Origem
Origem
Origem
Origem
2. Domesticação
3. Evolução
4. Caracteristicas morfosiológicas
5. Efetivo (Estadual, Nacional e Mundial)
6. Perspectivas (Estadual, Nacional e Mundial)
2. Histórico da Suinocultura
3. A domesticação do suíno pode ter ocorrido de forma semelhante ao que acontece
até hoje em Papua, na Nova Guiné.
4. Lá os nativos caçam porcos selvagens e criam os leitões capturados como
animais de estimação, dentro das moradias. Na caça, por sinal, homens e cães
agem como parceiros. Os maiores animais abatidos servem de alimentação aos
humanos e os menores aos cães, enquanto os leitões são capturados vivos para
serem criados nas aldeias, junto às famílias dos caçadores, ou seja, nativos e
cachorros.
Na caça aos porcos selvagens os homens usam fogo, e os cães a tática dos lobos,
seus ancestrais. As varas de porcos são localizadas e cercadas, e no combate que
se trava a seguir, envolvendo fogo, lanças e o ataque de matilhas e cães, os
caçadores muitas vezes sofrem baixas. Os maiores são literalmente devorados
por humanos e cachorros e os leitões capturados vivos são preservados.
A História do Porco
A História do Porco
- Pesquisa de Eliane Faganello
1) Os Ancestrais
A origem de todos os porcos que conhecemos atualmente está associada a três espécies
de javalis:
A espécie Sus scrofa mediterraneus seria uma intermediária entre as duas primeiras.
1a) O Javali
A história do javali (Sus scrofa Linnaeus 1758 ) remonta a milhões de anos. Fósseis
revelam que há cerca de 48 milhões de anos, mamíferos onívaros habitavam as florestas
e pântanos nos quais foi formado o carvão. Estes fósseis,conhecidos como
Entelodontidae são considerados os antecedentes mais remotos do animal que
conhecemos hoje.
1b) A Domesticação
2) Os Porcos na China
No entanto, a expansão da atividade deu-se durante a Dinastia Han (202 a.C. até 220
d.C.). Neste período, o império responsável pela invenção do papel estendeu sua força
cultural, política e agrícola sobre as regiões que atualmente correspondem ao Vietnã,
Ásia Central, Mongólia e Coréia.
Diferentes das raças européias, as raças chinesas ainda hoje são conhecidas pela
prolificidade e pelo alto teor de gordura. As leitoas trazem ao mundo, em média, 14
leitões vivos por gestação, o que também é resultado de séculos e séculos de seleção a
partir do número de leitões por cria. Na Europa, a média superior de nascimentos fica
em 11 leitões por cria.
A partir de 1949, com a República Popular, a criação passou a ser incentivada pelo
Estado e se proliferou pelo país. Atualmente, a China é o maior produtor mundial de
suínos, com mais de 480 milhões de cabeças, o que corresponde amais de 50% do
rebanho mundial.
Conta-se que na Babilônia, uma das cidades mais antigas do mundo, os porcos andavam
soltos, com o objetivo de consumir os restos de alimentos e o lixo depositado nas ruas.
Ainda nos dias de hoje, os porcos desfrutam de uma imagem bastante negativa em
muitas culturas. Os motivos estão ligados, possivelmente, a idéia de "impureza" da
espécie, que foi transmitida pela história.
Foi com a Bíblia que dos grandes mitos em torno dos porcos passou a ser difundido,
contribuindo para piorar a já péssima reputação dos animais, no Oriente.
..." também os porcos, porque as unhas são fendidas e as fendas das unhas divididas em
duas, ... estes vos serão imundos. "(Lev. 11,7)
Hoje sabemos, através da história, que os porcos do Antigo Egito possivelmente sofriam
com tênias, triquinas e outros parasitas. Moisés, com seus
No Novo Testamento encontramos vários registros nos quais a figura dos porcos é
associada ao profano, àquilo que não é sagrado ou ao pecado humano.
"... Não dêem aos cães coisas santas, nem deites vossas pérolas aos porcos,pois
voltando-se, eles as pisarão com os pés e as despedaçarão". (Mt, 7,6)
Na segunda epístola de Pedro, o porco é retratado como um animal imundo, comparado
àqueles que insistem em permanecer ao pecado:
"... pois aconteceu-lhe o que diz aquele provérbio verdadeiro, o cão retornou aopróprio
vômito e o porco lavado, revolveu-se, de novo, no lamaçal". (2 Pe 2,2)
Há mais de dois mil anos, o apóstolo Pedro não podia avaliar a importância dos banhos
de lama para o comportamento animal. A descoberta de que os porcos possuem
glândulas sudoríparas atrofiadas e que os banhos de lama asseguram a regulação térmica
do organismo, é bem recente.
Também são recentes as pesquisas que revelam a importância dos banhos de lama para
as relações sociais da espécie, uma vez que através da persistência de determinados
odores corporais, os animais podem assegurar seus limites territoriais e sexuais.
Hipócrates (460-377 a.C.), uma das figuras mais importantes da História da Medicina,
descreveu o alto teor de gordura da carne de porco, recomendando-a àqueles que se
dedicavam às atividades cansativas ou aos adeptos de exercícios físicos, para conservar
o vigor físico e o tono muscular.
Pintura de vasos e antigas moedas revelam que os porcos, na Grécia, serviam também
como oferenda aos Deuses.
Na literatura clássica, foi na obra "Odisséia", atribuída ao grego Homero, que os porcos
passaram a ser conhecidos pelo seu valor literário e metafórico. Foi na transformação
dos homens em animais, feita pela feiticeira Circe, que os companheiros do rei Odisseu
tornaram-se porcos, escravos dos desejos e vontades da poderosa mulher.
A obra escrita no século VIII a.C. descreve episódios da turbulenta viagem de odisseu,
rei de Ítaca, retornando da Guerra de Tróia. Num dos episódios, talvez o mais
interessante do ponto de vista dos porcos, Odisseu e seus companheiros chegam até
Eéia, a ilha itinerante que vaga de um extremo a outro do Mediterrâneo. Na ilha vive
Circe, a bela feiticeira, que seduz os homens e tem o poder de transformá-los em
animais.
De dentro do palácio, uma voz de mulher, canta e com suavidade e transforma o medo
dos guerreiros, em curiosidade e desejo. A porta se abre e a feiticeira de lindos cabelos
negros, convida-os a entrar. Dóceis e sem suspeitar, os guerreiros a seguem e saboreiam
o mel, o vinho e os queijos oferecidos. Depois de saciados e tendo sido tocados pela
varinha encantada, sofrem uma longa metamorfose, que os transforma em porcos .
Somente Eurícolo, o tratador dos porcos de Odisseu, que tendo desconfiado do perigo e
ficado do lado de fora, percebe o truque da feiticeira e volta ao barco,para avisar o rei.
Furioso, o rei de Ítaca resolve enfrentar a feiticeira, na esperança de reaver seus homens.
No caminho, encontra Hermes, que lhe oferece um encantamento para conseguir
escapar das armadilhas da sedução, utilizadas por Circe.
Presuntos, salames e carne suína sempre foram artigos indispensáveis nas mesas
romanas, embora naquela época, a quantidade de gordura dos animais fosse muito
maior do que a dos conhecidos atualmente.
o porco. Moccus, o deus dos porcos foi motivo estampado em moedas da época.
Também os nobres celtas eram enterrado com um porco ou parte dele, levando consigo
para a eternidade, a virilidade e a vitalidade.
O escritor romano Tacitus (55 -115 d.C.) citou em sua obra Germania os desenhos e
representações de porcos que os soldados germânicos traziam em suas roupas. As
mesmas figuras também foram encontradas em sepulturas de mulheres, possivelmente
como símbolo da fertilidade.
Assim como para os romanos, os porcos representavam também para os povos do norte,
prosperidade, riqueza e fartura. Esse significado ainda permanece na mitologia
germânica e podem ser encontrados em cartões de felicitações pelo ano-novo,
aniversário, casamento ou formatura.
No cenário social da Idade Média, o povo comia alimentos muito mais gordurosos do
que atualmente. Também no que se refere à quantidade, sobretudo as camadas sociais
inferiores, abusavam das calorias. Quando havia comida, é claro!
O consumo da carne suína era intenso, refreado somente pela Igreja Católica,que
condenava os pecados da gula, luxúria e volúpia.
Por vários séculos os porcos circulavam livremente pelas ruas das cidades européias,
sendo muitas vezes, responsáveis por acidentes de trânsito. Conta a história que o
príncipe Phillip, herdeiro do rei francês Ludwig XXII, morreu em1131 ao ser derrubado
de um cavalo por um porco, próximo ao portão da cidade.
Só a partir de 1500, cidades como Ulm, Frankfurt a.M. e outras metrópoles da época
passaram a regulamentar a criação de suínos, impedindo a circulação livre dos mesmos
e limitando em 24, o número máximo de leitões, por cidadão.
Considerando a grande quantidade de porcos e as precárias condições de higiene na
Idade Média, outras comunas também passaram a estabelecer regras para a criação.
Outra obra do final da Idade Média onde o porco está presente é a do pintor holandês
Hieronymus Bosch (1450-1516). Na obra percebe-se a figura do porco utilizada como
personificação alegórica da tentação e do pecado.
Assim como seus antecedentes javalis, os porcos não constituem uma espécie da fauna
nativa americana. Eles desembarcaram no continente trazidos Colombo, numa de suas
viagens e logo se acostumaram à rusticidade do Novo Mundo, se espalhando por vários
países.
A Guerra do Paraguai (1864-1870) parece ter sido um momento decisivo para a história
da espécie na América Latina, uma vez que tendo sido destruídas muitas granjas no país
vizinho, os porcos se espalharam pelas florestas, onde se proliferaram e se adaptaram ao
ambiente selvagem.
Os javalis, ainda hoje encontrados nas regiões centrais do Brasil são prováveis
descendentes dos sobreviventes da Guerra terminada com a morte do ditador Solano
Lopez, em Cerro Corá.
9) Os Porcos no Brasil
Os porcos chegaram ao Brasil a partir de 1532, trazidos por Martim Afonso de Souza.
Provenientes de raças derivadas dos javalis europeus do tipo ibérico e asiáticos,
sobretudo da Índia, logo se adaptaram ao clima tropical e permitiram aos criadores o
desenvolvimento de raças próprias.
Grande parte das mais de 100 raças de porcos existentes no mundo pode ser chamada de
brasileira. No entanto, a maioria delas foi extinta e substituída por raças consideradas
melhores e mais produtivas.
Os porcos não são animais originários da fauna brasileira nativa. As raças suínas
brasileiras foram formadas a partir de animais descendentes daqueles introduzidos no
século XVI, durante o Período Colonial.
São elas: Canastrão, Zabumba ,Canastra, Nilo, Nilo Canastra, Cabano,Vermelho, Meia
Perna, Mexabomba, Tatu, Canastrinho, Macau, Perna Curta, Baé, Caruncho, Piau
Pequeno, Caruncho Vermelho, Tatu Canastra, Pirapetinga, Junqueira, Pereira, Tatuí,
Sorocaba, Piau de São Carlos, Piau de Uberaba, Piau Carioca, Canastrão Preto,
Caruncho Malhado, Carunchinho Pintado, Simetral, Moura e Casco de Burro.
"No país da feijoada, é o porco estrangeiro é quem vai pra panela". Parece ironia, mas o
plantel brasileiro de suínos é composto basicamente pelas raças Landrace, Large White,
Duroc, seguidas pela Pietran, Hampshire e Wessex.
A raça Wessex , originária da Inglaterra, foi uma das preferidas pelas granjas que
priorizava a criação ao ar livre, típica do sistema extensivo. Caracterizada pela
prolificidade, rusticidade e habilidade materna, não se adaptou ao sistema de
confinamento brasileiro e vem sendo substituída por raças mais modernas.
Apesar de ter chegado ao Brasil vinda dos Estados Unidos, a raça é originária da
Inglaterra e caracteriza-se pelas rusticidade e pelas faixas brancas na pelagem negra.
A raça Large-White, por sua vez, ocupa uma posição central na suinocultura brasileira,
com cerca de 23% da composição do rebanho. Originada do condado de Yorhshire, no
norte da Inglaterra, foi introduzida no Brasil a partir da década de 70 e é largamente
utilizada.
Outra raça que ocupa posição de destaque no plantel brasileiro é a Landrace. Originária
da Dinamarca, onde foi desenvolvida no final do século XIX, a partir do cruzamento de
fêmeas locais, de origem antiga, possivelmente celta, com machos Large-Whites,
importados da Inglaterra.
Difundida em vários países, a dinamarquesa Landrace ainda é uma das raças mais
selecionadas. Tem como características básicas a prolificidade, a habilidade materna e o
bom desempenho, sendo muito utilizada em programas de melhorias genéticas. No
Brasil, a raça Landrace representa mais de 15% do plantel, ficando atrás apenas da
Large-White.
Até 1950 era uma raça praticamente desconhecida, na Europa. Foi com a mudança dos
hábitos alimentares da população, que passou a preferir carnes com menos quantidade
de gordura, que ela se espalhou pelo Continente. Desde1970, a Pietrain é utilizada em
programas genéticos, visando melhoramento da qualidade da carne.
Atualmente, as granjas comerciais onde são produzidos os animais para o abate, não
utilizam mais animais chamados "Puros", que ficam restritos às empresas que produzem
e comercializam material genético. Os animais "Híbridos" são derivados do cruzamento
de raças e tendem a aumentar, cada vez mais, a sua participação no plantel brasileiro.
Por exigências do mercado, o porco brasileiro perdeu, desde 1980, cerca de30% de seu
nível de gordura, 14% de calorias e 10% de colesterol.
10) Os Porcos em SC
É quase impossível imaginar Santa Catarina sem os porcos. Eles fazem parte da
formação histórica, cultural e social do estado, mas é sobretudo no aspecto econômico
que se tornam relevantes.
Gerando cerca de 200 mil empregos diretos e injetando milhões de dólares na economia
é na balança das exportações, que o porco catarinense mostra o seu valor.
Santa Catarina possui o maior rebanho de porcos do país, com cerca de 5.775.890
cabeças, o que representa cerca de 17,5% da produção nacional Os porcos de Santa
Catarina produzem, diariamente, cerca de 40 mil metros cúbicos de dejetos.
1) Pietrain
Origem – Belga
Pelagem – Malhada de preto e branco
Tipo de orelha – Asiáticas
Particularidades – Boa mãe, boas leiteiras, quatro pernis, baixa velocidade
de ganho de peso, problemas cardíacos.
2) Wessex
Origem – Inglesa
Pelagem – Preta com faixa branca
Tipo de orelha – Célticas
Particularidades – Boa mãe, boas leiteiras, dóceis, prolíferos, rústicos,
carcaças ruins.
3) Landrace
Origem – Dinamarquesa
Pelagem – Branca
Tipo de orelha – Célticas
Particularidades – Prolifera, precoce, carne magra, boa mãe, problemas de
cascos e de aprumos.
4) Large White
Origem – Inglesa
Pelagem – Branca
Tipo de orelha – Asiáticas
Particularidades – Rústica, prolífera, alta produtividade, boas leiteiras e
longos.
5) Duroc
Origem – Americana
Pelagem – Vermelha
Tipo de orelha – Ibéricas
Particularidades – Rústica, precoce, prolífera, alta conversão, alta
velocidade de ganho de peso, raça pai.
6) Hampshire
Origem – Americana
Pelagem – Preta com faixa branca
Tipo de orelha – Asiáticas
Particularidades – Vigorosos, dóceis, boas mães, curtos, raça pai.