Incêndios Urbanos
Incêndios Urbanos
Incêndios Urbanos
Os incêndio em meios urbanos trazem, pelo meio em que ocorrem, perigos e dificuldades
próprias. Deste modo, estes incêndios têm origem e destroem habitações, fábricas,
bibliotecas, museus, etc. Podendo provocar elevados danos materiais e pessoais, pois é
nas cidades que se concentra maior número de pessoas. Se por um lado os edifícios são
geralmente construídos em materiais não combustíveis (embora afectados pelo fogo) o
seu recheio contém madeiras e derivados da madeira, produtos químicos, papel, plásticos,
equipamentos electrónicos, tecidos e outros materiais combustíveis que podem alimentar
incêndios. Para além disso existem também em habitações e industrias equipamentos e
actividades susceptíveis de gerar ignições, desde equipamentos e sistemas eléctricos,
fogões, equipamentos de aquecimento, etc. Existindo fontes de ignição e combustível a
ocorrência de incêndios é provável e deve ser acautelada, quer evitando situações de
risco, quer na sua detecção atempada quer no seu combate.
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SISTEMAS MANUAIS
Os sistemas manuais requerem que uma pessoa detecte o incêndio e dê o alarme. Deste
modo os postos de alarme são colocados em corredores e locais acessíveis que se situam
nos caminhos de saída do edifício. A partir destes postos uma pessoa que tenha detectado
o incêndio acciona o alarme avisando todos os ocupantes que existe um incêndio e devem
abandonar o edifício imediatamente.
DETECTORES TÉRMICOS
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Como exemplos de detectores de temperatura fixa podem citar-se:
Detectores térmicos com ampola de quartzo. Estes contêm uma ampola de
quartzo cheia de líquido. Ao elevar-se a temperatura o líquido dilata e rebenta a
ampola, isto faz com que se feche um circuito eléctrico accionando o alarme. São
detectores com temperatura de actuação bastante precisa têm o inconveniente de
ter que se mudar as ampolas em caso de incêndio pois são destruídas para
accionar o alarme.
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Detectores com cabo de resistência variável. Também são constituídos por um
cabo, no entanto baseiam o seu funcionamento no facto de a resistência o cabo
metálico diminuir com a temperatura. Deste modo, quando a resistência do cabo
baixa de um determinado valor o alarme é accionado. Têm a vantagem
relativamente aos anteriores de poder não ser necessário mudar os cabos após o
incêndio.
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locais com aquecimento e que possam ocorrer situações em que o edifício esteja frio e
depois ao ligar o aquecimento este possa fazer disparar o alarme.
No global estes equipamentos são robustos e fiáveis, podem-se regular gamas bastante
variáveis de temperatura. entre as soluções disponíveis no mercado encontram-se por
exemplo:
Detectores de câmara pneumática. O detector consiste numa câmara de ar, com
o aumento de temperatura aumenta a pressão do ar. Caso esta varie bruscamente é
accionado o alarme.
Detectores termoeléctricos. Contêm dois termopares (sondas que medem a
temperatura). Um encontra-se exposto e o outro protegido, caso ocorra um
diferencial de temperatura entre os dois superior ao valor programado o alarme é
accionado.
Além destas existem outras soluções no mercado com outros esquemas de funcionamento
para detectores térmicos e termovelocimétricos, inclusive existem detectores
combinados e os detectores térmicos compensados que combinam os dois tipos de
funcionamento, respondendo desta forma ao aumento de temperatura ou caso se atinja
determinada temperatura. Este tipo de detectores reúne as vantagens em detecção dos
modelos anteriores cobrindo as lacunas sendo neste momento estes os mais utilizados dos
detectores térmicos. Alguns detectores combinados têm que ser mudados após o incêndio
por existirem componentes que são danificados para accionar o alarme. Os detectores
térmicos compensados são de grande fiabilidade e precisão, permitem programar a
temperatura de alarme, pouco susceptíveis a gerar falsos alarmes e não é necessário
mudar componentes por ter sido accionado.
DETECTORES DE FUMO
São mais recentes que os térmicos, reaccionam primeiro que os térmicos, são no entanto
mais caros, requerem maior manutenção e são mais susceptíveis a dar falsos alarmes.
Estes detectores são accionados pelas partículas resultantes da combustão. Como
exemplos de detectores de fumo podem citar-se:
Detectores ópticos. O detector consiste num raio luminoso que é projectado e
numa célula fotoeléctrica (esta encontra-se de forma a não receber o raio
directamente apenas recebe luz se esta for reflectida em partículas). O fumo ao
entrar no detector afecta o raio luminoso, a célula fotoeléctrica detecta as
variações no raio luminoso. Quando atingir um determinado nível é accionado o
alarme. Existem alguns tipos diferentes de detectores com base neste princípio.
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São bastante eficazes, têm a desvantagem de poderem ser accionados por pó.
Caso as partículas do fumo sejam pretas (totalmente pretas) o detector pode não
ser accionado e apenas detecta fumos visíveis. Têm um largo leque de aplicações
sendo indicados em locais onde se esperem que ocorram combustões lentas ou em
onde a combustão produza fumos não totalmente pretos (o que acontece com a
maioria dos produtos existentes em habitações, como a madeira, algodão, papel,
plásticos, borracha, etc.). Podem também funcionar com o emissor a direccionar a
luz directamente para a célula fotoeléctrica, neste caso quando o fumo entra no
detector irá existir menos luz a chegar à célula fotoeléctrica e o alarme é
accionado. Neste caso o problema do fumo ser totalmente preto já não se coloca.
Os detectores de fumo são muito utilizados em instalações com equipamento
eléctrico (salas de computadores) ou com papel (salas de arquivo e bibliotecas)
desde que em ambientes livres de pó. Têm uma construção complexa. Refira-se
que o emissor de luz e a célula fotoeléctrica podem estar afastados, deste modo,
existem equipamentos destes que funcionam como detectores lineares, são
especialmente indicados para grandes espaços. Neste caso o que é detectado é a
diminuição do feixe luminoso a chegar ao receptor devido ao fumo.
Detectores iónicos. O princípio de funcionamento baseia-se na diminuição da
corrente eléctrica que ocorre entre dois eléctrodos quando os fumos de combustão
entram no detector. A corrente eléctrica é constituída por partículas de O2 e N2
ionizadas por uma fonte radioactiva. De acordo com a fonte radioactiva podem
ser detectores de partículas alfa ou beta (apesar de radioactivos o nível de
radiação é considerado inofensivo). O principio de funcionamento pode ser
explicado da seguinte forma, uma fonte radioactiva ioniza partículas de O2 e N2
que se movem para um dos eléctrodos gerando uma corrente eléctrica. As
partículas de fumo ao entrarem no detector vão dificultar o movimento dos iões
diminuindo o valor da corrente eléctrica e accionando o alarme. São detectores de
grande eficácia (detectam fumos visíveis e invisíveis) podendo ser utilizados em
quase todo o tipo de situações e de tipos incêndios, são de resposta muito rápida
na detecção de incêndios. Não devem ser aplicados em locais que tenham
ambiente com pó ou fumos de outras naturezas (ex. salas de fumadores) para
evitar o risco de falsos alarmes. Refira-se que velocidade no ar superiores a 0,5
m/s podem accionar o detector pelo que estes equipamentos não devem ser
colocados nas imediações de equipamentos de ar condicionado.
Detectores por ponte de resistência. Estes detectores têm uma grade
electrificada, esta grada tem determinada resistência eléctrica. As partículas de
fumo ao entrarem em contacto com a grade vão aumentar a sua condutividade
despoletando o alarme. São detectores muito incomuns e pouco utilizados,
reaccionam na presença de qualquer fumo, pó ou gás (inclusivamente pelo vapor
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de água) pelo que podem ocasionar falsos alarmes em ambientes contendo estes
elementos. São por vezes mais utilizados para detectar a presença de gases do que
incêndios (por exemplo podem ser utilizados para detectar excesso de monóxido
de carbono em túneis).
Os detectores de fumo são bastante eficazes tendo como principal limitação não poderem
ser inseridos em ambientes onde possa existir uma quantidade apreciável de pó ou outros
fumos no ambiente pois ocasionam falsos alarmes. Deve também ser equacionada a sua
utilização em espaços abertos ou de grande altura. Têm a vantagem de serem mais
rápidos na detecção de incêndios que os detectores térmicos.
DETECTORES DE CHAMAS
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Figura 5: Detectores de chamas por infra-vermelhos.
DETECÇÃO DE INCÊNDIOS
Um incêndio manifesta-se através da produção de fumo, calor e chamas, deste modo, os
sistemas de detecção centram-se nestas manifestações. Refira-se no entanto que nem
todos estes sinais se manifestam em simultâneo. Quando uma fonte de ignição contacta
com o combustível (num típico incêndio de origem acidental) o fogo desenvolve-se
lentamente. Este estágio em que o fogo se encontra numa forma incipiente pode demorar
segundos ou pode demorar horas dependendo de factores como o material que está a
servir de combustível, condições físicas, oxigenação, etc. Por exemplo, um conjunto de
aparas de madeira arderá mais rapidamente que um tronco de madeira (mesmo
totalizando a mesma quantidade de madeira.
Durante este período vai aumentando a geração de calor produzindo-se volumes ligeiros a
moderados de fumo. A detecção do fogo neste período é muito importante pois pode
evitar danos de maior. A detecção manual poderá ser a que tem uma resposta mais rápida
no caso de ocorrer. Durante esta fase os detectores de incêndio podem dar o alarme.
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No caso de existirem produtos altamente inflamáveis a progressão do fogo será muito
mais rápida pelo que a diferença temporal entre os diferentes sistemas de detecção se
esbaterá.
Após este período incipiente formam-se chamas visíveis, isto muda drasticamente a
forma do incêndio, passando de uma natureza incipiente para um fogo rápido registando-
se rápido aumento da dimensão do fogo e da temperatura. Após uns minutos é possível
numa divisão atingirem-se os 1000ºC junto ao tecto. O fogo propaga-se rapidamente por
todos os produtos combustíveis e a sobrevivência de pessoas na habitação torna-se
impossível. A geração de fumo torna a visibilidade nula dificultando a evacuação de
pessoas. Se existirem aberturas (portas, janelas, condutas, etc.) que permitam ao fogo
atingir outras divisões este continuará a expandir-se e a crescer fazendo perigar mais
vidas e bens materiais.
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Figura 7: Accionamento dos detectores conforme o estágio do incêndio.
COMBATE A INCÊNDIOS
A detecção e extinção do fogo nos seus estágios iniciais é fundamental, pois caso evolua
ele pode rapidamente tornar-se uma séria ameaça a vidas e bens. Acresce que extinção do
fogo nos seus estágios iniciais pode ser realizada por qualquer pessoa com equipamento
simples após o qual apenas a intervenção de bombeiros especializados com meios
específicos o pode combater.
EXTINTORES
Deste modo existem equipamentos simples manuais que permitem combater o fogo
quando detectado nos seus estágios iniciais. Estes equipamentos são de presença
obrigatória em muitos edifícios dependendo da utilização e destinam-se a ser utilizados
por qualquer pessoa que se encontre no local. São equipamentos muito úteis e simples
requerendo apenas alguma manutenção para manter o seu correcto funcionamento. Um
extintor mais não é do um recipiente que contém um agente extintor em que este pode ser
projectado de encontro ao fogo.
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Figura 8: Utilização de um extintor.
Existem diferentes tipos de extintores que podem ser diferenciados de acordo com as suas
características. Geralmente dividem-se os extintores de acordo com a sua mobilidade, o
agente extintor, o modo de funcionamento e a eficácia de extinção.
Para que o agente extintor seja expelido do extintor é necessário criar uma pressão no seu
interior. Deste modo, relativamente ao seu modo de funcionamento, os extintores podem
ser de pressão permanente ou de colocação em pressão no momento de actuação.
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No caso dos extintores de pressão permanente, esta é criada no interior do extintor por
um gás propulente (azoto ou CO2) e é permanente, o extintor está sempre sob pressão. O
agente extintor e o gás propulente são colocados sob pressão no interior do extintor onde
se encontram misturados. Estes extintores têm um manómetro que permite observar a
pressão interna pois caso esta desça abaixo dos níveis recomendados o extintor não
funcionará. Os extintores de colocação em pressão no momento de actuação também
funcionam por gás propulente, mas este não se encontra em contacto com o gás
propulente mas dentro de uma garrafa no interior do extintor. O agente extintor e o gás
propulente encontram-se separados. Este gás só é libertado quando se acciona o extintor
criando então a pressão que permite a projecção do agente extintor.
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Classe B – fogos que resultam da combustão de líquidos ou sólidos liquidificáveis
(que se liquefazem na combustão). Incluem-se neste tipo de fogos os que ocorrem
em hidrocarbonetos (gásoleo, gasolina, naftas, etc), álcoois, éteres, tintas,
plásticos, etc.
Classe C – fogos que ocorrem pela combustão de gases, por exemplo, gás natural,
butano, propano, metano, etano, hidrogénio, acetileno, etc.
Classe D – são fogos que consomem metais, por exemplo, sódio, potássio,
magnésio, Urânio, metais em pó (ex. alumínio), etc.
Classe E (não normalizada) – incêndios em materiais do tipo A ou B mas que
tenham envolvam ou tenham na vizinhança equipamentos eléctricos que
provoquem o risco de electrocussão caso seja utilizado um agente extintor que
seja condutor eléctrico.
Classe F (não normalizada) – incêndios em gorduras ou óleos de cozinha. A
temperatura de combustão destes produtos é muito mais elevada que a de outros
líquidos combustíveis pelo que existem alguns agentes extintores que se tornam
menos eficazes existindo agentes mais indicados para estes tipos de fogos.
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Figura 13: Exemplo de pictogramas associados a extintores.
AGENTE EXTINTOR
Classe de
Água em Água Dióxido de Pó químico Pó químico Pó químico
Fogo Espuma
Jacto pulverizada carbono BC ABC D
** *** * 0 *** 0 *
0 * ** *** ** 0 **
0 0 ** ** ** 0 0
0 0 0 0 0 ** 0
Nota: em nenhuma classe de fogo deve ser utilizada água ou espumas como agente
extintor se existir tensão eléctrica nas proximidades do fogo.
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Espumas – Existem dois tipos base de espumas, as físicas obtidas pela mistura de
um agente espumífero, ar e água e as espumas químicas obtidas pela reacção
química entre dois produtos que se misturam no momento da utilização.
Actualmente as espumas físicas são mais utilizadas e são muito eficientes para os
incêndios com líquidos combustíveis. Têm uma acção sufocante, devem ser
espalhadas sobre o incêndio da forma menos violenta possível. São muito
utilizadas para evitar ignições em líquidos combustíveis derramados e em
incêndios em líquidos menos densos que a água. Não são eficazes em incêndios
de classe C e deve ter-se precaução com a presença de equipamentos eléctricos;
Pó químico – Sufoca e arrefece simultaneamente, deve ser aplicado dirigido para
a base das chamas. São agentes muito eficazes e versáteis, apenas requerendo
especial atenção os incêndios do tipo D que têm agentes extintores específicos.
São muito eficazes. Não se podem misturar diferentes tipos de pó;
CO2 – Tem uma acção sufocante retirando o oxigénio ao incêndio. Deve ter-se
em atenção que não se deve utilizar este extintor em pessoas (asfixia e
queimaduras de frio, pode atingir -80 ºC quando é expelido).
Halon – Detém o incêndio por meios químicos. Podem ser utilizados em
incêndios com equipamentos eléctricos. Estão em desuso por questões ambientais
por conterem CFC na sua composição.
A eficácia do extintor e o tipo de fogos para o qual é adequado deve constar no próprio
extintor. Apresenta-se em seguida um esquema de rótulo de extintor.
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Figura 14: Esquema de rótulo de extintor.
Para além destas informações deve constar também a eficácia do extintor num
determinado tipo de fogo. Os extintores podem ter maiores ou menores dimensões e o
agente extintor apresentar maior ou menor eficácia. Os extintores são ensaiados
permitindo classificar a sua eficácia. Esta classificação assenta nas seguintes designações:
Um número seguido da letra A – ex. 5A, 8A, 13A, 21A, 27A... Indica que o
extintor pode ser utilizado em fogos da classe A, o número indica está relacionado
com o número de ripas de madeira sobrepostas de modo normalizado em
combustão que o extintor é capaz de suprimir as chamas. Deste modo, quanto
maior for o número maior a capacidade e eficiência do extintor, pois indica que
consegue apagar um incêndio de classe A de maiores dimensões.
Um número seguido da letra B – ex. 8B, 13B, 21B, 34B, 55B... Indica que o
extintor pode ser utilizado em fogos da classe B, o número indica o número de
litros de combustível (heptano com mistura de água a 1/3) ardendo em bandejas
normalizadas que o extintor é capaz de apagar. Quanto maior o número maior a
capacidade do extintor.
A letra C – Indica que o extintor pode ser utilizado em fogos da classe C. Não
existe nenhum valor de eficiência associado.
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Figura 15: Teste a extintor em fogo da classe A
Para além destas indicações o extintor deve conter ainda informação sobre a sua possível
utilização em fogos onde estejam envolvidos materiais eléctricos, caso possa ser utilizado
indica qual a voltagem máxima para a qual o agente extintor pode ser utilizado sem risco
de electrocussão.
Figura 16: Exemplo de pictogramas relativos à utilização de extintores em fogos onde estejam
envolvidos equipamentos eléctricos.
Para além destas indicações os extintores contêm ainda informação sobre a sua
manutenção, como seja datas de inspecção, validade, etc. Sempre que são utilizados os
extintores devem ser inspeccionados e recarregados.
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Corpo ou reservatório do extintor, destinado a armazenar o agente extintor;
Válvula de descarga, destinada a fazer actuar o extintor, permitindo a passagem
do agente extintor para o exterior;
Manípulo ou punho, faz actuar a válvula de descarga;
Cavilha de segurança, tem como função libertar o manípulo que actua a válvula
de descarga;
Percutor: é a peça que abre o reservatório de gás auxiliar contido no interior dos
extintores de pressão não permanente;
“Tubo de pesca” ou sifão, conduz o agente extintor desde o interior do corpo do
extintor para a válvula de descarga;
Tubo ou mangueira: conduz o agente extintor para o exterior através de um
difusor ou bico de descarga colocado na sua extremidade. Nos extintores de
dióxido de carbono o difusor é geralmente de cor preta e de grandes dimensões.
Os extintores são o primeiro meio de combate a incêndio disponível e devem poder ser
utilizados por qualquer pessoa, deste modo a sua utilização é bastante intuitiva e
encontra-se sempre descrita no próprio equipamento. No entanto alguns cuidados devem
ser tomados quando se combate o incêndio:
Se existir vento, deve-se actuar no incêndio de forma a ter o vento pelas costas;
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Deve-se dirigir o agente extintor para as base das chamas varrendo toda a
superfície incendiada;
Deve-se avançar cautelosamente garantindo que o fogo não poderá cercar tapando
os caminhos de fuga;
Os extintores devem estar sempre assinalados, devem ser colocados em locais visíveis e
desobstruídos e a seu topo deve estar a cerca de 1,50 m do pavimento. Os extintores
devem ser localizados em percursos habituais, junto aos acessos, áreas de trabalho e de
modo a respeitarem as distâncias regulamentares aconselhadas.
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Figura 18: Esquema de colocação e sinalização de extintores
O número de extintores a ser previsto deve ter em atenção factores como a natureza do
local e do risco associado e tipo de extintores, tipo de ocupação. A escolha do tipo de
agente extintor a utilizar deve ter em o local e as suas características.
Para fogos classe A pode definir-se o número de extintores pela seguinte tabela (NP-
1589).
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FOGOS CLASSE A – ÁREA A PROTEGER [m2]
Eficácia
Risco ligeiro Risco ordinário Risco grave
5A 300 ---- ----
8A 600 300 ----
13A 900 450 300
21A 1125 600 450
34A 1125 900 600
55A 1125 1125 900
Tabela 1: Eficácia de extintores para incêndios da classe A
Nota: A distância a percorrer até um extintor não deve ser superior a 25m.
FOGOS CLASSE B
Tipo de Risco Eficácia minima dos extintores Distância mínima ao extintor (m)
5B 9
Ligeiro
13B 15
13B 9
Ordinário
21B 15
21B 9
Grave
34B 15
Tabela 2:Eficácia de extintores para incêndios da classe B
Nota: A protecção requerida pode ser satisfeita com extintores de maior eficácia, desde
que a distância a percorrer seja inferior a 15m.
REDES DE INCÊNDIO
As redes de incêndio podem ser utilizadas pelos ocupantes em caso de incêndio, mas
devido às suas particularidades são normalmente utilizadas pelos bombeiros como auxílio
nos combates a incêndios. O agente extintor utilizado neste tipo de redes é sempre a água.
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Coluna húmida: tubagem metálica vertical, de diâmetro apropriado, para
utilização pelo pessoal do Serviço de Incêndios, munida de boca ou bocas de
incêndio em cada piso, mantida permanentemente em carga, quer pela rede de
abastecimento público, quer por depósito de água elevado, bombas,
hidropressores ou outros equipamentos semelhantes.
Coluna seca: tubagem metálica vertical, de diâmetro não inferior a 80 mm,
munida de uma boca de incêndio em cada piso e de duas bocas de alimentação
(união siamesa) ao nível do rés-do-chão, para ligação directa às viaturas do
Serviço de Incêndios com que são alimentadas.
As redes com coluna húmida podem ser armadas (RIA, Redes de Incêndio Armadas) ou
terem apenas uma boca onde os bombeiros ligam as suas mangueiras. Uma rede de
incêndios armada é um conjunto de dispositivos constituído por coluna montante húmida,
ramais, bocas de incêndios armadas, carretéis de mangueira rígida e, em certos casos,
depósitos de água de reserva. Sendo que por Boca de Incêndio Armada se entende um
conjunto constituído por boca de incêndio, agulheta com dispositivo de manobra e peças
de ligação e seccionamento ao ramal e coluna húmida e lanço de mangueira de borracha
enrolada num carretel. As mangueiras têm em geral 20 a 25m e diâmetros de 25 mm.
Estas bocas de incêndio deverão ser instaladas em caixa de resguardo com a base entre
1,20 e 1,40 m do pavimento.
Refira-se que as bocas de incêndio armadas com coluna húmida são as únicas que
possibilitam aos ocupantes do edifício combaterem o incêndio, sendo que redes com
coluna seca (com bocas armadas ou não) e as de coluna húmida mas apenas com boca de
incêndio destinam-se a ser utilizadas apenas pelos bombeiros.
Figura 19: Pictograma de indicação de boca de incêndio armada e um exemplo deste tipo de
equipamento
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Figura 20: Esquema de uma rede com coluna húmida.
As redes de coluna seca encontram-se vazias, tendo na base do prédio uma boca siamesa
que permite aos bombeiros ligar uma mangueira a partir do autotanque ou de um hidrante
e colocar a rede em carga. Estas bocas devem ser colocadas em locais acessíveis, estarem
a menos de 40 m de um local acessível por um autotanque ou a menos de 60 m de um
hidrante e devem ser protegidas por tampa. Depois da rede estar em carga os bombeiros
ligam uma mangueira a uma boca de incêndio que exista perto do local do fogo para o
combaterem.
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Figura 22: Esquema de uma coluna seca.
Para além destas redes que são exigidas em edifícios de maiores dimensões existem na
rua os designados hidrantes ou marcos de água. Estes são equipamentos destinados
principalmente ao abastecimento de viaturas de incêndio, compreendendo uma coluna
ligada à rede pública de distribuição de água, com saídas de água com diâmetros
compatíveis com as mangueiras em uso pelos bombeiros e equipadas com válvulas
individuais que permitam a manobra isolada de cada saída.
Os hidrantes podem ser de coluna seca ou húmida, conforme a sua coluna se encontre
com água ou sem água.
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SPRINKLERS
Na maioria dos fogos em edifícios a água pode ser utilizada no combate ao incêndio. Os
sprinklers são sistemas de combate a incêndios que após a detecção do fogo lançam
automaticamente água sobre ele tentando extingui-lo e evitar que ele se propague sobre
outros materiais combustíveis. São um meio extremamente eficaz de combater incêndios
no seu início. Um sistema bem projectado após detectar o incêndio, dá o alarme e começa
logo o seu combate. Este sistema tem como principais vantagens as seguintes:
Dão o alarme e iniciam o combate ao incêndio mesmo que o edifício esteja
desocupado;
Geralmente iniciam o combate ao incêndio no seu inicio pelo que limitam os
danos que este possa provocar;
Mesmo sem o extinguir, o facto de evitarem uma propagação mais rápida do fogo
torna a actuação dos bombeiros mais simples pois haverá menos chamas, fumo e
calor;
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Figura 25: Accionamento de um sprinkler
Temperatura Nominal
Cor da Âmpola
(Ponto de Accionamento)
57 ºC Laranja
68 ºC Vermelho
79 ºC Amarelo
93ºC Verde
141 ºC Azul
182 ºC Violeta
183 a 260 ºC Preto
Tabela 3: Código de cores das ampolas de sprinklers
Estes sistemas são muito fiáveis e eficientes, apenas se tendo que salvaguardar a
existência de água e pressão suficientes para o seu funcionamento São apropriados para
qualquer tipo de edifício apenas tendo como restrição o não poderem ser utilizados em
ambientes com temperaturas negativas, pois a água gelaria nos canos, ou em locais onde
a natureza do incêndio desaconselhe a utilização de água. Como exemplo da sua eficácia
pode-se referir que estatisticamente cerca de 60% dos incêndio são extinguidos com a
acção de um ou dois sprinklers. Estudos efectuados permitiram observar ainda que em
hotéis com sistemas de sprinklers os danos devido a incêndios foram reduzidos em 78%.
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requerer a necessidade de ser accionada a electroválvula e a boquilha do sprinkler é um
sistema menos propício a falsos alarmes. Requer no entanto mais manutenção.
Para locais onde possam ocorrer deflagrações rápidas e que rapidamente possam causar
danos elevados (fábricas e armazéns de produtos químicos, laboratórios químicos, etc) é
possível utilizar o sistema de electroválvula com boquilhas abertas na rede. Deste modo,
assim que o incêndio é detectado (por exemplo com detectores de fumo que oferecem boa
capacidade de resposta) a electroválvula abre e todas as boquilhas do sistema jorram
água. É um sistema de resposta rápida e muito agressiva, no entanto exige uma elevada
resposta em termos de rede de abastecimento o que induz a necessidade de depósito e
bombas específicas para abastecer a rede de sprinklers. Assim, é um sistema mais
complexo que o normal apenas se adequando em casos em que possam ocorrer
deflagrações rápidas e muito violentas. Estes sistemas são conhecidos pela designação de
sistemas de dilúvio ou de inundação total.
Os sistemas que utilizam CO2 são indicados para edifícios ou divisões não ocupadas. O
CO2 é libertado reduzindo a quantidade de oxigénio disponível e, deste modo,
extinguindo o fogo. Estes sistemas são utilizados essencialmente onde os sistemas a água
possam provocar muitos danos. Como exemplo pode citar-se salas com material
informático de grande valor ou outro género de material electrónico ou sistemas de alta
voltagem, nestes casos a utilização de CO2 revela-se mais propícia. O CO2 tem custos
baixos e uma grande eficácia.
O sistema é composto por garrafas ou tanques de CO2 ligados por um sistema de tubos
até aos locais a proteger. Paralelamente deve existir uma rede de detecção de incêndios,
ambas as redes estão ligadas a uma central automática. Quando um dos detectores é
accionado pelo fogo a central acciona as bocas de CO2 que se encontram no local onde o
detector foi accionado.
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Figura 26: Esquma de uma instalação fixa de CO2 ou outro gás
Como referido, outros agentes extintores podem ser utilizados em sistemas semelhantes a
estes. Entre este encontrava-se o gás Halon que entretanto foi abandonado por prejudicar
a camada de ozono, no entanto, existem outras soluções possíveis ex. gases inertes, gás
FE-13, gás FM-200, gás Inergen, gás HFC227, pó químico, espumas, etc. (alguns tipos de
gases ou químicos são mais adequados para divisões com ocupação humana).
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directamente ao combate ao incêndio mas à protecção dos ocupantes, pelo qual se
designam por medidas de segurança passiva contra incêndios.
Uma questão importante será a de utilizar nos edifícios materiais não combustíveis, isto
vai dificultar a deflagração e propagação de incêndios. Se todo o edifício apenas
contivesse materiais incombustíveis não haveria risco de incêndio, embora isto seja
utópico. No entanto a preferência pela utilização de materiais mais resistentes ao fogo
deve ser tida em consideração, pois evitam deflagrações, retardam a propagação do fogo
e ao não entrarem em combustão ou terem combustão difícil vão levar à existência de
menos fogo e fumo. Deste modo, o combate ao incêndio e a evacuação das pessoas é
bastante mais eficaz evitando danos materiais e pessoais.
Os locais que obrigatoriamente devem ser analisados com especial atenção são os
caminhos de evacuação, nomeadamente corredores e principalmente caixas de escada. A
existência de materiais combustíveis nestes locais pode levar a uma rápida propagação do
fogo, gerando grandes quantidades de chamas e fumo o que tornaria impossível a
evacuação das pessoas.
Os materiais são deste modo classificados pela sua classe de reacção ao fogo (CRF). A
Classe de Reacção ao Fogo é um indicador que caracteriza o comportamento, face ao
fogo, dos materiais de construção, considerado em termos do seu contributo para a
origem e desenvolvimento de incêndio. Esta reacção é avaliada em ensaios normalizados
a que o material é, para o efeito, submetido.
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Materiais de revestimento de tectos – M1
Guardas das escadas – M0
Estas designações foram revistas pelas novas normas europeias (Directiva 89/106/CEE)
tornando o sistema de classificação da resistência ao fogo dos materiais mais completo,
embora também mais complexo. Deste modo são analisadas propriedades dos materiais
como sejam a taxa de propagação do fogo, calor total libertado, taxa propagação de
fumos, propagação das chamas, etc.
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F – Polímeros sintéticos
Para além da classificação dos materiais que possam servir de, por exemplo, revestimento
em paredes ou pavimentos, outros elementos considerados de forma global, como sejam,
os elementos estruturais, condutas ventilação, etc., são também classificados quanto à sua
capacidade de resistir ao fogo.
Para esta classificação são analisados vários parâmetros destes elementos quando sujeitos
ao fogo, como sejam, estabilidade, emissão de gases inflamáveis, estanquidade à
passagem de chamas e gases quentes, isolamento térmica. Para a maioria dos elementos
esta classificação assenta em três letras R (capacidade de suporte de cargas) E
(estanquidade a chamas e gases inflamáveis) e I (isolamento térmico).
Pormenorizando um pouco mais estas propriedades têm-se:
Estabilidade – destina-se a elementos que suportem cargas. O esgotamento da
capacidade portante de um elemento ocorre se ele tiver deformações axiais
superiores a 3x10-3m. Ou no caso de lajes que tenham flechas superiores ao 1/30
do vão ou velocidade de crescimento da flecha de 3xvão mm/min.
Estanquidade – ocorre quando na face contrária à exposta ao fogo se verifica a
emissão de chamas, gases quentes ou gases combustíveis. Estas emissões podem
ocorrer por atravessamento do elemento ou por emissão local.
Isolamento Térmico – considera-se que ocorreu a perda de isolamento térmico se
a temperatura na face não exposta exceder 140 ºC em média ou 180ºC
pontualmente a temperatura inicial do elemento ou então ultrapassar os 220ºC.
Esta designação é completada com um número que representa o tempo em minutos que o
elemento cumpre com a os requisitos especificados pelas letras. As classes de tempo
utilizadas são de 15, 20, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240 e 360 minutos. Deste modo um
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elemento com a classificação REI 90, garante capacidade de suporte, estanquidade às
chamas e isolamento térmico durante 90 minutos no mínimo. Um elemento EI 60 garante
a estanquidade e o isolamento durante 60 minutos no mínimo (depreende-se que não
necessite ter capacidade de suporte).
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Figura 28: Exemplos de portas corta fogo para protecção de caminhos de evacuação
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Os caminhos de evacuação devem além disso estar devidamente indicados, isto é
conseguido através da sinalização de emergência. Esta deve ser clara e legível indicando
os percursos que os ocupantes devem seguir para atingir a saída do edifício.
Figura 31: Outro tipo de indicações de emergência: duche de emergência, lavagem de olhos, maca,
primeiros socorros e telefone de emergência
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Figura 33: Exemplo de sinal de emergência com iluminação
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