PARCERIA AGRCOLA

O contrato de parceria agrcola, alm de observar as disposies

relativas aos contratos em geral, do Cdigo Civil, deve amoldar-se s condies
especficas previstas na Lei n 5404 ,de 1964 (Estatuto da Terra) e respectivo Decreto
regulamentador Decreto n 59.566, de 1966. Para melhor orientar o usurio deste
site, transcrevemos no final os artigos pertinentes da Lei e do Decreto em questo.
O legislador, ao normatizar sobre os contratos de parceria e de
arrendamento, no Estatuto da Terra, em 1964, estava com sua preocupao voltada para
a tutela da parte que se lhe apresentava, na poca, como hipossuficiente, isto o
parceiro ou arrendatrio que trabalhava a terra com seu prprio esforo e o de sua
famlia. A Lei, ento, tratou de estabelecer limites ao proprietrio que inibissem a
explorao do trabalhador hipossuficiente. bvio que, em se tratando de parceria ou
arrendamento para quem explore diretamente a terra, tais normas continuam plenamente
em vigor.
Mas, Mato Grosso, dada a pujana de sua economia rural e do
agronegcio tem oferecido, comumente um quadro diferenciado que permite uma
pactuao desatrelada das limitaes do Estatuto da Terra. Referimo-nos ao
arrendamento de grandes reas para agricultura ou pecuria por arrendatrios que se
enquadram no conceito de grandes empresrios rurais, alguns at constitudos em
pessoas jurdicas. O mesmo ocorre com frequncia em contratos de parceria . Em tais
contratos, onde as partes se equivalem em poder de barganha, ou at o arrendatrio ou
parceiro se sobrepe ao proprietrio da terra em poder de presso, nosso entendimento
que todas as clusulas so livremente convencionadas, observadas apenas as regras que
disciplinam os contratos em geral.
A minuta que oferecemos a seguir no se destina a essa situao
peculiar, mas aos contratos celebrados sob a gide do Estatuto da Terra.

MINUTA DE
CONTRATO DE PARCERIA AGRCOLA
1-PARTES CONTRATANTES
PARCEIRO
OUTORGANTE:(Nome),
(nacionalidade),(estado civil),
(profisso), portador da cdula de identidade n................... e CPF
n..........................,
residente
domiciliado
na
cidade
de
...........,rua
..........................................................,

n..........................., neste instrumento designado, simplesmente,

PARCEIRO OUTORGANTE.
PARCEIRO OUTORGADO (Nome), (nacionalidade), (estado civil),
profisso,
portador
da
cdula
de
identidade
n...................................e
CPF
n.......................................,
residente
e
domiciliado
na
cidade
de
.....................,
rua..................,
n.........,
neste
instrumento
designado,
simplesmente, PARCEIRO OUTORGADO.
As partes acima identificadas, pelo presente instrumento particular de
contrato, tm justo e contratado uma PARCERIA AGRCOLA, que se
reger pelas clusulas adiante convencionadas e, no que for omisso
este instrumento, pelo disposto na Lei n 4.504/64 (Estatuto da
Terra), no Decreto n 59.566/66 , no Cdigo Civil e demais
disposies legais aplicveis espcie.
CLUSULA PRIMEIRA-OBJETO
O Parceiro-Outorgante, legtimo proprietrio, a justo ttulo, e
possuidor de um imvel rural denominado............( descrever o
imvel ),..........., situado.............., cidade de ..........., Estado
de .............,objeto da matrcula imobiliria n.............., do Registro
Geral de Imveis da Comarca de ........................., com as
confrontaes ............................................................................,
(em se tratando de parte do imvel deve ser individualizada esta parte com
bastante clareza)
entrega-o na data de assinatura deste instrumento ao Parceiro
Outorgado e conjunto familiar, sob sua responsabilidade exclusiva,
para nele plantar as lavouras de ................e outras culturas
temporrias (indicar tipo da lavoura a ser explorada), compreendendo o
preparo do solo, plantio, tratos culturais, combate a pragas e ervas
invasoras, colheita...........................;
Pargrafo nico. Integram, ainda, o presente contrato, o conjunto
de benfeitorias, mquinas e implementos agrcolas a seguir
especificados, que so entregues ao parceiro outorgado:
-casa residencial para uso do parceiro outorgado e sua famlia;
-galpo, tulha etc.....;
-trator.....................;
-implementos agrcolas......................;
-........................
CLUSULA SEGUNDA-PRAZO
O presente contrato ter vigncia de...................( ano/s,meses) a
comear no dia ....de......................de 20.. e a terminar no dia ....de
.................de 2.0.., podendo esse prazo ser prorrogado por
conveno expressa entre as partes.

Pargrafo nico.Estando a lavoura ou parte dela por colher na data

de trmino deste contrato, o prazo se prorrogar, automaticamente,
pelo tempo necessrio concluso da colheita.
CLUSULA TERCEIRA-PARTILHA DA SAFRA
Convencionam as parte a partilha da produo agrcola resultante da
parceria ora contratada, pelos seguintes percentuais:
- caber ao Parceiro Outorgante a quota de .....% (.....) na cultura
de .........e......% (.....) nas culturas temporrias,e no que mais
produzir a rea objeto deste contrato, que dever ser
entregue...........(local da entrega da colheita). A partilha efetuar-se...........(local e data), devendo o Parceiro Outorgado comunicar
com antecedncia o Parceiro Outorgante a data em que ter incio
a colheita, ficando facultado a este ltimo acompanhar pessoalmente
os trabalhos ou designar preposto para tanto.
CLUSULA QUARTA-DESPESAS DE CUSTEIO
As despesas de custeio, tais como, preparo, gradagem, correo e
conservao do solo, sementes, plantio, adubao, tratos culturais,
defensivos agrcolas, defensivos, inseticidas, insumos diversos,
colheita
etc.,
sero
de
responsabilidade
exclusiva
do
Parceiro-.................(explicitar com clareza as despesas a cargo de cada
parceiro).

Pargrafo nico. O parceiro outorgado poder obter financiamento

para o cultivo, oferecendo em garantia a parte que lhe caber na
safra futura, ficando vedada a constituio de garantia sobre o imvel
e sobre a parte da safra que couber ao parceiro outorgante sem a
prvia e expressa anuncia deste.
CLUSULA QUINTA
O Parceiro Outorgado fica autorizado a ocupar, com sua famlia e
dependentes, a casa de moradia existente na fazenda,
localizada.................................................e ter tambm galpo
ou tulha para guardar cereais e implementos agrcolas, sendo-lhe
concedida rea de ..........para plantar horta, podendo tambm criar
animais domsticos, tais como porcos e galinhas, desde que em
cercados de modo a no causar prejuzos a lavoura ou terceiros.
CLUSULA SEXTA
Ao Parceiro Outorgante assiste o direito de vistoriar toda a lavoura,
a qualquer tempo, at a concluso da colheita, armazenamento e
partilha.
CLUSULA STIMA
Os danos causados por negligncia ou outra modalidade de culpa,
sero imputveis parte faltosa. Se os prejuzos decorrerem de

fora maior ou de caso fortuito, ambos os contratantes devero

suportar os riscos que advierem.
CLUSULA OITAVA
Ao Parceiro Outorgado vedado, a qualquer ttulo, a transferncia
ou cesso, parcial ou total, do presente contrato, salvo expressa
anuncia do Parceiro Outorgante.
CLUSULA NONA
O presente contrato ficar rescindido nos seguintes casos:
a) inadimplemento contratual por qualquer das partes;
b) inaptido do Parceiro-Outorgado no trato do cultivo objeto deste
contrato;
c) acontecimento natural que venha a danificar toda a lavoura.
CLUSULA DCIMA
O presente contrato continuar em pleno vigor em todos os seus
efeitos, at o prazo fixado na clusula segunda, mesmo em caso de
alienao do imvel, sub-rogando-se, nesse caso, o adquirente nos
direitos e deveres do alienante.
CLUSULA DCIMA PRIMEIRA
O Parceiro Outorgado no responder pelos encargos fiscais
incidentes sobre o imvel, mas responder por aqueles devidos sobre
a parcela da produo que lhe couber.
CLUSULA DCIMA SEGUNDA
O Parceiro Outorgado compromete-se em conservar os recursos
naturais existentes na propriedade, tais como pomares, florestas
naturais, nascentes, rios, podendo consumir os frutos.
CLUSULA DCIMA TERCEIRA
O Parceiro Outorgado se obriga a dispensar aos equipamentos,
mquinas, implementos e instalaes que lhe so entregues, todo o
cuidado e zelo, de modo a utiliz-los exclusivamente para os fins a
que se destinam, correndo por sua conta exclusiva todas as despesas
de manuteno e reparos necessrias para preservar o estado em
que os recebe.
CLUSULA DCIMA QUARTA
O Parceiro Outorgado se obriga a preservar as reas de
preservao permanente e de reserva legal da propriedade e impedir
que terceiros causem danos quelas que estiverem abrangidas na
rea objeto da parceria, respondendo civil, administrativa e
criminalmente pelos danos ocorridos nas referidas reas em
decorrncia de dolo ou culpa sua ou de seus familiares, empregados
ou prepostos.

Pargrafo nico. Nenhuma alterao que afete direta ou

indiretamente as reas de preservao permanente ou de reserva
legal, ou que implique na necessidade de licena ambiental, poder
ser executada pelo Parceiro Outorgado sem prvia concordncia do
Parceiro Outorgante e a devida permisso do rgo ambiental
competente, arcando o Parceiro Outorgado com as sanes
administrativas e com a responsabilidade civil em caso de
descumprimento desta clusula.
CLUSULA DCIMA QUINTA-CLUSULA PENAL
A parte que infringir qualquer clusula do presente contrato pagar
outra a multa irredutvel e no compensatria,de R$.......(..........),
sem prejuzo da resciso contratual e do ressarcimento por perdas e
danos.(esta multa poder ser fixada em sacos se cereal)
CLUSULA DCIMA SEXTA-FIANA
Em garantia do cumprimento do presente contrato, assinam este
instrumento,como
FIADORES
do
Parceiro
Outorgado,...............................................................
(nome,nacionalidade,profisso, estado civil, RG, CPF e endereo do fiador )e sua
mulher Sra................................(nome, nacionalidade, estado civil,
profisso, RG, CPF e endereo da esposa ),que, desde j, renuncia ao
privilgio de exonerao previsto no art. 835 do Cdigo Civil e ao
benefcio de ordem previsto no art. 827 do mesmo Cdigo.
CLAUSULA DCIMA STIMA-PROIBIO DE CESSO
vedado ao Parceiro Outorgado ceder total ou parcialmente ou
transferir a terceiro os direitos e obrigaes decorrentes deste
contrato.
CLUSULA DCIMA OITAVA
Exaurido o prazo fixado na clusula segunda, sem que ocorra
renovao,
o
Parceiro
Outorgado
restituir
o
imvel,
imediatamente, independentemente de aviso ou notificao, em
perfeito estado de conservao, indenizando o Parceiro Outorgante
por qualquer dano que porventura tenha ocorrido.
Pargrafo nico: As bases para eventual renovao do presente
contrato sero negociadas entre as partes em tempo oportuno.
CLAUSULA DCIMA NONA-OBRIGAES TRABALHISTAS
O Parceiro Outorgante no responde pela obrigaes trabalhistas e
previdenciria do Parceiro Outorgado em relao aos empregados
deste e, caso venha a ser chamado a responder, solidria ou
subsidiariamente, por tais obrigaes, cabe-lhe o direito de regresso
contra o Parceiro Outorgado
CLUSULA VIGSIMA ANEXOS

Fazem parte deste instrumento, como anexos I e II, a transcrio na

ntegra dos seguintes dispositivos legais que o acompanham e que as
partes declaram haver lido e, por isso, apem suas assinaturas:
-Artigos 92, 93, 94 e 96 da Lei n 5.504 de 1964 (Estatuto da Terra);
-Artigo 13 do Decreto n 59.566, de 1966.
CLUSULA VIGSIMA PRIMEIRA-FORO
Elegem aas partes o foro da comarca de .......................para dirimir
qualquer demanda originria deste contrato, com renncia de
qualquer outro.
E por estarem as partes acordes, firmam o presente contrato em
duas vias de igual teor e forma, na presena de duas testemunhas,
obrigando-se a fielmente cumprir, por si e seus sucessores, tudo
quanto aqui convencionaram.
..................., .........de...................., de 20..
...............................................
PARCEIRO-OUTORGADO
..............................................
PARCEIRO-OUTORGANTE

TESTEMUNHAS:
1-Ass:_________________________________________
Nome:........................................
RG.....................................CPF.................................
2-Ass:_________________________________________
Nome:.........................................
RG.....................................CPF.................................
........................................

ANEXO I
Lei n 5.404, de 1964
Art. 92. A posse ou uso temporrio da terra sero exercidos em virtude de contrato
expresso ou tcito, estabelecido entre o proprietrio e os que nela exercem atividade agrcola
ou pecuria, sob forma de arrendamento rural, de parceria agrcola, pecuria, agro-industrial e
extrativa, nos termos desta Lei.

 1 O proprietrio garantir ao arrendatrio ou parceiro o uso e gozo do imvel arrendado

ou cedido em parceria.
2 Os preos de arrendamento e de parceria fixados em contrato ...Vetado.. sero
reajustados periodicamente, de acordo com os ndices aprovados pelo Conselho Nacional de
Economia. Nos casos em que ocorra explorao de produtos com preo oficialmente fixado, a
relao entre os preos reajustados e os iniciais no pode ultrapassar a relao entre o novo
preo fixado para os produtos e o respectivo preo na poca do contrato, obedecidas as
normas do Regulamento desta Lei.
3 No caso de alienao do imvel arrendado, o arrendatrio ter preferncia para
adquiri-lo em igualdade de condies, devendo o proprietrio dar-lhe conhecimento da venda, a
fim de que possa exercitar o direito de perempo dentro de trinta dias, a contar da notificao
judicial ou comprovadamente efetuada, mediante recibo.
4 O arrendatrio a quem no se notificar a venda poder, depositando o preo, haver
para si o imvel arrendado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar da transcrio do
ato de alienao no Registro de Imveis.
5 A alienao ou a imposio de nus real ao imvel no interrompe a vigncia dos
contratos de arrendamento ou de parceria ficando o adquirente sub-rogado nos direitos e
obrigaes do alienante.
6 O inadimplemento das obrigaes assumidas por qualquer das partes dar lugar,
facultativamente, resciso do contrato de arrendamento ou de parceria. observado o disposto
em lei.
7 Qualquer simulao ou fraude do proprietrio nos contratos de arrendamento ou de
parceria, em que o preo seja satisfeito em produtos agrcolas, dar ao arrendatrio ou ao
parceiro o direito de pagar pelas taxas mnimas vigorantes na regio para cada tipo de
contrato.
8 Para prova dos contratos previstos neste artigo, ser permitida a produo de
testemunhas. A ausncia de contrato no poder elidir a aplicao dos princpios estabelecidos
neste Captulo e nas normas regulamentares.
9 Para soluo dos casos omissos na presente Lei, prevalecer o disposto no Cdigo
Civil.
Art. 93. Ao proprietrio vedado exigir do arrendatrio ou do parceiro:
I - prestao de servio gratuito;
II - exclusividade da venda da colheita;
III - obrigatoriedade do beneficiamento da produo em seu estabelecimento;
IV - obrigatoriedade da aquisio de gneros e utilidades em seus armazns ou
barraces;
V - aceitao de pagamento em "ordens", "vales", "bors" ou outras formas regionais
substitutivas da moeda.
Pargrafo nico. Ao proprietrio que houver financiado o arrendatrio ou parceiro, por
inexistncia de financiamento direto, ser facultado exigir a venda da colheita at o limite do
financiamento concedido, observados os nveis de preos do mercado local.

Art. 94. vedado contrato de arrendamento ou parceria na explorao de terras de

propriedade pblica, ressalvado o disposto no pargrafo nico deste artigo.
Pargrafo nico. Excepcionalmente, podero ser arrendadas ou dadas em parceria terras
de propriedade pbica, quando:
a) razes de segurana nacional o determinarem;
b) reas de ncleos de colonizao pioneira, na sua fase de implantao, forem
organizadas para fins de demonstrao;
c) forem motivo de posse pacfica e a justo ttulo, reconhecida pelo Poder Pblico, antes
da vigncia desta Lei.
SEO III
Da Parceria Agrcola, Pecuria, Agro-Industrial e Extrativa
Art. 96. Na parceria agrcola, pecuria, agro-industrial e extrativa, observar-se-o os
seguintes princpios:
I - o prazo dos contratos de parceria, desde que no convencionados pelas partes, ser
no mnimo de trs anos, assegurado ao parceiro o direito concluso da colheita, pendente,
observada a norma constante do inciso I, do artigo 95;
II - expirado o prazo, se o proprietrio no quiser explorar diretamente a terra por conta
prpria, o parceiro em igualdade de condies com estranhos, ter preferncia para firmar novo
contrato de parceria;
III - as despesas com o tratamento e criao dos animais, no havendo acordo em
contrrio, correro por conta do parceiro tratador e criador;
IV - o proprietrio assegurar ao parceiro que residir no imvel rural, e para atender ao
uso exclusivo da famlia deste, casa de moradia higinica e rea suficiente para horta e criao
de animais de pequeno porte;
V - no Regulamento desta Lei, sero complementadas, conforme o caso, as seguintes
condies, que constaro, obrigatoriamente, dos contratos de parceria agrcola, pecuria, agroindustrial ou extrativa:
a) quota-limite do proprietrio na participao dos frutos, segundo a natureza de atividade
agropecuria e facilidades oferecidas ao parceiro;
b) prazos mnimos de durao e os limites de vigncia segundo os vrios tipos de
atividade agrcola;
c) bases para as renovaes convencionadas;
d) formas de extino ou resciso;
e) direitos e obrigaes quanto s indenizaes por benfeitorias levantadas com
consentimento do proprietrio e aos danos substanciais causados pelo parceiro, por prticas
predatrias na rea de explorao ou nas benfeitorias, nos equipamentos, ferramentas e
implementos agrcolas a ele cedidos;
f) direito e oportunidade de dispor sobre os frutos repartidos;

VI - na participao dos frutos da parceria, a quota do proprietrio no poder ser superior

a:

a) 20% (vinte por cento), quando concorrer apenas com a terra nua; (Redao dada pela
Lei n 11.443, de 2007).
b) 25% (vinte e cinco por cento), quando concorrer com a terra preparada; (Redao dada
pela Lei n 11.443, de 2007).
c) 30% (trinta por cento), quando concorrer com a terra preparada e moradia; (Redao
dada pela Lei n 11.443, de 2007).
d) 40% (quarenta por cento), caso concorra com o conjunto bsico de benfeitorias,
constitudo especialmente de casa de moradia, galpes, banheiro para gado, cercas, valas ou
currais, conforme o caso; (Redao dada pela Lei n 11.443, de 2007).
e) 50% (cinqenta por cento), caso concorra com a terra preparada e o conjunto bsico de
benfeitorias enumeradas na alnea d deste inciso e mais o fornecimento de mquinas e
implementos agrcolas, para atender aos tratos culturais, bem como as sementes e animais de
trao, e, no caso de parceria pecuria, com animais de cria em proporo superior a 50%
(cinqenta por cento) do nmero total de cabeas objeto de parceria; (Redao dada pela Lei
n 11.443, de 2007).
f) 75% (setenta e cinco por cento), nas zonas de pecuria ultra-extensiva em que forem os
animais de cria em proporo superior a 25% (vinte e cinco por cento) do rebanho e onde se
adotarem a meao do leite e a comisso mnima de 5% (cinco por cento) por animal vendido;
(Redao dada pela Lei n 11.443, de 2007).
g) nos casos no previstos nas alneas anteriores, a quota adicional do proprietrio ser
fixada com base em percentagem mxima de dez por cento do valor das benfeitorias ou dos
bens postos disposio do parceiro;
VII - aplicam-se parceria agrcola, pecuria, agropecuria, agro-industrial ou extrativa as
normas pertinentes ao arrendamento rural, no que couber, bem como as regras do contrato de
sociedade, no que no estiver regulado pela presente Lei.
Pargrafo nico. Os contratos que prevejam o pagamento do trabalhador, parte em
dinheiro e parte percentual na lavoura cultivada, ou gado tratado, so considerados simples
locao de servio, regulada pela legislao trabalhista, sempre que a direo dos trabalhos
seja de inteira e exclusiva responsabilidade do proprietrio, locatrio do servio a quem cabe
todo o risco, assegurando-se ao locador, pelo menos, a percepo do salrio-mnimo no
cmputo das duas parcelas.
VIII - o proprietrio poder sempre cobrar do parceiro, pelo seu preo de custo, o valor de
fertilizantes e inseticidas fornecidos no percentual que corresponder participao deste, em
qualquer das modalidades previstas nas alneas do inciso VI do caput deste artigo; (Includo
pela Lei n 11.443, de 2007).
IX - nos casos no previstos nas alneas do inciso VI do caput deste artigo, a quota
adicional do proprietrio ser fixada com base em percentagem mxima de 10% (dez por
cento) do valor das benfeitorias ou dos bens postos disposio do parceiro. (Includo pela Lei
n 11.443, de 2007).

 1o Parceria rural o contrato agrrio pelo qual uma pessoa se obriga a ceder outra,
por tempo determinado ou no, o uso especfico de imvel rural, de parte ou partes dele,
incluindo, ou no, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser
exercida atividade de explorao agrcola, pecuria, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista;
e/ou lhe entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extrao de matrias-primas
de origem animal, mediante partilha, isolada ou cumulativamente, dos seguintes riscos:
(Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
I - caso fortuito e de fora maior do empreendimento rural; (Includo pela Lei n 11.443, de
2007).
II - dos frutos, produtos ou lucros havidos nas propores que estipularem, observados os
limites percentuais estabelecidos no inciso VI do caput deste artigo; (Includo pela Lei n
11.443, de 2007).
III - variaes de preo dos frutos obtidos na explorao do empreendimento rural.
(Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
2o As partes contratantes podero estabelecer a prefixao, em quantidade ou volume,
do montante da participao do proprietrio, desde que, ao final do contrato, seja realizado o
ajustamento do percentual pertencente ao proprietrio, de acordo com a produo. (Includo
pela Lei n 11.443, de 2007).
3o Eventual adiantamento do montante prefixado no descaracteriza o contrato de
parceria. (Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
4o Os contratos que prevejam o pagamento do trabalhador, parte em dinheiro e parte
em percentual na lavoura cultivada ou em gado tratado, so considerados simples locao de
servio, regulada pela legislao trabalhista, sempre que a direo dos trabalhos seja de inteira
e exclusiva responsabilidade do proprietrio, locatrio do servio a quem cabe todo o risco,
assegurando-se ao locador, pelo menos, a percepo do salrio mnimo no cmputo das 2
(duas) parcelas. (Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
5o O disposto neste artigo no se aplica aos contratos de parceria agroindustrial, de
aves e sunos, que sero regulados por lei especfica. (Includo pela Lei n 11.443, de 2007).

Ass. do parceiro outorgante____________________________________

Ass. do parceiro outorgado_____________________________________

ANEXO II
Decreto n 59.566, de 1966
Art 13. Nos contratos agrrios, qualquer que seja a sua forma, contaro obrigatoriamente,
clausulas q ue assegurem a conservao dos recursos naturais e a proteo social e

econmica dos arrenda t rios e dos parceiros-outorgados a saber (Art.

da Lei n 4.947-66);

13, incisos III e V

I - Proibio de renncia dos direitos ou vantagens estabelecidas em Leis ou

Regulamentos, por parte dos arredentrios e parceiros-outorgados (art.13, inciso IV da Lei
nmero 4.947-66);
II - Observncia das seguintes normas, visando a conservao dos recursos naturais:
a) prazos mnimos, na forma da alnea " b ", do inciso XI, do art. 95 e da alnea " b ", do
inciso V, do art. 96 do Estatuto da Terra:
- de 3 (trs), anos nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de explorao de
lavoura temporria e ou de pecuria de pequeno e mdio porte; ou em todos os casos de
parceria;
- de 5 (cinco), anos nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de explorao de
lavoura permanente e ou de pecuria de grande porte para cria, recria, engorda ou extrao de
matrias primas de origem animal;
- de 7 (sete), anos nos casos em que ocorra atividade de explorao florestal;
b) observncia, quando couberem, das normas estabelecidas pela Lei nmero 4.771, de
15 de setembro de 1965, Cdigo Florestal, e de seu Regulamento constante do Decreto 58.016
de 18 de maro de 1966;
c) observncia de prticas agrcolas admitidas para os vrios tipos de exportao
intensiva e extensiva para as diversas zonas tpicas do pas, fixados nos Decretos nmero
55.891, de 31 de maro de 1965 e 56.792 de 26 de agsto de 1965.
III - Fixao, em quantia certa, do preo do arrendamento, a ser pago em dinheiro ou no
seu equivalente em frutos ou produtos, na forma do art. 95, inciso XII, do Estatuto da Terra e do
art. 17 dste Regulamento, e das condies de partilha dos frutos, produtos ou lucros havidos
na parceria, conforme preceitua o art.96 do Estatuto da Terra e o art. 39 dste Regulamento.
IV - Bases para as renovaes convencionadas seguido o disposto no artigo 95, incisos IV
e V do Estatuto da Terra e art. 22 dste Regulamento.
V - Causas de extino e resciso, de acrdo com o determinado nos artigos 26 a 34
dste Regulamento;
VI - Direito e formas de indenizao quanto s benfeitorias realizadas, ajustadas no
contrato de arrendamento; e, direitos e obrigaes quanto s benfeitorias realizadas, com
consentimento do parceiro-outorgante, e quanto aos danos substanciais causados pelo
parceiro-outorgado por prticas predatrias na rea de explorao ou nas benfeitorias,
instalaes e equipamentos especiais, veculos, mquinas, implementos ou ferramentas a le
cedidos (art. 95, inciso XI, letra " c " e art.96, inciso V, letra " e " do Estatuto da Terra);
VII - observncia das seguintes normas, visando proteo social e econmica dos
arrendatrios e parceiros-outorgados (art.13, inciso V, da Lei n 4.974-66):

a) concordncia do arrendador ou do parceiro-outorgante, solicitao de crdito rural

feita pelos arrendatrios ou parceiros-outorgados (artigo 13, inciso V da Lei n 4.947-66);
b) cumprimento das proibies fixadas no art. 93 do Estatuto da Terra, a saber:
- prestao do servio gratuito pelo arrendatrio ou parceiro-outorgado;
- exclusividade da venda dos frutos ou produtos ao arrendador ou ao parceiro-outorgante;
- obrigatoriedade do beneficiamento da produo em estabelecimento determinado pelo
arrendador ou pelo parceiro-outorgante:
- obrigatoriedade da aquisio de gneros e utilidades em armazns ou barraes
determinados pelo arrendador ou pelo parceiro-outorgante;
- aceitao pelo parceiro-outorgado, do pagamento de sua parte em ordens, vales, bors,
ou qualquer outra forma regional substitutiva da moeda;
c) direito e oportunidade de dispor dos frutos ou produtos repartidos da seguinte forma
(art.96,inciso V, letra " f " do Estatuto da Terra):
- nenhuma das partes poder dispor dos frutos ou dos frutos ou produtos havidos antes de
efetuada a partilha, devendo o parceiro-outorgado avisar o parceiro-outorgante, com a
necessria antecedncia, da data em que iniciar a colheita ou repartio dos produtos
pecurios;
- ao parceiro-outorgado ser garantido o direito de dispor livremente dos frutos e produtos
que lhe cabem por fra do contrato;
- em nenhum caso ser dado em pagamento ao credor do cedente ou do parceirooutorgado, o produto da parceria, antes de efetuada a partilha.
Art 14. Os contratos agrrios, qualquer que seja o seu valor e sua forma podero ser
provados por testemunhas (artigo 92, 8, do Estatuto da Terra).
Art 15. A alienao do imvel rural ou a instituio de nus reais sbre le, no interrompe
os contratos agrrios, ficando o adquirente ou o beneficirio, sub-rogado nos direitos e
obrigaes do alienante ou do instituidor do nus (art.92, 5 do Estatuto da Terra).

Ass do parceiro outorgante_____________________________

Ass. Do parceiro outorgado_____________________________

CONTRATO DE PARCERIA PECURIA DE CORTE

1. PARTES CONTRATANTES
PARCEIRO
OUTORGANTE:
(Nome
do
Parceiro
Outorgante),
(Nacionalidade), (Profisso), (Estado Civil), portador da cdula
de
Identidade n ........ C.P.F. n ..............., residente e domiciliado na
Rua................,
n
.............,
bairro
.................,
cidade......................., Cep. .............., no Estado de........
PARCEIRO OUTORGADO: (Nome do Parceiro Outorgado), (Nacionalidade),
(Profisso), (Estado Civil), portador da cdulade Identidade n ...........,
C.P.F. n................, residente e domiciliado na rua.................,
n..................,
bairro
.................,
cidade
................,
Cep.
....................,
no
Estado
de................,
As partes acima identificadas tm, entre si, justo e contrartado
o presente Contrato de Parceria Pecuria, que se reger pelas
clusulas seguintes e pelas normas pertinentes da Lei n 4.504/64,

do Decreto n 59.566/66 e pelo Cdigo Civil no que for aplicvel

espcie.
Clusula primeira.Do objeto O presente contrato tem como
OBJETO, a criao (recriao ou engorda) de gado bovino de corte
concorrendo o parceiro outorgante com o gado e o parceiro
outorgado com a fazenda conforme a seguir se especifica.( se o
contrato for de recriao ou de engorda, diversas clusulas devero de adaptadas )
Pargrafo nico. O parceiro outorgante entrega ao parceiro
outorgado, no ato de assinatura deste contrato, ........... ( quantidade
por extenso) cabeas de gado.............................( descrever a espcie do
gado, idade e estado geral, nmero de matrizes e de reprodutores ), para serem
apascentadas e reproduzirem na fazenda de propriedade do parceiro
outorgado, localizada no municpio de ......................,( descrever a
localizao da fazenda), com rea de ................hectares, objeto da
matricula imobiliria n ......... do Registro de Imveis da Comarca
de ......................
(obs.A fazenda pode, tambm, ser arrendada pelo parceiro outorgado ou
simplesmente estar na pose deste a justo ttulo)

Clusula segunda. O parceiro outorgado se responsabiliza pelo

apascentamento, manejo e trato do gado bem como por todos os
cuidados necessrio inclusive de ordem sanitria, como vacinaes
preventivas, devendo, para tanto, alimentar de forma eficiente os
animais, seguindo as normas tcnicas e os usos e costumes locais,
enfim tratar com zelo e cuidado os animais que lhe so confiados.
Clusula terceira. O parceiro outorgado recebe o gado objeto da
parceria, descrito no pargrafo nico da clusula primeira, em
perfeitas condies sanitrias e normal estado de desenvolvimento,
dentro do padro tcnico para animais da espcie.
Clusula quarta. A parceria compreende o manejo, a alimentao, o
tratamento das doenas, o alojamento, e todo trato relacionado com
o
gado
por
parte
do
parceiro
outorgado.
Clusula quinta. O pastoreio do gado objeto desta parceria dever
ser feito pelo sistema (descrever o sistema de pastoreio, se extensivo,
intensivo, semiconfinamento etc.) observados os usos e costumes locais.
Clusula sexta. Os custos com a manuteno do rebanho e demais
gastos resultantes da parceria sero suportado pelas partes
contratantes
observado
o
seguinte
:
-por conta do parceiro outorgante: aquisio de sal, suplementos
minerais, medicamentos veterinrios, vacinas , produtos esses que
sero entregues em tempo oportuno, na sede da fazenda ,ou

repassado o valor correspondente ao parceiro outorgado, em

tempo hbil para que este os adquira (as partes devem acertar qual a
opo
que
desejam);
-por conta do parceiro outorgado:despesas com limpeza e
conservao dos pastos, manuteno de cercas, currais e demais
benfeitorias
da fazenda em geral, mo de obra, empregados,
encargos
trabalhistas
e
previdencirios;
(Obs.: nesta clusulas devero ser detalhados todos os encargos que cabero a
cada parte conforme for negociado).
Clusula stima. Da partilha. Caber ao parceiro outorgado
.......%(..................por cento) das crias , devendo a partilha ser
feita no ltimo dia do prazo de vigncia deste contrato, quando o
parceiro outorgante retirar da fazenda as matrizes e reprodutores de
sua propriedade juntamente com as crias que lhe couberem.
Clusula oitava. O parceiro outorgado se obriga a apresentar ao
parceiro outorgante relatrio mensal, por escrito, segundo modelo
previamente estabelecido, contento as principais ocorrncias na
execuo do presente contrato, principalmente perdas ocorridas e
respectivas causas, animais nascidos, vacinaes e outra medidas
profilticas,
providncias a cargo do parceiro outorgante que
necessitem ser implementadas etc.
Pargrafo nico. Comprovada a ocorrncia de perda por culpa
exclusiva do parceiro outorgado ou de seus prepostos ou
empregados, este fica obrigado a ressarcir o parceiro outorgante pelo
valor de mercado, salvo as ocorrncias de caso fortuito ou fora
maior.
Clusula nona. Renovao do contrato .O presente contrato s
ser renovado por igual perodo, mediante acordo expresso, aps a
partilha do produto da parceria, ficando excluida qualquer hiptese de
renovao ou prorrogao tcita.
Clusula dcima. Resciso. O
inadimplemento de qualquer
clusulas deste contrato, conferira parte contrria a faculdade de
declara-lo, unilateralmente, rescindido e de pleitear o ressarcimento
das perdas e danos, sem prejuzo da multa contratual adiante
convencionada.
1. No caso de extravio, perda ou desvio do gado de reproduo,
por culpa ou dolo do parceiro ouitorgado, as perdas e danos
compreendero a evoluo da reproduo segundo a taxa de desfrute
reconhecida na regio, que fica desde j estabelecida em ....%
(.............por cento).

 2. Se o extravio perda ou desvio ocorrer entre as crias, as perdas

e danos sero calculadas com base no valor de mercado por cabea
com a idade que teria na data do ressarcimento.
Clusula dcima primeira. Da multa contratual. A parte que
infringir quaisquer clusulas, pagar outra a multa no valor de
R$.....................(........................................................).
Clusula dcima segunda. Prazo. A presente parceria ter a
durao de ........................ meses, a iniciar-se no dia
......de...........................de ......, e findar-se no dia ..........
de...................de......., data em que sero devolvidas ao parceiro
outorgante as matrizes e reprodutores juntamente com as crias
que lhe couberem, independentemente de aviso, notificao,
interpelao ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial.
Clusula dcima terceira. Fica convencionado entre as partes que
nenhum animal produto da criao ser alienado ou retirado da
fazenda em que se encontra sem que se proceda previa partilha da
produo.

Clusula dcima quarta.O parceiro outorgado fica alertado que o

desvio ou alienao de qualquer nmero de cabea de gado de
reproduo ou cria, configura crime de apropriao indbita como tal
previsto no art.168 do Cdigo Penal.
Clusula dcima quinta.Responsabilidade fiscal e trabalhista.
Cabe ao parceiro outorgante a responsabilidade integral e exclusiva
pelos encargos ambientais, tributrios, trabalhistas e previdencirios
referentes propriedade e seus empregados, ficando assegurado ao
parceiro outorgante o direito de regresso caso venha a ser
responsabilizado solidria ou subsidiariamente por tais encargos.
Clusula dcima sexta Anexos
Fazem parte deste instrumento, como anexos I e II, a transcrio na
ntegra dos seguintes dispositivos legais que o acompanham e que as
partes declaram haver lido e, por isso, apem suas assinaturas:
-Artigos 92, 93, 94 e 96 da Lei n 5.504 de 1964 (Estatuto da Terra);
-Artigo 13 do Decreto n 59.566, de 1966.
Clusula dcima Stima. Foro. Elegem as parte o foro da comarca
de...................... , estado de Mato Grosso, para dirimir qualquer
demanda originria deste contrato, com renncia de qualquer.

Por estarem, assim justas e contratadas, firmam

as partes o presente instrumento, em duas vias de igual teor e forma,
juntamente
com
duas
testemunhas.
............................,

de .................................de ...............

...............................................................................
nome e assinatura do parceiro outorgante
...............................................................................
nome e assinatura do parceiro outorgado
Testemunhas:
1.Ass............................................................
Nome:
RG.....................................
CPF...............................................
2.Ass..............................................................
Nome:
RG.................................................
CPF................................................

ANEXO I
Lei n 5.404, de 1964
Art. 92. A posse ou uso temporrio da terra sero exercidos em virtude de contrato
expresso ou tcito, estabelecido entre o proprietrio e os que nela exercem atividade agrcola
ou pecuria, sob forma de arrendamento rural, de parceria agrcola, pecuria, agro-industrial e
extrativa, nos termos desta Lei.

 1 O proprietrio garantir ao arrendatrio ou parceiro o uso e gozo do imvel arrendado

ou cedido em parceria.
2 Os preos de arrendamento e de parceria fixados em contrato ...Vetado.. sero
reajustados periodicamente, de acordo com os ndices aprovados pelo Conselho Nacional de
Economia. Nos casos em que ocorra explorao de produtos com preo oficialmente fixado, a
relao entre os preos reajustados e os iniciais no pode ultrapassar a relao entre o novo
preo fixado para os produtos e o respectivo preo na poca do contrato, obedecidas as
normas do Regulamento desta Lei.
3 No caso de alienao do imvel arrendado, o arrendatrio ter preferncia para
adquiri-lo em igualdade de condies, devendo o proprietrio dar-lhe conhecimento da venda, a
fim de que possa exercitar o direito de perempo dentro de trinta dias, a contar da notificao
judicial ou comprovadamente efetuada, mediante recibo.
4 O arrendatrio a quem no se notificar a venda poder, depositando o preo, haver
para si o imvel arrendado, se o requerer no prazo de seis meses, a contar da transcrio do
ato de alienao no Registro de Imveis.
5 A alienao ou a imposio de nus real ao imvel no interrompe a vigncia dos
contratos de arrendamento ou de parceria ficando o adquirente sub-rogado nos direitos e
obrigaes do alienante.
6 O inadimplemento das obrigaes assumidas por qualquer das partes dar lugar,
facultativamente, resciso do contrato de arrendamento ou de parceria. observado o disposto
em lei.
7 Qualquer simulao ou fraude do proprietrio nos contratos de arrendamento ou de
parceria, em que o preo seja satisfeito em produtos agrcolas, dar ao arrendatrio ou ao
parceiro o direito de pagar pelas taxas mnimas vigorantes na regio para cada tipo de
contrato.
8 Para prova dos contratos previstos neste artigo, ser permitida a produo de
testemunhas. A ausncia de contrato no poder elidir a aplicao dos princpios estabelecidos
neste Captulo e nas normas regulamentares.
9 Para soluo dos casos omissos na presente Lei, prevalecer o disposto no Cdigo
Civil.
Art. 93. Ao proprietrio vedado exigir do arrendatrio ou do parceiro:
I - prestao de servio gratuito;
II - exclusividade da venda da colheita;
III - obrigatoriedade do beneficiamento da produo em seu estabelecimento;
IV - obrigatoriedade da aquisio de gneros e utilidades em seus armazns ou
barraces;
V - aceitao de pagamento em "ordens", "vales", "bors" ou outras formas regionais
substitutivas da moeda.
Pargrafo nico. Ao proprietrio que houver financiado o arrendatrio ou parceiro, por
inexistncia de financiamento direto, ser facultado exigir a venda da colheita at o limite do
financiamento concedido, observados os nveis de preos do mercado local.

Art. 94. vedado contrato de arrendamento ou parceria na explorao de terras de

propriedade pblica, ressalvado o disposto no pargrafo nico deste artigo.
Pargrafo nico. Excepcionalmente, podero ser arrendadas ou dadas em parceria terras
de propriedade pbica, quando:
a) razes de segurana nacional o determinarem;
b) reas de ncleos de colonizao pioneira, na sua fase de implantao, forem
organizadas para fins de demonstrao;
c) forem motivo de posse pacfica e a justo ttulo, reconhecida pelo Poder Pblico, antes
da vigncia desta Lei.
SEO III
Da Parceria Agrcola, Pecuria, Agro-Industrial e Extrativa
Art. 96. Na parceria agrcola, pecuria, agro-industrial e extrativa, observar-se-o os
seguintes princpios:
I - o prazo dos contratos de parceria, desde que no convencionados pelas partes, ser
no mnimo de trs anos, assegurado ao parceiro o direito concluso da colheita, pendente,
observada a norma constante do inciso I, do artigo 95;
II - expirado o prazo, se o proprietrio no quiser explorar diretamente a terra por conta
prpria, o parceiro em igualdade de condies com estranhos, ter preferncia para firmar novo
contrato de parceria;
III - as despesas com o tratamento e criao dos animais, no havendo acordo em
contrrio, correro por conta do parceiro tratador e criador;
IV - o proprietrio assegurar ao parceiro que residir no imvel rural, e para atender ao
uso exclusivo da famlia deste, casa de moradia higinica e rea suficiente para horta e criao
de animais de pequeno porte;
V - no Regulamento desta Lei, sero complementadas, conforme o caso, as seguintes
condies, que constaro, obrigatoriamente, dos contratos de parceria agrcola, pecuria, agroindustrial ou extrativa:
a) quota-limite do proprietrio na participao dos frutos, segundo a natureza de atividade
agropecuria e facilidades oferecidas ao parceiro;
b) prazos mnimos de durao e os limites de vigncia segundo os vrios tipos de
atividade agrcola;
c) bases para as renovaes convencionadas;
d) formas de extino ou resciso;
e) direitos e obrigaes quanto s indenizaes por benfeitorias levantadas com
consentimento do proprietrio e aos danos substanciais causados pelo parceiro, por prticas
predatrias na rea de explorao ou nas benfeitorias, nos equipamentos, ferramentas e
implementos agrcolas a ele cedidos;
f) direito e oportunidade de dispor sobre os frutos repartidos;

VI - na participao dos frutos da parceria, a quota do proprietrio no poder ser superior

a:

a) 20% (vinte por cento), quando concorrer apenas com a terra nua; (Redao dada pela
Lei n 11.443, de 2007).
b) 25% (vinte e cinco por cento), quando concorrer com a terra preparada; (Redao dada
pela Lei n 11.443, de 2007).
c) 30% (trinta por cento), quando concorrer com a terra preparada e moradia; (Redao
dada pela Lei n 11.443, de 2007).
d) 40% (quarenta por cento), caso concorra com o conjunto bsico de benfeitorias,
constitudo especialmente de casa de moradia, galpes, banheiro para gado, cercas, valas ou
currais, conforme o caso; (Redao dada pela Lei n 11.443, de 2007).
e) 50% (cinqenta por cento), caso concorra com a terra preparada e o conjunto bsico de
benfeitorias enumeradas na alnea d deste inciso e mais o fornecimento de mquinas e
implementos agrcolas, para atender aos tratos culturais, bem como as sementes e animais de
trao, e, no caso de parceria pecuria, com animais de cria em proporo superior a 50%
(cinqenta por cento) do nmero total de cabeas objeto de parceria; (Redao dada pela Lei
n 11.443, de 2007).
f) 75% (setenta e cinco por cento), nas zonas de pecuria ultra-extensiva em que forem os
animais de cria em proporo superior a 25% (vinte e cinco por cento) do rebanho e onde se
adotarem a meao do leite e a comisso mnima de 5% (cinco por cento) por animal vendido;
(Redao dada pela Lei n 11.443, de 2007).
g) nos casos no previstos nas alneas anteriores, a quota adicional do proprietrio ser
fixada com base em percentagem mxima de dez por cento do valor das benfeitorias ou dos
bens postos disposio do parceiro;
VII - aplicam-se parceria agrcola, pecuria, agropecuria, agro-industrial ou extrativa as
normas pertinentes ao arrendamento rural, no que couber, bem como as regras do contrato de
sociedade, no que no estiver regulado pela presente Lei.
Pargrafo nico. Os contratos que prevejam o pagamento do trabalhador, parte em
dinheiro e parte percentual na lavoura cultivada, ou gado tratado, so considerados simples
locao de servio, regulada pela legislao trabalhista, sempre que a direo dos trabalhos
seja de inteira e exclusiva responsabilidade do proprietrio, locatrio do servio a quem cabe
todo o risco, assegurando-se ao locador, pelo menos, a percepo do salrio-mnimo no
cmputo das duas parcelas.
VIII - o proprietrio poder sempre cobrar do parceiro, pelo seu preo de custo, o valor de
fertilizantes e inseticidas fornecidos no percentual que corresponder participao deste, em
qualquer das modalidades previstas nas alneas do inciso VI do caput deste artigo; (Includo
pela Lei n 11.443, de 2007).
IX - nos casos no previstos nas alneas do inciso VI do caput deste artigo, a quota
adicional do proprietrio ser fixada com base em percentagem mxima de 10% (dez por
cento) do valor das benfeitorias ou dos bens postos disposio do parceiro. (Includo pela Lei
n 11.443, de 2007).

 1o Parceria rural o contrato agrrio pelo qual uma pessoa se obriga a ceder outra,
por tempo determinado ou no, o uso especfico de imvel rural, de parte ou partes dele,
incluindo, ou no, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser
exercida atividade de explorao agrcola, pecuria, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista;
e/ou lhe entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extrao de matrias-primas
de origem animal, mediante partilha, isolada ou cumulativamente, dos seguintes riscos:
(Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
I - caso fortuito e de fora maior do empreendimento rural; (Includo pela Lei n 11.443, de
2007).
II - dos frutos, produtos ou lucros havidos nas propores que estipularem, observados os
limites percentuais estabelecidos no inciso VI do caput deste artigo; (Includo pela Lei n
11.443, de 2007).
III - variaes de preo dos frutos obtidos na explorao do empreendimento rural.
(Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
2o As partes contratantes podero estabelecer a prefixao, em quantidade ou volume,
do montante da participao do proprietrio, desde que, ao final do contrato, seja realizado o
ajustamento do percentual pertencente ao proprietrio, de acordo com a produo. (Includo
pela Lei n 11.443, de 2007).
3o Eventual adiantamento do montante prefixado no descaracteriza o contrato de
parceria. (Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
4o Os contratos que prevejam o pagamento do trabalhador, parte em dinheiro e parte
em percentual na lavoura cultivada ou em gado tratado, so considerados simples locao de
servio, regulada pela legislao trabalhista, sempre que a direo dos trabalhos seja de inteira
e exclusiva responsabilidade do proprietrio, locatrio do servio a quem cabe todo o risco,
assegurando-se ao locador, pelo menos, a percepo do salrio mnimo no cmputo das 2
(duas) parcelas. (Includo pela Lei n 11.443, de 2007).
5o O disposto neste artigo no se aplica aos contratos de parceria agroindustrial, de
aves e sunos, que sero regulados por lei especfica. (Includo pela Lei n 11.443, de 2007).

Ass. do parceiro outorgante____________________________________

Ass. do parceiro outorgado_____________________________________

ANEXO II
Decreto n 59.566, de 1966
Art 13. Nos contratos agrrios, qualquer que seja a sua forma, contaro obrigatoriamente,
clausulas q ue assegurem a conservao dos recursos naturais e a proteo social e

econmica dos arrenda t rios e dos parceiros-outorgados a saber (Art.

da Lei n 4.947-66);

13, incisos III e V

I - Proibio de renncia dos direitos ou vantagens estabelecidas em Leis ou

Regulamentos, por parte dos arredentrios e parceiros-outorgados (art.13, inciso IV da Lei
nmero 4.947-66);
II - Observncia das seguintes normas, visando a conservao dos recursos naturais:
a) prazos mnimos, na forma da alnea " b ", do inciso XI, do art. 95 e da alnea " b ", do
inciso V, do art. 96 do Estatuto da Terra:
- de 3 (trs), anos nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de explorao de
lavoura temporria e ou de pecuria de pequeno e mdio porte; ou em todos os casos de
parceria;
- de 5 (cinco), anos nos casos de arrendamento em que ocorra atividade de explorao de
lavoura permanente e ou de pecuria de grande porte para cria, recria, engorda ou extrao de
matrias primas de origem animal;
- de 7 (sete), anos nos casos em que ocorra atividade de explorao florestal;
b) observncia, quando couberem, das normas estabelecidas pela Lei nmero 4.771, de
15 de setembro de 1965, Cdigo Florestal, e de seu Regulamento constante do Decreto 58.016
de 18 de maro de 1966;
c) observncia de prticas agrcolas admitidas para os vrios tipos de exportao
intensiva e extensiva para as diversas zonas tpicas do pas, fixados nos Decretos nmero
55.891, de 31 de maro de 1965 e 56.792 de 26 de agsto de 1965.
III - Fixao, em quantia certa, do preo do arrendamento, a ser pago em dinheiro ou no
seu equivalente em frutos ou produtos, na forma do art. 95, inciso XII, do Estatuto da Terra e do
art. 17 dste Regulamento, e das condies de partilha dos frutos, produtos ou lucros havidos
na parceria, conforme preceitua o art.96 do Estatuto da Terra e o art. 39 dste Regulamento.
IV - Bases para as renovaes convencionadas seguido o disposto no artigo 95, incisos IV
e V do Estatuto da Terra e art. 22 dste Regulamento.
V - Causas de extino e resciso, de acrdo com o determinado nos artigos 26 a 34
dste Regulamento;
VI - Direito e formas de indenizao quanto s benfeitorias realizadas, ajustadas no
contrato de arrendamento; e, direitos e obrigaes quanto s benfeitorias realizadas, com
consentimento do parceiro-outorgante, e quanto aos danos substanciais causados pelo
parceiro-outorgado por prticas predatrias na rea de explorao ou nas benfeitorias,
instalaes e equipamentos especiais, veculos, mquinas, implementos ou ferramentas a le
cedidos (art. 95, inciso XI, letra " c " e art.96, inciso V, letra " e " do Estatuto da Terra);
VII - observncia das seguintes normas, visando proteo social e econmica dos
arrendatrios e parceiros-outorgados (art.13, inciso V, da Lei n 4.974-66):

a) concordncia do arrendador ou do parceiro-outorgante, solicitao de crdito rural

feita pelos arrendatrios ou parceiros-outorgados (artigo 13, inciso V da Lei n 4.947-66);
b) cumprimento das proibies fixadas no art. 93 do Estatuto da Terra, a saber:
- prestao do servio gratuito pelo arrendatrio ou parceiro-outorgado;
- exclusividade da venda dos frutos ou produtos ao arrendador ou ao parceiro-outorgante;
- obrigatoriedade do beneficiamento da produo em estabelecimento determinado pelo
arrendador ou pelo parceiro-outorgante:
- obrigatoriedade da aquisio de gneros e utilidades em armazns ou barraes
determinados pelo arrendador ou pelo parceiro-outorgante;
- aceitao pelo parceiro-outorgado, do pagamento de sua parte em ordens, vales, bors,
ou qualquer outra forma regional substitutiva da moeda;
c) direito e oportunidade de dispor dos frutos ou produtos repartidos da seguinte forma
(art.96,inciso V, letra " f " do Estatuto da Terra):
- nenhuma das partes poder dispor dos frutos ou dos frutos ou produtos havidos antes de
efetuada a partilha, devendo o parceiro-outorgado avisar o parceiro-outorgante, com a
necessria antecedncia, da data em que iniciar a colheita ou repartio dos produtos
pecurios;
- ao parceiro-outorgado ser garantido o direito de dispor livremente dos frutos e produtos
que lhe cabem por fra do contrato;
- em nenhum caso ser dado em pagamento ao credor do cedente ou do parceirooutorgado, o produto da parceria, antes de efetuada a partilha.
Art 14. Os contratos agrrios, qualquer que seja o seu valor e sua forma podero ser
provados por testemunhas (artigo 92, 8, do Estatuto da Terra).
Art 15. A alienao do imvel rural ou a instituio de nus reais sbre le, no interrompe
os contratos agrrios, ficando o adquirente ou o beneficirio, sub-rogado nos direitos e
obrigaes do alienante ou do instituidor do nus (art.92, 5 do Estatuto da Terra).

Ass do parceiro outorgante_____________________________

Ass. Do parceiro outorgado_____________________________