Manual de IPM Prisao em Flagrante e Sindicancia

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SUMRIO
DO INQURITO POLICIAL MILITAR

1. Conceito ................................................................................................. 02 2. Competncia Constitucional ................................................................... 02 3. Atribuies da Polcia Judiciria Militar ................................................... 02 4. Finalidade o IPM ...................................................................................... 03 5. Caractersticas do IPM ............................................................................ 03 5.1. Procedimento escrito 5.2. Sigiloso 5.3. Oficialidade 5.4. Oficialidade (obrigatriedade) 5.5. Autoridade 5.6. Indisponibilidade 6. Carter Inquisitivo .................................................................................. 04 7. Valor Probatrio ...................................................................................... 05 8. Vcios ...................................................................................................... 05 9. Disponibilidade ....................................................................................... 05 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. Incomunicabilidade ............................................................................ 05 Notcia Crime ..................................................................................... 06 Incio do IPM ....................................................................................... 06 Peas Inaugurais do IPM .................................................................... 06 Atos essenciais na Instaurao .......................................................... 07 Providncias iniciais do Encarregado ................................................. 07 Atribuies do Encarregado do IPM ................................................... 07 Indiciamento ...................................................................................... 08 Relatrio e Soluo ............................................................................ 08 Prazo .................................................................................................. 09 Arquivamento .................................................................................... 09 Suficincia dos autos de Flagrante Delito .......................................... 09 Destino dos Autos do IPM ................................................................... 09

PRTICA Noes bsicas para formalizao do Portaria 1. Cabimento............................................................................................... 10 2. Requisitos ............................................................................................... 10 3. IPM Autuao ....................................................................................... 12 4. IPM Instaurao .................................................................................... 13 5. Termo de Recebimento .......................................................................... 15 6. Despacho Ordinatrio ............................................................................. 16 7. Termo de Juntada ................................................................................... 18 8. Designao do Escrivo .......................................................................... 20 9. Termo de Compromisso .......................................................................... 21 10. Ofcio ao Diretor do IML ....................................................................... 22 11. Ofcio ao Diretor do IC .......................................................................... 23 12. Requisio de Militar ............................................................................ 24 13. Ofcio ao Promotor Militar .................................................................... 27 14. Boletim de vida pregressa do indiciado ............................................... 28 15. Certido, Concluso e Recebimento. ................................................... 31 16. Termo de Depoimento de Testemunhas .............................................. 32 17. Termo de Interrogatrio ....................................................................... 34 18. Relatrio .............................................................................................. 36 19. Ofcio de Remessa ............................................................................... 38

Do Flagrante Delito 1. Conceito de priso .................................................................................. 39 2. Espcie de priso ................................................................................... 39 a) Priso Pena ou Priso Penal b) Priso sem pena ou Priso Processual c) Priso Civil d) Priso Adminstrativa e) Priso Disciplinar f) Priso para averiguao 3. Mandado de Priso ................................................................................. 40 4. Priso em Domiclio ................................................................................ 40 a) Durante a noite b) Durante o dia 5. Priso em perseguio ........................................................................... 41

6. Priso em flagrante (conceito) ............................................................... 42 6.1 - Espcies de Flagrante a) Flagrante prprio b) Flagrante imprprio ou quase flagrante c) Flagrante presumido d)Flagrante compulsrio ou obrigatrio e)Flagrante facultativo f) Flagrante preparado ou provocado 6.2 Flagrante nas vrias espcies de crime a) Crime Permanente b) Crime habitual c) Crime continuado 7. Sujeitos do flagrante............................................................................... 43 a) Sujeito ativo ou condutor b) Sujeito passivo, conduzido ou autuado 7.b.1 no pode ser sujeitos de priso em flagrante 7.b.2 podem ser autuado em flagrante, mas apenas nos crimes inafianveis 8. Auto de priso em flagrante providncias para lavratura ...................... 44 9. Regras para a lavratura ......................................................................... 46 10.Aspecto formal ...................................................................................... 46 11.Modalidades .......................................................................................... 47 PRTICA 1. Auto de Priso em Flagrante ................................................................... 49 2. Despacho ordinatrio .............................................................................. 52 3. Nota de Culpa ......................................................................................... 53 4. Nota de cincia das garantias constitucionais ........................................ 54 5. Ofcio de Notificao ao MM. Juiz ............................................................ 55 6. Ofcio de Notificao ao Dr. Promotor da PJM ......................................... 56 7. Ofcio de Notificao ao Sr. Comandante-Geral ...................................... 57 8. Boletim de vida pregressa do indiciado .................................................. 58 9. Ofcio de Notificao ao Diretor do IML ................................................... 61 10. Ofcio de Notificao ao Comandante do 2 BI ..................................... 62 11. Ofcio de Notificao ao Comandante do autuado ................................ 63

SINDICNCIA 1. Conceito .................................................................................................. 64 2. Verdade sabida ....................................................................................... 65 3. Termo de declaraes ............................................................................ 66 4. Ato Administrativo conceito ................................................................. 66 5. Requisitos do Ato administrativo ............................................................ 67 5.1 Competncia 5.2 Finalidade 5.3 Forma 5.4 Motivo 5.5 Objeto 6. Ato de instaurao Conceito ................................................................ 67 7. Dos Atos probatrios .............................................................................. 68 7.1 Prova conceito .............................................................................. 68 7.2 nus da prova .............................................................................. 68 7.3 Interrogatrio do acusado ............................................................ 68 7.4 Confisso ...................................................................................... 69 7.5 Ofendido ....................................................................................... 70 7.6 Testemunhas................................................................................. 70 7.6.1 Conceito 7.6.2 Obrigaes das testemunhas .............................................. 70 7.6.3 Classificao das testemunhas ........................................... 71 7.6.4 Pessoas proibidas de depor ................................................. 71 8. Da acareao ou acareamento ............................................................... 73 9. Do reconhecimento de pessoas ou coisas .............................................. 73 10. Das percias e exames .......................................................................... 73 11. Defesa .................................................................................................. 73 12. Relatrio ............................................................................................... 74 13. Bibliografia .......................................................................................... 76

INTRODUO

A literatura jurdica dos pas repleta de ttulos sobre o Inqurito Policial e Inqurito Policial Militar: portanto o IPM constitudo de legislao especfica, que a lei de Direito Processual Penal Castrense aplicvel aos milicianos. Notamos em nossa pesquisa que o IP e o IPM guardam mais identidade que discrepncia. O propsito despretensioso destas anotaes foi facilitar o acompanhamento dos assuntos a serem abandonados em nosso ciclo de palestras, com a indiciao dos conceitos de IPM, Flagrante Delito e Sindicncia, apontando as caractersticas de cada um dos procedimentos investigatrios, com o objetivo de podermos estabelecer uma necessidade de aperfeioamento e melhoramento da instruo dos feitos. A pesquisa e os procedimentos confeccionados no CBMDF, demonstraram-se inevitvel a providncia de elaborar-mos algumas peas prticas, aplicveis ao IPM e o Flagrante Delito e tambm sindicncia com as suas especificidades. Ressalto que o trabalho ora apresentado uma modesta nota de aula que objetiva demonstrar e despertar o interesse de pesquisa por parte de cada um dos participantes do evento, no tem o condo de exaurir o assunto e muito menos de dizer, que o apresentado o essencial para a confeco de um procedimento investigatrio procurando identificar as causas criminalsticas e criminolgica dos fatos e seus respectivos autores. Braslia DF, 27 de outubro de 1999.

FRANCISCO RONALDO BASLIA DA COSTA 2 TEN QOBM/Compl. Mat. 00.591-6

Inqurito Policial Militar

1 - Conceito: a apurao sumria de fatos que, nos termos legais, configure Crime Militar, e de sua autoria Art. 9, 1 Parte do CPPM. o conjunto de diligncias realizadas pela Polcia Judiciria para a apurao de uma infrao penal e de sua autoria Art. 4, 1 parte do CPP. Competncia de organizao e manuteno do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal E da Unio Art. 21, XIV. CR/88

2 - Competncia constitucional para investigao Polcia Federal Art. 144, 1 - CR/88 Polcia Civil Art. 144, 4 - CR/88 Corpo de Bombeiros - Art. 144, 4, in verbis. 4 - As polcias civis, dirigidas por delegados de polcia e a de carreira, de incumbem, ressalvada exceto a as competncia da Unio, as funes de polcia judiciria apurao infraes penais, militares. Estes so os fundamentos para a aplicao da Legislao Penal nas organizaes militares. A atribuio do Corpo de Bombeiros, deflui por exceo do preceito constitucional do 4, Art. 144; porque as investigaes precipuamente so desempenhadas pelas polcias civis, com exceo dos crimes militares definidos no Art. 9 CPM, observado a determinao contida no Art. 6 do CPPM.

3 - Quais so as atribuies da Polcia Judiciria Militar, Art. 8 CPPM. a) Apurar os crimes militares quanto a materialidade e autoria; b) Prestar informaes e cumprir a diligncia quando requisitadas pelo Juiz ou Promotor de Justia Militar; c) Cumprir mandado de priso expedido pela Justia Militar; d) Representar a autoridade judiciria militar acerca da priso

preventiva ou temporria Lei n 7.960/89, ou de incidente de insanidade mental; e) Cumprir a determinaes da Justia Militar relativa aos presos sob sua guarda e responsabilidade, observado a Lei n 7.210/84; f) Solicitar das autoridades civis as informaes e medidas que julgar teis elucidao das infraes penais, que esteja a seu cargo; g) Requisitar da Polcia Civil e das reparties tcnicas civis as pesquisas e exames necessrias ao complemento e subsdio de IPM; h) Atender, com observncia dos regulamentos militares, a pedido de apresentao de militar ou funcionrio de repartio militar autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido. 4 - Finalidade do IPM. A finalidade do Inqurito Policial Militar, tem o carter de instruo provisria, cuja finalidade precpua a de ministrar elementos necessrios propositura da ao penal. 5 - Caractersticas 5.1. Procedimento escrito Tendo em vista as finalidades do Inqurito (item 2), no se concebe a existncia de uma investigao verbal, por isso, todas as peas do

Inqurito Policial Militar sero, num s procedimento, reduzidos a escrito ou datilografadas e, neste caso, numeradas e rubricadas, pelo escrivo; Art. 21, do CPPM. 5.2. Sigiloso A autoridade assegurar no Inqurito o sigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Art. 16 - CPPM; O direito constitucional normatizado no Inciso XXXIII Art. 5; so direitos genricos de obter informaes, podendo este sofrer limitaes por imperativos ditados pela Segurana da sociedade e do Estado, como salienta o prprio texto normativo. 5.3. Oficialidade. O inqurito policial e uma atividade investigatria feita por rgos oficiais no podendo ficar a cargo do particular, ainda que a titularidade (ao penal privada exclusiva) da ao penal seja atribuda ao ofendido ou vtima. 5.4. Oficiosidade (obrigatoriedade) Corolrio da ao penal pblica. Significa que a atividade das autoridades policiais independe de qualquer espcie de provocao, sendo a instaurao do IPM, obrigatria diante da notcia da infrao penal , Art. 10, alnea A CPM. 5.5. Autoridade Exigncia expressa do texto constitucional Art. 144, 4 C.R.; e Art. 6 do CPPM; o Inqurito presidido por uma autoridade pblica, no caso, a autoridade designada pelo CMT Geral, Art. 47, X, A, decreto n 16.036/94. 5.6. Indisponibilidade indisponvel. Aps sua instaurao no pode se arquivado pela autoridade policial Art. 24, CPPM.

6 - Carter Inquisitivo Caracteriza-se como inquisitivo o procedimento em que as atividades persecutrias concentram-se nas mos de uma nica autoridade, a qual, por isso, prescinde, para a sua atuao da provocao de quem quer que seja,

podendo

devendo

agir

de

ofcio

empreendendo,

com

discricionariedade, as atividades necessrias ao esclarecimento do crime e da sua autoria. caracterstica oriunda dos princpios da obrigatoriedade e da oficialidade da ao penal. Em conseqncia disso, cabe ao oficial encarregado, querendo, manter o sigilo do IPM, Art. 16; Proceder reproduo simulada dos fatos (Art. 13, pargrafo nico) etc.

7 - Valor probatrio O inqurito policial tem contedo informativo, sendo procedimento administrativo, tendo por finalidade fornecer ao Ministrio Pblico, os elementos necessrios para a propositura da ao penal. Como reza o Art. 297, do CPPM, em sua primeira parte, O Juiz formar a sua livre convico pela apreciao do conjunto das provas colhidas em juzo. Ms h provas que no so repetidos em juzo, tais como exame de Corpo de delito, laudo de substncia entorpecente; etc. 8 - Vcios O IPM como procedimento informativo administrativo que , tendo por conseguinte a finalidade de formar a opinio do titular da ao penal, o Ministrio Pblico Militar, logo os vcios ocorridos no IPM, no tem o condo de anular a ao penal. As irregularidades poder, entretanto, gerar invalidade do ato inquinado de vcio. Ex.: - Priso em flagrante como pea coercitiva Reconhecimento pessoal; Acareao; Busca e Apreenso.

9 - Dispensabilidade O inqurito policial no fase obrigatria da persecuo penal, podendo ser dispensado caso o M.P., disponha de suficientes elementos para a propositura da ao penal. Art. 28 do CPPM. 10 - Incomunicabilidade. Destina-se a impedir que a comunicao do preso com terceiros, venha a prejudicar a apurao dos fatos, podendo ser imposta quando o

interesse da sociedade ou a convenincia da investigao o exigir Art. 17 CPPM. Este dispositivo foi revogado pelos preceitos dos incisos LXII e LXIII Art. 5 CR/88. Observado o que dispe o Art. 136, 3, IV, CR/88, que normatiza, no sendo aplicado a incomunicabilidade, nem mesmo durante o Estado de defesa.

11 - Notcia do Crime. com base na notcia do crime que a autoridade d incio s investigaes. As notcias so de trs espcies. a) Notcia Crime de cognio direta ou imediata So aquelas que chegam ao conhecimento da autoridade atravs de seus prprios rgos. Ex.: relatrio de um subordinado ou subalterno. b) Notcia Crime de cognio indireta ou mediata So aquelas que vm atravs de representao, e/ou requerimento do ofendido quando maior ou atravs de seu representante legal (pai, me, tutor e/ou curador), ou requisio das autoridades judicirias militares. Ex.: requisies ou representaes. c) Notcia de cognio coercitiva Ocorre quando de priso em flagrante do militar, em que a notcia do fato se d a apresentao do autor da conduta delituosa. Ex.: flagrante delito.

12. Incio do Inqurito Policial Militar A Autoridade tem a obrigao de instaurar o IPM, independente de provocao, sempre que tomar conhecimento imediato e direto do fato, por meio de delao verbal ou por escrito feito por qualquer do povo, atividades rotineiras, etc.

a) de ofcio pela autoridade do lugar da infrao, no DF, CMT Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal; b) por determinao ou delegao do CMT Geral. Art. 10, alnea a e b do CPPM.

13. Peas inaugurais do Inqurito Policial Militar. a) Portaria quando instaurado de ofcio b) Auto de Priso em Flagrante c) Representao procedibilidade, incondicionada; d) Requisio das autoridades judiciria militar. 14. Atos essenciais a ser observado na instaurao; a) A autoridade ao designar o Encarregado, a princpio dever recair a delegao em oficial da ativa, que ter as atribuies especficas nos termos da portaria e por tempo limitado; art. 7, 1 Art. 15 CPPM. b) Ter a autoridade que atribuir esta misso a Oficial de posto superior ao do investigado ou indiciado Art. 7, 2 C/C Art. 10, 2 e 5 do CPPM. do ofendido, a como ao forma penal de notcia, pblica entretanto no sendo esta pea necessria como condio de porque

15. Providncias: Art. 12. CPPM. Embora o IPM seja um procedimento de difcil ritualizao, porquanto no tenha uma ordem prefixada para a prtica dos atos, o Art. 12, CPPM, indica algumas providncias que, de regra, devero ser tomadas pela autoridade policial para a elucidao do crime e da sua autoria.

16. Atribuio do Encarregado do IPM. a) Aps receber o ato de designao, portaria ou atos citados no (item 11); dever o encarregado realizar o despacho ordinatrio; e tambm designar o escrivo se assim no tiver feito a autoridade instaurador; comunicar a instaurao ao

M.P.M., no prazo de 24 (vinte e quatro) horas na forma do provimento Ministerial; datado de 1998; (Art. 11 CPPM) b) Para o desenvolvimento de suas atividades, de apurao ou investigao, o encarregado realizar os atos na forma do Art. 13 do CPPM. a) Tomar as medidas no Art. 12, se ainda no o tiverem sido; b) Ouvir o ofendido Art. 311 a 313 do CPPM; c) Ouvir o indiciado Art. 302 a 306 do CPPM; d) Ouvir testemunhas Art. 347 a 364 do CPPM; observado o disposto no Art. 19 do CPPM, que determina, a testemunha ser ouvida durante o dia, no perodo que medeie entre sete e as dezoito horas; no sendo inquirida mais de quatro horas seguidas, sem um intervalo de 30 minutos; e) Formas de convocar as pessoas envolvidas (INDICIADO, OFENDIDO, intimados TESTEMUNHAS) para o os militares e agentes para a pblicos sero requisio. Art. 288, 3 CPPM. Os civis comparecimento pessoal, realizao do ato jurdico pretendido.

17. Indiciamento. a imputao a algum, no Inqurito Policial Militar, da prtica do ilcito penal, sempre que houver razovel indcio de sua autoria. Apesar do cdigo no fixar o momento para a interrogatrio, a boa tcnica investigatrio, induz que o encarregado, poder realizar este ato, aps a oitiva do ofendido, se possvel, e das testemunhas antes do indiciado, pois nesse momento que o Oficial encarregado dispor de maior nmero de provas. Contudo, o indiciado no est obrigado a responder s perguntas formuladas pelo oficial encarregado, pois a C.R./88 Art. 5, LXIII assegura o direito de silncio. Se o indiciado for menor de vinte e um anos, nomear-lhe- curador, que poder ser o prprio defensor - 1, Art. 306 CPPM.

18. Relatrio e Soluo. Concludas as investigaes, a autoridade policial, encarregado do IPM, deve fazer minucioso relatrio do que tiver sido apurado na

investigao, sem, contudo, expender opinies, julgamentos ou qualquer juzo de valor, devendo, ainda, indicar as testemunhas que no foram ouvidas, bem como as diligncias no realizadas. Art. 22 caput CPPM. A soluo um relatrio elaborado por aquela autoridade militar que, tambm de maneira sucinta, relata o fato apurado por seu subalterno, homologando ou no sua concluso, determinando novas diligncias se as julgar necessrias e aplicando penalidades disciplinares aos envolvidos no inqurito, se assim recomendar os fatos constatado. Art. 22, 1 do CPPM 19. Prazos. O IPM dever, terminar dentro de vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de priso. Se o indiciado estivar solto, o inqurito dever terminar no prazo de quarenta dias, contados a partir da data em que se instaurar o inqurito. Art. 20 caput. O prazo poder ser prorrogado, no caso de ru solto, por mais vinte dias, tendo as razes fundadas na forma do 1, do art. 20 CPPM. A contagem do prazo processual, despreza-se, o dia inicial (termo a quo), incluindo-se o dia final (termo ad quem), art. 798, 1 CPP.

20 Arquivamento. Tal providncia s cabe ao juiz, a requerimento do Ministrio Pblico Militar, (Art. 25, 2 do CPPM), que o exclusivo titular da ao penal pblica (Art. 129, I. C.R./88). O Cdigo fixa de forma expressa que a autoridade militar no poder mandar arquivar autos de inquritos. Art. 24 CPPM 21. Suficincia dos autos de flagrante delito. Se o inqurito, como vimos anteriormente, a apurao sumria de um fato que, nos termos legais, constitui crime militar e de sua autoria, e se o auto de flagrante j contm todos esses elementos de convico que autorizem o rgo do M.P.M. a elaborar a denncia, nada impede que o faa. Art. 27 do CPPM.

22. Destino dos autos do IPM. Aps o relatrio conclusivo, e a soluo da autoridade instauradora o procedimento dever ser encaminhada a Auditoria Militar da circunscrio. Art. 23 do CPPM.

- PRTICA Noes Bsicas para formalizao da Portaria.

- Cabimento Portaria o ato da autoridade policial, mediante o qual se instaura inqurito nos crimes em que a notcia da infrao no for coercitiva e nem ocorrer requisio da autoridade judiciria ou Ministrio Pblico. Assim, por excluso, ser cabvel a portaria quando ocorrer: a) notcia postulatria escrita: requerimento nos crimes de ao pblica plena ou incondicionada (CPPM, Art. 10, e); requisio do Ministrio Pblico (CPPM, Art. 10, c); requisio do Juiz Auditor.

b) notcia no postulatria escrita: comunicao do ofendido (CPPM, Art. 10, a); comunicao informal de qualquer do povo (CPPM, Art. 10, a); comunicao formal de funcionrio pblico (CPPM, Art. 10, a); publicao em jornais e revistas (CPPM, Art. 10, a); comunicao telefnica, inclusive annima (CPPM, Art. 10, a); comunicao radiofnica (CPPM, Art. 10, a); comunicao televisada (CPPM, Art. 10, a).

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Pelo exposto verifica-se que a portaria, nos termos de nosso estatuto processual penal, cabvel sempre que o incio do inqurito policial tiver que ser feito de ofcio, assim entendendo a iniciativa pela autoridade policial to logo tome conhecimento do fato, pouco importando haja ou no postulao.

1 - Requisitos A portaria deve conter o maior nmero possvel de informaes sobre a notcia da infrao penal. So, portanto, requisitos da portaria: a) prembulo; b) declarao de conhecimento do fato; c) indiciao da fonte de conhecimento; d) relato sucinto do fato; e) ordem de instaurao do inqurito; f) indicao das providncias iniciais a serem tomadas; g) ordem de cumprimento das providncias, e h) data e assinatura da autoridade. Em relao s providncias iniciais a serem tomadas, no recomendvel que sejam excessivas, pois outras podero ser determinadas, na medida das necessidades, durante o andamento do inqurito.

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- MODELO INQURITO POLICIAL MILITAR N ______/19_____

Indiciado: 3 SGT Mvio Rocha Vtima: SBM/1 Joo Sono Pesado Ilcito: 205 - homicdio

- AUTUAO -

Aos vinte e nove dias do ms de maro de mil novecentos e noventa __________________, nesta cidade de Braslia, Capital da Repblica, no Quartel do Comando-Geral, autuo a Portaria n 001/99-GAB/CMT/83 e mais documentos que a este junto e que me foram entregues pelo encarregado do presente Inqurito Policial Militar, do que, para constar, lavro este termo. Eu, 3 SGT BM Gradu Aldo, Escrivo que o escrevi e subscrevo.

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3 SGT BM Gradu Aldo - Escrivo do IPM -

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PORTARIA

- MODELO -

Portaria n 001/99 - GAB/CMT/99 Do: Comandante-Geral. Ao: CAP QOBM/Comb. Jos dos Anzois

Assunto: IPM Instaura Anexo: Relatrio do oficial superior de dia TC QOBM/Comb. Tcio Rochoso.

1. Tendo chegado ao meu conhecimento notcia de que em data de 29 de maro de 19_____, por volta das 20:00 horas, no Quartel do 1 Batalho de Incndio, sito VIA N-I, Lt. 04, Leste, rea Especial S/N, neste capital, o 3 SGT Mvio Rocha, quando ao chegar em seu veculo monza, cor branco, atropelou no estacionamento do Batalho susomencionado, o SBM/1 Joo Sono Pesado, produzindo-lhe leses corporais graves e fraturas multiplas, ocorrendo morte instantnea em decorrncia da ao do referido miliciano. 2. Instauro, nos termos da letra a do Art. 10 do Cdigo de Processo Penal (CPPM), Inqurito Policial Militar como o nmero de Portaria em epgrafe, para apurao de eventuais indcios de autoria e materialidade de crime da competncia da justia militar decorrente dos fatos narrados supra. 3. Para a apurao em tela, nomeio Vossa Senhoria Encarregado do presente feito, nos termos do que preceitua o 1 Art. 7 do CPPM,

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delegando-lhe para tal as atribuies de Polcia Judiciria Militar que me competem nos termos da legislao vigente. 4. Recomendo que Vossa Senhoria; faa comunicao em vinte e quatro horas atravs de notificao o Ministrio Pblico Militar da instaurao do feito. 5. Cumpra-se e publique-se. Braslia DF, 29 de maro 19_____.

AZAMBUJAS FERREIRA Comandante-Geral

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TERMO DE RECEBIMENTO
- MODELO -

Aos vinte e nove dias do ms de abril de mil novecentos e ________________, neste cidade de Braslia, capital da Repblica, no Quartel do Comando-Geral, recebo do Sr CEL QOBM/Comb. Marcos Deleval, AjudanteGeral a Portaria n 001 - _____ - GAB/CMT e seus apensos, do que para constar, mandei lavrar o presente temo. Braslia DF, 29 de maro de 19____.

Jos dos Anzis CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

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DESPACHO ORDINATRIO
- MODELO -

1. Junte-se aos autos; a Parte S/N ______/9 ____, do Superior de Dia TC Tcio Rochoso; 2. Oficie-se ao IML/DF, solicitando cpia de Laudo de Exame de Corpo de Delito do SBM/1 Joo Sono Pesado; 3. Oficie-se ao IC/DF, solicitando cpia de levantamento do local de crime e laudo pericial do Instrumento utilizado para a infrao penal; 4. Requisitar a testemunha SBM/1 Joo Custdio constantes da notcia apresentada pelo TC Tcio Rochosos, para prestar depoimentos na data de 06 de abril de 19 ____; s 10:00 horas; 5. Requisitar a testemunha SBM/1 Mrio Fbula, Mat. 01.121-X, para prestar depoimento na data de 06 de abril de 19 ____; s 13:00 horas. 6. Oficie ao Comandante da designao do 3 SGT Gradu Aldo, Mat. 03.518-X, para servir como escrivo no presente feito; 7. Oficie o Ministrio Pblico Militar do Distrito Federal da Instaurao do presente IPM; 8. Elaborem-se os boletins de vida pregressa e individual estatstico do indiciado. 9. Apreenda o veculo monza cor branca mediante termo; 17

10. Requisite o auto do homicdio ao 3 SGT BM Mvio Rocha, a comparecer em seu interrogatrio no dia 07 de abril de 19 ____; s 10:00; 11) Junte aos autos cpias de atestado de bito; Voltem-se os autos conclusos. Braslia DF, 30 de abril de 19____.

Jos dos Anzis CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

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JUNTADA
- MODELO -

Aos dois dias do ms de abril do ano de mil, novecentos e noventa ______/ nesta cidade de Braslia/DF, capital da Repblica, no Quartel do Comando Geral, fao a juntada dos seguintes documentos: a) Parte S/N/____ - TC Tcio Rochoso noticiando o Fato; b) Termo de apreenso do veculo realizado pelo TC Tcio Rochoso; c) ............................... d) ............................... e) ............................... f) ...............................

Gradu Aldo 3 SGT BM - Escrivo do IPM -

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- MODELO PARTE N _____/99 Braslia DF, 29 de abril de 19_____ Do: TC QOBM/Comb. Tcio Rochoso Ao: Sr. Comandante-Geral Ass.: Ocorrncia relata

1. Nesta data, entre s 20:00 e 21:00 horas, o Bombeiro Militar Joo Sono Pesado, foi atropelado pelo veculo GM Monza, cor branca, conduzido pelo 3 SGT Mvio rocha, no interior do Quartel do 1 Batalho de Incndio, sito via N-1, Lt. 04 Leste, rea Especial S/N, nesta Capital; que devido s fraturas mltiplas o SBM/1 teve morte instantnea, decorrente do atropelamento; 2. O condutor do veculo fugiu do local, abandonando o seu automvel; 3. Foi chamada o IC/DF, que periciou o local e fez levantamento do local de crime; 4. Foi acionado o IML/DF, que recolheu o cadver para a realizao de exame de corpo delito; 5. Foi apreendido o veculo do 3 SGT Mvio rocha. 6. Foram realizadas diversas diligncias com o objetivo de prender o autor do crime, no obtendo xito. 7. Testemunharam o fato o SBM/1 Joo Custdio, Mat. 01.120-X, sentinela do Porto Principal e o SBM/1 Mrio Fbula, Mat. 01.121-X Membro da Guarda do Quartel.

TCIO ROCHOSO TC QOBM/Comb. - Escrivo do IPM -

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- MODELO -

OFCIO N _____/_____ /IPM Braslia DF, 30 de abril de 1999. Do: Presidente do IPM Ao: Sr. Comandante-Geral Ass.: Designao de Escrivo

Senhor Comandante-Geral. Comunico a V.Sa. que na forma do Art. 11, do Cdigo de Processo Penal Militar, designo o 3 SGT Gradu Aldo, Mat. 03.518-X, para servir de escrivo do presente procedimento administrativo informativo, do qual sou encarregado pela Portaria n 001/____ - GAB/CMT de vinte e nove de maro de mil, novecentos e noventa _______. JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

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- TERMO DE COMPROMISSO - MODELO -

Aos trinta dias do ms de abril do ano de mil, novecentos e noventa ______, no Quartel do Comando-Geral, onde me encontrava. Eu 3 SGT Gradu Aldo, Mat. 03.518-X, designado pelo CAP QOBM/Comb. Jos dos Anzis, para servir de Escrivo no presente Inqurito Policial Militar, o que fao prestando por este termo o compromisso de bem e fielmente desempenhar as funes que me foram afetos, bem como manter sigilo nos termos do pargrafo nico do Artigo 11 do Cdigo de Processo Penal Militar.

Gradu Aldo 3 SGT BM - Escrivo -

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OFCIO N _____/IPM BRASLIA DF, 02 de abril 19_____ Do: CAP Jos dos Anzis Ao: Dr. Jlio Temistocles Ass.: Cpia de Laudo Cadavrico Ref.: IPM Portaria n 001/GAB.CBMDF.

A fim de instruir os autos do Inqurito Policial Militar de Portaria em epgrafe, solicito de V.Sa. cpia do Laudo de Corpo de Delito do SBM/1 Joo Sono Pesado, o qual foi vtima de atropelamento no dia 29/MAR/9___ por volta das 20:00 horas, no ptio do Quartel do 1 Batalho de Incndio, conforme relatrio do TC Tcio Rochoso, assegurando que foi removido o corpo para este Instituto. Aproveito a oportunidade para apresentar protestos de elevada estima e distinta considerao.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

Ao Ilmo. Sr. Dr. Jlio Temistocles Diretor-Geral do IML/DF NESTA - CAPITAL

RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS:

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OFCIO N _____/IPM BRASLIA DF, 02 de abril 19_____ Do: CAP Jos dos Anzis Ao: Dr. Pedro Mato Grosso Ass.: Cpia de Laudo de levantamento local de crime - solicita Ref.: IPM Portaria n 001/GAB.CBMDF.

A fim de instruir os autos do Inqurito Policial Militar de Portaria em epgrafe, solicito de V.Sa. cpia do Laudo de Levantamento Local de Atropelamento do SBM/1 Joo Sono Pesado, o qual foi vtima de homicdio no dia 29/MAR/19___, por volta das 20:00 horas, no ptio do Quartel do 1 Batalho de Incndio, conforme relatrio do TC Tcio Rochoso, assegurado que o Instituto de Criminalstica encaminhou Peritos para o local, que examinaram os vestgios do crime e o veculo atropelador. Aproveito a oportunidade para apresentar protestos de elevada estima e distinta considerao.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ Ao. Ilmo. Dr. Pedro Mato Grosso Diretor-Geral do IC/DF Nesta Capital 24/76 ASS: HORA: ____:____

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OFCIO N _____/IPM BRASLIA DF, 02 de abril 19_____ Do: CAP Jos dos Anzis Ao: Sr. Ezequias Bezerra Ass.: Requisio (FAZ) Ref.: IPM Portaria n 001/GAB.CBMDF.

Em cumprimento ao disposto no Art. 288. 3 do CPPM, requisito o SBM/1 Joo Custdio, Mat. 04.121-X, para comparecer ao Salo Nobre D. Pedro II, Sito Quartel do Comando Geral, no dia 06 de maro de 19_____, s 10:00 horas, a fim de ser ouvido como testemunha em Inqurito Policial Militar, no qual foi vtima de homicdio o SBM/1 Joo Sono Pesado e autor o 3 SGT BM Mvio Rocha. Aproveito a oportunidade para apresentar protestos de elevada estima e distinta considerao.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS:

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- MODELO -

OFCIO N _____/IPM BRASLIA DF, 02 de abril 19_____ Do: CAP Jos dos Anzis Ao: Sr. Ezequias Bezerra Ass.: Requisio (FAZ) Ref.: IPM Portaria n 001/GAB.CBMDF.

Em cumprimento ao disposto no Art. 288. 3 do CPPM, requisito o SBM/1 Mrio Fbula, Mat. 04.120-X, para comparecer ao Salo Nobre D. Pedro II, Sito Quartel do Comando Geral, no dia 06 de maro de 19_____, s 13:00 horas, a fim de ser ouvido como testemunha em Inqurito Policial Militar, no qual foi vtima de homicdio o SBM/1 Joo Sono Pesado e autor o 3 SGT BM Mvio Rocha. Aproveito a oportunidade para apresentar protestos de elevada estima e distinta considerao.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS:

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- MODELO -

OFCIO N _____/IPM BRASLIA DF, 02 de abril 19_____ Do: CAP Jos dos Anzis Ao: Sr. TC Ezequias Bezerra Ass.: Requisio (FAZ) Ref.: IPM Portaria n 001/GAB.CBMDF.

Em cumprimento ao disposto no Art. 288. 3 do CPPM, requisito o 3 SGT BM Mvio Rocha, para comparecer ao Salo Nobre D. Pedro II, sito Quartel do Comando-Geral, no dia 07 de maro de 19____, s 10:00 horas, a fim de ser ouvido como indiciado em Inqurito Policial Militar, no qual foi autor de homicdio contra o SBM/1 Joo Sono Pesado. Aproveito a oportunidade para apresentar protestos de elevada estima e distinta considerao.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS:

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- MODELO -

OFCIO N _____/IPM BRASLIA DF, 02 de abril 19_____ Do: CAP Jos dos Anzis Ao: Dr. Brulio Amncio Pinto. Ass.: Comunicao (FAZ) Ref.: IPM Portaria n 001/GAB.CBMDF.

Senhor Promotor, Tenho a honra de dirigir-me a V.Exa., a fim de comunicar a instaurao do Inqurito Policial Militar em desfavor do 3 SGT BM Mvio Rocha, por ter atropelado o SBM/1 Joo Sono Pesado; sendo que em razo das mltiplas leses vtima teve morte instantnea. Segue em anexo cpia da Portaria de Instaurao. Aproveito a oportunidade para apresentar protestos de elevada estima e distinta considerao.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

Ao Exmo, Dr. Brulio Amncio Pinto Promotor de Justia Promotoria de Justia Militar/DF Sito Nesta Capital ASS: 28/76 RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____

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BOLETIM DE VIDA PREGRESSA DO INDICIADO


Sob o ponto de vista individual, familiar e scio-econmico

- MODELO Qualificao do Indiciado. Nome: Mvio Rocha, 3 Sargento BM, Mat. 04.636-X, brasileiro, casado, militar, nascido aos 23/10/1968, natural de Barreiras BA, filho de Mauro Rocha e de Ana Ferreira rocha, residncia: QNJ 90, Conj. 50, casa 1001 Taguatinga Norte/DF. Profisso: militar. Local de trabalho: Quartel do Comando-Geral para qual trabalha: acima. Endereo: ______________________________________________ _____________________________________________________________________________. Grau de Instruo Frequentou escola? Sim. Qual o grau de instruo? 2 grau incompleto. At que idade viveu com os pais? 22. Teve tutores? No. Situao Econmica Salrio que percebe: R$ 1.100,00. Outras rendas: no. Possui Bens? No. Quais? . Valor . vive com a famlia? No. E amasido? No. O que ganha suficiente para o sustento prprio e da famlia? Sim. Pessoas que vivem sob sua dependncia: Nome, idade, parentesco, instruo - Neuma Guimares, 45 anos, esposa, 3 Grau incompleto - Milema Guimares, 16 anos, entiada, 2 grau. - Arminda Guimares, 84 anos, sogra, primrio. - Daniel Guimares, 2 anos, neto. - Jovina Jofre, 16 anos, 1 grau. - Milena Jofre, 18 anos, 2 grau. Pessoas de sua famlia que trabalham? Nome, idade, parentesco, instruo - no tem, , , 29/76

-,,, -,,, -,,, -,,, -,,, Em caso de condenao como se manter sua famlia? No sabe dizer Habitao Tipo: Alvenaria. Onde est situada? Endereo, supra. Casa prpria? Sim. Qual o aluguel?. Condies de higiene da residncia: boas. Nvel social dos vizinhos: bom. Vida Social Tem religio? Sim. Qual? Catlica. Frequenta os cultos da sua religio? Sim. Quais as recreaes preferidas: futebol. Quais os lugares que mais frequenta? Em casa. Esteve internado em alguma instituio protetora de menores? No. Qual? Relao de Amizade Em que conceito tido entre as pessoas de suas relaes: vizinhos, parentes e companheiros de trabalho? Excelente pessoa. Vcios: No. Fuma? No. Bebe? No. Embriaga-se? No. Joga? No. Usa armas? No. Fato Delituoso Como se explica o delito praticado? No sabe dizer. Qual a aparncia do indiciado aps a prtica da infrao? Estava empregado ao tempo da infrao? Antecedentes Penais J foi preso? _________ Qual o crime ou contraveno? ______. Foi absolvido, ou condenado? ___________. Qual a pena? ____________. Cumpriu pena? ___________. Lugar onde cumpriu a pena: ______________________. Foi identificado criminalmente? No porque o militar tinha identificao civil, o mesmo no foi identificado criminalmente, tendo em vista j ter sido, dias atrs, quando 30/76

compareceu a esta Delegacia ser ouvido em um Expediente desta DEF. Dou f, em 09 de julho de 1999. Braslia DF, 3 de abril de 19___.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado de IPM -

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- MODELO - CERTIDO -

CERTIFICO haver dado inteiro cumprimento ao despacho de fls. ______, do Sr. CAP QOBM/Comb. Jos dos Anzis, Encarregado deste IPM, do que para constar lavrei este termo, eu, 3 SGT BM Gradu Aldo, Escrivo que o digitei. Conclusivo Nesta data, 03 de abril de 19____, fao conclusos, do que para constar, lavrei este termo. Eu 3 SGT Gradu Aldo, Escrivo que o digitei. Despacho Estando cumprida o despacho de fls. ____; bem como definido as dotas para oitivas das testemunhas e indiciado, determino que sejam inquiridas e reduzido a termo os seus depoimentos.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL - INQURITO POLICIAL MILITAR - MODELO - TERMO DE DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS Aos seis dias do ms de abril de mil, novecentos e __________, s 10:00 horas, nesta cidade de Braslia, capital da Repblica, no Quartel do ComandoGeral, no Salo Nobre D.Pedro II, onde presente se achava o CAP QOBM/Comb. Jos dos Anzis, Encarregado do IPM, comigo 3 SGT Gradu Aldo, escrivo ad hoc, ao final assinado, nomeado pela autoridade para funcionar neste Inqurito Policial Militar, a quem a mesma autoridade deferiu o compromisso legal de bem e fielmente servir, a comparecer a testemunha SBM/1 Joo Custdio, Mat. 04.120-X, brasileiro, casado, Militar, nascido aos 16/01/64, natural de Braslia-DF, filho de Getlio Custdio e de Gilda Custdio, residente QN< 01, Conj, 03, Casa 55 Samambaia-DF; aos costumes, disse nada, testemunha compromissada na forma da lei, advertida das penas cominadas ao falso, prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, inquirida, Respondeu: QUE estava de sentinela da guarda do Quartel no dia vinte e nove de maro de mil novecentos e noventa ___________, Que por volta das 20:00 horas, o SGT Mvio pegou o seu veculo monza, cor branca no estacionamento e seguiu pelo Ptio em alta velocidade; QUE neste instante ouviu o barulho de frenagem forte e o impacto; QUE o SGT Mvio desceu de seu veculo e saiu correndo; QUE o depoente se dirigiu ao local e encontrou o SBM/1 Joo Sono Pesado cado ao lado do veculo; QUE passou a verificar os sinais vitais do SBM/1 Joo, percebendo que estes estavam fracos e logo desapareceram; QUE neste momento chegou o SBM/1 Mrio Fbulo e tambm verificou a ausncia de sinais vitais; QUE chegaram vrios outros militares e tambm disseram que o militar estava morte; QUE logo em seguida isolaram o local do crime, para a preservao, nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado pela autoridade, pelo depoente e por mim, __________________, escrivo, que o digitei.

Autoridade Depoente Escrivo

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL - INQURITO POLICIAL MILITAR - MODELO - TERMO DE DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS Aos seis dias do ms de abril de mil, novecentos e __________, s 13:00 horas, nesta cidade de Braslia, capital da Repblica, no Quartel do ComandoGeral, no Salo Nobre D.Pedro II, onde presente se achava o CAP QOBM/Comb. Jos dos Anzis, Encarregado do IPM, comigo 3 SGT Gradu Aldo, escrivo ad hoc, ao final assinado, nomeado pela autoridade para funcionar neste Inqurito Policial Militar, a quem a mesma autoridade deferiu o compromisso legal de bem e fielmente servir, a comparecer a testemunha SBM/1 Mrio Fbula, Mat. 04.121-X, brasileiro, casado, Militar, nascido aos 24/03/63, natural de Governador Valadares MG, filho de Antnio Fbula e de Fernanda Fbula, residente QNH 30, casa 12 Taguatinga Norte. Aos costumes, disse nada, testemunha compromissada na forma da lei, advertida das penas cominadas ao falso, prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, inquirida, Respondeu: QUE estava escalado de sentinela no corpo da guarda do 1 BI, porto principal; Que por volta das vinte horas, estando no seu quarto de hora de descanso; QUE esta na Parte interna da instalao quando ouviu um barulho forte de frenagem e um impacto; QUE percebeu o SBM/1 Joo Custdio correndo em direo ao ptio do Quartel e um veculo monza, cor branca parada; QUE correu para o sentido em que havia seguido Joo Custdio; QUE ao se aproximar percebeu o SBM/1 Joo Sono Pesado cado ao lado do veculo; QUE de imediato passou a verificar a existncia de sinais vitais no militar cado, percebendo que no mais havia pulsao ou qualquer outro sinal vital; Que logo chegaram diversos Militares e foi determinado o isolamento do loca; QUE no viu quem foi o condutor do veculo atropelado do SBM/1 Joo Sono Pesado, mas foi informado pelo SBM/1 Joo Custdio que o condutor era o 3 SGT BM Mvio Porco - Autor; QUE aps o atropelamento havia abandonado o veculo e fugido correndo a p, nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado pela autoridade, pelo depoente e por mim, __________________, escrivo, que o digitei. AUTORIDADE DEPOENTE ESCRIVO 34/76

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- MODELO - TERMO DE INTERRROGATRIO -

Aos sete dias do ms de abril de mil, novecentos e __________, s 14:00 horas, nesta cidade de Braslia, capital da Repblica, no Quartel do Comando-Geral, no Salo Nobre D.Pedro II, onde presente se achava o CAP QOBM/Comb. Jos dos Anzis, Encarregado do IPM, comigo 3 SGT Gradu Aldo, escrivo ad hoc, ao final assinado, nomeado pela autoridade para funcionar neste Inqurito Policial Militar, a quem a mesma autoridade deferiu o compromisso legal de bem e fielmente servir, a compareceu o 3 SGT BM Mvio Rocha a fim de ser interrogado sobre os fatos que motivaram seu indiciamento neste feito administrativo informativo. Aps a observao de seu direito de silncio, as perguntas sobre sua qualificao, respondeu: 3 SGT BM Mvio Rocha, Mat. 04.636-X, brasileiro, casado, Militar, nascido aos 23/10/62, natural de Barreiras-BA, filho de Mauro Rocha e de Ana Ferreira Rocha, residente QNJ 90, conj. , casa 1001 Taguatinga Norte-DF, sabendo ler e escrever, local de trabalho 18 CRI Samambaia, depois de cientificado da imputao que lhe feita e interrogado, nos termos do Art. 306 do CPPM, respondeu: QUE se encontrava no local da ocorrncia, 1 Batalho de Incndio; QUE por volta das 20:00 horas do dia 29/03/19___; foi informado via telefone, que seu filho havia ingerido grande quantidade de comprimidos do medicamente de nome Diazepam e havia sido socorrido para o HRT; QUE nada tem a alegar contra as provas produzidas, embora no as conhea: QUE conhece a vtima h cinco anos, sabendo-a pessoa de boa conduta; QUE conhece as testemunhas, nada tendo a alegar contra elas; QUE pegou o seu veculo no estacionamento e seguiu em direo ao ptio, para tomar o destino do porto principal; QUE no se lembra muito bem de como estava dirigindo o seu veculo, mas acha que estava dentro da velocidade recomendada para o local; QUE de forma abrupta surgiu em sua frente uma pessoa, lembrando apenas que tentou frear o veculo e desvi-lo, mas no 35/76

conseguiu, ouvindo em ato contnuo o impacto e a pessoa caindo ao lado de seu veculo; QUE ficou mais desorientado, desceu de seu veculo e saiu correndo, saltando o muro; QUE no foi de imediato par ao HRT, porque no sabia o estado do atropelado e temia ser preso, pelo acidente; QUE foi para casa de uma pessoa conhecida em Taguatinga onde entrou em contado via telefone no HRT, tendo cincia que seu filho havia sido consultado e liberado, porque a ingesto foi em pequena quantidade; QUE mais tarde ligou para o 1 BI, se identificando apenas como Fernando e ficou sabendo que o SBM/1 Joo Sono Pesado havia falecido em razo do atropelamento; QUE decidiu ficar fugido por quatro dias para evitar a sua priso; QUE apresentou espontaneamente na 18 CRI Samambaia, seu local de trabalho; QUE verdadeira a imputao que lhe feita, pois realmente dirigia o veculo que atropelou o SBM/1 Joo Sono Pesado; QUE est arrependido da prtica do crime, tendo-o cometido em virtude de forte emoo. Nada mais disse nem lhe foi perguntado, Lido e achado conforme, vai devidamente assinado pela autoridade, pelo interrogado e pelas testemunhas instrumentrias Mrio Moreno e Luciana Ferreira ( qualificao completa ), que presenciaram a leitura do interrogatrio. Eu _______________, escrivo, que o digitei e assino.

AUTORIDADE Testemunhas instrumentrias Testemunhas instrumentrias INTERROGADO ESCRIVO

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- MODELO - RELATRIO -

Ref.: Inqurito Policial n _______/__________ - CBMDF Indiciado: 3 SGT Mvio Rocha, Mat. 04.636-X, Brasileiro, casado, militar, nascido aos 23/10/62, natural de Barreiras BA, filho de Mauro Rocha e de Ana Ferreira Rocha, residente QNJ 90, Conj. 50, Casa 1001 Taguatinga Norte - DF Incidndia Penal: Art. 205, do CPM (homicdio)

Este procedimento investigatrio iniciado pela Portaria de fls. _____, teve por finalidade apurar a responsabilidade criminal ao indiciado referido. DOS FATOS No dia 29 de maro de 19____, chegou ao conhecimento do Comandante-Geral, atravs de relatrio do Superior de Dia, que por volta das 20:00 horas, no Ptio do 1 Batalho de Incndio, havia acontecido o atropelamento, do qual resultou vtima fatal. Apurou-se que a vtima, SBM/1 Joo Sono Pesado, foi atingida pelo veculo Monza, cor branca, conduzido pelo indiciado 3 SGT Mvio Rocha. O indiciado, aps o atropelamento, fugiu no voltou para a sua residncia, regressando para o seu local de trabalho quatro dias aps o crime de homicdio. O local foi periciado e o corpo da vtima foi transportado para o Gabinete Mdico-Legal e submetido a exame. DAS PROVAS

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Foram ouvidas as testemunhas oculares do evento SBM/1 Joo Custdio e SBM/1 Mrio Fbula as quais foram unnimes em afirmar que o 3 SGT Mvio Rocha atropelou em alta velocidade o SBM/1 Joo Sono Pesado. Os laudos de levantamento no local do crime e o de exame cadavrio no foram entregues pelos IC e IML; mas como prova da materialidade foi juntado nos autos cpia do atestado de bito do SBM/1 Joo Sono Pesado. CONCLUSO Provada a materialidade do delito, determinadas as circunstncias em que ocorreu e os meios empregados, bem como individualizada a autoria, completas esto os trabalhos da Polcia Judiciria. o relatrio. Braslia DF, em 25 de abril de 19____.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

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- MODELO -

OFCIO N 07/19_____ BRASLIA DF, 26 de abril 19_____ Do: CAP Jos dos Anzis Ao: Sr. CEL Azambujas Ferreira Ass.: Remessa (FAZ) Ref.: IPM Portaria n 001/GAB.CBMDF.

Venho por meio deste encaminhar o procedimento investigatrio de homicdio culposo, ocorrido no interior do Quartel do 1 BI, tendo como indiciado 3 SGT Mvio Rocha e vtima o SBM/1 Joo Sono Pesado, os autos composto de 50 (cinquenta) laudas. Aproveito a oportunidade para apresentar protestos de elevada estima e distinta considerao.

JOS DOS ANZIS CAP QOBM/Comb. - Encarregado do IPM -

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- PRISO 1. CONCEITO a privao da liberdade de locomoo determinada por ordem escrita da autoridade competente ou em caso de flagrante delito. 2. ESPCIE DE PRISO a) Priso pena ou priso penal aquela que ocorre aps o trnsito em julgado da Sentena condenatria em que se imps pena privativa de liberdade; b) Priso sem pena ou priso processual a priso cautelar, tambm conhecida como priso provisria, inclui o flagrante (CPPM 243 a 253), a priso preventiva (CPPM Art. 254 a 261), a priso resultante de sentena de pronuncia (CPP Arts. 282 e 408, 1 C/C Art. 82, 2 CPPM), a priso resultante de sentena penal condenatria no transitada em julgado (CPPM, Art. 449, a) e a priso temporria (Lei n 7.960 de 21-1289). c) Priso Civil a decretada em casos de devedor de alimentos e depositrio infiel, nicas permitidas pela constituio (Art. 5 LXVII). d) Priso administrativa aquela decretada por autoridade administrativa para compelir o devedor ao cumprimento de uma obrigao. Esta modalidade de priso foi abolida pela nova ordem constitucional. e) Priso disciplinar Permitida pela Constituio para o caso de transgresses militares e crimes militares (C.R./88 Art. 5 LXI) f) Priso para averiguao

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a privao momentnea da liberdade, fora das hipteses de flagrantes e sem ordem escrita do Juiz competente, com a finalidade de investigao. Alm de ser inconstitucional, configura crime de abuso de autoridade (Lei n 4.898/65 Art. 3, a e i).

3. MANDADO DE PRISO o instrumento escrito que corporifica a ordem judicial de priso. Art. 225 CPPM

4. PRISO EM DOMICLIO A Constituio Federal dispe que a casa o asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinao judicial (C.F. Art. 5, XI). Com isso, temos duas situaes distintas a violao do domiclio noite e durante o dia: a) durante a noite somente se pode penetrar no domiclio alheio, em quatro hipteses: 1) com o consentimento do morador; 2) em caso de flagrante delito; e, 3) desastre e/ou prestar socorro. b) durante o dia cinco so as hipteses: 1) com consentimento do morador; 2) em caso de flagrante delito; 3) desastre e/ou prestar socorro; 4) mediante mandado judicial de priso; e, 5) para executar mandado de busca e apreenso. Havendo mandado de priso, a captura, no interior do domiclio, somente pode ser efetuada durante o dia (perodo compreendido entre 06:00 s 18:00 horas), dispensando nesse caso o consentimento do morador. 41/76

Durante a noite, na oposio do morador ou da pessoa a ser presa, o executor no poder invadir a casa, devendo esperar que amanhea para se dar cumprimento ao mandado. Deve-se aguardar at o amanhecer, e, ento, arrombar a porta e cumprir o mandado. A violao do domiclio noite, para cumprir o mandado, sujeita o violador a crime de abuso de autoridade, consistente em executor medida privativa de liberdade individual sem as formalidades legais ou abuso de poder. Art. 4, a, Lei n 4.898/65)

5. PRISO EM PERSEGUIO Nesta hiptese, contanto que a perseguio no seja interrompida, o executor poder efetuar a priso onde quer que alcance ou venha a ser capturado o infrator, desde que dentro do territrio nacional (CPPM Art. 235).

6. PRISO EM FLAGRANTE O termo flagrante provm do latim flagrare, que significa queimar, arder. o crime que ainda queima, isto , que est sendo cometido ou acabou de s-lo. 6.1 ESPCIES DE FLAGRANTE a) Flagrante prprio aquele em que o agente surpreendido cometendo uma infrao penal ou quando acaba de comet-la. (CPPM Art. 244, a e b) b) Flagrante imprprio ou quase flagrante Ocorre quando o agente e perseguido, logo aps cometer o ilcito, em situao que faa presumir ser o autor da infrao. (CPPM Art. 244, c) c) Flagrante presumido

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O agente preso, logo depois de cometer a infrao, com instrumentos, armas, objetos ou papis que faam presumir ser ele o autos da infrao (CPPM Art. 244 d) No necessrio que haja perseguio, bastante que a pessoa seja encontrada logo depois da prtica do ilcito em situao suspeita. d) Flagrante compulsrio ou obrigatrio Porque o agente obrigado a efetuar a priso em flagrante, no tendo discricionariedade sobre a convenincia ou no de efetiv-la. Ocorre em qualquer das hipteses previstas no (CPPM Art. 243 c/c 244) flagrante prprio, flagrante imprprio ou quase flagrante e flagrante presumido. e) Flagrante facultativo Consiste na faculdade de efetuar ou no o flagrante, de acordo com critrios de convenincia e oportunidade. Abrange todos as espcies de flagrante, previsto no Art. 243 do CPPM, 1 parte, e se refere s pessoas comuns do povo. f) Flagrante preparado ou provocado Ocorre crime putativo por obra do agente provocador quando algum de forma insidiosa provoca o agente prtica de um crime, ao mesmo tempo em que toma providncias para que o mesmo no se consume. (Damsio de Jesus Direito Penal Ed. Saraiva, 1998, V.1). O Flagrante preparado ou provocado quando o agente, policial ou terceiro, conhecido como provocador, induz o autor prtica do crime, viciando a sua vontade, e, logo em seguida, o prende em flagrante. Neste caso, em face da ausncia de vontade livre e espontnea do infrator e da ocorrncia de crime impossvel, a conduta considerada atpica; Esta a posio pacfica do STF, consubstanciada na smula 145, in verbis.

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No

crime pela

quando polcia

a torna

preparao impossvel

do a

flagrante

consumao.

g) Flagrante prorrogado ou retardado Est previsto no art. 2, II, da Lei n 9.034/94; chamada de Lei do Crime Organizado, e consiste em retardar a interveno policial do que se supe ao praticada por organizao criminosa a ela vinculada, desde que mantida sob observao e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formao de provas e fornecimento de informaes. 6.2 Flagrante nas vrias espcies de crime. a) crime permanente Enquanto no cessar a permanncia, o agente encontra-se em situao de flagrante delito (CPPM-244, pargrafo nico): Ex: Desero, extorso mediante seqestro; b) crime habitual Em tese, no cabe priso em flagrante, pois o crime s se aperfeioa com a reiterao da conduta, o que no possvel verificar com um ato ou momento isolado. Assim, no instante em que um dos atos componentes da cadeia da habitualidade estiver sendo praticado, no se saber ao certo se aquele ato era de preparao, execuo ou consumao. c) crime continuado existem vrias aes independentes, sobre as quais incide, isoladamente, a possibilidade de se efetuar a priso em flagrante.

7. SUJEITOS DO FLAGRANTE a) Sujeito Ativo ou condutor a pessoa que efetua a priso-(CPPM-243)

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b) Sujeito Passivo, conduzido ou autuado o indivduo detido em situao de flagrncia. 7.b.1 no pode ser sujeitos passivos de priso em flagrante: - os menores de 18 anos, que so inimputveis (CF, art. 228, art. 27 CP, CPPM art. 50 1 Parte); - os diplomatas estrangeiros, em decorrncia de tratados e convenes internacionais; - o Presidente da Repblica (CF, art. 86, 3); - o agente que socorre vtima de acidente de trnsito (CTB Lei n 9.503/97; art. 301); - todo aquele que se apresentar a autoridade, aps o cometimento de delito, independentemente do folclrico prazo de vinte e quatro horas, uma vez que no existe flagrante por apresentao; (CPPM Art. 262); 7.b.2 podem ser autuados em flagrantes, mas apenas nos crimes inafianveis : - os membros do Congresso Nacional (CF art. 53, 1); - os Deputados Distrital (Lei Orgnica-DF., art. 61, 1 c/c, CF art. 53, 1); - os Deputados Estaduais, conforme a constituio de cada Estado; - os magistrados (art. 33, II, da LO.M.N); - os membros do Ministrio Pblico(art. 40, III da LOMNP);

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- os advogados no exerccio da profisso (Lei n 8.906/94, art. 7, 3).

8. AUTO DE PRISO EM FLAGRANTE So as seguintes etapas do auto Priso em Flagrante: 8.a - Antes da lavratura do auto, a autoridade policial deve comunicar famlia do preso, ou a pessoa por ele indicada, acerca da priso; informar o seu direito de assistncia de advogado constitudo; (CF art. 5, LXIII 2 Parte); 8.b - Em seguida, procede-se a oitiva do condutor (agente pblico ou particular) que a pessoa que conduziu o preso at a autoridade; 8.c - Oitiva das testemunhas (oculares ou presenciais e/ou referidas); 8.d - A falta das testemunhas da infrao no impedir a lavratura do auto de priso em flagrante, mas, nesse caso, com o condutor devero assinar a pea pelo menos duas pessoas que tenham testemunhado a apresentao do preso autoridade (testemunhas instrumentais ou indiretas); essas testemunhas s servem para confirmar que o preso foi apresentado pelo condutor autoridade; 8.e - ouvidos as testemunhas, a autoridade interrogar o acusado sobre a imputao que lhe feita (CPPM-245); devendo alert-lo sobre o seu direito constitucional de permanecer calado (C.F. Art. 5 LXIII); em caso de crime de ao penal privada ou ao penal pblica condicionada, deve ser procedida quando possvel a oitiva da vtima ou ofendido; sendo indispensvel a representao ou o requerimento para a lavratura; pois estes so crimes que tm condio de procedibilidade; 8.f Se o interrogado for menor de 21 anos, dever ser-lhe nomeado curador especial, sob penal de relaxamento da priso (CPPM, Art. 306, 1);

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8.g No caso de alguma testemunha ou ofendido recusarem-se, no souberem ou no puderem assinar o termo, a autoridade poder designar algum que assine a rogo, depois de lido o depoimento na presena de ambos (CPP Art. 216); 8.h Se o acusado se recusar a assinar, no souber ou no puder faz-lo, o auto ser assinado por duas testemunhas (instrumentrias) que tenham ouvido a leitura na presena do acusado, do condutor e das testemunhas (CPP Art. 245, 3); 8.i O auto e lavrado pelo escrivo e por ele encerrado, devendo se assinado pela autoridade, condutor, ofendido (se ouvido), testemunhas (ou testemunha), pelo preso, seu curador (se menor de 21anos) ou defensor constitudo; 8.j O preso passar recibo da nota de culpa, e, no caso de no souber, no poder ou no querer assinar, duas testemunhas por ele assinaro (CPPM Art. 247, 1); 8.k A nota de culpa deve ser entregue ao preso dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a contar da priso (CPPM Art. 247); e, 8.l Encerrado a lavratura do auto de priso em flagrante, a priso deve ser imediatamente comunicada ao Juiz competente, acompanhada de uma cpia dos autos de flagrante (CF Art. 5 LXII);

9 - REGRAS PARA A LAVRATURA Algumas regras prticas para a lavratura do auto de priso em flagrante podero ser seguidas. Podemos citar: a) usar letras maisculas sempre que se concluir um depoimento e se iniciar outro, ou seja, na meno primeira testemunha, vtima e conduzido; b) empregar letras maisculas para o QUE sempre que se iniciar um perodo; c) no fazer rasuras, abrir pargrafos e deixar espaos em branco, bem como no escrever nas entrelinhas; d) quando ocorrer algum erro, usar a palavra digo e reproduzir a expresso correta, sem usar borracha; 47/76

e) sempre que possvel, usar a expresso literal do depoente ou declarante entre aspas.

10 - ASPECTO FORMAL A parte formal do auto poder seguir o seguinte critrio: a) b) c) depoimento; d) vtima (se possvel): nome, qualificao e declaraes. A vtima pode ser ouvida fora do flagrante, mas, sempre que possvel, dever ser ouvida no prprio auto de priso; e) f) conduzido: nome, qualificao e interrogatrio; fecho (ou remate): indicao de concluso, regularidade, prembulo: indicao hora, do dia, ms e ano, do por extenso, nome, Organizao Militar e nome da autoridade; comparecimento condutor: qualificao, compromisso e depoimento; testemunhas (1 e 2): nome, qualificao, compromisso e

pessoas que assinam e coleta de assinaturas. Existem diversos tipos de remates. So exemplos: INada mais disse, nem lhe foi perguntado. E, para constar, mandou a autoridade que se lavrasse o presente auto, que, depois de lido e achado conforme, vai legalmente assinado. Eu, ..............., escrivo, o digitei e assino. IINada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado pela autoridade, condutor, testemunhas, conduzido por mim, ............, escrivo, que o digitei. O aspecto formal pode sofrer variaes de acordo com a modalidade do flagrante, a saber: a) ser ouvido o ofendido: b) condutor; c) d) feita no prembulo; e) nos crimes cometidos contra ou na presena da autoridade, no haver a figura do condutor; 48/76 em se tratando de escrivo ad hoc, dever constar o a nomeao do curador para menor tambm dever ser compromisso no prembulo; no caso de representao verbal, deve o registro constar do prembulo e ser reduzido a termo, no prprio auto, entre o escrivo e o no caso de representao por escrito, antes do conduzido

f) g)

se o conduzido no quiser, no souber ou no puder se a testemunha for analfabeta, ser assinado a rogo por

assinar o nome, devero assinar duas testemunhas instrumentrias; testemunha que tenha ouvido a leitura.

11 - MODALIDADES Em regra geral, no aspecto formal, todos os flagrantes so iguais. Todavia, podem existir algumas variantes, ou pequenas alteraes, de acordo com as circunstncias especiais relativas a determinadas ocorrncias. Comum ou ordinrio. Como o prprio nome j indica, trata-se daquele que no apresenta qualquer anormalidade; especial (Art. 249 CPPM); sem testemunhas das infrao e com testemunhas analfabetas, etc.

- PRTICA -

01 - AUTO DE PRISO EM FLAGRANTE (MODELO)

s dezessete horas do dia vinte do ms de fevereiro de mil novecentos e .................., nesta Cidade Braslia, Capital da Repblica, no Quartel do Comando Central, no Salo Nobre D. Pedro II, onde presente se achava o Cap QOBM/Comb. Antnio Antunes, Comandante da 5 Companhia de Guarda, comigo, 3 SGT Jos Perna Fina (qualificao completa) escrivo ad hoc ao final assinado, nomeado pela autoridade para funcionar neste flagrante e atos posteriores do inqurito, a quem a mesma autoridade deferiu o compromisso legal de bem e fielmente servir, a compareceu o condutor DIVINO DIAS, brasileiro, solteiro, soldado BM/1 Mat. 00100-X, nascido aos 11/09/67, natural de Dianpolis-TO, filho de Delmo Dias e Dora Dias, residente QNH 30, Conj. 16, Casa 12- Taguatinga Norte, nesta Capital, alfabetizado. Aos costumes, nada disse. Compromissado na forma da lei, advertido das penas cominadas ao falso testemunho, prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado. Inquirido, RESPONDEU: QUE faz a apresentao de JOS JOAQUIM, preso em flagrante por crime de homicdio, fato ocorrido por volta das 16 horas de hoje; QUE, naquele horrio, passava pelas proximidade do Palcio do Buriti, quando ouviu trs disparos de arma de fogo, vendo nitidamente uma pessoa cair ao solo e outra empunhando uma
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arma; QUE muitas pessoas presentes nas imediaes correram, enquanto que duas outras se acercaram da vtima; QUE estava prximo ao autor do disparos e, mesmo sem farda, deu lhe voz de priso, dizendo que era Bombeiro; QUE o criminoso no tentou qualquer reao, alegando que havia feito o que pretendia; QUE verificou estar a vtima sendo socorrida em um veculo; QUE o autor dos disparos entregou ao condutor a arma, da qual foram extradas trs cpsulas e duas balas; QUE o criminoso no discordou em vir de txi at a esta OBM, dizendo no percurso que havia matado SLVIO SILVA por ter o mesmo seduzido sua filha. Nada mais disse, nem lhe foi perguntado. Presente a PRIMEIRA TESTEMUNHA, Sr. Geraldo Grson, brasileiro, casado, comerciante, nascido aos 17/01/72, natural de Guap-GO, portador da CI n ___________/SSP-DF, filho de Getlio Guedes e Gilda Guedes, residente QNM 01, conj. 03, Casa 55 Ceilndia DF., Aos costumes, disse nada. Testemunha compromissada na forma da lei, advertida das penas cominadas ao falso testemunho, prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, e, inquirida, RESPONDEU: QUE estava prximo ao Palcio do Buriti, onde tinha um caminho de uvas, quando, por volta das 15 horas, viu um indivduo com um revlver em punho e outro cado ao solo, aps trs disparos com a arma; QUE olhando para o local dos disparos, viu vrias pessoas correrem; QUE o depoente ento dirigiu-se at a vtima para ver se ela estava morta ou necessitava de socorro; QUE percebeu que a mesma ainda estava com vida, e, ao dizer que deveriam transport-la para um hospital, um senhor prontificou-se a fornecer seu veculo, que estava estacionado ao lado; QUE, ento, o depoente, o proprietrio do veculo e outras pessoas transportaram o ferido at o Hospital Regional da Asa Norte, onde o mesmo foi internado; QUE voltou para o seu local de trabalho, sendo, posteriormente, convidado por um Bombeiro para comparecer ao QCG, a fim de prestar declaraes; QUE no conhece a vtima nem o criminoso; QUE, neste Quartel, tomou conhecimento de ter a vtima falecido. Nada mais disse nem lhe foi perguntado passando a autoridade a ouvir a SEGUNDA TESTEMUNHA, Sr. HERMNIO HERMES, brasileiro, comercirio, nascido aos 12/03/88, natural de Hidrolndia-GO, portador da CI n ___________/SSP-DF , filho de Hlio Hermes e Helosa Hermes, residente C 10, Apt 302, Taguatinga Centro DF., alfabetizado. Aos costumes, disse nada. Testemunha compromissada na forma da lei, advertida das penas cominadas ao falso testemunho prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, e, inquirida, RESPONDEU: QUE retornava para sua casa, e, ao
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passar pela Palcio do Buriti, estacionou seu veculo a fim de comprar uma caixa de uvas; QUE, ao observar e examinar as uvas, ouviu trs disparos prximos; QUE, olhando para saber o que ocorreu, viu um indivduo empunhando um revlver e outro cado ao solo, momento em que a maioria das pessoas, prximas ao local, corriam; QUE o depoente acercou-se do ferido, juntamente com o proprietrio do caminho de uvas, quando constatou que o mesmo ainda estava com vida; QUE prontificou-se em conduz-lo, em seu veculo, at um hospital, o que foi feito; QUE o depoente, o vendedor de uvas e outra pessoa transportaram o ferido at o Hospital Regional da Asa Norte; QUE, antes de se retirar do local, pde presenciar que a priso do criminoso foi efetuada por um popular, ao qual foi entregue o revlver; QUE no conhece nem o conduzido nem a vtima; QUE, no hospital, no momento que aguardava o resultado da gravidade dos ferimentos, foi convidado por um Bombeiro para comparecer a este Quartel, para prestar depoimento; QUE, aqui, tomou conhecimento de que a vtima havia falecido. Nada mais disse, nem lhe foi perguntado. Antes de iniciada a qualificao do conduzido, pela autoridade policial foi a ele esclarecido o seu direito de silncio, conforme art. 5., LXIII, da Constituio Federal. Em seguida, passou a autoridade QUALIFICAO DO CONDUZIDO, perguntando-lhe o nome, naturalidade, estado civil, idade, filiao, profisso e residncia, se sabe ler e escrever, ao que o mesmo respondeu chamar-se JOS JOAQUIM, Mat. 00.118-7, brasileiro, casado, Soldado, nascido aos 24/01/51, natural de Jovinia-GO, filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, Casa 1001 Taguatinga Norte- DF., sabendo ler e escrever. Cientificado das imputaes que lhe so feitas e interrogado, nos termos do art. 306 do Cdigo de Processo Penal Militar, RESPONDEU: QUE se encontrava no local do crime, Palcio do Buriti, prximo a um caminho de uvas, por volta das 15 horas de hoje; QUE nada tem a alegar contra as provas j produzidas; QUE conhece a vtima h quatro anos, sabendo-a uma pessoa de m conduta; QUE no conhece o condutor, nem as testemunhas, nada tendo a alegar contra elas; QUE conhece o instrumento do crime, que um revlver marca Taurus, calibre 38, de sua propriedade; QUE verdadeira a imputao que lhe feita, pois realmente efetuou trs disparos contra SLVIO SILVA, alegando que assim procedeu em virtude de forte emoo; QUE vizinho de Slvio, o qual, apesar de casado, seduziu a filha do conduzido, de nome Jovina Jofre, de dezesseis anos de idade; QUE, somente ontem, o conduzido tomou conhecimento de tal fato, ficando bastante revoltado, isto porque a vtima, alm de seu vizinho, era pessoa amiga de
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confiana; QUE, no momento em que ficou sabendo, pensou em matar imediatamente o sedutor, mas o mesmo no se encontrava na cidade; QUE o conduzido ficou tomado de forte emoo e passou a portar uma arma; QUE com o tempo, esfriou a cabea e desistiu de seu intento criminoso, mas diante da reao de Slvio, no teve outra alternativa; QUE voltava do Banco Regional de Braslia, Agncia o Palcio do Buriti, para seu veculo, quando avistou Slvio Silva conversando com indivduo, prximo a um caminho de uvas; QUE acercou-se dele e pediu licena para conversar em particular, o que foi feito ali mesmo, tendo a outra pessoa se despedido e retirado; QUE, ento, cientificou Slvio Silva do que se tratava, quando o mesmo confirmou ter mantido relaes sexuais com sua filha, dizendo que ela era biscate, e que ele no fora o primeiro; QUE nesse momento, sacou da arma e disparou contra Slvio, sendo detido por um Bombeiro paisana, ao qual entregou sua arma sem qualquer reao; QUE, do local, dirigiram-se de txi para esta Quartel. Interrogado a respeito de sua vida pregressa, respondeu que tem o curso ginasial, que viveu em companhia de seus pais at os 22 anos de idade, quando se casou; QUE apenas fuma, no possuindo outros vcios; QUE no tem depsitos bancrios relevantes, mas um simples conta, e de bens possui um veculos Volkswagen e a casa onde reside com a famlia; QUE nunca foi preso ou processado; QUE j esteve internado uma vez no HPAP, em 1974, durante um ms; QUE est arrependido da prtica do crime, pois o cometeu em virtude de forte emoo. Nada mais disse, nem lhe foi perguntado. Lido e achado conforme, vai devidamente assinado pela autoridade, pelo condutor, pelas testemunhas, pelo conduzido e por mim ............, escrivo, que o digitei.
AUTORIDADE CONDUTOR 1 TESTEMUNHA 2 TESTEMUNHA CONDUZIDO ESCRIVO

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL DESPACHO ORDINATRIO

- MODELO -

1) D-se Nota de Cincia das Garantias Constitucionais e Nota de Culpa ao autuado, como incurso nas penas do Artigo 205 COM; 2) Comunique-se a priso aos Exmos. Srs. Juiz de Direito e Promotor de Justia Militar, bem como ao Ilmo. Sr. Comandante-Geral e Comandante da Unidade Militar em que o autuado trabalha; 3) Elaborem-se os boletins de vida pregressa e individual estatstico do conduzido; 4) Encaminhe-se o conduzido ao IML para se proceder ao exame de corpo de delito do tipo leses corporais ad cautelam, juntando-se o respectivo laudo; 53/76

5) Recolha o autuado ao Quartel do 2 Batalho de Incndio, onde dever permanecer disposio da Justia; 6) Reduzir a termo as declaraes da filha do autuado Jovina Jofre; 7) Diligencie junto ao HPAP, para verificar se o autor tenha realmente, ficha de internamento naquele nosocmio; 9) Encaminhar ao IC/IML: 9.1 O revlver cal. 38, apreendido na posse do autor do homicdio, para os exames periciais pertinentes; que apresentem sinais de adulterao ou falsificao para efetiva constatao; 9.2. Oficie o IML/PCDF para a realizao do Exame Corpo Delito na vtima de homicdio Slvio Silva e Levantamento de Local de Crime; Voltem-se os autos conclusos. Braslia DF, 20 de fevereiro de 19 _____. ANTNIO ANTUNES CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL

NOTA DE CULPA (Crime) - MODELO -

Cap Penal Militar,

QOBM/Comb.

Antnio

Antunes,

Comandante

da

Companhia de Guarda, em cumprimento ao Artigo 247 do Cdigo de Processo

FAZ SABER a: JOS JOAQUIM, Mat. 00.118-7, brasileiro, casado, Soldado, nascido aos 24/01/51, natural de Jovinia-GO, filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, Casa 1001 Taguatinga Norte- DF., preso nesta data e 54/76

autuado em flagrante delito como incurso nas penas dos Artigos 205 do CPM, tendo sido lavrado o respectivo auto: no qual depuseram como seus acusadores, o CONDUTOR: Divano Dias, bombeiro militar, lotado no QCG e as TESTEMUNHAS: Geraldo Gerson, comerciante e Hermnio Hermes, ambos j qualificados nos autos. E, para sua cincia, mandou dar-lhe a presente Nota de Culpa. Dada a passada neste Distrito Federal, aos vinte e nove dias de mil novecentos e _________. Eu, ________________________, Jos Perna Fina, escrivo ad hoc que o larei. Braslia DF, 20 de fevereiro de 19____.

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS:

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL NOTA DE CINCIA DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS - MODELO -

Cap

QOBM/Comb.

Antnio

Antunes,

Comandante

da

Companhia de Guarda, em cumprimento ao Artigo 5 da Constituio Federal/88, FAZ SABER a: Jos Joaquim, Mat. 00.118-7, brasileiro, casado, Soldado, nascido aos 24/01/51, natural de Jovinia-GO, filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, Casa 1001 Taguatinga Norte- DF., preso nesta data e autuado

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em flagrante delito como incurso nas penas dos Artigos 205 do CPM, que lhe so assegurados, dentre outros, os seguintes direitos: a) ter respeitada a sua integridade fsica e moral; b) permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado; c) ter sua priso comunicada famlia ou pessoa por ele indicada; d) identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial. Braslia DF, 20 de fevereiro de 19____;

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS:

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- MODELO OFCIO N _______/9____ Braslia DF, 20 de fevereiro de 19 _____.

Ref.: FLAGRANTE N ______/99-CBMDF

MM. Juiz,

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Tenho a honra de dirigir-me a V.Exa. a fim de comunicar, em obedincia ao disposto no Artigo 5, Inciso LXII da CF, que foi preso e autuado em flagrante, como incurso nas penas dos Art. 205 do CPM, Jos Joaquim, Mat. 00.118-7, brasileiro, casado, Soldado, nascido aos 24/01/51, natural de JoviniaGO, filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, Casa 1001 Taguatinga Norte- DF., (no apresentou documento de identificao), o qual encontra-se recolhido no 2 Batalho de Incndio a disposio da Justia Militar Seguem anexas cpias do Auto de Priso em Flagrante, da Nota de Culpa e da Nota de Cincia das garantias Constitucionais. Respeitosamente,

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

Exmo. Sr. Juiz de Direito da Autoria Militar da Circunscrio Judiciria de Braslia/DF NESTA

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL - MODELO OFCIO N _______/9____ Braslia DF, 20 de fevereiro de 19 _____.

Ref.: FLAGRANTE N ______/99-CBMDF

MM. Promotor, Tenho a honra de dirigir-me a V.Exa. a fim de comunicar, a fim de que sejam tomadas as providncias cabveis, que foi preso e autuado em flagrante, como incurso nas penas dos Artigos 205 do CPM, Jos Joaquim, Mat. 00.118-7, brasileiro, casado, Soldado, nascido aos 24/01/51, natural de Jovinia-GO, filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, Casa 1001 Taguatinga Norte- DF., (no apresentou documento de identificao), o qual encontra-se recolhido no 2 Batalho de Incndio a disposio da Justia Militar. Seguem anexas cpias do Auto de Priso em Flagrante, da Nota de Culpa e da Nota de Cincia das garantias Constitucionais. Respeitosamente,

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

Exmo. Sr. Promotor de Justia da Promotoria da Justia Militar NESTA

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL - MODELO -

OFCIO N _______/9____ Braslia DF, 20 de fevereiro de 19 _____.

Ao: Comandante-Geral. do CBMDF Assunto: Comunicao de priso em flagrante.

Senhor Comandante-Geral, Comunico a V.S, para os devidos fins, que na data de hoje, foi preso o autuado em flagrante, como incurso nas penas do artigo 205 do CPM, Jos Joaquim, Mat. 00.118-X, Brasileiro, casado, Soldado Bombeiro Militar/1, nascido aos 24/10/51, natural de Jovinia-GO, Filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, casa 1001 Taguatinga Norte/DF, lotado no QCG, o qual encontra-se recolhido no 2 Batalho de Incndio disposio da Justia Militar. Seguem anexos cpias do Auto de Priso em Flagrante. Atenciosamente,

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

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BOLETIM DE VIDA PREGRESSA DO INDICIADO


Sob o ponto de vista individual, familiar e scio-econmico

- MODELO Qualificao do Indiciado. Nome: Jos Joaquim, Soldado/1, Mat. _______, apelido no tem, filho de Joo Jos e Joana Jofre, natural de Jovinia, Estado de Gois, nascido aos 24/10/51, sexo masculino, cor branca, estado civil casado, residncia: QNJ 90, Conj. 50, casa 1001 Taguatinga Norte/DF. Profisso: militar. Local de trabalho: Quartel do ComandoGeral para qual trabalha: acima. Endereo: ___________________________________ _____________________________________________________________________________. Grau de Instruo Frequentou escola? Sim. Qual o grau de instruo? 2 grau incompleto. At que idade viveu com os pais? 22. Teve tutores? No. Situao Econmica Salrio que percebe: R$ 1.100,00. Outras rendas: no. Possui Bens? No. Quais? . Valor . vive com a famlia? No. E amasido? No. O que ganha suficiente para o sustento prprio e da famlia? Sim. Pessoas que vivem sob sua dependncia: Nome, idade, parentesco, instruo - Neuma Guimares, 45 anos, esposa, 3 Grau incompleto - Milema Guimares, 16 anos, entiada, 2 grau. - Arminda Guimares, 84 anos, sogra, primrio. - Daniel Guimares, 2 anos, neto. - Jovina Jofre, 16 anos, 1 grau. - Milena Jofre, 18 anos, 2 grau. Pessoas de sua famlia que trabalham? Nome, idade, parentesco, instruo - no tem, , , 60/76

-,,, -,,, -,,, -,,, -,,, Em caso de condenao como se manter sua famlia? No sabe dizer Habitao Tipo: Alvenaria. Onde est situada? Endereo, supra. Casa prpria? Sim. Qual o aluguel?. Condies de higiene da residncia: boas. Nvel social dos vizinhos: bom. Vida Social Tem religio? Sim. Qual? Catlica. Frequenta os cultos da sua religio? Sim. Quais as recreaes preferidas: futebol. Quais os lugares que mais frequenta? Em casa. Esteve internado em alguma instituio protetora de menores? No. Qual? Relao de Amizade Em que conceito tido entre as pessoas de suas relaes: vizinhos, parentes e companheiros de trabalho? Excelente pessoa. Vcios: No. Fuma? No. Bebe? No. Embriaga-se? No. Joga? No. Usa armas? No. Fato Delituoso Como se explica o delito praticado? No sabe dizer. Qual a aparncia do indiciado aps a prtica da infrao? Estava empregado ao tempo da infrao? Antecedentes Penais J foi preso? _________ Qual o crime ou contraveno? ______. Foi absolvido, ou condenado? ___________. Qual a pena? ____________. Cumpriu pena? ___________. Lugar onde cumpriu a pena: ______________________. Foi identificado criminalmente? No porque o militar tinha identificao civil, o mesmo no foi identificado criminalmente, tendo em vista j ter sido, dias

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atrs, quando compareceu a esta Delegacia ser ouvido em um Expediente desta DEF. Dou f, em 09 de julho de 1999. Braslia DF, 20 de fevereiro de 19___.

ANTNIO ANTUNES CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL

- MODELO OFCIO N ______/_____ Braslia-DF, 09 de julho de 1999 Ao: Diretor Do IML/DF Do: Flag. CBMDF Ass.: Delito Solicitao FAZ Exame de Corpo de

Senhor Diretor, Apresento a V.Sa., a fim de ser submetido a exame de corpo de delito, LESES CORPORAIS AD CAUTELAM a pessoa abaixo qualificada: Nome: Jos Joaquim Filiao: Joo Jos e Joana Jofre Data de Nascimento: 24/10/51 Estado Civil: casado Profisso: Militar Grau de instruo: 2 Grau incompleto Nacionalidade: brasileira Residncia: QNJ 90, Conj. 50, casa 1001 Taguatinga Norte/DF Datado do Fato: 20/FEV/19____ Flagrante: SIM Apresentante: (identificar-se no ato da apresentao) Atenciosamente, Braslia DF, 20 de outubro de 1999. Hora do fato: 15:00 Naturalidade: Jovinia-GO, Sexo: Masculino Cor: Branca

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL


GUIA DE RECOLHIMENTO DE PRESO

- MODELO Flag. N ________ - CBMDF

Comandante do 2 Batalho de Incndio Fao recolher a esse Quartel, disposio da Justia Militar, em conformidade com o disposto no Artigo 237 do Cdigo de Processo Penal Militar, a pessoa de Jos Joaquim, Mat. 00.118-X, Brasileiro, casado, Soldado Bombeiro Militar/1, nascido aos 24/10/51, natural de Jovinia-GO, Filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, casa 1001 Taguatinga Norte/DF, lotado no QCG, que foi preso nesta data e autuado em flagrante delito com incurso nas penas dos Artigos 205 do COM. Atenciosamente, Braslia DF, 20 de outubro de 1999.

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

Ilmo. Sr. Tc Tcio Rochosos Comandante do 2 Batalho de Incndio NESTA VPS

RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS:

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CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO COMANDANTE-GERAL


GUIA DE RECOLHIMENTO DE PRESO

- MODELO Ofcio n _____/19_____ Braslia DF, 20 de fevereiro de 19____ Ao: Comandante do Quartel do Comando-Geral Assunto: Comunicao de priso em flagrante.

Senhor Comandante do QCG, Comunico a V.S, para os devidos fins, que na data de hoje, foi preso e autuado em flagrante, como incurso nas penas dop artigo 205 do COM, Jos Joaquim, Mat. 00.118-X, Brasileiro, casado, soldado bombeiro militar/1, nascido aos 24/01/51, natural de Jovinia GO, filho de Joo Jos e Joana Jofre, residente QNJ 90, Conj. 50, casa 1001 Taguatinga Norte/DF, lotado no QCG, o qual encontra-se recolhido no 2 Batalho de Incndio disposio da Justia Militar. Seguem anexos cpia do auto de Priso em flagrante. Atenciosamente,

Antnio Antunes CAP QOBM/Comb. - Presidente do Flagrante -

RECEBIDO EM: DATA: ____/____/_____ HORA: ____:____ ASS: 65/76

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Instruo Tcnico Profissional Assunto: Norma de Sindicncia do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Publicado no BG n 243 de 30.12.1999; SINDICNCIA 1 - Sindicncia - Conceito: De sndico, de que igualmente se derivou sindicar (examinar, inquirir, tomar informaes), gramaticalmente exprime ao efeito de sindicar, vocabulrio jurdico - De Plcido e Silva. Meio sumrio de que se utiliza o Administrao Pblica, no Brasil, para, sigiloso ou publicamente, com indcios ou no, proceder a apurao de ocorrncias anmalas no servio pblico, os quais, confirmadas, fornecero elementos concretos para imediata abertura de processo administrativo contra o funcionrio pblico responsvel Dicionrio de Direito Administrativo - Jos Cretelha Jnior. Conjunto de informaes, inquiries ou investigaes levada a efeito por ordem superior, Dicionrio - Aurlio. o meio sumrio de elucidao de irregularidades no servio para subsequente instaurao de processo e punio ao infrator. Pode ser iniciado com ou sem sindicado, bastando que haja indicao da falta a apurar. No tem procedimento formal, nem exigncia de comisso sindicante, podendo realizar-se por um ou mais funcionrios designados pela autoridade competente. A sindicncia o instrumento administrativo para aplicao de sanes disciplinares de pequenas faltas de servidores, caso em que dever haver oportunidade do exerccio da ampla defesa e o contraditrio, para validade e eficcia da sano aplicada. A sindicncia bem conduzida, orientada por autoridade emocionalmente equilibrada, justa, honesta, independente e pouco sugestionvel, constitui a melhor garantia para o Estado e para o agente pblico. Designado pela autoridade, o servidor inicia os trabalhos, investiga e, por fim, chega a uma das concluses seguintes: 1 - nada de positivo foi apurado, no h irregularidade alguma, nenhum servidor pblico cometeu qualquer ao que causasse embarao ao servio pblico. 2 - algo foi positivo, houve realmente anomalias na esfera administrativa, a investigao sindicante chegou ao fato e identificou o culpado.

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Para que preencha os fins a que se destina, a sindicncia deve reunir, alm de outros traos secundrios, os seguintes requisitos principais: rapidez, objetividade, preciso. Antes da promulgao da Constituio vigente, tnhamos como meio sumario de aplicao de sano administrativa dois outros institutos, a saber: 2 - Verdade sabida o conhecimento pessoal da infrao pela prpria autoridade competente para punir o infrator. Ex:. Quando na presena do superior competente para punir, o subalterno pratica uma falta funcional, que no caracteriza crime . No exemplo, a autoridade competente, que presenciou a infrao, aplicava a sano pala verdade sabida, consignando no ato punitivo as circunstancias em que foi cometida e presenciada a falta. 3 - termo de declaraes a forma sumria de comprovao de faltas de pequena gravidade do militar, atravs da tomada de depoimento, do militar transgressor, que, em si, j defesa, sobre irregularidades que lhe atribuda e, se confessada, servir de base para punio cabvel. Aps a promulgao, publicao e vigncia da Carta Magna de 1998; a verdade sabida e o termo de declarao, ficaram com o seu vigor e eficcia bastante mitigados, porque estes no contemplam as disposies constitucionais do devido processo legal inciso LIV, a ampla defesa e o contraditrio inciso LV do artigo 5 da Constituio da Repblica. As normas da Constituio supracitados tem aplicao imediata nos termos do 1 do artigo 5 da CR/88; outro fato relevante que estas normas tem carter processual, sendo estas de carter cogente, intangveis, inviolveis e indisponvel; por conseguinte a violao dessas garantias, deixa o procedimento malferido; contaminando de nulidade o procedimento administrativo; o julgamento e a sano aplicada no tem validade; porque, a sistemtica constitucional no recepcionou os procedimentos sumrios de verdade sabida e termo de declarao, ao no possibilitar o exerccio de defesa pelo agente pblico acusado. O contraditrio a bipolaridade, a bilateralidade, em linguagem simples evitar surpresa ao sindicado no procedimento. Ampla defesa a possibilidade que tem a parte acusada de produzir todas as provas admitidas em direito

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4 - Ato Administrativo - Conceito: toda manifestao unilateral de vontade da Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a si prpria. Ato - Deriva do latim actus, de agere (levar, conduzir) tem o sentido de indicar, de modo geral, toda ao resultante da manifestao da vontade ou promovida pela vontade da pessoa. tudo que acontece pela vontade de algum. Vocabulrio jurdico - De Plcido e Silva. C.C.B Para a validade e eficcia do ato jurdico so necessrios os seguintes requisitos agentes capaz, objeto lcito e forma prescrita ou no defesa em lei (art. 129, 130 e 145), previsto no Art. 82 do CCB. No sentido do Direito Pblico, o Ato Administrativo, designa todo ato praticado por delegado dos poderes pblicos no exerccio de suas funes administrativas, seja dirigindo os negcios pblicos, que so atribudos sua competncia, seja promovendo todas s medidas e diligncias indispensvel a sua realizao. 5 REQUISITOS O Ato Administrativo para a sua validade e eficcia, necessrio que preencha os seguintes requisitos: a) b) c) d) e) Competncia Finalidade Forma Motivo Objeto 5.a - Competncia - Faculdade atribuda ao agente pblico ratione materiae, ratione loci, ratione personae - para o desempenho vlido e eficaz de suas funes. requisito de ordem pblica, intransfervel e improrrogvel pela vontade do administrado, pode, no entanto, ser avocada e delegada desde que o preceituem as normas reguladoras da Administrao. Esta resulta a lei e por ela delimitada; Ato Jurdico - todo ato lcito que tenha o objetivo imediato de adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. Art. 81 -

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5.b - Finalidade - assegurar a ordem da Administrao, que ficaria anarquizada e comprometida se os funcionrios culpados de atividades indevidas no fossem punidos de maneira adequado: objetivo de interesse pblico a atingir. 5.c - Forma - o meio pelo qual se revela a vontade da Administrao no meio circunvizinho. O revestimento exteriorizador do ato Administrativo. Constitui requisito vinculado e imprescindvel a sua perfeio. E compreende-se essa exigncia, pela necessidade que tem o ato administrativo de ser contrastado com a lei e aferido, frequentemente, pela prpria Administrao ou pelo Judicirio, para verificao de sua validade. Revestimento material do ato; 5.d. - Motivo ou causa - a situao de direito e de fato que determina ou autoriza a realizao do ato administrativo. O motivo pode vir expressa na lei ser um elemento vinculado ou deixar ao critrio do administrador dentro do limite legal temos um elemento discricionrio. 5.e - Objeto - Todo ato administrativo tem por objeto a criao, modificao ou comprovao de situaes jurdicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas a ao do poder pblico. Obs: Atributos do Ato Administrativo: a) b) c) presuno de legitimidade Imperatividade Auto-executoriedade

6. Ato de Instaurao - Conceito: Deriva de instauratio (renovao, continuao, prosseguimento) originariamente significa a restaurao, reedificao ou reconstruo, prosseguimento ou continuao. Vocabulrio jurdico - De Plcido e Silva; a apresentao escrita dos fatos e indicao do direito que ensejam o procedimento. Consubstanciado em uma portaria, em qualquer hiptese, a pea instauradora recebe autuao para o regular desenvolvimento da instruo; essencial que a pea inicial

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descreva os fatos com suficiente especificidade, de modo a delimitar o objeto da controvrsia e a permitir a plenitude da defesa. - Providncias que prescindem a Instaurao: a) b) Noticia - Do latim noticia (conhecimento) geralmente Representao - apresentar, estar presente, reproduo, empregado no sentido de informao ou cincia acerca de fatos acontecidos. ato de estar presente, apresentao vista, representao exprime a presena de alguma coisa ou a ao de se fazer presente, isto , visvel, atual. c) Requisio - significa pedir com autoridade ou exigir, neste sentido, a exigncia legal ou a ordem emanada da autoridade para que se preste o exigido, ordenado ou pedido. 7 - Dos Atos Probatrios 7.1 - Prova - Conceito: Do latim proba, de probare(demonstrar, reconhecer, formar juzo de), entende-se, assim, no sentido jurdico, a demonstrao, que se faz, pelos meios legais, da existncia ou veracidade de um fato material ou de um ato jurdico, em virtude da qual se conclui por sua existncia ou se firma a certeza a respeito da existncia do fato ou do ato demonstrado. Vocabulrio jurdico. De Plcido e Silva. A demonstrao do que as partes (autor e ru) pretendem em juzo, atravs de fatos e situaes, que ir construir a prova. 7.2 - nus da prova: O princpio do nus da prova est consagrado na primeira parte do Art. 296 do CPPM, quando diz que "o nus da prova compete a quem alegar o fato", o nus probante cabe as partes. 7.3 - Interrogatrio do acusado: Constitui um ato bivalente, pois ao mesmo tempo meio de prova e meio de defesa. meio de prova por estar arrolado entre os Atos Probatrios da Legislao Processual Penal Militar. Art. 305 CPPM. O acusado no estar obrigado a falar, mas o encarregado consignar-se-o as perguntas que o acusado deixar de responder e as razes que invocar para no faz-lo. Art. 305, Pargrafo nico do CPPM:

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acusado

ser

perguntado

sobre

seu

nome,

nacionalidade, naturalidade, estado civil, idade, data de nascimento, filiao, residncia, profisso ou meios de vida e lugar onde exerce a sua atividade, se sabe ler e escrever e se tem defensor. Art. 306 CPPM. O interrogatrio ato personalssimo, pois s o acusado interrogado, no possvel sua substituio ou interferncia de seu defensor ou curador. A Requisio do acusado dever ser encaminhada a repartio do militar, por intermdio da autoridade a que estiver subordinado. Art. 288, 3 c/c art. 349 - CPPM. O Encarregado dever procurar, na medida do possvel, transcrever as expresses usadas pelo interrogado. Obrigatoriamente o indiciado ou sindicado dever ser esclarecido sobre o seu direito de silncio.Art. 5 LXIII C.F. Em qualquer momento, se julgar conveniente, o encarregado poder proceder o novo interrogatrio. Art. 196 - CPPM. de se esclarecer que a mentira um meio de defesa do indiciado ou sindicado, devendo a autoridade formular perguntas que o leve a contradies, ficando tudo registrado. A confisso do acusado nenhum valor probatrio tem, se no for reforada por outros elementos de prova. Se, no processo, no tem valor a confisso, muito menos no inqurito ou sindicncia, que simples pea informativa. Assim, alm de se constituir em abuso de autoridade, a confisso obtida pela polcia judiciria militar por meios arbitrrios, nenhuma validade ter porquanto inadmissvel constitucionalmente - C.F. - art. 5, LVI. Se o indiciado for maior de 18 anos e menor de 21 anos, dever ser interrogado na presena de curador, o qual tambm assinar o termo. recomendvel, tambm, que o interrogado assine a ltima folha e rubrique as demais, para no alegar posteriormente que tenha havido qualquer modificao no contedo da declarao. 7.4 - Confisso: o reconhecimento do acusado pela prtica do fato considerado delituoso. A exposio de motivos da legislao processual penal adverte: "A prpria confisso do acusado no constitui fatalmente, prova

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plena de sua culpabilidade". Segunda parte do Art. 297 do CPPM diz que, "na considerao de cada prova, o juiz dever confront-la com os demais verificando se entre elas h compatibilidade e concordncia". A confisso retratvel e divisvel. Nesse sentido dispe o Art. 309 CPP. 7.5 - Ofendido a pessoa fsica, a vtima, o sujeito passivo da infrao delituosa, o titular do bem jurdico ofendido pelo crime. Em regra, o ofendido no presta compromisso, no estando, portando, sujeito a processo por falso testemunho. Compreende-se isto, pelo conflito de interesse em jogo. Quando, notificado para comparecer em juzo, deixar de faz-lo sem motivo justo, poder ser conduzido presena da autoridade, sem ficar sujeito, entretanto, a qualquer sano, conforme a regra do pargrafo nico, do art. 311 e se tratando de civil, no caso do ofendido militar este ser requisitado e ter a obrigao de comparecer sujeito as sanes disciplinares ou podendo vir a constituir o tipo penal de insubordinao. 7.6 - Testemunha 7.6.1 - Conceito, obrigaes, seu nmero, espcies e os dispensados de comparecimento: Do latim testemorium(testemunho, depoimento), designa, na linguagem jurdica, a pessoa que atesta a veracidade de um ato, ou que presta esclarecimento acerca de fatos que lhe so perguntados, afirmado os, ou os negados. Vocabulrio Jurdico - De Plcido e Silva. toda pessoa estranha ao litgio, que depe sobre sua percepes sensoriais, como audio, viso, olfato e paladar, respeito de fatos que constituem objeto do procedimento. Na avaliao do testemunho como no h prova absoluta, o depoimento tambm tem valor relativo, no somente quanto a seu contedo, como tambm levando-se em considerao a idoneidade de quem presta. 7.6.2 - A testemunha tem as seguintes obrigaes: A) Comparecer em decorrncia de notificao, regularmente realizada, salvo motivo de fora maior, devidamente justificado art. 347 e seu pargrafo nico.

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Em caso de recusa ou resistncia conduo, recomenda-se que o encarregado realize por duas vezes a notificao e na ltima qualificar a testemunha relatando minuciosamente o incidente ocorrido. A melhor doutrina assegura que a Justia Castrense no tem competncia para processar civis. B) A segunda obrigao da testemunha prestar depoimento. o que se infere do art. 354 do CPPM. C) A terceira obrigao, a testemunha "prestar o compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e lhe for perguntado". Parte final do art. 352 CPPM. A testemunha que fizer afirmaes falsa calar ou ocultar a verdade, poder incorrer na sanes do crime de falso testemunho. Art. 364 do CPM. 7.6.3 Classificao das testemunhas podem ser: a. NUMERRIAS - quando oferecidas pelas partes e prestam compromisso de dizer a verdade sobre o que souber e lhe for perguntado. O manual prev no art. 16, 3 que sero cinco o nmero de testemunhas no feito. b. EXTRANUMERRIAS - que so ouvidas por iniciativa do auditor ou encarregado e que tambm prestam compromisso. Por isso so considerados suplementares (art. 356); do CPPM. c. INFORMANTES - que compreendem as que no prestam compromisso. Entre elas esto includos os doentes e deficientes mentais e os menores de 14 anos (art. 352, 2). Tambm no prestam compromisso e acordo com o mesmo dispositivo, o ascendente, o descendente, a fim em linha reta, o cnjuge, ainda que desquitado, e o irmo do acusado, bem como pessoa que com ele tenha vnculo de adoo, salvo quando no for possvel, por outro modo, obter ou integrar a prova do fato e de suas circunstncias(art. 354). d. no depoimento conveniente, REFERIDAS - consideradas terceiras pessoas mencionadas de outra ouvidas testemunha. as pessoas Se a ao que encarregado as parecer se sero testemunhas

referirem(art. 356 1). Prestaro o compromisso de dizer a verdade(art. 352 in firre) e no podero exceder a trs(art. 417, 3).

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7.6.4 - "So proibidos de depor as pessoas que em razo de funo, ministrio, ofcio ou profisso, devem guardar segredo, salvo se, desobrigados pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho". Art. 355 - CPPM. Duas, portanto, so as condies para que essas pessoas deponham: a) b) se desobrigados pela parte interessada ocorrida a primeira condio, se quiserem.

H determinadas categorias de pessoas que esto dispensadas de comparecer para depor, nesse caso, sero inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre elas e o encarregado, previstos no art. 350 CPPM. Esto dispensados de comparecer para depor as pessoas impossibilitadas por enfermidades ou velhice, que sero inquiridos onde estiverem, nas mesma condio exposta acima, art. 350 b CPPM. Do versado qualquer pessoa poder ser testemunha, seja criana, velho, enfermo, etc. obedecidas as restries legais. Vimos que o comparecimento de militar ser Requisitado art. 349 CPPM, o funcionrio pblico ser notificado pessoalmente, sendo que cpia ser encaminhado ao respectivo chefe, enquanto nos demais casos o ofendido e a testemunha sero notificados. Comparecendo ao local previamente escolhido pelo encarregado a testemunha ser qualificada pela autoridade convocante o seu auxiliar, ocasio que deve declarar seu nome, nacionalidade, naturalidade, estado civil, idade e data de nascimento, filiao, nmero da carteira de identidade, residncia, profisso e lugar onde exerce a sua atividade, se parente, e em que grau, do acusado e do ofendido, quais sua relaes com qualquer deles. As testemunhas sero inquiridas pelo encarregado. O

depoimento ser reduzido a termo pelo auxiliar e lido testemunha que, se no tiver objeo, assinar-lo- aps o encarregado.

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O depoimento da testemunha no dever conter apreciaes pessoais "salvo quando inseparveis da narrativa do fato". Art. 357 - CPPM. Se o encarregado verificar que a testemunha encontra-se constrangida pela presena do acusado, por sua atitude "far retirlo, prosseguindo na inquirio, com a presena do seu defensor. Neste caso, dever constar no prprio termo antes da declarao da testemunha os motivos que a determinaram". Art. 358 - CPPM.

8 - Da acareao ou acareamento. o ato de acarear, por uma pessoa cara a cara, uma diante da outra. Ocorre quando seus depoimentos so contraditrios, divergentes, ou como dispe o art. 365. "Sempre que houver divergncia em declaraes sobre fatos ou circunstncias relevantes". 9 - Do reconhecimento de pessoas ou coisas. Constitui verdadeiro testemunho, pois representa prova da identidade fsica da pessoa ou coisa que reconhecido. Freqentemente, o suspeito da prtica delituosa que objeto de reconhecimento. Seu procedimento probatrio vem disciplinado no art. 368 CPPM. A fim de garantir as condies de certeza do reconhecimento, o legislador adotou uma medida preliminar consistente no requisito de que a pessoa que tiver que fazer o reconhecimento ser convidado de descrever a pessoa que deva ser reconhecida. Art. 368 "a" e "b". De tudo, "lavrar-se- termo pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais". Art. 368, 2 CPPM. 10 - Das Percias e Exames. O encarregado so obrigados nas infraes que deixam vestgios recorrer a tcnica com conhecimentos especiais para elucidarem, atravs da percia, a descoberta da verdade. Esse proceder est afeta a peritos tcnicos de quaisquer misteres, como mdicos, grafologos, que, atravs de um laudo, registram a existncia de um fato. Diz-se o exame direto quando feito por peritos, em presena da coisa ou pessoa examinado e indireto quando, na impossibilidade de realiz-lo de visu, resultado depoimento de testemunhas.

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exame

de

corpo

de

delito

direto

ou

indireto

indispensvel na infrao que deixar vestgios, no podendo supri-lo a confisso do acusado. o que dispe o art. 328 - CPPM. 11 - Defesa. O mesmo de defensa, derivado do latim defensa, aplicado, em sentido amplo, para indicar todos os meios que assistem a cada pessoa para contrapor-se aos ataques dirigidos sua pessoa ou a seus bens, em virtude dos quais ope justa repulsa s ofensas fsicas ou jurdicas, pelos mesmos intentados. Vocabulrio Jurdico - De Plcido e Silva. Na tcnica processual defesa entende-se toda produo de fatos ou deduo de argumentos apresentados por uma pessoa em oposio ao pedido ou alegado por outrem, numa causa ou acusao. Compem-se, assim, de alegaes que procuram destruir as pretenses de outrem, quando investem contra o direito ou anular as acusaes, quando so imputados a algum. Defesa no procedimento administrativo e o estgio imediatamente aps a instruo e antes do relatrio do encarregado. Conjunto de argumentos e provas que o indiciado ou sindicado rene a seu favor, complementados por testemunhos e documentos. Tem para isso o prazo de dois dias defesa prvia e trs dias alegaes finais. Havendo dois ou mais sindicado, esse prazo ser comum. No processo administrativo, a defesa deve ser a mais ampla possvel. Como o processo penal o procedimento administrativo e, por excelncia contraditrio. Do contrrio ser nulo por cerceamento de defesa. A defesa garantia constitucional de todo acusado, em processo judicial ou administrativo art. 5, LV - C.F. admissvel a defesa pelo prprio acusado ou por advogado regularmente constitudo para o procedimento. 12 - Relatrio. a terceira fase do procedimento administrativo, consistindo na pea elaborada pelo encarregado e que, remetido autoridade competente julgadora. A importante pea em questo constar da exposio pormenorizada dos fatos, desde o incio, e concluir pela inocncia ou responsabilidade do acusado, indicando se a hiptese for esta ltima, a disposio legal transgredida. O relatrio no precisa obrigatoriamente, concluir pela pena, em concreto ou sano administrativa,

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a ser aplicada. Pode e deve dar os fatos, bem como mencionar a disposio legal transgredida, como tambm ir alm e dizer qual, na sua opinio, a pena ou sano administrativa que deve ser aplicada. a pea informativa e opinativa, sem efeito vinculante para a Administrao ou para os interessados no procedimento. Da porque pode a autoridade julgadora divergir da concluso e sugestes do relatrio. Sem qualquer ofensa ao interesse pblico ou ao direito das partes, desde que fundamente sua deciso em elementos existentes no processo ou na insuficincia de provas para uma deciso primitiva ou mesmo deferitria ou indeferitria da pretenso postulada. Como recomendao de ordem prtica, o relatrio pode ser elaborado segundo uma diviso tripartida, alm do cabealho, ou seja: a) b) provas introduo - quando se mencionam o fato, a data e a descrio - consiste nos comentrios de ocorrncia e das consideraes sobre depoimentos de testemunhas, qualificao dos protagonistas; colhidas, c) convocante.

declaraes da vtima e interrogatrio do sindicado; concluso - diz respeito ao cumprimento das atribuies de Polcia Judiciria Militar e ordem de remessa dos autos a autoridade

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- Bibliografia NETO, Jos da Silva Loureiro, Processo Penal Militar, Ed. Atlas, So Paulo, 1996. MARTINS, Elieser Pereira, Inqurito Policial Militar, Ed., De Direito 1 Ed. So Paulo, 1997. CAPEZ, Fernando, Processo Penal, Ed. Saraiva, So Paulo, 1998; GARCIA, Ismar Estulano Procedimento Policial Ed. AB, 6 Edio, 1995, Goinia GO; JUNIOR, F. Romeu de Almeida Sales, Inqurito Policial e Ao Penal, Ed. Saraiva, 4 Edio, So Paulo - SP, 1986; FILHO, Fernando da Costa Tourinho, Prtica de Processo Penal, 16 edio, Ed. Saraiva, So Paulo SP, 1994; MEIRELLES, Hely Lopes, Direito Administrativo Brasileiro, Malheiros Editores, 21 Edio So Paulo SP. GASPARINI, Digenes, Direito Administrativo, Editora Saraiva, 4 Edio, So Paulo SP. -------------------------------------Peridicos Constituio Federal, Editora Saraiva 1999; Cdigo de Processo Penal Militar, Editora Saraiva 1998;

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Cdigo de Processo Penal, Editora Saraiva 1998;

(PRISO SAJUR CD. ____/09)

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