Laminação - Cap 3
Laminação - Cap 3
Laminação - Cap 3
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PROCESSOS DE FABRICA O IV
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SUMRIO
I- INTRODU O..................................................................................................................1
II- DESCRI O DO PROCESSO DE LAMINA O.................................................. 2
II.1 LAMINA O QUENTE ....................................................................................... 4
II.2 LAMINA O FRIO........................................................................................... 5
III- EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE LAMINA O................7
III.1 GAIOLA OU QUADRO(1) .........................................................................................7
III.2 MANCAIS(1) ..............................................................................................................8
III.3 CILINDROS DE LAMINA O(1) ......................................................................... 9
III.3.1 Forma dos Cilindros.......................................................................................... 9
III.3.2 Processo de Fabricao e Material do Cilindro ................................... 9
III.4 REFRIGERA O .................................................................................................13
III.5 CONDI ES DE TRABALHO ...........................................................................14
III.6 CUIDADOS DURANTE O USO...........................................................................15
III.7 DEFEITOS EM CILINDROS ................................................................................15
III.8 DEMAIS EQUIPAMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE
LAMINA O.................................................................................................................... 17
IV-
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iv
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NDICE DE FIGURAS
Figura 3- 1: Produtos tpicos de laminao de barras e perfis. ........................ 2
Figura 3- 2: Representao esquemtica do processo de Laminao. ......... 3
Figura 3- 3: Processo de Laminao Quente de chapas. ................................ 4
Figura 3- 4: Processo de Laminao Frio de chapas........................................6
Figura 3- 5: Laminador Duo com cilindro regulvel durante a operao........8
Figura 3- 6: Vista lateral de quadros fechados e abertos de um laminador
duo....................................................................................................................................8
Figura 3- 7: Partes principais de um cilindro de laminao. ............................... 9
Figura 3- 8: Arranjos tpicos de cilindros de laminao: (a) laminador duo;
(b) laminador duo reversvel; (c) laminador trio; (d) laminador qudruo, (e)
laminador Sendzimir ..................................................................................................19
Figura 3- 9: Laminador universal .............................................................................. 20
Figura 3- 10: Laminador duplo duo .............................................................................21
Figura 3- 11: Laminao de chapas grossas. ........................................................ 28
Figura 3- 12: Laminao de trias a quente............................................................ 29
Figura 3- 13: Laminao tiras a frio. ....................................................................... 30
Figura 3- 14: Laminao de barra de seo quadrado e perfil U......................31
Figura 3- 15: Processamento termomecnico..... Erro! Indicador no definido.
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NDICE DE TABELAS
Tabela 3- 1: Efeito dos elementos de liga nos cilindros........................................10
Tabela 3- 2: Aplicao dos cilindros aos fundido ...............................................12
Tabela 3- 3: Aplicao dos cilindros aos forjado................................................13
Tabela 3-4: Valores de
vi
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RESUMO
Laminao o processo de conformao mecnica que consiste em modificar a
seo transversal de um metal na forma de barra, lingote, placa, fio, ou tira, etc., pela
passagem entre dois cilindros com geratriz retilnea (laminao de produtos planos) ou
contendo canais entalhados de forma mais ou menos complexa (laminao de produtos no
planos), sendo que a distncia entre os dois cilindros deve ser menor que a espessura
inicial da pea metlica. o processo de transformao mecnica de metais mais utilizado
pois, apresenta alta produtividade e um controle dimensional do produto acabado que pode
ser bastante preciso.
Na laminao o material submetido a tenses compressivas elevadas, resultantes
da ao de prensagem dos rolos e a tenses cisalhantes superficiais, resultantes do atrito
entre os rolos e o material. As foras de atrito so tambm responsveis pelo ato de
puxar o metal para dentro dos cilindros. A reduo ou desbaste inicial dos lingotes em
blocos, tarugos ou placas realizada normalmente por laminao a quente. Depois dessa
fase segue-se uma nova etapa de laminao a quente para transformar o produto em chapas
grossas, tiras a quente, vergalhes, barras, tubos, trilhos ou perfis estruturais. A laminao
a frio que ocorre aps a laminao de tiras a quente produz tiras a frio de excelente
acabamento superficial, com boas propriedades mecnicas e controle dimensional do
produto final bastante rigoroso.
vii
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I-
INTRODU O
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II-
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laminao ter, ento, a finalidade tambm de melhorar esta estrutura e eliminar ou atenuar
estes defeitos.
A laminao o processo de transformao mecnica mais importante para o caso
dos aos, alm de elaborar maior quantidade de ao que qualquer outro processo de
transformao. Atualmente cerca de 90% do ao produzido passa pelo processo de
laminao porque este quase sempre antecessor dos outros processos, como por exemplo;
as barras a serem forjadas, os tarugos a serem extrudados, o fio-mquina a ser trefilado e a
chapa a ser estampada. Todos eles devem antes ser laminados.
A laminao consiste na passagem de uma pea entre dois cilindros que giram em
sentidos opostos e a mesma velocidade, que atravs da fora de laminao tero sua seo
modificada, ou seja, a deformao plstica dos metais entre os cilindros obtendo-se como
resultado uma forma desejada ou propriedades definidas no material laminado.
A laminao pode ser quente ou frio. A diferena entre elas est nos efeitos do
endurecimento e amolecimento trmico e nas espessuras dos laminados. necessrio
destacar que o coeficiente de atrito externo ser maior para o metal laminado quente do
que o laminado frio, o que se refletiria na fora de laminao e no torque. Na Figura 32 apresentado uma representao esquemtica do processo de Laminao
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II.1
LAMINA O QUENTE
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II.2
LAMINA O FRIO
Segundo DIETER, G.E. (Metalurgia Mecnica, 1981, pp 178), este defeito ocasionado pelo alongamento
descontnuo do limite de escoamento, ou seja, particularmente os aos de baixo carbono apresentam um tipo
de transio localizada heterognea, da deformao elstica para a plstica, produzindo um escoamento
descontnuo na curva tenso-deformao. As bandas de Lders apresentam-se como linhas de distenso,
muitas vezes visveis a olho n, formando geralmente 45 com o eixo de trao .
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ser utilizados na melhoria do controle dimensional das tiras ou folhas laminadas, entre
estes esto o aplainamento por rolos e o desempeno por trao.
O processo de produo de chapas ou bobinas laminadas a frio compreende
inicialmente na deformao do ao a temperaturas a abaixo do ponto crtico, ou da
temperatura de recristalizao. Este ponto varia como o tipo de ao: 627C para o ciclo de
resfriamento e 727C para o ciclo de aquecimento so temperaturas bastante
representativas. Na laminao frio fazemos uso de trens de laminadores qudruos de alta
velocidade com trs a cinco cadeiras so utilizados para a laminao a frio do ao,
alumnio e ligas de cobre.
Normalmente esses trens de laminao so concebidos para terem trao avante e a
r. A laminao contnua tem alta capacidade de produo, o que resulta num custo de
produo baixo, porm se usarmos um ritmo de deformao muito baixo, o material poder
apresentar caractersticas de laminao quente em temperaturas relativamente baixas. Na
Figura 3- 4 apresentado um trem de laminao de tiras a frio.
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III-
III.1
GAIOLA OU QUADRO
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III.2
MANCAIS
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III.3
CILINDROS DE LAMINA O
III.3.1
III.3.2
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ELEMENTO
FERRO FUNDIDO
AO LIGADO
BORO
Aumento da dureza
Aumento da dureza.
CARBONO
1. Aumento da dureza,
resistncia ao desgaste e
da fragilidade.
Aumento da dureza,
fragilidade e resistncia ao
desgaste.
2. Reduo da dutilidade e
da camada coquilhada.
COBRE
Em pequenas doses,
semelhante ao nquel.
Semelhante ao nquel.
CROMO
Aumento da dureza e da
profundidade da camada
coquilhada.
Aumento da dureza,
especialmente em
combinao com o nquel ou
molibdnio
ENXOFRE
1. Aumento da dureza e
Aumento da dureza e da
fragilizada.
fragilidade e da profundidade
da camada coquilhada.
2. Reduo da ductilidade.
FSFORO
Aumento da dureza e da
fragilidade.
1. Aumento da dureza e
fragilizada.
2. Reduo da ductilidade.
3. Risco de segregao.
10
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ELEMENTO
MANGANS
FERRO FUNDIDO
1. Em teores elevados,
aumenta a camada
coquilhada.
2. Aumento da dureza
quando combinado com
Cr e Ni.
MOLIBDNIO
1. Aumento da resistncia
mecnica e s trincas
trmicas.
AO LIGADO
1. Aumento da dureza e
fragilizada.
2. Desoxidante e
dessulfurante.
3. Aumento da resistncia
trao e ao desgaste.
Aumento da resistncia
mecnica e da dureza.
2. Refino do gro
NQUEL
Aumento da dureza,
resistncia mecnica e ao
desgaste.
Aumento da dureza, da
resistncia mecnica e s
trincas trmicas, em
combinao com o Cr.
SILCIO
Reduo da grafita e da
profundidade da camada
coquilhada.
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A) CILINDROS DE A O FUNDIDO
Abrangem os vazados em: ao carbono entre 0,50 e 1,0% e ao liga, com teores de
carbono entre 0,50 e 2,60%, com porcentagens diversas de cromo, nquel, molibdnio,
vanadio, etc. Na Tabela 3- 2, so apresentados os diferentes tipos de cilindros de ao
fundido e suas aplicaes.
Tabela 3- 2: Aplicao dos cilindros aos fundido
TIPO
Ao carbono
DUREZA SHORE C
CASCA - NCLEO
28-36
USO
1. Desbastadores
2. Preparados de perfis
estruturais
30-40
1. Desbastadores
2. Preparados e
intermedirios de tarugos
e barras
3. Preparados de chapas
grossas
30-48
1. Preparados de chapas
grossas
2. Preparados,
intermedirios e
acabadores em trens para
perfis pesados
B) CILINDROS DE A O FORJADO
A maioria deste tipo de cilindro feita com aos ao Cromo, (1 a 2%), contendo de
0,8 a 1,1 % de Carbono, do tipo usado para fabricao de rolamentos. No forjamento,
procura-se ter uma reduo de seo da ordem de 4:1, para se obter um bom refinamento e
bomogeneidade da estrutura. O resfriamento deve ser lento e bem controlado, de
preferncia fazendo-se o recozimento logo em seguida ao trabalho de forja. Depois deste
recozimento de homogeneizao, o cilindro usinado e, em muitos casos, faz-se uma ou
mais tmperas (para uniformizar e melhorar a estrutura interna), objetivando colocar o
12
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TIPO
Aos forjados ao Carbono
Aos forjados com elementos
de liga
DUREZA SHORE C
CASCA NCLEO
24-30
At 100
USO
Desbastadores em trens para
perfis pesados
1. Cilindros de apoio em
tiras a quente (50-55)
2. Cilindros de apoio em
tiras a frio (80)
3. Cilindros de trabalho em
tiras a frio (90-100)
III.4
REFRIGERA O
13
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III.5
CONDI ES DE TRABALHO
A) LAMINADORES DESBASTADORES:
A exposio s temperaturas elevadas durante o contato entre o cilindro e o lingote
o fator mais importante, pois o desgaste relativamente pequeno e as suas dimenses
bastante robustas garantem uma baixa solicitao mecanica. Os cilindros dos
desbastadores so, em geral, em ao ligado ou em ferro fundido nodular.
14
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III.6
III.7
DEFEITOS EM CILINDROS
15
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A) FENDAS
Quando em torno da parte central, ou longitudinais, podem ser causadas por
sobrecargas extremas, defeitos internos ou tratamento trmico eficiente. As fendas junto
ao pescoo do mancal, frequentemente so causadas pelo raio muito pequeno na mudana
de seco, resultando em trincas de fadiga.
B) LASCAS
Ocorrem quando o cilindro permanece sob carga, em contato com o materialquente,
durante uma parada do laminador, ou fica exposto ao calor excessivo durante o
esmerilhamento da superfcie, ou ainda, quando se faz redues muito fortes por
passe. Deve-se procurar manter o melhor contato possvel entre os cilindros de trabalho e
os de encosto.
C) TRINCAS T RMICAS
Pele de Crocodilo: So devidas ao aquecimento localizado da superfcie do
cilindro. O aparecimento deste defeito pode ser atenuado por meio de uma refrigerao
eficiente.
D) PONTOS MOLES
Resultam de um super aquecimento local durante a preparao (pelo
esmerilhamento) ou em servio, m refrigerao do cilindro.
E) MOSSAS
Devido s pontas mais frias das chapas ou partculas estranhas, causando
deformaes locais em parte da superfcie do cilindro.
F) ESTRIAMENTO (BANDING):
So faixas ou estrias circunferenciais na superfcie do cilindro, causadas pelo atrito
da carepa, ocorrendo caldeamento seguido de desprendimento entre o material laminado e
a matriz do cilindro.
16
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III.8
DEMAIS
EQUIPAMENTOS
ENVOLVIDOS
NO
PROCESSO
DE
LAMINA O
Os utenslios ou ferramentas de laminao tm por finalidade facilitar a entrada e
sada da barra nos cilindros. Eles desempenham um papel de grande importncia na
laminao, pois muitas vezes o bom funcionamento do laminador e a qualidade dos
produtos laminados dependem destes equipamentos. Entre estes utenslios podemos
destacar os seguintes:
Guias de entrada: colocadas ao lado da entrada dos cilindros, tem como finalidade
fazer com que o eixo do produto que est sendo laminado fique
perpendicular ao eixo dos cilindros.
Guias de sada: colocadas ao lado da sada destinado a conduzir corretamente a barra
aps a sada desta do canal.
Guardas ou cachorros: colocados nos lados de sada tem o objetivo de soltar a barra
do contato com os cilindros
Dobredeiras ou dobretas: colocadas entre duas cadeiras de um trem aberto
Aparelhos de torso: colocados entre duas cadeiras de um trem contnuo de produtos
no planos.
17
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IV-
IV.2
QUANTO S CADEIRAS
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Figura 3- 8: Arranjos tpicos de cilindros de laminao: (a) laminador duo; (b) laminador
duo reversvel; (c) laminador trio; (d) laminador qudruo, (e) laminador Sendzimir
19
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IV.2.1
Cadeiras Duo
IV.2.2
Cadeiras Trio
20
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ser laminado nos dois sentidos, passando-o alternadamente entre o cilindro superior e o
intermedirio e entre o intermedirio e o inferior. Dentre as suas aplicaes, destacam-se:
trens desbastadores para lingotes pequenos;
trens de perfis grandes, mdios e pequenos;
cadeiras acabadoras de trens de fio-mquina abertos.
No caso de cadeiras acabadoras de trens de fio-mquina abertos, porm, apenas
dois cilindros em cada cadeira so utilizados para laminao. O terceiro cilindro
substitudo por um eixo que transmite o movimento da cadeira anterior para a seguinte. Na
cadeira 1 so utilizados os cilindros do meio e de cima; na 2 o do meio e o de baixo; na 3 o
do meio e o de cima e assim sucessivamente. Neste caso, esta disposio chamada de
duo alternados.
IV.2.3
Como seu nome indica, compreende dois duos incorporados nas mesmas colunas,
ou seja, so constitudas de 2 duos montados numa mesma cadeira (Figura 3- 10). Essas
cadeiras tm, como as trio, facilidade de permitir passes de ida e volta na mesma cadeira,
mas elas apresentam, em relao trio, a vantagem de dar uma preciso de regulagem bem
melhor, idntica de um duo. Enfim, elas permitem engajar uma barra simultaneamente
no duo de baixo e no duo de cima, sem que haja interferncia entre os dois passes, como
seria o caso com o trio.
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IV.2.4
IV.2.5
Cadeiras Universais
IV.2.6
Cadeiras Especiais
22
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IV.3
QUANTO FUN O
IV.3.1
LAMINADORES PRIMRIOS
IV.4
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IV.4.1
IV.4.2
TRENS ABERTOS
IV.4.3
IV.4.4
24
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IV.4.5
TRENS CONTNUOS
Nos trens contnuos as cadeiras so colocadas uma aps a outra. D-se apenas uma
passagem em cada cadeira. Em geral o produto laminado simultaneamente em vrias
cadeiras sendo necessrio um controle perfeito de velocidade de cada cadeira.
So usados em trens de tarugos, de fio-mquina, de perfis pequenos e de tiras
quente e frio.
IV.4.6
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V-
V.1
LAMINADORES DESBASTADORES
Estes laminadores tambm so conhecidos pelo nome de bloomings e destinamse a transformar o lingote em semi produto. No caso mais comum estes semi produtos tm
a seo transversal quadrada ou retangular com os cantos arredondados. So os blocos
(blooms), as placas (quando se trata de lingote grande), tarugos (billettes) e as platinas
(para lingotes pequenos). Excepcionalmente os desbastadores tambm produzem barras
redondas para fabricao de tubos sem costura e esboos para fabricao de determinados
perfis. Normalmente, este semi produtos so cortados adequadamente, resfriados,
inspecionados, reaquecidos e enviados a um outro laminador para continuidade do
processo.
As primeiras passagens so na mesa de achatamento para eliminar a conicidade do
lingote, soldar as bolhas ou vazios, etc. para evitar a formao de defeitos, as redues de
espessura nas primeiras passagens, so da ordem de 10 a 15%. Nos passes seguintes podese aumentar as redues de acordo com as caractersticas desejadas.
Durante o desbaste ocorre uma melhoria em algumas propriedades do lingote
devido eliminao dos vazios e modificao da estrutura cristalina, a resistncia e a
dureza so pouco modificadas, mas a tenacidade e ductilidade so sensivelmente
aumentadas. A seqncia de operao de desbaste da seguinte maneira: h um
aquecimento do lingote no forno poo, laminao, eliminao das partes defeituosas do
lingote (rechupe), corte no comprimento desejado, identificao ou marcao e transporte
at o ptio de estocagem ou at outro laminador. Deste processo depende em grande parte,
o bom rendimento da laminao. Os laminadores desbastadores so dos seguintes tipos:
Duo reversvel
Universais para placas: destinado placas de grande largura.
Contnuos: composto de 2 ou mais cadeiras onde o lingote sofre um passe a cada
cadeira.
Trio: destinado lingotes de pequeno peso.
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V.2
LAMINADORES DE TARUGOS
V.3
LAMINADORES DE TUBOS
V.4
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V.5
ENGENHARIA DE PRODU O
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4.
5.
6.
7.
Laminao;
Bobinamento ou corte;
Decapagem;
Acabamento.
V.6
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V.7
30
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VI-
ESFOR OS E DEFORMA ES
32
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VI.1
AGARRAMENTO
Uma vez que o objetivo principal da laminao consiste em reduzir a rea da seo
transversal da barra a ser laminada, segue-se que a espessura inicial e1 desta barra maior
que a distncia e entre os 2 cilindros. Surge ento o problema do agarramento da barra
pelos cilindros. Para que o agarramento se efetue, necessrio que sejam satisfeitas
determinadas condies. Sabe-se que o agarramento depende dos seguintes fatores:
Coeficiente de atrito da superfcie dos cilindros;
Dimetro dos cilindros;
Reduo de espessura;
Velocidade dos cilindros;
Temperatura da barra;
Impulso da barra.
VI.1.1
Coeficiente de Atrito
Temperatura de
Laminao
Coeficiente de atrito
Ao ao C
Ao
400-900 C
0,40
Ao ao C
Ao
900-1000 C
0,30
Ao ao C
Ao
1000-1100 C
0,20
Alumnio
Ao
375 C
0,54
Cobre
Ao
750 C
0,35
Nquel e Chumbo
Ao
900 e 180 C
0,32
Estanho e Zinco
Ao
100 e 110 C
0,17
Material Laminado
33
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VI.1.2
Quanto maior o dimetro dos cilindros, melhor o agarramento, pois quanto maior a
rea de contato, maior ser o atrito entre as reas.
VI.1.3
Redu o da Espessura
VI.1.4
A velocidade dos cilindros influi diretamente no atrito, pois quanto menor for a
velocidade relativa entre duas superfcies que se tocam, maior ser o atrito entre elas,
facilitando assim o agarramento. Esta uma grande vantagem dos laminadores com
reguladores de velocidade, pois podemos atravs desta regulagem, aumentar ou diminuir o
agarramento.
VI.1.5
VI.1.6
Inpulso da Barra
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OBS: O agarramento deve ser imediato, evitando deslizamento, pois este alm de gerar
um decrscimo na produo por perda de tempo, tambm gera um desgaste mais
pronunciado nos cilindros.
VI.2
ALONGAMENTO E ALARGAMENTO
Quando uma barra, num passe de laminao, sofre uma reduo de espessura, o
metal deslocado principalmente na posio longitudinal (direo de laminao), mas
tambm h deslocamento na direo transversal (perpendicular direo de laminao),
originando assim, um alongamento e um alargamento simultaneamente.
Como o que se busca em laminao o alongamento da barra, o alargamento
visto como um desperdcio, devendo ser reduzido um mnimo possvel. Somente em
alguns casos, tal como laminao de perfis, procura-se tirar proveito do alargamento para
se obter uma determinada seo transversal.
35
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VII-
FOR A DE LAMINA O
Quando se introduz uma barra entre os cilindros, aparece a fora de laminao que
comprime os cilindros contra seus mancais, alonga as colunas da cadeira e flexiona os
cilindros, alm de desaparecerem as folgas do conjunto. A fora de laminao aparece
entre os dois cilindros tendendo separ-los. A separao de fato no acontece porque
contida pelos mancais e pela cadeira, mas ela necessria para vencer a resistncia do
metal e o atrito deste contra os cilindros. O motor deve fornecer alm da fora para vencer
a resistncia do metal quando este introduzido, uma fora suplementar para vencer a
resistncia oferecida pelo atrito dos cilindros contra os mancais, pelo atrito entre as
engrenagens da caixa de pinhes ou do redutor, pelas perdas do prprio motor, entre
outras.
A fora de laminao medida pelas clulas de presso e tambm conhecida
como carga de laminao ou presso de laminao. A fora de laminao afetada por
alguns fatores, mas antes de cit-los, explicaremos um pouco sobre a espessura limite.
VII.1
36
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Hm = 3,58 x (D..o.) / E
(3.1)
Onde:
H espessura da chapa em pol.
D dimetro do cilindro de trabalho.
coeficiente de atrito entre chapa e cilindro.
o produto de 1,55 = 2 / 31/2 . e (limite de escoamento) pelo esforo de
deformao em solicitao simples em lb /pol2
tenso exercida sobre a chapa (50% de tenso de entrada e 50% de sada) em
lb/pol2
E mdulo de elasticidade em lb /pol2
VII.2
CLCULOS DE LAMINA O
37
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VII.3
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Superfcie dos cilindros, que quanto mais rugosas, maior ser a fora de laminao
exigida
Largura; a fora de laminao sensivelmente proporcional largura das chapas.
VII.4
FOR A DE LAMINA O
Frmula de Ekelund:
H1 H 2
2
.
v
.
.
K
.
P = b. R.(H 1 H 2).1 +
+
H1 + H 2
H1 + H 2
(3.2)
Onde:
P fora de laminao em lb
b largura de contato entre o ao e o cilindro em pol
R raio do cilindro em pol
H1 espessura de entrada em pol
H2 espessura de sada em pol
coeficiente de atrito
resistncia compresso em lb/pol2
viscosidade do ao em lb.seg/pol2
v velocidade perifrica do cilindro em pol/seg
K coeficiente de velocidade
VII.5
NGULO DE MORDIDA
(3.3)
39
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VII.6
P.N . R(H 1 H 2 )
63000
(3.4)
Onde:
P libras
N rpm dos cilindros de trabalho
H1 e H2 espessuras de entrada e sada em pol.
VII.7
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Com relao a laminao frio, temos que levar em conta tambm outros fatores
que afetam uma seleo adequada do dimetro dos cilindros de trabalho. Sabemos que a
medida que reduzimos a espessura entre passagens, o material vai ficando mais encruado,
isto , cresce sua resistncia a deformao e conseqentemente aumenta a fora de
laminao. Como a fora funo direta do arco de contato, para uma determinada
reduo ela varia na razo da raiz quadrada do raio do cilindro de trabalho. Tal variao
determina que os cilindros de trabalho usados na laminao frio, sejam de pequeno
dimetro.
Outro fator que surge, atuando na mesma direo, que os cilindros de trabalho
no sendo rgidos, alm de fletirem tambm se achatam. Assim, alm de certos limites de
espessura no conseguiremos reduzir mais a espessura do material, pois todo esforo extra
de laminao aplicado atravs dos parafusos de presso, diludo atravs do aumento da
rea de contato causada pelo achatamento maior dos cilindros, e consumido pelo aumento
das foras de atrito que crescem devido a mesma razo.
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VIII-
PRODUTOS DA LAMINA O
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IX-
DEFEITOS DE LAMINA O
O controle de qualidade dos produtos laminados em uma usina varia de acordo com
a capacidade de produo, natureza do material laminado, variedade de produtos, e de
usina para usina.
Existem alguns defeitos nos materiais laminados que no necesariamente so
provenientes da laminao, mas tambm existem os que so provenientes dela. Podemos
dizer que os defeitos so advindos de vrios fatores, que so: da fabricao do metal ou
liga, do lingotamento, do aquecimento, da prpria laminao, de aes superficiais, da
forma e da estrutura. Como estamos falando sobre laminao, citaremos apenas os
defeitos provenientes deste processo.
IX.1
LAMINA O PRIMRIA
Os defeitos gerados a partir deste processo sero citados e explicados como segue.
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IX.2
IX.3
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IX.4
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