Ações - Manual Análise Técnica
Ações - Manual Análise Técnica
Ações - Manual Análise Técnica
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO
3.2 - OMBRO-CABEÇA-OMBRO
4.2 - CUNHA
4.3 - RETÂNGULO
5.9 - STOCHASTIC
CAPÍTULO 6 ESTRATÉGIA
6.2 - STOPS
A análise técnica é o estudo da dinâmica do mercado através dos sinais que o próprio merca do
emite.
O analista técnico acredita que todos os fatores que podem influir no preço de um determinado
produto são descontados pelo mercado no processo contínuo de negociação que determina este
preço.
O analista técnico diz que mesmo que alguém tenha conhecimento de todos os fatores
fundamentais que afetam o preço de uma mercadoria tais como clima, greves, decisões
políticas, fatores de demanda, etc..., ele ainda assim não terá todos os dados necessários para
compreender a formação dos preços, porque não são estes dados em si que os afetam, mas sim
a maneira pela qual os participantes do mercado a ele reagem.
Segundo a análise técnica, o único local em que todos os fatores, tanto os de oferta quanto os
de demanda, somado à psicologia das massas com seus medos e esperanças - assim como as
suas estimativas e “palpites” - estão reunidos, é no próprio mercado, e que este portanto é que
deve ser estudado.
Destes três conceitos o mais polêmico é o segundo. Muitos estudiosos pretendem ser este
falacioso, afirmando que os preços se movem de forma aleatória, não se podendo portanto
prever os movimentos futuros pelo movimento passado. É no entanto difícil de se crer em tal
argumentação quando se vê movimentos tais como o do exemplo 1.1.
O terceiro conceito também está relacionado com a psicologia das massas; após quase cem
anos de existência da análise técnica têm-se verificado com certa assiduidade que determina-
das formações tais como ombro-cabeça-ombro, triângulos, etc... que veremos a seguir, refletem
as expectativas altistas ou baixistas dos mercados permitindo prever antecipadamente futuras
movimentações dos preços ou reversões de tendências.
Exemplo 1.1 - Tendência de Alta e de Baixa
Neste manual trabalharemos apenas com gráficos de barras, visto ser seu uso
difundido e a maior facilidade de obtenção de dados para a construção dos
mesmos o que já não ocorre com os gráficos de ponto e figura que necessitam
um acompanhamento contínuo do pregão.
Quando a maré está subindo, cada onda que quebra, quebra um pouco mais alto
que a outra e depois recua. Assim, se pusermos um bastão assinalando o ponto
máximo atingido pela onda, em pouco tempo saberemos se a maré é montante
ou vazante, demorando-se um pouco mais a se perceber a tendência quando da
reversão de uma para a outra.
Suporte em análise técnica define uma área do mercado abaixo do nível em que o mercado está
negociando no presente momento na qual a pressão compradora supera a pressão vendedora.
Como resultado disto a queda é interrompida e os preços voltam a subir.
Resistência é o oposto de suporte, ou seja, é uma região do gráfico acima do nível em que o
mercado está negociando no presente momento na qual a pressão vendedora supera a pressão
compradora, ou, em termos mais técnicos, a pressão da oferta supera a pressão da demanda.
Como já foi dito, o mercado não se move de uma forma linear e sim é composto de “cristas” e
“fundos” que, pela sua direção, compõem uma tendência maior. Estas mesmas ondas se
subdividem em oscilações de ainda menor prazo e amplitude.
Os fundos dos movimentos anteriores permitem identificar previamente regiões no gráfico nas
quais tende haver um aumento da demanda, o inverso ocorrendo nos topos anteriores.
Numa tendência de alta os níveis de resistência representam pausas dentro desta tendência e
tendem a ser superados num momento seguinte. Numa tendência de baixa, níveis de suporte
também não são capazes geralmente de reverter a tendência mas são capazes de interrompê-la
por algum tempo.
Volta-se aqui a discussão sobre tendência. Para que uma tendência de alta continue, cada fundo
que se sucede deve estar em plano mais alto do que o fundo anterior. Cada movimento de alta,
ou rally como também é conhecido, supera o topo formado anteriormente.
Se uma correção técnica da tendência de alta desce até o fundo formado no movimento
anterior, isto pode ser um sinal de que a tendência de alta está revertendo-se ou se
transformando de uma tendência de alta para uma tendência neutra. Se o nível de suporte foi
quebrado, uma reversão da tendência de alta para a tendência de baixa torna-se provável.
Cada vez que o nível anterior de resistência é testado, a tendência de alta se encontra em uma
região crítica. A incapacidade dos preços quebrarem essa resistência, ou, em uma tendência de
baixa, quebrarem um suporte, é normalmente um dos primeiros sinais de que a tendência está
mudando para neutra ou então revertendo.
Um dos aspectos interessantes dos suportes e resistências é a sua mudança de um para o outro
no caso de sua quebra. Um suporte, após ser quebrado pelo fechamento transforma-se em
resistência e vice-versa. Esta reversão, no entanto, tem uma força menor e deve ser encarado
mais para o curto prazo. Deve ser enfatizado aliás o aspecto de psicologia de mercado que leva
a sua feitura. Suportes e resistências existem pela lembrança que o mercado tem destes pontos
significativos embora, é óbvio, exista também o aspecto de real aumento de demanda e oferta
em certos níveis de preços.
Por esta série de características, suportes e resistências nos mercados de commodities são
geralmente tanto mais fortes quanto mais recentes forem. Isto deve ser contrabalançado porém
pelo aspecto de relevância de um fundo ou topo, a máxima de um dia atrás não pode ser
comparada neste sentido com o topo de um movimento de vários meses.
1a - Quanto mais tempo os preços negociam próximos deste nível, mais relevante se torna a
resistência ou o suporte.
Se os preços negociam em uma faixa de congestão durante algumas semanas por
exemplo, a quebra do suporte ou da resistência formada neste período assume uma
importância significativa, em contraste, a quebra do suporte de um movimento de três
dias é bem menos relevante.
Gaps são áreas no gráfico na qual não ocorreu negociação. Um gap numa tendência de alta é
formado quando os preços abrem acima da cotação do dia anterior e este hiato ( “gap” ) não é
fechado durante o pregão. Numa tendência de baixa ocorre o inverso: os preços abrem num
nível mais baixo do dia anterior e este hiato não é fechado posteriormente.
“Gaps” para cima são mostras de vitalidade do mercado, enquanto “gaps” para baixo são
demonstrações da sua fraqueza. “Gaps” aparecem mais em gráficos de barras diários mas
podem também aparecer (embora raros) em gráficos semanais e mensais.
Acreditou-se durante muito tempo na máxima de que “gaps devem ser sempre fechados” ou
seja, que após um gap ser criado o mercado deve sempre voltar para fechá-lo, mas na verdade
isto nem sempre ocorre.
I- O GAP COMUM
II - O BREAKAWAY GAP
São também formados quando da quebra de uma faixa de congestão dentro de uma
tendência maior de alta (baixa) dos preços.
Por contraste, no caso de seu fechamento, isto deve ser considerado como uma
indicação significativa de reversão de tendência ou de um falso breakout da formação
anterior.
III - MIDWAY GAP
Estes gaps são conhecidos como “midway gap” e permitem que se faça uma projeção
para cima (no caso de uma tendência de alta) igual ao movimento total já ocorrido.
Estes gaps são evidentemente uma demonstração de força da tendência (seja de alta ou
de baixa). Mas são de difícil identificação num primeiro momento já que podem ser
confundidos com os gaps de exaustão que ocorrem no final de uma tendência. Eles são
geralmente acompanhados por alto volume de negócios com o preço de fechamento
ocorrendo próximos ao “high” do dia.
IV - GAP DE EXAUSTÃO
Este último tipo de gap que ocorre no final de uma tendência, ocorre normalmente depois de
um rápido avanço ou declínio dos preços o que faz confundi-lo com o “midway gap”. Na
maioria dos casos as tendências começam acelerando-se cada vez mais até que pouco a pouco
perdem força quando resistências (ou suportes) cada vez mais fortes começam a diminuir-lhes
o seu “ímpeto”. Entretanto, existem casos nos quais tendências com grande força não mostram
evidências de perder “momento” mas, ao contrário, vão acelerando-se cada vez mais até que
em um determinado ponto revertem radicalmente de direção.
Os gaps de exaustão são formados exatamente no final da tendência quando esta, num
“último suspiro”, forma um gap, negocia um ou poucos dias neste nível de preços, e
depois reverte de direção fechando-o prontamente.
a) Linhas de tendência
Linhas de tendência são linhas traçadas ligando os fundos de uma tendência de alta ou os topos
de uma tendência de baixa.
A condição básica para que estas sejam traçadas é a existência da tendência. A partir do
momento que o analista técnico começa a suspeitar que existe um movimento (altista ou
baixista) ele normalmente começa também a tentar traçar linhas de tendência para um
acompanha- mento mais preciso desta. A utilidade das linhas para isto é muita, já que ela
permite identificar onde se encontram os fundos (topos) das correções de uma tendência de alta
(baixa), permitindo assim a entrada no mercado em um ponto ótimo. Por outro lado a sua
quebra é uma indicação importante de uma possível reversão de tendência.
Embora a prioridade de traçar uma linha de tendência seja questão apenas de constatar-se a
existência de um movimento, ou seja, no caso de um movimento de alta, dois topos com o
segundo maior do que o primeiro juntamente com dois fundos com o segundo em um nível
mais alto que o primeiro, traçar linhas de tendências e determinar a importância de sua quebra
depende de fatores que somente a experiência e a prática levam a um domínio mais completo.
Muitas vezes vemos movimentos, por exemplo, se iniciarem com uma inclinação muito forte,
quebrarem depois a linha que foi traçada acompanhando esta inclinação, corrigirem
tecnicamente de uma forma mais forte para depois voltarem a subir (descer) dando seqüência a
tendência inicial.
Exemplo: 2 5.1 - Linhas de Tendência
Outro problema que se apresenta é se determinar quando uma linha foi quebrada, já que
ocorrem vezes em que os preços chegam a negociar abaixo (acima) dela sem no entanto
descaracterizá-la. Usa-se normalmente o critério de preço de fechamento para isto, ou seja, no
caso em que o preço de fechamento quebre a linha esta é abandonada (revertendo de suporte
para resistência ou vice-versa) e passa-se a tentar uma nova linha.
O critério que deve ser utilizado para a determinação da importância de uma linha de tendência
passa então pela real determinação de uma tendência, e, pela existência de reais topos e fundos.
O problema da precocidade quando se traça uma linha é uma limitação que deve ser
considerada, em balanço com seu reverso, de que quanto mais cedo se determine a linha, maior
proveito se pode tirar dela.
II - quanto mais vezes ela tiver sido confirmada, maior também a sua força. Uma linha de
tendência que tiver sido confirmada quatro vezes tem uma força maior do que uma que passa
por somente dois pontos.
Outro fator que deve ser considerado é que certas tendências começam com pouca inclinação e
depois passam a ter um grau de progressão maior. Neste caso não faz sentido seguir com uma
linha pouco inclinada muito afastada do nível atual de negociações. Faz-se mister então traçar
uma nova linha mais inclinada que acompanhe os preços mais de perto e que permita, portanto,
avisos de fundos (topos) de correção ou de mudança de tendência de uma forma mais válida e
antecipada.
O critério para estas novas linhas é igual aos dos casos anteriores, ou seja, tomar-se os fundos
ou topos da tendência.
Outro aspecto é que, assim como existem tendências de curto, médio e longo prazo, existem
linhas de curto, médio e longo prazo, dependendo a sua utilização de com que tendência se está
trabalhando.
b) Canais
A linha de canal é a linha paralela a linha de tendência traçada. No caso de uma tendência de
alta é uma linha traçada sobre os topos.
Primeiro traça-se uma linha de tendência, depois traça-se uma linha paralela a esta, partindo-se
do primeiro topo significativo. Ambas as linhas se movem para a direita formando um canal.
Se no próximo topo formado os preços chegam na linha do canal e depois retraem-se, está
confirmada a existência deste.
No caso de uma tendência de baixa, o fenômeno é o mesmo só que na direção inversa (de
tendência).
A utilidade da linha de canal é evidente. O investidor pode numa situação desta entrar
comprando quando os preços chegam na linha de tendência e liquidar sua posição quando
chegam na linha de canal.
A verdade é, no entanto, que estas situações não são a via de regra sendo mais comum
situações em que o mercado tem de fato uma linha de tendência, mas apresenta seus topos de
uma forma mais irregular.
Fig. 2.5.2: - Canais de Alta e Baixa
2.6 CORREÇÕES TÉCNICAS
A correção mais comum de tendência é de 50%, ou seja, após uma alta que leve os preços de
20 a 30 é de se esperar uma correção até 25. Sendo o mínimo de aproximidade 1/3 e o máximo
de 2/3 do momento.
Sendo assim, um bom ponto de compra situa-se entre 26,5 e 25. No caso de uma correção
maior, a compra a 23,4 é muito interessante já que fica muito próximo a uma ordem de “stop”
e possui um grau de confiabilidade elevado.
A correção é entretanto na maioria das vezes mais rápida do que o movimento que a precedeu.
“SWING MEASUREMENT”
Deve ser observado que a utilização desta técnica e do seu conseqüente objetivo técnico só
pode ser feita em movimentos muito regulares de preços, não devendo ser portanto utilizado
para qualquer oscilação destes.
Como já vem sendo dito a análise técnica é um estudo do comportamento passado dos preços
com a finalidade de determinar possíveis tendências futuras. Nesse estudo os principais
elementos são as variações nos preços e as variações no volume de. Neste ponto, nos deteremos
a uma análise em separado do volume de negócios.
No quadro abaixo, podemos ver como o volume vêm apresentado graficamente. Normalmente,
este diagrama se apresenta abaixo do gráfico de barra.
Depois do comportamento dos preços, o nível do volume pode ser encarado como o mais
importante demonstrativo de comportamento de determinada mercadoria ou ação; uma vez que
ele representa a pressão vendedora e a força compradora. A análise do volume permite que se
confirme determinada tendência ou então que se sinalize seu enfraquecimento. No diagrama
abaixo, procuraremos demonstrar o volume em 3 situações básicas de uma tendência. A sua
confirmação, o seu enfraquecimento e a sua inversão ou quebra.
Nos pontos –1- e –3- o elevado volume vem a confirmar a alta nos preços, enquanto a correção
técnicas no ponto –2- vêm acompanhado de volume relativamente baixo. Assim, o volume
tende a aumentar com os preços se movendo na direção da tendência e diminuir no caso
contrário. Entretanto no ponto –3- o volume está mais abaixo do que no momento inicial da
alta ponto –1- . Na correção técnica no ponto –4- o volume não cai demonstrando que a
tendência pode reverter. No ponto –5- o volume cai com a alta dos preços demonstrando que a
alta não é consistente. No ponto –6- o volume fraco demonstra que a tendência da baixa está
perdendo força. No ponto -7- o alto volume confirma a quebra da linha de tendência de baixa e
indica o princípio da tendência de alta. Após a quebra o mercado acumula em correção no
ponto –8- com volume baixo. No ponto –9- o volume retorna e confirma o retorno a tendência
altista.
Como será visto em capítulo posterior, existem uma série de formações que ajudam o analista
no estudo do comportamento dos mercados. O surgimento de formações do tipo ombro-cabeça-
ombro, triângulo, topos duplos ou triplos, etc, antecedem normalmente mudanças significativas
no comportamento dos preços. Entretanto, uma análise mais correta e significativa de tais
formações só será possível desde que acompanhada da respectiva análise do comportamento do
volume.
Algumas vezes a utilização das barras verticais nem sempre é suficientemente precisa para
detectar alterações no volume. Para melhorar a visualização do comportamento do volume,
costumam-se utilizar diagramações diferentes, que entretanto, não alteram os princípios acima
descritos. O mais comum é o “Om Balance Volume” (OBV). O OBV produz uma linha ou
curva que pode ser usada tanto para confirmar tendências como para antecipar reversões,
através da visualização de divergências entre o OBV e o gráfico de barras.
Exemplo. 2.7.4 - O.B.V. comparado ao gráfico de barras.
CAPÍTULO 3 - FORMAÇÃO DE REVERSÃO DE TENDÊNCIA
Se a tendência original era de alta - gráfico abaixo - o corte da linha LT3 indica um
ponto de venda.
A crítica mais severa a este instrumental gráfico - cujo apelido deriva da forma de
seu desenho - é que suas indicações são dadas com certo atraso em relação a outras técnicas
(as quais por sua vez não são tão precisas).
3.2 OMBRO-CABEÇA-OMBRO
Vejamos então como se caracteriza tal formação assim como suas principais nuances: o ombro-
cabeça-ombro (O-C-O) se situa em um contexto onde uma tendência altista tende a perder
momento, se neutraliza por um certo tempo e finalmente se torna baixista. Vejamos então este
esquema onde tal situação está descrita.
Temos assim caracterizada a formação O-C-O onde a primeira alta (O1) representa o ombro
esquerdo, a segunda alta (C) a cabeça e a terceira alta (O2) o ombro direito. A linha que une os
fundos –2- e –4- é conhecida como linha de pescoço. Essa linha tem normalmente uma
pequena inclinação positiva apesar de poder ser horizontal ou mesmo com inclinação negativa.
Finalmente, a penetração de tal linha pelos preços desde que acompanhada por um aumento no
volume vem a caracterizar o O-C-O como uma formação de reversão, dando início a uma
tendência de baixa. Muitas vezes as cotações tendem a voltar aos níveis da linha de pescoço
onde, após encontrarem resistência, tornam a cair. Tal movimento é conhecido como “pull-
back”. O “pull-back” nem sempre ocorre, enquanto em outros casos pode não chegar à linha
de pescoço. A análise do volume certamente ajudará a determinar o tamanho do “pull- back”.
Assim, se a quebra da linha de pescoço vier acompanhada de alto volume, a probabilidade de
ocorrer um “pull-back” diminui, uma vez que isto representa um aumento de pressão
vendedora. Por outro lado, se a quebra da linha de pescoço vier acompanhada de um volume
não tão grande, aumentam as chances de ocorrer um “pull-back”. Em qualquer dos casos este
deve ser acompanhado de baixo volume.
II - Na cabeça o volume deve ser crescente na alta atingindo porém níveis iguais ou
inferiores ao de ombro esquerdo demonstrando que a tendência altista tende a perder
momento.
III - No ombro direito a alta vem necessariamente acompanhada de baixo volume dando
evidentes sinais de enfraquecimento da tendência.
Apesar destas características se apresentarem com freqüência, é bom notar que elas não são
rígidas e que a sua ausência não descaracteriza a formação. No entanto, a presença de baixo
volume no ombro direito tende a ser um requisito bastante importante.
Em análise técnica é muito comum determinarem-se projeções para os preços após a
confirmação de uma determinada formação. Tais projeções são conhecidas como objetivo
técnico (projeção técnica).
No ombro-cabeça-ombro o objetivo é determinado da seguinte forma: pega-se a distância
vertical entre o ponto mais alto da cabeça e a linha de pescoço, em seguida, projeta-se essa
distância a partir do ponto em que a linha de pescoço foi penetrada por um preço de
fechamento.
É bom lembrar que o objetivo técnico é uma projeção geométrica e mínima e que obviamente
não é obrigatório que os preços se detenham uma vez alcançado o nível determinado. A
importância de se estabelecer um objetivo é fornecer ao analista um parâmetro para medir o
movimento potencial dos preços após o “breakout” da formação.
A análise do topo triplo envolve todas as questões vistas no ombro-cabeça-ombro por dele se
tratar uma variação. A formação do topo triplo ocorre com muito pouca frequência e a
principal diferença com relação ao O-C-O é que todos os seus topos (fundos) se situam
aproximadamente no mesmo nível. Assim o volume deve ser sucessivamente menor em cada
topo (fundo) e grande no “breakout”. Este breakout será dado por um preço de fechamento
abaixo do nível das duas correções técnicas. Nas correções técnicas o volume deve ser baixo.
Assim como no O-C-O, um “pullback” pode ser esperado, dependendo a sua intensidade do
volume verificado no “breakout”.
Assim, em uma tendência de alta o mercado atinge um novo máximo (1) acompanhado de alto
volume e corrige tecnicamente até ao ponto (2) o que normalmente ocorre acompanhado de
baixo volume. As cotações tornam a subir não conseguindo, porém, ultrapassar o nível
alcançado na última alta, começando a dar mostras de enfraquecimento da tendência. Um
volume mais baixo acompanha esse movimento. Em seguida os preços novamente corrigem
completando a formação. O topo duplo só será realmente caracterizado quando houver uma
penetração por um preço de fechamento ao nível de suporte criado na primeira correção técnica
(2). Este “breakout” deve vir acompanhado de forte volume não devendo deixar-se de
considerar a possibilidade de um “pullback”, assim como nas outras formações. O objetivo
técnico em ambos os casos é traçado com a projeção vertical de sua amplitude “breakout”.
Algumas vezes, no entanto, o segundo topo ultrapassa ou fica aquém do primeiro por uma
pequena margem, não descaracterizando, porém, a validade da formação.
A distância entre os 2 topos é também importante assim como a sua amplitude. Quanto mais
afastados e maiores forem os topos mais representativa será a formação como sinal de reversão.
O ideal é haver pelo menos um mês entre cada topo.
Tudo o que foi dito até agora sobre o topo duplo refere-se também ao fundo duplo a não ser a
questão do volume já vista no caso de O-C-O.
Exemplo. 3.2.2: - Fundo e topo duplo Interpretação
Estes tipos de formação são as menos freqüentes e representam variações lentas e graduais em
uma tendência. Vejamos a figura:
Assim, o volume tende a diminuir gradualmente, enquanto o mercado vai perdendo momento,
para começar a crescer gradualmente quando o mercado começar a se movimentar na direção
da nova tendência. Algumas vezes o mercado pode ter, próximo à metade da formação, uma
forte oscilação dos preços acompanhado por alto volume para em seguida dar continuidade ao
movimento anterior. Outras vezes pode-se formar uma pequena faixa de congestão na parte
final da formação. Tal faixa é conhecida como plataforma. Não é uma tarefa fácil saber-se
quando uma formação é caracterizada através de um breakout por não saber-se em que nível
este se daria. Se os dois casos mencionados ocorrerem, então a confirmação poderia ser dada
tanto pela penetração por um preço de fechamento acima da plataforma como acima do ponto
mais alto do dia da perturbação dos preços, ocorrida no meio do movimento.
Não existe uma técnica especial para determinar objetivos das formações arredondadas. No
entanto, fatores como a duração da tendência anterior e da própria formação permitem que se
possa medir o movimento potencial dos preços em seguida.
Os fundos arredondados verificam-se com mais freqüência que os topos arredondados, o que
ilustra ainda melhor a já discutida inércia dos preços em subir após atingir um fundo.
3.4 DIA CHAVE DE REVERSÃO
Um dia de reversão ocorre quando após uma tendência de alta, os preços negociam durante o
pregão em novos máximos, mas acabam perdendo a força nesse mesmo dia chegando a fechar,
inclusive, abaixo do fechamento anterior. O mesmo se aplica no caso da tendência ser baixista
quando no dia em questão os preços negociam em novos mínimos mas fecham acima do último
fechamento. Normalmente estes dias apresentam uma grande amplitude de preços e são,
invariavelmente, acompanhados por um alto volume de negócios. Quanto maior for o volume e
a amplitude dos preços, mais representativo terá sido o dia de reversão.
Na maioria das vezes esses dias de reversão consistem apenas em pequenas pausas, que
conforme foi visto, acabam se tornando níveis de suporte ou resistência. No entanto, em alguns
casos esses dias podem de fato representar pontos onde ocorre uma inversão na tendência.
Esses dias são conhecidos como dias chave de reversão.
Às vezes a reversão se dá em dois dias ao invés de um só. Assim, no primeiro dia os preços
atingem um novo máximo (mínimo) fechando próximo a esse nível. No segundo dia, ao invés
de continuarem a alta (baixa) os preços abrem próximos ao fechamento do dia anterior mas
acabam por fechar próximo ao seu mínimo (máximo). A questão do volume e da amplitude é
igualmente aplicada neste caso.
Nesse tipo de situação as ilhas de reversão ganham maior importância, servindo como sinal
antecipado de possíveis alterações no comportamento dos preços.
As formações que trataremos a seguir recaem no fenômeno inverso, ou seja, indicam na maior
parte das vezes uma pausa dentro de uma tendência maior da qual elas são apenas uma
correção técnica de meio de caminho.
Isto não é, no entanto, uma verdade absoluta (como aliás nada o é em análise técnica), assim
como existem ombro-cabeça-ombro de meio de percurso, existem casos em que triângulos (que
veremos a seguir) sinalizam reversões de tendência e assim por diante. Esta divisão é por
conseguinte arbitrária baseada, no entanto, no que é o caso mais comum deles.
Existe um limite de tempo também para que um triângulo seja quebrado. O triângulo deve ser
quebrado entre a sua metade e três quartos da sua extensão total. No caso do triângulo ser
quebrado no apex, ou próximo dele, a tendência neutra deve perdurar.
Um aspecto que deve ser observado sempre é o volume. O volume no triângulo deve ir caindo
gradualmente dentro da formação, aumentando fortemente no “breakout” confirmando-o. No
caso de um “pullback” para a linha, coisa que ocorre algumas vezes, o volume deverá ser baixo
ou moderado.
A formação de cunha é similar ao triângulo tanto no tempo de sua formação quanto pelo
aspecto das linhas convergentes. O que distingue a cunha do triângulo é a sua nítida orientação,
seja para cima, seja para baixo, no gráfico de barras.
Ao contrário do triângulo, a cunha é quebrada geralmente entre seu terço final e o apex, o que,
quando ocorre, não a descaracteriza; o volume deve diminuir progressivamente quando da sua
formação e aumentar no seu breakout para confirmá-lo.
A formação de retângulo é uma das mais fáceis formações de serem distinguidas no gráfico, ela
aparece então como uma faixa com níveis de suporte e resistência bem nítidos e confirmados
duas ou mais vezes. Ele representa normalmente uma faixa de consolidação da tendência
embora não seja incomum seu surgimento como formação de reversão, o que o faz parecer um
pouco neste sentido com o triângulo simétrico só que com linhas paralelas e não convergentes.
Uma das formações mais tradicionais da análise técnica são as bandeiras e flâmulas. Bandeiras
e flâmulas são correções técnicas de meio de percurso que se formam após movimentos
acentuados de preços. Elas se caracterizam por serem correções de curto prazo, três a cinco
dias, e por sua confiabilidade no que diz respeito a continuação posterior da tendência.
Flâmulas por sua vez guardam semelhanças com o triângulo só que, ao contrário deste, é um
movimento de curto prazo, enquanto o triângulo é uma formação de médio prazo, entre uma a
três semanas para se formar. A flâmula é mais horizontal do que a bandeira assumindo portanto
uma aparência neutra no curto prazo. O volume assume característica semelhante ao da
bandeira, ambas devendo também ter um aumento sensível no volume quando do seu
“breakout” para sua confirmação.
Pode-se tomar geralmente como objetivo destas formações um movimento para cima (baixo)
do breakout igual ao movimento anterior dos preços. Bandeiras e flâmulas são portanto
formações de meio de percurso, este objetivo só sendo válido quando o breakout ocorrer na
mesma direção do movimento anterior dos preços.
A análise técnica tradicional ou a análise gráfica é bastante subjetiva e difícil de ser testada.
Consequentemente esta análise torna-se quase que incompatível com a sistematização. Os
indicadores técnicos, por sua vez, podem ser facilmente programados em um computador,
sendo assim transformados em sistemas operacionais que gerarão sinais específicos de compra
e venda. Enquanto dois analistas técnicos podem discordar quanto a uma determinada
formação gráfica, ou se as características do histograma do volume são altistas ou baixistas, o
cruzamento entre duas médias móveis ou a passagem de um índice do campo negativo para o
positivo não são questionáveis.
Pode-se concluir, desde já, que apesar dos indicadores técnicos fornecerem ao analista sinais
automáticos de compra e venda, é preciso que os mercados disponíveis sejam, de início,
classificados entre mercados com ou sem tendência.
O uso dos osciladores não se restringe, entretanto, aos mercados de pequena amplitude de
oscilação de preços, que encontram-se em uma tendência neutra. O seu uso conjugado com o
gráfico de barras em períodos de tendência definida é extremamente valioso, pois alerta o
investidor quanto a picos e fundos de curto prazo, normalmente ocorrentes em situações em
que o mercado encontra-se excessivamente comprado (overbought) ou vendido (oversold). Os
osciladores podem dar indícios de que uma determinada tendência perde “momentum” antes
que isto se mostre evidente nos próprios preços, além de sinalizar que a tendência pode estar se
completando, através de divergências que ocorrem quando os seus topos (fundos) são
comparados ao gráfico de barras (preços).
Entre as principais interpretações que podem ser extraídas dos indicadores técnicos estão a
análise dos extremos da faixa de oscilação e a análise de convergência / divergência. A
identificação dos extremos da oscilação de um determinado indicador é usada para estabelecer
níveis de suporte e de resistência e prevenir o investidor da proximidade de uma inflexão do
mercado. A maioria dos osciladores mais sofisticados apresenta faixas “overbought”e
“oversold”, respectivamente.
MM : 15 = PF 1 + PF 2 + ... PF 15
15
onde:
CARACTERÍSTICAS E INTERPRETAÇÃO
Uma média móvel suaviza as flutuações nos preços e apresenta claramente a tendência
subjacente. É assim um indicador defasado, mas que apresenta resultados muito positivos em
mercados com tendências definidas. Um sinal de compra é dado quando o preço do fechamento
cruza a média móvel de baixo para cima, devendo a posição comprada ser mantida enquanto os
preços se mantiverem acima da média móvel. O contrário é válido para a venda. Para uma
confirmação adicional do sinal de compra ou de venda, é comum que se espere até que a
média móvel comece a se movimentar na direção em que ocorreu o cruzamento.
O uso de uma média de curto prazo faz com que os preços de fechamento sejam acompanhados
de perto, ocorrendo desta forma vários cruzamentos. Este maior número de cruzamentos pode
ser positivo ou negativo para o investidor já que, se por um lado a defasagem com que o sinal é
dado é diminuída sensivelmente, por outro lado, serão geradas um maior número de operações
(maior corretagem) e um maior número de sinais falsos devido a movimentos de curtíssimo
prazo em sentido contrário ao da tendência (correções técnicas). A grande proeza está então, na
determinação do número de dias para que uma média móvel seja suficientemente sensível para
que os sinais não sejam muito defasados, mas suficientemente insensível a ponto das correções
técnicas não tirarem o investidor do mercado.
Algumas tentativas no sentido de atribuir o peso adequado aos valores de fechamento levaram
analistas a sugerirem a média móvel ponderada e a média móvel exponencial. A primeira dá
mais importância aos últimos dias do que aos primeiros, dentro do período escolhido para a
média móvel. A segunda, embora dê ênfase aos fechamentos mais recentes, inclui em seus
cálculos todos os dados existentes de um determinado contrato.
N [ PFM ] + ( N - 1) [ PF ( M - 1 ) ] + ... + 1 . [ PF ( M - N + 1 ) ]
MMPN =
N + ( N - 1 ) + ( N - 2 ) + ... + 1
onde:
N - número de dias.
MMEN = K [ ( PFD - M (D - 1 ) ] + M ( D - 1 )
onde:
K - constante = 2 / N + 1
N - número de dias.
O oscilador representa geralmente a diferença entre duas variáveis ao longo do tempo. No caso
de sua construção com base em médias móveis, é representada a diferença entre uma média
móvel mais rápida e uma média móvel mais longa.
Exemplo. 5.4.1 - Oscilador construído com uma média móvel de 3 dias e uma de 13 dias.
INTERPRETAÇÃO
A análise é apresentada num histograma dividido em dois campos, o positivo e o negativo, por
uma linha de referência. Quando a diferença entre a média móvel mais curta e a mais longa for
positiva, uma barra será plotada acima da linha de referência. Caso contrário, a barra será
plotada no campo negativo.
5.5 MOMENTO
onde:
PF - preço de fechamento
Constrói-se o gráfico do momento plotando-se o seu valor a partir de uma linha de referência.
Se o resultado da fórmula acima descrita for positivo, este será plotado acima da linha. Caso
contrário, será plotado abaixo. Quando o momento está sobre a linha de referência, está sendo
indicado que o fechamento do último dia é igual ao de 10 dias atrás e o momento é igual a 0.
INTERPRETAÇÃO
O momento costuma liderar os movimentos nos preços. Quando ele encontra-se no campo
positivo (negativo), sugere que a tendência está altista (baixista). Caso este esteja subindo no
campo positivo, estará sendo indicado que os preços estão subindo com maior velocidade e a
tendência altista ganha força. No caso dele estar caindo no campo positivo, os preços estarão
subindo com menor velocidade e a tendência altista estará perdendo força. Quando o momento
estiver subindo no campo negativo, os preços estarão caindo com menor velocidade e a
tendência baixista estará perdendo força.
Um sinal de compra é dado quando o momento, após ter permanecido por um determinado
tempo no campo negativo, cruza a linha de referência e penetra no campo positivo. No caso do
sinal de venda, o cruzamento deverá ser do campo positivo para o negativo. São válidos
também, neste caso, os limites superiores e inferiores de oscilação como níveis de suporte e de
resistência.
Exemplo. 5.5.1 - Momento de 10 dias comparado ao gráfico de barras.
1 - tendência altista ganhando força.
2 - tendência altista perdendo força.
3 - tendência baixista ganhando força.
4 - tendência baixista perdendo força.
O índice de força relativa foi desenvolvido por Welles Wilder que através deste estudo visava
eliminar duas distorções existentes ao serem elaborados a maioria dos indicadores.
Conforme exposto por Wilder em seu livro de 1978, “New Concepts in Technical Trading
System”, a primeira destas distorções consiste no movimento errático que ocorre
freqüentemente na linha do momento (quando usada a diferença entre dois preços), causado
por mudanças acentuadas nos valores a serem dispensados. Um forte avanço ou declínio há dez
dias (no caso de momento de 10 dias) pode causar um movimento brusco na linha do
momento, mesmo que os preços recentes mostrem uma oscilação pequena ou permaneçam
estáveis. Um amortecimento seria então necessário para eliminar tais distorções. O segundo
problema era a necessidade de uma faixa de oscilação padronizada para que se pudesse
determinar quão alto um índice deveria ser considerado alto, e quão baixo este deveria ser
considerado baixo. A fórmula do índice de força relativa além de oferecer a suavização
necessária, soluciona o segundo problema com a criação de uma escala padronizada de
oscilação que vai / de 0 a 100.
100
AFRn = 100 -
1 + RM
MA
RM =
MB
onde:
MA - média de alta
MB - média de baixa
INTERPRETAÇÃO
O índice de força relativa é plotado em uma escala de 0 a 100. Movimentos acima de 70 são
considerados “overbought” (excessivamente comprado), sendo o mercado considerado
“oversold” (excessivamente vendido) quando o índice penetra os 30. Devido às maiores
oscilações causadas pelo uso de um período menor no cálculo das médias, são freqüentemente
utilizados os valores 80 e 20 em vez de 70 e 30. Os níveis de 80 e 20 são também
respectivamente utilizados em mercados com tendência de alta ou de baixa bem definida.
O índice de força relativa é utilizado para assinalar, quando analisado da forma complementar
ao gráfico de barras, formações gráficas, níveis e linhas de suporte e resistência, assim como
linhas de tendência. Os níveis de suporte e de resistência próximos aos limites ou no interior
das faixas oversold e overbought, são de especial importância pois em sendo alcançados, uma
correção técnica nos preços deve ser esperada. Entre as informações gráficas de maior
relevância estão os topos e fundos duplos, principalmente quando ocorrem dentro dos campos
“overbought” (em forma de M) e “oversold” (em forma de W), indicando que o mercado não
teve força suficiente para atingir novas altas (M) ou baixas (W). Estas formações são ainda
mais significativas quando são constatadas divergências entre as figuras encontradas no
indicador e as do gráfico de barras.
O índice de demanda combina em sua fórmula dados de volume e preços de tal forma que ele
se constitui em um indicador antecipado ou, no pior dos casos, coincidente, mas nunca
defasado, na determinação das tendências do mercado e suas reversões. Este índice baseia-se
na observação que o volume tende a aumentar quando um movimento significativo nos preços
está prestes a ocorrer. Ele foi inicialmente calculado para o mercado de ações de Nova Iorque
como um todo, somando-se primeiramente o volume de ações que subiram durante os últimos
10 dias e depois o volume de ações que caíram durante o mesmo período. O valor do índice de
demanda era obtido pela divisão do primeiro total (chamado de força compradora) pelo
segundo (pressão vendedora) e plotado diariamente abaixo de um gráfico da média industrial
Dow Jones. A partir deste raciocínio foi desenvolvida a fórmula atual que, além de simular e
quantificar a força compradora e a pressão vendedora limitou a faixa de oscilação por uma
escala que vai de -0 a +0, tendo o 1 como o ponto de equilíbrio entre a força compradora e a
pressão vendedora.
INTERPRETAÇÃO
A linha contínua é chamada de MACD, e seu valor a cada dia é calculado através da diferença
entre duas médias exponenciais.
A linha partilhada é denominada linha SINAL, sendo os seus valores correspondentes a uma
média móvel também exponencial dos valores da linha MACD. Para o cálculo de uma média
móvel exponencial é necessário o uso de uma constante K onde:
onde:
INTERPRETAÇÃO
A linha MACD é plotada acima da linha de referência quando a média do constante .15 é
maior que a média móvel exponencial de constante .075, refletindo uma tendência de curto
prazo mais acentuada que a de longo prazo. Quando a média de constante .15 for menor, a
linha MACD estará abaixo do nível de referência. Normalmente, um sinal de compra é dado
quando a linha MACD cruza alinha SINAL de baixo para cima. Um sinal de compra dado
profundamente no campo negativo ou em níveis próximos aos mínimos atingidos pela linha
MACD nas suas incursões neste campo, é o mais desejável. O inverso é válido para os sinais de
venda.
O indicador possui uma escala de 0 a 100% e é composto por duas linhas: K e %D. A K
apresenta-se de uma forma contínua enquanto a %D é a linha tracejada. Além disso o indicador
possui duas linhas de referência: em 20% e 80%, que convencionalmente delimitam a faixa
“overbought” (80% - 100%) e a faixa “oversold” (20% - 0%). Os valores das linhas podem ser
obtidos a partir das seguintes fórmulas:
K = 100 ( H3 / L3 ), onde:
H3 = ( C - Ln ) d1 + ( C - Ln ) d2 + ( C - Ln ) d3
L3 = ( Hn - Ln ) d1 + (Hn - Ln ) d2 + ( Hn - Ln ) d3
para d - C = fechamento
Ln = mínimo dos últimos n dias
Hn = máximo dos últimos n dias
n = número de dias escolhido para o estudo (normalmente 9 dias).
INTERPRETAÇÃO
Um sinal de venda é apontado quando, após ser constatada uma divergência baixista dentro da
faixa “overbought”, a linha %D é cruzada de cima para baixo pela linha K. Um cruzamento
pelo lado direito da linha %D (quando esta já infletiu) seria o mais desejável. O inverso é
válido para os sinais de compra. (ver figura 5.9.1.)
O fato da linha K atingir o valor de 100% ou 0%, não significa que a comodity atingiu o seu
valor máximo ou mínimo possível. mas sim, a pronunciada força do movimento, que poderá
continuar.
Exemplo. 5.9.1 – Operações com o stochastic
CAPÍTULO 6 ESTRATÉGIA OPERACIONAL
A relação risco / recompensa é uma das que devem ser levadas em conta ao ser iniciada uma
posição. Não é aconselhável entrar em uma posição no mercado em que a relação recompensa /
risco seja inferior a 3:1. A recompensa é normalmente o objetivo mínimo de lucro para a
operação. Este objetivo pode ser calculado a partir do objetivo técnico da formação gráfica em
que foi constituído o “breakout”, a partir de uma projeção feita através de “swing
measurement”, ou simplesmente pelo cálculo do número de pontos que separa os preços de seu
próximo bom suporte ou da próxima resistência importante do mercado.
O risco de uma operação deve ser pré determinado, e consiste em um prejuízo aceitável para o
investidor, no caso de seu raciocínio com relação a um movimento futuro de mercado esteja
errado. Este risco pode ser limitado pelo uso de ordens “stop”, que serão tratadas no próximo
item.
A relação recompensa / risco é flexível e pode variar de acordo com a estratégia de cada
investidor.
A disciplina em relação a este item, tem por objetivo fazer com que após um determinado
período, o resultado seja positivo, mesmo que em número, as inevitáveis operações deficitárias,
ultrapassem as lucrativas.
Quanto ao risco máximo por operação nos mercados futuros, é recomendável que este seja
restrito a 3a5 do total do capital de risco. O limite de 30 a 50% do capital a ser utilizado como
margem inicial de todas as posições em aberto a qualquer momento é também muito
comumente respeitado.
A ordem “stop” pode ser utilizada para se estabelecer uma nova posição, para limitar riscos e
para proteger lucros. As ordens podem ser tanto de compra quanto de venda sendo que um
preço deve ser estipulado, no qual a ordem deverá ser executada. Este preço em uma ordem
“stop” de compra, é colocado acima do preço em que o mercado está negociando, enquanto a
ordem “stop” de venda é colocada abaixo do nível em que os preços se encontram.
Ao ser atingido o preço determinado pela ordem, esta se torna uma ordem à mercado sendo ela
executada no melhor preço possível. A principal utilidade da ordem “stop” está na execução de
estratégias operacionais pré definidas de uma forma rápida, sem que o investidor se deixe
influenciar por novas situações, posteriores à sua análise da dinâmica do mercado. Desta forma
uma maior disciplina pode ser alcançada.
O risco de uma posição, ao ser planejada, pode ser limitado através de uma ordem “stop”, para
que a relação risco / recompensa de uma determinada operação seja respeitada. Ao se abrir
uma posição comprada, por exemplo, uma ordem stop de venda é colocada abaixo do nível que
o mercado negocia, para limitar o risco da operação. Quando os preços subirem, a ordem stop
poderá ser colocada a um nível mais elevado para proteger os lucros.
Apesar do uso deste tipo de ordem ser muito recomendado, o seu posicionamento é uma arte. O
investidor deve combinar uma análise precisa do gráfico de barras com considerações sobre o
gerenciamento do capital. Além disso deverá ser considerada a volatilidade do mercado, pois
quanto mais volátil for o mercado, maior será a distância que deverá ser posicionada a ordem
stop. Temos aqui uma faca de dois gumes. O investidor gostaria de ter a sua ordem stop
limitando o risco da operação, próximo o bastante para que suas posições perdedoras tenham
um prejuízo pequeno. Estas ordens próximas porém, podem resultar em liquidações prematuras
devido a movimentos de curto prazo do mercado. A colocação de ordem stop a uma distância
maior, evitaria tais liquidações, mas em contrapartida, incorreria em prejuízos maiores. O
truque está em encontrar-se o meio termo.
“Gaps” no gráfico de barras são também utilizados para determinar pontos de compra e de
venda. Depois de um movimento de alta, os “gaps” deixados funcionam como faixas de
suporte. Pode-se comprar em um recuo no limite superior do gap ou mesmo no interior deste,
colocando-se uma ordem stop de venda abaixo do limite inferior. Num movimento de baixa
deve-se vender uma eventual alta até o limite inferior ou no interior de um gap, desde que se
coloque uma ordem stop de compra acima do limite superior deste.
A ordem stop para iniciar posições consiste na colocação de uma ordem de compra (venda),
acima (abaixo) de determinado nível de resistência (suporte) que, se rompido, acredita-se que
dará início à movimento de alta (baixa) acentuado.
Cabe lembrar ao final deste segmento, que a discussão neste ponto é o “timing” da operação. A
decisão de compra ou venda já deve ter sido tomada anteriormente. O que se está fazendo é
apenas uma espécie de sintonia fina para o ponto de entrada ou de saída, pois se uma
sinalização de compra é dada, o investidor terá interesse em conseguir o melhor preço.
Existem situações em que o investidor nos mercados de commodities e ações que toma
decisões de compra e venda com base na análise técnica, tem as chances de realizar uma
operação lucrativa aumentada. Como exemplo pode-se citar uma posição tomada no sentido da
tendência quando do “breakout” de uma formação de continuação de tendência, como um
triângulo simétrico ou um retângulo, acompanhado por um alto volume de negócios. Além
disso devem ser observados os indicadores, que têm que apresentar-se suficientemente
distantes de seus níveis de resistência ou suporte nos limites de suas oscilações, para acolherem
o movimento nos preços pretendido.
Tudo isso deve ser combinado com limitação do risco de modo que a ordem stop encontre-se
abaixo ou acima de um bom nível de suporte e de resistência respectivamente, e de modo que
seja respeitada a relação risco / recompensa pré estabelecida.
0 + 1 = 1
1 + 1 = 2
1 + 2 = 3
2 + 3 = 5
3 + 5 = 8
...
Em suas observações, Fibonacci descobriu que esta série, composta pela soma de
números sucessivos tomados de dois a dois, tem certas características aritméticas
permanentes representadas por algumas constantes nas relações entre seus componentes.
Essas relações, bastante divulgadas em textos técnicos mais extensos, contêm curiosas
propriedades que Elliot julgou adequadas para a fundamentação de sua teoria de que cada
tendência de alta ou de baixa nas cotações de um determinado ativo tem que ser composta
por um movimento inteiro, cuja lei de formação obedece à mesma harmonia da seqüência
numérica estudada por Fibonacci.
Elliot conceitua um movimento inteiro como aquela configuração gráfica de
oscilações de preços de um mesmo ativo que contenha cinco vagas, ou seja uma seqüência
de cinco retas resultantes do movimento dos preços ao longo do tempo. Destas cinco, três
seguem o mesmo sentido e duas o sentido contrário.
Deve ficar bem claro que o movimento inteiro, aqui exemplificado para uma
situação altista, também se constitui para tendências de baixa.
Para os investidores e analistas técnicos, a teoria das vagas veio proporcionar uma
analogia de natureza matemática que se superpôs muito adequadamente à teoria de Dow. Se
tomarmos um gráfico real e representativo da evolução dos preços de uma determinada
ação ao longo do tempo, a combinação das duas teorias (Dow e Elliot) passa a conter
sentido prático e a se constituir em valioso instrumento de análise e previsão.
Escola Fundamentalista
O fundamento teórico desta escola repousa na tese de que existe uma correlação
lógica entre o valor intrínseco de uma ação e seu preço de mercado. O valor intrínseco para
a escola fundamentalista é representado pela avaliação do patrimônio da empresa, seu
desempenho e sua posição no respectivo setor de atuação, pela intensidade da concorrência
e pela existência de produtos e serviços alternativos, pelo grau de atualização tecnológica
do empreendimento, pelo nível de intervenção estatal na área de atuação (controle de
preços, proteção tributária, subsídios, etc), por seu programa de investimentos, por sua
política de distribuição de lucros e pelo cálculo do valor presente dos lucros futuros
estimados.
Outro conjunto é formado pelos investidores que procuram empresas com baixas
cotações em relação a seus ativos, e que tenham controle acionário concentrado. Nestes
casos, o objetivo costuma se concretizar um “take-over”, reunindo um lote expressivo o
suficiente para garantir participação no processo decisório da firma, seguido de propostas
de desmembramento parcial ou total do ativo para venda a terceiros, com conseqüências
favoráveis sobre as cotações nas bolsa.
Índice Preço/Lucro
Em princípio, deduz-se que quanto mais baixo o P/L mais recomendável será
realizar aquisições, e vice-versa; na realidade, este índice não deve ser utilizado
isoladamente para respaldar decisões de investimento. O conceito do índice deve ser
dinâmico, ou seja, sua utilização deve conter as perspectivas de desenvolvimento da
empresa e de seus lucros, de acordo com os prazos ideais (do ponto de vista do investidor)
para sua aplicação no papel em questão.
A observação empírica nos mostra que no Brasil o lucro de uma empresa pode
apresentar grandes variações de um ano para outro; desta forma, o P/L calculado sobre o
lucro passado pode nada significar, enquanto que as projeções de lucros constituem
exercícios que em certos casos beiram a adivinhação.
Para muitos investidores, que preferem retornos em dinheiro para suas aplicações, o
“cash-yield” combinado com levantamentos estatísticos sobre a periodicidade e a época do
pagamento dos dividendos constitui importante instrumento de apoio a suas decisões.
Por outro lado, o analista deve atentar para os diversos procedimentos das empresas
em relação à periodicidade do pagamento de dividendos. Algumas pagam dividendos
anuais, enquanto outras fazem semestral, trimestral ou mesmo mensalmente.
Cotação/Valor Patrimonial
Esta relação, como se verifica diretamente de seu nome, resulta do quociente entre a
cotação de um determinado papel, em certo momento, por seu valor patrimonial. Este
último valor, por sua vez, é obtido pela divisão do montante global do patrimônio líquido
da empresa pelo número de ações em poder dos diversos acionistas.
Resumo
Outros:
Faturamento líquido
É o saldo dos valores recebidos pela empresa, como remuneração por uma atividade social,
subtraídos os valores referentes a impostos diretos, descontos concedidos, devoluções e
eventuais parcelas repassadas a terceiros, mas que tenham composto seu preço final; esta
informação, no Brasil, pode ser obtida em relação a vários períodos de tempo: mensal,
trimestral, semestral ou anual; o acompanhamento estatístico dessa informação
(devidamente deflacionada) proporciona uma boa visão da evolução geral da empresa; cabe
ressaltar que para as instituições bancárias, esta informação não costuma ser aplicada, sendo
mais significativa a referente aos ativos totais, enquanto que para as empresas “holding”
adiciona-se ao seu faturamento líquido próprio o resultado da equivalência patrimonial; a
equivalência patrimonial a que nos referimos é o somatório do lucro líquido de cada
empresa controlada, distribuído à “holding” na proporção de sua posição acionária em cada
subsidiária;
Margem Líquida
Liquidez Corrente
Rentabilidade do Patrimônio
Endividamento