Aula Mamografia

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FALANDO SOBRE

MAMOGRAFIA
2002 – Ministério da Saúde
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico,
e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do
Instituto Nacional de Câncer/MS
(Lei n.º 5.988, de 14.12.73)

Ministério da Saúde
José Serra

Secretaria de Assistência à Saúde


Renilson Rechem de Souza

Instituto Nacional de Câncer


Jacob Kligerman

Tiragem desta edição: 10.000 exemplares

Edição e distribuição:
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Coordenação de Prevenção e Vigilância - Conprev
Rua dos Inválidos, 212 – 3º andar
20231 – 020 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (0XX21) 3970.7400
Fax: (0XX21) 3070.7516
e-mail: [email protected]

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Ficha Catalográfica

Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde.

Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev)


Falando sobre Mamografia. Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do
Colo do Útero e de Mama – Rio de Janeiro: MS/INCA, 2000
81 págs. Ilustrações
Bibliografia
ISBN: 85-7318-063-3 CDD: 616.994

1. Neoplasias mamárias - Diagnóstico 2. Mamografia 3. Ultra-sonografia.


APRESENTAÇÃO

O controle do câncer em nosso país representa, atualmente, um dos grandes desafios que a
saúde pública enfrenta, pois o câncer é a segunda causa de morte por doença e demanda a realiza-
ção de ações com variados graus de complexidade. O câncer de mama em mulheres teve um
aumento considerável da taxa de mortalidade, entre 1979 e 1998, de 5,77 para 9,70 por 100 mil e
ocupa o primeiro lugar nas estimativas de incidência e mortalidade para o ano 2001. Esta tendên-
cia é semelhante a de países desenvolvidos, onde a urbanização levou ao aumento da prevalência
de fatores de risco de câncer de mama, entre eles, tais como idade tardia à primeira gravidez.
Nesses países, tem-se constatado um aumento persistente na incidência do câncer de mama, acom-
panhado da redução da mortalidade na faixa etária maior que 50 anos, devido à garantia de acesso
à assistência médico-hospitalar e, provavelmente, à adoção de políticas de detecção precoce do
tumor. Em alguns países em desenvolvimento, ao contrário, esse mesmo aumento da incidência
está acompanhado de um aumento da mortalidade, atribuído, principalmente, a um retardamento
do diagnóstico e terapêutica adequados.
A elevada incidência e mortalidade por câncer de mama no Brasil justifica o planejamento
de estratégias nacionais visando a detecção precoce. É, portanto, fundamental que haja mecanis-
mos através dos quais indivíduos motivados a cuidar da saúde encontrem uma rede de serviços
quantitativamente e qualitativamente capaz de suprir essa necessidade, em todo o território nacio-
nal. Torna-se necessário, para enfrentar tal desafio, a adoção de uma política que contemple, entre
outras estratégias, a capacitação de recursos humanos para o diagnóstico precoce do câncer.
A estruturação do Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do
Útero e de Mama – prevê a formação de uma grande rede nacional na qual o profissional de saúde,
capacitado para a detecção precoce, tem um papel fundamental.
Esta publicação faz parte de um conjunto de materiais educativos elaborados para atender
a essa estratégia, sendo dirigida àqueles que, atuando no diagnóstico radiológico das lesões ma-
márias, consolidarão a melhoria da qualidade do atendimento à mulher brasileira.

JACOB KLIGERMAN
Diretor Geral do Instituto Nacional de Câncer
Ministério da Saúde
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................9

2. INDICAÇÕES DA MAMOGRAFIA .................................................................................. 11


2.1. Mamografia de rotina ................................................................................................... 11
2.1.1. Rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas ....................... 11
2.1.2. Pré TRH ........................................................................................................... 11
2.1.3. Pré-operatório para cirurgia plástica ................................................................ 11
2.1.4. Seguimento ...................................................................................................... 12
2.2. Mamografia diagnóstica ............................................................................................... 12
2.2.1. Sinais e sintomas: nódulo e “espessamento”, descarga papilar ........................ 12
2.2.2. Controle radiológico ........................................................................................ 12
2.2.3. Estudo de prótese de silicone ........................................................................... 13
2.2.4. Mama masculina .............................................................................................. 13

3. LESÕES DETECTADAS NA MAMOGRAFIA ................................................................ 15


3.1. Sinais radiológicos primários de câncer de mama ........................................................ 15
3.1.1. Nódulo ............................................................................................................. 15
3.1.2. Microcalcificações ........................................................................................... 16
3.1.3. Densidade assimétrica e neodensidade ............................................................ 18
3.2. Sinais radiológicos secundários de câncer de mama .................................................... 18
3.2.1. Distorção da arquitetura ................................................................................... 18
3.2.2. Dilatação ductal isolada ................................................................................... 19
3.2.3. Outras lesões .................................................................................................... 19
3.3. Padronizando as descrições .......................................................................................... 20
3.3.1. Tipo de mama ................................................................................................... 20
3.3.2. Nódulos ............................................................................................................ 22
3.3.3. Microcalcificações ........................................................................................... 22
3.3.4. Densidade assimétrica ...................................................................................... 22
3.3.5. Distorção da arquitetura ................................................................................... 23
3.3.6. Localização ...................................................................................................... 23
4. CLASSIFICAÇÃO RADIOLÓGICA ................................................................................. 25

5. CONDUTA DIAGNÓSTICA ............................................................................................... 27

6. ULTRA-SONOGRAFIA MAMÁRIA ................................................................................. 29


6.1. Indicações de ultra-sonografia mamária ....................................................................... 29
6.1.1. Diagnóstico diferencial entre cisto x sólido .....................................................29
6.1.2. Paciente jovem com nódulo palpável ou alteração no exame físico .................29
6.1.3. Avaliação de nódulo palpável não detectado na mamografia ........................... 29
6.1.4. Doença inflamatória – abscesso ....................................................................... 30
6.1.5. Diagnóstico e acompanhamento de coleções líquidas ...................................... 30
6.1.6. Avaliação de próteses de silicone ..................................................................... 30
6.1.7. Mama no ciclo grávido-puerperal .................................................................... 30
6.1.8. Guia para intervenção ...................................................................................... 30
6.2. Sinais ultra-sonográficos de malignidade ..................................................................... 30
6.3. Uso inapropriado da ultra-sonografia mamária ............................................................ 31
6.4. Padronizando as descrições .......................................................................................... 31
6.4.1. Tipo de mama ................................................................................................... 31
6.4.2. Cistos ............................................................................................................... 31
6.4.3. Nódulos sólidos ................................................................................................ 32
6.4.4. Outras alterações .............................................................................................. 32
6.4.5. Localização ...................................................................................................... 32

7. COMPLEMENTAÇÃO DA MAMOGRAFIA COM A ULTRA-SONOGRAFIA .......... 33


7.1. Complementação adequada .......................................................................................... 33
7.2. Complementação inadequada ....................................................................................... 33

8. MAMÓGRAFOS .................................................................................................................35
8.1. Modos de operação ....................................................................................................... 35

9. TÉCNICA RADIOLÓGICA ............................................................................................... 37


9.1. Incidências básicas ....................................................................................................... 37
9.1.1. Crânio-caudal – CC .......................................................................................... 37
9.1.2. Médio-lateral oblíqua – MLO .......................................................................... 38
9.2. Incidências complementares .........................................................................................38
9.2.1. Crânio-caudal forçada – XCC .......................................................................... 39
9.2.2. “Cleavage” – CV .............................................................................................. 39
9.2.3. Médio-lateral ou perfil externo - ML ou P ....................................................... 39
9.2.4. Lateromedial ou perfil interno ou contact – LM ou contact .............................40
9.2.5. Caudocranial – RCC ........................................................................................ 40
9.3. Manobras ...................................................................................................................... 40
9.3.1. Compressão localizada ..................................................................................... 41

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9.3.2. Ampliação (magnificação) ............................................................................... 41
9.3.3. Associação entre compressão e ampliação ....................................................... 41
9.3.4. Manobra angular .............................................................................................. 41
9.3.5. Manobra rotacional – Roll - RL ou RM ........................................................... 42
9.3.6. Manobra tangencial – TAN .............................................................................. 42
9.4. Técnica radiográfica .....................................................................................................42
9.4.1. Mama feminina ................................................................................................ 42
9.4.2. Mama masculina (ou feminina muito pequena) ............................................... 42
9.4.3. Mamas com próteses de silicone ...................................................................... 43
9.4.4. Pacientes mastectomizadas e mama reconstruída ............................................ 43
9.4.5. Pacientes com volumosos tumores ................................................................... 43
9.4.6. Mamas com cirurgia conservadora e radioterapia ............................................ 43
9.4.7. Peça cirúrgica ................................................................................................... 44
9.5. Fazendo a “câmara clara” ............................................................................................. 44
9.5.1. A lesão só aparece em uma incidência ............................................................. 45
9.5.2. A lesão visibilizada é verdadeira? .................................................................... 45
9.5.3. Distorção arquitetural e cirurgia anterior ......................................................... 45
9.5.4. Nódulo palpável ............................................................................................... 45
9.5.5. Microcalcificações ........................................................................................... 46
9.5.6. Artefatos? ......................................................................................................... 46
9.5.7. Lesão cutânea? ................................................................................................. 46
9.6. Identificação dos filmes ................................................................................................ 46
9.6.1. Modelo para numerador ................................................................................... 46
9.6.2. Localização no filme ........................................................................................ 46
9.6.3. Padronização das incidências ........................................................................... 47

10. AUDITORIA DE RESULTADOS ....................................................................................... 49


10.1. Indicadores de desempenho .......................................................................................... 49
10.2. Definições e cálculo .....................................................................................................50
10.2.1. Mamografia de rastreamento.......................................................................... 50
10.2.2. Mamografia diagnóstica ................................................................................. 50
10.2.3. Mamografia de rastreamento positiva ............................................................ 50
10.2.4. Mamografia diagnóstica positiva ................................................................... 50
10.2.5. Mamografia de rastreamento negativa ........................................................... 50
10.2.6. Mamografia diagnóstica negativa .................................................................. 50
10.2.7. Verdadeiro positivo (VP) ............................................................................... 50
10.2.8. Verdadeiro negativo (VN) .............................................................................. 50
10.2.9. Falso negativo (FN) ....................................................................................... 51
10.2.10. Falso positivo (FP) .........................................................................................51
10.2.11. Valor preditivo positivo (VPP) ....................................................................... 51
10.2.12. Sensibilidade (S) ............................................................................................ 51
10.2.13. Especificidade (E) .......................................................................................... 51

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10.2.14. Taxa de detecção de câncer ............................................................................ 52
10.2.15. Taxa de reconvocação .................................................................................... 52

11. CONTROLE DE QUALIDADE EM MAMOGRAFIA .................................................... 53


11.1. Requisitos Técnicos ...................................................................................................... 53
11.1.1. Requisitos da Portaria nº 453/98 ...................................................................... 53
11.1.2. Ajustes para realização dos testes .................................................................... 53
11.1.3. Equipamentos necessários para os testes ......................................................... 54
11.2. Testes ......................................................................................................................... 54
11.2.1. Alinhamento entre o campo de raios X e o receptor de imagens ..................... 54
11.2.2. Desempenho do controle automático de exposição .......................................... 55
11.2.3. Força de compressão ........................................................................................ 56
11.2.4. Alinhamento da placa de compressão .............................................................. 56
11.2.5. Teste da integridade dos chassis (contato filme-écran) .................................... 57
11.2.6. Qualidade do processamento............................................................................ 58
11.2.7. Qualidade da imagem ....................................................................................... 58
11.3. Resumo dos testes de controle de qualidade .................................................................61
11.4. Rotinas de manutenção ................................................................................................. 61
11.4.1. Mamógrafo ....................................................................................................... 61
11.4.2. Processadora .................................................................................................... 62
11.4.3. Chassis e écrans ............................................................................................... 62
11.4.4. Produtos químicos para o processamento ........................................................ 62
11.4.5. Câmara escura .................................................................................................. 62
11.4.6. Material para limpeza da câmara escura .......................................................... 62
11.5. Artefatos ....................................................................................................................... 63
11.6. Análise dos filmes perdidos .......................................................................................... 64
11.7. Periodicidade dos testes e rotinas ................................................................................. 65
11.8. Causas de irregularidade no processamento .................................................................66

12. RESPONSABILIDADES .................................................................................................... 67


12.1. Responsabilidade do médico radiologista .................................................................... 67
12.2. Responsabilidades do técnico em radiologia ................................................................ 67

13. AMBIENTE DE TRABALHO ............................................................................................ 69

14. LEITURA RECOMENDADA ............................................................................................ 71

ANEXO I - REGISTRO DOS TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE ..................... 75

ANEXO II - RESUMO MENSAL DAS MEDIDAS DE QUALIDADE ................................ 78

ANEXO III – ANÁLISE DE FILMES PERDIDOS ................................................................ 79

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1. INTRODUÇÃO

Para 2001, o Ministério da Saúde estima que no Brasil ocorrerão 305.330 casos novos e
117.550 óbitos por câncer. Entre esses, as neoplasias malignas da mama feminina serão responsá-
veis por 31.590 casos novos e 8.670 óbitos, ocupando o primeiro lugar em incidência e mortalida-
de em mulheres. Utilizando a série histórica de taxas de mortalidade por câncer de mama no
período de 1979 a 1998, observou-se aumento considerável de 5,7/100.000 para 9,7/100.000 mu-
lheres, representando variação percentual relativa de 68%.
Os fundamentos para o controle do câncer de mama baseiam-se na prevenção, na detecção
precoce e no tratamento.
Como ação de prevenção secundária, ou seja, de detecção precoce do câncer de mama, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona três estratégias, complementares entre si, quais
sejam: o auto-exame das mamas, o exame clínico e a mamografia.
Nos dias de hoje, a utilização de mamógrafos de alta resolução dotados de foco fino para
ampliação, de combinação adequada filme-écran e de processamento específico, tem proporcio-
nado a detecção de um número cada vez maior de lesões mamárias, principalmente lesões peque-
nas, quando ainda não são palpáveis.
A mamografia possui alta sensibilidade e alta especificidade para detectar lesões mamárias,
com valores variando respectivamente entre 88-93,1% e 85-94,2%. Para reproduzir estes resulta-
dos da literatura, a imagem mamográfica deve ter alta qualidade e para tanto são necessários:
equipamento adequado, técnica radiológica correta (posicionamento, técnica) e, principalmente,
conhecimento, prática e dedicação dos profissionais envolvidos.
Nesta publicação serão abordados temas sobre mamografia – indicações, equipamentos,
técnica, interpretação (sinais radiológicos de malignidade), auditoria de resultados e controle de
qualidade, como resultado de pesquisa em várias fontes.

Falando sobre Mamografia


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2. INDICAÇÕES DA MAMOGRAFIA

2.1. Mamografia de rotina

Mamografia de rotina é aquela realizada em mulheres sem sinais ou sintomas de câncer de


mama, sendo capaz de detectar lesões pequenas, não palpáveis (geralmente com melhores possibi-
lidades de tratamento e melhor prognóstico).
As situações em que a mamografia é solicitada com esta finalidade são as seguintes:

2.1.1. Rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas

Recentes diretrizes recomendam a mamografia de rastreamento (ou de rotina), nas mu-


lheres assintomáticas a partir de 40 anos, associada com auto-exame mensal e exame clínico anu-
al, embora os benefícios destes últimos não estejam cientificamente comprovados. Antes de 40
anos, a mamografia de rastreamento deve ser realizada em mulheres com alto risco para câncer de
mama (parente de primeiro grau com câncer de mama na pré-menopausa, história pregressa de
hiperplasia atípica ou neoplasia lobular in situ).

2.1.2. Pré-terapia de reposição hormonal (TRH)

A paciente candidata à terapia de reposição hormonal (TRH) deve realizar a mamografia


antes do início do tratamento, com a finalidade de estabelecer o padrão mamário e detectar lesões
não palpáveis. Qualquer alteração deve ser esclarecida antes de iniciar a TRH. Após início da
TRH a mamografia é realizada anualmente (não há necessidade de realizar mamografia semes-
tral).

2.1.3. Pré-operatório para cirurgia plástica

Com a finalidade de rastrear qualquer alteração das mamas, principalmente em pacientes a


partir da 5ª década ou em pacientes que ainda não tenham realizado o exame.

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Falando sobre Mamografia


2.1.4. Seguimento

Após mastectomia (estudo da mama contralateral) e após cirurgia conservadora. Nestes


casos, a mamografia de seguimento deve ser realizada anualmente, independente da faixa etária,
sendo de extrema importância o estudo comparativo entre os exames.

2.2. Mamografia diagnóstica

Mamografia diagnóstica é aquela realizada em mulheres com sinais ou sintomas de câncer


de mama. Outro tipo de mamografia diagnóstica é a mamografia para controle radiológico de
lesões provavelmente benignas.
Nas pacientes sintomáticas, a indicação não seguirá o padrão acima e o exame será realiza-
do avaliando-se risco-custo-benefício de cada caso. Os sintomas mais freqüentes, com as respec-
tivas indicações, estão analisados abaixo.

2.2.1. Sinais e sintomas: nódulo e “espessamento”, descarga papilar

Nódulo e “espessamento” – um nódulo palpável geralmente é descoberto pela própria paci-


ente, que chega ao médico com muita ansiedade e medo. A mamografia deve sempre ser realizada,
independente da data do exame anterior, se o nódulo for um novo achado no auto-exame das
mamas ou no exame clínico. Em alguns casos, após a mamografia, o exame deve ser complementado
com a ultra-sonografia, para identificar se o nódulo é sólido ou cístico, diferença fundamental para
determinar a conduta a ser estabelecida. Convém lembrar que a mamografia em pacientes jovens
(abaixo de 30 anos) normalmente não apresenta nenhum benefício diagnóstico, em virtude da alta
densidade das mamas e pela baixa incidência de câncer (menos de 0,1%) na faixa etária, sendo a
ultra-sonografia o exame de escolha para a primeira avaliação de nódulos nestes casos.
Descarga papilar – a secreção das mamas, fora do ciclo grávido puerperal, deve ser analisa-
da criteriosamente, sendo fundamental caracterizar: espontânea ou à expressão, uni ou bilateral,
ducto único ou múltiplo, coloração ou aspecto (cristalina tipo “água de rocha”, sanguinolenta,
esverdeada, serosa, colostro-símile). Os casos de maior importância estão relacionados com des-
carga papilar espontânea, unilateral, de ducto único, tipo “água de rocha” ou sanguinolenta, por-
que são suspeitos de doença maligna, sendo a mamografia indicada para iniciar a investigação.

2.2.2. Controle radiológico

A mamografia para controle radiológico é realizada no acompanhamento das lesões prova-


velmente benignas. O controle radiológico deve ser realizado em 6 meses, 6 meses, 1 ano e 1 ano.
Radiologicamente uma lesão é considerada benigna quando permanece estável num período de 3

12

Falando sobre Mamografia


anos. Qualquer modificação no aspecto radiológico, seja em forma, tamanho, densidade ou núme-
ro (no caso de microcalcificações) em qualquer fase do controle, representa indicação para estudo
histopatológico.

2.2.3. Estudo de prótese de silicone

A mamografia não é o melhor exame para o estudo de próteses de silicone, mas é capaz de
detectar algumas alterações nas próteses (ruptura extracapsular, herniação, contratura). Nas mu-
lheres com próteses, a mamografia deve ser realizada para rastreamento do câncer de mama, de
acordo com a faixa etária da paciente, se não houver contratura capsular importante.

2.2.4. Mama masculina

Apesar de pouco freqüente, a mama masculina também pode ser acometida por doença
maligna, que se expressa radiologicamente com as mesmas formas que na mama feminina
(microcalcificações, nódulos etc). A ginecomastia é outra indicação de exame, permitindo dife-
renciar a ginecomastia verdadeira (aumento da glândula com a presença de parênquima mamário)
da ginecomastia falsa ou lipomastia (aumento da glândula por proliferação adiposa).

Observação

A mastalgia, apesar de queixa muito freqüente, não representa indicação para a mamografia,
pois o sintoma “dor” com todas as suas características (intensidade, periodicidade, relação
com ciclo menstrual, relação com “stress” e outros problemas emocionais), não tem expres-
são correspondente em imagens. Nos casos de mastalgia, a realização da mamografia segui-
rá os padrões do rastreamento, de acordo com a faixa etária da paciente.

13

Falando sobre Mamografia


14

Falando sobre Mamografia


3. LESÕES DETECTADAS NA
MAMOGRAFIA

As principais lesões identificadas na mamografia são divididas em sinais radiológicos pri-


mários e secundários.

3.1. Sinais radiológicos primários de câncer de mama


São os tipos de lesões que representam o câncer de mama, com as seguintes expressões
radiológicas:

3.1.1. Nódulo

É o achado mamográfico encontrado em 39% dos casos de câncer não palpáveis. Os nódu-
los devem ser analisados de acordo com o tamanho, contorno, limites e densidade.
• Tamanho - no caso das lesões não palpáveis este parâmetro é de importância relativa, pois os
nódulos diagnosticados apenas pela mamografia, apresentam pequenas dimensões.
• Contorno - os nódulos podem apresentar contorno regular, lobulado, irregular e espiculado
(Figura 1). A suspeita de malignidade aumenta em função da ordem citada acima.
• Limites - os limites representam a relação do nódulo com as estruturas vizinhas; portanto, limi-
tes mal definidos são mais sugestivos para malignidade do que limites parcialmente definidos e
limites definidos.
• Densidade - os nódulos malignos geralmente apresentam densidade elevada, às vezes densida-
de intermediária e raramente baixa densidade.

15

Falando sobre Mamografia


Figura 1 - Nódulo denso e espiculado na mama direita (incidência perfil), histopatológico:
carcinoma ductal infiltrante, prontuário 3477889 - HCIII (INCA/MS).

3.1.2. Microcalcificações

Achado mamográfico encontrado em 42% dos casos de câncer em lesões não palpáveis,
podem representar o sinal mais precoce de malignidade. A análise deve incluir tamanho, número,
forma, densidade e distribuição (Figura 2).
• Tamanho - microcalcificações, por definição, são estruturas com tamanho igual ou menor que
0,5 mm, portanto, partículas pequenas sugerem malignidade e partículas maiores são mais su-
gestivas de benignidade.
• Número - quanto maior o número de microcalcificações por centímetro cúbico, maior a suspeita
para malignidade. Não esquecer que na radiografia considera-se 1 centímetro quadrado, que
representa a projeção, em 2 planos, do volume correspondente a 1 centímetro cúbico. A suspeição
começa a partir de 5 partículas. Assim, quanto maior o número de partículas na área de 1 cm2 da
radiografia, maior a suspeita para malignidade.
• Forma - quanto maior a variedade de formas (puntiformes, lineares, ramificadas), maior o grau
de suspeição para malignidade. Pode-se utilizar a classificação morfológica, de valor crescente,
proposta pela Dra. Michèle Le Gal, excelente recurso para orientar o raciocínio (Tabela 1).
• Densidade - as microcalcificações tipicamente malignas apresentam densidade alta e importan-
te variação de densidade dentro das partículas e entre as partículas. Portanto, densidade baixa e

16

Falando sobre Mamografia


pouca ou nenhuma variação de densidade entre as partículas, sugere benignidade.
• Distribuição - as microcalcificações suspeitas de maliginidade são em geral unilaterais, podem
estar agrupadas num pequeno setor mamário ou dispostas em trajeto ductal.

TABELA 1
Classificação morfológica de Michèle Le Gal (1984)

TIPO MICROCALCIFICAÇÕES - MORFOLOGIA % de malignidade


TIPO I anulares, redondas, discóides, com centro lucente todas são benignas
TIPO II redondas, isodensas, uniformes 22 % são malignas
TIPO III puntiformes, tipo “poeira”, difícil identificação 40 % são malignas
TIPO IV irregulares, poliédricas, tipo “grão de sal” 66 % são malignas
TIPO V vermiculares, ramificadas, em forma de letras todas são malignas

Figura 2 - Microcalcificações pleomórficas na mama esquerda


(incidência crânio-caudal com ampliação), histopatológico: carcinoma intraductal,
tipo comedocarcinoma, prontuário 472117- HC III (INCA/MS).

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Falando sobre Mamografia


3.1.3. Densidade assimétrica e neodensidade

São lesões que apresentam o mesmo aspecto radiológico, pois ambas são áreas densas e
isoladas, sem correspondência na mama contralateral.
A densidade assimétrica (Figura 3) é detectada através da comparação entre a imagem das
mamas e representa malignidade em 3% das lesões não palpáveis. Pode ser difusa, quando abran-
ge um grande segmento da mama e focal, quando encontra-se num pequeno setor da mama.
A neodensidade, por ser um elemento novo, é detectada através da comparação cuidadosa
com as mamografias anteriores. Seis por cento dos casos de câncer em lesões não palpáveis se
expressam radiologicamente sob a forma de neodensidade.

Figura 3 - Densidade assimétrica na mama esquerda (incidência crânio-caudal bilateral),


histopatológico: carcinoma ductal infiltrante, prontuário 3477743 - HCIII (INCA/MS).

3.2. Sinais radiológicos secundários de câncer de mama

Representam os efeitos do tumor no parênquima mamário e nas estruturas adjacentes. São


as seguintes expressões radiológicas.

3.2.1. Distorção da arquitetura

Representa a desorganização de uma pequena área da mama, expressando-se radiologica-

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Falando sobre Mamografia


mente, na maioria das vezes, como lesão espiculada (Figura 4). Corresponde ao câncer em 9% das
lesões não palpáveis.

3.2.2. Dilatação ductal isolada

É a imagem de um único ducto ectasiado e representa malignidade em 1% das lesões não


palpáveis. Tem maior suspeita quando associada com descarga papilar tipo “água de rocha” e
sanguinolenta.

3.2.3. Outras lesões

Embora de menor importância no diagnóstico precoce, por estarem freqüentemente associ-


ados com tumores localmente avançados, são também sinais secundários: espessamento cutâneo,
retração cutânea, retração do complexo aréolo-papilar, corpo mamário com densidade difusamente
aumentada e aspecto infiltrado, linfonodos axilares aumentados, densos e confluentes.

Figura 4 - Distorção arquitetural na mama direita


(incidência médio-lateral oblíqua bilateral), histopatológico: carcinoma intraductal
(padrão cribiforme) prontuário 473834- HC III (INCA/MS).

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Falando sobre Mamografia


3.3. Padronizando as descrições

Para melhor entendimento, recomenda-se padronização nas descrições do tipo de mama e


das lesões. A padronização facilita a comunicação entre o radiologista e o médico solicitante,
facilita o aprendizado, facilita a troca de arquivo entre instituições, evita perda de dados e preen-
chimento incompleto de fichas e permite criar banco de dados, base para estudo posteriores.

3.3.1. Tipo de mama

Existe uma tendência para simplificar a descrição do padrão mamário. Descrições rebusca-
das, utilizando a morfologia do parênquima mamário (tipo nodular difuso, tipo micronodular,
fibroglandular, heterogêneo, etc.) não têm utilidade, porque não apresentam relação com nenhum
aspecto clínico e, principalmente, porque não são representação de doença mamária. Atualmente,
recomenda-se que na descrição do padrão mamário seja feita referência ao tipo de substituição
adiposa.
A substituição do parênquima mamário pelo tecido adiposo é um processo dinâmico que
ocorre na mama da maioria das mulheres, em função da faixa etária. Embora seja um processo
fisiológico, não existe correlação perfeita entre a faixa etária e a substituição adiposa, pois é
comum encontrarmos mulheres jovens com a mama bem substituída e mulheres idosas com pouca
ou nenhuma substituição na mama.
Na mama sem substituição (geralmente da mulher mais jovem) o parênquima mamário
ocupa toda a mama e tem a forma de um triângulo cujo vértice está ligado ao mamilo. O processo
de substituição pode ocorrer de duas maneiras. Na primeira e mais comum, a substituição ocorre
simultâneamente da metade inferior para a metade superior e da metade interna para a externa e a
última região a ser substituída será o quadrante superior externo. Na segunda maneira, a substitui-
ção ocorre da parte posterior para a parte anterior da mama, sendo a região retroareolar a última a
ser substituída.
Para melhor avaliar a substituição, recomendamos utilizar crânio-caudal ou perfil, pois nes-
tas incidências não ocorre angulação e o feixe de raios X faz 90° com a mama (a angulação da
incidência médio-lateral oblíqua produz superposição do parênquima e prejudica a avaliação da
área substituída). Nas mamas com cirurgia plástica, cirurgia conservadora e biópsia alargada,
recomenda-se cuidado ao avaliar a substituição, pois o padrão fica modificado pela desorgani-
zação que estas cirurgias provocam.
A descrição recomendada é a seguinte:
• Mamas densas - nenhum tipo de substituição adiposa (Figura 5).
• Mamas predominantemente densas - a substituição adiposa é menor do que 50% da área da
mama (Figura 6).
• Mamas predominantemente adiposas - a substituição é maior do que 50% da área da mama
(Figura 7).
• Mamas adiposas - a substituição adiposa é total (Figura 8).

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Falando sobre Mamografia


Figura 5 - Mama densa, Figura 6 - Mama predominantemente densa,
sem nenhuma substituição adiposa com substituição adiposa menor do que
(incidência crânio-caudal direita), prontuário 50% da área da mama,
237849 HC III (INCA/MS). (incidência crânio-caudal direita),
prontuário 478753 HC III (INCA/MS).

Figura 7 - Mama predominantemente adiposa, Figura 8 - Mama adiposa,


com substituição adiposa maior do que com substituição adiposa total
50% da área da mama, (incidência médio-lateral oblíqua esquerda),
(incidência crânio-caudal direita), prontuário 3327771 HC III (INCA/MS).
prontuário 3465829 HC III (INCA/MS).

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Falando sobre Mamografia


3.3.2. Nódulos

Características que devem ser descritas nos nódulos:


• Densidade – só citar se a lesão for densa ou lucente.
• Localização – quadrantes (ver item 3.3.6), mama direita, mama esquerda.
• Medida em mm, no maior eixo
• Contorno – regular, irregular, bocelado, espiculado.
• Limites – definidos, parcialmente definidos, mal definidos.
Exemplos:
• Nódulo denso, localizado no quadrante superior externo da mama direita, medindo 23 mm no
maior eixo, exibindo contorno espiculado e limites parcialmente definidos.
• Nódulo localizado na união dos quadrantes internos da mama esquerda, medindo 16 mm no
maior eixo, exibindo contorno regular e limites definidos.
• Nódulo lucente, localizado no quadrante superior externo da mama direita, medindo 25 mm no
maior eixo, apresentando contorno regular, limites definidos, compatível com esteatonecrose
(cisto oleoso).
• Nódulo localizado no quadrante superior interno da mama esquerda, medindo 22 mm no maior
eixo, apresentando contorno algo bocelado, limites definidos e calcificações no interior, com-
patível com fibroadenoma calcificado.

3.3.3. Microcalcificações

Descrever as características das microcalcificações:


• Forma – monomórficas, pleomórficas, com pleomorfismo incipiente.
• Densidade – só citar se forem isodensas.
• Distribuição – agrupadas, trajeto ductal, segmento da mama.
• Localização – quadrantes (ver item 3.3.6), mama direita, mama esquerda.
• Ampliação – citar caso tenha sido realizada.
Exemplos:
• Microcalcificações pleomórficas, agrupadas no quadrante superior interno da mama direita (de-
talhe na incidência com ampliação).
• Microcalcificações monomórficas e isodensas, agrupadas no quadrante inferior externo da mama
esquerda.

3.3.4. Densidade assimétrica

Recomenda-se a seguinte padronização:


• Tipo – densidade assimétrica difusa, densidade assimétrica focal.
• Localização – quadrante (ver item 3.3.6), mama direita, mama esquerda.

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Falando sobre Mamografia


• Não é necessário medir.
Exemplo:
• Densidade assimétrica focal, localizada no quadrante superior externo da mama direita.
• Densidade assimétrica difusa no quadrante superior externo da mama direita.

3.3.5. Distorção da arquitetura

Na descrição da distorção da arquitetura citar:


• O tipo de lesão (distorção focal da arquitetura é a lesão espiculada, sem nódulo).
• Localização – quadrantes (ver item 3.3.6), mama direita, mama esquerda.
Exemplo:
• Distorção arquitetural, localizada no quadrante superior interno da mama esquerda.

3.3.6. Localização

Utiliza-se a seguinte padronização para as regiões da mama:


• QSE – quadrante superior externo.
• QSI – quadrante superior interno.
• QIE – quadrante inferior externo.
• QII – quadrante inferior interno.
• UQQEE – união dos quadrantes externos.
• UQQint – união dos quadrantes internos.
• UQQSS – união dos quadrantes superiores.
• UQQinf – união dos quadrantes inferiores.
• RRA – região retroareolar.
• RC – região central da mama (= união dos 4 quadrantes).
• PA – prolongamento axilar.

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Falando sobre Mamografia


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Falando sobre Mamografia


4. CLASSIFICAÇÃO RADIOLÓGICA

Várias nomenclaturas têm sido utilizadas para classificar as lesões da mama e, embora
todas elas apresentem semelhanças na sua essência, a classificação proposta pelo Colégio Ameri-
TM
cano de Radiologia (Breast Imaging Reporting and Data System – BI-RADS ) e recomendada
pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (através da Comissão de Controle e Manutenção da Quali-
dade em Mamografia) é a que tem maior aceitação, por apresentar simplicidade, abrangência e
fácil entendimento.
Esta classificação também foi aprovada na Reunião de Consenso, realizada em 19 de abril
de 1998, com participação do Colégio Brasileiro de Radiologia, da Sociedade Brasileira de
Mastologia e da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia.
A classificação dos achados mamográficos é a seguinte:
• Negativo (NEG) ou Categoria 1 – mamografia normal, sem nenhum achado.
• Benigno (B) ou Categoria 2 – achado tipicamente benigno, sem necessidade de diagnóstico
diferencial com câncer. Corresponde a calcificações vasculares, calcificações cutâneas,
calcificações com centro lucente, calcificações de doença secretória, calcificações tipo “leite-
de-cálcio”, calcificações redondas (diâmetro maior que 1 mm), fios de sutura calcificados, nó-
dulo calcificado (fibroadenoma), nódulo com densidade de gordura (lipoma, fibroadenolipoma),
cisto oleoso (esteatonecrose), cisto simples (após ultra-sonografia), alterações após cirurgia e/
ou radioterapia.
• Provavelmente benigno (PB) ou Categoria 3 – achado com grande probabilidade de origem
benigna. Estão incluídos nesta categoria: nódulo não palpável, não calcificado, redondo ou
oval, com contorno regular ou levemente lobulado, com limites definidos ou parcialmente defi-
nidos (visibilizados em mais de 75%); microcalcificações redondas ou ovais, isodensas;
calcificações recentes (sugerindo esteatonecrose); densidade assimétrica focal (sugerindo
parênquima mamário); dilatação ductal isolada (sem associação com descarga papilar); lesões
múltiplas, bilaterais, com características radiológicas semelhantes (sugestivas de benignidade).
• Suspeito (S) ou Categoria 4 – lesões em que a probabilidade de câncer deve ser considerada.
São exemplos: nódulo apresentando contorno lobulado ou irregular, com limites pouco defini-
dos; microcalcificações com pleomorfismo incipiente; microcalcificações irregulares;
microcalcificações poliédricas (tipo “grão de sal”); microcalcificações finas, puntiformes (tipo

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Falando sobre Mamografia


“poeira”); densidade assimétrica (sem sugerir parênquima mamário); neodensidade; distorção
da arquitetura (lesões espiculadas); dilatação ductal isolada (associada com descarga papilar
“água de rocha” ou com sangue).
• Altamente suspeito (AS) ou Categoria 5 – lesões características de malignidade, como nódu-
lo denso e espiculado; microcalcificações pleomórficas agrupadas; microcalcificações
pleomórficas seguindo trajeto ductal; microcalcificações ramificadas; associação entre sinais
radiológicos (principalmente nos casos de doença localmente avançada).
Quando o estudo do caso não está completo, utiliza-se uma categoria especial:
• Categoria 0 – avaliação adicional (AD) – indicação de incidências adicionais, manobras ou
ultra-sonografia para esclarecimento do caso; é utilizada apenas em exames de rastreamento,
quando a exploração do caso deve ser complementada e não deve ser utilizada após completa
avaliação da imagem. Após terminar o estudo, a mamografia será classificada de acordo com as
categorias 1 a 5. Exemplos: nódulo – ultra-sonografia para diagnóstico diferencial sólido x
cisto: se cisto a classificação será B, se sólido a classificação poderá ser PB ou S, dependendo
da morfologia; densidade assimétrica – manobras rotacionais, manobras angulares, compressão
+ ampliação, se corresponder à superposição de estruturas (e portanto não persistir após o estu-
do) a classificação será NEG, se corresponder a parênquima mamário a classificação será PB, se
lesão verdadeira a classificação será S; microcalcificações – ampliação para melhor estudo da
morfologia (PB, S, AS?), tangencial se houver suspeita de origem cutânea (se confirmar a clas-
sificação será B).

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Falando sobre Mamografia


5. CONDUTA DIAGNÓSTICA

Com base na classificação adotada, a seguinte conduta é recomendada para estabelecimen-


to do diagnóstico definitivo:
• NEG – repetir o exame de acordo com a faixa etária.
• B – repetir o exame, de acordo com a faixa etária.
• PB – a chance de malignidade neste grupo não é maior do que 2%, sendo recomendado controle
radiológico em 6 meses, 6 meses, 1 ano e 1 ano para confirmar a estabilidade da lesão e conse-
qüentemente o caráter benigno.
• S - neste grupo, a chance de malignidade corresponde a 30% e, embora a maioria das lesões seja
de natureza benigna, o grau de suspeição é suficiente para que a biópsia seja considerada.
• AS - a biópsia é sempre recomendada (valor preditivo positivo = 97%).
• AD – a conduta é terminar o estudo radiológico e classificar de acordo com as categorias ante-
riores. O valor preditivo positivo da classificação AD é de 13%, sendo a biópsia indicada de
acordo com o grau de suspeição.

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Falando sobre Mamografia


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Falando sobre Mamografia


6. ULTRA-SONOGRAFIA MAMÁRIA

Na maioria das vezes, a ultra-sonografia é sempre complementar à mamografia, com exce-


ção para as pacientes jovens (abaixo de 30 anos), quando representa o exame de escolha para a
primeira avaliação. A ultra-sonografia mamária não deve ser utilizada para detectar precocemente
o câncer de mama e não substitui a mamografia.
A ultra-sonografia mamária deve ser realizada com transdutor linear de alta freqüência
(entre 7,5 e 13 MHz).

6.1. Indicações de ultra-sonografia mamária

As principais indicações de ultra-sonografia mamária estão especificadas a seguir:

6.1.1. Diagnóstico diferencial entre cisto x sólido

Somente a ultra-sonografia é capaz de diferenciar lesão sólida e lesão cística, sendo portan-
to indicada quando a mamografia detecta lesão nodular ou quando existe nódulo palpável. Con-
vém lembrar que em alguns casos a diferença pode ser difícil (pequenos cistos e cistos com líquido
espesso podem apresentar discretos ecos no interior, não permitindo correta diferenciação).

6.1.2. Paciente jovem com nódulo palpável ou alteração no exame físico

Em pacientes abaixo de 30 anos, a ultra-sonografia é o exame de escolha, sendo a indicação


de mamografia avaliada posteriormente.

6.1.3. Avaliação de nódulo palpável não detectado na mamografia

Alguns nódulos apesar de palpáveis, não apresentam expressão mamográfica. Isto ocorre
porque a mama é muito densa ou porque o nódulo está localizado em “zonas cegas” para a
mamografia. Nestes casos é obrigatório realizar a ultra-sonografia para estudar as características
morfológicas do nódulo.

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Falando sobre Mamografia


6.1.4. Doença inflamatória – abscesso

A ultra-sonografia é um excelente método para caracterização de doença inflamatória, as-


sim como para guiar a drenagem de abscessos e acompanhar o processo involutivo.

6.1.5. Diagnóstico e acompanhamento de coleções líquidas

No pós-operatório imediato a ultra-sonografia representa um excelente método para detec-


tar coleções líquidas (seroma e hematoma), permitindo acompanhar a involução ou guiar a drena-
gem das coleções.

6.1.6. Avaliação de próteses de silicone

A ultra-sonografia é útil no diagnóstico de ruptura intra e extracapsular e permite também


detectar degeneração no conteúdo das próteses.

6.1.7. Mama no ciclo grávido-puerperal

Em caso de alteração no exame físico, a primeira avaliação das mamas deve ser realizada
pela ultra-sonografia.

6.1.8. Guia para intervenção

Para orientar drenagem de coleções líquidas, marcação pré-cirúrgica e biópsia por agulha
grossa.

6.2. Sinais ultra-sonográficos de malignidade

Na avaliação de nódulos sólidos, alguns sinais ultra-sonográficos são utilizados para carac-
terizar a suspeita de malignidade. Estes sinais podem estar isolados ou associados. Nos casos em
que estão ausentes, a malignidade não pode ser excluída com segurança, notadamente nas mulhe-
res a partir da 5ª década.
Os sinais ultra-sonográficos de malignidade são os seguintes: nódulo sólido hipoecóico,
ecotextura interna heterogênea, parede irregular, atenuação posterior, eixo anteroposterior maior
que o eixo transverso.

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Falando sobre Mamografia


6.3. Uso inapropriado da ultra-sonografia mamária

Em algumas situações a utilização da ultra-sonografia não representa escolha adequada,


pois com freqüência, o exame é normal, dando uma falsa segurança ao médico e à paciente. São
exemplos: estudo de lesões espiculadas, detecção, estudo e acompanhamento de microcalcificações,
diferenciação benigno x maligno, rastreamento em paciente assintomática com mama densa na
mamografia, avaliação de pequenos nódulos detectados na mamografia em mama adiposa.

6.4. Padronizando as descrições

Para melhor entendimento, recomenda-se padronização nas descrições do tipo de mama e


das lesões. A padronização facilita a comunicação entre o radiologista e o médico solicitante,
facilita o aprendizado, facilita a troca de arquivo entre instituições, evita perda de dados e preen-
chimento incompleto de fichas e permite criar banco de dados, base para estudo posteriores.

6.4.1. Tipo de mama

A ultra-sonografia não é adequada para avaliar a substituição adiposa e, embora seja possí-
vel identificar o tipo de mama em alguns casos, recomenda-se descrever genericamente a camada
glandular como heterogênea.

6.4.2. Cistos

Aspectos na descrição dos cistos:


• Nódulo anecóico ou com escassos ecos no interior (no caso de cisto pequeno ou com conteúdo
espesso) ou cisto.
• Localização – ver item 6.4.5.
• Medida em mm (eixo maior e/ou eixo menor).
• Parede – regular ou irregular.
• Reforço posterior.
Exemplo:
• Nódulo anecóico, localizado no quadrante superior externo da mama direita, medindo 23 x 15
mm, exibindo parede regular e reforço posterior.
• Nódulo localizado no quadrante superior da mama esquerda, medindo 10 mm no maior eixo,
com escassos ecos no interior e discreto reforço posterior (cisto com líquido espesso?).
• Cisto no quadrante inferior interno da mama esquerda, medindo 20 x 13 mm, com parede regu-
lar e reforço posterior.

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Falando sobre Mamografia


6.4.3. Nódulos sólidos

Características que devem ser descritas nos nódulos sólidos:


• Ecogenicidade – hipoecóico (importante para malignidade), hiperecóico.
• Localização – ver item 6.4.5.
• Medida em mm (eixo maior /ou eixo menor).
• Contorno, parede – regular, irregular, bocelado.
• Ecotextura interna – homogênea, heterogênea.
• Atenuação, reforço posterior.
Exemplo:
• Nódulo hipoecóico, localizado no quadrante superior externo da mama direita, medindo 23 mm
x 15 mm, exibindo contorno bocelado, ecotextura interna homogênea e discreto reforço poste-
rior.
• Nódulo hipoecóico, localizado na união dos quadrantes internos da mama esquerda, medindo
16 mm no maior eixo, apresentando contorno irregular, ecotextura interna heterogênea e atenu-
ação posterior.

6.4.4. Outras alterações

Outras alterações como abscessos, ectasia ductal, cistos septados e cistos com vegetações
no interior, embora menos comuns, também podem ser diagnosticadas pela ultra-sonografia. Re-
comenda-se que a descrição seja realizada seguindo os parâmetros anteriores e que o laudo seja
finalizado com uma impressão diagnóstica.

6.4.5. Localização

Para melhor localização das lesões na ultra-sonografia, utilizamos cortes radiais, seguindo
o sentido horário, e a seguinte nomenclatura:
• Quadrante.
• Localização no quadrante – seguindo as horas do relógio.
• Distância do mamilo – a mama é dividida em 3 partes, sendo, em relação ao mamilo, “1” mais
proximal, “2” intermediária e “3” mais distal.
• Profundidade – a mama é dividida em 3 partes, tendo como base o transdutor junto à pele. “A”
representa a porção mais superficial, junto ao transdutor, “B” a intermediária e “C” a mais
profunda, próxima à parede do tórax.
Exemplo:
• Nódulo no quadrante superior externo (2h-3B) da mama esquerda.... – representa um nódulo
distal ao mamilo e próximo à parede do tórax.
• Cisto no quadrante inferior externo (7h-1A) da mama direita.... – representa um cisto perto do
mamilo e perto da pele.

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Falando sobre Mamografia


7. COMPLEMENTAÇÃO DA
MAMOGRAFIA COM A
ULTRA-SONOGRAFIA

7.1. Complementação adequada

Quando a ultra-sonografia vai ajudar na detecção e caracterização das lesões.


• Nódulo palpável não identificado na mamografia, pela alta densidade do parênquima mamário
ou pela localização em “zonas cegas”.
• Lesão circunscrita na mamografia (palpável ou não), que pode ser um cisto.

7.2. Complementação inadequada

São os casos em que a ultra-sonografia não vai acrescentar na detecção e caracterização das
lesões, representando apenas aumento de custo e perda de tempo para a paciente e a instituição.
• Nódulos classificados como B, por serem lesões tipicamente benignas, já caracterizadas na
mamografia.
• Nódulos classificados como AS, por serem lesões com alto valor preditivo positivo para malig-
nidade, já caracterizadas pela mamografia e que devem ser biopsiadas (realizar ultra-sonografia
para confirmar o que já foi caracterizado só adiciona custos e retarda o início do tratamento).
• Mama densa em pacientes assintomáticas e sem alteração no exame das mamas, porque nesta
situação a ultra-sonografia acrescenta pouco na detecção precoce do câncer de mama (o benefí-
cio diagnóstico é pequeno, se comparado com o aumento de custo).

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Falando sobre Mamografia


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Falando sobre Mamografia


8. MAMÓGRAFOS

De acordo com o item 4.18 da Portaria 453/98 ao Ministério da Saúde – “Diretrizes de


proteção radiológica em Radiodiagnóstico médico e odontológico”, os mamógrafos devem ter, no
mínimo, as seguintes especificações: gerador trifásico ou de alta freqüência, tubo projetado para
mamografia (com janela de berílio), filtro de molibdênio, escala de tensão em incrementos de 1
kV, dispositivo de compressão firme (força de compressão entre 11 e 18 kgf), diafragma regulável
com localização luminosa, distância foco-filme não inferior a 30 cm e tamanho de ponto focal não
superior a 4 mm.

8.1. Modos de operação

Os mamógrafos atuais permitem realizar exames com 3 modos de operação:


• Automático – o aparelho seleciona kV de acordo com a espessura da mama comprimida, dando
também mAs adequado.
• Semi-automático – o operador seleciona kV de acordo com a espessura da mama comprimida,
o aparelho calcula mAs. Para calcular kV, utiliza-se a seguinte regra: kV = (espessura da mama
x 2) + constante do aparelho (geralmente em torno de 20).
• Manual – o operador seleciona kV (regra acima) e mAs.
• Exemplos: 25 kV - 80 mAs; 27 kV - 120 mAs (mama densa)

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Falando sobre Mamografia


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Falando sobre Mamografia


9. TÉCNICA RADIOLÓGICA

A mamografia é um exame que utiliza baixo kV e alto mAs, para gerar alto contraste, neces-
sário à visibilização das estruturas que compõem a mama, todas com densidade semelhante.
Na realização da mamografia deve-se utilizar compressão eficiente, entre 13 e 15 kgf, para
obtenção de um bom exame (na prática, em aparelhos que não indicam automaticamente a força
de compressão utilizada, podemos comprimir até a pele ficar tensa e/ou até o limite suportado pela
paciente).
As vantagens da compressão estão listadas abaixo.
• Reduz a dose de radiação, porque diminui a espessura da mama.
• Aumenta o contraste da imagem, porque a redução da espessura da mama diminui a dispersão
da radiação.
• Aumenta a resolução da imagem, porque restringe os movimentos da paciente.
• Diminui distorções, porque aproxima a mama do filme.
• “Separa” as estruturas da mama, diminuindo a superposição e permitindo que lesões suspeitas
sejam detectadas com mais facilidade e segurança.
• Diminui a variação na densidade radiográfica ao produzir uniformidade na espessura da mama.

9.1. Incidências básicas

São crânio-caudal e médio-lateral oblíqua e representam a base de qualquer exame.

9.1.1. Crânio-caudal – CC

Posicionamento
• Tubo vertical, feixe perpendicular à mama.
• Paciente de frente para o receptor, com a cabeça virada para o lado oposto ao exame; do lado
examinado, mão na cintura e ombro para trás ou braço ao longo do corpo, com o ombro em
rotação externa.

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Falando sobre Mamografia


• Elevar o sulco inframamário, para permitir melhor exposição da porção superior da mama,
próxima ao tórax).
• Centralizar a mama no bucky, mamilo paralelo ao filme.
• Filme mais próximo dos quadrantes inferiores.
• As mamas devem ser posicionadas de forma simétrica.
• Para melhorar a exposição dos quadrantes externos, pode-se tracionar a parte lateral da mama,
antes de aplicar a compressão.
Referências para a incidência crânio-caudal
• Parte lateral e parte medial da mama incluídas na radiografia.
• Visibilização do músculo grande peitoral, que pode ocorrer em 30-40% das imagens, notadamente
com adequada elevação do sulco inframamário.
• Visibilização da gordura retromamária.

9.1.2. Médio-lateral oblíqua – MLO

Posicionamento
• Rodar o tubo até que o receptor esteja paralelo ao músculo grande peitoral, variando a angulação
entre 30 e 60º (pacientes baixas e médias 30 a 50º, paciente alta até 60º).
• Feixe perpendicular à margem lateral do músculo grande peitoral.
• Paciente de frente para o bucky com o braço do lado examinado fazendo 90º com o tórax;
encaixar a axila e o grande peitoral no ângulo superior externo do bucky; puxar o peitoral e a
mama para o bucky (colocar a mama para cima, “abrindo” o sulco inframamário); rodar o paci-
ente (lado oposto ao exame para fora) e comprimir.
• Centralizar a mama, mamilo paralelo ao filme.
• Filme mais próximo dos quadrantes externos.
• As mamas devem ser posicionadas de forma simétrica, incluindo mesma angulação.
Referências para a incidência médio-lateral oblíqua
• Músculo grande peitoral até plano do mamilo ou abaixo, com borda anterior convexa.
• Sulco inframamário incluído na imagem.
• Visibilização da gordura retromamária - se não for possível colocar o mamilo paralelo ao filme,
sem excluir o tecido posterior, deve-se realizar incidência adicional da região retroareolar (em
MLO ou CC).

9.2. Incidências complementares

As incidência complementares crânio-caudal forçada, cleavage, médio-lateral ou perfil ex-


terno, lateromedial ou perfil interno e caudocranial são realizadas para esclarecer situações detec-
tadas nas incidências básicas.

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Falando sobre Mamografia


9.2.1. Crânio-caudal forçada – XCC

Posicionamento
• Rotação do tubo 5º a 10º, feixe de cima para baixo (os quadrantes externos ficam um pouco
mais altos).
• Paciente posicionada como na crânio-caudal, com ligeira rotação para centralizar os quadrantes
externos no bucky.
• Elevar o sulco inframamário.
• Centralizar os quadrantes externos no bucky, incluir o mamilo, que deve ficar paralelo ao filme.
• Filme mais próximo dos quadrantes inferiores.
• Esta incidência permite melhor visibilização dos quadrantes externos, inclusive da porção pos-
terior e da cauda de Spence (tecido mamário proeminente, que “invade” a axila, lateralmente à
borda lateral do músculo grande peitoral).
• “Cleópatra” - representa variação da crânio-caudal forçada, sendo realizada com tubo a 90º e
com a paciente bem inclinada sobre o bucky.
• Escolher entre realizar XCC ou “Cleópatra” depende apenas da facilidade de posicionamento
para cada paciente, pois as duas incidências têm o mesmo resultado radiográfico.

9.2.2. Cleavage – CV

Posicionamento
• Tubo vertical, feixe perpendicular à mama.
• Posição da paciente como na crânio-caudal.
• Elevar o sulco inframamário.
• Centralizar os quadrantes internos da mama examinada no bucky (a mama oposta também fica
sobre o bucky), mamilo paralelo ao filme.
• Filme mais próximo dos quadrantes inferiores.
• Esta incidência é uma crânio-caudal com ênfase na exposição dos quadrantes internos (indicada
para estudo de lesões nos quadrantes internos, principalmente as próximas do esterno).

9.2.3. Médio-lateral ou perfil externo - ML ou P

Posicionamento
• Rotação do tubo 90º, feixe perpendicular à mama.
• Paciente de frente para o bucky, braço do lado do exame relaxado e o cotovelo dobrado; levantar
e colocar a mama para frente; o ângulo superior do receptor atrás da margem lateral do grande
peitoral.
• Centralizar a mama, mamilo paralelo ao filme.
• Filme mais próximo dos quadrantes externos.

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Falando sobre Mamografia


• Esta incidência (também chamada de perfil absoluto) deve incluir, obrigatoriamente, parte do
prolongamento axilar.
• Incidência indicada em mamas tratadas com cirurgia conservadora e esvaziamento axilar e na
verificação do posicionamento do fio metálico, após marcação pré-cirúrgica de lesões não pal-
páveis.

9.2.4. Lateromedial ou perfil interno ou contact – LM ou contact

Posicionamento
• Rotação do tubo 90º, feixe perpendicular à mama.
• Paciente de frente para o bucky, braço do lado examinado elevado, fazendo 90º com o tórax e
apoiado no bucky.
• Centralizar a mama, mamilo paralelo ao filme.
• Filme mais próximo dos quadrantes internos.
• Comprimir a partir da linha axilar posterior em direção à mama.
• Esta incidência (também chamada de contact) deve incluir, obrigatoriamente, parte do prolon-
gamento axilar.
• Incidência indicada para estudo de lesões nos quadrantes internos, principalmente as próximas
do esterno.

9.2.5. Caudocranial – RCC

Posicionamento
• Rotação do tubo 180º, feixe perpendicular à mama.
• Paciente de frente para o bucky, ligeiramente inclinada sobre o tubo.
• Elevar o sulco inframamário além do limite normal.
• Centralizar a mama, comprimir de baixo para cima.
• Filme mais próximo dos quadrantes superiores.
• Incidência indicada no estudo da mama masculina ou feminina muito pequena, quando existe
dificuldade de realizar a crânio-caudal (face ao pequeno volume da mama), paciente com mar-
ca-passo, paciente com cifose acentuada e paciente grávida (nos raros casos em que há indica-
ção de mamografia em gestantes, o exame deve ser realizado com avental de chumbo no abdo-
me; as incidências de rotina também são CC e MLO; ao optar pela RCC, se o volume do útero
gravídico permitir, atenção, certifique-se que a blindagem do tubo de raios X esteja em perfei-
tas condições).

9.3. Manobras

São recursos para estudar as alterações detectadas na mamografia que podem ser associa-
dos com qualquer incidência. As manobras mais utilizadas são: compressão localizada, amplia-
ção, associação entre compressão e ampliação, manobra angular, rotacional (roll) e tangencial.

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Falando sobre Mamografia


9.3.1. Compressão localizada

A compressão localizada “espalha” o parênquima mamário, diminuindo o “efeito de soma”


(superposição de estruturas com densidade radiográfica semelhante), que pode ser responsável
por imagens “caprichosas”. Está indicada para estudar áreas densas e para analisar o contorno de
nódulos. Quando a lesão é de natureza benigna ou quando representa superposição de estruturas,
geralmente ocorre mudança de aspecto da área densa.
Posicionamento
• Localizar a lesão na mamografia e colocar o compressor adequado sobre a área a ser estudada.

9.3.2. Ampliação (magnificação)

Através da ampliação pode-se visibilizar detalhes nas áreas suspeitas e, principalmente,


estudar a morfologia das microcalcificações.
Posicionamento
• Usar o dispositivo para ampliação, de acordo com o aumento desejado (preferência para fator
de ampliação 1,8).
• Colocar o compressor para ampliação.
• Usar foco fino (0,1 mm).

9.3.3. Associação entre compressão e ampliação

Atualmente a tendência é utilizar simultaneamente compressão e ampliação, permitindo


obter os benefícios das duas manobras, com menor exposição da paciente e racionalização no uso
de filmes.

9.3.4. Manobra angular

Consiste em realizar incidências com várias angulações do tubo, para dissociar imagens
sugestivas de superposição de estruturas (efeito de “soma”), É mais empregada quando a imagem
a ser estudada foi visibilizada na MLO.
Posicionamento
• A paciente será reposicionada na mesma incidência que se deseja estudar, variando apenas a
angulação do tubo em 10 a 20º. Exemplo – numa incidência MLO identificou-se área densa no
quadrante inferior da mama, muito sugestiva de “efeito de soma”. A incidência MLO original
foi realizada com 40º. A paciente será reposicionada e a incidência será repetida com angulação
do tubo em 50 e/ou 60 graus. Em caso de superposição de estruturas, teremos modificação do
aspecto da área densa, em caso de lesão verdadeira; a imagem permanecerá igual.
• indicar no filme a angulação utilizada.
• na prática, para agilizar o estudo, reduzir a dose na paciente e racionalizar o uso de filmes,
parte-se direto da MLO para o perfil absoluto (90º), promovendo completa dissociação de es-
truturas.

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Falando sobre Mamografia


9.3.5. Manobras rotacional – “Roll” - RL ou RM

A finalidade também é dissociar estruturas, melhor indicada e executada quando a imagem


é visibilizada nas incidências axiais.
Posicionamento
• Realizar “rotação” da mama, deslocando a porção superior da mama, que não está em contato
com o filme, produzindo deslocamento das estruturas da mama.
• Geralmente é feita na incidência CC, utilizando no filme a indicação “RL”, se o deslocamento
for para o lado externo (lateral) e “RM” se o deslocamento for para o lado interno (medial).
• A rotação é realizada após posicionar a paciente e pouco antes de aplicar a compressão.

9.3.6. Manobra tangencial – TAN

Consistem em fazer incidências com o feixe tangenciando a mama; indicada para diagnós-
tico diferencial entre lesões cutâneas (cicatrizes cirúrgicas, verrugas, calcificações, cistos sebáceos,
cosméticos contendo sais opacos) e lesões mamárias.
Posicionamento
• Realizar incidência CC ou P e marcar a pele na projeção da lesão (utilizar marcador metálico).
• Fazer uma incidência com o feixe de raios X tangenciando a área com o marcador metálico
(pode-se realizar qualquer incidência, mesmo que não sejam padronizadas, desde que o feixe de
raios X tangencie a área com o marcador).
• Se a lesão for de origem cutânea, será identificada na pele (utilizar lâmpada forte).

9.4. Técnica radiográfica

Abaixo, exemplos de técnica radiológica para realização de diversos exames.

9.4.1. Mama feminina

• Fazer incidências básicas.


• Usar modo automático (preferência) ou manual.

9.4.2. Mama masculina (ou feminina muito pequena)

• Fazer incidências básicas.


• Fazer incidência caudocranial se a mama for muito pequena .
• Usar modo manual (preferência se a mama for muito pequena) ou automático.
• Manual - 25 kV - 40 a 60 mAs.

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Falando sobre Mamografia


9.4.3. Mamas com próteses de silicone

• Fazer incidências básicas.


• Fazer incidências básicas usando a técnica de Eklund, se for possível.
• Usar modo manual (preferência) ou automático.
• Manual - 25 a 27 kV - 40 a 60 mAs - localização retroglandular, 63 a 80 mAs - localização
retropeitoral
• Em pacientes com adnectomia subcutânea (a prótese fica bem abaixo da pele, com pouco ou
nenhum parênquima mamário), fazer o exame no manual, usando 25 kV - 40 mAs.
• Técnica de Eklund - permite melhor visibilização do parênquima mamário, de mais fácil execu-
ção na localização retropeitoral e não deve ser usada quando há contratura capsular (a prótese
está fixa e endurecida pela cápsula fibrosa). Consiste em “empurrar” a prótese de encontro ao
tórax e “puxar” a mama. A placa compressora comprime a mama livre de quase todo (em alguns
casos de todo) o implante. Usar modo manual (preferência) ou automático.

9.4.4. Pacientes mastectomizadas e mama reconstruída

• Fazer incidências básicas do lado normal.


• Reconstrução mamária com a mama oposta (bipartição) – fazer CC e MLO ou P (o esvaziamen-
to axilar prejudica a realização da MLO).
• Reconstrução com retalho miocutâneo e/ou prótese – não há necessidade de radiografar a
neomama (não há benefício diagnóstico).

9.4.5. Pacientes com volumosos tumores

• Fazer incidências básicas do lado normal.


• Do lado doente, fazer incidências básicas, somente se a paciente suportar alguma compressão,
neste caso não esqueça de deslocar a célula para a área mais densa (correspondente ao tumor),
se estiver utilizando o automático.
• Fazer perfil do lado doente, caso não seja possível a MLO.

9.4.6. Mamas com cirurgia conservadora e radioterapia

• Fazer incidências básicas do lado normal.


• Do lado operado, incidências básicas (se a cirurgia conservadora permitir), ou crânio-caudal e
perfil.
• Usar automático (preferência) ou manual.
• No manual, pode-se aumentar 1 a 2 pontos no kV se a mama tiver sido muito irradiada.

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Falando sobre Mamografia


9.4.7. Peça cirúrgica

• Utilizar ampliação 1,8 ou maior.


• Usar compressão para produzir uniformidade na peça e obter uma radiografia melhor.
• Manual - 22 a 24 kV - 16 a 60 mAs (peças pequenas - 16), utilizar 22 kV - 40 mAs na maioria
dos exames
• Existem grades específicas de acrílico, com marcação alfanumérica (radiopaca), onde a peça é
colocada e fixada, facilitando a localização da lesão pelo patologista.

Observações:
• Qualquer exame pode ser acrescido de incidências adicionais, de acordo com a indicação, a
critério do radiologista.
• Sempre que não for possível realizar MLO, substituir por perfil.
• As técnicas radiográficas estão sujeitas à pequenas variações, de acordo com a marca do
mamógrafo, da combinação filme/écran utilizada e do processamento.
• Em todas as incidências a descompressão deve ser realizada imediatamente após a exposição
(em alguns aparelhos a descompressão é automática).
• A célula fotoelétrica deve ser posicionada na área mais densa (em geral na primeira posição,
correspondendo à base da mama e parede do tórax).
• Nas incidências laterais, cuidado com o abdome, que se superpõe à mama após a compressão,
principalmente nas pacientes obesas.
• Em uma imagem mamográfica com adequada exposição, a pele geralmente não é visível sem a
ajuda da luz de alta intensidade. No entanto, imagens de mama com pouca espessura, que re-
querem baixo mAs, podem freqüentemente serem bem expostas e ainda revelar a pele, sem
necessidade da luz de alta intensidade.
• No modo semi-automático, aumentar 1 a 2 pontos no kV, nas mamas com processo inflamató-
rio, infiltração por neoplasia maligna ou tratadas com radioterapia. Pode-se também aumentar 1
ou 2 pontos no enegrecimento (são mamas que praticamente não permitem compressão, por
isso o exame fica “mais branco”).
• Se o exame fica muito branco, por mais que se mude a técnica, verificar se o filme está posicionado
corretamente no cassete (a emulsão - parte fosca - deve ficar em contato com o écran), se célula
está corretamente posicionada e se o processamento está adequado (sub-revelação pode ocorrer
por temperatura baixa, tempo curto ou químico vencido).

9.5. Fazendo a “câmara clara”

Fazer a “câmara clara” significa liberar as mamografias, após análise de cada exame e
esclarecimento de algumas situações. As situações mais comuns, assim como as soluções, estão
especificadas a seguir:

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Falando sobre Mamografia


9.5.1. A lesão só aparece em uma incidência

Quando uma lesão é visibilizada apenas na MLO, a realização de XCC ou CV pode esclare-
cer se a lesão está na metade interna ou externa da mama.

9.5.2. A lesão visibilizada é verdadeira?

Estudo para diagnóstico diferencial entre lesão verdadeira e superposição de imagens.


• Se a área pesquisada aparece apenas na CC, metade externa – fazer RL, XCC e/ou compressão
+ ampliação.
• Se a área pesquisada aparecer apenas na CC, metade interna – fazer RM, CV e/ou compressão
+ ampliação.
• Se a área pesquisada aparecer apenas na MLO – fazer manobras angulares (perfil absoluto) e/ou
compressão + ampliação.
• Se a área pesquisada aparecer na CC e na MLO – realizar o estudo nas duas ou escolher a
incidência que vai apresentar mais facilidade para execução.
• Decidir qual a melhor opção para cada caso vai depender da lesão a ser pesquisada, da facilida-
de de execução e da habilidade da técnica. Por exemplo: uma “lesão” individualizada na MLO
pode ser esclarecida com P, que servirá para dissociar estruturas (se for superposição de estru-
turas) ou confirmar o aspecto (no caso de lesão verdadeira). Esta lesão também poderia ser
estudada utilizando compressão + ampliação, porém utilizando o perfil, podemos atingir o mes-
mo resultado, de forma mais rápida e sem necessidade de montar o dispositivo para ampliação.
• Lembrar que o melhor resultado é aquele que associa redução de dose para a paciente, aprovei-
tamento do tempo de cada exame e racionalização no uso dos filmes.

9.5.3. Distorção arquitetural e cirurgia anterior

Nos casos onde existe distorção arquitetural focal e história de biópsia anterior, fazer inci-
dência adicional usando marcação metálica (pode ser fio de aço) na cicatriz da biópsia, para ava-
liar se a distorção tem correspondência com a área da biópsia (ou se existe um processo, na maio-
ria das vezes maligno, sem relação com fibrose pós-cirúrgica). Nos casos com marcação metálica
na pele, o ideal é repetir as duas incidências (CC e MLO).
Este recurso também pode ser utilizado nas mamas tratadas com cirurgia conservadora.

9.5.4. Nódulo palpável

Se houver dúvida se o nódulo detectado na palpação é o nódulo que aparece na mamografia


(caso vários nódulos sejam detectados na mesma topografia), marcar o nódulo palpado com a
letra “N”.

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Falando sobre Mamografia


9.5.5. Microcalcificações

Para estudo das microcalcificações é necessário realizar ampliação para analisar com maior
segurança as características das partículas (número, forma, densidade, distribuição).

9.5.6. Artefatos?

Artefatos geralmente só aparecem em uma incidência, não sendo preciso realizar estudo
adicional. Se houver sujeira ou arranhão no écran o artefato aparece em diversos exames.

9.5.7. Lesão cutânea?

Para esclarecer se uma lesão está na pele é necessário realizar manobra tangencial.

9.6. Identificação dos filmes

9.6.1. Modelo de numerador

Sugerimos o modelo da Figura 9, utilizando letras e números de chumbo de 4mm, assim


como logomarca discreta, para não “desviar” a atenção do filme.

instituição data
nº paciente incidência

Figura 9 – Modelo de numerador para identificação da mamografia.

9.6.2. Localização no filme

Nas incidências axiais (crânio-caudal, crânio-caudal forçada, caudo-cranial, etc) o numera-


dor deve ser colocado do lado externo, obliquamente. Nas incidências laterais (médio-lateral oblí-
qua, perfil, etc), o numerador será coocado na metade superior, sem inclinação, conforme esque-
ma na Figura 10 (exceto nas incidências axilares, quando o numerador deve ocupar a metade
inferior do filme.

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Falando sobre Mamografia


A B

Figura 10 – Localização do numerador nas incidências axiais (A) e nas incidências laterais (B).
O retângulo pontilhado em B mostra a posição do numerador na incidência axilar.

9.6.3. Padronização das abreviações

• Crânio-caudal - CC-E e CC-D


• Mediolateral oblíqua - MLO-E e MLO-D
• Crânio-caudal forçada - XCC-E e XCC-D
• Cleavage - CV-E e CV-D
• Perfil externo ou mediolateral - PERFIL-E e PERFIL-D
• Perfil interno ou contact - CONTACT-E e CONTACT-D
• Caudocranial - RCC-E e RCC-D
• Ampliação - AMP 1,85x

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Falando sobre Mamografia


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Falando sobre Mamografia


10. AUDITORIA DE RESULTADOS

A auditoria num programa de rastreamento consiste de coleta e análise sistemática dos


dados de cada paciente e dos resultados mamográficos. As fontes de dados para auditoria incluem
acompanhamento de todos os casos com achados positivos e amostragem com achados negativos.
Esta é a única maneira de se medir os aspectos técnicos e interpretativos da mamografia. A coleta
de informações permite auditoria precisa e estimula a confiança na interpretação dos dados para
futuros exames, além de avaliar a habilidade de detecção dos pequenos cânceres, importante me-
dida para qualquer prática mamográfica.
Para analisar os resultados das mamografias, é necessário utilizar a classificação radio-
lógica das lesões (BI-RADSTM – ver capítulo 4) e os indicadores de desempenho da mamografia.

10.1. Indicadores de desempenho

Na avaliação dos resultados das mamografias são utilizados alguns parâmetros (chamados
de “indicadores de desempenho”) para análise dos centros que realizam a mamografia de rotina
para rastreamento de câncer de mama em mulheres assintomáticas. Os indicadores de desempe-
nho, com os respectivos valores, estão na Tabela 2.

Tabela 2 – Indicadores de desempenho da mamografia

INDICADORES DE DESEMPENHO VALORES


VPP1, com base em achados anormais detectados 5% - 10%
VPP2, quando biópsia (qualquer tipo) é recomendada 25% - 40%
Tumores detectados – estágio 0 ou I > 50%
Comprometimento dos linfonodos axilares <25%
Câncer encontrado em 1000 casos 2-10
Taxa de detecção de câncer
Prevalência de câncer em 1000 exames de primeira vez 6-10
Taxa de detecção de câncer
Incidência de câncer em 1000 exames subseqüentes 2-4
Taxa de reconvocação <10%
Sensibilidade > 85%
Especificidade > 90%

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Falando sobre Mamografia


10.2. Definições e cálculo

10.2.1. Mamografia de rastreamento

Mamografia realizada em mulheres assintomáticas para câncer de mama, com finalidade de


detecção precoce.

10.2.2. Mamografia diagnóstica

Mamografia realizada em mulheres com sinais ou sintomas sugestivos de câncer de mama.

10.2.3. Mamografia de rastreamento positiva

Mamografia de rastreamento com resultado categoria 0 (AD), categoria 4 (S) e categoria


5 (AS).

10.2.4. Mamografia diagnóstica positiva

Mamografia diagnóstica com resultado categoria 4 (S) e categoria 5 (AS).

10.2.5. Mamografia de rastreamento negativa

Mamografia de rastreamento com resultado categoria 1 (NEG), categoria 2 (B). A cate-


goria 3 (PB) só é incluída após comprovar a natureza benigna da lesão.

10.2.6. Mamografia diagnóstica negativa

Mamografia diagnóstica com resultado categoria 1 (NEG), categoria 2 (B) e categoria 3 (PB).

10.2.7. Verdadeiro positivo (VP)

Câncer comprovado dentro de 1 ano, após achado mamográfico classificado como catego-
ria 4 (S) ou categoria 5 (AS).

10.2.8. Verdadeiro negativo (VN)

Nenhum diagnóstico de câncer realizado em 1 ano após mamografia classificada como


categoria 1 (NEG), categoria 2 (B) ou categoria 3 (PB).

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Falando sobre Mamografia


10.2.9. Falso negativo (FN)

Diagnóstico de câncer realizado em 1 ano, após mamografia classificada como categoria 1


(NEG), categoria 2 (B) ou categoria 3 (PB).

10.2.10. Falso positivo (FP)

Três definições para falso positivo:


• FP1 - nenhum diagnóstico de câncer feito em 1 ano após mamografia de rastreamento positiva,
categoria 0 (AD), categoria 4 (S) ou categoria 5 (AS).
• FP2 – nenhum diagnóstico de câncer feito em 1 ano após recomendação de biópsia, em
mamografia categoria 4 (S) ou categoria 5 (AS).
• FP3 – achados benignos na biópsia, em 1 ano após recomendação de biópsia, em mamografia
categoria 4 (S) ou categoria 5 (AS).

10.2.11. Valor preditivo positivo (VPP)

Três definições relativas à VPP:


• VPP1 (achados anormais no rastreamento) – percentagem de todos os exames de rastreamento
positivos (categoria 0, 4 e 5) que resultaram em diagnóstico de câncer. Fórmula para cálculo:
VPP1 = VP/número de exames de rastreamento positivos ou VPP1 = VP/(VP + FP1).
• VPP2 (recomendação de biópsia) – percentagem de todos os casos (rastreamento e diagnóstico)
em que foi recomendada biópsia (categoria 4 e 5), que resultaram em diagnóstico de câncer.
Fórmula para cálculo: VPP2 = VP/número de casos (rastreamento e diagnóstico) com recomen-
dação de biópsia ou VPP2 = VP/(VP + FP2).
• VPP3 (biópsia realizada) – percentagem de todos os casos (rastreamento e diagnóstico, catego-
rias 4, 5 e 0) em que a biópsia foi realizada, resultando em diagnóstico de câncer (VPP3 também
é chamado de taxa de biópsia positiva). Fórmula para cálculo: VPP3 = VP/número de biópsias
ou VPP3 = VP/(VP + FP3).

10.2.12. Sensibilidade (S)

Sensibilidade representa a capacidade de detectar o câncer existente. Corresponde a per-


centagem de pacientes com câncer corretamente diagnosticado em 1 ano após o exame positivo.
Fórmula para cálculo da sensibilidade: S = VP/(VP + FN).

10.2.13. Especificidade (E)

Especificidade representa a capacidade de detectar os casos onde o câncer efetivamente não


existe (mulheres sem doença). Corresponde ao número de verdadeiros negativos, divididos por
todos os casos negativos.
Fórmula para cálculo da especificidade: E = VN /(FP + VN).

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Falando sobre Mamografia


10.2.14. Taxa de detecção de câncer

Número correspondente aos casos de câncer corretamente detectados pela mamografia em


1000 mulheres examinadas (prevalência e incidência de câncer).
• Prevalência de câncer – número de casos detectados numa população que realiza mamografia
de rastreamento pela primeira vez.
• Incidência de câncer – número de casos detectados numa população que realiza mamografia de
rastreamento subseqüente (após intervalo recomendado).

10.2.15. Taxa de reconvocação

Número de casos cujo resultado da mamografia é categoria 0 (AD). Representa o número


de casos (em percentual), em que foi solicitada avaliação adicional.

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Falando sobre Mamografia


11. CONTROLE DE QUALIDADE
EM MAMOGRAFIA

Controle de qualidade em mamografia representa o conjunto de testes para assegurar a


qualidade da imagem em mamografia. Os testes têm como base os requisitos técnicos da mamografia
estabelecidos na Portaria nº 453/98 do Ministério da Saúde, “Diretrizes de Proteção Radiológica
em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico”, e na experiência de grupos que realizam o Contro-
le de Qualidade de equipamentos para mamografia.

11.1. Requisitos Técnicos

11.1.1. Requisitos da Portaria nº 453/98

Os requisitos que devem ser testados, tendo em vista itens correspondentes na Portaria
453/98, são:
• Fabricante e modelo dos mamógrafos e processadoras – item 4.38
• Operação do controle automático de exposição – item 3.52
• Força de compressão – item 3.18
• Imagem de simulador de mama – item 4.19
• Padrão de qualidade de imagem – item 3.55
• Qualidade de imagem com o simulador – item 4.48
• Padrão de desempenho da imagem em mamografia – item 4.49
• Operação da câmara escura – item 4.9
• Qualidade do processamento – item 4.43
• Sensitometria e limpeza dos chassis – item 4.47

11.1.2. Ajustes para realização dos testes

Para a realização destes testes, o mamógrafo deve ser ajustado nas seguintes condições:
• Voltagem no tubo de raios X : 28kV
• Bandeja de compressão: em contato com o simulador de mama
• Simulador de mama: 50 mm de espessura e posicionado como uma mama
• Grade antidifusora: presente
• Distância foco-filme: ajustada com a focalização da grade

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Falando sobre Mamografia


• Câmara sensora: na 2ª posição mais próxima da parede torácica
• Controle automático de exposição: ligado
• Controle da densidade ótica: posição central

11.1.3. Equipamentos necessários para os testes

Os equipamentos a serem utilizados nos teste são os seguintes:


• Simulador radiográfico (phantom de mama)
• Densitômetro
• Sensitômetro
• Termômetro
• Lupa
• Espuma de borracha

11.2. Testes

11.2.1. Alinhamento entre o campo de raios X e o receptor de imagens

O alinhamento do campo de raios X e do receptor de imagens pode ser medido com o


auxílio de dois chassis carregados e duas moedas. Coloca-se o primeiro chassis dentro do bucky e
o segundo sobre a bandeja de suporte da mama projetado cerca de 3 cm na direção da parede
torácica. Marca-se a posição da bandeja de compressão do lado da parede torácica colocando as
moedas na parte superior do segundo chassis. Utiliza-se para sensibilizar os filmes uma técnica
manual de 28 kV e 20 mAs. Após revelados, posiciona-se os filmes num negatoscópio utilizando
as imagens das moedas como referência. É possível medir o desalinhamento entre a posição do
filme dentro do bucky e o campo de raios X.
A execução deste teste está representada na Figura 11.

Figura 11 – Ilustração do teste de alinhamento entre o campo de raios X


e o receptor de imagem.

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Falando sobre Mamografia


• Registro do teste
Distância fonte-receptor de imagem (DFR) do equipamento:..... cm.
Diferença entre o campo de radiação e o receptor de imagem junto à parede torácica:............. mm
Diferença como percentual da DFR:..................%
• Valor limite
Os raios X devem cobrir todo o filme, mas não devem ultrapassar a bandeja de suporte da mama
no lado da parede torácica. Se o campo de radiação não está dentro das margens do receptor de
imagem (esquerda, direita e anterior) ou se o campo de radiação excede a margem da parede
torácica do receptor de imagem em mais de 1 % da DFR, solicitar ajuste.
• Conclusão
O campo de radiação está dentro das margens do receptor de imagem?
m sim m não
O campo de radiação excede a margem da parede torácica em mais de 1%?
m sim m não

11.2.2. Desempenho do controle automático de exposição

O desempenho do sistema do controle automático de exposição pode ser determinado atra-


vés da reprodutibilidade da densidade ótica sob condições variáveis, tais como: diferentes espes-
suras do objeto e diferentes tensões no tubo de raios X. Uma exigência essencial para estas medi-
das consiste numa processadora de filmes que funcione de modo estável.
Utilizando-se 28 kV, determina-se a compensação da espessura do objeto através de exposi-
ções de placas de acrílico com espessuras de 20, 30, 40 e 50 mm.
• Registro do teste
Espessura de acrílico 50 mm: mAs =....., DO =...... (densidade ótica de referência)
Espessura de acrílico 40 mm: mAs =....., DO =...... Variação percentual ( %) =........%
Espessura de acrílico 30 mm: mAs =....., DO =...... Variação percentual ( %)=.........%
Espessura de acrílico 20 mm: mAs =....., DO =...... Variação percentual ( %)=.........%
• Valor limite
Todas as variações de densidade ótica ( %) devem estar compreendidas no intervalo de ± 20%
do valor da densidade ótica de referência (densidade ótica para a espessura de 50 mm), sendo
desejável ± 10%. Cálculo do % = [ ( DOreferência – DOmedida ) / DOreferência ] * 100
• Conclusão
O controle automático da exposição opera dentro da faixa de variação de ± 20%?
m sim m não

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Falando sobre Mamografia


11.2.3. Força de compressão

A força de compressão pode ser medida com uma balança comum de chão. Posiciona-se a
balança em cima da bandeja de suporte da mama coberta com uma toalha, para evitar que se
danifique o dispositivo de compressão. Em seguida, efetua-se a compressão, observando o valor
medido em quilogramas. Quando o equipamento tiver indicador de compressão no console, torna-
se necessário verificar se o valor corresponde à força de compressão indicada.
• Registro do teste
Força de compressão medida:............. (kg)
• Valor limite
Entre 11 e 18 kg.
• Conclusão
A força de compressão está dentro do limite?
m sim m não

11.2.4. Alinhamento da placa de compressão

A deformação da bandeja de compressão, ao comprimir a mama, pode ser visibilizada e


medida através de uma peça de espuma de borracha de 50 mm de espessura. Mede-se a distância
entre a superfície do bucky e a bandeja de compressão em cada canto. Idealmente, essas quatro
distâncias devem ser iguais. A deformação da bandeja de compressão é a diferença, em milíme-
tros, entre o maior e o menor valor da altura da espuma de borracha quando comprimida. A execu-
ção deste teste está representada na Figura 12.

Figura 12 – Ilustração do teste de alinhamento da placa de compressão.

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Falando sobre Mamografia


• Registro do teste
Altura anterior direita da espuma de borracha: mm
Altura anterior esquerda da espuma de borracha: mm
Altura posterior direita da espuma de borracha: mm
Altura posterior esquerda da espuma de borracha: mm
• Valor limite
É permitida uma deformação mínima, sendo aceitável máximo de 5 mm.
• Conclusão
A bandeja de compressão se deforma mais do que 5 mm?
m sim m não

11.2.5. Teste da integridade dos chassis (contato filme-écran)

Para realizar esta medida de controle da qualidade da imagem, coloca-se o chassis que se
deseja testar sobre a bandeja do bucky. A seguir, coloca-se o dispositivo do teste de contato filme-
écran, uma malha metálica (Figura 13) na parte superior do chassis e expõe-se o filme com técnica
manual de 28 kV e 20 mAs.
Após revelado, observa-se o filme ao negatoscópio e as regiões de fraco contato aparecerão
borradas, sendo identificadas como manchas escuras na imagem.

1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012
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Figura 13 – Malha metálica.

• Registro do teste
Nº do chassis. : Nº do filme
Nº do chassis. : Nº do filme
Nº do chassis. : Nº do filme
Nº do chassis. : Nº do filme

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Falando sobre Mamografia


• Valor limite
Não é permitida qualquer região de contato inadequado.
• Conclusão
Chassis Nº ........ - Possui áreas de fraco contato? m sim m não
Chassis Nº ........ - Possui áreas de fraco contato? m sim m não
Chassis Nº ........ - Possui áreas de fraco contato? m sim m não
Chassis Nº ........ - Possui áreas de fraco contato? m sim m não

11.2.6. Qualidade do processamento

O comportamento diário da processadora pode ser medido por sensitometria. Neste méto-
do, um filme é exposto ao sensitômetro e em seguida revelado, produzindo-se assim uma escala
graduada de tons de cinzas com 21 degraus. A curva representativa das densidades óticas versus os
números dos degraus é chamada de curva característica do filme.
Um método simples para controle de rotina da processadora consiste em monitorar a densi-
dade ótica em três degraus da escala sensitométrica, sendo cada um correspondente a uma das três
regiões que compõem a curva. Desta maneira, são obtidas informações pertinentes à qualidade do
processamento.
Estes degraus são:
• Degrau base + velamento – degrau nº 1, corresponde à parte do filme que não é exposta a
nenhuma quantidade de luz.
• Degrau de velocidade – degrau da escala sensitométrica que apresenta a densidade ótica mais
próxima de 1,0 + a densidade ótica de base + velamento.
• Degrau de contraste – na escala sensitométrica, o degrau de contraste está 4 degraus acima do
degrau de velocidade.
• Registro do teste
Densidade ótica do degrau de base + velamento:........... (valor padrão 0,20)
Densidade ótica do degrau de velocidade:........... (valor padrão de 1,08 a 1,32)
Densidade ótica do degrau de contraste:........... (valor padrão 3,40)
• Valor limite
Os valores padrões estão mencionados na tabela acima.
• Conclusão
O processamento atende aos padrões de qualidade?
m sim m não

11.2.7. Qualidade da imagem

A qualidade da imagem em mamografia deve ser avaliada usando-se um simulador


radiográfico de mama (fantoma), similar ao adotado pelo Colégio Americano de Radiologia –

58

Falando sobre Mamografia


ACR. Este objeto de teste simula uma mama comprimida entre 4 e 5 cm e possui, no interior,
detalhes que produzem imagens radiograficamente semelhantes à estruturas normais e anormais
presentes na mama (microcalcificações, fibras e massas tumorais). Na superfície destes simulado-
res podem ser posicionadas grades metálicas e discos de polietileno, conforme o diagrama abaixo,
para medida de alto e de baixo contraste, respectivamente. Produz-se a imagem a ser avaliada
radiografando-se o fantoma com a técnica de 28 kV e usando-se o controle automático de exposi-
ção. Na Figura 14 está um modelo de simulador radiográfico.

Figura 14 – Simulador radiográfico para mama, contendo estruturas semelhantes


às encontradas na mama (A – fibras, B – microcalcificações, C – massas) e estruturas
para medida de alto e baixo contraste (D – discos, E – grades).

• Imagem para ser avaliada


Técnica com fotocélula (CAE): m sim m não
Técnica radiográfica:......... kV e........ mAs
Para estudo da qualidade da imagem, são avaliados na imagem obtida do simulador
radiográfico: definição da imagem (resolução espacial), detalhes de alto contraste, limiar de baixo
contraste, detalhes lineares de baixo contraste (tecido fibroso), massas tumorais e densidade ótica
de fundo

11.2.7.1. Definição da imagem (resolução espacial) – um dos parâmetros que determinam a


qualidade da imagem clínica é a resolução espacial, cuja medida pode ser efetuada radiografando-
se o fantoma com as 4 grades metálicas com as definições aproximadas de 12, 8, 6 e 4 pares de
linhas por milímetro (pl/mm).
• Registro do teste
Número de grades visibilizadas com definição:...........
• Valor limite
A resolução espacial deve ser 12 pl/mm, ou seja, as 4 grades metálicas devem ser visibilizadas
com definição.

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Falando sobre Mamografia


• Conclusão
As 4 grades metálicas são visibilizadas com definição?
m sim m não

11.2.7.2. Detalhes de alto contraste – um segundo aspecto relativo à definição do sistema de


produção da imagem é a habilidade de visibilizar objetos de pequeno tamanho e alto contraste, tais
como microcalcificações. Os simuladores radiográficos de mama possuem diversos conjuntos de
objetos de material denso que simulam microcalcificações de tamanhos variados.
• Registro do teste
Menor diâmetro de microcalcificações visibilizadas:..............
• Valor limite
Deve-se visibilizar até o conjunto de microcalcificações de 0,32 mm de diâmetro.
• Conclusão
O conjunto de microcalcificações de 0,32 mm de diâmetro é visibilizado?
m sim m não

11.2.7.3. Limiar de baixo contraste – esta medida deve proporcionar uma indicação do limiar
detectável para objetos de baixo contraste e com alguns milímetros de diâmetro. É realizada radi-
ografando-se o simulador radiográfico de mama (fantoma) colocando-se sobre a superfície alguns
discos de poliéster com 5 mm de diâmetro e de espessuras entre 0,5 e 3,0 mm. O percentual de
variação do contraste é estabelecido em função da densidade ótica das regiões do filme dentro e
fora dos discos de poliéster.
• Registro do teste
Limiar de baixo contraste (%):.............
• Valor limite
Sugere-se 1,5% como limiar de contraste para discos de 5 mm de diâmetro.
• Conclusão
O limiar de contraste para o disco de 5 mm de diâmetro é 1,5%?
m sim m não

11.2.7.4. Detalhes lineares de baixo contraste (tecido fibroso) – os simuladores radiográficos


de mama (fantomas) possuem objetos lineares de baixo contraste com diversos diâmetros, que
simulam extensões de tecido fibroso em tecido adiposo. Quando o fantoma é radiografado, estes
detalhes lineares de baixo contraste permitem a medida da sensibilidade do sistema de produção
da imagem em registrar estruturas filamentares no interior da mama.
• Registro do teste
Menor diâmetro de fibras visibilizadas :............. mm
• Valor limite
É necessário visibilizar até a fibra de 0.75 mm de diâmetro.

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Falando sobre Mamografia


• Conclusão
É visibilizada até a fibra de 0,75 mm de diâmetro?
m sim m não

11.2.7.5. Massas tumorais – a capacidade de registrar a imagem de massas tumorais é uma medi-
da bastante realística da qualidade da imagem em mamografia. Para tal, os fantomas de mama
dispõem de calotas esféricas de nylon que simulam massas tumorais. Estas calotas possuem diâ-
metros e alturas variadas. Quando o fantoma é radiografado, estas calotas esféricas produzem uma
série de imagens bastante similares às massas tumorais que ocorrem na mama.
• Registro do teste
Diâmetro da menor massa visibilizada :............. mm
• Valor limite
É necessário visibilizar até a calota de 4,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de espessura.
• Conclusão
É visibilizada a calota de 4,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de espessura?
m sim m não

11.2.7.6. Densidade ótica de fundo – mede-se a densidade ótica de fundo em um ponto da ima-
gem do fantoma situado a 6 cm da parede torácica e centrado lateralmente no filme.
• Registro do teste
Densidade Ótica de Fundo:............
• Valor limite
Densidade ótica entre os valores de 1,10 e 1,50.
• Conclusão
A densidade ótica de fundo está entre 1,10 e 1,50?
m sim m não

11.3. Resumo dos testes de controle de qualidade

No Anexo I está um modelo para registro dos testes de controle de qualidade.


O modelo de relatório mensal resumido dos testes de controle de qualidade, que é requeri-
do, tanto pelo órgão de vigilância sanitária quanto pelo órgão do Ministério da Saúde encarregado
do programa nacional de detecção precoce do câncer de mama, é apresentado no Anexo II.

11.4. Rotinas de manutenção

11.4.1. Mamógrafo

A firma encarregada da manutenção do mamógrafo deve realizá-la a cada 2 meses.

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Falando sobre Mamografia


11.4.2. Processadora

11.4.2.1. Manutenção semanal – limpeza completa, com retirada dos rolos e lavagem com espon-
ja tipo 3M e sabão neutro (sabão de coco); lavar o interior da processadora com esponja tipo 3M e
sabão neutro; montar as partes da processadora que foram removidas e limpas, encher o tanque de
lavagem e ligar a processadora.

11.4.2.2. Manutenção diária – a manutenção diária deve ser feita pela manhã, de acordo com a
seqüência abaixo:
• Pela manhã - ligar a processadora, esperar 15 minutos; abrir o registro de água; passar 3 filmes
virgens, não expostos, com o objetivo de garantir que a processadora não está causando artefa-
tos de imagem ou marcas de rolo.
• No final do expediente - desligar a processadora, abrir a tampa superior e deixá-la semi-aberta;
fechar o registro de água; desligar a chave de energia elétrica da processadora.

11.4.3. Chassis e écrans

Cada chassis deverá ser identificado com a data do início de uso. A limpeza dos écrans deve
ser realizada diariamente (e sempre que for necessário), com auxílio de compressa cirúrgica limpa
e seca.

11.4.4. Produtos químicos para o processamento

A preparação das soluções dos produtos químicos para o processamento (revelador e fixador)
devem ser preparados semanalmente ou quinzenalmente, dependendo do volume de pacientes,
seguindo as instruções do fabricante para a proporção adequada. Recomenda-se não preparar quan-
tidade maior, para evitar deterioração da mistura.

11.4.5. Câmara escura

A limpeza da câmara escura deve ser rigorosa, realizada diariamente, para evitar acúmulo
de poeira.
A vedação deve ser sempre verificada e o filtro da lanterna de segurança deve ser específico
para filmes sensíveis à luz verde.

11.4.6. Material para limpeza da câmara escura

Recomenda-se o seguinte material para limpeza: pano tipo Perfex, esponja tipo 3M, pano de

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Falando sobre Mamografia


limpeza, compressa cirúrgica para limpeza dos écrans, 2 jarras de plástico de 2 litros de capacida-
de e com marcação de volume, 1 bastão de plástico para misturar o revelador, 1 bastão de plástico
para misturar o fixador.

11.5. Artefatos

Os artefatos em imagens mamográficas podem ter diversas origens e se apresentam princi-


palmente como pontos, listras, manchas claras ou escuras ou regiões embaçadas na imagem.
Mais de 90% dos artefatos são causados pelos próprios técnicos, devido à manipulação
inadequada dos filmes. Este tipo de artefato, causado por dobras, amassamento ou excesso de
pressão sobre o filme durante a manipulação, antes ou depois da revelação, aparece na imagem
como manchas claras ou escuras, em forma de meia-lua. O armazenamento incorreto das caixas de
filmes, na posição horizontal, também é causa de artefatos ocasionados pela pressão.
No caso dos filmes de mamografia, um cuidado extra deve ser tomado no momento em que
o chassis é carregado, pois o filme possui emulsão somente em um dos lados (o lado fosco) e a
orientação correta do filme no chassis é fundamental para a produção de uma boa imagem.
A eletricidade estática pode produzir artefatos em forma de árvore ou coroa, ou como pon-
tos ou manchas na imagem radiográfica, causados por uma faísca, observada em alguns casos
durante a manipulação do filme. O uso periódico de substâncias anti-estáticas para limpeza dos
écrans e a manutenção do nível de umidade na sala escura em torno de 50% podem auxiliar no
controle deste problema.
A câmara escura deve ser limpa para evitar que poeira ou outros materiais entrem em conta-
to com o écran ou com os filmes, favorecendo a formação de inúmeros artefatos. Para verificar a
presença de poeira ou danos na tela intensificadora, pode-se utilizar uma lâmpada de luz ultravioleta,
que faz com que defeitos no écran, não visíveis a olho nu, possam ser visibilizados.
Danos no chassis também são causas comuns de artefatos. Problemas como rachaduras ou
amassamentos na superfície, danos nas dobradiças ou nos fechos e ar ou substâncias estranhas
entre a superfície do écran e o filme prejudicam a boa formação da imagem.
O mal funcionamento da grade antidifusora proporciona uma imagem final gradeada, onde
podem ser observam listras ocasionadas pela imobilidade ou movimentação inadequada da grade.
A luz de segurança da câmara escura também pode ser um elemento causador de artefatos.
O filtro deve estar íntegro e a potência da lâmpada deve ser adequada ao filtro utilizado, a fim de
evitar o velamento dos filmes.
Os artefatos causados por processadoras automáticas podem ter duas origens: problemas
nas soluções químicas ou problemas no transporte dos filmes. Rolos sujos causam marcas ou
arranhões nos filmes, que se repetem de maneira sistemática, independentemente da posição em
que o filme for inserido na processadora e por isso este tipo de artefato pode ser facilmente detectável.
Uma maneira simples de se iniciar a investigação da origem dos artefatos consiste em reve-
lar dois filmes expostos especificamente para este teste, ou seja, filmes que não sejam de pacien-
tes. De acordo com o desenho abaixo, um dos filmes é inserido na bandeja girado em 90º em

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Falando sobre Mamografia


relação ao outro. Se o artefato permanecer na mesma direção em ambos os filmes, isto indica que
o artefato foi causado durante o processamento (Figura 15 A). Se a direção do artefato não perma-
necer na mesma direção em ambos os filmes, isso indica que a origem está associada ao equipa-
mento de raios X ou um de seus componentes ou pelo chassis radiográfico (Figura 15 B).

Figura 15 – Em A o artefato permanece na mesma direção em ambos os filmes


e foi causado durante o processamento. Em B a direção do artefato não permanece
na mesma direção em ambos os filmes, indicando que a origem está associada ao
equipamento de raios X ou um de seus componentes ou pelo chassis radiográfico.

11.6. Análise dos filmes perdidos

Os filmes inutilizados devem ser guardados para avaliação.


No final de cada mês, os filmes são separados pelo tipo de erro (técnica inadequada,
posicionamento incorreto, processadora com problema etc.), sendo possível assim identificar a
causa das perdas e tentar corrigi-las, atuando na área específica. Exemplo: muitos filmes perdidos
por erro de posicionamento mostram a necessidade de reciclagem de pessoal; muitos filmes perdi-
dos por falhas de processamento mostram que problemas com a processadora devem ser identifi-
cados (falta de limpeza, erro na preparação dos químicos etc.). Com isso, teremos constante
capacitação de pessoal, controle dos equipamentos e uso correto do material de trabalho.
Cada técnico do serviço de mamografia deverá ter um código (número, letra) que será colo-
cado no numerador, permitindo identificar o autor do filme perdido, com finalidade educativa
(jamais punitiva).
As causas mais comuns de perda de filme estão relacionadas com a paciente (movimentos,
biotipo), com a técnica (posicionamento inadequado, identificação incorreta, técnica radiológica
inadequada), com o aparelho (grade fixa, falta de constância do controle automático de exposição,
falta de regulagem no sistema de compressão), artefatos de manuseio (riscos no filme, marcas de
dedo), velamento do filme, defeitos no écran (arranhão, falta de contato com o filme), defeitos de

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Falando sobre Mamografia


revelação (marcas de rolo, resíduo de químico, sub-revelação). Admite-se perda de até 5% dos
filmes utilizados.
O modelo para o relatório a análise dos filmes perdidos está no Anexo III.

11.7. Periodicidade dos testes e rotinas

Na Tabela 3 encontra-se a periodicidade ideal para realização das medidas para assegurar o
controle de qualidade em mamografia.

Tabela 3 – Periodicidade das medidas de controle de qualidade

Teste / rotina Periodicidade

Colimação Mensal

Desempenho do controle automático de exposição Mensal

Alinhamento da placa de compressão Mensal

Integridade dos chassis (contato filme-écran) Mensal

Qualidade do processamento Mensal

Definição e contraste da imagem (phantom) Mensal

Manutenção do mamógrafo Mensal

Manutenção da processadora Mensal

Limpeza da processadora Diária – semanal

Limpeza dos écrans Diária

Limpeza da câmara escura Diária

Limpeza dos negatoscópios Semanal

Confecção de químicos Depende do volume

Controle de filmes Mensal

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Falando sobre Mamografia


11.8. Causas de irregularidade no processamento

Na Tabela 4 estão as possíveis causas de falhas no processamento.

Tabela 4 - Causas possíveis de irregularidade no processamento

Degrau da ES Tendência Aspecto geral Causas possíveis


da DO Da mamografia

Base+Velamento Densidade geral da Temperatura do revelador


Velocidade imagem muito alta muito alta; tempo de revelação
Contraste longo; super-regeneração do
revelador; erro na preparação
do revelador

Base+Velamento Densidade geral da Temperatura do revelador muito


Velocidade imagem muito baixa baixa; tempo de revelação curto;
Contraste sub-regeneração do revelador;
erro na preparação do revelador

Base+Velamento Imagem com pouco Revelador sujo; sub-regeneração


Velocidade contraste, com do fixador; tanque de água vazio
Contraste velamento e densidade
média normal

Base+Velamento Imagem com pouco Super-regeneração do revelador;


Velocidade contraste, cinza, com sub-regeneração do fixador
Contraste velamento e densidade ou perda de revelador; erro
média muito alta na preparação do revelador

Base+Velamento Imagem com pouco Revelador sujo ou revelador


Velocidade contraste, com velamento, oxidado pelo fixador
Contraste muito clara, possível
tom marrom

Base+Velamento Imagem com pouco Sub-regeneração do revelador;


Velocidade contraste e talvez um erro na preparação do revelador
Contraste pouco clara

ES = escala sensitométrica; DO = densidade ótica;


= acima do valor padrão; = dentro da faixa padrão; = abaixo do valor padrão

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Falando sobre Mamografia


12. RESPONSABILIDADES

12.1. Responsabilidade do médico radiologista


O radiologista tem as seguintes responsabilidades:
• Realizar a câmara clara, indicando incidências adicionais, para esclarecer o caso.
• Dar os laudos, seguindo a padronização do Serviço.
• Supervisionar o trabalho das técnicas.
• Coordenar as ações de controle de qualidade.
• Verificação da manutenção dos aparelhos.

12.2. Responsabilidades do técnico em Radiologia


São responsabilidades do técnico em Radiologia:
• Preencher corretamente a ficha de anamnese, assinalando nódulos, cicatrizes, verrugas, etc.
• Planejar cada exame, de acordo com cada caso, escolhendo a técnica radiográfica (saber o que
fazer, como e por quê, implica em evitar exposições desnecessárias para a paciente, conserva-
ção do aparelho e economia de filme).
• Mostrar o exame ao médico da câmara clara e liberar a paciente.
• Deixar as mamografias em ordem, para liberação pelo médico responsável.
• Zelar pela manutenção da ordem no ambiente de trabalho.
• Verificar e/ou executar a limpeza do material - écrans (diária, antes do início dos exames, utili-
zando compressa cirúrgica), câmara escura (diária), processadora (semanal).
• Fazer e/ou repor os químicos na processadora.
• Acompanhar a manutenção do mamógrafo e da processadora.
• Comunicar ao médico responsável se houver mal funcionamento de qualquer aparelho.
• Zelar pela conservação do material - écrans, numerador, acessórios do mamógrafo.

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13. AMBIENTE DE TRABALHO

Antes de iniciar o trabalho, verifique se o ambiente possui as condições necessárias:


• Iluminação - a sala de laudo deve ter pouca iluminação, de preferência um ponto de luz indireta,
que possa ser graduada de acordo com a necessidade, para que o excesso de luz não atrapalhe na
interpretação das radiografias.
• Negatoscópios - devem ser próprios para mamografia; na falta, podemos adaptar os negatoscópios
comuns, desde que tenham boa e intensa luminosidade e que filmes velados sejam usados como
máscaras, para cobrir as áreas não utilizadas.
• Luz forte - de extrema importância, principalmente para avaliação da pele, que normalmente
não é visibilizada com a luz comum.
• Lupa - a utilização da lupa é imprescindível para a análise da mamografia, sobretudo no estudo
das microcalcificações. A lente utilizada deve ser convexa, com diâmetro de aproximadamente
9 - 10 cm (lupas muito pequenas não permitem analisar um setor maior da mama, lupas muito
grandes produzem cansaço pelo peso excessivo) e com aumento de cerca de 2 vezes. A lupa
deve ser limpa diariamente e guardada com cuidado, para evitar quebra e arranhões.
• Diversos - canetas, lápis para marcação, régua, etiquetas e outros tipos de material, de acordo
com a necessidade de cada um, devem estar sempre à mão, para evitar desgastes desnecessários
com o “senta-levanta”.
• Barulho - a sala de laudo deve ter um ambiente tranqüilo, livre se possível, de conversas parale-
las, telefone e outros fatores que possam interferir na concentração do trabalho.
• Limpeza - um ambiente limpo e arrumado é fundamental em qualquer atividade; portanto acos-
tume-se a preservar a limpeza e a arrumação do ambiente, nenhum trabalho rende numa sala
suja, com exames espalhados e papel pelo chão...

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Falando sobre Mamografia


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Falando sobre Mamografia


14. LEITURA RECOMENDADA

1. American College of Radiology. Breast imaging reporting and data system (BI-RADS). 3ª
ed. Reston, Va. American College of Radiology, 1998.

2. Azevedo AC. Auditoria em Centro de Diagnóstico Mamário para detecção precoce de câncer
de mama. Dissertação de Mestrada. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Departamento de Radiologia, 1999.

3. Basset LW, Hendrick RE, Bassford TL et al. Quality Determinants of mammography. Clinical
Practice Guideline nº 13. AHCPR Publication nº 95-0632. Rockville, MD: Agency for
Health Care Policy and Research, Public Health Service, US Department of Health and
Human Services. October 1994.

4. Campos MC. Sistema de gestão de dados e emissão de laudo em mamografia (Mammo Dataâ).
Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, De-
partamento de Radiologia, 1998.

5. Canella EO. Correlação anátomo-radiológica nas lesões mamárias através de “core” biópsia.
Tese de Mestrado. Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1997.

6. Canella EO. Detecção do câncer de mama. Revisão da Literatura para o clínico. J Bras Med
1999; 77(4):100-111.

7. Evans WP. Stereotaxic fine-needle aspiration and core biopsy. In: Syllabus: a categorical
course in breast imaging. Kopans DB, Mendelson EB (eds). RSNA Inc, 1995; 151-160.

8. Eklund Gw, Cardenosa G, Parson W. Assessing adequacy of mammographic image quality.


Radiology 1994; 190:297-307.

9. Feig AS, D’Orsi CJ, Hendrick E et al. American College of Radiology guidelines for breast
cancer screening. AJR 1998; 171:29-33.

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Falando sobre Mamografia


10. Guia Europeu para a garantia da qualidade no rastreio por mamografia. Programa Europeu
contra o Cancro. Ações de proteção contra radiações. Out 1992.

11. Grumbach Y. Exploration radiologique du sein en pratique courante. Masson, Paris, 1987;
47-101.

12. Harris JR, Lippman ME, Veronesi U, Willet W. Cancer de mama. N Engl J Med 1992;
327(6):390-398.

13. Homer MJ. Mammographic interpretation - a practical approach. McGraw-Hill, New York,
1997; 34-66.

14. INCA. Falando sobre doenças da mama. Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer
(Pro-Onco). Rio de Janeiro, 1996; 19-27.

15. INCA. Câncer no Brasil. Dados dos Registros de Base Populacional. Ministério da Saúde.
Rev. Inst. Nac. Câncer (Pro-Onco), Rio de Janeiro, v.1 [S.N.] 1-36, 1991.

16. Jackson VP, Hendrick RE, Feig SA, Kopans DB. Imaging of the radiographically dense breast.
Radiology 1993; 188:297-301.

17. Koch HA, Azevedo CM, Boechat AL et al. Radiologia da mama - qualidade em mamografia.
Radiol Bras 1996; 29: 257-269.

18. Kolb TM, Lichy J, Newhouse JH. Occult cancer in women with dense breasts: detection with
screening US – diagnostic yield and tumor characteristics. Radiology 1998; 207:191-
199.

19. Le Gal M, Chavanne G, Pellier D. Valeur diagnostique des microcalcifications groupées


découvertes par mammographies. Bull Cancer 1984; 71: 57-64.

20. Luna M, Oliveira C, Almeida L, Canella EO, Travassos M. Microcalcificações e câncer de


mama. R Bras Mast 1995; 5:5-9.

21. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Cân-
cer. Estimativa de incidência e mortalidade por câncer no Brasil 2000. Rio de Janeiro.
Coordenadoria Nacional de Prevenção e Vigilância do Câncer – Conprev

22. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Diretrizes de proteção radiológica


em radiodiagnóstico médico e odontológico. Portaria 453 de 01-06-1998. Publicado no
DO de 02-06-1998.

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Falando sobre Mamografia


23. Orel SG, Kay N, Reynolds C, Sullivan DC. BI-RADS categorization as a predictor of
malignancy. Radiology 1999; 211:845-850.

24. Peixoto JE. Controle de Qualidade em Mamografia. In: Pasqualette HA, Koch HA, Pereira
PMNS, Kemp C. Mamografia atual. Revinter, Rio de Janeiro, 1998, 30 - 42.

24. Peixoto JE, Koch HA, Domingues C. Manual de instruções para as medidas de controle de
qualidade dos parâmetros técnicos da mamografia. Radiol Bras 2000; 33:233-239.

26. Rubin E. Six-month follow-up: an alternative view. Radiology 1999; 213:15-18.

27. Rubin E. Commentary on Dr. Sickles’s viewpoint. Radiology 1999; 213:21.

28. Sickles EA. Practical solutions to common mammographic problems: tailoring the
examination. AJR 1988; 151:31-19.

29. Sickles EA. Mammographic features of “early” breast cancer. AJR 1984; 143:461-464.

30. Sickles EA. Mammographic features of 300 consecutives nonpalpable breast cancers. AJR
1986; 146:661-663.

31. Sickles EA. Periodic mammographic follow-up of propably benign lesions: results in 3,184
consecutives cases. Radiology 1991; 179:463-468.

32. Sickles EA. Periodic mammographic follow-up of propably benign lesions: results in 3,184
consecutives cases. Radiology 1991; 179:463-468.

33. Sickles EA. Nonpalpable, circumscribed, noncalcified solid breast masses: likelihood of
malignancy based on lesion size and age of patient. Radiology 167. 1994; 192:439-442.

34. Sickles, E A. Probably benign breast lesions: when should follow-up be recommended and
what is the optimal follow-up protocol? Radiology 1999; 213:11-14.

35. Sickles EA. Commentary on Dr. Rubin’s viewpoint. Radiology 1999; 213:19-20.

36. Smith RA. Epidemiology of breast cancer. In: Haus AG, Yaffe MJ (eds). A categorical course
in Phisics: technical aspects of breast imaging. RSNA Inc 1994; 21-33.

37. Stravos AT, Thickman D, Rapp CL et al. Solid breast nodules: use of sonography to distinguish
between benign and malignant lesions. Radiology 1995; 196:123-134.

38. Zonderland HM, Coerkamp EG, Vijver MJv, Voorthuisen Aev. Diagnosis of breast cancer:
contribution of US as an adjunct to mammography. Radiology 1999; 213:413-422.

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ANEXOS

ANEXO I
REGISTRO DOS TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE

Data

Instituição

Endereço

Fabricante do mamógrafo

Fabricante da processadora

Chassis Filme

Responsável pelo Serviço

TESTES DE QUALIDADE DA IMAGEM

ALINHAMENTO – CAMPO DE RAIOS X E O RECEPTOR DE IMAGEM (COLIMAÇÃO)


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Distância fonte-receptor Os raios X devem cobrir todo o filme, O campo de radiação
de imagem (DFR) do mas não devem ultrapassar a bandeja está dentro das margens
equipamento:..... cm. de suporte da mama no lado da parede do receptor de imagem?
torácica. Se o campo de radiação não m sim m não
Diferença entre o campo está dentro das margens do receptor
de radiação e o receptor de imagem (esquerda, direita e O campo de radiação
de imagem junto à parede anterior) ou se o campo de radiação excede a margem da
torácica:............... mm excede a margem da parede torácica parede torácica em
do receptor de imagem em mais mais de 1%?
Diferença como percentual de 1% da DFR, solicitar ajuste. m sim m não
da DFR:..................%

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ANEXO I (continuação)
REGISTRO DOS TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE

CONTROLE AUTOMÁTICO DE EXPOSIÇÃO


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Esp. mAs D O % Todas as variações de densidade ótica O controle
( %) devem estar compreendidas no automático da
50 mm
intervalo de ± 20% do valor da densidade ótica exposição opera
40 mm de referência (densidade ótica dentro da faixa
para a espessura de 50 mm), sendo de variação de
30 mm desejável ± 10%. ± 20%.
Cálculo do % : % = m sim m não
20 mm [ ( DOreferência – DOmedida ) / DOreferência ] * 100

FORÇA DE COMPRESSÃO
REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Força de compressão Entre 11 e 18 kg. A força de compressão está dentro do limite?
medida:............. (kg) m sim m não

ALINHAMENTO DA PLACA DE COMPRESSÃO


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Altura anterior direita da espuma de borracha:.........mm É permitida uma A bandeja de
Altura anterior esquerda da espuma de borracha:.........mm deformação compressão se
Altura posterior direita da espuma de borracha:.........mm mínima, sendo deforma mais do
Altura posterior esquerda da espuma de borracha:.........mm aceitável máximo que 5 mm?
de 5 mm m sim m não

INTEGRIDADE DOS CHASSIS (CONTATO FILME-ÉCRAN)


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Filme do chassis nº ..... Não é Chassis Nº ... Possui áreas de fraco contato?
permitida m sim m não
Filme do chassis nº ..... qualquer Chassis Nº ... Possui áreas de fraco contato?
região de m sim m não
Filme do chassis nº ..... contato Chassis Nº ... Possui áreas de fraco contato?
inadequado. m sim m não
Filme do chassis nº ..... Chassis Nº ... Possui áreas de fraco contato?
m sim m não

QUALIDADE DO PROCESSAMENTO
REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Degrau base + velamento – degrau nº 1, corresponde Valor padrão
à parte do filme que não é exposta a nenhuma 0,20
quantidade de luz.
Densidade ótica do degrau de base + velamento:.....
Degrau de velocidade – degrau da escala sensitométrica atende aos padrões
que apresenta a densidade ótica mais próxima Valor padrão de qualidade?
de 1,0 + a densidade ótica de base + velamento. de 1,08 a 1,32 m sim m não
Densidade ótica do degrau de velocidade:........
Degrau de contraste – na escala sensitométrica,
o degrau de contraste está 4 degraus acima Valor padrão
do degrau de velocidade. 3,40
Densidade ótica do degrau de contraste:.....

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ANEXO I (continuação)
REGISTRO DOS TESTES DE CONTROLE DE QUALIDADE

MEDIDAS DOS LIMITES DE DEFINIÇÃO E CONTRASTE DA IMAGEM

IMAGEM A SER AVALIADA


Técnica com fotocélula (CAE): m sim m não Técnica radiográfica:.... kV e... mAs

DEFINIÇÃO DA IMAGEM (RESOLUÇÃO ESPACIAL)


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Grades metálicas com as definições A resolução espacial As 4 grades
aproximadas de 12, 8, 6 e 4 pares de linhas deve ser > 12 pl/mm, metálicas são
por milímetro (pl/mm). ou seja, as 4 grades visibilizadas
metálicas devem ser com definição?
Número de grades visibilizadas com definição:.. visibilizadas com m sim m não
definição.

DETALHES DE ALTO CONTRASTE


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Objetos de pequeno tamanho e alto contraste, Deve-se visibilizar O conjunto de
que simulam microcalcificações. até o conjunto de microcalcificações
microcalcificações de de 0,32 mm de
Menor diâmetro de microcalcificações 0,32 mm de diâmetro. diâmetro é
visibilizadas:.............. mm visibilizado?
m sim m não

LIMIAR DE BAIXO CONTRASTE


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Limiar de baixo contraste (%):............. Sugere-se 1,5% como limiar de contraste
limiar de contraste para o disco de
para discos de 5 mm 5 mm de diâmetro
de diâmetro. é 1,5%?
m sim m não

DETALHES LINEARES DE BAIXO CONTRASTE (TECIDO FIBROSO)


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Objetos lineares de baixo contraste com diversos É necessário visibilizar É visibilizada até a
diâmetros, que simulam extensões de tecido até a fibra de 0,75 mm fibra de 0,75 mm
fibroso em tecido adiposo (sensibilidade no registro de diâmetro. de diâmetro?
de estruturas filamentares no interior da mama). m sim m não

Menor diâmetro de fibras visibilizadas :........... mm

MASSAS TUMORAIS
REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Calotas esféricas de nylon que simulam massas É necessário É visibilizada a calota
tumorais, com diâmetros e alturas variadas. visibilizar até a calota de 4,0 mm de
de 4,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de
Diâmetro da menor massa visibilizada :......... mm diâmetro e 2,0 mm de espessura?
espessura. m sim m não

DENSIDADE ÓTICA DE FUNDO


REGISTRO VALOR LIMITE CONCLUSÃO
Densidade Ótica de Fundo:............ Densidade ótica A densidade ótica de
entre os valores de fundo está entre 1,10
1,10 e 1,50. e 1,50?
m sim m não

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ANEXO II
RESUMO MENSAL DAS MEDIDAS DE QUALIDADE

Data

Instituição

Endereço

Fabricante do mamógrafo

Fabricante da processadora

Chassis Filme

Responsável pelo Serviço

RESUMO DOS TESTES DE QUALIDADE DA IMAGEM


ADEQUADO NÃO ADEQUADO
Avaliação da colimação
Controle automático de exposição (AEC)
Força do dispositivo de compressão
Alinhamento da placa de compressão
Integridade dos chassis (contato filme-écran)
• Chassis nº
• Chassis nº
• Chassis nº
• Chassis nº
Processamento dos filmes
Limites de definição e contraste da imagem
• Definição da imagem (resolução espacial)
• Detalhes de alto contraste
• Limiar de baixo contraste
• Detalhes lineares de baixo contraste
• Massas tumorais
• Densidade ótica de fundo

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ANEXO III
ANÁLISE DE FILMES PERDIDOS

Mês Ano

Instituição
Endereço

Fabricante do mamógrafo
Fabricante da processadora
Chassis Filme
Responsável pelo Serviço

FILMES UTILIZADOS
Número de exames
Total de filmes gastos
Filmes utilizados nos exames
Média de filmes por exame
Filmes perdidos

CAUSAS DE PERDA
Técnica 1 Técnica 2 Técnica 3
Identificação inadequada
Posicionamento incorreto
Movimentos da paciente
Técnica radiológica inadequada
Grade fixa
Uso incorreto do filme - velamento
Écrans – artefatos
Écrans – mal contato filme-écran
Artefatos de manuseio
Defeito de revelação – resíduo de químico
Defeito de revelação – marcas de rolo
Defeito de revelação – sub-revelação
Outros
Filme não exposto
Aparentemente sem problemas

Observações

Data
Assinatura

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ELABORAÇÃO
Equipe técnica do Instituto Nacional de Câncer - Coordenação de Prevenção e Vigilância (INCA/
Conprev) e Hospital do Câncer III (HCIII) responsável pela edição desta publicação:

Tereza Maria Piccinini Feitosa (Organizadora)


Alexandre José Peixoto Donato
Célia Regina de Andrade Costa
Cleide Regina da Silva Carvalho
Ellyete de Oliveira Canella
Marcus Valério Frohe de Oliveira
Maria Fátima de Abreu

REVISORES
Ivano Marchesi
Maria Inês Pordeus Gadelha

APOIO
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Andréa Fátima Giacomet
João Emílio Peixoto

Colégio Brasileiro de Radiologia


Aldemir Humberto Soares

Universidade Federal do Rio de Janeiro


Adeli Cardoso de Azevedo

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