Licenciatura em Biologia - Fisiologia Animal Comparada
Licenciatura em Biologia - Fisiologia Animal Comparada
Licenciatura em Biologia - Fisiologia Animal Comparada
COMPARADA
1ª Edição - 2007
SOMESB
Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda.
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Presidente
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MATERIAL DIDÁTICO
Produção Acadêmica Produção Técnica
Jane Freire João Jacomel
Gerente de Ensino Coordenação
Equipe
Angélica de Fatima Silva Jorge, Alexandre Ribeiro, Bruno Portela, Cefas Gomes, Cláuder Frederico,
Delmara Brito, Diego Aragão, Fábio Gonçalves, Francisco França Júnior, Israel Dantas, Lucas do Vale,
Marcio Serafim, Mariucha Silveira Ponte, Tatiana Coutinho e Ruberval Fonseca
Imagens
Corbis/Image100/Imagemsource
DIGESTÃO ________________________________________________________________ 35
IMPULSO NERVOSO_________________________________________________________ 57
GLÂNDULAS ______________________________________________________________ 72
GLOSSÁRIO _____________________________________________________________ 96
Caro(a) aluno(a),
CIRCULAÇÃO E RESPIRAÇÃO
,Anelídeos
Equinodermos
Moluscos
Os moluscos possuem sistema circulatório aberto (Figura 1.2), com exceção do polvo e
da lula. A hemoglobina está presente no sangue de poucos moluscos, e a grande maioria possui
hemocianina. O coração deles é bem desenvolvido, através do qual passa o sangue, que é distri-
buído em um sistema lacunar. O coração manda o sangue oxigenado, que passa pelas brânquias
em direção aos órgãos e o batimento cardíaco se ajusta de acordo com as necessidades fisioló-
gicas de oxigênio. Quando ocorre crescente retorno venoso saguíneo para o coração, existe um
aumento na amplitude e na freqüência do batimento cardíaco. O coração dos moluscos continua
a bater quando é isolado do sistema nervoso, mas ele está sob a influência de neurossecreções,
acetilcolina e serotonina, que modificam o batimento cardíaco.
O movimento ativo do pé do vôngole está baseado no uso do sangue como um fluido
hidráulico. Existem válvulas que controlam grandes seios sanguíneos no pé e estas válvulas no
tamanho e nos movimentos do pé,
Os cefalópodes (Cephalopoda), polvo e lula, possuem um sistema circulatório fechado que
compreende um sistema de vasos, artérias e redes capilares distintas, que promove uma pressão e
uma eficiencia maior do fluxo sanguíneo que, favorece as trocas gasosas nas brânquias e a função
renal. Assim como nos vertebrados, as artérias do polvo e da lula se distendem durante a sístole
e serve como reservatório elástico durante a diástole, pois mantêm a pressão sanguínea e suaviza
o fluxo sanguíneo pulsátil proviniente do coração.
Nos moluscos cefalópodes o
sangue permanece separado do fluido FIGURA 1.3
intersticial, ao contrá-
rio dos moluscos não-
cefalópode os quais
possuem sistema circu-
latório aberto, o sangue
não é separado do flui-
do intersticial, e flui li-
vremente através do espaço
extracelular.
O sistema sanguíneo dos insetos é aberto, dificilmente a pressão sanguínea excede a pressão
tecidual e o sangue não tem função na respiração.
Nos insetos, o sangue contém hemolinfa e tem, principalmente, a função nutritiva e de
transporte de hormônios. Em alguns insetos, a circulação sanguínea é essencial na distribuição
de calor, e principalmente, na regulação da perda de calor nos insetos voadores. Esses animais
possuem um vaso sanguíneo principal ao longo do lado dorsal que se ramifica até a cabeça e tem
uma parte posterior que funciona como um “coração” que possuem aberturas com válvulas por
onde o sangue entra. Na parte anterior do vaso sanguíneo, “aorta”, é contrátil e o sangue é im-
pulsionado na direção anterior.
Além do coração e do vaso dorsal, muitos insetos possuem corações acessórios, com con-
trações independentes dos coração dorsal e com a com função de bomba, que serve, particular-
mente, para manter a circulação das asas, pernas e antenas. O fluxo sanguíneo nas asas é auxiliado
por orgãos pulsáteis no interior delas, localizados nos canais que conduzem o sangue de volta
para o corpo Thomsen (1938).
Em muitos insetos , membranas longitudinais dão alguma direção ao sangue que flui entre
os tecidos. Nas antenas e nos membros, o sangue pode entrar de um lado e sair do outro. Dessa
forma, o sangue é conduzido para certos trajetos, apesar de não fluir em vasos isolados.
As pernas dos insetos são apêndices importantes e, em muitos insetos, os corações estão
presentes, nesses apêndices, para auxiliar na circulação sanguínea (Figura 1.3).
É por sucção que ocorre o enchimento do coração dorsal de um inseto. Os músculos ali-
formes são os responsáveis por esse enchimento, porque quando eles se contraem o coração,
através dos óstios, puxa o sangue para dentro dele e a contração seguinte do coração impulsiona
o sangue em direção à cabeça.
Aracnídeos
Crustáceos
A maioria dos crustáceos possui o sistema circulatório do tipo fechado, normalmente, com
um coração dorsal ao interno de uma cavidade pericárdica, e um sistema de vasos mais ou menos
desenvolvido e o sangue entra no coração através de óstios. O coração varia como uma forma de
um tubo longo a uma vesicula esférica. Normalmente, existem duas artérias: a principal, que sai
do coração para parte anterior; e outra, que vai na direção posterior. Os pequenos crustáceos, a
maior parte deles, não possui coração, a exemplo dos copépodos e cirripideos.
Nos grandes crustáceos, os decápodas, o sistema circulatório é bem desenvolvido e a he-
mocianina está presente como pigmento respiratório e o coração, localizado num seio pericár-
dico, é suprido diretamente com sangue oxigenado e bombeado para os tecidos. O sangue deixa
os vasos, à medida que as artérias se ramificam, e flui entre os tecidos para um sistema de seios
ventrais. Em seguida, o sangue flui para as brânquias, onde é oxigenado, e depois por meio de
vasos distintos retorna ao coração. Ao contrário dos peixes que o coração recebe sangue venoso
desoxigenado, que, então, é bombeado para as brânquias e para os tecidos.
A circulação dos crustáceos se diferencia da dos insetos por causa das brânquias, por isso
eles possuem uma circulação bem definida.
Ciclóstomos
Peixes
O sistema circulatório dos peixes é do tipo simples e completo com um coração que pos-
sui duas câmaras, um átrio e um ventrículo e com uma câmara maior, o seio venoso, que ajuda a
assegurar o fluxo sanguíneo contínuo para o coração. o sangue passa somente uma vez pelo co-
ração e não ocorre mistura de sangue arterial com venoso no coração (Figura 1.4). O coração do
teleósteo, no lado arterial tem uma parte muscular espessada localizada da aorta ventral, o bulbo
venoso, assim como nos elasmobrânquios, que é o cone arterial, desenvolvido a partir do múscu-
lo cardíaco. O cone arterial é fibroso e possui válvulas que evitam o fluxo sanguíneo reverso para
o interior do ventrículo. Isso é importante porque o coração dos elasmobrânquios fica dentro de
uma câmara rígida, e pode produzir pressões negativas. Uma pressão negativa no coração favore-
ce o enchimento por “sucção” do átrio a partir dos grandes seios venosos.
A pressão sanguínea, que é alta durante a contração ventricular, é transmitida para o bulbo
arterial. O fluxo reverso do bulbo, quando o ventrículo relaxa, é evitado pelas válvulas, e a pressão
alta continua no bulbo mesmo depois que o ventrículo começa a relaxar. O fluxo sanguíneo na
aorta ventral é mantido durante o período diastólico, devido as propriedades elásticas do bulbo.
Durante a sístole, a diminuição do volume faz com seja produzida uma pressão negativa na
câmara rígida, isso devido à localização do coração do elasmobrânquio. Com o influxo sanguíneo,
a pressão negativa não se torna excessiva, mas serve para encher o átrio. O átrio cheio contrai-se
e impulsiona o sangue para o interior do ventrículo, que está vazio e relaxado; o refluxo para o
interior do seio é impedindo por válvulas.
Peixes pulmonados
Os peixes pulmonados, além das brânquias que sofreram degenerações, possuem pulmões
como órgão respiratório e a presença dos pulmões nesses animais representa uma modificação
evolutiva. O átrio é dividido em duas câmaras e o ventrículo é parcialmente dividido. O átrio
direito recebe sangue da circulação geral e o esquerdo recebe o proviniente dos pulmões, o san-
gue menos oxigenado, do átrio direito, flui pelos arcos branquiais posteriores para a aorta dorsal
e para os pulmões e o sangue oxigenado é direcionado para o interior dos dois primeiros arcos
branquiais e suprir a cabeça com o sangue.
Anfíbios
O coração desses animais é constituido por um ventrículo não dividido e dois átrios se-
parados. Os anfíbios tem uma circulação sanguínea dupla incompleta, porque o sangue que é
proviniente do átrio direito e do esquerdo se misturam, mesmo que em pouca quantidade (Figura
1.5). O átrio direito recebe sangue oxigênado dos pulmões e esquerdo recebe sangue venoso da
circulação sistêmica geral. O sangue é oxigênado e passa para a circulação geral e o sangue pobre
de oxigênio entra na circulação pulmonar.
FIGURA 1.5
Aves e mamíferos
Nas aves e mamíferos a circulação é dupla e completa com o coração, que tem dois átrios
e dois ventrículos separados entre eles (Figura 1.6). Nas aves, o arco aórtico direito é mantido
e nos mamíferos é mantido o esquerdo. Uma diferença de importância fisiológica é que os rins
de todos os vertebrados não-mamíferos recebem sangue venoso da parte posterior do corpo (a
circulação porta renal). As aves mantiveram esta circulação porta renal, porém, ela está ausente
nos mamíferos.
FIGURA 1.6
A circulação sanguínea no ser humano e nos mamíferos é definida como dupla e completa,
porque o coração apresenta uma completa separação entre parte direita e a esquerda, onde pas-
sam, respectivamente, sangue pobre de oxigênio e sangue oxigenado, que não se misturam entre
eles porque as duas metades do coração funcionam autonomamente.
Os vertebrados, inclusive os seres humanos têm um sistema circulatório fechado chamado
de cárdio-vascular, constituido de uma rede de vasos tubulares. O sangue é separado nos vasos
do liquido intersticial. No sistema circulatório estão: as artérias que transportam o sangue do co-
ração aos orgãos , as veias que levam o sangue ao coração, e os capilares, as menores unidades do
sistema e é nas paredes onde ocorre as trocas de substâncias entre o sangue e os tecidos. Normal-
mente, as artérias transportam sangue rico em oxigênio, e as veias, sangue pobre de oxigênio. No
entanto, as artérias pulmonares transportam sangue pobre de oxigênio do coração aos pulmões, e
quatro veias pulmonares que levam o sangue oxigênado dos pulmões ao coração. O coração tem
duas cavidades principais; o átrio que recebe sangue das veias, e o ventrículo que bombeia o san-
gue para as brânquias através das grossas artérias. As grandes artérias se ramificam em pequenos
vasos que dão origem aos capilares.
A contração do coração dos mamíferos se origina no nó sinusial que é também conheci-
do como marca-passo do coração. A alternância das contrações e dos relaxamentos do coração
constitui o ciclo cardíaco. Quando o coração relaxa durante a diástole o sangue flui dentro de
todas as quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos). Através das veias cavas o sangue entra
no átrio direito e, através das veias pulmonares, o sangue entra no átrio esquerdo.
É durante a diástole que as válvulas atrioventriculares são abertas permitindo, assim, a
passagem do sangue do átrio ao ventrículo, mas os ventrículos não se enchem completamente.
Na fase de sístole, os átrios se contream e os ventrículos se enchem completamente de sangue.
Os ventrículos se contraem e e as válvulas átrio-ventriculares fecham e se abrem as válvulas se-
milunares; o sangue pobre de oxigênio é ejetado para os pulmões, enquanto o rico de oxigênio se
dirige para todo o corpo através da aorta.
O coração humano em repouso bate a uma freqüência de aproximadamente 70 vezes por
minuto. Uma freqüência entre 60 e 100 batimentos por minuto é considerada fisiológica; uma
freqüência inferior a 60 bpm é chamada de bradicardia e acima de 100 bpm, em adulto, é definida
taquicardia. No recém-nascido a freqüência chega a 120 bpm, no feto é ainda superior e decresce
do nascimento até a puberdade com o desenvolver do organismo. Durante o repouso, o coração
Respiração Cutânea
Nos anelídeos as trocas dos gases respiratórios ocorrem através da superfície cutânea, no
caso dos poliquetas, anelídeos que vivem no mar, possuem expansões filamentosas as quais fa-
zem com que as superfícies corpórea fiquem amplas. Os anelídeos possuem um pigmento respi-
ratório, a hemoglobina, que circulando no sangue que escorre nos vasos do sistema circulatório,
facilita a ligação do oxigênio e o transporte de gás a todo o organismo.
Para os anifíbios as trocas de gases através da pele é importante como no caso de pequenas
Respiração Branquial
Os processos respiratórios ocorrem a nível das brânquias em alguns insetos na fase larval,
nas larvas dos de anfíbios, moluscos, crustáceos e peixes. Nos moluscos cefalopodes, bivalves e
gastrópodes marinhos, o processo respiratório a nível dos órgãos branquiais especializados; nos
gastrópodes pulmonados existe um tipo de pulmão que é um orgão estático, no qual a troca dos
gases ocorre por difusão.
Nos crustáceos, as trocas de gases ocorrem nas brânquias que é uma estrutura de aspecto
plumoso e ricamente vascularizada. Nesses animais, as brânquias são protegidas pelo cefalotorax.
O sistema branquial nos peixes é sustentado pelos arcos brânquiais, trata-se de uma estrutura
cartilaginosa ou ossea. Os peixes utilizam o oxigênio dissolvido na água para respirar. O fluxo
de água que entra pela boca passa através das brânquias, onde é filtrada; quando a água está nas
brânquias o opercúlo é fechado para ela não sair; e é expulsa pelo movimento do opercúlo que se
abri (Figura 1.8). Quando a água passa de uma parte para outra, da delicada película branquial, o
oxigênio é absorvido no sangue e o dióxido de carbono é eliminado. As brânquias são irrigadas
FIGURA 1.8
Nos peixes, as trocas gasosas ocorrem nas lamelas, provinientes dos filamentos branquiais.
Na saida da lamela branquial o sangue encontra água com oxigênio que ainda não foi removido, e
então dessa forma o sangue obtém o oxigênio dessa água inspirada, permitindo assim que o con-
teúdo de oxigênio do sangue atinja o nível mais alto possivel. Durante todo o percurso da água, o
oxigênio vai sendo liberado no sangue com o conteúdo baixo de oxigênio. As lamelas serve para
captar oxigênio da água ao longo de sua extensão e a água pode deixar a brânquia tem perdido
80 a 90% de seu conteúdo inicial de oxigênio (Hazelhoff e Evenhuis 1952). Essa extração de
oxigênio é considerada muito alto ja que os mamíferos removem apenas um quarto do oxigênio
presente no ar do pulmão antes que ele seja expirado.
À medida que o sangue flui através das lamelas branquiais obtém cada vez mais oxigênio
cuja a tensão se aproxima com à da água que entra. Devido a remoção de grande parte do oxigê-
nio, a água que sai tem uma tensão muito mais baixa que a do sangue que deixa a brânquia.
Os fluxos de água e sangue correm em direções opostas. O bombeamento de água sobre as
brânquias precisa de energia, o fluxo contra-corrente, que leva a uma maior extração de oxigênio,
também reduz o custo energético de bombeamento. Esse tipo de fluxo, ocorre, também, em al-
guns caranguejos; porém, com menor eficiência na remoção de oxigênio em relação aos peixes.
Alguns insetos que tem a fase larval na água respiram através de um sistema traqueal fecha-
do, que se estende para o interior de apêndices abdominais com uma superfície grande e cutícula
fina, esse eficiente sistema respiratório que permite a troca gasosa entre a água e o ar é também
chamado de “brânquias”. Essas brânquias são encontradas, dentre outros, nas larvas de efemé-
rides. Em algumas larvas de libélulas, encontram-se brânquias traquéias dentro da luz do reto e a
ventilação ocorre devido ao movimento da água para dentro e para fora do animal.
Os anfíbios, como a rã e a salamandra, têm principalmente dois tipos de respiração. Quan-
do são pequenos, no estágio larval, respiram através das brânquias que permitem de pegar oxigê-
nio diretamente da água.
Respiração Traqueal
O sistema respiratório dos insetos é composto por traquéias, são tubos especiais que se co-
municam com a superfície do corpo através de pequenas aberturas denominadas espiráculos. O
sistema dos tubos é muito complexo; eles se dividem por toda parte do corpo em tubos de calibre
cada vez menores até chegar a traquéolas, ramificações mais finas. Nas traquéolas está presente o
fluido circulante no qual o oxigênio se liga ao pigmento hemocianina. O ar penetra nas traquéias
devido aos movimentos do corpo do animal. O sistema traqueal transporta oxigênio para os teci-
dos e o dióxido de carbono para o lado oposto. Através de mecanismo de fechamento e abertura
dos espiráculos ocorre um controle das trocas entre o ar no sistema traqueal e a atmosfera.
Respiração Pulmonar
Atenção!
CUIDADO COM ESSA BOMBA.
Hereditariedade
Pessoas com avós e pais ou irmãos que já sofreram um infarto têm 03 vezes mais probabi-
lidade de ser vítimas de um ataque cardíaco.
Hipertensão
O coração bombeia o sangue através das veias e das artérias gerando uma pressão conheci-
da como pressão arterial. Se tudo estiver funcionando bem, ela fica dentro de limites considera-
dos normais, cujo ideal é uma máxima de 120 e mínima de 80. Mas, há uma série de problemas
que elevam e mantém a pressão arterial acima desses limites causando a hipertensão arterial, que
é perniciosa à saúde do coração. Aferir a pressão arterial significa determinar o fluxo do sangue
pelas artérias. A pressão é máxima quando o músculo cardíaco se contrai e bombeia sangue para
o resto do organismo. É mínima entre um batimento e outro, no momento em que o coração
relaxa. Na pressão alta, o sangue está circulando com uma velocidade e uma força além das reco-
mendáveis. Isso causa danos, porque as paredes arteriais submetidas a um impacto muito grande
sofrem uma erosão, que resulta na formação de sulcos abrindo caminho para depósito de gordu-
ras. A hipertensão também pode romper uma artéria - a isso se dá o nome de Derrame. Os hi-
pertensos brasileiros somam cerca de 18 milhões de pessoas. Um terço não sabe que está doente
e outro terço sabe, mas não se trata. Vale salientar que a hipertensão tem um forte componente
hereditário. O consumo exagerado de sal é um dos principais fatores de risco da hipertensão. O
perigo aumenta, porque poucos sabem que existe o “sal invisível”, aquele que já está contido,
naturalmente, em muitos alimentos.
Sedentarismo
Uma excelente opção para aliviar o risco de formação de placas gordurosas nas artérias
é a prática de exercícios físicos. O indivíduo sedentário tem 40% (quarenta por cento) mais de
probabilidade de sofrer infarto, porque a falta de exercício constitui um grande risco para o de-
Colesterol Alto
Obesidade
Diabetes
Stress
Infarto
Aterosclerose
É outra doença que atinge os vasos sangüíneos. Não trazem danos imediatos ao coração.
Consiste numa progressiva diminuição da elasticidade das paredes das artérias, endurecen-
do-as, o que serve de obstáculo ao fluxo normal do sangue. Isso obriga o músculo cardíaco a
um trabalho excessivo. Ocorre, principalmente, em pessoas de idade avançada e vai se agravando
com o passar do tempo.
A doença aterosclerótica leve, em geral, é assintomática. Quando a lesão em crescimento
restringe à luz do vaso, diminuíndo o fluxo de sangue, pode levar à isquemia do tecido irrigado
pelo mesmo. Os sintomas dependem do órgão afetado e do grau de obstrução. Os agentes res-
ponsáveis pela aterosclerose são múltiplos, envolvendo fatores de risco tais como: a dislipidemia
(que é a elevação dos níveis de triglicérides, ou triglicerídios, e de colesterol), a obesidade, o taba-
gismo, antecentes familaires, diabetes e stress.
Doença de Chagas
Febre Reumática
A febre reumática é ocasionada pela infecção das amígdalas pelo Streptococus Beta Hemo-
litico do Grupo A de Lmcefield. Muitas vezes destrói as válvulas do coração, levando à morte ou
a incapacidade física. A infecção também pode ser pela pele.
Doenças Congênitas
Nas crianças, os distúrbios circulatórios mais graves são determinados por más formações
congênitas do coração. Podem consistir na presença de comunicações entre as metades direita e
www.orbita.starrmedia.com
Atividade Complementar
1. Nos vertebrados, a circulação é fechada; mas, muitos invertebrados têm sistemas circu-
latórios abertos. Faça uma distinção entre esses sistemas circulatórios.
2. Os crustáceos, ao contrário dos peixes, possuem sistema circulatório aberto, mas têm
brânquias e uma circulação bem definida. Qual a diferença fundamental na circulação de uma
lagosta e um peixe? E por quê?
4. Nas aves e mamíferos, a circulação é dupla e completa, mas existem diferenças entre a
circulação nas aves e mamíferos de importância na anatomia comparativa e da fisiologia. Quais
são essas diferenças?
9. Qual a função do sistema traqueal em insetos? E qual o papel dos espiráculos no sistema
traqueal?
DIGESTÃO E EXCREÇÃO
INGESTÃO DO ALIMENTO
Pequenas partículas, como as bactérias e algas, podem ser absorvidas através da superfície
corpórea de alguns protozoários e invertebrados aquáticos, a exemplo das amebas e radiolários,
que formam vacúolos digestivos. Os cílios são utilizados pelos ciliados, esponjas, bivalves e giri-
nos para captura do alimento. Gastrópodos e tunicados possuem um muco que é utilizado como
armadilha para a captura de pequenas particulas que ficam em suspensão e, após a captura, o
muco é ingerido e o que foi capturado é digerido.
Os pepinos-do-mar, que vivem com o corpo dentro da lama, capturam alimento com os
tentáculos que eles deixam acima da superfície, mas após envolverem as finas particulas os tentá-
culos se dirigem para dentro da boca do animal e a substância digerível é transportada.
A ingestão por filtração é um método de alimentação utilizado por muitos animais aquáti-
cos e é também conhecida como ingestão de alimentos por suspensão. Os animais que utilizam
DIGESTÃO
Digestão intracelular
Digestão extracelular
A digestão extracelular ocorre fora da célula dos diversos seres hetertróficos, em sistemas
digestivos, geralmente bem desenvolvido , que permitem a ingestão de grandes pedaços de ali-
mento e a ação das enzimas sobre eles ao longo do trato digestivo que pode ser formado por uma
abertura, a exemplo dos celenterados, ofriuróides e platelmintes, local que serve de entrada para
o alimento e de saída para as substância não digeridas.
Nos animais mais complexos, o sistema digestivo tem a forma de um tubo com duas aber-
turas: uma para a introdução do alimento e outra para a eliminação do material não digerido. O
alimento é ingerido pela boca e, na sua passagem pelo trato digestivo, sofre a ação de uma série
de enzimas digestivas; os produtos solúveis da digestão são absorvidos e, no final, o material não
digerido é expelido pelo ânus.
No invertebrados mais simples, a exemplo da hidra, uma cavidade gastrovascular tem a
função tanto digestiva quanto circulatória. Um outro exemplo de animal com cavidade gastrovas-
cular, é um verme, a plánaria. A cavidade desse verme serve para a digestão e ao mesmo tempo
para transportar o alimento por todo o corpo. A digestão extracelular, nas plánarias, auxilia na
degradação dos alimentos, porém a maioria das partículas alimentares são digeridas no interior
das células, que se encontram na cavidade. Nos insetos, existe um canal digestivo com duas aber-
turas a boca e o ânus, alguns deles agarram o alimento com as patas anteriores e levam à boca,
Digestão enzimática
As enzimas são catalizadores biólogico de natureza protéica essenciais para digerir o que se
come, porque as moléculas dos alimentos são, geralmente, muito grandes e precisam ser trans-
formados em fragmentos pequenos; as proteínas são diminuidas para unidades mais simples que
são os aminoácidos sob a ação das proteases, os carbohidratos complexos em açucares simples
devido a presença da amilase e as gorduras em acidos graxos e glicerol por causa da lipase que é
secretada pelo pâncreas dos vertebrados.
As enzimas são encontradas nas plantas e nos animais, sem elas a vida seria impossível.
Cada enzima tem uma função específica que é assumida somente por aquele tipo de enzima, a
ativação e a reação so acontece na presença de uma de uma determinada substância. A substância
que se altera na presença de uma enzima se chama substrato, de acordo com o substrato que a
enzima age é adicionado a terminação ase.
Algumas substâncias ingeridas com o alimento não são submetidas ao processo digestivo
porque são absorvidas diretamente: é o caso da água, dos sais minerais, das vitaminas. As outras
substâncias necessitam do intervento das enzimas. As enzimas hidróliticas são responsáveis pela
quebra das macromoléculas em pequenas moléculas através da adição de água. Cada enzima tem
o seu pH ótimo para o seu funcionamento. Por este motivo, o pH varia ao longo do tubo digesti-
vo. Além do pH da solução que influencia a atividade das enzimas, elas são também influenciadas
pela a temperatura, porque a velocidade das reações enzimáticas depende dela é tanto que a tem-
peratura acima de 50°C, uma grande parte da ação enzimática é inativada.
A amilase é uma enzima secretada pela saliva humana, na boca, onde o pH é neutro, ela hi-
drolisa o amido e também é produzida pelo pâncrea. No estômago é mantido um ambiente muito
ácido por causa da secreção do ácido cloridríco (pH 2), que age com a pepsina que hidrolisa algu-
mas ligações peptídicas. No intestino delgado, as enzimas proteolíticas (que agem em ambiente
Digestão de celulose
A celulase é a enzima que atua na quebra da celulose, porém não estão presentes nas se-
creções dos vetebrados e muitos deles precisam ingerir a celulose por ser a fonte principal de
energia. Em muitos animais invertebrados que se alimentam de madeira e produtos similares, a
celulase está presente no trato intestinal. As traças é um exemplo de animal que digere a celulose.
No intestino de traça existe muitos microorganismos, mas não foi encontrado espécie que digere
a celulose, ao contrário do intestino dos cupins (animais que se alimentam quase que exclusiva-
mente de madeira), o trato intestinal é cheio de flagelados e bactérias, que têm papel fundamental
na digestão da celulose sendo assim organimos simbiônticos.
Os estômagos são classificados como monogástricos ou digástricos de acordo com o nú-
mero de câmaras: o estômago monogástrico possui um único tubo ou um saco muscular forte e
estão presentes nos vertebrados carnívoros ou onívoros; os estômagos digástricos possuem mui-
tas câmaras e são encontrados em mamíferos da subordem Ruminantia (ovelhas, cabras, vacas e
outros).
O alimento introduzido na boca passa pela primeira transformação, seja mecânica que quí-
mica. Na boca, o alimento é mastigado, insalivado e parcialmente digerido. A mastigação, efetu-
ada pelos dentes, tem a função de reduzir o alimento sólido em pequenas partes para facilitar as
fases sucessivas. Com a insalivação as pequenas partes ficam amolecidas pela saliva e se transfor-
mam em bolo alimentar, o qual passa pela primeira reação química com a amilase, secretada na
saliva humana (e de alguns, mas não em todos os outros mamíferos) que transforma as grandes
moléculas de amido em moléculas menores.
Após passar pela primeira tranformação, na boca, o bolo é enviado para o estômago pelos
movimentos coordenados e sincronizados da lingua, da faringe e do esôfago através da deglu-
tição. No estômago, o bolo alimentar permanece por um período que, a depender da natureza
e da quantidade do alimento, pode chegar a mais de 6 horas. Ali é misturado pelos movimentos
gástricos e passa por importantes transformações químicas que é a digestão das proteínas pela
a ação da pepsina, uma enzima secretada pelas glândulas dos vertebrados, que age em ambiente
fortemente ácido causado pelo o ácido clorídrico que, também, é secretado pelo estômago; a pep-
sina só é ativada na presença do ácido clorídrico para a hidrólise de proteínas em polipeptídeos e
alguns aminoácidos livres.
Os movimentos peristálticos misturam o alimento no estômago, favorecendo o contato
com as enzimas digestivas. No caso dos invertebrados, as enzimas são diferentes, mas a ação delas
é semelhante à da pepsina dos vertebrados.
O produto da digestão no estômago é o quimo que contém material proteico parcialmente
digerido, carboidrato, em parte, e lípidio praticamente sem modificações da digestão gástrica. O
quimo em breve intervalo de tempo atravessa para a região pilórica e na primeira parte do intes-
tino delgado, o duodeno, os processos digestivos se completam e os principais mecanismos de
absorção acontecem.
A decomposição dos carboidratos, das proteínas (ligações peptídicas adjacentes a um ami-
noácido básico) e das gorduras, é completada, quase totalmente, no intestino delgado, graças à
intervenção das enzimas tripsina e lipase, dos sucos digestivos produzidos pelo intestino, pân-
creas e fígado. A ação digestiva reduz as estruturas elementares absorvíveis através da mucosa
intestinal, o bolo alimentar que é, ainda, mais decomposto se transforma em quilo. Ao longo do
intestino delgado, os produtos de digestão são absorvidos através das vilosidades intestinais, a
exemplo das substâncias proteicas que são os aminoácidos, os quais atingem a corrente circula-
tória e sucessivamente também os músculos. As gorduras são absorvidas sob a forma de ácidos
graxos e de complexos hidrossolúveis.
Depois da absorção, a massa alimentar, que é denominada quilo, através dos movimentos
peristálticos do intestino delgado, segue para o intestino grosso e o que resta do quilo percorre
todo o intestino grosso transformando-se, gradualmente, em fezes, que, recolhidas na ampola
retal, são eliminadas com a defecação. O material alimentar que não foi submetido aos processos
enzimáticos na passagem pelo o estômago e intestino nos monogástricos como o cavalo, o porco
e o coelho, um sucessivo processo do tipo fermentativo é realizado no intestino grosso.
Desde a década de 90, passou a existir uma distinção clara entre os dois
pricipais distúrbios do comportamento alimentar que é a anorexia nervosa e a
bulimia nervosa. A anorexia nervosa foi descrita no passado como uma doença
rara, mas, atualmente, ela atinge grande parte dos adolescentes, principalmente, do
sexo feminino com idade entre 12 e 25 anos. Esta doença é muito difundida em
determinados campos profissionais como o da moda e o da dança.
- Uma pessoa afetada de anorexia nervosa é individuada através de caracte-
rísticas fundamentais:
- Uma grande perda de peso, porque é fundamental para a pessoa doente ser
abaixo do peso;
- Medo de engordar;
- Uma forte preocupação com o peso e o aspecto físico. A pessoa afetada
pela a anorexia nervosa baixa a própria autoestima, porque um aumento de peso
determina uma frustação, ao contrário, uma perda de peso aumenta a confiança
pessoal e autoestima;
- Amenorrea, a falta de almenos 3 ciclos menstruais consecutivos.
A bulimia nervosa também afeta a muitas mulheres com idade entre 12 e
25 anos, mas, ao contrário da anorexia nervosa, não é simples individualizar as
pessoas afetadas por bulimia. As características fundamentais para a identificação
da bulimia são:
- O consumo de uma grande quantidade de alimento e com uma falta de
controle sobre o ato de comer, ou seja, sentir de não poder parar de comer ou de
não controlar que coisa ou o quanto está comendo;
- Comportamento de compensação. Após comer em grande quantidade,
para prevenir o aumento de peso, a pessoa provoca o vômito, abusa do uso indevi-
do de laxativos, diurético ou outro remédio, jejum ou exercício físico em excesso.
- Uma extrema preocupação com peso e o aspecto físico
Quando uma dieta supera, consideravelmente, o valor dos gastos calóricos
do cotidiano, conduz ao acúmulo de gordura no organismo.
Uma pessoa é considerada obesa se o seu peso supera os 20% daquele ideal.
Todo peso a mais é supérfluo e prejudicial, pois aumenta o risco de doenças como
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MECANISMOS DE EXCREÇÃO
Nas horas das refeições, geralmente, a família se reune em torno da mesa para comer. No
final das refeições, restam as sobras na mesa, nos pratos, o que não será aproveitado. É evidente
que os restos devem ser recolhidos em sacos e jogados fora da casa, caso contrário ela ficaria
muito cheia de lixo e sem condições de continuar vivendo dentro dela.
Uma das exigências fundamentais dos seres vivos é a de se libertar dos resíduos que as
células, no desevolver das suas funções vitais, com o seu metabolismo (sobretudo com aquelas
Excreção de nitrogênio
Os organismos unicelulares usam vesículas de expulsão de água; que são os vacúolos con-
tráteis. Os protozoários de água doce precisam dos vacúolos contráteis para a regulação osmótica
e de volume, porque a água doce é sempre hiperosmótica em relação ao meio em que eles vivem
e as superfícies permeáveis tendem a inchar e eles precisam eliminar o excesso de água e repor
os solutos perdidos.
Alguns protozoários, como a ameba, o sistema excretor é mais complexo graças ao qual
a célula isola temporaneamente o fuido coletado e o volume é aumentado, e quando atinge um
tamanho crítico, o protozoário expele o conteúdo e o tamanho dimunui, e depois começa tudo
de novo, inicia um novo ciclo.
Os invertebrados marinhos primitivos como os celenterados não possuem um verdadeiro
órgão excretor. As estrelas do mar e os ouriços do mar se limitam a expelir o nitrogênio sob
Em relação ao meio, os peixes de água doce são hipertônicos e o excesso de água que pene-
tra no organismo é eliminado como urina hipotônica . Ao contrário, são os teleósteos marinhos
que são hipotônicos em relação ao meio e a taxa de produção de urina desses animais é baixa
porque não produzem uma urina concentrada e o excesso de sal é excretado pelas brânquias,
porque uma das principais funcões dos rins é excretar os íons divalentes, sulfato e magnésio que
são encontrados na água do mar que eles bebem para compensar a perda osmótica água.
Os anfíbios produzem um grande volume de úrina muito diluída quando estão dentro da
água, (esses animais vivem na água ou próximo a ela). A urina muito diluída é para retirar o ex-
cesso de água no organismo.
Nas rãs, a úreia é eliminada por um rim, através de filtração glomerular e secreção tubular, o
que è vantajoso para elas porque quando esses animais estão expostos ao ar seco existe uma perda
de água, redução do seu débito urinário pela diminuição da taxa de filtração glomerular e aumen-
to da da reabsorção tubular de água. Todavia, a excreção de úreia pode continuar alta mesmo
quando a filtração glomerular estiver totalmente encerrada. Ao contrário dos elasmobrânquios,
que a uréia é filtrada e ativamente reabsorvida, no rim dos anfíbios grande parte da uréia fitrada
é secretada através da urina.
O rim dos répteis produz uma urina diluída ou isotônica, porém não produz uma urina
mais concentrada que o plasma sanguíneo. Uma urina diluída para os que vivem na água doce é
importante para retirar o excesso de água do organismo.
Com os répteis marinhos ocorre o contrário em relação à excreção porque eles não preci-
sam eliminar excesso de água, mas, sim, o excesso de sal, que é eliminado através das glândulas
de sal.
Os répteis terrestres, que vivem lugares secos, excretam ácido úrico, o qual é pouco solúvel
em água e se precipita na urina. Como resultado da precipitação do ácido úrico, a urina desses
répteis é pastosa sem a utilização de muita água.
As glândulas nasais existentes em alguns répteis servem para eliminar o excesso de sódio e
potássio, porém os répteis das regiões desérticas que não as possuem e nas serpentes terrestres a
excreção do ácido úrico é importante para a eliminação de sal com pouca água.
Aves e mamíferos
O néfron é a unidade estrutural e funcional do rim dos mamíferos, sendo composto por um
tubo mais ou menos enrolado, de paredes metabolicamente ativas e cheias de microvilosidades,
tubo urinífero, associado a numerosos vasos sanguíneos, entre eles duas redes capilares – glo-
mérulo de Malpighi e rede peritubular (Ver Figura 2.4).
No tubo urinário podem distinguir-se as zonas, onde ocorrem diversos fenômenos. O tubo
propriamente dito é formado pela cápsula de Bowman, tubos contornados proximal e distal,
separados pela alça de Henle.
A cápsula de Bowman é a zona inicial que se localiza na região cortical do rim. Nesta zona
ocorre a filtração, através do endotélio do capilar do glomérulo e da parede da cápsula, que im-
pedem a passagem de células e macromoléculas.
O resultado é o filtrado glomerular, uma mistura de água, sais minerais, ureia, glicose, AA,
vitaminas, etc., tudo em concentrações iguais às que tinham no plasma;
O Tubo contornado proximal está logo após cápsula de Bowman, é uma porção do tubo
bastante enrolada e ainda localizada no córtex renal. As suas paredes realizam transporte ativo de
sais e nutrientes (glicose, AA, Na+, Cl -, etc.) para o meio interno, o que causa a reabsorção de
água por osmose, pois a pressão osmótica no tubo é baixa;
A alça de Henle é uma porção do tubo em forma de U, subdividida em zona descendente e
ascendente, que mergulha na medula do rim. A porção descendente da ansa é permeável à água
(que passa para os capilares peritubulares), mas pouco permeável aos sais e á ureia, pelo que há
uma concentração da urina. O inverso ocorre na porção ascendente, onde o tubo é impermeável
á água, mas permeável aos sais, que saem por difusão e transporte ativo, aumentando a pressão
osmótica dos fluidos intersticiais da medula rena. A Alça de Henle está ausente em peixes, anfíbios
e répteis, os quais produzem uma urina que não é mais concentrada que o plasma sanguíneo;
O tubo contornado distal é a zona terminal do tubo urinário, novamente bastante enrolada
e de volta ao córtex renal. Aqui ocorrem importantes fenómenos de secreção, com transporte ati-
vo, sobretudo de K+ e H+, o que mantém o pH sanguíneo adequado. Outras substâncias, como
venenos e drogas, podem ser secretadas para a urina a este nível;
O tubo coletor, embora não fazendo parte do tubo urinário, é considerado importante in-
terveniente na formação da urina. Este tubo é muito permeável à agua, impermeável aos íons e
atravessa a medula (zona muito hipertônica do rim) dá-se a reabsorção de grandes quantidades
de água ainda presente na urina, tornando-a muito concentrada.
Vários tubos urinários desaguam num tubo coletor, que abrirá, no bacinete, uma zona cen-
tral do rim, onde partem os ureteres em direcção á bexiga. Esta abre para o exterior através da
uretra.
Na parte vascular do néfron, o sangue, vindo da artéria renal, entra na cápsula de Bowman
FIGURA 2.5
Atividade Complementar
1. Qual a importância das proteínas, carboidratos e gorduras para os animais?
2. A morfologia e a fisiologia dos animais são o resultado da seleção natural que favorece a
aquisição efetiva de energia do alimento enquanto evita que eles próprios se tornem alimento de
outros animais. Cite os principais métodos de alimentação.
5. Na passagem pelo trato digestivo, o alimento sofre a ação de diversas enzimas digestivas,
e a atividade dessas enzimas é muito influenciada pelo pH da solução. Cite as principais enzimas
que agem no trato digestivo e relacione os seus principais locais de ação e os compostos alimen-
tares que sofrem a ação.
9. Como é formada a urina nos crustáceos e como funciona o túbulo de Malpighi nos
insetos?
10. Cite as estruturas do néfron fazendo a distinção entre os dois tipos existentes na maio-
ria dos mamíferos. Indique a causa da produção da urina concentrada nas aves e mamíferos.
SISTEMA NERVOSO
Potencial de repouso
Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao sódio (aber-
tura dos canais de sódio). Como a concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula,
o sódio atravessa a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é acompa-
nhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio, e
todo esse processo é denominado onda de despo-
larização. Os impulsos nervosos ou potenciais de
ação são causados pela despolarização
da membrana, como mostra a Figu- FIGURA 3.3
ra 3.3, além de um limiar (nível crí- - A despolarização local da
membrana da célula nervosa
aumenta o influxo de sódio e,
tico de despolarização que deve ser através de retroalimentação
positiva, um potencial de ação
alcançado para disparar o potencial é gerado. Os impulsos nervo-
sos ou potenciais de ação são
de ação). causados pela despolarização
da membrana.
A velocidade de deslocamento
de um impulso ao longo de um nervo depende da in-
tensidade do estímulo e da propriedade do mesmo. Para
que ocorra um potencial de ação o estímulo deve ter uma
intensidade que é chamada limiar. A grandeza do poten-
cial de ação (impulso) provocado em alguma fibra é inde-
pendente da força do estímulo excitante, sempre que este seja adequado. Um estímulo elétrico
abaixo do limiar não provoca nenhum potencial de ação desencadeado; se ocorrer um estímulo
e valor maior que o limiar, é gerado um potencial de ação (impulso nervoso ) de grandeza má-
xima. Então, ou a fibra não responde, ou dar a resposta com toda a sua capacidade. Isto porque
potencial de ação é produzido pela concentração de íons do lado interno e externo da membrana
e, portanto, gera um potencial de ação total ou nada ocorre. Em fisiologia é denominada resposta
tudo-ou-nada.
Os insetos herbívoros que apresentam baixas concentrações de sódio na hemolinfa, têm
potenciais de ação e repouso semelhantes aos de outros animais , porque o sistema nervoso des-
ses animais e de todos os outros insetos não herbivoros possuem uma bainha que funciona como
uma barreira que separa a superfície do axônio com a hemolinfa, limitando a movimentação de
matériais entre a hemolinfa e o fluido que ficam junto às superfícies neuronais.
Velocidade de condução
Nos nervos motores dos vertebrados, a velocidade de condução é superior aos nervos mo-
tores comuns de invertebrados. A velocidade efetiva da condução é determinada pelo diâmetro
e do grau de mielinização da fibra nervosa. As fibras com um grande diâmetro e com mielina
conduzem os impulsos mais rapidamente do que as fibras menores e sem mielina.
Nos axônios gigantes, a velocidade de condução é 10 vezes maior que em axônios comuns
de um mesmo animal. Nas baratas, pode-se verificar a condução em alta velocidade que está rela-
cionada a um mecanismo de resposta rápida que o animal utiliza na locomoção, geralmente para
evitar predadores. As baratas escapam com muita velocidade em presença dos predadores, devido
FIGURA 3.4 - O
potencial de ação em um
nódulo de Ranvier. Há
despolarização local da
membrana.
Nos vertebrados, com o auxílio de uma bainha de mielina e uma condução saltatória, há
rápida transmissão de um nó a outro, eles conseguem uma rápida condução nervosa. Mas, a des-
polarização no nó é mais lenta.
Os axônios dos invertebrados exibem dois tipos de modificações estruturais relacionadas à
condução rápida que são: a utilização de axônios gigantes quando a condução rápida é essencial,
como no caso de necessidade de fuga; e algumas fibras nervosas que são revestidas por múlti-
plas camadas de bainhas similares à mielinização dos vertebrados. Esses nervos recobertos por
“mielina” foram observados em insetos minhocas, caranguejos e pitus. Nesses invertebrados a
velocidade de condução nas fibras é muito superior à dos outros nervos de invertebrados de di-
âmetro similar. Porém, não atinge a mesma velocidade de condução dos axônios mielinizados da
maioria dos vertebrados.
Sinapse
Sinápses químicas
Trocas osmóticas
As trocas osmóticas entre o animal e o meio no qual ele vive pode ser obrigatória e regulada.
Nas trocas obrigatórias os animais respondem a fatores físicos que eles têm pouco ou nenhum
controle; enquanto as trocas reguladas são fisiologicamente controladas e auxiliam na manunten-
ção da homeostase interna e servem, geralmente, para compensar as trocas obrigatórias.
Alguns animais possuem concentrações semelhantes àquelas da água do mar, porém outros
têm concentrações muito distintas. A exemplo do magnésio, que muitos invertebrados possuem
na mesma concentração da água do mar, mas em outros as concentrações são muito baixas, assim
como o sulfato.
A variação de concentrações é devido a permeabilidade da epiderme, que age como uma
barreira entre os compartimentos extracelular e o meio. A permeabilidade à água e solutos, va-
ria entre os diferentes grupos de animais e nenhum animal é completamente impermeável. As
brânquias dos peixes são permeáveis, uma vez que são envolvidas na troca de oxigênio e dióxido
de carbono entre o sangue e o meio. Tanto as brânquias quanto a pele de rã estão envolvidas no
transporte ativo de sais. Em contraste, a permeabilidade existente na pele das rãs e nas brânquias,
os répteis, alguns anfíbios do deserto, pássaros e muitos mamíferos têm peles relativamente im-
permeáveis e , consequentemente, perdem pouca água.
O dióxido de carbono se difunde para o meio através das superfícies respiratórias, quando
é eliminado como produto final do metabolismo celular. A água é um outro produto final do
metabolismo que deve ser eliminado, mas ela é produzida em pequena quantidade. É chamada de
água metabólica e é a principal fonte de água para muitos animais que vivem no deserto.
A água é ideal para a eliminação do calor corpóreo por evaporação através de superfícies do
epitéliais. As moléculas de água entram na fase gasosa e leva com ela as suas energias térmicas. E
a água deixada para trás torna-se fria. Animais do deserto como mamíferos e passaros, em algu-
mas situações preferem deixar a temperatura corpórea aumentar acima de 40°C para não gastar
água com resfriamento por evaporação. Exercícios intensos gera calor por causa do metabolismo
muscular e deve ser compensado por alto ritmo de dissipação de calor. A compensação pode
ser por resfriamento evaporativo nas superfícies respiratórias ou perda de água através da pele.
Durante o exercício, em alguns mamíferos, a temperatura do corpo aumenta, mas a do cérebro
permanece normal devido ao trocador de calor de contracorrente na região nasal, que resfria o
suprimento sanguíneo do cérebro. Em vertebrados terrestres a perda de água pela evaporação é
A maioria dos invertebrados marinhos são isosmótico, os líquidos corpóreos intra e extra-
celular desses animais estão próximos a água do mar em osmolaridade e também a concentração
plasmát.ica dos principais sais inorgânicos individuais. Esses animais não precisam gastar energia
na regulação da osmolaridade dos líquidos corpórais.
Os animais que mantêm osmolaridade interna diferente da do meio que eles vivem são
denominados osmorreguladores. E aquele que não controla ativamente a condição osmóti-
ca de seus líquidos corporais e se adapta a osmolaridade do meio ambiente e definido como
osmoconformador.
Quando os animais marinhos chegam à água salobra são denominados osmoconforma-
dores passivos e osmorreguladores ativos. A ostra é osmoconformador que consegue tolerar a
uma diluíção elevada e resiste, até certo ponto, efeitos da diluíção periódica no estuário, porque
mantém sua conchas fechadas.
A maioria dos vertebrados, com excessão dos elamosbrânquios e peixes bruxa, são os-
morreguladores estritos, que mantêm a composição dos líquidos corpóreos dentro de uma faixa
osmótica estreita. Os invertebrados aquáticos, de água salobra e marinhos são expostos a várias
osmolaridade ambientais. No caso do caranguejo da praia e de muitos outros animais de água
salobra, o limite de diluição tolerado varia de acordo com a localização geográfica. Os animais
de água doce apresentam um comportamento osmótico semelhante aos osmorreguladores bem-
sucedidos em água salobra, porém, existe diferenças nas concentrações de seus fluidos corpóreos.
Animais aquáticos eurialinos podem tolerar uma grande variação de salinidades, enquanto que
animais estenoalinos podem tolerar somente uma faixa osmótica estreita.
Nos animais hiperosmótico a água do meio circundante, tende a fluir para dentro do ani-
mal, devido à sua concentração interna de soluto que é maior, e os solutos tendem a ser perdidos,
porque a concentração interna é superior e também porque a água que entra precisa ser excreta-
da, levado consigo alguns solutos.
Elasmobrânquios marinhos
São elasmobrânquios com concentração sanguínea inferior a dos que são estritamente ma-
Teleósteos marinhos
Os teleósteos marinhos são hipotônicos em relação a água do mar e ,por isso, eles têm
tendência a perder água para o meio através do epitélio e das brânquias. Para recuperar a água
perdida eles bebem água do mar.
A absorção para a corrente sanguínea de 70 a
80% da água ingerida e de grande parte do NaCl e KCl
presentes na água do mar, é através do epitélio intes-
tinal. No esôfago, a absorção de sais é passiva , mas
no intestino delgado, a absorção é ativa com um trans-
porte ativo na membrana basolateral pela a ATPase de
Na+ / K+. Os íons divalentes como o Ca++, Mg++
e SO4 que permanecem no trato gastrointestinal é ex-
pelido pelo ânus. O excesso de sal absorvido é, pos-
teriormente, eliminado do sangue para a água do mar
por transporte ativo de Na+, Cl¯ e K+ pelo epitélio
das brânquias (Figura 3.6). As brânquias e os rins dos
teleósteos conseguem reter água com esse trabalho os-
mótico combinado.
No epitélio das brânquias dos teleósteos marinho
existem as células de cloreto (ou células de cloro), e é
através delas que se dá o transporte de NaCl do sangue
para a água.
Anfíbios
Nos animais terrestres, a perda de água corpórea é inevitável para a regulação da concentra-
ção de íons no plasma e a excreção de resíduos nitrogenados a exemplo dos insetos que eliminam
resíduos nitrogenados e inorgânicos conservando, assim, água. A osmorregulação é realizada,
intensamente, por muitos invertebrados terrestres.
O rim é o principal órgão de osmorregulação e excreção de nitrogênio da maioria dos ver-
tebrados terrestres. Os passaros e mamíferos produzem uma urina hiperosmótica, é uma urina
mais concentrada que o plasma, ela é produzida porque nos rins desses vertebrados é utilizado a
multiplicação do mecanismo de contracorrente. Essa especialização está centrada na alça de Hen-
le, e tem sido de grande importância para esses animais explorarem ambientes secos. Os répteis
e anfíbios não são capazes de produzir uma urina hiperosmótica, porque os rins desses animais
não são organizados para multiplicação por contra-corrente.
A minhoca não pode permanecer por muito tempo em contato com o ar seco porque
ela perde peso devido a evaporação, e logo morre. Quando expostas em soluções salinas com
diferentes concentrações, os fluidos corporais da minhoca continuarão hipertônicos em relação
ao meio, mas, na urina, permanecerá hipotônica em relação aos fluidos corpóreos. As relações
osmóticas, ao que se refere ao equilíbrio hídrico, demonstram que a minhoca é mais de água doce
do que um animal terrestre.
No caso dos anfíbios a pele, geralmente, é úmida e muito permeável e, é através dela que
esses animais trocam oxigênio e dióxido de carbono e também é através da qual a água e íons
podem mover-se por difusão passiva. A perda de eletrólitos por transporte ativo de sais do meio
aquático para o animal, é compensada através da pele do anfíbio. Porém, alguns anfíbios são
capazes de interromper a produção de urina, quando enfrentam desidratação água, e reiniciam a
produção quando termina o período de estresse osmótico.
Caracóis
Os caracois terrestres, durante o verão, possuem uma barreira à perda de água que é o epi-
fragma (uma membrana constituida de muco seco), que recobre a concha depois que o animal se
retrai para dentro dela. O epifragma, em alguns casos, contém grande quantidade de carbonato
de cálcio cristalino.
O caracol inativo, após as chuvas de inverno, dentro da concha, perde pouca água. Com o
epifragma recobrindo a concha desses animais, algumas espécies podem sobreviver em regiões
desérticas, quentes e secas.
As lesmas dependem da umidade de seus habitats e são ativas, principalmente, após a chuva
e à noite, quando a umidade é alta.
Crustáceos
Insetos
Nos insetos a perda de água por evaporação muito menor que nos outros grupos de ani-
mais, porque eles têm uma cutícula de cera que é altamente impermeável à água, e esses inver-
tebrados são altamente eficientes em conservar água enquato eliminam resíduos nitrogenados e
inorgânicos. A reabsorção de íons no reto ou da eliminação com as fezes é regulado de acordo
com a condição osmótica do inseto.
Nos insetos terrestres a perda de água se dá pelo sistema traquel, pois a medida que as tra-
quéolas são abertas para o ar, o vapor d’água pode difundir-se para fora e o dióxido de carbono
e oxigênio se difundem em favor de seus gradientes.
Répteis marinhos
As tartarugas marinhas vivem a maior parte de suas vidas em mar aberto, porém, as fêmeas
retornam às praias arenosas tropicais para a reprodução; somente as fêmeas retornam para depo-
sitar os ovos na terra, porque os machos não retornam a terra depois que entram no mar como
filhotes.
O rim dos répteis não conseguem excretar o excesso de sal, e essa função é realizada por
glândulas na cabeça denominadas glândulas de sal. O fluido que essas glândulas produzem con-
tém, principalmente, sódio e cloro em concentração substancialmente maiores que na água do
mar. Glândulas secretoras de sal parecidas são encontradas em aves marinhas, lagartos, tartaru-
gas, cobras marinhas e crocodilos. Em uma expiração súbita, os lagartos expele, ocasionalmente,
o fluido, através das narinas, na forma de um borrifo delicado.
As tartarugas herbívoras ou carnívoras possuem uma grande glândula excretora de sal na
órbita de cada olho. O ducto da glândula desemboca no canto posterior da orbita e quando a
tartaruga enfrenta uma carga salina elevada, ela derrama lágrimas salgada. Apesar das lágrimas
dos seres humanos possuir gosto salgado, essas são isosmóticas em relação ao plasma sanguíneo.
Portanto, as glândulas lácrimais humanas não exercem função na excreção do sal.
As serpentes marinhas possuem glândulas de sal que desembocam na cavidade oral; e, nos
crocodilos as glândulas de sal estão localizadas sobre a superfície da língua.
Aves marinhas
As glândulas de sal das aves marinhas permanecem inativas enquanto as aves não ingerem
As concentrações de sais no fluido secretado são altas, mas essas concentrações varia entre
as espécies de acordo com os hábitos alimentares e à ecologia normal das aves. Aves litôraneas
que se alimentam de peixe secretam um fluido salino relativamente baixo, enquanto a gaivota que
come mais invertebrados e, consequentemente, ingere mais sal e apresenta uma concentração alta
de sódio. As aves que são altamente oceânica e se alimentam de crustáceos planctônico, apresenta
uma concentração de sódio por litro ainda maior do que as gaivotas.
A glândula de sal das aves e seu fluxo sanguíneo são organizados como um fluxo de con-
tra corrente, e isto pode ajudar na concentração da solução de sal. As glândulas de sal das aves
marinhas e dos répteis terrestres parecem ser orgãos altamente especializados para a excreção de
sódio e cloro. Nesses grupos, as glândulas de sal compensam a incapacidade dos rins de produzir
urina fortemente hipertônica em relação aos líquidos corporais.
Mamíferos
Os mamíferos marinhos que não têm glândulas de sal ou especializações semelhantes, ob-
têm água através do alimento ingerido e do metabolismo. Eles evitam beber água do mar. Os
alimentos que esses animais comem apresenta uma grande variação de sal, mas eles dependem
primariamente de seus rins para manter o equilíbrio osmótico. Os rins das baleias e focas são ca-
pazes de produzir urina mais concentrada que a água do mar, porém não se sabe ao certo se esses
animais ingerem água do mar ou se ela é ingerida casualmente junto com o alimento.
Quando uma foca ingere invertebrados marinhos com osmolaridade semelhante à água
do mar, ingere quantidades altas de sal em relação à água, porém precisa de água para eliminar a
carga de sal. Os peixes teleósteos marinhos são mais diluídos que a água do mar, e quando a foca
come esses peixes a carga de sal ingerida é muito menor. A foca queima gordura para produzir
energia e água quando se alimenta com invertebrados marinhos, porém, quando come peixe,
estoca gordura.
Mamíferos não podem beber água do mar, porque não são preparados. No caso dos seres
humanos, a água do mar é tóxica e a ingestão dela causa acúmulo de sal que não será acompa-
nhada por uma quantidade fisiologicamente equivalente de água e o processo de desidratação é
Atividade Complementar
7. Por que os peixes teleósteos marinhos bebem água do mar e os teleósteos de água doce
produzem uma urina muito diluída? Como as brânquias e os rins dos teleósteos marinhos con-
seguem reter água?
10. Por que os mamíferos não podem beber água mar? Do que os mamíferos dependem
para manter o equilíbrio osmótico?
GLÂNDULAS
Córtex adrenal
A glândula adrenal é dividida em duas porções, uma interna e outra porção externa. A
porção interna, a medula adrenal, é de origem neural; e a porção externa é cortex adrenal, que
é formado por células que estão em íntima associação com aquelas que formam os ovários e os
testículos. Todas as células sintetizam esteróides, sendo que existe uma similaridade entre os hor-
Gândula tireóide
Pâncreas
O pâncreas é uma das principais glândulas digestivas e produz importantes enzimas di-
gestivas e homônios que não apresentam função direta na digestão. A Figura 4.2 mostra regiões
endócrinas e regiões exócrinas do pâncreas, as chamadas ilhotas de Langerhans são a porção
endócrina, onde estão as células que secretam dois hormônios; insulina e glucagon, que atuam
no metabolismo do açucar. A glicose sanguínea alta age como o principal estímulo para que as
células pancreáticas beta secretem insulina. O glucagon, o hormônio do crescimento, peptídeo
inibitório gástrico, adrenalina e níveis elevados de aminoácidos, também estimulam a liberação
Rim
A vitamina D3, que pode ser sintetizada na pele a partir do colesterol ou pela radiação
ultravioleta, após ser hidroxilada pelo fígado é transportada no sangue por uma proteína trans-
portadora específica em direção ao rim, onde é novamente hidroxilada em forma ativa do hor-
mônio, diidroxicolecalciferol, que no intestino estimula a absorção do cálcio para os ossos, onde
é necessário para mineralização óssea normal.
Outra função do rim é a liberação da renina que produz o aumento prolongado da hiper-
tensão. A renina é uma enzima que age sobre proteínas plasmáticas para liberar angiotensina
que estimula a secreção de aldosterona influenciando no metabolismo do sódio e da água; causa
vasoconstricção e, consequentemente, elevação da pressão sanguínea; causa, também a liberação
de cotecolaminas da medula adrenal.
Medula adrenal
Os hormônios são substâncias produzidas por tecidos ou glândulas específicas que influen-
ciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Muitos hormônios modificam
ou influenciam as atividades dos tecidos ou orgãos alvos. Os produtos do sistema endócrino são
Substâncias transmissoras
Movimento amebóide
Os cílios são estruturas com aspecto de pequenos pêlos com 0,25 micrômeros de diâmetros
constituídos por um feixe de microtúbulos dispostos paralelamente e envoltos por uma membra-
na. Os cílios são curtos, múltiplos. Estendem-se a partir da superfície de muitos tipos de células
e são encontrados na maioria das espécies animais, em muitos protozoários e em algumas plantas
inferiores. Têm como função primária a de movimentar fluido sobre a superfície celular ou deslo-
car células isoladas através de um fluido. Os flagelos dos espermatozóides de muitos protozoários
possuem grande semelhança com cílios, porém muito mais longos.
Os flagelos são, geralmente, únicos e bem longos. No corpo humano estão situados apenas
nos espematozóides. Na cauda do espermatozóides já foram verificadas mais de 200 tipos de
proteínas. Uma célula ciliada, como um paramécio, pode ter milhares de cílios distribuidos sobre
sua superfície.
As brânquias ciliadas e os tentáculos, comuns em muitos invertebrados, destinam-se a duas
funções: trocas respiratórias e filtração da água para a obtenção de partículas alimentares. Os
cílios servem, também, para movimentar fuidos em tubos, tais como os dos sistemas reprodu-
tor e excretor (p. ex., os nefrídeos dos anelídeos). Em mamíferos, os epitélios ciliados auxiliam
o transporte de material junto às superfícies internas, como a movimentação do muco no trato
respiratório e o ovo no interior do oviducto.
Estruturas ciliares modificadas, reconhecidas pela distribuição característica 9+2 filamentos
internos, estão presentes nos olhos dos insetos, bem como na maioria dos outro órgãos sensoriais
na maioria dos filos animais.
Uma série de experiências realizadas com flagelos isolados de cauda de espermatozóide
demonstraram que os pares de microtúbulos deslizam entre si durante a contração e que a força
motriz para este movimento deriva da interação dos braços de dineína com microtúbulos vizi-
nhos. A dineína estabelece contato com a tubulina dos microtúbulos vizinhos e gera força da
mesma intensidade que a miosina com a actina. Essas forças promovem movimentos de desliza-
mento entre pares de microtúbulos vizinhos, provocando o deslizamento de um par em relação
Músculo e movimento
movimentos.
O múscu-
lo liso dos vertebrados é denomi-
nado involuntário, porque não está
sob controle consciente. O músculo
estriado possui contrações mais rá-
pidas que a do músculo liso e, geral-
mente, o indíviduo não conhece bem o estado de contração muscular em seus vasos sanguíneos,
estômago, intestino e outros orgãos internos que têm nas paredes o músculo liso.
O músculo estriado é formado por muitas fibras paralelas que são formadas por fibrilas
mais finas com estrias transversais chamadas de banda Z, que se repetem a intervalos exatamente
regulares. E entre duas bandas Z existe uma região que se chama de chama de sarcômero.
Na linha Z existem filamentos muito finos que se estendem em ambas as direções e, no
centro, se encontram com filamentos um pouco mais grosso, resultando em um número de ban-
das menos proeminentes, localizadas entre as linhas Z; de acordo com o estado de contração do
músculo a aparência dessas bandas é modificada como mostra a Figura 4.5.
O músculo liso não possui estrias transversais, mas sua contração depende das mesmas
proteínas do músculo estriado, actina e miosina e da energia proveniente do ATP.
Além do ATP (trifosfato de adenosina), como fonte de energia para os músculos, existe um
outro fosfato orgânico, o fosfato de creatina que se encontra em grandes quantidades. O seu gru-
po fosfórico é também para o difosfato de adenosina (ADP) e, assim, é restaurado o suprimento
de ATP, que está presente em pequena quantidade no músculo. E como terceira fonte de energia
é a oxidação de carboidrato e ácidos graxos. Os carboidratos são armazenados no músculo sob a
forma de glicogênio e na ausência de oxigênio suficiente, pode produzir energia ao ser quebrado
até o ácido láctico.
Nos músculos de vertebrados está presente o fosfato de creatina , mas em alguns inverte-
brados é ausente, porém o fosfato de arginina, outro fosfato orgânico, que não é encontrado no
músculo de vertebrados está presente no músculo de invertebrados.
Contração muscular
A contração muscular que produz uma força exercida nos pontos de fixação e que não
ocorre modificação no comprimento é denominada contração isométrica. Se for adicionado a
uma das extremidades do músculo um peso que ele consegue erguer, o músculo encurtará duran-
te a contração, ela é denominada contração isotônica.
O filamento grosso é constituido pela proteína miosina, mas o filamento fino é formado
por três proteínas; actina, tropomiosina e troponina (Figura 4.6). A troponina está ligada à tro-
pomiosina e é fundamental para o processo de contração. Quando a troponina liga-se aos íons
cálcio ocorre uma alteração conformacional que é essencial para a interação entre as cabeças de
miosina dos filamentos grossos e a actina dos filamentos finos (Squire 1975). Quando as cabeças
de miosina unem-se aos filamentos finos em determinado ângulo; elas sofrem uma alteração con-
FIGURA 4.6 - O filamento fino é composto por três proteínas, a actina, a tropo-
nina e a tropomiosina. A actina é a molécula central, que polimeralizada forma uma dupla
hélice e contém os sítios de ligação com a miosina. A tropomiosina é uma molécula presa
à actina de forma espiralada sobre a dupla hélice.
Cada ciclo de união implica no dispêndio de energia na forma de ATP. Molécula de ATP
liga-se temporariamente à cabeça da miosina, formando um complexo ativo que se unirá às mo-
léculas disponível e não bloqueado pela fita delgada de tropomiosina (Weber e Murray, 1973).
Enquanto a miosina não se combinar com uma nova molécula de ATP ela não se separa
novamente da actina, porque para cada desacoplamento o ATP é indispensável. A condição de
rigidez muscular após a morte (rigor mortis) ocorre devido a incapacidade de desacoplamento
das pontes cruzadas, pois o suprimento de ATP no músculo fica esgotado.
Função do cálcio
A contração muscular
FIGURA 4.7 - Esquema de um músculo contraido. FIGURA 4.8 - Esquema de um músculo relaxado.
Estimulação
Despolarização do sarcolema
Despolarização do sistema T
Liberação de Ca++ do retículo sarcoplasmático
Difusão de Ca++ para o filamento fino
Contração
Relaxamento
As fibras rápidas do músculo estriado dos vertebrados são denominadas fibras fásicas e as
mais lentas fibras tônicas. As fibras fásicas são utilizadas em movimentos rápidos e as tônicas para
manter contrações prolongadas de baixa intensidade. O sistema fásico está associado a grandes
fibras nervosas com velocidade de condução em torno de 8 a 40m/s, que provocam respostas
contráteis rápidas. As fibras do sistema tônico são pequenas e a velocidade de condução é de 2 a
8 m/s, provocando contrações musculares graduadas, acompanhadas de potenciais musculares
não-propagados de pequena amplitude e duração prolongada.
O músculo sartório da rã é formado por fibras fásicas, ele se estende ao longo da coxa e é
usado, principalmente, para o salto. As fibras fásicas respondem de acordo com a lei do tudo ou
nada, isto significa que quando um estímulo excede um determinado valor mínimo (valor limiar),
elas respondem com uma contração total. Um aumento adicional na intensidade do estímulo não
provoca um aumento da resposta. Desse modo, a fibra muscular não responde com intensidade
máxima. Isso é conhecido como a lei do tudo ou nada.
As fibras musculares do músculo tônico são inervadas por fibras nervosas de pequeno di-
âmetro. Ao contrário das fibras musculares fásicas, a resposta das fibras tônicas não se espalha
necessariamente por toda fibra para produzir uma resposta completa de tudo ou nada. A resposta
a um estímulo único é pequena e a tensão aumenta com uma freqüência repetida de estímulos.
Portanto, é necessário uma estimulação repetida de pequenos nervos para provocar um acrésci-
mo significativo na tensão das fibras tônicas. Freqüências crescentes aceleram a taxa de aumento
da tensão. O relaxamento após a concentração da fibra muscular lenta é, no mínimo, 50 a 100
vezes mais lento que após ação de uma fibra fásica. Esse tipo de resposta tem uma função impor-
tante na atividade postural da rã (Kuffler e Williams 1953b).
Os peixes também possuem músculos constituídos por fibras fásicas e tônicas. A cavalinha
e o atum nadam continuamente a velocidade relativamente lenta, possuem dois tipos de fibras
em diferentes massas musculares. Devido a alta concentração de mioglobina, o músculo tônico
é vermelho e está localizado nas laterais do animal e se estende em direção a coluna vertebral. O
músculo vermelho executa a natação à velocidade cruzeiro e a massa de músculo branco (tipo fá-
sico) representa a reserva de força para curtos surtos de atividade de alta velocidade. No tubarão
as fibras tônicas são usadas durante a natação vigorosa, como a perseguição a uma presa.
Músculo cardíaco
Quando uma estrela-do-mar ataca um mexilhão, ela acopla seu pé tubular nas duas conchas
e tenta separá-las. Durante o teste de resistência protetora, o músculo de fechamento do bivalve
permanece em estado de contração, conhecido como catch. Em algumas espécies, mas não em
todas, os músculos do fechamento das conchas estão divididos em duas porções, fibras lisas e
estriadas. Do ponto de vista funcional, a parte estriada contrai rapidamente e é indicada como
porção rápida ou fásica e a não estriada é muito mais lenta e é conhecida como porção lenta ou
tônica.
O músculo mais estudado do tipo catch é o músculo retrator anterior do bisso (MRAB)
do mexilhão azul (Mytilus edulis), que contém somente fibras lisas. E o nervo é misto, isto é,
contém fibras nervosas de excitação e relaxamento. As fibras de excitação agem provavelmente
por meio da liberação de acetilcolina e as de relaxamento, pela liberação de uma outra substância
transmissora, a serotonina.
O aspecto singular do catch é que a rigidez muscular (resistência ao estiramento) é mantida
após o término da excitação. Há fortes evidências de que isso ocorra porque as pontes cruzadas
permanecem unidas e apenas se desconectam em resposta a impulsos nervosos de relaxamento
(ou serotonina). Isso sugere que os músculos de fechamento dos bivalves, uma vez que tenham
encurtado e entrado em catch, mantêm seus comprimentos sem gasto energético adicional.
Qualquer pessoa que já tenha manipulado caranguejos ou lagostas vivos tem conhecimen-
to da dor que pode ser causada pela força impressionante que esses animais podem exercer por
meio de suas pinças. Tal condição não se deve a um vigor muscular extraordinariamente grande,
mas, sim, à disposição anatômica das fibras. Na pinça de um caranguejo, o músculo é peniforme.
Isso significa que as fibras, ao invés de serem paralelas na direção da tração, estão dispostas em
ângulo, aumentando muito a vantagem mecânica.
Um aspecto interessante do músculo do crustáceo é inervação múltipla: as fibras muscula-
res isoladas podem ser inervadas por duas ou mais fibras nervosas. Além dos nervos múltiplos
que estimulam a contração do músculo, muitos músculos de artrópodos também possuem nervos
inibitórios, cuja estimulação resulta no relaxamento muscular caso o músculo esteja previamente
em estado de contração. No crustáceo, o músculo por inteiro é geralmente inervado por somente
alguns, ou um único axônio. Isso faz com que o músculo funcione como uma unidade isolada e,
dependendo dos impulsos que recebe, pode funcionar como um músculo rápido ou lento.
Muitos insetos, como as libélulas, mariposas, borboletas e gafanhotos, exibem uma freqü-
ência relativamente baixa de batimentos de asas e cada contração muscular ocorre em resposta
a um impulso nervoso. Como a contração do músculo é sincronizada com o impulso nervoso,
esse tipo é conhecido como músculo sincrônico. Mas, existem pequenos insetos como as abelhas,
moscas e mosquitos que batem as asas demasiadamente rápido para que um impulso nervoso
atinja o músculo a cada contração. Esses músculos rápidos possuem nervos, porém os impulsos
nervosos são transmitidos a uma freqüência mais baixa que as contrações e, portanto, os múscu-
los são denominados de músculos assincrônicos.
Os músculos no interior do tórax de um inseto de batimentos de asas rápido não estão
acoplados às asas, mas à parede do tórax. Há dois conjuntos de músculos que, por conviniên-
cia, podem ser chamados de vertical e horizontal. O efeito primordial da contração muscular é
deformar o tórax e devido ao menor encurtamento das fibras, apenas uma pequena fração do
comprimento muscular, a contração pode ocorrer muito rapidamente. No entanto, a propriedade
mais importante do músculo assincrônico é que a contração é uma resposta ao estiramento.
Quando os músculos verticais contraem, o tôrax é deformado, assumindo uma nova posi-
ção com um estalido, de modo que a tensão é subitamente dissipada dos músculos verticais em
contração. Entretanto, uma modificação repentina na forma do tôrax causa o estiramento do
conjunto horizontal de músculos do vôo que, por sua vez, funciona como um estímulo para a
contração. Tal contração deforma o tôrax na direção oposta e ele subitamente estala de novo para
voltar à posição inicial, liberando a tensão dos músculos horizontais. Isso causa estiramento dos
músculos verticais que respondem com uma nova contração e assim por diante.
Minhocas
A parede de uma minhoca comum apresenta duas camadas musculares que se estendem em
duas direções distintas, tanto em folhetos circulares ao redor do corpo como na direção longitu-
dinal. O movimento da minhoca quando rasteja para frente é aproximadamente o seguinte: uma
onda de contração dos músculos circulares inici-se na extremidade anterior, causando afilamento
e alongamento do corpo, empurrando a extremidade anterior para frente. A contração circu-
lar percorre todo o corpo como uma onda, seguida por uma onda de contração dos músculos
longitudinais.
O movimento da minhoca quando rasteja para frente é, aproximadamente, o seguinte: Uma
onda de contração dos músculos circulares inicia-se na extremidade anterior, causando afila-
mento e alongamento do corpo, empurrando a extremidade anterior para frente. A contração
circular percorre todo corpo como uma onda, seguida por uma onda de contração dos músculos
longitudinais.
A minhoca se movimenta para frente à medida que as ondas de contração movem-se em
sentido retrógrado. E, quando a minhoca se movimenta, os músculos exercem força sobre o
conteúdo fluido do animal; os músculos circulares criam uma pressão que provoca o estiramento
dos músculos longitudinais e quando esses músculos se contraem, subsequentemente, a pressão
distende os músculos circulares e a minhoca se espessa.
Patas de aranha
As aranhas não podem estender suas patas com o auxílio dos músculos, pois não possuem
músculos extensores. Fotografias de alta velocidade das aranhas saltadoras dão suporte ao con-
ceito de que a pressão sanguínea está envolvida, pois, no momento do salto, as espículas das patas
ficam eretas, exatamente como o fazem quando há um aumento na pressão do fluido no inte-
rior da pata. Entretanto, o mecanismo preciso não é completamente entendido (Parry e Brown,
1959b).
Locomoção
Um animal que corre sobre uma superfície horizontal utiliza energia sob três formas
principais:
A força mecânica para superar o atrito nas articulações é mínima, mas alguns animais apre-
sentam aumento dos movimentos respiratórios e da atividade de bombeamento do coração.
Entretanto, a quantidade é muito pequena quando comparada com a energia necessária para a
movimentação mecânica do corpo.
A corrida ladeira acima a 15° de inclinação causa um aumento insignificante no consumo de
oxigênio de um animal pequeno, como um camundongo de 30g. Para animais maiores, neste caso
o chimpanzé, a corrida ladeira acima aumenta muito o consumo de oxigênio. De forma similar, a
corrida ladeira abaixo faz pouca diferença para o camundongo, mas torna o deslocamento muito
menos custoso para o chimpanzé [Taylor e col., 1972].
Saltos
Como um salto requer apenas uma única contração dos músculos apropriados, o trabalho
realizado durante a partida para o salto e o utilizado para a aceleração é o mesmo em relação à
massa corpórea. A conclusão é que animais de constituição isométrica, mas massas diferentes,
devem saltar a uma mesma altura, contanto que seus músculos contraiam com a mesma força.
Quanto menor o animal, menor a distância de partida para o salto, e visto que a velocidade
de partida deve ser a mesma para todos, o animal menor necessita acelerar mais velozmente seu
peso corpóreo. Como há menos tempo disponível para a partida, a potência do músculo precisa
ser aumentada de acordo (isto é, o músculo deve contrair muito rapidamente).
A pulga salta utilizando o princípio da catapulta e armazena energia em um pedaço de ma-
terial elástico (resilina), na base das patas traseiras. A resilina é uma proteína com propriedades
muito semelhante à borracha (Weis-Fogh, 1960; Andersen e Weis-Fogh, 1964). Os músculos re-
lativamente lentos são usados para comprimir esse material, que devolve a energia total com uma
eficiência próxima a 100%, quando o mecanismo de liberação é disparado. Dessa maneira, o re-
chaço elástico funciona à semelhança de um estilingue e confere à pulga a necessária aceleração.
O besouro click, como a pulga, é muito pequeno para que os músculos proporcionem a
aceleração necessária durante o curto tempo de aceleração. Metade de um milissegundo não é
suficiente para a contração muscular e a melhor maneira de obter energia, à velocidade necessária,
é armazená-la em uma estrutura elástica.
Vôo
A potência necessária para que um animal seja impulsionado no ar durante o vôo tem dois
componentes: deve haver uma força de ascensão (empuxo) equivalente ao seu peso e um impulso
Natação
A natação, em princípio, não é muito diferente do vôo, exceto que a maior densidade da
água reduz a potência necessária para a sustentação do corpo. De fato, alguns animais nadadores
possuem a mesma densidade que a água e nenhuma potência é usada para obter sustentação;
toda a potência usada na natação pode ser direcionada para impulsionar o corpo. A densidade e
a viscosidade da água maiores são importantes e os peixes não nadam tão rapidamente quanto
as aves voam.
Flutuabilidade
Se um animal que nada for mais pesado que a água, parte de seu gasto energético servirá
para impedir que afunde e apenas parte estará disponível para a locomoção. Se o animal tivesse
a mesma densidade que a água (isto é, possuísse uma flutuabilidade neutra), teria mais energia
disponível para se mover.
O problema da flutuabilidade é mais importante para os grandes animais do que para aque-
les muito pequenos. Os apêndices, grandes o suficiente para funcionar como freios evitando o
afundamento, são mecanicamente impossíveis em grandes organismos, que devem, portanto,
fazer uso de outros meios.
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