Algumas Bibliotecas
Algumas Bibliotecas
Algumas Bibliotecas
html
Mafra Arquitetos Associados
O corpo principal do edifcio tem 40 x 40 metros, com modulao de 9,60 x 9,60 metros
Trreo 1. Hall / 2. Recepo/controle / 3. Jardim / 4. Minishopping / 5. Sala de aulas / 6. Acervo tcnico / 7. Praa / 8. Auditrio Veja mais desenhos em Plantas, cortes e fachadas no topo da pgina
O pano de vidro foi recuado cerca de 2,50 metros em relao s vigas perifricas, viabilizando o sombreamento das fachadas. No trreo ocorre efeito semelhante, uma vez que os fechamentos foram, em parte, deslocados e sombreados pela passarela metlica que circunda o edifcio e facilita a manuteno das fachadas. O corpo principal vazado no centro, onde um ptio coberto com cpula de vidro incorporou-se rea de convvio do trreo. Esse ptio proporciona a entrada da luz natural e a visualizao do cu, alm de permitir que o usurio tenha uma viso panormica de todo o interior do prdio enquanto circula verticalmente, comenta Mafra. O auditrio de 150 lugares constitui um bloco integrado biblioteca, e sua conexo refora a idia de aranha. Esse volume triangular est semi-enterrado - cerca de um metro abaixo do trreo - e liga-se ao edifcio principal por um tnel em rampa, buscando reforar as diagonais da marquise da entrada. O conjunto tnel/auditrio recebeu umgrande painel artstico em alto-relevo, numa concepo moderna que refora o conceito de arquitetura outdoor, forte componente do projeto, comenta o autor. A planta, com alto grau de liberdade permitido pelos vos de 9,60 metros, admite diversos layouts. Numa viso mais simplificada da biblioteca, considerou-se a organizao em trs nveis. No trreo ficam reas de servios gerais e de atendimento ao pblico, minishopping com itens ligados a informao e leitura, espao para exposies e auditrio. No primeiro andar se situam servios de emprstimo, servios tcnicos e setores de acervo/leitura. No segundo se localizam o setor de peridicos, cabines de estudo, multimeios e outros ambientes de acervo/leitura. Montagem Como a estrutura proposta para o edifcio desde o incio era metlica, o projeto estrutural procurou, dentro das limitaes geomtricas impostas, adotar elementos padronizados, que facilitassem aproduo seriada. As peas
foram enviadas para o canteiro j prontas, em lotes previamente dimensionados, para viabilizar uma seqncia lgica de montagem. Cuidados especiais foram tomados com a caixilharia, enquanto componente esttico dos mais importantes, de forma a garantir perfeita integrao com a estrutura metlica. A passarela que envolve todo o permetro do edifcio, alm de facilitar a limpeza peridica dos vidros, funciona como brise para o pavimento trreo. A estrutura de ao compe-se de perfis soldados em vigas-mestras e secundrias. A modulao estrutural de 9,60 x 9,60 metros, enquanto as alturas das colunas so de 5,50 metros no primeiro piso, 4,20 metros no segundo e 5,50 metros at a cobertura. A altura mxima da estrutura de 15,50 metros. A cobertura ganhou telhas termoacsticas trapezoidais de ao galvanizado, com altura de 40 milmetros e espessura mnima de 0,5 milmetro. Os fechamentos laterais so de alvenaria e vidro, compatibilizados com a estrutura metlica, de modo a garantir estanqueidade permanente. O sistema estrutural transversal formado por quatro prticos com 15,50 metros de altura, apoiados em linhas de colunas metlicas engastadas nas bases.
Texto resumido a partir de reportagem de Jaime Silva Publicada originalmente em FINESTRA Edio 51 Dezembro de 2007
2
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/jaa-arquitetura-e-consultoria-biblioteca-sao-02-102008.html
JAA Arquitetura e Consultoria
A cobertura do bloco do telecentro ultrapassa em largura e altura a da biblioteca, protegendo o terrao e sombreando o trreo
atrs, era possvel percorrer praticamente toda a sua extenso sem deparar com qualquer construo que merecesse destaque - a no ser, pelo porte, a enorme fbrica da GM. Desde junho passado, quando a prefeitura inaugurou o Centro Digital do Ensino Fundamental, pelo menos do ponto de vista da arquitetura esse panorama mudou. Construdo em um trecho da praa Di Thiene paralelo quela via, na altura do bairro Santa Paula, o conjunto foi projetado por Jos Augusto Aly e ocupa toda a testada da quadra. A edificao se destaca, no entanto, no por seu porte ou extenso, mas pelo desenho e pela implantao. A praa, antes um espao comum, ganhou outra qualificao - e no exagero considerar o edifcio uma referncia arquitetnica local.
Aly conta que o trabalho comeou a ganhar contorno quando ele foi chamado para desenvolver um estudo para outro conjunto, tambm por encomenda da prefeitura, nas proximidades da praa. Esta chamou sua ateno por estar subutilizada e completamente cercada por grades. Ao saber que o poder pblico no tinha inteno de intervir no local, o arquiteto decidiu propor sua ocupao com uma biblioteca. Para a construo inicial, a idia no prosperou. Mas a sugesto do edifcio cultural concretizou-se num conjunto com 3,5 mil metros quadrados de rea construda, cujo programa original foi ampliado: alm da biblioteca convencional, a edificao abriga uma biblioteca digital, telecentro (cujo objetivo ampliar o acesso da populao s mdias digitais) e uma escola de informtica. O arquiteto desenhou uma construo - uma barra de 85 x 12,5 metros, como a define Aly - com o pavimento trreo quase totalmente em pilotis, soluo que, observada da avenida, configura uma espcie de porta de acesso para a praa, justificando, assim, o termo praaequipamento. Numa descrio simples, o prdio composto por dois volumes laterais (ocupados pela circulao vertical), entre os quais esto implantados uma caixa envidraada transparente (a biblioteca) e um volume de desenho mais denso e tonalidade contrastante (o telecentro). A caixa envidraada recebeu a proteo de brises na face mais sujeita insolao, no lado voltado para a avenida. Na fachada oposta, orientada para a praa, o volume quase completamente transparente, revelando o interior do prdio. Nessa relao interior/exterior, Aly toma como referncia certos aspectos do projeto de Paulo Bruna Arquitetos Associados para a antiga tica Cultural (PROJETO DESIGN 210, julho de 1997), hoje Fnac Pinheiros. No trreo, alm do acesso, foi reservado espao para um caf, que ainda no est funcionando. direita do acesso principal, vindo da avenida, numa parte do terreno que foi rebaixada, o arquiteto encaixou a escola de informtica, cujo contorno demarcado por um espelho dgua. A praa seca no trreo deve servir para a apresentao de pequenos shows e eventos. Ainda nesse pavimento, acima do volume da escola, configura-se o bloco do telecentro, no topo do qual est um terrao de estudos/leitura. O conjunto, informa Aly, possui estrutura de concreto armado moldado in loco e desenvolve-se como uma barra longitudinal em mdulos de 12,5 x 6,25 metros e balanos de aproximadamente 3,5 metros. A impresso a de um volume suspenso sob um prtico, que nas extremidades tem reas de circulao vertical, sanitrios e shafts. A cobertura tcnica abriga equipamentos de conforto predial e instalaes. A cobertura do telecentro ultrapassa em altura e largura a da caixa de vidro, fornecendo proteo ao terrao e praa seca do trreo.
Texto resumido a partir de reportagem de Adilson Melendez Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edio 343 Setembro de 2008 Jos Augusto Aly arquiteto (formado em 1987), mestre e doutorando pela FAU/USP. Titular do escritrio JAA Arquitetura e Consultoria, professor do Centro Universitrio Belas Artes e da FAU/Mackenzie
Vista da praa em direo ao centro digital. Nessa fachada da biblioteca, prevalece a transparncia
O espelho dgua, o telecentro e a biblioteca de concreto e vidro: o autor trabalha diferentes planos e sobreposies
10
11
12
13
14
3
http://www.arcoweb.com.br/tecnologia/rj-16-07-2009.html
BIM - Building Information Modeling
Biblioteca PUC/RJ
16 de Julho de 2009. Visitas: 23.355
Ver SlideShow no PICLENS Clique aqui para instalar o PICLENS
15
De acordo com o engenheiro Pedro Badra, da empresa SBD Planejamento, especializada em oramento e planejamento de obras, as principais mudanas no processo de projeto introduzidas pelo BIM so o conceito e a incorporao de elementos construtivos, recurso possvel apenas com softwares que produzem representao em 3D. A vantagem a possibilidade de visualizar e fornecer cortes e elevaes de mltiplas localizaes. Alm disso, podem-se armazenar na base de dados do programa as bibliotecas de elementos construtivos e at o conhecimento do projetista, a serem empregados em trabalhos semelhantes no futuro. Muda a forma de projetar para arquitetos e engenheiros, avalia Arthur Assis, pois o BIM trabalha em ambiente 3D slido, diferentemente do CAD, que utiliza plataformas 2D. O BIM facilita tambm as etapas de especificao e oramento. Ele evita a desgastante fase que corresponde interpretao de memoriais descritivos, j que suas descries esto contidas nas peas de projeto como elementos construtivos de fcil identificao nos layers . Em relao a oramentos, outra vantagem do Building Information Modeling relaciona-se ao projeto estrutural, pois a tecnologia fornece clculos mais precisos de volume de concreto e rea de frmas, possibilitando definir as intersees entre vigas, pilares e lajes, destaca Badra, que utiliza a ferramenta BIM h seis anos. Na engenharia de custos, enfatiza Badra, com o uso do BIM pode-se chegar reduo de 60% no tempo de elaborao da quantificao. No planejamento, em razo da interpretao geral do projeto e da interao de todas as disciplinas proporcionadas pelo BIM, as anlises necessrias para definir tempos e sequncias executivas tambm se reduzem. Em nossos trabalhos de planejamento e oramento de obras, conseguimos reduo de at 70%, com preciso de at 95% em relao anlise e quantificao de projetos, calcula. PROJETOS COORDENADOS A nova tecnologia provoca mudanas no processo de projeto e de produo de edificaes na construo civil. O BIM pode trazer ainda vantagens durante a elaborao dos projetos, sobretudo no gerenciamento, minimizando erros decorrentes da falta de compatibilizao. No entanto, Faria afirma que o projeto no deve ser produzido apenas em funo de um software ou outro, pois a questo principal no minimizar o tempo, mas aumentar a eficcia para obter melhores resultados. De acordo com o arquiteto do SPBR, num projeto de arquitetura, com utilizao do BIM, os desenhos (plantas, cortes e elevaes) so visualizaes de um modelo em 3D. Constri-se o modelo e o software extrai as vistas no modo como se costuma ler um projeto. Dessa maneira, a base de dados sempre uma s, o modelo, e, consequentemente, se este for alterado todas as vistas so modificadas automaticamente, explica. O mais interessante que o BIM pode abastecer de informaes a produo da edificao de maneira industrial e direta. As informaes podem ir do computador diretamente para a obra e at para as linhas de produo de elementos construtivos, considera Faria. Porm, no Brasil, os desenhos ainda so impressos em papel e depois direcionados aos fornecedores e construtores, ele lembra. TRABALHO INTEGRADO Em alguns pontos, as diferenas entre o BIM e outros softwares de projeto, como o CAD, no so grandes. Os programas de CAD atuais realizam muitas das operaes que tambm so efetuadas com a tecnologia BIM. Porm, os softwares com a tecnologia BIM trabalham de maneira mais integrada e direcionada para a arquitetura, avaliam usurios. A diferena que no modelo do BIM, alm das informaes da geometria dos elementos da construo, podem-se acrescentar outros parmetros, como a densidade de uma viga em ao, com informaes sobre seu peso e volume, gerando at simulaes sobre o seu comportamento, explica Faria. A viga no mais mostrada com valores apenas representativos, por meio de linhas, mas como objeto com todas as suas propriedades, caractersticas fsicas e geomtricas. O mesmo ocorre com as alvenarias, que so definidas pelo tipo de bloco, espessura de revestimento, fabricante etc., o que permite estudos estruturais, tecnolgicos e arquitetnicos. PRIMEIRA EXPERINCIA Para o escritrio SPBR Arquitetura, foi muito positiva a experincia de projetar com o BIM a nova biblioteca da PUC/RJ, trabalho premiado com a medalha de prata no concurso Holcim de construo sustentvel, em 2008. Ele ainda no foi desenvolvido completamente, em todas as suas etapas. Mas, at onde pudemos perceber, o BIM trouxe vantagens na compatibilizao de informaes dentro do projeto e na extrao de informaes do modelo, diz Faria. E apesar de a tecnologia facilitar a coordenao de projetos, resolver as interferncias entre os sistemas e reduzir erros, o arquiteto conta que no conseguiu ter ainda a experincia completa do uso do BIM com outros projetistas, pois poucos escritrios no pas o utilizam. Dessa maneira, o SPBR precisou utilizar o BIM em conexo com as ferramentas de CAD tradicionais. Sei que existem escritrios de clculo de estruturas e de instalaes que utilizam o BIM, mas at o momento no trabalhamos com nenhum. Com isso, todos os desenhos produzidos no BIM sero lidos pelos projetistas como desenhos de CAD 2D. No sentido contrrio, toda informao produzida por eles em CAD 2D precisa, se for o caso, ser modelada para que se possam utilizar, de maneira completa, as vantagens da ferramenta BIM, completa Faria. O BIM facilita ainda a especificao, j que permite a insero de diversos parmetros nos elementos do modelo 3D. Com isso, possvel extrair tabelas de quantidade, estimativas de custo, peso e volume. A vantagem disso no BIM, com relao ao CAD tradicional, a facilidade de operao que a nova interface oferece. No entanto, inserir dados ou elementos componentes de um projeto no modelo 3D sempre mais trabalhoso que fazer um projeto s em duas dimenses, revela Faria.
Texto de Heloisa Medeiros Publicada originalmente em FINESTRA Edio 57 Junho de 2009
16
4
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/cesar-dorfman-arquitetura-e-urbanismo-e-paulozimbres-arquitetos-biblioteca-03-02-2006.html
Csar Dorfman Arquitetura e Urbanismo e Paulo Zimbres Arquitetos
Biblioteca
03 de Fevereiro de 2006. Visitas: 45.718
O rasgo na parte superior das paredes de pedra assinala a presena do elemento novo
17
18
Vista da fachada leste. O telhado foi elevado para permitir a incluso do mezanino, onde fica a sala de leitura
Nas paredes de pedra da antiga construo os vos foram mantidos, mas inseriram-se modernas esquadrias de alumnio
19
O mezanino tem rasgos nas laterais que deixam entrar a luz externa
20
21
22
23
5
http://www.arcoweb.com.br/interiores/barbosa-amp-corbucci-arquitetos-associados-bibliotecasinagoga-19-01-2005.html
Barbosa & Corbucci Arquitetos Associados
24
Arquitetura sagrada
Intervenes arquitetnicas como a construo de um ginsio esportivo, feitas por Marcelo Barbosa e Jupira Corbucci, culminaram com a criao de um plano diretor para o clube A Hebraica, em So Paulo. O mais recente trabalho finalizado a reforma parcial da sede social. Alm da presidncia, das reas administrativas e culturais, o programa do projeto incluiu a concepo de uma nova sinagoga. A reforma estendeu-se a todo o primeiro pavimento da sede social, que tem volumetria retangular e projeto arquitetnico original da equipe liderada por Jorge Wilheim, da dcada de 1960. A histria da Hebraica entremeada pelo trabalho de diversos arquitetos, enfatiza Barbosa, citando nomes como o do pioneiro do modernismo no Brasil, Gregori Warchavchik. O projeto de Barbosa e Corbucci conjuga dois fatores principais: materiais simples e tradicionais, como blocos de vidro e madeira no mobilirio e paredes, e a sofisticada soluo de layout, que reverte a linguagem racional da edificao. A partir da idia de corredores delimitados por superfcies sutilmente curvas, foi criado um espao central fluido, em que reentrncias, ngulos oblquos e paredes arredondadas distribuem o fluxo aos diversos setores biblioteca, sinagoga, auditrio, plenrio, sala de reunies, presidncia e administrao. Os dois ambientes maiores - biblioteca e administrao - foram implantados nas extremidades longitudinais da edificao. Alm de conferir liberdade ao layout das salas centrais e, portanto, ao desenho do corredor principal, isso levou interrupo, em dois pontos estratgicos, das varandas perifricas do edifcio, projetadas por Wilheim. Estas passaram a funcionar, nas fachadas norte e leste, como sacada para o hall de entrada e fonte de luminosidade natural para a biblioteca e, no trecho oeste, como terrao da presidncia. Junto ao hall de acesso, a primeira parede curva a do fechamento, em blocos de vidro, da espera da sinagoga. Ela parece solta, j que os arquitetos recuaram os caixilhos das portas em suas extremidades, e, por seu desenho e orientao, sinaliza tambm a passagem para a biblioteca.
A parede frontal do plenrio curva e revestida por folhas de madeira, com frisos metlicos horizontais
As paredes curvas, por seu desenho e posicionamento, sinalizam os acessos aos ambientes
25
A sinagoga, com planta retangular e capacidade para 160 pessoas, tem como ponto focal o palco elevado (Tev), em cujo centro fica a arca sagrada (Aro-ha-qodesh), onde guardado o Sfer Tor, um pesado pergaminho escrito mo. Em meio variedade de condicionantes litrgicas e culturais, os arquitetos adotaram como diretriz criativa oolhar estrangeiro, que v as coisas de outro modo. O resultado, segundo Barbosa e Corbucci, uma sinagoga com linguagem extremamente simples,leve, espaosa e iluminada, tanto em funo da uniformidade dos acabamentos - madeira no revestimento de paredes e mobilirio e estofamentos na cor azul - como pelo desenho da arca. Esta solta do cho e sustentada por duas vigas posteriores de concreto, e
26
tem cuidadoso desenho frontal, sobretudo pela marchetaria em listras horizontais, que enfatiza o smbolo da estrela de seis pontas, o escudo de Davi. Ao lado da sinagoga, a biblioteca ocupa um espao com planta em L e integra reas infantis e de acesso Internet, alm do acervo e setor de leitura. Predomina a madeira como material de revestimento, tanto nas mesas, balces e estantes dos livros, quanto nas extensas paredes e pilares.
Texto resumido a partir de reportagem de Evelise Grunow Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edio 299 Janeiro de 2005
A padronizao dos materiais foi seguida nos sanitrios, com bancada de madeira e pastilhas cermicas nas paredes
27
6
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/bloch-so-arquitetura-e-urbanismo-biblioteca-da-2307-2003.html
Bloch S Arquitetura e Urbanismo
28
terrao descoberto. Forros termoacsticos e revestimentos especificados por consultorias asseguram condies apropriadas de conforto. A implantao de reas de estudo no fundo do prdio conduz deliberadamente os usurios a um passeio pelo salo, estabelecendo comunicao quase ttil com os livros.
Texto resumido a partir de reportagem de Adilson Melendez Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edio 281 Julho de 2003
Croqui
29
O prdio tem a forma de um tnel de seo retangular; numa das extremidades, o quebra-sol protege o grande caixilho
A escada metlica, no hall de leitura, tem a lateral vedada com peas em madeira
30
31
32
33
34
7
http://www.arcoweb.com.br/interiores/andre-mafra-cristiano-kunze-e-rodrigo-allgayerbiblioteca-e-14-10-2003.html
Andr Mafra, Cristiano Kunze e Rodrigo Allgayer
Necessria serenidade
Trabalhar com estrutura metlica foi a opo dos arquitetos Andr Jost Mafra, Cristiano Lindenmeyer Kunze e Rodrigo Allgayer no projeto da biblioteca, capela e caf que ocupam a antiga e pequena igreja da Fundao Faculdade Federal de Cincias Mdicas de Porto Alegre. Resultado de concurso organizado pela fundao, a bela interveno manteve o uso original do espao, agregando-lhe novas funes. Criada em 1953, a Faculdade Catlica de Medicina de Porto Alegre foi federalizada na dcada de 1980, quando passou a chamar-se Fundao Faculdade Federal de Cincias Mdicas de Porto Alegre (FFFCMPA). Permaneceu, porm, a tradio catlica, cujo smbolo era a capela com 400 metros quadrados de rea e p-direito duplo. A necessidade de expanso da biblioteca levou os administradores da fundao a pensar em utilizar parte da pequena igreja na ampliao. Por se tratar de insero em edifcio existente, os arquitetos
35
optaram pela estrutura metlica, que oferece facilidade de execuo e melhor identificao com o conceito escolhido, explica Mafra. As duas linhas de colunas da nave da capela foram o ponto de partida para o projeto, que inseriu dois mezaninos na edificao. O primeiro, na rea da biblioteca, ancorado nas colunas e em novos pilares posicionados no exterior do edifcio.
Perspectiva
A rea do antigo altar foi a escolhida para receber o acervo - que conta atualmente com mais de 14 mil exemplares e quase 5 mil ttulos -, opo que decorre da configurao longitudinal do espao, do fato de estar localizado no fim do eixo e ser compacto. Essa abordagem manteve as caractersticas originais da nave, tirando partido da principal virtude do espao existente. A nova capela tem agora capacidade para 50 pessoas. Preservou-se o p-direito duplo, em parte aproveitado para a criao dosegundo mezanino, onde podem ser recebidos grupos de canto e realizados pequenos recitais. A capela divide o acesso com a biblioteca. No mezanino principal, logo acima do vestbulo da biblioteca, est o caf panormico, com 48 lugares - o melhor ponto para a visualizao do espao, avalia Mafra. No vo central, com p-direito duplo e luz natural abundante, esto as mesas de estudo e a administrao da biblioteca, que aproveita a rea sob a rampa de conexo entre o caf e o mezanino. A inteno do projeto, informam os autores, erasetorizar e hierarquizar todos os espaos sem compartiment-los em excesso. A definio de reas ocorre de maneira sutil, por meio da diferena de nveis e dos materiais empregados nos pisos, estrutura e forros. Com isso, os arquitetos procuraram evitar barreiras visuais indesejveis, facilitando a permeabilidade entre os espaos e dinamizando sua utilizao. Juntos, os trs ambientes totalizam rea construda de 1 057 metros quadrados. A biblioteca est equipada com oito salas de estudos para grupos e a biblioteca virtual, com 48 computadores ligados em rede.
Texto resumido a partir de reportagem de Adilson Melendez Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edio 284 Outubro de 2003
36
A escada de metal e madeira conduz rea de estudos, que se conecta ao caf por passarela
37
Entrada da rea de leitura, junto da escada metlica helicoidal que conduz ao caf
38
A definio dos espaos ocorre de maneira sutil, pela diferena de nveis e dos materiais empregados nos pisos, estruturas e forros
39
40
8
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/manoel-coelho-arquitetura-e-design-bibibliotecaunicenp-05-03-2003.html
Manoel Coelho Arquitetura e Design
41
A alma do campus
O tratamento dispensado pelo arquiteto Manoel Coelho fez com que a biblioteca do campus do Unicenp-Centro Universitrio Positivo, em Curitiba (leia mais), ganhasse a condio de estrela do conjunto, tambm projetado por ele. O autor quis explicitar que o tratamento esttico e programa funcional podem e devem ser complementares. Desenhar bibliotecas no novidade para Manoel Coelho, catarinense de 62 anos e mais de 30 de carreira, a maior parte dela desenvolvida em Curitiba. Em 1989, ele havia projetado instalaes desse tipo para a Pontifcia Universidade Catlica do Paran (leia em Projeto 181, dezembro de 1994).
Biblioteca: considerada a alma do campus
Mesmo assim, o programa continua a atra-lo bastante, conforme reconheceu ao afirmar, ao jornal curitibano Gazeta do Povo, que o sonho de todo arquiteto projetar uma biblioteca. Os alunos do Unicenp ganharam uma biblioteca bela e funcional. O oramento rgido (o custo do edifcio foi de R$ 5 milhes) no impediu que a edificao desenhada por Coelho e sua equipe ultrapassasse a questo programtica para explorar, com habilidade, diferentes recursos de composio arquitetnica. Racionalidade tectnica e sensibilidade na abordagem est tica harmonizam-se no resultado final. O projeto traz em sua concepo, explica Coelho, um convite ao devaneio, que no inimigo da concentrao e da pesquisa acadmica, objetivos principais da biblioteca.
Esse estmulo contemplao e ao deleite, oferecido tanto para quem est dentro do edifcio como ao observador externo, resulta de sugestes recolhidas entre bibliotecrios, usurios e professores - meus companheiros de prancheta, brinca o autor. Implantada numa das extremidades da rea j
42
edificada (no futuro seu vizinho ser um teatro) de um dos dois eixos ortogonais de circulao de pedestres que cortam o campus, abiblioteca mantm fidelidade s linhas gerais que nortearam a implantao do conjunto. Essa orientao visa integrar os vrios edifcios projetados (a biblioteca parte da terceira etapa de construo do complexo) com a intensa vegetao local. Esse , alis, outro mrito do projeto, pois a rea do lago para onde se volta uma fachada da biblioteca e de outros prdios foi ampliada e a mata nativa, recomposta. Com formato trapezoidal e capacidade para abrigar 864 pessoas sentadas, o edifcio j se destacaria pelo gabarito - os blocos didticos tm trs pavimentos -, mas pelo desenho refinado que se sobressai. Externamente, caracterizado por diferentes composies de fachadas - em trs delas, com sobreposies bastante interessantes de planos - arrematadas por uma cobertura que parece flutuar. Na face de acesso, o pano envidraado que percorre cinco pavimentos parcialmente antecedido por um retngulo aparentemente solto, onde est fixada a estrutura metlica que sustenta a marquise demarcatria da entrada principal. As laterais do conjunto - uma em linha reta e a outra inclinada foram revestidas com placas de arenito vermelho, pedra tpica do Paran, cuja aplicao contribui decisivamente na composio visual do bloco. Rasgos nessas superfcies evidenciam a sobreposio de planos. Na fachada voltada para o lago, a vedao em vidro permite a fruio da paisagem. Tambm projetados por Coelho, os interiores correspondem expectativa criada pela rea externa. Fluxos claros, espaos integrados e sinalizao precisa contribuem - junto com o mobilirio para a organizao. Praticidade e sobriedade que o autor buscou em arquitetos como Frank Lloyd Wright, Mies van der Rohe, Norman Foster, Richard Rogers e Renzo Piano. A imagem dos interiores de um transatlntico evocada por Coelho para descrever o que tinha em mente ao desenhar o espao interno.
Texto resumido a partir de reportagem de Adilson Melendez Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edio 276 Fevereiro 2003
43
44
45
46
47
9
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/jose-oswaldo-vilela-biblioteca-muncipal-01-062000.html
Jos Oswaldo Vilela
48
pintura e artes plsticas. O posicionamento na topografia, elevada em relao avenida, e o paisagismo permitem desfrutar desse espao com tranqilidade.
Fachada principal em concreto aparente e reas envidraadas no trreo. No primeiro pavimento, grandes empenas de concreto do segundo piso e mezanino
49
rea de leitura: grandes esquadrias abrem o espao para o jardim interno. Mezanino:cobertura com estrutura e telhas metlicas e iluminao zenita
50
51
52
10
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/carlos-rossi-biblioteca-da-16-03-2001.html
Carlos Rossi
Oficina de livros
A implantao de um segundo campus para a Universidade de Santo Amaro (Unisa) exigiu tambm uma nova biblioteca, que foi implantada em um antigo galpo industrial. O edifcio tinha estrutura metlica, cobertura aparente de fibrocimento, 15 m de p-direito e cerca de 1.000 m2 de rea. Essa tpica construo industrial levou Carlos Rossi a se inspirar no vanguardismo dos lofts para criar uma biblioteca com 2 mil m2 e ambientes integrados, distribudos por trreo, pavimento superior e dois mezaninos. Para manter o elo entre o passado e o presente, ele preservou as telhas aparentes, prevendo, porm, tratamento externo com manta asfltica refletiva e pintura cermica branca para garantir conforto termoacstico. Internamente, as telhas pintadas de branco refletem as luzes direcionadas para cima, criando iluminao geral indireta. Uma grande abertura zenital em vidro laminado filtra os raios solares. Era essencial que o ambiente tivesse uma atmosfera tranqilizante, para favorecer o aproveitamento de alunos possivelmente estressados pelo difcil trnsito da zona sul de So Paulo. Da a presena do paisagismo, a vista para o cu e a predominncia de tonalidades claras, como o piso em resina de poliuretano. No mobilirio, alternam-se peas de linha e mveis desenhados por Rossi, como os sofs e o balco da recepo. Um monta-cargas para agilizar o transporte dos livros entre os pavimentos e o ar-condicionado com sistema de filtragem de poeira e fuligem finalizam o conjunto.
Publicada originalmente em PROJETODESIGN Edio 252 Fevereiro de 2001
Na rea multimdia, a parede com blocos de vidro delimita a biblioteca e os setores administrativos
53
Cada mesa de estudo dispe de uma luminria individual para facilitar a leitura
54
55