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CONTEUDO PREVISTO PELO EDITAL constitucionais da Policias Militares e Corpos de

Bombeiros;
I - DIREITOS HUMANOS 10. Organização do Estado: Estado Federal, Distrito
Federal, Municípios, Territórios; repartição de
1. Conceito de direitos humanos; competências; autonomia das unidades;
2. Evolução dos direitos humanos; intervenção;
3. Aspectos Constitucionais e prática dos Direitos 11. Poderes do Estado;
Fundamentais; 12. Poder Legislativo: Organização, Congresso
4. Principais características dos Direitos Nacional; Câmara dos Deputados e Senado
Fundamentais; Federal; funcionamento, atribuições; processo
5. Principais instrumentos internacionais de Legislativo; procedimentos legislativos;
Direitos Humanos; remuneração de seus agentes;
6. Declaração Universal dos Direitos Humanos; 13. Poder Executivo: noção e formas; Chefia de
7. Direitos Civis; Estado e Chefia de Governo; eleição e mandato
8. Direitos Políticos; presidencial; substituição Presidencial;
9. Direitos Sociais; remuneração; perda de mandato; competências;
10. Direitos Culturais; responsabilidades; Conselho da República e
11. Direitos Econômicos; Conselho da Defesa;
12. Direitos Ambientais; 14. Poder Judiciário: jurisdição; competências;
13. Definição de tortura segundo a ONU; órgãos, composição, agentes e funções,
14. Direitos Humanos da Mulher; Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de
15. Direitos da Criança e do Adolescente; Justiça, justiça Federal, Justiça do Trabalho,
16. Política Nacional do Idoso; Justiça Militar, Juizados Especiais e de Paz,
17. Direito a não discriminação racial e ações Justiça Estadual.
afirmativas; 15. Funções essenciais da Justiça, o Ministério
18. Homofobia e direito a livre orientação sexual; Público, a Advocacia-Geral da União,
19. Emprego do uso da força e arma de fogo no Advocacia e Defensoria Pública;
exercício da função policial; 16. Defesa do estado e das Instituições
20. Sistema de justiça no Brasil (Garantia dos Democráticas: Estado de Defesa e Estado de
Direitos fundamentais); Sítio;
21. Função da Polícia na garantia dos Direitos
Humanos. III - DIREITO PENAL (Pág 66)
1. Conceito e fundamento do Direito Penal; norma
II - DIREITO CONSTITUCIONAL (Pág 17) penal, fontes do Direito Penal; Interpretação da
1. Teoria Geral do Estado: Estado, Elementos do lei penal no tempo e no espaço; disposições
Estado,Ordenamento Jurídico, Formas de finais relativas à aplicação da Lei Pena;
Estado, Formas de Governo, Sistemas de 2. Princípios de Direito Penal;
Governo e Regimes Políticos; 3. Teoria do Crime: a ação, a omissão e a relação
2. A Constituição e as Leis: Conceito, Objetivo, de causalidade; Tipo e tipicidade; o dolo; a
Matérias Constitucionais, cláusulas pétreas, culpa; o preterdolo. Erro de Tipo; Ilicitude e as
Hierarquia das Leis, Revogação e Suspensão causas de sua exclusão; Culpabilidade e as
das Leis, Control da Constitucionalidade; causas de sua exclusão. Erro de proibição;
3. Princípios Fundamentais da Constituição 4. Tentativa e crime consumado. Desistência
brasileira de 1988: Aspectos introdutórios, voluntária, arrependimento eficaz e
classificação das Constituições, princípio da arrependimento posterior;
Supremacia Constitucional; 5. Concurso de pessoas e Concurso de Crimes;
4. Fundamentos do estado democrático de direito, 6. Ação Penal: espécies de ação e teoria geral;
objetivos fundamentais da República Federativo 7. Extinção de punibilidade; causas extintivas;
do Brasil; 8. Crimes contra a pessoa;
5. Direitos e Garantias Fundamentais; 9. Crimes contra o patrimônio;
6. Direitos e deveres Individuais e Coletivos: 10. Crimes contra a Administração Pública;
fundamentos constitucionais; conceito de direito 11. Lei dos Crimes Hediondos – Lei n. 8.072/90;
individual; destinatários dos direitos e garantias 12. Estatuto do Idoso – Lei n. 10.741/03;
individuais; classificação dos direitos 13. Crimes de Trânsito Lei n. 9.503/97, com
individuais e coletivos; direito à vida; direito de alterações da Lei n. 11.705/08;
igualdade, direito de liberdade; direito de 14. Abuso de autoridade Lei n.° 4.898/65;
propriedade; direitos relativos aos acusados em 15. Tráfico ilícito de drogas -Lei n.° 11.343/2006;
geral: direito ao devido processo legal, direito a 16. Lei Maria da Penha – Lei n. 11.340/06;
ampla defesa e ao contraditório, direito e 17. Lei n. 9.099/95.
presunção de inocência, direitos relativos à
prisão; garantias constitucionais; direitos IV - DIREITO PROCESSUAL PENAL
sociais; fundamentos constitucionais; 1. Inquérito policial; notitia criminis;
7. Administração pública: estrutura, princípios 2. Ação penal – teoria geral e espécies;
constitucionais; 3. Jurisdição; competência;
8. Sistema de segurança pública: histórico, órgãos 4. Princípios do Processo Penal Brasileiro;
e atribuições; 5. Prova (artigos 158 a 184 do CPP);
9. A figura da organização policial dentro do 6. Prisão em flagrante, Prisão Preventiva, Prisão
Estado democrático, Divisão,Missões Temporária.
7. Liberdade Provisória;

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8. Lei n. 9.099/95. a. Sinais vitais;
b. Prioridade no atendimento às vítimas: em caso
V - POLÍCIA OSTENSIVA de acidente de massa e em se tratando de
1. Doutrina básica estado físico da vítima;
a. Fundamentos do policiamento ostensivo; c. Caso de parada respiratória;
b. Noções de policiamento comunitário. d. Caso de parada cárdio-respiratória, obstrução
2. Técnica respiratória;
a. Variáveis do policiamento ostensivo; e. Ferimentos;
b. Diretrizes do policiamento ostensivo; f. Fraturas;
c. Técnicas de policiamento ostensivo; g. Hemorragias: interna e externa;
d. Atendimento de ocorrências. h. Choque hipovolêmico;
3. Trânsito i. Traumatismos específicos, traumatismo crânio
a. Educação para o trânsito; encefálico e traumatismo de coluna;
b. Identificação e classificação dos veículos; j. Desmaio e coma;
c. Registro e licenciamento de veículos; k. Acidente vascular cerebral;
d. Identificação das diversas categorias de l. Crises convulsivas, causas e proteção;
habilitação; m. Choque elétrico;
e. Documentação obrigatória (nacional e n. Queimaduras;
internacional) referente aos condutores; o. Parto de emergência;
f. Infrações de trânsito previstas na legislação; p. Intoxicação várias formas.
g. Transporte de cargas de produtos perigosos;
h. Preenchimento e encaminhamento dos 2. Prevenção de Incêndios
documentos utilizados pela corporação em
ocorrência de trânsito; a. Exigências para a comercialização de fogos de
i. Detecção e identificação de veículos em artifício - Portaria 73/BM/EMBM/99.
ocorrências de furto ou roubo, bem como b. Aplicação da Lei 10.987 pelos Corpos de
veículos clonados; Bombeiros da Brigada Militar, através dos
j. Utilização dos equipamentos auxiliares para a Decretos e Portarias que a regulamentaram.
fiscalização de trânsito. c. Exigências para habilitação de profissionais
4. Policiamento motorizado e direção policial para ministrar treinamento de prevenção de
a. Conceitos de rádio-patrulhamento e atribuições incêndios - Portaria 88/BM/EMBM/00.
dos componentes da guarnição policial; d. Saída de emergência em edifícios - NBR 9077.
b. Utilização e deslocamento de viaturas;
d. Técnicas de abordagem policial (utilização de 3. Defesa Civil
algemas, técnicas de condução de indivíduo
preso, com ou sem a utilização de algemas); a. Noção de defesa civil.
e. Legislação de trânsito aplicada e atribuições b. Situações em que pode ser decretada a situação
dos condutores de viatura policial militar; de emergência ou estado de calamidade
f. Direção defensiva e evasiva. pública.
5. Ambiental c. Conceito de estado de calamidade pública.
a. Introdução ao estudo do meio ambiente; d. Calamidades naturais e humanas.
b. O exercício do poder e polícia administrativa e. Conceito de situação de emergência.
ambiental pela Brigada Militar; f. Comunidade.
c. Noções de legislação ambiental; g. Conhecer a composição do Sistema Nacional
d. Educação ambiental. de Defesa Civil.
6. Operações especiais
a. Instrução tática individual – técnicas de 4. Combate a Incêndio
progressão nos diversos terrenos, bem como a. Componentes do fogo;
sua utilização para abrigo e cobertura; b. Triângulo do fogo;
b. Tomada de ponto – técnicas para a execução de c. Características físicas e químicas da combustão;
ações de perseguição e capturas; d. Formas de propagação do calor;
c. Atuação da BM frente aos mais diversos tipos e. Identificar as classes de incêndio;
de reunião de pessoas (torcidas, reuniões f. Identificar as classes de incêndio;
religiosas, movimentos sociais, entre outros). g. Identificar os diversos tipos de extintores
existentes no mercado;
7. Termo circunstanciado h. Conhecer os princípios básicos da extinção de
a. Conceito de infração de menor potencial incêndio.
ofensivo;
b. Aplicação da lei dos juizados especiais 5. Atendimento a Acidentes com Produtos Perigosos
criminais pela polícia militar; a. Classificação de Risco conforme a ABNT.
c. Procedimentos policiais em atendimento de b. Manual da ABIQUIM, técnica de consulta.
ocorrências de menor potencial ofensivo; c. Procedimentos básicos em emergências
d. Normatizações a nível institucional em relação envolvendo produtos perigosos.
ao atendimento de ocorrências de menor
potencial ofensivo.
VII - DIREITO INSTITUCIONAL
VI - NOÇÕES BÁSICAS DA ATIVIDADE DE
BOMBEIRO 1. LEI COMPLEMENTAR Nº 10.990, DE 18 DE
1. Atendimento Pré-hospitalar: AGOSTO DE 1997, Estatuto dos Servidores

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Militares da Brigada Militar do Estado do Rio Dos Órgãos De Logística, Dos Órgãos De Saúde,
Grande do Sul - Do Provimento, Da Hierarquia E Dos Órgãos De Execução Da Prestação De
Da Disciplina, Do Cargo E Da Função Policiais- Serviço À Comunidade, Dos Órgãos De Polícia
Militares, Do Valor Policial- Militar, Da Ética Ostensiva, Dos Órgãos De Bombeiro, Dos Órgãos
Policial-Militar, Dos Deveres Policiais – De Operações Especiais, Das Atribuições, Dos
Militares, Do Compromisso Policial-Militar, Do Procedimentos Institucionais, Dos Regimentos
Comando E Da Subordinação, Da Violação Das Internos, Dos Boletins, Dos Serviços De Escala,
Obrigações E Dos Deveres, Dos Crimes Militares, Das Formaturas Gerais, Das Cerimônias E
Do Conselho De Justificação, Do Conselho De Formalidades, Das Bandeiras, Das Festas Policiais
Disciplina, Dos Direitos Dos Servidores- Militares, Da Parada Diária E Parada Policial
Militares, Da Remuneração, Assistência Médico- Militar, Da Parada Diária, Da Parada Policial
Hospitalar, Da Promoção, Das Férias E Outros Militar, Da Galeria De Retratos E De Vultos
Afastamentos, Temporários Do Serviço, Das Históricos, Da Recepção E Despedida De
Licenças, Da Pensão Policial-Militar, Das Oficiais E Praças, Da Recepção E Despedida De
Prerrogativas, Do Uso Dos Uniformes Da Brigada Oficiais, Da Recepção E Despedida De Praças,
Militar, Da Agregação, Da Reversão, Do Do Sistema De Correio E Da Correspondência,
Excedente, Do Ausente, Do Desaparecimento E Dos Serviços De Correio, Da Correspondência,
Do Extravio, Do Desligamento Ou Exclusão Do Do Acervo Literário, Das Situações
Serviço Ativo, Da Reinclusão, Da Transferência Extraordinárias Da Tropa, Do Sobreaviso, Da
Para A Reserva Remunerada, Da Reforma, Da Prontidão, Da Guarnição Policial Militar
Demissão, Da Perda Do Posto E Da Patente, E Da
Declaração De Indignidade Ou Incompatibilidade 4. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O REGIME
Com O Oficialatodo Licenciamento, Da Anulação JURÍDICO DOS MILITARES ESTADUAIS:
De Inclusão, Da Exclusão Da Praça A Bem Da A Força Normativa Da Constituição E O Regime
Disciplina, Da Deserção, Do Falecimento E Do Jurídico Dos Militares Do Estado, A Emenda
Extravio, Do Tempo De Serviço, Da Licença Para Constitucional Nº 18 E O Regime Jurídico Dos
Acompanhar O Cônjuge, Das Recompensas E Das Militares Do Estado, Regime Jurídico Penal E
Dispensas Do Serviço, Da Prorrogação Do Processual Penal Dos Militares Do Estado,
Serviço Policial-Militar E Das Disposições Finais Regime Jurídico Disciplinar Dos Militares Do
E Transitórias Estado, Regime Previdenciário Dos Militares Do
Estado, Do Regime Jurídico Estatutário Dos
Militares Do Estado, Do Regime Jurídico Dos
2. DECRETO Nº 43.245, DE 19 DE JULHO DE Militares Do Estado Quanto A Posse Em Cargo
2004, aprova o Regulamento Disciplinar da De Natureza Civil Permanente E Transitória
Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul.
Disposições Gerais, Disposições Preliminares, Da
Hierarquia E Da Disciplina, Das Transgressões
Disciplinares, Da Definição E Classificação, Das
Sanções Disciplinares, Da Natureza E Amplitude,
Da Advertência, Da Repreensão, Da Detenção, Da
Prisão, Do Licenciamento E Da Exclusão, Das
Medidas Cautelares, Do Processo Administrativo
Disciplinar Militar, Da Competência, Da Parte
Disciplinar, Do Processo, Da Aplicação Da
Sanção Disciplinar, Do Cumprimento Da Sanção
Disciplinar, Do Comportamento Policial-Militar,
Dos Recursos Disciplinares, Do Cancelamento E
Da Anulação, Das Recompensas Policiais-
Militares, Das Disposições Transitórias Finais,
Tipos Transgressionais Disciplinares, Processo
Administrativo Disciplinar Militar, Das
Disposições Preliminares, Do Conhecimento Da
Transgressão Disciplinar, Da Apuração Da
Transgressão Disciplinar, Do Processo
Administrativo Disciplinar Militar, Das
Disposições Finais

3. REGIMENTO INTERNO DA BRIGADA


MILITAR - Da Finalidade, Da Competência, Da
Estruturação, Dos Níveis Gerenciais, Da
Composição Dos Níveis, Da Estrutura Dos
Órgãos, Do Processo De Administração, Do
Planejamento, Da Organização, Da Direção, Do
Controle, Da Ação Organizacional, Das
Competências Dos Órgãos, Dos Órgãos De
Direção, Dos Órgãos Departamentais De Apoio,
Dos Órgãos De Nível Departamental De
Prestação De Serviço À Comunidade, Dos Órgãos
De Execução Do Apoio, Dos Órgãos De Ensino,

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I- DIREITOS HUMANOS

Direitos Fundamentais: conceito e evolução


Segundo a melhor doutrina, pode-se conceituar direitos fundamentais como conjunto de prerrogativas e
instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências da liberdade, igualdade e dignidade
entre os seres humanos. São núcleos invioláveis de uma sociedade política, sem os quais essa tende a
perecer.

É preciso ressaltar, que os direitos fundamentais existentes em um dado ordenamento jurídico não se
restringem aos elencados na sua Carta Magna pois, englobam também aqueles que estão enraizados na
consciência do povo. O conceito meramente formal não basta, pois, desde que se revelem essenciais para a
dignidade da pessoa humana, sua liberdade e igualdade, os direitos fundamentais podem localizar-se fora do
texto escrito.
A Constituição Federal de 1988 sinaliza para essa tendência ao adotar uma clausula de abertura encerrando a
idéia de não tipicidade dos direitos fundamentais, consoante se depreende do parágrafo segundo do art 5º, in
verbis:
Art. 5 º - Os direitos e garantias expressos nessa Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, e dos tratados internacionais em que a Republica Federativa do Brasil seja
parte.
Nesse contexto, analisando a legislação comprada, extrai-se da Constituição Portuguesa posição ainda mais
avançada. O dito documento estatui expressamente que inclusive a legislação ordinária pode ser instrumento
idôneo para introduzir os direitos fundamentais no seu ordenamento jurídico. Tal posição denota a efetiva
preocupação com o caráter material dos direitos que, uma vez se apresentando como essenciais para o ser
humano passarão a ostentar o status de direitos constitucionais fundamentais, insuscetíveis, inclusive, de
abolição por emenda.

EVOLUÇÃO:
Os direitos fundamentais não foram reconhecidos de uma só vez nem de uma vez por todas.
Em 1215, a Magna Carta Inglesa reconheceu em seu texto direitos fundamentais como a liberdade de
religião, o devido processo legal e a instituição do julgamento popular para os crimes contra a vida, entre
outros. No entanto, esse documento só se destinava aos homens livres daquela sociedade, excluindo da sua
órbita de incidência os escravos.
Ainda na Inglaterra, em 1628, a Petition of Rights - documento elaborado pelo Parlamento Inglês, por meio
do qual se pleiteou o efetivo cumprimento pelo Rei dos direitos previsto na Magna Carta de 1215 - ratificou
a importância dos direitos fundamentais.
Em 1689 o Bill of Rights, declaração dos direitos formada após a Revolução Gloriosa, rompeu com as bases
políticas da época - monarquia onipotente - consolidando a monarquia constitucional, que se caracterizou
pela supremacia do parlamento.
No entanto, as declarações inglesas, apesar do seu relevante valor histórico, não podem ser consideradas
como a “certidão de nascimento” dos direitos fundamentais, pois só se destinavam a parcela de seu povo.

Os direitos fundamentais não foram reconhecidos de uma só vez nem de uma vez por todas
A partir do séc. XVIII, diversos documentos influenciaram na explicitação dos direitos fundamentais, tais
como a Declaração do Bom Povo da Virgínia, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789
e a Convenção Interamericana dos direitos humanos, o conhecido e adotado pelo Brasil, Pacto de São José da
Costa Rica.
No que tange à evolução propriamente dita, os direitos fundamentais são tradicionalmente classificados pela
doutrina em gerações. No entanto, hodiernamente, tal expressão vem sendo alvo de críticas. Autores
modernos entendem que a mesma traz em si uma idéia de ruptura em relação ao estágio anterior, quando, em
verdade, as ditas gerações se complementam.
Assim é que, vem se adotando como nomenclatura para tal classificação a expressão “dimensão”, que revela
essa idéia de cumulação, visto que, através das diversas dimensões, há a adaptação do mesmo direito a uma
nova realidade.

DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO


Os direitos fundamentais de primeira dimensão, contemporâneos do liberalismo político, surgem como
resposta ao absolutismo monárquico e objetivavam proteger o homem na sua esfera individual contra a

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interferência abusiva do Estado. São direitos de cunho meramente negativo, que visam garantir as liberdades
públicas.
Negavam o Estado no seu poder de interferir nas liberdades individuais, por que este era visto como inimigo
para o homem. São direitos civis e políticos como a liberdade de locomoção, de pensamento, inviolabilidade
do domicílio, liberdade de religião, por exemplo.

DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO


Após a 1ª Guerra Mundial, o regime político liberal, caracterizado pela mínima intervenção estatal, entrou
em crise. A sociedade passou a exigir um Estado mais atuante, clamando a substituição da Constituição,
antes apenas garantista, por uma constituição dirigente, que estabelecessem normas instituidoras de
programas governamentais. Surge o Estado do Bem Estar Social.
Nesse contexto, surgiram os direitos fundamentais de segunda dimensão, denominados de direitos sociais,
econômicos e culturais. Esses direitos impõe ao Estado uma atuação prestacional voltada para a satisfação
das carências da coletividade. Através deles, buscava-se tornar os homens, já livres, iguais no plano
fenomênico.
São exemplos destes direitos: direito à saúde, ao trabalho, a assistência social, a educação, liberdade de
sindicalização, direito de greve, direito a férias e ao repouso semanal remunerado.

DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO


Os direitos fundamentais até então assegurados, tinham como destinatário o homem enquanto indivíduo. Já
os direitos fundamentais de Terceira Dimensão tem como traço característico o fato de não mais estarem
centrados no homem individualmente considerado, mas sim na coletividade. Surgem os direitos coletivos e
difusos.
Como exemplo pode-se citar o direito a paz, ao meio ambiente e a conservação do patrimônio cultural.

DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO


Já se fala hoje na quarta dimensão dos direitos fundamentais. Os seus defensores argumentam que os direitos
fundamentais precisam acompanhar a globalização que, pondo fim as fronteiras geográficas entre os países,
exigem sua universalização. O homem não pode mais ser visto “em cada Estado”, mas sim como entidade
universal.
Se não há mais fronteiras para as relações políticas, econômicas e sociais é preciso que também não
haja fronteiras para os direitos fundamentais Se não há mais fronteiras para as relações políticas,
econômicas e sociais é preciso que também não haja fronteiras para os direitos fundamentais.

Entretanto, é preciso ressaltar que essa universalização não pode ser instrumento de imposição ou superação
de culturas e de minorias.
São reputados como direitos de quarta geração o direito a democracia, o direito a enfumaça e o direito ao
pluralismo.

Após a aprovação da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, foram criados diversos outros
mecanismos legais que se incorporaram ao universo de proteção aos Direitos Humanos, alguns deles
firmados, inicialmente, por um Brasil recém egresso do Estado Novo, ainda maculado pelo arbítrio político e
suas repercussões. Mais tarde, por representantes de governos eleitos democraticamente ou não e mesmo
pela ditadura que se encastelou no poder por mais de duas décadas.

“Na tradição brasileira o Parlamento tem muito pouca influência na fixação dos rumos da política externa do
País. As decisões sobre o comportamento internacional do Brasil e suas relações exteriores ficam
praticamente entregues ao arbítrio do Poder Executivo. E neste tem importância fundamental o Ministério
das Relações Exteriores, que tem sido, na realidade, o principal protagonista na definição da política externa
do Brasil. Em relação aos Direitos Humanos pode-se dizer que, em termos práticos, o comportamento da
diplomacia brasileira esteve bem próximo, até recentemente, da atitude dos militares.

“Como já foi assinalado, a partir de 1985, com o fim do regime militar ocorreu expressiva mudança na
atitude do Governo brasileiro em relação aos Direitos Humanos, o que se comprova pela adesão aos instru-
mentos internacionais aqui referidos.”

A nova “Constituição Federal” emergiu identicamente num período de liberdades democráticas a pouco
conquistadas, via de consequência, absorvendo com maior porosidade os princípios fundamentais
consignados na “Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

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Esses diplomas, que constituem a arquitetura internacional dos Direitos Humanos, abrigam uma contínua
inclusão de direitos, e foram se aderindo como simples especificação daqueles direitos contemplados na
“Declaração Universal dos Direitos Humanos”, sendo mais importantes os seguintes, em ordem cronológica:

A “Convenção contra o Genocídio”, de 1948;

A “Convenção para a Repressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição por Outros” de 1949;

Em 1950 a “Convenção Européia de Defesa dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais” foi
aprovada em Roma - Itália;

A “Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados”, de 1951, e respectivo Protocolo, de 1966;

A “Convenção Complementar sobre Abolição da Escravidão” de 1956;

O “Pacto Internacional Relativo aos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais” foi aprovado inicialmente em
16.12.1966, paralelamente ao “Pacto Internacional Relativo aos Direitos Civis e Políticos”, que entrou em
vigor somente em 03.01 .1976, consagrando a célebre tese de que “os direitos sociais básicos são direitos
humanos porque estão na ordem natural das coisas “;

A “Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial”, de 1965;

Importante ressaltar ainda as “Regras Mínimas para o Tratamento de Presos” adotadas pelo “Primeiro
Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Tratamento de Criminosos” reunido em Genebra
- Suíça (1955), aprovadas pelo “Conselho Econômico e Social” em 1957 e 1977;

A “Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher”, de 1979;

A “Convenção contra a Tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes”, de 1984;

A “Convenção sobre os Direitos da Criança”, de 1989;

Identicamente se agregaram à “Convenção Americana sobre Direitos humanos” - Pacto de San José da Costa
Rica, de 1969:

A “Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura” (Cartagena - Colômbia) em 09.12.1985;

O “Protocolo de San Salvador” (17.11 .1988), que contempla a proteção aos Direitos Humanos em matéria
de direitos econômicos, sociais e culturais, dentre outras, o direito ao trabalho, os direitos sindicais, o direito
à saúde e à previdência social, o direito a um meio ambiente saudável, o direito à alimentação e educação, o
direito aos benefícios da cultura, o direito à constituição e proteção da família, o direito à proteção à infância
e aos idosos, bem como aos portadores de deficiências físicas;

O “Protocolo Relativo à Abolição da Pena de Morte” (Assunção - Paraguai), de 08.06.1990;

A “Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas” (Belém, PA - Brasil), de


09.06.1994;

A “Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher” (Belém, PA -
Brasil), de 09.06.1994.

Esses são apenas alguns dos dispositivos mais importantes, que visam abranger praticamente todas as áreas
da atividade humana, conferindo um caráter extremamente dinâmico à legislação internacional referente à
proteção aos direitos fundamentais.

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A “Organização dos Estados Americanos" e uma entidade internacional, criada pelos Estados deste
hemisfério com a finalidade de obter um ordenamento de paz e justiça, fomentando a solidariedade e
defendendo a soberania de seus membros, bem como sua integridade territorial e independência.

Muito antes de vir a se constituir em um organismo regional da ‘‘O.N.U, o ideal de solidariedade americana
preconizado por Simon Bolívar (Caracas/Venezuela 1783 - 1830 Santa Marta/Colômbia), materializou-se
inicialmente através do tratado celebrado no “Congresso do Panamá” em 1826.

Diversas reuniões internacionais se sucederam, primeiramente com a realização da “VIII Conferência


Internacional Americana” (Lima - Peru), em 1938, sendo que, em 1945, a “Conferência do México” chegou
a propor um projeto de “Declaração dos Direitos Essenciais do Homem”, até o início de 1948 quando
ocorreu a “9~ Conferência Internacional Americana”, em Bogotá (Colômbia), oportunidade em que se
aprovou tanto a “Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem”, que precede a “Declaração
Universal da O.N.U.”, como a “Carta da O.E.A.”.

Em 1969, foi aprovada a “Convenção Americana sobre Direitos Humanos” que enumera os deveres
assumidos pelos Estados membros e que, em princípio, são os seguintes: obrigação de respeitar os direitos
consagrados e reconhecidos, garantindo seus benefícios a todas as pessoas, sem distinção; dever de adotar
esses direitos nas suas respectivas normas de direito interno.

A partir daí, são elencados os direitos civis e políticos; direito de reconhecimento de personalidade jurídica;
direito ávida; direito à integridade física, psíquica e moral; proibição de servidão e escravatura; direito à
liberdade pessoal; garantias judiciais; respeito ao princípio da legalidade e de pena mais benéfica; direito à
indenização; proteção à honra e à dignidade; liberdade de consciência e religião; liberdade de pensamento e
expressão; direito de retificação ou resposta; direito de reunião; liberdade de associação; proteção à família;
direito ao nome; direitos da criança; direito à nacionalidade; direito à propriedade privada; direito de livre
trânsito e residência; direitos políticos; igualdade perante a lei e o direito à proteção judicial.

São contemplados também os direitos econômicos, sociais e culturais, bem como os que se referem à
suspensão de garantias, interpretação, aplicação e alcance das restrições, assim como a correlação entre
direitos e deveres, estabelecendo ainda os meios de proteção, com a criação da “Comissão Interamericana de
Direitos Humanos” e a “Corte Interamericana de Direitos Humanos”.

Um dos órgãos mais importantes da “Organização dos Estados Americanos - O. E. A.”, é a “Comissão
Interamericana de Direitos Humanos”, criada em 1959, e instalada em Washington - E.U.A., cuja principal
função é promover o respeito e a defesa aos Direitos Humanos e servir como órgão consultivo da “O.E.A.”
nesses assuntos. No ano seguinte, foram eleitos seus sete membros, como ocorre até hoje, a título pessoal.

A “Corte Interamericana de Direitos Humanos”, com sede em San José – Costa Rica, foi criada em 1972 na
“Assembléia Geral da O.E.A”, em La Paz - Bolívia, se constituindo em uma instituição judicial autônoma
cujo objetivo é a aplicação e interpretação da “Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

Com função jurisdicional e consultiva, teve submetidos seus primeiros casos contenciosos a partir de 1986,
que oportunizaram sentenças de importância histórica extremamente relevante, inclusive porque essas
decisões passaram a estabelecer parâmetros jurisprudenciais para a defesa dos Direitos Humanos em toda
parte.

“Com essa declaração, um sistema de valores é - pela primeira vez na história - universal, não em princípio,
mas de fato, na medida em que o consenso sobre sua validade e sua capacidade para reger os destinos da
comunidade futura de todos os homens foi explicitamente declarado”. “Somente depois da Declaração
Universal é que podemos ter a certeza histórica de que a humanidade - toda a humanidade - partilha alguns
valores comuns; e podemos, finalmente, crer na universalidade dos valores, no único sentido em que
universal significa não algo dado objetivamente, mas algo subjetivamente acolhido pelo universo dos
homens.”

Por outro lado, a “Constituição da República Federativa do Brasil”, de 1988, também denominada
“Constituição Cidadã”, recepcionou as premissas alinhadas na “Declaração Universal dos Direitos
Humanos” como nenhuma outra antes o fizera, abrindo caminho para a plena reafirmação dos Direitos
Humanos e para novas conquistas sociais.

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Passados mais de dez anos, o Governo Federal apresenta, em 1996, o “Plano Nacional de Direitos Humanos
- PNDH”, um ambicioso projeto com a finalidade de demonstrar a visão governamental acerca dos Direitos
Humanos e das questões de afirmação da cidadania, estabelecendo diretrizes, apontando direções, definindo
concepções e prioridades, conclamando e exigindo a participação dos Estados, dos Municípios e da
sociedade civil nesse processo.

Por uma questão de metodologia priorizamos os chamados direitos de primeira geração, quer dizer, os que
dizem respeito à garantia da vida, da liberdade, os direitos das chamadas minorias como as mulheres, as
crianças, os índios, os negros, os homossexuais, a questão do acesso à Justiça, a questão do funcionamento
do aparelho policial. Esses são os direitos humanos priorizados nesse PNDH.”

Cartilha de Direitos Humanos


Ricardo Balestreri

Qual a relação entre Direitos Civis e Políticos e Direitos Econômicos, Sociais e Culturais?
Durante muito tempo, alguns segmentos políticos considerados “progressistas” desconfiaram do super-
enfoque dado aos direitos civis e políticos, em aparente detrimento, especialmente, de uma priorização dos
direitos sociais e econômicos.

Tal segmentação, contudo, de uma parte ou de outra, é absolutamente inadmissível e artificial. Os direitos
Humanos são indivisíveis.

Assim, não é preciso que desconfiemos das lutas que enfocam direitos civis e políticos. Sem eles, não é
possível que nos organizemos, reivindiquemos ou construamos nossos direitos sociais e econômicos.

Sem uma imprensa livre, por exemplo, a população não tomaria conhecimento das injustiças e disparidades,
das corrupções, dos desvios, das más administrações, do mau uso do dinheiro público, da concentração de
renda. Sem tais informações, estaria menos estimulada, menos aparelhada, menos articulada para resistir,
avançar, exigir.

Não há, portanto, qualquer dano aos direitos de ordem social quando sublinhamos aqueles de ordem civil e
política. Ao contrário, há o asseguramento do espaço para a socialização das informações, para a organização
popular, para a indignação, para a divergência democrática, para a construção do novo.

Enganam-se os que pensam ser progressista fragmentar, hierarquizar e tentar contrapor um corpo indivisível.

Direitos Civis e Políticos são fundamentais para que se alcancem, através da intervenção organizada,
Direitos Econômicos e Sociais. Ambos, promovidos, representam espaços de liberdade e tempo para que se
exercitem e desenvolvam os Direitos Culturais que, por sua vez, consolidam e expandem conhecimentos,
fundamentais ao exercício seguro das liberdades e à competência no empreendedorismo que produz bem-
estar material.

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

A expressão “Direitos Fundamentais” é reservada par designar aquelas prerrogativas e


instituições que o direito positivo concretiza em garantia de uma convivência digna, livre e igual de
todas as pessoas.
No qualificativo “fundamentais” acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas
sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive.
É com esse conteúdo que a expressão “direitos fundamentais” encabeça o Título II da
Constituição Federal.
A Constituição é expressa sobre o assunto, quando estatui que as normas definidoras dos
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

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 Historicidade: São históricos como qualquer direito. Nascem, modificam-se e desaparecem. Eles
apareceram com a revolução burguesa e evoluem, ampliam-se, com o correr dos tempos.
 Inalienabilidade: São direitos intransferíveis, inegociáveis, porque não são de conteúdo
econômico-patrimonial. Se a ordem constitucional os confere a todos, deles não se pode
desfazer, porque são indisponíveis.
 Imprescritíveis: O exercício de boa parte dos direitos fundamentais ocorre só no fato de
existirem reconhecidos na ordem jurídica. Em relação a eles não se verificam requisitos que
importem em sua prescrição. Vale dizer, nunca deixam de ser exigíveis. Pois prescrição é um
instituto jurídico que somente atinge, coarctando, a exigibilidade dos direitos de caráter
patrimonial.
 Irrenunciabilidade: Não se renunciam direitos fundamentais. Alguns deles podem até não ser
exercidos, pode-se deixar de exerce-los, mas não se admite sejam renunciados.

CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

 Direitos Individuais - (CF, art. 5º);


 Direitos Coletivos - (CF, art. 5º);
 Direitos Sociais - (CF, art. 6º e 193 e ss.);
 Direitos à Nacionalidade - (CF, art. 12);
 Direitos Políticos - (CF, arts. 14 a 17);

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:
Vida
Liberdade
Igualdade
Segurança
Propriedade

Direito à Vida
Vida, no texto constitucional não será considerada apenas no seu sentido biológico de incessante auto-
atividade funcional, peculiar à matéria orgânica, mas na sua acepção biográfica mais compreensiva.
A vida humana que é o objeto do direito assegurado no art. 5º, caput, integra-se de elementos materiais
(físicos e psíquicos) e imateriais (espirituais). No conteúdo de seu conceito se envolvem o direito à dignidade
da pessoa humana, o direito à privacidade, o direito à integridade físico-corporal, o direito à integridade
moral, e especialmente o direito à existência.
Tendo a Constituição disposto sobre o direito à vida, veda qualquer prática que se contraponha a ela
como: pena de morte, aborto e tortura , por exemplo.
Direito a Liberdade
A liberdade de locomoção - direito de ir, vir e de ficar - é a primeira de todas as liberdades, sendo
condição de quase todas as demais.
Quanto á liberdade de pensamento, deve-se de pronto, distinguir duas facetas: a liberdade de
consciência (de foro íntimo, sempre livre, já que ninguém pode ser obrigado a pensar deste ou daquele
modo) e a liberdade de expressão (manifestação da consciência e das crenças).
Muito ligada à liberdade de pensamento, está a liberdade de reunião. Para a CF, reunião significa um
agrupamento de pessoas organizado mas descontínuo, para intercâmbio de idéias ou tomadas de posição. A
reunião é livre desde que seus participantes estejam desarmados e que o encontro se realiza em locais abertos
ao público independentemente de autorização.
Sobre a liberdade de associação podemos afirmar que a constituição confere a legitimação ativa as
associações, quando autorizadas, para representação de seus filiados (judicial ou extrajudicialmente).
Paralelamente a essa, temos a liberdade sindical (liberdade de aderir ou não a um sindicato.
A liberdade de profissão e trabalho é reconhecida igualmente, recebendo as limitações destinadas e
proteger o próprio trabalhador e a sociedade contra os abusos. (art. 7º)
A liberdade de ação, por sua vez, deflui no inciso II do art. 5º: "Ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei".
O direito de greve, previsto no art. 9º, implica exonerar o trabalhador dos prejuízos que advenham de

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sua inação. Sobre a possibilidade desse direito se tornar perigoso e prejudicial à coletividade, a lei deverá
disciplinar sobre o atendimento de necessidades básicas e de serviços inadiáveis.
Direitos à Igualdade
As Constituições só tem reconhecimento a igualdade no seu sentido formal jurídico: "igualdade
perante a lei". A Constituição de 1988 abre o capítulo dos direitos individuais com o princípio de que "todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza". Reforça o princípio com muitas outras normas
sobre a igualdade ou buscando a igualização dos desiguais pela outorga de direitos substanciais. Assim é
que, já no mesmo art. 5º, I, declara que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações". Depois , no
art. 7º, XXX e XXXI, vêm regras de igualdade material, regras que proíbem distinções fundadas em certos
fatores, ao vedarem "diferenças de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil e qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência". A previsão, ainda que programática, de que a República Federativa do
Brasil tem como um de seus objetivos fundamentais "reduzir as desigualdades sociais e regionais" (art. 3º,
III), a veemente repulsa da seguridade social, a garantia do direito à saúde, à educação baseada em princípios
democráticos e de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, enfim à preocupação com
a justiça social como objetivo das ordens econômicas e social (art. 170, 193, 196 e 205) constituem reais
promessas de busca da igualdade material.
Direito à Segurança
Dos direitos relativos a segurança do indivíduo, uns concernem aos seus direitos subjetivos em geral,
outros apenas à sua segurança pessoal.
O respeito à liberdade pessoal (art. 5º, LXI) proíbe as prisões que não sejam em flagrante, delito ou
por ordem escrita de autoridade judicial competente. Tenta-se, dessa forma, impedir as arbitrariedades.
Dentre aos que interessam aos direitos subjetivos em geral temos a legalidade (art. 5º, II) e o direito
adquirido (art. 5º, XXXVI).
Direito à Propriedade
O Direito de propriedade está condicionado ao bem-estar social.
Esse direito é garantido pela exigência de que toda a expropriação se faça mediante prévia e justa
indenização. A Constituição e o bom senso mandam que a indenização seja justa , ou seja, o valor do bem
colocado no mercado.
A desapropriação há de fundar-se em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social.
O fundamento da desapropriação é importante porque influi na forma de indenização: será em dinheiro
se baseada na utilização pública, na necessidade pública ou interesse social; será em títulos, se o interesse
social basear-se na difusão da propriedade rural.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS


Proclamada pela Resolução nº 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas, de 10 de dezembro
de 1948

Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e
devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo II
1. Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será tampouco feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do
país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem
governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravo são proibidos em
todas as formas.
Artigo V
Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

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Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.
Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm
direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII
Toda pessoa tem o direito de receber dos Tribunais nacionais competentes recurso efetivo para os atos que
violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela Constituição ou pela lei.
Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um Tribunal
independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal
contra ela.
Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente, até que a sua culpa
tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas
todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituam delito
perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela
que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais
interferências ou ataques.
Artigo XIII
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Toda pessoa tem direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a ele regressar.
Artigo XIV
1. Toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar o asilo em outros países
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de
direito comum ou por atos contrários aos propósitos ou principais das Nações Unidas.
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade
Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o
direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento,
sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão o livre e pleno consentimento dos nubentes 3. A família é o núcleo
natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado
Artigo XVII
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou sem sociedade com outros .
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo
culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem
interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associações pacíficas.
2. Ninguém poderá ser obrigado a fazer parte de uma associação

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Artigo XXI
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte do governo de seu país diretamente ou por intermédio de
representantes livremente escolhidos.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições
periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a
liberdade de voto.
Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, em direito à segurança social e à realização, pelo esforço
nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.
Artigo XXIII
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de
trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito igual remuneração por igual trabalho.
3. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim
como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias
remuneradas periódicas.
Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar,
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, o
direito à segurança, em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice e outros casos de perda
dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a
todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento e do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos,
e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero da instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de
participar do progresso científico e de seus benefícios
2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção
científica, literária ou artística da qual seja autora.
Artigo XXVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos
na presente Declaração possam ser plenamente realizados
Artigo XXIX
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua
personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdade, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas
pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e
liberdades de outrem, e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de
uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos
e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX

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Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição
de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

PROCEDIMENTOS DA POLÍCIA MILITAR FRENTE A OCORRÊNCIA ENVOLVENDO CRIANÇA E


ADOLESCENTE
Quando do atendimento de ocorrência envolvendo criança ou adolescente, o Policial-Militar deverá adotar os
seguintes procedimentos:
a. Conduzir ao hospital de emergência, quando a criança ou adolescente apresentar lesões
corporais ou existir alguma suspeita de possuí-las, mesmo internamente;
b. Efetuar a identificação da criança ou adolescente, obtendo dele nome, filiação, apelido, idade,
endereço (inclusive ponto de referência), etc.;
c. Fazer a condução da criança ou adolescente ao órgão competente;
d. A condução ou transporte da criança ou adolescente não poderá ser realizado no
compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade ou que impliquem
risco à sua integridade física ou mental;
e. Quando decorra de questão de segurança da guarnição, por ato de violência da criança ou
adolescente, ou, ainda, excepcionalmente, devido à inexistência de viatura mais adequada disponível, ficará a
guarnição responsável pelo redobrado cuidado para evitar maiores constrangimentos, como, por exemplo,
realizar o embarque afastado de aglomerados;
f. Atenção especial deverá ser tomada quanto a criança ou o adolescente envolvido como
“vítima”, quando ficará sob a responsabilidade da guarnição, que deverá adotar os cuidados relacionados ao
amparo e ao não-constrangimento do encaminhado;
g. O adolescente a quem é atribuída autoria de ato infracional de trânsito ou outro ato que seja da
competência de uma Delegacia Especializada, será a ela conduzido, e, na inexistência desta, à Delegacia de
Polícia;
h. O Policial-Militar não deverá divulgar, total ou parcialmente, sem a devida autorização, por
qualquer meio de comunicação: nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou
judicial, relativo à criança ou adolescente a quem se atribua ato infracional. Nestes casos, deverá orientar o
solicitante a obtê-los no órgão para o qual deverá ser conduzida a criança ou o adolescente;
i. Nos casos de infração cometida com violência ou grave ameaça, os métodos de contenção
devem limitar-se à estrita necessidade de evitar maiores riscos, empregando meios de persuasão, com uso de
força física ou arma em último caso, sendo vedado qualquer tipo de excesso;
j. Caso exista a negativa de recebimento ou fator que impossibilite a apresentação na Delegacia
Especializada ou Delegacia de Polícia, deverá o adolescente ser encaminhado ao órgão do Ministério
Público, Juizado da Infância e da Juventude ou Foro local;
k. No momento do flagrante e conseqüente apreensão do adolescente, é muito importante:
1) Identificar as testemunhas, colhendo seu nome, endereço, telefone e demais dados
necessários;

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2) Isolar o local, se do ato infracional existirem provas a ser colhidas;


3) Apreender o material necessário para a prova;
4) Identificar-se, o Policial-Militar, com clareza, declinando o nome;
5) Informar ao adolescente e aos circunstantes porque está realizando a apreensão e para
onde o está conduzindo.
l. Os operadores do Fone “190”, ao receberem informação denunciando situação de exploração
sexual contra criança ou adolescente, registrarão as informações obtidas, repassando-as imediatamente
através do canal de comando. Nesse caso, o Cmt de SUOp ou Pel com responsabilidade territorial sobre o
local da denúncia contatará imediatamente a Polícia Civil, Ministério Público, Juizado da Infância e da
Juventude e Conselho Tutelar, para atuação em conjunto, visando à confirmação do fato e prisão dos
infratores.
m. Deverá ser preenchido Boletim de Ocorrência, onde deverão ser mencionados todos os dados
relativos ao fato.
n. A ação policial nunca poderá ser arbitrária ou violenta.
A POLÍCIA E AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Dispõe o art. 98 do ECA que:
“as medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta
lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis;
III – em razão de sua conduta”.
Considerando que o art. 4o assegura ser dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder
Público, assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos previstos no Estatuto e, o art. 70 dispõe
ser “dever de todos” prevenir a ocorrência de ameaça ou violação de direitos da criança e do adolescente,
bem como o exercício da Segurança Pública, em nosso Estado é competência das Polícias Civil e Militar, as
medidas de proteção dizem respeito bem de perto ao organismo policial.
Interessa-nos aqui o item III do art. 98, ou seja, a ameaça aos direitos causada pela própria conduta da
criança e/ou adolescente.
Assim, a polícia deverá se preocupar com os adolescentes ao volante; crianças e adolescentes que praticam
“surf de asfalto” e, os usuários dependentes da chamada “cola de sapateiro”.

A POSSIBILIDADE POLICIAL COMETER UM ILÍCITO PENAL NO TRATO COM A CRIANÇA E O


ADOLESCENTE
Há que se dar especial atenção ao art. 15 do Estatuto que assegura à criança e ao adolescente o direito à
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos
de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Na seqüência, o art. 16 exemplifica a abrangência do direito de liberdade, dos quais, o de ir, vir e estar nos
logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais. Tal dispositivo tem o caráter

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de coibir a prática policial (que não podemos negar aconteceu e muito) de prender adolescentes que se
encontravam em locais públicos, por mero arbítrio, na maioria das vezes, em razão de sua situação
econômica e social (Camburão Social).
Hoje, o art. 230 do Estatuto, tornou esta prática criminosa:
Art. 230 - Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem
estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.
São ainda, crimes passíveis de serem cometidos por policiais:
Art. 231 - Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de
fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232 - Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou
a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 233 - (Revogado pela Lei n.º 9.455, de 07-04-1997).
A Lei 9.455/97, passou a definir o crime de tortura de uma forma bem ampla, prevendo inclusive,
em seu art. 1o, par. 4o, inciso II, a majoração da tortura praticada contra “criança” ou “adolescente”,
revogando o art. 233 do ECA, expressamente.
Art. 234 - Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235 - Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente
privado de liberdade:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236 - Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos

TIPOS DE ENCAMINHAMENTOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES


* Realização do registro na Delegacia de Polícia, sem apresentação da criança autora do ato
infracional.
OBSERVAÇÕES:
1. Sempre que houver risco de vida ou problema de saúde, a providência de submeter a cuidados
médicos deverá preceder às outras diligências, inclusive a prisão do agressor;

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2. No atendimento de crianças e adolescentes perdidos, em balneários, junto a “Postos de Triagem”,


por ocasião de espetáculos com grande afluência de público, somente será procedido o encaminhamento caso
os pais ou responsáveis não compareçam até aquele local;
3. Quando inexistir Delegacia de Polícia, Juizado da Criança e do Adolescente ou Foro em
determinada localidade, o encaminhamento será realizado para a Delegacia ou Foro mais próximo;
4. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional (crime ou
contravenção penal) ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade competente (Art. 106 do ECA);
5. O jovem infrator, antes de ser encaminhado, sempre deverá ser cientificado da identificação do
agente de sua apreensão, assim como o fator gerador daquele procedimento;
6. Quando houver negativa quanto à apresentação de adolescente junto a Delegacia de Polícia,
especializada ou não, a condução poderá ser feita ao órgão do Ministério Público ou Foro Local, através de
contato pessoal do Oficial ou graduado responsável pelo serviço;
7. Qualquer irregularidade verificada no andamento da ocorrência deverá ser devidamente comunicada
por escrito ao escalão superior, para as providências pertinentes.

II- DIREITO CONSTITUCIONAL


É o ramo do direito público interno que analisa e interpreta as normas constitucionais,
essas compreendidas como o ápice da pirâmide normativa de uma ordem jurídica, são consideradas Leis
Supremas de um Estado soberano, e tem por escopo regulamentar e delimitar o poder estatal, lém de
garantir os direitos considerados fundamentais.

Para Alexandre de Moraes1 , Tem por objeto a constituição política do estado, no sentido amplo de
estabelecer sua estrtura, a organização e funcionamento do estado, à articulação dos elementos primários do
mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política.

O Direito Constitucional, segundo Pinho2, ocupa uma posição de superioridade em relação às demais
ciências jurídicas, pois os principios fundamentais dos outros ramos jurídicos estão inseridos na constituição.
Portanto, as demais normas jurídicas não podem contrariar, em hipótese alguma, dispositivos constitucionais.

Origem do Direito Constitucional

A origem formal do constitucionalismo está ligada às constituições escritas e rígidas dos estados Unidos
da América, em 1787, após a Independencia das 13 Colonias, e da França, em 1791, apartir da Revolução
Francesa, apresentando dois traços marcantes: organização do estado e limitação do poder estatal, por meio
da previsão de direitos e garantias fundamentais.

Revolução Francesa é o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre 5 de Maio de 1789 e 9 de
Novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime
(Ancien Régime) e a autoridade do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da
Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da história da humanidade.

1
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional.19º ed. São Paulo:Atlas,2006.
2
PINHO, Rodrigo César Rebello. Teoria Geral da Constituição e Direitos Fundamentais.5.ed. São paulo: Saraiva,2005

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A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a
servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade"
(Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean-Nicolas Pache. Para a França, abriu-se em 1789 o
longo período de convulsões políticas do século XIX, fazendo-a passar por várias repúblicas, uma ditadura,
uma monarquia constitucional e dois impérios.

Porém, diz-se que o primeiro documento formal que esboçou o que seria posteriormente chamado de
constituição foi a Magna Carta de 1215, documento assinado pelo Príncipe João Sem-Terra, por pressão dos
barões da Inglaterra medieval. Apesar de difundida tal idéia, a fixação deste documento como o verdadeiro
primeiro documento constitucional, é passível de questionamento, uma vez que os únicos a se beneficiarem
com tal direito eram os barões ingleses.

Contudo, foi a partir das "Revoluções Liberais" (Revolução Francesa, Revolução Americana e
Revolução Industrial) que surgiu o ideário constitucional, no qual seria necessário, para evitar abusos dos
soberanos em relação aos súditos, que existisse um documento onde se fixasse a estrutura do Estado, e a
conseqüente limitação dos poderes do Estado em relação ao povo.

Uma constituição, necessariamente, não possui uma constituição formalmente escrita. Em países onde o
direito consuetudinário é comum, a constituição não se encontra positivada num documento escrito. Ela é
fruto de uma construção histórica das práticas e costumes de toda a população. Tal tipo de Lei Maior não
obsta a existência de normas escritas de caráter constitucional, como acontece na Inglaterra, com o Act of
Habeas Corpus, e a própria Magna Carta.

Porém, a maioria das constituições existentes seguem o padrão formal, de modo que são o fruto de uma
Assembléia de Representantes do Povo (no caso das constituições democráticas), onde se decide acerca de
como será o Governo estatal e quais os direitos a serem previstos neste documento.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Conceito: considerada a lei fundamental de uma Nação, seria, então, a organização dos seus
elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do
Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus
órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias; em síntese, É
O CONJUNTO DE NORMAS QUE ORGANIZA OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO
ESTADO.

TEORIAS DO ESTADO

O homem não pode viver senão em sociedade. As sociedades são organizadas de pessoas para a
obtenção de fins comum, em beneficio de cada qual. Mas se não houvesse um poder, nessas sociedades,
restringindo as condutas humanas, elas jamais subssitiriam. Cada um faria o que bem quisesse e entendesse,
invadindo a esfera do outro e, desse modo, qualquer agrupamento humano seria caótico. Daí o surgimento
do Estado.

Visando a continuidade da vida em sociedade na defesa das liberdades individuais, em suma, ao bem – estar
geral, os homens organizaram-se em Estado. Desde então eles se submeteram às ordens dos governantes,
não mais fazendo o que bem queriam e entendiam, mas o que era permitido

Desta forma, Estado é uma sociedade política dotada de algumas características próprias, ou dos elementos
essenciais a seguir descritos:

Elementos do Estado

a. POVO - É unânime a aceitação da necessidade do elemento pessoal para a constituição e a existência do


Estado, uma vez que sem ele não é possível haver Estado e é para ele que o Estado se forma. É onúmero

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determinado ou não de individuos que habitam o território unidos por uma mesma lingua,objetivos e
cultura.

b. TERRITÓRIO - Espaço fisico delimitado por fronteiras naturais ou não. Extensão do território sobre o
mar Duzentas milhas

c. GOVERNO OU SOBERANIA- O Conceito de Soberania ou Governo pode ser concebido de duas


maneira distinta: como sinônimo de independência, e assim ter tem sido invocada pelos dirigentes dos
Estados que desejam afirmar, sobretudo ao seu próprio povo, não serem mais submissos a qualquer potência
estrangeira; ou como expressão de poder jurídico mais alto, significando que dentro dos limites da jurisdição
do estado, este é que tem o poder decisão em última instância, sobre a eficácia de qualquer norma jurídica.

FORMAS, SISTEMAS, REGIMES DE ESTADO E DE GOVERNO

FORMAS DE ESTADO

 considera os modos pelos quais se estrutura a sociedade estatal, permitindo identificar as


comunidades políticas em cujo âmbito de validade o exercício do poder ocorre, de modo centralizado ou
descentralizado. Pode ser:

a) Estado UNITÁRIO: quando existir um único centro dotado de capacidade legislativa,


administrativa e política, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se concentram todas
as competências constitucionais, ocorre a FORMA UNITÁRIA de ESTADO.
b) Estado FEDERAL: quando as capacidades políticas, legislativas e administrativas são
atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que passam a gozar de autonomias próprias, surge a
FORMA FEDERATIVA. Neste caso, as autonomias regionais não são fruto de delegação voluntária de
um centro único de poder, mas se originam na própria Constituição, o que impede a retirada de competências
por ato voluntário de poder central.
 ESTADO FEDERADO não significa necessariamente Estado descentralizado.
FEDERALISMO: refere-se a uma forma de Estado (federação ou Estado Federal) caracterizada pela
união de coletividades públicas dotadas de autonomia político-constitucional, autonomia federativa; a
federação consiste na união de coletividades regionais autônomas (estados federados, estados-membros
ou estado).
UNIÃO: é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa
jurídica de Direito Público interno, autônoma em relação aos Estados e a que cabe exercer as prerrogativas
da soberania do Estado brasileiro.

FORMAS DE GOVERNO
 define o modo de organização política e de regência do corpo estatal, ou seja, o modo pelo qual
se exerce o poder. Pode ser:
a) REPUBLICA: quando o poder for exercido pelo povo, através de mandatários eleitos
temporariamente, surge a forma republicada,
b) MONARQUIA: quando o poder é exercido por quem o detém naturalmente, sem representar o povo
através de mandato, surge a forma monárquica de governo.

SISTEMA DE GOVERNO
 refere-se ao modo pelo qual se relacionam os Poderes Executivo e Legislativo. Pode ser:
a) PARLAMENTARISMO: a função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente ou pelo
Monarca e a de Chefe de Governo pelo Primeiro Ministro, que chefia o Gabinete. Parte da atividade do
Executivo é deslocada para o Legislativo.
b) PRESIDENCIALISMO: o Presidente CONCENTRA as funções de Chefe de Estado e de
Chefe de Governo.

REGIMES POLÍTICOS
 refere-se à acessibilidade do povo e dos governantes ao processo de formação da vontade estatal. A
participação do povo no processo decisório e a capacidade dos governados de influenciar a gestão dos
negócios estatais comportam gradação variável em função do regime adotado. Dentro deste critério, temos:

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a) REGIME DEMOCRÁTICO
Democracia. Palvra de origem grega, demos-povo e arché- governo, governo do povo, é o regime
político que todo poder emana da vontade popular. Na classica definição, é o governo do povo, pelo povo
b) REGIME NÃO DEMOCRÁTICO: subdividido em totalitário e autoritário.

SISTEMA BRASILEIRO:

 forma de estado: ESTADO FEDERAL,


 forma de governo: REPUBLICANO,
 sistema de governo: PRESIDENCIALISTA,
 regime político: DEMOCRÁTICO.

Nosso modelo é de uma DEMOCRACIA SOCIAL (promover justiça social, promovendo o bem de
todos e erradicando a pobreza, com diminuição das desigualdades), PARTICIPATIVA (caminha para
democracia semi-direta) e PLURALISTA (pluralismo político).

HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES


O Brasil já teve 7 constituições, incluindo a atual de 1988:
CF 1824 - Autocrática: Liberal – Governo Monárquico: vitalício e hereditário
Estado Unitário: províncias sem autonomia; 4 poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e
Moderador (Soberano);
O controle de constitucionalidade era feito pelo próprio Legislativo; União da Igreja com o Estado, sob
o catolicismo. “a Constituição da Mandioca”.
CF 1891 - Democrática: Liberal - Governo Republicano - Presidencialista
Federalista: autonomia de Estados e Municípios. Introduziu o controle de constitucionalidade pela via
difusa, inspirado no sistema jurisprudencial americano. Separou o Estado da Igreja.
CF 1934 - Democrática: Liberal-Social- Governo Republicano – Presidencialista Federalista:
autonomia moderada. Manteve o controle de constitucionalidade difuso e introduziu a representação
interventiva.
Cf 1937 - Ditatorial: Liberal-Social- Governo Republicano – Presidencialista (Ditador)
Federalista: autonomia restrita. Legislação trabalhista. Constituição semântica, de fachada. Também
conhecida como “a Polaca”
CF 1946- Democrática: Social-Liberal- Governo Republicano – Presidencialista Federalista:
ampla autonomia - Estado Intervencionista (Emenda Parlamentarista/1961; Plebiscito/1963 -
Presidencialismo; Golpe Militar/1964 – Início da Ditadura. Controle de constitucionalidade difuso e
concentrado, este introduzido pela EC nº 16/65
CF 1967 - Ditatorial: Social-Liberal - Governo Republicano – Presidencialista (Ditador)
Federalista: autonomia restrita- Ato Institucional nº 5 / 1969 – uma verdadeira carta constitucional: 217
artigos aprofundando a Ditadura: autorizou o banimento; prisão perpétua e pena de morte; supressão do
mandado de segurança e do hábeas corpus; suspensão da vitaliciedade e inamovibilidade dos magistrados;
cassação nos 3 poderes. Manteve o controle de constitucionalidade pela via difusa e concentrada.
CF 1988 - Democrática: Social-Liberal-Social - Governo Republicano – Presidencialista
Federalista: ampla autonomia - Direitos e garantias individuais: mandado de segurança coletivo,
mandado de injunção, hábeas data, proteção dos direitos difusos e coletivos; Aprovada com 315 artigos,
946 incisos, dependendo ainda de 200 leis integradoras.
Fase atual: Neoliberalismo e desconstitucionalização dos direitos sociais. Considerada
“Constituição Cidadã”

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

1. Quanto ao conteúdo:

a) Materiais ou reais – são as normas que se referem aos aspectos essenciais da estrutura e formação do
Estado, como por exemplo: forma de Estado, forma e sistema de governo, organização político-
administrativa do Estado, direitos políticos e individuais.
b) Formais - É aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de um documento solene estabelecido
pelo poder constituinte originário

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2.Quanto à forma:
a) Escritas – É aquela codificada e sistematizada em um texto único. Portanto é o mais alto estatuto
jurídico de determinada comunidade.
b) Não escritas – resulta de leis, costumes ou jurisprudências esparsas em diversos textos constitucionais.
( ex: Constituição inglesa )
3. Quanto à elaboração:
a) Dogmáticas Apresenta-se como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de
princípios e idéias fundamentais da teoria política e do direito dominante.

b) Histórica ou costumeira – origina-se da evolução histórica da sociedade, baseada nos costumes e


tradições de seu povo.
4. Quanto à origem:
a) promulgadas – elaboradas por um órgão constituinte ( Assembléia nacional Constituinte)
compostos por representantes eleitos pelo povo ( ex: CF 1891,1934,1946 e 1988)

b) Outorgadas – imposta pelo governante, sem discussão e votação por um órgão constituinte.(ex. CF
1824, 1937,1967 e 1969)
5. Quanto à estabilidade:

a) Imutáveis- É aquela em que se veda qualquer alteração,tornando relíquia histórica.


b) Rígidas –É a Constituição escrita que pode ser alterada por um processo legislativo mais solene e
dificultoso;
b) Flexíveis – Pode ser alterada livremente, não exigem procedimento especial para alteração da
Constituição.
c) Semi-rígidas – É um meio termo entre as duas anteriores, em que algumas regras podem ser alteradas
por um processo legislativo ordinário.

6. Quando à extensão:
a) Sintéticas ou resumidas – Dispõe somente sobre os aspectos essenciais para organização e formação do
Estado, possui poucos artigos, prevê somente os principios e as normas gerais de regência do Estado.
b) Analíticas – Examina e regulamenta todos os assuntos que entenda relevante à formação, destinação e
funcionamento do estado.

3.4 CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


 Todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia;
 Aplicabilidade: é a qualidade daquilo que é aplicável
 Logo, todas as normas constitucionais são aplicáveis, pois todas são dotadas de eficácia
jurídica. Porém, esta capacidade de incidir imediatamente sobre os fatos regulados não é uma característica
de todas as normas constitucionais.
 As normas constitucionais são classificadas quanto à sua eficácia em:

Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Plena;


Normas Constitucionais de Eficácia Jurídica Contida;
Normas Constitucionais de Eficácia Limitada.

PODER CONSTITUINTE
Conceito: é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente
organizado.
 O Poder constituinte é o poder que tudo pode.
Titularidade do Poder Constituinte: é predominante que a titularidade do poder constituinte
pertence ao povo. Logo, a vontade constituinte é a vontade do povo expressa por meio de seus
representantes.
Espécies:
Poder Constituinte Originário - Estabelece a Constituição de um novo Estado, organizando-se e
criando os poderes destinados a reger os interesses de uma sociedade. Não deriva de nenhum outro, não
sofre qualquer limite e não se subordina a nenhuma condição.

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 Ocorre Poder Constituinte no surgimento da 1ª Constituição e também na elaboração de qualquer


outra que venha depois.
Características:
inicial - não se fundamenta em nenhum outro; é a base jurídica de um Estado;
autônomo / ilimitado - não está limitado pelo direito anterior, não tendo que respeitar os limites postos pelo
direito positivo anterior; não há nenhum condicionamento material;
incondicionado - não está sujeito a qualquer forma pré-fixada para manifestação de sua vontade; não está
submisso a nenhum procedimento de ordem formal
Poder Constituinte Derivado - também chamado Instituído ou de segundo grau – é secundário, pois
deriva do poder originário. Encontra-se na própria Constituição, encontrando limitações por ela
impostas: explícitas e implícitas.

HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS


Estrutura hierarquizada: a pirâmide representa a hierarquia das normas dentro do ordenamento
jurídico - esta estrutura exige que o ato inferior guarde hierarquia com o ato hierarquicamente superior e,
todos eles, com a Constituição, sob pena de ser ilegal e inconstitucional - chamada de relação de
compatibilidade vertical

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO


Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
Os “ALICERCES” da Constituição Federal são os FUNDAMENTOS
“SOCI DIVA PLU”
I - SOberania;
II - CIdadania;
III -DIgnidade da pessoa humana;
IV -VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - PLUralismo político.

 Forma de Governo: REPÚBLICA


 A forma de governo tem como finalidade organizar politicamente um Estado. Etimologicamente,
significa  RES – coisa, PUBLICO – povo, ou seja “coisa do povo, para o povo”. São características
básicas:
“REPRESO”
Representatividade - o povo escolhe seus representantes;
Eletividade - a escolha é feita através do voto, de eleições;
Periodicidade - o representante exerce mandato temporário (4 anos);
Responsabilidade - dever de probidade administrativa;
Soberania popular - o poder emana do povo e por ele é exercido.

Fundamentos da República Federativa do Brasil 


 Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição. Parágrafo único do 1º CF
 São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário. Art 2º CF

Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil 


Os “TIJOLOS” da Constituição Federal são os OBJETIVOS FUNDAMENTAIS
“COGAERPRO”
I - COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - GArantir o desenvolvimento nacional;

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III -ERradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais;


IV -PROmover o bem de todos, sem quaisquer preconceitos ou discriminação;

Princípios que regem as Relações Internacionais 


A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos
da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Os “VIZINHOS” da Constituição Federal são os PAÍSES AMIGOS
“AINDE NÃO CONPREI RECOOS”
I- Autodeterminação dos povos;
II - INdependência nacional;
III - DEfesa da paz;
IV - NÃO-intervenção;
V- CONcessão de asilo político.
VI - PREvalência dos direitos humanos;
VII - I gualdade entre os Estados;
VIII - REpúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - COOperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X- Solução pacífica dos conflitos;

5. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Art 5º CF  Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Garantias Constitucionais individuais são os meios, instrumentos, procedimentos e instituições,


destinados a assegurar o respeito, a efetividade do gozo e a exigibilidade dos direitos individuais, os quais se
encontram ligados a estes entre os incisos do art. 5º.

 NINGUÉM SERÁ:
 obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
 submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
 privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
 compelido a associar-se ou a permanecer associado;
 privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
 considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
 preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
 levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;
 processado nem sentenciado senão pela autoridade competente

 É INVIOLÁVEL:
 a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
 a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
 o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para
fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

 É LIVRE:
 a manifestação do pensamento, sendo PROIBIDO o anonimato

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 a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente


de censura ou licença;
 o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a lei estabelecer;
 a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

 É ASSEGURADO:
 o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;
 prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares;
 é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
 a todos, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal;

 A LEI:
 estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro;
 não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
 não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada
 penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
 regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
 punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
 só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem.

 PENAS:
 nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
 não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

 CRIMES:
 não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
 será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal
 constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático e a prática do racismo, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
 a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia:
a) a prática da tortura,
b) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,

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c) o terrorismo ;
d) e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;

 PRISÃO:
 não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
 a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária
 não haverá juízo ou tribunal de exceção;
 o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;

 A PROPRIEDADE:
 é garantido o direito de propriedade;
 a propriedade atenderá a sua função social;
 a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
 a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial
 no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

 ENTIDADES E ASSOCIAÇÕES:
 todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
 é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
 a criação de associações e a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento;
 as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
 as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

 PROCESSOS:
 aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
 o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos
 são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
 é reconhecida a INSTITUIÇÃO DO JÚRI, assegurados:
 a plenitude de defesa; o sigilo das votações; a soberania dos veredictos; a competência
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

 SUCESSÃO E HERANÇA:
 é garantido o direito de herança;
 a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;

 OUTROS DIREITOS:
 homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações;
 o Estado promoverá a defesa do consumidor;

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 todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

 EXTRADIÇÃO:
 nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei;
 não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

5.7 REMEDIOS CONSTITUCIONAIS


São uma espécie de ação judiciária que visa proteger categoria especial de direitos públicos subjetivos,
as chamadas liberdades públicas, ou direitos fundamentais do homem.
Além do Mandado de Segurança, individual ou coletivo, temos a ação popular, a ação civil pública,
habeas data, mandado de injunção, habeas corpus e o direito de petição.
 conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
 conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
 o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
 conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;
 conceder-se-á HABEAS DATA:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
 qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania.

REMÉDIOS Conceito Considerações


CONSTITUCIONAIS

 sempre que alguém sofrer (HC  pode sem


HABEAS Repressivo) ou se achar ameaçado de sofrer impetrado pela própria
(HC Preventivo) violência ou coação em sua pessoa, por menor ou
CORPUS LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, por por estrangeiro.
ilegalidade ou abuso de poder.

 para assegurar o conhecimento de


informações relativas à pessoa do impetrante,  a propositura da
constante de registro ou banco de dados de ação é gratuita;
entidades governamentais ou de caráter
HABEAS DATA é uma ação
público;
personalíssima
 serve também para retificação de
dados, quando NÃO se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.

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 Líquido e
 para proteger direito líquido e certo Certo: o direito não
não amparado por HC ou HD, quando o desperta dúvidas, está
MANDADO responsável pela ilegalidade ou abuso de poder isento de obscuridades.
DE SEGURANÇA for autoridade pública ou agente de pessoa  qualquer pessoa
jurídica no exercício de atribuições do física ou jurídica pode
Poder Público. impetrar, mas somente
através de advogado.

Legitimidade
para impetrar MS
Coletivo: Organização
Sindical, entidade de
classe ou associa
MANDADO  instrumento que visa proteger direito legalmente constituída a
líquido e certo de uma coletividade, quando o pelo menos 1 ano,
DE responsável pela ilegalidade ou abuso de poder assim como partidos
SEGURANÇA for autoridade pública ou agente de pessoa políticos com
jurídica no exercício de atribuições do representação no
COLETIVO Poder Público. Congresso Nacional.
 OBJETIVO:
defesa do interesse dos
seus membros ou
associados.
 sempre que a falta de norma
MANDADO  qualquer pessoa
regulamentadora que torne inviável o exercício
(física ou jurídica) pode
DE dos direitos e liberdades constitucionais e das
impetrar, sempre através
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
INJUNÇÃO de advogado.
soberania e à cidadania.
 visa a anulação ou à declaração de  a propositura
nulidade de atos lesivos ao: Patrimônio cabe a qualquer
AÇÃO Público, à moralidade Administrativa, ao Meio cidadão (brasileiro) no
POPULAR Ambiente, ao Patrimônio Histórico e Cultural. exercício de seus
direitos políticos.

DIREITO  Objetivo: Defender direito ou noticiar  qualquer pessoa


ilegalidade ou abuso de autoridade pública. pode propor, brasileira
DE PETIÇÃO ou estrangeira

DOS DIREITOS SOCIAIS


 São DIREITOS SOCIAIS: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
5.8.1 Dos Direitos dos Trabahadores
 São DIREITOS dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
 A relação de emprego É PROTEGIDA contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de LEI COMPLEMENTAR;
 Seguro-Desemprego: em caso de DESEMPREGO INVOLUNTÁRIO;
 SALÁRIO:
 salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
 piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

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27

 irredutibilidade do salário, SALVO o disposto em convenção ou acordo coletivo;


 garantia de salário nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
 13º salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
 proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
 salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda;
 REMUNERAÇÃO:
 remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
 remuneração do serviço extraordinário superior, NO MÍNIMO, em 50 % à do normal;
 DURAÇÃO E JORNADA DE TRABALHO:
 duração do trabalho normal NÃO SUPERIOR a 8 HORAS DIÁRIAS e 44 SEMANAIS,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
 jornada de 6 horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
 CONQUISTAS:
 gozo de férias anuais remuneradas com 1/3 a mais do que o salário normal;
 licença à gestante, sem prejuízo do emprego e salário, com a duração de 120 dias;
 licença-paternidade, com 5 dias consecutivos;
 ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de 5
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de
trabalho;
 adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas;
 fundo de garantia do tempo de serviço;
 participação nos lucros, ou resultados, DESVINCULADA DA REMUNERAÇÃO, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa;
 repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
 aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias;
 aposentadoria;
 assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 6 anos de idade em creches e
pré-escolas;
 PROIBIÇÕES:
 de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
 de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência;
 de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
 aos menores de 18 anos: de trabalho noturno, perigoso ou insalubre;
 aos menores de 16 anos: a de qualquer trabalho a, SALVO na condição de aprendiz, a partir
de 14 anos
 PROTEÇÃO QUANTO À:
 mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
 em face da automação, na forma da lei;
 igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso;
 redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
 seguro contra acidentes de trabalho, a CARGO DO EMPREGADOR, sem excluir a indenização
a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
 reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
 São assegurados aos TRABALHADORES DOMÉSTICOS:
 integração à Previdência Social; Salário Mínimo;
 Irredutibilidade do Salário; 13º salário;

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 repouso semanal remunerado; Férias + 1/3;


 Licença maternidade de 120 dias; Licença paternidade;
 Aviso prévio; Aposentadoria;
 É livre a ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL OU SINDICAL, observado o seguinte:
 a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato;
 vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na ORGANIZAÇÃO SINDICAL;
 É VEDADA a criação de mais de uma organização sindical, representativa da mesma categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, base esta não podendo ser inferior à área de um
Município;
 cabe ao SINDICATO a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
 a ASSEMBLÉIA GERAL fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema;
 NINGUÉM SERÁ OBRIGADO A FILIAR-SE OU A MANTER-SE FILIADO A
SINDICATO;
 é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
 o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
 é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
 Com relação ao DIREITO DE GREVE:
 É assegurado o DIREITO DE GREVE, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
 Serviços ou atividades essenciais que deverão ser observados pelos grevistas:
 Tratamento e abastecimento de água, energia elétrica, gás e combustível;
 Assistência médica e hospitalar;
 Transporte coletivo;
 Telecomunicações;
 Compensação bancária;
 Controle tráfego aéreo;
 Guarda, uso e controle de substância radioativas e equipamentos;
 Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

DA NACIONALIDADE
 São BRASILEIROS:
I - NATOS:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, AINDA QUE de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiro(a), desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
os nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiro(a), desde que venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;
II - NATURALIZADOS:
a) os originários de países de língua portuguesa que: falem português, residam por 1 ano
ininterrupto no Brasil e tenham idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade que: residam no Brasil há mais de 15 anos
ininterruptos e sem condenação penal, DESDE QUE requeiram a nacionalidade brasileira.
 Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
 A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.
 São privativos de BRASILEIRO NATO os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;

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29

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;


V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa.
PERDA DA NACIONALIDADE : do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, POR SENTENÇA JUDICIAL, em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela forma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

DIREITOS POLÍTICOS
 A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I- PLEBISCITO;
II - REFERENDO;
III - INICIATIVA POPULAR.
O ALISTAMENTO ELEITORAL e o VOTO são:
I - obrigatórios para os maiores de 18 anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de 70 anos;
c) os maiores de 16 e menores de 18 anos.
 Não podem alistar-se como ELEITORES: os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos (enquartelados);
 São condições de ELEGIBILIDADE, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI -a idade mínima de:
a) 35 anos para Presidente, Vice-Presidente e Senador;
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador;
c) 21 anos para Deputado Federal e Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de Paz;
d) 18 anos para Vereador.
 SÃO INELEGÍVEIS os inalistáveis e os analfabetos.
 São inelegíveis, no território de jurisdição do titular: o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins,
até o 2º grau ou por adoção, do Presidente, de Governador, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro
dos 6 meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
 O militar alistável é ELEGÍVEL, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade (reserva).
 É VEDADA A CASSAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II incapacidade civil absoluta;
III -condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV -recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa;
V - improbidade administrativa;
 a Lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO:
ESTADOS FEDERADOS ( art 25 a 28)

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 Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições Estaduais e leis que adotarem,


observados os princípios da Constituição Federal.
 Cabe aos Estados EXPLORAR diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
 Os Estados poderão, mediante lei complementar, INSTITUIR regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e micro-regiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
 Incluem-se entre os bens dos ESTADOS:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso,
na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II- as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
III –as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

MUNICÍPIOS ( Art 29 A 31)


 O MUNICÍPIO reger-se-á por LEI ORGÂNICA, votada pelos membros da Câmara Municipal,
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federa e na Constituição do
respectivo Estado.
 o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de 5%
(cinco por cento) da receita do município;
 Compete aos MUNICÍPIOS:
 legislar sobre assuntos de interesse local;
 suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
 criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
 É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
DISTRITO FEDERAL ( art 32)
 O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por LEI ORGÂNICA,
votada pela Câmara Legislativa;
 Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
TERRITÓRIOS ( Art 33 )
 A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos TERRITÓRIOS.
 Os Territórios PODERÃO ser divididos em Municípios;
 As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio
do Tribunal de Contas da União.
 Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma
desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua
competência deliberativa.

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ( ART. 23, 25 §1º e 30 )


 O princípio da predominância do interesse é o princípio geral que norteia a REPARTIÇÃO DE
COMPETÊNCIA entre as entidades, segundo o qual:
 à UNIÃO caberão as matérias e as questões de predominante interesse geral,;
 com os ESTADOS ficarão as matérias e os assuntos de interesse regional;
 com os MUNICÍPIOS, as questões de predominante interesse local.
CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS
 Competência é a capacidade para emitir decisões dentro de um campo específico.
I) Quanto à finalidade:

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a) MATERIAL: refere-se à prática de atos políticos e administrativos. Pode ser:


Exclusiva: é a pertencente exclusivamente a uma única entidade, SEM POSSIBILIDADE DE
DELEGAÇÃO (ex. art. 21)
Cumulativa: ou paralela
b) LEGISLATIVA : refere-se à prática de atos legislativos.
Exclusiva: cabe apenas a uma entidade o poder de legislar, sendo INADMISSÍVEL QUALQUER
DELEGAÇÃO (ex. art. 25, § 1º)
Privativa: cabe apenas a uma entidade o poder de legislar, MAS É POSSÍVEL A DELEGAÇÃO DE
COMPETÊNCIA a outras entidades (ex. art. 22 e seu parágrafo).
Concorrente: competência CONCOMITANTE de mais de uma entidade para legislar a
respeito de matéria (ex. art. 24).
Suplementar: cabe a uma das entidades ESTABELECER REGRAS GERAIS e à outra A
COMPLEMENTAÇÃO DOS COMANDOS NORMATIVOS (ex. art. 24, § 2º)

II) Quanto à extensão:


Exclusiva: é a atribuída a uma entidade com exclusão das demais, SEM POSSIBILIDADE DE
DELEGAÇÃO (ex. art. 21),
Privativa: quando, embora própria de uma entidade, seja passível de delegação.
Comum, cumulativa ou paralela: quando existir um campo de atuação comum às várias entidades,
sem que o exercício de uma venha a excluir a compet6encia da outra, atuando todas juntamente em pé de
igualdade,
Concorrente: quando houver possibilidade de disposição sobre o mesmo assunto ou matéria por
mais de entidade federativa, COM PRIMAZIA DA UNIÃO NO QUE TANGE ÀS REGRAS GERAIS (ex.
art. 24),
Suplementar: é o poder de formular normas que desdobrem o conteúdo de princípios ou normas
gerais, ou que supram a ausência ou a omissão destas (ex. art. 24, §§ 1º e 4º).

INTERVENÇÃO FEDERAL
 Em regra nós temos autonomia dos entes federativos, União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
caracterizada pela tríplice capacidade de auto-organização, normatização, autogoverno e auto-
administração. Excepcionalmente, porém, será admitido o afastamento desta autonomia política, COM A
FINALIDADE DE PRESERVAÇÃO da existência e unidade da própria Federação, através da
INTERVENÇÃO FEDERAL.
INTERVENÇÃO: consiste em medida excepcional de supressão temporária da autonomia de
determinado ente federativo, fundada em hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional, e que
visa à unidade e preservação da soberania do Estado Federal e das autonomias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
 A UNIÃO, em regra, somente poderá intervir nos Estados-membros e no Distrito Federal,
enquanto os Estados somente poderão intervir nos Municípios de seu território.
.A UNIÃO não poderá intervir diretamente nos Municípios, salvo se pertencentes a Território Federal.
 É ato privativo do Chefe do Poder Executivo, na União por decreto do Presidente da República e,
nos Estados pelo Governador do Estado, a quem caberá também as medidas interventivas.
 A UNIÃO intervirá nos Estados e no Distrito Federal, para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III -pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV -garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de
força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas na Constituição, dentro dos prazos
estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;

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c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
 O ESTADO intervirá em seus MUNICÍPIOS e a UNIÃO nos Municípios localizados em
Território Federal, quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III -não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV -o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios
indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
 O procedimento da Intervenção Federal pode ser explicado em quatro fases, porém, nenhuma das
hipóteses apresenta mais de três fases conjuntamente. São:
a) iniciativa;
b) fase judicial: somente em duas das hipóteses de intervenção;
c) Decreto interventivo
d) Controle político
 A intervenção se formaliza através de decreto presidencial, que deve especificar a amplitude, o
prazo e as condições de sua execução e, se necessário for, afaste as autoridades locais e nomeie
temporariamente um interventor (como se fosse servidor público federal), submetendo essa decisão à
apreciação do Congresso Nacional, em 24 horas, quando realizará o CONTROLE POLÍTICO que:
poderá rejeitar a medida: o Presidente cessa a intervenção, sob pena de crime de responsabilidade
ou aprovar a medida: expede decreto legislativo

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Princípios Básicos da Administração Pública
Na Administração Pública, existem princípios cuja observância é dever do agente público, sob pena de
incorrer em sanções administrativas e, conforme o caso, judiciais. Esses princípios são constitucionais,
legais e, alguns, doutrinários.

Princípios Constitucionais Específicos:


1. Legalidade (CF, art. 37)
Conceito: Príncípio da Legalidade é aquele segundo o qual a Adm. Pública só pode praticar ato se
determinado ou permitido por lei.
É o mais importante de todos, sem desmerecer os demais, que são também importantes;
Idéia: a vontade da Adm. Pública é a que decorre de lei;
No âmbito das relações entre particulares, o princípio aplicável é o da autonomia da vontade, que
lhes permite fazer tudo o que a lei não proíbe;
Art. 4° da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789): “a liberdade consiste
em fazer tudo aquilo que não prejudica a outrem; assim, o exercício dos direitos naturais de cada
homem não tem outros limites que não os que asseguram aos membros da sociedade o gozo desses
mesmos direitos. Esses limites somente podem ser estabelecidos em lei”.

A Adm. Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie,
criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela depende de lei.
Se a Adm. Pública não observar este preceito, o lesado poderá usar remédios jurídicos, previstos na
própria Constituição da República Federativa do Brasil. Ex.: a) apreciação do poder Judiciário (art. 5°,
XXXV), ainda que a lesão decorra de ato da Administração; b) ‘habeas corpus”(art. 5°, LXVIII e 142, §2°
da C.F.); “habeas data”(art. 5°, LXXII da C.F.); mandado de segurança (art. 5°, LXIX da C.F.); etc.
Além destes controles que podem ser exercidos através do Poder Judiciário, ainda tem o controle
pelo Poder Legislativo, diretamente (art. 49, V da C.F.) ou com auxílio do Tribunal de Contas (art.71 da
C.F.), e o controle exercido pela própria Administração (chefes, corregedorias, etc.)

2. Impessoalidade (CF, art. 37)

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Conceito: princípio segundo o qual, a Adm. Pública não pode atuar com vistas a prejudicar ou
beneficiar pessoas determinadas e segundo o qual, também, os atos e provimentos administrativos não
são imputáveis ao funcionário que os pratica, mas sim ao órgão ou entidade administrativa da
Administração Pública, a quem representa.
No primeiro sentido, observado com relação à administração, este princípio está relacionado com a
finalidade pública que deve nortear toda a atividade administrativa e também do fato de que o agente público
é administrador de bens alheios (na verdade públicos). Por esta razão, deve atuar sempre voltado para o
coletivo, evitando favoritismo ou discriminação. Ex.: CF, art. 100. Outro exemplo são os editais
de licitação que não podem especificar marcas de produtos. As especificações têm que ser técnicas.

Normalmente, é no exercício do poder discricionário (liberdade para uma escolha pelo critério
técnico; ou decisão no claro da lei, etc — liberdade relativa) que o agente fere o princípio da impessoalidade.
Nesse exercício de poder, o administrador costuma ser levado a atender amigos ou a deixar de atender
inimigos, portanto, é neste momento que deve ser mais atento para manter a impessoalidade.
No segundo sentido, observado com relação ao agente público, este princípio orienta que as
realizações governamentais não são do funcionário ou autoridade, mas sim da entidade pública em nome de
quem as produziu.
Ex.: CF, art. 37, §1°.
Outra aplicação prática do Princípio da Impessoalidade com relação ao agente é o reconhecimento da
validade dos atos praticados por funcionário irregularmente investido no cargo ou função, sob fundamento de
que os atos são do órgão e não do agente público.

3. Publicidade (CF, art. 37.)


Conceito: Princípio Administrativo que exige a ampla divulgação dos atos praticados pela
Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei.
É o princípio que garante a transparência dos atos da Adm. Pública, permitindo o controle por parte
da sociedade, que é a legítima proprietária da coisa pública (sonegar a publicidade é como o Presidente de
um clube social que nega informações de suas decisões ao quadro de sócios. Mesmo que esteja
administrando com seriedade, ficará a dúvida se não estará se locupletando ou se realmente estará tomando
as melhores decisões).
Em alguns casos, a publicidade é elemento indispensável para o acerto do ato da
Administração, como é o caso do edital de licitações e de concursos públicos.
Também na edição de leis, a publicidade é condição indispensável. Sem ela, a lei jamais
terá validade e, portanto, não surtirá efeitos.
Restrições e confirmações do princípio da publicidade (CF, art. 5°):

LX - Como o bem tutelado é o interesse público, ele poderá determinar o sigilo dos atos processuais
da Adm. Pública, como, por exemplo, em assuntos da Segurança Pública. (nas Prefeituras, é comum ver-se
atos expostos em murais, como editais de licitação, nomeações, decisões comissões, cronogramas de obras,
etc. Já o planejamento e execução do Pol. Ost bem como ações da Polícia Judiciária, costumam ser
mantidas em sigilo). Também os atos que ofenderem a intimidade de determinada pessoa, cuja publicidade
não traga qualquer benefício para o interesse público, serão mantidos em sigilo. Quando ocorrer o conflito
entre o interesse público e o direito à intimidade, deve prevalecer o primeiro, pela aplicação do princípio da
supremacia do interesse público. (pelo caráter preventivo da pena, a publicação das condenações, embora
vexatória para o punido, atende ao interesse público);
XIV - assegura a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
XXXIII - Estabelece o direito não só para o interesse particular, mas como também para o coletivo
ou geral, o que amplia a possibilidade de controle popular da Adm. Pública. (interesse coletivo é o que diz
respeito a uma classe ou grupo de pessoas; interesse geral é o que diz respeito às pessoas de um modo
geral);
XXXIV, letra “b” - O direito à expedição de certidão está disciplinado pela Lei n° 9051, de 18-5-95,
que fixa o prazo de 15 dias para o atendimento e exige que o requerimento exponha os fins e razões do
pedido.

4. Eficiência (art. 37 caput da C.F., inserido pela Emenda Constitucional 19, de 04-6-98)

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Conceito: é o dever que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza,
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se
contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.
Impõe ao agente público um modo de atuar que produza resultados favoráveis à consecução dos fins
que cabem ao Estado alcançar.
A administração deve agir de forma a atender com presteza às exigências e às necessidades dos
administrados.
Como gestor da coisa pública, o administrador deve buscar o melhor resultado com o menor gasto,
ou seja, deve buscar a melhor relação custo/benefício.
Muitos dos serviços prestados pelo Estado são exclusivos, não existindo concorrência. Também a
estabilidade no emprego é característica do funcionário público. Isto leva à acomodação com relação à
eficiência, pois ela não se torna questão óbvia de sobrevivência, embora a ameaça aos funcionários
ineficientes esteja se tornando cada vez mais forte.

5. Moralidade (CF, art. 37)


Conceito: é o Princípio pelo qual o ato da Administração Pública, além de ser legal, precisa garantir
a realização dos valores expressos na idéia do Bem e da Honestidade.
A moral administrativa surgiu e se desenvolveu ligada à idéia de desvio de poder (usar o poder para
um fim que não seja compromisso principal da Administração, como realizar uma obra que não seja
prioritária, para favorecer determinado ramo de prestação de serviços), pois ambos os conceitos levam em
consideração a hipótese de a Administração Pública se utilizar de meios lícitos para atingir finalidades
irregulares. A imoralidade estaria na intenção e não na ação do agente. (Ex.: dividir as compras de material
de higiene e limpeza para fugir da exigência de licitação).
Antes ainda do desvio do poder, a moral administrativa derivou-se pelas doutrinas do não
locupletamento à custa alheia e da obrigação natural. (obrigação natural no sentido de direito natural, o
que não está escrito, mas que tem que ser seguido para que a sociedade funcione bem para todos).
A moral administrativa será melhor preservada se cobrada internamente, pois ninguém melhor do
que a própria Administração para conhecer todos os caminhos que pode adotar e distinguir entre eles, o mais
honesto para com os interesses dos administrados.

6. Probidade (art. 37 caput, § 4° da C.F. e Lei 8429/92)

PODERES DO ESTADO
PODER LEGISLATIVO

ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO


 O PODER LEGISLATIVO é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal. A nível Federal, é um sistema Bicameral
 Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
CONGRESSO NACIONAL: a função legislativa de competência da União É EXERCIDA pelo
CONGRESSO NACIONAL, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, integrados
respectivamente por deputados e senadores; no bicameralismo brasileiro, não há predominância
substancial de uma câmara sobre outra.
CÂMARA DOS DEPUTADOS: compõe-se de REPRESENTANTES DO POVO, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
número total de Deputados: 513
 nenhuma unidade da Federação terá menos de oito ou mais de setenta Deputados. O número de
Deputados depende do número de eleitores de cada Estado. Somente Lei Complementar pode definir
mudanças a esse respeito.
SENADO FEDERAL: compõe-se de REPRESENTANTES DOS ESTADOS E DO DISTRITO
FEDERAL, eleitos segundo o princípio majoritário. É um requisito Federativo.
número total de Senadores: 81
 Cada Estado e o Distrito Federal elegerão 3 Senadores, com mandato de oito anos (são eleitos para 2
legislaturas).

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CÂMARA DE DEPUTADOS SENADO FEDERAL


(513 membros) (81 membros)
REPRESENTANTES Do Povo Dos Estados e do DF
Proporcional Paritário = 3 por
REPRESENTAÇÃO
mínimo = 8 e máximo = 70 Estado
SISTEMA ELEITORAL Proporcional Majoritário
DURAÇÃO DO 4 anos 8 anos (1/3 e 2/3)
MANDATO
2 suplentes, eleitos na
SUPLÊNCIA Próximo mais votado no partido.
mesma chapa

Sistema de Eleição para a Câmara de Deputados


 Cada estado tem sua bancada e o número de representantes varia conforme o número de seus
eleitores, de forma que um Estado menos populoso terá menos representantes que o mais populoso.
Vejamos como é o cálculo para a definição dos eleitos:
Bancada de São Paulo = 70 cadeiras (deputados)
Votos válidos = Votos nos partidos (em candidato + legenda) + votos em branco
VOTOS VÁLIDOS = 19.615.000
QE (Coeficiente Eleitoral) = votos válidos / nº de cadeiras = 19.615.000 / 70
QE = 280.214 votos  ou seja, para cada 280.214 votos, um deputado é eleito.
QP = Coeficiente Partidário  é a divisão dos votos válidos de um partido pelo
Coeficiente Eleitoral.
QP = votos do partido (candidatos + votos na legenda) / QE

OBS.: O preenchimento das vagas com que cada partido ou coligação for contemplado obedecerá à
ordem de votação recebida por seus candidatos
Organização interna das Casas do Congresso:
 elas possuem órgãos internos destinados a ordenar seus trabalhos; cada uma deve elaborar seu
regimento interno que disporá sobre:
 sua organização e funcionamento,
 criação, transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus serviços
 fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
 não há interferência de uma em outra, nem de outro órgão governamental.

FUNCIONAMENTO DO CONGRESSO NACIONAL:


 o CN desenvolve suas atividades por legislaturas, sessões legislativas ordinárias ou extraordinárias,
sessões ordinárias e extraordinárias;
a legislatura tem a duração de 4 anos, do início ao término do mandato dos membros da Câmara dos
Deputados;o Senado é contínuo por ser renovável parcialmente em cada período de 4 anos;
sessão legislativa ordinária: é o período em que deve estar reunido o Congresso para os trabalhos
legislativos (15.02 a 30.06 e 01.08 a 15.12);
sessão legislativa extraordinária: os espaços de tempo entre as datas da sessão legislativa ordinária
constituem o RECESSO PARLAMENTAR, ou seja: 01.07 a 31.07 e 16.12 a 14.02
sessão ordinária: são as reuniões diárias que se processam nos dias úteis;
Reuniões conjuntas: são as hipóteses que a CF prevê (57, § 3º), caso em que a direção dos trabalhos
cabe à Mesa do Congresso Nacional;
Quorum de Maioria absoluta: metade (nº inteiro) + 1 dos membros da respectiva casa. No caso
da Câmara de Deputados, a maioria absoluta é 257 votos (513 / 2 = 256.5  nº inteiro = 256 + 1 = 257)
Quorum de Maioria relativa: metade (nº inteiro) + 1 dos membros presentes na sessão
legislativa.

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Quorum Qualificado: 2/3  para aprovar a instauração de processo contra o Presidente da


República e aprovar a Lei Orgânica;
3/5  somente no caso de aprovação de Emenda à Constituição.

FUNÇÕES DO PODER LEGISLATIVO


 Compete privativamente à CÂMARA DOS DEPUTADOS:
I - AUTORIZAR, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e
o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - ELABORAR seu regimento interno;
IV -DISPOR sobre sua organização, funcionamento, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para a fixação da respectiva
remuneração;
V - ELEGER membros do Conselho da República.
 Compete privativamente ao SENADO FEDERAL:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
III -APROVAR PREVIAMENTE, a escolha de:
a) magistrados;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União;
c) Governador de Território;
d) presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
IV- AUTORIZAR operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI -FIXAR limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;
X - SUSPENDER A EXECUÇÃO, no todo ou em parte, de LEI DECLARADA
INCONSTITUCIONAL por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII -DISPOR sobre sua organização, funcionamento, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração;
XIV -eleger membros do Conselho da República

COMISSÕES PERMANENTES E TEMPORÁRIAS


 O Congresso Nacional e suas Casas terão COMISSÕES PERMANENTES E TEMPORÁRIAS,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua
criação.
 Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva
Casa.

PROCESSO LEGISLATIVO
CONCEITO E OBJETO
 Entende-se o CONJUNTO DE ATOS (iniciativa, emenda, votação, sanção, veto) realizados pelos
órgãos legislativos visando a formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções e
decretos legislativos;
 tem por OBJETO a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, ordinárias,
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.

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37

ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO


a) iniciativa legislativa: é o ato pelo qual se inicia o processo legislativo; é a apresentação do
Projeto de Lei;
b) discussão: nas Comissões e no Plenário; análise da sua compatibilidade;
c) deliberação: votação / aprovação ou rejeição dos projetos de lei;
d) emendas: constituem proposições apresentadas como acessória a outra; sugerem modificações
nos interesses relativos à matéria contida em projetos de lei;
e) votação: constitui ato coletivo das casas do Congresso; é o ato de decisão que se toma por maioria
de votos, simples ou absoluta, conforme o caso;
f) sanção e veto: são atos legislativos de competência exclusiva do Presidente; somente RECAEM
sobre projeto de lei;
VETO é a discordância com o projeto aprovado. SANÇÃO é a adesão ou aceitação do projeto
aprovado;
g) promulgação: ato que revela os fatos geradores da Lei, tornando-a executável e obrigatória;
h) publicação: torna pública a EXISTÊNCIA DA NORMA LEGAL.

PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
 é o modo pelo qual os atos do processo legislativo se realizam, distinguem-se em:
I. Procedimento Legislativo Ordinário: é o procedimento comum, destinado à elaboração das leis
ordinárias; desenvolve-se em 5 fases: a introdutória, a de exame do projeto nas comissões permanentes, a
das discussões, a decisória e a revisória;
II. Procedimento Legislativo Sumário: se o Presidente solicitar urgência, o projeto deverá ser
apreciado pela Câmara dos Deputados no prazo de 45 dias, a contar do seu recebimento; se for aprovado
na Câmara, terá o Senado igual prazo;
III. Procedimento Legislativo Especial: são os estabelecidos para a elaboração de EMENDAS
CONSTITUCIONAIS, de leis financeiras, de leis delegadas, de medidas provisórias e de leis
complementares.
Ex.:a seguir, exemplificamos como uma proposta feita por iniciativa do Presidente da República, tramita
na Câmara dos Deputados.

ESPÉCIES NORMATIVAS
O PROCESSO LEGISLATIVO compreende a elaboração de: ( Art 59 da CF )
I - EC - Emendas à Constituição;
II - LC - Leis Complementares;
III -LO - Leis Ordinárias;
IV -LD - Leis delegadas;
V - MP - Medidas Provisórias;
VI -DL - Decretos Legislativos;
VII - Resoluções.

EMENDA À CONSTITUIÇÃO ( Art 60 da CF )


 A Constituição poderá ser EMENDADA mediante PROPOSTA de 1/3 dos membros da Câmara,
ou de 1/3 dos membros do Senado, ou do Presidente da República ou de mais da metade das
Assembléias Legislativas (maioria relativa em cada uma delas).
 Será discutida e votada em cada uma das casas, em 2 turnos, devendo, para ser aprovada, ter em
cada turno o voto de 3/5 dos respectivos membros. A emenda à Constituição será promulgada pelas
Mesas da Câmara e do Senado.
 A Constituição não poderá ser emendada na VIGÊNCIA de INTERVENÇÃO FEDERAL, de
ESTADO DE DEFESA ou de ESTADO DE SÍTIO.

Limitação ao poder de Emendar:


 Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente A ABOLIR: Art 60§4º
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III -a separação dos Poderes;
IV -os direitos e garantias individuais.

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 A matéria constante de proposta de emenda REJEITADA ou HAVIDA POR PREJUDICADA não


pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

LEI COMPLEMENTAR E ORDINÁRIA


 A INICIATIVA das LEIS COMPLEMENTARES E ORDINÁRIAS cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos.
 São de INICIATIVA PRIVATIVA do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento
de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e
pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento
de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União;
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública;
 Os procedimentos tomados quando da apresentação da Lei Complementar e da Lei Ordinária são
idênticos. Só existem 2 diferenças:

LEI COMPLEMENTAR LEI ORDINÁRIA

Constituição Federal, só as
Aspecto material O restante
reservadas pelo Constituinte

Quorum: maioria
Aspecto Formal Quorum: maioria absoluta
relativa

 A INICIATIVA POPULAR pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1 % do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
Estados, com não menos de 0.3 % dos eleitores de cada um deles.

LEI DELEGADA
 As LEIS DELEGADAS serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
 Não serão objeto de delegação: os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei
complementar, NEM a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III -planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
 Toda delegação é temporária; se o Presidente não legislar extingue automaticamente os efeitos
da resolução. O limite temporal não pode nunca exceder à legislatura.
Eficácia: A Lei Delegada tem o mesmo nível de eficácia da Lei Ordinária; a delegação não impede
que o Congresso Nacional legisle sobre o mesmo tema. A delegação não é abdicação.
Lei Delegada Estadual: é possível, desde que tenha previsão na Constituição Estadual;
 É um instituto comum do Parlamentarismo, hoje pouco utilizado.

MEDIDA PROVISÓRIA
 Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República PODERÁ ADOTAR MEDIDAS
PROVISÓRIAS, com força de lei, devendo submetê-las ao Congresso Nacional.
 As MEDIDAS PROVISÓRIAS perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em
lei no prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, a partir de sua publicação, suspendendo-se o prazo

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39

durante os períodos de recesso parlamentar, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas
delas decorrentes.
 se a MEDIDA PROVISÓRIA não for apreciada em até 45 dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência; as MP terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados;
 as MP são semelhantes ao Decreto-lei da CF/69 – criado para ser usado em casos excepcionais e
de extrema urgência.
 É vedada a edição de MEDIDAS PROVISÓRIAS sobre matérias:
I. relativa a:
a. nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b. dir eito penal, processual penal e processual civil;
c. organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
d. planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos
II. que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III. reservada a Lei Complementar;
IV. já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República.
Pressupostos Constitucionais da MP: relevância e urgência, são cumulativos sob pena de abuso
ou excesso de poder - O Presidente tem juízo discricionário mas deve observar o razoável, sob pena de
controle judicial.
Seqüência dos Atos: editada a MP pelo Presidente sobre qualquer matéria, publicada no Diário Oficial,
passa a ter vigência e eficácia, com força de lei; mas, depende de aprovação do CN, sendo possíveis as
seguintes hipóteses:
a) MP aprovada: se transforma em LO e é promulgada pelo Presidente do Congresso; dispensa sanção.
b) rejeitada: é ato declaratório, a Medida Provisória deixa de existir desde sua publicação (ex tunc).
As relações jurídicas do período em que vigorava a MP posteriormente rejeitada serão disciplinadas pelo
Congresso, por Decreto Legislativo. Rejeitada a MP não pode ser reeditada na mesma legislatura.
c) decurso do prazo: decorrido o prazo sem manifestação do Congresso a MP está rejeitada (aprovação
só expressa). É possível reedição com o mesmo número só mudando o dígito, colocando cláusula de
convalidação.
d) emendada: aprovado o projeto de lei com as alterações teremos o PROJETO DE LEI DE
CONVERSÃO - em substituição à MP - daí em diante segue o rito ordinário (sanção e veto)
Limitações materiais: podem ser:
a) expressas – texto alterado por EC NÃO ADMITE MP
b) implícitas:
1. norma penal incriminadora: princípio da legalidade e anterioridade, aplicabilidade imediata e a
provisoriedade da norma;
2. matéria tributária: princípio da legalidade – STF discorda;
3. matéria reservada a lei complementar.
MP Estadual: é possível, desde que tenha previsão na constituição estadual. A possibilidade de
MP Municipal depende de previsão na Constituição Estadual e na Lei Orgânica mas, a doutrina entende
incompatível porque o pressuposto de relevância exigido não poderia ter um âmbito territorial tão reduzido.
MP contrária a uma lei: não lhe revoga, somente lhe suspende a eficácia (continua vigente, mas
ineficaz). Não se trata de anomia (falta de lei) ou represtinação (restabelecimento de vigência).

DECRETO LEGISLATIVO
 instrumento formal de que se vale o Congresso Nacional para praticar os atos de sua competência
exclusiva.
I - RESOLVER definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais;
II - AUTORIZAR o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
III -AUTORIZAR o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a
ausência exceder a 15 dias;
IV -APROVAR o estado de defesa e a intervenção federal, AUTORIZAR o estado de sítio, ou
suspender qualquer uma dessas medidas;

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40

V - SUSTAR os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;
VI -FIXAR idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores;
VII -FIXAR o subsídio do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado;
VIII- JULGAR anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios
sobre a execução dos planos de governo;
IX - FISCALIZAR e CONTROLAR, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder
Executivo, incluídos os da administração indireta;
X - ZELAR pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros
Poderes;
XI - APRECIAR os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;
XII - APROVAR INICIATIVAS do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XIII - AUTORIZAR referendo e CONVOCAR plebiscito;
XIV- AUTORIZAR, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XV- APROVAR, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois
mil e quinhentos hectares.

GARANTIAS DOS PARLAMENTARES


 São GARANTIAS dos membros do Senado Federal e Câmara dos Deputados:
Vencimentos: fixados por eles mesmos, mas não pode exceder ao teto;
Serviço Militar: é reservista civil mas não será convocado;
Dever de Testemunhar: tem sigilo da fonte e não pratica falso testemunho;
Foro Privilegiado: processados e julgados pelo STF, só para infrações penais, regra da
contemporaneidade e atualidade).
Imunidade Formal 
prisão: NÃO poderão sofrer QUALQUER TIPO DE PRISÃO, de natureza penal, seja provisória
ou definitiva ou, de natureza civil, salvo o caso de flagrante por crime inafiançável, desde que apreciada
pela casa -
processo: só no campo penal, para ser processado precisa de autorização, licença da casa, prescrição
fica suspensa até deliberação.
Imunidade Material: = inviolabilidade, são invioláveis por suas palavras, votos e opiniões,
desde que proferidas no exercício do mandato; devem estar ligadas às suas funções. Se refere ao campo
penal, cível e político – tem caráter perpétuo.

PODER EXECUTIVO
ESTRUTURA E FUNÇÕES
 O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
No sistema Federalista o Presidente é ao mesmo tempo o Chefe de Governo e o Chefe de Estado.
 O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
prestando o COMPROMISSO de:
 MANTER, DEFENDER e CUMPRIR a Constituição,
 OBSERVAR as leis,
 PROMOVER o bem geral do povo brasileiro,
 SUSTENTAR a união, a integridade e a independência do Brasil.
 Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
 Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição 90 dias depois de
aberta a última vaga.
 Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos
será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
 Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.
 O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional,
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.

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RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


 São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes com
stitucionais das unidades da Federação;
III -o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV -a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI -a lei orçamentária;
VII -o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
 Admitida a acusação contra o Presidente da República, por 2/3 da Câmara dos Deputados, será
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
 O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

 Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República
não estará sujeito a prisão.
 O Presidente da República, na vigência de seu mandato, NÃO PODE SER
RESPONSABILIZADO por atos estranhos ao exercício de suas funções.

PODER JUDICIÁRIO

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça;

II - o Superior Tribunal de Justiça;

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm


sede na Capital Federal.

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território


nacional.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de
provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do

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42

bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação;

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento,


atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em
lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar
o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem
aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e


presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento;

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa,
repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo
legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância;

IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados,


constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido
por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas
categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por
cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos
Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art.


40;

VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;

VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-
se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
assegurada ampla defesa;

VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no


que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II;

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado
no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as


disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

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43

XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão
especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas
por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;

XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais
de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente;

XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à
respectiva população;

XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório;

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos,
de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades


públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

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b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva


jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em
lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes
forem imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais
inferiores, onde houver;

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como
os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em
lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto,
com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou
em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem
caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às


atividades específicas da Justiça.

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados


conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

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45

§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de
Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro


do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de
acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com
os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a


assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda
Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária


ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios
judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando
terão seus valores atualizados monetariamente.

§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,


vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado.

§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder


Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda determinar o pagamento
segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor, e exclusivamente para o caso
de preterimento de seu direito de precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito

§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital
ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.

§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em
parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório.

§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as
diferentes capacidades das entidades de direito público.

§ 6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar
frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade.

DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

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46

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação


declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente- Presidente, os


membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente;

d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do
próprio Supremo Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito


Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal,
ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de


atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e


aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou
indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre


Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

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47

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do


Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas
de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do
próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério


Público;

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos


em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será


apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas
de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões


constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade:

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

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IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de


inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma


constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se
tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal


ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

§ 4.º - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de
dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,


acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de
súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que


indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente,
anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso."

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de trinta e
cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:

I um Ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal;

II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;

III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;

IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;

XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República


dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;

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XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em caso de
empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal.

§ 2º Os membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a


escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao
Supremo Tribunal Federal.

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e


do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura,


podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos
atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-
los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
da competência do Tribunal de Contas da União;

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem
por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;

IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso


de autoridade;

V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de


tribunais julgados há menos de um ano;

VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade
da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do
Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará


excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:

I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos


serviços judiciários;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral;

III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou


tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.

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§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho


Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,


competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça.

O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da
República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,


Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea
"a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha,
do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o",
bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre


autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da
União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,


entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da
Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de executar as cartas rogatórias;

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51

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou


pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou


pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do


outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras


funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa


e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes
correcionais, cujas decisões terão caráter vinculante.

DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros
do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e


determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e


demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.

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52

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo


Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo.

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do


Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa


domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou


interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País,


o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento


provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os


casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça


Militar;

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53

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória,


após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade,
inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a
outra parte.

§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou


beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a
comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a


finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por
sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei;

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juizes do Trabalho.

§§ 1º a 3º - (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da


carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:

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I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe,


dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão


administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus,
como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do T rabalho.

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e
condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da


administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisdição;

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.
102, I, o;

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às


mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do T rabalho
decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as
convencionadas anteriormente.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o


Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito.

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais
de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

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55

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,


alternadamente.

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo


Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.

Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal
de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal,
ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

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56

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os


desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de
direito e das juntas eleitorais.

§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de
suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo
mesmo processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.

§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;

V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-data" ou mandado de injunção.

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-
generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros
maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça
Militar.

Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça


Militar.

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57

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.

§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de


organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos


normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação
para agir a um único órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja
superior a vinte mil integrantes.

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do
júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças.

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho
de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a


fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais


funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente
no local do litígio.

Supremo Tribunal Federal

STJ TST TSE STM

TJ / TA TRF TRT TRE

Juiz de Junta
Juiz Federal Vara de Trabalho Auditoria
Direito Eleitoral

Justiça Comum Justiça Especial

Estadual Federal Trabalho Eleitoral Militar

FUNÇÕES ESSSENCIAIS À JUSTIÇA

MINISTÉRIO PÚBLICO
 O MINISTÉRIO PÚBLICO é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.

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58

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS: a UNIDADE, a INDIVISIBILIDADE e a


INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL.
 Ao MINISTÉRIO PÚBLICO é assegurada:
 AUTONOMIA funcional e administrativa, podendo propor ao Poder Legislativo:
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso;
a política remuneratória e
os planos de carreira;

 O MINISTÉRIO PÚBLICO abrange:


I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
 Os membros do MINISTÉRIO PÚBLICO gozam das seguintes GARANTIAS:
a) VITALICIEDADE: após 2 anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;
b) INAMOVIBILIDADE: salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, por voto de 2/3 de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) IRREDUTIBILIDADE de subsídio;
 Aos membros do MINISTÉRIO PÚBLICO é VEDADO:
a) RECEBER: a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
processuais;
b) EXERCER: a advocacia;
c) PARTICIPAR: de sociedade comercial, na forma da lei;
d) EXERCER, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério; ou atividade político-partidária.
 São FUNÇÕES INSTITUCIONAIS do MINISTÉRIO PÚBLICO:
I - PROMOVER:
a) privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
b) o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
c) a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados,
nos casos previstos nesta Constituição;
II - ZELAR pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos
assegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III -DEFENDER judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
IV-EXPEDIR notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
VI- REQUISITAR diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
VI - EXERCER
a) o controle externo da atividade policial;
outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe
VEDADA a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas

ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO


 A ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO é a instituição que, diretamente ou através de órgão
vinculado, representa a União, JUDICIAL E EXTRAJUDICIALMENTE, cabendo-lhe, nos termos da lei,
as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo.
 A ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO tem por chefe o ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO, de
livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico
e reputação ilibada.

DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA

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59

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos


Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos,
na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da
inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a


iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e
subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo
serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO

ESTADO DE DEFESA ( art 136 CF )

 O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa


Nacional, DECRETAR ESTADO DE DEFESA para PRESERVAR ou PRONTAMENTE
RESTABELECER, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por
grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na
natureza.
O decreto que instituir o estado de defesa determinará:
o tempo de sua duração,
as áreas a serem abrangidas
as medidas coercitivas
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II - na hipótese de calamidade pública, ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos,.
 O tempo de duração do estado de defesa NÃO SERÁ SUPERIOR a 30 dias, podendo ser
prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.
 Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria
absoluta.
 O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu recebimento, devendo
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
 Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

8.2 ESTADO DE SÍTIO ( Art 137 a 139 CF)


 O Presidente da República PODE, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, SOLICITAR AUTORIZAÇÃO ao Congresso Nacional para decretar o ESTADO DE SÍTIO nos
casos de:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de
medida tomada durante o estado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
 O Presidente da República relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso
Nacional decidir por maioria absoluta.
 O decreto do ESTADO DE SÍTIO indicará :
 sua duração,
 as normas necessárias a sua execução

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60

 As garantias constitucionais que ficarão suspensas,


 depois de publicado o decreto, o Presidente da República designará o executor das medidas
específicas e as áreas abrangidas.
 O estado de sítio não poderá, no caso do inciso I, ser decretado por mais de 30 dias, nem
prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que
perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
 Na vigência do ESTADO DE SÍTIO, SÓ poderão ser tomadas as seguintes medidas:
I - obrigação de permanência em localidade determinada;
II - detenção em edifício não destinado a acusados por crimes comuns;
III- restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa;
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio;
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII - requisição de bens.

DOS MILITARES

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições


organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, (ME) do Distrito
Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que
vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º,
cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as
patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se
o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

......Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem.

§ 1º - Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no


preparo e no emprego das Forças Armadas.

§ 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além


das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo
Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais
membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente
será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)

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61

III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao
respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência
para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não transferido para a
reserva, nos termos da lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 18, de 1998)

V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de
tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a
dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e no
art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e
outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a
remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos
internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

DA SEGURANÇA PÚBLICA

Na Teoria jurídica a palavra “segurança” assume o sentido geral de garantia, proteção, estabilidade de
situação de pessoa em vários campos, dependendo do adjetivo que a qualifica.
Segurança Pública é a manutenção da ordem pública interna ( José Afonso da Silva ).
Em outras palavras Segurança Pública é uma atividade de vigilância, prevenção e repressão de
condutas delituosas.
A Constituição Federal no Art. 144 cuida que a segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através da polícia federal; da polícia rodoviária federal; da polícia ferroviária federal; das
polícias civis e das polícias militares e corpos de bombeiros militares.
 A Polícia Civil é a Instituição responsável pela investigação e apuração de infrações penais (exceto
as militares), indicando sua autoria. Suas conclusões, em forma de inquérito policial são enviadas à
Justiça para que possa processar e levar a julgamento o possível autor do delito.
Fazem parte da Polícia Civil, entre outros, a título de exemplo, o Delegado de Polícia, o Escrivão, o
Investigador de Polícia, o Fotógrafo Policial, o Médico Legista e o Carcereiro.
 A Polícia Militar é a Instituição responsável o pela polícia ostensiva e pela preservação da ordem
pública, prevenindo e reprimindo os crimes, auxiliando, orientado e socorrendo os cidadãos, atuando,
por meio do Corpo de Bombeiros, em ações de defesa civil, no combate a incêndios, atuando, por
meio do Corpo de Bombeiros, em ações de defesa civil, no combate a incêndios, em calamidades,
realizando buscas e salvamentos e, por meio do policiamento florestal e de mananciais, na
preservação ambiental.
Em verdade nenhuma das polícias do país exerce com exclusividade funções preventivas ou repressivas,
dado que a legislação que as regem sempre lhes conferem atuações ora preventivas ora repressivas, como é o
caso das polícias militares que em tese são preventivas, porém, atuam como polícia repressiva no campo de

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62

atuação dos crimes militares praticados por seus agentes.


Intentando classificar as polícias em preventivas ou repressivas pela predominância de suas atuações,
pode-se afirmar que são preventivas:
 polícia rodoviária federal;
 polícia ferroviária federal; e,
 polícias militares.
São predominantemente repressivas, por sua vez:
 polícia federal;
 polícias civis.
Mas a segurança pública, no dizer do Professor José Afonso da Silva, "não é problema apenas de
polícia, pois a Constituição, ao estabelecer que a segurança é dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos (art. 144), acolheu a concepção... de que é preciso que a questão da segurança pública seja discutida e
assumida como tarefa e responsabilidade permanente de todos, Estado e população".

ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA


Na organização administrativa dos diversos entes políticos, as polícias constituem-se em órgãos da
Administração direta. Daí infere-se que as polícias, quer federais, quer dos Estados-membros ou do Distrito
Federal são entes despersonalizados. Como exceção, embora não disponham as guardas municipais de
competência ampla de polícia de segurança pública, impõe-se recordar que em alguns municípios as guardas
municipais foram criadas como autarquias, portanto como entes da Administração Pública descentralizada.
As polícias federais subordinam-se ao Ministério da Justiça. As polícias militares e corpos de bombeiros
militares, forças auxiliares e reserva do Exército, a teor do que dispõe o § 6º do art. 144 da Constituição da
República subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios.
Não se deve olvidar que na estrutura administrativa dos Estados-membros e do Distrito Federal, as
polícias militares e civis subordinam-se de forma imediata às secretarias de segurança pública.
As polícias também podem ser classificadas em função da natureza do estatuto jurídico que lhes seja
aplicável. Nesta classificação as polícias dividem-se em civis e militares.
Civis são as polícias submetidas a um regime jurídico civil, ou seja, aquelas polícias regidas por leis
civis. Militares, à evidência, são as polícias regidas por estatuto jurídico militar, estatuto este que prestigia a
tutela de bens-interesses que tomam em conta valores militares como por exemplo a hierarquia e a disciplina.
As polícias militares existem apenas no âmbito dos Estados-membros e do Distrito Federal. Como
polícias militares podem ser elencadas as polícias militares e os corpos e bombeiros militares. Embora os
corpos de bombeiros sejam muito mais prestadores de serviços de emergências, atividade eminentemente
tecnológica, a eles também se defere poder de polícia de segurança pública, de tal sorte que devem ser
classificados como integrantes das categorias das polícias militares.
Ainda com relação aos corpos de bombeiros militares, cumpre advertir que em alguns Estados da
federação tais órgãos são desvinculados das polícias militares, sendo órgãos vinculados às secretarias de
segurança pública ou da defesa civil (onde houver). Em outros Estados, entretanto, os corpos de bombeiros
militares existem apenas como um dos segmentos de especialização da polícia militar.

DESTINAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL


A competência das polícias federais no Brasil deriva do texto da Constituição da República.
Polícia federal (incisos I, II, III e IV do § 1º do Art. 144 da Constituição Federal com a redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 04.06.98):
 apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei;
 prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho,
sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
 exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
 exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
Polícia rodoviária federal (§ 2º do Art. 144 da Constituição Federal com a redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 04.06.98):
 destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
Polícia ferroviária federal (§ 3º do Art. 144 da Constituição Federal com a redação dada pela Emenda

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63

Constitucional nº 19, de 04.06.98):


 destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a:"

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,


subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.

§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na
forma do § 4º do art. 39.

DIREITO PENAL

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CONCEITO DE DIREITO PENAL


Direito Penal é um ramo do Direito Público que se destina a definir as infrações penais (crimes ou
contravenções), estabelecendo as respectivas penas e medidas de segurança aplicáveis aos infratores da lei.
Distingue-se o Direito Penal objetivo – conjunto de normas penais em vigor, abstratamente
cominadas – do Direito Penal subjetivo – direito de punir do Estado que surge com a prática do ato
criminoso, ou seja, que surge com a prática da conduta proibida.
A diferenciação entre crime e contravenção encontra-se no art. 1º da Lei de Introdução ao Código
Penal, o qual estabelece que crime é a infração penal à qual a lei comina pena de reclusão ou detenção,
alternativa ou cumulativamente cominada com pena de multa; ao passo que a contravenção é a infração
penal á qual se comina pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
Ainda, ressalte-se que todas as contravenções encontram-se positivadas no Decreto-Lei nº 3688 de 03 de
outubro de 1941.

FUNDAMENTO DO DIREITO PENAL


O Direito Penal se funda na necessidade de manutenção da ordem pública e na aplicação de pena,
no caso da prática de alguma das condutas abstratamente previstas na lei como delituosas. A pena a ser
aplicada pode ser privativa de liberdade (prisão, detenção ou prisão simples), restritiva de direitos e de multa,
de acordo com o que estabelecer a lei penal.
FONTES DO DIREITO PENAL
Fonte é o nascedouro, o local de onde provém a norma penal. As fontes do Direito Penal dividem-
se em formais e materiais.
As fontes materiais são as chamadas fontes de produção, ou seja, de onde provém as normas de
Direito Penal. A Constituição Federal, no art. 22, I, estabelece que compete à União legislar sobre Direito
Penal.
As fontes formais se dividem em imediatas e mediatas. As imediatas são as leis penais, onde o
legislador descreve uma conduta e estabelece uma pena para quem a realiza. Por isso, as normas penais
podem ser incriminadoras quando a lei define a infração e fixa a pena (todos os tipos penais da parte
especial) e as normas penais permissivas, que prevêem causas de reconhecimento da licitude ou impunidade
de determinada conduta, mesmo prevista como crime na norma penal. Ainda, existem as normas penais
complementares ou explicativas, que estabelecem o significado de outra norma.
As fontes formais mediatas são os costumes e princípios gerais do direito. Costumes são normas de
comportamento que as pessoas, mesmo não previstas em lei e que, mesmo não se sobrepondo à lei, servem
pra interpretá-la e integrá-la (Ex. Art. 139 – Reputação, é um conceito formado por costumes). Princípios
gerais do direito são regras que não estão positivadas, mas se encontram na consciência geral, mesmo não
escritas.

Princípios Constitucionais do Direito Penal

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Os princípios, dentro do direito penal, possuem uma importância de enorme destaque. Afinal, constituem
verdadeiras garantias do cidadão perante o poder punitivo estatal. A maioria desses princípios encontra
previsão no artigo 5° da Constituição Federal, sendo, portanto, cláusulas pétreas do ordenamento jurídico.
Diante do exposto, passemos ao estudo dos princípios que norteiam o direito penal brasileiro:

1.2 - Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal (CF/88, art. 5°, XXXIX)


Constitui a maior e mais efetiva limitação ao poder punitivo estatal. De acordo com esse princípio, a
elaboração de normas incriminadoras é matéria exclusiva de lei. A partir desse ponto de partida, podem ser
obtidas várias conclusões.
Em primeiro lugar, não existe crime sem lei anterior que o defina. Da mesma forma, não há pena sem prévia
cominação legal. Assim, uma conduta só poderá ser considerada crime, com a eventual aplicação de uma
pena, se existir uma norma incriminadora anterior àquele comportamento. Em outras palavras, apenas a
conduta que ofende lei anterior é que deve ser punida. O processamento deve ser dar perante autoridade
prévia e competente.

1.3 - Princípio da Taxatividade


Este princípio se encontra ligado à técnica redacional legislativa. Não basta existir uma lei que defina uma
conduta como crime. A norma incriminadora legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão a
real consciência acerca da conduta punível pelo Estado.
O princípio da taxatividade, ou da determinação, não está expresso em nenhuma norma legal. Trata-se de
uma construção doutrinária, fundamentada no princípio da legalidade e nas bases do Estado Democrático de
Direito.

1.4 - Princípio da Culpabilidade


Constitui um óbice à punição por mera responsabilidade objetiva. Não se encontra expresso na CF ou na
legislação infraconstitucional. Entretanto, pode ser encontrado implicitamente a partir da leitura dos artigos
1°, III (dignidade da pessoa humana), 2° (prevalência dos direitos humanos) e 5°, caput (respeito à
liberdade), todos da Constituição Federal.
O Direito Penal primitivo caracterizou-se pela responsabilidade objetiva, ou seja, a simples produção do
resultado era justificativa suficiente para a imposição de uma pena.

1.5 - Princípio da Irretroatividade da Lei Penal (CF/88, art. 5°, XL)


A regra, exposta na Constituição Federal, é que a lei penal não retroagirá. Dessa forma, a lei deverá produzir
seus efeitos para o futuro, não se aplicando aos fatos anteriores à sua edição.
Todavia, tanto a CF/88 quanto o Código Penal (art. 2°) estabelecem exceções a essa regra. A principal
exceção é a retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu. A lei penal mais severa nunca retroagirá para
prejudicar o cidadão, ao passo que uma lei mais favorável atingirá os fatos ocorridos no passado.

1.6 - Princípio da Insignificância


Trata-se de um princípio que considera a relevância da ofensa ao bem jurídico tutelado. Constitui uma
manifestação contrária ao uso abusivo e desnecessário do direito penal, nos casos em que o bem jurídico é
violado de forma irrisória.
De acordo com o princípio da insignificância, o legislador, ao tipificar uma conduta, pretende defender o
bem jurídico de ofensas significantes. Condutas sem nenhuma relevância material não chegam a ofender o
bem jurídico tutelado, sendo, portanto, atípicas. Logo, não merecem ser punidas pelo direito penal.
Ressalte-se que a aplicação desse princípio ainda é muito discutida em sede doutrinária e jurisprudencial,
havendo posicionamentos a favor e contra uma extensão da aplicabilidade do mesmo nos casos concretos.

1.7 Princípio do estado de inocência

Previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição brasileira, este princípio é também denominado "da
presunção de inocência" ou da "presunção de não-culpabilidade".

Acolhida também nos tratados internacionais sobre direitos humanos, esta garantia representou ao tempo de
sua introdução nos sistemas jurídicos um enorme avanço. Ninguém poderia ser considerado culpado senão
após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Já constava da Declaração Francesa de 1789 no
art. 9º: "Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado (...)".

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A Declaração Universal de 1948 assentou, com mais detalhes, que "Toda pessoa acusada de um ato
delituoso tem o direito de ser presumida inocente, até que a culpabilidade tenha sido provada de acordo
com a lei, em julgamento público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua
defesa" (art. XI).

Como corolário dessa idéia, foi preciso desenvolver o sistema acusatório, atribuindo-se a um órgão público a
missão de alegar e provar os fatos criminais, em nome do Estado, desfazendo a presunção legal que vigora
em prol do indivíduo.

A presunção de inocência prevista, de forma positivada, desde 1789, foi repetida também no art. 8º, §2º, do
Pacto de São José da Costa Rica (introduzido no Brasil pelo Decreto Federal n. 678/92) e no art. 14, §2º, do
Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, de 1966.

A jurisprudência, especialmente a do Superior Tribunal de Justiça, tem afirmado que as medidas coercitivas
ou as providências restritivas do jus libertatis anteriores à decisão condenatória definitiva não ofendem o
princípio da presunção de inocência.

Sinaliza a Súmula 9 do STJ no sentido de que "A exigência de prisão provisória, para apelar, não ofende a
garantia constitucional da presunção de inocência". Tal enunciado não passou imune a críticas, mas desde
que bem compreendido e aplicado com restrições, não causa dano ao jus libertatisnem ao estado de
inocência do acusado.

1.8 - Princípio da Intervenção Mínima


O Direito Penal é o ramo do Direito que apresenta a pior sanção: a pena, a possibilidade de privação da
liberdade. Assim sendo, apenas os bens jurídicos mais importantes devem ser tutelados pelo Direito Penal.
Por isso se fala que o Direito Penal é a ultima ratio, pois uma conduta só deve ser criminalizada se constituir
meio necessário e indispensável para a proteção de determinado bem jurídico.
Logo, esse princípio não se relaciona com a relevância da ofensa ao bem jurídico, mas à relevância do
próprio bem jurídico. Todos os meios políticos e jurídicos de controle social devem ser esgotados antes que
se busque a tutela do bem pela via do Direito Penal.

19 - Princípio da Proporcionalidade
A pena deverá guardar proporção com a gravidade da ofensa. Esse princípio possui duas nuances. A primeira
diz respeito à aplicação da pena concreta pelo juiz, sendo-lhe vedado impor pena excessiva ao cidadão. A
segunda se refere ao legislador, que fica proibido de prever em abstrato pena que não guarde proporção com
a gravidade do delito tipificado.
1.9 - Princípio da Humanidade ( CF/88, art. 5°, XLVII)
Esse princípio visa à vedação de penas degradantes, e constitui o grande entrave à adoção de penas perpétuas
e capitais. Nas palavras do mestre Cezar Roberto Bittencourt, "esse princípio sustenta que o poder punitivo
estatal não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição
físico-psíquica dos condenados".

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL


A interpretação de uma lei consiste em buscar o seu real significado. Para a interpretação da lei
penal e sua localização no tempo e no espaço, é preciso observar determinadas regras e princípios:
- O princípio do in dúbio pro reo estabelece que na dúvida a interpretação deve se dar em favor do
réu;
- O princípio da vedação do bis in idem estabelece que ninguém pode ser condenado mais de uma
vez pelo mesmo fato.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO
A aplicação da lei penal consiste em sua integração com princípios que regem o Direito Penal e
com normas complementares á determinados tipos penais, entre os quais destacam-se:

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- Princípio da Legalidade – Previsto no art. 1º do Código Penal estabelece que “não há crime sem
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
Este princípio se subdivide em outros dois:
* Princípio da anterioridade, segundo o qual alguém somente pode ser punido se ao tempo de sua
conduta já havia norma penal incriminando-a, ou seja, a lei penal não pode retroagir, voltar ao passado, para
incriminar determinada conduta.
* Retroatividade da lei penal mais benéfica - Conforme estabelece o art. 2º do Código Penal que a
lei penal retroagirá se for mais benéfica ao réu, mesmo estando definitivamente condenado, restando
afastados todos os efeitos penais da condenação. É como se a lei que deixa de considerar o fato como crime
já estivesse em vigor na data do delito.
O Parágrafo Único do art. 2º diz que, mesmo que não exclua o crime, mas de qualquer forma seja
mais benéfica a lei, deve ser aplicada em benefício do réu. Ex: Crime de posse de tóxicos.
Resumindo, em regra a norma penal não retroage, salvo se for para beneficiar o réu, quando
retroagirá sempre, exceto no caso do art. 3º do CP.
* Princípio da Reserva Legal, pois somente a lei em sentido formal pode definir crimes e fixar
penas. Não se pode criar crime por Decreto, Medida Provisória, Resolução, etc. (art. 59, Constituição
Federal).

* Norma penal em branco – São normas penais que, para sua aplicabilidade, exigem um
complemento, que pode ser uma lei em sentido estrito ou uma norma de nível diverso (Decreto, Resolução).
Ex: Delito de Tráfico de substância entorpecente há uma Portaria da ANVISA que define o que são
consideradas substâncias entorpecentes.
* Lei Excepcional e Temporária – Lei Excepcional é feita para vigorar em época específica, como
guerras, calamidades, etc. por sua vez, a Lei Temporárias são as feitas para vigorar em determinado espaço
de tempo. Nestas duas hipóteses, conforme dispõe o art. 3º do CP, mesmo depois de cessada a circunstância
que a determinou – no caso da lei excepcional – ou decorrido o período de sua vigência na lei temporária a
lei será aplicada aos fatos ocorridos durante o período de sua vigência, mesmo que seja mais gravosa ao réu.
TEMPO DO CRIME – A importância na sua definição tem a ver com a norma penal que será
aplicada no caso concreto. Existem três teorias acerca do tema, a saber:
Teoria da Atividade – Considera como tempo do crime o momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.
Teoria do Resultado – Considera como tempo do crime o momento em que se consumou o crime,
ou seja, o do resultado, independente do momento da ação ou omissão.
Teoria da Ubiqüidade – Considera como tempo do crime tanto o momento da conduta, quanto o
momento do resultado.
O Art. 4º do CP aduz que se considera praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda
que outro seja o momento do resultado. Portanto, adotou a Teoria da Atividade. Ex: Em 18/10/2006, cidadão
sofre disparo de arma de fogo em Rio Pardo e vem a morrer dois dias depois em Sta. Cruz do Sul, o tempo
do crime pra efeitos de aplicação da lei penal é o dia do disparo e não da morte.

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LUGAR DO CRIME - Nos termos do Art. 6º do CP, “considera-se praticado o crime no lugar
onde ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado”. Adotou-se, portanto, a Teoria da Ubiqüidade.
TERRITORIALIDADE – Adotou-se o princípio da territorialidade temperada, segundo o qual
aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional, sem prejuízo dos tratados e regras de
Direito Internacional. É o que dispõe o art. 5º do CP.
EXTRATERRITORIALIDADE – São situações em que a lei brasileira se aplica a crimes
cometidos fora do território nacional. Estes casos estão previstos no art. 7º do CP
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES
Quanto à duração do momento consumativo:
* Crime instantâneo – A consumação ocorre no exato momento da conduta, sem que haja
continuidade no tempo. Ex: Estupro (art. 213, CP), se consuma no exato momento da conjunção carnal.
* Crime permanente – O momento consumativo se prolonga no tempo por vontade do agente. Ex:
Seqüestro (Art. 148, CP), se consuma no momento da privação da liberdade e se prolonga enquanto perdurar
tal situação.
Quanto ao meio de execução:
* Crime comissivo – É aquele crime que se pratica por meio de uma ação do sujeito ativo. Ex:
Furto (Art. 155, CP).
* Crime omissivo – É aquele onde o agente comete o crime ao deixar de realizar alguma coisa. Ex:
Omissão de socorro (Art. 135, CP). Os crimes omissivos se dividem em:
Crimes omissivos próprios – Se consumam pela simples inércia do agente, independente do
resultado. Ex: Omissão de socorro (Art. 135, CP).
Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão – O agente, mediante uma omissão
inicial provoca um resultado que tinha o dever legal de evitar. Neste caso, exige-se o resultado (Art. 13 § 2º,
CP). Ex: Salva-vidas que deixa de salvar alguém que está se afogando e a pessoa efetivamente se afoga; Mãe
que deixa de amamentar o filho e este vem a morrer.
Quanto ao resultado:
* Crimes materiais – A lei descreve uma ação e um resultado e exige a ocorrência do resultado
para a sua consumação. Ex: Estelionato (Art. 171, CP).
* Crimes formais – A lei descreve igualmente uma ação e um resultado, mas o crime se consuma
independente da ocorrência do resultado. Ex: Estelionato (Art. 171 CP).
* Crimes de mera conduta – A lei descreve apenas uma conduta e se consuma no momento em que
a conduta é praticada. Ex: Violação de domicílio (Art. 150, CP).
Quanto ao sujeito ativo:
* Crimes comuns – Podem ser praticados por qualquer pessoa. Ex: homicídio (Art. 121, CP).
* Crimes próprios - Exigem uma certa qualidade do sujeito ativo, ou seja, só podem ser cometidos
por um certo grupo de pessoas. Ex: Peculato (Art. 312, CP).

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* Crimes de mão própria – Só podem ser cometidos por uma única pessoa, não admitem co-
autoria. Ex: Dirigir sem habilitação gerando perigo de risco (Art. 309, CTB).
- CRIME HABITUAL – É aquele que exige para sua configuração uma reiteração de condutas, ou
seja, a prática de um ato isolado não é crime. Ex: Exercício ilegal da medicina (Art. 282, CP).
TEORIA DO CRIME
Para se estudar o crime é preciso que se analise cada um de seus elementos (tipicidade, ilicitude e
culpabilidade), para tanto existem basicamente duas teorias aplicáveis no Direito Penal brasileiro que se
diferem em relação à conduta, que é um dos elementos da tipicidade. São elas a Teoria Clássica e a Teoria
Finalista. Salienta-se que o Código Penal, com a reforma de 1984, passou a adotar a Teoria Finalista.
* Teoria Clássica – Para essa teoria, a ação que provoca o crime é uma simples exteriorização de
vontade, mediante o emprego de forças físicas, sem qualquer finalidade. Para os seus seguidores, não há
necessidade de se saber se o resultado foi praticado pela vontade do agente ou por simples culpa. Resumindo,
conduta é toda a ação que provoca um resultado.
O que importa é estabelecer o nexo de causa e efeito, ou seja, de ação e resultado, desprezando a
vontade do agente. A vontade do agente (dolo ou culpa) faz parte da culpabilidade. Ex: Motorista que ao sair
com seu veículo cruza sobre indivíduo bêbado que se deita sob as rodas do veículo e o mata, para essa teoria,
em princípio comete crime de homicídio.
Para essa teoria o crime tem a seguinte estrutura:
- Fato típico (tipicidade), com os seguintes elementos:
* conduta – que é o agir ou se omitir, desprovida de vontade;
* resultado – decorrente da conduta;
* nexo causal – entre a conduta e o resultado;
* tipicidade – adequação da conduta ao tipo penal previsto na lei;
- Fato Antijurídico – Em princípio, todo o fato que é típico se presume que seja também
antijurídico, salvo se houver uma das excludentes de ilicitude.
- Fato Culpável (culpabilidade) – que se compõe de:
* Imputabilidade;
* exigibilidade de conduta diversa;
* dolo e culpa, sendo que o dolo possui os seguintes requisitos:
- consciência da conduta e do resultado;
- consciência do nexo de causalidade;
- consciência da antijuridicidade;
- vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.
O crime é um fato típico, ilícito e culpável.
* Teoria Finalista – Para esta teoria a vontade do agente está ligada à conduta, que é prevista como
um comportamento humano, voluntário e consciente, direcionada a uma finalidade. Assim, dolo e culpa
fazem parte da conduta e não mais da culpabilidade.
Para esta teoria o crime possui a seguinte estrutura:

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- Fato típico – com os seguintes elementos:


* Conduta dolosa ou culposa, onde o dolo possui os seguintes elementos:
- consciência da conduta e do resultado;
- consciência do nexo de causalidade;
- vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.
* resultado – decorrente da conduta;
* nexo causal – entre a conduta e o resultado;
* tipicidade – adequação da conduta ao tipo penal previsto na lei;
- Fato Antijurídico (Antijuridicidade) – onde não houve modificações com relação à teoria clássica.
- Culpabilidade – Deixou de ser requisito do crime e passou a comportar os seguintes elementos:
* Imputabilidade;
* Exigibilidade de conduta diversa;
* Potencial consciência da ilicitude.
TIPICIDADE
É o enquadramento legal da conduta praticada pelo agente, ou seja, é a previsão na lei de que
determinada conduta é penalmente relevante. É composta de vários elementos e o crime só ocorre quando o
agente, no caso concreto, realiza todos os componentes do tipo penal.
- Tipo Penal – É a norma legal que descreve as condutas proibidas. É o modelo legal da conduta
proibida. Essas condutas são descritas taxativamente na lei como crimes e com a previsão de uma pena para
quem realizar a conduta proibida.
* Elementares – São componentes fundamentais do tipo, estão sempre no caput do tipo
penal. Quando não estão presentes o crime deixa de existir. As elementares podem ser:
- Objetivas ou descritivas – Quando o seu significado se extrai da mera observação,
são elementos concretos, que não exigem juízo de valor. Ex: coisa móvel (Art. 155, CP), matar (Art. 121,
CP).
- Normativas – Esses elementos dependem de uma interpretação, de um juízo de
valor. Ex: Dignidade ou decoro (Art. 140, CP), documento público (Art. 297, CP).
- Subjetivas – Quando o tipo exige uma finalidade específica do agente ao cometer o
crime. Ex: Seqüestrar alguém com o fim de obter vantagem econômica (Art. 159, CP), Art. 307, CP.
* Circunstâncias – São elementos acessórios do tipo, cuja ausência não o elimina. Tem
função exclusiva de influir na aplicação da pena. Ex: Art. 155 § 1º, CP, Art. 226, I, CP. Não estão no caput
do artigo e sim em um dos seus parágrafos ou incisos.
- Crime doloso – Dolo, basicamente, é a vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal.
Existem três teorias acerca do crime doloso:
* Teoria da vontade – Dolo é a vontade de realizar a conduta descrita no tipo penal e
produzir o resultado.
* Teoria do Assentimento – Dolo é a vontade de realizar a conduta, assumindo o risco de
produzir o resultado.

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* Teoria da representação – Dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo a possibilidade


de produção do resultado.
O Art. 18, I, CP estabelece que o crime é doloso quando o agente quer o resultado (DOLO
DIRETO) ou assume o risco de produzi-lo (DOLO EVENTUAL). São os dois tipos de dolo previstos no
Código Penal, sendo que para o dolo direto adotou-se a teoria da vontade e para o dolo eventual a teoria do
assentimento.
- Crime culposo – De acordo com o que descreve o Art. 18, II, CP, o crime culposo ocorre quando
o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Então, haverá crime culposo
quando o agente, mesmo não assumindo o risco de produzir o resultado, dá causa a ele por negligência,
imprudência ou imperícia. O crime culposo exige a ocorrência do resultado, ou seja, se a conduta do agente
não provocar a ocorrência do resultado, não haverá crime.
Só há crime culposo quando o Código Penal especificamente prever esta possibilidade, portanto,
quando não houver previsão legal da modalidade culposa, ou o crime será doloso, ou o fato será atípico. Ex:
Art. 129, CP (prevê o crime na modalidade culposa) e art. 163, CP (não prevê modalidade culposa).
O crime culposo ocorre quando o agente deixa de observar, no caso concreto, um dever de cuidado
a todos imposto. Para se aferir a tipicidade é preciso comparar a conduta do acusado com o conduta que teria
uma pessoa comum, prudente, no caso concreto.
A inobservância do dever de cuidado pode se dar de três formas:
* Imprudência – Ocorre quando a pessoa age com falta de cuidado, com afoiteza, sem adotar
as cautelas necessárias e exigidas naquela situação. Ex: Dirigir em excesso de velocidade, brincar com arma
municiada.
* Negligência – Ao contrário da imprudência, a negligência é uma conduta negativa, ou seja,
o agente podendo e devendo adotar a cautelas exigidas, não o faz por preguiça e essa ausência de precaução
dá causa ao resultado. Ex: Dirigir se cinto de segurança, deixar que seus empregados trabalhem sem
equipamentos de segurança obrigatórios.
* Imperícia – Consiste na incapacidade ou falta de conhecimento técnico para o exercício de
determinado trabalho. Portanto, pressupõe sempre qualidade ou habilitação para o ofício. Ex: Erro médico.
Importante salientar que em todas essas condutas, só restará configurado o crime culposo se o
resultado efetivamente ocorrer. Assim, se o motorista dirige em excesso de velocidade e não atinge ninguém,
não há crime. Só haverá crime culposo se da ação ou omissão contrária ao dever de cuidado, resultar lesão a
um bem jurídico.
Ainda, mesmo havendo o resultado, só estará configurado o crime culposo se houver o nexo causal
entre a conduta e o resultado. Ex: Pessoa querendo se matar, se atira na frente de um carro em movimento,
mesmo em excesso de velocidade.
Concluindo, são requisitos do crime culposo: conduta, resultado involuntário, nexo causal entre
conduta e resultado, tipicidade e previsibilidade objetiva (previsão do “homem razoável”).
São espécies de culpa:

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72

* Culpa consciente: O agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra ou que pode
evitá-lo com sua habilidade. Difere do dolo eventual, pois neste o agente prevê o resultado, mas não se
importa se o resultado ocorrer.
* Culpa inconsciente: O agente não prevê o resultado que era previsível no caso concreto.
- Crime preterdoloso – é uma espécie de crime que é qualificado pelo resultado. Neste caso
específico, nos termos do art. 19, CP, ocorre quando há dolo no antecedente (conduta) e culpa no
conseqüente (resultado). Ex: Art. 129 § 3º, CP (lesão corporal seguida de morte). O agente tinha dolo de
lesão e provocou, de forma culposa, a morte da vítima.
- Erro de tipo (Art. 20, CP) – É o erro com relação a elemento constitutivo do tipo penal. O
agente age imaginando não estar presente no caso concreto uma elementar ou circunstância componente da
figura típica, ou seja, age supondo que sua conduta é legal, quando na verdade está praticando uma conduta
típica. O agente não quer praticar o crime, mas por erro acaba cometendo.
Conforme já estudado, para que haja dolo é necessário que o agente tenha consciência e queira
realizar todos os elementos e circunstâncias do tipo penal. Neste caso, por não haver consciência da presença
dos elementos do tipo, exclui-se o dolo e o próprio fato típico. Ex: Agente que vai a uma relojoaria e recebe
das mãos do atendente um relógio que não é o seu e o leva consigo, não comete crime de furto (art. 155, CP).
* Delito putativo por erro de tipo – O sujeito quer praticar o crime, mas por errônea
percepção da realidade, acaba praticando fato atípico. Ex: No mesmo caso acima, quando o agente
imaginando estar levando consigo relógio alheio e assim cometendo crime de furto leva o seu próprio
relógio.
* Formas de erro de tipo:
- Essencial – Quando incide sobre elementares ou circunstâncias do crime. O agente não
sabe que está cometendo um delito. Esse erro pode ser vencível, quando o agente podia ter evitado ou
invencível quando não era possível evitar (Art. 20, CP, parte final).
- Acidental – Recai sobre elementos secundários e irrelevantes do tipo. Não impede a
responsabilização do agente. Espécies:
* Erro sobre o objeto – Imagina estar atingindo um objeto material, mas acaba atingindo
outro. Ex: Ladrão querendo levar televisão, acaba levando um DVD.
* Erro sobre a pessoa (Art. 20 § 3º, CP) – O agente visa atingir certa pessoa, mas por
equívoco acaba atingindo outra. Ex: X querendo matar Y, atira contra Z que é fisicamente parecido com Y.
Neste caso não há isenção de pena, mas na aplicação da pena se levam em consideração as qualidades de
quem o agente queria atingir, não as da pessoa atingida.
* Erro na execução (Art. 73, CP) – O agente querendo atingir determinada pessoa e visando
tal pessoa, acaba com sua ação atingindo outra. Ex: X querendo matar Y, atira contra Y, mas o tiro acaba
atingindo Z que está ao lado de Y. Não há isenção de pena, mas na aplicação da pena se levam em
consideração as qualidades de quem o agente queria atingir, não as da pessoa atingida.

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- Crime consumado (Art. 14, CP) – Ocorre quando nele se reúnem todos os elementos do tipo
penal. Ex: Furto (Art. 155, CP) se consuma com a efetiva subtração da coisa alheia móvel. Homicídio (art.
121, CP) se consuma com a morte da vítima.
* “Iter Criminis” – É o caminho que percorre o agente até a consumação do delito. Compreende
quatro fases:
- 1ª Fase (cogitação) – O agente está pensando em cometer o delito. O pensamento é impunível,
pois não há conduta nesta fase.
- 2ª Fase (preparação) – Compreende a prática dos atos necessários ao início da execução. Ex:
Conseguir veículo para ser usado no roubo, alugar casa para cativeiro no seqüestro. Em regra, os atos
preparatórios são impuníveis. Mas, nesta fase, muitos atos de preparação constituem, por si sós, crimes
autônomos, como o caso do art. 288, CP (Quadrilha ou bando).
- 3ª Fase (execução) – Nesta fase o agente dá início aos atos tendentes a atingir o bem jurídico
tutelado, a praticar a conduta descrita no tipo penal.
- 4ª Fase (consumação) – Momento em que se reúnem todos os elementos do tipo penal.
- Crime tentado (Art. 14, II, CP) – Ocorre quando o agente inicia a execução, mas o crime não se
consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. No caso da tentativa, pune-se com a mesma pena do crime
consumado, reduzida de 1/3 a 2/3.
* Crimes que não admitem tentativa:
- Crimes culposos – Não cabe tentativa, pois no crime culposo o agente não quer o resultado e na
tentativa o resultado só não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente.
- Crimes preterdolosos – Neste tipo de crime, com relação ao resultado agravador, o agente não o
quer e lhe é atribuído a título de culpa.
- Crimes omissivos próprios – Este tipo de crime se consuma com a simples omissão, pois são
crimes de mera conduta, onde o tipo penal não prevê e não exige o resultado para a consumação, mas tão só
a simples ação ou omissão.
- Contravenções penais – O art. 4º do DL 3688/41 estabelece que não se pune a tentativa de
contravenção.
- Crimes de atentado – O tipo penal pune igualmente a forma tentada e a forma consumada, por
opção do legislador. Portanto, não há se falar em tentativa. Ex: Art. 352, CP.
- Crimes habituais – O crime habitual somente se consuma com a reiteração de condutas, a prática
de um único ato é atípica e, portanto, não se cogita de tentativa nestes tipos de crimes.
- Crimes unissubsistentes – Se consumam com um único ato. Ex: Injúria (Art. 140, CP).
- Crimes onde o tipo penal só prevê a aplicação de pena ocorrendo o resultado – Ex: Art. 122, CP
(Participação em suicídio) só é punível se o resultado morte ocorre.
- Desistência voluntária (Art. 15, CP) – Neste caso o agente inicia a execução do crime e,
podendo atingir a consumação, desiste de forma voluntária de prosseguir no caminho do crime. Nestes casos,
não se pode falar em tentativa, pois na tentativa o agente somente não consuma o delito por circunstâncias

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alheias ao seu conhecimento e na desistência voluntária o agente, podendo atingir o resultado, desiste da
execução de forma voluntária.
Também há desistência voluntária quando o agente resolve não repetir algum ato de execução já
cometido. Ex: Pedregoso atira e Pedregunda e a atinge no braço. Podendo atirar novamente e matá-la desiste
voluntariamente de prosseguir na ação e somente responderá pelas lesões cometidas.
- Arrependimento eficaz (Art. 15, CP) – Neste caso o agente pratica todos os atos executórios,
mas antes da consumação, pratica outro ato que impede a produção do resultado. Tal como na desistência
voluntária o agente somente responderá pelos atos até então praticados.
Tanto a desistência voluntária quanto o arrependimento eficaz têm natureza jurídica de excludentes
da tipicidade com relação ao crime que o agente inicialmente iria praticar, ou seja, somente vai responder
pelos crimes até então praticados, sem se falar em tentativa, pois em relação ao crime principal, o agente
desistiu ou se arrependeu de sua prática.
- Arrependimento posterior (Art. 16, CP) – É uma causa de redução de pena, aplicável aos
crimes dolosos cometidos sem violência ou grave ameaça e aos crimes culposos, mesmo cometidos com
violência, quando o agente por ato voluntário repara o dano ou restitui a coisa antes do recebimento da
denúncia ou da queixa, que é o que dá início à ação penal. A redução da pena é de 1/3 a 2/3.
A reparação do dano deve ser total e integral de todos os prejuízos sofridos pela vítima, sob pena
de não aplicação do instituto.
Exceções: Art. 312 § 3º, CP (peculato culposo) onde a reparação do dano exclui a punibilidade;
Sumula 554/STF, no caso de estelionato pela emissão de cheque sem fundos, o ressarcimento do dano exclui
o crime.
- Crime impossível (Art. 17, CP) – Ocorre quando por ineficácia absoluta do meio ou por
impropriedade absoluta do objeto a conduta do agente jamais poderia levar o crime à consumação, ou seja,
jamais o crime ocorreria. Ex: Utilizar arma de brinquedo para matar alguém; furtar o próprio veículo (neste
caso há o chamado delito putativo por erro de tipo).
Entretanto, a ineficácia do meio ou a impropriedade do meio devem ser absolutas e não relativos.
Se forem relativos não haverá exclusão do crime.

ILICITUDE
Consiste na relação de contrariedade existente entre o fato típico e o ordenamento legal. Todo o
fato decorrente de uma conduta humana que se encaixa em um dos tipos penais previstos na norma é um fato
típico e tem-se presente a tipicidade.
Todo o fato típico, em tese, é também ilícito, pois contraria o ordenamento legal, salvo se estiver
presente uma das causas excludentes da ilicitude constantes no art. 23, CP. Além dessas quatro causas
presentes na Parte Geral do Código Penal existem outras na Parte Especial: Art. 128, I e II; Art. 146 § 3º, I e
III; Art. 150 § 3º; Art. 142.

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Neste módulo estudaremos as quatro causas excludentes de ilicitude constantes no Art. 23. Mesmo
diante das causas excludentes, o agente que exceder na utilização de qualquer das excludentes, responderá
pelo excesso, seja ele doloso ou culposo, conforme consagra o Art. 23, Parágrafo único, CP.
- Estado de necessidade (Art. 24) – Configura a excludente a situação em que alguém, para salvar
um bem jurídico próprio ou de terceiro exposto a uma situação de perigo, que não foi provocada por sua
vontade e nem de outro modo podia evitar, sacrifica outro bem jurídico.
* Requisitos para a situação de risco configurar a excludente:
- O perigo dever ser atual, ou seja, a ameaça deve ser concreta.
- O perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio – Nesta situação, direito é considerado qualquer
bem protegido pelo ordenamento jurídico. Quando ameaçar direito próprio haverá estado de necessidade
próprio e quando ameaçar direito de terceiro, diz-se que há estado de necessidade de terceiro.
- Que a situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente pelo agente, ou seja, que o
agente não tenha de forma dolosa provocado a situação de perigo.
- Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo – Quem tem o dever legal de enfrentar o perigo
não pode invocar a excludente. Somente poderão invocar a excludente quando provado que nem mesmo
enfrentado o perigo o bem poderia ser salvo Ex: Bombeiro, Policial Militar.
- Inevitabilidade da conduta – A conduta deve ser absolutamente inevitável para salvar o direito
próprio ou alheio que está sofrendo risco. Isso deve ser analisado em face do homem comum e em relação a
quem tem o dever legal de enfrentar o perigo.
- Razoabilidade do sacrifício – É a relação de proporcionalidade existente entre a gravidade do
perigo que ameaça o bem e o dano a ser causado em outro bem para afastar esse perigo.
- Legítima defesa (Art. 25, CP) – Considera-se em legítima defesa o agente que, para impedir
agressão injusta, atual ou iminente a direito seu ou de outrem, faz uso moderado dos meios necessários a
repelir tal agressão.
* São requisitos da legítima defesa:
- Existência de uma agressão – Entendida como o efetivo ataque, a investida de um ser humano
contra um bem jurídico de alguém. A simples provocação, de efeito meramente psicológico, não configura
agressão para efeitos de reconhecimento da excludente. O ataque de animais é caso de estado de necessidade,
salvo no caso do animal ser instigado por ser humano, quando então serve de meio para a agressão e justifica
a legítima defesa.
- A agressão deve ser injusta – A agressão deve ser ilícita, contraria ao direito e independe do
agende que pratica a agressão ter ou não a consciência do caráter ilícito de sua conduta. Ex: agressão de um
louco. Nestes sentido, cabe legítima defesa inclusive contra crime culposo, pois mesmo não havendo o dolo
(intenção) do agente, a agressão não deixa de ser ilícita.
- A agressão deve ser atual ou iminente – Atual é a que está ocorrendo e a iminente é a que está
prestes a ocorrer. Não cabe contra agressão passada nem futura.

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- Para proteger direito próprio ou de terceiro – Qualquer bem jurídico é passível de proteção via
legítima defesa. Entretanto, tal como no estado de necessidade deve haver relação proporcionalidade
existente entre os bens que estão em jogo.
- Utilização moderada dos meios necessários – Meios necessários devem ser entendidos como os
menos lesivos, menos letais de que o agente dispõe no momento da agressão. São aqueles, dentre os meios
existentes e postos à disposição do agente, que podem efetivamente repelir a agressão. Escolhido o meio de
defesa deve o agente agir com moderação causando o mínimo de dano possível ao direito alheio, o suficiente
para repelir a agressão.
- Elemento subjetivo – Consiste na demonstração de que o agente tinha ciência de que estava
agindo acobertado pela excludente.
* Casos em que não cabe legítima defesa:
- Legítima defesa real contra Legítima defesa real;
- Legítima defesa real contra estado de necessidade real;
- Legítima defesa real contra exercício regular de um direito;
- Legítima defesa real contra estrito cumprimento do dever legal.
* Principais diferenças entre o estado de necessidade e a legítima defesa:
- No estado de necessidade ocorre um conflito entre bens jurídicos. Na legítima defesa ocorre
reação a um ataque.
- No estado de necessidade o bem jurídico é exposto a risco. Na legítima defesa $ele sofre um
ataque atual ou iminente.
- No estado de necessidade o perigo advém de agressão humana ou animal. Na legítima defesa a
agressão deve ser humana.
- No estado de necessidade a repulsa pode atingir bem jurídico de terceiro inocente. Na legítima
defesa a defesa deve ser dirigida contra o agressor.
- Exercício regular de um direito (Art. 23, III, CP) – Todos têm direito de agir previamente
buscando defender-se e defender seus bens de um possível ataque, desde que dentro dos limites estabelecidos
pelo ordenamento legal.
* Ofendículos – São objetos destinados à defesa da propriedade ou quaisquer outros bens. Ex:
grades, cerca elétrica.
Importante salientar que esses aparatos, quando ocultos, podem levar à punição do agente por
crime culposo, como ocorre, por exemplo, no caso da colocação de cerca elétrica sem aviso.
- Estrito cumprimento do dever legal (Art. 23, IV, CP) – Esse dever deve ser inerente ao
trabalho, ofício ou profissão do agente e deve constar de leis, regulamentos e atos administrativos de caráter
geral. Ex: abordagem policial, prisão em flagrante.
Toda vez que o agente extrapolar os limites do estrito cumprimento de seu dever legal estará
agindo ilegalmente e será passível de responsabilização, seja por abuso de autoridade, seja pelo crime mais
grave que cometer.

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- Descriminantes putativas (Art. 20 § 1º, CP) – Quando o sujeito, em face das circunstâncias do
caso concreto, supõe estarem presentes os requisitos autorizadores do uso de uma das excludentes, quando na
verdade não estão. A palavra putativa é sinônima de imaginária, suposta. Assim, haverá legítima defesa
putativa, estado necessidade putativo, etc.
Nestes casos, o Código Penal estabelece que, se o erro for inevitável (plenamente justificável) o
agente fica isento de pena e se o erro era evitável, o agente responderá por crime culposo.

CULPABILIDADE
Com a adoção da teoria finalista da ação a culpabilidade passou a ser um juízo de reprovação da
conduta, mero pressuposto de aplicação da pena. Em princípio, todas as pessoas são culpáveis, presunção
que só se afasta se presente uma das causas de exclusão. São elementos da culpabilidade:
- Imputabilidade;
- Potencial consciência da ilicitude;
- Exigibilidade de conduta diversa.
- Imputabilidade (Art. 26, CP) – É a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por
algum fato. O art. 26, CP enumera os casos de inimputabilidade, ou seja, casos em que se exclui a
culpabilidade.
São causas de inimputabilidade:
* Doença mental ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto – se o agente, ao tempo da
conduta, for inteiramente incapaz de perceber o caráter ilícito de sua conduta é isento de pena. Entretanto, se
não era inteiramente incapaz, pode ocorrer redução de 1/3 a 2/3 da pena. São casos de semi-imputabilidade;
* Menoridade (Art. 27, CP) – Cessa aos 18 (dezoito) anos completos. Até os dezoito anos, ficam
sujeitos apenas às regras da legislação específica (ECA) e não cometem crimes;
* Embriaguez completa decorrente de caso fortuito ou força maior Art. 28 § 1º, CP) Se o agente,
ao tempo da conduta, for inteiramente incapaz de perceber o caráter ilícito de sua conduta é isento de pena.
Entretanto, se não era inteiramente incapaz, pode ocorrer redução de 1/3 a 2/3 da pena. A embriaguez pode
ser decorrente de álcool ou substâncias de efeitos análogos;
A emoção e a paixão e a embriaguez voluntária ou culposa não exclui a imputabilidade (Art. 28, I
e II, CP). Emoção é um estado súbito e passageiro de instabilidade psíquica. Já a paixão é um sentimento
duradouro. Mesmo não excluindo nem reduzindo a pena, podem servir como atenuantes genéricas. Por sua
vez, a embriaguez preordenada (quando o agente se embriaga para tomar coragem e cometer o delito) serve
como agravante genérica da pena.
* Dependência de substância entorpecente - se o agente, ao tempo da conduta, for inteiramente
incapaz de perceber o caráter ilícito de sua conduta é isento de pena. Entretanto, se não era inteiramente
incapaz, pode ocorrer redução de 1/3 a 2/3 da pena. São casos de semi-imputabilidade;
- Potencial consciência da ilicitude (Art. 21, CP) – O desconhecimento da lei é inescusável.
Portanto, em princípio todos são culpáveis. Entretanto, o próprio Art. 21 estabelece que o erro sobre a

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ilicitude do fato, se inevitável, exclui a pena (culpabilidade) e, se evitável, pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
Esse erro é o chamado erro de proibição.
O erro de proibição é um erro sobre a ilicitude do fato e não sobre o crime, sobre a circunstância
de fato, como ocorre no erro de tipo. Assim, no erro de proibição o agente conhece a lei, mas acredita que
sua conduta não é ilícita, por uma errônea interpretação da lei.
- Exigibilidade de conduta diversa – Somente é punida a conduta que poderia ter sido evitada.
Se, no caso concreto, não era exigível conduta diversa do agente. São duas as causas em que se exclui a
exigibilidade de conduta diversa:
* Coação moral irresistível (Art. 22, CP) – A coação pode ser física ou moral. A coação física
ocorre quando alguém, mediante emprego de violência física, é obrigado a cometer um delito. Deste modo,
não existe vontade do agente, é punido o coator.
A violência moral se dá mediante o emprego de grave ameaça. Coação moral irresistível é aquela
que não poderia ser superada pelo agente no caso concreto, excluindo a culpabilidade. É punido o agente
coator. Se a coação for resistível, há crime e o agente é punido, entretanto, aplica-se a atenuante genérica do
art. 65, III, c, do CP.
* Obediência hierárquica (Art. 22, CP) – Superior determina a subordinado que faça ou deixe de
fazer. Se a ordem for ilegal, há duas situações: Se for manifestamente ilegal ambos responderão pelo crime,
pois a ordem manifestamente ilegal não deve ser cumprida pelo agente. Se a ordem não for manifestamente,
exclui-se a culpabilidade do subordinado, punindo apenas o superior.

CONCURSO DE PESSOAS (Art. 29, CP)


Ocorre concurso de pessoas quando duas ou mais pessoas cometem ou de alguma forma
contribuem para o cometimento de uma infração penal. O concurso pode se dar de três formas: Autoria, co-
autoria e participação.
* Autoria – Segundo o Código Penal, autor do crime é quem executa a conduta descrita no tipo
penal. Ex: No crime de calúnia (Art. 138) é autor do crime que pratica o ato de caluniar alguém.
* Co-autoria – Ocorre quando duas ou mais pessoas praticam conjuntamente a conduta descrita no
tipo penal. Ex: Art. 121 (homicídio) Se duas pessoas efetuam disparos contra a vítima e causam-lhe a morte,
ambos são co-autores no crime de homicídio.
* Participação – O partícipe não comete qualquer das condutas descritas no tipo penal, mas de
alguma outra forma concorre para o crime. De acordo com o art. 29, CP quem de qualquer forma concorre
para o crime fica sujeito às penas do crime na medida de sua culpabilidade. Ex: Quem empresta armas para o
cometimento de um homicídio.
A participação pode ser moral (induzir ou instigar) e material (auxílio na prática do crime).
O art. 29 § 1º, CP estabelece que a penado partícipe pode ser diminuída de 1/6 a 1/3 se a
participação for de menor importância.
- Participação Impunível (Art. 31, CP) – A participação não é punível quando aqueles que iriam
praticar o crime não chegam a iniciar os atos de execução.

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- Teoria Monista – Quanto ao concurso de pessoas, o Código Penal adotou a Teoria Monista,
segundo a qual todos que contribuem para o resultado delituoso devem responder pelo mesmo crime.
Entretanto, há exceções, como por exemplo, o Art. 29 § 2º, CP segundo o qual o partícipe que quis participar
de crime menos grave terá aplicada a pena deste, o Art. 29 § 1º, CP. Na Parte Especial do CP existem outras
exceções: Art. 124 e 126, onde a gestante que consente na prática do aborto responde pelo art. 124 e quem
pratica o aborto responde pelo art. 126; Art. 333 e 317, onde quem oferece a vantagem responde por
corrupção ativa e quem aceita a vantagem responde por corrupção passiva.
- Requisitos do concurso de pessoas – Para que se configure o concurso de pessoas é preciso que
se verifiquem os seguintes requisitos:
- Pluralidade de condutas – Se for uma única conduta não há concurso de pessoas;
- Relevância das condutas – A conduta somente contribuirá para o crime quando for relevante;
- Liame subjetivo – Não há necessidade de ajuste prévio, mas deve haver ciência de estar
colaborando para um resultado delituoso.
- Identidade de crimes para todos os envolvidos – Havendo liame subjetivo todos devem responder
pelo mesmo crime, salvo as exceções já relacionadas.
- Comunicabilidade de elementares e circunstâncias (art. 30, CP) – De acordo com o art. 30,
CP:
* Circunstâncias condições objetivas (caráter material) são aquelas ligadas ao fato não ao autor.
Comunicam-se aos partícipes se estes têm consciência da sua presença. Ex: Praticar crime com emprego de
fogo é circunstância agravante (Art. 61, II, d) se reconhece para todos.
* Circunstâncias condições subjetivas (caráter pessoal) são aquelas que se referem ao agente e não
ao fato. Não se comunicam, salvo se forem elementares do crime. Ex: Parricídio é agravante do art. 61, II, e
só vale para o filho que mata os pais e não se comunica aos demais participantes do crime.
* Elementares – São componentes essenciais da figura típica, sem as quais o crime não existe.
Comunicam-se aos co-autores ou partícipes todas as circunstâncias elementares, sejam subjetivas ou
objetivas. Ex: No crime de peculato a elementar “funcionário público” se comunica aos demais.
- Concurso de pessoas em crime culposo – Nos delitos culposos não existe diferença entre co-
autores e partícipes, todos são considerados co-autores. Portanto, nos crimes culposos se admite somente a
co-autoria e não a participação. Ex: Caroneiro que instiga o motorista a imprimir velocidade excessiva que
acaba sendo causa de acidente de trânsito é co-autor.

CONCURSO DE CRIMES
Quando uma pessoa pratica duas ou mais infrações, diz-se que houve concurso de crimes, que
pode se dar sob a modalidade de concurso material (Art. 69, CP), concurso formal (Art. 70, CP) e crime
continuado (Art. 71, CP).
* Concurso material (Art. 69, CP) – Ocorre quando o agente mediante duas ou mais ações ou
omissões comete dois ou mais crimes. Quando isto ocorrer as penas deverão ser somadas. Pode ser
homogêneo quando os crimes forem idênticos e heterogêneo quando os crimes forem diversos.

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* Concurso formal (Art. 70, CP) – Ocorre quando o agente mediante uma única ação ou omissão
pratica dois ou mais crimes. Se os crimes forem idênticos (homogêneo) aplica-se uma só pena aumentada de
1/6 a 1/2. Se os crimes não forem idênticos (heterogêneo), deverá ser aplicada a pena do crime mais grave,
aumentada de 1/6 a 1/2.
O art. 70, PU, estabelece que, no caso de o percentual de aumento decorrente do concurso formal
for superior ao aumento decorrente da soma das penas, deverá ser aplicada a regra do concurso material. É o
chamado concurso formal impróprio.
* Crime continuado (Art. 71, CP) – Ocorre quando o agente mediante duas ou mais ações ou
omissões comete dois ou mais crimes da mesma espécie que, por circunstâncias de tempo, lugar, maneira de
execução entre outras, os demais são tidos como continuação do primeiro. No caso de crimes dolosos
cometidos contra vítimas diferentes com emprego de violência ou grave ameaça, o juiz pode até triplicar a
pena se iguais ou a do mais grave, se diferentes.
PENAS
A pena é uma retribuição do estado em razão da prática de um ilícito penal e consiste na privação
de bens jurídicos, com a finalidade de readaptar o criminoso ao convívio social e prevenir a prática de novas
infrações. De acordo com o art. 32 do CP as penas são:
- Privativas de liberdade - Reclusão e detenção (Art. 33, CP);
- Restritivas de direitos (Art. 43, CP);
- Multa (Art. 49, CP).
São princípios a serem respeitados na aplicação das penas:
* Princípio da legalidade – Não há pena sem prévia cominação legal. A pena deve estar prevista
em lei na época da prática do crime.
* Princípio da individualização da pena – A lei deve regularizar a individualização da pena de
acordo com a culpabilidade e as condições pessoais do acusado.
* Princípio da pessoalidade ou intranscendência – A pena não pode passar da pessoa do
condenado, podendo apenas a obrigação de reparar o dano decorrente da infração e o perdimento de bens ser
estendido aos sucessores até o limite do patrimônio transferido.
* Princípio da vedação da pena de morte, penas cruéis, de caráter perpétuo ou de trabalhos
forçados.
* Princípio da proporcionalidade – A pena deve ser proporcional ao crime cometido.
- Quanto ao regime de cumprimento das penas, de acordo com o art. 33, § 1º, CP, os regimes
podem ser: Fechado, Semi-aberto e Aberto.
- Detração (Art. 42, CP) – Na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de
prisão provisória e de internação é contado para efeitos de diminuição do tempo de cumprimento.
- Fixação da pena (Art. 59, CP) – De acordo com o Art. 68, CP, foi adotado para efeitos de
fixação da pena o sistema trifásico:
* 1ª Fases - São analisadas as circunstâncias judiciais, que são as elencadas no art. 59, CP
(culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos do crime, circunstâncias do crime,

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conseqüências do crime e comportamento da vítima). Partindo-se do chamado “termo médio”, nesta fase a
pena não pode ser fixada acima do máximo, nem abaixo do mínimo. Alguns doutrinadores defendem que a
pena poderia ser fixada abaixo do mínimo, mas nunca acima do máximo abstratamente cominado na lei.
* 2ª Fase – Fixada a pena base deve o juiz passar a analisar a presença de eventuais circunstâncias
agravantes e atenuantes genéricas (arts. 61 e 62; 65 e 66, CP). Na prática, adota-se o percentual de 1/6 de
aumento por cada circunstância agravante reconhecida e diminuição no mesmo percentual para as
atenuantes. Note-se que nesta fase, tal como na primeira, a pena não pode ultrapassar o máximo, nem ficar
aquém do mínimo abstratamente cominado na lei.
* 3ª Fase – Nesta fase se aplicam as causas de aumento e diminuição da pena, que podem estar
tanto na Parte Geral quando na Parte Especial do CP. Causas de aumento ou diminuição são aquelas que
estão representadas no código por índices (Ex: 1/6, 1/3). Nesta fase a pena definitiva pode ser fixada em
percentual superior ao máximo cominado de forma abstrata na lei ou abaixo do mínimo legal.
Além da pena, na sentença deve o juiz indicar o regime inicial de cumprimento da pena, bem como
se manifestar sobre a possibilidade de concessão da substituição e da suspensão da pena (sursis).
- Limite das penas (Art. 75, CP) – O tempo de cumprimento da pena privativa de liberdade não
pode ser superior a 30 (trinta) anos. Entretanto, a regra não impede a aplicação de penas superiores a trinta
anos, o que a lei veda é o cumprimento de pena por prazo superior a trinta anos.

AÇÃO PENAL
Nos termos do art. 100, CP a regra geral é a ação pública, salvo nas hipóteses em que a lei declarar
privativa do ofendido. Neste sentido, a ação penal pode ser pública ou privada.
- Ação Penal Pública – A ação pública é de iniciativa exclusiva do Ministério Público, onde
vigora o princípio da obrigatoriedade, ou seja, havendo indícios suficientes da autoria, o Ministério Público
tem o dever de propor a ação penal e dela não pode desistir. A peça processual que dá início à ação penal
pública é a denúncia.
São Princípios da ação penal pública:
* Princípio da obrigatoriedade – Impõem-se ao Ministério Público a sua propositura sempre que a
hipótese preencher os requisitos mínimos exigidos. Sofre restrição no que se refere às infrações de menor
potencial ofensivo, onde a possibilidade de transação penal impede a propositura da ação.
* Princípio da indisponibilidade - Uma vez proposta a ação, o Ministério Público não pode desistir
da ação. Também sofre limitação no caso das infrações de menor potencial ofensivo, onde o art. 89 da Lei nº
9099/95 prevê a possibilidade de suspensão condicional do processo.
* Princípio da oficialidade – O controle da ação é oficial, pois o Estado é o titular da ação penal e
do direito de punir, que só se efetiva se observado o devido processo legal.
* Princípio da autoritariedade – Os encarregados da persecução criminal são todos autoridades
públicas, desde o policial que atende a ocorrência até o juiz que condena o réu.
* Princípio da indivisibilidade – A ação deve abranger todos os responsáveis pelo delito, ou seja,
devem ser processados todos os responsáveis pelo crime.

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* Princípio da Intranscendência – A ação penal somente pode ser proposta contra quem cometeu o
crime.
A ação penal pública pode ser:
* Incondicionada – É a regra no Direito penal. O oferecimento da denúncia por parte do Ministério
Público não depende de qualquer condição. Quando a lei não especificar nada, a ação é pública
incondicionada. Ainda, a ação será pública incondicionada no caso de qualquer crime cometido em
detrimento do patrimônio ou interesse a União, Estados ou Municípios.
* Condicionada – Quando o oferecimento da denúncia depender do implemento de alguma
condição. Essa condição é a representação do ofendido ou seu representante legal ou a requisição do
Ministro da justiça e será exigida toda a vez que lei declarar explicitamente tal necessidade. O Ministério
Público continua sendo o titular da ação penal, no entanto o exercício desse direito fica condicionado à
representação da vítima ou seu representante legal ou à requisição do Ministro da Justiça, que são tidas como
condição de procedibilidade.
Depois de implementada essa condição, a ação prossegue normalmente como se pública
incondicionada fosse.
São crimes que dependem da representação da vítima ou de seu representante legal:
- Perigo de contágio venéreo (Art. 130 § 2º, CP);
- Crime contra a honra de funcionário público no exercício de suas funções (Art.
141, III, c/c Art. 145, PU, CP);
- Ameaça (Art. 147, PU, CP);
- Violação de correspondência (Art. 151 § 4º, CP);
- Correspondência comercial (Art. 152, PU);
- Furto de coisa comum (Art. 156, § 1º, CP);
- Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de transporte sem
ter recurso para o pagamento (Art. 176, PU, CP);
- Corrupção de preposto e violação de segredo de fábrica ou negócio (Art. 196, § 1º, X a XII,
c/c § 2º);
- Crimes contra os costumes quando os pais da vítima não têm condições de arcar com as
despesas do processo (Art. 225 § 2º).
De acordo com o art. 103 do Código Penal o ofendido ou seu representante legal decairá do direito
de queixa ou representação se não o exercer no prazo de 6 (seis) meses contados do dia em que vier a saber
quem é o autor do crime. Para o menor de 18 (dezoito) anos ou possuidor de doença mental o prazo de seis
meses não fluirá enquanto não cessar a incapacidade.
A representação é irretratável após o oferecimento da denúncia, ou seja, somente pode ser feita até
o oferecimento da denúncia. A representação não obriga o Ministério Público a oferecer a denúncia, que
deve analisar ser caso de propor a ação penal ou pedir o arquivamento.
- Ação Penal Privada - A ação penal privada, por sua vez, é de iniciativa do ofendido ou de seu
representante legal, no caso de ser menor ou incapaz. Na ação privada vigora o princípio da oportunidade, ou

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seja, ainda que existam provas da autoria e materialidade do crime o ofendido pode não ingressar com a
ação. Não tem o dever de ingressar com a ação. Isso ocorre porque o legislador entendeu que em
determinados casos o crime atinge muito mais a esfera íntima da vítima do que a sociedade como um todo,
deixado ao seu critério a propositura ou não da ação. A peça processual que dá início à ação penal privada é
a queixa-crime.
A peça principal da Ação Penal privada é a queixa-crime.
São princípios da Ação Penal Privada:
* Princípio da oportunidade – O ofendido tem a faculdade de propor ou não a ação penal de acordo
com sua conveniência.
* Princípio da disponibilidade – Pode o ofendido dispor da ação penal por meio do perdão judicial
ou da perempção até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
* Princípio da indivisibilidade – Mesmo na ação penal privada, a ação deve abranger todos os
responsáveis pelo delito, ou seja, devem ser processados todos os responsáveis pelo crime.
* Princípio da Intranscendência – A ação penal somente pode ser proposta contra quem cometeu o
crime.
São espécies de Ação Penal Privada:
* Ação Penal exclusivamente privada – Pode ser proposta pelo ofendido, se maior de dezoito anos
e capaz, por seu representante legal se menor de dezoito anos, ou pelo seu cônjuge, ascendente, descendente
ou irmão, no caso de morte do ofendido, nos termos do art. 31 do CPP.
* Ação Penal Privada Personalíssima – Sua titularidade é atribuída única e exclusivamente ao
ofendido, sendo o seu exercício vedado até mesmo ao representante legal do ofendido. Há apenas um caso
dessa ação penal privada, que é caso do induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento
impeditivo (Art. 236, PU, CP).
* Ação Penal Privada Subsidiária da pública – Ocorre essa possibilidade quando, na ação pública
condicionada ou incondicionada, o Ministério Público não oferecer a ação no prazo legal do art. 46 do CPP
(cinco dias com réu preso e quinze dias com réu solto).
São crimes de ação penal privada:
- Calúnia, difamação e injúria (Arts. 138, 139 e 140), salvo exceções do Art. 145, CP;
- Alteração de limites, usurpação de águas e esbulho possessório, quando não houver violência e a
propriedade for privada (Art. 161, § 1º, I e II, CP);
- Dano (Art. 163, CP);
- Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (Art. 164, c/c art. 167, CP);
- Fraude à execução (Art. 179, PU, CP);
- Violação de direito autoral, usurpação de nome ou pseudônimo alheio, salvo quando praticados
em detrimento de entidades de direito (Art. 184 a 186, CP);
- Violação de privilégio de invenção (Art. 187, CP);
- Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado (Art. 189, CP);
- Violação de direito de marca de indústria ou de comércio (Art. 192, CP);

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- Concorrência desleal, propaganda desleal, desvio de clientela, falsa indicação de procedência de


produto, uso indevido de termos retificativos, arbitrária aposição do próprio nome em mercadorias de outro
produtor, uso indevido de nome comercial ou título de estabelecimento, falsa atribuição de distinção ou
recompensa e fraudulenta utilização de recipiente ou invólucro e outro produtor (Art. 196, caput e § 1º, I a
IX c/c o § 2º do mesmo artigo;
- Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento para fins matrimoniais (Art. 236, CP);
- Crimes contra os costumes (Capítulo I e II do Título VI da Parte Especial do CP), desde que não
sejam cometidos com abuso do pátrio poder, da qualidade de padrasto, de tutela ou curatela, que a violência
empregada não resulta lesão corporal grave ou morte, que possa a ofendida ou seus pais proverem as
despesas da ação penal sem privarem-se dos recursos destinados à sua subsistência e no caso de estupro se
não for cometido com violência real;
- exercício arbitrário das próprias razões, desde que praticado sem violência (Art. 345, PU, CP).
O prazo para o oferecimento da ação penal privada é de seis meses contados da data em que o
ofendido ou seu representante legal vierem a saber quem é o autor do crime, sob pena de decadência do
direito de queixa-crime.
A ação penal seja ela pública ou privada, somente tem início efetivo quando o juiz recebe a
denúncia ou a queixa-crime. Este é o momento em que o juiz reconhece a existência do crime e indícios de
sua autoria e determina que o acusado seja citado para se defender.

DIREITO PENAL II – PARTE ESPECIAL

CRIMES CONTRA A PESSOA – Dividem-se em 06 (seis) Capítulos: crimes contra a vida, lesões corporais,
periclitação da vida e da saúde, rixa, crimes contra a honra e crimes contra a liberdade individual.
* HOMICÍDIO:
Art. 121 – Matar alguém:
Pena – reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa;
II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que possa resulta perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos.
Aumento de pena
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as conseqüências de seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo

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doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) anos ou maior de 60 (sessenta) anos.
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências
da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

COMENTÁRIOS:
Sujeito ativo - O homicídio é um crime de natureza comum, ou seja, o sujeito ativo pode ser
qualquer pessoa, com exceção daqueles que atentam contra a própria vida, quando então configura o
suicídio, que é fato atípico.
Sujeito passivo – É alguém, ou seja, qualquer pessoa, independente de sexo, cor, idade, raça, etc.
Para que se configure o homicídio não é necessário que se trate de vida viável, basta a comprovação de que a
vítima nasceu com vida. Antes do nascimento não há crime de homicídio, mas sim de aborto. Sendo a vida
um bem indisponível, mesmo diante do consentimento da vítima o crime não deixa de existir. No entanto, o
consentimento pode configurar homicídio privilegiado, como no caso da eutanásia, por exemplo.
Concurso de pessoas – O homicídio admite a co-autoria ou a participação, por ação ou por
omissão.
Tipo objetivo – é a conduta de matar alguém, de eliminar uma vida humana, por meios diretos ou
indiretos, por ação ou por omissão. Entretanto, para configurar o crime se faz necessária a existência do nexo
causal entre a conduta do agente e a morte do ofendido.
Tipo subjetivo – O dolo do homicídio é eliminar uma vida humana. Admite-se o dolo eventual, em
que o agente não quer a morte, mas assume o risco de produzi-la.
Consumação e tentativa – Consuma-se o crime com a morte do ofendido (clínica, cerebral e
biológica), comprovada pelo laudo de exame de corpo de delito.
No caso da tentativa, esta ocorre quando iniciada a execução, o resultado morte não ocorre,
servindo o elemento subjetivo (animus) para diferenciá-lo das lesões corporais quando o evento morte não
ocorre. A “tentativa branca” se verifica quando o agente dispara contra a vítima, mas não a atinge.
Homicídio privilegiado – Se refere a motivação do crime.
- Relevante valor social ou moral – Valor social é aquele que se refere aos interesses da
coletividade, mas para que se configure o privilégio é necessário que o motivo seja relevante. Valor moral é
aquele que se refere aos interesses pessoais do agente (compaixão, piedade), como no caso da eutanásia, por
exemplo.
- Violenta emoção – Deve ser precedida de injusta provocação da vítima. Exige três requisitos:
existência de uma violenta emoção a dominar o agente; provocação injusta do ofendido; reação imediata do
agente. Essa reação deve ser quase reflexa.
Homicídio qualificado – É importante ressaltar que todos os caso de homicídio qualificado são
considerados crimes hediondos e tem a aplicação da pena e outras medidas reguladas pela Lei nº 8.072/90.
- Mediante paga ou por motivo torpe – No caso da paga, o agente somente comete o crime por
receber um pagamento ou pela promessa de recebê-lo, devendo este pagamento, segundo a doutrina
majoritária, ter um significado econômico. A condição de paga ou promessa de recompensa, por ser
elementar do crime de homicídio qualificado se comunica a todos os co-autores e partícipes, desde que
conhecidas por estes.
Por sua vez, o motivo torpe é aquele motivo repugnante, desprezível, imoral, como por exemplo,
satisfação de desejos sexuais, vingança e ciúme, em determinadas circunstâncias.
- Motivo fútil – É o motivo insignificante, mesquinho, leviano, sem importância, que demonstra
uma desproporção entre a motivação e o crime praticado. Na apreciação deste motivo o juiz deve levar em
consideração o grau de educação do agente, bem como o meio em que vive, entre outros fatores. Ex: Matar
por um toco de cigarro, por discussão de futebol.
- Meio insidioso ou cruel e causador de perigo – Insidioso é o meio fraudulento, utilizado sem o
conhecimento da vítima, iludindo-a. Ex: médico que sabe ser o paciente alérgico a determinada medicação,
insidiosamente ministra sem o paciente saber e lhe causa a morte.
Por sua vez, o meio cruel é aquele que sujeita vítima a graves e inúteis sofrimentos físicos ou
morais, brutais e que aumentem inutilmente, por vontade do agente, o sofrimento da vítima. Ex: Tortura.
No caso de perigo comum, é necessário que o meio empregado tenha posto em perigo um número
indeterminado de pessoas ou bens. Ex: Disparos em rua movimentada.
- Uso de recurso que dificulte ou impossibilite a defesa da vítima – O agente se vale da boa-fé ou
da desprevenção do ofendido. Ex: traição, emboscada, dissimulação.

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Concurso de crimes – Pode haver concurso material ou formal de homicídio com outros delitos.
Ainda, presentes os requisitos do art. 71, pode ser reconhecida a continuidade delitiva.
Entretanto, é importante ressaltar que não vai haver concurso de crimes quando um crime for
utilizado como meio para a consumação do homicídio, como o porte ilegal de armas, por exemplo.
Homicídio culposo – Exige para a sua caracterização a demonstração da culpa, da inobservância
do dever objetivo de cuidado do agente. Com relação ao homicídio culposo na direção de veículos
automotores, configura crime de trânsito e é punido pela Lei nº 9503/97 (CTB). Entretanto, o CTB não
regula o homicídio doloso, que caso fique configurado no trânsito, será punido de acordo com o Código
Penal.
Homicídio culposo qualificado – Vai ser qualificado quando resultar de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, se referindo às normas técnicas que deveriam ter sido observadas pelo
agente, previstas em leis ou regulamentos. Essa circunstância agravante não se confunde com a negligência,
imprudência ou imperícia.
Também qualifica o homicídio culposo o fato de não prestar socorro à vitima, o que exclui o crime
de omissão de socorro, pois a omissão de socorro fica absorvida na qualificadora. Há entendimentos no
sentido de excluir essa qualificadora quando a vítima é socorrida por terceiros. Exclui-se também no caso de
estar o agente sendo ameaçado e tiver que fugir para não ser agredido.
Perdão judicial – Se reconhece a necessidade de dispensa da aplicação da pena nos casos em que o
agente passa por grave sofrimento físico ou mental em razão do fato, como por exemplo, a morte de um
filho. O perdão não pode ser parcial, deve ser estendido à totalidade dos resultados alcançados pelo agente,
inclusive com relação a outras vítimas.

* ABORTO: O aborto consiste na interrupção da gravidez com a morte do embrião ou feto. Pode
ser natural ou provocado, sendo que neste caso é criminoso e é tratado nos Arts. 124 a 128 do CP. Para que
se configure o crime de aborto é necessário que haja prova da gravidez, por meio de exames médicos,
independente de ser ou não viável o feto.
Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque.
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – Trata-se de crime próprio, pois em suas duas condutas típicas (provocar ou
consentir que outrem lhe provoque aborto) somente pode ter como sujeito ativo a gestante.
- Sujeito passivo – É o Estado, que possui interesse no nascimento do feto, até porque a vida é um
bem indisponível e lei civil protege os direitos do nascituro desde a concepção.
- Concurso de pessoas – Há a possibilidade no caso de participação, seja instigando ou auxiliando
moral ou materialmente. Entretanto, no que se refere à co-autoria, é discutível no crime do Art. 124, pois, por
exceção ao princípio de que todos devem responder mesmo crime, o co-autor vai responder pelo delito do
art. 126, mas há co-autoria. Co-autor é aquele que auxilia na execução material do delito, ou seja, realiza o
aborto.
- Tipo objetivo – A primeira conduta é a de provocar o aborto, por qualquer meio, interrompendo a
gravidez com a morte do produto da concepção. Ainda, deve haver nexo de causalidade entre a conduta e o
resultado.
A segunda conduta é a de consentir que alguém lhe provoque o aborto, exigindo-se a presença de
um agente provocador que responderá pelo Art. 126.
- Tipo subjetivo – Tanto no auto-aborto quanto no aborto consentido há necessidade da presença
do dolo na conduta do agente, ainda que eventual.
** NÃO EXISTE ABORTO CULPOSO. O aborto espontâneo é fato atípico.
- Consumação é tentativa – O aborto consuma-se com a interrupção da gravidez e conseqüente
morte do feto, sendo desnecessária a expulsão. Mesmo que o feto seja expulso ainda com vida e morra após
caracteriza-se o delito de aborto.
A tentativa se configura quando as manobras abortivas não provocam interrupção da gravidez ou
apenas causam a aceleração do parto e não provocam a morte do feto. Se, logo após, for provocada a morte
do feto, ocorrerá concurso de crimes entre tentativa de aborto e homicídio ou infanticídio.
** Para efeitos de aborto considera-se gravidez o período compreendido entre a concepção e o
rompimento da bolsa amniótoca.

Art. 125. Provocar aborto sem o consentimento da gestante:

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Pena – reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – É o terceiro que provoca o aborto na gestante, sem o consentimento desta.
- Sujeito passivo – É a gestante, bem como o Estado, que interesse no nascimento com vida e na
integridade física da gestante.
- Tipo objetivo – Tal como no artigo anterior, a conduta é a de provocar o aborto, por qualquer
meio, interrompendo a gravidez com a morte do produto da concepção. Geralmente é cometido com
violência, grave ameaça ou fraude.
Também é possível o cometimento do crime por omissão, no caso do agente que tinha o dever
jurídico de impedir o resultado (Art. 12 § 2º, CP), como o médico, por exemplo.
- Tipo subjetivo – Trata-se de crime doloso, podendo haver o dolo eventual, sendo necessário que
o agente tenha conhecimento da gravidez e queira o resultado ou assuma o risco de produzi-lo e que haja o
nexo causal entre a conduta e o resultado. Não há modalidade culposa.
- Consumação e tentativa – Tal como no artigo anterior, o aborto consuma-se com a interrupção da
gravidez e conseqüente morte do feto, sendo desnecessária a expulsão. A tentativa se configura quando as
manobras abortivas não provocam interrupção da gravidez ou apenas causam a aceleração do parto e não
provocam a morte do feto.
- Concurso de crimes – Quando o agente pratica, por exemplo, homicídio contra gestante, sabendo
da gravidez, há concurso formal de crimes, caso deseje também o aborto, haverá concurso material.

Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante:


Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 anos, ou é
alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – É qualquer pessoa que pratica a conduta típica, podendo haver co-autoria e
participação. A gestante e os que colaboram com esta, respondem pelo Art. 124.
- Sujeito passivo – Tal como no crime do Art. 124, é o Estado, ao qual incumbe a proteção do
direito à vida.
- Tipo objetivo – É a mesma dos artigos anteriores, ou seja, causar interrupção da gravidez, com a
conseqüente morte do feto, exigindo-se prova da gravidez, do resultado e do nexo causal.
É elemento indispensável deste tipo penal o consentimento livre e válido da gestante, pois do
contrário haverá o crime do Art. 125, cuja pena é mais grave, tal como estabelece o parágrafo único.
Em qualquer caso, se a gestante for absolvida do crime do Art. 124 por qualquer causa excludente
da ilicitude, esta aproveita ao autor do crime do art. 126, pois é como atuassem em co-autoria.
- Tipo subjetivo – é crime doloso, pouco importando a motivação do agente, não existindo o crime
de aborto culposo.
- Consumação e tentativa - Tal como no artigo anterior, o aborto consuma-se com a interrupção da
gravidez e conseqüente morte do feto, sendo desnecessária a expulsão. A tentativa se configura quando as
manobras abortivas não provocam interrupção da gravidez ou apenas causam a aceleração do parto e não
provocam a morte do feto.
- Consentimento da gestante – A lei presume a violência, ainda que haja consentimento da
gestante, considerando este viciado em três situações: gestante não é maior de 14 anos, é alienada ou débil
mental.

Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço se, em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

COMENTÁRIOS:
Os crimes dos Arts. 125 e 126 são qualificados quando provocam lesão corporal de natureza grave
ou morte. São casos de crimes preterdolosos, ou seja, quando houver somente culpa com relação ao resultado
agravador (lesão grave ou morte). Se houver dolo, direto ou eventual, haverá concurso de crimes. Não se
aplica o aumento à gestante ou àquele que é co-autor ou partícipe de seu crime (Art. 124).
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:

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I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;


II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu representante legal.

COMENTÁRIOS:
- Aborto necessário – São duas as situações em que a lei torna lícita a pratica do aborto. A primeira
é o aborto necessário, quando a manobra abortiva se faz necessária para salvar a vida da gestante, segundo a
doutrina caracteriza espécie de Estado de Necessidade. Não se exige a atualidade do perigo, ou seja, havendo
perigo para a vida da gestante o aborto está autorizado.
- Aborto sentimental – é aquele autorizado quando a gravidez resulta de estupro e há o
consentimento da gestante ou de seu representante legal, pois se entende que a mulher não tem o dever de
cuidar de um filho resultante de coito violento, não desejado. A lei não exige qualquer prova do aborto, mas
o médico, antes de realizá-lo deve certificar-se da situação.
* LESÕES CORPORAIS:
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde outrem:
Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
§ 1º Se resulta:
I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
§ 2º Se resulta:
I – incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incurável;
III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem
assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (anos).
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa:
I – se ocorrer qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.
§ 6º Se a lesão é culposa:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
com quem conviva ou tenha convivido, ou ainda prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:
Pena – detenção de (três ) meses a 3 (um) ano.
§ 10º Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º
deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3.
§11º Na hipótese do §9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo - Como é crime comum, pode ser praticada por qualquer pessoa, entretanto a
autolesão não é crime, salvo no caso do art. 171, § 2º, V ou no caso de um inimputável que se autolesiona
por obra do agente instigador, respondendo este pelo delito.
- Sujeito passivo - O termo “alguém”, indica que sujeito passivo é qualquer pessoa humana que
não o agente.

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- Tipo objetivo – É ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem, seja de forma física ou
psíquica. A simples presença da dor, sem o comprometimento físico, não caracteriza as lesões, podendo
caracterizar contravenção de vias de fato pela agressão. Pode haver inclusive por omissão daquele eu tinha o
dever legal de agir (Art. 12, § 2º), desde que haja nexo causal entre a conduta e o resultado.
A integridade física é bem indisponível, portanto, mesmo com o consentimento da vítima, não é
descaracterizado o crime. Não ocorre crime de lesões corporais no caso de intervenções cirúrgicas.
- Tipo subjetivo – O dolo do crime é a vontade de produzir um dano à integridade física ou
psíquica de outrem ou assumir o risco de produzi-la. No caso das lesões culposas, quando o agente não quer
o resultado, estão previstas no art. 129 § 6º.
- Consumação e tentativa – O crime se consuma quando resulta lesão à integridade física ou
psíquica da vítima. Muito se discute acerca da possibilidade de tentativa de lesões corporais, pois a figura
tentada coincide com a contravenção de vias de fato. Entretanto, se verificado que o dolo do agente é de
ofensa à integridade física ou psíquica da vítima, haveria a possibilidade de reconhecimento da forma
tentada. Mas, a regra nesse caso é se reconhecer a contravenção de vias de fato.
- Lesão corporal leve – É identificada por exclusão. O art. 129, §§ 1º, 2º e 3º traz os casos de
lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte. Portanto, configura lesão leve aquela que não se enquadrar
nesses itens.
Por força do art. 88, da Lei n. 9099/95, no caso de lesão corporal leve, há necessidade de
representação da vítima, para que sejam instaurados o inquérito policial e a ação penal.
- Lesão corporal grave – São os casos do art. 129, § 1º:
* incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias – Por ocupações habituais
devem ser entendidas todas a atividades normalmente realizadas pelo indivíduo, sejam remuneradas ou não,
desde que lícitas. Isso é comprovado através de exame complementar no dia seguinte ao 30º dia do fato, nos
termos do art. 168, CPP, podendo ser suprida por prova testemunhal.
* perigo de vida – Deve ser um perigo efetivo, concreto, constatado no exame de corpo de delito.
Configurada esta situação, mesmo que a recuperação seja imediata resta configurada a lesão grave.
* debilidade permanente de membro, sentido ou função – Significa a redução permanente da
capacidade funcional do indivíduo. Membros são os apêndices do corpo (braços, pernas), sentido são as
funções perceptivas (tato, olfato, visão) e função é a atividade desempenhada pelos órgãos (respiratória,
circulatória). Mesmo que o membro, sentido ou função sejam substituídos por próteses persiste a gravidade.
* aceleração do parto – antecipação do nascimento, sendo o feto expulso antes do termo final da
gravidez.
- Lesão corporal gravíssima – São os casos do art. 129, § 2º:
* incapacidade permanente para o trabalho – A incapacidade deve ser perpétua (sem
previsibilidade de cessação) e para toda e qualquer atividade profissional remunerada e não para o trabalho
específico da vítima.
* enfermidade incurável – Estado doentio de evolução lenta que não apresente probabilidade de
cura. Ex: AIDS.
* perda ou inutilização de membro, sentido ou função – diferentemente das lesões graves, aqui se
exige a perda. Nos casos de órgãos duplos, a perda de um deles caracteriza lesão grave e não gravíssima.
* deformidade permanente – significa o prejuízo estético adquirido e visível no corpo da vítima,
causando impressão vexatória, não importando se a deformidade possa ser removida por cirurgia estética.
* aborto – deve ser comprovada a gravidez e o aborto em decorrência das lesões sofridas.
- Lesão corporal seguida de morte – é caso de crime preterdoloso. O agente atua com dolo de
lesão, podendo prever o resultado morte, que não quis e não assumiu o risco de produzir. Há dolo no crime
de lesão e culpa no resultado morte.
- Lesão corporal privilegiada – São as mesmas causas do homicídio privilegiado. Reconhecida
uma das causas, deve ser feita a redução da pena.
- Lesão corporal culposa – na conduta culposa o agente não quer e não prevê o resultado, que
ocorre por imprudência, negligência ou imperícia. No caso do § 7º, há lesão corporal culposa qualificada
quando a lesão resultar da inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício ou no caso de omissão
de socorro, além da lesão cometida contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos.
- Concurso de crimes – As lesões praticadas para a consecução de outro crime, são por estes
absorvidas (Ex: roubo, extorsão), pois o dolo é específico do crime maior e não de lesões, exceto se o próprio
tipo penal expressamente prever a punição pelas lesões (Ex: dano).
Há possibilidade de concurso material, formal e crime continuado com outros crimes, desde que
sejam desígnios autônomos e as lesões não restem absorvidas pelo delito maior.

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* OMISSÃO DE SOCORRO:
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave ou iminente perigo; ou
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – É qualquer pessoa, mesmo não tendo o dever jurídico de prestar assistência, não
havendo necessidade de existir qualquer relação anterior com a vítima.
Ao exige a lei que o sujeito arrisque a vida ou sua integridade corporal para salvar a vítima, salvo
no caso das pessoas que têm o dever legal de enfrentar o perigo.
- Sujeito passivo – A lei diz serem: a criança abandonada ou extraviada, a pessoa inválida ou
ferida, mesmo que as lesões não sejam graves (não necessita estar correndo risco de vida), estando ao
desamparo e precisando de auxílio. Assim, sujeito passivo do crime pode ser qualquer pessoa que esteja em
uma das circunstâncias previstas no artigo.
- Tipo objetivo – A primeira conduta é deixar de prestar assistência ao ofendido, ou seja, crime
omissivo próprio. A segunda conduta, também omissiva, é de não pedir o socorro à autoridade pública. Se a
vítima for atendida por terceiros, não se configura o crime.
- Tipo subjetivo – O dolo é a vontade de não prestar assistência ou não pedir auxílio à autoridade
competente, tendo a consciência do perigo que sofre a vítima.
Não existe o crime na modalidade culposa.
- Consumação e tentativa – Por se tratar de crime omissivo puro, consuma-se quando o sujeito
deixou de agir quando deveria prestar auxílio ou pedir socorro, sendo que se a vítima, ao tempo de sua
omissão, é socorrida por terceiros, fica excluída sua responsabilidade. Se da omissão ao atendimento
prestado por terceiros decorrer lapso temporal significativo, não impede a consumação.
Por ser crime omissivo próprio, não admite a tentativa.
- Formas qualificadas – Ocorrem quando resulta, em razão da omissão, lesão corporal grave ou
morte.
- Nos casos em que há o dever legal de enfrentar o perigo ou de cuidar da vítima (art. 13, § 2º), vai
ocorrer outro crime (homicídio, lesão) e não omissão de socorro. São os chamados crimes comissivos por
omissão, quando o agente tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
A omissão ocorrida no trânsito está regulada na Lei n. 9503/97.

* MAUS-TRATOS:
Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
anos.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – Exige uma relação jurídica preexistente entre o sujeito ativo e passivo. Pode
cometer o crime somente aquele que tem autoridade, guarda ou vigilância. Assim, podem ser autores do
crime: pais, tutores, curadores, diretores de escola, enfermeiros, agentes penitenciários.
- Sujeito passivo – São aqueles que se acham sob autoridade, guarda ou vigilância do agente:
filhos, tutelados, curatelados, alunos, presos, etc.
Não havendo essa relação de dependência, o fato pode outro ilícito, mas não maus-tratos, pois a
circunstância de estar a vítima sob a responsabilidade, guarda ou vigilância do autor é elementar do crime e
sua ausência exclui o crime.

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- Tipo objetivo – Consiste em expor a perigo a vida ou a saúde da vítima pelo abuso do agente.
Podem ocorrer causas excludentes da ilicitude, como o estado de necessidade, por exemplo.
- Tipo subjetivo – Exige o dolo direto ou eventual, mas somente se configura se houve o elemento
subjetivo que é o abuso nos meios de correção ou disciplina. É necessário que o agente tenha consciência que
abusa de seu poder.
- Consumação e tentativa – Consuma-se o crime com a exposição da vítima à situação de perigo,
pois consiste em crime de perigo.
A tentativa somente é possível quando se tratar de conduta comissiva.
- Formas qualificadas – Ocorrem quando resultar lesão corporal de natureza grave ou morte,
necessitando que o agente tenha ao menos a previsão deste resultado lesivo. Também é agravado quando
praticado contra menor de 14 anos.
- Concurso de crimes – Lesões corporais leves são absorvidas pelo crime de maus-tratos, se forem
graves ou resultar a morte, o agente responde pelo resultado agravado. E crimes como o cárcere privado e o
abandono de incapaz ficam absorvidos pelos maus-tratos.

* RIXA:
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena – detenção de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
participação na rixa, a pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

COMENTÁRIOS:
- Sujeitos – A rixa é a briga entre três ou mais pessoas, portanto somente se configura o crime se
houver a pluralidade de participantes. É crime de concurso necessário de pessoas. Exigem-se no mínimo três
pessoas, se forem menos de três pessoas, vai ocorrer contravenção de vias de fato ou crime de lesões
corporais, conforme a gravidade.
- Tipo objetivo – Participar da rixa, ou seja, praticar violência física contra outra pessoa, havendo
uma indefinição de autoria individualizada, onde cada sujeito age contra todos os outros. É crime de perigo
presumido, não necessita que restem feridos, por exemplo.
- Tipo subjetivo – A vontade de participar da rixa é o dolo direto. Não há modalidade culposa. Se o
agente quis praticar crime mais grave, como lesões ou homicídio e restar perfeitamente identificável tal
intuito, responderá pelo delito mais grava, na forma tentada ou consumada.
O crime de rixa vai ocorrer quando nas circunstâncias do fato não for possível distinguir as
condutas dos participantes. Sendo possível a identificação das condutas isoladas, pune-se cada agente pelo
crime que cometeu e não se configura o crime de rixa.
- Concurso de crimes – Eventuais crimes praticados durante a rixa (lesões, homicídio, calúnia,
difamação), se perfeitamente individualizáveis, caracteriza o concurso material.

* CALÚNIA:
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo da falsa imputação, a propala ou divulga.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.
§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.

COMENTÁRIOS: O crime de calúnia tutela a honra objetiva e subjetiva.


- Sujeito ativo – Qualquer pessoa pode praticar crime de calúnia, admitindo-se co-autoria e
participação.
- Sujeito passivo – É o ser humano, pois somente ele pode praticar fato definido como crime e a
ele se imputar falsamente tal fato. No caso de calúnia contra os mortos, por não serem titulares de bem
jurídico, a ofensa considera-se feita contra seus sucessores.

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Discute-se na doutrina se a pessoa jurídica pode ser vítima de calúnia, em razão do fato de se
admitir a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica. Mas, ainda não se firmou tal
entendimento.
- Tipo objetivo – Pratica o crime aquele que atribui a alguém, de forma falsa, um fato concreto
definido como crime. É necessário que o fato seja concreto, determinado, específico. Entretanto, não se exige
a descrição minuciosa do fato.
A imputação da prática de uma contravenção penal não constitui calúnia, pois o tipo exige que se
impute falsamente um fato definido como crime, mas pode consistir em uma difamação, como veremos
adiante.
Aquele que, sabendo ser falsa a imputação, a divulga deliberadamente, também comete crime de
calúnia.
- Tipo subjetivo – O dolo é indispensável no crime de calúnia. Deve haver a vontade específica de
caluniar alguém. Não existe crime na modalidade culposa. Exige ainda o dolo específico de atingir a honra
do sujeito passivo.
- Consumação e tentativa – Consuma-se o crime quando qualquer pessoa que não a vítima toma
conhecimento da imputação, o que configura a lesão à honra do sujeito passivo, objeto de tutela da norma.
Embora se trate de crime formal, que se consuma independente de qualquer resultado lesivo para a
vítima, admite-se a forma tentada na calúnia feita por escrito, quando não chega ao conhecimento de
terceiros por circunstâncias alheias ao seu conhecimento.
- Exceção da verdade – Num primeiro momento, se presume a falsidade da imputação, todavia se o
fato for verdadeiro, o autor se exime da responsabilidade se provar isso por meio da exceção da verdade. Não
se admite a exceção da verdade nos casos previstos no art. 138, § 3º, I a III. Nestes casos se presume que a
imputação é falsa e o agente responde pelo crime.
- Concurso de crimes – Tem-se admitido a continuidade delitiva com outros crimes contra a honra,
por ofenderem o mesmo bem jurídico. Várias imputações no mesmo contexto caracterizam concurso formal.

* DIFAMAÇÃO:
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a
ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – Tal como na calúnia, trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
- Sujeito passivo – Qualquer pessoa, inclusive menores e doentes mentais, como no crime de
calúnia. Por não prever a lei, não se admite a difamação contra os mortos.
- Tipo objetivo – Consiste na atribuição a alguém de um fato desonroso, mas não descrito na lei
como crime. É isto que a distingue da calúnia. Não há necessidade que a imputação seja falsa, por isso que
não se admite, como regra geral, a exceção da verdade. Aqui também o fato precisa ser determinado, certo,
individualizado.
- Tipo subjetivo – Imputar a alguém, por qualquer forma fato desonroso, seja ele verdadeiro ou
não. É indispensável o ânimo de ofender a honra alheia.
- Consumação e tentativa – O crime se consuma com o conhecimento do fato por terceiros. A
tentativa é admitida da mesma forma que na calúnia, ou seja, se feita por escrito, quando não chega ao
conhecimento de terceiros por circunstâncias alheias ao seu conhecimento.
- Exceção da verdade – Em regra não se admite, salvo quando se a imputação diz respeito a
funcionário público no exercício de suas funções, quando então prevalece o interesse da sociedade no
esclarecimento do fato.
- Concurso de crimes - Tem-se admitido a continuidade delitiva com outros crimes contra a honra,
por ofenderem o mesmo bem jurídico. Várias imputações no mesmo contexto caracterizam concurso formal.

* INJÚRIA:
Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade e o decoro:
Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

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II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.


§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio
empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem
ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – É crime comum e pode ser praticada por qualquer pessoa. Inclusive a auto-injúria,
quando atingir terceiros, como no caso de afirmar ser filho de prostituta.
- Sujeito ativo – Qualquer pessoa pode ser vítima de injúria, exceto aqueles que não têm
discernimento a respeito de sua dignidade ou decoro. Não possibilidade de injúria contra pessoa jurídica.
- Tipo objetivo – A conduta é ofender a honra subjetiva do sujeito passivo, sua dignidade e seu
decoro. Não há a imputação de fatos precisos e determinados como na calúnia e na difamação, mas apenas
fatos depreciativos.
Na injúria não se admite a exceção da verdade, uma vez que não está relacionada a fato
determinado, mas sim com qualidades da vítima.
- Tipo subjetivo – O dolo é a vontade de praticar a conduta e atingir a dignidade e o decoro da
vítima.
- Consumação e tentativa – Consuma-se quando o sujeito passivo toma conhecimento do insulto,
independente do conhecimento de terceiro, diferentemente da calúnia e da difamação que se consumam
quando terceiro toma conhecimento do fato.
- Concurso de crimes - Tem-se admitido a continuidade delitiva com outros crimes contra a honra,
por ofenderem o mesmo bem jurídico. Várias imputações no mesmo contexto caracterizam concurso formal.
- Perdão judicial – Ocorre nos casos do art. 140 § 1º.
- Injúria real – É aquela cometida com violência, incluindo as vias de fato. Ex: cuspir na vítima,
cortar os cabelos, atirar objetos no rosto. A contravenção de vias de fato fica absorvida pelo crime de injúria.
Com relação às lesões, deve se verificar se o dolo do agente era de lesão.

DISPOSIÇÕES COMUNS: Os arts. 141 a 145 trazem regras gerais que se aplicam aos crimes de
calúnia, difamação e injúria.

Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
cometido:
I – Contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação
ou da injúria;
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadoras de deficiência, exceto no caso de
injúria.
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a
pena em dobro.

Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível:


I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a
intenção de injuriar ou difamar;
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que
preste no cumprimento de dever de ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá
publicidade.

Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou difamação, fica
isento de pena.

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Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se
julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá
satisfatórias, responde pela ofensa.

Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,
no caso do art. 140 § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do n. I do art.
141, e mediante representação do ofendido, no caso do n. II do mesmo artigo.

COMENTÁRIOS:
- A regra geral nos crimes contra a honra é a ação penal privada.
- No entanto, vai ser crime de ação penal pública incondicionada no caso de injúria real, pois em
princípio implica violência consistente em vias de fato ou lesões corporais.
- É caso de ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça, quando o crime
contra a honra for praticado contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro.
- Por último, apura-se mediante ação penal pública condicionada o crime contra a honra cometido
contra funcionário público no exercício de suas funções. Se não tiver relação com o exercício de suas
funções, será crime de ação penal privada.

* CONSTRANGIMENTO ILEGAL:
Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o
que ela não manda:
Pena – detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante
legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito Ativo – O crime pode ser praticado por qualquer pessoa.
- Sujeito passivo – É somente a pessoa que possui a capacidade de querer, de autodeterminar-se,
ficando excluídos os doentes mentais, as crianças, os ébrios, ou seja, todos os incapazes de expressar sua
vontade livremente.
- Tipo objetivo – A conduta é obrigar, compelir a vítima a praticar um ato ou abster-se, contra a
sua vontade. Não há crime quando a coação é amparada pelo direito, como no caso do estrito cumprimento
do dever legal.
- Tipo subjetivo – O dolo é a vontade coagir, sendo indispensável o fim específico de obter a ação
ou a omissão do ofendido.
- Consumação e tentativa – O crime se consuma quando o ofendido faz ou deixa de fazer o que
não deseja em virtude da conduta do agente. Há tentativa quando, apesar da violência, ameaça ou outro meio
empregado a vítima não se submete à sua vontade.
- Formas qualificadas – Ocorrem quando há reunião de mais de três pessoas na fase de execução e
quando há o efetivo emprego de arma, não bastando somente portá-la.
- O crime de constrangimento ilegal é crime subsidiário e só se configura quando não estiver
caracterizado crime mais grave, como roubo, estupro, etc.
- Concurso de crimes – Por expressa disposição legal, há concurso material com os crimes que
atentam contra a vida ou a integridade física da vítima. Se a coação for contra várias pessoas com a mesma
conduta, há concurso formal.
- No art. 146, § 3º estão elencadas as duas causas de exclusão do crime.

* AMEAÇA:
Art. 147. Ameaçar alguém por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto ou grave:

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Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.


Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – É crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
- Sujeito passivo – É qualquer pessoa que tenha capacidade de entender a ameaça e ficar sujeita à
intimidação.
- Tipo objetivo – A conduta típica é intimidar, ameaçar, utilizar a denominada violência moral,
anunciando a prática de um mal injusto ou grave, que pode ser físico, econômico ou moral. A ameaça deve
ser idônea para influir na tranqüilidade psíquica da vítima, que é o bem tutelado no artigo, ou seja, o mal
deve ser grave, sério, capaz de intimidar a vítima, levando-se em conta as condições pessoais desta.
- Tipo subjetivo – É a vontade de praticar o ato com o intuito de intimidar a vítima, não sendo
necessário que o agente tenha a vontade de praticar o mal que anuncia, bastando que seja suficiente para
intimidar a vítima.
- Consumação e tentativa – É crime formal, ou seja, se consuma no momento em que a vítima
toma conhecimento da ameaça, independente do resultado, ou seja, de sentir-se intimidada ou não.
- Concurso de crimes – Quando for meio para a prática de outro crime, fica absorvida por este.
Atingindo diversas pessoas, haverá concurso formal. Nada impede a possibilidade da continuidade delitiva
em ameaças subseqüentes.
- Ação penal – O crime de ameaça se apura mediante ação pública condicionada, exigindo-se a
representação da vítima ou de seu representante legal.

* SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO:


Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 1º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60
(sessenta) anos.
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias;
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º Se resulta à vitima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento
físico ou moral:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – É crime que pode ser praticado por qualquer pessoa, sendo qualificado quando o
autor é ascendente, descendente, ou cônjuge da vítima. Se o agente é funcionário público e o crime é
cometido no exercício de suas funções, caracteriza crime de abuso de autoridade. (Lei n. 4898/65).
- Sujeito passivo – Qualquer pessoa, inclusive crianças e incapazes, pois é delito que atenta contra
a liberdade de locomoção do ofendido. No caso de criança, pode configurar o crime do art. 230 do ECA (Lei
n. 8069/90).
- Tipo objetivo – É a conduta de privar alguém de sua liberdade. O seqüestro seria a retirada da
vítima de sua esfera de segurança, ao passo que o cárcere privado na colocação do ofendido em
confinamento.
Se houver consentimento da vítima o fato é atípico.
- Tipo subjetivo – O dolo é a vontade de privar a vítima de sua liberdade de locomoção, não
prevendo a lei qualquer finalidade específica para o agente. É crime subsidiário, ficando subsumido, por
exemplo, no delito de extorsão mediante seqüestro.
- Consumação e tentativa – O crime se consuma no exato momento em que a vítima é privada de
sua liberdade de locomoção, ainda que por um curto espaço de tempo. Não exclui o crime o fato de a vítima
ser restituída voluntariamente.
É crime permanente, em que a consumação de prolonga no tempo, enquanto a vítima está privada
de sua liberdade de locomoção.
- Formas qualificadas – Estão no art. 148, § 1º.

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- Concurso de crimes – Se o seqüestro for meio para o cometimento de crime mais grave, fica
absorvido por este. Entretanto, nada obsta o reconhecimento de concurso formal ou material.

* VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO:
Art. 150. Entrar ou permanecer clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com emprego de violência ou de
arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, além da pena correspondente à violência.
§ 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos
legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso de poder.
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na
iminência de o ser.
§ 4º A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição
do n. II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

COMENTÁRIOS:
- Sujeito ativo – É crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Se o agente for
funcionário público e o crime for cometido no exercício de suas funções, comete crime de abuso de
autoridade (Lei n. 4898/65).
- Sujeito passivo – É o morador, ou seja, aquele que pode impedir a entrada de outrem em sua
casa.
- Tipo objetivo – São duas as condutas típicas: a de entrar, ou seja, invadir os limites da casa ou
suas dependências e a de permanecer, sendo a entrada não aceita pelo morador.
- Tipo subjetivo – É a vontade de entrar ou permanecer em casa alheia contra a vontade de quem
de direito, não sendo necessário uma finalidade específica.
- Consumação e tentativa – Consuma-se pela entrada efetiva, tendo o agente transposto todos os
limites da casa ou suas dependências, ou sua permanência na casa. Por ser crime de mera conduta, independe
de resultado para sua configuração e não admite a modalidade culposa.
- Formas qualificadas – Estão no art. 150, § 1º.
- Exclusão da ilicitude – São casos em que a lei admite a invasão de domicílio, de acordo com o
art. 5, XI, CF:
- Durante o dia, com observância das formalidades legais (mandado).
- A qualquer hora do dia ou da noite, no caso de flagrante delito.
- Em caso de desastre.
- Para prestar socorro.
- Conceito de casa – Art. 159, § 4º.

CRIMES CONTRA O PARIMÔNIO – São divididos em oito capítulos: do furto, do roubo e da


extorsão, da usurpação, do dano, da apropriação indébita, do estelionato e outras fraudes, da receptação e
disposições gerais.
* FURTO:
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

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§ 3º Equipara-se à coisa alheia móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
§ 4º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

* FURTO DE COISA COMUM:


Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
direito o agente.

* ROUBO:
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante ameaça ou violência à
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para
terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de um terço até a metade:
I – a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II – se há concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior;
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze)
anos, além de multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa.

* EXTORSÃO:
Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com intuito de obter para si
ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena
de um terço até metade.
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência, o disposto no § 3º do artigo anterior.

* EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO:


Art. 159. Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito)
anos ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 20 (vinte) anos.
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 16 (dezesseis) a 24 (vinte quatro) anos.
§ 3º Se resulta morte:
Pena – reclusão de 24 (vinte quatro) a 30 (trinta) anos.
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a
liberação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

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* EXTORSÃO INDIRETA:
Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento
que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

* DANO:
Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
I – com violência a pessoa ou grave ameaça;
II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato constituir crime mais grave;
III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços
públicos ou sociedade de economia mista;
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável à vítima:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.

* AÇÃO PENAL:
Art. 167. Nos casos do art. 163, do n. IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede
mediante queixa.

* APROPRIAÇÃO INDÉBITA:
Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I – em depósito necessário;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário
judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (arts. 312 a 359)

DOS CRIMES PRATICADOS


POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

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Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a


punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de
outrem:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações


(Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano;" (Acrescido pela LEI
Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

"Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa." (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO
DE 2000)

Modificação ou Alteração Não Autorizada de Sistema de Informações


(Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem
autorização ou solicitação de autoridade competente:" (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO
DE 2000)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa." (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE
JULHO DE 2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
dano para a Administração Pública ou para o administrado." (AC) (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE
JULHO DE 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo
ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher
aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação da LEI No 10.763/12.11.2003)

(Redação Anterior) - Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda


ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo: (Redação da LEI Nº 11.466 / 28.03.2007)

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.” (Redação da LEI Nº 11.466 / 28.03.2007)

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:

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Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se
da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da pena correspondente à violência.

Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a
exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou
suspenso:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:" (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE
2000)

"I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o
acesso de pessoas não autorizadas a sistema de informações ou banco de dados da Administração Pública;"
(Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

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"II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito:" (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE
2000)

"§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:" (Acrescido pela LEI Nº
9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

"Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de
devassá-lo:

Pena - Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º Equipara-se a funcionários públicos quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade
típica da Administração Pública." (Redação da LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

(Redação anterior) - § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal.

DOS CRIMES PRATICADOS POR


PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

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§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa.

Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

Tráfico de Influência

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a
pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também
destinada ao funcionário.

Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação da LEI No 10.763/12.11.2003)

(Redação anterior) - Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Contrabando ou descaminho

Art. 334 - Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito
ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1º - Incorre na mesma pena quem:

a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;

b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;

c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio,
no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu
clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina
no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;

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d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou


industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada
de documentos que sabe serem falsos.

§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.

§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em transporte aéreo.

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida pela
administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem
oferecida.

Inutilização de edital ou de sinal

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário
público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à
custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária


(Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:"

I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação


previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este
equiparado que lhe prestem serviços;"

II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas
dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviço;"

III - Omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais
fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:"

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

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§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias


ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do início da ação fiscal."

§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
bons antecedentes, desde que:" (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

I - (VETADO)"

II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
previdência social administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais." (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassar R$1.510,00 (um
mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de
multa." (Acrescido pela LEI Nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE 2000)

§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
reajuste dos benefícios da previdência social."

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


ESTRANGEIRA (Redação da LEI No 10.467/11.06.2002)

Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à
transação comercial internacional: (Redação da LEI No 10.467/ 11.06.2002)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o
funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever
funcional.(Redação da LEI No 10.467/11.06.2002)

Tráfico de influência em transação comercial internacional

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou
promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício
de suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Redação da LEI No 10.467/ 11.06.2002)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também
destinada a funcionário estrangeiro.(Redação da LEI No 10.467/11.06.2002)

Funcionário público estrangeiro

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em
representações diplomáticas de país estrangeiro.(Redação da LEI No 10.467/11.06.2002)

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em
empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em
organizações públicas internacionais."(Redação da LEI No 10.467/11.06.2002)

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106

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.

Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração
de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente (Redação da Lei nº 10.028, de 19 de
outubro de 2000)

(Redação anterior) - Art. 339 - Dar causa a instauração de investigação policial ou de processo
judicial contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que
sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação da LEI
Nº 10.268, DE 28 DE AGOSTO DE 2001)

(Redação anterior) - Art. 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha,
perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido


com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for
parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação da LEI Nº 10.268, DE 28 DE
AGOSTO DE 2001)

(Redação anterior) - § 1º - Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal:

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Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata
ou declara a verdade." (Redação da LEI Nº 10.268, DE 28 DE AGOSTO DE 2001)

(Redação anterior) - § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado mediante suborno.

§ 3º - O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, o agente se retrata ou declara a verdade.

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador,
tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos,
tradução ou interpretação: (Redação da LEI Nº 10.268, DE 28 DE AGOSTO DE 2001)

(Redação anterior) - Art. 343 - Dar, oferecer, ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento, perícia, tradução ou interpretação, ainda que a oferta ou promessa não seja aceita:

Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação da LEI Nº 10.268, DE 28 DE AGOSTO DE
2001)

(Redação anterior) - Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta." ((Redação da LEI Nº 10.268, DE 28 DE AGOSTO DE 2001)

(Redação anterior) - Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a
produzir efeito em processo penal, aplica-se a pena em dobro.

Coação no curso do processo

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o
permite:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.

Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por
determinação judicial ou convenção:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:

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108

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as
penas aplicam-se em dobro.

Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de
reclusão:

Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.

§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa.

§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de
pena.

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar
seguro o proveito do crime:

Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
abuso de poder:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:

I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena


privativa de liberdade ou de medida de segurança;

II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou


de executar imediatamente a ordem de liberdade;

III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em
lei;

IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança
detentiva:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena
é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

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109

§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência.

§ 3º - A pena é de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia
ou guarda está o preso ou o internado.

§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de 3


(três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva,
usando de violência contra a pessoa:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a (um) ano, além da pena correspondente à violência.

Arrebatamento de preso

Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, além da pena correspondente à violência.

Motim de presos

Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, além da pena correspondente à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo
patrocínio, em juízo, lhe é confiado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma
causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor
probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:

Pena - detenção, de 6 (seis) a 3 (três) anos, e multa.

Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou
utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.

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110

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou
licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:

Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por
decisão judicial:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

LEI Nº 10.741 - DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 - DOU DE 3/10/2003 - Alterado

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá


outras providências.

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas


com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento
moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao


idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à
cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

I - atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados


prestadores de serviços à população;

II - preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III - destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;

IV - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as


demais gerações;

V - priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento


asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria
sobrevivência;

VI - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na


prestação de serviços aos idosos;

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111

VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter


educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII - garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma
da lei.

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos
princípios por ela adotados.

Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física


ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de
violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos


na Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos
nesta Lei.

Dos Direitos Fundamentais

Do Direito à Vida

Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos


termos desta Lei e da legislação vigente.

Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante
efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de
dignidade.

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e
a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais,
garantidos na Constituição e nas leis.

§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:

I - faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as
restrições legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - prática de esportes e de diversões;

V - participação na vida familiar e comunitária;

VI - participação na vida política, na forma da lei;

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112

VII - faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral,


abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos
espaços e dos objetos pessoais.

§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Dos Alimentos

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.

Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.

Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de
Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo
extrajudicial nos termos da lei processual civil.

Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu
sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.

Do Direito à Saúde

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de
Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I - cadastramento da população idosa em base territorial;

II - atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;

III - unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social;

IV - atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja
impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas,
filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios
urbano e rural;

V - reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes do
agravo da saúde.

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte lei:

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de
6.9.1994)

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I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).

VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou


medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o -B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de
1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998)

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da
Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação
dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em


liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes
previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de


penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em
risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

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114

cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único;
267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157. .............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa;
se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

...............................................................

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º .................................................................

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ..............................................................

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115

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a
libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar
de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,


possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e
seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade,
respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas
no art. 224 também do Código Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo
único, com a seguinte redação:

"Art. 35. ................................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos
crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

CRIMES DE TRANSITO 9503/97

Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a
prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.

Dos Crimes em Espécie

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a


habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada
de um terço à metade, se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:

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Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do
parágrafo único do artigo anterior.

Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais
grave.

Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão
seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.

Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de
sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa
que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de
alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de
2008)

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor imposta com fundamento neste Código:

Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de
suspensão ou de proibição.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido
no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística não autorizada pela autoridade competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade
pública ou privada:

Penas - detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação
ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com
habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou
mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:

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Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais,
estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande
movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do
respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de
coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:

Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o
procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere.

Lei Maria da Penha 11340/06

Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece
medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer,
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no
âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo
exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral
ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas,


com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

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118

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.

Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos
direitos humanos

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e
direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por
meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de
ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as


áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de


gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e
familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
periódica dos resultados das medidas adotadas;

III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de
forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de
acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da
Constituição Federal;

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119

IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas


Delegacias de Atendimento à Mulher;

V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar


contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos
de proteção aos direitos humanos das mulheres;

VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de


parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a
implementação de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;

VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de
Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões
de gênero e de raça ou etnia;

VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;

IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos
direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar
contra a mulher.

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma
articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no
Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de
proteção, e emergencialmente quando for o caso.

§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e
familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua
integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis
meses.

§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos


benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de
emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de
violência sexual.

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a
autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais
cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de
urgência deferida.

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial
deverá, entre outras providências:

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I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao


Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da


ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo
daqueles previstos no Código de Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada;

II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da
ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames
periciais necessários;

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais,
indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.

§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;

III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.

§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia


de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e
postos de saúde.

DOS PROCEDIMENTOS

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e
Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem
com o estabelecido nesta Lei.

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Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária
com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e
pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.

Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
normas de organização judiciária.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:

I - do seu domicílio ou de sua residência;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III - do domicílio do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de
cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso;

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida.

§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de


audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.

§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser


substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
forem ameaçados ou violados.

§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas


medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da
ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do
agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da
autoridade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

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Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do
defensor público.

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o
juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas
de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos
termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância
entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da


ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento


multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em
vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser
comunicada ao Ministério Público.

§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no


caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo
órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do
porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação
judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
momento, auxílio da força policial.

§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do
art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III

Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de


atendimento;

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II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após


afastamento do agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos
filhos e alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de


propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes
da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III
deste artigo.

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes
da violência doméstica e familiar contra a mulher.

Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:

I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de


segurança, entre outros;

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de


violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no
tocante a quaisquer irregularidades constatadas;

III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e
familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos serviços
de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial,
mediante atendimento específico e humanizado.

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados
poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

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Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria
Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com
especial atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a
manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever recursos para a
criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as
varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da
prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei,
subsidiada pela legislação processual pertinente.

Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e o
julgamento das causas referidas no caput.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser
acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das
respectivas competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em


situação de violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica


e familiar;

III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-legal
especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;

IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;

V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos
e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área, regularmente constituída há
pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando entender que
não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas nas bases
de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de
dados e informações relativo às mulheres.

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Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter
suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências e nos
termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias
específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por ela
adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa
a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. .................................................

IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 61. ..................................................

II - ............................................................

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou


com violência contra a mulher na forma da lei específica;

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar
com as seguintes alterações:

“Art. 129. ..................................................

§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar
com a seguinte redação:

“Art. 152. ...................................................

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)

ABUSO DE AUTORIDADE Lei 4898/64

Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra


as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.

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Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar
culpada, a respectiva sanção;

b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a
autoridade culpada.

Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do
abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no
máximo de três, se as houver.

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

a) à liberdade de locomoção;

b) à inviolabilidade do domicílio;

c) ao sigilo da correspondência;

d) à liberdade de consciência e de crença;

e) ao livre exercício do culto religioso;

f) à liberdade de associação;

g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;

h) ao direito de reunião;

i) à incolumidade física do indivíduo;

j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de
05/06/79)

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
abuso de poder;

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;

e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;

f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer


outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de


carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou
desvio de poder ou sem competência legal;

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i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir


em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de
21/12/89)

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá
em:

a) advertência;

b) repreensão;

c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de
vencimentos e vantagens;

d) destituição de função;

e) demissão;

f) demissão, a bem do serviço público.

§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma
indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e
consistirá em:

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;

b) detenção por dez dias a seis meses;

c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três
anos.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de
natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.

Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade
civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.

§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou


federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.

§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito


administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de
outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União).

§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal
ou civil.

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Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.

Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou


independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou
ambas, da autoridade culpada.

Art. 10. Vetado

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.

Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.

Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e
oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a
sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.

§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.

Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o
acusado poderá:

a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;

b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de instrução e julgamento, a designação de
um perito para fazer as verificações necessárias.

§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o


apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.

§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a indicação de mais duas
testemunhas.

Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o arquivamento da
representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da
representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério
Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.

Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será
admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá despacho,
recebendo ou rejeitando a denúncia.

§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a audiência
de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco dias.

§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de
instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via da
representação e da denúncia.

Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente de
intimação.

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Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas
ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização de diligências, perícias ou
exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais providências.

Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare
aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do Ministério
Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.

Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.

Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão
retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.

Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e
realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local
que o Juiz designar.

Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.

Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para
funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.

Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao
Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo
prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.

Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.

Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que
conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso,
os despachos e a sentença.

Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado que houver
subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.

Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância dos
prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.

Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal, sempre que
compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.

Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstas no Código
de Processo Penal.

LEI 9099/95 Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.

Art. 1º - Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no
Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas
causas de sua competência.

Art. 2º - O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia


processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou transação.

DA FASE PRELIMINAR

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Art. 69 - A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos
exames periciais necessários.

Parágrafo Único - Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao
Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
fiança.

Art. 70 - Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da audiência
preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art. 71 - Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação
e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72 - Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima
e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a
possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não
privativa de liberdade.

Art. 73 - A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo Único - Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça
Criminal.

Art. 74 - A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo Único - Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à
representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 75 - Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de
exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.

Parágrafo Único - O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do
direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

Art. 76 - Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo
caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos
ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1º - Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º - Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença
definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou
multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.

§ 3º - Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.

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§ 4º - Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º - Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

§ 6º - A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos
interessados propor ação cabível no juízo cível.

DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Art. 77 - Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor
do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao
Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º - Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência referido no art.
69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a
materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.

§ 2º - Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério


Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art.
66 desta Lei.

§ 3º - Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo
único do art. 66 desta Lei.

Art. 78 - Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com
ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e
julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus
advogados.

§ 1º - Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da
data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar
requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.

§ 2º - Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei
para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.

§ 3º - As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 79 - No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase preliminar não
tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público,
proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

Art. 80 - Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva de
quem deva comparecer.

Art. 81 - Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz
receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de
acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates
orais e à prolação da sentença.

§ 1º - Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou
excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

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§ 2º - De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve
resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.

§ 3º - A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.

Art. 82 - Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada
por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º - A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério
Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 2º - O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.

§ 3º - As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65
desta Lei.

§ 4º - As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

§ 5º - Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 83 - Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade,


contradição, omissão ou dúvida.

§ 1º - Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados
da ciência da decisão.

§ 2º - Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para o recurso.

§ 3º - Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

DA EXECUÇÃO

Art. 84 - Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na
Secretaria do Juizado.

Parágrafo Único - Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, determinando que a
condenação não fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

Art. 85 - Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da liberdade, ou
restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86 - A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com
estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

DAS DESPESAS PROCESSUAIS

Art. 87 - Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts.
74 e 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 88 - Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

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Art. 89 - Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime,
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art.77 do Código Penal).

§ 1º - Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de freqüentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;

IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

§ 2º - O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas
ao fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3º - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime
ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º - A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º - Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6º - Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

§ 7º - Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores
termos.

Art. 90 - As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada.

Art. 91 - Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal pública, o
ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de
decadência.

Art. 92 - Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não
forem incompatíveis com esta Lei.

DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93 - Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organização,
composição e competência.

Art. 94 - Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede da Comarca,
em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com
audiências previamente anunciadas.

Art. 95 - Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis
meses, a contar da vigência desta Lei.

Art. 96 - Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua publicação.

Art. 97 - Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.

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IV- PROCESSO PENAL

LOCAL DO CRIME

CONCEITO

CP, Art. 6º - "Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir o resultado".

PROVIDÊNCIAS

O levantamento do local de crime tem a finalidade principal de coletar dados capazes de permitir a
uma pessoa ausente do local ter exata noção do fato ocorrido, baseada nas informações, imagens e medidas
fornecidas pelo encarregado de proceder o levantamento.
A segunda finalidade do levantamento é permitir, a qualquer tempo, a reconstituição do local com
exatidão absoluta, baseado nos dados coletados.
O Policial Militar deve estar capacitado a atuar com técnica e desembaraço no local do crime, posto
que, ali, são colhidos os elementos necessários à elucidação do fato e à atribuição de responsabilidades.
Pela ordem de prioridade, são as seguintes as medidas que o Policial Militar deve adotar, chegando
ao local de crime:
a) Socorrer a vítima, se ainda com vida. Sem comprometer essa providência, anotará nome e dados da
vítima, bem como se informará do destino e transporte da mesma, para subsidiar registro da ocorrência;
b) Prender o criminoso - Lembrar que, tendo que optar entre o socorro à vítima e a prisão do criminoso, o
socorro tem prioridade;
c) Isolar e preservar o local do crime;
d) Arrolar testemunhas - No local do crime o Policial Militar deverá arrolar testemunhas que tenham
presenciado toda ou parte da ocorrência. Inexistindo, arrolará pessoas que dela tenham tido conhecimento e
escolherá as que forem mais capazes de prestar, à autoridade policial, informações mais fiéis, precisas e
completas sobre o ocorrido.
e) Comunicação à autoridade competente - O Policial Militar, após as providências já estabelecidas,
comunicará o fato à Central de Comunicações a que estiver ligado, solicitando a presença da autoridade
competente, para que sejam efetuadas as diligências subsequentes.

TESTEMUNHAS

Todos os homens podem ter como certo um sem-número de acontecimentos não só quando os
presenciaram como quando são a eles relatados por outras pessoas, dignas de crédito. Como a prova, no
processo, tem por fim demonstrar a verdade de determinados fatos, é muitas vezes indispensável que sejam
ouvidas as pessoas que os presenciaram, no todo ou ao menos em parte. Essas pessoas passam a ser
testemunhas do fato.

CPP, Art. 202 - "Toda pessoa poderá ser testemunha".

A busca da verdade real e o sistema de livre apreciação das provas justificam a disposição, cabendo
ao juiz valorar o conteúdo do depoimento, dando-lhe a acolhida que merecer de acordo com as
circunstâncias.

CPP, Art. 206 - "A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto,
recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o
irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se
ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

Em princípio, a ninguém é dada a faculdade de se eximir da obrigação de depor. Todavia, pode, se o


quiser, recusar-se a prestar depoimento quem for, em relação ao indiciado, ascendente (pai ou mãe, avô ou
avó, bisavô ou bisavó), descendente, afim em linha reta, enteado ou enteada, genro ou nora, padrasto ou
madrasta, sogro ou sogra, marido ou mulher, mesmo no caso de serem desquitados ou divorciados, irmão ou

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irmã, pai adotivo ou mãe adotiva e filho adotivo ou filha adotiva. Contudo, mesmo esses serão chamados a
depor se, de outra forma, não se conseguir a prova do fato.
Atendendo aos laços afetivos e de consangüinidade que prendem a testemunha ao acusado, procura a
lei preservar a paz e a harmonia na família, não impondo a ela a obrigação de depor numa evidente situação
de constrangimento.
A lei não impede, porém, que o depoimento seja prestado se uma das pessoas enumeradas no artigo
deseja oferecer seus esclarecimentos a respeito dos fatos em discussão.
Estabelece, ainda, Marcus Cláudio Acquaviva que a pessoa que deve participar, de uma lide, como
testemunha, atenderá aos seguintes pressupostos caracterizadores da testemunha para efeitos jurídicos:
a) deve ser pessoa física, inadmitido o testemunho de pessoa jurídica, cujas informações
integram a prova documental;
b) deve ser pessoa estranha ao feito, não se confundindo com as partes;
c) deve ter conhecimento dos fatos, direta ou indiretamente, para atestar sobre sua existência;
Obs.: Somente em circunstâncias muito excepcionais o testemunho de ouvir dizer pode
proporcionar elementos de convicção seguros ao julgador. - Heleno Claudio Fragoso,
Jurisprudência Criminal, São Paulo.

d) deve ter capacidade jurídica para depor, preenchendo os respectivos pressupostos legais.

CPP, Art. 207 - "São proibidas de depor as pessoas que, em razão da função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu
testemunho."
Vide Art. 214, CPP e Arts. 154; 325 e 326, CP.

A simples condição de policial não torna a testemunha impedida ou suspeita (STF, RTJ 68/54).
Assim, como já foi decidido, é "inaceitável a preconceituosa alegação de que o depoimento de policial deve
ser sempre recebido com reservas, porque parcial. O policial não está legalmente impedido de depor e o
valor do depoimento prestado não pode ser sumariamente desprezado. Como todo e qualquer testemunho,
deve ser avaliado no contexto de um exame global do quadro probatório" (TACrimSP, RT 530/372).

CPP, Art. 304 - "Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá,
desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida,
procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação
que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
Parágrafo 1º - ...
Parágrafo 2º - A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a
apresentação do preso à autoridade.
Parágrafo 3º - ... ."

O reduzido número de testemunhas, ou mesmo sua falta absoluta, porém, não obsta a lavratura do
auto de prisão em flagrante. Dispõe-se que, a falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão
em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam
testemunhado a apresentação do preso à autoridade. Assim, na inexistência de outra testemunha além do
condutor, basta que o auto seja assinado por essas testemunhas instrumentais (indiretas).
Obs.: O condutor também é considerado testemunha. - "Não constitui nulidade o fato de ser ouvido
com testemunha". (STF, RTJ 51/566).
Os militares podem ser arrolados como testemunhas, porém não tem obrigação de acompanhar o
Policial Militar. Só o farão se espontaneamente quiserem assim proceder. Fora disso, cumprirá à autoridade
requisitar seu comparecimento ao seu Comandante ou Chefe competente.
As pessoas arroladas como testemunhas, com exceção dos militares e autoridades referidas no
Código de Processo Penal, são obrigadas a aguardar a chegada da autoridade policial, ou acompanhar o
condutor do preso até a Delegacia de Polícia.
Se o cidadão arrolado como testemunha procurar esquivar-se, alegando este ou aquele motivo, o
Policial Militar, não reconhecendo cabimento nas razões apresentadas, procurará persuadi-lo a prestar sua

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colaboração. Em caso extremo, dar-lhe-á voz de prisão pelo crime de desobediência, baseando-se no Código
Penal.
Embora a prova testemunhal se complete com dois depoimentos incontestáveis, é conveniente
arrolar, no mínimo, três testemunhas para permitir alternativas da autoridade, visando ao esclarecimento dos
fatos, o que, às vezes, não se dá com apenas duas testemunhas.
A fim de arrolar as testemunhas, deve o Policial Militar:
 Escolher as pessoas mais idôneas e mais capazes;
 Separá-las sem perda de tempo da massa dos curiosos;
 Dizer-lhes que estão sendo arrolados como testemunhas do fato que acabaram de
presenciar;
 Anotar no mínimo o nome, profissão e endereço de cada um.

BUSCA E APREENSÃO

BASE LEGAL E MANEIRAS DE REALIZAÇÃO


Com o intuito de que não desapareçam as provas do crime, o que tornaria impossível ou
problemático o seu aproveitamento, dispõe o Código que a autoridade policial deve "apreender os
instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato", regulamentando a busca domiciliar e a
pessoal, bem como a apreensão de pessoas ou coisas tanto por aquela como pelo juiz.
CPP, Art. 6º - "Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I - ...
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
... ".

A busca e apreensão dos instrumentos do crime e de outros objetos que interessarem à prova
poderão ser levadas a efeito ou no próprio local do delito, ou em domicílio, ou até mesmo na própria
pessoa.
Busca  Diligência destinada a encontrar-se a pessoa ou coisa que se procura;
Apreensão  Medida que segue a Busca.
Em nossa Lei, a BUSCA E APREENSÃO é um meio de prova de natureza acautelatória e coercitiva,
consubstanciado no apossamento de elementos instrutórios, quer relacionados com objetos, quer com as
pessoas do culpado e da vítima, quer, ainda, com a prática criminosa que tenha deixado vestígios.
FINALIDADE  Evitar o perecimento das coisas e das pessoas. (Tornaghi, Hélio.).

BUSCA E APREENSÃO NO LOCAL DO DELITO


Quanto à busca e apreensão ocorrer no local do delito, não haverá maiores dificuldades, pois parte
do encarregado essa tarefa.

BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR


Ver art. 241, CPP:
CPP, art. 241 - Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar
pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.
Dispõe, porém, o artigo 5º, XI, da Constituição Federal que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ...
.
CF, art. 5º - “ ...
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;”
Assim, na ausência do consentimento do morador, a busca e apreensão somente se dará se o
executor for o juiz ou se a autoridade policial ou outro servidor exibir mandado judicial.
Se assim não for, haverá ilicitude na diligência, não podendo ela integrar o conjunto probatório dos
autos.
Por isso, as buscas somente poderão ser realizadas com autorização do juiz.

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O Código Penal, por seu turno, dispõe no art. 150: "Entrar ou permanecer, clandestinamente
ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa".
Como se trata de uma medida de exceção, constrangedora, que fere a liberdade individual, a busca
domiciliar deve ser empregada com cautela e moderação, ou seja, quando se fundarem em suspeitas sérias
de que a pessoa ou coisa procurada se encontra na casa em que a busca deve ser feita e na necessidade
indiscutível da medida.
CPP, Art. 240 - A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1º - Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou
contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a
fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja
suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
Permite-se, ainda, a busca e apreensão de 'pessoas vítimas de crimes'. Refere-se a lei aos ilícitos em
que o ofendido é privado de sua liberdade, como nas hipóteses de seqüestro, redução à condição análoga a de
escravo, rapto, extorsão mediante seqüestro, subtração de incapazes etc. Por fim, é possível a busca e
apreensão para 'colher qualquer elemento de convicção'. Em dispositivo abrangente, permite-se a busca e
apreensão de qualquer elemento probatório que possa interessar ao processo, com as evidentes limitações
impostas pela Constituição.
As buscas podem ser realizadas a qualquer dia e qualquer hora?
Nada impede que a busca seja realizada em domingo ou feriado, pois até mesmo atos processuais
podem ser realizados nesses dias, conforme se constata pelo art. 797 do CPP... .
Todavia, quanto à hora, a lei estabelece que as buscas domiciliares serão executadas de dia. A noite
não é possível.
CPP, art. 245 - As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador
consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o
mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
Conforme o artigo 245 do CPP, "só pode ser executada de dia, salvo se o morador consentir que se
realizem à noite".
O conceito de "noite" é discutido na doutrina, entendendo alguns doutrinadores que é o mesmo do
direito penal, ou seja, o período de obscuridade solar, de crepúsculo a crepúsculo. Trata-se, porém, de
critério vago, em se tratando de medida excepcional de lesão ao direito individual, razão pela qual é mais
conveniente aceitar-se a posição dos que sustentam que o período noite, com fundamento, por analogia, no
artigo 172 do CPC, é o que se estende das 18 às 6 horas (Mirabete).
Pimenta Bueno ensina que pela palavra noite deve entender-se o tempo que medeia entre a entrada e
a saída do sol.
Tal proibição nada mais é senão a efetivação da garantia constitucional pertinente à inviolabilidade
do domicílio, que "só em situações extremas admite a entrada em casa alheia à noite, facultado-a durante o
dia, em casos expressos em lei, por considerar as necessidades do preponderante interesse social imperando
sobre as garantias individuais".
Assim, na ausência de consentimento do morador, a busca e apreensão somente se dará se o executor
for o juiz ou se a autoridade policial ou outro servidor exibir mandado judicial. A autoridade que pretender
realizar tal diligência deve solicitar ao juiz a expedição do mandado, fundamentando o pedido com as razões
indicadores da sua necessidade.
A Constituição não proíbe, porém, a entrada em casa alheia, ainda que à noite, se houver caso de
flagrante delito, quando se poderá também efetuar a busca e apreensão. É o que pode ocorrer, inclusive, nas
hipóteses de crimes permanentes, em que a consumação se prolonga no tempo. Além disso, cumpre assinalar

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138

que a necessidade de mandado judicial só se aplica à "casa" alheia, que é inviolável, não se inserindo na
proibição as hipóteses de estabelecimentos comerciais, industriais etc.
De observar-se, também, que não é permitida a apreensão de documento em poder do defensor do
acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito. É o que dispõe o artigo 243, § 2º, em restrição
advinda da necessidade de se manter o sigilo profissional e, mais ainda, o amplo direito de defesa. A
proibição é restrita ao "documento", não se estendendo a outras coisas como armas, instrumentos ou produto
de crime etc. Além disso, a apreensão do documento é permitida quando se trata de elemento de corpo de
delito, como, por exemplo, de falsidade documental, de estelionato por meio de contrato etc.; se o advogado
não é patrono do acusado; é co-autor do delito; ou possui os papéis não em razão de suas funções.

CPP, art. 243 - O mandado de busca deverá:


I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome
do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de
sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
§ 1º - Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca.
§ 2º - Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado,
salvo quando constituir elemento do corpo de delito.

Poderá haver busca e apreensão caso haja oposição do morador?


Caso haja oposição (desobediência) do morador será arrombada a porta e forçada a entrada,
procedendo-se, em seguida, à busca e apreensão (CPP, art. 245, § 2º).
O morador deve ser intimado a mostrar a pessoa ou coisa que se vai procurar, se for ela determinada
(CPP, art. 245, § 5º).
Descoberta a pessoa ou a coisa que se procura, será ela imediatamente apreendida e posta sob
custódia da autoridade ou de seus agentes (CPP, art. 245, § 6º).
Finda a diligência os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas
presenciais, além do vizinho, se for o caso (CPP, art. 245, § 7º).

CPP, art. 245 - As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador
consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o
mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1º - Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da
diligência.
§ 2º - Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º - Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes
no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º - Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os moradores, devendo, neste
caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5º - Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a
mostrá-la.
§ 6º - Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta
sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º - Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas
testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.

Evidentemente, devem os executores limitar-se ao estritamente necessário para que a diligência se


efetue, assegurando a estrita obediência à ordem. Havendo excesso, os autores responderão pelo abuso.
Além disso, exige a lei que, 'em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência'.

CPP, Art. 248 - Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores
mais do que o indispensável para o êxito da diligência.

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Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão


comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 247 - Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão
comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Convém salientar que nem sempre a busca precede a apreensão, podendo esta ser efetivada
sem aquela desde que a coisa seja entregue espontaneamente à autoridade, lavrando-se então o auto
de exibição e apreensão.

BUSCA E APREENSÃO PESSOAL


No que se refere à busca pessoal, é permitida com relação a procura de armas proibidas ou
objetos mencionados nas letras (b) a (f) e letra (h) do parágrafo 1º do artigo 240 (art. 240, § 2º).
CPP, art. 240 - A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1º - Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou
contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a
fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja
suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2º - Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém
oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo
anterior.
Entende-se por 'arma proibida' aquela cuja fabricação não é permitida ou cujo porte é ilícito
(armas privativas das Forças Armadas etc.). Quanto aos demais objetos, repita-se o que foi exposto
quanto à busca domiciliar.
Não há necessidade de apreensão de documentos existentes em repartições públicas,
bastando apenas a requisição dos documentos ao chefe da repartição ou, conforme a hipótese, ao seu
superior hierárquico. Só mesmo se não for atendida a exigência formulada pela autoridade policial
ou judiciária deverá proceder-se à busca e apreensão do documento indispensável à elucidação da
atividade delituosa.
A busca pessoal é possível quando 'houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo
arma proibida' ou outros objetos. Consiste ela na inspeção do corpo e das vestes de alguém para
apreensão dessas coisas. Inclui, além disso, toda a esfera de custódia da pessoa, como bolsas, malas,
pastas, embrulhos etc., incluindo os veículos em sua posse (automóveis, motocicletas, barcos etc.).
Para a localização das coisas a serem apreendidas é permitido o uso de quaisquer meios
lícitos (mecânicos, radioscópicos, utilização de animais etc.). O mandado de busca pessoal deve
conter os requisitos já mencionados, mas poderá ela ser efetuada independentemente da ordem
escrita nas hipóteses mencionadas no art. 244 do CPP.
CPP, art. 244 - A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando
houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis
que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Procurando resguardar o pudor das pessoas, prevê a lei que "a busca em mulher será feita
por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência”.
CPP, art. 249 - A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
A revista, portanto, pode ser feita por homem nas hipóteses mencionadas no próprio
dispositivo, que não admitem a aplicação de analogia.

INQUÉRITO POLICIAL
INTRODUÇÃO

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CF, art. 5º - "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
...
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
...
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
...
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
..."
Da análise dos incisos do Artigo 5º da Constituição Federal elencados acima, conclui-se que o
princípio Nulla poena sine judicio (Não há pena sem processo) foi eregido à categoria de dogma
constitucional.
Pode-se, então, afirmar, que somente os Órgãos Jurisdicionais é que podem julgar, compor os
litígios.
É verdade que a própria Constituição Federal atribuiu o poder a outro órgão que não o Judiciário. É o
caso, por exemplo, do Senado Federal, no julgamento de crimes de responsabilidade cometidos por aquelas
pessoas referidas no art. 52 da CF.
Por outro lado, se ninguém pode ser privado da sua liberdade e de seus bens sem o devido processo
legal, é sinal de que o julgamento de uma causa penal é precedido de ampla defesa e de um regular
contraditório.
Como o Estado Soberano, titular do direito de punir autolimitou tal direito, é claro que, quando
alguém transgride a norma penal incriminadora, sua punição somente se efetivará por meio do processo. E,
para que isso ocorra, é preciso que o Estado-Administração leve a notícia daquele fato ao conhecimento do
Estado-Juiz (apontando-lhe o respectivo autor), a fim de que, apreciando-o, declare se procede ou improcede,
se é fundada ou infundada a pretensão estatal.
O Estado, para tanto, desenvolve intensa atividade que se denomina persecutio criminis (Persecução
criminal - Perseguição do crime), por meio do Órgão do Ministério Público, por ele criado para,
preferentemente, exercer tal função, personificando o interesse da sociedade na repressão às infrações penais.
Assim, é o órgão do Ministério Público quem leva ao conhecimento do Juiz, por meio da denúncia, o fato
que se reveste de aparência delituosa, apontando o seu autor.
Como titular do direito de punir, quando alguém infringe a norma penal, deverá o Estado, para fazer
valer o seu direito, procurar os elementos comprobatórios do fato infringente da norma e os de quem tenha
sido o seu autor, entregando-os, a seguir, ao órgão do Ministério Público para promover a competente ação
penal.
Ao órgão do Ministério Público incumbe ajuizar a ação penal e acompanhar o seu desenrolar até o
final.
Mas, para o órgão do Ministério Público poder levar ao conhecimento do Juiz a notícia sobre um fato
infringente da norma, apontando-lhe o autor, é intuitivo tenha em mãos os elementos comprobatórios do fato
e da respectiva autoria. E como consegui-los???
Para tanto, o Estado criou outro órgão, incumbido precipuamente dessa missão. É a Polícia Civil,
como lhe denomina o Art. 144, parágrafo 4º da Constituição Federal.
CF, art. 144. - ...
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada
a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares.
Conclui-se por isso, que o primeiro instante da persecução (investigação preliminar) está afeta a
Polícia Civil ou Polícia Judiciária, como também é conhecida.
A polícia civil tem, assim, por finalidade investigar as infrações penais e apurar a respectiva autoria,
a fim de que o titular da ação penal disponha de elementos para ingressar em juízo. Ela desenvolve a
primeira etapa, o primeiro momento da atividade repressiva do Estado.
A elaboração do inquérito constitui uma das funções da Polícia Civil.
CPP, art. 4º - A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de
suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

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Parágrafo único - A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades


administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

CONCEITO
É o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal
e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo (Tourinho Filho).
É todo o procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da prática de
uma infração penal e sua autoria. É instrução provisória. Seu destinatário imediato é o Ministério Público
(ação penal pública) ou o ofendido (ação penal privada), que com ela formam sua opinio delicti. Destinatário
mediato é o juiz (Mirabete).

FINALIDADE
CPP, art. 4º - A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de
suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
...
CPP, art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de
base a uma ou outra.
Verifica-se nos dispositivos acima que o Inquérito Policial visa à apuração da existência de infração
penal e à respectiva autoria, a fim de que o titular da ação penal disponha de elementos que o autorizem a
promovê-la.

COMPETÊNCIA
Normalmente cabe à Autoridade Policial. Em alguns casos, não.
Vejamos, por exemplo, os dispositivos a seguir:
RISTF, art. 43 - Ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o
Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição, ou
delegará esta atribuição a outro Ministro.
§ 1 - Nos demais casos, o Presidente poderá proceder na forma deste artigo ou requisitar a
instauração de inquérito à autoridade competente.
§ 2 - O Ministro incumbido do inquérito designará escrivão dentre os servidores do
Tribunal.

Súmula 397 do STF - O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em
flagrante do acusado e a realização do inquérito.

Lei Complementar Nº 35, Art. 33 - São prerrogativas do magistrado:


...
Parágrafo único - Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por
parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal
ou órgão especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.

Salvo esses casos e ainda outros e deixando-se de lado os inquéritos extrapoliciais (Parágrafo Único
do Art. 4º do CPP), a competência para a realização de Inquéritos Policiais é distribuída a autoridades
próprias (geralmente Delegados ou Comissários que dirigem as DP) e, em se tratando de infrações da alçada
da Justiça Comum Federal, a competência é dos Delegados de Polícia Federal, nos termos do art. 144,
parágrafo 1º, inciso I, da CF.
De um modo geral, a competência é definida de acordo com o lugar onde se consumou a infração
(ratione loci - Em razão do domicílio, do lugar). A autoridade poderá ordenar diligências em circunscrições
de outra, já que inquérito não é processo. O que interessa é a conveniência do serviço prestado.
CPP, art. 22 - No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição
policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo,
ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e
bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que
ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

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142

Admite-se, também, a competência em razão da matéria (ratione materiae - Em razão da matéria),


como, por exemplo, as Delegacias Especializadas (homicídios, roubos etc.).
A inobservância da competência ‘ratione loci’ é apenas relativa, não dando origem à nulidade do
IP. RT 522/359
Tratando-se de Prisão em Flagrante, a autoridade competente não é a do lugar onde ocorreu o crime,
e sim a do lugar onde se efetivou a prisão, mas os atos ulteriores serão praticados pela Autoridade Policial do
lugar onde ele se consumou.
CPP, art. 308 - Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso
será logo apresentado à do lugar mais próximo.

O INQÉRITO É INDISPENSÁVEL?
O Inquérito Policial é peça meramente informativa. Nele se apuram a infração penal com todas as
suas circunstâncias e a respectiva autoria. Tais informações têm por finalidade permitir que o titular da ação
penal, seja o Ministério Público, seja o ofendido, possa iniciar a ação penal.
Se essa é a finalidade do Inquérito, desde que o titular da ação penal (Ministério Público ou
Ofendido) tenha em mãos as informações necessárias, isto é, os elementos imprescindíveis ao oferecimento
de denúncia ou queixa, é evidente que o Inquérito é perfeitamente dispensável.
CPP, art. 12 - O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de
base a uma ou outra.
O Inquérito não é indispensável ao oferecimento da denúncia ou da queixa, mas sempre
acompanhará a denúncia ou a queixa que o tiver por base.
E não é só, o próprio Código de Processo Penal estabelece que qualquer do povo pode fornecer ao
MP dados que indiquem a prática de um delito, as circunstâncias, etc., o que, se for considerado suficiente,
dispensará o inquérito policial.
CPP, art. 27 - Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos
casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e
indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
O inquérito policial não é imprescindível ao oferecimento de denúncia ou queixa, desde que a peça
acusatória tenha fundamento em dados de informação suficientes à caracterização da materialidade e autoria
da infração penal STF, RTJ 76/741
Cabe salientar, ainda, que o CPP reforça o fato que o Inquérito Policial é dispensável a propositura
da Ação Penal nos dispositivos abaixo:
CPP, art. 39 - O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com
poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à
autoridade policial.
...
§ 5º - O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem
oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
de 15 (quinze) dias.

CPP, art. 46 - O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 (cinco) dias,
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 (quinze)
dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade
policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os
autos.
§ 1º - Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação.
...
Para a instauração de um processo não são necessárias provas capazes de gerar um juízo de certeza
da veracidade da imputação; basta que tornem verossímil a acusação. O que não se concebe é uma acusação
carente de elementos de convicção. Na verdade, tais elementos, de regra, são colhidos melhormente pela
Polícia. Às vezes, contudo, a acusação encontra-os com facilidade.
Ex.: Suponha-se que, num processo-crime já findo, ou por findar-se, se constate que a testemunha
"X" mentiu deslavadamente sobre o fato relevante. Ficou demonstrado, pelos demais testemunhos, que seu
depoimento foi exageradamente prestativo. Haverá, neste caso, necessidade de Inquérito para o oferecimento

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da denúncia pelo crime de falso testemunho?? Não. Com as certidões dos depoimentos, estará o órgão do
Ministério Público habilitado a oferecê-la.

NATUREZA
Escrito - Todas as peças são reduzidas a termo e exige-se rigor formal em apenas alguns atos, tais
como interrogatório e prisão em flagrante. É exigência do artigo 9º do CPP.
CPP, art. 9º - Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Sigiloso - Se o Inquérito Policial visa à investigação, à elucidação, à descoberta das infrações penais
e das respectivas autorias, pouco ou quase nada valeria a ação da Polícia Civil se não pudesse ser guardado o
necessário sigilo durante a sua realização.
CPP, art. 20 - A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único - ...
Observa-se, porém, que muitas vezes, o sigilo pode causar embaraços à ação da Autoridade Policial.
Em certos casos, torna-se necessária a publicação da fotografia do criminoso em jornais e até mesmo sua
retransmissão pela televisão, com a divulgação do fato.
Sabendo-se que no Inquérito Policial não há acusação, é evidente que o sigilo não restringirá a
defesa, uma vez que não havendo acusação, não pode haver defesa. Lembrem-se, o Inquérito Policial é
mera colheita de provas, mero procedimento informativo sobre o fato infringente da norma e sua autoria. A
acusação se inicia com o oferecimento da denúncia ou queixa. Proposta a ação, sim, é que deve haver o
regular contraditório.
CF, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - ...
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Argumenta-se, com base nesse dispositivo constitucional, que, mesmo na fase do Inquérito, a defesa
deverá ser plena. Há, entretanto, manifesto inequívoco. O texto constitucional fala em "acusados" e no
Inquérito Policial não há "acusados", e sim "indiciados".
O sigilo não se estende ao Ministério Público, que pode acompanhar os atos investigatórios, nem ao
Judiciário. Como o Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/94) é Lei Federal, e posterior ao CPP, logo, o sigilo
dos Inquéritos praticamente desapareceu.
Lei 8.906/94, art. 7o. São direitos do advogado:
...
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando
estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que
considerados incomunicáveis;
...
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de
inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar
apontamentos;
§ 1o. Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:
Inquisitivo (Tourinho) - Durante o Inquérito, o indiciado não passa de simples objeto de
investigação. Nele não se admite o contraditório. A autoridade o dirige secretamente. Uma vez instaurado o
Inquérito, a Autoridade Policial o conduz a sua causa final (que é o esclarecimento do fato e da respectiva
autoria), sem que deva obedecer a uma seqüência previamente traçada em lei. Ora, o que empresta a uma
investigação o matiz da inquisitorialidade é, exatamente, o não permitir-se o contraditório, a imposição da
sigilação e a não-intromissão de pessoas estranhas durante a feitura dos atos persecutórios.
Constata-se também esse caráter inquisitorial do Inquérito pela análise do art. 107 do CPP, que assim
dispõe:
CPP, art. 107 - Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas
deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.

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144

Discricionário (Mirabete) - A autoridade Policial tem a faculdade de operar ou deixar de operar,


dentro, porém, de um campo cujos limites são fixados estritamente pelo direito. Lícito é, por isso, à
Autoridade Policial deferir ou indeferir qualquer pedido de prova feito pelo indiciado ou ofendido.
CPP, art. 14 - O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Auto-executável (Mirabete) - Independe de prévia autorização do Poder Judiciário para a sua
concretização jurídico-material e está sujeito apenas a controle jurisdicional posterior através do “habeas
corpus”, Mandado de Segurança e outros remédios.
Obrigatório (Mirabete) - Na hipótese de crime que se apura mediante ação penal pública, a
abertura do Inquérito Policial é obrigatório pois a Autoridade Policial deverá instaurá-lo, de ofício, assim que
tenha a notícia da prática da infração.
CPP, art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
...
Indisponível (Mirabete) - Uma vez instaurado regularmente, em qualquer hipótese, não poderá a
Autoridade arquivar os Autos.
CPP, art. 17 - A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

VALOR PROBATÓRIO
Instrução probatória, de caráter inquisitivo, tem valor informativo. As provas periciais colhidas, por
serem de ordem técnica, possuem valor idêntico às colhidas em juízo, apesar de não sofrerem o contraditório.
Também nada obsta que o Juiz se embase nele ao sentenciar, mas nenhuma condenação pode ser ditada
exclusivamente pela fase policial, salvo o caso do Tribunal do Júri, onde os Juizes Leigos deliberem por
íntima convicção.
O inquérito policial não pode ser sede de sentença condenatória, porquanto a prova testemunhal que
nele se acolhe só adquire valor jurídico por intermédio de sua jurisdicionalização, que só acontece no
sumário. STF, RTJ 59/789.

VÍCIOS
Sendo o Inquérito Policial mero procedimento informativo e não ato de jurisdição, seus vícios nunca
afetam a ação penal subseqüente, acarretando apenas a ineficácia do ato em si. Assim, o Juiz não pode
fundamentar condenação ou absolvição com base em ato policial nulo. O que fica viciado, por conseqüência,
é o ato e não o processo penal. A conclusão é lógica uma vez que, se podemos ter processo válido sem
inquérito, também podemos ter processo válido com inquérito viciado.
Eventual vício do IP não anula a ação penal, uma vez que se trata de peça meramente de informação. Assim
não se pode falar em nulidade da ação penal por vício do inquérito policial STF, RHC 56.092, RHC 58.237,
RHC, 58.254, RTJ 89/57 e 90/39.

NOTICIA CRIMINIS - NOTÍCIA OU CONHECIMENTO DO CRIME. COMUNICAÇÃO DO


CRIME
É a notícia do crime. Conhecimento pela autoridade policial de um fato aparentemente criminoso. Pode ser
espontânea ou provocada.
Espontânea  quando o conhecimento se dá no exercício da atividade funcional.
Provocada  pode ser por cognição imediata, quando por conhecimento direto e/ou não formal; e por
cognição mediata quando por requisição formal da vítima ou de qualquer do povo, por representação, por
requisição judicial ou do Ministério Público, etc.
Qualquer pessoa que tiver conhecimento de infração penal em que caiba Ação Pública Incondicionada
poderá denunciá-la (delatio criminis simples) - CPP, art. 5º, § 3º.
Existe também a notícia anônima do crime (notitia criminis inqualificada). Neste caso, somente após
verificada a verossimilhança da informação será instaurado o inquérito (Mirabete).
Já para Damásio E. de Jesus e Rogério L. Tucci, mesmo com a notícia anônima do crime, a autoridade está
obrigada a instaurar inquérito para apuração do fato.
Nos termos do Código de Processo Penal, a notícia do crime pode ser dirigida à autoridade policial (CPP,
art. 5º, II, §§ 3º e 5º), ao Ministério Público (CPP, arts. 27, 39 e 40) ou, excepcionalmente, ao juiz (CPP, art.
39). Tratando-se de Crime Militar a notícia crime deve ser encaminhada à autoridade militar competente
(CPPM, Art.7º).

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CPP, art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
...
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou
de quem tiver qualidade para representá-lo.
...
§ 3º - Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação
pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a
procedência das informações, mandará instaurar inquérito .
...
§ 5º - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento
de quem tenha qualidade para intentá-la.

CPP, art. 27 - Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em
que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção.

CPP, art. 39 - O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à
autoridade policial.
...
CPP, art. 40 - Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários
ao oferecimento da denúncia.

INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
É com a notícia crime que se instaura o inquérito policial, mas a lei processual disciplina a matéria prevendo
formas específicas de comunicação para o início do inquérito policial de acordo com a espécie de iniciativa
da ação penal exigida para o fato criminoso.
Assim, o inquérito pode ser iniciado de ofício, mediante requisição, requerimento ou delação e por auto de
prisão em flagrante delito.
CPP, art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou
de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º - O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de
ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º - Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
Polícia.
§ 3º - Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação
pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a
procedência das informações, mandará instaurar inquérito .
§ 4º - O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser
iniciado.
§ 5º - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento
de quem tenha qualidade para intentá-la.

Ação Pública Incondicionada


O inquérito pode ser iniciado de ofício (CPP, Art. 5º, I), mediante requisição (ordem) da Autoridade
Judiciária ou do Ministério Público (CPP, Art. 5º, II, primeira parte), requerimento ou delação da vítima
(CPP, Art. 5º, II, segunda parte), o qual poderá ser indeferido pela autoridade policial quando não constituir
crime em tese, e auto de prisão em flagrante.

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Quando o Inquérito for iniciado de ofício, a portaria será a peça inicial do Inquérito. Nos demais casos, os
requerimentos, as requisições e o auto de prisão em flagrante delito serão as peças iniciais do Inquérito
Policial.
O MP, em conformidade com a CF/88, pode requisitar diligências e a instauração de Inquérito Policial.

Ação Pública Condicionada


Diz o artigo 5º, § 4º:
CPP, art. 5º - ...
§ 4º - O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser
iniciado.
...
A representação da vítima é um pedido-autorização, do interessado, em que ele manifesta desejo de que seja
proposta a ação penal pública e, portanto, como medida preliminar, o inquérito policial. Através da delatio
criminis a autoridade policial, ao Ministério Público e ao Juiz. Está sujeito à decadência.
Nos termos dos artigos 100, § 1º, do Código Penal, e 24, do CPP, podem oferecer representação o ofendido
ou quem tiver qualidade para representá-lo, ou seja, representante legal da vítima, e, por força do artigo 39,
caput, do CPP, o procurador com poderes especiais.
CP, art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de
representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
...

CPP, art. 24 - Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de
quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º - No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
§ 2º - Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e
Município, a ação penal será pública.

CPP, art. 39 - O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade
policial.
Também mediante requisição ao Ministro da Justiça, nos casos de crimes cometidos por estrangeiros contra
brasileiro fora do Brasil (art. 7º, § 3º, b, do CP); nos crimes contra a honra do Presidente da República ou de
Chefes do Governo estrangeiro (art. 145, par. único do CP) ou contra esta e outras autoridades e os
praticados através da Imprensa (ar. 23, I, c/c o art. 40, I, a, L. Imprensa).
Instauração de Inquérito no Caso de ação Privada
Quando a lei prevê expressamente que determinado crime somente se apura mediante queixa, determina para
ele a ação penal privada. Nessas hipóteses, o inquérito policial também só pode ser instaurado mediante a
iniciativa da vítima.
CPP, art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
...
§ 5º - Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento
de quem tenha qualidade para intentá-la.
Tem essa qualidade o ofendido e o seu representante legal.
CPP, art. 30 - Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Inclui a Lei como titular de tal direito a vítima menor de 21 e maior de 18 anos.
CPP, art. 34 - Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa
poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Na hipótese de morte ou ausência judicialmente declarada do titular, o direito de queixa passa a ser do
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
CPP, art. 31 - No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

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O art. 35 do CPP, foi revogado pelos arts. 5º, I e 226, § 5º da Constituição Federal e, expressamente, pela Lei
nº 9.520, de 27 de Novembro de 1997.
O requerimento não exige formalidades, mas é necessário que sejam fornecidos os elementos indispensáveis
à instauração do inquérito policial.
CPP, art. 5º - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
...
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou
de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º - O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de
ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
...
Na hipótese de prisão em flagrante por crime que se apura mediante queixa, o Auto respectivo só pode ser
lavrado quando requerida, por escrito ou oralmente, a instauração do inquérito pela vítima ou outra pessoa
que tenha a qualidade para a propositura da ação privada. Isto porque o Auto de Prisão em Flagrante é a peça
inicial do Inquérito Policial e este só pode ser intentado após tal requerimento por força do art. 5º, § 5º, do
CPP.
Decorrido o prazo da decadência não pode ser instaurado o Inquérito Policial; houve no caso, a extinção da
punibilidade.
Decadência do direito de queixa ou de representação
CP, art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de
representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem
é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para
oferecimento da denúncia.

CPP, art. 38 - Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de
queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que vier
a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o
oferecimento da denúncia.

PROCEDIMENTOS DO INQUÉRITO
Diante da notícia criminis a autoridade policial deve instaurar o inquérito policial destinado a apurar o fato
em todas as suas circunstâncias e a autoria.
A propósito, havendo suspeitas da existência de infração penal, ou seja, da prática de fato que caracteriza
crime em tese, não constitui constrangimento ilegal a simples instauração das investigações policiais através
de inquérito policial. STF: RT 548/427, 560/400, ...
Mesmo a existência de elementos que indicam ter ocorrido uma causa excludente da antijuridicidade não
impede a instauração do procedimento investigatório. A antijuridicidade do fato só pode ser apreciada após a
denúncia, ou quando da oportunidade para seu oferecimento, não sendo lícito antes disso trancar-se o
inquérito policial sob a alegação de que a prova nele produzida induz à inexistência de relação jurídico
material, em verdadeiro julgamento antecipado do acusado.
Inicialmente, a autoridade policial deve proceder de acordo com o artigo 6º, do CPP, embora não preveja a
lei um rito formal nem uma ordem prefixada para as diligências que devem ser empreendidas pela
autoridade. Ela indica, porém, as diligências que, regra geral, devem ser efetuadas para que "a autoridade
possa colher ao vivo os elementos da infração, devendo por isso agir com presteza, antes que se mude o
estado das coisas no local do crime ou desapareçam armas, instrumentos ou objetos do delito, enfim,
colhendo as provas que sirvam para a elucidação do fato e suas circunstâncias.

STJ, RT 665/333 - A apreensão de objetos pode preceder a instauração de inquérito.

ARQUIVAMENTO
Ainda que fique provada a inexistência do fato ou que não se tenha apurado a autoria do ilícito penal, a
autoridade policial não pode mandar arquivar o Inquérito.
CPP, art. 17 - A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

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Tal providência cabe ao juiz, a requerimento do órgão do Ministério Público. Sendo este último destinatário
do Inquérito Policial, deve formular um juízo de valor sobre o seu conteúdo, par avaliar da existência, ou
não, de elementos suficientes para fundamentar a acusação. Se não encontrar esses elementos, cumpre-lhe
requerer ao juiz o arquivamento do Inquérito. Tal requerimento deve ser fundamentado, já que a lei
menciona as "razões invocadas" para o arquivamento.
CPP, art. 28 - Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Pode também ocorrer um pedido implícito de arquivamento.
Percebe-se no dispositivo acima que o juiz não está obrigado a atender, de início, o requerimento do
Ministério Público. É o princípio da devolução, em que o juiz transfere (devolve) a apreciação do caso ao
chefe do Ministério Público, ao qual cabe a decisão final sobre o oferecimento, ou não, da denúncia.
O despacho em que se arquiva o Inquérito Policial ou as peças de informação, a pedido do Ministério
Público, é irrecorrível, não cabendo qualquer recurso.
Segundo a Súmula 524, do STF, "arquivado o Inquérito Policial por despacho do juiz, a requerimento do
Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas".
Essas novas provas, capazes de autorizar início da ação penal, são somente aquelas que produzem alteração
no panorama probatório dentro do qual foi concebido e acolhido o pedido de arquivamento do Inquérito.
Os juizes deverão recorrer de ofício, quando arquivarem inquéritos que tratem de crimes de economia
popular ou contra a saúde pública.

PRISÃO EM FLAGRANTE
PRISÃO
A prisão, em sentido jurídico, é a privação da liberdade de locomoção, ou seja, do direito de ir e vir, por
motivo ilícito ou por ordem legal. Entretanto, o termo tem significados vários no direito pátrio pois pode
significar a pena privativa de liberdade (sinônimo de reclusão e detenção), o ato de captura (prisão em
flagrante ou em cumprimento de mandado) e a custódia (recolhimento da pessoa ao cárcere).
Também se faz a distinção das espécies de prisão no direito brasileiro: a prisão-pena (penal) e a prisão sem
pena (processual penal, civil, administrativa e disciplinar).
A prisão penal, cuja finalidade manifesta é repressiva, é a que ocorre após o trânsito em julgado da sentença
condenatória em que se impôs pena privativa de liberdade.
A prisão processual, também chamada de provisória, é a prisão cautelar, em sentido amplo, incluindo a
prisão em flagrante, a prisão preventiva, a prisão resultante de pronúncia, a prisão resultante de sentença
penal condenatória e a prisão temporária.
A prisão civil é a decretada em casos de devedor de alimentos e de depositário infiel, únicas permitidas pela
Constituição Federal.
CF, art. 5º -. . .
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; "
A prisão administrativa, que após a Constituição Federal de 1988 só pode ser decretada por autoridade
judiciária, é prevista pelo Código de Processo Penal (Art. 319, I) e leis especiais.
Por fim existe a prisão disciplinar permitida pela própria Constituição Federal para as transgressões
militares e crimes propriamente militares.
CF, art. 5º - “...
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
..."

CF, art. 142 - " ...

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§ 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares.


..."
Rigorosamente, no regime de liberdades individuais que preside o nosso direito, a prisão só deveria ocorrer
para o cumprimento de uma sentença penal condenatória. Entretanto, pode ela ocorrer antes do julgamento
ou mesmo na ausência do processo por razões de necessidade ou oportunidade. Essa prisão assenta na Justiça
Legal, que obriga o indivíduo, enquanto membro da comunidade, a se submeter a perdas e sacrifícios em
decorrência da necessidade medidas que possibilitem ao Estado prover o bem comum, sua última e principal
finalidade.
É nesse sentido que o artigo 282 do CPP reza que, à exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-
se senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da autoridade
competente, que, hoje, é apenas a autoridade judiciária.
CPP, art. 282 - "À exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-se senão em virtude de pronúncia
ou nos casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da autoridade competente."
Mas, por permissão constitucional, pode-se efetuar a prisão sem mandado judicial nas hipóteses de flagrante
(art. 5º, LXI), transgressão militar ou crime propriamente militar (art. 5º, LXI), prisão durante o Estado de
Defesa (art. 136, §3º, I) e do Estado de Sítio (art. 139, II), além de se permitir pela lei processual a recaptura
do foragido (art. 684 do CPP), caso em que o recolhimento anterior era legal por ter sido ele autuado em
flagrante ou por ter sido recolhido em virtude da expedição de mandado de prisão.
CF, art. 136 - "O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
...
§ 3º - Na vigência do estado de defesa:
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de
corpo de delito à autoridade policial;
...
CF, art. 139 - Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser
tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
...
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;
..."

CPP, art. 684 - "A recaptura do réu evadido não depende de prévia ordem judicial e poderá ser efetuada por
qualquer pessoa."
São inconstitucionais, portanto, a chamada "prisão para averiguações", o que não impede que uma pessoa
seja detida por momentos, sem recolhimento ao cárcere, em casos especiais de suspeitas sérias, diante do
chamado poder de polícia.
Para garantir a liberdade de locomoção decorrente de prisões ilegais, dispõe a Constituição Federal que: "a
prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária" (CF, art. 5º, LXV).

6. 2. PRISÃO EM FLAGRANTE
"Flagrante"  Derivado do latim flagrare (queimar) e flagrans, flagrantis (ardente, brilhante,
resplandescente), que no léxico, é acalorado, evidente, notório, visível, manifesto.
Em sentido jurídico, flagrante é uma qualidade do delito, é o delito que está sendo cometido, praticado, é o
ilícito patente, irrecusável, insofismável, que permite a prisão do seu autor, sem mandado, por ser
considerado a "certeza visual do crime".
Assim, a possibilidade de se prender alguém em flagrante delito é um sistema de auto-defesa da sociedade,
derivada da necessidade social de fazer cessar a prática criminosa e a perturbação da ordem jurídica, tendo

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também o sentido de salutar providência acautelatória da prova da materialidade do fato e da respectiva


autoria.
A prisão em flagrante cabe não só com relação à prática de crime, em sentido estrito, como de contravenção,
aplicando-se também a estas os preceitos do Código de Processo Penal que se referem à prisão em flagrante
delito quando da prática de "infração penal.
CPP, art. 302 - "Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
..."
É evidente que o princípio da presunção de inocência (CF, art. 5º, LVII) consagrado pela Constituição
Federal não impede a prisão em flagrante, de natureza processual, que não foi suprimida pelo legislador.
CPP, Art. 302 - "Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor
da infração."
Sendo o autor da infração detido em qualquer uma das situações em que a lei considera como de flagrante
delito, ou seja, havendo a notitia criminis e estando presentes os pressupostos legais, a autoridade policial
está obrigada à lavratura do competente auto de prisão. Tratando-se de ação penal pública dependente de
representação, a lavratura do auto de prisão em flagrante depende do requerimento, escrito ou oral (quando
será reduzido a termo no próprio auto), da vítima ou de seu representante legal. O mesmo se diga quando se
trata de crime que se apura mediante ação penal privada.
Por exceção à regra da obrigatoriedade da prisão em flagrante delito por parte da autoridade administrativa,
instituiu-se no caso de crime organizado, ou seja, segundo a lei, das infrações que resultem de ações de
quadrilha ou bando, a denominada ação controlada, "que consiste em retardar a interdição policial do que se
supõe ação prática por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da
formação de provas e fornecimento de informações".
Lei nº 9.034/95, art 2º - "Em qualquer fase de persecução criminal que verse sobre ação praticada por
organizações criminosas são permitidos, além dos já previstos na lei, os seguintes procedimentos de
investigação e formação de provas:
...
II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se supõe ação praticada por
organizações criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e acompanhamento para
que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e
fornecimento de informações.."

FLAGRANTE PRÓPRIO
Dispõe o artigo 302, que se considera em flagrante delito quem "está cometendo a infração penal" (inciso I) e
"quem acaba de cometê-la" (inciso II), estabelecendo o que se denomina de flagrante próprio, real, ou
flagrante propriamente dito. A lei equiparou duas situações diversas, mas em dispositivos diversos: a de
quem é surpreendido no ato de execução do crime (desfechando golpes na vítima, destruindo coisa alheia,
subtraindo coisa alheia, etc.) e a de quem já esgotou os atos de execução, causando o resultado jurídico, de
dano ou de perigo (morte, lesões, dano material, etc.), encontrando-se ainda no local do fato ou nas suas
proximidades em situação indicativa de que cometeu o ilícito (portando a arma homicida, com as vestes
manchadas de sangue, etc.).
Convém ressaltar que há autores que sustentam que esta Segunda hipótese é também de quase-flagrância,
pois há apenas uma presunção, embora veemente, de que é o preso o autor do crime, quando é até possível
que não seja ele o autor do ilícito (apanhou a arma deixada pelo autor do homicídio, manchou as vestes ao
procurar socorrer a vítima, etc.). Em geral, porém, a doutrina considera essa hipótese como flagrante próprio.

QUASE-FLAGRANTE

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A lei considera também em flagrante delito quem "é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido
ou por outra pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração" (inciso III).
Há, nos termos da lei, uma presunção da autoria da infração que a lei equipara à certeza advinda da prisão
durante o cometimento do crime. Trata do que a doutrina denomina quase-flagrante ou flagrante
impróprio, que, pela tradição jurídica, é equiparada a flagrância própria para o efeito da prisão, mas que dela
se distingue porque, enquanto esta diz respeito ao próprio cometimento do crime, na sua evidência de
atualidade, aquela se refere ao tempo e lugar próximos da infração.
O que tem acarretado dúvidas na aplicação do dispositivo é a expressão "logo após", havendo até autores que
pretendem fixar arbitrariamente esse lapso de tempo, estendendo-o até 24 (vinte e quatro) horas, o que não se
coaduna com a vontade da lei que, na verdade, deixa a interpretação ao prudente critério do juiz.
Deve-se entender que o "logo após" do dispositivo é o tempo que ocorre entre a prática do delito e a colheita
de informações a respeito da identificação do autor, que passa a ser imediatamente perseguido após essa
rápida investigação procedida por policiais ou particulares. Por isso, se tem entendido que não importa se a
perseguição seja iniciada por pessoas que se encontravam no local ou pela polícia diante de comunicação
telefônica ou radiofônica. Deve-se ter em conta, porém, que tal situação não se confunde com uma demorada
investigação a respeito dos fatos.
Embora já se tenha entendido que a perseguição não pode sofrer solução de continuidade, deve-se ter em
vista que o artigo 290, §1º, do CPP, considera ainda como perseguição as hipóteses em que o perseguido
tenha sido "perdido de vista", ou que o perseguidor, por indícios ou informações fidedignas, souber que
aquele tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procura, for em seu
encalço.
CPP, art. 290 - "Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que,
depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual
direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
..."
Iniciada a perseguição logo após o crime, sendo ela incessante nos termos legais, não importa o tempo
decorrido entre o momento do crime e a prisão do seu autor. Tem-se admitido pacificamente que esse tempo
pode ser de várias horas ou mesmo de dias. A prisão pode ser efetuada em qualquer local onde é encontrado
o agente, ainda que seja em território de outro Estado.
Segundo Mirabete, caso o perseguido penetre em sua casa ou em casa alheia, deve ser obedecido o art. 293,
por força do artigo 294.
CPP, art. 293 - "Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em
alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido
imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as
portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar
todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a
prisão.
Parágrafo único - O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à presença da
autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.
CPP, art. 294 - No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que for
aplicável."
Outros autores, porém, ensinam que a Constituição Federal de 1988 deu nova feição ao instituto, tendo
alcance mais amplo do que o estabelecido na Constituição anterior e no Código de Processo Penal (arts. 293
e 294), que só autorizavam a entrada, durante a noite, no caso de flagrância própria e, de dia, na flagrância
imprópria.
Afirma o Major da Brigada Militar Pércio Brasil Alvares, em sua obra Legislação Penal
Anotada, que, no caso de flagrância em que o acusado é perseguido (flagrância imprópria) e se refugia em
alguma casa, o procedimento policial mais adequado deve-se conformar com a lei, no que não colida com o
dispositivo Constitucional, observando-se
1º) A prisão em flagrante pode ser realizada a qualquer hora do dia ou da noite;
2º) O morador (preferentemente perante duas testemunhas) será intimado a entregar o infrator;

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3º) Se o morador não obedecer, o executor, perante, pelo menos duas testemunhas, entrará a
força, arrombando as portas se necessário.
Não encontra fundamento alguma crença popular de que é de 24 (vinte e quatro) horas o prazo
entre a hora do crime a prisão em flagrante, para permitir a captura do autor do crime. Não tendo havido
perseguição logo após o ilícito, não é legal a prisão em flagrante depois de vários dias, no dia seguinte, ou
mesmo algumas horas após o crime.

FLAGRANTE PRESUMIDO
Também permite a lei a prisão em flagrante na hipótese de ser o autor do fato "encontrado, logo
depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração" (CPP, art.
302, IV), no que se tem denominado flagrante presumido ou ficto. Não é necessário no caso que haja
perseguição, mas sim que a pessoa seja encontrada logo depois da prática do ilícito com coisas que traduzam
um veemente indício da autoria ou participação no crime. A pessoa não é "perseguida", mas "encontrada",
pouco importando se por puro acaso, ou se foi procurado após investigações. Para a configuração da
flagrância presumida nada mais se exige do que estar o presumível delinqüente na posse de coisas que o
indigitem como autor de um delito acabado de cometer. Não permite a lei que, fora dessa situação, se prenda
o agente meramente por ter confessado a prática do ilícito.
É necessário para a caracterização do flagrante presumido que a prisão ocorra "logo depois" do
crime. Embora essa expressão, no léxico, seja sinônima de "logo após", tem se admitido que há uma situação
de fato que admite um maior elastério ao juiz na apreciação da hipótese. Considerando-se o interesse na
repressão dos crimes, há maior margem na discricionariedade da apreciação do elemento cronológico quando
o agente é encontrado com objetos indicativos do crime, o que permite estender o prazo a várias horas ou,
considerando-se o problema do repouso noturno, até o dia seguinte.

FLAGRANTE EM CRIME PERMANENTE E CRIME HABITUAL


Dispõe o artigo 303 do CPP que, nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante
delito enquanto não cessar a permanência, o que, na verdade, é digno de desprezo, já que, nessa espécie de
ilícito, a consumação se prolonga no tempo, dependendo da vontade do agente, como ocorre nos crimes de
seqüestro ou de extorsão mediante seqüestro, ou ainda, nos crimes cuja conduta é "guardar consigo", "ter em
depósito", "transportar", etc.. Nessas hipóteses, o crime está sendo cometido durante o tempo da
consumação, havendo pois caso típico de flagrância.
CPP, art. 303 - "Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto
não cessar a permanência."
Evidentemente, tratando-se de prisão em flagrante, mesmo nas hipóteses em que se deva invadir
casa alheia, não se exige mandado judicial.
Jurisprudencialmente entende-se que "o direito constitucional domiciliar não se estende a lares
desvirtuados, como cassinos clandestinos, aparelhos subversivos, casas de tolerância, locais ou pontos de
comércio clandestino de drogas. A casa é asilo inviolável do cidadão enquanto respeitada sua finalidade
precípua de recesso do lar" - RT 527/383.
Não é idêntica a situação no caso da prática de crime habitual, uma vez que a prisão em flagrante
exigiria a prova de reiteração de atos que traduzem o comportamento criminoso, ou seja, a habitualidade.
Apesar de tudo, não é incabível a prisão em flagrante em ilícitos habituais se for possível, no ato, comprovar-
se a habitualidade. Não se negaria a situação de flagrância no caso de prisão de responsável por bordel onde
se encontram inúmeros casais para fim libidinoso, de pessoa que exerce ilegalmente a medicina quando se
encontra atendendo vários pacientes, etc.

FLAGRANTE EM CRIME DE AÇÃO PRIVADA


CPP, art. 301 - "Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito."
A legislação pátria não veda a prisão em flagrante em qualquer infração penal, seja dolosa ou
culposa. O dispositivo acima não distingue, referindo-se genericamente a todos que se encontram em
"flagrante delito". Assim, nada impede que a captura ocorra nos crimes que se apuram mediante ação penal
pública dependente de representação ou de ação privada.
Entretanto, embora a lei processual silencie a respeito, é pacífico na doutrina e na jurisprudência
que, capturado o autor da infração penal que se apure por essas espécies de ação, deve ser ouvida a vítima ou

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153

seu representante legal para que ofereça a representação ou manifeste o desejo de oferecer queixa
oportunamente. A prisão deve ser ratificada pela vítima ou seu responsável dentro do prazo para a expedição
da nota de culpa (24 horas). Após esse prazo, como esclarece Tales Castelo Branco, se "o flagrante não
estiver lavrado, impõem-se a soltura do preso".
Tourinho Filho afirma que a manifestação da vítima deve ser anterior à captura do ofensor. No
que tange às ações públicas condicionadas, o raciocínio é o mesmo.

FLAGRANTE PREPARADO E ESPERADO


A Súmula 145 do STF reza que "Não há crime quando a preparação do flagrante torna
impossível a sua consumação".
A jurisprudência, com fundamento nesse enunciado, tem afirmado que não pode ser autuado em
flagrante o agente de crime provocado, ou seja, quando o agente é induzido à prática de um crime pela
"pseudovítima", por terceiro ou pela polícia, no caso chamado agente provocador. Não há crime, pois, nesse
caso.
Damásio E. de Jesus diferencia o Flagrante provocado do flagrante esperado, afirmando que o
primeiro é forma do delito putativo por obra de agente provocador, impunível, caso em que a vítima ou
policial provoca ou induz o sujeito à prática do fato, tomando cautelas que tornam impossível a consumação
do crime. Na hipótese do flagrante esperado, em que existe crime, o agente da autoridade ou a vítima apenas
deixam o sujeito agir, sem provocação ou induzimento, prendendo-o na realização do fato.
Para maior compreensão, diz-se que o flagrante provocado necessita:
a) da indução à prática de um delito por um terceiro (mas não basta induzir, pois com
mais freqüência quem induz outrem é também partícipe do delito);
b) de que a indução objetive a prisão em flagrante;
c) de que haja cautelas para impedir a consumação do delito (se este ocorrer, aquele que
induziu pode responder pelo delito, na forma culposa).
Já o flagrante esperado, trata-se de flagrante perfeitamente legal; espera-se que um delito se
cometa (o qual não foi de forma alguma induzido, mantendo-se espontâneo na sua origem). Maior incidência
em supermercados e lojas; os advogados, nesses casos, costumam invocar o flagrante provocado. Discorda-
se já que o fato de haver vigilância ostensiva em nada descaracteriza o flagrante.
O flagrante preparado não se confunde com o flagrante forjado, em que policiais ou particulares
"criam" provas de um crime inexistente, colocando, por exemplo, no bolso de quem é revistado, substância
entorpecente. Nessa hipótese, evidentemente, não há crime consumado ou tentado do preso, mas o delito de
denunciação caluniosa, ou eventualmente concussão, abuso de autoridade etc., pelas pessoas que efetuaram a
prisão.

SUJEITOS DO FLAGRANTE
CPP, art. 301 - "Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito."
Nos termos da lei, qualquer do povo poderá e as autoridades e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Assim, é dever da autoridade e seus agentes efetuar a
prisão (flagrante compulsório) daquele que se encontra em uma das situações previstas no artigo 302 do
CPP, respondendo pela omissão administrativa e criminalmente, eventualmente até pelo resultado causado
pelo agente se podiam evitar a consumação do crime.
Relação de causalidade
CPP, art. 13 - "O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
...
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
..."
Pode, evidentemente, os agentes policiais fora de sua circunscrição territorial efetuarem a prisão
em flagrante delito, mesmo porque qualquer pessoa pode efetuar prisão em flagrante.
A nossa legislação, como outras, prevê a faculdade de qualquer pessoa capturar alguém em
flagrante delito (flagrante facultativo). Trata-se de um caso especial de exercício de função pública

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transitória exercida por particular, em caráter facultativo e, portanto, de exercício regular de direito. Embora
a lei não seja expressa, admite-se que o particular, autor da prisão, que pode ser o ofendido, possa apreender
coisas em poder do preso desde que relacionadas com a prova do crime da autoria.
A regra geral de que qualquer pessoa possa ser presa e autuada em flagrante apresenta algumas
exceções. Não podem ser sujeitos passivos do flagrante os menores de 18 anos, que são inimputáveis.
ECA, art. 106 - "Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo ser informado acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinente comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de
liberação imediata."
Não podem ser sujeitos passivos do flagrante, igualmente, os diplomatas estrangeiros, em
decorrência de tratados e convenções internacionais (CPP, Art. 1º, I).
CPP, art. 1º - "O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,
ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
..."
O Presidente da República também não pode ser sujeito passivo do flagrante delito (CF, art. 86,
§ 3º).
CF, art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
...
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
...
Podem ser autuados em flagrante delito apenas nos crimes inafiançáveis os magistrados (Lei
Complementar nº 35/79 – LOMN - art. 33, II), os membros do Ministério Público (Lei Complementar nº
40/81 – LONMP - art. 20, VIII).
É lícita a prisão dos alienados mentais, embora inimputáveis, já que a eles pode ser aplicada
medida de segurança, cabendo no caso a instauração do incidente de insanidade mental.
Não pode ser autuado em flagrante quem presta pronto e integral socorro à vítima de delito de
trânsito.
CTB, Art. 301 - "Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro
àquela."
Também não é autuado em flagrante delito o autor de fato considerado crime de menor potencial
ofensivo quando, após a lavratura do termo circunstanciado, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer.
Lei nº 9.099/95, Art. 69 - "A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,
providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente
encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante,
nem se exigirá fiança."
Segundo orientação do STF, quem, logo após o delito, se apresenta espontaneamente à
autoridade, também não pode ser preso em flagrante; não há no direito brasileiro a "prisão por apresentação".
Por vezes, porém, tem se exigido que, nessa hipótese, seja o crime de autoria ignorada. A impossibilidade da
prisão por apresentação não impede, porém, que, presentes os requisitos próprios, seja decretada a prisão
preventiva do autor da infração.

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Em regra, não configura flagrante, porquanto não se vislumbra hipótese no art. 302 que a
recepcione; nem mesmo o inciso IV é adequado invocar, visto que o "encontrado", ali, pressupõe diligências
prévias. A apresentação difere do "entregar-se", que ocorre quando o agente fica no local do crime após
praticá-lo, sem oferecer resistência alguma. Já a apresentação costuma se dar algum tempo depois do delito
(geralmente depois das 24 horas, prazo, aliás, sem fundamento legal), e aquele que o assim faz não pode ser
preso em flagrante.

AUTORIDADE COMPETENE
Efetuada a prisão em flagrante, o capturado deve ser apresentado à autoridade competente para
que seja procedida a autuação. Em regra, a autoridade competente é a autoridade policial, no exercício de
uma das funções primordiais da polícia judiciária, que não exclui a competência de outra autoridade
administrativa a quem, por lei, é cometida a mesma função.
CPP, Art. 4º - "A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
Parágrafo único - A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função."
De acordo com o CPP, compete a lavratura do flagrante à autoridade da circunscrição onde foi
efetuada a prisão, e não a do local do crime. Por isso, não há ilegalidade quando a prisão é feita por agentes
de uma Delegacia e o auto é presidido por outra autoridade, quando se atende ao dispositivo do artigo 290 do
citado estatuto (CPP, art. 290).
Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o capturado será logo
apresentado à do lugar mais próximo, sendo entendimento doutrinário que lugar mais próximo é aquele a que
mais rapidamente pode ser conduzido o capturado (CPP, art. 308).

PRAZO PARA A LAVRATURA DO AUTO


Não explicita o Código o prazo em que deverá ser lavrado o auto de prisão em flagrante após a
captura do autor da infração. Pelo artigo 304 do CPP, tem-se a impressão de que isso deve ocorrer
imediatamente após a apresentação do preso à autoridade.
Todavia, diante do disposto no artigo 306 do CPP, que determina o prazo de 24 horas para que
seja entregue ao preso a "nota de culpa", tem-se a conclusão, irretocavelmente, que é esse o prazo máximo de
que dispõe a autoridade para formalizar a autuação.
Pode ser o Auto de Prisão em Flagrante Delito lavrado, inclusive, no dia seguinte à apresentação
(RT 567/286).
É ilegal a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante vários dias depois da prisão (RT 554/420)
Diante da realidade de nossos meios, a imensidade territorial de alguns Estados, a deficiência de
vias de comunicação etc., é possível que não se possa lavrar o auto de prisão em flagrante no prazo de 24
horas. Comprovadas tais circunstâncias deve-se ter como lícita a autuação realizada a destempo, por
impossibilidade material de se obedecer o referido prazo.

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE


Apresentado o preso capturado em situação de flagrância à autoridade competente deve esta
lavrar o auto respectivo. Não se trata, porém, de ato automático da autoridade policial pela simples notícia do
ilícito penal pelo condutor. A autuação em flagrante delito pressupõe a certeza absoluta da materialidade
do crime e indícios mínimos de autoria. Inexistente tais elementos, a autuação em flagrante delito pode
constituir-se em abuso de autoridade.
Diante do disposto no artigo 5º, LXIII, 2ª Parte da CF, previamente deve ser comunicada a prisão
à família do preso ou à pessoa por ele indicada, a fim de que se possibilite a estas que tomem as
providências que entenderem necessárias.
CF, Art. 5º - "...
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
..."

(RT 723/658) Na falta de regulamentação legal a respeito do assunto, que obrigue constar dos
autos ter se efetuado ou possibilitado tal comunicação, deve-se presumir que, mesmo no silêncio do auto de
prisão em flagrante, foi cumprida a formalidade constitucional.

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(RT 657/317) Na falta de indicação do interessado da pessoa a ser comunicada a sua prisão, não
há como a autoridade policial cumprir a providência prevista no art. 5º, LVII, última parte, da CF.

(RT 687/334) Por outro lado, o Tribunal de Alçada de Minas Gerais decretou a nulidade do auto
de prisão em flagrante pela falta de comunicação à família do preso ou pessoa por ele indicada.
A possibilidade de comunicação da prisão à família do autuado ou à pessoa por ele indicada não
implica que possam estranhos acompanhar a lavratura do auto de prisão em flagrante ou nele intervir, a não
ser nas hipóteses legais (assistência do advogado, pedido de arbitramento de fiança, etc.). O constante no art.
5º, LXIII, da CF, não significa que a prisão e a lavratura do flagrante exijam que conte o preso, no momento
desses atos, com a assistência ou presença destes ou de advogado.
Nos termos do artigo 304 do CPP, a primeira pessoa a ser ouvida no auto de prisão em flagrante
delito é o condutor, agente da autoridade, ofendido ou particular que conduziu o preso até a autoridade, que
tenha sido ele a efetuar a captura, que seja a pessoa quem foi o preso entregue. Não há exigência alguma de
que o condutor tenha sido testemunha da prática do ilícito ou de alguma circunstância ligada a este ou
mesmo que tenha presenciado a prisão.
CPP, Art. 304 - "Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e ..."
Em seguida, devem ser ouvidas as testemunhas que acompanharam o condutor, que, pelos
artigos 304, caput, e 304, § 2º do CPP, devem ser no mínimo duas (referem-se a testemunhas, no plural).
Não há qualquer vedação a que sirvam como testemunhas agentes policiais. O condutor também
pode ser considerado como testemunha numérica, para integrar o mínimo legal, máxime quando porta
informações destinadas a estabelecer a participação do conduzido na ocorrência.
O número reduzido de testemunhas, ou mesmo sua falta absoluta, porém, não obsta a lavratura
do auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor deverão assiná-lo pelo menos duas
testemunhas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade (CPP, art. 304, § 2º).
Assim, na inexistência de outra testemunha além do condutor, basta que o auto seja assinado por
essas testemunhas instrumentais (indiretas).
Ouvidas as testemunhas, a autoridade "interrogará o acusado sobre a imputação que lhe é feita"
(CPP, art. 304).
Nessa ocasião deve ser ele alertado para o direito de ficar calado, assegurado na Constituição,
sem ressalvas.
CF, Art. 5º - "...
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
A autoridade deve observar o disposto no artigos 6º, V, e 185 e ss do CPP, inclusive quanto à
nomeação de curador ao preso menor de 21 anos, sob pena de nulidade do auto no que diz respeito à prisão.
CPP, Art. 6º - "Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
...
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por 2 (duas) testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;
..."
Apesar de ser ato desejável, a omissão do interrogatório do capturado no auto de prisão em
flagrante não traduz necessariamente nulidade. Deve-se verificar, em cada caso, sua imprescindibilidade e do
prejuízo que sua falta possa causar à defesa. Não se torna nulo o auto de prisão se o acusado não foi
interrogado por estar embriagado, hospitalizado ou ferido, devendo o ato ser realizado quando possível,
mesmo no hospital. Também é permitida a interrupção do ato para, após a realização da diligência, incluir
mais um indiciado.
O auto deve ser lavrado pelo escrivão, ou escrevente, e também por eles encerrado, mas na falta
ou impedimento destes, a autoridade pode designar qualquer pessoa para tal ofício, desde que previamente
tome-lhe o compromisso legal (CPP, art. 305).
Assinam o laudo a autoridade, o condutor, o ofendido, as testemunhas, o preso, seu curador ou
defensor. Se a testemunha ou o ofendido não souber ou não puder assinar, aplica-se o artigo 216, do CPP.

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CPP, Art. 216 - "O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz
e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela,
depois de lido na presença de ambos".
No caso de o acusado se recusar a assinar, ou não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão
em flagrante será assinado por duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura, na presença do acusado.
CPP, Art. 304 - "...
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em
flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste ".
Não se confundem essas testemunhas instrumentárias da instrução (CPP, art. 304, § 3º) das
testemunhas da apresentação (CPP, art. 304, § 2º).
Encerrada a lavratura do flagrante, a prisão deve ser comunicada imediatamente ao juiz
competente (CF, art. 5º, LXII, 1ª Parte), que será, havendo mais de uma na circunscrição judiciária, aquele a
quem for destinada a comunicação por distribuição.
CF, Art. 5º - "...
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
...".
Havendo ilegalidade na autuação em flagrante (não havia situação de flagrância, houve excesso
de prazo para a lavratura etc.) a prisão deve ser relaxada pelo juiz, sem prejuízo do desenvolvimento das
investigações e do inquérito policial.
CF, Art. 5º - "...
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
..."
A prisão ilegal diminui o valor probatório dos atos praticados no inquérito policial mas não
anula o inquérito e muito menos a ação penal que dele redundar.
De outro lado, pequenos vícios formais, como a ausência de assinatura, de grafia errônea do
nome do acusado etc., não excluem a prisão nem viciam o inquérito ou a ação penal subseqüente. Nulo o
auto de prisão em flagrante por vício real, nada impede que, presentes os requisitos, a autoridade judiciária
ao anulá-lo decrete a prisão preventiva.

NOTA DE CULPA
Dentro de 24 (vinte e quatro) horas depois da prisão, será dada ao preso nota de culpa assinada
pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
CPP, Art. 306 - "Dentro em 24 (vinte e quatro) horas depois da prisão, será dada ao preso nota
de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas".
A finalidade da denominada nota de culpa é comunicar ao preso o motivo da prisão, bem como
a identidade de quem o prendeu, num breve relato do fato criminoso de que é acusado.
Art. 5º - "...
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
...

EMPREGO DE FORÇA
A lei permite o emprego de força se for necessária, ou seja, indispensável no caso de resistência
ou de tentativa de fuga do preso.
CPP, Art. 284 - "Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga do preso".
Resiste o infrator quando se opõe com violência ou ameaça à prisão. A fuga, ou tentativa de
fuga, ocorre quando o infrator desobedece a ordem de prisão, negando-se a acompanhar quem o prendeu,
escapando ou procurando escapar.
O emprego da força não deve exceder o indispensável a prisão. O excesso, como violência
desnecessária, constitui ilícito penal (abuso de autoridade, homicídio, lesões corporais etc.).
O infrator que se opõe com violência ou ameaça ao executor ou terceiro que lhe esteja prestando

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auxílio comete o crime de resistência.


Resistência
CP, Art. 329 - "Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
..."

O que não atende a ordem, passivamente, pratica o crime de desobediência


.
Desobediência
CP, Art. 330 - "Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
..."
Tem-se entendido que a fuga, sem violência, não caracteriza tal ilícito, porque tal atitude é
natural, inspirada não pela vontade de transgredir a ordem mas pela busca e impulso instintivo de liberdade.
Efetuada a prisão, a evasão ou tentativa de evasão com violência contra pessoa constitui o ilícito
previsto no art. 352 do CP.

Evasão mediante violência contra a pessoa


CP, Art. 352 - "Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de
segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
...".

Dispõe o Código de Processo Penal ainda a respeito de terceiros.


CPP, Art. 292 - "Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante
ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos
meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas".

PRISÃO PREVENTIVA

CONCEITO
Tem uma acepção ampla para designar a custódia verificada antes do trânsito em julgado da
sentença. É a prisão processual, cautelar, chamada também de provisória (CP. Art. 42).
Prisão em Flagrante
Prisão decorrente de pronúncia
Prisão Preventiva: Prisão resultante da sentença condenatória
(Lato Sensu) Prisão Temporária
Prisão Preventiva (Stricto Sensu)

PRISÃO PREVENTIVA STRICTO SENSU


Neste sentido restrito, é uma medida cautelar, constituída da privação de liberdade do indigitado
autor do crime e decretada pelo juiz durante o inquérito ou instrução criminal em face da existência de
pressupostos legais, para resguardar os interesses sociais de segurança.
Embora se façam críticas ao instituto da prisão preventiva, já que suprime a liberdade do indivíduo
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, causando ao eventualmente inocente a
desmoralização e a depressão aos seus sentimentos de dignidade, é ele previsto tradicionalmente em nossa
ordem jurídica como em todos os países civilizados.
Como coação processual e, portanto, medida extremada de exceção, só se justifica em situações
específicas, em casos especiais onde a segregação preventiva, embora um mal, seja indispensável.

PRESSUPOSTOS:

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CPP, Art. 312 - "A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública,
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria."
A prisão preventiva só pode ser decretada "quando houver prova da existência do crime e
indícios suficientes de autoria". A primeira exigência refere-se à materialidade do crime, ou seja, a existência
do corpo de delito que prova a ocorrência do fato criminoso (laudos de exame de corpo de delito,
documentos, prova testemunhal etc.). Exigindo-se "prova" da existência do crime, não se justifica a
decretação da prisão preventiva diante de mera suspeita ou indícios da ocorrência de ilícito penal.
Exige-se ainda para a decretação da prisão preventiva "indícios suficientes da auroria".
Contenta-se a lei, agora, com simples indícios, elementos probatórios menos robustos que os necessários
para a primeira exigência. Não é necessário que sejam indícios concludentes e unívocos, como se exige para
a condenação; não é preciso que gerem certeza da autoria. Nesse tema, a suficiência dos indícios de autoria é
verificação confiada ao prudente arbítrio do magistrado, não exigindo regras gerais ou padrões específicos
que a definam.
Inexistentes os indícios suficientes de autoria quanto à participação do acusado no crime,
não há que se decretar a prisão preventiva.

FUNDAMENTOS:
CPP, Art. 312 - 'A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública,
da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.'
Refere-se a lei, em primeiro lugar, às providências de segurança necessárias para evitar que o
delinqüente pratique novos crimes contra a vítima e seus familiares ou qualquer outra pessoa, quer porque é
acentuadamente propenso às práticas delituosas, quer porque, em liberdade, encontrará os mesmos estímulos
relacionados com a infração cometida. Embora não se tenha firmado na jurisprudência um conceito
estratificado para a expressão "garantia da ordem pública", a periculosidade do réu tem sido apontada como
o fator preponderante para a custódia cautelar.
Por isso, aberrante a interpretação do dispositivo que possibilita a prisão sob o argumento de
proteger o agente de represálias da vítima ou da família desta (JTJ 153/321-2).
Em segundo lugar, permite-se a prisão preventiva para a garantia da ordem econômica, ou
seja, as que podem provocar os efeitos mencionados no art. 20 da Lei nº 8.884/94, como os das Leis nº
8.137/90; 7.492/86; 1.521/52, etc..
Lei nº 8.884/94 - Art. 20. "Constituem infração da ordem econômica, independentemente de
culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes
efeitos, ainda que não sejam alcançados:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros;
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
§ 1º A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de
agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II.
§ 2º Ocorre posição dominante quando uma empresa ou grupo de empresas controla parcela
substancial de mercado relevante, como fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de um produto,
serviço ou tecnologia a ele relativa.
§ 3º A posição dominante a que se refere o parágrafo anterior é presumida quando a empresa
ou grupo de empresas controla 20% (vinte por cento) de mercado relevante, podendo este percentual ser
alterado pelo Cade para setores específicos da economia. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29/06/95)
Menciona a lei, em terceiro lugar, a garantia da execução da pena como fundamento para a
decretação da custódia. Com ela impede-se o desaparecimento do autor da infração que pretenda se subtrair
aos efeitos penais da eventual condenação. A fuga ou escusa em atender o chamamento judicial, dificultando
o andamento do processo, retarda e torna incerta a aplicação da lei penal, justificando a custódia provisória.
Por fim, a custódia pode ser decretada para assegurar a prova testemunhal, obstando-se a
ação do criminoso, seja fazendo desaparecer provas do crime, seja apagando vestígios, subornando, aliciando
ou ameaçando testemunhas etc.

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A medida excepcional de decretação da prisão preventiva não pode ser adotada se ausentes
os fundamentos legais, ou seja, quando estão presentes elementos que indiquem a sua necessidade. Deve ela
apoiar-se em fatos concretos que os embasem e não apenas em hipóteses ou conjecturas, ou gravidade do
crime. Não se justifica apenas porque o acusado é mau pagador, ou desonesto, ou desempregado, ou possui
maus antecedentes. Também não se pode invocar a medida para garantir a incolumidade do acusado a
pretexto da conveniência da instrução criminal, pois tal constitui desvio de finalidade.
Como a prisão preventiva depende, principalmente, das condições pessoais do acusado, pode
não haver igualdade de tratamento entre os co-réus em caso de concurso de pessoas, sendo admissível a
medida com relação a um e não a outro co-réu.

CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE:
CPP, Art. 313 - "Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será
admitida a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos:
I - punidos com reclusão;
II - punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida
sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la;
III - se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal;
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei
específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência (Redação dada pela Lei 11.340, de
07 de agosto de 2006)."
Obs.: Anote-se que ao parágrafo único do artigo 46 do Código Penal corresponde agora o
artigo 64, I, do mesmo Estatuto.
Assim, permite-se a prisão preventiva em todos os crimes dolosos punidos com reclusão;
nos crimes punidos com detenção nas hipóteses do réu vadio o que frustra a sua identificação; nos crimes
punidos com qualquer pena privativa de liberdade quando se tratar de criminoso que será considerado
reincidente em crime doloso se condenado e nos crimes que envolvam violência doméstica e familiar contra
a mulher. Não se impede, inclusive, a decretação da prisão preventiva no caso de crime afiançável.
Utilizando-se a palavra "crime", não se permite a prisão preventiva em processo em que se
apura mera contravenção. Também não se permite a custódia, embora não haja dispositivo expresso, nos
casos em que o réu se livra solto, independentemente de fiança, já que nesse caso nem mesmo se permite o
recolhimento em caso de prisão em flagrante.
Por fim, nos termos do artigo 314 do CPP, a prisão preventiva em nenhum caso será
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes nos autos ter o agente praticado o fato nas condições
previstas como excludentes de ilicitude, ou seja, o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito
cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito, previstas agora no artigo 23, I, II e III do Código
Penal.
CPP, Art. 314 - A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas
provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições do art. 19, I, II ou III, do Código
Penal.

PRISÃO TEMPORÁRIA

Por força da Medida Provisória nº 111, de 24 de novembro de 1989, depois substituída pela Lei nº
7.960, de 21 de dezembro de 1989, passou a figurar na legislação processual brasileira mais uma espécie de
prisão provisória ou cautelar; é a chamada prisão temporária.

CONCEITO:
A prisão temporária trata-se de medida acauteladora, de restrição da liberdade de locomoção,
por tempo determinado, destina a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o
inquérito policial.
Contrastando-se com a tendência doutrinária moderna, de que não se deve possibilitar o
recolhimento à prisão do autor da infração penal antes do trânsito em julgado da sentença condenatória,
máxime se primário e de bons antecedentes, a lei prevê o encarceramento temporário do indiciado no
procedimento policial, a qualquer tempo, por razões de necessidade ou conveniência. Como se diz na
exposição de motivos da Lei nº 7.960/89, o clima de pânico que se estabelece em nossas cidades, a certeza da

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impunidade que campeia célere na consciência de nosso povo, formando novos criminosos, exigem medidas
firmes e decididas, entre elas a da prisão temporária.
Naturalmente, a prisão temporária só pode ser decretada pela autoridade judiciária, conforme
imposição constitucional, tendo tempo limitado de duração, ou seja, de 5 (cinco) dias, prorrogáveis por
igual período, com exceção da prática de crimes hediondos e de outros delitos graves, em que o prazo é
mais dilatado.

FUNDAMENTOS:
Lei 7.960/89, Art. 1° - "Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação
penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270,
caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986)."
Em primeiro lugar, diz a Lei, que caberá prisão temporária "quando imprescindível para as
investigações do inquérito policial" (art.1º, inc. I). Refere-se a eventuais entraves que impedem se possa
esclarecer devidamente o fato criminoso e suas circunstâncias, bem como sua autoria. A lei, nesse inciso,
permite a prisão não só do indiciado, como de qualquer pessoa (uma testemunha, por exemplo), já que, ao
contrário dos demais incisos do artigo 1º, não se refere ela especificamente ao "indiciado". Trata-se, portanto,
de norma legal odiosa e contrária à tradição do processo penal brasileiro. De outro lado, referindo-se no
inciso I às investigações "do inquérito policial", impede a prisão temporária do autor da infração penal
quando não se tenha instaurado o procedimento policial inquisitivo.
É permitida também a prisão temporária "quando o indicado não tiver residência fixa ou não
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade" (art.1º, inc. II). Destina-se a norma,
ainda, a possibilitar o bom andamento do inquérito policial, que ficaria prejudicado pelo desaparecimento do
indiciado, difícil de ser localizado por não ter residência determinada ou por não se conhecer sua verdadeira
identidade. Efetuada a prisão, as providências de identificação, inclusive pelo processo datiloscópico, ficam
asseguradas.
Por fim, cabe ainda a medida no caso da ocorrência dos crimes elencados no artigo 1º, inc.
III, da Lei 7.960/89. Entendeu-se que a gravidade e a repulsa social que provocam qualquer desses ilícitos
justificam a prisão temporária sem que, nessa hipótese, haja necessidade de ser ela imprescindível para as
investigações ou que o agente não tenha residência fixa ou não forneça elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade. Ao contrário das demais hipóteses, porém, diz a lei que é necessário que
haja "fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida pela legislação penal, de autoria ou de
participação do indiciado". Também ao contrário dos demais incisos, que embasam a prisão temporária,
nessa última hipótese não é necessário demonstrar a necessidade da prisão, bastando para ela a existência de
indícios suficientes de autoria.
Diante da enumeração legal do inciso III, pode-se concluir que tal medida é destinada a
aplacar o clamor público e a indignação social diante dos crimes graves mencionados, mas a lei não exige
que tais situações estejam presentes no caso em particular.
O despacho em que se decretar a prisão temporária deve ser fundamentado, e como no caso
de prisão preventiva, não são suficientes meras expressões formais ou repetição dos dizeres da lei. Deve a

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autoridade judiciária, apreciando os fundamentos de fato e de direito do pedido, motivar convenientemente a


decisão, referindo-se aos pressupostos exigidos em lei conforme a hipótese.

CRIMES HEDIONDOS:
Os crimes hediondos mereceram também dispositivo especial com relação à prisão
temporária, dispondo-se no art 2º, § 3º, da Lei nº 8.072, que "ela terá o prazo de trinta dias, prorrogável por
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade".
Lei nº 8.072, art. 2º - "...
§ 3º - A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade."
Importante frisar que com exceção da tortura e do terrorismo, todos os delitos considerados
como crimes hediondos enquadram-se no inciso III do artigo 1º da Lei nº 7.960, que possibilita a prisão
temporária mesmo sem a demonstração da necessidade da medida, bastando para a sua adoção que existam
indícios suficientes de autoria.

PROCEDIMENTOS:
Em relação a Prisão Temporária, não se prevê a possibilidade de decretação de ofício, pelo
juiz, mesmo porque a medida só se justifica durante o Inquérito Policial.
Lei nº 7.960, art. 2° - "A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade."
Apresentada a representação da autoridade policial, o juiz, antes de decidir, deve ouvir o
Ministério Público, que opina livremente, a favor ou não na representação, não vinculando seu parecer a
decisão do magistrado. Evidentemente, tanto a representação quanto o requerimento devem conter as razões
que indicam a necessidade ou conveniência da medida, expondo seu subscritor qual ou quais os fundamentos
em que se apóia o pedido.
Lei nº 7.960, art. 2° - "...
§ 1° - Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público."
O juiz tem o prazo de 24 (vinte e quatro) horas contado a partir do recebimento da
representação ou do requerimento para decidir sobre a prisão, em despacho fundamentado, sob pena de
nulidade.
Lei nº 7.960, art. 2° - "...
§ 2° - O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado
dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do
requerimento."
Como a medida cautelar se justifica pela urgência no esclarecimento dos fatos, dispõe a lei
que, em todas as comarcas e seções judiciárias deverá haver um plantão permanente de vinte e quatro horas
do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação da prisão temporária.
Lei nº 7.960, art. 5° - "Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão
permanente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação dos pedidos
de prisão temporária."
O mandado deve ser expedido em duas vias, uma das quais deve ser entregue ao indiciado,
servindo de nota de culpa.
Lei nº 7.960, art. 2° - "...
§ 4° - Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das
quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa."
Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da
Constituição Federal (o de permanecer calado, o de ser assistido por um advogado e pela família, etc.).
Lei nº 7.960, art. 2° - "...
§ 6° - Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art.
5° da Constituição Federal."
Prevê a Lei, ainda, providências facultativas em que o magistrado pode obter novos
esclarecimentos sobre os fatos, verificar a necessidade ou conveniência da medida, para mantê-la ou não, e

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assegurar-se também de que não houve constrangimento ilegal contra o preso, determinando as medidas
cabíveis diante dos esclarecimentos obtidos e do resultado do exame de corpo de delito.
Lei nº 7.960, art. 2° - "...
§ 3° - O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado,
determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e
submetê-lo a exame de corpo de delito."
A prorrogação prevista no art. 2º, in fine da Lei 7.960, exige uma razão maior do que o
fundamento invocado para a prisão, ou seja, só pode ser determinada em casos extremos e não simplesmente
por conveniência das investigações o por se tratar de crime de maior gravidade.
Lei nº 7.960, art. 2° - "A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da
representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade."
Decorrido o prazo de 5 dias (ou de dez, se foi prorrogada a prisão), o preso deve ser posto
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
Lei nº 7.960, art. 2° - "...
§ 7° - Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente
em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva."
A desobediência ao dispositivo constitui ilícito penal. Acrescentando a alínea "i" ao artigo 4º
da Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, a Lei 7.960 prevê como delito de abuso de autoridade "prolongar
a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente a ordem de liberdade.
Lei 7.960, art. 4° - O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acrescido da
alínea i, com a seguinte redação:
"Art. 4° .....
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança,
deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade;"
As mesma regras aplicam-se, evidentemente, na hipótese dos crimes hediondos, prática de
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e genocídio, em que o prazo é de trinta dias,
prorrogável por igual período.
Lei nº 8.072, art. 2º - "...
§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade."
A pessoa sujeita à prisão temporária deve permanecer, obrigatoriamente, separada dos
demais detentos.
Lei nº 7.960, art. 3° - "Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,
separados dos demais detentos."
É disposição que procura, de um lado, evitar a promiscuidade do preso temporário com os
condenados e demais presos provisórios, e, de outro, facilitar as investigações e o esclarecimento dos fatos.

V- POLICIA OSTENSIVA

SEGURANÇA PÚBLICA
É o estado indelitual que resulta da observância dos preceitos tutelados pelas leis comuns e pela lei das
contravenções penais.
ORDEM PÚBLICA
É o estado de paz social que experimenta a população, decorrente do grau de garantia individual ou
coletiva propiciado pelo Poder Público, que envolve, além das garantias de segurança, tranqüilidade e
salubridade, as noções de ordem moral, estética, política e econômica.
SALUBRIDADE PÚBLICA
Constitui-se no estado higiênico e de sanidade de um lugar, cujas condições se mostram favoráveis ao
atingimento de um nível satisfatório de qualidade de vida da coletividade, garantido através de ações
preventivas e repressivas da alçada do poder público.
POLICIAMENTO OSTENSIVO

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É a atividade dinâmica de execução da Polícia ostensiva, que obedece a características, princípios e


variáveis próprias, visando satisfazer as necessidades básicas das comunidades e do cidadão.
É a polícia ostensiva em movimento.
POLÍCIA OSTENSIVA
Conjunto sistemático de conhecimentos, métodos e técnicas correlacionados com o campo jurídico-
administrativo do Estado, caracterizado pelo exercício do poder de polícia e realizado, exclusivamente pela
PM, através da presença ostensiva, na qual os seus agentes identificados de plano, na sua autoridade pública,
pelo fardamento, equipamento, armamento e viatura, cujo propósito é preservar a vida, o patrimônio, enfim a
ordem pública.
PODER DE POLÍCIA
É a faculdade de dispõe a administração pública ara condicionar e restringir o uso e gozo de bens,
atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
TRANQÜILIDADE PÚBLICA
É o estágio em que a comunidade se encontra num clima de convivência harmoniosa e pacífica,
representando assim uma situação de bem estar social.
PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA
É a manutenção ou o restabelecimento da ordem pública, impedindo atos individuais ou coletivos que
atentem contra a segurança pública, as atividades lícitas, os bens públicos ou particulares, a saúde e o bem-
estar das populações, e a vida dos cidadãos, preservando a situação de garantia e normalidade que o Estado
assegura, ou deva assegura, a todos os membros da sociedade.
ESTRATÉGIA POLICIAL-MILITAR
São escolhas, decisões que caracterizam um conjunto integrado de ações, destinadas a viabilizar os
objetivos institucionais.
TÁTICA POLICIAL- MILITAR
É a arte de empregar a tropa em ações e operações Policiais Militares.
TÉCNICA POLICIAL MILITAR
É o conjunto de métodos e procedimentos usados para a execução eficiente das atividades policiais
militares.
REGIÃO
É a circunscrição territorial atribuída à responsabilidade de um Comando Regional.
ÁREA
É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Batalhão de Polícia Militar (BPM) ou Regimento de
Polícia Montada (RPMon).
SUBÁREA
É o espaço físico atribuído à responsabilidade de uma Companhia PM (Cia PM) ou Esquadrão de Polícia
Montada (Esqd P Mon).
SETOR
É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Pelotão PM (Pel PM).
SUBSETOR
É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Grupo PM (GPM).
POSTO
É o espaço físico delimitado, atribuído à responsabilidade de fração elementar ou constituída, atuando em
permanência e/ou patrulhamento.
ITINERÁRIO
É o trajeto que interliga pontos-base no posto, percorrido obrigatoriamente pela fração.
LOCAL DE RISCO
É todo local que, por suas características, apresenta elevada probabilidade de ocorrência policial militar.
OCORRÊNCIA POLICIAL MILITAR
É todo fato que exige intervenção policial militar, por intermédio de ações ou operações.
BOLETIM DE ATENDIMENTO - BA
Documento que se destina ao registro geral das intervenções do policial militar, por intermédio de ações
ou operações, em serviço de Polícia Ostensiva.
TERMO CIRCUNSTANCIADO - TC
Documento que se destina ao registro dos dados essenciais relativos às infrações penais de menor
potencial ofensivo, lavrado pelo policial militar ou civil, quando presentes as circunstâncias e elementos que
permitam a lavratura do auto de prisão em flagrante.
COMUNICAÇÃO DE OCORRÊNCIA POLICIAL - BO-COP

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Documento que se destina ao registro das Comunicações de infrações penais, não enquadradas nas
circunstâncias do flagrante e/ou não comportem o registro na forma de Termo Circunstanciado.
AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO - AIT (não constante na DGBM 02)
Documento que se destina ao registro dos dados essenciais relativos a infrações de trânsito, constatada
pelo policial, nas vias públicas abertas a livre circulação.
AÇÃO POLICIAL MILITAR
É o desempenho isolado de fração elementar ou constituída, com autonomia para cumprir missões
rotineiras.
OPERAÇÃO POLICIAL MILITAR
É a conjugação de ações, executadas por frações de tropa constituídas, que exige planejamento específico.
AÇÃO DE PRESENÇA
É a manifestação que dá a comunidade a sensação de segurança, pela certeza de cobertura policial
militar.
Ação de presença real consiste na presença física do PM nos locais onde a probabilidade de ocorrência
seja grande.
Ação de presença potencial é a capacidade de o Policiamento Ostensivo, num espaço de tempo mínimo,
acorrer a local onde a ocorrência policial militar seja iminente ou já tenha surgido.
FRAÇÃO ELEMENTAR
Fração de tropa, de até cinco Policiais Militares (PM), que não constitua Grupo Policial Militar (GPM),
para emprego coordenado.
FRAÇÃO CONSTITUÍDA
É a tropa com efetivo mínimo de 01 (um) GPM.
ESTUDO DE SITUAÇÃO
É a ferramenta de coleta e análise de dados utilizada pelos OPM com objetivo de interpretar os fatores
intervenientes e fornecer subsídios para melhor instruir o processo decisório.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Metodologia utilizada pelos Órgãos de Direção_Geral, que permite estabelecer a direção a ser seguida
pela Instituição, visando maior integração com o ambiente preservando o atingimento das metas e objetivos
organizacionais.
PLANEJAMENTO TÁTICO (GERENCIAL)
Metodologia utilizada pelos Departamentos e Órgãos de execução de serviço à comunidade (CRPO e
CRB), que tem por finalidade alcançar objetivos setorizados da Instituição.
PLANEJAMENTO OPERACIONAL
Metodologia de desenvolvimento e implementação de resultados específicos a serem alcançados pelas
áreas operacionais da Instituição.
PLANO
Conjunto de atividades que contém projetos, definindo caminhos e mostrando as possibilidades de
realização e de sucesso, formalizadas através de um documento.
PLANOS DE OPERAÇÕES
Documento elaborado a partir de um evento previsto ou presumido, que estabeleça a conduta PM nas
circunstâncias extraordinárias, tendo por abrangências, no mínimo, dois níveis de execução.
ORDEM DE POLÍCIA OSTENSIVA
Documento elaborado pelo Comando da Corporação e desdobrado pelos elementos de execução,
abrangendo as rotinas das áreas de inteligência, operações, instrução, administração, visando orientar as
frações subordinadas, garantindo a eficiência e eficácia nas ações de polícia ostensiva.
ORDEM DE OPERAÇÕES
Documento elaborado a partir de um evento previsto ou presumido, que estabeleça a conduta do PM nas
circunstâncias ordinárias e especiais, tendo por abrangências, no mínimo dois níveis de execução.
AÇÃO DE POLÍCIA MILITAR
É o exercício diuturno das atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública pelos PM.
CONTROLE OPERACIONAL
É realizado em todos os níveis de execução das operações e tarefas, tomadas isoladamente.
Observa padrões de desempenho.
São instrumento de controle operacional: A presença pessoal dos diversos escalões de supervisão, o
quadro de produtividade individual e coletivo da Fração e o controle de qualidade sobre o serviço prestado.

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CARACTERÍSTICA DO POLICIAMENTO OSTENSIVO


são aspectos gerais que revestem a atividade Policial Militar, identificam o campo de atuação e as razões
de seu desencadeamento, e que são:
IDENTIFICAÇÃO
O Policiamento Ostensivo é a atividade de preservação da ordem pública em cujo emprego a fração é
identificada de relance pela farda. O armamento, equipamento, viatura e aprestos se constituem em formas
complementares de reconhecimento.
AÇÃO PÚBLICA
O Policiamento Ostensivo é exercido visando a preservar o interesse geral da segurança pública nas
comunidades, resguardando o bem comum em sua maior amplitude. Não se confunde com zeladoria,
atividade de vigilância particular de bens ou áreas privadas e públicas, nem com a segurança pessoal de
indivíduos sob ameaça. A atuação eventual nessas situações ocorre por conta das excepcionalidades e não
como regra de observância imperativa.
TOTALIDADE
O Policiamento Ostensivo é uma atividade essencialmente dinâmica e tem origem na necessidade comum
de segurança da comunidade, permitindo-lhe viver em tranqüilidade pública. É desenvolvida sob os aspectos
preventivo e repressivo, consoante seus elementos motivadores, assim considerados os atos que possam se
contrapor ou se contraponham à ordem pública. Consolida-se por uma sucessão de iniciativas de
planejamento e execução ou em razão de clamor público. Deve fazer frente a toda e qualquer ocorrência,
que por iniciativa própria, quer por solicitação, quer em razão de determinação. Havendo envolvidos
(pessoas, objetos), quando couber, serão encaminhados a órgãos competentes ou estes cientificados para
providências, se não implicar em prejuízo para o desenlace do atendimento.
DINÂMICA
O desempenho do sistema de Policiamento Ostensivo far-se-á, com prioridade, no cumprimento e no
aperfeiçoamento dos planos de rotina, com o fim de manter continuado e íntimo engajamento da fração com
sua circunscrição, para obter o conhecimento detalhado do terreno e dos hábitos da população, a fim de
melhor servi-la. O esforço é feito para a manutenção dos efetivos e dos meios na execução daqueles planos
que conterão o rol de prioridades pela presença continuada, objetivando criar e manter na população a
sensação de segurança que resulta na Tranqüilidade Pública, objetivo final da Manutenção da Ordem
Pública. As Operações Policiais Militares, destinadas a suprir exigências não atendidas pelo Policiamento
Ostensivo em determinados locais, poderão ser executadas esporadicamente, em caráter supletivo, através da
saturação/concentração maciça de pessoal e material, para fazer frente a inquietante situação temporária, sem
prejuízo para a Ordem de Polícia Ostensiva.
LEGALIDADE (não incluído na DGBM 02)
As atividades de Policiamento Ostensivo desenvolvem-se dentro dos limites que a Lei estabelece. O
exercício do Poder de Polícia é discricionário, mas não arbitrário.
Seus parâmetros são a própria Lei.
PRINCÍPIOS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO
são preceitos essenciais considerados no planejamento e na execução, visando a eficácia
operacional e compreendem:
UNIVERSALIDADE
O Policiamento Ostensivo se desenvolve para a preservação da Ordem Pública, tomada no seu sentido
amplo. A natural, e as vezes imposta, tendência à especialização, não constitui óbice à preparação do PM
capaz de dar tratamento adequado aos diversos tipos de ocorrências. Aos PM especialmente preparados para
determinado tipo de policiamento, caberá, a adoção de medidas, ainda que preliminares, em qualquer
ocorrência policial militar. O cometimento de tarefas policiais militares específicas não desobriga o PM do
atendimento a outras ocorrências que presencie ou para as quais seja chamado ou determinado.
RESPONSABILIDADE TERRITORIAL
Os elementos em Comando, com tropa desdobrada no terreno, são responsáveis, perante o escalão
imediatamente superior, pela manutenção da Ordem Pública na circunscrição territorial que lhe estiver afeta,
especialmente pelo que decorre do Policiamento Ostensivo. Como dever, compete-lhe a iniciativa de todas as
providências legais e regulamentares, para ajustar os meios que a Corporação aloca ao cumprimento da
missão naquele espaço territorial considerado.
CONTINUIDADE
O Policiamento Ostensivo é atividade imprescindível, de caráter absolutamente operacional e será exercido
diuturnamente. A satisfação das necessidades de segurança da comunidade compreende um nível tal de

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exigências que deve encontrar resposta na estrutura organizacional, nas rotinas de serviço e na mentalidade
do PM.
APLICAÇÃO
O Policiamento Ostensivo, por ser uma atividade facilmente identificada pela farda, exige atenções e
atuações ativas de seus executores, de forma a proporcionar o desestímulo ao cometimento de atos
antisociais, pela atuação preventiva e repressiva. A Omissão, o desinteresse e a apatia são fatores geradores
de descrédito e desconfiança por parte da comunidade e revelam falta de preparo individual e de espírito de
corpo.
ISENÇÃO
No exercício profissional, o PM através de condicionamento psicológico, atuará sem demonstrar emoções
ou concepções pessoais. Não deverá haver preconceito quanto a profissão, nível social, raça, condição
econômica ou posição política das partes envolvidas. Ao PM cabe observar a igualdade do cidadão quanto ao
gozo dos seus direitos e cumprimento de seus deveres perante a Lei, agindo com imparcialidade e
impessoalidade.
EMPREGO LÓGICO
A disposição dos meios, para a execução do Policiamento Ostensivo, deve ser o resultado de julgamento
criterioso das necessidades, escalonadas em prioridades de atendimento, da dosagem do efetivo e do
material, compreendendo o uso racional do que estiver disponível, bem como de um conceito bem claro e
definido, consolidado em esquemas exeqüíveis.
ANTECIPAÇÃO
A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito predominantemente preventivo do Policiamento
Ostensivo, a iniciativa de providências estratégicas, táticas e técnicas, destina-se a minimizar a surpresa,
caracterizar um clima de segurança na comunidade e fazer face ao fenômeno da evolução da criminalidade
com maior presteza.
PROFUNDIDADE
A cobertura de locais de risco não ocupados e/ou o reforço pessoal empregado devem ser efetivados
ordenadamente, seja pelo judicioso emprego da reserva, seja pelo exercício da atividade. A supervisão
(fiscalização e controle) e a coordenação, realizadas por Oficiais e Graduados, também integram este
princípio, a medida que corrigem distorções e elevam o moral do executante.
UNIDADE DE COMANDO
Em eventos específicos, que exijam emprego de diferentes frações, a missão é melhor cumprida quando
se designa um só Comandante para a operação, o que possibilita a unidade de esforço, pela aplicação
coordenada de todos os meios.
OBJETIVO
O Policiamento Ostensivo visa a tranqüilidade pública pelo desencadeamento de ações e operações,
isoladas ou integradas, com propósitos particulares definidos.

VARIÁVEIS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO - CONCEITUAÇÃO


São critérios identificadores e norteadores das ações e operações de Polícia Ostensiva.
b. Tipos:
São qualificadores de ações e operações de Policiamento Ostensivo:
1) Policiamento Geral
Tipo de Policiamento Ostensivo exercido, com exclusividade, pela Brigada Militar que visa
satisfazer as necessidades basilares de segurança, inerentes a qualquer comunidade ou a qualquer cidadão.
2) Policiamento de Trânsito
Tipo específico de Policiamento Ostensivo exercido pela Brigada Militar, com o objetivo de
prevenir e reprimir atos relacionados com a segurança pública e de garantir a obediência as normas relativas
a segurança de trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
3) Policiamento Rodoviário
Tipo específico de Policiamento Ostensivo exercido pela Brigada Militar, em rodovias estaduais e,
mediante convênio, em rodovias federais, visando prevenir e reprimir atos relacionados a segurança pública.
4) Policiamento Ambiental
Tipo específico de Policiamento Ostensivo, exercido pela Brigada Militar, que visa preservar
através da Educação Ambiental e reprimir os crimes e infrações ambientais, buscando assim garantir a
proteção da fauna, recursos florestais, recursos hídricos, o combate a caça, pesca ilegal ou a poluição em
todas as suas formas.
5) Policiamento de Guarda

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Tipo específico de Policiamento Ostensivo, exercido pela Brigada Militar, que visa a guarda de
aquartelamento, a segurança externa de estabelecimentos penais e sedes dos poderes estaduais.
c. Processos
São maneiras pelas quais utilizam-se os meios de locomoção.
Podem ser:
1) a pé;
2) motorizado;
3) montado;
4) aéreo;
5) em embarcações;
6) em bicicletas.
d. Modalidades
São modos peculiares de execução do Policiamento Ostensivo.
1) Patrulhamento
É a atividade móvel de observação, fiscalização, reconhecimento, proteção ou mesmo de emprego
de força desempenhada pelo PM no posto.
2) Permanência
É a atividade predominantemente estática de observação, fiscalização, reconhecimento, proteção,
emprego de força ou custódia, desempenhada pelo PM no posto.
3) Diligência
É a atividade que compreende busca de pessoas, animais ou coisas, captura de pessoas ou animais,
apreensão de animais, apreensão de animais ou coisas, resgate de vítimas.
4) Escolta
É a atividade destinada à custódia de pessoas ou bens, em deslocamento.
e. Circunstâncias
São condições que dizem respeito à freqüência com que se torna exigido o Policiamento Ostensivo.
1) Ordinário
É o emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a Ordem de Policia Ostensiva (OPO),
que contém a ordem de prioridades.
2) Extraordinário
É o emprego eventual e temporário de meios operacionais face a acontecimento imprevisto, que
exige manobra de recursos.
3) Especial
É o emprego temporário de meios operacionais, em eventos previsíveis que exijam esforço
específico.
f. Lugar
É o espaço geográfico em que se emprega o Policiamento Ostensivo:
1) Urbano
É o Policiamento exercido nas áreas de edificação intensiva dos municípios, caracterizado no Plano
Diretor do Município.
2) Rural
É o Policiamento exercido em áreas que se caracterizam pela ocupação extensiva, fora dos limites
urbanizados dos municípios, conforme o Plano Diretor do Município.
g. Efetivo
É a fração empenhada em uma ação ou operação:
1) Fração elementar
1 PM a 5 PM
2) Fração constituída
GPM, Pel PM, Cia PM - Esqd PM, Dest Esp, Regimento ou Batalhão.
h. Forma
É a disposição da tropa no terreno, com atribuições e responsabilidades, para execução do
Policiamento Ostensivo:
1) Desdobramento
Constitui a distribuição dos Comandos Regionais e OPM Especiais no terreno, devidamente
articuladas até nível de GPM, com limites de responsabilidade perfeitamente definidos.
2) Escalonamento

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É o grau de responsabilidade dos sucessivos e distintos níveis da cadeia de comando, no seu espaço
geográfico.
i. Duração
É o tempo de empenho diário do PM no Policiamento Ostensivo.
1) Jornada
É o período de tempo, nas 24 horas do dia, em que o PM desenvolve a atividade Policial Militar.
2) Turno
É o fracionamento da jornada por um período de tempo previamente determinado.
j. Suplementação
São recursos adicionais que aumentam a capacidade operacional em ações ou operações rotineiras
e/ou específicas:
1) cão;
2) rádio transceptor
3) telefone celular;
4) armamento e equipamento peculiares;
5) outros.
k. Desempenho
É a particularização do emprego do PM para cumprimento de atividade-fim no Policiamento
Ostensivo:
1) Atividade de linha
É o emprego diretamente relacionado com o público.
2) Atividade auxiliar
É o emprego em apoio imediato ao PM em atividade de linha. Não deve ser confundida com o
apoio mediato, próprio da atividade-meio.
l. Fatores intervenientes básicos
São os fatores que obrigatoriamente devem ser levados em consideração por ocasião dos
planejamentos operacionais, e dividem-se em:
1) Fatores determinantes:
Caracterizam-se pela tipicidade, gravidade e incidência de ocorrências Policiais Militares,
presumíveis ou existentes.
2) Fatores componentes:
Caracterizam-se pelos custos, espaços a serem cobertos; mobilidade, possibilidade de contato
direto, objetivando conhecimento do local de atuação e relacionamento; autonomia; facilidade de supervisão
e coordenação; flexibilidade; proteção ao PM;
3) Fatores condicionantes:
Caracterizam-se pelo local de atuação, características físicas e psicossociais; clima; dia da semana;
horário; disponibilidade de recursos.
3. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Nenhum critério em si pode ser tomado como a melhor indicação ou a mais eficaz, já que o pleno
rendimento operacional será obtido pela associação das variáveis.

1) Abordagem
É o ato pelo qual o policial militar se aproxima é interpela qualquer pessoa, a pé ou em veículo, a
fim de identificá-la e/ou proceder à busca, de cujo ato poderá ou não resultar outras ações decorrentes, como
orientação, advertência, a prisão, a notificação por infração de trânsito, apreensão de coisas ou outras que a
situação determine. A abordagem ocorrerá, preferencialmente, em casos que o policial suspeite
fundamentadamente da pessoa e dela só decorrerá busca pessoal se, na abordagem, forem verificadas razões
para tal.
2) Suspeito fundado
É a pessoa que reúne determinadas características ou é encontrada em situação ou em conduta ou
com objetos que induzam o agente policial a visualizá-la como sendo, potencial ou efetivamente, autor de
delito, proporcionando uma coincidência de semelhanças ou uma relação de quase-certeza entre a pessoa
abordada e o presumindo ou certo infrator penal.
3) Suspeito Intuído
É aquela pessoa que, em razão das circunstâncias de conduta, tempo e/ou lugar desperta no policial
uma presunção de ameaça à tranqüilidade pública, embora tal desconfiança não possua relação direta com
determinado delito.

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4) Identificação
Compreende os procedimentos necessários para obter uma descrição conclusiva do abordado,
através de uma coleta de dados rápida, a qual é efetuada junto a um sistema de informações, testemunhas,
vítima ou pessoa abordada, compreendendo os seguintes dados: aspectos físicos gerais (sexo, cor, altura,
peso, idade aparente, etc); aspectos físicos específicos (cabeça, nariz, orelha, testa, cabelo, face, corpo,
pescoço, etc); caracteres distintivos (vestuário, adornos, adereços, pastas, sotaques, gírias, alcunhas, etc) e
dados de qualificação (nome, idade, identidade civil, identidade profissional, filiação, endereço residencial,
endereço profissional, profissão, subemprego, grau de instrução, data de nascimento, nacionalidade,
naturalidade, etc).
5) Busca
É a diligência destinada a encontrar pessoa ou coisa a que se procura. Pode ocorrer a qualquer
momento, desde que a circunstâncias autorizem o policial a realizar tal procedimento.
6) Orientação
É o ato de transmitir instruções procedimentais em relação a determinada situação, com o intuito
de fazer com que determinada pessoa tenha condições de portar-se adequadamente em ocasiões futuras.
7) Advertência
Consiste no ato de censurar pessoa encontrada em conduta inconveniente, buscando a mudança de
atitude, a fim de evitar o afloramento de infração. Constitui conduta inconveniente aquele comportamento
que ainda não se configura como infração penal.
8) Prisão
É o ato de privar da liberdade a pessoa encontrada em flagrante delito ou em virtude de mandado
judicial.
9) Condução Coercitiva
Consiste no ato de encaminhar, com base no Poder de Polícia, pessoa envolvida em ocorrência
policial ao órgão competente, para as devidas providências.
10) Criminoso
É aquela pessoa que tenha ocasionalmente cometido infração penal, sem revelar reiteração de
comportamento delitivo.
11) Delinqüente
É aquela pessoa que reiteradamente comete infrações penais, revelando contumácia ou reiteração
de comportamento delitivo.
b. Critérios Gerais determinantes da Abordagem Policial:
1) Critério Administrativo – Polícia Preventiva - Abordagem Genérica
a) Nesse contexto, a abordagem é executada pela Polícia Administrativa, visando a preservar a
Ordem Pública. A motivação da atenção do policial para a conduta da pessoa ocorre em razão da efetiva ou
potencial perturbação da tranqüilidade a que está sujeita uma comunidade.
b) Ao realizar a abordagem de pessoa segundo este critério, o policial age com base no Poder de
Polícia, cujos atributos são a discricionariedade, a coercibilidade e a auto-executoriedade. Nesta atuação
policial devem estar presentes os requisitos necessários à existência do ato administrativo: competência:
conferida pela Constituição Federal para o exercício da Polícia Ostensiva e para a Preservação da ordem
Pública; Finalidade: o bem- estar da coletividade; Forma: atuação ostensiva e, portanto, preventiva;
Motivo: caracterizado como a situação de fato aparentemente anormal ou o dever legal de agir
preventivamente e no caso de veículo, por ser o procedimento precípuo para o exercício da sua função ; e
Objeto: comprovação da situação jurídica de uma pessoa.
c) Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e
restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio
Estado.
d) A aferição da conduta suspeita é fruto da conjugação das circunstâncias de tempo, conduta ou
modo e lugar, aliados à experiência profissional do agente policial. Trata-se de breve exercício mental de
análise das circunstâncias ou de uma ação de rápida vigilância antes da abordagem.
e) Caracterização da Conduta Suspeita:
(1) Circunstância de Conduta ou Modo:
Consiste em uma ação ou omissão da pessoa que sejam caracterizadas como fora do
contexto da normalidade do ambiente em que se encontra. Tal comportamento pode resultar,
potencialmente, em ameaça à tranqüilidade pública ou no cometimento de infração penal. A Legislação que
rege a matéria não desceu ao detalhe do procedimento técnico do policial, quanto ao modo de agir antes,
durante e depois da busca pessoal, bem como da imobilização de pessoa envolvida em atividade ilícita,

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limitando-se tão-somente a estabelecer a motivação da Ação Policial Militar. Exemplo: abordar pessoa
trafegando muitas vezes pelo mesmo local em um curto período; abordar, em razão do clamor público,
pessoa envolvida em infração penal, a qual está por cometer ou está cometendo ou já a cometeu; pessoa
transportando objeto de valor em horário e local, ou sob condições de risco, em desconformidade com a
normalidade social; pessoa transportando objetos (especialmente que possam causar dano físico) utilizáveis
para prática de crimes.
(2) Circunstância de Tempo:
Todo comportamento que esteja associado ao período considerado. Exemplo: período
considerado pelas estatísticas criminais; ação ou omissão praticada fora do horário habitual de
funcionamento das atividades; conduta praticada durante o horário de repouso noturno.
(3) Circunstância de Lugar:
Todo comportamento que esteja associado ao lugar e ao período considerado. Exemplo:
estabelecimento comercial que apresente anormalidade de conduta de seus funcionários ou em relação a
luzes, alarmes ou alterações no cercamento.
2) Critério Processual Penal – Polícia Repressiva – Abordagem de Criminoso ou Delinqüente
Neste contexto, o policial age repressivamente ao decidir abordar o cidadão que está cometendo
ou acaba de cometer um delito, ou é perseguido em situação que faça presumir ser autor de infração penal,
ou é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que se façam presumir ser ele
autor da infração penal (em flagrante delito, portanto), ou contra o qual haja Mandado de Prisão a ser
cumprido.
c. Princípios da Abordagem Policial
1) Legalidade
No ato de efetuar abordagem policial, o Policial-Militar deverá observar os princípios legais que
asseguram ao cidadão seus direitos e garantias individuais.
2) Planejamento Prévio
Consiste na elaboração mental de plano que defina o que fazer, como fazer, onde fazer, quando
fazer e por que fazer.
3) Segurança
Consiste na adoção de rotinas e cuidados destinados a reduzir ao máximo o perigo da reação e
violência por parte das pessoas abordadas. A ação deve ser segura para o cidadão abordado, para a sociedade
e, também, para o policial, que detém e emprega a força.
4) Surpresa
A surpresa da abordagem é elemento fundamental do êxito do procedimento porque, através do
inesperado, reduz a possibilidade da reação do abordado, principal óbice ao sucesso da ação policial.
5) Rapidez
A rapidez está intimamente ligada ao fator surpresa: quanto mais rápida for desencadeada a ação
policial, maior a surpresa e menor a possibilidade de reação.
6) Ação Vigorosa
Conjugação da postura corporal, entonação da voz e atitude de decisão. Entonação da voz é o
emprego da voz pelo policial, de forma a suscitar a intimidação no grau necessário que a situação requeira.
Toda abordagem deve ser realizada com o número de policiais compatível com a situação requerida na
abordagem e, tratando-se de abordagem de suspeitos fundados, com policiais em número no mínimo igual
ou superior ao das pessoas abordadas.
7) Unidade de Comando
Toda a abordagem deve ser coordenada por um comando único, evitando múltiplas e contraditórias
ordens e procedimentos.
d. Fases da Abordagem Policial
1) Planejamento Tático Mental
Consiste na coleta de dados e análise dos fatos, verificando o tipo de infração praticada, o local, o
horário, o número de suspeitos, criminosos ou delinqüentes envolvidos, os meios utilizados, o modus
operandi, a possibilidade de reação ou resistência e, ainda, as condições de atuação do efetivo policial. Após
análise destes fatores, se decidirá quando e como realizar a abordagem. Tudo isso se dará de forma rápida.
2) Plano de Ação
Consiste na adoção de um plano, escrito ou verbal, formulado para a prática da abordagem.
Definição prévia de tarefa ou missão que cada policial desempenhará no desencadeamento da ação,
considerando-se todos os quesitos já verificados no planejamento mental.
3) Procedimentos de Abordagem:

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a) Comunicação à Sala de Operações:


É o primeiro procedimento, e tem por objetivo informar a exata situação do recurso
empenhado. O seu conteúdo deverá ser composto dos seguintes dados:
(1) Descrição do local da abordagem (rua, beco, vila, estabelecimento, ponto de referência, etc);
(2) Descrição do tipo de abordagem: uma pessoa, grupo de pessoas, edificação, veículo, etc;
(3) Características do que será abordado: características físicas de pessoa ou pessoas, placas, modelo e cor
de veículo, cor e tipo de edificação, etc;
(4) Descrição do motivo da abordagem: grupo de pessoas concentradas em local, tipo de delito, veículo
atravessado na pista de rolamento, disparos ouvidos em via pública ou em edificações, etc.
b) Tomada de Posições:
(1) Devem ser estabelecidas as funções de cada policial durante a prática de uma abordagem, seja por uma
prévia combinação ou pelo conhecimento mútuo da atuação de seu companheiro de patrulhamento. A
tomada de posição dependerá do tipo de abordagem que será efetuada.
(2) São funções básicas dos Policiais-Militares nas abordagens e, de acordo com a composição das
guarnições, podendo ser cumuladas por um mesmo policial:
(a) Comandante de abordagem;
(b) Responsável pela segurança;
(c) Responsável pela busca pessoal, veicular ou em edificação;
(d) Responsável pelas orientações finais.
c) Anunciação:
(1) É a comunicação ao cidadão abordado de que se está realizando uma abordagem policial. Deve ser uma
mensagem rápida, clara, precisa e concisa, a fim de que a pessoa entenda o que está ocorrendo, bem como
que de sua parte cesse qualquer ação ou reação. A anunciação verbal é feita pelo comandante da abordagem,
devendo evitar qualquer tipo de desrespeito ao abordado.
(2) A frase utilizada, atendendo ao transcrito acima e aos princípios da surpresa e da rapidez, deverá permitir
ao cidadão abordado identificar o agente policial e qual a conduta ou postura que deverá adotar a partir
daquele momento.
(3) As ordens ou comandos a seguir serão determinadas de acordo com o tipo de abordagem que está sendo
realizada: pessoas a pé, veículos ou recintos, bem como em relação às circunstâncias peculiares de cada
ocorrência.
d) Busca:
(1) A busca pode ser pessoal, veicular ou domiciliar, classificando-se em:
(a) Busca Ligeira;
(b) Busca Minuciosa;
(c) Busca em Delinqüente.
(2) A busca em mulheres: deverá ser realizada sempre por policial feminina, sendo que, nos casos em que
não houver disponibilidade de tal profissional e o aguardo da presença dela implicar em atraso das
diligências, os Policiais-Militares masculinos deverão apenas realizar a revista em bolsas, agasalhos ou
outras peças onde possam estar escondidas armas ou objetos ou produtos de crimes, lavrando-se, de tudo, o
devido termo pelo responsável, bem como arrolando-se testemunhas.
e) Identificação:
Tem por objetivo obter dados que singularizem o indivíduo, o veículo ou estabelecimento, nos
sistemas de registros sociais. A correta identidade é obtida através de breve entrevista e pela observação e
análise de documentos pessoais, ou pela consulta a bancos de dados criminais.
f) Decisão decorrente da abordagem:
( 1 ) Constatada a infração Penal:
Adoção de conduta policial cabível ao caso.
( 2 ) Não constatada a Infração Penal:
(a) Advertência, solicitando ao cidadão que modifique seu comportamento, informando
que sua ação poderá conduzi-lo à pratica de infração penal. Simultaneamente, deve-se orientar o abordado
quanto a eventuais riscos que o acompanham naquela situação, bem como instruí-lo para adotar conduta
adequada.
(b) Agradecer a atenção dispensada quando da abordagem realizada. Esta atitude de
agradecimento transmite um espírito de valorização por parte do policial ao cidadão, ensejando um sentido
de preocupação com a Comunidade. Além disso, indica que, embora seja o PM um profissional que no seu
cotidiano de trabalho convive com muitas situações de violência, ele é capaz de ser cortês e educado. Esta

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postura causa tranqüilidade e admiração nas pessoas, permitindo uma melhor colaboração com o trabalho
policial.
g) Encerramento:
(1) Comunicação da situação final da abordagem para a Sala de Operações: devem ser informados os dados
referentes ao desfecho da ocorrência, como descrição do ilícito e seus objetos relacionados, dados da prisão,
advertência e/ou orientação;
(2) Confecção de Boletim de Ocorrência: para toda e qualquer abordagem realizada deve ser confeccionada
um Boletim de Ocorrência, mesmo que esta não resulte em prisão ou outro encaminhamento. Esta
providência existe porque toda a abordagem, sendo uma intervenção, constitui-se em uma ação policial e,
como tal, deve possuir um registro. Seus dados podem ser reunidos em Bancos de Dados, para caracterização
de um delito específico, que terá desdobramentos futuros, bem como de resguardo contra queixas que
porventura venham a serem apresentadas contra o Policial Militar.

DGBM N.º 019/BM/DLP/2003-COMUNICAÇÕES

1) Comunicações: Atividades que visam possibilitar o estabelecimento das ligações entre os


integrantes dos diversos escalões da Brigada Militar.
2) Sistema de comunicações de dados via rádio: Constituído de equipamentos e acessórios
projetados e desenvolvidos para viabilizar o tráfego de dados via rádio.
3) Gerenciador de rede de comunicações: Equipamento destinado ao gerenciamento
automatizado das estações em uso na rede. Possibilita registro automático do tráfego, ativação ou
desativação remota, chamada seletiva, etc.
4) Estação de rádio: Conjunto de equipamentos: rádio, fontes conversoras, antenas, etc.
5) Transceptor: Equipamento composto de um transmissor e um receptor de comunicações.
6) Repetidores: Equipamentos utilizados para receber sinais de radiofreqüência de baixa potência,
amplificar e retransmitir, permitindo desta forma, alcance às demais estações da rede. Por esta razão os
repetidores devem estar localizados em pontos de comandamento sobre todas as estações da rede.
7) Terminal telefônico de emergência: Equipamento que possibilita ao usuário efetuar ligação
telefônica através de um número padrão, “190 e 193” sem ocorrer a tarifação da ligação efetuada.
8) Terminal de rede de dados: Periféricos que compõem a estação de rede de dados, ligados
através da linha física ou rádio, podendo ser fixo ou móvel.
9) Linha privada: Destinada ao enlace exclusivo entre dois pontos. Presta-se a atender as
necessidades de alta taxa de tráfego entre estes dois pontos ou a ligação de duas centrais telefônicas,
possibilitando acesso entre ambas. Devido ao alto custo, não é recomendado o uso para baixas taxas de
tráfego.
10) Serviço Limitado: Destinado a atender interesses individualizados de intercomunicação, através
de radiocomunicação, que por motivos reconhecidos pelo poder competente, não possam ser atendidos por
outra modalidade de serviço. É executado através de estações, não abertas à correspondência pública e
destinado ao uso de pessoas físicas e jurídicas nacionais. (Portaria do Ministério das Comunicações 848 de
18/08/78).
11) Correspondência Oficial, categoria "L": Efetuada por órgãos dos Governos Estaduais, dos
Territórios, dos Municípios e do Distrito Federal. Inclui-se nesta definição a correspondência oficial de órgão
do Governo Federal que não seja caracterizada como segurança nacional.(Norma 05/78).
12) Correspondência Privada: Efetuada através de sistemas destinados a serem utilizados por
uma única ou por um grupo limitado de pessoas físicas ou jurídicas.
13) PCom: Conjunto de pessoal, equipamentos e instalações, com a finalidade de receber,
transmitir e processar mensagens.
14) Rede Rádio: Formado pelos PCom e estações de rádio, cujos equipamentos estão sintonizados
na mesma freqüência.
15) PDR: Posto Diretor de Rede posto que serve a mais alta autoridade da rede rádio, tem a
missão de controlar, instruir e manter a disciplina da rede.
16) MINICOM: Ministério das Comunicações.
17) ANATEL: Agencia Nacional de Telecomunicações, a qual tem um representação no Estado
através do Escritório Regional.
18) SITAR: Sistema de Informações Técnicas para Administração de Radiocomunicações.
19) UIT: União Internacional de Telecomunicações, que é sediada em Genebra.

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20) Projeto técnico: Documentos confeccionados por engenheiro projetista, registrado no CREA,
que são encaminhados ao MINICOM, visando aprovar, alterar redes de comunicações, devendo estar de
acordo com as normas do SITAR.
21) Produto homologado e registrado: Equipamento de comunicações fabricado no país, é
homologado mediante certificado de homologação, quando de procedência estrangeira, é registrado mediante
certificado de registro.
22) Identificação de produto certificado: Realizada através da plaqueta de identificação, que se
destina a permitir ao usuário verificar se o produto está homologado ou registrado, bem como todos os dados
pertinentes.
23) Certificado de homologação e registro: Documento expedido pelo Ministério das
Comunicações autorizando o uso de equipamento. (Norma NGT 004/91 e portaria 10/92, do MINICOM).
24) Manutenção: Conjunto das atividades destinadas a manter os suprimentos em condições de
emprego quer evitando o seu desgaste antecipado (manutenção preventiva), quer restabelecendo as condições
de uso (manutenção corretiva).
25) Manutenção orgânica: A cargo dos Órgãos Policiais Militares que utilizam o material.
Abrange os primeiro e segundo escalões de manutenção.
26) Manutenção de Campanha: A cargo das equipes de manutenção do CCom. Compreende as
atividades de terceiro escalão de manutenção.
27) Manutenção de Recuperação: A cargo do CCom em seus laboratórios ou através de terceiros.
Abrange os quarto e quinto Escalões de manutenção.
28) Manutenção de primeiro escalão: Manutenção preventiva orgânica que compreende as
operações de manutenção mais simples, realizada pelo próprio usuário.
29) Manutenção segundo escalão: Manutenção orgânica que compreende as Operações
realizadas nos OPM através dos elementos treinados pelo CCom, autorizados para execução destas
reparações mais simples.
30) Manutenção de terceiro escalão: Manutenção corretiva de campanha que compreende as
operações realizadas pelas equipes de manutenção do CCom, em apoio direto às unidades, consistindo em
reparações de certa complexidade.
31) Manutenção de quarto escalão: Manutenção corretiva realizada nos laboratórios do CCom,
consistindo em reparações mais complexas de equipamentos que deverão retornar às unidades de origem.
32) Manutenção de quinto escalão: Manutenção de recuperação que compreende as operações
realizadas pelo CCom, Fabricantes ou Laboratórios Técnicos Credenciados.
33) Sistema de Manutenção: Conjunto integrado de pessoal, material, instalações, princípios,
normas, processos e técnicos destinado a manter o material em condições de uso.
34) Canibalização: Desmontagem de material descarregado, para aproveitamento de componentes
ou matéria prima.
35) Conservação: Conjunto de atividades de primeiro escalão que compreendem a limpeza, a
lubrificação e outros trabalhos, visando a manter o material em condições de uso e impedir que o mesmo se
deprecie prematuramente.
36) Estoque de manutenção: Material armazenado visando atender as necessidades de
manutenção.
37) Reparação: Conjunto de atividades de manutenção que consiste em remoção de falhas
apresentadas pelo material, para restabelecer as condições de uso de cada item. Compreende a manutenção
de 2º, 3º e 4º Escalão.
38) Recuperação: Conjunto de atividades de manutenção destinado a colocar materiais usados em
estado de novo. Consiste na manutenção de 5º escalão.
39) Depanagem: Operação de retirar a pane de equipamento de comunicações.
40) Mensagem: Documento originado de um expedidor, destinado à transmissão por um meio de
comunicação.
41) Expedidor: Autoridade que determina o envio da mensagem podendo ser o Comandante,
Chefe ou Diretor, ou seu representante legal;
42) Redator: Responsável pela redação da mensagem, pode ser o próprio expedidor, ou aquele que
a escreve;
43) Destinatário: Autoridade ou usuário a quem a mensagem é dirigida.
44) Mensagem Clara: Quando o texto é inteligível.
45) Mensagem Criptografada: Texto é ininteligível em qualquer idioma.
46) Mensagem de partida: Quando parte do PCom.

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175

47) Mensagem de chegada: Quando chega ao PCom e destina-se ao OPM da local.


48) Mensagem de trânsito: Quando o PCom recebe a mensagem de outro PCom para retransmiti-
la a um terceiro.
49) Mensagem simples: Dirigida para um destinatário.
50) Mensagem circular: Quando é endereçada para mais de um destinatário.
51) Mensagem de serviço: Trocada entre o PCom e que se refere ao funcionamento destes.
52) Mensagem Confidencial: Cujo conhecimento de seu conteúdo por pessoas não autorizadas
pode ser prejudicial a um indivíduo ou organização, ou ainda, criar embaraços operacionais e/ou
administrativos.
53) Mensagem reservada: Cujo conhecimento não deva ser dado ao público em geral.
54) Mensagem ostensiva: Que pela natureza do assunto não mereçam qualquer classificação.
55) Mensagem urgentíssima (UU): Quando o assunto for de extrema urgência, devendo ser
imediatamente transmitida pelo PCom, através do meio mais rápido.
56) Mensagem urgente (U): Quando o assunto referir-se a situações críticas, devendo ser
transmitida com prioridade pelo PCom.
57) Mensagem de prioridade (P): Quando o assunto for de importância que exija a pronta
transmissão pelo PCom. É a mais alta precedência dada à mensagem de caráter administrativo, as mensagens
que não forem classificadas quanto à precedência serão transmitidas nos horários previstos pelo PCom,
obedecendo a ord

DOS VEÍCULOS

Art. 96. Os veículos classificam-se em:

I - quanto à tração:

a) automotor;

b) elétrico;

c) de propulsão humana;

d) de tração animal;

e) reboque ou semi-reboque;

II - quanto à espécie:

a) de passageiros:

1 - bicicleta;

2 - ciclomotor;

3 - motoneta;

4 - motocicleta;

5 - triciclo;

6 - quadriciclo;

7 - automóvel;

8 - microônibus;

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9 - ônibus;

10 - bonde;

11 - reboque ou semi-reboque;

12 - charrete;

b) de carga:

1 - motoneta;

2 - motocicleta;

3 - triciclo;

4 - quadriciclo;

5 - caminhonete;

6 - caminhão;

7 - reboque ou semi-reboque;

8 - carroça;

9 - carro-de-mão;

c) misto:

1 - camioneta;

2 - utilitário;

3 - outros;

d) de competição;

e) de tração:

1 - caminhão-trator;

2 - trator de rodas;

3 - trator de esteiras;

4 - trator misto;

f) especial;

g) de coleção;

III - quanto à categoria:

a) oficial;

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b) de representação diplomática, de repartições consulares de carreira ou organismos internacionais


acreditados junto ao Governo brasileiro;

c) particular;

d) de aluguel;

e) de aprendizagem.

Art. 97. As características dos veículos, suas especificações básicas, configuração e condições
essenciais para registro, licenciamento e circulação serão estabelecidas pelo CONTRAN, em função de suas
aplicações.

Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autorização da autoridade competente,
fazer ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de suas características de fábrica.

Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem alterações ou conversões são
obrigados a atender aos mesmos limites e exigências de emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos
ambientais competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade executora das modificações e ao proprietário
do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das exigências.

Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo peso e dimensões atenderem aos
limites estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou pela verificação de documento
fiscal, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo
de veículos à superfície das vias, quando aferido por equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN.

§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veículos serão aferidos de acordo com
a metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia
legal.

Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar com lotação de passageiros, com
peso bruto total, ou com peso bruto total combinado com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante,
nem ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade tratora.

Parágrafo único. O CONTRAN regulamentará o uso de pneus extralargos, definindo seus limites de
peso.

Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível, que não se
enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela
autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo, válida para cada
viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias.

§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especificará as características do veículo


ou combinação de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário do deslocamento inicial.

§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por eventuais danos que o veículo ou a
combinação de veículos causar à via ou a terceiros.

§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser concedida, pela autoridade com
circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de
segurança consideradas necessárias.

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Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equipado quando transitar, de modo a evitar o
derramamento da carga sobre a via.

Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a forma de proteção das cargas de que
trata este artigo, de acordo com a sua natureza.

Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo
CONTRAN:

I - cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CONTRAN, com exceção dos veículos
destinados ao transporte de passageiros em percursos em que seja permitido viajar em pé;

II - para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte de passageiros com mais de


dez lugares e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas,
equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores, segundo normas estabelecidas pelo
CONTRAN;

V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de ruído, segundo normas


estabelecidas pelo CONTRAN.

VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e
espelho retrovisor do lado esquerdo.

§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos veículos e determinará suas
especificações técnicas.

§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório proibido, sendo o infrator sujeito
às penalidades e medidas administrativas previstas neste Código.

§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores de veículos e os revendedores


devem comercializar os seus veículos com os equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os
demais estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do disposto neste artigo.

Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo ou, ainda, quando ocorrer
substituição de equipamento de segurança especificado pelo fabricante, será exigido, para licenciamento e
registro, certificado de segurança expedido por instituição técnica credenciada por órgão ou entidade de
metrologia legal, conforme norma elaborada pelo CONTRAN.

Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de passageiros,


deverão satisfazer, além das exigências previstas neste Código, às condições técnicas e aos requisitos de
segurança, higiene e conforto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir ou conceder a
exploração dessa atividade.

Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com circunscrição sobre a via poderá
autorizar, a título precário, o transporte de passageiros em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas
as condições de segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN.

Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual a
autoridade pública responsável deverá implantar o serviço regular de transporte coletivo de passageiros, em
conformidade com a legislação pertinente e com os dispositivos deste Código.

Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao transporte de passageiros só pode ser
realizado de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

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Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características para competição ou finalidade
análoga só poderá circular nas vias públicas com licença especial da autoridade de trânsito, em itinerário e
horário fixados.

Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:

II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em movimento, salvo nos que
possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.

III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas, quando
comprometer a segurança do veículo, na forma de regulamentação do CONTRAN.

Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou qualquer outra que possa
desviar a atenção dos condutores em toda a extensão do pára-brisa e da traseira dos

Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e fabricantes de veículos e autopeças são


responsáveis civil e criminalmente por danos causados aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente,
decorrentes de falhas oriundas de projetos e da qualidade dos materiais e equipamentos utilizados na sua
fabricação.

Da Identificação do Veículo

Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gravados no chassi ou no
monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o CONTRAN.

§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a identificar o veículo, seu
fabricante e as suas características, além do ano de fabricação, que não poderá ser alterado.

§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da autoridade executiva de


trânsito e somente serão processadas por estabelecimento por ela credenciado, mediante a comprovação de
propriedade do veículo, mantida a mesma identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.

§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou
ordenar que se faça, modificações da identificação de seu veículo.

Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio de placas dianteira e traseira, sendo esta
lacrada em sua estrutura, obedecidas as especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o acompanharão até a baixa do
registro, sendo vedado seu reaproveitamento.

§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional serão usadas somente pelos veículos
de representação pessoal do Presidente e do Vice-Presidente da República, dos Presidentes do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos
Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República.

§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos,
Secretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais,
dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público e
ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão placas especiais, de acordo com os modelos
estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a


executar trabalhos agrícolas e de construção ou de pavimentação são sujeitos, desde que lhes seja facultado
transitar nas vias, ao registro e licenciamento da repartição competente, devendo receber numeração especial.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico.

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§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa dianteira.

Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito Federal, devidamente
registrados e licenciados, somente quando estritamente usados em serviço reservado de caráter policial,
poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela legislação que
regulamenta o uso de veículo oficial.

Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros deverão conter, em local
facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total
combinado (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em desacordo
com sua classificação.

DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, independentemente de sua origem, em trânsito
entre o Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado internacional, reger-se-á pelas disposições
deste Código, pelas convenções e acordos internacionais ratificados.

Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira comunicarão diretamente ao


RENAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de veículos.

Parágrafo único. Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território nacional sem prévia
quitação de débitos de multa por infrações de trânsito e o ressarcimento de danos que tiverem causado a bens
do patrimônio público, respeitado o princípio da reciprocidade.

DO REGISTRO DE VEÍCULOS

Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, deve ser registrado
perante o órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou
residência de seu proprietário, na forma da lei.

§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal somente registrarão veículos
oficiais de propriedade da administração direta, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de qualquer um dos poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do
órgão ou entidade em cujo nome o veículo será registrado, excetuando-se os veículos de representação e os
previstos no art. 116.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso bélico.

Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de Veículo - CRV de acordo com
os modelos e especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo as características e condições de
invulnerabilidade à falsificação e à adulteração.

Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o órgão executivo de trânsito
consultará o cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os seguintes documentos:

I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento equivalente expedido por
autoridade competente;

II - documento fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores, quando se tratar de veículo
importado por membro de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de representações de
organismos internacionais e de seus integrantes.

Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de Veículo quando:

I - for transferida a propriedade;

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II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;

III - for alterada qualquer característica do veículo;

IV - houver mudança de categoria.

§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário adotar as providências


necessárias à efetivação da expedição do novo Certificado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que
nos demais casos as providências deverão ser imediatas.

§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo Município, o proprietário


comunicará o novo endereço num prazo de trinta dias e aguardará o novo licenciamento para alterar o
Certificado de Licenciamento Anual.

§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão executivo de trânsito que expediu o
anterior e ao RENAVAM.

Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo serão exigidos os seguintes
documentos:

I - Certificado de Registro de Veículo anterior;

II - Certificado de Licenciamento Anual;

III - comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso, conforme modelo e normas
estabelecidas pelo CONTRAN;

IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e ruído, quando houver adaptação ou


alteração de características do veículo;

V - comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos componentes e agregados adaptados


ou montados no veículo, quando houver alteração das características originais de fábrica;

VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso de veículo da categoria de missões


diplomáticas, de repartições consulares de carreira, de representações de organismos internacionais e de seus
integrantes;

VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida no Município do registro anterior, que
poderá ser substituída por informação do RENAVAM;

VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito vinculados
ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações cometidas;

X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art. 98, quando houver alteração nas
características originais do veículo que afetem a emissão de poluentes e ruído;

XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de poluentes e ruído, quando for o caso,


conforme regulamentações do CONTRAN e do CONAMA.

Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os agregados e as características originais do


veículo deverão ser prestadas ao RENAVAM:

I - pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no caso de veículo nacional;

II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por pessoa física;

III - pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa jurídica.

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Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM serão repassadas ao órgão executivo de
trânsito responsável pelo registro, devendo este comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o veículo
registrado.

Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou definitivamente desmontado, deverá requerer a


baixa do registro, no prazo e forma estabelecidos pelo CONTRAN, sendo vedada a remontagem do veículo
sobre o mesmo chassi, de forma a manter o registro anterior.

Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da companhia seguradora ou do adquirente do
veículo destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao proprietário.

Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará a baixa do registro após prévia consulta
ao cadastro do RENAVAM.

Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta comunicada, de imediato, ao RENAVAM.

Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo enquanto houver débitos fiscais e
de multas de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas
infrações cometidas.

Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana, dos ciclomotores e dos
veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em legislação municipal do domicílio
ou residência de seus proprietários.

DO LICENCIAMENTO

Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semi-reboque, para transitar na via,
deverá ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde
estiver registrado o veículo.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bélico.

§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, durante o exercício, o licenciamento


de origem.

Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo licenciado, vinculado ao
Certificado de Registro, no modelo e especificações estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao registro.

§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os débitos relativos a tributos,
encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados ao veículo, independentemente da responsabilidade
pelas infrações cometidas.

§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar sua aprovação nas inspeções de segurança
veicular e de controle de emissões de gases poluentes e de ruído, conforme disposto no art. 104.

Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão sua circulação regulada pelo
CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município de destino.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veículos importados, durante o
trajeto entre a alfândega ou entreposto alfandegário e o Município de destino.

Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual.

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Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão
executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de
transferência de propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se responsabilizar
solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até a data da comunicação.

Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou coletivo de passageiros de


linhas regulares ou empregados em qualquer serviço remunerado, para registro, licenciamento e respectivo
emplacamento de característica comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo poder público
concedente.

CAPÍTULO XIII
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES

Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de escolares somente poderão
circular nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do
Distrito Federal, exigindo-se, para tanto:

I - registro como veículo de passageiros;

II - inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e de segurança;

III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros de largura, à meia altura, em
toda a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que,
em caso de veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser invertidas;

IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;

V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades da parte superior dianteira e
lanternas de luz vermelha dispostas na extremidade superior da parte traseira;

VI - cintos de segurança em número igual à lotação;

VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá ser afixada na parte interna do veículo,
em local visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada a condução de escolares em número
superior à capacidade estabelecida pelo fabricante.

Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de escolares deve satisfazer os seguintes
requisitos:

I - ter idade superior a vinte e um anos;

II - ser habilitado na categoria D;

III - (VETADO)

IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias
durante os doze últimos meses;

V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação do CONTRAN.

Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal de aplicar as exigências
previstas em seus regulamentos, para o transporte de escolares.

DA HABILITAÇÃO

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Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será apurada por meio de exames que
deverão ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio
ou residência do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, devendo o condutor preencher
os seguintes requisitos:

I - ser penalmente imputável;

II - saber ler e escrever;

III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.

Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão cadastradas no RENACH.

Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à aprendizagem para conduzir veículos
automotores e elétricos e à autorização para conduzir ciclomotores serão regulamentados pelo CONTRAN.

§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal ficará a cargo dos
Municípios.

Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro país está subordinado às condições
estabelecidas em convenções e acordos internacionais e às normas do CONTRAN.

Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E, obedecida a seguinte gradação:

I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral;

II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total
não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do
motorista;

III - Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo peso bruto
total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;

IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação


exceda a oito lugares, excluído o do motorista;

V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre nas


Categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada, tenha seis mil
quilogramas ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a oito lugares, ou, ainda, seja enquadrado na
categoria trailer.

§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado no mínimo há um ano na


categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações
médias, durante os últimos doze meses.

§ 2º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de veículos com mais de uma unidade
tracionada, independentemente da capacidade de tração ou do peso bruto total.

Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equipamento automotor destinado à
movimentação de cargas ou execução de trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção ou de
pavimentação só podem ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas categorias C, D ou E.

Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo de transporte coletivo de
passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o candidato deverá preencher os seguintes
requisitos:

I - ser maior de vinte e um anos;

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II - estar habilitado:

a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender


habilitar-se na categoria D; e

b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria E;

III - não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente em infrações médias
durante os últimos doze meses;

IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática veicular em situação de


risco, nos termos da normatização do CONTRAN.

Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor deverá realizar exames complementares
exigidos para habilitação na categoria pretendida.

Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames realizados pelo órgão executivo de
trânsito, na seguinte ordem:

I - de aptidão física e mental;

II - (VETADO)

III - escrito, sobre legislação de trânsito;

IV - de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do CONTRAN;

V - de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria para a qual estiver
habilitando-se.

§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos examinadores serão registrados no


RENACH. (Renumerado do parágrafo único, pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a cada cinco anos, ou a cada três
anos para condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do
examinado. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação psicológica preliminar e complementar sempre que a


ele se submeter o condutor que exerce atividade remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os
demais candidatos apenas no exame referente à primeira habilitação. (Redação dada pela Lei nº 10.350, de
2001)

§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de progressividade de doença que possa
diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do
perito examinador. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa informação incluída na sua
Carteira Nacional de Habilitação, conforme especificações do Conselho Nacional de Trânsito – Contran.
(Incluído pela Lei nº 10.350, de 2001)

Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção veicular, poderão ser aplicados por entidades
públicas ou privadas credenciadas pelo órgão executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de
acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, curso de direção defensiva e de


conceitos básicos de proteção ao meio ambiente relacionados com o trânsito.

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§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Dirigir, com validade de um ano.

§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no término de um ano, desde que o
mesmo não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em
infração média.

§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista a incapacidade de atendimento


do disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato a reiniciar todo o processo de habilitação.

§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dispensar os tripulantes de aeronaves que


apresentarem o cartão de saúde expedido pelas Forças Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil,
respectivamente, da prestação do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 149. (VETADO)

Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, o condutor que não tenha curso de direção
defensiva e primeiros socorros deverá a eles ser submetido, conforme normatização do CONTRAN.

Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados para operar a sua frota de veículos é
obrigada a fornecer curso de direção defensiva, primeiros socorros e outros conforme normatização do
CONTRAN.

Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre legislação de trânsito ou de direção veicular, o
candidato só poderá repetir o exame depois de decorridos quinze dias da divulgação do resultado.

Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante uma comissão integrada por três membros
designados pelo dirigente do órgão executivo local de trânsito, para o período de um ano, permitida a
recondução por mais um período de igual duração.

§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos um membro deverá ser habilitado na
categoria igual ou superior à pretendida pelo candidato.

§ 2º Os militares das Forças Armadas e Auxiliares que possuírem curso de formação de condutor,
ministrado em suas corporações, serão dispensados, para a concessão da Carteira Nacional de Habilitação,
dos exames a que se houverem submetido com aprovação naquele curso, desde que neles sejam observadas
as normas estabelecidas pelo CONTRAN.

§ 3º O militar interessado instruirá seu requerimento com ofício do Comandante, Chefe ou Diretor da
organização militar em que servir, do qual constarão: o número do registro de identificação, naturalidade,
nome, filiação, idade e categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado de cópias das atas dos
exames prestados.

Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação de seus instrutores e
examinadores, que serão passíveis de punição conforme regulamentação a ser estabelecida pelo CONTRAN.

Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e examinadores serão de advertência,


suspensão e cancelamento da autorização para o exercício da atividade, conforme a falta cometida.

Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores serão identificados por uma faixa amarela,
de vinte centímetros de largura, pintada ao longo da carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-
ESCOLA na cor preta.

Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para aprendizagem, quando autorizado para servir
a esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia altura, faixa branca removível, de vinte
centímetros de largura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.

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Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elétrico será realizada por instrutor autorizado
pelo órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito Federal, pertencente ou não à entidade
credenciada.

Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para aprendizagem, de acordo com a
regulamentação do CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão física, mental, de primeiros socorros
e sobre legislação de trânsito.(Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para prestação de serviço pelas auto-escolas e
outras entidades destinadas à formação de condutores e às exigências necessárias para o exercício das
atividades de instrutor e examinador.

Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se:

I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão executivo de trânsito;

II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.

Parágrafo único. Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendizagem poderá conduzir
apenas mais um acompanhante.

Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único e de acordo com as
especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá fotografia,
identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em todo o território
nacional.

§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação quando o


condutor estiver à direção do veículo.

§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será regulamentada pelo CONTRAN.

§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir somente terão validade para a
condução de veículo quando apresentada em original.

§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a da autoridade expedidora serão


registradas no RENACH.

§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, agregando-se neste todas as


informações.

§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a emissão de uma nova via


somente será realizada após quitação de débitos constantes do prontuário do condutor.

§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada ao prazo de vigência do exame
de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigência do Código anterior, será substituída por
ocasião do vencimento do prazo para revalidação do exame de aptidão física e mental, ressalvados os casos
especiais previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser submetido a novos exames para que
possa voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN, independentemente do
reconhecimento da prescrição, em face da pena concretizada na sentença.

§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser submetido aos exames exigidos
neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.

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§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de trânsito poderá apreender o


documento de habilitação do condutor até a sua aprovação nos exames realizados.

DAS INFRAÇÕES

Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito deste Código, da legislação
complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas
administrativas indicadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.

Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CONTRAN terão suas


penalidades e medidas administrativas definidas nas próprias resoluções.

Art. 162. Dirigir veículo:

I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;

II - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir cassada ou com suspensão do
direito de dirigir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e apreensão do veículo;

III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de categoria diferente da do
veículo que esteja conduzindo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes) e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação;

IV - (VETADO)

V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a


apresentação de condutor habilitado;

VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de prótese física ou as adaptações
do veículo impostas por ocasião da concessão ou da renovação da licença para conduzir:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

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Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da irregularidade ou apresentação de


condutor habilitado.

Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições previstas no artigo anterior:

Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;

Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo anterior.

Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome posse do veículo
automotor e passe a conduzi-lo na via:

Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;

Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. 162.

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência: (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses; (Redação dada
pela Lei nº 11.705, de 2008)

Medida Administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento


do documento de habilitação. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art. 277.

Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico
ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com segurança:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator.

Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância das normas de segurança
especiais estabelecidas neste Código:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.

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190

Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via pública, ou os demais veículos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos, água ou detritos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 173. Disputar corrida por espírito de emulação:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Art. 174. Promover, na via, competição esportiva, eventos organizados, exibição e demonstração de
perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade de trânsito
com circunscrição sobre a via:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Parágrafo único. As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.

Art. 175. Utilizar-se de veículo para, em via pública, demonstrar ou exibir manobra perigosa, arrancada
brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.

Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:

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191

I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;

II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito no local;

III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;

IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas por policial ou
agente da autoridade de trânsito;

V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção do boletim de


ocorrência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.

Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de trânsito quando solicitado pela
autoridade e seus agentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar providências para remover o
veículo do local, quando necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública, salvo nos casos de impedimento
absoluto de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente sinalizado:

I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

II - nas demais vias:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo.

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192

Art. 181. Estacionar o veículo:

I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um metro:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das vias dotadas de
acostamento:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de poços de visita de galerias
subterrâneas, desde que devidamente identificados, conforme especificação do CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:

Infração - leve;

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193

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas,
refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização,
gramados ou jardim público:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à entrada ou saída de veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

X - impedindo a movimentação de outro veículo:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e pedestres:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de embarque ou desembarque de


passageiros de transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização, no intervalo compreendido entre dez
metros antes e depois do marco do ponto:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

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194

XIV - nos viadutos, pontes e túneis:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XV - na contramão de direção:

Infração - média;

Penalidade - multa;

XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço de segurança, quando se tratar
de veículo com peso bruto total superior a três mil e quinhentos quilogramas:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XVII - em desacordo com as condições regulamentadas especificamente pela sinalização (placa -


Estacionamento Regulamentado):

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização (placa - Proibido Estacionar):

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela sinalização (placa - Proibido
Parar e Estacionar):

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo.

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará a penalidade preferencialmente
após a remoção do veículo.

§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o calço de segurança na via.

Art. 182. Parar o veículo:

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195

I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da via transversal:

Infração - média;

Penalidade - multa;

II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centímetros a um metro:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:

Infração - média;

Penalidade - multa;

IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito rápido e das demais vias
dotadas de acostamento:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de
pista de rolamento e marcas de canalização:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos e pedestres:

Infração - média;

Penalidade - multa;

VIII - nos viadutos, pontes e túneis:

Infração - média;

Penalidade - multa;

IX - na contramão de direção:

Infração - média;

Penalidade - multa;

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196

X - em local e horário proibidos especificamente pela sinalização (placa - Proibido Parar):

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal luminoso:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 184. Transitar com o veículo:

I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação exclusiva para determinado tipo de
veículo, exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à direita:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circulação exclusiva para determinado tipo de
veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo:

I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, exceto em situações de emergência;

II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:

I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo
necessário, respeitada a preferência do veículo que transitar em sentido contrário:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único de circulação:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamentação estabelecida pela
autoridade competente:

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197

I - para todos os tipos de veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturbando o trânsito:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro de incêndio e
salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de
urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitentes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prioridade de passagem devidamente
identificada por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos opostos, estejam na iminência de
passar um pelo outro ao realizar operação de ultrapassagem:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu veículo e os demais, bem
como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do
local da circulação e do veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas,
refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de
canalização, gramados e jardins públicos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (três vezes).

Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pequenas manobras e de forma a não
causar riscos à segurança:

Infração - grave;

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198

Penalidade - multa.

Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de trânsito ou de seus agentes:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regulamentar de braço ou luz indicadora
de direção do veículo, o início da marcha, a realização da manobra de parar o veículo, a mudança de direção
ou de faixa de circulação:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para a faixa mais à esquerda ou mais à
direita, dentro da respectiva mão de direção, quando for manobrar para um desses lados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver colocado na faixa apropriada
e der sinal de que vai entrar à esquerda:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo ou de escolares, parado para embarque
ou desembarque de passageiros, salvo quando houver refúgio de segurança para o pedestre:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou
ultrapassar bicicleta:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 202. Ultrapassar outro veículo:

I - pelo acostamento;

II - em interseções e passagens de nível;

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199

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:

I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;

II - nas faixas de pedestre;

III - nas pontes, viadutos ou túneis;

IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruzamentos ou qualquer outro
impedimento à livre circulação;

V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua
ou simples contínua amarela:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para aguardar a oportunidade de cruzar a
pista ou entrar à esquerda, onde não houver local apropriado para operação de retorno:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, préstito, desfile e formações militares,
salvo com autorização da autoridade de trânsito ou de seus agentes:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 206. Executar operação de retorno:

I - em locais proibidos pela sinalização;

II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;

III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou canteiros de divisões de pista de
rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de veículos não motorizados;

IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via transversal;

V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em locais permitidos:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em locais proibidos pela sinalização:

Infração - grave;

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200

Penalidade - multa.

Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obrigatória:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares,
deixar de adentrar às áreas destinadas à pesagem de veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento do
pedágio:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do documento de habilitação.

Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário
parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for interceptada:

I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e outros:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e outros:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado:

I - que se encontre na faixa a ele destinada;

II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;

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III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada;

V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:

I - em interseção não sinalizada:

a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;

b) a veículo que vier da direita;

II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê a Preferência:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente posicionado para ingresso na via e
sem as precauções com a segurança de pedestres e de outros veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar preferência de passagem a pedestres e a
outros veículos:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por instrumento ou
equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias:

I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por cento):

Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)

II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta
por cento):

Infração - grave;

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202

Penalidade - multa;

III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cinqüenta por cento):

Infração - gravíssima; Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de dirigir e
apreensão do documento de habilitação.

Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da velocidade máxima estabelecida
para a via, retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o
permitam, salvo se estiver na faixa da direita:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito:

I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, préstitos e desfiles:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da autoridade de trânsito, mediante
sinais sonoros ou gestos;

III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acostamento;

IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada;

V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;

VI - nos trechos em curva de pequeno raio;

VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras ou trabalhadores na pista;

VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;

IX - quando houver má visibilidade;

X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou avariado;

XI - à aproximação de animais na pista;

XII - em declive;

XIII - ao ultrapassar ciclista:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros ou


onde haja intensa movimentação de pedestres:

Infração - gravíssima;

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203

Penalidade - multa.

Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as especificações e modelos
estabelecidos pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apreensão das placas irregulares.

Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que confecciona, distribui ou coloca, em veículo
próprio ou de terceiros, placas de identificação não autorizadas pela regulamentação.

Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, o sistema de
iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de
fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de forma a perturbar a visão de
outro condutor:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de iluminação pública:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais condutores e, à noite, não manter
acesas as luzes externas ou omitir-se quanto a providências necessárias para tornar visível o local, quando:

I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou permanecer no acostamento;

II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada imediatamente:

Infração - grave;

Penalidade - multa.

Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido utilizado para sinalização temporária
da via:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 227. Usar buzina:

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204

I - em situação que não a de simples toque breve como advertência ao pedestre ou a condutores de
outros veículos;

II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;

III - entre as vinte e duas e as seis horas;

IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;

V - em desacordo com os padrões e freqüências estabelecidas pelo CONTRAN:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou freqüência que não sejam autorizados
pelo CONTRAN:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que produza sons e ruído que perturbem
o sossego público, em desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 230. Conduzir o veículo:

I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro elemento de identificação do
veículo violado ou falsificado;

II - transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por motivo de força maior, com
permissão da autoridade competente e na forma estabelecida pelo CONTRAN;

III - com dispositivo anti-radar;

IV - sem qualquer uma das placas de identificação;

V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;

VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condições de legibilidade e visibilidade:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - com a cor ou característica alterada;

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205

VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando obrigatória;

IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inoperante;

X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo CONTRAN;

XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou inoperante;

XII - com equipamento ou acessório proibido;

XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização alterados;

XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo viciado ou defeituoso, quando
houver exigência desse aparelho;

XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter publicitário afixados ou pintados no


pára-brisa e em toda a extensão da parte traseira do veículo, excetuadas as hipóteses previstas neste Código;

XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou não, painéis decorativos ou
pinturas;

XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela legislação;

XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou reprovado na avaliação de


inspeção de segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104;

XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na forma estabelecida no art. 136:

Infração - grave;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições previstas neste Código;

XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâmpadas queimadas:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 231. Transitar com o veículo:

I - danificando a via, suas instalações e equipamentos;

II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:

a) carga que esteja transportando;

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206

b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;

c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fixados pelo CONTRAN;

IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabelecidos legalmente ou pela
sinalização, sem autorização:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;

V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando aferido por equipamento, na forma
a ser estabelecida pelo CONTRAN:

Infração - média;

Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração de excesso de peso apurado,
constante na seguinte tabela:

a) até seiscentos quilogramas - 5 (cinco) UFIR;

b) de seiscentos e um a oitocentos quilogramas - 10 (dez) UFIR;

c) de oitocentos e um a um mil quilogramas - 20 (vinte) UFIR;

d) de um mil e um a três mil quilogramas - 30 (trinta) UFIR;

e) de três mil e um a cinco mil quilogramas - 40 (quarenta) UFIR;

f) acima de cinco mil e um quilogramas - 50 (cinqüenta) UFIR;

Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga excedente;

VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela autoridade competente para transitar com
dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver vencida:

Infração - grave;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo;

VII - com lotação excedente;

VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciado para esse fim,
salvo casos de força maior ou com permissão da autoridade competente:

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207

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo;

IX - desligado ou desengrenado, em declive:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo;

X - excedendo a capacidade máxima de tração:

Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o excesso de peso apurado e a capacidade
máxima de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN;

Penalidade - multa;

Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga excedente.

Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X, o veículo que transitar com
excesso de peso ou excedendo à capacidade máxima de tração, não computado o percentual tolerado na
forma do disposto na legislação, somente poderá continuar viagem após descarregar o que exceder, segundo
critérios estabelecidos na referida legislação complementar.

Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório referidos neste Código:

Infração - leve;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do documento.

Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias, junto ao órgão executivo de
trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identificação do veículo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos
devidamente autorizados:

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208

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.

Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em casos de emergência:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as especificações, e com falta de inscrição e
simbologia necessárias à sua identificação, quando exigidas pela legislação:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus agentes, mediante recibo, os
documentos de habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e outros exigidos por lei, para
averiguação de sua autenticidade:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regularização, sem permissão da autoridade
competente ou de seus agentes:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo irrecuperável ou


definitivamente desmontado:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Registro e do Certificado de Licenciamento


Anual.

Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor:

Infração - leve;

Penalidade - multa.

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209

Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro, licenciamento ou habilitação:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo de trânsito competente a
ocorrência de perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas placas e documentos:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos documentos.

Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:

I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as
normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;

II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou


fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro lateral;

III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;

IV - com os faróis apagados;

V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar
de sua própria segurança:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;

VI - rebocando outro veículo;

VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente para indicação de manobras;

VIII - transportando carga incompatível com suas especificações:

Infração - média;

Penalidade - multa.

§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:

a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele destinado;

b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver acostamento ou faixas de
rolamento próprias;

c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua própria
segurança.

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210

§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo anterior:

Infração - média;

§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se aplica às motocicletas e motonetas
que tracionem semi-reboques especialmente projetados para esse fim e devidamente homologados pelo
órgão competente.(Incluído pela Lei nº 10.517, de 2002)

Penalidade - multa.

Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou equipamentos, sem autorização do
órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do material.

Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidirão sobre a pessoa física ou jurídica
responsável.

Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à segurança de veículo e pedestres,
tanto no leito da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade de trânsito, conforme o risco à
segurança.

Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica responsável pela obstrução,
devendo a autoridade com circunscrição sobre a via providenciar a sinalização de emergência, às expensas
do responsável, ou, se possível, promover a desobstrução.

Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila única, os veículos de tração ou
propulsão humana e os de tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de passageiros carga excedente em desacordo
com o estabelecido no art. 109:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - retenção para o transbordo.

Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quando o veículo estiver parado, para
fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias:

Infração - média;

Penalidade - multa.

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211

Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:

I - deixar de manter acesa a luz baixa:

a) durante a noite;

b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública;

c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coletivo de passageiros, circulando em faixas


ou pistas a eles destinadas;

d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;

II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição sob chuva forte, neblina ou cerração;

III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:

I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de emergência;

II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes situações:

a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro condutor que se tem o propósito de
ultrapassá-lo;

b) em imobilizações ou situação de emergência, como advertência, utilizando pisca-alerta;

c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o uso do pisca-alerta:

Infração - média;

Penalidade - multa.

Art. 252. Dirigir o veículo:

I - com o braço do lado de fora;

II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre os braços e pernas;

III - com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a segurança do trânsito;

IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a utilização dos pedais;

V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a
marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo;

VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular;

Infração - média;

Penalidade - multa.

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212

Art. 253. Bloquear a via com veículo:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa e apreensão do veículo;

Medida administrativa - remoção do veículo.

Art. 254. É proibido ao pedestre:

I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido;

II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde exista permissão;

III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para esse fim;

IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer


folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos especiais e com a devida licença da autoridade
competente;

V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrânea;

VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;

Infração - leve;

Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do valor da infração de natureza leve.

Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma
agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.

DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das competências estabelecidas neste
Código e dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes medidas administrativas:

I - retenção do veículo;

II - remoção do veículo;

III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;

IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;

V - recolhimento do Certificado de Registro;

VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;

VIII - transbordo do excesso de carga;

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213

IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substância entorpecente ou que


determine dependência física ou psíquica;

X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa de domínio das vias de
circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento de multas e encargos devidos.

XI - realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prática de primeiros socorros e de


direção veicular. (Incluído pela Lei nº 9.602, de 1998)

§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas


autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física
da pessoa.

§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não elidem a aplicação das penalidades impostas
por infrações estabelecidas neste Código, possuindo caráter complementar a estas.

§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir.

§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto nos arts. 271 e 328, no que
couber.

Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.

§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o veículo será liberado tão logo seja
regularizada a situação.

§ 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo poderá ser retirado por condutor
regularmente habilitado, mediante recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual, contra recibo,
assinalando-se ao condutor prazo para sua regularização, para o que se considerará, desde logo, notificado.

§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao condutor no órgão ou entidade


aplicadores das medidas administrativas, tão logo o veículo seja apresentado à autoridade devidamente
regularizado.

§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veículo será recolhido ao depósito,
aplicando-se neste caso o disposto nos parágrafos do art. 262.

§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se tratar de veículo de transporte
coletivo transportando passageiros ou veículo transportando produto perigoso ou perecível, desde que
ofereça condições de segurança para circulação em via pública.

Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Código, para o depósito fixado pelo órgão
ou entidade competente, com circunscrição sobre a via.

Parágrafo único. A restituição dos veículos removidos só ocorrerá mediante o pagamento das multas,
taxas e despesas com remoção e estada, além de outros encargos previstos na legislação específica.

Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando houver suspeita de sua inautenticidade ou
adulteração.

Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos
neste Código, quando:

I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

II - se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo de trinta dias.

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214

Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual dar-se-á mediante recibo, além dos
casos previstos neste Código, quando:

I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;

II - se o prazo de licenciamento estiver vencido;

III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser sanada no local.

Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condição para que o veículo possa prosseguir
viagem e será efetuado às expensas do proprietário do veículo, sem prejuízo da multa aplicável.

Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao disposto neste artigo, o veículo será
recolhido ao depósito, sendo liberado após sanada a irregularidade e pagas as despesas de remoção e estada.

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o condutor às penalidades
previstas no art. 165 deste Código.

Parágrafo único. Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de tolerância para casos
específicos.

Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de
fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a influência de álcool será submetido a testes de
alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos
homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado.

§ 1o Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de substância entorpecente, tóxica ou


de efeitos análogos

§ 2o A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo agente de trânsito
mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas, acerca dos notórios sinais de embriaguez,
excitação ou torpor apresentados pelo condutor.

§ 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165 deste Código ao
condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.

Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo veículo à pesagem obrigatória nos
pontos de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade prevista no art. 209, além da obrigação de
retornar ao ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.

Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo
seja localizado, aplicando-se, além das penalidades em que incorre, as estabelecidas no art. 210.

Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado com registrador instantâneo de
velocidade e tempo, somente o perito oficial encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou
unidade armazenadora do registro.

DOS CRIMES DE TRÂNSITO

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se
as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo
diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.

§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no
9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº
11.705, de 2008)

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215

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine


dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou


demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade
competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta
quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a
investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)

Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor pode ser imposta como penalidade principal, isolada ou cumulativamente com outras penalidades.

Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para


dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.

§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade


judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.

§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir


veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a
estabelecimento prisional.

Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da
ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou
ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da
permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.

Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o
requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a
habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito -
CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade
de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
penais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008)

Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor
da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal,
sempre que houver prejuízo material resultante do crime.

§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.

§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.

Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor
do veículo cometido a infração:

I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a
terceiros;

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216

II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;

III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;

V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de
carga;

VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a
sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações
do fabricante;

VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.

5. AMBIENTAL LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO)

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas
penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de
conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo
da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o


disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-
autoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:

I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública
e para o meio ambiente;

II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;

III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando:

I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos;

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217

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os


motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e
prevenção do crime.

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração da
pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I - prestação de serviços à comunidade;

II - interdição temporária de direitos;

III - suspensão parcial ou total de atividades;

IV - prestação pecuniária;

V - recolhimento domiciliar.

Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas


junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública
ou tombada, na restauração desta, se possível.

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar com o
Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de
licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos.

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às prescrições
legais.

Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou
privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a
trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a
que for condenado o infrator.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do


condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada,
permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua
moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação


significativa da degradação ambiental causada;

III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;

IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

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218

II - ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime
especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código Penal será feita mediante
laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com
a proteção ao meio ambiente.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que
aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem
econômica auferida.

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo
causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no
processo penal, instaurando-se o contraditório.

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219

Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo
valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo
com o disposto no art. 3º, são:

I - multa;

II - restritivas de direitos;

III - prestação de serviços à comunidade.

Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I - suspensão parcial ou total de atividades;

II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou
doações.

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições
legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.

§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a
devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não
poderá exceder o prazo de dez anos.

Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:

I - custeio de programas e de projetos ambientais;

II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

III - manutenção de espaços públicos;

IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar
ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será
considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO

ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os
respectivos autos.

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220

§ 1º Os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a jardins zoológicos, fundações ou


entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados.

§ 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a instituições


científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.

§ 3° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições


científicas, culturais ou educacionais.

§ 4º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização


por meio da reciclagem.

DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente
poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74
da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de
menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações:

I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá


de laudo de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do
§ 1° do mesmo artigo;

II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de
suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido
de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;

III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo
mencionado no caput;

IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de reparação


do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até
o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade dependerá de


laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do
dano.

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE

Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota
migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com
a obtida:

Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

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221

I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;

II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o
juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração;

II - em período proibido à caça;

III - durante a noite;

IV - com abuso de licença;

V - em unidade de conservação;

VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional.

§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida
por autoridade competente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que
para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

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222

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes
da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público;

II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou
autorização da autoridade competente;

III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou
corais, devidamente demarcados em carta náutica.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão
competente:

Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:

I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;

II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos,


técnicas e métodos não permitidos;

III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e


pesca proibidas.

Art. 35. Pescar mediante a utilização de:

I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante;

II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:

Pena - reclusão de um ano a cinco anos.

Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar,
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios,
suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes
nas listas oficiais da fauna e da flora.

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:

I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;

II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que
legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;

III – (VETADO)

IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

Seção II

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223

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em
formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de
regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da
autoridade competente:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas


Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.

§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de


Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena.

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as


Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de
Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural.

§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de


Conservação de Uso Sustentável será considerada circunstância agravante para a fixação da pena.

§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e
demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:

Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Art. 43. (VETADO)

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224

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia
autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público,
para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as
determinações legais:

Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros
produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou
guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da
viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de
logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora
de mangues, objeto de especial preservação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de
domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de
sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por
milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem
licença ou registro da autoridade competente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

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225

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para
caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se:

I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime


climático;

II - o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da
infração;

d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos
à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das
áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de
uma comunidade;

IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias
oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

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226

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o
exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou
irreversível.

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização,
permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada,
nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar,
armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde
humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias referidos no caput, ou os
utiliza em desacordo com as normas de segurança.

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço.

§ 3º Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 57. (VETADO)

Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão aumentadas:

I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral;

II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem;

III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não resultar
crime mais grave.

Art. 59. (VETADO)

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território
nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos
órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à
fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

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227

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;

II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei,
ato administrativo ou decisão judicial:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da
multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato
administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico,
histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade
competente ou em desacordo com a concedida:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em razão de
seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico
ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor
artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de detenção, e multa.

Seção V

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar
informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas
ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder
Público:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da
multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de
relevante interesse ambiental:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

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228

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa.

Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro


procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso,
inclusive por omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio
ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284,
de 2006)

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo
administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente -
SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos,
do Ministério da Marinha.

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades


relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia.

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua
apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.

§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de


ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei.

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes
prazos máximos:

I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data
da ciência da autuação;

II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua lavratura,
apresentada ou não a defesa ou impugnação;

III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema Nacional
do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com
o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.

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229

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art.
6º:

I - advertência;

II - multa simples;

III - multa diária;

IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos,


equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;

V - destruição ou inutilização do produto;

VI - suspensão de venda e fabricação do produto;

VII - embargo de obra ou atividade;

VIII - demolição de obra;

IX - suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI - restritiva de direitos.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,


cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor,
ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:

I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por
órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;

II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério
da Marinha.

§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da


qualidade do meio ambiente.

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo.

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25


desta Lei.

§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a
atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.

§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I - suspensão de registro, licença ou autorização;

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230

II - cancelamento de registro, licença ou autorização;

III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de


crédito;

V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao
Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado
pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou
correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente,
de acordo com o objeto jurídico lesado.

Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido
periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00
(cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios
substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro
prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus,
quando solicitado para:

I - produção de prova;

II - exame de objetos e lugares;

III - informações sobre pessoas e coisas;

IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão de uma
causa;

V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil
seja parte.

§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando
necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz
de atendê-la.

§ 2º A solicitação deverá conter:

I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

II - o objeto e o motivo de sua formulação;

III - a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;

IV - a especificação da assistência solicitada;

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231

V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso.

Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente para a reciprocidade da
cooperação internacional, deve ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e
seguro de informações com órgãos de outros países.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código de
Processo Penal.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do SISNAMA,
responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das
atividades suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de título
executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela
construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-
41, de 23.8.2001)

§ 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que
as pessoas físicas e jurídicas mencionadas no caput possam promover as necessárias correções de suas
atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais competentes, sendo
obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de
23.8.2001)

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos respectivos representantes


legais; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade das obrigações nele fixadas,
poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por
igual período; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto e o cronograma físico de
execução e de implantação das obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Incluído
pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica compromissada e os casos de
rescisão, em decorrência do não-cumprimento das obrigações nele pactuadas; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior ao valor do investimento previsto;
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-
41, de 23.8.2001)

§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março de 1998, envolvendo construção,
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais,
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo de compromisso deverá ser
requerida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante
requerimento escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado pelo
dirigente máximo do estabelecimento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

§ 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2o e enquanto perdurar a vigência do


correspondente termo de compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração

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do instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o houver
firmado. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

§ 4o A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não impede a execução de
eventuais multas aplicadas antes da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.163-41, de 23.8.2001)

§ 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso, quando descumprida qualquer


de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41,
de 23.8.2001)

§ 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias, contados da protocolização do
requerimento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

§ 7o O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá conter as informações necessárias


à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser publicados no órgão oficial
competente, mediante extrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001)

7. TERMO CIRCUNSTANCIADO

NOTA DE INSTRUÇÃO OPERACIONAL Nº 025

EXECUÇÃO
a. Definição de Termos
1) Autoridade Policial
É a pessoa que se encontra investida em função policial.
2) Boletim de Ocorrência
Documento Operacional único destinado ao registro dos Termos Circunstanciados, Comunicações
de Ocorrências Policiais e Boletim Administrativo (anexo de controle).
3) Termo Circunstanciado / BO-TC
Documento que será lavrado pelo policial militar que da ocorrência primeiro tiver conhecimento,
no qual devem ser registrados os dados essenciais da ocorrência relativos às infrações penais de menor
potencial ofensivo e posteriormente será encaminhado ao Juizado Especial Criminal competente para a
conciliação, o julgamento e a execução dessas infrações penais.
4) Comunicação de Ocorrência Policial / BO-COP
Documento operacional confeccionado pelo policial militar que da infração penal de maior ou
menor potencial ofensivo primeiro tiver conhecimento, desde que não haja o flagrante delito. Excetuam-se
as ocorrências em que houver o evento morte ou aquelas em que, pela natureza e gravidade do fato, haja a
necessidade de comparecimento da Polícia Judiciária. Logo, abrange a totalidade das infrações penais,
desde que não haja o flagrante delito.
5) Boletim Administrativo (anexo de controle)
Documento operacional formal, lavrado pelos executores da atividade de linha, que visa registrar as
ações e providências preventivas, repressivas e de interferência da Polícia Ostensiva e dos Bombeiros da
Brigada Militar. Toda e qualquer participação de PM ou de guarnição de serviço da BM, decorrente da
execução de serviço, atendimento de chamado, comparecimento ou intervenção deverá ser lavrado o anexo
de controle.
6) Infrações penais de menor potencial ofensivo
São todas as contravenções penais e aqueles crimes a que a lei comine pena máxima não superior a
dois anos (alteração dada pela Lei 10.259, de 12 Jul 2001).
7) Juizados Especiais Criminais
São Órgãos do Poder Judiciário que têm competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das penas relativas às infrações penais de menor potencial ofensivo.

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8) Crimes de ação penal pública incondicionada


São os crimes em que ação penal é promovida pelo Ministério Público, independentemente de
intervenção ou manifestação de vontade de quem quer que seja, inclusive da própria vítima.
9) Crimes de ação penal pública condicionada
São os crimes cuja ação penal é promovida pelo Ministério Público, mediante a manifestação de
vontade da vítima, através da apresentação de um pedido formal a que é dado o nome de representação. As
atividades de Polícia Ostensiva são procedidas a partir da manifestação inequívoca da vítima que solicita
sua intervenção nos fatos.
10) Crimes de ação penal privada
São os crimes onde a ação penal é promovida somente pela parte ofendida ou seu representante
legal, através de uma queixa-crime. As atividades de Polícia Ostensiva são procedidas a partir da
manifestação inequívoca da vítima que solicita sua intervenção nos fatos.
11) Contravenções Penais
Infrações penais de pequeno potencial ofensivo, cuja ação é sempre de iniciativa pública e julgada
perante os Juizados Especiais Criminais, independentemente da existência de procedimento especial
estabelecido em lei.
b. Procedimentos de Polícia Ostensiva
1) Nos flagrantes de infrações penais de menor potencial ofensivo
a) Nas infrações penais de ação penal pública incondicionada:
(1) Havendo assunção de compromisso do autor do fato em comparecer ao Juizado Especial
Criminal - JEC:
(a) Lavratura do BO-TC pelo condutor da ocorrência.
(b) Colheita da assinatura do autor do fato no Termo de Compromisso de Comparecimento no
JEC. A assinatura poderá ser a rogo, quando o compromissado estiver impedido de firmá-la.
(c) Liberação do autor do fato.
(d) Encaminhamento do BO-TC ao OPM.

(2) Não havendo a assunção de compromisso do autor do fato em comparecer ao Juizado


Especial Criminal – JEC:
(a) Encaminhamento do autor do fato à Delegacia de Polícia para lavratura do APFD (auto de
prisão em flagrante delito). Se houver a negativa por parte do Delegado de Polícia para a lavratura do APFD,
mesmo assim a ocorrência será entregue na DP, devendo ser preenchido somente o BO.
(b) Neste caso será indicada no Boletim de Ocorrência à opção anexo de controle.
b) Nas infrações penais de ação penal pública condicionada:
(1) Havendo a manifestação inequívoca da vítima em representar contra o autor do fato:
(a) Lavratura do BO-TC pelo condutor da ocorrência.
(b) Colheita da assinatura da vítima no Termo de Representação.
(c) Colheita da assinatura do autor do fato no Termo de Compromisso de Comparecimento no
JECrim. A assinatura poderá ser a rogo, quando o compromissado estiver impedido de firmá-la.
(d) Havendo a negativa do autor do fato em comparecer ao JECrim, deverá ele ser conduzido à
DP para a lavratura do APFD.
(e) Neste caso será indicado no Boletim de Ocorrência a opção anexo de controle.
(2) Não havendo a manifestação inequívoca da vítima em representar contra o autor do fato:
(a) Lavratura do BO-COP (Boletim de Ocorrência na forma de Comunicação de Ocorrência
Policial), fazendo constar a manifestação da vítima no sentido não exercer o direito de representação,
assinalando no campo próprio do Boletim.
(b) Colheita da assinatura da vítima, no corpo do Boletim de Ocorrência, alertando sobre o
escoamento do prazo decadencial de 06 (seis) meses para que expresse sua decisão a contar da data em que
vier a saber quem é o autor da infração penal.
(c) Liberação do autor do fato.
(d) Encaminhamento do BO-COP ao OPM, para posterior remessa à Delegacia de Polícia
respectiva da área.
c) Nas infrações penais de ação penal privada:
(1) Havendo manifestação inequívoca da vítima:
(a) Lavratura do BO-TC pelo condutor da ocorrência.
(b) Colheita da assinatura da vítima, no corpo do Boletim de Ocorrência.
(c) Colheita da assinatura do autor do fato no Termo de Compromisso de comparecimento ao

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JECrim. A assinatura poderá ser a rogo, quando o compromissado estiver impedido de firmá-la.
(d) Havendo a negativa do autor do fato em comparecer ao JECrim, deverá ele ser conduzido à
DP para a lavratura do APFD.
(e) Neste caso será indicada no Boletim de Ocorrência à opção anexo de controle.
(2) Não havendo a manifestação inequívoca da vítima:
(a) Lavratura do BO-COP fazendo constar a manifestação da vítima no sentido não exercer o
direito de representação, assinalando no campo próprio do Boletim.
(b) Colheita da assinatura da vítima, no corpo do Boletim de Ocorrência, alertando sobre o
escoamento do prazo de 06 (seis) meses para que expresse sua decisão a contar da data em que vier a saber
quem é o autor da infração penal.
(c) Liberação do autor do fato.
(d) Encaminhamento do BO-COP ao OPM, para posterior remessa à Delegacia de Polícia
respectiva da área.
2) Infrações penais quando ausente a situação de flagrante delito
a) O policial militar que primeiro tiver conhecimento de infração penal (crimes de maior ou menor
potencial ofensivo e contravenções penais) que não comporte a lavratura de Boletim de Ocorrência na forma
de Termo Circunstanciado por não se tratar de flagrante delito, registrá-la-á no citado Boletim na forma de
Comunicação de Ocorrência Policial, sem prejuízo das demais providências técnico-policiais.
b) Quando a ocorrência for de vulto ou de repercussão na mídia, tais como homicídio, roubo a banco e
outras, a polícia judiciária deverá ser imediatamente comunicada, ficando a cargo desta a lavratura do BO-
COP.
c) Nos delitos de ação penal condicionada e ação privada, a vítima ou seu representante legal, deverão
manifestar-se, no campo do Boletim de Ocorrência destinado a este fim, firmando seu interesse nas
providências de polícia judiciária.
3) Procedimentos gerais
a) Nos casos de ação pública condicionada ou de ação privada, estando a vítima impossibilitada de
manifestar-se quanto ao desejo de dar seguimento ao feito, ou sendo incapaz para tal, presume-se, a intenção
de prosseguir e adotam-se os procedimentos previstos para o caso de existência da representação. Nestes
casos, esclarecer à vítima incapaz e ao autor do fato que a representação deverá ser ratificada pelo
responsável legal pela vítima.
b) Nos delitos de ação pública condicionada ou privada, nas infrações de menor potencial
ofensivo, se após o início dos procedimentos de polícia ostensiva houver composição entre o autor e a
vítima, querendo esta desistir da queixa ou representação, o atendente tomará as seguintes medidas:
(1) Encaminhar a vítima a atendimento médico, se necessário;
(2) Preencher integralmente o Boletim de Ocorrência na forma de Comunicação de Ocorrência
Policial.
(3) Colher manifestação da vítima de sua intenção, no campo apropriado do Boletim de
Ocorrência, informando a respeito do prazo decadencial de seis meses;
(4) Esclarecer a vítima que esta decisão pode ser retificada em juízo;
(5) Encaminhar o Boletim de Ocorrência - Comunicação de Ocorrência Policial ao OPM, para
posterior remessa à Delegacia de Polícia.
c) Nos delitos que exijam encaminhamento das partes a exame médico ou perícia, a requisição de
exame será assinada pelo próprio atendente da ocorrência, em duas vias, que colherá contrafé na segunda via
que será juntada ao respectivo BO.
c. Processamento e encaminhamento dos Termos Circunstanciados
1) Os Boletins de Ocorrência na forma de Termos Circunstanciados (BO-TC) deverão ser
processados no P3 ou correspondentes dos OPM, observando o seguinte:
a) Revisão dos dados constantes do BO-TC, com análise da conformação do fato a um ou mais
delitos de menor potencial ofensivo, incluindo nos autos a cópia digitalizada no OCR, para remessa ao
Juizado Especial.
b) A digitação do tipo penal no sistema OCR, constante no campo “fato” do Termo
Circunstanciado, deve coincidir com o consignado pelo policial militar no documento operacional.
c) Em hipótese alguma os Termos Circunstanciados podem ficar retidos nos OPM aguardando
solução de problemas técnicos de informática.

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d) Juntada de todos os documentos operacionais produzidos em relação ao fato (Termo de


Comprovação de Embriaguez, Boletim de Ocorrência de Trânsito, Termos de Apreensão – estes quando
lavrados apartados do Boletim, etc.), bem como dos Boletins de Atendimento Médico nos casos de lesões
leves e culposas, sempre que possível ou necessário.
e) Lançamento do BO-TC no Sistema Informatizado de Registro de Antecedentes Policiais,
integrante do Sistema de Informações Policiais.
f) Remessa do BO-TC, respectivos anexos e objetos apreendidos, ao Juizado Especial Criminal ou Órgão
Judiciário respectivo, pelo Comandante do OPM, desde que o município seja sede de Foro, caso contrário
deverá ser encaminhado ao Foro da Comarca Jurisdicionada.
2) Os momentos da lavratura do BO-TC e de seu encaminhamento ao JECrim, deverão ser
comunicados pelo OPM, mensalmente ao Comando Regional para fins de controle do processamento e
cumprimentos dos prazos.
3) Os OPM deverão manter a planilha de controle de ocorrências atualizada diariamente no SIGBM.
4) As diligências complementares aos Boletins de Ocorrências, quando requeridas pela Justiça
Pública, deverão ser realizadas pelo atendente da ocorrência, responsável pela lavratura do Boletim, com a
supervisão e acompanhamento de seu comandante imediato. Quando o ato diligencial requerer formalidades
especiais, como realização de perícias, inquirição de testemunhas e outras, o Comandante da Fração poderá,
em caráter excepcional, designar servidor diverso do atendente da ocorrência.
5) O Comandante da Fração não constituirá seção própria, nem designará servidores específicos para
a realização desses atos diligenciais, devendo observar os princípios da informalidade e economicidade
procedimental que norteiam os procedimentos decorrentes da aplicação da Lei N 9.099/95.
d. Processamento e encaminhamento das Comunicações de Ocorrências
1) Os Boletins de Ocorrência na forma de Comunicação de Ocorrência, deverão ser
processados no P3 ou correspondentes dos OPM, observando o seguinte:
a) Revisão dos dados constantes do BO-COP, com análise da conformação do fato a um ou mais
delitos de menor potencial ofensivo, incluindo nos autos a cópia digitalizada no OCR, para remessa ao
Órgão de Polícia Judiciária da circunscrição.
b) Juntada de todos os documentos produzidos em relação ao fato (Termo de Comprovação de
Embriaguez, Boletim de Ocorrência de Trânsito, Termos de Apreensão, etc.), bem como dos Boletins de
Atendimento Médico nos casos de lesões leves e culposas.
c) Lançamento do BO-COP no Sistema Informatizado Policial (SIP), consignando no Boletim de
Ocorrência acima da NGO, a frase: “DIGITADO NO SISTEMA SIP”, através de carimbo próprio do CRPO
ou do OPM, devendo constar também a rubrica do policial militar que efetivou a digitação dos dados.
d) Remessa do BO-COP, respectivos anexos e objetos apreendidos, ao Órgão de Polícia Judiciária
da circunscrição, pelo Comandante do OPM, após conferência, montagem e correções devidas.
2) Os momentos da lavratura do BO-COP e de seu encaminhamento ao Órgão de Polícia Judiciária,
deverão ser comunicados pelo OPM, imediatamente, ao Comando Regional para fins de controle do
processamento e cumprimentos dos prazos, podendo, tal providência ser substituída pelo lançamento on-line
dos diversos momentos do encaminhamento, desde que possibilite o controle pelos órgãos superiores.
3) Os OPM deverão manter a planilha de controle de ocorrências atualizada diariamente no SIGBM.
e. Controle e registros dos Boletins de Ocorrências
Os OPM deverão registrar e controlar aos Boletins de Ocorrências (BO-COP/BO-TC),
através de livros, devendo mantê-los atualizados.
1) Livro de Registro de Confecção de Ocorrências.
2) Livro de Controle de Pauta do JECrim, caso o OPM agende as audiências do JECrim.
3) Livro de Registro de Material e Objetos Apreendidos ou Arrecadados (entrada e saída).
4) Livro de Anulação de Boletins de Ocorrências. A anulação de BO dar-se-á através da lavratura de
outro, com as informações corretas e de forma imediata à anulação.

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5) Livro de Termo de Anulação. Não sendo o caso de confecção de novo BO, por ser a anulação por
força de lavratura indevida, tal circunstância será lançada, mediante Termo de Anulação no livro próprio.
Ex.: o registro já foi efetuado na DP, não é fato típico, etc.
6) 6) Pasta/Arquivo de Comunicações de Prisões ao Ministério Público.
f. Atribuições dos Órgãos de Estado Maior e CRPO:
1) EMBM/PM3
Deverá manter atualizado o Manual de Procedimentos Operacionais para lavratura dos Boletins de
Ocorrências.
2) Departamento de Informática.
a) Deverá administrar o acesso, para consultas e registro dos dados lavrados nos Boletins de
Ocorrência, junto ao Sistema de Informações Policiais do Estado, hospedado na PROCERGS, bem como
acesso ao SIGBM.
b) Habilitação e treinamento de Recursos Humanos, ao nível de Comando Regional, visando
propiciar condições para coordenar e fiscalizar a operação dos terminais com acesso ao Sistema de
Informações Policiais e SIGBM, repassando as instruções normativas emitidas pelo DI.
c) Propiciar condições para alimentação on line pelos OPM interligados, através de software
próprio, lançando os Boletins de Ocorrência no Sistema de Informações Policiais do Estado;
d) Disponibilizar relatórios estatísticos virtuais sobre andamento dos Boletins de Ocorrências,
observando ambas as formas de elaboração (TC ou COP), observando o lançamento das ocorrências pelo
respectivo Bairro, entre outros com vistas aos dados estatísticos para fins de Policiamento Comunitário.
3) Departamento de Logística e Patrimônio (DLP)
a) Deverá disponibilizar os recursos materiais, equipamentos, formulários dos anexos e exemplares do
Manual de Procedimentos, necessários à operação do sistema;
b) À luz das necessidades dos OPM, providenciar na confecção e distribuição os talonários do
Boletim de Ocorrência;
c) Controlar a numeração seqüencial dos Boletim de Ocorrência;
d) Estabelecer as normas e prazos quanto a pedidos e estoques mínimos;
e) Controlar, através do sistema, a distribuição por OPM, englobando o estoque mínimo, a fim de
reposição imediata automática ou remanejo na Corporação.
4) CRPO, CPC, CPM, CRBM, CABM, CBBM e COE
a) Os Comandos deverão adotar providências no sentido de disponibilizar os sistemas e
equipamentos aos OPM para a realização dos procedimentos unificados.
b) Instrução à tropa:
Cabe aos Comandantes e Chefes dar continuidade às instruções, com intuito de aprimorar o
conhecimento do efetivo policial e mantê-lo atualizado, instruindo o efetivo envolvido na implantação do
sistema, de forma a que esteja apto a lavrar os BOTC e BO COP.
c) Os Comandantes e Chefes deverão informar quaisquer alterações nos procedimentos
determinados nesta NI.
d) Relações Institucionais:

4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a. O Oficial de Serviço Externo, além do que lhe é previsto em outras normas, tem a seu cargo a
fiscalização e a coordenação da lavratura dos Boletins de Ocorrências, orientando e adequando os
procedimentos às normas estabelecidas. Nos OPM em que não houver Oficial de Serviço Externo, cabe ao
respectivo Comandante Regional estabelecer as rotinas de orientação e adequação destes procedimentos.
b. A revisão do BO-TC e do BO-COP, bem como o encaminhamento para órgãos externos deverá ser
feita sempre por Oficial QOEM.
c. O Boletim de Ocorrência deverá ter suas páginas rubricadas pelo servidor que lavrá-lo e, sempre que
possível, pelas partes envolvidas na ocorrência.
d. Nas hipóteses de lavratura do Termo Circunstanciado, os procedimentos deverão ser adotados no local
dos fatos, ali mesmo liberando-se as partes. Ante a conveniência do procedimento e da pacificação do
conflito, entretanto, poderão, em caso extremo, devidamente justificado, as partes serem removidas para
local apropriado onde será lavrado o BO.
e. O isolamento de locais deverá ser mantido quando haja necessidade de realização de perícias

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237

especializadas requeridas pelo JECrim, ou Instituto Geral de Perícias.


f. O isolamento do local de crime ficará a cargo da Brigada Militar, quando está for a primeira a chegar
ao local dos fatos, até o encerramento dos atos de perícia.
g. A Polícia Civil será o órgão responsável para definir sobre a necessidade do comparecimento de
peritos naquelas ocorrências em que não seja caso de lavratura de Termo Circunstanciado.
h. Quando da solicitação de perícia em Comunicação de Ocorrência Policial (BO/COP), o PM que
atender a ocorrência deve informar ao perito do IGP o número da NGO, bem como solicitar desse o número
da ocorrência do IGP, constando tal dado no relatório da ocorrência. No dia seguinte ao fato, quando da
inserção de dados no sistema, deve simultaneamente ser expedido, pelo OPM, ofício ao Departamento de
Perícias, contendo o número da NGO, número do IGP, nome do autor, nome da vítima, endereço, hora da
ocorrência e a informação para qual Delegacia de Polícia deve ser encaminhado o referido laudo pericial. A
cópia do referido ofício deve ser anexada à cópia física do BO/COP a ser remetido para Delegacia de Polícia.
i. Havendo impossibilidade de inserção de dados do Termo Circunstanciado e da Comunicação de
Ocorrência Policial por falha no sistema de informática deve o OPM fazer as inserções no OPM mais
próximo em condições de realizar esta tarefa. Na hipótese de inserção dos dados em outro OPM os prazos
não devem ultrapassar 24 horas, a contar do registro efetuado pelo policial militar, no caso de Comunicação
de Ocorrência Policial e cinco dias, a partir da lavratura, na hipótese de Termo Circunstanciado.
j. Nas Comarcas em que ainda não tiver ocorrido a instalação de JECrim, os BO-TC deverão ser
encaminhados ao Juízo Criminal respectivo.
k. Cabe aos Comandantes dos CRPO, COE, CRBM, CABM, CBBM e ao Diretor do DI adotar as
necessárias providências para que, em todos os OPM, haja servidores habilitados a consultar e registrar dos
dados constantes dos Boletins de Ocorrência.
l. Os Comandantes dos CRPO, COE, CRBM, CABM deverão estabelecer contatos, diretamente ou
através dos OPM subordinados, com os JECrim, visando a definir se estes elaborarão a pauta de audiências a
partir do recebimento dos TCs ou disponibilizarão dias e horários para que os OPM a elaborem.
m. Os Boletins lançados na forma de Termo Circunstanciado, baixados em diligência serão
complementados pelo Órgão Policial Militar para o qual for dirigida a requisição judicial.
n. As ocorrências de furto e roubo de veículos, depois de lavrado o Boletim, serão imediatamente
comunicadas para o órgão policial (militar ou civil), mais próximo, apto para cadastro, objetivando o
oportuno lançamento no sistema informatizado, do qual será dada baixa quando da sua recuperação.
o. Os Termos Circunstanciados e as Comunicações de Ocorrências Policiais lavrados pelo GSVG,
juntamente com os materiais apreendidos no atendimento das ocorrências, devem ser encaminhados ao OPM
do município em que foram confeccionados, a fim de serem inseridos os dados no sistema de informática e
encaminhados ao Poder Judiciário ou Delegacia de Polícia. Na impossibilidade do OPM receber o BO/TC-
COP deve o policial militar do GSVG, responsável pela fiscalização, encaminhar o BO/TC-COP, com os
materiais apreendidos, à sede do grupamento para posterior inserção dos dados e encaminhamento dos
documentos e materiais, tarefas estas a serem administradas pelo GSVG em conjunto com o Comando do
COE.
p. As causas de aumento e diminuição da pena, bem como as atenuantes e agravantes, constantes da parte
geral do Código Penal não serão consideradas para a classificação da infração penal como sendo ou não de
menor potencial ofensivo.
q. O EMBM emitirá, sempre que se fizer necessário, Instruções Complementares à presente Nota de
Instrução, como instrumento normativo destinado a esclarecer e adequar procedimentos relativos à atuação
da Brigada Militar no atendimento de infrações penais de menor potencial ofensivo e no recebimento de
comunicações de ocorrências policiais pelos agentes de Polícia Ostensiva.
r. Quando o fato for penalmente atípico, ou seja, não descrito em norma penal incriminadora, será
lavrado o Boletim de Ocorrência com a indicação de anexo de controle.
s. Há hipótese de que o fato atípico, entretanto, esteja vinculado diretamente a um tipo penal (Exemplo: a
recuperação de automóvel furtado é vinculada a um furto de veículo automotor), será lavrado o BO na
modalidade de Comunicação de Ocorrência Policial, a fim de permitir a sua integração à ocorrência relativa

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ao fato típico,
t. Ficam revogadas as NI Nº 133/EMBM/2002, seus anexos e Instruções Complementares, bem como a
NI Nº 154/BM/EMBM/2003.

V- NOÇÕES DE ATIVIDADE DE BOMBEIRO

1. ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR


É o primeiro atendimento, prestado no local do acidente, com o objetivo de SALVAR A VIDA e evitar o
SEGUNDO TRAUMA até a chegada do atendimento especializado.

MEDIDAS BÁSICAS QUE O SOCORRISTA DEVE ADOTAR


1. Assumir a situação;
2. Proteger o acidentado;
3. Examinar o acidentado.
Assumir a Situação
a) Evitar o pânico e obter a colaboração de outras pessoas dando ordens claras e concisas;
b) Avaliar o local do acidente, manter os curiosos afastados para evitar confusão e maiores danos, e
para que o socorrista possa atuar da melhor maneira;
c) Se for necessário solicitar auxilio qualificado, se necessário, (Para o serviço médico da empresa ou 193
Corpo de Bombeiros);
Proteger o Acidentado
a) Observar rapidamente se existem perigos possíveis para o acidentado e o socorrista nas proximidades,
como fios elétricos, tráfego e andaimes. Pode ser necessário mudar o acidentado de lugar, identificar
pessoas que se encarreguem de desviar o trânsito ou construir uma proteção provisória;
b) Sempre que possível manter o acidentado deitado de costas até que seja examinado e se saiba quais
os danos sofridos. Não alterar a posição em que se acha o acidentado sem refletir previamente qual a
conduta mais adequada a ser tomada;
c) Tranqüilizar o acidentado;
d) Se o acidentado estiver vomitando, colocá-lo em posição lateral de segurança, para manter as vias
respiratórias limpas e desobstruídas;
e) Se o acidentado estiver inconsciente, investigar se está respirando e se mantém a função cardíaca, se
necessário realizar Respiração Cardio-Respiratória;
f) Cobrir o acidentado para conserva-lhe o corpo aquecido e protegê-lo do frio, chuva, etc...
g) Quando a causa da lesão for um choque violento, deve-se presumir a existência de lesão;
h) Deve-se determinar o método apropriado para transportá-lo quando o acidentado necessitar;

Procedimentos no exame
1) Respira?
2) Sangra muito?

ABC do socorrista

“A” – AIRWAY – VIAS AÉREAS


“B” – BREATHING – RESPIRAÇÃO
“C” – CIRCULATION – CIRCULAÇÃO

Examinar o acidentado
a) Prioridades;
b) Tenha idéia clara do que se deve fazer para não expor desnecessariamente a vítima;
c) Verificar se há outros ferimentos, tendo o cuidado de não movimentar muito a vítima;
d) Solicitar o auxílio de pessoas qualificadas, o melhor socorrista não pode substituir uma pessoa
qualificada e portanto é muito importante que tome as providências necessárias para que o acidentado
receba uma assistência apropriada quando possível;

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e) Alivie a dor, ainda tranqüilize o acidentado. O socorrista deve saber que qualquer ferimento ou doença
dará origem a uma grande mudança no ritmo da vida do acidentado, pois o coloca repentinamente numa
situação para qual não está preparado, e que foge ao seu controle.
Sinais vitais
1. Níveis de consciência;
2. Respiração;
3. Pulsação;
4. Temperatura;
5. Pressão sangüínea.
Níveis de consciência (AVDI)
a) Normal: O acidentado está lúcido, orientado e coerente, quando indagado a respeito do acidente
que acabara de sofrer, dá informações lógicas e auxilia o socorrista na localização dos ferimentos e lesões;
b) Confuso: O acidentado está desorientado e quando o socorrista lhe aborda fazendo perguntas a
respeito do acidente, o mesmo não sabe lhe dar informações precisas a respeito , em outras situações a vítima
não sabe o que lhe aconteceu.
c) Inconsciente: O acidentado quando abordado pelo socorrista não dá o menor sinal de lucidez,
quando tocado o acidentado não demonstra qualquer reação, é um estágio em que o acidentado requer
cuidados redobrados e, onde o socorrista deverá fazer uma averiguação bem minuciosa porque o acidentado
não vai ajudá-lo na localização dos ferimentos ou lesões pouco aparentes, podendo apresentar dificuldade
respiratória pelo bloqueio das vias aéreas superiores.
Respiração
a) Definição: É a função do organismo, através do qual os tecidos recebem oxigênio e expelem gás carbônico.
b) Considerações gerais: - A falta de oxigênio ao cérebro leva a morte, sendo denominado de hipoxia
cerebral.
- A respiração considerada normal é aquela que ocorre sem esforço, sendo que a artificial é executada através
de aparelhos ou pelo próprio homem ( boca a boca ).
c) Tipos de respiração:
- Ausente: Parada respiratória (realizar ventilação artificial);
- Rápida ou lenta: numero de respiração por minuto;
- Superficial ou profunda; volume da respiração;
- Ofegante: Respiração rápida superficial e pela boca;
- Forçada ou asficciosa. Respiração com dificuldade.
d) Índice normais de respiração:
- adultos = 12 a 20 rpm;
- crianças em idade escolar ( 7 a 12 anos) = 20 a 25 rpm;
- crianças com idade de 1 a 7 anos = 25 a 35 rpm;
- recém nascidos = 35 a 40 rpm.
OBS: a respiração é considerada normal, em acidente, com uma variação de até mais 10 em relação ao
normal.

Pulsação
a) Definição: É a onda de pressão gerada pelo batimento cardíaco e sentida ao longo do corpo, onde se
possa comprimir uma artéria contra uma estrutura óssea;
b) Pulsos mais comumente encontrados:
- carotídeo – no pescoço, junto ao externocleidomastoideu;
- radial – junto ao osso do rádio, no pulso;
d) Tipos de pulso:
- ausente: Para Cardíaca (realizar Reanimação Cárdio-Pulmonar)
- fraco ou forte: Volume circulatório
- rápido ou lento: freqüência de pulso por minuto
- irregular (arritmia).
e) Índice normais de pulso:
- adultos = 60 a 80 bpm;
- crianças em idade escolar (7 a 12 anos) = 80 a 100 bpm;

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- crianças com idade de 1 a 7 anos = 100 a 120 bpm;


- recém nascidos = até 145 bpm.
OBS: o pulso é considerado normal, em acidente, com uma variação de até mais 20 em relação ao normal.
Temperatura
a) Definição: É o equilíbrio entre o calor produzido pelos tecidos e o calor perdido para o meio
ambiente.
b) Considerações gerais:
- A pele é a nossa reguladora de temperatura;
- A temperatura é tomada através de um termômetro;
- Numa situação de emergência verifica-se a temperatura com o corpo da palma a mão (sensação
térmica).
c) Índices normais de temperatura:
- adulto = 36,0º a 36,7ºC;
- crianças = 37ºC.
Pressão Sangüínea
c) Definição: É a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias.
b) Considerações gerais: A pressão é medida em dois níveis:
- Sistólica é a pressão exercida junto aos vasos sangüíneos quando o sangue é lançado nas artérias
pelo coração;
- Diastólica é a pressão exercida junto aos vasos sangüíneos quando o sangue retorna para ser
filtrado junto aos pulmões e coração, circulando pelas veias.
A pressão é aferida com a utilização do esfingnomanometro e com o auxílio do estetoscópio.
d) Índices normais da pressão sangüínea:
- sistólica = 100 a 140;
- diastólica = 60 a 90.

PARADA CARDÍACA E RESPIRATÓRIA, E


REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR (RCP)
PARADA RESPIRATÓRIA
A vida depende da chegada de ar em qualidade e quantidade adequada aos pulmões. Quando este ar,
por alguma causa, tem sua composição alterada ou não chega na quantidade necessária aos pulmões, existe o
perigo de asfixia. Ainda que várias partes do corpo possam ser privadas de oxigênio por várias horas e recuperar-se
completamente, o cérebro só pode tolerar a ausência de oxigênio durante alguns minutos. Quando a falta de
oxigênio ultrapassa esse curto espaço de tempo, o cérebro pode sofrer um transtorno crônico, ou pode ocorrer a
morte.
A respiração depende:
a) da adequada concentração de oxigênio no ar inspirado;
b) de que as passagens de ar pela garganta, laringe e traquéia estejam desimpedidas;
c) da ação muscular rítmica ativada no tórax e no diafragma para a entrada de ar nos pulmões;
d) da circulação adequada de sangue para transportar oxigênio dos pulmões ao cérebro e a outros
órgãos importantes, e que este sangue retorne aos pulmões.

SE AS FUNÇÕES RESPIRATÓRIAS NÃO FOREM RESTABELECIDAS DENTRO DE TRÊS A


QUATRO MINUTOS, AS ATIVIDADES CEREBRAIS CESSARÃO TOTALMENTE, OCASIONANDO
A MORTE CEREBRAL.

Causas da parada respiratória


a) Obstrução da passagem de ar por:
1. corpos estranhos (sólidos ou líquidos);
2. afogamento;
3. estrangulamento;
4. soterramento.
b) Contaminação do ar por gases tóxicos (principalmente emanações de motores, fumaça densa).
c) Interferência na função do centro respiratório:

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1. choque elétrico;
2. Trauma Crânio-Encefálico
Procedimentos
1. Afastar a causa ou a vítima da causa, se for necessário;
2. Verificar o estado de consciência da vítima;
3. Desobstruir e manter desobstruídas as vias aéreas;
4. Se necessário iniciar imediatamente a respiração artificial;
5. Se as vias respiratórias estiverem impedidas, verificar se há corpos estranhos, sólidos ou líquidos, na
boca e garganta, e retirá-lo;
6. Afrouxar as roupas da vítima, principalmente colarinho, cinturão e sutiãs;
7. Ajudar a manter as vias aéreas desobstruídas;
8. Continuar a ventilação artificial, até que a respiração normal se restabeleça, ou até que seja atendido por
pessoa especializada;
9. A vítima deve permanecer deitada, mesmo depois de Ter recuperado a respiração;
10. Continuar observando cuidadosamente a vítima para evitar que a respiração cesse novamente;
11. O transporte para um serviço de saúde é indispensável e deve ser feito sempre com a vítima deitada e
acompanhada;
Os músculos de uma pessoa em estado de inconsciência estão completamente relaxados. A língua retrai-
se e obstruirá a garganta se mantivermos a vítima deitada de costas.

Para eliminar a obstrução, deve-se:


1. ajoelhar-se junto à cabeça da vítima;
2. por uma mão na testa e a outra sob o queixo da vítima;
3. empurrar a mandíbula para cima e inclinar a cabeça da vítima para trás até que o queixo esteja em um
nível mais elevado que o nariz;
4. desta maneira estabelece-se uma passagem livre de ar quando a língua é separada da parte posterior da
garganta;
5. manter a cabeça nessa posição, escuta-se e observa-se para verificar se a vítima recuperou a respiração.
Se a vítima não se recuperar, deve-se iniciar imediatamente a respiração
artificial.

Respiração artificial
Se a respiração não se iniciar espontaneamente, quando se desobstruir a passagem de ar, mediante a
inclinação da cabeça da vítima para trás, deve-se proceder imediatamente a respiração boca a boca.
Procedimentos para o Boca a Boca
1. separar rapidamente a vítima da causa ou afastar a causa da vítima;
2. colocar uma das mãos sob a nuca da vítima e a outra mão na testa;

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3. inclinar a cabeça da vítima para trás até que o queixo fique em um nível superior ao do nariz;
4. depois examine a vítima para verificar se começou a recuperar a respiração;

5. se não houver recuperação espontânea, depois da desobstrução, deve-se iniciar imediatamente a


respiração boca a boca, adotando o seguinte procedimento:
a) apertar o nariz da vítima com o polegar e o indicador da mão que foi colocada anteriormente
na testa da vítima e inspirar profundamente;
b) colocar a boca firmemente sobre a boca da vítima;

c) insuflar ar nos pulmões da vítima e fazer compressão moderada na região do estômago para
expelir o ar;
d) levante e vire a cabeça para observar se a caixa toráxica baixa;
e) Inspirar profundamente, outra vez e continuar o procedimento na forma anteriormente
descrita.
 ESTA FORMA DE RESPIRAÇÃO DEVE SER FEITA EM INTERVALOS DE CINCO SEGUNDOS,
ATÉ QUE A VÍTIMA RECUPERE RESPIRAÇÃO REGULAR OU ATÉ QUE POSSA RECEBER
ASSISTÊNCIA MÉDICA .

Parada cardíaca
Parada cardíaca ou “morte súbita” é a cessação repentina dos batimentos cardíacos ou quando o
músculo cardíaco, em condição de extrema debilidade, não se contrai e distende com o vigor necessário para
assegurar suficiente quantidade de sangue á circulação. Pode ser constatada quando os batimentos cardíacos
e a pulsação em artérias, como a carótida, femural ou a radial, são imperceptíveis.
Causas de uma parada cardíaca
- crise cardíaca;
- choque elétrico;
- intoxicação medicamentosa;
- intoxicação por monóxido de carbono ou defensivos agrícolas;
- afogamento;
- acidentes graves;
- processos infecciosos agudos;
- estrangulamentos;
- outras.Sinais e sintomas
- pulso ausente, débil ou filiforme;
- insuficiência respiratória;

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- dilatação das pupilas;


- espasmos ( contração súbita e violenta ) da laringe;
- perda da consciência;
- cianose ( coloração arroxeada da pele e lábios );
- ausência de batimentos cardíacos.
Conduta
Uma rápida avaliação do estado geral da vítima é que vai determinar quais as providências a serem tomadas,
por ordem de prioridades:
1. certificar-se de que a vítima respira ou não;
2. inicie, imediatamente, a respiração boca a boca se a ausência de movimentos respiratórios for
identificado;
3. verificar o pulso e quais suas características ( débil, filiforme, lento e outras );
4. inicie, imediatamente, a massagem cardíaca externa.
A técnica da massagem cardíaca externa consiste em comprimir o coração contra o esterno ( osso chato
situado na parte média e anterior do tórax e que une as costelas nesta região 0 e a coluna vertebral para forçar
o restabelecimento da função mecânica do coração, ou seja bombardear sangue para o interior das artérias,
com a finalidade de manter a circulação mínima necessária para manter os órgãos vitais como o cérebro.
Como efetuar a massagem cardíaca externa
1. localizar o ponto de pressão, que se encontra exatamente no terço inferior do esterno, acima de sua ponta
mole ( apêndice xifoide ) onde se junta ao abdômen;
2.
3. aplicar as mãos no ponto de compressão, da seguinte forma: colocando à direita ou à esquerda da vítima,
que deverá estar deitada à decúbito dorsal, em superfície dura, apoiar o terço próximo da palma da mão
esquerda sobre o ponto de compressão, sobre a mesma região da mão direita sobre a mão esquerda,
mantendo os dedos voltados para cima e longe das costelas

4. exercer pressão forte sobre o ponto de compressão, estimulando, deste modo, o coração, que reiniciará suas

contrações, as quais automaticamente, expulsarão o sangue para as artérias por onde ele circulará por todos os
chamados órgãos nobres ( músculo cardíaco, o cérebro e outros ). Cada compressão deverá empurrar o esterno cerca de
3 a 5 cm, isto durante meio segundo e exercendo uma força de mais ou menos 40 a 50 kg.
5. em crianças de 2 a 10 anos, a pressão exercida no ponto de compressão deverá ser menor, utilizando-
se apenas uma das mãos, enquanto a outra, colocada sob o tórax da criança servirá para apoiá-la.

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6. nos recém-nascidos e menores de 1 ano deverão ser utilizadas as pontas dos dedos, pois nesta fase de
desenvolvimento, o esterno e as estruturas desta região são muito flexíveis e tenros. O ritmo das massagens
deve ser de 100 a 120 compressões por minuto.

Instruções gerais para a reanimação cardio-pulmonar


Reanimação cardio-pulmonar é a aplicação de dois recursos técnicos de primeiros socorros.
- a respiração artificial ( boca a boca );
- a massagem cardíaca externa.
É o primeiro socorro que se presta a vítimas de paradas cardíacas e respiratória.
- caso haja apenas uma pessoa para prestar o socorro este deverá aplicar, após cada 15
compressões cardíacas, duas inflações de ar, boca a boca, alternadamente, até que chegue outra
pessoa para auxiliá-la ou até que a vítima se reanime.

- em caso de o socorrista contar com o auxílio de outra pessoa esta realizará a respiração boca a
boca e controlará a pulsação carotídea ( da artéria carótida), enquanto o socorrista exercerá a
massagem cardíaca. O ritmo da compressão e ventilação será tal que para cinco compressões
haja a interposição de uma ventilação rápida.
Caso seja necessário o revezamento entre o socorrista e o auxiliar, a pausa para trocar não deverá ser maior
do que cinco segundos.
A constatação de que a vítima se reanima pode ser feita se:
- as pupilas voltarem a se contrair;
- a coloração geral da pele melhorar;
- os movimentos respiratórios se reiniciarem;
- as pulsações retornarem.

 COM ESTA TÉCNICA, UMA PESSOA VÍTIMA DE PARADA RESPIRATÓRIA PODE SER
MANTIDA VIVA PELO MENOS DURANTE UMA HORA .

OBSTRUÇÃO DE VIA AÉREA SUPERIOR


ADULTO CONSCIENTE COM OBSTRUÇÃO PARCIAL
1. Se a vítima pode respirar, tossir ou falar: - Não interferir! Apenas orientar para continuar
tossindo.
2. Caso o corpo estranho não tenha sido eliminado pela tosse:
a. Ministrar oxigênio por máscara facial com um fluxo de 7-10 l/min
b. Transportar a vítima sentada, numa posição confortável e aquecida
c. Manter observação constante da vítima, incluíndo sinais vitais.
ADULTO CONSCIENTE COM OBSTRUÇÃO TOTAL

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1. Se a vítima não puder respirar, tossir ou falar, realizar repetidas compressões abdominais
(Manobra de Heimlich. até a desobstrução das vias aéreas ou a vítima tornar-se inconsciente.
2. No caso de vítimas obesas ou gestantes no último trimestre fazer a compressão no esterno e
não no abdome
ADULTO QUE TORNOU-SE OU ESTÁ INCONSCIENTE
1. Deitar a vítima em decúbito dorsal (de costas para o chão).
2. Liberar suas vias aéreas com a manobra mais adequada (“tríplice”, elevação do queixo ou
“extensão da cabeça”).
3. Verificar a respiração.
4. Se a respiração estiver ausente, tentar efetuar duas ventilações.
5. Se não conseguir ventilar, repetir a liberação e a tentativa de ventilação.
6. Ventilação sem sucesso, efetuar 5 compressões manuais abdominais (ou esternais em gestantes
de último trimestre e vítimas obesas) - Manobra de Heimlich
7. Tentar visualizar e remover corpos estranhos com os dedos ou usar técnica da busca -cega.
8. Observar se a vítima voltou a respirar espontaneamente.
9. Tentar a seqüência completa de manobras por duas vezes.
10. Se a obstrução persistir.
a. Transportar, mantendo a vítima aquecida.
b. Repetir a seqüência de manobras durante o transporte até desobstruir ou chegar no hospital.
11. Se desobstruir e a vítima voltar a respirar.
a. Ministrar oxigênio por máscara facial com um fluxo de 7-10 l/min.
b. Transportá-la aquecida.
c. Monitorar os sinais vitais.
12. Se desobstruir e a vítima não voltar a respirar.
a. Proceder manobras de ventilação
b. Monitorar pulso.
CRIANÇA CONSCIENTE COM OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS
- Consegue respirar, tossir ou chorar: - Não interferir! Deixar que a criança encontre uma posição
de conforto ou mantenha em decúbito elevado (semi-sentado).
- Transportar, mantendo-a aquecida.
- Criança com obstrução total proceder conforme
CRIANÇA INCONSCIENTE COM OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA
1- Deitar a vítima de costas.
2- Liberar suas vias aéreas com a manobra mais adequada, abrir a boca e remover com seu dedo
qualquer objeto visível.
3- Verificar a respiração.
4- Se a respiração estiver ausente tentar efetuar 2 (duas) ventilações.
5- Se não houver sucesso na ventilação:
BEBÊ (criança menos de um ano de idade)
1- Posicionar o bebê de bruços em seu antebraço apoiado em sua coxa com a cabeça em nível
inferior ao tórax, segurando firmemente a cabeça da criança pela mandíbula com sua mão.
2- Efetuar 5 (cinco) pancadas, com a palma de sua mão, entre as escápulas.
3- Colocar o antebraço livre sobre as costas da criança e virá-la de barriga para cima.
4- Manter a cabeça em nível inferior ao tórax.
5- Efetuar 5 (cinco) compressões esternas.
6- Abrir a boca e remover qualquer objeto estranho visível.
7- Efetuar 2 (duas) ventilações.
8- Tentar uma única vez a seqüência completa.
9- Persistindo a obstrução transportar para o hospital imediatamente, repetindo as manobras e
mantendo a criança aquecida.
CRIANÇA (entre 1 e 8 anos)
1- Realizar 5 (cinco) compressões abdominais (Manobra de Heimlich).
2- Abrir a boca e remover qualquer corpo estranho visível.
3- Efetuar 2 (duas) ventilações.
4- Tentar uma única vez a seqüência completa.
5- Persistindo a obstrução, transportar para o hospital imediatamente, repetindo as manobras e
mantendo a criança aquecida.

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246

TÉCNICA DA BUSCA CEGA (vítimas maiores de 8 anos de idade)


1- Posicionar a vítima deitada de costas.
2- Abrir a boca da vítima segurando a língua e o queixo com polegar e o indicador.
3- Introduzir o seu dedo indicador da outra mão na cavidade oral ao longo da face interna da
bochecha, o mais profundo que conseguir, próximo a base da língua.
4- Retirar o dedo em formato de “gancho” tentando trazer o corpo estranho.
TÉCNICA COMPRESSÃO ABDOMINAL (manobra de “Heimlich”)
Vítima consciente em pé ou sentada (somente casos clínicos):
- Posicionar-se atrás da vítima e envolvê-la com seus braços apoiados nas cristas ilíacas da
vítima.
- Posicionar sua mão fechada com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre o
apêndice xifóide e a cicatriz umbilical.
- Com a outra mão espalmada sobre a primeira comprima o abdome num movimento rápido
direcionado para trás e para cima.
- Repetir a compressão até a desobstrução ou a vítima tornar-se inconsciente.
Em vítimas obesas e gestantes no último trimestre de gravidez a compressão deve ser realizada
no esterno.
Vítima inconsciente (caso clínico e trauma):
- Posicionar a vítima deitada de costas numa superfície rígida.
- Posicionar-se de forma a apoiar os seus joelhos um de cada lado da vítima na altura de suas
coxas.
- Colocar sua mão sobre o abdome da vítima de forma a apoiar a palma da mão entre o apêndice
xifóide e a cicatriz umbilical.
- Apoiar a outra mão sobre a primeira.
- Comprimir o abdome num movimento rápido, direcionado para baixo.
- Efetuar 5 (cinco) compressões.
Em vítimas obesas e gestantes no último trimestre de gravidez, você deve posicionar-se
lateralmente à vítima realizar a compressão no esterno, dois dedos acima do final do apêndice xifóide
(mesmo local que se realiza a massagem cardíaca).
Neste tipo de manobra há risco de lesão interna de vísceras
TÉCNICA DE DESOBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS EM CASO DE MATERIAL
LÍQUIDO OU SEMI-LÍQUIDO
Vítimas de trauma
- posicionar-se atrás da cabeça da vítima.
- utilizar o aspirador de secreções.
- medir o cateter de sucção na distância entre o lóbulo da orelha e a boca.
- introduzir o cateter em sua boca, sem aspirar até o máximo da distancia medida .Retirar o cateter
aspirando em movimentos circulares.
- não gastar mais que 15 segundos para cada sucção (lembrar-se que a aspiração retira 80% do ar
que a vítima respira).
Na impossibilidade do aspirador, utilizar os dedos indicador e médio enrolados em um pano para
absorver e retirar o conteúdo.
- numa vítima consciente, tenha cuidado com o reflexo do vômito ou mordida em seus dedos.
- na presença de vômitos, virar a vítima lateralmente, em bloco, e transportá-la nessa posição,
tomando o cuidado de manter toda a coluna alinhada, inclusive a cabeça, para isso utilizar a prancha longa,
onde a vítima deve estar bem fixada.

Casos clínicos sem suspeita de lesão cervical


- posicionar-se atrás da cabeça da vítima.
- utilizar o aspirador de secreções com a cabeça da vítima virada para o lado.
- na impossibilidade do aspirador, utilizar os dedos indicador e médio enrolados em um pano para
absorver e retirar o conteúdo.
- numa vítima consciente, tenha cuidado com o reflexo do vômito ou mordida em seus dedos.
- na ocorrência de vômitos, transportar a vítima na posição de coma.

FRATURAS
Fratura:

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247

É a ruptura total ou parcial do osso e podem ser fechadas ou expostas.


Fratura fechada:
Na fratura fechada não há rompimento da pele, ficando o osso no interior do corpo.
Fratura exposta:
Fratura na qual há rompimento da pele. Beste tipo de fratura ocorre simultaneamente um quadro de
hemorragia externa, existindo ainda o risco iminente de infecção.
Identificação:
Dor local:
Uma fratura sempre será acompanhada de uma dor intensa, profunda e localizada, que aumenta com
os movimentos ou pressão.
Incapacidade funcional:
É a incapacidade de se efetuar os movimentos ou a função principal da parte afetada.
Deformação ou inchaço:
Ocorre devido ao deslocamento das seções dos ossos fraturados ou acúmulo de sangue ou plasma no
local. Um método eficiente para se comprovar a existência de deformação é o de se comparar o membro
fraturado com o são.
Crepitação óssea:
É um ruído produzido pelo atrito entre as seções ósseas fraturadas. Este sinal, embora de grande valor
para diagnosticar uma fratura, não deve ser usado como método de diagnóstico para não agravar a lesão.
Mobilidade anormal:
É a movimentação de uma parte do corpo onde inexiste uma articulação. Pode-se notar devido à
movimentação anormal ou à posição anormal da parte afetada. Este método, assim como o anterior, não deve
ser forçado. No caso de dúvida, sempre considerar a existência da fratura.
Tratamento da fratura fechada:
· Aplicar tração em fraturas de membros sempre que possível;
· Imobilizar a fratura mediante o emprego de talas, dependendo das circunstâncias e alinhamento do
osso;
· Imobilizar também a articulação acima e abaixo da fratura para evitar qualquer movimento da parte
atingida;
· Observar a perfusão nas extremidades dos membros, para verificar se a tala ficou demasiadamente
apertada;
· Verificar presença de pulso distal e sensibilidade;
· Tranqüilizar o acidentado mantendo-o aquecido e na posição mais cômoda possível;
· Prevenir o estado de choque;
· Remover a vítima em maca;
· Transportar para o hospital.
Obs: Como em qualquer traumatismo grave, a dor e o estado psicológico (stress) podem causar o
choque, devendo o socorrista preveni-lo.
Em fraturas anguladas ou em articulações não se deve tracionar. Imobilizar como estiver.
Tratamento da fratura exposta:
Este tipo de fratura é caracterizado pela hemorragia abundante, risco de contaminação, bem como
lesões de grande parte do tecido. As medidas de procedimento são:
· Gentilmente, tentar realinhar o membro;
· Estancar a hemorragia, mediante emprego de um dos métodos de hemostasia;
· Não tentar recolocar o osso no interior da ferida;
· Prevenir a contaminação, mediante assepsia local, mantendo o ferimento coberto com gaze
esterilizada ou com as próprias roupas da vítima (quando não houver gaze);
· Imobilizar com tala comum, no caso de fratura onde os ossos permaneçam no seu alinhamento, ou
empregar a tala inflável, a qual estancará a hemorragia (tamponamento) e prevenirá a contaminação;
· Se não for possível realinhar a fratura, imobilizá-la na posição em que estiver;
· Checar a presença de pulso distal e sensibilidade;
· Nos casos em que há ausência de pulso distal e/ou sensibilidade, o transporte urgente para o hospital
é medida prioritária;
· Prevenir o estado de choque tranqüilizando a vítima e evitando que veja o ferimento;
· Remover a vítima em maca;
· Transportar a vítima para o hospital.

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Obs: Fraturas e deslocamentos na região do ombro (clavícula, omoplata e cabeça de úmero) devem ser
imobilizadas com bandagem.

CHOQUE ELÉTRICO
As chances de salvamento da vítima de choque elétrico diminuem com o passar de alguns minutos,
pesquisas realizadas apresentam as chances de salvamento em função do número de minutos
decorridos do choque aparentemente mortal, pela análise da tabela abaixo esperar a chegada da
assistência médica para socorrer a vítima é o mesmo que assumir a sua morte, então não se deve
esperar o caminho é a aplicação de técnicas de primeiros socorros por pessoa que esteja nas
proximidades.
O ser humano que esteja com parada respiratório e cardíaca passa a ter morte cerebral dentro de 4
minutos, por isso é necessário que o profissional que trabalha com eletricidade deve estar apto a prestar os
primeiros socorros a acidentados, especialmente através de técnicas de reanimação cádio-respiratória.

Chances de Salvamento:
Tempo após o choque p/ iniciar respiração
Chances de reanimação da vítima
artificial
1 minuto 95 %
2 minutos 90 %
3 minutos 75 %
4 minutos 50 %
5 minutos 25 %
6 minutos 1%
8 minutos 0,5 %

Método da respiração artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de vítimas de choque


elétrico:
A respiração artificial é empregada em todos os casos em que a respiração natural é interrompida. O
método de "Holger e Nielsen" consiste em um conjunto de manobras mecânicas por meio das quais o ar , em
certo e determinado ritmo, é forçado a entrar e sair alternadamente dos pulmões. As instruções gerais
referentes à aplicação desse método são as seguintes:
Antes de tocar o corpo da vítima, procure livra la da corrente elétrica, com a máxima segurança
possível e a máxima rapidez, nunca use as mãos ou qualquer objeto metálico ou molhado para interromper
um circuito ou afastar um fio.
Não mova a vítima mais do que o necessário à sua segurança.
Antes de aplicar o método, examine a vítima para verificar se respira, em caso negativo, inicie a
respiração artificial.
Quanto mais rapidamente for socorrida a vítima, maior será a probabilidade de êxito no salvamento.
Chame imediatamente um médico e alguém que possa auxilia lo nas demais tarefas, sem prejuízo da
respiração artificial, bem como, para possibilitar o revezamento de operadores.
Procure abrir e examinar a boca da vítima ao ser iniciada a respiração artificial, afim de retirar
possíveis objetos estranhos (dentadura, palito, alimentos, etc.), examina também narinas e
garganta.Desenrole a língua caso esteja enrolada, em caso de haver dificuldade em abrir a boca da vítima,
não perca tempo, inicie o método imediatamente e deixe essa tarefa a cargo de outra pessoa.
Desaperte punhos, cinta, colarinho, ou quaisquer peças de roupas que por acaso apertem o pescoço,
peito e abdome da vítima.
Agasalhe a vítima, a fim de aquece la, outra pessoa deve cuidar dessa tarefa de modo a não prejudicar
a aplicação da respiração artificial.
Não faça qualquer interrupção por menor que seja, na aplicação da respiração artificial.
Não faça qualquer interrupção por menor que seja, na aplicação do método, mesmo no caso de se
tornar necessário o transporte da vítima a aplicação deve continuar.
Não distraia sua atenção com outros auxílios suplementares que a vitima necessita, enquanto estiver
aplicando o método, outras pessoas devem ocupar se deles.

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O tempo de aplicação é indeterminado, podendo atingir 5 horas ou mais, enquanto houver calor no
corpo da vítima e sta não apresentar rigidez cadavérica há possibilidade de salvamento.
O revezamento de pessoas, durante a aplicação deve ser feito de modo a não alterar o ritmo da
respiração artificial.
Ao ter reinício a respiração natural, sintonize o ritmo da respiração artificial com a natural.
Depois de recuperada a vítima, mantenha a em repouso e agasalhada, não permitindo que se levante ou
se sente, mesmo que para isso precise usar força, não lhe de beber, a fim de evitar que se engasgue, após a
recuperação total da vítima, pode dar lhe então café ou chá quente.
Não aplique injeção alguma, até que a vítima respire normalmente.
Este caso aplica se em qualquer caso de colapso respiratório, como no caso de pessoas intoxicadas por
gases venenosos ou que sofram afogamentos.
Na maioria dos casos de acidente por choque elétrico, a MORTE é apenas APARENTE, por isso
socorra a vítima rapidamente sem perda de tempo.

Método da salvamento artificial "Hoger e Nielsen", para reanimação de vítimas de choque


elétrico:
1- Deite a vítima de bruços com a cabeça voltada para um dos lados e a face apoiada sobre uma das
mãos tendo o cuidado de manter a boca da vítima sempre livre.
2- Ajoelhe se junto à cabeça da vítima e coloque as palmas das mãos exatamente nas costas abaixo dos
ombros com os polegares se tocando ligeiramente.
3- Em seguida lentamente transfira o peso do seu corpo para os braços esticados, até que estes fiquem
em posição vertical, exercendo pressão firme sobre i tórax.
4- Deite o corpo para trás, deixando as mãos escorregarem pelos braços da vítima até um pouco acima
dos seus cotovelos; segure os com firmeza e continue jogando o corpo para trás, levante os braços da vítima
até que sinta resistência: abaixe os então até a posição inicial, completando o ciclo, repita a operação no
ritmo de 10 a 12 vezes por minuto.

Método da respiração artificial Boca-a-Boca:


1- Deite a vítima da costas com os braços estendidos.
2- Restabeleça a respiração : coloque a mão na nuca do acidentados e a outra na testa, incline a cabeça
da vítima para trás.
3- Com o polegar e o indicador aperte o nariz, para evitar a saída do ar.
4- Encha os pulmões de ar.
5- Cubra a boca da vítima com a sua boca, não deixando o ar sair.
6- Sopre até ver o peito erguer se.
7- Solte as narinas e afaste os seus lábios da boca da vítima para sair o ar.
8- Repita esta operação, a razão de 13 a 16 vezes por minuto.
9- Continue aplicando este método até que a vítima respire por si mesma.

Aplicada a respiração artificial pelo espaço aproximado de 1 minuto, sem que a vítima dê sinais
de vida, poderá tratar se de um caso de Parada cardíaca:

Para verificar se houve Parada Cardíaca, existem 2 processos:


1- Pressione levemente com as pontas dos dedos indicador e médio a carótida, quase localizada no
pescoço, junto ao pomo de Adão ( Gogó ).
2- Levante a pálpebra de um dos olhos da vítima, de a pupila ( menina dos olhos ) se contrair, é sinal
que o coração está funcionando, caso contrario, se a pupila permanecer dilatada, isto é, sem reação, é sinal de
que houve uma parada cardíaca.

Ocorrendo a Parada Cardíaca:


Deve se aplicar sem perda de tempo, a respiração artificial e a massagem cardíaca, conjugadas.
1- Esta massagem deve ser aplicada sobre o coração, que esta localizado no centro do Tórax entre o
externo e a coluna vertical.
2- Colocar as 2 mãos sobrepostas na metade inferior do externo, como indica a figura.
3- Pressionar, com suficiente vigor, para fazer abaixar o centro do Tórax, de 3 a 4 cm, somente uma
parte da mão deve fazer pressão, os dedos devem ficar levantados do Tórax.

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4- Repetir a operação: 15 massagens cardíacas e 2 respirações artificiais, até a chegada do socorro


mais especializado.

DESMAIO E CRISE EPILÉTICA


O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, fazendo com que o paciente caia
no chão. Pode ser causado por vários fatores, como a subnutrição, o cansaço, excesso de sol, stress. Pode ser
precipitado por nervosismo, angústia e emoções fortes, além de ser intercorrência de muitas outras doenças.
Identificação:
· Tontura;
· Sensação de mal-estar;
· Pele fria, pálida e úmida;
· Suor frio;
· Perda da consciência.
Tratamento:
Diante de um indivíduo que sofreu desmaio, devemos proceder da seguinte maneira:
· Arejar o ambiente;
· Afrouxar as roupas da vítima;
· Deixar a vítima deitada e, se possível, com as pernas elevadas;
· Não permitir aglomeração no local para não prejudicar a vítima.
Crise Epilética:
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que se caracteriza por causar crises de
convulsões (ataques) em sua forma mais grave.
Os ataques ou convulsões se caracterizam por:
· Queda abrupta da vítima;
· Perda da consciência;
· Contrações de toda a musculatura corporal;
· Aumento da atividade glandular com salivação abundante e vômitos.
Pode ainda ocorrer o relaxamento dos esfíncteres com micção e evacuação involuntárias.
Ao despertar, o doente não se recorda de nada do que aconteceu durante a crise e sente-se muito
cansado, indisposto e sonolento.
A conduta do socorrista no ataque epilético consiste, principalmente, em proteger o doente e evitar
complicações. Deve-se deitar o paciente com roupas leves e desapertadas (as contrações musculares
aumentam a temperatura corpórea) e virá-lo de lado para que não aspire as secreções ou o vômito para os
pulmões.
Um cuidado especial deve ser dado à boca, pois o doente pode ferir-se, mordendo a língua ou as
bochechas. Para tanto, interpõe-se um calço (pedaço de pano, por exemplo) entre os dentes superiores e
inferiores, impedindo que eles se fechem. Esta manobra, entretanto, deve ser cuidadosa, pois o socorrista
poderá ser mordido, ou o objeto poderá causar obstrução respiratória. Cessada a crise, que dura de 1 a 5
minutos, o doente deverá receber limpeza corpórea, ingerir líquidos e repousar em ambiente silencioso.
É preciso que os curiosos sejam afastados do local, pois esta doença acarreta um grande senso de
inferioridade e a presença de estranhos apenas contribui para a acentuação do problema psicológico.
Deve-se orientar o paciente para voltar a procurar o médico, pois haverá necessidade de ajustar a dose
da droga em uso.

PARTO DE EMERGÊNCIA
A grande maioria dos partos se resolve espontaneamente, apenas sendo assistidos pelo médico ou
obstetra. Haverá situações em que o parto acontecerá antes de a parturiente chegar ao hospital, ou mesmo a
caminho dele. Nestes casos, deve-se estar treinado para assistir (acompanhar) ao parto.
No final da gestação, a parturiente começa a apresentar sinais e sintomas que são indicativos do início
do trabalho de parto.
Identificação do parto iminente:
· Construções regulares a cada 2 minutos;
· Visualização da cabeça do bebê no canal de nascimento;
· Saída de água pela vagina (ruptura da bolsa das águas);
· Gestante multípara, com vários partos normais;
· Nestas condições, o parto está se iniciando.
Procedimentos gerais:

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251

· Sem expor a parturiente, ela deverá estar livre de todas as vestimentas que possam obstruir o canal de
nascimento;
· Em hipótese alguma o processo de nascimento do bebê poderá ser impedido, retardado ou acelerado;
· Sempre o marido, os pais ou outro parente próximo deverá acompanhar, o tempo todo, a parturiente;
· Não permitir a presença de curiosos. Procurar ser o mais discreto possível e manter ao máximo a
privacidade da gestante;
· Não permitir que a gestante vá ao banheiro se são constatados os sinais do parto iminente.
Procedimentos específicos:
· Colocar a parturiente deitada de costas, com os joelhos elevados e as pernas afastadas uma da outra e
pedir-lhe para conter a respiração, fazendo força de expulsão cada vez que sentir uma contração uterina;
· Quem vai assistir ao parto deverá lavar bem as mãos;
· À medida que o parto progride, ver-se-á cada vez mais a cabeça do feto em cada contração. Deve-se
ter paciência e esperar que a natureza prossiga o parto; nunca se deve tentar puxar a cabeça da criança para
apressar o parto;
· À medida que a cabeça for saindo, deve-se apenas ampará-la com as mãos, sem imprimir nenhum
movimento, que não o de sustentação;
· Depois de sair totalmente, a cabeça da criança fará um pequeno movimento de giro e, então, sairão
rapidamente os ombros e o resto do corpo. Sustentá-lo com cuidado. Nunca puxar a criança, nem o cordão
umbilical; deixar que a mãe expulse naturalmente o bebê;
· Após o nascimento da criança, limpar apenas o muco do nariz e a boca com gaze ou pano limpo e
assegurar-se de que começou a respirar. Se a criança não chorar ou respirar, segurá-la de cabeça para baixo,
pelas pernas, com cuidado para que não escorregue, e dar alguns tapinhas nas costas para estimular a
respiração. Desta forma, todo o líquido que estiver impedindo a respiração sairá;
· Se o bebê ainda assim não respirar, fazer respiração artificial delicadamente, insuflando apenas o
volume suficiente para elevar o tórax da criança, como ocorre em um movimento respiratório normal;
· Não há necessidade de cortar o cordão umbilical, se o transporte para o hospital demorar menos de
30 minutos. Porém, se o tempo de transporte for superior a 30 minutos, deitar a criança de costas e, com um
fio previamente fervido, fazer nós no cordão umbilical: o primeiro a aproximadamente quatro dedos da
criança (10 cm) e o segundo nó distante a 5 cm do primeiro. Cortar entre os dois nós com uma tesoura,
lâmina ou outro objeto esterilizado;
· O cordão umbilical sairá junto com a placenta, cerca de 20 minutos após o nascimento;
· Após a saída da placenta, deve-se fazer massagem suave sobre o abdome da parturiente para
provocar a contração do útero e diminuir a hemorragia que é normal após o parto;
· Transportar a mãe e a criança ao hospital para complementação assistencial médica. Deve-se também
transportar a placenta para o médico avaliar se ela saiu completamente.

2. PREVENÇÃO DE INCENDIO

LEI Nº 10.987, DE 11 DE AGOSTO DE 1997.

Estabelece normas sobre sistemas de prevenção e proteção contra incêndios, dispõe


sobre a destinação da taxa de serviços especiais não emergenciais do Corpo de Bombeiros e dá outras
providências.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, da Constituição do
Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:
Art. 1º - Todos os prédios com instalações comerciais, industriais, de diversões públicas e
edifícios residenciais com mais de uma economia e mais de um pavimento, deverão possuir plano de
prevenção e proteção contra incêndio, aprovado pelo Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Estado do
Rio Grande do Sul.
Parágrafo 1º - O Corpo de Bombeiros, nos municípios em que possua destacamento, realizará
inspeção anual nos prédios considerados de risco grande e médio e a cada dois anos nos prédios considerados
de risco pequeno.
Parágrafo 2º - Nos prédios já construídos, o Corpo de Bombeiros, expedirá notificação sobre os
planos de prevenção e proteção existentes, especificando suas deficiências, tendo em vista as normas legais e
assinalando prazos para a sua adequação.

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252

Parágrafo 3º - Os prazos referidos no parágrafo anterior, serão definidos por decreto do Poder
Executivo.
Art. 2º - Aquele que não apresentar plano de prevenção e proteção contra incêndio, descumprir
os prazos assinalados para a instalação dos itens de segurança julgados necessários ou instalá-los em
desconformidade com as especificações oficiais incorrerá nas seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - interdição;
Parágrafo 1º - A advertência aplica-se na hipótese de instalação incompleta ou deficiente de
itens de segurança, devendo especificar as medidas necessárias e assinalar prazo estritamente necessário para
a regularização da segurança contra incêndio do prédio.
Parágrafo 2º - O descumprimento do prazo para a apresentação de plano de prevenção contra
incêndios ensejará multa de 75 UFIRs e o descumprimento dos prazos assinalados na notificação ou
advertência, ensejará multa de 50 UFIRs para cada item não instalado ou não regularizado, dobrando-se os
valores da multa, a cada trinta dias, após o descumprimento do prazo.
Parágrafo 3º - O auto de infração assinalará o prazo de 30 dias para correção da irregularidade,
findo o qual será aplicada nova multa, em valor dobrado em relação à autuação anterior.
Parágrafo 4º - O autuado terá o prazo de 10 (dez) dias úteis para impugnar o auto de infração,
em petição dirigida ao Comandante do destacamento local do Corpo de Bombeiros, ficando suspenso,
enquanto não decidida a impugnação, o prazo previsto no parágrafo anterior.
Parágrafo 5º - Os prédios que oferecerem risco de vida aos seus usuários ou transeuntes, por
apresentarem elevada probabilidade de incêndio ou desabamento, e aqueles tornados perigosos pela ausência
de itens mínimos de segurança contra incêndios poderão ter sua evacuação ou interdição determinada pelo
Corpo de Bombeiros.
Art. 3º - Os valores relativos às multas aplicadas com base nesta Lei e à cobrança da taxa
prevista na Lei nº 8.109, de 19 de dezembro de 1985 , e alterações posteriores, referente a serviços especiais
não emergenciais, constituir-se-ão em receita a ser recolhida, em cada município, para fundos municipais
criados com o objetivo de auxiliar o reequipamento do Corpo de Bombeiros.
Parágrafo único - Os valores relativos a multas e taxas arrecadadas em municípios que não
possuírem fundo de reequipamento dos bombeiros serão recolhidos ao Fundo Estadual de Segurança Pública
(FESP).
Art. 4º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º - Revogam-se as disposições em contrário.

PORTARIA Nº 073/BM/EMBM/99, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1999


(Publicado no DOE 160, de 22 Ago 00)

O COMANDANTE GERAL DA BRIGADA MILITAR, no uso de suas atribuições legais previstas


no Art. 8º da Lei nº 10.991, de 18 Agosto de 1997, e em cumprimento ao Art. 1º da Lei nº 10.987, de 11 de
agosto de 1997.

Considerando-se que a Constituição do Estado incumbiu à Brigada Militar, a Prevenção e Combate a


Incêndios, as Buscas e Salvamentos, e atividades de Defesa Civil, dentre outras missões;
Considerando-se a destinação legal da Brigada Militar de preservação da Ordem Pública, e à
incolumidade das pessoas e do patrimônio, conforme consta da Lei nº 10.991/97;
Considerando-se o disposto no Decreto Federal nº 2.998, de 23 de março de 1999, que dá nova
redação ao regulamento para a fiscalização de produtos controlados (R-105);
Considerando que o Anexo do R-105 classifica os fogos de artifício como de categoria 3, nº de ordem
2199, Grupo Pi, não estando sujeito à Fiscalização Federal as atividades de comércio e utilização conforme
consta no Art. 10, do mesmo regulamento;
Considerando o disposto na Lei 10.987/97, combinado com os Dec. 37.380/97 e 38.273/98;
Considerando a necessidade de estabelecer normas de proteção contra incêndios e explosões em
estabelecimentos comerciais que tenham entre seus produtos fogos de artifício;
Considerando que tais estabelecimentos, via de regra, situam-se no perímetro urbano com vistas à
proximidade dos eventuais consumidores;

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253

Considerando que os Códigos de Prevenção de Incêndios de outras Unidades da Federação dispõem


medidas estruturais para estabelecimentos congêneres, tais como, limites de área para venda a varejo em
zona comercial, prédio de ocupação não residencial devendo ser térreo ou com pavimentos superiores sem
residências, venda em barracas de 12 m² montadas em eventos ao ar livre, com abertura de ventilação de 1,2
m², distanciadas a 200 m de hospitais e a 100m de estabelecimentos de Diversões pública e postos de
serviço;
Considerando que os Códigos de Prevenção de outras Unidades da Federação dispõem medidas de
prevenção para tais estabelecimento e proteção tais como, proibição de fumar, extintores de incêndio e
prevenção contra sinistros de origem em fenômenos elétricos;
Considerando as prescrições da Portaria nº 40/73, da então Secretaria da Segurança Pública, que
dispõe sobre a matéria em especial no Art. 1º no parágrafo 2º, permite a venda em balcão, e limitando
quantidade de estoque a 25 Kg de matéria explosiva; em que seqüência veda, no parágrafo 3º a venda por
atacado no perímetro urbano.

Art 1º. Para a emissão de Alvará dos Sistemas de Prevenção e Proteção Contra Incêndio, os
estabelecimentos de comércio varejista que revenderem Fogos de Artifícios deverão obedecer os requisitos
de segurança abaixo relacionados, sem prejuízo às outras exigências aplicáveis por outras Legislações
Específicas:
§ 1º - Observância dos Art. 3º, 34º, 55º, 56º, 69º, 70º, 81º, 112º e 239º do R-105.
§ 2º - Manter estoque máximo de 20 (vinte) quilogramas de produto explosivo (peso líquido),
demonstrado em tabela de equivalência por diferentes produtos, afixada em local de fácil visibilidade.
§ 3º - Manter os produtos em prateleiras metálicas abertas, (Anexo I) com ficha prateleira atualizada a
cada transação e com rótulo de risco e painel de identificação do produto (Anexo I I).
§ 4º - Armazenar os fogos de estampido (bombinhas) em embalagens plásticas com o máximo de 20
(vinte) gramas de produto explosivo (peso líquido), intercalados com material absorvedor de onda de
choques, por exemplo, garrafas de PET (Tereftalato de Polietieleno) com serragem (Anexo II);
§ 5º - Pelo menos um dos extintores de incêndio destinados a proteção do estabelecimento ser a base
de água e estar localizada à distância de até 10 m da prateleira de armazenamento.
§ 6º - Proibição de Fumar no recinto, bem com o uso de chamas expostas, como por exemplo lampião
à base de G.L.P. ou querosene;
§ 7º - Não ter a edificação ocupação mista com residências, reunião de público, hospital e depósitos de
líquidos ou gases inflamáveis, explícito no PPCI mediante registro no memorial descritivo do prédio;
§ 8º - Possuir o interessado Alvará da Delegacia de Armas ou Munições e Explosivos (DAME) para o
comércio de produtos de tal natureza;

Art 2º - Os estabelecimentos que mantenham estoques superior a 20 (vinte) quilogramas enquadram-se


na Legislação (R-105, NR 19 do Ministério do Trabalho, etc), como Depósitos e devem, portanto, atender
todos os requisitos específicos para seu respectivo porte.

Art 3º- Os SME deverão ainda, quando do exame do processo, sugerir que o empreendedor crie rotina
de fornecer folheto de instrução individual para o cliente, registrando em livro próprio o recebimento do
folheto instrutivo.

PORTARIA Nº 088 /BM/EMBM/00, de 02 de julho de 2000.


(Publicado no DOE 174, de 12 Set 00)

Acresce alíneas ao inciso IV do Artigo 5º da Portaria nº 64/EMBM/99, que trata da aplicabilidade da Lei
Estadual nº 10.987, de 11 de Agosto de 1997.

O COMANDANTE GERAL DA BRIGADA MILITAR, no uso de suas atribuições legais previstas


no Art. 8º da Lei nº 10.991, de 18 Agosto de 1997, e em cumprimento ao Art. 1º da Lei nº 10.987, de 11 de
agosto de 1997.

RESOLVE

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254

Art. 1º - O Art. 5º da Portaria nº 64/EMBM/99, fica acrescido das seguintes alíneas:

a) O profissional habilitado para ministrar o treinamento de proteção e prevenção contra incêndios,


conforme definido pela NBR 14276, deverá credenciar-se junto ao Corpo de Bombeiros da
Brigada Militar, mediante simples comprovação de sua formação e registro no respectivo
conselho.
b) Consideram-se estabelecimentos de ensino especializado para fins de proteção contra incêndio,
aqueles que, além de reconhecidos pelas Autoridades Federais e Estaduais de educação,
mantenham cursos regulares de Brigada de Incêndio, ou de formação de técnicos ou profissionais
afins, e que disponham de instalações e equipamentos destinados ao treinamento teórico e prático,
bem como que contem com profissionais habilitados, como assim o define a NBR 14276, em seu
quadro de docentes. O treinamento deverá ser, no mínimo, como prevê a NBR 14276, de 16 h,
sendo a parte prática de no mínimo 8 h, com exceção de ocupações residenciais – I-2 (edifícios de
apartamentos) e estacionamentos X-1 (locais cobertos ou construídos e garagens elevadas), casos
em que a carga horária total deve ser de 4 h, enfocando apenas a parte de prevenção e combate a
incêndios.
c) No Certificado de Treinamento, que deverá ser numerado, deverão constar as matérias ministradas
e a respectiva carga horária, bem como o profissional habilitado e/ou estabelecimento de ensino
especializado deverá manter arquivado, em local próprio, comprovantes da documentação do
curso e dos meios auxiliares utilizados (Plano de Curso, folha de chamadas, Livro de Registro de
Certificados expedidos, notas fiscais das cargas de extintores, combustíveis e outros materiais
utilizados), pelo período de vigência do alvará dos sistemas de prevenção e proteção contra
incêndio do prédio que for objeto do processo de inspeção/aprovação.

d) Considera-se como Certificado de Treinamento de Prevenção e Proteção Contra Incêndios, os


certificados de freqüência de curso de CIPA e de formação de vigilantes, desde que sua vigência
seja coincidente com o alvará dos sistemas de proteção contra incêndio do prédio objeto do
processo de licenciamento.

3. DEFESA CIVIL

CONCEITOS UTILIZADOS EM DEFESA CIVIL

DEFESA CIVIL
É o conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas (reconstrutivas), destinadas a
evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social.

DESASTRE
Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema (vulnerável),
causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e conseqüentes prejuízos sócio-econômicos.
Os desastres são quantificados em função dos danos e prejuízos, em termos de intensidade, enquanto que os
eventos adversos são quantificados em termos de magnitude.
Nenhum desastre é igual ao outro. A intensidade de um desastre depende da interação entre:
- a magnitude do evento adverso;
- o grau de vulnerabilidade do sistema receptor afetado.
Normalmente o fator preponderante para a intensificação de um desastre é o grau de vulnerabilidade do
sistema receptor.
Os efeitos dos desastres são:
- deterioração das condições de vida;
- aumento do déficit público
- redução da receita
- aumento do custo de vida
- alteração dos ecossistemas

AMEAÇA
Estimativa de ocorrência e magnitude de um evento adverso expressa em termos de probabilidade estatística
da concretização do evento e da provável magnitude de sua manifestação.

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255

RISCO
Medida de danos ou prejuízos potenciais expressa em termos de probabilidade estatística de ocorrência e de
intensidade ou grandeza das conseqüências previsíveis.
Relação existente entre a probabilidade de que uma ameaça de evento adverso ou acidente determinado se
concretize, com o grau de vulnerabilidade do sistema receptor a seus efeitos.

EVENTO ADVERSO
Ocorrência desfavorável, prejudicial, imprópria. Acontecimento que traz prejuízo, infortúnio. Fenômeno
causador de um desastre.

DANO
Medida que define a intensidade ou severidade da lesão resultante de um acidente ou evento adverso.
Perda humana, material ou ambiental, física ou funcional, que pode resultar, caso seja perdido o controle
sobre o risco.
Intensidade das perdas humanas, materiais ou ambientais induzidas às pessoas, comunidades, instituições,
instalações e aos ecossistemas, como conseqüência de um desastre.

PREJUÍZO
Medida de perda relacionada com o valor econômico, social e patrimonial, de um determinado bem, em
circunstâncias de desastre.

VULNERABILIDADE
Condição intrínseca ao corpo ou sistema receptor que, em interação com a magnitude do evento ou acidente,
caracteriza os efeitos adversos, medidos em termos de intensidade dos danos.
Relação existente entre a intensidade do dano e a magnitude da ameaça, evento adverso ou acidente, caso ela
se caracterize.
Probabilidade de que uma determinada comunidade ou área geográfica seja afetada por uma ameaça ou risco
potencial de desastre, estabelecida a partir de estudos técnicos.

ADMINISTRADOR PARA DESASTRES


Pessoa que possui a capacidade, responsabilidade e autoridade para tomada de decisões em qualquer das
fases relacionadas com a redução dos desastres. As características ideais de um Administrador para Desastres
são a motivação, a criatividade, a tolerância, a autovalorização positiva, a disposição para o trabalho em
grupo, a disposição para aprender, a paciência e serenidade, a imparcialidade e o equilíbrio, a integridade e
honestidade, os cuidados com a saúde pessoal, o senso de humor e a sensibilidade.

COORDENAÇÃO
Harmonização e sincronização de esforços individuais e de grupos, para o alcance de um objetivo comum.

DIREÇÃO
Fase do processo administrativo que determina a autoridade e a responsabilidade de impulsionar e coordenar
as atividades dos indivíduos e dos grupos orientando-os para o alcance dos objetivos da Instituição.

SEGURANÇA
Estado de confiança, individual ou coletivo, baseado no conhecimento e no emprego de normas de proteção
e na convicção de que os riscos de desastres foram reduzidos, em virtude de terem sido adotadas medidas
minimizadoras dos mesmos.

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Reconhecimento (legal) pelo poder público de situação anormal, provocada por desastre, causando danos
superáveis (suportáveis) pela comunidade afetada.

ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA


Reconhecimento (legal) pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando sérios
danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade e à vida de seus integrantes.

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256

DECLARAÇÃO ( ... DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA OU DE ESTADO DE CALAMIDADE


PÚBLICA)
Documento oficial baixado por autoridade administrativa competente, observando os critérios e
procedimentos estabelecidos pelo CONDEC, para decretar, registrar e divulgar um ato legal, relativo a uma
situação anormal provocada por desastre, desde que se caracterizem condições que o justifiquem.
O decreto de declaração de situação de emergência ou de estado de calamidade pública é da competência dos
prefeitos municipais e do Governador do Distrito Federal.

HOMOLOGAÇÃO ( ... DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA OU DE ESTADO DE CALAMIDADE


PÚBLICA)
Documento oficial de aprovação e confirmação, baixado por autoridade administrativa competente,
observando os critérios e procedimentos estabelecidos pelo CONDEC, o qual é necessário para que
determinado ato público produza os efeitos jurídicos que lhes são próprios, no nível governamental
representado pela autoridade homologante.
O decreto de homologação de situação de emergência ou de estado de calamidade pública, dispensável no
caso específico do Distrito Federal, é da competência dos Governadores Estaduais.

RECONHECIMENTO ( ... DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA OU DE ESTADO DE


CALAMIDADE PÚBLICA)
Documento oficial, baixado por autoridade administrativa competente, que admite como certo, reconhece e
proclama a legitimidade de atos oficiais de declaração e de homologação, que tenham cumprido os critérios e
procedimentos estabelecidos pelo CONDEC, para que o mesmo produza os efeitos jurídicos que lhes são
próprios, em nível governamental representado por aquela autoridade.
A portaria de reconhecimento de situação de emergência ou de estado de calamidade pública é da
competência da autoridade administrativa do Governo Federal à qual estiver subordinado o Órgão Central do
SINDEC.

CLASSIFICAÇÃO DOS DESASTRES


Quanto à intensidade
A classificação geral dos desastres, quanto à intensidade, pode ser estabelecida em termos absolutos ou em
termos relativos. Em administração de desastres, a classificação de acordo com critérios relativos é mais
precisa, útil e racional.

A classificação, de acordo com critérios relativos, baseia-se na relação entre:


- a necessidade de recursos, para o restabelecimento da situação de normalidade e
- a disponibilidade desses recursos na área afetada pelo desastre e nos diferentes escalões do SINDEC.

Quanto à intensidade, os desastres são classificados em quatro níveis, de acordo com a Resolução n.º
03/CONDEC, de 27/06/99, que aprovou o "Manual de Critérios para Declaração de Situação de Emergência
e Estado de Calamidade Pública":
- nível I, desastres de pequena intensidade (porte) ou acidentes;
- nível II, desastres de média intensidade (porte);
- nível III, desastres de grande intensidade (porte); e,
- nível IV, desastres de muito grande intensidade (porte).

Obs.: é necessário ressaltar que:


- a quantificação da intensidade de um desastre seja definida em termos objetivos e a partir de uma ótica
coletivista; e,
- na visão subjetiva das vítimas, qualquer desastre é muito importante.

Desastres de Nível I
Os desastres de pequeno porte (intensidade) ou acidentes são caracterizados quando os danos causados são
pouco importantes e os prejuízos pouco vultosos e, por isso, são mais facilmente suportáveis e superáveis
pelas comunidades afetadas.
Nessas condições, a situação de normalidade é facilmente restabelecida com os recursos existentes e
disponíveis na área (município) afetada e sem necessidade de grandes mobilizações.

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257

Desastres de Nível II
Os desastres de médio porte (intensidade) são caracterizados quando os danos causados são de alguma
importância e os prejuízos, embora não sejam vultosos, são significativos. Apesar disto, esses desastres são
suportáveis e superáveis por comunidades bem informadas, preparadas, participativas e facilmente
mobilizáveis.
Nessas condições, a situação de normalidade pode ser restabelecida com os recursos existentes e disponíveis
na área (município) afetada, desde que sejam racionalmente mobilizados e judiciosamente utilizados, ou seja,
podem ser solucionadas com esforços conjuntos dos recursos humanos.

Desastres de Nível III


Os desastres de grande porte (intensidade) são caracterizados quando os danos causados são importantes e os
prejuízos vultosos. Apesar disto, esses desastres são suportáveis e superáveis por comunidades bem
informadas, preparadas, participativas e facilmente mobilizáveis, atuando em interação com uma defesa civil
local competente.
Nessas condições, a situação de normalidade pode ser restabelecida, desde que os recursos mobilizados na
área (município) afetada sejam reforçados com o aporte de recursos estaduais e federais já disponíveis nos
escalões mais elevados do SINDEC, ou seja, exigem reforço de recursos regionais.

Desastres de Nível IV
Os desastres de muito grande porte (intensidade) são caracterizados quando os danos causados são muito
importantes e os prejuízos muito vultosos e consideráveis. Nos desastres de muito grande porte, os danos são
tão importantes e os prejuízos tão vultosos que exigem ajuda substancial de fora da área atingida, para serem
superados pela defesa civil local, mesmo que apoiada por comunidades bem preparadas, informadas,
participativas e fortemente mobilizadas.
Nessas condições, o restabelecimento da situação de normalidade depende da mobilização e da ação
coordenada dos três níveis do Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC e, em alguns casos, de ajuda
internacional.

Quanto à Evolução
Quanto à evolução, os desastres são classificados em:
- desastres súbitos ou de evolução aguda;
- desastres graduais ou de evolução crônica; e,
- desastres por somação de efeitos parciais.

Desastres Súbitos ou de Evolução Aguda


Esses desastres caracterizam-se pela subtaneidade, pela velocidade com que o processo evolui e,
normalmente, pela violência dos eventos adversos causadores dos mesmos. Podem ocorrer de forma
inesperada e surpreendente ou ter características cíclicas e sazonais, sendo facilmente previsíveis.
No Brasil, os desastres de natureza cíclica e caráter sazonal são os de maior prevalência.
No RS, como exemplos destes desastres, as enxurradas, os granizos e vendavais são os eventos mais
freqüentes de desastres súbitos.

Desastres Graduais de Evolução Crônica


Esses desastres, ao contrário dos súbitos, caracterizam-se por serem insidiosos e por evoluírem através de
etapas de agravamento progressivo.
No Brasil, o desastre mais importante, que é a seca, apresenta essa característica de agravamento
progressivo.
No RS, as estiagens e as enchentes são os eventos típicos que melhor exemplificam este tipo de desastre.

Desastres por Somação de Efeitos Parciais


Esses desastres caracterizam-se pela somação de numerosos acidentes (ou ocorrências) semelhantes, cujos
danos, quando somados ao término de um determinado período, definem um desastre muito importante.
No Brasil, os estudos epidemiológicos demonstram que os desastres por somação de efeitos parciais são os
que provocam os maiores danos anuais. Dentre os desastres por somação de efeitos parciais, destacam-se:
- acidentes de trânsito;
- acidentes de trabalho; e,
- acidentes com crianças no ambiente domiciliar e peridomiciliar.

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258

Os acidentes com crianças no ambiente familiar e peridomiciliar destacam-se mundialmente como a:


- maior causa de morbidade e mortalidade entre crianças com menos de 5 anos;
- a segunda maior causa de morbidade e mortalidade entre crianças com menos de 15 anos.

Quanto à Origem
Quanto à origem (natureza) ou causa primária (tipologia) do agente causador, os desastres são classificados
em:
- naturais;
- humanos ou antropogênicos; e,
- mistos.
Esta é a classificação que está baseada a Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos – CODAR, adotada no
Brasil através da Resolução nº 02/CONDEC, de 12/12/94, objetivando uniformizar a nomenclatura
relacionada com o tema.

Desastres Naturais
São aqueles provocados por fenômenos e desequilíbrios da natureza.
São produzidos por fatores de origem externa que atuam independentemente da ação humana.
Podem ser siderais, relacionados com a geodinâmica terrestre externa ou interna, e, relacionados com
desequilíbrios biológicos.

Desastres Siderais
Provocados por quedas de meteoritos. Ex.: Buraco das Araras/GO, e em Bonito/MS.

Desastres relacionados com a Geodinâmica Terrestre Externa


Relativo a forças que atuam sobre a Terra e seus efeitos, tais como os fenômenos atmosféricos. Ex.:
vendavais, chuvas de granizo, geadas, nevascas, secas, inundações, incêndios florestais e outros.

Desastres relacionados com a Geodinâmica Terrestre Interna


Relativo ás camadas mais profundas da litosfera (parte sólida da Terra), tais como abalos sísmicos e as
erupções vulcânicas. Também ocorre com as camadas mais superficiais, provocadas pelo intemperatismo
(perturbações climáticas) e pela erosão, tais como as corridas de massa, escorregamentos, voçorocas
(desmoronamento devido à erosão produzida por águas pluviais ou subterrâneas), desbarrancamentos e
outros.

Desastres relacionados com Desequilíbrios Biológicos


Relativo a pragas animais e vegetais.

Desastres Humanos ou Antropogênicos


São aqueles provocados por ações ou omissões humanas (atividades humanas). Estão relacionados com o
próprio homem, enquanto agente e autor. Por isso são produzidos por fatores de origem interna.
Esses desastres podem produzir situações capazes de gerar grandes danos à natureza, aos habitats humanos e
ao próprio homem, enquanto espécie.
Normalmente os desastres humanos são conseqüência de:
- ações desajustadas geradoras de desequilíbrios sócio-econômicos e políticos entre os homens;
- profundas e prejudiciais alterações de seu ambiente ecológico; e,
- redução dos padrões de segurança coletiva.
Assim, podemos ter:

Desastres Humanos de natureza tecnológica


Conseqüências indesejáveis ao desenvolvimento tecnológico e industrial, sem preocupação com a segurança
contra desastres, relacionam-se com o incremento demográfico das cidades, normalmente sem o
correspondente desenvolvimento e uma infraestrutura compatível de serviços básicos.

Desastres Humanos de Causas Sociais


Conseqüências de desequilíbrios nos inter-relacionamentos políticos, sociais, econômicos e culturais, bem
como do mau relacionamento do homem com os ecossistemas urbanos e rurais onde vive.

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259

Desastres Humanos de Causas Biológicas


Relativos a doenças endêmicas e a surtos epidêmicos.
Normalmente são conseqüência de deficiências nos organismos promotores da saúde pública e do
saneamento básico, muitas vezes agravadas pelo subdesenvolvimento local.

Desastres Mistos
Ocorrem quando as ações ou omissões humanas contribuem para intensificar, complicar e/ou agravar
desastres naturais.
Caracterizam-se, também, quando intercorrências de fenômenos adversos naturais atuam sobre condições
ambientais degradadas pelo homem, provocando desastres.
Em função de suas causas primárias, os desastres mistos classificam-se em desastres mistos relacionados
com a geodinâmica terrestre externa e interna.

Obs: A tendência moderna, a partir da reflexão de que desastre é conseqüência da interação entre o evento
adverso e o sistema vulnerável, é considerar que, na sua grande maioria, todos os desastres, até o momento
rotulado como naturais ou humanos, na realidade, são desastres mistos.

DESASTRES COMUNS NO RS
De acordo com a CODAR, os principais eventos ocorridos no RS são a estiagem, enxurrada, granizo,
vendaval, enchente e deslizamento, cujos conceitos veremos a seguir.

Estiagem
É o resultado da redução das precipitações pluviométricas, do atraso dos períodos chuvosos ou da ausência
de chuvas previstas para determinada temporada.
Geralmente causa prejuízos à pecuária e agricultura.
A codificação do CODAR é NE.SES 12.401.

Enxurradas ou Inundações Bruscas


São provocadas por chuvas intensas e concentradas, em regiões de relevo acidentado, caracterizando-se por
produzirem súbitas e violentas elevações dos caudais, os quais escoam de forma rápida. Nessas condições,
havendo desequilíbrio entre o leito do rio e o volume da precipitação, ocorrerá o trasbordamento.
A codificação do CODAR é NE.HEX 12.302.

Granizo
É uma precipitação sólida de grânulos de gelo, transparentes ou translúcidos, de forma esférica ou irregular,
raramente cônica, com diâmetros iguais ou superiores a 5 mm.
A codificação do CODAR NE.TGZ 12.205.

Vendavais ou Tempestades
É o deslocamento violento de uma massa de ar, de uma área de alta pressão para uma área de baixa pressão.
As velocidades variam entre 88 e 102 km/h.
A codificação do CODAR é NE.EVD 12.101.

Enchente ou Inundação Gradual


É a elevação das águas de forma paulatina e previsível, mantendo-se em situação de cheia durante algum
tempo e, a seguir, escoam-se gradualmente.
A codificação do CODAR é NE.HIG 12.301.

Deslizamentos ou Escorregamentos
São fenômenos provocados pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou
material de construção ao longo de terrenos inclinados, encostas, pendentes ou escarpas. A codificação do
CODAR é NI. GDZ 13.301.

1.20 CLASSIFICAÇÃO DOS DANOS


Os danos causados por desastres são classificados em humanos, materiais e ambientais.

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Danos Humanos
Os danos humanos são dimensionados em função do número de pessoas:
- desalojadas (pessoas que não necessariamente precisam de abrigo temporário);
- desabrigadas (pessoas que necessitam de abrigo temporário do órgão local de defesa civil);
- deslocadas (pessoas retirantes, que migram da área afetada para casas de parentes, etc.);
- desaparecidas;
- feridas gravemente;
- feridas levemente;
- enfermas;
- mortas.
Em longo prazo também pode ser dimensionado o número de pessoas incapacitadas temporariamente e,
incapacitadas definitivamente.
Como uma mesma pessoa pode sofrer mais de um tipo de dano, o número total de pessoas afetadas poderá
ser igual ou menor que o somatório dos danos humanos.

Danos Materiais
Os danos materiais são dimensionados em função do número de edificações, instalações e outros bens
danificados e destruídos e do valor estimado para a reconstrução ou recuperação dos mesmos.
É desejável discriminar a propriedade pública e a propriedade privada, bem como os danos que incidem
sobre os menos favorecidos e sobre os de maior poder econômico e capacidade de recuperação.
Devem ser discriminados e especificados os danos que incidem sobre:
- instalações públicas de saúde, de ensino e prestadoras de outros serviços;
- unidades habitacionais de população de baixa renda;
- obras de infra-estrutura;
- instalações comunitárias;
- instalações particulares de saúde, de ensino e prestadoras de outros serviços; e,
- unidades habitacionais de classes mais favorecidas.

Danos Ambientais
Os danos ambientais, por serem de mais difícil reversão, contribuem de forma importante para o
agravamento dos desastres e são medidos quantitativamente em função do volume de recursos financeiros
necessários à reabilitação do meio ambiente.
Os danos ambientais são estimados em função do nível de:
- poluição e contaminação do ar, da água ou do solo;
- degradação, perda de solo agricultável por erosão ou desertificação;
- desmatamento, queimada e riscos de redução da biodiversidade representada pela flora e pela fauna.

INTENSIDADE DOS DANOS


Danos Sérios
Danos humanos, materiais e/ou ambientais muito importantes, intensos e significativos, muitas vezes de
caráter irreversível ou de recuperação muito difícil. Em conseqüência desses danos muito intensos e graves,
resultam prejuízos econômicos e sociais muito vultosos, os quais são dificilmente suportáveis e superáveis
pelas comunidades afetadas.
Nessas condições, os recursos humanos, institucionais, materiais e financeiros necessários para o
restabelecimento da normalidade, são muito superiores às possibilidades locais, exigindo a intervenção
coordenada dos três níveis do SINDEC.

Danos Suportáveis e/ou Superáveis


Danos humanos, materiais e/ou ambientais menos importantes, intensos e significativos, normalmente de
caráter reversível ou de recuperação menos difícil. Em conseqüência desses danos menos intensos e menos
graves, ocorrem prejuízos econômicos e sociais menos vultosos e mais facilmente suportáveis e superáveis
pelas comunidades afetadas.
Nessas condições, os recursos humanos, institucionais, materiais e financeiros necessários para o
restabelecimento da normalidade, mesmo quando superiores às possibilidades locais, podem ser facilmente
reforçados com recursos estaduais e federais já disponíveis.

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CLASSIFICAÇÃO DOS PREJUÍZOS


Os prejuízos oriundos dos desastres são classificados em econômicos e sociais.

Prejuízos Econômicos
Os prejuízos econômicos, depois de mensurados, devem ser comparados com a capacidade econômica do
município afetado pelo desastre, medida em termos de Produto Interno Bruto - PIB, volume do orçamento
municipal e capacidade de arrecadação.
Os prejuízos econômicos devem ser discriminados em função dos seguintes setores da economia: agricultura,
pecuária, indústria, e, serviços.

Prejuízos Sociais
Os prejuízos sociais mais importantes relacionam-se com a interrupção do funcionamento ou com o colapso
de serviços essenciais, tais como:
- assistência médica, saúde pública e atendimento de emergências médico-cirúrgicas;
- abastecimento de água potável;
- esgoto de águas pluviais e sistema de esgotos sanitários;
- sistema de limpeza urbana e de recolhimento e destinação do lixo;
- sistema de desinfestação e desinfecção do habitat e de controle de pragas e vetores;
- geração e distribuição de energia elétrica;
- telecomunicações;
- transportes locais e de longo curso;
- distribuição de combustíveis, especialmente os de uso doméstico;
- segurança pública; e,
- ensino.

4. COMBATE A INCENDIO

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um atendimento da natureza química e física
do fogo. Isso inclui informações sobre fontes de calor, composição e características dos combustíveis e as
condições necessárias para a combustão.
Combustão é uma reação química de oxidação, auto-sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça
e gases.
Para efeitos didáticos, adota-se o tetraedro (quatro faces) para explicar a combustão, atribuindo-se, a
cada face, um dos elementos essenciais da combustão.
 Calor
 Combustível
 Comburente
 Reação em cadeia
1. CALOR
Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia, através de
processo físico ou químico.
Pode ser descrito como uma condição da matéria, isto é, movimentação ou vibração das moléculas
que compõe a matéria. As moléculas estão constantemente em movimento. Quando um corpo é aquecido, a
velocidade das moléculas aumenta e o calor (demonstrado pela variação da temperatura) também aumenta.
O calor é gerado pela transformação de outras formas de energia, quais sejam:
 Energia Química
quantidade de calor gerado pelo processo de combustão.
 Energia Elétrica
o calor gerado pela passagem de eletricidade através de um condutor, como um fio
elétrico ou um aparelho doméstico.
 Energia Mecânica
o calor gerado pelo atrito de dois corpos.
 Energia Nuclear
o calor gerado pela quebra ou fusão de átomos.
1.1. EFEITOS DO CALOR

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262

O calor é uma forma de energia que produz efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos
fisiológicos nos seres vivos. Em conseqüência do aumento da intensidade do calor, os corpos apresentarão
sucessivas modificações, inicialmente físicas e depois químicas. Assim, por exemplo, ao aquecermos um
pedaço de ferro, este, inicialmente, aumenta a sua temperatura e a seguir, o seu volume. Mantido o processo
de aquecimento, o ferro muda de cor, perde a forma, até atingir seu ponto de fusão, quando se transforma de
sólido em líquido. Sendo ainda aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxigênio, transformando-
se em outras substâncias.
Elevação da Temperatura
Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons condutores de calor,
como metais; e, mais vigorosamente, nos corpos tidos como maus condutores de calor, como por exemplo, o
amianto. Por ser mau condutor de calor, o amianto é utilizado na confecção de materiais de combate a
incêndio, como roupas capas de proteção ao calor. O amianto vem sendo substituído por outros materiais,
por apresentar características cancerígenas.
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais é de grande valia na
prevenção de incêndio. Aprendemos que materiais combustíveis nunca devem permanecer em contato com
bons condutores, sujeitos a uma fonte de aquecimento.
Aumento de Volume
Todos os corpos - sólidos, líquidos ou gasosos - se dilatam e se contraem conforme o aumento ou a
diminuição da temperatura. A atuação do calor não se faz de maneira igual sobre todos os materiais.
Alguns problemas podem decorrer dessa diferença. Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto
de 10 metros exposta a uma variação de temperatura de 700ºC.
A essa variação, o ferro, dentro da viga, aumentará seu comprimento cerca de 84mm, e o concreto,
42 mm. Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de sustentação, enquanto
que a viga “empurra” toda a estrutura que sustenta em, pelo menos, 42 mm.
Os materiais não resistem a variações bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos água em
um corpo superaquecido, este se contrai de forma rápida e desigual, que lhe causa rompimentos e danos.
Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando até a um colapso, isto é, ao surgimento de grandes
rupturas internas que fazem com que o material não mais se sustente. As mudanças bruscas de temperatura,
como as relatadas acima, são causas comuns de desabamentos de estrutura.
A dilatação dos líquidos também pode produzir situações perigosas, provocando transbordamento de
vasilhas, rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc.
A dilatação dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de explosões físicas, pois, ao serem
aquecidos até 273ºC, os gases duplicam de volume; a 546ºC o seu volume é triplicado, e assim
sucessivamente. Sob a ação de calor, os gases liquefeitos comprimidos aumentam a pressão no interior dos
vasos que os contém, pois não tem para onde se expandir. Se o aumento de temperatura não cessar, ou se não
houver dispositivos de segurança, que permitam escape dos gases, pode ocorrer uma explosão, provocada
pela ruptura das paredes do vaso e pela violenta expansão dos gases. Os vapores de líquidos (inflamáveis ou
não) se comportam como gases.
Mudança do estado físico da matéria
Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns sólidos transformam-se
em líquidos (liquefação), líquidos se transformam em gases (gaseificação) e há sólidos que se transformam
diretamente em gases (sublimação). Isso se deve ao fato de que o calor faz com que haja maior espaço entre
as moléculas e estas, separando-se, mudam o estado físico da matéria. No gelo, as moléculas vibram pouco e
estão bem juntas; com o calor, elas adquirem velocidade e maior espaçamento, transformando um sólido
(GELO) em um líquido (ÁGUA).
Mudança do estado químico da matéria
Mudança química é aquela em que ocorre a transformação de uma substância em outra. A madeira, quando
aquecida, não libera moléculas de madeira em forma de gases, e sim outros gases, diferentes, em sua
composição, das moléculas originais de madeira. Essas moléculas são menores e mais simples, por que têm
grande capacidade de combinar com outras moléculas de oxigênio, por exemplo. Podem produzir também
gases venenosos ou explosões.
Efeitos fisiológicos do calor
O calor é a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos causados pelo calor
incluem desidratação, insolação, fadiga e problemas para o parelho respiratório, além de queimaduras que
nos casos mais graves (1º, 2º e 3º graus) podem levar até a morte.

2.2. PROPAGAÇÃO DO CALOR

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O calor pode se propagar de três maneiras: condução, convecção e irradiação. Como tudo na
natureza tende ao equilíbrio, o calor é transferido de objetos com temperatura mais alta para aqueles com
temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade
de energia do outro.
Condução
Condução é a transferência de calor através de um corpo sólido de molécula a molécula. Colocando-
se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro próxima a uma fonte de calor, as moléculas desta
extremidade absorverão calor; elas vibrarão mais vigorosamente e se chocarão com as moléculas vizinhas,
transferindo-lhes calor.
Essas moléculas vizinhas, por sua vez, passarão adiante a energia calorífica, de modo que o calor
será conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na condução, o calor passa de molécula a
molécula, mas nenhuma molécula é transportada com o calor.
Quando dois ou mais corpos estão em contato, o calor é conduzido através deles como se fosse um
só corpo.
Convecção
É a transferência de calor pelo movimento ascendente de massas de gases ou de líquidos dentro de si
próprios.
Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento, dentro do
próprio líquido, de baixo para cima. À medida que a água é aquecida, ela se expande e fica menos densa
(mais leve) provocando um movimento para cima. Da mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a
subir para as partes mais altas do ambiente, enquanto ar frio toma lugar nos níveis mais baixos. Em incêndio
de edifícios, essa é a principal forma de propagação de calor para andares superiores, quando os gases
aquecidos encontram caminho através de escadas, poços de elevadores, etc.
Irradiação
É a transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do espaço. As
ondas de calor propagam-se em todas as direções, e a intensidade com que os corpos são atingidos aumenta
ou diminui à medida que estão mais próximos ou mais afastados da fonte de calor.
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorífica para um outro mais frio até que ambos
tenham a mesma temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao redor de uma fonte que irradie
calor para protegê-lo, a fim de que não ocorram novos incêndios. Para se proteger, o bombeiro deve utilizar
roupas apropriadas e água (como escudo).
2.3. Pontos de Temperatura
Os combustíveis são transformados pelo calor, e a partir desta transformação, é que combinam com o
oxigênio, resultando a combustão. Essa transformação desenvolve-se em temperaturas diferentes, a medida
que o material vai sendo aquecido
Com o aquecimento, chega-se a uma temperatura em que o material começa a liberar vapores, que se
incendeiam se houver uma fonte externa de calor. Neste ponto, chamado de “Ponto de Fulgor”, as chamas
não se mantém, devido a pequena quantidade de vapores. Prosseguindo no aquecimento, atinge-se uma
temperatura em que os gases desprendidos do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de
calor, iniciam a combustão, e continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte. Esse ponto e chamado de
“Ponto de Combustão”. Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual o combustível, exposto ao
ar, entra em combustão sem que haja fonte externa de calor. Esse ponto é chamado de “Ponto de Ignição”.

2. COMBUSTÍVEL
É toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o elemento que serve de campo de
propagação ao fogo.
Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e a grande maioria precisa passar pelo
estado gasoso para, então, combinar com o oxigênio. A velocidade de queima de um combustível depende de
sua capacidade de combinar com oxigênio sob a ação do calor e da sua fragmentação (área de contato com o
oxigênio).
3.1. Combustíveis Sólidos
A maioria dos combustíveis sólidos se transformam em vapores e, então, reagem com oxigênio.
Outros sólidos (ferro, parafina, cobre, bronze) primeiro transformam-se em líquidos, e posteriormente em
gases, para então se queimarem.
Quanto maior a superfície exposta, mais rápido será o aquecimento do material e, conseqüentemente,
o processo de combustão. Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito calor para queimar, mas, se

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transformada em palha de aço, queimará com facilidade. Assim sendo, quanto maior a fragmentação do
material, maior será a velocidade da combustão.
3.2. Combustíveis Líquidos
Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor,
aumentando o perigo para os bombeiros.
Os líquidos assumem a forma do recipiente que os contém. Se derramados, os líquidos tomam a
forma do piso, fluem e se acumulam nas partes mais baixas.
Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa um quilograma (1 Kg), classificamos os demais
líquidos como mais leves ou mais pesados. É importante notar que a maioria dos líquidos inflamáveis são
mais levas que água e, portanto, flutuam sobre esta.
Outra propriedade a ser considerada é solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade de misturar-se
à água. Os líquidos derivados de petróleo (conhecidos como hidrocarbonetos) têm pouca solubilidade, ao
passo que líquidos como álcool, acetona (conhecidos como solventes polares) tem grande solubilidade, isto
é, podem ser diluídos até um ponto em que a mistura (solvente polar + água) não seja inflamável.
A volatilidade, que é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, também é de grande
importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo
explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a temperaturas menores que 20ºC.
3.3. Combustíveis Gasosos
Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão
contidos.
Sendo o peso do gás maior que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso do gás é
maior que o do ar, o gás permanece próximo ao solo e desloca-se na direção do vento, obedecendo aos
contornos do terreno.
Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar atmosférico, e,
portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não queimará. Cada gás ou vapor tem
seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há menos de 1,4% ou mais de 7,6% de vapor de
gasolina, não haverá combustão, pois a concentração de vapor de gasolina nesse local estará fora do que se
chama de mistura ideal, limites de inflamabilidade; isto é, ou a concentração deste vapor é inferior ou é
superior aos limites de inflamabilidade.

LIMITES DE INFLAMABILIDADE
Combustíveis Concentração
Limite Inferior Limite Superior
Metano 1,4% 7,6%
Propano 5% 17%
Hidrogênio 4% 75%
Acetileno 2% 100%
3.4. Processo de Queima
O início da combustão requer a conversão do combustível para o estado gasoso, o que se dará por
aquecimento. O combustível pode ser encontrado no três estados da matéria: sólido, líquido ou gasoso. Gases
combustíveis são obtidos, a partir de combustíveis sólidos, pela pirólise. Pirólise é a decomposição química
de uma matéria ou substância através do calor.

PIRÓLISE
Temperatura Reação
200ºC Produção de vapor d’água, dióxido de carbono e
ácido acético e fórmico.
200ºC - 280ºC Ausência de vapor d’água – pouca quantidade de
monóxido de carbono - a reação ainda está
absorvendo calor.
280ºC - 500ºC A reação passa a liberar calor, gases inflamáveis
e partículas; há a carbonização dos materiais (o
que também liberará calor).
Acima de 500ºC Na presença do carvão, os combustíveis são
decompostos, quimicamente, com maior

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velocidade.

Materiais combustíveis podem ser encontrados no estado sólido, líquido ou gasoso. Como regra
geral, o material combustível queima no estado gasoso. Submetidos ao calor, os sólidos e os líquidos
combustíveis se transformam em gás para se inflamarem. Como exceção e como casos raros, há o enxofre e
os metais alcalinos (potássio, cálcio, magnésio, etc.), que se queimam diretamente no estado sólido.

4. COMBURENTE
É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão. O mais comum é que o
oxigênio desempenhe esse papel.
A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Em
ambientes com a composição normal do ar, a queima desenvolve com velocidade e de maneira completa.
Notam-se chamas. Contudo, a combustão consome o oxigênio do ar num processo contínuo. Quando a
porcentagem do oxigênio do ar do ambiente passa de 21% para a faixa compreendida entre 16% e 8%, a
queima torna-se mais lenta, notam-se brasas e não mais e não mais chamas. Quando o oxigênio contido no ar
do ambiente atinge concentração menor que 8%, não há combustão.

5. REAÇÃO EM CADEIA
A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atinge o
combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam,
irradiando outra vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.

6. FASES DO FOGO
Se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances do fogo seja descoberto no início
e a situação resolvida. Mas se ocorrer quando a edificação estiver deserta e fechada, o fogo continuará
crescendo até ganhar grandes proporções.
O incêndio pode ser mais bem entendido se estudarmos seus três estágios de desenvolvimento.
6.1. Fase Inicial
Nesta primeira fase, o oxigênio contido no ar não está significativamente reduzido e o fogo está
produzindo vapor d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e outros gases.
Grande parte do calor está sendo consumido no aquecimento dos combustíveis, e a temperatura do ambiente,
neste estágio, está ainda pouco acima do normal. O calor está sendo gerado e evoluirá com o aumento do
fogo.
6.2. Queima Livre
Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio, é arrastado para dentro do ambiente pelo efeito da
convecção, isto é, o ar quente “sobe” e sai do ambiente. Isto força a entrada de ar fresco pelas aberturas nos
pontos mais baixos do ambiente.
Os gases aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente e, de cima para baixo, forçam o ar frio a
permanecer junto ao solo; eventualmente, causam a ignição dos combustíveis nos níveis mais altos do
ambiente. Este ar aquecido é uma das razões pelas quais os bombeiros devem se manter abaixados e usar o
equipamento de proteção respiratória. Uma inspiração desse ar superaquecido pode queimar os pulmões.
Neste momento, a temperatura nas regiões superiores (nível do teto) pode exceder 700ºC.
“Flashover”
Na fase da queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os combustíveis do ambiente. Quando
determinados combustíveis atingem seu ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea
e concomitante desses produtos, o que poderá provocar uma explosão ambiental, ficando toda a área
envolvida pelas chamas. Esse fenômeno é conhecido como “Flashover
6.3. Queima Lenta
Como nas fases anteriores, o fogo continua a consumir oxigênio, até atingir um ponto onde o
comburente é insuficiente para sustentar a combustão. Nesta fase, as chamas podem deixar de existir se não
houver ar suficiente para mantê-las (na faixa de 8% a 0% de oxigênio).
O fogo é normalmente reduzido a brasas, o ambiente torna-se completamente ocupado por fumaça
densa e os gases expandem. Devido a pressão interna ser maior que a externa, os gases saem por todas as
fendas em forma de lufadas, que podem ser observadas em todos os pontos do ambiente. E esse calor intenso
reduz os combustíveis a seus componentes básicos, liberando, assim, vapores combustíveis.
“Backdraft”

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A combustão é definida como oxidação, que é uma reação química na qual o oxigênio combina com
outros elementos.
O carbono é um elemento naturalmente abundante, presente, entre outros materiais, na madeira.
Quando a madeira queima, o carbono combina com oxigênio para formar dióxido de carbono (CO2), ou
monóxido de carbono (CO). Quando o oxigênio é encontrado em quantidades menores, o carbono (C) livre é
liberado, o que pode ser notado na cor preta da fumaça.
Na fase de queima lenta em um incêndio, a combustão é incompleta porque não há oxigênio
suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da queima livre permanece, e as partículas de carbono não
queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos da combustão) estão prontas para incendiar-se
rapidamente assim que o oxigênio for suficiente. Na presença de oxigênio, esse ambiente explodirá. A essa
explosão chamamos “Backdraft”.
A “queima lenta” identifica-se pela fumaça densa, pelo fogo reduzido a brasas e pela redução da
presença de oxigênio.
A entrada de ar, rico em oxigênio, provocará a explosão ambiental.
A ventilação adequada permite que a fumaça e os gases combustíveis superaquecidos sejam retirados
do ambiente. Ventilação inadequada suprirá abundante e perigosamente o local com o elemento que faltava
(oxigênio), provocando uma explosão ambiental.
As condições a seguir podem indicar uma situação de “Backdraft”:
 fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
 fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada) e saindo do ambiente
em forma de lufadas;
 calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);
 pequenas chamas ou inexistência destas;
 resíduo da fumaça impregnando o vidro das janelas;
 pouco ruído;
 movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é feita (em alguns casos
ouve-se o ar assobiando ao passar pelas frestas).

7. FORMAS DE COMBUSTÃO
As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade, em: completa, incompleta,
espontânea e explosão.
Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o comburente e o combustível; o
calor entra no processo para decompor o combustível. A velocidade da combustão variará de acordo com a
porcentagem do oxigênio no ambiente e as características físicas e químicas do combustível.
7.1. Combustão Completa
É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em ambientes rico em oxigênio.
7.2. Combustão Incompleta
É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama, e se processa em ambiente
pobre em oxigênio.
7.3. Combustão Espontânea
É o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de certos vegetais que, pela ação de
bactérias, fermentam. A fermentação produz calor e libera gases que podem incendiar. Alguns materiais
entram em combustão sem fonte externa de calor (materiais com baixo ponto de ignição); outros entram em
combustão à temperatura ambiente (20ºC), como o fósforo branco. Ocorre também na mistura de
determinadas substâncias químicas, quando a combinação gera o calor e libera gases em quantidade
suficiente para iniciar a combustão. Por exemplo, água + sódio.

8. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO


Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou mais dos elementos essenciais
que provocam o fogo.
8.1. Retirada do Material
É a forma mais simples de se extinguir um incêndio. Baseia-se na retirada do material combustível,
ainda não atingido, da área de propagação do fogo, interrompendo a alimentação da combustão. Método
também denominado CORTE ou REMOÇÃO DO SUPRIMENTO DE COMBUSTÍVEL.
Exemplo: fechamento de válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso,
retirada de materiais do ambiente em chamas, realização de aceiro, etc.
8.2. Resfriamento

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É o método mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustível que está
queimando, diminuindo, conseqüentemente, a liberação de gases ou vapores inflamáveis. A água é o agente
extintor mais usado, por ter grande capacidade de absorver calor e ser facilmente encontrado na natureza.
A redução da temperatura está ligada à quantidade e à forma de aplicação da água (jatos), de modo
que ela absorva mais calor que o incêndio é capaz de produzir.
É inútil o emprego de água onde queimam combustíveis com baixo ponto de combustão (menos de
20ºC), pois a água resfria até a temperatura ambiente e o material continuará produzindo gases combustíveis.
7.3. Abafamento
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxigênio com o material combustível. Não havendo
comburente para reagir com o combustível, não haverá fogo.
Como exceção estão os matérias que tem oxigênio em sua composição e queimam sem necessidade
do oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos e o fósforo branco.
Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato com o combustível vai
tornando a combustão mais lenta, até a concentração de oxigênio chegar próxima de 8%, onde não haverá
mais combustão.
Colocar uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um copo voltado de
boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas experiências práticas que mostram que o fogo se apagará tão
logo se esgote o oxigênio em contato com o combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor d’água,
espumas, pós, gases especiais, etc.
7.4. Quebra da Reação em Cadeia
Certos agentes extintores, quando lançados sobre o fogo, sofrem ação do calor, reagindo sobre a área
das chamas, interrompendo assim a “reação em cadeia” (extinção química). Isso ocorre porque o oxigênio
comburente deixa de reagir com os gases combustíveis. Essa reação só ocorre quando há chamas visíveis.

8. CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS


E MÉTODOS DE EXTINÇÃO
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação
em que se encontram. Essa classificação é feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de
incêndio específico. Entendemos como agentes extintores todas as substâncias capazes de eliminar um ou
mais dos elementos essenciais do fogo, cessando a combustão.
Essa classificação foi elaborada pela NFPA (National Fire Protection Assotiation - Associação
Nacional de Proteção de Incêndios / EUA), adotada pela IFSTA (International Fire Service Training
Association - Associação Internacional para Treinamento de Bombeiros / EUA) e também adotadas pelo
Corpo de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul.
8.1. Incêndio Classe “A”
Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns, como papel, madeira, pano, borracha. É
caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resíduos e por queimar em razão do seu volume, isto é,
a queima se dá na superfície e em profundidade.
Métodos de extinção
Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a contenha em
grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão, abaixo do seu ponto de
ignição.
O emprego de pós-químicos irá apenas retardar a combustão, não atingindo na queima em
profundidade.
8.2. Incêndio Classe “B”
Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. Caracteriza-se por não
deixar resíduos e queimar apenas na superfície exposta e não em profundidade.
Métodos de extinção
Necessita para a sua extinção do abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeia. No
caso de líquidos muito aquecidos (ponto de ignição), é necessário resfriamento.
8.3. Incêndio Classe “C”
Incêndio envolvendo equipamentos energizados. É caracterizado pelo risco de vida que oferece ao
bombeiro.
Métodos de extinção
Para a sua extinção necessita de agente extintor que não conduza corrente elétrica e utilize o
princípio de abafamento ou da interrupção (quebra) da reação em cadeiaI

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Esta classe de incêndio pode ser mudada para “A”, se for interrompido o fluxo elétrico. Deve-se ter
cuidado com equipamentos (televisores, por exemplo) que acumulam energia elétrica, pois estes continuam
energizados mesmo após a interrupção da corrente elétrica.
8.4. Incêndio Classe “D”
Incêndio envolvendo metais combustíveis pirofóricos (magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio,
alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, zircônio). É caracterizado pela queima em altas temperaturas e
por reagir com agentes extintores comuns (principalmente os que contenham água).
Métodos de extinção
Para a sua extinção, necessita de agentes extintores especiais que se fundam em contato com o metal
combustível, formando uma espécie de capa que isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão pelo
princípio de abafamento.
Os pós-especiais são compostos dos seguintes materiais: cloreto de sódio, cloreto de bário,
monofosfato de amônia, grafite seco. O princípio da retirada do material também é aplicável com sucesso
nesta classe de incêndio.

VI - DIREITO INSTITUCIONAL

LEI COMPLEMENTAR Nº 10.990, DE 18 DE AGOSTO DE 1997.

Dispõe sobre o Estatuto dos Servidores Militares da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul e dá
outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, da Constituição do


Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

Art. 1º – Este Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos servidores
militares do Estado.
Art. 2º - A Brigada Militar, instituída para a preservação da ordem pública no Estado e considerada
Força Auxiliar, reserva do Exército Brasileiro é instituição permanente e regular, organizada com base na
hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Governador do Estado.
Art. 3º – Os integrantes da Brigada Militar do Estado, em razão da destinação constitucional da
Corporação e em decorrência das leis vigentes, constituem uma categoria especial de servidores públicos
estaduais, sendo denominados servidores militares.
§ 1º - Os servidores militares encontram-se em uma das seguintes situações:
I - na ativa:
a) os servidores militares de carreira (ME) ;
b) os servidores militares temporários (PMTEMP);
c) os componentes da reserva remunerada, quando convocados (CVMI,CONV);
d) os alunos de órgãos de formação de servidor militar da ativa ( Al Sd,Al Sgt, Al Of).
II – na inatividade:
a) na reserva remunerada, quando pertencem à reserva da Corporação e percebem remuneração do
Estado, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação;
b) reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores ( Ativa e RR), estão
dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuam a perceber remuneração do
Estado ( Não podem ser Convocados);
c) na reserva não remunerada, na forma da legislação específica.
§ 2º - Os servidores militares de carreira são os que, no desempenho voluntário e permanente do
serviço policial-militar, têm vitaliciedade assegurada ou presumida.
§ 3º – Em casos especiais, regulados por lei, os servidores-militares da reserva remunerada poderão,
mediante aceitação voluntária, ser designados para o serviço ativo, em caráter transitório, por proposta do
Comandante-Geral e ato do Governador do Estado.
Art. 4º - O serviço policial-militar consiste no exercício de atividades inerentes à Brigada Militar e
compreende todos os encargos previstos na legislação específica e peculiar.

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Art. 5º – A carreira policial-militar é caracterizada por atividade contínua e inteiramente devotada às


finalidades da Brigada Militar, denominada atividade policial-militar.
Parágrafo único - A carreira servidor militar é privativa do pessoal da ativa, iniciando-se com o
ingresso na Brigada Militar e obedecendo à seqüência de graus hierárquicos.
Art. 6º - São equivalentes as expressões “na ativa”, “da ativa”, “em serviço ativo”, “em serviço na
ativa, “em serviço”, “em atividade” ou “em atividade policial-militar” referidas aos servidores militares no
desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou atividade policial-militar ou
considerada de natureza policial-militar, nas organizações policiais-militares, bem como, quando previsto em
lei ou regulamento, em outros órgãos do Estado.
Art. 7º – A condição jurídica dos servidores militares é definida pelos dispositivos constitucionais
que lhes forem aplicáveis, por este Estatuto e pelas leis e regulamentos que lhes outorgam direitos e
prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.
Art. 8º - O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber, aos servidores militares da reserva
remunerada e reformados.
Parágrafo único - Os Oficiais nomeados Juizes do Tribunal Militar do Estado são regidos por
legislação própria.
DO PROVIMENTO
Art. 9º – O ingresso na Brigada Militar é facultado a todos os brasileiros, sem distinção de raça,
sexo ou de crença religiosa, mediante concurso público, observadas as condições prescritas em lei.
Art. 10 - São requisitos para o ingresso na Brigada Militar:
I - ser brasileiro;
II - possuir ilibada conduta pública e privada;
III - estar quite com as obrigações eleitorais e militares;
IV - não ter sofrido condenação criminal com pena privativa de liberdade ou qualquer condenação
incompatível com a função policial militar;
V - não estar respondendo processo criminal;
VI - não ter sido isentado do serviço militar por incapacidade física definitiva; e
VII - obter aprovação nos exames médico, físico, psicológico e intelectual, exigidos para inclusão,
nomeação ou matrícula.
§ 1° - As condições específicas, conforme o quadro ou qualificação, serão as previstas no
regulamento de ingresso.
§ 2° - O exame psicológico previsto no inciso VII aplica-se exclusivamente quando do ingresso na
Brigada Militar
§ 2° com redação da L C 11.831, de 10 de outubro de 2001
Redação Original: § único: " As condições específicas, conforme o quadro ou qualificação, serão as previstas
no regulamento de ingresso "
Art. 11 - Para o cômputo do tempo correspondente ao período probatório será considerado o tempo
de serviço do servidor militar como aluno-oficial.
Parágrafo único - Excetuam-se do disposto no “caput” os atuais 1º e 2º Tenentes PM e os atuais
Aspirantes-a-Oficial.

DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
Art. 12 - A hierarquia e a disciplina militares são a base institucional da Brigada Militar, sendo que a
autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico.
§ 1º - A hierarquia militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura da
Corporação, sendo que a ordenação se faz por postos ou graduações e, dentro de um mesmo posto ou de
uma mesma graduação, se faz pela antigüidade no posto ou na graduação, consubstanciada no espírito de
acatamento à seqüência de autoridade.
§ 2º - A disciplina militar é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos,
normas e disposições que fundamentam o organismo policial militar e coordenam o seu funcionamento
regular e harmônico, traduzindo-se pelo cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos seus
componentes.
§ 3º - A disciplina militar e o respeito à hierarquia devem ser mantidos entre servidores militares da
ativa, da reserva remunerada e reformados.
Art. 13 - Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os servidores militares da mesma
categoria e tem a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente de estima e confiança,
sem prejuízo do respeito mútuo.

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Parágrafo único - Os círculos hierárquicos serão disciplinados, na forma regulamentar, em:


I - Círculos de Oficiais;
II - Círculos de Praças.
Art. 14 - Os círculos e a escala hierárquica na Brigada Militar são os constantes do quadro seguinte:

CARREIRA CÍRCULO POSTOS E GRADUAÇÕES

dos Mitares Estaduais de nível de Coronel


superior Oficiais Tenente-Coronel
Superiores Major
com redação da L C 11.831, de 10 de Capitão
de outubro de 2001 Oficiais
Redação Original :" ... servidores Intermediários
militares..."
dos Militares Estaduais de nível de PrimeiroTenente
médio Oficiais Subalternos
com redação da L C 11.831, de 10 de 1º Sargento
de outubro de 2001 Sargentos 2º Sargento
Redação Original : " ...servidores
militares..."
de Soldados Soldado

Praças Especiais Em formação, para ingresso Têm acesso ao Círculo de Aluno-Oficial


na carreira de nível superior Oficiais Subalternos
Praças Em formação, para ingresso Têm acesso ao Círculo de Aluno do Curso
na carreira de nível médio Sargentos Técnico em
Segurança Pública
Têm acesso ao Círculo de Aluno do Curso de
Soldados Formação de Soldado

§ 1º - O Posto é o grau hierárquico do Oficial e a Graduação é o grau hierárquico da Praça, ambos


conferidos por atos do Governador do Estado.
§ 1° com redação da L C 11.831, de 10 de outubro de 2001
Redação Original : " O Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Estado,
e a Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido por ato do Comandante-Geral da Brigada Militar."
§ 2º - Os graus hierárquicos inicial e final dos Quadros e Classificações são os compreendidos nas
carreiras de nível superior e médio, respectivamente, definidos em lei complementar específica.
§ 3º - Sempre que o servidor militar que fizer uso do posto ou graduação for da reserva remunerada
ou reformado, deverá mencionar essa situação.
§ 4º - Os graus hierárquicos de Subtenente, 3º Sargento e Cabo, em extinção, freqüentam, os dois
primeiros, o Círculo de Sargentos, e o último, o Círculo de Soldados.
Art. 15 - A precedência entre servidores militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada
pela antigüidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional do Comandante-Geral,
do Subcomandante-Geral e do Chefe do Estado-Maior.
§ 1º – A antigüidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da publicação do ato da
respectiva promoção, nomeação, ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada outra data.
§ 2º – No caso de antigüidade na data referida no parágrafo anterior, a antigüidade é estabelecida
através dos seguintes critérios:
I - entre servidores militares do mesmo quadro, pela posição nas respectivas escalas numéricas ou
registro de que trata o Art. 17;
II - nos demais casos, pela antigüidade no posto ou na graduação anterior e, se, ainda assim,
subsistir a igualdade de antigüidade, recorrer-se-á, sucessivamente, aos graus hierárquicos anteriores, à data
de inclusão e à data de nascimento, para definir a precedência e, neste último caso, o mais velho será
considerado mais antigo;

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271

III - entre os alunos de um mesmo órgão de formação de servidores militares, de acordo com o
regulamento do respectivo órgão, se não estiverem especificamente enquadrados nas disposições dos incisos
I e II.
§ 3º - Em igualdade de posto ou graduação, os servidores militares na ativa têm precedência sobre
os na inatividade.
§ 4º – Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os servidores-militares na ativa e os
na reserva remunerada que estiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou na
graduação.
§ 5º - Em caso de igualdade de posto, os Oficiais que possuírem o Curso Superior de Polícia Militar
terão precedência sobre os demais.
§ 6º - Excetuados os integrantes do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde - QOES, no exercício
de cargo privativo de sua especialidade, e respeitadas as restrições do presente artigo, os demais Oficiais,
quando não possuírem Curso Superior de Polícia Militar, não poderão exercer Comando, Chefia ou Direção
sobre os Oficiais que o possuírem.
Art. 16 - A precedência entre as Praças especiais e demais Praças é a regulada por legislação federal
específica.
Art. 17 - A Brigada Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao seu pessoal da ativa
e da reserva remunerada, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas pelo
Comandante-Geral da Corporação.

DO CARGO E DA FUNÇÃO POLICIAIS-MILITARES


Art. 18 – O cargo policial-militar é aquele que só pode ser exercido por servidor militar em serviço
ativo, correspondendo, a cada cargo policial militar um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades
que se constituem em obrigações do respectivo titular.
Parágrafo único - As obrigações inerentes ao cargo policial militar devem ser compatíveis com o
correspondente grau hierárquico e definidas em legislação ou regulamentação específicas, observados os
princípios regidos por este Estatuto.
Art. 19 – Os cargos policiais-militares serão providos com pessoal que satisfaça aos requisitos de
grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu desempenho.
Parágrafo único – O provimento de cargo policial-militar se faz por ato de nomeação ou de
designação da autoridade competente.
Art. 20 - O cargo policial-militar é considerado vago:
I - a partir de sua criação e até que um servidor militar, regularmente nomeado ou designado, dele
tome posse;
II - desde o momento em que o servidor militar que o ocupa é exonerado, ou dispensado, ou falece,
ou é considerado extraviado ou desertor, e até que outro servidor militar, regularmente nomeado ou
designado, ou que tenha recebido determinação de autoridade competente, dele tome posse.
Art. 21 - A função policial-militar é o exercício das obrigações inerentes ao cargo policial militar
Art. 22 - Dentro de uma mesma Organização Policial Militar, a seqüência de substituições para
assumir cargo ou função, bem como as normas, atribuições e responsabilidades correspondentes, são
estabelecidas na legislação específica e peculiar, respeitadas a precedência e as qualificações exigidas para o
cargo ou para o exercício da função.
Art. 23 - O servidor militar ocupante de cargo, provido de acordo com o parágrafo único do Art. 19,
faz jus às gratificações e a outros direitos correspondentes, conforme previsto em lei.

§ 1º - O servidor militar designado, por período igual ou superior a 10 (dez) dias, para exercer função
de posto ou graduação superior a sua terá direito ao vencimento e vantagens correspondentes àquele posto ou
graduação, a contar do dia em que houver assumido tal função.
§ 2º - As substituições temporárias, respeitados os princípios da antigüidade e da qualificação para o
exercício funcional, somente poderão ocorrer, respectivamente, entre funções atribuídas a servidores de nível
superior ou funções atribuídas a servidores de nível médio.

DO VALOR POLICIAL- MILITAR


Art. 24 – São manifestações essenciais do valor policial-militar:
I – a dedicação ao serviço policial para preservação da segurança da comunidade e das prerrogativas da
cidadania, o permanente zelo ao patrimônio público e às instituições democráticas, mesmo com o risco da
própria vida;

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272

II - a fé na elevada missão da Brigada Militar;


III - o espírito de corpo, orgulho do servidor militar pela organização onde serve;
IV - o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida; e
V - o aprimoramento técnico profissional.

DA ÉTICA POLICIAL-MILITAR
Art. 25 - O sentimento do dever, a dignidade militar, o brio e o decoro de classe impõem, a cada um
dos integrantes da Brigada Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos
seguintes preceitos de ética do servidor militar:
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;
II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do
cargo;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV - acatar as autoridades civis;
V - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades
competentes;
VI - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;
VII - zelar pelo preparo moral, intelectual e físico, próprio e dos subordinados, tendo em vista o
cumprimento da missão comum;
VIII - empregar as suas energias em benefício do serviço;
IX - praticar a camaradagem e desenvolver permanentemente o espírito de cooperação;
X - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;
XI - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa de que tenha conhecimento
em virtude do cargo ou da função;
XII - cumprir seus deveres de cidadão;
XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular;
XIV - observar as normas da boa educação;
XV - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer
natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo a que não sejam prejudicados
os princípios da disciplina, do respeito e decoro;
XVIII - zelar pelo bom nome da Brigada Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo aos
preceitos da ética do servidor militar.
Art. 26 - Ao servidor militar da ativa é vedado participar de gerência ou administração de empresa
privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, quotista ou comanditário.
§ 1º - Os servidores-militares na reserva remunerada, quando convocados, ficam proibidos de tratar,
nas organizações policiais-militares e nas repartições públicas civis, dos interesses de organizações ou
empresas privadas de qualquer natureza.
§ 2º - Os servidores-militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde que
não infrinjam o disposto no presente artigo.
Art. 27 - O Comandante-Geral da Brigada Militar poderá determinar aos servidores militares da
ativa que, no interesse da salvaguarda da sua dignidade, informem sobre a origem e a natureza dos seus bens,
sempre que houver razões que recomendem tal medida.
Art. 28 - O servidor militar, enquanto em efetivo serviço, não poderá estar filiado a partido político.

DOS DEVERES POLICIAIS - MILITARES


Art. 29 - Os deveres policiais-militares emanam do conjunto de vínculos que ligam o servidor
militar a sua Corporação e ao serviço que a mesma presta à comunidade, e compreendem:
I - a dedicação ao serviço policial-militar e a fidelidade à Pátria e à comunidade, cuja honra,
segurança, instituições e integridade devem ser defendidas, mesmo com o sacrifício da própria vida;
II - o culto aos símbolos nacionais e estaduais;
III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;
V - o rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens;
VI - a obrigação de tratar o subordinado dignamente e com urbanidade.

DO COMPROMISSO POLICIAL-MILITAR

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273

Art. 30 - Todo o cidadão, após ingressar na Brigada Militar, prestará compromisso de honra, no
qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais-militares e manifestará a sua
firme disposição de bem os cumprir.
Art. 31 - O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na
presença da tropa, tão logo o servidor militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com o
perfeito entendimento dos seus deveres como integrante da Brigada Militar, conforme os seguintes dizeres: “
Ao ingressar na Brigada Militar do Estado, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral,
cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao
serviço policial-militar, à manutenção da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o risco
da própria vida”
Parágrafo único - Ao ser promovido ao seu primeiro posto, o servidor militar prestará compromisso
de Oficial, em solenidade especialmente programada, de acordo com os seguintes dizeres: “Perante a
Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir os deveres de Oficial da Brigada Militar do Estado
e dedicar-me inteiramente ao seu serviço”.

DO COMANDO E DA SUBORDINAÇÃO
Art. 32 - Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o servidor militar é
investido legalmente, quando conduz homens ou dirige uma Organização Policial Militar, sendo vinculado
ao grau hierárquico e constituindo prerrogativa impessoal, em cujo exercício o servidor militar se define e se
caracteriza como chefe.
Art. 33 - A subordinação decorre, exclusivamente, da estrutura hierárquica da Brigada militar e não
afeta a dignidade pessoal do servidor militar.
Art. 34 - Cabe ao servidor militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens
que emitir e pelos atos que praticar.

DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES


Art. 35 - A violação das obrigações ou dos deveres policiais-militares constituirá crime,
contravenção ou transgressão disciplinar, conforme dispuserem a legislação ou regulamentação específicas.
§ 1º - A violação dos preceitos da ética policial militar é tanto mais grave quanto mais elevado for o
grau hierárquico de quem a cometer.
§ 2º - A responsabilidade disciplinar é independente das responsabilidades civil e penal.
§ 3º - Não se caracteriza como violação das obrigações e dos deveres do servidor militar o
inadimplemento de obrigações pecuniárias assumidas na vida privada.
Art. 36 - A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de exação no
cumprimento dos mesmos, acarreta, para o servidor militar, responsabilidade funcional, pecuniária,
disciplinar e penal, consoante legislação específica.
Parágrafo único - A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal,
poderá concluir pela incompatibilidade do servidor militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercício
das funções policiais-militares a ele inerentes.
Art. 37 - O servidor militar cuja atuação no serviço revelar-se incompatível com o cargo ou que
demonstrar incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes será do mesmo
imediatamente afastado, sem prejuízo dos respectivos vencimentos e vantagens, salvo após decisão final do
processo a que for submetido, desde que venha a ser condenado.
§ 1º - São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do
exercício da função:
I - O Comandante-Geral da Brigada Militar;
II - Os Comandantes, os Chefes e os Diretores, na conformidade da legislação ou regulamentação da
Corporação.
§ 2º - O servidor militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado
do exercício de qualquer função policial-militar, até a solução final do processo ou adoção das providências
legais que couberem ao caso.
Art. 38 - Ao servidor militar são proibidas a sindicalização e a greve.
Art. 39 - São vedadas as manifestações coletivas que impliquem no descumprimento do dever ou
que atentem contra a disciplina policial-militar.

DOS CRIMES MILITARES

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274

Art. 40 - O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares, em tempo de paz e em
tempo de guerra, e dispõe sobre a aplicação aos servidores-militares das penas correspondentes aos crimes
por eles cometidos.

DO CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO
Art. 41 - O Oficial só perderá o posto e a patente por decisão do Tribunal Militar do Estado , se
declarado indigno do Oficialato ou com ele incompatível.
Art. 42 - O Oficial acusado de ser incapaz de permanecer como servidor militar será, nos casos em
que a lei determinar, submetido a Conselho de Justificação.
Art. 43 - O processo e julgamento pelo Conselho de Justificação serão regidos por lei especial,
assegurada ampla defesa ao acusado.

DO CONSELHO DE DISCIPLINA
Art. 44 - A Praça com estabilidade será submetida a Conselho de Disciplina na forma da legislação
específica.
Art. 45 - O processo e julgamento pelo conselho de Disciplina serão regidos por lei especial,
assegurada ampla defesa ao acusado.

DOS DIREITOS DOS SERVIDORES-MILITARES


Art. 46 - São direitos dos servidores militares, nos limites estabelecidos na legislação específica:
I - a garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela
inerentes, quando Oficial;
II - o uso das designações hierárquicas;
III - o desempenho de cargos e funções correspondentes ao posto e de atribuições correspondentes à
graduação;
IV - a percepção de vencimentos, proventos e outras vantagens pecuniárias, na forma estabelecida no
Código de Vencimentos e Vantagens da Brigada Militar;
V - o transporte para si e seus dependentes, seus bens pessoais, inclusive mobília, quando
movimentado por necessidade do serviço;
VI - as promoções;
VII - a transferência para a reserva remunerada ou a reforma;
VIII - as férias e as licenças;
IX - a demissão voluntária e, ouvido o Comandante-Geral, o licenciamento voluntário da ativa;
X - o porte de arma, em serviço ativo ou inativo, salvo aqueles em inatividade por alienação mental
na forma do artigo 121 e seus parágrafos ou sentença penal condenatória com trânsito em julgado cuja pena
não enseja o benefício de sursis;
Inciso X com redação da L C 11.831, de 10 de outubro de 2001
Redação Original : " X - o porte de arma, quando Oficial, em serviço ativo ou em inatividade, salvo aqueles
Oficiais em inatividade por alienação mental ou condenação por crimes transitados em julgado ou por
atividades que desaconselhem o porte de arma; "
XI - Revogado pela L C 11.831, de 10 de outubro de 2001
XII - a aquisição de uma arma de uso permitido, através da Brigada Militar, mediante indenização,
na forma regulamentar;
XIII - a assistência judiciária gratuita, quando processado em razão de atos praticados em objeto de
serviço;
XIV - a assistência social e médico-hospitalar;
XV - a saúde, higiene e segurança do trabalho.
Art. 47 - O servidor militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou
disciplinar de superior hierárquico poderá recorrer, interpor pedido de reconsideração, queixa, representação
ou anulação de ato administrativo, segundo legislação disciplinar da Corporação.
§ 1º - O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
a) em quinze dias úteis, a contar do recebimento de comunicação Oficial, quanto a ato que decorra da
composição de Quadro de Acesso;
b) em cento e vinte dias corridos, nos demais casos.
§ 2º - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.
§ 3º - A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, exceto em
matéria disciplinar, cujo prazo será de 8 (oito) dias.

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275

§ 4º - Aos servidores militares em processo administrativo ou judicial são assegurados o


contraditório e a ampla defesa.

DA REMUNERAÇÃO
Art. 48 - A remuneração dos servidores militares compreende vencimentos ou proventos,
indenizações e outras vantagens e é devida em bases estabelecidas em lei .
§ 1º - Os servidores militares na ativa percebem remuneração constituída pelas seguintes parcelas:
I - vencimentos, compreendendo soldo e gratificações;
II - indenizações.
§ 2º - A remuneração percebida pelos servidores militares em inatividade denomina-se proventos.
§ 3º - Os servidores militares da ativa e na inatividade perceberão abono familiar de conformidade
com a lei geral que rege essa vantagem.
§ 4º - O servidor militar que exercer o magistério em curso ou estágio regularmente instituídos pela
Brigada Militar, perceberá gratificação de magistério, por aula proferida, conforme fixado em lei.
§ 5º - O servidor militar, ao ser movimentado por necessidade do serviço, desde que implique
alteração de seu domicílio, perceberá ajuda de custo para atender às despesas de sua instalação, no valor
fixado em lei.
§ 6º - O servidor militar fará jus a gratificação pelo exercício, fora do horário do expediente a que
estiver sujeito, de encargo em comissão de concurso público, nos termos da lei.
§ 7º - O servidor militar, quando estiver freqüentando curso de aperfeiçoamento, atualização ou de
formação com fins de promoção na carreira e/ou exercício de função especializada, terá sua remuneração
inviolada, não podendo esta ser reduzida. ( acrescido pela Lei n° 11.614/01)
§ 8º - O servidor militar, por necessidade imperiosa de serviço, poderá ser convocado para cumprir
serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador. ( acrescido pela Lei n°
11.650/01)
§ 9º - Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais e estabelecidas
por jornada diária para o respectivo posto ou graduação da carreira a que pertencer. ( acrescido pela Lei n°
11.650/01)
§ 10 - Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito à remuneração,
facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei. ( acrescido pela Lei n° 11.650/01)
§ 11 - O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em
relação à hora normal de trabalho. ( acrescido pela Lei n° 11.650/01)
§ 12 - O Poder Executivo regulamentará o disposto nos parágrafos 8º a 12 no prazo de trinta dias, a
contar da promulgação desta Lei Complementar, em especial as hipóteses de necessidade imperiosa de
serviço, a quantidade de horas extraordinárias e os procedimentos relativos à competência para fiscalização e
controle das convocações de que versa esta Lei Complementar.
Art. 49 - Os vencimentos, os proventos e as pensões dos servidores militares e seus beneficiários não
serão objeto de arresto, seqüestro arresto ou penhora, exceto nos casos previstos em lei federal.
Art. 50 - Os proventos de inatividade serão revistos na mesma proporção e na mesma data em que se
modificar a remuneração dos servidores militares em atividade, sendo também estendidos aos inativos
quaisquer benefícios e vantagens posteriormente concedidos aos servidores militares em atividade, inclusive
quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
Art. 51 - O Estado proporcionará, ao servidor militar e a seus dependentes, assistência médico-
hospitalar, através do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPERGS e, supletivamente,
através do Departamento de Saúde da Brigada Militar, conforme legislações específicas.
Parágrafo único - O Departamento de Saúde da Brigada Militar destina-se a atender o servidor
militar e seus dependentes.
Art. 52 - Nas localidades onde não houver organizações de saúde da Brigada Militar, os servidores
militares nela sediados poderão ser atendidos por organizações das Forças Armadas ou civis, mediante
acordos previamente estabelecidos entre estas e o Departamento de Saúde da Corporação.
Art. 53 - O servidor militar em serviço ativo faz jus à hospitalização e tratamento custeado pelo
Estado, quando acidentado em serviço ou acometido de doença adquirida em serviço ou dela decorrente.
Art. 54 - A assistência médico-hospitalar ao servidor militar da ativa, da reserva remunerada ou
reformado, poderá ser prestada pelas organizações de saúde, dentro das limitações dos recursos
orçamentários próprios da Brigada Militar, postos à disposição do seu Departamento de Saúde.

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Art. 55 - As normas e condições de atendimento serão estabelecidas em regulamento próprio,


através de ato do Poder Executivo.

DA PROMOÇÃO
Art. 56 - O acesso na hierarquia policial-militar é seletivo, gradual e sucessivo e será feito mediante
promoções, de conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de Oficiais e de
Praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado da carreira para os servidores militares a que esses
dispositivos se referem.
§ 1º - O planejamento da carreira dos Oficiais e das Praças, observadas as disposições da legislação e
regulamentação a que se refere este artigo, é atribuição do Comando-Geral da Brigada Militar, ouvido o
Secretário de Estado responsável pela área da segurança pública.
§ 2º - A promoção é ato administrativo e tem como finalidade básica a seleção dos servidores
militares para o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.
Art. 57 - As promoções serão efetuadas pelos critérios de merecimento e de antigüidade, ou, ainda,
extraordinariamente.
§ 1º - Em casos especiais, haverá promoções em ressarcimento de preterição.
§ 2º - A promoção de servidor militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os
princípios de antigüidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica,
como se houvesse sido promovido na época devida, observado o princípio aplicável à sua promoção.
§3° - A promoção de oficiais será realizada na proporção de três oficiais promovidos no critério de
merecimento, para um no de antigüidade, observando-se a seqüencialidade dos critérios. (Parágrafo incluído
pela Lei n° 12.011/03)
§4° - A cada processo de promoção de Oficiais, no critério de merecimento, proceder-se-á a escolha
do servidor militar promovido na primeira vaga dentre três melhores pontuados no Quadro de Acesso
respectivo e, para seguintes vagas, se houver, os remanescentes da vaga anterior e mais 2 (dois) ocupantes da
classificação imediatamente seguinte. (Parágrafo incluído pela Lei n° 12.011/03)
§5° - Na avaliação do critério de merecimento não serão consideradas condecorações e medalhas,
exceto as relativas a tempo de serviço. (Parágrafo incluído pela Lei n° 12.011/03)
Art. 58 - A Praça que contar com mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço público militar, ao ser
transferida para a reserva remunerada, a pedido, ou reformada, será promovida à graduação imediata. (Artigo
com redação da Lei n° 11.170/98.)
DAS FÉRIAS E OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO
Art. 59 - As férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos
servidores militares, para descanso.
§ 1º - As férias serão de trinta dias para todos os servidores militares.
§ 2º - Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar a regulamentação da concessão das férias
anuais.
§ 3º - Para o primeiro período aquisitivo de férias será exigido 12 (doze) meses de exercício.
§ 4º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
§ 5º - É facultado o gozo de férias em 2 (dois) períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos.
§ 6º - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de
saúde, por punição anterior decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 7º - Durante as férias, o servidor militar terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo, como
se estivesse em exercício.
Art. 60 - Será pago ao servidor militar, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o
acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente.
§ 1º - O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor militar que
o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do referido período.
§ 2º - Na hipótese de férias parceladas, poderá o servidor militar indicar em qual dos períodos
utilizará a faculdade de que trata este artigo.
Art. 61 - Por absoluta necessidade de serviço, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de 2
(dois) períodos anuais.
Art. 62 - Somente em casos de interesse da segurança pública, de manutenção da ordem, de extrema
necessidade do serviço, ou de transferência para a inatividade, os servidores militares terão interrompido ou
deixarão de gozar, na época prevista, o período de férias a que tiverem direito, registrando-se o fato em seus
assentamentos.

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Art. 63 - Se o servidor militar vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe
assegure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas correspondentes
a antecipação, será paga aos dependentes legalmente constituídos.
Art. 64 - O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de férias proporcionalmente
aos meses de efetivo exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas.
Parágrafo único - O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da
remuneração a que fizer jus o servidor militar, na forma prevista no Artigo 61.
Art. 65 - O servidor militar que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias para tratar de interesses
particulares, somente após um ano de efetivo exercício contado da data da apresentação, fará jus a férias.
Art. 66 - Os servidores militares têm direito, também, aos períodos de afastamento total do serviço,
observadas as disposições legais e regulamentares, por motivo de:
I - núpcias;
II - luto;
III - instalação;
IV - trânsito.
Parágrafo único - O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto, por até 8 (oito) dias
consecutivos, será concedido, no primeiro caso, se solicitado por antecipação à data do evento e, no segundo
caso, tão logo a autoridade à qual estiver subordinado o servidor militar tenha conhecimento do óbito de seu
ascendente, descendente, cônjuge, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, padrasto ou madrasta,
enteado e menor sob guarda ou tutela.
Art. 67 - É assegurado, ainda, o afastamento do servidor militar, sem prejuízo de sua remuneração,
durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º
graus, e durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.
Parágrafo único - O servidor militar, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá
comprovar perante seu superior imediato as datas em que se realizarão as diversas provas e seu
comparecimento.
Art. 68 - As férias e os outros afastamentos mencionados são concedidos com a remuneração
prevista na legislação peculiar e computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.

DAS LICENÇAS
Art. 69 - Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida
ao servidor militar, observadas as disposições legais e regulamentares.
§ 1º - A licença pode ser:
I - especial;
II - para tratar de interesses particulares;
III - para tratamento de saúde própria;
IV - para tratamento de saúde de pessoa da família;
V - à gestante e à adotante;
VI - à paternidade;
VII - para acompanhar o cônjuge.
§ 2º - A remuneração do servidor militar, quando em qualquer das situações de licença constantes do
parágrafo anterior, será regulada em legislação própria.
§ 3º - Compete ao Comandante-Geral da Brigada Militar conceder as licenças previstas no “caput”,
bem como a licença para exercício de mandato classista, observadas as necessidades de serviço.
Art. 70 - A licença especial é a autorização para afastamento total do serviço, relativa a cada
qüinqüênio de tempo de efetivo serviço prestado, concedida ao servidor militar que a requerer, sem que
implique em qualquer restrição para a sua carreira.
§ 1º - A licença especial tem a duração de três meses.
§ 2º - O período de licença especial não interrompe a contagem de tempo de efetivo serviço.
§ 3º - O tempo de licença especial não gozado pelo servidor militar será, mediante requerimento,
computado em dobro para os efeitos da inatividade e de gratificações adicionais, vedada a desconversão.
§ 4º - A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para tratamento de
saúde e para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 5º - Para os efeitos da concessão da licença especial, não se considerará como interrupção da
prestação de serviços ao Estado os afastamentos previstos nos casos dos incisos V e VI do art. 69, as licenças
para tratamento de saúde própria, de até 4 (quatro) meses, e as licenças para tratamento de saúde de pessoa
da família, de até 2 (dois) meses.

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Art. 71 - Ao servidor militar estável poderá ser concedida licença para tratar de interesses
particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração e com prejuízo da contagem do
tempo de serviço público.
§ 1º - A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço.
§ 2º - O servidor militar deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hipótese de
imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver subordinado, considerando-se
como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.
§ 3º - O servidor militar poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.
§ 4º - Não se concederá nova licença, antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior,
contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.
Art. 72 - Será concedida ao servidor militar licença para tratamento de saúde própria, a pedido ou
“ex-offício”, precedida de inspeção médica realizada pelo Departamento de Saúde da Brigada Militar, na
Capital ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
§ 1º - Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na residência do servidor, ou
no estabelecimento hospitalar em que se encontrar internado.
§ 2º - O servidor militar não poderá recusar-se à inspeção médica.
§ 3º - O resultado da inspeção médica será comunicado imediatamente ao servidor militar, logo após
a sua realização, salvo se houver a necessidade de exames complementares, quando então, ficará o servidor
militar à disposição do Departamento de Saúde da Brigada Militar.
Art. 73 - Findo o período de licença, o servidor militar deverá reassumir imediatamente o exercício
do cargo, sob pena de ser considerado ausente, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo
pericial.
Art. 74 - O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da doença,
devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID).
Parágrafo único - Para a concessão de licença a servidor militar acometido de moléstia profissional,
o laudo médico deverá estabelecer a sua rigorosa caracterização.
Art. 75 - O servidor militar em licença para tratamento de saúde própria deverá abster-se do
exercício de atividades incompatíveis com o seu estado, sob pena de imediata suspensão da mesma.
Art. 76 - O servidor militar poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente,
descendente, enteado e colateral consangüíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser indispensável a sua
assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.
Parágrafo único - A doença será comprovada através de inspeção de saúde a ser procedida pelo
Departamento de Saúde da Brigada Militar.
Art. 77 - A licença de que trata o artigo anterior será concedida:
I - com a remuneração total, até 90 (noventa) dias;
II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar a
180 (cento e oitenta) dias;
III - com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não
ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos
inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.
Art. 78 - À servidora-militar gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença de 120
(cento e vinte) dias, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único - No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora-militar
será submetida a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo.
Art. 79 - Ao término da licença a que se refere o artigo anterior, é assegurado à servidora-militar
lactante, durante o período de 2 (dois) meses, o direito de comparecer ao serviço em um turno, quando seu
regime de trabalho obedecer a dois turnos, ou a três horas consecutivas por dia, quando seu regime de
trabalho obedecer a turno único.
Art. 80 - A servidora-militar adotante será concedida licença a partir da concessão do termo de
guarda ou da adoção, proporcional à idade do adotado:
I - de zero a dois anos, 120 (cento e vinte) dias;
II - de mais de dois até quatro anos, 90 (noventa) dias;
III - de mais de quatro até seis anos, 60 (sessenta) dias;
IV - de mais de seis anos, desde que menor, 30 (trinta) dias.

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Art. 81 - Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor militar terá direito à licença-paternidade de
8 (oito) dias consecutivos.
Art. 82 - As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste artigo.
§ 1º - A interrupção da licença especial e da licença para tratar de interesses particulares poderá
ocorrer:
I - em caso de mobilização e estado de guerra;
II - em caso de decretação de estado de sítio;
III - em caso de emergente necessidade e segurança pública;
IV - para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
V - para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulamento da Força;
VI - em caso de pronúncia em processo criminal ou indiciação em Inquérito Policial-Militar, a juízo
da autoridade que efetivou a pronúncia ou a indiciação.
§ 2º - A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da família e para cumprimento de
pena disciplinar que importe em restrição da liberdade individual, será regulada em legislação própria.

DA PENSÃO POLICIAL-MILITAR
Art. 83 - A pensão policial-militar destina-se a amparar os beneficiários do servidor militar falecido
ou extraviado e será paga conforme o disposto em lei.
Art. 84 - A pensão policial-militar do pessoal do serviço ativo, da reserva ou reformado será a do
Instituto de Previdência do Estado, conforme legislação específica, salvo no caso do artigo seguinte.
Art. 85 - O servidor militar morto em campanha ou em ato de serviço, ou em conseqüência de
acidente em serviço, deixará a seus dependentes pensão correspondente aos vencimentos integrais do grau
hierárquico imediatamente superior ao que possuir na ativa.
Parágrafo único - O disposto no “caput” sobre o valor da pensão não se aplica ao servidor militar
que for promovido extraordinariamente.

DAS PRERROGATIVAS
Art. 86 - As prerrogativas dos servidores militares são constituídas pelas honras, dignidades e
distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos.
Parágrafo único - São prerrogativas dos servidores militares:
I - o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares da Brigada
Militar, correspondentes ao posto ou à graduação;
II - as honras, tratamento e sinais de respeito que lhes são assegurados em leis ou regulamentos;
III - as penas de prisão, detenção ou reclusão, fixadas em sentença judicial e os casos de prisão
provisória, serão cumpridos em organização policial-militar, cujo Comandante, Chefe ou Diretor tenha
precedência hierárquica sobre a pessoa do preso;
IV - julgamento em foro especial, nos crimes militares.
V - livre ingresso e trânsito, em objeto de serviço, em qualquer recinto público ou privado, respeitada
a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio;
VI - prioridade em qualquer serviço de transporte ou comunicação, público ou privado, no território
estadual, quando em serviço de caráter urgente;
VII - carteira de identidade de acordo com modelo regulamentar, que consigne os direitos e
prerrogativas instituídos em lei, para o exercício funcional;
VIII - não confinamento em cela no caso de punição administrativa.
Art. 87 - Somente em caso de flagrante delito o servidor militar poderá ser preso por autoridade
policial civil, ficando esta obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade policial-militar mais próxima, só
podendo retê-lo na delegacia ou posto policial durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 1º - Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar a iniciativa de responsabilizar a autoridade
policial que não cumprir o disposto neste artigo e que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer
preso servidor militar ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto ou a sua graduação.
§ 2º - Se durante o processo em julgamento no foro civil houver perigo de vida para qualquer preso
servidor militar, a autoridade policial-militar da localidade providenciará em entendimentos com a
autoridade judiciária, visando à guarda do Foro ou Tribunal por força policial-militar, se for o caso.

DO USO DOS UNIFORMES DA BRIGADA MILITAR

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Art. 88 - Os uniformes da Brigada Militar, com seus distintivos, insígnias e emblemas são privativos
dos servidores-militares e representam o símbolo da autoridade policial-militar, com as prerrogativas que lhe
são inerentes.
Parágrafo único - Constituem crimes previstos na legislação específica o desrespeito aos uniformes,
distintivos, insígnias e emblemas policiais-militares, bem como seu uso por quem a ele não tiver direito.
Art. 89 - O uso dos uniformes, com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos,
descrição, peças, acessórios e outras disposições, são estabelecidos na regulamentação da Brigada Militar.
§ 1º - É proibido ao servidor militar o uso de uniforme:
I - em reuniões, propaganda ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;
II - na inatividade, salvo para comparecer a solenidades militares e policiais-militares e, quando
autorizado, a cerimônias cívicas comemorativas das datas nacionais ou a atos sociais solenes de caráter
particular;
III - no estrangeiro, quando em atividade não relacionada com a missão de servidor militar, salvo
quando expressamente determinado ou autorizado.
§ 2º - Os servidores militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada como ofensiva à
dignidade da classe, poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes, por decisão do Comandante-
Geral da Brigada Militar.
Art. 90 - O servidor militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que usa e aos
distintivos, emblemas e insígnias que ostenta.
Art. 91 - É vedado a qualquer organização ou pessoa civil usar uniformes ou ostentar distintivos,
equipamentos, insígnias ou emblemas iguais aos adotados na Brigada Militar ou que com eles possam ser
confundidos.
Parágrafo único - Serão responsabilizados pela infração das disposições deste artigo os diretores ou
chefes de sociedades ou organizações de qualquer natureza, empregadores, empresas e institutos ou
departamentos que tenham adotado ou consentido que sejam usados uniformes ou ostentados distintivos,
equipamentos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados na Brigada Militar.

DA AGREGAÇÃO
Art. 92 - A agregação é a situação transitória na qual o servidor militar da ativa deixa de ocupar vaga
na escala hierárquica de seu Quadro, nela permanecendo sem número.
§ 1º - O servidor militar será agregado quando:
I - exercer cargo ou função não previstos nos quadros de organização da Brigada Militar, criados em
lei para provimento e desempenho privativos de servidores militares.
II - aguardar transferência “ ex-officio “ para a reserva remunerada, por ter sido enquadrado em
quaisquer dos requisitos que a motivam;
III - for afastado temporariamente do serviço ativo por motivo de:
a) ter sido julgado incapaz temporariamente, após um ano contínuo de tratamento;
b) ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;
c) haver ultrapassado um ano contínuo de licença para tratamento de saúde própria;
d) ter-lhe sido concedida licença para tratar de interesses particulares ou licença para desempenho de
mandato em associação de classe;
e) haver ultrapassado seis meses contínuos de licença para tratamento de saúde de pessoa da família;
f) ter sido considerado oficialmente extraviado;
g) haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção previsto no Código Penal Militar,
se Oficial ou Praça com estabilidade assegurada;
h) como desertor, ter-se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído a fim de se
ver processar;
i) se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da justiça comum ou militar;
j) ter-lhe sido concedida a licença especial de que trata o § 1º do Art. 102 desta lei, enquanto aguarda
transferência para a reserva remunerada;
l) ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a seis meses, com sentença passada em
julgado, enquanto durar a execução;
m) ter passado à disposição de Secretaria do Governo ou de outro órgão do Estado, da União, dos
Estados ou dos Territórios ou Municípios, para exercer função de natureza civil, salvo se for do interesse da
segurança pública;
n) ter sido, com prévia autorização ou mediante ato do Governador do Estado, investido em cargo,
função ou emprego público civil temporário, inclusive da administração indireta;

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o) ter-se candidatado a cargo eletivo, desde que conte com dez ou mais anos de efetivo serviço;
p) ser afastado das funções de acordo com o previsto nesta Lei ou condenado a pena de suspensão do
exercício do posto, graduação, cargo ou função prevista em lei;
q) haver ultrapassado seis meses contínuos, na situação de convocado para funcionar como Juiz do
Tribunal Militar do Estado;
r) ter-lhe sido concedida licença para acompanhar o cônjuge, na forma do artigo 148 desta lei.
§ 2º - O servidor militar agregado de conformidade com os incisos I e II do § 1º continua a ser
considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo.
§ 3º - A agregação do servidor militar a que se refere o inciso I e as letras “m” e “n” do inciso III do
§ 1º é contada desde a posse do novo cargo e até o regresso à Corporação ou transferência “ ex-officio “ para
a reserva remunerada.
§ 4º - A agregação do servidor militar a que se refere as letras “a”, “c”, “d”, “e”, e “j”, do inciso III
do § 1º é contada a partir do primeiro dia após os respectivos prazos e enquanto durarem o respectivo evento
ou situação.
§ 5º - A agregação do servidor militar a que se refere o inciso II e as letras “b”, “f”, “g”, “h”, “i”, “l”,
e “p” do inciso III do § 1º é contada a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo evento.
§ 6º - A agregação do servidor militar a que se refere a letra “o” do inciso III do § 1º é contada a
partir da data do registro como candidato e até sua diplomação ou seu regresso à corporação, se não houver
sido eleito.
§ 7º - Ultrapassados dois anos, contínuos ou não, de agregação nos termos da letra “n” do inciso III
do § 1º, o servidor militar ficará automaticamente transferido para a reserva, nas mesmas condições do que
houver aceito cargo público permanente.
§ 8º - O servidor militar em atividade, com mais de 10 (dez) anos de serviço, ao candidatar-se a
cargo eletivo, será afastado temporariamente, do serviço ativo e agregado, e, se eleito e diplomado, será
transferido para a reserva remunerada, com remuneração proporcional ao seu tempo de serviço.
§ 9º - O servidor militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas
relações com outros servidores militares e autoridades civis, salvo quando titular do cargo que lhe dê
precedência funcional sobre outros servidores militares mais graduados ou mais antigos.
Art. 93 - O servidor militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e remuneração, à
organização policial-militar que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro, sem número,
no lugar no lugar que até então ocupava, com a abreviatura “Ag” e anotações esclarecedoras de sua situação.
Art. 94 - A agregação se faz por ato do Governador do Estado para os Oficiais e do Comandante-
Geral para as Praças.

DA REVERSÃO
Art. 95 - Reversão é o ato pelo qual o servidor militar agregado retorna ao respectivo quadro tão
logo cesse o motivo que determinou a sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na
respectiva escala numérica, na primeira vaga que ocorrer.
Parágrafo único - A qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do militar agregado, exceto
nos casos previstos nas letras “a”, “b”, “c”, “f”, “g”, “l”, “o”, e “p” do inciso III do § 1º do artigo 92.
Art. 96 - A reversão será efetuada mediante ato do Governador do Estado para os Oficiais e do
Comandante-Geral para as Praças.

DO EXCEDENTE
Art. 97 - Excedente é a situação transitória a que automaticamente passa o servidor militar que:
I - tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação, reverte ao respectivo quadro, estando
este com seu efetivo completo;
II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica, após haver sido transferido de quadro,
estando o mesmo com o seu efetivo completo;
III - é promovido por bravura, sem haver vaga;
IV - é promovido indevidamente;
V - sendo o mais moderno na respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu quadro, em
virtude de promoção de outro servidor militar em ressarcimento de preterição;
VI - tendo cessado o motivo que determinou sua reforma por incapacidade definitiva, retorna ao
respectivo Quadro, estando este com o seu efetivo completo.

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§ 1º - O servidor militar cuja situação é a de excedente, salvo o indevidamente promovido, ocupa a


mesma posição relativa em antigüidade que lhe cabe, na escala hierárquica, com a abreviatura “Excd“ e
receberá o número que lhe competir em conseqüência da primeira vaga que se verificar.
§ 2º - O servidor militar cuja situação é a de excedente é considerado como em efetivo serviço para
todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma
restrição a qualquer cargo policial-militar, bem como à promoção.
§ 3º - O servidor militar promovido por bravura, sem haver vaga, ocupará a primeira vaga aberta,
deslocando para a vaga seguinte o princípio de promoção que deveria ter sido seguido.
§ 4º - O servidor militar promovido indevidamente só contará antigüidade, e receberá o número que
lhe competir na escala hierárquica, quando a vaga a ser preenchida corresponder ao princípio pelo qual
deveria ter sido promovido, desde que satisfaça aos requisitos para a promoção.

DO AUSENTE
Art. 98 - É considerado ausente o servidor militar que, por mais de vinte e quatro horas
consecutivas:
I - deixar de comparecer à sua Organização Policial-Militar, sem comunicar qualquer motivo de
impedimento;
II - ausentar-se, sem licença, da Organização Policial-Militar onde serve ou do local onde deva
permanecer.
Parágrafo único - Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades
previstas em legislação específica.

DO DESAPARECIMENTO E DO EXTRAVIO
Art. 99 - É considerado desaparecido o servidor militar da ativa que, no desempenho de qualquer
serviço, em viagem, em operações policiais-militares ou em caso de calamidade pública, tiver paradeiro
ignorado por mais de oito dias.
§ 1º - A situação do desaparecido só será considerada quando não houver indício de deserção.
§ 2º - O servidor militar da ativa, com estabilidade assegurada, que permanecer desaparecido por
mais de trinta dias, será oficialmente considerado extraviado.

DO DESLIGAMENTO OU EXCLUSÃO DO SERVIÇO ATIVO


Art. 100 - O desligamento ou exclusão do serviço do servidor militar é feito em conseqüência de:
I - transferência para a reserva remunerada;
II - reforma;
III - demissão;
IV - perda do posto ou patente;
V - licenciamento;
VI - exclusão a bem da disciplina;
VII - deserção;
VIII - falecimento;
IX - extravio;
Parágrafo único - O desligamento do serviço será processado após a expedição de ato do
Governador do Estado ou de autoridade à qual para tanto tenham sido delegados ou concedidos poderes.
Art. 101 - A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isentam o servidor militar de
indenização dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem do pagamento das pensões
decorrentes de sentença judicial.
Art. 102 - Ao servidor militar da ativa, enquadrado nos incisos I ou V do artigo 100 ou
demissionário a pedido, serão aplicadas as disposições constantes nos parágrafos deste artigo, com relação ao
seu desligamento da Organização Policial Militar em que serve.
§ 1º - Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado, no órgão encarregado da
administração do pessoal, o requerimento de transferência para a reserva remunerada, na forma do inciso I
do artigo 100, o servidor militar será considerado em licença especial, sem prejuízo da remuneração e da
contagem de tempo de serviço, para todos os efeitos, podendo afastar-se do serviço, enquanto aguarda o
desligamento, salvo se, antes, tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.
§ 2º - Nos demais casos previstos no “caput” deste artigo, o desligamento será feito após a
publicação do ato correspondente, no Diário Oficial e no boletim da organização em que serve o servidor
militar, a qual não poderá exceder de trinta dias da primeira publicação Oficial.

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DA REINCLUSÃO
Art. 103 - A Praça licenciada a pedido ou “ex-officio”, neste último caso desde que não seja a bem
da disciplina, poderá ser reincluída, mediante novo concurso público.
Parágrafo único - Em hipótese alguma a Praça licenciada no comportamento “MAU” poderá ser
incluída novamente.

DA TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA


Art. 104 - A passagem do servidor militar à situação de inatividade, mediante transferência para a
reserva remunerada, se efetua:
I - a pedido;
II - “ex-officio”;
Art. 105 - A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante
requerimento, ao servidor militar que conte, no mínimo, com trinta anos de serviço, se homem, e vinte e
cinco anos, se mulher.
Parágrafo único - No caso de o servidor militar haver realizado qualquer curso ou estágio por conta
do Estado, de duração superior a seis meses, sem haver decorrido três anos de seu término, a transferência
para a reserva só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes à realização do
referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos, na forma regulamentar.
Art. 106 - A transferência “ex-offício” para a reserva remunerada verificar-se-á sempre que o
servidor militar incidir em um dos seguintes casos:
I - atingir as seguintes idades limites:
a) Oficiais:
Coronel - 59 anos;
Tenente-Coronel - 57 anos;
Major - 56 anos;
Capitão - 55 anos;
Tenente - 54 anos.
b) Praças - 55 anos;
II - o Oficial, ao completar 30 (trinta) anos de serviço, e:
a) 6 (seis) anos ou mais de permanência no último posto de seu Quadro, se for Oficial de nível
superior; ou
b) 35 (trinta e cinco) anos de efetivo exercício, em qualquer hipótese;
III - ultrapassar 2 (dois) anos contínuos de licença para tratamento de saúde em pessoa da família;
IV - agregar para, com prévia autorização ou mediante ato do Governador do Estado, assumir cargo
público civil temporário, não eletivo, inclusive na Administração Indireta, e permanecer afastado das funções
por 2 (dois) anos, contínuos ou não;
V - for diplomado para desempenho de cargo eletivo;
VI - quando Coronel, for demitido por necessidade de serviço ou for dispensado da função de
Comandante-Geral e não aceitar nomeação para outro cargo policial-militar;
VII - for abrangido pela Quota Compulsória.
§ 1º - A transferência para a reserva remunerada processar-se-á à medida que o servidor militar for
enquadrado em um dos itens deste artigo.
§ 2º - Enquanto permanecer no cargo que trata o inciso IV:
a) fica assegurada a opção entre a remuneração do cargo e a do posto ou graduação;
b) somente poderá ser promovido por antigüidade;
c) o tempo de serviço será contado apenas para a promoção por antigüidade e para a transferência à
inatividade.
Art. 107 - A Quota compulsória que se refere o inciso VII do artigo 106 assegurará, anualmente, o
número fixo de vagas necessárias à renovação, ao equilíbrio, à regularidade de acesso e à adequação dos
efetivos de Oficiais da Brigada Militar.
Art. 108 - O número de vagas previsto no artigo anterior, observadas as disposições deste artigo e
dos seguintes, será fixado nas seguintes proporções:
I - 1/5 (um quinto) por ano, do efetivo previsto para Coronel QOEM;
II - uma, de dois em dois anos, de Coronel do QOES;
III - 1/12 (um doze avos), por ano, do efetivo previsto para Tenente-Coronel do QOEM.

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Art. 109 – As vagas serão consideradas abertas na data da assinatura do ato que agregar, inativar,
demitir ou reconhecer o óbito.
§ 1º - O número de Oficiais a serem atingidos pela Quota Compulsória é calculado, deduzindo-se das
proporções fixadas no art. 108, o total de vagas abertas no ano-base, nas situações previstas no “caput” deste
artigo, excetuando-se as decorrentes dos incisos I, II e VII do artigo 106.
§ 2º - Considera-se ano-base o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, inclusive, do ano
imediatamente anterior.
§ 3º - As frações que resultarem da aplicação das proporções estabelecidas neste artigo serão
adicionadas, cumulativamente, aos cálculos correspondentes dos períodos seguintes, até completar-se, pelo
menos, um inteiro, que, então, será computado para a obtenção de uma vaga para a promoção obrigatória.
§ 4º - As vagas decorrentes das inativações previstas nos incisos I, II e VII do art. 106 e as
resultantes das promoções efetivas nos diversos postos, em face da aplicação daquele dispositivo, não serão
preenchidas por Oficiais excedentes ou desagregados em virtude de haver cessado as causas da agregação.
§ 5º - As Quotas Compulsórias só serão aplicadas quando houver, no posto imediatamente inferior,
Oficiais que satisfaçam as condições de acesso.
§ 6º - A indicação dos Oficiais para integrarem a Quota Compulsória obedecerá às seguintes
prescrições:
I - inicialmente serão apreciados os requerimentos apresentados até 31 de dezembro do ano-base,
pelos Oficiais da ativa que, contando mais de 20 (vinte) anos de tempo de efetivo serviço, requererem a sua
inclusão na Quota Compulsória, dando-se atendimento, por prioridade, aos mais idosos;
II - se o número de Oficiais voluntários, na forma do inciso I, não atingir o total de vagas da quota,
esse total será completado “ex-offício” entre os Oficiais de maior antigüidade no posto, limitados ao número
de vagas e desde que contem, no mínimo, com 30 (trinta) anos de serviço, até 31 de dezembro do ano-base;
III - deixarão de ser indicados os Oficiais agregados por extravio ou deserção.
Art. 110 - O órgão competente organizará, até o dia 31 de janeiro de cada ano, a lista dos Oficiais
destinados a integrar a Quota Compulsória, na forma do § 6º do artigo anterior.
§ 1º - Os Oficiais indicados para integrar a Quota Compulsória anual serão notificados
imediatamente pelo Presidente do órgão competente, e terão, para apresentar recurso contra esta medida, o
prazo previsto no artigo 47, § 1º, alínea “a”.
§ 2º - Decorrido o prazo recursal, será publicada, no Boletim Geral da Corporação, a lista dos
Oficiais que foram abrangidos pela Quota Compulsória, baixando-se os atos de agregação, cujos efeitos se
contarão a partir da data da publicação da lista.
§ 3º - A transferência para a reserva, por abrangência da Quota Compulsória, efetivar-se-á dentro dos
60 (sessenta) dias seguintes ao da agregação.
Art. 111 - A transferência do servidor militar para a reserva remunerada pode ser suspensa na
vigência de estado de sítio, de calamidade pública e nos casos de convocação e mobilização, nos termos da
lei.
Art. 112 - O Oficial da reserva remunerada poderá ser convocado para o serviço ativo por ato do
Governador do Estado, por proposição do Comandante-Geral, para compor o Conselho de Justificação, para
ser encarregado de Inquérito Policial-Militar ou para ser incumbido de outros procedimentos administrativos,
na falta de Oficial da ativa em situação hierárquica compatível com a do Oficial envolvido.
§ 1º - O Oficial convocado nos termos deste artigo terá os direitos e deveres dos Oficiais da ativa de
igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção, a que não concorrerá, e contará como acréscimo esse
tempo de serviço.
§ 2º - A convocação de que trata este artigo terá a duração necessária ao cumprimento da atividade
que a ela deu origem, não devendo ser superior ao prazo de doze meses e dependerá da anuência do
convocado, sendo precedida de inspeção de saúde.

DA REFORMA
Art. 113 - A passagem do servidor militar à situação de reformado efetua-se “ex-officio”.
Art. 114 - A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao servidor militar que:
I - atingir as seguintes idades-limites de permanência na reserva remunerada:
a) para Oficial Superior - 64 anos
b) para Capitão e Tenente - 60 anos
c) para Praças - 56 anos
II - for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo da Brigada Militar e não houver
possibilidade de, na forma regulamentar, ser readaptado em decorrência de limitação que tenha sofrido em

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sua capacidade física e mental, a pedido ou ex-offício, conforme a avaliação médica a ser procedida por
Junta Policial-Militar de Saúde;
III – estiver agregado por mais de dois anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente, mediante
homologação de Junta de Saúde ainda que se trate de moléstia curável;
IV - for condenado à pena de reforma, prevista em lei, por sentença passada em julgado;
V – sendo Oficial, a reforma tiver sido determinada pelo Tribunal Militar do Estado, em julgamento
por ele efetuado, em conseqüência de Conselho de Justificação a que foi submetido;
VI – sendo Aluno-Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, tal medida for indicada ao
Comandante-Geral da Brigada Militar em julgamento de Conselho de Disciplina.
§ 1º - Aos atuais postos de 1º e 2º Tenentes, em extinção, aplica-se o disposto na alínea “b” do inciso
I deste artigo.
§ 2º – O servidor militar reformado na forma dos itens V e VI só poderá readquirir a situação de
servidor militar anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal Militar do Estado e nas condições
nela estabelecidas, ou por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, em processo regular.
Art. 115 – Anualmente, no mês de fevereiro, o órgão responsável pelo pessoal da Corporação
organizará a relação dos servidores-militares que houverem atingido a idade-limite de permanência na
reserva remunerada, a fim de serem reformados.
Parágrafo único – A situação de inatividade do servidor militar da reserva remunerada, quando
reformado por limite de idade, não sofre solução de continuidade, exceto quanto às condições de
convocação.
Art. 116 – A incapacidade definitiva pode sobrevir em conseqüência de :
I – ferimento sofrido em ação policial ou enfermidade contraída nessa circunstância ou que nela
tenha causa eficiente, bem como em decorrência da agressão sofrida e não provocada pelo serviço militar,
no exercício de suas atribuições;
II – acidente em serviço, entendido como:
a - por ato relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do posto ou graduação, ainda
que ocorrido em horário ou local diverso daquele determinado para o exercício de suas funções;
b - por situação ocorrida no percurso da residência para o trabalho e vice-versa;
c - em treinamento; e
d - em represália, por sua condição de servidor militar.
III – doença, moléstia ou enfermidade adquirida com relação de causa e efeito a condições inerentes
ao serviço;
IV - tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, males de Addison e de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose
anquilosante, nefropatia grave, esclerose múltipla, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante),
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida e outras que a lei indicar, com base na medicina especializada;
V – acidente, doença, moléstia ou enfermidade sem relação de causa e efeito com o serviço.
§ 1º - Os casos de que tratam os itens I, II e III deste artigo serão provados por atestado de origem
ou inquérito sanitário de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeletas de tratamento nas
enfermarias e hospitais, bem como os registros de baixa, utilizados como meios subsidiários para esclarecer a
situação.
§ 2º - Nos casos de tuberculose, as Juntas de Saúde deverão basear seus julgamentos,
obrigatoriamente, em observações clínicas acompanhadas de repetidos exames subsidiários, de modo a
comprovar, com segurança, a atividade da doença, após acompanhar sua evolução até três períodos de seis
meses de tratamento clinico-cirúrgico metódico, atualizado e, sempre que necessário, nosocomial, salvo
quando se tratar de formas avançadas no conceito clinico e sem qualquer possibilidade de regressão
completa, as quais terão parecer imediato da incapacidade definitiva.
§ 3º – O parecer definitivo a adotar, nos casos de tuberculose, para os portadores de lesões
aparentemente inativas, ficará condicionado a um período de consolidação extra-nosocomial nunca inferior a
seis meses contados a partir da época da cura.
§ 4º – Considera-se alienação mental todo caso de distúrbio mental ou neuro-mental grave
persistente, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento, permaneça alteração completa ou
considerável na personalidade, destruindo a autodeterminação do pragmatismo e tornando o indivíduo total e
permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 5º - Ficam excluídas do conceito de alienação mental as epilepsias psíquicas e neurológicas, assim
julgadas pelas Juntas de Saúde.

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286

§ 6º - Considera-se paralisia todo caso de neuropatia grave e definitiva que afeta a motilidade,
sensibilidade, troficidade e mais funções nervosas, no qual, esgotados os meios habituais de tratamento
permaneçam distúrbios graves, extensos e definitivos, que tornem o indivíduo total e permanentemente
impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 7º - São também equiparados a paralisias os casos de afecção ósteo-músculo-articulares graves e
crônicos (reumatismos graves e crônicos ou progressivos e doenças similares), nos quais, esgotados os
meios habituais de tratamento, permaneçam distúrbios extensos e definitivos, querósteo-músculo-articulares
residuais, quer secundários das funções nervosas, motilidade, troficidade ou mais funções, que tornem o
indivíduo total e permanentemente impossibilitado para qualquer trabalho.
§ 8º – São equiparados à cegueira, não só os casos de afecção crônica, progressiva e incurável que
conduzirão à cegueira total, como também os de visão rudimentar que apenas permitam a percepção de
vultos, não suscetíveis de correção por lentes nem removíveis por tratamento médico-cirúrgico.
Art. 117 – O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes dos itens I, II, III e IV do artigo anterior, será reformado com remuneração integral, qualquer que
seja o seu tempo de serviço.
Art. 118 - O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes do item I do artigo 116, será promovido extraordinariamente, nos termos definidos em lei
específica, antes de ser reformado.
Parágrafo único – Nos casos previstos nos itens II, III e IV do artigo 116, verificada a incapacidade
definitiva, o servidor militar considerado inválido, com impossibilidade total e permanente para qualquer
trabalho, será reformado com remuneração correspondente ao grau hierárquico imediatamente superior ao
que possuir na ativa.
Art. 119 - O servidor militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos
constantes do item V do artigo 116, será reformado:
I - com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se Oficial ou Praça com estabilidade
assegurada;
II – com remuneração integral do seu posto ou graduação, desde que, com qualquer tempo de
serviço, seja considerado inválido, com impossibilitante total e permanente para qualquer trabalho.
Art. 120 - O servidor militar, reformado por incapacidade definitiva, que for julgado apto em
inspeção de saúde pela Junta Superior de Saúde, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço
ativo ou ser transferido para a reserva remunerada.
§ 1º - O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não
ultrapassar dois anos e na forma do § 1º do artigo 97;
§ 2º – A transferência para a reserva remunerada, observado o limite de idade para permanência
nessa situação, ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado ultrapassar dois anos.
Art. 121 – O servidor militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer a designação
judicial de curador, terá a sua remuneração paga aos seus beneficiários, desde que o tenham sob sua guarda e
responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.
§ 1º - A interdição judicial do servidor militar reformado por alienação mental deverá ser
providenciada pelos beneficiários, parentes ou responsáveis, até sessenta dias a contar da data do ato da
reforma, sob a pena de suspensão do pagamento da remuneração respectiva.
§ 2º - A interdição judicial do servidor militar e seu internamento em instituição apropriada, policial-
militar ou não, deverão ser providenciados pela Corporação quando:
I – não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;
II - não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas neste artigo.
§ 3º - Os processos e os atos de registro de interdição do servidor militar serão isentos de custas na
Justiça Estadual.

DA DEMISSÃO, DA PERDA DO POSTO E DA PATENTE


E DA DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE OU
INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO
Art. 122 - A demissão da Brigada Militar, aplicada exclusivamente aos Oficiais, se efetua:
I - a pedido;
II - “ex-officio".
Art. 123 - A demissão a pedido será concedida, diante de requerimento do interessado:
I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de cinco anos de Oficialato:

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II - com indenização das despesas feitas pelo Estado com a sua preparação e formação, quando
contar menos de cinco anos de Oficialato.
§ 1º - No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração igual ou superior a seis
meses e inferior ou igual a dezoito meses, por conta do Estado, e não tendo decorrido mais de três anos de
seu término, a demissão só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes ao
referido curso ou estágio, acrescidas, se for o caso, das previstas no item II deste artigo a das diferenças de
vencimentos.
§ 2º - No caso de o Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração superior a dezoito meses,
por conta do Estado, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não houverem decorrido mais de
cinco anos de seu término.
§ 3º - O Oficial demissionário a pedido não terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua situação
militar definida pela Lei de Serviço Militar.
§ 4º - O direito a demissão a pedido pode ser suspenso, na vigência de estado de guerra, de sítio, e
nos casos de perturbação da ordem interna, de mobilização ou de calamidade pública.
Art. 124 - O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira será
imediatamente, mediante demissão “ex-officio”, transferido para a reserva, onde ingressará com o posto que
possuir na ativa e com as obrigações estabelecidas em lei, não podendo acumular qualquer proventos de
inatividade com a remuneração do cargo público permanente.
Art. 125 - O Oficial que houver perdido o posto e a patente será demitido "ex-officio”, sem direito a
qualquer remuneração ou indenização, e terá a sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.
Art. 126 – O Oficial perderá o posto e a patente se for declarado indigno do Oficialato, ou com ele
incompatível, por decisão do Tribunal Militar do Estado, em decorrência de julgamento a que for submetido.
Parágrafo único - O Oficial declarado indigno do Oficialato, ou com ele incompatível, e condenado
à perda de posto e patente, só poderá readquirir a situação de servidor militar anterior por outra sentença do
Tribunal Militar do Estado e nas condições nela estabelecidas.
Art. 127 - Fica sujeito a declaração de indignidade para o Oficialato, ou de incompatibilidade com o
mesmo, por julgamento do Tribunal Militar do Estado, o Oficial que:
I - for condenado por Tribunal Civil ou Militar a pena restritiva de liberdade individual superior a
dois anos, em decorrência de sentença condenatória passada em julgado;
II - for condenado por sentença passada em julgado por crime para o qual a lei comine essa pena
acessória;
III - incidir nos casos previstos em lei específica, que motivam o julgamento por Conselho de
Justificação e neste for considerado culpado;
IV - tiver perdido a nacionalidade brasileira.

DO LICENCIAMENTO
Art. 128 - O licenciamento do serviço ativo, aplicado somente às Praças, se efetua:
I - a pedido;
II - “ex-officio”.
§ 1º – O licenciamento a pedido poderá ser concedido, desde que não haja prejuízo para o serviço, à
Praça engajada ou reengajada que conte, no mínimo, a metade do tempo de serviço a que se obrigou.
§ 2º – O licenciamento “ex-officio” se dará:
I – por conclusão de tempo de serviço;
II – por conveniência do serviço;
III – a bem da disciplina.
§ 3º – O servidor militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e terá sua situação
militar definida pela Lei do Serviço Militar.
§ 4º – O licenciado "ex-officio” a bem da disciplina receberá o Certificado de Isenção previsto na Lei
do Serviço Militar.
§ 5º - Compete ao Governador do Estado o ato licenciamento das Praças.
Art. 129 – O Aluno-Oficial e as demais Praças sem estabilidade assegurada, empossadas em cargo
público permanente estranho à sua carreira, serão imediatamente licenciados "ex-officio”, sem remuneração,
e terão sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar.
Parágrafo único – Às Praças que tiverem feito curso ou estágio aplicam-se as disposições dos
parágrafo único do artigo 105.
Art. 130 – O direito ao licenciamento a pedido poderá ser suspenso na vigência do estado de guerra
ou de sítio e nos casos de perturbação da ordem interna, de mobilização ou de calamidade pública.

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DA ANULAÇÃO DE INCLUSÃO
Art. 131 – A anulação de inclusão, para as Praças, ocorrerá durante a prestação do serviço policial-
militar inicial nos seguintes casos:
I – de irregularidade no recrutamento, inclusive relacionada com a seleção;
II – de moléstia não adquirida em serviço, em conseqüência da qual o voluntário venha a permanecer
afastado do serviço durante noventa dias, consecutivos ou não;
III – se o voluntário for portador de moléstia que o incapacite para o serviço e que haja escapado à
observação da Junta Policial-Militar de Saúde, por ocasião da inspeção para a inclusão.
Parágrafo único – Cabe ao Comandante-Geral determinar a anulação de Inclusão.

DA EXCLUSÃO DA PRAÇA A BEM DA DISCIPLINA


Art. 132 – A exclusão a bem da disciplina será aplicada “ex-officio” :
a) às Praças sem estabilidade que forem condenadas a pena restritiva de liberdade superior a dois
anos, no foro civil ou militar, em sentença transitada em julgado.
b) aos Alunos-Oficiais ou às Praças com estabilidade assegurada:
I – sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem
sido condenadas em sentença passada em julgado por aquele Conselho ou pela Justiça Civil a pena restritiva
de liberdade individual superior a dois anos, ou, nos crimes previstos na legislação especial concernente à
Segurança Nacional, a pena de qualquer duração;
II – sobre as quais houver pronunciado tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem
perdido a nacionalidade brasileira;
III – incidirem nos casos que motivaram julgamento por Conselho de Disciplina e neste forem
considerados culpados.
Parágrafo único – O Aluno-Oficial ou a Praça com estabilidade assegurada que houver sido
excluído a bem da disciplina, só poderá readquirir a situação de servidor militar anterior:
a) por outra sentença do Conselho Permanente de Justiça e nas condições nela estabelecidas, se a
exclusão for conseqüência de sentença daquele Conselho;
b) por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, em processo regular, se a exclusão for
conseqüência de ter sido julgado culpado em Conselho de Disciplina.
Art. 133 – Compete ao Governador do Estado o ato de exclusão, a bem da disciplina, das Praças
com estabilidade.
Art. 134 – A exclusão da Praça a bem da disciplina acarreta a perda do seu grau hierárquico e não a
isenta das indenizações dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem das pensões
decorrentes de sentença judicial.
Parágrafo único – A Praça excluída a bem da disciplina não terá direito a qualquer remuneração ou
indenização e sua situação militar será definida pela Lei do Serviço Militar.

DA DESERÇÃO
Art. 135 – A deserção do servidor militar acarreta a interrupção do serviço policial-militar, com a
conseqüente demissão “ex-officio” para o Oficial ou exclusão do serviço ativo para a Praça.
§ lº – A demissão do Oficial ou exclusão da Praça com estabilidade processar-se-á após um ano de
agregação, se não houver captura ou apresentação voluntária antes do término desse prazo.
§ 2º – A Praça sem estabilidade assegurada será automaticamente excluída, ao ser oficialmente
declarada desertora.
§ 3º – O servidor militar desertor que for capturado ou que se apresentar voluntariamente depois de
haver sido demitido ou excluído, será submetido a inspeção de saúde e, se julgado apto, reincluído no serviço
ativo e, a seguir, agregado para se ver processar e, na hipótese de ser julgado incapaz, a sua situação será
regulada na legislação específica.
§ 4º – A reinclusão em definitivo do servidor militar de que trata o parágrafo anterior dependerá de
sentença do Conselho de Justiça.

DO FALECIMENTO E DO EXTRAVIO
Art. 136 – O falecimento do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar,
com o conseqüente desligamento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da ocorrência do óbito.

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Art. 137 – 0 extravio do servidor militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar com
o conseqüente afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo foi oficialmente
considerado extraviado.
§ 1° – 0 desligamento do serviço ativo será feito seis meses após a agregação por motivo de extravio.
§ 2° – Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade publica ou outros acidentes
oficialmente reconhecidos, o extravio ou o desaparecimento do servidor militar da ativa será considerado
como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos máximos de possível
sobrevivência ou se dêem por encerradas as providências de salvamento.
Art. 138 – 0 reaparecimento do servidor militar extraviado ou desaparecido, já desligado do serviço
ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apuram as causas que deram origem ao seu
afastamento.
Parágrafo único – 0 servidor militar reaparecido será submetido a Conselho de Justificação ou a
Conselho de Disciplina, por decisão do Comandante-Geral da Brigada Militar, se assim julgar necessário.

DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 139 – Os servidores militares começam a contar tempo de serviço na Brigada Militar a partir
da data de sua inclusão ou nomeação para o posto ou graduação.
§ 1° – Considera-se como data de inclusão ou nomeação, para fins deste artigo, a data de
publicação do respectivo ato no Diário Oficial do Estado.
§ 2º - 0 servidor militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na data de publicação, no
Diário Oficial do Estado, do ato concernente a sua reinclusão.
§ 3º – Quando, por motivo de força maior oficialmente reconhecido, como incêndio, naufrágio,
sinistro aéreo, inundação ou outras calamidades, faltarem dados para contagem de tempo de serviço, caberá
ao Comandante-Geral arbitrar o tempo a ser computado, para cada caso particular, de acordo com os
elementos disponíveis, após as investigações que couberem.
Art. 140 – Na apuração de tempo de serviço policial-militar, será feita a distinção entre:
I – tempo de serviço efetivo;
II – anos de serviço.
Art. 141 – Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo computado dia a dia entre a
inclusão ou nomeação e a data limite estabelecida para contagem ou data do desligamento do serviço ativo,
mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.
§ lº – Será, também, computado como tempo de efetivo serviço o tempo passado dia a dia, nas
Organizações Policiais-Militares, pelo servidor militar da reserva convocado ou mobilizado, no exercício de
funções policiais militares na forma do artigo 112.
§ 2º – Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, além dos afastamentos previstos no artigo
66, os períodos em que o servidor militar estiver afastado do exercício de suas funções, em gozo de licença
especial.
§ 3º – Ao tempo de efetivo serviço, de que trata este artigo, apurados e totalizados em dias, será
aplicado o divisor trezentos e sessenta e cinco, para a correspondente obtenção dos anos de efetivo serviço.
Art. 142 – "Anos de serviço" é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço a que se refere
o artigo anterior, com os seguintes acréscimos:
I – tempo de serviço público federal, estadual ou municipal prestado pelo servidor militar
anteriormente a sua inclusão, matrícula, nomeação ou reinclusão na Brigada Militar, acrescido do tempo de
serviço de que trata a Lei Estadual n.º 7057, de 30 de dezembro de 1976.
II – tempo relativo a cada licença-especial, ou parte dela, não gozada, contado em dobro;
§ lº – Os acréscimos a que se refere o inciso I serão computados somente no momento da passagem
do servidor militar à situação de inatividade.
§ 2º – Os acréscimos a que se refere o item II serão computados somente no momento da passagem
do servidor militar a situação de inatividade e, nessa situação, para todos os efeitos legais, inclusive quanto à
percepção definitiva de gratificação de tempo de serviço.
§ 3º – Não é computável, para efeito algum, o tempo:
I - que ultrapassar de um ano, contínuo o não, em licença para tratamento de saúde de pessoa da
família;
II - passado em licença, para tratar de interesse particular;
III - passado como desertor;
IV - decorrido em cumprimento de pena de suspensão do exercício do posto ou graduação; cargo ou
função por sentença passada em julgado

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V - decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade, por sentença passado em julgado,


desde que não tenha sido concedida suspensão condicional da pena;
VI - decorrido após completada a idade limite de permanência no serviço ativo da força;
VII - decorrido após a data em que for julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo.
§ 4º - As restrições constantes dos §§ lº e 2º do presente artigo não prejudicarão a vigência dos
artigos 15 a 17 da Lei nº 6.196, de 15 de janeiro de 1971.
Art. 143 – 0 tempo que o servidor militar vier a passar afastado do exercício de suas funções, em
conseqüência de ferimentos recebidos em acidente quando em serviço, na manutenção da ordem publica, ou
de moléstia adquirida no exercício de qualquer função policial-rnilitar, será computado como se ele o tivesse
passado no exercício daquelas funções.
Art. 144 – 0 tempo de serviço passado pelo servidor militar no exercício de atividades decorrentes
ou dependentes de operações de guerra será regulado em legislação específica.
Art. 145 – 0 tempo de serviço dos servidores militares beneficiados por anistia será contado
conforme estabelecer o ato legal que a conceder.
Art. 146 – A data limite estabelecida para o final de contagem dos anos de serviço, para fins de
passagem para a inatividade, será a do desligamento do serviço ativo.
Art. 147 – Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada qualquer superposição entre
si dos tempos de serviço público federal, estadual, municipal ou passado em administração indireta, nem
com os acréscimos de tempo, para os possuidores de curso universitário, nem com tempo de serviço
computável após a inclusão em Organização Policial-Militar ou órgão de formação de Polícia-Militar ou a
nomeação para posto da Brigada Militar.

DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE


Art. 148 - O servidor militar estável terá direito à licença, sem remuneração e sem a contagem de
tempo de serviço, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de solicitação
própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo federal, estadual ou municipal.
Art. 149 - A licença será concedida mediante pedido do servidor militar, devidamente instruído,
podendo ser renovada a cada dois anos.

DAS RECOMPENSAS E DAS DISPENSAS DO SERVIÇO


Art. 150 – As recompensas constituem reconhecimento de bons serviços prestados pelos servidores-
militares.
§ 1º – São recompensas aos servidores militares:
a) prêmios de Honra ao Mérito;
b) condecorações por serviços prestados;
c) elogios, louvores, referências elogiosas;
d) dispensa do serviço.
§ 2º – As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabelecidas nas leis e nos
regulamentos da Brigada Militar.
Art. 151 - As dispensas do serviço são autorizações concedidas aos servidores militares para
afastamento total do serviço, em caráter temporário.
Art. 152 - As dispensas do serviço podem ser concedidas aos servidores militares:
I - como recompensa;
II - em decorrência de prescrição médica.
Parágrafo único - As dispensas de serviço serão concedidas com remuneração correspondente ao cargo
ou função e computadas como tempo de efetivo serviço.

DA PRORROGAÇÃO DO SERVIÇO POLICIAL-MILITAR


Art. 153 – Às Praças que concluírem o tempo de serviço a que estiverem obrigadas, poderá, desde
que requeiram, ser concedida prorrogação desse tempo, uma ou mais vezes, como engajados ou reengajados,
segundo as conveniências da Corporação e de acordo com a legislação pertinente.
Parágrafo único – 0 tempo de serviço policial-militar inicial, bem como os de engajamento e de
reengajamento, será de dois anos.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


Art. 154 – A assistência religiosa aos servidores militares será regulada em lei especifica.

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Art. 155 – É vedado o uso, por parte de organizações civis, de designações que possam sugerir a sua
vinculação à Brigada Militar, excetuadas as associações, clubes, círculos e outros, que congreguem membros
da Brigada Militar.
Art. 156 – Aplicam-se à Brigada Militar, no que couber, o Regulamento Interno e dos Serviços
Gerais do Exército (R/1), o Regulamento de Continências, Honra e Sinais de Respeito das Forças Armadas
(R/2), o Regulamento de Administração do Exército (R/3), o Regulamento de Correspondência, o Conselho
de Justificação (Lei nº 5.836/72) e o Conselho de Disciplina (Decreto Federal nº 71.500/72).
Art. 157 – O cônjuge do servidor militar, sendo servidor estadual, será, se o requerer, removido ou
designado para a sede do município onde servir o servidor militar, sem prejuízo de qualquer dos seus
direitos, passando, se necessário, a condição de adido ou posto a disposição de qualquer órgão do serviço
publico estadual.
Parágrafo único – Quando, por necessidade do serviço, o servidor militar mudar a sede do seu
domicílio, terá assegurado o direito de transferência e matrícula, para si e seus dependentes, para qualquer
estabelecimento de ensino do Estado, independente de vaga e em qualquer grau.
Art. 158 – Não se aplicam as disposições deste Estatuto ao pessoal civil em serviço na Brigada
Militar.
Art. 159 – Aplicam-se aos servidores militares, nos casos omissos na presente Lei, as disposições do
Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul.
Art. 160 - Os servidores militares inativados na forma prevista pelo artigo 167, § 1º, incisos I, II e III
da Lei nº 7.138, de 30 de janeiro de 1978, são considerados promovidos ao grau hierárquico imediato,
mantendo-se inalterado o cálculo dos respectivos proventos.
Art. 161 – As Praças terão direito ao fardamento de serviço por conta do Estado, de acordo com a
tabela de distribuição elaborada pela Brigada Militar.
Art. 162 – Esta Lei entra em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao de sua publicação.
Art. 163 – Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei nº 7.138, de 30 de janeiro de
1978.
______________________________________________________________________________

LEI DE ORGANIZAÇÃO BÁSICA DA BRIGADA MILITAR (LEI Nº 10.991/97)


REGIMENTO INTERNO DA BRIGADA MILITAR
DA FINALIDADE
Art. 1 - O Regimento Interno da Brigada Militar dispõe sobre a estrutura gerencial, atribuições e normas
gerais de procedimento para os diversos níveis organizacionais da instituição.
DA COMPETÊNCIA
Art. 2º - A Brigada Militar, instituição permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na
disciplina, nos termos da Lei 10.991, de 18 de agosto de 1997, é a Polícia Militar do Estado do Rio Grande
do Sul, de acordo com o que dispõem o inciso V e os parágrafos 5º e 6º do artigo 144 da Constituição
Federal, e dos artigos 129 a 132 da Constituição do Estado, competindo-lhe:
I - executar, com exclusividade, ressalvada a competência das Forças Armadas, a polícia ostensiva, planejada
pela autoridade policial militar competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem
pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio, bem como o exercício dos poderes constituídos;
II – atuar preventivamente, como força de dissuasão, em locais ou áreas, onde se presuma ser possível a
perturbação da ordem pública;
III – atuar repressivamente, em casos de perturbação da ordem pública e no gerenciamento técnico de
situações de alto risco;
IV - exercer a polícia ostensiva de proteção ambiental;
V – executar a guarda externa dos estabelecimentos prisionais do Estado;
VI - exercer atividade de investigação criminal militar;
VII - atuar na fiscalização e controle dos serviços de vigilância particular no Estado;
VIII - exercer atividades de inteligência da Polícia Militar;
IX - executar os serviços de prevenção e de combate a incêndio, bem como a investigação de incêndios e
sinistros;
X – fiscalizar e controlar os serviços civis auxiliares de bombeiro;
XI – realizar os serviços de busca e salvamento aéreo, aquático e terrestre;
XII - executar as atividades de defesa civil;
XIII - desempenhar outras atividades previstas em lei;

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DA ESTRUTURAÇÃO
SEÇÃO I
DOS NÍVEIS GERENCIAIS
Art. 3º - A Brigada Militar estrutura-se em três níveis de gerenciamento:
I - Nível Institucional, onde são estabelecidos as ações estratégicas de planejamento, direção, organização e
controle da Brigada Militar;
II – Nível Departamental, onde são desenvolvidos as ações táticas de planejamento, direção, organização e
controle do apoio e da execução de serviços à comunidade, em cumprimento aos objetivos institucionais
traçados;
III – Nível Operacional, onde são executados as ações técnicas de apoio e de execução de serviços à
comunidade, atinentes a missão organizacional.

SEÇÃO II
DA COMPOSIÇÃO DOS NÍVEIS
Art. 4º - Compõem o nível institucional da Brigada Militar, de acordo com art. 7 da Lei n 10.991, de 18 de
agosto de 1997:
I – Comandante-Geral;
II – Subcomandante-Geral;
III - Conselho Superior;
IV - Estado Maior da Brigada Militar;
V - Corregedoria-Geral;
VI - Ajudância-Geral;
VII - Gabinete do Comandante-Geral;
VIII – Comissão de Avaliação e Mérito.
Art. 5º - Compõem o nível departamental de apoio:
I – Departamento de Ensino;
II – Departamento de Logística e Patrimônio;
III - Departamento de Saúde;
IV – Departamento Administrativo;
V – Departamento de Informática;
VI - Comando do Corpo de Bombeiros.
Art. 6º - Compõem o nível departamental de execução da prestação de serviços à comunidade:
I - Os Comandos Regionais de Polícia Ostensiva;
II - Os Comandos Regionais de Bombeiro;
III - O Comando dos Órgãos de Policia Militar Especiais.
Art. 7º - Compõem o nível operacional de apoio:
I – Os Órgãos de Polícia Militar de Ensino;
II – Os Órgãos de Polícia Militar de Logística;
III – Os Órgãos de Polícia Militar de Saúde.
Art. 8º - Compõem o nível operacional de prestação de serviços à comunidade:
I - os Órgãos de Polícia Militar de Polícia Ostensiva;
II - os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro;
III - os Órgãos de Polícia Militar Especiais.
SEÇÃO III
DA ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS
Art. 9º - O Estado-Maior da Brigada Militar estrutura-se em:
I – Chefe;
II – Seção de Análise de Pessoal;
III – Seção de Inteligência Organizacional;
IV – Seção de Análise de Logística e Orçamento;
V – Seção de Análise da Imagem Institucional;
VI – Seção de Análise Operacional.
Art. 10 - A Corregedoria-Geral estrutura-se em:
I – Corregedor-Geral;
II – Seção de Justiça e Disciplina;

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III – Seção de Feitos Especiais;


IV - Seção de Correição;
V - Seção Administrativa.
Art. 11 - A Ajudância-Geral estrutura-se em:
I – Ajudante-Geral;
II - Seção de Pessoal;
III - Seção Administrativa.
Art. 12 - O Gabinete do Comandante-Geral estrutura-se em:
I – Chefe;
II – Assessoria Jurídica;
III - Assessoria de Comunicação Social;
IV - Assessoria de Auditagem;
V – Secretaria Executiva;
VI – Seção Administrativa.
Art. 13 - A Comissão de Avaliação e Mérito estrutura-se em:
I – Subcomissão de Avaliação e Mérito de Oficiais;
II - Subcomissão de Avaliação e Mérito de Praças.
Parágrafo único – As Subcomissões, além do colegiado que as compõem, contarão com uma secretaria,
incumbida da execução das tarefas e rotinas administrativas a seu cargo, na forma da legislação específica.
Art. 14 - O Departamento de Ensino estrutura-se em:
I – Diretor;
II – Divisão de Logística e Orçamento;
III - Divisão de Ensino e Treinamento;
IV - Divisão Administrativa.
Art. 15 - O Departamento de Logística e Patrimônio estrutura-se em:
I – Diretor;
II – Divisão Administrativa;
III - Divisão de Logística;
IV - Divisão de Patrimônio;
V - Divisão Técnica.
Art. 16 - O Departamento de Saúde estrutura-se em:
I – Diretor;
II - Divisão de Saúde Humana;
III - Divisão de Saúde Animal;
IV - Divisão Administrativa.
Art. 17 - O Departamento Administrativo estrutura-se em:
I – Diretor;
II – Divisão de Pessoal;
III – Divisão de Finanças;
IV - Divisão de Auditoria;
V - Divisão Técnica.
Art. 18 - O Departamento de Informática estrutura-se em:
I – Diretor;
II – Divisão de Gerência Técnico-Operacional;
III - Divisão de Gerência de Informações;
IV - Divisão de Gerência de Redes;
V - Divisão Administrativa.
Art. 19 – O Comando do Corpo de Bombeiros estrutura-se em:
I - Comandante;
II - Divisão Técnica de Prevenção de Incêndio e Investigação;
III - Divisão de Operações e de Defesa Civil;
IV - Divisão Administrativa.
Art. 20 - O Comando dos Órgãos de Polícia Militar Especiais estrutura-se em:
I – Comandante;
II - Estado-Maior, compreendendo:
a) Chefe;
b) Seção de Efetivo e Legislação;

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c) Seção de Inteligência, Operações e Treinamento;


d) Seção de Logística, Patrimônio e Orçamento.
Art. 21 - Os Comandos Regionais estruturam-se em:
I – Comandante;
II - Estado-Maior, compreendendo:
a) Chefe;
b) Seção de Efetivo e Legislação;
c) Seção de Inteligência, Operações e Treinamento;
d) Seção de Logística, Patrimônio e Orçamento.
§ 1º - Os Comandos Regionais de Bombeiros, além das Seções previstas neste artigo, contarão com uma
Seção de Prevenção de Incêndio.
§ 2º - As denominações e áreas de responsabilidade territorial dos Comandos Regionais de Policiamento
Ostensivo e de Bombeiros, serão definidas pelo Comando da Corporação, mediante Portaria.
§ 3º- O Comando dos Órgãos de Polícia Militar Especiais compõem-se dos seguintes OPM:
I – Batalhão de Policia Rodoviária Estadual;
II – Batalhão de Policia Ambiental;
III – Batalhão de Policia Fazendária;
IV - Grupamento de Policia Militar Aéreo;
V – Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas;
VI – Esquadrão de Guarda Externa dos Presídios de Porto Alegre.
Art. 22 - Os Órgãos Operacionais de execução do apoio estruturam-se em:
I - Órgãos de Ensino, compreendendo:
a) A Academia de Polícia Militar, estruturada em:
1) Comandante;
2) Seção Administrativa;
3) Centro de Ensino Superior;
4) Centro de Ensino Técnico;
b) Instituto de Pesquisa da Brigada Militar, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Pesquisa e Extensão.
c) Museu da Brigada Militar, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Acervo.
d) Escola Técnica de Polícia Militar de Santa Maria, estruturada em:
1) Comandante;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Ensino;
4) Seção de Comando.
e) Escola Técnica de Polícia Militar de Montenegro, estruturada em:
1) Comandante;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Ensino;
4) Seção de Comando.
f) Escola de Bombeiros, estruturada em:
1) Comandante;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Ensino;
4) Seção de Comando.
g) Escola de Educação Física da Brigada Militar, estruturada em:
1) Comandante;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Ensino;
4) Seção de Comando.
I - Órgãos de Logística, compreendendo:
a) Centro de Intendência, estruturado em:

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1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Recebimento e Distribuição;
4) Seção de Oficinas.
b) Centro de Obras, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Recebimento e Distribuição;
4) Seção de Patrimônio e Obras.
c) Centro de Comunicações, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Recebimento e Distribuição;
4) Seção de Manutenção de Redes.
d) Centro de Material Bélico, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Recebimento e Distribuição;
4) Seção de Manutenção.
e) Centro de Subsistência, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Recebimento e Distribuição.
f) Centro de Motomecanização, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Recebimento e Distribuição;
4) Seção de Oficinas.
g) Companhia Logística, estruturada em:
1) Comandante;
2) Seção Administrativa;
3) Seção de Operações.
III – Órgãos de Policia Militar de Saúde, compreendendo:
a) Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre, estruturado em:
1) Diretor-Geral;
2) Diretor Administrativo;
3) Diretor Técnico;
4) Seção Administrativa;
5) Seção Técnica.
b) Hospital da Brigada Militar de Santa Maria, estruturado em:
1) Diretor-Geral;
2) Diretor Administrativo;
3) Diretor Técnico;
4) Seção Administrativa;
5) Seção Técnica.
c) Centro Médico-Odontológico da Brigada Militar, estruturado em:
1) Chefe;
2) Seção Técnico-Administrativa;
3) Policlínica das Área Médica e/ou Odontológica.
Art. 23 - Os órgãos de execução em nível operacional de prestação de serviços à comunidade estruturam-se
em:
I – Órgão de Polícia Militar de Polícia Ostensiva, poderão ter os seguintes designativos:
a) Batalhões, Regimentos e Destacamentos Especiais;
b) Companhias e Esquadrões;
c) Pelotões;
d) Grupos.
II – Os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiros, poderão ter os seguintes designativos:

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a) Grupamento de Bombeiro;
b) Subgrupamento de Bombeiro;
c) Subgrupamento de Busca e Resgate;
d) Seção de Bombeiro;
e) Seção de Busca e Resgate;
f) Grupo de Combate à Incêndio;
III – Órgãos de Policia Militar Especiais, compreendendo:
a) Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual, estruturado em:
1) Comandante;
2) Subcomandante;
3) Estado-Maior, compreendendo:
(a) Assessoria de Efetivo e Logística;
(b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;
4) Companhia de Polícia Rodoviária;
5) Pelotão de Polícia Rodoviária;
6) Grupo de Polícia Rodoviária.
b) Batalhão de Polícia Ambiental, estruturado em:
1) Comandante;
2) Subcomandante;
3) Estado-Maior, compreendendo:
(a) Assessoria de Efetivo e Logística;
(b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;
4) Companhia de Polícia Ambiental.
5) Pelotão de Polícia Ambiental;
6) Grupo de Polícia Ambiental.
c) Batalhão de Polícia Fazendária, estruturado em:
1) Comandante;
2) Subcomandante;
3) Estado-Maior, compreendendo:
a) Assessoria de Efetivo e Logística;
b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;
4) Companhia de Polícia Fazendária;
5) Pelotão de Polícia Fazendária;
6) Grupo de Polícia Fazendária.
d) Grupamento de Polícia Militar Aéreo, estruturado em:
1) Comandante;
2) Assessoria Administrativa;
3) Assessoria Técnica;
e) Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guarda, estruturado em:
1) Comandante;
2) Assessoria Administrativa;
3) Assessoria de Registro e Licenciamento;
4) Assessoria de Controle e Fiscalização.
g) Esquadrão de Guarda Externa de Presídios de Porto Alegre, estruturado em:
1) Comandante;
2) Subcomandante;
3) Pelotão de Guarda.
IV - Batalhão de Operações Especiais (Porto Alegre e Santa Maria), estruturados em:
1) Comandante;
2) Subcomandante;
3) Estado-Maior, compreendendo:
(a) Assessoria de Efetivo e Logística;
(b) Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;
4) Companhia de Operações Especiais.
§ 1º - Os Órgãos de Polícia Militar Batalhão e Regimento contarão, em sua estrutura, com:
I – Comandante;
II - Subcomandante;

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III – Assessoria de Efetivo e Logística;


IV – Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;
V – Companhia ou Esquadrão de Polícia militar;
VI - Pelotão de Operações Especiais.
VII – Grupo de Operações Especiais.
§ 2º - Os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro Grupamento contarão, em sua estrutura, com:
I – Comandante;
II - Subcomandante;
III – Assessoria de Prevenção de Incêndio;
IV – Assessoria de Efetivo e Logística;
V – Assessoria de Inteligência, Operações e Treinamento;
VI – Subgrupamento de Bombeiro e/ou Subgrupamento de Busca e Resgate;
VII – Seção de Bombeiro e/ou Busca e Resgate.
§ 3 - Os Órgãos de Polícia Militar Companhia e Esquadrão contarão em sua estrutura, com:
I – Comandante;
II – Pelotão de Polícia Ostensiva;
III - Grupo de Polícia Militar;
IV – Grupo de Operações Especiais.
§ 4 - Os Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro Subgrupamento contarão em sua estrutura, com:
I – Comandante;
II – Seção de Bombeiro e/ou Seção de Busca e Resgate;
III – Seção de Prevenção de Incêndio;
§ 5 - Os OPM de Polícia Ostensiva de valores Pelotão e Grupo e os OPM de Bombeiro de valores Seção e
Subseção, poderão contar, de acordo com o que lhes seja previsto em Quadro de Organização, com:
I – Comandante;
II – Grupo de Polícia Militar;
III - Patrulheiro ou Combatente.
DO PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO
DO PLANEJAMENTO
Art. 24 – A função administrativa de planejamento da Brigada Militar é feita em três níveis, que determinam
o encadeamento e a especificidade das respectivas abrangências com vista aos objetivos organizacionais.
§ 1º – O planejamento estratégico está a cargo dos órgãos de direção, integrantes do nível institucional da
Organização.
§ 2º – O planejamento tático de apoio está a cargo dos Departamentos e o de execução da prestação de
serviços à comunidade a cargo dos Comandos Regionais de Polícia Ostensiva, Especiais e de Bombeiro.
§ 3º – O planejamento operacional de apoio está a cargo dos órgãos de execução do apoio, e o planejamento
operacional da prestação de serviços à comunidade está a cargo dos Órgãos de Polícia Ostensiva, Especiais e
de Bombeiro.
DA ORGANIZAÇÃO
Art. 25 – A organização da Brigada Militar obedece, em seus três níveis, a técnica da linha-staff e estabelece
dois ambientes de desempenho das atividades em função do grau de percepção do cidadão, constando do
Anexo I, o desenho organizacional.
Art. 26 - O Organograma dos Departamentos, do Comando do Corpo de Bombeiros, dos Comandos
Regionais de Polícia Ostensiva, Comando de Operações Especiais e Comandos Regionais de Bombeiros,
deve observar a definição entre as atividades do apoio e da execução.
Art. 27 - O Organograma dos Órgãos de Polícia Militar deve observar a divisão entre as atividades voltadas
para o funcionamento do próprio órgão e aquelas destinadas a atender ao cidadão.
Art. 28 - A organização, no nível operacional, deve incluir a descrição dos cargos e das tarefas a executar,
empregando o auxílio de fluxogramas.
DA DIREÇÃO
Art. 29 - O processo decisório na esfera da prestação de serviço e de apoio à comunidade, devem possibilitar
uma melhor articulação operacional e agilidade nas áreas de responsabilidade.
Art. 30 – Todos os níveis de comando devem estimular a participação do escalão subordinado envolvendo o
público interno.
DO CONTROLE
Art. 31 – A atividade de controle é exercida nos três níveis de planejamento, conforme referidos no art. 22.
Parágrafo único – O controle é exercido de duas formas:

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I – através da avaliação dos recursos, por intermédio dos:


a) padrões de quantidade;
b) padrões de qualidade;
c) padrões de tempo;
d) padrões de custo.
II – através da avaliação dos resultados obtidos, por intermédio de pesquisas quantitativas e qualitativas dos:
a) padrões de valor agregado à prestação de serviços, na visão do cidadão;
b) padrões de evolução de melhorias dos processos organizacionais;
c) padrões de inserção na mídia;
d) padrões relativos ao envolvimento dos outros Órgãos;
e) padrões de desempenho.
Art. 32 - O controle estratégico tem caráter global em função dos objetivos institucionais, podendo ser
aplicado para medir o esforço total da Organização, áreas territoriais ou específicas.
§ 1º - O nível de controle estratégico é avaliado a partir das informações internas oriundas dos
Departamentos e dos Comandos Regionais, e externas, do ambiente de satisfação dos segmentos da
cidadania.
§ 2 º - São recursos para a avaliação organizacional:
I – orçamento-programa de trabalho, conforme modelo no Anexo IV a este Regimento Interno;
II - balanço social, conforme modelo no Anexo II a este Regimento Interno;
III – estrutura básica de projeto, conforme modelo no Anexo III a este Regimento Interno;
IV - balanço de capacitação;
V - indicadores de desempenho e resultados;
VI – Avaliação da satisfação das metas previstas no planejamento estratégico
VII – relatórios;
VIII - inspeções e visitas.
Art. 33 – O nível de controle tático, é exercido no âmbito dos Departamentos, Comandos Regionais e
Especiais e é estabelecido em função dos objetivos organizacionais.
§ 1º - São instrumentos de controle:
I – controle da execução orçamentária;
II - relatórios;
III - indicadores de desempenho e resultados;
IV - inspeções e visitas.
§ 2º - São rotinas de controle:
a) avaliação dos resultados obtidos em função das metas e objetivos estabelecidos no planejamento tático;
b) avaliação dos resultados obtidos sobre as variáveis intervenientes no processo de gestão;
c) resultados obtidos em razão dos recursos disponíveis e dos recursos empregados;
d) grau de satisfação da prestação de serviço;
e) grau de satisfação do publico interno;

DA AÇÃO ORGANIZACIONAL
Art. 34 – A ação organizacional nos níveis institucional, departamental e operacional, visa à busca da
eficiência, através da racionalidade técnica dos meios, recursos e conhecimentos.

DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO


Art. 35 - Compete ao Comandante-Geral, a administração da Brigada Militar.
Art. 36 – Compete ao Conselho Superior assessorar diretamente o Comandante-Geral na formulação dos
cenários internos e externos, nas elevadas questões institucionais.
Art. 37 – Compete ao Subcomandante-Geral, além das atribuições previstas na Lei de Organização
Básica, as ações de assessoramento ao Comandante-Geral no nível institucional e ações de coordenação
nos níveis departamental e operacional da Brigada Militar.
Art. 38 - Compete ao Estado-Maior da Brigada Militar:
I – elaborar, coordenar e acompanhar a implantação do Plano Estratégico da Corporação;
II - elaborar, implantar, analisar e acompanhar os indicadores de controle da Corporação;
III - elaborar estudos de estado-maior sobre temas de abrangência Institucional ou por determinação do
Comando-Geral;
IV – analisar as propostas de normatizações encaminhadas pelo nível departamental;
V – estudar, redigir e expedir as normas de iniciativa do Comando da Instituição;

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VI – supervisionar e avaliar o desempenho dos escalões nos níveis departamentais e de execução da Brigada
Militar.
Art. 39 – Compete à Corregedoria-Geral:
I - elaborar o regulamento de estágio probatório e avaliar seus resultados quando da aplicação aos servidores
militares;
II - exercer a apuração de responsabilidade criminal, administrativa ou disciplinar;
III – fiscalizar as atividades dos órgãos e servidores da Brigada Militar, realizando inspeções e correições,
sugerindo medidas necessárias ou recomendáveis para a racionalização e eficiência dos serviços;
IV – manter o controle quantitativo e qualitativo das decisões administrativo-disciplinares adotadas na
Corporação, equacionando, através de Súmulas, as dúvidas de interpretação da legislação, a fim de
uniformizar procedimentos;
V – normatizar o exercício da polícia judiciária militar no âmbito da Corporação;
VI – providenciar, junto a qualquer autoridade, certidões, diligências, exames, pareceres técnicos e
informações indispensáveis ao bom desempenho de sua função;
VII – editar o Boletim Disciplinar por círculo hierárquico.
VIII - regular, controlar, acompanhar, remeter e adotar procedimentos, cumprindo as demais rotinas
definidas institucionalmente;
Art. 40 – Compete a Ajudância-Geral:
I – administrar a segurança e os serviços gerais do Quartel do Comando-Geral;
II - administrar a Banda de Música do Quartel do Comando-Geral e supervisionar as demais Bandas;
III – coordenar o funcionamento do Sistema de Correio da Brigada Militar;
IV – controlar e prestar apoio em efetivo e logística aos órgãos sediados no Quartel do Comando-Geral;
V – editar o Boletim Geral da Corporação;
VI - manter o arquivo geral do Quartel do Comando-Geral;
VII - cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.
Art. 41 - Compete ao Gabinete do Comandante-Geral o assessoramento direto ao Comandante-Geral, e
suporte técnico às ações do Subcomandante-geral.
Art. 42 – Compete a Comissão de Avaliação e Mérito o assessoramento permanente ao Comandante-Geral
nos processos de promoções das carreiras e concessão de distinções a oficiais, praças e autoridades civis.
Parágrafo único - A Comissão de Avaliação e Mérito está estruturada em:
I - Subcomissão de Avaliação e Mérito de Oficiais, presidida pelo Subcomandante-geral;
II - Subcomissão de Avaliação e Mérito de Praças, presidida pelo Chefe do Estado Maior.

DOS ÓRGÃOS DEPARTAMENTAIS DE APOIO


Art. 43 – Ao Departamento de Ensino compete:
I - propor e executar as diretrizes de ensino, instrução e pesquisa emanadas do comando da Brigada Militar;
II – elaborar o planejamento anual de ensino, instrução e pesquisa da Brigada Militar;
III – fiscalizar e controlar as atividades de formação, especialização e aperfeiçoamento de oficiais e praças,
assim como as atividades de treinamento e pesquisa, com base nas Diretrizes do Comando-Geral;
IV - propiciar o atingimento das metas específicas por parte dos seus órgãos de execução;
V – supervisionar o desenvolvimento das atividades de ensino, instrução e pesquisa atribuída aos órgãos
integrantes da sua estrutura organizacional;
VI - estabelecer unidade pedagógica e doutrinária que assegure a uniformidade de atuação dos órgãos
subordinados;
VII – estruturar os cursos, treinamentos e concursos, submetendo a proposta à aprovação do Comando-
Geral;
VIII – promover e incentivar a realização de pesquisas e estudos com vistas ao aprimoramento do ensino e
instrução voltados ao desenvolvimento institucional;
IX – definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo orientação do
Comando-Geral;
X – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.
Art. 44 – Compete ao Departamento de Logística e Patrimônio:
I – propor e executar as diretrizes de logística e patrimônio aprovadas pelo comando;
II - elaborar o planejamento logístico anual, definindo os objetivos institucionais;
III – adquirir, distribuir, armazenar, realizar a manutenção de bens e a contratação de obras e serviços,
efetivar o controle patrimonial, dentre outras atividades próprias da área de Logística, através de seus órgãos
subordinados;

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IV - elaborar o Boletim Reservado de Material Permanente, Bélicos e Semoventes, destinados ao controle


patrimonial da Corporação;
V - propiciar o atingimento das metas específicas por parte dos seus órgãos de execução;
VI – definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo orientação
do Comando-Geral;
VII – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.
Art. 45 – Compete ao Departamento de Saúde:
I – propor e executar as diretrizes de saúde física e mental emanadas do comando da Brigada Militar;
II – normatizar, planejar, executar e controlar, em consonância com o Comando, as políticas de Saúde da
Corporação;
III – controlar e propor convênios aos serviços de saúde não orgânicos, necessários ao funcionamento dos
Órgãos de Saúde da Brigada Militar;
IV – responder na atividade de suprimentos, pelo recebimento, armazenagem, distribuição e utilização dos
itens necessários ao funcionamento dos órgãos de execução do Departamento;
V – planejar, controlar e fiscalizar as atividades de Saúde em função dos objetivos organizacionais;
VI – definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo orientação do
Comando-Geral;
VII – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

Art. 46 – Compete ao Departamento Administrativo:


I – propor e executar as diretrizes de recursos humanos, orçamentária e financeira aprovadas pelo Comando
da Brigada Militar;
II - estabelecer a política de pessoal quanto ao recrutamento, seleção, movimentação, mobilização,
identificação e distribuição dos recursos humanos para o desempenho das atividades organizacionais da
Brigada Militar;
III – liberar, distribuir, orientar, acompanhar e controlar os recursos orçamentários da Instituição;
IV – auditar, controlar, fiscalizar, orientar a gestão financeira, orçamentária e de recursos humanos, no
âmbito da Corporação;
V – normatizar, orientar, controlar e realizar os processos de inativações do quadro de pessoal da instituição;
VI – controlar, publicar, encaminhar e realizar a concessão de benefícios atinentes ao pessoal da Corporação;
VII – acompanhar a evolução da matriz remuneratória e a situação salarial da Corporação;
VIII - executar a despesa corrente de pessoal;
IX – elaborar e encaminhar a proposta orçamentária da Corporação ao Comando-Geral;
X – definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo orientação
do Comando-Geral;
XI – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.
Art. 47 – Compete ao Departamento de Informática:
I –executar as diretrizes de informática emanada do Comando da Brigada Militar;
II - planejar e controlar os serviços de gerenciamento eletrônico de dados da Brigada Militar em função dos
objetivos organizacionais;
III – gerenciar a instalação e o uso de rede de informações da corporação ao público externo (Internet) e ao
público interno (Intranet);
IV – executar a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de informática da corporação;
V – desenvolver programas de gerenciamento nos módulos de pessoal, logística, treinamento e operacional;
VI – definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo orientação do
Comando-Geral;
VII – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.
Art. 48 – Compete ao Comando do Corpo de Bombeiros:
I – executar as diretrizes emanadas do Comando da Brigada Militar;
II – planejar, organizar, fiscalizar, controlar, coordenar, instruir, apoiar e reconhecer o funcionamento dos
serviços civis auxiliares de bombeiros;
III – desenvolver e coordenar a investigação de incêndios e sinistros;
IV - elaborar e emitir resoluções e normas técnicas para disciplinar e segurança contra incêndios e sinistros;
V – definir junto aos órgãos subordinados a política de gestão administrativa, segundo orientação do
Comando-Geral;
VI – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

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DOS ÓRGÃOS DE NÍVEL DEPARTAMENTAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À


COMUNIDADE
Art. 49 – Compete aos Comandos Regionais de Polícia Ostensiva:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do comando da Brigada Militar;
II – planejar, editar, coordenar e estabelecer a política de comando de polícia ostensiva na área de
responsabilidade em consonância com o Comando-Geral da Brigada Militar;
III - exercer a ação disciplinar e a Polícia Judiciária Militar em sua circunscrição territorial;
IV - exercer o controle, através de padrões de desempenho e de resultados, estabelecidos com base nos
objetivos organizacionais regionais decorrentes do alinhamento aos objetivos institucionais;
V – centralizar no Comando os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados;
VI – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.
Art. 50 – Compete aos Comandos Regionais de Bombeiro:
I - executar as diretrizes de bombeiros emanadas do comando da Brigada Militar;
II – planejar, editar, coordenar e estabelecer a política de comando de prevenção e combate ao incêndio na
área de responsabilidade em consonância com o Comando-Geral da Corporação;
III - exercer a ação disciplinar e a Polícia Judiciária Militar em sua circunscrição territorial;
IV – fiscalizar, controlar, coordenar, instruir e apoiar o funcionamento dos serviços civis auxiliares de
bombeiros;
V -.planejar, estudar, analisar, vistoriar, controlar, fiscalizar, aprovar e interditar atividades, equipamentos,
projetos e planos de proteção e prevenção contra incêndios, pânicos, desastres e catástrofes em todas as
edificações, instalações, veículos, embarcações e outras atividades que ponham risco a vida, o meio ambiente
e patrimônio, respeitada a competência de outros órgãos;
VI – realizar a investigação de incêndios e sinistros;
VII - avaliar e autorizar a instalação de sistemas ou centrais de alarmes privados contra incêndios;
VIII – centralizar no Comando os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados;
IX – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.
Art. 51 – Compete ao Comando dos Órgãos de Polícia Militar Especiais:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do comando da Brigada Militar;
II – planejar, editar, coordenar e estabelecer a política de comando de polícia ostensiva na área de
responsabilidade em consonância com o Comando-Geral da Brigada Militar;
III - exercer a ação disciplinar e a Polícia Judiciária Militar em sua circunscrição territorial;
IV - exercer o controle, através de padrões de desempenho e de resultados, estabelecidos com base nos
objetivos organizacionais regionais decorrentes do alinhamento aos objetivos institucionais;
V – exercer a polícia ostensiva de proteção ambiental, fiscalização da caça amadorística e da pesca artesanal;
VI – centralizar no Comando os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados;
VII – cumprir as demais rotinas definidas institucionalmente.

DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO DO APOIO


DOS ÓRGÃOS DE ENSINO
Art. 52 – Compete à Academia de Polícia Militar:
I – formar, habilitar e especializar os servidores das carreiras de nível superior, através do Centro de Ensino
Superior, de acordo com as exigências das respectivas carreiras e segundo critérios das competências
essenciais requeridas pela evolução do perfil profissional;
II - formar, habilitar e especializar os servidores das carreiras de nível médio, através do Centro de Ensino
técnico, de acordo com as exigências das respectivas carreiras e segundo critérios das competências
essenciais requeridas pela evolução do perfil profissional;
III - planificar as suas atividades de acordo com as metas imediatas, desenvolvendo programas,
procedimentos, métodos e normas em função dos objetivos ajustados com o Departamento de Ensino;
IV – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.
Art. 53 –Compete a Escola Técnica Policial Militar de Santa Maria:
I - formar, habilitar e especializar os servidores militares da Carreira de nível médio;
II - habilitar, aperfeiçoar e especializar as praças da Brigada Militar, de acordo com as exigências das
respectivas carreiras e segundo critérios das competências essenciais requeridas pela evolução do perfil
profissional.
III – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.
Art. 54 - Compete a Escola Técnica Policial Militar de Montenegro:
I - formar, habilitar e especializar os servidores militares da carreira de nível médio;

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II - habilitar, aperfeiçoar e especializar as praças da Brigada Militar, de acordo com as exigências das
respectivas carreiras;
III – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.
Art. 55 - Compete a Escola de Bombeiros:
I – formar e especializar os servidores militares para as atividades de bombeiro;
II – instruir e especializar os bombeiros integrantes dos serviços civis auxiliares de bombeiros;
III – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.
Art. 56 - Compete a Escola Educação Física da Brigada Militar:
I - especializar os servidores militares na área de Educação Física, desenvolver programas de incentivo à
atividade e à saúde física;
II - desenvolver programas de incentivo à atividade física como fator de saúde e de melhoria no desempenho
profissional;
III - planejar, organizar e coordenar as competições esportivas do pessoal da Brigada Militar;
IV – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.
Art. 57 - Compete ao Instituto de Pesquisas da Brigada Militar:
I – desenvolver, acompanhar e avaliar programas e projetos de pesquisas, estudos técnicos, e obras quanto a
sua pertinência, validade, utilidade, formalística, aplicabilidade e ineditismo;
II – elaborar projetos e proceder a pesquisas encomendadas pelo escalão superior ou de iniciativa do OPM;
III – difundir o conhecimento produzido para a comunidade, buscando sua aplicação no exercício das
atividades constitucionais da Brigada Militar;
IV – apoiar e coordenar as investigações científicas, no âmbito da instituição, em todas as áreas do
conhecimento;
V - efetuar o intercâmbio técnico-científico com organizações de pesquisa;
VI - manter o cadastro dos pesquisadores, pesquisas e entidades afins;
VII – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

Art. 58 - Compete ao Museu da Brigada Militar:


I - responsabilizar pelo acervo histórico e cultural da Brigada Militar;
II - guardar, inventariar, identificar, localizar, conservar e restaurar objetos, obras e documentos de valor
histórico e cultural para a Brigada Militar;
III - organizar e realizar mostras e exposições das atividades culturais, e incentivar a difusão estudos e
pesquisas da história da Brigada Militar;
IV - desenvolver e a pesquisa da história da Brigada Militar;
V – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Ensino.

DOS ÓRGÃOS DE LOGÍSTICA


Art. 59 – Ao Centro de Intendência compete:
I – exercer o controle dos materiais de intendência existentes na Corporação, até o nível de município,
segundo as especificações e padronização institucionalmente definidas;
II – planejar, receber, armazenar e distribuir o material de intendência da Brigada Militar;
III - cumprir os objetivos e metas ajustados com o Departamento de Logística e Patrimônio, visando atingir
as metas de desempenho pré-definidas;
IV – controlar os ítens de suprimento e efetivar a distribuição conforme planejamento;
V – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.
Art. 60 - Ao Centro de Obras compete:
I – exercer o controle dos materiais e obras da Corporação, até o nível de município, segundo as
especificações e padronização institucionalmente definidas;
II - planejar, receber, armazenar e distribuir do material de obras da Brigada Militar;
III – elaborar projetos, acompanhar, executar e assumir a responsabilidade técnica dos serviços de
engenharia, de obras e manutenção predial;
IV – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.
Art. 61 - Ao Centro de Comunicações compete:
I – exercer o controle dos equipamentos e materiais de Comunicação existentes na Corporação, até o nível de
município, segundo as especificações e padronização institucionalmente definidas;
II - planejar, receber, armazenar e distribuir e realizar a manutenção do material de comunicações da Brigada
Militar;

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303

III – elaborar o projeto básico para instalações de redes de rádio-comunicação e controlar os registros de
redes e licenças do funcionamento das estações junto aos órgãos competentes;
IV – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.
Art. 62 - Ao Centro de Material Bélico compete:
I – exercer o controle do armamento, da munição, dos agentes químicos e de equipamentos defensivos
empregados pela Brigada Militar, até o nível de município, segundo as especificações e padronização
institucionalmente definidas;
II - planejar, receber, armazenar, distribuir e realizar a manutenção do armamento, munição, agentes
químicos e equipamentos defensivos de uso na Brigada Militar;
III - produzir e distribuir suprimentos específicos destinados ao treinamento da tropa;
IV – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.
Art. 63 – Ao Centro de Subsistência compete:
I – exercer o controle do material de subsistência empregados pela Brigada Militar, até o nível de município,
segundo as especificações e padronização institucionalmente definidas;
II - planejar, receber, armazenar e distribuir o material de subsistência;
III – executar ou fornecer os meios ou ainda refeições para os refeitórios existentes na Corporação, conforme
definição institucional;
IV – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.
Art. 64 – Ao Centro de Motomecanização compete:
I – exercer o controle do material de motomecanização empregados pela Brigada Militar, até o nível de
município, segundo as especificações e padronização institucionalmente definidas;
II - planejar, receber, armazenar, distribuir e realizar a manutenção do material de motomecanização;
III – realizar o registro, licenciamento e demais rotinas tendentes à regularização dos veículos e demais
meios de transportes em uso na Corporação, na conformidade da legislação e normas do Estado para o
controle da frota;
IV – realizar a perícia técnica em material de motomecanização;
V – estruturar e operacionalizar a seleção e reciclagem de condutores de viaturas da BM;
VI – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.
Art. 65 - À Companhia de Apoio Logístico compete:
I - fornecer suporte logístico para apoiar ações e operações ordinárias ou de cunho extraordinário na
atividade de polícia ostensiva, bombeiro ou outra determinada pelo Comando-Geral;
II – realizar ações tendentes ao cumprimento de tarefas determinadas pelo Departamento de Logística e
Patrimônio;
III – cumprir as demais rotinas definidas pelo Departamento de Logística e Patrimônio.

DOS ÓRGÃOS DE SAÚDE


Art. 66 – Ao Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre compete:
I - dar assistência médico-ambulatorial e hospitalar aos servidores militares e civis, ativos e inativos e a seus
dependentes, e em caráter excepcional, aos servidores militares de outras polícias militares;
II - desenvolver atividades preventivas de saúde à clientela que lhe compete dar assistência;
III – cumprir os objetivos, metas e demais rotinas definidas pelo Departamento de Saúde.
Art. 67 - Ao Hospital da Brigada Militar de Santa Maria compete:
I - dar assistência médico-ambulatorial e hospitalar aos servidores militares e civis, ativos e inativos e a seus
dependentes, e em caráter excepcional, aos servidores militares de outras polícias militares;
II - desenvolver atividades preventivas de saúde à clientela que lhe compete dar assistência;
III – cumprir os objetivos, metas e demais rotinas definidas pelo Departamento de Saúde.
Art. 68 - Ao Centro Médico-Odontológico compete:
I - dar assistência médico-odontológica em nível ambulatorial aos servidores militares e civis, ativos e
inativos e a seus dependentes, e em caráter excepcional, aos servidores militares de outras polícias militares;
II - desenvolver atividades preventivas de saúde à clientela que lhe compete dar assistência;
III – cumprir os objetivos, metas e demais rotinas definidas pelo Departamento de Saúde.

DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE


DOS ÓRGÃOS DE POLÍCIA OSTENSIVA
Art. 69– Compete aos Órgãos de Polícia Militar de Polícia Ostensiva:

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I - aplicar no seu espaço territorial o planejamento das ações de polícia ostensiva;


II - executar o controle diário do pessoal, material e das operações através de rotinas de supervisão, em
função dos padrões de desempenho e dos resultados decorrentes dos objetivos e metas estabelecidos;
III - planejar e executar, em nível operacional, as tarefas e rotinas de polícia ostensiva em função do
planejamento regional, no âmbito do seu respectivo município;
IV - planificar as suas ações para os objetivos de proteção ao cidadão;
V – regular, controlar, acompanhar, remeter e adotar procedimentos, cumprindo as demais rotinas definidas pelo
Comando Regional.
DOS ÓRGÃOS DE BOMBEIRO
Art. 70 – Compete aos Órgãos de Polícia Militar de Bombeiro:
I – aplicar no seu espaço territorial o planejamento das ações de bombeiro;
II - executar o controle diário do seu pessoal, material e operações, através de rotinas de supervisão em
função dos padrões de desempenho e dos resultados decorrentes dos objetivos e metas estabelecidos;
III – exercitar as relações com os grupos sociais, que permitam o desenvolvimento da missão constitucional
da Brigada Militar, na área de bombeiro, no seu espaço territorial.
IV – planejar e executar as tarefas e rotinas de bombeiro em função do planejamento regional, no âmbito da
respectiva área de ação;
V– regular, controlar, acompanhar, remeter e adotar procedimentos, cumprindo as demais rotinas definidas pelo
Comando Regional.
DOS ÓRGÃOS DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
Art. 71 – Ao Batalhão de Polícia Rodoviária compete:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;
II – aplicar, no seu espaço territorial, o planejamento das ações de polícia rodoviária;
III – controlar a carga do material pertencente ao DAER e a disposição do OPM;
IV - regular e exercer o controle, no âmbito da sua competência, a atuação das frações subordinadas;
V - planejar e executar as tarefas e rotinas de polícia ostensiva nas rodovias estaduais e nas federais mediante
convênio;
VI – cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.
Art. 72 - Ao Batalhão de Polícia Ambiental compete:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;
II - cumprir e fazer cumprir a legislação ambiental;
III – exercer a polícia ostensiva de proteção ambiental, fiscalização da caça amadorística e da pesca
artesanal;
IV - exercer o controle sobre as suas frações através de padrões de desempenho e de resultados
estabelecidos;
V - planejar e executar as tarefas e rotinas de polícia ostensiva, na área da preservação ambiental, nas
atividades de polícia florestal e outras previstas em leis ou mediante convênio;
VI - propor a realização de convênios de intercâmbio com órgãos ambientais, governamentais e não-
governamentais;
VII – cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.
Art. 73 - Ao Batalhão de Polícia Fazendária compete:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;
II - apoiar os órgãos governamentais nas ações necessárias à execução das atividades de fiscalização
fazendária;
III - exercer o controle sobre as suas frações, através de padrões de desempenho e de resultados
estabelecidos;
IV – cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.
Art. 74 - Ao Grupamento de Supervisão de Vigilância e Guardas compete:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;
II – fiscalizar e aplicar as penalidades previstas em leis e regulamentos;
III - aprovar os uniformes, fixar currículos, a natureza e a quantidade de armas e o número de vigilantes das
entidades de segurança privada;
IV - conceder autorização e expedir orientação normativa para atuação no território estadual:
a) das empresas especializadas em segurança privada;
b) das escolas de formação e capacitação de vigilantes e guardas municipais;
c) dos sistemas de segurança orgânicos de empresas que não têm como fim para a exploração

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305

da prestação de serviços a terceiros;


d) das guardas ou vigilâncias municipais;
e) das atividades assemelhadas às já mencionadas anteriormente;
f) das cooperativas de vigilantes.
V - encaminhar à autoridade competente parecer quanto ao prévio cumprimento das exigências legais fixadas
para a autorização de funcionamento de estabelecimentos financeiros;
VI - estabelecer as ligações entre a Brigada Militar e os órgãos públicos e privados no que couber à
segurança particular;
VII - cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.
Art. 75 - Ao Esquadrão de Guarda Externa de Presídios de Porto Alegre, compete:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;
II – realizar a guarda externa nos estabelecimentos prisionais de sua circunscrição de responsabilidade
territorial;
III – cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.
Art. 76 - Ao Grupamento de Polícia Militar Aéreo compete:
I - executar as diretrizes operacionais emanadas do Comando de Operações Especiais;
II – apoiar as ações de polícia ostensiva, no processo aéreo;
III - assessorar no ensino de formação, habilitação e aperfeiçoamento dos pilotos de aeronave;
IV – manter-se em nível técnico apurado na sua respectiva área;
V – cumprir as demais rotinas definidas pelo Comando de Operações Especiais.
Art. 77 – Compete ainda, aos Comandantes, Diretores e Chefes da Brigada Militar:
I – aplicar os controles sobre as rotinas, monitorando o desempenho durante o processamento das
informações;
II - aplicar os controles sobre os resultados, comparando os indicadores previamente estabelecidos;
III - avaliar o grau de satisfação, utilizando o resultado para melhorar o desempenho do sistema ou
subsistema;
IV - considerar o Órgão de Polícia Militar e suas assessorias e frações componentes, como um conjunto de
sistemas e subsistemas;
V - cumprir e fazer cumprir as normas vigentes para o desenvolvimento das atividades atribuídas ao órgão
que dirige;
VI - definir os indicadores e rotinas às quais as informações serão submetidas;
VII - dirigir a ação organizacional para o atendimento ao cidadão, monitorando o desempenho nas
atividades-meio;
VIII – executar as diretrizes fixadas pelo Comandante-Geral;

DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 78 – Ao Comandante-Geral incumbe:


I - administrar a Brigada Militar, com os poderes e deveres inerentes à função;
II - coordenar as atividades da Corporação;
III - presidir o Conselho Superior;
IV - praticar os atos administrativos de sua competência legal e regulamentar, necessários à administração da
Corporação;
V - presidir a Comissão de Avaliação e Mérito e aprovar as normas gerais de ação;
VI - cumprir às ordens recebidas do Governo do Estado, de acordo com o inciso XIII do art. 82 da
Constituição do Estado;
VII - ligar-se diretamente ao Secretário da Justiça e Segurança.
Art. 79 - Ao Subcomandante-Geral incumbe:
I - exercer as atribuições que lhe forem delegadas pelo Comandante-Geral;
II - presidir a Subcomissão de Avaliação e Mérito de Oficiais;
III - prestar assessoramento ao Comandante-Geral no desenvolvimento das atividades afetas à Brigada
Militar;
IV - substituir o Comandante-Geral nos seus impedimentos;
V – Coordenar as ações nos níveis departamental e operacional da Brigada Militar.
Art. 80 - Ao Chefe do Estado-Maior da Brigada Militar incumbe:
I - coordenar, controlar e dirigir os trabalhos do Estado-Maior;

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II - presidir a Subcomissão da Avaliação a Mérito de Praças;


III - prestar assessoramento ao Comandante-Geral;
IV - substituir o Subcomandante-Geral nos seus impedimentos;
Art. 81 - Ao Corregedor-Geral incumbe:
I - cumprir e fazer cumprir as normas legais, regulamentares e de orientação normativa fixadas para o
desenvolvimento das atividades atribuídas ao órgão que dirige;
II - executar as diretrizes fixadas pelo Comandante-Geral;
III - orientar, coordenar e controlar as atividades de correição e controle interno;
IV - exercer a apuração de responsabilidade criminal, administrativa ou disciplinar no âmbito da Corporação;
Art. 82 - Ao Ajudante-Geral incumbe:
I – controlar e prestar apoio em efetivo e logística aos órgãos sediados no Quartel do Comando-Geral;
II - executar as diretrizes fixadas pelo Comando-Geral;
III - orientar, coordenar e controlar as atividades desenvolvidas pelas chefias diretamente subordinadas.
Art. 83 - Ao Chefe de Gabinete do Comandante-Geral incumbe:
I - dirigir as atividades administrativas que forem incumbidas ao órgão;
II - estruturar internamente o órgão que dirige, organizando o funcionamento dos serviços e rotinas
administrativas a cargo de cada uma das chefias subordinadas;
III - orientar, coordenar e controlar as atividades desenvolvidas pelas chefias diretamente subordinadas, com
vista ao atingimento da destinação fixada para o órgão em suas atividades de fornecimento do apoio
administrativo necessário às necessidades do Comandante-Geral e do Subcomandante-Geral;
IV - prestar assessoramento imediato ao Comandante-Geral e ao Subcomandante-Geral.
Art. 84 - Aos Diretores de Departamentos e Comandante do CCB incumbe:
I - controlar, acompanhar os indicadores desempenho e de resultados, visando o cumprimento de orientações
normativas fixadas;
II – orientar, coordenar e controlar as atividades setoriais, decorrentes da compartimentação funcional,
estabelecendo as políticas de gestão definidas institucionalmente;
III – orientar e expedir normas complementares dentro de sua esfera de competência;
IV - centralizar os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados e cumprir as demais rotinas
institucionais.
Art. 85 - Aos Comandantes Regionais e Operações Especiais incumbe:
I - controlar, acompanhar os indicadores desempenho e de resultados, visando o cumprimento de orientações
normativas fixadas;
II – estruturar, organizar o funcionamento dos serviços e rotinas de cada um dos Comandos diretamente
subordinados;
III - orientar, coordenar e controlar as atividades dos comandos subordinados para o desenvolvimento das
atividades operacionais que lhes incumbem;
IV – planejar, editar, coordenar e estabelecer a política de comando de polícia ostensiva na área de
responsabilidade em consonância com o Comando-Geral da Brigada Militar;
V - manter-se permanentemente ligado ao Comando Geral, informando-o da situação global na sua região;
VI - visitar as autoridades constituídas e os segmentos representativos das comunidades, visando a
integração, cooperação e o comprometimento, visando a eficiência no cumprimento das missões da Brigada
Militar;
VII - ligar-se com os Órgãos de Direção-Geral e de Apoio, no trato dos assuntos que visem o cumprimento
da missão;
VIII – visitar, inspecionar e promover reuniões com os Comandantes de seus Órgãos de Polícia Militar
subordinados visando obter a melhor produtividade da tropa;
IX - presidir a passagem de Comando dos Órgãos de Polícia Militar subordinados;
X - autorizar os deslocamentos, dispensas e afastamentos temporários dos Comandantes dos Órgãos de
Polícia Militar subordinados;
XI - solicitar ao Subcomandante-Geral autorização para afastar-se da região onde está sediado;
XII - centralizar os atos de gestão administrativa dos órgãos subordinados e cumprir as demais rotinas
institucionais.
Art. 86 - Aos Comandantes e Chefes de órgãos de execução incumbe:
I - orientar, coordenar e controlar, mediante supervisão diária das rotinas e tarefas, de modo a assegurar o
atingimento das metas operacionais estabelecidas;
II – estruturar, organizar o funcionamento dos serviços e rotinas de cada um dos subsistemas diretamente
subordinados;

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307

III - executar as diretrizes fixadas pelo escalão imediatamente superior;


IV - orientar o desenvolvimento das políticas de gestão definidas para a aplicação nas atividades
desenvolvidas, no âmbito de responsabilidade dos níveis organizacionais subordinados;
V - cumprir as demais rotinas estabelecidas pelo escalão superior.
DOS PROCEDIMENTOS INSTITUCIONAIS
DOS REGIMENTOS INTERNOS
Art. 87 - Os Regimentos Internos, dos órgãos da estrutura da Brigada Militar, serão elaborados observando a
seguinte estrutura:
I - Capítulo I (Da Finalidade), onde será definida competência do órgão na estrutura da Corporação;
II - Capítulo II (Da Organização), onde constará a estruturação do órgão através da articulação e ordenação
dos seus níveis organizacionais subordinados;
III - Capítulo III (Das Competências), onde será definido o conjunto de competências reservadas aos níveis
organizacionais subordinados (divisões, seções, setores, frações operacionais internas) que integram a
estrutura do órgão, para o atingimento de sua destinação;
IV - Capítulo IV (Das Atribuições), onde serão definidas as atribuições previstas para os agentes públicos no
âmbito de exercício de seus cargos e funções, nos níveis organizacionais subordinados integrantes da
estrutura do órgão;
V - Capítulo V (Disposições Gerais), onde serão reunidas as disposições que complementam ou esclarecem
as normas estabelecidas nos Capítulos anteriores.
§ 1 - Os Regimentos Internos do Conselho Superior, do Estado Maior da Brigada Militar, da Corregedoria-
Geral, da Ajudância-Geral, do Gabinete do Comandante-Geral, da Comissão de Avaliação e Méritos, dos
Departamentos, do Comando do Corpo de Bombeiros, dos Comandos Regionais e Operações Especiais,
serão aprovados por ato do Comandante-Geral da Brigada Militar.
§ 2 - As propostas de Regimentos Internos do Conselho Superior e da Comissão de Avaliação e Mérito,
serão apresentadas pelo Subcomandante-Geral e as dos demais órgãos referidos no parágrafo anterior serão
apresentadas pelos respectivos Corregedor, Ajudante-Geral, Comandante, Diretor ou Chefe.
§ 3 - Os Regimentos Internos dos Órgãos de Polícia Militar de execução do apoio, serão aprovados por ato
do respectivo Diretor de Departamento a que estiverem subordinados, mediante proposta apresentada pelo
Comandante ou Chefe do órgão.
§ 4 - Os Regimentos Internos dos Órgãos de Polícia Militar de execução da prestação de serviço à
comunidade, serão aprovados por ato do respectivo Comandante de Comando Regional a que estiverem
subordinados, mediante proposta apresentada pelo Comandante do órgão.

DOS BOLETINS
Art. 88 – O Boletim Geral é o documento oficial de divulgação em que o Comandante-Geral publica as
ordens e atos administrativos e registra os fatos da Brigada Militar, e:
I – será confeccionado e distribuído pela Ajudância-Geral;
II – será confeccionado sucessivamente em quatro partes:
a) Serviços Diários;
b) Instrução;
c) Assuntos Gerais de Administração;
d) Justiça e Disciplina.
§ 1 - As matérias resultantes de atividades administrativas, atribuídas a órgãos específicos da estrutura da
Brigada Militar, que exijam divulgação a toda a Corporação, serão publicados no Boletim Geral,
constituindo os seguintes Anexos:
I - De Ensino, elaborado sob a responsabilidade do Departamento de Ensino;
II - De Pessoal, elaborado sob responsabilidade do Departamento Administrativo;
III - De Avaliação, Méritos e Promoções, elaborado sob responsabilidade das Subcomissões de
Avaliação e Mérito.
§ 2 - Os Diretores de Departamentos e os Presidentes de Subcomissões a que se referem os incisos do
parágrafo anterior, submeterão os Anexos à aprovação do Comandante-Geral, encaminhando-os, após, à
Ajudância-Geral, observadas as normas fixadas para a transmissão de dados, visando à inserção de
publicações no Boletim Geral.
Art. 89 - Os assuntos de Logística e Patrimônio, serão publicados pelo Departamento de Logística e
Patrimônio, no Boletim Reservado de Material Permanente, Semoventes e Material Bélico, que terá
numeração seqüencial própria;

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Art. 90 - Os atos administrativos de natureza disciplinar, serão publicados em Boletim Disciplinar, que terá
numeração seqüencial própria e devidamente divulgados em seus círculos hierárquicos;
Art. 91 - Serão editados Boletins Especiais, tão somente para publicação de matérias relativas a
comemorações de datas festivas, na forma estabelecida neste Regimento Interno, ou em eventos especiais
que o órgão organize ou coordene.
Art. 92 – O Boletim Interno é o documento oficial de divulgação em que o Comandante Regional, Diretor,
Corregedor-Geral e Ajudante-Geral, publica todas as suas ordens, as das autoridades superiores e atos
administrativos, que seus Órgãos de Polícia Militar subordinados, devam ter conhecimento, devendo:
I - seguir as divisões previstas para o Boletim Geral;
II - possuir periodicidade diária, semanal ou mensal, conforme o volume de matérias a publicar.
Art. 93 – O Boletim Reservado é o documento em que o Comandante publica os assuntos de divulgação
restrita a determinadas esferas administrativas ou hierárquicas da Corporação;
I – O Boletim Reservado poderá ser confeccionado pelo Comando-Geral, pelos Departamentos e
Comando do Corpo de Bombeiros, pelos Comandos Regionais e Operações Especiais,
Corregedor-Geral e Ajudante-Geral;
II – O Boletim Reservado segue as divisões do Boletim Geral.

DOS SERVIÇOS DE ESCALA


Art. 94 – Serviços de escala internos para os OPM:
I – No Quartel do Comando-Geral haverá serviços de:
a) Supervisor de Dia ao QCG;
b) Auxiliar de Dia ao QCG;
c) Médico de Dia à Guarnição;
d) Dentista de Dia à Guarnição.
II – Nos Departamentos e Comando do Corpo de Bombeiros:
a) Oficial de Permanência;
b) Auxiliar de Serviço;
c) Posto da Guarda do Quartel e de Comunicações.
III – Nos Comandos Regionais de Polícia Ostensiva e Operações Especiais:
a) Oficial de Permanência;
b) Auxiliar de Serviço;
c) Posto da Guarda do Quartel e de Comunicações.
IV - Nos Comandos Regionais de Bombeiro:
a) Oficial de Permanência;
b) Auxiliar de Serviço;
c) Posto de Comunicações.
V – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Batalhão, Regimento:
Auxiliar de Dia;
Quarteleiro de Dia;
Postos de Guarda do Quartel;
VI – Nos Órgãos de Polícia Militar de Execução do Apoio:
a) Oficial de Sobreaviso;
b) Auxiliar de Serviço;
c) Postos da Guarda do Quartel.
VII – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Companhia, Esquadrão e Pelotão:
a) Auxiliar de Serviço;
b) Postos de Comunicações e Guarda do Quartel.
VIII – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor GPM:
- Posto de Comunicações.
Art. 95 –Serviços de Escala externos dos OPM:
I – Nos Comandos Regionais e Operações Especiais:
- Oficial Superior de Sobreaviso;
II – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Batalhão e Regimento:
a) Oficial Supervisor;
b) Oficial de Serviço;
c) Auxiliar de Serviço;

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d) Operadores da Sala de Operações e/ou Posto de Escuta;


e) Postos de Policiamento Ostensivo.
III – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Grupamento de Bombeiro e Grupamento de Busca e
Resgate:
a) Oficial de Serviço;
b) Guarnição de Serviço.
IV – No Grupamento de Polícias Militar Aéreo:
a) Piloto de serviço;
b) Piloto de sobreaviso;
c) Tripulante técnico de serviço;
d) Tripulante técnico de sobreaviso;
e) Operador de pista de serviço;
f) Operador de pista de sobreaviso.
g)
V – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Companhia e Esquadrão:
a) Oficial de Sobreaviso;
b) Auxiliar de Serviço;
c) Postos de Policiamento Ostensivo.
VI – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Subgrupamento e Seções de Bombeiro, Seções de
Busca e Resgate, Subseção de Bombeiro e Subseção de Busca e Resgate:
- Guarnição de Serviço.
VII – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor Pelotão:
a) Auxiliar de serviço;
b) Postos de Policiamento Ostensivo.
VIII – Nos Órgãos de Polícia Militar de valor GPM:
- Postos de Policiamento Ostensivo.

DAS FORMATURAS GERAIS


Art. 96 – Formatura Geral é a reunião de todo o efetivo disponível do Órgão de Polícia Militar em forma,
excetuando os oficiais e praças que se encontram de serviço e segue os procedimentos abaixo descritos:
I – deverá ocorrer com freqüência mensal em dia e horário estipulado pelo Comandante do OPM,
exceto nos casos das Escolas que poderão ter uma freqüência maior.
II – terá a seguinte seqüência:
a) leitura de assuntos do interesse do OPM;
b) leitura de elogios por ação de Oficiais e Praças, em serviço;
c) treinamento prático de assunto técnico, da área de atuação do OPM;
d) palavras do Comandante, Diretor ou Chefe;
desfile da tropa (se couber).
III - O tempo de duração das formaturas gerais não deverá exceder a uma hora.

DAS CERIMÔNIAS E FORMALIDADES


DAS BANDEIRAS
Art. 97 - Cada Órgão de Polícia Militar terá sob sua guarda as Bandeiras Nacional e Rio-Grandense,
destinadas a estimular o sentimento de patriotismo e culto às tradições do País e do Estado, atendendo
sempre aos seguintes requisitos:
I - As Bandeiras deverão estar guardadas em armário apropriado e envidraçado, no gabinete do
Comandante, Diretor ou Chefe ou no Salão Nobre do OPM;
II - Os Órgãos de Polícia Militar que possuírem estandartes históricos, legalmente autorizados,
deverão mantê-los nas mesmas condições das Bandeiras.

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DAS FESTAS POLICIAIS MILITARES

Art. 98 - As festas policiais militares são todas as comemorações festivas de fatos nacionais, estaduais, ou
relativos à vida da Brigada Militar, destinadas à exaltação do patriotismo, ao desenvolvimento do espírito de
camaradagem e amor à Corporação.
§ 1 - As Festas Militares consideradas oficiais pela Corporação são as seguintes:
I - Dia do Policial Militar – 21 de abril;
II - Dia Nacional do Bombeiro - 02 de julho;
III - Dia da Pátria – 7 de setembro;
IV - Dia da República Riograndense – 20 de setembro;
V - Aniversário do Patrono da Brigada Militar - 16 de outubro
VI - Aniversário da Brigada Militar – 18 de novembro;
VII - Dia da Bandeira – 19 de novembro;
VIII - Aniversário do OPM.
§ 2 - Para comemorar as Festas Militares, os Órgãos de Polícia Militar poderão realizar:
I - Formatura geral comemorativa a data;
II - Boletim Especial destacando a data;
III - Competições Desportivas comemorativas a data, a critério do Comandante, Diretor ou
Chefe do OPM;
IV - Outros atos relativos a data e julgados de importância.

DA PARADA DIÁRIA E PARADA POLICIAL MILITAR


DA PARADA DIÁRIA
Art. 99 - A parada diária é a formatura destinada à revista e a distribuição do pessoal para os serviços
internos do dia, e será realizada em local e horário estabelecido, seguindo o procedimento:
A parada diária será comandada pelo militar estadual mais antigo escalado de serviço, que, em frente ao
efetivo em forma, na posição de sentido, comandará: “Parada em continência ao terreno, apresentar armas”.
O efetivo fará a continência regulamentar. Terminada a continência, o Auxiliar de Dia comandará:
“Descansar Armas, Descansar” e dará, então, destino ao efetivo.

DA PARADA POLICIAL MILITAR

Art. 100 - A parada policial militar destina-se à revista do pessoal, transmissão de orientações sobre os
serviços externos e será realizada em local e horário estabelecido, sempre antecedendo a cada turno de
serviço, seguindo o procedimento:
A parada policial militar será comandada pelo Oficial de serviço externo, seguindo o mesmo procedimento
da parada diária, nos Órgãos de Polícia Militar de valor Batalhão e Regimento e pelo Auxiliar de serviço, nos
Órgãos de Polícia Militar de valor Companhia, Esquadrão e Pelotão.

DA GALERIA DE RETRATOS E DE VULTOS HISTÓRICOS


Art. 101 - No Gabinete do Comandante, ou no Salão Nobre de todos os OPM, será organizada como
homenagem e registro histórico, galeria de retratos, em que figurarão os ex-comandantes titulares ou
interinos na função, que exerceram-na pelo prazo não inferior a seis meses contínuos, a posse, e também:
I - No gabinete do Comandante, ou no Salão Nobre do OPM, deverão figurar também os retratos do Patrono
das Polícias Militares – Joaquim José da Silva Xavier - e do Patrono da Brigada Militar – Cel Afonso
Emílio Massot;
II - Poderá também figurar no Gabinete do Comandante, ou no Salão Nobre do OPM, o retrato do Patrono
do OPM;
III - A inauguração de retratos, nas diversas galerias, deverá constituir ato solene, feito em datas nacionais
ou festivas, devendo constar de Boletim Interno ou Especial.

DA RECEPÇÃO E DESPEDIDA DE OFICIAIS E PRAÇAS


DA RECEPÇÃO E DESPEDIDA DE OFICIAIS

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Art. 102 – Na recepção dos oficiais incluídos no Órgão de Polícia Militar haverá as formalidades abaixo
especificadas:
I - O Comandante, ao assumir o Comando:
Avisará, com antecedência nunca inferior a 07 dias, o dia e a hora que pretende assumir o comando. Ao
chegar no OPM, será recebido pelo Comandante, que deverá apresentar os demais oficiais, em reunião
específica para esse fim.
II - Demais Oficiais:
O Oficial apresenta-se ao Comandante do OPM, que deverá recebê-lo em seu gabinete e reunir os demais
Oficiais, para a sua apresentação e designação da nova função .
Art. 103 – Na despedida de Oficiais por motivo de transferência de Órgão de Polícia Militar ou da
passagem para a reserva remunerada, haverá as formalidades abaixo especificadas:
I - O Comandante que entrega o comando:
Após a solenidade de passagem de Comando e de inauguração da foto na galeria dos ex-comandantes, o
comandante substituído será acompanhado até a saída do Órgão de Polícia Militar pelos Oficiais.
II - Demais Oficiais:
A despedida do Oficial que foi transferido, ocorrerá no gabinete do Comandante, em reunião específica para
esse fim, constando também desse ato a leitura do boletim com elogio do Oficial, se assim entender o
Comandante.

DA RECEPÇÃO E DESPEDIDA DE PRAÇAS


Art. 104 - Na recepção do Praça incluído no Órgão de Polícia Militar, haverá as formalidades abaixo
especificadas:
O Praça apresenta-se no Órgão de Polícia Militar para onde foi transferido e depois de determinada a
subunidade na qual prestará serviço, será recepcionado pelo Comandante dessa subunidade ou seu
representante, em reunião específica para esse fim, acompanhado de representação dos Praças que servem
naquela subunidade.
Art. 105 – Na despedida do Praça por motivo de transferência de Órgão de Polícia Militar ou passagem
para a reserva remunerada, haverá as seguintes formalidades:
O Praça ao ser transferido de um Órgão de Polícia Militar para outro ou para a reserva remunerada,
receberá, no dia do seu desligamento do OPM, as despedidas, em reunião específica, coordenada pelo
Comandante da subunidade em que servia, ou seu representante, e por uma representação de Praças da
subunidade.

DO SISTEMA DE CORREIO E DA CORRESPONDÊNCIA


DOS SERVIÇOS DE CORREIO
Art. 106 - Os serviços do Sistema de correio interno na Brigada Militar, será executado sob a
responsabilidade da Ajudância-Geral, como órgão central do Sistema, e o processo de desenvolvimento das
atividades serão reguladas em norma geral específica.

DA CORRESPONDÊNCIA
Art. 107 - A correspondência oficial abrange duas classes:
- Correspondência sigilosa;
- Correspondência ordinária.
I - A correspondência sigilosa é aquela que, pela sua natureza, não deve seguir os preceitos da
correspondência normal, mantendo-se reserva na exposição do seu conteúdo. Segundo a qualidade do
assunto e a extensão do meio em que pode circular, será classificada pelo expedidor em :
a) Secreta – aquela que se refere exclusivamente a documento ou informação que exija absoluto sigilo, e
cuja divulgação possa comprometer a segurança pública. Na ausência do destinatário, pode ser lida por
quem o substitui oficialmente;
b) Confidencial – aquela que diz respeito à informação de caráter pessoal, cujo conhecimento deve ficar
restrito, podendo ser lida, na ausência do destinatário, por quem o substitui oficialmente;
c) Reservada – aquela cujo sigilo é restrito ou transitório. Somente pode ser divulgada no círculo a que se
dirige ou no nível de acesso permitido.

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II - A correspondência ordinária é aquela que não está compreendida nas categorias da correspondência
sigilosa e cujo conhecimento pelo grupo não prejudica a administração.

DO ACERVO LITERÁRIO
Art. 108 - Cada Órgão de Polícia Militar deverá possuir e manter um Acervo Literário constituído de obras
de cultura geral, assuntos técnicos, históricos e outros de interesse da Brigada Militar:
I - O Comandante, Diretor ou Chefe do Órgão de Polícia Militar estabelecerá os critérios para freqüência ao
acervo literário e estimulará a presença, visando ao aperfeiçoamento educacional dos seus comandados;
II – O Comandante, Diretor ou Chefe estabelecerá formas de manter os processos de atualização e evolução
do acervo literário do Órgão de Polícia Militar sob seu comando.

DAS SITUAÇÕES EXTRAORDINÁRIAS DA TROPA


Art. 109 - As situações extraordinárias da tropa, são as decorrentes de ordens de sobreaviso ou prontidão, e
seus procedimentos diversos, serão regulados por norma do Comando-Geral da Corporação.

DO SOBREAVISO

Art. 110 - A ordem de sobreaviso determina a situação na qual todo efetivo disponível ou parte dele fica
prevenido da possibilidade de ser chamado para o desempenho de qualquer missão extraordinária,
observando os seguintes preceitos:
I - Todas as providências de ordem preventiva relativas ao pessoal e ao material são impostas pelas
circunstâncias decorrentes da situação da tropa e deverão ser tomadas pelos diversos níveis de comando e
de chefia;
II - Nesta situação, os Oficiais deverão permanecer no quartel ou em suas residências; neste último caso,
em ligação permanente com o Órgão de Polícia Militar e em condições de recolher-se imediatamente ao
quartel, em caso de necessidade;
III - Nesta situação, os Praças deverão permanecer no quartel ou em suas residências; neste último caso, em
condições de ser acionados imediatamente através do plano de chamada e apresentar-se no quartel;
IV - A ordem de suspensão do sobreaviso, será determinada pela autoridade que o determinou, depois de
cessado o motivo da medida, voltando a tropa às suas atividades normais.

DA PRONTIDÃO
Art. 111 - A ordem de prontidão importa em ficar todo o efetivo disponível do Órgão de Polícia Militar
preparado para deslocar do quartel logo que receba a ordem, em condições de cumprir a missão
determinada pelo escalão superior, observando os seguintes preceitos:
I - Os oficiais e Praças ao receberem a ordem de prontidão, deverão comparecer imediatamente e
permanecer em quartel, uniformizados e aguardando as instruções e procedimentos determinados por parte
do comando do OPM, para o cumprimento da missão;
II - A ordem de suspensão do estado de prontidão será determinada pela autoridade que o determinou,
depois de cessado o motivo da medida, voltando a tropa às atividades normais.

DA GUARNIÇÃO POLICIAL MILITAR

Art. 112 - Nas localidades onde existam mais de uma sede de OPM, subordinadas a comandos diferentes,
haverá a figura do Comandante da Guarnição Policial Militar, que será exercida pelo oficial de maior posto,
entre os comandantes de Órgão de Polícia Militar da localidade.
Parágrafo único – Para efeitos deste artigo, restringe-se ao gerenciamento da representação da Brigada
Militar na localidade e organização de eventos que exijam a participação dos OPM, em conjunto, sem haver
interferência em assuntos de administração interna e operacional de cada comando.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 113 - A implantação dos órgãos previstos para a estrutura organizacional da Brigada Militar, na forma a
que se refere este Regimento Interno, far-se-á de acordo com a orientação fixada pelo Comando-Geral,
levando em conta a legislação pertinente.
Art. 114 - As atribuições dos integrantes dos colegiados das Subcomissões de Avaliação e Mérito e de seus
respectivos secretários, serão fixadas através do Regimento Interno da Comissão.
Art. 115 – Na documentação de tramitação interna, poderão ser utilizadas siglas e/ou abreviaturas, de acordo
com as normas da corporação.

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Art. 116 – O Departamento Administrativo deverá adequar as estruturas administrativas dos Órgãos da
Corporação, na forma estabelecida neste Regimento Interno.
Art. 117 - A revisão deste Regimento será realizada a cada dois anos, contados da sua publicação em
Boletim Geral da Corporação.

DECRETO Nº 43.245 DE 19 DE JULHO DE 2004

Regulamento Disciplinar da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul


CONCEITUAÇÕES
Transgressão disciplinar  é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres ou das obrigações
policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples, bem como qualquer omissão ou ação contrária a
preceitos legais ou regulamentares.

As transgressões, quanto à natureza, classificam-se como:


 leves;
 médias;
 graves.
advertência; As sanções disciplinares aplicáveis aos Militares
repreensão;
Estaduais
detenção;
prisão; As sanções disciplinares têm função educativa e visam à
licenciamento a bem da disciplina; preservação da disciplina em beneficio do punido, da
exclusão a bem da disciplina. coletividade a que ele pertence e também à garantia da
eficiência na prestação dos serviços.

DA ADVERTÊNCIA  A advertência, forma mais branda das sanções, será aplicada ostensivamente,
por meio de publicação em Boletim, e será registrada nos assentamentos individuais do transgressor.
DA REPREENSÃO  A repreensão é sanção imposta ao transgressor de forma ostensiva, mediante
publicação em Boletim, devendo sempre ser averbada nos assentamentos individuais do transgressor.
DA DETENÇÃO  A detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deverá

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permanecer no local que lhe for determinado, sem que fique confinado.
DA PRISÃO  Exclusivamente para o atendimento das disposições de conversão de infração penal em
disciplinar, previstas na lei penal militar, haverá o instituto da prisão administrativa que consiste na
permanência do punido no âmbito do aquartelamento, com prejuízo do serviço e da instrução.
DO LICENCIAMENTO E DA EXCLUSÃO  O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina
consistem no afastamento ex-officio do Militar Estadual do serviço ativo.
O licenciamento a bem da disciplina será aplicado à praça sem estabilidade, mediante processo
administrativo, quando:
 acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;
b) tido conduta irregular; ou
c) praticado ato que afete a honra pessoal o pundonor militar ou decoro da classe.
 afastado do cargo, na forma do estatuto, por se tomar incompatível com o mesmo ou demonstrar
incapacidade no exercício das funções a ele inerentes;
 condenado por crime de natureza dolosa com pena privativa de liberdade até dois anos, tão logo
transite em julgado a sentença; ou
 permanecer no comportamento mau pelo período de dois anos.
A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-officio ao praça com estabilidade, de acordo com o
prescrito no Estatuto dos Servidores Militares do Estado, sendo submetida a Conselho de Disciplina nos termos
da legislação específica.

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - O Regulamento Disciplinar da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul tem a finalidade de
especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas relativas às punições disciplinares,
os recursos, o comportamento policial-militar das Praças e as recompensas policiais-militares.
§ 1º - A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio entre os integrantes da Corporação, devendo
estes primar pela melhor relação social entre si.
§ 2º - Incumbe ao superior hierárquico incentivar e manter a harmonia e a amizade entre seus subordinados.
§ 3º - A civilidade, como parte da educação policial-militar, é de importância vital para a disciplina no âmbito
da Brigada Militar e, assim sendo, é indispensável que o superior trate com cortesia, urbanidade e justiça os
seus subordinados e, em contrapartida, o subordinado deve externar, aos seus superiores, toda manifestação de
respeito e deferência.
§ 4° - As demonstrações de camaradagem, cortesia e consideração, obrigatórias entre os Militares Estaduais,
devem ser dispensadas também aos Militares das Forças Armadas e aos Militares Estaduais de outras
Corporações.
Art. 2° - Este Regulamento aplica-se aos Militares Estaduais ativos e alunos matriculados em órgãos de
formação.
§ 1° - Os Militares Estaduais na inatividade não são alcançados pelas disposições deste Regulamento,
excetuando-se quanto a divulgação de segredos militares, de que trata a Lei Federal n° 7.524/86, tanto quanto a
manifestação pública, pela imprensa ou por outro meio de divulgação, de críticas a assuntos que afetem a
previsão estatutária relativa ao valor e a ética policial-militar, naquilo que lhes for aplicável.
§ 2° - Os Alunos de órgãos de formação de Militares Estaduais também estão sujeitos aos Regimentos Internos,
Regulamentos, Normas e Ordens específicas dos OPM em que estejam matriculados e/ou freqüentando o
Curso.

DA HIERARQUIA E DA DISCIPLINA
Art. 3° - A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Brigada Militar.
Art. 4° - São manifestações essenciais da disciplina e da hierarquia policial-militar:
I - a correção de atitudes;
II - a pronta obediência às ordens dos superiores hierárquicos;
III - a dedicação integral ao serviço;
IV - a colaboração espontânea para a disciplina coletiva e a eficiência da instituição;
V - a consciência das responsabilidades;
VI - o respeito à hierarquia entre os servidores militares ativos e inativos;
VII - a rigorosa observância das prescrições legais e regulamentares.
Art. 5° - As ordens legais devem ser prontamente executadas, cabendo inteira responsabilidade à autoridade
que as determinar.

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§ 1° - Em caso de dúvida, será garantido ao subordinado os esclarecimentos necessários para o total


entendimento e compreensão sobre o que deve cumprir.
§ 2° - Quando a ordem contrariar preceito legal poderá o executor solicitar a sua confirmação por escrito,
cumprindo a autoridade que a emitiu atender à solicitação.
§ 3° - Cabe ao executor que exorbitar no cumprimento de ordem recebida a responsabilidade pelos excessos e
abusos que cometer.
Art. 6° - Todo Militar Estadual que se deparar com ato contrário à disciplina militar deverá adotar medida
saneadora.
Parágrafo único - Se detentor de precedência hierárquica sobre o transgressor, o Militar Estadual deverá adotar
as providências cabíveis pessoalmente, se subordinado, deverá comunicar ao seu comandante imediato ou seu
representante.

DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES


DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
Art. 7° - Transgressão disciplinar é qualquer violação dos princípios da ética, dos deveres ou das obrigações
policiais-militares, na sua manifestação elementar e simples, bem como qualquer omissão ou ação contrária a
preceitos legais ou regulamentares.
§ 1° - A responsabilidade criminal e civil não elide a incidência de transgressão disciplinar e,
conseqüentemente, da aplicação de sanção disciplinar, caso a conduta não seja devidamente justificada.
§ 2° - São transgressões disciplinares:
I - todas as ações ou omissões contrárias à disciplina policial-militar especificadas no Anexo I, deste
Regulamento;
II - todas as ações ou omissões ou atos não especificados na relação de transgressões do Anexo citado que
afetem a honra pessoal, o pundonor militar, o decoro da classe ou o sentimento do dever e outras prescrições
contidas no Estatuto dos Servidores Militares Estaduais, Leis e Regulamentos, bem como aquelas praticadas
contra regras e ordens de serviço emanadas de autoridade competente.
Art. 8° - As transgressões, quanto à natureza, classificam-se como:
I - leves;
II - médias;
III - graves.
§ 1° - A classificação das transgressões disciplinares, obedecidos os preceitos deste Regulamento, cabe a quem
tem competência para aplicar as punições.
§ 2° - A autoridade competente poderá, motivadamente, observando o interesse da disciplina, da ordem
administrativa e da ação educativa da punição, e os vetores da aplicação da sanção, de que trata os artigos 34 a
41, deste Regulamento, alterar a classificação da falta disciplinar prevista na Relação dos Tipos
Transgressionais Disciplinares constante do Anexo I, deste Regulamento.

DAS SANÇÕES DISCIPLINARES


DA NATUREZA E AMPLITUDE
Art. 9° - As sanções disciplinares aplicáveis aos Militares Estaduais, nos termos dos artigos precedentes, são:
I - advertência;
II - repreensão;
III - detenção;
IV - prisão;
V - licenciamento a bem da disciplina;
VI - exclusão a bem da disciplina.
§ 1° - As sanções disciplinares têm função educativa e visam à preservação da disciplina em beneficio do
punido, da coletividade a que ele pertence e também à garantia da eficiência na prestação dos serviços.
§ 2° - A publicação das punições dos praças se dará em Boletim Geral ou Interno.
§ 3° - A publicação das punições dos Oficiais se dará no Boletim Disciplinar dos Oficiais dentro dos
respectivos círculos hierárquicos, podendo ser em Boletim Geral ou Interno caso as circunstâncias ou a
natureza da transgressão sejam aviltantes à ética e ao dever Policial-Militar.

DA ADVERTÊNCIA
Art. 10 - A advertência, forma mais branda das sanções, será aplicada ostensivamente, por meio de publicação
em Boletim, e será registrada nos assentamentos individuais do transgressor.

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DA REPREENSÃO
Art. 11 - A repreensão é sanção imposta ao transgressor de forma ostensiva, mediante publicação em Boletim,
devendo sempre ser averbada nos assentamentos individuais do transgressor.

DA DETENÇÃO
Art. 12 - A detenção consiste no cerceamento da liberdade do punido, o qual deverá permanecer no local que
lhe for determinado, sem que fique confinado.
§ 1° - O ato administrativo que decidir pela detenção esclarecerá se deve ser cumprida com prejuízo das escalas
operacionais de serviço externo ou não.
§ 2° - A detenção com prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local próprio e
designado para tal, o qual deverá comparecer aos atos de instrução e serviços internos, caso as circunstâncias
recomendem o contrário, tal restrição deverá ser objeto da publicação que veiculou o ato administrativo.
§ 3° - A detenção sem prejuízo do serviço externo consiste na permanência do punido em local próprio e
designado para tal, devendo concorrer às escalas operacionais, tanto como a instrução e serviços internos.
§ 4° - O tempo de cumprimento da punição contar-se-á do momento em que o punido for recolhido até aquele
em que for posto em liberdade.
§ 5° - Os Militares Estaduais dos diferentes círculos de oficiais e praças, estabelecidos em lei estatutária, não
poderão cumprir suas sanções disciplinares no mesmo compartimento, tanto como deverão ficar separados
daqueles presos à disposição da Justiça.

DA PRISÃO
Art. 13 - Exclusivamente para o atendimento das disposições de conversão de infração penal em disciplinar,
previstas na lei penal militar, haverá o instituto da prisão administrativa que consiste na permanência do punido
no âmbito do aquartelamento, com prejuízo do serviço e da instrução.

DO LICENCIAMENTO E DA EXCLUSÃO
Art. 14 - O licenciamento e a exclusão a bem da disciplina consistem no afastamento ex-officio do Militar
Estadual do serviço ativo, conforme preceitua o Estatuto dos Servidores Militares do Estado.
Art. 15 - O licenciamento a bem da disciplina será aplicado à praça sem estabilidade, mediante processo
administrativo, quando:
I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;
b) tido conduta irregular; ou
c) praticado ato que afete a honra pessoal o pundonor militar ou decoro da classe.
II - afastado do cargo, na forma do estatuto, por se tomar incompatível com o mesmo ou demonstrar
incapacidade no exercício das funções a ele inerentes;
III - condenado por crime de natureza dolosa com pena privativa de liberdade até dois anos, tão logo transite
em julgado a sentença; ou
IV - permanecer no comportamento mau pelo período de dois anos.
Art. 16 - A exclusão a bem da disciplina será aplicada ex-officio ao praça com estabilidade, de acordo com o
prescrito no Estatuto dos Servidores Militares do Estado, sendo submetida a Conselho de Disciplina nos termos
da legislação específica.

DAS MEDIDAS CAUTELARES


Art. 17 - Quando para a preservação da vida ou da integridade física, excluídas as circunstâncias de flagrância
de delito, uma ocorrência exija pronta intervenção, mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o infrator,
o militar estadual de maior antigüidade que presenciar a irregularidade deverá tomar imediatas e enérgicas
providências, inclusive recolhendo o transgressor a local determinado, na condição de detido com prejuízo do
serviço, em nome da autoridade competente, dando ciência a esta, pelo meio mais rápido, do ocorrido e das
providências tomadas em seu nome.
Parágrafo único - O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de vinte e quatro horas,
prorrogável por igual período, mediante decisão devidamente fundamentada, da qual ser-lhe-á dado ciência,
determinando-se a imediata apuração dos fatos e instauração do devido processo administrativo disciplinar
militar, pela autoridade que detém a competência punitiva sobre o infrator.
Art. 18 - Quando para a preservação da disciplina e do decoro da Corporação, uma ocorrência exija pronta
intervenção, visando restabelecer a ordem administrativa, mesmo sem possuir ascendência funcional sobre o
infrator, o militar estadual de maior antigüidade que presenciar ou tiver conhecimento de transgressão

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disciplinar de natureza grave deverá tomar imediatas e enérgicas providências, inclusive recolhendo o
transgressor a local determinado, na condição de detido com prejuízo do serviço, em nome da autoridade
competente, dando ciência a esta, pelo meio mais rápido, do ocorrido e das providências tomadas em seu nome.
Parágrafo único - O transgressor permanecerá nestas condições pelo período de até vinte e quatro horas,
mediante decisão devidamente motivada, da qual ser-lhe-á dado ciência, determinando-se a imediata apuração
dos fatos e instauração do devido processo administrativo disciplinar militar, pela autoridade que detém a
competência punitiva sobre o infrator.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR


DA COMPETÊNCIA
Art. 19 - A competência disciplinar é inerente ao cargo, posto ou função.
Art. 20 - São autoridades competentes para aplicar sanção disciplinar:
I - O Governador do Estado a todos os Militares Estaduais sujeitos a este Regulamento;
II - O Chefe da Casa Militar aos que estiverem sob suas ordens;
III - O Comandante-Geral e o Subcomandante-Geral da Brigada Militar a todos os Militares Estaduais sujeitos
a este Regulamento, exceto o Chefe da Casa Militar e àqueles que servirem sob as ordens deste;
IV - O Chefe do Estado Maior da Brigada Militar aos que estiverem sob suas ordens;
V - O Corregedor-Geral, o Comandante do Comando do Corpo de Bombeiros, os Comandantes dos Comandos
Regionais de Polícia Ostensiva, os Comandantes dos Comandos Regionais de Bombeiros, o Comandante do
Comando dos órgãos de Polícia Militar Especiais e os Diretores aos que estiverem sob suas ordens ou
integrantes das OPM subordinadas;
VI - O Ajudante-Geral, os Comandantes e Subcomandantes de órgãos Policiais Militares, os Chefes de
Assessorias, Seção, Centros e Divisões, e os Comandantes de Subunidades aos que estiverem sob seu comando,
chefia ou direção.
VII - Os Comandantes de Pelotões Destacados, aos que servirem sob suas ordens.
Art. 21 - O Governador do Estado e o Comandante-Geral da Brigada Militar são competentes para aplicar todas
as sanções disciplinares previstas neste Regulamento.
Art. 22 - Na ocorrência de transgressão disciplinar envolvendo Militares Estaduais de mais de um OPM, caberá
ao Comandante com responsabilidade territorial sobre a área onde ocorreu o fato, apurar ou determinar sua
apuração, e, ao final, remeter os autos à autoridade funcional superior comum aos envolvidos.
Art. 23 - Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com competência disciplinar sobre
o transgressor, tiverem conhecimento da transgressão disciplinar, caberá à de maior hierarquia apurá-la ou
determinar que a menos graduada o faça.
Art. 24 - No caso de ocorrência disciplinar envolvendo Militares das Forças Armadas e Militares Estaduais, a
autoridade policial-militar competente deverá tomar as medidas disciplinares cabíveis quanto aos elementos a
ela subordinados, informando o escalão superior sobre a ocorrência, as medidas tomadas e o que foi por ela
apurado, dando ciência do fato também ao Comandante Militar interessado.

DA PARTE DISCIPLINAR
Art. 25 - A parte disciplinar é o relato de uma transgressão disciplinar cometida por Militar Estadual.
Art. 26 - Todo Militar Estadual que tiver conhecimento de um fato contrário à disciplina deverá participar ao
seu superior imediato, por escrito ou verbalmente, neste último caso confirmando a participação, por escrito no
prazo de até dois dias úteis.
Art. 27 - A parte disciplinar deve ser clara e precisa, contendo os dados capazes de identificar pessoas ou
objetos envolvidos, local, data, hora do fato, circunstâncias e alegações do transgressor, quando presente.
§ 1° É vedado ao comunicante tecer comentários ou opiniões pessoais.
§ 2° A parte disciplinar deverá ser apresentada no prazo de até dois dias úteis, contados da constatação ou do
conhecimento do fato, ressalvadas as disposições relativas às medidas cautelares, previstas nos artigos 17 e 18,
deste Regulamento, quando deverá ser feita imediatamente.

DO PROCESSO
Art. 28 - Nos casos em que são imputadas ao Militar Estadual ações ou omissões tidas como transgressões da
disciplina policial-militar, estas serão devidamente apuradas na forma do contido neste Capítulo e nos Anexos I
e II, deste Regulamento, propiciando-se ao imputado o devido processo administrativo para a sua ampla defesa
e contraditório.
Parágrafo único - O processo administrativo será orientado pelos princípios da instrumental idade,
simplicidade, informalidade, economia procedimental e celeridade, buscando sempre a verdade real sobre o

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fato apreciado.
Art. 29 - As autoridades competentes para instauração, procedimento e julgamento do processo são aquelas
com competência para aplicar a sanção administrativa.
Parágrafo único - As autoridades de que trata o caput deste artigo, excetuando-se aquelas do inciso VII do
artigo 20, poderão delegar a Oficial que lhe seja subordinado, a realização do Processo Administrativo
Disciplinar Militar, observando a precedência hierárquica entre o Encarregado e o Acusado.
Art. 30 - Incumbirá ao acusado o ônus de provar os fatos por ele alegados em sua defesa, entre estes os de
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão punitiva-disciplinar, bem como o de
apresentar e conduzir à autoridade competente as provas documentais e testemunhais que arrolar como
pertinentes ao fato.
Parágrafo único - A autoridade competente ou a encarregada do processo poderá limitar ou excluir as provas e
testemunhas que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 31 - Nenhum ato do processo será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a
Administração ou para a defesa, nem se praticado de forma diversa da prescrita tenha atingido sua finalidade.
Parágrafo único - Igualmente não será declarada nulidade de ato processual que não tenha influído na apuração
da verdade substancial ou decisão da autoridade competente.
Art. 32 - O processo será arquivado quando reconhecido:
I- estar provada a inexistência do fato:
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração disciplinar;
IV - não existir prova de ter o acusado concorrido para a infração disciplinar;
V - não existir prova suficiente para a aplicação da punição;
VI - a existência de quaisquer das seguintes causas de justificação:
a. motivo de força maior ou caso fortuito;
b. legítima defesa própria ou de outrem;
c. estado de necessidade;
d. estrito cumprimento do dever legal;
e. coação irresistível;
f. inexigibilidade de conduta diversa.
Art. 33 - O Militar Estadual, com estabilidade cuja atuação no serviço revelar-se incompatível com o cargo ou
que demonstrar incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes será submetido a
Conselho de Justificação ou Disciplina.
Parágrafo único - Obedecidas as prescrições estatutárias será promovido o imediato afastamento do cargo e das
funções o Militar Estadual que praticar os atos previstos no caput deste artigo.

DA APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR


Art. 34 - Na aplicação da sanção disciplinar serão considerados os motivos, circunstâncias e conseqüências da
transgressão, os antecedentes e a personalidade do infrator, assim como a intensidade do dolo ou o grau da
culpa.
Art. 35 - São circunstâncias atenuantes:
I - estar classificado, no mínimo, no comportamento bom;
II - relevância de serviços prestados;
III - ter cometido a transgressão para a preservação da ordem ou do interesse público;
IV - ter admitido, com eficácia para elucidação dos fatos, o cometimento da transgressão.
Art. 36 - São circunstâncias agravantes:
I - estar classificado no comportamento insuficiente ou no comportamento mau;
II - prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;
III - reincidência;
IV - conluio de duas ou mais pessoas;
V - falta praticada com abuso de autoridade;
VI - ter sido cometida a transgressão:
a) em presença de subordinado;
b) durante a execução de serviço;
c) com premeditação;
d) em presença de tropa;
e) em presença de público.
Art. 37 - A aplicação da punição será feita com justiça, serenidade e imparcialidade, para que o punido fique

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consciente e convicto de que a mesma se inspira no cumprimento exclusivo de um dever.


§ 1° A aplicação da sanção disciplinar será proporcional à gravidade da transgressão cometida, e não
justificada, dentro dos seguintes limites:
I - advertência ou repreensão para as transgressões classificadas como de natureza leve;
II - de repreensão até dez dias de detenção com prejuízo do serviço para as transgressões classificadas como de
natureza média;
III - de detenção com prejuízo do serviço, até trinta dias, às punições previstas nos artigos 14 e 15, deste
Regulamento, para as transgressões classificadas como de natureza grave.
§ 2° A punição não poderá atingir o máximo previsto no parágrafo anterior quando ocorrerem apenas
circunstâncias atenuantes;
§ 3° A aplicação da primeira punição classificada como detenção com prejuízo do serviço ou prisão são da
competência das autoridades elencadas no inciso I ao VI do artigo 20, do presente Regulamento;
§ 4° Nos casos em que houver a necessidade de exceder o limite de dez dias de detenção com prejuízo do
serviço ou de quinze dias de prisão na aplicação da punição, esta deverá ser submetida a apreciação das
autoridades previstas no inciso VI do artigo 20 deste Regulamento, com exceção das aplicadas pelas
autoridades que as precedem.
Art. 38 - O enquadramento disciplinar é a descrição da transgressão cometida, dele devendo constar,
resumidamente, o seguinte:
I - descrição da ação ou omissão que caracteriza a transgressão;
II - indicação da transgressão disciplinar;
III - as causas de justificação ou das circunstâncias atenuantes e agravantes;
IV - alegações de defesa;
V - decisão da autoridade aplicando a sanção;
VI - assinatura da autoridade.
Art. 39 - Em caso de reincidência, a aplicação da pena deverá ser com maior severidade.
Art. 40 - Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre elas, serão aplicadas as sanções
correspondentes isoladamente.
Art. 41 - Ninguém será administrativamente cerceado da liberdade, exceto quando da necessidade da aplicação
das medidas cautelares, da detenção ou da prisão de que tratam o presente Regulamento.

DO CUMPRIMENTO DA SANÇÃO DISCIPLINAR


Art. 42 - A autoridade competente que tiver de efetivar o cumprimento de uma sanção imposta a subordinado
que esteja a serviço ou à disposição de outra autoridade, fará a devida comunicação para que a medida seja
cumprida.
Art. 43 - O cumprimento da sanção disciplinar por Militar Estadual afastado de serviço deve ocorrer após a sua
apresentação no OPM, pronto para o serviço policial-militar, salvo nos casos da preservação da ordem.
Parágrafo único - A interrupção de afastamento regulamentar para implemento de sanção disciplinar, somente
ocorrerá quando determinada pelo Governador do Estado ou pelo Comandante-Geral da Brigada Militar.

DO COMPORTAMENTO POLICIAL-MILITAR
Art. 44 - O comportamento Policial-Militar dos Praças espelha o seu procedimento civil e policial-militar sob o
ponto de vista disciplinar.
Art. 45 - Ao ser incluído na Brigada Militar, o Praça será classificado no comportamento bom.
Art. 46 - Para fins disciplinares e para outros efeitos, o comportamento policial-militar do Praça é considerado:
I - excepcional, quando no período de setenta e dois meses de efetivo serviço tenha sofrido até no máximo uma
advertência;
II - ótimo, quando no período de quarenta e oito meses tenha sofrido até no máximo uma repreensão, ou o
equivalente;
III - bom, quando no período de vinte e quatro meses tenha sofrido até no máximo uma punição de detenção,
ou o equivalente;
IV - insuficiente, quando no período de doze meses tenha sofrido até no máximo uma punição de detenção com
prejuízo do serviço ou o equivalente;
V - mau, quando no período de doze meses tenha sofrido até duas punições de detenção com prejuízo do
serviço ou o equivalente, e mais uma outra punição qualquer.
§ 1° - A reclassificação do comportamento se dará ex-officio, de acordo com os prazos estabelecidos neste
artigo.
§ 2° - Para a classificação de comportamento, duas advertências equivalerão a uma repreensão, duas

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repreensões a uma detenção sem prejuízo do serviço e duas detenções sem prejuízo do serviço a uma detenção
com prejuízo do serviço.
§ 3° - Ainda para efeito de classificação do comportamento, a prisão administrativa, de que trata o artigo 13
deste Regulamento, corresponderá a uma detenção com prejuízo do serviço.
§ 4° - Para efeito de reclassificação do comportamento, ter-se-á como base as datas em que as sanções foram
publicadas.
§ 5° - A reclassificação do comportamento do ME se dará gradativamente e será proporcional à sanção,
tomando como base o comportamento bom.
§ 6° - A reclassificação do comportamento se dará após a decisão definitiva.
§ 7° - As punições canceladas ou anuladas não serão consideradas para efeito de reclassificação do
comportamento.
§ 8° - O Militar Estadual classificado no comportamento Bom ou ótimo poderá ser beneficiado com a
reclassificação gradativa por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada, independente dos prazos,
por meio de publicação fundamentada de seu comandante imediato.

DOS RECURSOS DISCIPLINARES


Art. 47 - É direito de todo o Militar Estadual, que se considerar prejudicado, ofendido ou injustiçado por ato de
superior hierárquico na esfera disciplinar, interpor os seguintes recursos:
I - Reconsideração de Ato;
II - Queixa;
III - Representação.
Art. 48 - O recurso disciplinar deve ser redigido de forma respeitosa, sem comentários ou insinuações, tratando
de caso específico, cingindo-se aos fatos que o motivaram, fundamentando-se em argumentos, provas ou
documentos comprobatórios e elucidativos.
Art. 49 - Os recursos deverão ser interpostos individualmente e deverão ser encaminhados pela autoridade à
qual o requerente estiver diretamente subordinado.
Art. 50 - Os recursos disciplinares a que se refere o artigo 47 deste Regulamento terão efeito suspensivo no
cumprimento da punição imposta.
Art. 51 - A decisão do recurso não agravará a punição do recorrente.
Art. 52 - A Reconsideração de Ato é o recurso interposto, mediante parte ou oficio, à autoridade que praticou,
ou aprovou, o ato disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, injusto ou ilegal, para que o reexamine.
Art. 53 - A Queixa é o recurso interposto perante a autoridade imediatamente superior a que aplicou a punição
disciplinar, por Militar Estadual que se julgue prejudicado em virtude de decisão denegatória do recurso de
Reconsideração de Ato.
Parágrafo único - Caso a decisão denegatória for do Subcomandante, do Chefe do Estado-Maior ou do
Corregedor-Geral da Brigada Militar, a queixa será interposta perante o Comandante-Geral.
Art. 54 - Representação é o recurso disciplinar, efetuado mediante oficio ou parte, interposto por autoridade que
julgue subordinado seu estar sendo vítima de injustiça, ilegalidade, arbitrariedade, abuso de autoridade ou
prejudicado em seus direitos por ato de autoridade superior hierárquico.
Art. 55 - Os recursos de Reconsideração de Ato, Queixa e Representação deverão ser interpostos no prazo de
três dias úteis a contar da publicação do ato.
Art. 56 - A decisão dos recursos disciplinares será dada no prazo de até oito dias.
Art. 57 - Não será conhecido o recurso intempestivo, procrastinador ou que não apresente fatos novos que
modifiquem a decisão anteriormente tomada, devendo este ato ser publicado, obedecido o prazo do artigo
anterior.
Parágrafo único - O recurso disciplinar, que não atender aos requisitos previstos no presente Regulamento, não
será conhecido pela autoridade à qual for dirigido, cabendo a esta mandar arquivá-lo ou encaminhá-lo à
autoridade competente, publicando a sua decisão em Boletim, fundamentadamente.
Art. 58 - Cabe ao Comandante-Geral da Brigada Militar decidir, em última instância, os recursos disciplinares
deste Título, contra ato punitivo aplicado pelas autoridades de que trata o artigo 20, deste Regulamento, exceto
a prevista no inciso I daquele dispositivo.
Parágrafo único - Nos casos em que a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Comandante-Geral caberá
somente o recurso de Reconsideração de Ato.
Art. 59 - Quando a sanção disciplinar tiver sido aplicada pelo Governador do Estado, somente será cabível o
recurso de Reconsideração de Ato.

DO CANCELAMENTO E DA ANULAÇÃO

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Art. 60 - O cancelamento de sanção disciplinar consiste na retirada dos registros realizados nos assentamentos
do Militar Estadual.
Art. 61 - O cancelamento da punição será concedido ao ME que o requerer, satisfeitas as seguintes condições:
I - não ser a transgressão objeto do cancelamento, atentatória ao sentimento do dever, à honra pessoal, ao
pundonor militar ou ao decoro da classe;
II - ter o requerente bons serviços prestados e comprovados pela análise de suas alterações;
III - ter o requerente parecer favorável de seu Comandante;
IV - ter o requerente completado, sem qualquer outra punição superveniente:
a) seis anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção com prejuízo do serviço ou prisão;
b) quatro anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção sem prejuízo do serviço;
c) dois anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de advertência ou repreensão.
Art. 62 - A eliminação das anotações nos assentamentos e fichas disciplinares se dará de modo que não seja
possível a sua leitura, registrando-se apenas o número e a data do ato administrativo que formalizou o
cancelamento.
Art. 63 - A solução do requerimento solicitando o cancelamento da punição deverá constar em publicação do
Boletim.
Art. 64 - A decisão do pedido de cancelamento de punição é de competência dos Comandantes Regionais e
Diretores, além das autoridades elencadas nos incisos I, II, III, IV, V e VII do artigo 20, deste Regulamento.
Art. 65 - Concedido o cancelamento, o comportamento do Militar Estadual será reclassificado, na forma deste
Regulamento.
Art. 66 - O Comandante-Geral da Brigada Militar, ex-officio, ou mediante requerimento do interessado, após
parecer do Comandante deste, independentemente das condições enunciadas nos artigos anteriores, poderá
cancelar as sanções dos Militares Estaduais que tenham prestado relevantes serviços e não hajam sofrido
qualquer punição nos últimos dois anos.
Art. 67 - A anulação de punição consiste em tomar sem efeito sua aplicação.
§ 1° - A anulação da punição será concedida quando for comprovado ter ocorrido injustiça ou ilegalidade na
sua aplicação.
§ 2° - A punição poderá ser anulada:
I - a qualquer tempo pelas autoridades elencadas no artigo 20, incisos I, II e III, deste Regulamento;
II - no prazo de cento e vinte dias pelas demais autoridades previstas nos incisos do artigo 20, deste
Regulamento.
Art. 68 - A anulação da punição importará na eliminação de toda e qualquer anotação ou registro nos
assentamentos do punido relativo à sua aplicação.
Art. 69 - A autoridade que tomar conhecimento de comprovada ilegalidade ou injustiça na aplicação de punição
e não tiver competência para anulá-la, deverá propor a sua anulação à autoridade competente,
fundamentadamente.

DAS RECOMPENSAS POLICIAIS-MILITARES


Art. 70 - As recompensas policiais-militares constituem reconhecimento aos bons serviços prestados pelo
Militar Estadual e consubstanciam-se em prêmios por atos meritórios e serviços relevantes.
Art. 71 - São recompensas policiais-militares, além de outras previstas em lei e regulamentos especiais:
I - o elogio;
II - a dispensa do serviço.
Art. 72 - O elogio, que pode ser individual ou coletivo, é ato administrativo que coloca em relevo as qualidades
morais e profissionais do servidor militar, podendo ser formulado independentemente da classificação de
comportamento, com a devida publicidade e registro nos assentamentos.
§ 1° - O elogio individual somente poderá ser reconhecido a Militares Estaduais que tenham se destacado na
prática de ato em serviço ou ação meritória, onde os aspectos principais nele abordados serão referentes ao
caráter, à coragem e desprendimento, à inteligência, às condutas civil e policial-militar, às culturas profissionais
e gerais, à capacidade como instrutor, à capacidade como comandante e como administrador e à capacidade
física.
§ 2° - Só serão registrados nos assentamentos dos ME os elogios individuais obtidos no desempenho de
funções próprias à Brigada Militar e concedidos por autoridades com atribuições para fazê-lo.
§ 3° - O elogio coletivo visa a reconhecer os serviços prestados e a ressaltar as qualidades reveladas por um
grupo de Policiais-Militares ou fração de tropa ao cumprir destacadamente uma determinada missão.
§ 4° - Quando a autoridade que conceder o elogio não dispuser de Boletim para a publicação, esta deverá ser
feita, mediante solicitação escrita, no da autoridade imediatamente superior.

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Art. 73 - A dispensa do serviço consiste na publicação, devidamente fundamentada, dos motivos que levaram a
concessão da recompensa ao ME, a juízo de seu Comandante, de modo que também apresente efeito educativo
e motive a coletividade a seguir os bons exemplos.
§ 1° - A dispensa total do serviço será concedida pelo prazo máximo de oito dias, alternados ou consecutivos,
no decorrer de um ano civil, observado esse limite, os dias de dispensa que não serão descontados das férias do
Militar Estadual.
§ 2° - A dispensa total do serviço é regulada por dias de vinte e quatro horas, contados de Boletim a Boletim.
Sua publicação deverá ser feita, no mínimo, vinte e quatro horas antes do início, salvo motivo de força maior.
Art. 74 - São competentes para conceder as recompensas de que trata este Título as autoridades especificadas
no artigo 20, deste Regulamento.

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS FINAIS


Art. 75 - Os julgamentos a que forem submetidos os Militares Estaduais perante o Conselho de Justificação ou
Conselho de Disciplina serão realizados segundo legislação específica.
Parágrafo único - As causas determinantes de sujeição do ME a julgamento por um desses Conselhos,
provocados ex-officio ou a pedido, são as estabelecidas na legislação própria.
Art. 76 - O comportamento dos praças deverá ser adequado ao disposto no artigo 46, deste Regulamento.
Art. 77 - A Brigada Militar deverá elaborar relatório anual de avaliação disciplinar de seu efetivo.
§ 1° - Os critérios de avaliação terão por base a aplicação deste Regulamento.
§ 2° - A avaliação deverá contemplar a totalidade das transgressões e sanções correspondentes, posto ou
graduação e OPM do transgressor e localidade do cometimento das infrações.
Art. 78 - As disposições deste Regulamento não se aplicam aos procedimentos já instaurados com base no
Decreto n° 41.067, de 24 de setembro de 2001, exceto às sanções disciplinares aplicáveis e aos procedimentos e
respectivas autoridades recursais.
Parágrafo único - Para efeitos de classificação de comportamento disciplinar as suspensões, ocorridas na
vigência do regulamento citado no caput deste artigo, corresponderão a uma prisão ou uma detenção com
prejuízo do serviço.
Art. 79 - O Comandante-Geral da Brigada Militar expedirá instruções complementares necessárias à correta
interpretação e perfeita aplicação das disposições deste Regulamento.
Art. 80 - Este Regulamento Disciplinar entra em vigor na data de sua publicação.

TIPOS TRANSGRESSIONAIS DISCIPLINARES


I - São consideradas transgressões de natureza leve:
1. Deixar de comunicar ao superior, tão logo possível, a execução de ordem legal recebida;
2. Deixar o subordinado de cumprimentar superior, uniformizado ou não, neste caso desde que o conheça, ou
de prestar-lhe homenagens ou sinais regulamentares de consideração e respeito e o superior hierárquico, de
responder ao cumprimento;
3. Chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado ou a qualquer ato em
que deva tomar parte ou assistir;
4. Tornar parte em jogos proibidos, ou jogar a dinheiro;
5. Içar ou arriar, sem ordem, bandeira ou insígnia de autoridade;
6. Executar toques ou fazer sinais regulamentares sem ordem para tal;
7. Conversar ou fazer ruídos em ocasião, lugar ou hora imprópria;
8. Fumar em lugar ou ocasião onde isso seja vedado ou quando se dirigir a superior;
9. Usar uniforme de forma inadequada, contrariando as normas respectivas, ou vestuário incompatível com a
função, ou, ainda, descurar do asseio pessoal ou coletivo;
10. Negar-se a receber alimentação, uniforme, equipamentos, ou outros objetos que lhe sejam destinados ou
devam ficar em seu poder;
11. Conduzir veículo ou pilotar aeronave ou embarcação da Corporação, sem autorização do órgão competente
da Brigada Militar.
12. Penetrar o Militar Estadual, sem permissão ou ordem, em aposento destinado a superior ou onde este se
ache, bem como em qualquer lugar onde a entrada lhe seja vedada;
13. Sobrepor ao uniforme insígnias de sociedades particulares, entidades religiosas ou políticas, bem como
medalhas desportivas, ou, ainda, usar indevidamente distintivos ou condecorações;
14. Deixar, o Militar Estadual, de portar o seu documento de identidade funcional, quando de serviço ou
trajando uniforme da Brigada Militar;

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II - São consideradas transgressões de natureza média:


1. Condutas dolosas tipificadas como infração penal de menor potencial ofensivo, atentatórias ao sentimento do
dever ou à dignidade do Policial-Militar;
2. Deixar de cumprir ou de fazer cumprir normas regulamentares, na esfera de suas atribuições;
3. Deixar de comunicar ato ou fato irregular que presenciar ou de que tenha conhecimento, quando não lhe
couber intervir;
4. Deixar de participar a tempo, à autoridade superior, impossibilidade de comparecer ao OPM ou a qualquer
ato de serviço;
5. Permutar serviço sem permissão da autoridade competente;
6. Deixar de comunicar ao superior imediato ou a outro, na ausência daquele, informação sobre iminente
perturbação da ordem pública ou grave alteração do serviço, logo que disso tenha conhecimento;
7. Deixar de dar informações em processos, quando lhe competir;
8. Deixar de encaminhar documento no prazo legal;
9. Retardar o cumprimento de ordem legal;
10. Deixar de encaminhar à autoridade competente, na linha de subordinação e no mais curto prazo, recurso ou
documento que receber, desde que elaborado de acordo com os preceitos regulamentares, não tenha
competência legal para solucioná-lo;
11. Deixar de se apresentar, nos prazos regulamentares, sem motivo justificado, nos locais em que deva
comparecer;
12. Deixar de se apresentar ao fim de qualquer afastamento do serviço, logo que souber que o mesmo foi
interrompido;
13. Encaminhar Parte ou instaurar Procedimento Administrativo Disciplinar Militar sem fundamento;
14. Trabalhar mal, por falta de atenção;
15. Afastar-se do local em que deva encontrar-se por força de ordens ou disposições legais;
16. Faltar a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir, ou ainda, retirar-se antes de seu encerramento,
sem a devida autorização;
17. Representar o OPM, ou a Corporação, em qualquer ato, sem estar devidamente autorizado;
18. Tomar compromisso pelo Órgão de Polícia Militar (OPM) que comanda ou em que serve, sem estar
autorizado;
19. Comparecer fardado a manifestações de caráter político;
20. Entrar ou sair de OPM, ou tentar fazê-lo, com força armada, sem prévio conhecimento ou ordem de
autoridade competente, salvo para fins de instrução prevista ou ordenada pelo Comando;
21. Dirigir viatura policial com negligência, imprudência ou imperícia;
22. Ofender a moral e os bons costumes por meio de atos, palavras ou gestos;
23. Portar-se sem compostura em lugar público;
24. Ser indiscreto em relação a assunto de caráter oficial cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina ou à
boa ordem do serviço.
25. Espalhar boato ou notícia tendenciosa sobre ME ou a respeito da atividade policial-militar;
26. Freqüentar lugares incompatíveis com o seu nível social e o decoro da classe;
27. Publicar ou fornecer dados para publicação de documentos oficiais sem permissão ou ordem da autoridade
competente;
28. Responder de maneira desrespeitosa a superior, igual ou subordinado;
29. Desconsiderar ou desrespeitar a autoridade civil;
30. Não zelar devidamente, danificar ou extraviar, por negligência ou com inobservância de regras ou normas
de serviço, materiais e bens pertencentes à Fazenda Pública, ainda que o mesmo não esteja sob sua
responsabilidade direta;
31. Servir-se ou apropriar-se, sem autorização ou ordem superior, de objetos que não estejam a seu cargo ou
que pertençam a outrem;
32. Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheira ou parente até o
segundo grau;
33. Autorizar, promover ou executar manobras perigosas com viaturas, aeronaves ou embarcações;
34. Não ter, pelo preparo próprio ou de seus subordinados ou instruendos, a dedicação imposta pelo sentimento
do dever;
35. Causar ou contribuir para a ocorrência de acidente de serviço ou instrução;
36. Desrespeitar regras de trânsito, medidas gerais de ordem policial, judicial ou administrativa;
37. Retardar ou prejudicar o serviço de polícia judiciária militar que deva promover ou que esteja investido;
38. Andar armado, estando em trajes civis, sem o cuidado de ocultar a arma;

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39. Concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar a inimizade entre camaradas;


40. Apresentar parte ou recurso sem seguir as normas e preceitos regulamentares ou em termos desrespeitosos
com argumentos falsos ou de má-fé.
III - São consideradas transgressões de natureza grave:
1. Condutas dolosas tipificadas como crimes, atentatórias ao sentimento do dever ou à dignidade policial-
militar;
2. Faltar com a verdade;
3. Trabalhar mal, intencionalmente;
4. Simular doença para esquivar-se ao cumprimento do dever;
5. Utilizar-se do anonimato para fins ilícitos;
6. Deixar de punir transgressor da disciplina;
7. Deixar de comunicar irregularidade que presenciar ou que tiver ciência;
8. Deixar superior hierárquico de acompanhar procedimentos de apuração disciplinar ou penal, em que estiver
envolvido seu subordinado;
9. Deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou pelos atos praticados por subordinados que agirem em
cumprimento de sua ordem;
10. Retardar ou prejudicar medidas ou ações de ordem judicial ou policial de que esteja investido ou que deva
promover;
11. Dificultar ao subordinado a apresentação de recurso ou o exercício do direito de petição;
12. Abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;
13. Fazer, diretamente ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias envolvendo atividades de serviço,
bens da Fazenda Pública ou artigos de uso proibido nos quartéis, repartições ou estabelecimentos públicos;
14. Realizar ou propor transação pecuniária que envolva superior, igual ou subordinado, salvo se tratar de
empréstimo em dinheiro de que não seja auferido lucro;
15. Usar armamento, munição e/ou equipamento não autorizado;
16. Disparar a arma por imprudência, negligência, imperícia ou desnecessariamente;
17. Não obedecer às regras básicas de segurança ou não ter cautela na guarda de arma própria ou sob sua
responsabilidade;
18. Empregar violência no ato de serviço;
19. Maltratar preso sob sua guarda;
20. Contribuir ou permitir que preso conserve em seu poder instrumentos ou objetos não permitidos;
21. Abrir ou tentar abrir qualquer dependência do quartel, repartição ou estabelecimento, sem autorização;
22. Ofender, provocar ou desafiar seu superior, igual ou subordinado, com palavras, gestos ou ações;
23. Travar luta corporal com seu superior, igual ou subordinado;
24. Introduzir material inflamável ou explosivo em OPM, salvo em obediência à ordem de serviço;
25. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, em área policial-militar ou sob jurisdição policial-militar,
publicação, estampa ou jornal que atente contra a disciplina ou a moral.
26. Ter em seu poder, introduzir ou distribuir, sem a devida autorização, bebidas alcoólicas, tóxicos ou
entorpecentes em OPM;
27. Fazer uso, estar sob ação ou induzir, mesmo de folga, outrem ao uso de substâncias entorpecentes ilícitas;
28. Apropriar-se de objetos pertencentes ao Estado ou a particulares, ainda que por seu valor não constitua
crime;
29. Retirar ou tentar retirar, de local sob a administração policial-militar, objeto, viatura ou animal, sem ordem
dos respectivos responsáveis;
30. Extraviar ou danificar documentos e bens pertencentes à Fazenda Pública;
31. Retardar ou prejudicar serviço que deva cumprir;
32. Descumprir preceitos legais durante a detenção com prejuízo do serviço (DCPS) ou a custódia de preso;
33. Usar expressões jocosas ou pejorativas que atentem contra a raça, a religião, o credo ou á orientação sexual;
34. Aconselhar ou concorrer para o descumprimento ou retardar a execução de ordem legal de autoridade
competente;
35. Dar ordem ilegal ou claramente inexeqüível;
36. Participar da gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer o comércio;
37. Fazer uso do posto ou da graduação para obter ou permitir que terceiros obtenham vantagens pecuniárias
indevidas;
38. Utilizar-se de sua condição de Militar Estadual para a prática de atos ilícitos ou que venham em desabono à
imagem da Corporação;
39. Empregar subordinado ou servidor civil, ou desviar qualquer meio material ou financeiro sob sua

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responsabilidade ou não, para a execução de atividades diversas daquelas para as quais foram destinadas, em
proveito próprio ou de outrem;
40. Censurar publicamente decisão legal tomada por superior hierárquico ou procurar desconsiderá-la;
41. Procurar desacreditar seu igual ou subordinado;
42. Determinar a execução de serviço não previsto em lei ou Regulamento;
43. Fazer uso do cargo ou função policial-militar para cometer assédio sexual;
44. Violar ou deixar de preservar local de crime;
45. Receber propina ou comissão em razão de suas atribuições;
46. Praticar usura sob qualquer de suas formas;
47. Procurar a parte interessada em ocorrência policial-militar, para obtenção de vantagem indevida;
48. Deixar de tomar providências para garantir a integridade física de preso;
49. Liberar preso ou dispensar parte da ocorrência sem atribuição legal;
50. Evadir-se ou tentar evadir-se de escolta;
51. Publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos ou documentos afetos às autoridades policiais ou
judiciárias que possam concorrer para o desprestígio da Corporação, ferir a disciplina ou a hierarquia, ou
comprometer a segurança;
52. Omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis ao esclarecimento dos fatos;
53. Transportar na viatura, na aeronave ou na embarcação que esteja sob seu comando ou responsabilidade,
pessoal ou material, sem autorização da autoridade competente;
54. Ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declarações falsas em procedimento penal, civil ou
administrativo;
55. Faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado;
56. Afastar-se, quando em atividade policial-militar, da área em que deveria permanecer ou não cumprir roteiro
de patrulhamento pré-determinado;
57. Evadir-se da detenção;
58. Exercer ou administrar, quando no serviço ativo, a função de segurança particular ou qualquer outra
atividade profissional legalmente vedada ou incompatível com a profissão de Militar Estadual ou cause algum
prejuízo ao serviço ou à imagem da Corporação;
59. Apresentar-se para atividades de serviço em estado de embriaguez ou sob efeito de substância entorpecente;
60. Usar adereços ou similares não condizentes com os preceitos militares;
61. Deixar de cumprir ordem regulamentar ou legal.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


1 - A apuração das transgressões da disciplina policial-militar, previstas neste regulamento, obedecerá ao
disposto neste anexo.
2 - O processo administrativo disciplinar militar orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,
infornalidade, economia procedimental, celeridade e instrumentalidade, assegurando ao acusado o contraditório
e a ampla defesa.
3 - O processo disciplinar destina-se a julgar os oficiais e praças da Brigada Militar, nos casos de acusação de
prática de infração disciplinar que não se enquadre nas disposições da Lei n° 5.836, de 05 de dezembro de 1972
e Decreto n° 71.500, de 05 de dezembro de 1972, criando-lhes as necessárias condições para o exercício da
ampla defesa e do contraditório

DO CONHECIMENTO DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR


4 - O conhecimento de transgressão da disciplina policial-militar exige das autoridades, relacionadas no artigo
20, deste regulamento o Poder-Dever de apurá-la para a aplicação das medidas disciplinares necessárias.
5 - Nenhuma transgressão da disciplina policial-militar conhecida poderá ficar sem ser devidamente apurada,
sob pena de responsabilidade funcional.
6 - O conhecimento da transgressão da disciplina policial-militar dar-se-á nos seguintes casos:
a) através da parte disciplinar, previstas nos artigos 25 a 27 deste regulamento;
b) através das conclusões de Procedimentos Administrativos Investigatórios (Inquérito Policial Militar - IPM,
Sindicância, Inquérito Técnico - IT, Auditoria e Inspeção Correicional);
c) através da comunicação formal de autoridades e do público em geral;
d) através de reclamação do ofendido que, se Militar Estadual, deverá observar o canal de comando;
e) através dos meios de comunicação social.

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DA APURAÇÃO DA TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR


7 - A reclamação do ofendido deverá ser reduzida a termo, podendo ser instaurada Sindicância ou IPM, para
apurar as circunstâncias da imputação;
8 - Quando o conhecimento da transgressão disciplinar ocorrer através dos meio de comunicação social, a
autoridade competente poderá instaurar Sindicância ou IPM para apurar as circunstâncias da imputação;
9 - Em caso de denúncia anônima, se não houver consistência na acusação, a autoridade competente poderá
mandar arquivá-la, por despacho devidamente motivado, ou instaurar Sindicância ou IPM para apurar o
denunciante e as circunstâncias da imputação;
10 - Se presentes circunstâncias concorrentes à transgressão disciplinar e indícios de crime militar, deverá ser
instaurado IPM.

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR MILITAR


11 - Através da parte disciplinar:
a) a instauração do processo dar-se-á pela autoridade com atribuição disciplinar, consoante o disposto no Art.
20 deste regulamento.
b) recebida a parte disciplinar e demais documentos instrutórios, a autoridade mandará autua-la, dando-se o
início do processo administrativo, designará a audiência de justificação e determinará a notificação do acusado
para comparecer no dia e horário aprazados, oportunidade em que deverá apresentar resposta escrita com as
provas que entender cabíveis, devendo trazer suas testemunhas.
c) a audiência de justificação deverá ser marcada no prazo de três dias úteis, contados da notificação formal do
acusado;
d) a cientificação do acusado será feita através da Notificação Disciplinar, entregue mediante recibo na segunda
via, que deverá ser juntada aos autos, devendo constar a advertência de que sua ausência à audiência de
justificação implicará em reconhecimento dos fatos como verdadeiros, conforme preceitua o art. 285 do CPC;
e) acompanhará a notificação cópia da parte disciplinar;
f) até o dia da audiência de justificação, os autos deverão ficar à disposição do acusado, na 1ª Seção, para vista
ou eventual extração de cópias, mediante solicitação formal do mesmo, quando deverão ser conclusos a quem
irá presidi-la;
g) a audiência de justificação será presidida pela autoridade com competência para punir o transgressor, ou por
Militar Estadual designado;
h) o Militar Estadual designado para presidir a audiência de justificação deverá ser superior hierárquico ou com
precedência sobre o acusado;
i) poderá ser designado escrivão para lavrar os termos da audiência;
j) o acusado regularmente notificado deverá comparecer à audiência de justificação, no dia e horário aprazados,
acompanhado das suas testemunhas;
l) aberta a audiência de justificação, o acusado deverá apresentar resposta escrita, pessoalmente ou através de
advogado especificamente constituído;
m) o acusado que admitir a transgressão poderá fazê-la oralmente, o que será reduzido a termo e lido, devendo
ser assinado pelo encarregado da audiência, pelo declarante, pelo escrivão, se houver, e por duas testemunhas
instrumentais;
n) não admitindo a transgressão disciplinar, o acusado, na resposta escrita, deverá expor toda matéria de defesa,
apresentando as provas moralmente legítimas, ainda que não especificadas em lei, hábeis para provar a
veracidade do alegado;
o) todas as provas serão produzidas na audiência de justificação, podendo o encarregado limitar ou excluir as
que considerarem excessivas, impertinentes ou protelatórias, conforme previsto no artigo 30, parágrafo único,
deste Regulamento;
p) de todo o ocorrido na audiência de justificação será lavrado termo, assinado pelo encarregado, pelo acusado
e/ou seu advogado e pelas testemunhas, se houver;
q) finda a audiência de justificação, os autos serão conclusos à autoridade competente, para solução da parte
disciplinar;
12 - Através das conclusões de Procedimentos Administrativos Investigatórios:
a) a apuração da transgressão da disciplina policial-militar, noticiada em Procedimentos Administrativos
Investigatórios, será feita nos próprios autos;
b) recebidos os autos, a autoridade com competência para punir o transgressor procederá na forma prevista no
número "11" e alíneas deste subtítulo, com o relatório, parecer ou conclusões do encarregado do processo
administrativo, mais a solução da autoridade decisória, condições em que será dispensada a parte disciplinar;

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13 - Através de comunicação formal de autoridades e do público em geral:


a) recebida a comunicação formal de autoridade ou público em geral de transgressão disciplinar policial-militar,
a autoridade com competência para punir o transgressor mandará autua-la como processo administrativo e
procederá na forma prevista no número "11" e alíneas deste subtítulo, com o documento que deu origem à
autuação substituindo parte disciplinar;
14 - Através de reclamação do ofendido não se tratando de militar estadual.
a) quando não instaurada sindicância ou IPM, recebido o terno da reclamação do ofendido noticiando
transgressão disciplinar policial-militar, a autoridade com competência para punir o transgressor mandará
autua-la como processo administrativo e procederá na forma prevista no número "11" e alíneas deste subtítulo,
com o termo substituindo a parte disciplinar. Tratando-se de militar estadual deverá encaminhar a denúncia
observando os canais de comando;
b) instaurada sindicância ou IPM, a autoridade com competência para punir o transgressor procederá na forma
prevista no número "12" e alíneas deste subtítulo.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


15 - A admissão pelo acusado do cometimento de transgressão disciplinar, de que trata o inciso IV do Art. 35
deste regulamento, deverá ser considerada como circunstância atenuante preponderante na aplicação da sanção
disciplinar;
16 - As autoridades relacionadas nos incisos I e III do artigo 20 deste regulamento poderão delegar a apuração e
aplicação da punição disciplinar às autoridades que tenham competência concorrente;
17 - Praticada a transgressão disciplinar na presença de uma das autoridades relacionadas nos incisos II a VII
do artigo 20 deste regulamento, esta designará servidor militar para presidir a audiência de justificação,
mediante Portaria, que será autuada como processo administrativo, com relato do fato, observado os requisitos
do artigo 28 deste regulamento, que procederá na forma prevista nos números "11" e "12" do subtítulo anterior
deste anexo, com a Portaria substituindo a parte disciplinar, ou poderá solicitar à autoridade imediatamente
superior, mediante parte disciplinar, que proceda a sua apuração e aplique a punição disciplinar, se for o caso;
18 - No cumprimento das sanções disciplinares de detenção e prisão o Militar Estadual punido deverá
permanecer fardado;
19 - Os horários de visitas deverão ser regulados pelas autoridades que aplicaram a sanção, não devendo
ultrapassar o período de duas horas diárias, exceto aos advogados aos quais deverá ser observada a legislação
pertinente (Estatuto dos Advogados, Lei n° 8.906/1994). Situações excepcionais deverão ser solucionadas pela
autoridade responsável pelo cumprimento da punição disciplinar;
20 - Nos casos em que a autoria e materialidade da transgressão disciplinar sejam suficientes para a imputação
ao acusado fica dispensada a instauração de Procedimento Administrativo Investigatório, devendo, neste caso
ser instaurado imediatamente o Processo Administrativo Disciplinar Militar.

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