Avalon A Terra Dos Deuses
Avalon A Terra Dos Deuses
Avalon A Terra Dos Deuses
Avalon, a terra dos Deuses, a ilha das maçãs... Reino perfeito de amor e beleza, a busca
constante de todo o ser humano que, apesar de suas desilusões, ainda cultiva a esperança
de fazer deste mundo uma lenda real, ou seja, um lugar melhor para se viver.
Para os irlandeses o Outro Mundo é Tir na nÓg, a ilha da Eterna Juventude. Para os
galeses o Outro Mundo é Annwn, Ynys Afallach ou Avalon das lendas arthurianas. E
para os gauleses o Outro Mundo é Avallon, a ilha das Maçãs, local das macieiras da
sabedoria responsáveis pela imortalidade, onde a doença e a morte não existem.
Para nós o Outro Mundo é Avalon, associada aos seres mortais e imortais ou seres
feéricos, como os Tuatha Dé Danann, Arthur e seus companheiros, Morgana, Nimue e
Merlin, o mago. Um lugar de eterna beleza e felicidade, onde a música, a dança, a arte e
todas as atividades prazerosas se reúnem; descrito no conto irlandês de Oisín e Niamh.
"A Terra da Promessa, espécie de paraíso celta, às vezes chamado Emain Ablach, nome
no qual se encontra o termo que designa as macieiras, o que remete para a ilha de
Avalon da lenda arthuriaria." (Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas).
Os Immram são jornadas místicas, nas quais o herói é atraído por uma fada, que lhe
entrega um ramo de maçã e o convida para ir ao Outro Mundo, como em "A Viagem de
Bran, filho de Fébal", uma analogia a Avalon e a Morgana. "Além disso, é de crer que a
mulher feérica que leva um ramo de macieira de Emain ao herói Bran, filho de Fébal,
antes de levá-lo a empreender uma estranha navegação, seja a própria Morrigane." (Jean
Markale - A Grande Epopéia dos Celtas).
Outro Immram que relata "A Viagem de Maelduin" trata da busca do herói pelos
assassinos de seu pai. "Na tradição celta, dois fatores são constantes: o Outro Mundo
fica do outro lado da água; e a direção da jornada geralmente é oeste." (Caitlín
Matthews - O Livro Celta dos Mortos).
Tor em Glastonbury - Inglaterra
Avalon também recebe o nome de Ilha Afortunada, pois suas colheitas são fartas e
abundantes. Diz a lenda que, era governada por Morgana e suas nove irmãs,
sacerdotisas guardiãs do caldeirão do renascimento, símbolo da Deusa Mãe, capaz de
curar todos os males. Além de evocar as brumas para adentrarem à ilha encantada.
Avalon está associada a Caer Siddi (Fortaleza das Fadas), o Outro Mundo ou Annwn, o
sidhe (colinas) d’Aqueles Que Vivem Para Sempre... Ilha feérica, onde apenas o povo
das fadas e os nobres cavalheiros de alma pura podiam adentrar.
"Existia em Caer Siddi uma fonte que jorrava vinho doce e onde o envelhecimento e a
doença eram desconhecidos. Entre os seus tesouros havia um caldeirão mágico, tema
diretamente ligado à abundância existente na Ilha das Maçãs." (Ellis, 1992 - Geoffroy
de Monmouth, Vita Merlini e Jean Markale - A Grande Epopéia dos Celtas).
O caldeirão, mais tarde, deu origem ao mito do Graal, inicialmente nas obras de
Chrétien de Troyes. Com a sua cristianização em fins do século XII, o conteúdo do
cálice passou a ser o sangue de Cristo. Simbolizando o conhecimento e o alimento da
alma. A propósito da temporalidade do Outro Mundo, representada pela "Insula
Pomorum", a Ilha Paradisíaca, onde a passagem do tempo não é percebida pelos
humanos que para lá vão, como pode ser visto nos relatos sobre Bran. (Jacques Le Goff,
1993).
A ilha sagrada de Avalon não existe nas dimensões de tempo e espaço
conhecidos por nós. Ao longo dos séculos, as pessoas tentam localizá-la,
em locais como: a Irlanda, o País de Gales, a Cornualha, a Bretanha e a
Ilha de Man.
O Templo de Avalon
Invisíveis aos olhos descrentes, as brumas revelam seus mistérios apenas aos que
servem o princípio maior, junto aos Deuses. A lenda se torna realidade, mas o medo,
como sempre, é o grande desafio daqueles que estão na travessia deste portal, prestes a
desvendar os segredos do Outro Mundo.
Avalon é o templo do mundo interior, a terra da eterna magia e o saber ancestral, que
oferece iniciação e esclarecimento a todos que ingressam nessa jornada. E, somente,
aqueles que compreendem que a vida é infinita em suas possibilidades poderão abrir as
portas deste mundo etéreo.
Avalon se apresenta nos corações daqueles que são sinceros e seguem o que lhes foi
traçado pelos Deuses. Nunca duvide daquilo que foi revelado. A luz do conhecimento é
a divina inspiração que nos chama, a todo instante, ao sagrado caminho, mas somente
nós é que poderemos tecer o fio desse destino.
O universo nos coloca, sincronicamente, em caminhos que irão modificar não apenas a
nossa existência, mas toda a realidade que nos cerca.
A espiritualidade é a energia presente em todos nós, é a essência da vida que nos leva ao
equilíbrio e a plenitude. Através da sensibilidade e da intuição começamos a discernir
aquilo que é melhor e o que realmente faz a nossa alma feliz.
A Lenda e o Mito
São as lendas e os mitos que tornam os nossos dias mais reais e cheios de magia.
Sabemos que muitas lendas sobre o famoso Rei Arthur foram inventadas, além do seu
fim misterioso em Avalon, conhecido atualmente através do livro "As Brumas de
Avalon", de Marion Zimmer Bradley, um romance lindo e envolvente, mas que poucas
verdades nos traz sobre os mitos e as lendas dos povos celtas, e por ser uma
ficção, não pode ser considerado como base para nossos estudos.
Alguns textos históricos datados após o ano de 400 d.C. e que o descrevem,
são:
- "Annales de Cambriae" (Anais de Gales), texto compilado a partir de várias fontes, por
volta do ano de 977 d.C.