Introdução Aos Gêneros Do Discurso
Introdução Aos Gêneros Do Discurso
Introdução Aos Gêneros Do Discurso
Ateliers 1 e 2
ATIVIDADE 1 — APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA
Cursos: todos
Períodos: 1º e 2º semestre
Ano: 2001
Nº aulas semanais: 4
1. OBJETIVOS:
GERAL: Criar condições para o desenvolvimento de capacidades de
linguagem dos alunos, necessárias à produção e à leitura de textos, por meio
de um trabalho integrado de leitura/análise/produção de textos, tendo como
campo de trabalho específico alguns gêneros cujo domínio é necessário tanto
para atividades escolares, quanto profissionais e para um exercício mais pleno
da cidadania.
2. Objetivos específicos
a) criar condições para o desenvolvimento da capacidade de ativar,
buscar e selecionar informação relevante para a própria produção e
para a leitura, de acordo com o contexto de produção;
3. Conteúdos
OBSERVAÇÃO
4. METODOLOGIA
5. Avaliação
3
4 — Material didático correspondente à(s) seqüência(s) de cada semestre;
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OBSERVAÇÕES PESSOAIS:
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Objetivos:
1. abre os olhos;
2. consulta o relógio de cabeceira;
3. levanta-se;
4. vai ao banheiro;
5. escova os dentes;
6. lava o rosto;
7. ouve a campainha da porta;
8. enxuga-se às pressas;
9. sai do banheiro;
10. caminha até à porta;
11. destranca a fechadura;
12. abre a porta;
13. vê um homem caído na soleira;
14. corre o olhar em torno;
15. constata que não há ninguém mais no corredor;
16. abaixa-se;
17. toca o homem com os dedos;
18. sente que o corpo está frio e rígido;
19. percebe que é um cadáver;
20. corre para o telefone;
21. disca o número da central de polícia
(Seqüência de eventos retirada de Lage, Nilson (1993) Estrutura da Notícia. São Paulo:Ática)
INSTRUÇÃO
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Aluno:.....................................................................................RGM:..........................
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OBSERVAÇÕES PESSOAIS:
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Ateliers 3 e 4
ATIVIDADE 2 — RECONHECIMENTO DE DIFERENTES GÊNEROS
TEXTUAIS
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Objetivos:
Criar condições de conscientização de conhecimentos prévios sobre a relação
entre gêneros textuais, contexto de produção e características lingüístico-
discursivas dos textos
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Ateliers 5 e 6
ATIVIDADE 1 — RECONHECENDO OS GÊNEROS TEXTUAIS
10
N
o decorrer da história, no quadro de cada sociedade e no quadro
discurso.
Assim, cada esfera de atividade social tem seus próprios gêneros, com
por exemplo, que, na área do Direito, temos gêneros como a petição inicial,
gêneros tenham uma certa estabilidade, isto é, uma certa forma constante
que têm forma padronizada, oficiais, que são muito estáveis e muito
de uso, sua pertinência, sua eficácia, sua adequação a esse contexto, que
no próximo atelier.
situações nas quais se devem utilizar gêneros que não dominamos. Assim,
INSTRUÇÃO
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Aluno:.....................................................................................RGM:..........................
Curso:....................................................................................... Turma:..................
Atelier nº.:..............................................................Data _____ /______ /_______
OBSERVAÇÕES PESSOAIS:
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Textos Exemplo 1 2 3 4 5 6
Autor Erick C. L.
Lima
proprietária,
advogados,
etc.
Locais onde de modo Na
preferencial o texto procuradoria
circulará do Estado, nas
revistas
especializadas
em Direito.
Momento possível da 01/12/97
publicação
Objetivo do autor do Defender o
texto Estado do
pagamento de
desapropriação
Gênero(s)em que se Petição
encaixa o texto
NOTÍCIA 1:
Guerra no centro
SEM-TERRA, SEM-TETO E SEM-EMPREGO ENFRENTARAM A POLÍCIA
1
Adaptado de Barbosa, Jacqueline (no prelo) Notícias, Coleção Trabalhando com os Gêneros do
Discurso, Editora FTD, S.P..
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Ninguém sabe quem começou a briga. O deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP)
disse que os policiais chegaram dando porrada. Em seguida, jogaram os cães e
bombas de gás lacrimogêneo no grupo.
Havia crianças, idosos, grávidas e até uma freira entre os manifestantes. "Eu não
enxergava nada", disse a freira Alberta Girardi, 77 anos.
Sete pessoas ficaram feridas: 4 manifestantes e 3 PMs.
Já a deputada Martha Suplicy disse que os punks xingaram antes os policiais. "Mas
isso não justifica a violência."
Caiu do cavalo
Um cavalo da polícia ficou nervoso com o protesto e derrubou um policial. O PM teve
que fazer carinho no animal para poder voltar a montar nele.
O protesto terminou com uma assembléia na praça Ramos, que decidiu que os
desempregados vão acampar em frente aos supermercados. O MST também quer
isenção de luz, água e transporte para os desempregados. Uma caravana da CUT e
MST vai sair dia 1 de maio de várias partes do país em direção a Brasília. O objetivo é
chegar lá dia 17 de maio para protestar contra Fernando Henrique Cardoso. "Ele não
garante comida, emprego e terra para o povo", chiou Gilmar.
(18/04/98)
NOTÍCIA 2:
QUESTÃO AGRÁRIA
Punks começaram a confusão, que envolveu PMs e sem-terra
Manifestação do MST em SP acaba com seis feridos
BERNARDINO FURTADO
da Reportagem Local
Cerca de 3.000 manifestantes do MST, da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CMP
(Central de Movimentos Populares) entraram em confronto com policiais do Batalhão de
Choque da PM em frente à Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo, no centro da capital
paulista ontem.
Segundo a PM, o estopim do conflito foi o avanço de um grupo de punks contra a linha de
policiais que protegiam o prédio de eventuais conflitos durante protesto pelo aniversário da
morte dos sem-terra do Pará.
O conflito se generalizou e a PM usou cães, cassetetes, bombas de gás e de efeito moral. Os
manifestantes responderam com paus e pedras. Havia 160 PMs no local, metade deles do
Choque.
Segundo o coronel PM Marcos Alcântara, três policiais, um deles com suspeita de fratura do
punho e os demais com escoriações leves, e três manifestantes saíram feridos do confronto na
Bovespa.
As 19 cruzes de madeira que simbolizavam os sem-terra mortos há dois anos em Eldorado do
Carajás (PA) viraram armas de ataque contra os policiais. Delweck Mateus e Gilmar Mauro,
líderes do MST se revezaram no microfone do carro de som para tentar conter os cerca de 50
manifestantes que insistiram em atirar paus e pedras contra os policiais.
Esse primeiro confronto durou cerca de dez minutos e aos poucos os manifestantes foram
retomando o calçadão em frente à Bovespa. O clima, porém, continuou tenso. Por cinco vezes
os policiais usaram os cães para afastar os militantes. Cerca de 15 minutos depois da trégua,
estourou uma nova escaramuça: mais cinco minutos de bombas de gás lacrimogênio, paus e
pedras.
Quando a calma voltou, os manifestantes marcharam até a praça Ramos de Azevedo, onde
fizeram uma assembléia e se dispersaram às 18h. Eles aprovaram uma agenda de manifestações,
com destaque para a instalação de acampamentos de desempregados em frente a supermercados
nas grandes cidades.
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Ateliers 7 e 8
ATIVIDADE 1 — RECONHECENDO DIFERENTES GÊNEROS
JORNALÍSTICOS2
Objetivos:
a) Explorar um dos portadores do gênero artigo de opinião – o jornal
b) Levar o aluno a identificar artigos de opinião, através da comparação
entre textos pertencentes a diferentes gêneros jornalísticos
C) Diagnosticar o que os alunos já sabem sobre o gênero artigo de opinião
TEXTO 1:
Paula Schimitt
TEXTO 2:
Caso de Policia
Que coisa feia, Paulo Maluf,
passando trote para a polícia só para saber
de sua eficiência! Está vendo? O senhor
pensou errado e “dançou”. Eu, como eleitor,
já não ia mesmo votar no senhor e, agora,
devemos ter menos voto para o malufismo.
(Paulo Augusto Breseghelo Braun, São José do Rio
Preto. (O Estado de São Paulo, 12/06/98.))
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TEXTO 3:
O TROTE DE MALUF
O pré-candidato ao governo do alarmantes índices de criminalidade no
Estado de São Paulo pelo PPB, Paulo Estado, cometeu também ele ato ilícito,
Maluf, perdeu boa oportunidade de sem ao menos atentar para a
ficar quieto ao apostar nas falhas de leviandade de seu trote num serviço
atendimento da PM paulista, caso público essencial. (...)
revelado pelo "Jornal da Tarde". Na Ao acionar a polícia sem
segunda-feira, ligou para o serviço 190 precisar de seu serviço, Maluf, mais do
e deu queixa falsa de que suspeitos que um desserviço à sua campanha,
rondavam seu escritório. Em oito mostrou uma falta de seriedade que
minutos, três carros da Polícia Militar seria infantil se não estivesse até
já respondiam ao trote. (...) colocando em risco um cidadão que
Aproveitando-se do sentimento precisasse da PM naquele momento.
generalizado de falta de (...) (Trechos publicados na Folha de S. Paulo
segurança, motivado pelos de fato de 11/06/98.)
TEXTO 4:
b) Agora diga a que gênero pertencem os textos que você acabou de ler:
Objetivo:
Levar o aluno a perceber que não existe opinião pura e nem relatos
totalmente neutros, através da exploração de situações relatadas
em notícias que veiculam um posicionamento implícito por parte do
jornalista e/ou do jornal.
1. O jornalista Clóvis Rossi, no seu livro O que é Jornalismo?, ilustra bem como a visão de uma
emissora interfere tendenciosamente no relato de fatos, comentando uma notícia dada pela
Rede Globo ao final de seis meses do governo Collor. A notícia divulgada pela Globo relatava o
resultado de uma pesquisa feita pelo Ibope a respeito de como o povo brasileiro avaliava o
governo Collor. O resultado da pesquisa do Ibope foi o seguinte:
A informação dada pela Rede Globo foi a seguinte: 79% dos entrevistados
aprovam o governo Collor, 19% não aprovam e 2% não responderam.
O que a Globo fez foi somar ótimo, bom e regular e dizer que isso era igual a
aprovar. Ora, regular não significa aprovação nem desaprovação. Imagine um outro
canal de TV, que fosse oposição ao governo e utilizasse o mesmo recurso utilizado
pela Globo. Que tipo de informação contrária ao governo Collor este outro canal
poderia dar, baseado nos mesmos dados do Ibope?
Vejamos mais alguns exemplos que ilustram que uma neutralidade absoluta no
relato dos fatos é algo impossível de ser praticado.
A) FATOS: Em janeiro de 1998, um prédio desabou na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, por
problemas de construção, causando até a morte de algumas pessoas. A justiça obrigou a
construtora do prédio, de propriedade de Sérgio Naya - que, na época, era um deputado
federal -, a indenizar as vítimas e a fornecer uma moradia provisória para elas. Muitas dessas
famílias passaram, então, a morar em hotéis, até que pudessem ter suas casas de volta. Em
abril de 1998, várias famílias vítimas do desabamento que estavam morando em hotéis tiveram
que sair de alguns destes hotéis, pois haveria um congresso na cidade e muitos participantes de outras
cidades e países já haviam feito suas reservas anteriormente nesses hotéis.
Qual dos títulos que se seguem enfatiza mais a humilhação a que as famílias
moradoras do Palace foram submetidas?
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Leia os títulos de duas notícias sobre o mesmo fato, citado acima, e diga qual
a diferença entre eles?
C. Qual dos títulos e chamadas abaixo passa uma visão menos negativa do
Movimento Sem Terra (MST):
Quando alguém vai contar algo, tem que escolher uma série de coisas: as
palavras que vai usar, a ordem destas palavras, os dados que vai usar, etc. Ao fazer
isso, muitas vezes, acaba-se privilegiando um dos lados envolvidos na questão.
Querem ver outro exemplo?
3. A partir dos dados das pesquisas eleitorais abaixo, você, juntamente com um
colega, vai ter que inventar uma manchete que, faremos de conta, deverá ser
publicada num jornal de amanhã. Esta pesquisa traz dados sobre as intenções
de voto dos moradores de São Paulo para o primeiro turno das eleições para o
governo de São Paulo, em 1998.
a) A partir desses dados, pensem e escrevam uma manchete que seja mais
favorável ao candidato Rossi.
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b) A partir desses mesmos dados, pensem e escrevam uma manchete que seja mais
favorável ao candidato Maluf.
c) A partir desses mesmos dados, pensem e escrevam uma manchete que seja
mais favorável ao candidato Covas.
d) Como vemos, embora o fato seja o mesmo, podemos contá-lo de diferentes formas. Baseado nas
diferentes manchetes que vocês acabaram de inventar, vocês diriam que é possível contar um fato político
como esse de uma maneira totalmente neutra? Justifique.