Linguagem e Expressao Unidade 1
Linguagem e Expressao Unidade 1
Linguagem e Expressao Unidade 1
Comunicao e
Expresso
APRESENTAO
com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Comunicao e Expresso,
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo
que a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma apresentao do contedo bsico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, voc ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente s bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informao e documentao.
Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo so o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formao completa, na qual o contedo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital assim para voc: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMRIO
INTRODUO................................................................................................................................................ 5
1 COMUNICAO E LINGUAGEM................................................................................................... 7
1.1 Processo de Comunicao............................................................................................................................................7
1.2 Elementos da Comunicao.........................................................................................................................................8
1.3 As Funes da Linguagem............................................................................................................................................9
1.4 Resumo do Captulo.....................................................................................................................................................11
1.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................11
2 TEXTO E TEXTUALIDADE................................................................................................................. 13
2.1 Coeso...............................................................................................................................................................................15
2.2 Coerncia..........................................................................................................................................................................17
2.3 Resumo do Captulo.....................................................................................................................................................18
2.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................18
3 AS SUPERESTRUTURAS TEXTUAIS........................................................................................... 19
3.1 O Texto Descritivo..........................................................................................................................................................19
3.2 O Texto Narrativo...........................................................................................................................................................21
3.3 O Texto Dissertativo......................................................................................................................................................23
3.4 Resumo do Captulo.....................................................................................................................................................27
3.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................27
4 CONSTITUIO DO TEXTO............................................................................................................ 29
4.1 Intertextualidade...........................................................................................................................................................30
4.2 Pardia...............................................................................................................................................................................30
4.3 Parfrase............................................................................................................................................................................32
4.4 Estilizao.........................................................................................................................................................................34
4.5 Apropriao.....................................................................................................................................................................35
4.6 Resumo do Captulo.....................................................................................................................................................36
4.7 Atividade Proposta........................................................................................................................................................36
5 O TEXTO ACADMICO....................................................................................................................... 37
5.1 Fichamento......................................................................................................................................................................37
5.2 Resumo..............................................................................................................................................................................40
5.3 A Resenha.........................................................................................................................................................................42
5.4 Resumo do Captulo.....................................................................................................................................................43
5.5 Atividade Proposta........................................................................................................................................................43
6 O TEXTO COMERCIAL........................................................................................................................ 45
6.1 As Cartas Comerciais....................................................................................................................................................45
6.2 Resumo do Captulo.....................................................................................................................................................47
6.3 Atividade Proposta........................................................................................................................................................47
7 E-MAILS.......................................................................................................................................................49
7.1 Internet..............................................................................................................................................................................49
7.2 O E-mail Propriamente Dito.......................................................................................................................................49
7.3 Resumo do Captulo.....................................................................................................................................................51
7.4 Atividade Proposta........................................................................................................................................................51
8 CONSIDERAES FINAIS................................................................................................................ 53
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 55
REFERNCIAS.............................................................................................................................................. 59
INTRODUO
Caro(a) aluno(a),
Nosso objetivo, neste trabalho, sintetizar alguns conceitos de textos relevantes para auxiliar
o processo de produo escrita dos ingressantes no curso superior, favorecendo-lhes, tambm, uma
orientao de como elaborar determinadas superestruturas textuais, por meio de tcnicas de escritura
e leitura de textos modelares, bem como a competncia para a produo de textos acadmicos, possibilitando-lhes, ainda, uma orientao de como elaborar determinados textos tcnicos.
O trabalho embasa-se em obras dos mais renomados estudiosos da Lingustica, como Jakobson
(2001) e Vanoye (1998); dos mais importantes estudiosos da Lingustica de Texto, como Fvero (1999),
Kock (1997), Guimares (2004) e Fiorin (2003); e em trabalhos de metodologia do trabalho cientfico, de
autores de reconhecida competncia, como Severino (2001) e Lakatos e Marconi (1992).
Os contedos esto assim organizados: primeiramente, discutiremos a questo de lngua e linguagem; depois, os elementos da comunicao e, embasados neles, as funes da linguagem. Partimos, depois, para as noes de texto, textualidade, coeso e coerncia, para, em seguida, apresentar as
superestruturas textuais tradicionalmente reconhecidas: descrio, narrao e dissertao. Num outro
captulo, depois de uma reviso de texto e textualidade, apresentamos a noo de intertextualidade,
compreendendo a pardia, parfrase, estilizao e apropriao, para, ento, fazer a discusso de fichamento, resumo e resenha. Na sequncia, apresentamos a redao comercial e finalizamos a apostila
com orientaes de como escrever e-mails.
A seleo desses contedos deve-se sua relevncia como ponto de partida para os demais textos, embora urge salientarmos que, numa obra simples como a nossa, no temos a pretenso de traar
todas as diretrizes possveis para o bom desenvolvimento de sua competncia escrita. Pelo contrrio,
apresentamos aqui apenas um roteiro, um caminho inicial que dever ser percorrido pelo(a) prprio(a)
aluno(a), desvendado e ampliado medida que seu conhecimento sobre a lngua e a produo textual
for ampliado.
Fruto de nossa experincia docente, as lies aqui apresentadas resultam do que foi possvel coletar do prazeroso convvio com nossos(as) alunos(as) e da observao do brilhante trabalho de muitos
colegas com quem tivemos o prazer de cruzar durante nossa jornada, especialmente, das atividades
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docentes da minha orientadora de doutorado, Profa. Dra. Leonor Lopes Fvero, umas das maiores estudiosas de Lingustica Textual no Brasil; do meu querido professor Hildebrando A. Andr, com quem tive o
prazer de aprender a ensinar redao, e das lies subliminares a mim fornecidas pelo meu amigo, Prof.
Leo Rcino, brilhante professor de Lngua Portuguesa.
Espero que aproveite o contedo, que se dedique na leitura dos pontos e que faa as atividades
aqui propostas com muito empenho.
1 COMUNICAO E LINGUAGEM
falar a mesma lngua. Isso significa que s h comunicao quando um entende o outro.
Caro(a) aluno(a),
Neste captulo trataremos da comunicao
verbal e aspectos da linguagem. Vamos l?
Muitos autores costumam definir comunicao como transmisso voluntria de informao
(RIEGEL, 1981, p. 21), ento, responda-me: como
se procede, ento, essa transmisso? Claro que por
meio da linguagem. mile Benveniste (1977) assevera que a linguagem um sistema de signos socializados, remetendo-nos sua funo de comunicao.
Ateno
As lnguas so, de acordo com Vanoye
(1998, p. 21), casos particulares de um
fenmeno geral, ou seja, a linguagem
o todo, todas as formas de comunicao,
e comporta vrios cdigos, como cores,
signos, assobios, cdigo Morse etc., j
as lnguas so um tipo especfico de
linguagem.
Vale salientar que, para que exista comunicao, as pessoas envolvidas no processo precisam
fazer uso de um cdigo comum, quer dizer, devem
Cdigo e Mensagem
Dicionrio
O emissor e o receptor, como j foi dito, deReferente aquilo a que se refere no texto.
vem dispor do mesmo cdigo, ou seja, do mesmo
sistema de signos, a fim de que a informao possa
ser recebida e decodificada pelo receptor. Essa informao decodificada, caro(a) aluno(a), a men- Canal de Comunicao
sagem.
Referente
Riegel (1981, p. 22) assevera que
os signos do cdigo remetem realidade
tal qual percebida pelo emissor e pelo receptor. O aspecto especfico dessa realidade, que evocada por um signo do cdigo,
o referente desse signo. O universo referencial, exterior ao cdigo, compreende
tudo aquilo que pode ser designado pelos
signos e suas combinaes: seres, coisas,
estados, acontecimentos, idias, etc.
necessrio um meio fsico para que a mensagem possa ser veiculada para o interlocutor, ao
qual damos o nome de canal de comunicao.
Constituem canais de comunicao o ar, um CD,
um cabo, um telefone etc.
Esquema da Comunicao
Preste ateno, agora:
A somatria desses elementos resulta no seguinte esquema, que apresenta os elementos indispensveis para a comunicao:
Comunicao e Expresso
Agora, vamos ver o que so e quais so as requer um contexto (ou referente), apreensvel
pelo destinatrio, e que seja verbal ou passvel de
funes da linguagem.
verbalizao, um cdigo comum (parcial ou totalA linguagem, de acordo com Jakobson mente) a ambos remetente e destinatrio , e, fi(2001), tem toda a variedade de suas funes. nalmente, um contato, ou seja, um canal fsico por
Antes, porm, prope que recordemos que o re- meio do qual possa ser veiculada. Cada um desses
metente envia uma mensagem a um destinat- seis elementos encerra uma funo da linguagem
rio. Para que possa ser transmitida, a mensagem diferente, como vemos a seguir:
Figura 2 Funes da linguagem.
CONTEXTO
1) FUNO REFERENCIAL
CANAL
2) FUNO FTICA
EMISSOR
MENSAGEM
RECEPTOR
3) FUNO EMOTIVA
4) FUNO POTICA
5) FUNO CONATIVA
CDIGO
6) METALINGUAGEM
Apesar de serem seis elementos e, portan- tiva) est centrada no contexto (referente). Tudo o
to, seis funes da linguagem, normalmente as que se refere aos contextos situacionais ou textuais
mensagens comportam mais de uma funo, pertencem a esta funo.
havendo uma predominante, mas no exclusiva.
Ex.: Prefeitura libera a pista expressa da MarDeve-se ressaltar que a estrutura da mensa- ginal Pinheiros (Folha de So Paulo, 16 de janeiro
gem depende dessa funo predominante. Assim, de 2007).
a funo referencial (tambm chamada denotaUnisa | Educao a Distncia | www.unisa.br
Responde...
J quando a mensagem prioriza o emissor,
revelando sua personalidade, estamos frente da
funo emotiva (ou expressiva).
Ex.:
No serei o poeta de um mundo caduco.
Ex.: Quando falamos de funes da linguagem, queremos dizer, da possibilidade que tem a
lngua de dar, de acordo com a inteno do falante,
especial destaque a determinados elementos da
comunicao.
Nesse caso, usamos a lngua para explicar a
prpria lngua.
Saiba mais
10
Comunicao e Expresso
Caro(a) aluno(a),
Neste captulo estudamos a Comunicao Humana e as Funes da Linguagem. Em relao primeira, vimos que ela pressupe sempre a existncia de dois polos: aquele que emite a informao e
aquele que a recebe emissor/receptor, locutor/alocutrio, ouvinte/leitor etc. Quanto s funes da linguagem, vimos que elas so relacionadas aos elementos da comunicao e podem ser classificadas em:
funo referencial, funo ftica, funo emotiva, funo potica, funo conativa e funo metalingustica. O importante lembrar que, muitas vezes, encontramos mais de uma funo num mesmo texto.
Espero que tenha entendido bem essa questo. Ento, passemos para outro tpico importante.
11
2 TEXTO E TEXTUALIDADE
Querido(a) aluno(a),
Texto, etimologicamente, quer dizer tecido,
ou seja, trata-se de uma trama na qual se devem
enredar as palavras.
Dicionrio
Hoje, o termo texto tem a seguinte definio:
s.m. 1. Conjunto de palavras, frases escritas; 2.
Trecho ou fragmento de obra de um autor; 3.
Qualquer material escrito destinado a ser falado ou lido em voz alta [...].
(HOUAISS, 2003. p. 508)
13
Quando lemos esse texto, num primeiro momento, temos a impresso de que se trata de um
amontoado de frases pouco significativas. Contudo, se a inserirmos em seu contexto, passamos a
entend-la como texto. Ento, vamos l: a sequncia uma composio de Nando Reis, gravada por
Marisa Monte, intitulada Diariamente. O texto relata os fatos do cotidiano de uma pessoa que vive
numa regio urbana, possivelmente, na cidade de
So Paulo.
O mesmo ocorre com a seguinte sequncia:
Por que voc Flamengo?
E meu pai Botafogo?
O que significa Impvido Colosso?
Por que os ossos doem?
Enquanto a gente dorme?
Por que os dentes caem?
Por onde os filhos saem?
Por que os dedos murcham?
Quando estou no banho?
Por que as ruas enchem?
Quando est chovendo?
Quanto mil trilhes?
Vezes infinito?
Quem Jesus Cristo?
Onde esto meus primos?
Well, well, well Gabriel?
Well, well, well?
Por que o fogo queima?
Por que a lua branca?
Por que a Terra roda?
Por que deitar agora?
Por que as cobras matam?
Por que o vidro embaa?
Por que voc se pinta?
Por que o tempo passa?
Por que que a gente espirra?
Por que as unhas crescem?
Por que o sangue corre?
Por que que a gente morre?
Do qu feita a nuvem?
Do que feita a neve?
Como que se escreve
Reveillon?
Well, well, well, Gabriel.
(DUNGA; TOLLER, 2004).
14
Comunicao e Expresso
Saiba mais
O texto deve ter textualidade.
Textualidade: aquilo que converte uma sequncia lingustica em texto (KOCK; TRAVAGLIA, 1990), isto , ser
todo, coeso e coerente para seus usurios.
2.1 Coeso
Leia com ateno:
Texto 1
15
Texto 2
16
Comunicao e Expresso
Veja: em ambos os textos, os elementos coesivos (grifados) foram adequadamente empregados. A pontuao, os elementos referenciais, todos
esto corroborando para que o texto adquira unidade.
Ateno
Quando falamos em UNIDADE, em
AMARRAS, portanto, referimo-nos COESO!
2.2 Coerncia
f) aceitabilidade;
g) informatividade;
h) focalizao;
i) intertextualidade;
j) relevncia.
Resta-nos, ainda, especificar que os textos organizam-se numa hierarquia de tipos de subtipos.
Guimares (2004) ensina que, se a inteno se volta
fundamentalmente para as estruturas internas do
texto, fica estabelecida uma tipologia de acordo
com a forma de estruturao, sua superestrutura,
Ento, a sequncia a seguir constituir texto
ou o mundo em que o texto se inscreve.
para quem a entender como um classificado, concorda?
Ateno
VENDE-SE
Apartamento. 3 dorms. 2 sls. coz. rea
serv. Moema. R$210.000. Tratar com o
proprietrio: (33) 3333-3333.
d) situacionalidade;
e) intencionalidade;
17
Neste captulo estudamos o que texto (uma unidade de sentido) e quais so os fatores responsveis pela textualidade: coeso, que diz respeito s conexes dentro do texto; e coerncias, as relaes de
sentido do texto.
Vamos ver se voc entendeu o que acabamos de explicar.
18
3 AS SUPERESTRUTURAS TEXTUAIS
ordem global do texto, e que se compe de uma
srie de categorias, cujas possibilidades de combiA noo de superestrutura, emprestada de nao se baseiam em regras convencionais.
A autora informa, tambm, que, embora haja
Van Dijk (1983), diz respeito s estruturas globais
que caracterizam alguns tipos de textos, indepen- sempre uma estrutura dominante, o texto pode
apresentar outras. Por exemplo, um texto predodentemente de seu contedo.
Dessa forma, relativamente ao aspecto estru- minantemente narrativo pode apresentar trechos
tural, podemos inscrever os textos em: descritivos, descritivos; o predominantemente dissertativo
narrativos e dissertativos. Essas superestruturas pode trazer, em alguns momentos, trechos que
tm, como afirma Guimares (2004, p. 65), carter caracterizam a narrao e/ou a descrio. O imporconvencional e so conhecidas e reconhecidas pe- tante para um estudante do curso de Letras saber
los falantes da lngua, ou seja, uma superestrutura identificar no todo trechos dessa ou daquela estru um tipo de esquema abstrato que estabelece a tura, cujas caractersticas agora apresentamos.
Caro(a) aluno(a),
Era um dia abafadio e aborrecido. A pobre cidade de So Lus do Maranho parecia entorpecida pelo calor. Quase que
se no podia sair rua: as pedras escaldavam, as vidraas e os lampies faiscavam
ao sol como enormes diamantes, as paredes tinham reverberaes de prata polida;
as folhas das rvores nem se mexiam; as
carroas dgua passavam ruidosamente a
todo o instante, abalando os prdios, e os
aguadeiros, em mangas de camisa e pernas arregaadas, invadiam sem cerimnia
as casas para encher as banheiras e os potes. Em certos pontos no se encontrava
viva alma na rua; tudo estava concentrado,
adormecido; s os pretos faziam as compras para o jantar ou andavam no ganho.
(AZEVEDO, 1997).
19
Ateno
Um texto descritivo estar bem produzido quando possibilitar essas sensaes;
quando o leitor, ao proceder sua leitura,
tiver a sensao de estar vendo, presenciando, sentindo o que se est descrevendo.
(VELOSO, 1990).
Agora, atente para o seguinte fragmento (2):
Iracema saiu do banho; o aljfar dgua
ainda a roreja, como doce mangaba que
corou em manh de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gar as flechas de seu arco, e concerta com o sabi
da mata, pousado no galho prximo, o
canto agreste. (ALENCAR, 1990).
20
Comunicao e Expresso
Para que se estabelea a comparao, retoefeito de realidade. Os textos figurativos produzem um efeito de realidade e, por isso, represen- memos o segundo fragmento:
tam o mundo, com seus seres, seus acontecimentos. (PLATO; FIORIN, 1997, p. 89).
Iracema saiu do banho; o aljfar dgua
No fragmento 1, temos como exemplos de
termos concretos: a morena virgem corria o serto
e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nao tabajara. O p grcil e nu, mal
roando etc.
Outra caracterstica do texto descritivo que
ele no traz mudana de situao. esttico, representa o mundo num determinado momento, recorte. Alm disso, naquela instncia em que se efetua a descrio, vrios fatos simultneos podem ser
apresentados. Assim, Iracema, quando apreendida
pelo narrador, apresentava simultaneamente as seguintes caractersticas: era virgem, tinha lbios de
mel; seus cabelos eram mais negros que a asa da
grana e mais longos que o talhe de palmeira; seu
sorriso era doce como o favo da jati; seu hlito era
perfumado, era ainda mais rpida que a ema etc.
Essas caractersticas coocorriam, estavam
todas presentes na mesma instncia, podendo, inclusive, ser invertidas no texto; por exemplo: seu
sorriso era doce como o favo da jati; seu hlito era
perfumado, era ainda mais rpida que a ema; era
virgem, tinha lbios de mel; seus cabelos eram
mais negros que a asa da grana e mais longos que
o talhe de palmeira... Isso porque no existe relao
de anterioridade, nem de posterioridade no fragmento.
Ateno
Narrar representar um acontecimento
ou uma srie de acontecimentos reais ou
fictcios num texto.
21
Essa citao de Eco, mesmo que indiretamente, permite-nos depreender que so cinco os
elementos da narrao: narrador, personagens,
aes, tempo e espao.
Leia, agora, o texto a seguir, de Marina Colassanti:
22
Comunicao e Expresso
Dicionrio
Dissertao: s.f. 1. Exposio oral ou escrita; 2.
Monografia. Ensaio [...].
(HOUAISS, 2003, p. 174)
23
Caractersticas da Dissertao
Dissertao Argumentativa
Ateno
Dissertar , de toda forma e de forma sucinta, defender um ponto de vista, uma
opinio.
Importa esclarecer que h autores que inscrevem os textos dissertativos em dois tipos: expositivos e argumentativos, os quais veremos a seguir.
Dissertao Expositiva
aquela cujo propsito discorrer sobre o
assunto num sentido meramente informativo. Assim, pode-se dissertar sobre a pena de morte, a
juventude brasileira etc., sem que haja posicionamento sobre o tema.
A importncia de Msica Popular Brasileira
A importncia da Msica Popular Brasileira no
cenrio de nossa cultura inegvel. Pode-se
constatar que a MPB, alm de sua relevncia
como manifestao esttica tradutora de nossas mltiplas identidades culturais, apresenta-se como uma das mais poderosas formas de
preservao da memria coletiva e como um
espao social privilegiado para as leituras e interpretaes do Brasil. (ICCA, 2011).
24
Comunicao e Expresso
Tendo em mente tanto a delimitao quanto os objetivos e o tpico frasal, cabe ao autor,
ento, elaborar seu texto dissertativo. Se o seu dePrezado(a) aluno(a),
sejo for produzir um texto argumentativo, esses arComo esse tipo de texto deve mostrar uma gumentos podem ser apresentados de diferentes
organizao lgica, deve-se apresentar com bas- maneiras. Seguindo Plato e Fiorin (1997), relacionamos trs deles:
tante clareza:
Organizao do Texto Dissertativo
a) o assunto;
b) a delimitao do assunto;
c) o objetivo;
d) o tpico frasal;
e) o desenvolvimento;
f) a concluso.
J falamos, anteriormente, que a dissertao
um texto temtico, portanto, deve discutir um
tema. Para que o autor do texto no se perca em
informaes redundantes ou desnecessrias, importante que proceda delimitao dele.
Por exemplo: Dissertao
Tema: NAMORO
Possveis delimitaes do tema:
Namoro na adolescncia;
Namoro na melhor idade;
Namoro na escola.
Escolhida uma delimitao, deve-se propor
um objetivo, para que no ocorra fuga do tema.
Se resolvssemos escrever sobre namoro na escola,
poderamos estabelecer como objetivo, por exemplo, mostrar ao leitor que, como a escola o espao
onde os jovens mais se encontram e se relacionam,
normal e saudvel que ali comecem sua vida afetiva.
O tpico frasal aquele sobre o qual incide
a essncia da informao. Na delimitao anterior,
poderamos estabelecer como possvel tpico-frasal: na adolescncia que se comea a conhecer o
mundo, a fazer amigos, a descobrir as verdades e
25
Os tempos verbais empregados nessa dissertao so: pretritos perfeito e imperfeito do indicativo, quando o autor remete o leitor ao passado,
e presente, quando aponta para o resultado da
ao pretrita:
26
Comunicao e Expresso
Saiba mais
Conhecer as superestruturas textuais
muito importante, porque orienta a leitura do texto!
Caro(a) aluno(a),
Neste captulo vimos as superestruturas textuais. Aprendemos primeiramente que temos trs superestruturas bsicas de organizao textual: descrio, narrao e dissertao. A primeira, a descrio, refere-se capacidade de fornecer ao leitor um retrato da situao, pessoa, lugar etc. que se deseja
descrever. Para isso o texto deve ter, principalmente, uma organizao espacial; a segunda, a narrao,
refere-se capacidade de fornecer ao leitor um evento, uma histria e, nesse sentido, o texto deve ter,
predominantemente, organizao temporal. Por ltimo, vimos a dissertao. Esse um texto objetivo
cuja organizao deve ser lgica. Ser que voc compreendeu bem esse assunto? Vamos trein-lo, ento.
1. Rena todas as informaes dadas anteriormente a respeito do texto descritivo e leia a seguinte poesia de Manoel Bandeira, observando os traos da descrio e explicitando-as a seguir:
Segunda cano do beco
Teu corpo moreno
da cor da praia.
Deve ter o cheiro
Da areia da praia.
Deve ter o cheiro
Que tem ao mormao
A areia da praia.
Teu corpo moreno
Deve ter o gosto
De fruta de praia.
Deve ter o travo,
Deve ter a cica
Dos cajus da praia.
No sei, no sei, mas
Uma coisa me diz
Que o teu corpo magro
Nunca foi feliz.
27
2. Leia atentamente o seguinte texto, buscando visualizar nele os elementos da narrao j discutidos. Explique-os a seguir:
DESTA GUA NO BEBERS
Carlos Drummond de Andrade
- Por que Demtrio no se casa? Era a indagao geral! Demtrio namorava, noivava, no casava.
Sete dias antes do casamento, olha a Demtrio fugindo. As verses eram mltiplas. A noiva que o
despedira. Tiveram uma briga feia. Gnios incompatveis. Mal secreto. Intrigas.
Demtrio continuava a namorar, noivar e no casar. No lhe faltavam noivas, pois era agradvel,
tinha status. Quanto mais se desmanchavam seus projetos de casamento, mais apareciam mulheres
dispostas ao desafio, exclamando:
- A mim ele no deixa na porta do Mosteiro de So Bento.
Deixava. E quanto mais deixava, mais seu prestgio crescia. Concluiu-se que era sua maneira de afirmar-se.
Ento Livaniuska decidiu enfrent-lo. Noivou com ele e, uma semana antes do casamento, deu-lhe
o fora solene. Demtrio quis reagir, explicou reprter social que ele que tomara a iniciativa, mas
a mentira foi patente. Livaniuska foi contratada como atriz por uma emissora de TV e ficou clebre.
Da por diante ela repetiu a carreira de Demtrio, noivando e desmanchando com inmeros cavalheiros. No fim de cinco anos, Livaniuska e Demtrio casaram-se para sempre, como era fcil de prever, mas ningum previu.
Assunto: ___________________________________________________
Delimitao: ________________________________________________
Objetivo: __________________________________________________
Tpico frasal: ______________________________________________
28
4 CONSTITUIO DO TEXTO
Relembrando a Noo de Texto
Ateno
Caro(a) aluno(a),
Para que acompanhe bem o contedo daqui
para frente, vamos nos lembrar das noes de texto
e textualidade aprendidas no incio deste material.
Texto e Textualidade
29
4.1 Intertextualidade
4.2 Pardia
30
Comunicao e Expresso
31
Como se pode perceber, embora os dois textos mantenham um dilogo entre si, a pardia subverte
o sentido do primeiro, retoma-o para o negar, para o ironizar, caminhando ao seu lado como se fosse sua
imagem invertida. Diferente a parfrase, como veremos a seguir.
4.3 Parfrase
Dicionrio
Parfrase: (1) sf. interpretao ou traduo em
que o autor procura seguir mais o sentido do
texto que sua letra: metafrase; (2) interpretao,
explicao ou nova apresentao de um texto
que visa torn-lo mais inteligvel ou que sugere
novo enfoque para o seu sentido.
(HOUAISS, 2001, p. 2127)
SantAnna (1988) afirma que o termo para-phrasis (que j no grego significava continuidade
ou repetio de uma sentena) pode ser considerado, grosso modo, uma reafirmao, por meio de
outras palavras, do mesmo sentido de uma obra
escrita, ou seja, pode-se considerar a parfrase a
traduo ou a transcrio de um texto primitivo.
Nesse sentido, Derrida (2002) ensina que o
tradutor deve resgatar, absolver, resolver o texto original e quando cria como um pintor que
copia seu modelo. Por sua vez, Benjamin (1996,
p. 108) diz que a natureza engendra semelhanas,
bastando, para entender isso, pensar-se na mmica.
Portanto, diferentemente da pardia, a parfrase a frase paralela, ou seja, uma releitura do
original. Se, na primeira, temos a ruptura, a crtica
sutil; na segunda, ficamos frente de uma releitura,
de uma reproduo.
32
Comunicao e Expresso
Andr (1988) assevera que muitas so as formas como utilizamos a parfrase no texto acadmico:
a) podemos reproduzir, com outras palavras, o mesmo pensamento do texto, seguindo a ordem do discurso original;
b) podemos reproduzir o texto, com outras
palavras, mas buscando esclarecer, para
os leitores de outro nvel (nesse caso,
portanto, motivado pelos objetivos), vocbulos ou expresses que julgamos importante elucidar;
c) podemos, ao reproduzir o texto, ampliar
as informaes sobre ele, seu autor, a
obra, o estilo etc., na medida em que essas informaes sejam cabveis e relevantes para sua melhor compreenso;
d) podemos, finalmente, fazer um decalque, ou seja, seguindo a estrutura do
texto original, substituir a ideia inicial por
outra que com ela esteja associada.
Assim, podem ser produzidos diversos tipos
de textos acadmicos, como fichamentos, resumos
e resenhas de textos, como veremos adiante.
Vamos agora para outra forma como pode se
dar a intertextualidade.
33
4.4 Estilizao
A palavra estilizao deriva de estilo que,
de acordo com Houaiss (2001, p. 1254) significa o
modo pelo qual um indivduo usa os recursos da
lngua para expressar, verbalmente ou por escrito,
pensamentos, sentimentos, ou para fazer declaraes, pronunciamentos etc.
Ento, SantAnna (1988) define estilizao
como uma forma de tomar aquele estilo de outrem,
estabelecendo um desvio tolervel e produzindo
um meio do caminho entre a pardia e a parfrase.
J para Fiorin (2003),
a estilizao a reproduo do conjunto
dos procedimentos do discurso de outrem, isto , do estilo de outrem. Estilos devem ser entendidos aqui como o conjunto
das recorrncias formais tanto no plano da
expresso quanto no plano do contedo
(manifestado, claro) que produzem um
efeito de sentido de individualizao.
Quais elementos, no texto acima, nos indicam tratar-se de uma estilizao? Ao aludir ao texto de Gonalves Dias, o autor manteve, em vrios
momentos, a mesma construo sinttica do texto
de origem.
Ex.: sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto (orao principal):
Alm disso, mantido o presente do indicativo e, quanto ao lxico, observamos que o texto de
Murilo Mendes insere o cotidiano no esquema da
nostalgia e que o efeito potico de distanciamento
do modelo que obtm no elide, contudo, a reverncia irnica verdade matriz da saudade
nacional, tornando-se, ao mesmo tempo, polmico
e contratual.
Cano do Exlio
Minha terra tem macieiras das Califrnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
so pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exrcito so monistas, cubistas,
os filsofos so polacos vendendo a prestaes.
A gente no pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em famlia tm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores so mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil ris a dzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabi com certido de idade!
34
Comunicao e Expresso
4.5 Apropriao
Fonte: www.comcienci0a.br/carta/migracoes.
35
L ?
Ah !
Parfrase
Sabi...
Pap...
Estilizao
Man...
Pardia
Apropriao
(conjunto das diferenas)
Sof...
Sinh...
Saiba mais
Parfrase um texto paralelo pardia
um contracanto!
C ?
Bah !
Caro(a) aluno(a),
Neste captulo estudamos o que intertextualidade, avaliando as definies de vrios estudiosos
sobre o assunto. Depois, ancorados em Santanna (1988), adotamos sua proposta. Esse autor, diz que
intertextualidade pode manifestar-se de quatro maneiras distintas: por parfrase, por pardia, por estilizao e por apropriao.
Vamos retomar agora essas noes, para que voc fixe bem o contedo.
1. Responda:
a) O que intertextualidade?
b) Compare: pardia x parfrase.
36
5 O TEXTO ACADMICO
Caro(a) aluno(a),
5.1 Fichamento
a) assimil-lo melhor;
Observe:
b) memoriz-lo;
Para que fichemos qualquer obra, necessria, antes de tudo, uma leitura atenta daquilo que
se deseja fichar. Ruiz (1980, p. 70) aconselha:
Ento, para que faamos um bom fichamento, preciso seguir algumas etapas:
a) ler atentamente uma primeira vez o texto na ntegra, grifando as palavras desconhecidas e procurando-as no dicionrio;
b) ler uma segunda vez, munidos com lpis,
para sublinhar os trechos mais importantes.
37
Hoje, com a facilidade do computador, podemos utilizar uma pasta especialmente aberta para
salvar esse tipo de documento. Quem no dispe
desse recurso, deve usar fichas, vendidas em papelaria em trs formatos: 7,5 x 12,5; 10,5 x 15,5 e 12,5 x
20,5. A de tamanho mdio, no nosso ponto de vista, a ideal, porque cabe numa caixa de sapatos,
por exemplo, se a quisermos arquivar.
Exemplo:
Ttulo geral (da obra)
N (da ficha)
Corpo: (ASSUNTO)
Introduo:
As diferentes concepes de linguagem
N 1.0
38
Comunicao e Expresso
2. de citao: a que contm a transcrio fiel de trechos ou frases da obra consultada, normalmente, aquelas grifadas como as mais importantes na instncia da leitura. Na citao, deve-se
observar:
a) o uso de aspas;
b) a referncia da pgina da qual foi retirada a citao;
c) o uso de [...] para marcar que o trecho foi recortado.
Exemplo:
A inter-ao pela linguagem
Introduo:
As diferentes concepes de linguagem
N 1.0
Introduo:
As diferentes concepes de linguagem
N 1.0
39
b) Como sumrio:
A inter-ao pela linguagem
Introduo:
N 1.0
Ateno
De toda maneira, quando fazemos um fichamento, estamos fazendo uma pequena parfrase do texto.
5.2 Resumo
a) ler atentamente uma primeira vez o texto na ntegra, grifando as palavras desconhecidas e procurando-as no dicionrio;
Ateno
Resumir , de acordo com Andr (1988,
p. 105) reproduzir em poucas palavras o
que o autor expressou amplamente. Trata-se de um treinamento essencial para
quem deseja comunicar-se de forma organizada, pois quem resume um texto
levado a depreender o que lhe essencial e o que lhe secundrio.
40
Comunicao e Expresso
Quanto extenso, normalmente esta estabelecida por quem o faz ou por quem o solicita, dependendo dos objetivos visados, mas, normalmente, um bom resumo contm de 10 a 15 por cento
do texto original.
Exemplo de resumo:
a) Texto:
A escola e sua finalidade
A finalidade da escola educar e ensinar. Ensinar ministrar conhecimento
e experincias. A educao ao formadora da personalidade humana, que faculta ao indivduo alcanar, com sua atividade, a meta de sua vida.
A educao e o ensino devem ter um escopo: formar integralmente o homem (no esprito e no corpo) a fim de que consiga, na luta de todos os dias, viver
feliz e satisfeito por saber que trilha o melhor caminho com os melhores recursos,
dentro do bem-estar da comunidade.
Embora a funo especfica da escola seja ensinar, cumpre-lhe tambm, e
por lei, educar. A escola que no educa perniciosa (ANDR, 1988).
41
No texto A escola e sua finalidade, de Hildeo homem. Embora a funo da escola seja, antes de
tudo, ensinar, tem ela tambm, e por lei, de educar. brando A. Andr, publicado no livro Curso de redao, o autor discute a finalidade da escola. Nele, o
A escola que assim no age perniciosa.
autor afirma que...
Quem desejar, pode colocar introdues no
resumo:
5.3 A Resenha
cionamos alhures que, em vista do que foi conceituado relativamente ao termo, julgamos ser a reVrias so as definies dadas a essa ativida- senha eminentemente crtica, podendo, isso sim,
de: uma sntese geral, informativa e avaliativa somar-se uma descrio, resultando a resenha
sobre livros, captulos, artigos das mais diferentes descritiva. Vamos ver uma de cada vez.
reas do conhecimento e que serve, por conseguinte, para orientar as opes e o interesse do Resenha Crtica
leitor [...]. (BARROS; LEHFELD, 2000, p. 22); [...]
uma descrio minuciosa que compreende certo
Como tambm j mencionamos, no julganmero de fatos: a apresentao do contedo de mos ser necessrio o uso de crtica resenha, pois
uma obra. Consiste na leitura, no resumo, na crtica lhe cabe por definio esse papel, chamemo-la
e na formulao de um conceito de valor do livro simplesmente resenha. Ento, vejamos.
feitos pelo resenhista. (LAKATOS; MARCONI, 1992,
Sua organizao lgica: comea-se com
p. 89); [...] uma sntese ou um comentrio dos
um cabealho, no qual so transcritos os dados bilivros publicados feitos em revistas especializadas
bliogrficos da obra; segue-se um pargrafo com
das vrias reas da cincia, das artes e da filosofia.
uma breve informao sobre o autor do texto; na
(SEVERINO, 2001, p. 131).
sequncia, deve-se introduzir o texto, com um paEntre as citadas, depreendemos em comum rgrafo que sintetize a obra, escrito de forma baso fato de esse tipo de trabalho tratar-se de uma tante objetiva e contendo seus pontos principais e
sntese, ou resumo avaliativo, no importando o forma de organizao. Nos pargrafos subsequennome que se d a ela: resenha crtica (que nos pa- tes, far-se- uma sntese de cada captulo da obra
rece redundante), resenha descritiva ou, simples- (ou pargrafo do texto), parte por parte, destacanmente, resenha.
do-se o assunto, os objetivos, a idia central, os
Saiba, prezado(a) aluno(a), que saber fazer principais passos do raciocnio do autor. (SEVERIuma boa resenha bastante importante na vida NO, 2001, p. 132).
acadmica, pois atravs dela que se tem o primeiO texto deve ser finalizado com um comentro contato com um livro, um texto, um filme etc. rio crtico elaborado pelo resenhista, contendo os
Uma resenha bem elaborada pode fazer o leitor aspectos positivos e negativos do objeto resenhacomprar uma determinada obra ou assistir a um do. Tambm possvel que, durante a apresentafilme especfico.
o da sntese, j se faam comentrios crticos.
O que resenha?
42
Comunicao e Expresso
c) pginas;
d) se obra traduzida, o nome dos tradutores;
e) organizao.
Requisitos bsicos para se resenhar
Para a elaborao de um texto valoroso, deve-se:
a) ter conhecimento da obra;
b) ter poder de sntese;
a) editora;
b) nmero de edio;
Caro(a) aluno(a),
Neste captulo, verificamos os mais recorrentes tipos de textos produzidos no mundo acadmico: o
resumo, o fichamento e a resenha. Vimos que o primeiro to somente uma parfrase do texto, reduzido
em, mais ou menos, trinta por cento. O segundo, o fichamento, uma sinopse do texto e pode ser efetuado de variadas formas (bibliogrfico, de citao e de resumo). O ltimo uma parfrase comentada,
ou seja, crtica.
Agora, vamos checar sua aprendizagem.
43
6 O TEXTO COMERCIAL
Vamos, agora, entender um pouquinho uso, para um pblico determinado e previamente
como a produo de texto no mundo comercial. conhecido. Seu campo de ao, portanto, restrito,
mas, se bem elaborado, um veculo de comunicaLeia com ateno.
Como todo texto, o texto comercial o vecu- o bastante eficaz.
So vrios os gneros de texto comercial: carlo de comunicao no mundo dos negcios. atravs dele que uma empresa veicula suas ideias, suas tas, relatrios, informes, comunicados etc. Devido
ideologias, sua forma de contatar os clientes. Ele especificidade deste trabalho, trataremos do prireflete, portanto, a imagem daquele que dele faz meiro: cartas comerciais.
Ateno
Uma boa carta comercial deve ter como
caractersticas:
a) originalidade;
b) persuaso;
c) afabilidade;
d) boa apresentao;
e) preciso de linguagem e redao.
a) no for verborrgica;
b) no for rastejante;
c) no for vazada em vocabulrio difcil ou
frases arrevesadas;
d) no estiver em linguagem descuidada;
e) no estiver com aspecto descuidado.
Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br
45
c) evocao;
d) assunto;
e) despedida;
a) data;
f) assinatura.
Exemplo:
Prezado senhor,
De acordo com a proposta apresentada por V.S nossa empresa, solicitamos enviar,
com a mxima urgncia, os produtos a seguir relacionados, de acordo com o catlogo de janeiro de 2007, conforme o especificado:
Cdigo
Quantidade
Especificaes
232
20
Azul celeste
922
46
15
90
Preto
Amarelo
Informamos que o pagamento dessa mercadoria ser feito contra entrega, em nosso
escritrio, Rua Antonia, 22 So Paulo, Capital.
Atenciosamente,
Mrcia A. G. Molina
Diretora do Departamento de Compras
46
Comunicao e Expresso
Neste captulo abordamos o texto comercial. Vimos o quo importante mantermos sua especificidade e atendermos s exigncias do gnero. Alm disso, destacamos que a formalidade deve ser mantida. Vimos os elementos que contm uma carta, a saber: data, destinatrio (completo: nome, endereo,
cep, cidade, estado), evocao, assunto, despedida, assinatura.
1. Escreva uma carta comercial, solicitando ao seu distribuidor a mercadoria que estava em
falta.
47
7 E-MAILS
7.1 Internet
Lembrando: quando falamos em internet,
estamos nos referindo maior rede de computadores do mundo. Melhor, no s uma rede, de uma
das redes, a responsvel pela troca de mensagens,
aulas virtuais, comrcio, informaes diversas etc.
nicao entre computadores do mundo todo. Entre eles, h os gratuitos (iG, Yahoo etc.) e os pagos
(UOL, Globo, Terra etc.).
Devido rapidez com que ocorre a comunicao, pode apresentar, em algumas circunstncias, as seguintes caractersticas do texto oral:
ser descontextualizado;
ser contextualizado;
autnomo;
dependente;
explcito;
implcito
condensado;
redundante;
planejado;
no planejado;
preciso;
impreciso;
normatizado;
no normatizado;
completo.
fragmentado.
49
E-mails Comerciais
Ao escrever esse tipo de e-mail, devese atentar para as seguintes questes:
2
50
Comunicao e Expresso
1 Contato
mui, kd vc??
tudo bem?
estou com saudade
Resposta
E-mails Pessoais
Ao escrevermos e-mails pessoais, devemos
nos lembrar sempre de que, por mais amigos que
sejamos do destinatrio, as palavras so frias, por
isso, podem ser mal compreendidas. Cuidado, ento, ao escrever; o texto sempre traa nossa imagem, como j dissemos anteriormente, assim, usar
uma linguagem clara, com correo gramatical e
abreviaes convencionais, o mais prudente. A
formatao agora no to rgida.
Exemplo de troca de correspondncia entre
dois amigos:
E donde c t????
Cheguei. Interessante a camiseta. Pintura
estranha. Quem a fez?
ADOOOOOOOOOOOOOOOREIIIIIIIIIIII a
pimenta. Ontem j fiz risoto com ela.
Beijo.
Ateno
Voc revela sua face quando escreve,
portanto polidez sempre!!!
Neste captulo, repassamos as especificidades dos e-mails. Em primeiro lugar, repassamos os pessoais, reforando que, como texto escrito, sempre revela nossa imagem. Vimos que esse tipo de texto
situa-se entre o texto escrito e o verbal, por isso, possui algumas formataes especficas. Importante
lembrar que, ao usarmos abreviaes, as mesmas devem ser de conhecimento partilhado pelos interlocutores. Na sequncia, estudamos os e-mails comerciais. Lembramos que eles devem manter as especificaes do gnero e que a formalidade deve ser mantida.
Vamos, agora, checar sua aprendizagem.
51
8 CONSIDERAES FINAIS
Prezado(a) aluno(a),
Como se pode perceber, a atividade de escritura em qualquer de suas modalidades exige cuidado e ateno. Quanto mais atento o escritor, mais eficcia ter em sua produo.
Voc, estudante universitrio(a), procure ler bastante, ler tudo, ler o mundo que est sua volta,
para que tenha repertrio e, atentando para a escritura de textos modelares, atinja correo gramatical.
Um abrao,
Mrcia A. G. Molina
53
Captulo 1
1. Espera-se que voc tenha respondido: cdigo, mensagem, referente, canal e contexto.
2. As funes da linguagem, como foi visto, apoiam-se nos elementos de comunicao: cdigo,
mensagem, referente, canal e contexto. De acordo, com a tabelinha proposta, temos:
CONTEXTO
1) FUNO REFERENCIAL
CANAL
2) FUNO FTICA
EMISSOR
MENSAGEM
RECEPTOR
3) FUNO EMOTIVA
4) FUNO POTICA
5) FUNO CONATIVA
CDIGO
6) METALINGUAGEM
3.
a)
b)
55
Captulo 2
1. Caro(a) aluno(a), compreendendo texto, numa abordagem interativa, esta sequncia ser texto apenas para quem conhece grego. Caso contrrio, no o ser, porque no h interao
leitor-texto.
Captulo 3
1. Caro(a) aluno(a), este um texto descritivo porque tem uma organizao espacial, centrado
em palavras concretas; h figuras de linguagem, como sinestesias e comparao. Os verbos
esto no presente do indicativo.
2. Este um texto narrativo, porque est centrado em palavras concretas. O tempo bsico o
pretrito perfeito do indicativo. A organizao temporal (antes/durante/depois) e h os elementos da narrao: personagem, tempo, espao e voz da narrativa.
3. As partes so:
Assunto: Tema: Uso do lcool.
Delimitao: Uso do lcool na gravidez.
Objetivo: mostrar as consequncias do uso do lcool durante a gravidez.
Tpico frasal: A ingesto de lcool durante a gravidez pode acarretar uma srie de problemas
na formao do feto.
Captulo 4
1. De acordo com o que aprendemos:
a) Parfrase o fenmeno em que um texto retomado por outro.
b) A pardia o contracanto, a parfrase o canto paralelo.
Captulo 5
1. Espera-se que voc siga todos os passos informados, a saber:
1 passo: leitura atenta;
2 passo: grifar as ideias principais;
3 passo: reescritura com as prprias palavras.
Para depois, proceder redao do texto definitivo.
56
Comunicao e Expresso
No ambiente urbano das cidades de porte grande e mdio, a escola, alm de outros meios de
comunicao, a responsvel pela educao do homem, j que h a divulgao de informao, num
processo bastante dinmico.
Como a populao est muito envolvida com as novas tecnologias, acaba perdendo sua relao
com nossos recursos naturais. Assim, a educao ambiental aponta como uma forma de educao para
todos, por meio de um processo educacional educativo.
Captulo 6
1. Como sugesto de carta, segue:
Prezados senhores,
Informamos que o pedido feito por ns, anteriormente, no veio completo. Solicitamos que o
reveja e nos envie os 200 pacotes de balas de hortel, visto ser essa a mais solicitada por nossa clientela.
Contando com sua habitual presteza, desde j agradecemos.
Atenciosamente,
_____________________________
Mrcia A G Molina
Departamento de Compras
57
Captulo 7
1. Ao escrever esse tipo de e-mail, deve-se atentar para as seguintes questes:
quem sou eu (qual posio ocupo na empresa)?
quem meu interlocutor (qual posio ocupada por ele)?
que tipo de correspondncia que esse e-mail veicular (carta, relatrio, informativo etc.)?
Sempre, nesse caso, dever se primar pela:
formalidade;
correo gramatical;
padro culto;
seguir o modelo do gnero especfico (ou seja, as propriedades do relatrio, da carta, do
informativo etc.).
58
REFERNCIAS
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Comunicao e Expresso
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