05 Sobrecorrentes PDF
05 Sobrecorrentes PDF
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Normalizao IEC
de disjuntores BT
s disjuntores de baixa tenso so hoje cobertos
por uma completa normalizao internacional (tabela I), liderada pela IEC 60947-2 no Brasil,
NBR IEC 60947-2. Esta norma aplica-se a todos os disjuntores cujos contatos principais so destinados ligao a
circuitos cuja tenso nominal no ultrapassa 1000 VCA ou
1500 VCC, quaisquer que sejam as correntes nominais, os
mtodos de construo e a utilizao prevista.
A IEC 60898 (no Brasil, NBR IEC 60898) trata especificamente dos disjuntores de tenso nominal inferior ou
igual a 440 V, corrente nominal inferior ou igual a 125 A,
para uso em circuitos CA de instalaes domsticas e anlogas, concebidos para uso por pessoas no advertidas ou
qualificadas e para no exigir manuteno (o que no quer
dizer que eles no possam ser usados em instalaes industriais, claro). o domnio, por excelncia, dos minidisjuntores (ou, na denominao internacional, MCB, de miniature circuit-breakers). A IEC 60898 no se aplica aos disjuntores destinados proteo de motores e queles cuja
regulagem de corrente seja acessvel ao usurio.
As prescries relativas aos disjuntores para equipamentos constam da IEC 60934, enquanto os disjuntores utilizados como dispositivos de partida de motores so tratados, pelo menos parcialmente, pela IEC 60947-4.
Os disjuntores, no exerccio da funo principal de proteo contra sobrecorrentes, operam atravs de disparadores que podem ser trmicos, magnticos e eletrnicos.
Os disjuntores mais tradicionais, para uso geral, so
equipados com disparadores trmicos, que atuam na ocorrncia de sobrecorrentes moderadas (tipicamente correntes
de sobrecarga), e disparadores magnticos, para sobrecorrentes elevadas (tipicamente correntes de curto-circuito).
Da o nome disjuntores termomagnticos.
O disparador trmico tpico constitudo de uma lmina
bimetlica que se curva sob ao do calor produzido pela passagem da corrente. Essa deformao temporria da lmina,
devido s diferentes dilataes dos dois metais que a compem, provoca, em ltima anlise, a abertura do disjuntor. O
disparador trmico bimetlico apresenta caracterstica de
atuao a tempo inverso, isto , o disparo se d em um tempo
tanto mais curto quanto mais elevada for a (sobre)corrente.
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Disparo instantneo A IEC 60898 define, para o disparo instantneo, em geral magntico, as faixas de atuao
B, C e D ilustradas na figura 3:
B: de 3 In a 5 In;
C: de 5 In a 10 In;
D: de 10 In a 20 In.
A fixao das trs faixas, atravs de valores-limite, no
significa, porm, que o fabricante deva observ-los estritamente, particularmente no que se refere ao limite superior.
Em outras palavras, determinado fabricante pode oferecer
um disjuntor com caracterstica D, mas com faixa de atuao de 10 In a, digamos, 15 In.
A IEC 60947-2, por sua vez, refere-se a abertura em
condio de curto-circuito e prescreve apenas que o disparador correspondente deve provocar a abertura do disjuntor com uma preciso de 20% em torno do valor ajustado/calibrado.
G
Fig. 2 Caracterstica tempo-corrente de um disparador eletrnico. Ir pode ser ajustado, tipicamente, entre 0,4 e 1 vez a
corrente nominal; e IM entre 2 e 10 vezes Ir.
Caractersticas nominais
G Tenses nominais Os disjuntores so caracterizados
pela tenso nominal de operao, ou tenso nominal de
servio (Ue) e pela tenso nominal de isolamento (Ui). Nos
catlogos dos fabricantes, freqentemente indica-se apenas
a primeira, chamada simplesmente de tenso nominal (Un
= Ue). Geralmente, Ui o maior valor admissvel de Ue.
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o retorno ao servio, aps a eliminao da falta, seja rpido e seguro para toda a instalao.
Correntes
Aplicaes
Categoria
Caractersticas
Normas
nominais
essa a razo da capacidade
de
interrupo
em servio Ics , cuMinidisjuntores
IEC 60898
0,5 a 125 A Proteo de circuitos ter Construo modular, montagem em
Disjuntores para
minais
em
instalaes
trilho (quando padro DIN)
ja comprovao as normas assim
instalaes doms- Disparador no ajustvel
com tenso de no mxiespecificam:
ticas e anlogas
mo 440 VCA
o disjuntor deve realizar trs inDisjuntores para
uso geral:
terrupes sucessivas de Ics;
Disjuntores em
Construo consagrada, e tecnologia IEC 60947-2 40 a 3200 A Proteo de circuitos
a capacidade de o disjuntor
caixa moldada
principais, de distribuio
em constante aperfeioamento. Ampla
e terminais
variedade de disparadores e
preencher todas as suas funes
acessrios
ento verificada por uma srie de
Disjuntores de
630 a 6300 A Proteo do quadro geral
Ao lado da tradicional construo
medies (elevao de temperatupotncia
(QGBT)
aberta, verses em invlucros
isolantes. Unidades de disparo verra, ensaio de tenso aplicada, veristeis e com amplos recursos, incluinficao da atuao dos disparadodo comunicao
0,1 a 63 A Circuitos de alimentao
Disjuntor-motor
res, etc.).
Caractersticas apropriadas s dos
IEC 60947-2
de motores, mquinas e
motores. Podem ser usados como dis- IEC 60947-4.1
Todas essas exigncias confiprocessos industriais
positivo de partida.
guram
Ics como uma caractersti0,1 a 125 A Destinados a ser incorDisjuntores para
Dispositivos simples, geralmente proIEC 60934
equipamentos
porados a equipamentos
porcionando proteo contra sobreca de desempenho, uma indicao
de utilizao (eletrodocargas mas no contra curtos-cirda capacidade do disjuntor em gamsticos, bombas, etc.)
cuitos
rantir um funcionamento completamente normal mesmo aps ter
G Capacidades de interrupo A IEC 60947-2 defiinterrompido correntes de curto-circuito.
ne capacidade limite de interrupo (de curto-circuito)
Embora a norma de instalaes no inclua regras envolIcu e capacidade de interrupo (de curto-circuito) em
vendo especificamente a caracterstica Ics , importante e
servio Ics.
conveniente, a fim de garantir melhor continuidade de serJ a IEC 60898 refere-se simplesmente a capacidade
vio, escolher disjuntores cujo desempenho Ics seja tal que
de interrupo nominal (Icn), igual capacidade limite de
interrupo, isto Icn = Icu , fixando os valores de 1,5 , 3,
Ics > Ik provvel.
4,5, 6, 10, 15, 20 e 25 kA. A capacidade de interrupo
em servio definida em funo de Icn , sendo fixados os
Ve j a m o s
Tab. II Correntes convencionais de
seguintes valores:
dois exemplos
no-atuao (Int), de atuao (I2) e
para Icn 6 kA, Ics = Icn;
genricos, para
tempo convencional para disjuntores BT
para 6 < Icn 10 kA, Ics = 0,75 Icn (mnimo de 6 kA);
melhor ilustrar
Tempo
para Icn > 10 kA, Ics = 0,5 Icn (mnimo de 7,5 kA).
essa recomenIn (*) IEC 60947-2 IEC 60898
convencional
So as caractersticas Icu e Icn que devem ser comparadao.
(A) I
I2
Int I2
(h)
nt
das, no projeto da instalao, com o valor da corrente de
No caso de
curto-circuito presumida no ponto de instalao do disjunum
disjuntor
63
1
1,05 1,30 1,13 1,45
tor [Ver artigo Equacionamento da proteo contra curcom
funo
tpi> 63
2
tos-circuitos]. Assim,
ca de chave ge(*) In corrente de ajustagem (IEC 60947-2) ou
Icu ou Icn (do disjuntor) Ik presumida (do sistema)
ral, em um quacorrente nominal (IEC 60898)
Icu e Icn representam, enfim, a mxima corrente de curdro ou painel de
to-circuito que um disjuntor capaz de interromper.
distribuio, e cujo campo de proteo geralmente limitaMas no clculo da corrente de curto-circuito presumida
do ao prprio quadro ou painel, as correntes de curto-cirIk geralmente so assumidas, em favor da segurana, concuito que caber ao dispositivo eliminar sero apenas ligeidies e circunstncias que correspondem ao pior caso. O
ramente inferiores ao valor terico da corrente de curto-cirresultado que quando um curto-circuito ocorre, seu valor
cuito presumida. Assim, deve ser selecionado um disjuntor
na realidade bem inferior ao da corrente presumida Ik.
cuja Ics seja prxima de ou igual a Icu , isto ,
Por outro lado, importante que essas correntes de curto menores, mas com maior probabilidade de ocorrncia,
Ics = 100% Icu
sejam interrompidas em perfeitas condies, de forma que
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J no caso de disjuntores de sada de quadros ou painis, que basicamente protegem circuitos entre quadros
(circuitos de distribuio), ou entre quadro e equipamento
de utilizao (circuito terminal), os curtos-circuitos provveis resultaro em correntes bastante inferiores Ik presumida no ponto de instalao do dispositivo, uma vez que as
faltas quase sempre envolvero apenas uma ou duas fases e
ocorrero na extremidade final do circuito protegido. Assim, a corrente de curto-circuito provvel ser
geralmente inferior a 25% da Ik presumida na origem
do circuito;
e, na quase totalidade dos casos, inferior a 50% da Ik
presumida.
Logo, dependendo das condies reais da instalao e,
portanto, do valor da corrente de curto-circuito provvel (a
que ocorreria na extremidade final da linha protegida), o
projetista poderia adotar, preservando o bom funcionamento e a vida til da instalao e componentes, disjuntores de
sada de quadros com Ics de 25% ou, melhor ainda, 50%
(Ics = 50% Icu).
Convm lembrar ou repetir que isso no tem nada a
ver com a regra bsica da proteo contra curtos-circuitos, contida na norma de instalaes, que exige do disjuntor uma capacidade de interrupo no mnimo igual corrente de curto-circuito presumida no ponto em que for
instalado. Com efeito, e como dito inicialmente, em qualquer dos dois exemplos genricos ilustrados acima o disjuntor deve ter
Icu > Ik presumida.
Tipos e
normalizao de
dispositivos fusveis
mbora na linguagem do dia-a-dia o nome usado seja fusvel, simplesmente, convm inicialmente
lembrar que, fusvel apenas parte do que as
normas chamam, apropriadamente, de dispositivo fusvel. Pois, de fato, no caso mais geral um dispositivo fusvel constitudo de base, porta-fusvel, fusvel, indicador e,
eventualmente, percussor.
A base a parte fixa do dispositivo, com contatos e ter-
minais. O porta-fusvel a parte mvel do dispositivo, onde instalado o fusvel sendo este, por sua vez, a parte
substituvel, ou consumvel, que deve ser trocada sempre
que o dispositivo atuar. O fusvel contm o elemento fusvel, que o componente que deve fundir quando percorrido por uma corrente especificada, por um tempo especificado. O indicador a parte que d uma indicao visvel de
que o dispositivo fusvel operou e o percussor um dispositivo mecnico que, quando da operao do fusvel, libera a
energia necessria para acionar outros dispositivos ou indicadores, ou para fazer um intertravamento.
A normalizao internacional (IEC 60269) e nacional
(NBRs 11840 a 11849) define trs tipos de dispositivos fusveis, todos limitadores de corrente (ver boxe A ao limitadora de corrente): gG, para proteo de circuitos contra correntes de sobrecarga e correntes de curto-circuito;
gM e aM, que proporcionam apenas proteo contra correntes de curto-circuito, sendo por isso mesmo indicados tipicamente para circuitos de motores (onde a proteo contra sobrecargas geralmente feita pelo rel trmico associado ao contator) ou como proteo de retaguarda (para
completar a insuficiente capacidade de interrupo de um
disjuntor, por exemplo).
Outra distino importante, e que delimita o campo de
aplicao das normas que tratam do produto, a do tipo de
instalao a que o dispositivo fusvel se destina. Assim, temos
os dispositivos fusveis destinados a uso domstico ou
similar, tambm designados para uso por pessoas no
qualificadas. Tratados mais particularmente na norma
IEC 60269-3, so via de regra tipo gG e com correntes
nominais at 100 A; e
os dispositivos fusveis para uso industrial, ou para uso
por pessoas autorizadas, enfocados nas normas IEC
60269-1 e 60269-2. Podem ser tipo gG, gM ou aM.
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A ao limitadora de corrente
Todos os trs tipos de
dispositivos fusveis previstos na normalizao IEC (gG,
gM e aM) so limitadores
de corrente. Isso significa
que, durante e em conseqncia da fuso do elemento fusvel dentro de uma faixa de correntes especificadas, eles limitam a corrente
a um valor significativamente mais baixo que o valor de
crista da corrente presumida
(figura B1).
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Caractersticas tempo-corrente
A figura 1 traz, a ttulo de exemplo, as zonas tempocorrente fixadas pela normalizao para alguns fusveis
gG. Com efeito, as normas conceituam e padronizam dois
parmetros fundamentais na composio dessas zonas tempocorrente (delimitadas, como se v na figura 2, pela curva tempo mnimo de fusocorrente, esquerda, e pela curva tempo mximo de interrupocorrente, direita):
a corrente convencional de nofuso Inf , que o valor
da corrente que o elemento fusvel pode suportar, durante um
tempo especificado (tempo convencional), sem se fundir; e
a corrente convencional de fuso I2 , que o valor da
corrente que assegura a fuso do elemento fusvel antes de
decorrido o tempo convencional.
A tabela I reproduz os valores de Inf e de I2 , bem como
os tempos convencionais respectivos, normalizados pela
IEC 60269-1 e IEC 60269-2, em funo da corrente nominal (In) do fusvel. Assim, por exemplo, um fusvel gG de
32 A conduzindo uma corrente equivalente a 1,25 In (ou seja, 40 A), no deve fundir antes de 1 h. Mas se circular pelo mesmo fusvel uma corrente correspondente a 1,6 In (ou
seja, 52,1 A), ele deve fundir em 1 h ou menos.
A mesma tabela de Inf , I2 e respectivos tempos
convencionais aplicvel tambm aos fusveis gM.
Mas, nesse caso, os valores de Inf e de I2 (vale dizer, a caracterstica tempocorrente) no esto atrelados grandeza corrente nominal, mas sim ao que a normalizao do
produto chama de Ich assim mesmo, abreviadamente,
sem denominao por extenso.
Explica-se. Os dispositivos fusveis gM so caracterizados, na verdade, por dois valores de corrente de referncia: o primeiro, In , representa a corrente nominal
do fusvel e do respectivo porta-fusvel (isto , das respectivas partes condutoras); o segundo, Ich (sendo Ich >
In), refere-se caracterstica tempocorrente. Trocando
em midos: a identificao ou marcao de um fusvel
gM feita por InMIch; assim, por exemplo, 16M32 indica um fusvel gM cuja corrente permanente mxima (incluindo o portafusvel) de
16 A e cuja caracterstica tempocorrente
a mesma de um fusvel gG de 32 A. Enfim,
seria como ter um fusvel gG que combinasse os contatos do modelo de 16 A com o
elemento fusvel do modelo de 32 A. Ou
como ter, ainda, um fusvel gG com corrente nominal (trmica, de regime permanente) de 16 A, mas com caracterstica tempocorrente correspondente de um gG de 32 A.
Da o tipo gM ser indicado para circuitos
de motores, pois suporta transitoriamente
as altas correntes de partida, sem se fundir,
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mas dimensionado (entrando a o lado econmico) para suportar permanentemente apenas a corrente de regime do motor.
O dispositivo fusvel tipo aM, por fim, tem a mesma
aplicao do gM (circuitos de motores, assegurando
apenas proteo contra correntes de curtocircuito) e
caracterizado, essencialmente, por uma corrente nominal (In) e pela zona tempocorrente mostrada na figura
3. Em resumo, o elemento fusvel de um fusvel aM: a)
no deve fundir para correntes menores ou iguais a
K1In; b) pode fundir para correntes entre K1In e K2In ,
desde que o tempo de fuso seja maior que o indicado
Equacionamento
da proteo contra
sobrecargas
ma exigncia bsica da proteo contra sobrecorrentes, seja a sobrecorrente uma sobrecarga ou um
curto-circuito, que haja coordenao entre o dispositivo encarregado dessa funo e os condutores do circuito a ser protegido.
Para garantir a proteo contra sobrecargas, conforme
5.3.3.2 da NBR 5410, a seleo do dispositivo de proteo
deve satisfazer ento s seguintes condies, representativas da exigncia de coordenao com os condutores:
a) IB In
b) In Iz
c) I2 1,45 Iz
onde:
IB = corrente de projeto do circuito;
In = corrente nominal do dispositivo de proteo (ou corrente de ajuste, para dispositivos ajustveis);
Iz = capacidade de conduo de corrente dos condutores; e
I2 = corrente convencional de atuao, para disjuntores, ou
corrente convencional de fuso, para fusveis.
Analisemos um pouco mais detalhadamente cada um
desses termos.
A determinao da capacidade de conduo de corrente dos condutores Iz sempre calcada nas condies de instalao previstas no projeto. Assim, temos
Iz = f z
sendo z o valor de capacidade de conduo de corrente
dos condutores dado na tabela pertinente da NBR 5410
e f o fator ou o produto dos fatores de correo tabelados aplicveis (temperatura ambiente, agrupamento
e/ou, no caso de linha subterrnea, resistividade trmica do solo).
In , a corrente nominal (ou de ajuste) do dispositivo de
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I2 = 1,45 In
nos disjuntores conforme a NBR IEC 60947-2,
I2 = 1,3 In
nos disjuntores conforme a NBR 5361,
I2 = 1,35 In
e, nos fusveis gG (os que oferecem proteo contra sobrecargas) conforme a IEC 60269 (NBRs 11840 a 11849),
I2 = 1,6 In (para In > 16 A
I2 = 1,9 In (para 4 < In 16 A
I2 = 2,1 In (para In 4 A)
Substituindo I2 , na condio c), pelos seus equivalentes das trs normas, vem,
no caso da NBR IEC 60898,
1,45 In 1,45 Iz , ou seja,
In Iz;
proteo a ser considerada, tambm leva em conta as condies reais da instalao. Por isso, o valor de In a ser considerado :
Deslocamento da proteo
Em geral, o dispositivo responsvel pela proteo con-
In = f n
protegido. Mas ele pode ser deslocado, no sentido a jusante de sua origem, se o circuito correspondente for protegido contra curtos-circuitos.
Essa possibilidade de deslocamento da proteo contra sobrecargas, prevista em 5.7.4.1.1 da NBR 5410, est
ilustrada na figura, que utiliza disjuntores como exemplo:
responsvel pela proteo contra sobrecargas da derivao OB, de seo S2 , o disjuntor B pode ser deslocado da
origem O do circuito para o ponto B se a corrente de curto-circuito mnima IkminB nos seus terminais for pelo menos igual corrente de atuao instantnea (ou de curto
retardo) IMA do disjuntor A.
I2 = In
De fato, como mostram os dois artigos anteriores,
Normalizao de disjuntores BT [tabela II] e Normalizao de dispositivos fusveis [tabela I],
nos disjuntores conforme a NBR IEC 60898,
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Equacionamento
da proteo contra
curtos-circuitos
proteo contra sobrecorrentes, como vrios
outros passos no projeto de uma instalao eltrica, consiste essencialmente em selecionar
(ou, seguindo o jargo da engenharia, dimensionar)
corretamente o dispositivo responsvel pela funo
no caso, um disjuntor, um dispositivo fusvel ou uma
combinao de ambos. E corretamente significa atender todas as regras que a norma de instalaes eltricas
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para o trivial.
Se o mesmo dispositivo cumprir as duas funes,
ele j foi analisado sob o critrio da proteo contra sobrecargas, tendo j atendido o que a NBR 5410 exige
nesse particular, incluindo a questo do neutro(1)? E,
ainda: o dispositivo segue as normas IEC aplicveis ou
outra norma equivalente?
Se a resposta a essas duas perguntas for positiva, tudo o
que o projetista precisa verificar, em matria de proteo
contra curtos-circuitos, resume-se, na grande maioria dos
casos, condio a) de 5.3.4.3 da NBR 5410: a de que o
dispositivo deve possuir uma capacidade de interrupo
Fig. 2 A corrente Ib , correspondente ao ponto em que as curvas I2t do condutor e do dispositivo de proteo se cruzam, deve ser superior corrente de curto-circuito presumida Ik
terrupo mas no atenda uma especificao IEC (publicaes IEC 60947 e 60898, para disjuntores, e IEC 60269,
para dispositivos fusveis) ou outra norma que conduza a
resultados equivalentes. Neste caso, necessrio checar
tambm a segunda exigncia que a NBR 5410 impe aos
dispositivos encarregados da proteo contra curtos-circuitos (condio b) de 5.3.4.3), assim expressa: a integral de
Joule que o dispositivo deixa passar deve ser inferior ou
igual integral de Joule necessria para aquecer o condutor desde a temperatura mxima para servio contnuo at
a temperatura limite de curto-circuito.
Entenda-se: esta ltima exigncia, bem como a relativa
capacidade de interrupo, constam da NBR 5410 e no
devem ser ignoradas. S que usando dispositivos conforme
as normas IEC ou equivalentes na proteo contra sobrecargas, fica garantida, via de regra pelas razes detalhadas
mais adiante , o atendimento da segunda exigncia.
E como se faz para saber se um dispositivo seja porque no siga as normas em questo, seja porque no traga
claramente indicada sua norma de referncia ou, seja, ainda, pelo desejo puro e simples de verificao preenche
a segunda exigncia, relativa integral de Joule?
No algo to complicado quanto a redao da norma
faz supor. Naturalmente, cabe ao fabricante do dispositivo
prover essa informao. De que forma?
Ele pode fornecer a informao sobre a integral de
Joule (I2t) que o dispositivo de proteo deixa passar na
forma de uma curva I2t = f(I), isto , com os valores de I2t
(em A2s) nas ordenadas e de I nas abcissas, plotada em escala bilogartimica. Ele pode fornecer um nico valor, o
da I2t mxima que o dispositivo deixa passar entre a irrupo e a eliminao do curto-circuito. Ou pode, ainda, fornecer outro(s) valor(es) de I2t, alm do mximo. [O artigo Integral de Joule: coordenando condutores e dispositivos de proteo traz explicaes sobre o conceito da
integral de Joule e sobre a utilizao desse parmetro na
caracterizao do comportamento de condutores e de dispositivos de proteo]
O dado, na forma de curva ou nmero, deve ser ento confrontado com a curva ou o nmero referente ao
condutor utilizado no circuito que se quer proteger contra curtos-circuitos. Portanto, temos tambm uma curva
I2t = f(I) e um I2t mximo de curto-circuito para cada tipo (cobre ou alumnio, isolao de PVC ou de
EPR/XLPE) e seo (mm2) de condutor.
Vejamos, primeiramente, a utilizao das curvas,
usando como ilustrao a figura 2. A figura mostra a
curva I2t do condutor (curva S), que lembra uma curva
de 90 unindo duas assntotas, uma vertical e outra horizontal; e a curva I2t do dispositivo de proteo (curva
D, de um disjuntor).
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sem troca de calor entre condutor e isolao. Como o aquecimento considerado adiabtico, a I2t suportvel pelo condutor passa a ser representada por um valor constante o
que intuitivo, pois trata-se do mximo que o condutor suporta sem troca trmica com o meio circundante. Esse valor,
como informa a prpria NBR 5410, igual a k2S2, sendo S
a seo do condutor, em mm2, e k uma constante tambm
fornecida pela norma. So dados valores de k para cada tipo de condutor (cobre, alumnio, isolao em PVC, isolao
em EPR ou XLPE). possvel, assim, calcular a I2t = k2S2
para todo tipo e seo de condutor.
Portanto, na situao sob anlise, o projetista nem precisa mesmo da curva I2t do condutor; basta fazer a conta de
k2S2. E a ele compara ento os dois valores de I2t: o mximo que o dispositivo deixa passar, fornecido pelo fabricante, e o calculado para o condutor. Se o do dispositivo for
inferior ao do condutor, a proteo est garantida.
Perceba-se, porm, que neste caso a verificao naturalmente conservadora.
O conservadorismo (sem significado prtico, como se
ver, mas, de qualquer forma, inerente abordagem) deriva do fato de se dispor apenas da I2t mxima que o dispositivo deixa passar e, por isso mesmo, necessariamente
associada capacidade de interrupo Icn do dispositivo
(disjuntor). Note-se, no caso do disjuntor da figura 2, que
se fosse fornecida apenas a sua I2t mxima, aquela associada a Icn , ele seria descartado, pois a I2t mxima (no
ponto Icn , repita-se) superior k2S2 do condutor (o valor assinttico horizontal da curva). Ao passo que o exame das curvas mostra que o disjuntor pode ser usado se
Ib Ik , como j mencionado.
O comentrio e a figura tambm so teis para explicar
por que ou como um dispositivo de proteo conforme as
normas IEC ou equivalentes, que proteja o condutor contra
sobrecargas, e que possua uma Icn Ik , protegeria automaticamente o condutor contra curtos-circuitos no sentido
Fig. 3 A corrente Ia (interseco entre a curva de suportabilidade trmica do condutor e a curva tempocorrente do dispositivo
de proteo) deve ser inferior corrente de curto-circuito presumida mnima (Ikmin) no circuito a ser protegido. O grfico a)
mostra o caso de um disjuntor; o b) o de um dispositivo fusvel aM; e c) o de um dispositivo fusvel gG
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de que dispensa a verificao do critrio da integral de Joule. Ora, as regras da proteo contra sobrecargas impem
uma amarrao entre o condutor, vale dizer, sua seo (que
define, para um mesmo tipo de cabo por exemplo cobre
com isolao em PVC , a sua capacidade de conduo de
corrente Iz), e a corrente nominal do dispostivo (In), pois estipulam que In Iz. Simplesmente, as especificaes da norma do produto so tais que, respeitadas essa relao entre
dispositivo e condutor (In Iz) e a condio Icn Ik (o que
significa dizer, em outras palavras, que por premissa o condutor jamais seria submetido a uma corrente de curto-circuito superior a Icn), a I2t mxima que o dispositivo deixa passar, aquela correspondente a Icn , via de regra sempre ser inferior k2S2 do condutor (mais precisamente, k2S2 do tipo
e seo de condutor aos quais o dispositivo est amarrado).
Em outras palavras, e recorrendo mais uma vez ao grfico da
figura 2: supondo que D efetivamente atenda s regras da
proteo contra sobrecargas (InD IzS), no teremos a curva
I2t de D cruzando com a curva I2t de S.
Essa ser a situao mais comum. E, com certeza, a de
todos os casos em que o condutor no de seo reduzida.
Com efeito, o cruzamento s aconteceria em situaes muito particulares, que supem uma conjugao pouco realista de circunstncias:
1) o condutor de seo bastante reduzida; e
2) a origem do circuito em questo tal que ele estaria
sujeito a uma elevada corrente de curto-circuito presumida
(digamos, um circuito com condutores de 1,5 ou 2,5 mm2
saindo diretamente de um quadro geral de baixa tenso, o
que , convenhamos, uma hiptese pouco realista).
Ainda assim, seria virtualmente necessrio que nenhum
dos dispositivos capazes de garantir a proteo contra sobrecargas desse circuito tivesse a capacidade de interrupo
exigida e obrigando, portanto, o uso de outro dispositivo s para a proteo contra curtos-circuitos.
sintomtica, a propsito, a observao da NBR 5410,
de que a constante k por ela fornecida, na expresso k2S2
que d o valor da I2t suportvel pelo condutor em regime
adiabtico (expresso que j descrevemos acima), no seria
vlida, ou totalmente vlida, para condutores de pequena
seo embora seja usada sem essa reserva em toda literatura tcnica sobre instalaes eltricas alinhada com a
normalizao IEC. Possivelmente porque resulta em valores conservadores.
Assim, a rigor no se pode descartar a eventualidade de
uma situao como a ilustrada na figura 2. S que, na vida
real, se a I2t mxima que um dispositivo deixa passar, aquela correspondente sua Icn , superior I2t suportvel (em
regime adiabtico) pelo condutor que ele protege contra sobrecargas circunstncia, como salientado, imaginvel
apenas no contexto de condutores de seo reduzida , fa-
161
ambos. Afinal, no plano terico, para atingir a condio imposta pela norma, ou bem o projetista diminui Ia , o que
significa substituir o dispositivo inicialmente cogitado por
outro que resulte numa Ia inferior a Ikmin; ou bem ele aumenta Ikmin , o que significa aumentar a seo do condutor (S) e/ou diminuir o comprimento do circuito (l). Na verdade, ele poder agir at mesmo nas trs frentes (Ia , S e l),
simultaneamente. que a literatura dos fabricantes, visando subsidiar os projetistas, oferece tabelas que, correlacionando corrente de dispositivo (geralmente a corrente nominal, mas j embutindo a Ia correspondente) e seo de
condutor, indicam os comprimentos mximos de circuito
at os quais fica garantido um Ia inferior a Ikmin.
A existncia dessa documentao mostra, por outro lado, que na prtica a seleo de um dispositivo de proteo
que garanta apenas a proteo contra curtos-circuitos (ou
mesmo, enfim, a seleo de qualquer dispositivo de proteo) no se d como sugere uma leitura linear das regras da
norma de instalaes definindo-se um dispositivo, tentativamente, e em seguida verificando se ele atende as condies impostas pela norma, uma aps outra. O exemplo citado, das tabelas, mostra que possvel de pronto selecionar um dispositivo que satisfaa exigncias da norma. [Os
detalhes da verificao referente a Ikmin , que na prtica
consiste em checar o comprimento do circuito, so dados
no artigo Corrente de curto mnima: ateno ao comprimento do circuito.]
Note-se, por fim, que a observao aqui feita, sobre a
eventual necessidade de selecionar um outro dispositivo no deve ser interpretada ao p da letra observao
que vlida, em particular, para os disjuntores. At porque essa nova seleo pode se resumir a simples mudana no ajuste do disparador magntico, tornando o novo Im compatvel com Ikmin.
Notas
(1) Nos circuitos que incluem neutro, a proteo do condutor neutro fica automaticamente assegurada, pelo dispositivo que protege os condutores de fase, se a seo do neutro (SN) no for inferior dos condutores de fase (SL). Sendo a seo inferior, o que s possvel em circuitos trifsicos nos quais SL > 25 mm2 (em cobre) e no for prevista a
circulao de correntes harmnicas, os caminhos possveis para garantir a proteo do condutor neutro so:
i) utilizar um dispositivo que incorpore deteco de sobrecorrentes (sobrecargas e curtos-circuitos) no neutro. Esta deteco, naturalmente
adequada seo do neutro, deve provocar o seccionamento dos condutores de fase, mas no necessariamente o do neutro (alnea b) de
5.7.4.3.2 da NBR 5410); ou ento,
ii) se apenas os plos fase do dispositivo incorporam deteco/proteo de sobrecorrente, sua caracterstica de proteo contra curtos-circuitos deve atender condio Ia Ikmin , indicada no bloco H da figura 1, observando-se as especificidades do caso. Quer dizer: a corren-
te de curto-circuito presumida mnima Ikmin a ser considerada na verificao aquela determinada para circuitos com neutro e levando em
conta a seo menor de neutro (ver artigo Corrente de curto mnima:
ateno ao comprimento do circuito).
No caso ii), a NBR 5410 exige ainda que a mxima corrente suscetvel
de percorrer o condutor neutro em servio normal seja claramente inferior ao valor da capacidade de conduo de corrente desse condutor (nota de 5.7.4.3.2).
Determinao da
corrente de
curto-circuito
presumida
ada a corrente de curto-circuito presumida Iko na
origem de uma instalao de baixa tenso, possvel determinar, atravs de mtodo prtico, a corrente de curto-circuito presumida Ik na extremidade de
qualquer circuito da instalao, conhecidos os comprimentos e as sees dos condutores at aquele ponto.
O mtodo admite curto-circuito trifsico e direto e no
considera as impedncias de barras e dispositivos de manobra e proteo. Via de regra, suficiente para suprir as necessidades que surgem nos clculos de instalaes de baixa tenso escolha de dispositivos de proteo, determinao da seo dos condutores de proteo, etc.
Para as instalaes alimentadas por transformador, a
corrente de curto-circuito presumida na origem da instalao tomada igual corrente de curto-circuito no secundrio do transformador, isto
Ik = Int / Z%
onde Int a corrente nominal do transformador e Z% sua impedncia de curto-circuito. Esse procedimento no leva em
conta a impedncia da rede a montante do transformador.
A tabela I d os valores de Ik correspondentes s potncias nominais usuais dos transformadores trifsicos, calculados fazendo-se
Ik 20 Int
Se a instalao alimentada por dois ou mais transfor-
163
madores em paralelo, a corrente de curto-circuito na origem considerada igual soma das correntes de curto-circuito dos transformadores.
Para as instalaes alimentadas diretamente por uma
rede de distribuio pblica, o valor da corrente de curtocircuito no ponto de entrega deve ser fornecido pela concessionria.
No caso (raro) de ser a instalao alimentada por um alternador, o valor da corrente de curto-circuito deve ser indicado pelo fabricante da mquina.
A tabela II, dividida em trs partes, (A), (B) e (C), permite determinar, a partir da corrente de curto-circuito na
origem de um circuito (ou da instalao, se for o caso), o
valor da corrente de curto-circuito presumida na extremidade do circuito, conhecidos seu comprimento l e a seo S
de seus condutores, como segue:
1) na parte superior (A) ou na inferior (C), procurar horizontalmente, a partir da seo do condutor em questo
(coluna da esquerda), o comprimento correspondente do
circuito (ou o valor imediatamente inferior ao real);
2) descer, caso de (A), ou subir, caso de (C), verticalmente parte (B), at a linha que corresponda, na coluna Corrente de curto-circuito a montante, ao valor da corrente de curTab. I - Valores aproximados da corrente de curto-circuito no
secundrio de transformadores
Iko (kA)
Pn
(kVA)
15
16
25
30
45
50
63
75
80
100
112,5
150
160
200
225
250
300
315
400
500
630
750
800
1000
220/127 V
0,8
0,8
1,2
1,6
2,4
2,5
3,1
3,8
4
5
5,6
7,6
8
10
11
12
15
16
20
25
31
37
40
50
380/220 V
0,4
0,5
0,7
0,8
1,2
1,5
1,8
2,2
2,3
3
3,2
4,4
4,7
6
6,5
7
9
9
12
14
18
22
23
28
Fig. 2 Instalao-exemplo
165
Exemplo de aplicao
Tomemos o exemplo da figura 2. Para o ponto F1 temos,
da tabela I, o valor da corrente de curto-circuito presumida na
origem (transformador de 630 kVA, secundrio de 380 V):
Ik1 = 18 kA
Da tabela II temos que, para cabo de cobre de 240 mm2,
380 V (parte (A)), o comprimento imediatamente inferior
167
Integral de Joule:
coordenando
condutores e
dispositivos de
proteo
ecurso indicado, na NBR 5410, para a verificao da
coordenao entre condutores e dispositivos de proteo, no quadro da proteo contra curtos-circuitos,
a integral de Joule definida como a integral do quadrado da
corrente durante um dado intervalo de tempo, isto
i dt
2
Essa grandeza, cujo smbolo I2t, representa os esforos trmicos e magnticos reais impostos a um componente conduzindo uma corrente de curto-circuito.
Quando as sobrecorrentes assumem valores muito elevados, como no caso de curtos-circuitos, os condutores
atingem temperaturas da ordem de centenas de graus em
tempos extremamente pequenos, freqentemente da ordem
de centsimos de segundo.
Seja devido forma de onda, seja devido indutncia
do circuito, nos primeiros ciclos de uma corrente de curto-
circuito seus efeitos no podem ser avaliados pelo valor eficaz. Nessas condies, para o estudo dos efeitos trmicos
dessa corrente, considerando tempos extremamente pequenos, no possvel separar a grandeza corrente da grandeza tempo, sendo necessrio consider-las em conjunto no
produto integral
169
e
t
i dt =
2
( k z )c S 2
eq
Fazendo
( k z )c
eq
=K
vir
t
i dt = K
2
Ri
2 2
dt = ( k z )c S l
Req i 2dt = ( k z )c S l
A existncia de limites prefixados de temperatura (inicial e final) permite que a resistncia seja tratada como um
valor constante, Req , ou que a resistividade seja considerada constante e igual a eq (valores correspondentes a uma
temperatura intermediria). Podemos escrever, ento:
Req = eq
l
S
171
ve ser utilizado.
No caso dos fusveis, distinguem-se trs caractersticas I2t: a de fuso, isto , a energia especfica que o fusvel
deixa passar entre os limites do tempo de fuso; a de arco,
correspondente energia que o fusvel deixa passar entre os
limites do tempo de arco; e a de interrupo, que pode ser
obtida pela soma das outras duas e que corresponde integral de Joule que o fusvel deixa passar entre os limites do
tempo de interrupo. essa ltima que interessa no que
concerne proteo dos condutores. A figura 3 apresenta
exemplos da caracterstica I2t de interrupo.
Devido elevada capacidade de interrupo (Icn) dos
fusveis, no existem problemas para a interrupo de correntes de curto-circuito elevadas. Assim, na grande maioria
das aplicaes dispensvel a verificao de Ik (de acordo
Tab.I - Constantes K e
Material
Cobre
Alumnio
226
148
234,5
228
onde:
Isolao
G=
X +
2zS
z=
I2 Y
1
2
1
2
PVC 3 kV
PVC > 3 kV
XLPE
EPR 3 kV
EPR > 3 kV
= X +4 z S
f +
= K 2 S 2 ln
i +
sendo:
I = corrente que percorre o condutor (A);
S = seo nominal do condutor (mm2);
f = temperatura final (C);
i = temperatura inicial (C);
= recproco do coeficiente de temperatura da resistncia do condutor, em C (K) (ver tabela I);
0,29
0,27
0,41
0,38
0,32
0,06
0,05
0,12
0,10
0,07
Exemplos
Vamos calcular a integral de Joule suportvel por um cabo de cobre, isolao de PVC, seo de
6 mm2, percorrido por uma corrente de 100 A.
Lembremos que, no caso de isolao de PVC (que o do
exemplo), a temperatura mxima para servio contnuo de
70C e a temperatura limite de curto-circuito de 160C.
Portanto,
i = 70C
f = 160C
Temos, ainda:
= 234,5 (tabela I);
172
As caractersticas I 2 t tambm podem ser utilizadas na verificao da seletividade entre dispositivos, como mostra a figura 4 caso de um disjuntor com um fusvel a montante. Na figura acham-se
ilustradas:
a caracterstica I2t do disjuntor (curva C);
a caracterstica I2t de fuso do fusvel (curva A); e
a caracterstica I2t de interrupo do fusvel (curva B).
Verifica-se que se a corrente I for inferior a Is (interseco das curvas C e A) o disjuntor atuar sem que
seja afetado o fusvel. Se I for superior a IB (interseco das curvas C e B), atuar o fusvel antes do disjuntor. Para I compreendido entre Is e IB , o disjuntor atuar, porm o fusvel poder ficar afetado, podendo
atuar intempestivamente em outra ocasio.
z=
I2 Y
= 2,090
S
= X 2 + 4 z S = 50,250
Assim,
G=
f +
= K 2 S 2 ln
i +
1002
0,06
I2 Y
=
= 0,011
6
S 476137,1
12
X +
2zS
12
= 0,72
= X2 +4 z S
G=
2zS
I 2 t = I 2 G 2 = 519 229 A 2s
160 + 234,5
= 2262 6 2 ln
= 476 137,1
70 + 234,5
z=
12
X +
12
0,29 + 0,348
12
2 0,011 6
12
I 2 t = I 2 G 2 = 1002 (16,33) 2 =
= 16,33
2 665 816 A2 s
173
Corrente de curto
mnima: ateno
ao comprimento
do circuito
m que circunstncias o uso de um dispositivo
envolve apenas a proteo contra curtos-circuitos?
Ou, examinada a questo do ngulo da norma de
instalaes, em que circunstncias, na proteo contra sobrecorrentes, a adequao de um dispositivo checada considerando apenas suas caractersticas de proteo contra
curtos-circuitos?
Basicamente, 1) quando o dispositivo apresenta caractersticas de funcionamento que s garantem mesmo essa
proteo (caso dos disjuntores apenas com disparador magntico e dos fusveis aM), sendo ento seu uso necessariamente casado com o de um outro dispositivo responsvel
pela proteo contra sobrecargas.
Ou 2) para complementar a insuficiente proteo contra curtos-circuitos (tipicamente, insuficiente capacidade
de interrupo) de um outro dispositivo que, cogitado a
princpio para prover ambas as protees, contra sobrecargas e contra curtos-circuitos, no possua ento capacidade
de interrupo nominal compatvel com a corrente de curto-circuito presumida no ponto de sua instalao.
Ou, ainda, 3) quando ao dispositivo cabe, adicionalmente, a misso de proteger contra curtos-circuitos linhas ou trechos de linhas, a jusante, nas quais houve deslocamento do dispositivo contra sobrecorrentes; isto ,
quando o dispositivo assume, devido ao deslocamento de
um dispositivo a jusante do ponto onde a rigor deveria
ser instalado para outro ponto mais frente , a proteo
contra curtos-circuitos do trecho deixado a descoberto pelo deslocamento. Cabe frisar que, aqui, a verificao baseada apenas nas caractersticas de proteo contra curtos-circuitos, referida inicialmente, deve ser entendida como aquela associada especificamente a essa misso adicional do dispositivo, de proteger um circuito que no o
seu. A verificao da proteo contra sobrecorrentes, no
contexto do seu circuito, deve ser verificada na plenitude da misso que a lhe cabe.
175
L max =
0,8 U S L
2 Ia
(1),
L max =
0,8 U S L
(1 + m) I a
(2),
0,8 U S L
r 2 Ia
(1)
J na expresso (2), considerando genericamente a hiptese de sees diferentes para condutor de fase e condutor neutro, teramos ento um fator r1 para o condutor
de fase e um fator r2 para o condutor neutro. Assim,
L max =
0,8 U S L
( r1 + r2 m ) I a
(2)
A tabela II traz um exemplo de tais tabelas de consulta rpida que fornecem o Lmax at o qual fica garantida a
atuao dos disjuntores listados. Ela foi construda assumindo-se Ia (ou Im) = 14 In. Tendo em vista a Im desses
disjuntores, eles poderiam ser classificados, se construdos conforme a IEC 60898, como tipo D categoria em
que aquela norma enquadra os disjuntores com faixa de
disparo instantneo de 10 a 20 In.
Mas ateno: levando em conta que disjuntores como
os que seguem a IEC 60898 so produtos padronizados,
de uso generalizado em instalaes prediais e aplicados
proteo contra sobrecorrentes em geral (portanto, contra
sobrecargas e curtos-circuitos), nunca demais lembrar
que o Lmax indicado em qualquer tabela similar
tabela II vlido quando o disjuntor for usado apenas na
proteo contra curtos-circuitos. Se o disjuntor for usado
tambm na proteo contra sobrecargas,
e atender o que a NBR 5410 prescreve,
neste particular, esquea a histria de
Lmax! Isso para lembrar, mais particularmente, que as correntes nominais que
figuram na tabela devem ser lidas desvinculadas do significado e da importncia singular que a grandeza tem no
contexto da proteo contra sobrecargas. Corrente nominal, a, estritamente sinnimo da corrente de regime per-
177
178
ando pelas sobrecargas) e o outro s contra curtoscircuitos, poderemos deslocar D2 (ou seja, sua curva)
para a direita, mas jamais D1.
Traduzindo: como D2 assumido apenas como proteo contra curtos-circuitos, em princpio no h nada que
obrigue a que sua corrente nominal In seja inferior capacidade de conduo de corrente Iz do condutor ao qual
aplicado. Alis, como reconhece a NBR 5410 na nota 3 de
5.3.4.3, a corrente nominal do dispositivo de proteo
contra curtos-circuitos pode ser superior capacidade de
conduo de corrente dos condutores do circuito. E nem
poderia ser diferente.
Portanto, na figura, D2 poderia perfeitamente proteger (contra curtos-circuitos!) outros cabos esquerda de
S (esse o sentido do deslocamento para a direita referido), vale dizer, com sees menores; e, eventualmente,
tambm cabos direita, desde que neles no circule
uma corrente de regime permanente superior que suportam as partes condutoras do dispositivo aqui entendido como um conjunto capaz de todas as aes dele exigidas e no apenas o disparador. claro que para
tudo h limites prticos, ditados pela realidade, sobretudo a econmica.
J D1, que se assumiu usado contra sobrecargas (ou,
enfim, contra sobrecorrentes em geral), no poder ter In
superior Iz do condutor S. Aqui, a situao a inversa:
o disjuntor poderia garantir a proteo contra sobrecorrentes (sobrecargas e curtos-circuitos) de qualquer condutor direita de S, ou seja, com seo superior de S
ressalvados, sempre, os limites prticos e econmicos dessa brincadeira, e outras consideraes fora do
propsito desses comentrios, como a questo da capacidade de interrupo.
2
(1 + m)
179
Corrente
nominal do
disjuntor (A)
1,5 2,5
10
6
10
13
16
20
25
32
40
50
63
80
100
125
100 167
60 100
46
77
37
62
30
50
24
40
18
31
15
25
12
20
9
15
7
12
6
10
4
8
268
160
123
100
80
64
50
40
32
25
20
16
12
402
241
185
150
120
96
75
60
48
38
30
24
19
670
402
309
251
201
160
125
100
80
63
50
40
32
16
25
35
1072
643 1005
494 773 1082
402 628 879
321 502 703
257 402 562
201 314 439
160 251 351
128 201 281
102 159 223
80
125 175
64
100 140
51
80
112
50
1256
1005
804
628
502
402
319
251
201
160
(*) Circuito com condutores de cobre, protegido por disjuntor com disparo magntico Im = 14 In
380 (1 + m )
Proteo de cabos
em paralelo
proteo contra sobrecorrentes de condutores em
paralelo suscita muitas dvidas entre projetistas e
instaladores. Quando utilizar um nico dispositivo, isto , uma nica proteo (um fusvel ou um plo de
disjuntor) por fase ou protees individuais, ou seja, um
dispositivo para cada conjunto de fases (ver boxe)?
A NBR 5410 trata do assunto de maneira bastante superficial em 5.3.3.3 (proteo contra correntes de sobrecarga), em 5.3.4.4 (proteo contra correntes de curtocircuito) e em 6.2.5.7.
Na IEC 60364, a norma internacional que constitui o
documento de referncia da NBR 5410, o assunto j
tratado com mais clareza e detalhes graas a incorporao de textos relativamente recentes. O que se segue
uma anlise do tema da proteo de cabos em paralelo tomando como base a seo pertinente da IEC 60364.
Em matria de proteo contra sobrecargas, quando um
nico dispositivo protege vrios condutores em paralelo no
deve haver nenhuma derivao, nem dispositivos de seccionamento ou manobra ao longo dos condutores em paralelo.
181
Trata-se de uma prescrio necessria, embora no suficiente, para garantir (o mais possvel) uma igual diviso
de corrente entre os condutores de cada fase. Neste caso
(igual diviso de corrente), o texto IEC esclarece que o valor de Iz a ser considerado a soma das capacidades de
conduo de corrente dos vrios condutores em paralelo.
No caso de diviso desigual de corrente (diferena
superior a 10%) entre os condutores de uma mesma fase,
dito que a corrente de projeto e as exigncias de proteo contra sobrecarga devem ser consideradas individualmente, para cada condutor.
Analisemos tais prescries.
Quando ocorre uma sobrecarga num circuito contendo
condutores em paralelo, a corrente aumentar em cada condutor na mesma proporo em que se dividia a corrente
normal. Se a corrente de cada fase dividir-se igualmente
entre os condutores em paralelo, uma nica proteo, por
fase, poder ser usada para proteger todos os respectivos
condutores.
A diviso da corrente entre os condutores em paralelo
de cada fase funo da impedncia dos condutores. Para
cabos de maior seo nominal (S > 120 mm2), a reatncia
indutiva maior do que a resistncia e ter um efeito significativo na diviso de corrente. importante notar que a
reatncia indutiva fortemente influenciada pela posio
relativa dos cabos. Se, por exemplo, tivermos um circuito
com dois cabos de seo elevada por fase, de mesma seo
e mesmo comprimento, dispostos de maneira desfavorvel,
como seria o caso de cabos de mesma fase justapostos, a diviso de corrente pode chegar a 70%/30%, ao invs de
50%/50%.
Quando for previsvel uma diferena de corrente superior a 10% entre os condutores em paralelo, as correntes de
projeto e as exigncias de proteo contra correntes de sobrecarga devem ser consideradas individualmente para cada condutor, conforme mencionado.
Seja um circuito com m condutores por fase. A corrente de projeto IBk do condutor k dada, em termos fasoriais,
por:
I Bk =
IB
Zk Zk
Zk
Z
Z
Z
+
+...+
+ k + k +...+ k
Z1 Z 2
Z k 1 Z k Z k +1
Zm
onde
IB = corrente de projeto do circuito,
IBk = corrente de projeto do condutor k,
Z1 , Z2 , ... Zk ... Zm = impedncia dos condutores 1, 2,
..., k, ... m.
As condies de proteo dadas em 5.3.3.2 (a) e (b) da
NBR 5410 podem ser escritas
IBk Ink Izk
I2k 1,45 Izk
se forem previstas protees individuais, ou
IB In Izk
I2 1,45 Izk
se for prevista uma nica proteo por fase, onde
Izk = capacidade de conduo de corrente do condutor
k, considerando todos os fatores de correo necessrios;
Izk = soma das capacidades de conduo de corrente
de todos os m condutores, considerando todos os fatores de
correo necessrios;
In = corrente nominal do dispositivo de proteo nico,
afetada dos fatores de correo necessrios;
Ink = corrente nominal do dispositivo de proteo do
condutor k, afetada dos fatores de correo necessrios;
I2 , I2k = respectivas correntes convencionais de atuao.
As impedncias dos condutores fundamentais para o
clculo das correntes de projeto IBk , funo de sua posio relativa, podem ser obtidas dos fabricantes (para as disposies mais usuais) ou calculadas.
183
Quanto proteo contra correntes de curto-circuito, a NBR 5410 diz, apenas, que um mesmo dispositivo pode proteger vrios condutores em paralelo, desde
que suas caractersticas de atuao e a maneira de instalar os condutores sejam adequadamente coordenadas.
mais ou menos essa a abordagem do texto IEC. Mas
o documento internacional acrescenta que o dispositivo
deve garantir a proteo no caso de uma falta que ocorra no ponto mais desfavorvel em qualquer dos condutores e lembra que a falta pode ser alimentada pelas
duas extremidades de um condutor em paralelo. Assim,
se no ficar garantida a atuao efetiva do dispositivo,
no caso de proteo nica, o texto determina a adoo
de medidas complementares; ou ento que seja adotada a proteo individual.
As medidas complementares associadas ao uso de um
nico dispositivo so:
reduzir, por instalao, os riscos de curto-circuito em
qualquer condutor paralelo por exemplo, com proteo
mecnica;
no instalar os condutores junto a material combustvel.
Ao aplicar a proteo individual deve-se, segundo o documento:
1) utilizar, no caso de dois condutores em paralelo,