Instrumentos Cirúrgicos - UFMG
Instrumentos Cirúrgicos - UFMG
Instrumentos Cirúrgicos - UFMG
Índice
Introdução
Distribuição
Instrumentos de diérese
Campo operatório
Instrumentos auxiliares
Instrumentos de síntese
Instrumentos especiais
Introdução
Sabemos que a palavra cirurgia significa operação manual, pois deriva do grego cheir (mão)
e ergon (trabalho). É evidente que um ato cirúrgico requer também instrumentos para
aumentar a destreza do operador e possibilitar a realização de manobras impossíveis de
serem executadas apenas com as mãos. Usamos os termos instrumento para denominar
cada peça, em particular; e instrumental para o conjunto destas peças. O número de
instrumentos cirúrgicos é incontável; ao longo dos tempos os cirurgiões vêm criando e
modificando novos elementos, que vão são incorporados aos já existentes. Quase sempre
levam o nome de seus idealizadores, muitas vezes diferindo apenas em detalhes muito
pequenos. No rotina da clínica cirúrgica veterinária utilizamos um universo relativamente
reduzido, destas peças, se comparado com a diversidade estampada nos catálogos dos
fabricantes. Estes instrumentos serão objeto de comentários nesta página, divididos em suas
diferentes categorias.
Distribuição
Há muitas formas de se dispor os instrumentos numa mesa, em função do tipo de mesa, tipo
de cirurgia e até da preferência do instrumentador. Para cirurgia geral, há muitos anos o
Setor de Cirurgia da EV-UFMG adotou um padrão que é seguido em todas os cursos de
graduação e pós graduação:
Instrumentos de diérese
Bisturi
O bisturi clássico, denominado escalpelo (lat. scalpellu) ou bisturi de lâmina fixa é pouco
usado nos dias de hoje; deu lugar aos cabos de bisturi que utilizam lâminas descartáveis. Os
cabos mais utilizados são:
Bisturi, cabos 3 e 4
Bisturi de Lâmina Fixa
Tesouras
Tesouras retas
Tesoura de Metzenbaum
Intrumentos de hemostasia
A hemostasia temporária pode ser executada, no decorrer da cirurgia, com instrumentos
prensores, dotados de travas, denominados pinças hemostáticas. Prendem a estremidade do
vaso seccionado até que a hemostasia definitiva seja feita, geralmente por ligadura feita com
fios. Na medida do possível, devem pinçar apenas o vaso, com um mínimo de tecido
adjacente. Também levam os nomes dos seus criadores; sendo muito semelhantes entre si,
diferindo em pequenos detalhes. São diferenciadas, quase sempre, pelo desenho e ranhuras
da parte interna de seus ramos prensores. As pinças hemostáticas mais freqüentemente
utilizadas na nossa rotina são:
Pinça de Crile
Possuem ranhuras transversais em toda a extensão da sua parte prensora. Isto lhe confere
utilidade também no pinçamento de pedículos, quando a pinça é aplicada lateralmente, não
sendo utilizada a extremidade. Por ser totalmente ranhurada, não desliza, fixa-se muito bem
às estruturas que compõem o pedículo. Tamanhos variam entre 14-a6 cm, nas versões reta
ou curva.
Pinça de Crile
Pinça de Kelly
Em quase tudo é semelhante à de Crile, com exceção das ranhuras da sua parte prensora,
que ocupam apenas 2/3 da sua extensão, com pequenas variações para mais ou para menos
dependendo do fabricante. Tamanhos variam de 14 a 16 cm, versões reta ou curva.
Pinça de Kelly
Pinça de Halsted
Pinça hemostática pequena, de ramos prensores delicados, prestam-se muito bem para
pinçamento de vasos de menor calibre, pela sua precisão. São muito utilizadas em cirurgias
de pequenos animais. Como a pinça de Crile, é totalmente ranhurada na parte prensora.
Geralmente são utilizadas pinças de 12 cm, há uma variante denominada HARTMANN-
HALSTED que possui de 8 a 10 cm. Encontradas nas versões reta ou curva.
Pinça de Halsted
Pinça de Kocher
De forma semelhante às de CRILE, as pinças de Kocher têm a face interna da sua parte
prensora totalmente ranhuradas no sentido transversal. Diferem por possuirem "dente de
rato" na sua extremidade, o que se por um lado aumenta muito a sua capasidade de
prender-se aos tecidos, por outro a torna muito mais traumática. São apresentadas em
tamanhos variados, retas ou curvas.
Pinça de Kocher
Campo operatório
As pinças de campo operatório, ou simplesmente PINÇAS DE CAMPO têm por finalidade fixar
os panos de campo, fenestrados ou não, à pele do paciente, para impedir que a sua posição
seja alterada durante o trabalho. Sua extremidade é aguda, curva são eperfura o pano e a
pele do paciente. As mais comuns são as pinças de BACKHAUS, sendo que as de ROEDER
possuem pequena "esfera" no meio de cada ramo perfurante, para limitar a profundidade da
perfuração. As pinças de JONES, não possuem, como as anteriores, argolas para apreensão,
sendo aplicadas usando-se apenas polegar e indicador. Nas cirurgias de pequenos animais é
desejável a utilização de pincas de menor tamanho, 8 a 10 cm, para diminuir o trauma nos
tecidos. Pinças maiores, de 14 a 15 cm, são mais indicadas para animais com pele mais
espessa.
Pinça de Backhaus
Pinça de Jones
Pinça de Roeder
Instrumentos auxiliares
Instrumental auxiliarsão não interfere diretamente na ação, apenas cria condições proprícias
para a atuação de outros instrumentos. Inclui as PINÇAS DE DISSECÇÃO, com e sem dente,
cuja função é imobilizá-los para que sejam seccionados ou suturados.
Também aqui estão incluidos os AFASTADORES, que como o nome indica, afastam e retêm
os tecidos ou órgàos para facilitar e mesmo possibilitar acesso cirúrgico. Os afastadores mais
simples são os de FARABEUF e U.S. ARMY. constituidos basicamente de uma lâmina metálica
dobrada no formato da letra "C". Um pouco mais elaborados são os afastadores de
VOLKMANN, que podem ser dotados de duas a seis garras, rombas ou agudas, na
extremidade que retém os tecidos. São utilizados pelo assistente, que facilita as manobras
do cirurgião, ficando,por isto, com as mãos ocupadas. Para contornar este inconveniente, há
os afastadores auto estáticos que ao serem aplicados às bordas da parede e mantêm as
estruturas afastadas po si só.São geralmente empregados nas cirurgias torácicas e
abdominais Estes afastadores têm custo mais elevado, em decorrência da complexidade da
sua construção, como os de FINOCHIETTO, GOSSET E BALFOUR. São muito úteis quando
não se dispõe de assistente para auxiliar na cirurgia, como muitas vezes acontece nas
clinicas de pequenos animais.
Afastador de Farabeuf
Afastador de Finochietto
Afastador de Gosset
Afastador de Balfour
Instrumentos de síntese
Estes instrumentos são os responsáveis pelas manobras de fechamento da ferida cirúrgica,
através da aplicação de suturas. Para isto são utilizadas AGULHAS e pinças especiais para
conduzi-las denominadas PORTA-AGULHAS. Embora haja porta-agulhas muito delicados para
a preensão de agulhas pequenas, uma característica destes instrumentos é a robustez da
sua parte prensora, bastante diferenciada das pinças hemostáticas. São fundamentais para a
confecção das suturas, uma vez que a maioria das agulhas é curva e os espaços cirúrgicos
são exíguos. Somente as agulhas retas e as de conformação em "S" dispensam o seu uso.
Os porta agulhas mais utilizados são os de MAYO-HEGAR e de MATHIEU.
Mayo-Hegar
Mayohegar
Mathieu
O porta agulhas de Mathieu difere muito do anterior, na sua forma, por não possuir anéis nas
hastes tem a abertura da parte prensora limitada, pois há uma mola em forma de lâmina
unindo suas hastes, o que faz com que fiquem automaticamente abertos, quando não
travados .São utilizados presos à palma da mão, o que os fazem abrir, se inadivertidamente
for empregada força excessiva durante a sua manipulação. Sua melhor indicação seria para
sutura de estruturas que oferecem pouca resistência à passagem da agulha. Um bom indício
disto é que não possuem a fenda longitudinal que aumenta o apoio da agulha.
Mathieu
Olsen-Hegar
Olsenhegar
Gillies
O porta-agulhas de GILLIES possui anéis nas hastes, que são assimétricas: a mais longa
para o dedo anular e a mais curta para o polegar, o que lhe confere maior ergonomia. Não
possui cremalheira para travar as hastes, o que indica ser o seu emprego mais adequado
para sutura com agulhas pequenas, em tecidos mais brandos.
Gillies
Agulhas
Instrumentos especiais
Nesta categoria estão instrumentos que são ou foram desenvolvidos para manobras
especícicas em certos órgãos ou tecidos. Sua diversidade é enorme e podemos exemplificar
isto citando o instrumental usado nas cirurgias ortopédicas. Alguns deles, contudo, estão
presentes em praticamente todas as nossas caixas de instrumental.
Pinça de Foerster
A pinça de FOERSTER é uma pinça de longas hastes, com anéis na extremidade de sua parte
prensora, apropriada para conduzir pequenas compressas de gaze. Originalmente concebidas
para utilização na obstetrícia humana, são largamente empregadas em veterinária na
antissepsia do campo operatório. Isto porque suas hastes longas mantêm as mãos enluvadas
do operador afastadas dos pêlos das áreas não tricotomizadas, durante as operações de
antissepsia, evitando contaminação. Possuem 20 cm ou mais, nas versões reta ou curva.
Foerster
Pinça de Allis
Um pinça muito utilizada na preensão de tecidos, com mínima lesão, é a pinça de ALLIS. Sua
porção prensora possui hastes que não se tocam, com exceção das extremidades, curvadas
uma em direção à outra e com dentículos. Isto explica serem menos traumáticas.
Allis
Pinça de Babcock
As pinças de BABCOCK têm os mesmos usos das pinças de ALLIS. Diferem destas últimas
por terem a parte prensora um pouco mais larga e também fenestradas.
Babcock
Pinça de Doyen
As pinças intestinais, também denominadas coprostáticas, de DOYEN são muito longas, com
a parte prensora em forma de lâminas, flexíveis. A largura e elasticidade das suas lâminas
distribui melhor a compressão, evitando maiores traumas nas alças intestinais. São
imprescindíveis nas ressecções intestinais, nas enteranastomoses. Podem ser retas ou
curvas.
Doyen
Ganchos especiais