Sala de Professor Como Tudo Começou
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FILOSOFIA
MATEMTICA
Nmeros Primos;
Determinao de um nmero primo;
Mnimo Mltiplo Comum (MMC);
Mximo Divisor Comum (MDV).
HISTRIA
DESCRIO DA ATIVIDADE
Principais etapas e estratgias para trabalho interdisciplinar sugerido
Introduo: os tais nmeros primos...
Aos professores: Quem no da rea de Matemtica talvez pouco se recorde dos nmeros
primos. Foi uma lio aprendida nos primeiros anos de escola, correspondentes ao ensino
fundamental de hoje.
Muito possivelmente, naquela ocasio, pouco se falou do assunto, para alm da definio mais
escolar: so aqueles nmeros divisveis apenas por ele mesmo e por 1. Como hoje: depois da
lio aprendida, os alunos tambm deixam o assunto de lado, sem nunca mais precisar voltar a ele
ou, caso voltem, pouco avanaro para alm desta definio.
De um modo geral, nesta ignorncia que nos encontramos todos, sem sequer atinar porque
cham-los de nmeros primos. Ocorre, com efeito, que o ensino de matemtica pouco explora o
conceito por receio de que aparea demasiado abstrato para a compreenso dos alunos.
Mas o nosso estranhamento tem algo de positivo. Ao revisitar o assunto, professores de Filosofia
ou de Histria, como provvel que tenham se afastado bastante da discusso, poderemos at
nos surpreender com ela e pensar possveis conexes insuspeitadas com nossas disciplinas,
visando uma abordagem multidisciplinar dos nmeros primos, que tem incio com a disciplina de
Matemtica.
A. Matemtica: identificando os nmeros primos.
Antes da exibio do filme, sugerimos que o professor de Matemtica trabalhe com a
definio de nmeros primos, para que os alunos possam identific-los. Como determinar
se um nmero primo?
Para os primeiros nmeros primos, faa uma tbua conforme a figura abaixo.
10
10 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
9
18
27
36
45
54
63
72
81
90
16
24
32
40
48
56
64
72
80
14
21
28
35
42
49
56
63
70
12
18
24
30
36
42
48
54
60
10
15
20
25
30
35
40
45
50
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10
12
14
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18
20
10
10
Nesta tbua encontramos a velha tabuada, de 1 a 10, e entre eles constam os primeiros nmeros
primos {2, 3, 5 e 7}. Na ltima linha horizontal esto os nmeros de 1 a 10, bem como primeira
coluna vertical. Os nmeros em vermelho so os quadrados perfeitos. E os nmeros em azul so
os resultados da multiplicao do nmero da linha pelo nmero da coluna.
Pea para os alunos recortarem pedacinhos de papel ou pegarem tampinhas, ou seja, objetos que
caibam em cada quadrado. O objetivo da atividade formar retngulos com o preenchimento dos
objetos nas casas. Tome trs papis e coloque-os no canto esquerdo em baixo. Estes
preenchero trs casas (1,2,3) formando uma linha ou uma coluna apenas. Portanto ser um
nmero primo, pois a nica forma de escrever 3 (1x3) ou (3x1), isto , divisores so 1 e 3.
Por outro lado, tome seis pedacinhos de papel. Podemos preencher as casas para formar
retngulos nas seguintes formas: (1x6), (6x1), (2x3) ou (3x2), assim:
6 6
5
vontades divinas que operassem na natureza, como os mitos do a imaginar. A este um e mesmo
princpio, no apenas como um incio, origem, mas tambm como fundamento das coisas serem
o que elas so, o princpio que rege e ordena todas as coisas, que os gregos chamaram de
arkh.
O caso Pitgoras: Tudo nmero
Ao trabalhar com Pitgoras, vamos ao encontro da Matemtica, tal como os gregos a pensaram,
como um conhecimento da natureza. Os nmeros pitagricos no so quantificadores ou no
so apenas isso mas so constituintes da prpria natureza e da natureza das coisas. As coisas
so o que so porque so... nmeros! Os nmeros so elementos da natureza, tal como a gua, o
fogo, a terra e o ar, mas para Pitgoras, o nmero o principal, o princpio, a arkh.
A descoberta atribuda ao prprio Pitgoras da harmonia musical enquanto um lgos (uma relao,
razo, proporo) que se expressa matematicamente foi o que levou a esta concepo de que a
natureza tambm harmonia que se expressa matematicamente. [A este respeito,
recomendamos vivamente o vdeo Msica nas Esferas, da srie Arte e Matemtica, produzida
pela TV Escola e TV Cultura Fundao Padre Anchieta, 2005. Disponvel em 10/10/2008 em
http://video.google.com/videoplay?docid=4240845702675535511]
Ento, conhecer algo determinar a relao entre as coisas e seus nmeros. Embora estejamos
afastados mais de 25 sculos de Pitgoras, esta idia nos soar bastante familiar: Tudo
nmero pois entre as coisas h certas relaes, razes, propores que fundamentam o que
elas so e como elas so. Este fazer cincia lanando mo dos nmeros e da Matemtica uma
concepo fecunda para trabalharmos com os alunos. Mas, alm disso, tambm aos pitagricos
que se atribui a descoberta dos nmeros primos.
Como? Lembrando-se que os nmeros tal como hoje os representamos, os algarismos, uma
contribuio dos rabes, que chegou posteriormente ao ocidente [algarismo, aprendemos no
Houaiss, derivado do rabe, al-khuarizmi natural de Kharizm, alcunha de Abu Jafar Moahmed Ibn
Musa (sc. IX, matemtico rabe.)], os pitagricos representavam os nmeros em pontos em
determinada configurao geomtrica os nmeros figurados.
Uma das formas de representar os nmeros era distribuir pontos formando retngulos, por exemplo
os nmeros 6 e 8:
Mas nesta tcnica, nesta mecnica, para eles reside tambm um mistrio como se os
nmeros passassem a ter vida prpria, seres que se movem de um lado para o outro, de c para
l: O oito que estava somando, vai pro outro lado subtraindo..., como um passe de mgica.
Ocorre assim uma mistificao da matemtica como disciplina temvel porque difcil, misteriosa.
Em uma palavra: a despeito de reconhecermos na Matemtica os princpios do pensamento
racional, a matemtica se reconverte no pensamento mtico. preciso desmistificar a matemtica,
apresentar seus princpios.
[2x + 8] = [10]
Nesta igualdade, podemos subtrair 8 dos dois lados da equao.
(I)
[2x + 8] 8
=
[10] 8
Por isto temos a impresso que o 8 passou para o outro lado e trocou de sinal. NO
EXISTE PASSAR PARA O OUTRO LADO!!!
(II)
[2x]
=
[2]
(III)
=
Nesta passagem podemos dividir por 2 os dois lados da igualdade.
(IV)
=
Tem-se a impresso que o 2 passou dividindo e desta vez no trocou de sinal...
x =
1
(V)
ETAPA INTERDISCIPLINAR
Projeto A histria e a filosofia dos nmeros primos: Como tudo pode comear
RESUMO DA ATIVIDADE
Uma passadinha rpida em todo o processo
A. Matemtica: identificando os nmeros primos.
Discusso e reviso de nmeros primos. Construo da tbua.
Assistir ao vdeo-documentrio.
B. Histria: do mito razo na Grcia Antiga.
Discusso sobre os fatores que levaram transio
do pensamento mtico ao pensamento racional.
C. Filosofia: a matemtica como fundamento da natureza.
Discusso dos conceitos de physis e arkh, tomando como ponto de partida os
filsofos pr-socrticos.
O caso Pitgoras: Tudo nmero: enfoque aos pitagricos.
D. Desmistificando a Matemtica: os nmeros primos a partir da fatorao.
Maior Divisor Comum e Menor Mltiplo Comum:
Rever os algoritmos tradicionais de MDC e MMC
Apresentar as formas alternativas do clculo do MDC e MMC
Comparar os dois mtodos.
E. Filosofia: O caso Demcrito.
Discusso dos conceito de tomo e comparao com as cincias da natureza,
em particular, a Qumica e a Fsica.
F: Desmistificando a matemtica: de volta ao elementar.
Reviso dos algoritmos em matemtica, procedendo a anlise de cada passagem.
G: Histria: voltando aos elementos primrios.
Discusso sobre a teoria da Histria, sobre os pressupostos metodolgicos;
Anlise dos fatores histricos e sua interpretao.
SUGESTES DE LEITURAS
1.1.
Livros e peridicos:
1.1.1.Matemtica:
IFRAH, Georges. Os Nmeros: a Histria de uma grande inveno. Editora Globo. Neste
livro o professor encontra a histria dos nmeros primos.
1.1.2.Filosofia:
CHAU, Marilena. Introduo Histria da Filosofia: dos pr-socrticos a Aristteles. So
Paulo: Companhia das Letras, 2002. Recomendamos a leitura dos captulos
referentes aos pr-socrticos, em especial pp.45-9 (O vocabulrio da Filosofia
nascente) e pp.64-79 (A escola pitagrica ou itlica).
MACIEL JR., Auterives. Pr-socrticos: a inveno da Razo. So Paulo: Odysseus Editora,
2003 (da srie Imortais da Cincia, coordenada por Marcelo Gleiser). Uma tima
introduo geral filosofia pr-socrtica, em que tambm encontra-se um captulo
sobre os pitagricos e outro sobre os atomistas (Leucipo e Demcrito).
1.1.3.Histria:
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e Pensamento Entre os Gregos: Estudos de Psicologia
Histrica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
_________. As Origens do Pensamento Grego. So Paulo: Difel, 2002 (12ed.).
Estas duas obras do helenista francs Jean-Pierre Vernant apresentam os movimentos
principais da formao da racionalidade na Grcia Antiga.
ECO, Umberto. Como se Faz uma Tese. So Paulo: Perspectiva, 2008 (21 ed.). Neste livro,
Eco nos oferece de modo didtico e geral os procedimentos metodolgicos para a
escrita acadmica.
1.2.
Pginas da Rede (internet) que podem ser consultadas pelos professores e estudantes para
complementar esse trabalho.
Imtica: a Matemtica Interativa na internet:
http://www.ime.usp.br/~leo/imatica/historia/pitagoras.html
Projeto Zk: Informtica educativa:
http://www.projetozk.ufjf.br/base_p/ensaios/ensaio3/ant_primos.htm
Em ambas pginas, encontramos muitas informaes relevantes e algumas atividades interessantes
envolvendo os nmeros primos.
1.3.
Quais as principais palavras-chave para busca de mais material na internet?
MATEMTICA: nmeros primos, histria dos nmeros primos, pitagricos
FILOSOFIA: pr-socrticos, Pitgoras, pitagricos, physis, arkh, tomo, Leucipo Demcrito,
cosmologia
HISTRIA: mito, racionalidade, historicidade, teria da historia
1.4.
Outros documentrios ou filmes sugeridos.
Arte e Matemtica, 7 episdio: Msica nas esferas. TV Escola e TV Cultura, 2005. Dir. Prof. Luiz
Barco.