Direitos Reais
Direitos Reais
Direitos Reais
NDICE
NDICE
NDICE
INTRODUO
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DIREITO DE PROPRIEDADE
36
COMPROPRIEDADE
38
PROPRIEDADE HORIZONTAL
42
DIREITO DE USUFRUTO
46
49
DIREITO DE SUPERFCIE
50
SERVIDES PREDIAIS
53
POSSE
57
INTRODUO
Introduo
1. Teoria Realista - o Direito Real supe um Poder Directo sobre uma coisa.
Estruturalmente o Direito Civil distingue-se em Direitos de Crdito (das obrigaes)
e em Direitos Reais (das coisas), abrangendo a totalidade dos Direitos Patrimoniais
previstos no CC. A distino assenta no art. 397 do CC, o qual define obrigao como o
vnculo jurdico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra realizao de
uma prestao.
A titularidade de um Direito de Crdito no implica por si s a obteno desse
mesmo crdito; Para isso o credor est dependente da Cooperao do devedor
a coisa est sobre o domnio factual de uma pessoa, ou seja, h uma apreenso material da
mesma.
a ligao factual que foi apresentada no caracterstica de todos os Direitos Reais j
que, quanto aos Direitos Reais de Garantia e Direitos Reais de Aquisio, salvo raras excepes,
no implicam a apreenso material da coisa. Mesmo dentro dos Direitos Reais de Gozo, h casos
(Ex: Servides de Vista em que o proprietrio de um prdio deve abster-se de determinado
comportamento para que outro proprietrio retire uma determinada utilidade do seu prdio;
No caso dos Direitos Reais, a posio do titular desse mesmo direito, no depende
da Colaborao da outra parte. Diz-se por isso que, nos Direitos Reais, a relao jurdica
soberania sobre outra pessoa, antes de uma relao entre o titular do direito e a coisa
Direito Real deixa de ser configurado como um direito sobre uma coisa, para ser um direito
objecto do direito real. Estes poderes so variveis conforme o tipo de Direito Real em
perante todas as outras pessoas (relao jurdica absoluta). Apesar de conseguir reduzir tudo
no sentido de colocar o acento tnico do Direito Real nas relaes com terceiros, em
Nos Direitos Reais a relao jurdica absoluta deve ser afastada, permanecendo
apenas, neste domnio, a relao jurdica entre sujeitos determinados. Pode acontecer
Do ponto de vista tcnico, esta teoria levanta a dificuldade inerente a termos uma
que, com fundamento num direito real, surjam Relaes Intersubjectivas (relaes entre o
relao jurdica com um sujeito activo determinado e todos os habitantes do universo como
sujeito activo e terceiros passivos). A relao jurdica surge sempre para defender e no
sujeitos passivos.
INTRODUO
Teoria Realista como os poderes do titular do direito sobre a coisa) e por um lado
Se assim, o lado interno est aqui colocado de uma maneira que no se ajusta j
que o que existe uma relao entre pessoas e no uma relao entre o titular do direito e
a coisa.
anteriormente cabe ainda dizer que, sendo o Tribunal colaborador, tambm quanto aos
O nosso estudo vamos partir da Teoria Realista e do princpio de que existe uma
relao entre o titular do direito e a coisa.
Numa relao jurdica entre uma pessoa e uma coisa define-se duas
Direitos Reais de Aquisio tal se justificaria. Ora, quanto a estes o argumento no colhe de
todo.
Existem porm dois casos especiais:
i) Consignao de Rendimentos (arts. 656 e segs.)- os frutos objecto de
caractersticas: por um lado um Poder de Facto, por outro, embora muito polmico, uma
Eficcia erga omnes. Assim temos:
consignao so atribudos ao credor para que este satisfaa o seu interesse atravs do
recebimento dos frutos. Aqui, o credor no tem, normalmente, o direito de executar a coisa
quando esta se encontra em seu poder (art. 661/b). Aqui estruturalmente temos um direito de
gozo e funcionalmente temos um direito de garantia. Ora, o poder de facto apenas de gozo.
ii) Penhor (arts. 666 e segs.)- Se for um Penhor com Pacto de Consignao
de Rendimentos o Penhor estruturalmente de gozo mas, funcionalmente de garantia. Se, pelo
contrrio, o Penhor no possuir o Pacto, implica apenas para o credor o poder de utilizao
sendo que, se a obrigao no for cumprida, possuir o poder de promover a alienao judicial da
coisa (art. 672/1).
INTRODUO
impor a aquisio do segundo direito de uma forma potestativa, ou seja, sem qualquer
colaborao. Estes direitos encontram-se dispersos pelo Cdigo apesar de podermos
referir dois com natureza genrica:
Alguns autores vm dizer que o Direito Real pode ser Hipotecado contra qualquer
pessoa que o viole. Incluem a violao do direito na sua oponibilidade. Parece que todos os
direitos so oponveis neste sentido de violao. O que acontece que a violao dos Direitos
sua existncia tem que ser reconhecida perante qualquer pessoa. Esta oponibilidade no
os factos que tm repercusses jurdicas sobre um determinado direito (Ex: o que se ope
Ex. 1: Comodatrio:
O direito de uso est dependente da relao com o comodante, ou seja, se
o comodante passar a ser outro, este ltimo no tem que respeitar o comodatrio podendo
exigir a restituio.
exerccio de uma certa aco ou facto (Ex.: a utilizao sucessiva do nome individual ou ainda
Ex 2: Usufruturio:
O facto do proprietrio mudar no cessa de forma alguma o usufruto.
o que decorre da Posse que consiste na apreenso material de uma coisa para retirar dela
utilidades fazendo, embora de uma forma indirecta, publicidade para terceiros).
INTRODUO
promover a conexo entre todos os factos levados a registo que digam respeito a certa
e o que na realidade aconteceu. Podem partir do princpio que o registo est completo e
coisa ou pessoa. Ex: para cada prdio existe uma folha cpia onde se inscrevem todos os
exacto, ainda que assim no seja na realidade. Esta ideia tem como fundamento o facto de o
com vista a garantir a segurana nas transaces, garantir perante terceiros uma certa
estabilidade nas relaes jurdicas. Porm, reflexamente, tambm tem interesse para a
pessoa a quem diz respeito o facto registado (Ex: hoje diz-se que para existir, a Hipoteca
precisa de ser registada. Aparentemente no interesse da pessoa tal exigncia. Porm, a
finalidade primria a de que terceiros saibam se o prdio se encontra hipotecado ou no.
Urge dizer que a Hipoteca nunca pode ser publicitada pela Posse j que os terceiros
poderiam comprar um prdio hipotecado que estava na posse do vendedor).
Existem dois tipos de efeitos do Registo Predial:
1. Perante terceiros- corresponde F Pblica Registal (art. 7 do CR Predial).
INTRODUO
diligncia. Esta opinio criticvel j que choca directamente com o art. 408/1 do CC e
terceiros entre si. Neste caso no faz sentido colocar o problema da boa-f . Em suma, no
implica que se adquira, apesar da venda ser nula. Os defensores desta tese contrapem
caso da Penhora, tanto faz registar como no a registar sendo levantada porque ilegal.
conflito existente estabelece-se entre algum que adquiriu e algum que adquiriu
devem ser resolvidos segundo o sentido positivo (art. 291 do CC), exigindo o que o STJ
exige mais dois requisitos: que o terceiro que adquire ilegitimamente tenha adquirido com
opinio, indiferente a boa ou m-f. Apesar dos tribunais, at bem pouco tempo
base num acto oneroso e ainda que tenha decorrido um prazo de garantia de 3 anos sem que
reafirmarem esta opinio, sempre iam dizendo que haver ou no m-f no era o mesmo.
seja invocada a invalidade do facto invlido registado por terceiro. O prazo de 3 anos
absurdo, porm taxativo o disposto. Em segundo lugar, tanto faz determinar se o terceiro
adquire com ou sem a interveno do titular do direito registal j que ambas as situaes
merecem proteco.
O STJ vem dizer que, no caso da Penhora, se o Tribunal pudesse
A penhora tem aqui o mesmo vcio que a segunda venda do exemplo anterior:
ilegtima. Tem-se conseguido provar que os credores, quando nomearam os bens a
penhorar um bem que no era do devedor estava a cometer um acto ilcito. O Curso responde
dizendo que se respeitar os requisitos do art. 291 do CC o acto j no ilcito e que o
argumento aduzido tinha que ser tambm estendido ao caso da dupla venda, o que no
aconteceu.
INTRODUO
CRPredial. Esta situao no faz muito sentido j que, para situaes extremas (exemplo da
falsificao), o terceiro protegido a partir do momento em que est de boa-f e no pode ser
accionado por A, enquanto que em situaes menos graves (caso da Simulao), a proteco
s existe passados 3 anos. Alguns autores avanam no sentido de que o prazo de 3 anos
Conservador nada podia garantir. Em situaes lineares o terceiro nunca pode estar
deve ser estendido ao art. 17/2 (Oliveira Ascenso), enquanto outros consideram que o art.
291 est revogado tacitamente, por que posterior, pelo art. 17/2. A primeira das teses tem
sentido negativo (triangular), no existe previso nos arts. 291 do CC e 17/2 do CR Predial.
Se no h nulidade registal nem invalidade substantiva anterior do terceiro, o facto
Talvez seja por isso que alguns autores recorrem ao P. da Prioridade do Registo. A
opinio do Curso vai no sentido de que em todos os casos, o terceiro adquire um direito de
quem no tem legitimidade para lho transmitir, sendo aplicvel analogicamente no o art.
17/2 que possui um mbito de aplicao definido pelo art.16, antes o art. 291 do CC.
Quanto modalidade da aquisio do terceiro, intuitivamente, em qualquer dos casos
em que adquire originariamente, o acto jurdico que o beneficia sempre invlido. No entanto,
a aquisio originria mais ampla, porque surge independentemente de direitos anteriores,
que a derivada, podendo acontecer o seguinte:
A tem um prdio arrendado a B;
A vende o prdio a C que no regista;
INTRODUO
obrigatrio (no existem sanes para a falta de registo). Mas, no se registando podem
adquirido, na medida em que o notrio tem o dever de recusar a formalizao, se aquele que
Por maioria de razo podemos dizer que o D j tem sorte em ser protegido j que
est a onerar, no tem registo; ento se o possuidor que invocar usucapio no registar, no
pelas normas substantivas nada obteria. No vamos ainda premi-lo, dando-lhe uma
tem qualquer sano por isso, no podendo invocar a usucapio contra terceiros j que a
aquisio originria.
adquirido por usucapio, tem que registar primeiro. Se no pretender onerar o direito, tanto
faz registar como no registar.
b) Registo da Mera Posse- o registo enunciativo j que a mera posse
pode ser registada desde que se obtenha uma sentena que reconhea que o possuidor tem
i) Efeito Enunciativo:
posse pelo menos cinco anos, que a posse seja pblica e tenha sido pacfica (art.1295/2 do
CC). Tal como na usucapio, o facto de estar registado, j um facto pblico sendo que o
registo, no mximo, vai aumentar a publicidade. Os prazos da usucapio aqui tornam-se mais
curtos (menos cinco anos) obtendo-se aqui um benefcio. O registo da mera posse no
justifica-se sempre por uma razo qualquer j que, o registo, por si s, no acrescenta
constitutivo, enunciativo j que, quer registe a mera posse, quer no registe, h sempre
posse de facto. Para o registo ser constitutivo, a existncia da situao depender do registo.
que, nos termos do art. 1297, para que a usucapio possa ser invocada, a posse tem que
na medida em que para a servido ser feita necessrio haver sinais visveis e permanentes
ser pblica. Durante o perodo necessrio para invocar a usucapio, um possuidor deve ter
(Ex: para haver sinais preciso um caminho , uma estrada, etc.). A publicidade neste caso j
exercido de maneira a poder ser conhecido. Quando regista j est a dar publicidade ao
est assegurada por esses sinais. O registo aqui nada acrescenta e adquire-se apenas por
que nos anos anteriores foi um facto notrio, quando muito ir aumentar a sua
INTRODUO
o registo deveria ser constitutivo, na medida em que assim conseguiria sempre a coincidncia
682 do CC)- a razo bsica est ligada ao facto constitutivo da hipoteca. Esta nunca implica
efeito enunciativo ou no, sendo que a maioria responde afirmativamente. Esta renncia,
que o credor obtenha a apreenso da posse da coisa. A coisa permanece em poder do autor
um negcio jurdico unilateral por fora do qual o titular de um direito real abdica desse
da hipoteca. Por isso, a nica publicidade que pode ter a que deriva do registo.
Sendo de imveis, um facto registvel j que tem uma implicao sobre o imvel. Se o
duvidosas: Contrato Promessa com Eficcia Real e Pacto de Preferncia com Eficcia Real.
efeito for meramente enunciativo significa que o efeito extintivo se produz em termos
Segundo o art. 413 do CC, para a preferncia e a promessa terem eficcia real, necessrio
que nestes contratos estejam contidos numa escritura pblica. Exige-se ainda que as partes
tenham expressamente lhe atribudo essa mesmas eficcia. Por ltimo, exige-se que se faa
Estado j que no podem existir imveis sem dono. Se o registo enunciativo significa
o registo. Isto quer dizer, literalmente, que o registo constitutivo. No entanto, embora o
assunto no esteja muito tratado, as opinies que existem, vo no sentido de que o registo,
nestes dois casos, tm o efeito normal (consolidativo), ou seja, qualquer conflito com terceiros
substitutivos, depois de renncia deixa de ser vlida (art. 892 do CC). Porm B no sabia
renncia. Assim pode-se proteger o comprador desde que se encontre nas condies do
art. 291 do CC.
direito ou, por outras palavras, sem o registo no se adquire a propriedade. Teoricamente,
INTRODUO
aquisio, ou seja, oponvel, a no ser que o C se encontre abrangido pelo art. 291 do
venda a D , ou o C faam uma penhora sobre o bem vendido a B. Em qualquer dos casos,
Porm, colocar o art. 291 do CC perante C absurdo j que aqui estamos num
problema de prioridade do registo, o conflito entre dois direitos existentes resolvido pela
perante qualquer pessoa. O problema que aqui se apresenta prende-se com o modo de
prioridade do registo. Por outro lado, para a aplicao do art. 291 do CC ter sentido, ter-se-ia
aquisio dos terceiros: letras, o art. 5/1 do CR Predial, implica a oponibilidade. H quem
que descobrir a que se dirige a boa-f. A boa-f aqui, no pode consistir apenas no
Real definido como oponvel. Teramos aqui de considerar Direitos Reais Inoponveis, o que
no tem qualquer cabimento. A aquisio do terceiro, neste caso, uma aquisio derivada j
que no h a extino do direito e consequente aquisio originria. ento uma aquisio
derivada imposta ex lege ou potestativa.
iv) Efeito Atributivo:
atributivo quando a aquisio s se verifica com o registo mas o facto
registado um facto invlido, ou seja, o efeito atributivo d-se quando se verifica a situao
determinado facto podem ser invocados perante qualquer pessoa. contrrio, se o registo
aquisio tabular. Este efeito , pois, reflexo do efeito consolidativo, isto , para aquele a
art. 291 do CC ou do art. 17/2 do CR Predial e beneficie, este outrem, do efeito atributivo. Ao
contrrio, aquele para quem o efeito consolidativo e regista, a sua posio impede que
terceiros beneficiem do efeito atributivo.
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CC, uma vez que, a coisa, se no tem dono, a apreenso de uma coisa tanto pode conduzir
1. Pessoa:
Existem apenas algumas especificidades quanto ao regime geral:
aquisio da posse. No entanto, se aquele que procede apreenso da coisa tivesse pelo
menos capacidade natural, adquire a propriedade (art. 1318 do CC). Em relao s outras
coisas, contrrio do art. 1266 do CC, a capacidade natural s serve para adquirir a posse; a
abstractos, ao passo que a capacidade natural aquela que, em concreto, a pessoa tem
aquisio para adquirir outro direito exige a capacidade de exerccio. Mesmo assim, h quem
defenda que o que resulta do art. 1266 do CC pode ser estendido aquisio de outros
subjectivismo, s se pode recorrer capacidade natural quando a lei o diga. No mbito dos
direitos reais, desde que essa aquisio seja possvel pela posse (Ex: a constituio do
Direitos Reais, a capacidade natural referida quanto posse (art. 1266 do CC).
direito de aquisio, uma vez que o direito se constitui por causa da no restituio da coisa
ao legtimo titular, em virtude daquele que no restitui, ter efectuado despesas causadas pela
restantes coisas.
coisa).
menos, exista capacidade natural. O que significa que o menor pode adquirir por posse
uma vez que indiferente a capacidade de exerccio.
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50.000 c
isto , os direitos patrimoniais (reais) so direitos que podem ser, livremente transmitidos,
R (hipoteca)
a) Legitimidade para constituir ou transmitir:
x- Quanto aos Direitos Reais de Gozo- a lei s
Hipoteca
( 62.000c )
C
(credor de A)
probe a transmisso ou onerao do direito de uso ou habitao (art. 1468 do CC), sendo
certo que, em relao ao usufruturio, a lei admite que, no respectivo acto de constituio
se estabeleam restries ao poder de disposio (art. 1444/1 do CC). Fora deste, os
outros so livremente transmitidos e onerados. Embora, no que toca s servides prediais,
como so direitos acessrios, nunca podem ser transmitidos autonomamente.
Ora, para os restantes 12.000c, C credor comum sendo que passa a ter a hipoteca
sobre o mvel no valor de 50.000c. Note-se que se admite a transmisso da hipoteca nos
limites da hipoteca constituda.
Se a regra a da livre disponibilidade, daqui resulta que qualquer negcio jurdico que
y- Quanto aos Direitos Reais de Garantiaadmitem-se aqui duas possibilidades j que estes so direitos acessrios de um direito de
crdito. Existem para garantir um crdito e, por isso, admitem pr ao seu lado a
transmisso dos acessrios ou que se faa a transmisso do direito de garantia
Temos aqui que distinguir duas situaes: quando o negcio, que limita ou exclui a
transmisso ou onerao, uma doao ou um testamento; quando outro negcio qualquer.
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do art. 1306 do CC que impede a constituio de restries a direitos reais que no estejam
expressamente previstas os admitidas. S tem ento eficcia real aquelas que esto
Doao
previstas, sendo que esta no est prevista. O raciocnio demasiado formal mas assim
B (proprietrio)
Testamento
que est determinado. Acontece que o art. 1306 do CC determina a converso das restries
no previstas em restries de natureza obrigacional. A clusula que limita a transmisso ou
onerao nula mas passa a ter valor obrigacional , pelo menos entre as partes.
Mas, a lei determina outra eficcia: uma clusula de substituio fideicomissria (art.
clusula seria admitida. No podendo entre ns valer contra terceiros, ter eficcia real, pelo
2286 do CC- diz-se substituio fideicomissria a disposio pela qual o testador impe
silncio do art. 1306 do CC, determina que se o B violar a clusula, est a violar uma
ao herdeiro institudo o encargo de conservar a herana, para que ela reverta, por sua
fideicomissrio. Por isso, em princpio, no pode dispor dos bens (no pode alienar ou
poder de disposio , assumindo um carcter de castigo. Vai levar afirmao de que o art.
onerar), no o podendo fazer nas condies excepcionais do art. 2291 do CC: quando
haja necessidade urgente para ele ou para os bens ou em qualquer caso, quando o
tribunal o autorize.
clusula com valor obrigacional, desde que isso no implique uma limitao excessiva sobre o
fideicomissria. Isto tem como consequncia que o donatrio ou sucessor passa a ter a
cinco ou seis anos constitui uma durao intolervel porque contraria o art. 62 da CRP. Estas
impostas por outros actos jurdicos: sem ser doao ou testamento. Regra geral a clusula
que restringe o poder de transmisso ou onerao, nula porque viola uma norma
interesse srio, atendvel a ser protegido. Normalmente s nas doaes e nos testamentos
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que o interesse atendvel j que se pretende prosseguir a vontade do autor. Fora deles,
mveis. descabida a ideia de, algum que no quer aquele direito, ainda ter de pagar as
custas de uma escritura pblica.
por esta razo que no caso da renncia de hipoteca, houve necessidade de alterar a
renunciar, sendo que a lei nada diz. No probe, mas tal no significa que admita
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desonerar atravs da renncia. Logo, o outro proprietrio beneficia j que o direito lhe
conservao e o usufruto foi efectuado por 5 anos (art. 1444), quando necessrio proceder
CC, determina a extino do direito, na medida em que a coisa abandonada fica sem
dono. Aqui o regime diferente j que a coisa mvel abandonada no passa a integrar
No caso dos Direitos Reais Menores (Ex: servides, hipotecas, etc.), o efeito
extintivo d origem expanso do direito que estava onerado com o direito menor objecto da
troca, o no cumprimento lcito. Perante uma renncia liberatria, o credor est num estado
de sujeio, sendo a renncia potestativa.
2. Coisa:
Esta deve ser certa e determinada j que no so concebveis direitos
sobre coisas que no existem ou que no esto definidas. O que pode existir so negcios
sobre coisas futuras e nunca direitos reais sobre coisas futuras. Isto no consubstancia uma
exigncia legal, no mximo tratar-se-o de Expectativas relativas as coisas futuras que
surgem em negcios sobre essas mesmas coisas. Estas so as expectativas reais no sentido
de que eficaz e oponvel a terceiros, prevalecendo sobre eventuais direitos de terceiros.
Ocorre independentemente da participao da vontade do adquirente. Por isso se diz que a
Expectativa adquire o direito de forma automtica. Na prtica direito real e expectativa real
possuem o mesmo regime.
Surge aqui o Princpio da Totalidade que nos diz que o Direito real
abrange necessariamente a totalidade da coisa. H quem entenda (PEDRO GONAVES) que
abrange a coisa tal como ela aparece materialmente. Isto parece evidente quanto s coisas
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porque entre ns adoptou-se, por fora do art. 408/1 do CC, o Princpio do Consentimento
segundo o qual, certos contratos tm aptido, no apenas para produzir efeitos obrigacionais,
sendo que a coisa o edifcio. Com este princpio tal no poderia suceder). Assim, o
Princpio da totalidade no pode ser entendido em termos meramente materiais, mas sim
por comparao ao direito Alemo, aquele que est mais contrrio possvel ao nosso. Ora, no
coisa. Um prdio pode, materialmente ter uma fraco sobre a qual assente uma servido
Direito Alemo, quando A quer transmitir a propriedade a B, que a quer adquirir primeiro
de passagem mas, esse nus no reca apenas nessa parcela mas antes na coisa como
necessria uma venda com efeitos obrigacionais (entrega da coisa, pagamento do preo e
3. Facto Jurdico:
radica numa Tipicidade Exemplificativa, isto , a lei prev e regula uma srie de factos que
constituem, modificam ou extinguem direitos reais mas, admite que se utilizem factos
produzem efeitos obrigacionais. Ora, hoje em dia, colocar o Contrato como fonte das
atpicos com os mesmos efeitos. Tanto se pode adquirir um direito real pela
constituir direitos, mesmo que o contrato no tenha aptido para o efeito. Isto implica que o
mesmos efeitos. A enumerao dos factos tpicos apenas exemplificativa. Vamos ento
distinguir:
art. 232 do CC quando as partes chegam a acordo quanto a todas as clusulas. Isto
acontece, para o contrato que exija uma certa formalizao escrita. Quando no necessita de
i) Factos Constitutivos- podem ser de dois tipos:
formalidade especfica, seja contrato solene ou no, assim que est celebrado, os efeitos
obrigacionais e reais produzem-se imediatamente, independentemente das obrigaes
contratuais serem cumpridas ou no.
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contrato, necessrio que se proceda entrega da coisa para se adquirir o direito. Esta
entre ns faz sentido j que gera a obrigao de transmitir. Alm disso, quer entregue a
coisa e quer pague ou no essa mesma coisa, o direito j se transmitiu. Pode depois
Penhor, o caso das Doaes de coisa mvel (quando no seja por documento escrito) e o
havido desde logo a entrega da coisa. Tem ainda uma desvantagem objectiva eventual que
Penhor, um direito real de garantia que incide sobre coisas mveis no registveis e, por
assegurar alguma publicidade ao Penhor seja a entrega da coisa. Outra razo vai no sentido
implica uma excepo, dado que o essencial no que a coisa seja entregue ao credor, mas
esta: -se proprietrio porque se comprou o que no diz nada, j que comprar apenas
proprietrio. Tem que se ver a legitimidade de quem aliena. Isto trs implicaes, mesmo
justificao para serem uma excepo. No caso do Mtuo, s se pode entender que a
que a entrega no tenha sido feita, para o adquirente, que possu dois fundamentos para
intentar aces: uma que decorre da celebrao do contrato; outra que decorre da
que, sendo assim, faz sentido porque, s no momento da entrega, fica concretizado o objecto
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constam do art. 408 do CC: negcios sobre coisas futuras; negcios sobre coisas
comprador. Aqui no bastou o contrato, foi necessrio que a coisa se transforma-se de futura
conceito de coisa futura). O direito s se constitui quando a coisa futura se tornar presente
estava adquirida. Esta entrega meramente executiva, ou seja, apenas para cumprir o
contrato, com todas as implicaes que isto trs. Geralmente o mtodo jurdico utilizado para
de ser integrantes.
adquirir uma fraco autnoma em construo no bem este. Faz-se apenas uma
Tambm h desvios quando aquisio de um direito
de reserva de propriedade (art. 409 do CC). Porm, o art. 409 do CC permite que a
Compra/Venda.
procede entrega da coisa tendo assim aqui, uma excepo negocial. Assim, com este
admitem quando esto previstos na lei. De todo o modo, mesmo com esta opinio, a lei
admite expressamente que os direitos reais de garantia sejam constitudos por negcios
jurdicos unilaterais. A verdade que, h um princpio basilar do direito civil segundo o qual
reservada.
no se pode obrigar ningum a adquirir um direito. Aplicado a estes casos significa que, o
Esta distino s se faz porque nos desvios tambm
negcio unilateral, s por si, no constitui o direito real de garantia. ento necessrio que o
beneficirio declare aceitar a constituio do direito. Isto implica que o negcio constitutivo do
contrato. No caso da aquisio de uma fraco autnoma de um prdio que ainda no est
quando o credor beneficirio der a sua aceitao. Ao contrrio, em opinio mais recente,
contrato do efeito real do contrato. A venda est feita, vlida s que, como no existe a
afirma-se que os negcios unilaterais s esto sujeitos a numerus clausus quando seja um
coisa, tambm no pode existir um direito de propriedade sobre essa coisa futura. Quando
negcio em que resulte uma auto-vinculao, que constitua obrigaes contra o autor do
o edifcio estiver construdo, a fraco deixa de ser coisa futura para ser coisa presente.
origem a uma auto-vinculao. Da que no haja nenhum impedimento a que, por negcio
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excepcionais, na medida em que, afastam um outro princpio bsico do direito civil que o
direito de propriedade sobre coisas mveis sem dono (seja porque nunca tiveram ou foram
abandonadas- art. 1318 do CC). Implica que algum coloque essa coisa mvel, sem dono,
mesmos poderes e, apenas quando existam interesses superiores que admitam esta
propriedade). Para isto, basta a capacidade natural da que, se conclua que, a ocupao um
apossa (mas apossamento de uma coisa perdida ou escondida - o que significa que a coisa
fundamento para adquirir a propriedade. necessrio que se siga determinado processo (art.
das Hipotecas legais e judiciais. A constituio das Hipotecas Legais so permitidas nos
1323 e 1324 do CC) que implica, depois do achamento, que aquele que achou anuncie
casos previstos na lei, onde se permite ao credor impor uma hipoteca. No caso das
aquele achado ou comunique s autoridades. A partir da, comea a contar o prazo de um ano
para que o legtimo proprietrio reivindique a coisa. Se no o fizer, o achador tem o direito de
qual resulte a obrigao, para o ru, de efectuar certa prestao pecuniria. O credor, com
fazer sua a coisa achada. O achador tem aqui um direito real de aquisio. Se exercer esse
base nessa sentena pode impor a constituio da hipoteca, ficando sua escolha o
posse formal. Eventualmente, essa posse pode conduzir aquisio da propriedade mas, por
via de usucapio.
Acesso- esta pressupe duas coisas que no
pertencem mesma pessoa e que, essas coisas, se juntam de uma forma indissocivel (do
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ponto de vista econmico), isto , exige-se que a funo d origem a uma coisa nova, que
mobiliria, o conflito entre esses dois proprietrios resolvido atravs da assuno de duas
seja indivisvel nos termos do art. 209 do CC. O problema que se coloca na acesso a
regras: por um lado, o princpio da boa-f; por outro, o princpio do valor relativo das coisas
atribuio da propriedade do todo e, por isso, tambm h acesso quando, uma das coisas
em presena. Isto vai significar que: em caso de m-f de um dos proprietrios, o outro tem o
tem proprietrio mas a outra no. O regime jurdico da acesso est pensado para os
direito de ficar com o todo, embora compensando o que est de m-f pelo enriquecimento
casos em que as coisas pertencem a pessoas diferentes (art. 1325 do CC). O art. 1326
sem causa. Em caso de boa-f daquele que fez a funo, o litgio resolve-se apenas pelo
valor relativo das coisas em presena, isto , ficar com a totalidade, aquele que era
proprietrio da coisa de maior valor, compensando o outro pelo valor da coisa adjunta.
destes dois princpios, surge um terceiro: superfcie solo cedit (o que est superfcie
coisas que acedem sejam ambas mveis ou uma delas seja imvel. No que respeita
acesso natural, a lei prev dois casos que, rigorosamente, no so de acesso: a aluvio,
construo em materiais alheios. Nos outros casos, voltmos a ter o problema da boa-f.
juno da matria que, inicialmente no estavam incorporadas, sendo certo que estas
Havendo boa-f, o problema de determinar a que vale mais ficando com o todo, aquele que
matrias no so identificadas (Ex: terra, entulho, etc.). Precisamente por isso, chamar
for proprietrio da coisa com maior valor, compensando o outro pelo valor perdido. Havendo
m-f (do que fez a recuperao), o proprietrio do solo pode exigir a restituio do solo ao
avulso do art. 1329 do CC que distingue-se porque a coisa mvel que se junta coisa
estado inicial ou, se preferir adquirir, compensando-o quele que fez a plantao, pelo
proprietrio dessa coisa mvel, pode exigir que o proprietrio da outra coisa a retire. Neste
caso, existem duas coisas (uma mvel e outra imvel) mas falta, claramente, a
incorporao.
trabalho no uma coisa, pelo que no h juno de coisas (a lei trata este problema atravs
produziu o trabalho, ficar com todo aquele que tiver empregado maior valor. Havendo m-f
daquele que fez a transformao, o proprietrio da coisa original pode pedir a restituio da
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mesma (se possvel) ou ficar com a coisa transformada, retribuindo ao outro pelo
acto administrativo. Em casos como os do art. 1562/2 ou do art. 1560/3 do CC, a servido
pode constituir-se mesmo ex lege. Ora, a servido constituda por acto administrativo legal,
seguindo o regime desta, nomeadamente quanto extino por desnecessidade do art.
y- Nas servides vamos ter:
1569/3 do CC.
constituio o Apossamento que tambm nico. Como se supe que a coisa esteja em
poder daquele que se vai tornar retentor, esse apossamento opera por inverso do ttulo da
posse (art. 1263/d e 1265/1 parte do CC). Em certa medida esse apossamento
igualmente necessrio para a existncia do direito de reteno, ou seja, o art. 761 do CC diz-
servido; entre esses dois prdios ou duas fraces existe uma serventia ( pressupe que
voluntrio. Temos ainda que, enquanto que o retentor puder recorrer aco de restituio da
(os sinais visveis do art. 1549 do CC); que os dois prdios ou fraces deixem de
pertencer ao mesmo dono e que, por ltimo, o facto que origina a separao de
titularidades, no afaste expressamente a constituio da servido. A servido assim
constituda ser legal se for por simples negcio jurdico. Se se pretende saber se a
subjectiva ( quase todos podem sofrer este tipo de modificao), e uma modificao objectiva
que ocorre no contedo do prprio direito . Podem ser variados, pelo que vamos analisar
apenas dois:
a) Onerao do direito - j tinha ficado implcito que, sobre a
Acto Administrativo- as servides (legais)
podem ser constitudas por acto administrativo, por fora do art. 1547/2 do CC. No se
mesma coisa, podem incidir diversos direitos reais. Chama-se a este fenmeno a
sobreposio de direitos sendo que, esta sobreposio pode ocorrer de trs modos:
trata aqui da de uma servido imposta por acto administrativo, em virtude de qualquer
utilidade pblica, mas antes de uma servido de direito privado, por via de disposio
especial que, na falta de outro modo de constituio, pode ser unilateralmente imposta por
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compatibiliza o direito onerado com o direito que se onera. A explicao clssica nesta
ser possvel o exerccio do direito que seja preterido. Temos o exemplo de A ser
proprietrio de X sendo que tem duas hipotecas, cada uma no valor de 50.000 contos
Se do ponto de vista terico est tudo bem, do ponto de vista prtico, existe aqui uma
implicao impossvel que o facto de que, quando o usufruto termina, tem que haver uma
de coisa imvel ser necessrio efectuar uma escritura pblica de retransmisso. Isto um
absurdo j que se o usufruto pode terminar com a morte do usufruturio, no sendo possvel
retransmitir. Exactamente por esta consequncia prtica que a perspectiva da prpria lei se
contedo variado que pode ser maior ou menor consoante existam ou no delimitaes
existam vrios direitos. Intuitivamente diz-se at que existe um s direito que exercido
por vrias pessoas. Do ponto de vista tcnico-jurdico, existem tantos direitos como o
real pode ficar paralisado parcialmente ou, em situaes extremas, totalmente paralisado at
que esse limite externo eventualmente desaparea. No caso do usufruto, quando A constitui o
mesmo tempo.
usufruto, d origem a um novo direito, e por isso, os poderes que esto contidos nesse
usufruto so poderes novos, que no existiam. Ento o proprietrio mantm o uso e fruio
A onerao verifica-se, nestas hipteses de sobreposio,
mas no os podendo exercer j que esses mesmos direitos de uso e fruio esto no
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seja, um direito menor e no maior. Por fim, e o essencial, quando o usufruto cessa, no
Renncia Abdicativa implica, regra geral, a extino do direito e o nico caso, mesmo assim
imveis j que, nos termos do art. 1345 do CC, essa renncia implica a transmisso do
direito para o Estado. No que respeita renncia liberatria, o efeito real aqui ligado, pode ser
Liberatria supe que exista uma relao de crdito em que o dbito, a obrigao, est
includa no contedo de um certo direito real. Exemplo disto o usufruto, nos termos do art.
1472 do CC em que o usufruturio tem que efectuar certas reparaes e quem pode exigir a
que ele nunca proprietrio: antes tem direito entrega; depois tem direito ao valor da
anormal se passa mas, e agora j de uma forma especial, em que a obrigao est includa
sobreposies.
devedor ligado ao direito real , pela fora da qual ele pretende desonerar-se, desvincular-se
isto temos que distinguir o efeito obrigacional do efeito real. O efeito imediato da renncia
coisa. A coisa o todo sendo que o prdio o conjunto do solo com o direito de superfcie.
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no art. 1411/2 do CC, nos casos de compropriedade em que sobre a mesma coisa
esta situao seja demasiado gravosa, a lei permite que a renncia s incida sobre a parte do
existem direitos iguais, neste caso propriedades. O 1411 do CC impe a cada um dos
prdio que resulta onerada. A eventual separao depende at do tipo de servido. Neste
propriedade a que se renuncia, no mximo pode-se considerar que esta renncia a favor do
CC. No entanto, se a despesa j estava aprovada por aquele que agora pretende
aceita, efectua-se a transmisso sendo que este credor fica proprietrio, nem que seja
somente na parte onerada pela servido, extinguido-se a servido ou, se o credor no aceita,
a propriedade continua com quem era devedor mas nunca a seu favor. Em todo o caso o
efeito real. Ento, quando o devedor renuncia ao direito, tem em vista a desvinculao
mas, essa desvinculao obtm-se mediante uma troca: aquele que renuncia no cumpre
a obrigao mas oferece o benefcio da renncia ao credor. Esse benefcio que pode
que se renunciou. Aqui a aceitao do credor s tem relevncia quanto ao efeito real e nunca
em relao ao efeito obrigacional. Este regime o nico que est expressamente previsto na
lei, mas entende-se que extensvel a todos os casos em que exista tal obrigao real desde
Implica transmisso em todos os outros casos. O exemplo tradicional, que o nico que
vem expressamente previsto na lei, consta do art. 1567/4 do CC. Existindo dois prdios
contguos, com proprietrios diferentes em que um deles tem uma servido de passagem
sobre o prdio vizinho sendo que o outro proprietrio est com o seu direito de
beneficia da passagem. No entanto, este artigo que se referiu, admite que o proprietrio do
tempo. A razo da exigncia do prazo vai no sentido de que se tenha a certeza de que a
prdio serviente, por negcio jurdico, aceite ficar obrigado pelas tais reparaes, apesar
pessoa titular do direito, no a quer. A ideia vai no sentido de que um no uso ocasional no
desta situao no ser normal. Neste caso, h uma obrigao por parte do proprietrio do
leve extino do direito. No art. 298/3 s os chamados direitos reais de gozo que se
prdio serviente que faz parte do contedo do seu direito e, por isso, ele s se pode
podem extinguir pelo no uso. Mas nem todos: o direito real de habitao peridica no est
aqui previsto. fcil explicar porque no est previsto j que este direito aparece na dcada
uma possibilidade que a lei abre com vista desvinculao. Com o intuito de evitar que
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direitos reais a previstos se extinguirem pelo no uso, sendo apenas uma hiptese.
Direito das Obrigaes. Verifica-se quando se junta, na mesma pessoa, a titularidade de dois
necessrio, para que o no uso seja um facto extintivo que, exista uma norma que, em
direitos que anteriormente estavam sobrepostos sobre a mesma coisa. Exemplo disto
pelo no uso. Estas normas existem em relao ao usufruto (art. 1476/1/c), ao direito de
adquire a propriedade do prdio serviente. Nestes casos, como se junta na mesma pessoa
dois direitos sobre a mesma coisa, um deles, por norma o menor, extingue-se. A consolidao
baseia-se na ideia de que os poderes contidos no direito menor tambm existem quanto ao
salvo um caso muito particular que o previsto no art. 1397 que, alm de ser um caso
direito maior. Por isso, no faz sentido que permaneam ambos, j que so da mesma pessoa
sendo iguais. Estes efeitos da consolidao, dariam que a extino do direito menor no
tal prazo sem exerccio. Se para a propriedade so 20 anos, para o usufruto so 10 anos,
afecte terceiros sob pena dessa extino no se produzir, mantendo-se na mesma pessoa
para o caso em apreo tem que se encontrar um prazo, com recurso ao critrio do
ambos os direitos. H diversas hipteses sendo uma delas a situao prevista no art. 699 do
julgador.
CC, a propsito da hipoteca. Nos termos do art. 688/1/e possvel que o usufruturio
Em qualquer caso, o no uso tem o efeito extintivo produzido
constitua hipoteca sobre o seu usufruto, sem atingir a propriedade de raiz. Significa isto que,
verificar por fora de um facto que o credor no podia esperar (Ex: renuncia, consolidao), a
declarao de vontade. Alm disso, o prazo, quando haja, corre sem interrupes ou
suspenses sendo indiferente a razo pela qual no se usou. Apenas por comparao com
os direitos reais de garantia e aquisio podemos dizer que estes, como a lei no permite
verificao do facto que, normalmente, teria produzido a extino (Ex: morte do usufruturio),
Temos ento, pelo menos, duas diferenas: a primeira vai no sentido de que os prazos de
exigido para proteco do credor hipotecrio. Este usufruto s ir extinguir-se pelo facto que
uma regra que admite diversas reaces. primeira vista, onde parece que no se admitem
mesmo excepes, em matria de Servides Prediais, na medida em que a, o art. 1543 do
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por outro lado, o art. 1569/1/a que declara expressamente que as servides se extinguem
podem ser objecto de condio ou termo. Como excepo vamos ter a propriedade do art.
pela reunio na mesma pessoa a propriedade dos dois prdios. S aqui parece que a
casos previstos na lei. Os caso previstos sero dois embora sejam discutveis:
administrativo que, fundado em razes de ordem pblica, permite entidade que beneficia
que, em vez de continuar na titularidade dos seus sucessores legtimos, vai, aps a sua
propriedade ou at mesmo um direito menor. Existe, por um lado uma aquisio, mas com
morte, na titularidade de outra pessoa que no sucessor do B mas sim do A. Numa outra
perspectiva, poder-se- dizer que a propriedade das pessoas singulares sempre a termo, j
que todos morremos. Mas, juridicamente, considera-se que os herdeiros continuam o autor da
s por si no implica a extino dos direitos que existissem sobre a coisa expropriada,
excepo a isto j que quem vai continuar no a partir de B mas antes de A. A propriedade
temporrio.
for possvel, o expropriado pode obter a Reverso j que o direito que o expropriado tinha
Pelo art. 2291 do CC, o fiducirio s pode usar, fruir e, excepcionalmente, dispor (alienar ou
onerar). O poder de dispor aqui quase inexistente sendo que alguns defendem que o
usufruturio tem poderes a mais. Como soluo ser de adoptar a menos m, ou seja,
proprietrio, embora com poderes muito limitados. Exemplo disto o caso de um proprietrio
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privado de um Monumento Nacional que, sendo proprietrio, no pode dispor. Tem ento
sentido material, ou seja, crie obstculos de qualquer modo. Esta actuao constitui um
ofensa ao direito de servido e ilcita sendo que o proprietrio do prdio dominante pode
reagir judicialmente contra o adquirente. Se, todavia no reagir, pode-se obter a extino da
servido se essa inrcia perdurar durante determinado tempo. O art. 1574 do CC no diz
problema coloca-se em relao ao superficirio. Tem-se entendido que o direito que este
propriamente qual o tempo mas, a usucapio libertatis constitui de certa forma, uma
tem sobre a construo um direito pleno, podendo dele dispor jurdica e materialmente.
Assim s pode, com esta amplitude, ser proprietrio. Acontece porm, que o direito de
superfcie pode ser constitudo com ou sem prazo. Se for sem prazo, a propriedade
perptua. Se for com prazo, de longe o caso mais frequente, no termo do prazo, o direito
existam sobre as mesmas coisas. Neste sentido, a usucapio tambm usucapio libertatis,
tambm liberta e da a analogia. Alis, no art. 1569/1/c do CC a lei tentou admitir a usucapio
libertatis pela positiva, ou seja, tentou equipar-la usucapio, definindo a primeira como
uma aquisio por usucapio da liberdade do prdio. Nesta situao tentou-se equiparar
CC e supe que o titular de um direito onerado com outro direito, se oponha ao exerccio
desse direito que onera. Uma vez que esta onerao constitui um facto ilcito, na medida
porque a usucapio serve para adquirir direitos e, a liberdade dos prdios no um direito,
em que ofende um direito, exige-se que o titular do direito contra quem se faz a oposio
se abstenha de reagir. Supe-se uma inrcia, sabendo que essa inrcia prolongada
entendido que a usucapio libertatis pode ser aplicada extino de outros direitos reais que
exige para efeitos de usucapio. Somente no fim desse prazo que se pode obter a
extino do direito contra o qual se fez o limite. Com isto, a situao tpica, porque
aquela que aparece prevista, a situao do art. 1574 do CC que prev a situao de
usucapio libertatis para extinguir uma servido predial. Vamos supor que A, proprietrio
por parte do titular do direito mas, por excluso de partes, j que h usucapio libertais,
do prdio B est onerado com aquela servido. A usucapio libertatis supe, antes de mais
quando a inrcia do titular do direito provocada pela oposio da pessoa onerada com esse
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direito. no uso quando a razo da inrcia for outra qualquer. Uma segunda diferena
ao facto extintivo. Do ponto de vista jurdico tem-se entendido que no se pode sustentar,
uma modalidade de usucapio, somente produz o seu efeito extintivo se for provocada
abstracta, com um contedo que for possvel na situao concreta, ou seja, o proprietrio de
pela pessoa a quem beneficia (art. 1292 do CC que remete para o art. 303 do CC). Uma
uma caneta tem um direito da mesma natureza que o proprietrio de um terreno. Mas, o
ltima diferena est em que no no uso, restringe-se aos direitos reais de gozo
proprietrio do terreno existem muito mais limitaes legais do que sobre o proprietrio da
os direitos reais que impliquem o exerccio de poderes de natureza material sobre uma
caneta. Ento, o contedo do direito sempre definido no caso concreto. Ora, aqui no se
coisa (posse). Abrange aqui os direitos reais de gozo e certos direitos reais de garantia
pode dizer que os poderes do usufruturio sejam iguais, independentemente do seu direito
pode utilizar o dinheiro que foi atribudo ao proprietrio. No mximo ele ter direito aos
jurdica entre uma pessoa e uma coisa, o desaparecimento dessa coisa implica o
rendimentos que essa indemnizao possa dar. Por outro lado, o poder de fruio no o
mesmo que existia antes j que o poder de fruio sobre o terreno pode ser exercido
lgica que nem sequer precisa de vir prevista na lei. Por desaparecimento entende-se
directamente, pelo menos quando h frutos naturais. A fruio dos juros do montante em
tanto a destruio fsica ou material como a inutilizao para a finalidade que levou
dinheiro pressupe a colaborao de algum, por exemplo um banco. O usufruto aqui, apesar
de assim ser denominado, no um direito real, j que no existe um poder autnomo, uma
sobrevivncia do direito real apesar do seu desaparecimento desde que a prpria lei
utilizao autnoma, passando a ser direito de crdito. S esta mudana do tipo do direito
predial. Os exemplos tpicos so as dos arts. 1478/2 e 1482 do CC, relacionada com o
da coisa, extinguiu-se o direito real de usufruto e constituiu-se um novo usufruto que tem uma
usufruto, e que pode implicar a extino. O art. 1480/2 do CC em que ocorre uma
Expropriao por Utilidade Pblica que implica a perda da propriedade mas tem direito
substituio do objecto, razo pela qual implica sempre a extino do direito. No mximo, a
sub-rogao real d origem a um novo direito, que pode ser real ou no.
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tem, direito esse que no compatvel com qualquer construo. Neste ltimo caso temos
uma figura parcelar j que existe um direito para o proprietrio de cuja existncia resulta uma
limitao do direito de propriedade do outro.
previstos na lei e, por outro, no permitindo que se altere por negcio jurdico o contedo
dos direitos reais previstos. Esta regra encontra-se prevista no art. 1306/1 do CC sendo
figuras parcelares fora dos casos previstos na lei. Uma vez que, tanto num caso como noutro,
aqui apontado normalmente o Princpio da Tipicidade taxativa. Este artigo distingue desde
s se podem constituir restries ou figuras parcelares se estiverem previstas, isto implica que
Existem diversos entendimentos para esta distino sendo que ns defendemos que as
taxativa e no, como mais frequente, a de tipicidade taxativa, porque, embora esta ltima
restries so aquelas situaes, de origem negocial, que implicam uma proibio de agir
prprio no se pode falar aqui. A tipicidade o conjunto dos tipos. Hoje em dia o tipo no s
uma designao tendo contedo prprio e, para estarmos perante um tipo, necessrio que o
um direito real a favor de terceiro implica uma limitao para o proprietrio. Por
mtodo seja um mtodo aproximativo, isto , um mtodo que funcione por comparao como
por exemplo no caso da distino entre acto jurdico e negcio jurdico. Esta feita por
aproximao j que h factos jurdicos que esto mais perto dos negcios jurdicos e outros
que esto mais perto dos actos jurdicos e s por comparao que isto se estabelece.
Talvez o nico negcio jurdico puro seja o Testamento, onde h maior autonomia da vontade.
determinadas vistas. O que que isto pode dar? Se o B no constri porque no quer, o A
Ento, por comparao, a Compra e Venda menos negcio jurdico que o Testamento mas o
tem vistas mas, por mero acaso; Se B no constri porque a lei no lhe permite (Ex: PDM),
Contrato de Adeso menos negcio ainda que a Compra e Venda. Quanto a este ltimo,
o mesmo B sofre uma limitao no seu direito de propriedade mas, dessa restrio no
quase no negcio jurdico j que apenas tem a liberdade de celebrao intacta. Ora, este
mtodo utilizado nesta distino, por fora do art. 1306 do CC, no est autorizado nos
direitos reais porque por exemplo, no art. 1439 do CC em que se define o usufruto, e que diz
respeito pela servido implica a proibio de construir. Neste ltimo caso o B sofre a
que, quando as partes constituem um usufruto ele s existe verdadeiramente quando, aquele
mesma limitao de no poder construir mas por causa de um direito que outra pessoa
que foi constitudo no caso concreto, integrar totalmente na definio do art. 1439 do CC, no
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Apesar de a lei fazer uma enumerao taxativa dos direitos reais, essa
est perto. Por conseguinte, pelo menos para os direitos reais menores, no se pode falar
nico caso em que houve uma qualificao expressa que nem sequer est previsto no
propriamente de tipo mas apenas de conceito ou classe j que existe uma classificao de
direitos reais menores. O direito constitudo em concreto, para ser real, tem de caber
qualificao expressa, no fundo, a enumerao dos direitos reais depende do critrio que se
utilize para qualificar um direito como real. Desde que esteja previsto na lei um certo direito,
funcionar em termos comparativos. Pelo menos para os direitos reais menores o mtodo
ele pode ser real desde que o critrio utilizado permita essa qualificao. Com o critrio que
utilizado pelo Prof. MENEZES CORDEIRO, o direito do comodatrio, ou seja, aquele que
recebeu uma coisa emprestada, ou o direito do locatrio so ambos direitos reais. Neste
que esta enumerao taxativa Aberta. As partes podem, desde que a lei permita, alterar,
ltimo caso uma opinio contrrio quase unanimidade da doutrina e jurisprudncia mas, o
critrio utilizado um critrio legtimo j que a lei no fixou esse mesmo critrio. A
enumerao legal pode ser maior ou menor consoante o critrio utilizado e da que a
enumerao seja formal. Teoricamente podem existir direitos reais desde que exista um
atendendo apenas sua vontade e afastando por isso o regime legal do art. 1446 e segs.
Sendo que no alterem a essncia do direito. Isto implica alguma abertura da lei
interveno das partes, designadamente por comparao com aquelas situaes em que a
constituio, por negcio jurdico, de uma restrio no prevista na lei, o negcio em causa
lei definiu inteiramente todos os aspectos de um direito. O Direito Penal possui uma
nulo por violao de norma imperativa, neste caso o art. 1306 do CC. No entanto, o prprio
passa automaticamente a ter valor e eficcia obrigacional (vincula apenas as partes). Por
Por isso, no caso da tipicidade criminal, esta tipicidade fechada. Nos direitos reais
tipicidade mas aberta j que permite esta interveno, ainda que limitada, das partes como
comum durante o prazo mximo de 5 anos (art. 1412/2 do CC) mas, se no caso concreto as
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A propriedade engloba estes trs poderes enquanto que o usufruto engloba apenas o uso e
fruio e por ltimo a servido que se refere apenas ao uso. Isto depende sempre do direito
em concreto. Nos direitos reais de garantia, basicamente temos, como contedo positivo o
poder potestativo de promover venda (alienao) judicial da coisa objecto da garantia. Pelo
converso (arts. 292 e 293 do CC) sendo que no caso de converso, o negcio tambm
poder ter eficcia obrigacional. Trata-se aqui de uma mera possibilidade e desde que se
aquisio, temos o poder potestativo atravs do qual se impe a aquisio de um direito real.
Provavelmente, de entre todos os direitos reais estes so os mais numerosos. Por isso vamos
ver duas espcies principais que tm uma aplicao mais genrica. So os casos do direito
de preferncia e das promessas com eficcia real. As preferncias podem ser tambm de
qualquer problema que isto acontea. S que, do ponto de vista real, o art. 1439 do CC
duas espcies: legais e convencionais sendo que estas ltimas podem ter eficcia real ou
atribuem um direito real de aquisio porque valem apenas entre as partes. Ao contrrio, as
pode ser direito real de usufruto e o negcio de constituio tem que ser considerado nulo.
uma certa fase, um direito real de aquisio o qual se exerce atravs da Aco de
Preferncia. Tanto nas preferncias legais como as convencionais com eficcia real atribuem
passar a ter eficcia obrigacional embora B no tenha um direito de usufruto tendo algo
prximo disso. No usufruto nem tem Oponibilidade perante terceiros podendo apenas
preferncia lhe comunique o projecto de alienao (art. 416/1 do CC). Deve indicar os
elementos essenciais do negcio que projecta realizar. Feita a comunicao, o preferente fica
com o poder potestativo de aceitar ou rejeitar a proposta que se entende estar contida na
imperfeitamente ou no esperar pelo termo do prazo para aceitao, ocorre uma violao
direito nessa qualidade. Ser positivo o conjunto de poderes atribudos. Quanto ento ao
dessa preferncia a qual, se houver danos, sero indemnizveis pela Responsabilidade Civil.
contedo positivo vamos ver segundo o tipo de direitos reais. Nos direitos reais de gozo
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Constitui-se ento, a favor do preferente, um direito real de aquisio que lhe permite obter
rogao Pessoal, havendo aqui um raciocnio de caranguejo, para trs. Note-se que aqui
o direito para o qual tem preferncia atravs da Aco de Preferncia, a qual se encontra
prevista apenas para o caso dos comproprietrios no art. 1410 do CC mas que se
preferente. Ainda quanto s Preferncias que dizer que, quando o obrigado mesma fez a
comunicao a que est obrigado e o preferente aceitou dentro do prazo, a comunicao (art.
mecanismo desta aco atribui ao preferente o direito para o qual tinha preferncia atravs
416/1 do CC) considerada como uma proposta contratual e, por isso, a aceitao por parte
causa. Esse contrato, para uns, um Contrato Promessa e, para outros um contrato
Promessa, no tem eficcia real e, por isso, no oponvel a terceiros. Isto salvo se B, o
existe, nos termos do art. 1410 do CC, o B obtm sentena que, juridicamente, vai
adquirente tem direito de exigir o cumprimento da promessa. Esse direito o direito a uma
direito a terceiro, no cumprindo a sua promessa, o promitente adquirente, nessa altura, fica
juridicamente, note-se, de uma aquisio derivada do contrato. Por essa razo o B paga o
com um direito real de aquisio que lhe permite, atravs da Aco de Execuo Especfica
do art. 830 do CC, impor a aquisio apesar do titular actual do direito preferido j no ser o
O contrato vlido, nos termos em que foi celebrado sendo que o preferente tem que
promitente alienante. A hiptese vai no sentido de uma promessa da A para B com eficcia
pagar ao preferido aquilo que este pagou ao obrigado preferncia. Juridicamente, como
tudo se passa como se a venda fosse feita ao B, este proprietrio, no desde a data da
sentena, mas antes da data em que o contrato de compra e venda foi celebrado. Isto
poder, pelo menos, ter implicaes ao nvel dos actos que eventualmente tenham sido
real deste direito j que permite a aquisio, mesmo contra terceiros que nada tm que ver
com o Contrato Promessa sofrendo porm os efeitos dessa situao. Mais difcil explicar os
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termos em que isto funciona porque, no caso da preferncia, a substituio , que imposta
pela prpria lei, explica tudo. Aqui o problema est em que a pessoa a quem foi prometido
porque a lei permite no art. 47/3 do CRPredial que, qualquer Contrato Promessa possa ser
vai adquirir a propriedade apesar de esta j no ser disponvel pelo promitente porque j
registado desde que se obtenha o reconhecimento presencial das assinaturas. Por este meio
est na titularidade de C. Parece que a explicao mais razovel vai no sentido de que a
evitam-se as Escrituras Pblicas e as suas inerentes demoras. Os efeitos que se obtm com
Promessa, para ter eficcia real, tem que estar registada e por isso, quando A transmite a
este expediente so os mesmos que se obtm com o registo da Promessa com eficcia real.
C este tem que saber, mesmo que o no saiba de facto, que havia uma promessa anterior
Salvaguarda-se apenas um aspecto que, nos termos do art. 47/3 do CRPredial, o registo do
Contrato Promessa provisrio ao passo que o registo da Promessa com eficcia real
produz efeitos) perante B. Mas tambm s tem que ser ineficaz a partir do momento em
tempo de falar no seu contedo negativo. Este contedo formado pelos limites, deveres ou
sujeies impostas aos titulares do direito real nessa qualidade. As limitaes so proibies
de agir impostas pela lei ou por negcio jurdico, que tem por finalidade restringir o contedo
iria adquirir quando se efectuasse a escritura. partida, ningum sabe quando que esta
dos poderes concedidos. Basicamente temos dois tipos de limitaes: por um lado temos
iria ser feita. excessivo que haja aqui retroactividade ao incio da aco at porque no
aquelas limitaes que impem ao titular do direito uma absteno, ou seja, uma omisso de
se sabe quanto tempo vai durar a aco nem se sabe se o promitente comprador ir ter ou
exerccio de um poder que, se no fosse essa limitao, poderia ser exercido (Ex: o disposto
no razo. No podemos paralisar durante todo este tempo o exerccio do direito pondo
no art. 1360 ou 1370 do CC); Por outro lado temos as limitaes que permitem a terceiros
uma intromisso no direito de outrem e, por isso, colocam este (o que sofre a limitao) numa
situao em que deve tolerar essa intromisso (Ex: o disposto no art. 1346 do CC). Do ponto
implicaes.
negativo, a prestao de facto negativo, porque estas (limitaes) existem e devem ser
respeitadas, mesmo quando no exista um beneficirio dessa limitao. A existncia da
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limitao no supe, necessariamente, uma relao jurdica e, por isso, no se pode dizer
consistir em dar. Em terceiro lugar urge salientar o facto de que, tanto os nus como as
obrigaes reais, estarem sujeitos regra (princpio) da enumerao taxativa que resulta do
art. 1306/1 do CC. Isto pelo facto de que, letra, este artigo do CC somente abrange as
implicam para o titular do direito real, uma obrigao de agir, ou seja, uma obrigao de
restries (limitaes) e as figuras parcelares (direitos reais menores) e por isso, literalmente,
facto positivo. Aqui j temos uma relao jurdica entre o titular do direito real, que est
no cabem l nem as obrigaes nem os nus reais, dado que nem so limitaes nem so
obrigado, e terceiro que credor dessa obrigao. Precisamente porque h uma relao
direitos reais. Porm, existe o argumento da analogia, seno o de maioria de razo em que as
jurdica de crdito, estas situaes esto sujeitas ao regime das obrigaes. No entanto,
limitaes (restries), esto sujeitas a uma enumerao taxativa, quando a limitao apenas
pelo menos em dois casos, existem regras especiais que afastam ou complementam as
impe uma limitao de agir. Ora, essa taxatividade tem que existir tambm para as
regras do Direito das Obrigaes. So eles os casos das Obrigaes Reais e dos nus
obrigaes e nus reais, na medida em que o contedo destes muito mais gravoso para o
titular do direito real, na medida em que fica obrigado a uma prestao de agir. Por isso, as
obrigaes e os nus reais s podem ser constitudas quando a lei o imponha directamente
nus reais caracterizam-se por o obrigado (devedor) ser determinado de modo indirecto,
(Ex: 1424 do CC) ou quando a lei permita que, por via negocial, se constitua uma obrigao
isto , devedor quem for titular do direito real atingido com a obrigao. Significa isto
real ou um nus real (Ex: art. 1567/4 do CC). A finalidade da equiparao est em evitar a
que, em vez de, como normal, o devedor ser determinado pessoalmente, determinado
atravs da titularidade do direito real (Ex: art. 1424 do CC). Nos edifcios em propriedade
constituio (negocial) de nus e obrigaes reais. Por exemplo no direito alemo, admite-se
que se constituam direitos reais de garantia que no sejam acessrios de um direito real: A
vende a B um direito de garantia (dvida imobiliria) sendo que o preo era de 10000 contos.
O que significa que, se A quiser, pode readquirir pagando 10000contos (ou o que estiver
sabe quem o devedor. Em segundo lugar, tanto nas obrigaes reais como nos nus, o
contedo for negativo estaremos perante uma limitao. Saliente-se apenas que, nas
obrigaes reais de facto, a prestao a que o titular do direito real est obrigado pode ser
dizer que: em primeiro lugar a obrigao real possui a caracterstica da funcionalidade, isto ,
tanto de dar como de fazer. Isto ao passo que nos nus reais, essa prestao s pode
a obrigao real imposta para desempenhar uma certa funo, sempre relacionada com a
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conservao ou manuteno da coisa objecto do direito (Ex: arts. 1424, 1411, 1472 e
obrigaes que resultam do nus. Leva a que hajam obrigaes, mas tambm que a coisa
objecto do nus garanta o cumprimento da obrigao. Ora, no caso do art. 1530 do CC, no
coisa, do valor econmico dos direitos que incidem sobre a coisa. Aqui, o credor a
um nus real apesar de lhe ser prxima. O superficirio responde com todo o seu patrimnio
prpria coisa. Est aqui a ideia de que, quem beneficia do crdito que fica com a coisa.
J quanto aos nus Reais, a imposio das obrigaes que derivam do nus real, no tem
credores do superficirio.
qualquer funo especfica sendo uma mera vantagem que se atribui a algum. Os casos
admitidos so muito discutveis (Ex: arts. 959/1/parte final e 2018/1 do CC). Quanto ao
primeiro artigo urge dizer que o nus real resulta da possibilidade do doador reservar para
considera que a obrigao real acompanha a transmisso do direito no qual est integrada,
si o direito a certa quantia sobre os bens doados. O donatrio, ou quem lhe suceder, fica
desde que essa obrigao ainda no esteja vencida, ou seja exigvel. Pelo art. 1424 do CC,
obrigado a pagar ao doador, periodicamente, uma certa quantia que deve ser retirada dos
quando o proprietrio de uma fraco vender essa fraco a outra pessoa, essa pessoa
rendimentos dos bens doados. No caso do art. 2018 do CC em que temos o Apangio do
adquire tambm a obrigao de efectuar as reparaes. Temos ento que, uma obrigao que
Cnjuge Sobrevivo, na hiptese de sucesso mortis causa, este pode exigir que lhe seja
entregue uma certa quantia a ttulo de rendimentos que se retira dos bens objecto do
futura obrigao, existindo aqui uma mera possibilidade que se pode concretizar ou no. Num
apangio. Esta obrigao incide sobre quem quer que seja o proprietrio. Tanto num caso
sentido preciso, temos o carcter ambulatrio quando se transmite para o novo titular do
direito, apesar de, no momento da transmisso, a obrigao j estar vencida. Neste sentido,
Ora, um exemplo de nus real est consagrado no art. 1530 do CC sob o nome de
direito consentir na transmisso do direito. Uma excepo, embora sem base legal formal, vai
superficirio pague uma quantia anual ao fundeiro, uma vez que esta clusula pode ser
que resultam da prpria coisa. Exemplo disto a venda de uma fraco de A a B sendo que o
situao faltam os caracteres do nus real: por um lado, no se apreende do art. 1530 do
para um Homem-Mdio. Quanto ao nus real, neste aspecto, costuma-se dizer que tudo se
se retirem rendimentos, o superficirio tem de pagar. Por outro lado, a constituio do nus
implica que, alm do devedor ser determinado pela titularidade do direito atingido pelo
obrigaes j vencidas do anterior titular. Isto s verdade de um ponto de vista prtico uma
nus, a coisa, objecto do nus real, est automaticamente afecta ao cumprimento das
ele torna-se
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36
DIREITO DE PROPRIEDADE
Direito de Propriedade
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DIREITO DE PROPRIEDADE
negao da prtica de certos actos (art. 1346 do CC). Pede-se, neste caso, que se negue
ao vizinho o direito de emitir rudos com a consequncia que cessem ou se enquadrem
nos limites legais. Tambm nesta aco no existe prazo mas pode acontecer que o ru
tenha adquirido por usucapio o direito de efectuar os actos que levaram instaurao da
aco.
Estas duas aces, embora pensadas para a propriedade, so hoje extensveis
defesa de outros direitos reais por fora do art. 1315 do CC, pelo menos, a todos os
direitos reais de gozo.
3. Aco de Demarcao (arts. 1353 e segs. do CC)-
tem como
pressuposto a dvida quanto s extremas entre dois prdios, dvidas essas quanto sua
extenso sendo somente de aplicar na propriedade de imveis. Tem por finalidade
estabelecer as referidas extremas mas, neste tipo de aco, no h autor nem ru j que
ambas as partes esto obrigadas a participar, fornecendo meios para que o tribunal possa
decidir. Aqui, a falta de prova suficiente, no leva improcedncia do pedido mas antes, o
Tribunal, em vez de absolver uma das partes no pedido, deve decidir e distribuir o terreno
em partes iguais (art. 1354/2 do CC). Embora esta aco tenha este pressuposto, pode
envolver, como consequncia, um pedido de restituio, se o Tribunal concluir que uma
parte do terreno pertence a proprietrio diferente daquele que a tem utilizado. Surge aqui
um problema: ser uma aco de Demarcao ou uma aco de Reivindicao. que a
primeira possui um processo especial enquanto a primeira possui um processo comum.
Nestes casos, normalmente, o critrio utilizado o da matria concreta em apreciao: se
a extenso ou a rea do prdio, ser uma aco de Demarcao; se o que est em
discusso so os ttulos de aquisio ou os factos que conduziram aquisio da
propriedade, ser uma aco de Reivindicao.
38
COMPROPRIEDADE
Compropriedade
Este regime extensvel contitularidade noutros direitos reais (art. 1404 do CC).
Esta figura levanta um problema de concepo j que, intuitivamente, esta verificase quando uma coisa pertence a duas ou mais pessoas. O regime dos arts. 1403 e segs.
do CC no compatvel com uma concepo to simples. Do ponto de vista jurdico, a
concepo tradicional anda ligada ideia intuitiva, com o fenmeno da propriedade
colectiva. Porm esta concepo tem dificuldades de adaptao ao CC: em primeiro lugar,
o art. 1406 do CC permite que cada comproprietrio utilize a totalidade da coisa comum,
desde que no impea a sua utilizao pelos restantes. Isto tem como excepo a
conveno em contrrio, que implica que cada comproprietrio deixa de poder utilizar a
totalidade da coisa j que incompatvel com a ideia de que existe um direito de
propriedade para todos. Por outro lado, a compropriedade potencialmente transitria, ou
seja, cada comproprietrio tem o direito de extinguir a compropriedade por via do processo
de diviso. Na propriedade colectiva esse poder de diviso no existe porque a razo de
ser no est em si prpria mas noutros factos quaisquer. Exemplo disto so os bens
comuns do casal em que estes s podem ser partilhados quando o casamento se extinguir
porque antes, nem sequer por acordo se admite a diviso, tratando-se de uma propriedade
forada. Por ltimo, deriva da Constituio e, segundo o art. 62 da CRP que tutela a
propriedade privada, surgem dois termos para privada: ou como oposio propriedade
pblica, ou como propriedade individual, que o sentido normal (art. 18 da CRP que
protege os direitos individuais).
variantes:
1. O direito de cada comproprietrio incide sobre uma cota ideal da coisa
comum- esta viso surge motivada por um dogma: a plenitude da propriedade (art. 1305 do
CC) impede que, sobre a mesma coisa existam mais do que um direito de propriedade. Para
evitar isto, dizem que o objecto do direito uma cota ideal como uma medida de participao
de cada comproprietrio na coisa comum quantificada percentualmente. Assim, pelo menos
formalmente, incide plenamente sobre toda a cota. Mas, primeiro, a cota no uma coisa mas
sim uma medida de participao e, mesmo que se considerasse coisa, no se trataria de uma
coisa corprea j que o art. 1302 do CC afirma expressamente que a propriedade ali prevista
s pode ter por objecto coisas corpreas. Em segundo lugar, se o direito incide sobre uma
cota ideal, significa que a coisa comum no objecto de nenhum direito, no tendo assim
dono, o que manifestamente errado. Em terceiro lugar, se cada um tem uma cota, no um
modo de extino da compropriedade mas apenas um modo de modificao do objecto,
variando segundo: seja antes da diviso (sobre a cota), ou depois da diviso (sobre a parte da
coisa atribuda).
2. O direito de cada comproprietrio incide directamente sobre a coisa
limitando-se todos reciprocamente. Assim todos os direitos so plenos (art. 1305 do CC) s
que cada um deles deve exercer-se de maneira a que os restantes tambm possam ser
exercidos. Existe aqui a aplicao de um critrio geral constante do art. 335 do CC de que
todos tm que ser limitados para que todos possam ser exercidos. Do ponto de vista
qualitativo os direitos de propriedade so iguais j que os comproprietrios esto em situao
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COMPROPRIEDADE
de igualdade, ainda que quantitativamente os seus direitos sejam diferentes, as suas cotas
Quanto disposio sobre a cota ideal, esta a medida da participao nas vantagens e
(art. 1303/1 do CC). Assim, regra geral, a actuao dos comproprietrios deve ser
conjunta, unnime (art. 1405/1). Esta regra geral possu excepes em dois sentidos:
cada comproprietrio. Esta cota ideal pode ser alienada ou onerada livremente,
salvaguardando os casos em que a alienao consista numa Compra e Venda ou Dao em
Cumprimento, desde que o acto seja a favor de terceiro caso em que, pelo arts. 1409 e 1410
do CC, os restantes comproprietrios tm o direito de preferncia. Aqui, a alienao livre
que nos diz que todos tm igual poder de utilizao e por isso, todos podem usar a
Agora, quanto disposio sobre cota de parte especificada, existe uma parcela material da
coisa comum que pertence a todos os comproprietrios porque a coisa de todos sendo as
comproprietrios e ainda, que a utilizao da coisa no seja diversa daquela para a qual
foi constituda a compropriedade. Como se trata de uma regra supletiva, admite-se que os
verifica se houver o acordo de todos e se, a par disso, para ter eficcia perante terceiros,
actos. Ficam equiparados a actos de alienao ou onerao de coisa alheia (art. 1408/2 do
for feito o registo predial. ento necessrio que este acordo (conveno de uso) conste
CC). Estes actos de disposio s sero vlidos se a lei no sancionar a falta de legitimidade
parte do CC), ou ainda no aproveitamento atravs da converso (art. 293 do CC) do acto de
disposio sobre parte especificada para acto de disposio sobre cota ideal,
art. 1419/1 do CC. Caso o registo no seja efectuado, a conveno de uso tem, no
mximo, eficcia obrigacional e se algum cede o seu direito, o adquirente no tem que
de A que vende a C a parcela Y que faz parte de X que pertence, por sua vez a A e B. Neste
caso A vende uma parte especificada que de ambos. Temos ento aqui uma equiparao a
uma venda de coisa alheia (art. 1408/2 e 892 do CC). Esta venda pode converter-se (art.
disposio sobre a cota ideal por um lado, e a cota sobre parte especificada por outro.
subsistindo a validade do negcio. O que foi dito s faz sentido quanto preferncia j que se
40
COMPROPRIEDADE
por lei para a alienao onerosa da coisa comum (art. 1413/2 do CC). Quando sejam
Porm, para B preferir, a vontade conjectural j no releva sendo aqui uma mera
formalidade. Segundo o art. 1410 do CC, B pode preferir no lugar de C j que a converso
s tem sentido se for requerida como questo prvia por B. Como ltima hiptese de
que este termo no pode ser admitido de forma literal. S se faz diviso material (que implica
aproveitamento, embora seja eventual, temos a Compra e Venda convalidada por efeito da
o parcelamento da coisa) quando: a lei no proba esse parcelamento; a coisa seja divisvel
diviso da coisa comum (art. 895 do CC) por aquisio superveniente de legitimidade.
nos termos do art. 209 do CC e que, pelo menos para a diviso extrajudicial, que nenhum
entretanto, houver a diviso de X e por esta diviso couber ao A exactamente a parte que
processo de diviso ocorre mesma mas mediante compensao em dinheiro. Assim, a coisa
tinha vendido a C, a venda convalida-se segundo o art. 895 do CC. Este artigo trata de
que a coisa deixa de pertencer aos comproprietrios ou ento existe a adjudicao da coisa
que este fonte de conflitos. Por isso, o comproprietrio tem o poder potestativo de impor
do direito de cada ex-proprietrio e por isso, tem eficcia retroactiva. A lei diz isto claramente a
propsito da partilha da herana (art. 2119 do CC) sendo este um fenmeno anlogo
impor a diviso e a extino da compropriedade, como regra (art. 1412/1 do CC). Possui
diviso da coisa comum. Se for uma diviso sem parcelamento, a retroactividade no pode
desvios quando existe a chamada clusula de indiviso, sendo que esta clusula, para ser
existir. A diviso aqui, implica extino daqueles direitos cujos titulares tiveram direito a
vinculativa, tem que ser aprovada por unanimidade, no pode ter durao superior a 5
compensao pecuniria.
anos (embora admita renovaes) e, para ter eficcia perante terceiros, depende do
registo, quando a coisa seja registvel (art. 1412/3 do CC). Este poder potestativo deve
praticados pela maioria dos proprietrios. Basicamente, nos actos de administrao da coisa
(art. 1407 do CC) a lei exige que sejam aprovados pela maioria dos comproprietrios (maioria
no entanto, que se houver acordo entre todos os comproprietrios, a diviso possa ser
relativa ou simples) mas na medida em que os direitos dos comproprietrios podem ser
feita extrajudicialmente por contrato. Aqui, apenas se exige que se respeite a forma exigida
diferentes do ponto de vista quantitativo, e para evitar que as deliberaes sejam aprovadas
41
COMPROPRIEDADE
por aqueles que tm a minoria das cotas, o art. 1407/1 do CC exige que os actos de
administrao sejam aprovados pela maioria, desde que essa maioria represente, pelo
menos, 50% das cotas. Entre ns tende-se a entender que o art. 1407 do CC apenas se
refere aos actos de administrao ordinria. Os actos de administrao extraordinria
cabem na regra geral do art. 1405 do CC que a da actuao conjunta, unnime. Isto
porque, quando dos actos de administrao ordinria derivam despesas, os
comproprietrios (todos) esto obrigados a participar nessas mesmas despesas, segundo
o art. 1411/1do CC que estabelece a repartio de despesas para a administrao
ordinria. Ora, se os actos de administrao extraordinria tambm estivessem contidos
na regra maioritria do art. 1407 do CC e se esses actos implicassem despesas, no
haveria meio de impor a participao nessas despesas daqueles que se opusessem
porque a lei no impe essa participao.
42
PROPRIEDADE HORIZONTAL
Propriedade Horizontal
segs.). Isto foi pensado para a Propriedade Horizontal sobre um nico edifcio porque, quando
assim no , pode ocorrer que cada edifcio tenha rgos de administrao prprios e exista
um conjunto de rgos de administrao das partes que so comuns a todos os edifcios
Esta consta dos arts. 1414 e segs. do CC caracterizando-se como uma situao
apenas por razes de ordem formal que esses elementos que surgiram antes do art. 1438-A
ter sido introduzido s que, enquanto no se fez a alterao legislativa, esta situao no
(art. 1420/1 do CC). Ora, desde a alterao de 95, a propriedade horizontal passou a ser
edifcio. Daqui decorria, pelo menos, um inconveniente prtico que era o de que, na
parcelas que so comuns a todos . Neste caso, no rigoroso dizer que cada edifcio
uma fraco autnoma ficando, para certos efeitos assim equiparado.
A diferena principal est em que no caso do art. 1414 do CC, pelo menos certas
partes comuns so necessrias. Caso contrrio, a utilidade das fraces iria ser
enumerao das partes comuns do art. 1421 do CC, o n1 diz-nos que estas partes
prejudicada (art. 1421/1 do CC, para os casos das escadas, telhados, etc.). No caso do
art. 1438-A do CC, a existncia de partes comuns no uma necessidade. Existe apenas
porque o projecto de construo prev a sua existncia mas, cada edifcio poderia ser
ser aplicadas retirando talvez a alnea b. Ora, quanto aos modos de constituio e
Exemplo disto o facto de o art. 1438-A estar pensado para condomnios fechados.
43
PROPRIEDADE HORIZONTAL
Contrato Promessa quando esse mesmo Contrato Promessa disser respeito a uma fraco de
um edifcio que ainda no est constitudo em Propriedade Horizontal. Em rigor ainda no
fraco . Aqui, a sentena executa, simultaneamente duas declaraes em falta por parte do
hiptese vivel surge no caso em que se faa a diviso extrajudicial da coisa comum
declarao s pode ser proferida se antes, o ttulo tiver constitudo a Propriedade Horizontal.
Em ambos os caso, o art. 1418/1 do CC exige que o ttulo proceda, pelo menos, a duas
comum pode ser feita pelo contrato de Propriedade Horizontal. Nestes casos de negcios
indicaes: primeiro, que o ttulo individualize cada fraco autnoma e que, atravs desta
registo predial, ou seja, a descrio predial de cada fraco feita com base nesta
que por si s, no provoca nenhuma alterao patrimonial. Quanto forma, o CC nada diz
individualizao do ttulo que deve identificar, ponto por ponto, a fraco. Em terceiro lugar
expressamente mas exige-se escritura pblica para que o negcio seja vlido.
que o ttulo indique o valor que cada fraco represente em relao ao valor total do edifcio.
Essa indicao deve ser feita em percentagem ou permilagem. A relevncia prtica desta
atribuio de valor relaciona-se com os critrios de repartio das despesas e dos eventuais
rendimentos. Regra geral, na proporo do valor (arts. 1424/1 e 1432/3 do CC).
para funcionar, necessita de pelo menos duas pessoas. Assim, a usucapio, para constituir
a Propriedade Horizontal, pressupe que haja duas pessoas que tenham, cada qual posse
como por exemplo no caso do art. 1418/2 do CC: por um lado, o destino que se pretende
exclusiva sobre uma certa parte do edifcio diferente da parte que a outra possui e que
impor a cada fraco no obrigatrio mas, em caso de se fazer, deve depois passar para o
registo; por outro lado, pode conter o chamado regulamento de condomnio que um
conjunto de normas que tem como fim disciplinar a utilizao tanto das partes comuns como
das fraces autnomas. Este regulamento obrigatrio sempre que o edifcio tenha mais
que quatro condminos (art. 1429-A do CC). Porm, no tem de constar do titulo constitutivo,
podendo ser documento autnomo sendo que particular basta. O regulamento pode ser
elaborado por uma de duas formas: ou pelos prprios condminos e para ser vinculativo deve
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PROPRIEDADE HORIZONTAL
prevalecer o que est no ttulo, apesar de nulo j que a boa-f desses terceiros deve ser
protegida face a um documento que no est publicitado e no tem que ser conhecido.
existe um regulamento de condomnio sendo que essa referncia suficiente para dar
edifcio (apenas no art. 1414 do CC) reuna os requisitos materiais do art. 1415: basicamente
que cada fraco seja realmente independente o que implica que esteja completamente
regulamento. Para tentar obter o cumprimento da norma, a lei permite que, quando a
isolada materialmente face s restantes fraces e que a sua utilizao tambm seja
elaborar outro (art. 1429-A/2 do CC). Este regulamento ser imediatamente vinculativo ou
ratificado pela Assembleia de Condminos. Rigorosamente, aprovado pela Assembleia
art. 1414 do CC em que o titular no tem que individualizar as partes comuns mas pode faz-
lo. Isto porque estas definem-se por excluso, ou seja, parte comum tudo aquilo que no
seja fraco autnoma. Sobre as partes comuns incide uma compropriedade mas que tem,
considerar que existe um outro facto que condiciona o contedo da Propriedade Horizontal
pelo menos, um aspecto especfico: pelo art. 1423 do CC nenhum condmino pode impor a
que o Projecto de Construo. Este um acto que tem relevncia administrativa mas
diviso dessa parte comum, o que no significa que no possa haver diviso s porque essa
que, por via do art. 1418/3/parte final, tem hoje em dia, importncia ao nvel civil,
diviso s pode ter por objecto as partes presumivelmente comuns (s essas podem deixar de
ser comuns) e ainda que a diviso dessa parte, s possa ser feita nos termos do art. 1419/1
do CC, atravs da modificao do ttulo constitutivo o que implica em primeiro lugar, que
destinao fixada para cada fraco porque, existindo discrepncia entre a destinao
necessria a aprovao por unanimidade e, em segundo lugar, que esta deciso unnime
seja reduzida a escritura pblica. S aqui est feita a diviso e o registo do ttulo constitutivo
atribui fraco um fim diferente daquele que est expresso no Projecto de construo
Aprovado. Esta situao possui um desvio: o que vai a negcio predial o ttulo
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PROPRIEDADE HORIZONTAL
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DIREITO DE USUFRUTO
Direito de Usufruto
Este direito consta dos arts. 1439 e segs. do CC e consubstancia-se num direito
restituda ou entregue a terceiro mas, tanto num caso como noutro, o direito de usufruto no
real menor de gozo que atribui a plenitude dos poderes de uso e fruio. Salvo indicao
se extingue. Deixa de ser usufruto com natureza de direito real mas antes, usufruto com
natureza de direito de crdito j que aqui, o usufruturio fica com o direito de receber o
rendimento lquido que a coisa possa proporcionar. Mas no o obtm por si, antes por uma
uso e fruio sejam retirados ao usufruturio mas, desde que se proceda determinao
exacta dos poderes que se retiram. Por exemplo , no usufruto sobre uma casa de
habitao possvel que a utilizao da garagem seja reservada pelo proprietrio.
O usufruto pode ainda ser limitado no seu exerccio, embora seja supletivamente,
devendo respeitar-se o destino econmico (art. 1446 do CC). Pode ento ser afastado pelo
de usufruturio, se este for pessoa singular ou, decorridos 30 anos, se for pessoa colectiva
desrespeito pelo destino econmico configurar mau uso. Temos tambm aqui uma excepo
(art. 1443 do CC). Tem-se admitido na doutrina que, em certos casos, excepcionais, o
que consiste na situao em que o usufruturio tem o poder de alterar a forma e a substncia
direito de usufruto pode ser objecto de transmisso "mortis-causa" desde que tenha
(quase usufruto), no caso de usufruto de coisa consumvel (art. 1451 do CC). Este usufruto
tem uma natureza especial j que tem por objecto coisa cuja utilizao normal implica a sua
terceiro o seu direito pelo art. 1444 do CC. Se essa transmisso for feita, a durao do
destruio ou alienao (art. 208 do CC). Por isso, o usufruturio, ao usar e fruir, est a
destruir a prpria coisa, o que implica que o usufruturio tem o poder de extinguir um direito
alheio mas, essa extino, s se verifica com a efectiva utilizao e assim, no razovel
admite-se que nesse caso o usufruto seja transmitido "mortis-causa" para os herdeiros do
mas, perante a lei, a propriedade das coisas consumveis objecto de usufruto, nunca se
segundo usufruturio.
A lei admite que o usufruto pode ter tanto natureza real como de crdito. No s pelo
nome que se chega concluso da sua natureza. Pelo menos as situaes dos arts. 1463,
da coisa usufruda. Temos que a forma corresponde estrutura da coisa enquanto que a
1464, 1465 e 1467 do CC so casos de usufruto embora com natureza creditcia, porque o
substncia sua capacidade produtiva. Quando se diz que o usufruturio no pode alterar
direito do usufruturio um direito a uma prestao por parte de outra pessoa. De qualquer
47
DIREITO DE USUFRUTO
cauo
Quanto aos modos de constituio vamos ter como formas gerais o negcio
segundo lugar, o usufruto simultneo e sucessivo (art. 1441 e 1442 do CC). Em ambos
jurdico, o contrato e por usucapio, embora exista a possibilidade dos usufrutos legais
(especiais) que resultam directamente da lei. Hoje, estes ltimos, reduzem-se a situaes
desapareceu mas no lugar desse objecto, surge um outro bem (art. 1479 a 1481 do CC).
(art. 1404 do CC). sucessivo porque existe tambm, pluralidade de direitos de usufruto
Temos ento a sub-rogao real e, pelo menos em geral, a modificao do objecto, implica
constitudos ao mesmo tempo (atravs do mesmo acto constitutivo) mas o exerccio desses
direitos est ordenado hierarquicamente (no exercem todos ao mesmo tempo mas cada um
usufruto a favor da mesma passa a ser sobre o bem que entrou em substituio do bem
por seu turno). Aqui, o proprietrio limita-se a nomear diferentes usufruturios que exercem o
originrio. Este usufruto sobre o bem sub-rogado, um usufruto que deriva directamente
da lei sendo por isso legal. A constituio do usufruto, podendo dar-se nos termos gerais,
implica que, quando o objecto do usufruto seja coisa imvel, impliquem que o acto
constitutivo seja feito por escritura pblica (art. 204/1/d do CC sobre direitos inerentes).
usufruto, o art. 1441 do CC exige que todos os usufruturios sucessivos existam no momento
em que o primeiro usufruturio comea a exercer sendo desconsiderados os que foram
Ainda quanto aos modos de constituio, surgem dois aspectos com certa
nomeados mas que ainda no existem ou que j no existem. Na prtica, o usufruto ir durar
particularidade: em primeiro lugar, o usufruto, como qualquer direito real menor, pode
a vida do ltimo usufruturio a exercer. como se o usufruto tivesse sido logo constitudo a
Quanto simultaneidade, est sujeita a uma regra que, sendo aplicvel aos demais
aquisio derivada constitutiva mas, juntamente com uma aquisio derivada translativa.
extinga, por qualquer razo, isso beneficia automaticamente os restantes usufruturios que
Isto aplica-se constituio de qualquer direito real menor mas, no usufruto possui uma
assim passam a ter um uso e uma especial fruio, superior que tinham antes. Por isso,
pelo art. 1442 do CC, pode dizer-se que a parte daquele que se extinguiu, acresce aos
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DIREITO DE USUFRUTO
usufruturio, embora neste ltimo na medida da sua cota). Isto porque, se a extino do
usufruto beneficia o proprietrio, isso tem de implicar que o proprietrio deva participar na
repartio das despesas e rendimentos. O critrio que estabelece o montante da sua
participao tem que ser a cota que pertencia ao usufruto que se extinguiu. Bem,
rigorosamente no se extinguiu, antes se adquiriu.
49
Este direito consta dos arts. 1484 e segs. do CC, sendo este um direito de usufruto
quanto ao notrio.
s que com um fundamento especfico, constituindo um limite, nos termos do art. 1484/1
Como terceira consequncia temos que, uma vez que a lei nada diz, o uso e habitao
do CC. O direito de uso e habitao um direito que se constitui para satisfazer certas
necessidades do seu titular e da sua famlia sendo por isso um direito real pessoal. Como
habitao apenas pelo seu objecto (art. 1484/2 do CC): habitao quando incide sobre
constantes do art. 1476 do CC. Esta desnecessidade no opera automaticamente e por isso,
uma casa de morada; uso quando incida sobre uma outra coisa qualquer. A diferena do
sentena, no caso previsto no art. 2103-A (na partilha dos bens por sucesso mortis-causa, o
cnjuge sobrevivo tem o direito de requerer a constituio do direito de uso e habitao sobre
surgir depois outras implicaes no sentido de que o direito de uso e habitao, e apesar
a casa de morada de famlia, se essa casa no lhe couber em propriedade pela partilha
da norma atribuir o uso e fruio, pelo art. 1488 do CC a fruio civil est praticamente
considerando-se esta atribuio preferencial por sentena judicial ). Este um caso anormal
j que as sentenas s so admissveis para constituir direitos reais nos casos de execuo
direito de habitao, como incide sobre a casa de morada, dificilmente haver fruio: civil
especfica.
50
DIREITO DE SUPERFCIE
Direito de Superfcie
51
DIREITO DE SUPERFCIE
concluso da sobre-elevao porque, aps isso, passam a existir duas fraces (a que j
existia e aquela que foi acrescida originria, pertena do superficirio). Segundo o art.
1526 do CC, a partir da concluso da sobre-elevao, o regime passar a ser o da
2. Pode usar e fruir todas as partes do solo que no estejam abrangidas pela
construo ou plantao superficiria (resulta isto, embora mal, do art. 1533 do CC j que,
Quanto a esta ltima, h quem sustente que o direito de superfcie no se possa constituir
em qualquer caso. Apenas quando o direito de superfcie se constitui atravs da separao
existente (art. 1528/ltima parte). Na usucapio pressupe-se: a Posse de uma coisa; que
essa Posse se mantenha durante certo prazo. Neste caso, o superficirio tem um objecto
para a sua Posse (a construo ou plantao j existente). Por isso, contrrio, alguns
autores dizem que no pode haver Usucapio do direito de superfcie quando a construo
pecuniria anual correspondente ao Canon Superficirio (art. 1530 do CC) no caso de tal
quando a superfcie seja temporria (art. 1538/1 do CC). Neste caso, verificado o termo do
usucapio.
(Acesso industrial imobiliria). Porm trata-se de uma Acesso com um regime especial:
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DIREITO DE SUPERFCIE
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SERVIDES PREDIAIS
Servides Prediais
caar concedido aos utentes de um determinado hotel, ento j temos uma Servido
Predial.
Existe hoje uma certa tendncia para restringir o mais possvel a Servido Predial a
casos em que a ligao entre a utilidade concedida e o prdio dominante seja uma ligao
necessria, uma tendncia para associar a Servido Servido legal de passagem do prdio
encravado. Nesta ltima, a necessidade extrema. Na primeira situao a prpria lei prev
um caso (art. 1556 do CC) que tambm um caso de Servido de Passagem para ter
acesso a guas pblicas devido a necessidades domsticas. Aqui, at difcil demonstrar a
ligao objectiva entre a utilidade e o prdio dominante. O critrio que parece mais correcto
para identificar a ligao objectiva o da prpria utilidade econmica: haver ligao objectiva
entre a utilidade concedida e o prdio dominante sempre que essa utilidade tenha algo a ver
com a finalidade econmica do prdio dominante. Assim est demonstrada a ligao
objectiva. Temos como exemplo uma determinada empresa comercial num edifcio que
pretendia colocar um reclamo noutro prdio. Pode-se recorrer Servido de Passagem
porque a utilidade que o prdio serviente fornece est relacionada com a finalidade
econmica do prdio dominante da empresa comercial que est instalada (art. 1544 do CC).
Admite-se que as Servides de Passagem possam ter qualquer contedo estando por isso
submetido ao Princpio da Autonomia da Vontade (art. 405 do CC).
Para o prdio serviente, a Servido implica apenas e sempre a imposio de um
comportamento negativo ao proprietrio ou a quem tenha direitos sobre o prdio serviente,
no se admitindo Servides in faciendo por fora das quais o proprietrio do prdio
serviente fique obrigado a um comportamento positivo (facere ou dare). Isto porque a utilidade
que o prdio dominante beneficia, proporcionada pelo prdio serviente. Admite-se que, a
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SERVIDES PREDIAIS
Neste caso j temos o art. 1543 do CC. Se o terceiro que adquire um dos prdios adquire o
serviente, deve existir um qualquer meio para publicitar a serventia de modo a que o terceiro
servido (art. 1567/4 do CC). Embora a lei no refira expressamente que a Servido
Predial (art. 1543 do CC), admite-se que a Servido se constitua entre coisas imveis que
1549 do CC admite que, no acto que opera a transmisso de um dos prdios para terceiro e,
se esse acto existir, se declare que a serventia no ir dar origem a uma Servido.
legais resultam directa e imediatamente da lei, e por isso, colocam o proprietrio do prdio
objecto de restrio legal imediatamente sujeito a esta mesma restrio no instante em
que se verifica o facto que d origem imposio da restrio (Ex: art. 1349/1 do CC).
Mesmo nas Servides legais imprprias, a Servido nunca se constitui apenas por
potestativamente. A Servido legal tanto pode ser constituda por sentena, acto
ltimo caso, as Servides Legais, poder recorrer-se a Tribunal para constituir a Servido,
prdios exista uma relao de serventia (um dos prdios est a dar um determinado
servio ao outro prdio); relacionado com a serventia, se revele exteriormente por sinais
serventia. A razo deste ltimo pressuposto est no facto de que a relao de serventia ir
determinado efeito, para determinada utilidade, sob pena de se tratar de uma Expropriao. O
passar a Servido Predial quando um dos prdios passar a pertencer a pessoa diferente.
exemplo aqui vai no sentido de que no qualquer Servido de Passagem que legal. S
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uma Servido Legal a favor de prdio encravado ou a favor de prdio que no tem acesso
SERVIDES PREDIAIS
adquiridas por usucapio (art. 1293/a do CC). Isto porque, no havendo sinais visveis e
permanentes, difcil averiguar se, no caso concreto, a pessoa pretendia efectivamente fazer
causa ao prdio serviente por causa da constituio da Servido. Temos os exemplos dos
caso de algum que passa por determinado sitio mas em que no existem sinais visveis nem
permanentes;
pai de famlia porque esta destinao pressupe uma serventia que se revele por sinais
visveis e permanentes;
em que est o prdio dominante (Ex: no ter passagem para a via pblica). Se essa
necessidade cessa no futuro, justifica-se a extino da servido do art. 1569/3 do CC
atravs de Aces Possessrias (art. 1280 do CC). Estas aces destinam-se a defender a
Isto possui a excepo do art. 1290 do CC: a Aco Possessria pode ser
intentada por aquele que tem uma Servido no Aparente desde que se consiga provar que
exista um ttulo (Ex: contrato) obtido a partir do proprietrio do prdio serviente do qual se
pode presumir a existncia da Servido. Limitou-se, embora com pouco sentido, aos casos
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SERVIDES PREDIAIS
em que esse ttulo seja proveniente do proprietrio actual do prdio serviente ou ento do
proprietrio imediatamente anterior sob pena de serem ttulos irrelevantes;
4. Nas Servides no Aparentes o registo da sua constituio tem eficcia
normal, ou seja, consolidativa. Nas Servides Aparentes o registo da sua constituio
irrelevante e por isso, se for feito (apesar de tal no ser muito comum) ter eficcia
enunciativa;
As Servides ainda podem ser classificadas como Positivas ou Negativas- a
Servido Predial implica sempre uma absteno no se admitindo as Servides Prediais
in faciendo. No entanto esta absteno que imposta ao proprietrio do prdio serviente
pode revestir uma de duas: apenas no no fazer e ser Servido Negativa ou no simples
tolerar e ser uma Servido Positiva;
A relevncia jurdica no nenhuma, ou melhor, indiferente: em primeiro lugar, as
Servides Negativas so sempre Servides no Aparentes e por isso, esto
indirectamente sujeitas ao regime aplicvel a estas; em segundo lugar, as Servides
Positivas podem ser Aparentes ou no Aparentes.
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POSSE
Posse
Posse sobre coisa susceptvel de ocupao, ou seja, abandonada ou sem dono, sendo que,
neste caso o animus detinendi no exigvel.
iii) Animus Possidendi- para haver Posse tem que existir a inteno
de actuar como titular de um direito real, normalmente de gozo. Como isto de difcil
averiguao, na prtica, existem dois modos de apurar a existncia ou no deste requisito: de
uma forma abstracta ou concreta. A opo normal da jurisprudncia vai no sentido do
apuramento concreto, ou seja, avaliado perante os actos materiais ou jurdicos praticados
num caso concreto ( Por exemplo, se A promete vender a B um imvel entregando-o a B e
este comea a habitar fazendo benfeitorias e celebra contratos de gua, luz e gs, existem
actos materiais suficientes para se dizer que o promitente comprador est a actuar como se
fosse proprietrio, havendo aqui o animus possidendi e, consequentemente, Posse). Esta
opo
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POSSE
concepo subjectiva ser a da al. a) do art. 1253 do CC onde se diz que so detentores os
que tm o poder de facto (apreenso material) mas sem a inteno de agir como beneficirios
exija o animus possidendi mas antes porque se considera que o animus possidendi
est implcito no corpus. Quando a pessoa exerce a apreenso material, j est implcito
direito, na Posse actua-se com essa inteno. Quanto concepo objectiva, temos o caso
duvidoso do art. 1252/2 do CC em que se presume que aquele que tem a apreenso material
autnoma. Isto por uma razo de ordem prtica que assenta no facto de as intenes
Ora, tanto na concepo subjectiva como na objectiva preciso distinguir, embora a lei
no o faa:
norma legal a qualificar certa situao, no como Posse, mas como Deteno. Significa
isto que, na concepo objectiva, a regra a de que, existindo apreenso material, h
Posse salvo se a lei disser o contrrio. Esta concepo mais fcil de aplicar.
1. Posse Causal- tem este tipo de Posse aquele que se fundamenta num
direito real, normalmente de gozo, quem tiver apreenso material da coisa por causa de um
direito real que est na sua titularidade. Por isso, o proprietrio tem Propriedade Causal na
Posse maior (o nmero de casos que pela concepo objectiva so de Posse mais
amplo do que pela concepo subjectiva). Embora pela subjectiva, para evitar certas
disparidades prticas, se tenha, embora algo contraditoriamente, atribudo a um certo tipo
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POSSE
qualquer pessoa. Porm, se aceitarmos isto assim no h nenhum direito real j que em
entrega da coisa mas em que a C/V invlida, por vrias razes, quando actua, actua
certas circunstncias (Ex: art. 291 do CC ou art. 17/2 do CRPredial) a propriedade, que o
direito real por excelncia, tambm no pode ser invocada contra terceiros. O art. 1281/2 do
CC limita-se a restringir o mbito da oponibilidade mas no a nega porque, pelo menos, a
aco pode ser intentada contra terceiros de m-f. Por essa razo a generalidade das
opinies vai no sentido de que a Posse um direito real de gozo, certamente sui generis,
acima de tudo porque pressupe uma apreenso material o que os outros direitos reais s
O regime jurdico da Posse consta dos arts. 1251 e segs. aplicando-se tanto
pressupe, eventualmente, a Posse, pelo menos para se constituir. A Posse Causal possui
Posse Causal como Posse Formal. Tem que existir a Posse sendo indiscutvel que este
dois direitos reais: Posse e o direito que causa da Posse. Segundo o art. 1251 do CC, a
regime est pensado sobretudo para a Posse formal essencialmente porque o possuidor
Posse, para ser relevante, deve referir-se sempre a um direito real. Isto significa (no sendo
causal, aquele que tem realmente o direito, j beneficia do regime prprio do direito que
de todo correcto) que, quando uma actuao material se refere a um direito que no seja real,
fundamenta a posse. Isto tem como consequncia que a Posse Causal pode, escolha,
no haver Posse mas apenas Deteno. Significa isto que o objecto da Posse s pode
consistir em direitos reais por um lado e, direitos reais que tipicamente pressupem a
Apesar de ser uma situao de facto, tem relevncia jurdica porque produz
apreenso material por outro (so os casos dos direitos de gozo e de certos direitos reais de
diversos efeitos jurdicos e por isso a Posse simultaneamente uma situao de facto e
crdito. Argumento utilizado para obstar natureza real da Posse resulta do art. 1281/2
antes e sempre uma coisa mas a actuao material sobre uma coisa aparece sempre referida
a um direito real, isto , teoricamente tem-se Posse sobre uma coisa como se fosse
sua Posse contra a sua vontade (tecnicamente Esbulhado). Aqui, o possuidor que foi
privado da sua Posse pode intentar este tipo de aco para que a coisa seja restituda.
Posse a coisa. A actuao material tem que ser correspondente (semelhante) quela que o
Porm o art. 1281/2 do CC restringe o mbito dessa aco porque s permite que seja
intentada contra quem esbulhou pelos herdeiros ou terceiros que tenham adquirido a
utilizar um prdio que no lhe pertence para passar em que a sua actuao material aparece
Posse da mesma coisa mas neste ltimo caso, desde que conhea o esbulho inicial. O
Ora, a divergncia surge quanto aos mbitos dessa referncia. A Opo tradicional vai no
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POSSE
sentido de que s h Posse quando a referncia for a um direito real de gozo. Quando a
referncia for a outro direito real qualquer que no de gozo temos Deteno. porm uma
titulada.
opo excessiva j que tudo depende do efeito para o qual se considera a Posse:
entanto, essa invalidade s pode ser substancial (art. 1259/1, contrrio). A Posse ser no
Titulada: quando no exista ttulo (Ex: ladro); quando o ttulo seja juridicamente inexistente
(Ex: C/V obtida por Coaco Fsica pelo art. 246 do CC); quando o ttulo exista mas seja
formalmente invlido. Esta ltima concluso pode ser absurda j que, por exemplo, se a C/V
ii) Efeito de Aces Possessrias- j se deve dizer que existe Posse tanto
Posse Titulada. Daqui se retira que se falta a escritura pblica a Posse no Titulada. Por
lei atribui expressamente este tipo de aces aos titulares de direitos reais de garantia que
aqui vemos que a situao mais grave , no a da falta da escritura pblica mas antes a da
Coaco Moral. Por aqui vemos que a ltima concluso no procede. O que est aqui em
causa liga-se Usucapio, ou seja, quando a Posse Titulada, em princpio, essa Posse tem
maiores benefcios para o possuidor. Mas, na usucapio, a Posse Titulada s tem o benefcio
de diminuir o prazo para usucapir, se alm do ttulo existir, e houver registo predial nos termos
do art. 1294 do CC. Ora, seria intil dizer que a Posse Titulada mesmo quando existisse
invalidade formal porque, nesses casos, seria praticamente impossvel obter o registo j que a
da Posse. Entende-se por ttulo o acto jurdico (negcio ou no) que tipicamente,
invalidade formal por demais evidente para o Conservador e por isso no se conseguiria
obter o registo, no tendo qualquer relevncia dizer que a Posse era Titulada ou no.
apreenso da coisa.
1. Aqui h-de ser um acto jurdico que tenha capacidade para,
que a sua Posse prejudica terceiros traduzido-se esta boa-f como subjectiva. No entanto,
apesar de a lei no o dizer claramente, o critrio para averiguar a boa ou m-f um critrio
61
POSSE
que existe perda da Posse contra a vontade do anterior possuidor (art. 1267/2 do CC) e
aos frutos naturais e civis at ao momento em que lhes seja dado a conhecer que a sua
quando existir determinado prazo para certo efeito possessrio, esse prazo no comea a
Posse prejudica terceiros (art. 1270 do CC). P possuidor de m-f no tem quaisquer
direito aos frutos (art. 1271 do CC) sendo que, se os recebeu, ter que os restituir;
iii) Benfeitorias (art. 1273 e 1275 do CC)- especialmente
quando sejam benfeitorias volupturias, j que neste caso em que a Posse de Boa-f
pode levantar essas benfeitorias (art. 1275/1);
1. Originria:
i) art. 1263/a do CC;
2. Derivada:
i) art. 1263/b;
ii) art. 1263/c e art. 1264 do CC;
iii) Traditio Brevi Manu;
* est figura no est prevista de forma literal.
62
POSSE
domnio de facto sobre a coisa passe, a partir de certo momento, a ter domnio de facto
sem o consentimento da pessoa que antes o tinha (o domnio de facto). O exemplo de
Publicidade que remete para o art. 1262 do CC ou Publicidade como sinnimo de conhecimento no
dos interessados mas antes das pessoas que compem o meio social no qual est integrado o
possuidor (Ex: A furta um automvel no Algarve, tr-lo para sua casa e utiliza-o todos os dias, de forma
normal. Se aplicarmos aqui o conceito de Publicidade do art. 1262 do CC temos Posse Oculta em que a
actuao no susceptvel de ser conhecida pelo proprietrio, Se formos pelo segundo conceito de
Publicidade a Posse vai ser Pblica j que o indivduo utiliza todos os dias o automvel).
no lhe pertence, supondo que a coisa est em poder do legtimo proprietrio, esta venda
no implica a aquisio da Posse (tanto pelo vendedor como pelo comprador);
para que se possa dizer que a coisa ficou subordinada no domnio de facto de certa
seus efeitos. Mesmo assim, pelo segundo conceito ainda resta a questo de que, se o
domnio de facto adquirido no for conhecido das pessoas que compem o meio social
outrem para que se constitua sobre esse terreno a Posse de uma Servido, J, se a
daquele que tem o dito domnio (o exemplo anterior mas em que, quem furta, guarda o carro
Literalmente, o art. 1262/a do CC diz-nos apenas que deve existir uma prtica reiterada.
Porm, tem-se entendido que esta excepo no pode ser levada letra porque tudo
se possa aplicar, deve concluir-se que quem tem domnio de facto no possuidor mas antes
detentor. Esta consequncia no razovel j que o indivduo que guarda o carro furtado para
que outrem no conhea a situao est a demonstrar a inteno de fazer a coisa sua. Por
isso que tem surgido a opinio de que a Publicidade do art. 1263/a no um requisito
constitutivo da Posse mas antes requisito de eficcia da Posse constituda. E esta a funo
da Publicidade: dar eficcia. Mesmo que seja Posse totalmente Oculta, dado que existe
domnio de facto, h Posse (juridicamente relevante). Acontece que essa Posse no produz
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POSSE
qualquer efeito perante o/os interessados: no correm prazos para a perda da Posse (arts.
1267/1 e 1267/2 do CC); prazo de caducidade da Aco Possessria (art. 1282 do CC)
fundamento de se considerar proprietrio dessa casa. Pode at nem ter qualquer fundamento
durao da Posse, o possuidor que foi privado da sua Posse por causa do Apossamento
conhecimento da pessoa que possua anteriormente, est adquirida a Posse (Posse Formal,
de outrem, pode reagir contra esse mesmo Apossamento. Com esta viso tanto faz o
igual do ladro);
potencialmente seria apto para lhe transmitir um direito real mas, na realidade no transmite
porque celebrado com um terceiro, ou seja, com uma pessoa que no tem legitimidade para
propriedade desde que a coisa seja mvel (art. 1318 do CC). Fora desta circunstncia, o
lhe transmitir o direito que o tal titulo potencialmente fazia. Temos o exemplo de A que
Titulada apesar de esta ltima considerao ter sido ultimamente muito discutida.
propriedade. O detentor (D), obtm um titulo (C/V) que se sobrepe ao arrendamento anterior.
antes de a adquirir j tinha domnio de facto s que como simples Detentor sendo que a
Esse titulo justifica que a partir da venda o detentor passe a actuar de outra forma (Ex: no
Inverso que lhe atribui a Posse. Mas a mudana apenas de qualificao (puramente
paga as rendas).
jurdica) j que factualmente a coisa est j em poder daquele que passa a possuidor. Esta
inverso pode ocorrer por dois meios:
no titular desse direito mas, ao considerar-se como tal est a constituir uma situao
Posse anterior, isto , embora o anterior possuidor deixe de ter domnio de facto,
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POSSE
juridicamente continua a ser possuidor durante, pelo menos, um ano referido no art.
dois actos jurdicos: o que transmite a Posse e o que justifica a manuteno da coisa no
1267/1/d e n2 do CC. Durante esse prazo, juridicamente temos duas Posse: aquele que
alienante;
foi privado contra a sua vontade do domnio de facto; a daquele que adquiriu
originariamente. Factualmente, s tem Posse de facto o que adquiriu originariamente.
2. Derivada:
no o alienante mas um terceiro desde que esse terceiro seja detentor. Se o possuidor
transmitir por exemplo a propriedade a outra pessoa, o adquirente do direito adquire tambm
a Posse apesar de a coisa estar na deteno de outrem. Surge o caso de A que vende a C
simblica atravs de algo que represente a coisa (Ex: a chave do Ap.) ou outra qualquer
actuao que implique a colocao disposio. A entrega s faz adquirir a Posse se for
efectuada pelo anterior possuidor. Por isso, a entrega obtida de outro modo no permite a
aquisio da Posse, obviamente pela entrega;
facto de um detentor. Se o possuidor celebra com o detentor um determinado acto jurdico que
da Posse ocorre sem entrega da coisa. Apenas por mero efeito de um determinado acto
potencialmente transmite um direito real para o detentor, este passa a possuidor apenas por
causa desse acto jurdico e sem que seja necessria a entrega (que j foi efectuada). Em
rigor, esta Traditio, uma contradio de termos j que no se faz entrega. Saliente-se que a
direito sobre a coisa permanecendo (o que transmite) com a coisa em seu poder (domnio
de facto) a titulo de deteno. Aqui, a Posse transmite-se para o adquirente apesar de o
domnio de facto continuar com o alienante. Temos o exemplo de A que vende a B mas,
momento em que o adquirente obtm a posse por outrem, nos termos do art. 1267/1/c do CC
pela cedncia a outrem). Nestes casos no se pode falar em duas Posses que se mantm.
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POSSE
tenha que provar a titularidade efectiva bastando a titularidade presumida salvo se houver
Existe ainda um outro modo de aquisio da Posse que no se integra na
classificao j que no reconhecido por todos como tal:
disposio em contrrio (Ex: A Aco de Reivindicao entende-se que o que se discute nela
precisamente a titularidade do direito no se admitindo provas por presuno). necessrio
que se prove positivamente a titularidade do direito apesar de tal desiderato no estar
contrrio ou ento perante a presuno derivada do registo for anterior data do inicio da
herdeiros a mesma Posse do autor da sucesso. Temos o exemplo em que a Posse que
Se a Posse for de Boa-f, o possuidor faz seus (tem direito) tanto aos frutos civis como aos
naturais at ao momento em que seja avisado (notificado) de que a sua Posse est a lesar
interesses alheios. Ao contrrio, se a Posse for de m-f, o possuidor deve restituir todos os
f). Decorre daqui que o titulo de aquisio dos herdeiros no a sucesso mortis-causa
pode ser obrigado a indemnizar os danos sofridos pelo proprietrio se se provar que no
mas antes, o titulo que constitui a Posse a favor do autor da sucesso. Tm Posse no
actuou diligentemente (no conseguiu obter maiores rendimentos por falta de cuidado). Existe
sendo benfeitorias teis poder levant-las se isso no causar prejuzo coisa principal. Caso
contrrio, ter direito a ser compensado pelo Enriquecimento sem Causa (art. 1275/1 do CC);
consubstancia no facto de se partir do princpio que essa pessoa que tem Posse, ser
quanto s benfeitorias volupturias se a Posse for de Boa-f estas podem ser levantadas (art.
titular do direito real correspondente a essa Posse. Se actua como se fosse proprietrio,
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POSSE
especial. Aps a dita reviso passaram a ter processo comum com as Aces de condenao
normais salvo os Embargos de terceiro que: por um lado passaram a ser incidentes da
instncia (no tm autonomia processual); por outro lado o mbito de aplicao vai para alm
da prpria Posse.
titularidade de um direito real tais como Aco de Reivindicao e Negatria. Isto assim
porque, como a causa de pedir a posse, a prova dessa Posse pode fazer-se apenas por
iV) Embargo de terceiro (art. 1285)- uma aco que tem em vista
testemunhas porque a Pose sobretudo visvel (domnio de facto). Ora, a Aco Petitria,
reagir contra uma diligncia judicial que afecte ou possa afectar determinada Posse. uma
aco imposta por terceiro, ou seja, s tem aqui legitimidade aquela pessoa que perante
das vezes no se consegue fazer porque a prova da titularidade implica fazer uma certa
determinada diligncia judicial no seja nem possa ser parte no processo. Pretende-se assim
que determinada coisa seja retirada, pelo menos judicialmente, do mbito da diligncia judicial
aquisio do direito que invocado por quem reivindica). Exemplo disto A intentar uma
(Ex: arresto e penhor especialmente). O Ac do STJ de 99 diz que so penhorados bens que
Aco de Reivindicao do art. 1311 do CC tendo que provar que proprietrio, ou seja,
no pertencem, no esto na Posse nem do executado nem de outra pessoa que responda
tem que provar que o C era o proprietrio e tinha adquirido validamente e assim
pela divida. Para retirar da penhora determinado bem, o meio mais adequado o Embargo de
sucessivamente. Para isto era necessrio, pelo menos quanto aos imveis, ir ao principio
terceiro. Aqui a legitimidade activa pertence ao possuidor (com Posse Formal ou Causal)
do mundo. No mximo, temos que ir buscar uma aquisio originria (Ex: usucapio) o
enquanto que a legitimidade passiva daquele que deu causa diligncia judicial. Com CPC
que, mesmo assim difcil. Diz-se que a prova da propriedade por vezes diablica. As
revisto passou a atribuir-se legitimidade activa no apenas ao possuidor (art. 1285 do CC)
Aces Possessrias tanto so usadas por quem tem Posse Formal como Posse Causal.
mas tambm ao titular de qualquer direito real ou no que seja incompatvel com o mbito da
diligncia ordenada. Pode ser ento o possuidor mais, por exemplo, o arrendatrio apesar de
circunstncias. O critrio parece que o do art. 824/2: se se tratar de direito que deva
permanecer aps a venda executiva (oponvel ao credor exequente) o titular desse direito
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POSSE
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