Apostila Completa - Sax - Rodrigo Capistrano
Apostila Completa - Sax - Rodrigo Capistrano
Apostila Completa - Sax - Rodrigo Capistrano
Rodrigo Capistrano_______________________________________________________ 2
Apresentação____________________________________________________________ 3
Cuidados_______________________________________________________________ 6
Palhetas e boquilhas______________________________________________________ 8
Métodos_______________________________________________________________ 16
Peças solo______________________________________________________________ 17
Duetos________________________________________________________________ 17
Quartetos – SATB_______________________________________________________ 20
Livros_________________________________________________________________ 21
Sites de interesse________________________________________________________ 22
Contatos_______________________________________________________________ 24
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RODRIGO CAPISTRANO
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APRESENTAÇÃO:
A presente apostila foi elaborada visando atender aos alunos que freqüentavam workshops
de curta duração e cursos de aperfeiçoamento em saxofone por mim ministrados, assim
como para os meus alunos regulares. Percebi que muitas das dúvidas referentes ao saxofone
e sua prática aonde quer que fosse costumavam ser as mesmas, e por esse motivo decidi
reuni-las em uma apostila de fácil leitura. A primeira versão foi feita em janeiro de 2006 e
utilizada durante os trabalhos no 1°Festival de Música de Câmara do Ceará, na cidade de
Icó.
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*Se usar qualquer parte desse texto, por gentileza cite a fonte!!
- As primeiras notas tocadas em público por um saxofone foram envoltas num clima de
mistério. A primeira “aparição” por assim dizer do saxofone se deu em condições
inusitadas. Por ocasião da Exposição da Indústria Belga de 1841, Adolphe tocou seu
instrumento atrás de uma cortina, pois seu invento ainda não tinha sido patenteado.
- Adolphe Sax concebeu uma família de sete saxofones, todos eles transpositores (o que
eles lêem na partitura não corresponde ao que soa). Além disso, todos possuem exatamente
o mesmo sistema de digitação, o que permite ao saxofonista tocar toda a família de
instrumentos segundo a mesma técnica de dedilhado. A família do mais agudo ao mais
grave se apresenta assim:
Sopranino em Eb, Soprano em Bb (existe um modelo de soprano que têm formato curvo, e
que é chamado erroneamente de sopranino, seu tubo é curvo ao invés de reto, e devido a
isso ele parece ter tamanho menor, mas tem as mesmas medidas e é também um soprano),
Alto em Eb, Tenor em Bb, Barítono em Eb, Baixo em Bb e Contrabaixo em Eb. Porém os
mais freqüentemente usados da família são o soprano, alto, tenor e barítono.
- Embora seja construído em metal o saxofone é um instrumento que faz parte da família
das madeiras devido ao seu princípio sonoro, uma palheta simples presa a uma boquilha por
uma braçadeira.
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Possui sistema de chaves dispostas ao longo de um tubo cônico que aumenta gradualmente
segundo uma razão parabólica e não constante que permite atingir os sons mais graves sem
alongar demais o tubo.
- O compositor francês Hector Berlioz sonhava com uma enorme orquestra de 467 músicos,
cuja formação abrangeria 5 saxofones. Esse projeto é citado no último capítulo de seu
“Tratado de Instrumentação”, e reuniria para uma ocasião especial todo o efetivo musical
disponível em Paris na época. Seu objetivo nesse capítulo era de mostrar o que seria
possível realizar em Paris, mas infelizmente ele nunca teve a oportunidade de montar tal
projeto. Berlioz era amigo pessoal de Adolphe Sax e disse a respeito do saxofone: “Para
mim, seu principal mérito, é a beleza variada de seu timbre, as vezes grave, as vezes calmo,
as vezes apaixonado, sonhador ou melancólico, ou vago como o eco enfraquecido de um
eco, como os lamentos indistintos da brisa no bosque e, melhor ainda, como as vibrações
misteriosas de um sino, algum tempo depois de ter sido tocado, nenhum outro instrumento
musical existente que eu conheça possui esta curiosa sonoridade situada no limite do
silêncio” (tradução livre do francês por Rodrigo Capistrano).
- A “Rapsodie pour Orchestre et Saxophone” de Claude Debussy, constitui uma peça que
foi encomendada por uma rica senhora de Boston em 1903. Porém, Debussy só aceitaria o
trabalho por evidentes razões financeiras, tendo entregado apenas em 1911 um rascunho
inacabado. A obra só foi concluída e orquestrada em 1919 por Roger Ducasse, um ano após
a morte de Debussy. Referindo-se ao saxofone Debussy disse: “É um animal de palheta
cujos hábitos e características mal conheço” (tradução livre do francês por Rodrigo
Capistrano). A frase dita pelo autor mostra o desinteresse que nutria pelo instrumento e
explica em parte o atraso e descaso pela obra.
A rica senhora em questão chamava-se Elisa Hall (1853-1924) e foi uma das grandes
entusiastas do saxofone, instrumento que, aliás, começou a tocar por recomendação médica.
Como estava ficando surda, seu médico indicou a prática de um instrumento musical para
estimular o ouvido. Através de encomendas de novas obras, a Sra. Hall ajudou a
desenvolver o repertório para o saxofone dentro das salas de concerto. Outros compositores
que atenderam ao seu chamado foram André Caplet, Vincent d’Indy e Florent Schmitt.
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- O “Urban Sax” da França, é um grupo modulável de saxofones que pode chegar até a 50
saxofonistas que tocam em grandes espaços públicos monitorados por walkie-talkies. Seus
figurinos lembram personagens de ficção científica ou extraterrestres. Suas performances
são tão inusitadas quanto o grupo em si. Os subterrâneos do metrô de Paris, as Galeries
Lafayette, o Palácio de Versalhes e os canais de Veneza são apenas alguns exemplos dos
“palcos” desses artistas.
CUIDADOS:
- Mais importante do que ter um instrumento de boa marca, é que o seu, não importando de
que marca seja, ESTEJA bom. Portanto, entregue seu saxofone sempre que for preciso aos
cuidados de um técnico profissional e responsável para realizar a sua manutenção. Ele só
trabalha com isso e tem ferramentas e acessórios apropriados para a realização de tais
serviços. “NÃO MEXA NO SAXOFONE SE NÃO SABE COMO FAZER, O
BARATO PODE SAIR MUITO CARO”!!!
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- A cada dois anos no máximo, leve seu instrumento ao seu técnico de confiança para fazer
uma limpeza completa, na qual ele desmontará totalmente o saxofone e limpará
minuciosamente peça por peça.
- Seque seu instrumento mesmo depois de ter tocado alguns poucos minutos, pois a
condensação começa a se formar a partir dos primeiros instantes de uso.
- Não utilize o “Pad Saver”, também chamado de escovão (espécie de arame com fios
sintéticos em sua volta), feito para ficar dentro do instrumento. Ele é extremamente
ineficaz, pois conserva a umidade e permite a oxidação dentro do corpo do saxofone e dos
reverberadores (presos às sapatilhas) quando feitos em metal. Também soltam fios dentro
do tubo, e se um desses fios ficar entre uma chaminé e uma sapatilha isso causará o
chamado micro vazamento. Além disso, o couro das sapatilhas perde sua
elasticidade e prejudica a sua função de junta.
- Depois de ter secado seu saxofone deixe-o no pedestal para que ele possa “respirar”. Os
fabricantes entregam o instrumento com um tampão para a proteção do pino da chave de
oitava, faça um furo no mesmo, assim haverá total circulação de ar dentro do tubo.
- Depois de algum tempo de utilização, algumas sapatilhas têm tendência a colar. Para
evitar que isso aconteça, passe um pano que não solte fios com um pouco de álcool líquido
entre a sapatilha e a chaminé. Melhor que o papel com talco que com o tempo acentua o
problema.
- Use pedaços de papel recortados em forma de quadrado para secar as sapatilhas. Isso
retardará o desgaste das mesmas, principalmente as das chaves do registro agudo, que
ficam mais úmidas que as demais.
- Lubrifique seu saxofone em intervalo de, no máximo, dois meses. O atrito de metal contra
metal é a principal causa de jogo nas chaves. Use uma pequena chave de fenda para colocar
uma gota de óleo em cada junta com parafuso e não se esqueça de lubrificar também as
molas.
- Dica de saúde 1: Cuide bem dos seus dentes visitando regularmente o seu dentista e
tendo uma boa escovação aliada ao uso do fio ou fita dental. Preze muito a sua dentição,
pois se tiver algum problema nas arcadas dentárias isso pode levar a um comprometimento
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- Dica de saúde 2: Faça alongamentos!! Sempre antes e depois de estudar ou tocar. Eles
vão ajudar a evitar um dos maiores malefícios de que um músico pode ser acometido, a
famigerada “Tendinite” (inflamação nos tendões) ou L.E.R. (lesão por esforço repetitivo).
- Dica de saúde 3: A cada hora de estudo descanse 15 minutos. Isso, além de repousar sua
mente também vai ajudar a evitar a tendinite.
- Dica de saúde 4: Evite o cigarro!! Lembre-se que você toca um instrumento de sopro.
Seu organismo e sistema respiratório agradecem, além - claro! - dos não fumantes que estão
a seu lado (música e cidadania têm perfeita harmonia).
- Dica de saúde 6: No clima frio, proteja seus lábios com manteiga de cacau. Mas se eles
racharem pela exposição às baixas temperaturas, e você não conseguir tocar, a melhor
solução para recuperação rápida é a aplicação da pomada “hipoglós” sobre o local afetado.
PALHETAS e BOQUILHAS:
- As palhetas são pequenos pedaços de bambu recortados após processo de secagem através
de máquinas chamadas prensas e fresas. Os bambus são plantas da categoria das gramíneas
(portanto é um material vivo), por isso são extremamente sensíveis às variações de
temperatura e umidade do ar, podendo com essas, ter algumas de suas características
alteradas, como timbre e força.
- Os bambus mais utilizados pelos fabricantes são do sul da França, Espanha e Argentina.
No caso das palhetas para saxofone, essas já são compradas prontas e utilizadas
imediatamente, diferentemente das palhetas duplas para oboé e fagote, onde o músico é
quem faz a sua palheta comprando apenas a matéria prima (placas de bambu).
- Toque com palhetas de numeração adequada a abertura de sua boquilha, ou seja, respeite
o princípio de que boquilhas muito abertas pedem palhetas leves e boquilhas muito
fechadas pedem palhetas fortes.
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- Um músico habituado a tocar com palheta n°. 3 e ½ escolherá uma de n°. 3 em uma sala
com ar condicionado, e uma n°. 4 em uma região mais úmida (perto do equador por
exemplo).
- Reveze as palhetas. Quando abrir uma caixa nova, toque cada uma delas inicialmente 10
minutos no primeiro dia, 15 no segundo, 20 no terceiro até chegar aos 30 minutos. Assim
você as estará preparando para ser submetidas a uma rotina de estudo mais intensa e elas
terão uma vida útil mais longa.
- Tente não se acostumar a “trabalhar” (lixar, raspar, cortar) todas as suas palhetas, pois a
tendência é de que, com o passar do tempo, só se consiga tocar com palhetas previamente
lixadas ou modificadas. Porém, existem situações que nos levam a usar esses expedientes:
Se sua palheta está muito fraca corte um pequeno pedaço da ponta utilizando um “cortador
de palhetas” (acessório específico para essa tarefa). Nada de tesoura ou cortador de unhas!
Se sua palheta está muito forte, apóie-a em uma superfície reta (ex. pedaço de vidro
recortado) com uma lixa fina colada em cima e faça movimentos circulares leves lixando a
parte plana da palheta.
- Sempre umedeça a palheta antes de tocar, colocando-a na boca por alguns instantes. Se
preferir molhá-la com água, não a deixe imersa por muito tempo pois isso a deformará.
- Existem fabricantes que pesquisam palhetas de outros materiais, que não o bambu. No
mercado atualmente, além das palhetas plastificadas (plasticover), temos palhetas em
plástico e fibra de vidro (bari e fibracell). A vantagem dessas palhetas é estarem sempre
prontas para o uso e estáveis com as mudanças climáticas. Contudo, nenhuma dessas
tecnologias ainda foi capaz de reproduzir o som rico em harmônicos e o timbre caloroso e
vivo de uma palheta de bambu.
- Evite lavar com água quente ou fervente e álcool as boquilhas de massa, pois elas perdem
o brilho estético dado pelo processo de acabamento (polimento). Apenas passe água
corrente e seque com uma toalha ou pano macio.
Os tópicos seguintes (*) foram coletados por Rodrigo Capistrano em entrevista realizada
com Jean-Paul Gauvin, técnico responsável pelos projetos da fábrica Vandoren. As
conversas aconteceram em dezembro de 2000 na sede da empresa em Paris (França).
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(*) - É importante frisar que o mais determinante para a sonoridade e timbre de uma
boquilha não é o material do qual ela é feita, mas sim o seu projeto. Medidas da câmara
(parte interna), abertura da janela, comprimento da mesa, angulações e espessuras das
paredes são os elementos mais importantes para que a boquilha soe com determinadas
características.
(*) - Esqueça o mito do material da boquilha e aquela velha frase de que boquilha de massa
é para som clássico e boquilha de metal é para som popular. Existem várias boquilhas de
metal para a música erudita e também inúmeras boquilhas de massa para a música popular
e jazz. Marcel Mule e Daniel Deffayet, dois ícones da escola erudita, chegaram a tocar em
boquilhas clássicas de metal.
(*) - Outro mito muito difundido é o de que os fabricantes mandariam para o exterior o
refugo de sua produção guardando para seu país os melhores produtos. Esse argumento não
procede pois é impossível saber realmente “a olho”, se uma palheta é boa ou não, e também
porque a produção é imensa, o que acarretaria em enormes atrasos para a entrega do
produto final. Segundo J.P. Gauvin: “se aparecer alguém aqui com essa capacidade real
de tudo saber sobre uma palheta apenas olhando para ela, tem emprego garantido”!!
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- Tenha paciência e força de vontade e saiba que é com o tempo e a prática constante que se
alcançará um maior domínio técnico e mecânico do instrumento. A “persistência” ainda é o
melhor método para vencer as dificuldades.
- Tente aumentar gradativamente o seu horário de estudo e faça dele uma prática diária. É
mais proveitoso um pouco todos os dias do que em exagero no final de semana.
- Estude com o afinador eletrônico, mas não tenha nele seu único recurso. Aprenda a
perceber e utilizar seus ouvidos para corrigir as falhas de afinação do seu instrumento, e
lembre-se que mesmo as melhores marcas de saxofones também têm correções de afinação
a ser feitas.
- Conselho aos principiantes: não tente estudar técnicas extras como respiração circular,
sons multifônicos e superagudos antes de formar uma sólida base técnica de digitação e de
embocadura, pois esses pré-requisitos são de fundamental importância para a execução
desses estudos, que devem ter sempre o acompanhamento do seu professor.
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Assim, ao longo da carreira de um músico, as percepções da sua prática podem aos poucos
se tornar de fato familiaridades sonoras.
Na música erudita:
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- Pixinguinha (Brasil)
- Ratinho (Brasil)
- Luiz Americano (Brasil)
- Abel Ferreira (Brasil)
- Moacir Santos (Brasil)
- Zé Bodega (Brasil)
- J. T. Meirelles (Brasil)
- Paulo Moura (Brasil)
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MÉTODOS:
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“Valorize o autor, dê preferência sempre às partituras e livros originais”!!!!
PEÇAS SOLO:
DUETOS:
- 15 Invenções a Duas Vozes. (Johann Sebastian BACH) Theodore Presser Co. A-B/A-T
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“Valorize o autor, dê preferência sempre às partituras e livros originais”!!!!
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“Valorize o autor, dê preferência sempre às partituras e livros originais”!!!!
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“Valorize o autor, dê preferência sempre às partituras e livros originais”!!!!
QUARTETOS - SATB:
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“Valorize o autor, dê preferência sempre às partituras e livros originais”!!!!
- Tocando com Jacob - Partituras e Playbacks. (Direção de Sérgio Prata e Pedro Aragão)
Irmãos Vitale Editores
LIVROS:
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“Valorize o autor, dê preferência sempre às partituras e livros originais”!!!!
- Adolphe Sax 1814 - 1894 - His Life and Legacy. (Wally HORWOOD)
Egon Publishers LTD.
SITES DE INTERESSE:
- http://www.vandoren.fr/ (Acessórios)
- http://www.bgfranckbichon.com/ (Acessórios)
- http://www.ricoreeds.com/ (Acessórios)
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- http://www.rsq-sax.com/ (The Raschèr Saxophone Quartet)
- http://www153.pair.com/bensav/Interpretes/TetraphonSQ.html
(Tetraphonics Saxophone Quartet)
- http://www153.pair.com/bensav/Interpretes/DinantSQ.html
(Quatuor de Saxophones de Dinant)
- http://www.theowanne.com/ (Boquilhas)
- http://www.allaboutarts.com.br/ (Artes)
- http://www.woodbrass.com/ (Loja)
- http://www.ebanomusic.com.br/ (Loja)
- http://www.livrariamusimed.com.br/ (Loja)
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- http://www.teklastudio.com.br/ (Partituras)
- http://www.4a4quartet.com/ (Partituras)
- http://www.ChoroMusic.com.br/ (Partituras)
CONTATOS:
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IMAGENS DOS DIFERENTES TIPOS DE SAXOFONES:
(As proporções mostradas nas fotos entre os instrumentos não correspondem as dos
tamanhos reais)
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Saxofone Contrabaixo Eb Tubax Eb Tubax Bb
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