Bamidbar

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Poro Semanal: Bamidbar

Bamidbar 1:1 - 4:20

A Parash Bamidbar, a primeira poro do quarto livro da Tor,


est principalmente envolvida com o recenseamento do povo
judeu feito no segundo ms de seu segundo ano no deserto. Aps
relacionarem os lderes das doze tribos de Israel, a Tor
apresenta os totais de homens entre as idades de 20 e 60 anos
para cada tribo, sendo que a contagem totalizou 603.550.
A estrutura do acampamento ento descrita, com a tribo de Levi
no meio, guardando o Mishcan, Tabernculo, e cercada pelas
doze tribos de Israel, cada uma na rea que lhe foi designada.
feita a designao da tribo de Levi como os lderes espirituais do
povo judeu, e seu prprio censo realizado, parte do restante
de Israel.
A poro da Tor conclui com as instrues dadas famlia de
Kehat, o segundo filho de Levi, pelo seu papel em lidar com as
partes mais sagradas do Mishcan.
Mensagem da Parash
Na poro desta semana de Bamidbar, encontramos um Midrash
fascinante no primeiro versculo: "E D'us falou a Mosh no deserto
do Sinai." O Midrash explica que a Tor foi outorgada em
associao com trs coisas - fogo, gua e no deserto.
Rabi Meir Shapiro d uma bela explicao sobre a importncia
destas trs coisas. Explica que o trao de carter que destacou o
povo judeu desde o incio o esprito de auto-sacrifcio. Isso tem
sido sempre evidente em nosso cumprimento das leis da Tor e
em nossa aderncia sua f.
Avraham, o primeiro de nossos Patriarcas, permitiu-se ser atirado
a uma fornalha ardente por ter quebrado os dolos de seu pai, e foi
salvo apenas por um verdadeiro milagre de D'us. Por este ato, ele
conferiu a todas as geraes futuras a vontade e a fora de morrer
por seu judasmo. Algumas pessoas poderiam argumentar que
este foi um ato de herosmo isolado de um indivduo notvel.
Deveriam ento considerar um segundo exemplo envolvendo todo
o povo judeu. Quando o Mar Vermelho foi dividido, o povo judeu
marchou como uma s nao para as guas enraivecidas, a um
comando do Criador.
claro que algum poderia argumentar ainda que este teste
ocorreu em um perodo de tempo relativamente curto. Deixemos
ento que considerem o terceiro exemplo, o fato de toda a nao
judaica voluntariamente entrar no deserto sem comida ou bebida,
no sabendo quanto tempo teriam de l permanecer. Fizeram isso
apenas por amor e lealdade a D'us, como est escrito em
Yirmiyhu "Lembro-Me da afeio de tua juventude... como

seguiram-Me no deserto, numa terra que no era semeada" (2:1).


Foi em virtude destes trs testes - pelo fogo, gua e deserto - que
a Tor foi outorgada ao povo judeu como sua possesso eterna. A
disposio para desistir de suas vidas pela sua crena em D'us,
assegurou nossa sobrevivncia at os dias de hoje.
Por que a Tor especifica as datas e locais nos quais D'us falou
com Mosh?
O livro de Bamidbar inicia com: "E D'us falou com Mosh no
deserto do Sinai, no Tabernculo, no primeiro dia do segundo ms
[Iyar], no segundo ano aps terem sado da terra do Egito."
D'us falou com Mosh centenas de vezes, e geralmente a Tor
no especifica a data. Por qu, ento, o faz aqui?
Sr. XY, famoso milionrio, conhecido por possuir diversos
arranha-cus, grandes parcelas de aes em firmas de grande
porte, alm de fazendas e ranchos, no conseguia encontrar
satisfao em sua vida pessoal. Ele acabara de divorciar-se da
segunda esposa, filha de um rico magnata do petrleo, que
amargurara sua vida com incessantes reclamaes. Divorciara-se
da primeira esposa anos antes, pois ela lhe fora infiel. Raramente
falava destes casamentos, e quando indagado por reprteres
curiosos, recusava-se a divulgar detalhes. Guardava em segredo
as datas de seu casamento e divrcio, e ao pedirem-lhe para
mostrar os contratos de casamento, negava possuir tais
documentos.
Anos depois, os amigos sugeriram-lhe um partido que, apesar de
no usual para um homem em sua posio, sem sombra de
dvidas provaria ser bem sucedido. A moa em questo era
pobre, mas de nobre estirpe e carter refinado.
Aps investigar e comprovar que tudo o que fora dito a respeito da
jovem era verdade, exclamou: "Desta vez encontrei minha
verdadeira esposa e alma gmea! Anunciarei publicamente a data
do casamento, e certamente lhe darei um contrato nupcial!"
Depois de criar a humanidade, D'us, por assim dizer, desapontouSe com uma gerao aps a outra. A gerao do Dilvio rebelouse contra Ele, assim como a gerao da Torre de Bavel. Por isso,
a Tor atenua a ascenso e queda destas e de geraes que lhes
sucederam, sem revelar as datas exatas de seu surgimento ou
desaparecimento no decurso da histria. Da mesma forma, a Tor
no registra quando tiveram lugar as destruies da gerao da
Torre de Bavel ou de Sodoma, tampouco quando ocorreram as
Dez Pragas e o afogamento dos egpcios.
Em relao aos judeus, contudo, D'us exclamou: "So diferentes
das geraes anteriores; so filhos de Avraham, Yitschac e
Yaacov! Sei que sero fiis a Mim!"
Portanto, disse a Mosh: "Registre na Tor o dia, ms, ano e
localidade exatas de quando os elevei grandeza."
A Tor (Bamidbar 1:1) especifica a data e locais precisos de
quando D'us dirigiu-se a Mosh, da mesma forma que esses

detalhes esto registrados num contrato matrimonial.


Bamidbar
Por que a Tor especifica
as datas e locais nos
As bandeiras dos quatro
quais D'us falou com
grupos
Mosh?
Por que D'us revelou a
Tor no deserto

D'us ordena a Mosh para


contar a tribo Levi

D'us ordena a Mosh que Os levitas so designados


faa a contagem do povo como carregadores do
judeu
Tabernculo
A famlia Kehat carregava
Os israelitas so contados
os recipientes sagrados
pela quarta vez
do Tabernculo
Os trs acampamentos no
deserto

Imprima o Midrash completo

Por que a Tor especifica as datas e locais nos


quais D'us falou com Mosh?
O livro de Bamidbar inicia com: "E D'us falou com
Mosh no deserto do Sinai, no Tabernculo, no
primeiro dia do segundo ms [Iyar], no segundo ano
aps terem sado da terra do Egito."
D'us falou com Mosh centenas de vezes, e
geralmente a Tor no especifica a data. Por qu,
ento, o faz aqui?
Sr. XY, famoso milionrio, conhecido por possuir
diversos arranha-cus, grandes parcelas de aes em
firmas de grande porte, alm de fazendas e ranchos,
no conseguia encontrar satisfao em sua vida
pessoal. Ele acabara de divorciar-se da segunda
esposa, filha de um rico magnata do petrleo, que
amargurara sua vida com incessantes reclamaes.
Divorciara-se da primeira esposa anos antes, pois ela
lhe fora infiel. Raramente falava destes casamentos, e
quando indagado por reprteres curiosos, recusava-se
a divulgar detalhes. Guardava em segredo as datas de
seu casamento e divrcio, e ao pedirem-lhe para
mostrar os contratos de casamento, negava possuir
tais documentos.
Anos depois, os amigos sugeriram-lhe um partido que,
apesar de no usual para um homem em sua posio,
sem sombra de dvidas provaria ser bem sucedido. A
moa em questo era pobre, mas de nobre estirpe e
carter refinado.
Aps investigar e comprovar que tudo o que fora dito a
respeito da jovem era verdade, exclamou: "Desta vez
encontrei minha verdadeira esposa e alma gmea!
Anunciarei publicamente a data do casamento, e

certamente lhe darei um contrato nupcial!"


Depois de criar a humanidade, D'us, por assim dizer,
desapontou-Se com uma gerao aps a outra. A
gerao do Dilvio rebelou-se contra Ele, assim como
a gerao da Torre de Bavel. Por isso, a Tor atenua a
ascenso e queda destas e de geraes que lhes
sucederam, sem revelar as datas exatas de seu
surgimento ou desaparecimento no decurso da histria.
Da mesma forma, a Tor no registra quando tiveram
lugar as destruies da gerao da Torre de Bavel ou
de Sodoma, tampouco quando ocorreram as Dez
Pragas e o afogamento dos egpcios.
Em relao aos judeus, contudo, D'us exclamou: "So
diferentes das geraes anteriores; so filhos de
Avraham, Yitschac e Yaacov! Sei que sero fiis a
Mim!"
Portanto, disse a Mosh: "Registre na Tor o dia, ms,
ano e localidade exatas de quando os elevei
grandeza."
A Tor (Bamidbar 1:1) especifica a data e locais
precisos de quando D'us dirigiu-se a Mosh, da mesma
forma que esses detalhes esto registrados num
contrato matrimonial.
Por que D'us revelou a Tor no deserto
O livro de Bamidbar e por conseguinte esta
parash iniciam-se com as palavras: "Bemidbar
Sinai - no deserto de Sinai". Isto vem nos indicar
que D'us escolheu propositadamente um deserto
para outorgar-nos a Tor.
H diversas razes pelas quais D'us preferiu o
deserto terra habitada. Dentre essas:
Se a Tor tivesse sido outorgada na Terra de
Israel, seus habitantes teriam reivindicado uma
relao especial com a Tor. D'us falou num local
onde todos podem Ter livre acesso. Isto nos ensina
que cada um possui uma poro na Tor igual a de
todos os seus semelhantes.
Revelando a Tor no deserto, D'us nos ensina que
a fim de tornar-se grande no estudo da Tor, a
pessoa deve fazer-se semelhante ao deserto - ou
seja, sem dono ou proprietrio.
Estas palavras implicam:
1. Como o deserto de livre acesso e trnsito para
todos, da mesma forma um judeu deve ser humilde.
Humildade a percepo da pequenez da pessoa. uma virtude
necessria para obter sucesso no estudo da Tor, e para uma vida feliz

neste mundo.
Vantagens da humildade em relao Tor:
Para progredir em Tor, deve-se procurar a
companhia dos estudiosos, que so mais sbios, e
aprender deles. Uma pessoa arrogante no aceita
conselho e orientao de outros.
Algum que est convencido de sua prpria
superioridade no se empenhar em cumprir as
mitsvot que no considera importantes, nem
investir muitos esforos em preencher os detalhes
requeridos por outras.
D'us gosta das pessoas humildes, pois
constantemente revisam seus atos, a fim de
corrigir seus erros. Uma pessoa arguta, no entanto,
no aberta crticas, nem tem senso de
autocrtica. Por isso, est longe de fazer teshuv.
Benefcios gerais da humildade:
Uma pessoa humilde aproveita a vida, a despeito
das circunstncias materiais; enquanto uma
pessoa arrogante no est satisfeita com seu
quinho. O presunoso est convencido de que
D'us e seus semelhantes lhe devem por seus
talentos, contribuies ou mritos. Ele no
suficientemente recompensado com
reconhecimento ou dinheiro; sofre de
descontentamento e frustrao.
Se o infortnio atinge uma pessoa arrogante, ela
se ressente demais. Uma pessoa humilde, por
outro lado, consegue superar os problemas,
inconvenincias e situaes desagradveis da
vida.
Uma pessoa humilde faz amigos; uma pessoa que
se sente o centro do universo, no. Ela no pode
perdoar aqueles que a insultam, ou no a tratam
com deferncia e como resultado, dificulta sua
aproximao e relacionamento com outras.
2. "Parecendo-se com o deserto" tambm implica
que um judeu deve estar pronto a sacrificar
conforto material em prol da Tor. O conceito de
"deserto" sugere o oposto civilizao, com seus
luxos e confortos materiais. Um judeu pode esperar
progredir no estudo da Tor e cumprimento das
mitsvot somente se estiver preparado para fazer
algum sacrifcios em assuntos terrenos.
Na maioria das vezes, impossvel atingir a
perfeio em todas as reas. Por exemplo, difcil
um homem ser tremendamente bem sucedido nos
negcios, e, ao mesmo tempo, altamente criativo

nos estudos dirios da Tor; uma famlia pode se


ver obrigada a escolher entre o tipo de frias que
quer, ou uma cara educao em yeshivot para seus
filhos, e assim por diante.
3. Outra caracterstica do deserto sua vastido
vazia. Da mesma forma, o intelecto do homem deve
parecer como a imensido vazia do deserto, livre
de elementos estranhos, antes que os
pensamentos da Tor possam l deitar razes.
Um rei conquistou um novo pas e anexou-o a seu
reino. Desejava que seus habitantes submetessemse a seu cdigo de leis, e por isso anunciou que
visitaria uma das cidades, a fim de ser reconhecido
como novo regente.
Contudo, quando a carruagem real chegou, no foi
recebida pela to esperada multido. O rei viajou
atravs de ruas totalmente desertas, onde no se
via viva alma.
Esta cidade era habitada por prsperos
mercadores. Alguns temiam que o novo legislador
aumentasse os impostos, outros estavam
envolvidos em negcios escusos e temiam que o
rei acabasse com as fraudes, ou, pior, punisse-os.
O rei percebeu que a populao desta cidade no
queria reconhecer sua autoridade. Assim sendo,
proclamou que visitaria outra cidade no dia
seguinte.
O bizarro espetculo do primeiro dia repetiu-se,
no havia ningum vista para saud-lo.
O rei ento notou que os prsperos cidados do
recm-conquistado territrio no se submeteriam
sua autoridade de boa vontade. Ele deveria aliciar
seguidores entre os menos afortunados. Percorreu
ento as cercanias de cidades que haviam sido
devastadas, cujos habitantes perderam as posses e
fortunas.
Quando os destitudos ouviram acerca da iminente
chegada do rei, rejubilaram-se. Um regente
significava esperana para o futuro. Investiria
recursos para reconstruir seus lares e fazendas
devastados; e os empregaria a seus servios. No
tinham dinheiro que o rei pudesse confiscar, nem
negcios que desaprovaria. Assim, no dia seguinte,
uma multido ruidosa saudou o rei.
D'us considerou as montanhas como possvel local
para dar a Tor, mas estas "saltaram como
cordeiros" (Tehilim 114:4). Fugiram, pois sabiam
que no eram merecedoras de participar de tal
Revelao, uma vez que esttuas de dolos foram

colocadas em seu topo.


Finalmente, a Shechin aproximou-se do deserto, e
este no se retirou. Poderia receber o TodoPoderoso sem medo ou vergonha, pois estava
totalmente desnudo, imaculado de qualquer
mancha de idolatria.
Desta forma, D'us escolheu o deserto para a
outorga da Tor.
Assim tambm, a pessoa pode adquirir a sabedoria
da Tor somente se preparar seu intelecto para
receb-la. Deve eliminar qualquer pensamentos,
idias ou desejos que so anttese da Tor; deve
transformar sua mente em deserto. Ento a
Shechin poder entrar.
D'us ordena a Mosh que faa a contagem do povo judeu
O Tabernculo foi consagrado por oito dias. O ltima dia da consagrao foi o primeiro dia de
Nissan do ano 2449.
Exatamente um ms mais tarde, D'us ordenou a Mosh: "Conte os homens dos filhos de Israel
entre vinte e sessenta anos de idade e anote o total de cada tribo."
"Cada judeu que for contado deve provar a qual tribo pertence. Uma vez que a tarefa de
registrar centenas de milhares de pessoas gigantesca, seu irmo Aharon o ajudar."
Aharon no havia sido ordenado a participar do ltimo censo, logo aps o pecado do bezerro
de ouro, para evitar que as pessoas comentassem: "Primeiro, ele faz um bezerro de ouro, e
agora conta quantos sobreviveram praga que se seguiu."
D'us continuou: "Os lderes das tribos tambm ajudaro na contagem."
Como foi cumprida a ordem de D'us
Mosh reuniu imediatamente os doze lderes das tribos. Disse a eles: "D'us ordenou-lhes que
me ajudassem na contagem do povo. Vamos convocar uma assemblia e comunicar a todos a
ordem de D'us!"
Todos os judeus se reuniram. Mosh lhes disse: "Todos os homens acima de vinte anos devem
se perfilar em frente a mim, Aharon, e os lderes das tribos. Cada homem dever trazer consigo
uma moeda de meio-shekel e os documentos para provar a qual tribo seu pai pertence."
"A contagem comear com a tribo de Reuven."
Por que Mosh ordenou que cada judeu doasse uma moeda? proibido contar diretamente
pessoas; ao invs disso, contariam moedas, pois a bno Divina no paira sobre algo que foi
contado ou medido.
Naquele mesmo dia o censo comeou.
Isto demonstra a grande ansiedade e felicidade com as quais os lderes cumprem uma mitsv.
Geralmente, quando um censo est para se realizar, os oficiais envolvidos encontram-se
primeiro, para discutir e organizar a empreitada. Certamente seria justificvel que levassem um
bom tempo para planejar uma tarefa to elaborada. Mosh, Aharon e os lderes, em seu zelo

por obedecer a D'us, dispensaram os preparativos e, com coordenada eficincia, comearam o


censo naquele mesmo dia.
O primeiro a ser contado entregou sua moeda e disse, por exemplo: "Meu nome Shemay
filho de Yoel."
"Prove que seu pai da tribo Reuven," disseram-lhe. Shemay mostrou-lhes uma cpia de sua
rvore genealgica. Trouxe tambm duas testemunhas para provar que era filho de Yoel da
tribo Reuven.
Todavia, levou vrios dias para completar o censo de uma populao to numerosa.
O nome e ascendncia de cada judeu com idade entre vinte e sessenta anos foram
registradas. A populao de cada Tribo foi computada, e o nmero total do povo determinado:
603.550 homens com idade entre vinte e sessenta anos.
A santidade da nao judaica
Quando D'us deu a Tor ao povo judeu, as outras naes do mundo ficaram com inveja. "Por
que eles merecem receber a Tor mais do que ns?" - reclamaram.
D'us respondeu: "Os judeus tm um grande mrito. Suas mulheres desposam apenas homens
judeus, mesmo durante o tempo em que viveram entre os egpcios. Cada marido judeu
permanecia fiel sua mulher, e cada mulher ao seu marido."
Para mostrar a todas as naes a grandeza do povo judeu, D'us, em voz alta e ressonante,
ordenou a Mosh: "Conte os judeus e estabelea a tribo de cada um!" Todas as naes do
mundo ouviram a ordem. Entenderam, ento, a grandeza do povo judeu.
Os israelitas so contados pela quarta vez
Esta era a quarta vez que os judeus eram contados.
1. Inicialmente, a Tor registra que os membros da famlia de Yaacov que desceram ao Egito
era de setenta.
2. A Tor declara que seiscentos mil homens deixaram o Egito.
Essas cifras indicam que o povo judeu multiplicou-se de maneira milagrosa no Egito. Devido
Providncia Especial de D'us, o pequeno cl de Yaacov, a despeito de planos inimigos para
extermin-lo, tornou-se miraculosamente uma nao que compreendia milhes de almas.
3. Aps o pecado do bezerro de ouro, a onze de Tishrei de 2448, os israelitas foram contados
pela terceira vez.
O censo foi tomado como um sinal do amor nutrido por D'us e Sua preocupao com os judeus
- mesmo aps o pecado.
4. Agora, o primeiro de Iyar de 2449, quase sete meses aps o ltimo censo, o povo foi
contado novamente.
No houve mudanas desde a ltima contagem. Por que D'us ordenou o censo?
Os objetivos desta contagem
D'us ordenou este censo por diversas razes.

Eis aqui algumas:


1 - O objetivo principal desta contagem era apurar os ancestrais de cada indivduo,
determinando assim sua tribo. Mais adiante, nesta parash, o povo judeu ser ordenado a
formar grupos (de acordo com suas tribos). Estes grupos acampariam e viajariam numa
determinada ordem sob estandartes. Portanto, era necessrio determinar a qual tribo cada
judeu pertencia.
2 - O povo logo adentraria a Terra Santa. D'us ordenou esta contagem para descobrir quantos
homens serviriam no exrcito e poderiam ajudar na conquista do pas.
3 - Quando o Tabernculo foi consagrado, a Presena de D'us desceu do cu para repousar na
terra. Um rei conta seu exrcito no dia em que coroado para saber quantos soldados tem. Da
mesma forma, D'us pediu a Mosh para descobrir o nmero de judeus no qual Sua Shechin
(Presena Divina) poderia repousar.
D'us diz: "Sempre que o total do povo judeu mencionado, fico contente, pois representa o
nmero de soldados em Meu exrcito, que cumprem Minha Vontade no mundo."
noite, o homem de negcios voltou exausto para casa. Havia sido um dia catico e exaustivo
- telefonemas, memorandos, pedidos, enviar mercadorias. Ele queria apenas ter um bom jantar
e cair na cama. No obstante, primeiro dedicou tempo para fazer algo em especial. Apesar de
tomar tempo e exigir concentrao, proporcionava-lhe muito prazer. Tirou de sua maleta os
cheques e boletos bancrios que juntou durante o dia, contando-os diversas vezes.
Esquecendo-se de seu cansao, encheu-se de satisfao e prazer.
A pessoa investe tempo e esforo para inspecionar e contar objetos que lhe so preciosos.
Quanto mais valioso o item, mais cuidadosamente ele o verificar.
O Todo-Poderoso conta o povo judeu freqentemente, demonstrando que a Seus prprios
olhos cada indivduo essencial. Portanto, a Tor detalha extensamente os nmeros do povo
judeu. Apenas na parash de Bamidbar h quatro listagens diferentes do nmero de judeus.
Outra razo pela qual D'us queria que os judeus fossem contados
Imagine que voc est entre as pessoas que so contadas no deserto. Ficaria perante Mosh,
Aharon e os lderes das tribos. Qual a sensao? No uma experincia emocionante? Voc
est face a face com os lderes de Tor da nao judaica.
aproximao de cada um, Mosh - o grande profeta de D'us - e Aharon - o sagrado Sumo
Sacerdote - escutavam o nome da pessoa, olhavam-na, e silenciosamente a abenoavam.
Desta maneira, cada judeu ganhava o mrito de ser abenoado pelos homens mais notveis
da nao. Cada pessoa sentia quo importante era aos olhos de D'us.
D'us deseja que percebamos como cada pessoa merece Sua considerao e apreo.
Bamidbar denominado o Livro de Nmeros
O Livro de Bamidbar tambm chamado de "Livro de Nmeros". Contm um censo detalhado
nesta parash, e outro na parash de Pinechas. O ttulo, "Livro de Nmeros", assinala
novamente a importncia que D'us d a contagem do povo judeu, pois esse ato realmente
uma expresso de Seu amor por eles.
Qual o resultado da contagem?

Demorou um longo tempo at que Mosh, Aharon e os lderes das tribos recebessem e
contassem as moedas. Quando todas foram contadas, Mosh obteve estes resultados:
Tribo

Nmero de homens

Reuven

46.500

Shimon

59.300

Gad

45.650

Yehud

74.600

Yissachar

54.400

Zevulun

57.400

Efrayim

40.500

Menash

32.200

Binyamin

35.400

Dan

62.700

Asher

41.500

Naftali

53.400

Total

603.550

Foram contados 603.550 homens acima de vinte anos no ms de Iyar de 2449.


Na relao acima, h uma tribo faltando, a tribo de Levi. Foi contada separadamente, como
explicaremos adiante.
A Tor pro
Os trs acampamentos no deserto
Havia trs campos separados no deserto:
1 - O Campo da Divina Presena (Machan Shechin)
Este era o nome dado rea do Tabernculo. Os outros dois
circundavam este acampamento.
2 - O acampamento dos Levitas (Machan Leviya)
Os levitas acampavam ao redor de todos os lados do Tabernculo.
A cada uma das famlias levitas era designado um local fixo. As
famlias de Mosh e Aharon foram honradas e acampavam
entrada do Tabernculo. Eram como guardas postados entrada
do palcio do rei. Sendo que D'us havia ordenado: "Vocs devem
guardar o Tabernculo," os cohanim e os leviyim tinham de montar
guarda em alguns locais volta do Tabernculo, mesmo durante a
noite.
Naturalmente, D'us no precisa de guardas para vigiar Seu local
sagrado. Ele sozinho pode proteg-lo melhor que qualquer guarda
humano jamais poderia. Mesmo assim, Ele ordenou que os levitas
vigiassem o Tabernculo. Como um rei humano tem seu palcio

rodeado de guardas, para prestar-lhe honras, D'us deu aos judeus


outra oportunidade de honr-Lo e a Seu Tabernculo.
3 - O acampamento dos Israelitas (Machan Yisrael)
Este acampamento rodeava o acampamento Levita. Como
explicaremos na prxima seo, trs tribos acampavam em cada
um dos quatro lados.
Como foi organizado o acampamento dos Israelitas
No mesmo dia em que D'us ordenou a Mosh que contasse o povo
judeu, disse-lhe tambm: "Quero que organize o acampamento
exterior. Divida as tribos em quatro grupos conforme minhas
instrues. Cada grupo acampar num lado diferente do
Tabernculo, sob sua prpria bandeira. Uma tribo de cada grupo
ser a lder."
Eis como D'us disse a Mosh para dividir os quatro grupos:
1 - O primeiro grupo foi denominado "Dguel Machan Yehud".
Acampou no lado leste. A tribo de Yehud seria a tribo lder desta
poro.
Neste grupo tambm estariam Yissachar e Zevulun.
2 - O segundo grupo foi denominado "Dguel Machan Reuven."
Acampou no lado sul. A tribo Reuven seria a tribo lder daquele
lado.
Neste grupo tambm estariam: Shimon e Gad.
3 - O terceiro grupo foi chamado de "Dguel Machan Efrayim."
Acampou no lado oeste. A tribo Efrayim seria a tribo liderante.
Neste grupo tambm estariam: Menash e Binyamin.
4 - O quarto grupo foi nomeado "Dguel Machan Dan." Acampou
do lado norte. A tribo Dan seria a tribo a liderar aquele lado.
Neste grupo tambm estariam: Asher e Naftali.
Quem organizou os quatro grupos nesta ordem especial?
Quando Mosh ouviu de D'us que cada tribo tinha um determinado
territrio, dentro de certas fronteiras, pensou: "Agora tenho de
discutir com os reclamantes de todas as tribos. Homens da tribo de
Reuven me diro: 'Preferiramos acampar ao norte [do
Tabernculo]', e homens da tribo de Dan reivindicaro o sul.
Preciso estar preparado para uma srie de discusses."
"Seus temores so infundados, Mosh," tranqilizou-o D'us. "Os
judeus sabem onde devem acampar. Seus antepassados lhes
transmitiram as ltimas palavras de Yaacov, de que ocupariam as
mesmas posies que os filhos de Yaacov ocuparam ao
carregarem o caixo de seu pai."

Quando nosso Patriarca Yaacov estava para morrer, disse aos


filhos: "Estas so minhas instrues exatas de como vocs devem
carregar meu caixo. Nenhum estranho deve toc-lo. Yehud,
Yissachar e Zevulun devem carreg-lo do lado leste. Reuven,
Shimon e Gad pelo lado sul; Efrayim, Menash e Binyamin pelo
oeste; e Dan, Asher e Naftali pelo lado norte. Yossef, entretanto,
no deve carreg-lo. Ele um rei, e no honroso para um rei
carregar um fretro."
"Levi tambm no deve carreg-lo. Seus descendentes um dia
serviro no Tabernculo e carregaro a arca de D'us. No seria
apropriado para algum cuja tribo carregar a arca do D'us Vivo,
carregar o esquife de um ser humano."
D'us aprovou o arranjo de Yaacov. No o alterou. Mas agora,
nenhuma tribo poderia protestar pela posio recebida; todas as
tribos sabiam que tinha sido organizada desta maneira por Yaacov.
Como cada tribo podia saber os limites de seu acampamento?
Uma maravilhosa rocha que vertia gua acompanhou o povo judeu
no deserto. Era conhecida como "Poo de Miriam", porque fazia
brotar gua pelo mrito da justa Miriam, irm de Mosh.
Sempre que o povo judeu se preparava para acampar, os doze
lderes das tribos ficavam de p e cantavam um louvor a D'us. Isso
fazia com que a gua da rocha jorrasse, formando regatos. Um
riacho cercava o "Acampamento da Shechin," assim todos
poderiam saber os limites do acampamento. Outro regato marcava
os limites do "Acampamento dos Levitas", e um terceiro, o
"Acampamento dos Israelitas." Riachos menores originavam-se
destas correntes principais e assinalavam as fronteiras entre cada
tribo e mesmo entre uma famlia e outra.
A gua do Poo de Miriam fazia com que grama e rvores
crescessem s margens do rio. As rvores davam frutos deliciosos,
que tinham o sabor do Mundo Vindouro.

As bandeiras dos quatro grupos


D'us instruiu Mosh: Cada um dos grupos deve ter sua prpria bandeira. O povo deve marchar
sob este estandarte. Cada bandeira tinha trs cores, representando as trs tribos. Cada cor
correspondia cor da pedra preciosa daquela tribo no peitoral do Sumo Sacerdote.
1 - A bandeira do grupo de Yehud
Esta bandeira tinha trs listras; uma azul, representando a tribo de Yehud; preta,
representando a tribo de Yissachar, e uma branca, representando a tribo de Zevulun.
Na bandeira estavam bordados os nomes Yehud, Yissachar e Zevulun. Tambm possua o
seguinte versculo: "Levanta, D'us, para que Teus inimigos sejam dispersados e os que Te
odeiam fujam de Ti."
A bandeira de Yehud era a primeira a marchar; portanto, fazia sentido ter uma orao pedindo

a D'us que protegesse o povo judeu de seus inimigos.


Esta bandeira tinha a pintura de um leo, porque a tribo lder, Yehud, era comparada a este
animal.
2 - A bandeira do grupo de Reuven
Esta bandeira era tambm em trs cores: vermelho para Reuven, verde para Shimon e uma
mistura de branco e preto para Gad. Trazia os nomes destas trs tribos. No centro possua o
seguinte versculo bordado: "Ouve, Israel, D'us nosso D'us, D'us um."
Por que foi escolhido este versculo?
Antes que Yaacov morresse, perguntou a todos os filhos se acreditavam em D'us. Eles
responderam com este versculo. Reuven era o mais velho dos filhos e certamente o primeiro
dentre eles a falar, ento era apropriado que estas palavras se tornassem o lema da tribo de
Reuven. Na bandeira havia um desenho de flores violetas chamadas dudaim (mandrgoras ou
jasmim).
No livro de Bereshit, na parash de Vayets, a Tor nos relata como o pequeno Reuven,
trouxe estas flores para sua me. Tomou cuidado de colher somente aquilo que no pertencia
a ningum, para no incorrer no pecado de roubo. Assim como Reuven se afastou do furto,
sua tribo agia da mesma maneira.
3 - A bandeira do grupo de Efrayim
As cores deste estandarte eram: preto, tanto para Efrayim como para Menash; para Binyamin,
uma mistura das cores de todas as bandeiras. Os nomes Efrayim, Menash e Binyamin
estavam na bandeira. Tinha o seguinte versculo bordado: "A nuvem de D'us pairava sobre os
israelitas quando eles viajavam durante o dia."
Como a nuvem da Shechin pairava sempre a oeste, o grupo que acampava a oeste recebia
um versculo relacionado nuvem de D'us.
Sobre esta bandeira havia uma pintura de um menino, porque D'us chama a tribo de Efrayim
de "um menino amado por D'us."
4 - A bandeira do grupo de Dan
As trs cores desta bandeira eram: roxo para Naftali, a cor da safira para Dan, e prola para
Asher. Os nomes Dan, Naftali e Asher estavam bordados na bandeira. Havia tambm este
versculo bordado: "Quando a arca repousava, Mosh proclamava: 'Volta, D'us, e repousa
entre os milhares e milhares de Israel!'"
O desenho na bandeira era o de uma serpente, porque nosso Patriarca Yaacov comparou Dan
a uma cobra.
O significado dos estandartes
Os estandartes que principiavam e lideravam os vrios acampamentos no deserto, possuam
profundo significado espiritual, e no devem ser confundidos com os atuais brases familiares,
ou estandartes nacionais.
De fato, as naes do mundo copiaram dos judeus a idia de uma bandeira nacional; contudo,
os estandartes foram projetados e expostos inteiramente por orientao Celestial.
Os judeus viram profeticamente os estandartes na Outorga da Tor. Perceberam a Shechin

descendo sobre o Monte Sinai acompanhada de 22.000 carruagens de anjos prximos


Shechin, e vasto nmero de carruagens adicionais que a rodeavam.
Os anjos estavam agrupados ao redor da Shechin como se fossem quatro divises portando
quatro diferentes estandartes:
direita (sul), estava a diviso do anjo Michael.
esquerda (norte), estava a diviso do anjo Uriel.
frente (leste), estava a diviso do anjo Gavriel.
retaguarda (oeste), estava a diviso do anjo Rafael.
Os estandartes Celestiais de fogo foram percebidos pelos judeus em vrios matizes de cores.
A inspiradora viso dos exrcitos celestiais fizeram os israelitas exclamar: "Se ao menos
estivssemos organizados sob estandartes, com a Shechin em nosso meio, exatamente
como os anjos!..."
Por que desejaram estandartes?
Ansiavam sentir a santidade especial de posicionarem-se como o exrcito Celeste, que
beneficiava-se de um nvel mais elevado de ligao com o Todo-Poderoso.
D'us informou ento a Mosh que Ele concederia ao povo judeu seu pedido pelos estandartes.
Porm foi apenas trinta dias depois do Tabernculo ter sido erguido (e a Shechin, que partira
aps o pecado do bezerro de ouro) que D'us considerou os judeus merecedores de atingirem
esse nvel superior de santidade.
D'us ordenou a Mosh: "Os judeus devem acampar sob quatro estandartes lderes."
Como as quatro divises levantavam acampamento e seguiam jornada
Quando as Tribos levantavam acampamento e seguiam jornada, entravam em formao de
acordo com as especificaes de D'us.
O Todo-Poderoso instruiu Mosh: "Ao iniciar cada jornada, a diviso sob o estandarte de
Yehud deve avanar para frente, e viajar testa. Deve ser seguida pelas famlias levitas de
Guershon e Merari. A prxima diviso a marchar a de Reuven seguida pela famlia levita de
Kehat. Ento dever avanar a diviso de Efrayim, e finalmente a de Dan."
A ordem em que viajavam foi determinada de acordo com um profundo plano Divino.
Yehud ia na frente. E o grupo de Dan marchava por ltimo. Por que? Quando Yaacov, nosso
Patriarca, abenoou Yehud, comparou-o a um leo. E quando Mosh deu-lhe sua ltima
bno, tambm comparou a tribo Dan a um leo. Por causa de sua grande fora como
"lees", estas duas tribos foram escolhidas para estarem frente e atrs do povo judeu
durante as viagens.
A tribo de Dan, que era uma tribo numerosa, alm de rechaar os inimigos que atacavam pela
retaguarda, recuperavam artigos perdidos por outras tribos.
A grandeza dos estandartes

Quando os israelitas tomavam suas respectivas posies sob os estandartes, a Shechin


descia das bandeiras celestiais para pairar sobre os judeus. Eram, desta forma, elevados a
novos pncaros de santidade, como o exrcito de D'us na Terra.
As naes gentias que viam os judeus descansarem sob os estandartes eram tomadas de
temor e reverncia. Conseguiam reconhecer a santidade de um povo que vivia como uma
unidade organizada para servir o Todo-Poderoso. Sentindo que os judeus na Terra pareciamse com anjos Celestiais, exclamavam admirados: "Que nao esta que se parece com a
aurora, bela como a lua, clara como o sol, e que inspira temor sob seu estandarte?!"
A memria dos estandartes jamais foi esquecida por nosso povo.
Por milhares de anos depois de haverem tido os estandartes, sempre que um judeu era
perigosamente tentado a comprometer sua f a fim de granjear fama e fortuna, replicaria s
persuases dos gentios: "O que podem oferecer que se possa comparar grandeza que uma
vez experimentamos? No deserto, estvamos sob os estandartes, como o Acampamento de
D'us na Terra. Suas promessas so mseras e insignificantes, comparadas s do TodoPoderoso."
Assim, a lembrana da glria dos estandartes auxiliou os judeus no exlio a permanecerem fiis
e leais Tor.
D'us ordena a Mosh para contar a tribo Levi
At agora a tribo de Levi no fora contada com as outras tribos. Ento, D'us ordena a
Mosh: "Conte a tribo Levi e confira a rvore genealgica de cada famlia deste grupo."
Por que a tribo Levi no foi contada junto aos outros grupos?
Esta uma das razes:
D'us disse a Mosh: "Os levitas, Meus servos no Tabernculo, so to sagrados que
seus filhos sero contados desde a idade de um ms."
Todas as outras tribos do povo judeu eram contadas a partir da idade de vinte anos.
Apenas os levitas eram j contados ainda bebs. Por isso, D'us ordenou que sua
contagem fosse feita separadamente.
D'us ajuda Mosh a contar os levitas
Quando D'us disse a Mosh: "Conte os bebs do sexo masculino dos levitas a partir da
idade de um ms." Mosh replicou: "Como posso fazer isso? Devo entrar em cada tenda
das famlias levitas e contar os bebs? Isso no seria uma coisa muito correta de se
fazer."
"No se preocupe," D'us assegurou a Mosh. "Eu o ajudarei. Faa tua parte na mitsv, e
Eu farei a Minha. Fique simplesmente parado soleira da tenda de um levita, e Eu
revelar-te-Ei quantos de seus ocupantes devem ser includos no censo."
Mosh comeou a contar. Bateu porta da primeira tenda levita. Porm, antes que
pudesse entrar, ouviu uma voz Celestial que anunciava: "H cinco meninos nesta
tenda!" Mosh anotou e continuou at a prxima tenda. Ao chegar sua entrada, a voz
Celestial proclamou: "H oito meninos nesta tenda!" Desta maneira, a voz dos Cus
ajudou Mosh at que terminasse a contagem.
Por que os levitas eram contados a partir de um ms de idade?
Apesar de, em nenhuma das outras tribos nenhum homem com idade inferior a vinte

anos ter sido contado no censo, os levitas eram exceo. D'us disse a Mosh que
contasse os vares levitas a partir da idade de um ms. (Antes de um ms de idade a
vida de um recm-nascido incerta).
Por que os bebs dos levitas eram contados, apesar de serem jovens demais para
realizarem qualquer tipo de servio? (Um levi s pode servir a partir dos trinta anos.)
Sabendo que at mesmo seus filhos eram contados no censo, os pais tomariam
cuidados especiais para educar os filhos em santidade. Tanto pais quanto filhos
merecem ser recompensados por todos os anos de preparo para o Servio de D'us.
O resultado da contagem da tribo de Levi
Quando Mosh totalizou o nmero de levitas do sexo masculino acima de um ms, viu
que havia 22.300 deles.
Como este total pode ser comparado aos totais das outras tribos? Consulte a tabela que
mostra os nmeros de cada tribo. Ver que a tribo dos levitas era a menor de todas. Isto
mesmo tendo os levitas sido contados a partir da idade de um ms, ao passo que as
outras tribos eram contadas a partir dos vinte anos!
Por que esta tribo era to pequena?
As outras tribos foram foradas a fazer trabalho escravo no Egito. Quando este trabalho
comeou, D'us prometeu: "Quanto mais duro for o trabalho forado do povo judeu, mais
eu os farei se multiplicar." Por isso as mes das tribos restantes tinham seis filhos de
uma s vez. Mas, como os levitas no foram obrigados a trabalhar, suas mulheres
tinham apenas um beb a cada vez. Como resultado desse fato, a tribo dos levitas era
menor.

Os levitas so designados como carregadores do Tabernculo


O filho de Yaacov, Levi, tinha trs filhos: Guershon, Kehat e Merari. Eram os
chefes das trs famlias levitas.
D'us disse a Mosh: "Enquanto os filhos de Israel viajam pelo deserto, cada uma
das trs famlias levitas carregar partes do Tabernculo."
O quadro abaixo mostra quais objetos cada famlia levita carregava:
Famlia levita Objetos carregados

as cortinas que formavam as paredes e o teto


Guershon Carregavam a cortina rendada que cercava o ptio
os tecidos do a cortina da entrada
Tabernculo
as cordas com as quais a tenda do Tabernculo era amarrada

Kehat Carregavam
os objetos
mais sagrados
do

a arca
a mesa
a menor
os dois altares

Tabernculo

todos os instrumentos usados com esses objetos


a cortina da entrada do santo dos santos

Merari Carregavam
as partes de
madeira do
Tabernculo

as tbuas
os postes e os pilares
os soquetes do Tabernculo e do ptio
as cordas usadas para atar as cortinas de rede do ptio

Os primognitos so trocados pelos levitas


Antes do pecado do bezerro de ouro, o primognito de cada famlia era
encarregado do servio do Tabernculo. Ele era o nico a oferecer sacrifcios em
nome de sua famlia. Entretanto, quando os primognitos participaram do pecado
do bezerro de ouro, foram punidos. D'us disse: "Eles so imprprios para realizar
Meu servio no Tabernculo. Ao invs deles, empregarei os levitas; eles no
pecaram com o bezerro de ouro."
D'us ordenou a Mosh: "Conte todos os primognitos dos israelitas a partir de um
ms de idade at o mais velho!"
Mosh contou-os. Havia 22.273 primognitos.
D'us ordenou a Mosh: "Troque cada primognito por um levita. O levita servir
no Tabernculo ao invs dele."
Havia 22.273 primognitos, mas apenas 22.000 levitas. (Havia mais 300 levitas,
mas como eram primognitos tambm, no podiam ser usados para a troca).
Portanto havia 273 primognitos a mais do que levitas. Como seriam liberados
esses primognitos de seu dever de fazer o servio?
D'us ordenou: "Faa com que cada um dos 273 primognitos extra paguem cinco
moedas de um shekel. Com este pagamento, estaro liberados do servio no
Tabernculo. O dinheiro coletado deles ser dado a Aharon e seus filhos."
O general romano Hugentino desafiou Rabi Yochanan ben Zacai: "Seu mestre
Mosh ou era ladro, ou no sabia aritmtica."
"Por que diz isso?" - indagou Rabi Yochanan.
O general esclareceu: "Mosh registrou na Tor que havia, ao todo, 22.000
levitas. Contudo, se somar o nmero de todas as famlias levitas, chega-se a
soma total de 22.300 levitas. Uma vez que os primognitos israelitas totalizavam
22.273 membros, havia, na verdade, um excesso de 27 levitas.
"Por que, ento, Mosh disse a 273 primognitos para se redimirem com cinco
shekel? H duas possibilidades: ou Mosh errou nos clculos, ou adulterou
deliberadamente o total de levitas, para que seu irmo Aharon pudesse embolsar
1365 shecalim."
Rabi Yochanan respondeu: "Sua conjectura est errada; dar-lhe-ei a verdadeira
resposta. Mosh no incluiu os 300 levitas extras no total, porque estes 300
levitas tambm eram os primognitos de suas famlias. Um primognito no tem o
poder de redimir outro. Conseqentemente, realmente havia um excesso de 273
primognitos israelitas, conforme a Tor os registra."

O general aceitou imediatamente a explicao de Rabi Yochanan, e despediu-se


dele.
Quais dos primognitos tinham de pagar?
Mosh tinha um problema. Pensou: "Quando eu falar a um primognito que um
dos 273 que devem pagar, pode ser que ele recuse: 'Por que deverei pagar? No
sou um dos primognitos extra - sou um dos 22.000 que so substitudos por um
levita!'"
Mosh resolveu este problema com um sorteio. Preparou 22.000 pedaos de
pergaminho nos quais escreveu "levitas" e outros 273 pedaos, nos quais
escreveu "5 moedas de shekel." Misturou-os. Qualquer primognito que sorteasse
"5 moedas de shekel" era obrigado a pagar esta quantia.
Sem ainda a inveno da imprensa, copiadora ou computador, certamente era um
trabalho preparar milhares e milhares de pedaos de pergaminho para o sorteio.
Mesmo assim, Mosh decidiu proceder assim a fim de evitar discusses.
Agora a Tor nos conta mais a respeito dos vrios objetos carregados pelas trs
famlias levitas, comeando pela famlia de Kehat.
A famlia Kehat carregava os recipientes sagrados do Tabernculo
Apenas os levitas entre as idades de trinta e cinqenta anos tinham
permisso de carregar objetos pertencentes ao Tabernculo. (Isso ocorria
porque nesta idade um homem tem fora total).
D'us ordenou a Mosh: "Voc e Aharon devem contar os homens de Kehat
entre trinta e cinqenta anos. Eles carregaro os objetos mais sagrados do
Tabernculo (a arca, a mesa, a menor e os dois altares).
"Estes objetos no devem ser transportados em carroas. Os homens de
Kehat devem carreg-los sobre os ombros. E no devem olhar ou tocar
estes objetos enquanto esto sendo preparados para uma jornada. Antes de
cada viagem, os cohanim devem envolver estes objetos sagrados em
embalagens especiais. Apenas aps estarem cobertos a famlia de Kehat
ser chamada para vir e carreg-los."
Cada objeto tinha sua embalagem especial:
A mesa: nunca podia estar vazia, nem mesmo quando o povo estava
viajando. Doze pes sempre eram mantidos sobre a mesa e suas prateleiras.
O altar de cobre: o fogo Celestial permanecia sempre sobre o altar, mesmo
quando estavam viajando. O fogo tinha o formato de um leo. Antes de cada
jornada, os cohanim punham uma cobertura de metal sobre o fogo.
A arca: antes de cada jornada a arca era coberta com o parchet (cortina
divisria na frente do santo dos santos).
Uma vez que os cohanim temiam que pudessem ser tentados a olhar para a
arca se subissem em escadas para remover o parchet, engendraram um
mtodo original para retir-la: atravs de longos bastes removiam o
parchet dos ganchos que o atavam s colunas, e ento, cuidadosamente o
baixavam at que cobrisse completamente a arca, sem exp-la viso de
ningum. Ento estendiam uma segunda cobertura azul sobre ela.

Nenhum outro utenslio era coberto com um tecido azul por fora, porm isto
era feito com a arca a fim de chamar a ateno sua santidade especial. O
mais sagrado dos utenslios corresponde ao Trono Celestial de Glria. O
tecido azul lembrava seu significado aos que o viam.
Como a arca era transportada
A cerimnia do transporte da arca tambm era especial:
Os quatro carregadores da arca precisavam marchar de frente para esse,
nunca ficando de costas para a arca. Por conseguinte, os dois carregadores
da frente andavam para trs.
Enquanto transportavam a arca, os cohanim cantavam louvores a D'us
(similar aos anjos que cantam a D'us porque esto prximos da Shechin).
Um milagre maravilhoso ocorria quando os carregadores da arca pegavam
suas barras. No apenas era aparentemente sem peso, mas seus prprios
carregadores eram levantados e carregados junto. Este milagre foi
abertamente revelado e demonstrado quando os judeus, sob a liderana de
Yehoshua, chegaram ao Jordo a dez de Nissan de 2488.
Era poca de primavera, e o Jordo transbordava alm das margens.
Yehoshua disse ao povo: "D'us realizar agora um milagre que demonstrar
claramente que Ele est em nosso meio. Ajudar a convencer vocs de que
Ele expulsar as naes da Terra de Cana."
Yehoshua ordenou aos cohanim, que nessa ocasio especial carregassem a
arca no lugar dos levitas, e que adentrassem as guas do Jordo.
No momento em que os cohanim afundaram os ps no rio, a corrente
inferior repentinamente deteve-se, transformando-se em muralhas que se
elevaram a alturas gigantescas. Uma vez que as guas abaixo da posio
dos cohanim continuaram a fluir para baixo, os cohanim encontraram-se de
p sobre o leito seco do rio.
Yehoshua ordenou que a populao inteira cruzasse o Jordo, enquanto os
cohanim com a arca permaneciam em suas posies. Aps o povo ter
cruzado o rio, Yehoshua disse aos cohanim que retrocedessem e pisassem
na margem leste. Assim que o fizeram, a muralha rompeu-se e as guas
jorraram corrente abaixo.
Os cohanim, carregando a arca, estavam agora separados de seus irmos,
que estavam na margem oeste do rio. A arca ento, miraculosamente,
levantou os cohanim por cima das guas at onde estavam o povo judeu.
Nesta ocasio ficou bvio a todos que a arca carregava seus carregadores.
E isto ocorria o tempo inteiro.
Da mesma forma que como a alma que d vida sustenta o corpo, assim a
arca, que a alma e contedo espiritual do Tabernculo, sustentava seus
carregadores.
O milagre da "arca carregar os que a carregam" ensina um conceito bsico.
Uma pessoa geralmente se d crdito por "sustentar e cumprir a Tor",
esquecendo-se de dar crdito Tor por "sustent-lo." O cumpridor da Tor
afortunado em ter sua vida cotidiana regida pela Tor, em ter seus filhos
crescendo numa saudvel atmosfera de respeito aos mais velhos, e

restritos em todas as reas pela disciplina da Tor. Reconheamos


agradecidos que "a arca nos sustenta", tanto hoje como sempre.
Elazar encarregado da famlia de Kehat
Elazar, o terceiro filho de Aharon, foi indicado por D'us como supervisor da
famlia de Kehat. Distribua as tarefas e determinava quem carregaria qual
utenslio sagrado durante uma viagem.
Elazar escolheu apenas os justos mais ilustres como carregadores.
Tambm assegurou-se de que quando uma viagem estivesse prestes a
comear, a famlia Kehat estivesse pronta. E quando os membros de Kehat
paravam, ele conferia se os homens punham os objetos nos locais
adequados no Tabernculo.
O prprio Elazar transportava o seguinte: na mo direita, leo para o
acendimento da menor; na mo esquerda o incenso; num recipiente
suspenso em seus braos a farinha para o sacrifcio dirio de Tamid; e em
seu cinto, um pequeno frasco de leo da uno.
D'us prometeu que cada uma das trs famlias Levitas, Guershon, Kehat e
Merari existiro para sempre. As famlias levitas possuam a mesma
importncia que as tribos; assim
sendo, sobrevivero at a chegada de Mashiach, junto com as tribos.
Por enquanto, aprendemos em detalhes o que a famlia Kehat carregava. A
prxima Parash, Nass, descrever quais eram os objetos que as famlias
de Guershon e Merari transportavam

Poro Semanal: Nass


Bamidbar 1:21 - 7:89

Nass prossegue delineando as tarefas e responsabilidades das trs famlias levitas Gershon e Merari na poro desta semana, Kehat na semana passada - e contando todos os
levitas que estavam em idade de servir no Mishcan.
Depois que D'us ordenou a Mosh para purificar o acampamento para que fosse um lar
merecedor da Presena Divina, a Tor descreve o processo a ser cumprido com uma sot,
uma esposa que foi advertida pelo marido a no ficar sozinha com outro homem, e mais
tarde foi surpreendida fazendo-o, dando ao marido um bom motivo para suspeitar de
adultrio. Ela levada ao Cohen no Templo Sagrado e, caso no admita sua culpa, recebe
gua amarga sagrada para beber, o que levar a um destes dois resultados: ou as guas
estabelecero sua inocncia, removendo a dvida de seu relacionamento com o marido e
abenoando-a com filhos, ou as guas provaro sua culpa por uma morte miraculosa e
grotesca.
A Tor ento descreve as leis do nazir, uma pessoa que aceitou voluntariamente adotar um
estado especial de santidade, geralmente por trinta dias, abstendo-se de comer ou beber
qualquer derivado de uva, cortar o cabelo, e de contaminar-se atravs do contato com o
corpo de algum que morreu. Aps relatar as bnos pelas quais os Cohanim abenoaro
o povo, a poro da Tor conclui com uma longa lista das oferendas trazidas pelos doze
lderes das tribos durante a dedicao do Mishcan para uso regular. Cada prncipe faz uma
oferenda comunal para ajudar a transportar o Mishcan, bem como doaes idnticas de

ouro, prata, animais e alimentos.


Mensagem da Parash
"Os itens sagrados de um homem devem ser seus" (Bamidbar 5:10)
Existiu certa vez um homem muito trabalhador que estava passando por dificuldades
financeiras. Incapaz de ganhar dinheiro suficiente para sustentar a famlia, decidiu fazer uma
longa viagem de negcios a um pas distante, na esperana de conseguir alguma coisa. Ao
chegar, logo envolveu-se na venda de laticnios. O leite dava um bom lucro, pois era escasso
naquele pas, e ele logo tornou-se prspero.
Quando, aps muitos anos, ficou satisfeito com a fortuna que havia amealhado e que
proveria confortavelmente as necessidades de sua famlia pelo resto da vida, preparou-se
para voltar para casa com seus bens recm-adquiridos. Entretanto, raciocinando que poderia
tambm vender o leite em sua terra, decidiu no transportar seus bas repletos de moedas
de ouro e prata, e em vez disso recomprou muitos barris de leite. Carregou-os prontamente
em seu navio, esperando que pudesse aumentar ainda mais seus lucros.
No ltimo instante, pouco antes de o navio levantar velas, um mercador vendendo diamantes
e pedras preciosas por um preo extraordinariamente baixo aproximou-se dele. Usando
todos os mtodos de persuaso de que podia dispor, o mercador finalmente convenceu o
homem a trocar uma pequena quantidade de seu valioso leite por algumas das pedras, que
embora preciosas, no custavam muito.
Aps vrios dias de viagem, finalmente o homem chegou a seu porto natal. Sua famlia l
estava para saud-lo entusiasticamente, ansiosa para descobrir que tesouros ele havia
juntado durante os longos anos de separao. Quando comearam a descarregar as
centenas de bas de mercadoria, foram imediatamente dominados por um cheiro
avassalador.
Logo ficou claro que milhares de gales de leite haviam se estragado durante a longa
viagem. Frustrada pelos muitos anos de separao e incapaz de acreditar na estupidez do
marido, sua esposa comeou a chorar amargamente. "Como pode investir todas suas
economias em leite, algo que qualquer um aqui vende por um preo irrisrio. Deveria ter
comprado bas de pedras preciosas por um preo baixo, e vend-los aqui por milhes.
Como vai nos sustentar agora?!" Percebendo seu erro crasso, o homem no pde
responder. Finalmente lembrou-se que, no ltimo minuto, comprara umas poucas caixas de
pedras preciosas, e usou-as para sustentar a famlia por algum tempo.
Assim a vida do homem. Chegamos a este mundo por um tempo breve, pensando que
reteremos enormes lucros ao investir em seus muitos prazeres efmeros. A comida e a
bebida custam pouco; a glria, a honra e o prazer nos esperam a cada esquina. No
prezamos os valiosos diamantes e pedras preciosas, a Tor e mitsvot, que aqui podem ser
adquiridas por to pouco. E quando chega nossa hora de deixar este mundo, tudo que temos
para levar conosco so nossos prazeres e diverses - nosso leite estragado.
claro que juntamos algumas poucas pedras preciosas durante estes anos, mas nosso
corao anseia pelas muitas oportunidades perdidas, quando poderamos ter ganhado
milhes e preparado para ns um lugar maravilhoso no verdadeiro mundo, o Mundo
Vindouro.
Com esta parbola, o Chefetz Chaim explica homileticamente o versculo acima na Poro
desta semana da Tor. No o dinheiro e no nossa fama - apenas as mitsvot que cumprimos
e a Tor que estudamos so realmente nossas, para levar conosco.
Os filhos de Guershon que serviro no Tabernculo so contados

Ao final da ltima Parash vimos que a famlia de Kehat recebeu incumbncias no


Tabernculo. Aquela famlia foi contada e recebeu seus trabalhos em primeiro lugar, porque
transportava os mais sagrados objetos.
D'us disse a Mosh: "Conte os homens da famlia de Guershon. Eles transportaro os
artigos de tecidos do Tabernculo."
Mosh pensou: "D'us no me disse para pedir a ajuda de Aharon para esta contagem.
Entretanto, meu irmo mais velho e devo honr-lo, por isso irei convida-lo a tomar parte na
contagem."
Mosh chamou Aharon. Juntos contaram os homens de Guershon entre as idades de trinta e
cinqenta. Estes homens eram todos aptos a carregar objetos.
D'us ordenou: "Itamar, filho de Aharon, ficar encarregado da famlia de Guershon."
Os homens da famlia de Merari so contados
Finalmente, Mosh contou os homens entre trinta e cinqenta anos da famlia de Merari.
Mosh novamente honrou Aharon, pedindo-lhe para ajudar na contagem.
Mosh, Aharon e seus filhos dividiram a famlia de Merari em grupos. Um grupo foi
incumbido de carregar as tbuas; outro grupo os pilares; outro ainda os encaixes de prata
(adanim), e assim por diante. O filho de Aharon, Itamar, foi encarregado de designar uma
tarefa especfica a cada levi. Ele supervisionou o carregamento.
Outras tarefas para os levitas
Carregar objetos era apenas uma das obrigaes dos levitas. Eles tambm ajudavam os
cohanim com aquelas partes do servio Divino que podiam ser realizadas mesmo por
algum que no fosse um cohen: abater a oferenda, limp-la e cort-la.
Alguns levitas vigiavam o Tabernculo, e outros foram escolhidos para cantar.
No Tabernculo, bem como no Templo Sagrado, os levitas entoavam canes do Livro de
Tehilim, Salmos, e tocavam instrumentos enquanto eram despejados lquidos sobre as
oferendas dos sacrifcios dirios. O canto ajudava a alcanar o perdo para o povo judeu.
Tanto a msica como o canto eram veculos de servir D'us com alegria.
O coro de leviyim era composto por pelo menos doze cantores, e podia-se acrescentar mais,
se assim desejassem. O coro era geralmente acompanhado por instrumentos. At mesmo os
no-levitas podiam ser msicos.
Ao entrarem no Ptio do Templo, os judeus podiam ouvir o maravilhoso coro de leviyim e
sua orquestra.
O cntico dirio
Entoava-se um captulo de Tehilim diferente a cada dia da semana:
No primeiro dia da semana (domingo) - "Do Eterno a terra e tudo que nela existe, o mundo
habitado e todos os que nele moram." (Tehilim 24:1)
Este versculo apropriado para o primeiro dia, pois nos lembra do primeiro dia da Criao.
D'us foi ento claramente reconhecido como o nico governante, uma vez que nenhum ser,
nem mesmo os anjos, haviam sido criados.

No segundo dia (segunda-feira) - "Grande o Eterno e muito louvado, na cidade de nosso


D'us, Monte de Sua Santidade." (Tehilim 48:2)
No segundo dia da Criao, D'us estabeleceu que o firmamento fosse dividido entre guas
superiores e inferiores, denominando as esferas superiores Sua residncia. Paralelamente,
denominou um local com santidade especial no mundo inferior onde Ele iria residir: "a
Cidade de nosso D'us, Monte de Sua santidade."
No terceiro dia (tera-feira) - "D'us encontra-se na assemblia Divina, no meio dos juizes Ele
julgar." (Tehilim 82:1)
Neste dia, D'us juntou as guas em oceanos, expondo assim os continentes que seriam
habitados. Contudo, s seria permitido humanidade viver l se exercessem justia, um dos
pilares da sociedade humana. Se o homem pervertesse a justia, D'us ordenaria aos
oceanos transbordarem e inundarem terra seca, como mais tarde aconteceu na gerao de
Nach, trazendo o Dilvio.
No quarto dia (quarta-feira) - " D'us da vingana, Eterno, D'us da vingana, aparece."
(Tehilim 94:1).
Neste dia foram criados os corpos celestes. No futuro, D'us punir todos os que praticaram a
idolatria.
No quinto dia (quinta-feira) - "Cantem em voz alta para o D'us de nossa fora, proclamem
com um grito jubiloso o D'us de Yaacov." (Tehilim 81:2)
Neste dia o Todo-Poderoso criou as milhares de espcies de pssaros e peixes. Quem quer
que os veja proclama louvores a D'us em jbilo.
No sexto dia (sexta-feira) - "O Eterno reina, Ele est revestido de majestade; o Eterno ter
vestido poder e Se cingido" (Tehilim 93:1)
Este versculo apropriado para o sexto dia, no qual a gloriosa Criao inteira foi
completada, e a majestade de D'us sobre o universo tornou-se aparente.
Em Shabat - "Um salmo, um cntico para o dia de Shabat." (Tehilim 92:1)
Este versculo no se refere apenas ao Shabat semanal, mas tambm a era ps-Redeno,
o "grande Shabat da histria."
O Shabat semanal nos foi dado para servir de modelo para a era futura, a qual ser total e
eternamente boa. Da mesma forma como trabalhamos toda a semana a fim de honrarmos o
Shabat, assim nos preparamos agora para o mundo futuro, onde saborearemos dos frutos
de nosso trabalho.
Com a destruio do Templo Sagrado, a beleza da msica cessou. As msicas e melodias
atuais no captam a santidade ou a harmonia da perfeio espiritual inerente s melodias
entoadas no Templo.
Aps a destruio do Primeiro Templo o imperador Nevuchadntsar (Nabucodonossor),
levou um grupo de leviyim cativos Babilnia. Observando-os chorarem e lamentarem-se,
exclamou: "Por qu esto to tristes? Venham e alegrem-se! Antes de saborear minha ceia,
toquem seus violinos para mim e meus deuses, exatamente como costumavam fazer para
seu D'us!"
Olhando uns para os outros, os leviyim sussurraram: "Nunca! Ns, que tocvamos no
Templo para o Todo-Poderoso devemos agora tocar para este ano (Nevuchadntsar era de

baixa estatura) e seus dolos? Em vez disso, se tivssemos nos empenhado em cantar ante
o Todo-Poderoso, nunca teramos sido exilados!"
Todavia, como poderiam desobedecer efetivamente a ordem do captor?
Num instante engendraram um plano. Cada levi, sem hesitar, decepou o prprio polegar da
mo direita. Erguendo os tocos dos quais jorrava sangue para que Nevuchadntsar visse,
lamentaram: "Como podemos cantar a cano de D'us? (Tehilim 137:4) No v que nossas
mos esto mutiladas, e no podemos mais tocar nossos instrumentos?"
Enfurecido, Nevuchadntsar massacrou milhares de cativos. No obstante, os leviyim
estavam contentes em no terem concordado em tocarem msica perante dolos.
Aquele grupo de leviyim eventualmente retornou do exlio babilnio, e testemunhou a
reconstruo do Segundo Templo. D'us prometeu ao povo judeu atravs de juramento: "Os
leviyim feriram sua mo direita por amor a Mim; portanto, Eu juro por Minha mo direita que
finalmente derrotarei seus inimigos e restaurarei Jerusalm."
O mrito das mulheres judias no Egito
Enquanto o povo judeu viveu no Egito, os egpcios eram seus amos. Davam-lhe ordens. Mas
no podiam decretar com quem as moas e mulheres judias iriam se relacionar. Se um
egpcio tentava persuadir uma jovem judia a relacionar-se com ele, ela o recusava. E as
mulheres judias casadas eram fiis a seus maridos. No queriam nada com os homens
egpcios.
Quando D'us presenciou isso, disse: "O mrito das mulheres judias enorme. Por causa
delas, realizarei milagres para todo povo. Finalmente, libertarei o povo judeu do Egito pelo
mrito dessas mulheres justas."
D'us realizou assombrosos milagres para os judeus durante cada uma das dez pragas. Por
exemplo, durante a praga do sangue, quando um judeu baixava seu balde dentro de um
poo, tirava gua, ao passo que um egpcio tirava sangue do mesmo poo! E durante a
praga dos sapos, os sapos fugiriam dos judeus, mas saltavam sobre os egpcios. Estes
maravilhosos milagres foram realizados pelo mrito das mulheres judias.
D'us fez milagres ainda mais grandiosos para os judeus no Mar Vermelho, quando o Fara
os perseguiu. Mais uma vez, realizou-os em mrito as mulheres judias.
D'us disse a Mosh: "Desejo que todas as esposas judias continuem a ser fiis a seus
maridos, assim como o foram no Egito." A prxima seo nos falar da mulher infiel.
Sot - A esposa infiel
Esta passagem da parash trata de uma mulher, que como resultado do seu
comportamento, deu margem para seu marido suspeitar que cometera adultrio, mas no
havia provas sobre sua verdadeira culpa ou inocncia. A Tor nos d um processo milagroso
capaz de provar que ela havia pecado e causava sua morte juntamente com a do homem
que pecou com ela; ou ento, mostrava, sem sombra de dvida, que ela sempre foi fiel a seu
marido, restaurando assim a confiana e amor no casamento.
O judasmo, assim, enfatiza a definio de um matrimnio: no um meio conveniente para
satisfazer desejos fsicos, mas sim um relacionamento santificado que exige fidelidade e
pureza.
Este o nico julgamento na Tor que dependia de uma interveno sobrenatural; era um
milagre que ocorria enquanto o povo judeu se manteve num nvel espiritual elevado e
merecedor. Este processo foi abolido na poca do Segundo Templo, quando o povo judeu

tinha decado em seu nvel espiritual.


O objetivo deste procedimento era duplo: evitar o adultrio e a imoralidade e nutrir a
confiana entre marido e esposa. uma realidade psicolgica que, uma vez que um marido
suspeita da esposa, no consegue mais confiar nela, mesmo se uma corte de justia achar
que ele se enganou; decises legais raramente mudam os sentimentos. Somente o
testemunho do prprio D'us ser suficientemente convincente.
D'us ensinou estas leis a Mosh:
Um homem e uma mulher ficaram a ss por um tempo suficiente para cometerem pecado e
de maneira tal que isto tornou-se possvel. Antes deste incidente, o marido - baseado num
comportamento imprprio de sua esposa - j suspeitava dela e a advertiu: "No fique
sozinha com fulano de tal". A esposa, porm, ignorou seu pedido. Duas testemunhas
afirmam que ambos estiveram juntos e tiveram a oportunidade de cometer o adultrio, mas
no viram se de fato isto se consumou.
(Se havia uma testemunha afirmando que ela realmente pecou o teste de sot no era
realizado. A mulher tambm no era testada se foi forada a esta situao; neste caso era
inocente. O teste de sot no produzia efeito, quando o prprio marido era culpado de
infidelidade conjugal).
O marido a leva ao Grande San'hedrin, que a mais alta corte judaica, com setenta juizes.
"Voc pecou com o estranho com quem esteve?" - perguntavam os juizes mulher.
Se ela responde: "No", eles diziam: "Voc ser testada para sabermos se diz a verdade."
A mulher ento trazida perante um cohen.
A Tor chama uma mulher trazida ao San'hedrin pelo marido de "sot", que significa: "se
desviar", ou seja, a mulher que abandonou o comportamento judaico apropriado.
O cohen prepara a mistura de gua
O cohen ento preparava uma gua especial que a mulher teria de beber. Isso iria test-la
para ver se dizia ou no a verdade.
O cohen pegava a gua da bacia no Tabernculo (kiyor) e a misturava com poeira do cho.
Por que D'us ordenou que a gua fosse apanhada do kiyor?
O kiyor era feito de espelhos de cobre que as mulheres judias doavam. A gua do kiyor
dada a uma esposa infiel para lembr-la que: "Voc no agiu como as mulheres judias no
Egito, que foram fiis aos maridos!"
Por que a poeira misturada gua?
A poeira sugere a ela: "Voc sabe qual o fim de todos? Seu corpo retorna ao p. Por isto,
faa teshuv antes que seja tarde!"
O cohen anuncia: "Escreverei novamente num rolo os versculos descrevendo a sot. Estes
versculos contm o Ilustre Nome de D'us. Apagarei as palavras na gua. Voc, ento,
beber a gua."
"Se voc culpada, a gua far seu corpo inchar, e seus membros ficaro fracos. Voc

morrer. Por isso, admita agora! No precisarei ento apagar o sagrado nome de D'us na
gua."
(Ambos, marido e mulher devem perceber a grande lio que D'us nos ensinou neste
episdio: Ele permitiu que Seu Nome fosse apagado para restaurar a harmonia de um lar.
Portanto, quando h uma discusso entre um casal, cada um deve estar pronto para
sacrificar sua dignidade e honra pessoal em prol da paz).
O cabelo da sota descoberto
Durante este procedimento o cohen descobria o cabelo da mulher. Porque o cabelo da sot
era revelado? Diziam a ela: "Uma mulher judia casada proibida de aparecer em pblico
com seu cabelo descoberto (Talmud Ketuvot 72a). Voc se desviou dos caminhos das filhas
judias. Agora, voc parecer uma gentia."
Qual o significado das palavras, "Sua esposa ser como uma vinha frutfera nos aposentos
interiores do lar; seus filhos como mudas de oliveiras ao redor de sua mesa" (Tehilim 128:3)?
Este versculo promete fertilidade e filhos esposa que se conduz com modstia e recato,
reservando sua beleza exclusivamente para o marido. A mulher que tem um cuidado
especial, cobrindo seus cabelos completamente, merecer filhos que brilharo como galhos
de oliveiras.
Azeitonas podem ser saboreadas frescas ou secas; so comercializadas como iguarias; e o
azeite produzido delas de cor mais clara que qualquer outro leo. Assim tambm, estes
filhos se destacaro nos estudos da Tor e ainda outros sero comerciantes honestos,
seguindo os ensinamentos Divinos em seus negcios. As folhas da oliveira no caem no
vero e nem no inverno, simbolizando que seus descendentes perduraro para sempre.
Mais ainda, ela faz com que sua famlia seja abenoada materialmente. Ela e seu marido
vivero para ver seus filhos e netos como o versculo continua: "Merecers ver os filhos de
seus filhos" (Tehilim 128:6).
O destino da mulher infiel
Quando o cohen terminava de advertir a mulher sobre sua punio, ele anotava num rolo de
pergaminho as palavras da Tor que disse a ela. Apagava a escrita com gua.
Finalmente, dava-lhe a gua para beber. Se ela fosse culpada, seu corpo inchava, a face
empalidecia e seus membros se enfraqueciam. Ao mesmo tempo, o homem com quem ela
pecou tambm era punido, mesmo sem ter bebido daquela gua. A mulher tirada para fora
do Templo Sagrado para ento morrer.
Por outro lado, se ela no cometeu pecado algum, a gua no lhe causava mal algum. D'us
a recompensava pela humilhao que ela havia passado. Para esta mulher as guas agiam
como um reconfortante remdio. Seus rgos se fortaleciam, seu rosto se tornava radiante;
se sofria de algum mal, estava curada. Se era estril, conceberia um filho. Se tivesse apenas
filhas, D'us, agora lhe concederia filhos homens. Se tivesse no passado complicaes no
parto, agora daria a luz com facilidade. Mais ainda, a Tor lhe prometia um filho especial e
tsadic (justo).
A promessa das pessoas que testemunharam a sota
Muitos judeus que viram o que aconteceu sot prometeram: "Nunca mais tocarei em vinho.
Pode ser que eu, tambm, beba demais, e faa algo errado.'
D'us disse: "Se um judeu prometer no beber mais vinho, deixe-o cumprir certas leis.

Observando estas leis, ele se tornar um nazir", que significa: aquele que se abstm de
beber vinho. E ao cumprir as outras leis de um nazir, torna-se uma pessoa santificada. Quais
so essas leis?
As leis de um nazir
D'us ordenou a Mosh: "Um homem judeu pode prometer tornar-se um nazir, ou uma mulher
judia uma nezir. Aquele que deseja tornar-se um nazir deve observar trs leis:
1 - Um nazir no pode beber vinho. Tambm no pode beber vinagre de vinho, suco de
uvas, ou comer qualquer parte de uma uva ou subproduto, como passas.
Se um nazir for visto perto de um vinhedo, as outras pessoas devem adverti-lo: "No
caminhe pelo vinhedo; caminhe ao redor dele! Isso ajudar a impedir que coma uma uva por
engano."
2 - Um nazir no pode ter seus cabelos cortados. D'us disse: "Como o nazir prometeu
abster-se de vinho para se afastar do pecado, ele tambm no deve cortar seus cabelos."
Por que um nazir proibido de cortar o cabelo? Um corte de cabelo faz com que a pessoa
tenha boa aparncia. O nazir deixa seu cabelo crescer longo e vontade. Ele no d
importncia a sua aparncia. Ao invs disso, concentra-se em seu comportamento e
pensamentos.
3 - Um nazir no pode tocar o corpo de um morto: D'us disse: "Aquele que cumpre as leis de
um nazir a meus olhos to grandioso e sagrado como um Sumo Sacerdote. Por isso, assim
como o Sumo Sacerdote, ele no pode tornar-se impuro por tocar numa pessoa morta. No
pode nem ao menos enterrar seu pai ou sua me."
Por que algum desejaria se tornar um nazir?
Esta vontade pode resultar de uma ocorrncia pessoal causada pela influncia prejudicial do
vinho; ou devido s suas convices que lhe seria benfico se abster dos prazeres
mundanos. Ele poderia achar tambm que est to envolvido na satisfao de seus desejos
fsicos que no consegue se concentrar no estudo de Tor e cumprimento das mitsvot.
Somente uma deciso drstica de alterar seus hbitos, que o force a se abster de
entretenimentos e prazeres usuais, poder transform-lo. Ele, ento, promete tornar-se um
nazir por um determinado perodo, na esperana que a santidade alcanada atravs desse
processo o elevar espiritualmente, fazendo dele uma pessoa melhor, mesmo aps o
trmino de sua nezirut.
Um dos famosos nezirim da nossa histria foi Shimshon, Sanso.
Mais leis do nazir
Quando algum promete: "Tornar-me-ei um nazir," sem especificar o tempo, torna-se um
nazir por trinta dias. Este o tempo mnimo para nezirut. Entretanto, a pessoa pode
prometer tornar-se nazir por perodos de tempo mais longos, at mesmo para o resto da
vida.
O que acontece a um nazir que acidentalmente torna-se impuro durante seus trinta dias de
nazir? Por exemplo, se morre uma pessoa na casa em que ele mora? O nazir deve esperar
sete dias para tornar-se puro novamente. No oitavo dia ele oferecia sacrifcios. Comeava
ento o perodo de trinta dias de nezirut novamente; os dias que tinha mantido at l no
contavam.
Finalmente, quando o nezirut de uma pessoa terminava, ele oferecia sacrifcios especiais.
Um deles era uma oferenda pelo pecado (chatat).

O Talmud nos diz que os grandes tsadikim ao tempo do Templo Sagrado tornaram-se
nezirim apenas para ter a oportunidade de oferecer uma oferenda pelo pecado! Como jamais
pecaram por engano, nunca tiveram a chance de trazer uma oferenda de chatat. Por isso,
para dar a D'us este tipo de sacrifcio, prometeram tornar-se nezirim.
Ao fim de sua nezirut, o nazir tambm tinha que raspar todo o cabelo da cabea e jog-lo no
fogo de um dos sacrifcios.
Havia no Templo Sagrado uma sala especial chamada "lishcat hanezirim", a sala para os
nezirim. Era ali que os nezirim raspavam seu cabelo. Raspar todo o cabelo de uma pessoa
bem desagradvel. O significado deste ato era lembrar ao nazir que no deveria dar ouvidos
ao instinto mal, mesmo aps o nezirut ter terminado.
A bno dada pelos cohanim
Em Israel ou numa sinagoga sefaradita fora de Israel, podemos ouvir a bno dos cohanim
todos os dias. Entretanto, numa sinagoga askenazita fora de Israell, a bno dos cohanim
recitada apenas em Pssach, Shavuot e Sucot, assim como em Rosh Hashan e Yom Kipur.
A bno sacerdotal est reservada para estes dias de jbilo.
Quando o chazan (cantor litrgico) termina a bno de "Modim" na prece mussaf, ele
proclama: "Cohanim!" Todos os cohanim presentes se dirigem frente da sinagoga.
O chazan o primeiro que pronuncia cada palavra da bno vagarosamente. Os cohanim a
repetem.
H trs versculos na bno sacerdotal:
Que D'us te abenoe e te guarde!
Que a face de D'us brilhe sobre ti e que Ele faa que encontre graa (a Seus olhos)!
Que D'us erga Sua face para ti e te d paz!
No Templo Sagrado, os cohanim pronunciavam o nome de D'us em cada versculo da
bno das cohanim da maneira como escrito, por extenso: Yud, H, Vav, H. Isto
proibido fora do Templo Sagrado.
Nesta parash, D'us disse a Mosh que ordenasse aos cohanim: "Assim abenoaro os
filhos de Israel..."
"Assim" significa que os cohanim devem conceder a bno da seguinte maneira:
De p.
De mos erguidas em direo ao cu.
Por que os cohanim tambm estendem os dedos?
Quando os judeus souberam que os cohanim os abenoariam, protestaram.
"Mestre do Universo," disseram, "por que Tu nos abenoas atravs de terceiros? Desejamos
que Tu nos abenoe diretamente!"
D'us replicou: "Apesar de ter ordenado aos cohanim que os abenoe, Eu tambm estarei
presente."

Por isso, ao recitar estas bnos, os cohanim deixam espaos entre os dedos como que
para indicar: "O Prprio Todo-Poderoso est presente atrs de ns." No Templo Sagrado, a
Shechin encontrava-se atrs dos ombros dos cohanim, e irradiava atravs das aberturas
entre seus dedos. As pessoas estavam proibidas de olhar para a Shechin, Presena Divina,
durante a recitao da bno sacerdotal. O costume atual de no olhar para os cohanim
durante a bno dos cohanim.
Os cohanim tambm devem:
Ficar de frente para a congregao.
Pronunciar a bno em hebraico.
No Templo Sagrado, pronunciavam o Nome de D'us, como est escrito.
Antes da bno dos cohanim, os cohanim recitam a bno: "Bendito s Tu, D'us, nosso
D'us, Rei do Universo, Que nos santificou com a santidade de Aharon e nos ordenou a
abenoar Seu povo de Israel com amor."
Por que Aharon mencionado nesta bno?
Os cohanim, descendentes de Aharon, receberam a honra de conceder a bno da paz
pelo mrito de Aharon, que amava a paz e trazia paz onde quer que percebesse discrdia ou
contenda.
Porque a bno sacerdotal inicia-se com a expresso "Assim"
D'us introduziu a bno dos cohanim com a expresso "Assim", aludindo a nosso patriarca
Avraham, a quem Ele abenoou: "Assim ser tua semente." (Bereshit 15:5)
Que bnos estas palavras contm?
Um viajante perdeu-se de sua rota. Caminhava exausto atravs do deserto quente e
abrasador por dias sem fim. Nenhuma estrada, nenhuma casa, nem sinal de vivalma vista.
J havia bebido a ltima gota d'gua de seu cantil, sua lngua grudara ao palato, de sede.
De repente, percebeu uma rvore distncia. Se uma rvore pode sobreviver no solo,
pensou, deve haver uma fonte de gua por perto.
Para sua alegria, descobriu uma fonte de gua fresca perto da rvore. Os galhos estavam
carregados de frutas. O viajante bebeu e bebeu da gua cristalina, comeu dos frutos e
mergulhou num profundo sono sombra refrescante.
Ao acordar, sentiu-se renovado, pois recuperara as foras.
"rvore, rvore, como posso lhe agradecer?" exclamou grato. "Gostaria de desejar-lhe que
tenha belos galhos, porm j os tem. Abeno-la-ia com deliciosos frutos? Seus frutos no
poderiam ser mais suculentos. Com sombra refrescante? J a tem. Com uma fonte de gua?
A nascente perto de voc pura e cristalina. Voc abenoada com todo tipo de perfeio.
Portanto, posso dar-lhe somente uma bno: que todas suas sementes nasam e cresam
exatamente iguais a voc."
Similarmente, D'us procurava uma bno para conceder a Avraham. "Avraham", disse, "que
bno posso te dar? Que voc seja um tsadic perfeito? Voc o . Voc foi lanado
fornalha ardente para santificar Meu Nome; abriu uma pousada para acomodar viajantes e
traz-los para sob as asas da Shechin; e disseminou Meu Nome pelo mundo inteiro. Que
sua esposa seja uma tsadeket? Ela j o . Que os membros de sua casa sejam tsadikim?

Eles j so. Tenho apenas uma bno para voc: 'Assim ser sua semente' - que sua
semente seja exatamente como voc!"
D'us introduziu a bno dos cohanim com a palavra "Assim", para indicar que a verdadeira
bno ao povo judeu seja que cada um de seus membros cresa para se tornar como seus
patriarcas.
Uma explicao do primeiro versculo da bno dos cohanim
Eis aqui uma maneira de explicar a bno:
Yevarechech: Que D'us abenoe teus pertences. Quando uma pessoa precisa alimento e
outras necessidades indispensveis, difcil para ela estudar Tor com tranqilidade. Por
isso, a bno que tenhamos suficiente sustento. Este versculo promete riqueza material
e sucesso.
Veyishmercha: Que D'us proteja teus pertences de serem roubados ou danificados. O que
acontece com tuas possesses na verdade determinado por D'us.
Um corajoso soldado prestou inestimveis servios a seu pas. Foi convocado a receber a
condecorao das mos do imperador. Este presenteou-o com um ba contendo cem
moedas de ouro valiosssimas. Muito contente por j Ter feito fortuna, o soldado acomodou o
ba sob a sela de seu cavalo e partiu para casa. Enquanto cavalgava por uma trilha deserta
na montanha, salteadores de repente o atacaram. Subjugaram-no e tomaram seu ba.
Desta maneira, sua fortuna se foi to rpido quanto viera.
Um rei que d dinheiro ou posses a algum nunca pode assegurar-se completamente contra
danos, roubo, perda, doenas ou morte, cuja ocorrncia impediria o beneficiado de usufruir
de seu presente. Somente o Rei dos Reis pode dar tal garantia. Portanto, aps prometer
bens materiais, D'us garante que Ele nos guardar de qualquer infortnio que possa impedir
nossa capacidade de nos beneficiarmos dela.
Alm disso, a palavra "Veyishmercha - Te guarde", tambm refere-se proteo contra o
ytser har, a m inclinao.
Riqueza material gera novos tipos de desejos. Dinheiro gasto com luxos torna-se uma
maldio ao invs de bno. As palavras "Que Ele te abenoe com riqueza," so seguidas,
portanto, de "e te guarde", do abuso, ao despend-lo com luxos. Em vez disso, que voc
utilize sabiamente o dinheiro para Tor e mitsvot.
O primeiro versculo da bno sacerdotal contm trs palavras, correspondendo aos trs
patriarcas, Avraham, Yitschac e Yaacov. Suplicamos a D'us que Se lembre de Sua aliana
com os patriarcas.
Uma explicao do segundo versculo da bno dos cohanim
Yaer: "Que a face de D'us brilhe sobre ti" significa: Que D'us oua tuas preces quando
rezares a Ele e te d entendimento ao estudar Tor.
Vichunca: Que Ele faa isso por ti, mesmo que no o mereas.
Qual o significado da palavra "vichunca"?
A palavra chen - graa (tambm relativa chinam - gratuito) denota uma ligao e apego
que no se originam da lgica ou da razo.

Este conceito assim esclarecido nas palavras de nossos sbios:


"H trs exemplos comuns de apego inexplicvel:
Um marido acha sua esposa graciosa.
Uma pessoa acha sua cidade natal especialmente encantadora (apesar dos outros
poderem consider-la um local desagradvel para se viver).
Um comprador sente um apego especial ao objeto que adquiriu."
Em todos os trs casos, a relao est alm da compreenso lgica. Baseia-se to somente
sobre um afeto especial com o qual a pessoa se refere outra ou a objetos. Similarmente,
pedimos a D'us que conceda-nos Sua bno, mesmo se no somos merecedores.
Queremos ser abenoados como um presente de graa, por causa do amor de D'us por
Israel.
Este versculo contm cinco palavras, que correspondem aos cinco Livros da Tor. A Tor
foi dada em mrito dos trs patriarcas, cuja aluso feita atravs das trs palavras do
primeiro versculo.
Uma explicao sobre o terceiro versculo da bno dos cohanim
Yiss: Que D'us te d total ateno, estejas onde estiveres. Ele te guardar de todos os
infortnios. Esta a bno de Divina Providncia; D'us est atento e observa cada uma de
nossas atividades.
Veyassm lech shalom: D'us te dar paz. No sers atacado pelas ms inclinaes ou
prejudicado por outros, de quaisquer outros modos.
Este terceiro versculo o pice dos dois anteriores. Desejamos as bnos materiais
(Yevarechech) e espirituais (Yaer) apenas com o objetivo de adquirir a bno final de
proximidade com D'us; traduzidas em bondade e paz. "Que D'us erga Seu semblante para ti"
denota total interesse pessoal de D'us com cada judeu, o relacionamento mais prximo
possvel, o qual foi prometido ao povo judeu. (Agora, no exlio, D'us "oculta" Sua face.)
Todas as nossas bnos so concludas com "paz", pois no possvel desfrutar de
qualquer outra bno, a no ser que a pessoa esteja em paz.
Este terceiro versculo contm sete palavras, sugerindo os sete cus, em aluso ao que os
cohanim desejam ao povo judeu: "Que Ele, que reside nos sete cus o abenoe."
Quem recebeu o poder de abenoar os outros?
D'us disse: "No incio, apenas Eu podia abenoar as pessoas. Abenoei Adam (Ado) e
Chava (Eva): 'Multiplicai sobre a Terra.'"
"Abenoei Nach (No) e seus filhos quando deixaram a arca e comearam a reconstruir o
mundo."
"Abenoei Avraham. Disse-lhe: 'Como s um grande tsadic, transferirei a ti o poder de
abenoar os outros. Aquele a quem abenoares, ser tambm abenoado.'"
Antes de Avraham morrer, quis abenoar seu filho Yitschac. Mas pensou: "Se eu abenoar
Yitschac, meu outro filho, Yishmael, pedir tambm uma bno. Yishmael no merece ser

abenoado."
Avraham era similar a um jardineiro em cujo jardim cresciam arbustos com deliciosos frutos,
mas estavam entremeados com os galhos de plantas venenosas que cresciam perto deles.
O jardineiro pensou: "Se eu regar o arbusto frutfero, farei com que a planta venenosa cresa
tambm." Por isso, no molhou o arbusto frutfero.
Da mesma forma, Avraham no ousou abenoar Yitschac antes de morrer. No desejava ter
que abenoar Yishmael tambm.
Aps a morte de Avraham, o prprio D'us abenoou Yitschac. O poder de conceder bnos
foi ento transferido para Yitschac.
Yitschac deu a bno principal a Yaacov, e no a Essav. Yaacov recebeu o poder de
abenoar as pessoas. Abenoou todos seus doze filhos antes de morrer.
D'us disse a Mosh: "De agora em diante as bnos sero concedidas pelos cohanim.
Quando eles abenoarem o povo judeu com os versculos mencionados, Eu realizarei suas
bnos."
Os lderes das tribos doam carroas para o Tabernculo
Na Parash Shemini no Livro de Vayicr, aprendemos sobre os eventos ocorridos no oitavo
dia da consagrao do Tabernculo. Agora a Tor nos diz mais sobre o que aconteceu:
Os lderes das tribos desejavam doar algum objeto para o servio do Tabernculo. Por que
razo? Quando Mosh anunciou que cada judeu poderia doar materiais para a construo
do Tabernculo, os lderes no reagiram generosamente.
"Deixe que cada judeu doe o que quiser, e providenciaremos o que ficar faltando,"
declararam eles. Entretanto, logo perceberam que tinham cometido um erro. O povo
correspondeu com tantos presentes e tal entusiasmo que no havia sobrado nada para que
os lderes doassem. Finalmente descobriu-se que as pedras preciosas para o peitoral ainda
estavam faltando. Os lderes ento as forneceram. Mas eles ainda estavam tristes. Queriam
dar uma compensao para seu erro. O que mais poderiam doar para o Tabernculo?
Finalmente, tiveram uma idia: "As tbuas e os materiais do Tabernculo so pesados
demais para que os levitas os carreguem. Vamos dar-lhes carroas nas quais podero
colocar os objetos, e animais para pux-las."
Os lderes das tribos decidiram doar seis carroas e doze bois para pux-las.
D'us ordenou a Mosh: "Aceite as carroas e os bois dos lderes. Louve-os pelas doaes.
Diga-lhes: 'Foi uma idia maravilhosa ajudar no transporte das partes do Tabernculo.
Considero isso to notvel como se vocs tivessem Me ajudado a carregar o mundo todo!'"
Os lderes das tribos doam oferendas para consagrar o altar
Os lderes ainda estavam tristes. O que mais poderiam doar para o Tabernculo?
Um deles, o lder da tribo Yissachar, cujos membros eram particularmente sbios, tinham um
plano: "Deixe-nos doar animais para inaugurar o grande altar de cobre com oferendas
especiais!" Os lderes das tribos aprovaram a idia. Discutiram que tipo de animal doariam e
por fim decidiram: "Cada lder doar exatamente as mesmas oferendas. Assim, a
contribuio ser igual para todos os lderes."
D'us aprovou. Os lderes se preocupavam com os sentimentos uns dos outros e mostravam
respeito mtuo.

D'us disse a Mosh: "Aceite as oferendas dos lderes para consagrar o altar. Eles oferecero
seus sacrifcios em dias diferentes, comeando no oitavo dia dos dias de consagrao do
Tabernculo."
Mosh perguntou a D'us: "Quem oferecer primeiro os sacrifcios? O lder da tribo de
Reuven, a mais antiga, ou o lder da tribo de Yehud, a tribo que viaja em primeiro lugar?"
"O lder de Yehud ser o primeiro," decidiu D'us.
As oferendas dos lderes para a consagrao do altar
Eis aqui a doao de cada um dos doze lderes para a consagrao do altar:
1 - Uma bandeja de prata pesando 130 shekel. Estava repleta de farinha com azeite, como
uma oferenda de minch.
2 - Uma fina tigela de prata pesando 70 shekel. Estava tambm cheia de farinha e azeite
para uma minch.
3 - Uma colher de ouro. Estava cheia de incenso.
4 - Uma oferenda de ol, consistindo de um touro, um carneiro e um cordeiro.
5 - Uma oferenda de chatat, consistindo de um bode.
6 - Uma oferenda de shelamim, consistindo de dois bois, cinco carneiros, cinco bodes e
cinco cordeiros.
A Tor repete os presentes dos lderes das tribos por doze vezes. Isso nos mostra que cada
oferenda dos lderes era igualmente importante aos olhos de D'us.
Mosh ouve a voz de D'us vinda da arca
Ao final da Parash, ouvimos que Mosh entrou no Tabernculo, e escutou a voz de D'us.
D'us enviou um pilar incandescente do cu. Permaneceu entre os dois keruvim sobre a arca.
A voz de D'us vinha deste pilar. Embora a voz fosse alta e poderosa, ningum exceto Mosh
pde ouvi-la.
Por que a Tor menciona este privilgio especial de Mosh aqui?
Mosh era a nica pessoa que nada doou ao Tabernculo; D'us no lhe pediu que
contribusse. Mas quando viu os lderes oferecendo suas oferendas, sentiu-se entristecido.
Ele tambm desejava dar um presente para o Tabernculo.
Entretanto, a Tor nos diz que Mosh foi na verdade mais notvel que os lderes das tribos.
Apenas ele pde entrar no Tabernculo e escutar a voz de D'us.
Poro Semanal: Behaalotech
Bamidbar 8:1 - 12:16

Parash Behaalotech inicia-se com uma breve discusso sobre o


acendimento dirio da menor de ouro (candelabro de sete braos)
no Tabernculo, seguida por uma descrio do ritual de
consagrao dos Levitas.
A Tor ento descreve a celebrao de Pssach no segundo ano no

deserto, completada com a oferenda do corban Pssach. Aqueles


que esto impuros na data regular de Pssach e, portanto
incapazes de participar na oferenda, so ordenados a celebrar
Pssach Sheni, uma celebrao similar a Pssach realizada um
ms mais tarde, quando o cordeiro pascal comido com mats e
ervas amargas.
Aps mencionar a nuvem e o fogo que pairavam alternadamente
sobre o Tabernculo, a Tor descreve o procedimento padro pelo
qual os Filhos de Israel levantavam acampamento para continuar
suas viagens pelo deserto. Logo aps deixar o Monte Sinai e viajar
at o deserto de Paran, o povo comea uma srie de amargas
reclamaes. Espicaados pelo erev rav (a mltipla mistura de
povos que juntou-se ao povo judeu na sada do Egito), os Filhos de
Israel ficaram insatisfeitos com o man, sua miraculosa poro
diria de po celestial.
Quando Mosh comea a se desesperar, D'us ordena-lhe que
selecione setenta ancios para compor o Sanhedrin, a corte que o
ajudaria a liderar a nao. Quase imediatamente, dois dos membros
recm-eleitos anunciam uma profecia no acampamento. D'us envia
um enorme bando de codornas, que o povo junta para comer;
aqueles que haviam reclamado da falta de alimentos comem demais
e morrem durante este fato sobrenatural.
A poro conclui com Miriam falando lashon har, maledicncia, a
Aharon sobre seu irmo Mosh. Ela punida por D'us com lepra, e
fica de quarentena fora do acampamento por sete dias.
Mensagem da Parash
A Poro da Tor desta semana, Behaalotech conta como os
Filhos de Israel ficaram desanimados com o man que D'us lhes
forneceu para comer durante a viagem pelo deserto. Aps serem
incitados pelos incessantes resmungos dos erev rav, outros povos
que se uniram ao povo judeu na sada do Egito, os Filhos de Israel
reclamaram: "... Quem nos alimentar com carne? Que saudade
dos peixes grtis que tnhamos para comer no Egito; os pepinos,
meles, alhos-porr, cebolas e alho. Mas agora, nossa vida
montona; nada temos para esperar, exceto o man!" (Bamidbar
11:4-6).
Uma lio que pode ser extrada deste incidente que velhos
hbitos so difceis de quebrar. No muito tempo aps deixar para
trs o sofrimento e a falncia moral no Egito, o povo judeu vivenciou
o mais significativo encontro Divino da histria: a Outorga da Tor
no Monte Sinai.
Haviam embarcado numa jornada distante das praias do Egito para
o deserto. Ali, o povo aceitou o privilgio de viver segundo os
preceitos de D'us. Infelizmente, aps deixar o Sinai, a nao de
certa forma regressou mentalidade com a qual havia se
acostumado no Egito.
D'us os tirara do Egito atravs das assombrosas pragas; dividiu o
Mar vermelho, afogando seus perseguidores; abrigou-os durante a
jornada no deserto estril; e concedeu-lhes a sagrada Tor. O man
era um alimento especial que tomava o sabor daquilo que o

consumidor desejasse. Era servido ao povo diretamente pelo


Criador. Qual o motivo para reclamao? Por que esta preocupao
com comida?
Rashi, citando o Midrash, explica que as pessoas que reclamaram
no estavam realmente preocupadas com a comida. Ao invs disso,
esta reclamao baseada nas iguarias do Egito era um pretexto
para exprimirem a frustrao pela disciplina exigida pelas mitsvot.
Em vez de privilgio, consideravam as mitsvot como um fardo.
Tinham reminiscncias sobre os nostlgicos dias no Egito quando a
comida era "grtis" - no estavam "restritos" pelas mitsvot no Egito,
pois a Tor ainda no tinha sido outorgada.
Aqueles que reclamavam eram presa de sua mentalidade de
escravos, vendo com desdm as obrigaes e responsabilidades
que tinham como povo livre. Eles pareciam preferir a escravido
liberdade: "... Por que deixamos o Egito?" (ibid. 11:20).
No Egito, "vale tudo" era o credo; no havia restries de
comportamento. Aps a Outorga da Tor, entretanto, esperava-se
deles que se comportassem como o povo escolhido. Aqueles que
reclamavam - da mesma forma que as crianas que choram quando
chega a hora de ir para a cama, tomar um banho ou arrumar o
quarto - ansiavam pelos dias em que seu comportamento no era
regulamentado, quando no havia toque de recolher.
Hoje em dia, somos realmente livres ou somos escravos? Agimos
como se tivssemos deixado o Egito espiritualmente, ou ainda
ansiamos por aqueles meles, alhos-porr e cebolas? Com certeza,
a sociedade moderna enormemente seduzida pela sua mxima do
"vale tudo", mas e quanto ao man? Tinha o sabor que a pessoa
desejasse. Da mesma forma, podemos fazer de nossa vida aquilo
que desejamos - podemos optar por perseguir o corrupto e o
efmero, ou o elevado e o infinito. O sabor, a maneira na qual
conduzimos nossa vida, refletir esta escolha.
Se algum est doente, procurar o mdico. Este diz ao paciente
qual o regime apropriado a seguir para que seja novamente
saudvel. Se um mdico nos prescreve algo, ns o acatamos mesmo que no seja agradvel tomar o remdio e seguir a dieta
recomendada para melhorarmos. Da mesma forma, precisamos
seguir fielmente a receita dada ao nosso povo h mais de 3.300
anos, e tomar os "comprimidos" dados no Sinai. Certamente, pode
ser difcil s vezes deixar certos comportamentos que se acha
agradveis, mas apenas porque algum est habituado a certos
tipos de conduta, isso quer dizer que esta conduta est correta?
Os reclamantes, imbudos de uma relutncia para moldar sua
conduta segundo o modelo que a Tor exige, preferiram a
sociedade sem restries do Egito. Como estamos agora "deixando
o Sinai" (Shavuot ocorreu h umas poucas semanas), devemos nos
esforar para aperfeioar nosso cumprimento das mitsvot da Tor.
Por que simplesmente no escutamos D'us, nosso "Doutor da
Vida"? Afinal, Ele sabe o que melhor para ns.

Behaalotech
A mitsv de acender a Menor

Sob que Prisma deve-se Enxergar as falhas da


Gerao do Deserto

As Leis de Pssach Sheni

Novos Ancios so eleitos e imbudos de dom


proftico

As Duas Trombetas de Prata de Mosh

Miriam fala a Aharon sobre Mosh

Como o povo afastou-se do Monte Sinai

D'us defende Mosh mostrando sua superioridade


sobre todos os outros profetas

Os queixosos que desejavam carne

Imprima o Midrash completo

A mitsv de acender a Menor


A parash anterior descreve como os lderes das doze tribos inauguraram o altar do Santurio com
seus sacrifcios. Aharon, lder da tribo de Levi, contudo, deixou de se apresentar com um presente
similar (de animais e carroas carregadas de oferendas) para o altar.
Aharon estava envergonhado de oferecer presentes sobre o altar por causa de sua participao no
pecado do bezerro de ouro. No entanto, aguardava um comando Divino. Quando tal comando no veio,
ficou contrito, pois confirmaram-se suas suspeitas de que D'us no o perdoara.
Ao ver que D'us aprovou as doaes dos outros lderes, Aharon decidiu tambm participar; porm j era
tarde demais. D'us j havia aceito as doaes de Efrayim (a tribo de Yossef dividia-se em duas, Efrayim
e Menashe) contabilizando-as como a dcima-segunda tribo, desta forma, Aharon no participou ao
lado dos outros lderes.
"Ai de mim!", lamentou-se Aharon. "O Todo Poderoso no perdoou o pecado do bezerro de ouro."
No apenas Aharon, mas tambm toda a Tribo de Levi sofria porque seu representante no oferecera
sua poro dos sacrifcios da dedicao no altar.
Todavia, a verdadeira razo pela qual D'us impediu Aharon de participar desses sacrifcios
esclarecida atravs da seguinte parbola:
O rei proclamou que uma grande festa seria realizada nos jardins de seu palcio. Seus mensageiros
percorreram o pas inteiro convidando o pblico a participar. Anunciou-se em todas as associaes de
trabalhadores que seus membros estavam convidados para a festa do rei.
Apenas o amigo do rei, certo nobre, esperou em vo por um mensageiro para convoc-lo para a
celebrao.
"O rei deve estar chateado comigo!" pensou, "se no, por que me ignora?"
Aps findarem as festividades, o rei enviou um mensageiro particular casa de seu amigo.
"A festa para as pessoas comuns terminou," informou ao nobre. "Amanh o rei dar outro banquete
somente para voc. Ele deseja distingu-lo pois voc seu amigo ntimo."
Similarmente, D'us no aceitou as doaes de Aharon, pois honra maior fora-lhe reservada; receberia a
mitsv de preparar a menor. Sua tribo, Levi, tambm receberia distino especial. Seriam santificados
como servos de D'us numa cerimnia descrita no prximo captulo.
D'us consolou Aharon dizendo: "No se aflija! Reservei para voc uma mitsv que sobrepujar as

oferendas dos sacrifcios de dedicao. Voc e seus filhos prepararo a menor no Tabernculo e no
Templo Sagrado.
A mitsv do acendimento da menor ser eterna. Seus descendentes, os cohanim conhecidos como
Chashmonaim (Macabeus), instituiro a mitsv permanente de acender as velas de Chanuc. Assim,
seu 'chanuc' (inaugurao, em hebraico) continuar para sempre; enquanto que a inaugurao dos
lderes das tribos apenas temporria."
D'us usou um termo nada usual para 'acender' a menor, dizendo: "Behaalotech / quando voc fizer
subir" em vez de "behadlicch / ao acender". Dentre outras implicaes, este termo denota: "Voc ser
elevado." Cumprindo a mitsv, os judeus tornam-se espiritualmente elevados.
Certa noite, um homem rico disse a seu amigo, um simples trabalhador, que jantaria em sua casa. O
trabalhador arrumou a casa deixando-a um brinco, preparou a comida e iluminou a sala de jantar com
velas.
Quo embaraado ficou, contudo, ao ver seu amigo rico chegar. Um squito de servos, alguns
carregando brilhantes candelabros acesos, outros tochas flamejantes, acompanhavam-no.
O anfitrio correu sala de jantar e apagou suas velas, cujo lume parecia realmente mortio e fraco,
comparado s luzes que se esparramavam para dentro. Rapidamente, escondeu os castiais numa
gaveta. Quando o rico convidado entrou e viu a sala escura, perguntou admirado: "Voc no estava me
esperando esta noite? Por que no acendeu luz alguma?"
"Eu acendi; porm quando vi as resplandecentes luzes que seus servos carregavam, fiquei muito
envergonhado em mostrar minhas simples velas."
O rico dispensou imediatamente os servos. "Jantarei apenas com as luzes de suas velas, para mostrarlhe o quanto voc me querido."
Similarmente, Mosh no conseguia compreender porque D'us desejava que uma menor fosse acesa
no Santurio. Sempre que entrava, encontrava o Tabernculo brilhando com o esplendor da Shechin
(Divindade). Como poderiam as luzes da pobre menor terrestre serem comparadas ao esplendor que a
Shechin irradiava?
Portanto, D'us disse a Mosh: "Behaalotech: Voc se tornar espiritualmente elevado acendendo a
menor. Eis porque Eu lhe dei a mitsv."
Alm disso, esse termo significa tambm:
A menor deve ser colocada sobre uma plataforma com degraus que conduzem at ela. O cohen
precisa ascender a plataforma para o acendimento. "Behaalotech" significa, assim, "quando voc
subir."
A mitsv cumprida acendendo-se cada chama at que esta suba por si. Assim, Behaalotech
significa "quando voc a fizer subir."
A fim de demonstrar que o Todo Poderoso no necessita de nossa luz, Ele ordenou que os trs braos
de cada lado do centro da menor estejam inclinados em direo ao centro, e no para fora.
Apesar de Aharon poder enviar um de seus filhos para acender a menor, cumpriu a pessoalmente a
mitsv com o maior zelo e exatido e durante toda sua vida.
Esta mitsv to querida aos olhos de D'us, que mencionada diversas vezes na Tor. A cada vez
novos detalhes so acrescentados.

D'us advertiu Aharon a no subestimar a grandeza da mitsv de preparar a menor.


Por causa de sua importncia, no era realizada toda de uma vez. Ao limpar a menor pela manh, o
cohen limpava cinco lmpadas, partia para outro servio e s ento limpava as duas lmpadas
remanescentes. Desta forma, o ato se estendia, e atraa a ateno das pessoas que visitavam o ptio
do Templo.
As Leis de Pssach Sheni
Quando o ms de Nissan chegou pela primeira vez no deserto, Mosh repetiu detalhadamente
aos judeus as leis de Pssach.
Dentre outras, mencionou que algum que estivesse ritualmente impuro no poderia levar a
oferenda de Pssach.
Ento um grupo de distintos tsadikim dirigiu-se a Mosh e Aharon para externar sua reclamao.
"Estamos impuros, pois como representantes do povo judeu, guardamos o caixo de Yossef.
Deveramos ser privados da mitsv do sacrifcio de Pssach porque estamos carregando o
esquife de Yossef em nome da comunidade?"
"No estamos pedindo permisso para comer do cordeiro pascal; apenas desejamos saber se
um cohen pode levar o sacrifcio em nosso lugar, e aspergir o sangue."
Mosh respondeu: "Vocs so grandes pessoas. Portanto, estou certo de que D'us me
conceder uma resposta ao seu pedido. Entrarei no Tabernculo e indagarei a Ele."
Mosh entrou no Tabernculo para apresentar a questo perante D'us. Foi ento instrudo nas
leis de Pssach Sheni, tambm chamado de Pssach Catan, Pssach Menor. Estas leis no
foram reveladas a Mosh anteriormente para que pudessem ser registradas em mrito das
pessoas virtuosas que estavam to ansiosas em realizar esta mitsv.
D'us ensinou a Mosh: "Se um judeu, por qualquer motivo vlido, no puder oferecer o sacrifcio
de Pssach (por exemplo, se estiver impuro ou longe do Santurio), ele o oferecer, em vez
disso, um ms depois, no dia 14 de Iyar.
"Ele observar todas as leis do sacrifcio de Pssach; realizar o abate na tarde de 14 de Iyar e
comer o sacrifcio noite, junto com mats e maror. Contudo, em Pssach Sheni ele no
precisar remover o chamts de seus domnios como deve faz-lo no verdadeiro Pssach, nem
precisar abster-se de trabalhar."
As leis de Pssach Sheni aplicam-se apenas aos indivduos impuros. Se a maioria da
comunidade estiver impura em 14 de Nissan, a Tor ordena que apesar disso os cordeiros de
Pssach sejam abatidos como de costume na tarde de 14 de Nissan.
A Grandeza da Gerao do Deserto
A Tor explica que durante suas andanas no deserto, os filhos de Israel eram dirigidos pelas
Nuvens de Glria, e descreve o caminho pelo qual viajaram.
H diversas razes pelas quais a Tor se estende acerca da maneira como os judeus viajavam,
dentre elas:
1. Algumas naes gentias alegavam que o povo judeu andava sem rumo porque Mosh no
sabia o caminho. Por isso, a Tor enfatiza que todas as jornadas eram ditadas por D'us.
2. A Tor revela a grandeza da gerao do deserto. Seus membros no foram perguntados se
queriam ou no viajar, nem se queriam ou no permanecer em alguma parada. No, eles
seguiram obedientemente as Nuvens de Glria. Sempre que essa se instalava sobre o

Tabernculo, acampavam; sempre que partia, eles tambm partiam. s vezes, D'us escolhia um
local desagradvel para acampar. Por exemplo, em Mar as guas eram amargas e no potveis.
Contudo, a Nuvem permaneceu em tal lugar. s vezes, chegava num local com boas fontes de
gua e rvores, como Elam, contudo, as Nuvens de Glria partiam logo aps a chegada. Nunca
sabiam o quanto demorariam em cada parada ou jornada. Poderiam ter acabado de
desempacotar e instalarem-se, quando as Nuvens se levantavam, convocando-os a continuar
viagem.
O perodo de andanas no deserto ensinou o judeu a seguir a liderana de D'us com f absoluta.
Adquire, assim, f e confiana em D'us para os longos anos de exlio, enquanto perambula
atravs do "deserto das naes," como o exlio foi denomidado. At hoje, os judeus no
perderam sua f na vinda de Mashiach, pois foram treinados a ter esperana e aguard-lo.
"Mesmo que (a Redeno Final) demore, espere-a, pois certamente chegar." (Chavacuc 2:3)
Parece quase sobre-humano que milhes de pessoas, inclusive crianas pequenas e bebs,
viajassem de boa vontade por esse sistema por um perodo de quarenta anos. Os judeus
demonstravam desta maneira sua total prontido a submeterem-se completamente Vontade
Divina.
Contudo, como veremos futuramente (na parash de Mass'), D'us foi bondoso com os judeus e
permitiu-lhes por muitos anos viverem num local permanente no deserto.
Esta maravilhosa gerao foi louvada por D'us: "Assim disse D'us, 'Eu Me lembrei da bondade
de sua juventude, seu amor como noiva, ter Me seguido no deserto, numa terra no semeada.'"
(Yirmiyahu 2:2)
As Duas Trombetas de Prata de Mosh
Aquele que teme D'us promovido a uma posio de autoridade.
Mosh temia D'us, por isso foi transformado num lder cuja autoridade sobre o povo equivalia a
de um rei.
D'us lhe disse: "Mosh, s um rei. Por isso, faa trombetas que soem para ti, exatamente como
os reis fazem soar trombetas antes de sair em batalha. Tenha duas trombetas confeccionadas
para sua posse particular. No podero ser tocadas para qualquer outro lder."
A santidade das trombetas de Mosh era to grande que foram ocultadas antes de seu
falecimento, para que nenhum lder ou rei que viesse depois pudesse us-las. Nem mesmo seu
sucessor, Yehoshua, podia possu-las. Quando Yehoshua conquistou Yerich (Jeric), sua
primeira vitria em Israel, os cohanim soaram shofarot, mas no as trombetas de Mosh.
D'us ordenou que as duas trombetas de Mosh fossem exatamente idnticas e feitas de prata.
Trombetas de ouro lembrariam o pecado do bezerro de ouro.
A cada partida do povo judeu no deserto era anunciada atravs de trs sinais:
1. Primeiro, as Nuvens de Glria, que habitualmente pairavam sobre o Tabernculo, enrolavamse e transformavam-se numa coluna ereta, significando que a partida era eminente.
2. Mosh ento proclamava: "Levanta-Te!" obrigando a Nuvem a comear a viajar.
3. Os cohanim soavam a chamada especial de partida em ambas as trombetas de prata. Ao ouvir
isso, o povo iniciava sua jornada.
Alm de sinalizar a partida, as trombetas tambm eram usadas para anunciar assemblias da
congregao inteira, assim como assemblias dos lderes das tribos. Sons diferentes

anunciavam cada evento.


D'us instituiu, para todas as geraes, a mitsv de soar as trombetas nas seguintes ocasies:
Em pocas de calamidade, por exemplo: quando um inimigo ataca, em secas, pragas, e assim
por diante.
Ao ouvir o som da trombeta D'us promete lembrar-Se do povo judeu favoravelmente, e resgatlos do perigo.
Alarmados pelo soar da trombeta, os judeus seriam despertados de sua letargia mental e fariam
teshuv. Mereceriam ento a assistncia Celestial.
No Templo Sagrado, os cohanim soavam as trombetas diariamente, enquanto os sacrifcios
comunitrios de tamid eram oferecidos.
Havia, ao todo, pelo menos vinte e um sons de trombeta soados no Templo Sagrado todo dia:
- Trs pela manh, para sinalizar que os portes foram abertos.
- Nove, durante a oferenda matinal diria de tamid.
- Nove, durante a oferenda vespertina diria de tamid.
- Outras nove, se houvesse sacrifcio de mussaf (em Shabat, Rosh Chdesh e festividades).
- A cada vspera de Shabat, trs sons eram soprados tarde, para lembrar ao povo que era hora
de parar de trabalhar. Quando o Shabat estava prestes a comear, mais trs sons eram
soprados.
Yitr Parte do Acampamento no Deserto
Dentre o povo de Israel estava o sogro de Mosh, Yitr, que aps sua converso ao judasmo
recebera o novo nome de "Chovev - Aquele que ama a Tor".
Mosh lhe disse: "Apesar de no podermos lhe dar campo algum em Israel como possesso
permanente, podemos lhe conceder outros benefcios. Voc e seus filhos vivero na frutfera
cidade de Yerich e suas cercanias. Voc poder lavrar as terras at que o Templo Sagrado seja
construdo."
As vizinhanas de Yerich, onde o solo era frtil e produzia tamareiras, no foram loteadas para
nenhuma tribo em especial durante a distribuio da Terra. Por outro lado, eram consideradas
propriedades comum ao povo judeu. Uma vez que todas as Tribos estavam ansiosas para doar
sua propriedade para o local do Templo Sagrado, decidiu-se que a Tribo em cuja poro o
Templo Sagrado fosse eventualmente construdo receberia, em troca, o distrito de Yerich como
presente de todas as Tribos. Deste modo, todas as tribos sentiriam que haviam contribudo com
terras para o Templo Sagrado.
"Considere que necessitam de mim em Midyan, e no aqui. Comparado a voc, Mosh, cuja luz
to brilhante quanto a luz do sol, e a Aharon, cuja luz to brilhante quanto a da lua, eu no os
ilumino mais que o bruxulear de uma vela. Por isso, deixem-me ir." Mosh continuou a dissuadir
Yitr de partir.
Os netos de Yitr entraram em Israel e, conforme Mosh prometera, receberam o solo produtivo
de Yerich e suas cercanias. Viveram nessa propriedade e cultivaram-na durante 440 anos, at
que o Templo Sagrado fosse construdo. Ento foi dado Tribo de Binyiamin, em cujo territrio

encontrava-se o monte do Templo.


Alguns dos descendentes de Yitr tornaram-se ilustres dentro do povo judeu. Apesar de viverem
numa poro frutfera de Israel, no estavam contentes. Em vez de gastar o tempo no cultivo da
terra, desejavam devotar-se totalmente ao estudo da Tor.
Perguntaram: "Onde podemos encontrar um professor de Tor que possa ensinar-nos?"
"H um grande estudioso de Tor de nome Yaavets (outro nome de Asniel ben Kenaz, o primeiro
dos juizes, aps o falecimento de Yehoshua)," - disseram-lhes, "porm as redondezas onde
ensina terra deserta, onde no crescem gros e onde vivero em pobreza."
No levando em conta a perda material, esses descendentes de Yitr mudaram-se para o
deserto.
Encontraram Yaavets ensinando num espaoso Santurio, com enorme pblico presente,
inclusive cohanim, leviyim e judeus de ascendncia nobre.
Os descendentes de Yitr disseram humildemente: "Somos apenas convertidos, como
poderemos nos juntar essa nobre assemblia?"
Por isso, optaram por sentar ao porto de entrada da casa de estudos. Ali, escutavam
atentamente s palestras de Yaavets.
Eventualmente, tornaram-se destacados estudantes de Tor. Os descendentes de Yitr ficaram
famosos ao se tornarem lderes do San'hedrin (a mais alta corte judicial) que ensinava Tor ao
povo judeu.
Como o povo afastou-se do Monte Sinai
Os israelitas agora deixavam o Monte Sinai a fim de chegar a seu prximo destino: Kivrot
Hataav, localizado a trs dias de viagem do Monte Sinai.
Deixaram o Monte Sinai com pressa, assim como crianas de escola saem correndo no fim do
dia. Aos ps do Monte Sinai recebiam diariamente novas mitsvot, e pensavam: "Se demorarmos,
Ele nos dar mais mitsvot."
D'us considerou esta conduta como pecado. Demonstrava que consideravam Tor e mitsvot
como uma carga, um nus, ao invs de um benefcio.
Dentro de trs dias, os judeus pecaram novamente, ao reclamarem sobre a man e exigirem
carne.
Uma vez que esses dois pecados foram seguidos por um terceiro, a Tor escolhe no narr-los
em seqncia prxima, a fim de evitar que os judeus fossem rotulados de "pecadores
permanentes." (Um acontecimento triplo confere o status de permanente a um comportamento,
o que chamamos em hebraico de "chazac"). A Tor, por conseguinte, separa os dois episdios
um do outro para no condenar os judeus como pecadores permanentes. Ela interpe entre
ambos a passagem de "Vayehi Binsoa" (10:32-36), que traz honra ao povo judeu.
Apesar dos judeus evocarem o desagrado de D'us apressando-se em partir do Monte Sinai, Sua
bondade com eles ainda assim permaneceu. Ele instruiu a Arca Sagrada a determinar e
conceder-lhes uma jornada agradvel. Viajava frente dos judeus, a uma distncia de trs dias
de caminhada. Duas fascas irradiavam da arca, eliminando todos os perigos, tais como cobras,
escorpies, e inimigos que desejassem emboscar os judeus. D'us designou a Arca da Aliana
para que agisse como um capito que cavalga frente de seu exrcito.

A prece de Mosh quando o povo partia ou chegava uma parada


A Tor relata as preces que eram pronunciadas por Mosh sempre que o povo partia numa
jornada ou estava prestes a acampar.
Quando D'us queria que os judeus deixassem alguma parada, Ele fazia com que a Nuvem que
pairava sobre o Tabernculo se levantasse e se enrolasse numa coluna, como que pronta para
partir. Contudo, no comeava a viajar at que Mosh assim o ordenasse, proclamando:
"Revele-Se, D'us!"
Quando Mosh pronunciava estas palavras, a arca comeava a balanar-se para frente e para
trs, como que indicando que estava pronta para viajar. Isto demonstrava aos judeus a presena
da Shechin sobre eles.
Sempre que uma partida era iminente, Mosh erguia as mos em prece e implorava ao Todo
Poderoso: "Revele-Se, D'us para que os inimigos dos filhos de Israel sejam dispersados, e para
que aqueles que os odeiam fujam diante deles."
Originalmente, os judeus estavam destinados a viajarem direto a Israel. Se assim fosse, no
haveria necessidade de guerra na conquista. Em vez disso, as naes fugiriam assim que os
israelitas aparecessem. Mosh orou para que os inimigos fossem dispersados e fugissem ao
verem a Shechin.
Sempre que D'us desejava que os judeus se estabelecessem em algum lugar, as Nuvens de
Glria que viajavam frente deles parava. Contudo, no se desenrolava e estendia-se sobre o
Tabernculo at que Mosh lhe concedesse permisso para faz-lo, rezando: "Descanse, D'us
entre as dezenas de milhares e milhares de Israel."
O versculo significava: "Abenoe o povo judeu de forma que cada centena deles possa
multiplicar-se em dezena de milhar."
Uma vez que Mosh possua, por assim dizer, o poder de comandar a Nuvem para que se
instalasse, aproveitou a oportunidade para pedir a bno acima. Disse: "No permitirei que a
Shechin descanse at que eu tenha conseguido uma bno para o povo."
No incio e no final da passagem acima, que relata as preces de Mosh (10:35-36), a Tor coloca
parnteses especiais sob a forma de duas letras Nun invertidas.
Qual o propsito destes smbolos parentticos?
Demonstram que este assunto est deslocado aqui. Uma vez que descreve as oraes de Mosh
quando os judeus partiam e acampavam, deveriam estar registradas junto com o assunto dos
estandartes na parash de Bamidbar, a parash que descreve as viagens do povo judeu no
deserto. Contudo, como j foi explicado, D'us inseriu aqui esses versculos a fim de separar os
dois pecados.
Os queixosos que desejavam carne
D'us desejava purificar a gerao do deserto. Suas realizaes morais e espirituais teriam de
fazer parte integrante do carter do povo judeu. Por isso, Ele guiou os membros daquela
gerao atravs de vrias paradas, cada uma das quais apresentando um teste particular
especial.
A estao de Kivrot Hataav, aonde D'us levou o povo judeu, gerou desejos fsicos.
Ao chegarem l, os convertidos egpcios que eram os elementos mais baixos do povo (erev rav)
foram os primeiros a serem subjugados pelos desejos. Comearam a resmungar sobre sua

inaptido em satisfazer suas vontades.


Queixaram-se oficialmente que lhes faltava carne. Contudo, esta exigncia era meramente um
disfarce para seu desejo de praticarem novamente seus desejos fsicos como fizeram no Egito,
antes das restries da Tor terem sido impostas. (Pois se seu nico desejo fosse apenas obter
carne, poderiam ter abatido algumas cabeas do gado que tinham.)
O erev rav criou comoo, relembrando os judeus de sua irrestrita vida anterior.
"Lembramo-nos do peixe que comamos no Egito," exclamaram.
"L, no tnhamos o fardo das mitsvot. Nunca recitvamos uma bno sobre alimentos. Era
uma vida fcil, sem cumprir todas essas mitsvot."
Algum concordou: "Desde que deixamos o Egito no experimentamos o gosto de pepinos,
meles, alhos-porrs, cebolas ou alhos, apenas man."
Apesar da man produzir o sabor de qualquer alimento que a pessoa desejasse, no produzia o
sabor desses cinco vegetais, porque seu consumo prejudicial mulheres lactantes.
Na verdade, a man tambm podia assumir o sabor de carne. Portanto, o erev rav deflagrou uma
campanha geral de crticas contra a man, como que para justificar seu pedido por carne.
Alguns lamentavam-se: " verdade que o sabor da man varia, mas no sua aparncia. No
agradvel ver man ao caf da manh, man ao almoo e man ao jantar.
Outras queixas foram expressas em voz alta.
Alguns clamavam: "Como se pode permanecer saudvel com um alimento que no causa
excrees? Eventualmente, nossos estmagos explodiro."
Outros reclamavam: " muito difcil viver no princpio do dia a dia. Estamos constantemente
preocupados se descer ou no alguma man no dia seguinte. Se no, nossas famlias passaro
fome. Por qu no podemos estocar suprimentos de man?"
Na verdade, as reclamaes eram devidas ao fato de que apenas grandes tsadikim podem viver
felizes alimentando-se de man.
Apesar da man conter todas as vitaminas e ingredientes saudveis necessrios ao corpo, no
satisfaz uma pessoa que busque comer at se sentir cheio. Era um alimento delicado e etreo,
que agradava a mente mais que qualquer outro apetite fsico. Um tsadic ficava contente e
satisfeito pois a man nutria sua alma; ingerindo-o, ganhava nova percepo da Tor. Quanto
mais elevado o tsadic, mais intuio e sabedoria ganhava comendo sua poro diria de man.
Os que no estavam em to elevado nvel, contudo, desejavam uma refeio que os
satisfizessem fisicamente, e no encontravam "gosto" na man.
A Tor refuta as crticas do povo judeu a man enfatizando novamente suas admirveis
qualidades.
"Vejam sobre que alimento maravilhoso reclamam," D'us nos conta na Tor. Ela tinha uma
aparncia brilhante e atraente, como um cristal. Seu sabor era maravilhosamente doce. E apesar
de descer a cu aberto, no era contaminada pela terra ou insetos, pois cada poro individual
estava envolta em orvalho, a fim de que os judeus a recebessem perfeitamente puras.
D'us estava muito irado com o fato de os judeus terem sucumbido aos seus desejos.

Um fogo desceu do Cu e devorou os instigadores do erev rav.


Quando os judeus viram o fogo devorando o erev rav, foram tomados de temor. Ser que a
conflagrao se espalharia e tambm os queimaria?
Envergonhados demais para dirigirem-se diretamente a D'us aps suas reclamaes sobre a
man, imploraram a Mosh que orasse por eles.
D'us aceitou a reza de Mosh. O fogo afundou no local onde surgira. Mosh chamou o lugar
onde os pecadores morreram de "Taver - Conflagrao".
Sob que Prisma deve-se Enxergar as falhas da Gerao do Deserto
Rabnu Meshulam, um sbio sefaradi, era o mdico pessoal de um rei da Arbia.
O rei desafiou-o: "Seus ancestrais eram um povo muito ingrato. Tinham a man, um alimento
distinto, que se parecia com o alimento dos anjos. Como, ento, puderam reclamar da falta de
meles ou alhos?"
"Dar-lhe-ei uma resposta amanh." Disse Rabi Meshulam.
Quando a entrevista com o rei terminou, Rabi Meshulam foi calmamente cozinha real e
ordenou ao cozinheiro: "Eu, o mdico chefe, ordeno-lhe que coloque o rei sob uma dieta
especial. Amanh no lhe ser servido alho em sua refeio."(O rei comia alho regularmente
aps o jantar.)
No dia seguinte, no lhe serviram alho algum. Convocou o cozinheiro chefe e censurou-o por
sua negligncia. "Recebi essas ordens do mdico judeu," respondeu o cozinheiro.
O rei convocou Rabi Meshulam e disse-lhe, cheio de ira: "No sabe que no relaxo at que tenha
comido alho aps a refeio? Por qu ordenou que no me dessem alho algum?"
"Meu mestre, o rei," respondeu gentilmente Rabi Meshulam. "Que seus ouvidos ouam o que
seus lbios acabaram de afirmar: Sua reclamao por causa de uma simples refeio na qual
voc sentiu falta do alho a que estava acostumado a comer. Durante quarenta anos meus
antepassados foram privados de seu alimento normal e subsistiram apenas com a man. Como
poderia no Ter reclamado?"
"Suas palavras so verdadeiras, e sua Tor verdade," reconheceu o rei.
Considerando que o nmero de judeus girava em torno de dois milhes e meio de almas, e que
viveram quarenta anos de uma forma que exigia que mantivessem constantemente os mais
elevados nveis de f, confiana e virtuosidade, no podemos conden-los. De fato, a gerao do
deserto foi a mais virtuosa de todas as geraes. A severa crtica da Tor baseia-se sobre as
elevadas expectativas do Todo Poderoso em relao aos judeus daquela poca.
Mesmo quando os judeus reclamavam, ainda tinham f, como demonstrado pela seguinte
observao do Midrash:
Por que o versculo diz que o povo era "como queixosos" (11:1), no deveria estar escrito: "E as
pessoas eram queixosas"?
Todavia, a Tor indica que os judeus nunca reclamaram do fundo de seus coraes. Foram
subjugados apenas momentaneamente pelos engodos do yetser har (m inclinao). Na
verdade, desejam servir a D'us.
Mosh sofre com o pedido por carne e pede aos lderes que o ajudem

Mosh estava extremamente desgostoso por os judeus terem criticado a man, que descia em
seu mrito.
Sua crtica man demonstrava que no estavam satisfeitos com o tipo de alimento que
recebiam sob sua liderana. Por conseguinte, Mosh disse a D'us: "Jamais desejei tornar-me
lder do povo judeu. Se no fosse por Tua ordem, me esquivaria dessa tarefa. Transformei-me
como que no pai do povo ensinando-lhes Tor. Porm isso significa que sou obrigado a
fornecer-lhes po e carne, exatamente como um pai deve sustentar seus filhos?"
"E mesmo se fosse obrigado a aliment-los - no posso dar-lhes a carne que querem. Meu
mrito pode suprir-lhes apenas o alimento angelical, a man. Aparentemente, ento, no sou o
lder adequado para eles. D-me novos Ancios, cujo nvel esteja mais prximo do povo.
Conseguiro se comunicar mais facilmente com o povo. Contudo, imploro-Te, mate-me antes
que concedas o pedido da carne. Tu me mostraste que trars, ao final, punies atravs dessa.
No posso suportar ver meu povo sofrer. Portanto, mate-me, para que no veja o mal que recair
sobre eles."
Ao visualizar a punio do povo judeu, a fora de Mosh esvaneceu-se. Enfraqueceu tanto que
no conseguiu terminar as palavras que estava pronunciando.
Novos Ancios so eleitos e imbudos de dom proftico
"Est bem," disse D'us a Mosh. "Seu pedido lhe foi concedido. Ter Ancios que lhe ajudaro
na liderana. Escolha setenta sbios que sejam zelosos em cumprirem todas as leis da Tor, e
traga-os ao Tabernculo."
"Mestre do Universo," replicou Mosh, "como saberei quem merecedor de ser escolhido?"
"Escolha homens que foram supervisores no Egito. Preferiram apanhar dos egpcios a obrigar
seus j exaustos irmos a trabalhos ainda mais extenuantes. Demonstraram seu amor por seus
semelhantes, e portanto merecem posies elevadas."
A escolha dos lderes dentre os supervisores judeus, que sofreram em prol da comunidade, nos
ensina que algum que se sacrifica pelo povo eventualmente merece honra, grandeza e o
esprito Divino.
"Como possvel ter um nmero igual de Ancios de cada Tribo?" refletiu Mosh. "Se escolher
cinco homens de cada tribo, haver sessenta e no setenta no total, como D'us ordenou. Se
escolher cinco homens de duas tribos e seis das outras, ofenderei algumas tribos."
Em conseqncia, Mosh resolveu deixar que o assunto fosse decidido por sorteio. Preparou
setenta e dois bilhetes. Em setenta escreveu a palavra "Ancio", e deixou dois em branco.
Escolheu ento seis Ancio de cada Tribo e disse-lhes: "Todos vocs devem sortear, mas
saibam que dois bilhetes esto em branco. Se sortearem um em branco, saibam que esta a
vontade de D'us. Ele no o escolheu. Se tirar um bilhete escrito 'Ancio', aceite a posio de
lder, pois voc foi escolhido pelo Cu."
Similarmente, D'us disse a Mosh: "Somente voc estava destinado a liderar Meu povo. Na
verdade, imbu voc com a habilidade necessria para supri-los com o que quer que necessitem.
Todavia, uma vez que pediu que outros compartilhem de sua grandeza, d-lhes parte de seu dom
proftico. Eles no recebero o dom proftico diretamente de Mim."
Apesar de Mosh ter cedido parte de seu dom proftico aos Ancios, seu prprio ruach
hacodesh no diminuiu. Ele se igualava a um candelabro utilizado para acender diversas velas.
Quantas luzes quer que acendesse, no perdia nada de seu brilho.
Os Ancios receberam apenas uma pequena frao do esprito Divino que pairava sobre Mosh.

Eldad e Medad receberam profecia diretamente de D'us


Dentre os setenta e dois homens escolhidos por Mosh para realizarem o sorteio para a posio
de Ancios, dois homens, tsadikim extraordinrios, no compareceram ao Tabernculo.
Esconderam-se no acampamento, dizendo: "No merecemos a grande honra de nos tornarmos
lderes."
Disse D'us: "Vocs foram humildes; por isso, eu os elevarei sobre os outros Ancios."
Enquanto os Ancios ainda estavam no Tabernculo, o esprito de D'us pairou sobre Eldad e
Medad, que comearam a profetizar.
Eldad previu: "Mosh deixar este mundo, e Yehoshua ser seu sucessor. Yehoshua levar os
judeus Terra Santa, e tomar posse dela."
Medad profetizou: "Breve, aves de nome slav sero trazidas do mar, cobriro o acampamento e
se tornaro uma cilada para o povo judeu."
O filho mais velho de Mosh, Guershon, correu ao Santurio para relatar as palavras de Eldad e
Medad.
Yehosua, que percebera que estes dois homens receberam suas profecias diretamente de D'us,
sem a mediao de Mosh, exclamou: "Meu Mestre, Mosh, rogue a D'us que retire o esprito
Divino deles! Merecem a pena de morte por profetizar independentemente na presena de seu
mestre!"
Mosh, contudo, no estava preocupado com o fato de que D'us elevara outros profetas alm
dele, e que esses previram seu falecimento.
"Voc no precisa zelar por mim, Yehoshua," tranqilizou seu pupilo. "Estou contente que eles
foram diretamente inspirados por D'us. Meu sincero desejo que todos os judeus pudessem se
tornar profetas desse nvel!"
Mosh, o mestre de todos os profetas, alcanou a perfeio de carter. Era completamente
indiferente sua honra pessoal, e preocupado apenas com o benefcio de seus semelhantes.
O cair das aves slav
No dia seguinte, D'us cumpriu Sua promessa de fornecer carne em abundncia.
Mosh denominou esta parada de "Kivrot Hata'av - Tmulos da Concupiscncia", pois os que
ansiavam por carne l pereceram.
Literalmente, Kivrot Hata'av significa: "Tmulos da Luxria." No apenas os luxuriosos foram
enterrados l, mas tambm os desejos das pessoas. Aprenderam que tentando livrar-se das
restries da Tor e mergulhar em desejos e luxurias, uma pessoa no atinge ganhos mentais
nem fsicos. Pelo contrrio, leva-os ao tmulo.
Miriam fala a Aharon sobre Mosh
O dia em que os setenta Ancios foram escolhidos foi um dia de grande felicidade para o povo
judeu. Acenderam velas e participaram do jbilo da recm adquirida grandeza desses homens.
"Quo afortunadas so as esposas desses Ancios, a quem foi concedido o dom proftico!"
exclamou Miriam, irm de Mosh.
A esposa de Mosh, Tsipora, que estava a seu lado observou: "Muito pelo contrrio! Elas ficam,

desta maneira, infelizes. Seus maridos agora se separaro delas."


Miriam j havia notado antes que Tsipora negligenciara sua aparncia. "Por que voc no se
veste como as outras mulheres, Tsipora?" perguntou-lhe.
"Seu irmo no se importa com minha aparncia," replicou Tsipora.
Agora a verdade ficara clara para Miriam. Por que seu irmo no obedecera a ordem Divina de
frutificar e multiplicar? Como irm mais velha, era responsvel para tomar o assunto em suas
mos. Iria discuti-lo com Aharon, ele certamente concordaria com seu ponto de vista.
Encontrou Aharon e Mosh entrada do Tabernculo, e falou com Aharon na presena de
Mosh. No se importava que Mosh ouvisse a conversa, uma vez que no tinha ms intenes,
mas queria apresentar o assunto corretamente para o bem de Mosh. Dirigindo-se a Aharon,
comeou a elogiar a extraordinria beleza de Tsipora, bem como sua virtuosidade.
(Nesta parash Tsipora chamada de "uma mulher etope". A grandeza de Tsipora era to bvia
e inegvel como a cor preta da pele de um negro, no obstante era uma mulher de maravilhoso
recato e modstia. Esta a origem da comparao entre a negritude e sua destacada grandeza.
Porm, alguns comentaristas interpretam essas palavras literalmente, sustentando que Tsipora
era realmente negra.)
Miriam envolveu Aharon na discusso, como segue:
(Nossos sbios no relatam as palavras exatas de Miriam e Aharon, e o texto, assim, uma
aproximao de sua conversa real.)
"Ouvi que Mosh no vive com sua esposa," disse-lhe. "No se justifica agir assim com
Tsipora."
"Porm, aparentemente, D'us concorda com Mosh," respondeu Aharon, "pois Ele no o
censurou."
"No," concluram ambos, "isto no prova que Mosh agiu corretamente. D'us leva a pessoa no
mesmo caminho que ela escolhe trilhar. Uma vez que Mosh separou-se voluntariamente de sua
esposa, D'us subseqentemente consentiu."
"Nossos patriarcas tambm eram profetas, porm no se separaram de suas esposas. Ns
tambm somos profetas, mas o Todo Poderoso no ordenou que nos separemos de nossos
cnjuges. Mosh tambm poderia viver uma vida normal, se assim escolhesse."
Mosh, que ouvira a conversa inteira, poderia facilmente ter se defendido, refutando que fosse
um profeta mais elevado que os patriarcas, ou do que Miriam e Aharon. Poderia explicar que ele,
que deve estar sempre preparado para receber a profecia, precisava separar-se de sua esposa
permanentemente, e que D'us sancionara sua deciso.
Contudo, Mosh no formulou resposta alguma, pois no havia se ofendido ao ouvir uma
observao sobre si. No havia ningum mais humilde que ele. Por causa de sua modstia,
nunca revelou a Aharon ou Miriam que suas revelaes eram infinitamente mais elevadas que as
concedidas a outros profetas.
A extrema humildade de Mosh
A Tor testemunha que "O homem Mosh era extremamente humilde, mais que qualquer outra
pessoa sobre a terra" (11:3). Era humilde a seus prprios olhos, e era o mais paciente dos
homens.

Mosh era ainda mais humilde que os patriarcas.


Sua humildade no era devida alguma fraqueza, defeito ou inferioridade da qual tivesse
conscincia. Mosh era excelso em todas as reas, combinando todas as qualidades desejadas
pelas pessoas.
Como possvel que Mosh fosse o mais humilde dos homens, apesar de seus talentos e
realizaes excepcionais?
Mais que qualquer um, Mosh compreendeu que "Seu, D'us, a grandeza, e a fora, e a glria,
e a vitria, e a majestade; pois tudo o que est no Cu e na terra Seu; Seu o governo, e Voc
exaltado como cabea acima de todas." (Divr Hayamim, 29:11)
Quanto mais profunda for a percepo de D'us, mais claramente uma pessoa capaz de
perceber que o quanto realiza completamente insignificante em comparao a todos os
benefcios que recebe Dele. Ele v seus dons ou talentos no como fonte de orgulho, mas sim,
como uma responsabilidade a ser utilizada a Servio de D'us.
A inigualvel humildade de Mosh foi uma das virtudes que fizeram com que merecesse a
experincia da Shechin mais que qualquer outro homem, e ser escolhido como o transmissor
da Tor Divina.
D'us defende Mosh mostrando sua superioridade sobre todos os outros profetas
Mosh no se defende; em vez disso, D'us defendeu-o.
De repente, Mosh, Aharon e Miriam ouviram a Voz Divina. A Voz dirigia-se a cada um deles
individualmente, no mesmo instante (um milagre que s D'us pode realizar), e ordenou-os a
entrarem dentro da parte interna do Tabernculo.
Aharon e Miriam ficaram atnitos ao som da Voz de D'us, pois estavam impuros. Percebiam
agora que Mosh precisava separar-se de sua esposa porque nunca sabia quando as palavras
de D'us o alcanariam, e portanto, exigia-se que estivesse num estado de pureza constante.
Eles, por outro lado, geralmente s recebiam comunicao Divina apenas depois de terem se
preparado.
D'us explicou a Aharon e Miriam: "No falo com Mosh como fao com outros profetas. Todos
os outros profetas tiveram vises em sonho, ou, se acordados, sob a forma de parbolas e
enigmas que requerem interpretao. As profecias de Mosh so diferentes. Eu falo com ele face
a face com perfeita clareza. Ele est a vontade em Meu reino superior, e tem domnio at sobre
os anjos. Confio nele plenamente."
Nossos sbios ilustram a superioridade de Mosh conforme segue:
Todos os profetas, exceto Mosh, podem ser comparados a algum que se olha no espelho. Ele
pode ver o reflexo dos objetos atrs de si, contudo no sabe o que h do outro lado do espelho,
uma vez que no pode enxergar atravs desse.
Similarmente, os profetas tiveram a viso de D'us como "viso no iluminada", uma viso
indistinta. Por causa de suas limitaes, no conseguiam perceber a essncia de D'us; por
conseguinte, suas vises eram meros reflexos.
Mosh, por outro lado, era como algum que olha atravs de um vidro transparente, e discerne
claramente o objeto por trs deste. Portanto, sua viso de D'us denominada de "viso
iluminada", uma viso lcida e penetrante.
A ira de D'us com Miriam e Aharon

D'us censurou Aharon e Miriam: "Erraram em comparar Mosh a outros profetas. Era permitido a
outros profetas continuarem a manter relaes maritais, mas era necessrio que Mosh se
separasse de sua esposa. Como ousaram falar sobre um homem grande como Mosh, que
Meu servo leal?"
D'us estava irado com Aharon e Miriam, e tratou de puni-los. Antes de faz-lo, contudo, Ele fez
com que a Nuvem da Shechin se elevasse e partisse de sobre o Tabernculo. Como para
demonstrar que D'us no consegue suportar ver tsadikim sofrendo. Apesar de suas palavras no
terem sido proferidas por malcia, mas por preocupao pelo bem-estar de Mosh, e apesar
deles no terem falado por trs das costas, mas em sua presena, D'us considerou que Miriam e
Aharon eram culpados de lashon har (maledicncia). Ele imediatamente golpeou-os com tsaraat
(lepra), a penalidade para maledicncia e difamao.
Tanto Aharon quanto Miriam ficaram com tsaraat, mas Aharon apenas por um instante. Logo em
seguida, sua tsaraat desapareceu. A de Miriam permaneceu, pois ela quem comeara a falar
sobre Mosh. Todavia, Aharon ficou to angustiado ao ver a pele de sua irm de um tom
leproso-esbranquiado, que esta mera viso constitua uma grande punio para ele tambm.
"Por favor, meu mestre," implorou Aharon a Mosh, "no nos culpe, pois pecamos. Ns trs
nascemos de uma s me. Se Miriam ficar leprosa um golpe to duro, como se metade de
nossa carne estivesse morta."
"Por favor, ore a D'us para que a cure, ou ento ela dever permanecer uma eterna leprosa. Um
cohen que parente de um leproso no pode declar-lo puro. Somos filhos dos mesmos pais,
portanto, nunca poderei declar-la pura."
Mosh clamou a D'us que curasse Miriam. Desenhou um pequeno crculo ao redor de si, ficou no
centro e implorou a D'us: "D'us, (em Cuja Mo est todo o poder de cura), por favor, cure-a
agora! No deixarei este crculo at que minha irm esteja curada!"
Manteve sua prece curta, para que zombadores no dissessem: "Vejam Mosh! Para sua irm
ele reza extensamente, mas no para ns!"
D'us respondeu ao pedido de Mosh dizendo que Miriam se recuperaria instantaneamente:
"Voc acha que certo que ela seja readmitida imediatamente ao acampamento? Suponha que
ela tenha ofendido seu pai e que estamos zangados com ela, no mereceria ser banida de sua
presena por uma semana? Miriam no ofendeu seu pai humano, ela Me ofendeu! Ela deve, por
conseguinte, ser banida como uma leprosa por duas semanas. No obstante, ela deve ser
isolada apenas por uma semana e ento se tornar pura. Mesmo punindo Miriam, Devo
conceder-lhe sua honra especial de tsadeket. Uma vez que Aharon, que seu parente, no pode
examin-la e declar-la pura ou impura, Eu, pessoalmente devo agir como seu cohen. Eu a
colocarei em recluso como leprosa, e Eu a declararei pura."
Deste modo, todos perceberam que a longa estadia em Chatserot era em prol de Miriam.
Miriam foi recompensada na mesma moeda. Em menina, esperou por Mosh beira do Nilo por
cerca de um quarto de hora, at que a filha do Fara o resgatasse das guas. Em troca, D'us fez
com que uma populao de mais de dois milhes de almas, incluindo Mosh e Aharon, bem
como as Nuvens de Glria e a arca esperassem por ela por sete dias. Isto demonstra que mesmo
a menor boa ao que a pessoa realiza generosamente recompensada.
Aps Miriam ter se recuperado da tsaraat um milagre lhe ocorreu.
Quando Miriam foi acometida de tsaraat, ficou fatalmente doente. Mesmo depois que a lepra
desapareceu, ainda estava muito doente. Seu marido Calev, com grande auto-sacrifcio, nutriu-a
at que sua sade se restabelecesse com alimentos e remdios apropriados.
Quando se recuperou, a felicidade de Calev era imensa, pois abandonara a esperana de que ela

qui recuperasse plena sade. Ele realizou uma segunda cerimnia oficial de casamento, como
se estivesse se casando com Miriam pela primeira vez. Um milagre ocorreu: Miriam
rejuvenesceu e sua face tornou-se resplandecente. Tanto Miriam quanto sua me Yocheved
mereceram o milagre do rejuvenescimento como recompensa Celeste por terem arriscado suas
prprias vidas quando, como parteiras no Egito, desobedeceram as ordens do Fara para matar
as crianas judias ao nascerem.

Poro Semanal: Shelach


Bamidbar 13:1 - 15:41

Shelach comea com o incidente principal do mau relatrio dos espies sobre a Terra de Israel.
Enquanto o povo judeu se prepara para entrar na Terra de Israel, doze importantes lderes so
enviados para pesquisar a Terra Prometida, dos quais dez retornam e fazem um relatrio negativo
ao povo, dizendo que seria impossvel ao povo judeu conquistar as poderosas naes que l
viviam.
Recusando-se a dar ouvidos ao relatrio positivo de Caleb e Yeoshua, a nao inteira chora e
reclama por toda uma noite de total histeria. D'us ameaa o povo judeu de extermnio, quando
ento Mosh suplica com sucesso para que no sejam totalmente aniquilados. Mesmo assim, D'us
declara que sero punidos com quarenta anos vagando pelo deserto, e durante este tempo toda
aquela gerao morrer. Percebendo seu grave erro, um grupo insiste em avanar imediatamente
na direo do pas, contra a vontade de D'us, sendo completamente aniquilado pelas famosas
naes de Amalec e Cana.
A Tor ento muda para a descrio das libaes de vinho que acompanhavam muitas das
oferendas levadas ao Mishcan (Tabernculo). Aps ensinar os detalhes da chal - (no confundir
com o po que comemos no Shabat), esta refere-se poro a ser separada de cada fornada de
massa e doada a um Cohen - a Tor menciona vrias leis tratando da proibio de adorao de
dolos, e o infeliz caso do homem que recebeu a pena de morte por profanar o Shabat.
A Parash Shelach termina com o terceiro pargrafo da prece do Shem, contendo a mitsv de
colocar tsitsit, que serve como um constante lembrete para ns, de D'us e Seus mandamentos.
Mensagem da Parash
O caso trgico dos espies um dos mais frustrantes e intrigantes eventos dos registros da Tor.
Frustrante, porque como observadores casuais, sentamos com nossas mos atadas enquanto a
histria dolorosamente se desenvolve, trazendo com ela resultados to desastrosos que as ondas
de choque continuam a assombrar-nos at hoje. Intrigante, porque quase inimaginvel que uma
nao que testemunhou coletivamente a glria e o poder do brao estendido de D'us quando ele
os libertou do cativeiro do Egito pudesse questionar Sua capacidade de coloc-los na Terra
Prometida. Como justificamos sua perda de f e qual a conseqncia que isso tem para ns hoje?
A Poro da Tor encerra-se com o mandamento de adornar todas as vestes de quatro cantos
com os cordes de tsitsit. Rabi Mordechai Gifter faz uma fascinante observao sobre a descrio
da Tor explicando a funo dos tsitsit. Somos ordenados a meditar sobre os tsitsit, que nos
lembram do restante das mitsvot, para que no nos deixemos levar pelas paixes de nosso
corao ou pelos desejos de nossos olhos (Bamidbar 15:39).
Rashi explica que o corao e os olhos necessitam proteo especial, pois so naturalmente
inclinados a levar a pessoa ao pecado. O processo do pecado, continua Rashi, primeiro envolve
os olhos percebendo um objeto de desejo. O corao ento se inflama com uma nsia pelo objeto,

e juntos, o corao e os olhos impelem o corpo ao.


Rabi Gifter pergunta: "Se a armadilha do pecado primeiro armada pelos olhos e depois pelo
corao, como afirma Rashi, por que ento a Tor os escreve na ordem oposta, declarando que
os tsitsit so uma prescrio contra seguir o corao e depois os olhos?"
De forma clssica, entendemos a posio hierrquica do homem como o ltimo a ser criado, como
sendo um smbolo do papel dominante que o gnero humano representa face a face com o
universo. O palco est montado: todas as matrias primas esto em ordem, e o homem jogado
em cena para domar a fora bruta, elevando-a quando a coloca a seu servio. Entretanto, num
sentido mais metafsico, talvez a colocao do homem seja para indicar que toda a criao em si
no tem qualquer finalidade, um estado totalmente incompleto at que o homem seja por fim
criado.
Ns, seres humanos, somos peculiares. J aconteceu de voc comentar com algum um evento
ou experincia e, ao comparar suas impresses, descobrir que vocs dois tm interpretaes
completamente diferentes do fato? Voc sentiu-se esclarecido, estimulado, e interessou-se
completamente na ocasio, ao passo que seu amigo ficou "ligado" nas falhas dos detalhes e
achou tudo aquilo trivial e desinteressante. A realidade , de fato, bastante elstica. Toma a forma
de seja qual for a interpretao que desejamos lhe dar. Nossa atitude e conceito prprio ditam a
maneira pela qual nos relacionamos com os estmulos externos, e que tipo de valor ou significado
lhes atribumos.
Em um sentido mais alto, o Homem um parceiro de D'us na criao porque cada um de ns,
segundo nossa personalidade nica e formao do carter, "criamos" nosso prprio mundo no
qual vivemos.
Rabi Gifter explica: " verdade que os olhos so os primeiros a induzir a pessoa a pecar;
entretanto, os olhos vero apenas aquilo que o corao quiser ver!" Tsitsit exige que faamos uma
reflexo sobre nossos deveres do corao, que questionemos e desafiemos nossos valores,
esclarecendo o modo de ver a ns mesmos. Colocar tsitsit nos ajuda a definirmo-nos, ao
identificar a causa que abraamos. Assim como o mensageiro do elegante hotel da cidade
identificado como pertencendo ao quadro de empregados (e de fato tem um grande senso de
dignidade e honra) pelo uniforme e insgnia que veste, o tsitsit serve para marcar-nos como leais
servos do Todo Poderoso Criador do universo. So vestes da realeza.
Falando por si mesmos, os espies revelaram a decadncia que precipitou este acontecimento
desastroso. Em seu relatrio para o povo, incluram um gracejo auto-depreciativo que parecia um
tanto desafinado com o tom e andamento de sua histria. Em meio descrio da Terra de Israel
como um pas cujo clima produz naes de propores gigantescas, acrescentaram: "ramos
como gafanhotos a nossos prprios olhos e tambm aos olhos deles" (Bamidbar 13:33).
O fato de os habitantes considerarem os judeus insignificantes como insetos certamente provocou
sentimentos de apreenso e pavor. Entretanto, e quanto a seus sentimentos de inferioridade? O
que achavam que esta declarao conseguiria?
A resposta clara como gua: o povo judeu no perdeu a f em D'us; perdeu a f em si mesmo!
Perderam a saudvel perspectiva correta sobre qual era seu verdadeiro valor, ou de quem eram
realmente. Se tivessem compreendido o imenso amor que D'us lhes devotava, teriam acreditado
ser beneficirios merecedores do mais precioso dos presentes, a Terra de Israel. Em vez de olhar
para si mesmos como gigantes que sem esforo poderiam esmagar as tribos canaanitas, viram
uma nao de miserveis e desanimados gafanhotos, que no mereciam o amor que lhes era
concedido.
A verdade que D'us nos ama mais do que jamais saberemos. Como um pai compassivo, Ele nos
deseja apenas o melhor. nosso trabalho sermos Seus filhos; temos de acreditar apenas em ns
mesmos e refletir sobre a nobre identidade da qual os tsitsit servem como um constante lembrete.
Enquanto usarmos Seu "emblema real", orgulhosamente denominando-nos Seus filhos fiis, ento

somos Seus filhos e Ele abrir para ns Seu amor ilimitado.


O amor de D'us com certeza vem com cordes amarrados!

Shelach
Os judeus pedem a Mosh que envie espies a
A punio da Gerao do Deserto
Israel
Mosh instrui os espies

Uma viso chassdica sobre a falha dos


espies

A volta dos espies

A lei de separar uma poro da massa

Os judeus choram sem motivo

O povo judeu encontra um homem que fez um


trabalho proibido no Shabat

Mosh defende o povo judeu

A mitsv de atar tsitsit s vestimentas com


quatro cantos

Imprima o Midrash completo

Os judeus pedem a Mosh que envie espies a Israel


O povo judeu estava agora num local a sudoeste de Israel. Sabiam que em breve subiriam a
montanha localizada na fronteira de Israel.
Acotovelando-se animadamente, aproximaram-se de Mosh com um pedido. A nica tribo que
no juntou-se multido foi a de Levi.
"Deixe-nos enviar espies nossa frente," pediu o povo a Mosh, "para investigar a Terra.
Aconselhar-nos-o sobre a rota a ser tomada. Tambm nos informaro quais cidades podem ser
facilmente conquistadas, para que saibamos onde atacar primeiro."
bvio que no necessitavam de espies para reconhecer a Terra. A Nuvem de Glria e a Arca
de D'us viajavam na frente do povo. Preparavam o caminho para o povo, e indicavam para onde
ir.
Os judeus, portanto, citaram vrios argumentos a fim de convencer Mosh da necessidade de
exploradores.
"D'us prometeu levar-nos Terra repleta de tudo de bom e bens preciosos," disseram-lhe. "Antes
de nossa chegada, os canaanitas com certeza escondero de ns todos os bens valiosos. Por
isso, uma boa idia enviar agentes secretos para observar os habitantes e investigar seus
esconderijos secretos.
"Mais que isso, D'us prometeu expulsar os habitantes de Cana aos poucos. Precisamos decidir
quais cidades atacar e conquistar primeiro. Os espies tambm averiguaro a lngua nativa. Se
soubermos sua lngua, podemos ser treinados para espion-los durante a guerra, a fim de
descobrir suas estratgias."
O povo judeu, na verdade, queria enviar espies por causa das dvidas que rondavam sua
cabea:
1. Apesar de D'us ter-lhes assegurado que Israel era uma terra boa, ningum daquela gerao a
tinha visto. No estavam convencidos de que a terra era especial o bastante para garantir uma
guerra de grandes propores (a guerra da poca de Yehoshua durou sete anos). Os judeus

queriam confirmao atravs de relatos de testemunhas oculares de que a Terra Prometida era de
fato boa.
2. Comparados aos numerosos e bem treinados exrcitos das sete naes que habitavam Cana,
o povo judeu tinha apenas um punhado de guerreiros sem preparo algum. Como poderiam ousar
enfrentar inimigo to temido em terreno desconhecido, sem saber exatamente seu nmero, o
poderio de seu exrcito, e outros detalhes relevantes ao combate?
D'us condenou o povo pela falta de f em Sua palavra, proclamando, por conseguinte, que aquela
gerao no entraria em Israel.
A Tribo de Levi, todavia, no requisitara espies, e nenhum espio desta tribo fora enviado,
conseqentemente, os leviyim entraram na Terra Prometida.
Quando Mosh ouviu o pedido do povo, replicou: "Jamais darei um passo antes de consultar D'us.
Concordarei apenas se Ele sancionar seu plano."
Mosh perguntou ao Todo Poderoso: "Consentes em enviar espies Cana?"
"Se voc assim o desejar," respondeu D'us, "no o impedirei. Todavia, Mosh, envie espies por
voc mesmo, no por Mim."
Quando o dono do vinhedo percebeu que a vindima estava indo muito bem e que as uvas daquela
safra resultariam em vinho doce e delicioso, ordenou a seus trabalhadores: "Tragam todas as
uvas ao meu celeiro!"
Contudo, de outra vez, quando experimentou uvas de outra estao, percebeu que resultariam em
vinho cido. Portanto, disse aos trabalhadores: "Podem levar todas essas uvas aos seus prprios
celeiros!"
Similarmente, D'us previu que os espies no dariam certo, "azedariam"; por isso, no usou a
frase: "Envie espies para Mim" (como dissera, por exemplo, "Junte para Mim setenta homens;
traga a Mim os leviyim"). Em vez disso, consentiu com as palavras: "Envie espies por voc
mesmo."
Apesar de D'us saber que os espies falhariam em sua misso e trariam punio a gerao
inteira, no os proibiu de viajarem a Israel por diversas razes. Dentre elas:
1. Se recusasse o pedido dos israelitas, poderiam supor que a Terra no era verdadeiramente to
boa como Ele prometera. A profanao do Nome de D'us de acreditarem que o Todo Poderoso
decepcionou-os era pior que a eventual punio da gerao.
2. Apesar do Todo Poderoso prever todos os eventos futuros, Ele concede livre arbtrio a cada um.
Apesar da exigncia dos judeus de enviar espies estar errada, os espies tinham a opo de
trazer um relato positivo e tornar a misso um sucesso.
De fato, Mosh consultou D'us no que concerne a cada espio individualmente, se tratava-se ou
no de um tsadic, e D'us confirmou acerca de cada um: "Ele um indivduo de valor."
No princpio desta parash, os espies, so descritos como "anashim," homens distintos,
indicando que quando principiaram sua misso, ainda eram todos virtuosos.
Os doze homens escolhidos eram os doze melhores do povo.
Quando Mosh informou aos judeus que D'us concordara com a empreitada, esperava que o povo
respondesse que no necessitavam de espies. Afinal, o fato de que a permisso fora concedida

significava que Israel deve ser uma boa Terra.


Mosh tinha esperana de que sua aquiescncia dissuadisse o povo de insistir no pedido. Os
sbios discorrem uma parbola:
Algum quer comprar um asno, mas diz que quer primeiro test-lo. O vendedor, entusiasmado,
concorda. "Posso lev-lo tanto para montanhas como para vales?" - pergunta o comprador.
"Claro!" - responde o vendedor.
Vendo que o vendedor estava to confiante na coragem e astcia do animal, o comprador decide
que no tem nada a temer, e no faz o teste. Compra o asno e fica muito satisfeito.
Da mesma forma, Mosh pensou que sua prontido em concordar com o pedido do povo o
convenceria de que no havia nada a temer.
Ele estava errado; eles queriam ouvir sobre a Terra da boca de seus iguais. Assim, Mosh enviou
os espies.
Mosh chama seu aluno Hoshea pelo novo nome: "Yehoshua"
Um dos espies escolhidos por Mosh era o notvel aluno Yehoshua. Na verdade, seu nome
sempre fora "Hoshea". Antes da viagem dos espies, Mosh mudou seu nome para "Yehoshua".
Adicionou a letra extra Yud ao incio do nome. (Mosh utilizou-se do Yud que D'us havia retirado
do nome de Sarai, a primeira matriarca, ao mudar seu nome para Sara.)
A Tor refere-se a ele como "Yehoshua" antes mesmo deste incidente, em honra a Mosh, que
lhe deu este nome.
Por que Mosh fez isso? Temia que os espies pudessem no levar a incumbncia a cabo de
maneira correta. E assim, adicionou a "Hoshea" a letra Yud, que vale como nome de D'us, como
se para dizer: "Que D'us o salve dos perversos planos dos espies!"
Por que Mosh preocupou-se especialmente por Yehoshua?
Como lemos na parash passada, era de conhecimento geral, atravs da profecia anunciada por
Eldad que, aps o falecimento de Mosh, Yehoshua o sucederia. Mosh pensou que Yehoshua
pudesse juntar-se aos espies por causa de sua grande modstia. Uma vez que fora decretado
que Mosh faleceria antes de entrar na Terra, Yehoshua poderia aquiescer ao plano deles a fim
de prolongar a vida de Mosh, adiando, assim, o momento em que ele prprio assumiria o manto
da liderana.
A troca do nome de Yehoshua denota que, mesmo antes da misso comear, Mosh suspeitava
que no terminaria bem. No obstante, permitiu que os espies fossem, pois o povo assim queria,
e D'us no nega ao povo o direito ao livre-arbtrio.
Mosh instrui os espies
Mosh jamais vira pessoalmente a Terra Prometida, mas tinha f explcita na garantia de
D'us de que era uma Terra na qual "jorravam o leite e o mel."
Por isso, forneceu instrues detalhadas aos espies, que os fariam retornar, pensou, com
um relato extremamente favorvel. O povo ento viajaria Terra em jbilo.
Esclareceu extensamente os espies nos seguintes pontos:
1. Deveriam tomar a rota designada a mostrar-lhes a fertilidade da Terra, sua produtividade

e clima favorvel.
2. O sul de Israel sua parte menos frtil. (Por esta razo as vizinhanas de Hebron foram
escolhidas como cemitrio.) No obstante, at mesmo esta regio era sete vezes mais
frutfera que a cidade mais produtiva na frtil terra do Egito. Mosh instruiu os espies para
que comeassem investigando esta regio, e ento prosseguirem para o norte, em direo
a reas cada vez mais produtivas, a fim de apreciar plenamente a fantstica abundncia da
Terra.
"Encontrem os louvores de Cana," disse-lhes. "Vejam se os frutos so grandes e
suculentos ou secos e mirrados (e no deixaro de notar quo saborosos so os frutos).
Cortem alguns frutos de tamanho mdio (para que os judeus vejam com seus prprios
olhos que seus louvores e elogios no so exagerados)."
Mosh direcionou os espies num segundo ponto bsico. Sabia que os judeus temeriam a
guerra contra os poderosos exrcitos de Cana. Portanto, mostrou que mesmo que os
canaanitas eram fisicamente fortes, D'us os subjugaria por causa de sua inferioridade
espiritual.
"Descubram," ordenou Mosh aos espies, "se o tsadic Iyov (Job), que l reside, ainda est
vivo. Se faleceu, os habitantes esto sem mritos espirituais, e certamente os
sobrepujaremos. Mesmo que sejamos mais fracos, D'us nos ajudar, pois os canaanitas
no tm mritos para proteg-los."
Mosh ensinou o Nome Divino de Doze Letras aos espies, como proteo contra os
perigos. (Alguns dizem que deu-lhes seu cajado.)
No dia 29 de Sivan os espies partiram em direo Terra Prometida.
Os espies tornam-se corruptos
Apesar de serem tsadikim no momento de sua indicao, corromperam-se assim que
Mosh os enviou. Decidiram imediatamente trazer um relato negativo, como que para deter
o povo judeu.
O que fez com que os espies se tornassem corruptos?
Disseram uns aos outros: "Somos lderes do povo sob a liderana de Mosh. Assim que
entrarmos em Israel, Yehoshua se tornar o lder. Ento ele indicar um gabinete diferente
de ministros. Por isso, detenhamos o povo no deserto, para assegurar que no seremos
demovidos de nossos altos cargos e posies."
Passaram os prximos quarenta dias planejando como tornar plausvel que a Terra de
Israel no fosse conquistada.
A narrativa dos espies serve de exemplo de como o desejo por honra corrompe as
pessoas.
Similarmente na prxima parash, Crach rebelou-se porque aspirava por honra.
O desejo de uma pessoa por respeito e honra, na melhor das hipteses, impede o servio a
D'us, ou pode corromp-la totalmente.
Tanto Yehoshua quanto Calv opunham-se ao esquema dos espies, porm enquanto
Yehoshua expressava suas objees, Calv pensou que seria mais sbio ocultar seus
pensamentos.

Os espies entraram em Israel pelo sul, e prosseguiram em direo ao norte. Sua presena
certamente teria atrado a ateno dos canaanitas, e teriam sido mortos, se no fosse pela
miraculosa proteo de Cima. D'us afligiu os governantes de cada cidade por onde
passavam com uma praga. Os canaanitas, assim, ficaram preocupados em lamentar e
enterrar seus mortos, e os estrangeiros passaram despercebidos.
D'us fez com que Iyov falecesse no mesmo dia em que os espies entraram na Terra. A
perda de Iyov causou luto geral, distraindo novamente a ateno da populao dos
estrangeiros. Todavia, em vez de reconhecerem a Providncia do Todo Poderoso, os
espies aproveitaram-se dos eventos para denegrirem Israel, reportando, mais tarde, ao
povo: " uma terra de epidemias. Onde quer que passssemos, vamos pessoas morrendo
aos montes."
Os espies entraram nas vizinhanas de Hebron, onde fica a Gruta de Machpel, mas
estavam com medo de entrarem l para rezar. Era de domnio pblico o fato de gigantes
viverem naquela rea.
Apenas Calv ignorou o perigo. Resolveu visitar o local sagrado onde nossos patriarcas
esto enterrados, raciocinando: "Como posso evitar envolver-me com a conspirao dos
espies? Yehoshua est protegido pela orao de Mosh, eu, porm, devo implorar a D'us
que me ajude."
Por conseguinte, entrou na Gruta para rezar. A Shechin entrou junto com ele, para
informar os patriarcas que chegou a hora de seus descendentes conquistarem a Terra.
Calv atirou-se sobre os tmulos dos patriarcas e orou: "Pais do mundo! Imploro por
misericrdia, que eu seja salvo dos planos dos espies!"
O fato de que um homem com a fora de carter de Calv achou necessrio rezar na Gruta,
prova que a tentao para ver os aspectos negativos da Terra era muito forte, mesmo
partindo de homens da estatura dos espies.
Por causa da orao de Mosh, Yehoshua no teve necessidade de unir-se a Calv em
Hebron. Sempre que Yehoshua contemplava o nome que Mosh lhe dera, sua f se
fortalecia.
Eles escolheram, contudo, frutas monstruosas, super desenvolvidas, a fim de mais tarde
contar ao povo que um pas que produz frutas to estranhas era bizarro, e pessoas comuns
no sobreviveriam l.
Os espies colheram um galho de videira do qual pendia um cacho de uvas extremamente
pesado. Eram necessrias oito pessoas para transport-lo. O nono espio carregou figos, e
o dcimo, uma rom. Todavia, Yehoshua e Calv, que perceberam que os espies
utilizariam esses frutos para denegrir Israel, no carregaram nada.
(O cacho de uva que eles portaram na volta foi suficiente para fazer vinho para os
sacrifcios que seriam ofertados durante os prximos quarenta anos de permanncia no
deserto.)
Durante todos os quarenta dias de viagem, os espies engendraram e ensaiaram um
discurso que agitaria a comunidade inteira.
Geralmente, uma excurso atravs de Israel duraria mais de quarenta dias. Contudo, D'us
sabia que os judeus expiariam com um ano deserto por cada dia que os espies ficaram na
Terra. Por pena dos judeus, Ele condensou a rota dos espies e, portanto, a subseqente
punio do povo.
A volta dos espies

Os espies voltaram no quadragsimo dia, na noite de 9 de Av. Antes de entrarem em suas


tendas, aproximaram-se da casa de estudos.
Viram Mosh, Aharon, o San'hedrin (Corte Suprema) e o povo estudando as leis de chal
(separar um pedao de massa) e orl (a proibio de ingerir frutos nos primeiros trs anos
aps o plantio de uma rvore).
"Vocs no precisam estudar tais leis, que se aplicam somente em Israel," disseram
zombeteiramente ao povo. "Jamais conseguiro p-las em prtica."
Os espies despejaram seu discurso cuidadosamente preparado. Primeiro, elogiaram e
louvaram Israel. Sabiam que suas perversas afirmaes s seriam aceitas se primeiro
dissessem a verdade.
"Achamos que Israel uma terra extraordinariamente frtil, realmente," principiaram. "A
qualidade de que dela jorram o leite e o mel literalmente verdade. As rvores esto
carregadas de tmaras doces e suculentas, das quais pinga o mel. As cabras tm tanto leite
que o excesso flui ao cho. Assim, vimos verdadeiros riachos de leite e mel. Vejam os
suculentos frutos que trouxemos.
"Agora, examinem os frutos de perto. J viram uvas to gigantescas? No so estranhas?
Bem, este pas abriga habitantes monstruosos, exatamente como produz frutos
monstruosos.
" impossvel conquist-la, pois seus moradores so fortes, e as cidades fortificadas. No
podemos entrar por lado nenhum sem nos depararmos com temveis inimigos. No sul vive
Amalec..."
mera meno do nome "Amalec", o povo tremia.
Os espies mencionaram Amalec primeiro (apesar dos canaanitas e emoritas serem mais
fortes que Amalec), pois sabiam quanto temor este nome instilava no povo.
Os espies continuaram: "Os canaanitas residem a leste e a oeste, e os emoritas e seus
parentes, tambm poderosos guerreiros, nas montanhas, ao norte. Assim, todas as
fronteiras esto cercadas por poderosas naes."
At aqui, os espies no contaram nenhuma mentira abertamente. As cidades canaanitas
eram, de fato, muito bem fortificadas, e os habitantes verdadeiramente poderosos. Tambm
era verdade que havia gigantes entre eles. Contudo, a sugesto dos espies, de que a Terra
era impossvel de ser conquistada no constitua um fato real, porm uma opinio pessoal.
(No lhes foi pedido que opinassem se a Terra era ou no conquistvel. Se quisessem
externar seus pontos de vista, deveriam t-las mencionado a Mosh em particular.)
Os espies continuaram: "ramos pequenos como gafanhotos comparados a estes
gigantes. Certa vez sentamos todos em uma casca de rom atirada por um deles. Sentimonos como gafanhotos!"
Ao ouvirem a descrio de "exrcitos inimigos invencveis", o povo comeou a perder a
coragem. Por isso, Yehoshua levantou-se para contradizer as palavras dos espies.
Os espies, porm, no deixariam que desse voz a sua opinio.
"Quieto!", gritaram. "Voc no tem o direito de falar! Voc tem filhas, mas no filhos. Voc
no teme que seus filhos sejam recrutados para o exrcito. No queremos que nossos
filhos sejam mortos!"

Calv percebeu que deveria valer-se de um mtodo diferente. Levantou-se sobre um banco
e gritou de maneira provocativa: "Este foi o nico ato que o Filho de Amram (Mosh)
perpetrou para ns?"
Esperando que Calv os apoiasse, os espies silenciaram a multido. As vozes aquietaramse. Todos esperavam ansiosamente pela prxima sensao.
Obtendo ateno geral, Calv concluiu: "Mosh fez muito mais! Ele no partiu o Mar
Vermelho para ns? No nos deu a man? Por que esto com medo de conquistarem
Cana se Mosh assim ordenar? Mosh jamais nos iludiu ou induziu em erro. Se ele assim
o diz, podemos prevalecer sobre nossos inimigos. Mesmo se a Terra estivesse situada nos
prprios cus e Mosh nos obrigasse: 'Construam escadas e subam at l,' deveramos
segui-lo. Nosso sucesso baseia-se em obedec-lo, pois o que quer que Mosh diga a
vontade de D'us."
Ao ouvirem as palavras de Calv, os espies apressaram-se em contradiz-lo.
"No como voc est dizendo," proclamaram. "No podemos prevalecer sobre essas
pessoas, pois so mais fortes que ns."
A fim de impedir o povo de acreditar em Calv, os espies trataram de caluniar a Terra: "
uma Terra que devora seus habitantes," clamaram falsamente. " cheia de epidemias. Onde
quer que passssemos, vamos pessoas morrendo. Uma vez que os habitantes so
tremendamente fortes, no estavam morrendo de qualquer fraqueza fsica. Outrossim, o
clima prejudicial da Terra destri qualquer um que l habite."
Mosh retrucou: "Ouviram o que Calv disse: Yehoshua tambm concorda com ele! No
dem ouvidos maledicncia dos outros espies!"
Mas o povo no queria mudar de idia. "So dez contra dois!" - disseram a Mosh.
"Acreditamos nos dez espies. Alm disso, Yehoshua e Calv no negaram que as cidades
so fortificadas e que encontraram gigantes!"
Mosh, ento argumentou: "Tudo o que eu j lhes disse no inveno minha, mas uma
ordem direta de D'us. Se estou prometendo que Ele os levar Terra e destruir todos seus
inimigos, a garantia do prprio D'us. Aquele que realizou todos estes milagres at agora
continuar a operar milagres mesmo depois que vocs entrarem em Israel."
Os judeus choram sem motivo
Os dez espies viram que os judeus tinham se acalmado com as palavras de Calv e
Mosh. Decidiram tentar uma ttica diferente para atrair as pessoas a seu modo de pensar.
Naquela noite, cada um dos dez homens voltou a sua tenda, fingindo estar doente. Vestiram
mortalhas brancas, choraram e lamentaram-se. Suas famlias ficaram alarmadas e lhes
perguntaram o que os afligia. "No podemos esquecer o que vimos na terra de Cana,"
disseram eles. "Estamos certos de que vamos morrer, por isso que choramos e nos
lamentamos." As famlias juntaram-se a eles e logo foram seguidas por vizinhos e amigos.
Pais diziam pesarosamente a seus filhos: "Ai de vocs! Breve nossos inimigos, os
emoritas, sero seus governantes!" Em pouco tempo, todos os homens da congregao
estavam chorando e soluando. As mulheres, contudo, no tomaram parte dos lamentos e
prantos.
Os lderes do San'hedrin reclamaram a Mosh: "No questionamos a justia de D'us - se Ele
decreta a morte sobre ns, aceitaremos. Mas por que Ele nos mata atravs das espadas
dos idlatras de Cana? Preferamos ter morrido no Egito ou falecermos aqui no deserto."
"Ser como desejam," respondeu D'us. "Vocs falecero no deserto."
A noite de lamentao era a noite de 9 de Av. Disse o Todo Poderoso: "Vocs choraram

sem motivo; portanto Eu lhes providenciarei uma razo para chorarem neste dia. Nove de
Av se tornar uma poca de luto nacional. Nesta mesma data, tanto o Primeiro quanto o
Segundo Templo Sagrado sero destrudos."
Naquele 9 de Av foi decretado que ambos os Templos seriam deitados por terra e que os
judeus seriam exilados, como est escrito (Tehilim 106:24-27): "E eles desprezaram a Terra
desejada; no acreditaram em Sua palavra. Murmuraram em suas tendas, e no escutaram
a Voz de D'us. Por isso, Ele jurou faz-los cair no deserto. E fazer com que seus
descendentes cassem entre as naes, e fossem dispersados entre as terras."
As reclamaes continuaram na manh seguinte. Sempre que havia reclamaes podia ser
ouvido um grito vindo de um grupo de dissidentes: "Deixem-nos indicar novos lderes e
voltar ao Egito!"
A frase: "Voltemos ao Egito" tambm implicava "ao estilo de vida egpcio," sem Tor e
mitsvot. Constitua assim uma rebelio contra o Todo Poderoso.
Quando Mosh, Aharon, Yehoshua e Calv ouviram essas palavras, temeram a punio
imediata de D'us, e imploraram-Lhe misericrdia. Yehoshua e Calv rasgaram suas vestes
em angstia. Mosh e Aharon caram sobre suas faces para rezar e expressar seu apelo
para que o povo no se rebelasse contra D'us.
Mosh e Aharon estavam perplexos e sem palavras, mas Yehoshua e Calv contradiziam os
espies veementemente. Proclamavam: "A Terra que investigamos muito, muito boa!"
No exageraram ao descreverem Israel como extremamente boa.
O rei assrio Sancheriv incumbiu seu general Ravshacay a persuadir os judeus a se
renderem. Tentou convenc-los de que se beneficiariam instalando-se num pas diferente,
em vez de viver num estado de constante insegurana e prontido para o combate em
Israel. Prometeu aos judeus: "Eu os levarei a uma terra como a sua, uma terra de gros e
vinho, uma terra de po
e vinhedos, uma terra de oliveiras e mel, onde vivero e no morrero..." (Melachim II,
18:32). Ravshacay referia-se a um pas extremamente frtil na frica.
No foi tolice do general prometer aos judeus "uma terra como sua prpria terra"? Se
algum convence uma mulher a tornar-se sua esposa, ser que diz: "Sou to rico quanto
seu pai; prometo-lhe a mesma carne e vinho a que estava acostumada"? Em vez disso, no
deveria oferecer um padro mais elevado de vida que aquele ao qual estava acostumada?
Ento por que Ravshacay no prometeu levar os judeus a uma terra melhor que sua ptria?
Contudo, nem sequer Ravshacay poderia alegar que qualquer terra fosse superior a Israel.
Tal afirmao teria sido ridicularizada como uma mentira bvia. O fato de Ravshacay (um
inimigo dos judeus que queria denegrir Israel) no ousar diminuir a Terra percebe-se sua
superioridade amplamente reconhecida.
Todas as naes do mundo desejavam possuir Israel. Nos tempos antigos, um rei que no
possusse um palcio l no era considerado importante.
Yehoshua e Calv tranqilizaram o povo: "Se temerem apenas D'us, Ele os ajudar a
conquistar a Terra. Realmente emanam dela o leite e o mel, pois seus frutos so gordos
como leite, e doces como mel.
"Seu temor em relao fora dos canaanitas uma uma falta de f no prprio D'us. O
Todo Poderoso os expulsar na sua frente, exatamente como os tirou do Egito. Se
acreditam Nele, tero xito.
"Ns tambm vimos gigantes mas, diferentemente dos outros espies, no ficamos com

medo. Percebemos que a sentena de morte Celestial estava inscrita em suas faces. No
percebem que a fora fsica dos canaanitas irrelevante? A quota de pecados dos
canaanitas j est completa, e no possuem mais mritos para proteg-los. O nico grande
tsadic que tinham, Iyov, cujo mrito os protegia, faleceu."
Contudo, o povo recusava-se a dar ouvidos a Yehoshua e Calv.
Proclamaram: "Vocs no so dignos de confiana. Voc, Yehoshua, deseja entrar em
Israel porque se tornar lder; e voc, Calv, apoia-o porque seu amigo ntimo. Nossos
outros irmos, os espies, defendem nossos interesses melhor que vocs."
Os judeus decidiram ameaar Yehoshua e Calv atirando-lhes pedras. Imediatamente a
Nuvem de Glria de D'us desceu para proteg-los. Os judeus perceberam que agiram
errado e pararam.
D'us falou com Mosh bastante irado: "Por quanto tempo ainda este povo continuar a Me
provocar? O que quer que Eu planeje para seu benefcio, porm constantemente
escolhem reclamar.
Eu os tirei do Egito, porm reclamaram no Mar Vermelho.
Dei-lhes a Tor no Monte Sinai, e logo depois fizeram um Bezerro de Ouro.
Eu lhes dei o alimento Celestial, a man, e reclamaram dele.
Fiz com que a nobreza de Cana perecesse enquanto os espies passavam atravs da
regio, para que no os molestassem. Em troca, caluniaram a Terra, dizendo: ' uma Terra
que devora seus habitantes.'
"No h mais esperana de imbuir nesta gerao a f e temor por D'us necessrios para
viver em Israel. Deixe-Me destrui-los atravs de uma praga.
"A fim de cumprir Minha promessa aos patriarcas, Eu multiplicarei seus descendentes,
Mosh, e farei deles uma grande nao!"
D'us estava prometendo a Mosh que iria formar uma grande nao a partir de sua semente
e dar-lhe a Terra Prometida, cumprindo assim a promessa que fizera aos patriarcas, pois,
afinal de contas, Mosh era descendente deles.
Mas Mosh disse: "Se uma cadeira que s tem trs pernas no pode ficar firme, como pode
um banco de uma s perna ter alguma esperana de ficar em p? Se o mrito de trs
patriarcas no suficiente para salvar seus filhos, como apenas meu mrito proteger
meus filhos ao pecarem?"
Mosh defende o povo judeu
Mosh, o pastor altrusta, fez seu melhor para defender os judeus. Apesar do povo ter se
rebelado at mesmo contra Mosh, dizendo: "Retornemos ao Egito", Mosh como de
costume, apressou-se para suplicar por eles.
"Se matares o povo em vez de lev-los Terra," argumentou com o Todo Poderoso, "as
naes gentias, no sabendo que Tu ests punindo os judeus por seus pecados,
proclamaro: 'Por que o Todo Poderoso aniquila um povo que Ele ama e em cujo meio Ele
habita? Deve ser porque Ele no tem poder para lhes dar a Terra de Cana.'"
"Filho de Amram," replicou D'us, "Acaso as naes no conhecem Minha fora porque
ouviram sobre os grandes milagres que Eu realizei no Mar Vermelho?"

Mosh respondeu: "Elas diro: 'Apesar de Ele derrotar um rei, Fara, Ele no capaz de
conquistar os trinta e um reis de Cana, Por conseguinte, assassinou Seu povo no deserto.'
"E agora, D'us, que Sua Misericrdia prevalea sobre Sua ira. Cumpra Suas palavras, que
Voc paciente e tolerante mesmo com inquos. No atente para o que eu disse antes."
A que conversa anterior referia-se Mosh?
Ao ascender ao Cu para receber as Tbuas da Lei, encontrou D'us escrevendo as
palavras: "D'us paciente e tolerante."
Perguntou: "Esta frase quer dizer que Voc indulgente quando um tsadic (justo) peca?"
"No apenas com tsadikim," respondeu D'us. "Refere-se tambm a perversos."
"Por que s paciente com os inquos?' - questionou Mosh. "Deixe-os perecerem."
"Chegar o dia," redargiu D'us, "em que ficars feliz com este Atributo da Misericrdia, e
recorrers a ele."
Quando os judeus pecaram no incidente dos espies foram classificados como "
perversos", porque pecaram repetidamente. Por isso Mosh apelou a D'us para ser
tolerante com eles.
"No disseste que devo ser paciente apenas com os tsadikim?" - perguntou D'us a Mosh.
"E Tu no me garantiste que s paciente tambm com os perversos?" - lembrou-Lhe
Mosh.
Mosh disse a D'us: "Tua verdadeira fora revelada ao mundo quando exerces a
pacincia (pois o verdadeiro poderoso aquele que consegue controlar-se).
"Mesmo que os judeus tenham causado Tua ira testando-O agora pela dcima vez, lembreTe de que Avraham, na dcima prova com a qual o testaste, conquistou sua compaixo por
seu filho Yitschac e estava disposto a sacrific-lo. Em troca, deixe que agora Sua
Misericrdia conquiste Tua ira. Ento ficar claro que Tu s poderoso."
Mosh apelou ao Atributo divino da Misericrdia. D'us lhe prometera que Ele sempre
responderia favoravelmente a esses Atributos. H Treze Atributos da Misericrdia Divina,
mas Mosh apelou apenas a seis, naquele momento. Sentiu que os judeus no fizeram
teshuv por sua rebelio contra D'us. Por isso, no ousou pedir por perdo completo, mas
apenas por adiamento da punio, para impedir a destruio completa e imediata.
"D'us," exclamou, "que tolerante e abundante em Misericrdia; Que perdoa iniqidade e
transgresso, Que perdoa aqueles que voltam a Ele e pune os que no o fazem, mas, em
vez de destrui-los, distribui o pecado dos pais para trs ou quatro geraes de seus
descendentes - no decrete a morte sobre os Filhos de Israel!"
D'us replicou: "Apesar de no perdoar o povo judeu completamente, Eu os perdoarei,
conforme suas palavras. Em vez de aniquil-los imediatamente, Eu punirei esta gerao
com a eventual morte no deserto, e distribuirei o resto da punio sobre as prximas
geraes."
A punio da Gerao do Deserto
"Esta gerao," jurou Ele, "que viu Meus milagres no Egito e no deserto, e no obstante
testaram-Me dez vezes, no entraro na Terra. Diga ao povo que Eu juro que cumprirei seu
pedido. Pediram para falecer no deserto, e falecero. Todos os homens com idade entre

vinte e sessenta anos - aqueles que podem ser recrutados para o exrcito, mas recusaramse a enfrentar os canaanitas em combate - morrero com a idade de sessenta anos, e
cavaro suas prprias sepulturas.
"Seus filhos carregaro o resto da punio vagando pelo deserto por quarenta anos, at
que todos os homens da gerao que deixou o Egito atinjam a idade de sessenta anos e
peream."
De que maneira as palavras de D'us se realizaram?
Todo ano, na noite em que os judeus tinham pecado, 9 de Av, chorando sem um bom
motivo, quinze mil judeus morriam.
Assim, ficava perfeitamente claro que todos que morriam em Tish' Beav (9 de Av) - e
ningum morria em qualquer outra data - estavam sendo punidos pelos seus erros.
Na vspera de Nove de Av, queles que atingiram a idade de sessenta anos, Mosh
proclamava: "Vo, cavem suas sepulturas!"
Cada judeu cavava sua prpria sepultura, e l descansava na noite de Tish' Beav. Os que
sobreviviam no podiam deixar seus tmulos de manh at que Mosh proclamasse:
"Todos os que esto vivos, levantem-se!"
Os membros daquela gerao, que ouviram a Voz de D'us no Monte Sinai, pareciam-se com
anjos, apesar de seus pecados. Na morte, seus corpos no se decompuseram.
Na vspera de Tish' Beav do quadragsimo ano no deserto, ocorreu um acontecimento
maravilhoso. Como de costume, os homens cavaram sua prpria sepultura, porm na
manh seguinte descobriram que ningum falecera. No obstante, no ousaram acreditar
que a mortandade findara, uma vez que muitos homens que tinham vinte anos poca do
decreto de morte ainda estavam vivos. Por isso, pensaram que haviam errado ao calcular o
incio do ms. Voluntariamente, voltaram a seus tmulos pelas seis noites seguintes.
Ao verem a lua cheia aparecer em 15 de Av, tiveram certeza de que era o meio do ms.
Perceberam ento que o severo decreto fora abolido.
Celebraram o dia 15 de Av como Yom Tov (Dia Festivo): com grande alegria. Esta uma das
razes pelas quais celebramos anualmente esta data como um dia de jbilo.
Na verdade, os quarenta anos de peregrinao no deserto beneficiaram os que entraram na
Terra. Quando os canaanitas ouviram que os judeus estavam a caminho da Terra,
derrubaram suas rvores e queimaram as casas, para que os que estavam entrando
encontrassem um pas devastado e deserto. D'us deteve os judeus no deserto at que os
canaanitas tivessem novamente cultivado o solo e reconstrudo suas casas.
Mais ainda, D'us disse: "Se Eu trouxer o povo a Israel imediatamente, cada um correria para
seu campo e seu vinhedo e devotaria todas as energias para cultiv-los. Segregarei os
judeus no deserto por um perodo de quarenta anos, durante o qual estudaro Tor
enquanto comero a man. Ento, entraro em Israel purificados."
O decreto de morte no inclua os seguintes grupos:
Yehoshua e Calv.
As mulheres da gerao do deserto. Elas no participaram dos pecados do povo, porm
foram sempre leais a D'us e a Mosh.

As crianas com menos de vinte anos.


Os homens com idade acima de sessenta anos.
Os membros da Tribo de Levi, uma vez que no participaram no pecado do bezerro de
ouro, no dos espies, e em outras rebelies.
Todos esses grupos entraram em Israel.
A punio dos espies e a recompensa de Calv e Yehoshua
Os dez espies que caluniaram a Terra morreram pouco tempo depois. Tiveram uma morte
terrvel. Por terem pecado com a lngua, D'us alongou as lnguas deles at chegarem ao
ventre. Vermes rastejaram para fora de suas lnguas, penetraram nos intestinos, e lhes
causaram a morte.
Por que os espies mereceram uma punio to terrvel?
1. As pessoas deveriam aprender com a prpria experincia; mas nem sempre o fazem.
D'us disse: "Os espies no podem usar a desculpa de que no perceberam a seriedade de
lashon har (maledicncia). Todos sabiam da punio de Miriam por ter falado sobre seu
irmo Mosh (conforme se encontra na parash anterior). Mesmo assim, recusaram-se a
aprender a lio. Falaram lashon har sobre Mim e Israel."
2. Como foram punidos atravs de suas lnguas, os judeus puderam observar seu castigo e
aprenderam uma lio importante: se os espies tiveram uma morte terrvel por falar mal de
uma terra, quanto mais deve-se ter cuidado para no falar mal de uma pessoa viva.
3. No foi concedido aos espies a oportunidade de fazer teshuv, pois incitaram o povo a
pecar. Algum que faz com que outros pequem considerado muito mais culpado que
aquele que peca sozinho.
Quando a Tribo de Yehud recebeu seu territrio, sob a liderana de Yehoshua, Calv
recebeu o territrio nas cercanias de Hebron, por ordem Divina, como recompensa.
Yehoshua recebeu as pores do Mundo Vindouro que haviam sido reservadas aos
espies. A letra Yud (cujo valor numrico dez) foi acrescida a seu nome original, Hoshea,
indicando que mereceu a recompensa espiritual dos dez espies.
Por que D'us deu a Yehoshua recompensa maior que a Calv?
A magnitude da recompensa proporcional severidade da tentao. Calv descendia de
Yehud, que tinha controle sobre sua lngua. Era, portanto, naturalmente inclinado a resistir
ao lashon har, sem ter de esforar-se muito. (No obstante, rezou por ajuda dos Cus nos
tmulos dos patriarcas, pois estava em m companhia, o que pode ser perigoso, mesmo
para um tsadic.)
Yehoshua, por outro lado, era descendente de Yossef, que falou mal de seus irmos a seu
pai. Por isso, herdou uma fraqueza inerente no que tange a este pecado. Uma vez que lutou
contra a tentao, sua recompensa foi proporcionalmente maior.
Quando os homens da gerao ouviram o juramento do Todo Poderoso de que deveriam
falecer no deserto, e ao testemunharem a morte dos espies, lamentaram-se muito pelo seu
pecado
Uma viso chassdica sobre a falha dos espies

O Rebe explica porque homens notveis como os espies no quiseram entrar na Terra Santa:
Enquanto os judeus habitavam no deserto, estavam envolvidos apenas com assuntos
espirituais como o estudo da Tor. Todas suas necessidades fsicas: alimento, bebida e roupas
eram providos milagrosamente por D'us. Os espies no queriam ter envolvimentos mundanos
que seriam essenciais ao entrarem em Cana. Estes lderes perceberam que os judeus teriam
que trabalhar a terra, envolver-se em atividades comerciais e afins. Com certeza, estas
atividades seriam guiadas pela Tor: o povo no praticaria o roubo, a calnia a maledicncia,
no se intrometeria nos assuntos do prximo, etc. Tambm cumpririam os preceitos de
maasser (dzimo), Shemit (o ano sabtico), terum (a cota dos cohanim), etc. Todavia, o
tempo deixado para o estudo e a prece seria mais escasso.
A alegao dos espies era: "Por que deveramos mudar o tipo de trabalho espiritual no
deserto, pelo trabalho na terra de Israel? L, na Terra Santa lidaremos com os frutos da terra no com a man dos Cus; l teremos que lidar com os canaanitas, diferente do deserto onde
somos uma nao reclusa."
Os espies concluram que a terra Santa tornar-se-ia um "pas que devora seus habitantes" que acabaria consumindo e devorando sua espiritualidade e santidade.
Os espies estavam errados!
"A terra extremamente, extremamente boa". Embora o trabalho em Israel se concentrasse em
assuntos simples, isso o desejo de D'us - que mesmo as coisas mundanas da vida tivessem
um cunho de Judasmo, de terem sido realizadas por um judeu da maneira adequada,
ordenada Divinamente. Isso mais caro ao Todo Poderoso que o elevado estudo da Tor no
deserto.
Hoje nos encontramos em um difcil exlio. impossvel estudar Tor oito horas por dia; tudo o
que podemos fazer participar de aulas de Tor comunitrias - muitas das quais no so
profundas, mas tratam de leis simples ou histrias de nossos sbios, etc.
No devemos desanimar.
"A terra extremamente, extremamente boa." Se superarmos o desnimo e as dificuldades e
nos conduzirmos de maneira judaica, mesmo nos assuntos mais simples e corriqueiros da vida,
cumpriremos a suprema vontade de D'us to eficazmente quanto atravs do profundo estudo
da Tor no deserto. E se o fizermos com alegria, ser ainda mais precioso aos olhos de D'us.
Um grupo de judeus sai para lutar sem permisso
Finalmente os judeus entenderam que haviam pecado. Deveriam ter discordado dos espies e
continuado a confiar em D'us.
Alguns deles disseram: "Pecamos por no ter confiana em D'us. Deixe-nos fazer teshuv
agindo de maneira diferente. Subiremos montanha na fronteira de Israel e atacaremos as
naes que l habitam!"
"No devem fazer isto!" - protestou Mosh. "D'us j decidiu que os homens desta gerao
morrero no deserto e no conquistaro Israel. Por isso, D'us no estar com vocs na
batalha. Vocs sero mortos pelos inimigos!"
Mas no deram ouvidos a Mosh. "Subiremos montanha e comearemos a lutar agora!" insistiram os judeus. "Isto mostrar como estamos arrependidos por termos dito que seria
melhor retornar ao Egito."
Naturalmente, estavam errados. Poderiam ir guerra apenas com a permisso de D'us.

Assim que chegaram montanha, os amalequitas e os canaanitas que l viviam desceram


marchando. Atacaram os judeus e comearam a mat-los.
Mas D'us realizou um milagre: qualquer soldado inimigo que matasse um judeu morria
imediatamente, como uma abelha morre aps soltar seu ferro sobre sua vtima.
As leis da oferenda de farinha e vinho
Aps o incidente dos espies e a punio infligida gerao, prevalecia um esprito de
depresso e pesar.
O povo reclamou: "Talvez nossos filhos cometam algum outro pecado, ento tambm no
entraro em Israel. Nosso povo jamais chegar Terra."
D'us ordenou a Mosh: "V e d fora e nimo aos judeus!"
"Mestre do Universo," perguntou Mosh, "como os consolarei?"
"Ensinando Tor," retrucou o Todo Poderoso. "Instrua-os na mitsv de libaes e a mitsv de
separar a chal da massa. Essas mitsvot aplicam-se principalmente em Israel. Assim, os
judeus ficaro inspirados com a confiana de que seus filhos chegaro definitivamente a
Israel."
Mosh ento, ensinou ao povo judeu que os sacrifcios individuais de ol e shelamim, e os
sacrifcios comunitrios de shelamim trazidos com os dois pes em Shavuot, devem ser
acompanhados tanto por uma oferenda de farinha como de uma libao.
A oferenda de farinha que acompanha os sacrifcios acima mencionados, consiste de farinha,
leo e sal. Era completamente queimada sobre o altar. As quantidades de farinha e leo
variavam de acordo com o tipo de sacrifcio que era realizado.
A oferenda vertida, uma medida de vinho, variando de acordo com o tipo de sacrifcio animal
que era oferecido, era trazido com cada ol e shelamim. Era vertido nos orifcios de drenagem
na base do altar. No caso de uma oferenda comunitria, os leviyim cantavam enquanto o vinho
era vertido.
A lei de separar uma poro da massa
Enquanto estavam no deserto, os judeus no separavam uma
poro de massa. A mitsv s se tornou obrigatria aps terem
entrado em Israel.
Daquele momento em diante, sempre que algum fazia uma
quantidade especfica (um omer) de massa de uma das cinco
espcies de cereais (trigo, cevada, aveia, espelta ou centeio)
precisava separar uma parte da massa, chamada de chal. A chal
era sagrada e entregue ao cohen.
A mitsv de separar a chal realmente s se aplica em Israel numa
poca em que a maioria do povo judeu habita l. Contudo, nossos
sbios comandaram que a chal seja separada mesmo fora de
Israel, e mesmo em nossa poca, para que essas leis no sejam
esquecidas. Hoje em dia queimamos a chal e no a damos aos
cohanim, porque os cohanim encontram-se impuros.
Para criar o primeiro homem, D'us juntou um pouco de terra de
cada parte do mundo, e recolheu gua de todos os oceanos,

formando uma argila. A partir desta "massa" Ele formou Adam


(Ado). Por isso, nossos sbios denominaram Adam "a chal do
mundo". Quando Chava (Eva) ofereceu-lhe o fruto proibido, fez com
que Adam perdesse sua pureza original.
A mitsv de separar a chal tem o potencial de trazer de volta a
pureza de esprito perdida atravs do pecado de Adam. Desta
maneira, ao cumprir esta mitsv, a mulher retifica o pecado de
Chava.
Uma bno no lar
significativo que a mitsv de separar a chal da massa, foi
outorgada mulher judia. Como esteio do lar, a mulher no apenas
prepara o sustento fsico para a famlia; mas cumprindo esta mitsv,
ela tambm confere uma mensagem espiritual ao alimento.
A mitsv de separar a chal incorpora a crena de que todo nosso
sustento realmente chega at ns atravs das mos de D'us. Do
mesmo modo que no podemos ingerir o po a no ser que
tenhamos separado a chal, assim tambm uma poro de nosso
sustento sempre reservada para caridade, que dada livremente
- "do bom e do melhor."
Nossos sbios dizem a respeito da mitsv de separar a chal: "Isto
far com que a bno paire sobre sua casa." A mulher, to
influente na formao dos valores e atitudes dos membros da
famlia, traz bnos sobre seu lar e famlia atravs desta mitsv, e
instila f em D'us nos que a rodeiam.
A mitsv de separar a chal simboliza toda a prtica da cashrut,
enfatizando a elevao do fsico e mundano a reinos de santidade.
As mulheres judias tradicionalmente assaram suas prprias chalot,
como parte da preparao para Shabat e Yom Tov, apreciando e
valorizando a oportunidade de cumprir esta mitsv. Esta mitsv
especialmente significativa na vspera de Shabat. Antes de separar
a chal, muitas mulheres depositam algumas moedas numa
caixinha de tsedac destinada aos necessitados, especialmente
aos estudantes de Tor, em Israel.
Separar a poro de chal fcil, porm requer uma compreenso
das medidas e outros critrios envolvidos. Nem todas as massas
precisam da separao da chal. Os pargrafos seguintes
fornecem um guia dos requisitos para a separao da chal.
Requisitos da farinha e lquidos para a separao de chal
H trs possibilidades no que tange separao da chal: separar
a chal com a bno; separar a chal sem bno ou no separar
de modo algum. A chal deve ou no ser separada, dependendo do
tipo e quantidade de farinha e lquidos que a massa contm.
Tipo de farinha: Separa-se a chal quando a massa feita de um
ou da combinao dos seguintes cinco gros: trigo, centeio,
cevada, aveia e espelta. Outros tipos de farinha como a de arroz,
soja, milho e trigo-sarraceno (cash), quando utilizados sem "os
cinco cereais" no necessitam de separao da chal. Se utilizados

combinados com a farinha de um dos cinco gros, um rabino deve


ser consultado sobre as leis para separao da chal.
A quantidade de farinha tambm determina a necessidade ou no
de separao da chal; em caso positivo, uma bno recitada.
Contedo lquido: A fim de se separar a chal com bno, a maior
parte do contedo lquido da massa deve ser composta de gua,
contanto que os requerimentos da quantidade e tipo da farinha
tambm estejam dentro dos parmetros. Se a maior parte do lquido
contido na massa for outro que no gua (como leo, ovos, mel,
suco, etc.) separa-se a chal sem bno.
A fim de se separar a chal, mesmo sem a bno, deve-se
misturar pelo menos um pouco de gua na massa antes da farinha
e lquidos serem bem misturados juntos. Se a receita no pede
gua, correto pingar algumas gotas de gua.
Quantidade de farinha: A quantidade de farinha utilizada determina
se a chal ser separada com ou sem bno, ou se nem ser
separada. Isto depende do peso da farinha. Abaixo seguem as
medidas:
Requisitos da farinha em gramas:
No se separa chal ao se utilizar farinha em quantidade inferior a
1230 gramas.
Separa-se chal sem bno ao se utilizar quantidade de farinha
pesando entre 1230 e 1666,6 gramas.
Separa-se chal com bno ao utilizar uma quantidade de
farinha superior a 1666,6 gramas.
Como proceder
Separa-se chal depois que a farinha e os lquidos esto bem
misturados juntos formando uma massa homognea; enquanto esta
ainda est inteira, antes de ser dividida e de se formarem os pes.
Antes de separar o pedao da massa, recita-se a seguinte bno:
Baruch At A-do-nai, E-lo-h-nu Mlech haolam, asher kideshnu
bemitsvotav, vetsivnu lehafrish chal. (Bendito s Tu, A-do-nai,
nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus
Mandamentos e nos ordenou separar parte da massa.)
Remove-se ento um pequeno pedao de aproximadamente 28,8g
da massa. Imediatamente aps separar a chal, quer com recitao
da bno ou no; diz-se: "Har z chal" (Isto chal).
Atualmente, j que no podemos dar a massa aos cohanim, nem
utiliz-la para ns mesmos, o costume mais difundido queimar
este pedao em separado (por exemplo, envolto em papel
alumnio), sobre o queimador do fogo.
Apesar da separao da chal ser uma das trs mitsvot especiais
da mulher, qualquer pessoa acima da idade de Bar ou Bat Mitsv

pode cumprir a mitsv, quando necessrio.


Separando a chal depois de assar a massa
H casos em que a chal separada depois de se assar a massa:
Se a massa for lquida impossibilitando a separao de chal
antes de ass-la, como a receita de diversos bolos.
Se algum se esqueceu de separar a chal antes de assar.
Separa-se a chal colocando-se todos os pes ou bolos j assados
numa caixa ou recipiente, cobrindo-se todos com um pano. Tira-se
ento um pedao de um dos pes ou bolos, e, quando exigido,
recita-se a bno.
Deve-se realizar este procedimento antes de se utilizar ou ingerir os
produtos assados.
Massa de bolos, biscoitos, etc.
A separao da chal ao se assar bolos, biscoitos, e confeitaria em
geral, quando se assa grandes quantidades de massa, que no
seja para po ou chal, aplicam-se as leis de separao de chal.
Os tipos e quantidades de farinha e lquidos so os mesmos que os
relativos aos pes. Sendo que a gua consiste na menor parte dos
lquidos na maioria das receitas de bolo, mesmo se uma receita
pedir mais de 1666,6 gramas de farinha, separa-se a chal sem
bno.
Separao da chal em massas cozidas ou fritas: Se algum sova
uma massa com a inteno de cozinh-la ou frit-la (por exemplo,
para macarro ou sonhos), deve-se separar a chal sem bno.
O povo judeu encontra um homem que fez um trabalho proibido no Shabat
Mosh ensinou aos judeus as mitsvot de guardar o Shabat assim que
comearam a travessia do deserto, mesmo antes de receberem a Tor.
Subitamente, um povo inteiro ouviu que durante vinte e quatro horas a
cada semana estavam proibidos de cozinhar, assar, escrever, apagar,
construir, demolir edifcios, e de todos os outros trabalhos no permitidos
no Shabat.
Mosh estava preocupado de que alguns judeus cometeriam erros ou se
esqueceriam, fazendo um trabalho proibido. Por isto, antes que chegasse o
primeiro Shabat, ele designou indivduos cuja funo era patrulhar o
acampamento durante o Shabat, assegurando-se que nenhum judeu
realizaria um trabalho proibido.
No primeiro Shabat, os responsveis ficaram satisfeitos. Todo o povo de
Israel cumpriu conscientemente as leis de Shabat. Mas no segundo Shabat,
tiveram uma viso chocante: um judeu estava apanhando gravetos de um
campo.
Durante o Shabat, proibido juntar plantas (como tambm cortar madeira e
carregar em pblico). Este trabalho denominado hameamer.
"Pare!" - gritaram os guardas. " Shabat! Aquele que profana o Shabat
condenado morte!" Mas o homem replicou: "No me importo," e
continuou a juntar os gravetos. Quando os guardas viram que o homem
estava transgredindo o Shabat de propsito, prenderam-no e o levaram
perante Mosh.

"Ele profanou propositadamete o Shabat," disseram a Mosh.


Mosh disse: "Este judeu deve ser punido com a morte."
Entretanto, no estava seguro sobre qual o tipo de sentena de morte o
tribunal deveria pronunciar. "Coloque o homem na priso at que eu
pergunte a D'us," ordenou ele.
Mosh perguntou a D'us: "Que tipo de morte merece algum que
intencionalmente profanou o Shabat?"
D'us respondeu: " punido com o apedrejamento."
O homem foi ento punido.
Esta punio impressionou todos os judeus que a testemunharam.
Perceberam como grande a santidade do Shabat. A partir de ento, fariam
tudo para cumprir todas suas leis.
Conforme uma opinio de nossos sbios, este homem era um tsadic de
nome Tselofchad. Ele cometeu o pecado com uma inteno positiva.
Pensou: "Os homens desta gerao ouviram de D'us que morrero no
deserto. Agora poderiam pensar: "Como as mitsvot foram outorgadas
principalmente para serem cumpridas em Israel, e no chegaremos l, no
precisamos lev-las to a srio." Por isto, Tselofchad decidiu sacrificar sua
prpria vida a fim de mostrar a todos o castigo de algum que profana uma
das mitsvot.
A mitsv de atar tsitsit s vestimentas com quatro cantos
A parash termina com a obrigao de lembrar todos os mandamentos; pois uma falcia
pensar que o judasmo pode assentar-se apenas sobre a fundao de mandamentos to
primrios quanto acreditar em D'us e observar o Shabat, vitais como o so.
A mitsv de tsitsit (franjas) um veculo que possibilita ao judeu lembrar-se de todos os
preceitos da Tor.
A passagem abaixo faz parte da leitura do Shem. A Tor nos ordena a lembrar do xodo do
Egito todos os dias (Devarim 16:3). Os sbios instituram que esta mitsv deve ser cumprida
durante as preces dirias, atravs da recitao de versculos da Tor. Escolheram, portanto,
esta passagem para ser agregada ao Shem pois, alm da meno do xodo, contm diversos
outros conceitos bsicos.
Quando um judeu coloca tsitsit, considera-se como se tivesse cumprido todas as mitsvot da
Tor. Aquele que cumpre a mitsv do Shabat, tambm, como se tivesse cumprido todas as
mitsvot da Tor. Por esta razo, a Tor traz a histria do homem que profanou o Shabat e a
mitsv de tsitsit prximas uma da outra.
"E falou D'us a Moiss, dizendo: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que faam para si tsitsit
nos cantos de suas vestimentas, por todas as suas geraes."
O que significa a palavra tsitsit?
1. Tsitsit so "franjas". Referem-se aos fios que devem ser feitos com o propsito explcito da
mitsv (lishm), tecidas segundo as especificaes da lei judaica, e atadas s vestimentas de
quatro cantos.
2. A palavra tsitsit no se refere apenas s franjas em si, mas ao que estas franjas evocam
naqueles que as vestem. A palavra "hetsits" (relacionada a 'tsitsit') quer dizer olhar, observar
algo intencionalmente. O tsitsit exorta aquele que o usa a olhar atentamente para as franjas a
fim de se lembrar de todos os mandamentos.
Qual a importncia dos cantos?

Os cantos das roupas so acessveis e visveis, o que essencial no contexto deste


mandamento, uma vez que as franjas devem ser vistas a fim de servirem como lembretes.
S obrigado a atar tsitsit s roupas se a pessoa vestir uma roupa de quatro cantos. No
obstante, a mitsv to grande que nossos sbios ensinaram que um judeu deve vestir um
traje de quatro cantos com tsitsit diariamente, a fim de cumpri-la. Ele tambm deve educar seus
filhos a cumprirem a mitsv de tsitsit.
Vestir tsitsit confere santidade ao judeu. D'us ordenou: "Envolvam-se em vestimentas parecidas
com as dos anjos." Os tsitsiyot so atados s quatro asas dos anjos chamados de Chayot. A
palavra canf e canaf (que significam cantos e tambm asas) alude s asas dos anjos.
Por que a Tor diz: "por todas as suas geraes"?
Quando algum sincero acerca de utilizar at mesmo suas vestimentas como meio de
conseguir devoo a D'us, pode imbuir seus filhos e as geraes posteriores com a mesma
dedicao.
As pessoas nunca devem subestimar o efeito que suas aes podem ter sobre outros,
especialmente sobre os que lhe so prximos, e conseguem perceber se seus atos so ou no
motivados pela dedicao genuna.
"E nas franjas de cada canto prendero um cordo azul-celeste."
Um dos oito fios deve ser de l pura e tingido de azul, com a tinta obtida do sangue da criatura
marinha de nome chilazon. Este fio no pode ser tingido com tinta azul obtida de qualquer
outra fonte. O fio azul do tsitsit sugere o Trono de Glria Celestial Superior.
Os fios brancos e o azul devem se mesclar de maneira a formarem uma nica franja, pois a
combinao dos dois elementos constitui uma nica mitsv.
Conforme legisla Maimnides, se o fio azul no acessvel, sua ausncia no impede a
realizao da mitsv, com todos os fios brancos.
A identidade exata da criatura que a fonte desta tinta azul no conhecida hoje, de modo
que o fio azul atualmente impraticvel. Nossos tsitsiyot, portanto, so compostos apenas de
fios brancos. No obstante, so casher. A cor branca smbolo de perdo do pecado.
"E sero para vs por tsitsit, e o olhareis e recordareis de todos os preceitos de D'us, e as
cumprireis."
O Todo Poderoso nos presenteou com uma mitsv que tem o propsito de nos lembrar de
todas as Suas outras mitsvot: a dos tsitsit. O objetivo das franjas que o judeu deve olhar para
elas, lembrar-se de D'us e desistir de pecar.
Como os tsitsiyot ajudam o judeu a lembrar-se de suas obrigaes com o Todo Poderoso?
1. As franjas so como uma insgnia real, lembrando seus portadores de que esto sempre a
servio do Rei. Quando um judeu caminha usando tsitsit, os anjos proclamam: "Honra seja
dada ao filho do Rei!"
2. Um no-judeu perguntou a Rabi Binyamini: "Que costume tolo vocs judeus observam?! Por
qu penduram fios tecidos com ns nos cantos de suas roupas?"
"Eu explicarei de uma maneira simples," replicou Rabi Binyamin. "Nosso mestre Mosh
queixou-se ao Altssimo que um homem profanou o Shabat porque naquele dia no estava
usando o tefilin, que lembra o judeu de seu lao entre D'us e o povo judeu. (Naquela poca, os

judeus usavam os tefilin o dia inteiro, exceto em Shabat, quando no deviam us-los.) D'us
disse ento a Mosh: "Eu te darei uma mitsv que se aplica at em Shabat e Yom Tov. Ordene
que cada judeu coloque tsitsit, fios tecidos e com ns, a suas roupas, a fim de se lembrarem
das mitsvot."
"Pois saiba que estamos agindo como as pessoas que do ns em seus lenos a fim de
lembr-los de certas coisas."
3. Cada detalhe da mitsv foi projetado para lembrar-nos de que, como servos do Todo
Poderoso, somos obrigados a cumprir Seus mandamentos.
Os tsitsit so atados a um canto em cada uma das quatro direes para nos lembrar de nossa
obrigao, aonde quer que nos voltemos.
O valor numrico da palavra tsitsit 600. Se acrescentarmos a esse nmero os 8 fios e 5 ns
(em cada canto), teremos o total de 613, um lembrete das 613 mitsvot.
Alm disso, cada canto tem cinco ns para lembrar-nos dos Cinco Livros da Tor. Os oito fios
em cada canto lembram que o judeu deve cuidar dos rgos que podem levar ao pecado:
olhos, ouvidos, narinas, mos, ps, rgos reprodutivos e o corao, ou emoes.
4. O versculo acima diz que os tsitsit ficam nas roupas para que se possa v-los e assim
lembrar-se dos mandamentos.
Os sbios interpretam esta frase "para que possas v-Lo", referindo-se no ao tsitsit, mas a
D'us (Talmud, Menachot 43b), pois cumprindo este mandamento com as intenes
apropriadas, a pessoa pode aprender a ver e perceber que D'us dirige o mundo. Assim, de fato,
a pessoa O v e se lembra da obrigao de ser leal a Ele.
"E no seguireis atrs de vossos coraes e de vossos olhos, atravs dos quais vos
desviareis."
O corao e os olhos so como espies do corpo, em busca de pecados ansiados por sua
natureza animal. O corao deseja, e os olhos procuram, e o corpo peca.
A mitsv de no ir atrs de "nossos coraes" nos probe de ter pensamentos de heresia, e no
ir atrs de "nossos olhos", de ter pensamentos de imoralidade.
Esta mitsv se aplica em todas as pocas, tanto a homens quanto a mulheres. Somos
ordenados a manter nossas mentes sempre livres de conceitos proibidos.
Somos convocados a evitar qualquer pensamento que possa nos iludir a desenraizar um
fundamento da Tor. A inteligncia humana limitada, e nem todos podem certificar-se da
verdade, de modo que algum pode destruir-se se seguir seus pensamentos aleatrios. Por
isso, a Tor ordena que no se pode seguir atrs dos coraes e olhos, a fim de que no se
desvie de acreditar em D'us.
significativo o fato de que a parash comea e termina com o conceito de explorar e
espionar. Os espies que foram reconhecer a Terra foram procurar perigos que justificassem
suas prprias idias preconcebidas.
Calv e Yehoshua viram a terra e nela encontraram justificativa para a garantia de D'us de que
a Terra era muito boa, enquanto seus companheiros viram apenas confirmaes para seus
medos. Desta feita, a Tor nos adverte para no nos deixarmos levar pelos engodos que
apelam ao corao e aos olhos. Em vez disso, o judeu deve ser governado por sua inteligncia
e f.

"Para que vs vos lembreis e cumprais todos os Meus Mandamentos, e sejais santos para
vosso D'us."
Apenas vestir os tsitsiyot no protege o judeu do pecado. A no ser que a pessoa use o tsitsit
conscientemente para aceitar a autoridade das mitsvot de D'us, ela se parece com uma pessoa
que faz um n em seu leno para lembrar-se de algo - mas no sabe do que.
Por que a mulher isenta desta mitsv?
1. A mitsv de tsitsit vigora apenas durante o dia, pois o versculo diz: "e olhareis"; daqui
nossos sbios aprendem que esta mitsv cumprida somente quando h possibilidade de
enxergar os tsitsit, i.e. de dia. Por conseguinte, mulheres so isentas desta mitsv, como o so
de todas as mitsvot limitadas pelo tempo.
(Na prtica, os tsitsit so usados pelos homens continuamente, at ao dormir, para que ao
acordar pela manh, quando a mitsv obrigatria, estes j estejam sobre o corpo.)
2. O tsitsit nos lembra de todas as mitsvot de D'us ("lembrem-se e cumpram todos os Meus
mandamentos"). Como as mulheres no so obrigadas a cumprir todas as mitsvot, no
precisam usar tsitsit.
A Tor conclui que meramente lembrar no suficiente ("para que vocs lembrem e
cumpram"). A pessoa deve cumprir, realizar todos os mandamentos, e no escolher algum
entre esses; deve-se lembrar de todos os mandamentos e cumpri-los com o mesmo zelo e
meticulosidade.
Como ensinam os sbios: "Seja to escrupulosos ao cumprir um mandamento 'menor' como ao
cumprir um 'maior', pois voc no sabe a recompensa para os respectivos mandamentos."
(Avot 2:1).
Tal percepo torna a pessoa sagrada, e esta santidade o propsito de D'us ao tirar o povo
judeu do Egito.
"Eu Sou o Eterno D'us, vosso D'us, que vos tirei da terra do Egito para ser vosso D'us. Eu Sou
o Eterno, vosso D'us."
Esta passagem conclui com a afirmao, freqentemente repetida, de que Ele nos tirou do
Egito e como conseqncia, somos obrigados a aceit-Lo como nosso D'us.

Poro Semanal: Crach


Bamidbar 16:1 - 18:32

A Parash Crach comea com a infame rebelio liderada por Crach


contra seus primos, Mosh e Aharon, alegando que os dois haviam
usurpado o poder do restante do povo judeu.
Aps tentar convencer os rebeldes a uma retirada, Mosh diz aos
dissidentes e a Aharon que cada um deve oferecer incenso a D'us. A
oferenda do verdadeiro lder seria aceita por D'us, enquanto que o
restante do povo teria uma morte no natural. A um pedido de Mosh,
D'us faz com que a terra miraculosamente se abra e engula Crach,
enquanto o restante dos lderes da rebelio so consumidos por uma

chama enviada por D'us. Quando os sobreviventes reclamam sobre a


morte em massa, D'us ameaa destru-los tambm, e irrompe uma
peste.
Mais uma vez, Mosh e Aharon intervm, oferecendo incenso para
impedir a extino do resto do povo. Deste modo, e com o miraculoso
brotar do cajado de Aharon dentre aqueles dos outros lderes das
tribos, Mosh e Aharon provam ser os lderes escolhidos. O papel de
Aharon como Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) reiterado, e a Tor
descreve os dons a serem concedidos aos Cohanim como recompensa
por seu servio no Mishcan (Tabernculo), incluindo o direito de comer
determinadas pores dos Corbanot (Sacrifcios). Os Levitas devem
tambm ser sustentados pela sua dedicao recebendo ma'asser, ou a
dcima parte de todas as colheitas produzidas pelo povo judeu na
Terra de Israel.
Mensagem da Parash
"Os lderes da rebelio ficaram perante Mosh com duzentos e
cinqenta homens dos Filhos de Israel, lderes da congregao,
aqueles convocados para a reunio, vares de renome" (Bamidbar
16:2).
Finja que voc um dos duzentos e cinqenta homens que estavam
lutando por "direitos iguais" sob o comando de Crach. Como estes
homens eram lderes judeus, pode-se presumir que eram pessoas
inteligentes; a maioria dos lderes da histria o foi. Portanto, coloque-se
no lugar deles. Crach vem at voc e o convida a juntar-se a uma
rebelio contra Mosh e os Cohanim. Voc provavelmente perguntaria:
"Estamos lutando contra o qu?" A resposta seria: "No justo que os
Cohanim sejam os nicos a realizar o servio de D'us no Mishcan.
Creio que todos deveriam ter permisso de participar."
Caso eu fosse um daqueles homens inteligentes, diria: "Crach, voc
teve uma idia brilhante, mas creio que deixarei voc rebelar-se e, se e
quando voc vencer, ficarei feliz em realizar o servio junto com os
outros. Afinal, D'us disse que qualquer no-cohanim que realize o
servio morrer, portanto, por que eu deveria arriscar-me?"
De forma notvel, todos eles concordaram em participar da rebelio e
realizar o servio proibido, e todos morreram. O que levou pessoas to
inteligentes a fazer algo to insensato?
Alm disso, parece que a poro desta semana da Tor sai um pouco
de seu rumo para enfatizar a importncia daquelas pessoas que se
rebelaram contra Mosh. Se eles tivessem sido homens de reputao
duvidosa, seria razovel a Tor nos dizer quem eram eles, num esforo
para demonstrar que apenas os membros inferiores da nao ousavam
rebelar-se. Entretanto, seria uma publicidade muito negativa para os
judeus mencionarem eternamente que foram alguns de seus maiores
lderes que pecaram. Por que a Tor passa ao mundo esta informao
pejorativa sobre nossos ancestrais?
Para encontrar uma resposta nossa pergunta, devemos primeiro
entender a situao dos lderes do passado. Imagine que alm de ter
um altssimo Q.I., voc extremamente rico. Aps adquirir tudo aquilo
que seu corao deseja, ainda lhe sobra uma soma respeitvel. Voc
tem tudo que o dinheiro pode comprar, mas no tem nenhum poder

verdadeiro, ento adquire uma companhia influente. Voc se sente no


topo do mundo, at que um dia liga a televiso e l est, algo que voc
no tem - a presidncia.
O sentimento de inveja comea a ro-lo lentamente por dentro, e voc
se torna terrivelmente deprimido. Percebendo que voc no est bem,
um de seus melhores amigos sugere que voc candidate-se a
presidente. Uma grande idia, voc pensa, mas aps alguns meses de
campanha, percebe que embora voc possa ter o dinheiro para
comprar alguns votos, no os ter em nmero suficiente para eleg-lo,
portanto forado a desistir.
exatamente contra este cenrio que a Tor est nos advertindo.
Crach e seu grupo tinham tudo que poderiam desejar - riqueza, honra,
prestgio - tudo exceto o direito de participar no servio do Templo. Isso
estava reservado para os Cohanim, e ningum podia comprar aquele
cargo.
Os rabinos em Pirk Avot (tica dos Pais 4:28) ensinam que "inveja,
desejo e honra removem uma pessoa deste mundo." Faz sentido que
estes lderes sentissem inveja dos Cohanim. Imagine como deve ter
sido difcil verem os Cohanim fazendo o servio no Templo, enquanto
eles tinham de estar longe da rea sagrada.
"Sinto muito, mas nenhum no-Cohanim pode passar deste ponto," o
guarda sempre dizia. O desejo de fazer o trabalho do Cohen e ter a
honra reservada somente aos Cohanim certamente alimentou esta
inveja. Assim, como o infeliz candidato presidncia, os seguidores de
Crach tambm tentaram conseguir o inatingvel.
Agora podemos avaliar por que eles agiram, mas ainda no sabemos o
que motivou pessoas to inteligentes a ignorarem a verdade bvia, que
podiam estar jogando fora suas vidas, aparentemente sem muita
reflexo. Talvez estes homens estivessem cegos. No a perda fsica da
viso, mas sim uma involuntria cegueira auto infligida. Muitas coisas
podem cegar uma pessoa, mas precisa ser algo muito forte, como por
exemplo a inveja, para impedir uma pessoa de ao menos perceber que
foi cegada. A inveja muitas vezes comparada a uma chama que
queima as entranhas de algum. Como uma pequena chama, a inveja
devora a pessoa e rapidamente cresce at um fogo furiosamente
incontrolvel. claro que estes homens no eram tolos. Na verdade,
alguns eram at brilhantes, mas estavam cegos.
Com esta idia em mente, podemos entender por que a Tor sai um
pouco de seu rumo para contar-nos como eles eram notveis. A Tor
deseja enfatizar que mesmo pessoas notveis podem ficar cegas pelos
seus desejos. A Tor est nos advertindo a todos, mesmo nossos
maiores lderes, a no nos deixarmos enganar pensando que somos
melhores que o grupo de Crach, que sucumbiu ao pecado da inveja.
Se eles puderam ignorar o bvio, tambm ns podemos.
Ento, o que podemos fazer para proteger-nos? O Talmud (Tratado
Sanhedrin 109b) conta-nos uma histria interessante sobre um dos
rebelados de Crach, On ben Pelet (mencionado no primeiro versculo
da Poro da Tor) que havia planejado participar da rebelio com o
restante dos lderes. Entretanto, sua sbia e justa mulher persuadiu-o a
no participar, argumentando que mesmo que a rebelio fosse bem
sucedida, Crach seria aquele a dominar, e On permaneceria
submisso a ele, assim como j era a Mosh. Isso trouxe juzo a On, e

com a ajuda da esposa, sua vida foi salva.


Como seres humanos, freqentemente somos presas do dilema: "Onde
esto meus culos?" Quase sempre procuramos por eles
desesperadamente sem ach-los, apenas para mais tarde descobrir
que estavam o tempo todo em cima de nossa cabea. Algo que leva a
outra pessoa apenas uma frao de segundo para encontrar causa-nos
tanto problema por tanto tempo. Poderia parecer que a maneira de nos
proteger ter outras pessoas que possam dizer-nos se nossas idias
so boas.
Procurar conselho antes de agir, trocar idias com algum mais, pedir
conselhos. Ao interiorizar a lio que nos foi ensinada pelos notveis,
embora desafortunados, homens do grupo de Crach, estaremos mais
preparados para enfrentar os grandes desafios da vida - e poderemos
at ter mais sorte procurando nossos culos desaparecidos.

Crach
Crach ressente-se de no ter sido
escolhido para um alto cargo

Crach e seus seguidores


levantaro na ressurreio dos
mortos e tero uma poro no
Mundo Vindouro?

A campanha de Crach para obter


seguidores

Os judeus queixam-se novamente

Mosh sugere que Crach e seus


seguidores ofeream incenso

Os presentes ofertados aos


cohanim

A punio de Crach, Datan,


Aviram e os duzentos e cinqenta
homens

A mitsv de redimir o primognito

Imprima o Midrash completo

Crach ressente-se de no ter sido escolhido para um alto cargo


Crach pensou: "Meu destino indica que nasci para a grandeza. Por qu
razo meu av deu o nome de Yitshar - leo - a meu pai? Meu av deve
ter previsto que exatamente como o leo sempre flutua na superfcie,
assim meu pai produz filhos superiores, merecedores de serem untados
com o sagrado leo da uno para as posies de kehun (sacerdcio) ou
realeza.
"Agora, quem mais predestinado que eu, o filho mais velho de Yitshar, e
o mais qualificado para altos cargos?"
Realmente, Crach combinava qualidades superiores que poucas pessoas
possuiam:
Primeiro, seus ancestrais eram ilustres. Seu antepassado era Kehat, e
sua famlia, os filhos de Kehat, era a mais importante famlia dos levitas.
Crach era primo em primeiro grau de Mosh e Aharon.

Crach fora escolhido como um dos carregadores da arca.


Alm disso, Crach era um homem muito inteligente e culto.
Previra atravs do esprito de profecia que, entre seus descendentes
inclua-se o famoso profeta Shemuel, bem como catorze grupos de leviyim
que possuiriam o esprito de profecia.
Crach disse: "Estou destinado a ser a fonte de todas essas grandezas.
Como pode ser que eu mesmo no atinja um posto de destacada
importncia?"
Saber de antemo acerca da grandeza de sua prole fortaleceu sua crena
no sucesso de uma revolta contra Mosh. (No percebia que seria
destrudo, e que seus filhos sobreviventes gerariam esses grandes
descendentes.)
Acima de tudo, Crach estava muito seguro de si e presunoso por causa
de sua fabulosa fortuna. Pensava que era favorecido por D'us, e que por
isso tinha o direito de travar contenda contra Mosh, pois, "Um homem rico
fala com imprudncia." (Mishl 18:23)
Como Crach ficou rico?
Os outros membros da tribo de Levi viviam na pobreza. No levaram ouro
nem prata do Egito consigo. Mosh ordenou que todo judeu pegasse
dinheiro e objetos preciosos dos egpcios, referindo-se apenas s tribos
que executaram trabalho escravo. Uma vez que os leviyim no trabalharam
para os egpcios (mas eram livres e estudavam Tor), no receberam
dinheiro como recompensa, no xodo. No Mar Vermelho, os leviyim
recusaram-se a pegar o esplio dos egpcios, pois no atribuam valor
algum s posses terrenas. Estavam completamente imersos no estudo da
Tor. Atravs dos anos no deserto, os leviyim viviam sem meios de
sustento, dedicando-se puramente s preocupaes espirituais.
Apenas Crach era vido por dinheiro. No Egito, fora tesoureiro do Fara.
Esperava que os judeus permanecessem no Egito aps a Redeno, e ele
tornar-se-ia, ento, o proprietrio do tesouro real. D'us, Que dirige a vida
da pessoa na senda que essa quer trilhar, satisfez o desejo de Crach por
dinheiro, deixando-o descobrir uma parte do tesouro que Yossef ocultara
nos cofres reais. Esta descoberta transformou Crach numa das pessoas
mais ricas que j viveram.
Quando os judeus saram do Egito, Crach guardou todo o seu ouro e
prata em incontveis cofres, e trancou-os. Possua tantas chaves que
necessitava de trezentas mulas para carreg-las. Estas chaves eram de
couro; se fossem de metal, nem trezentas mulas poderiam carregar tal
peso.
Contudo, uma vez que ele malversou sua fortuna para rebelar-se contra a
Tor, foi punido na mesma moeda. No restou trao de sua fortuna. Essa
desapareceu na terra, juntamente com ele.
Crach d ouvidos sua esposa
Apesar de suas diversas distines, Crach no ousaria rebelar-se contra
Mosh, se no fosse por sua esposa. A esposa de Crach inflara o ego de
seu marido, e garantiu-lhe repetidamente que estava no mesmo nvel de

Mosh e Aharon. Para seu infortnio, Crach ouviu sua esposa.


Haviam duas pessoas extremamente ricas, uma judia e outra gentia, que
deram ouvidos s respectivas esposas, foram destrudos e perderam suas
fortunas. O judeu foi Crach, cuja esposa inspirou-o a rebelar-se contra
Mosh. O no judeu foi Haman, que deu ouvidos sua esposa, erguendo
um patbulo (de cerca de vinte e cinco metros) para Mordechai. No
percebeu que preparara seu prprio cadafalso.
O orgulho de Crach fora profundamente ferido, pois Mosh
aparentemente ignorara-o ao escolher os vrios dignitrios; no indicara
Crach para nenhuma funo de destaque na comunidade.
" absolutamente injusto," pensou o mortificado Crach, "que Mosh no
tenha me escolhido como lder da famlia de Kehat. claramente meu
direito ter sido escolhido. Sou o primognito do segundo filho de Kehat,
Yitshar. Mas no! Ele incumbiu esta funo a meu primo mais novo,
Elitsafan filho de Uziel.
"Meu av Kehat tinha quatro filhos, Amram, Yitshar, Chevron e Uziel. Os
dois filhos de Amram, Mosh e Aharon, tornaram-se, respectivamente, rei
e Sumo-sacerdote. O neto de Amram, Elazar, virou cohen, enquanto eu
no; apesar de eu ser pelo menos igual a ele. (Crach calculara que at
mesmo o valor numrico de seu nome, Crach, tinha o mesmo valor de
Elazar, 308). Por que Elazar foi feito cohen, e eu no?
"No acredito que D'us ordenou a Mosh que distribua os cargos de
maneira to injusta. Nada disso! Mosh deve ter feito isso por sua prpria
vontade. Quem disse que cada um de seus atos ditado por D'us, como
ele nos assevera?"
Crach, um homem sbio, perdeu sua sabedoria e razo porque foi
consumido pelo desejo pela glria e pela inveja dos que, a seu ver, eram
seus iguais e atingiram posies mais altas que ele. Sua declarao de
que Mosh distribura os cargos sem ordem Divina era apostasia. Crach
assim fez com que fosse classificado como um dos que "desdenhou a
palavra de D'us." Eventualmente, Crach foi to longe que asseverou que
Mosh inventara todas as mitsvot.
A inveja ardera no corao de Crach por longo tempo. A inveja era objeto
de muitas conversas entre ele e sua esposa. Uma dessas teve lugar
quando retornava da cerimnia de purificao dos leviyim (Bamidbar 8:5 14), tendo os cabelos raspados a ponto de ficar irreconhecvel.
A esposa de Crach exclamou: "No te reconheci! Quem te desfigurou
assim?"
"Foi obra de Mosh," replicou Crach. "Mais que isso! Primeiro, Mosh e
Aharon me levantaram e balanaram-me para cima e para baixo! Que
desgraa! A seguir, Mosh me disse que agora estou puro, porque passei
pelo processo de purificao dos leviyim."
Crach zombou da cerimnia de purificao, uma vez que sabia que no
se tornaria "mais puro", porm, pelo contrrio, sentiu um desejo no
satisfeito de rebelar-se e blasfemar contra as mitsvot. (Na verdade, a Tor
e as mitsvot so um elixir para os que desejam se purificar, todavia,
veneno para os que procuram rebaixar-se.)

A reao da esposa de Crach: "Ridculo! Voc est vendo como Mosh te


odeia. Ele concebeu a idia de raspar teus cabelos a fim de te
ridicularizar."
E Crach: "No pode dizer tal coisa; afinal, fez o mesmo com seus prprios
filhos."
E a esposa: "O que lhe importa, contanto que possa degrad-lo?"
Depois disso, Crach incitou o povo contra Mosh e conseguiu alguns
seguidores. Contudo, no ousava desafiar Mosh abertamente. O povo
inteiro admirava Mosh e mataria Crach por ter sugerido uma rebelio
contra seu amado lder.
Agora, no segundo ano no deserto, aps o incidente com os espies,
Crach sentia que a hora da rebelio chegara. Aconteceram muitas
mortes. Judeus morreram aps terem recebido dos cus a carne exigida
na forma de aves (slav). Sobretudo, as pessoas estavam deprimidas
porque todos os homens que saram do Egito viriam a perecer no deserto.
Mosh no fora capaz de impedir esse decreto atravs de sua orao, e
sua popularidade anterior se esvanecera. Muitos judeus pensaram, em seu
ntimo, que sob a liderana de Mosh sofreram muitos infortnios. Crach
acreditava que agora poderia aliciar seguidores.
Certo dia, ao voltar da Casa de Estudos, sua esposa inspirou-o com uma
idia para iniciar uma contenda com Mosh.
A esposa de Crach: "Que lei Mosh te ensinou hoje na Casa de
Estudos?"
Crach: "Ele nos ensinou as leis de tsitsit, franjas, das quais uma tem de
ser da cor turquesa."
Sua esposa: "O que significa turquesa?"
Crach: "Mosh disse: 'Atem fios s suas roupas de quatro cantos. Um
desses deve ser de l azul, tingido com o sangue de uma criatura chamada
chilazon.'"
A esposa: "Est vendo! Que leis tolas ele ensina! Por que voc s pode ter
um fio turquesa atado sua roupa? Posso lhe fazer uma roupa
completamente turquesa!"
Isto suscitou em Crach uma idia de como opor-se a Mosh.
A campanha de Crach para obter seguidores
Crach sabia que no teria esperana de obter xito se soubessem
que seu objetivo era obter uma posio para si. Assim sendo, decidiu
formar um partido contra Mosh, com intenes altrusticas.
Proclamou que cada judeu deveria ter igual oportunidade de servir no
Santurio.
Crach comeou a agitar o povo, chamando sua ateno ao fato de
que a maioria dos cargos no Santurio eram ocupados pela prpria
famlia de Mosh, bem como outras posies na comunidade.
Crach disse a seus prprios parentes: "Por que Mosh tornou-os

apenas leviyim, e no cohanim? Ele os indicou meramente como


assistentes de seu irmo Aharon e seus filhos!"
Aos primognitos de cada tribo disse: "Com que direito Mosh
declarou-os inaptos para o servio Divino, e substituiu-os pelos
leviyim?"
Aos vizinhos, membros da tribo de Reuven, dirigiu-se desta forma:
"Reuven o primognito dos filhos de Yaacov. Vejam como o filho de
Amram (Mosh) os menosprezou e desrespeitou quando o altar foi
inaugurado. No deixou seu lder oferecer seu sacrifcio primeiro; no
entanto escolheu o lder de Yehud, Nachshon ben Aminadav para
oferecer os sacrifcios no primeiro dia da inaugurao. Sabem por
qu? Porque seu irmo Aharon casou-se com a irm de Nachshon,
Elisheva. Por isso, Mosh indicou Nachshon como o cabea dos
estandartes e convocou-o a oferecer os sacrifcios primeiro." (Crach
tambm invejava a posio de Nachshon. Na verdade, Nachshon fora
escolhido porque Yehud foi escolhido Divinamente como a tribo
lder.)
"Os filhos de Reuven, por que toleram que Mosh d a kehun para
Aharon? At agora, os primognitos costumavam oferecer os
sacrifcios."
"Mosh agiu de acordo com os comandos de D'us," foi a rplica s
instigaes de Crach.
"Impossvel!" - declarou Crach. "Mosh decidiu ele mesmo como
distribuir as posies de destaque. O que os faz pensar que apenas
Aharon merece a posio de Sumo-sacerdote? Todos vocs so
grandes o suficiente para serem cohanim, pois no nos disse D'us: "E
vocs sero para Mim um reino de cohanim e um povo santo?
(Shemot 19:6) Agora, se responderem que os primognitos perderam
o privilgio de servir no Santurio depois do pecado do bezerro de
ouro, ento Aharon tambm no poderia tornar-se um cohen, pois ele
tambm participou do pecado. Deve haver direitos iguais para todos
os que so merecedores de altas posies. Incidentalmente, eu
mesmo seria melhor qualificado para a kehun que Aharon, pois sou
primognito e no pequei no incidente do bezerro de ouro."
A fim de aliciar seguidores, Crach convidou o pblico a um luxuoso
banquete, no qual foi servido vinho em abundncia.
O que aconteceu no banquete de Crach
Enquanto estavam festejando, Elazar, o cohen, filho de Aharon
apareceu para recolher as partes dos animais abatidos devidas aos
cohanim.
Crach aproveitou a oportunidade para expor seu malvolo e
brilhante expediente, contando sarcasticamente a seguinte anedota
assemblia:
"Certa vez havia uma pobre viva que tinha duas filhas, que possuam
um nico campo. Quando queria ar-lo, Mosh advertiu-a: 'No are
com um boi e um burro juntos.' Quando ela estava prestes a semear,
Mosh disse-lhe: 'No plante duas espcies em seu campo!' Ao
chegar a poca da colheita em que ela colheria os gros, Mosh

ordenou: 'Deixe o lket, a pe e a shichech no campo (os presentes


deixados para os pobres, frutos da colheita.)' Depois que ela colheu o
trigo, ele avisou-a: 'Separe as dvidas de terum, maasser rishon e
maasser sheni (pores destinadas aos cohanim, leviyim, etc.).'
"A pobre viva decidiu que no vale a pena manter seu campo.
Vendeu-o e comprou dois carneiros. Planejava utilizar a l para
confeccionar roupas quentes e abater os filhotes para consumo da
carne. Quando a ovelha pariu, Aharon apareceu e ordenou-lhe: 'D-me
o primognito; D'us disse que me pertence.' Ao tosquiar as reses,
Aharon veio novamente, dizendo-lhe: 'A primcia da tosquia me
pertence.'
"'Quanto mais este homem ir exigir?' - pensou a viva. 'Deixe-me
abater minhas ovelhas e com-las.'
"Assim que as ovelhas foram abatidas, l estava Aharon novamente,
reivindicando seu direito ao ombro, mandbulas e estmago.
"'Voc insacivel,' disse a viva. 'Prefiro doar os carneiros como
cherem (consagrados) a D'us.'
"'Perfeito,' gritou Aharon em jbilo, 'agora so todos meus, pois D'us
ordenou: 'Todo cherem pertence aos cohanim.'
"Aharon levou tudo, deixando a pobre viva e suas duas filhas
soluando.
"Vocs vem, " concluiu Crach, "o que quer que Mosh e Aharon
preguem em seu prprio benefcio. Eles os roubam, e asseveram
que D'us ordenou-os a faz-lo!"
Com este e outros discursos de oratria, Crach juntou duzentos e
cinqenta seguidores. Entre eles, estavam pessoas influentes e de
renome que possuam cargos elevados e eram convocados para
reunies e consultas. Crach tambm convenceu On, um importante
membro da tribo de Reuven, a tomar seu partido. Engalanou-os com
trajes azuis confeccionados por encomenda sua para aparecerem
assim vestidos perante Mosh.
Logo que Crach comeou a falar contra Mosh, dois agitadores
uniram-se a ele. Datan e Aviram esperavam esta oportunidade, pois
odiavam Mosh, e discutiam com ele sempre que houvesse uma
ocasio.
Crach rene seus seguidores e discute com Mosh
Crach, com sua lngua ferina, persuadiu-os que era injusto que
apenas uma tribo realizasse o servio Divino, enquanto outras eram
excludas deste privilgio. Em comparao a Crach, que procurou a
discrdia por motivos puramente egostas, esses duzentos e
cinqenta homens acreditavam sinceramente que o povo judeu, como
um todo, se beneficiaria se todas as tribos pudessem atingir a
grandeza derivada da realizao do servio Divino.
Vestidos em trajes azuis, Crach, Datan, Aviram e os duzentos e
cinqenta homens apresentaram-se descaradamente perante Mosh e
Aharon. Crach, o porta-voz, dirigiu-se a Mosh como se segue:

"Voc nos ordenou a atar um fio da cor turquesa s nossas roupas.


Fizemos melhor; confeccionamos uma roupa inteiramente turquesa.
Diga-nos, tais trajes ainda requerem um fio da cor turquesa ou no?"
O plano de Crach era o seguinte: Se Mosh respondesse de maneira
negativa, rebateria: "Da mesma forma como uma roupa turquesa no
requer um fio da cor turquesa, assim os judeus so santos e no
necessitam de Aharon e dos cohanim para represent-los perante
D'us." (Obviamente, essas palavras eram falsas e fruto de mera
provocao. Em realidade, Crach acreditava que os judeus
precisavam ter um Sumo-sacerdote, ou seja, ele mesmo.) Por outro
lado, se Mosh respondesse que um traje turquesa requer um fio da
cor turquesa, Crach ridicularizaria esta mitsv, argumentando que
Mosh a inventou.
Mosh replicou questo de Crach: "Ouvi de D'us que mesmo se
um traje for feito inteiramente da cor turquesa, no obstante ainda
requer um fio da cor turquesa."
Neste ponto, Crach atacou a mitsv de tsitsit, "decidindo" que
roupas turquesas no necessitam de fios extras da cor turquesa.
Ento, comeou a denegrir todas as mitsvot.
"Permita-me formular outra pergunta" - continuou Crach. "Se numa
casa h rolos da Tor, necessrio afixar uma mezuz na porta?"
"Sim, necessrio" - respondeu Mosh.
"Mas os Rolos de Tor so melhores que uma mezuz!" - replicou
Crach. "Eles no apenas contm o Shem, mas tambm toda a Tor.
Ento por que necessrio afixar uma mezuz na porta?"
Por fim, Crach afirmou: "No creio que D'us tenha te dado todas as
mitsvot. Voc as inventou. Ouvimos apenas os Dez Mandamentos no
Monte Sinai. Nunca ouvimos de D'us todas essas leis sobre terum,
maasser (dzimo), chal ou tsitsit. Voc, Mosh, as inventou a fim de
governar-nos e trazer honra a seu irmo Aharon!
"O que o povo judeu ganhou sob sua liderana, Mosh e Aharon?
Vocs tornaram a vida mais difcil do que era no Egito. Pagamos
terum aos cohanim, maasser aos leviyim, e damos vinte e quatro
presentes diferentes aos cohanim. Alm disso, a cada ano quinze mil
de ns perecero no deserto. Vocs abocanharam altas posies
demais. Voc, Mosh, usurpou a realeza. Por que tambm indicou seu
irmo como Sumo-sacerdote? No tm o direito de proclamarem-se
cabeas de toda esta comunidade, cujos membros so todos santos,
e em cujas mentes reside a Shechin (Presena Divina)."
Crach e seus seguidores estavam prontos a apedrejarem Mosh e
Aharon.
Mosh prostrou-se sobre sua face. Significava que diminuiu-se,
sentindo-se mais humilde de todos, e no afirmava autoridade sobre
outros, como reivindicava Crach. Respondeu dcil e humildemente a
Crach: "No persigo o poder, tampouco meu irmo Aharon procura
ser o Sumo-sacerdote."
Aharon, que estava ao lado, no refutou os vis argumentos de Crach
com uma palavra sequer. Permaneceu em silncio durante a disputa

inteira, como se reconhecesse humildemente que Crach era


realmente mais merecedor a ser o Sumo-sacerdote que ele prprio (e
ele apenas ficava no cargo, pois obedecia a D'us).
Mosh respondeu a Crach e sua assemblia da seguinte maneira:
"Vocs reivindicam que eu procuro grandeza, e que indiquei Aharon
como o Sumo-sacerdote da nao por ser meu irmo, e que tornei
seus filhos cohanim por serem meus sobrinhos. Mais que isso, voc
alega que escolhi os leviyim para o Servio no lugar dos primognitos
por motivos pessoais, sem o comando Divino. Finalmente, voc
afirma que eu mesmo decidi que os leviyim devem ser subservientes
a Aharon (em vez de tambm serem cohanim).
"Deixem-me explicar-lhes, primeiro, que esto cometendo um erro
bsico. D'us no pediu minha opinio sobre quem deve ser escolhido
para cada ofcio sagrado. Da mesma forma como Ele separou o dia da
noite - assim Ele separou certos judeus para serem santos para Ele, e
realizar Seu Servio. Do mesmo modo como Ele distinguiu o povo
judeu das naes, assim Ele distinguiu Aharon entre o povo judeu
como 'Santo dos Santos,' e os cohanim mais santos que os no
cohanim. No podemos mudar Seu sistema mais que podemos mudar
o dia em noite, ou transformar a noite em dia.
"Sou solidrio ao seu desejo de que muitas pessoas de todas as
tribos realizassem o Servio. As naes do mundo, de fato, tm
muitos sacerdotes pois idolatram muitas divindades, e cada
divindade tem seu prprio templo e sacerdote. Ns, judeus, contudo,
somos diferentes. Reconhecemos Um nico D'us, e todos
acreditamos em Uma s Tor. D'us ordenou que haja apenas um
nico Sumo-sacerdote: aquele que Ele escolheu para realizar o
Servio. Ele indicou uma nica tribo, a tribo de Levi, para a kehun e a
leviy. Por conseguinte, impossvel para todos vocs, que esto
aqui reunidos, tomarem parte no Servio do Santurio."
Mosh sugere que Crach e seus seguidores ofeream incenso
Mosh enfrentou a multido e sugeriu: "Se no acreditam em mim,
faamos um teste amanh. Hoje no tenho permisso de realizar este
experimento."
Mosh pensou que se adiasse at a manh seguinte, o efeito da
refeio e do vinho de Crach j teriam se esvanecido, e seus
seguidores perceberiam sua tolice, e fariam teshuv. O teste, ento,
seria desnecessrio. Mosh, contudo, no revelou a verdadeira razo
para adiar o teste, por temer provocar uma contra-rebelio.
"Qualquer um que reivindique ter sido escolhido para o Servio
poder vir aqui amanh de manh, com um recipiente cheio de
incenso, e oferec-lo sobre o altar. Vocs sabem que um no cohen
que oferece incenso passvel de morte pelo Cu. Assim, se forem
poupados da morte, sua reivindicao de que todos vocs so
merecedores de ocuparem posies no Santurio provar estar certa.
Contudo, devo adverti-los de que este um teste suicida. Apenas a
pessoa mais santa sobreviver, e todo o resto perecer."
Ao ouvir estas palavras, Crach presumiu que certamente
sobreviveria, uma vez que estava destinado a tornar-se progenitor de
grandes descendentes.
Os duzentos e cinqenta homens estavam, a esta altura, to

consumidos pelo desejo de realizar o servio Divino que estavam


dispostos a arriscarem suas vidas por isso.
Datan e Aviram no estavam interessados no discurso de Mosh nem
em sua sugesto. Retornaram s suas tendas enquanto esse ainda
falava. No participaram do teste no dia seguinte.
Mosh continuou a dirigir-se a Crach com palavras gentis,
esperando encerrar a discusso.
Temendo que toda a tribo de Levi fosse levada a seguir Crach,
Mosh apelou a seus membros: "Por favor, ouam-me, filhos de Levi!
Satisfaam-se com a honra de cantar e realizar outras tarefas no
Santurio. Por que desejam tornarem-se cohanim? Voc, Crach, e
seus seguidores, no clame contra Aharon, pois o Todo Poderoso
concedeu-lhe a kehun. Na realidade, voc est se opondo a D'us. Se
Aharon aspirasse kehun voc teria motivo para reivindicar.
Contudo, ele no desejou seu ofcio. O que ganhou com isso?
Enterrou seus dois filhos, Nadav e Avihu."
Crach no elaborou resposta alguma, porm permaneceu em
silncio. Pensou: "Mosh muito sbio, culto e instrudo. No
importa que argumentos eu apresente, refutar com contra
argumentos mais fortes. Se continuar o debate, persuadir meus
seguidores a almejarem a paz." Portanto, no continuou a discusso,
mas insistiu em sua reivindicao.
Mosh tenta reconciliar-se com Datan e Aviram
Mosh viu que Crach no podia ser controlado. Por isso, tentou
reconciliar-se com Datan e Aviram, enviando-lhes mensageiros
convocando-os ao Santurio. Contudo, Datan e Aviram receberam os
mensageiros zombando deles livremente.
"No acatamos ordens do filho de Amram," anunciaram. "No nos
apresentaremos! J suficiente que voc nos tirou do Egito, uma
terra onde flua o leite e o mel, verdadeiramente um segundo paraso,
e nos trouxe ao deserto, onde decretou nossa morte? Ser que voc e
seu irmo tambm se proclamaro nossos governantes?"
Datan e Aviram descreveram o Egito com termos gloriosos porque
prefeririam permanecer l aps a redeno.
"Voc, Mosh," escarneceram, "estabeleceu-se como rei, e seu irmo
tornou-se Sumo-sacerdote. Aos leviyim, deu trabalho como
portadores dos utenslios de seu irmo. Ao inici-los no Servio,
estragou-lhes a aparncia raspando-lhes o cabelo todo. Prometeu
levar-nos a uma Terra onde flui o leite e o mel, e dar-nos campos e
vinhedos. Jamais o fez. Em vez disso, ensinou-nos todas as
proibies referentes Terra: "No semeie duas espcies no campo
ou vinhedo," "No are o campo com um boi e um burro atrelados ao
mesmo jugo," "No cultive seu campo durante o ano sabtico!"
Todavia, nenhum de ns jamais recebeu um campo ou vinhedo! Voc
acha que suas promessas podem obscurecer a verdade?"
Mosh ficou profundamente desgostoso com a reao de Datan e
Aviram sua mensagem.

Voltando-se a D'us, Orou: "D'us, eu Lhe imploro, no lide com eles de


acordo com Sua qualidade de Misericrdia, porm com Severidade. (A
no ser que os puna imediatamente, sua influncia perniciosa uma
ameaa ao povo inteiro.)
Voc sabe a verdade, D'us, que eu nunca me impus como rei sobre
eles, como dizem.
"Um rei cobra impostos de seus sditos, enquanto eu nem aceitei
remunerao pelo meu trabalho no Santurio, ou em prol da
comunidade. Tampouco pedi ao povo que reembolsasse qualquer de
minhas despesas, nas quais incorri por eles. Quando aluguei um
burro para viajar de Midyan para o Egito a fim de redimir o povo, tinha
o direito de pedir-lhes reembolso, porm paguei com meu prprio
dinheiro.
"Jamais enganei algum dando veredicto de julgamento injusto. No
puni Datan e Aviram, apesar de terem delatado ao Fara que matei um
egpcio.
"Voc sabe que sempre que lido com a comunidade, ajo apenas em
Sua honra."
Mosh terminou repetindo a Crach: "Voc e seus duzentos e
cinqenta seguidores podero vir amanh entrada do Santurio,
cada um portando um recipiente cheia de incenso. Veremos ento o
incenso de quem o Todo Poderoso aceitar como sinal de que Ele o
escolheu para o Servio."
A punio de Crach, Datan, Aviram e os duzentos e cinqenta
homens
Naquela noite, Crach foi de tribo em tribo pregando contra Mosh, a
fim de obter mais simpatizantes.
Declarou: "Voc acha que fundei este partido em meu benefcio?
Certamente que no! Meu objetivo restaurar as posies de direito a
todos os judeus. Por que ficam em silncio enquanto Mosh se faz de
rei e concede a kehun como uma lei eterna a seu irmo? Cada judeu
merece tornar-se um Sumo-sacerdote, pois ouviu no Monte Sinai: 'E
sero para Mim um reino de sacerdotes e uma nao santa.'"
Crach tinha um argumento apropriado cada tribo.
Por exemplo, agitou a tribo de Yehud lembrando a seus membros:
"Nosso patriarca Yaacov profetizou que sua tribo a tribo real. Por
qu permitem que Mosh os governe?"
Os membros da tribo de Reuven foram incitados com a declarao:
"Apesar do fundador de sua tribo ter sido o primognito de Yaacov,
vocs no tm direitos especiais de primogenitura. Como toleram
isso?"
Quo grande o poder de um nico indivduo para instigar outros a
pecar, e quo poderosa a influncia da calnia! Por causa da
incitao de Crach, na manh seguinte o povo inteiro seguiu-o
entrada do Santurio.
Quando Crach e seus duzentos e cinqenta seguidores apareceram

perante o Santurio de manh, o povo inteiro estava presente. A


alegao de Crach que sua disputa era para o bem da comunidade
foi convincente o suficiente a ponto de ningum elevar a voz em
protesto. Algumas pessoas comearam a acreditar que, afinal, deve
haver alguma veracidade nas reivindicaes de Crach. Talvez D'us
concordasse em restabelecer a kehun aos primognitos?!
Mosh e Aharon estavam de p de um lado da entrada do Santurio, e
Crach e seus duzentos e cinqenta seguidores do outro. Seguravam
recipientes similares a frigideiras doadas por Crach. Era to rico que
seu aparato domstico continha 250 frigideiras em perfeito estado,
que distribuiu entre os seguidores.
A Shechin apareceu na Nuvem da Glria entrada do Santurio, e o
Todo Poderoso ordenou a Mosh e Aharon: "Separem-se do resto do
povo, e Eu os consumirei num instante."
O Todo Poderoso entristeceu-se com todos os judeus, pois no
protestaram contra Crach. Lanando dvidas acerca da veracidade
das palavras de Mosh, D'us considerou os judeus como se tivessem
eles mesmos O atacado.
Mosh e Aharon prostraram-se sobre suas faces e imploraram para
que D'us poupasse os judeus. Argumentaram: "D'us, voc conhece a
mente de cada indivduo. Um rei humano talvez tenha de aniquilar
todos os seus sditos, mesmo se apenas alguns se rebelaram contra
ele, pois no pode distinguir o culpado do inocente. Voc, contudo,
sabe que os judeus no se rebelaram contra Voc; eles vieram aqui
meramente porque Crach persuadiu-os. Somente Crach rebelou-se
contra Voc."
D'us respondeu: "Sua orao foi aceita. Devo agir com Misericrdia
com o povo. Apenas Crach, Datan, Aviram e suas famlias sero
destrudos. Ordene ao povo que se distanciem das tendas destes
homens perversos, e que no toquem em nada que lhes pertence.
Ouvindo o decreto de D'us, Mosh tentou falar com Datan e Aviram a
fim de poup-los da destruio.
Seguido pelos Setenta Ancios, Mosh em pessoa caminhou em
direo s tendas de Datan e Aviram. Estava certo de que receberiam
o lder do povo respeitosamente.
Entretanto, esses perversos recusaram-se a aparecer entrada de
suas tendas para falar com ele.
Por conseguinte, Mosh instruiu os judeus de acordo com as
instrues de D'us: "Afastem-se das tendas desses perversos e no
toquem em nada que lhes pertena, caso contrrio, vocs mesmos
sero destrudos por causa de seus pecados."
Quando Datan e Aviram viram que os judeus afastavam-se de suas
tendas, finalmente apareceram entrada, e junto com as esposas
cobriram Mosh com uma saraivada de maldies e blasfmias vis.
D'us aceita o pedido de Mosh e Crach com seus seguidores so
castigados de maneira sobrenatural

Mosh ento dirigiu-se ao povo judeu: "Agora tero a prova de que


agi por comando Divino ao indicar Aharon para Sumo-sacerdote, e
Elitsafan lder de Kehat; e que todas as minhas palavras e aes so
ditadas pelo Todo Poderoso.
"Se Datan, Aviram e Crach falecerem como ocorre geralmente com
as pessoas, de doena ou idade avanada em suas camas, e seus
corpos forem trazidos para serem enterrados, a alegao de Crach
seria verdade. Eu estaria admitindo e professando que D'us no me
enviara e que preenchi os altos cargos por minha prpria escolha."
Mosh voltou-se a D'us e rezou: "Peo de Voc, D'us, que puna esses
perversos com uma morte nica na histria."
"Mosh," disse D'us, "o que quer que Eu faa?"
"Mestre do Universo," rezou Mosh, "Peo-Lhe que realize um
milagre. Mova a abertura do Inferno para sob seus ps, e que sejam
transportados vivos para l. Ento ficar evidente a todos que eles
blasfemaram contra D'us."
Por que Mosh rezou para que Crach, Datan e Aviram fossem
exterminados por uma morte no natural? Por qu Mosh no pediu
que D'us salvasse suas vidas, como fazia sempre com os judeus que
pecavam? Por que Mosh, que geralmente anseia por misericrdia
para os pecadores, neste caso implorou ativamente ao Todo
Poderoso que puna Crach e seus seguidores com morte imediata e
diferente?
Aps examinar o paciente, o mdico disse: "A radiografia mostra que
o estado de sua perna muito grave. Se nada for feito, a doena se
espalhar por todo o corpo. Por isso, a perna tem de ser amputada.
trgico, mas a operao salvar sua vida."
Crach alegou que algumas das proclamaes de Mosh no eram de
origem Divina, porm palavras dele prpria. Se esses difamadores
ficassem impunes mesmo que por pouco tempo, sua apostasia teria
se espalhado pelo resto do povo e os judeus seriam influenciados por
eles. Assim como o doente da parbola salvou-se porque teve a perna
amputada, os judeus foram salvos da destruio por causa da
punio do grupo de Crach.
Nossa crena na Divindade da Tor baseia-se sobre o fato histrico
da revelao de D'us no Monte Sinai ante os olhos do povo inteiro, e
sobre a indicao de Mosh como Seu agente Divino.
Negando algumas declaraes de Mosh (enquanto Mosh ainda
estava vivo), Crach e seus seguidores colocaram em dvida a
origem Divina da Tor inteira. Outros poderiam seguir seu exemplo
desafiando outras partes da Tor, e eventualmente a veracidade da
Tor inteira poderia ser questionvel. Geraes sucessoras com
certeza duvidariam da autenticidade da Tor, argumentando: "Mesmo
na gerao de Mosh havia os que duvidavam da autenticidade da
Tor. Como podemos, hoje, ter certeza de quem tinha razo, Mosh
ou Crach?"
Assim, Mosh rezou a D'us: "Mestre do Universo, se esses homens
tivessem meramente atacado a mim e meu irmo, permaneceria em

silncio. Contudo, no posso permanecer em silncio quando a honra


da Tor est em perigo." Por isso, pediu ao Todo Poderoso que
fizesse uma demonstrao nica ao punir esses homens.
Enquanto Mosh rezava para D'us, o sol e a lua ameaaram: "Se Voc
no responder a prece de Mosh, no iluminaremos mais o mundo.
Fomos criados para iluminar, e assim os israelitas poderem cumprir a
Tor. Crach e seus seguidores atacaram a Tor, colocando a
existncia do mundo em perigo."
D'us fez o milagre que Mosh pediu. Na verdade, isto no foi um
milagre novo. Durante os seis dias da Criao D'us j havia preparado
a abertura da terra, que tragaria Crach e seus seguidores.
No mesmo instante em que Mosh terminou a sua orao D'us
realizou seu pedido. Realizou um milagre espetacular, que claramente
exps Crach e sua scia como mentirosos.
A terra se abriu, alargando-se gradualmente onde as tendas de
Crach, Datan e Aviram estavam. Com uma potente suco, puxou-os
e suas famlias para baixo, junto com as tendas e todos os seus
pertences.
No restaram traos desses perversos.
Tudo o que possuam foi magneticamente tragado pelo abismo;
mesmo se as roupas de algum estivessem sendo lavadas ou tivesse
emprestado algum pequeno artigo a outro judeu, como uma agulha,
foi sugado pelo abismo e desapareceu. Mesmo se os nomes de
Crach, Datan ou Aviram estivessem inscritos em algum documento,
a escrita desaparecia milagrosamente.
A fortuna de Crach, que possibilitou-lhe criar uma revolta contra
Mosh, ficou perdida para sempre. (Ele nem ao menos mereceu que
outros judeus realizassem boas aes com ela.)
Conforme Mosh pedira, o Todo Poderoso abriu o Inferno no fundo do
abismo e transportou-os para l vivos. Enquanto estavam afundando,
os judeus ouviram-nos confessar em voz alta: "D'us virtuoso; D'us
justo, Seu julgamento verdadeiro; as palavras de Seu servo Mosh
so verdade; e somos perversos por termos nos rebelado contra ele."
Rab bar Chana contou: "Certa vez, enquanto estava viajando,
encontrei-me com um rabe (Eliyahu o profeta, disfarado de rabe)
que me perguntou: 'Devo te mostrar o local onde Crach e seus
seguidores foram engolidos pela terra?'
"Levou-me a duas aberturas no solo, de onde vi fumaa erguer-se.
Trouxe um pedao de algodo mido, atou-o ponta de uma lana e
inseriu-a na terra. Ao tirar a lana, o algodo estava queimado.
"Agora oua com ateno," disse o rabe.
"Das profundezas, discerni as palavras: 'Mosh verdadeiro e sua
Tor verdade!' Era a confisso dos perversos que, depois da morte,
precisaram reconhecer a verdade."
Crach e seus seguidores levantaro na ressurreio dos mortos e

tero uma poro no Mundo Vindouro?


Originalmente, D'us excluiu-os do Mundo Vindouro, como todos os
que negam os princpios fundamentais da Tor.
Entretanto, geraes depois, a me do profeta Shemuel, Chana,
suplicou ao Todo Poderoso que revivessem na ressurreio dos
mortos. Sabendo que um importante fator que fez com que Crach
pecasse era sua previso de que o profeta Shemuel descenderia dele,
Chana rezou para que ela e seu filho no fossem responsveis pela
punio eterna de Crach.
O Todo Poderoso aceitou esta orao e concordou em ressuscitar
Crach e seus seguidores, e conceder-lhes uma poro no Mundo
Vindouro.
O fator decisivo foi que sua punio constituiu uma santificao
pblica do Nome de D'us. Fortaleceu a f dos judeus na Tor e na
veracidade da misso de Mosh.
O que aconteceu aos duzentos e cinqenta homens que estavam
entrada do Santurio segurando os recipientes? Um fogo desceu do
cu e os consumiu.
Contudo Crach, ele mesmo, recebeu castigo em dobro. Primeiro, sua
alma foi consumida por um fogo do Cu, ento seu corpo rolou em
direo ao desfiladeiro na terra sob sua tenda.
Os duzentos e cinqenta homens viram como o corpo de Crach,
uma verdadeira bola de fogo, rolou em direo abertura na terra e l
desapareceu.
Assim que os pecadores e seus pertences foram lanados s
profundezas, a terra fechou a fenda. A superfcie parecia to macia e
plana como antes; no se via a menor irregularidade. Ningum
poderia ser levado a pensar erroneamente que um terremoto ocorrera,
uma vez que aps um acontecimento natural detecta-se fendas. Aqui,
a terra miraculosamente agiu como uma criatura viva, abrindo a boca
para devorar o que desejava, e ento fechou-a novamente.
Quando a terra se abriu, os judeus foram tomados de pnico, com
medo de que tambm fossem engolidos. Mesmo depois que a
rachadura foi selada, as pessoas continuaram apavoradas, fugindo
em todas as direes, pois ouviram os pecadores gritarem das
profundezas da terra: "Socorro! Mosh nosso mestre, salve-nos!"
O fato de Aharon ter sobrevivido e os duzentos e cinqenta homens
terem sido queimados prova que Aharon fora escolhido para a
kehun. O milagre da terra de ter engolido Crach, Datan, Aviram e
toda a sua casa e pertences provaram a veracidade das palavras de
Mosh.
Aqueles que foram salvos da destruio
Os filhos de Crach
Quando Crach foi tragado pelo abismo, seus trs filhos, Assir,
Elcana e Aviassaf tambm rolaram para baixo. Contudo, no foram

arrastados s profundezas do Inferno, mas milagrosamente foram


descansar sobre elevadas plataformas que o Todo Poderoso ergueu
para eles, desta forma, permaneceram vivos. Os filhos de Crach
estavam entre os leviyim que, mais tarde, cantaram no Templo
Sagrado.
Por qual mrito sobreviveram?
Em seus coraes, os filhos de Crach estavam cientes da verdade.
Mosh foi visitar Crach em sua tenda, enquanto a famlia estava
sentada mesa, pensaram: "Se nos levantarmos para Mosh,
ofenderemos nosso pai. Por outro lado, se ficarmos sentados,
transgrediremos a mitsv de levantar-se perante um Sbio. No
devemos violar o mandamento da Tor, mesmo se nosso pai ficar
enraivecido." Por isso, levantaram-se em honra a Mosh.
Quando a destruio de Crach e seus seguidores comeou, os filhos
de Crach fizeram teshuv em seus coraes. Ao testemunharem a
terra se abrindo e engolindo seu pai e seguidores, ficaram
paralisados de medo, e incapazes de confessar seus pecados
oralmente. O Todo Poderoso, contudo, Que conhece os pensamentos
da pessoa, viu que mudaram de idia. Por isso, Ele lhes permitiu
sobreviver.
O versculo diz: "Para o Condutor, sobre rosas, para os filhos de
Crach, um cntico de afeto." (Tehilim 45:1). Por que denomina os
filhos de Crach "rosas"?
Pessoas que os viram costumavam dizer: "So 'espinhos',
exatamente como seu pai."
Na hora da destruio, todavia, D'us protegeu as rosas de serem
queimadas junto com os espinhos.
Os filhos de Crach compuseram diversos salmos no Livro dos
Salmos, dentre esses um que descreve como foram quase confinados
ao Inferno: "Minha vida foi arrastada prxima ao inferno, fui
ostracisado junto com os que desceram ao fundo do poo..." (Tehilim
88:4-5).
No captulo 49, eles apelam a toda a humanidade que aprenda a lio
moral do destino de seu pai:
"Os que se fiam em suas foras e de suas riquezas imensas se
vangloriam, nem mesmo a seus irmos podem eles redimir, nem a
D'us oferecer resgate por sua morte. No inveje nem tema ao homem
que enriquece e alcana glrias pois, ao morrer, nem sua glria nem
nada mais levar consigo. O homem que se engrandece e no tem
entendimento para seguir as sendas traadas por D'us, parecem-se
com os animais que perecem e no deixam sequer lembrana."
On
Outro seguidor de Crach, On, tambm escapou da morte. Era
membro da tribo de Reuven, vizinho da famlia de Crach, e, como tal,
participou da rebelio. Ao voltar para casa da primeira reunio,
contou esposa que estava tomando parte numa rebelio. Ela

argumentou: "O que voc ganha com isso? Sua posio ser a
mesma, quer Aharon quer Crach seja o Sumo-sacerdote."
Reconheceu a lgica de suas palavras, mas explicou que j no podia
mais desligar-se do partido de Crach, uma vez que jurara oferecer
incenso na manh seguinte.
"No se preocupe" - disse a esposa - "cuidarei disso." Naquela noite,
a esposa de On misturou um vinho muito forte sua bebida. On caiu
imediatamente num sono muito pesado. Enquanto isso, sua esposa
sentou-se entrada da tenda, e fez algo que nenhuma esposa judia
faria: descobriu seus cabelos.
Logo chegaram os mensageiros de Crach para chamar On para a
reunio. Porm, viram a esposa de On, com os cabelos descobertos!
Deram meia-volta e foram embora.
Crach enviou outros mensageiros. Eles tambm no se aproximaram
da mulher de On. Os mensageiros iam e voltavam. Assim, On nunca
apareceu ante o Santurio.
Crach falou bem ao descrever os judeus como uma "congregao
sagrada em meio a qual est a Shechin." O nvel de recato da Tor
era aceito pela gerao inteira. Era lgico e natural que nem mesmo
os mensageiros de Crach se dirigissem a uma mulher casada cujos
cabelos estivessem descobertos.
Quando a morte golpeou os perversos, a cama onde On dormia
comeou a escorregar em direo ao abismo. A esposa de On
agarrou a ponta e rezou: "Mestre do Universo, On desligou-se da
corja de Crach. Ele jurou em Seu Grande Nome que no seguidor
de Crach. Se alguma vez violar sua palavra, ento Voc poder punilo."
On foi poupado, e logo sua esposa censurou-o: "Agora, v a Mosh e
pea desculpas!"
"Estou envergonhado demais para encar-lo," replicou On.
A esposa de On, ento, foi a Mosh, soluando amargamente e
relatando o que acontecera a seu marido.
Ao receber o relato, Mosh caminhou at a tenda de On e falou com
ele de maneira encorajadora, dizendo: "Saia! Que o Todo Poderoso o
perdoe!"
Pelo resto de sua vida, On no parou de lamentar-se e fazer teshuv
por uma vez ter ficado ao lado de Crach. Seu nome indica isso:
On - ele estava em estado de luto (oninut - luto).
Filho de Pelet - um filho (homem) que foi resgatado da destruio
atravs de um milagre (Pelet refere-se a Pele - milagre).
"A sbia entre as mulheres constri sua casa." (Mishl 9:1)
O versculo refere-se esposa de On, cuja sabedoria resgatou seu lar

da destruio.
"Mas a mulher perversa o demole com suas prprias mos." Referese esposa de Crach, que arruinou seu marido e todo o seu lar.
Quando se trata de assuntos prticos, o marido deve ouvir os
conselhos da esposa.
Os recipientes de Crach e seus seguidores foram transformados em
cobertura para o altar
Os recipientes nos quais Crach e seus 250 seguidores ofereceram
incenso no podiam mais ser utilizados para propsitos profanos,
pois foram consagrados ao servio Divino.
De acordo com o mandamento de D'us, Mosh instruiu Elazar, filho de
Aharon, a recolher todos os recipientes das cinzas, aplain-los e fazer
deles uma cobertura para o Altar Exterior.
Por que D'us incumbiu da tarefa de recolher os recipientes da cena do
desastre Elazar em vez de Aharon?
Crach contestou no apenas a posio de Aharon como Sumosacerdote, mas tambm a de Elazar, filho de Aharon como cohen.
Elazar recolheu os recipientes como demonstrao de seu chamado
Divino como cohen e, eventualmente, como sucessor de seu pai
como Sumo-sacerdote.
Qual era o propsito de transformar os recipientes dos rebeldes em
cobertura para o altar?
Esta nova cobertura impediria as futuras geraes de contestarem a
posio de kehun. Qualquer um que alegasse que um judeu da
famlia de um no cohen deveria ser escolhido como cohen seria
advertido: "Olhe para a cobertura do Altar de Cobre! feito dos
recipientes dos homens que disputaram a kehun e por isso, foram
queimados."
Os judeus queixam-se novamente
Uma atmosfera de choque e depresso pairava no ar na manh seguinte a morte de Crach e
seus 250 homens. Os judeus perderam muitos de seus grandes homens, dentre esses,
membros do San'hedrin (Corte Suprema).
Voltando-se a Mosh e Aharon, os judeus acusaram-nos: "Vocs causaram a morte dessas
250 pessoas. Por que aconselharam-nos a oferecer incenso, que fatal a qualquer um que o
oferece sem o comando Divino explcito? Nadav e Avihu (filhos de Aharon) tambm foram
mortos ao levarem incenso sem serem ordenados a faz-lo."
As acusaes do povo judeu constituam lashon har, calnia. O Todo Poderoso revelou-Se
imediatamente na Nuvem da Glria para proteger Mosh e Aharon. Ele enviou o anjo Ketsef
para golpear o povo com uma praga.
Mosh e Aharon prostraram-se para implorar a D'us para que no punisse o povo. Contudo,
palavras de orao no emanavam de seus lbios. O Todo Poderoso, Que concede ao homem
o poder da fala, impediu-os de interceder em favor dos pecadores.

Por conseguinte, Mosh recorreu a um recurso de emergncia. Voltando-se a Aharon,


ordenou: "Pegue a frigideira sagrada para oferenda de incenso, traga carves incandescentes
do Altar Exterior e ponha sobre eles o incenso. Apresse-se ao acampamento e deixe que a
fumaa do incenso suba ao Cu. Assim voc deter a praga."
"Por favor, meu mestre," respondeu Aharon, "como posso levar fogo do altar sagrado para
queimar incenso fora do Tabernculo? Perecerei, exatamente como meus filhos, Nadav e
Avihu."
"Rpido," apressou-o Mosh, "voc est perdendo um tempo precioso. Enquanto est falando,
mais judeus esto morrendo."
Aharon obedeceu, pensando: "Estou pronto a sacrificar minha vida pelo povo."
Mosh, o profeta fiel de D'us, estava imbudo de poderes para tomar medidas excepcionais de
emergncia. Ordenou que o incenso fosse oferecido em local e momentos no usuais.
Como Mosh sabia que o incenso deteria a praga? Aprendeu este segredo quando ascendeu
ao Cu para receber as Tbuas da Lei. quela poca, os anjos protestaram para D'us contra o
fato de confiar Sua sagrada Tor s mos de seres humanos. Mosh argumentou com eles
que D'us formulara as mitsvot da Tor precisamente para as pessoas com ytser har (m
inclinao). Os anjos, apesar de capazes de estudar segredos da Tor muito alm da
compreenso humana, no necessitam das mitsvot para aperfeioarem-se.
Os anjos reconheceram a sabedoria dos argumentos de Mosh. A fim de expressar seu
consentimento, deram-lhe presentes especiais. O Anjo da Morte ensinou a Mosh um segredo:
se Mosh queimasse incenso enquanto ficasse de p perante esse, impediria-o de realizar seu
trabalho de destruio.
Aharon levou a frigideira com os incensos incandescentes ao acampamento e rezou. Com o
incenso criou uma divisria de fumaa entre os mortos e os vivos.
Aharon encontrou o Anjo da morte:
"Deixe-me completar meu trabalho," disse o anjo, "no me impea."
"Mosh enviou-me para impedi-lo," replicou Aharon.
O anjo recusou-se a obedecer. Aharon ento agarrou o anjo, e levou-o fora ao Santurio e a
praga cessou.
O incenso tambm fora escolhido como meio apropriado de deter a praga porque o povo judeu
o detratava. Clamavam: "O incenso age como veneno. Matou Nadav e Avihu, e agora destruiu
duzentos e cinqenta homens."
O Todo Poderoso respondeu: "O incenso agora resgatar os judeus da morte, demonstrando
assim que no responsvel pela morte da pessoa, mas sim o so seus pecados." Quando
Aharon, ao queimar o incenso, resgatou o povo da praga, sua alegao de que o incenso
"matara duzentos e cinqenta homens" foi refutada.
O milagre da vara que floresceu
Depois que a terra engoliu Crach, Datan e Aviram, ficou claro, sem qualquer sombra de
dvida que Mosh era o lder Divinamente escolhido.
O chamado Divino de Aharon como Sumo-sacerdote tambm manifestou-se quando os
duzentos e cinqenta homens que contestaram sua posio pereceram.

No obstante, algumas pessoas continuaram insistindo que Mosh no deveria ter


desqualificado os primognitos da realizao do servio Divino, designando os leviyim em seu
lugar. Desejavam que todas as tribos participassem do Servio atravs de seus primognitos.
Por isso D'us realizou um milagre que demonstrou claramente Sua escolha da tribo de Levi,
colocando, desta forma, um fim a essas reivindicaes. O milagre tambm reafirmou a escolha
Divina de Aharon como Sumo-sacerdote.
D'us ordenou a Mosh: "Pegue doze varas. Escreva em cada uma o nome do lder de cada
tribo. Na vara de Levi escreva o nome de Aharon.
"Coloque as varas para pernoitarem no Santurio. O cajado da tribo escolhida para Meu
servio florescer milagrosamente."
A fim de evitar possveis alegaes de que uma das varas tinha mais umidade que as outras, e
por isso florescera, Mosh cortou doze varas idnticas de um grande cepo. Ordenou que cada
lder marcasse seu nome em uma vara.
Mosh colocou as varas no Santurio com a de Aharon no centro, para que ningum
afirmasse: "O cajado de Aharon brotou porque ficou do lado que fica mais prximo Shechin."
Quando Mosh entrou no Tabernculo no dia seguinte, a vara de Aharon brotara folhas, flores
e amndoas. (Este milagre contm outro, pois as florescncias no caram aps o
aparecimento dos frutos, como geralmente acontece.) Mais que isso, o Nome de Quatro Letras
de D'us estava milagrosamente entalhado na vara de Aharon, como se encontrava entalhado
sobre o tsits (adereo de testa) do Sumo-sacerdote. Isto demonstrou que Aharon era o
escolhido como Sumo-sacerdote, o portador do tsits.
Por que a vara de Aharon brotou?
Este milagre indicava a presena da Shechin, que imbui vida at mesmo em objetos
inanimados, e faz com que esses brotem.
Amndoas, no que se refere a profecia ou milagre, simbolizam que o Todo Poderoso
concretizar Seu decreto rapidamente. (A palavra "shekedim" - amndoas - deriva de shaked pressa. As flores desta rvore surgem antes que a de outras.) D'us sinalizara que qualquer um
que usurpe a kehun ser punido instantaneamente.
Finalmente, aps a srie inteira de sinais e milagres, todos os judeus convenceram-se de que a
profecia de Mosh era verdadeira em todos os seus detalhes.
O cajado de Aharon jamais feneceu. Sua haste, flores e amndoas permaneceram
eternamente verdes. D'us ordenou a Mosh que o colocasse perto da arca como testemunho
para as futuras geraes de que, dentre todas as tribos, a de Levi foi escolhida tanto para a
kehun quanto para a leviy.
Os reis judeus ficaram incumbidos de preservar o cajado de Aharon. Antes da destruio do
Primeiro Templo Sagrado, o rei Yoshiyahu escondeu-o junto com outros objetos que serviram
como testemunho e com utenslios sagrados.
Os cohanim e leviyim devem impedir que os judeus realizem o servio do Santurio
Aps terem vivenciado as diversas mortes que ocorreram em conexo com o Servio do
Santurio, os judeus estavam muito amedrontados. Exclamaram: "O Santurio uma fonte de
tragdia. A morte estabeleceu-se na congregao de Crach, e eventualmente golpear todos
ns."

" sua tarefa impedir a entrada de qualquer pessoa no autorizada a qualquer rea do
Santurio que lhe seja proibida." Advertiu D'us tanto aos cohanim quanto aos leviyim. "Se
falharem, sero punidos."
A mitsv de guardar o Santurio e o Templo
D'us ordenou aos cohanim e leviyim que vigiassem o Santurio e o Templo Sagrado todas as
noites.
D'us, Que guarda o mundo, no necessita de guardas humanos para proteger Seu palcio. Ele
ordenou que uma guarda de honra fosse colocada sua volta a fim de incutir sua grandeza
nos judeus. Visitantes aproximam-se de um edifcio guardado com temor, pois considerado
distinto, como o palcio de um rei.
Vinte e quatro guardas eram postados toda noite em diferentes locais ao redor do Templo
Sagrado. Os cohanim montavam guarda em trs locais no Ptio, e os leviyim em vinte e um
locais fora deste. Um inspetor fiscalizava a vigilncia de todos os guardas.
Os presentes ofertados aos cohanim
Diz o provrbio: "Se minha vaca quebrar a perna, para meu
benefcio."
Todo infortnio tem seu benefcio. Aharon beneficiou-se da disputa
de Crach, pois em seguida o Todo Poderoso selou um pacto com
Aharon, confirmando que os cohanim recebero para sempre os
vinte e quatro presentes de kehun.
Certa vez, o imperador deu um estado a seu amigo como um
presente casual. No assinou escritura alguma, nem endossou com
qualquer outra medida legal que concedera esse estado ao amigo.
Entretanto, logo aps, impostores afirmavam que o estado era
deles. O imperador informou ento seu amigo: "Agora editarei uma
ordem para inscrever o presente nos registros oficiais, para que
ningum possa negar que voc o verdadeiro proprietrio."
Similarmente, aps Crach ter disputado o direto de Aharon
kehun, D'us lavrou um contrato oficial com os cohanim,
prometendo-lhes para sempre, e a seus descendentes, os vinte e
quatro presentes que os judeus so obrigados a separar para eles.
D'us proclamou: "Concedo-lhes esses presentes feliz e de boa
vontade, como algum que escreve uma escritura de algum
presente a um bom amigo."
A Tor chama esse pacto de "o Pacto do Sal". Assim como o sal
nunca se estraga, este pacto durar para sempre.
Alguns dos vinte e quatro presentes para os cohanim so:
Quando um judeu traz um sacrifcio, deve dar partes desse para
os cohanim. Tambm recebem uma parte dos sacrifcios oferecidos
em nome da comunidade.
Na poca do Templo Sagrado, se um judeu abatia um animal
domstico para seu consumo pessoal, era obrigado a dar trs

partes ao cohen: o membro direito, as mandbulas, e o estmago.


Se um animal domstico casher de um judeu tiver um primognito,
este pertencia ao cohen. O cohen o leva ao Templo Sagrado. Parte
do animal era queimada sobre o Altar, e parte ficava para o cohen.
Um judeu que possua campos, vinhedos, olivais ou pomares deve
dar uma parte da produo ao cohen. Esta parte se chama terum.
Nossos sbios fixaram a terum em pelo menos 1/60 da produo,
podendo ser tambm 1/50 ou 1/40.
Chal: ao assar uma massa, deve-se dar uma parte ao cohen.
Muitos dos presentes destinados aos cohanim so sagrados. Eles
no podem com-los estando impuros. Alguns s podem ser
comidos no ptio do Templo Sagrado, outros s na cidade de
Jerusalm.
Por que os cohanim recebem esses presentes?
Por que D'us ordenou aos judeus que sustentassem os cohanim e
leviyim?
Libertando os homens da tribo de Levi da necessidade de ganhar
um meio de vida, D'us possibilitou-lhes a devotarem-se totalmente
Tor e ao servio Divino. A tribo de Levi no recebeu extensas
terras agrcolas em Israel como o resto das tribos, nem
participavam de guerras ou recebiam esplios. Em vez disso, eram
o "exrcito de D'us", estudantes e professores de Tor, como est
escrito (Bamidbar 18:20), "Sou sua poro e sua herana, disse
D'us."
Maimnides escreve: "No apenas um membro da tribo de Levi,
porm qualquer indivduo cujo corao o impele a servir D'us e
conhec-lo, torna-se santo dos santos. D'us ser sua poro e
herana para sempre. Ele lhe prover uma quantidade suficiente
para seu sustento, assim como Ele fez para os cohanim e leviyim."
Rabi Yon costumava dar a dcima parte de seus proventos a Rabi
Acha bar Ula. Este no era cohen nem levi, contudo era estudante
de Tor.
O que maasser?
Assim como D'us selou um pacto com os cohanim, Ele assim o fez
com os leviyim, que tambm receberam um presente dos judeus.
Esta parash menciona que cada judeu deve dar o maasser
(dzimo) aos leviyim.
Aps dar terum ao cohen, um judeu tem que separar 1/10 de
todos os seus gros, frutos e vegetais e d-los ao levi. Este dzimo
chama-se maasser.
O levi tem que separar 1/10 do que recebeu e dar ao cohen. A parte
que o levi d ao cohen chama-se terumat maasser ou maasser min

hamaasser (dzimo do dzimo).


Ao dar maasser ao cohen, o levi reconhece que o cohen mais
eminente que ele, e levado a lembrar-se de que h Um Acima,
Que est acima de ambos.
Que partes da colheita o agricultor tem que doar
Imagine que estamos na poca do Templo Sagrado, e possumos
campos de cereais. O que a Tor pede que doemos ao colher os
gros?
Deve-se dar lket, pe e shichech (ver Parashat Emor 23:22) aos
pobres. Tambm se deve levar os primeiros trigo e cevada ao
Templo Sagrado, como bicurim (Parashat Emor 23:10).
Precisamos separar:
1. Terum: para o cohen.
2. Maasser: para o levi.
3. Maasser Sheni: outro dzimo, a ser comido em Jerusalm pelo
proprietrio das terras.
Em determinados anos, ao invs de maasser sheni, d-se o dzimo
aos pobres, que passa a se chamar maasser ani, dzimo dos
pobres.
Calculando terum e maasser
Suponhamos que algum colheu 100 quilos de uvas. Quanto ele
deve separar? Primeiramente, separa-se a terum para o cohen. A
terum pode ser 1/40, 1/50 ou 1/60. Supondo que o proprietrio
queira doar 1/50, que equivalem a 2 quilos.
100kg
- 2 (terum)
= 98
Restam 98kg. Ele ainda tem que dar 1/10 de maasser ao levi. Um
dcimo de 98 = 9,8kg.
98kg
- 9,8 (maasser)
= 88,2
Disto, ainda tem que se dar 1/10 como maasser sheni (ou maasser
ani).
88,2kg

- 8,82 (maasser sheni ou maasser ani)


= 79,38
Aps separar a terum e os maasrot, restam 79,38kg dos 100 kg
originais. Ser que ficamos incomodados por havermos dado tantos
presentes? No deveramos, pois nossos sbios ensinam que ao
dar maasser um judeu enriquece.
D'us prometeu ao povo judeu: "Se vocs derem maasser como
mandei, Eu enviarei chuvas abundantes e abenoarei os frutos.
Colhero tanto gro que ficaro ricos."
Como ficam terumot e maasrot atualmente?
Hoje em dia, um agricultor em Israel precisa separar terum e
maasser.
Um judeu no pode comer os frutos que nascem em Israel, a no
ser que saiba que algum confivel tenha separado terum e
maasser. Mesmo que um judeu viva fora de Israel, antes de comer
produtos frescos ou enlatados, importados de Israel, deve certificarse de que terum e maasrot foram corretamente separados.
A mitsv de redimir o primognito
Em conexo com os presentes da kehun, a Tor menciona
que todo primognito sagrado para D'us. Esta mitsv
mencionada trs vezes na Tor.
Os primognitos foram inicialmente escolhidos por D'us para
exercerem os deveres do sacerdcio (kehun) em virtude de
terem sido poupados quando Ele matou os primognitos
egpcios. Entretanto, quando os primognitos judeus
executaram os rituais sacerdotais diante do bezerro de ouro,
esse chamado sagrado foi transferido para os cohanim.
A fim de libert-los legalmente dessa obrigao original, eles
devem ser resgatados com cinco moedas (shecalim) de prata,
pagos a um cohen. O procedimento deste resgate no se aplica
a um primognito cujo pai um cohen ou levi, ou a me filha
de cohen e levi.
A mitsv aplica-se assim que o beb, nascido de parto normal,
tiver atingido a idade de trinta dias. Se essa data coincidir com
Shabat ou Yom Tov (que probe transaes comerciais) deve
ser adiada para o dia seguinte. costume cumprir esta mitsv
luz do dia; entretanto a festa que se segue pode se estender
at a noite. Se, por alguma razo, o primognito no foi
resgatado no tempo prescrito, isto deve ser feito na primeira
oportunidade, mesmo sendo o menino j adulto. (Neste caso,
ele prprio deve resgatar-se perante um cohen.)
O pai deve escolher um cohen observante e bem versado na
Lei judaica para redimir seu primognito. Uma cerimnia
festiva preparada, e aps recitar a bno sobre o po, o pai
apresenta o filho ao cohen com esta declarao: "Minha
esposa deu luz ao meu primognito". O cohen perguntar: "O
que tu preferes - teu primognito ou cinco moedas de prata?"

Aps confirmar sua inteno de ficar com o filho e transferir


cinco moedas de prata ou seu valor equivalente para o cohen,
o pai recita a bno de "Al Pidyon Haben" e "Shehecheynu".
A seguir o cohen recita a bno sobre uma taa de vinho.
Esta uma das mitsvot atravs das quais reconhecemos que o
que quer que possumos, na realidade pertence a D'us. A
primeira aquisio da pessoa geralmente a mais preciosa a
seus olhos; por isso, damos o "Primeiro" a D'us, a fim de
demonstrar que Ele o verdadeiro Proprietrio de tudo o que
temos. Um homem pode facilmente ser levado a pensar que
tem direitos acima de qualquer disputa sobre todas suas
posses. A Tor declara que o incio de qualquer realizao, da
qual nos orgulhamos em especial, seja para D'us e o seu
servio, e s depois poderemos participar e aproveitar do
restante. Isso era mais perceptvel na poca do Templo,
quando as primcias - os primeiros frutos - tinham de ser
trazidas ao Santurio e os primognitos do gado eram
ofertados ao cohen, o servo de D'us. Entretanto, D'us nos
permitiu reivindicar nosso filho primognito desde que o
criemos de acordo.
Isto fica enfatizado pela pergunte retrica que o cohen
apresenta: "O que preferes - teu filho ou as cinco moedas de
prata?" - j que o pai obrigado a resgatar o filho de qualquer
forma. A pergunta implcita : "Ests consciente da tua
obrigao de criar teu filho para ser dedicado a D'us, estudar a
Tor e cumprir as mitsvot? Compreendes que para educar uma
criana apropriadamente deves estar preparado a fazer
sacrifcios materiais se necessrio?"
A resposta do pai - "Eu quero meu filho e aqui esto as cinco
moedas de prata" - o testemunho que ele entendeu
plenamente a responsabilidade e o privilgio de criar seu filho
corretamente.

Poro Semanal: Chucat


Bamidbar 19:1 - 22:1

Chucat comea com o puro decreto da Tor, Chucat Hator, uma mitsv que somos
conclamados a cumprir mesmo que no possamos entender seu propsito e sua
razo - a vaca vermelha (Par Adum), cujas cinzas eram usadas para purificar as
pessoas que se contaminaram atravs de contato com o corpo de uma pessoa
morta.
A narrativa ento salta 38 anos, para iniciar a descrio do que aparece
imediatamente antes do povo judeu entrar na Terra de Israel. A profetisa Miriam
morre, e o povo fica sem gua, pois o miraculoso poo que os acompanhara durante
sua jornada no deserto existia apenas pelo seu mrito.
D'us ordena a Mosh e a Aharon que falem com uma rocha em especial, que
produzir gua instantaneamente; em vez disso, Mosh golpeia a pedra com seu
cajado, e D'us diz aos dois lderes que eles no entraro na Terra Prometida.
Depois, o rei de Edom recusa-se a deixar o povo judeu passar, fazendo-lhes tomar

uma rota mais distante. Aharon morre e sepultado no Monte Hor, e seu filho Elazar
o sucede como Sumo Sacerdote.
Os Filhos de Israel cantam uma cano de louvor sobre o milagroso poo que D'us
tinha feito surgir pelo mrito de Miriam, e a poro termina com as batalhas e vitrias
sobre Sichon, o rei de Emori, e Og, o rei de Bashan.
Mensagem da Parash
Ao caminhar pelo moderno shopping center prximo rodoviria do centro em
Be'ersheva, Israel, voc se sente quase em casa. Dezenas de lojas modernas
parecem totalmente americanas; nota-se a viso familiar de pessoas subindo
escadas rolantes, subindo e descendo o saguo repleto de lojas da parte central do
shopping; e pode dar um profundo suspiro de alvio ao encher os pulmes com o ar
condicionado fresco e suave deste maravilhoso centro de compras.
A experincia em si de comprar pode no ser to excitante - afinal, a mentalidade de
compras no Oriente Mdio no exatamente aquela qual estamos acostumados, e
o cliente nem sempre tem razo - mas o simples fato de que voc est abrigado em
um ambiente calmo, hospitaleiro e fresco deixa-o mais relaxado. A temperatura
externa est em torno de 35 C, e voc termina por apreciar o condicionador de ar
que lhe fornece temperatura to agradvel.
Graas s inovaes modernas como ar condicionado, aquedutos para transportar
gua por longas distncias, e o aperfeioamento na armazenagem de alimentos,
cidades grandes como Be'ersheva comearam a desenvolver-se margem de
desertos. Mas sua existncia tnue e apenas possvel nas reas mais amenas. Em
sua essncia, o deserto continua desafiadoramente implacvel com a habitao
humana, de tal forma que faz-nos refletir como os judeus - uma nao com uma
populao de sete dgitos - sobreviveu vagando no deserto por quarenta anos antes
de entrar na Terra de Israel.
No, os judeus no foram amparados por condicionadores de ar, gua encanada, e
comida importada. Em vez disso, beneficiaram-se de alguns artefatos bastante
miraculosos fornecidos por D'us. Nuvens especiais cercaram e cobriram a nao
viajante; mantiveram um tipo de supremo controle do clima, refrescando o ar e
removendo obstculos do caminho frente. Alm disso, os judeus no precisavam
se preocupar com queimaduras de sol. As nuvens ofereciam tambm proteo
contra predadores. Alm disso, o man descia do cu seis dias por semana. Perfeito
alimento substituto, o man fornecia 100% da nutrio necessria. Na verdade, o
man era to perfeito que era absorvido integralmente pelo trato digestivo,
eliminando a necessidade de aliviar-se. E um poo, jorrando de uma grande rocha,
rolava junto com eles para fornecer-lhes gua.
Com a maioria de suas necessidades fsicas satisfeitas, os judeus tinham bastante
tempo para envolver-se no estudo da Tor que haviam recebido no incio de sua
jornada. Entretanto, os presentes que tornaram o ambiente ideal e protetor no eram
gratuitos. Ao contrrio, os judeus os receberam pelo mrito dos muitos indivduos
devotos, motivados e justos que habitavam entre eles.
O Talmud (Tratado Ta'anit 9a) relata que Israel teve trs grandes lderes - Mosh,
Aharon e Miriam - e trs maravilhosos presentes foram recebidos por intermdio
deles. Pelo mrito de Miriam, um poo jorrava gua incessantemente; Aharon foi
responsvel pelas Nuvens de Glria; e o man caiu pelo mrito de Mosh.
Embora estas associaes - Miriam com o poo, Aharon com as Nuvens, e Mosh
com o man - no sejam explicitamente mencionadas na Tor, cada uma delas pode
ser detectada com alguma observao bsica e cuidadosa no decorrer do texto.

D'us registra em nossa Poro da Tor que Miriam faleceu e foi enterrada em
Cadesh, um local no Deserto de Tsin. A descrio continua: "E no havia gua
alguma para a congregao, e eles se reuniram [para reclamar] a Mosh e Aharon"
(Bamidbar 20:2).
Por que estes eventos aparentemente no relacionados so colocados juntos? A
gua do poo flua pelo mrito de Miriam. Era uma mulher justa, que dedicou-se a
servir a D'us. Sua presena e envolvimento com os judeus trouxe-lhes uma
considerao especial por parte de D'us; sua morte deixou uma grande lacuna para
o povo. Como suas qualidades mpares que haviam merecido o poo estavam
ausentes, o poo deixou de funcionar.
As mortes de Aharon e Mosh deixaram vcuos semelhantes, privando os judeus
das Nuvens de Glria e do man. Na verdade, sempre que uma pessoa justa nos
deixa - seja para ir para o mundo vindouro ou a outro lugar qualquer nesta terra sentimos um grande senso de perda. Quando a Tor descreve a viagem de Yaacov
de Cana a Charan (onde vivia seu tio Laban), faz uma adio reveladora: "Yaacov
deixou Be'ersheva e foi para Charan" (Bereshit 28:10). Obviamente, o ato de partir
significativo. A este respeito, Rashi cita um Midrash que declara: "A partida de um
justo de um lugar deixa uma impresso indelvel."
O Yaafe Toar explica que, para onde quer que um tsadic v, ilumina os arredores
(tanto espiritual como fisicamente) com sua sabedoria de Tor. Ele concede um
senso de dignidade a todos que esto em sua presena, honrando-os e sendo
honrado por eles, e oferece inestimvel conselho da perspectiva da Tor. Como um
modelo vivo da Tor, o tsadic estabelece um exemplo positivo e influente para
aqueles ao seu redor.
Talvez isso possa ajudar a esclarecer a mitsv de "E a Ele te apegars" (Devarim
10:20). No podemos apegar-nos fisicamente a D'us porque Ele no fsico. Nossos
rabinos portanto explicam que devemos agarrar toda oportunidade de associar-nos
com indivduos justos e piedosos, judeus que esto imersos na Tor de D'us e cujas
prprias aes refletem aquela imerso. Certamente os tsadikim so mortais, mas
sua influncia penetrante e poderosa pode ajudar-nos a ficar mais prximos de D'us.
Uma lio prtica emerge de tudo isso. Toda vez que encontrar uma pessoa assim, a
oportunidade est batendo - at mesmo a interao mais bsica tem um efeito
garantido. Voc pode aperfeioar seu Judasmo fazendo negcios, almoando, ou
simplesmente apresentando-se a esta pessoa. Alm dos dons que a comunidade
recebe pelo mrito de um justo, o prprio tsadic beneficia a comunidade; sua simples
presena um presente em si.

Chucat
Trs categorias de mitsvot

Mosh e Aharon pecam em guas de


Discrdia

As leis da vaca vermelha

Mosh envia mensageiros ao rei de


Edom

Aluses acerca da mitsv da Vaca


Vermelha

Aharon falece em Hor Hahar

Algumas leis de pureza ritual

Amalec ataca o povo judeu

O passamento de Miriam e o
desaparecimento do Poo de Miriam

A guerra contra Sichon, rei dos


emoreus

Trs categorias de mitsvot


As mitsvot da Tor, geralmente, pertencem a uma de trs categorias:
Mishpatim - Leis Civis: "Mishpatim" so leis Divinas que promulgam a segurana e
sobrevivncia da sociedade humana. Incluem, por exemplo, a proibio de roubar e
matar.
Edut - Testemunhos: Se uma mitsv testemunha um evento histrico ou algum
aspecto de nossa f, chamada de "Edut", testemunho. So exemplos a mitsv de
observar o Shabat, que atesta nossa crena de que o Todo Poderoso criou o mundo
em seis dias; observar as Festas (Yom Tov), pois comemoram o xodo do Egito; as
mitsvot de tsitsit e tefilin que demonstram nossa crena na soberania de D'us.
Chukim - Decretos Divinos: Na categoria de chok (plural: chukim) classifica-se
todas as mitsvot cujo propsito ou significado no so compreendidos pela
inteligncia humana.
Esta categoria de mandamentos a mais difcil de respeitar. O Talmud nos diz que
essas so as leis que "a m inclinao (ytser har) e as naes do mundo tentam
contestar." Se no compreendemos o motivo de alguma coisa tentador achar
pretextos para no faze-la. Quando tentamos explicar nossa religio aos no-judeus,
as leis que no tem um motivo bvio so as mais difceis de compreenso. O fato de
um mandamento no ter um motivo bvio torna seu cumprimento um ato de f, muito
mais ainda. Ele indica que estamos prontos e desejosos de obedecer s ordens de
D'us, at mesmo quando no podemos justific-las racionalmente.
Todas as leis de pureza e impureza ritual pertencem essa categoria de
mandamentos conhecidos como chukim, decretos. Portanto, disseram nossos
sbios, "O corpo morto no impurifica, e a gua no purifica. Mas sim, disse D'us, Eu
dei uma ordem, e emiti um decreto - e voc no tem permisso para question-lo."
Demonstramos assim, que estamos colocando D'us acima de nosso prprio
intelecto. Apesar de talvez no sermos capazes de justificar esses mandamentos
perante o mundo, expressamos nossa segurana interior como judeus ao continuar
cumprindo-os.
H numerosos exemplos de chukim, mas o Midrash enumera quatro sobre os quais
a Tor afirma explicitamente: "Este um chok." Uma vez que contm elementos
aparentemente contraditrios, so passveis de serem ridicularizados pelos que se
pautam pelo pensamento racional. Por isso, a Tor aconselha o judeu a dizer a si
mesmo: " um chok, no tenho direito de question-lo."
Os quatro chukim so:
1. Yibum: Um judeu que se casa com a esposa de seu irmo enquanto este ainda
est vivo, ou mesmo aps sua morte, incorre em pena de caret (morte espiritual),
contanto que seu irmo tenha tido filhos. Porm, se a esposa do irmo no tem
filhos, mitsv casar-se com ela (levirato, yibum).
Sendo que a lgica acha muito difcil aceitar este paradoxo, o versculo enfatiza: "E

vocs guardaro Meus chukim." (Vayicr 18:26).


2. Shaatnez: A Tor probe vestir-se com roupas que contenham mistura de l com
linho. No obstante, permitido vestir um traje de linho em cujos cantos haja tsitsit
de l atados. Por mais que questionemos esta exceo, a Tor declara, no que
concerne mitsv de shaatnez: "E vocs guardaro Meus chukim." (Vayicr 19:19).
3. O bode para Azazel: Um bode era enviado morte como parte do Servio de Yom
Kipur, purificando o povo judeu de seus pecados. Ao mesmo tempo, impurificava o
agente que o enviava. Por conseguinte, esta lei chamada de "um chok eterno"
(Vayicr 16:29).
4. A vaca vermelha: As cinzas da vaca vermelha purificavam um judeu que encontrase impuro, enquanto tornavam impuro qualquer um que estivesse envolvido em sua
preparao. Uma vez que isto tambm desafia a lgica, a Tor introduz o assunto
com as palavras: "Este o chok da Tor" (19:2); devemos aceitar a mitsv como
uma ordem Divina.
Os chukim, contudo, no so "leis sem razo"; sua lgica, porm, Divina. Os
maiores dentre nosso povo foram capazes de compreender algumas delas.
Assim, o fundamento racional por trs das leis da vaca vermelha foram reveladas de
maneira Divina a Mosh.
O rei Salomo, por outro lado, que pesquisava as razes por trs das mitsvot e
encontrou explicaes para todas as outras, professou que esta mitsv era
incompreensvel.
Salomo descobriu porque o shochet (magarefe) deve seccionar tanto o esfago
quanto a traquia dos mamferos, enquanto que para aves suficiente cortar apenas
um desses rgos, e que peixes sequer necessitam de abate ritual.
Todavia, confessou: "Pensei que teria sabedoria, porm isto (a compreenso da
mitsv da vaca vermelha) est muito distante de mim." (Cohlet 7:23).
A fim de apreciar plenamente suas palavras, exploraremos a profundidade e mbito
da sabedoria de Salomo:
"E D'us deu a Salomo bastante sabedoria e compreenso, e extenso de
conhecimentos como a areia da beira do mar." (Melachim I, 5:9).
Esse versculo implica que a sabedoria de Salomo equivalia sabedoria do povo
judeu, que era "to numeroso quanto a areia da beira do mar." A capacidade de seu
intelecto era superior a de qualquer outra pessoa, e por isso conseguia captar o que
se passava na mente do outro. Conseqentemente, seu julgamento era verdadeiro
mesmo em casos nos quais os fatos eram obscuros, como demonstra a seguinte
histria:
Trs mercadores judeus estavam juntos numa jornada quando se aproximava o
Shabat. Decidiram enterrar seu dinheiro em determinado local, descansar at depois
do Shabat, desenterr-lo e continuar seu caminho.
Na escurido da noite, enquanto os companheiros dormiam, um deles aproximou-se
sorrateiramente do local secreto, desenterrou o dinheiro e escondeu-o em outro
lugar.
Procurando o dinheiro depois do Shabat, os mercadores perceberam que esse

desaparecera. Uma vez que ningum mais sabia do local secreto, concluram que
um deles deveria ter roubado o tesouro. Mas qual? Cada um acusava o outro,
dizendo: "Voc o ladro!"
Incapazes de determinar quem era o culpado, decidiram viajar at Jerusalm e
submeter o caso ao Rei Salomo.
O Rei Salomo ouviu atentamente o relato e ordenou-os a retornar no dia seguinte.
Ao voltarem corte, o rei declarou: "Sei que todos vocs so mercadores
perspicazes. Antes de julgar seu caso, gostaria de ouvir sua opinio acerca de outro
caso que me foi apresentado."
Os trs ouviram com ateno o Rei Salomo relatar o seguinte incidente: "Um
menino e uma menina cresceram no mesmo bairro, e prometeram no se casar sem
o consentimento um do outro. Mais tarde, mudaram-se e perderam contato. Quando
a menina chegou idade casadoura, ficou noiva de um jovem de sua nova cidade.
Mesmo assim, no se esquecera da promessa feita na infncia. Ao se aproximar a
poca do casamento, vendeu seus pertences pessoais a fim de levantar fundos para
empreender uma longa jornada a sua cidade natal, para procurar seu antigo vizinho.
Viajou a sua cidade, encontrou-o e explicou-lhe que estava noiva de outra pessoa.
Pediu-lhe para libert-la da promessa feita anos atrs e, em seu lugar, aceitar o
dinheiro que conseguira.
O jovem valorizou os sofrimentos pelos quais ela passara para ser fiel a sua
promessa. Apesar de lhe ser difcil, disse-lhe que estava livre para casar-se com seu
noivo. Recusou o dinheiro que ela oferecera, e ela partiu em paz.
A solitria viagem de volta era to perigosa para a jovem quanto fora sua jornada
para longe do lar. Ao circular por um bairro deserto, um velho surgiu de um arbusto,
atirando-se sobre ela, roubando-lhe todo o dinheiro e ameaando utilizar-se dela
para seus prprios propsitos.
"Por favor, oua-me," suplicou a moa, "voc um homem velho, por qu traria esta
terrvel culpa sobre si pouco antes de ser convocado perante o Juiz Eterno? Pegue
meu dinheiro, mas deixe-me retornar ilesa a meu noivo." Contou-lhe sua histria, e
encerrou: "Meu amigo de infncia certamente teve mais dificuldade em me deixar
partir que voc; ele jovem, e reivindicou um direito a mim. Voc, um homem velho,
deve aprender dele a como se controlar."
O ladro ficou tocado pelo relato. No a molestou, e restituiu-lhe o dinheiro.
"Agora," concluiu o Rei Salomo, "coloco-lhes a seguinte questo: Quem o
verdadeiro heri da histria - a moa, o jovem ou o ladro? Gostaria de ouvir suas
opinies sobre o assunto."
"A moa extraordinria," replicou o primeiro mercador. "Imagine, empreender uma
longa e perigosa jornada apenas para cumprir sua promessa!"
"Admiro o jovem," apartou o segundo. "Agiu de maneira nobre e altrusta."
"A ao do ladro a mais admirvel," comentou o terceiro mercador. "Depois de
conseguir ter em sua posse tanto a moa quanto o dinheiro, no apenas libertou a
moa, como tambm restituiu o dinheiro!"
"Prendam-no!" gritou o Rei. "Ele s pensa em dinheiro! Mesmo ouvindo esta histria,
em seu ntimo, desejava o dinheiro da moa. Quando teve oportunidade de pegar o

dinheiro para si, com certeza o fez! Prendam-no imediatamente!"


O mercador foi preso, e confessou imediatamente sua culpa.
O Rei Salomo era perito em todas as cincias, ultrapassando seus antepassados.
Por exemplo, seu conhecimento sobre animais era maior que a de Adam (Ado), que
deu nome a cada espcie de acordo com suas caractersticas essenciais.
Sua compreenso sobre astronomia ultrapassava a de Avraham, um mestre dessa
cincia.
Sua percia em negcios de estado excedia a de Yossef, ele prprio um legislador
habilidoso. Tambm era melhor lingsta que Yossef, que falava setenta idiomas.
Alm de falar todas as lnguas, comunicava-se com todos os animais.
O Rei Salomo brilhava mais que os reis e naes de sua poca em todos os ramos
da cincia. Apesar dos reis egpcios orgulharem-se de seu conhecimento em
astrologia, a competncia de Salomo era superior, como demonstra o seguinte
incidente:
Quando o Rei Salomo estava prestes a construir o Templo Sagrado, pediu ao rei
egpcio, o Fara Necho, que lhe enviasse artistas e artesos.
O Fara pediu a seus astrlogos para adivinharem quais de seus sditos estavam
destinados a morrer naquele ano. Subseqentemente, enviou a Salomo uma
equipe de trabalhadores desenganados.
Contudo, assim que os artesos egpcios chegaram, Salomo percebeu o segredo.
Ordenou que vestissem mortalhas brancas e enviou-os de volta terra natal com
uma mensagem ao Fara Necho: "Aparentemente, faltam-lhe mortalhas para
enterrar seus mortos. Por isso, estou enviando algumas para seus trabalhadores."
A sabedoria de Tor do Rei Salomo era imensa. Ultrapassava a da gerao do
deserto, conhecida como "a Gerao do Conhecimento."
Sua grandeza em Tor torna-se patente atravs dos trs maravilhosos e sagrados
Livros que escreveu com esprito de profecia: Cohlet (Eclesastes), Mishl
(Provrbios) e Shir Hashirim (Cntico dos Cnticos) - que esto includos nos 24
livros do Tanach (Bblia). Tambm comps alguns dos salmos no Tehilim.
Fez com que a Tor fosse cara e amada pelo povo, pois podia ilustrar o significado
de cada halach (Lei da Tor) com trs mil parbolas, e citar mil e cinco diferentes
razes para cada ordem rabnica.
Quo profunda , portanto, a mitsv da vaca vermelha, se o Rei Salomo, o mais
sbio dos homens, declarou: "Estudei-a e empenhei-me em entend-la, porm est
bem alm de minha compreenso."
Na verdade, mesmo as mitsvot da Tor que parecem compreensveis so "chukim".
Seu verdadeiro significado est muito alm do intelecto humano.
As leis da vaca vermelha
A primeiro de Nissan de 2449, ltimo dia da Inaugurao do Tabernculo, D'us
revelou a Mosh as leis referentes a pessoas impuras que so enviadas para fora do
Acampamento, e tambm as leis de pureza dos cohanim.

D'us ensinou-o como atingir a purificao dos


diversos tipos de impurezas (quer atravs de
imerso no micv ou numa fonte de gua corrente,
e assim por diante), bem como os sacrifcios que
finalizam o processo de purificao.
Quando D'us ensinou a Mosh que um judeu se
torna impuro (tam) se tocar num corpo sem vida,
Mosh questionou: "Como se purifica a si mesmo
da impureza?"
O Todo Poderoso no respondeu imediatamente. Na verdade, D'us adiou a resposta
como um ato de bondade para Aharon. Da primeira vez que D'us dirigiu-se a Mosh,
Aharon no estava presente. Por isso, Ele esperou at que Aharon tambm
estivesse presente, ento proferiu as leis da vaca vermelha a ambos (Bamidbar
19:1). Isto tornava pblico o fato de que Ele perdoara Aharon por ter participado do
pecado do bezerro de ouro.
D'us retomou o assunto mais tarde naquele dia, explicando a Mosh e Aharon: "Se
algum se tornar impuro atravs do contato com um corpo, deve-se aspergir sobre
esse uma mistura especial de gua com as cinzas da vaca vermelha."
De acordo com uma viso dos sbios (Guitin 60a), as leis da vaca vermelha foram
transmitidas a Mosh no dia primeiro de Nissan. Ento porque a Tor coloca este
assunto somente nesta parash?
Uma vez que Crach ridicularizou o processo de purificao dos leviyim (ver parash
passada), depois de terminar o relato da rebelio de Crach e suas conseqncias,
a Tor explica o fundamento da mitsv, de que a purificao alcanada atravs das
cinzas da vaca vermelha.
O Todo Poderoso instruiu-os nos detalhes da lei da vaca vermelha:
A vaca vermelha adquirida com recursos do tesouro do Templo Sagrado, de um
fundo que contm as doaes anuais de meio-shekel dos indivduos judeus.
Para uma vaca vermelha ser qualificada como tal, deve ter pelo menos trs anos de
idade (idade suficiente para dar cria).
Sua cor deve ser completamente vermelha; at mesmo dois pelos de cor diferente
desclassificam-na.
O animal tambm desqualificado se alguma vez foi atado a um jugo, mesmo se
no realizou trabalho algum.
Tendo procurado por todos os lugares por uma vaca completamente vermelha, o
San'hedrin (Corte Suprema) finalmente foi informado de que um no-judeu possua
tal vaca.
Emissrios foram enviados com o fito de adquiri-la.
O proprietrio disse: "Estou disposto a vender o animal por um bom preo. Dem-me
quatrocentas peas de ouro."
"Voc as ter," prometeram-lhe os sbios. "Retornaremos com o dinheiro."
Saram, a fim de obter os fundos necessrios do San'hedrin. Enquanto isso, o no-

judeu contou a seus amigos sobre a venda em perspectiva, e descobriu quo raro e
precioso era esse animal.
Quando os delegados voltaram com a soma combinada, o gentio lhes disse: "Mudei
de idia; no venderei minha vaca."
"Estamos dispostos a pagar um alto preo," replicaram os sbios. "Quer mais cinco
peas de ouro?"
"No a venderei," insistiu o no-judeu.
"Pegue mais dez peas de ouro," ofereceram.
"Vocs no a tero," repetiu.
"Pagaremos vinte peas extras de ouro," disseram.
"Fora de questo," replicou.
Os membros do San'hedrin aumentaram a oferta at que o homem finalmente
concordou com a venda por uma quantia de cem peas de ouro adicionais. (Algumas
opinies dos sbios dizem que por mais mil.)
Os sbios disseram-lhe que voltariam com a quantia total e apanhariam o animal no
dia seguinte.
Aps partirem, o gentio disse a seu vizinho, rindo: "Sabe porqu esses judeus
insistiram em adquirir esta vaca em especial? Necessitam dela para seus ritos
religiosos, pois jamais foi atrelada a um jugo. Todavia, eu lhes aplicarei um pequeno
truque."
Naquela noite, o perverso pegou sua vaca vermelha, atrelou-a ao jugo e arou com
ela.
Os sbios voltaram na manh seguinte. Antes de pagarem, examinaram o animal.
Sabiam que uma vaca que jamais fora atrelada a um jugo pode ser reconhecida
atravs de dois critrios: 1. Dois determinados pelos do pescoo ficam eretos
enquanto intocados pelo jugo, porm dobram-se assim que se coloca o jugo sobre o
animal. 2. Os olhos de um animal que jamais carregou um jugo so firmes. Depois
de subjugada, seus olhos piscam, pois o animal olha de soslaio para ver o jugo.
Perceberam imediatamente que essa vaca apresentava os sinais de uma vaca que
j portou o jugo.
"Fique com a vaca," disseram ao gentio. "No precisamos dela."
At a boca deste perverso blasfemo reconheceu: "Abenoado seja Aquele que
escolheu esta nao."
O cohen abate a vaca "fora do Acampamento". Durante os anos no deserto, era
abatida fora dos trs Acampamentos; e na poca do Templo Sagrado, no Monte das
Oliveiras, uma vez que esta montanha era considerada "fora de Jerusalm."
O cohen colhe um pouco de sangue da vaca em sua mo esquerda, mergulha
nesse seu indicador direito, e asperge o sangue em direo entrada do interior do
Templo (Hechal), o qual consegue enxergar da montanha.

Acende-se um fogo, e o cohen supervisa a queima da vaca.


Com um cordo de l vermelha, o cohen amarra um galhinho de cedro unindo-o a
um pouco de hissopo (ezov) e pergunta a todos os presentes:
"Isto um galho de cedro?"
"Sim," respondem.
"Isto um galho de cedro?" - pergunta pela segunda e terceira vez.
Recebe respostas afirmativas s trs perguntas. Tambm pergunta trs vezes: "Isto
uma l vermelha?" - ao que lhe respondem afirmativamente trs vezes.
Por que esta cerimnia?
Nem todos os tipos de hissopo, cedro e tinta vermelha so casher para este ritual. A
no ser que todas as espcies utilizadas preencham os requisitos halchicos (das
leis), a mitsv inteira invlida. Desta forma, o cohen enfatiza que esto todas de
acordo com os mandamentos da Tor.
Enquanto a vaca est queimando, o feixe de cedro e hissopo atirado carcaa.
Por que se coloca madeira de cedro e a grama ezov sobre o fogo? O cedro a mais
alta das rvores, e a grama ezov, o mais baixo dos arbustos. Isso lembra a quem se
purifica que a pessoa precisa de humildade para fazer teshuv. prefervel sentir-se
humilde como a grama ezov que orgulhoso como o cedro.
As cinzas da vaca so divididas em trs partes: uma colocada numa determinada
seo do ptio do Templo Sagrado, onde preservada a fim de cumprir a mitsv de
que as cinzas da vaca vermelha devem ser guardadas para todas as geraes. A
segunda parte dividida entre os grupos de cohanim que servem no Santurio, para
ficar disposio para purificar um cohen que tornou-se impuro. A terceira parte
colocada num local no Monte das Oliveiras, para a purificao do povo judeu antes
de sua entrada no Templo.
Quem quer que esteja envolvido na preparao das cinzas - por exemplo, a pessoa
que queima a vaca, quem atira o feixe ao fogo, quem recolhe lenha, quem toca ou
transporta as cinzas - torna-se impuro.
As cinzas da vaca so misturadas gua fresca de uma fonte num recipiente.
As guas com cinzas da vaca vermelha so aspergidas sobre o judeu (que est se
purificando) por algum que est puro de impureza advinda da morte. Ele asperge
quem est se purificando no terceiro e stimo dias da purificao individual. Alm
disso, durante o stimo dia, a pessoa que est sendo purificada deve imergir numa
micv, a fim de consumar a purificao.
At hoje nove Vacas Vermelhas foram queimadas.
A primeira foi preparada por Elazar filho de Aharon sob a superviso de Mosh, no
segundo dia de Nissan, de 2449. (Mosh dirigiu os pensamentos apropriados
mitsv, pois Elazar no compreendia suas razes.)
Uma bno pairava sobre a poro das cinzas que Mosh separou para
purificao: elas duraram at a poca de Ezra. Sob a superviso de Ezra, uma
Segunda Vaca Vermelha foi queimada; uma terceira e quarta sob orientao de

Shimon Hatsadic; e mais duas na poca de Yochanan, o Sumo-sacerdote. Desde


ento at a destruio do Segundo Templo Sagrado mais trs vacas foram
queimadas. A dcima ser preparada por Mashiach, possa ele vir em breve.
Aluses acerca da mitsv da Vaca Vermelha
Apesar da mitsv da vaca vermelha ser inescrutvel at a vinda de Mashiach
(quando D'us revelar ao povo judeu as razes de todas as mitsvot, inclusive esta), a
Tor nos fornece algumas indicaes:
Certa vez, o pequeno filho da empregada do palcio, brincando, sujou o brilhante
cho do palcio. "Onde est a me deste traquina?" - gritou o rei. "Que venha e
limpe a baguna de seu filho!"
Similarmente, o Todo Poderoso proclamou: "Que a (me) vaca expie a impureza
criada pelo bezerro (de ouro)." Por isso, apenas uma fmea aceitvel como vaca
vermelha (enquanto que para outros sacrifcios tanto machos quanto fmeas podem
ser escolhidos).
Os seguintes pontos tambm demonstram a correlao entre a Vaca Vermelha e o
pecado do bezerro de ouro:
Uma vez que todos os homens doaram dinheiro para a feitura do bezerro de ouro,
requer-se de todos eles que contribuam para a aquisio da Vaca Vermelha. Esse
dinheiro provm do tesouro do Templo, constitudo da contribuio anual de meioshekel de cada judeu.
D'us ordenou que a primeira Vaca Vermelha fosse queimada por Elazar, filho de
Aharon, em vez do prprio Aharon, pois Aharon participara do pecado do bezerro de
ouro.
A vaca deve ser vermelha pois a cor vermelha sempre indica o pecado, e a cor
branca sempre simboliza a pureza. Ao olhar a vaca vermelha, os judeus recordam-se
de seus pecados. Mais ainda, o ouro tem um reflexo avermelhado. A vaca vermelha
expia o ouro que o povo doou para fazer o dolo em forma de bezerro de ouro.
A vaca precisa ser perfeita, indicando que antes dos judeus cometerem o pecado
do bezerro de ouro, eram perfeitos, pois tinham acabado de receber a Tor. Quando
pecaram, perderam sua perfeio.
A vaca queimada para recordar o bezerro de ouro, que foi queimado por Mosh.
O enigma da Vaca Vermelha - por qu purifica e impurifica ao mesmo tempo contm uma importante lio:
Um dos mistrios filosficos a coexistncia do Bem e do Mal, felicidade e tragdia
neste mundo. Por qu homens virtuosos so expostos a sofrimentos excruciantes
frustrou e desconcertou profundamente at o maior dos profetas.
Incapaz de explicar as contradies da vida, as naes idlatras atribuem sua
origem em divindades duplas, uma que traz bno sobre a humanidade, e a outra
m.
Por essa razo, os modernos reivindicam que o universo no tem poder que o
governa.
A Tor, contudo, ensina-nos a acreditar em Uma Fonte, da Qual todos os eventos -

tanto bons quanto maus - emanam.


Os elementos aparentemente contraditrios da mitsv da Vaca Vermelha ensina-nos
a atribuir o mistrio da vida s limitaes de nosso intelecto. Num nvel que
transcende nossa atual compreenso, todas as contradies desaparecem. Sua
essncia uma, um plano Divino para nosso benefcio definitivo.
A mitsv ensina que devemos enxergar todos os aspectos da vida com a mesma
atitude que adotamos para a prpria mitsv, f.
Os judeus receberam a mitsv da Vaca Vermelha pelo mrito de Avraham
Quando os trs anjos visitaram Avraham, ele correu para abater e preparar uma
vaca. Como recompensa, seus filhos receberam a mitsv de utilizar uma vaca.
Enquanto Avraham implorava que D'us no destrusse os perversos habitantes de
Sodoma, ele rezou: "Na verdade, no tenho autoridade para discutir com D'us, pois
sou apenas p e cinzas." Avraham era to humilde que sempre tinha conscincia de
que o corpo de uma pessoa no passa de meros p e cinzas. D'us disse: "Devido
tua grande humildade, Darei a teus filhos uma mitsv com cinzas; as cinzas da Vaca
Vermelha. Ao cumprirem-na, sero perdoados."
Como recompensa por dizer aos seus visitantes celestiais, "Que gua seja trazida
para lavar vossos ps", D'us deu aos descendentes de Avraham uma mitsv com
gua: as cinzas da Vaca Vermelha so misturadas gua.
Trs recipientes sero devolvidos
Atualmente, no temos as cinzas da Vaca Vermelha, e no podemos nos purificar da
impureza proveniente da proximidade a um morto.
No entanto, futuramente, Eliyhu o Profeta nos devolver trs recipientes:
1. O recipiente no qual Mosh colocou a man, para lembrar os judeus como D'us os
alimentou no deserto por quarenta anos.
2. O recipiente contendo as cinzas da Vaca Vermelha.
3. O recipiente que contm o azeite com o qual se ungiam os cohanim e os reis.
Algumas leis de pureza ritual
Cada um dos seguintes grupos podem tornar-se impuros sob determinadas
condies atravs de contato com pessoa ou animal que est impuro:
Alimentos
Lquidos
Roupas e utenslios
Uma pessoa judia
Salientaremos as leis bsicas de impureza dos grupos acima:
Alimentos

Um alimento pode-se tornar impuro apenas se as duas seguintes condies forem


preenchidas:
1. J no se nutre mais atravs de seus galhos ou razes.
2. Foi anteriormente tocado por um dos seguintes sete lquidos: vinho, mel de
abelhas, azeite de oliva, leite, orvalho, sangue ou gua.
Preenchidas essas duas condies, e se o alimento, mais tarde, tocar uma pessoa
ou animal impuro (como uma carcaa de animal, ou carcaa de certos rpteis), esse
se torna igualmente impuro.
Na poca do Templo Sagrado, se a terum (presentes de alimentos devidos ao
cohen) ou chal (pedao da massa) ficasse impura, o cohen j no poderia com-la.
Havia pessoas que evitavam comer qualquer alimento impuro, quando possvel,
mesmo se no fosse consagrado, a fim de evitar erros, ou como um ato de santidade
especial.
Lquidos
Se um lquido tocar numa pessoa ou carcaa de animal impuros, esse se torna
impuro.
Roupas e utenslios
Roupas e utenslios ficam impuros se tocarem numa pessoa ou animal impuro.
Utenslios de barro ou cermica, se o interior for tocado.
Utenslios de metal ou madeira so purificados atravs de imerso na micv.
Utenslios de cermica no podem ser purificados.
Uma pessoa
Uma pessoa judia torna-se impura atravs das seguintes condies:
1. Atravs de contato; de carregar ou estar sob o mesmo teto que um morto; ou um
rgo, membro ou corpo morto; ou em contato com utenslio que tocou um corpo
humano morto.
Uma pessoa que fica impura dessa forma chamada de av hatum, uma fonte de
impureza. Fica impura por sete dias e, a fim de purificar-se, aspergida com as
guas da Vaca Vermelha no terceiro e stimo dias; depois, imerge no micv.
2. Algum que tenha tido contato com av hatum torna-se impuro, porm sua
impureza menos severa. Perdura at o anoitecer, e a pessoa purifica-se atravs de
imerso no micv. Esta pessoa denominada de rishon letum, um portador
primrio de impureza.
O passamento de Miriam e o desaparecimento do Poo de Miriam
No dcimo dia de Nissan do quadragsimo ano no deserto, ocorreu uma tragdia nacional.
Quando os judeus chegaram ao deserto de Tsin, Miriam, irm de Mosh faleceu. Tinha cento e
vinte e cinco anos de idade.

Miriam ensinara e orientara as mulheres, assim como Mosh e Aharon o faziam com os
homens. Foi uma das sete profetizas conhecidas.
Miriam faleceu sem sofrimento, pacificamente e feliz. J que ela era uma tsadeket, mulher
justa, o anjo da morte no podia toc-la. A Shechin (Presena Divina) revelou-se a ela,
levando assim sua alma de volta a sua fonte. Aps sua alma ter deixado o corpo, os anjos a
receberam com muita alegria. Exclamaram: "Venha em paz". Essas so as boas-vindas
dispensadas a todos os tsadikim aps seu falecimento.
A narrativa do falecimento de Miriam segue-se as leis da Vaca Vermelha (apesar de seu
passamento ter ocorrido no ltimo ano no deserto, enquanto que a Vaca Vermelha foi
queimada no segundo ano). A Tor justape esses dois eventos para ensinar que a morte de
um tsadic traz expiao para o povo judeu, como o fazem as guas da Vaca Vermelha.
Assim que Miriam faleceu, D'us fez com que o Poo de Miriam desaparecesse
temporariamente, para que o povo percebesse que seu poo de gua fora fornecido pelo
mrito de Miriam. Apreciando assim sua grandeza, poderiam enlutar-se por esta tsadeket de
maneira apropriada.
A gerao do deserto recebeu trs presentes pelo mrito de seus trs grandes lderes:
O Poo, pelo mrito de Miriam
As Nuvens de Glria, pelo mrito de Aharon
A man, pelo mrito de Mosh.
Por qu os trs lderes so associados a esses presentes especficos?
Eles personificavam os trs pilares que sustentam o mundo - Tor, servio Divino e realizao
de atos de bondade.
Mosh deu a Tor e era o mestre e lder do povo judeu por excelncia. Por isso, em seu
mrito os judeus recebiam a man, cujo presente dirio aliviava a necessidade de se obter um
ganha-po, e cuja ingesto ajudava-os no entendimento do estudo da Tor.
Aharon personificava o servio Divino. Sua devoo ao Servio dos sacrifcios trouxe a
Shechin ao povo judeu. As Nuvens de Glria eram, assim, dadas em seu mrito, pois
representavam a Shechin que residia com o povo judeu.
Miriam era excelsa no terceiro dos trs fundamentos: a bondade. Desde sua juventude
devotou-se ao bem-estar de seu povo. Mesmo quando criana, ajudava sua me como
parteira, e levava comida aos pobres.
Mais ainda, foi Miriam que esperou por Mosh s margens do Nilo, e por isso foi
recompensada justamente atravs da gua.
Por causa de seu atributo de chessed, bondade, D'us proveu os judeus com gua, uma
necessidade vital.
Como os judeus recebiam gua do Poo de Miriam?
Esta miraculosa rocha da qual brotava gua estava sempre presente no deserto com o povo.
Quando o povo acampava, essa ficava num local alto, em frente entrada do Tabernculo.
Cada um dos doze lderes aproximaram-se do poo com seus cajados e traaram uma linha
ligando o poo sua tribo. A gua flua atravs dessas doze linhas para todas as Tribos,

formando rios entre uma tribo e outra. Cada rio era to largo que uma mulher que desejasse
visitar uma amiga de tribo diferente precisaria de um barco, seno desejasse molhar os ps.
A gua tambm rodeava a maior parte do Acampamento. Onde quer que os judeus
acampassem, grama, rvores, vinhedos, figos e roms brotavam sua volta. Os vinhedos
produziam uvas de sete sabores diferentes. O povo judeu experimentava o bem e a excelncia
do Mundo Vindouro na gua e nas plantas produzidas pelo Poo de Miriam. Por isso, mais
tarde (nesta parash), cantaram um cntico louvando esse maravilhoso poo.
Aps o falecimento de Miriam, o Poo desapareceu subitamente.
Sem gua potvel para suas esposas e filhos, os judeus encontravam-se em uma situao
crtica.
Mosh e Aharon, que estavam sentados, enlutados por sua irm, viram multides
aproximarem-se de sua tenda.
"O que essa assemblia?" - indagou Mosh a Aharon.
Replicou Aharon: "Os judeus no so descendentes de Avraham, Yitschac e Yaacov, que
realizam atos de bondade como seus patriarcas? Certamente esto vindo para nos consolar."
"Aharon," censurou-o Mosh, "voc no consegue distinguir entre uma multido com
propsitos nobres de uma com propsitos ignbeis? Se estivessem se aproximando de
maneira ordeira - com os Ancios frente, seguidos pelos responsveis pelos milhares, pelos
centuries, e assim em diante - voc teria razo. Porm olhe para esta multido tumultuada!"
As palavras de Mosh provaram ser verdadeiras imediatamente. A desorganizada e excitada
aglomerao que rumava tenda comeou a reclamar amargamente sobre a falta de gua.
"Por qu precisamos sofrer tanto?" - inquiriram. "Voc, Mosh, costumava afirmar que somos
punidos porque h pecadores entre ns, que fazem com que a Shechin parta. Agora, contudo,
os homens da gerao do deserto j se foram, e os de ns que permanecem vivos merecem
entrar em Israel. Por que deveramos ns, ou nossos filhos, e nosso gado perecer de sede?
"Os infindveis testes so demais para suportarmos. Por que voc no reza para D'us levarnos diretamente a Israel em vez de guiar-nos pelo deserto por quarenta anos? Preferamos ter
sido consumidos junto com a congregao de Crach ou na praga subseqente a morrer de
sede agora.
"Vocs esto enlutados por uma pessoa. Em vez disso, deveriam enlutar-se por todos ns,
pois no temos gua."
Apesar dos judeus, em sua agitao, estarem prontos a apedrejarem Mosh e Aharon, D'us
no refreou suas reclamaes contra eles. Eles expressaram-nas em meio dor da sede, e
D'us no detm algum de suas afirmaes enquanto est em dor.
Mosh e Aharon escaparam da fria da multido para a entrada do Tabernculo e prostraramse em prece.
A Nuvem de Glria apareceu, e D'us censurou Mosh: "Meus filhos esto sofrendo de sede,
enquanto voc est envolto em luto. Encontre a rocha que era o Poo de Miriam, ordene-lhe
que dela emane gua, e convide a congregao e os animais a beberem."
Mosh e Aharon pecam em guas de Discrdia
D'us disse a Mosh: "O povo testemunhar agora um milagre que

santificar Meu Nome. Congregue os tsadikim e pessoas grandes


ao lado da rocha da qual jorrava gua enquanto Miriam estava viva.
Ordene-lhe que fornea novamente gua aos judeus.
"Estando de p com a santa congregao na frente da rocha,
ensine-os uma lei ou passagem da Tor. Ento ordene rocha que
continue dando gua. O mrito do estudo comunitrio da Tor far
com que essa produza gua, como o fazia em mrito de Miriam.
"Alm disso, todos os que testemunharem o milagre aprendero a
grande lio: 'Se mesmo uma slida rocha, ao comando de D'us,
obedientemente torna-se um poo, ns, judeus, certamente somos
obrigados a obedecer D'us com alegria e boa vontade (e no
porque sentimo-nos compelidos a servi-Lo)!'"
D'us advertiu Mosh para que trouxesse somente os tsadikim, mas
Mosh (que desejava que todos vissem o milagre) reuniu a
congregao inteira, dos pequenos aos grandes, incluindo at
mesmo o rev rav (convertidos egpcios).
Um milagre possibilitou ao povo inteiro ficar na frente da rocha,
apesar da rea ser pequena demais para conter a todos.
Ouviu-se algumas pessoas do rev rav zombarem: "Quem disse
que o filho de Amram (Mosh) realizar um milagre verdadeiro?
Deve haver uma razo para ele estar determinado a dirigir-se a
uma rocha em especial. Talvez saiba que a rocha contm umidade
e pode, portanto, produzir gua. Mosh costumava ser um pastor e
conhece bem diferentes tipos de rochas. Vejamos se pode realizar
esta proeza com uma rocha de nossa escolha!"
O escrnio dos zombeteiros repercutiu sobre o povo, dispersandoos em todas as direes. O lder de cada Tribo ergueu uma pedra e
exigiu: "Mosh, queremos gua desta rocha!"
O rev rav proclamou: "A no ser que nos d gua da rocha que
escolhermos, no queremos nenhuma!"
Mosh ficou extremamente angustiado. Esperava estudar Tor
junto com uma solene assemblia de judeus em frente a rocha.
Experimentariam ento, atravs do formidvel milagre que seu
estudo da Tor tinha o poder de mudar as prprias leis da natureza.
Em vez disso, enfrentou uma multido de motejadores que
questionavam se um milagre verdadeiro estava para acontecer.
Mais que isso, Mosh percebeu que a Shechin estava ausente. A
atitude do povo causou a partida da Shechin.
Mosh no tinha certeza de como deveria proceder. A atmosfera
no era propcia ao estudo da Tor. Como poderia ensinar a um
povo que se rebelava contra seu mestre? E qual rocha deveria
escolher? Deveria ignorar a exigncia do povo e fazer brotar gua
do verdadeiro Poo de Miriam? Se sim, o rev rav reivindicaria que
ele no realizou um milagre genuno. Ou deveria aquiescer e
realizar um milagre atravs de uma rocha diferente? Se sim,
poderia ser culpado de transgredir o comando de D'us. Alm disso,
D'us poderia julgar o povo como no merecedor de receber gua de

uma rocha diferente.


Mosh decidiu que precisava censurar severamente o povo, por
terem arrogantemente desafiado seu mestre. Dirigiu-se-lhes de
maneira rgida: "Agora ouam, seus rebeldes e tolos! Por que
acham que sua compreenso maior que a de seu mestre?"
Mosh continuou a repreender o povo: "Devemos fazer brotar gua
de uma rocha acerca da qual o todo Poderoso no ordenou?"
"Juro, ouvirei D'us e trarei gua da prpria rocha que Ele ordenou."
Mosh ordenou rocha que produza gua. Contudo, esta no
obedeceu, o milagre no ocorreu. Por conseguinte, Mosh golpeou
a rocha.
Os zombeteiros exclamaram: "Filho de Amram, aparentemente
voc tem gua suficiente apenas para nossos bebs."
Mosh ento golpeou a rocha pela segunda vez. A isso, a gua
irrompeu e jorrou, formando uma profunda corrente que inundou o
povo e afogou os zombeteiros.
O golpe de Mosh fez com que, simultaneamente, cada rocha da
regio produzisse gua.
D'us decreta morte no deserto a Mosh e Aharon
O Todo Poderoso censurou extremamente tanto Mosh e Aharon,
proclamando: "Falharam em acreditar em Mim e Me santificar aos
olhos do povo judeu, ao golpearem a pedra.
"Rebelaram-se contra Mim ignorando Meu comando de ensinar
Tor aos judeus em frente rocha. Por isso, no levaro esta
gerao a Terra de Israel; Porm, falecero no deserto."
Por que o Todo Poderoso puniu Mosh e Aharon de maneira to
severa?
Mosh poderia justificar cada um de seus atos: recusou-se a fazer
brotar gua da rocha que os judeus designaram, a fim de no ser
culpado de desobedecer a Palavra de D'us; golpeou a rocha porque
suas palavras, oralmente, provaram ineficcia. O seu erro est alm
de nossa compreenso.
Mais que isso, Aharon, tambm incluso no veredicto, era
aparentemente inocente de qualquer dos pecados enumerados por
D'us. Errou somente por ficar l em silncio, enquanto Mosh
golpeava a rocha.
De fato, Mosh argumentou com D'us: "Sou culpado, mas como
Aharon poderia s-lo?"
Aharon, contudo, no defendeu-se. Apesar de poder ter
questionado o veredicto, permaneceu em silncio (como quando
seus filhos Nadav e Avihu foram punidos com a morte).

Na verdade, D'us estava procurando um pretexto, por assim dizer,


para fazer com que Mosh e Aharon falecessem e fossem
enterrados no deserto.
"Mosh," consolou-o o Todo Poderoso, "como seria se voc, o lder
da gerao do deserto, tivesse enterrado os 600.000 homens que
voc tirou do Egito, e ento levasse outra gerao a Israel?
"Em vez disso, voc permanecer ntegro com a gerao que
lidera, assegurando-lhes, por conseguinte, uma poro no Mundo
Vindouro. Voc os liderar para Israel na poca de Mashiach."
O lder de cada gerao estar sua testa no Mundo Vindouro.
Isto pode ser comparado ao pastor de um rei cujo rebanho inteiro
foi roubado. Quando tenta entrar no palcio, o pastor encontra o
caminho bloqueado. O rei explica: "Sei que o que aconteceu no foi
por culpa sua, mas meu povo no tem conscincia disto. Se eu no
mostrar que estou zangado e deix-lo entrar em meu palcio, eles
suspeitaro que voc teve participao no roubo."
Foi isto que D'us disse a Mosh: "Se voc entrar na terra, deixando
para trs toda a sua gerao para morrer no deserto, as pessoas
no acreditaro que voc no culpado pela morte delas. Portanto,
tenho de deix-lo aqui tambm. Voc entrar na terra, juntamente
com a sua gerao, na poca da Ressureio dos Mortos."
Vendo que estava impotente, Mosh disse: "Se meu irmo e eu
tivermos de morrer no deserto junto com o restante de nossa
gerao, as pessoas pensaro que ns pecamos como elas, com
os espies, e fomos castigados com elas." D'us tranqilizou-o,
dizendo: "No tenha medo, Mosh. Minha santa Tor relatar
claramente como voc e seu irmo vieram a merecer este castigo,
de modo que toda a humanidade saber que vocs s tiveram um
nico pecado em sua ficha, o da gua de Discrdia. Somente por
ele vocs foram punidos."
A punio de Mosh e Aharon fornece uma chave para as
narrativas da Tor
Se lssemos apenas as palavras da Tor condenando Mosh e
Aharon ("Vocs no acreditam em Mim para Me santificar na
presena dos Filhos de Israel," "vocs rebelaram-se," e assim por
diante) porm no os eventos precedentes, presumiramos que
D'us estava acusando Mosh e Aharon de um crime capital, como
idolatria ou atesmo. Na verdade, as palavras de D'us eram
dirigidas a dois supremos tsadikim, cujo cada ato era devotada ao
Servio de D'us e ao povo judeu. No se "rebelaram" contra D'us,
mas sim cometeram um erro sutil de algum tipo.
D'us condenou-os ao extremo, pois quanto maior e mais perto de
D'us a pessoa estiver, menos ser poupada de culpa.
Se no tivermos esse princpio em mente, julgaremos
erroneamente os indivduos mencionados na Tor, assim como o
povo judeu.
(Se observarem algum de fora que entra numa sinagoga em Yom

Kipur e ouve todos os judeus acusarem-se: "Ashmnu, bagdnu... /


Somos culpados, tramos D'us, roubamos, pecamos com comida e
bebida," e assim por diante, teria a impresso de que acabara de se
deparar com uma congregao de ladres, traidores, glutes,
bbados e carteres similares. Contudo, algum que conhece este
povo e sua Tor est ciente de que um judeu confessa
sinceramente, "Roubamos", mesmo se jamais tocou em algo que
no lhe pertena, pois ele confessa os pecados do povo judeu
coletivamente porque se culpa de ter feito algum perder seu
tempo, ou perturbado seu sono.)
A dura crtica expressa contra Mosh e Aharon um tpico exemplo
do severo julgamento de D'us com as pessoas grandes e elevadas.
A Tor conclui o assunto do pecado de Mosh e Aharon com as
palavras: "Estas so as guas de Discrdia, (assim chamadas)
porque os Filhos de Israel querelaram com D'us, e Ele foi
santificado por elas." (20:13)
Como D'us foi santificado atravs das guas de Discrdia?
A pena de morte de Mosh e Aharon demonstra que D'us pune at
mesmo os maiores tsadikim. Esta conscientizao reforaria o
temor de cada um ao Todo Poderoso.
Mosh envia mensageiros ao rei de Edom
Os judeus estavam agora em Cadesh, perto de Edom. Aps
cruzar Edom chegariam em Israel.
Apesar de Mosh saber que morreria assim que chegassem em
Israel, no tentou fazer com que os judeus demorassem o
mximo possvel. Era um lder fiel, levando em conta o melhor
para o povo. Por isso, tentou convencer Edom a permitir a
passagem dos judeus.
medida que se aproximavam, Mosh pensou: "Quando
Yaacov quis retornar casa de seu pai, ele mandou
mensageiros especiais com presentes para seu irmo, embora
no tivesse nenhuma inteno de atravessar sua terra.
Certamente ns, uma nao numerosa que deseja passar por
Edom, devemos enviar emissrios para apaziguar o rei e pedir
sua permisso."
Mosh selecionou pessoas especiais e enviou-as ao Rei de
Edom com a seguinte mensagem: "Seu antepassado Essav
(Esa) estava plenamente ciente do decreto que estabeleceu
que os descendentes do av dele, Avraham, seriam
estrangeiros numa terra estranha, onde trabalhariam como
escravos. Vocs no escolheram trabalhar arduamente e sofrer
e se separaram de Yaacov. Ns, os filhos de Yaacov, sofremos
por muitos anos no Egito, at que D'us ouviu nossas splicas,
teve piedade de ns e nos libertou da servido. Estamos agora
a caminho de nossa terra. Sabemos que vocs esto bem
armados, mas no tememos, porque nosso D'us TodoPoderoso e temvel. Se ns rogarmos a Ele e pedirmos Sua
ajuda, Ele destruir a voc e a todo seu exrcito, porque ns
temos Sua garantia de que nossas oraes nunca so
totalmente rejeitadas, elas jamais so recusadas. Pedimos, rei
de Edom, que nos conceda permisso para passa por sua

terra. Ns o faremos com a mxima rapidez possvel, com


nossos animais amordaados, para que eles no pastem nela.
Compraremos toda a nossa comida e gua com dinheiro."
Por ter medo dos judeus, o rei no queria que esta nao
atravessasse Edom. Ele pensou: "O D'us dos judeus destruiu
os egpcios que os escravizaram e os torturaram, castigandoos com pragas terrveis. Ele certamente se lembra do dio que
nosso pai Essav tinha do antepassado deles, Yaacov. Se eu
permitir que atravessem a minha terra, com certeza Ele
tambm nos liquidar."
Portanto, o rei de Edom disse aos mensageiros que proibia o
povo de entrar na terra dele, observando que no tinha medo
de oraes, porque tambm possua uma garantia divina de
que "viveria pela sua espada". Ele os receberia com suas
foras armadas e os destruiria totalmente.
Quando recebeu esta mensagem dos homens que haviam
retornado, Mosh teve vontade de atacar os edomitas e de
entrar em sua terra fora, mas D'us o impediu. "No lutem
contra Edom. No devem conquist-los, ainda no o
momento oportuno."
Mosh perguntou que mrito especial possua Edom para
merecer esta proteo. D'us respondeu: "Essav honrou seu pai
Yitschac. O mrito desta grande mitsv suficiente para
proteger seus descendentes para sempre."
Os judeus saram de Edom, deram a volta e fizeram um
caminho mais longo para Israel.
Depois, enviaram mensageiros ao rei de Moav, pedindo
permisso para passar pelas Terras. O rei de Moav, porm,
negou-lhes passagem. D'us tambm no deixou que
guerreassem contra Moav.
Aharon falece em Hor Hahar
A Nuvem de Glria permaneceu durante diversos meses em Cadesh, na fronteira da terra de
Edom. Ento, essa levantou-se e dirigiu os judeus por um desvio contornando a terra de Edom.
Ela descansou na frente da montanha Hor Hahar.
O nome Hor Hahar significa "montanha da montanha." Era na verdade um monte sobre o topo
de outro, parecendo uma pequena ma no topo de uma grande.
Geralmente, a Nuvem de Glria aplainava todas as colinas e montanhas no deserto, de modo
que o povo judeu pudesse viajar num caminho suave e sem obstculos. No entanto, D'us
deixou trs montanhas de p:
O Monte Sinai, para a outorga da Tor.
O monte Nev, para ser o local do tmulo de Mosh.
Hor Hahar, para se tornar o local do enterro de Aharon.

D'us preservou essas montanhas tambm como um lembrete de que haviam muitas
montanhas parecidas no deserto. Os judeus ento apreciariam a bondade que o Todo
Poderoso fez em prol deles ao nivelar as montanhas.
Ao chegarem a Hor Hahar, D'us anunciou a Mosh: "Aharon se unir a seu povo. Sua alma se
juntar a de outros tsadikim no Mundo Vindouro.
"Informe gentilmente a Aharon que est prestes a partir deste mundo, pois pecou nas guas de
Discrdia. Seu filho Elazar o suceder como Sumo-sacerdote. Algum que deixa um filho que
toma seu lugar considerado como se no tivesse falecido."
Ao receber as ordens de D'us, Mosh suplicou: "Mestre do Universo! Aharon no pode ficar
vivo no lado leste do Jordo?"
"Impossvel," replicou o Todo Poderoso. "O fato dele ficar vivo impede os judeus de entrarem
na Terra. Voc deseja que ele viva a este custo?"
Mosh ainda continuou a rezar: "Mestre do Universo," implorou ao Todo Poderoso, "Como
posso dizer a meu irmo: 'Sua hora chegou?'"
D'us replicou: " uma honra para ele ser informado por ningum mais a no ser voc. Diga-lhe:
'Quo afortunado voc , pois eu e seus filhos lhe assistimos em seus ltimos momentos.
(Quem cuidar de mim [Mosh] quando estiver prestes a morrer?) Alm disso, seu filho tomar
seu lugar (e o meu no)."
"Mais que isso, Aharon no morrer atravs do Anjo da morte. Quando Aharon arriscou sua
vida queimando incenso no meio do povo a fim de deter a praga, Eu decretei que o Anjo da
Morte no ter poder sobre ele. Eu Mesmo recolherei sua alma."
Ao perceber que o decreto de D'us era irrevogvel, Mosh obedeceu sem demora.
Na manh seguinte, ele rendeu honras pblicas a Aharon. Em vez de andar at o Tabernculo
na formao usual - Aharon direita, Elazar esquerda, os lderes flanqueando-os pelos dois
lados, e o povo entre eles - Mosh disse a Aharon que andasse no centro, onde em geral
Mosh anda.
O povo estranhou o porqu de Aharon receber honra especial. Supuseram que Aharon
recebera profecia em vez de Mosh.
Quando o cortejo chegou ao Tabernculo. Aharon quis entrar para realizar o Servio matinal
dirio.
"Espere," disse Mosh. "D'us ordenou que voc no realize o Servio hoje."
"O que Ele ordenou?" - perguntou Aharon.
"Subamos ao Hor Hahar, e eu lhe direi," retrucou Mosh.
Ao sop da montanha, Mosh ordenou aos nessiim (lderes das tribos) que esperassem.
Apenas ele, Aharon e Elazar subiram.
Aharon indagou novamente: "O que D'us ordenou?"
"Meu irmo," introduziu Mosh o assunto cuidadosamente, "voc est consciente de guardar
um depsito que o Todo Poderoso pode querer de volta?"

"Meu irmo Mosh," replicou Aharon, "O Tabernculo inteiro e seus utenslios sagrados esto
sob minha responsabilidade. Ser que falhei no Servio?"
Mosh tentou uma aproximao mais direta: "O Todo Poderoso confiou-lhe uma luz?" perguntou a Aharon.
"No apenas uma," replicou Aharon, "Todas as sete luzes da Menor so de minha
responsabilidade."
"Isto no o que quero dizer," disse Mosh. "Talvez Ele confiou-lhe algo que se parece com
luz?"
"A alma do homem a vela de D'us." (Mishl 20:7), replicou Aharon. "Voc est insinuando
que a hora de meu passamento chegou?"
"Sim," disse Mosh, colocando a mo no corao e gritando: "Meu corao di e sofre dentro
de mim, e o temor da morte caiu sobre mim." (Tehilim 55:5).
No topo da montanha uma caverna estava preparada, e nela uma cama e uma vela acesa.
D'us instruiu Mosh: "Transfira os trajes sacerdotais de Aharon a seu filho Elazar, que o
suceder como Sumo-sacerdote." Quando Mosh ouviu a ordem, no sabia como agir.
proibido vestir o Sumo-sacerdote em qualquer outra seqncia a no ser a prescrita: primeiro,
as roupas de baixo; e depois as outras. A fim de vestir Elazar na ordem correta, deveria despir
Aharon de todas as suas roupas, inclusive as de baixo.
"No tema," disse D'us a Mosh, "Faa, e Eu farei minha parte."
Os milagres que D'us realizou para Aharon quando este estava prestes a falecer foram maiores
que os da vida inteira de Aharon. Toda vez que Mosh removia uma das tnicas sacerdotais de
Aharon, encontrava-o vestido por baixo com um traje Celestial correspondente, de maneira que
o corpo de Aharon nunca ficou nu. Depois que Mosh despiu todos os oito trajes sacerdotais,
Aharon vestia oito trajes Celestiais correspondentes.
Ento Mosh disse a Aharon: "Deite-se no div!" Aharon assim o fez.
"Feche os olhos," ordenou Mosh. Aharon fechou-os.
"Estique as pernas!" - mandou Mosh. Aharon obedeceu.
A Shechin desceu, e a alma de Aharon foi atrada em sua direo com alegria e jbilo,
retornando lentamente a sua origem.
Sendo que a partida da alma atravs de "um beijo Divino" um espetculo sagrado e solene, a
alma de Aharon partiu isolada numa caverna. Ningum, exceto Mosh e Elazar podiam
observar a grande cena.
Mosh exclamou: "Quo afortunada a pessoa que falece desta maneira!"
Mais tarde, D'us concedeu o desejo de Mosh, de experimentar esta morte.
O Anjo da Morte no teve poder sobre seis tsadikim, cujo passamento deu-se atravs de "um
beijo Divino":
Avraham

Yitschac
Yaacov
Mosh
Aharon
Miriam

O Todo Poderoso ordenou ento a Mosh e Elazar: "Agora deixem a caverna." Assim que
saram, a entrada se fechou.
Quando Mosh e Elazar retornaram, o povo no conseguia compreender o que acontecera.
Viram trs pessoas ascenderem montanha, e agora s duas esto descendo.
Todos os tipos de rumores e desconfianas acerca do destino de Aharon foram levantadas.
"Onde est Aharon?" - inquiriram Mosh.
"Ele faleceu," respondeu Mosh.
Esta afirmao encontrou descrena total. O povo disse ameaadoramente a Mosh: "No nos
diga que o Anjo da morte tinha poder sobre Aharon, que o controlou e impediu-o de matar os
judeus! Traga Aharon de volta imediatamente, ou o apedrejaremos!"
"Conhecemos seu carter irascvel. Aharon deve ter dito ou feito algo que voc considera
pecaminoso, e voc decretou-lhe pena de morte!"
A falsa suspeita lanada sobre Mosh invocou o castigo do Cu. Imediatamente depois, os
judeus foram atacados por Amalec.
Mosh orou a D'us para ficar livre de suspeitas.
O Todo Poderoso ordenou aos anjos que trouxessem o caixo de Aharon e mostrassem-no ao
povo. Tiveram uma viso do caixo de Aharon flutuando no ar. Por conseguinte, aceitaram sua
morte.
O luto por Aharon foi pesado. Durou trinta dias e incluiu todos os membros da nao; homens,
mulheres e crianas.
Os cus tambm se enlutaram. D'us e Suas Hostes Celestiais fizeram sua elegia,
proclamando: "A Tor da Verdade estava em sua boca, e a iniqidade no se encontrava em
seus lbios; ele andou Comigo em paz e retido. Pois os lbios do cohen [Aharon] guardavam
conhecimento e eles buscavam Tor de sua boca, pois era como um anjo do Eterno das
Hostes." (Malachi 2:6-7).
Por que Aharon foi to vastamente pranteado?
Aharon gozava de enorme popularidade, pois amava a paz e perseguia a paz.
Enquanto andava atravs do Acampamento, cumprimentava qualquer judeu que via com um
amplo sorriso e palavras calorosas, mesmo se a pessoa fosse um perverso. Imediatamente,
qualquer pessoa que cometera, ou estava prestes a cometer um pecado, pensava: "Por que
Aharon (o Sumo-sacerdote, o maior dignitrio dos judeus) cumprimentou-me? Obviamente,

pensa que sou um tsadic." Envergonhado por seu verdadeiro carter no encaixar-se na
imagem percebida por Aharon, a pessoa resolvia melhorar seus caminhos.
Sempre que Aharon ouvia que dois judeus discutiram, visitava um deles e dizia: "Sabe o
quanto seu antigo amigo est arrependido de no se dar mais bem com voc? Est sentado
em casa, batendo no peito com o punho e rasgando as roupas de arrependimento, por causa
da discrdia entre vocs dois, mas est envergonhado demais para lhe dizer!"
Aharon ento visitava o outro amigo, dizendo-lhe as mesma coisas. Da prxima vez que se
encontravam, abraavam-se, beijavam-se e uniam-se novamente, reatando a amizade.
Se Aharon ouvisse acerca de uma rixa entre marido e mulher, no descansava enquanto no
os tivesse reconciliado. Como Aharon resolvia desavenas entre marido e mulher? Caso
ficasse sabendo que algum brigara com a esposa e a expulsava de sua tenda, ia at ele e
dizia: "Soube que voc quer divorciar-se. Pense bem, talvez voc no encontre uma melhor!
Talvez sua futura esposa o far lembrar constantemente que voc foi o culpado, que voc est
sempre provocando brigas, como fazia com a primeira esposa. melhor fazer as pazes e
contentar-se com a situao." As palavras sinceras de Aharon tocavam profundamente o
homem zangado e acalmavam seus sentimento de irritao.
Cada vez que Aharon fazia as pazes entre marido e mulher, o casal dava o nome de Aharon ao
filho nascido aps sua reconciliao. Foram esses meninos que renderam as maiores honras
ao irmo de Mosh, que s nasceram porque Aharon conseguiu reunir seus pais. Oitenta mil
crianas chamadas Aharon acompanharam o esquife de Aharon, que eles viram se movendo
no cu.
Aharon faleceu com a idade de 123 anos, a primeiro de Av de 2488 (1312 AEC). At o dia de
hoje, ningum conhece o local exato dos tmulos de Mosh e Aharon. O Prprio D'us juntou-os
a Si.
Amalec ataca o povo judeu
Durante a vida de Aharon, as Nuvens de Glria protegiam o povo judeu, pelo
seu mrito. Quando ele faleceu, as Nuvens desapareceram. Por no terem mais
a proteo das Nuvens, a arca preenchia a funo das Nuvens, matando as
cobras e escorpies por onde os judeus passavam.
Enquanto as Nuvens cercavam o Acampamento de Israel, as outras naes
temiam atac-los. Os amalequitas eram antigos inimigos de Israel, que
esperavam uma oportunidade para atacar. Diziam: "Ataquemos os judeus.
Mosh e Elazar esto de luto, os judeus choram, e j no h Nuvens de Glria
para proteg-los."
Os amalequitas mobilizaram seu exrcito e atacaram o povo judeu.
Amalec derrotado
Amalec temia que os judeus rezassem a D'us para que o derrotasse; por isso,
resolveram enganar os judeus.
Eles falaram entre si no idioma canaaneu, esperando que o povo judeu
pensasse que eram canaanitas. Assim, rezariam para que D'us os salvasse dos
canaanitas, enquanto que eles, os amalequitas, que atacariam.
Mas o estratagema no logrou. Apesar de falarem o idioma canaaneu, os judeus
reconheceram sua indumentria amalequita.

Os amalequitas tiveram xito em seu ataque, e capturaram uma escrava. Os


judeus assustaram-se e recuaram oito posies. Eles rezaram: "Por favor, D'us,
entregue esta nao em nossas mos." No citaram o nome da nao, pois no
estavam certos de contra quem lutavam. Tambm prometeram: "Se vencermos
esta guerra, no usufruiremos dos despojos, doaremos tudo a D'us."
D'us aceitou a orao do povo judeu. Eles venceram os amalequitas, e
santificaram a D'us com todos os pertences de Amalec.
Os judeus altercam-se sobre a man
Quando os judeus chegaram s terras de Edom, encontravam-se to perto de
Israel que bastaria atravess-las que chegariam Israel imediatamente. Mas o
rei de Edom no permitiu que os judeus atravessassem o pas. Por isso, Mosh
e o povo judeu ainda andariam muito para chegar at l.
O rev rav e os que no eram tsadikim reclamaram: "Quando terminar esta
peregrinao pelo deserto? J dura quase trinta e oito anos Mosh, por que
voc nos tirou do Egito para morrer no deserto? Aqui s tem man! Est certo
que o sabor timo, mas a aparncia sempre a mesma. Que monotonia! A
man muito leve, no fica em nossos estmagos, e no h desperdcio. Como
isto pode ser saudvel?"
D'us disse: "Tudo o que fao por este povo o melhor para eles, mas so malagradecidos. Falaram mal at da man." Ouviu-se uma voz do cu: "Escutem!
Tirei o povo judeu do Egito e dei-lhes a man. Podem ter na man o sabor que
quiserem. Vejam o exemplo da serpente! Tudo o que ela come tem sabor de p,
mas ela nunca protesta. Que a serpente puna os que reclamam da man, que
possui tantos sabores diferentes."
O deserto estava repleto de serpentes venenosas. At agora, as Nuvens e a
arca haviam protegido o povo das serpentes milagrosamente, ningum havia
sido picado por elas. A partir desse momento, D'us permitiu que as serpentes os
picassem. Elas mordiam os pecadores. Alguns ficaram doentes por causa do
veneno, outros morreram.
O povo judeu percebeu seu erro, e dirigiu-se a Mosh: "Erramos ao falar contra
voc e contra D'us. Por favor, pea a D'us que elimine as serpentes."
Mosh orou pelo povo e perdoou-o imediatamente por t-lo criticado.
A cobra de cobre
D'us disse a Mosh: "Faa uma serpente de cobre e coloque-a no alto de um
mastro. Quem for mordido por uma cobra olhar para a cobra de cobre e ser
curado." Mosh assim fez. Todo judeu que olhava para a cobra de cobre fazia
teshuv e curava-se das picadas venenosas.
Olhar para a cobra lembra ao povo: "Faam teshuv pelo seu lashon har
(maledicncia). No faam como a serpente do Paraso, que falou contra D'us!"
Os grandes milagres ocorridos no rio Arnon e o cntico de louvor
Quando souberam que os judeus estavam acampados s margens do Arnon,
um riacho que corria ao longo da fronteira, os emoritas tramaram destruir seus
inimigos com astcia. O Arnon flanqueado por duas montanhas ngremes,
uma das quais est cheia de cavernas e fendas, e a outra, de formaes
rochosas salientes exatamente em frente primeira. Os emoritas armaram uma

emboscada, esperando os judeus passarem. Planejavam bombarde-los com


pedras e mat-los com facilidade, pegando-os de surpresa. Os emoritas haviam
esquecido, porm, que D'us estava lutando do lado dos judeus e podia frustrar
os planos mais elaborados e inteligentes. Ao chegarem ao riacho Arnon, os
judeus se encontravam em estado de penitncia e retido, e portanto
merecedores da salvao Divina. A D'us operou um milagre to grande quanto
o exibido no Mar Vermelho.
Durante os quarenta anos de viagem, a arca sagrada havia aplainado o caminho
frente do acampamento judaico. Agora D'us fez outra coisa: fez as duas
montanhas se aproximarem. As rochas salientes de um lado penetraram nas
cavernas e fendas do lado oposto, fundindo-se a elas. Os judeus atravessaram
os topos das montanhas, sem saber que antes um riacho corria sob seus ps ou
que seus inimigos agora jaziam mortos dentro das cavernas, depois de terem
sido esmagados e sofrido uma morte torturante. Como no queria que Seu
milagre permanecesse em segredo, D'us fez o poo de Miriam entrar nas
cavernas e arrastar para fora tudo que havia dentro delas. Os judeus de repente
viram uma enxurrada de sangue misturado com membros humanos irrompendo
das cavernas abaixo deles e entenderam seu significado, percebendo o perigo
do qual tinham acabado de escapar e o milagre que D'us realizara. No s sua
passagem havia sido facilitada, como tambm seus inimigos haviam sido
destrudos, sem que eles sequer tomassem conhecimento disso.
Depois que os judeus atravessaram, as montanhas separaram-se novamente e
voltaram a suas posies originais. Agradecidos, os judeus juntaram-se a
Mosh num cntico de louvor, semelhante ao Cntico do Mar, exclamando:
"D'us nos salvou e operou milagres para ns. Cantemos portanto Seus
louvores."
Apenas D'us conhece os milagres que Ele realiza para Suas criaturas. Uma
serpente venenosa pode estar se escondendo sob a cama de algum, este
porm no sabe disso. De manh, quando est prestes a colocar os ps no
cho, a serpente recua de repente, e foge. Ele foi poupado da morte, mas no
sabe dos milagres de D'us. Por isso, o versculo diz: "A Ele, Que sozinho realiza
grandes maravilhas." (Tehilim 136:5). Apenas Ele sabe acerca das grandes
maravilhas que Ele realiza constantemente para ns.
A guerra contra Sichon, rei dos emoreus
O povo judeu chegou s fronteiras do reino dos emorim. Enviaram
mensageiros a Sichon, seu rei: "Por favor, deixe-nos passar. No
causaremos danos, no passaremos pelos campos, e utilizaremos s a
estrada principal. Sequer beberemos de tua gua." Mas Sichon negou a
autorizao. Os reis de Cana pagavam tributos a Sichon, em troca de
proteo. Sichon decidiu destruir o povo judeu.
Sichon era um dos gigantes que sobrevivera ao Dilvio, ele e seu exrcito
eram mais temidos que o Fara e seu exrcito.
Sabendo o quanto D'us valoriza a paz, Mosh pretendia enviar
mensageiros do acampamento israelita a Sichon para tentar selar um
acordo de paz e pedir permisso para passar pela terra emorita, pagando
por toda a gua e alimento que o povo necessitaria durante a travessia.
Porm, D'us falou a Mosh: "Se Eu lhe disse categoricamente para travar
guerra com ele, por que voc ainda procura fazer a paz?" Mosh
respondeu: "Aprendi com Voc a buscar primeiro uma soluo pacfica.
Quando quis tirar os judeus do Egito, inicialmente Voc me enviou ao
Fara para pedir-lhe permisso. Com um s raio, Voc certamente poderia
ter atingido o Fara e sua nao inteira, mas no escolheu este caminho.
Primeiro me enviou-me para pedir licena ao Fara, para que ele libertasse

os judeus de boa vontade. Quando pretendia dar a Tor a Seu povo,


primeiro Voc procurou todas as naes e ofereceu-lhes a Tor, sabendo
muito bem que elas recusariam a oferta. por isso que tambm tentei
aproximar-me de Sichon pacificamente."
D'us alegrou-se com esta resposta e disse: "Mosh, Meu filho, voc Me
agrada. Realmente, sempre prefervel comear pacificamente. Diga aos
judeus que se lembrem disto em todas as guerras futuras. Antes de
comear qualquer ataque, eles devem dirigir-se ao inimigo com uma oferta
de paz." Mosh assim fez, ensinando aos judeus este princpio valioso, a
ser lembrado sempre antes de uma batalha.
Os mensageiros foram a Sichon com o seguinte pedido: "Permita-nos
atravessar sua terra. Ns avanaremos sempre, sem virar direita ou
esquerda. Compraremos todas as provises diretamente de vocs e
pagaremos at a gua que bebermos. Estamos dispostos a pagar qualquer
preo que vocs pedirem; permita apenas que atravessemos a sua terra
para podermos alcanar nossa terra."
Sichon retrucou: "Apresentarei minha resposta a seu pedido com a
seguinte parbola:
"Um homem contratou um guarda para vigiar sua vinha, pagando
generosamente por seus servios. Certa vez, um sujeito aproximou-se do
guarda e perguntou se podia entrar na vinha e colher algumas uvas. O
guarda ficou perplexo: 'Como voc espera que eu lhe permita entrar na
vinha? O meu dever justamente no deixar ningum entrar! para isso
que recebo um salrio to alto! E no entanto voc anuncia abertamente
que quer colher as mesmas uvas que eu sou contratado para vigiar!'
Assim", prosseguiu Sichon, falando aos mensageiros de Mosh, "eu e Og,
rei de Bashan, temos a funo de guardar a terra dos reis cananeus.
Recebemos somas enormes para impedir que naes estrangeiras
atravessem as terras deles. Como vocs podem anunciar to
atrevidamente que tm a inteno de fazer exatamente aquilo que ns
somos pagos para impedir? Como eu poderia permitir-lhes a passagem?"
Em resposta, o rei dos emoritas concentrou suas tropas em um dos cantos
de sua terra e iniciou o ataque contra os judeus. D'us ps na cabea de
Sichon a estratgia de concentrar todos os seus soldados num nico
lugar, ao invs de dividi-los em pelotes. Assim os judeus puderam lutar
com o exrcito emorita inteiro ao mesmo tempo facilitando sua derrota.
Novamente D'us ajudou o povo judeu. Mosh pronunciou o Nome
Completo de D'us, e Sichon caiu morto. Enquanto os judeus lutavam, o sol
se punha. Eles no podiam lutar na escurido. D'us ento deteve o sol nos
cus, e a batalha continuou at o que os judeus vencessem. Assim, eles
conquistaram o reino de Emor.
Ao ouvirem sobre a vitria, as naes do mundo tremeram. Sichon tinha
um meio-irmo, o gigante Og, que governava o reino vizinho de Bashn.
Ao saber da morte de Sichon, preparou seu exrcito para lutar contra o
povo judeu.
A guerra contra Og, rei de Bashn
Mosh temia a luta contra Og, mas no porque era o gigante mais forte do
mundo, pois sabia que com a ajuda de D'us poderia vencer o inimigo mais

poderoso. Ento por que tinha medo?


Mosh estava preocupado.
Og tinha mais de 500 anos. Com certeza, essa longevidade era devida a um
mrito especial. Mosh sabia que quando Lot, sobrinho de Avraham foi
capturado (ver Bereshit, 14:12, 13), Og correu para contar a Avraham.
Avraham ento salvou Lot. Sua grande mitsv foi ajudar ao tsadic
Avraham. Talvez por isso D'us no permitiria que os judeus derrotassem
Og.
Ao ver o exrcito de Israel, vangloriou-se: "Vencerei! Meu mrito me
ajudar".
D'us tranqilizou Mosh: "No tema! Estou do teu lado. Og no agiu com
boas intenes ao informar Avraham sobre o cativeiro de Lot. Na verdade,
queria que Avraham fosse morto ao tentar resgatar Lot, para casar-se com
Sara. Ele no um homem santo, na verdade, um perverso."
Os judeus prepararam-se para a luta. Mosh, ele prprio, matou o gigante
Og. e os judeus destruram os filhos de Og e seus soldados. O poderoso
reino de Bashn foi agora conquistado.
Como Mosh matou o gigante Og
Og disse: "Pegarei uma rocha do tamanho do acampamento do povo
judeu, jogarei sobre eles e destru-los-ei de um golpe s."
Ele encontrou uma rocha do tamanho de uma montanha, levantou-a e
preparou-se para jogar sobre o povo judeu, como uma bomba mortal. Mas
D'us fez com que um exrcito de formigas corroesse a rocha. Quando Og
levantou-a, a parte interior desintegrou-se, e a parte exterior caiu sobre
sua cabea, como um anel ao redor de seu pescoo. Og tentou libertar-se,
mas seus enormes dentes fincaram-se na rocha. No podia mover-se sem
que seus dentes quebrassem.
Entretanto Mosh - que tinha uma altura de10 amot (cerca de 5 metros) pegou um machado de 10 amot de comprimento e saltou mais de 10 amot.
Assim, alcanou o crnio de Og, a trinta amot do cho. Mosh jogou o
machado nos ps de Og, que caiu para trs e morreu.
Na poca do Talmud, ainda se sabia com que rocha Og tentou destruir o
povo judeu. Sempre que um judeu passava por ela, dizia uma bno:
"Bendito s D'us, Rei do Universo, que realizaste um milagre para o povo
judeu neste local."
Os seguintes locais tambm eram conhecidos pelos judeus, que diziam
uma bno ao passar por eles:
O lugar onde atravessaram o Mar Vermelho.
O vale onde os emorim tentaram destruir o povo judeu.
A pedra sobre a qual Mosh sentou-se durante a guerra contra Amalec.
A coluna de sal em que se transformou a esposa de Lot.

Os muros de Jeric, que caram por terra na poca de Yehoshua.

Poro Semanal: Balac


Bamidbar 22:2 - 25:9

A Parash Balac muda das viagens do povo judeu no deserto para contar a histria de Bilam, o
profeta pago que tentou amaldioar os Filhos de Israel.
Contratado por Balac, o rei de Moav, Bilam concorda em embarcar numa jornada at o
acampamento israelita; entretanto, primeiro pede permisso a D'us, e vai com a condio de que
falaria apenas aquilo que D'us colocasse em sua boca.
Durante a viagem, um anjo brandindo uma espada bloqueia o caminho de Bilam, fazendo que sua
montaria desvie-se repetidas vezes da estrada. Incapaz de ver o anjo, Bilam reage golpeando o
jumento desobediente por trs vezes. Milagrosamente, D'us faz com que o animal fale com Bilam,
e D'us desvela os olhos do humilhado profeta, para que possa ver o anjo de p em seu caminho.
O anjo ento lembra a Bilam uma vez mais que ele pode apenas falar as palavras que o Criador
colocar em sua boca.
Chegando prximo do acampamento dos judeus, Bilam tenta amaldio-los repetidamente; todas
as vezes D'us o impede, e em vez disso ele termina por pronunciar vrias bnos e preces, para
consternao de Bilam.
A Poro da Tor termina com a licenciosidade dos homens judeus com as filhas promscuas de
Moav e Median, e o indecente ato pblico de Zimri, um prncipe da Tribo de Shimon, com uma
princesa medianita. Pinechas, neto de Aharon, reage zelosamente furando-os at a morte com
uma lana, detendo uma peste que D'us havia feito irromper no acampamento.
Mensagem da Parash
O Talmud (Tratado Berachot 12b) declara que os Sbios queriam incluir a poro Balac desta
semana da Tor em nosso recital dirio da prece fundamental Shem. A questo, claro: por
que? O que h de to especial na Poro Balac da Tor para justificar que seja recitada
diariamente em uma de nossas preces mais importantes? A resposta pode ser encontrada em um
versculo em particular - "Eles so uma nao que se levanta como um jovem leo" (Bamidbar
23:24).
O Sfas Emes explica que os rabinos consideraram este versculo to importante porque
representa uma das mais elevadas aclamaes do povo judeu. Como o leo, somos uma nao
que sempre se levanta; no importa o quanto camos, sempre nos levantamos. Isso o que so
os judeus, e o trao de carter do qual mais nos orgulhamos. Somos um povo que se ergue das
cinzas. Essa uma qualidade expressa por qualquer um que tenha alguma ligao com uma
famlia que passou pelo Holocausto, e sobrevive hoje para chamar-se judeu.
Nos campos de concentrao, Eichmann tirou a cortina de uma Arca Sagrada e colocou-a sobre a
entrada da cmara de gs. Sobre ela estava escrito o versculo: "Este o porto para D'us; os
justos passaro por ele." Fez isso como zombaria - zombando de D'us, do povo judeu, e de tudo
aquilo alm do reino deste mundo fsico. Porm a mensagem era bem verdadeira - os judeus que
passaram por aquela cortina tornaram-se justos.
Eichmann e os nazistas desapareceram h muito tempo, mas colocamos de volta aquela cortina
em nossas arcas. Erguemo-nos novamente como um leo, e existem agora mais cortinas e mais
sinagogas para coloc-las do que jamais houve antes. No importa quantas vezes possamos cair,

sempre nos levantamos novamente. Esta a caracterstica do povo de Israel. Os profetas


chamam-nos de "uma nao de sobreviventes."
O Rei Salomo escreveu: "Um justo que cai sete vezes e se levanta novamente" (Mishl 24:16). O
que , exatamente, um justo? Um indivduo justo no necessariamente quem jamais comete
pecado, mas sim a pessoa que peca e levanta-se novamente.
Esta a mensagem que Rabi Yitschac Hutner escreveu a um de seus alunos que estava
desanimado sobre sua aparente falta de conquistas e desenvolvimento espirituais. Rabi Hutner
disse-lhe: "No desista. disso que trata a vida - as batalhas, os conflitos. Nossos sbios dizem
que o nico modo de tornar-se um indivduo justo aps a queda. Isso o que o torna melhor. O
crescimento vem apenas com conflito. No automtico. s vezes voc precisa perder algumas
batalhas antes de vencer a guerra."
disso que trata a teshuv, retorno ao caminho de Tor e mitsvot. Haver batalhas, retrocessos,
conflitos e perdas. Mas temos de nos levantar outra vez. uma lio na histria judaica e uma
lio a cada um de ns. s vezes, ns, como judeus, podemos estar dormindo. Podemos passar
anos sem cumprir mitsvot. E ento despertamos como um leo e mudamos. Somos uma nao
que no derrotada, uma nao de sobreviventes. devido a esta caracterstica que ainda
estamos aqui hoje.
A primeira bno de Bilam: A origem e destino do povo judeu so nicas
Quando as bnos comearam a sair de sua boca, Bilam elevou sua voz o mais alto que pde.
Esperava evocar a inveja e hostilidade das naes gentias ao escutarem louvores ao povo judeu.
As bnos de Bilam estavam encobertas como parbolas poticas. Proclamou:
"Balac, o rei de Moav trouxe-me de Aram, das antigas montanhas, dizendo, 'Venhamos, e
amaldioe (para) mim Yaacov e venha, desperte a ira [de D'us] contra Israel.'"
O profundo significado das palavras de Bilam era: Voc, Balac, e eu, somos os mais ingratos dos
homens. Ambos devemos nossas vidas aos judeus. Como, ento, voc pde trazer-me de Aram
para amaldio-los? Foi neste exato local que seu patriarca, Yaacov, ficou com meu patriarca,
Lavan. Antes da chegada de Yaacov, Lavan no tinha filhos. Nasci apenas por causa dos mritos
de Yaacov.
Voc, Balac, sobreviveu por causa das "antigas montanhas," os patriarcas desta nao
(chamados de "montanhas"). Voc um moabita, um descendente de Lot. Se no fosse por seu
patriarca Avraham, Lot no teria sido resgatado da destruio de Sodoma, e voc no estaria vivo
hoje.
Mais que isso, no percebe que D'us protege esse povo? Ele prometeu a seu patriarca Avraham:
"Os que te amaldioarem, Eu os amaldioarei." Portanto, algum que os amaldioa est se
amaldioando. Quando enviou-me a mensagem: "Venha, amaldioe (para mim) Yaacov", voc na
verdade indicava: "Venha, amaldioe-me (amaldioando Yaacov)."
"Como posso amaldioar, enquanto D'us no amaldioa [mas ao contrrio, Ele os abenoa]?! E
como posso despertar a ira [Divina] contra eles, se D'us no est irado?!"
Parece que D'us abenoa os judeus mesmo quando merecem uma maldio. Assim, de que vale
minha tentativa de amaldioar os judeus, se D'us no deseja que eles sejam amaldioados?
Das afirmaes acima, de Bilam, podemos discernir seus pensamentos. Em seu corao,
implorava a D'us que o deixasse pronunciar uma maldio. D'us, no entanto, frustrou suas
intenes, e assim ele proclamou que ningum poderia amaldioar esta nao.
Bilam decidiu ento encontrar culpa e defeito nos patriarcas, para que o mal recaia sobre os

judeus por causa deles. Por qu foi esta sua primeira maldio?
Duas pessoas entraram na floresta para derrubarem uma rvore. O mais tolo comeou a podar
um galho aps o outro, um trabalho bastante tedioso. O mais esperto raciocinou: "Se pudermos
encontrar as razes desta rvore e fizermos um esforo supremo para cort-la, conseguiremos
tambm podar todos os seus galhos."
Assim, Bilam, o perverso, pensou: "Em vez de amaldioar cada tribo separadamente, erradicarei
as razes. Se encontrar alguma impureza na origem deste povo, eu a amaldioarei, e desta forma,
prejudicarei o povo inteiro."
Em seguida Bilam concentrou seus pensamentos em nossos patriarcas, com o a inteno de
encontrar neles alguma jaa. Mas ao contrrio, uma bno brotou de seus lbios, pois a origem
dos judeus era pura:
"Do topo das rochas eu o vejo e das colinas eu o contemplo."
Vejo os judeus descenderem de patriarcas sagrados, chamados de "rochas", e das sagradas
matriarcas, chamadas de "colinas". (Como as rochas no mundo fsico, os patriarcas so a
fundao espiritual do mundo.)
Desde a origem este povo santo, suas almas anseiam por santidade. Por isso, nunca se
assimilaro totalmente como os no-judeus (mesmo se ficarem associados temporariamente.)
Eles guardam e cuidam cuidadosamente de sua origem:
"Eis que o povo viver na solido e no ser contado entre as naes."
O povo judeu no se casar com no-judeus, tampouco adotaro as crenas e culturas dos no
judeus sua volta. Recusam-se a profanar o Shabat, a abolir o berit mil (circunciso), ou a
adorar as divindades dos no-judeus.
"Quem pode contar o p de Yaacov?"
Quem pode contar o nmero de mitsvot que um judeu realiza desde a hora em que nasce at a
hora em que retorna ao p?! J est circunciso na tenra idade de oito dias. Se for um primognito,
redimido por um cohen quando atinge a idade de trinta dias. Aos trs anos, seus pais comeam
a educ-lo em Tor e mitsvot; aos treze, toma sobre si a responsabilidade de todas as mitsvot.
Um judeu nunca se senta para uma refeio sem a bno de "hamotsi"; e aps a refeio,
novamente recita bnos.
Quem pode amaldioar uma nao cujos membros dedicam suas vidas a cumprir os
mandamentos de D'us?
Quem pode contar o nmero de mitsvot que um judeu realiza, mesmo com materiais inferiores,
como terra e p?
Quando o judeu ara, observa a proibio de "No arars com um boi e um burro juntos," e quando
semeia, "No semears teu campo com duas espcies de sementes." Ele utiliza cinzas para a
mitsv da vaca vermelha, e p para as guas de Sot.
Quem pode amaldioar uma nao que cumpre at mesmo a mais pequena das mitsvot de D'us?
Quem pode contar as pequenas crianas judias que, como D'us predisse, "multiplicar-se-o como
o p da terra"? (Todas as contagens no deserto excluam os vares com menos de vinte anos de
idade.)

Atravs da bno de Bilam podemos discernir a maldio que elaborara em seu corao; ele
desejava diminuir o nmero de judeus.
"E o nmero da quarta parte de Israel."
Quem pode contar a populao de mesmo uma das quatro divises de estandartes dos judeus?
De acordo com outra interpretao, Bilam disse: "D'us conta a semente dos judeus, esperando
que nasa um tsadic."
Quando Bilam pronunciou estas palavras profticas, comentou intempestivamente: "Como pode
D'us, Que santo, e seus anjos, que so santos, mesmo olhar para tais assuntos?"
Como punio, Bilam ficou cego de um olho.
"Que eu morra a morte dos justos e que meu fim seja como o deles!"
Ao perceber que em vez de amaldioar os judeus estava involuntariamente abenoando-os
repetidamente, Bilam decidiu que seria melhor morrer a continuar sofrendo tal agonia!
Entretanto, o esprito de profecia que falava atravs de seus lbios tambm elevou esses
pensamentos, e ele encontrou-se pedindo a morte dos judeus justos e virtuosos, que entrassem
no Paraso depois de partir deste mundo.
Este um dos versculos nos quais a Tor Escrita expressa a crena fundamental de que a alma
continua a existir depois da morte fsica, e que os tsadikim experimentam a plenitude e felicidade
eternas do Paraso. Por isso, Bilam teria desejado a morte dos judeus justos.
Balac ficou escutando as palavras de Bilam com cada vez mais assombro e consternao.
"O que voc fez comigo?" - censurou-o. "Eu lhe convoquei para amaldioar meus inimigos, e voc
os abenoa!"
"No posso fazer nada a esse respeito," replicou Bilam, "pois sou forado a falar o que D'us
coloca em minha boca."
Quando os prncipes de Moav ouviram essas palavras, perceberam que Bilam no conseguiria
amaldioar os judeus. A maioria partiu, apenas alguns permaneceram com Balac, na v
esperana de que Bilam ainda obtivesse xito.
Balac disse ento a Bilam: "Deixe-me lev-lo a outra colina, onde estou tendo a viso, atravs de
meus poderes mgicos, que os judeus, um dia, sofrero uma trgica perda. Talvez essa
calamidade seja resultado de minha maldio!"
Balac levou Bilam montanha sobre a qual Mosh estava destinado a falecer.
"Medite sobre os perversos do povo," aconselhou Balac a Bilam, "e no sobre os tsadikim. Talvez
voc consiga prejudic-los."
Bilam instruiu Balac a erguer novamente sete altares, e a sacrificar um touro e um carneiro sobre
cada um.
"Permanea aqui para oferecer os sacrifcios," disse Bilam a Balac. "Eu ficarei mais adiante, para
que D'us se dirija a mim."
Ao ser instrudo por D'us para conceder mais bnos sobre os judeus, no quis voltar a Balac.

"Por que devo voltar e deix-lo irado?" - disse.


Contudo, D'us forou Bilam a voltar e pronunciar a prxima bno.
Ao ver Bilam se aproximando, Balac perguntou-lhe cinicamente: "O que D'us, a Quem voc
obviamente subserviente, lhe disse para profetizar?"
Por conseguinte, Bilam comeou seu discurso censurando Balac por essas palavras
desrespeitosas
A segunda profecia de Bilam: a grandeza do povo judeu os protege contra maldies
"Levante-se, Balac, e oua, escute-me, Oh filho de Tsipor."
No trate levianamente minha profecia, Balac. Voc no deve permanecer sentado enquanto
ouve as palavras de D'us. Levante-se e fique de p!
"D'us no um homem, para que Ele seja falso, nem um ser humano que Se arrependa."
Um homem s vezes faz uma promessa, e mais tarde recusa-se a cumpri-la, ou arrepende-se de
t-la feito. D'us, contudo, mantm Sua palavra. Ele prometeu aos patriarcas que Ele levaria os
judeus a Terra de Israel e lhes daria sua posse. Voc acha que Ele quebraria Sua promessa e
deixaria voc destrui-los no deserto?
Da bno de Bilam podemos apreender a maldio que desejava pronunciar: que D'us deveria
quebrar a aliana que selou com os patriarcas, e no levar o povo para a Terra Santa.
"Acaso Ele falou e no o far, ou Ele disse e Ele no o cumprir?"
Essas idias so formuladas como questes retricas (em vez de afirmaes, "Se Ele disse, Ele
certamente o far...") para sugerir que, de fato, h pocas em que D'us no cumpre Sua palavra:
Se Ele decreta algo de mal sobre o povo, e este se arrepende depois, Ele anula Seu decreto.
Porm, quando se trata de uma bno do Todo Poderoso, esta irrevogvel.
"Vejam, eu recebi as bno, Ele abenoou, e eu no posso retirar."
Em seu ntimo, Bilam implorava a D'us para no compeli-lo a pronunciar mais bnos, porm
sua verdadeira fala admitia que estava em poder de D'us.
"Ele no viu iniqidade em Yaacov, e nem viu Ele algo errado em Israel."
Bilam tentava desesperadamente encontrar defeitos nos judeus. Todavia, a gerao que chegou
a Israel era uma gerao de tsadikim, e desta forma foi forado a admitir que no conseguiria
encontrar pecadores entre eles.
"D'us, seu D'us, est com eles, e a Shechin do Rei est com eles."
Voc, Balac, disse-me para amaldioar os judeus com meus poderes de impureza. Como posso
amaldioar um povo cujo D'us est constantemente em seu meio, e os guarda e protege? Um
ladro pode conseguir entrar num vinhedo e arranc-lo enquanto o proprietrio est dormindo;
mas "O Guardio de Israel no dorme nem dormita. " (Tehilim 121:4). Como, ento, posso
prejudicar os judeus?
Ao ouvir as palavras de Bilam, Balac perguntou: "Ser possvel que suas maldies so
ineficazes por causa do poder de seu atual lder, Mosh? Talvez voc deva atrasar os efeitos da
maldio para a poca depois da morte de Mosh, quando os judeus sero guiados por outro

lder?"
"Impossvel," replicou Bilam. "O sucessor de Mosh, Yehoshua, batalhar contra os inimigos to
vigorosamente quanto Mosh. Quando tocar trombetas perante D'us, os muros de Jeric
esfacelar-se-o e desmoronaro!"
"D'us tirou-os do Egito com o poder da Sua elevao."
Voc, Balac, disse-me: 'Veja, um povo saiu do Egito." Estas palavras no eram acuradas. O povo
no poderia ter deixado o Egito sozinho, mas deve ter sido tirado de l por D'us de maneira
sobrenatural. Eu, Bilam, enfeiticei todas as fronteiras do Egito com meus poderes mgicos, a fim
de impedir a fuga dos escravos hebreus. No obstante, minha feitiaria foi ineficaz, pois D'us, Ele
prprio tirou-os de l.
"Pois no h adivinhaes em Yaacov, tampouco h qualquer feitiaria em Israel."
Este versculo pode ser compreendido de duas maneiras:
1. Nenhuma adivinhao efetiva contra Israel (uma vez que D'us est em seu meio); portanto,
as ferramentas de magia que os sbios de Midyan trouxeram a mim so completamente inteis.
Pois, diferente das naes, este povo no regido por anjos encarregados, mas esto sob
Superviso direta de D'us.
Quando meu av Lavan estava sequioso por destruir seu patriarca Yaacov com sua artes
mgicas, D'us no deixou que tivesse xito. Similarmente, no posso derrotar os descendentes de
Yaacov.
2. No podero ser encontrados adivinhos e feiticeiros entre os judeus. No praticam magia como
as outras naes, porm consultam D'us diretamente, atravs de seus profetas, e atravs da
placa peitoral do Sumo-sacerdote. Portanto, este grande povo certamente merece ser abenoado.
"Chegar uma poca na qual diro a Yaacov e a Israel: 'O que D'us operou?'"
1. Na poca de Mashiach, D'us realizar milagres para os judeus, que ultrapassaro todos os que
foram feitos no passado. As naes gentias ento viro e indagaro aos judeus sobre os grandes
feitos de D'us.
2. Na era que se seguir ressurreio dos mortos, o amor de D'us pelo povo judeu se tornar
evidente a todos. D'us, pessoalmente, ser seu professor de Tor. Os tsadikim sentar-se-o na
frente de D'us como estudantes ante seu mestre, e Ele lhes revelar os profundos significados da
Tor.
3. No ser permitido aos anjos entrarem, porm precisaro perguntar aos judeus: "O que D'us te
ensinou?"
"Vejam, o povo levantar-se- como um filhote de leo, e se levantar como um leo."
1. Este povo ergue-se to forte quanto um leo, e no descansar at ter destrudo seus inimigos
e tomado os esplio de Cana.
2. No h nao na terra que serve o Criador com tanta energia quanto o povo judeu. Quando um
judeu se levanta de manh, ele se fortalece como um leo para agarrar as mitsvot, para vestir
tsitsit e tefilin, e para recitar o Shem na hora certa.
"No se deitar at que tenha comido de sua presa, e beba o sangue da caa."

1. Bilam predisse que Mosh no faleceria antes de vingar-se dele e dos cinco reis midyanitas.
2. Um judeu no se deita noite at ter recitado o Shem. Ao pronunciar as palavras: "D'us
Um," reconhecendo assim que no h outro poder que o Todo Poderoso. D'us destri agentes
prejudiciais.
Depois de aprender da segunda profecia de Bilam que os judeus conquistariam Cana e
matariam os reis das naes, Balac aconselhou Bilam: "Melhor ir para casa em silncio! No
preciso nem de suas maldies, nem de suas bnos!"
Bilam replicou: "J no lhe disse que preciso seguir as instrues de D'us?"
Balac decidiu fazer mais uma tentativa. "Afinal de contas," pensou, "Sei que esta nao no
invencvel. Foram atacados, no passado, pelos amalequitas e canaanitas. Mesmo que eu no
consiga destrui-los totalmente, ou impedi-los de entrar em Cana, deve haver algum modo de
prejudic-los."
Balac levou Bilam a um local diferente, onde, no futuro, os judeus adorariam o dolo Bal Peor.
Balac previu que os judeus seriam punidos l, mas era incapaz de adivinhar detalhes. Pensou:
"Talvez sua punio ser o resultado da maldio de Bilam."
Balac e Bilam ergueram novamente sete altares e ofereceram um touro e um carneiro sobre cada
um.
Desta vez, Bilam no tentou utilizar seus poderes de impureza, uma vez que admitira em sua
ltima profecia que os judeus eram imunes mgica. Em vez disso, concentrou seus poderes em
seus pecados. Virou sua face em direo ao deserto, para lembrar D'us do pecado do bezerro de
ouro. No obstante, ao erguer os olhos, percebeu que a Shechin pairava sobre as tendas dos
israelitas. Soube ento que D'us perdoara seu pecado.
Em honra ao povo judeu, o esprito de profecia penetrou Bilam. D'us forou-o a pronunciar novas
bnos.
top
A terceira profecia de Bilam: os judeus habitaro em segurana em Israel,
governados por seu rei
"A irrevogvel proclamao de Bilam, filho de Beor, e a irrevogvel proclamao
do homem com boa viso (shetum haayin)."
Bilam estava, profeticamente, louvando a si mesmo, dizendo que era maior
profeta que seu pai Beor, e que sabia segredos ocultos a todos os outros
profetas.
De acordo com esta explicao, shetum haayin significa que Bilam tinha uma
viso proftica superior.
Contudo, as palavras shetum haayin comportam ainda outras interpretaes:
1. Shetum haayin significa "aquele cujo um olho foi tirado." D'us puniu Bilam
cegando-o de um olho, pois a sarcstica observao que fez ao pronunciar a
profecia: "Ele conta a semente de Israel."
2. Alm disso, Bilam chamou a si mesmo "o homem com mau olho." Bilam podia
lanar as foras do mal sobre uma pessoa concentrando seu olhar sobre essa.
Ergueu os olhos com o intuito de prejudicar os judeus, mas ficou impotente para
prejudic-los.

Bilam descreveu a si mesmo como "um homem forte" (guever, derivado do


radical guevur - fora).
"Irrevogvel declarao daquele que ouve os ditos de D'us, que v as vises do
Todo Poderoso, caindo enquanto lhe est sendo revelado."
Bilam continuava a descrever suas habilidades profticas, declarando que eram
comparveis s de Mosh.
O perverso Bilam, que cometera toda espcie de pecado, tentava impressionar
o mundo descrevendo sua superioridade sobre todos os outros profetas. Com
sua auto-glorificao, tentava enganar as pessoas a respeito de seu verdadeiro
carter.
De que maneira a profecia de Bilam se compara a de Mosh?
"No houve ningum como Mosh no povo judeu" (Devarim 24:10). Este
versculo implica que entre os gentios houve um profeta do calibre de Mosh, a
saber, Bilam. D'us concedeu s naes do mundo uma profecia superior, para
que no reivindicassem: "Se apenas tivssemos um profeta to grande quanto
Mosh, ns tambm teramos servido o Todo Poderoso, como o povo judeu."
Apesar disso, Bilam era inferior a Mosh.
Mosh ouvia as mensagens de D'us de p. Bilam no conseguia suport-las de
p, por isso prostrava-se. Todos os profetas idlatras prostravam-se durante
suas profecias, pois no eram circuncidados.
A rainha de Shev ouvira a respeito da rara sabedoria do rei Salomo, e quis
test-lo. Viajou corte de Salomo em Jerusalm, onde props-lhe diversas
charadas e questes engenhosas.
Dentre outras coisas, trouxe um grupo de meninos perante Salomo e disse:
"Alguns desses jovens so circuncidados, outros no. Voc pode dizer quais
so os meninos circuncidados?"
Salomo pediu ao Sumo-sacerdote que abrisse a Arca e mostrasse-a s
crianas. Os circuncidados curvaram a cabea, e suas faces iluminaram-se com
o esplendor da Shechin. Todos os no circuncidados no puderam suportar a
santidade da Arca e caram sobre suas faces.
Quando Salomo forneceu a resposta correta, a rainha indagou: "Como voc
pensou neste mtodo para distinguir entre eles?"
"Aprendi da Tor," retrucou Salomo. "Est escrito que Bilam no conseguiu
suportar a glria de D'us, porque no era circuncidado, e portanto sempre se
prostrava quando a Shechin revelava-Se a ele."
Bilam continuou falando:
"Quo boas so tuas tendas, Yaacov, tuas habitaes, Israel."
Bilam desejava lanar um mau olhado sobre os judeus, porm foi forado a
afirmar que esta nao era to sagrada que seu mau olhado no tinha poder
contra eles.
Os judeus arrumaram suas tendas de forma que nenhuma entrada ou janela

ficasse de frente uma para a outra. Isto possibilitava que cada famlia
conduzisse todos os seus assuntos em particular. Mais que isso, ningum ficaria
tentado a olhar ou cobiar a mulher ou os pertences do vizinho. Percebendo
isso, Bilam exclamou: "Quo boas so tuas tendas, Oh, Yaacov!"
Este versculo implica:
Quo boas so as tendas da Shechin, os Santurios e os dois Templos" todos
vistos profeticamente por Bilam.
Quo boas so as Casas de Oraes e Estudos de Tor, as miniaturas do
Templo no exlio!
Da bno de Bilam fica evidente que maldio queria falar; que os judeus no
exlio no tero mais Casas de Oraes e Estudos, intensificando sua conexo
com o Todo Poderoso. Contudo, D'us fez com que Bilam concedesse uma
bno de que nossas Sinagogas e Casa de Estudos permaneceriam conosco
para sempre.
Essas bnos so to significativas que os sbios incorporaram-nas s
oraes dirias. D'us queria que estas bnos sublimes viessem ao povo judeu
atravs do perverso e imoral Bilam. Assim, o mundo saberia que ningum tem
poder de prejudicar os judeus contra a vontade de D'us.
"[Os judeus so] como os riachos que fluem, como jardins s margens do rio,
to fragrantes quanto os alos que D'us plantou, como as rvores de cedro
beira da gua."
Bilam descreveu poeticamente a grandeza dos judeus, um povo que estuda
Tor e cumpre as mitsvot. Os judeus que entram nas Casas de Estudos so
comparados aos riachos dos quais a gua (Tor) flui, e s plantas nas margens
do rio, uma vez que o estudo da Tor purifica como a gua. So comparados s
belas e fragrantes plantas que produzem frutos, como as que D'us plantou
originalmente no Paraso.
Seu estudo eleva-os, do mesmo modo que as rvores de cedro so muito mais
altas que outras rvores.
"A gua fluir de suas nascentes, e sua semente estar em muitas guas."
Este versculo inclui grande nmero de significados, dentre eles:
1. Bilam exclamou: "A Tor fluir dos pobres."
Nossos sbios declararam: "Ensine Tor aos filhos dos pobres, pois o versculo
afirma que sero estudantes de Tor."
Por qu o estudo da Tor mais comumente disseminado entre os judeus
pobres que entre os ricos?
Os ricos esto preocupados com seus negcios, e por isso perdem tempo do
estudo da Tor.
Os pobres so mais humildes que os abastados, por isso sentem necessidade
de estudar.
Pessoas pobres no possuem os meios de passar seu tempo de lazer da

maneira que os ricos (viajando nas frias, fazendo compras, dando festas, e
assim por diante). Em vez disso, preenchem seu tempo livre com o estudo da
Tor.
2. Bilam profetizou que o povo judeu ter seus prprios reis poderosos, dizendo:
"Um grande rei, Shaul, surgir dos judeus; mais tarde, David e Salomo
governaro muitas naes."
Por que a realeza descrita como "gua que flui de uma nascente"?
Os reis judeus eram ungidos com gua da nascente, como smbolo de que sua
monarquia perdurar, assim como a nascente emana continuamente.
"E seu rei ser mais forte que Agag, e seu reinado ser elevado."
Bilam profetizou que o primeiro rei judeu, Shaul, batalhar contra Amalec e
derrotar seu rei, Agag. Mais tarde, David e Salomo derrotaro poderosos
monarcas, e seu reinado, assim, se elevar.
As palavras de Bilam indicam claramente as maldies que queria pronunciar que sua monarquia no ser forte, e que no perdurar.
"D'us, que tirou-os do Egito, protege-os com Sua fora e elevao."
Quem conquista todas essas vitrias para o povo judeu? Certamente D'us,
Que com Sua fora e grandeza luta em seu lugar.
"Ele [D'us] consumir as naes, suas adversrias, e quebraro seus ossos e
Ele dividir sua terra [entre os judeus]."
No pense que pode impedir os judeus de conquistar Cana. O mesmo D'us
Que tem a fora para redimi-los do Egito tambm matar os reis canaanitas e
dar suas posses aos judeus.
"Ele [este povo] se agachar e descansar como o leo e um filhote de leo:
quem ousa levant-lo [quando est descansando]?"
Os judeus se instalaro firme e seguramente na terra, nenhuma nao
conseguir expuls-los.
"Os que te abenoam so abenoados, e os que te amaldioam so
amaldioados."
Contra si mesmo, Bilam foi forado a repetir a antiga promessa de D'us a
Avraham, que continha a ameaa de que se Bilam amaldioar os judeus, ele
trar maldio apenas sobre si mesmo.
Agora, a ira de Balac contra Bilam fora acesa. Rangia os dentes e esfregava as
mos em desespero e lamento pelo desencadear dos eventos.
"Voc j abenoou meus inimigos trs vezes," vituperou. "Eu lhe avisei para
correr para casa antes de mandar meus servos lhe executarem. Vejo que D'us
no quer que voc seja honrado."
Bilam respondeu: "Mesmo se me der todo seu dinheiro, devo abenoar os

judeus, pois D'us colocou essas bnos na minha boca."


"Contudo, arquitetei outro plano para destruir os judeus. Deixe-me lhe dar um
bom conselho. O D'us dos judeus odeia imoralidade. Se voc conseguir seduzilos a pecar, Ele Mesmo os dizimar. Deixe-me descrever como enganar os
homens judeus!"
O perverso Bilam arquitetou um plano para capturar os judeus na armadilha da
imoralidade, (como ser descrito no final desta parash).
"Antes de eu partir," anunciou Bilam, "Sou compelido a lhe desvelar ainda outra
profecia. Esta revelar o que os judeus faro na poca de Mashiach. Contudo,
no presente voc no tem motivos para tem-los, pois D'us proibiu-os de
atacarem Moav."
A quarta e ltima profecia: eventos que acontecero na poca de David e
Mashiach
"A irrevogvel declarao de Bilam, filho de Beor, e a irrevogvel
declarao do homem com boa viso. Irrevogvel declarao daquele que
ouve as falas de D'us, e conhece a mente do mais Elevado. O que v a
viso do Todo Poderoso, prostrando-se enquanto lhe est sendo
revelada."
Bilam revela aqui um novo aspecto de sua grandeza proftica, de que sua
habilidade de amaldioar deriva de seu "conhecimento da mente do mais
Elevado" - ou seja, ele podia discernir o momento exato da ira Divina.
Alm disso, Bilam louvava a si mesmo de que conhecia a "mente do mais
Elevado", pois estava prestes a fazer revelaes referentes a assuntos
ocultos que transpirariam desde a poca do Rei David at o fim dos dias.
"Eu o vejo, porm no agora; percebo-o, mas no perto."
Vejo o Rei David erguendo-se, mas no agora (pois ainda se passaro
mais quatrocentos anos at o nascimento de David), e eu percebo o Rei
Mashiach nesse futuro longnquo.
"Uma estrela partiu de Yaacov, e um cetro [governante] ergueu-se de
Israel."
Bilam descreveu Mashiach como uma estrela que traa sua rbita de um
extremo do universo a outro, para simbolizar que Mashiach reunir os
exilados de todos os cantos da terra.
As palavras "e um governante ergueu-se de Israel" podem referir-se ao Rei
David ou a Mashiach.
"E perfurar os cantos de Moav, e solapa todas as naes, descendentes
de Shet."
David perfurar todos os cantos de Moav, ele subjugar a terra de Moav.
Mashiach solapar as naes, inclusive Moav, e essas sero subservientes
ao povo judeu.
"E Edom ser uma posse e Seir tambm se tornar propriedade do seu
inimigo, e Israel a herdar."

Bilam profetizou que o exlio edomita (nosso exlio atual) ser finalmente
terminado por Mashiach.
"Outro governar de Yaacov e ele destruir quaisquer vestgios da cidade
[de Roma]."
Mashiach destruir todos os remanescentes da casa de Essav.
"E ele previu [a punio] de Amalec, e ele declamou sua parbola e disse:
O primeiro a lutar contra os judeus [aps o xodo] foi Amalec, e seu fim
ser a destruio eterna."
Bilam descreveu profeticamente o destino de duas naes - uma, Amalec,
que escolheu ser inimiga do Todo Poderoso e do povo judeu; e a outra, a
famlia de Yitr, sogro de Mosh, (descrita no prximo versculo), que
escolheu unir-se a D'us. Amalec recusou-se a se arrepender, mesmo
depois de ter perdido a guerra contra os judeus, e foi condenado
destruio eterna. A famlia de Yitr, os Kenim, mereceram bnos
eternas.
"E ele previu [o destino] dos Kenim [descendentes de Yitr], e declamou
sua parbola e disse: Quo firme seu local de habitao desde que voc
colocou seu ninho sobre a rocha."
Bilam exclamou: Vejo que voc escapou das artimanhas do ytser har
(m inclinao) tal um pssaro escapa de uma armadilha. Voc fez
teshuv, converteu-se e uniu-se firmemente a Rocha, o D'us do povo
judeu.
Prevejo que colher bnos por isso, pois seus descendentes sentaro
no San'hedrin (Corte Suprema) junto com a elite dos judeus.
"Mesmo se os Kenim se desencaminharem, quo longe a Assria te
carregar cativo?"
Bilam continuou a dirigir-se aos Kenim, afirmando: Vocs fizeram bem em
unirem-se firmemente ao povo judeu. Mesmo se forem exilados por
Sancheriv, rei de Assria, junto com as Dez Tribos, no ficaro perdidos
eternamente. Voltaro do Exlio, para Israel junto com os judeus.
"E declamou sua parbola e disse: Oh!, quem viver quando D'us
conceder redeno a Seu povo, recompensando os tsadikim e punindo
os perversos."
A profecia de Bilam refere-se ao grande e temvel Dia do Julgamento na
poca de Mashiach, quando D'us impor justia humanidade.
"E uma flecha das mos dos Kitim [romanos] afligir Assria e afligir Ever
[os judeus], porm eles [os romanos] tambm sero destrudos para
sempre."
Bilam profetizou que os assrios seriam atacados pelos romanos, que
afligi-los-o, e a seus judeus cativos. Finalmente, no fim dos dias, Roma
cair nas mos de Mashiach, e nosso exlio chegar a um fim.
Quando Bilam terminou essas profundas declaraes profticas, levantouse, pois estava deitado, prostrado, enquanto D'us comunicava-se com ele.

O esprito de D'us que imbuiu-Se nele em honra aos judeus partia dele
para sempre. Passou o resto de sua vida como um mgico comum.
Bilam partiu para retornar a sua terra, Aram Naharayim. Antes de partir,
supervisionou a construo de grande nmero de tendas e barracas, nas
quais postou as filhas de Midyan, com o propsito de seduzir os homens
judeus.
O perverso conselho de Bilam para fazer os judeus pecar com imoralidade
Bilam disse a Balac: "Existe um meio seguro de destruir os judeus: se
pecarem D'us os castigar. D'us proibiu-os de se relacionarem com
mulheres no judias, pois no quer que se misturem outras naes.
Envie mulheres aos judeus, e diga-lhes para persuadir os homens judeus a
pecar. Se conseguirem D'us far com que os judeus desapaream."
Balac e os nobres de Midyan decidiram levar a cabo o plano de Bilam para
fazer os homens judeus pecarem. Ordenaram que suas filhas se
adornassem para atrarem e seduzirem os judeus. Balac ordenou a sua
prpria filha que atrasse ningum menos que Mosh.
Os moabitas encorajaram o plano vil de Midyan permitindo-lhes utilizar
seu territrio para esse propsito.
Bilam sugerira que um enorme bazar fosse erguido nas vizinhanas do
Acampamento judeu. "Venda artigos de vesturio para atrair os judeus,"
aconselhou. "Coloque mulheres velhas fora das bancas, mas coloque as
jovens dentro das barracas."
Naquele momento os judeus estavam acampados em Shitim, uma estao
na margem leste do Jordo, nas plancies de Moav.
Acampados em Shitim, os judeus sentiram-se seguros e autoconfiantes.
D'us rechaara todos os seus inimigos, incluindo o famoso feiticeiro
Bilam, que foi forado a louv-los e abeno-los. Uma certa
despreocupao e leviandade permeava o Acampamento.
Mais que isso, a prpria parada de Shitim conduzia lascvia. A cada
parada no deserto D'us confrontava os judeus com um teste especial. Ele
imbuiu Shitim com o forte apelo da imoralidade.
Porm, D'us preparara muito antes do pecado um outro agente para salvar
Seu povo da destruio. Ordenou que a Arca Sagrada do Santurio fosse
feita de madeira conhecida como Shitim, accia, para expiar pelo pecado
que os judeus mais tarde cometeriam em Shitim.
Os judeus, famosos por sua moralidade superior at mesmo na decadente
sociedade do Egito, foram agora apanhados num teste difcil.
O pecado comeou com os menos importantes do povo. Aps terminarem
a refeio, decidiram relaxar um pouco visitando o bazar fora do
Acampamento.
As mulheres velhas paradas fora das barracas mostravam as mercadorias
e cotavam o preo, comentando: "Sei que esses artigos so caros, mas
temos uma variedade de artigos baratos l dentro."
O judeu entraria na barraca e encontraria uma jovem e atraente midyanita,
que pedia um preo bem baixo pelas mesmas mercadorias que vira do

lado de fora. Conversando de maneira convidativa, dizia ao judeu: "S no


conseguimos entender como vocs, judeus, odeiam-nos e recusam-se a se
casarem conosco. Gostamos de seu povo. Acaso no somos todos
descendentes de Trach, pai de Avraham?"
"Veja, eu te dou este artigo de presente porque somos parentes. Voc se
parece com um velho conhecido. Por qu no se senta e come algo?"
Se o judeu recusasse, ela diria: "No precisa objetar motivos religiosos.
Sei que voc segue leis dietticas estritas. Veja, aqui h bezerros e
galinhas gordas! Mande que sejam abatidos de acordo com suas
exigncias, ento poder com-los. Enquanto isso, beba algo."
Cada moa tinha um frasco de vinho vermelho de forte buqu, que oferecia
ao judeu.
Quando o judeu ficava embriagado, era convidado a maiores intimidades,
mas apenas sob a condio de que primeiro adorasse seu dolo, o Bal
Peor. O judeu replicaria: "No me curvarei a este dolo." A moa ento
explicaria: "Voc no precisa curvar-se a ele. Simplesmente realize suas
funes corporais normais perante ele."
O abominvel servio desse deus requeria de seus adoradores que se
alimentassem e ento se despissem e se aliviassem na frente do dolo.
Este culto simbolizava a inteira filosofia das naes gentias: "Viver a fim
de satisfazer seus desejos animais. No h motivos para sentir-se inibido,
nem mesmo na frente de deuses!" Sua doutrina de absoluta falta de
vergonha diametralmente oposta ao conceito de recato e decoro da Tor,
que deriva da conscincia constante da presena de D'us, Que criou o
homem para servi-Lo em todos os tempos.
Certa vez, uma mulher gentia sentiu-se gravemente doente e prometeu:
"Se me recuperar dessa doena, adorarei todas as divindades do mundo."
Ela se recuperou e perambulou de sacerdote em sacerdote para aprender
sobre todos os deuses e a maneira como eram adorados. Ao ouvir sobre a
divindade Bal Peor, perguntou a seu sacerdote: "Qual o servio deste
deus?" O sacerdote instruiu-a: "Coma alguns vegetais, beba vinho, dispase e realize suas funes corporais na frente dele." A mulher, incrdula,
comentou: "Prefiro contrair minha doena novamente a realizar este
servio repulsivo."
E contudo, como resultado do hediondo plano de Bilam, havia judeus que
concordaram em adorar esse dolo. Por isso, a ira do Todo Poderoso
acendeu-se.
A maioria dos que pecaram com as moas midyanitas e adoraram o Bal
Peor pertenciam ao rev rav (convertidos egpcios). A Tor salienta que
aqueles que pecaram eram "haam - o povo", uma expresso que sempre
se refere aos elementos menos valorosos do povo. As sementes do desejo
impuro nunca foram totalmente erradicadas de seus coraes. Este
indivduos foram agora eliminados da pura estirpe dos judeus atravs do
teste de Peor e da subseqente punio.
Contudo, mesmo judeus melhores, da Tribo de Shimon, tropearam ao
adorarem Peor. Apesar de sua inteno ser de zombar do deus, emulando
sua desgraada maneira de adorao, foram, no obstante, considerados

culpados.
D'us ordenou a Mosh que indicasse os lderes do povo como juizes para
punir os que adoraram Bal Peor.
"Como posso determinar quem estava entre os idlatras?" - perguntou
Mosh. "Os que adoraram Peor fizeram-no em privacidade, no na
presena de testemunhas vlidas que possam testemunhar contra eles."
"Eu revelarei os pecadores," respondeu D'us.
As Nuvens de Glria retiraram-se de sobre os que eram culpados, de
maneira que o sol brilhou sobre eles, e ficaram expostos.
D'us tambm ordenou a Mosh: "Aqueles que adoraram Bal Peor sero
condenados morte."
Os juizes se reuniram, examinaram o caso e concluram que muitos
homens da tribo de Shimon adoraram Bal Peor. Foram condenados. Os
demais membros da tribo de Shimon estavam revoltados. Apresentaramse perante seu lder, Zimri, e disseram: "Como voc permite que Mosh
mate tantos dos nossos? Faa algo!"
Zimri traz uma mulher no judia ao Acampamento
Zimri reagiu arrogantemente, desafiando Mosh em pblico.
Ele fez uma proposta indecorosa a filha do rei Balac, Cozbi, que replicou:
"Meu pai mandou que me oferecesse apenas a seu lder, Mosh."
Balac esperava que se sua bela filha pudesse seduzir Mosh, por
conseguinte, o povo judeu inteiro cairia em suas mos.
"Sou maior que Mosh," disse-lhe Zimri, "Ele descendente da terceira
Tribo, Levi, e eu sou da segunda, Shimon. Para provar que estou em p de
igualdade com Mosh, te levarei livremente ao Acampamento."
Descaradamente, Zimri levou a gentia perante Mosh e indagou: "Filho de
Amram (Mosh), esta mulher me permitida ou proibida?"
"Ela proibida," replicou Mosh.
Zimri observou: "D'us disse que voc confivel. Desde que declarou que
no posso viver com esta mulher, deve admitir que, da mesma forma, sua
mulher proibida, pois filha de um sacerdote midyanita."
Mosh ficou em silncio. (Na verdade, seu caso era diferente. Casara-se
com Tsipora antes da Outorga da Tor, e alm disso, sua esposa
converteu-se ao judasmo.)
Quando os judeus viram que Mosh falhara em responder, os grandes
dentre eles irromperam em choro.
Os juizes estavam discutindo se Zimri merecia ser executado por um
tribunal humano, ou se estava sujeito a pena de morte decretada pelo Cu.

Por qu Mosh no sabia como lidar com Zimri? D'us ocultou a lei dele.
Mosh aprendeu no Monte Sinai que algum que coabita com uma mulher
gentia deve ser executado por homens devotos. Contudo, ele no
conseguia lembrar-se da lei, pois D'us desejava que Pinechas punisse
Zimri em seu lugar.
Por que Mosh no implorou ajuda a D'us?
Vestida em seu traje nupcial, a princesa estava pronta para entrar no plio
nupcial. Naquele momento, descobriu-se que ela j houvera se associado
a outro homem anteriormente. As notcias desgostaram tanto seu pai e a
famlia que ficaram impossibilitados de reagir. O choque e desespero no
conheciam fronteiras.
Similarmente, quando, depois de quarenta anos de andanas pelo deserto,
os judeus finalmente chegaram s margens do Jordo, e estavam prestes
a entrarem na Terra Prometida, foram apanhados na armadilha de pecarem
com as filhas de Moav. Zimri teve a audcia de trazer uma mulher
midyanita ao Acampamento em pblico. Mosh ficou atordoado demais
para reagir.
Durante toda sua carreira, Mosh foi um corajoso homem de ao. Depois
do pecado do bezerro de ouro, confrontou, sem hesitao, seiscentas mil
pessoas, esmagando o bezerro ante seus olhos, e ordenando que os
idlatras fossem executados. Agora, no entanto, estava to dominado pelo
desapontamento que no rezou nem organizou um tribunal para julgar
Zimri.
Mosh temia que desta vez D'us no perdoasse o povo. No eram mais o
povo jovem e imaturo que fizera o bezerro de ouro, durante o segundo ano
no deserto. Agora, ao findarem quarenta anos, a nao atingira excelncia
em Tor e mitsvot. A regresso foi, por conseguinte, to imensa que
Mosh ficou incapacitado, por causa do desespero.
Entrementes, Zimri levou a mulher midyanita sua tenda e aos olhos de
todos.
O ato corajoso de Pinechas
O neto de Aharon, Pinechas, observava a cena, fervendo de indignao.
Dirigindo-se a Mosh, inquiriu: "Meu tio-av, voc no nos ensinou, ao
descer do Monte Sinai, que aquele que coabita com uma mulher gentia
pode ser atacado por um devoto?!"
Mosh respondeu: "Aquele que se lembra da lei que seja nosso agente e
execute-a!"
"Se eu matar Zimri, na certa os membros de sua tribo me mataro, como
vingana. Contudo, D'us espera que eu d minha vida por Ele."
Pinechas, que trabalhava no Tabernculo como levi, no estava
acostumado ao manejo de armas. No obstante, pegou uma lana para
matar Zimri. Pinechas sabia que estava arriscando sua vida. Zimri era uma
pessoa importante, um lder. E a famlia de Cozbi tambm vingaria sua
morte.
Pinechas ainda hesitava, pois sabia que os membros de Shimon no
permitiriam que entrasse na tenda de Zimri, ao redor da qual postaram

guardas. A fim de obter entrada, teria de fingir que queria ser admitido
porque tambm tinha propsitos pecaminosos. Ento, se matasse Zimri,
ou se Zimri o matasse, o povo pensaria que os dois lutaram pela posse de
Cozbi. Desta maneira, isto resultaria numa profanao do Nome de D'us
ainda maior.
Todavia, suas deliberaes chegaram a um repentino fim, pois uma praga
comeara a afligir o povo. A ira de D'us acendera-se contra os judeus por
causa do pecado pblico de Zimri. Agora Pinechas sabia que precisava
agir, a fim de salvar o povo da punio Celestial.
Tomou a lana de Mosh, escondeu a ponta de metal em suas roupas e
usou o cabo de madeira como uma bengala. Ao se aproximar da tenda, os
guardas lhe perguntaram: "O que voc quer aqui?"
Pinechas replicou: "No sou pior que seu lder. Meu pai, assim como
Mosh, casou-se com uma mulher midyanita. Gosto das midyanitas."
Permitiram-lhe que entrasse. Uma vez l dentro, Pinechas arremeteu a
lana contra ambos, Zimri e Cozbi.
D'us realizou doze milagres para proteger Pinechas e demonstrar que este
agira corretamente. Por exemplo, a ponta de ferro da lana alongou-se de
forma que os dois pecadores foram trespassados juntos. D'us fechou as
bocas de Zimri e Cozbi, de forma que no podiam gritar. Se tivessem
gritado, membros da tribo de Shimon correriam imediatamente, para matar
Pinechas. Eles no expiraram imediatamente, se no Pinechas ficaria
impuro. Tampouco sangraram, nem o impurificaram como conseqncia
disso. Foi-lhe concedida fora extra para ergu-los e mostr-los ao povo.
Assim que Pinechas matou Zimri a praga cessou.
Quando Pinechas exps o casal assassinado ao povo, os membros da
tribo de Shimon quiseram mat-lo. D'us renovou a praga, e quem quer que
atacasse Pinechas, perecia.
Cnscio disso, Pinechas atirou ao cho o casal morto e comeou a rezar
em prol da tribo de Shimon, como est escrito (Tehilim 106:30): "E
levantou-se Pinechas e suplicou." D'us ouviu sua orao, e a praga
chegou ao fim.
Similarmente, o ato zeloso de Pinechas impediu a destruio do povo
judeu.
Vinte e quatro mil judeus morreram na praga (todos da Tribo de Shimon),
comparados aos trs mil que foram executados depois do pecado do
bezerro de ouro. O pecado em Shitim foi mais grave; uma vez que envolvia
imoralidade, alm de idolatria, mais que isso, degradou a honra dos
judeus, pois cometeram devassido com mulheres gentias.
Atravs da histria subseqente de nosso povo, todas as tribos
produziram grandes lderes, com a exceo de Shimon. As conseqncias
do crime de Zimri em Shitim demonstram o quo seriamente D'us
considera o pecado da imoralidade.
Atravs de seu ato corajoso, Pinechas restaurou a honra de D'us. Ignorou
a importncia de Zimri, que era um lder, e a de Cozbi, uma princesa
midyanita, demonstrando, desta feita, que a honra de D'us est acima de

tudo. Sua faanha exemplifica os poderosos resultados que podem ser


obtidos at mesmo por um nico indivduo que age em Nome dos Cus.
Pinechas tambm ensinou aos judeus que para defender a honra de D'us
um judeu deve ser corajoso, mesmo que isso lhe seja desagradvel ou
signifique arriscar sua prpria vida.

Poro Semanal: Pinechas


Bamidbar 25:10 - 30:1

A Parash Pinechas comea com D'us concedendo sua bno de paz e sacerdcio a Pinechas,
o neto de Aharon, por assassinar um prncipe da tribo de Shimeon e uma princesa medianita
enquanto estavam envolvidos em um ato licencioso em pblico (ao final da Poro da Tor da
semana passada).
A reao zelosa de Pinechas salva o povo judeu de uma peste que havia irrompido no campo.
D'us ordena a Mosh e Eleazar (filho e sucessor de Aharon como Sumo sacerdote) a conduzir um
novo recenseamento de toda a nao, o primeiro feito em quase trinta e nove anos.
A Tor ento relata a reivindicao feita pelas cinco filhas de Tslofchad por uma parte da herana
na terra de Israel, pois no tinham irmos e o pai morrera no deserto. D'us concorda, e pelo mrito
destas mulheres justas muitas das leis sobre herana so ensinadas. Depois que D'us mostra a
terra de Israel do topo de uma montanha, Mosh recebe ordens de transmitir seu manto de
liderana a Yeoshua, colocando a mo sobre sua cabea, pois Mosh no entraria no pas.
A poro da Tor conclui com uma completa descrio dos corbanot, sacrifcios, especiais a
serem ofertados nos vrios dias festivos durante o ano, acima e alm do sacrifcio (corban tamid)
que trazido toda manh e tarde. Estas sees so tambm lidas na Tor por todo o ano, nos
dias festivos apropriados.
Mensagem da Parash
Ao final da Poro da Tor da semana passada, aprendemos sobre as mulheres medianitas que
tentaram seduzir os homens judeus a adorar Ba'al Peor, um abominvel dolo pago. A estratgia
para seduzir os homens surtiu efeito e j provocara a morte de 24.000 pessoas por uma peste
divinamente enviada. A histria tem seu clmax quando Zimri, um prncipe da tribo de Shimeon,
flagrado tendo relaes pecaminosas com Kazbi, uma princesa Medianita, bem no meio do
acampamento israelita. Pinechas, o neto de Aharon, reage tomando de uma lana e golpeando os
dois parceiros pecadores, pondo um fim praga.
E assim iniciamos a poro desta semana da Tor, que recebe o nome de Pinechas por seu ato
destemido. Aqui lemos sobre a recompensa de D'us a Pinechas - uma bno de paz e eterno
sacerdcio. Estranhamente, embora esta discusso ocupe apenas parte de uma curta seo da
Poro da Tor, mesmo assim a poro inteira recebe o nome de Pinechas. No somente isso, se
a poro da Tor tem de receber o nome de uma pessoa, aparentemente faz mais sentido incluir
todo o episdio de Pinechas - de seu ato herico at a recompensa de D'us - tudo em uma
poro. Por que seu ato corajoso foi discutido na semana passada na Parash Balac e sua
recompensa descrita esta semana na Parash Pinechas?
Talvez, a diviso da Tor do episdio em duas pores seja uma tentativa de ensinar-nos uma
lio. Pinechas matou Zimri por uma razo e apenas por uma razo - ele sabia que era a coisa
certa a fazer. Algum tinha que tomar uma atitude e impedir que as mulheres medianitas
causassem a morte de toda a nao judaica. A ao de Pinechas foi motivada no mais alto nvel.

Pinechas no agiu por auto-gratificao. No o fez porque desejava que uma Poro da Tor
recebesse seu nome. Ele o fez apenas pela santificao do nome de D'us e Seu povo. Ao separar
a ao de Pinechas de sua recompensa, a Tor est nos ensinando que Pinechas no previu, ou
mesmo se preocupou, em receber uma recompensa de D'us. Sua ao foi realizada por si, por
seu prprio mrito.
Quantas vezes achamo-nos fazendo algo no porque a coisa certa a se fazer, mas porque
desejamos receber algum tipo de recompensa? Quantas vezes fazemos algo apenas para
destacar nosso ego? O que a Tor est nos ensinando atravs de Pinechas que devemos tentar
fazer as coisas com mais empenho e simplesmente porque sabemos que isso o certo. Nossa
recompensa vir na hora certa. No devemos fazer boas aes apenas para ver nosso nome
brilhar.

Pinechas
D'us recompensa Pinechas

O propsito das oferendas, e por que a Tor


acrescenta aqui as leis dos sacrifcios

D'us instruiu Mosh a atacar Midyan

Os sacrifcios de Mussaf

As filhas de Tselofchad pedem seu quinho da


Terra

Rosh Hashan e a mitsv de tocar o Shofar

D'us nomeia Yehoshua sucessor de Mosh

Shemini Atsret - o oitavo dia de Sucot, uma


Festa parte

Imprima o Midrash completo

D'us recompensa Pinechas


Ser que os judeus apreciaram a coragem de Pinechas quando matou Zimri, por este haver
trazido uma mulher midyanita ao acampamento? Ser que ficaram admirados com seu herosmo?
Ao contrrio, maldosos rumores sobre Pinechas comearam a se espalhar por todo o
acampamento.
Os mais contrariados eram os membros da tribo de Zimri, a tribo de Shimon. Afinal, Pinechas
havia assassinado seu lder!
"Quem deu a Pinechas o direito de matar um lder do povo judeu? Quem ele pensa que para
cometer tal ato?" Os companheiros da tribo de Zimri reclamaram ao restante dos judeus.
"A me de Pinechas descende de Yitr. Yitr costumava ser um sacerdote de dolos antes de
tornar-se judeu! Onde Pinechas arrumou a coragem para matar um chefe de uma tribo?"
Pinechas foi desprezado por causa de sua origem humilde, e D'us defendeu sua honra:
D'us ordenou a Mosh que anunciasse em Seu nome: "Se Pinechas no tivesse matado Zimri, Eu
teria destrudo todos judeus! Foi Pinechas que salvou o povo da destruio."
" verdade que ele descendente de Yitr pelo lado materno. Porm, ao mesmo tempo, seu pai
Elazar filho de Aharon. Pinechas um neto digno de Aharon! Assim como certa vez Aharon
impediu a peste de se espalhar quando ofereceu incenso, assim Pinechas impediu a peste de
aniquilar os judeus."
"Pinechas um tsadic, filho de tsadic. Ele um valoroso descendente de seu av Aharon, e do

fundador de sua tribo, Levi. Seu antepassado Levi arrasou a cidade de Shechem porque era um
zelote da imoralidade. Pinechas agiu da mesma maneira. Seu ato inspirou-se pelos mesmos
motivos nobres que inspiraram as aes de seu pai Elazar, e as de seu av Aharon."
Aharon destacou-se na realizao de atos de bondade e em estabelecer a paz. Aharon jamais
proferiu uma palavra spera. Mesmo sua censura era gentil. Superficialmente, pareceria que
Pinechas agira de maneira diametralmente oposta filosofia de seu av, pois certamente
assassinato algo indiscutivelmente cruel de se fazer. Portanto, D'us explicou que Pinechas na
verdade realizou um ato de bondade, parecido com os atos misericordiosos de seu av Aharon.
Ao matar Zimri, resgatou o povo inteiro da morte atravs das mos celestiais, pois eram todos
culpados por tolerarem o mal em seu meio. Daqui, que o ato de Pinechas beneficiou o povo
inteiro.
D'us continuou: "Pinechas merece uma grande recompensa. No pensou em sua prpria
segurana ao matar Zimri, o lder, e Cozbi, a princesa midyanita, porque seu nico objetivo era em
pr um fim a profanao do nome de D'us.
"Recompens-lo-ei neste mundo e no Mundo Vindouro. At agora, Pinechas foi apenas um levi.
Tornar-se- um cohen a partir de hoje."
Antes de matar Zimri, Pinechas no era cohen, apesar de ser neto de Aharon. D'us nomeou como
cohen apenas Aharon, seus filhos e futuros descendentes. Os netos de Aharon nascidos antes da
uno dos cohanim no estavam includos. Agora, Pinechas tornava-se cohen por seu prprio
mrito.
D'us completou: "Muitos Sumo-sacerdotes originar-se-o de Pinechas."
A promessa de D'us tornou-se realidade. Na poca do Primeiro Templo, dezoito Sumo-sacerdotes
descendiam de Pinechas, e na poca do Segundo, oitenta.
D'us tambm prometeu: "Pinechas ter uma vida muito longa." De fato, sabemos que Pinechas
ainda vivia na poca dos Juzes, quase quatrocentos anos aps os judeus entrarem em Israel!
Nossos sbios explicam que a promessa de D'us significava: "Pinechas jamais morrer." Pinechas
transformou-se num anjo e viveu para sempre. Conforme os ensinamentos da Cabal, Pinechas e
Eliyahu o Profeta so a mesma pessoa. Eliyahu no morreu. Foi levado vivo para os cus.
Em sua morte, Eliyahu no despiu-se completamente de seu corpo fsico, todavia reteve alguns
atributos fsicos de forma sublimada, a fim de poder visitar esta terra de tempos em tempos.
D'us proclamou: "Mais que isso, porque Pinechas trouxe paz entre os judeus e seu Pai no Cu,
ele estabelecer a paz no futuro. Aparecer como o profeta Eliyahu, de quem est escrito (Malachi
3:23): "E ele transformar os coraes dos pais atravs dos filhos, e os dos filhos atravs dos
pais."
Sua recompensa foi moeda por moeda. A ira Celestial acendeu-se contra os judeus ao ponto de
aniquil-los. Ao atenuar a ira do Todo Poderoso, Pinechas assegurou a sobrevivncia do povo
judeu. Por conseguinte, ele mesmo sobreviveu para sempre.
A Tor especifica a ascendncia de Pinechas, para enfatizar que este seguiu seus passos.
Tambm menciona a ancestralidade de Zimri e Cozbi. Por qu?
O elevado status de lder de Zimri citado para tornar pblico que ele trouxe vergonha eterna
sobre si e sua tribo. Apesar do fundador de sua tribo, Shimon, destruir zelosamente a cidade de
Shechem pelo crime de imoralidade, Zimri afastou-se das nobres sendas de Shimon, agindo, em
realidade, de maneira oposta.

O grau de princesa de Cozbi motivo para vergonha e desgraa eternas. Seu pai, o maior dos
reis midyanitas, ofereceu sua filha prostituio.
Diz-se em louvor a Pinechas que ele no deteve-se de matar Zimri e Cozbi por causa de seus
status elevados.
D'us instruiu Mosh a atacar Midyan
Imediatamente depois da praga que abateu os judeus que pecaram com as filhas de
Midyan, D'us deu a Mosh instrues concernentes a guerra contra Midyan, dizendo:
"Os midyanitas esto furiosos porque a princesa Cozbi foi morta. Esto tramando
perversas vinganas. Uma vez que planejam trazer mais destruio sobre voc, levante-se
e ataque-os, a fim de protegerem-se."
Esta guerra ser regida por leis extraordinrias:
1. No lhes d opo de fazerem paz. Apesar de outras naes no poderem ser atacadas
sem aviso prvio, ataque os midyanitas imediatamente.
2. Ao sitiar suas cidades, destrua as rvores frutferas.
A Tor probe os judeus de cortarem as rvores frutferas dos inimigos, ao sitiarem uma
cidade (Devarim 20:19). Os territrios pertencentes a Midyan so excees.
3. No tocante a Midyan, D'us fez outra exceo s regras de combate, dizendo: "Na Tor, Eu
ordenei que vocs sitiem uma cidade apenas de trs lados, deixando o quarto para escapar.
Na guerra contra Midyan, contudo, seus exrcitos devem sitiar as cidades completamente."
Por que a Tor ordenou leis excepcionais para Midyan?
Enquanto outras naes aspiravam exterminar os judeus fisicamente, essa nao tentou
destruir a alma judaica seduzindo o povo a pecar.
Induzir outros a pecar um crime pior que assassinato. Um assassino priva outrem de vida
fsica. Aquele que leva outros a pecar, contudo, priva-os da vida no Mundo Vindouro.
A Tor probe o casamento com homens descendentes de convertidos de Amon e Moav,
enquanto permite o casamento com descendentes de egpcios e edomitas convertidos. Os
ltimos ameaaram os judeus apenas com a espada, enquanto os anteriores colocaram em
perigo nossa existncia espiritual, um crime muito mais srio.
Apesar de D'us ter declarado estado de guerra contra Midyan imediatamente depois da
morte de Zimri, Ele no ordenou a mobilizao do exrcito judeu at que os judeus
tivessem sido contados.
D'us advertiu Mosh para que no participasse da batalha contra Midyan. "Este pas outrora
j te acolheu," disse-lhe, "No atire pedras num poo do qual bebeu."
D'us no declarou guerra contra Moav, apesar de tambm serem culpados (por terem
contratado Bilam e incitado os judeus a pecarem).
D'us poupou-os agora porque:
1. Os moabitas tentaram exterminar os judeus pois temiam que os judeus os roubassem,
enquanto que os midyanitas no tinham razes para prejudicarem os judeus.

2. D'us poupou-os em prol de uma preciosa alma, Ruth, que viria a descender dos
moabitas.
A ltima contagem dos judeus no deserto
Conforme explicamos na Parash Bamidbar, o povo judeu foi contado um ms aps a
consagrao do Santurio. Agora, quase quarenta anos depois, D'us novamente ordenou a
Mosh: "Conte o povo de Israel!"
Quais eram Suas razes para este censo?
1. Este censo aconteceu pouco antes do falecimento de Mosh.
Um fazendeiro contratou um pastor para cuidar de seu rebanho. Contou suas reses ao
confi-las ao pastor, e contou-as novamente antes de serem devolvidas.
Similarmente, Mosh foi encarregado de cuidar dos judeus no deserto, espiritual e
fisicamente, exatamente como um pastor guarda os rebanhos.
Ao contar os judeus antes de seu falecimento, Mosh demonstrou a todas as futuras
geraes que ele no falhou em sua tarefa. Deixou seiscentos mil homens, todos fiis a
D'us e Sua Tor.
2. D'us conta os judeus depois de cada praga.
Um rebanho de ovelhas foi certa vez atacado por um lobo. A fera conseguiu matar inmeras
ovelhas. Aps livrar-se do lobo, o pastor queria saber quantas ovelhas haviam restado,
porque eram-lhe to caras. Assim, contou-as.
Da mesma forma, "lobos" como os perversos Bilam e Balac fizeram o povo judeu pecar.
Por causa disso, muitos judeus acabaram morrendo.
Agora D'us desejava estabelecer quantos judeus sobreviveram peste. Estes judeus
estavam livres do pecado, por isso eram preciosos para D'us. Foram, ento, contados.
3. Os judeus estavam quase na fronteira de Israel. Logo a terra seria dividida entre eles. A
contagem era necessria para saber quantas pessoas receberiam um pedao de terra. As
pores foram distribudas apenas aos que atingiram a idade de vinte anos na poca deste
censo.
D'us ordenou a Mosh e Elazar, o filho de Aharon, para efetuarem a contagem. Todos os
homens entre as idades de vinte e sessenta anos foram contados, cada um entregando
uma moeda de meio-shekel. Os levitas foram contados separadamente; a partir de um ms
de idade.
O que ficou demonstrado pela contagem
Elazar somou os nmeros de cada tribo. O total foi de 601.730 homens. Este nmero foi um
pouco mais baixo que o da Parash Bamidbar.
A tribo Shimon totalizou 59.300 homens na contagem de Bamidbar. Agora restavam apenas
22.000. Muitos membros de Shimon morreram na peste aps o pecado de Zimri. D'us os
punira por terem servido ao dolo Bal Peor.
A tribo que mais crescera era Menash, e os levitas ainda eram poucos. Apenas mil

homens a mais que na primeira contagem.


Apesar de serem contados apenas os homens, uma mulher mencionada pelo nome na
lista da famlia da tribo de Asher: "O nome da filha de Asher era Serach."
Esta mulher citada por causa de sua integridade e bons atos. Serach mereceu entrar em
Israel e l viveu por muitos anos.
Como a terra foi distribuda
D'us ordenou a Mosh: "A Terra de Israel dever ser dividida em doze pores, cujo
tamanho determinado de acordo com seu valor. Uma poro pequena e frtil equivale a
uma poro maior, porm menos produtiva.
"As tribos de Menash e Efrayim recebero duas pores. (A tribo de Levi, contudo, no
receber nenhuma.)
"D mais terra s tribos que so mais populosas, e menos s que so em nmero menor.
"No obstante," acrescentou D'us, "o sorteio Divino tambm funcionar para a indicao
dos lotes."
O sorteio decidia que regio cabia a qual tribo, e a locao exata de cada famlia numa
determinada tribo. O lder de cada tribo era responsvel pela distribuio de terras de sua
tribo.
Na poca de Yehoshua, quando a Terra foi realmente dividida, o procedimento deu-se como
se segue:
Yehoshua e o Sumo-sacerdote, Elazar, reuniam o povo.
O esprito de profecia pairava sobre Elazar, e este declarava profeticamente que territrio
caberia a qual tribo. Ele proclamava, por exemplo: "A tribo de Zevulun receber a rea de
Aco."
Em seguida, Yehoshua realizava um sorteio. sua frente havia duas urnas, uma contendo
inscries dos nomes de cada uma das doze tribos; e a outra, com inscries das doze
pores. Com uma mo, Yehoshua puxava um cdula da primeira urna, e com a outra, uma
cdula da segunda urna. Miraculosamente, a tribo e sua devida poro sempre
correspondiam ao que Elazar predissera. Alm disso, D'us investiu a prpria poro com o
poder da fala. Essa gritava: "Estou destinada a ser a poro de tal tribo."
Ao testemunharem esses milagres, as tribos percebiam e se conscientizavam de que as
pores eram determinadas por Vontade Divina, e aceitavam seus territrios sem
reclamaes.
As filhas de Tselofchad pedem seu quinho da Terra
Um homem chamado Tselofchad faleceu no deserto, deixando cinco filhas: Machla, Chagla,
Noa, Milca e Tirtsa. Todas as cinco eram virtuosas, inteligentes e estudadas. poca do
falecimento de Aharon, depois do qual ocorreram os acontecimentos relatados, tinham
quase quarenta anos e eram solteiras, uma vez que no conseguiram encontrar maridos
valorosos.
Ao ouvirem Mosh explicar que a Terra de Israel seria distribuda de acordo com o nmero
de vares, discutiram o assunto entre si.
"O nome de nosso pai ser esquecido," disseram umas s outras, "porque nenhum

herdeiro homem receber uma poro em Israel que esteja associado a seu nome. Uma vez
que no temos irmos, reivindiquemos a poro da Terra de nosso pai, de maneira que seu
nome seja perpetuado."
Aproximaram-se dos juzes responsveis pelas dezenas e apresentaram a reivindicao.
Sendo esta uma questo legal sem precedentes, os juzes no puderam decidir. Levaram a
questo das filhas de Tselofchad aos juzes responsveis por cinqenta pessoas.
"Deixaremos a deciso aos maiores que ns," disseram tambm estas autoridades mais
elevadas. As filhas de Tselofchad, ento, aproximaram-se dos juzes centuries; porm, de
l, foram enviadas aos juzes responsveis sobre os milhares. Nenhum juiz sentia-se
competente para decidir o assunto.
Uma das irms visitava a Casa de Estudos todos os dias para ouvir os ensinamentos de
Mosh. Certo dia, disse s irms: "Hoje Mosh ensinou as leis de yibum (levirato). Se um
homem morre sem deixar filhos, sua mulher casa-se com o irmo do marido. O filho que
nascer deste casal uma lembrana para perpetuar o nome do primeiro marido."
As outras irms sugeriram: "Nosso pai morreu sem deixar um filho. Deixe que nossa me
se case com nosso tio! Se nascer um filho homem, este herdar a propriedade de nosso
pai, e o nome dele no ser esquecido."
"Nossa me no poder fazer isto," explicou a irm instruda, que havia ouvido a palestra
de Mosh. "Apenas uma mulher que no tem filho algum pode casar-se com o irmo do
marido. Como nossa me teve filhas, no poder casar-se com nosso tio!"
As outras irms retrucaram: "Se somos consideradas descendentes de nosso pai, assim
como filhos vares, ento devemos receber nosso quinho da terra, tambm!"
Decidiram todas: "Vamos falar com Mosh."
As filhas de Tselofchad foram Casa de Estudos. Os lderes da nao - Mosh, Elazar, o
Sumo-sacerdote (que ocupou o lugar de Aharon aps a morte do pai), e os juzes do
San'hedrin estavam todos l. As moas estavam constrangidas por falar diante dos ilustres
lderes. Mas isso no as refreou. Superaram seu recato natural, pois a questo era
fundamental. Apresentaram-na de maneira estudada e acadmica.
A filha mais velha principiou: "Nosso pai faleceu no deserto (e no no Egito. J que faz
parte da gerao que deixou o Egito, tem direito a uma poro em Israel.)"
A segunda filha continuou: "No fez parte da perversa congregao de seguidores de
Crach (todos eles perderam suas pores de terra)."
A terceira tomou a palavra: "No induziu outros a pecar, o que o faria perder sua poro,
porm morreu por causa de seu prprio pecado."
Tselofchad era o homem que profanou o Shabat recolhendo gravetos, na parash Shelach.
A quarta filha concluiu: "Por que o nome de nosso pai deveria se esquecido por no ter
deixado filhos? Que ns, suas filhas, herdemos as pores que lhe so devidas!"
Mosh replicou: "A terra ser dividida apenas entre homens."
As filhas de Tselofchad ento argumentaram: "Permita ento que nossa me faa um
casamento levirato com nosso tio. Se tiverem um filho, ele herdar a terra de nosso pai."
"Isto no pode acontecer," respondeu Mosh. "Sua me no pode casar-se com seu tio. Ela

tem filhas."
As moas replicaram: "Se as filhas carregam o nome do pai, no deveriam tambm receber
sua herana?"
"Espere at que eu pergunte a D'us," respondeu Mosh.
Imediatamente, Mosh voltou-se para consultar D'us que confirmasse a reivindicao das
filhas de Tselofchad.
Por que Mosh no reconheceu, ele mesmo, a veracidade dos argumentos, preferindo
esperar pela deciso de D'us?
Mosh sabia a deciso halchica correta. Contudo, quando ouviu que os juzes sobre as
dezenas deferiram a causa a uma autoridade superior, e que cada tribunal, sucessivamente,
evitou expedir uma deciso, Mosh pensou: "Que eu aja da mesma forma. H Um maior que
eu. Que eu Lhe pergunte."
Assim, Mosh ensinou a todos os juzes de todas as futuras geraes a no hesitarem em
consultar uma autoridade maior, quando necessrio.
D'us ento respondeu a Mosh: "As filhas de Tselofchad esto certas! Esta lei est escrita
na Minha Tor no cu, exatamente como elas disseram. D-lhes a poro do pai em Israel a poro dupla que ele merecia como primognito."
"Esta a lei para todas as geraes: se um homem no tem filhos, suas filhas herdaro a
propriedade."
D'us tambm disse a Mosh que aconselhasse as filhas de Tselofchad a casarem-se com
membros da sua prpria tribo, a tribo de Menash. Assim as terras herdadas
permaneceriam propriedade desta tribo.
Com o passar do tempo, todas encontraram maridos dignos, se casaram e tiveram filhos.
Geralmente, uma mulher que no teve filhos antes dos quarenta anos tem mais dificuldades
em t-los depois. D'us realizou um milagre com essas tsidcaniyot, mulheres justas, e todas
foram abenoadas com filhos.
A histria das filhas de Tselofchad nos mostra o quanto todas as mulheres da gerao de
Mosh amavam a Terra de Israel. Por isso, D'us recompensou no apenas estas moas,
mas todas as mulheres, concedendo-lhes o mrito de entrarem na Terra Santa. Ao contrrio
dos homens, as mulheres da gerao de Mosh no morreram no deserto.
D'us ordenou a Mosh que ensinasse aos judeus as leis de herana que ouvira de D'us no
Monte Sinai.
As leis bsicas da Tor sobre heranas so:
Os filhos do falecido dividem suas posses igualmente; o primognito, todavia, recebe uma
poro dupla.
Se h herdeiros, as filhas no tm direito a um quinho. Todavia, se no houver filhos, as
filhas herdam as posses do pai.
Se no h filhos vivos, porm estes deixaram descendentes, os descendentes herdam da
mesma maneira que a descrita acima. Por exemplo, se h descendentes homens e
mulheres, os homens herdam as posses do ancestral.

Em seguida, o parente mais prximo, primeiro o ancestral paterno; depois os irmos


paternos, ento os tios paternos, e assim por diante, so os prximos a terem direito
herana.
Mosh ascende o monte Nevo para fitar a Terra de Israel
Aps Mosh bater na rocha em "guas de Discrdia", D'us disse-lhe que ele deveria morrer
no deserto; no entraria em Israel. Mesmo assim, quando D'us falou a Mosh sobre as
filhas de Tselofchad, instruiu-o: "D a elas a parte que lhes cabe na terra."
Mosh refletiu: "Ser que D'us quis dizer que eu darei literalmente a elas sua poro? Ele
me permitir entrar na terra?"
"No, Mosh," falou D'us. "Meu decreto no mudou. O que eu quis dizer que voc ajudar
os judeus a conquistar Israel fitando-a e abenoando-a."
"Ascenda o monte Nevo, e veja a terra. Depois, voc se juntar aos seus antepassados
atravs de um beijo Divino, da mesma forma que faleceu seu irmo, Aharon."
Mosh obedeceu a ordem de D'us. Ele subiu ao topo do monte e observou as fronteiras das
doze tribos, irradiando bnos sobre a Terra de Israel.
D'us nomeia Yehoshua sucessor de Mosh
Ao tomar conhecimento de que as filhas de Tselofchad herdariam a propriedade de seu pai,
refletiu: "Chegou a hora de fazer meu pedido a D'us: que meus filhos herdem minha
posio."
Mosh rezou: "Mestre do Universo, nomeie meu sucessor antes que eu morra. No deixe
que a comunidade fique como um rebanho sem pastor. Gostaria que um de meus filhos
tomasse meu lugar."
"D'us, sabes que o temperamento das pessoas varia imensamente - alguns ficam irados
facilmente, enquanto outros so calmos ou reservados. D-lhes um lder que possa dirigir
cada um desses tipos com sabedoria, sem perder a pacincia com os que o provocam.
"No apenas isso, mas ele precisa tambm liderar pessoalmente o exrcito para as
batalhas; diferentemente dos reis no-judeus, que ficam sentados em casa e enviam seus
generais luta."
O prprio Mosh liderou as guerras contra Sichon e Og; e similarmente, seu sucessor
Yehoshua, cavalgou testa do exrcito na conquista de Israel. O Rei David tambm
encabeou cada uma de suas campanhas militares.
Mosh continuou: "D'us, escolha um lder que se devotar a satisfazer as necessidades
comunitrias com preciso e zelo, um lder que tenha grandes mritos prprios, e que
rezar pelo bem do povo."
D'us replicou: "J escolhi o futuro lder: 'Aquele que guarda a figueira comer seus frutos, e
o que serve seu mestre ser honrado.' (Mishl 27:18). Apesar de seus filhos serem to
sbios quanto Yehoshua, e apesar de tampouco poderem te substituir (e j que ningum
atingiu seu nvel de sabedoria, voc cr que seus filhos podem preencher sua posio to
bem quanto qualquer um); no obstante, seus filhos no so iguais a Yehoshua em seu
amor pela Tor. Yehoshua investiu cada suspiro de suas foras para adquirir sabedoria,
pois ama tanto a Tor. Sua devoo Tor insupervel. Agora, colher os frutos de seu
amor Tor. Liderar o povo judeu."
A nomeao de Yehoshua demonstra que uma pessoa no pode receber recompensa

completa se meramente acumula sabedoria em Tor. Apenas aquele que se une Tor com
grande devoo colher os frutos.
Yehoshua era conhecido como "Yehoshua bin Nun," que significa Yehoshua, o filho de
Nun.
H uma explicao mais profunda para este nome: A palavra "Nun" em aramaico significa
"peixe". Assim como o peixe nunca abandona a gua, assim Yehoshua nunca deixou a
Casa de Estudos, mantendo-se imerso nas guas da Tor.
Nosso Patriarca, Yaacov, j sabia com esprito de profecia que Yehoshua, "o peixe,"
descendente de Efrayim, lideraria os judeus Terra Santa. Deu a seus netos Menash e
Efrayim a seguinte bno: "Que se multipliquem na Terra como os peixes [na gua]."
As palavras tambm podem significar: Aquele cujo nome "peixe" - Yehoshua da tribo
Efrayim - liderar os judeus at a Terra Prometida.
D'us tinha ainda outra razo para escolher Yehoshua como lder: ele era o mais humilde
dos alunos de Mosh.
D'us disse a Mosh: "Yehoshua entra na casa de estudos cedinho pela manh e sai tarde
da noite. Ele arruma os bancos para os professores e as cadeiras para os alunos. Como ele
serviu a voc com todas suas foras, tornou-se maior que todos os outros eruditos de
Tor. E ser recompensado com a liderana."
D'us consolou Mosh: "Muito embora seus filhos no se tornaro lderes, Yehoshua
honrar sua famlia. Ele vir at seu sobrinho Elazar, para consultar os urim vetumim."
O urim vetumim continha o sagrado nome de D'us dentro do peitoral portado pelo Sumosacerdote. Isso fazia com que as letras da placa acendessem em resposta s perguntas
feitas.
"Yehoshua possui todas as qualidades para tornar-se um lder. Est imbudo de esprito de
profecia, sabedoria, compreenso e temor a D'us. No perder a pacincia se as pessoas
discutirem com ele, mas sim as guiar gentilmente com sabedoria para que enxerguem a
verdade.
"Uma vez que Yehoshua ainda no atingiu seu nvel de sabedoria, transfira-lhe algo de sua
sabedoria. Desta maneira, voc o imbuir da sabedoria de que necessita como lder."
D'us ordenou que Mosh invista Yehoshua com sabedoria adicional em vez de d-la, Ele
Prprio, como uma demonstrao pblica de que Yehoshua era o escolhido sucessor de
Mosh.
Na frente de Elazar e do San'hedrin (Tribunal Superior), Mosh pousou ambas as mos
sobre Yehoshua, e atravs disso a glria de Mosh foi transferida duplamente a Yehoshua:
1. Externamente - Da mesma forma que a face de Mosh era iluminada pelos Raios da
Glria da Shechin (Divindade), a face de Yehoshua comeou a brilhar com os raios da
Shechin. O brilho de Yehoshua, contudo, no podia ser comparado ao de Mosh; era
apenas um reflexo, assim como o luar meramente o reflexo dos raios brilhantes do sol.
2. O ato de Mosh fez com que alguma de sua sabedoria e esprito de profecia passasse a
Yehoshua. Tambm nesse aspecto, Yehoshua pde receber apenas uma diminuta frao da
grandeza de Mosh.
Apesar de D'us ter dito a Mosh que colocasse a mo direita sobre Yehoshua, ele

generosamente pousou ambas as mos sobre o aluno. Nomeou Yehoshua de boa vontade,
com esprito alegre e elevado, no tendo rancor algum pelo fato de que nenhum de seus
filhos ou sobrinhos fossem seus sucessores.
D'us ordenou a Mosh que Yehoshua ensinasse o povo em pblico enquanto Mosh ainda
estava vivo, para que depois ningum pudesse reivindicar: "Yehoshua no ousaria ensinar
enquanto Mosh estava vivo."
O propsito das oferendas, e por que a Tor acrescenta aqui as leis dos sacrifcios
Ao final desta parash, so explicadas as leis dos sacrifcios dirios e as oferendas
adicionais (Mussaf). Por qu este assunto foi inserido aqui?
Uma esposa incomodava o marido freqentemente. Sempre que percebia que seu marido
ficava aborrecido, chamava o casamenteiro, que era um cavalheiro idoso. Este costumava
ir quela casa e sempre conseguia restaurar a paz.
Quando o casamenteiro ficou mais velho e sentiu que seu fim estava prximo, convocou o
marido e implorou-lhe: "Seja complacente com sua esposa! Breve no estarei mais aqui
para estabelecer a paz entre vocs. Por isso, imploro que releve os defeitos de sua
esposa."
O marido replicou: "Em vez de convocar-me, voc deveria ter chamado minha esposa. Se
voc puder ensin-la a comportar-se de maneira respeitosa comigo, no haver
necessidade de futuras reconciliaes."
Similarmente, Mosh implorou ao Todo Poderoso que nomeasse um novo lder antes de
seu falecimento, algum que rezasse em prol do povo e defendesse-os se pecassem.
Disse-lhe o Todo Poderoso: "Em vez de preocupar-se com a falta de um lder aos judeus
aps sua morte, assegure-se de que eles Me sirvam bem. Ensine-lhes as leis dos sacrifcios
Tamid. Estes sacrifcios os uniro, pois cada judeu doar uma moeda de meio-shekel para
adquiri-los, e trar uma radiao e esplendor de bno sobre eles."
D'us disse a Mosh: "Enfatize ao povo que Eu no necessito de sacrifcios. O mundo todo
Meu. Eu criei todos os animais que oferecem para Mim. Alm disso, tampouco necessito de
comida e bebida. Sou totalmente afastado do mundo fsico e no necessito de oferendas
terrenas como nutrio."
"Mesmo se Eu necessitasse de alimentos, no confiaria Meu sustento a seres cruis."
(Todos os seres humanos so considerados cruis, comparados a D'us, a Fonte de
Misericrdia).
"Por qu, ento, Eu ordenei que vocs oferecessem sacrifcios? Desejo seu doce aroma, a
satisfao de que vocs cumprem Minha mitsv. Ao cumprirem as leis de sacrifcio, vocs
se unem a Mim."
D'us ordenou as oferendas dirias como Seu "po." Isto significa que em mrito de nossos
sacrifcios a Ele, Ele nutre o mundo. Nossos presentes de alimentos abrem as fontes
Celestiais de nutrio e trazem um supervit ao mundo. Algum que d tsedac (caridade)
para sustentar uma alma, concomitantemente, abre as fontes Celestiais de abundncia.
Os sacrifcios dirios de Tamid
D'us ordenou: "A cada manh, os cohanim devem oferecer um cordeiro sobre o altar. Aps
ser abatido, o cordeiro completamente queimado. Deve ser acompanhado de uma
oferenda de farinha (minch) e oferenda de vinho (nessech). Esta a oferenda Tamid da

manh."
"Os cohanim oferecem outro cordeiro com minch e nessech tarde. Esta a oferenda de
Tamid da tarde".
Estas duas oferendas eram oferecidas sobre o altar todos os dias, incluindo Shabat. A
comunidade pagava pelo Tamid com moedas de meio-shekel, que eram coletadas uma vez
ao ano.
O que as oferendas de Tamid nos lembram
Nosso patriarca Avraham quis sacrificar seu filho Yitschac no monte Moriy, como D'us lhe
havia ordenado. Mas ao final ele no teve de abater seu filho como uma oferenda. Procurou
por um animal para tomar o lugar de Yitschac.
D'us tinha preparado um cordeiro numa moita prxima. Avraham o encontrou e ofereceu-o
sobre o altar. Enquanto o abatia, rezava: "Por favor, D'us, considere-o como se eu tivesse
abatido meu filho." Ao queimar o cordeiro, rezava: "Por favor, D'us, considere como se eu
tivesse queimado meu filho."
Naquela poca, D'us disse: "Ordenarei ao povo judeu que oferea dois cordeiros
diariamente como sacrifcios. Assim, lembrarei o mrito do sacrifcio de Yitschac e
perdoarei o povo judeu por seus pecados."
O Tamid matinal reparava os pecados que os judeus tinham cometido na noite anterior. O
Tamid vespertino expiava os pecados cometidos durante o dia.
Maamadot - os enviados que permaneciam ao lado quando os sacrifcios eram oferecidos
D'us ordenou que algum que oferea um sacrifcio esteja presente enquanto este
elevado ao altar.
Uma vez que era impossvel que a nao inteira estivesse presente s oferendas dos
sacrifcios comunitrios, em vez disso nomeavam-se representantes da comunidade.
Os primeiros profetas, Shemuel e David, dividiram os cohanim e levitas em vinte e quatro
grupos, bem como escolheram vinte e quatro grupos de israelitas que representavam a
nao inteira. A cada semana um grupo diferente de cohanim e levitas viajava a Jerusalm
para oferecer os sacrifcios dirios, e para cantar durante as oferendas, respectivamente.
Representantes dos israelitas, que moravam em Jerusalm, faziam turnos ficando de p ao
lado das oferendas dirias observando-as. Ao mesmo tempo, grupos adicionais de
representantes de cidades de todo Israel participavam dos sacrifcios dirios, reunindo-se
para ler a Tor e rezar para que D'us aceitasse as oferendas.
Os sacrifcios de Mussaf
Agora a parash explica as leis dos sacrifcios de Mussaf. O termo "Mussaf" significa
"adicional". Alm dos sacrifcios dirios de Tamid, a Tor ordena que sacrifcios adicionais
sejam oferecidos em Shabat e Yom Tov (Festividade).
Esses sacrifcios especiais fazem com que nos lembremos e apreciemos a santidade do
Shabat, Yom Tov e Rosh Chdesh.
Mosh disse aos judeus: "Antes de cada Yom Tov vocs devem estudar as leis daquele
Yom Tov. Devem ter o cuidado de oferecer os sacrifcios apropriados. Atravs destas
oferendas, D'us lembra-Se de seus mritos."

O Mussaf de Shabat
Alm dos sacrifcios de Tamid, mais dois carneiros eram oferecidos como sacrifcio de
Mussaf de Shabat.
O Shabat reclamou a D'us: "Por que minhas oferendas de Mussaf consistem de apenas
dois carneiros, um nmero menor de animais que os que so oferecidos em todas as
outras Festas?!"
D'us respondeu: "O nmero dois lhe apropriado, pois todos os assuntos relacionados a
voc tm duplo significado:
Seu cntico tem nome duplo, pois denominado mizmor e shir. (Tehilim 92:1)
Seu prazer dobrado, como est escrito: "E voc chamar o Shabat um deleite, um dia
sagrado..." (Yeshayhu 58:13)
Em Shabat recita-se uma bno sobre dois pes inteiros.
"Por isso, o sacrifcio de mussaf mais apropriado a voc consiste de dois carneiros."
Todos os assuntos concernentes ao Shabat so duplos, como indicao de seu duplo
carter. Apesar do Shabat ser um dia de descanso fsico e deleites culinrios, este aspecto
representa apenas metade de seu significado. O feriado fsico deve ser conjugado e
conectado outra metade, seus contedos espirituais - descansar e deleitar-se em honra a
D'us, e estudar Tor. Mencionamos o carter duplo do Shabat quando rezamos na Amid de
Minch: "Um dia de descanso e santidade deste a Teu povo."
O Mussaf de Rosh Chdesh, incio do Novo Ms
Rosh Chdesh, o comeo do ms judaico, considerado um feriado menor. Apesar de no
possuir a mesma santidade que Shabat e Yom Tov, os judeus costumavam tratar este como
um dia especial, no qual reuniam-se para estudar Tor.
D'us disse: "Originalmente, Eu fiz o sol e a lua de tamanhos iguais. A lua reclamou: '
impossvel a dois reis reinarem simultaneamente.' Ordenei ento lua: 'Se assim, diminua
sua luz. Mais ainda, todo ms voc diminuir e depois se renovar.'"
Ao ouvir a censura de D'us, a lua compreendeu seu erro e ficou envergonhada. A fim de
enaltec-la, D'us decretou: "Sua luz ser vista tanto de dia quanto noite. No apenas isso,
como tambm os judeus fixaro o calendrio baseados em voc."
A lua ainda se sentia inferiorizada. D'us acrescentou: "Ordenarei aos judeus a oferecerem
um sacrifcio todo ms, quando voc estiver renovando-se."
Ao ouvir que seria to honrada, a lua ficou radiante.
A fim de que no nos equivoquemos pensando que esses sacrifcios so oferecidos lua, a
Tor declara explicitamente que o cabrito oferecido a D'us (28:15).
O Mussaf de Pssach e Shavuot
D'us ordenou que os sacrifcios de Mussaf fossem oferecidos durante todos os sete dias de
Pssach.

Em Shavuot tambm oferecem-se sacrifcios de mussaf.


Uma oferenda especial de Shavuot de Dois Pes de Trigo
Em Shavuot alm da oferenda costumeira de Mussaf, levavam-se ao Templo dois pes
fermentados, assados do trigo da nova colheita.
A oferenda adicional de Shavuot consistia de trigo. Por outro lado, a oferenda mer,
oferecido em Pssach, consistia de cevada. Cevada comumente utilizada como alimento
para animais, enquanto o trigo o alimento do homem por excelncia. Por conseguinte, o
trigo, na linguagem de nossos sbios, representa o conhecimento e a sabedoria.
Quando os judeus deixaram o Egito, pareciam-se com os egpcios com os quais viviam,
pois haviam adotado seus costumes idlatras. Por isso so comparados a jumentos.
Nas sete semanas que se seguiram ao xodo, os judeus refinaram seus traos de carter e
lutaram para libertarem-se de quaisquer resqucios de idolatria. Ao chegar Shavuot, o povo
inteiro alcanara o nvel espiritual requerido para receber o conhecimento da Tor.
Este processo espiritual simbolizado pelas oferendas de Shavuot dos Dois Pes de Trigo.
O Mussaf de Rosh Hashan
Em contraste com o sacrifcio de Mussaf de todas as outras Festas, a Tor no diz sobre o
Mussaf de Rosh Hashan: "e vocs o oferecero," mas sim "e vocs o faro."
D'us declara aos judeus: "Se atravs de arrependimento vocs alcanarem perdo para os
pecados em Rosh Hashan, Eu considerarei como se vocs tivessem se refeito. Vocs
ento se parecero com criaturas puras, recm-nascidas."
Uma vez que Rosh Hashan ocorre no primeiro dia de Tishrei, alm do sacrifcio de Mussaf
referente festa, oferecia-se tambm um Mussaf relativo Rosh Chdesh.
Rosh Hashan e a mitsv de tocar o Shofar
A Tor ordena com relao a Rosh Hashan: "E ser para vocs um dia de tocar [um
instrumento]." (29:1)
Nossa tradio ensina que em Rosh Hashan D'us passa o mundo inteiro Sua frente em
julgamento. Decide ento que pases esto destinados a terem um ano de paz, de guerra, de
fome, e que pases tero abundncia. Cada indivduo escrutinado pelo Tribunal Celeste, e
tem sua sentena de vida ou morte pronunciada.
Adam (Ado), o primeiro homem, foi julgado por seu pecado no primeiro dia de Tishrei, e D'us
tratou-o de maneira benevolente. Por isso, D'us ordenou que, anualmente, nesta data, os
descendentes de Adam fossem julgados, e Ele adoaria Seu julgamento com Misericrdia.
Somos ordenados a ouvirmos o som do Shofar (chifre de carneiro) em Rosh Hashan.
Quando D'us ouve o soar do Shofar, levanta-Se de Seu Trono do Julgamento e senta-Se em
Seu Trono de Misericrdia.
D'us disse: "Toquem um chifre de carneiro em Rosh Hashan para que Eu possa, assim,
recordar o sacrifcio de Yitschac (que estava pronto a sacrificar-se e foi substitudo por um
carneiro), e Eu considerarei como se vocs tivessem se sacrificado."

"Seus toques repetidos tambm confundem o anjo acusador. No Dia do Julgamento o promotor
celestial tem permisso de percorrer o mundo, apontar os pecados das pessoas e apresentar
acusaes perante o tribunal Divino. Contudo, ao ouvir os diversos toques do Shofar soarem
durante as vrias preces, ele silenciado. obrigado a concordar que os judeus cumprem os
mandamentos de D'us com grande devoo e cuidado."
Apesar de ser um Dia de Julgamento, Rosh Hashan tambm celebrado como Yom Tov,
completado com refeies festivas e roupas finas.
Que motivo h para jbilo neste dia to solene?
Duas pessoas pediram um emprstimo a um homem milionrio. A cada um concedeu um
emprstimo substancial a longo prazo.
Passou-se um ano, e nenhum dos comodatrios pagou um centavo sequer. Sendo que um dos
comodatrios era um velho conhecido, o emprestador decidiu telefonar-lhe lembrando-o de seu
dbito: "Sabe que voc me deve uma soma enorme?" - perguntou. "Aconselho-o a pagar ao
menos uma parte. Assim no ficar sobrecarregado ao expirar o prazo."
Grato pelo lembrete, o amigo prometeu remeter-lhe parte de seu dbito. Com grande
dificuldade conseguiu juntar algum dinheiro e pagou seu credor parcialmente.
Um ano depois o credor percebeu que no recebera mais nenhum pagamento. Ligou ao amigo
novamente. O comodatrio apertou-se e devolveu mais uma parte do dbito. sua maneira, no
decorrer de vrios anos, conseguiu pagar o dbito inteiro.
O que aconteceu ao outro comodatrio? No ensaiou tentativa alguma de reembolsar o
emprstimo. Finalmente, o prazo expirou e o credor exigiu o pagamento. O comodatrio
precisou declarar falncia e, segundo as leis do pas, foi preso.
Agradecemos e nos alegramos com a misericrdia do Todo Poderoso em conceder-nos Rosh
Hashan como uma oportunidade de quitar nossos dbitos para com Ele. No decorrer do ano,
uma pessoa acumula diversos maus hbitos e pecados. Se essa jamais tentar purificar-se
deles, pode ser merecedor de alguma punio severa. Rosh Hashan a Festa na qual os
judeus revalidam a autoridade de D'us sobre si e retornam a Ele. Ficamos felizes com o
lembrete anual e com a oportunidade de aceitarmos novamente o Reinado de D'us.
Alm disso, nossa felicidade origina-se da convico de que D'us, aps testemunhar nossa
teshuv, anular os maus decretos contra ns e nos inscrever para um ano bom.
Yom Kipur
Fazem-se sacrifcios de mussaf em Yom Kipur.
Yom Kipur o Dia da Expiao, o dia mais sagrado do ano.
Qualquer trabalho proibido em Shabat tambm proibido neste dia. Alm disso, abstemo-nos
de comida e bebida, de nos lavarmos para refrescarmo-nos, usar cosmticos, calar calados
de couro e manter relaes conjugais.
uma mitsv receber Yom Kipur cedo e termin-lo tarde. Assim, comeamos o jejum mais
cedo, e protelamos sua concluso.
Desde a Criao, este dia era destinado a ser um dia de teshuv e splica a D'us por perdo.
Foi nesta data, dez de Tishrei, que Mosh desceu do Monte Sinai com as Segundas Tbuas,
dadas por D'us aos judeus como sinal de perdo pelo pecado do bezerro de ouro.

Nossas preces de Yom Kipur incluem o vidui (confisso oral de nossos pecados), um dos
principais elementos da mitsv de teshuv.
Neste dia o Todo Poderoso diz aos anjos: "Vejam meus virtuosos filhos!"
"Apesar de Eu exp-los a todos os tipos de sofrimentos e perseguies, culpam apenas a si
mesmos. Oram: 'Pecamos e agimos errado; Voc Fiel, e somos perversos; Voc tsadic, e
somos perversos.' Onde posso encontrar outra nao como eles?"
Exatamente como mitsv jejuar em Yom Kipur, assim deve-se banquetear-se na vspera de
Yom Kipur, e a Tor considera quem o faz como tendo observado um jejum de dois dias.
Um pobre alfaiate judeu de Roma foi ao mercado comprar um peixe para a refeio festiva da
vspera de Yom Kipur.
Chegando barraca de peixes, viu que sobrara apenas um peixe. Exatamente naquele
momento o servo de um nobre chegou para comprar peixe para o almoo de seu amo. Ambos
comearam a fazer ofertas, at que finalmente o alfaiate gritou: "Vinte dinares!" Este era um
preo inaudito para um peixe, e o servo do nobre reconheceu a derrota.
Quando no serviram ao nobre o prato de peixe esperado para o almoo, convocou o servo.
"Por que no comprou um peixe, como lhe mandaram?" - repreendeu-o.
"Fui comprar," replicou o servo, "porm havia apenas um peixe. Algum alfaiate judeu comprouo por vinte dinares. O senhor gostaria que eu tivesse pago preo to exorbitante?"
"Esta uma histria estranha," comentou o nobre. "Desde quando um simples alfaiate pode
despender tal quantia com comida? Encontrem esse homem e digam-lhe para vir aqui
imediatamente. Quero investigar o assunto."
O servo perguntou para s pessoas sobre o pobre alfaiate e logo descobriu seu endereo.
Apressou-se casa dele e ordenou-lhe que se apresentasse perante o nobre.
O alfaiate foi recebido asperamente: "Por que voc cobriu a oferta de meu servo?" - berrou o
nobre.
"Asseguro-lhe, meu mestre," desculpou-se humildemente o alfaiate, "que no agi por desdm.
Deixe-me explicar porque precisava deste peixe. Ns, judeus, temos um dia por ano no qual o
Todo Poderoso perdoa os pecados que cometemos durante o ano inteiro. Voc no acha que
devemos honrar a chegada deste Grande Dia com as melhores comidas?"
O nobre ficou satisfeito com a explicao e dispensou-o.
A histria no acaba aqui. D'us recompensou o alfaiate por ter honrado Yom Kipur. Ao abrir o
peixe, descobriu dentro deste uma prola valiosa, cuja venda permitiu-lhe viver
confortavelmente pelo resto da vida.
O mussaf de Sucot
Em cada um dos sete dias de Sucot oferecemos um nmero de sacrifcios de Mussaf diferente.
A soma das oferendas de Mussaf durante Sucot d um total de 70 touros, e 98 cordeiros.

Os setenta touros representam as setenta naes do mundo, uma vez que touros so notrios
por sua fora fsica. Similarmente, as naes gentias so caracterizadas por seu poderio fsico.
Os cordeiros fracos e indefesos simbolizam o povo judeu entre os outros povos.
O nmero de touros diminui a cada dia, simbolizando que as naes que no servem D'us
diminuiro. O nmero de cordeiros, contudo, permanece imutvel, indicando que o povo judeu
sobreviver firmemente a todas as pocas da histria.
Por que D'us ordenou que os judeus oferecessem setenta touros?
Os sacrifcios expiam pelas setenta naes. Como os judeus oferecem sacrifcios pelos outros
povos, estes so protegidos de infortnios.
Quando o Templo Sagrado foi destrudo, as naes do mundo tambm sofreram grandes
perdas, uma vez que os judeus costumavam oferecer sacrifcios para promover o bem estar do
mundo inteiro.
Shemini Atsret - o oitavo dia de Sucot, uma Festa parte
Durante os sete dias de Sucot os judeus ofereciam sacrifcios para que as setenta naes do
mundo fossem abenoadas. Disse D'us aos judeus: "Eu lhes darei um Yom Tov adicional,
Shemini Atsret, no oitavo dia de Sucot, no qual ofertaro apenas seus prprios sacrifcios."
Os sacrifcios de Mussaf de Shemini Atsret consiste meramente de um touro.
Durante sete dias o rei deu um banquete pblico, apreciado por todos os sditos.
Ao terminar, o regente chamou seus melhores amigos e pediu-lhes: "Por favor, no partam!
Cumpri meu dever para o pblico, porm peo-lhes que fiquem comigo mais um dia.
Jantaremos juntos amanh. Mandarei que sirvam um prato simples, alguma carne, peixe ou
vegetais. No me importa o que comamos, contanto que fiquemos juntos."
Similarmente, as oferendas de Shemini Atsret so levadas apenas pelo povo de Israel, e no
pelas setenta naes, como era o caso em Sucot. Shemini Atsret era o dia em que D'us, por
assim dizer, encontra-se com os judeus em particular. Por conseguinte, seus sacrifcios so
menores que os de Sucot.
Ele tambm no quer que o povo judeu pense: "D'us nos manteve no Templo Sagrado por
mais um dia porque Ele quer mais oferendas!" Por isso, o Mussaf Shemini Atsert pequeno.
Qual o significado da palavra Shemini Atsret - A parada do oitavo dia?
1. Como explicado, o Todo Poderoso impede os judeus de deixarem o Templo Sagrado.
2. D'us nos impede de realizarmos trabalho. O trabalho proibido em Shemini Atsret como o
nos outros dias de Yom Tov.
Em realidade, D'us pretendia que Shemini Atsret comeasse cinqenta dias depois de Sucot,
assim como Shavuot acontece cinqenta dias depois de Pssach. Contudo, desistiu de fazer
assim para que no sejamos incomodados. Isto esclarecido pela seguinte histria:
Um imperador oriental escolheu duas esposas para si, uma da capital onde residia, e outra de
um pas distante.
Anunciou noiva local: "Celebraremos nossa festa de noivado agora, e nosso casamento em
trs meses."

Informou noiva do pas distante: " muito difcil para mim viajar duas vezes a seu pas natal.
Celebraremos nosso noivado e casamento numa nica festa."
Desta maneira, na primavera, quando o clima est ameno e agradvel, e as pessoas no se
importam de viajar, D'us deu ao povo judeu duas Festividades - Pssach e Shavuot - quando
so obrigados a comparecerem ao Templo.
Todavia, no deseja incomodar-nos, e por isso ordenou que a Festa de Shemini Atsret siga
imediatamente a de Sucot, poupando-nos assim uma viagem extra a Jerusalm durante a
estao fria e chuvosa.
D'us proclama: "Quando as naes no judias tem feriados, elas cometem abusos. Comem
demais, bebem at embriagarem-se, tornam-se frvolas e beligerantes, e em geral, agem de
maneira que Me so odiosas."
"Para o povo judeu, contudo, posso dar um Yom Tov adicional sem receios. Comem e bebem
refeies festivas de Yom Tov em esprito elevado, a fim de cumprirem a mitsv. Ento vo
para as casas de estudos e oraes, recitam preces, e (na poca do Templo) oferecem
sacrifcios adicionais para Mim."
As oferendas na atualidade
O que fazemos hoje em dia, quando no podemos trazer as oferendas Mussaf no Shabat,
Rosh Chdesh e Yom Tov?
Temos dois substitutos:
1. Rezamos uma Amid (orao) extra que chamada Mussaf. Nela, mencionamos as
oferendas que eram trazidas naquele dia ao Templo Sagrado. Por exemplo, no Mussaf de
Shabat, dizemos: "A oferenda Mussaf de Shabat consiste de dois cordeiros perfeitos, com
menos de um ano de idade."
Pedimos a D'us que aceite nossa orao no lugar do sacrifcio de Mussaf.
2. Em Rosh Chdesh, Pssach, Shavuot, Rosh Hashan, Yom Kipur, Sucot, Shemini Atsret e
Simchat Tor, lemos passagens desta parash que tratam do sacrifcio de Mussaf do dia (em
Maftir, o ltimo a ser chamado para a leitura da Tor). D'us aceita nossa leitura da Tor no
lugar da oferenda de Mussaf.
Estamos aguardando o dia quando o Templo Sagrado ser reconstrudo. Ento, a cada
Festividade viajaremos a Jerusalm e assistiremos aos cohanim oferecerem os sacrifcios
daquele Yom Tov.

Poro Semanal: Matot


Bereshit 47:28 - 49:26

Matot (Bamidbar 30:2 - 32:42) inicia-se com uma discusso das leis sobre nedarim (promessas) e
shevuot (juramentos). A Tor ento descreve a batalha do povo judeu e a vitria sobre Midyan,
seguida por uma narrativa detalhada da distribuio dos despojos de guerra.

Antecipando a prxima chegada Terra de Israel, as tribos de Reuven e Gad adiantaram-se para
requerer que sua herana fosse a leste do Rio Jordo, ao invs de exatamente na Terra Santa, pois a
margem leste seria mais apropriada para seus abundantes rebanhos.

Aps alguma discusso, Mosh concorda, mas apenas sob a condio de que ajudassem o restante
da nao a conquistar toda a Terra de Israel, antes de retornarem para estabelecer-se no seu legado.
Mensagem da Parash
Assassino impiedoso
por Ranon Cortell

Duas pores atrs, ao final da Parash Balac, uma praga terrvel e destruidora assolou os filhos de
Israel, devido aos pecados instigados por nossos inimigos, os Moavitas e Medianitas.

Na mesma poro, toda nossa existncia foi tambm perigosamente ameaada por um hbil e
poderoso feiticeiro no-judeu, Bilam, que foi contratado pelas foras conjuntas de Median e Moav para
amaldioar o povo judeu, esperando torn-lo uma vtima indefesa para seus selvagens inimigos.
Mesmo assim, na poro desta semana, quando D'us decide que chegou a hora de vingar a honra de
Israel e destruir seus inimigos, Ele ordena a Mosh que destrua apenas os medianitas, permitindo que
os moavitas escapem ilesos.

Por que os medianitas foram escolhidos para a destruio, enquanto que os moavitas, que lideraram a
extrema intruso, foram poupados?

Para responder esta questo, Rashi explica que os moavitas agiram puramente por razes de autodefesa contra um inimigo avultado e potente em suas fronteiras, enquanto que os medianitas haviam
se engajado em uma disputa que no lhes dizia respeito, pois no foram ameaados pelos judeus por
viverem longe da rota para a Terra de Israel. Foi pela ao de dio infundado dos medianitas que D'us
quis vingana.
Rashi explica que tal dio e envolvimento nas disputas de outro povo especialmente perigosa
espiritualmente porque mesmo quando as partes chegam a um acordo, o dio daquele que est de
fora da disputa conservar seu vigor pois, afinal, no era baseado em coisa alguma.

Esta mensagem especialmente fundamental para nossa gerao, para quem dio infundado um d
nossos maiores erros e desafios. O Talmud (Tratado Yoma 9b) exorta-nos que no caso do insuportve
pecado de dio ftil e infundado para com um irmo judeu, a esposa e o filho de quem odeia morrer,
D'us no o permita. Rashi explica que esta punio mid k'neged mid, pois assim como a pessoa
falhou em amar o prximo, aqueles que ama sero tirados de seu convvio. Portanto, devemos
enxergar este pecado de dio injustificado como um assassino impiedoso, e combat-lo com fervor.

Rabi Yechiel Weinberg relata uma conversa que teve com o Alter de Slabodka. Certo dia, o Alter
estava falando sobre as "Trs Semanas", o perodo de luto pela destruio dos Templos. Resumindo,
ele explicou que a razo para a instituio deste perodo de luto foi despertar-nos de nossa rotina de
pecado e incitar-nos ao arrependimento, para que possamos nos tornar merecedores da reconstruo
do Templo. A destruio do Primeiro Templo foi devida ao envolvimento do povo judeu em
assassinato, idolatria e relacionamentos imorais, e mesmo assim o exlio durou apenas setenta anos.
O Segundo Templo, por outro lado, apesar do envolvimento dos judeus na Tor e boas aes, foi
arrasado principalmente por causa do pecado ameaador do dio infundado, e infelizmente ainda no
merecemos v-lo reconstrudo.

"Fique atento," ordena o Alter, "esta influncia sinistra ainda espreita entre ns, e infelizmente no
temos o nvel de boas aes e Tor que envolveu nossos antepassados." " Honestamente,"
pergunta ele, "quantos de ns, ao ver um colega elevado a uma posio de honra que acreditamos se
nossa por merecimento, no fervemos face a to horrvel insulto, e imaginamos porque nossos amigos
no correram a defender nossa honra? E mesmo assim, quantos de ns simplesmente passam pelos
impulsos e leis deste perodo sem agir sobre sua mensagem essencial erradicar o dio injustificado
de nosso corao?"
Devemos instilar esta mensagem dentro de ns, arrepender-nos de nossos pecados cometidos, e
aprendermos a praticar o amor injustificado.

Quando conseguirmos isso, e com a ajuda de D'us, o Templo ser reconstrudo.


Que seja brevemente em nossos dias.

Matot
Anulao de promessas

O retorno do exrcito e as leis de kehilim

Ben Yisrael e a guerra contra Midyan

A terra e as tribos de Gad e Reuven

O fim de Bilam

Imprima o Midrash completo

Anulao de promessas
A ltima parash terminou com as leis das sacrifcios de Yom Tov, e esta comea com as leis
sobre promessas. A justaposio ensina que quem promete oferecer um sacrifcio est obrigado a
cumprir sua promessa no Yom Tov vindouro, quando visitar o Bet Hamicdash.
s vezes achamos que as palavras que dizemos no so importantes. Afinal, no podemos v-las
ou toc-las, por isso parecem que no deixam marcas.
A Tor nos ensina o contrrio. Palavras so importantes, e um judeu deve sempre ser cuidadoso
com as palavras que usa. Deveria ser especialmente cauteloso sobre fazer promessas, porque
ser responsvel por cumpri-la. A pessoa jamais deve fazer um juramento descuidadamente.
Aquele que os faz sem a devida ateno e mais tarde falha em cumpri-los, comparado ao
indivduo que pega uma espada para golpear a si mesmo; est propenso a ferir-se.
uma boa idia, quando dizemos que cumpriremos uma mitsv, adicionar as palavras: "bli neder
no uma promessa." Se algum declara: "Amanh pretendo visitar meu amigo doente," ou,
"Darei R$ 100,00 para tsedac," deveria completar: "bli neder" para evitar que torne-se uma
promessa.
Se algum faz um juramento ou promessa e ento percepe que ser muito difcil cumpri-los, pode
dirigir-se a um talmid chacham, perito em halach (Lei Judaica), ou a trs leigos. Eles podero
absolv-lo, com base em sua declarao que quando fez a promessa, no estava plenamente
consciente de todas suas implicaes. Se tivesse percebido todas as dificuldades de mant-la,
no teria agido desta forma. Por isso, a promessa foi um erro de sua parte. Explica os detalhes de
sua promessa ao juiz (ou juzes) que ento determina se as circunstncias permitem que seja
absolvido. Se o juiz encontra um pormenor que o incomode do qual a pessoa no tenha se
apercebido quando fez a promessa, pode absolv-la.
"Teria feito esta promessa se soubesse que mais tarde se arrependeria?" pergunta-lhe o juiz.
"No," responde a pessoa que fez a promessa.
"Mutar lecha - voc est livre dela", declara o juiz.
Isto se chama em hebraico "Hatarat Nedarim", anulao das promessas.
A Guemar nos d o seguinte exemplo sobre como anular uma promessa:
Uma histria:
Rav Manna aborrece seu pai
Rav Manna certa vez fez uma promessa: "Nunca beberei o vinho de meu pai."

Quando o pai soube da promessa do filho, ficou aborrecido. Por sua vez, Rav Manna sentiu-se
mal por entristecer o pai e arrependeu-se da promessa.
O pai perguntou-lhe: "Se voc tivesse pensado que eu ficaria aborrecido por causa de sua
promessa, ainda assim a faria?"
"No.",replicou Rav Manna.
"Neste caso, est livre dela," declarou o pai. Este era um talmid chacham. Por isso, podia liberar o
filho da obrigao de cumprir a promessa, porque achou uma boa razo para cancel-la.
Validade
Antes da idade de bar ou bat-mitsv, no preciso ir ao Bet Din se algum fez uma promessa
descuidada da qual se arrepende. Estas promessas no tm validade.
Mesmo assim, uma boa idia treinar a criana a no fazer promessas.
Quando podem ser feitas
H algumas situaes em que nossos sbios recomendam que se faa promessas. Por exemplo,
se uma pessoa encontra-s em extremo perigo ou desgosto, Dus no o permita, pode prometer
dar tsedac ou cumprir alguma mitsv na esperana de que Dus a salve.
Exemplos de pessoas renomadas que fizeram promessas e seus motivos:
Chana Na poca posterior aos juzes, havia uma mulher justa chamada Chana. No tinha filhos.
Sempre que seu marido viajava ao Mishcan em Yerushalayim, ela o acompanhava. L, rezava a
Dus, implorando-Lhe que lhe desse filhos.
Quando Chana completou dez anos que estava casada, fez uma promessa a Dus: "Se Tu me
deres um filho, no o guardarei para mim mesma, mas ele Te servir por toda a vida."
Chana teve um menino, a quem chamou de Shemuel. Ela manteve a promessa. Levou Shemuel
ao Cohen Gadol no Mishcan, quando ele estava com dois anos de idade e havia acabado de
amament-lo.
"Eis aqui o filho pelo qual rezei a Dus," disse. "Deixe-o ficar aqui e servi-lo."
Desde ento, Chana via seu filho apenas uma vez ao ano quando ia ao Mishcan em
Yerushalayim. O menino cresceu e tornou-se o famoso profeta Shemuel, lder de Ben Yisrael.
O Rei David David no tinha desejo maior que o de construir o Bet Hamicdash para Dus. Fez
uma promessa: "No dormirei mais que o absolutamente necessrio at que encontre o lugar
apropriado para construir a Casa de Dus."
David cumpriu sua promessa. Quando visitou o profeta Shemuel, estudou com ele os versculos
que falam da localizao do Bet Hamicdash. Aps passar muito tempo estudando, o Rei David
concluiu que Dus queria que o Bet Hamicdash fosse construdo numa colina na cidade de
Jerusalm.
David Hamelech manteve sua promessa. Tinha esperana de que lhe seria permitido construir o
Bet Hamicdash. Mas primeiro tinha que livrar a nao judaica dos inimigos ao seu redor. Passou
muitos anos envolvido nestas guerras, at que finalmente a paz chegou para os judeus.
"Agora," pensou David, "est na hora de construir o Bet Hamicdash! Como posso viver em um
lindo palcio, enquanto a Shechin de Dus mora numa tenda?"
A arca de Dus ainda estava no Mishcan, uma tenda, assim como havia estado quando Ben
Yisrael caminhava pelo deserto.
Naquela noite, Dus enviou um profeta para contar ao Rei David: "Dus no quer que voc
construa o Bet Hamicdash. Seu filho Salomo o construir. Voc no a pessoa certa para

construir o Bet Hamicdash, porque derramou tanto sangue durante as guerras que travou com
seus inimigos."
Isto deixou David preocupado.
"Dus," pediu ele, "sou culpado por ter lutado em tantas guerras?"
"No tema, David," Dus assegurou-lhe. "Voc derramou sangue apenas em nome dos cus. A
Meus olhos, suas batalhas valem tanto como se voc tivesse feito oferendas no altar."
"Ento, por que no tenho permisso para construir o Bet Hamicdash?" perguntou David.
Dus replicou: "Um Bet Hamicdash construdo por voc seria to sagrado que Eu jamais poderia
destru-lo."
"timo," disse David. "Deixe que permanea para sempre."
Dus explicou: "Sei que no futuro os judeus cometero pecados. Ou Eu os destruirei, ou destruirei
o Bet Hamicdash, deixando-os sobreviver. Se voc construir o Bet Hamicdash, jamais poderei
destru-lo. Terei que aniquilar os judeus em vez disso."
O Rei David ento entendeu que no poderia realizar seu sonho de construir uma Morada para
Dus. Assim mesmo, devotou o resto da vida a conseguir ouro, prata e os outros materiais
necessrios para a construo do Bet Hamicdash. Seus esforos foram to grandes que Dus
considerou como se ele tivesse de fato o construdo!
Outra maneira de cancelar uma promessa
Aprendemos h pouco que somente um talmid chacham ou Bet Din podem cancelar a promessa
de algum se encontrarem para isso uma razo vlida.
A Tor nos ensina uma outra maneira de cancelar uma promessa: Se um pai escutar a filha de
doze anos, ou doze anos e meio, fazer uma promessa que ele no aprove, pode dizer: "Sua
promessa invlida." Isto cancela a promessa.
Um pai pode anular a promessa da filha apenas at o pr-do-sol do dia em que ele a ouve. Se
esperar alm disso, ser tarde demais.
Um marido tambm pode cancelar algumas das promessas de sua esposa. Ele deve tambm
faz-lo no mesmo dia em que a escutou. Se esperar at depois do pr-do-sol, ela obrigada
cumprir a promessa.

Ben Yisrael e a guerra contra Midyan


Dus ordenou a Mosh: "Chegou a hora de punir os midianitas que maldosamente enviaram
suas filhas para que Ben Yisrael pecasse. V guerra contra eles. Aps est batalha chegar
o dia de sua morte."
Por que Dus no ordenou uma guerra contra Moav, tambm? No foram os moavim que
contrataram Bilam para amaldioar os judeus, e suas filhas tambm no persuadiram os
judeus a pecar?
H duas razes pelas quais Dus no ordenou uma guerra contra Moav:
1. Os Moavim tinham um motivo para tentarem prejudicar os judeus. Tinham medo que Ben
Yisrael roubasse suas riquezas e os expulssassem de seu pas. Os midianitas, entretanto,
sabiam que Ben Yisrael no viajaria atravs do pas deles. No estavam em perigo. Fizeram o

mal a Ben Yisrael apenas porque os odiavam, sem motivo.


2. Dus previu que certo dia uma tsadeket, mulher sbia, chamada Ruth nasceria em Moav. Ela
se tornaria judia e seria a ancestral do Rei David. Por causa dela, Dus ordenou a Mosh que
no prejudicasse os moavim.
Mosh tinha ouvido claramente de Dus que morreria to logo a batalha terminasse. Mesmo
assim, comeou imediatamente a preparar-se para a guerra.
Dus ordenou: "No envie o exrcito inteiro! Apenas 12.000 soldados, mil de cada tribo,
devero atacar Midyan."
Os midianitas eram muito fortes. Por que Dus queria apenas um pequeno exrcito? No teria
sido melhor enviar centenas de milhares de soldados judeus para combat-los?
Dus no permitiu que um judeu previamente associado s filhas de Midyan fosse para a
guerra. Apenas aqueles que fossem perfeitos tsadikim estavam aptos a lutarem contra os
medianitas.
Quando Mosh tentou convocar os soldados ao dever, eles se recusaram a cooperar. Todos os
soldados protestaram: "No quero tomar parte nesta guerra! Dus disse que voc morrer logo
depois. Por que deveria ajudar a trazer e apressar sua morte?!"
Todo o Povo de Israel amava Mosh (mesmo aqueles que freqentemente discutiam com ele).
Mosh no sabia o que fazer. Dus ordenou: "Faa um sorteio. Qualquer soldado cujo nome
seja sorteado, deve ir para a guerra."
Contra a vontade, os soldados se alinharam para a guerra. Geralmente, os lderes das tribos
marchavam frente de sua prpria tribo. Nesta guerra, entretanto, Mosh no chamou os
nesiim para tomar parte. No queria constranger a tribo de Shimon.
Pois seu nassi, Zimri, estava morto. Mosh chamou Pinechas, o filho de Ellazar, e disse-lhe:
"Voc ser o cohen mashuach milchama (o cohen ungido para a guerra) quando lutarmos
contra Midyan. Voc deu incio mitsv de kidush Dus
(santificao do Nome de Dus) por matar Zimri. Agora, complete a mitsv vingando-se dos
midianitas."
Como sempre, antes da batalha comear, os cohanim tocaram as duas trombetas de prata
para Mosh.
A guerra
Mosh ordenou a Pinechas: "Quando for para a guerra, leve a arca onde esto colocados os
luchot quebrados. [Ben Yisrael possuiam duas arcas: uma continha as tbuas e permanecia
no Mishcan. A segunda guardava as tbuas quebradas e era levada para as guerras]. Pegue
tambm o tsits, a faixa sagrada do cohen gadol."
Quando o exrcito dos judeus aproximou-se de Midyan, os soldados viram um mensageiro se
aproximando deles. Era ningum menos que Bilam, o mgico.
O malvado soubera que seu conselho perverso tinha causado uma peste entre o povo de
Israel. Estava indo a Midyan para exigir de Balac que o pagasse, por ter ocasionado a morte de
24.000 judeus.
Quando Bilam ouviu que Ben Yisrael estava avanando para Midyan, correu em sua direo
para desencoraj-los de atacar.
"Acreditam realmente que seu pequeno exrcito de 12.000 soldados tem alguma chance de
derrotar o forte exrcito midianita?" zombou ele. "Nem tentem, pois sero todos mortos!"

Os soldados judeus continuaram marchando, indiferentes zombaria de Bilam.


Pinchas e os generais deram o sinal de atacar. Bilam percebeu que estava em perigo.
O fim de Bilam
Antes que qualquer soldado judeu pudesse peg-lo, Bilam ergueu
os braos. Com seus poderes de tum, transportou-se pelo ar, alto
demais para que uma flecha pudesse atingi-lo.
Quando percebeu que os cinco prncipes midianitas tambm
estavam em perigo, rapidamente ensinou-os a voar atravs de
magia. Todos levantaram vo.
Pinechas viu como Bilam voava mais e mais alto. Gritou para os
soldados: "Algum de vocs pode voar atrs dele e apanh-lo?"
Um homem da tribo de Dan, Tzelaya, elevou-se voando, e apanhou
Bilam.
To logo Bilam percebeu que estava sendo perseguido, mudou de
direo. Acelerou para cima como uma flecha, desaparecendo da
vista. Tzelaya ficou desapontado, pois era incapaz de segui-lo.
Agora o prprio Pinechas resolveu agir. Localizou Bilam e seguiu-o.
Pinechas virou o tsits na direo de Bilam. Isto fez com que Bilam
casse; a santidade do tsits era maior que os poderes mgicos de
Bilam.
Pinchas prendeu Bilam e levou-o a Mosh no Bet Din. Foi
condenado morte.
O corpo de Bilam no foi enterrado. Apodreceu e transformou-se
em serpentes venenosas. Dus o puniu mesmo aps a morte, por
suas ms aes.
Pinechas tambm trouxe para baixo os cinco prncipes de Midyan,
levantando o tsits em sua direo. Foram mortos por soldados
judeus. Os judeus mataram os homens midianitas e fizeram
prisioneiras as mulheres e crianas.
Nem um nico judeu pereceu na guerra. Era verdadeiramente um
milagre, pois o inimigo era mais numeroso e muito mais forte. Dus
tinha protegido cada soldado judeu, porque cada um deles era um
tsadic.

O retorno do exrcito e as leis de kehilim


Os soldados judeus voltaram com uma grande quantidade de
despojos ouro, prata, recipientes, roupas e animais. Levaram
as mulheres e crianas medianitas ao acampamento judaico,
como prisioneiros.
Mosh, que se aproximara com Elazar para encontrar o
exrcito, viu os prisioneiros e ficou irado.
Repreendeu os generais: "Como puderam deixar estas
mulheres vivas? Elas incitaram os judeus a pecar e
provocaram uma peste que matou 24.000 judeus!"
Mosh ordenou que as mulheres midianitas fossem

assassinadas.
Os soldados que voltavam da batalha haviam tocado nos
corpos dos mortos. Por isso, estavam impuros. Receberam a
ordem: "No entrem no ptio do Mishcan (o acampamento da
Shechin) por sete dias. Nesse nterim, purifiquem-se com
gua misturada s cinzas de uma vaca vermelha."
Hagalat kelim
Entre os despojos dos midianitas havia panelas, potes e outros
tipos de vasilhas. Haviam sido usados pelos midianitas para
comida no-casher. Como os judeus poderiam us-los?
O filho de Aharon, Elazar, ensinou o povo as leis aplicadas
estas vasilhas.
Elazar ensinou: "Se um judeu quiser usar uma vasilha que foi
utilizada previamente para comida quente e no-casher, deve
primeiro casheriz-la." possvel casherizar vasilhas feitas de
todos os tipos de metal (prata, ouro, cobre e assim por diante),
mas no loua. Se vasilhas de loua foram usadas para comida
quente e no-casher, um judeu jamais poder us-la.
Como se "casheriza" um utenslio?
Primeiro, deve ser completamente lavada, at que esteja livre
de toda sujeira. colocada ento num caldeiro com gua
fervente. Imergir a vasilha em gua fervente a casheriza.
Entretanto, se for um objeto usado diretamente sobre o fogo,
como uma grelha ou espeto para assar carne, deve ser colocada
no fogo para tornar-se casher.
Tevil
Elazar ensinou tambm:
"Todas as panelas de metal, travessas, xcaras, copos ou
talheres que foram fabricados por um no-judeu ou comprados
dele, devem ser mergulhados num micv. Isto faz com que o
utenslio mude de um estado original para um de kedush
(santidade)."
Nossos sbios decretam que vasilhas de vidro tambm
necessitam de imerso num micv. Por isso, sempre que
comprarmos utenslios, devemos mergulh-los num micv
antes de us-los.
Os despojos de guerra so divididos
Os soldados, aps a guerra, deram uma poro aos cohanim, e

Ben Yisrael aos levitas. Por isso, Dus ordenou a Mosh:


"Divida os despojos entre os soldados e o restante de Ben
Yisrael."
Tanto os soldados como Ben Yisrael mais tarde deram uma
parte de sua cota aos cohanim e aos levitas.
A terra e as tribos de Gad e Reuven
Ben Yisrael possua terra a leste do Rio Jordo, aps conquistar
os poderosos reinos de Sichon e Og. As tribos de Gad e Reuven
possuam grandes rebanhos de ovelhas. Estas tribos enviaram
mensagens a Mosh, solicitando: "Por favor, deixe-nos assentar
aqui, margem leste do Rio Jordo, em vez de cruz-lo at Erets
Yisrael. Os campos aqui so largos e abertos. Sero excelentes
para pastagens de ovelhas.
"Mosh, sabemos que no nos levar at Erets Yisrael. Voc
morrer do lado leste do Rio Jordo. Deixe-nos ficar aqui, tambm."
Ouvindo este pedido, Mosh sentiu-se infeliz. Respondeu: "Vocs
so duas tribos fortes. Se ficarem a leste do Rio Jordo, Ben
Yisrael pensar que vocs esto temerosos de lutar com os
canaanitas. Isto os desencorajar de conquistar o pas. Podem
tambm pensar que Erets Yisrael no especial se vocs no
desejam um pedao da terra. Esto repetindo o pecado dos
espies! Como eles, esto desencorajando ben Yisrael de
conquistaar Erets Yisrael!"
Os emissrios de Gad e Reuven responderam: "No
permaneceremos aqui enquanto Ben Yisrael luta com os
canaanitas. Deixe-nos construir abrigos para nossos rebanhos e
cidades para nossas famlias. Deixaremos nossas mulheres e
crianas neste lado do Jordo enquanto ns os homens
marcharemos com vocs at Erets Yisrael para lutar. Estamos
preparados para marchar frente do exrcito. Permaneceremos
no apenas at que a guerra tenha fim, mas at que a terra seja
dividida entre Ben Yisrael."
Quando Mosh ouviu estas palavras, concordou. Disse-lhes:
"Construa cidades para suas famlias e abrigos para os rebanhos a
leste do Rio Jordo."
Mosh primeiro mencionou as cidades para o povo e somente
ento, os animais. Ben Gad e Ben Reuven tinham posto o gado
em primeiro lugar. Mosh insinuou a eles que estavam pensando
mais sobre o rebanho que sobre os seres humanos.
Mosh continuou: "Se vocs mantiverem sua palavra e ajudar Ben
Yisrael a lutar at que a conquista seja efetuada, recebero suas
pores a leste do Rio Jordo. Mas se quebrarem sua promessa,
no recebero nenhuma terra a leste do Jordo.
No temam perder, ao ajudar Ben Yisrael. Sero mais rico do que
se tivessem permanecido a leste do Jordo durante a conquista de
Erets Cana."
Quando Mosh concedeu o territrio a Gad e Reuven, percebeu

que era grande demais apenas para as duas tribos. Por isso
procurou outra tribo para morar com eles. Escolheu metade da tribo
de Menash.
Por qu?
Dessa maneira, Dus acertou com Menash um antigo dbito.
Menash, filho de Yossef, (e fundador da tribo que leva seu nome)
fez com que os seus tios (e fundadores das demais tribos)
rasgassem suas vestes.
No livro de Bereshit, na parash de Mikets, a Tor nos relata como
Menash, incgnito, e a mando de seu pai, perseguiu as tribos para
exigir de volta a taa de Yossef, ento o vice-rei do Egito,
supostamente "roubada" por eles. Desesperados por serem
acusados falsamente pelo roubo, rasgaram suas vestes. Portanto, a
poro da tribo de Menash na Terra Santa foi dividida. Metade de
sua herana estava em Erets Yisrael e a outra metade na margem
leste do Jordo.
As tribos de Gad e Reuven estavam certas ao requisitar terra a
leste do Rio Jordo?
Quando as duas tribos requisitaram terra a leste do Jordo,
cometeram um erro. Pensaram que no haveria pasto suficiente
para seu rebanho em Erets Yisrael. Isso no era verdade. Dus
criou Erets Yisrael de forma tal que fosse grande o suficiente para o
povo judeu e seus pertences. Poderia ter "esticado" Erets Yisrael
para incluir estas duas tribos e seus rebanhos.
Gad e Reuven abriram mo de viver em um pas de kedush
(Santidade). O lado leste do Jordo no possui o mesmo nvel de
santidade que Erets Yisrael. A Shechin no repousa l, e o Bet
Hamicdash no pode ser construdo naquele local.
Estas tribos se separaram do restante de Ben Yisrael. No outro
lado do Jordo, havia o perigo de que abandonassem a Tor e
imitassem as naes que os rodeavam. De fato, a tribo de Menashe
percebeu isso.
As duas tribos e meia mantiveram sua palavra. Eles e seus
descendentes seguiram a Tor. Para os dias santificados, viajavam
ao Bet Hamicdash em Jerusalm. Entretanto, como viviam to
afastados do restante de Ben Yisrael, seu cumprimento da Tor
tornou-se mais fraco que o da maioria dos judeus vivendo em Erets
Yisrael. Quando mais tarde a nao judaica pecou e foi levada ao
exlio, estas tribos foram exiladas em primeiro lugar.
Dos fatos sucedidos s duas tribos e meia, aprendemos como
importante associar-se com judeus verdadeiramente cumpridores
de Tor.
Todos ns somos influenciados pelos que nos cercam. Se
estivermos prximos a judeus que so Ben Tor, nos fortalecemos
e crescemos em nossa observncia da Tor.

Poro Semanal: Mass


Bereshit 47:28 - 49:26

A Parashat Mass (Bamidbar 33:1 - 36:13) inicia-se com um resumo de toda a rota viajada
pelo povo judeu durante seus quarenta anos no deserto, comeando com seu xodo do
Egito e concluindo com sua chegada s margens do Rio Jordo.
Aps ordenar ao povo para expulsar todos os habitantes da Terra Santa, a Tor delineia as
fronteiras exatas da terra de Israel. J que os levitas no receberiam uma poro como os
demais, cidades especiais foram separadas para eles. Alguns destes locais serviriam
tambm como cidades de refgio para algum que, sem inteno, tenha matado uma
pessoa, e ento fugiria para uma destas cidades para buscar abrigo e evitar a vingana de
um parente prximo da vtima, l permanecendo at a morte do atual Cohen Gadol.
Aps estabelecer os parmetros para as vrias categorias de assassinato, o livro Bamidbar
conclui com informao mais completa a respeito das filhas de Tslofchad e as leis sobre
herana.
Mensagem da Parash
Uma rota para o equilbrio
por Rabi Yonason Goldson

DO povo judeu nico no sentido de ser verdadeiramente um, no uma coleo de


indivduos juntando-se para formar uma nao, mas uma nica alma coletiva dividida em
entidades separadas. Cada um tem uma identidade definindo seu papel especial como
parte integral do todo. Assim como o corpo humano no funciona adequadamente a menos
que cada parte faa seu trabalho, assim tambm a nesham judaica coletiva adoece
quando os indivduos que a compem no cumprem suas responsabilidades. E quando o
corpo no est bem, todas suas partes sofrem.
O poder e responsabilidade a ns confiados por D'us so impressionantes, e as
conseqncias de nossas falhas so potencialmente desastrosas. O Criador, em Sua
infinita sabedoria, entendeu que a maioria de ns inevitavelmente tropearia de vez em
quando durante nossa passagem pela vida neste mundo, portanto Ele construiu em Seu
plano da criao um plano de emergncia: quando uma pessoa tropea, outra pode ajudla; quando algum judeu danifica o universo por agir de forma irrefletida ou descuidada,
outro judeu pode reparar seu dano.
Aqueles tsadikim, os justos que mergulham no estudo e prtica da Tor de D'us, so a
equipe da reparao. Ao atingirem nveis ainda mais elevados de entendimento e
observncia atravs de sua sensibilidade a cada nuance e entonao das palavras da
Tor, retificam os enganos cometidos pelo restante de ns, e nos guiam em direo a um
maior entendimento de ns mesmos, para que no erremos novamente.
Nas palavras da poro desta semana da Tor h uma sutil aluso a estas idias. Quando
algum reconta suas viagens, normalmente diz que viajou a um determinado lugar e l
permaneceu. A Tor, entretanto, ao recontar as jornadas dos filhos de Israel, emprega um
fraseado estranho, sem mencionar chegada alguma. Alm disso, a lista comea
declarando: "E Mosh escreveu as suas sadas, conforme as suas jornadas e essas so
suas jornadas conforme as suas sadas." (Bamidbar 33:2); alm da aparente inconsistncia
e redundncia, o prprio significado do versculo evasivo.
As palavras deste versculo contm o seguinte significado alegrico: em nossas jornadas
pela vida, como as viagens dos filhos de Israel pelo deserto, s vezes "viajamos" para fora
do caminho que D'us preparou para ns, e nos tornamos perdidos em um deserto
espiritual. Nestes momentos, os justos dentre ns "saem" para retificar o que fizemos; pela

sua persistncia pessoal no estudo e prtica da Tor, guiam-nos de volta ao caminho certo
pelo exemplo que estabelecem. Dessa maneira, aps "nos afastarmos" de um lugar, eles
"acampam" no prximo, significando que eles restabelecem o balano celestial do universo,
e restauram a direo do povo judeu sua correta orientao.
Quem so estes tsadikim?
Ningum deveria ficar satisfeito com suas conquistas, dizem nossos sbios, at que tenha
atingido o nvel de nossos antepassados Avraham, Yitschac e Yaacov. Esta no uma
tarefa impossvel? Assustadora, talvez, mas no impossvel, pois os sbios com suas
palavras pretendiam transmitir-nos que assim como os Patriarcas aperfeioaram-se ao
perceber o completo potencial que D'us lhes concedeu, assim tambm seremos como eles
se desenvolvermos ao mximo nosso potencial.
Dessa maneira, pedimos trs vezes ao dia ao Criador em nossas preces para "colocar
nosso quinho junto deles os justos para sempre".
Ele nos guie e nos ajude a desenvolvermo-nos at o limite de nosso potencial, para que
possamos ser contados juntos com os justos neste mundo e no vindouro.

Mass
Mosh e os locais do acampamento

Os levitas recebem 48 cidades em Erets


Yisrael

A conquista e a definio das fronteiras de A diferena entre as 6 cidades-refgio e as


Erets Yisrael
42 cidades
Cidades-refgio e a gravidade do crime de As filhas de Tselafchad encontram
assassinato
maridos

Imprima o Midrash completo

Mosh e os locais do acampamento


Dus ordenou a Mosh: "Anote o nome de cada lugar onde Ben Yisrael acampou
durante os 40 anos em que caminhou pelo deserto."
O primeiro nome que Mosh escreveu foi "Ramss." Nesta cidade egpcia, Ben Yisrael
havia se reunido para comear a jornada pelo deserto. De Ramss, tinham seguido a
um local no deserto chamado Sukot. Por que era chamado de Sukot? Est relacionado
palavra Lechassot, cobrir, porque em Sucot, Dus cobriu Ben Yisrael com as nuvens da
glria.
Mosh continuou a anotar o nome de cada lugar onde Ben Yisrael tinha acampado. A
lista completa abrangia 42 locais, terminando com "as plancies de Moav."
Por que Dus desejava estes nomes registrados na Tor
Por que Dus pediu a Mosh que listasse todas as paradas feitas por Ben Yisrael? Que
interesse poderiam ter para as futuras geraes?
Eis aqui algumas respostas:
1. Aps o pecado dos espies, Dus puniu a gerao de Mosh com quarenta anos
vagando pelo deserto. Poderamos pensar que Dus forou os judeus a vagar
constantemente. Por isso Dus disse a Mosh que registrasse todos os locais em que

acamparam, para nos mostrar que Ben Yisrael freqentemente acampava e


descansava. Repousaram em 14 locais antes que pecassem com os espies. Desconte
estes da lista total de 42 locais. Teremos ento que, aps o decreto de Dus e
permanecer no deserto por 40 anos, eles passaram por apenas 28 lugares. Destes 28,
subtramos outros 8 lugares pelos quais Ben Yisrael viajaram no quadragsimo ano,
aps a morte de Aharon. (Estes oito no faziam parte de suas caminhadas; pelo
contrrio, foram erros de Ben Yisrael). Aps a morte de Aharon, estavam to
temerosos dos ataques inimigos que retrocederam oito paradas.)
Assim, restam 20 lugares, nos quais acamparam durante um perodo de 38 anos. (O
pecado dos espies ocorreu no segundo ano.) Em outras palavras, os judeus puderam
parar e descansar, em mdia, dois anos em cada local.
Desta forma percebemos que quando Dus decreta uma punio, Ele o faz com
misericrdia. Ao lermos na Tor esta lista de locais entendemos melhor isso. Sabemos
tambm que os judeus de nada sentiam falta, enquanto viajavam pelo deserto. Dus lhes
fornecia o man, gua do Poo de Miriam, alm de rode-los com nuvens de glria.
Os tsadikim entre Ben Yisrael nunca tiveram que "vagar." Como viajavam?
As nuvens de glria que se espalhavam sob Ben Yisrael os carregavam. Eram
transportados por estas nuvens, sem nenhum esforo de sua parte.
2. Quando geraes posteriores de Ben Yisrael estivessem morando em Erets Yisrael,
leriam a lista de locais de acampamento na Tor. Cada local foi assim denominado
devido a algum evento que l acontecera.
Por exemplo, um pai leria o nome do local: Dafca. Diria ento aos filhos:
"Ouam, crianas! Em Dafca, Dus fez cair o man do cu para nossos antepassados!
Eles estavam num deserto rido onde nada crescia, e ficaram preocupados. Onde
conseguiriam alimento? Mas Dus lhes forneceu. Este local foi chamado Dafca porque
os coraes do Povo de Israel batem ansiosamente devido falta de alimento." (A
traduo da palavra dofec bater.)
E quando o pai pronunciasse o nome Ritma, diria aos filhos: "Este local foi chamado
Ritma porque foi l que os espies falaram lashon har sobre Erets Yisrael."
Lashon har comparado madeira da piaava (Ritma). Por que?
O Midrash explica:
A assombrosa qualidade da madeira da piaava
Dois viajantes no deserto descansavam sob uma moita de piaavas. Cortaram alguns
dos galhos, e prepararam um fogo para cozinhar sua comida.
Um ano depois, passaram pelo mesmo local novamente. "Olhe, este o local onde
paramos no ano passado!" um mostrou ao outro. "Vamos descansar aqui outra vez!"
Pisaram sobre as cinzas de sua antiga fogueira com os ps descalos, pois no tinham
sapatos. De repente, sentiram os ps chamuscados! Os carves da piaava ainda
estavam quentes por dentro, embora no se pudesse imaginar isso apenas os olhando.
"Como fantstica esta madeira de piaava! Ainda est incandescente aps um ano
inteiro!" observou um deles.
Agora podemos entender por que nossos sbios comparavam lashon har madeira da
piaava. Se algum d ouvidos ao lashon har sobre outra pessoa, pode aparentemente
esquecer. Mas enraizado em sua mente, o lashon har ainda "continua incandescente";

seu efeito perverso perdura por muito tempo.


Como os espies haviam falado lashon har, e Ben Yisrael o tinham aceitado, este
local foi chamado "Ritma", lembrando-nos da madeira da piaava.
Destes exemplos, vemos que o nome de cada local de acampamento importante.
Toda vez que um judeu o ler, lembrar das maravilhas que Dus ali realizou, ou algum
incidente ocorrido com Ben Yisrael.
3. O Midrash oferece uma outra razo:
Estes locais merecem uma meno honrosa porque acomodaram os judeus durante
suas caminhadas. Foram honrados, embora lugares no tenham vontade prpria.
Isto nos ensina a grande recompensa da hospitalidade. Se um judeu, por livre escolha,
abre sua casa a algum que precisa de alimento e um local para dormir, muito mais Dus
o honrar!
A conquista e a definio das fronteiras de Erets Yisrael
Dus ordenou a Mosh que explicasse ao povo judeu as mitsvot que
teriam que cumprir em Erets Yisrael. Uma delas era: "Vocs no
podem se estabelecer entre as sete naes que l vivem. Depois
que conquistarem a terra, devem expuls-las! Estas naes so
idlatras e praticam atos ilcitos. Se viverem junto a eles, imitaro
seus erros e pecados. Se obedecerem, permanecero no pas. Do
contrrio, as naes que l deixarem causaro infortnios ao Povo
de Israel. Destruam todos os dolos que encontrarem no pas."
Mosh descreveu aos judeus as fronteiras exatas de Erets Yisrael a
leste, norte e sul do pas. A fronteira a oeste o Mar Mediterrneo.
Por que devemos conhecer as fronteiras?
Porque muitas mitsvot aplicam-se apenas a Erets Yisrael. Por
exemplo, terumot (doaes aos cohanim)e maasrot (dzimos) so
separados do gro, vinho e azeite de oliva que venham apenas da
produo de Erets Yisrael. (Os sbios instituiram que trumot e
maasrot sejam separados tambm de frutas e vegetais). Por isso
precisamos saber as fronteiras exatas do pas, para saber se a
produo crescia ou no em Erets Yisrael.

Cidades-refgio e a gravidade do crime de assassinato


Dus ordenou a Mosh: "Separe trs ar miclat (Cidades de refgio) a leste
do Rio Jordo. Depois que Ben Yisrael cruzar o Jordo, Yehoshua dever
separar outras trs em Erets Yisrael."
"Se um judeu matar outro sem inteno, acidentalmentem, dever correr
em direo de uma ir miclat, cidade de refgio. Em seguida, os juzes do
Sanhedrin o levam a julgamento e determinam se ele matou
intencionalmente (Bemezid) ou por engano (Beshogueg). Se decidirem que
o assassinato foi cometido deliberadamente, o assassino no pode retornar
a cidade-refgio. condenado morte pelo Bet Din (desde que tenha sido
advertido e duas pessoas tenham testemunhado o assassinato)".
"Entretanto, se os juzes decidirem que o assassinato ocorreu por acidente
por exemplo, a pessoa estava cortando madeira e o ferro do machado voou
e matou um circunstante eles o mandam de volta a ir miclat. Apenas l
ele estar a salvo do goel hadam. O goel hadam (o redentor do sangue) o

parente mais prximo da vtima. Ele tem o direiro de matar o assassino em


qualquer local, fora de um ir miclat, mas jamais dentro do ir miclat."
Por que a Tor permite que o goel hadam mate um assassino?
Para entender esta parte, vejamos o que a Tor nos diz sobre o pecado de
assassinato.
A seriedade de se destruir uma vida
De todos os pecados que um ser humano pode cometer contra o prximo, a
Tor considera o assassinato o pior de todos. Muitas falhas cometidas
contra o prximo podem ser corrigidas. Se uma pessoa insulta outra, pode
se desculpar; se roubou alguma coisa, pode devolv-la ou pagar por ela.
Mas se tirou a vida de algum, jamais poder restitu-la. Alm disso, muito
provavelmente a vtima teria tido filhos. Agora todas estas geraes no
podero nascer. Assim, como se o assassino tivesse matado todas estas
pessoas porque as impediu de vir a este mundo.
Quando Cayin assassinou seu irmo Hevel, Dus o repreendeu, dizendo: "O
sangue de seu irmo e o sangue de todos os filhos que ele poderia ter
clamam por Mim da terra!" "O sangue da vtima" clama" por Dus e lhe
pede: "Castigue o assassino!"
Mesmo se algum foi morto por engano, seu sangue clama a Dus e exige
punio. Se o assassino tivesse sido uma pessoa justa, Dus no permitiria
que este ato acontecesse atravs dele. Por isso, o goel hadam tem o direito
de puni-lo.
Entretanto, como matou sem inteno, o assassino pode escapar a uma
cidade-refgio e l ficar a salvo do goel hadam. Seu castigo que deve
deixar seu lar e ficar em local novo e estranho. Esta punio expia o seu
pecado.
Por quanto tempo algum que matou por acidente deveria permanecer na
cidade-refgio? O assassino deveria permanecer at a morte do cohen
gadol vigente. Ento poderia retornar para casa.
O que tem o cohen gadol a ver com isso?
dever do cohen gadol rezar regularmente para que nenhuma tragdia se
abata sobre Ben Yisrael. Se suas oraes tivessem sido perfeitas, um
assassinato no deveria ter ocorrido. O fato de que um assassinato ocorreu
durante seu tempo, mostra que o cohen gadol de certa forma responsvel.
A morte do cohen gadol expiava o assassinato cometido.
Nossos sbios nos dizem que os assassinos em uma cidade-refgio
dificilmente poderiam esperar que o cohen gadol morresse para que
pudessem voltar para casa.
Preocupados de que os assassinos poderiam rezar pedindo a morte de seus
filhos, as mes de todos os cohanim guedolim faziam a ronda nas cidadesrefgio. Serviam-lhes alimentos e bebidas, esperando que os refugiados se
sentissem confortveis. Queriam que eles apreciassem a estadia no ir
miclat, e no que rezassem pedindo a morte do cohen gadol!
A Tor adverte o Bet Din: "No aceitem dinheiro de um assassino nointencional para deix-lo voltar para casa! Ele deve permanecer no ir miclat
at que o cohen gadol falea."

O Bet Din tambm advertido: "Nunca aceite dinheiro de algum que


assassinou intencionalmente para poup-lo da pena de morte!"
Assim que Mosh ouviu a ordem de Dus, separou trs cidades-refgio a
leste do Jordo.

Os levitas recebem 48 cidades em Erets Yisrael


Os levitas serviam no Bet Hamicdash e eram os que ensinavam
Tor para todo o povo. No tinham tempo para cultivar fazendas.
Por isso, no receberam uma parte de Erets Yisrael.
Em vez disso, Dus ordenou a Mosh: "D aos levitas 48 cidades,
espalhadas por todo Erets Yisrael." Destas 48, seis eram os aray
miclat designadas por Mosh e Yehoshua. Nossos sbios explicam
que no apenas estas seis, como tambm as outras 42 cidades
protegiam assassinos que no tiveram inteno de matar. Em
outras palavras, todas as 48 cidades levitas serviram como aray
miclat.
Como havia cidades de levitas por todo Erets Yisrael, cada distrito
tinha mestres de Tor.
Dus ordenou: "Cada cidade dos levitas dever ter uma rea aberta
com mil amot (aproximadamente 500 m2) em volta." Este espao
permanecia aberto para embelezar a cidade. Era proibido plantar
ali. Quando Ben Yisrael vinha para aprender Tor com os levitas,
ficavam impressionados pela bela paisagem. Isto os ajudava a
honrar os mestres de Tor.
A rea aberta ao redor de cada cidade era circundada por uma
segunda rea em volta de maior dimenso, onde os levitas tinham
permisso de cultivar plantas e apascentar seus rebanhos.
interessante notar que no futuro, quando Mashiach chegar, a tribo
dos levitas tambm receber sua poro de Erets Yisrael. A terra
ento, ser dividida em treze tribos.
A diferena entre as 6 cidadesrefgio e as 42 cidades
A Tor chama as seis cidades
separadas por Mosh e
Yehoshua de "ar miclat."
Por que a Tor designa apenas
seis cidades em particular de "ar
miclat?" A resposta que estas
seis tm duas vantagens sobre as
outras quarenta e duas:
1. Um assassino podia viver sem
arcar com nenhuma despesa por
sua permanncia enquanto nas
outras cidades, pagava aluguel
aos levitas.
2. Estas seis protegeriam um
assassino mesmo se ele no
percebesse que a cidade qual
chegara era um refgio.

Entretanto, nas outras quarenta e


duas, um assassino era protegido
do goel hadam apenas se
soubesse que estava em uma
cidade levita.
Por que Dus designou as cidades
levitas como local de refgio?
Uma oportunidade de
reabilitao
Dus no encarcerou o assassino
dentro de uma priso sozinho ou
em companhia de outros
delinquentes. Muito pelo
contrrio, o estabeleceu em um
ambiente de santidade mxima
entre os levitas, servos dedicados
a Dus e mestres de Tor. Esta
atmosfera era espiritualmente
benfica ao assassino e a melhor
oportunidade de reabilitao.

As filhas de Tselofchad
encontram maridos
A parash de Pinechas nos conta a
histria das filhas de Tselofchad:
Haviam pedido a Mosh que as
deixasse herdar o quinho da terra
que pertencia ao seu pai, j que
ele no tivera filhos homens.
As filhas de Tselofchad eram da
tribo Menash. Os chefes desta
tribo foram a Mosh e
reclamaram: "As filhas de
Tselofchad poderiam casar-se
com homens de uma tribo
diferente. Mais tarde, seus filhos
herdaro sua terra. Em resultado
disso, nossa tribo perder
propriedades."
Mosh respondeu em nome de
Dus: "Sua reclamao justa. As
filhas de Tzelofchad devem
escolher maridos de sua prpria
tribo, Menashe, para que esta tribo
no perca propriedades.
Esta lei era eficaz apenas durante
a gerao de Mosh, para
estabelecer os limites de cada

tribo.
Machl, Chogl, No, Milk e
Tirrs seguiram o conselho de
Mosh. Todas encontraram
timos maridos em sua prpria
tribo. Nenhuma delas tinha menos
que quarenta anos quando se
casou. Como eram grandes
tzidkaniyot ( mulheres ntegras),
Dus realizou um milagre para
elas. Todas tiveram filhos, mesmo
tendo se casado em idade
avanada.
A lista de locais no deserto nos d
chizuc (encorajamento)
Nesta Parash, Dus listou todos
os lugares no deserto pelos quais
Ben Yisrael viajou.
Aps a destruio do Bet
Hamicdash, o povo judeu tornouse andarilho novamente. Foram
exilados de seu pas. Aps a
Primeira Destruio, foram
levados a Babilnia, e aps a
Segunda Destruio, para Roma e
outros paises. H milhares de
lugares pelos quais nossa nao
viajou pela galut. E em muitos
deles os judeus foram oprimidos,
maltratados e mortos.
Podemos pensar que Dus
esqueceu o quanto Ben Yisrael
sofreu por todos esses anos. Mas
no assim. Como Dus disse a
Mosh para escrever a lista de
locais no deserto, da mesma
forma cada parada deste exlio
anotada perante Ele no cu. Ele se
lembra de todo o sangue que foi
vertido e de todas as lgrimas que
foram derramadas.
Estamos no fim de nossa jornada.
Dus, em Seu grande amor pelo
povo judeu, Quem est nos
dirigindo atravs do exlio em

direo vinda de Mashiach.


O Midrash nos relata que a nao
judaica reclama a Dus: "No
Egito, Tu nos mandaste Mosh
para nos libertar do exlio, e mais
tarde mandaste outros lderes para
nos ajudar: Yehoshua, os Juzes, e
os Reis . Porm, aps isto, fomos
enviados novamente ao exlio!"
Dus responde: "Isto aconteceu
porque vocs foram libertados por
seres humanos. No futuro Eu
mesmo os redimirei. Ento sua
liberdade ser eterna, assim como
Eu. Vocs jamais tero que
suportar a vergonha do exlio."

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