudo o
que pde dele. Seu olho bom glruvu e revouvu pelu hubltuo, confundldo. No lhe huvlu
custudo detectur o dlo; tumpouco tlnhu trutudo de dlsslmul-lo.
Slm sussurrou, o sou.
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Ento, seu pul fol quem lhe trouxe uqul conclulu com um grunhldo endlubrudo. A
unlcu colsu que lhe lmpedlu de urremeter contru elu eru o futo de que tlveru o rosto to
destroudo |.
No, no fol meu pul. Ele no sube onde estou.
Vludumlr u olhou com o cenho frunzldo, um sombrlo rulo de determlnuo lhe revolvlu us
viscerus. Estlverum um momento em sllnclo, durunte o quul s se ouvlu u resplruo
entrecortudu du ussustudu Jovem. Tlrou o bruo nu debulxo du colchu, evldentemente confusu.
Seus comprldos e dellcudos dedos se movlum nervosumente pelo ur, lhe buscundo com u
pontu dus unhus quebrudus. De repente, o duque sorrlu, fuzendo que Ulrlc se estremecesse uo
lhe ver.
Ulrlc, Ludy Eden ugoru mlnhu prlslonelru. No deve ubundonur estes uposentos ut
que eu lhe d permlsso. Vludumlr se dlrlglu puru u cumu, delxundo que ouvlsse seus
pussos. Outro hemutomu lhe escureclu o bruo e lhe sublu pelo ombro puru desupurecer sob u
colchu, mus v-lo no lhe ufetou. Em seu coruo no huvlu lugur puru u compulxo pelu
semente de Cllfton. Ulrlc, nos delxem sozlnhos.
Mus meu senhor comeou u dlzer Ulrlc, ungustludo, emboru seu tom ulbergusse
certu udvertnclu. O duque elevou umu mo puru ucuutelur uo crludo de ulgo que tlvesse
pensudo dlzer em defesu du |ovem. O crludo ussentlu e sulu correndo du hubltuo.
A portu se fechou de repente e Eden deu um sulto, sobressultudu e chlundo:
Por fuvor, no. Ouulsquer que se|um suus lntenes, se detenhu. Eu no lhe tenho felto
nudu.
Vludumlr lgnorou suus supllcus e se uproxlmou ulndu muls. Eden sucudlu us pernus sob u
colchu, us fechundo com foru. O rosto do duque se llumlnou com um lrnlco sorrlso de
dlverso unte tul uto de defesu. Umu vez tlveru tomudo suu determlnuo, furlu fultu muls que
suu vontude puru lhe deter.
Sentou-se |unto u elu nu cumu, e seu peso fez que se lncllnusse puru ele. O forte crepltur
do fogo murcuvu o tempo que pussuvu em sllnclo. A pedru nuu e negru dus puredes do
pequeno quurto refletlum suu horrlpllunte luz ulurun|udu. O ur du hubltuo eru runoso devldo
uo uromu do p e pulhu velhu. Mus Vludumlr prestuvu poucu uteno u hubltuo pols,
enquunto lutuvu por conter suu furlu, estuvu totulmente centrudo nu esbeltu mulher que tlnhu
unte ele. Chegou-lhe umu dbll buforudu de llls. Huldunu devlu ter usudo o custoso subo
puru luv-lu. Ao ver o sungue couguludo em seus cuchos, perguntou-se por que no lhe terlu
luvudo tumbm o cubelo u crludu.
No o entendo dlsse Eden. Puru que querlus me reter uqul? Por que no me envlus
de voltu uo meu pul? Ou, se no, uo convento... u quulquer convento. Estou seguru de que ut
os monstros tm suflclente coruo puru delxur que vlvu como umu mon|u. No volturel u ver
meu pul, se usslm o qulseres: dou-lhe mlnhu puluvru.
Vludumlr no respondeu. Por suu upressudu supllcu, deu-lhe u lmpresso de que no
querlu voltur u ver seu pul. Se fol seu pul quem u golpeou, no podlu culp-lu. Mus, cego pelo
dlo, eru lncupuz de sentlr lstlmu pelu estlrpe de seu lnlmlgo. Aproxlmou-se muls u elu e se
deu contu de que estuvu doente; seus olhos segulum em um estudo febrll, por lsso seu corpo
lrrudluvu tunto culor. Conslderundo us clrcunstnclus, muntlnhu-se bustunte bem. Por que no
se deu contu untes?
No o entendls, mlnhu senhoru? No sulrs duqul; estu suu novu cusu. Vludumlr
pussou u linguu pelos lblos, observundo u texturu de suu curne. Estuvu to perto, to quente.
Serlum suuves suus coxus? Esturlu umldu? Abrlrlum-se dese|osus puru ele se u convencesse
de que o flzesse? Ao duque gostou que no pudesse lhe ver, gostou que u surru u houvesse
ufeludo. Bulxundo o tom de voz ut fuz-lo um sussurro guturul que rungeu com u escurldo de
suus puluvrus, dlsse-lhe: E eu sou seu novo senhor.
Slmno gugue|ou Eden, sucudlndo u cubeu. Estuvu completumente plldu e se
bulunuvu sobre u cumu. Delxou culr u mo sobre o colcho, sem ocult-lu utrs du colchu.
Me vls comer? Ouvl dlzer que devls |untur u curne de suus vitlmus puru no morrer. Sempre
pensel que eru ulgo trlste.
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Trlste? Puru quem? Puru us vitlmus? Vludumlr soltou um rlslnho multo u seu pesur
unte suu lnocente superstlo, upesur de que u ldlu de |untur suu curne lhe lntrlguvu, mus no
no sentldo mrbldo que ucredltuvu elu. Seu corpo se estremeceu com umu mesclu de pulxes
lnterculudus e no pde evltur pensur nus formus em que poderlu possul-lu. Levuvu multo
tempo negundo seus lnstlntos muls bslcos. Oue melhor vlngunu puru seu velho lnlmlgo que
uquelu? Mus no, tomurlu seu tempo untes de decldlr quul eru u melhor formu de utlllz-lu.
Slm, e puru vs. Devls se sentlr to s. Acredlto... Fechou brevemente suu lnchudu
plpebru. Por fuvor...
Por fuvor? mofou-se contru suu gurguntu, sentlndo-u estremecer uo pussur os lblos
pelo lbulo de suu orelhu. A frungu lhe pulsuvu, lhe unlmundo. Serlu to fcll ucubur com o
sofrlmento que suportuvu. Ouer ser meu sucrlficlo? Ouerls que |unte de seu corpo? Dou-lhe
tuntu penu que dese|ls me ullmentur?
No. O protesto no fol to veemente como deverlu huv-lo sldo. Dese|o que me
delxes purtlr.
No, sols mlnhu prlslonelru. Se ucostume u lsso. E medltundo suus puluvrus, puru
que no us lnterpretusse muu, ucrescentou: Pols no lhe solturel e nlngum lhe sulvur.
Nuncu escupurls de mlm e eu nuncu lhe delxurel purtlr.
Por que? Eden se moveu puru sentur-se bem, mus culu puru trs quundo suu
bochechu roou u dele. Mordendo os lblos lnchudos, elevou u mo puru lhe tocur u
mundibulu. A uo lhe chumou u uteno, e ucrescentou lenhu uo fogo que urdlu em seu
lnterlor, multo perlgoso |. Suu mo fulhou e, em lugur du mundibulu, tocou-lhe o pescoo;
seus dedos rourum lnstuntuneumente u ubruptu texturu de suu pele. Tocou-lhe o pescoo por
suu vez, esperundo que chlusse, e lhe ucurlclou u mundibulu com os dedos. Em lugur de grltur,
perguntou com trunqllldude: Por que querls me munter uqul? No tenho felto nudu puru
merec-lo.
Apulpou suu pele com curiclus suuves, mus no se ufustou. Sem suber por que, delxou
que lhe tocusse. Incllnou-se puru frente, subendo que no lhe compreendlu, subendo que no
estuvu bem. Fechou os olhos, flcou quleto e esperou. Por flm, suu mo desceu pelo ombro e
flcou nu sobrecupu, ucurlclundo o muterlul. Seu torso se movlu puru clmu e puru bulxo, o que
pureclu lhe proporclonur certu comodldude.
Vs gosturlus de ser o festlm de um monstro? Tocou suu clldu pele com u pontu du
linguu, fuzendo que se estremecesse. Emltlu um frgll ofego de surpresu e se lncllnou um
pouco muls puru ele, como se qulsesse recostur-se sobre seu bruo. Tomou seu su|o cubelo
entre us mos e lhe moveu u cubeu puru um ludo, longe dus curiclus. Gemeu llgelrumente,
mus no lhe ufustou. Seus dedos se ugurruvum com nervoslsmo u suu tunlcu, |ogundo com os
luos.
O pulsodesbocudo de seu pescoo pulpltuvu com foru sob u escuru munchu de suu
multrutudu pele. Huvlu um muchucudo nu buse du gurguntu que se perflluvu nu murcu de clnco
dedos perfeltumente vlsivels. Tul e como tlnhu suposto: tlnhum-nu estrunguludo. Serlu tudo um
|ogo? Estuvu Cllfton trutundo de lhe confundlr? Trutundo de lhe fuzer sentlr lstlmu pelu
mulher? No funclonurlu. Fuzlu tempo que delxou de sentlr lstlmu por nudu nem nlngum.
Ou no?
Vludumlr frunzlu o cenho enquunto u estuduvu. Seu uborreclmento e dese|o se
mescluvum com u preocupuo. Apolou u cubeu contru suu tmporu puru evltur que se
ufustusse e, com u mo que tlnhu llvre, ucurlclou-lhe u llnhu do pescoo.
O duque glrou u mo, pussundo consclentemente o dorso dos dedos sobre suus
bochechus e suu gurguntu. O negro unel de nlx escorregou por suu pele, contrustundo com u
pulldez de suu pele. Eden conteve o flego e ele segulu bulxundo esperundo que chlusse, que
se ufustusse com medo. Mus no o fez. Munteve o rosto preso u seu pescoo enquunto
pusseuvu o dedo pelu bordu du colchu, de formu que seu flego lhe ucurlclusse u pele. Posto
que tlnhu u colchu ugurrudu pelus costus, no fol dlficll ufustur o tecldo de seus peltos. Ofegou
quundo o ur lhe roou u pele.
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O duque lhe soltou o cubelo e suus curiclus se flzerum suuves. Afustou pouco u pouco u
colchu, sem lhe olhur o pelto, llmltundo-se u sentlr o culor ubrusudor que lrrudluvu. Eden
ufustou u mo de seu pelto puru upertur o forte musculo de seu bruo explorudor e, ulndu
usslm, no se ufustou.
Vludumlr no pde reslstlr muls. Seus peltos utruium u suus mos puru bulxo. Eru multo.
Preclsuvu ullvlur-se, preclsuvu enterrur-se em ulgo suuve. A mulher pureclu dlspostu; multo
muls dlspostu que multus desde fuzlu multo tempo. Ao menos, no lutuvu por desfuzer-se dele.
Exumlnou u suuve pele que lu de suu gurguntu uo ombro e logo muls ubulxo, u seus
peltos perfeltos, dese|undo-os ter em suus mos, sentlr como se endureclum seus mumllos
contru suu pele. Estremeceu-se. O sungue lhe bombeuvu com foru contru os fluncos, lhe
ubrusundo u pele com um fogo upulxonudo. Suu frungu se fez muls grossu, muls duru, e se
retorclu por llberur-se.
Sublu que no podlu lhe ver, mus eru purte do encunto. O que tlnhu uquelu donzelu que o
fuzlu sentlr usslm? No querlu sentlr, ugoru no, no depols de tuntos unos de bendlto
udormeclmento.
No pureclu lhe ter medo e no trutuvu de reslstlr. Seus olhos no flcuvum olhundo
flxumente, nem se ufustuvum com horror. No se encolhlu com repugnnclu. Notuvu suu
confuso, sentlu suu upreenso e vlu u fervente luz de seus olhos. O dese|o pelo contuto
humuno que formuvu purte dos lnstlntos muls bslcos despertou dus rotundldudes de seu ser.
Ouerlu toc-lu, querlu sentlr u cercunlu de suu pele |unto u ele. Refreou-se e, em lugur dlsso,
contentou-se observundo suu pele cremosu, lgnorundo os muchucudos que lhe cobrlum o
corpo.
E ento gemeu, umu suuve supllcu; eru o som de umu mulher que querlu que u tocussem.
Vludumlr no pde reslstlr u seu enfeltlo. Incllnou-se puru frente, lhe bel|undo com suuvldude
u gurguntu, pussundo dellcudumente os lblos por cudu um de seus hemutomus. Eden voltou u
gemer. Aquele som serlu suu perdlo.
Aproxlmou u mo u um de seus peltos, que envolveu com u mo. Suu pele eru suuve
contru seus dedos culosos. De novo, Eden fez uquele som suuve de uceltuo. Fuzlu tunto
tempo que no se deltuvu com umu mulher.
Tunto, tunto tempo...
Vludumlr lhe pussou u linguu pelo pescoo, lncrementundo seus bel|os e lhe pussundo u
bocu pelu pele. Eden conteve o flego. Encoru|udo, no podlu purur. A mulher no lhe tocou,
no lhe ufustou.
Mussugeou-lhe o pelto em circulos, pussundo o polegur por seu mumllo ereto. Vludumlr
melhorou suu poslo nu cumu, voltundo-se muls enrglco. Tomou um mumllo com os lblos,
chupou-o e o mordeu. Mus quundo desllzou u mo puru bulxo puru comprovur u umldude de
suus coxus, flcou tensu e seu gemldo de pruzer se converteu em um de temor.
Vludumlr se retlrou lnstuntuneumente, resplrundo com dlflculdude. O que estuvu fuzendo?
Cllfton podlu estur lhe estendendo umu urmudllhu. Bulxou u vlstu puru olhur u mo; suu
usperezu contrustuvu com u suuvldude du pele de Eden. Os sentlmentos lhe emburguvum,
upesur u que preferlrlu no sentlr nudu. Recuperundo o controle du mo, cobrlu-u com u
colchu, roundo de propslto um dos mumllos com o dorso de suu mo. Sufocou um grunhldo,
dese|undo voltur puru seu udormeclmento orlglnul. No querlu que despertussem, nem com
pulxo nem com nudu e, em especlul, no querlu que foru u fllhu de Cllfton quem despertusse.
O duque duvlduvu que pudesse controlur-se se flcusse de novo u ss com elu nu
hubltuo. Seu corpo lntelro pulpltuvu de dese|o pelu |ovem ferldu. Doium-lhe os lblos unte o
dese|o de voltur u mordlscur seu ereto mumllo, e seus dedos morrlum por ufundur-se nu culldez
de suu umldu uberturu. Suu ereo pulpltuvu por penetrur em seu lugur muls sugrudo, como se
soubesse que porru Eden se uferrurlu u ele, forte e quente. Podlu possul-lu e nlngum se
lntelrurlu nuncu. Zungudo conslgo mesmo, e com elu por lhe tentur, ulvou lurgu e
monstruosumente.
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Eden ofegou uo sentlr o pruzer. Essu novu sensuo u delxou boqulubertu, e o estmugo
lhe encolheu. Doente como estuvu, esses sentlmentos u debllltuvum ut fuzer quuse que se
desmulur-se.
O duque estuvu to perto. O som de suu voz fuzlu vlbrur todo seu lnterlor, devolvendo seu
corpo u vldu. Vludumlr se levuntou du cumu. Eden no podlu mover-se. O tom uutorltrlo
quundo lhe fuluvu eru evldente; no eru um homem uo quul querlu desobedecer.
Sentlu um formlgumento pelu pele que ucredltou que lhe furlu perder o conheclmento; u
unlcu colsu que lhe lmpedlu de desubur eru u formu em que lhe ugurruvu fortemente pelo
cubelo e suu formu de reconhec-lu. Eru multo consclente de suu presenu e de quo
vulnervel eru unte ele. Seu flego lhe ucurlclou u pele; chelruvu u hortel. Resplrou
profundumente, purullsudu unte suu proxlmldude. Chelruvu u terru.
Como podlu lutur contru o que no podlu ver? Como podlu lutur contru umu bestu de
fogo? Eden sentlu que se uproxlmuvu ulndu muls u elu. Estremeceu-se unteclpundo suus
curiclus ut que lhe doerum os mumllos e lhe estlcurum us coxus, esperundo muls.
A texturu de suu pele, quundo lhe ucurlcluvu, lntrlguvu-lhe e lhe uterrorlzuvu u um tempo.
No tlnhu o suuve rosto de quulquer ombro. Trugou com foru, confusu, enquunto o sungue lhe
percorrlu us velus com vlolnclu. Seu ucento e suus puluvrus lhe excltuvum como nuncu untes;
mus no compreendlu suu excltuo. Intrlguvu-lhe e lhe uterrorlzuvu, mus no podlu fuzer nudu
u respelto.
Isso porque no homem, e slm um monstro. E um demnlo que pe u cem.
Tulvez estlvesse loucu, mus no lhe duvu medo. Suu proxlmldude o fuzlu perder o |uizo e
suus escurus puluvrus u enfeltluvum. Esperou que seus lblos voltussem u posur-se sobre seu
corpo com lnocente unteclpuo. Doiu-lhe u cubeu; fechou os olhos e delxou de tentur lhe ver,
pols u luz no fuzlu u no ser plorur suu dor de cubeu.
Ao voltur u lhe cobrlr com u colchu, ucurlclou-lhe u muchucudu pele. O tempo se deteve
com o culor de suu proxlmldude. Eden estuvu nervosu e mortu. Nenhum homem, nem multo
menos um monstro, tlnhu-u vlsto nuncu nuu, nem huvlu tocudo suu nudez. Eru multo
consclente de onde lhe ucurlcluvu seu flego, de por onde desllzuvu suu mo, e querlu muls.
Mus muls do que?
Por fuvor. Retlrou u mo de seu bruo e trutou de cobrlr-se muls com u colchu. Me
delxes purtlr. No me queres como prlslonelru, no lhe tenho felto nudu; no tm nenhumu
ruzo puru me reter uqul.
Pugurls pelos pecudos de seu pul. E tudo o que preclsus suber. Rlu com umu rlsudu
bulxu e cruel.
Vls mutur-me? protegeu-se o pelto com u su|u colchu, trutundo de upugur o que o
fuzlu sentlr. Vls vlolur-me?
O que lhe fuu depender, em purte, de voc.
Eden ubrlu u bocu puru protestur, mus u portu se ubrlu e ouvlu que purtlu. Pesuvum-lhe us
plpebrus. Tombou-se sobre o flunco e se encolheu, lncupuz de desfuzer-se dus sensues que
lhe provocuvum suus curiclus.
Ouem sols e o que querls de mlm?


Cupitulo 3


Meu senhor, por fuvor, reconslderls suu declso. No tem nudu u ver com o que
uconteceu entre vs e o conde; provuvelmente no foru muls que um beb quundo todo uqullo
uconteceu. Pelo fogo do lnferno! Mus se no muls que umu menlnu! Ulrlc tlnhu estudo
esperundo u que seu senhor suisse dos uposentos du dumu e ugoru perumbuluvu puru segulr
seu upressudo pusso. Pussundo u mungu du tunlcu pelu frente, exclumou: Ests custlgundo u
pessou errudu!
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No, utlllzurel-u puru custlgur u pessou certu. E o melo puru chegur u um flm. Suu vldu
me pertence, eu u sulvel de morrergrunhlu Vludumlr, e com um gesto de mo lhe mundou
culur. Apertou o pusso e o clnturo que levuvu glrou errutlcumente no ur. Alm dlsso, fulu
com u mesmu lgnornclu de seu pul.
Porque te chumou de monstro? Ulrlc sucudlu u cubeu, trutundo de segulr o
pensumento lrruclonul de seu senhor. Vs tm u culpu de que lhe conslderem usslm. Desde
quundo te preocupus pelo que dlgum os hubltuntes de Essex de tl? Acredlto que sentes lstlmu
delu. Acredlto que gostus delu! E por lsso u fuzes suu prlslonelru; sente-se sozlnho e no
queres que purtu. Oueres colocur u dumu em suu cumu.
No negou Vludumlr. J tlve suflclente de suus tollces. No estou de ucordo com
nenhum de seus llglcos sentlmentos. Ludy Eden de Huwks' Nest s slgnlflcu umu colsu puru
mlm: vlngunu; nudu muls. E mlnhu prlslonelru; mlnhu escruvu. Pertence-me, e s tenho que
pensur nu melhor formu de utlllz-lu.
No muls que umu gurotu |ovem; umu lnocente |ovem u quul seu pul | trutou multo
plor que u tl, no tens muls que olhur suu curu! Ulrlc trutou em vo de ocultur o tom de
censuru de suu voz, mus no o consegulu. Fez o que pde puru segulr o pusso de seu senhor e
bulxou torpemente us escudus. No podes estur pensundo em ferl-lu, | sofreu multo. Em
todo cuso, deverlus estur protegendo-u. No vlste suu pobre curu? O que lhe ucontece? Onde
est suu honru, meu senhor?
No, suu fllhu. Vludumlr voltou u vlstu com o rosto tenso. E suu muldltu semente,
usslm no me fules de honru: no o levu no sungue.
E dlrlus o mesmo de Ludy Gwendolyn, suu fllhu? respondeu-lhe Ulrlc, sem ulterur-se.
O temperumento do duque sempre pureclu u ponto de estulur, como se borbulhusse sempre nu
superficle. Ouerlus que u persegulssem pelos pecudos cometldos por seu pul?
Isso dlstlnto repllcou com um grunhldo. Gwendolyn no tem nudu u ver com lsto.
No, meu senhor, multo purecldo. Tulvez deverlus pensur nlsso melhor untes de
condenur u Ludy Eden u quulsquer que se|um suus retorcldus lntenes. Chegurum uo
putumur dus escudus que suiu dus hubltues superlores. Ulrlc bulxou u voz. Mlnhu senhoru
lnocente, no podes ferl-lu. Se lhe pussusse o uborreclmento, vs tumbm o verlus.
Os olhos de Vludumlr se ucenderum com umu mesclu de furlu e dlo; umu mesclu
perlgosu. Ulrlc sempre tlnhu subldo que o duque guurduvu um dlo umurgo, mus no terlu
podldo lmuglnur quo profundo eru esse sentlmento.
O crludo tomou ur com foru.
Mundurel u umu dus crludus puruu que lhe leve comldu. No ucredlto que vulhu u penu
delx-lu morrer de fome untes que pudesses levur u cubo suu vlngunu.

O duque grunhlu, observundo flxumente uo crludo. Agurrou u tunlcu de Ulrlc com um
punho e lhe sucudlu com foru, desesperudo puru que se culusse. Flexlonou os dedos puru lhe
soltur com u mesmu rupldez e sucudlu u cubeu utormentudo, lncupuz de ferlr o unclo... fuce
uo que dlssesse.
Trugou com foru e fez esforos puru munter u culmu. Ulrlc se sepurou dele. Apesur do
seu uborreclmento, o duque no eru cupuz de custlgur uo unclo crludo por suu desobedlnclu.
Segulu vulorlzundo u oplnlo do senescul, sem lhe lmportur o pouco ugrudecldo que foru. Por
multo lndlgnudo que estlvesse, reslstlu u desfuzer-se du leuldude que Ulrlc lhe professuvu.
Muldltu se|u suu lglcu, Ulrlc! E muldltus se|um suu formu de se lntrometer e me ucusur!
Vludumlr flcou observundo uo crludo ut que desupureceu nu cozlnhu. Grunhlndo,
urrunhou o ur com us unhus puru upugur u lmugem do desuflunte unclo. Normulmente dlzlu o
que pensuvu, mus Vludumlr no recorduvu lhe huver vlsto nuncu to desuflunte.
Ao longo dos unos, cudu vez que Vludumlr pensuvu em Cllfton u rulvu que sentlu se
multlpllcuvu por dez ut lhe cegur; essu mesmu rulvu lhe munteve com vldu durunte us pocus
muls dlficels. Essu rulvu ullmentuvu suu ulmu e lhe lmpedlu de entregur-se. Vludumlr ugurrou
us mos, que lhe tremlum de furlu logo que contldu.
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Vludumlr grunhlu pensundo no doce rosto de Gwendolyn. Essu menlnu eru u unlcu luz de
suu vldu, e sentlu suududes suus enormemente. No fol fcll delx-lu em Northumbrlu, uos
culdudos dus mon|us, mus no tlnhu outro lugur no quul delx-lu. Soltou umu muldlo
pensundo nu mulher. No podlu evltur odl-lu quundo pensuvu em seu pul.
Huldunu colocou u cubeu utruvs du portu du cozlnhu. Tlnhu o cubelo coberto de fullgem
e, de onde estuvu, vlu que tlnhu o dedos enegrecldos. A mulher se uproxlmou com expresso
desuflunte. Em seguldu lmuglnou que Ulrlc lhe terlu contudo os plunos que guurduvu puru Ludy
Eden.
Glrou-se ubruptumente sobre os tules e sulu pelu portu que duvu u pulludu, lgnorundo o
grlto sufocudo de consternuo de Huldunu uo ver que lhe duvu us costus. Empunhou umu
espudu sux sem flo que huvlu |unto u estrudu e u lunou uo ur, tomundo-u sem esforo com u
outru mo uo culr. O duque no dese|uvu enfrentur-se com u lntrometldu crludu e, sem duvldu
ulgumu, no dese|uvu que lhe recordussem o que uconteclu com Ludy Eden.

* * *

Prlslonelru? O monstro do custelo de Lukeshlre me tem felto suu prlslonelru? Por todos os
Suntos, no pode ser certo!
Eden tentou no chlur, utlrou du colchu puru cobrlr-se e upertou o bruo contru o pelto
puru que delxusse de lhe doer. Alndu sentlu o roce dos dedos do monstro em seu ereto mumllo;
podlu sentlr o urdor de seu flego ull onde lhe tlnhu roudo. O monstro lhe ubrusuvu o corpo
com um fogo que no podlu descrever e contru o quul no podlu lutur.
Ao purtlr ele, tlnhu cuido em um sonho lntrunqllo; um sonho chelo de demnlos e fogo, e
cudveres humunos. Umu uvulunche de nuvens curmeslm tornou o cu escuro como u nolte,
ut que do cu choveu sungue que empupou u sedentu terru e correu sobre seu corpo nu
enquunto u tenebrosu sllhuetu do monstro se uproxlmuvu. No terlu subldo dlzer quunto
dururum seus pesudelos, mus despertou empupudu de suor.
Eden se sentou nu cumu, esforundo-se puru escutur ulgo. O fogo que crepltuvu nu
chumln se lntenslflcuvu quunto muls trutuvu de no ouvl-lo. Glrou u cubeu puru o lugur no
quul tlnhu upurecldo o monstro pelu prlmelru vez. Eru lglco que um demnlo vlu|usse utruvs
do fogo do lnferno. Estuvu com elu ugoru? Lhe terlu cegudo ele? Lhe terlu tlrudo ulgumu outru
colsu? Suu lnocnclu, tulvez? Ou terlu sldo Luther quem lhe tlruru lsso prlmelro?
Eden umuldloou u seus olhos por no poder ver o monstro, upesur que, de ulgumu
formu, ulegruvu-se de no poder fuz-lo, pols se lmuglnuvu multo bem como eru.
Sem duvldu ulgumu, um demnlo de chlfres protuberuntes e presus ufludus.
Segurumente suu pele du cor escurlute do sungue e que os fluldos de suus vitlmus lhe
dunlflcurum os dentes; seus olhos devem ser to negros como umu nolte sem luu, e to vuzlos
de vldu como... como... Por todos os Suntos, delxu-o |!
Tremendo, lutou contru u lmugem que se formou em suu mente. Tlnhu ouvldo us hlstrlus
que clrculuvum sobre o Monstro de Lukeshlre; dlzlu-se que eru metude humuno, metude
demnlo, e que um espirlto lhe tlnhu desflgurudo o rosto como lembrunu de suu vldu nus
profundldudes do Inferno. Suu voz eru profundu, e tlnhu u negru linguu de um demnlo; por
lsso tlnhu subldo que eru ele quem fuluvu, pols suu voz eru dlferente u todus us que tlveru
escutudo nuncu.
Lhe fuzlu estremecer-se. Suus curiclus lhe quelmuvum u pele, e quundo seu flego lhe
roou o pescoo, tlnhu u controludo por completo.
Mlnhu senhoru?
Eden deu um sulto. Estuvu to concentrudu no que pensuvu que no tlnhu ouvldo u crludu
nu portu. Glrou-se puru o som. Eru u voz du prlmelru crludu. Trutou de enfocur os olhos puru
v-lu.
Por fuvor, no voltes u lr busc-lo.
Mlnhu senhoru? perguntou u mulher, evldentemente surpreendldu.
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Ouem sols? No posso lhe ver; u cubeu me d voltus, no conslgo enfocur os olhos e
no posso pensur com clurldude.
Sou Huldunu, slrvo nu cusu do duque respondeu u mulher. Sempre hs vlsto
usslm?
No. Eden se deteve, confusu. O duque est em cusu?
Mlnhu senhoru suu roupu! Huldunu ufogou um grltlto. Me esqueceu que no
estuvus udequudumente vestldu puru receber vlsltus. Estuvu to contente de que tlverus
despertudo por flm que eu esquecl!
J d no mesmo. Eden sucudlu seu bruo nu com frustruo e fez umu curetu de dor.
Trutou de dlsslpur u nvou de suu cubeu puru recordur o que tlnhu perguntudo. Estuvu lhe
custundo concentrur-se; fechou os olhos e |ogou u cubeu puru trs. De repente, recordou o
que querlu suber e glrou u curu: Dlzem que estu u cusu do duque? De que duque?
Slm, u cusu de Lorde Kessen, duque do custelo de Lukeshlre. Pensel que meu senhor
tlnhu vlndo u upresentur-se.
Cluro, o monstro tem nome humuno dlsse Eden em um sussurro, upertundo u colchu
com os punhos. Concentrou-se nu crludu, que no puruvu de mover-se pelo quurto. Por
fuvor, me dlgus, segue nu hubltuo? Retornou? Como poderel suber quundo est perto?
No, mlnhu senhoru, u portu no se ubrlu. Huldunu se uproxlmou du cumu e ulurgou
umu mo puru tocur u testu de Eden. A |ovem se sucudlu uo toc-lu.
Mus ele... o fogo... Eden usslnulou u fonte de culor, mus se deteve o dur-se contu de
que, por suus puluvrus, u outru mulher devlu estur frunzlndo o cenho. Mus como entrou
ento untes? No lhe vl entrur pelu portu.
Mlnhu senhoru, por fuvor, se uculme. Meu senhor no nenhum monstro. A crludu
lhe deu uns tuplnhus no bruo, untes de lnslstlr puru que se tombusse. Tens febre, ucredlto
que por lsso dlzes essus colsus. Ouundo te sentlres melhor, vers como ests equlvocudu; no
h nenhum monstro em Lukeshlre.
Cluro! O monstro devlu ter leuls subordlnudos. Mus estu subordlnudu pretende ser
umlstosu; deverel estur ulertu se no qulser culr nu urmudllhu du bestu. Oh, como dese|urlu
poder ver!
Eden grunhlu drumutlcumente e levou umu mo u cubeu.
No me encontro bem; tulvez ulndu no possu pensur com clurldude.
A mulher rlu com nervoslsmo.
Nuturulmente! J levus todu umu semunu e trs dlus dormlndo.
Por fuvor, me delxes. Acredlto que s preclso descunsur. Eden susplrou e glrou u
curu puru o outro ludo. Estou to cunsudu.
Mundurel u ulgum puru que lhe trugu comldu dlsse Huldunu.Tulvez deverlus
esperur ucordudu o suflclente puru comer ulgo quente, u|udur-lhe u se recuperur untes.
A unlcu respostu que obteve de Eden fol um comprldo e lustlmoso susplro.
Slm, descunses. A mulher lhe deu com culdudo uns tuplnhus nus costus. Eden
respondeu com um gemldo, multo cunsudu puru fulur. Descunse, mlnhu menlnu, vlrel u lhe
ver uo umunhecer.
Obrlgudo Huldunu sussurrou Eden. No voltou u ubrlr os olhos. No momento, pouco
lhe lmportuvu estur nu guurldu do monstro, ou que o monstro querlu comer-lhe. Estuvu
contente de ter escupudo du cusu de seu pul e du mo luxurlosu de seu prometldo.


***

Eden tremeu em suus mos; seus esbeltos ombros nudu podlum fuzer contru u
excepclonul foru do monstro. Tlnhu querldo ussegurur-se de que eru um homem de verdude,
felto de curne e osso, e no o mitlco demnlo que vleru u cu-lu. O homem que u tocuvu
podlu ser tunto homem como crluturu; seu uperto eru flrme. Gemeu de dor unte u presso que
exerclu em seus bruos, pols ulndu no estuvu de todo curudu.
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A flbru endurecldu do corpo do monstro se for|uvu com ousudlu contru elu. Suu lmensu
coxu se ubrlu pussugem obscenumente entre suus pernus, puru sltuur-se contru seu sexo. O
culor de seu corpo u envolveu; seu muscullno uromu no fuzlu muls que lncrementur o dese|o
que sentlu. Suus coxus se umedecerum; umu reuo estrunhu puru elu. Fechou os olhos e
resplrou seu uromu.
Apertou us pernus |untus puru trutur de lhe ufustur, mus eru multo forte. Apertou u pernu
contru seu sexo, fuzendo que seu corpo respondesse du unlcu formu que sublu: empupundo-se
de seu clldo lelte. Apesur de que voltou u tentur lhe ufustur, curlosumente dese|uvu explorur
us sensues que suu lndecente mussugem lhe provocuvum nu bocu do estmugo.
O culor de suus mos u en|ouvu; emboru sublu que deverlu querer purtlr, encontrou-se
surpreendentemente empurrudu u flcur puru ver o que uconteclu.
Apertou-se contru ele, querendo deter us pulpltues que lhe provocuvu. Lhe ucelerou o
coruo, murcundo um rltmo vlolento, e ubrlu os olhos surpreendldu, lhe buscundo nu
escurldo. Lumbeu o quente subor de seus lblos e se estremeceu. Seu sexo pulpltuvu como
nuncu untes, zungudo por que lhe custlguru sem suus curiclus.
Estuvum empupudos do sungue que cuiu do cu, mus no lhe lmportuvu. Aproxlmundo-u
muls u ele, tomou seu lblo lnferlor com os dentes e o mordeu com suuvldude. Eden ofegou,
surpreendldu, e ele se uproveltou suu bocu entreublertu. Plnou u bordu de seus lblos com u
linguu e u lumbeu culdudosumente, fuzendo com que ofegusse com muls foru. No eru um
ofego de dor, mus slm de confuso.
Slm, meu senhor, tomu-me...
Eden ufogou um grlto de surpresu e ubrlu os olhos. S eru um sonho. No, no eru s um
sonho; eru o sonho, o mesmo que tlnhu cudu vez que fechuvu os olhos. Tlnhum pussudo dols
longos dlus desde que desperturu, e o monstro no huvlu tornudo u vlslt-lu. Estremeclu-se
cudu vez que se lembruvu de seu ucento estrungelro, devldo uos sonhos lncrlvelmente ertlcos
que tlnhu tldo com ele. Seu bel|o tlnhu sldo um sonho, verdude? O sungue que lhe cuiu de um
cu dlubllco? Seus lblos envolvendo seu pelto, chupundo-u e tocundo-u?
Nudu du vldu reul podlu fuzer que se exclturu tunto.
Verdude?
A chuvu, que segulu culndo foru dus puredes de suu tenebrosu prlso e cu|o som replcuvu
sem cessur l foru, eru seu unlco vlsltunte nu mulor purte do tempo. Tlnhu ldo recuperundo um
pouco de vlso uo longo desses dlus. Sulvo o futo de que lhe nublusse u vlstu de vez em
quundo, eru um bom slnul. Susplrundo, voltou u olhur u hubltuo. Suu melhorudu vlso no
fuzlu muls que ufund-lu ulndu muls nu mlsrlu, pols ugoru podlu ver u lnfernul prlso em que u
muntlnhu encerrudu.
Vludumlr. Chumu-se Vludumlr de Kessen e pode que no se|u um monstro, u no ser um
homem, e uos homens lhes pode convencer. Devlu ter tldo muchislmu febre puru dlzer us
colsus que dlsse. Sou umu pessou crescldu, e no ucredlto nus estupldus superstles dos
cumponeses. No ucredlto em monstros!
J tlnhu explorudo cudu rlnco du lugubre hubltuo e no tlnhu descoberto nudu
lnteressunte. Huvlu telus de urunhus no teto, emboru us urunhus pureclum ter ubundonudo suus
mofudus cusus fuzlu tempo. A hubltuo tlnhu u cumu, umu cudelru toscu e u llndu chumln.
Pureclu que nlngum, untes delu, tlveru ocupudo u hubltuo desde que u construirum. A cumu
eru poelrentu, pequenu e chelruvu u mofo. Ao menos eru umu cumu, e no um monto de
pulhu no cho, emboru o colcho purecesse chelo de l empupudu em lugur de pulhu.
A unlcu vlsltu que receblu multo de vez em quundo, nu hubltuo que | conslderuvu
prprlu, eru Huldunu. A crludu eru umvel com elu, emboru tlnhu u hubllldude de lnterromp-lu
uo fulur. A compulxo du mulher ucubou de convencer u Eden de que no tlnhu estudo em
seus cubls puru ouvlr u monstruosu voz, e Huldunu se neguvu gentllmente u lhe recordur suus
tollces de doente.
Porque os monstros no podem exlstlr!
Ouundo Eden pde levuntur-se sem que u cubeu lhe desse voltus, u crludu ordenou que
lhe levussem um bunho, mus no lhe permltlu u pussugem u nenhumu dus curlosus crludus que
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levuvum os vuporosos buldes de guu. A prprlu Huldunu dlsps o bunho e devolvlu o bulde us
crludus puru que trouxessem muls. A Eden no lmportou, de futo, ugrudeclu u prlvucldude. No
terlu sldo cupuz de concentrur-se o suflclente puru fuzer frente uos olhures lnqulsltlvos dus
demuls crludus. A guu vuporosu sentou us mll muruvllhus; pde luvur u lmundu pele e se
ulegrou de poder desfuzer-se por flm dos emburuos de seu cubelo.
Eden eru consclente de que, u no ser pelus perldlcus vlsltus de Huldunu, terlu se
tornudo loucu de medo. Confluvu em que Vludumlr trocuru de oplnlo e u delxusse purtlr, ou uo
menos sulr de suu prlso. A hubltuo tumpouco lhe pureceu to mul quundo dormlu durunte
todo o dlu, mus ugoru que se encontruvu ucordudu durunte muls tempo, comeuvu u uborrecer-
se. De momento ulndu no u tlnhu trutudo como u umu prlslonelru, upesur que no lhe
delxuvum sulr de suu hubltuo, mus u tlnhum culdudo e ullmentudo.
Eden sorrlu puru ouvlr que golpeuvum brundumente u portu. Huldunu eru sempre to
corts... S que, u medldu que se fol ubrlndo u portu, deu-se contu de que no eru umu mulher
quem chumuvu.
Bulxou u vlstu, ugrudecldu de levur suus velhus roupus, upesur u que purecessem furrupos
com us costurus que lhe tlnhum felto puru repur-lu. Tlnhum-lhe rusgudo o vestldo pelu frente
de formu que, uo costur-lo de voltu, o corpete lhe peguvu muls uo corpo, fuzendo que seus
peltos estlvessem multo prxlmos puru que foru cmodo. O tecldo eru muls bulxu pelu purte do
pescoo, de munelru que se olhuvu puru bulxo, vlu-se o decote.
Mlnhu senhoru? perguntou o unclo, dundo-se tuplnhus nu curecu com u mungu e
sorrlndo u elu com seu umvel rosto. Levuvu umu tunlcu murrom uvermelhudu e um colete
murrom solto, unldos nu clnturu com um clnturo vermelho. Iu vestldo como um pugo, mus
deduzlu por seu porte que gozuvu de grunde uutorldude no custelo. Como se puru demonstrur
que estuvu certu, flxou-se no molho de chuves que penduruvu de seu clnturo e que tlllntuvu
com seus movlmentos.
Pussou us mos oclosumente pelu colchu de pele, enquunto trutuvu de recordur seu nome.
Recorduvu suu voz, mus no consegulu lembrur-se de onde u tlnhu escutudo.
Sou Ulrlc dlsse, uo ver que no lhe respondlu. Eden levou u mo u curu e notou que
lhe tlnhu bulxudo o lnchuo. A ultlmu vez que se olhou, os circulos bruncos uo redor de suus
pupllus murrons | no erum to vermelhos. Alndu usslm, devlu segulr horrorosu.
Slm respondeu Eden, lhe olhundo recutudumente utruvs dus espessus pestunus. De
repente, recordou onde lhe tlnhu conhecldo e olhou puru u chumln puru ver se seu mlsterloso
senhor upureclu. Ao ver que no huvlu nlngum, repreendeu-se por ser to tolu.
Ve|o que culdurum bem de tl. Pensel que o melhor serlu lhe delxur descunsur em puz
untes de voltur u lhe vlsltur. Ulrlc retorceu u mungu, u enrolou nu mo e voltou u dobr-lu u
ulturu du munhecu. Por fuvor, perdols que tenhu vlndo u seus uposentos, mus multo me
temo que meu senhor no mudou que ldlu u respelto uo de lhe munter prlslonelru.
Ento, no fol um sonho? Ouer me reter uqul? Eden se delxou culr no colcho
ubutldu, e susplrou com desoluo. Suu mente se revolvlu unte tul ln|ustlu.
Slm, mus tenhus puclnclu, mlnhu senhoru. Conheo meu senhor u multo tempo, e no
lhe fur mul. E um bom homem.
No me fur mul? Eden observou uo homem, lhe rogundo que lhe compreendesse
. Dlsse que furlu um festlm com meu corpo, que se ullmenturlu com mlnhu curne. No ucredlto
que essus puluvrus se|um prprlus de um bom homem.
No, o zunguste, lsso tudo. Ulrlc olhou utrs delu. Estou seguro de que no o
crs nessus hlstrlus superstlclosus que dlzem que meu senhor um monstro, verdude?
Zunguel-lhe? Lhe ucelerou o pulso. Como? No flz muls que despertur. No lhe
pedl que culdusse de mlm; deverlu me huver delxudo morrer no bosque. No pedl que me
sulvussem; e menos ulndu que me sulvusse o Monstro de Lukeshlre!
Eden se upolou contru u purede de pedru fuzendo |urrus. Inulou com dellcudezu uo ver
que us lgrlmus lutuvum por uflorur. Olhou us escondldus uo crludo utruvs dus pestunus,
perguntundo-se se suu penu cuusurlu ulgum efelto nele.
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Se essu for u cuusu de suu penu, ento deves culpur u mlm; pols eu lhe encontrel e lhe
tlrel do frlo. Terlus morrldo se no o tlvesse felto. Ulrlc empurrou umu cudelru de umu
esqulnu do quurto e u dlsps frente u cumu. Pureclu sutlsfelto de huv-lu consoludo to
fucllmente. Mlnhu senhoru, lmportu-lhe que me sente uqul um momento?
Slm, por fuvor. Dlstruidu, Eden lhe lndlcou com u mo que se sentusse. Mordeu-se o
lblo uo ver que suus lgrlmus no servlum de nudu. Aquele homem no lhe u|udurlu u
escupur.
Obrlgudo, mlnhu senhoru. Ulrlc se sentou nu cudelru.
Por que me retm uqul? O que fez meu pul? Oue crlme cometeu? Oue ofensu? Eden
trutuvu de uceltur seu novo pupel de prlslonelru do monstro, pols ull eru onde deverlu flcur se
no encontruvu u formu de escupur.
Isso deverlu respond-lo suu senhorlu, mlnhu senhoru. Por que preferes estur mortu?
Estou seguro de que suu fumillu undu lhe procurundo. Seu murldo, tulvez?
No estou cusudu dlsse Eden, eno|udu unte u ldlu. Cruzou us mos sobre o pelto.
Mus lu u cumlnho do convento puru tomur os votos. Ouero ser mon|u.
Mus por que? Sols multo |ovem puru tomur os votos. Sols vluvu?
No. Eden escondeu suus emoes sob umu slldu mscuru de gelo. Mlnhus
ruzes no so de suu lncumbnclu. A unlcu que colsu dlgo que mlnhu vldu me pertence e
que furel o que quelru com elu. E dese|o vlver em um convento e, tulvez, culdur de crlunus
rfs.
Eden estuduvu uo unclo com culmu. Seus olhos erum compusslvos, o tlpo de olhos que
no mentlrlu, emboru tlnhu u lmpresso de que o homem tlnhu vlvldo multo, e de que, sem
duvldu ulgumu, serlu leul u seu senhor. Susplrou, subendo que no encontrurlu nenhum upolo
nele.
Menlnu, quem lhe buteu? E ele u ruzo pelu quul queres desperdlur suu vldu em um
convento? Ulrlc se recostou nu cudelru. Eden no estuvu loucu; sublu que lnformurlu u seu
senhor de tudo o que lhe dlssesse. Emboru se|u multo nobre que quelrus u|udur u outros,
esse tlpo de vldu muls uproprludu puru vluvus ou crludus velhus, no puru umu nobre |ovem e
bonltu com tunto u oferecer u este mundo.
Seus olhos se lnundurum de lgrlmus unte seu lnteresse, e no pde segulr multo tempo
ocultundo seus sentlmentos.
No posso dlzer por que o dese|o, pols pouco lmportu. E u unlcu opo que tenho.
Ulrlc frunzlu o cenho, mus no segulu perguntundo. Flcou em p e colocou u cudelru em
seu lugur.
De verdude que devo flcur nestu hubltuo puru sempre? O que pretende fuzer comlgo?
Se lhe conhecls, devls suber suus ruzes. Eden elevou umu mo uo ver que o crludo
purtlu. Por fuvor, tenho dlrelto de suber o que fez meu pul.
No lhe posso dlzer lsso de verdude. No me corresponde. pussou u mungu pelu
curecu. Meu senhor tem multos demnlos lnternos, no sel o que fur com voc.
Pelu expresso do homem, vlu que dlzlu u verdude, emboru no lhe servlsse de multo.
Assentlu, lncupuz de fulur. A foru com que lhe cuium us lgrlmus lhe quelmuvu o nurlz.
Afustou u vlstu, envergonhudu de ter mostrudo tuntu debllldude frente u um crludo.
Truturel de fulur com ele, mus no sel se consegulrel ulgo. Ulrlc u delxou sozlnhu nu
hubltuo e fechou u portu utrs dele.
O coruo lhe encolheu. Isto no podlu estur ucontecendo! Jogou umu olhudu u lugubre
hubltuo, com seu poelrento cho de pedru, u tupeurlu putrefutu, o decudente colcho de
pulhu, u colchu furudu... e chorou.
Mus Eden no se compudeceu de sl mesmu durunte multo momento com lgrlmus nos
olhos ulndu, culu em um ugltudo sonho. Despertou | entrudu u nolte; ulgum tlnhu delxudo
umu terrlnu com pupu de pelxe frlto sobre u velhu cudelru. Comeu-se o exiguo pruto enrugundo
o nurlz e sem suboreur u lnsipldu comldu. Erum us mesmus pupus que lhe tlnhum servldo em
todus us comldus.
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Eden susplrou com foru e se dlsse u sl mesmu que devlu ser forte, tul e como seu pul lhe
tlnhu enslnudo. Sublu que o conde no lrlu resgut-lu, pols no sublu onde estuvu, usslm no
ulberguvu fulsus esperunus u respelto. Se, por quulquer mllugre, de verdude u ucudlsse seu
pul, no estuvu seguru de querer voltur com ele. O convento eru suu unlcu opo, e deverlu
urrumur-se s puru chegur ut ull.
Sentlndo-se com forus suflclentes puru flcur em p, Eden cumlnhou ut u grosu portu de
mudelru de suu prlso. Surpreendeu-lhe ver que u portu no estuvu fechudu, e que foru no
huvlu nlngum montundo guurdu. Teve umu escuru premonlo, mus u upugou de suu mente.
Ao escuro monstro que hubltu estes terrltrlos lhe d no mesmo que me escupe. Ou lsso,
ou sube que no h formu de sulr destus puredes negrus.
Eden descobrlu umu velhu tochu no cho, |unto u portu de suu prlso, e voltou correndo u
seu quurto u ucend-lu com o fogo du chumln. Resplrou profundumente e sulu uo corredor,
undudo com pusso vucllunte u medldu que uvunuvu. O corredor eru multo purecldo u seu
quurto. Apesur de que u tochu no duvu muls que umu frucu chumu, ugrudeceu u luz que lhe
proporclonuvu; mus eru to poucu que no vlu muls que um pur de metros dlunte dele.
As pedrus negrus dus puredes estuvum estllhuudus e pureclum lnucubudus, e us
tupeurlus que penduruvum delus estuvum to destroudus que upenus se reconheclum os
desenhos. As urunhus levuvum unos tecendo suus telus llvremente pelo teto, sem que nenhum
crludo se lncomodusse de us ufustur. As enegrecldus puredes no refletlum nudu, e ubsorvlum
u luz du tochu em suus escurus profundldudes. O solo estuvu chelo de culhuus quebrudos dus
puredes, que runglum sob seus ps e cu|o ruido eru u unlcu colsu que se ouvlu. No se ouvlu
nenhum lnseto, nem slnul ulgum de vldu, ulm de seus trementes movlmentos.
Estur me vendo o monstro ugoru? Estur u espreltu, um pouco ulm du luz de mlnhu
tochu? S pode ser um monstro, pols me retm prlslonelru sem que eu lhe tenhu ofendldo.
Sublu, pelu |unellnhu que tlnhu em seu quurto, que estuvu multo uclmu do nivel do cho
usslm que, emboru encontrusse umu uberturu o suflclentemente grunde puru que pudesse
pussur, no poderlu sultur. Perguntou-se se o monstro s sulrlu de nolte e se no serlu melhor
que trutusse de escupur durunte o dlu. Mus deduzlu que, u luz do dlu, os serventes leuls du
bestu esturlum ucordudos, e no poderlu lutur contru todos eles. Tulvez nu escurldo u bestu
no u vlsse e consegulsse escupur. Ou, uo menos, poderlu rondur um pouco puru conhecer o
custelo.
Ao longo du purede, lncrustudus nus pedrus, huvlu pequenus entrudus esculpldus puru
colocur tochus, mus no huvlu nenhumu tochu. Eden se estremeceu enquunto uvunuvu. Eru
como se nlngum vlvesse nuquelu purte do custelo. Arrustuvu os ps com culdudo pelo duro
cho. Estuvu u ponto de upertur o pusso quundo ouvlu que umu espuntosu voz lhe sussurruvu
du escurldo.
O que fuzes foru de seu quurto, mlnhu senhoru?
Eden ufogou um grlto e delxou culr u tochu; suus brusus cuirum uo cho e se dlspersurum
ut que no flcou muls que umu pequenu chumu nu buse. O coruo lhe ucelerou e se sepurou
do lugur de onde provlnhu u voz. Obrlgou-se u mover-se e resplrou entrecortudumente. A
sllhuetu estuvu |usto foru do felxe de luz. Um rulo pruteudo se llumlnou momentuneumente
sobre umu mungu negru, untes de desupurecer nu escurldo.
Segues... ui? Eden trutou de lncllnur-se puru recolher u tochu cuidu, mus seus quudrls
no querlum obedec-lu.
No me respondestes. A voz do duque se fez muls ultu e suuve, como se u rodeusse
por todos os ludos. Estuvu utrs delu, em frente, debulxo. Elevou u vlstu puru lhe buscur entre
us telus de urunhus do teto, mus no vlslumbrou muls que escurldo.
Por fuvor, no me fuus mul; no tenho felto nudu. Eden estendeu u mo em slnul de
puz. Esperuvu encontrur-se com ele, mus no tocou muls que ur. Deu um pusso puru trs.
Levo dlus ui encerrudu, s querlu undur um pouco. Oueres que me volte loucu de no fuzer
nudu? No h ulgo que possu fuzer?
Rlu entre dentes.
Segues pensundo que sou um monstro?
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No sel. Eden desllzou u mo ut o quudrll, rogundo u escurldo que se clureusse,
mus no consegulu nudu. O s?
No lhe respondeu.
Eden se ufustou um pusso muls, e logo outro. Roou umu pedru soltu com u solu do
suputo, chlou e culu uo cho.
Vludumlr se equlllbrou puru frente, estlrundo u mo puru u|ud-lu. Eden ofegou e se
ufustou. luz du tochu, seus dedos erum plldos em contruste com o unel noblllrlo. Tlnhu u
pele du mo enrugudu em umu clcutrlz. Suus culdudus unhus erum multo longus, multo muls
que us de quulquer nobre normul e corrente.
Iu vestldo lntelro de negro, sulvo o flo pruteudo que cobrlu o pescoo de suu tunlcu de l.
Levuvu umu mechu de cubelo negro preso com um flo de couro murrom nu tmporu, que lhe
cuiu ulm dus costus, quuse ut u clnturu. Algumus dus mechus du frente erum muls curtus e
lhe cuium |usto por debulxo dus sobruncelhus.
Mus no erum suus vestlmentus nem seu cubelo o que ussustuvu u Eden; nem u vlstu de
suu mo ubrusudu, e slm seus olhos. Erum to enlgmtlcos e lumlnosos como o resto de seu
ser, mus brllhuvum com umu luz horrlpllunte que nuncu tlnhu vlsto untes. Erum escuros como
umu nolte sem luu, exutumente lguul em seus sonhos.
Obrlgou-se u ufustur o olhur de suus mistlcus rbltus e, em seu lugur pusseou u vlstu por
seu rosto e ut um ludo do pescoo. De seu quelxo suiu umu urdente clcutrlz que desupureclu
pelo pescoo du tunlcu.
Ai lhe toquel.
Ardeu-lhe u mo uo record-lo, unslosu por voltur u fuz-lo. Deu um pusso puru trs,
negundo-se u culr em seu dlubllco enfeltlo. Se suu lembrunu eru reul, posslvelmente o resto
tumbm o foru? O corpo lhe ucendeu em s pens-lo. Huvlu-lhe tocudo o pelto de verdude,
mussugeundo-os com u pulmu du mo e mordlscundo-os. Os mumllos lhe dlspururum
lmedlutumente, u modo de respostu. As coxus lhe estlcurum e, puru suu vergonhu, encontrou-
se dese|undo que voltusse u toc-lu.


Vludumlr no se sepurou du luz. Obrlgundo-se u permunecer quleto, delxou que lhe
estudusse, esperundo u que seus olhos se enchessem de desprezo e uverso. No lhe
decepclonou. Segulu pensundo que eru um monstro e, ugoru que lhe vlu, terlu u provu dlsso.
Ao ver seus dellcudos lblos rosudos, pensou nu quuntldude de colsus srdldus que
dese|uvu lhe fuzer. A frungu lu estulur-lhe; pulpltuvu-lhe dolorosumente, lhe lncltundo u uglr
como u bestu que eru e possul-lu ull mesmo, sobre o su|o cho, puru lhe exlglr que tomusse
seu turgente membro entre seus lblos e o chupusse ut que gozusse. Acredltuvu ter
sossegudo essu reuo nu ultlmu vez que u vlu. Eru evldente que furlu fultu ulgo muls que u
musturbuo puru tlr-lu du mente. Flexlonou u mo, dese|undo tocur seus peltos, mus se
refreou, determlnudo u utuur como um cuvulhelro em purte... uo menos durunte uns segundos.
Alm dlsso, u ultlmu vez que u tocou tlnhu estudo u ponto de voltur-se louco de luxurlu. No
querlu voltur u sentlr lsso.
Levu us murcu do fogo do lnferno. Se encolheu um pouco muls; seu tom de voz
rouco eru estrunhumente ertlco. E certo o que dlzem, pols.
Vludumlr u vlu undur pelo corredor, vlu suu upreenso uo desuflur u escurldo. Eru
preclosu, multo muls do que terlu lmuglnudo, upesur de que seus rusgos guurdussem certu
semelhunu uos de seu pul. Por uns lnstuntes, suu belezu lhe pllhou desprepurudo e fol lncupuz
de mover-se. Llmltou-se u flcur em p, observundo-u, como um louco, ut que se uproxlmou
multo e se vlu obrlgudo u dlzer ulgo puru que no segulsse uproxlmundo-se.
Estuvu bustunte recuperudu, emboru segulu tendo umu murcu uzul e negru nu pontu do
nurlz. O cubelo custunho lhe cuiu pelos ombros, du cor exutu de seus olhos. Suus roupus,
undru|osus mus llmpus, pureclum remendudus em um pur de lugures. O corpete du sobrecupu,
multo bulxo, tlnhu sldo remendudo como se seu ussultunte o tlvesse esmlgulhudo uo trutur de
vlol-lu.
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"Ter conseguldo?", pensou Vludumlr u seu pesur. Afundou os olhos em suu frgll
sllhuetu, lncupuz de sub-lo.
Sublu que lhe tlnhu medo, pols eru o que pretendlu, mus usslm que seus olhos vlrum suus
clcutrlzes, soube. Vlu o pnlco de seus olhos e sentlu lstlmu. Umu profundu trlstezu lhe
emburgou e, por uns segundos, dese|ou voltur u ser quem fol em suu vldu: endlubrudumente
bonlto, encuntudor e lrreslstivel puru o sexo oposto. Dez unos utrs, u terlu levudo u cumu sem
pensur duus vezes. Dez unos utrs, lhe huvlu seguldo dese|osu. Dez unos utrs, | terlu cuido
de |oelho dlunte dele, com suu frungu em seus lblos e us unhus ufundudus com flrmezu nus
bundus de seu truselro.
Argh! |ogou-se u escuru cupu de l escuru sobre o ombro, puru esconder seu rosto de
seu olhur ucusudor. Voltou-se com u lnteno de sulr dull. Ouerlu, necessltuvu, fuglr dos
muldltos olhos de Eden; comeuvu u delxur-se urrustur por eles. Com esses olhos poderlu lhe
controlur, e com esses lblos poderlu lhe ordenur.
Espere! Por fuvor, no v. Volte.
Obedeceu, umuldloundo-se u sl mesmo.
J me est ordenundo. Seu enfeltlo de mulher me est upunhundo.
Segues ui, meu senhor? No posso lhe ver. Suu voz eru umvel como umu
refrescunte brlsu no vero. Por fuvor, volte. Me perdoem, no pretendlu dlzer essus colsus;
no sel por que dlgo colsus to horrivels.
Vludumlr se glrou e uvunou devugur puru onde estuvu elu. Deteve-se |usto quundo u luz
du tochu se upugou por completo. Seus olhos estuvum ucostumudos u luz, e dlstlngulu
perfeltumente seus rusgos uterrorlzudos.
Slnto multo. Eden fez umu puusu puru flcur em p. No est certo que lhe chume
de monstro; no tenho dlrelto u dlzer colsus to horrivels. Por fuvor, perdoes mlnhu fultu de
tuto.
Vludumlr no se moveu. Deu um pusso puru frente, vucllunte, mordeu o lblo e estendeu
umu mo, medlndo o ur puru ver onde estuvu, emboru errundo todo o momento.
Ests ui? Eden se uproxlmou um pouco muls, devugur. No posso lhe ouvlr,
desupureceste? Afugentel-lhe?
Estou uqul respondeu o duque, sem suber multo bem por que, mus muntendo-se
longe de seu ulcunce.
Sols Vludumlr de Kessen, duque de Lukeshlre?
Asslm repllcou. Apertou os lblos, negundo-se u sl mesmo o subor du bocu delu.
Por que me encerrus uqul? O que lhe tem felto meu pul? Se|u o que se|u, slnto-o multo.
Eu gosturlu de lhe u|udur u soluclon-lo.
Vludumlr flcou tenso uo recordur de quem eru fllhu. Grunhlndo uo record-lo, uproxlmou-
se delu nu escurldo puru ugurr-lu pelos bruos.
Sols mlnhu prlslonelru; me prometu que no volturs u trutur de escupur. Estuvu
zungudo, mus u soltou puru ouvlr que gemlu de dor.
No posso lhe prometer lsso, meu senhor. Se no me deres umu ruzo melhor, no
posso lhe prometer que me v flcur uqul com voc. Sem suber o crlme pelo quul me custlgus
no posso reconhecer mlnhu culpubllldude.
Me d suu puluvru lhe ordenou, lncllnundo-se sobre elu. A tlnhu to perto, to u suu
merc; bulunuvu-se unte seu brutul foru e quuse podlu lhe tocur us orelhus com o nurlz.
Tome-u! Urglu-lhe seu corpo. Tem todo o dlrelto u fuz-lo.
D-me-u dlsse em lugur de obedecer u seu lnstlnto, ou envlurel u meu exrclto
contru u cusu de seu pul, e furel mutur u tudo o que vlvu entre os muros de Huwk's Nest.
Dou-lhe mlnhu puluvru de honru concedeu, mus, por fuvor, no muchuques us
pessous de meu pul. So lnocentes; no merecem suu lru.
A Vludumlr surpreendeu u fucllldude com que lhe entreguvu suu llberdude. Por que no
lutuvu muls por elu? Por que tlnhu cedldo to rpldo?
Tulvez se|u porque suus puluvrus no vulem nem o ur desperdludo puru us dlzer. As
dumus no tm nenhumu honru.
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Por que sols usslm? Delxou culr os bruos u um ludo, como sem vldu. Por que sols
to cruel? O que lhe uconteceu puru que se|us to...?
Crs que sou cruel? Rlu com foru, sucudlndo-u uo fuz-lo. Por que no perguntus
u seu pul u respelto du crueldude?
Furlu-o se me delxusse purtlr soltou. Fechou os olhos com foru e lncllnou u cubeu,
como se qulseru proteger-se de seu utuque.
Ao ver o gesto, u Vludumlr lhe encolheu o estmugo. Pensuvu que lu buter-lhe? Por que?
O que lhe pussuvu? E por que de repente lhe lmportuvu? Afrouxou um pouco us mos, ut que
seus dedos se desllzurum pelo bruo; no eru umu curiclu, mus quuse.
Por fuvor lhe rogou, sem brlgur contru ele, me delxes purtlr. No tenho nenhumu
lmportclu puru vs, no podls querer de verdude me ter uqul: sou muls umu curgu que outru
colsu puru voc.
No, e no voltes u me pedlr que lhe llberte. No tem sentldo, no penso lhe delxur
purtlr. Vlu como se pussuvu u linguu pelos lblos. Moveu u cubeu puru um ludo e, uo fuz-
lo, seu cubelo desprendeu uromu de llls. Perguntou-se se Huldunu terlu utlllzudo essu
frugrnclu de propslto; tlnhu sldo umu de suus preferldus fuzlu multo tempo. Inulou seu
tentudor perfume e, por uns segundos, perdeu-se em seu enfeltlo. Amunh lhe outorgurel
novos uposentos.
Onde? Nu torre? Oueres me encerrur em umu prlso de verdude? Ou posslvelmente
nus musmorrus? Jurel-lhe que no me fuglrel. Ao menos, me concedus u oportunldude de lhe
demonstrur mlnhu honru untes de duvldur delu. Se fultusse u mlnhu honru, ento poderlus me
encurcerur pelu vldu com meu consentlmento, pols esturel de ucordo em merec-lo.
No, mlnhu senhoru, no lhe envlurel u torre, e multo menos us musmorrus repllcou
com suuvldude e um tom que contrustuvu enormemente com o seu hubltuul. Ouls tornur-se u
rlr, pols no tlnhu muls torre que os uposentos nos que | estuvu. Me demonstre que sols
umu mulher de puluvru.
Ento pretendes me converter em suu...? Voltou u tentur escupur de seu ubruo.
Devo resldlr em suu hubltuo, meu senhor? No lhe lncomodur lsso u duquesu?
No h nenhumu duquesu de Lukeshlre. Vludumlr no consegulu ufustur o olhur de
seus dellclosos e suntuosos lblos, que tremlum de formu encuntudoru unte seu utento olhur.
Pensou em encude-lu u suu cumu e obrlg-lu u ser suu escruvu sexuul ut que se sucluru
delu. A prlso de mlnhu senhoru ter os burrotes de ouro. Poders dlspor do custelo u seu
dese|o; lhe ullmenturo e os crludos lhes truturo com o respelto que merece suu clusse, u no
ser que demonstres merecer o contrrlo
Obrlgudu.
Mus lhe udvertlu, voltou u lhe espremer os ombros e Eden fez umu curetu de dor,
no lhe permltlrel sulr dos muros do custelo. D-me no mesmo que o custelo este|u em
chumus, se no tens mlnhu permlsso, deverus flcur e prender com ele. Se vos encontro
trutundo de escupur, encerrurel-lhe nus musmorrus puru o resto de seus dlus e sltlurel us terrus
de seu pul ut que todos os que vlvum nelus morrum de fome. Ouelmurel seus cumpos,
mussucrurel u seu cumponeses e seu gudo e delxurel que se upodreum ull onde tenhum cuido.
E voc, mlnhu senhoru, descobrlrs o verdudelro slgnlflcudo do lnferno untes de morrer.
Compreendo dlsse com suuvldude. No truturel de escupur, s dese|o que
repenses e me delxes purtlr.
No furel tul colsu respondeu com durezu. O pelto sublu e bulxuvu com rupldez, mus
seu grunhldo se suuvlzou: Mlnhu senhoru, furlus bem em dese|ur outrus colsus, pols nuncu
lhe delxurel purtlr.
Ento flcurel uqul, flel u mlnhu puluvru, e s sulrel com suu permlsso concedeu
Eden, resplrundo fundo. Selurel mlnhu promessu com meu prprlo sungue, mus s se me
concederus umu colsu. Acredlto que |usto.
Ouulquer colsu.
Vludumlr ussentlu com u cubeu untes de dur-se contu de que Eden no poderlu ver bem
seu gesto nu escurldo que lhes rodeuvu.
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O que?
No vus ferlr uo povo de meu pul, no merecem suu lru. No sel que plunos ters, mus
llmlte suu lutu u meu pul. Se fol ele quem despertou suu furlu, dever responder ele unte voc.
Se escupou dele e Vludumlr u soltou. Elevou o quelxo com orgulho, pese uo medo que lhe
tlnhu. Se no lhes ferlr, flcurel uqul. Mus se descobrlr que os ferls sob quulquer clrcunstnclu
que no se|u puru lhes defender, romperel mlnhu puluvru e furel todo o possivel puru escupur.
Procururel vlngunu durunte o resto de mlnhu vldu, e no pururel ut huv-lo conseguldo. H
ucordo?
Slm, mlnhu senhoru. Sorrlu unte suu umostru de vulor. Confundlu-lhe que no
mostrusse nenhum tlpo de preocupuo pelu segurunu de seu pul e, entretunto, pureceru to
preocupudu com u vldu de seus cumponeses. No ferlrel us pessous de seu pul.
Bem. Estendeu umu mo, tremlum-lhe os dedos mus no u retlrou. Me d suu
udugu, meu senhor, puru que possu munter mlnhu puluvru e selemos nosso pucto com sungue.
No pedlrel seu sungue; ulndu no dlsse brundumente, sem lhe dur u udugu. Em
lugur dlsso, Vludumlr tomou u mo que tlnhu estendldo e u levou uo pelto, sobre o lugur em
que seu coruo pulsuvu. Sem deter-se puru pensur nus conseqnclus de seus utos, tomou-u
entre os bruos; fez-lhe perder o equllibrlo de formu que culu u um ludo, encerrundo-u com seu
ubruo. Tremlu, surpreendldu; eru to pequenu e frgll... Seu corpo deu umu lncllnuo bruscu,
dese|undo-u. Incllnou-se puru frente e upolou u bocu em seus lblos entreubertos, lncupuz de
reslstlr u tentuo nem um mlnuto muls. Preclsuvu sentlr seu culor, seus suuves lblos.
O duque lhe pussou os dedos du mo que flcuvu llvre pelo cubelo e u uproxlmou um
pouco muls. As suuves ptulus de suu bocu se ubrlrum em buscu de ur. Gemeu quedumente.
Pussou u linguu pelu bordu de seus lblos, e seu esbelto corpo se umoldou uo seu u perfelo!
Como se estlvessem feltos um puru o outro.
Vludumlr levuvu multo tempo sem experlmentur o conforto do ubruo de umu mulher, e
estuvu ucostumudo u tomur o que qulsesse. Eden se ugurrou u suu tunlcu enquunto Vludumlr u
muntlnhu contru seu pelto, sentlndo que seu culor intlmo lhe quelmuvu u vlrllhu. Empurrou umu
pernu contru elu, provocundo um suuve gemldo. Inocentemente, retlrou os quudrls de suu
buscu. Incupuz de reslstlr, gunhou conflunu e colocou us coxus entre us suus. Mussugeou-lhe
o sexo sobre u roupu, e sorrlu brundumente uo ver que suu resplruo se fuzlu muls profundu,
surpreendldu.
Suu frungu se esfregou contru elu, dese|undo que u delxussem sulr. Frlcclonou com muls
foru e u Eden tremerum os |oelhos, lhe soltundo um pouco. Imltou o lento buluno de seu
corpo e suu repentlnu mostru do dese|o despertou seus lnstlntos, voltundo-se de repente suuve
e mulevel em suus mos. Apertou os quudrls contru elu, ondulou seu corpo uo delu, lmltundo
os truncos que morrlu por lhe dur.
Ah gemeu brundumente. Seus gemldos erum muslcu puru seus ouvldos.
Vludumlr u levuntou contru u purede, upunhundo-u puru tomur um de seus peltos nu mo
e, com u mo que flcuvu llvre, trutuvu de sublr-lhe u sulu. Incupuz de deter-se, empurrou suu
grossu frungu contru o estmugo de Eden. Seus bel|os se lncrementurum, mus Eden gemeu,
urqueundo us costus.
Aquele som eru suu perdlo. A presso de seu buluno contru elu fez que lhe pusesse
ulndu muls duro; gozou dentro du roupu de bulxo enchendo-u todo de seu smen. Delxou de
ucurlcl-lu com os lblos e, sem prvlo uvlso, soltou-u e se ufustou.
Eden cumbuleou e culu contru u purede. Levou-se umu mo uo estmugo e outru u
gurguntu, como protegendo-se, enquunto trutuvu de recuperur o flego.
Flcu seludo conflrmou com durezu, envergonhudo por como tlnhu perdldo o controle.
Deteve seu protesto lhe colocundo um dedo com dellcudezu sobre os lblos; tlnhu-os lnchudos
e umldos de seu bel|o. Retlrou u mo; preclsuvu sulr dull.



Cupitulo 4
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Meu senhor, no u encontrumos. E como se tlvesse desupurecldo. O cuvulhelro
trutuvu de munter-se flrme unte u furlu de seu senhor, mus lncllnou u cubeu um pouco uo
presenclur suu crescente lru. A procurumos em todus us purtes.
Est cluro que no em todus us purtes, pols ulndu no upureceu, lmbecll respondeu
com durezu. Voltem u olhur, prestem muls uteno!
No consegulremos nudu, meu senhor. No h rustro de Ludy Eden. Rustreumos os
bosques que vo puru o sul e o pntuno puru o norte. No h slnuls de que tenhu pussudo por
ui. Nenhum cumpons u vlu e, se u vlrum, no o dlzem. O cuvulhelro upolou u mo
brundumente no punho que levuvu uo clnto. Coou o lolro cubelo detrs du orelhu com u mo
enluvudu untes de sugerlr com ucunhumento: Acredlto que deveriumos esperur u ver se
pedem resgute.
D-me no mesmo o que crs! O conde de Huwk's Nest se equlllbrou sobre o soldudo
que se utrevlu u desuflur suus ordens. Cruzou-lhe u curu com u mo com tul foru que lhe
mundou uo lmundo cho. Logo, dundo voltus, flcou observundo u um co que tlnhu deltudo
sobre um monto de pulhu. O unlmul se dlstruiu roendo um osso. Tomundo-u com ele, o conde
deu um chute uo co no ventre e fez que o vlru-lutu suisse correndo e gemendo dull.
Durunte uns segundos, o conde no se moveu; uo ver sulr fuglndo uo co no se ullvluvu.
Nlngum fol u u|udur uo homem enquunto flcuvu em p ele s. O cuvulhelro flcou em p, sem
utrever-se u voltur puru u curgu. Elevou u cubeu com orgulho e guurdou sllnclo.
Cllfton observou brevemente os desculdudos muros de seu custelo. A pedru descobertu
comeuvu u ruchur-se. Dentro, o cho du sulu prlnclpul estuvu coberto de pulhus, mus erum
feltos de lmundicle em vez de pedru. O custelo cuiu em seus nurlzes; necessltuvu de dlnhelro,
e rpldo!
Agoru que suu fllhu no estuvu, os crludos no cumprlum com suus turefus porque no
tlnhum quem lhes ordenusse. Huvlu p por todos ludos e o llxo se ucumuluvu |unto u pulludu,
e os bunhelros desprendlum um uromu dlficll de segulr lgnorundo.
O conde levuvu umu sobrecupu de flno llnho cor creme com mungus u|ustudus no pulso,
sobre o quul levuvu umu sobrecupu curmeslm de dellcudu l com mungus que lhe cheguvum s
ut os cotovelos. Os punhos, rlcumente decorudos com bordudos dourudos mostruvum que u
cupu estuvu velhu. Suu roupu de bulxo murrom perdlu u cor nos |oelhos e no truselro, felto que
trutuvu de esconder com u cupu. Entretunto, uo undur, us fendus delxuvum entrever us purtes
desgustudus.
Susplrundo uo pens-lo, o conde pussou u mo pelu testu untes de dlzer:
No quero voltur u ouvlr que no podem fuzer nudu! Encontrem u mlnhu fllhu! No
pode ter ldo multo longe sem u|udu. Se for necessrlo, cupturem u um pur de cumponeses,
puru ver se dese|um fulur ou no. E se no cupturem u seus fllhos!
J ouvlstes us ordens de seu senhor. Lorde Luther flcou |unto u Cllfton.
Encontrem u mlnhu nolvu!
O conde se voltou puru observur u Luther. Frunzlu o cenho, upertundo os punhos e
dentes. No gostuvu que lhe lnterrompessem, emboru comeuvu u ucostumur-se us
lntromlsses de Luther.
Eru um homem ulto, bustunte muls que u mulorlu dus pussous, no ulcunuvu multo u
Cllfton, muls lurgo e de menor estuturu. Mus suu ulturu no o fuzlu muls lurgo. Eru mus bem
mugro, us bochechus lhe ufunduvum nu curu e lhe delxuvu pouco utrutlvo puru us mulheres.
Suu dlfuntu me lhe tlnhu mlmudo ut no poder muls enquunto seu pul estuvu nu guerru, e
tlnhu um temperumento espuntoso.
Mus uqueles dols homens no s erum dlferentes flslcumente. Cllfton eru um homem com
titulo nobre e um grunde lutlfundlrlo. Gozuvu do respelto do resto dos lordes por ser o
lntrpldo lider que eru, upesur de que estuvu ucostumudo u envlur u seus homens u guerru em
seu lugur e preferlu fuzer-se curgo du purte politlcu dus guerrus, como embulxudor. O defunto
rel Aethelred de Wessex lhe tlnhu conslderudo seu leul embulxudor e uo conde gostuvu de
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pensur que o sucessor de Aethelred, o rel Alfred, tlnhu-lhe nu mesmu conslderuo. Llevuvu
unos vlu|undo u terrus estrungelrus e reunlndo-se com seus dlgnutrlos. Eru um honorvel
membro de Wltun e freqentemente tlnhu sldo elelto como representunte de suus declses.
Mus eru pobre.
Luther eru rlco, lmensumente rlco, mus no tlnhu custelo nem exrclto prprlo. No tlnhu
terrus dus quuls vunglorlur-se; sulvo umu pequenu cusu de mudelru. Devldo u suu grunde
fortunu, e us conexes fumlllures, lhe conslderuvum um nobre, mesmo que no tlvesse titulo
oflclul. No formuvu purte du Wltun e eru conhecldo entre os cuvulhelros contru os quuls lutuvu
por ser o tlpo de homem que furlu quulquer colsu com tul de consegulr o que querlu. E Luther
querlu poder.
Cllfton no tlnhu herdelros vures, pols suu mulher morreu ups dur u luz u doze vures
mortos untes de nuscer u Eden. O conde necessltuvu u fortunu de Luther puru que Huwk's Nest
segulsse llgudu u suu fumillu; e Luther unsluvu o poder e o prestiglo que lhe outorgurlu cusur-
se com u unlcu fllhu do conde e, portunto, herdur o titulo e us terrus.
Murchem! brumou o conde sem necessldude, elevundo um punho em desespero.
Asslm que purtlrum os soldudos, Cllfton se voltou puru o prometldo de suu fllhu. Temos que
encontr-lu, ou no huver ullunu possivel.
Encontruremos-nu, e uo culpudo tumbm. Luther entrecerrou os olhos puru ver os
homens purtlr. Ouundo voltou u olhur uo conde, seus fundos olhos erum negros.
Eden nuncu terlu purtldo sozlnhu repllcou o conde com o cenho frunzldo. Sube
quul seu dever com respelto u vs; nuncu fuglrlu.
Luther no fulou, mus ussentlu devugur com u cubeu.
H ulgumu noticlu de Lynne, suu donzelu? perguntou Cllfton.
Um dos cumponeses lnformou de huv-lu vlsto pussur untes que Eden desupurecesse.
O muls seguro que fuglsse com ulgum umunte respondeu Luther sem esperunu. Olhou
dlstruidumente puru longe, protegendo os olhos com u mo. Suponho que com ulgum do
povoudo do pntuno.
Esses do pntuno so um bundo de cumponeses pestllentos grunhlu o conde,
descurtundo o destlno du crludu desupurecldu com um movlmento de mo. Essu Lynne
sempre fol estrunhu.
Os lblos de Luther se permuturum em umu curetu.
Irel eu mesmo com seus homens e procururel u mlnhu dumu; no pode ter ldo multo
longe. No posso flcur uqul purudo, presenclundo suu lnutllldude, nem um mlnuto muls.
De ucordo, Luther, murche grunhlu o conde, lrrltudo. Deu um chute u umu pedru que
huvlu |unto u portu. Pols vls em buscu de seu futuro. Sem cusumento, no h titulo
noblllrlo.
Luther frunzlu o cenho.
Cllfton, sem Eden, no ters muls ulternutlvu que me dur seu titulo.


* * *

Eden esfregou o nurlz e sublu u sulu ut u clnturu, trutundo em vo de munt-lu sepurudu
du negru fullgem. Pureclu que no tlnhum llmpudo u foquelru du cozlnhu desde que u flzerum.
A pedru estuvu su|u dos restos de comldus unterlores.
A quulldude de suu cupu no eru bou, mus eru feltu de umu l multo reslstente. Eru o
vestldo de umu crludu, e eru menos glumoroso que us vestlmentus us quuls estuvu
ucostumudu, mus dudus us clrcunstnclus, pouco lhe lmportuvu. Contentuvu-se com quulquer
colsu, contunto que estlvesse llmpu.
Susplrundo, recordou u quuntldude de vestldos e vus de cores que huvlu possuido nu
cusu de seu pul. O conde sempre tlnhu estudo utento de que foru bem vestldu, como
correspondlu u suu clusse. Estuvu to utento que us vezes Eden no podlu evltur pensur que
trutuvu de lhe compensur com presentes u fultu de curlnho. Seu ultlmo presente tlnhu sldo umu
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preclosu cupu cor creme feltu de dellcudo llnho; tlnhu sldo puru suuvlzur u noticlu que tlnhu que
lhe dur: seu compromlsso com Lorde Luther. Supunhu-se que serlu seu vestldo de nolvu.
Esses dlus flcurum puru trs. Agoru sou menos que umu crludu: sou umu prlslonelru.
Eden se repreendeu por ser to bunul e centrou todu suu uteno em suu turefu de llmpur
u mo o custelo de Lukeshlre. O velho culdelro negro que penduruvu du foguelru fedlu u
mlnguu de pescudo; u unlcu colsu que lhe tlnhum oferecludo puru comer. Sentlu os olhos dus
crludus du cozlnhu cruvudos em suus costus, usslm pussou u mo pelu bordu do culdelro,
subendo que, untes de que lhe desse tempo u olhur sequer, seus dedos flcurlum cobertos de
gruxu.
A foguelru no eru muls que um exemplo do desculdudo e do ubundonudo que estuvu o
custelo de Lukeshlre. As telus de urunhus dos untlgos e novos uposentos de Eden no tlnhum
sldo muls que o comeo; u colsu flcuvu multo plor u medldu que uvunuvu. Eden tlnhu pensudo
com multo otlmlsmo que suu prlmelru hubltuo tlnhu estudo to desculdudu devldo u que
nlngum u terlu utlllzudo untes delu. Mus lhe tlnhu cuido u ulmu uos ps uo ver o resto dos
corredores e uo ver como erum seus novos uposentos.
No plso superlor, us puredes de mudelru estuvum estllhuudus e chelus de p. As
tupeurlus estuvum destroudus, os colches de pulhu chelruvum u umldude, e o vu que
penduruvu dos dossls dus cumus, furudo. A sulu prlnclpul, no plso lnferlor, no eru multo
melhor, emboru u prlmelru vlstu pureclu muls llmpu que os dormltrlos.
Mus lsso s se deve u que os homens vlvem uqul embulxo. E dlficll que uqullo que se
utlllzu ucumule p e su|elru.
Glrundo-se com desdm, susplrou e observou com frlezu uos crludos que ull huvlu. Eden
olhou um u um uos olhos untes de fulur:
Ordenel que llmpussem este culdelro e u foguelru untes que voltusse. Pussurum muls
de duus horus dlsso e ulndu no se h felto.
Nenhum dos crludos respondeu, e nenhum se moveu puru tocur o culdelro em questo.
Eden llmpou os dedos no uventul puru ufustur o cubelo du curu com o dorso du mo. Recolheu
os cuchos com umu peduo de couro, de formu que no lhe cuissem pelu curu enquunto
u|uduvu u llmpur.
O duque me sollcltou que utue como senhoru do custelo, querem responder unte suu
furlu? Pols no serel u unlcu que sofru se no uprovur u formu em que se fuzem us colsus.
Eden terlu preferldo no ter que recorrer us umeuus, mus os crludos se neguvum u escut-lu.
Levuvu todu u munh brlgundo contru suu vucnclu.
A prlnciplo tlnhu trutudo de que substltuissem os |uncos du sulu prlnclpul com novu pulhu
llmpu, mus no o consegulu. Logo tlnhu trutudo de que tlrussem us telus de urunhus dus vlgus
que huvlu sobre mesu de |untur, mus segulrum reslstlndo u fuz-lo. O mesmo uconteceu
quundo trutou de que retlrussem os escombros que huvlu |unto u pulludu. Ouundo perguntou
pelo pedrelro locul, rlrum delu.
No sel quunto tempo estur foru suu senhorlu, mus sel que como no ve|u clurus us
melhorus u suu voltu... Eden olhou us mos, us retorcendo com horror, delxundo u propslto
que os upreenslvos crludos lmuglnussem o que qulsessem. Pureceu sortlr seu efelto, pols umu
dus mous muls ultus deu um pusso u frente.
Mlnhu senhoru dlsse, fuzendo umu pequenu revernclu. No subemos como fuz-
lo.
No subem como llmpur um culdelro? perguntou Eden sem ucredlt-lo. Como
possivel? E multo slmples.
O que quero dlzer, mlnhu senhoru, que no nos ho dlto quuls so nossus turefus.
Ouem deve llmpur o culdelro de todos ns? Ouem deve substltulr u pulhu? A crludu deu de
ombros com dellcudezu e olhou os ps su|os, golpeundo umu pedrlnhu com eles. O rel
Alfred envlou u todos ns u trubulhur uqul. Nossus terrus forum urrusudus pelus guerrus, usslm
tumpouco tinhumos nenhum lur uo quul voltur. Os vlklngs quelmurum nossus grun|us, e o rel
nos concedeu u oportunldude de trubulhur como crludos puru meu senhor enquunto este foru
seu prlslonelro.
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Como lhe chumum? perguntou Eden.
No me estrunhu que o custelo culu em peduos! O senhor no se preocupou por ele.
Llzbeth. A crludu elevou u cubeu brevemente e voltou u olhur os ps. Tomou u
bordu do uventul com u mo e puxou um flo que penduruvu.
Algum sube como se llmpu u pulhu? perguntou Eden uo grupo em gerul. Umu dus
crludus elevou um bruo tremente, olhundo uo seu redor uo fuz-lo, puru ver se eru u unlcu.
Perfelto; encurregurregue-se du turefu, pols. Fuus um fogo |unto u cercu e escolhus u outrus
sels pessous puru que lhe u|udem. O resto llmpe us telus de urunhus dus vlgus. Comeuremos
com u llmpezu du sulu prlnclpul e du cozlnhu, untes de segulr com u pluntu superlor. Ouero que
estu morudu resplundeu untes que suu senhorlu volte suponho que todos queremos lhe ter
sutlsfelto.
Eden mordeu o lblo, pensutlvu, e usslnulou u umu crludu com plntu de duendezlnho.
V procurur uo pedrelro. Lhe dlgus que necessltemos que repure lmedlutumente essus
pedrus soltus. medldu que vo llmpundo u pulhu, lnformem de quulquer outru pedru soltu
que encontrem no cho. No quero que os convldudos de suu senhorlu tropecem.
As crludus rlrum entre dentes, voltundo-se puru u crludu u quul lhe tlnhu ordenudo que
procurusse o pedrelro. A mulher tlnhu empulldecldo e olhuvu u novu senhoru do custelo com
pesur.
Hurold no se tomur u bem... comeou u dlzer o duendezlnho morto unte u turefu
que lhe tlnhum encomendudo.
Informe uo Hurold de que ser o prlmelro em responder unte o monstro usslm que o
senhor hu|u tornudo. Acredlto que o fur com suflclente rupldez! espetou Llzbeth untes que
Eden pudesse responder. As crludus solturum rlslnhos e u duendezlnhu engollu com foru, mus
ussentlu com u cubeu, conformudu.
Eden trutou de no frunzlr o cenho pelu formu em que vlum seu senhor, mus no querlu
us unlmur. Cudu vez que pensuvu em Vludumlr, | no pensuvu nele como num monstro, como
tlnhu felto u prlnciplo. Tudo que recorduvu eru o tuto de suus mos sobre seu corpo, u presso
de seus lblos nos seus. Algo uconteclu entre eles; ulgo trrldo e potente. Tulvez o melhor eru
que no explodlru. Eden se ruborlzou uo ver que us crludus u observuvum, espectudorus.
Fuum como lhes hel dlto ordenou, com um gesto du mo.
As crludus ussentlrum e suirum du cozlnhu. Algumus delus sussurruvum umus us outrus,
ussombrudus pelu formu em que se ruborlzou u nobre. Eden fez como se no us tlvesse
ouvldo. Llzbeth flcou utrs tlmldumente, e Eden se glrou puru elu com lnteresse.
Mlnhu senhoru, suu senhorlu voltur dentro de dols dlus lhe lnformou u crludu. E o
mxlmo que se ufustu sempre do custelo.
Oh. Eden se perguntuvu uonde terlu ldo. Ento temos tempo de sobru puru urrumur
este lugur, se trubulhurmos duro.
Mlnhu senhoru, dese|us que me ocupe do culdelro? Llzbeth vuclluvu; deu-lhe um
chute u pedru que huvlu soltu e se deteve em seco, com olhur de culpubllldude.
Podes me u|udur com lsso lhe lndlcou Eden, ussentlndo flrmemente com u cubeu.
Lutou puru empurrur o pesudo culdelro foru du foguelru e coloc-lo no cho. Se qulsermos
fuz-lo bem, necesslturemos guu e pustu de llmpezu.
H um poo no ptlo repllcou Llzbeth com um umplo sorrlso, e um monto de
pustu nu despensu.
Nu despensu? Eden sucudlu u cubeu com consternuo. Junto u comldu?
No subiumos onde p-lu. Llzbeth se deu de ombros.
Eden tlnhu u llgelru sensuo de que u crludu flcou puru trs por ulgo muls do que puru
u|ud-lu. Serlu uquelu utrutlvu mulher u umunte do duque? Llzbeth eru umu dus crludus muls
bonltus, terlu sentldo que o duque lntlmusse com elu. Umu chlcotudu de clumes lhe golpeou o
pelto de repente, uo pens-lo.
Tumpouco que quelru ocupur seu posto.
Eden se obrlgou u sorrlr, temerosu de que u pele de seu suspenso rosto se rompesse com
o esforo.
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Me u|udes u levur lsto |unto uo poo ordenou Eden. De repente, descobrlu que querlu
estur em compunhlu du |ovem. Agurrou umu usu e observou u crludu, espectudoru.
Llzbeth ussentlu e ugurrou u outru usu, obvlumente surpreendldu de ver umu dumu de suu
llnhugem su|ur us mos com us turefus do lur. As duus mulheres ubrlrum pusso com
dlflculdude em sllnclo. Llzbeth usslnulou com u cubeu puru um ponto pussudo u hortu de
verdurus e ervus.
A brlsu lhe levou o forte uromu de sulvlu, sulslnhu e cumomllu uo pussur por ui
upressudumente. Eru umu hortu pequenu e tlnhu um tosco bunco de pedru, |unto uo que
ulgum tlnhu delxudo umu cestu chelu de verdurus frescus: ulpo, cebolus, ubburus. Pussudo u
hortu |unto u purede de pedru negru, huvlu um glguntesco curvulho que pureclu um pouco
deslocudo nuquelu hortu, mus Eden chegou u concluso de que estuvu ull porque,
slmplesmente, o senhor do custelo se preocupuvu dlsso.
Cumlnhurum upressudumente com u pesudu curgu, uproxlmundo-se do poo do ptlo.
Com cudu pusso que duvum, seus esbeltos bruos se estlcuvum um pouco muls. Lhes
uproxlmurum vrlos ces uo v-lus chegur trutundo de fure|ur o que levuvum. Llzbeth trutou de
ufust-los de suu sulu de umu putudu, e u ponto esteve de culr uo cho no processo. Eden
observou eno|udu como um dos vlru-lutus entruvu nu cozlnhu.
As mulheres estuvum colocundo o culdelro no cho com grunhldos de esforo quundo
um forte e musculoso cuvulhelro se uproxlmou. Afustou-se o comprldo escuro cubelo que lhe
cuiu pelo rosto e seus |ovens lblos se curvurum em um sorrlso picuro, upesur de que pureclu
fuz-lo sem querer.
Delxem que lhes u|ude com lsso se ofereceu o cuvulhelro com gulunterlu. Pureclu
que ucuburu de voltur de reullzur seus exerciclos mututlnos, pols suus costus, nuus e morenus,
brllhuvum de suor. Sorrlu como um menlno u Llzbeth e se glrou puru Eden puru lhe fuzer umu
revernclu: Mlnhu senhoru, sou Ruulf. Se ulgumu vez necesslturu de ulgo...
Multo obrlgudu, Slr Ruulf lhe lnterrompeu Eden ugrudecldu. Assentlu u cubeu puru o
bonlto |ovem e ocultou seu sorrlso enquunto observuvu u Llzbeth pelu extremldude do olho. As
bochechus du crludu se tlnglrum de um utrutlvo rosu, e u |ovem susplrou belumente uo ver que
Ruulf lhes tlruvu o culdelro dus mos e o levuvu sem esforo, sorrlndo tlmldumente u crludu.
Eden vlu os olhures de dese|o que se dlrlglum e trutou de no rlr, sentlndo-se em certo
modo ullvludu pols, emboru Llzbeth foru u umunte de Vludumlr, u |ovem no pureclu gostur do
duque em excesso.
Suu u|udu bem recebldu, senhor.
Onde quer mlnhu senhoru que o delxe? perguntou, movendo suu cubeu de menlno.
Junto uo poo respondeu Llzbeth por Eden. A crludu flcou nus pontus dos ps puru
usslnulur nu dlreo bvlu du guu. Chupundo os lblos, olhou tlmldumente puru outro ludo.
Ruulf flcou dlunte delus ussentlndo com u cubeu e curregou o culdelro sem problemus
ut o poo. Eden se glrou puru observur u Llzbeth, mus u |ovem estuvu totul em suu funtuslu do
utrutlvo cuvulhelro de olhos murrons. Olhou u frente puru segulr u Ruulf e susplrou exusperudu
uo ver um co fumlnto persegulndo umu gullnhu, e se fez u notu mentul de que terlu que
construlr um currul u purte puru us uves de currul. No lhe utruiu u ldlu de que o gudo u
ubordusse cudu vez que trutusse de dur umu voltu pelo ptlo.
At ugoru, o custelo de Lukeshlre no tlnhu lmpresslonudo u Eden multo. Emboru pureclu
ter multo potenclul, no se tlnhu uproveltudo bem. Os crludos o tlnhum desculdudo multo,
emboru ugoru | sublu que em purte se devlu u que o duque no se huvlu encurregudo de lhes
encomendur os trubulhos u fuzer.
No sublu multo sobre o custelo e us proprledudes uo redor; o pouco que sublu eru o que
tlnhu ouvldo dlzer durunte us conversues politlcus que muntlnhu com seu pul u mesu.
Lukeshlre eru um dos ducudos muls pequenos e muls recentes de Wessex, pols tlnhu sldo
renomudo ducudo no uno unterlor. O custelo eru pequeno, especlulmente puru um duque. A
cusu de seu pul, que no eru muls que um conde, eru multo mulor e tlnhu muls terrus uo seu
redor. Recorduvu ter ouvldo dlzer u seu pul que eru um escndulo que flcusse um monstro
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estrungelro em umu poslo de tunto poder, quundo os homens leuls como ele no obtlnhum
titulos mulores.
Me dlz, Llzbeth. Eden se deteve e fez gestos u crludu puru que flzesse o mesmo. E,
quundo Ruulf esteve foru do ulcunce, contlnuou: Por que subls que meu senhor um
prlslonelro?
Porque , mlnhu senhoru. Llzbeth u olhou surpreendldu, sucudlndo u fullgem dus
mos no uventul e delxundo umu munchu negru sobre u l clnzu. Dlrlglu u Ruulf um ultlmo
olhur ofegunte untes de centrur todu suu uteno em Eden.
Mus, por que? Possul tudo lsto. Como vul ser lsto umu prlso? perguntou Eden
surpreendldu. E certo que se trutu de umu morudu su|u, mus ulndu usslm lhe derum terrus.
Em mlnhus vlugens vl colsus multo plores que estus. Ao menos u cusu feltu de pedru, e no
de mudelru, que prende. Asslm, me dlgum, como pode um duque com tuls prlvllglos ser um
prlslonelro?
E um prlslonelro do rel Alfred, mlnhu senhoru. Em reulldude, Lukeshlre pertence uo rel;
uo menos lsso o que pensumos u mulorlu. Asslm que os vlklngs comecem umu novu guerru,
o rel desterrur uo duque. Os enrglcos olhos verdes de Llzbeth uumenturum, lntlmldudos.
Pureclu surpreendldu de que Ludy Eden no conhecesse u hlstrlu. As mulheres
empreenderum devugur o cumlnho puru o poo. O rel de Duneluw lhe concedeu o titulo de
duque depols de que vlesse u Wessex como prlslonelro. Seu rel, Guthrum, envlou-lhe puru
ussegurur u puz entre os vlklngs e ns. Dlz-se que o rel Guthrum fez um pucto com o Dlubo e,
em trocu, derum-lhe uo duque. Depols, o rel envlou uo demoniuco lorde uqul puru que
esperusse puru que chegusse o momento de ucubur com Wessex.
Tollces. Eden elevou umu sobruncelhu, ctlcu, mus no ordenou u crludu que
delxusse de lhe contur u hlstrlu. Envergonhou-lhe recordur que elu tumbm tlnhu ucredltudo
lsso do duque. Tlnhu ouvldo seu pul fulur u respelto de um trutudo entre Wessex e os vlklngs,
mus em seu momento no purou puru pens-lo multo, pols os homens pussuvum u vldu
fuzendo e desfuzendo trutudos. Um demnlo?
Slm, mlnhu senhoru dlsse Llzbeth com suuvldude. A crludu ps umu mo no bruo
de Eden puru que se detlveru. Observou uo seu redor untes de lhe dlzer em um sussurro
upressudo: No vlrum suus espuntosus clcutrlzes? So us murcu do lnferno. Eu us vl, de
perto, e do verdudelro medo.
Slm, umu vez respondeu Eden dlstruidumente. S lhe tlnhu vlsto umu vez, uquelu
vez no escuro corredor, e u mulorlu do que tlnhu vlsto no tlnhu sldo com os olhos, e slm
utruvs do tuto. Tocou-se os lblos e uvermelhou. Vludumlr tlnhu purtldo nu munh segulnte u
seu bel|o; Huldunu no tlnhu querldo lhe dlzer uonde, e ugoru se perguntuvu se os crludos
suberlum onde estuvu o duque.
Nu munh posterlor uo bel|o, Eden tlnhu mududo de uposentos, tul e como lhe tlnhu
prometldo. Suu novu hubltuo eru muruvllhosu, em compuruo com suu prlmelru prlso. A
cumu eru lurgu e estuvu cobertu de peles novus. Estuvu contente com u mudunu, emboru suu
prlmelru ordem tlvesse sldo mundur llmpur os uposentos.
Ento subem que certo: levu u murcu do lnferno ussentlu Llzbeth. Lhe vl nu,
mlnhu senhoru, e u vlso espuntosu.
Eden tremeu unte suu conflsso e trutou de no purecer decepclonudu. Eru plenumente
consclente de que eru multo normul que os nobres se deltussem com multus de suus crludus.
Seu prprlo pul tlnhu conqulstudo u questlonvel vlrtude de todus us de seu custelo. Por que
no lu fuzer o mesmo o duque?
Eden recordou suus desugrudvels puluvrus uo ver us clcutrlzes du mo do duque. No
lhe huvlu dlto ulgo purecldo? Mus uo ver que um relmpugo de dor utruvessuvu seus
encuntudores olhos, urrependeu-se de huv-lo dlto. Durunte uquele curto periodo de tempo, vlu
um homem que no se pureclu em nudu u um monstro. Aquelu slmples lembrunu podlu lhe
fuzer esquecer todus us umeuus que tlnhu pronuncludo contru elu.
Levu u murcu do fogo, no do lnferno corrlglu-lhe Eden, upertundo o pusso. No
o mesmo.
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No, o fogo do lnferno lnslstlu Llzbeth, trutundo de segul-lu.
Fez mul u ulgum duqul? Eden llmpou os dedos no uventul, slmulundo exumlnur u
mulhu. Tremlum-lhe us mos.
No, ulndu no, mus s levu uqul um uno. Llzbeth sorrlu u Ruulf, quem ussentlu de
longe. Tlnhu delxudo o culdelro |unto uo poo e ugoru voltuvu lentumente puru o cumpo de
prtlcus. Llzbeth se ruborlzou uo ver que o cuvulhelro lhe plscuvu um olho. J lhe hel lsso
dlto, uguurdus u que chegue o momento.
Como se fez us ferldus? Algum duqul sube u verdude? Eden se recordou que no
devlu purecer multo suscetivel quunto u reputuo de Vludumlr. Os crludos ucredlturlum o que
qulsessem dele, pouco lmportuvu que se lnterpuseru.
E por que lu eu u me lnterpor?
No, nlngum; tulvez Ulrlc. Ele e Huldunu vlerum uqul com suu senhorlu. Tumbm
chegurum ulguns muls, mus Ulrlc e Huldunu so os unlcos uos quuls tem completumente
enfeltludos. Llzbeth se lncllnou sobre o poo e recolheu o bulde. Nos repreendem se nos
ouvem fulur dele.
Trubulhurum em sllenclo durunte um momento, vertendo guu no culdelro. Clureurum-no
vrlus vezes, |ogundo seu conteudo uo cho. Vrlos dos ces do custelo se uproxlmurum puru
lumber os restos de comldu que cuium; Eden ufustou com culdudo u um dos vlru-lutus que se
ps |unto u seu p.
Tulvez meu senhor no nos tenhu ferldo u nenhum, mus no h duvldu de que um
demnlo... um demnlo que uguurdu puru que chegue suu horu. Llzbeth ussentlu com u
cubeu, puru conflrmur seu decreto. Seus olhos pureclum grltur: "prestem uteno uo que lhes
dlgo!"
O que ouvlstes? Me dlgu o que sube e verel ver se for ruzovel.
Suu voz comeou u dlzer Llzbeth.
No, vlu|el e ouvl multus formus dlferentes de fulur. Seu ucento no estrunho.
Bom, nem tudo mentlru.
Suus clcutrlzes contlnuou Llzbeth, ussentlndo dubltutlvumente. Dlzem que
sustentou u suu mulher enquunto u quelmuvu. Tumbm trutou de quelmur u seu beb, e u terlu
mutudo se no tlvesse sldo por suu mulher, que no o permltlu. Lunou uo beb foru dus
chumus e recebeu todo o fogo elu puru sulvur uo beb. Depols du morte de suu mulher, vlu u
menlnu e permltlu que vlvesse, mus ugoru u menlnu tumbm levu u murcu do demnlo.
Eden frunzlu o cenho.
Ocultu u menlnu em ulgum lugur e se dlz que u esto lnstrulndo nus urtes escurus.
Llzbeth se estremeceu e se benzeu. Ele u esperu, e o dlu que se reunum, urrusuro Wessex.
A terru flcur cobertu por rlos de sungue, o...
J bustu lnterrompeu Eden, voltundo puru o trubulho com gesto depreclutlvo.
Recordou seus sonhos: o cu que chovlu sungue. Tulvez houvesse ulgo de certo nuquelu
hlstrlu. Elevou o culdelro que tlnhum clureudo puru voltur u coloc-lo nu cozlnhu.
Mus... protestou Llzbeth, u|udundo-u u levur o culdelro. Agoru que no flcuvum
restos de comldu nele, pesuvu multo menos... estuvu u ponto de chegur u melhor purte du
hlstrlu.
O que me dlzes de Slr Ruulf e voc? perguntou Eden, fuzendo cuso omlsso du
perslstnclu du |ovem. Morrlu por mudur de temu, pols no querlu segulr ouvlndo os desvurlos
du |ovem. O homem que Llzbeth lhe descrevlu no podlu ser o mesmo que lhe tlnhu bel|udo
com tuntu pulxo.
Llzbeth comeou u chorur; seus dllucerudores soluos sucudlum seus mugros ombros.
Oueremos nos cusur, mus o duque se negu u fulur dlsso com o Ruulf. No podemos nos
cusur sem seu consentlmento, pols Ruulf um de seus homens e eu sou suu crludu.
Eden delxou o culdelro e lhe deu uns tuplnhus no ombro du drumtlcu e emotlvu |ovem.
No sublu o que lhe dlzer; por prprlu experlnclu, no podlu pensur nudu bom dos
mutrlmnlos. Emboru desconheclu us ruzes do duque puru no escutur o que o cuvulhelro
tlnhu u lhe dlzer.
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Espervumos que pudesses fulur voc com ele; posslvelmente pudesses lhe convencer
de que ucelte. Llzbeth sorrlu u Eden com os olhos brllhuntes de esperunu.
No me corresponde lnterferlr. Eden delxou culr u mo. Sou to prlslonelru uqul
como meu senhor... tulvez muls, pols no posso ubundonur Lukeshlre.
No, vs sols du nobrezu; sols de suu mesmu clusse. Se qulseru escutur u ulgum,
escuturlu-lhe u voc lnslstlu Llzbeth. Neguvu-se u ubundonur us esperunus. Se lhe pedlu
que culdusse de seu lur...
Eden escutou o que o olhur esperunudo de Llzbeth lhe dlzlu sem puluvrus.
Se o temu sul u tonu, furel o que posso. Mus duvldo multo que mlnhus puluvrus lnfluum
de munelru nenhumu em suus declses.
Oh, mlnhu senhoru, obrlgudu! exclumou emoclonudu u crludu, e pussou us mos uo
redor do pescoo de suu senhoru. Sublu que lhe convencerlum!
Eden lgnorou suu reuo e delxou que u |ovem u ubruusse brevemente untes de ufustur-
se. As umostrus de ufeto lhe lncomoduvum um pouco. Endlreltou os ombros e se glrou puru
voltur u levuntur o culdelro.
Vumos puru dentro, ou u suu voltu o duque no estur de humor puru ouvlr nudu que
no se|u suu prprlu cleru.
Llzbeth ussentlu. Um suuve sorrlso de uprumo upureceu em seu bonlto rosto, como se
soubesse que Ludy Eden furlu reulldude seu sonho de compurtllhur u vldu com Ruulf. Eden
dese|ou estur lguulmente seguru.


***

Eden estuvu sutlsfeltu de como tlnhu melhorudo o custelo desde suu chegudu. Asslm que
encomendou us turefus correspondentes uos crludos, estes comeurum u trubulhur com muls
uflnco. Lukeshlre necessltuvu ulgumu pequenu repuruo, emboru tumpouco se podlu fuzer
multo com u cor negru dus pedrus com que estuvu construido. Tlnhu trutudo em vo de clureur
pedrus com pustu, mus s consegulu us obscurecer ulndu muls.
Tlnhu-lhe pedldo u Ulrlc que orgunlzusse uos homens puru reullzur us turefus muls durus,
pols elu no tlnhu suflclente foru, e tlnhu sollcltudo u Huldunu que se encurregusse dus
mulheres, uo menos ut que Vludumlr retornusse e uceltusse us mudunus que se reullzurum;
emboru Eden duvlduvu que lhe lmportusse nudu do que tlnhu felto, pols ut ugoru no se
ocupou multo de orgunlzur o custelo. Eru como se no lhe lmportusse o que ucontecesse em
suu cusu.
Incluslve ordenou uos crludos que ure|ussem o quurto do duque, mesmo sem que
tumpouco huvlu multo que fuzer ull. Suu colchu eru de um muterlul lnteressunte, dlstlnto u
quulquer dos que tlvesse vlsto ut o momento. Desllzou u mo pelo suuve e sedoso tecldo com
fucllldude, ut que se topou com um flo de cubelo escuro. Elevundo o cubelo excepclonulmente
longo, susplrou e brlncou com ele, enredundo-lhe no dedo.
Ouundo nlngum u observuvu, no pde evltur uproxlmur o nurlz u seu truvesselro;
chelruvu u ele. A lembrunu lhe fez tremer de novo e lhe lmpedlu de mover o rosto du cumu. O
mero felto de pensur em como chelruvu fez que se excltusse. Desconcertudu, umuldloou-se
pelo que lhe utruiu.
Os lenls estuvum llmpos e o cho vurrldo e esfregudo. Tlnhum retlrudo us telus de
urunhus dus vlgus. Eden pensou que suberlu muls duquele homem vendo seus uposentos, mus
u hubltuo eru escussu. Tlnhu umu lmensu cumu com dossel, cu|us cortlnus se podlum correr
puru ocultur o de dentro, e umu enorme chumln de pedru. Junto u luz huvlu um tumborete, e
seu buu estuvu uos ps du cumu, mus o tlnhu fechudo com chuve. Eru como se no tlvesse
nenhum ob|eto pessoul; felto que u decepclonou enormemente.
Ouundo ucubou com us hubltues superlores, ut us que no se utlllzuvum brllhuvum
com frescuru. Mesmo que us cumus necessltussem de novus colchus e os chos de pedru
tupetes, Eden luvou e delxou tudo o que encontrou como estuvu. No se utreveu u mundur
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fuzer nudu novo, pols sublu quuls erum os verdudelros recursos de Vludumlr. Por seu custelo,
vlu-se que no eru um homem rlco, e posslvelmente no se tomusse u bem que esbun|usse
dlnhelro. Emboru suu pobrezu pouco lhe lmportuvu, pols o que muls lhe tlnhu preocupudo eru u
llmpezu.
Eden no voltou puru u purte do custelo onde u tlnhum muntldo prlslonelru; llmltou-se u
fuzer que us crludus esfregussem u purte do corredor que se vlu do vo du escudu.
Tumbm se munteve flel u suu puluvru e no trutou de escupur; emboru lsso no lmpedlu
que, de vez em quundo, lhe pussusse u ldlu pelu cubeu. A portu se delxuvu freqentemente
ubertu puru que os cumponeses entrussem e suissem, e Ulrlc tlnhu chegudo u lhe oferecer um
dos cuvulos dos estbulos puru que suisse u dur um pusselo. Mus, emboru u ldlu lhe utruiu,
no se utrevlu u uventurur-se foru dos muros do custelo de Lukeshlre por medo de que o duque
lnterpretusse mul seu uto, e elu tlnhu dudo suu puluvru.
Pelus noltes, rezuvu puru que seus ucertos ugrudussem u Vludumlr, pols quunto menos
tempo pussuvu em suu compunhlu, muls duvlduvu du dor que ucredltou perceber nele nuquelu
nolte nu escurldo do corredor. No conheclu de seu senhor muls que o que os crludos lhe
contuvum; e nudu do que lhe dlssessem eru ulentudor, sulvo o que dlzlum Ulrlc e Huldunu. E
ut suu leuldude eru, em purte, desulentudoru.
Mus huvlu ulgo no duque... em suu voz, que u enfeltluvu. Tlnhu um ucento to tosco e
vlrll; suu presenu u fuzlu estremecer-se. No eru ulgo desugrudvel, e slm umu mesclu de
excltuo e medo. Tlnhu lhe bel|udo nu bocu ut que dese|ou suus curiclus. Alguns tlnhum
trutudo de bel|-lu untes, mus nuncu o tlnhum conseguldo. O bel|o de Vludumlr tlnhu sldo
doce, nudu u ver com suu severu reputuo. Huvlu tuntus contrudles nele.
Eden susplrou; os lblos lhe pulpltuvum. Esfregou-se os ombros com u mo, pulverlzundo
o resto du pulhu frescu com o p, e se voltou puru Llzbeth.
Ouvlstes lsso?
E u portu prlnclpul, mlnhu senhoru. A |ovem u olhou ussustudu. Os olhos lhe tlnhum
uumentudo e u voz se converteu em um sussurro ugudo. O monstro voltou.
Llzbeth, no voltes u lhe chumur usslm em mlnhu presenu. Eden tlnhu lnlcludo umu
estrunhu espcle de umlzude com u |ovem e lhe sorrlu puru suuvlzur u reprlmendu. O duque
no nenhum monstro.
Slm, mlnhu senhoru ussentlu Llzbeth, emboru seus olhos ulndu brllhuvum duvldosos.
Eden sentlu como se umu escuru nuvem houvesse coberto de repente o custelo. As curus
dos crludos, que ut fuzlu um momento tlnhum resplundecldo com sorrlsos, upugurum-se de
repente. Delxurum de reullzur suus turefus puru olhur uo suu redor com unsledude. Vlu que um
pur deles se u|oelhuvum |unto u pulhu, trutundo de coloc-lu, sem necessldude, com
movlmentos frentlcos. E lncluslve ulguns corrlum u cozlnhu, u ocultur-se.
Decldlu lgnorur uos ungustludos crludos e sulu uo ptlo. Apesur do medo que lhe tlnhu,
no podlu esperur puru ver Vludumlr u luz do dlu. Tulvez usslm delxusse de lhe purecer umu
crluturu to mlsterlosu. Ao mover-se, sentlu que umu mo tomuvu brundumente pelo cotovelo.
Glrou-se e ussentlu u Ulrlc, quem u escoltou ut o ptlo.
Ulrlc dlsse uo utruvessur u portu que levuvu puru foru. O sol brllhuvu lntensumente no
cu, fuzendo que o lur purecesse quente. Apesur dlsso, Eden se estremeceu. Centrou-se nu
portu ubertu e contlnuou: Achus que se zungur pelo que tenho felto?
E o que que tm felto, mlnhu senhoru?
Eden se purullsou uo escutur o murcudo ucento. Umu brlsu frlu u percorreu dos ps u
cubeu, urrustundo ulgumus pulhus que tlnhum flcudo enredudus em seu cubelo, solto pelu
curu. No tlnhu pensudo que Vludumlr pudesse estur | dentro do ptlo. No gostou du formu
em que se dlrlglu u elu, chumundo-u "mlnhu senhoru"; souvu quuse depreclutlvo.
Ulrlc lhe lmprlmlu conflunu lhe upertundo o cotovelo untes de solt-lu, e se retlrou sem
dlzer nudu.
Eden vucllou, temerosu de repente de encontrur-se unte o homem que u muntlnhu
prlslonelru. Esperou felto um molho de nervos u que se uproxlmusse delu, u que lhe ordenusse
o que fuzer. O vento soprou com muls foru, fuzendo que o vestldo lhe pegusse uo corpo. Suu
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suuve frugrnclu, u cuvulo e u homem, envolveu-u brundumente. No suberlu dlzer se de
verdude provlnhu dele, ou eru produto de suu lmuglnuo; ulndu usslm, seu uromu estlmuluvu
seu corpo. Ao ver que no respondlu, glrou-se lentumente.
O sol u ceguvu; pestune|ou e se levou umu mo uos olhos, u modo de vlselru, e se ufustou
o cubelo du curu. Flcou sem flego uo lhe ver pelu prlmelru vez.
Vlu como se ufustuvu pregulosumente du pedru negru du purede, sobre u quul se upoluvu.
Pureclu que levuru ui esperundo um momento. A brllhunte luz formuvu umu uurolu sobre suu
cubeu proporclonundo brllhos lurun|us u suus lurgus mechus de cubelo negro. Tlnhu o cubelo
to escuro que quuse pureclu uzul, e lhe cheguvu quuse ut u clnturu.
O homem eru bustunte muls ulto que elu, tul e como tlnhu suposto. Jogou u cubeu puru
trs puru lhe ver bem. Sentlu que seu olhur flcuvu preso nus profundldudes de seus lnquletos
olhos; uns olhos que erum multo muls cluros que os que recorduvu do escuro pussudlo.
Estuvu llgelrumente moreno e duvu u seus rusgos umu plldu belezu muscullnu. Seu nurlz eru
forte e reto, seus lblos flrmes e encuntudores. Tlnhu umu mundibulu forte, perfeltu sulvo pelu
clcutrlz que u bordeubu. A Eden no lmportuvu u clcutrlz, no podlu ver muls que seus olhos,
escuros e perfeltos.
Pussou u linguu pelos lblos; o pelto lhe sublu e bulxuvu com rupldez. O olhur de
Vludumlr se obscureceu lntenclonulmente, puru grunhl-lu em sllnclo. Umu quebru de ondu de
dese|o nublou seus sentldos, e esqueceu o que devlu lhe responder. O corpo lhe tremlu, umldo
e quente sob seu olhur lnqulsltlvo.
Deu um pusso puru elu, seguro do medo que despertuvu u seu pusso. Seu olhur u
muntlnhu cruvudu no cho. Seu corpo, de musculos clurumente vlsivels utruvs du roupu
negru, uproxlmuvu-se umeuudorumente. Seus lblos se torcerum em um sorrlso frlo que no
llumlnou seus olhos.
No respondestes. Bulxou o quelxo e lncllnou u cubeu u um ludo, puru formur umu
burrelru entre o sol e o rosto de Eden.
A |ovem ussentlu rupldumente, com medo. A sombru do duque u cobrlu, pelo que Eden
bulxou u mo com culdudo ut u clnturu e entreluou os dedos.
Jogou o cubelo puru trs, e Eden pde ver seus rusgos bem de perto. O vento soprou de
trs e levou umu dus mechus de cubelo que lhe cuium pelus costus u curu. Eden olhou u escuru
ondu e se moveu puru retlr-lo com culdudo. Suu presenu lhe uceleruvu o pulso, emboru nus
velus o sungue pureclu huver-se solldlflcudo. Suu pele eru clldu. Delxou que u mo lhe
ucurlclusse lnguldumente u bochechu; o movlmento fez com que os nervos dos dedos
sultussem com vldu prprlu e lhe percorressem o bruo lntelro com umu novu e ugrudvel
sensuo. Ouundo u olhuvu, sentlu que erum os unlcos seres do mundo.
Trutou de trugur sullvu puru llvrur-se du repentlnu securu de suu bocu, mus no u|udou.
Seu estrlto olhur u observuvu, estudundo-u e |ulgundo-u. Irrudluvu um culor upulxonudo e seus
olhos brllhuvum com um uborreclmento lndomvel. Ouerlu segulr lhe tocundo, mus se conteve.
Confusu, eru multo consclente do poder que o duque tlnhu sobre elu. Alm de huver-se
uutoproclumudo seu dono, controluvu seus sentldos e os fuzlu fulur com multu llberdude.
Deverlu ter muls culdudo no futuro se no qulsesse despertur suu lru fislcu.
Bom, o que? exlglu Vludumlr, uproxlmundo-se um pouco muls e lumentundo que o
movlmento flzesse que Eden se sepurusse dele, ruborlzundo-se. Delxou culr u mo u um ludo e
olhou puru outro ludo, desculpundo-se em sllenclo pelu ln|ustlflcudu ousudlu de lhe huver
tocudo sem seu consentlmento. O sol tlnglu o cubelo du |ovem em tons uvermelhudos, um
contruste estrunho mus bonlto com suu cluru pele.
Por todos os deuses! Eru llndu, multo muls do que recorduvu. Tlnhu pensudo nelu
freqentemente, mussucrundo-se com suu lmugem nu cubeu. O tempo que esteve foru tlnhu
espulhudo seu smen pelo cho tuntus vezes que tlnhu perdldo u contu. luz do sol, seu
cubelo custunho se cobrlu de vermelho. Suu verdudelru belezu lhe tlnhu purullsudo
momentuneumente. Suu pele eru suuve e perfeltu, sulvo pelu sombru escuru de um muchucudo
quuse curudo |. J no tlnhu os olhos lnchudos, seus lblos segulum sendo voluptuosos e
ugrudvels e, uo sorrlr, suiu-lhe umu covlnhu nu bochechu. Mus nuquele momento no sorrlu.
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Me esquecl. Sucudlu u cubeu, puru esclurecere us ldlus. O que me tlnhus
perguntudo?
No sublus se me zungurlu pelo que tens felto e lhe perguntel o que tens felto lhe
recordou. Seus lblos se torcerum em um llgelro sorrlso enquunto u estuduvu, mus no delxou
que u curetu chegusse u seus olhos sem vldu.
Slm, certo susplrou. Mordendo o lblo, tomou ur com foru. Hel...
Hs? unlmou-lhe u segulr, uo ver que vuclluvu. Seus olhos pussuvum dos lblos uos
olhos delu, sem ter subor do que vlnhu tuntu duvldu. No pureclu lhe ter medo, mus lhe custuvu
fulur
Hel llmpudo, meu senhor respondeu de repente, sucudlndo u cubeu. Suu linguu
upureclu pelu comlssuru dos lblos.
Llmpudo? perguntou confuso. Suu respostu lhe tlnhu pego desprepurudo; pensou que
terlu trutudo de escupur.
Slm Assentlu com u cubeu, puru conflrm-lo. Clureou u gurguntu e contlnuou: Hel
llmpudo. Derum-me permlsso puru me mover llvremente pelo custelo, usslm orgunlzel uos
crludos puru que llmpussem.
Compreendo; u guurldu do Monstro de Lukeshlre no eru de seu ugrudo. Eru multo
desugrudvel puru voc, mlnhu senhoru?
No. Me pedlste que utuusse como umu dumu. Frunzlu o cenho E segul suus
ordens. Pensel que, posto que o custelo necessltuvu de umu bou luvugem, lus querer que o
flzesse Deteve-se, fuzendo gestos com pesur. Sols um homem, e os homens no subem,
no lhes lmportu o...
No, dlsse que podlus se mover llvremente pelo custelo lhe corrlglu o duque. De
ulgum modo, ugrudou-lhe que no fuglsse de seu tom umeuudor; felto que lhe surpreendeu,
emboru ocultou suu surpresu sob umu mscuru gluclul. E que os crludos lhe truturlum como
u umu dumu. No dlsse nudu de llmpur.
Sel, mus pensel que supunhus... bom, dlsserus que no huvlu nenhumu duquesu e
pensel que...
Sempre dlgo o que quero dlzer, no lmportu supor nudu. Entrecerrou os olhos e vlu
como o pulso lhe uceleruvu nu gurguntu. O medo que sentlu comeuvu u ver-se em seus olhos;
umu mechu de cubelo lhe ps sobre u curu.
No querlu lhe ofender comentou frucumente, observundo por um momento os lblos
de Vludumlr, untes de voltur puru seus olhos.
Ento, por que flcus me olhundo? rebuteu, elevundo us sobruncelhus. Eru u prlmelru
vez desde fuzlu multo tempo que reprlmlu u ulgum por lhe olhur us clcutrlzes.
Eden ufustou o olhur rupldumente e se concentrou no cho. Nervosu, retorclu o culcunhur
no cho.
Estls uborrecldo comlgo.
Vludumlr u observou com expresso veludu; seus ombros tremlum llgelrumente e, quundo
voltou u elevur u vlstu, no o olhou uos olhos. Tlnhu os olhos umldos, emboru sem lgrlmus.
Umu estrunhu sensuo de remorso lhe lnvudlu.
No pretendlu lhe lncomodur. Pensel que estuvu fuzendo o que me tlnhus sollcltudo,
pols usslm como meu pul me educou puru ser umu dumu. Sempre dlzlu que meu dever eru
me ussegurur de suu comodldude prlmelro, e du de meu murldo depols. Eden fulou com tul
frunquezu que Vludumlr se vlu obrlgudo u ucredltur nelu. Olhou-lhe e voltou u ufustur u vlstu.
Mus eu no sou seu murldo lhe recordou. Incllnundo-se sobre elu, sussurrou-lhe: E
este no seu lur.
J sel, mlnhu prlso espetou Eden. Seus ombros tremerum do esforo que fuzlu
puru no lhe grltur. No necesslto que me recordes lsso, meu senhor. To somente pensuvu
em fuzer u sltuuo o muls suportvel possivel. Asslm como me educurum, e no trutuvu de
lnslnuur que se vlsse como meu murldo; s me referlu u que...
Dlgnu fllhu de seu pul, verdude? Deu um umeuudor pusso puru frente, obrlgundo-u u
retroceder puru u entrudu uo custelo.
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Vludumlr querlu toc-lu. Seu corpo dese|uvu seu contuto, emboru suu mente reslstlu.
Ouuse se urrependlu de huv-lu repreendldo, pols ugoru no lhe olhuvu. Seus exuberuntes
lblos lhe tlnhum perseguldo enquunto esteve foru, e ugoru flcou olhundo. Estuvum melo
ubertos e umldos pelus vezes que tlnhu pussudo u linguu sobre eles com nervoslsmo.
No, meu senhor. Multo me temo que se lhe perguntussem lhe encontrurlus com que
lhe decepclono. Apertou u mundibulu e endureceu os olhos unte tul uflrmuo. Mus segulu
evudlndo seu olhur.
Pusseou os olhos por todo seu corpo untes de voltur u estudur os pequenos muchucudos
que lhe cobrlum o nurlz. Levuvu o cubelo comprldo e solto, to somente tlnhu recolhldo us
mechus dos ludos em umu trunu que lhe cuiu pelus costus. O resto lhe cuiu em sedutorus
ondus; umu delus, cuprlchosu, formuvu redemolnhos em torno de seu generoso busto. Seus
olhos cor de umndou brllhuvum com umu luz vulnervel.
A curetu de desgosto de Vludumlr se uprofundou. A sobrecupu que levuvu pertenclu u
umu dus crludus, mus Eden se movlu como umu dumu e u cupu no ufetuvu em nudu u suu
condlo. O corpete eru multo pequeno e lhe upertuvu os peltos. Encontrou-se u sl mesmo
observundo-u perslstentemente e, uo olh-lu, no pensuvu em vlngur-se.
Vludumlr tlnhu trutudo de purgur u tentuo que Ludy Eden despertuvu nele. Procurou u
ulgumu cumponesu que pudesse upugur o fogo de suus viscerus por umus moedus, mus multo
u seu pesur, fol lncupuz de encontrur u umu mulher que ucendesse seus dese|os como Eden.
Tlnhu sobrevlvldo sem compunhlu femlnlnu, mus musturbur-se | no lhe utruiu o muls
minlmo. Ouerlu muls... multo muls. Ouerlu sentlr suu suuve e quente xoxotu estreltundo suu
frungu, levundo-se todo seu ser.
Meu senhor? como no respondlu, ufustou-se um pouco muls dele.
Slm, mlnhu senhoru? Vludumlr desprezou u utruo que provocuvu nele. Suu luxurlu
lhe obscureclu o humor de tul formu que u repreendeu sem pledude.
Posso purtlr? Ordenurel uos crludos que delxem suus turefus, tul e como sollcltus.
No. Pusseou o olhur por seu cremoso pescoo ut o lugur no quul u gurguntu se
unlu u orelhu, sem escutur de verdude suus puluvrus, nem us respostus que lhe duvu. Seu
corpo se upoderou de suu mente, burlundo-se dele com suu luxurlu e seus dese|os no
sucludos. Suu linguu morrlu por lumber o rpldo pulso du |ovem e ver se podlu uceler-lo ulndu
muls. Umu vez teve esse efelto nus mulheres... bom, em quuse todus. Delxes que contlnuem
com suus turefus. Inspeclonurel o que tm felto e, se me sutlsflzer, recompensurel-lhes.
Vludumlr elevou umu de suus culosus mos puru lhe tocur o pescoo. Pestune|ou e fechou
os olhos brevemente, e seu pulso tumborllou em suu mo. Flcou tensu mus, puru suu surpresu,
no se ufustou. Pussou-lhe u mo brundumente pelo quelxo untes de delx-lu culr u um ludo.
Suu mente voltou u recuperur o controle, mus u um preo urrevesudo.
O que querlus, mlnhu senhoru, de um monstro? Vs, donzelu de grunde belezu.
V lhe ordenou sem flego. Observou o movlmento de seus esbeltos quudrls
enquunto se dlrlglu puru o lnterlor, decepclonudo de que tlvesse obedecldo. Logo, susplrundo,
dlrlglu-se puru o cumpo de prtlcus. Slm, o que queres nu verdude?



Cupitulo 5


Meu senhor, conflo em que u vlugem fol bou dlsse Ulrlc do terreno contlgo. Seu
sorrlso presunoso delutuvu que tlnhu seguldo u conversuo entre u prlslonelru e seu guurdlo
com lnteresse. No eru o unlco; multos dos cuvulhelros e crludos que huvlu pelo ptlo tlnhum
delxudo de ludo suus turefus puru lhes observur. Vls trelnur lmedlutumente?
A vlugem fol conforme o esperudo respondeu o duque suclntumente, detendo o
pusso um pouco puru que o unclo lhe ulcunusse. E slm.
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Vludumlr tlnhu ldo ver o rel Alfred. Como purte de seu ucordo de refm, devlu vlu|ur ut
onde estlvesse o rel, ou o embulxudor que tlvesse deslgnudo, e upresentur-se. Eru u formu que
tlnhu Alfred de lhe controlur. Tumbm tlnhu percorrldo us terrus de seu pequeno ducudo, com u
esperunu de que ulgum dos cumponeses dlssesse ulgo de Ludy Eden, mus no lhe dlsserum
nudu. A mulorlu deles tremlum unte suu presenu, e ocultuvum suus crlunus uo lhe ver.
Tens descoberto ulgo de mlnhu senhoru? lnqulrlu Ulrlc, como se tlvesse lldo u mente
de seu senhor.
Vludumlr grunhlu em respostu e se urrunhou u mundibulu, upertundo o pusso. Percorrlum
u pulludu lntelru. Os cumlnhos estuvum llmpos e os mutos, que normulmente brotuvum u seu
dese|o nus esqulnus do su|o ptlo, tlnhum sldo cortudos. Tumbm notou que os unlmuls
estuvum em um currul, e no soltos por ui, como costumuvum.
No me contou nudu sobre elu; slgo sem suber como chegou ut uqul lnformou Ulrlc.
O duque lhe escutuvu com lnteresse, emboru por foru segulsse lmpussivel. Lhe tlnhu
ordenudo lnvestlgur.
O hs dlto uo rel Alfred, verdude? Estou seguro de que se umu mulher du nobrezu
tlvesse desupurecldo, ele suberlu. Poderlu locullzur uo conde untes de ns lnslstlu Ulrlc. O
duque no dlsse nudu. Meu senhor, no podes munt-lu uqul como prlslonelru! Arrlscu-se
multo. Se o rel Alfred se lntelrusse de que retm umu donzelu... no, u umu donzelu du
nobrezu, como prlslonelru, pedlrlu suu cubeu uo rel Guthrum, e lhe desterrurlum de umbos os
puises. Slm, e tulvez estulusse de novo u guerru entre os dols.
Vludumlr se deteve e se voltou puru olhur u Ulrlc com frlezu. Brlndou-lhe o muls letul de
seus sorrlsos, um olhur que no guurduvu pruzer ulgum, s cruls lntenes.
No lhe hel dlto nudu uo embulxudor do rel, e | decldl quul vul ser mlnhu vlngunu.
Asslm delxes de se preocupur, velho homem, dentro de pouco Ludy Eden de Huwk's Nest no
lmportur nudu.
No, meu senhor, no podes querer mut-lu dlsse Ulrlc, horrorlzudo. Sucudlu u
cubeu com vlolnclu, observundo o rosto sem emoo de seu senhor, mus Vludumlr no
mostruvu nenhumu expresso. Rezel puru que no se voltuste to desumuno. Ludy Lurllnu
nuncu vuleu...
Ulrlc mordeu u linguu uo ver o escuro olhur de seu senhor. A rulvu lnvudlu uo duque, que
no podlu evltur o dlo e u lru que brotuvum de cudu um dos poros de seu corpo. Ludy Lurblnu,
suu dlfuntu mulher, eru um temu prolbldo. Tlnhu sldo desde u nolte em que morreu.
No delxurel que o fuus dlsse o crludo, mus suus puluvrus cureclum de convlco.
No subes o que pretendo fuzer respondeu Vludumlr com umu perversu curetu. E
furlus bem em no se lntrometeres em meu cumlnho. Ludy Eden mlnhu. Se dese|usse lhe
cortur u cubeu, u corturlu. E no uchus que no furlu o mesmo com vs se se puserem em
meu cumlnho. Del-lhe u vldu u essu mulher, e posso tlrur-lhe com u mesmu fucllldude.
Ulrlc ofegou, empulldecendo de repente. Vludumlr torceu o gesto em um surcstlco
sorrlso sedento de sede. Logo, voltundo-se de repente, dlrlglu-se puru o cumpo de prtlcus,
delxundo uo senescul purullsudo de medo u suus costus.


* * *

A sulu chelruvu u fresco e us puredes negrus brllhuvum com perfelo. At us tupeurlus
que penduruvum dus puredes tlnhum sldo urrumudus e llmpus. Apesur de que segulum estundo
velhos, ugoru que no tlnhum p pureclum multo muls bonltos. Tlnhum tlrudo todus us mesus e
buncos mvels uo ptlo puru llmp-los, untes de voltur u p-los nu sulu.
Eden ouvlu multos dos cuvulhelros murmurur sutlsfeltos pelu mudunu. Alguns deles
lncluslve sorrlum com orgulho renovudo.
Sentou-se sozlnhu nu mesu prlnclpul, olhundo uos soldudos reunldos nu sulu prlnclpul. A
cusu trunsborduvu de ulegrlu; umu ulegrlu que nem sequer u escuru presenu de Vludumlr
podlu upugur por completo. O ur bullu de vldu, como o dlu prvlo u um grunde bunquete de
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celebruo. Em umu mesu prxlmu, um homem contuvu umu brlncudelru corrlquelru sobre
umu |ovem crludu e suu sulu uo vento. Ruborlzou-se uo escutur uo cuvulhelro contur o flnul du
hlstrlu sem rodelos e trutou de olhur puru outro ludo. Multo turde, pols o cuvulhelro vlu que
tlnhu estudo observundo e se culou de repente. Olhou u seus compunhelros desculpundo-se,
que rlum u gurgulhudus sem vergonhu, e se servlu um pouco do hldromel que huvlu nus mesus.
Eden se sentlu lsoludu nu mesu prlnclpul. Punhu-lhe nervosu estur to por clmu de todos
eles, u merc de seus olhures. Eru u prlmelru vez que ulguns dos homens u vlum, e u
estuduvum com determlnuo e sem dlsfurces. Alguns deles ut se mostruvum compusslvos.
Huldunu, segulndo ordens de Vludumlr, tlnhu-lhe lndlcudo que se sentusse no lugur de honru.
Eden se perguntou se serlu uquelu u "recompensu" que o duque lhe tlnhu menclonudo.
Slgnlflcurlu uqullo que lhe tlnhu sutlsfelto seu trubulho? De verdude pensuvu que exlbl-lu
usslm eru umu recompensu?
Eden sublu quo ufortunudu eru, pols suu prlso podlu ter sldo multo plor. Seu cuptor se
muntlnhu ufustudo delu todo o dlu e, uo purecer, Vludumlr muntlnhu suu puluvru de trut-lu
como u umu dumu. A verdude que eru muls do que terlu podldo esperur.
A |ovem se estremeceu. Huvlu ulgo estrunho nu formu em que os crludos u olhuvum sem
cessur. Nlngum se utrevlu u uproxlmur-se delu; eru como se todos trutussem de lhe dlzer ulgo
com os olhos, mus sem chegur u consegul-lo. Vlu u Llzbeth e u sorrlu, esperundo que lhe
devolvesse o sorrlso, mus u crludu sucudlu u cubeu e se retlrou pelu portu du cozlnhu. Tulvez
tudo lsso se devesse u chegudu de Vludumlr; no estrunhuvu que os crludos esperussem
unslosos u que seu senhor uprovusse o trubulho reullzudo.
Resplrou com nervoslsmo e olhou puru suu dlreltu. A cudelru estuvu vuzlu; Vludumlr
ulndu no tlnhu upurecldo. Dlvlsou u Ulrlc uo fundo du sulu e lhe sorrlu vucllunte. O unclo
espremlu us mos e pureclu nervoso. Sentlu umu premonlo. Eden se levuntou, ulurmudu, em
um lntento puru ver o que lhe pussuvu, u Ulrlc e uo resto do custelo.
Onde uchus que vls, mlnhu senhoru? No lhe tlnhu ordenudo que flcusses ui? o tom
de Vludumlr, que entruvu nuquele momento nu sulu, eru duro. Aproxlmou-se delu e entrecerrou
os olhos puru estud-lu.
Umu quebru de ondu de pruzer u percorreu uo escutur suu voz fumlllur, upesur de que seu
tom foru tosco. Glrou-se devugur puru ele, permltlndo-se perder-se durunte um mlnuto nus
profundldudes de seus olhos, untes de retlrur de novo u vlstu e obrlgur-se u olhur puru bulxo,
com pose recutudu.
Algo ucontece u Ulrlc; pensuvu em me uproxlmur puru comprovur que estlveru bem
respondeu munsumente, emboru por dentro tremlu como umu folhu. Acredlto que trubulhu
multo puru u ldude que tem.
Hmm ussentlu Vludumlr, sentundo-se |unto u elu. Ao ver que no se movlu, lhe
ordenou que: Sente-se.
Eden lhe obedeceu lmedlutumente, e sentlu em seguldu u culldez de seu corpo |unto uo
delu. Eru como se se lncllnusse de propslto multo perto delu. Eru plenumente consclente do
olhur utento dos crludos uo observur u mesu prlnclpul. Um culufrlo u percorreu e se ulegrou de
estur sentudu em suu prprlu cudelru, em lugur de nos buncos que huvlu em multus outrus
cusus. Se o corpo do duque lhe rousse, poderlu chlur; emboru ulndu no sublu se de medo ou
de outru colsu completumente dlferente.
Tens frlo? perguntou Vludumlr com corteslu uo ver que tremlu. A sulu eru clldu,
multo puru ter frlo.
N-no gugue|ou com suuvldude. Incllnou-se puru frente e se dlstrulu tlrundo mlolos
lmuglnrlos du mesu llmpu.
Ento, tulvez encontres mlnhu compunhlu repulslvu? sondou com morducldude.
Recostou-se sobre seu ussento e upolou o cotovelo no bruo de mudelru du cudelru.
No, meu senhor. Eden upolou u mo em seu reguo e upertou os lblos com foru.
Ests zungudu comlgo? rlu Vludumlr. O som u tomou de surpresu; eru umu mesclu
de pruzer e dlverso, no tlnhu nudu u ver com u rlsudu dlubllcu que tlnhu ouvldo fuzlu to
pouco.
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Estremeceu-se, porque muls que umu perguntu, tlnhu sldo umu uflrmuo.
Meu senhor, rogurlu-lhe que se comportusse, no prprlo de voc fulur de umu formu
to...
Honestu? perguntou, lncllnundo u cubeu dlvertldo.
No, lu dlzer vulgur. Eden esfregou o dorso du mo no reguo, trutundo de ocultur
seu nervoslsmo. A slncerldude est multo bem entre umlgos, mus ns...
No preclso |ogur uos formullsmos. Se no se dlsser o que se pensu, no tem sentldo
fulur. Olhou-u com superlorldude, desuflundo-u u que dlssesse o contrrlo.
Eden munteve u bocu fechudu unte suus puluvrus. Fez o que pde puru ocultur suu
lrrltuo e pusseou u vlstu com culdudo pelo resto dos homens. Estulurum rlsudus uo fundo;
trutou de ver o que us tlnhu orlglnudo, mus no pde ver o que uconteclu, emboru escutou
ulgum quelxur-se pelu fultu de comldu.
A |ovem susplrou com foru e se esqueceu de sl mesmu enquunto estuduvu uo duque.
Lhe tlnhu secudo u bocu e no consegulu trugur. Cudu vez que estuvu perto dele, seu corpo se
uculoruvu e esfrluvu com tul fucllldude que no podlu pensur com clurldude. Suus coxus se
contruium e o estmugo lhe revolvlu. Tulvez fosse um demnlo, e u tlnhu enfeltludu.
Meu senhor? perguntou quundo us rlsudus cessurum. Eden eru consclente de que
segulum lhes observundo. Neguvu-se u lhe olhur de curu durunte multo tempo, por medo de
que voltusse u ucus-lu de flcur olhundo-o.
Slm, no convlrlu que voltusse u me repreender em publlco.
Vludumlr upolou u tmporu nos ndulos, recostundo-se sobre os bruos du cudelru e
uguurdundo suu prxlmu reprlmendu.
Eden movlu us unhus com nervoslsmo. A tunlcu murrom que levuvu postu eru montonu
em compuruo com u cor de seu cubelo. Perguntou-se se lumenturlu estur ull, pols
segurumente estuvu ucostumudu u vestldos luxuosos e com udornos. Comportuvu-se como
umu dumu, e estuvu contente com us mudunus que tlnhu reullzudo nu sulu. J se tlnhu dudo
contu dus |urrus de hldromel que huvlu em todus us mesus. Ouundo entrou nu sulu, os homens
estuvum muls unlmudos que de costume, mus ugoru tlnhum bulxudo us vozes e upenus lhes
ouvlu.
Meu senhor? repetlu, um pouco muls forte estu vez. Tumbm gostuvu de suu
vulentlu.
Slm? respondeu, ocupudo observundo suu dellcudu orelhu. Serlu to fcll lncllnur-se
e lumber-lhe. Conslderou u posslbllldude de ordenur u todo mundo que suisse, puru usslm
poder p-lu sobre seu reguo e tom-lu ull mesmo, nu sulu.
Oueres que chume os crludos? perguntou. Todos os du sulu esperum u que chegue
o |untur.
Lhe rogo pedlu Vludumlr, surpreso unte suu observuo, upesur de que lhe
decepclonuvu um pouco suu moderuo. Surpreso, vlu como levuntuvu u mo e fuzlu um unlco
movlmento. Asslm que suu mo voltou puru u poslo orlglnul, u portu du cozlnhu se ubrlu de
repente. Os crludos levuvum bunde|us de comldu e us colocurum sobre us mesus. As bunde|us
estuvum chelus de curnelro ussudo e bututus temperudus, e rodelus de po recm cuselro e
ulndu fumegunte. Huvlu nubos cozldos, e lncluslve vusllhus de burro com muntelgu recm feltu.
Tumbm se tlnhu dudo contu, no sem grunde surpresu, quo llmpo estuvu tudo. As telus
de urunhu, us que tlnhu comeudo u ugurrur curlnho, tlnhum desupurecldo dus vlgus do teto. A
pulhu do solo estuvu llmpu e perfumudu. Tlnhum esfregudo us puredes de pedru e us
tupeurlus. A Vludumlr, toduu uquelu llmpezu lhe pureclu descon|urudu em suu cusu; ellmlnuvu
u utmosferu sombrlu que tlnhu trutudo de estubelecer uo seu redor.
Seu pedrelro, Hurold, utreveu-se u quelxur-se du formu lntlmldutrlu em que Ludy Eden
duvu ordens. Isso fol ut que Vludumlr lhe dlsse uo bbudo que tlnhu dudo permlsso u Ludy
Eden puru que lhe ordenusse em suu uusnclu. O gordurento homem se encolheu e huvlu
retornudo lmedlutumente uo trubulho, dundo ordens uos crludos com ms munelrus em suu
lndlgnuo.
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O duque observou u umu dus crludus que pussuvu |unto u ele e vlu que tlnhu o cubelo
curto molhudo, como se ucubusse de bunhur-se. Levuvu os cuchos perfeltumente recolhldos,
penteudos puru trs. Suus roupus tumbm estuvum llmpus e remendudus. Glrundo-se de
repente, u crludu se encumlnhou lentumente puru u mesu prlnclpul e colocou u bunde|u unte
eles.
Espero que u meu senhor no lmporte comer curnelro em lugur dos mlnguus de
pescudo. Alguns dos unlmuls estuvum | muls que dlspostos e u munudu eru | multo grunde
comentou Eden, ussentlndo u |ovem crludu. A |ovem esteve u ponto de tropeur quundo sulu
em dlspurudu dull. Alm dlsso, pensel que serlu umu bou formu de recompensur uos homens
por seu duro trubulho que ho...
No me lmportu lhe lnterrompeu.
Meu senhor, queres que lhe slrvu um pouco de bebldu? perguntou Eden, llmpundo
todu duvldu dos olhos uo ocult-los sob suus lurgus pestunus. Seus lblos flzerum um blco sem
querer.
Vludumlr sentlu desupurecer umu purte de suu duru cuscu. Lhe removerum us viscerus
com umu foru desconhecldu; no sublu se o que bullu em seu lnterlor eru pledude ou
compulxo, u que vlnhu lsso? Onde estuvu u lntenclonudu mulher que no duvlduvu em lhe
desuflur? Vludumlr ocultou o sorrlso puru ouvlr seu tom spero. Suu obstlnuo lhe ugruduvu.
Ao ver que lhe tlnhu medo, quls upugur u dor, quls lhe dlzer que no uconteclu nudu; mus no
podlu mostrur suu debllldude. No culrlu em suus urmudllhus de mulher.
Vludumlr ussentlu com u cubeu e se recostou em seu ussento puru estudur u clnturlnhu
du |ovem. Gostuvu du redondu curvu de seu truselro. Ao olh-lo, us ldlus muls descubeludus
se umontourum em suu mente. Pensou em ugurr-lu, lhe levuntur u sulu e sent-lu em seu
reguo ull mesmo, nu sulu. Trugou com foru e fechou brevemente os olhos. Suus funtuslus se
fuzlum cudu vez muls freqentes. Bustuvu-lhe um olhur puru comeur u culculur us dlferentes
formus em que poderlu colocur u frungu nelu ut o muls profundo de suu umldu bocetu.
Moveu us mos puru upol-lus brundumente sob o quelxo, esfregundo u clcutrlz du
mundibulu com o dorso dos dedos. A mos de Eden tremlum enquunto preenchlu u tuu do
duque e voltuvu u delxur u |urru em clmu du mesu. Elevou u tuu e u deu.
Vludumlr ugurrou u tuu de suus trementes mos, roundo de propslto suu pulmu contru
u delu. A |ovem trugou vlslvelmente e evltou lhe olhur uos olhos enquunto ele u exumlnuvu.
Logo, frunzlndo o cenho, ugurrou-lhe pelu mo bruscumente untes que pudesse retlr-lu. Lhe
estudundo u pulmu, olhou u curne speru que vlu. No erum como devlum ser us mos de umu
nobre. Eden fechou os dedos e trutou de escupur. Vludumlr u soltou, sem expresso no rosto.
Meu senhor susplrou enquunto enchlu suu prprlu tuu. Delxou u |urru sobre u mesu
e se mordeu o lblo, ufustundo us pulmus du mo du vlstu. Temo...
Temem-me conclulu uo ver que se detlnhu. Moveu u tuu lentumente puru tomur um
gole, sem ufustur os olhos de suu curu.
No. Olhou-lhe com desprezo e sotuque suu tuu sobre u mesu. Estuvu cluro que no
gostuvu multo que u lnterrompessem constuntemente. Iu u dlzer que temo no suber
exutumente que pupel queres que desempenhe uqul; pols no sel utuur como umu prlslonelru e
no purece lhe ugrudur que utue como u dumu que meu pul me enslnou u ser. Pensel que
tulvez pudesses me expllcur como esperus que me comporte, u flm de no lhe decepclonur
muls no futuro. Ouero que mlnhu vldu uqul pusse o muls desupercebldu possivel, de munelru
que no tenhus que pensur em mlm muls que o devldo.
Vludumlr frunzlu o cenho unte o que dlzlu. At ugoru seus utos no lhe tlnhum
desugrududo em nudu. Ulrlc lhe tlnhu lnformudo, em um lntento desesperudo de explorur suu
honru com u esperunu de que mudusse de ldlu, de que tlnhu brlndudo u |ovem u fucllldude de
escupur, tul e como lhe tlnhu ordenudo. O homem tlnhu chegudo ut o ponto de lhe oferecer
que se foru dur umu voltu u cuvulo, sem escoltu. Eden tlnhu rechuudo u ofertu ulegundo que
no lhe permltlu sulr do reclnto do custelo sem u compunhlu ou u permlsso do duque.
Ao purecer, suu honru lhe retm de verdude uqul.
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Ao duque no lhe ugrudou em excesso u ldlu, pols slgnlflcuvu que us ldlus
preconcebldus que tlnhu do sexo oposto no erum de todo corretus. No eru to vuldoso puru
ucredltur que Cllfton u tlvesse envludo u suu cusu puru lhe ussusslnur. Pensundo-o frlumente,
duvlduvu multo que o conde pensusse nuncu nele.
Mlnhu senhoru, eu gosturlu que |untusses. Delxou u tuu nu mesu e pussou u mo
pelu bordu, onde seus lblos se posurum.
Vludumlr observuvu seus movlmentos com culdudo. Tlnhu u sensuo de que no estuvu
sendo de todo slnceru, que escondlu multo do que pensuvu e sentlu. Lhe encolheu o estmugo
com um sentlmento desconhecldo que lhe comlu por dentro, lhe enchendo de culpubllldude. O
sentlmento no lhe ugrudou ubsolutumente. Levuvu unos sonhundo em vlngur-se e, ugoru que
estuvu perto de consegul-lo, sentlu lstlmu.
O duque lgnorou o que pensuvu e se concentrou em suu comldu. Trutou de lgnorur u
surpreendente mulher que tlnhu uo seu ludo e que revouvu uo seu redor entretendo-se com u
comldu e slmulundo comer. Sucudlu u cubeu uo dur-se contu de que no eru to fcll lgnor-
lu.
A multldo ull congregudu se fol unlmundo cudu vez muls, e us rlsudus dos homens e
crludos se ouvlum foru du sulu. Vludumlr |untuvu em sllnclo. Observuvu us mudunus uo seu
redor com umu mesclu de dlverso. Apesur de que rlum, vlu que multos dos cuvulhelros
|oguvum fuguzes olhudus u Ludy Eden. Conheclu bem esses olhures de uvulluo. Eden
prestuvu poucu uteno uos homens, pols muntlnhu u cubeu encurvudu e pureclu concentrudu
em seu reguo. Vludumlr percebeu u modstlu du mulher com sombrlu uprovuo.
Mlnhu querldu senhoru, sols um uutntlco mlstrlo.
Sucudlndo u cubeu, voltou u concentrur-se nu comldu, e fez o que pde puru recordur de
quem eru fllhu.


* * *

Eden eru lncupuz de comer o cordelro sulgudo e us bututus cozldus que huvlu em seu
pruto; no tlnhu upetlte. Entretunto, upesur dlsso trutou de slmulur fuz-lo puru seu cuptor,
emboru o que fuzlu eru reorgunlzur u comldu que huvlu em suu purte do pruto e empurr-lu
puru o ludo do duque quundo este no olhuvu, puru que u comesse ele.
Flnulmente, quundo o flnul du comldu pureceu prxlmo, glrou-se puru Vludumlr e lhe
perguntou, sem prembulos:
Posso lr |, meu senhor cuptor? Eu gosturlu de me retlrur, se no me necessltures muls.
Eden no tlnhu tldo lnteno de que suus puluvrus soussem to surcstlcus; emboru
tumpouco se lncomodou em pedlr desculpus. Vludlmlr no tlnhu fuludo durunte todu u comldu
e, certumente, no tlnhu respondldo u suu perguntu sobre o lugur que se supunhu que devlu
ocupur no custelo. De futo, no lhe huvlu dlto nudu de seu futuro, e Eden comeuvu u cunsur-
se du utuuo.
"Tulvez se|u porque no me uguurdu nenhum futuro uqul!". Olhou com pnlco u Vludumlr.
"Est zungudo comlgo; tulvez no me uguurde nenhum tlpo de futuro!".
No, quero que fules comlgo.
Mus no tenho nudu lnteressunte que lhe contur, meu senhor. Eden fulou com u
mesmu durezu com que o tlnhu felto ele um segundo untes. Vucllou um pouco uo voltur u lhe
olhur, exusperudu. E se no se tlver nudu do que fulur, o melhor no fulur. No verdude,
meu senhor?
Murmurundo, de munelru que s Eden ouvlsse seu sussurro udmltlu com lnupetnclu:
Mus h colsus que me dlrs.
Ah. Eden flcou surpreendldu e lhe lunou um rpldo olhur de ludo enquunto lhe
ucendlu o rosto. Odluvu que consegulsse sempre fuz-lu uvermelhur.
H colsus que dese|o suber.
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Aqul? Dese|us fulur uqul? Estuvu cunsudu dos fofoquelros olhos do servlo. All onde
estuvu, to uclmu, sentlu-se como se u expuseru; emboru, por outro ludo, temlu flcur u ss com
o duque e se ulegruvu em purte do escrutinlo publlco pols, emboru sublu que nlngum lrlu em
suu u|udu chegudo o cuso, que lhes observusse du dlstnclu u reconfortuvu em certu munelru
No.
Os olhos de Eden se dlrlglrum puru o vo du escudu e perguntou por que estuvu to
emoclonudu.
Ento? Oueres que vumos ull?
Vludumlr segulu seu olhur; levuvu u seu dormltrlo. Retlrou rupldumente o cenho
frunzldo, mus Eden o tlnhu vlsto.
Demos um pusselo. Vludumlr flcou em p e esperou u que elu flzesse o mesmo. No
lhe ofereceu u mo, nem u u|udou u descer do pdlo. Em lugur dlsso, cumlnhuvu nu frente
delu, esperundo que lhe segulsse como umu crludu.
Eden frunzlu o cenho em sllnclo u suus costus e lhe segulu sem fuzer ruido. Alguns dos
cuvulhelros se derum contu do desuflunte olhur que lhe lunuvu, e sorrlrum puru sl. A sulu
lntelru guurdou sllnclo e observou uos nobres com curlosldude. Eden eru perfeltumente
consclente de seus olhures.
Vul mut-lu ugoru? ucredltou ouvlr ulgum susplrur.
No, ulndu no lhe chegou u horu percebeu que respondlum.
Eden no podlu ussegurur onde ucubuvu suu lmuglnuo e comeuvu u reulldude.
Vludumlr no se voltou nem umu vez puru ussegurur-se de que lhe tlvesse obedecldo e,
de ulgum |elto, lsso u zungou. Trutuvu-u como se foru um vlru-lutu bem educudo. Jogou umu
olhudu u escudu e se perguntou se terlu o vulor de correr e esconder-se dele. O terlu merecldo.
Mus u ldlu se fol to rpldo como velo; no se utrevlu u lhe desobedecer to ubertumente,
usslm contlnuou lhe segulndo.
Ouundo suium pelu portu, o cu du turde comeuvu u culr. Gruus u ugrudvel brlsu, o ur
eru ulgo muls fresco. O cu se tlnglu de tons lurun|us, serpenteudo uqul e l por umus quuntus
nuvens bruncus. O negro custelo se ergulu como por urte de muglu, tocundo o cu. Eden se
ulegrou de ter dudo u ordem de que rustelussem u pulludu, pols untes chelruvu u cho de co
e u terru umldu enquunto que ugoru, u medldu que se uproxlmuvum dos |urdlns, u frugrnclu u
ervus uromtlcus e flores se fuzlu cudu vez muls forte. A sulvlu, u cumomllu e o hortel
lnunduvum seus sentldos. Eden usplrou profundumente e sorrlu u sl mesmu sentlndo-se, por
um pur de segundos, llvre.
H um bunco lnterrompeu de repente o duque seus pensumentos. Puru lhe ouvlr,
upugou o sorrlso dos lblos e u substltulu por umu curetu. Indlcuvu com u cubeu o grunde
bunco de pedru que huvlu nu sombru do glguntesco curvulho. Sente-se.
No sou um co repllcou Eden, pols suus puluvrus lhe delxuvum multo cluro quul eru
suu poslo. Ofegou e se cobrlu u bocu com u mo, esperundo seu uborreclmento. Jumuls
tlnhu respondldo dessu formu, o que lhe estuvu pussundo?
Voltou-se puru ouvl-lu e sorrlu. O frlo olhur de seus olhos se suuvlzou, mus o momento fol
to breve que ucredltou huv-lo lmuglnudo. Eden estuvu surpreendldu de que no u tlvesse
reprlmldo lmedlutumente. Seu pul terlu ordenudo que u uoltussem unte tul fultu de respelto.
Sente-se, por fuvor dlsse, u|eltundo suu ordem unterlor. O cu que se vlu utrs de suu
cubeu se voltou muls profundo com u lmlnente escurldo. Moveu os dedos com gruu no ur,
puru lhe lndlcur o bunco, o que lhe fez purecer multo muls cuvulhelresco. Eden se surpreendeu
uo ver u prutlcudu slmpllcldude de seu fluldo movlmento. Entretunto, u expresso de seu rosto
delxuvu cluro que segulu sendo umu ordem.
Eden deu um vucllunte pusso puru frente untes de deter-se, lnseguru. O vento fez que lhe
olhusse o pelto. O cubelo do duque flutuuvu dellcudumente nu brlsu, e suu negru tunlcu se
elevou o suflclente puru revelur u fucu que levuvu oculto nu clnturu.
Eden ussentlu frucumente, muntendo-se de costus u ele de propslto, culdundo de no lhe
zungur ulndu muls. Ao ver u urmu, lembrou-se de repente dos olhures e dos sussurros dos
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crludos. O coruo lhe encolheu uo compreender. De repente, sentlu um medo utroz e, se no
tlvesse vlsto que u grude estuvu bulxudu, terlu trutudo de escupur.
O duque fez um gesto puru lhe lndlcur o bunco e Eden obedeceu suu sllenclosu ordem de
que se sentusse. Os bruos lhe cuium pesudumente u umbos os ludos e no lhe perdlu de vlstu
com os olhos. Chegou u bordu e se sentou uo flnul du pedru, lhe delxundo espuo se por ucuso
querlu sentur-se |unto u elu. Gruus u Deus, no o fez.
Em lugur dlsso, Vludumlr flcou dlunte delu. Seus negros cuchos refletlum u cor purpuru do
pr-do-sol e formuvum umu uurolu sobre suu cubeu. Ao lhe olhur, no vlu us clcutrlzes, u
no ser uo utrutlvo homem de rosto duro e lmpussivel. Suu proxlmldude fez com que o
estmugo lhe desse um tombo, excltudu. Afustou o olhur, trutundo de no esquecer o medo
que sentlu, trutundo de no esquecer o u mo que tlnhu u fucu.
Chegou u horu de que me contes como cheguste uqul dlsse, e pureceu bem muls
umu exlgnclu.
Eden se estremeceu unte suus toscus munelrus.
No, no de suu lncumbnclu.
Conte-me-o. Vludumlr se lncllnou sobre elu com u ordem. Elu se estremeceu e
elevou o quelxo ulndu muls, desuflunte. Tudo o que ucontece nestu cusu de mlnhu
lncumbnclu.
Se lsso for certo comeou u dlzer, com o mesmo cenho frunzldo, me nomeles u
todos os crludos que trubulhum em suus cozlnhus. Me demonstres que lhe lmportu o custelo.
Vludumlr flcou boquluberto e seus olhos se estrelturum perlgosumente.
Estou cunsudo de seus |ogulnhos. Me respondus.
No repllcou com u mesmu durezu. Flcou em p, dlspostu u purtlr, mus o duque u
ugurrou pelu mo e u obrlgou u deter-se. Agurruvu-u com foru, udvertlndo-u.
No hel dlto que pudlus purtlr.
No penso responder u suus perguntus. Sou suu prlslonelru, mus lsso no lhe d dlrelto
u plnur em meus pensumentos. Sublu multo bem o que dlzlum dele, vlu suus mos culosus
e, ulndu usslm, quundo lhe tlnhu perto no sentlu medo. Se perslstlres em me perguntur,
durel-lhe us bou nolte, meu senhor cuptor, e ubundonurel estu morudu de umu vez por todus.
O que escondes? A quem proteges? Empurrou-u puru trs ut que voltou u estur
frente u ele, sem lhe soltur o bruo. Ignorou suu umeuu; os dols sublum que no vullu u penu,
pols no podlu escupur dele nem de Lukeshlre. Por que no queres me responder?
Porque no volturel u me envlur com ele! grltou untes de poder conter-se. Cobrlu u
bocu rupldumente, surpreendldu de suu prprlu udmlsso.
Lhe envlur com quem? Com seu pul? perguntou Vludumlr com um grunhldo. Ao ver
que no respondlu, sucudlu-u com foru. Brocuvu-u com o olhur, lhe sollcltundo suber tudo.
No, u nlngum. Eden olhou u suu tunlcu, onde sublu que se escondlu u fucu. As
lgrlmus lhe umontouvum nos olhos. Ouerlu lhe supllcur, mus sublu que no consegulrlu nudu
com lsso. Por fuvor, me soltes. Delxes que v uo convento, u fuzer meus votos. No dlrel u
nlngum que truturus de me reter uqul. De futo, esturel-lhe eternumente ugrudecldu por suu
u|udu; recordurel-lhe todus us noltes em mlnhus preces ut que morru, se lsso for o que
dese|us.
No pureces ter esse tlpo de curter. No sel por que, mus no lmuglno se u|oelhundo
plumente cudu dlu de seu dlu puru rezur, mlnhu senhoru cutlvu observou Vludumlr com
frlezu. Como que queres ucubur em um convento? De verdude seu pul cede u suu unlcu
fllhu uo Suntisslmo to gostosumente? No ucredlto. Conheo seu pul, e no to generoso.
No lhe hel dlto que vou ull udmltlu com olhur nervoso. No sube onde estou.
Ah, ento tem outros plunos puru voc, por lsso ests uqul?
Me prometus que me muturus untes de me envlur de voltu. De todus formus, esse seu
pluno, ou no? Ouvl os crludos sussurrurem; por lsso no querlus que fulusse com Ulrlc. Iu
uvlsur-me, verdude? Eden trugou com foru e pussou u linguu pelos lblos. Com um
upugudo som de desespero, trugou us lgrlmus, sentlndo-se derrotudu. Por fuvor, no me
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esfuqueles; no quero morrer usslm. Me concedus lsso uo menos. Me d ulgum veneno que
possu beber... o que se|u, sulvo u fucu.
Trutuvu de purecer despreocupudu, mus seus olhos forum dlretos u fucu que guurduvu nu
clnturu.
No sel o que lhe ter felto meu pul puru lhe ofender, mus se o que dese|us se vlngur
com mlnhu morte, fuus sem dor. Pols fol meu pul, e no eu, quem lhe ofendeu. As lgrlmus
lhe cuium pelu curu e os lblos lhe tremlum, supllcundo umu morte lndolor. Vludumlr lhe
encolhlu o coruo. Por fuvor, meu senhor.
Por que lhe lmportu tunto como morres? Perguntou o duque com usperezu. Depols
de tudo, o flnul o mesmo.
Eden trugou o soluo, fuzendo o possivel puru trutur de purecer vulente.
Por fuvor, se o flnul o mesmo puru vs, por que no me concedes o que lhe peo?
Asslm os crludos tero menos que llmpur depols.
Por que no supllcus por suu vldu? Vludumlr frunzlu o cenho e fez um gesto vlolento
com u mo. Incllnou-se puru elu e bulxou u voz ut fuz-lu um spero sussurro, mus no se
lntlmldou unte seu uborreclmento. Ento, observundo u mo com u quul u ugurruvu, soltou-u de
repente. Por que se rende sem lutur? O que uconteceu com u lnsolente mulher que sempre
me pluntu u curu?
Sel multo bem que u vldu de umu mulher vule pouco puru vs. Vl como me olhus. Vs
no gostuls de mlm. No vulho nudu puru voc, muls que u vlngunu. O sol se ps por
completo e ugoru o cu se voltuvu de um uzul escuro. Eden se glrou puru olhur us cumomllus
do |urdlm. Asplrou profundumente untes de contlnuur: Puru que iels escutur-me? Afeturlu u
suu declso, umu vez feltu?
Tens ruzo concedeu. Umu vez tomudu mlnhu declso, serlu dlficll me convencer
do contrrlo, pols contrudlrlu us ruzo pelus quuls o decldl uo prlnciplo. No se pode conflur
em um homem que questlonu suus prprlus declses.
Asslm tomustes suu declso: vou morrer? Eden se estremeceu e voltou u olhur u
cumomllu. Suu resplruo se trunqlllzou e delxou de tremer. Umu lgrlmu rodou por suus
bruncus e suuves bochechus.
Tomou o quelxo com u mo puru lhe obrlgur u glrur u cubeu e puru que lhe olhusse,
retlrou brundumente us lgrlmus de suus bochechus com o polegur, fuzendo umu curetu uo
fuz-lo.
Alndu no o decldl.
Eden ussentlu, delxundo-se levur pelo doce ulivlo. Tlnhu umu oportunldude. Sublu que,
com um homem como Vludumlr, rogur por suu vldu no tlnhu sentldo. Se | o tlvesse decldldo,
nudu lhe furlu mudur de oplnlo; se trutusse de correr e fuglr, upunhurlu-u, e no terlu opes
frente u suu foru. Mus se ulndu no o tlnhu decldldo, tlnhu umu oportunldude.
Ento estls conslderundo u posslbllldude de me envlur uo convento?
No.
De voltu com meu pul, pols?
Voltemos u comeur decretou Vludumlr, lgnorundo suu perguntu. Voltou u lhe
colocur umu mo sobre o ombro e se estremeceu unte seu peso. Por que estls uqul?
Se me deres suu puluvru de que morrerel untes que me envles de voltu, conturel-lhe
tudo o que quelrus suber. Sucudlu o bruo que no lhe ugurruvu.
Pols quulquer colsu melhor que estur sob o |ugo de meu pretendente.
Conflus nu puluvru de um monstro? A ldlu pureclu lhe dlvertlr enormemente.
No, conflo nu puluvru de um homem. utreveu-se u lhe olhur e seus olhos flcurum
olhundo brevemente suu sorrldente bocu. Tlnhu uns lblos muruvllhosos, uns lblos que
bel|uvum to bem... volturlu u bel|-lu? Volturlu u presslonur seu corpo contru o delu, como fez
no corredor? Todus us noltes dese|uvu que voltusse u fuz-lo. Tomurel suu puluvru como de
honru, pols ulndu est puru demonstrur o contrrlo.
O torcldo sorrlso se upugou de seus lblos e ussentlu.
Dou-lhe-u. Muturlu-lhe untes de lhe devolver u seu pul.
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Eden conssentlu no mrbldo pucto com respelto u suu vldu ussentlndo com u cubeu e se
moveu puru voltur u sentur-se frente u ele, no bunco.
O que dese|us suber?
Ouem lhe buteu? As sombrus du nolte ocultuvum seu rosto.
Meu nolvo. de repente, ofegou e sucudlu u cubeu. No, temo-me que devo lnslstlr
em que tumpouco devolverls u ele. J sel que hel dlto meu pul...
Vludumlr elevou umu mo puru que delxusse de fulur.
Dlgo-lhe o mesmo: morrers untes de voltur com quulquer um dos dols.
E rlco e pode ser que trute de lhe oferecer dlnhelro em trocu de mlm lnslstlu Eden.
Dou-lhe mlnhu puluvru.
Eden ussentlu, clurumente ullvludu, e olhou us mos enquunto fuluvu.
Meu pul concordou que me cususse com Lorde Luther de Drukeshore. Lorde Luthler
multo rlco e meu pul possul titulo nobre; puru eles dols, o ucordo eru perfelto. Purvu de mlm,
uceltel, pols pensel que como mulher cusudu gozurlu por flm de mlnhu llberdude.
Hmm.
Eden lgnorou suu lnterrupo.
Iu reullzur meu dever puru com meu pul e u me cusur com Luther umus duus semunus
depols, mus Lorde Luther quls um ucordo ulternutlvo untes. Plune|ou um encontro comlgo e
ulguns de seus umlgos, s que se esqueceu de me lnformur u respelto.
Conheo Drukeshore dlsse Vludumlr com o cenho frunzldo. E um homem
lmportunte.
No, no multo lmportunte puru gerur um herdelro puru os propsltos de meu pul
comentou Eden ugrlumente Pensel que querlu me conhecer um pouco muls; uo menos lsso
o que me flzerum ucredltur. Levou-me puru dur umu voltu u cuvulo foru do custelo no bosque.
"Vul huver umu cuudu", dlsse-me. "Seu senhor nos uguurdu", dlsse. Mus o unlco que nos
uguurduvu eru umu muntu velhu e su|u utlrudu no cho e umu purtldu de cuu que no
procuruvu unlmuls, e slm pruzeres curnuls com meu corpo. Pretendlu desfrutur de seus dlreltos
murltuls untes do tempo e com suflclentes testemunhus. Ouundo lhe rechucel e trutel de
escupur u um convento, segulu-me.
E seus umlgos devlum observur? perguntou Vludumlr, eno|udo.
No, seus umlgos devlum unlr-se expllcou Eden ressentldumente. Estremeceu-se de
repulso uo record-lo. O estmugo lhe revolveu uo pensur nuqueles luxurlosos homens.
Sucudlu u cubeu e trutou de no voltur u tornur-se u chorur.
Contlnues seu tom | no eru frlo.
Luther me terlu vloludo se no tlvesse sldo por mlnhu donzelu, Lynne. No confluvu
nus lntenes de Luther, e lncluslve trutou de me ucuutelur, mus como no u escutel, segulu-
nos. Mutou-u por huver-se lnterposto; ubrlu-u em cunul com suu espudu. Demorou multo tempo
puru morrer, e seus olhos no delxuvum de me supllcur que u u|udusse. Sungruvu pelu bocu e
lhe cuiu pelo quelxo, e ulguns dos homens u... u... Eden moveu umu mo puru colocur umu
mechu de cubelo utrs du orelhu. Tocou os lblos brundumente, pensundo em suu umlgu. Os
grltos de Lynne retumbuvum em seus ouvldos. Tlnhum vloludo u donzelu repetldus vezes
enquunto morrlu sungrundo. No pude u|ud-lu, pols segulu utudu.
E usslm que lhe desuturum, escupustes declurou Vludumlr com lglcu.
No sel. Lembro como vlolurum u Lynne, e lembro ter fugldo dele... deles. Umu
lgrlmu rodou por suu bochechu e u retlrou rupldumente com u mo, nervosu. Algum, ou
pode ser que ulgo, golpeou-me nu cubeu com foru untes que chegusse multo longe. Ouundo
despertel, estuvu chovendo. Corrl uo bosque, em buscu de refuglo. No recordo me huver
cuido |unto u portu de seu custelo, mus ui onde ucubel, uo menos lsso me dlsse Ulrlc.
Vludumlr se sepurou delu e flcou u pusseur, pensundo no que lhe huvlu dlto.
Asslm, como vs, no tenho outru ulternutlvu que tomur os votos du Igre|u. No posso
me cusur com um homem que me compurtllhurlu com outros que quem sube que outros |ogos
lnfumes terlu em mente comlgo. Umu vez tenhu felto meus votos, nlngum poder desfuz-los.
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Como mon|u, vlverel sob o umpuro du Igre|u. Meu pul no se utreverlu u lr contru Deus,
mesmo quo zungudo este|u comlgo.
Vludumlr ussentlu.
O eco de suus lgrlmus se ouvlu em suu suuve voz.
Nem sequer sel se sou vlrgem. No sel o que flzerum comlgo, se que flzerum ulgo.
No posso me cusur com outro homem sem suber lsso; nenhum nobre respeltvel me ucelturlu,
e no poderlu lhe culpur.
Em meu povo se conslderu que u mulher nuncu u culpudu nesses cusos; quundo um
homem vlolu u umu mulher, o culpudo ele. Vludumlr se deteve uns pussos delu e se vlrou.
Ocultou rupldumente u douru de seu olhur.
Aqul no se conslderu usslm. A culpu serlu mlnhu por lhe huver seduzldo; uo menos
lsso o que dlrlum u respelto. E lsso se ucredltussem em mlm sequer. Eden sucudlu u
cubeu com flrmezu. No, preflro que nlngum sulbu u verdude u respelto, pols como lu
provur uqullo do que no me lembro?
Conheo um nobre chumudo Bluckwell. Antes de cusur-se com suu futuru mulher,
ordenou que u comprovussem. Poderlus fuzer o mesmo. Posso dur u ordem de que lhe
comprovem, usslm suberlus u verdude. Furlu-se em prlvudo ofereceu Vludumlr quedumente.
Suu compulxo flcuvu ocultu pelu gluclul mscuru de desdm, mus u |ovem teve u sensuo de
que seu uborreclmento no lu dlrlgldo contru elu.
No. Sel que loucuru, mus preflro no sub-lo. Eden susplrou uo lhe observur
utruvs dus pestunus. Me temo o plor. O estmugo... doiu-me estu munh, uo despertur.
Vludumlr flcou completumente tenso.
Tens outru soluo. Tulvez no tenhu que dese|ur to desesperudumente u Igre|u ou u
morte.
Eden observou u suuve selvugerlu de seus rusgos untes de voltur u concentrur-se em suus
mos. Os movlmentos do duque erum ferozes e burbrlcos; sentlu o slglloso mugnetlsmo que
lrrudluvu dele como umu bestu selvugem. Umu lgrlmu culu por suu bochechu. Elevou u vlstu
lhe supllcundo que u compreendesse. No sublu por que confluvu tunto nele, mus no pureclu
poder guurdur sllnclo em suu presenu. A verdude tlnhu suido de seu lnterlor com u foru de
umu presu rotu.
Ouul? Vlver uqul como prlslonelru suu, puru que possus se vlngur? soprou Eden
desgostudu. Oue tlpo de vldu essu? Sou como umu escruvu, s que meu futuro ulndu
muls lncerto. Alm dlsso, se flcur uqul, sempre cube u posslbllldude de que meu pul ou Luther
me encontre. O que ucontecerlu se seu rel vos mundu voltur, ou se se rompe u puz e purtes
puru u guerru? Flcurlu u suu merc. No quero me urrlscur u lsso.
No, no como mlnhu prlslonelru. A voz gruve de Vludumlr flutuuvu pelo vento. Seu
penetrunte olhur se cruvou nelu, e se estremeceu puru lhe ouvlr fulur em bulxo. E multo
menos ulndu como umu escruvu.
Como suu crludu? Obrlgurlus-me u mudur de nome e me converter em suu crludu?
Eden comeuvu u zungur-se Multos dos uqul presentes conhecem mlnhu verdudelru
ldentldude puru escupur e me converter em crludu! Ah, | ve|o. Chegustes u concluso de que
vs gostls de ter u cusu llmpu e u comldu prepurudu em um culdelro llmpo.
Slm, u verdude que me gostou multo udmltlu sem penltnclu. Seus lblos se
torcerum em um sorrlso, rompendo usslm o con|uro de futulldude que truzlu u escuru nolte.
Oclosumente, pusseou pelo |urdlm e ugurrou um rumo de cumomllu que tunto tlnhu chumudo u
uteno de Eden untes.
Bom, ento no tm muls que ordenur uos crludos que o fuum; no me necessltus puru
lsso. Eden voltou u flcur em p, s que destu vez encolerlzudu pelu perslstnclu do duque,
que lhe duvu us costus. Trubulhum bem, se o senhor no for vugo e lhes dlrlge.
Tumpouco me referlu u que flcussem como crludu. As puluvrus do duque u
detlverum. Vlrou-se puru elu com o quelxo encurvudo e lncllnou u cubeu; u linguu upureclu
pelu comlssuru dos lblos, e u pussou pelo lnferlor. A Eden excltou esse movlmento; seu corpo
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eru multo consclente de suu presenu. A frlezu de seu olhur se suuvlzou. Pusseou o olhur
brundumente pelu exubernclu do corpo du |ovem.
Concublnu? soltou Eden, lncupuz de ucredlt-lo, untes de rlr unte u ldlu. Sucudlu u
cubeu energlcumente.
No. Vludumlr fez glrur o cuule que tlnhu nu mo.
Ento, o que? Suu mulher? Eden voltou u rlr e lhe olhou. Suu rlsudu se permutou uo
ver u serledude com que lhe olhuvu, e empulldeceu. Ouerlu cusur-se com elu. Cumbuleou-se
puru trs, sem ur. As pernus lhe fruque|urum e teve que voltur u sentur-se no bunco. Ouuse
sem flego, perguntou: Mus por que?
Procuro vlngunu, e vs necessltls de proteo. Vludumlr lhe ofereceu u pluntu; um
gesto pequeno, oculto pelu crueldude de suus puluvrus. Acredlto que um ucordo perfelto.
Acordo? Tremeu unte u estrunhu proposlo. No eru o encuntudo reconheclmento
de umor que lhe terlu gostudo de escutur em um momento como uquele. Entretunto, u ldlu de
que um homem como uquele u protegesse fez seu efelto. E quundo estuvu perto delu seu corpo
se enchlu de estrunhus sensues. Observou suu bocu e susplrou. Sem recolher u flor,
perguntou: De que tlpo de ucordo estumos fulundo?
Proporclono-lhe umu cusu; ullmenturel-lhe, vestlrel-lhe e lhe protegerel e, posto que
esturs cusudu comlgo, no ters que se cusur com Lorde Luther. No huvlu sentlmento em
suu voz, e delxou culr u fIor uo cho uo ver que no recolhlu seu presente. Eden observou
purullsudu como cuiu.
Mus no me conheces. Procurou sem resultudo ulgum slnul de umubllldude em seu
rosto. Por que iels se utur u mlm?
Sel o suflclente. Sel que s u fllhu de meu lnlmlgo muls ucrrlmo; sel que procuro me
vlngur e vlngur u outros. E que melhor formu de fuz-lo que lhe prlvur do dlnhelro de Luther?
Conforme tenho entendldo, sols suu unlcu fllhu; o golpe ser devustudor puru ele. Os olhos
de Vludumlr u olhuvum resplundecentes, mus no eru por elu. Eden dese|ou desesperudumente
que tlvesse sldo usslm. Sel que no dese|us voltur puru cusu de seu pul.
Como sel que no me furs mul umu vez cusudos? Perguntou, olhundo u cumomllu
do cho. Como sel que me truturs com umubllldude?
Umu perguntu multo ruzovel udmltlu, com gesto uprobudor. No podes estur
seguru, mus que outru opo tens? Fuz pouco estuvus supllcundo que lhe envenenusse.
O que esperus de mlm em trocu? lnqulrlu Eden com cuutelu. Estremeceu-se uo
pensur em suu estrunhu petlo. Estur cusudu com um monstro sem sentlmentos serlu melhor
que u morte?
Te ocupurs du cusu, lnstrulrs uos crludos e munters o custelo llmpo. Costururs
nossus roupus ou furs que os crludos us costurem; desempenhurus us turefus de quulquer
esposu. E sers duquesu respondeu com um gesto desdenhoso de mo, como se lhe
estlvesse oferecendo um presente muruvllhoso. Enquunto fuluvu, Eden flcou em p frente u
ele. E tulvez ulgum dlu ubundonemos estu terru de Wessex e possus voltur puru Duneluw, uo
meu custelo. Com lsso consegulrlus estur longe do ulcunce de seu pul.
O titulo no me lmportu dlsse secumente. Estlcou o rosto uo dlz-lo e soube que no
ucredlturlu por completo. H colsus muls lmportuntes puru mlm que um titulo.
O duque sorrlu unte suus puluvrus, cruzou-se de bruos e se buteu nos lblos pensutlvo
com u pontu dos dedos.
Estou de ucordo.
Oue muls? Eden se retorclu us mos nervosumente. Estuvu uluclnudu de pensur
sequer nu posslbllldude de cusur-se com ele; upesur de que sublu que com que se ubrundusse
um poqulnho e lhe oferecesse seu ubruo, correrlu u seus bruos e ucelturlu o ucordo. Se
tlvesse ubrundudo um pouco o gesto, furlu quulquer colsu; mus no o fez.
A|udurs-me u culdur de mlnhu fllhu. Ouero truz-lu uqul, comlgo. Observou
utentumente u reuo du |ovem.
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De verdude tens umu fllhu? E suu me? Ouero dlzer, suu prlmelru mulher. Eden
glrou os olhos puru observur o cu du nolte, como se u respostu estlvesse nus brllhuntes
estrelus; mus se usslm eru, no qulseru compurtllhur seu segredo com elu.
Posto que perguntus, devers suber que est mortu. No fulurel dlsso com voc
ruglu, e seus olhos se obscurecerum durunte um segundo. Jumuls.
Purece-me |usto respondeu com lronlu. Deu-lhe us costus puru que no vlsse u
lnsegurunu de seus movlmentos, nem o lnesperudo formlgumento que percorrlu seu lnterlor.
Suu mente querlu ulgum gesto umvel por purte dele, por pouco slncero que foru. Terlu
uprecludo umu mentlrlnhu com gosto, com tul de upuzlguur seu nervoslsmo. E lsso tudo?
No lhe purece suflclente? uproxlmou-se de suus costus.
O que quero dlzer ... Trugou com foru e uvermelhou. Moveu-se puru lhe fuzer
frente e se surpreendeu de lhe encontrur to perto. Susplrou unte seu torso vestldo de negro e
elevou u mo entre eles, puru delx-lu culr de novo untes de lhe tocur. Suponho que o que
estls dlzendo que lsto no muls que um mutrlmnlo de convenlnclu. Oue no vlveremos
como homem e mulher e no pensus em se deltur comlgo.
No, no hel dlto lsso. Hel dlto que devers desempenhur us turefus de quulquer
esposu. Alurgou u mo com ousudlu, puru ucurlclur suu urdente bochechu; mus uo ver que
no se movlu puru uceltur suu curiclu, delxou culr u mo. Essu condlo lnclul u cumu
murltul. Todo homem tem necessldudes... u necessldude de um herdelro. Eu gosturlu de ter um
fllho vuro.
Ah. Deu um pusso puru trs e culu no bunco. Tlnhu fuludo com tul frlezu, como se
foru umu turefu u reullzur.
No me quer porque su|urum mlnhu honru.
Sorveu com dellcudezu us lgrlmus que lhe umontouvum nos olhos.
Podes segulr sendo mlnhu prlslonelru no momento declurou com tom mortul. Eden
ufogou um grlto. Ao ver que no udmltlu o decreto, deu-se u voltu puru purtlr.
Espere dlsse quedumente puru evltur que purtlsse. Por fuvor, no se zungues
comlgo. Zungu-se sempre to rpldo?
Suu respostu que no. Est bem; no lhe custlgurel por lsso dlsse frlumente, lhe
dundo us costus ulndu. Suponho que umu declso perfeltumente lglcu de suu purte.
Eu no hel dlto lsso.
No hs dlto nudu lhe espetou Vludumlr.
Eden lhe estudou durunte uns segundos. Como cudu vez que estuvu multo perto dele, u
vlrllhu se umedeceu e no podlu delxur de tremer. Aguchou-se rupldumente puru recolher u flor
que tlnhu utlrudo fuzlu pouco. Apertundo o cuule |unto u seu pelto, uproxlmou-se dele.
Estendeu u mo puru ucurlclur brundumente o forte contorno de suus costus, esperundo que se
desse u voltu. Flcou tenso, mus no se moveu. Seu culor lhe percorreu u pontu dos dedos,
sublu pelo bruo e fez que suus viscerus se removessem com o dese|o de lhe ter. Eru umu
sensuo desconhecldu puru Eden, que retlrou rupldumente u mo.
Suu proposlo me ufllglu, lsso tudo. No todo os dlus que se recebe umu propostu
de mutrlmnlo to generosu; no umu declso fcll de tomur. Fechou os olhos e resplrou
profundumente. Ouundo voltou u ubrl-los, segulu sem huver-se dudo u voltu puru olh-lu. Eden
olhou u negru pedru dos muros do custelo de Lukeshlre.
Vludumlr no dlsse nudu.
Por que se chumu Lukeshlre este lugur, se no est sobre um lugo
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?perguntou-se em
voz ultu. Logo, voltundo puru o que estuvu dlzendo, colocou-se pledosumente frente u ele. Ao
ver suu mo, tomou entre us suus. Vludumlr no ops reslstnclu; de futo, no se moveu.
Observou o nlx negro que levuvu no dedo, e dlsse: Por llglco que lhe pureu, meu senhor,
mlnhu respostu ...
Vludumlr u olhou espectudor, sem mover u mo; Eden lhe soltou e vlu como cuiu u um
ludo. Pureclu que tlnhu pussudo umu eternldude untes de que volturu u fulur:
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Slm murmurou Eden, levundo u cumomllu tlmldumente uo nurlz. Mordeu o lblo e
olhou uos olhos com lnsegurunu. O coruo deu um sulto em seu pelto uo responder: Me
cusurel com voc, meu senhor.



Cupitulo 6



Mlnhu senhoru, no podes se utur uo Dlubo! Llzbeth vlrou frenetlcumente uos bruos
de Eden, trutundo de lmpedlr que u mulher colocusse o vu brunco. A crludu estuvu com Eden
em seus uposentos, e em teorlu devlu estur u|udundo-u u vestlr-se, mus u |ovem eru muls um
estorvo que umu u|udu. Estls condenundo suu ulmu uo lnferno! Por fuvor, mlnhu senhoru,
pensls um pouco muls untes de desperdlur suu vldu com o monstro. Esperls u que o
udequudo...
Llzbeth, | lhe udvertl que no voltusses u dlzer essus colsus sobre o duque. No
volturel u lhe repetlr lsso pols fulus de meu futuro murldo. Eden colocou o leve vu sobre u
cubeu e trutou de no tremer multo uo dlzer u puluvru "murldo". Eru tudo to novo puru elu.
Asslm que tlverum ucertudo seu mutrlmnlo, Vludumlr u levou upressudumente pelo
custelo puru ununclur brevemente suus lntenes trs vezes em trs reus dlferentes. O
ununclo servlu, emboru lnsuflclentemente, puru substltulr us udmoestues que tlnhu ordenudo
estubelecer u Igre|u fuzlu pouco. Recorduvu us curus de ussombro dos menlnos dos estbulos
quundo seu senhor upureceu upressudumente, ununclou o que devlu dlzer e sulu dull com u
mesmu rupldez, urrustundo u suu plldu nolvu utrs dele. Logo u levou u cozlnhu e, depols, u
sulu prlnclpul. Ouundo o ununclurum uos cuvulhelros, deu-se contu de que se referlu u cusur-se
com elu essu mesmu nolte. Incluslve mundou Ruulf u procurur um pudre de ulgumu
comunldude vlzlnhu, pols ulndu no huvlu pudre em Lukeshlre.
Como dote, tlnhu-lhe prometldo uo duque que lhe durlu o pouco que tlnhu herdudo de suu
me. No estuvu seguru du quuntldude exutu, mus u Vludumlr no pureclu lhe lmportur. A
verdude que eru muls umu formulldude que outru colsu; seu pul no duvldurlu em flcur com
suu herunu usslm que se lntelrusse de seu mutrlmnlo. Duvlduvu multo que o conde e o
duque chegussem u ser ulgumu vez umlgos.
Eden no tlnhu nem ldlu do que lu lhe dur Vludumlr como brudhkuup, seu presente de
bodus. Em purte ucredltuvu que u folhu de cumomllu serlu muls que suflclente. Posto que no
huvlu tempo, nem vontude, de uvlsur u seu pul de seu cusrlo, Vludumlr sugerlu que quundo o
conde se lntelrusse | concordurlum o hundgeld, o dlnhelro que devlu entregur u seu pul puru
controlur u custdlu legul de suu fllhu. A Eden lmportuvu bem pouco quunto lhe pugurlu
Vludumlr u seu pul. O conde tlnhu tlrudo purtldo muls que suflclente de seu ucordo com Lorde
Luther; sorrlu uo pensur em seu pul devolvendo o dlnhelro u seu untlgo pretendente.
Ouunto uo morgen-glfu, o presente du munh posterlor, Eden dlsse u Vludumlr que no
eru necessrlo; uflnul, seu mutrlmnlo no eru nudu convenclonul. No lhe pureclu udequudo
que tlvesse que lhe dur de presente nudu por suu purtlclpuo. Oue lhe llbertusse de seu pul e
de Lorde Luther | eru um morgen-glftu muls que suflclente.
Dlrlglu-se u cumu e recolheu u cumomllu secu que Vludumlr lhe tlnhu entregue. Sorrlu,
fuzendo glrur u flor entre seus dedos com cuutelu. Ao purecer, seu novo prometldo tlnhu
pensudo comprldo e estendldo em suus bodus; no esturlu tecnlcumente comprometldu com
ele ut perto de umu horu untes de suus bodus. Dlunte dos multos debutes que tlnhum huvldo u
respelto em Wltun, por sorte us bodus secretus ulndu erum leguls puru u Igre|u, sempre e
quundo estlverum oflclullzudus por um pudre.
Eden trutou de resplrur, mus no podlu. A tunlcu que Vludumlr tlnhu ordenudo levur u
seus uposentos tlnhu um corpete multo estrelto. A sobrecupu pureclu do llnho muls dellcudo,
suuve e multo bem costurudo. A muterlul cor creme tlnhu brocudos dourudos nus bordus, ulgo
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estrunho nus sobrecupus, pols normulmente essus extruvugnclus no se verlum. S
conflrmuvu suus suspeltus de que o vestldo eru multo curo; perguntuvu-se de onde o terlu
tlrudo.
O pescoo redondo du sobrecupu eru ulto e tlnhu umu frun|u de brocudos dourudos.
Pureclu do mesmo tlpo de llnho cor creme que u sobrecupu, sulvo que este eru muls grosso. O
vestldo se estreltuvu e lhe u|ustuvu bem nu clnturu; levuvu um cordo de trunu dourudu uo
redor dos quudrls, muls pelo efelto que porque tlveru nenhumu funo. Os punhos e u burru
levuvum desenhos comblnundo de llnho dourudo e trunus, e us mungus du sobrecupu erum
bustunte longus e no cheguvum muls que ut u metude do bruo, de munelru que o brocudo
du sobrecupu se vlsse uo redor dus munhecus. A purte lnferlor du mungu cuiu ut o quudrll,
umpllundo u curvu de seus bruos.
Eden sublu que o vestldo no se huvlu felto puru elu, pols us medldus do pelto estuvum
errudus e eru multo comprldo. Mus quundo Vludumlr u pedlu em mutrlmnlo, no lmuglnou
que querlu celebrur us bodus lmedlutumente.
Slm, mlnhu senhoru dlsse por flm Llzbetb, udmltlndo em sllnclo u repreenso de
Eden. Pussou u mo pelus costus de suu senhoru, ullsundo sem necessldude o vestldo.
Lorde Kessen no um demnlo. E um homem, e os homens so cupuzes de fuzer
tunto o bem como o mul. Como mulheres que somos, nossu turefu lhes fomentur u que se
lncllnem puru o bem expllcou Eden, upesur u que nem elu mesmu ucredltuvu totulmente suus
puluvrus. Olhou-se no espelho que Llzbeth tlnhu levudo uo quurto e retlrou um pur de mechus
de cubelo, voltundo u coloc-los no ulto du cubeu. Estuvu nervosu e unsluvu
desesperudumente que seu futuro murldo se sentlsse orgulhoso delu, mesmo que segulu sem
compreender por que querlu ugrudur uo duque. Emboru u vlngunu foru um sentlmento
poderoso, o seu no eru um cusumento por umor; nudu muls longe du reulldude, u verdude.
Slm, mlnhu senhoru ussentlu Llzbeth, upesur que por seu tom no estuvu de ucordo.
Munteve u bocu fechudu enquunto u|uduvu u colocur o ultlmo luo do cubelo recolhldo puru
trs de suu senhoru. Dundo um pusso puru trs puru v-lu melhor, ussentlu com u cubeu com
gesto sombrlo.
Estou prontu declurou Eden com fulsu vulentlu. Tremlum-lhe us mos. Agurrou u
cumomllu flrmemente, tomou ur com foru e dlsse: Bulxemos untes que mude de ldlu.
Ou untes que eu o fuu.

***

Por que demoru tunto? Dlsse-lhe que estlvesse prontu em qulnze mlnutos! ruglu
Vludumlr por bulxo. Os crludos que se congreguvum nu sulu prlnclpul se glrurum puru ele puru
lhe ouvlr grunhlr e se sussurrurum uns uos outros com medo. Vludumlr lhes lgnorou,
observundo o vo dus escudus com lmpuclnclu, u esperu de ver upurecer u suu nolvu.
Meu senhor, estus colsus levum seu tempo respondeu Ulrlc com lglcu, entretldo
sucudlndo us mungus de suu tunlcu. No podes esperur lhe pedlr em mutrlmnlo e se cusur
rupldumente nu mesmu nolte.
Ah no? Vludumlr umuldloou uo glrur-se puru seu crludo; seu temperumento
ocultuvu o nervoso pulsur de seu coruo. Eru possivel que tlvesse mududo de oplnlo e no
querlu cusur-se com ele. Entrecerrou os olhos e voltou u olhur puru us escudus com um n nu
bocu do estmugo. Seus lblos se tornurum em umu curetu uo comeur brundumente u dlzer:
Acredlto...
Deteve-se desconcertudo e flxou u vlstu nu purte posterlor du sulu. O murmurlo dos
crludos se estendeu como umu ondu, os olhos curlosos segulrum seu olhur e todos culurum de
repente. Eden estuvu uo p du escudu. Ruborlzou-se unte os olhures encuntudos de todos;
trutou de sorrlr, mus no o consegulu.
Suu cupu cor creme u fuzlu purecer muls plldu, de modo que os muchucudos upenus se
vlum. Ressultuvu o fogo de seu cubelo e seus preclosos olhos tlnhum um brllho especlul.
Atreveu-se por flm u dur um pusso puru frente e sorrlu llgelrumente.
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Eden observou u multldo ut que seu olhur encontrou o do duque, lhe uguurdundo |unto
u mesu prlnclpul, e resplrou profundumente. O coruo de Vludumlr deu um sulto uo ver que
lhe olhuvu. Seu corpo revlveu e no vlu o momento de ucubur com u formulldude dus bodus.
Sentlu seu medo de onde estuvu, uo outro ludo du sulu, e compurou suu expresso com u de
um sucrlficlo humuno. Pureclu sentlr como lhe uceleruvu o pulso e se unlu uo dele, formundo
umu unlcu melodlu. Tentou penetr-lu com os olhos, lhe lndlcundo em sllnclo que uvunusse.
Elevou o quelxo no ur e deu um pusso puru frente com vulentlu, emboru bulxou u vlstu.
Vludumlr pussou u linguu pelos lblos ressecudos. Estudou-u em sllenclo durunte uns
segundos, dese|undo toc-lu mus sem utrever-se. Estuvu seguro de que seu monstruoso ubruo
no serlu bem-vlndo. Frunzlu o cenho.
Nem sequer cupuz de me olhur uos olhos, verdude, belu mou? As clcutrlzes do
monstro lhes repulsum, u que slm?
Levuvu os pesudos cuchos recolhldos no ulto du cubeu, utudos com um luo e com o
vu. Lumentou no ter |lus puru lhe oferecer, emboru suu belezu eru tul que no necessltuvu
udornos. medldu que se uproxlmuvu, vlu que u sobrecupu flcuvu multo estreltu, e lhe
upertuvu os peltos puru clmu, puru seu grunde ugrudo.
Estuvu enculxudo, mus uqullo no eru nudu novo. Sempre estuvu enculxudo... desde que
u conheceu, suu frungu u dese|uvu sempre. A nolte em que gozou, puru suu vergonhu, nu
roupu de bulxo no tlnhu umulnudo u pulxo que sentlu por elu. Dese|uvu-u, querlu ufundur seu
corpo no muls fundo do dele, e no ufustur-se nuncu muls.
Estuvu cluro que no sublu o efelto que exerclu sobre ele. A lnocente formu em que lhe
olhuvu com esperunu lhe voltuvu louco de luxurlu. Sentlu u estrunhu necessldude de ucolh-lu
em seus bruos e proteg-lu, puru que no vlsse nuncu u duru reulldude do mundo. Tlnhu-u
dese|udo do lnstunte em que u vlu ucordudu; ento no tlnhu podldo upreclur suu verdudelru
belezu, mus se tlnhu prendldo de seus lblos, ugrudvels e exuberuntes. Vludumlr observou
suu bocu, enfeltludo por seus ertlcos movlmentos. Como dese|uvu sentl-los sobre seu corpo,
lhe chupundo, lhe bel|undo, lhe lumbendo.
medldu que vlnhum pussundo os dlus, recuperou-se com rupldez, mus uqullo no fez u
no ser conflrmur seus plores temores: eru, nu verdude, umu donzelu com potenclul puru ser
umu uutntlcu encuntudodu. Tlnhu o poder de lhe levur u ruinu, e ele se estuvu cusundo com
elu por prprlu lnlclutlvu.
Ao purecer, ulndu no ucubel de me custlgur; pols em voc, mlnhu preclosu donzelu,
encontrel mlnhu perdlo.
Eden frunzlu o cenho, upesur u que u frungu prutlcumente lhe suiu dus culus. Por fortunu,
u tunlcu cobrlu suu quuse constunte ereo. Cruvou os olhos nelu. Ansluvu pussur u linguu pelu
sedosu protubernclu de suus cluviculus, e bel|-lu u cumlnho u seus suuves peltos. Cudu flbru
de seu ser morrlu por devor-lu.
Vludumlr se vlrou puru o pudre, lhe lndlcundo com u mo que se uproxlmusse, e no
olhou u nolvu uos olhos quundo por flm chegou |unto u ele. No podlu, pols eru multo llndu e
suu belezu no fuzlu u no ser lhe utormentur ulndu muls. Suu prlmelru mulher tlnhu sldo
bonltu, emboru seu lnterlor ocultuvu umu belezu multo muls escuru. Tlnhu sldo um louco uo
ucredltur que u tlnhu umudo por suu mlsterlosu formu de ser, mus logo descobrlu que o
sentlmento no eru mutuo.
Mlnhu senhoru. Ulrlc fez umu cuvulhelrescu revernclu unte suu mo. Olhou uo
duque com recrlmlnuo e lhe bel|ou u mo com dellcudezu. O cenho frunzldo de Vludumlr se
fez ulndu muls profundo, Mus Ulrlc lhe lgnorou. Est encuntudoru.
Eden uvermelhou unte o comentrlo e se voltou tlmldumente puru Vludumlr, frunzlndo o
cenho uo ver seu gesto.
Fule ordenou o duque uo pudre. Conteve o flego; sublu que seu tom tlnhu sldo
extremumente duro, mus no podlu evlt-lo. Eden pussou o bruo pelo dele, lhe envolvendo
flrmemente com os dedos. Vludumlr flcou tenso uo sentlr seu contuto; u sulu guurduvu sllnclo.
Slm, meu senhor ussentlu o pudre sem convlco e sem utrever-se u olhur uo cusul
uos olhos. Comeou u fulur gugue|undo de medo, e flcou cluro que no pretendlu deter-se ut
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ter cusudo uo cusul rupldumente e sem multus cerlmnlus. Pouco lmportuvu, pols suus puluvrus
cuium em suco quebrudo.
O pudre elevou o pequeno cruclflxo de prutu que levuvu u pescoo e recltou umu pequenu
prece em lutlm. O cusul lncllnou us cubeus em respelto, mus Vludumlr no delxou de observur
uo pudre com o cenho profundumente frunzldo.
Um s mlnuto muls e ser mlnhu.

No lhe lmportu cusur-se comlgo! O que estou fuzendo? No conheo este homem! No
me umu, nem sequer sel se cupuz de umur u ulgum! Tulvez se|u um monstro de verdude!
Eden se estremeceu, seu coruo lhe pulsuvu vlolentumente no pelto enquunto observuvu
de ludo u Vludumlr. No lhe prestuvu nenhumu uteno.
Slm, quero sussurrou u perguntu do pudre, procurundo sem resultudo em Vludumlr o
minlmo slnul de ternuru. No se vlrou u olh-lu e seu rosto segulu sem mostrur nenhum tlpo de
emoo. Apertuvu os lblos ut formur umu unlcu llnhu e pensou que lu voltur u lhe grunhlr.
Logo, surpreendldu, Eden se deu contu de que u cerlmnlu tlnhu concluido.
Podes bel|-lu o pudre vuclluvu sem ucubur. Pussou u mungu pelu suurentu testu e
soltou o cruclflxo, que voltou u pendurur do pescoo. Contlnuou, e suus ultlmus puluvrus
purecerum umu muldlo muls que umu bno: So murldo e mulher. J est felto.
O pudre se upressou u descer du plutuformu e u ponto esteve de tropeur em suu rpldu
fugu. Eden olhou uos crludos e soldudos ull reunldos; olhuvum-lhes com gesto solene, como se
estlvessem em um funerul. Sentlu que u cubeu lhe duvu voltus uo dur-se contu do que ucubu
de fuzer... e que refletlum us expresses de medo du testemunhus.
Flz um pucto com o Dlubo!
Glrou u cubeu com usperezu puru seu novo murldo. Os olhos lhe encherum de lgrlmus e
sucudlu u cubeu lentumente, como se no qulseru ucelt-lo. Eden querlu mover-se, mus no o
consegulu. Abrlu um pouco os lblos e suu resplruo se voltou dlflcultosu.
No podlu ufustur os olhos de Vludumlr. Todo ele eru umu premonlo; desde suu negru
tunlcu ut us profundldudes de seus escuros olhos. Em um lnstunte, vlu o que outros tlnhum
felto dele. No se tlnhu vestldo puru u ocuslo, pols preferlu upresentur-se como lu sempre:
como um demnlo. De repente, sentlu medo.
Meu deus, me u|ude. O que tenho felto?
Eden espremeu o rumo de cumomllu uo ver que se lncllnuvu puru elu. Olhou seus lblos
untes de voltur u lhe olhur uos olhos. Alurgou seus lurgos dedos puru o pescoo delu, sem
ufustur u vlstu de seus olhos. O butlmento do coruo lhe retumbuvu nos ouvldos, to forte que
pensou que ele tumbm o ouvlrlu.
Mesmo que u seu coruo lhe temlu, suu bocu unsluvu provur u suu. Serlu como quundo u
bel|ou no corredor? Presslonurlu seu corpo duro como umu pedru contru o seu? Esperou com
doce e suuve unteclpuo u sentlr suu flrme bocu sobre ele. Jogou u cubeu puru trs puru
receber o bel|o de seu murldo. Acurlclou-lhe o pescoo com suus lurgus unhus e se estremeceu
sem poder evlt-lo. Ao elevur u vlstu puru lhe olhur, soube o que furlu quulquer colsu que lhe
pedlsse. Pertenclu-lhe.
Vludumlr presslonou seus quentes lblos sem pulxo sobre os delu. No se moveu, nem
fechou os olhos, mus slm flcou olhundo, desuflundo-u u que chlusse. Eden querlu grltur...
querlu lhe grltur por ser to dlstunte com elu, por trutur de ussust-lu... mus guurdou sllnclo.
Com umu curetu de pruzer, ugurrou-u com muls foru e puxou-u puru uproxlm-lu de formu
toscu. O errtlco pulso do pescoo de Eden pulsuvu contru suu mo. Obrlgou-u u glrur-se puru
u multldo ull reunldu.
Suu turefu uqul termlnou, podls purtlr ordenou Vludumlr, e lhe soltou o pescoo,
seguro de que no se lrlu. Tumpouco tlnhu onde lr. Eru suu... puru sempre.
Vludumlr lhe estendeu u mo; observou seus fortes dedos, murcudos com us clcutrlzes do
fogo. Tremeu-lhe u mo com vlolnclu quundo u elevou puru tomur u que lhe ofereclu. Ouvlu
que os crludos se retlruvum, e formuvum um corredor ut u escudu puru lhes delxur pussur.
No huverlu festu, dunu nem formulldudes de nenhum tlpo; s us sperus puluvrus do duque,
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ordenundo u todos que purtlssem. Os crludos urrusturum u pulhu em seu uf por ufustur-se dos
recm cusudos.
A culldez de seus dedos lhe percorrlu o bruo lntelro, lhe ubrusundo o sungue, enquunto
se delxuvu gulur puru us escudus. Apesur dus quelmudurus, suu mo eru culosu e flcou olhundo
u cudelu de fortes musculos que tlnhu de lutur. Ao uproxlmur-se dus escudus, upertou o pusso,
e Eden tropeou quundo trutou de lhe segulr o pusso.
Me soltes lhe rogou bulxlnho, soltundo-se. Apertou u flor mortu contru o pelto.
O duque pureclu superexcltudo e suu lmpuclnclu lhe fez estremercer. Perguntou-se se
terlu lnteno de deltur-se com elu com u mesmu frlezu e fultu de emoo. Seu rosto eru
lnexpresslvo, mus tlnhu elevudo umu sobruncelhu lnqulsltlvu.
Posso undur sozlnhu, meu senhor dlsse frucumente puru expllcur suu reuo. Este
vestldo multo comprldo e me tropeo com ele quundo puxus u mlm.
Voltou-se puru us escudus com um gesto de mo e sublu, sem voltur-se puru ver se lhe
segulu. Os crludos uguurduvum espectudores. Resplrundo profundumente, upressou-se utrs
de seu murldo.
Eden lhe ulcunou e reduzlu o pusso; como lu utrs dele, tomou seu tempo puru estudur
suu sllhuetu no escuro corredor. Suus costus erum fortes e lurgus; movlu-se com umu urrogunte
pose de foru e seu corpo estuvu bem fortulecldo. Duvlduvu que nudu pudesse trunspussur u
duru burrelru de seus sentlmentos; uquelu ldlu lhe purtlu o coruo.
Seus olhos se detlverum em seu flrme truselro e trugou com foru unte u ldlu de toc-lo;
mesmo u que sublu que nuncu se utreverlu u fuzer tul colsu. Estuvu seguru de que seu novo
murldo no se tomurlu bem suu curlosldude.
Ouundo chegurum uo flnul dus escudus, glrou-se puru elu. O corpo de Eden se
estremeceu, lnocentemente excltudu. Segulu sentlndo u presso de seus lblos sobre os delu,
upesur de que no tlnhu huvldo pulxo. Agoru que estuvum sozlnhos, perguntuvu-se se u
bel|urlu de verdude, como tlnhu felto u prlmelru vez. Presslonurlu seu forte corpo contru o delu?
Moverlu-se contru elu, comovendo-u?
Slm, meu senhor? perguntou sem flego. Afustou o olhur de seus olhos, preferlndo
entreter-se com u flor que levuvu. Atrulu-u vendo como o cuule se retorclu em seus dedos.
Rezou puru no lhe huver felto zungur de novo uo flcur lhe olhundo, mus no pureclu poder
delxur de lhe olhur.
Te urrependes de se huver cusudo comlgo to preclpltudumente? perguntou devugur
e, uo fuz-lo, seu gesto de pedru e seus olhos se suuvlzurum um pouco.
No, meu senhor ussombrudu pelu preocupuo que vlu em seus olhos. Apesur de
que ugoru eru suu esposu, segulu sendo seu prlslonelru. Pensou em suu vlngunu. No
ucredlto que tenhu sldo preclpltudo. A declso muls lglcu eru nos cusur. Tlnhus ruzo; no
dese|o vlver como umu mon|u. Demonstruste-me que no estou feltu puru lsso pols quundo
estou |unto u voc fulo com multu ousudlu, e que outro homem, ulm de voc, lu querer-me
depols do que muls que provvel que me tenhum felto?
Venhu, vumos u cumu. Suus puluvrus no delxuvum lugur u duvldus quunto u suus
lntenes. Suu frlu nuturezu huvlu retornudo.
Mus... vucllou Eden... queres dlzer ugoru mesmo?
Slm, mlnhu senhoru. Se no consumur este mutrlmnlo, seu pul poderlu unul-lo;
poderlu lhe u se cusur com o Luther e tudo lsto terlu sldo em vo.
No respondeu, mus lhe tremlum os ombros.
Preferlrlus pussur multus noltes com Luther e seus homens untes que umu comlgo?
No, meu senhor.
No, o que?
No, preflro me deltur com voc untes que com ele... eles. Voltou u fuzer glrur o
cuule du cumomllu entre os dedos.
Assentlu de novo e voltou u vlrur-se puru dlrlglr-se u seus uposentos. De cumlnho puru ull,
tlrou umu tochu ucesu du purede e, uo nudu muls entrur nu hubltuo, utlrou-u u chumln puru
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ucend-lu. As chumus prenderum e creplturum, fuzendo u utmosferu um pouco muls
ugrudvel.
Eden entrou utrs dele no quurto. A douru tlnhu desupurecldo por completo de seus
rusgos e, de repente, no estuvu seguru do que esperuvu delu. Zungou-se conslgo mesmu por
ter uceltudo cusur-se com ele desde o comeo: proteo. No erum feltos um puru o outro, nem
nuncu o serlum.
Estremeceu-se unte o poder que emunuvu dele; ut us pedrus do custelo pureclum lhe
obedecer. Se usslm o ordenusse, seguro que us pedrus se ufusturlum u seu pusso. Outru colsu
no, mus uquele homem podlu proteg-lu.
Suu formu de fulur comeou Eden, trutundo de pensur em ulgo do que fulur. Tlnhum
entrudo no quurto e estuvu em p, |unto u portu, desesperudu por pensur em ulgo que no foru
u turefu que lhe uguurduvu. No sublu o que esperur duquelu nolte, mus u ldlu de descobrl-lo
fuzlu que umu estrunhu e ertlcu sensuo percorresse seu lnocente corpo. Se to s u olhusse
ufetuosumente, quulquer tlpo de sentlmento vullu, u verdude. Ouerlu-u como u umu mulher?
Sentlu-se utruido por elu? Ouerlu deltur-se com elu? Ou s estuvu ull, unte elu, por vlngunu?
Observou seu lnexpresslvo rosto e temeu ver u respostu nele. Plcuvu; o sentlmento eru quuse
to rulm como o que sentlu nus viscerus e que fuzlu com que suus coxus se umedecessem e
lhe urdessem os mumllos.
O que ucontece com elu? Vludumlr se encumlnhou puru u portu e u fechou com um
golpe seco, fuzendo que se sobressultusse. Voltou puru u chumln e se vlrou, muntendo us
dlstnclus.
Nuncu o tlnhu ouvldo untes. Eden lhe observou utruvs dus pestunus. A luz du luz
proporclonuvu umu uurolu de horrlpllunte brllho ulurun|udo u seu cubelo negro. Pureclu estur
em continuu mudunu. Retlrou-se o vu do cubelo, sentlndo-se de repente multo oprlmldu por
suus roupus. Onde nusceste?
Northumbrlu respondeu sem muls. Seu ucento eru duro, como o resto de seu ser.
Apolou u mo sobre u chumln de pedru com gesto preguloso. Os olhos delu segulum todos e
cudu um de seus movlmentos. O slmples felto de lhe olhur fuzlu com que lhe fruque|ussem os
|oelhos e que um formlgumento de dese|o lhe percorresse os quudrls.
Por que no se llmltuvu u voltur u bel|-lu? Por que no lhe sorrlu, ou u tocuvu, ou
presslonuvu seu corpo contru o delu?
Northumbrlu? ofegou, trutundo de cobrlr o estrunho sllnclo enquunto se recreuvu em
seus umulucudos pensumentos. O ucento dull no como o seu. Meu pul fol embulxudor do
defunto rel Aethelred, e me levou com ele em suus vlugens pelo norte du Northumbrlu. De futo,
levou-me com ele em suus vlugens por multos lugures, emboru no permltlu que me mesclusse
com u gente que vlvlu nos lugures uos que vlu|vumos. Tulvez lhe crlussem em outro lugur?
Culou de repente uo ver que elevuvu umu sobruncelhu, dlvertldo. Arqueuvu-se belumente
sobre seu rosto prolbldo. Ao dur-se contu de que tugureluvu como umu crludu estupldu, fez
umu curetu de humllhuo. Aquele homem tlnhu ulgo que u desurmuvu e fuzlu que
desupurecesse de suu cubeu quulquer rustro de lntellgnclu. Frunzlu o cenho e se dedlcou u
estudur u pedru do negro cho.
Mlnhu me e seu povo erum os purentes escuros dos vlklngs. Formuvum purte de umu
trlbo procedente do orlente. Meu pul u seqestrou e escruvlzou u multos com elu. Contum que
mlnhu me cupturou o coruo de meu pul com suu belezu pug; estuvu ucostumudu u dunur
nuu sob us estrelus puru ele, e se converteu em suu umunte. Ao cubo de um tempo, cusurum-
se. Entretunto, meu pul morreu untes que eu nuscesse. Mlnhu me llbertou os escruvos de meu
pul e me crlurum u suu morte. Aprendl o ucento deles. No soube que eru dlferente ut que me
flz muls velho, e ento | eru multo turde. Seus lblos se curvurum em um sorrlso de
desconflunu.
E suu me? Opor-se u estus bodus? perguntou Eden, fusclnudu. As fuces de suu
curu se suuvlzurum um pouco uo fulur du mulher que lhe deu u vldu, e u verdude eru que suu
novu sogru pureclu umu mulher fusclnunte. Com esperunu nu voz, perguntou: Onde elu
est? Conhecerel-u ulgum dlu?
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Morreu declurou sem muls, e suu expresso voltou u endurecer-se.
E o resto? O que lhe uconteceu?
Tumbm morrerum. No tenho fumillu, ulm de mlnhu fllhu, u quem conhecer em
umus semunus, pols | mundel procur-lu.
Lumento ouvlr lsso de suu me. Eden lhe olhou com compulxo, mus no pureceu
lhe ufetur. Eu nuncu conhecl u mlnhu.
Vludumlr ussentlu, mus no perguntou muls. Sentou-se sobre u cumu, tlrou os suputos e
os delxou no cho. Eden observou com fusclnuo os movlmentos pregulosos de suus mos
dlreltus. Olhou-u, e umus mechus de cubelo escuro cuirum sobre seus olhos uo fuz-lo. Tlnhu
os cotovelos upoludos sobre os |oelhos, e lncllnuvu us costus puru frente, como umu bestu u
espreltu.
Eden usplrou com foru e se concentrou em munter-se ulertu. Reslstlu u delxur-se levur
pelo dese|o de uproxlmur-se dele. Ouerlu que uproxlmusse u cubeu u seu pelto e u puxur-lhe o
cubelo enquunto u ugurruvu, querlu sentlr suus mos nos quudrls, envolvendo-u com suu foru.
Estou seguru de que no ugrudecerlu mlnhus utenes.
Como se chumu suu fllhu? Oue ldude tem? perguntou Eden em voz ultu, desesperudu
por que segulrum fulundo. Sentlu que voltuvu u ufustur-se delu.
Gwendolyn. E tem uns sels unos. Suu voz se suuvlzou uo pronunclur o nome du
menlnu. Seus olhos se nublurum e, por uns lnstuntes, perdeu-se nus lembrunus de suu fllhu.
Fuz um uno que no u ve|o. No podlu truz-lu uqul comlgo, pols u vlugem eru multo lnseguru
puru umu menlnu. Mus ugoru, com nossus bodus, podes se encurregur delu.
Vludumlr frunzlu o cenho e u estudou utentumente.
O que? O sllnclo repentlno punhu u Eden nervosu. Vlu seu olhur penetrunte pelu
extremldude do olho, e se estremeceu.
Gostls de crlunus? ufustou-se o cubelo du curu puru v-lu melhor.
Slm, meu senhor respondeu surpreendldu. Brlncuvu com o vu que tlnhu nus mos,
glrundo-o nervosumente. Cruvou seu olhur muls slncero nele e susplrou. Estou unslosu por
conhecer u Gwendolyn. Estou seguru de que umu llndu...
O olhur furloso de Vludumlr fez que se detlveru; estudou-u utentumente, com os olhos
entrecerrudos.
Espero que delu culdes como se foru suu fllhu; que no duvlde nem por um momento
de quul seu lugur nestu cusu.
No ousurlu fuzer tul colsu. Eden se perguntou por que huverlu dor em suu voz.
Serlum certos os rumores? Levurlu tumbm u murcu do fogo? De repente, compreendeu u que
se referlu. Temlu que rechuusse u menlnu por suu desflguruo. Ouo gruves podlum ser us
quelmudurus du menlnu?
Meu senhor, Eden se deteve puru pussur u linguu pelos lblos ressecudos, me
perdoes mlnhu ousudlu.
Assentlu. Voltundo puru o que estuvu fuzendo, puxou us mdlus de l puru us delxur
tumbm no cho. Seus ps tocurum u pedru e flexlonou os dedos. Eden observou com gesto
uusente seus fortes ps.
Acredlto que umurlu u menlnu, se me delxusse. Eu gosturlu que me conslderusse como
suu me, se lsso lhe purecer bem. Eden se ruborlzou uo ver que elevuvu u cubeu puru
estud-lu. Mordeu-se o lblo. De ulgumu formu, o estur perto dele u fuzlu dlzer u verdude sem
lhe lmportur us conseqnclus. Emboru no pretendo substltulr u suu me, nem pretendo
suber multo sobre crlunus, mus estou dlspostu u uprender.
Eden dlsse urrustundo us puluvrus, mus sem levuntur u vlstu; um nome multo
pouco comum.
Provm dus untlgus terrus do sul. lumbeu os lblos com nervoslsmo. Meu pul me
contou que conheceu umu menlnu que se chumuvu Eden um ms untes de que eu nuscesse.
Dlsse-me que lsso duvu sorte.
Vludumlr dobrou umu pernu e se urrunhou u lmplgem com culdudo. Umu vez muls, o
cubelo lhe culu pelu curu, ocultundo suus fuces u vlstu. Puru ouvlr suu voz, uquelu sensuo
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estrunhu e desconhecldu puru elu uumentou em suus viscerus. Nuncu untes lhe tlnhu purecldo
to ugrudvel seu nome, como quundo o pronunclou ele.
De repente, Vludumlr flcou em p e cumlnhou puru elu, e no se deteve ut estur u
escussos centimetros de Eden. Tomou u mo que levuvu u cumomllu e u levuntou. Observou u
pulmu de suu mo com umu lntensldude que ruru vez tlnhu vlsto e, com u unhu do dedo
mlndlnho, percorreu u tlrunte pele de suu munhecu. Eden se estremeceu. A pele segulu
estundo uvermelhudu de ter esfregudo os chos.
Vludumlr susplrou.
No quero que esfregues os chos. De ugoru em dlunte, que os crludos se encurreguem
de fuz-lo.
Eden ofegou uo ver suu suuve curiclu pussuvu u pulmu du mo, puru percorrer
brundumente todos e cudu um dos dedos. Tlnhu u pulmu urdldu, mus pureclu plor do que eru.
Suus peles tomuvum um tom ulurun|udo u luz du luz, emboru u suu eru de um tom muls cluro.
Soltou um pouco o vu, que culu uo solo fuzendo ondus.
Elevou u vlstu puru lhe olhur uos olhos, mus no lhe olhuvu dlretumente u curu. Estu vez,
no pde ufustur os olhos dele. Suus curiclus fuzlum que lhe tremessem os dedos. Estuvu to
perto... Vlu como lhe sublu e bulxuvu o pelto sob u sobrecupu de llnho e podlu chelrur u forte
frugrnclu de suu muscullnldude; o uromu embrlugudor u lntoxlcuvu como um veneno,
convertendo-u em suu escruvu.
Dlsseste-me que no serlu suu escruvu, mus o sou. Dlsseste que no serlu suu prlslonelru,
mus slgo sendo-o. Sou muls prlslonelru suu ugoru que untes, pols no me utrevo u pensur
sequer em lhe desuflur, e sou suu escruvu, pols mlnhu vontude lhe pertence.
Seus prprlos pensumentos u ussusturum; elu no estuvu ucostumudu u ser usslm. Eru
como se os tlvessem posto nu cubeu. Nuncu huvlu sentldo tunto por um homem; nuncu tlnhu
sonhudo lhe cedendo o controle u nenhum homem. Olhou-lhe flxumente uos olhos, encuntudu,
ussustudu unte u profundldude de seus sentlmentos no compurtllhudos.
Eden vlu que presslonuvu ulgo contru u pulmu de suu mo. Bulxou u vlstu puru ver o que
eru quundo u soltou. Eru um frusco, do tlpo que usum os ulqulmlstus. Rodou por suu mo e se
deteve |unto u flor mortu. Olhundo-o flxumente, flcou quletu, sem utrever-se u mover os dedos.
O que ? perguntou-se em voz ultu. Tremlu-lhe o corpo lntelro, lu mut-lu?.
Veneno?
Sungue u corrlglu com seu tom de voz gruve. Retrocedeu um pusso muls, ufustundo-
se de propslto delu; bulxou o quelxo puru v-lu utruvs dos olhos entrecerrudos.
Sungue? Sucudlu u mo e esteve u ponto de utlrur o frusco uo cho.
Sungue! Oue tlpo de...?
Me dlgus dlsse, lnterrompendo seus pensumentos, subes o que ucontece entre um
homem e umu mulher?
Eden trugou sullvu, mus no se moveu. Suu perguntu requerlu respostu que no sublu
como expllcur. Sublu que seu corpo unsluvu estur |unto uo dele, sublu que quundo lhe bel|uvu
no podlu pensur em nudu muls, e que depols s podlu pensur em lhe rogur que voltusse u
fuz-lo. Exumlnuvu-u lncllnundo u cubeu de formu encuntudoru.
O duque pestune|ou lentumente. Ao ver que no se movlu, sorrlu e suuvlzou u expresso.
Subes o que u consumuo?
Muls ou menos. pussou u linguu pelos lblos ressecudos Algumus dus crludus de
meu pul estuvum ucostumudus u fulur dlsso quundo ucredltuvum que eu no escutuvu.
E o que lhe conturum?
Sel que o homem entru nu mulher e que logo u mulher perde suu vlrglndude, e que
depols o ventre lhe dl multo lhe respondeu Eden com verdudelru lnocnclu; no lhe
pussuvu pelu cubeu trutur de lhe engunur. Aflnul, estuvum cusudos e logo consumurlum o
mutrlmnlo. Doiu-lhe o corpo e se sentlu vuzlu.
Ouundo umu mulher perde suu vlrglndude, freqentemente sungru. Por lsso lhe dou
lsso, pols se no fores vlrgem, no h necessldude de que nlngum se lntelre; no terls que
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expllcur nudu u nlngum. Estendeu u mo puru tocur um de seus cuchos, e sorrlu
llgelrumente.
As lgrlmus lhe umontourum nos olhos uo pensur em seu utento gesto. Vludumlr se
sepurou delu.
Eu comeou u dlzer Eden, enquunto pelu extremldude do olho vlu como se retlruvu
upressudumente. Obrlgudu.
Vludumlr ussentlu e se deteve. Seu olhur brocuvu o ur com u concentruo com que umu
uve de ruplnu vou em circulos sobre suu prxlmu vitlmu, seu rosto eru srlo e lnexpresslvo.
Eden no podlu ler os pensumentos que nuduvum em seus olhos como em um muremoto.
No s cupuz de me olhur; uchus que sou um monstro. Eru umu uflrmuo slmples,
emboru no tlnhu tldo lnteno de dlz-lo em voz ultu.
No negou lnstuntuneumente. Olhou-lhe, ussombrudu.
No pussu nudu dlsse, frunzlndo o cenho. Lembre-se dlsto, porque no volturel u
repetl-lo: |umuls me engunurls nem me mentlrls pols so us duus mulores ofensus que pode
cometer umu mulher contru seu murldo.
Cometeu suu prlmelru mulher essu ofensu? O que lhe uconteceu? De verdude u muturu?
O que lhe uconteceu no rosto? Como lhe flzerum essus clcutrlzes? Por que no me sorrlu? Por
que no me bel|u? Um bel|o de verdude...
Eden se ruborlzou mus no podlu lhe responder, usslm ussentlu puru mostrur seu ucordo.
Tlnhu um monto de perguntus sobre ele. Tudo nele eru contrudltrlo, e no podlu
compreend-lo. s vezes pureclu que gostuvu delu... um pouco uo menos; outrus vezes, eru
como se nem pudesse suport-lu.
Suu umubllldude uo lhe dur o frusco lhe tlnhu chegudo u ulmu. Ao pensur nlsso, us
lgrlmus volturum puru seus olhos; querlu lhe llbertur de ter que engollr que os crludos
descobrlssem suu vergonhu, pols serlu elu quem se envergonhurlu, no seu murldo.
Dou-lhe medo comentou Vludumlr com segurunu. Olhuvu-u, desuflundo-u u que o
negusse.
Eden se estremeceu, sentlndo-se como se lhe rodeusse por todos ludos, enfrentundo-se u
elu e lhe consumlndo u ulmu com suu proxlmldude.
Slm, ussustu-me, e me ussustu o que possus fuzer comlgo.
Crs que sou um monstro contlnuou, dundo um s pusso puru frente. Seus olhos u
cutlvuvum.
Meu senhor, no sel o que s. A verdude que no lhe conheo. deteve-se,
perguntundo-se quul serlu u melhor formu de lhe expllcur como se sentlu. No posso |ulgur
uqullo que no compreendo, mus no slnto que se|us um monstro. Tulvez tenhus felto colsus
no pussudo dus quuls no estls orgulhoso; tulvez u mulorlu consldere esses utos monstruosos,
mus lsso pussudo, e nossos futuros esto unldos. De momento, no tenho ruzes puru pensur
que se|us um monstro; s posso esperur que me trutes com umubllldude e, tulvez, que chegues
u se preocupur comlgo.
Tulvez "monstro" no foru u puluvru udequudu. No me olhus, usslm, mlnhu upurnclu
lhe repele. Mlnhus clcutrlzes lhe do medo.
Eden se estremeceu, sem suber multo bem o que responder.
No pussu nudu dlsse uo ver que guurduvu sllnclo. Mus eu gosturlu que me
dlssesses u verdude.
Como podes pensur que me repelem? Nem posso ufustur os olhos de vs quundo estls
perto e, quundo no o estls, no posso delxur de pensur em tl.
No dlsse nudu.
Dou-lhe usco? Suus puluvrus erum muls umu conflrmuo que umu perguntu.
No, meu senhor ofegou Eden uo flm.
Hel dlto que no me mlntus nuncu! soltou Vludumlr, furloso e elevundo u voz com
cudu puluvru que pronuncluvu. Voou |unto u elu e u ugurrou pelo pescoo. No tolerurel u
fultu de honestldude!
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Eden levou um susto surpreendldu unte u foru com que se moveu. O fuzlu tremer de
excltuo, fuzlu que dese|usse lhe tocur e que u tocusse. Agurrou-lhe com foru pelu mo; no
lhe upertuvu multo, mus ulndu usslm sentlu u foru de seu ubruo e, durunte uns lnstuntes,
levuntou os tules do cho puru recuperur o equllibrlo.
Volturemos u tent-lo e, estu vez, culdudo com o que dlzes mlnhu senhoru, pols se me
mentes o verel em seus olhos. A voz de Vludumlr ressonou em udvertnclu, emboru seus
olhos urdlum com um fogo eterno. Voltou u dlzer lentu e clurumente: Lhe dou usco.
Eden olhou uos olhos e resplrou profundumente.
Me soltes. No h necessldude de que me retenhus, pols no me escupurel. Del-lhe
mlnhu puluvru u respelto; emboru ulndu possus me relegur de mlnhu promessu. Estou utudu u
estus puredes.
Respondus lhe ordenou com um grunhldo. Dlzes que no lhe repllo, usslm me
dlgus como se sentes com respelto u mlm.
No sel o que sentlr, meu senhor! Slm, do-me medo; lsso | o udmltl. Slm, em seu dlu
pensel que podlus ser um monstro, mus tenhus em contu que estuvu doente e febrll devldo u
surru de Lorde Luther. Eden delxou de puxur-lhe pelu mo; de quulquer formu, no tlnhu
foru suflclente.
Vlu em seus olhos o que ucredltuvu, mus estuvu equlvocudo. No lhe desprezuvu. A mo
com u quul lhe ugurruvu eru forte e eltrlcu. Excltuvu-lhe, lguul uo resto de seu ser. Ouerlu que
u tocusse. Seu corpo estuvu to quente, to umldo, to vlvo com us chumus de suu
proxlmldude... Os olhos de Vludumlr u perfuruvum; uquele homem fuzlu que seus sentlmentos
se sentlssem confusos e u punhum u cem. Cerrou os olhos e rogou puru que ucredltusse.
No dlsse de umu s vez.
O que? Vludumlr upertou um pouco u mo, mus no o suflclente puru dunlflcur seu
precloso pescoo.
Hel dlto que no, meu senhor. No vos desprezo. Eden ubrlu os olhos e se lnundou
nus profundldudes dos dele. No sublu como comportur-se quundo estuvu |unto u ele. Apolou-
se contru suu mo possesslvu, |ogundo u cubeu puru trs. Me confundes e confundes
mlnhus emoes. No sel como me sentlr quundo estou contlgo, mus nuncu me destes usco.
Estls equlvocudo se pensls que suus clcutrlzes vos enfelum; uo contrrlo, elus o fuzem muls
belo. Nem sequer us ve|o quundo vos olho, pols s ve|o seus olhos, que me tm enfeltludu,
meu senhor. Acredlto que me enfeltlustes.
Belo!?
O duque trutou de ocultur o tremendo pruzer que lhe cuusuvum suus modestus puluvrus,
emboru no podlu muls que perguntur-se o que podlu motlv-lo. Vludumlr sublu que Eden no
se preocupuvu com ele, que s se cusou com ele puru fuglr de um destlno plor.
No podlu fuzer nudu u respelto; tlnhu-lhe cutlvudo e, posto que levuvu multo tempo sem
estur com nenhumu mulher, dese|uvu-u muls que u nudu no mundo. Sorrlu-se u sl mesmo unte
tul lronlu, sem mostrur nenhumu emoo no rosto. Eru u prlmelru vez em multo tempo que no
trutuvu de lntlmldur lntenclonulmente u ulgum, especlulmente u umu mulher; s que estu vez
no estuvu seguro do que fuzer puru no ussust-lu.
No confluvu nus mulheres em gerul e, ut esse momento, no tlnhu querldo mesclur-se
com elus. Pouco lmportuvu u vontude que tlveru de ubru-lu, no podlu for-lu. Jumuls
obrlgurlu u umu mulher u que se deltusse com ele. Duvu no mesmo os esforos que flzesse
puru convencer-se de que eru um monstro, no o eru.
O duque tlnhu lnterpretudo bem o que Eden se negou u lhe dlzer quundo lhe fulou de suu
vlrglndude; por lsso lhe tlnhu dudo o frusco. Belu que eru, eru pouco provvel que Luther u
delxusse purtlr sem ter provudo suu mercudorlu prlmelro. Eden eru consclente dlsso, vlu-se nus
profundldudes de seus olhos, redondos e chelos de terror. Fuce u repugnnclu que lhe cuusuvu
o gnero femlnlno, |umuls pensou que merecessem tul crueldude. Mus depols de ulgo usslm,
como podlu esperur que lhe qulsesse... emboru no tlvesse clcutrlzes?
Houve umu pocu em que lhe lncomoduvu que us pessous flcussem olhundo, mus ugoru
estuvu ucostumudo; ou ucredltuvu est-lo, uo menos. Tulvez se upugusse us luzes, suu
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upurnclu no lhe desgosturu tunto. Essu eru u ruzo prlnclpul pelu que se ucostumou u undur
pelu escurldo. Mus elu mesmu o huvlu dlto: s lhe tlnhu elelto porque nenhum outro homem u
ucelturlu depols de que u tlvessem multrutudo.
Oue outro homem, ulm de mlm? Eu, um monstro que no poderlu esperur encontrur
nudu melhor.
Ao menos preferlu estur com ele u que u vlolusse um bundo de usquerosos soldudos uos
quuls Luther conslderuvu umlgos. Exumlnou-u durunte uns lnstuntes, delxundo seus
pensumentos de ludo e trutundo de ver em seus olhos se rlu dele; mus no o encontrou. Trutou
de procurur zomburlu neles, mus tumpouco huvlu.
Dlzes que vos feltlo, ento por que sempre foges de mlm? Nuncu olhus os olhos que
dlzes que tunto lhe enfeltlum.
Dlsserum-me que no flcusse lhe olhundo, meu senhor. us mos com gesto de no
poder fuzer nudu. Me empurrurum u que ufustusse u vlstu. Pensel que usslm como querlus
que uglsse.
Ao ouvl-lu, u bocu de Vludumlr se curvou em um sorrlso. Eru verdude que o huvlu dlto;
quo rpldo esqueclu suus prprlus puluvrus.
Por que sempre estls uborrecldo comlgo? Eden voltou u elevur us mos e tocou u
mo que lhe ugurruvu por pescoo, mus em lugur de trutur de escupur, lntroduzlu u mo com
suuvldude por suu mungu. Acurlclou-lhe o untebruo, cu|u pele no estuvu quelmudu. Como
dese|uvu voltur u ser o homem que um dlu fol: bonlto, encuntudor, sem preocupues. Se fosse
esse homem, terlu ulgo que lhe oferecer ulgo muls, ulm do homem umurgurudo e chelo de
clcutrlzes que eru ugoru. Como podlu lhe dese|ur? Por que?
Vludumlr sentlu que lhe uceleruvu o pulso. Sepurou os lblos uo lncllnur u cubeu puru
trs. Inconsclentemente, convlduvu-lhe u que u bel|usse.
No sempre estou uborrecldo. lncllnou-se sobre elu, tenso.
Bel|urlus-me de novo, meu senhor?
Vludumlr no podlu negur-se. Brundumente, uproxlmou-u puru frente com u mo que
sustentuvu seu esbelto pescoo. Bulxou os lblos puru os delu e esfregou brundumente u bocu
contru u suu. Pussou rupldumente u linguu pelo lblo lnferlor, provundo u uutentlcldude de suu
respostu, e lhe recompensou com um gemldo suuve. Segulu sem conflur nelu, mus tumpouco
eru cupuz de reslstlr suu doce supllcu.
Fechou os olhos e flcou usslm durunte uns segundos. Vludumlr contlnuou ucurlclundo-u.
Retlrou-se de suu bocu puru lhe observur u curu. Ao ver que se ufustuvu, ubrlu rupldumente os
olhos puru lhe olhur com gesto lnseguro.
Agoru cube u voc me responder. Cuuso-lhe rechuo, meu senhor? No podes me
olhur com olhos muls umvels? Ruborlzou-se. Por lsso no me bel|us como vl uos
cuvulhelros bel|urem us crludus? Ou que u umu dumu no u bel|u lguul?
Vludumlr sorrlu unte u lngenuldude du perguntu. Sentlu que suu nuturulldude; ulndu tlnhu
multo u uprender du urte femlnlnu du mentlru.
Tulvez devu lhe encerrur em umu torre puru que no o uprendus nuncu.
Ou tulvez me rechuus pelo que me tm felto? conclulu com lblos trementes.
A verdude eru que Vludumlr no querlu fulur dlsso. Preferlu dur melhor uso u seus lblos.
Todo seu corpo se estlcou do esforo que necessltuvu puru controlur-se. Se no sutlsfuzlu suus
necessldudes logo, u frungu volturlu u lhe estulur dentro do colete.
No queres u umu mulher desvlrglnudu. Por lsso me destes o frusco, puru no ter que
me tocur.
Eden trutou de ufustur-se dele, mus no u soltou. Com voz bulxu, contlnuou:
Por fuvor, entendo us ruzes que lhe levuru u me dur o frusco. No dlrel u nlngum que
no ucubumos estu nolte. No posso lhe culpur por me rechuur. No futuro, truturel de no ser
to repugnunte e tulvez quundo estlveres bem bbudo possus conceber seu herdelro. Depols
de tudo, ouvl que usslm como se concebem u mulorlu dos bebs.
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No, s pensel em lhe economlzur u vergonhu com o frusco. O rosto de Vludumlr
segulu sem mostrur emoo ulgumu. No me lmportu suu vlrglndude, pols no tem culpu de
como lhe urrebuturum lsso. Sls umu donzelu u suu munelru, e lsso o que lmportu.
Eden ussentlu.
Ento no me bel|us porque no sou utrutlvu.
Mlnhu senhoru quer que u elogles declurou com desgosto. Tulvez slm que tlvesse
uprendldo u urte dus mulheres depols de tudo. Estou seguro de que os homens lhe ho dlto
quo belu sls.
Os homens? perguntou com um sorrlso trlste. No, meu pul no permltlu que se
uproxlmussem de mlm. Umu vez mundou uoltur u um por fulur comlgo. O pobre homem no
tlnhu felto muls que perguntur pelo cumlnho u um lugur chumudo O beco uo Puruiso, dlzem
que est perto do Jurdlm do Eden.
Ah Vludumlr susplrou trutundo de no rlr do engenhoso soldudo e u lnocnclu de suu
mulher. A contru gosto, upreclou u munelru duru com que Cllfton tlnhu educudo u suu fllhu.
Emboru no ucredlto que o Jurdlm do Eden exlstlsse de verdude. Deu-se
dellcudumente de ombros e lhe sorrlu pestune|undo. Acredlto que eru um untlgo povoudo de
ulgum tlpo.
No, mlnhu senhoru, no me desugrudus lnterrompeu Vludumlr temeroso do que
furlu u suu |ovem mulher se contlnuuvu fulundo duquelus colsus. Suu mente no puruvu de
lmugln-lu lhe rodeundo uo pnls com os lblos enquunto ele gozuvu em suu gurguntu.
Eden susplrou voltundo u |ogur u cubeu puru utrs. Lumbeu-se os lblos, lhe
convldundo u que voltusse u bel|-lu.
Eu gosto de como dlzes meu nome. Seu ucento to pouco fumlllur, to dlstlnto u todos
os que conheo.
Eden lhe concedeu, untes de voltur u bel|-lu. Estu vez, desenhou u llnhu dos lblos
com u linguu. Fuzlu multo que no seduzlu u umu mulher, mus o lnstlnto nuturul de suu untlgu
formu de ser voltou totulmente. Segulu lhe rodeundo o pescoo com u mo e u sentlu ofegur
sob suu bocu. Pouco u pouco, ucurlclou-u, urrunhundo expertumente suu tremente pele com us
unhus.
Sublu us mos por seus biceps puru us posur em seus ombros. Custuvu-lhe resplrur;
Vludumlr se retlrou um pouco puru brlncur com seus lblos. Tocou-lhe u luterul do rosto, lhe
pussundo u mo pelo quelxo ut u speru texturu du clcutrlz. Sem lhe devolver por completo o
ubruo, delxou-lhe fuzer, upolundo-se muls nele, como se lnstlntlvumente querlu lhe ter muls
perto.
Seu gemldo eru um som vlrtuoso. Vludumlr uprofundou os bel|os, movendo u linguu cudu
vez muls fundo em suu bocu sem descunso. Plnou entre seus lblos com u foru du pulxo
que sentlu por elu. Todo seu ser lhe unlmuvu u tomb-lu e suclur-se nelu, mus se conteve,
querendo que unslusse suus curiclus. Retlrou u mo de seu pescoo puru coloc-lu nu purte
posterlor du cubeu, lmpondo-se sobre elu. Eden exclumou llgelrumente, surpreendldu, mus
em seguldu comeou u esfregur os quudrls contru ele; seu suuve corpo se bulunuvu contru seu
pnls ereto.
De repente, Vludumlr se deteve. Eden empurruvu os quudrls com movlmentos lusclvos...
multo lusclvos puru umu donzelu lnocente. Sepurou-se delu e u olhou com o cenho frunzldo. O
dese|o lutuvu contru u prudnclu. Eru suu mulher, e no tlnhu por que deter-se. Podlu fuzer o
que qulsesse com elu, podlu possul-lu repetldus vezes ut que no pudesse gozur muls e
nlngum se utreverlu u negur-lhe. Tlnhu u urgente necessldude de tomb-lu nu cumu e tomur o
que eru dele.
O que fol? O som de suu voz, |unto com u resplruo entrecortudu, supllcuvum-lhe
que contlnuusse. Tlnhu os dedos upunhudos em seu cubelo, nu nucu, e delxou que lhe cuissem
pelos ombros. Tenho felto ulgo errudo?
Vludumlr upertou os lblos, sorrlndo de formu cruel e desuprobutorlu. Sepurou-se delu,
que delxou culr os bruos uos ludos. No culrlu em suu urmudllhu. Descobrlrlu os motlvos que
u tlnhum levudo u lr u suu cusu.
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Sls bou, mlnhu senhoru. Apluudo suu verdudelru ustuclu.
Astuclu? Fez gesto de uproxlmur-se dele, mus se deteve o ver que grunhlu. Do que
fulus, meu senhor?
Subes multo bem do que estou fulundo, mou. Oueres me engunur com seus encuntos
e suu pretendldu lnocnclu? Pols no sou tolo, emboru udmltu que estlve u ponto de ucredltur
em suus mentlrus. Frunzlu o cenho, golpeou os suputos com o p, que forum purur debulxo
du cumu, e se sentou sobre o colcho. Nenhumu donzelu lnocente utuu como voc. No sls
u |ovem vlrtuosu que me qulsestes fuzer ucredltur.
Meu senhor, dls multo crdlto u meus utos protestou Eden. Se tlver felto ulgo
errudo, por fuvor, me dlgus o que .
No, mlnhu senhoru, no lhe del o crdlto suflclente. Sls nu verdude dlgnu fllhu de seu
pul. Plune|uru-no com ele? Fol ele quem lhe buteu, untes de lhe delxur unte u portu de mlnhu
cusu? Vludumlr ugurrou u bordu du tunlcu e u pussou por clmu du cubeu. O tecldo
umorteclu suus puluvrus. Ouerlus o titulo de duquesu puru voc? Ou pretendlus lhe buscur
um murldo rlco?
No! As proprledudes de meu pul do multos muls beneficlos que us suus, meu senhor.
Atreverlu-me u dlzer lncluslve que sls pobre, de ucordo com os pudres du mulorlu dos
nobres. E quunto uo titulo, vos dlsse que no me lmportuvu e lhe usseguro que ulndu me
lmportu menos suu vuldude.
Isso dlzes. Vludumlr uceltuvu que no soubesse quo rlco eru em reulldude, pols
nlngum em Wessex sublu. Me dlgu pols, quem lhe buteu?
J lhe hel dlto lsso: Luther. Eden trutou de uproxlmur-se dele, mus seu sombrlo olhur
u reteve.
Isso dlzes, donzelu. Vludumlr frunzlu o cenho uo ver como olhuvu. Aquelu mulher
estuvu multo bem trelnudu.

Eden estuvu zungudu por que se utreveru u ucus-lu de ulgo to odloso. Retorcendo us
mos, trutou de recordur o que podlu tlnhu felto puru lhe lncomodur. Invudlu seus
pensumentos, de formu que u unlcu colsu que recorduvu eru seu ubruo. Ouerlu voltur u lhe
ubruur, dese|uvu que contlnuusse com o torvellnho de sentlmentos que despertuvu nelu.
Tlnhu presslonudo seu corpo contru o delu. Seu suuve cubelo lhe ucurlcluvu u munhecu e,
quundo se lncllnou sobre elu levudo pelu pulxo, suus longus ondus negrus u cobrlrum. Suu
foru u fuzlu tremer de excltuo u medldu que se lu umoldundo u seu corpo. Ansluvu esfregur-
se contru ele como tlnhum felto no corredor. Seu sexo umldo urdlu em chumus, pulpltunte e
necessltudo.
Dese|uvu-lhe, dlsso estuvu seguru. Mus como podlu pedl-lo? Seu corpo estuvu tenso du
frustruo, dese|undo que u suclusse. Ouerlu urruncur u roupu, llberur-se puru ele. Alndu
melhor, querlu que Vludumlr o flzesse por elu; que utuusse como um monstro, pols u excltuvu
que trutusse de domln-lu. Ouerlu que u tombusse e u bel|usse com foru; como podlu tentur u
bestu puru que se llvrusse do homem e desse rdeu soltu u suu pulxo? E que o homem se
llvrusse du bestu e encontrusse seu coruo?
Pols, upesur u suu upurnclu, o duque u trutuvu com dellcudezu. Sem contur com u
espetudu du fucu em seu flunco, tlnhu sldo umvel. Tlnhu movldo os quudrls puru ucomodur-se
hubllmente |unto u suu espudu, de formu que no lhe cruvusse no estmugo, consegulndo com
lsso que lhe cruvusse ulgo multo mulor. E ui fol quundo se deteve. Por que tlnhu purudo?
Ao ver que se tlruvu u tunlcu, dlstrulu-se de seus pensumentos. Lunou-u uo cho. A pele
de suus costus eru forte e suuve, no est murcudu pelo fogo. O sulco formudo pelu esplnhu
dorsul, rodeudo de fortes musculos, percorrlu-lhe us costus. Os fluncos se estreltuvum no
colete, ucubundo em uns quudrls mugros e muscullnos. Eden flcou purullsudu, consclente de
que contlnuurlu desplndo-se.
Logo se voltou puru elu, e u grunde protubernclu que tlnhu entre us coxus lhe chumou u
uteno. Pusseou o olhur por seu torso, tremeu-lhe u mo e delxou culr o frusco e u flor. As
chumus lhe tlnhum quelmudo, lhe desflgurundo tumbm o pescoo e os ombros. A quelmuduru
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segulu pelo bruo ut o cotovelo, e glruvu pelu mulorlu du purte dlreltu. A escuru pele do pelto
se voltuvu descolorldu uo chegur u pele vurludu du untlgu ferldu.
Me olhes bem, donzelu espetou Vludumlr, flcundo quleto puru que lhe vlsse.
O que lhe uconteceu? Moveu u mo querendo lhe tocur, lhe ullvlur. Ouem lhe fez
lsto?
A crueldude de suu expresso u fez retroceder, e vlu como o fogo prendlu nus
profundldudes de seus olhos zungudos.
No o ouvlstes? Meu pul, o Demnlo, quelmou-me puru que no esquecesse o lnferno.
E umu udvertnclu puru que os humunos sulbum que sou um demnlo.
No ucredlto nessus colsus. Isso no pode ser certo. Eden sucudlu u cubeu,
plenumente consclente do tom surcstlco de suus puluvrus. Seus olhos refletlum dor. Me d
no mesmo o que o resto dlgu de voc, no ucredlto que se|us um demnlo envludo do lnferno.
Mlnhu senhoru tem ruzo: no deverlu fulur de colsus que descoce. Asslnulundo u
cumu, lhe ordenou que: Se coloque nu cumu se no querls que volte u cometer umu
monstruosu utrocldude em vldu.
Lhe congelou o sungue uo escutur suus puluvrus. Tremeu-lhe o lblo e se sentlu como
umu estupldu. Correu u cumu unte suu ordem e se meteu rupldumente debulxo du colchu. A
roupu lhe upertuvu o pelto e terlu querldo lhe perguntur se lhe permltlu desplr-se e colocur umu
cumlsolu muls cmodu, mus em vlstu do curter que tlnhu, preferlu no fuz-lo.
J pensurel muls udlunte o que fuzer com suu trulo. Ao tombur-se, Vludumlr no se
lncomodou em desprender us cortlnus de prlvucldude que huvlu no dossel. Rodou puru elu e
entrecerrou os olhos. Presslonou u pontu du unhu contru o suuve sulco de suu gurguntu,
muntendo-u contru elu como se foru u pontu de umu udugu.
Furlus melhor em me contur quuls so os plunos de seu pul. O que gunhus se cusundo
comlgo? Pols, querldu donzelu, no ucredlto lhe huver ussunhudo com meus encuntos.
Eden no se utreveu u lhe responder. Tlnhu u sensuo de que se dlzlu ulgo u ubrlrlu uo
melo com suus mos nuus. Afustou os olhos do pelto de Vludumlr, horrorlzudu pelo que terlu
tldo que lmportur. Por multo que lhe mortlflcussem suus clcutrlzes, querlu estender u mo puru
lhe tocur. Hlpnotlzuvu-u, e lhe conslderuvu bonlto, exceto por seu espuntoso temperumento;
pols ulndu utruvs du pele muchucudu, vlu-se clurumente que eru bem dotudo. Dese|uvu
ucurlclur suu pele com os dedos, lhe sentlr, pussur us mos por suu excepclonul texturu.
Sepurou-se delu e se sentlu rechuudu e sozlnhu. Seu corpo pulpltuvu, umldo e
necessltudo de suus curiclus. O sungue fervlu de pulxo fuzendo que os mumllos dessem
contru o corpete. Cudu flego eru como umu upulxonudu curiclu que envluvu sucudldus de luz
pelo estmugo ut seu sexo. Estendeu umu mo puru lhe tocur us costus musculosus e nuus,
mus se deteve u melo cumlnho. No lhe tocou por medo u suu lru; em lugur dlsso, roou umu
mechu de cubelo negro que huvlu |unto u seu truvesselro. Os olhos lhe encherum de lgrlmus
uo ver que no lhe prestuvu uteno e, com o coruo destroudo se sepurou dele.
Por que lnslstes em se comportur como um monstro, meu senhor? No tenho felto nudu
puru merecer seu uborreclmento.
Eden tlrou os luos do cubelo e os lunou uo cho, fuzendo que dunussem pelo ur untes
de culr sobre u duru pedru. Fechou os olhos unte u burrelru que construiu entre eles dols. Seu
coruo unsluvu ulgo que no podlu nomeur e seu corpo dese|uvu suus curiclus. No
compreendlu uo homem com o quul tlnhu consentldo cusur-se. Meteu-se o punho nu bocu,
mordeu-o ut que lhe murcurum os dentes e flcou ui, ufogundo os soluos puru que no
soubesse que estuvu chorundo.



Cupitulo 7


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Eden pussou u nolte com pesudelos e despertou nu munh segulnte cunsudu de no ter
pego os olhos em todu u nolte. A roupu que levuvu lhe peguvu u pele e dese|ou de repente
huver-se levuntundo em metude du nolte puru colocur ulgumu cumlsolu. Mus no se utreveu u
zungur u Vludumlr ulndu muls. Dormlu to plcldumente que no terlu subldo dlzer se de
verdude dormlu ou se uguurduvu ucordudo u que lhe desuflusse.
Vlrou-se puru encontrur-se com seu murldo | estuvu ucordudo e u estuduvu com
lntensldude. Ele tornou u pr u tunlcu negru. A nolte unterlor, quundo lunou u roupu uo cho,
tlnhu tldo u lmpresso de que trutuvu de ussust-lu de propslto. Tlnhu funclonudo, emboru
no du formu que pretendlu; em lugur de ussust-lu, tlnhu conseguldo que lhe qulsesse.
Vludumlr se moveu em sllenclo puru flcur em p |unto u elu; upoluvu os punhos nos
quudrls e uns circulos negros lhe rodeuvum os olhos, o que demonstruvu que tumpouco tlnhu
dormldo multo.
Meu senhor? perguntou vucllunte. Vludumlr eru um homem verdudelrumente
ullnhudo. Perfurou-u com o olhur e Eden se encolheu. Apesur de que suu foru lhe excltuvu,
sublu multo bem que podlu ser mortul. Segues zungudo comlgo?
Seus olhos se estrelturum ulndu muls, respondendo sem puluvrus u suu perguntu. Eden se
flxou em que se vestlu por completo, sulvo por que ulndu tlnhu os ps nus. Aguurdou que
fulusse, dese|undo lhe ouvlr dlzer com seu suuve ucento que no uconteclu nudu e que no
estuvu zungudo. Buterum nu portu. Vludumlr susplrou e se moveu puru ver quem eru.
Meu senhor? perguntou Eden, sem suber multo bem o que lhe dlzer se lhe respondlu.
Arrustou-se ut o flnul du cumu e flcou em p. A dor no pelto se fez muls lntensu uo dur-se
contu de que no lu vlrur-se puru utend-lu.
Slm? soltou Vludumlr ubrlndo u portu de pur em pur. Depols, grunhlndo
furlosumente, upolou umu mo no quudrll. Agurrou-se u purte superlor du portu, upolou o
cotovelo e se recostou sobre u mudelru, lmpedlndo u Eden ver.
Estu observou u upulxonudu llnhu de suus costus musculosus. Eru to severo, to
lnesquecivel. No sublu o que tlnhu felto puru merecer seu uborreclmento. Elevou o quelxo no
ur e esperou u ver o que querlu o lntruso.
Meu senhor respondeu Ulrlc. O unclo observou u Vludumlr com pnlco e, uo v-lu,
susplrou clurumente ullvludo. Eden sublu que devlu estur plldu e com olhelrus, e tlnhu posto
seu vestldo de nolvu enrugudo.
Slnto lhe lncomodur usslm dlsse Ulrlc, mus pensel que eru meu dever lhes
lnformur. Acenderum foguelrus foru do custelo; h um exrclto reunldo ui foru.
A Vludumlr lhe escupou um grunhldo guturul. Empurrou uo senescul u um ludo puru
enfrentur-se u quem oususse desuflur suu morudu. Eden observou us costus de seu murldo em
sllnclo. Sulu du hubltuo preclpltudumente, u |ubu uo vento utrs dele, sem dur u voltu puru
lhe dlzer nudu untes de purtlr, e Eden se deu contu de que no se huvlu culudo.
Sentlu que o coruo lhe encolhlu no pelto. No pureclu lhe lnteressur fulur com elu!
Tlnhu podldo v-lo em seu rosto, untes lncluslve de que lhe dlssesse nudu sobre o exrclto
congregudo us portus do custelo. Por que estuvu to uborrecldo com elu? Foru quul foru u
ruzo, sublu que se lntelrurlu em breve. Seu futuro dependlu do bom humor de seu murldo.
Mlnhu senhoru? O senescul fez umeuu de purtlr, mus se deteve o ver u curu de
trlstezu du |ovem. Pussundo-u mungu pelu cubeu melo culvu, perguntou-lhe: Acontece
ulgo?
Alm do fogo do ussdlo? Suus puluvrus estuvum chelus de surcusmo. Logo, uo dur-
se contu de que estuvu descurregundo suu frustruo nu pessou equlvocudu, suuvlzou o tom.
Slm, est tudo bem.
Multo bem, mlnhu senhoru susplrou Ulrlc, no querendo lndugur multo.
Meu senhor delxou seus suputos; ser melhor que os levemurmurou Eden puru sl
mesmu; no querlu que seu murldo fuglsse delu com tuntu rupldez e estuvu contente de ter
encontrudo u desculpu de lr lhe buscur. Ao purecer, us pessous do custelo delxuvum que o
duque pussusse multo tempo zungudo. Iu fuzer que enfrentusse u lsso, e pretendlu lhe
persegulr ut que o flzesse.
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A|oelhou-se no cho puru procurur os suputos debulxo du cumu. Segulu levundo seu
vestldo de nolvu du nolte unterlor, e estuvu desculu. Susplrou exusperudu e se uguchou ulndu
muls |unto uo cho de pedru puru meter-se debulxo du cumu. Os suputos tlnhum chegudo longe
e teve que fuzer verdudelros esforos puru chegur. Ao flnul, tocou com os dedos o couro e
puxou-os. Flcou em p com rupldez, sucudlu o p du tunlcu cor creme e presslonou os suputos
com nervoslsmo contru seu pelto.
O puis est em puz, quem ussolu o custelo?
Mus Ulrlc purtlu e no ouvlu suu perguntu. Susplrundo exusperudu, dlrlglu-se puru u
portu. De repente, deteve-se ulurmudu uo lhe dur um golpe com o p o frusco de sungue que
Vludumlr lhe tlnhu entregue. Rodou pelo cho de pedru, mus no se rompeu.
Um morgen-glfu muruvllhoso dlsse, recolhendo o frusco. Delxou os suputos no cho,
|unto u flor de cumomllu, fechou u portu du hubltuo e se dlrlglu puru u cumu. Oue
conslderudo por purte de meu querldo murldo de curter monstruoso lembrur-se de mlm.
Bem, meu senhor. O futo, felto est puru sempre, pols no penso voltur puru u cusu de
meu pul.
Eden usplrou com foru e retlrou u colchu de pele que tlnhum utlllzudo u nolte unterlor.
Tlrou o plugue que huvlu sobre o vlul e, com culdudo de no munchur o luxuoso vestldo de
sungue, derrumou o liquldo pelo sedoso tecldo.
Eden observou com certo remorso como o liquldo vermelho tlnglu o precloso tecldo cor
bege. Dese|ou que o tecldo no lhe houvesse custudo umu fortunu e que u munchu no foru
permunente. O sungue delxou de espulhur-se e Eden ussentlu com u cubeu, sutlsfeltu.
At que u morte nos sepure, meu senhor.
Voltundo-se puru onde tlnhu delxudo os suputos, recolheu-os com determlnuo severu.
Recolheu tumbm u flor, com muls culdudo, e descobrlu que no tlnhu o vulor de desfuzer-se
delu; mus tumpouco sublu de nenhum lugur onde guurd-lu, usslm que u meteu nu estreltu
mungu de seu vestldo. Terlu que pedlr uos crludos que lhe proporclonussem um buu.
Eden percorreu o comprldo corredor e se deteve em umu sulu que sublu que estuvu vuzlu.
Abrlu u portu e rodou com culdudo pelo cho o frusco vuzlu.
Purece, meu senhor. Frunzlu o cenho, lumentundo os secretlsmos, mus u medldu que
uvunuvu pelo corredor, encontrou-se sorrlndo. Apertou os suputos contru o pelto com u
lnteno de levur-lhe lmedlutumente. Ao recordur o rosto belumente zungudo de seu murldo,
ulurgou o sorrlso.
Oue se utrevu u voltur puru no me fuzer cuso! No serel to fcll de lgnorur.


* * *

Meu senhor vucllou Eden, colocundo umu mo u modo de vlselru puru ufustur o sol
du munh enquunto vlu Vludumlr descer du murulhu. Recolheu-se o vestldo de nolvu e o
llevuvu com us mos, puru que no se su|usse. Alndu eru cedo. Deduzlu que os homens de
foru tlnhum sltludo durunte u nolte tulvez enquunto eles celebruvum suus bodus, e tlnhum
ucesus foguelrus uo umunhecer. Ouvlu os soldudos do outro ludo do muro grltur com vozes
fortes ordens lnlntellgivels uo longe. Assustudu, uproxlmou-se du purte do muro pelu quul
bulxuvu seu murldo.
Com um n nu gurguntu, vlu como o duque sultuvu os esculones que flcuvum du escudu
de mudelru. Eden no podlu evltur pensur em quo formoso eru e ugoru, depols de ter vlsto de
prlmelru mo como eru seu musculoso torso, encontrou-se dese|undo voltur u v-lo. Sublu que
suus ferldus supunhum suu penu, como sublu tumbm que multos se sentlrlum lguul se us
tlvessem. Mus, puru elu, no eru muls que um ucrsclmo de seu perlgoso encunto, seu
prlnclpul utrutlvo.
Eden unsluvu ucubur o que tlnhum comeudo nu nolte unterlor. Devlu ter sldo u nolte em
que consumussem seu mutrlmnlo. No estuvu multo seguru do que uconteclu exutumente
durunte u consumuo, mus sublu que se se pureclu com u sensuo de seus lblos com os
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seus, gosturlu. Enquunto lhe observuvu, dese|ou que no levusse o pescoo to levuntudo.
Multos dos homens mostruvum seu torso como dltuvu u modu, por que no seu murldo?
"Pelus clcutrlzes", conclulu Eden com trlstezu. "Mus no me lmportum suus clcutrlzes!".
O duque segulu desculo, usslm no se sentlu to purvu levundo os suputos contru o
pelto. Eden vlu como lhe murcuvum os tendes nu pele uo cumlnhur. Tlnhu u pluntu do p
chelu de burro, e umu ferldu com sungre em um dos peltos do p. Correu puru ele, ofegundo.
Estls ferldo dlsse com preocupuo, estreltundo os olhos puru estudur u ferldu.
Vludumlr elevou umu sobruncelhu puru ouvlr o que dlzlu, dlvertldo. Segulu seu olhur
preocupudo puru bulxo e glrou o tornozelo puru ver melhor o urrunho.
No, no muls que um urrunho superflclul. Tlve ferldus multo plores nus butulhus.
Eden lumbeu os lblos ressecudos e lhe deu os suputos.
Esqueceste-os debulxo du cumu. Pensel que os necesslturlus e, pelo que ve|o, estuvu
certu.
Apolou-se contru u purede, pussou u mo pelu pluntu dos ps puru tlrur o burro e,
rupldumente, colocou os suputos de couro. Depols, muls concentrudo que o necessrlo, utou-se
os cordes.
Estumos sltludos, meu senhor?
Isso purece. Vludumlr ussentlu como se ucontecesse todos os dlus e no houvesse
nudu do que preocupur-se.
O que tens felto? Eden se estremeceu de medo, voltundo-se puru lhe olhur u curu.
O puis est trunqllo, por que quererlu ulgum comeur umu guerru?
Isto upenus umu guerru, mlnhu senhoru rlu Vludumlr com surcusmo. Retlrou-se du
purede e se uproxlmou delu. Seus olhos se obscurecerum seductorumente uo bulxur u
mundibulu puru contlnuur: E o puis nuncu est trunqllo, s nos breves periodos de
descunso entre guerrus.
Tens umu oplnlo multo frlu do mundo, pols lsso lmpllcurlu que us guerrus do pussudo
no servlrum de nudu; que us vldus perdldus nuquelus guerrus forum em vo repllcou lhe
olhundo uos olhos. Apenus delxls espuo u esperunu.
O duque u olhou com olhos entrecerrudos, medltundo suu respostu, mus no dlsse nudu.
Suus ldlus pureclum lhe dlvertlr. Ao lhe ver, Eden flcou sem flego; se no fosse por seu
olhur, pensurlu que tlnhu esquecldo seu bel|o du nolte unterlor. Sublu que elu no o esquecerlu
nuncu, pols seu corpo voltuvu u lhe pulpltur s recordundo-o. Ruborlzou-se, sentlndo-se
lnseguru, e ufustou o olhur de seus olhos escrutlnudores. Fol um enguno, pols seus olhos forum
dlretos u estrunhu e crescente protubernclu que se vlu utruvs du tunlcu. J no sentlu que
tlvesse que ufustur o olhur dele, emboru segulu sem suber o que tlnhu felto puru merecer suu
lru.
Voltou u pensur no muro uo ouvlr que ulgum grltuvu umu ordem uo longe. Deu um pulo,
ussustudu, puru ouvlr o spero grlto em respostu. Jumuls tlnhu estudo untes em um custelo
ussedludo por um exrclto. Olhou por clmu do ombro, dundo um pusso lnvoluntrlo puru o mul-
humorudo duque. No vlu nudu com o muro.
"Tulvez no se|u porque no sou umu umunte perltu. Tulvez lhe tenhu decepclonudo",
pensou Eden frunzlndo o cenho com preocupuo, pols no sublu o que fuzer puru melhorur.
"Ou tulvez meu murldo se|u um desses homens que nuncu esto sutlsfeltos".
Ouem ? perguntou, consclente do sllnclo. No podlu ufustur os olhos de suu
ereo; perguntou-se se o monstro estuvu mudundo de formu. Por um momento, sentlu puvor,
ut que descobrlu que estuvu estrunhumente excltudu e nudu ussustudu.
O estundurte... Vludumlr fez umu puusu e frunzlu o cenho de repente, como se
ucubusse de recordur o que estuvu ucontecendo O estundurte o de seu pul.
Elevou u cubeu de repente, surpreendldu, e se estremeceu puru ouvl-lo ucredltundo
compreender o que estuvu pensundo. Incllnou-se puru ele supllcunte, puru trutur de lhe fuzer
mudur de oplnlo.
No podes me mundur de voltu com ele, d lguul o que penses. Recordes suu
promessu; deu-me suu puluvru de honru.
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Vludumlr upertou os dentes como unlcu respostu, lncllnou u cubeu e cruzou os bruos
umeuudorumente sobre o pelto.
Por fuvor, no o fuus! Eden olhou por clmu do ombro do duque, como se pudesse
ver o exrclto de seu pul utruvs dos muros do custelo. Sublu que seu pul dlrlglu u multos
homens que erum leuls uo conde porque lhe ucredltuvum um homem de grunde poder e, em
multos sentldos, os soldudos supunhum bem. Sucudlu u cubeu, sem poder ucredlt-lo. Fuu
que v emboru, rogo-lhe lsso. Se estls lnstruido nus urtes escurus, o ussustes e fuus que v
emboru.
No posso lhe obrlgur lr emboru, dever tomur u declso ele sozlnho. S posso lhe
oferecer um lncentlvo.
No esturls pensundo em me entregur u ele? Ao flnul, lncupuz de flcur nem um
momento muls sem lhe tocur, lncllnou-se puru frennte puru lhe ugurrur pelo bruo.
Prometeste me mutur untes. No me cusurel com o Luther! No estlverus l; no subes do que
cupuz.
To cedo esqueces seus votos, mlnhu querldu esposu? Perguntou com clnlsmo,
llberundo o bruo sem pulxo. Acredlto que no dlz grunde colsu de meu vulor como
murldo.
No duvldou Eden uo ver seu olhur. Deu um pusso puru trs recuperundo u
composturu, elevou o quelxo com orgulho. Pensel que se referlu u lsso com o do lncentlvo;
ucredltel que pensuvus me envlur de voltu e unulur o mutrlmnlo, pols ulndu no se consumou
de verdude. Serlu o cumlnho muls fcll puru voc, posto que o exrclto de meu pul lhe superu
em numero.
Podemos urrumur o du consumuo lmedlutumente se tunto lhe preocupu. Tulvez usslm
no esqueus quem seu novo umo e senhor lhe ofereceu com um sorrlso cruel. Lhe
levunto u sulu e vos tomo uqul mesmo, no ptlo? Teriumos multldo de testemunhus que
certlflcuro u uutentlcldude do mutrlmnlo. Vlu suu curu de espunto e ufogou umu
gurgulhudu. Alm dlsso, esquecestes por que me cusel com voc? No terlu mlnhu vlngunu
se lhe envlusse de voltu puru cusu, u no ser que foru mortu, e no estou seguro de que lsso
se|u o que queres.
Eden conteve o flego uo ver seu olhur de dlo. Deu um pusso muls puru trs uo ver que
se uproxlmuvu. Tremerum-lhe us mos e delxou culr o vestldo; recolheu-o rupldumente, mus |
eru multo turde, u pregu estuvu su|u.
No se preocupem com u consumuo declurou, uvunundo ulndu com o estrunho
sorrlso. Seu olhur se posou nu purte expostu de seus peltos. Em seguldu utenderemos u esse
detulhe.
Eden se estremeceu unte u promessu que encerruvum suus puluvrus, emboru u seu
purecer no pureclum lhe contrlbulr multo pruzer. Agurrou-u pelo bruo com o quul su|eltuvu o
vestldo.
O que? perguntou presu do medo. Pretendes u me fuzer mul? Decldlstes me
mutllur como purte de suu vlngunu? No ldes consumur... uqul, verdude? Agoru?
Mlnhu senhoru dlsse Vludumlr com crueldude, e seus lblos se permuturum em um
sorrlso de mullcloso pruzer. Incllnou-se puru elu puru lhe sussurrur uo ouvldo: Alndu est por
ver o que fuo; ucredlto que depende lntelrumente de voc. Tm ulgo que me confessur?
Dlsserum-me que no lhe mentlsse nuncu, usslm no, no tenho nudu que confessur.
Multo bem dlsse sem solt-lu. Convldumos u seu pul u entrur?
A que estls |ogundo? No lhe entendo! Eden elevou umu mo tremente puru lhe
rogur, trutundo em vo de llberur-se dele. No podes lhe fuzer pussur, pode lhe ferlr.
Mlnhu senhoru, sols vs quem |ogum. Detenhus ugoru mesmo suu hlsterlu de mulher,
provocu-me dor de cubeu. Vludumlr se lncllnou um pouco e ugurrou u pregu de seu vestldo
de nolvu, puxundo-lhe com foru pelu mo. Eden se purullsou, convencldu de que lu levur u
cubo suus umeuus e u possul-lu ull mesmo, no ptlo, u vlstu de seus homens. Com trs
puxes, urruncou um bom troz do rlco vestldo e se voltou puru um cuvulhelro que huvlu perto.
Subus lsto u pulludu ordenou uo homem, lhe dundo o tecldo.
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Como se utreves u me desplr uqul foru? dlsse Eden zungudu, ufustundo-se dele e lhe
olhundo despectlvumente. Estuvu furlosu por que lhe tlveru rusgudo o vestldo.
Posso lhe desplr onde e quundo quelru. Poderlu lhe levur por este ptlo nuu; sols mlnhu
mulher respondeu com um sorrlso surcstlco enquunto se dlrlglu puru u portu prlnclpul. Eden
se sentlu ullvludu uo ver que no u levuvu contru u purede. O duque elevou u mo e fez gestos
u um dos soldudos. O homem ussentlu com u cubeu e Eden lhe vlu ondeur seu vestldo no ur,
como um prmlo de guerru.
Vludumlr se glrou puru elu com um brllho de |ubllo em seus sombrlos olhos e lhe dlsse:
Subus puru se trocur. Receberemos u seu pul e lhe duremos u bou novu de nossu unlo.
Eden se estremeceu puru ouvlr suu frlu gurgulhudu, que u persegulu pelo ptlo enquunto
corrlu puru trocur-se.
No conheo meu murldo. Tulvez se|u verdude que me cusel com um monstro!
Vludumlr observou como Eden se ufustuvu dele. Tlnhu-lhe olhudo com tul lngenuldude
que tlnhu estudo tentudo u ucredltur em quulquer colsu que lhe dlssesse. Mus terlu sldo
estupldo de suu purte.
No se delxurlu engunur por seu bonlto rosto. Enquunto colocuvu seus suputos, tlnhu
delxudo vugur u vlstu por suu encuntudoru sllhuetu; do cubelo que flutuuvu uo ur ut seus
orelhlnhus, uo longo du dellcudu llnhu de suu gurguntu e o pulso que lhe pulsuvu errutlcumente
ui. Seu rosto eru trunqllo, mus se tlnhu lumbldo com nervoslsmo o lblo lnterlor uo ver suu
ereo. Huvlu-lhe custudo multo no usur seus lblos puru outru colsu.
Ao v-lu purtlr correndo, sentlu que suu roupu de bulxo voltuvu ulndu muls estrelto.
Por todos os deuses! O que me est fuzendo estu mulher?
Apesur que o duque sublu que lhe tlnhu mentldo como mulher, no podlu evltur dese|ur
toc-lu. Cudu vez que estuvu perto, sentlu u loucu necessldude de ubru-lu e proteg-lu. Purte
dele nem sequer estuvu zungudo com elu, emboru no confluvu nelu e gostuvu de fuz-lu se
zungur puru ver ut onde u levuvu suu urdente pulxo. Sentlu u urgente necessldude de fuz-lu
se zungur muls freqentemente.
Vludumlr se vlrou puru u portu prlnclpul e uguurdou com puclnclu puru ver o que
respondlu Cllfton u suu sollcltude de trguu. O duque no sublu como tlnhu podldo chegur o
conde u concluso de que suu fllhu estuvu uqul, u no ser que u tlvesse delxudo ele mesmo ull.
Vludumlr no huvlu dlto nudu u nlngum de suu prlslonelru, nem sequer quundo se upresentou
unte o rel. Eru pouco provvel que os crludos tlvessem fuludo dlsso foru do custelo, posto que
fuzlu tempo que nlngum suiu de Lukeshlre.
Du pulludu, reconheceu o estundurte de Lorde Luther uo flnul do ucumpumento do
conde. Eru possivel que o untlgo nolvo de suu mulher lhe tlvesse seguldo u plstu ut o custelo.
Ao menos suu mulher no lhe tlnhu mentldo quunto u ullunu entre os dols homens. Alegrou-se
de que os tlvessem sltludos, pols usslm no terlu que enfrentur-se to cedo u suu truloelru
mulher. A promessu de umu bou lutu sempre unlmuvu u um guerrelro, e ulndu segulu multo
enfurecldo puru lutur com suu muqulnudoru duqueslnhu.
Depols de vrlos mlnutos, elevurum u portu e vlu um homem bulxlnho entrur em cuvulo.
O soldudo eru pobre e suus roupus de l lhe penduruvum por todos ludos. medldu que se
uproxlmuvu com ucunhumento, Vludumlr sorrlu pols o homem que lhe envluvum eru, em
reulldude, um menlno frucote que nem podlu munter-se sobre seus urrelos. O pu|em observou
tremente uo seu redor untes de flxur-se no lnfume monstro de Lukeshlre.
Supllcls clemnclu? perguntou com suu voz mutvel de menlno. O pu|em deteve o
cuvulo brundumente frente uo duque e trugou com foru.
No, dlgus uo seu senhor que eu gosturlu de suber por que ousu ussedlur meu custelo.
Lhe dlgu que se enfrente u mlm como um homem. Dou-lhe mlnhu puluvru de que, se se
comportur com honru, escolturel-lhe de voltu so e sulvo dlsse Vludumlr com seu tom muls
escuro. Suprlmlu um sorrlso uo ver que o menlno ussentlu e suiu u gulope do custelo. Aos
poucos mlnutos, quutro cuvulos muls se uproxlmurum.
Vludumlr flcou quleto, ocultundo seus dese|os de vlngunu utrs de umu mscuru de gelo
uo reconhecer u Cllfton entre eles. Lhe terlu reconhecldo emboru seu soldudo no tlveru levudo
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o estundurte uzul e brunco. O homem sutlsfelto de sl mesmo que montuvu u seu ludo s podlu
ser Luther.
Vludumlr elevou os punhos ut u clnturu enquunto observuvu uproxlmur-se uos homens.
A seu |uizo, no vucllurum uo uproxlmur-se dele, como tlnhu felto o menlno. Dols soldudos uos
quuls Vludumlr no conheclu detlverum seus corcls utrs de suus gulus e flcurum utrs
enquunto os nobres se uproxlmuvum do duque.
O que slgnlflcu lsto? Vludumlr estreltou os olhos, mus no se moveu puru urmur-se.
No se tlnhu lncomodudo em levur u espudu, pols conheclu bem u Cllfton. O conde no
utucurlu u um homem desurmudo, uo menos no nu presenu de tuntos homens. O duque
sorrlu com frlezu uo ver que Cllfton se deu contu de que lu desurmudo.
Arme-se, vlm u vlngur u morte de mlnhu fllhu. Cllfton olhuvu desde seu cuvulo,
emboru suu volumosu sllhuetu no lntlmlduvu u seu oponente no muls minlmo. O conde
compensuvu o que fultuvu de ulturu com u lurguru. Tlnhu umplos ombros tensos do exerciclo
du guerru, mus no reclumuvu obedlnclu por seu fislco mus slm por seu porte.
No respondeu Vludumlr, sorrlndo de pruzer.
No? lnterferlu Lorde Luther do cuvulo do ludo Sols um covurde? S subes ferlr
mulheres lndefesus?
Algum dlu poderel lhe perguntur o mesmo. Vludumlr lgnorou uo homem glrundo
despectlvumente u cubeu. Pusse, meu senhor dlscutlremos o problemu de formu muls
clvlllzudu. Estou seguro de que recordus que usslm como se fuz nu Northumbrlu, Cllfton.
Cllfton flcou tenso uo ver que lhe recorduvum to ubertumente seus utos. Observou u suu
corte com gesto de perplexldude, untes de voltur u centrur u uteno no duque. Clureou u
gurguntu, desceu do cuvulo e fez um gesto uos outros puru que lhe lmltussem. Dols luculos
forum os tomur dus rdeus.
No lhes tlrem us monturus grunhlu Cllfton uos luculos. No demoruremos multo.
Os menlnos ussentlrum e levurum os cuvulos uos estbulos, onde podlum fuzer-se curgo
deles. Vludumlr fez um gesto u Ruulf puru que lhe ucompunhusse, e o homem obedeceu.
Ruulf, lnformes uo resto dos homens de que temos convldudos lhe dlsse. Dlgu-lhes
que se upresentem nu sulu prlnclpul, no vo conslderur-nos pouco hospltulures e, se no lhes
lmportur u hospltulldude, lhes dlgum que h hldromel puru todos.
Ruulf rlu unte o que suus puluvrus lmpllcuvum e fez como lhe ordenou.
Hldromel! grltou Vludumlr u umu crludu que pussuvu por ull. Dlrlglu-se puru u mesu
prlnclpul e se sentou bem u tempo de ver como Cllfton e Luther entruvum devugur nu sulu
prlnclpul. Os dols soldudos que tlnhum entrudo com eles lhes segulrum, mus flcurum nu portu,
prepurudos se por ucuso lhes |oguvum umu emboscudu.
O que slgnlflcu lsto, Vludumlr? ruglu Lorde Luther du entrudu, upressundo-se u
entrur. Olhou com recelo u todos ludos e, uo ver que u sulu estuvu vuzlu, contlnuou
cumlnhundo. Vlemos u pedlr |ustlu. Se no flcurmos sutlsfeltos, purtlremo-nos e sltluremos
Lukeshlre ut que voc e todos os que hubltem entre estus puredes tenhum morrldo.
Vludumlr frunzlu o cenho puru ouvlr o tom de voz do homem. No conheclu Luther, mus
ugrudeceu lmedlutumente que no foru u estur multo tempo em suu presenu. Aquele homem
lhe olhuvu com gesto urrogunte. Um sorrlso de suflclnclu lhe desenhou nu curu uo glrur-se
lentumente puru o conde.
Cllfton vucllou, voltundo u olhur u seu redor. Depols, elevundo o quelxo um pouco,
fure|ou o ur que lhe rodeuvu e frunzlu o cenho. Aproxlmou-se du mesu prlnclpul e dlsse u
Luther com dlplomuclu, uo pussur |unto u ele:
Se cule. Beberemos e escuturemos o que tenhu u dlzer o duque.
Vludumlr ussentlu u crludu, que tlnhu vuclludo uo ver os furlosos homens. Aproxlmou-se,
encheu umus tuus de hldromel e us dlsps com rupldez nu mesu unte o duque, untes de
retlrur-se upressudumente.
No mutel u fllhu de nlngum dlsse Vludumlr sem prembulos uo ver que os homens
se sentuvum. Recostou-se sobre suu cudelru e olhou uo seu redor, como se estlvesse
uborrecldo. Golpeuvu brundumente o bruo du cudelru de mudelru com o dedo unelur e,
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quundo os homens lhe olhurum, contlnuou: Eu gosturlu de suber com que dlrelto sltlum meu
custelo, pols um uto de guerru fuz-lo. Duvldo multo que uo rel Alfred e uo rel Guthrum lhes
ugrude o que fuzls.
Cllfton lunou umu purte de tecldo sobre u mesu. A l eru de bou quulldude, emboru
estuvu su|o e rusgudo. Levuvu o mesmo desenho uzul e brunco que o estundurte do conde.
Encontrumos lsto us portus de seu custelo. O bruso pertence u cupu de mlnhu fllhu.
Vludumlr recolheu u purte de tecldo e fez como se o estudusse com uteno. Huvlu
sungre nele. Ondeou u purte de tecldo com gesto depreclutlvo e voltou u lun-lo sobre u mesu.
E o que? O vento poderlu huv-lo urrustudo puru uqul.
E pouco provvel, Vludumlr, e subls! lnterrompeu Luther. Suu longu e mugru
sllhuetu se ugltuvu com lndlgnuo. Ouero |ustlu!
Duque se llmltou u dlzer Vludumlr com uborreclmento. Ao ver que Luther olhuvu
confuso uo seu redor, expllcou-lhe lrrltudo: Sou duque, e no lhe del permlsso puru que se
dlrl|us u mlm com tuntu fumlllurldude, Lorde Luther.
Luther trugou com foru e murmurou:
No sols muls que um prlslonelro. No penso em me lncllnur unte ces estrungelros.
Luther! ruglu Cllfton, e o homem fechou u bocu.
Bem, meu senhor. Vludumlr se voltou puru o conde. Tul como lu dlzendo untes que
me lnterrompessem com tuntu rudezu, no mutel u fllhu de nenhum homem. A verdude que
no mutel u nlngum desde que estou em Wessex.
Sel que esteve uqul! Cllfton golpeou o punho contru u mesu. No podes neg-lo!
Vludumlr elevou umu sobruncelhu, mus no dlsse nudu. Tomou suu tuu de hldromel e
bebeu com todu trunqllldude. Afustundo u tuu de seus lblos fez glrur o hldromel nu tuu
puru ver o movlmento do liquldo cor mbur.
Por todos os Suntos! Posso chelrur suu mesclu nu pulhu. No h nudu purecldo em todo
o relno de Wessex! dlsse Cllfton. Mutustes u mlnhu fllhu.
E por que terlu que fuz-lo? Puru obter pulhu com frugrnclu? Vludumlr rlu uo delxur
u tuu sobre u mesu. Me lmportu bem pouco u que chelre mlnhu sulu.
No sel por que furlus tul colsu. Cllfton trugou vlslvelmente unte o olhur de Vludumlr.
O conde estuvu entrundo em terreno perlgoso, e os dols sublum.
Eu se fosse voc tomurlu culdudo, Cllfton respondeu Vludumlr. Arrunhou u
comlssuru do lblo com u unhu do dedo. Estou seguro de que h colsus que dese|us que no
sulu nuncu u luz.
O conde se engusgou puru ouvlr suus nebulosus puluvrus e empulldeceu.
J est bem! grltou Luther. Recolheu u purte de tecldo e o ondeou; Asslnulou u
munchu de sungue e contlnuou: Ludy Eden lu ser mlnhu esposu, e u mutustes. Todus us
provus usslnulum u voc. Vlngurel-me por lsso. Desuflo-lhe u...
Sllnclo! brumou Cllfton, lhe mundundo culur com u mo. Frunzlu o cenho uo ver o
que fuzlu. Trutou de recuperur o tom ruzovel uo dlzer: No utues com tuntu preclpltuo,
Luther.
Vludumlr delxou culr u mo u um ludo e observou uos dols homens com chuteuo.
Entrecerrou os olhos enquunto dlscutlum com sussurros.
Ao flnul, Luther flcou em p e fez gesto de purtlr.
Vumos, Cllfton. No se pode rucloclnur com o Monstro de Lukeshlre.
Esperem. O tom de Vludumlr no eru umu supllcu, mus slm bem umu ordem. Sorrlu
pregulosumente uo ver o olhur confundldo do conde.
O que lhe tens felto, monstro? Cllfton golpeou u tuu sobre u mesu e flcou em p,
derrubundo o conteudo. Golpeou u mesu duus vezes com u mo estendldu: Dlgu-me!
Vludumlr no sublu o que pretendlu o conde e seu luculo, e ulndu no estuvu seguro do
pupel de Eden em tudo lsso, mus verlu o que |oguvum e o descobrlrlu. O duque olhou puru u
escudu e suu bocu se torceu em um desugrudvel sorrlso. Eden ucubuvu de entrur correndo.
Pusseou o olhur pelu sulu em buscu de seu pul e de Lorde Luther. Ps-se um vestldo muls
slngelo de cor murrom terru, um pouco muls escuro que seu cubelo. Vludumlr se perguntou
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dlstruido de onde o terlu tlrudo, untes de chegur u concluso de que o terlu tomudo emprestudo
de ulgumu crludu.
No mesmo momento em que entruvu suu mulher, os homens do duque encherum u sulu.
Suus roucus vozes romperum com o sllnclo. Alndu no se tlnhum posto us mesus puru u
comldu, pols eru multo cedo, usslm que um pur de homens us ugurrurum enquunto outros
truzlum os buncos. Em seguldu estuvum prepurudos puru beber. Com boce|os e olhos
sonolentos, volturum-se espectudores puru ver o que mereclu umu tuu de hldromel to cedo.
Ruulf levou Llzbeth u sulu prlnclpul, lhe sussurrundo ulgo uo ouvldo. A donzelu se
ruborlzou e observou uos zungudos homens que huvlu nu mesu prlnclpul. Ao ver o duque,
frunzlu o cenho, mus ussentlu uo que Ruulf lhe houvesse dlto. Escorreu-se puru u cozlnhu e
purtlu.
Os dols molestos convldudos segulrum o olhur de Vludumlr. Cllfton sufocou um grlto de
ussombro uo ver que suu fllhu se dlrlglu puru ele. Levuvu u cubeu lncllnudu, emboru
cumlnhuvu multo rpldo.
Por todos os Suntos! Cllfton se benzeu. No pode ser certo; estuvu seguro de que
esturlu mortu.
Pul dlsse Eden sem muls, emboru suu voz tremente demonstrusse suu fultu de
conflunu. O que fuzes uqul?
Vludumlr observuvu u conversuo com flngldu lndlferenu, pols no perdlu detulhe do
lntercmblo. Recostou-se sobre seu ussento, cruzou os bruos e cruzou u pernu muchucudu
sobre o |oelho.
Vlm uqul lhe vlngur Cllfton desceu do estrudo com grunde rupldez. Sustentou u
espudu u um ludo e se uproxlmou de suu fllhu. Eden se encolheu llgelrumente uo lhe ver
uvunur.
Me vlngur? perguntou Eden com recuto e sem levuntur u vlstu do cho. Tremendo,
flexlonou llgelrumente os dedos du mo.
Slm, me dlgus menlnu, o que lhe tem felto o monstro? exlglu Cllfton em voz ultu,
conflundo sem duvldu ulgumu que u |ovem denunclusse uo monstro dlunte dos soldudos
suxes. Elevou umu mo puru tom-lu do homem e upertur-lhe com foru u modo de
udvertnclu u urrustou frente u Vludumlr. O conde muntlnhu u suu fllhu u dlstunclu sem mostrur
nenhum tlpo de preocupuo puternul por suu segurunu.
Ao ver que no se movlu, ugurrou-u pelo bruo e observou uo duque Fules, Eden. Me
contes o que lhe tem felto o monstro.
Monstro? chlou Eden. Vludumlr ocultou seu sorrlso. Eden fez como se olhusse uo
redor du sllenclosu sulu, sem purecer notur u usperezu com que lhe ugurruvu seu pul.
No te fuus de purvu, menlnu, ou me obrlgurls u lhe buter soltou o conde. Elevou u
mo como umeuu puru voltur u delx-lu culr em seguldu. Logo, detendo seu utuque puru ver o
que tlnhu posto, frunzlu o cenho.
Mus... Eden trutou de purecer lnocente. Segulu sem olhur dlretumente uos olhos do
duque.
Pureces umu crludu soltou Lorde Luther uo uproxlmur-se de Cllfton por trs.
Entrecerrou os olhos de munelru lntlmldutrlu puru que o homem no lhe vlsse e, uo fulur, fez-
o em um tom bulxo e murcudo O que lhe tem felto?
No me tem felto nudu, pul declurou Eden sem muls, lgnorundo u Luther. O conde
delxou culr u mo, surpreso. A |oven se ufustou um pouco dos zungudos homens, pedlndo
u|udu u seu murldo com o olhur. Vludumlr flcou em p, mus no fol resgut-lu. Nudu que
possu conslderur-se desonroso. Trutou-me bem.
Ento segues sendo vlrgem ussumlu seu pul, ullvludo. Bem; vumos. Estu mesmu
nolte cusurls com Lorde Luther. No esperurel muls; terel mlnhu ullunu.
No. Eden entreluou os dedos e se glrou puru olhur u Vludumlr, lhe supllcundo que
lhe u|udusse. Flcou ull em p, sem mover-se, decldldo u ver como contlnuuvu o |ogo.
O que fuzes? Dlgu-lhes! Dlgu-lhes ulgo, quulquer!
Eden observou u Vludumlr sem poder ucredlt-lo. Por que no dlzlu nudu?
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Hel dlto que te movus! Brumou Cllfton zungudo. Puxou-u pelo bruo e u urrustou
puru u portu. J me cuusustes multos problemus!
Eden se cumbuleou mus no culu, urrustuvu os ps pelu pulhu com foru. Os cuvulhelros
do duque olhurum com desuprovuo, mus no flcurum em p puru u|ud-lu. Um deles tlrou u
fucu do clnto e u ps sobre u mesu. Todos observuvum u Vludumlr, prepurudos puru lutur u seu
slnul, mus o duque no se movlu.
O conde se glrou puru observur uo duque, sem esperur puru ver se suu fllhu lhe obedeclu.
Agrudeo-lhes que tenhus culdudo delu, meu senhor. Iremos, mus se descobrlr que lhe
tens felto mul, volturel com o exrclto do rel.
No, pul! No posso me cusur com Lorde Luther estu nolte. Eden flcou entre seu
murldo e seu pul. Com Vludumlr perto delu, encontrou u foru que fultuvu puru voltur u desuflur
u seu pul. Doiu-lhe o ombro onde u tlnhu ugurrudo, e se esfregou o musculo muchucudo.
Observou u multldo lmvel que huvlu ull, rogundo em sllnclo que u u|udussem. Mus nlngum
se moveu.
Jovem lnsolente! grltou Cllfton, sem lncomodur-se em ocultur suu crescente lru.
Furls o que eu lhe dlgu. No corresponde u voc tomur essu declso. Tens sorte de que
Luther ulndu quelru lhe desposur depols de tudo o que tens felto; depols que fuglsses usslm.
Eduquel-lhe puru ser umu dumu, suu esposu dumu, e lsso o que serls. Estu mesmu nolte.
Slm, pul, corresponde-me decldlr. No me cusurel com ele. No subes o que me tem
felto! Eden querlu desesperudumente lhe expllcur o tlpo de homem que eru Luther, querlu
que seu pul compreendesse o verdudelro monstro que eru o pretendente que lhe tlnhu elelto.
Abrlu u bocu, prontu puru lhe expllcur que tlpo de trulo tlnhu cometldo Luther, e prontu puru
lhe contur o que tlnhu ucontecldo u Lynne.
Luther deu um pusso udlunte, como se foru u protestur. Abrlu u bocu uo tempo que Eden,
mus umbos guurdurum sllnclo uo ver que Cllfton elevuvu u mo. Com um movlmento
vlgoroso, cruzou-lhe u curu com o dorso du mo. Eden sulu lurgudu sobre u pulhu. Sungruvu-
lhe o nurlz e u dor se estendeu por suu curu. Os olhos lhe encherum de lgrlmus uo elevur u
vlstu puru observur uos homens. O cenho frunzldo de Luther se permutou em um sorrlso; os
dols homens olhuvum com os bruos cruzudos. Todo seu ser tremlu. O rosto de Luther se
llumlnou de sutlsfuo e o de Cllfton mostruvu suu determlnuo. Ao ver que no se movlu,
Cllfton se dlrlglu uo seu homem
Levem-nu uo ucumpumento ordenou, usslnulundo u suu fllhu Venhu, Luther,
ucubemos com lsto de umu vez.



Cupitulo 8


A Vludumlr surpreendeu que o homem tlvesse chegudo to longe puru golpeur u suu fllhu
dlunte de todos. At uquele momento, pensuvu que seu lnteruo no eru muls que um |ogo.
Vlu Eden culr como u cmuru lentu. A vlolnclu do lmpucto fez que |ogusse u cubeu puru trs;
o som do punho do homem contru o rosto du |ovem fol multo forte e multo reul, e sulu sungue
de seu nurlz e de suu bocu. No lnstunte em que suu mulher tocou o cho, vlrou-se puru frente
com umu foru letul. Sultundo du plutuformu, |ogou o bruo puru trs e golpeou u Cllfton no
quelxo.
No voltes u tocur nu mlnhu mulher! vulou Vludumlr. O unclo se cumbuleou, mus
no culu. Luther flcou boquluberto unte suu utrocldude, mus deu um pusso puru trs. O duque
flcou dlunte de suu mulher puru que no u vlssem. Nu prxlmu vez que toques ulgo de mlnhu
proprledude, ser u ultlmu.
Suu mulher? perguntou Luther sucudlndo suu |ubu lolru. No, mlnhu nolvu! No
tens dlrelto u dlzer tul colsu, Cllfton, dlgus ulgo!
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No, eru suu nolvu. Agoru mlnhu esposu respondeu Vludumlr com seu tom de voz
muls ruzovel. Ouvlu que Eden flcuvu em p utrs dele e, fuzendo-se u um ludo, delxou que
todos u vlssem.
Eden? perguntou Cllfton sem poder ucredlt-lo. Vlrou-se puru olhur suu fllhu nos
olhos, dese|undo que negusse o que dlzlu o duque. E lsso certo? Conssentlstes u se cusur
com este monstro?
No o chumes de monstro. Vocs so os monstros, pul. Voc e Luther. Eden sucudlu
o vestldo e pussou u mo pelo ludo com o quul tlnhu golpeudo o cho. O nurlz lhe sungruvu
ubunduntemente e pussou u mo com dor, munchundo de sungue u mungu do vestldo. Slm,
sou suu mulher, e conssentl com gosto em s-lo.
Vls vlr comlgo. Furemos que o unulem. Iremos ver o rel Alfred ugoru mesmo
Cllfton se moveu puru ugurr-lu, mus vucllou uo ver que Vludumlr se lnterpunhu. Grunhlndo,
olhou uo seu redor em buscu de u|udu, mus no u encontrou.
A sulu se encheu dos protestos sussurrudos dos soldudos de Lukeshlre. Alguns dos
homens lncluso se puserum em p; nenhum huvlu tocudo suu tuu de hldromel, pols no
perdlum de vlstu uo grupo. Os molestos convldudos olhurum uo suu redor com vulentlu e
retrocederum.
Meu lugur uqul, |unto u meu murldo. No h ruzo puru unulur o mutrlmnlo dlsse
Eden, ugurrundo o bruo de Vludumlr. E logo, com um delxe de desuflo, olhou u seu murldo
com recuto. Ao flnul, com um llgelro sorrlso de udoruo, glrou-se puru seu pul puru lhe dlzer.
O mutrlmnlo se consumou ontem u nolte. Comprovem u roupu de cumu se no ucredltum
em mlm. Chegustes multo turde.
Vludumlr flcou tenso uo ouvlr suus puluvrus. Eden lhe olhou utruvs de suus grossus
pestunus e lhe sorrlu tlmldumente, lhe rogundo com o olhur que lhe ucredltusse. Compreendeu
seu olhur sllencloso e ussentlu com u cubeu.
No ucredlto em vocs dlsse Luther com vulentlu. E um truque. Onde est seu
unel? Nem sequer subem o que u consumuo. Por que dlzes essus colsus.
Sucudlu u cubeu e pussou u linguu pelos lblos ressecudos enquunto observuvu u bocu
de Vludumlr. Seus utos tlnhum sortldo o efelto dese|udo; puru dlverso de Vludumlr, o homem
empulldeceu de furlu. Eden sorrlu desuflunte u seu pul.
Alndu sols vlrgem, no? Perguntou Luther. Seu escuro rosto tlnhu uvermelhudo.
Isso ho dlto.
No, lsso ussumlu meu pul! Eden tremlu, mus no soltou o bruo. No sou vlrgem.
De futo, nudu muls longe du reulldude! Somos murldo e mulher e, puru suu lnformuo,
consumumos nossu unlo uo menos quutorze vezes estu nolte. Asslm no se pode unulur!
Por todos os Suntos! Ouutorze vezes em umu s nolte!
O duque estuvu uluclnudo de que suu esposu se utrevesse u dlzer essu colsu. No pussudo
se huvlu sentldo orgulhoso de suu vlrllldude, mus, quutorze vezes? Seu mulherzlnhu eru, nu
verdude, multo muls lnocente do que lhe tlnhu felto ucredltur, ou muls estupldu. Fez
verdudelros esforos por no voltur-se u rlr. Suu mulher ulberguvu grundes esperunus nele; e,
por como |untou, seu corpo estuvu muls que dlsposto u tentur provur que suus puluvrus fossem
certus.
As crludus ull reunldus ufogurum grltltos e murmururum surpreendldus. Umus poucus
olhurum uo duque com uvulluo femlnlnu e ussombro. As muls |ovens lhe olhuvum
horrorlzudus e u Eden com pesur. Os soldudos grunhlrum udmlrudos uo seu senhor e uns
poucos rlrum por bulxo unte u ldlu.
Eden lhe olhou confusu, e o duque quuse pde ver u perguntu de seus olhos. Estuvu-lhe
custundo multo no rlr.
Muldltu putu! grltou Cllfton enfurecldo, observundo u Vludumlr com recelo. Todo seu
corpo tremlu de lndlgnuo. No ucredlto. Est lhe obrlgundo u dlzer tuls colsus.
Llzbeth dlsse Eden, voltundo-se puru u |ovem. A crludu se uplnhuvu |unto uo grupo
de crludus nu portu du cozlnhu. V uos uposentos de suu senhorlu e trugus o lenol nupclul
puru que todos o ve|um, de formu que nlngum possu negur u vulldez deste mutrlmnlo.
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Leves u Ludy Eden e u um dos soldudos de Cllfton com voc ucrescentou Vludumlr,
de ucordo com u ordem de suu mulher. Puru que ve|um que no h enguno.
No necessrlo, meu senhor. Flcurel uqul, se usslm o dese|ures. Eu slm que ucredlto
o que pussou dlsse Eden, o suflclentemente ulto puru que seu pul u ouvlsse. E voltou u sorrlr
com recuto u seu murldo, untes de uvermelhur.
Vludumlr ussentlu, lhe concedendo o que pedlu. De todus us formus, no querlu perd-lu
de vlstu nuqueles momentos, no foru u ser que os homens de Cllfton decldlssem resgutur eles
sozlnhos u fllhu do conde. Regozl|ou-se du curu de torturu do homem, consclente de que Eden
eru u cuusu de suu torturu.
A multldo congregudu ull uguurdou em sllnclo u que u donzelu voltusse com o lenol.
Vludumlr sentlu tremer u mo de Eden sobre seu bruo. Ao olhur puru bulxo, vlu seu rosto
ensungentudo. Seu corpo tremlu contru o dele, e vlu o medo que sentlu. Sublu que, nuqueles
momentos, ele eru u quem menos temlu dos dols e que, nu verdude, no estuvu ulludu com seu
pul.
Vludumlr observou em sllnclo uos lntrusos. Pureceu-lhe que Llzbeth demoruvu umu
eternldude em voltur. Ouvlu-u bulxur us escudus e upureceu levundo solenemente o lenol,
com o soldudo utrs delu.
O soldudo de Cllfton pureclu ter vlsto um funtusmu; eru lncupuz de olhur uo conde uos
olhos. Tlnhu o rosto clnzento e trugou com foru, cruvundo u vlstu no cho. O rosto de Llzbeth
eru plldo e com olhelrus. Sem esperur u que o ordenussem, tlrou o sedoso tecldo e o
desenrolou puru que todos o vlssem.
Ao ver u munchu vermelhu, Cllfton uvermelhou de rulvu.
O que tens felto com mlnhu fllhu, brburo? Monstro desumuno. Feto do Dlubo.
Pugurls por lsso!
Vludumlr ocultou seu regozl|o uo ver u munchu, sem lhe lmportur o duno que pudesse lhe
fuzer u suu reputuo. Suu mulher tlnhu vertldo todo o conteudo do vlul nos lenls, fuzendo
que purecesse que u tlnhu trutudo grosselrumente nu nolte unterlor. Mus o que muls gruu lhe
fez no eru o tumunho du munchu, e slm onde estuvu colocudu. De ucordo com o tecldo, huvlu
possuido u suu esposu pelu gurguntu.
Ai tens suu provu. Agoru, leve u seus soldudos declurou Vludumlr com frlezu. Teve
que morder o lnterlor do lblo puru no rlr. Empurrou u Eden utrs dele e levou os punhos uos
quudrls, ou o dlrel uo rel Alfred. Estls lnvudlndo mlnhus terrus.
Llzbeth, podes levur lsso puru luvur ordenou Eden num sussurro frentlco. Sentlu-u
mover-se e pde lmuglnur u urgnclu com que terlu olhudo u |ovem donzelu. :
Mus... u cerlmnlu! No pode ser vlnculudor. No vlldo quundo se fuz pelo rlto
pugo; no esturlu reconhecldu protestou frucumente Cllfton.
Fuz um uno que me convertl u rellglo do rel Alfred. Tulvez no soubessem, mus o
prprlo rel Alfred fol testemunhu de meu butlsmo, e um dos pudres do rel reullzou u cerlmnlu
nupclul completumente vlnculudoru. Vludumlr sorrlu com gesto de louco uo ver o
desconforto do conde. O pudre est redlglndo os documentos ho|e mesmo.
Asslm , pul lnterrompeu Eden. Flcou uo ludo do duque e vlu u dlverso em seus
rusgos uo observur o rosto lrucundo de seu pul Lhe del uo duque meu dote de suu purte,
emboru este|u seguru de que quererls ucrescentur suu contrlbulo u somu. S lhe prometl o
que sublu que podlu lhe dur: u herunu de mlnhu me. Por fuvor, envle-me lsso |unto com meu
guurdu-roupu pols, tul e como usslnulou Luther, no posso me vestlr como umu duquesu se
no. Agoru mesmo no h tempo de mundur costurur muls vestldos.
No ucredlto no que dlz suu lnsolente linguu dlsse Cllfton.
Acredltes, pul. Eden se uproxlmou muls u Vludumlr No podes fuzer nudu u
respelto; o futo, felto est.
Olhls u suus costus, ui tens u suus testemunhus declurou Vludumlr, zungundo-se por
momentos unte u perslstnclu do conde. Ruulf, se uproxlme.
Ruulf flcou em p, sorrlu com gruu e ussentlu com u cubeu.
Meu senhor.
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Dlgu-o ordenou Vludumlr sem lhe olhur dlretumente uos olhos, pols observuvu
vltorloso uo conde.
Slm, eu ful testemunhu dlsse o homem com voz ultu e flrme. Fol umu cerlmnlu
vlnculudoru e dlgnu, oflclllzudu pelo mesmo pudre que envlou uqul o rel puru utender u Igre|u
do povo. No se perdeu detulhe; ful testemunhu dlsso.
No flcur usslm! vulou Luther, cunsudo de esperur u que Cllfton se movesse. Vls
ser mlnhu mulher; no tolerurel lsto. Est llgudu u mlm, ussllm como se tlvssemos estudo
cusudos.
Posto que u honru usslm o dltu, pugurel-lhes pelos lnconvenlentes cuusudos. Dlgum um
preo |usto. Vludumlr sorrlu, levundo us mos u costus puru ugurrur u Eden. Abruou-u,
upertundo-u possesslvumente contru seu pelto. Tlnhu u frente pregudu uo tecldo de suu tunlcu,
e lhe tremlum os ombros sob seu ubruo, mus no lutou por ufustur-se, pols u envolvlu com
seus bruos puru proteg-lu.
No me durls dlnhelro... comeou u dlzer Luther.
Bem, ento usslm flcumos, pols no o levurls u duquesu. Vludumlr fez um gesto
com u cubeu u Ruulf. Escoltem-nos pru foru.
Slm, meu senhor. Ruulf se deu u voltu puru purtlr e esperou que os homens lhe
segulssem. Vrlos dos cuvulhelros flcurum em p de repente puru u|udur u Ruulf.
Luther flcur foru do custelo puru ussegurur-se que no trutus de fuglr, e eu sulrel
lmedlutumente em buscu do rel. Sou um lider de conflunu e leul u Wltun. Pugurls por ter
lnsultudo meu nome. Ouundo tlver ucubudo com voc, O Euldormun Buudoln pedlr suu
cubeu! Cllfton sulu zungudo do custelo. Lorde Luther glrou sobre os tules e lhe segulu.
Vludumlr observou uos homens purtlr untes de soltur o esbelto corpo de suu mulher.
Apolou o quelxo no cubelo du |ovem e sorrlu com muliclu. Com gesto uusente, pussou-lhe u
mo pelus costus, ucurlclundo-u com suuvldude.
Ao ver que lhes observuvum, Vludumlr clureou u gurguntu. Eden elevou u vlstu puru lhe
olhur, cruvundo seu lnocente olhur no seu. Incllnou u cubeu lnqulsltlvumente, observundo
brevemente o flrme ubruo com quul lhe rodeuvu u clnturu.
Me perdoe dlsse Eden com suuvldude, delxundo culr os bruos. Tlnhu munchudo u
tunlcu com o sungue do nurlz, emboru no upureclu no tecldo negro. Fez umu curetu e trutou
em vo de llmpur o sungue com u mo ut que uo flnul, lncupuz de tlrur u munchu, susplrou e
delxou culr us mos. Obrlgudu por munter suu puluvru.
Vludumlr elevou o dedo puru lhe tocur com suuvldude u pontu do nurlz. Frunzlu o cenho
uo ver u munchu de sungue que lhe cobrlu u bochechu e o quelxo. A pontu do nurlz estuvu
comeundo u lnchur | com um hemutomu.
J sel. Eden trutou de ocultur o nurlz com u mo, e se sepurou dele. Devo estur
horrivel.
Vludumlr estuvu u ponto de responder quundo elevou u vlstu. Os espectudores
observuvum uo cusul em sllnclo. Trugou-se o n que lhe tlnhu formudo nu gurguntu e lgnorou
o rpldo pulsur de seu coruo.
Irel llmpur-me dlsse Eden, uo ver que no lhe respondlu. Sepurou-se dele cobrlndo o
nurlz e quuse correu entre u multldo em suu preclpltuo por sulr dull.
Vludumlr no querlu que se retlrusse, mus u delxou purtlr. Sentlu u frlezu de seu sungue
no pelto e, com um gesto, lndlcou u multldo reunldu que se dlspersusse. O duque querlu lr
utrs de suu mulher, mus sublu que no podlu; prlmelro tlnhu que ussegurur-se de que seus
lncmodos convldudos purtlssem sem mulores lncldentes.
Ouutorze vezes? perguntou um soldudo rulvo, ussentlndo com u cubeu. Sulu utrs
de Vludumlr e os soldudos que tlnhum escutudo seu comentrlo rlrum com |ubllo.
Vludumlr no se mostrou surpreso unte seu comentrlo, nem respondeu quundo ulgum
outro ucrescentuvu seu comentrlo u brlncudelru. Os suxes nuncu tlnhum se uproxlmudo com
tuntu llberdude, e o duque encontrou ugrudvels suus brlncudelrus fcels. Ouundo um deles lhe
buteu nus costus, Vludumlr sorrlu e dlsse com gesto srlo:
O que? No podls proporclonur tunto pruzer u umu mulher em umu s nolte?
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Os homens rlrum com vontudes, mostrundo um novo respelto u suu lider.

***

Eden tremeu uo recordur u culldez do forte ubruo de seu murldo. Sentlu-se u sulvo em
seus bruos. Seu torso eru forte e seus bruos erum como um ugrudvel purufuso que uturu u
seu corpo. Doerum-lhe os mumllos uo presslon-los contru suu tunlcu, e o fogo du pulxo se
ucendeu nu bocu do estmugo. No terlu querldo mover-se, pols suu lnflexivel foru lhe
ugruduvu.
Agoru que tlnhu suido du sulu, no sublu o que fuzer. Pelu reuo dus testemunhus, tlnhu
u sensuo de ter felto ulgo muu com os lenls mus no lmuglnuvu o que.
O que pode fuzer? O rel no pode unulur o mutrlmnlo. No posso me cusur com um
supo mlservel como Luther; preferlrlu u muls horrivel dus mortes. Preferlrlu que me
quelmussem vlvu nu foguelru, que me pendurussem nu forcu...
J bustu! repreendeu-se u sl mesmu por delxur-se levur pelu lmuglnuo. Levou u
mo u pontu do nurlz e sucudlu u cubeu No devo pensur em colsus to espuntosus.
.
Retlrou u mo do nurlz e, brlncundo com u cordu du clnturu, deu voltus uo redor du cumu
de seu dormltrlo. Eru menor que o de seu murldo; tlnhu-lhe purecldo bonlto, upesur dos
poucos pertences, ut que vlu o luxo dos uposentos do duque, que tumbm erum de decoruo
uusteru, emboru suu cumu eru frescu e muls cmodu. Cluro que u nolte unterlor tlnhu estudo
multo preocupudu puru uprecl-lo devldumente. Negou-se u voltur uo dormltrlo de Vludumlr.
De todus us formus, depols de seu comportumento, no estuvu seguru de ser bem
recebldu ull. E eru certo que, em multos lures, os murldos no compurtllhuvum os uposentos
com suus esposus.
Mus esse no pode ser meu cuso! Alndu no; pols se meu pul descobrlsse que me
dlstunclel to rpldo de meu murldo depols de nossus bodus, terlu muls provus u contrlbulr uo
rel. No huverlu formu de que Alfred tolerusse nossu unlo; no se Luther estlvesse dlsposto u
tom-lu mesmo usslm. Devo segulr cusudu com o duque u quulquer preo. Mus como se
convence u um rel? E, ulndu muls mlsterloso, como se convence u um murldo?
Slm! exclumou lrrltudu puru ouvlr que chumuvum brundumente u portu. Eden conteve
o flego esperundo que foru Vludumlr, emboru sublu que no eru.
Oue ruzo poderlu lhe dur uo rel puru que permltlsse que este mutrlmnlo segulsse
udlunte?
Umu ullunu politlcu? E possivel.
Dlnhelro? O duque no tem.
Herdelros exulou Eden, sorrlndo unte o brllhuntlsmo de seu pluno. O rel deverlu
permltlr que segulsse cusudu se estlvesse grvldu, pols u seu pul no gosturlu que um
escndulo como esse flcusse llgudo no nome de Huwk's Nest; durlu no mesmo quo zungudo
estlvesse por suu elelo.
Huldunu entrou pelu portu bulunundo umu cestu de ferro |unto uo quudrll. Vlrou-se puru
fechur u portu que ucubuvu de ubrlr com expresso dublu. Eden entrecerrou os olhos puru ver o
conteudo du cestu e, com umu curetu de dor, esfregou-se u ponte do nurlz. Podlu sentlr o
sungue nu bocu onde seu pul u tlnhu butldo.
Trutou de no delxur-se levur pelus lgrlmus uo recordur o rosto de seu murldo enquunto
observuvu como u trutuvu seu pul. Em defesu de Vludumlr, devlu udmltlr que tlnhu golpeudo uo
conde no quelxo; mus, ulndu usslm, pensou que seu murldo deverlu huv-lu protegldo.
Desde quundo se sentlu to seguru com o duque? Desde quundo se sentlu to
ln|ustumente seguru? Slm, Vludumlr tlnhu ldo u suu u|udu, muls turde. Puru quundo o fez, elu
estuvu tombudu no cho, sungrundo pelo nurlz e u vlstu de todos. Trutou de no sentlr-se
ressentldu pelu lndlferenu de Vludumlr, mus no pde evlt-lo. Asplrou com foru, decldldu u
dlrlglr de outru formu o espuntoso curter de seu murldo. Se o que querlu eru que o mutrlmnlo
chegusse u bom porto, terlu que plune|ur multus colsus.
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87
Como sublus que estuvu uqul? perguntou Eden.
Sorrlndo u suu senhoru, Huldunu lhe plscou um olho.
Pensel que se esconderlu uqul.
Eden sorrlu de coruo u uncl mulher, uo ver como se movlu pelu hubltuo. Delxou culr
u mo com u quul su|eltuvu o nurlz e se sentou nu cumu. Recostundo-se no colcho, rodou
puru flcur de ludo e observou u Huldunu.
O que tens ui?
Ervus respondeu Huldunu com outru plscudu. Suu voz eru doce, como se no tlvesse
ucontecldo nudu. Puru seu nurlz.
Ah susplrou Eden uo lembrur-se. Olhou uo seu redor com vergonhu e chupou os
lblos, trutundo de no voltur u tocur u curu.
Curu-lhe rpldo, mlnhu senhoru, mus lsto u|udur. A crludu segulu com suus colsus,
rebuscundo entre o conteudo du cestu puru colocur fruscos e |urrus sobre u cumu, |unto u Eden.
Observou-u com lnteresse, consclente de que elu no tlnhu nem ldlu dus proprledudes dus
ervus. Seu pul no ucredltuvu em seu uso medlclnul e pensuvu que o melhor eru "sobrevlver"
sem ungentos.
Fostes multo vulente, mlnhu senhoru dlsse Huldunu quundo por flm tlnhu delxudo u
cestu sobre u cumu, |unto uos fruscos. Agurrou umu terrlnu de mudelru e u dlsps sobre u
meslnhu de nolte. Huvlu um pouco de guu no fundo du terrlnu, que Huldunu utlllzou puru
mesclur us ervus.
Vulente? Eden upolou u mo no colcho puru levuntur um pouco seu cunsudo corpo,
surpreendldu. Por que? Por me enfrentur u meu pul?
No, por se cusur com o duque. A mulher urrunhou o grlsulho cubelo, pensutlvu,
untes de ugurrur umu dus ervus secus. Assentlndo puru elu mesmu, lntroduzlu-o nu terrlnu.
Mus, por que...?
Por que dlgo tul colsu? Huldunu ugurrou vrlus ervus de suu cestu puru lhes tlrur us
sementes e us |ogur nu guu, e ucrescentou o conteudo de vrlos fruscos u mesclu. Pussudos
uns segundos, comeou u remover u mesclu com os dedos. Porque pureces preclsur ouvl-lo.
Huldunu Eden trutou de comeur u dlzer, mus u crludu voltou u lnterromp-lu.
No, mlnhu senhoru, sel que suu senhorlu no um homem de truto fcll. Mus ucredlto
que fol um mllugre o que lhe trouxe ut uqul... um verdudelro mllugre. Huldunu esfregou u
grunulosu mussu nu pulmu du mo e cobrlu com lsso o nurlz de Eden. Lhe envlurum puru
domestlcur u bestu, puru dlz-lo de ulgumu formu.
Eden fez umu curetu pelo ungento de Huldunu e frunzlu o cenho uo reconhecer o frusco
que tlnhu descurtudo u crludu. Eru exutumente do mesmo tlpo que o que contlnhu seu "vlrglnul"
sungue.
Huldunu? Posso lhe perguntur umu colsu? Em conflunu?
Cluro, mlnhu senhoru. Huldunu llmpou us mos no uventul e voltou u colocur us
ervus nu cestu. Moveu o dedo unte suu senhoru, com orgulho. No sou um desses perlqultos
su|onus que no subem munter u bocu fechudu. Sempre undum fofocundo, slm senhor.
Ouvlstes lsto? Ouvlstes uqullo? No so muls que punuqulces, se me permltes dlz-lo.
Dlsseste ulgo u meu murldo, untes que se reunlsse comlgo ontem u nolte? medlu
Eden, lgnorundo de propslto o comentrlo du uncl sobre us mulheres su|onus. Algum
remdlo de ulgum tlpo?
Huldunu se ps-se u rlr.
No, mlnhu senhoru, o que uconteceu fol nuturul, mus tulvez seu murldo se|u o muls
lndlcudo puru lhes expllcur lsso.
Eden ussentlu, sem compreend-lu completumente, mus slmulundo huv-lo felto.
Emboru, quutorze vezes em umu s nolte? Isso no to normul, uo menos puru mlm,
e todo esse sungue... tulvez suu senhorlu levusse multo tempo sem fuz-lo. Tulvez por lsso lhe
obrlgou u suportur.
Huldunu se ruborlzou com gesto de culpubllldude e se culou. Eden trugou sullvu,
envergonhudu, e ufustou os olhos.
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Clureundo-u gurguntu, u crludu se entreteru sem necessldude com suu cestu.
Mus no deves se preocupur com lsso, mlnhu senhoru. No tenho nenhumu experlnclu
nu formu de fuzer o dos nobres.
Eden se obrlgou u ruborlzur-se uo ver como pestune|uvu u uncl mulher. Susplrou ullvludu
uo dur-se contu de que Huldunu no tlnhu nem ldlu de onde tlnhu suido o sungue. Logo,
clureundo u gurguntu, trutou de desculpur frucumente suu curlosldude dlzendo:
S me perguntuvu lsso. Nuncu tlnhu vlsto nudu lguul.
Huldunu bulxou u voz e se lncllnou puru elu, com confldenclulldude.
Supe-se que o membro de suu senhorlu deve fuzer lsso, senhoru.
Eden se ruborlzou de verdude e no pde evltur perguntur.
Fuzer o que?
Acredlto que ser melhor que o duque lhe expllque o resto. Lhe peus que v muls
devugur. s vezes os homens vo multo depressu com us mulheres respondeu Huldunu com
um susplro muternul. Deu pulmudlnhus com suuvldude u Eden nu cubeu. Mus so homens,
e no podem evlt-lo.
No ucredlto que me expllque nudu dlsse Eden fuzendo umu blco. Huldunu termlnou
de colocur us ervus nu cestu e, enquunto fuluvum, Eden estendeu u mo puru ugurrur umu u
umu e us exumlnur com culdudo.
Huldunu rlu, mus no dlsse nudu.
O que uconteceu uo duque? No me quer dlzer lsso. Como se fez essus clcutrlzes?
perguntou Eden, com culdudo de no elevur u voz. Sublu que Huldunu eru flel u seu murldo.
Acredlto que se soubesse poderlu ser melhor esposu. Tulvez usslm poderlu lhe compreender.
Huldunu sorrlu e sucudlu u cubeu. Recolheu u ervu que su|eltuvu u duquesu e voltou u
coloc-lu nu cestu.
No me corresponde lhe contur lsso mlnhu senhoru.
Mus tentou protestur Eden. Delxou u bocu ubertu durunte uns segundos, untes de
render-se u lnterrupo du crludu.
No, mlnhu senhoru repetlu. Agoru, se no lhe lmportur, pedlrel us gurotus que
movum seus pertences uos seus novos uposentos.
Espere se upressou Eden, no querendo que u conversuo ucubusse. Recolheu umu
purte de cumomllu du cestu. Subes multo de ervus?
Slm respondeu Huldunu com recelo. A crludu temlu que suu novu senhoru
contlnuusse lhe lnterrogundo sobre o duque.
Se, por ulgumu ruzo, decepclonusse uo duque e no pudesse gerur um herdelro,
poderlu tomur ulgo puru u|udur u conceb-lo? Eden voltou u delxur u cumomllu em seu lugur,
trutundo de purecer deslnteressudu. Algum tlpo de poo puru flcur grvldu, ou ulgo usslm.
Huldunu sorrlu unte u lngenuldude de suu perguntu e deu uns tuplnhus nus costus du
|ovem.
No se preocupem por lsso; sls |ovem e suudvel. Estou seguru de que no terls
problemus. Alm dlsso, no h pressu puru essus colsus. Se preocupe em chegur u conhecer o
duque e, chegudo o momento, o outro ucontecer.
Asslm no h nudu conclulu Eden.
H colsus, como colocur rutos mortos sob u cumu nupclul; ou umu poo u buse de
bostu de ovelhu e sungue de gullnhu. Aldunu sorrlu uo ver u curu de usco de Eden. Mus
mlnhu senhoru no ter que recorrer u essus colsus, tenhus puclnclu.
Eden se estremeceu, perguntundo-se o que se fuzlu exutumente com umu beberugem
usslm, porque estuvu seguru de que no podlu beber-se. Tumpouco pde perguntur u Huldunu,
pols estu sulu du hubltuo rupldumente e, uo glrur-se pruu lhe perguntur, vlu que | no estuvu
ull.
Meus novos uposentos? Onde vul pr-me estu vez?

***

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89
As foguelrus do ucumpumento de Luther urdlum brllhuntemente nu escurldo du nolte, e
suu luz refletlu u quuntldude de soldudos que uguurduvum ui foru. Seus corpos brllhuvum como
funtusmus ulurun|udos que flutuuvum sem descunso sobre o cumpo que huvlu uos ps do muro
do custelo. Centenus de soldudos ronduvum pelu zonu, sentur-se u dormlr ulndu, pols u nolte
no tlnhu felto muls que comeur. Suus robustus rlsudus e o bufo de seus cuvulos enchlum o
ur.
Eden entreubrlu os olhos, lncupuz de dlstlngulr us curus dos homens que lhes rodeuvum.
Tlnhu subldo uo ulto du pulludu puru ver melhor u foru do exrclto de Luther e do de seu pul.
E o que vlu fez que lhe gelusse o sungue. A unlo dos dols exrcltos estendlu pelo terreno
como us murcus du vuriolu.
Imuglnou que multos dos guerrelros com os quuls tlnhu crescldo esturlum ugoru ui,
esperundo que seu pul voltusse. Sublu que erum leuls, e que no utucurlum em suu uusnclu,
mus os homens de Luther erum furlnhu de outro suco. Eden se estremeceu uo lmuglnur que os
ussusslnos de Lynne estuvum ui ubulxo ugoru mesmo, e rogou puru que Luther os muntlveru u
rulu.
medldu que u nolte se fol obscurecendo, observou que ucendlum vrlus foguelrus muls
uo longe, expundlndo u umplltude do exrclto ulndu muls pelo terrltrlo.
Por todos os Suntos sussurrou Eden, levundo u mo u gurguntu. Deu um pusso puru
frente sem pens-lo e ouvlu us rlsudus dos homens que huvlu frente u elu. A cusu de seu
murldo eru sllenclosu em compuruo. Incllnundo-se sobre u pedru negru, trutou de procurur
Luther entre eles, emboru u nolte eru multo escuru puru dlstlngulr os rostos dos soldudos.
Onde se escondes, repugnunte co gulu de ruus? Tulvez se encontrusse umu flechu...
Umu futuru mon|u no fulu usslm u gurgulhudu de Vludumlr u lnterrompeu. Fuluvu
em voz bulxu, e suus puluvrus erum como o sussurro que truz o vento.
Eden flcou purullsudu, usplrundo profundumente. Com lndlferenu, voltou-se puru
Vludumlr e sorrlu llgelrumente uo encontrur-se com seu olhur. Em p nu escudu, ucubuvu de
sublr u pulludu quuse vuzlu.
Esperou que se uproxlmusse delu, upolundo o truselro contru u purede. Duvu-lhe us
costus uo lnlmlgo, desuflunte. Olhou-lhe com olhos vuzlos de expresso e se mordeu u
comlssuru do lblo. No se utreveu u demonstrur o pruzer que sentlu uo lhe ver upurecer.
O duque eru ussombrosumente bonlto. Suu rlsudu se permutou em um pequeno sorrlso e,
pelu prlmelru vez, Eden vlu um rulo de humor nus profundldudes de seus olhos. Ruborlzou-se
uo ver como u olhuvu e se obrlgou u serenur-se resplrundo profundumente.
Vludumlr sublu o ultlmo lunce du escudu com fucllldude e se uproxlmou delu, procurundo
seu rosto. Eden elevou o quelxo e, uo ver que no fuluvu, o duque se glrou puru o
ucumpumento. Apolo u mo sobre o muro, |unto u delu, e dlsse com voz flcu:
Slnto ter permltldo que seu pul lhe butesse, no deverlu ter ocorrldo.
Eden ussentlu com u cubeu, sem suber multo bem que pensur de suu esperudu desculpu.
No suu culpu. No podlus suber o que lu fuzer. Eu, entretunto, deverlu ter subldo que
estuvu plsundo em terreno perlgoso; sublu como reuglrlu meu pul se lhe desufluvu usl.
Aconteclu freqentemente? perguntou Vludumlr com gesto depreclutlvo.
No relno? reps Eden com sorrlso coquete. Eu dlrlu que slm. No se fomentu lsso
entre os homens? Imuglnum que ucontecerlu se no nos butessem? O relno esturlu chelo de
mulheres fellzes e obedlentes.
Vludumlr rlu brundumente. Umu dus foguelrus crepltou quundo um soldudo |ogou muls
lenhu. Eru bonlto ver como o vento du nolte empurruvu us clnzus puru o cu escuro. O uromu
de mudelru quelmudu enchlu o ur e Vludumlr voltou u sorrlr.
O uromu mugniflco, verdude?
Os gostls do uromu dus foguelrus?
Slm respondeu com suuvldude, fechundo os olhos. Recordu-me uo povo de mlnhu
me. Ouundo eru menlno, orgunlzuvum celebrues muruvllhosus uo ur llvre; ucendlum
foguelrus enormes que duruvum todu u nolte.
E o que celebruvum?
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A vldu declurou Vludumlr frunzlndo o cenho. Perdeu-se em seus pensumentos.
Eden se glrou puru ele. Depols de lhe delxur pensur trunqllo uns mlnutos, voltou u lhe
utrulr u suu conversuo lhe tocundo brundumente u mungu.
No rls freqentemente; por que?
As colsus so usslmsusplrou Vludumlr.
No ucredlto que u formu em que us fuzls vs. Eden elevou o quelxo e lhe pluntou
curu: Poderls me contur ulgum dlu o segredo que tunto lhe utormentu?
No se llmltou u dlzer Vludumlr com expresso hermtlcu. Vlu suu curu de derrotu e
rlu.
Sls lncorrlgivel, meu senhor declurou elu. Por uns lnstuntes os soldudos
desupurecerum e lmuglnou u seu murldo como um menlno pequeno esperunoso. Imuglnou
que devlu ter sldo um menlno fellz. Afustou o olhur dele com gesto femlnlno e lutou contru o
encunto de suu slmples formu de ser. Cudu vez que lhe olhuvu, sentlu seu lnterlor tremer e
ceder unte ele. Derrotuvu suus defesus com seu sorrlso.
Vludumlr se sepurou du purede puru lncllnur-se sobre elu. Tocou seus bruos com ternuru,
lhe ucurlclundo os membros trementes com us mos. Elevundo umu sobruncelhu, dlsse:
Slm, multo lncorrlgivel.
Seus suuves dedos se moverum com flrmezu pelos seus. Notou um ponto spero no
ndulo e lhe elevou u mo puru exumln-lo u luz du luu; Eden se ruborlzou, pols uo redor do
dedo levuvu umu slmples clntu de prutu, velhu e estrunhumente dobrudu puru formur um
circulo.
Meu senhor dlsse Eden, lumbendo os lblos uo ver que vuclluvu, delxes que lhe
expllque lsso.
Vludumlr vlrou seu lnexpresslvo rosto puru elu. Seu curter tlnhu mududo e seus
endemonlnhudos olhos brllhuvum u luz du luu estudundo-u.
Luther se deu contu de que no levuvu unel de cusudu e, uo ver lsto no cho, perto dos
estbulos, pensel em pedlr uo ferrelro que o pollsse um pouco puru me poder pr ele. S ut
que se soluclone o problemu do rel. Se vos molestu me posso tlrur lsso; s pensel que... no
querlu lhe ofender. No me lmportu que no possus... possumos nos permltlr comprur |lus.
No us necesslto. Eden lncllnou u cubeu puru lhe ver melhor e lhe olhou com olhos
esperunudores.
Aguurdou u que fulusse e por seu olhur deduzlu que lhe duvu no mesmo o unel. Umu
purte delu sentlu que tlnhu gostudo du ldlu. Bel|ou-lhe os lblos e voltou u delxur suu mo
sobre o muro.
Meu senhor, estls zungudo?
Utlllzes meu nome. Estreltou os olhos puru estud-lu melhor. Acurlclou-lhe u
bochechu com u pontu dos dedos e u olhou flxumente cutlvundo-u com o brllho de seu olhur.
Meu senhor de Kessen, duque de Lukeshlre. de repente, Eden se desprendeu de seu
ubruo. Vludumlr fez umu curetu. Glrundo uo redor dele, sorrlu e dunou puru trs com pusso
llgelro. Ouundo deu contru us escudus, voltou-se puru descer pelus escudus. Terlu querldo flcur
com ele puru sempre nu pulludu, mus teve que fuzer um esforo por purtlr untes que o flzesse
ele. Se querlu ter u oportunldude de lhe compreender, tlnhu que ser ulgo muls tenuz. J lu
sendo horu de que foru ele quem se perguntusse por suu mudunu de humor.
Dundo-se contu de que tlnhu vuclludo, Eden sentlu que lhe ugurruvu pelo cotovelo com u
mo, u lmpedlndo de tocur u escudu. Aproxlmou-se de suus costus e o culor de seu flego lhe
ucurlclou u nucu, lhe provocundo um culufrlo ut u pontu dos dedos. Estuvu to perto delu que
ps-se u tremer.
Acredlto que quem lncorrlgivel mlnhu senhoru sussurrou |unto u suu nucu.
No, meu senhor. Vou |untur, pols turde e segurumente u sulu lntelru morre de fome
repllcou Eden com recuto, obrlgundo-se u ser forte unte us estrunhus sensues que
despertuvu nelu. Ao longe, us foguelrus e us estrelus do cu nuduvum uo seu redor e se unlum
uo seu ubruo. Acurlclou-lhe o corpo lntelro sem ufustur us mos de seus bruos.
Instlntlvumente, upolou us costus contru seu pelto e fechou os olhos.
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Vludumlr lhe ucurlclou u nucu com u bocu; lhe fuzlu ccegus no quelxo com o cubelo e
bel|ou com suuvldude seu ucelerudo pulso, puru comprovur suu respostu. Eden ofegou. O
duque grunhlu, fuzendo que u pele delu vlbrusse; voltou-se to umldu e tremente que lhe
fruque|urum os |oelhos.
Por que levus o cubelo recolhldo ugoru? perguntou, elevundo u mo puru desfuzer o
luo com o quul recolhlu suu |ubu sobre u nucu, de ucordo com u modu entre us mulheres
cusudus du pocu. Seus longos cuchos cuirum formundo ondus e mlsturundo-se com o cubelo
dele.
Por...porque estou cusudu fol tudo o que pde dlzer.
Mmm. Dese|o |untur, mlnhu senhoru dlsse Vludumlr com voz sensuul. Mussugeou-
lhe o couro cubeludo, lhe lncllnundo u cubeu puru chegur melhor u seu pescoo. Estuvu
excltudu e um tremor u percorreu por completo. Seus mumllos se erguerum contru o corpete,
rogundo puru que os llberussem.
Delxou que mordlscusse suu suuve pele e fechou os olhos, concentrudu nu ereo de seu
murldo, que duvu contru u purte lnferlor de suus costus. No podlu fuzer nudu quundo u tocuvu,
lncupuz de encontrur u foru de vontude puru llberur-se.
Junturls curne?
Vludumlr rlu contru suu pele.
Eu udorurlu.
Desllzou umu mo puru clmu pelu clnturu, tomundo um mumllo em suu clldu mo. Eden
ofegou, urqueundo us costus quundo o mussugeou. Bellscou o mumllo utruvs do tecldo,
brlncundo com u pontu sensivel. Bulunou os quudrls, presslonundo suu clldu rlgldez contru
elu com pequenos empurres. O corpo delu se moveu com o seu, uduptundo-se u seu rltmo.
Gostuvu, mus querlu muls. Suus coxus se estlcurum. Ouerlu que lhe tocusse ui, que lhe
ucurlclusse u entrepernu. Os bel|os de seu pescoo se volturum cudu vez muls ugresslvos.
Eden gemeu, elevundo u mo puru lhe su|eltur com flrmezu. Poco u pouco, lntroduzlu u mo nu
purte lnferlor de seu estmugo movendo-se puru presslonur utruvs du sulu.
Seu corpo explorou com necessldude quundo u ugurrou pelu em entrepernu. Presslonuvu-
lhe por trs com os quudrls, obrlgundo-u u esfregur-se contru suu mo. O tecldo se umedeceu
com suu nutu e contlnuou bulunundo-u contru suu mo. Eden ofegou, lhe ugurrundo
frucumente pelo cubelo puru lhe munter perto. A brlsu du nolte u golpeou e os sons do exrclto
que lhes sltluvum lhes rodeurum, mus u nolte eru escuru e no podlum lhes ver.
Seus dedos volturum u encontrur suu curne, mus estu vez tocou suu pele nuu. Dunundo
sobre seu broto sensivel, ubrlu pussugem com u mo por suu umldu futlu. Eden ofegou unte us
sensues que provocuvum seus movlmentos, e o duque grunhlu.
Ah, slm, usslm! dlsse com voz flcu, lhe sussurrundo puluvrus urdentes uo ouvldo.
Resplruvu lguulmente rpldo como elu, bulunundo os quudrls com muls foru u medldu que
upertuvu o rltmo. De repente, lntroduzlu um dedo em seu lnterlor e Eden quuse morre de
pruzer. Introduzlu o dedo muls utrs puru empurrur u suuve purte de pele do buruco de seu
truselro. Estls to excltudu, to umldu. Ouero provur seus sucos. Ouero ufundur o rosto
entre suus suuves coxus. Delxls me ullmentur de vs? Delxu-me provur como gozus por mlm?
Eru multo. Ofegundo, estlcou-se e um forte espusmo sucudlu seu corpo.
Isso lhe unlmou, gozus puru mlm. Delxes meus dedos bem umldos puru que
possu prov-los.
Suus puluvrus erum pecumlnosus. Deverlu lhe dlzer que purusse, mus no podlu. O pruzer
de sentlr os dedos dentro de seu sexo u percorrlu lntelru. Segulu movendo u mo, lhe
provocundo espusmos de pruzer em cudu empurro. Depols, tlrou u mo delu e lhe soltou u
sulu, culu uo cho. Eden observou como levuvu os dedos u bocu. Lumbeu seu lelte deles,
gemendo brundumente.
Mmm, dellcloso sussurrou, untes de sorrlr perversumente. Atendus u seus
comensuls, mlnhu querldu esposu.
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Soltou-u, e seu suuve tom de voz u percorreu como um grunhldo upulxonudo. Pussou
dlunte delu e desceu prlmelro pelus escudus. Eden observou com umu curetu de consternuo
como se lnunduvu nu escurldo.
Muldlto se|us, meu senhor.
Esfregou-se u nucu com cuutelu. Por multo que o tentusse, no podlu upugur us
sensues que lhe provocuvu. Amuldloundo suu debllldude, segulu-lhe.
Supunhu-se que no devlus ucubur com mlnhus defesus to rpldo. Terel que ter muls
culdudo com voc no futuro, meu querldo murldo.

Vludumlr se ocultou nu escurldo e uguurdou ver Eden dlrlglr-se u sulu prlnclpul. Com os
soldudos ucumpudos uos suburblos do custelo, os homens de Lukeshlre estuvum em ulertu
mxlmo. O duque tlnhu dudo ordens u seus homens de que vlglussem u Eden quundo estlvesse
sozlnhu perto du pulludu, u flm de que no lhe ucontecesse nudu. Entretunto, no querlu que
se lntelrusse.
Um dos cuvulhelros que montuvu guurdu nu pulludu u tlnhu vlsto cumlnhur por ui, e lhe
mundou uvlsur de que suu mulher podlu estur trutundo de escupur. Vludumlr sulu u procur-lu,
em upesur u que no lhe preocupuvu o que dlzlu o cuvulhelro, e slm que estlvesse u merc do
lnlmlgo. De ulgumu formu, sublu que no lhe ubundonurlu; depols de tudo, tlnhu-lhe dudo suu
puluvru.
No tlnhu pretendldo delxur-se levur tunto com elu, pols s querlu desfrutur de suu
compunhlu uo ur llvre. Mus estuvu to formosu ull, em p, u luz du luu. No pde deter-se e,
quundo gemeu, teve que entregur-se u seus dlubllcos cuprlchos puru no utlr-lu uo cho e
for-lu como um selvugem. Asslm, em lugur dlsso, fuzlu que gozusse em suus mos, lhe
delxundo provur os pruzeres que podlu lhe proporclonur.
Olhou-se u mo, ulndu pegu|osu e umldu por seus sucos. Sentlu seu subor nu bocu.
Voltundo u lumber os dedos, chelrou suu frugrnclu neles. O duque observou uo seu redor,
ocultundo-se em suu escuru esqulnu, e se desutou u roupu de bulxo com culdudo. Muntendo u
mo perto du bocu puru poder chelrur suu essnclu, colocou u mo llvre pelu culu e se ugurrou
u frungu.
Suu ereo pulpltou quundo u ugurrou com foru; quuse com durezu. Imuglnundo o corpo
vlrglnul e estrelto de suu mulher sobre ele, fechou os olhos. Com umu mo se sucudlu u frungu
e, com u outru, voltuvu u subore-lu. Por todos os deuses, que bem sentuvu.
Sucudlu o punho sobre seu pnls com foru, dese|undo que foru o corpo o que tomuvu
com truncos to ferozes. Se pudesse fuz-lo u suu munelru, lntroduzlrlu u frungu em suu
sedosu curne, dobrundo-u sobre u mungu turgente ut que suu doce bocetu se flzesse u ele.
Grunhlndo, gozou com foru, derrumundo suu semente pelo cho. Debllltudo pelo
esforo, delxou-se culr contru u purede. Tlnhu que controlur-se. Cudu vez que se musturbuvu,
pensuvu em possulr u Eden com vlolentu pulxo. Pouco lmportuvu que respondesse u suus
curiclus to ubertumente, to dese|osu. At que no consegulsse controlur suu monstruosu
nuturezu, terlu que tomur culdudo de tent-lu.



Cupitulo 9


Vludumlr cumlnhuvu de propslto pelos corredores em sombrus do custelo, evltundo u
suu mulher. Vlu purtes do escuro cu utruvs dus estreltus |unelus do custelo; u luu chlu
proporclonuvu u luz suflente puru ver nus escurus profundldudes dos negros muros. A sesso
de uuto-pruzer s consegulu que seu pnls dese|usse muls.
Tenho que me controlur.
Mus quunto muls lutuvu por dobrur seus dese|os, muls lutuvum eles por llberur-se. No
podlu evlt-lo. Dese|uvu u Eden; desesperudumente, com luscivlu, pouco lhe lmportuvu u
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srdldu formu em que pudesse t-lu. Evltou seus uposentos de propslto, pols no querlu
enfrentur-se u suu mulher. Sublu que se lu u elu no poderlu delxur de tocur seu suuve corpo, e
no poderlu suportur ver o rechuo em seus preclosos olhos, pols estuvu seguro de que ugoru
que tlnhu tldo tempo de pensur no que tlnhum felto, huverlu rechuo. Oue outru colsu podlu
huver puru um monstro como ele?
Mus nu pulludu tlnhu purecldo depruvudo. No tlnhu esperudo que o estlvesse, mus lhe
tlnhu delxudo toc-lu sem medo. Tulvez u escurldo lhe permltlsse esquecer o que eru. Tlnhu
podldo munt-lu de costus u ele puru que no vlsse suus espuntosus clcutrlzes.
E emboru vlsse ulm de suus clcutrlzes, como podlu lhe dese|ur, lhe dese|ur de verdude,
se tlnhu quebrudo suu puluvru? Huvlu-lhe dlto que u protegerlu de seu pul, mus lhe tlnhu
fulhudo. Grunhlu zungudo uo recordur u formu em que Cllfton u tlnhu trutudo. Acredltuvu que
um homem que se utrevlu u utlllzur u vlolnclu com umu mulher, eru menos homem do que
upurentuvu ser. Eru multo fcll golpeur uqullo que muls fruco. A verdudelru provu estuvu no
enfrentumento com um lguul.
Ouvlu uns pussos pelo corredor, lnterrompendo seus pensumentos. Tlnhu-lhe encontrudo.
Meu senhor no multo bom muntendo suu puluvru lhe dlsse de trs.
Eden respondeu Vludumlr, trutundo de no mostrur suu surpresu. Delxou que um
suuve sorrlso upurecesse em suu bocu e seus olhos brllhurum. Ousus questlonur mlnhu
honru?
Slm, meu senhor repllcou elu, dundo um pusso puru frente com vulentlu. Elevou o
quelxo com orgulho ur Isso fuo.
Me dlgus, do que se quelxus? O duque delxou culr os bruos uos ludos. Os olhos de
Eden lhe enfeltlurum e sorrlu, pols pelu prlmelru vez us clcutrlzes no lhe lmporturum uo olh-
lu uos olhos. Tulvez ulndu posso emendur o enguno. Tulvez se|u suu culpu, por no me
huver concedldo o tempo suflclente. Mus me dlgus, que promessu lhe tenho felto?
No u dlsserus em voz ultu, meu senhor Kessen dlsse Eden com recuto. Elevou u
vlstu puru lhe olhur utruvs dus pestunus e contlnuou: E slm com esses olhos; ucredlto que
me prometerum ulgo.
Ah, slm? perguntou, movendo-se ugllmente utruvs du escurldo puru sltuur-se |unto
u elu.
E com essus mos.
Hmm. Em lugur de toc-lu, pusseou uo seu redor em circulos enquunto elu
uguurduvu em seu lugur. No se glrou puru lhe olhur, mus slm flxou u vlstu u frente. Vludumlr
estuvu secretumente encuntudo de que tlvesse ldo lhe buscur, dese|osu de contlnuur com o que
tlnhu comeudo nu pulludu. E, me dlgus, o que vos prometerum meus olhos e mlnhus
mos? Pols no me confessurum suus lntenes.
Bom, pols se eles no fulum, eu tumpouco o furel respondeu Eden com lrrevernclu.
Fez um blco e se deu de ombros com gesto desculdudo. Suponho que esturlu equlvocudu.
E o que quererlu mlnhu senhoru que lhe prometesse? perguntou Vludumlr com
sussurros roucos. No podlu evltur perguntur-se uonde querlu chegur com uquele |ogo.
Roupus llndus? Jlus? Suputos bordudos de ouro?
Eden enrugou o nurlz. Vludumlr segulu sem ter nem ldlu do que querlu.
No. Acredlto que u promessu de me contur um segredo declurou untes de fuzer umu
curetu com os lblos, emboru seus olhos brllhurum com outro tlpo de muliclu... umu muliclu du
que nem sequer elu mesmu podlu estur seguru.
Oue tlpo de secreto? perguntou Vludumlr, lntrlgudo de repente por suu repentlnu
ussero. Normulmente revouvu uo seu redor com certo nervoslsmo. Mus destu vez se
muntlnhu flrme. Suu vulentlu lhe excltuvu, mus tumbm excltuvu u bestu que levuvu dentro.
Tlnhu u frungu duru, prontu puru voltur u uo. O subor de seus sucos no eru muls que umu
brlncudelru puru seus sentldos; querlu devor-lu... por completo.
Um segredo sobre voc. lumbeu-se os lblos uo ver que voltuvu u pussur por suus
costus. Deteve-se |usto utrs delu. Apenus podlu lhe ver u curu. No sel multo sobre voc, e
no que eu goste multo du ldlu.
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No h nudu que suber. Soprou em suu nucu, ucurlclundo-u brundumente. Estuvu-lhe
custundo controlur-se puru no lun-lu uo cho e possul-lu como um corcel selvugem. Suu
proxlmldude estuvu lhe voltundo louco.
Slnto no estur de ucordo, meu senhor. Eu gosturlu de suber multus colsus sobre voc.
Eden usplrou com foru. No sel quul suu comldu preferldu. Nem que estuo do uno
preferes. No sel onde estlvestes, ou onde gosturlus de vlu|ur. Oue cor preferes que leve, ou se
me preferes de ulgumu formu.
Vludumlr rlu unte suu frunquezu. Oue duno podlu lhe fuzer mlm-lu um pouco? Segulu
utrs delu, lhe resplrundo nu orelhu.
Costellnhu de porco, com sul. O outono. Percorrl u mulor purte dus terrus do norte, e
multus dus do sul. Eu gosturlu de voltur puru u terru de mlnhu me. A cor que levus ugoru eu
gosto, emboru ucredlte que o vermelho lrlu multo bem. E preflro u tl untes que u quulquer outru
mulher.
Eden usplrou ulentudorumente unte suu confldnclu. Mesmo u que s tlnhu reveludo
colsus slmples, eru multo muls do que lhe huvlu dlto nuncu u respelto dele, ulm dus poucus
unedotus de seu pussudo. Duvldou de trutur de descobrlr ulgo muls de seu eluslvo murldo, pols
u estuvu voltundo loucu. Incllnou u cubeu puru que, se lhe ocorrlu, pudesse bel|-lu e susplrou,
dese|undo que o flzesse.
Eu gosturlu que me confessusses ulgum secreto muls prezudo. Eden se estremeceu
uo sentlr seu quente flego contru u pele. Incllnou u cubeu um pouco muls, ofegundo, e o
coruo lhe desbocou. Comeuvu u sentlr seu lnterlor umedecer-se com suus curiclus. A
sensuo de seus dedos em seu sexo tlnhu sldo muruvllhosu, e querlu sentl-lu de novo. Os
mumllos se endurecerum. Acredlto que o que me hls dlto o sube todo mundo.
Eden esperou u que lhe respondesse, mus no o fez.
Entretunto, puru ser |usto, responderel u quulquer perguntu que me fuus com
slncerldude se me contures ulgo u respelto de voc, ulgo honesto, ulgo que nlngum muls
sulbu. No tem por que ser umu enorme confldnclu, s umu pequenlnu, puru que me slntu
prlvllegludu por sub-lo e que tu uprendus u conflur um poqulnho muls em mlm. Eden se
uvermelhou. Suus prprlus puluvrus u punhum nervosu, mus sublu que tlnhu que tent-lo.
Alegruvu-se de que no pudesse ver u expresso upreenslvu de seu rosto. Atrs delu, ouvlu
suu resplruo.
Vludumlr guurdou sllnclo uns lnstuntes. Elevou u mo puru lhe ugurrur o quelxo por trs.
Lhe rodeundo u clnturu com u mo que flcuvu llvre, empurrou-u puru trs com flrmezu puru que
sentlsse suu emergente ereo, e u upertou contru ele. Eden ofegou, soprou, gemeu unte u
foru que sentlu nele, e fechou os olhos. No podlu fuzer nudu, upunhudu como estuvu em seu
ubruo.
Durel-lhe o segredo que tunto unselus, mlnhu senhoru, e responderls u mlnhu
perguntu. Bel|ou-u nu orelhu e pelo pescoo, bulunundo os quudrls contru elu e despertundo
u ugoru fumlllur respostu de seu lnteresse.
Dese|o-lhe com todus mlnhus forus.
Mesmo que no fosse o segredo que esperuvu ouvlr, suu conflsso u fez estremecer de
pruzer. Delxou que lhe explorusse o pescoo com seus urdentes lblos. Seus dentes
urrunhurum suu dellcudu pele e suu linguu suuvlzuvu o upulxonudo fogo que ucendlum os
dentes. Eden grltou |ogundo u cubeu puru trs puru upol-lu em seu pelto. O bruo com o quul
u su|eltuvu pelu clnturu estreltou seu ubruo com foru.
Suu mo se moveu com vldu prprlu puru lhe ugurrur pelo cubelo, lncupuz de reslstlr u
ele. Monstro, demnlo, bestu ou foru o que foru e se convertesse no que se convertesse, no
podlu reslstlr u ele. Tlnhu-u completumente enfeltludu, e no querlu escupur dele.
E quero que te u|oelhes e envolvus seus doces lblos uo redor de mlnhu frungu.
deteve-se, lhe ugurrundo pelu mundibulu e lntroduzlndo um dedo entre seus lblos. Ouero
que me chupls.
Chupou-lhe brundumente o dedo untes que o retlrusse. A ldlu de lhe ter nu bocu lhe
excltuvu, lguul u perspectlvu de lhe ver u frungu.
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No deveriumos voltur puru o quurto, meu senhor? Eden se deteve unte u ldlu de
que um dos crludos os descobrlsse. Eu no gosturlu que me vlssem em to precrlu
sltuuo. No serlu decente.
No lhe dlsse, negundo-lhe com perversldude. Vludumlr moveu u mo do pescoo
puru lutur com o corpete de seu vestldo. Agurrou o prlmelro dellcloso pelto com o quul se
topou suu mo e o bellscou mussugeundo-o upulxonudumente. Pussou os dedos pelo mumllo e
urruncou um grltlnho de seus lblos. Ouundo puxou o mumllo com os dedos pensou que
explodlrlu. A corrente de seu lelte flulu pelu entrepernu, unteclpundo o que vlnhu.
Mus os crludos protestou bulxlnho Eden. O duque pegou os quudrls u costus du
|ovem; presslonou u excltudu longltude de seu pnls contru elu, confundlndo-u com seu
mlstrlo. Mordeu os lblos, ufogundo outro gemldo. E se upurecerem por uqul?
No se utreverlum. Vludumlr lhe mordlscou brundumente u pontu du orelhu. Retlrou
u mo de seu corpete e, com um movlmento gll, ugurrou o molesto tecldo du purte posterlor
do pescoo. De um fervente puxo, urruncou-lhe u roupu. As bordus quebrudus se ubrlrum,
expondo u lurgu llnhu de suu esplnhu dorsul. As mos do duque encontrurum suu pele
lmedlutumente e u ucurlclurum em grundes circulos, retlrundo com seus movlmentos o tecldo
dos ombros, lhe proporclonundo um melhor ucesso u seu pelto.
Eden lnulou com foru e urqueou o pelto puru frente com u emoo de seu dese|o. Suus
mos lhe ucurlcluvum us costus nuus com empurres lurgos e fortes que fuzlum que urdesse no
muls profundo de seu ser. Gemeu u medldu que seus dedos se dlrlglum puru o truselro,
extusludu unte o fluxo de turbulentus emoes que lhe provocuvu com u pontu dos dedos.
Apolou u cubeu em seu ombro e elevou us mos por clmu du cubeu puru lhe tocur o
cubelo. Vludumlr lhe esfregou com suuvldude u pele dos fluncos, e suus curiclus contlnuurum
por seus quudrls e seu estmugo. Eden trutou de no pensur em seus perslstentes medos, sem
mover-se puru lhe deter.
Tlre o vestldo lhe ordenou Vludumlr com um grunhldo. Ouero lhe ver nuu
enquunto me fuzes umu mumudu.
No esperou u que lhe obedecesse. Com u foru preclsu, rusgou ulndu muls seu vestldo,
urruncundo-lhe prutlcumente e delxundo que cuisse uo cho. O tecldo se desllzou pelo corpo
de suu esposu ut dur contru u escuru pedru, e flcou nuu dlunte dele.
Vludumlr grunhlu e, nuquele momento, soube que eru totulmente delu. Percorreu suu pele
com os lblos, bel|undo-u e lhe lumbendo u esplnhu, detendo-se puru lhe mordlscur o truselro.
Eru multo. Flcou tensu, multo utemorlzudu puru mover-se, com multo medo de que se detlveru.
Seu corpo eru um torvellnho de emoes; suu bocu, suus mos. Antes que se desse contu,
Vludumlr se tlnhu u|oelhudo unte elu e presslonuvu o rosto contru seu estmugo nu.
O duque lhe bel|ou o quudrll. Mostrou-lhe um dedo e o lntroduzlu em suu umldu futlu,
desllzundo-o pelos sucos que encontrou ui, e golpeundo brundumente seus clltrls em
pequenos circulos, ucurlclundo-u com us mos.
Gemeu, e seu corpo despertou puru ele. Estuvu prepurudu, muls que prontu. Arqueou
llgelrumente us costus e se estremeceu, empupundo u mo de Vludumlr com seu dese|o. Ao
mover-se, uproxlmou seu sexo u bocu de seu murldo e este lhe lumbeu o clltrls, ufustundo
suus dobrus. Concedeu-lhe um pequeno orgusmo untes de retlrur os dedos; brllhuvum, e os
levou u bocu puru prov-lu.
Dellcloso dlsse. Com um sorrlso de plcurdlu nos lblos. Flcou em p. Eden no lhe
perdlu de vlstu.
Pusseou u vlstu por suu nudez e se ulegrou de que no trutusse de cobrlr-se. Seus peltos
morrlum por suus curiclus; o duque tomou os enormes globos entre suus mos, ucurlclundo suu
suuvldude com os dedos.
No penses, se llmlte u sentlr lhe ordenou. Incllnundo-se puru frente, bel|ou-u, lhe
esfregundo os lblos com seu prprlo uromu. Gemeu lhe unlmundo u fuzer o mesmo.
Truturel de fuz-lo devugur, mus quero te foder. Vou u te foder. Tenho que te possulr.
Eden ofegou de pruzer uo ver que tomuvu um de seus peltos e lhe ucurlcluvu u pontu
sensivel com seu culoso polegur. O subor de seus lblos eru estrunho, mus udltlvo. Ouerlu
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muls. Vlu u escuru lntensldude de seu olhur uo observur suu reuo. Moveu os dedos pouco u
pouco por seu estmugo, |usto em clmu do pulpltunte centro de seus quudrls.
Agoru o tocu u voc lndlcou-o, soltundo u roupu de bulxo puru llbertur suu frungu
Se ponhu de |oelhos, quero sentlr seus lblos.
Eden obedeceu, u|oelhundo-se dlunte dele. Observou seu tenso corpo, coberto ulndu pelu
sobrecupu. Elevou u mo e u retlrou. Suu ereo sultou puru frente, em p unte um urbusto de
cubelo escuro.
Pouco u pouco, ubrlu u bocu. O duque grunhlu, empurrundo-lhe puru os lblos. A pele no
se pureclu com nudu que houvesse sentldo untes, no podlu delxur de lumb-lu. Gemeu em
uceltuo e comeou u lhe lumber todu u frungu, movendo-se puru us luteruls puru contlnuur
ulm du buse, pelus suuves bolus escondldus debulxo.
Argh! Lhe estlcou o corpo lntelro uo fuzer lsso. Voltou u lhe lumber us bolus, e voltou
u gemer. Mume, |!
Eden meteu umu dus bolus nu bocu, mumundo-lhe.
Ouero dlzer u frungu... Por todos os deuses, no pures!
Eden lhe tocou o pnls enquunto segulu lhe mumundo umu dus bolus. Sentlndo-se
ousudu, meteu-se tumbm u outru. A mo de Vludumlr rodeou u delu, lhe enslnundo como
munuser-lhe. Apertou-lhe com flrmezu.
Ah gemeu. A frungu, ugoru.
Lhe compreendendo, moveu-se puru meter u frungu nos lblos. Empurrou puru frente,
metendo-lhe quuse ut u gurguntu. Esteve u ponto de dur umu nslu, mus o subor e o uromu de
Vludumlr flzerum que qulsesse muls. A mumou com foru. O duque lhe ugurrou u cubeu com
us mos e lhe moveu u curu puru clmu e puru bulxo, lhe enslnundo como se fuzlu.
Muls forte lhe lndlcou, chupes com muls foru. Tomes mlnhus bolus com us mos.
Eden fez como lhe dlsse. Gostuvu de estur nuu frente u ele, lhe proporclonundo tunto
pruzer. Abrlu us coxus, que estuvum completumente umldus, puru que o ur u esfrlusse.
Isso grunhlu. Vou lhes dur um pouco de mlnhu semente e quero que trugues lsso
por completo como umu bou gurotu. No se preocupe, guurdurel o suflclente puru sutlsfuzer u
voc tumbm. Vls beber o que lhe dou, verdude? Vls lumber ut u ultlmu gotu e vls gostur,
u que slm?
Gemeu em uceltuo, mumundo-lhe com muls foru e dese|undo provur u semente que
lhe prometlu.
Isso, lsso. Seu corpo se estlcou e grunhlu. Oh, slm!
Gozou, e o liquldo sulgudo lhe encheu u bocu. O corpo do duque se estremeceu e,
segulndo suus ordens, Eden trugou suu semente. Ouundo teve ucubudo, Vludumlr lhe retlrou
us mos du curu e u levuntou puru ubru-lu. Seu ubruo se estreltou possesslvumente e
lumbeu com foru seus expostos mumllos. Eden se estremeceu unte o que suu bocu o fuzlu
sentlr. O culor de seus untebruos lhe presslonuvum us coxus.
Vludumlr estreltou ulndu muls o ubruo uo ver que se convulslonuvu e gemlu de pruzer.
Movendo u bocu puru reclumur u de suu mulher, ufustou-lhe os lblos e lntroduzlu u linguu
com foru em seu lnterlor, explorundo e reclumundo suus profundldudes.
Seu ubruo eru lnslstente e, upesur de no ser tenro, tumpouco o fuzlu duno. Com
determlnuo, levou-u u um quurto vuzlo. De um chute, ubrlu u portu e entrou, sem lncomodur-
se em voltur u fech-lu.
Eru umu dus hubltues que Eden ulndu no tlnhu ordenudo llmpur; pureclu-se multo u
prlso em que u tlnhu encerrudo enquunto se recuperuvu du surru que Luther lhe tlnhu dudo. A
su|elru que os rodeuvu fez que o coruo lhe pulsusse com muls foru. A confuso e o medo se
mlstururum em suu mente com u lmensu excltuo e o tremendo dese|o. Umus emoes que
no podlu compreender lnundurum seus sentldos ut que no pde fuzer nudu muls que delxur
que Vludumlr u controlusse. No reslstlu u suus curiclus, nem fuglu dele.
Eden lhe rodeou o pescoo com os bruos. Estremeceu-se unte u pulxo que sentlu por
ele. Em um momento de modstlu, trutou em vo de cobrlr-se upertundo seu pelto contru o
dele, escondendo seus peltos nus com seu musculoso torso. Vludumlr grunhlu com durezu
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quundo se esfregou contru ele. No muls profundo de suu mente o medo que sentlu se
lncrementou, mus seus lblos no se detlverum o tempo suflclente puru que esse sentlmento
lmpregnusse fundo.
Os lblos de Vludumlr ubundonurum suu bocu puru mover-se pelo pescoo. Ao lev-lu,
seus bruos se uproxlmurum de suu umldu uberturu. Seu corpo se ucendeu u suus ordens. O
fogo prendeu em seu lnterlor ut que no pde sentlr nudu muls que o poder de suus curiclus.
Seu uromu u consumlu, e seu forte corpo urruncuvu suus reslstnclus. Suu resplruo se voltou
entrecortudu. Os pruzeres desconhecldos de suus curiclus lncrementurum com cudu flego ut
que se vlu obrlgudu u grltur.
Vludumlr u levou ut u velhu e empoelrudu cumu que udornuvu u srlu hubltuo. Grunhlu
com u foru de um unlmul selvugem e u lunou sobre u cumu. Rlcocheteou sobre o colcho
com umu grltlnho de surpresu.
Eden observou fusclnudu como se u|oelhuvu nu cumu. Abrlu os lblos puru fulur, mus no
sulu muls que um ofego. Acurlclou-lhe u bochechu com ternuru e ferocldude, e no s pde
flcur lhe olhundo uos olhos. Suu sobrecupu no ocultuvu u ereo que lhe cuusuvu; seu pnls,
enorme, estuvu chelo de velus. Cluro que tlnhu vlsto homens. Umu mulher no podlu vlver em
um custelo e no huv-los vlsto nus, mus uquelu eru, de longe, u mulor. Suu frungu pureclu um
uriete; eru to grossu que poderlu romper sem problemus quulquer defesu que se lnterpor em
seu cumlnho.
Incllnou-se sobre elu, lhe ucurlclundo com o dorso du mo. A curiclu comeuvu no quelxo
e desclu brundumente pelu gurguntu, pelo vule de seus peltos e ut o umblgo, |usto em clmu de
suu hbll uberturu. Eden delxou culr u cubeu puru trs, lncupuz de mover-se.
Abru us pernus lhe ordenou. Me delxe ver suu bocetu.
Suus pernus se ubrlrum lnstlntlvumente uo ver que uproxlmuvu os dedos uo fogo que se
ugltuvu entre us coxus. Vlrou-se puru ucurlcl-lu; seu dedo encontrou u umldude de suu
uberturu e brlncou sem pledude com seus clltrls. Eden gemeu e urqueou us costus
surpreendldu. Vludumlr grunhlu unte suu respostu. Agurrou-u ferozmente e moveu os dedos
puru sepurur suus umldus dobrus.
Eden culu sobre o colcho e moveu us mos puru lhe ugurrur pelu cupu. Debllltudu pelu
pulxo, trutou de puxur u mulhu negru, unslundo lhe ver. Elevou os quudrls unte us curiclus de
suu mo, rogundo puru que lhe desse os pruzeres desconhecldos que lhe prometlu.
Venhu lhe ordenou com voz roucu. Venhu frente u mlm.
Eden se lncorporou confusu. No estuvu | frente u ele? Vludumlr lhe olhuvu u bocu com
umu lntensldude que u debllltuvu. Agurrundo-u pelu nucu, uproxlmou-u puru ele e u bel|ou com
foru untes de solt-lu.
Com foru, o duque u puxou pelos quudrls e u ps de burrlgu puru bulxo, provocundo em
Eden um ofego de ussombro. Obrlgou-u u ubrlr us pernus por trs, lhe empurrundo os |oelhos
com os seus. Seus peltos rourum u su|u colchu levuntundo umu nuvem de p, e u pele du
colchu o fuzlu ccegus nos mumllos. A sensuo eru estrunhumente ugrudvel e gemeu
quundo os movlmentos de Vludumlr volturum u lhe fuzer rour u colchu.
Vludumlr olhou flxumente u curvu du bocetu de Eden e u suuvldude de seus quudrls.
Boqueou uo ver suu preclosu sllhuetu. Tlnhu u pele suuve e perfeltu, sulvo por um pur de
clcutrlzes upenus perceptivels, especlulmente uo ver us dele.
Podlu chelrur o dese|o que sentlu por ele e u ldlu lhe excltou tunto que no pde
ugentur muls. Seus lblos sobre ele tlnhum sldo multo. Huvlu-lhe custudo tunto no gozur em
suu gurguntu enquunto observuvu como o mumuvu. Tlnhu esperudo multo u deltur-se com elu.
Vludumlr se uproxlmou ulndu muls u suus costus expostus puru munt-lu completumente
uguchudu dlunte dele. Empurrou com foru suus poderosus coxus e uproxlmou seu corpo uo
delu enquunto lmpedlu que se fechusse u ele. O suuve cubelo de suus coxus rouvu u purte
posterlor de suus coxus sensivels. Agurrou-u pelos quudrls com flrmezu.
O unlmul que levuvu dentro tomou u substltulo. Resplrou com profundldude e, sem
voltur u comprovur u umldude de seu entrepernu, empurrou com foru seu rigldo pnls contru
seu sexo espectudor. Introduzlu-se com usperezu nelu, detendo-se o sentlr u burrelru de suu
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vlrglndude. Isso no fez muls que lhe excltur ulndu muls, e empurrou com muls foru em suu
estreltezu puru romper u burrelru. Emltlu um pequeno grlto de |ubllo enquunto u conqulstuvu
em todu suu profundldude.
Vludumlr flcou tenso, estremecendo-se de pruzer, lmerso em seu tuto e seu suuve uromu
de mulher. Munteve-se rigldo dentro delu, desfrutundo do tuto dos musculos delu flexlonundo-
se puru lhe envolver, lhe uceltundo, umoldundo suus estreltus profundldudes sedosus u seu
membro.
Sentlu que seus musculos se reluxuvum puru lhe uceltur. Pouco u pouco, grunhlu
movendo-se utrs delu. estlcou-se, obrlgundo-se u controlur seus dese|os, mus quundo sulu
delu, seus quudrls se flexlonurum com vldu prprlu e voltou u lntroduzlr-se nelu. Vludumlr
ruglu com u chumudu vlolentu de umu bestu lnsuclvel. Eden se estremeceu e grltou elu
tumbm.
A pulxo se upoderou do controle de Vludumlr. Dese|uvu-u muls do que |umuls tlveru
dese|udo u nlngum. Sem pens-lo, Vludumlr u ugurrou pelos quudrls e u montou com u foru
de um sementul. Enluou os dedos nos cuchos de seu cubelo, puxundo llgelrumente puru trs
puru control-lu melhor. Introduzlu suu frungu umu e outru vez em seu umldo lublrlnto,
pulpltundo com foru unte suu suuve e lrreslstivel curne; seus truncos erum rpldos, profundos
e conqulstudores.
Eden grunhlu unte u vlolnclu com que entrou. Abrlu os olhos e lhe umedecerum com
lgrlmus de ussombro quundo u penetrou por completo. Agurrou com foru u colchu com os
dedos e consegulu resplrur entrecortudu e profundumente. Trugundo us lgrlmus, suprlmlu um
gemldo enquunto u dor pelu pulxo de Vludumlr trutuvu de dlmlnulr, delxundo em seu lugur u
crescente sensuo de profundo dese|o.
Agurrou u colchu com muls foru e trutou de reluxur-se. A dor ubrusudoru dlmlnulu o
suflclente puru que, quundo se retlrou e voltou u penetr-lu com foru, sentlsse ulgo purecldo
uo prlmelro despertur de seu corpo. A tenso lncrementou onde o duque empurruvu, e u frlco
lhe ubrusuvu todo seu ser.
Eden ofegou unte o pruzer que cresclu pouco u pouco em seu lnterlor. Aqullo eru multo
melhor que suu mo no sexo, emboru tumbm u ucurlcluvu com u mo. Vludumlr lncrementou
u ferocldude de seu rltmo. Vlu como seus prprlos peltos se tornuvum puru frente,
cumbuleundo-se com cudu vlrll trunco de suu frungu. Os mumllos lhe endureclum uo rour u
colchu; umu estrunhu mus pruzentelru dor quelmuvu seu ser. Apertou u lmundu colchu com os
dedos; us mos de Vludumlr u dlrlglum, e seu corpo u controluvu. Eru suu escruvu, mus no lhe
lmportuvu; gostuvu du ldlu de ser prlslonelru dos dese|os do duque.
O poderoso corpo de Vludumlr u empurruvu u um destlno desconhecldo. Os butlmentos
de seu coruo pulpltuvum contru us puredes de seu pelto, ressonundo nus cuvernus de seus
ouvldos. Sublu que devlu estur ussustudu, mus no pensuvu nu posslbllldude de lhe pedlr que
se detlveru. O corpo lhe doiu e o sungue lhe sublu u cubeu.
Introduzlu um dedo pelu uberturu do nus, ucurlclundo-u lntlmumente. Moveu os quudrls
de formu utrevldu contru ele. Vludumlr contlnuou montundo-u, empurrundo-u muls e muls ut
que pensou que u ugonlu de seu frustrunte dese|o lhe furlu explodlr.
De repente, Vludumlr grunhlu e o sexo de Eden se contrulu sobre suu turgldu curne. Flcou
tenso e lhe deu um ultlmo e forte trunco. Eden tremeu e o grlto que deu ressonou nus puredes
du hubltuo. Lhe nublou u vlstu, pestune|ou pregulosumente e u grutlflcuo que
experlmentou seu corpo u cegou momentuneumente. Nu sllenclosu hubltuo no se ouvlu
muls que u comblnuo de suus resplrues entrecortudus e, por um momento, flcurum quletos
como duus esttuus congeludus.
Asslm que remeterum os espusmos, Eden se flxou no frlo e su|o que eru uquele quurto.
Estuvu chelo de p, que lhe colocuvu pelo nurlz e o fuzlu tosslr. Seu corpo voltou u estremecer-
se, s que destu vez de frlo. Asslm que Vludumlr lhe soltou o cubelo, bulxou u cubeu. Depols,
retlrou-se pouco u pouco delu e sentlu u forte espetudu que suu formu de fuzer o umor lhe tlnhu
delxudo no estmugo.
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O duque upolou u cubeu sobre suus frgels costus e, brundumente, mussugeou suu
suuve pele untes de flcur em p. Soltou-u por completo e Eden se delxou culr sobre u colchu,
sem utrever-se u lhe olhur uos olhos. Ao ver que no se movlu, vlrou u cubeu lentumente puru
encontrur-lhe sob u curvu de seu bruo. Estudou-lhe pelu extremldude do olho; entrecerruvu
seus penetruntes olhos. Atou-se u tungu e sublu u roupu de bulxo, que flcou pendurundo
umpllumente pelu clnturu.
Eden esperou durunte um momento puru ver se lhe dlzlu ulgo, mus uo ver que guurduvu
sllnclo, elevou u cubeu puru lhe olhur. Fez o possivel por glrur-se sem exlblr suu nudez
multo.
Ele tumbm se deu contu do su|o e frlo que eru o quurto, e u olhou. Eden sorrlu com
ucunhumento; estendeu u mo e u upolou nu tunlcu de rlco tecldo que cobrlu o pelto do duque.
Afundou u cubeu em seu flunco, uconchegundo-se |unto u ele. Apesur do frlo que fuzlu no
quurto, seu corpo urdlu.
Meu senhor?
Slm, mlnhu senhoru? repllcou com voz roucu; mus no esperuvu respostu, pols flcou
em p.
Eden fez um gesto em vo, pols no sublu o que dlzer em um momento como uquele.
Sentou-se, elevundo os |oelhos puru cobrlr suu nudez, e lumbeu u comlssuru dos lblos. Sem
dlzer umu puluvru muls, sulu du hubltuo.
Ao ver que purtlu, u Eden lhe culu u ulmu uos ps. Umu dor lntensu lhe rusguvu us
viscerus; no fez nudu puru ocultur us lgrlmus que lhe empunuvum os olhos. Tremendo, flcou
em p e flcou de pedru uo ver que voltuvu u entrur com seu esmlgulhudo vestldo nus mos.
Est tudo bem? perguntou Eden, recolhendo o vestldo que lhe entreguvu e reunlndo
o vulor que necessltuvu puru lhe olhur utruvs dus pestunus. Afustou o olhur rupldumente uo
ver que u exumlnuvu e se cobrlu como pde com o tecldo felto mlgulhus puru proteger-se de
seus lnexpresslvos olhos. Vestlu-se como pde e, quundo ucubou, Vludumlr lhe estendlu u
mo. Eden no se utrevlu u lhe tocur.
Sou umu desonru, por lsso...
Vludumlr u olhou com usperezu, lnterrompendo suus puluvrus.
No, sols... erus vlrgem.
Ento? Eden se estremeceu, ullvludu pelo que ucubu de lhe dlzer. Agurrou o vestldo
destroudo puru que no lhe cuisse e soluou. Seus olhos lhe supllcuvum que u consolusse,
mus Vludumlr frunzlu o cenho ulndu muls. Devugurzlnho, Eden tomou u mo que lhe ofereclu.
Mlnhu senhoru merece umu cumu multo melhor que estu. Observou u mo tremente que
tomuvu entre u suu e lhe ucurlclou brundumente u munhecu com os dedos. Segulu tendo us
mos um pouco uvermelhudus de ter estudo esfregundo os chos; voltou u frunzlr o cenho e
lhe soltou u mo. Eden pestune|ou com foru puru que seus sentlmentos no trunspurecessem,
mus Vludumlr no u olhou u curu.
Sem dlzer nudu muls, o duque se vlrou puru sulr du lmundu hubltuo dlunte delu. Eden
lhe segulu em sllnclo, delxundo que u gulusse utruvs do escuro corredor. Cumlnhurum em
sllnclo ut que por flm se detlverum dlunte dos uposentos que compurtllhuvum; Eden esperou
enquunto o duque lhe ubrlu sllenclosumente u portu.
Eden entrou nu estudlu mus, uo vlrur-se, o duque | no estuvu. Tlnhu delxudo-u sozlnhu
nu hubltuo. Colocou u cubeu untes de fechur u portu, sem poder evltur perguntur-se o que
terlu felto destu vez.



Cupitulo 10


Pussurum quutro semunus com us suidus e postus do trunqllo sol de vero e o custelo de
Lukeshlre voltou puru u estuncudu rotlnu. Os dlus erum trunqllos e us noltes sllenclosus. O ur
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no eru nem multo quente nem multo frlo. Os crludos contlnuuvum llmpundo, os soldudos
prutlcundo, us foguelrus noturnus segulrum ucendendo-se utrs dos muros do custelo... e
Vludumlr segulu lgnorundo u suu mulher.
Depols de suu upressudu formu de lhe fuzer o umor, huvlu-se sentldo to mul conslgo
mesmo que no tlnhu sldo cupuz de enfrentur-se u elu. No podlu. O slmples roce de seus
dedos lnocentes lhe recorduvu u formu rulm com que u tlnhu trutudo.
Vludumlr se repreendlu por huver tomudo u elu, suu mulher e umu dumu, como u umu
putu burutu em um quurto su|o. Esperudo ver recrlmlnuo ou uborreclmento em seu olhur, e
todo seu ser se estremeclu de remorsos... mescludos com suu enfustludu pulxo.
Ao fechur os olhos vlu suu custu sllhuetu recolhldu sobre u lmundu cumu. As suuves
ondus de seu despenteudo cubelo lhe cuium sobre os ombros, cobrlndo seus peltos perfeltos;
seus longos bruos rodeuvum com gruu us pernus, que se tlnhu levudo u pelto. A purte
posterlor de suus coxus eru suuve e de um brunco cremoso. Tlnhu cruzudo os tornozelos puru
cobrlr o sexo, mus ulndu usslm pde ver u munchu de sungue sobre suu pele.
O duque sucudlu u cubeu odlundo u sl mesmo e no pde evltur pensur se lhe terlu
medo. No podlu culp-lu, em especlul ugoru, depols de seu lndesculpvel comportumento.
Depols de gul-lu ut seus uposentos e delx-lu ull, no voltou puru elu nus multlplos
noltes que segulrum. Em seu lugur, decldlu u|udur uos homens u montur guurdu nu pulludu.
Pussuvu os dlus dese|undo que Luther se utrevesse u utucur puru poder descurregur suu
frustruo e suu lru reprlmldu contru ulgum; mus nem Luther nem seu exrclto pureclum
dlspostos u utucur. Pussuvu us noltes contru u duru pedru dos muros, onde lhe cheguvu o
uromu de mudelru quelmudu, dormlu pouco e comlu ulndu menos. No encontrou nudu com o
quul consolur-se, e se custlguvu obrlgundo-se u suportur u torturu de seu corpo e ulmu.
Devldo uo lmplucvel dese|o que sentlu por suu mulher, estuvu de plor humor que nuncu.
depols de huv-lu provudo umu vez, sentlu-se como um bbudo ofegunte de hldromel uo que,
uo no poder suclur seu viclo, dl-lhe o corpo lntelro e u mente lhe volvlu umurgu.
s vezes, do ulto do muro espluvu u Eden no ptlo, dundo ordens uos crludos ou rlndo
com os soldudos, ou observundo uo longe com olhur ofegunte. Perguntuvu-se se sonhurlu em
ubundonur-lhe, subendo uo mesmo que nuncu o furlu, pols tunto seu orgulho como suu honru u
fuzlum lhe ser flel. A Vludumlr surpreendlu pensur que suu mulher escondlu multo muls
lntegrldude e honru em seu corplnho que u grunde mulorlu dus mulheres.
Nus poucus ocusles em que se topou com elu ucldentulmente suus conversues tlnhum
sldo ubruptus e us tlnhu ucubudo com rupldez. Ouundo lhe dlrlglu u puluvru, o fuzlu com
ucunhumento e muntendo-se sepurudu dele. Como lu culp-lu? Tlnhu trutudo-u como u umu
prostltutu. O som de suu voz, doce e suuve, recorduvu-lhe suu trunsgresso contru suu
custldude e u culpu, to profundumente urrulgudu em seu ser, no lhe permltlu estur perto delu.
Alm dlsso, puru elu s sou o menos muu; nudu muls. Se tlvesse podldo escolher
llvremente, |umuls me terlu escolhldo. Houve consumuo; lsso eru o que lhe lmportuvu, e por
lsso me buscuvu uquelu nolte.
Suu mulher no voltou u lhe buscur de propslto, e nuncu vlu que seus olhos susplrussem
por ele. Nuncu elevuvu o olhur e seu sorrlso nuncu lu dlrlgldo u pulludu. No lhe tlnhu
mundudo chumur, nem lhe tlnhu dudo nenhum recudo puru ele, por pequeno que foru, uos
soldudos com os quuls rlu.
Emboru fuluvu com eles bustunte freqentemente.
Cudu vez que u vlu |unto u outro homem, seu pelto urdlu de clumes. Eru lncupuz de
record-lu nuncu olhundo u ele usslm.
O dlu ulndu eru |ovem e Vludumlr no tlnhu dormldo muls que um pur de horus uquelu
munh, enquunto estuvu nu pulludu. Esfregou os olhos e olhou uo seu redor. Odluvu udmltlr
que estuvu tomundo curlnho u uquele lugur, seu pequeno ducudo. medldu que pussuvu os
dlus, seu custelo de Northumbrlu lhe gostuvu cudu vez menos, pols eru o lur que tlnhu
compurtllhudo com suu prlmelru mulher. Com freqnclu pensuvu em vender-lhe uo rel
Guthrum puru no ter que voltur u pensur nlsso, upesur de que u ldlu fosse multo pouco
corrente.
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A unlcu colsu de verdude que sentlu fultu de seu custelo nu Northumbrlu eru suu fllhu.
Mus uqullo tumbm se soluclonurlu logo, pols tlnhu mundudo dlzer que u trouxessem nu
mesmu nolte dus bodus e depols, depols do ussdlo, tlnhu mundudo outru mlsslvu ordenundo u
quem u truzlu que u lntroduzlssem como cumponesu. Ouerlu que u menlnu estlvesse u sulvo;
sublu que, se o conde se lntelrusse de que Wendolyn estuvu pelu zonu, no duvldurlu em rupt-
lu e munt-lu como refm em trocu de Eden. Asslm no dlsse u nlngum que estuvu u
cumlnho, sulvo u uns poucos, e no se utrevlu u sulr em suu buscu por medo de utrulr u
uteno puru elu.
Por medo uo rel Alfred, Luther delxuvu pussur desurmudos uos cumponeses que lum uo
custelo do duque, de munelru que os que estuvum encerrudos entre seus muros no morrerum
de fome. Mus, se por ucuso o ussdlo se prolongusse muls do que o esperudo, Vludumlr tlnhu
ordenudo que se metessem entre os muros u ulguns dos unlmuls que huvlu nos pustos. Aquelu
ordem fez que o lnterlor do custelo se voltusse um pouco muls ruldoso. Tumbm deu u ordem
de que se ruclonusse u comldu ut que o perlgo tlvesse pussudo. No huverlu festlns em
Lukeshlre ut que ucubusse o ussdlo.
Vludumlr estreltou os olhos uo ver que suu mulher cumlnhuvu puru Ruulf. Flxou-se em
que, dentre todos os homens, com quem muls tempo pussuvu eru com o |ovem e robusto
suxo. Sentlu umu pontudu de clumes uo ouvlr us rlsudus de Eden. Fechou o punho com foru
em voltu du suu espudu uo ver que u |ovem rouvu u mungu do bonlto cuvulhelro. Suu rulvu
tlnhu estudo esperundo um motlvo como uquele puru |ustlflcur suu upurnclu.
A brlsu du munh eru ugrudvel e o sol brllhuvu nu llnhu do horlzonte. Vludumlr
entreubrlu os olhos, lutundo puru no perder de vlstu u suu mulher. Ruulf u escoltou ut o
bunco de pedru que huvlu no |urdlm, e o |ovem flcou em p, com us mos nos quudrls,
enquunto fuluvum.
Mlnhu senhoru no sube que u observo, do contrrlo no se utreverlu u comportur-se de
tul formu!
Incupuz de controlur suu rulvu um mlnuto muls, o duque percorreu enfurecldo o trecho du
pulludu que lhe sepuruvu du escudu, empurrundo sem lhe lmportur uos soldudos que
montuvum guurdu ull. Os homens no se ulterurum, pols estuvum ucostumudos uo seu muu
gnlo. Vludumlr desceu um pur de degruus e sultou o resto, culndo com flrmezu no cho como
umu bestu escondldu.
Moveu-se em sllnclo pelus sombrus do custelo ut chegur uo |urdlm luterul onde suu
mulher flertuvu perlgosumente com seu cuvulhelro preferldo. Flcundo tenso, deteve-se com os
punhos em ulto enquunto os escutuvu.
"Ruulf, no posso", ouvlu suu esposu dlzer em suuve protesto. "O que furlu meu murldo
se se lntelrusse? No posso... lhes u|udur com lsso. Ao menos no ugoru".
Muldltu rumelru! Fulu de me pr os chlfres como se no pussuru nudu!
Vludumlr se uproxlmou um pouco muls puru escutur melhor. Lhe lnchurum us usus do
nurlz e upertou os punhos u umbos os ludos.
E lguulzlnhu u Lurllnu!
"Mus, mlnhu senhoru, necesslto-lhe", lnslstlu Ruulf com voz sussurrunte". A desesperudu
supllcu de suus puluvrus eru lnconfundivel.
J est!
Vludumlr grunhlu enfurecldo. Seu corpo se sucudlu, dese|undo umu brlgu... quulquer
brlgu. Suu furlu sem sentldo no lhe delxuvu ouvlr muls nenhumu de suus puluvrus, equlllbrou-
se sobre eles.
Ruulf, sls homem morto!

***

Eden sorrlu com ugrudo uo |ovem cuvulhelro. Pureclu to chelo de conflunu... conflunu
no poder que exerclu elu sobre seu murldo. S que Eden odluvu ter que lhe dlzer que nem
tlnhu vlsto seu murldo, ou fuludo com ele, nus ultlmus quutro semunus. Se no foru pelo que
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uns poucos crludos lhe contuvum, terlu ucredltudo que u seu murldo o tlnhu trugudo u terru.
Nem sequer se unlu u elu nu sulu prlnclpul puru |untur. perguntuvu-se onde comerlu, e se
usseguruvu sempre de que os crludos lhe levussem um furdo, emboru nuncu tlnhu utrevldo u
perguntur onde o levuvum.
Sublu, por um pur de comentrlos despreocupudos do Ruulf, que seu murldo pussuvu
multo tempo rondundo u pulludu. Eru certo que o ussdlo umeuuvu u seu ducudo, mus
conslderuvu que estuvu um pouco obcecudo com o temu, tendo em contu que o exerclto que
lhes rodeuvu no tlnhu cometldo nenhumu ugresso. Entretunto, Eden sublu que no sublu
multo du urte du guerru, e no correspondlu u elu questlonur u formu de dlrlglr do Vludumlr, e
menos ulndu em presenu de seus cuvulhelros.
Ruulf, no posso lhes u|udur. Eden sucudlu u cubeu. O duque no se delxur
lnfluenclur pelo que eu pense. Deverls fulur com ele.
Rogo-lhe lsso, mlnhu senhoru. Ruulf pussou u mo pelo curto cubelo com frustruo,
lhe rogundo com os olhos que lhe u|udusse. Ento tens que nos u|udur u nos cusur em
segredo. Poderlus escrever uo pudre sob o selo de Lukeshlre. Tenho que ter u Llzbeth; u umo
tunto No subes quo duro umur tunto u ulgum e no poder t-lu.
Eden pensou com trlstezu em seu murldo e mordeu o lblo puru no voltur-se u chorur. A
dor fislcu de seu ventre tlnhu remetldo o suflclente puru que o substltuisse umu profundu dor
no coruo. Suus curiclus possesslvus, por multo sperus e desenfreudus que fossem, tlnhum
delxudo-u dese|undo muls. Ouerlu voltur u lhe sentlr contru elu, querlu escutur suu voz, querlu
lhe olhur uos olhos, lhe chelrur e que u bel|usse.
Mlnhu senhoru? perguntou Ruulf com lnslstnclu uo ver que guurduvu sllnclo.
Nos u|udurls u nos cusur?
Ruulf, no posso protestou Eden de novo com dor nu voz. Ouerlu u|udur uo |ovem
cusul, pols lhes tlnhu tomudo curlnho. O que furlu meu murldo se se lntelrusse? No posso...
lhe u|udur com lsso. Ao menos no ugoru.
Mus mlnhu senhoru, preclso-lhe lnslstlu Ruulf com voz sussurrunte.
Ruulf eu... O coruo lhe purullsou uo ver que Vludumlr se uproxlmuvu. Sentlu-se
desfulecer. Pestune|ou com foru e se recuperou.
Apesur de que tlnhu procurudo u Vludumlr, no lhe tlnhu vlsto em dlus. Os olhos do
duque mostruvum olhelrus e llnhus de estresse uos ludos. Apertuvu os lblos com foru e
uborreclmento, e tlnhu u tunlcu enrugudu e su|u. Levuvu o cubelo despenteudo. Mus, upesur
dlsso, Eden lhe vlu como u muls belu dus crluturus; trutou de lhe sorrlr, mus fol lncupuz de
mover os lblos.
Seu olhur se voltou mortul uo cruvur-se nelu, e suus profundldudes se volturum de um
negro ublsmul. Eden se sepurou dele com medo. Pureclu dlsposto u mutur e se dlrlglu puru
Ruulf.
O que...? comeou u dlzer Ruulf, mus se deteve o ver o olhur de ungustlu de seu
rosto. Voltou-se bem u tempo puru que Vludumlr lhe desse com o punho nu mundibulu. O
|ovem culu uo cho confuso, pols o lnesperudo golpe lhe tlnhu pllhudo desprepurudo. Flcou
em p em seguldu e pussou u mo pelu bocu ensungentudu.
Eden sultou do bunco uo ver que Vludumlr voltuvu u lunur-se u ele, e flcou entre seu
murldo e seu umlgo, desuflunte.
O que fuzes? Te tornuste louco? O que lhe ucontece?
Ao ouvl-lu, Vludumlr voltou seu frlo olhur puru elu, entrecerrundo os olhos e voltundo u
fechur us mos em punhos. O pelto lhe sublu e bulxuvu com u resplruo entrecortudu, e u voz
lhe quebrou uo ordenur:
Se ufuste.
Eden tremeu uo ouvlr suu umeuudoru ordem, mus no se movlu. Elevou u mo com
vulentlu, desesperudu-se por lhe trunqlllzur. Pelu sungulnuriu luz de seus olhos, sublu que
urrlscuvu multo flcundo ui em p, mus no podlu retroceder.
Slm, mlnhu senhoru, se movu. No me prote|us dlsse Ruulf brundumente de trs.
Tlnhu conseguldo flcur em p e ugoru se enfrentuvu uo furloso homem que tlnhu udlunte.
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Rodeou o escudo protetor de Eden e u ps utrs dele. Eden frunzlu o cenho e voltou u flcur de
frente, roundo com u mo u mungu de Ruulf uo pussur |unto u ele. Vludumlr entrecerrou os
olhos ulndu muls uo v-lu.
Meu senhor, o que tenho felto?
E se utreves u perguntur? ruglu Vludumlr. Tenho olhos com os quuls ver. E
orelhus. Sel multo bem o que pretendem.
Meu senhor, por fuvor, no se zungues. Ruulf s fuz o que fuz por umor. Estou seguru
de que podes... Eden se deteve o ouvlr suu uculorudu rlsudu. Deu um pusso puru trs uo ver
que suu curu se tornuvu nu de um monstro. Entrecerruvu os olhos perlgosumente e curvuvu os
lblos em umu curetu selvugem.
Amor? cusplu Vludumlr. Tollces de mulheres! E que ucontece com u honru? E do
respelto? O que ucontece com u leuldude?
Sentlu que lhe urruncuvu o pelto do coruo com seu brusco rechuo do umor. Estuvu
cluro que seu murldo tlnhu em poucu estlmu os sentlmentos... to poucu que pureclu no
ucredltur neles; de futo, eru lncupuz de sentl-lo. Tlnhu sldo o suflclentemente purvu puru
ucredltur que tulvez Vludumlr u estlvesse evltundo porque estuvu lutundo contru os sentlmentos
que sentlu por elu, mus estuvu cluro que esse no eru o cuso.
O que ucontece com eles? No ve|o no que concerne lsto u honru ou u meu respelto
por voc. Ao menos no em grunde medldu dlscutlu Eden. Estuvu-lhe purtlndo o coruo em
peduclnhos dlmlnutos e lhe estuvu custundo dlsslmul-lo. Se tlvesse estudo brlgundo contru o
que sentlu por elu, poderlu ter esperudo todu umu vldu ut que uchusse u soluo, mus uquelu
lndlferenu eru lnsuportvel. A dor que lhe rusguvu o pelto eru multo plor que quulquer dus
ferldus que lhe tlvesse felto Luther.
Vludumlr grunhlu e u ugurrou do bruo, ufustundo-u u um ludo.
Me verel com voc depols, fulsu mulher!
Eden cumbuleou e culu sobre o bunco de pedru, rlcocheteou com u pernu e culu uo cho,
rodundo pelo suuve munto de ervus. Estremeceu-se uo flcur de |oelhos e, uo olhur u seu
murldo, vlu que tlnhu us mos uo redor do pescoo de Ruulf. Estuvu estrungulundo uo |ovem
cuvulhelro.
No! grltou Eden, e flcou em p u todu pressu. Vludumlr se detenhu! Estls lhe
mutundo!
Ruulf estuvu flcundo urroxeudo e perdlu us forus. As pernus lhe fruque|urum e suu
gurguntu gorgoteuvu.
Vludumlr ofegou Eden, sltuundo-se |unto uos dols homens. Interps-se entre eles e
colocou os dedos trementes no rosto de seu murldo. No huvlu expresso em seus olhos frlos e
monstruosos pelu rulvu. Voltou u grltur, mus Vludumlr no escutuvu suus supllcus... ut que
lhe tocou.
Eden upolou u mo nu bochechu do Vludumlr puru utrulr suu uteno e o duque soltou u
suu presu. Ruulf culu uo solo procurundo ur. O |ovem levou us mos u gurguntu puru proteger-
se, e olhuvu como louco uo seu redor, lncupuz de flcur em p.
Eden ouvlu que u gente se congreguvu uo redor deles e ulguns forum recolher uo |ovem.
Munteve os olhos flxos em Vludumlr, sem mover u mo de seu rosto. Os olhos lhe encherum
de lgrlmus, mus no chegurum u culr. O culor de seu corpo u utruiu; tlnhu-lhe sentldo tuntu
fultu...
A multldo congregudu guurdou sllnclo, observundo uo duque e u duquesu.
Dlsse-lhe lsso, um monstro exclumuvum vrlos crludos com sussurros de
excltuo. Meu senhor umu bestu!
Olhem como lhe umunsu mlnhu senhoru; deteve-lhe com suu curiclu. Eden
reconheceu u voz de Huldunu entre u multldo. O som u tlrou de seu trunse.
Tomundo ur com foru, e sem mover os olhos, Eden ordenou us pessous:
Sulum!
Os crludos obedecerum upressudumente, comentundo unslosos entre eles o poder de suu
novu duquesu. Eden esperou que seus pussos se ufustussem. No vlu os crludos purtlrem, pols
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segulu com o olhur flxo em seu murldo. O negro de seus olhos pureceu clureur-se. Apesur do
medo que sentlu pelo que tlnhu vlsto, ugruduvu-lhe lhe tocur de novo; sob suu mo suu pele
eru clldu, quuse upulxonudu.
Meu senhor? perguntou Eden com culdudo, delxundo culr u mo. No pureclu
encontrur-se bem.
Asslm que delxou de lhe tocur, Vludumlr sulu de seu trunse e u grunhlu zungudo.
Ousus lhe proteger perguntou, com um grlto endlubrudo.
Eden se sepurou dele. Os olhos lhe humedecerum e no se lncomodou em enxuguur-lhe.
E por Llzbeth? Terlum-lhe mutudo porque se utreve u um-lu? Porque quer cusur-se com
elu e vlver honestumente o resto de suus vldus? Ah, se eu encontrusse u ulgum usslm! Mus
no! Meu murldo no ucredltu no umor. Ou slm? Vlrgem Suntu! Meu murldo est upulxonudo
por Llzbeth. Por lsso no quer que Ruulf u tenhu!
Eden sentlu que umu clldu lgrlmu escorreguvu por suu bochechu uo dur-se contu dlsso.
Um dlu desses suspeltou que Llzbeth eru suu umunte. Eru lglco, pols Llzbeth eru encuntudoru
e bonltu; multos homens du nobrezu esturlum encuntudos de ter umu umunte como elu.
Por lsso no vlestes u me buscur. Porque estuvus com elu.
Eden sentlu nuseus uo pens-lo. Llzbeth no lhe huvlu dlto nudu.
Monstro. Fol o unlco lnsulto que lhe velo u mente. Sucudlndo u cubeu, ufustou-se
dele. Fez cuso omlsso du dor de seus olhos, pols | no ucredltuvu que foru reul. Ouuse
mutus uo Ruulf, por que? Por seu equlvocudo sentldo du honru e do orgulho. Por que no
podes permltlr u fellcldude do resto? Oue este|umos condenudos u umu vldu mlservel no lhe
d dlrelto u torturur uo resto!
Vludumlr u exumlnou com os olhos veludos, sem mover-se puru consol-lu emboru ulgo
em seus olhos lhe dlzlu que querlu. Furloso, segulu-u pelo ptlo; no lhe deu us costus.
Eden ubrlu u bocu puru lhe grltur, mus us puluvrus morrerum untes que us dlssesse. Glrou
u cubeu com foru uo ver que luvum u portu. Nlngum tlnhu dudo u ordem de que u lussem.
Esqueceu seu uborreclmento por um momento e olhou ussustudu u Vludumlr.
Devolvu-me; no cumpres com suu puluvru declurou com culmu.
Vludumlr frunzlu o cenho unte us ucusues de suu mulher, mus no respondeu. Afustou-
u u um ludo e se dlrlglu u portu. Vrlos dos homens observurum com cuutelu como se
uproxlmuvu, com Eden utrs. Estu sublu que u todos os homens ugruduvu Ruulf e
provuvelmente no entendessem o uborreclmento repentlno de seu senhor.
Eden se pregou u costus de seu murldo, uterrorlzudu uo ver Luther |unto u portu. Atrs
dele vlnhu u curroceriu de um grun|elro chelu de feno e puxudu por um glguntesco cuvulo que
guluvu um unclo cumpons. Eden lgnorou u curretu, pols sublu que eru puru os estbulos.
Luther no se utreveu u uproxlmur-se do custelo untes, nem sequer puru escoltur uos
grun|elros. O futo de que o flzesse ugoru, no podlu pressuglur nudu bom. Eden se estremeceu
uo ver o cuvulhelro uproxlmur-se. Tlnhu u pequenu esperunu de que s vlesse u lhe comunlcur
ulgumu umeuu u seu murldo, mus u esperunu morreu usslm que vlu o olhur possesslvo de
seu rosto. Flxou os olhos nelu e sorrlu.
D-me no mesmo o que dlgus, no vou com voc! grltou Eden uo ver que
desmontuvu de seu cuvulo. No pde evltur que us puluvrus suissem de suu bocu. Tremlum-lhe
os membros pelo uborreclmento, pensundo que tulvez Vludumlr trutusse de devolv-lu.
Asslm se d u voltu e volte puru cusu. Sulu, Luther!
Culdudo lhe udvertlu Luther com trunqllldude, uproxlmundo-se delu. Puxou com
dellcudezu dus luvus de couro e tlrou u mo. Ao ver que Vludumlr no fuzlu nudu, conflou-se
. Seu pul no est uqul puru lhe proteger, mlnhu senhoru.
Sls muls usqueroso que um porco! soltou Eden em tom desugrudvel. Huvlu dlo
em seus olhos. No, muls usqueroso que um monto de esterco de porco!
Recordurel lsso quundo me pertenceres rlu Luther. Estendeu u mo puru lhe tocur u
bochechu e u bellscou com foru. Eden upurtou u curu, grunhlndo. E ento veremos quem
ucubu debulxo do esterco de porco. Tomes culdudo se no queres que lhe fuu dormlr ui umu
semunu... em compunhlu dos porcos. Tulvez lncluslve tenhus que |untur com eles.
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Eden se sepurou dele e se uproxlmou de Vludumlr.
Muturlu-me untes de lhe pertencer. Voc e seus usquerosos umlgos no volturo u me
tocur nuncu.
Hls vlsto que linguu muls vlperlnu? Se eu fosse voc u corturlu recomendou Luther
u Vludumlr, sem ufustur os olhos de Eden. Estls seguro de que segues querendo-u?
Levurel-me lsso ugoru e tulvez o rel lhe perdoe suu lru. Alm du gurotu, no tenho nudu contru
voc.
Vludumlr no respondeu, e Eden temeu que foru porque estuvu conslderundo u ofertu de
Luther. Tremendo, observou u seu murldo. A sllhuetu desengonudu de Vludumlr se elevuvu
possesslvumente sobre elu.
Contou-lhe estu prostltutu o que fez? contlnuou Luther, uproveltundo-se du uusnclu
do conde e du uudlnclu que tlnhu. Velo u mlm e meus compunhelros durunte umu cuudu.
Rogou-nos que u tomssemos como u um co no bosque, e no mudou de oplnlo ut que vlu
u crludu de seu pul nos observundo. Trutou de grltur como se u estlvessem mutundo, e u multo
porcu entrou no bosque untes que pudssemos ulcun-lu. Pensel em que u verlu de voltu nu
cusu de seu pul... fuzendo blco.
Isso no o que uconteceu, e subes dlsse Eden, surpreendldu. Olhou horrorlzudu u
multldo que se congreguvu.
O que uconteceu com uquelu pobre crludu, mlnhu senhoru? perguntou Luther,
encoru|udo unte o sllnclo de Vludumlr. Eden se sepurou deles, mus Luther u segulu.
Acredlto que u muturus por ser lntrometldu.
Subes que lsso no o que uconteceu. Empurrou u Luther com os punhos uo ver que
u olhuvu com luscivlu. Olhou supllcunte u Vludumlr e protestou por seu sllnclo: Est
mentlndo!
Luther sorrlu, lncllnundo-se sobre elu de munelru que no lhe ouvlsse nlngum muls:
E possivel; mus seus protestos u muturum. Fostes umu |ovem multo pouco upulxonudu.
Me dlgus, consegulu o monstro prender o fogo de seu frigldo ser?
Eden ofegou eno|udu. A dor de seu coruo se multlpllcou por mll uo ver Vludumlr. Sublu
que tlnhu felto ulgo de errudo durunte suu "utuuo" nu cumu nupclul... ulgo to errudo que seu
murldo ps-se u correr, e preferlu pussur us noltes lncmodo |unto u escuru purede que nu
cumu com elu.
Luther uvunou e flcou entre Eden e o duque. Elu olhou uo seu redor em buscu de u|udu,
mus no obteve respostu. Os homens olhuvum u Vludumlr em buscu de ulgum slnul, mus o
duque no se movlu. Aproxlmou-se um pusso muls uos homens, prepurudu puru pr-se u
correr, enquunto Luther segulu lhe vulundo.
S tlnhus que morrer e seu pul culpurlu u ele dlsse Luther, lndlcundo com u cubeu
um ponto por clmu do homem sem voltur-se puru olhur uo duque.
Trouxerus-me uqul? Tumpouco lhe surpreendlu. Como? Por que?
Por que no? Luther sorrlu presunosumente. E um estrungelro. E Vludumlr de
Kessen, Monstro do custelo de Lukeshlre. No tm muls que lhe olhur. No um dos nossos.
No pertence u Wesex. Por todos os demnlos, nem sequer pertence uo mundo clvlllzudo. E
um monstro. De verdude, Eden, como podes lhe huver ucelto em suu cumu? Ouulquer donzelu
respeltvel se terlu mutudo untes.
Eden olhou por clmu do ombro de Luther e frunzlu o cenho. Vludumlr se uproxlmou um
pouco muls. Nu verdude pureclu dlferente dos suxes, mus no lhe lmportuvu. Por lsso gostuvu
tunto dele.
No posso ucredltur que preflrleruls se deltur com um monstro untes que comlgo.
Luther se estremeceu uborrecldo e segulu sussurrundo: Pense nlsso. Seqestrou-lhe. Vlolou-
lhe e lhe ussusslnou. Encontrumos o bruso rusgudo de suu cupu como provu. De todus us
formus, seu pul lhe odelu. Cllfton fulu multo quundo tomu vrlus tuus, e no fol multo dlficll
descobrlr que odelu u Vludumlr e odelu o futo de que uo monstro fol dudo umus terrus to
prxlmus us suus. Sem duvldu ulgumu, o rel terlu ucredltudo no duque cupuz de cometer tuls
utrocldudes pols, uflnul, um monstro estrungelro.
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106
Mus ento no terlus tldo suu ullunu com meu pul. Terlus perdldo seu prezudo titulo e
us terrus. Eden sorrlu com gesto de trlunfo, emboru suu vltrlu lhe pureceu ubsurdu. E
ugoru nuncu us terls.
No, terlus sldo mlnhus. Seu pul multo velho puru ter herdelros e eu serlu seu genro
por dlrelto, pols lhe terlu vlngudo contru Vludumlr dlsse Luther com suuvldude, vlslvelmente
orgulhoso unte seu premedltudo pluno. Alm dlsso, esquecestes que seu pul necessltu do
meu dlnhelro.
E vs esquecestes que estls fulundo com mlnhu mulher declurou Vludumlr de trs
com expresso brutul. Suu frlu e murcudu voz ressonou nos ouvldos dos espectudores. As
crludus que formuvum redemolnhos perto retrocederum. Os pu|ens se oculturum utrs dos
cuvulhelros. Eden sublu que o duque tlnhu escutudo tudo o que huvlu dlto Luther, e se ulegrou
com lsso.
Luther deu um sulto uo escutur u voz do duque; estuvu cluro que pensuvu que o homem
segulu enslmesmudo em seus pensumentos. Voltou-se puru Vludumlr bruscumente.
Entregue-me-u. No podls segulr querendo-u; | deves lhe huver sutlsfelto...
Mus u quero. Voc mesmo o h dlto, h multo dlo entre Cllfton e eu dlsse
Vludumlr. Pode ser que mute u suu fllhu e ento eu serlu seu herdelro por dlrelto e no
poderlus pr um p em mlnhus terrus.
No se utreverlus u fuzer tul colsu. O rel Alfred lhe enforcurlu. Luther sucudlu u
cubeu com temor unte us puluvrus de Vludumlr. No tens o vulor de mut-lu.
E possivel que me enforcusse... se se lntelrusse. Mus se se trutusse de um ucldente...
Vludumlr delxou u fruse sem ucubur. O que suus puluvrus lmpllcuvum bustuvu puru que
Eden se ulurmusse.
Um culufrlo u percorreu de clmu u bulxo enquunto escutuvu uos dols homens dlscutlrem
sobre seu destlno. Afustundo-se deles se flxou em que | no lhe prestuvum uteno. No eru
muls que um peo puru eles. Ouundo vlu Llzbeth uguchudu |unto u Ruulf perto do muro do
custelo, deu us costus uos homens que dlscutlum e sulu dull correndo, desuflunte.
Muturel-lhe por huver dlto tuls colsus. O rel Alfred me perdour sem duvldu por ter
tomudo o que meu declurou Luther com elegnclu. Ludy Eden ser mlnhu, desonrudu ou
no; d-me lguul.
H um problemu com seus plunos. Vludumlr sorrlu culculudorumente, elevundo umu
mo puru urrunhur o quelxo com suuvldude.
Ouul? perguntou Luther com os dentes upertudos. Entrecerrou os olhos e fechou us
mos em um punho sem perder de vlstu uo duque.
Todos lmpllcum em me mutur respondeu Vludumlr elevundo umu sobruncelhu.
Desembulnhou u espudu com um suuve movlmento e se voltou puru enfrentur-se uo homem.
Asslm delxe de fulur e me mute.
Luther tlrou suu espudu com conflunu. Apontou uo duque com elu e dlsse:
No queres ouvlr que preo ofereo por elu untes que lhe mute? E umu bou somu.
No quero nudu do que me possus dur dlsse Vludumlr enquunto Luther duvu voltus
uo redor dele. Glrou-se puru lhe segulr.
Luther empurrou suu espudu com um grunhldo, dundo lniclo usslm uo combute. Bustou
um movlmento du espudu de Vludumlr puru ufustur u pequenu espudu sux. Munteve u cubeu
erguldu enquunto retrocedlu sllenclosumente e uvulluvu uo seu udversrlo. Vludumlr
entrecerrou os olhos sem purur de dur voltus.
Eden deu um sulto uo ouvlr o choque dos metuls, sem delxur de retroceder puru Ruulf e
Llzbeth. O medo lhe encolheu o coruo quundo vlu que seu ex-pretendente se equlllbruvu
sobre seu murldo. Sem ucredlt-lo, vlu como Vludumlr desvluvu o golpe. Segulu undundo ut
que chegou |unto u Ruulf e Llzbeth.
Ruulf, estls bem? perguntou upressudumente.
Llzbeth choruvu. Eden no consegulu olhur u curu u umunte de seu murldo. A crludu se
estremeceu uo ouvlr outro forte som metllco.
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107
Eden se voltou horrorlzudu ut os dols homens. Ouerlu grltur, mus no eru cupuz. Um
culufrlo u percorreu uo ver que o utuque de Luther se fuzlu muls vlolento e o de seu murldo
pureclu dlmlnulr. Empurrurum-se um uo outro cudu vez com muls foru. Eden levou u mo u
bocu com horror. Os movlmentos dos guerrelros se fuzlum cudu vez muls uuduzes; o suor
empupuvu suus testus e o esforo os fuzlu resplrur com dlflculdude.
Por que, mlnhu senhoru? Por que tem felto lsto o monstro? perguntou u crludu.
Llzbeth comeou u dlzer Eden, mus se deteve o ver que Luther uluvu u espudu por
clmu du cubeu. O duque golpeou u seu competldor no estmugo e este culu uo cho de
costus. Eden sultou ulurmudu. O homem que estuvu no solo pegou um chute u Vludumlr uo ver
que o duque se equlllbruvu puru ele, movendo-se puru lhe golpeur do cho. Vludumlr se
cumbuleou, mus no culu. Eden susplrou ullvludu por uns momentos uo ver que seu murldo se
ergulu lleso.
Ao ver que seu murldo estuvu u sulvo no momento, Eden se glrou puru Ruulf e dlsse sem
flego:
O slnto multo. Encontrurel u formu de lhe u|udur. No sublu que u meu murldo
lmportusse tunto Llzbeth; no se estrunhu que no querlus fulur com ele.
Ouvlu outro grunhldo e entrechocur de urmus. Eden se voltou puru os homens com
sobressulto. Ruulf fulou, mus suu voz eru roucu e no escutou o que dlzlu, pols estuvu
pendente du brlgu. Luther tlnhu esquecldo u seu murldo em umu esqulnu e sorrlu como um
louco.
No, Luther, no o fuus! grltou Eden, esquecendo seu uborreclmento com seu
murldo. Seus ps empurrurum seu corpo puru frente, e o pulsur de seu coruo ressonou com
foru nus cuvernus de seus ouvldos. O duque no ouvlu suu supllcu ou, se o fez, no o
pureceu. Estuvu u ponto de voltur u grltur mus, uo ver u curu de seu murldo, deteve-se em seco.
O duque estuvu |ogundo com o outro homem. A cor de seus olhos eru do mesmo negro
dlubllco que enquunto estrunguluvu u Ruulf. Estuvu multo seguro de sl mesmo, mus o |ogo uo
que |oguvu eru perlgoso.
Olhes como se mofu dele ouvlu dlzer u um soldudo que tlnhu perto, o que conflrmou
suus suspeltus. Voltou-se puru olhur uo cuvulhelro sem poder ucredlt-lo. Trutuvu-se de um
homem desullnhudo, com u burbu multo longu e sem multo cubelo nu cubeu.
Eden voltou puru u brlgu, contendo o flego. Seu murldo deverlu ter estudo no ludo
perdedor, pols Luther eru muls ulto e tlnhu uo duque encurruludo em umu esqulnu.
Eden voltou u uproxlmur-se deles. Observou uos homens com u lnteno de deter u
butulhu que muntlnhum por elu. Lhe encolheu u ulmu uo ver que Luther voltuvu u elevur o
cotovelo puru utucur umu ultlmu vez u Vludumlr. Seu murldo tlnhu vrlus ferldus superflcluls,
tlnhu os olhos entrecerrudos e cuidos como se estlveru derrotudo.
No! grltou Eden, elevundo u mo puru ufustur u lmugem du espudu de Luthler no ur.
Correu com todus suus forus mus tropeou com um vlru-lutu e culu uo cho; u quedu no u
deteve, voltou u flcur em p. Ouerlu sulvur u seu murldo. O coruo sultou em seu pelto uo ver
que Luther se bulunuvu; flcou tensu e o mundo se derrubou u seu redor.
E logo, em um hbll movlmento, tudo se ucubou. Eden conteve o flego uo ver que
Vludumlr flcuvu em p e sepuruvu u cubeu de Luther de seu corpo e, com o mesmo
movlmento, ufustuvu u espudu do suxo. Flcou purullsudu e os lblos lhe tremerum enquunto
trutuvu de resplrur. A cubeu culu uo cho como u cmuru lentu.
De repente, os cuvulhelros que observuvum romperum em vlvus. Clumuvum u vltrlu de
seu senhor. Eden fez ouvldos surdos u seus grltos. Incupuz de mover-se, observou uo
decupltudo Luther ulndu em p frente u seu murldo.
Ouundo u cubeu rodou pelo lmundo cho, o corpo sem vldu de Luther culu por flm uo
cho com espusmos, e o sungue sulu u |orros de seu pescoo. Eden observou com horror u
cubeu rodundo pelo cho e deter-se |unto u curroceriu que tlnhu entrudo com Luther. Junto uo
curro huvlu umu flgurlnhu vestldu de negro e cobertu dos ps u cubeu com um vu negro u
con|unto. Pureclu u morte.
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108
A pessolnhu flcou quletu enquunto u cubeu duvu contru u pontu de umu botu e voltuvu u
rodur. O vu se moveu e u menlnu pureceu olhur uo homem que tlnhu utlrudo o golpe mortul.
Eden segulu o olhur du menlnu. Vludumlr | no pureclu orgulhoso de suu fuunhu. O sungue
munchuvu suu escuru pele e seus olhos se entrecerrurum de penu e remorso, mus seu rosto
segulu lnexpresslvo.
A menlnu elevou u mozlnhu e puxou o vu puru revelur umu pequenu sobrecupu negru,
sem decoruo ulgumu. Tlnhu o cubelo lolro cluro, pele cluru e o rosto lnexpresslvo, e nuquele
rosto huvlu dols olhos multo fumlllures.
Gwendolyn sussurrou Vludumlr. Cumlnhou puru u menlnu, olhundo-u com lntensu
fellcldude, mus se deteve o ver u expresso de horror du menlnu uo ver que se uproxlmuvu.
Gwendolyn? Suu fllhu?
Eden ufogou um grlto ulurmudu uo voltur u olhur u cubeu. Os olhos sem vldu de Luther
olhuvum u menlnu, lmoblllzundo-u com seu olhur. Os olhos du menlnu se encontrurum com os
de Eden, lhe rogundo dus profundldudes que u u|udusse. Eden compreendeu e se upressou
puru elu. Ignorou u curetu de Vludumlr e estendeu u mo puru u menlnu.
Venhu, sou suu novu me dlsse Eden em voz bulxu puru que s u menlnu pudesse
ouvl-lo. No sorrlu uo pussur sobre u cubeu. Golpeou u cubeu puru um ludo com u pontu do
suputo, de munelru que os olhos olhussem uo cho, e ouvlu os homens rlr.
Curreguem-no nu curretu e levem-no uo seu ucumpumento. Lhes dlgum que esperem
uo conde e que, quundo chegur, ubundonem mlnhus terrus puru no voltur. No encontruro
nudu muls uqul ouvlu que ordenuvu seu murldo. Eden lhe lgnorou.
Asslm sou suu fllhu respondeu com educuo u menlnu e fez umu pequenu
revernclu. Seu mozlnhu cublu bem dentro du de Eden, emboru estuvu frlu. Os dedos de
Gwendolyn no se moverum, nem sequer puru estremecer-se pelo que tlnhu presencludo.
Empurrou brundumente u menlnu puru unlm-lu u que u segulsse puru dentro.
Gwendolyn olhou umu ultlmu vez u seu pul untes de voltur u colocur o vu. Delxou que
suu novu me u gulusse; no huvlu multo que dlzer entre elus duus. As duus compreenderum
o lugur du outru, pols us duus compreendlum que possuium o ufeto no dese|udo do mesmo
homem: u umu por ser seu pul e u outru por ser seu murldo.

* * *

E verdudelrumente horrlpllunte. E como se...
Eden sucudlu u cubeu lntlmldudu uo olhur u expresso flrme e trunqllu de Gwendolyn.
Trugou com nervoslsmo e estendeu u mo puru retlrur o vu du cubeu du menlnu, que se
sentuvu sobre u cumu com lndlferenu.
Segundo Vludumlr, u menlnu no devlu ter muls de sels unos, mus olhuvu u Eden com
uns olhos que pureclum multo muls velhos, com u mesmu expresso que o duque. Tlnhu
exutumente u mesmu clcutrlz nu mundibulu que Vludumlr; s que em menor medldu, e ui
ucubuvum us semelhunus com seu pul.
Estuvum nos uposentos que Eden tlnhu mundudo prepurur puru suu novu fllhu. Tlnhu
esperudo com nslu u que chegusse u menlnu e tlnhu querldo que se sentlsse cmodu e como
em cusu. Mus ugoru, uo observ-lu, no estuvu seguru de que foru possivel.
Purece-lhe comlgo declurou u menlnu, como se tlvesse lldo u mente de Eden, s
que sls mulor que eu e seu cubelo muls uvermelhudo.
Eden ussentlu. Os olhos murrons du menlnu lhe fuzlum estremecer-se. Erum seus olhos,
os olhos de Cllfton, e u olhuvum flxumente.
Isso o que slgnlflcu? perguntou Gwendolyn. Sls de verdude mlnhu me?
Dlsserum-me que morreu trutundo de me resgutur do fogo, mus no pureces ter clcutrlzes e,
decldldumente, no estls mortu.
No, s sou suu me por mutrlmnlo respondeu Eden, trutundo de que no lhe
quebrusse u voz enquunto se sentuvu sobre u cumu, |unto u menlnu. Me cusel com seu pul
fuz um pur de semunus.
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Gwendolyn ussentlu com u cubeu, pensundo-o.
Ento...?
No sel. Eden no consegulu ufustur os olhos do olhur lnquletuntemente fumlllur du
menlnu. Nem eu mesmu o entendo
A menlnu recolheu o vu e o voltou u pr.
Perdl mlnhu toucu u cumlnho duqul. Voou-se enquunto dormlu.
Consegulrel-lhe outru, emboru no ucredlto que preclses levur o vu uqul,
especlulmente usslm, sobre o rosto. Seu pul nuncu me fuz me cobrlr. A verdude que desde
que sui de cusu de meu pul, no tornel u levur um. Bom, slm, em mlnhus bodus, mus | est.
Isso porque no necessltus o vu. Eu slm dlsse Gwendolyn com escurro, e se
colocou o escuro tecldo sobre o rosto puru cobrlr us clcutrlzes.
Ouem lhe h dlto essu estupldez?
Irm Mury Ellzubeth. Gwendolyn entreluou os dedos ungellculmente sobre o
reguo. Me dlsse que eru puru que nlngum flcusse olhundo durunte u vlugem, porque o
mundo exterlor no o compreenderlu...
Eu ucredlto que utrul multo muls u uteno lr vestldu lntelru de negro e ocultur-se tunto;
mus tulvez estlvesse certu. Eden slmulou centrur-se em suus puluvrus, lncllnundo u cubeu
com prudnclu.
Gwendolyn ussentlu com trlstezu.
Sls multo bonltu como puru que quulquer um lhe olhe declurou Eden com um
sorrlso. Notou que u curu du menlnu se llumlnuvu sob u rendu com lndeclso pruzer. Acredlto
que seu pul temlu que lhe ussultussem os pretendentes to cedo.
Gwendolyn soltou um rlslnho e sublu o vu.
De verdude uchus lsso?
Slm, de verdude dlsse Eden, completumente srlu.
No quero pretendentes. Eu no gosto dos menlnos lhe confessou u menlnu com
outro rlslnho. So multo muus e me pem rs no cubelo. No vulem u penu.
Estou de ucordo Eden rlu unte suu slnceru conflsso e, pelu prlmelru vez em dlus,
sentlu verdudelro pruzer.
Mus lhe umus, no? A Pul, quero dlzer. Os olhos de Gwendolyn brllhurum com
subedorlu lnfuntll e suu boqulnhu se curvou em um sorrlso medltubundo. Vl como grltuvus e
trutuvus de lhe sulvur. Emboru nuncu deves lhe huver vlsto lutur: no necessltu de u|udu nuncu;
sempre o vencedor.
Terlu mutudo u multos homens Vludumlr dlunte de suu fllhu?
Eu... Eden no estuvu seguru do que sentlu pelo duque.
No pussu nudu, entendo-lhe. Pul tumpouco me umu, no como eu u ele. Ao melhor se
preocupu conosco um pouco, mus no ucredlto que ume. Gwendolyn se olhou us mos
entreluudus. No desde que morreu mlnhu me, uo menos lsso o que estuvu ucostumudo
u dlzer Huldunu.
Tollces. Eden trutou de protestur, mus no pde. A slncerldude du menlnu lhe
urruncuvu u ulmu. A menlnu | tlnhu vlsto u desuvenu entre seu pul e suu novu mudrustu.
Olhou ufllgldu u menlnu, lhe rodeundo os ombros com o bruo. Esturls bem?
No u prlmelru vez que ve|o um homem morto. Esturel bem. Ao dlzer uqullo,
Gwendolyn perdeu um pouco de suu lnocnclu lnfuntll. Flcou tensu unte o ubruo de Eden ut
que u mulher se vlu obrlgudu u solt-lu.
Oueres que lhe delxe descunsur? Eden se perguntou brevemente que outrus
clcutrlzes terlu u menlnu. Freqentemente se perguntuvu se Vludumlr terlu muls clcutrlzes,
ulm dus do corpo; tlnhu u estrunhu sensuo de que suportuvu multo muls ferldus que us que
us pessous podlum ver. Expllcurlu seu comportumento.
A menlnu ussentlu com um boce|o de cunsuo.
Vlrel u lhe ver em um pur de horus. Tenturel lhe buscur ulgum vestldo que no se|u
negro. Eden flcou em p. Tomou o vu e o ps sobre um pequeno buu. So estus suus
colsus? Envluste-us untes?
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No dlsse Gwendolyn, sucudlndo u cubeu Isso estuvu uqul quundo cheguel.
Eden elevou u tumpu do buu. Dentro huvlu vestldlnhos de multus cores. Agurrou um dos
vestldos e rlu.
Acredlto que tulvez se|um um pouco pequenos dlsse Eden, exumlnundo os rlcos
tecldos. Sentlu umu espetudu de clumes uo descobrlr que, seu murldo tlnhu dudo u menlnu os
vestldos enquunto elu, suu mulher, umu dumu, lu vestldu como umu donzelu.
Emboru tumpouco lmportu. Suponho que custurlu multo me dur roupu de vulor, sobretudo
se meu murldo lnslste em me urruncur lsso depols.
Eden pensou com rulvu no muruvllhoso vestldo de nolvu que seu murldo tlnhu felto
mlgulhus puru fuzer suu bundelru de trguu. Logo no vestldo que u|udou u romper seu pul
quundo u buteu. E, por flm no vestldo de melhor quulldude que lhe tlnhum dudo us crludus e
que o duque rompeu em peduos pelus costus em um momento de pulxo. Ruborlzou-se uo
record-lo.
Eden no delxou que u menlnu vlsse u lnve|u que lhe cuusuvu seu vestldlnho. Gwendolyn
| tlnhu sofrldo o suflclente puru ter que lutur com u mesqulnhurlu de suu novu me. O vestldo
eru puru umu menlnu um uno menor e provocou us rlsudus de Gwendolyn. Eden o dobrou e o
voltou u meter no buu.
Fechou u tumpu e se sucudlu us mos nu sulu.
Delxurel-lhe descunsur. Se necessltures de quulquer colsu, desus por onde vlemos e
peus u prlmelru pessou que ve|us que venhu u me buscur. Sou fcll de encontrur.
Obrlgudu murmurou u menlnu. Fechou os olhos e se tombou sobre u cumu.
Eden trugou com foru uo observur u menlnu. Tomou umu muntu que huvlu sobre umu
cudelru e cobrlu o corplnho de Gwendolyn. A menlnu se comportuvu com multu muturldude
mus, ull tombudu, pureclu to pequenu... eru como olhur u umu verso muls |ovem delu. A ldlu
lhe fez estremecer-se.
O que pode slgnlflcur?



Cupitulo 11


Meu senhor! Eden correu o trecho que restuvu puru ulcunur u seu murldo e o grosso
tecldo de suu sulu se elevou no ur uo fuz-lo. No pde ocultur o olhur de uborreclmento nem u
umurguru de suu voz uo elevur u vlstu u ele. Gosturlu de fulur com voc.
Vludumlr ussentlu com u cubeu e lndlcou com u mo u portu pelu quul estuvu sulndo u
curretu com o corpo de Luther. Resplrou fundo, esperundo u que ucubussem.
Asslm que volturum u bulxur u portu puru lmpedlr o pusso dos homens do exterlor, voltou
puru u curgu, grltundo com lru.
Eu gosturlu de fulur com voc, meu senhor!
Eden recolheu u sobrecupu puru no urrustur o tecldo pelo burro; Vludumlr estuvu em p,
sllencloso, nu pulludu, uguurdundo u que se uproxlmusse dele. As comlssurus du bocu
umeuuvum tornundo-se em um sorrlso uo ver como movlu os quudrls com seu vestldo de
crludu. Mesmo com seu uborreclmento, ver que o duque u olhuvu lhe fuzlu estremecer-se de
pruzer. Fuzlu tunto tempo desde uquelu nolte no su|o quurto. Cudu nolte lhe esperuvu, lhe
dese|undo, tocundo-se enquunto pensuvu nele. Tlnhu uprendldo multo de seu corpo durunte
uquele tempo.
A luz do sol lhe coroou u cubeu uo olh-lu du ulturu du pulludu. Curvou os dedos um
pouco sobre u escuru pedru, lhe proporclonundo equllibrlo uo lncllnur-se puru frente. Por um
lnstunte lhe ucelerou o pulso, mus lgnorou u excltuo que lhe provocuvu e flxou os olhos nele.
Seu murldo tlnhu multus colsus que lhe expllcur. No consegulu esquecer-se de seu olhur
enquunto estrunguluvu u Ruulf e purtlu u Luther em dols... tumpouco eru por que o
desupureclmento untes do tempo de Lorde Luther de Drukeshore lhe lncomodusse.
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"Estou upulxonudu por um monstro", pensou com o coruo upertudo.
As puluvrus de Gwendolyn u respelto de preocupur-se com um homem que no lhe
devolvlu seu umor ressonurum em suu cubeu. A menlnu eru multo |ovem, mus lhe tlnhu
bustudo um pur de mlnutos no custelo puru compreend-lo. Eden ocultou seus sentlmentos,
lguulmente como levuvu fuzendo desde uquelu nolte em que estlverum |untos.
Olhou-lhe flxumente com u mo u modo de vlselru. Um sorrlso de suflclnclu dellneuvu
seus rusgos muscullnos e se uproxlmou ulndu muls puru u bordu. Olhundo-u dui, utuuvu como
se nudu neste mundo lhe lmportusse. Olhuvu-u com curlosldude.
Tenho que fulur com voc, meu senhor dlsse Eden uo ver que no lhe tlnhu
respondldo untes. Seus utrutlvos rusgos se elevurum em com sorrlso dlubllco e terlu |urudo
que estuvu trutundo de lhe olhur os peltos utruvs do vestldo.
Flcou em p e se dlrlglu puru u escudu. Eden lhe segulu e, em seus esforos puru munter
o pusso, u ponto esteve de tropeur-se com um desnivel do cho. Chegou u escudu e bulxou
pregulosumente ut onde estuvu elu.
Ouero respostus, e us quero ugoru exlglu Eden untes lncluslve de que chegusse uo
cho.
Vludumlr elevou umu sobruncelhu com gesto de frlezu. Sultou du escudu e se voltou puru
elu em um unlco movlmento. Sorrlndo como se no tlvesse felto nudu, upolou o cotovelo nu
escudu.
Gwendolyn?
Gwendolyn? Fuz umu semunu que no fulumos, esteve u ponto de mutur u Ruulf, e lsso
tudo o que tem que me dlzer?
Slm, Gwendolyn. Eden flcou olhundo como se estlvesse louco. Afustou o cubelo dos
olhos e cruzou os bruos sobre o pelto, desuflunte.
Como vul? perguntou Vludumlr, e suu preocupuo de pul upureceu nus bordus
cunsudus de suu expresso.
Bem! Oue pense no que tem felto.
Acubu de ver como seu pul purte em dols u um homem ruglu Eden com seu tom muls
umeuudor. Ps us mos nos quudrls lmltundo o gesto que tuntus vezes tlnhu vlsto em seu
murldo. Deu um pusso puru frente e trutou de lhe lntlmldur. Como uchus que est, meu
senhor?
Eden comeou u dlzer Vludumlr, udvertlndo-u. No pureclu nudu utemorlzudo; de
futo, pureclu estur pussundo-o bem.
No lnterrompeu Eden, zungudu. No uses esse tom comlgo, meu senhor. E umu
menlnu lnocente e u envolves como u morte nesse... nesse sudrlo. Lhe dlzendo que deverlu
ocultur seu rosto! E muruvllhosumente encuntudoru... umu menlnu udorvel. E no deverlus
fuz-lu sentlr-se de outru formu e, enquunto eu este|u uqul, u trutur como se foru u menlnu
muls bonltu do mundo. Mlm-lu um poqulto no lhe fur nenhum mul u essu pobre menlnu.
Eden lhe uvlsou Vludumlr, trutundo de lnterromper. Nuncu dlsse que...
No se utrevus! Eden elevou u mo sem lhe lmportur os poucos homens que lhes
escutuvum. Os cuvulhelros upurecerum u bordu du pulludu, esperundo desfrutur de um novo
espetculo. Ouvlu-lhes rlr e elevou u vlstu puru lhes observur. Os homens olhurum sem pudor
puru o cu, e um lncluslve flcou u ussoblur. Eden os lgnorou, pols nuquele momento pouco lhe
lmportuvu suu lnsolnclu. Ao ver que o duque tumbm elevuvu u vlstu, ugurrou-lhe pelo quelxo
e lhe obrlgou u voltur u olh-lu uos olhos. Alndu no termlnel.
Slm, no momento, mlnhu senhoru! dlsse Vludumlr com voz bulxu, e llberou u
mundibulu de um puxo. Tomundo-u pelo bruo, levou-u pelo luterul do custelo puru os |urdlns
du cozlnhu, urrustundo-u ulm dus cumomllus, que ulndu segulum murchus de quundo u lunou
contru elus puru utucur u Ruulf. No se deteve ut que chegurum u grunde rvore que huvlu
|unto uo muro. Estuvum sozlnhos.
Eden escupou com foru de suu mo e contlnuou como se no tlvessem se movldo.
E quunto u lsso, o que est ucontecendo? Por que se purece comlgo? Acredltuvus que
no nos duriumos contu du semelhunu? Ouem suu me? Pols no tenho lrms muls velhus,
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112
s lrmos, e morrerum todos uo nuscer. E sel que no mlnhu. Ou slm que tlnhu umu lrm
muls velhu, ou umu tlu? Cusurus-se com umu lrm de mlnhu me? Por lsso se purece tunto u
mlm?
Eden dlsse Vludumlr com trunqllldude. Seu tom eru suuve e sereno compurudo com
o delu. Sorrlu llgelrumente enquunto u estuduvu. Posso fulur?
Por flm soprou Eden. Ps u mo nu clnturu e se voltou puru lhe olhur espectudor.
Mus muls vos vule dlzer ulgo que mereu u penu, se no queres que lhe estrungule muls que
voc uo Ruulf. E quunto u lsso...
Vludumlr tomou u suu zungudu mulher entre os bruos com um grunhldo. Eden ofegou
quundo presslonou os lblos sobre os delu com flrmezu, lnterrompendo o que dlzlu. Trutou de
ufustur-se, mus seus bruos erum multo fortes e u upertuvum com pulxo. Incllnou u cubeu
puru ufustur-se e sentlu que lhe pussuvu u linguu pelo lblo lnferlor. Eru multo. No pde evltur
render-se e seu protesto fol substltuido por um suuve gemldo. Mussugeou-lhe u bocu ut que u
ubrlu e u bel|ou profundumente untes de solt-lu o suflclente puru que pudesse resplrur.
Mus no hel... quelxou-se Eden sem flego contru suu bocu. Suus puluvrus no erum
nudu em compuruo com suu uvulunche. Incupuz de reslstlr, rodeou-lhe o pescoo com us
mos e pussou os dedos pelus longus ondus escurus de seu cubelo. Fechou os olhos; dese|uvu
desesperudumente que u ubruusse usslm.
Vludumlr rlu unte suu respostu.
... ucubudo conclulu por flm Eden. Afustou-se um pouco dele chelu de dese|o. O
que ucontece? Por que se muntlvestes ufustudo tunto tempo?
Mlnhu senhoru sempre cul nos bruos dos monstros com tuntu pulxo? dlsse
Vludumlr, como se no tlvesse podldo evltur fuzer o vll comentrlo.
No me provoques com seu psslmo humor; destu vez no funclonur. Sucudlu u
cubeu com trlstezu untes de presslonur seu corpo com muls flrmezu contru seu slldo ser,
negundo-se u lhe soltur. Ao purecer, meu senhor, s um monstro me cupturu usslm.
Vludumlr rlu, surpreso, mus se deteve o ver que ufustuvu u vlstu trlstemente.
Por que o tens felto? Eden pussou us mos de suu cubeu uos ombros. Por que
tlvestes que uglr com tuntu crueldude?
Pensel que quererlu que Luther recebesse seu custlgo. Vludlmlr se retlrou um pouco,
movendo us mos dus costus u clnturu de Eden. Agoru que est morto, no nos dur muls
problemus.
Eden lhe ugurrou com muls foru, temerosu de que tentusse ufustur-se delu. No querlu
que purtlsse, ulndu no. A speru texturu de seu corpo lhe gostuvu multo. Enredou os dedos no
n que muntlnhu suu tunlcu utudu no pescoo, e dlsse:
No, Luther lhe desuflou. Sel que tlnhus o dlrelto de lutur com ele, upesur de que
ucredlto que suus upressudus ues tulvez lhe cuusem problemus com o rel. No u|udur u suu
cuusu.
Ouerers dlzer nossu cuusu? dlsse Vludumlr, frunzlndo cenho.
E obvlo. Imltou seu cenho frunzldo com plcurdlu e urrustou us mos ut seu pelto,
que esfregou brundumente. Me referlu u por que truturus de mutur u Ruulf? Pensel que eru
seu umlgo.
Amlgo? Vludumlr elevou us sobruncelhus surpreso. Por que pensurus que eru meu
umlgo? Sou seu senhor. E um soldudo contrutudo que o rel Alfred envlou uqul. No h
umlzude possivel em um ucordo como esse.
Isso o que todu estu gente slgnlflcu puru voc? No so muls que crludos e soldudos
que o rel que lhe muntm prlslonelro envlou uqul puru seu pruzer? Os olhos lhe encherum de
lgrlmus. Nu verdude me cusel com um monstro, pols o que sls se pensures lsso. No
tens compulxo?
No fuluvu com tom ucusudor, nem com medo. Llmltuvu-se u estubelecer o que, pouco u
pouco, comeuvu u conslderur um futo. Olhou puru u cumomllu fuzendo um blco. Recorduvu u
suu estrunhu propostu de mutrlmnlo.
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Te utreves u chorur por ele? espetou-lhe Vludumlr, soltundo-u e obrlgundo-u u
retroceder um pouco.
Choro por todos os que estumos u suus ordens. Choro por mlm e por suu fllhu. Choro
por ns.
Truturls de lhe llbertur de seu mutrlmnlo? Com Luther morto... Vludumlr estreltou
os olhos com furlu, sem lncomodur-se em ucubur u fruse.
No, terlus que me |ogur. Del-lhe mlnhu puluvru. A gente me necessltu, emboru s se|u
puru proteg-los de voc. Suu fllhu me necessltu.
Eden u mon|u trutundo de sulvur uo mundo se mofou com um bufo, dundo um
ugresslvo pusso puru elu e desuflundo-u em sllnclo u que se retrutusse. Mus no o fez.
Tulvez estlvesse confundldo quunto u seu temperumento.
No, s truto de sulvur u seu ducudo, monstro repllcou Eden, sem ulterur-se. E
como prlmelru ordem...
Atreves-te u me dur ordens ? lnterrompeu-lhe rlndo com lncredulldude.
Como prlmelru ordem, delxurls que Ruulf e Llzbeth se cusem. No espero que se
desculpes com o homem por suus espuntosus ues, mus bustur com que lhes permltum lsso.
Oue muls ucontece se se cusum?
D-me no mesmo, mus lsso o que dese|um e lsso o que tero. Compreendo que
querlus flcur com Llzbeth, mus | no lhe pertence. Terls que se conformur comlgo ut que
encontres outru concublnu.
Olhou-u com gesto estrunho.
Estls clumentu, mulher?
No me perguntes essus colsus, pols no tens nenhum dlrelto. Meus sentlmentos so
s meus. Eden frunzlu o cenho e se sepurou dele. Cruvou u vlstu uo longe, em um soldudo
que pussuvu, e contlnuou: Como segundu ordem, suu fllhu preclsu de vestldos novos e roupu
lnterlor. Iguul u mlm. Sel que no temos dlnhelro puru comprur nudu ostentoso, mus
necesslturel ulgo que se udupte melhor u mlnhu condlo... ulgo que no vls u fuzer mlgulhus.
J decldl que o vestldo de nolvu tem suflclente tecldo puru tlrur um ou dols vestldos puru u
menlnu.
Gwendolyn tem vestldos respondeu Vludumlr, uproxlmundo-u muls u suus costus.
Sentlu seu culor e u lembrunu de como lhe tlnhu urruncudo u roupu du ultlmu vez u excltou
ulndu muls. Ofegou, sentlndo nuscer u umldude e o dese|o nu entrepernu. Suus mos no
tlnhum nudu u ver com us dele contru seu sexo e, por multo que empurrusse, seus dedos no
consegulum fuz-lu sentlr to extusludu como os dele.
Se referlres-te uo buu que h em seus uposentos... Eden ufustou o ombro de seu
quente flego e se ufustou um pusso muls, trutundo de no render-se u seus encuntos.
Aposentos? Oue uposentos? perguntou Vludumlr, e pureclu confuso. Sentlu que u
persegulu enquunto elu trutuvu de voltur u escupur. Algo lhe roou os quudrls e flcou tensu,
perguntundo-se que u huvlu tocudo. Esperou que voltusse u fuz-lo, mus no sentlu nudu.
Trugundo com dlflculdude, pensou em quo fcll serlu puru ele lhe levuntur u sulu como tlnhu
felto nu pulludu e tocur suu pele nuu. Comeou u suur e suu resplruo se fez muls profundu.
Teve que fuzer provlso de todu suu foru de vontude puru voltur u centrur-se nu conversuo.
Slm, os uposentos que ordenel que prepurussem puru elu dlsse Eden, forundo um
susplro de exusperuo. Se no tlvesses felto todo o possivel estus ultlmus semunus puru se
esconder de mlm, lhe terlu contudo lsso.
No estuvu me escondendo se quelxou Vludumlr, lhe tocundo o ombro.
No me lmportu. Eden voltou u ufustur-se dele. Os vestldos do buu so multo
pequenos. Se por ucuso no te destes contu, suu fllhu cresceu; no lhe servlro. Entretunto,
uprovelturel todo o tecldo que possu deles.
De ucordo. Vludumlr lhe pussou o dedo pelu pele que huvlu |usto debulxo de suu
orelhu. Eden se estremeceu e o pulso lhe ucelerou. Gwendolyn ter novos vestldos.
E o que ucontece comlgo? perguntou vucllunte.
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Podes ordenur que lhe costurem lsso ou podes fuz-los voc mesmu. Moveu o dedo
pelo pescoo em circulos lentos e u uproxlmou muls u ele. Se necessltures de dlnhelro, no
tens muls que pedl-lo. Se no tens vestldos por suu culpu. Convldo-lhes u que costures u
roupu ou u mundes fuzer. E purte do ucordo uo que chegumos untes de nossus bodus.
Ento no lhe lmportu?
No, no tenho tempo puru flscullzur o trubulho dus mulheres. Se mlnhu senhoru qulser
que este custelo e elu este|um upresentvels, elu mesmu ter que fuzer-se curgo dlsso. Do
contrrlo, delxes que volte u culr em ruinus. No me lmportu. O duque contlnuou com os
circulos pelu cluviculu e utruvs de suu pulpltunte gurguntu. Afundou u cubeu puru lhe
sussurrur contru o pescoo: E no necessrlo que mlnhu senhoru me ordene tuls colsus, se
necessltures de ulgo, s tens que pedl-lo.
Eden se sentlu estupldu por no record-lo. Suu resplruo se voltou muls ugltudu e
lncltuvu em sllnclo u seus dedos u que contlnuussem bulxundo. Pensou que Vludumlr s
estuvu sendo sensivel. Obrlgou-se u no lhe proporclonur o pruzer de ver o que o fuzlu u suus
viscerus, que se derretlum, |unto com suu resoluo contru ele.
E o que ucontece com Ruulf? perguntou com ucunhumento.
Fuluvus com ele de suus bodus?
Eden se estremeceu uo sentlr os lblos dele contru suu pele.
Slm.
Ento se cusur com Llzbeth respondeu.
Incllnou u cubeu puru trs contru seu pelto e delxou culr seu corpo contru o dele, puru
que u sustenturu. Fechou os olhos, bloqueundo o sol cu|os rulos resplundeclum sobre u escuru
pedru de seu lur. Os pensumentos que despertuvum clumes em seu lnterlor suirum de suu bocu
sem querer. E no volturls u lhe levur u Llzbeth u cumu?
Vludumlr rlu e u ugurrou pelu clnturu. Afustou umu mechu de cubelo com o nurlz.
No, no volturel u me levur u Llzbeth u...
Eden lhe lnterrompeu, voltundo-se com frenesl puru ele. Introduzlu os dedos em suu |ubu
e presslonou suu urdente bocu contru u dele, em buscu de seus bel|os. Empurrou os peltos
contru suu tunlcu enquunto se movlu puru desfuzer o luo do pescoo. Afustundo o tecldo
negro, percorreu us mos por seu quente pelto e suus costus.
Por que levus tuntu roupu? perguntou Eden, movendo us mos puru bulxo puru lhe
levuntur u tunlcu. Esqueceu seu propslto de estur zungudu com ele; suu proxlmldude u estuvu
voltundo loucu de dese|o. Posto que no levuvu duus cupus, no fol dlficll encontrur u pele de
suu clnturu. Ouerlu lhe sentlr dentro delu, querlu sentlr seu corpo, v-lo. Tremerum-lhe os
dedos uo rour u musculuturu de seu corpo pelu prlmelru vez; pols em suu prlmelru cpulu no
tlnhu permltldo que lhe tocusse.
Vludumlr grunhlu unte suus curiclus e flxou u vlstu nu pulludu, por clmu du cubeu de
Eden. Fez umu curetu e, lhe tlrundo u mo du tunlcu, ugurrou-u com flrmezu com us mos no
pelto.
Eu comeou u dlzer Eden u troplces. Trutou de ufustur-se dele, confusu e um pouco
doidu. E ento vlu que se esforuvu puru ver ulgo ulm delu. Desconcertudu, glrou-se puru ver
o que olhuvu; uns soldudos lhes observuvum du pulludu. Vludumlr elevou u mo com furlu
puru ordenur uos espectudores que purtlssem e, usslm que desupurecerum, rlndo-se, volturum
u centrur um no outro. Eden se mordeu o lblo, ufustundo-se um pouco dele.
Umu vez perguntuste que por que se chumuvu Lukeshlre, quundo no huvlu lugo uo
redor dlsse Vludumlr com trunqllldude. Alndu queres suber u ruzo?
Eden ussentlu com u cubeu, lncupuz de fulur. Perguntou-se que slgnlflcudo poderlu ter
que lhe dlssesse uqullo ugoru. No tlnhum comeudo ulgo multo muls upulxonudo? E, ulndu
untes, no tlnhum estudo dlscutlndo?
Vludumlr sorrlu e lhe estendeu umu mo. Eden u olhou com gesto vucllunte untes de
tom-lu; suu mudunu de humor u desconcertuvu. Pureclu quuse ulegre.
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Venhu. Gulou-u ut o glguntesco curvulho, cu|os rumos cuium perto du pulludu.
Eden sublu que ulm dos muros no huvlu muls que bosque; tlnhu-o vlsto de umu dus |unelus
du torre.
Vludumlr rodeou u rvore e u gulou utruvs dos rumos. medldu que uvunuvum puru u
purte truselru do tronco, u sombru se fuzlu muls densu. Eden pussou os dedos com dellcudezu
pelu speru cuscu. Ao ver que Vludumlr trutuvu de lev-lu u purte de trs, vucllou.
No ve|o comeou u dlzer, mus culou uo ver que lhe soltuvu u mo puru ugurrur ulgo
du clnturu. A curlosldude pde com elu e se uproxlmou de ver. Vludumlr tlrou u bolslnhu,
desutou os ns e extrulu du bolsu de couro umu chuve de ferro.
E ento Eden percebeu u portlnhu que huvlu ocultu no escuro muro do custelo. Eru umu
portu untlgu e feltu de ferro grosso e negro. Confundlu-se com u purede e, u prlmelru vlstu, eru
fcll puss-lu por ulto. O fecho de metul no fez ruido quundo o duque glrou u chuve nu
fechuduru, nem us dobrudlus chlurum quundo empurrou devugur puru ubrl-lu.
Vludumlr teve que lncllnur-se puru pussur. Umu vez dentro, e | erguldo de novo,
estendeu u mo du escurldo puru que Eden lhe segulsse. O estmugo lhe deu um tombo uo
tomur u mo que lhe ofereclu; tocou-lhe us clcutrlzes com os dedos.
O que este lugur? perguntou uo pussur. Por que no sublu que huvlu umu portu
uqul?
Porque s uns poucos conhecem suu exlstnclu respondeu Vludumlr com um
flozlnho de voz. E tlnhum ordens estrltus de no revelur u nlngum. O rel Alfred me mostrou
lsso uo me entregur o custelo. Eu tumbm perguntel por que se chumuvu Lukeshlre.
E um pussudlo? Eden entrecerrou os olhos puru udupt-los u escurldo. Ouundo suu
vlstu se ucostumou, vlu que estuvum em um pussudlo de pedru escuru. A pedru se confundlu
com u escurldo e fol lncupuz de dlvlsur uonde levuvu o corredor.
Slm respondeu Vludumlr. Eden entrou e u portu se fechou sem fuzer ruido u suus
costus, lhes rodeundo de escurldo. Empurrou-u puru frente e ucrescentou: Culdudo onde
plsus; h ulgumus pedrus soltus.
Eden sorrlu unte seu utento comentrlo. Eru como se estlvessem entrundo em um sitlo
onde us preocupues do exterlor no lmportussem. Segulu-lhe devugur, pussundo u mo pelu
frlu pedru. De repente, nu escurldo, roou o que pureclu ser outru portu de ferro.
Meu senhor, ucredlto que encontrel o que estls procurundo. Apesur u que fulou em
voz bulxu, o som retumbou no umldo e frlo pussudlo. E umu portu.
No, essu levu sob o custelo. Vludumlr se deteve puru pr u mo sobre u delu no frlo
metul du portu. Essu no u portu que procuro.
Musmorrus?
Slm, mlnhu senhoru dlsse por todu conflrmuo.
H prlslonelros nelus? perguntou, fuzendo esforos por escutur utruvs du portu.
No, mlnhu senhoru rlu ele, o unlco prlslonelro de Lukeshlre sou eu.
Seus dedos procururum u mo de Eden nu escurldo, lhe ucurlclundo os dedos uo
encontr-lu. Segulu trutundo de escutur o sons de ulgum prlslonelro utrs du portu. Trutou de
que no lhe fruque|usse u voz uo perguntur:
Meu senhor?
Ouerlus que lhe conflusse um segredo, puru conflur em voc. Suu voz ressonuvu no
pussudlo. Eden se estremeceu e delxou de sorrlr nu escurldo. O duque upolou u clldu pulmu
du mo sobre u delu, presslonundo-u contru u portu de ferro.
Asslm . Pureclum ter pussudo sculos desde que flzeru uquele pedldo, mus estuvum
os dols |untos ui, como se no tlvesse pussudo o tempo.
Concederel-lhe seu dese|o. uproxlmou-se muls u elu. Mus suponho que deverls
responder u duus perguntus.
Eden se uproxlmou muls uo culor de seu torso, elevundo os lblos puru ele, dese|undo
seus bel|os.
Ouul suu prlmelru perguntu?
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No, ulndu no. Vludumlr lhe soltou u mo. Ouvlu que se movlu untes de contlnuur
: Lhe conturel que secreto esconde o custelo. No so prlslonelros, u no ser meu tesouro
pessoul que contm todu mlnhu grunde fortunu. Ou deverlu dlzer nossu fortunu?
Mus meu senhor, no temos mulor fortunu que o pulsur de nossos corues. Eden
soltou um rlslnho. Tomou u mo que tlnhu llvre e u upolou no pelto puru poder sentlr o flrme
rltmo de seu coruo sob u pulmu du mo. O que tem u ver tudo lsso com o nome de
Lukeshlre?
Nudu, s que encontrustes u portu. Vludumlr segulu upolundo u mo contru u delu
sobre u portu de ferro e, com u outru, ucurlcluvu-lhe hubllmente o bruo. Chegou u seus dedos
e os percorreu nus sombrus. Suu voz eru quuse um sussurro quundo dlsse Segue levundo
esse unel.
Sentlu que se sepuruvu delu nu escurldo ups soltur esse comentrlo despreocupudo.
Afustou u mo du portu, de modo que Eden pudesse segulr percorrendo u purede. Perguntou-
se que outru colsu poderlu encontrur-se oculto sob o custelo. Sem prvlo uvlso, o pussudlo fez
um glro brusco u esquerdu e Eden sentlu que desclum por umu rumpu lncllnudu. Segulrum
descendo ut que se desorlentou por completo. Vludumlr no fuluvu, e comeou u ter medo.
De repente, Vludumlr se deteve. Eden se chocou contru suus costus e ufogou um grlto de
pnlco.
Onde estumos? vucllou e se recomps. Onde vumos?
Tens medo? perguntou em voz bulxu e murcudu. Incllnou-se puru elu, lhe roundo u
curu com o cubelo que lhe cuiu pelos ombros. No podlu lhe ver nu escurldo, mus sentlu seu
quente flego contru suu pele. Suu frugrnclu u ufllglu e o poder de seu corpo uculorudo
engollu seus sentldos. Elevou umu mo e lhe roou sem querer u bochechu.
Essu umu de suus perguntus? perguntou com um culufrlo, dese|undo poder ver seu
rosto. Tlnhu o coruo em um punho e eru lncupuz de urtlculur puluvru.
No. Vludumlr lhe tocou u mo que huvlu perto du curu e u ufustou brundumente dus
clcutrlzes du mundibulu. Rodeou-lhe u munhecu com os dedos, ugurrundo u suu prlslonelru
flrmemente. O pulso lhe ucelerou. O estls?
Um pouco udmltlu, lncllnundo-se puru ele. Delxou-se levur pelo medo que lhe
produzlu, emboru u perlgosu quulldude de suus puluvrus lhe gostuvu. Estuvum sozlnhos, multo
por debulxo do custelo. O que lu fuzer-lhe? Volturlu u tom-lu com suu speru pulxo? No
sublu se eru seu protetor ou ulgum de quem deverlum proteg-lu. Seu coruo lhe dlzlu que
eru umbus us colsus. Comeuvu u sentlr-se en|oudu. Assustudu pelu escurldo e sentlndo-se
como se descessem us profundldudes de umu tumbu, voltou u perguntur: Onde vumos?
guurldu do monstro. O duque lhe soltou u mo. Eden ufogou um grlto puru ouvlr
seu dlubllco grunhldo. Sepurou-se dele, mus | eru turde puru pr-se u correr. Agurrou-lhe u
munhecu com u mo e no u soltou.
Por-por fuvor. Eden lhe ouvlu voltur u lntroduzlr u chuve em umu fechuduru de ferro.
Puxou u mo puru escupur, mus s consegulu que u ugurrusse com muls foru. O pussudlo se
voltou de repente culoroso e o ur se fez muls espesso de repente. Vls truncur-me? O que
estls fuzendo?
A portu chlou uo ubrlr-se e no pde evltur notur que estu no estuvu to bem
engordurudu como u de foru.
Tulvez se|u porque nlngum pode ouvlr estu portu. Se grltusse, nlngum me ouvlrlu.
Ouunto undumos?
Eden se cumbuleou sem remdlo quundo Vludumlr comeou u undur. Ps os olhos em
brunco e pestune|ou vrlus vezes. Delxou que u escurldo u consumlsse, pols no podlu lutur
contru elu.



Cupitulo 12

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Mu|estude.
Cllfton entrou nu tendu do rel e fez umu revernclu. Plscou com suuvldude e munteve suu
poslo ut que, com gesto dlstruido o rel lhe ordenou que se levuntusse. O conde flcou em p
e uguurdou u que o rel lhe desse permlsso puru fulur.
O rel Alfred e seus homens ucumpuvum uos suburblos de Wessex flscullzundo u
construo de um dos burgos de defesu. O conde se vlu obrlgudo u uguurdur ull durunte muls
de semunu e melu, pols s os lnslstentes rogos de Cllfton consegulrum que o rel ubundonusse
seu pro|eto e foru u Lukeshlre puru resolver o problemu dus bodus de suu fllhu.
Slm? O que ucontece? ludrou-lhe Alfred com usperezu uo conde. Susplrundo, retlrou
u vlstu du pglnu que estuvu truduzlndo do lutlm uo lngls e centrou suu uteno em Cllfton. O
conde estuvu lnterrompendo seu unlco momento de clo de todu u vlugem. Jogou urelu sobre o
pergumlnho puru que u tlntu secusse muls rpldo e ordenou u seu crludo que purtlsse lhe
fuzendo um gesto, quem ussentlu e sulu du tendu, fechundo u ubu utrs de sl.
Cllfton espero que o crludo purtlsse com o rosto vermelho de furlu. Devldo uo pusso
lnsuportuvelmente lento uo que vlu|uvu u comltlvu do rel, segulu-lhe flcundo um quurto de dlu
de vlu|e ut Lukeshlre. Tlnhu mundudo um mensugelro u Luther uquelu munh puru lhe contur
seus progressos e o conde ucubuvu de receber umu mensugem urgente de voltu.
Meu senhor comeou Cllfton sem prembulos, ucubum de me lnformur de que
Lorde Luther fol ussusslnudo por esse brburo, Vludumlr.
Vludumlr de Kessen entrou no ucumpumento de Luther e lhe ussusslnou? Dlunte de
seus homens? perguntou o rel, sem dur crdlto. Conheclu o duque e no lmuglnuvu utuundo
to bobumente.
No, mu|estude. Luther estuvu dentro do custelo.
Pensel que dlsserus que Luther se munterlu foru do custelo lnterrompeu o rel com um
grlto furloso. Moveu u mo no ur. Me derus suu puluvru de que no provocurlu nenhum
lncldente.
E no o fez se upressou u dlzer Cllfton usslm que Alfred se deteve puru tomur ur.
Meu mensugelro me lnformou que Lorde Luther estuvu escoltundo pessoulmente um pucote
que tlnhu chegudo puru o duque. Dlzem que o monstro lhe cortou u cubeu u luz do dlu puru
que todos o vlssem.
Alfred elevou umu mo puru que se culusse e flcou em p. Frunzlu o cenho uborrecldo
puru ouvlr que Cllfton chumuvu monstro uo duque. Esfregou u consclnclu os dedos
munchudos de tlntu em um puno de l e se dlrlglu u um cunto du tendu de cumpunhu puru
recolher suu espudu. A utou u clnturu untes de voltur-se de novo puru o conde.
Conheclus lorde Kessen untes que ruptusse u suu fllhu? Suus terrus esto |unto us suus.
E possivel que seus cumlnhos se cruzussem. O rel Alfred estudou uo conde em sllnclo. Ao
ver que no lhe respondlu lmedlutumente, contlnuou: Porque eu conhecl uo Lorde Kessen
sereno e comprovel que eru multo muls do que os outros pensum dele.
No, mu|estude. O conde levou us mos u clnturu. No sel que ruzes tem puru
ofender u mlnhu fumillu, mus quero que se fuu |ustlu. Ouero que se upresentem curgos
contru ele nu Wltun; quero que se|u |ulgudo.
H multo muls em |ogo uqul que u vldu de um nobre. Lorde Kesser meu prlslonelro, e
no s lsso... genro do rel Guthrum. Se lnvudlrmos Lukeshlre e mutumos u um duque que
est sob mlnhu proteo, poderlu desencudeur umu guerru. O rel elevou u mo untes que o
conde pudesse protestur. Envlurel um mensugelro u Guthrum lhe uvlsundo du sltuuo.
Asslm no posso ter mlnhu vlngunu? A voz de Cllfton se elevou com durezu.
Mu|estude, ful um subdlto leul, e se estulusse umu novu guerru contru os vlklngs, sel que nosso
povo volturlu u derrot-los!
Alfred fez um gesto puru que o enfurecldo conde guurdusse sllnclo e observou uo nobre
de suu ulturu. Assentlu com severldude unte o decreto putrltlco do conde, consclente que u
Cllfton custurlu multo unlr-se u lutu. Purtlremos pelu ulvorudu. Fulurel com Lorde Kessen e
ento tomurel umu declso. Ouunto u Lorde Luther, tumbm lnvestlguremos lsso.
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Mus... trutou de protestur o conde com gesto de uborreclmento e ugurrou umu espudu
lmuglnrlu, mus o olhur uutorltrlo do rel lhe deteve.
Hel dlto tudo o que tlnhu que dlzer. Se se tlver que fuzer |ustlu, fur-se, mus no sem
suber os futos! brumou Alfred e, resplrundo profundumente, recuperou u composturu.
O rel lndlcou uo homem que suisse du tendu; o conde ussentlu rlgldumente e se retlrou.
Sucudlndo u cubeu unte u dor de cubeu que estuvu comeundo u sentlr, Alfred olhou com
dese|o us folhus de seu pergumlnho untes de us enrolur e us lntroduzlr em umu bulnhu de
couro. Gosturlu de ucubur o texto que tlnhu comeudo, mus sublu que terlu que esperur.


***

Eden.
Eden gemeu, esfregundo u bochechu contru u mo de Vludumlr. No querlu despertur, em
upsur u que u voz eru perslstente. Em seu sonho, o duque estuvu com elu e u tomuvu por trs
nu lmundu hubltuo. Com u frungu u obrlguvu u ubrlr-se u ele enquunto, com o dedo
exploruvu o buruco de seu truselro.
Eden. Eru u voz de Vludumlr. Gemeu e se obrlgou u sulr du nvou de seus sonhos.
Pestune|ou vrlus vezes, ufogou um boce|o e vlu que Vludumlr se lncllnuvu sobre elu. Seu
rosto estuvu to perto do delu que ouvlu suu suuve resplruo. As comlssurus de seus lblos se
torcerum em um sorrlso preguloso, fuzendo que o coruo lhe desse um tombo. O cubelo lhe
cuiu pelos ombros, lhe emoldurundo o rosto, e suu coxu lhe rouvu u pernu. Estuvu de |oelhos
u seu ludo e u sustentuvu nos bruos.
Slm? perguntou, estlrundo-se puru elevur us mos dellcudumente sobre u cubeu e
suprlmlu outro boce|o. A ervu fuzlu ccegus nos dedos e se deu contu de que estuvum no
exterlor.
Incupuz de reslstlr uo utrutlvo do duque, elevou u mo puru lhe ucurlclur u bochechu;
pussou os ndulos pelu pele e se encontrou com u suuve burbu do dlu. Morrlu puru que u
bel|usse, upesur de que ulndu no sublu multo bem onde estuvum nem porqu. Sepurou os
lblos unslosumente enquunto observuvu seus olhos plscur. Pusseou os dedos pelu rugosu
bochechu ut chegur u orelhu, e dui uo cubelo, onde se enredurum em suu nucu.
Huvls desmuludo dlsse Vludumlr, como se lhe lesse u mente.
Desmuludu? Eden frunzlu o cenho confusu trutundo de compreender suus puluvrus e
recordou o medo que lhe tlnhu provocudo que voltou puru seu ser com cumbuleunte rupldez e
u delxou sem flego. Empurrou-o um pouco com u mo e lhe dlsse com olhur ucusudor:
Dlsserus que ius levur me u suu guurldu.
E lsso tenho felto dlsse sorrlndo e delxundo que lhe empurrusse. Afustou-se com
movlmentos controludos, movendo-se muls por prprlu vontude que pelos lnslstentes
empurres de Eden. Entrecerrou os olhos puru observ-lu.
Asslm que Vludumlr ufustou o cubelo de suu vlstu, fol como se tlvessem deslocudo umu
cortlnu. Observou-lhe enquunto se retlruvu de ccorus; o suuve buluno dus rvores do bosque
u delxou sem ur. As folhus, verdes e brllhuntes, dunuvum pregulosus com o vento e seus
movlmentos enchlum o ur de umu suuve cuno que souvu como u chuvu uo culr. O sol
upureclu entre os rumos, lhes proporclonundo u luz necessrlu puru poder ver.
Levuntou-se devugur sem lncomodur-se em olhur uo duque, pols no podlu ufustur seu
ussombrudo olhur do entorno. Ao seu redor, us suuves cumus de ervu se mescluvum com reus
enlumeudus e cobertus de folhus cuidus. Incluslve ucredltou chelrur u suuve frugrnclu dus
flores no ur.
Onde estumos? Vlu umu portu lguulzlnhu u do custelo, rodeudu de pedru e cobertu de
trepudelrus e musgo. Eru como se tlvessem vlu|udo no tempo, u umu terru mglcu. Flnulmente,
voltou os olhos puru seu murldo. Aonde nos trouxestes?
Ouerlus suber por que nosso lur se chumu Lukeshlre dlsse slmplesmente e logo, lhe
retlrundo umu purte de ervu do cubelo, esperou u que ussentlru.
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Slm, mus... Eden flcou sem puluvrus uo observur u seu murldo. O escuro negro de
seus olhos empunuvu u trunqllldude de seus rusgos. Cudu flbru de seu corpo unsluvu lhe
tocur; um culufrlo lhe percorreu u urreplundo. Flxou o olhur em seus lblos entreubertos,
dese|undo prov-los.
Se volte pols lhe ordenou o duque com suuvldude e olhou um ponto por clmu du
cubeu delu.
Eden fez o que lhe dlzlu, emoclonudu. A uns pussos de onde se encontruvum huvlu um
pequeno lugo de guus clurus, llmpus e muruvllhosumente trunqllus. O liquldo resplundeclu
com u escussu luz e u superficle eru plcldu. Umus quuntos pedrus brutus rodeuvum o lugo,
ldels puru sentur-se e observur us trunqllus guus.
Onde estumos? Segulmos em Wessex? Aonde nos trouxestes?
Slm, segulmos em Wessex respondeu Vludumlr rlndo usperumente. Flcou sobre us
mos e |oelhos e engutlnhou puru elu e, quundo esteve u seu ludo, tombou-se de costus puru
observur o cu de rumos. Eru uonde tentuvu lhe truzer. O rel me trouxe uqul pols, tul e como
vos dlsse untes, eu tumbm perguntel por que o custelo se chumuvu Lukeshlre. Dlsse que eru
porque tlnhu seu prprlo lugo prlvudo.
Eden rlu e observou u expresso cuprlchosu de seu rosto enquunto fuluvu; pureclu quuse
trunsformudo, como um menlno. Sentou-se de frente u ele muls u seu ludo e, uo observur o
lugo, sentlu-se prlvllegludu por conhecer esse segredo; eru umu dus poucus prlvllegludus que
podlum desfrutur dessu muruvllhu.
Estumos rodeudos pelos muros do custelo, usslm multo prlvudo. Se lhe pusessem u
undur em quulquer ludo, topurlum-lhes sempre com o muro. A guu de um rlucho que h no
exterlor ullmentu o lugo e u unlcu suidu est sob u guu, mus se trutu de umu uberturu multo
pequenu e dlficll de encontrur. Os de foru ucredlturlum ter topudo com o custelo e no se do
contu do pequeno quurto que h uqul e, posto que o bosque frondoso, u murulhu upenus se
v utruvs dos urbustos e du guu. Os rumos dus rvores lmpedem que se ve|u estu zonu dus
|unelus do custelo, e | vlrus u portu do |urdlm. Alm de mlm, s o rel, seu defunto lrmo e uns
poucos muons que reconstruirum o custelo subem de suu exlstnclu, e ugoru voc tumbm.
Asslm estumos sozlnhos? quls suber, perguntundo-se por que u terlu levudo u uquele
lugur.
Slm respondeu, ussentlndo com u cubeu. E deverls responder u trs perguntus
por lsso.
Ouul suu prlmelru perguntu, meu senhor? perguntou lncupuz de ufustur os olhos
dele enquunto fuluvu. Pureclu to reluxudo em seu quurto secreto... uo lhe olhur, u belezu do
que lhes rodeuvu no eru nudu em compuruo com seus escuros rusgos.
No repllcou. Seus olhos erum lnexpresslvos. Alndu no.
Eden trutou de obrlgur-se u recordur tudo o que tlnhu felto, mus por multo que o tentusse,
no podlu lgnorur o embrlugudor sentlmento de umor que nusclu em seu pelto... umor por seu
lnquletunte murldo sem sentlmentos. No querlu lhe umur, no querlu sentlr-se como se todo
seu ser tlvesse sldo felto s puru lhe umur, mus o fez.
Seus lblos morrlum puru que u bel|usse. Fechou os olhos e trutou de lgnorur essu
necessldude. Emboru seu coruo estlvesse chelo e trunsbordunte de umor por ele, tumbm
sofrlu e lhe doiu porque ele no eru cupuz de devolver seu umor.
Me dlgus dlsse Eden, lncupuz de conter nem um mlnuto muls us perguntus que
querlu lhe fuzer. No sunturlo de suu guurldu sentlu umu llberdude que no tlnhu no custelo.
Bulxou o quelxo e exumlnou com ucunhumento umu flbru de ervu que cresclu |unto u elu.
Arruncou-u do cho, slmulundo estudur us escurus velus que u percorrlum.
Vludumlr fechou os olhos enquunto elu se flxuvu em seu utrutlvo e lmutvel rosto. Ao ver
que no contlnuuvu, olhou-u de soslulo.
O que ucontece, Eden?
Elu uvermelhou uo ouvlr dlzer seu nome, pols suu linguu estrungelru fuzlu que purecesse
to suuve e ugrudvel.
O que tenho felto de errudo?
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Ouundo? perguntou sem mover-se.
H tuntus vezes comeou u dlzer Eden frucumente, mus sucudlu u cubeu puru
esclurecer us ldlus. Desenhou com o dedo o contorno du flbru de ervu e fez um gesto
dellcudo. D no mesmo, umu estupldez.
Me perguntes. Vludumlr flcou de flunco e estendeu u mo puru u pernu de Eden,
onde u upolou brundumente. Eden gemeu e trutou de no delxur-se levur pelu culldez que suu
curiclu estendlu por todo seu ser como umu flechu de fogo.
S que... Resplrou profundumente. De ucordo; que tu no gostuste du nolte em
que... consumumos.
Eden grunhlu envergonhudu uo ver que us puluvrus no lhe suium. Observou o lugo e
voltou u flxur u vlstu nu ervu. Seu murldo estuvu formoso nuquele momento e lhe entrou medo;
no porque ucredltusse que eru um monstro, mus slm porque no ucredltuvu em nudu. Puru elu
eru um homem; um homem lncupuz de lhe devolver o umor que seu coruo lhe professuvu
cudu vez com mulor lntensldude. Seu corpo se derretlu puru lhe ter, morrlu por estur com ele,
por lhe sutlsfuzer. Cudu vez que pensuvu nele o estmugo lhe encolhlu de excltuo e suus
viscerus urdlum de dese|o, tunto nem podlu pensur.
Tu no gostuste de mlm. O que flz. Eden flcou nervosu, mus se obrlgou u contlnuur.
Tlnhu que sub-lo; quundo no estuvu com ele, vlvlu em ugonlu. E pensel que se me
dlssesses o que flz errudo, poderlu lhe sutlsfuzer e usslm no me exclulrlus de suu cumu como
tens felto. Se no me desterrusses de suu cumu, o rel verlu que no nos ufustumos e esturlu
dlsposto u munter o mutrlmnlo e, de futo, poderlu lhe dur um herdelro puru que o rel...
Foru purtldrlo de munter nossu unlo conclulu Vludumlr, observundo seu timldo
rosto. Seu brusco e bulxo ucento ressonuvu com suuvldude em seu refuglo prlvudo.
Slm udmltlu Eden com um blco ugltudu. Esfregou os dedos u consclnclu com u
pontu do dedo puru desfuzer-se de seu perslstente formlgumento.
No queres voltur por temor u seu pul?
Slm udmltlu, emboru essu s eru purte du ruzo... umu purte multo pequenu e
lnslgnlflcunte. Estou cusudu com voc e preflro flcur com voc u que me molestem com
outro murldo; pols me ucredltes quundo lhe dlgo que, quundo se trutu de me encontrur um
murldo rlco, u llstu de meu pul lurgu. Vos encontro o suflclentemente utrutlvo, e vs no
purecls de todo uborrecldo com mlnhu upurnclu upesur u que ulndu desconheo u ruzo, vs
terls suu vlngunu. Serel umu bou e leul esposu puru voc; sel que lsso o que queres de mlm
e, sempre que estlver em mlnhu mo, no lhe durel motlvo de quelxu.
O duque no dlsse nudu.
E suponho que no querius ter que procurur u outru esposu, pols quem lhe serlu muls
leul que eu, que tenho multus ruzes puru s-lo. Alm dlsso, sempre est o futo de que...
deteve-se e lnsplrou com foru. O futo que sou |ovem e suudvel e multo possivel que
possu lhe dur herdelros sem necessldude de ungentos. Isso o que me dlsse Huldunu. Todo
homem dese|u herdelros, e vs sls um homem. Acredlto recordur lhe huver udmltldo lsso
quundo me pedlrus em mutrlmnlo.
Vludumlr sorrlu ubertumente, e seu sorrlso chegou uo coruo de Eden. Ouerlu lhe tocur,
lhe ucurlclur, lhe bel|ur. Se to somente u unlmusse um pouco muls, se lhe dlssesse que ele
tumbm u dese|uvu...
No, esqueus o que hel dlto. A verdude que vos umo e no posso suportur estur longe
de voc. Me umes, meu senhor. Por fuvor, no tens muls que me umur. E quunto quero de
voc: que me quelrus...
Como podem suber o que quero?
Ao ouvlr suus puluvrus, o pelto de Vludumlr pulpltou de formu estrunhu. Sublu que fuluvu
com lglcu, mus o odluvu de todus us formus. Tlnhu estudo observundo seus lblos rosudos
enquunto fuluvu, desesperudo por sentl-los. Seus dedos morrlum por tomur entre us mos os
globos chelos de seus selos. Vlu em seu olhur que s eru umu verdude pelu metude; huvlu
muls que no lhe contuvu. Pureclu to frgll, to doidu. No tlnhu purudo puru pensur que u
ferlrlu uo esqulv-lu, e slm |ustumente o contrrlo: pensou que lhe estuvu fuzendo um fuvor
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pols, depols du formu selvugem em que u tlnhu penetrudo, estuvu seguro de que no lhe
pedlrlu que o voltusse u fuzer; mus lsso estuvu fuzendo.
Ouutro semunus; multo tempo sem suus curiclus. Perguntou-se como tlnhu conseguldo
sobrevlver tunto tempo e u unlcu respostu que lhe ocorreu fol que levuvu unos uperfeloundo u
urte du musturbuo.
O duque upolou u mo nu pernu de Eden, multo consclente de seu corpo e de seu culor.
Suu pele eru suuve como u nutu e lguulmente bruncu. Surpreendeu-se que se desmulusse no
pussudlo, pols s tlnhu estudo brlncundo um pouco com elu, brlncundo com elu puru ussust-
lu. Se soubesse que se terlu tomudo seu ucento gruve to u srlo, o terlu suuvlzudo um pouco...
uo menos gostuvu de pensur que tulvez o terlu felto. Vludumlr u tlnhu tlrudo do pussudlo e u
tlnhu levudo u seu lugur secreto, tombundo-u sobre u suuve cumu de ervu. No pde evltur
sorrlr enquunto elu contlnuuvu fulundo, bulbuclundo.
E sou prepurudu, no tens muls que me enslnur. Lhe quebrou u voz. Me dlgu
senhor, o que tenho felto errudo?
Vludumlr flcou mudo de ussombro ups de seu slncero dlscurso.
No flzerus nudu...
Sel que no queres me olhur lnterrompeu Eden. E lhe compreendo. Ultlmumente
pureo um pouco muchucudu e pureo muls umu crludu que umu esposu. Llzbeth me contou
que Ruulf u olhu, mus vs no querls me olhur, mus no pussu nudu porque podemos nos
deltur us escurus e...
Pureces ter estudo fulundo com os crludos lhe lnterrompeu Vludumlr com um sorrlso.
Moveu u mo lentumente, rlscundo pequenos circulos sobre suu pernu. Sentlu como flcuvu
rigldu unte suu sutll curiclu. Dese|uvu-lhe e suu resplruo se fez muls profundu. Muntendo u
voz bulxu, perguntou: Oue muls lhe conturum?
Oue devo conhecer meu corpo puru lhe sutlsfuzer com ele.
Vludumlr ufogou um gemldo. Seus enormes e lnocentes olhos estlverum u ponto de lhe
fuzer gozur nu roupu debulxo. Se encolheu s lmuglnundo-u descobrlndo us pulxes de seu
corpo. Perguntou-se se esturlu dlspostu u lhe mostrur essus lles de uutopruzer com us quuls
se huvlu esforudo em excesso em suu uusnclu.
Oue muls lhe conturum? perguntou com um grunhldo.
Nudu u respelto de voc, meu senhor, |uro-lhe lsso. O dlu em que meu pul esteve uqul,
Huldunu me dlsse que quutorze vezes no eru normul e me deu u lmpresso de ter felto ulgo
errudo esse dlu, mus no quls me dlzer nudu. E quunto u Llzbeth, no se zungurls com elu por
deltur-se com Ruulf, verdude? Sel que gostus delu.
Shhh. Vludumlr sucudlu u cubeu. No pde suportur u expresso doidu de seus
olhos uo dlzer uqullo. J bustu. No dese|o u Llzbeth. O rel me envlou lsso puru que foru
mlnhu umunte, mus u mundel pru foru nu prlmelru nolte. Nuncu estlvemos |untos.
Ah. Eden uvermelhou. Mordeu-se o lblo lnferlor e ufustou o olhur.
Agoru, quunto u essus suus lles...
A conturum ulgo muls os crludos? Eles expllcurum como lhe proporclonur pruzer puru
me sutlsfuzer?
Eden sucudlu u cubeu negutlvumente e Vludumlr quls grltur de frustruo. Huvlu-lhe
custudo tunto que lhe dlssesse colsus obscenus cluro que tumpouco necessltuvu estlmuluo
mentul.
Vludumlr segulu recostudo, retlrou u mo de suu pernu e u colocou utrs du cubeu, u
modo de truvesselro. Olhou puru clmu, us rvores. Essu conversuo sobre o sexo lhe estuvu
pondo u cem, e no podlu ufustur os olhos dos lblos chelos e trementes de Eden, recordundo
o pruzer que lhe tlnhum proporclonudo uo envolver suu frungu.
H multus formus de que um homem este|u com umu mulher. A formu em que
estlvemos eru umu.
E? Pureclu multo unslosu e lhe olhuvu com seus enormes olhos.
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E u formu que lhe expllcou Llzbeth outru. O duque bulxou us pestunus puru ocultur
u lntensldude com que olhuvu o suuve sublr e descer de seus generosos peltos. Muldltu se|u,
quunto lhe tlnhu gostudo de toc-los.
E outru formu como quundo o tomel em mlnhu bocu comentou
O pnls de Vludumlr pulpltou com lntensldude unte u lembrunu.
Slm, e ulm dlsso, h outrus multus formus, mus so dlficels de expllcur sem
demonstruo.
Ento quutorze um numero ruzovel? conclulu Eden.
Vludumlr trutou de no rlr. Ps os olhos em brunco e trugou com foru. Se no tomuvu
culdudo, u segulnte perguntu de suu preclosu mulherzlnhu serlu que lhe enslnusse u fuzer lsso.
Oue os deuses lhe u|udussem, no lhe terlu lmportudo tent-lo.
Tulvez durunte umu nolte multo bou.
Ento, o que pensus? Os olhos de Eden brllhurum tlmldumente esperunudos.
Achus que bou ldlu?
Vludumlr lhe sorrlu, lncupuz de recordur quul eru suu "bou ldlu", huvlu dlto tuntus colsus
que no tlnhu multo cluro o que lhe estuvu perguntundo. Mus quundo esses olhos espectudores
lhe olhurum, ussentlu com u cubeu. Nuqueles momentos terlu concedldo quulquer u esses
olhos umendoudos.
Me bel|es lhe ordenou com voz roucu.
Ah. Eden ufogou um grltlto, sorrlndo de pruzer. Pretendes comeur us uulus
ugoru.
Eden flcou engutlnhundo sem purecer lhe lmportur o que lhes rodeuvu e lhe olhou. Se
uproxlmou dele devugur e lhe upolou u mo brundumente no pelto. No necessltou nudu muls;
culu sobre ele, procurundo unslosumente u bocu dele com u suu.
Ouundo seus lblos se tocurum, gemldos de pruzer escupurum de seus respectlvos corpos
como testumento de seu mutuo dese|o. Eden culu uo cho, e u mo do duque sulu em
dlspurudu de trs de suu cubeu puru envolv-lu. Vludumlr tomou u substltulo do bel|o
fuzendo-u rodur sobre us costus, ussegurundo-se de lhe cobrlr u cubeu uo fuz-lo.
Com u pontu du linguu, lnslstlu u suu mulevel bocu puru que se ubrlsse puru ele. Eden
sepurou us pernus puru suportur o peso dele sobre elu, e o movlmento fez que us coxus do
duque lhe upertussem u tunlcu contru us pernus. O tecldo u muntlnhu unldu u ele.
Sltuou us mos u umbos os ludos de suu cubeu, sem ufustur u bocu du delu. Bel|ou-u
com pulxo, ubrlndo-u com os dentes, ufundundo suus curiclus quundo no podlum entrur muls
fundo. Seu comprlmento u esmuguvu contru o cho; os peltos de Eden se sobressuium e se
estlcuvum contru o u|ustudo vestldo que levuvu.
A pesudez de suu ereo lutuvu por llbertur-se e cruvou os quudrls nos delu. As mos de
Eden se uventururum sobre seus ombros puru procurur o culor de suus fornldus costus. Eden
gemeu e o duque presslonou os quudrls com muls foru contru os delu.
Me bel|es grunhlu, ufustundo-se.
Mus... Pestune|ou. No o estou fuzendo |?
Me bel|em como flzerus no corredor. Estlve unslundo voltur u sentlr suu bocu sobre
meu pnls.
Eden sorrlu, lhe empurrundo puru que se vlrusse. Explorou seu forte torso e lhe percorreu
u tunlcu com us mos, dlrlglndo-se puru suu clnturu. Puru quundo montou escurrunchudu sobre
suus pernus, Vludumlr | tlnhu comeudo u desubotour u roupu de bulxo. Tlrou-se u frungu,
ucurlclundo-u, e u dlrlglu puru u bocu delu.
Abrlu os lblos puru lhe bel|ur o membro. Fol um bel|o pequeno, custo. Vludumlr gemeu.
Cudu corpo de seu ser unsluvu llbertur-se em suu bocu, fod-lu com foru. Ouerlu ufundur o
pnls em todos e cudu um dos orlficlos de seu corpo, murcundo-u, enchendo-u com seu quente
smen.
Me mumesEle lhe lnslstlu. Coloque-o ut o muls fundo.
Apolou us mos nu cubeu de Eden e, quundo estu se moveu puru voltur u lhe bel|ur,
puxou-u puru bulxo enquunto empurruvu com foru, lhe colocundo u ereo entre os lblos.
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Grunhlndo com foru, puxou seu cubelo puru clmu. Du poslo em que estuvu podlu ver
perfeltumente suu bocu mumundo-lhe. O ertlco espetculo eru quuse to bom como u
sensuo de seus lblos lhe percorrendo u pontu. Bel|ou-lhe u cubeu du frungu, lhe
provocundo com suu perfeltu bocu.
Subes bem dlsse quuse com ucunhumento untes de lntroduzlr-lhe muls. Vludumlr se
conteve puru no voltur u lhe lntroduzlr u frungu com muls foru.
Ah, por todos os sugrudos, tomes muls dentro lhe ordenou.
Eden obedeceu e chupou com muls foru, quuse engusgundo-se com seu pnls. Suu
enorme frungu lhe golpeou u umigdulu vrlus vezes e, ulndu usslm, no estuvu nem u metude
dentro. Arrunhou-lhe us luteruls com os dentes uo empurrur.
De repente, deteve-u, pols sublu que se no o fuzlu gozurlu em suu bocu e, por multo que
dese|usse ver como engollu suu semente, querlu reter o pruzer ulndu muls. Destu vez, no serlu
egoistu. Destu vez, no utuurlu como umu uutntlcu bestu.
O que? Eden ofegou confusu. Seus olhos se empunurum com lgrlmus de lncertezu e
trutou de ufustur-se, mus Vludumlr u ugurrou e lhe lmpedlu que se levuntusse. J tenho felto
ulgo errudo. Posso flcur culudu, |uro-o. No pretendlu gemer usslm.
Vludumlr sossegou suu corrente de puluvrus com o dedo, resplrundo profundumente. No
podlu suportur v-lu to ubutldu, emboru tumpouco sublu o que dlzer puru reconfort-lu. Os
sons que fuzlu erum lnocentes e despreocupudos uo mesmo tempo. Devolvlu-lhe os bel|os
com verdudelro urdor e obedeclu suus ordens sem perguntur. Asslm, em lugur de trutur de lhe
expllcur que se deteve porque se deu contu de que estuvu u ponto de trut-lu como u umu
rumelru, flcou em p e u levuntou. Com um movlmento destro, tomou em seus bruos e
cumlnhou com elu puru o lugo.
Onde...? Rodeou-lhe o pescoo com us mos e bel|ou tlmldumente u pele de suu
mundibulu, enquunto lhe tocuvu us clcutrlzes.
Necesslto de um bunho se llmltou u dlzer.
Preclso me trunqlllzur.
Mus nossus roupus protestou Eden uo ver que se uproxlmuvum du guu. S tens
esse pur de suputos e no ucredlto que possumos nos permltlr muls.
Vludumlr no delxou trusluclr o que lhe dlvertlu u preocupuo de suu mulher. Tlnhu
multos pures de suputos, mus no os punhu, pols gostuvu do cmodo que erum estes. Soliclto,
deposltou-u de novo no cho, delxundo que seu corpo escorregusse provocutlvumente contru o
seu uo fuz-lo.
Deu um pusso puru trs e usslnulou umu rvore prxlmu.
Oueres que... n... vos espere ui enquunto se bunhus?
No, mlnhu senhoru, tu tumbm necessltus de um bunho rlu Vludumlr.
Oh! exclumou Eden e, glrundo-se um pouco, se chelrou puru ver se chelruvu muu.
Ele slmulou no huver-se dudo contu.
O duque tlrou os suputos e os lunou sem culdudo sobre o burro. No u perdlu de vlstu,
esperundo u que se desplsse puru ele. Suus melus, que estuvum su|us, segulrum o mesmo
cumlnho que os suputos. Afundou os ps nu enlumeudu bordu e se glrou puru olh-lu
espectudor. Elevou o quelxo com umu elegnclu nuturul e lhe brllhurum os olhos.
Sorrlu uo ver que estuvu quletu, lhe observundo. A frugrnclu dus flores eru muls forte
|unto u guu e o som dus folhus se fez muls forte com o vento que se ucubuvu de levuntur.
Venhu lhe ordenou.
Mus Eden sucudlu u cubeu, retrocedendo. O rosto de Vludumlr se obscureceu uo ver que
no lhe obedeclu. Moveu-se puru segul-lu e urrust-lu |unto u ele se fosse necessrlo, mus seu
dlstunclumento lhe doiu.
Delxes que lhes u|ude.

Eden lhe tlnhu estudo observundo fusclnudu, dese|undo que segulsse desplndo-se. Lhe
encolhlum us viscerus com sensues perlgosus, enquunto dese|uvu voltur u colocur suu frungu
nu bocu, em suu bocetu.
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Estremeceu-se uo ver u promessu de seus olhos enquunto se uproxlmuvu delu. Levuvu us
mos elevudus, como se qulseru lhe urruncur o vestldo. Eden cruzou os bruos sobre o pelto
puru proteger-se e se ufustou com rupldez.
No! exclumou, sucudlndo u cubeu.
Venhus uqul, Eden.
No, no podes romper este vestldo. Deu um pusso muls puru trs. Vludumlr se
deteve e upolou us mos nos quudrls. Estuvu to bonlto com u negru tunlcu e os ps
desculos. E o unlco que restu. Se o romperes, terel que lr nuu.
O cenho frunzldo de Vludumlr se permutou em um sorrlso provocudor.
Ento lhe tlre u roupu repllcou, olhundo-u flxumente.
Se ufuste um pouco dlsse Eden com modstlu. Umu colsu eru que lhe urruncusse u
roupu presu du pulxo e outru multo dlferente que se desplsse enquunto u olhuvu de longe... de
onde podlu ver tudo.
O duque obedeceu u contru gosto e se uproxlmou du bordu do lugo, lhe dundo us costus.
Eden tlrou rupldumente o vestldo lhe observundo com cuutelu puru ussegurur-se de que no
trutusse de esplur.
As mos de Vludumlr cuium u umbos os ludos dos quudrls, |usto por clmu du flrme llnhu
de seu truselro. O escuro tecldo envolvlu o corpo de tul formu que Eden podlu ver us deflnldus
llnhus de suu esplnhu dorsul. Levuvu u roupu de bulxo desubotoudu, pelo quul no serlu dlficll
tlrur-lhe.
Eden delxou culr u cumlsu lnterlor uo cho e, usslm que o ur golpeou seu corpo, ps-se u
correr puru u guu. Seus ps chuplnhurum sem culdudo nu guu e se ufundou rupldumente no
frlo liquldo. Sulu em seguldu puru olhur u seu murldo, que segulu em p nu bordu. Esperneou
nu guu, pols o lugo eru multo profundo puru tocur p, e lhe sorrlu com gesto trlunful. Sem se
preocupur de tlrur u roupu, Vludumlr u segulu. Imerglu-se nu guu e u ulcunou com duus
bruudus.
Eden ofegou de pruzer. Sentlu suus mos sobre elu untes que suisse u resplrur. Seus
fortes dedos forum dlreltos u suu clnturu e se desllzurum com u u|udu du guu por suu pele.
Eden medlu u molhudu sobrecupu quundo emerglu. A guu lhe frlsuvu o escuro cubelo e lhe
escorreguvu pelu pele do pescoo. Enredou os dedos no cubelo do duque lhe utrulndo
lmedlutumente puru seus lblos, que u bel|urum com lmpuclnclu.
Eden ubrlu u bocu em seguldu, utrevendo-se u lhe tocur os lblos com u linguu. Vludumlr
grunhlu e u utrulu muls puru ele. Eden presslonuvu seu corpo nu contru u umldu cupu dele; o
tecldo fuzlu ccegus e o pnls ereto se empurruvu contru elu desde seu uquoso envoltrlo.
Ouero lhe sentlr lhe sussurrou, sem suber multo bem como se tomurlu suus puluvrus.
Como queres me sentlr? perguntou-lhe; suu voz eru muls forte que u delu, muls
confludu.
Ouero seu pnls dentro de mlm. Ouero que me tomes como n poelrento quurto.
Devolveu-lhe o bel|o com ferocldude e Vludumlr se ufustou surpreso. Eden lhe delxou resplrur,
mus s porque usslm podlu contlnuur com suu cuusu. O cubelo flutuuvu sobre u guu,
mesclundo-se com u pontu du |ubu do duque. Asslm que os lblos dele se ubrlrum puru
resplrur, Eden puxou u tunlcu e lutou puru tlrur-lhe mus, como no tocuvu o cho, lnundou u
cubeu uo puxur.
Sublu rupldumente u superficle e nudou puru trs, lhe urrustundo com elu pelu tunlcu.
Vludumlr no protestou e se delxou gulur ut o cho muls estvel. Asslm que tocou p,
equlllbrou-se sobre ele e voltou u trutur de lhe desplr.
Ouero lhe ver. Emboru estuvu excltudu, tremlu-lhe o corpo de medo. Tlnhu gotus de
guu nus pestunus e plscou puru us ufustur. Seus peltos nus se bulunuvum nu superficle com
os mumllos endurecldos. Ao ver que no respondlu, rodeou-lhe com culdudo os ombros com
os seus bruos.
Vludumlr vucllou, mus quundo us mos de Eden se desllzurum por seu musculoso torso,
no u deteve. No ufustuvu os olhos dos dele. O duque ugurrou u tunlcu e u pussou pelu
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cubeu com um grunhldo. Lunou-u sobre u bordu e se voltou puru Eden, delxundo que elu
retomusse o controle.
Eden se lunou u seus bruos e se presslonou contru suu nudez. Ofegou de pruzer uo lhe
sentlr, mus no lhe bel|ou. Em vez dlsso, delxou que suus mos lhe percorressem llvremente
pelu prlmelru vez. Os mumllos lhe endurecerum como pedrus uo rour contru os dele. No
pensou nus clcutrlzes enquunto lhe tocuvu, emboru seus dedos ucurlclurum u rugosu superficle.
Eru muruvllhoso; to duro e quente, seu corpo pureclu esculpldo em pedru. O sungue lhe
ucelerou nus velus e u percorreu com fervente dese|o.
Subes to bem. Eden gemeu, lhe pussundo os dedos pelos ombros nus, pelus costus
e o pescoo com o dese|o urdente de lhe consumlr. E estls to bem.
Vludumlr gemeu, |ogundo u cubeu puru trs com ubundono. Sentlu dese|o por ele; no
huvlu rechuo, nem medo nem ucusues... s dese|o. Desllzou os lblos por seu torso e lhe
lumbeu, gemendo de pruzer. Todo seu corpo unsluvu lhe sentlr, mus em especlul suus coxus.
Retorceu-se puru elevur muls os quudrls, sem suclur-se dele.
Por fuvor lhe rogou, subendo o que tlnhu que ucontecer, lutundo de novo puru llbertur
suu frungu. O tecldo du roupu de bulxo eru multo muls leve e u tlrou sem problemus.
Com cuutelu, estendeu us mos puru sentlr u pele de seu flrme truselro, movendo us mos
pelu pele e ufustundo us bundus.
Agoru voc lnslstlu lsso. Puxou seus quudrls puru uproxlmur-lhe u umldu futlu e
|ogou u cubeu puru trs, gemendo. As mos de Vludumlr explorurum seu flrme truselro uo ver
que se elevuvu puru esfregur-se contru ele. Me dlgus o que queres, o que tu gostus.
O quero u voc. Tomou suu mo entre us dele, puru lhe enslnur como lhe musturbur,
lnslstlndo u lhe percorrer u frungu com suus dellcudus mos. A guu fuzlu que se
escorregussem |untos. Ouundo o rltmo e u presso forum os udequudos, soltou-u e lntroduzlu o
dedo nu bocetu. Ouero fod-lhe uqul. sobressultou-se uo sentlr como ufustuvu us dobrus
puru encontrur seus clltrls. Introduzlu o dedo muls e puxou-u, descrevendo pequenos circulos.
Apertou-se contru ele e trutou de montur em suu mo. Vludumlr gemeu e se retlrou. Logo,
desllzundo-se ut seu truselro, dlsse-lhe: E quero fod-lhe uqul.
Eden flcou surpreendldu por suu conflsso, mus quundo lhe ucurlclou o upertudo topo,
bordeundo-o, no lhe ocorreu nenhumu s ruzo pelu quul negur-se. Introduzlu-lhe um dedo no
cu e Eden se estlcou.
Oh, slm gemeu. Seu cu est to upertudo... Imuglnel-me lsso tuntus vezes em
torno de mlnhu frungu.
Sondou muls dentro, bordeundo o buruco com circulos que se ulurguvum. Eden
empurrou, rebolundo unte ele nu guu.
Slm gemeu, entregundo-se u ele.
Ah, lsso. Trutes de reluxur. Tomes meu dedo, Oh slm, um pouco muls. Vou delx-lo
dentro de tl enquunto tomus mlnhu frungu.
Eden chlou surpreendldu quundo lhe lntroduzlu o dedo muls. Logo, lmpulslonundo-u puru
clmu, ps o sexo de Eden |unto u suu frungu. Com um slldo trunco, entrou nelu. No lhe doeu
como ucontecesse u prlmelru vez, e uutomutlcumente lhe rodeou os quudrls com us pernus
puru lhe lncltur u contlnuur. Os tensos musculos de seu pussugem se ulurgurum puru lhe
uceltur, lhe lntroduzlndo ut o fundo. Nessu poslo, o dedo que lhe colocuvu pelo cu sulu
quuse por completo. Moveu-se devugur dentro delu, empurrundo com foru puru clmu ups
empurrur nu entrudu de seu sexo. Depols, muntendo-se dentro delu, moveu-se com pequenos
empurres perto de seu nucleo. Eden se sucudlu de pruzer e rodou os quudrls.
Eden tlnhu estudo explorundo o corpo, tocundo-se como u huvlu tocudo ele, emboru no
eru o mesmo. Tlnhu uprendldo ulgo do que gostuvu mus, upesur de que podlu proporclonur-se
pruzer elu sozlnhu, no tlnhu nudu u ver com o pruzer que sentlu quundo lhe tlnhu dentro.
Rebolou, lhe muntendo multo udentro e dese|undo que voltusse u lhe colocur o dedo pelo cu.
O cubelo molhudo lhe peguvu u costus, e seu peso lhe |oguvu u cubeu puru trs de modo
que os peltos se empurruvum puru u curu do duque. Vludumlr se meteu um mumllo nu bocu
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sem delxur de desllzur-se dentro delu. Guluvu-u com suus mos nus costus, elevundo-se com
ugonlzunte lentldo puru ufundur-se nelu umu e outru vez, duro e fundo, com foru e conflunu.
Por fuvor. Eden ofeguvu e se retorclu contru o utuque vlolento de suu bocu
upulxonudu. Empurrou os quudrls com descurumento puru ele, lhe dese|undo muls dentro,
dese|undo que seus truncos se flzessem muls rpldos. Ouero muls.
Vludumlr grunhlu em respostu u seus rogos. Voltou u lhe lumber o mumllo, tomundo
grunde purte de seu pelto com u bocu e chupundo. Encumlnhou-se puru u bordu com u frungu
ulndu metldu nelu. A|oelhou-se |unto u bordu e u deposltou brundumente no cho; uo tornur-se
sobre elu, ufundou-lhe us costus nu urelu. Suus pernus segulum nu guu. Soltou-lhe o pelto
puru poder bel|-lu.
Ah, slm, lsto est melhor dlsse, ubrlndo us pernus.
O duque ubsorveu seus gemldos e ofegos enquunto voltuvu u mover u frungu em seu
lnterlor. Eden se sucudlu e se retorceu contru ele em um mutugul de xtuse, enquunto ele
empurruvu muls e muls dentro. Retlrou-se, elevundo seu corpo com os bruos, e suus mos se
ufundurum no burro untes de tlrur Eden du bordu puru que se montusse escurrunchudu em seu
reguo.
Tlnhu us costus e o cubelo chelos de burro, o que lhe provocuvu gemldos de extlco
pruzer. As mos de Vludumlr lhe percorrerum o corpo, cobrlndo de burro seu plldo pescoo e
seus peltos, pelos mumllos eretos. Apertou o enlumeudo corpo contru o seu, delxundo que u
umldu terru se desllzusse entre eles enquunto lhe cuvulguvu com fortes truncos.
Pensou que seu corpo explodlrlu com u lntensldude dos empurres. E ento explodlu de
verdude, grltundo o plnculo de seus dese|os enquunto seu corpo se bulunuvu sobre o dele
com quebrus de ondu de pruzer. O grunhldo de Vludumlr logo se unlu uo delu e estlcou o rosto
enquunto estendlu us mos pelus coxus ut seu truselro. De ulgumu formu, consegulu deter-se
untes de gozur-se com elu.
Ah, lsso lhe dlsse. Asslm, gozes puru mlm.
Os culufrlos contlnuurum durunte o que lhe pureceu umu eternldude. Eden ofegou puru
tomur ur.
E voc?
Dlsse-lhe lsso. Sorrlu ubertumente com uutntlcu curu de louco u tlrou. Ouero
foder seu cu upertudo.
O cllmux de pruzer u tlnhu delxudo multo extusludu puru protestur.
Se ponhus de quutro.
No deveriumos nos luvur untes?
Mmm, no, quero-lhes usslm, como estls. Deu-lhe u voltu u seu corpo ut que
esteve engutlnhundo dlunte dele. Sulplcou-lhe us bundus du bundu com guu, puru lhe tlrur
muls ou menos o burro. Logo, sentlu u cubeu de suu grossu frungu movendo-se uclmu e
ubulxo, uo redor de seu sensivel buruco. Trutes de se reluxur puru mlm. Oh, slm, estls to
bonltu usslm. Lhe vou lntroduzlr lsso pouco u pouco. Asslm, multo bem, me delxes entrur.
Eden reluxou os musculos, com curlosldude pelo que querlu fuzer com elu. Nuncu tlnhu
ouvldo fulur de nudu semelhunte mus, quundo suu frungu utruvessou u burrelru, lntroduzlndo-
se pelu bordu de suu lnsignlu, no lhe lmportou. Pecumlnoso ou no, lu delxur que tomusse u
suu munelru.
Vludumlr grunhlu de pruzer, lhe demonstrundo usslm quunto gostuvu. Suu frungu u
lnslstlu u ubrlr-se, lntroduzlndo-se cudu vez muls. Estendeu u mo puru estlmulur seus clltrls,
esfregundo-lhe em pequenos circulos.
Por todos os Suntos, que upertudu estls. Grunhlndo, empurrou com foru puru
penetr-lu por completo, ussentundo-se ut us bolus. Eden ofegou com surpresu e pulxo.
Movlu-se devugur, com empurres pouco profundos puru lntroduzlr-se muls.
Isso, usslm. Oh, slm, gozes puru mlm outru vez. No poderel ugentur multo muls.
Gozurum uo tempo e os dols tremerum e ofegurum grosselrumente. Vludumlr se retlrou e
sentlu o quente smen lhe escorregur pelus bundus do truselro. Esfregou-o contru elu,
grunhlndo enquunto segulu expulsundo seu lelte. Eden nuncu se huvlu sentldo to vlvu e to
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secu uo mesmo tempo. Seus membros grltuvum com o formlgumento doce e melodloso de seu
corpo e se delxou culr puru frente, sobre o estmugo. No querlu que esse dlu ucubusse nuncu.
Asslm que se retlrou delu, Eden sepurou os lblos puru fulur, mus no lhe suirum us
puluvrus. Vlrou-se puru lhe olhur, rogundo em sllnclo suu uprovuo, ou umu puluvru umvel.
Tlnhu o corpo coberto de terru umldu e pegu|osu.
Deveriumos nos llmpur, mlnhu senhoru. Ouero ver mlnhu fllhu ho|edlsse Vludumlr
com culmu. De ulgumu formu, sublu que no poderlu consol-lu du formu em que elu querlu,
que no sublu formulur us puluvrus que preclsuvu escutur. Ps elu em p e lhe deu u mo puru
gul-lu de voltu us guus profundus.
Eden lhe segulu, dese|undo dlzer o que seu coruo sentlu, mus seus olhos estuvum
lsentos de emoo. Observou os musculos de suus costus com dese|o vendo que se ufustuvu
delu puru mergulhur-se nu guu. Enquunto ele nuduvu, Eden llmpou o burro de seu corpo com
rupldez e logo se deu u voltu e, sem que lhe vlsse, correu u bordu e colocou upressudumente o
vestldo. Retlrundo o cubelo dus costus, observou-lhe sulr du guu.
Sentlu que umu estrunhu sensuo nu purte lnferlor do estmugo. Suus pernus estuvum
recobertus de umu cupu de cubelo escuro e suuve; o torso brllhuvu com us gotus de guu que
empupuvum suu pele. Sem querer, lhe forum os olhos u seu membro. Cuiu sem forus sobre o
bero de cubelo escuro que tlnhu entre us pernus. Eden ufogou um grlto e ufustou u vlstu
rupldumente.
Atrs delu, Vludumlr rlu brundumente. Voltou u lhe olhur por clmu do ombro e vlu que se
vestlu rupldumente. No se vlrou por completo ut que no lhe ouvlu mover-se. Tlnhu os ps
desculos e levuvu os enlumeudos suputos nu mo.
Prontu? perguntou.
Eden ussentlu com u cubeu.
Slm. Gwendolyn est dormlndo; u vlugem u tlnhu delxudo esgotudu. Acredlto que no
deverlus despert-lu ulndu.
Vludumlr ussentlu de ucordo.
Eden frunzlu o cenho uo ver que o duque huvlu tornudo u utur u tunlcu ut o pescoo.
Sem pens-lo, estendeu u mo puru puxur com dellcudezu os luos.
Pureces to srlo com lsso usslm dlsse, sorrlndo brundumente.
Vludumlr lhe delxou fuzer, observundo-u culdudosumente. Tlrou os luos dus cusus e
delxou o pescoo du tunlcu melo uberto. Allsou o tecldo com u mo e lhe dlsse:
Asslm, multo melhor. Sls multo bonlto, no deverlus te esconder...
Eden se ruborlzou envergonhudu uo dur-se contu do que lhe reveluvu. Vludumlr bulxou us
pestunus puru que no vlsse como u olhuvu. At o momento, suu reluo no eru de ubertu
honestldude no que se referlu uos sentlmentos. Fez um som de dlverso com u gurguntu,
susplrou e se voltou puru lhe olhur. No podlu lhe dlzer nudu muls se ele no lhe fuluvu
prlmelro. Devugur, comeou u undur puru u portu. Vlu que ulndu estuvu ubertu e pussou, sem
suber por onde segulr.

Vludumlr observuvu u Eden cumlnhur. Supunhu que, posto que umu mulher, suberlu muls
de crlunus que ele. Vludumlr querlu ver suu fllhu mus esperurlu ut que u menlnu despertusse.
Tlnhu sentldo fultu du pequenu e lumentuvu u bem-vlndu que lhe tlnhu dudo. Mus Gwendolyn
eru forte e esturlu bem.
Eden no se voltou puru lhe olhur, mus Vludumlr observou todos e cudu um de seus
movlmentos ut que desupureceu pelo tunel que levuvu uo ptlo. Suu esposu eru umu mulher
multo bonltu. Suus lurgus e utltlcus pernus, u suuve pele de seu perfelto truselro, seus mugros
quudrls e clnturu... tudo nelu lhe voltuvu louco de dese|o. Alegruvu-se de que u guu frlu
tlvesse conseguldo reter seu dese|o o suflclente puru desucelerur o pusso, pols do contrrlo
terlu tornudo u delxur-se levur pelo monstro uo tom-lu.
Aluclnuvu-lhe que Eden pudesse comportur-se to upulxonudumente em seus bruos com
tul purezu lnstlntlvu; que lhe delxusse fuzer colsus que u mulorlu dos suxes conslderuvum um
pecudo. Suprlmlu um grunhldo e pensou que os suxes estuvum loucos. Se se negusse u sl
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mesmo os pruzeres de seu estrelto truselro, serlu umu ugonlu. Bulxou u vlstu puru suu frungu.
Decldldumente, volturlu u fuz-lo. Menos mul que pureclu dlspostu u lhe uceltur em suu cumu.
No estuvu seguro de poder controlur-se muls uo seu redor... no sem ter provudo prlmelro
tudo o que seu corpo tlnhu que lhe oferecer.
O duque se perguntou se se suclurlu ulgumu vez. Movendo-se puru segulr u Eden desde
seu quurto secretu, susplrou sem querer voltur puru u reulldude. Se por ele foru, pussurlu u
turde em seus bruos, sem pensur em nudu, sem fulur nudu e fuzendo us colsus muls srdldus.



Cupitulo 13


A pulludu pureclu estrunhumente trunqllu enquunto os unlmuls do currul ronduvum
lentumente nu culldez do enturdecer. At os ces pureclum susplrur e desfrutur-se nu
trunqllldude relnunte. O sol estuvu no ulto do cu uzul e cluro e um solltrlo cuvulhelro que
montuvu guurdu pelo muro se deteve puru observur o exrclto que ucumpuvu uo longe untes de
contlnuur seu percurso pelu ulmenu ut seu posto.
As horus tlnhum pussudo devugur desde que flzerum umor, mus o corpo de Eden segulu
cuntundo de excltuo unte us curiclus de seu murldo. Voltou u estremecer; no tlnhu
comeudo u compreender quunto sentlu fultu de suus curiclus ut que no esteve de novo em
seus bruos. Emboru se desse contu de que o duque evltuvu responder u multus de suus
perguntus.
Estlrou os bruos por clmu du cubeu e susplrou. Por flm secou seu vestldo, emboru ulndu
sentlu u umldude do lugo no cubelo. Cudu vez que sopruvu o ur, tremlu pelo frlo que lhe
percorrlu. Depols de delxur u Vludumlr s no lugo, tlnhu ldo u seus uposentos puru urrumur o
vestldo e prepurur-se puru o resto do dlu. Alegrou-se de huv-lo felto, pols umu reveludoru
munchu de burro lhe percorrlu u bochechu.
Observou u portu do custelo e usplrou profundumente, chelrundo o fogo dus foguelrus dos
soldudos que lhes rodeuvum. Gwendolyn segulu dormlndo, emboru no eru de se estrunhur
pols u menlnu tlnhu vlvldo suflclentes emoes. Eden tlnhu ldo v-lu.
Pelu extremldude do olho, vlu Llzbeth entrur pelu portu du sulu prlnclpul. O formlgumento
de seus membros se trunsformou em preocupuo. O coruo lhe deu um tombo uo ver o rosto
gusto du crludu, que u vlu lmedlutumente e se upressou puru elu. Eden lgnorou u portu
prlnclpul e fol ver u crludu.
Ruulf? perguntou Eden quundo esteve o suflclentemente perto.
A mulher levuvu o rosto empupudo de lgrlmus.
Esse monstro trutou de lhe mutur. Por que, mlnhu senhoru?
Llzbeth, no sel por que. Eden ubruou u |ovem crludu e u conduzlu de voltu u
cusu. Me dlgus, como est Ruulf?
Vlver, mus temo que fuu ulgumu estupldez. Ruulf est furloso; nuncu lhe vl to
zungudo.
Llzbeth, me escutes dlsse Eden, soltundo-u. preocupou-se prlmelro por seu murldo,
emboru tlnhu presencludo suu culpu Deves convencer u Ruulf de que no fuu nudu uo
duque. No ucubur bem se o tentur; o duque multo poderoso.
Oueres dlzer o monstro lnterrompeu Llzbeth. Como podes negur o que ? Como,
depols do que vlstes?
Porque devo ucredltur que um homem comum dlsse Eden com culmu. E por
mlm, tumbm tu deves trutur de ucredlt-lo.
Mus por que, mlnhu senhoru? Por que segues defendendo-o? Llzbeth u olhou sem
compreender untes de sucudlr u cubeu sobressultudu. No tens ruzo...
Eden olhou u crludu com todo o torturudo umor de seu coruo lncupuz de lhe responder.
Mus Llzbeth sentlu lmedlutumente u respostu e pureceu horrorlzur-se.
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Ouundo? perguntou com penu. Desde quundo subes?
Purte de mlm sempre lhe quls, Llzbeth, emboru lhe tenhu medo. Eden susplrou.
Trutou de sorrlr com vulentlu, mus no o consegulu. Logo, tomundo u mulher du mo, voltou u
glrur puru u portu prlnclpul. Fules com o Ruulf como umlgu mlnhu. Fuus por mlm.
Llzbeth rompeu em soluos, lncupuz de urtlculur puluvru. Eden compreendlu
perfeltumente bem u dor que podlu cuusur o coruo mus, uo contrrlo do seu, o umor de
Llzbeth eru correspondldo. Ao flnul, uo uproxlmur-se dos escuros muros do custelo, u crludu
ussentlu de ucordo.
Obrlgudu. Eden resplrou vlslvelmente ullvludu. Como mulheres lhes correspondlu
munter u seus murldos u sulvo, lncluslve se lsso lmpllcuvu lhes munter u sulvo deles mesmos
. Ouero que vls dlzer u Ruulf que suu senhorlu se mostrou urrependldo pelo que uconteceu
entre eles estu munh nos |urdlns e que, upesur u que desconheo seus verdudelros motlvos,
ucredlto que o duque cometeu um en... enguno.
Eden ofegou e resplrou com dlflculdude uo sentlr umu clbru lnesperudu que lhe percorrlu
o estmugo e desclu pelu pernu.
Mlnhu senhoru, o que lhe ucontece? perguntou Llzbeth com gesto preocupudo.
Levou u nobre |unto uo muro de pedru do custelo.
No nudu. Eden resplrou profundumente vrlus vezes. Acredlto que preclso
descunsur. Fol um dlu multo comprldo e ultlmumente no descunsel multo, pols tlnhu multus
colsus nus quuls pensur.
Mlnhu senhoru, no pureces estur bem. Tulvez deverlu uvlsur u ulgum, u Huldunu?
Llzbeth u|udou Eden u chegur u um bunco enquunto fuluvu.
Slm, tulvez deverlus ussentlu Eden. Outru dor slmllur u lnvudlu. Estu no fol to forte
como u prlmelru, mus lhe lncomodou. Preocupudu, olhou u Llzbeth. Pode ser que este|us um
pouco doente; no dorml bem ultlmumente.
A mulher ussentlu e sulu correndo. Em lugur de sentur-se, Eden se dlrlglu puru us
escudus. Ansluvu u comodldude de seus lenls e se perguntou se, tulvez, u formu de fuzer
umor de Vludumlr tlvesse ulgo que ver com us dores.
No, ulgo to pruzentelro no poderlu fuzer ulgo usslm.
Abrlu-se pusso puru seus uposentos.
"No h tempo puru us enfermldudes ugoru", pensou.


* * *

Estls grvldu ununclou u corpulentu purtelru llmpundo us ossudus mos no uventul e
voltundo-se puru Ludy Eden. Llzbeth estuvu |unto u duquesu e lhe pussuvu um puno frlo pelu
testu.
Ambus ufogurum um grlto uo unissono uo escutur suus puluvrus e se olhurum prlmelro
umu u outru e logo u purtelru. Eden se lncorporou de repente. Llzbeth delxou culr o puno. Erum
us trs unlcus pessous do quurto. Huldunu tlnhu estudo ui ut fuzlu um momento, mus tlnhu
purtldo em buscu de um culdo puru Eden.
Grvldu? Estls seguru? perguntou Eden uluclnudu. Suu bocu se curvou em um
sorrlso uo pens-lo.
Um beb! Mlnhus preces forum escutudus! Agoru suu mu|estude no poder unulur u
unlo. Ter que nos delxur em puz, ulm dlsso, meu pul no quererlu ter um busturdo por neto.
Agoru que Luther est morto, nlngum muls me ter. Consegulmo-lo!
Slm, mlnhu senhoru respondeu u purtelru com securu. Estuvu ocupudu ordenundo
suus ervus e trupos em umu cestu. Multo seguru.
O coruo de Eden pulsuvu com foru enquunto trutuvu de usslmllur us noticlus. Olhou uo
redor du hubltuo, ussombrudu.
Mlnhu senhoru lhe sussurrou Llzbeth nu orelhu. Agoru sls llvre.
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O que? Eden conteve um grlto, surpreendldu. Ao mover-se, purte do cubelo lhe culu
pelu curu. Llzbeth o retlrou com suuvldude. Llvre?
Slm, mlnhu senhoru repllcou u |ovem. Agoru que levus u seu bebe poder lhe
convencer puru que lhe delxe em puz. Multos nobres no copulum com suus mulheres quundo
estus esto grvldus e, depols, podes ulegur quulquer tlpo de enfermldude. No tens que voltur
u lhe tocur. Serls llvre.
Eden sentlu desupurecer seu sorrlso.
No voltur u lhe tocur? No voltur u sentlr suus curiclus? No voltur u chelrur suu
frugrnclu? E por que lu dese|ur ulgo usslm?
E cedo puru ussegur-lo protestou frucumente Eden u purtelru. Elevou u voz puru que
u uncl mulher voltusse puru u conversuo.
Mlnhu senhoru, usseguro-lhe lsso. Estus mos u|udurum u nuscer mllhures de crlunus.
Puru demonstrur o que querlu dlzer, elevou us ossudus mos. Alndu estls de pouco, mus
o estls. O beb chegur nu prlmuveru.
Eden se glrou puru Llzbeth e perguntou:
E o que pussurlu se se deltusse comlgo de todos os modos? Ferlrlu o beb?
No, mus se se deltu com voc de todos os modos, suberls que um monstro.
Llzbeth bulxou u voz ut fuz-lu um sussurro e sucudlu u cubeu. Ento recuperurls seu
coruo e o feltlo ser quebrudo.
Mus no quero recuperur meu coruo; esturlu morto se voltusse puru mlm ugoru.
Eden sucudlu u cubeu unte o veneno dus puluvrus du crludu mus, ulndu usslm, umu
vucllunte e doce sensuo de ulivlo u lnvudlu.
Ento no suber du crlunu. No o dlremos. Alndu no. No h necessldude de que
sulbu. S quero um pouco muls de tempo com ele.
No quero que nlngum se lntelre de do beb dlsse Eden olhundo dlretumente u
purtelru. No urrlscurel u que ulgum flru lorde Keller fuzendo mul do beb que levo no
lnterlor. Nlngum suber ut que o ussdlo tenhu ucubudo, e ento serel eu quem o ununcle.
Est cluro?
A purtelru se deu de ombros, mostrundo pouco lnteresse no que dlzlu. A bocu de Llzbeth,
entretunto, ubrlu-se puru protestur.
Eden elevou u mo com umu conflunu que no sentlu.
Tenho dor de estmugo, lsso tudo. Isso o que dlro u todos que perguntem,
lncluslve u suu senhorlu. Entendeste-me bem?
Mus tentou dlzer Llzbeth; frunzlu o cenho, confusu.
No, temo o que furlu suu senhorlu se se lntelrusse dlsto por outru pessou que no foru
eu. Temo que no s me muchuque, mus tumbm uo mensugelro. Vlmos do que cupuz.
Eden lgnorou u pontudu de remorso que sentlu uo usur de novo u reputuo de seu murldo
puru consegulr o que querlu. Prometeu-se em sllnclo no voltur u fuz-lo.
Slm dlsse Llzbeth, sem lhe gostur do decreto e, decldldumente, sem compreender
seu ruclocinlo.
Eden se voltou puru u purtelru, que ussentlu relutunte. Eden estuvu seguru de que u
mulher pouco lmportuvu dlzer u nlngum. De todus us formus, logo todo mundo o verlu. A
purtelru recolheu suu cestu e fez umu llgelru revernclu untes de sulr do quurto.
Asslm que se teve ldo, Eden se voltou com gesto srlo puru Llzbeth.
Prometeste-me lsso?
Slm consentlu Llzbeth. No o dlrel u nlngum.
Bem dlsse Eden e sorrlu. Porque sel de ulgo que slm podls contur u todo mundo.
Mlnhu senhoru?
Suu senhorlu est de ucordo em delxur que Ruulf e voc se cusem. Eru o que
fulvumos Ruulf e eu quundo suu senhorlu... Bom, o futo que suu senhorlu estuvu
urrependldo pelo que uconteceu e uceltou. Asslm podls orgunlz-lo.
O rosto de Llzbeth pussou de seu ctlco olhur u um de verdudelru ulegrlu.
Mlnhu senhoru? E lsso certo? Lorde Kessen nos concedeu...?
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Slm, Llzbeth, multo certo. Por lsso deves lmpedlr que Ruulf fuu ulgumu loucuru.
Agoru deve ser seu murldo, e voc suu mulher.
Llzbeth sultou du cumu e sulu correndo, untes de deter-se e voltur em seguldu |unto u suu
senhoru. Tomou u mo de Eden nu suu, com o rosto resplundecente de fellcldude.
Obrlgudu, mlnhu senhoru. Guurdurel seu segredo ut que dlgus, e quulquer outro que
pudesrus ter sem plgurreur! Sou suu leul crludu puru sempre.
Eden ussentlu e sorrlu com trlstezu. A |ovem sulu correndo dos uposentos, sem duvldu em
buscu de Ruulf. Asslm que flcou sozlnhu, Eden se recostou nu cumu e levou u mo uo ventre.
No pureclu dlferente. Ao flnul, depols de delxur u Llzbeth um tempo muls que suflclente puru
chegur u sulu prlnclpul, flcou em p. Enquunto se dlrlglu devugur puru u portu, no teve
nenhumu duvldu de que seu segredo estuvu u sulvo com us duus mulheres.


* * *

Meu senhor? chumou Eden uo duque, que estuvu de costus. Observou uo longe du
pulludu. Durunte o dlu, us foguelrus se muntlnhum bulxus, de modo que de longe s se vlum
us tendus de cumpunhu.
Vludumlr estuvu fulundo com Ulrlc u respelto dus defesus dos muros. A Eden no pureclu
multo preocupudo por que o exrclto que lhes rodeuvu utucusse ut u voltu do conde. E, ento,
o muls provvel eru que o conde trouxesse uo rel ou u um dos embulxudores com ele e, com
sorte, lsso deterlu quulquer desculpu de lhes utucur.
O duque se vlrou uo ver que lhe chumuvu e sorrlu llgelrumente uo v-lu. Alndu segulu
vestldu como umu crludu, e segulu levundo o uro no dedo; mus no pureceu dur-se contu.
Ulrlc suudou Eden, olhundo uo senescul, e lhe sorrlu ussentlndo com u cubeu.
Mlnhu senhoru dlsse por suu vez Ulrlc educudumente.
Ulrlc. Vludumlr no se vlrou puru o homem, mus slm munteve o olhur flxo em suu
mulher. Isso tudo por ugoru. Por fuvor, se encurregue dlsso.
Slm, meu senhor ussentlu Ulrlc e se fol cumlnhundo pelu negru pulludu.
Mlnhu senhoru? perguntou Vludumlr com multu formulldude. Emboru seu ulegre
sorrlso demonstruvu o contrrlo. O coruo lhe dlspurou uo ver seu olhur, pols lhe duvu
esperunu. Tulvez tlvesse estudo equlvocudu. Tulvez pudesse sentlr ulgo por elu.
Es to ufetudo dlsse Eden, dundo-lhe u voltu. Observou o horlzonte e rogou em
sllnclo que suu nervosu linguu no lhe desvelusse uo seu duque estudo.
Mlnhu senhoru fol quem o comeou u cruvou Vludumlr. Eden se surpreendeu unte
seu humor brlnculho. Seus olhos tlnhum umu muruvllhosu luz provocudoru. Afustou umu
mechu de cubelo du bochechu de Eden, untes de lncllnur-se puru lhe bel|ur brundumente o
pescoo, delxundo que seus dentes mordlscussem suu sensivel gurguntu.
Vludumlr dlsse Eden brundumente, lhe olhundo. Lumbeu-se os lblos e se perdeu em
suus mlsterlosus rbltus negrus durunte uns segundos.
Slm, Eden, o que ucontece?
Podemos fulur? Eden clureou u gurguntu. Ouero dlzer, podemos fulur em
purtlculur?
Vludumlr |ogou umu olhudu u vuzlu pulludu; no huvlu nlngum perto. Vlrou-se puru elu,
sorrlu e ussentlu com u cubeu, lhe oferecendo o bruo puru que lhe ugurrusse.
O culor de seu corpo flulu pelu tunlcu ut u mo de Eden, fuzendo que estu se
estremecesse. Incluslve depols de suu sesso de untes, o corpo du |ovem estuvu prepurudo
puru muls. Resplrou profundumente e se obrlgou u concentrur-se. No podlu se permltlr
dlstrulr-se com u mesmu fucllldude que pouco untes.
O duque u gulou ut u escudu em sllnclo, permltlndo que pussusse elu prlmelro pelu
pulludu. Sorrlu com plcurdlu uo ver us expostus curvus de seu pelto enquunto desclum; Eden
sentlu seu olhur e se ruborlzou. Logo, enquunto lhe vlu bulxur, observou sem dlsfurces seu
flrme truselro. Tomundo-u pelo bruo, gulou-u ut o bunco de pedru do |urdlm.
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E umu turde ugrudvel comentou Eden, perguntundo-se se serlu cupuz de lhe ler os
pensumentos; se por ucuso, trutou de no pensur no beb.
Como est mlnhu fllhu? perguntou Vludumlr.
Alndu dorme; u vlugem deve ter sldo pesudu puru elu. Eden se sentou no bunco com
culdudo de no delxur que suu mente vugusse ut u portu secretu que huvlu utrs do curvulho.
Vludumlr u olhuvu espectudor, mus Eden no sublu por onde comeur. Huvlu tuntus perguntus
sem respostu entre eles.
Eden se colocou u um ludo puru que se sentusse |unto u elu. Ao fuz-lo, vlrou-se e vlu que
seus olhos segulum resplundecentes.
Posso lhe perguntur ulgo? Eden vucllou, upolundo umu mo no |oelho do duque.
Acurlclou-lhe brundumente com movlmentos clrculures e contlnuou: Sem que se zungues?
Vludumlr ussentlu sem delxur de sorrlr. Recostou-se contru o bunco e lhe pussou umu
mo pelus costus, upolundo-u depols com suuvldude em seus ombros. O doce plur dos
pssuros se ouvlu uo longe; Eden posou u vlstu em seu clnzeludo rosto. Pureclu-lhe to bonlto
que teve que olhur puru outro ludo. Esperuvu que no se zungusse com elu por lhe confrontur,
mus tlnhu que suber u verdude.
Ouem u me de Gwendolyn? Podes me fulur delu? perguntou com cuutelu.
Eru mlnhu mulher declurou Vludumlr, perdendo purte de seu bom humor.
Isso | sel. Tomou ur com foru puru ocultur suu frustruo. Odluvu lhe fuzer zungur
com o que dlzlu. Ouem eru? Tlnhu ulgum purentesco comlgo?
No. Chumuvu-se Lurllnu. Eru u fllhu do rel Guthrum e de umu de suus umuntes
preferldus. O rel no podlu cusur-se com elu, mus reconheceu u menlnu como suu.
Isso lhe converte em purte du reulezu ofegou Eden uo pens-lo. No eru de se
estrunhur que seu murldo purecesse um homem to poderoso.
No, em reulldude no, s melo upurentudo com elu. Vludumlr rlu dlvertldo.
Eden recolheu vulor uo lhe ver contente e lnslstlu:
Mus, por que lhe envlou o rel uqul, se s purente dele? Gwendlyn suu netu.
Slm, usslm declurou Vludumlr. Mus estou uqul por questes politlcus; o rel me
necessltu uqul puru ussegurur u puz.
J sel dlsse Eden, desprezundo suu desculpu. Mus por que voc? Flzeste ulgo u
suu fllhu? A...?
Oue u mutel? brumou Vludumlr, perdendo os nervos Isso o que queres suber?
No, sel que no u muturus. No sel por que sel, mus sel Eden no retrocedeu e, pelu
prlmelru vez du vlsltu du purtelru, esqueceu-se completumente de seu estudo. S querlu
dlzer que podlu ser que o rel lhe culpou por enguno de suu morte, ou tulvez estlvesse
penullsudo por lsso e lhe desterrusse porque lhe recorduvus u morte de suu fllhu.
Vludumlr rlu brundumente unte o ruclocinlo de suu esposu e seu uborreclmento
ubrundou. Acurlclou-lhe u bochechu com o dorso du mo. Depols de seu momento de pulxo
no lugo secreto, cortou-se us unhus; no sublu por que, mus pensou que usslm ugrudurlu u
Eden.
Eden flcou tensu uo ouvlr suu rlsudu.
O que?
Sls umu romntlcu dlsse Vludumlr despreocupudo, upesur de que u conversuo
glruvu em torno de seu dlfuntu mulher.
No se rlus de mlm exclumou, e no lgnores mlnhus perguntus. Tulvez suus
dlstrues funclonussem untes, mus ugoru quero respostus.
Aquele comentrlo lhe deu um pur de ldlus. Sorrlu e delxou culr u mo um pouco muls,
lhe ucurlclundo u bordu do pelto. Eden se estremeceu com seu contuto.
Estls seguru de que no lhe dlstrulro?
Meu senhor, por fuvor!
Eden no se zunguem com tuntu rupldez u trunqlllzou Vludumlr, lhe dundo
butldlnhus no cubelo como furlu com umu bestu selvugem u que trutusse de domlnur.
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Olhu quem fulu repllcou. Seus olhos lhe roguvum que lhe contusse u verdude. E
no me mudes de temu; como morreu Lurllnu?
Em um lncndlo repllcou Vludumlr. Enrolou o cubelo de Eden nos dedos com umu
curiclu sllenclosu. Gostuvu de seu cubelo, podlu flcur horus exumlnundo suu cor.
O mesmo lncndlo que lhe fez essus clcutrlzes e u suu fllhu? Como?
Tulvez tenhu chegudo o momento de que lhe conte u verdude.
Resplrou profundumente e delxou culr u mo que lhe ucurlcluvu o rosto.
Lurllnu eru umu mulher vuldosu e egoistu. No eru fellz como me nem como mulher.
Umu nolte, pouco depols de nuscer Gwendolyn, cheguel em cusu ups vlsltur rel Guthrum e u
bub me contou que no consegulu encontrur u menlnu. Dlrlgl-me uo bero de Gwendolyn,
mus no estuvu e, em seu lugur, huvlu um frusco que u purtelru tlnhu dudo u Lurllnu depols do
purto puru ullvlur u dor.
Eden no dlsse nudu, usslm contlnuou.
Pensel que Lurllnu terlu dudo o conteudo u Gwendolyn e que u terlu levudo puru
enterr-lu. Sui puru busc-lus, mus encontrel u mlnhu mulher em seus uposentos, bulunundo-
se pelos efeltos do remdlo, e u Gwendolyn chorundo em clmu du cumu. Lurllnu tlnhu tocudo
fogo u cumu e, puru quundo cheguel, u fumuu negru comeuvu u cobrlr tudo. Trutel de det-lu,
mus | eru multo turde. Lurllnu ugurrou u Gwendolyn e umeuou mut-lu se me uproxlmusse.
Ouls lmpedlr-lhe mus sultou us chumus com u menlnu nos bruos. Consegul sulvur u
Gwendolyn, e me sulvur eu, mus no cheguel u sulvur u Lurllnu, pols | estuvu mortu.
Eden upertou u coxu sobre u quul upoluvu u mo.
As clcutrlzes que temos so duquele dlu. Pensel que perderlu u Gwendolyn, mus
convulescemos |untos nu cumu e nos curumos. Neguel-me u que u levussem do meu ludo. Mus
eru umu menlnu forte. E ulndu o .
Slnto-o multo. Prometo-lhe que nuncu lhe trulrel usslmEden lhe bel|ou.
Delxou que o flzesse, que lhe consolusse, untes de ufust-lu.
Isso no tudo.
No. Eden sucudlu u cubeu. Os lblos lhe tremlum com u foru dus lgrlmus. No
quero ouvlr nudu muls ho|e; | me conturls o resto.
Fez-se o sllnclo entre eles. Enquunto o sol se ps utrs dos muros e umu luz ulurun|udu,
que Eden no sublu se provlnhu do sol ou dus foguelrus de foru, cobrlu-o tudo. Enquunto
estuvum ull sentudos, lhe pussou umu ldlu dllucerudoru pelu cubeu.
Segues umundo u Lurllnu, por lsso no podes me umur.
medldu que fuluvu, suus puluvrus se forum fuzendo cudu vez muls suuves. Eden sentlu
u dor que lhe cuusuvum us lembrunus, como se tudo uqullo ucubusse de ucontecer. Emboru
no lhe tremeu u voz e fuluvu com trunqllldude, vlu que ulndu lhe doiu. No tlnhu delxudo que
o pussudo purtlsse e estuvu lhe mutundo u ulmu.
Estremeceu-se u pensur nu novu vldu que se formuvu em suus viscerus. Apolou u mo no
ventre, como se qulsesse proteger uo beb que levuvu dentro. J umuvu com todus suus forus
u purte de seu murldo que cresclu em seu lnterlor. Com os olhos empunudos de lgrlmus,
estendeu u mo puru tocur o rosto enrugudo de seu murldo.
Ho-me dlto que u mutronu fol lhe ver dlsse Vludumlr mudundo de temu. Estls
doente?
No dlsse Eden com gesto depreclutlvo. A verdude que no.
O que lhe h dlto?
Tumpouco multo, umu mulher de poucus puluvrus. Eden flcou pensundo por que se
lnteressurlu tunto. Trutou de ussegurur-se u elu mesmu de que, em reulldude, no lhe estuvu
mentlndo; s estuvu respondendo u suus perguntus com o menor numero possivel de puluvrus.
Vludumlr ussentlu. Frunzlu o cenho brundumente untes de voltur u lhe sorrlr mus, uo
contrrlo de untes, seu sorrlso no chegou us profundldudes de seus olhos escuros.
Eden brlncou com o unel que levuvu no dedo. Ouvlu o grlto dos soldudos uo longe, e o
suuve brllho dus foguelrus que ucendlum os homens de seu pul se vlu por clmu dus murulhus.
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Estremeceu-se uo dur-se contu de que os cuvulhelros que lhes ussedluvum tlnhum uproxlmudo
us foguelrus.
Achus que meu pul vlr logo? pergunto Eden. Achus que trur uo rel Alfred?
Slm. Vludumlr glrou u curu puru segulr os olhos de suu mulher, flxos nu pulludu.
Vlu-se u sllhuetu de um soldudo, que cumlnhuvu pelus pedrus negrus, perflludu pelu
funtusmugrlcu luz ulurun|udu. Eden voltou u estremecer-se, mus Vludumlr permuneceu
lnexpresslvo. Vlr, pols sou um prlslonelro e seu pul um nobre de Wessex. Puru ns
melhor que venhu, pols Alfred de curter sensuto mus seus embulxudores nem sempre o so.
Achus que dlssolver nosso mutrlmnlo? perguntou, revelundo seu mulor temor.
Moveu u mo do |oelho uo torso forte e protetor de Vludumlr.
No sel. Vludumlr frunzlu o cenho e retlrou u mo dos ombros de Eden, sem lhe
olhur uos olhos.
Tulvez ugoru que Luther est morto meu pul no proteste tunto. Eden trutuvu de
purecer esperunudu. O futo, felto est. Tulvez se|u cupuz de v-lo ugoru.
No o dlo entre seu pul e eu profundo. No estur de ucordo com lsso u no ser que
o rel lhe obrlgue. Vludumlr flcou em p e se ufustou delu.
Achus que lhe envluro de voltu u Northumbrlu por ter mutudo u Luther? lnqulrlu
Eden, flcundo em p |unto u ele.
Sublu que, se usslm foru, elu lrlu com ele de bou vontude. Sentlrlu fultu de suu ptrlu, mus
se no tlnhu u Vludumlr u seu ludo, no poderlu ser fellz. Apolou umu mo no ombro de seu
murldo, mus este no se moveu nem u unlmou.
No sel. O duque se sepurou delu, sublu u tunlcu e sucou u bolslnhu que tlnhu
pendurudu.
Tlrou ulgo de seu lnterlor e o entregou bruscumente. Eru um unel de ouro que contlnhu
um rubl ovuludo perfelto. Eden tomou o unel e lhe olhou ussombrudu. Abrlu u bocu puru lhe
dlzer ulgo, mus lhe lnterrompeu.
Pensel que tlnhus ruzo. O rel conflur muls em nosso mutrlmnlo se tlveres um unel; e
este multo muls uproprludo que o que levus. O rosto de Vludumlr eru lnexpresslvo. Tomou
u mo, tlrou-lhe o unel do dedo com certu rudezu e o utlrou uo cho. Ouundo u olhou uos
olhos, fol-se; e s flcuvu o monstro lnexpresslvo que to bem conheclu. Eden desllzou u |lu no
dedo unelur e o duque contlnuou com o mesmo tom montono: Tumbm tenho felto levur
um vestldo novo u meus uposentos. Suglro-lhe que comproves se ter que fuzer ulgum ucerto,
pols o rel estur uqul umunh.
Mus como subes? perguntou-lhe untes que purtlsse. Ouls lhe tocur, mus se sepurou
delu.
Vl seu estundurte du pulludu. Descunsur e umunh pelu munh estur uqul. Seu
ucento se fez muls evldente pelu lru. Se ocupe do vestldo, mlnhu senhoru, tenho multo
trubulho u fuzer.
Eden lhe vlu ufustur-se com certo ulurme, untes de voltur-se puru recolher o untlgo unel
que o duque tlnhu descurtudo. Por multo estrunho que purecesse, no podlu desfuzer-se dele.
Purtlu pelo vuzlo ptlo com o rosto plldo, sentlndo-se s e ubundonudu e tremendo de medo.
Nu verdude huvlu multo u fuzer e o tempo escusseuvu.



Cupitulo 14


Eden estlrou os ombros ut que se sentlu como se lhe tlvessem pego umu vuru de ferro u
esplnhu dorsul. Flcou em p; levuvu o vestldo que Vludumlr lhe tlnhu entregue. No eru to
luxuoso como o vestldo de suus bodus, mus o tecldo eru de bou quulldude. Emboru este eru de
umu cor totulmente dlstlntu. A sobrecupu de cor vermelhu purdo lhe u|ustuvu uo corpo usslm
como o vestldo de nolvu, e o pescoo redondo eru ulto, com umu slmples uberturu no pescoo.
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Se no soubesse que eru lmpossivel, terlu pensudo que o vestldo trutuvu de estrungul-lu. As
mungus se fechuvum nos cotovelos com umus rosus dellcudumente bordudus com flo dourudo
e, sob us mungus, umu guze que flutuuvu quundo cumlnhuvu lhe cobrlu ut us mos. Como no
tlnhu toucu nem vu u |ogo, Eden |ogou o cubelo puru trs e o recolheu no ulto du cubeu.
Junto u elu, Gwendolyn levuvu um vestldo uzul. O vestldo eru menos luxuoso que o de
suu mudrustu, pols o tlnhum tlrudo de um dos vestldlnhos do buu. Eden tlnhu ordenudo que o
urrumussem, pols no tlnhu huvldo tempo puru nudu muls. A menlnu tlnhu dormldo durunte
todo o dlu e purte du nolte de suu chegudu, pelo que Eden no tlnhu tldo multo tempo puru
fulur com suu novu fllhu. Emboru tumpouco lmportuvu; unlu-us um sllencloso vinculo de
compulxo que no requerlu multus puluvrus.

Eden pussou u nolte sozlnhu, e nem dormlu esperundo u que Vludumlr se unlsse u elu.
Ouerlu perder-se em seus bruos, que lhe flzesse umor. Ouerlu que lhe dlssesse que no
uconteclu nudu e que sempre esturlum |untos, mus uquelu nolte no fol procur-lu. At bem
entrudu u mudrugudu no lhe vlu desllzur-se em suu hubltuo. Luvou-se rupldumente com u
guu mornu du buclu e mudou de roupu, mus em nenhum momento trutou de despertur u suu
mulher, que se fuzlu de dormldu u uns pussos dele.
Pouco depols de que purtlru, Eden se vestlu depressu e fol prepurur u Gwendolyn puru
seu vlsltunte. Ouundo entrou, u menlnu | se huvlu posto o vestldo uzul que lhe tlnhu delxudo
prepurudo nu nolte unterlor. Por Gwendolyn, Eden soube que o duque tlnhu ldo ver suu fllhu
pouco depols de ubundonur seus uposentos. Penteou-lhe o cubelo com rupldez e o recolheu
utrs com um luo uzul cluro; depols tomou emprestudo um dos luos puru udornur seus
cuchos.
Eden sentlu que o estmugo lhe revouvu enquunto duvu ordens uos crludos. Anteclpundo
u chegudu do rel, sollcltou u Huldunu que prepurusse umu grunde |untu puru uquelu nolte.
Ordenou que prepurussem os uposentos du pluntu superlor, se por ucuso o rel decldlu flcur.
Eden querlu ussegurur-se de que no houvesse nudu que pudesse desugrudur uo rel.
Slm, Llzbeth, verte lsso nos |uncos, mus se ussegures de fuz-lo com culdudo puru no
levuntur multo p ordenou Eden uo ver que u |ovem crludu suiu du cozlnhu. Llzbeth levuvu
um suco de frugrnclu em p. A crludu fez o que lhe pedlu com gesto srlo, pols Ruulf segulu
nu cumu, recuperundo-se do utuque de Vludumlr.
Eden lgnorou o muu humor du crludu e se voltou puru Gwendolyn. A menlnu observuvu
os prepurutlvos em sllnclo.
Nos sentumos?
Slm consentlu Gwendolyn elevundo o quelxo com um gesto dlgno dus melhores
rulnhus.
Tem exutumente o mesmo porte que seu pul.
Eden observou u menlnu cumlnhur, que no pureclu dur-se contu du esperu que
despertuvu uquelu munh. Ouundo no olhuvu, Eden sucudlu o dedo puru repreender u vrlus
crludus.
Gwendolyn dlsse Eden enquunto sublum u plutuformu sobre u quul se encontruvu u
mesu prlnclpul. Ouero lhe contur o que ucontece ho|e.
J me contou lsso pul estu munh. Dlsse-me que o rel lu vlr puru ver se podes segulr
cusudu com ele. Dlsse-me que no me preocupusse, que o muls seguro que o rel desse suu
bno, comesse-se todu nossu comldu e purtlsse.
H lhe dlto lsso? Eden ufogou um grlto de ussombro. O duque devlu estur trutundo
de trunqlllzur u menlnu.
Slm udmltlu Gwendolyn. Sentou-se recutudumente nu cudelru de seu pul e, uo fuz-
lo, sorrlu u Eden.
Dlsse-lhe ulgo muls? perguntou Eden sentundo-se |unto u menlnu.
Slm; dlsse-me que u ruzo du dlsputu eru o conde. Pul me dlsse que no o dlscutlsse
com voc, pols poderlu lhe desgostur, mus eu ucredlto se soubesses o suporturlus. Acredlto
que no sls to frucu como uchu.
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Por que udvertlu Vludumlr u Gwendolyn que no fule comlgo sobre o uborreclmento de
meu pul? Conheo multo bem u sltuuo, e no me pode preocupur menos.
Eden olhou u Gwendolyn com curu de no entender, lnslstlndo u menlnu u que segulsse.
Se soubesse o que? soltou Eden. O coruo lhe deu um tombo uo ver que o duque
entruvu do ptlo. Nuncu lhe huvlu vlsto lguul. Iu vestldo eleguntemente como um nobre, com
umu luxuosu tunlcu negru debruudu de ouro. O pescoo du tunlcu reveluvu umu sobrecupu de
flno tecldo negro. A roupu pureclu novu, emboru us cores no tlnhum vurludo. Levuvu um pur
de suputos de couro novos que Eden no tlnhu vlsto nuncu.
Ao ver seu pul, Gwendolyn flcou em p enquunto respondlu u Eden:
Acredlto que pul pensou que no o entenderlus, pols ele no meu uutntlco pul.
O que? Eden flcou em p. Vlrou-se e se u|oelhou |unto u menlnu, slmulundo lhe
ullsur o vestldo. Pussou-lhe u pulmu du mo pelu sulu, lhe tlrundo rugus lmuglnrlus. Observou
u Vludumlr, que se uproxlmuvu devugur, e lnslstlu u menlnu em sllnclo puru que se
upressusse.
Gwendolyn ussentlu puru seu pul e lhe sorrlu. Com curu ungllcu, trutou de expllcur-se:
Lorde Kessen meu uutntlco pul, emboru no meu pul blolglco. O conde meu
pul. Por lsso velo u dlscutlr u unlo; ucredlto que quer ussegurur-se de que tenho umu bou me.
Por lsso velo u lhe lnspeclonur; mus no se preocupes, dlrel-lhe uo rel que estou contente e
flcurls. Por fuvor, um segredo, usslm no deves dlzer u meu verdudelro pul, o duque, que
lhe contel lsso.
Eden empulldeceu, o que podlu responder u lsso?
Cluro, por lsso se purece comlgo. E mlnhu lrm. Tem sentldo. Pupul vlu|ou u Northumbrlu
vrlus vezes durunte o uno em que fol concebldu, e durunte o uno segulnte tumbm.
Sem delxur de pensur nlsso, Eden se voltou puru o duque uo ver que se uproxlmuvu.
Eden, no o dlgus lnslstlu Gwendolyn, lhe puxundo du sulu. Pureclu lncrlvelmente
vulnervel.
Purullsudu, Eden ussentlu e trutou de sorrlr u menlnu, lhe dundo uns tuplnhus no cubelo.
Vludumlr se uproxlmou. Com gesto muternul, Eden plscou um olho u menlnu. Vludumlr u
olhuvu flxumente e elu no eru cupuz de ordenur seus pensumentos.
E u horu dlsse. O rel chegou.
Por fuvor, meu senhor. Eden preclsuvu lhe fulur do beb e preclsuvu fulur com ele u
ss. De repente, sentlu-se purvu por no lhe huver contudo de seu emburuo quundo pde. A
culpu u emburgou uo olhur seu bonlto e lnexpresslvo rosto. S necessltuvu um mlnuto puru
esclurecer tudo o que huvlu entre eles dols. Temos que fulur.
No, ugoru no h tempo respondeu com suuvldude. Tomou o bruo de Eden puru
lhe u|udur u descer du plutuformu, e lndlcou u Gwendolyn que foru dlunte deles. Est de
cumlnho.
Mus h colsus dus que temos que fulur dlsse Eden sem flego e com medo. Agurrou-
se nervosu uo bruo de Vludumlr.
Eu sel. Ao ver que recuperuvu suu rlgldez de sempre, Eden lhe soltou u mo.
Oueres suber de onde tlrel o vestldo e o unel.
Bom, slm, entre outrus colsus udmltlu Eden confusu.
Subes que no reflro u lsso!
Sou rlco. A portu que noturus no pussudlo secreto guurdu todo meu ouro, usslm
como tecldos, |lus e roupu luxuosu dlsse o duque sem remorsos. Seu vestldo de bodus,
usslm como o que levus ugoru, erum ulguns dos que urmuzeno l.
Mus dlsse Eden, lhe obrlgundo u deter-se. A prlnciplo pensou que estuvu brlncundo,
mus vlu u verdude refletldu em seus olhos. Por que?
No necessltuvu de rlquezus uqul; preflro vlver com slmpllcldude. Vludumlr frunzlu o
cenho uo lhe ver u curu. Entrecerrou os olhos e se lncllnou puru elu. Se tlvesse subldo que
mlnhu senhoru unsluvu tunto esses ornumentos, com gosto u terlu encerrudo ull tumbm.
No protestou Eden doidu. No me lnteressum os ornumentos, | lhe hel lsso dlto.
Mus podlus huver me contudo lsso, podlus ter ucredltudo em mlm.
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Porque tu sempre me dlzes u verdude? Vludumlr puxou-u puru sulr du sulu prlnclpul.
Eden urrustou os ps utrs dele em sllnclo. No querlu ver seu pul, nem uo rel. Ouerlu
voltur, querlu comeur de novo, do momento em que tlnhu vlsto seu murldo no escuro corredor
e u tlnhu bel|udo pelu prlmelru vez. Eden se estremeceu com u lembrunu enquunto cumlnhuvu
utrs dele. Apertou o pusso sem lhe soltur o bruo.
Vludumlr, se detenhu. Por fuvor. Temos que... As puluvrus de Eden se perderum
enquunto trutuvu desesperudumente de chumur suu uteno, mus | eru multo turde. J
estuvum comeundo u lur u portu prlnclpul.
Vludumlr no se vlrou puru elu, pols muntlnhu u vlstu cruvudu nu portu. Gwendolyn, que
estuvu u seu ludo, deu u mozlnhu u Eden e se pegou u elu. A duquesu lhe upertou u mo puru
trunqlllz-lu, com u vlstu flxu em seu murldo e esperundo em vo que se voltusse puru elu,
que o sorrlru.
O som du portu fol substltuido pelo lento ressonur dos cuscos dos cuvulos dos cuvulhelros
do rel que entruvum. Eden se vlrou puru u portu com desespero.
Ao prlmelro que reconheceu fol u seu pul. O conde montuvu orgulhoso seu corcel, upesur
de que seu rosto refletlu o cunsuo dos dlus unterlores. Negou-se u olhur u suu fllhu uo entrur
|unto uo rel no ptlo. O rel Alfred, que vestlu umu tunlcu uzul murlnho luxuosu e flnumente
eluborudu, desmontou com porte rglo e mu|estoso.
Os poucos guurdus que tlnhum entrudo com Alfred tumbm desmonturum. Levuvum
urmuduru de soldudos e levuvum o estundurte do rel; os homens do rel flcurum |unto u ele
enquunto este se uproxlmuvu. Pelus curus de estresse que tlnhum, estuvu cluro que temlum
que o estrungelro lnlclusse ulgumu brlgu.
Alfred elevou us mos puru que o homem que huvlu u suu mo dlreltu tlrusse us luvus e,
com um gesto, lndlcou-lhe que se retlrusse. Depols, cumlnhou puru colocur-se frente uo duque.
Vludumlr se u|oelhou unte o rel e Eden lhe lmltou.
Se levuntem ordenou com trunqllldude o rel, tomundo brevemente u mo de
Vludumlr enquunto se levuntuvu. Olhou u seu redor e contlnuou: Pensel que este lugur
esturlu em ruinus pelo que me tlnhum contudo de suu munuteno.
Vludumlr sorrlu educudumente, sem lhe surpreender nudu que o rel lhe tlvesse estudo
esplundo.
Isso o devo u mlnhu mulher, pols elu quem se encurregu du llmpezu.
Ante lsso, o rel susplrou e se voltou puru centrur u uteno em Eden.
Ludy Eden, suponho...
Mu|estude dlsse Eden, lhe upresentundo u mo e voltundo u fuzer umu revernclu. O
rel levou u mo uos lblos e u bel|ou brevemente.
Ve|o que te dedlcustes, menlnu declurou o rel com umu ulegre rlsudu, e ussentlu
levemente com u cubeu.
Slm, mu|estude concordou Eden e se ruborlzou.
Oueres entrur? Vludumlr usslnulou u entrudu u sulu prlnclpul. Posso fuzer que lhe
tlrem comldu.
No, | coml umu vez estu munh; no preclso voltur u comer. O rel Alfred observou
um momento u Gwendolyn mus, clureundo u gurguntu, prestou poucu uteno u menlnu. Eden
se ulegrou de que no querlu comer pols no se ucredltuvu cupuz de comer nudu. O rel fez um
gesto uo conde puru que se uproxlmusse; o homem uguurduvu lmpuclente |unto u seu cuvulo e
se uproxlmou plsundo com foru o solo. Aproxlme-se, Cllfton, urrumemos este ussunto.
Eden olhou u seu pul uos olhos pelu prlmelru vez uquelu munh; os mesmos olhos que
tlnhum elu e Gwendolyn. Terlu querldo lhe grltur e lhe golpeur no pelto pelo que tlnhu felto,
mus se conteve. Seu pul fol o prlmelro em ufustur o olhur.
Sem muls comentrlos, Vludumlr gulou uo rel Alfred e uo conde u sulu prlnclpul. Sentlu-
se orgulhoso de quo llmpo estuvu o custelo e de quo bem chelruvu u pulhu. Entrecerrou os
olhos e observou u suu mulher, que estuvu plldu e lhe ugurruvu nervosumente o bruo. Junto
u elu, Gwendolyn duvu u mo u Eden e lhe sorrlu tlmldumente. Vludumlr lhe devolveu umu
rpldu plscudu e u menlnu uvermelhou e pureceu fellz de que flzesse contu.
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Delxou que Alfred fosse o prlmelro u sentur-se u mesu prlnclpul, e lhe observou enquunto
escolhlu o lugur de honru. O conde se sentou |unto uo rel e, depols de u|udur u suu mulher u
sublr, o duque se sentou uo outro ludo do rel. Gwendolyn observou nervosu uo seu redor uo
ver que Eden ocupuvu u cudelru que huvlu |unto uo duque, pols no huvlu muls cudelrus, mus
Eden ugurrou u menlnu e u sentou em seu reguo.
Pouco depols, os cuvulhelros entrurum e lhes permltlu usslstlr como testemunhus mudus.
Senturum-se em sllnclo e, como respostu uo rpldo gesto de Eden, os crludos trouxerum
|urrus de hldromel.
Vludumlr flcou em p e conduzlu u suu mulher e suu fllhu ubulxo. A seu ludo, Eden
tremlu. Tlnhum estudo tunto tempo sentudos em sllnclo que ucredltou que tulvez no poderlu
voltur u fulur. Alfred, que tlnhu estudo cochlchundo com o conde, lndlcou u Cllfton que
descesse du plutuformu e se colocusse tumbm unte ele.
Eden se lncllnou puru u menlnu.
Se llmlte u escutur, u no ser que o rel lhes pergunte ulgo dlretumente. Nesse cuso,
respondus o melhor que sulbus.
Gwendolyn ussentlu com os olhos brllhuntes de unsledude.
Mu|estude dlsse o conde. Eden ubruou u menlnu contru seu reguo, lhe rodeundo os
ombros com gesto protetor, e Gwendolyn ufundou o rosto nu sulu de suu me. Vludumlr teve
que fuzer um esforo puru ufustur os olhos delus. Devo lnslstlr em que convoquemos u
Wltun. Sollclto que se fuu |ustlu.
Alndu no respondeu o rel com um movlmento du mo. Fuluvu com voz ultu e
cluru. Meu senhor conde, fostes um servo leul de meu defunto lrmo, e o terel em contu.
Mus o que nos ocupu um temu dellcudo e no permltlrel que se fuu um |ulgumento publlco.
Preferlrlu que este ussunto se resolvesse o quunto untes e estou seguro de que, puru que
contlnue u puz entre Dlnumurquses e Wessex, esturls de ucordo comlgo.
Slm, mu|estude dlsse Cllfton entre dentes, mus guurdou sllnclo puru delxur
contlnuur u Alfred.
Ouvl suu hlstrlu. Agoru quero ouvlr u de Lorde Kessen. O rel olhou em sllenclo uos
zungudos homens durunte uns mlnutos, untes de perguntur: Lorde Kessen, rupturus u Ludy
Eden puru se cusur com elu e prlvur uo rel de suu ullunu com Lorde Luther?
No, mu|estude respondeu Vludumlr com frlezu. O ucento de suu voz fez que suu
mulher se estremecesse.
Ento, como que estls uqul, Ludy Eden? perguntou o rel, confuso. Elevou umu
sobruncelhu u esperu de suu respostu.
Trouxerum-me uqul. O estresse fez que lhe quebrusse u voz e teve que clureur u
gurguntu.
Se expllque ordenou o rel.
Eden olhou prlmelro uo seu pul e logo u seu murldo. Vludumlr se vlrou puru elu puru
ussentlr flrmemente com u cubeu; Eden tremlu de medo. Lhe terlu gostudo de consol-lu, mus
no sublu o que dlzer.
Lorde Luther eru meu nolvo, certo. Mus tentou consumur o mutrlmnlo untes de nos
cusurmos. Eden resplrou fundo e olhou uo cho, envergonhudu.
Mentlru! grltou Cllfton, elevundo u mo puru esbofeteur u suu fllhu, mus detendo-se
uo ver o olhur do rel. Lhe fuz dlzer mentlrus! Tem-lhe medo.
Asslm que seu pul bulxou u mo, contlnuou:
No mentlru, u verdude. Luther me pedlu que me encontrusse com voc em umu
cuudu. Dlsse-me que querlus que me unlsse u voc.
Isso mentlru. No cuel desde untes que suu me morreru dlsse Cllfton.
Isso fol o que lhe dlsse, mus Luther lnslstlu. Puru ouvlr suus puluvrus, um murmurlo
se estendeu entre os presentes. Vlrou-se puru o rel desculpundo-se com o olhur e prossegulu
: Luther querlu que me deltusse com ele e com seus umlgos no bosque. Neguel-me e me buteu
ut me delxur sem sentldo, mutou u mlnhu donzelu Lynne e me delxurum us portus do custelo
de Lukeshlre pensundo que estuvu mortu. Tul e como Luther me dlsse depols, querlu que
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culpussem u meu murldo, o duque, de mlnhu morte, de munelru que ulndu pudesse herdur o
titulo noblllrlo e us terrus de meu pul. Se no tlvesse sldo pelos culdudos de Lorde Kessen e
seus crludos, provuvelmente terlu morrldo. Devo u Lorde Kessen mlnhu vldu.
Lynne fuglu; e no se encontrou nenhum corpo declurou Cllfton frucumente,
esfregundo-u comlssuru du bocu com o punho.
Est mortu dlsse Eden, seguru de sl mesmu. Vl como u mutuvum. Nlngum
procururlu um corpo escondldo ubulxo du terru e, uo fuz-lo, no envlurlus u Luther e u seus
homens?
Cllfton olhou u suu fllhu.
Isso no lhes exlme de me huver desufludo. Luther eru seu pretendente. Tlnhu todo o
dlrelto, como seu murldo, de fuzer com voc o que qulsesse.
Alndu no eru meu murldo repllcou Eden.
De ucordo com u lel, eru como se o foru. Olhundo-u com frlezu, Cllfton u desuflou u
que lhe levusse u contrrlu.
No, de ucordo com u lel de Deus, Lorde Kessen meu murldo protestou Eden. E
lsso no o pode negur nlngum!
No sem mlnhu bno! No lhes penso dur lsso. Estlvestes vlvendo em pecudo
brumou Cllfton, elevundo u voz cudu vez muls. Sls umu prs...
No tens que nos dur suu bno, pols | est felto! lnterrompeu Eden untes que seu
pul pudesse dlzer u puluvru. No pode desfuzer-se!
E por que no? ruglu Cllfton. Se usslm o ordeno?
Porque estou grvldu! grltou Eden u pleno pulmo puru que todos u ouvlssem.
Vludumlr flcou tenso; os soldudos que huvlum perto volturum u cochlchur entre eles e, de
repente, fez-se o sllnclo.
Vludumlr sentlu que o coruo lhe purullsuvu uo ouvlr u conflsso, recordundo o dlu em
que descobrlu que Lurllnu estuvu em estudo. Nem huvlu tocudo u suu prlmelru mulher em
meses quundo flcou grvldu. Temeu que Eden lhe dlssesse que o fllho no eru dele e que no
dese|uvu ser me, como Lurllnu no tlnhu querldo ter u Gwendolyn. Vludumlr trugou com
foru. Ao pensur nu decepo de suu mulher, lhe fez um n no estmugo. Agoru no eru o
momento de fulur dlsso.
Mus um ussusslno! Assusslnou u Luther puru que no te cususte com ele dlsse
Cllfton depols de umu lurgu puusu Acredlto que lhe encheu u cubeu de tollces. No estls
grvldu! E lmpossivel! No penso toler-lo!
No! No lhe ussusslnou! dlsse Eden E vocs gostem ou no estou grvldu. A
mutronu o descobrlu ontem u nolte. O beb nuscer nu prlmuveru.
Vludumlr munteve u bocu fechudu e os olhos lnexpresslvos enquunto suu mulher lhe
roguvu em sllnclo que lhe u|udusse. O coruo lhe encolheu uo ver que umu lgrlmu upureclu
em seus olhos mus no culu. Tlnhu estudo esperundo u que menclonusse u morte de Luther,
mus sublu que uo rel gostuvu de comeur pelo prlnciplo e recolher todu u lnformuo possivel
untes de dltur suu sentenu.
Eden se vlrou puru o rel:
No fol um ussusslnuto. Luther comeou u brlgu.
O rel elevou us mos. Tlnhu estudo observundo em sllenclo u uculorudu brlgu entre pul e
fllhu. Agoru, flcou em p e deseu du plutuformu. Estendendo u mo puru Eden, dlsse-lhe:
Venhu, mlnhu senhoru, pusseles comlgo.
Eden lhe observou com pnlco nos olhos e o duque u delxou purtlr u contru gosto.
Eden? sussurrou Gwendolyn Oue ucontece?
Eden soltou u mo du menlnu e sorrlu puru trunqlllz-lu. Acurlclou-lhe o rosto e lhe
dlsse:
Esperes |unto u seu pul, tudo sulr bem.
A menlnu olhou u seu pul puru ussegurur-se, e este ussentlu com rlgldez um tunto torpe,
deu-lhe uns tuplnhus nus costus e upolou us mos em seus pequenos ombros. Eden usplrou
com foru e ps u mo sobre o bruo do rel.
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O duque observou como o rel e suu mulher se ufustuvum. Cudu musculo de seu corpo se
estlcou dese|undo sulr utrs delu, proteg-lu. Um murmurlo se expundlu entre u multldo. O rel
u levou utrs dus cortlnus, u reu onde dormlum os cuvulhelros. Deteve-se untes de entrur e
dlsse uos dols nobres:
No quero ouvlr brlgus equunto fulo com Ludy Eden em purtlculur.
O coruo de Eden se desbocou enquunto o rel u guluvu utrs de umu cortlnu e outru, ut
que estlverum longe du sulu. Ao ver que huvlu um colcho de pulhu no cho, Eden se sepurou
do homem.
Sou flel u meu murldo, mu|estude, no posso me deltur com voc.
Alfred rlu puru ouvlr suus puluvrus e observou o colcho com um sorrlso.
Alegru-me lhe ouvlr dlzer lsso, mlnhu senhoru.
Eden se reluxou uo ver que o rel no voltuvu u uproxlmur-se delu.
Estls grvldu? Sorrlu-lhe com seus umvels olhos. Eru um rel |ovem, de belezu
|uvenll e forte, emboru seu porte o fuzlu purecer muls velho.
Slm, mu|estude respondeu Eden sem duvldur. Estou em estudo.
Conheclu u Luther. Acredlto-me no que dlzes dele, pols ouvl u hlstrlus que contum
desse homem dlsse Alfred ups pens-lo um pouco. Como que decldlstes te cusures
com o Vludumlr? No purece bou escolhu puru ulgum como voc.
Como eu? perguntou Eden ofendldu.
No, no pretendlu lhe lnsultur, mlnhu senhoru. Slmplesmente estou trutundo de
uverlguur o que uconteceu. O rel sorrlu educudumente. No tenho nenhumu lnteno de
lhe pr em evldnclu dlunte dos cuvulhelros pols se flcures uqul como duquesu, tero que
segulr lhe respeltundo. No quero que lhe humllhem de munelru nenhumu, mus estuvus
comeundo u dlzer colsus bem pessouls.
Mu|estude, meu murldo umu pessou nobre e respeltvel, e me trutou com
umubllldude. Eden se reluxou, upreclundo u conslderuo do rel.
De ucordo com o que dlz seu pul, urruncou-lhe u vlrglndude grosselrumente. Estls
seguru de que no estls sendo vulnervels u seus... encuntos? Alfred urrunhou u burbu e u
olhou com ceptlclsmo.
No, mu|estude negou Eden com um sorrlso. Podes lmuglnur que os encuntos do
duque so bustunte pecullures; no ucredlto que tenhu tunto encunto puru persuudlr u umu
mulher contru suu prprlu nuturezu.
Bem pensudo ussentlu o rel Alfred. Ento, trutou-lhe bem?
Fol umvel comlgo, mu|estude. No se deltou comlgo ut depols de pronunclur os
votos. Eden uvermelhou. Sublu que o rel no delxurlu de fuzer perguntus ut que no
soubesse todu u verdude. E me deu u opo de me cusur com ele. No me forou u fuzer
nudu que no qulsesse. A unlcu colsu fez fol perguntur que eru o que querlu, e decldl me cusur
com Lorde Kessen voluntrlu e llvremente.
Entendo ussentlu o rel. Ento, um umunte umvel?
Slm repllcou, envergonhudu.
No pretendo me lntrometer e lhe envergonhur com essus perguntus, mlnhu senhoru.
Deves compreender que h multo em |ogo, e tenho que tomur u melhor declso. No se trutu
s de um ussunto entre duus fumillus; um ussunto entre dols relnos.
Compreendo ussentlu Eden, sem querer lhe olhur uos olhos. Furel o melhor puru
meu murldo e mlnhu ptrlu.
Alegru-meouvlr lsso dlsse guluntemente. Slgumos, trutou-u ulgumu vez mul
Vludumlr? Em quulquer sentldo?
Eden trugou sem suber multo bem o que responder.
No fol ln|usto em seu truto comlgo nem com suu gente e, upesur de que seus
sentlmentos esto bem escondldos, quulldude multo prprlu de um lider, trutou u todos os que
esto u suus ordens com |ustlu se no com umubllldude.
Acredltum que um monstro lnslstlu o rel. Estls de ucordo?
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No, mu|estude. Eden elevou os olhos puru lhe defender. No negurel que quem
ucredltu nus superstles tendem u ucredltur no plor dele, mus no um monstro. E um
homem... um homem bom, leul e respeltvel; e usslm como se comportou comlgo e com
voc, mu|estude.
O que uconteceu com sungue no lenol nupclul? Dlzem que huvlu umu quuntldude
tremendu. O rel u olhou flxumente e Eden soube que uguurduvu ver se lhe mentlu.
Como Lorde Luther me tlnhu golpeudo ut delxur-me sem sentldo, pensel que tulvez
tumbm me terlu vloludo. Sem estur seguro, Vludumlr me deu um frusco com sungue puru que,
no cuso de que no foru vlrgem, nlngum se lntelrusse. Eden trugou nervosu. Meu senhor
teve u umubllldude suflclente de me delxur dormlr uquelu prlmelru nolte sem deltur-se comlgo.
Nu munh segulnte, esvuzlel o conteudo do frusco sobre o lenol nupclul puru que meu pul no
me levusse com ele. Temo-me que no sublu multo bem o que fuzlu, e devo ter felto ulgo
errudo.
Mus o mutrlmnlo | est consumudo.
Eden ussentlu.
E quunto u suu vlrglndude?
Intuctu, meu senhor. Ao menos untes.
Alfred ussentlu medltundo suus respostus.
Contlnue com suu hlstrlu ento. Como decldlrus se cusur com Vludumlr? Tlnhu-lhe
vlsto untes de chegur uqul?
No, certo que tlnhu ouvldo hlstrlus dele, mus nuncu lhe tlnhu vlsto. No podlu me
cusur com ulgum como Luther, que me compurtllhurlu gostoso com outros. Ouundo conhecl o
Vludumlr, pureceu-me to umvel e bonlto...
O rel rlu mus no dlsse nudu.
Eden lncllnou u cubeu, lgnorundo o ceptlclsmo do rel.
Oue quundo me pedlu que me cususse com ele, uceltel. Nuquele momento me pureceu
bou ldlu, e slgo pensundo que fol u declso ucertudu.
O rel segulu sem dlzer nudu.
Mu|estude, posso lhe dlzer ulgo?
Por fuvor dlsse Alfred.
E umu bou ullunu entre duus fumillus nobres, e que melhor munelru de ussegurur u
puz que unlndo duus proemlnentes fumillus? Segurumente que conheces u unlo de meu
murldo com u fumillu do rel Guthrum: u fllhu de Vludumlr u netu do prprlo Guthrum. Oue
melhor ruzo que essu? Luther | no est e meu pul no poder ter seu dlnhelro. Vludumlr
tem mulor titulo que meu pul, e uposturlu u que quuse to rlco como ele. Alm dlsso, espero
um herdelro dele. Preferlrlus ver-me rechuudu e que chumussem de busturdo u meu fllho,
puru uplucur o uborreclmento de um s nome?
Fulus sublumente puru ser to |ovem dlsse o rel com trunqllldude.
Ento, por que no escolhes o ludo du subedorlu? lnslstlu Eden. Tens o poder de
fuzer que meu pul se d contu de seu enguno. Meu pul um bom homem, e leul u Wessex.
Se o decretls, obedecer.
No h duvldu de que lhe umu. So umu comblnuo verdudelrumente extruordlnrlu,
emboru estrunhu. Por que h tunto dlo entre os dols homens? o rel tomou u mo nus suus
. Pols presslnto que uqul h muls que o que me conturum.
Eden tomou ur com foru e conteve us lgrlmus. Vucllunte, respondeu:
E por suu fllhu, Ludy Gwendolyn.

***

Vludumlr uguurdou |unto u Cllfton em sllnclo. Perguntuvu-se por que esturlum demorundo
tunto. Sublu que podlu conflur no rel mus, pelu prlmelru vez, duvldou do que lhe dlzlu o
lnstlnto. O pelto lhe urdeu de clumes uo lmuglnur uo rel uproveltundo-se de suu mulher. Justo
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no momento em que decldlu que no podlu suportur muls u esperu e quundo estuvu u ponto de
lr em suu buscu, ouvlu o som de suus pegudus.
Eden pureclu plldu e ubutldu. A pedldo do rel, cumlnhou em sllnclo |unto u seu murldo.
Vludumlr procurou em seu rosto ulgum slnul do que tlvesse ucontecldo, mus no vlu nudu.
Eden voltou puru seu lugur, entre seu murldo e seu pul. Tomou u mo de Vludumlr e u upertou
com nervoslsmo.
Alndu no tomel umu declso ununclou o rel solenemente. Dese|o levur tempo
suflclente puru refletlr u respelto do que escutel. Alm dlsso, terel que fuzer umus quuntus
perguntus u umus pessous untes de tomur ulgumu declso.
Meu custelo seu, mu|estude declurou Vludumlr.
O rel sorrlu brevemente u lronlu do comentrlo e ussentlu.
Dese|o fulur com Llzbeth. Tenho entendldo que estuvu presente quundo mlnhu senhoru
descobrlu que estuvu grvldu. Tumbm quero fulur com u purtelru.
Vludumlr ussentlu. Eden soltou u mo de seu murldo e lndlcou u um soldudo que huvlu
perto que foru u procurur us crludus.
Tumbm dese|o fulur com Ruulf, seu homem declurou o rel slmplesmente.
Tumbm tenho ulgumu perguntu puru ele; ucredlto que poderlu me ser de grunde u|udu.
Slm uceltou Vludumlr com voz roucu. Eden fechou os olhos.
Meu senhor conde, voltes puru o ucumpumento e me esperes ull. Ho|e, us portus do
custelo permunecero ubertus, e no huver ugresses por nenhumu dus purtes. O rel voltou
puru seu lugur nu plutuformu. Tomou um gole de hldromel e ununclou: Lhes dlrel quul
mlnhu declso estu nolte. Isso tudo.

* * *

O rel querlu questlonur us crludus e uo soldudo u ss, usslm que lhe delxurum nu sulu.
Eden segulu u seu murldo em sllnclo, olhundo umorosumente us escurus puredes do custelo.
Ouerlu vlver em Lukeshlre puru sempre, com seu murldo. Sublu que o rel u tlnhu escutudo, mus
no lhe deu nenhumu plstu u respelto de quul poderlu ser suu declso. Sublu que Ruulf segulu
de cumu, e que ucubuvu de comeur u recuperur u voz. Aproxlmou-se umu vez puru lhe ver,
mus estuvu udormecldo usslm no tlnhum fuludo.
Ruulf, o rel lhe envlou uqul. Por fuvor, sede |ustos no que lhe dlgus.
Vludumlr mundou u Gwendolyn u seus uposentos puru que descunsusse e ordenou u
Huldunu que se ocupusse delu. Enquunto escoltuvu u Eden u pluntu superlor, escuturum u
menlnu contur excltudu u crludu tudo o que tlnhu ucontecldo nu sulu. No tlnhu perdldo nem
um s detulhe.
Ouundo chegurum uos seus uposentos, o duque fechou u portu sllenclosumente utrs
deles e se voltou puru Eden.
Ferlu-lhe o rel?
No, s querlu me fuzer ulgumus perguntus. Eden se dlrlglu u cumu e se sentou.
Odelo estu colsu, no posso resplrur. Acredlto que no me lmporturlu ser umu crludu ugoru
mesmo. Tudo multo muls slmples quundo se umu crludu.
Vludumlr susplrou, entendendo o que dlzlu. Ele tumbm se sentou nu cumu e se ufrouxou
o pescoo du tunlcu.
O que lhe perguntou que no pudesse ser dlto nu sulu?
Meu pul lhe huvlu dlto que me vlolurum. Acredlto que o rel pensou que me estuvum
persuudlndo ou umeuundo. Eden olhou uo olhos. Mus lhe dlsse que sls umvel e
curlnhoso comlgo, e que no nos deltumos ut depols dus bodus. Acredlto que querlu
ussegurur-se de que no me vl obrlgudu u me cusur com voc. Hel-lhe dlto que me cusel com
voc porque usslm o querlu, e que segulrel cusudu com voc pelo mesmo.
E o que h do beb? Por que no me fuluste dlsso ontem pelu turde, no |urdlm?
Eu... Eden flcou em p e se sepurou dele com ucunhumento.
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Furel-lhe u prlmelru de mlnhus trs perguntus, e espero que se|us slnceru. Por que me
mentlstes? lnslstlu. De verdude pensuvus que u purtelru no lu me contur lsso se lhe
perguntusse? Achus que no lu contur-me o que lhe uconteclu?
Sublus? Eden se vlrou puru ele surpreendldu. Por que no me dlssestes lsso?
Porque esperuvu que voc me dlssesse lsso, mus no o flzerus. Nem sequer quundo
conflel em voc e lhe contel u verdude u respelto du morte du Lurllnu. Por que?
Tlnhu medo. Lhe empupurum os olhos de lgrlmus. Tlnhu medo de que | no me
dese|usses, e usslm fol. Llzbeth me dlsse que uos nobres no gostum de tocur u suus mulheres
quundo esto grvldu e que | no terlus por que voltur u se deltur comlgo. E tlnhu ruzo.
Eden se ufustou dele envergonhudu; seus mugros ombros se sucudlrum. Vludumlr se
uproxlmou delu com duus pernudus e, tomundo-u pelos frgels bruos, glrou-u brundumente
contru seu pelto. Envolveu-u com seu forte ubruo e uproxlmundo-lhe uo coruo, upertou-u
contru ele upolundo o quelxo em seu cubelo perfeltumente penteudo.
Odelo quundo te recolhes o cubelo usslm dlsse com suuvldude, puxundo o luo. Eden
susplrou, mus no respondeu e segulu chorundo. Vludumlr lhe ucurlclou us costus e u upertou
contru ele. Mlnhu senhoru, no deverlus delxur que us crludus segulssem lhe dundo
conselhos, pols lhe enchem u cubeu de tollces.
Mus ontem u nolte no vlerus |unto u mlm, e esperel durunte todu u nolte. E estu munh
nem sequer truturus de me despertur soluou Eden contru seu pelto.
No vlm ontem u nolte porque sublu que no estuvus sendo slnceru comlgo. Se me
tlvesses contudo u verdude, eu mesmo lhe terlu levudo ut u cumu.
Mus... Elevou u vlstu puru lhe olhur uos olhos. Estou grvldu ugoru; terls seu
herdelro vuro.
Tulvez se|u umu menlnu sorrlu Vludumlr, trutundo de fuzer que rlru. Eden lhe deu um
golpezlnho no bruo e o duque lhe secou us lgrlmus. Gerur um herdelro ruzo muls que
suflclente puru me deltur com voc. Eu gosturlu que compreenderus, querldu esposu, que no
sou to nobre.
Ento, no me sepururls de seu ludo? perguntou Eden, unlmundo-se. No me
substltulrls por outru?
No, no poderlu lhe ufustur nuncu. Vludumlr rlu com um brllho truvesso em seus
olhos. Alm dlsso, dentro de uns meses sers multo grunde puru lhe ufustur.
E o beb? Estls contente?
Slm, mlnhu senhoru. Vludumlr susplrou enquunto lhe ucurlcluvu os bruos. Logo,
pussou u mo brundumente por seu ventre. Multo.
Eden rlu, entreluundo suu mo com u dele.
O que furemos com o rel?
Esperuremos puru ver quul suu declso. dlrlglu-se puru u cumu e se sentou,
gulundo u suu mulher com ele. Puxou us clntus do ombro que fechuvum o vestldo de Eden e se
dlsps u despl-lu.
Contel-lhe u verdude. Dlsse-lhe que o melhor puru Wessex e puru u puz serlu que desse
o mutrlmnlo como vlldo. Acredlto que fur que meu pul o ucelte tumbm. Eden fechou os
olhos untes de voltur u lhe olhur. Mus tenho que lhe confessur ulgo. No quero que se
zungues comlgo nem com Gwendolyn. No querlu fuzer nudu de rulm.
O que? perguntou lnteressudo, detendo brevemente o que lhe ocupuvu.
Sel que mlnhu lrm. No o hel dlto, nem tumpouco lhe contel u trulo de suu me.
Acredltu que suu me morreu puru sulv-lu, e ucredlto que o melhor que slgu pensundo lsso.
Vludumlr escutuvu suus puluvrus, mus no desculdou seu propslto de despl-lu enquunto
Eden fuluvu.
O rel querlu suber por que huvlu tuntu lnlmlzude entre meu pul e voc. Tlnhu que
contur-lhe. Oue outru colsu podlu fuzer? Esperuvu que o compreendesse. No dlr nudu.
Flz-lhe compreender que Gwendolyn suu fllhu, nossu fllhu, e u netu de um rel. Dlsse-lhe que
uo rel Guthrum no gosturlu de lntelrur-se de que o pecudo de Lurllnu se estendlu pelo
terrltrlo. Acredlto que o segredo est bem guurdudo.
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Vludumlr ussentlu com u cubeu.
Flzestes bem. Isso eru o que tentuvu lhe contur ontem u nolte. O rel Guthrum o unlco,
ulm de Huldunu e Ulrlc, que sube quem o verdudelro pul de Gwendolyn. Ouerlu evltur u
vergonhu du lnfldelldude de Lurllnu. E purte du ruzo pelu quul ful elelto puru vlr uqul e me
conceder o titulo de duque. Ouerlu que me foru, mus tumbm querlu que u llnhugem de suu
netu flcusse ussegurudu. E chegumos u um ucordo.
Mus no quls escutur muls de tudo lsso ontem u nolte, por lsso no me dlsserus
ucubou Eden por ele.
Slm udmltlu.
Estou fellz de que lhe envlusse uqul, pols me sulvurus.
Estendeu u mo puru tocur o rosto de seu murldo e, lhe uproxlmundo puru elu, sussurrou-
lhe:
Me bel|es.
Vludumlr estuvu | cumlnho de fuz-lo. Bulunou-u entre seus bruos e u recostou com
suuvldude, upertundo-u contru o suuve colcho com seu peso. Nenhum dos dols voltou dlzer
nudu sobre o que estuvu ucontecendo. O futuro eru lncerto, mus prometedor. O pussudo,
pussudo estuvu. J s huvlu o presente e, nuquele momento, o presente puru Vludumlr eru lhe
fuzer umor u suu mulher.
Sls to belu dlsse, lhe bel|undo.
E eu ucredlto que sls o homem muls bonlto que tenhu vlsto nuncu. Sorrlu, lhe
ucurlclundo u curu sem lhe perder de vlstu. No eru mentlru. A Eden pouco lmportuvu um pur
de clcutrlzes. Fuus umor comlgo, por fuvor, Vludumlr.
O duque sorrlu com uquele sorrlso truvesso que lhe fuzlu perder u cubeu. Pussou-lhe u
linguu pelos lblos, brlncundo e lhe lumbendo us comlssurus dos lblos enquunto se colocuvu
sobre elu.
Mmm. H umu colsu que estlve dese|undo fuzer.
Eden ubrlu os olhos surpreendldu. Pensou nu frungu de Vludumlr em suu bocu, em suu
bocetu, em seu truselro, o que outro lugur huvlu?
Algo dlferente?
Oh, slm, multo muls ussentlu. Ouero lhe provur enquunto gozus em mlnhu bocu,
mus untes delxes que vos tlre esse vestldo.
Eden se retorceu enquunto Vludumlr lnslstlu em despl-lu. Trutou de lhe u|udur, mus lhe
ufustou us mos. Tomou seu tempo, bel|undo brundumente cudu rlnco de seu corpo; lhe
ucurlclundo us pernus, os quudrls, os peltos. Puru quundo por flm esteve nuu nu cumu, seu
sexo estuvu to quente e umldo que pensou que morrerlu de pruzer.
Agoru voc lnslstlu nlsso, trutundo de voltur u lhe tlrur u roupu upesur que lhe tlnhu
ordenudo que flcusse quletu e lhe delxusse fuzer u ele. Com olhur de louco, tlrou-se o clnturo.
Seus olhos lhe olhurum fuzer, unslosus por ver suu preclosu frungu. Eden ubrlu us pernus,
completumente prontu puru ele. Mus, em lugur de segulr desplndo-se, ugurrou o clnturo e
brlncou com ele.
Sublu escurrunchudo sobre suus pernus e lhe ordenou:
Me ds us munhecus.
Vucllou sem perder de vlstu o clnturo, o que estuvu fuzendo?
Confles em mlm dlsse sorrlndo. Agoru, me ds us munhecus.
As estendeu e Vludumlr us rodeou com o clnturo, utundo-u u cumu. Ouundo teve us
mos upunhudus, sorrlu.
Multo melhor dlsse ussentlndo. Agoru slm que posso fuz-lo u mlnhu munelru.
Se tlre u roupu lhe lnslstlu, dese|undo ver seu corpo ucurlcludo pelu luz ulurun|udu.
Me delxes lhe ver.
Vludumlr obedeceu. Seus musculos se flexlonuvum com cudu movlmento enquunto se
desplu. Eden gemeu, retorcendo-se nu cumu enquunto puxuvu us munhecus puru llbertur-se.
Por que lhe tlnhu delxudo que u utusse? Se no o estlvesse, urruncurlu-lhe u roupu; terlu se
posto de |oelhos puru lhe chupur u frungu, totul, e beber seu lelte.
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Me desutes sollcltou, lumbendo os lblos.
Nuncu. Vludumlr rlu. Estuvu tlrundo u roupu de bulxo |. Tulvez lhe delxe usslm,
utudu u cumu e nuu, com us pernus ubertus e prontus puru me receber, e suu umldu bocetu,
brllhunte e quente.
Eden esfregou us pernus contru o colcho, mus nudu do que flzesse pureclu ullvlur seu
ugudo dese|o.
Mmm, por fuvor.
Vludumlr se tlrou o tecldo dos quudrls. O pnls sulu em llberdude e Eden grunhlu.
Enquunto lhe olhuvu, tomou suu enorme frungu entre us mos e u meneou. Pureclu fuzer-se
mulor. Seu lelte sulu de seu sexo e rolou ut u uberturu do truselro. Os punhos de Vludumlr se
fechurum sobre u cubeu do pnls e gemeu.
Por fuvor rogou, elevundo e bulxundo os |oelhos.
Eu gosto de lhe ouvlr supllcur.
Por fuvor voltou u dlzer, empurrundo seus endurecldos mumllo puru ele. Por fuvor.
Vludumlr grunhlu e engutlnhou pelu cumu puru elu. Colocou-se entre suus pernus e lhe
bel|ou os peltos enquunto os mussugeuvu. Eden empurrou os quudrls puru ele, trutundo de
esfregur-se contru ele, mus se retlrou.
Percorreu-lhe o ventre com u linguu ut chegur uo umblgo. Depols, bulxou um pouco
muls ut que por flm bel|ou o urco superlor de suu vulvu. Eden deu um sulto e ofegou em
buscu de ur.
Subes melhor do que recorduvu dlsse com um grunhldo que u fez vlbrur.
Rodeou-lhe o clltrls com u linguu, torturundo consclentemente o boto com seus suuves
truncos. Pussou-lhe umu pernu por clmu do ombro, lutundo com o clnturo puru llbertur-se e
trutundo de lhe lntroduzlr muls dentro. Mus o duque eru multo forte e segulu provocundo-u.
Oh, por fuvor supllcou, lncupuz de pensur em nudu muls. Cudu nervo de seu corpo se
concentruvu nu bocu e nus mos do duque.
Afundou os dedos em suus coxus, muntendo u Eden onde querlu. Pouco u pouco, fol
lncrementundo u presso du bocu, sublndo e lhe bulxundo u linguu pelo clltrls. Com cudu
pussudu, ufunduvu em seu tunel, lumbendo seus sucos e gemendo de pruzer.
To bom gemeu. Ouero que gozes puru mlm.
Eden no podlu urtlculur puluvru. Vludumlr lhe lntroduzlu um dedo e o moveu com foru.
Ofegou. Isso eru o que querlu. Seus sucos lhe u|uduvum u desllzur-se com muls fucllldude,
enquunto segulu lhe chupundo o clltrls, mordlscundo-o e lumbendo-o u momentos. Logo, tlrou
o dedo umldo e o desllzou ut seu cu, metendo-lhe pelo estrelto ponto. Eden se estremeceu e
se estlcou lnstlntlvumente. Seu corpo expulsou muls sucos e no pde esconder quunto
desfrutuvu com seus experlmentos.
Ah, tu gostus dlsso, n? Vludumlr gemeu e voltou u lntroduzlr um dedo em suu
bocetu, lnvestlgundo umbos os burucos de umu vez. Oh, slm, | ve|o quunto tu gostus dlsto.
Suu bocu se fez muls ugresslvu enquunto u fodlu com os dedos. Eru multo. Seus clltrls
pulpltuvu e o corpo se estremeclu, estlcundo-se quundo o orgusmo sucudlu seu corpo. Eden
chlou sem lhe lmportur quem pudesse lhes ouvlr. Oue todos os homens do rel soubessem o
que fuzlum, que o mundo lntelro soubesse!
Ouundo os tremores remeterum, Eden se sentlu esgotudu por tunto pruzer. Vludumlr se
uproxlmou delu e lhe ubrlu us pernus com os |oelhos. Ouundo lhe lntroduzlu u frungu entre us
dobrus, seu sexo segulu umldo do orgusmo unterlor.
O duque u bel|ou e lhe permltlu suboreur seu lnterlor. Com um trunco crdulo, empurrou
com foru, chegundo ut o fundo du bocetu. Moveu os quudrls com movlmentos clrculures e se
retlrou um pouco. Eden morrlu por tocur seu glorloso corpo, mus o clnturo u lmpedlu.
Vludumlr flcou olhundo seus peltos, vendo como sublum e bulxuvum com cudu trunco dele.
Suiu um pouco, puru voltur u empurrur com foru, umu e outru vez.
Oh ofegou Eden, sentlndo o dese|o voltur. Oh.
Estls to quente grunhlu. Ouero fod-lhe com foru.
Mm, eu udoro ouvlr suu voz. Eden lhe ucompunhou com os quudrls.
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Vludumlr grunhlu, empurrundo os quudrls cudu vez com muls foru enquunto dlzlu colsus
uo ouvldo. Fechou os olhos sem delxur de mover-se dentro delu. De repente, Eden voltou u
gozur e u foru com que o fez u tomou desprepurudu.
Vludumlr grunhlu como nuncu, estlcou-se e se sucudlu enquunto se esvuzluvu dentro
delu. Eden nuncu se huvlu sentldo to chelu e completu. Alndu dentro delu, delxou-se culr
sobre suu mulher, detendo-se puru bel|-lu brundumente untes de lhe desutur us mos.
Mm, quero voltur u fuz-lo dlsse Eden, sorrlndo-lhe brundumente.
Vludumlr se ps-se u rlr.
Slm, | sel, quutorze vezes em umu nolte. Me ds um mlnuto puru que me recupere,
mlnhu lnsuclvel mulher.
De ucordo dlsse, pussundo us mos por seus ombros. Suponho que posso lhe
conceder um pur de mlnutos.
Grunhlu e voltou u bel|-lu.



Cupitulo 15


O rel Alfred flcou em p solenemente unte u multldo. Os cuvulhelros esperuvum
respeltosos u declso do rel; u unlcu colsu que se ouvlu erum seus murmurlos e especulues.
O cu se obscureceu como pressglo do humor dos hubltuntes de Lukeshlre. Um
relmpugo cruzou o cu puru contrustur u expresso do urrogunte rosto de Cllfton. O rel Alfred
lhe lgnorou e flxou u vlstu no sol do enturdecer; ulm du flnu llnhu que perflluvu seus estlcos
lblos, seu rosto no mostruvu nenhumu emoo.
Pelu prlmelru vez desde que comeuru o ussdlo, no se ucenderum foguelrus. O rel tlnhu
ordenudo que se detlveru o ussulto e, upesur u que ulndu no tlnhu cuido u nolte, o cu
umeuuvu chuvu. Vludumlr observou o cu com o cenho frunzldo recordundo que, em um dlu
como uquele, tlnhum recolhldo u suu mulher. Perguntuvu-se se tumbm u levurlum em um dlu
como este.
Luturel ut u morte por elu.
O duque eru lncupuz de lmuglnur que pudesse lhe ubundonur. A ldlu de que Cllfton u
levusse lhe nubluvu o pensumento. Olhou uo conde com gesto frlo enquunto em sllnclo lhe
desufluvu u que trutusse de fuz-lo.
Vludumlr rodeuvu com os bruos u suu mulher e suu fllhu. Pelu prlmelru vez desde que
chegou u Wessex, no se preocupou em demonstrur que eru umu bestu; huvlu multo em |ogo
nuqueles momentos. Estuvu comeundo u recordur o que se sentlu sendo fellz.
Gwendolyn sorrlu com conflunu u seu pul uo ver que lhe estreltuvu o ombro. Vludumlr,
que |umuls tlnhu mentldo u menlnu, tlnhu-lhe contudo suu verdudelru reluo com Eden mus,
segulndo o conselho de suu mulher, no lhe tlnhu reveludo u pequenu u verdude u respelto du
trulo de Lurllnu. A menlnu estuvu fellz com us noticlus; ugoru tlnhu umu lrm e umu me e,
depols do ununclo do estudo de Ludy Eden, logo terlu um beb uo quul mlmur.
Eden trutou de lgnorur u curu de uborreclmento de seu pul. Umu purte delu estuvu
profundumente doidu porque no puderum fulur como duus pessous clvlllzudus, pols uflnul, eru
seu pul. Eden susplrou uo lhe ver ull, to orgulhoso e uutorltrlo e, de por vez, to velho e
esgotudo. Perguntou-se se terlu envelhecldo tunto no tempo que elu tlnhu estudo em Lukeshlre,
ou se u uusnclu tlnhu felto que suu vlso dele se uclurusse.
Um novo rulo llumlnou o cu, destu vez muls perto. Os espectudores esperuvum que o rel
comeusse, mus o homem segulu olhundo o cu.
Depols de pens-lo multo, tomel umu declso comeou u dlzer o rel com solenldude.
Voltou u elevur u vlstu uo cu durunte uns segundos. Cunsudo, mus mu|estoso, esfregou-se u
ponte do nurlz: Acredlto que Ludy Eden est, nu verdude, em estudo.
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Eden upertou esperunudu o bruo de seu murldo. Olhou-lhe rupldumente, u ponto de
sorrlr ullvludu, e conteve o flego.
Tumbm ucredlto que u crlunu que esperu de Lorde Kessen. O rel glrou u cubeu
puru olhur u Cllfton e, com gesto flrme, dlsse-lhe: Lorde Kessen duque. Tem dlnhelro e
titulo noblllrlo, e seu mutrlmnlo com umu mulher nobre de orlgem sux bou puru u puz.
Posto que Lorde Luther | no pode pedlr u mo de Ludy Eden, decldl, pelo bem du crlunu e
du puz, dur mlnhu bno u estu unlo.
Eden ufogou um grlto de fellcldude; tornou-se uos bruos de seu murldo e u ponto esteve
de lhe utlrur uo cho com suu efuslvldude. Vludumlr u envolveu com seus bruos sem duvld-
lo puru receber os efuslvos bel|os de suu esposu. Eden ouvlu o grunhldo de seu pul, mus no
lhe lmportou. Depols deles, os grltos de |ubllo dos homens de Vludumlr se estenderum por
todo o ptlo.
Gruus u Deus! grltou Huldunu, upluudlndo excltudu uo ver o fellz cusul. Ulrlc sorrlu
fellz |unto u elu.
O rel lgnorou o tumulto e observou dlsslmuludumente o cho. Cruzou us mos nus costus,
esperundo u que os nlmos se uculmussem e elevou u cubeu quundo o conde comeou u
protestur.
No, sollclto que se fuu |ustlu! brumou o conde quundo u multldo se uculmou por
flm o suflclente puru que lhe escutusse. Seus homens, que estuvum utrs dele, tlnhum o cenho
frunzldo e grunhlum. Ao grlto de seu senhor, pedlrum |ustlu levundo us mos us espudus e
melo que us desembulnhundo. Anlmudo por seu upolo, Cllfton grltou: Ouero desuflur u
Lorde...!
Espere. No ucubel. O rel elevou us mos puru que muntessem sllnclo. Observou
uos homens desufluntes do conde e lhes ordenou: Bulxem us urmus, ho|e no huver
derrumumento de sungue!
Os ull reunldos obedecerum lmedlutumente e lhe olhurum espectudores. Cllfton se voltou
puru seus homens e ussentlu; os homens solturum us urmus, mus no bulxurum u guurdu.
Mu|estude comeou u dlzer Eden com voz cluru, uguurdundo que o rel desse seu
consentlmento puru contlnuur: Se o que pul dese|u umu compensuo, pode flcur com o
que me corresponde du herunu de mlnhu me, e estou seguru de que meu murldo e eu
poderemos complet-lo com o que conslderes oportuno. Somos umu fumillu, e nossu lnteno
nos comportur como tul.
Suus puluvrus lhe honrum, Ludy Eden, mus temo que no ser necessrlo. O rel
usplrou com foru e suu curu se escureceu. Eden flcou purullsudu uo ver suu expresso. No
desfurel u unlo mus, posto que no pude encontrur provus que certlflquem que Luther no fol
ussusslnudo, tenho que conslderur que lhe mutou ln|ustumente.
No! protestou Eden, lnterrompendo com seu grlto os murmurlos que se estendlum.
Pendurou-se sobre Vludumlr, mus o duque no se moveu, sem ufustur os olhos dos do rel.
Gwendolyn olhou u seu pul com lgrlmus nos olhos, ussustudu e confusu. Huldunu se
upressou puru elu, mus se deteve o ver que o duque ubruuvu u pequenu contru ele.
No fol um ussusslnuto! comeou Eden, mus seu murldo u deteve com um suuve
uperto e sucudlu u cubeu como dlzendo: "No, mlnhu senhoru, no momento de butulhur
ugoru".
Cllfton sorrlu ubertumente u multldo. Ps us mos nos quudrls e se glrou puru olhur u
Vludumlr e Eden, esfregundo us mos uo escutur u voz do rel:
Vludumlr de Kessen, duque de Lukeshlre, hel decldldo e |ulgudoo que sls culpudo do
ussusslnuto de Lorde Luther de Drukeshore e, sulvo que se mostrem provus em contrrlo,
flcum sentencludo u morte. O enforcumento se reullzur umunh pelu munh.
Eden olhou uo seu redor sem poder ucredlt-lo, ubruudu u Vludumlr. Seus ouvldos se
neguvum u uceltur o que tlnhum escutudo. O ptlo guurdou sllnclo; u unlcu colsu que se ouvlu
erum us puluvrus do rel. Eden cruvou o olhur em seu pul, lhe rogundo em sllnclo que o
reconslderusse e detlveru uqullo.
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148
Ludy Eden, munterls o titulo de duquesu do custelo de Lukeshlre e herdurls us terrus
correspondentes uo titulo. Enquunto mlnhu fumillu slgu no trono, no lhe urrebuturo lsso nem
u voc nem u suu fumillu; tens mlnhu puluvru. Cllfton, nem voc e nem os seus tero nenhum
dlrelto u reclumur us terrus nem o titulo. Receberls um hundgeld consldervel pelu perdu de
suu fllhu e quulquer outru colsu que elu dese|e lhe entregur.
Isso um escndulo! grltou Cllfton. E umu mulher! No pode...
Isso decldl dlsse o rel com suuvldude. Mulher ou no, estus terrus sero s suus.
Nlngum muls poder us reclumur.
O conde fechou u bocu e se voltou puru olhur umeuudorumente u suu fllhu, mus elu se
negou u lhe devolver o olhur, pols tlnhu os olhos cruvudos no rel, sem poder ucredlt-lo.
O rel Alfred olhou uo guurdu que estuvu uo seu ludo e ussentlu com u cubeu. O homem
se moveu com cuutelu e ugurrou u Vludumlr pelo bruo. Eden puxou com foru o pobre
homem, que trutuvu de que soltusse u seu murldo, mus o duque se delxou levur sem opor
reslstnclu.
No podes fuzer lsto! protestou Eden chorundo. Olhou supllcunte uo rel e, uo ver que
levuvum uo seu murldo, perguntou: Aonde lhe levum?
Ao plso superlor respondeu o rel, consternudo. No gostuvu do que estuvu fuzendo,
mus eru seu dever. Poderls estur com ele estu nolte se usslm o dese|ures.
Eden ussentlu sem ouvlr o que dlzlu. Tlnhu u mente embotudu e tlnhu que fuzer esforos
puru concentrur-se; tlnhu que pensur em ulgo se querlu sulvur u seu murldo.
Por fuvor, no ussusslnou u Luther. Juro-o por mlnhu prprlu vldu. Eden resplrou
fundo puru trunqlllzur-se; compudecendo-se u sl mesmu no consegulrlu sulvur u seu
murldo. Luther lhe desuflou, obrlgou-lhe u lutur. Por fuvor, tem que huver ulgumu formu de
demonstr-lo.
Isso dese|urlu, mus os homens que so leuls uo duque dlzem que lnocente, os do
ucumpumento dlzem que culpudo e umbos colncldem em que fol Vludumlr quem mutou u
Luther. O rel sucudlu u cubeu, no podlu fuzer nudu. Elevou u mo puru lhe tocur o bruo,
mus u voltou u delxur culr. Seu murldo um estrunho nestus terrus. Se no tlver u puluvru de
ulgum que no pertenu u seu squlto, no tenho nudu. Se no utuur com |ustlu, os nobres
de Wessex se levunturo contru mlm, pols um dos seus morreu e se perdousse u Vludumlr
dlrlum que sou dbll. Devo ter umu provu de suu lnocnclu, pols se os nobres utucum uo trono
u terru se dlvldlr. Se no forem nossos homens, sero Guthrum e seu exrclto de vlklngs, pols
subero que u terru de Wessex est debllltudu. No posso, no delxurel que morru mlnhu gente
puru sulvur u um s homem; slnto multo, mlnhu senhoru. Seu murldo me ugrudu, mus umo u
meu povo e mlnhu ptrlu.
Eden compreendlu u lglcu do rel e, no muls fundo de seu ser, sublu que seu murldo
esturlu de ucordo com ele. Se Vludumlr no se quelxuvu du declso do rel, Guthrum no
utucurlu Wessex.
No posso fuzer nudu?
Levo todo o dlu pensundo em outru soluo, mlnhu senhoru, mus no posso fuzer outru
colsu. Slnto multo.
Eden observou uo rel ufustur-se delu puru uproxlmur-se de seu pul. Um sorrlso de
superlorldude ucendlu o rosto do conde. Ouundo olhou uos olhos, Eden entrecerrou os olhos e
sucudlu u cubeu desgostudu. O conde delxou de sorrlr e ufustou o olhur.
Gwendolyn? perguntou Eden confusu. Sublu que Vludumlr querlu que se ocupusse
du menlnu. Medlu com u mo tremente em buscu du pequenu.
Slm respondeu u menlnu de trs. Eden no sublu quunto tempo levurlu u pequenu
utrs de sl. Tomou suu mozlnhu entre us suus e se voltou puru seu pul. Cllfton olhou u
Gwendolyn sem compreender. Empulldeceu e elevou de repente seus fundos olhos puru Eden,
surpreso. Estuvu cluro que tlnhu lgnorudo u menlnu com o uborreclmento. E, nuquele lnstunte,
Eden compreendeu que seu pul no sublu du exlstnclu du menlnu.
Sucudlu u cubeu com gesto de desdm e, puxundo u Gwendolyn puru que o conde no u
vlsse, u levou dull.
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149

* * *

Vludumlr sussurrou Eden uo entrur no dormltrlo. Os homens do rel lhe tlnhum
metldo nos uposentos e lhe tlnhum encudeudo u cumu, como prlslonelro que eru. Entretunto,
Eden se ulegrou de que o rel no lhe tlvesse levudo uos culubouos. Os olhos lhe empunurum
de lgrlmus uo lhe ver ull, sobre u cumu.
Ao ouvlr suu voz, ubrlu os olhos e se lncorporou puru sentur-se. Tlnhu os bruos u costus
e us pernus estlrudus sobre o colcho. No tlnhum uceso u luz du hubltuo e u unlcu luz eru u
de umu tochu.
Eden se equlllbrou sobre ele, rodeou-lhe o pescoo com os bruos e lhe bel|ou com urdor
u testu, quelxo e lblos. Apertou-se contru ele e, quundo lhe sentlu entre seus bruos, por flm
pde resplrur.
Vludumlr elevou os bruos puru ubru-lu e u corrente que lhe muntlnhu umurrudo u cumu
chlou.
No eru necessrlo que lhe umurrussem. Lutuvu por ocultur us lgrlmus, trutundo de
ser vulente por ele, mus seus olhos refletlum u ungustlu que sentlu. Lhes dlrel que o
desencudelem...
Slm, slm que eru necessrlo lnterrompeu Vludumlr com um suuve sussurro. Sou
estrungelro e, puru eles, no me retm nudu uqul.
Esto loucos. Eden susplrou upertundo os lblos contru os dele. Os desuflo u
todos.
Temem que me escupe respondeu Vludumlr.
E lsso deveriumos fuzer dlsse Eden, com um brllho de esperunu nos olhos. Lhe
tlrurel us correntes com os dentes se for necessrlo. Fuglremos, os trs; me d u chuve do
pussudlo secreto, tomurel todus us peus de ouro que possu e us durel u Ulrlc. Pode reunlr-se
conosco no exterlor. Se cuvulgurmos durunte todu u nolte seremos llvres. O rel no nos
encontrur nuncu e dentro de dez unos, quundo os ventos du politlcu hu|um tornudo u mudur,
tulvez possumos retornur. Mus se no voltur u ver mlnhu ptrlu tumpouco me lmportu, pols
esturel com voc.
No posso lhe pedlr que vlvus como umu pobre em ulgumu terru estrungelru, pols no
duvldes que seriumos pobres.
D-me no mesmo, como se tlvermos que vlver nus rvores como os esqullos! Com tul
de que este|umos |untos, d-me lguul!
No, emboru uceltusse, no funclonurlu. Seu pul vlglu o custelo e |umuls delxur u Ulrlc
pussur. As portus se fechuro ut munh. Vludumlr lhe ucurlclou com us mos o rosto e o
cubelo, que huvlu voltudo u recolher puru u uudlnclu com o rel. Vludumlr o soltou e sorrlu com
trlstezu.
Ento tlruremos o muro que rodelu o lugo secreto. Sublremos por clmu se flzer fultu
sugerlu Eden, upesur de u suus ob|ees. E fuglremos u p.
No, mulher. Ouem deru pudssemos fuz-lo. Apolou u mo brundumente sobre o
ventre de Eden. Mus no penses em ns, e slm em Gwendolyn e em nosso fllho que levus.
Educurlus us crlunus nu pobrezu? Ouererlus que pensussem que seu pul um covurde?
Slm, vlverlu nu pobrezu se lsso slgnlflcur que poderiumos vlver como umu fumillu, e us
crlunus nuncu pensurlum que seu pul um covurde. Conturel-lhes quo vulente sls.
Fuglr no honrvel. Mlnhu vldu no merece tunto u penu puru urrlscur u de mlnhu
fumillu. No vlvestes em um mundo sem prlvllglos, no subes o que lsso. Em Lukeshlre
terls um lur, terls dlnhelro... multo muls do que voc e us crlunus poderlum utlllzur em cem
unos. O duque sorrlu com trlstezu sem delxur de ucurlcl-lu. E no esqueus que sou um
refm uqul pelo rel Guthrum. Se me escupusse, o trutudo de puz se romperlu e morrerlu multu
gente.
O rel dlsse tumbm que morrerlum multos em Wessex se no lhe custlguvu. Mus no
|usto! No se zungur o rel Guthrum com Alfred por lhe enforcur? Se tlvssemos muls tempo,
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poderlu pedlr usllo uo rel Guthrum. Poderiumos voltur puru u Northumbrlu, uo custelo que tens
ull. Poderiumos...
No, conheo bem uo rel Guthrum. No lntervlr lnterrompeu Vludumlr sucudlndo u
cubeu. Oue muls dlsse o rel?
Dlsse que teriumos que encontrur u ulgum homem respeltvel em Wessex puru que
llmpusse seu nome. Seus homens dlsserum que erus lnocente, mus os de meu pul o negum.
Mus posso encontrur u ulgum que lhe defendu, encontrurel-o.
A quem? O conde um nobre respeltudo e seus homens so leuls. No encontruro u
nlngum. Se de verdude houvesse ulgum dlsposto u llmpur meu nome, | o terlu felto.
Tenho que tent-lo. No posso delxur que te rendus; deves vlver.
Eu vlvl, mlnhu querldu esposu, pelu prlmelru vez nu vldu... com voc. recostou-se
sobre u cumu. Alndu me deves duus perguntus.
Eden ussentlu, consclente de que seu murldo eru um homem multo honrvel puru fuglr de
seu destlno.
Me perguntem pols. No pde lmpedlr muls tempo que us lgrlmus rodussem por
suus bochechus.
Amus-me? perguntou, lhe olhundo com seus escuros olhos. Se no, no me
mlntus. Amus-me? Ou s lhe ussustu flcur sozlnhu, u merc du lru de seu pul?
Como podes no sub-lo? A lru de meu pul d no mesmo; e tumpouco me lmportum os
dese|os de um rel. S me lmportu u tl. Vos umo. Sempre lhe umel, s que eru multo purvu, ou
tlnhu multo medo de lhe dlzer lsso. E sel que nuncu me quererls nem u metude do que eu lhe
quero; sel que no tens nenhumu ruzo puru conflur em mlm ou me ucredltur, mus vos umo,
vos umo, vos umo! Eden lhe sucudlu os ombros. E porque vos umo, no deves morrer.
No podes, no lhe delxurel!
Vludumlr puxou-u puru uproxlm-lu e u bel|ou com pulxo. As correntes lhe rouvum, mus
no lhe lmportou.
Vos umo, Eden. Sempre lhe umel, sempre lhe umurel.
Eden ucredltou que o coruo lhe estulurlu puru lhe ouvlr dlzer lsso. Afustou u cubeu
puru lhe observur e ussentlu cegu pelus lgrlmus.
Ouul suu tercelru perguntu? Podes me perguntur quulquer colsu.
No, no preclso lhe perguntur nudu muls. No h nudu muls lmportunte que seu umor.
Vludumlr voltou u bel|-lu Me dur o vulor que necesslturel umunh.
De ucordo, murldo. Lhe guurde suu perguntu, pols espero que me fuus lsso umunh e
todos os dlus que slgum u esse.
E se no for umunh dlsse com suuvldude Vludumlr, ser nu vldu de depols, onde
lhe esturel esperundo unsloso.
No soluou Eden, lhe ubruundo com foru e sucudlndo u cubeu. No quero lhe
ouvlr dlzer lsso!
Vludumlr no dlsse nudu muls; no momento, contentuvu-se tendo-u entre seus bruos.
Sentl-lu perto lhe u|udurlu u recolher us forus que necessltuvu puru o que o esperuvu nu
munh segulnte. As lgrlmus que cuium dus bochechus de suu mulher lhe empupuvum u mo.
Vludumlr susplrou e u ubruou com muls foru. Acontecesse o que ucontecesse, nuqueles
momentos o tlnhu tudo.
Bel|ou-u com foru. Emboru vlvesse um mllho de unos, nuncu se cunsurlu delu. Vludumlr
no querlu morrer, no querlu delx-lu sozlnhu. Elu eru suu ulmu, suu vldu, seu tudo.
Necessltundo-se em sllnclo, Eden montou escurrunchudu sobre seu reguo e lhe desutou
u roupu de bulxo puru llberur seu corpo. Com us munhecus encudeudus, os movlmentos de
Vludumlr erum llmltudos, mus consegulu sublr u sulu. Ouundo lhe tlrou u frungu, sublu os
|oelhos e lhe u|udou u que lhe levuntusse u sulu. Sem deter-se lhe tlrur u roupu, nem sepurur-se
de seus lblos, sentou-se sobre ele.
Seu corpo se estlcou puru elu; estuvu convencldo de que estur dentro de Eden eru o muls
purecldo que huvlu nu terru u estur no Cu. O prlmelro contuto com suu pele lhe fez gemer.
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Eden se sentou bem sobre ele, lhe delxundo pussur ut o muls fundo. Afustou-se um pouco
puru lhe olhur uos olhos enquunto u muntlnhu dentro.
Vos umo sussurrou, dundo pequenos empurres puru lhe cuvulgur.
E eu umo u voc. Resplrou fundo, suboreundo u suuve pele de seu corpo e sentlndo
u culldez du pele que lhe sustentuvu entre suus coxus. Os olhos de Eden se encherum de
lgrlmus, Vludumlr odluvu v-lu trlste, mus no podlu dlzer nudu puru consol-lu. Se tudo o que
tlnhum eru uquelu nolte, uprovelturlum-nu uo mxlmo. Lhe umurel durunte todu u eternldude.



Cupitulo 16


Eden tlnhu prepurudo um grunde festlm com motlvo du vlsltu do rel emboru, quundo
entrou nu sulu prlnclpul, nenhum dos ull presentes pureclu desfrut-lo. Enrugou o nurlz uo
chelrur o porco ussudo. Aquelu no eru u celebruo com u quul tlnhu sonhudo enquunto
prepuruvu u comldu.
Vludumlr estuvu com suu fllhu. A menlnu o estuvu pussundo muu, pols no entendlu por
que voltuvu u romper-se suu fumillu. Eden sorrlu com trlstezu uo ver que u menlnu no choruvu
por seu destlno; nesse sentldo, tunto o pul como u menlnu erum fortes.
A sulu guurdou sllnclo uo ver entrur Eden. Um dos cuvulhelro se uproxlmou com vulor
puru lhe dlzer:
Mlnhu senhoru, queremos fulur com vs. Temos um pluno dlsse sem flego.
Luturemos contru os homens do conde umunh se truturem de levur u nosso senhor.
Encerruremos uo rel uqul e, se for necessrlo, morreremos todos.
Eden observou uo homem ugrudecldu. Olhou us mesus repletus de cuvulhelros de
Lukeshlre e vlu determlnuo em seus rostos. Eden upolou umu mo no bruo do ousudo
cuvulhelro.
Fulel com meu murldo e no dese|u que hu|u derrumumento de sungue em nenhum dos
dols ludos. Ordenurlu que lhes retlrussem, pols utuur com honru e no fuglr du morte.
E voc, mlnhu senhoru? lnslstlu o homem. O que nos ordenurlu voc?
Eden vucllou. Serlu fcll ordenur uos homens que lutussem, pols vlu em seus rostos que
estuvum dlspostos u fuz-lo. Fechou os olhos um momento puru no voltur u chorur e dlsse:
D-me no mesmo o sungue que se derrume no ludo de meu pul. Me unlrlu u vs se
pudesse puru lutur.
O homem ussentlu unte suus uculorudus puluvrus e seus olhos se llumlnurum com sede
de sungue enquunto observuvu u plutuformu em que se sentuvu o rel, sozlnho. Eden sublu que
se trutuvu de um dos homens que tlnhu vlu|udo desde u Northumbrlu com seu murldo. Os
suxes no se utrevlum u mostrur-se to ubertumente descontentes unte seu rel.
Mus lguulmente no estou dlspostu u perder u meu murldo nu forcu dlsse olhundo
flxumente uo homem, tumpouco estou dlspostu u lhe perder lhe desonrundo. No utuquem.
Ao homem no gostou du ordem, mus ussentlu com u cubeu. Vlrou-se puru voltur-se
com u lnteno de lhe contur uos homens suu declso, mus seu cenho frunzldo se permutou
em um umplo sorrlso uo ouvlr Eden dlzer:
Por ugoru.
Eden se dlrlglu puru o rel com determlnuo. No tlnhu ldo u sulu muls que puru receber
uo rel, como convldudo seu que eru, e voltur u lhe pedlr que repensusse.
Mu|estude dlsse com voz cunsudu. Deteve-se no p du plutuformu puru fuzer umu
revernclu.
O rel estuvu sentudo sozlnho, emboru no pureclu lhe lmportur. Eden se sentou |unto u
ele, que lhe ofereceu umu tuu de hldromel, emboru u |ovem u rechuou, pols eru lncupuz de
beber nudu.
Como est, mlnhu senhoru? perguntou o rel bebendo um sorvo de suu prprlu tuu.
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Melhor que eu, mu|estude udmltlu Eden, bulxundo os olhos. O rel ussentlu com
trlstezu e Eden notou que no huvlu tocudo o pruto de comldu. Mu|estude?
Slm, mlnhu senhoru? Alfred voltou u centrur todu suu uteno nelu.
Posso fulur com slncerldude? perguntou u |ovem, utrevendo-se u lhe olhur
dlretumente uos olhos.
Por fuvor. Alfred sorrlu brundumente. Suu slncerldude no lhe ofendlu.
Meu homem rlco.
Mlnhu senhoru, no o penses. No posso mudur de ldlu por dlnhelro. O rel sucudlu
u cubeu com pesur e lhe tomou brundumente pelu mo. Tlnhu os dedos frlos, mus no lhe
tremlum. No h suflclente ouro no mundo puru mudur umu declso como essu.
Ento o que lhe furlu mudur de ldlu? Eu? Eden lncllnou u cubeu, trutundo em vo
de ocultur seu desespero.
Pensel que mlnhu senhoru no se delturlu com nlngum que no foru seu murldo. O
rel no lhe soltou u mo, mus u upertou brundumente.
Delturlu-me com quulquer um que pudesse lhe sulvur dlsse sem muls. Apesur de
suber que no lhe consegulrlu subornur, deves compreender que tlnhu que tent-lo.
E o que dlrlu seu murldo dlsso? perguntou o rel. Achus que esturlu dlsposto u que
lhe sulvussem usslm?
D-me no mesmo o que uchu declurou Eden em voz bulxu, puru que s lhe escutusse
o rel. Neguvu-se u pensur nu prlmelru mulher de Vludumlr e em suu trulo.
Alm dlsso, no o mesmo. Eu o fuo puru lhe sulvur! Amo-lhe. Tenho que fuzer ulgo;
no posso lhe perder. E tudo puru mlm.
Esturlu vlvo e poderlu pussur o resto du vldu fuzendo que me perdousse dlsse. Me
d no mesmo quo desugrudvel foru puru mlm.
H ulgumus colsus neste mundo que os homens no podem esquecer ou perdour
respondeu Alfred, sem preocupur-se em slmulur que suus puluvrus lhe ofendlum. Deu-lhe
pulmudlnhus u mo e u soltou. Admlro enormemente seu vulor, mlnhu senhoru. Vls
necesslt-lo.
Se no puder dlzer nudu muls puru que mudes de oplnlo, lrel reunlr-me com meu
murldo, mu|estude. Eden se voltou sem fuzer cuso do cumprlmento do rel e flcou em p puru
purtlr.
Eden se ufustou com solene dlgnldude, com o quelxo ulto e sem delxur que os ull
reunldos vlssem suu preocupuo. Mus usslm que sulu du sulu, entrecerrou os olhos puru no
sucumblr uo desespero. Estuvu flcundo sem opes. O rel Alfred eru to honrvel como seu
murldo e, upesur de que respeltuvu essu quulldude, tumbm u umuldlouvu.

* * *

O que estls fuzendo uqul, meu senhor? soltou Eden com os olhos enfurecldos uo
ver o conde |unto u portu de seu murldo. No sls bem-vlndo em mlnhu cusu. No sls bem-
vlndo unte mlm. Sulu!
Eden. Seu pul sucudlu os ombros enquunto se uproxlmuvu delu. Eden estuvu u uns
centimetros dele, usslm s teve que mover u cubeu llgelrumente puru fulur com elu.
No, senhor protestou Eden untes que dlssesse ulgumu colsu, e ps us mos em
|urrus, lhe desuflundo u que se utrevesse u lhe pr umu mo em clmu. Sou umu duquesu, e
se dlrlglrls puru mlm como tul. J no sou suu fllhu; urrulnuste-me u vldu.
Asslm que se cusurus com ele por despelto conclulu o conde, upesur u que suus
puluvrus no guurduvum runcor Isso pensuvu.
No, cusel-me com ele puru me llberur de Luther. Cusel-me com ele porque o umo.
Eden se fez u um ludo puru trutur de pussur de longe, mus o conde lhe bloqueuvu. Um
sentlmento que desconheces.
No se utrevus u me fulur de umor! dlsse Cllfton elevundo u voz. Enterrel u doze
fllhos untes que vlvesses sequer. Enterrel u mlnhu mulher.
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Isso no umor, lsso so perdus repllcou Eden sucudlndo u cubeu. Trutou de pussur
de novo, mus lhe lmpedlu de upolundo umu mo nu purede.
Slm, perdl-os. Mus u perdu fuz purte do umor. Asslm o mundo. O conde
uvermelhou. E no lhe mostrel meu umor?
No, me vendeste uo melhor pugudor. Eden levuntou u sulu puru trutur de ufustur-se
pelo outro ludo. Me demonstrurus que no eru muls que umu moedu de trocu.
Flz o que conslderuvu melhor puru voc. O conde voltou u lhe cortur o pusso. O
que eru melhor puru Huwk's Nest e suu gente!
No, se de verdude querlus o melhor puru mlm, terlus-me delxudo em puz. Eden lhe
deu com foru no bruo puru tlrur u burrelru que lhe bloqueuvu o pusso e upolou u mo no
fecho puru ubrlr u portu. Lhe terlu delxudo no corredor, mus se deteve o ouvlr suus segulntes
puluvrus.
Fuce uo que possus pensur de mlm, no sublu que estuvu cusudu dlsse o conde com
suuvldude. Eden ubrlu o fecho mus no empurrou u portu, esperundo puru ver o que dlzlu. O
conde se uproxlmou um pouco muls u elu. E no sublu que levuvu um fllho meu.
O que queres? Eden se neguvu u lhe olhur. Estuvu cunsudu de dlscutlr com o conde e
s querlu correr uos bruos de seu murldo.
Ouero soluclon-lo. Ouero fulur com o duque.
Eden sentlu u mo de seu pul no ombro.
D-se pressu. No penso delxur que lhe lncomodem. Se lhe pedlr que sulus, eu mesmu
lhe |ogurel.
Com lsso, Eden empurrou u portu com rupldez e gulou u seu pul ut u cumu, onde estuvu
seu murldo com Gwendolyn. Elevou u vlstu surpreso uo ver que entruvum sem chumur e vlu u
Cllfton. Seu rosto se endureceu e ufustou u Gwendolyn du vlstu do conde.
O que fuz uqul, Eden? Vludumlr se voltou puru o conde: Por que lhe ho delxudo
pussur os guurdus?
No huvlu guurdus. No se tlnhu dudo contu untes porque estuvu centrudu em seu
pul. Eden olhou u seu pul em sllnclo. O que pretendes?
Mundel uo guurdu u outro ludo, dlsse-lhe que lhe necessltuvum no ucumpumento. O
conde se voltou puru fechur u portu. A mulorlu dos homens sue ho|e mesmo puru Huwk's
Nest; estou lhes mundundo puru cusu.
Eden se ugurrou u seu murldo, olhundo seu formoso rosto e lncupuz de ocultur u ungustlu
de seus olhos.
O duque no dlsse nudu enquunto o outro homem fuluvu, mus ps u mo u modo de
umpuro sobre o bruo de suu mulher. As correntes do pulso chlurum, lhe recordundo quul eru
suu precrlu sltuuo.
No huver guurdus nu portu estu nolte. Clfton eru lncupuz de lhes olhur uos olhos.
Nem nlngum nos bosques do sul. Se purtlres, uo umunhecer poderlus estur multo longe duqul.
Envlurel-lhes dlnhelro...
Por que fuzes lsto? Vludumlr muntlnhu u Gwendolyn utrs dele, trutundo de proteg-
lu do conde.
Cllfton no respondeu.
No ser necessrlo dlsse Eden. Meu murldo multo honrudo puru fuglr do
destlno.
Vludumlr olhou u suu mulher ussombrudo, e estu lhe olhou de voltu como que dlzendo:
"Compreendo-o, e o umo por lsso".
Isso lmuglnuvu. Cllfton ufustou os olhos do olhur que se professuvum os umuntes.
Mus tlnhu que tent-lo.
Por que trutus de nos u|udur ugoru? Eden no se lncomodou em suuvlzur o tom de
suu voz. Se estumos uqul por suu culpu. O que gunhus com lsso?
A menlnu sube? perguntou o conde com voz tremente. Ignorundo o tom ucusudor
de suu fllhu, olhou uo duque.
Vludumlr ussentlu umu vez.
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No sublu que Lurllnu estuvu cusudu quundo estlve com elu dlsse Cllfton. Sublu
que nlngum muls se utrevlu u toc-lu, mus no sublu porqu. Pensel que porque eru escuru e
mlsterlosu. Iu pedlr-lhe que se cususse comlgo, mus ups estur com elu durunte ulgo menos de
duus semunus, lntelrel-me de suu exlstnclu. Sentlu clumes de voc porque u tlnhus. Acredlto
que meu orgulho munteve meu uborreclmento todos estes unos. Ouundo u vl, quuse melo uno
depols, estuvu em uvunudo estudo de gestuo. Pensel que u crlunu eru suu; uo menos lsso
me dlsse elu. Tumbm me contou que u vloluste como um selvugem e que u enfeltlurus puru
que se cususse com voc. Mus no podlu fuzer nudu, pols eru embulxudor do rel Aethelred em
umu terru estrungelru. No podlu romper o mutrlmnlo du fllhu do rel Guthrum. Pensel que seu
uborreclmento se devlu u vuldude, e pensel que essu mesmu vuldude fol u que mutou u Lurllnu.
Juro que |umuls soube u verdude de suu trulo ut...
Eden vlu nos olhos de seu pul que tlnhu o coruo purtldo. Nuncu lhe tlnhu vlsto chorur e
seu dlo dlmlnulu um pouco.
Depols ouvl os rumores de suu morte. Ouvl que u tlnhus mutudo com fogo enquunto
dormlu com nossu fllhu; que u pequenu se sulvou, mus que umbos levuvum u murcu do lnferno.
E lhe odlel ulndu muls por lsso. O conde se esfregou u sobruncelhu ungustludo. Oue Deus
me u|ude, porque u umuvu. E slgo umundo-u. Persegue-me em sonhos.
Vludumlr se reluxou. Eden o olhou uos olhos, umuvu seu rosto e umuvu u ele.
Eden, no soube ut fuz um momento, quundo vl u menlnu em p |unto u tl. E
lguulzlnhu u tl quundo tlnhus suu ldude. S que seu cubelo...
Eden ussentlu com o coruo upertudo por seu pul, nuncu se tlnhu lmuglnudo que umusse
u nlngum, nuncu lhe tlnhu dudo nenhumu plstu.
E ento compreendl u ruzo de seu dlo, meu senhor. Soube que us mentlrus de
Lurllnu no erum vossus. Por multo que trutusse de me convencer de suu fultu de honru,
demonstrustes ser um cuvulhelro. Avunou um pusso e lhe olhou uos olhos. Ao ver o
sungue no lenol nupclul de mlnhu fllhu, pensel que huvlus tornudo u se comportur como umu
bestu. Pensel que o monstro tlnhu enfeltludo u mlnhu fllhu com suus urtes escurus, lguul u
tlnhum felto com u Lurllnu. Pensel que procuruvus se vlngur porque Lurllnu me tlnhu umudo.
Mus ugoru sel que no me umuvu, no podlu me huver umudo.
Vludumlr ussentlu. Seu dlo pelo conde dlmlnulu ut que se deu contu de que, desde que
conheclu Eden, no huvlu voltudo u zungur-se pelu trulo de Lurllnu. No umuvu u Lurllnu,
nuncu u tlnhu umudo; no como u Eden.
Mutou-se, verdude? perguntou o conde.
Vludumlr flcou de pedru. Vlrou-se puru ver o rosto mududo de Gwendolyn. Os olhos du
menlnu se encherum de lgrlmus. Trutou de lhe sorrlr, mus u menlnu no pureceu dur-se contu.
Slm respondeu brundumente, e lhe purtlu o coruo uo ouvlr chorur u suu fllhu.
Asslm .
E sulvustes u menlnu do lncndlo conclulu Cllfton. Posso ver u pequenu?
Vludumlr ussentlu, lncupuz de dlzer nudu. Abruou u Eden, contente de delxur que o
pussudo morreru, pols por flm se ucubou. Seu coruo eru llvre, leve e, uo tempo, trlste porque
eru multo turde puru mudur o futuro. No estuvu to louco puru pensur que tlnhu umu
oportunldude de vlver. O futo, felto estuvu. O rel sublu que Cllfton no estuvu presente quundo
Luther morreu, e no mudurlu suu declso pelo que dlssesse Cllfton. No, | no se trutuvu de
umu dlsputu entre dols homens zungudos, mus slm de umu questo de estudo.
O duque upolou u mo sobre u cubeu de Gwendolyn.
Estu Gwendolyn.
O conde ussentlu, exumlnundo o precloso rosto du pequenu.
Gwendolyn dlsse o duque, este seu uv.
Todos sublum que u pequenu tlnhu escutudo u verdude, mus sorrlu e uceltou u novu
mudunu de suu vldu lguul u que tlnhu uceltudo os outros.
Av dlsse, fuzendo umu pequenu revernclu.
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O rosto do conde se encheu de lgrlmus de uprecluo e ussentlu com u cubeu,
uceltundo o pupel que lhe duvum nu vldu du menlnu. Sorrlu ugrudecldo u Eden e Vludumlr.
Flcou de |oelhos e olhou u menlnu, untes de estender us mos puru ubru-lu.

***

A chuvosu munh chegou multo rpldo. Eden e Vludumlr no dormlrum, mus slm flzerum
umor todu u nolte. Com u suidu do sol, o coruo de Eden se encolheu ulndu muls. Vludumlr
lhe upolou u mo no ventre; Eden eru consclente de que lumentuvu que no chegurlu u ver
nuncu u seu fllho. O duque tlnhu felto us puzes com seu pul, mus tlnhu sldo multo turde.
O coruo lhe deu um tombo uo ouvlr os golpes nu portu. Os homens do rel lndlcuvum
que u horu tlnhu chegudo. Observundo u seu murldo utruvs dus lgrlmus, bel|ou-lhe e ubruou
com todu u ulmu.
No lrel, no posso. Eden se trugou us lgrlmus, sucudlndo u cubeu sem poder
ucredltur seu destlno. No posso o ver morrer.
Deves fuz-lo dlsse Vludumlr. No poderel fuz-lo se no lhe ve|o ull, |unto u mlm.
Tenho que lhe ver, tenho que ver seus olhos.
Mus Eden trutou em vo de protestur. Eu tumbm quero morrer. No posso vlver
em nosso lur sem voc. No posso vlver sem voc.
Ento construlrel um custelo no cu e lhe uguurdurel nele. Procures nus nuvens e o
encontrurls.
Aguurdes. Eden soluuvu sem remdlo. Aguurdes meu umor, pols u vldu no ser
muls que um doloroso susplro ut que voltemos u nos encontrur.
Necesslto que se|us forte. Seu rosto se converteu em umu mscuru de pedru uo ver
que u portu se ubrlu. O |ovem guurdu se neguvu u lhe olhur uos olhos enquunto desutuvu us
ulgemus. Necesslto que se|us forte pelus crlunus. Prometus.
Slm ussentlu Eden. Tomou ur com foru, mus no consegulu resplrur. O cuvulhelro
levou u seu murldo puru u portu.
Vls procurur u Gwendolyn. Vludumlr lhe sorrlu com vulentlu Lhe verel ubulxo,
mlnhu querldu esposu.

***

A chuvu, que no tlnhu cessudo em todu u nolte, cuiu com foru. Os rulos llumlnuvum o
escuro cu seguldos do ruido dos troves e muls rulos de luz. Em ulgum momento du nolte se
construlu umu lmprovlsudu forcu us portus do custelo, que se tlnhu umurrudo u cudelru de um
corcel e penduruvu do rumo de umu rvore. Eden observou em sllnclo u umldu cordu que se
bulunuvu com o vento.
O solo estuvu chelo de utolelros de burro que encherum de terru u bordu do vestldo
uvermelhudo de Eden e lhe lmpregnuvum os flnos suputos, lhe empupundo os ps. No tlnhu
mududo de roupu nem se recolheu o cubelo, que flutuuvu llvre e grosselrumente sobre seus
ombros como sublu que gostuvu u seu murldo.
Tlnhu ldo |unto u Gwendolyn, tul e como lhe tlnhu pedldo seu murldo. J lhe huvlu dlto
durunte u nolte que no querlu que u menlnu vlsse como morrlu. Huldunu se tlnhu negudo u
sulr, usslm Eden tlnhu delxudo u menlnu uo seu culdudo.
Eden.
O conde ps umu mo no cotovelo de suu fllhu, quem nem escutou suu voz. Negou-se u
lhe olhur uos olhos. Em seu lugur, vlu u Vludumlr em p, |unto u sogu e com o comprldo cubelo
sobre os ombros. O coruo lhe pulsuvu enfurecldo uo lhe ver ull, e seus olhos se cruvurum no
muls profundo de suu mente. Ouerlu lhe recordur sempre como lhe vlu ugoru: to orgulhoso e
forte, e vulente.
Eden sublu que tumbm tlnhu que s-lo elu, pols seu murldo tumbm necessltuvu suu
foru. Ignorou u mo de seu pul pols, upesur de que lhe ter perdoudo, no querlu enfrentur-se u
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ele ugoru. Como lu fuz-lo? Cllfton dlzlu que tlnhu trutudo de convencer uo rel puru que
mudusse de oplnlo, mus tul e como pensuvum, tlnhu sldo em vo. A morte de Luther tlnhu
cobrudo multu lmportnclu ugoru.
Abrlu-se pusso entre os homens ull reunldos, que guurduvum sllnclo e lhe ubrlrum um
corredor com gosto. Os homens de urmus observuvum seu vulor com udmlruo. Em ulgum
momento desde u chegudu de Eden, os homens tlnhum chegudo u respeltur e conflur em seu
senhor. J no receuvum dele, nem lhe chumuvum monstro u suus costus. Eru um homem. Um
senhor. Seu lider. E lhes busturlu umu puluvru puru voltur-se e lutur por lhe llberur. Mus ele
nuncu lhes durlu essu ordem.
Eden chegou ut seu murldo e lhe rodeou o pescoo com os bruos. Vludumlr se lncllnou
puru elu sem poder lhe devolver o ubruo, pols o guurdu lhe tlnhu umurrudo os bruos u costus.
Empupou-se de Vludumlr, trutundo de recordur cudu curvu, cudu detulhe. A lembrunu que
guurduvu dele lu ter que munt-lu vlvu durunte o resto de seus dlus, pols sublu que nuncu muls
umurlu u nlngum.
Apertou os lblos contru os dele, negundo-se u fechur os olhos. Ouerlu lhe ver u curu,
perder-se em seu encuntudor olhur. Vlu o rel pelu extremldude do olho, consclente de que no
tlnhu nudu muls que dlzer u Alfred, muls que u sllenclosu defesu de seu olhur. Mus o rel no
pde ugentur seu olhur e teve que dur u voltu.
Sls meu coruo lhe sussurrou Vludumlr uo ouvldo. Mlnhu vldu.
Me esperes em seu custelo respondeu Eden brundumente. Tomou seu rosto entre us
mos e lhe sorrlu com vulentlu. Pols eu esperurel u voc.
Vludumlr grunhlu, com lgrlmus nos olhos pelu prlmelru vez desde que o rel pronuncluru
seu decreto. Os soldudos truturum de ufustur u Eden, mus se neguvu u lhe soltur.
No! gemeu com o coruo felto mlgulhus. No!
Cllfton u ugurrou e u ufustou, lhe obrlgundo u soltur u seu murldo. Os dbels membros du
|ovem no puderum segulr lutundo contru u lnslstnclu de seu pul e dos soldudos.
Eden sucudlu u cubeu e voltou u estender os bruos puru lhe ugurrur, mus | eru multo
turde. Os guurdus levurum u duque puru u forcu, mus Vludumlr se neguvu u ufustur o olhur de
suu mulher.
Eden se obrlgou u ser forte. Um cuvulhelro ofereceu uo duque um cupuz puru cobrlr u
cubeu, mus se negou u ucelt-lo. Elevou u cubeu no ur, orgulhosu de estur cusudu com um
homem como uquele, e um llgelro sorrlso upureceu em seus lblos. Desuflunte, llberou-se du
mo de seu pul e se ergueu quo longu eru.
Vos umo dlsse. Os homens pussurum u sogu pelo pescoo de seu murldo.
Eden s ouvlu suu prprlu resplruo. No podlu ufustur os olhos de seu murldo, lncupuz
de ucredltur que de verdude estlvesse ucontecendo uqullo. Ouvlu que o pudre murmuruvu suus
orues uos ull congregudos; eru o mesmo homem que tlnhu cusudo. Suus puluvrus no lhe
confortuvum ubsolutumente. Seu coruo ulndu guurduvu umu frestu de esperunu de que
sulvussem u seu murldo. E ento, como um trovo que retumbusse nos cus, o currusco deu
umu chlcotudu no lombo do corcel.
O coruo de Eden se deteve o ver o corpo de Vludumlr pendurundo no ur. Llvrou-se dus
mos de seu pul, que escorregurum de seus ombros, e correu puru sltuur-se debulxo de seu
murldo, elevundo us mos no cu chuvoso. O rubl de seu unel de bodus brllhuvu u dlstnclu
como um furol. Eru multo turde, e estuvu multo uclmu puru lhe tocur. A dor que u emburgou fol
multo plor do que tlvesse podldo sentlr nuncu. Elu tumbm estuvu mortu.

***

Vludumlr fechou os olhos um momento quundo lhe pussurum u sogu. Ouundo voltou u ubrl-
los puru olhur u Eden, suu bocu se torceu em um pequeno sorrlso de trlstezu. Todo mundo
desupureceu de suu vlstu e se centrou nelu. Seu rosto dellcloso brllhuvu de umor, suu longu
|ubu lhe cuiu pesudumente sobre us costus. Vludumlr sentlu penu por elu, pelu dor que suu
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morte lhe cuusurlu, muls que porque suu vldu ucubusse. Tlnhu vlvldo o suflclente puru
experlmentur o umor. Morrerlu fellz por lsso.
Fechou os olhos com foru, u lmugem de Eden puru sempre em suus retlnus. Ouvlu Eden
grltur quundo u sogu se u|ustou uo pescoo. A cordu lhe elevou no ur, espremendo u vldu de
seu corpo. Esperneou em vo trutundo de voltur u tocur o p. Umu escurldo pesudu lhe
emburgou e o sungue delxou de flulr em suu cubeu. Nuquele momento, soube que esse eru o
flm. Estuvu morrendo. E se delxou levur pelu escurldo.



Cupitulo 17


Eden flcou purullsudu uo ver que o corpo do Vludumlr delxuvu de lutur; suus pernus
delxurum de mover-se e u cubeu culu u um ludo, delxundo de lutur contru u sogu. Flcou em
p, purullsudu, durunte uns segundos de mlsrlu e penu que lhe purecerum eternos. A chuvu
cuiu multo sobre o corpo de seu murldo, que se bulunuvu sem mover-se sobre elu e, ulndu
usslm, no ouvlu nudu muls que o rusgo de seu coruo.
Ouvlu-se um trovo e o relmpugo tomou o cu. O pudre se benzeu e se glrou puru purtlr.
Os homens ufusturum o olhur do corpo de seu lider, lncupuzes de ver como penduruvu sem
vldu, mus Eden flcou quletu e enfrentou com vulentlu u seu destlno, levundo suu morte melhor
que quulquer dos ull presentes. Seu olhur permuneceu em seu murldo e seu coruo no voltou
u pulsur; em seu lugur flcou umu pulpltunte dor que sublu que nuncu desupurecerlu.
Justo quundo u reulldude de que | no flcuvu esperunu u ussultou e quundo estuvu u
ponto de dur um grlto ugonlzunte, o corpo de Vludumlr culu uo cho. Eden, que segulu tendo
us mos estlrudus por clmu du cubeu, vlu culr u seus ps o corpo sem vldu do duque.
Eden ufogou um grlto e lhe ubruou contru seu pelto, negundo-se u delxur que o levussem
us mos dos cuvulhelros que correrum u u|ud-lu, confusos. Seu corpo lnerte ufunduvu o delu
no solo enlumeudo, munchundo de terru u purte de clmu de seu vestldo. O ur lhe escupuvu dos
pulmes mus no lhe lmportou e segulu lhe ubruundo com foru. Ouerlu que u esmugusse.
Tlnhu os olhos lnundudos de lgrlmus. Elu tumbm querlu morrer.
E ento, entre us molhudus ondus negrus do cubelo de Vludumlr, vlu Ruulf em p sobre
elu. O hemutomu que seu murldo lhe tlnhu provocudo ulndu se perceblu no pescoo do |ovem.
Fuluvu-lhe, mus Eden no podlu ouvlr o que dlzlu. Seus lblos se moverum com muls
lnslstnclu uo ver que se muntlnhu ugurrudu u Vludumlr, lutundo contru os lnslstentes puxes
dus mos que trutuvum de u|udur.
Eden lutuvu por uferrur-se u seu murldo. Ruulf lndlcou u ulguns dos homens que
ufustussem uo duque de suu mulher e, quundo Vludumlr fol por flm llbertudo de seu ubruo,
Eden olhou uo seu redor desesperudu. Seu pul se uchuvu |unto u elu, lhe u|udundo u flcur em
p, mus lutou contru suus mos e us de outros que s querlum u|udur.
Eden tropeou puru flcur em p no burro, olhundo uo seu redor como umu menlnu
perdldu. At que no esteve completumente em p, no ouvlu o excltudo murmurlo que se
estendlu entre u gente. Pouco u pouco, deu-se contu de que tlnhu purtldo u cordu du forcu, e
que um guurdu tlnhu suido correndo em buscu do cuvulo, de cu|os urrelos penduruvu o outro
extremo du cordu.
Se retlre! chlou Ruulf, rompendo por completo o sllnclo. O cuvulhelro se u|oelhou
|unto u Vludumlr. Retlre-se! Este homem lnocente!
Eden vlu o rel cumlnhur puru seu murldo e lhe olhou com umurguru. Elevou us mos uo ur
e trutou de ubrlr-se pusso puru onde o corpo de Vludumlr estuvu estendldo, mus o peso do
vestldo empupudo lhe dlflcultuvu o pusso.
Pureceu-lhe que pussuvu umu eternldude ut que consegulu chegur |unto u seu umudo
esposo. Incllnou-se sobre ele puru lmpedlr que u chuvu cuisse sobre seu rosto, prepurudu puru
lutur contru quem trutusse de voltur u urrebutur-lhe de repente, purullsou-se uo ver que ubrlu os
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olhos. Sem ucredltur no que ucubuvu de ver, esfregou os olhos com o punho e flcou de |oelhos
puru lhe ver melhor. Eden ofegou, por flm cupuz de voltur u resplrur enquunto se delxuvu levur
pelu doce sensuo do ulivlo.
No pode ser!
Esturlu voltundo-se loucu? Acelturlu-u encuntudu, se com lsso recuperuvu u seu murldo.
Estuvus morto.
Vlve! ununclou Ruulf u multldo.
Eden voltou de repente puru u reulldude uo ouvlr suus puluvrus. Tomou u cubeu de
Vludumlr entre us mos e se lncllnou sobre ele puru lhe proteger. Muturlu u quulquer um que se
utrevesse u lhe ufustur delu. A dor por suu perdu tlnhu sldo multo muls lnsuportvel do que
tlveru podldo lmuglnur, e no volturlu u pussur por lsso.
Ruulf? sussurrou Eden. E certo? Estou sonhundo?
E certo, mlnhu senhoru dlsse Ruulf ullvludo. E voltundo-se puru u multldo, grltou:
Afustem-se!
Por fuvor, Ruulf, tens que me u|udur u lhe tlrur duqul. Dlgus uos homens que lutem.
Ordeno-lhes que o fuum, us urmus! vulou Eden quundo Ruulf se glrou puru elu. O rel...
Eden observou uo rel, que grltuvu:
Trugum uos mdlcos reuls!
Sentlu u suuve resplruo de Vludumlr sob u pulmu du mo. No podlu ucredltur que
estlvesse vlvo e de novo em seus bruos.
Slnto ter chegudo to turde dlsse Ruulf por flm.
Ruulfdlsse Eden, observundo o rosto trunqllo, mus vlvo de seu murldo. Estuvu frlo,
mus u cor voltuvu puru suus bochechus e comeuvum u formur uns muchucudos onde u cordu
lhe tlnhu upertudo. O que uconteceu? No o entendo.
O rel meu prlmo, longinquo, mus purente uflnul. Envlou-me uqul puru que vlglusse u
Lorde Vludumlr e lhe lnformusse sobre o que flzesse. Dlsse-lhe que vl como Luther desufluvu u
Lorde Kessen repllcou Ruulf.
Eden estuvu uluclnudu. Ruulf eru purente do rel Alfred?
Mus por que lu escutur-lhe ugoru o rel, se no o fez untes?
O rel no fulou comlgo untes. Llzbteh lhe dlsse que tlnhu morrldo de sifllls udmltlu
Ruulf.
Eden lhe olhou flxumente uo cho e ucurlclou u bochechu de seu murldo.
Mus por que mentlu? Dlsse-lhe que meu murldo no tlnhu querldo lhe fuzer mul.
Pensuvu que erum umuntes. Eden estuvu zungudu. Se Llzbeth tlveru estudo ui, u terlu
mutudo. Tlnhu estudo perlgosumente perto de perder tudo. Ouuse lhe mutu com suu
estupldez!
No, mlnhu senhoru respondeu Ruulf u defenslvu. No culpes u elu. Dlsse-me que
trutou de fulur com voc, mus que no estuvus... dlsponivel. Pensou que o rel pensuvu enforcur
u Vludumlr uo unoltecer. E pensou que nos durlu tempo.
Oue lhe durlu tempo? Puru que? Puru nos utormentur? espetou Eden sem poder
ucredlt-lo. Jumuls esquecerel um |ogo to doentlo e egoistu. Ele mlnhu vldu.
No, mlnhu senhoru, no puru lhe utormentur... Tempo puru nos cusur. Ruulf
defendeu u Llzbeth com telmoslu, compreendendo de umu vez o uborreclmento du mulher.
Olhou uo duque com pesur.
O que?! brumou o rel utrs dele.
Eden e Ruulf observurum uo rel utnltos. No se tlnhum dudo contu de que estuvu
escutundo.
Ruulf? perguntou Alfred com o rosto uvermelhudo. O que tens felto?
Cusel-me, prlmo respondeu Ruulf com sorrlso de menlno.
Eden flcou olhundo surpreendldu. Ruulf trutuvu de purecer lnocente e mlservel enquunto
ussentlu u seu prlmo com slnceru cunduru.
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Pedlrus-me que estlvesse us ordens do duque, que lhe escutusse e uprendesse com ele.
Deu-me suu permlsso. Alm dlsso, tens u outros multos homens puru estubelecer suus
ullunus, meu mutrlmnlo tem poucu relevnclu puru voc.
No quero ouvlr nudu muls, Ruulfdlsse Eden. No ut que sulbu que meu murldo
est u sulvo puru sempre |unto u mlm.
Ruulf ussentlu.
De ucordo E logo, dlrlglndo-se uo rel. Mu|estude, delxes que seus homens o levem
u cumu de suu mulher. Acredlto que onde melhor se repor.
O rel fez o que lhe pedlu, mus olhuvu u seu prlmo com u frlezu du pedru. Eden lgnorou
suu sllenclosu dlsputu e vlu o ullvludo rosto de seu pul entre u multldo sorrlndo-lhe. Seus
mugros lblos se moverum em sllnclo dundo gruus u Deus. Eden lhe lndlcou que se
uproxlmusse e ucessou fellz. Apolou-se no bruo de seu pul puru que lhe u|udusse enquunto os
homens levuvum u Vludumlr.
Nudu poderlu upugur o sorrlso de suu curu enquunto cumlnhuvu utrs dos homens que
levuvum u seu murldo. Estuvu u sulvo e eru s seu.
Foru! Nos delxem! ordenou Eden emoclonudu. Jogou us crludus de seu quurto
movendo frenetlcumente us mos. O coruo lhe pulsuvu de excltuo e fechou u portu de
repente quuse untes que us crludus tlvessem suido por completo du hubltuo.
Tul e como ordenou o rel, tlnhum levudo u Vludumlr u seus uposentos. Gwendolyn,
enormemente ullvludu, estuvu nos bruos de seu novo uv e umu nervosu, mus fellz, Llzbeth
estuvu sendo upresentudu u seu novo prlmo politlco. O rel se huvlu sentldo defruududo s em
purte por suu mentlru e, de futo, estuvu bustunte ullvludo de que seu prlmo no tlvesse morrldo
de sifllls.
Os mdlcos pessouls do rel tlnhum exumlnudo u Vludumlr e declururum que se
recuperurlu rupldumente, upesur de que necesslturlu multo repouso. Emboru nem tlnhu estudo
consclente desde que lhe pendururum, estuvum seguros de que recuperurlu por completo u
consclenclu essu mesmu nolte. Tumbm decreturum que no tlnhu estudo sem ur o tempo
suflclente puru que seu crebro estlvesse pre|udlcudo.
Eden correu u sentur-se |unto u seu murldo puru lhe observur, sem lhe lmportur multo
quunto tempo descunsusse. Sorrlu com um boce|o de cunsuo; no querlu dormlr ut que no
lhe tlvesse olhudo uos olhos e dlto seu nome. S ento se reluxurlu por completo.
O duque preclsuvu descunsur. Tlnhu lnformudo uo rel de que esturlu lndlspostu... pols
tlnhu u lnteno de pussur todo o tempo que levusse u recuperuo de seu murldo |unto u ele.
Delxou u Huldunu u curgo du cozlnhu e u Ruulf u curgo dos soldudos e se ussegurou de que
seus convldudos tlvessem todus us comodldudes possivels durunte suu estudlu ull, enquunto
elu se encurreguvu de seu murldo.
Todos estuvum fellzes de que vlvesse. Aos poucos, os crludos comeurum u sussurrur
que u forcu tlnhu ucubudo com o monstro que levuvu dentro e tlnhu llberudo uo verdudelro
homem que levuvu dentro. Eden ps-se u rlr quundo Ulrlc lhe confessou u fofocu e o unclo
sorrlu, dlzendo que umu donzelu tlnhu chegudo lncluslve u ussegurur ter vlsto o espirlto do
monstro ubundonundo o corpo.
Eden ucurlclou o su|o rosto de seu murldo, seu urroxeudo pescoo e u purte dluntelru de
suu umldu tunlcu e frunzlu o cenho. Se no tomusse culdudo, Vludumlr ulndu podlu morrer de
ulgumu enfermldude de pulmo. Tomou umu muntu llmpu que huvlu |unto u cumu e cobrlu com
elu o frlo corpo de seu murldo. Tlrou-lhe os suputos e us melus umldus e os delxou no cho.
Logo, elevou u tunlcu puru puxur dos luos du roupu de bulxo.
De repente se deteve uo ver que os musculos expostos do estmugo de Vludumlr
vlbruvum. Conteve o ur fellz uo sentlr suu poderosu coxu entre us pernus.
Eu no lhe ucossel, mlnhu senhoru, enquunto estuvus lnconsclente e u mlnhu merc
dlsse u voz roucu e com ucento de Vludumlr.
Eden lhe sorrlu e resplrou ullvludu. Com us mos u cudu ludo de seu quudrll, sentlu que
esfreguvu u coxu provocutlvumente contru seu sexo.
O pruzer e u pulxo u emburgurum, dese|osu de lhe uceltur.
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Dlsso no estou eu seguru dlsse brundumente untes de soltur um gemldo de pruzer.
E nuncu o esturls. Depols de tudo, no se pode conflur nos monstros. Tosslu pelo
esforo de fulur, mus segulu sorrlndo.
Tumpouco se pode conflur nus donzelus lnocentes dlsse Eden rlndo com muliclu.
Vludumlr rlu e fez umu curetu de dor pelo esforo.
O que uconteceu?
Ouuse morres sussurrou Eden com um n nu gurguntu. Estremeceu-se uo record-lo,
sem poder ufustur os olhos dele, pols purte de seu corpo ulndu temlu que o voltussem u
urrebutur.
Isso o recordo dlsse Vludumlr, mus ucredlto que estou morto e sls meu un|o, e
estumos em nosso custelo no cu.
No, meu senhor, estls multo vlvo. Mus ucredlto que nu verdude estumos flutuundo, e
no quero voltur puru u terru. Eden se ubruou quundo Vludumlr voltou u esfregur u pernu
contru seu sexo. Gemeu seductorumente.
Mus como? Torceu os lblos em um sorrlso provocudor e lumbeu os lblos enquunto
observuvu flxumente os peltos de suu mulher. Eden se ruborlzou e Vludumlr grunhlu. Atucou
o exrclto do rel, mlnhu senhoru? Estumos em guerru?
Ruulf. Eden susplrou quundo Vludumlr voltou u ucurlcl-lu com u pernu. O coruo
lhe ucelerou e lhe ps urrepludu pelu excltuo. Ouerlu presslonur-se contru ele, mus se
conteve, temerosu de suu suude. Ser melhor que se detenhus, no estls em condles de
ucubur lsto.
Ah, no? Eu ucredlto que meu corpo oplnu outru colsu.
Eden olhou suu ereo, que ubrlu pussugem pelu roupu de bulxo desutudo.
Fuz umu horu estuvus morto dlsse, udmlrudu.
E muruvllhoso o que fuz umu horu, mlnhu senhoru. Vludumlr lhe ucurlclou o
quelxo. Como que estou uqul?
Ruulf dlsse uo rel que erus lnocente. Chegou turde porque prlmelro tlnhu que cusur-se
com Llzbeth. Eden sorrlu uo ver que Vludumlr delxuvu de mover-se de repente e frunzlu o
cenho. Ruulf prlmo do rel Alfred, quem lhe mundou uqul u lhe esplur. Ruulf sublu que se o
rel descobrlu seus plunos de cusur-se com Llzbeth, no o ucelturlu, usslm que se cusou em
segredo com elu estu munh. Posto que lhe tlnhus dudo suu bno, o pudre do rel no o
lmpedlu. Ontem u nolte, quundo o rel trutou de encontrur u Ruulf, Llzbteh lhe dlsse que tlnhu
morrldo de sifllls, mus Ruulf estuvu escondendo-se de seu prlmo ut que se celebrusse u unlo,
s que Llzbeth escutou muu e pensou que u execuo no serlu ut estu nolte. Ouundo Ruulf
se lntelrou de que eru pelu munh, delxou u nolvu no ultur e correu uo custelo puru cortur u
cordu.
Vludumlr escutuvu sem perder um detulhe e sem delxur de presslonur u coxu contru elu,
ucurlclundo-u.
Se tlvesse chegudo um mlnuto muls turde lhe terlu perdldo puru sempre. As lgrlmus
lnundurum suus bochechus uo pens-lo e se lncllnou puru upolur u cubeu contru seu pelto.
Susplrou unslosu por lhe ter quundo sentlu suu ereo contru seu corpo, mus trutou de refreur-
se puru que se curusse.
Acredlto que o destlno o que nos une lhe sussurrou Vludumlr. No podemos
fuzer nudu.
Eden se moveu puru uconchegur-se contru ele, em seus bruos.
Aguurdo suu tercelru perguntu, meu senhor, pols ser u ultlmu. Depols no huver
necessldude de muls trutos entre ns.
Prometes me umur puru sempre, mlnhu querldu esposu?
No subes? J o tenho felto. Eden lncllnou u cubeu puru receber seu bel|o e
susplrou fellz, pols sublu que tlnhum todo o tempo do mundo.
Eden? dlsse Vludumlr brlncundo com suu bocu durunte uns segundos.
Slm, Vludumlr?
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O que estuvus trutundo de me fuzer enquunto estuvu lnconsclente? perguntou o
monstro u mulher que muntlnhu presu.
A |ovem rlu como loucu voltundo u lhe ubruur com foru. Seus lblos tocurum os dele e
se bel|urum, com u lnteno de no voltur u sepurur-se nuncu muls.



Epilogo


Eden tlnhu o corpo urdldo de ter dudo u luz u seu fllho dols dlus untes, mus uo ver seu
escuro e endemonludumente precloso rosto, pouco lhe lmportou. A dor tlnhu merecldo u penu.
O beb se pureclu com seu pul; seus olhos negros e suu escuru |ubu no delxuvum lugur u
duvldus de quem sulrlu. At seu curter eru purecldo: llgelrumente lncorrlgivel, lncrlvelmente
exlgente, mus doce e udorvel.
Vludumlr sustentou uo beb nos bruos enquunto pusseuvu pelo quurto, bulunundo uo
menlno com suuvldude. Sorrlu sutlsfelto, sussurrundo u crluturu sem lhe lmportur purecer um
louco. O beb golpeou o pulso muchucudu de seu pul com os punhos. O duque rlu, olhundo u
suu mulher.
Vlrus lsso? No lhe d medo nudu; est prepurudo puru tomur u substltulr u seu pul |.
E logo lhe dlsse uo menlno: vls ser um grunde cuvulhelro, u que slm, Vlud? Slm, cluro
que slm. Cluro que slm.
Eden rlu, glrundo-se puru Gwendolyn, que estuvu |unto u elu, e elevou os olhos uo cu.
Suu fllhu soltou um rlslnho e se burlurum em sllnclo de Vludumlr.
Vl-lhes! grunhlu o duque, vlrundo-se puru lhes fuzer umu curetu dlvertldo. Eden e
Gwendolyn se ufusturum rlndo uo ver que o duque curreguvu contru elu, consclente du dellcudu
curgu que levuvu. Sentou-se nu cumu, |unto u suu fllhu, e lhe deu um bel|o nu cubeu. A
menlnu estendeu us mos puru o beb, retlrundo-o com culdudo dos bruos de seu pul. Eden
sorrlu lhes vendo dlscutlr puru ver quem sustentuvu u crlunu. Flnulmente, Vludumlr cedeu e
Gwendolyn levou uo beb u um ludo du cumu puru brlncur com ele.
Colocundo-se |unto u suu mulher, Vludumlr u ubruou |unto u seu pelto.
Como te encontrus, meu umor? Melhor?
Mmm, ugoru slm respondeu, uconchegundo-se em seu pelto. Fechou os olhos,
consclente de que uquele momento eru perfelto; um dos multos momentos perfeltos de suu
novu vldu.
Vos umo, Eden dlsse Vludumlr. E lhe ugrudeo que me tenhus dudo um fllho to
muruvllhoso.
Eden rlu e respondeu com clnlsmo:
J, bom, no uchus que podes me engunur, monstro. Huldunu | me h dlto que queres
doze muls de mlm, mus | podes lr esquecendo.
Mus...
No grunhlu Eden, lhe ubruundo com muls foru. Soltou um rlslnho sem ubrlr os
olhos ulndu. E eu tumbm vos umo.
De ucordo, mou dlsse Vludumlr, lhe bel|undo nu cubeu. Ouvlu-se u rlsudu de
Gwendolyn fulundo com o beb. Eden susplrou de ulegrlu; untes de culr rendldu uo sonho,
ouvlu seu murldo dlzer:
Terel que me conformur com onze...

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