Farmacobotnica

Aula 1 Osneri Jacobsen

Introduo

Termo farmacognosia: origem em 1815, por Seyder (mdico alemo) PHARMACONGNOSIS

Pharmacon

= droga, medicamento ou veneno Gnosis = estudo

Aplica-se atualmente ao estudo de drogas de origem vegetal (farmacobotnica) e animal (farmacozoologia)

...cincia que trata da histria, conservao, identificao, avaliao e emprego das drogas...

Definies

Etnobotnica: estudo da relao da sociedade com o uso de plantas. Planta medicinal: planta utilizada de forma tradicional, com finalidade teraputica. Droga vegetal: planta medicinal ou suas partes, aps processo de coleta, estabilizao e secagem, podendo ser integra, triturada ou pulverizada. Derivado de droga vegetal: produto de extrao da matria prima vegetal, ou seja: extrato, tintura, leo, cera, exsudato, suco e outros.

Definies

Matria prima vegetal: planta medicinal fresca, droga vegetal ou derivados de droga vegetal. Compreende os estgios pelos quais passa a planta medicinal at a elaborao do fitoterpico. Fitoterpico: todo medicamento obtido exclusivamente com matria-prima vegetal. caracterizado pelo conhecimento de sua eficcia e segurana, de sua reprodutibilidade e constncia de sua qualidade. Princpio ativo do fitoterpico: substncia, ou classe de compostos, quimicamente caracterizada, cuja ao farmacolgica conhecida e responsvel, total ou parcialmente, pelos efeitos teraputicos do fitoterpico.

Farmacobotnica
Para

caracterizao do fitoterpico utiliza-se a farmacopia brasileira ou monografia produzida pelo fabricante.

Castanha da ndia

Nomenclatura botnica Aesculus hippocastanum L. Nome popular Castanha da ndia Parte usada Sementes Padronizao/Marcador Escina Formas de uso Extratos Indicaes / Aes teraputicas Fragilidade capilar, insuficincia venosa Dose Diria 32 a 120 mg de escina Oral

Via de Administrao Restrio de uso

Venda sem prescrio mdica

Alho

Nomenclatura botnica Allium sativum L. Nome popular Alho Parte usada Bulbo Padronizao/Marcador Aliina ou Alicina Formas de uso Tintura, leo, extrato seco Indicaes / Aes teraputicas Coadjuvante no tratamento hiperlipidemia e hipertenso arterial leve; preveno da aterosclerose Dose Diria Equivalente a 6-10 mg aliina Via de Administrao Oral Restrio de uso Venda sem prescrio mdica da

Babosa

Nomenclatura botnica

Aloe vera ( L.) Burm f.

Nome popular Babosa ou loe Parte usada folhas - gel mucilaginoso Padronizao/Marcador 0,3% polissacardeos totais Formas de uso Creme, gel Indicaes / Aes teraputicas Tratamento de queimaduras trmicas (1o e 2o graus) e de radiao Dose Diria Preparao com 35 a 70% do gel duas vezes ao dia Via de Administrao Tpico Restrio de uso Venda sem prescrio mdica

Centelha

Nomenclatura botnica Centella asiatica (L.) Urban, Hydrocotile asiatica L. Nome popular Centela, Gotu kola Parte usada Caule e Folhas Padronizao/Marcador cidos triterpnicos Formas de uso Extrato seco Indicaes / Aes teraputicas inferiores Insuficincia venosa dos membros

Dose Diria 6,6-13,6 mg de asiaticosdeos Via de Administrao Oral Restrio de uso Venda sob prescrio mdica

Formas farmacuticas utilizadas para fitoterpicos

Ps: constitudos por partculas slidas, destinada a preparao extempornea. Extratos (100 %): 100 g de droga vegetal seca/ 100 mL de solvente. Alcoolaturas: Extrato obtido a partir da planta fresca. Tinturas (5 a 20 %): 5 a 20g de droga vegetal seca/ 100 mL de solvente (alcolico ou hidroalcolico).

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Formas farmacuticas utilizadas para fitoterpicos

Infusos: Chs obtidos por extrao a partir da imerso e posterior abafamento da droga vegetal em gua a 100 o C. Decoctos: Chs obtidos por extrao a partir da fervura da droga vegetal em gua por determinado tempo. Cpsulas: Dose individualizada constituda por um invlucro. Comprimidos: Dose individualizada obtida pela compactao da matria prima

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Legislao

RDC 48/04 ANVISA: dispe sobre o registro dos medicamentos fitoterpicos.

RE

899/03 dispe sobre a validao; RE 88/04 dispe sobre as bibliografias; RE 89/04 registro simplificado; RE 90/04 estudos pr-clincos; RE 91/04 estudos ps-registro.

No necessita registro: planta medicinal e droga vegetal;

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Resoluo 477/08 CFF: dispe sobre as atribuies do farmacutico no mbito da plantas medicinais e d outras providncias. Abrange Fitoterapia, plantas medicinais, drogas vegetais, derivados de drogas vegetais, na manipulao farmacotcnica, na produo industrial; Atribuies privativas: aquisio, manipulao, produo industrial, dispensao; Compete ao farmacutico a manipulao, dispensao e aconselhamento farmacutico no uso das plantas medicinais e seus derivados, fitoterpicos manipulados em atendimento a uma prescrio mdica, ou na automedicao responsvel.

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Identificao de drogas vegetais

Importncia

Identificar as espcies diferentes; Identificar as partes da mesma espcie; Credibilidade para o fitoterpico; Educao; Custo do tratamento;

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 Nome

vulgar: atribudo pela populao a determinadas espcies; Nome oficial: atribudo pela farmacopia para designar uma determinada espcie;
Para

o nome cientfico diferentes para a mesma planta, vale o nome publicado primeiro

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Carl von Linn (Lineu)

Props uma nomenclatura pela qual se atribuam a cada espcie dois nomes em latim: o primeiro correspondia ao gnero e o segundo espcie. Lineu estabeleceu tambm uma hierarquia na qual apareciam agrupadas as plantas de caractersticas semelhantes. O mesmo princpio foi aplicado ao reino animal e, desde ento, o sistema de Lineu universalmente utilizado para designar e classificar todos os organismos vivos.

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Diversidade dos seres vivos

Para

facilitar seu estudo, lana mo da taxonomia ou sistemtica.

Sistemtica ou taxonomia Ramo da biologia que se preocupa com a classificao (formao de grupos) dos seres vivos.
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Os Grandes Reinos da Natureza

1.

Monera: Procariontes, unicelulares, autotrficos (Fotossintetizantes ou quimiossintetizantes) ou heterotrficos. Ex: Bactrias e algas cianofceas. Protista: Eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, autotrficos (Fotossintetizantes) ou heterotrficos. Ex. Protozorios e algas. Fungi: Eucariontes, unicelulares ou pluricelulares (com hifas), heterotrficos. Ex. Bolores, mofos, cogumelos etc. Vegetal: Eucariontes, (Fotossintetizantes). pluricelulares e autotrficos

2.

3.

4.

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5.

Animal: Eucariontes, pluricelulares e heterotrficos.

Categorias taxonmicas de Lineu

Reino => Filo (ou diviso para o reino vegetal) => classe => ordem => famlia => gnero => espcie espcie = conjunto de indivduos extremamente semelhantes capazes de se entrecruzar e gerar descendentes frteis.
OBS: Por que o burro estril? R: Sendo os seus pais (jumento e gua) de espcies diferentes, esse animal no consegue ter pareamento cromossomial na meiose formadora dos seus gametas, tornando estril.

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Como gravar as divises da sitemtica?

MACETE

1: Rato Frito Com Organo Fica Gostoso, Experimente! 2: ReFiCOFaGE

MACETE

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O famoso ReFiCOFAGE
Isso organizado de tal forma que:

Espcies semelhantes formam o gnero; Gneros semelhantes formam a famlia; Famlias semelhantes formam a ordem; Ordens semelhantes formam a classe; Classes semelhantes formam o filo; Filos semelhantes formam o reino

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Regras de nomenclatura

De reino a gnero, a nomenclatura UNInomial, em latim ou latinizado, com inicial maiscula. Ex: Reino: Animlia Filo: Cordata Classe: Mamamalia Ordem: Primata Famlia: Hominidae Gnero: Homo

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Regras de nomenclatura

A nomenclatura de espcie Binomial, em destaque no texto, em latim ou latinizado; com algumas consideraes:

Homo sapiens Eqqus caballus

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Regras de nomenclatura

A nomenclatura de subespcie (variedade ou raa) TRInomial e observa algumas consideraes: Bidens pilosa radiata Bidens - gnero pilosa termo especfico radiata termo subespecfico

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Regras de nomenclatura

A nomenclatura de subgnero vem entre o gnero e o termo especfico; entre parnteses; com inicial maiscula. Wedelia(Agerathum) paludosa Wedelia gnero Agerathum subgnero paludosa termo especfico

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Regras de escrita
Os

nomes cientficos devem ser sempre escritos em itlico, como em Homo sapiens. Quando manuscritos, ou quando no esteja disponvel a opo de escrita em itlico, devem ser sempre sublinhados.

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Regras de escrita

O primeiro termo, o nome genrico sempre escrito comeando por uma maiscula, enquanto o descritor especfico (em zoologia, o nome especfico, em botnica o epteto especfico) nunca comea por uma maiscula, mesmo quando seja derivado de um nome prprio ou de uma designao geogrfica.

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Regras de escrita
Em

textos acadmicos e cientficos, a primeira referncia a um taxon, nomeadamente a uma espcie, seguida da sobrenome do cientista que primeiro validamente o publicou ou da sua abreviatura padro .

Amaranthus retroflexus L.

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Regras de escrita

O nome cientfico deve ser sempre usado por extenso na sua primeira ocorrncia no texto e sempre que diversas espcies do mesmo gnero estiverem a ser discutidas no mesmo documento. Nos usos subsequentes, as referncias podem ser abreviadas inicial do gnero, seguida de um ponto e do nome especfico completo. Por exemplo, aps a primeira referncia, Canis lupus pode ser referido como C. lupus.

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30

(Olha o Lineu a em cima, depois de montar tudo isso, cansou e acabou dormindo)...rsrsssss

SISTEMTICA VEGETAL

SISTEMTICA VEGETAL Objetivos identificao, nomenclatura e classificao das plantas; A identificao a determinao de um txon. Txon uma unidade taxonmica, essencialmente associada a um Sistema de classificao. Categorias Taxonmicas: Unidade fundamental: espcie; Conjunto de espcies que se assemelham: gnero;

Famlia<Ordem<Classe<Diviso
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Diviso

Magnoliophyta/Spermatophyta

Classe Angiospermae/Gymnospermae Ordem Gentianales/Myrtales/... Famlia Gnero

Rubiaceae/Asclepiadaceae/Apocybaceae Coffea arabica Coffea laurifolia

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Espcie

Mentha sativa
Hortel Hortel PoejoHortel Hortel pimenta Mentha piperita verde - Mentha spicata Mentha pulegium Crespa - Mentha crispa doce- Mentha arvensis

Gnero Famlia Ordem Classe Diviso Reino

Mentha
Lamiaceae Lamiales Magnoliopsida Magnoliophyta Plantae

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Espcie

Melissa officinalis Melissa axillaris Melissa baumgartenii

Gnero

Melissa

Famlia Ordem Classe Diviso Reino

Lamiaceae Lamiales Magnoliopsida Magnoliophyta Plantae

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Espcie

Aloe vera
Aloe arborescens Aloe soccotrina

Gnero Famlia Ordem Classe Diviso Reino

Aloe Asphodelaceae Asparagales Liliopsida

Magnoliophyta

Plantae

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Nomenclatura
Nome

cientfico: binmio, escrito em latim, grifados ou colocados em itlico, onde:

Ex.: Coffea arabica L., 14/06/1900

Coffea

denominao genrica ou gnero arabica denominao especfica ou espcie L. indica a primeira letra do nome do pesquisador que indentificou pela primeira vez a espcie.

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Quimiotaxonomia e Quimiossistemtica

Quimiotaxonomia - utilizao de caractersticas qumicas das espcies para classificao e caracterizao.

Exemplo: estudo de alcalides em espcies das famlias: Apocynaceae, Rubiaceae ou Loganiaceae.

Quimiossistemtica como ferramenta de busca de substncias ativas.

Estudo de espcies em famlias potencialmente ricas em plantas medicinais. Ex.: gnero Papaver sominferun e Papaver rhoeas

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Quimiotaxonomia e Quimiossistemtica

Papaver rhoeas

Papaver sominferum

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Ervas cidreiras/ Melissas

Aloysia citriodora

Melissa officinalis

Cymbopogum citratus

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Lippia alba

Bagas (fruto)

Sabugueiro
Folhas Flores

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Entrecasca

Razes

Chs de bugre

Porangaba Cordia salicifolia

Guaatonga Caseria sylvestris

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Macerao Infuso

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Decoco

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