Bamidbar
Bamidbar
Bamidbar
neste mundo.
Vantagens da humildade em relao Tor:
Para progredir em Tor, deve-se procurar a
companhia dos estudiosos, que so mais sbios, e
aprender deles. Uma pessoa arrogante no aceita
conselho e orientao de outros.
Algum que est convencido de sua prpria
superioridade no se empenhar em cumprir as
mitsvot que no considera importantes, nem
investir muitos esforos em preencher os detalhes
requeridos por outras.
D'us gosta das pessoas humildes, pois
constantemente revisam seus atos, a fim de
corrigir seus erros. Uma pessoa arguta, no entanto,
no aberta crticas, nem tem senso de
autocrtica. Por isso, est longe de fazer teshuv.
Benefcios gerais da humildade:
Uma pessoa humilde aproveita a vida, a despeito
das circunstncias materiais; enquanto uma
pessoa arrogante no est satisfeita com seu
quinho. O presunoso est convencido de que
D'us e seus semelhantes lhe devem por seus
talentos, contribuies ou mritos. Ele no
suficientemente recompensado com
reconhecimento ou dinheiro; sofre de
descontentamento e frustrao.
Se o infortnio atinge uma pessoa arrogante, ela
se ressente demais. Uma pessoa humilde, por
outro lado, consegue superar os problemas,
inconvenincias e situaes desagradveis da
vida.
Uma pessoa humilde faz amigos; uma pessoa que
se sente o centro do universo, no. Ela no pode
perdoar aqueles que a insultam, ou no a tratam
com deferncia e como resultado, dificulta sua
aproximao e relacionamento com outras.
2. "Parecendo-se com o deserto" tambm implica
que um judeu deve estar pronto a sacrificar
conforto material em prol da Tor. O conceito de
"deserto" sugere o oposto civilizao, com seus
luxos e confortos materiais. Um judeu pode esperar
progredir no estudo da Tor e cumprimento das
mitsvot somente se estiver preparado para fazer
algum sacrifcios em assuntos terrenos.
Na maioria das vezes, impossvel atingir a
perfeio em todas as reas. Por exemplo, difcil
um homem ser tremendamente bem sucedido nos
negcios, e, ao mesmo tempo, altamente criativo
Demorou um longo tempo at que Mosh, Aharon e os lderes das tribos recebessem e
contassem as moedas. Quando todas foram contadas, Mosh obteve estes resultados:
Tribo
Nmero de homens
Reuven
46.500
Shimon
59.300
Gad
45.650
Yehud
74.600
Yissachar
54.400
Zevulun
57.400
Efrayim
40.500
Menash
32.200
Binyamin
35.400
Dan
62.700
Asher
41.500
Naftali
53.400
Total
603.550
anos ter sido contado no censo, os levitas eram exceo. D'us disse a Mosh que
contasse os vares levitas a partir da idade de um ms. (Antes de um ms de idade a
vida de um recm-nascido incerta).
Por que os bebs dos levitas eram contados, apesar de serem jovens demais para
realizarem qualquer tipo de servio? (Um levi s pode servir a partir dos trinta anos.)
Sabendo que at mesmo seus filhos eram contados no censo, os pais tomariam
cuidados especiais para educar os filhos em santidade. Tanto pais quanto filhos
merecem ser recompensados por todos os anos de preparo para o Servio de D'us.
O resultado da contagem da tribo de Levi
Quando Mosh totalizou o nmero de levitas do sexo masculino acima de um ms, viu
que havia 22.300 deles.
Como este total pode ser comparado aos totais das outras tribos? Consulte a tabela que
mostra os nmeros de cada tribo. Ver que a tribo dos levitas era a menor de todas. Isto
mesmo tendo os levitas sido contados a partir da idade de um ms, ao passo que as
outras tribos eram contadas a partir dos vinte anos!
Por que esta tribo era to pequena?
As outras tribos foram foradas a fazer trabalho escravo no Egito. Quando este trabalho
comeou, D'us prometeu: "Quanto mais duro for o trabalho forado do povo judeu, mais
eu os farei se multiplicar." Por isso as mes das tribos restantes tinham seis filhos de
uma s vez. Mas, como os levitas no foram obrigados a trabalhar, suas mulheres
tinham apenas um beb a cada vez. Como resultado desse fato, a tribo dos levitas era
menor.
Kehat Carregavam
os objetos
mais sagrados
do
a arca
a mesa
a menor
os dois altares
Tabernculo
Merari Carregavam
as partes de
madeira do
Tabernculo
as tbuas
os postes e os pilares
os soquetes do Tabernculo e do ptio
as cordas usadas para atar as cortinas de rede do ptio
Nenhum outro utenslio era coberto com um tecido azul por fora, porm isto
era feito com a arca a fim de chamar a ateno sua santidade especial. O
mais sagrado dos utenslios corresponde ao Trono Celestial de Glria. O
tecido azul lembrava seu significado aos que o viam.
Como a arca era transportada
A cerimnia do transporte da arca tambm era especial:
Os quatro carregadores da arca precisavam marchar de frente para esse,
nunca ficando de costas para a arca. Por conseguinte, os dois carregadores
da frente andavam para trs.
Enquanto transportavam a arca, os cohanim cantavam louvores a D'us
(similar aos anjos que cantam a D'us porque esto prximos da Shechin).
Um milagre maravilhoso ocorria quando os carregadores da arca pegavam
suas barras. No apenas era aparentemente sem peso, mas seus prprios
carregadores eram levantados e carregados junto. Este milagre foi
abertamente revelado e demonstrado quando os judeus, sob a liderana de
Yehoshua, chegaram ao Jordo a dez de Nissan de 2488.
Era poca de primavera, e o Jordo transbordava alm das margens.
Yehoshua disse ao povo: "D'us realizar agora um milagre que demonstrar
claramente que Ele est em nosso meio. Ajudar a convencer vocs de que
Ele expulsar as naes da Terra de Cana."
Yehoshua ordenou aos cohanim, que nessa ocasio especial carregassem a
arca no lugar dos levitas, e que adentrassem as guas do Jordo.
No momento em que os cohanim afundaram os ps no rio, a corrente
inferior repentinamente deteve-se, transformando-se em muralhas que se
elevaram a alturas gigantescas. Uma vez que as guas abaixo da posio
dos cohanim continuaram a fluir para baixo, os cohanim encontraram-se de
p sobre o leito seco do rio.
Yehoshua ordenou que a populao inteira cruzasse o Jordo, enquanto os
cohanim com a arca permaneciam em suas posies. Aps o povo ter
cruzado o rio, Yehoshua disse aos cohanim que retrocedessem e pisassem
na margem leste. Assim que o fizeram, a muralha rompeu-se e as guas
jorraram corrente abaixo.
Os cohanim, carregando a arca, estavam agora separados de seus irmos,
que estavam na margem oeste do rio. A arca ento, miraculosamente,
levantou os cohanim por cima das guas at onde estavam o povo judeu.
Nesta ocasio ficou bvio a todos que a arca carregava seus carregadores.
E isto ocorria o tempo inteiro.
Da mesma forma que como a alma que d vida sustenta o corpo, assim a
arca, que a alma e contedo espiritual do Tabernculo, sustentava seus
carregadores.
O milagre da "arca carregar os que a carregam" ensina um conceito bsico.
Uma pessoa geralmente se d crdito por "sustentar e cumprir a Tor",
esquecendo-se de dar crdito Tor por "sustent-lo." O cumpridor da Tor
afortunado em ter sua vida cotidiana regida pela Tor, em ter seus filhos
crescendo numa saudvel atmosfera de respeito aos mais velhos, e
Nass prossegue delineando as tarefas e responsabilidades das trs famlias levitas Gershon e Merari na poro desta semana, Kehat na semana passada - e contando todos os
levitas que estavam em idade de servir no Mishcan.
Depois que D'us ordenou a Mosh para purificar o acampamento para que fosse um lar
merecedor da Presena Divina, a Tor descreve o processo a ser cumprido com uma sot,
uma esposa que foi advertida pelo marido a no ficar sozinha com outro homem, e mais
tarde foi surpreendida fazendo-o, dando ao marido um bom motivo para suspeitar de
adultrio. Ela levada ao Cohen no Templo Sagrado e, caso no admita sua culpa, recebe
gua amarga sagrada para beber, o que levar a um destes dois resultados: ou as guas
estabelecero sua inocncia, removendo a dvida de seu relacionamento com o marido e
abenoando-a com filhos, ou as guas provaro sua culpa por uma morte miraculosa e
grotesca.
A Tor ento descreve as leis do nazir, uma pessoa que aceitou voluntariamente adotar um
estado especial de santidade, geralmente por trinta dias, abstendo-se de comer ou beber
qualquer derivado de uva, cortar o cabelo, e de contaminar-se atravs do contato com o
corpo de algum que morreu. Aps relatar as bnos pelas quais os Cohanim abenoaro
o povo, a poro da Tor conclui com uma longa lista das oferendas trazidas pelos doze
lderes das tribos durante a dedicao do Mishcan para uso regular. Cada prncipe faz uma
oferenda comunal para ajudar a transportar o Mishcan, bem como doaes idnticas de
baixa estatura) e seus dolos? Em vez disso, se tivssemos nos empenhado em cantar ante
o Todo-Poderoso, nunca teramos sido exilados!"
Todavia, como poderiam desobedecer efetivamente a ordem do captor?
Num instante engendraram um plano. Cada levi, sem hesitar, decepou o prprio polegar da
mo direita. Erguendo os tocos dos quais jorrava sangue para que Nevuchadntsar visse,
lamentaram: "Como podemos cantar a cano de D'us? (Tehilim 137:4) No v que nossas
mos esto mutiladas, e no podemos mais tocar nossos instrumentos?"
Enfurecido, Nevuchadntsar massacrou milhares de cativos. No obstante, os leviyim
estavam contentes em no terem concordado em tocarem msica perante dolos.
Aquele grupo de leviyim eventualmente retornou do exlio babilnio, e testemunhou a
reconstruo do Segundo Templo. D'us prometeu ao povo judeu atravs de juramento: "Os
leviyim feriram sua mo direita por amor a Mim; portanto, Eu juro por Minha mo direita que
finalmente derrotarei seus inimigos e restaurarei Jerusalm."
O mrito das mulheres judias no Egito
Enquanto o povo judeu viveu no Egito, os egpcios eram seus amos. Davam-lhe ordens. Mas
no podiam decretar com quem as moas e mulheres judias iriam se relacionar. Se um
egpcio tentava persuadir uma jovem judia a relacionar-se com ele, ela o recusava. E as
mulheres judias casadas eram fiis a seus maridos. No queriam nada com os homens
egpcios.
Quando D'us presenciou isso, disse: "O mrito das mulheres judias enorme. Por causa
delas, realizarei milagres para todo povo. Finalmente, libertarei o povo judeu do Egito pelo
mrito dessas mulheres justas."
D'us realizou assombrosos milagres para os judeus durante cada uma das dez pragas. Por
exemplo, durante a praga do sangue, quando um judeu baixava seu balde dentro de um
poo, tirava gua, ao passo que um egpcio tirava sangue do mesmo poo! E durante a
praga dos sapos, os sapos fugiriam dos judeus, mas saltavam sobre os egpcios. Estes
maravilhosos milagres foram realizados pelo mrito das mulheres judias.
D'us fez milagres ainda mais grandiosos para os judeus no Mar Vermelho, quando o Fara
os perseguiu. Mais uma vez, realizou-os em mrito as mulheres judias.
D'us disse a Mosh: "Desejo que todas as esposas judias continuem a ser fiis a seus
maridos, assim como o foram no Egito." A prxima seo nos falar da mulher infiel.
Sot - A esposa infiel
Esta passagem da parash trata de uma mulher, que como resultado do seu
comportamento, deu margem para seu marido suspeitar que cometera adultrio, mas no
havia provas sobre sua verdadeira culpa ou inocncia. A Tor nos d um processo milagroso
capaz de provar que ela havia pecado e causava sua morte juntamente com a do homem
que pecou com ela; ou ento, mostrava, sem sombra de dvida, que ela sempre foi fiel a seu
marido, restaurando assim a confiana e amor no casamento.
O judasmo, assim, enfatiza a definio de um matrimnio: no um meio conveniente para
satisfazer desejos fsicos, mas sim um relacionamento santificado que exige fidelidade e
pureza.
Este o nico julgamento na Tor que dependia de uma interveno sobrenatural; era um
milagre que ocorria enquanto o povo judeu se manteve num nvel espiritual elevado e
merecedor. Este processo foi abolido na poca do Segundo Templo, quando o povo judeu
morrer. Por isso, admita agora! No precisarei ento apagar o sagrado nome de D'us na
gua."
(Ambos, marido e mulher devem perceber a grande lio que D'us nos ensinou neste
episdio: Ele permitiu que Seu Nome fosse apagado para restaurar a harmonia de um lar.
Portanto, quando h uma discusso entre um casal, cada um deve estar pronto para
sacrificar sua dignidade e honra pessoal em prol da paz).
O cabelo da sota descoberto
Durante este procedimento o cohen descobria o cabelo da mulher. Porque o cabelo da sot
era revelado? Diziam a ela: "Uma mulher judia casada proibida de aparecer em pblico
com seu cabelo descoberto (Talmud Ketuvot 72a). Voc se desviou dos caminhos das filhas
judias. Agora, voc parecer uma gentia."
Qual o significado das palavras, "Sua esposa ser como uma vinha frutfera nos aposentos
interiores do lar; seus filhos como mudas de oliveiras ao redor de sua mesa" (Tehilim 128:3)?
Este versculo promete fertilidade e filhos esposa que se conduz com modstia e recato,
reservando sua beleza exclusivamente para o marido. A mulher que tem um cuidado
especial, cobrindo seus cabelos completamente, merecer filhos que brilharo como galhos
de oliveiras.
Azeitonas podem ser saboreadas frescas ou secas; so comercializadas como iguarias; e o
azeite produzido delas de cor mais clara que qualquer outro leo. Assim tambm, estes
filhos se destacaro nos estudos da Tor e ainda outros sero comerciantes honestos,
seguindo os ensinamentos Divinos em seus negcios. As folhas da oliveira no caem no
vero e nem no inverno, simbolizando que seus descendentes perduraro para sempre.
Mais ainda, ela faz com que sua famlia seja abenoada materialmente. Ela e seu marido
vivero para ver seus filhos e netos como o versculo continua: "Merecers ver os filhos de
seus filhos" (Tehilim 128:6).
O destino da mulher infiel
Quando o cohen terminava de advertir a mulher sobre sua punio, ele anotava num rolo de
pergaminho as palavras da Tor que disse a ela. Apagava a escrita com gua.
Finalmente, dava-lhe a gua para beber. Se ela fosse culpada, seu corpo inchava, a face
empalidecia e seus membros se enfraqueciam. Ao mesmo tempo, o homem com quem ela
pecou tambm era punido, mesmo sem ter bebido daquela gua. A mulher tirada para fora
do Templo Sagrado para ento morrer.
Por outro lado, se ela no cometeu pecado algum, a gua no lhe causava mal algum. D'us
a recompensava pela humilhao que ela havia passado. Para esta mulher as guas agiam
como um reconfortante remdio. Seus rgos se fortaleciam, seu rosto se tornava radiante;
se sofria de algum mal, estava curada. Se era estril, conceberia um filho. Se tivesse apenas
filhas, D'us, agora lhe concederia filhos homens. Se tivesse no passado complicaes no
parto, agora daria a luz com facilidade. Mais ainda, a Tor lhe prometia um filho especial e
tsadic (justo).
A promessa das pessoas que testemunharam a sota
Muitos judeus que viram o que aconteceu sot prometeram: "Nunca mais tocarei em vinho.
Pode ser que eu, tambm, beba demais, e faa algo errado.'
D'us disse: "Se um judeu prometer no beber mais vinho, deixe-o cumprir certas leis.
Observando estas leis, ele se tornar um nazir", que significa: aquele que se abstm de
beber vinho. E ao cumprir as outras leis de um nazir, torna-se uma pessoa santificada. Quais
so essas leis?
As leis de um nazir
D'us ordenou a Mosh: "Um homem judeu pode prometer tornar-se um nazir, ou uma mulher
judia uma nezir. Aquele que deseja tornar-se um nazir deve observar trs leis:
1 - Um nazir no pode beber vinho. Tambm no pode beber vinagre de vinho, suco de
uvas, ou comer qualquer parte de uma uva ou subproduto, como passas.
Se um nazir for visto perto de um vinhedo, as outras pessoas devem adverti-lo: "No
caminhe pelo vinhedo; caminhe ao redor dele! Isso ajudar a impedir que coma uma uva por
engano."
2 - Um nazir no pode ter seus cabelos cortados. D'us disse: "Como o nazir prometeu
abster-se de vinho para se afastar do pecado, ele tambm no deve cortar seus cabelos."
Por que um nazir proibido de cortar o cabelo? Um corte de cabelo faz com que a pessoa
tenha boa aparncia. O nazir deixa seu cabelo crescer longo e vontade. Ele no d
importncia a sua aparncia. Ao invs disso, concentra-se em seu comportamento e
pensamentos.
3 - Um nazir no pode tocar o corpo de um morto: D'us disse: "Aquele que cumpre as leis de
um nazir a meus olhos to grandioso e sagrado como um Sumo Sacerdote. Por isso, assim
como o Sumo Sacerdote, ele no pode tornar-se impuro por tocar numa pessoa morta. No
pode nem ao menos enterrar seu pai ou sua me."
Por que algum desejaria se tornar um nazir?
Esta vontade pode resultar de uma ocorrncia pessoal causada pela influncia prejudicial do
vinho; ou devido s suas convices que lhe seria benfico se abster dos prazeres
mundanos. Ele poderia achar tambm que est to envolvido na satisfao de seus desejos
fsicos que no consegue se concentrar no estudo de Tor e cumprimento das mitsvot.
Somente uma deciso drstica de alterar seus hbitos, que o force a se abster de
entretenimentos e prazeres usuais, poder transform-lo. Ele, ento, promete tornar-se um
nazir por um determinado perodo, na esperana que a santidade alcanada atravs desse
processo o elevar espiritualmente, fazendo dele uma pessoa melhor, mesmo aps o
trmino de sua nezirut.
Um dos famosos nezirim da nossa histria foi Shimshon, Sanso.
Mais leis do nazir
Quando algum promete: "Tornar-me-ei um nazir," sem especificar o tempo, torna-se um
nazir por trinta dias. Este o tempo mnimo para nezirut. Entretanto, a pessoa pode
prometer tornar-se nazir por perodos de tempo mais longos, at mesmo para o resto da
vida.
O que acontece a um nazir que acidentalmente torna-se impuro durante seus trinta dias de
nazir? Por exemplo, se morre uma pessoa na casa em que ele mora? O nazir deve esperar
sete dias para tornar-se puro novamente. No oitavo dia ele oferecia sacrifcios. Comeava
ento o perodo de trinta dias de nezirut novamente; os dias que tinha mantido at l no
contavam.
Finalmente, quando o nezirut de uma pessoa terminava, ele oferecia sacrifcios especiais.
Um deles era uma oferenda pelo pecado (chatat).
O Talmud nos diz que os grandes tsadikim ao tempo do Templo Sagrado tornaram-se
nezirim apenas para ter a oportunidade de oferecer uma oferenda pelo pecado! Como jamais
pecaram por engano, nunca tiveram a chance de trazer uma oferenda de chatat. Por isso,
para dar a D'us este tipo de sacrifcio, prometeram tornar-se nezirim.
Ao fim de sua nezirut, o nazir tambm tinha que raspar todo o cabelo da cabea e jog-lo no
fogo de um dos sacrifcios.
Havia no Templo Sagrado uma sala especial chamada "lishcat hanezirim", a sala para os
nezirim. Era ali que os nezirim raspavam seu cabelo. Raspar todo o cabelo de uma pessoa
bem desagradvel. O significado deste ato era lembrar ao nazir que no deveria dar ouvidos
ao instinto mal, mesmo aps o nezirut ter terminado.
A bno dada pelos cohanim
Em Israel ou numa sinagoga sefaradita fora de Israel, podemos ouvir a bno dos cohanim
todos os dias. Entretanto, numa sinagoga askenazita fora de Israell, a bno dos cohanim
recitada apenas em Pssach, Shavuot e Sucot, assim como em Rosh Hashan e Yom Kipur.
A bno sacerdotal est reservada para estes dias de jbilo.
Quando o chazan (cantor litrgico) termina a bno de "Modim" na prece mussaf, ele
proclama: "Cohanim!" Todos os cohanim presentes se dirigem frente da sinagoga.
O chazan o primeiro que pronuncia cada palavra da bno vagarosamente. Os cohanim a
repetem.
H trs versculos na bno sacerdotal:
Que D'us te abenoe e te guarde!
Que a face de D'us brilhe sobre ti e que Ele faa que encontre graa (a Seus olhos)!
Que D'us erga Sua face para ti e te d paz!
No Templo Sagrado, os cohanim pronunciavam o nome de D'us em cada versculo da
bno das cohanim da maneira como escrito, por extenso: Yud, H, Vav, H. Isto
proibido fora do Templo Sagrado.
Nesta parash, D'us disse a Mosh que ordenasse aos cohanim: "Assim abenoaro os
filhos de Israel..."
"Assim" significa que os cohanim devem conceder a bno da seguinte maneira:
De p.
De mos erguidas em direo ao cu.
Por que os cohanim tambm estendem os dedos?
Quando os judeus souberam que os cohanim os abenoariam, protestaram.
"Mestre do Universo," disseram, "por que Tu nos abenoas atravs de terceiros? Desejamos
que Tu nos abenoe diretamente!"
D'us replicou: "Apesar de ter ordenado aos cohanim que os abenoe, Eu tambm estarei
presente."
Por isso, ao recitar estas bnos, os cohanim deixam espaos entre os dedos como que
para indicar: "O Prprio Todo-Poderoso est presente atrs de ns." No Templo Sagrado, a
Shechin encontrava-se atrs dos ombros dos cohanim, e irradiava atravs das aberturas
entre seus dedos. As pessoas estavam proibidas de olhar para a Shechin, Presena Divina,
durante a recitao da bno sacerdotal. O costume atual de no olhar para os cohanim
durante a bno dos cohanim.
Os cohanim tambm devem:
Ficar de frente para a congregao.
Pronunciar a bno em hebraico.
No Templo Sagrado, pronunciavam o Nome de D'us, como est escrito.
Antes da bno dos cohanim, os cohanim recitam a bno: "Bendito s Tu, D'us, nosso
D'us, Rei do Universo, Que nos santificou com a santidade de Aharon e nos ordenou a
abenoar Seu povo de Israel com amor."
Por que Aharon mencionado nesta bno?
Os cohanim, descendentes de Aharon, receberam a honra de conceder a bno da paz
pelo mrito de Aharon, que amava a paz e trazia paz onde quer que percebesse discrdia ou
contenda.
Porque a bno sacerdotal inicia-se com a expresso "Assim"
D'us introduziu a bno dos cohanim com a expresso "Assim", aludindo a nosso patriarca
Avraham, a quem Ele abenoou: "Assim ser tua semente." (Bereshit 15:5)
Que bnos estas palavras contm?
Um viajante perdeu-se de sua rota. Caminhava exausto atravs do deserto quente e
abrasador por dias sem fim. Nenhuma estrada, nenhuma casa, nem sinal de vivalma vista.
J havia bebido a ltima gota d'gua de seu cantil, sua lngua grudara ao palato, de sede.
De repente, percebeu uma rvore distncia. Se uma rvore pode sobreviver no solo,
pensou, deve haver uma fonte de gua por perto.
Para sua alegria, descobriu uma fonte de gua fresca perto da rvore. Os galhos estavam
carregados de frutas. O viajante bebeu e bebeu da gua cristalina, comeu dos frutos e
mergulhou num profundo sono sombra refrescante.
Ao acordar, sentiu-se renovado, pois recuperara as foras.
"rvore, rvore, como posso lhe agradecer?" exclamou grato. "Gostaria de desejar-lhe que
tenha belos galhos, porm j os tem. Abeno-la-ia com deliciosos frutos? Seus frutos no
poderiam ser mais suculentos. Com sombra refrescante? J a tem. Com uma fonte de gua?
A nascente perto de voc pura e cristalina. Voc abenoada com todo tipo de perfeio.
Portanto, posso dar-lhe somente uma bno: que todas suas sementes nasam e cresam
exatamente iguais a voc."
Similarmente, D'us procurava uma bno para conceder a Avraham. "Avraham", disse, "que
bno posso te dar? Que voc seja um tsadic perfeito? Voc o . Voc foi lanado
fornalha ardente para santificar Meu Nome; abriu uma pousada para acomodar viajantes e
traz-los para sob as asas da Shechin; e disseminou Meu Nome pelo mundo inteiro. Que
sua esposa seja uma tsadeket? Ela j o . Que os membros de sua casa sejam tsadikim?
Eles j so. Tenho apenas uma bno para voc: 'Assim ser sua semente' - que sua
semente seja exatamente como voc!"
D'us introduziu a bno dos cohanim com a palavra "Assim", para indicar que a verdadeira
bno ao povo judeu seja que cada um de seus membros cresa para se tornar como seus
patriarcas.
Uma explicao do primeiro versculo da bno dos cohanim
Eis aqui uma maneira de explicar a bno:
Yevarechech: Que D'us abenoe teus pertences. Quando uma pessoa precisa alimento e
outras necessidades indispensveis, difcil para ela estudar Tor com tranqilidade. Por
isso, a bno que tenhamos suficiente sustento. Este versculo promete riqueza material
e sucesso.
Veyishmercha: Que D'us proteja teus pertences de serem roubados ou danificados. O que
acontece com tuas possesses na verdade determinado por D'us.
Um corajoso soldado prestou inestimveis servios a seu pas. Foi convocado a receber a
condecorao das mos do imperador. Este presenteou-o com um ba contendo cem
moedas de ouro valiosssimas. Muito contente por j Ter feito fortuna, o soldado acomodou o
ba sob a sela de seu cavalo e partiu para casa. Enquanto cavalgava por uma trilha deserta
na montanha, salteadores de repente o atacaram. Subjugaram-no e tomaram seu ba.
Desta maneira, sua fortuna se foi to rpido quanto viera.
Um rei que d dinheiro ou posses a algum nunca pode assegurar-se completamente contra
danos, roubo, perda, doenas ou morte, cuja ocorrncia impediria o beneficiado de usufruir
de seu presente. Somente o Rei dos Reis pode dar tal garantia. Portanto, aps prometer
bens materiais, D'us garante que Ele nos guardar de qualquer infortnio que possa impedir
nossa capacidade de nos beneficiarmos dela.
Alm disso, a palavra "Veyishmercha - Te guarde", tambm refere-se proteo contra o
ytser har, a m inclinao.
Riqueza material gera novos tipos de desejos. Dinheiro gasto com luxos torna-se uma
maldio ao invs de bno. As palavras "Que Ele te abenoe com riqueza," so seguidas,
portanto, de "e te guarde", do abuso, ao despend-lo com luxos. Em vez disso, que voc
utilize sabiamente o dinheiro para Tor e mitsvot.
O primeiro versculo da bno sacerdotal contm trs palavras, correspondendo aos trs
patriarcas, Avraham, Yitschac e Yaacov. Suplicamos a D'us que Se lembre de Sua aliana
com os patriarcas.
Uma explicao do segundo versculo da bno dos cohanim
Yaer: "Que a face de D'us brilhe sobre ti" significa: Que D'us oua tuas preces quando
rezares a Ele e te d entendimento ao estudar Tor.
Vichunca: Que Ele faa isso por ti, mesmo que no o mereas.
Qual o significado da palavra "vichunca"?
A palavra chen - graa (tambm relativa chinam - gratuito) denota uma ligao e apego
que no se originam da lgica ou da razo.
abenoado."
Avraham era similar a um jardineiro em cujo jardim cresciam arbustos com deliciosos frutos,
mas estavam entremeados com os galhos de plantas venenosas que cresciam perto deles.
O jardineiro pensou: "Se eu regar o arbusto frutfero, farei com que a planta venenosa cresa
tambm." Por isso, no molhou o arbusto frutfero.
Da mesma forma, Avraham no ousou abenoar Yitschac antes de morrer. No desejava ter
que abenoar Yishmael tambm.
Aps a morte de Avraham, o prprio D'us abenoou Yitschac. O poder de conceder bnos
foi ento transferido para Yitschac.
Yitschac deu a bno principal a Yaacov, e no a Essav. Yaacov recebeu o poder de
abenoar as pessoas. Abenoou todos seus doze filhos antes de morrer.
D'us disse a Mosh: "De agora em diante as bnos sero concedidas pelos cohanim.
Quando eles abenoarem o povo judeu com os versculos mencionados, Eu realizarei suas
bnos."
Os lderes das tribos doam carroas para o Tabernculo
Na Parash Shemini no Livro de Vayicr, aprendemos sobre os eventos ocorridos no oitavo
dia da consagrao do Tabernculo. Agora a Tor nos diz mais sobre o que aconteceu:
Os lderes das tribos desejavam doar algum objeto para o servio do Tabernculo. Por que
razo? Quando Mosh anunciou que cada judeu poderia doar materiais para a construo
do Tabernculo, os lderes no reagiram generosamente.
"Deixe que cada judeu doe o que quiser, e providenciaremos o que ficar faltando,"
declararam eles. Entretanto, logo perceberam que tinham cometido um erro. O povo
correspondeu com tantos presentes e tal entusiasmo que no havia sobrado nada para que
os lderes doassem. Finalmente descobriu-se que as pedras preciosas para o peitoral ainda
estavam faltando. Os lderes ento as forneceram. Mas eles ainda estavam tristes. Queriam
dar uma compensao para seu erro. O que mais poderiam doar para o Tabernculo?
Finalmente, tiveram uma idia: "As tbuas e os materiais do Tabernculo so pesados
demais para que os levitas os carreguem. Vamos dar-lhes carroas nas quais podero
colocar os objetos, e animais para pux-las."
Os lderes das tribos decidiram doar seis carroas e doze bois para pux-las.
D'us ordenou a Mosh: "Aceite as carroas e os bois dos lderes. Louve-os pelas doaes.
Diga-lhes: 'Foi uma idia maravilhosa ajudar no transporte das partes do Tabernculo.
Considero isso to notvel como se vocs tivessem Me ajudado a carregar o mundo todo!'"
Os lderes das tribos doam oferendas para consagrar o altar
Os lderes ainda estavam tristes. O que mais poderiam doar para o Tabernculo?
Um deles, o lder da tribo Yissachar, cujos membros eram particularmente sbios, tinham um
plano: "Deixe-nos doar animais para inaugurar o grande altar de cobre com oferendas
especiais!" Os lderes das tribos aprovaram a idia. Discutiram que tipo de animal doariam e
por fim decidiram: "Cada lder doar exatamente as mesmas oferendas. Assim, a
contribuio ser igual para todos os lderes."
D'us aprovou. Os lderes se preocupavam com os sentimentos uns dos outros e mostravam
respeito mtuo.
D'us disse a Mosh: "Aceite as oferendas dos lderes para consagrar o altar. Eles oferecero
seus sacrifcios em dias diferentes, comeando no oitavo dia dos dias de consagrao do
Tabernculo."
Mosh perguntou a D'us: "Quem oferecer primeiro os sacrifcios? O lder da tribo de
Reuven, a mais antiga, ou o lder da tribo de Yehud, a tribo que viaja em primeiro lugar?"
"O lder de Yehud ser o primeiro," decidiu D'us.
As oferendas dos lderes para a consagrao do altar
Eis aqui a doao de cada um dos doze lderes para a consagrao do altar:
1 - Uma bandeja de prata pesando 130 shekel. Estava repleta de farinha com azeite, como
uma oferenda de minch.
2 - Uma fina tigela de prata pesando 70 shekel. Estava tambm cheia de farinha e azeite
para uma minch.
3 - Uma colher de ouro. Estava cheia de incenso.
4 - Uma oferenda de ol, consistindo de um touro, um carneiro e um cordeiro.
5 - Uma oferenda de chatat, consistindo de um bode.
6 - Uma oferenda de shelamim, consistindo de dois bois, cinco carneiros, cinco bodes e
cinco cordeiros.
A Tor repete os presentes dos lderes das tribos por doze vezes. Isso nos mostra que cada
oferenda dos lderes era igualmente importante aos olhos de D'us.
Mosh ouve a voz de D'us vinda da arca
Ao final da Parash, ouvimos que Mosh entrou no Tabernculo, e escutou a voz de D'us.
D'us enviou um pilar incandescente do cu. Permaneceu entre os dois keruvim sobre a arca.
A voz de D'us vinha deste pilar. Embora a voz fosse alta e poderosa, ningum exceto Mosh
pde ouvi-la.
Por que a Tor menciona este privilgio especial de Mosh aqui?
Mosh era a nica pessoa que nada doou ao Tabernculo; D'us no lhe pediu que
contribusse. Mas quando viu os lderes oferecendo suas oferendas, sentiu-se entristecido.
Ele tambm desejava dar um presente para o Tabernculo.
Entretanto, a Tor nos diz que Mosh foi na verdade mais notvel que os lderes das tribos.
Apenas ele pde entrar no Tabernculo e escutar a voz de D'us.
Poro Semanal: Behaalotech
Bamidbar 8:1 - 12:16
Behaalotech
A mitsv de acender a Menor
oferendas dos sacrifcios de dedicao. Voc e seus filhos prepararo a menor no Tabernculo e no
Templo Sagrado.
A mitsv do acendimento da menor ser eterna. Seus descendentes, os cohanim conhecidos como
Chashmonaim (Macabeus), instituiro a mitsv permanente de acender as velas de Chanuc. Assim,
seu 'chanuc' (inaugurao, em hebraico) continuar para sempre; enquanto que a inaugurao dos
lderes das tribos apenas temporria."
D'us usou um termo nada usual para 'acender' a menor, dizendo: "Behaalotech / quando voc fizer
subir" em vez de "behadlicch / ao acender". Dentre outras implicaes, este termo denota: "Voc ser
elevado." Cumprindo a mitsv, os judeus tornam-se espiritualmente elevados.
Certa noite, um homem rico disse a seu amigo, um simples trabalhador, que jantaria em sua casa. O
trabalhador arrumou a casa deixando-a um brinco, preparou a comida e iluminou a sala de jantar com
velas.
Quo embaraado ficou, contudo, ao ver seu amigo rico chegar. Um squito de servos, alguns
carregando brilhantes candelabros acesos, outros tochas flamejantes, acompanhavam-no.
O anfitrio correu sala de jantar e apagou suas velas, cujo lume parecia realmente mortio e fraco,
comparado s luzes que se esparramavam para dentro. Rapidamente, escondeu os castiais numa
gaveta. Quando o rico convidado entrou e viu a sala escura, perguntou admirado: "Voc no estava me
esperando esta noite? Por que no acendeu luz alguma?"
"Eu acendi; porm quando vi as resplandecentes luzes que seus servos carregavam, fiquei muito
envergonhado em mostrar minhas simples velas."
O rico dispensou imediatamente os servos. "Jantarei apenas com as luzes de suas velas, para mostrarlhe o quanto voc me querido."
Similarmente, Mosh no conseguia compreender porque D'us desejava que uma menor fosse acesa
no Santurio. Sempre que entrava, encontrava o Tabernculo brilhando com o esplendor da Shechin
(Divindade). Como poderiam as luzes da pobre menor terrestre serem comparadas ao esplendor que a
Shechin irradiava?
Portanto, D'us disse a Mosh: "Behaalotech: Voc se tornar espiritualmente elevado acendendo a
menor. Eis porque Eu lhe dei a mitsv."
Alm disso, esse termo significa tambm:
A menor deve ser colocada sobre uma plataforma com degraus que conduzem at ela. O cohen
precisa ascender a plataforma para o acendimento. "Behaalotech" significa, assim, "quando voc
subir."
A mitsv cumprida acendendo-se cada chama at que esta suba por si. Assim, Behaalotech
significa "quando voc a fizer subir."
A fim de demonstrar que o Todo Poderoso no necessita de nossa luz, Ele ordenou que os trs braos
de cada lado do centro da menor estejam inclinados em direo ao centro, e no para fora.
Apesar de Aharon poder enviar um de seus filhos para acender a menor, cumpriu a pessoalmente a
mitsv com o maior zelo e exatido e durante toda sua vida.
Esta mitsv to querida aos olhos de D'us, que mencionada diversas vezes na Tor. A cada vez
novos detalhes so acrescentados.
Tabernculo, acampavam; sempre que partia, eles tambm partiam. s vezes, D'us escolhia um
local desagradvel para acampar. Por exemplo, em Mar as guas eram amargas e no potveis.
Contudo, a Nuvem permaneceu em tal lugar. s vezes, chegava num local com boas fontes de
gua e rvores, como Elam, contudo, as Nuvens de Glria partiam logo aps a chegada. Nunca
sabiam o quanto demorariam em cada parada ou jornada. Poderiam ter acabado de
desempacotar e instalarem-se, quando as Nuvens se levantavam, convocando-os a continuar
viagem.
O perodo de andanas no deserto ensinou o judeu a seguir a liderana de D'us com f absoluta.
Adquire, assim, f e confiana em D'us para os longos anos de exlio, enquanto perambula
atravs do "deserto das naes," como o exlio foi denomidado. At hoje, os judeus no
perderam sua f na vinda de Mashiach, pois foram treinados a ter esperana e aguard-lo.
"Mesmo que (a Redeno Final) demore, espere-a, pois certamente chegar." (Chavacuc 2:3)
Parece quase sobre-humano que milhes de pessoas, inclusive crianas pequenas e bebs,
viajassem de boa vontade por esse sistema por um perodo de quarenta anos. Os judeus
demonstravam desta maneira sua total prontido a submeterem-se completamente Vontade
Divina.
Contudo, como veremos futuramente (na parash de Mass'), D'us foi bondoso com os judeus e
permitiu-lhes por muitos anos viverem num local permanente no deserto.
Esta maravilhosa gerao foi louvada por D'us: "Assim disse D'us, 'Eu Me lembrei da bondade
de sua juventude, seu amor como noiva, ter Me seguido no deserto, numa terra no semeada.'"
(Yirmiyahu 2:2)
As Duas Trombetas de Prata de Mosh
Aquele que teme D'us promovido a uma posio de autoridade.
Mosh temia D'us, por isso foi transformado num lder cuja autoridade sobre o povo equivalia a
de um rei.
D'us lhe disse: "Mosh, s um rei. Por isso, faa trombetas que soem para ti, exatamente como
os reis fazem soar trombetas antes de sair em batalha. Tenha duas trombetas confeccionadas
para sua posse particular. No podero ser tocadas para qualquer outro lder."
A santidade das trombetas de Mosh era to grande que foram ocultadas antes de seu
falecimento, para que nenhum lder ou rei que viesse depois pudesse us-las. Nem mesmo seu
sucessor, Yehoshua, podia possu-las. Quando Yehoshua conquistou Yerich (Jeric), sua
primeira vitria em Israel, os cohanim soaram shofarot, mas no as trombetas de Mosh.
D'us ordenou que as duas trombetas de Mosh fossem exatamente idnticas e feitas de prata.
Trombetas de ouro lembrariam o pecado do bezerro de ouro.
A cada partida do povo judeu no deserto era anunciada atravs de trs sinais:
1. Primeiro, as Nuvens de Glria, que habitualmente pairavam sobre o Tabernculo, enrolavamse e transformavam-se numa coluna ereta, significando que a partida era eminente.
2. Mosh ento proclamava: "Levanta-Te!" obrigando a Nuvem a comear a viajar.
3. Os cohanim soavam a chamada especial de partida em ambas as trombetas de prata. Ao ouvir
isso, o povo iniciava sua jornada.
Alm de sinalizar a partida, as trombetas tambm eram usadas para anunciar assemblias da
congregao inteira, assim como assemblias dos lderes das tribos. Sons diferentes
Mosh estava extremamente desgostoso por os judeus terem criticado a man, que descia em
seu mrito.
Sua crtica man demonstrava que no estavam satisfeitos com o tipo de alimento que
recebiam sob sua liderana. Por conseguinte, Mosh disse a D'us: "Jamais desejei tornar-me
lder do povo judeu. Se no fosse por Tua ordem, me esquivaria dessa tarefa. Transformei-me
como que no pai do povo ensinando-lhes Tor. Porm isso significa que sou obrigado a
fornecer-lhes po e carne, exatamente como um pai deve sustentar seus filhos?"
"E mesmo se fosse obrigado a aliment-los - no posso dar-lhes a carne que querem. Meu
mrito pode suprir-lhes apenas o alimento angelical, a man. Aparentemente, ento, no sou o
lder adequado para eles. D-me novos Ancios, cujo nvel esteja mais prximo do povo.
Conseguiro se comunicar mais facilmente com o povo. Contudo, imploro-Te, mate-me antes
que concedas o pedido da carne. Tu me mostraste que trars, ao final, punies atravs dessa.
No posso suportar ver meu povo sofrer. Portanto, mate-me, para que no veja o mal que recair
sobre eles."
Ao visualizar a punio do povo judeu, a fora de Mosh esvaneceu-se. Enfraqueceu tanto que
no conseguiu terminar as palavras que estava pronunciando.
Novos Ancios so eleitos e imbudos de dom proftico
"Est bem," disse D'us a Mosh. "Seu pedido lhe foi concedido. Ter Ancios que lhe ajudaro
na liderana. Escolha setenta sbios que sejam zelosos em cumprirem todas as leis da Tor, e
traga-os ao Tabernculo."
"Mestre do Universo," replicou Mosh, "como saberei quem merecedor de ser escolhido?"
"Escolha homens que foram supervisores no Egito. Preferiram apanhar dos egpcios a obrigar
seus j exaustos irmos a trabalhos ainda mais extenuantes. Demonstraram seu amor por seus
semelhantes, e portanto merecem posies elevadas."
A escolha dos lderes dentre os supervisores judeus, que sofreram em prol da comunidade, nos
ensina que algum que se sacrifica pelo povo eventualmente merece honra, grandeza e o
esprito Divino.
"Como possvel ter um nmero igual de Ancios de cada Tribo?" refletiu Mosh. "Se escolher
cinco homens de cada tribo, haver sessenta e no setenta no total, como D'us ordenou. Se
escolher cinco homens de duas tribos e seis das outras, ofenderei algumas tribos."
Em conseqncia, Mosh resolveu deixar que o assunto fosse decidido por sorteio. Preparou
setenta e dois bilhetes. Em setenta escreveu a palavra "Ancio", e deixou dois em branco.
Escolheu ento seis Ancio de cada Tribo e disse-lhes: "Todos vocs devem sortear, mas
saibam que dois bilhetes esto em branco. Se sortearem um em branco, saibam que esta a
vontade de D'us. Ele no o escolheu. Se tirar um bilhete escrito 'Ancio', aceite a posio de
lder, pois voc foi escolhido pelo Cu."
Similarmente, D'us disse a Mosh: "Somente voc estava destinado a liderar Meu povo. Na
verdade, imbu voc com a habilidade necessria para supri-los com o que quer que necessitem.
Todavia, uma vez que pediu que outros compartilhem de sua grandeza, d-lhes parte de seu dom
proftico. Eles no recebero o dom proftico diretamente de Mim."
Apesar de Mosh ter cedido parte de seu dom proftico aos Ancios, seu prprio ruach
hacodesh no diminuiu. Ele se igualava a um candelabro utilizado para acender diversas velas.
Quantas luzes quer que acendesse, no perdia nada de seu brilho.
Os Ancios receberam apenas uma pequena frao do esprito Divino que pairava sobre Mosh.
D'us censurou Aharon e Miriam: "Erraram em comparar Mosh a outros profetas. Era permitido a
outros profetas continuarem a manter relaes maritais, mas era necessrio que Mosh se
separasse de sua esposa. Como ousaram falar sobre um homem grande como Mosh, que
Meu servo leal?"
D'us estava irado com Aharon e Miriam, e tratou de puni-los. Antes de faz-lo, contudo, Ele fez
com que a Nuvem da Shechin se elevasse e partisse de sobre o Tabernculo. Como para
demonstrar que D'us no consegue suportar ver tsadikim sofrendo. Apesar de suas palavras no
terem sido proferidas por malcia, mas por preocupao pelo bem-estar de Mosh, e apesar
deles no terem falado por trs das costas, mas em sua presena, D'us considerou que Miriam e
Aharon eram culpados de lashon har (maledicncia). Ele imediatamente golpeou-os com tsaraat
(lepra), a penalidade para maledicncia e difamao.
Tanto Aharon quanto Miriam ficaram com tsaraat, mas Aharon apenas por um instante. Logo em
seguida, sua tsaraat desapareceu. A de Miriam permaneceu, pois ela quem comeara a falar
sobre Mosh. Todavia, Aharon ficou to angustiado ao ver a pele de sua irm de um tom
leproso-esbranquiado, que esta mera viso constitua uma grande punio para ele tambm.
"Por favor, meu mestre," implorou Aharon a Mosh, "no nos culpe, pois pecamos. Ns trs
nascemos de uma s me. Se Miriam ficar leprosa um golpe to duro, como se metade de
nossa carne estivesse morta."
"Por favor, ore a D'us para que a cure, ou ento ela dever permanecer uma eterna leprosa. Um
cohen que parente de um leproso no pode declar-lo puro. Somos filhos dos mesmos pais,
portanto, nunca poderei declar-la pura."
Mosh clamou a D'us que curasse Miriam. Desenhou um pequeno crculo ao redor de si, ficou no
centro e implorou a D'us: "D'us, (em Cuja Mo est todo o poder de cura), por favor, cure-a
agora! No deixarei este crculo at que minha irm esteja curada!"
Manteve sua prece curta, para que zombadores no dissessem: "Vejam Mosh! Para sua irm
ele reza extensamente, mas no para ns!"
D'us respondeu ao pedido de Mosh dizendo que Miriam se recuperaria instantaneamente:
"Voc acha que certo que ela seja readmitida imediatamente ao acampamento? Suponha que
ela tenha ofendido seu pai e que estamos zangados com ela, no mereceria ser banida de sua
presena por uma semana? Miriam no ofendeu seu pai humano, ela Me ofendeu! Ela deve, por
conseguinte, ser banida como uma leprosa por duas semanas. No obstante, ela deve ser
isolada apenas por uma semana e ento se tornar pura. Mesmo punindo Miriam, Devo
conceder-lhe sua honra especial de tsadeket. Uma vez que Aharon, que seu parente, no pode
examin-la e declar-la pura ou impura, Eu, pessoalmente devo agir como seu cohen. Eu a
colocarei em recluso como leprosa, e Eu a declararei pura."
Deste modo, todos perceberam que a longa estadia em Chatserot era em prol de Miriam.
Miriam foi recompensada na mesma moeda. Em menina, esperou por Mosh beira do Nilo por
cerca de um quarto de hora, at que a filha do Fara o resgatasse das guas. Em troca, D'us fez
com que uma populao de mais de dois milhes de almas, incluindo Mosh e Aharon, bem
como as Nuvens de Glria e a arca esperassem por ela por sete dias. Isto demonstra que mesmo
a menor boa ao que a pessoa realiza generosamente recompensada.
Aps Miriam ter se recuperado da tsaraat um milagre lhe ocorreu.
Quando Miriam foi acometida de tsaraat, ficou fatalmente doente. Mesmo depois que a lepra
desapareceu, ainda estava muito doente. Seu marido Calev, com grande auto-sacrifcio, nutriu-a
at que sua sade se restabelecesse com alimentos e remdios apropriados.
Quando se recuperou, a felicidade de Calev era imensa, pois abandonara a esperana de que ela
qui recuperasse plena sade. Ele realizou uma segunda cerimnia oficial de casamento, como
se estivesse se casando com Miriam pela primeira vez. Um milagre ocorreu: Miriam
rejuvenesceu e sua face tornou-se resplandecente. Tanto Miriam quanto sua me Yocheved
mereceram o milagre do rejuvenescimento como recompensa Celeste por terem arriscado suas
prprias vidas quando, como parteiras no Egito, desobedeceram as ordens do Fara para matar
as crianas judias ao nascerem.
Shelach comea com o incidente principal do mau relatrio dos espies sobre a Terra de Israel.
Enquanto o povo judeu se prepara para entrar na Terra de Israel, doze importantes lderes so
enviados para pesquisar a Terra Prometida, dos quais dez retornam e fazem um relatrio negativo
ao povo, dizendo que seria impossvel ao povo judeu conquistar as poderosas naes que l
viviam.
Recusando-se a dar ouvidos ao relatrio positivo de Caleb e Yeoshua, a nao inteira chora e
reclama por toda uma noite de total histeria. D'us ameaa o povo judeu de extermnio, quando
ento Mosh suplica com sucesso para que no sejam totalmente aniquilados. Mesmo assim, D'us
declara que sero punidos com quarenta anos vagando pelo deserto, e durante este tempo toda
aquela gerao morrer. Percebendo seu grave erro, um grupo insiste em avanar imediatamente
na direo do pas, contra a vontade de D'us, sendo completamente aniquilado pelas famosas
naes de Amalec e Cana.
A Tor ento muda para a descrio das libaes de vinho que acompanhavam muitas das
oferendas levadas ao Mishcan (Tabernculo). Aps ensinar os detalhes da chal - (no confundir
com o po que comemos no Shabat), esta refere-se poro a ser separada de cada fornada de
massa e doada a um Cohen - a Tor menciona vrias leis tratando da proibio de adorao de
dolos, e o infeliz caso do homem que recebeu a pena de morte por profanar o Shabat.
A Parash Shelach termina com o terceiro pargrafo da prece do Shem, contendo a mitsv de
colocar tsitsit, que serve como um constante lembrete para ns, de D'us e Seus mandamentos.
Mensagem da Parash
O caso trgico dos espies um dos mais frustrantes e intrigantes eventos dos registros da Tor.
Frustrante, porque como observadores casuais, sentamos com nossas mos atadas enquanto a
histria dolorosamente se desenvolve, trazendo com ela resultados to desastrosos que as ondas
de choque continuam a assombrar-nos at hoje. Intrigante, porque quase inimaginvel que uma
nao que testemunhou coletivamente a glria e o poder do brao estendido de D'us quando ele
os libertou do cativeiro do Egito pudesse questionar Sua capacidade de coloc-los na Terra
Prometida. Como justificamos sua perda de f e qual a conseqncia que isso tem para ns hoje?
A Poro da Tor encerra-se com o mandamento de adornar todas as vestes de quatro cantos
com os cordes de tsitsit. Rabi Mordechai Gifter faz uma fascinante observao sobre a descrio
da Tor explicando a funo dos tsitsit. Somos ordenados a meditar sobre os tsitsit, que nos
lembram do restante das mitsvot, para que no nos deixemos levar pelas paixes de nosso
corao ou pelos desejos de nossos olhos (Bamidbar 15:39).
Rashi explica que o corao e os olhos necessitam proteo especial, pois so naturalmente
inclinados a levar a pessoa ao pecado. O processo do pecado, continua Rashi, primeiro envolve
os olhos percebendo um objeto de desejo. O corao ento se inflama com uma nsia pelo objeto,
Shelach
Os judeus pedem a Mosh que envie espies a
A punio da Gerao do Deserto
Israel
Mosh instrui os espies
queriam confirmao atravs de relatos de testemunhas oculares de que a Terra Prometida era de
fato boa.
2. Comparados aos numerosos e bem treinados exrcitos das sete naes que habitavam Cana,
o povo judeu tinha apenas um punhado de guerreiros sem preparo algum. Como poderiam ousar
enfrentar inimigo to temido em terreno desconhecido, sem saber exatamente seu nmero, o
poderio de seu exrcito, e outros detalhes relevantes ao combate?
D'us condenou o povo pela falta de f em Sua palavra, proclamando, por conseguinte, que aquela
gerao no entraria em Israel.
A Tribo de Levi, todavia, no requisitara espies, e nenhum espio desta tribo fora enviado,
conseqentemente, os leviyim entraram na Terra Prometida.
Quando Mosh ouviu o pedido do povo, replicou: "Jamais darei um passo antes de consultar D'us.
Concordarei apenas se Ele sancionar seu plano."
Mosh perguntou ao Todo Poderoso: "Consentes em enviar espies Cana?"
"Se voc assim o desejar," respondeu D'us, "no o impedirei. Todavia, Mosh, envie espies por
voc mesmo, no por Mim."
Quando o dono do vinhedo percebeu que a vindima estava indo muito bem e que as uvas daquela
safra resultariam em vinho doce e delicioso, ordenou a seus trabalhadores: "Tragam todas as
uvas ao meu celeiro!"
Contudo, de outra vez, quando experimentou uvas de outra estao, percebeu que resultariam em
vinho cido. Portanto, disse aos trabalhadores: "Podem levar todas essas uvas aos seus prprios
celeiros!"
Similarmente, D'us previu que os espies no dariam certo, "azedariam"; por isso, no usou a
frase: "Envie espies para Mim" (como dissera, por exemplo, "Junte para Mim setenta homens;
traga a Mim os leviyim"). Em vez disso, consentiu com as palavras: "Envie espies por voc
mesmo."
Apesar de D'us saber que os espies falhariam em sua misso e trariam punio a gerao
inteira, no os proibiu de viajarem a Israel por diversas razes. Dentre elas:
1. Se recusasse o pedido dos israelitas, poderiam supor que a Terra no era verdadeiramente to
boa como Ele prometera. A profanao do Nome de D'us de acreditarem que o Todo Poderoso
decepcionou-os era pior que a eventual punio da gerao.
2. Apesar do Todo Poderoso prever todos os eventos futuros, Ele concede livre arbtrio a cada um.
Apesar da exigncia dos judeus de enviar espies estar errada, os espies tinham a opo de
trazer um relato positivo e tornar a misso um sucesso.
De fato, Mosh consultou D'us no que concerne a cada espio individualmente, se tratava-se ou
no de um tsadic, e D'us confirmou acerca de cada um: "Ele um indivduo de valor."
No princpio desta parash, os espies, so descritos como "anashim," homens distintos,
indicando que quando principiaram sua misso, ainda eram todos virtuosos.
Os doze homens escolhidos eram os doze melhores do povo.
Quando Mosh informou aos judeus que D'us concordara com a empreitada, esperava que o povo
respondesse que no necessitavam de espies. Afinal, o fato de que a permisso fora concedida
e clima favorvel.
2. O sul de Israel sua parte menos frtil. (Por esta razo as vizinhanas de Hebron foram
escolhidas como cemitrio.) No obstante, at mesmo esta regio era sete vezes mais
frutfera que a cidade mais produtiva na frtil terra do Egito. Mosh instruiu os espies para
que comeassem investigando esta regio, e ento prosseguirem para o norte, em direo
a reas cada vez mais produtivas, a fim de apreciar plenamente a fantstica abundncia da
Terra.
"Encontrem os louvores de Cana," disse-lhes. "Vejam se os frutos so grandes e
suculentos ou secos e mirrados (e no deixaro de notar quo saborosos so os frutos).
Cortem alguns frutos de tamanho mdio (para que os judeus vejam com seus prprios
olhos que seus louvores e elogios no so exagerados)."
Mosh direcionou os espies num segundo ponto bsico. Sabia que os judeus temeriam a
guerra contra os poderosos exrcitos de Cana. Portanto, mostrou que mesmo que os
canaanitas eram fisicamente fortes, D'us os subjugaria por causa de sua inferioridade
espiritual.
"Descubram," ordenou Mosh aos espies, "se o tsadic Iyov (Job), que l reside, ainda est
vivo. Se faleceu, os habitantes esto sem mritos espirituais, e certamente os
sobrepujaremos. Mesmo que sejamos mais fracos, D'us nos ajudar, pois os canaanitas
no tm mritos para proteg-los."
Mosh ensinou o Nome Divino de Doze Letras aos espies, como proteo contra os
perigos. (Alguns dizem que deu-lhes seu cajado.)
No dia 29 de Sivan os espies partiram em direo Terra Prometida.
Os espies tornam-se corruptos
Apesar de serem tsadikim no momento de sua indicao, corromperam-se assim que
Mosh os enviou. Decidiram imediatamente trazer um relato negativo, como que para deter
o povo judeu.
O que fez com que os espies se tornassem corruptos?
Disseram uns aos outros: "Somos lderes do povo sob a liderana de Mosh. Assim que
entrarmos em Israel, Yehoshua se tornar o lder. Ento ele indicar um gabinete diferente
de ministros. Por isso, detenhamos o povo no deserto, para assegurar que no seremos
demovidos de nossos altos cargos e posies."
Passaram os prximos quarenta dias planejando como tornar plausvel que a Terra de
Israel no fosse conquistada.
A narrativa dos espies serve de exemplo de como o desejo por honra corrompe as
pessoas.
Similarmente na prxima parash, Crach rebelou-se porque aspirava por honra.
O desejo de uma pessoa por respeito e honra, na melhor das hipteses, impede o servio a
D'us, ou pode corromp-la totalmente.
Tanto Yehoshua quanto Calv opunham-se ao esquema dos espies, porm enquanto
Yehoshua expressava suas objees, Calv pensou que seria mais sbio ocultar seus
pensamentos.
Os espies entraram em Israel pelo sul, e prosseguiram em direo ao norte. Sua presena
certamente teria atrado a ateno dos canaanitas, e teriam sido mortos, se no fosse pela
miraculosa proteo de Cima. D'us afligiu os governantes de cada cidade por onde
passavam com uma praga. Os canaanitas, assim, ficaram preocupados em lamentar e
enterrar seus mortos, e os estrangeiros passaram despercebidos.
D'us fez com que Iyov falecesse no mesmo dia em que os espies entraram na Terra. A
perda de Iyov causou luto geral, distraindo novamente a ateno da populao dos
estrangeiros. Todavia, em vez de reconhecerem a Providncia do Todo Poderoso, os
espies aproveitaram-se dos eventos para denegrirem Israel, reportando, mais tarde, ao
povo: " uma terra de epidemias. Onde quer que passssemos, vamos pessoas morrendo
aos montes."
Os espies entraram nas vizinhanas de Hebron, onde fica a Gruta de Machpel, mas
estavam com medo de entrarem l para rezar. Era de domnio pblico o fato de gigantes
viverem naquela rea.
Apenas Calv ignorou o perigo. Resolveu visitar o local sagrado onde nossos patriarcas
esto enterrados, raciocinando: "Como posso evitar envolver-me com a conspirao dos
espies? Yehoshua est protegido pela orao de Mosh, eu, porm, devo implorar a D'us
que me ajude."
Por conseguinte, entrou na Gruta para rezar. A Shechin entrou junto com ele, para
informar os patriarcas que chegou a hora de seus descendentes conquistarem a Terra.
Calv atirou-se sobre os tmulos dos patriarcas e orou: "Pais do mundo! Imploro por
misericrdia, que eu seja salvo dos planos dos espies!"
O fato de que um homem com a fora de carter de Calv achou necessrio rezar na Gruta,
prova que a tentao para ver os aspectos negativos da Terra era muito forte, mesmo
partindo de homens da estatura dos espies.
Por causa da orao de Mosh, Yehoshua no teve necessidade de unir-se a Calv em
Hebron. Sempre que Yehoshua contemplava o nome que Mosh lhe dera, sua f se
fortalecia.
Eles escolheram, contudo, frutas monstruosas, super desenvolvidas, a fim de mais tarde
contar ao povo que um pas que produz frutas to estranhas era bizarro, e pessoas comuns
no sobreviveriam l.
Os espies colheram um galho de videira do qual pendia um cacho de uvas extremamente
pesado. Eram necessrias oito pessoas para transport-lo. O nono espio carregou figos, e
o dcimo, uma rom. Todavia, Yehoshua e Calv, que perceberam que os espies
utilizariam esses frutos para denegrir Israel, no carregaram nada.
(O cacho de uva que eles portaram na volta foi suficiente para fazer vinho para os
sacrifcios que seriam ofertados durante os prximos quarenta anos de permanncia no
deserto.)
Durante todos os quarenta dias de viagem, os espies engendraram e ensaiaram um
discurso que agitaria a comunidade inteira.
Geralmente, uma excurso atravs de Israel duraria mais de quarenta dias. Contudo, D'us
sabia que os judeus expiariam com um ano deserto por cada dia que os espies ficaram na
Terra. Por pena dos judeus, Ele condensou a rota dos espies e, portanto, a subseqente
punio do povo.
A volta dos espies
Calv percebeu que deveria valer-se de um mtodo diferente. Levantou-se sobre um banco
e gritou de maneira provocativa: "Este foi o nico ato que o Filho de Amram (Mosh)
perpetrou para ns?"
Esperando que Calv os apoiasse, os espies silenciaram a multido. As vozes aquietaramse. Todos esperavam ansiosamente pela prxima sensao.
Obtendo ateno geral, Calv concluiu: "Mosh fez muito mais! Ele no partiu o Mar
Vermelho para ns? No nos deu a man? Por que esto com medo de conquistarem
Cana se Mosh assim ordenar? Mosh jamais nos iludiu ou induziu em erro. Se ele assim
o diz, podemos prevalecer sobre nossos inimigos. Mesmo se a Terra estivesse situada nos
prprios cus e Mosh nos obrigasse: 'Construam escadas e subam at l,' deveramos
segui-lo. Nosso sucesso baseia-se em obedec-lo, pois o que quer que Mosh diga a
vontade de D'us."
Ao ouvirem as palavras de Calv, os espies apressaram-se em contradiz-lo.
"No como voc est dizendo," proclamaram. "No podemos prevalecer sobre essas
pessoas, pois so mais fortes que ns."
A fim de impedir o povo de acreditar em Calv, os espies trataram de caluniar a Terra: "
uma Terra que devora seus habitantes," clamaram falsamente. " cheia de epidemias. Onde
quer que passssemos, vamos pessoas morrendo. Uma vez que os habitantes so
tremendamente fortes, no estavam morrendo de qualquer fraqueza fsica. Outrossim, o
clima prejudicial da Terra destri qualquer um que l habite."
Mosh retrucou: "Ouviram o que Calv disse: Yehoshua tambm concorda com ele! No
dem ouvidos maledicncia dos outros espies!"
Mas o povo no queria mudar de idia. "So dez contra dois!" - disseram a Mosh.
"Acreditamos nos dez espies. Alm disso, Yehoshua e Calv no negaram que as cidades
so fortificadas e que encontraram gigantes!"
Mosh, ento argumentou: "Tudo o que eu j lhes disse no inveno minha, mas uma
ordem direta de D'us. Se estou prometendo que Ele os levar Terra e destruir todos seus
inimigos, a garantia do prprio D'us. Aquele que realizou todos estes milagres at agora
continuar a operar milagres mesmo depois que vocs entrarem em Israel."
Os judeus choram sem motivo
Os dez espies viram que os judeus tinham se acalmado com as palavras de Calv e
Mosh. Decidiram tentar uma ttica diferente para atrair as pessoas a seu modo de pensar.
Naquela noite, cada um dos dez homens voltou a sua tenda, fingindo estar doente. Vestiram
mortalhas brancas, choraram e lamentaram-se. Suas famlias ficaram alarmadas e lhes
perguntaram o que os afligia. "No podemos esquecer o que vimos na terra de Cana,"
disseram eles. "Estamos certos de que vamos morrer, por isso que choramos e nos
lamentamos." As famlias juntaram-se a eles e logo foram seguidas por vizinhos e amigos.
Pais diziam pesarosamente a seus filhos: "Ai de vocs! Breve nossos inimigos, os
emoritas, sero seus governantes!" Em pouco tempo, todos os homens da congregao
estavam chorando e soluando. As mulheres, contudo, no tomaram parte dos lamentos e
prantos.
Os lderes do San'hedrin reclamaram a Mosh: "No questionamos a justia de D'us - se Ele
decreta a morte sobre ns, aceitaremos. Mas por que Ele nos mata atravs das espadas
dos idlatras de Cana? Preferamos ter morrido no Egito ou falecermos aqui no deserto."
"Ser como desejam," respondeu D'us. "Vocs falecero no deserto."
A noite de lamentao era a noite de 9 de Av. Disse o Todo Poderoso: "Vocs choraram
sem motivo; portanto Eu lhes providenciarei uma razo para chorarem neste dia. Nove de
Av se tornar uma poca de luto nacional. Nesta mesma data, tanto o Primeiro quanto o
Segundo Templo Sagrado sero destrudos."
Naquele 9 de Av foi decretado que ambos os Templos seriam deitados por terra e que os
judeus seriam exilados, como est escrito (Tehilim 106:24-27): "E eles desprezaram a Terra
desejada; no acreditaram em Sua palavra. Murmuraram em suas tendas, e no escutaram
a Voz de D'us. Por isso, Ele jurou faz-los cair no deserto. E fazer com que seus
descendentes cassem entre as naes, e fossem dispersados entre as terras."
As reclamaes continuaram na manh seguinte. Sempre que havia reclamaes podia ser
ouvido um grito vindo de um grupo de dissidentes: "Deixem-nos indicar novos lderes e
voltar ao Egito!"
A frase: "Voltemos ao Egito" tambm implicava "ao estilo de vida egpcio," sem Tor e
mitsvot. Constitua assim uma rebelio contra o Todo Poderoso.
Quando Mosh, Aharon, Yehoshua e Calv ouviram essas palavras, temeram a punio
imediata de D'us, e imploraram-Lhe misericrdia. Yehoshua e Calv rasgaram suas vestes
em angstia. Mosh e Aharon caram sobre suas faces para rezar e expressar seu apelo
para que o povo no se rebelasse contra D'us.
Mosh e Aharon estavam perplexos e sem palavras, mas Yehoshua e Calv contradiziam os
espies veementemente. Proclamavam: "A Terra que investigamos muito, muito boa!"
No exageraram ao descreverem Israel como extremamente boa.
O rei assrio Sancheriv incumbiu seu general Ravshacay a persuadir os judeus a se
renderem. Tentou convenc-los de que se beneficiariam instalando-se num pas diferente,
em vez de viver num estado de constante insegurana e prontido para o combate em
Israel. Prometeu aos judeus: "Eu os levarei a uma terra como a sua, uma terra de gros e
vinho, uma terra de po
e vinhedos, uma terra de oliveiras e mel, onde vivero e no morrero..." (Melachim II,
18:32). Ravshacay referia-se a um pas extremamente frtil na frica.
No foi tolice do general prometer aos judeus "uma terra como sua prpria terra"? Se
algum convence uma mulher a tornar-se sua esposa, ser que diz: "Sou to rico quanto
seu pai; prometo-lhe a mesma carne e vinho a que estava acostumada"? Em vez disso, no
deveria oferecer um padro mais elevado de vida que aquele ao qual estava acostumada?
Ento por que Ravshacay no prometeu levar os judeus a uma terra melhor que sua ptria?
Contudo, nem sequer Ravshacay poderia alegar que qualquer terra fosse superior a Israel.
Tal afirmao teria sido ridicularizada como uma mentira bvia. O fato de Ravshacay (um
inimigo dos judeus que queria denegrir Israel) no ousar diminuir a Terra percebe-se sua
superioridade amplamente reconhecida.
Todas as naes do mundo desejavam possuir Israel. Nos tempos antigos, um rei que no
possusse um palcio l no era considerado importante.
Yehoshua e Calv tranqilizaram o povo: "Se temerem apenas D'us, Ele os ajudar a
conquistar a Terra. Realmente emanam dela o leite e o mel, pois seus frutos so gordos
como leite, e doces como mel.
"Seu temor em relao fora dos canaanitas uma uma falta de f no prprio D'us. O
Todo Poderoso os expulsar na sua frente, exatamente como os tirou do Egito. Se
acreditam Nele, tero xito.
"Ns tambm vimos gigantes mas, diferentemente dos outros espies, no ficamos com
medo. Percebemos que a sentena de morte Celestial estava inscrita em suas faces. No
percebem que a fora fsica dos canaanitas irrelevante? A quota de pecados dos
canaanitas j est completa, e no possuem mais mritos para proteg-los. O nico grande
tsadic que tinham, Iyov, cujo mrito os protegia, faleceu."
Contudo, o povo recusava-se a dar ouvidos a Yehoshua e Calv.
Proclamaram: "Vocs no so dignos de confiana. Voc, Yehoshua, deseja entrar em
Israel porque se tornar lder; e voc, Calv, apoia-o porque seu amigo ntimo. Nossos
outros irmos, os espies, defendem nossos interesses melhor que vocs."
Os judeus decidiram ameaar Yehoshua e Calv atirando-lhes pedras. Imediatamente a
Nuvem de Glria de D'us desceu para proteg-los. Os judeus perceberam que agiram
errado e pararam.
D'us falou com Mosh bastante irado: "Por quanto tempo ainda este povo continuar a Me
provocar? O que quer que Eu planeje para seu benefcio, porm constantemente
escolhem reclamar.
Eu os tirei do Egito, porm reclamaram no Mar Vermelho.
Dei-lhes a Tor no Monte Sinai, e logo depois fizeram um Bezerro de Ouro.
Eu lhes dei o alimento Celestial, a man, e reclamaram dele.
Fiz com que a nobreza de Cana perecesse enquanto os espies passavam atravs da
regio, para que no os molestassem. Em troca, caluniaram a Terra, dizendo: ' uma Terra
que devora seus habitantes.'
"No h mais esperana de imbuir nesta gerao a f e temor por D'us necessrios para
viver em Israel. Deixe-Me destrui-los atravs de uma praga.
"A fim de cumprir Minha promessa aos patriarcas, Eu multiplicarei seus descendentes,
Mosh, e farei deles uma grande nao!"
D'us estava prometendo a Mosh que iria formar uma grande nao a partir de sua semente
e dar-lhe a Terra Prometida, cumprindo assim a promessa que fizera aos patriarcas, pois,
afinal de contas, Mosh era descendente deles.
Mas Mosh disse: "Se uma cadeira que s tem trs pernas no pode ficar firme, como pode
um banco de uma s perna ter alguma esperana de ficar em p? Se o mrito de trs
patriarcas no suficiente para salvar seus filhos, como apenas meu mrito proteger
meus filhos ao pecarem?"
Mosh defende o povo judeu
Mosh, o pastor altrusta, fez seu melhor para defender os judeus. Apesar do povo ter se
rebelado at mesmo contra Mosh, dizendo: "Retornemos ao Egito", Mosh como de
costume, apressou-se para suplicar por eles.
"Se matares o povo em vez de lev-los Terra," argumentou com o Todo Poderoso, "as
naes gentias, no sabendo que Tu ests punindo os judeus por seus pecados,
proclamaro: 'Por que o Todo Poderoso aniquila um povo que Ele ama e em cujo meio Ele
habita? Deve ser porque Ele no tem poder para lhes dar a Terra de Cana.'"
"Filho de Amram," replicou D'us, "Acaso as naes no conhecem Minha fora porque
ouviram sobre os grandes milagres que Eu realizei no Mar Vermelho?"
Mosh respondeu: "Elas diro: 'Apesar de Ele derrotar um rei, Fara, Ele no capaz de
conquistar os trinta e um reis de Cana, Por conseguinte, assassinou Seu povo no deserto.'
"E agora, D'us, que Sua Misericrdia prevalea sobre Sua ira. Cumpra Suas palavras, que
Voc paciente e tolerante mesmo com inquos. No atente para o que eu disse antes."
A que conversa anterior referia-se Mosh?
Ao ascender ao Cu para receber as Tbuas da Lei, encontrou D'us escrevendo as
palavras: "D'us paciente e tolerante."
Perguntou: "Esta frase quer dizer que Voc indulgente quando um tsadic (justo) peca?"
"No apenas com tsadikim," respondeu D'us. "Refere-se tambm a perversos."
"Por que s paciente com os inquos?' - questionou Mosh. "Deixe-os perecerem."
"Chegar o dia," redargiu D'us, "em que ficars feliz com este Atributo da Misericrdia, e
recorrers a ele."
Quando os judeus pecaram no incidente dos espies foram classificados como "
perversos", porque pecaram repetidamente. Por isso Mosh apelou a D'us para ser
tolerante com eles.
"No disseste que devo ser paciente apenas com os tsadikim?" - perguntou D'us a Mosh.
"E Tu no me garantiste que s paciente tambm com os perversos?" - lembrou-Lhe
Mosh.
Mosh disse a D'us: "Tua verdadeira fora revelada ao mundo quando exerces a
pacincia (pois o verdadeiro poderoso aquele que consegue controlar-se).
"Mesmo que os judeus tenham causado Tua ira testando-O agora pela dcima vez, lembreTe de que Avraham, na dcima prova com a qual o testaste, conquistou sua compaixo por
seu filho Yitschac e estava disposto a sacrific-lo. Em troca, deixe que agora Sua
Misericrdia conquiste Tua ira. Ento ficar claro que Tu s poderoso."
Mosh apelou ao Atributo divino da Misericrdia. D'us lhe prometera que Ele sempre
responderia favoravelmente a esses Atributos. H Treze Atributos da Misericrdia Divina,
mas Mosh apelou apenas a seis, naquele momento. Sentiu que os judeus no fizeram
teshuv por sua rebelio contra D'us. Por isso, no ousou pedir por perdo completo, mas
apenas por adiamento da punio, para impedir a destruio completa e imediata.
"D'us," exclamou, "que tolerante e abundante em Misericrdia; Que perdoa iniqidade e
transgresso, Que perdoa aqueles que voltam a Ele e pune os que no o fazem, mas, em
vez de destrui-los, distribui o pecado dos pais para trs ou quatro geraes de seus
descendentes - no decrete a morte sobre os Filhos de Israel!"
D'us replicou: "Apesar de no perdoar o povo judeu completamente, Eu os perdoarei,
conforme suas palavras. Em vez de aniquil-los imediatamente, Eu punirei esta gerao
com a eventual morte no deserto, e distribuirei o resto da punio sobre as prximas
geraes."
A punio da Gerao do Deserto
"Esta gerao," jurou Ele, "que viu Meus milagres no Egito e no deserto, e no obstante
testaram-Me dez vezes, no entraro na Terra. Diga ao povo que Eu juro que cumprirei seu
pedido. Pediram para falecer no deserto, e falecero. Todos os homens com idade entre
vinte e sessenta anos - aqueles que podem ser recrutados para o exrcito, mas recusaramse a enfrentar os canaanitas em combate - morrero com a idade de sessenta anos, e
cavaro suas prprias sepulturas.
"Seus filhos carregaro o resto da punio vagando pelo deserto por quarenta anos, at
que todos os homens da gerao que deixou o Egito atinjam a idade de sessenta anos e
peream."
De que maneira as palavras de D'us se realizaram?
Todo ano, na noite em que os judeus tinham pecado, 9 de Av, chorando sem um bom
motivo, quinze mil judeus morriam.
Assim, ficava perfeitamente claro que todos que morriam em Tish' Beav (9 de Av) - e
ningum morria em qualquer outra data - estavam sendo punidos pelos seus erros.
Na vspera de Nove de Av, queles que atingiram a idade de sessenta anos, Mosh
proclamava: "Vo, cavem suas sepulturas!"
Cada judeu cavava sua prpria sepultura, e l descansava na noite de Tish' Beav. Os que
sobreviviam no podiam deixar seus tmulos de manh at que Mosh proclamasse:
"Todos os que esto vivos, levantem-se!"
Os membros daquela gerao, que ouviram a Voz de D'us no Monte Sinai, pareciam-se com
anjos, apesar de seus pecados. Na morte, seus corpos no se decompuseram.
Na vspera de Tish' Beav do quadragsimo ano no deserto, ocorreu um acontecimento
maravilhoso. Como de costume, os homens cavaram sua prpria sepultura, porm na
manh seguinte descobriram que ningum falecera. No obstante, no ousaram acreditar
que a mortandade findara, uma vez que muitos homens que tinham vinte anos poca do
decreto de morte ainda estavam vivos. Por isso, pensaram que haviam errado ao calcular o
incio do ms. Voluntariamente, voltaram a seus tmulos pelas seis noites seguintes.
Ao verem a lua cheia aparecer em 15 de Av, tiveram certeza de que era o meio do ms.
Perceberam ento que o severo decreto fora abolido.
Celebraram o dia 15 de Av como Yom Tov (Dia Festivo): com grande alegria. Esta uma das
razes pelas quais celebramos anualmente esta data como um dia de jbilo.
Na verdade, os quarenta anos de peregrinao no deserto beneficiaram os que entraram na
Terra. Quando os canaanitas ouviram que os judeus estavam a caminho da Terra,
derrubaram suas rvores e queimaram as casas, para que os que estavam entrando
encontrassem um pas devastado e deserto. D'us deteve os judeus no deserto at que os
canaanitas tivessem novamente cultivado o solo e reconstrudo suas casas.
Mais ainda, D'us disse: "Se Eu trouxer o povo a Israel imediatamente, cada um correria para
seu campo e seu vinhedo e devotaria todas as energias para cultiv-los. Segregarei os
judeus no deserto por um perodo de quarenta anos, durante o qual estudaro Tor
enquanto comero a man. Ento, entraro em Israel purificados."
O decreto de morte no inclua os seguintes grupos:
Yehoshua e Calv.
As mulheres da gerao do deserto. Elas no participaram dos pecados do povo, porm
foram sempre leais a D'us e a Mosh.
O Rebe explica porque homens notveis como os espies no quiseram entrar na Terra Santa:
Enquanto os judeus habitavam no deserto, estavam envolvidos apenas com assuntos
espirituais como o estudo da Tor. Todas suas necessidades fsicas: alimento, bebida e roupas
eram providos milagrosamente por D'us. Os espies no queriam ter envolvimentos mundanos
que seriam essenciais ao entrarem em Cana. Estes lderes perceberam que os judeus teriam
que trabalhar a terra, envolver-se em atividades comerciais e afins. Com certeza, estas
atividades seriam guiadas pela Tor: o povo no praticaria o roubo, a calnia a maledicncia,
no se intrometeria nos assuntos do prximo, etc. Tambm cumpririam os preceitos de
maasser (dzimo), Shemit (o ano sabtico), terum (a cota dos cohanim), etc. Todavia, o
tempo deixado para o estudo e a prece seria mais escasso.
A alegao dos espies era: "Por que deveramos mudar o tipo de trabalho espiritual no
deserto, pelo trabalho na terra de Israel? L, na Terra Santa lidaremos com os frutos da terra no com a man dos Cus; l teremos que lidar com os canaanitas, diferente do deserto onde
somos uma nao reclusa."
Os espies concluram que a terra Santa tornar-se-ia um "pas que devora seus habitantes" que acabaria consumindo e devorando sua espiritualidade e santidade.
Os espies estavam errados!
"A terra extremamente, extremamente boa". Embora o trabalho em Israel se concentrasse em
assuntos simples, isso o desejo de D'us - que mesmo as coisas mundanas da vida tivessem
um cunho de Judasmo, de terem sido realizadas por um judeu da maneira adequada,
ordenada Divinamente. Isso mais caro ao Todo Poderoso que o elevado estudo da Tor no
deserto.
Hoje nos encontramos em um difcil exlio. impossvel estudar Tor oito horas por dia; tudo o
que podemos fazer participar de aulas de Tor comunitrias - muitas das quais no so
profundas, mas tratam de leis simples ou histrias de nossos sbios, etc.
No devemos desanimar.
"A terra extremamente, extremamente boa." Se superarmos o desnimo e as dificuldades e
nos conduzirmos de maneira judaica, mesmo nos assuntos mais simples e corriqueiros da vida,
cumpriremos a suprema vontade de D'us to eficazmente quanto atravs do profundo estudo
da Tor no deserto. E se o fizermos com alegria, ser ainda mais precioso aos olhos de D'us.
Um grupo de judeus sai para lutar sem permisso
Finalmente os judeus entenderam que haviam pecado. Deveriam ter discordado dos espies e
continuado a confiar em D'us.
Alguns deles disseram: "Pecamos por no ter confiana em D'us. Deixe-nos fazer teshuv
agindo de maneira diferente. Subiremos montanha na fronteira de Israel e atacaremos as
naes que l habitam!"
"No devem fazer isto!" - protestou Mosh. "D'us j decidiu que os homens desta gerao
morrero no deserto e no conquistaro Israel. Por isso, D'us no estar com vocs na
batalha. Vocs sero mortos pelos inimigos!"
Mas no deram ouvidos a Mosh. "Subiremos montanha e comearemos a lutar agora!" insistiram os judeus. "Isto mostrar como estamos arrependidos por termos dito que seria
melhor retornar ao Egito."
Naturalmente, estavam errados. Poderiam ir guerra apenas com a permisso de D'us.
judeus usavam os tefilin o dia inteiro, exceto em Shabat, quando no deviam us-los.) D'us
disse ento a Mosh: "Eu te darei uma mitsv que se aplica at em Shabat e Yom Tov. Ordene
que cada judeu coloque tsitsit, fios tecidos e com ns, a suas roupas, a fim de se lembrarem
das mitsvot."
"Pois saiba que estamos agindo como as pessoas que do ns em seus lenos a fim de
lembr-los de certas coisas."
3. Cada detalhe da mitsv foi projetado para lembrar-nos de que, como servos do Todo
Poderoso, somos obrigados a cumprir Seus mandamentos.
Os tsitsit so atados a um canto em cada uma das quatro direes para nos lembrar de nossa
obrigao, aonde quer que nos voltemos.
O valor numrico da palavra tsitsit 600. Se acrescentarmos a esse nmero os 8 fios e 5 ns
(em cada canto), teremos o total de 613, um lembrete das 613 mitsvot.
Alm disso, cada canto tem cinco ns para lembrar-nos dos Cinco Livros da Tor. Os oito fios
em cada canto lembram que o judeu deve cuidar dos rgos que podem levar ao pecado:
olhos, ouvidos, narinas, mos, ps, rgos reprodutivos e o corao, ou emoes.
4. O versculo acima diz que os tsitsit ficam nas roupas para que se possa v-los e assim
lembrar-se dos mandamentos.
Os sbios interpretam esta frase "para que possas v-Lo", referindo-se no ao tsitsit, mas a
D'us (Talmud, Menachot 43b), pois cumprindo este mandamento com as intenes
apropriadas, a pessoa pode aprender a ver e perceber que D'us dirige o mundo. Assim, de fato,
a pessoa O v e se lembra da obrigao de ser leal a Ele.
"E no seguireis atrs de vossos coraes e de vossos olhos, atravs dos quais vos
desviareis."
O corao e os olhos so como espies do corpo, em busca de pecados ansiados por sua
natureza animal. O corao deseja, e os olhos procuram, e o corpo peca.
A mitsv de no ir atrs de "nossos coraes" nos probe de ter pensamentos de heresia, e no
ir atrs de "nossos olhos", de ter pensamentos de imoralidade.
Esta mitsv se aplica em todas as pocas, tanto a homens quanto a mulheres. Somos
ordenados a manter nossas mentes sempre livres de conceitos proibidos.
Somos convocados a evitar qualquer pensamento que possa nos iludir a desenraizar um
fundamento da Tor. A inteligncia humana limitada, e nem todos podem certificar-se da
verdade, de modo que algum pode destruir-se se seguir seus pensamentos aleatrios. Por
isso, a Tor ordena que no se pode seguir atrs dos coraes e olhos, a fim de que no se
desvie de acreditar em D'us.
significativo o fato de que a parash comea e termina com o conceito de explorar e
espionar. Os espies que foram reconhecer a Terra foram procurar perigos que justificassem
suas prprias idias preconcebidas.
Calv e Yehoshua viram a terra e nela encontraram justificativa para a garantia de D'us de que
a Terra era muito boa, enquanto seus companheiros viram apenas confirmaes para seus
medos. Desta feita, a Tor nos adverte para no nos deixarmos levar pelos engodos que
apelam ao corao e aos olhos. Em vez disso, o judeu deve ser governado por sua inteligncia
e f.
"Para que vs vos lembreis e cumprais todos os Meus Mandamentos, e sejais santos para
vosso D'us."
Apenas vestir os tsitsiyot no protege o judeu do pecado. A no ser que a pessoa use o tsitsit
conscientemente para aceitar a autoridade das mitsvot de D'us, ela se parece com uma pessoa
que faz um n em seu leno para lembrar-se de algo - mas no sabe do que.
Por que a mulher isenta desta mitsv?
1. A mitsv de tsitsit vigora apenas durante o dia, pois o versculo diz: "e olhareis"; daqui
nossos sbios aprendem que esta mitsv cumprida somente quando h possibilidade de
enxergar os tsitsit, i.e. de dia. Por conseguinte, mulheres so isentas desta mitsv, como o so
de todas as mitsvot limitadas pelo tempo.
(Na prtica, os tsitsit so usados pelos homens continuamente, at ao dormir, para que ao
acordar pela manh, quando a mitsv obrigatria, estes j estejam sobre o corpo.)
2. O tsitsit nos lembra de todas as mitsvot de D'us ("lembrem-se e cumpram todos os Meus
mandamentos"). Como as mulheres no so obrigadas a cumprir todas as mitsvot, no
precisam usar tsitsit.
A Tor conclui que meramente lembrar no suficiente ("para que vocs lembrem e
cumpram"). A pessoa deve cumprir, realizar todos os mandamentos, e no escolher algum
entre esses; deve-se lembrar de todos os mandamentos e cumpri-los com o mesmo zelo e
meticulosidade.
Como ensinam os sbios: "Seja to escrupulosos ao cumprir um mandamento 'menor' como ao
cumprir um 'maior', pois voc no sabe a recompensa para os respectivos mandamentos."
(Avot 2:1).
Tal percepo torna a pessoa sagrada, e esta santidade o propsito de D'us ao tirar o povo
judeu do Egito.
"Eu Sou o Eterno D'us, vosso D'us, que vos tirei da terra do Egito para ser vosso D'us. Eu Sou
o Eterno, vosso D'us."
Esta passagem conclui com a afirmao, freqentemente repetida, de que Ele nos tirou do
Egito e como conseqncia, somos obrigados a aceit-Lo como nosso D'us.
Crach
Crach ressente-se de no ter sido
escolhido para um alto cargo
argumentou: "O que voc ganha com isso? Sua posio ser a
mesma, quer Aharon quer Crach seja o Sumo-sacerdote."
Reconheceu a lgica de suas palavras, mas explicou que j no podia
mais desligar-se do partido de Crach, uma vez que jurara oferecer
incenso na manh seguinte.
"No se preocupe" - disse a esposa - "cuidarei disso." Naquela noite,
a esposa de On misturou um vinho muito forte sua bebida. On caiu
imediatamente num sono muito pesado. Enquanto isso, sua esposa
sentou-se entrada da tenda, e fez algo que nenhuma esposa judia
faria: descobriu seus cabelos.
Logo chegaram os mensageiros de Crach para chamar On para a
reunio. Porm, viram a esposa de On, com os cabelos descobertos!
Deram meia-volta e foram embora.
Crach enviou outros mensageiros. Eles tambm no se aproximaram
da mulher de On. Os mensageiros iam e voltavam. Assim, On nunca
apareceu ante o Santurio.
Crach falou bem ao descrever os judeus como uma "congregao
sagrada em meio a qual est a Shechin." O nvel de recato da Tor
era aceito pela gerao inteira. Era lgico e natural que nem mesmo
os mensageiros de Crach se dirigissem a uma mulher casada cujos
cabelos estivessem descobertos.
Quando a morte golpeou os perversos, a cama onde On dormia
comeou a escorregar em direo ao abismo. A esposa de On
agarrou a ponta e rezou: "Mestre do Universo, On desligou-se da
corja de Crach. Ele jurou em Seu Grande Nome que no seguidor
de Crach. Se alguma vez violar sua palavra, ento Voc poder punilo."
On foi poupado, e logo sua esposa censurou-o: "Agora, v a Mosh e
pea desculpas!"
"Estou envergonhado demais para encar-lo," replicou On.
A esposa de On, ento, foi a Mosh, soluando amargamente e
relatando o que acontecera a seu marido.
Ao receber o relato, Mosh caminhou at a tenda de On e falou com
ele de maneira encorajadora, dizendo: "Saia! Que o Todo Poderoso o
perdoe!"
Pelo resto de sua vida, On no parou de lamentar-se e fazer teshuv
por uma vez ter ficado ao lado de Crach. Seu nome indica isso:
On - ele estava em estado de luto (oninut - luto).
Filho de Pelet - um filho (homem) que foi resgatado da destruio
atravs de um milagre (Pelet refere-se a Pele - milagre).
"A sbia entre as mulheres constri sua casa." (Mishl 9:1)
O versculo refere-se esposa de On, cuja sabedoria resgatou seu lar
da destruio.
"Mas a mulher perversa o demole com suas prprias mos." Referese esposa de Crach, que arruinou seu marido e todo o seu lar.
Quando se trata de assuntos prticos, o marido deve ouvir os
conselhos da esposa.
Os recipientes de Crach e seus seguidores foram transformados em
cobertura para o altar
Os recipientes nos quais Crach e seus 250 seguidores ofereceram
incenso no podiam mais ser utilizados para propsitos profanos,
pois foram consagrados ao servio Divino.
De acordo com o mandamento de D'us, Mosh instruiu Elazar, filho de
Aharon, a recolher todos os recipientes das cinzas, aplain-los e fazer
deles uma cobertura para o Altar Exterior.
Por que D'us incumbiu da tarefa de recolher os recipientes da cena do
desastre Elazar em vez de Aharon?
Crach contestou no apenas a posio de Aharon como Sumosacerdote, mas tambm a de Elazar, filho de Aharon como cohen.
Elazar recolheu os recipientes como demonstrao de seu chamado
Divino como cohen e, eventualmente, como sucessor de seu pai
como Sumo-sacerdote.
Qual era o propsito de transformar os recipientes dos rebeldes em
cobertura para o altar?
Esta nova cobertura impediria as futuras geraes de contestarem a
posio de kehun. Qualquer um que alegasse que um judeu da
famlia de um no cohen deveria ser escolhido como cohen seria
advertido: "Olhe para a cobertura do Altar de Cobre! feito dos
recipientes dos homens que disputaram a kehun e por isso, foram
queimados."
Os judeus queixam-se novamente
Uma atmosfera de choque e depresso pairava no ar na manh seguinte a morte de Crach e
seus 250 homens. Os judeus perderam muitos de seus grandes homens, dentre esses,
membros do San'hedrin (Corte Suprema).
Voltando-se a Mosh e Aharon, os judeus acusaram-nos: "Vocs causaram a morte dessas
250 pessoas. Por que aconselharam-nos a oferecer incenso, que fatal a qualquer um que o
oferece sem o comando Divino explcito? Nadav e Avihu (filhos de Aharon) tambm foram
mortos ao levarem incenso sem serem ordenados a faz-lo."
As acusaes do povo judeu constituam lashon har, calnia. O Todo Poderoso revelou-Se
imediatamente na Nuvem da Glria para proteger Mosh e Aharon. Ele enviou o anjo Ketsef
para golpear o povo com uma praga.
Mosh e Aharon prostraram-se para implorar a D'us para que no punisse o povo. Contudo,
palavras de orao no emanavam de seus lbios. O Todo Poderoso, Que concede ao homem
o poder da fala, impediu-os de interceder em favor dos pecadores.
" sua tarefa impedir a entrada de qualquer pessoa no autorizada a qualquer rea do
Santurio que lhe seja proibida." Advertiu D'us tanto aos cohanim quanto aos leviyim. "Se
falharem, sero punidos."
A mitsv de guardar o Santurio e o Templo
D'us ordenou aos cohanim e leviyim que vigiassem o Santurio e o Templo Sagrado todas as
noites.
D'us, Que guarda o mundo, no necessita de guardas humanos para proteger Seu palcio. Ele
ordenou que uma guarda de honra fosse colocada sua volta a fim de incutir sua grandeza
nos judeus. Visitantes aproximam-se de um edifcio guardado com temor, pois considerado
distinto, como o palcio de um rei.
Vinte e quatro guardas eram postados toda noite em diferentes locais ao redor do Templo
Sagrado. Os cohanim montavam guarda em trs locais no Ptio, e os leviyim em vinte e um
locais fora deste. Um inspetor fiscalizava a vigilncia de todos os guardas.
Os presentes ofertados aos cohanim
Diz o provrbio: "Se minha vaca quebrar a perna, para meu
benefcio."
Todo infortnio tem seu benefcio. Aharon beneficiou-se da disputa
de Crach, pois em seguida o Todo Poderoso selou um pacto com
Aharon, confirmando que os cohanim recebero para sempre os
vinte e quatro presentes de kehun.
Certa vez, o imperador deu um estado a seu amigo como um
presente casual. No assinou escritura alguma, nem endossou com
qualquer outra medida legal que concedera esse estado ao amigo.
Entretanto, logo aps, impostores afirmavam que o estado era
deles. O imperador informou ento seu amigo: "Agora editarei uma
ordem para inscrever o presente nos registros oficiais, para que
ningum possa negar que voc o verdadeiro proprietrio."
Similarmente, aps Crach ter disputado o direto de Aharon
kehun, D'us lavrou um contrato oficial com os cohanim,
prometendo-lhes para sempre, e a seus descendentes, os vinte e
quatro presentes que os judeus so obrigados a separar para eles.
D'us proclamou: "Concedo-lhes esses presentes feliz e de boa
vontade, como algum que escreve uma escritura de algum
presente a um bom amigo."
A Tor chama esse pacto de "o Pacto do Sal". Assim como o sal
nunca se estraga, este pacto durar para sempre.
Alguns dos vinte e quatro presentes para os cohanim so:
Quando um judeu traz um sacrifcio, deve dar partes desse para
os cohanim. Tambm recebem uma parte dos sacrifcios oferecidos
em nome da comunidade.
Na poca do Templo Sagrado, se um judeu abatia um animal
domstico para seu consumo pessoal, era obrigado a dar trs
Chucat comea com o puro decreto da Tor, Chucat Hator, uma mitsv que somos
conclamados a cumprir mesmo que no possamos entender seu propsito e sua
razo - a vaca vermelha (Par Adum), cujas cinzas eram usadas para purificar as
pessoas que se contaminaram atravs de contato com o corpo de uma pessoa
morta.
A narrativa ento salta 38 anos, para iniciar a descrio do que aparece
imediatamente antes do povo judeu entrar na Terra de Israel. A profetisa Miriam
morre, e o povo fica sem gua, pois o miraculoso poo que os acompanhara durante
sua jornada no deserto existia apenas pelo seu mrito.
D'us ordena a Mosh e a Aharon que falem com uma rocha em especial, que
produzir gua instantaneamente; em vez disso, Mosh golpeia a pedra com seu
cajado, e D'us diz aos dois lderes que eles no entraro na Terra Prometida.
Depois, o rei de Edom recusa-se a deixar o povo judeu passar, fazendo-lhes tomar
uma rota mais distante. Aharon morre e sepultado no Monte Hor, e seu filho Elazar
o sucede como Sumo Sacerdote.
Os Filhos de Israel cantam uma cano de louvor sobre o milagroso poo que D'us
tinha feito surgir pelo mrito de Miriam, e a poro termina com as batalhas e vitrias
sobre Sichon, o rei de Emori, e Og, o rei de Bashan.
Mensagem da Parash
Ao caminhar pelo moderno shopping center prximo rodoviria do centro em
Be'ersheva, Israel, voc se sente quase em casa. Dezenas de lojas modernas
parecem totalmente americanas; nota-se a viso familiar de pessoas subindo
escadas rolantes, subindo e descendo o saguo repleto de lojas da parte central do
shopping; e pode dar um profundo suspiro de alvio ao encher os pulmes com o ar
condicionado fresco e suave deste maravilhoso centro de compras.
A experincia em si de comprar pode no ser to excitante - afinal, a mentalidade de
compras no Oriente Mdio no exatamente aquela qual estamos acostumados, e
o cliente nem sempre tem razo - mas o simples fato de que voc est abrigado em
um ambiente calmo, hospitaleiro e fresco deixa-o mais relaxado. A temperatura
externa est em torno de 35 C, e voc termina por apreciar o condicionador de ar
que lhe fornece temperatura to agradvel.
Graas s inovaes modernas como ar condicionado, aquedutos para transportar
gua por longas distncias, e o aperfeioamento na armazenagem de alimentos,
cidades grandes como Be'ersheva comearam a desenvolver-se margem de
desertos. Mas sua existncia tnue e apenas possvel nas reas mais amenas. Em
sua essncia, o deserto continua desafiadoramente implacvel com a habitao
humana, de tal forma que faz-nos refletir como os judeus - uma nao com uma
populao de sete dgitos - sobreviveu vagando no deserto por quarenta anos antes
de entrar na Terra de Israel.
No, os judeus no foram amparados por condicionadores de ar, gua encanada, e
comida importada. Em vez disso, beneficiaram-se de alguns artefatos bastante
miraculosos fornecidos por D'us. Nuvens especiais cercaram e cobriram a nao
viajante; mantiveram um tipo de supremo controle do clima, refrescando o ar e
removendo obstculos do caminho frente. Alm disso, os judeus no precisavam
se preocupar com queimaduras de sol. As nuvens ofereciam tambm proteo
contra predadores. Alm disso, o man descia do cu seis dias por semana. Perfeito
alimento substituto, o man fornecia 100% da nutrio necessria. Na verdade, o
man era to perfeito que era absorvido integralmente pelo trato digestivo,
eliminando a necessidade de aliviar-se. E um poo, jorrando de uma grande rocha,
rolava junto com eles para fornecer-lhes gua.
Com a maioria de suas necessidades fsicas satisfeitas, os judeus tinham bastante
tempo para envolver-se no estudo da Tor que haviam recebido no incio de sua
jornada. Entretanto, os presentes que tornaram o ambiente ideal e protetor no eram
gratuitos. Ao contrrio, os judeus os receberam pelo mrito dos muitos indivduos
devotos, motivados e justos que habitavam entre eles.
O Talmud (Tratado Ta'anit 9a) relata que Israel teve trs grandes lderes - Mosh,
Aharon e Miriam - e trs maravilhosos presentes foram recebidos por intermdio
deles. Pelo mrito de Miriam, um poo jorrava gua incessantemente; Aharon foi
responsvel pelas Nuvens de Glria; e o man caiu pelo mrito de Mosh.
Embora estas associaes - Miriam com o poo, Aharon com as Nuvens, e Mosh
com o man - no sejam explicitamente mencionadas na Tor, cada uma delas pode
ser detectada com alguma observao bsica e cuidadosa no decorrer do texto.
D'us registra em nossa Poro da Tor que Miriam faleceu e foi enterrada em
Cadesh, um local no Deserto de Tsin. A descrio continua: "E no havia gua
alguma para a congregao, e eles se reuniram [para reclamar] a Mosh e Aharon"
(Bamidbar 20:2).
Por que estes eventos aparentemente no relacionados so colocados juntos? A
gua do poo flua pelo mrito de Miriam. Era uma mulher justa, que dedicou-se a
servir a D'us. Sua presena e envolvimento com os judeus trouxe-lhes uma
considerao especial por parte de D'us; sua morte deixou uma grande lacuna para
o povo. Como suas qualidades mpares que haviam merecido o poo estavam
ausentes, o poo deixou de funcionar.
As mortes de Aharon e Mosh deixaram vcuos semelhantes, privando os judeus
das Nuvens de Glria e do man. Na verdade, sempre que uma pessoa justa nos
deixa - seja para ir para o mundo vindouro ou a outro lugar qualquer nesta terra sentimos um grande senso de perda. Quando a Tor descreve a viagem de Yaacov
de Cana a Charan (onde vivia seu tio Laban), faz uma adio reveladora: "Yaacov
deixou Be'ersheva e foi para Charan" (Bereshit 28:10). Obviamente, o ato de partir
significativo. A este respeito, Rashi cita um Midrash que declara: "A partida de um
justo de um lugar deixa uma impresso indelvel."
O Yaafe Toar explica que, para onde quer que um tsadic v, ilumina os arredores
(tanto espiritual como fisicamente) com sua sabedoria de Tor. Ele concede um
senso de dignidade a todos que esto em sua presena, honrando-os e sendo
honrado por eles, e oferece inestimvel conselho da perspectiva da Tor. Como um
modelo vivo da Tor, o tsadic estabelece um exemplo positivo e influente para
aqueles ao seu redor.
Talvez isso possa ajudar a esclarecer a mitsv de "E a Ele te apegars" (Devarim
10:20). No podemos apegar-nos fisicamente a D'us porque Ele no fsico. Nossos
rabinos portanto explicam que devemos agarrar toda oportunidade de associar-nos
com indivduos justos e piedosos, judeus que esto imersos na Tor de D'us e cujas
prprias aes refletem aquela imerso. Certamente os tsadikim so mortais, mas
sua influncia penetrante e poderosa pode ajudar-nos a ficar mais prximos de D'us.
Uma lio prtica emerge de tudo isso. Toda vez que encontrar uma pessoa assim, a
oportunidade est batendo - at mesmo a interao mais bsica tem um efeito
garantido. Voc pode aperfeioar seu Judasmo fazendo negcios, almoando, ou
simplesmente apresentando-se a esta pessoa. Alm dos dons que a comunidade
recebe pelo mrito de um justo, o prprio tsadic beneficia a comunidade; sua simples
presena um presente em si.
Chucat
Trs categorias de mitsvot
O passamento de Miriam e o
desaparecimento do Poo de Miriam
desaparecera. Uma vez que ningum mais sabia do local secreto, concluram que
um deles deveria ter roubado o tesouro. Mas qual? Cada um acusava o outro,
dizendo: "Voc o ladro!"
Incapazes de determinar quem era o culpado, decidiram viajar at Jerusalm e
submeter o caso ao Rei Salomo.
O Rei Salomo ouviu atentamente o relato e ordenou-os a retornar no dia seguinte.
Ao voltarem corte, o rei declarou: "Sei que todos vocs so mercadores
perspicazes. Antes de julgar seu caso, gostaria de ouvir sua opinio acerca de outro
caso que me foi apresentado."
Os trs ouviram com ateno o Rei Salomo relatar o seguinte incidente: "Um
menino e uma menina cresceram no mesmo bairro, e prometeram no se casar sem
o consentimento um do outro. Mais tarde, mudaram-se e perderam contato. Quando
a menina chegou idade casadoura, ficou noiva de um jovem de sua nova cidade.
Mesmo assim, no se esquecera da promessa feita na infncia. Ao se aproximar a
poca do casamento, vendeu seus pertences pessoais a fim de levantar fundos para
empreender uma longa jornada a sua cidade natal, para procurar seu antigo vizinho.
Viajou a sua cidade, encontrou-o e explicou-lhe que estava noiva de outra pessoa.
Pediu-lhe para libert-la da promessa feita anos atrs e, em seu lugar, aceitar o
dinheiro que conseguira.
O jovem valorizou os sofrimentos pelos quais ela passara para ser fiel a sua
promessa. Apesar de lhe ser difcil, disse-lhe que estava livre para casar-se com seu
noivo. Recusou o dinheiro que ela oferecera, e ela partiu em paz.
A solitria viagem de volta era to perigosa para a jovem quanto fora sua jornada
para longe do lar. Ao circular por um bairro deserto, um velho surgiu de um arbusto,
atirando-se sobre ela, roubando-lhe todo o dinheiro e ameaando utilizar-se dela
para seus prprios propsitos.
"Por favor, oua-me," suplicou a moa, "voc um homem velho, por qu traria esta
terrvel culpa sobre si pouco antes de ser convocado perante o Juiz Eterno? Pegue
meu dinheiro, mas deixe-me retornar ilesa a meu noivo." Contou-lhe sua histria, e
encerrou: "Meu amigo de infncia certamente teve mais dificuldade em me deixar
partir que voc; ele jovem, e reivindicou um direito a mim. Voc, um homem velho,
deve aprender dele a como se controlar."
O ladro ficou tocado pelo relato. No a molestou, e restituiu-lhe o dinheiro.
"Agora," concluiu o Rei Salomo, "coloco-lhes a seguinte questo: Quem o
verdadeiro heri da histria - a moa, o jovem ou o ladro? Gostaria de ouvir suas
opinies sobre o assunto."
"A moa extraordinria," replicou o primeiro mercador. "Imagine, empreender uma
longa e perigosa jornada apenas para cumprir sua promessa!"
"Admiro o jovem," apartou o segundo. "Agiu de maneira nobre e altrusta."
"A ao do ladro a mais admirvel," comentou o terceiro mercador. "Depois de
conseguir ter em sua posse tanto a moa quanto o dinheiro, no apenas libertou a
moa, como tambm restituiu o dinheiro!"
"Prendam-no!" gritou o Rei. "Ele s pensa em dinheiro! Mesmo ouvindo esta histria,
em seu ntimo, desejava o dinheiro da moa. Quando teve oportunidade de pegar o
judeu contou a seus amigos sobre a venda em perspectiva, e descobriu quo raro e
precioso era esse animal.
Quando os delegados voltaram com a soma combinada, o gentio lhes disse: "Mudei
de idia; no venderei minha vaca."
"Estamos dispostos a pagar um alto preo," replicaram os sbios. "Quer mais cinco
peas de ouro?"
"No a venderei," insistiu o no-judeu.
"Pegue mais dez peas de ouro," ofereceram.
"Vocs no a tero," repetiu.
"Pagaremos vinte peas extras de ouro," disseram.
"Fora de questo," replicou.
Os membros do San'hedrin aumentaram a oferta at que o homem finalmente
concordou com a venda por uma quantia de cem peas de ouro adicionais. (Algumas
opinies dos sbios dizem que por mais mil.)
Os sbios disseram-lhe que voltariam com a quantia total e apanhariam o animal no
dia seguinte.
Aps partirem, o gentio disse a seu vizinho, rindo: "Sabe porqu esses judeus
insistiram em adquirir esta vaca em especial? Necessitam dela para seus ritos
religiosos, pois jamais foi atrelada a um jugo. Todavia, eu lhes aplicarei um pequeno
truque."
Naquela noite, o perverso pegou sua vaca vermelha, atrelou-a ao jugo e arou com
ela.
Os sbios voltaram na manh seguinte. Antes de pagarem, examinaram o animal.
Sabiam que uma vaca que jamais fora atrelada a um jugo pode ser reconhecida
atravs de dois critrios: 1. Dois determinados pelos do pescoo ficam eretos
enquanto intocados pelo jugo, porm dobram-se assim que se coloca o jugo sobre o
animal. 2. Os olhos de um animal que jamais carregou um jugo so firmes. Depois
de subjugada, seus olhos piscam, pois o animal olha de soslaio para ver o jugo.
Perceberam imediatamente que essa vaca apresentava os sinais de uma vaca que
j portou o jugo.
"Fique com a vaca," disseram ao gentio. "No precisamos dela."
At a boca deste perverso blasfemo reconheceu: "Abenoado seja Aquele que
escolheu esta nao."
O cohen abate a vaca "fora do Acampamento". Durante os anos no deserto, era
abatida fora dos trs Acampamentos; e na poca do Templo Sagrado, no Monte das
Oliveiras, uma vez que esta montanha era considerada "fora de Jerusalm."
O cohen colhe um pouco de sangue da vaca em sua mo esquerda, mergulha
nesse seu indicador direito, e asperge o sangue em direo entrada do interior do
Templo (Hechal), o qual consegue enxergar da montanha.
Miriam ensinara e orientara as mulheres, assim como Mosh e Aharon o faziam com os
homens. Foi uma das sete profetizas conhecidas.
Miriam faleceu sem sofrimento, pacificamente e feliz. J que ela era uma tsadeket, mulher
justa, o anjo da morte no podia toc-la. A Shechin (Presena Divina) revelou-se a ela,
levando assim sua alma de volta a sua fonte. Aps sua alma ter deixado o corpo, os anjos a
receberam com muita alegria. Exclamaram: "Venha em paz". Essas so as boas-vindas
dispensadas a todos os tsadikim aps seu falecimento.
A narrativa do falecimento de Miriam segue-se as leis da Vaca Vermelha (apesar de seu
passamento ter ocorrido no ltimo ano no deserto, enquanto que a Vaca Vermelha foi
queimada no segundo ano). A Tor justape esses dois eventos para ensinar que a morte de
um tsadic traz expiao para o povo judeu, como o fazem as guas da Vaca Vermelha.
Assim que Miriam faleceu, D'us fez com que o Poo de Miriam desaparecesse
temporariamente, para que o povo percebesse que seu poo de gua fora fornecido pelo
mrito de Miriam. Apreciando assim sua grandeza, poderiam enlutar-se por esta tsadeket de
maneira apropriada.
A gerao do deserto recebeu trs presentes pelo mrito de seus trs grandes lderes:
O Poo, pelo mrito de Miriam
As Nuvens de Glria, pelo mrito de Aharon
A man, pelo mrito de Mosh.
Por qu os trs lderes so associados a esses presentes especficos?
Eles personificavam os trs pilares que sustentam o mundo - Tor, servio Divino e realizao
de atos de bondade.
Mosh deu a Tor e era o mestre e lder do povo judeu por excelncia. Por isso, em seu
mrito os judeus recebiam a man, cujo presente dirio aliviava a necessidade de se obter um
ganha-po, e cuja ingesto ajudava-os no entendimento do estudo da Tor.
Aharon personificava o servio Divino. Sua devoo ao Servio dos sacrifcios trouxe a
Shechin ao povo judeu. As Nuvens de Glria eram, assim, dadas em seu mrito, pois
representavam a Shechin que residia com o povo judeu.
Miriam era excelsa no terceiro dos trs fundamentos: a bondade. Desde sua juventude
devotou-se ao bem-estar de seu povo. Mesmo quando criana, ajudava sua me como
parteira, e levava comida aos pobres.
Mais ainda, foi Miriam que esperou por Mosh s margens do Nilo, e por isso foi
recompensada justamente atravs da gua.
Por causa de seu atributo de chessed, bondade, D'us proveu os judeus com gua, uma
necessidade vital.
Como os judeus recebiam gua do Poo de Miriam?
Esta miraculosa rocha da qual brotava gua estava sempre presente no deserto com o povo.
Quando o povo acampava, essa ficava num local alto, em frente entrada do Tabernculo.
Cada um dos doze lderes aproximaram-se do poo com seus cajados e traaram uma linha
ligando o poo sua tribo. A gua flua atravs dessas doze linhas para todas as Tribos,
formando rios entre uma tribo e outra. Cada rio era to largo que uma mulher que desejasse
visitar uma amiga de tribo diferente precisaria de um barco, seno desejasse molhar os ps.
A gua tambm rodeava a maior parte do Acampamento. Onde quer que os judeus
acampassem, grama, rvores, vinhedos, figos e roms brotavam sua volta. Os vinhedos
produziam uvas de sete sabores diferentes. O povo judeu experimentava o bem e a excelncia
do Mundo Vindouro na gua e nas plantas produzidas pelo Poo de Miriam. Por isso, mais
tarde (nesta parash), cantaram um cntico louvando esse maravilhoso poo.
Aps o falecimento de Miriam, o Poo desapareceu subitamente.
Sem gua potvel para suas esposas e filhos, os judeus encontravam-se em uma situao
crtica.
Mosh e Aharon, que estavam sentados, enlutados por sua irm, viram multides
aproximarem-se de sua tenda.
"O que essa assemblia?" - indagou Mosh a Aharon.
Replicou Aharon: "Os judeus no so descendentes de Avraham, Yitschac e Yaacov, que
realizam atos de bondade como seus patriarcas? Certamente esto vindo para nos consolar."
"Aharon," censurou-o Mosh, "voc no consegue distinguir entre uma multido com
propsitos nobres de uma com propsitos ignbeis? Se estivessem se aproximando de
maneira ordeira - com os Ancios frente, seguidos pelos responsveis pelos milhares, pelos
centuries, e assim em diante - voc teria razo. Porm olhe para esta multido tumultuada!"
As palavras de Mosh provaram ser verdadeiras imediatamente. A desorganizada e excitada
aglomerao que rumava tenda comeou a reclamar amargamente sobre a falta de gua.
"Por qu precisamos sofrer tanto?" - inquiriram. "Voc, Mosh, costumava afirmar que somos
punidos porque h pecadores entre ns, que fazem com que a Shechin parta. Agora, contudo,
os homens da gerao do deserto j se foram, e os de ns que permanecem vivos merecem
entrar em Israel. Por que deveramos ns, ou nossos filhos, e nosso gado perecer de sede?
"Os infindveis testes so demais para suportarmos. Por que voc no reza para D'us levarnos diretamente a Israel em vez de guiar-nos pelo deserto por quarenta anos? Preferamos ter
sido consumidos junto com a congregao de Crach ou na praga subseqente a morrer de
sede agora.
"Vocs esto enlutados por uma pessoa. Em vez disso, deveriam enlutar-se por todos ns,
pois no temos gua."
Apesar dos judeus, em sua agitao, estarem prontos a apedrejarem Mosh e Aharon, D'us
no refreou suas reclamaes contra eles. Eles expressaram-nas em meio dor da sede, e
D'us no detm algum de suas afirmaes enquanto est em dor.
Mosh e Aharon escaparam da fria da multido para a entrada do Tabernculo e prostraramse em prece.
A Nuvem de Glria apareceu, e D'us censurou Mosh: "Meus filhos esto sofrendo de sede,
enquanto voc est envolto em luto. Encontre a rocha que era o Poo de Miriam, ordene-lhe
que dela emane gua, e convide a congregao e os animais a beberem."
Mosh e Aharon pecam em guas de Discrdia
D'us disse a Mosh: "O povo testemunhar agora um milagre que
D'us preservou essas montanhas tambm como um lembrete de que haviam muitas
montanhas parecidas no deserto. Os judeus ento apreciariam a bondade que o Todo
Poderoso fez em prol deles ao nivelar as montanhas.
Ao chegarem a Hor Hahar, D'us anunciou a Mosh: "Aharon se unir a seu povo. Sua alma se
juntar a de outros tsadikim no Mundo Vindouro.
"Informe gentilmente a Aharon que est prestes a partir deste mundo, pois pecou nas guas de
Discrdia. Seu filho Elazar o suceder como Sumo-sacerdote. Algum que deixa um filho que
toma seu lugar considerado como se no tivesse falecido."
Ao receber as ordens de D'us, Mosh suplicou: "Mestre do Universo! Aharon no pode ficar
vivo no lado leste do Jordo?"
"Impossvel," replicou o Todo Poderoso. "O fato dele ficar vivo impede os judeus de entrarem
na Terra. Voc deseja que ele viva a este custo?"
Mosh ainda continuou a rezar: "Mestre do Universo," implorou ao Todo Poderoso, "Como
posso dizer a meu irmo: 'Sua hora chegou?'"
D'us replicou: " uma honra para ele ser informado por ningum mais a no ser voc. Diga-lhe:
'Quo afortunado voc , pois eu e seus filhos lhe assistimos em seus ltimos momentos.
(Quem cuidar de mim [Mosh] quando estiver prestes a morrer?) Alm disso, seu filho tomar
seu lugar (e o meu no)."
"Mais que isso, Aharon no morrer atravs do Anjo da morte. Quando Aharon arriscou sua
vida queimando incenso no meio do povo a fim de deter a praga, Eu decretei que o Anjo da
Morte no ter poder sobre ele. Eu Mesmo recolherei sua alma."
Ao perceber que o decreto de D'us era irrevogvel, Mosh obedeceu sem demora.
Na manh seguinte, ele rendeu honras pblicas a Aharon. Em vez de andar at o Tabernculo
na formao usual - Aharon direita, Elazar esquerda, os lderes flanqueando-os pelos dois
lados, e o povo entre eles - Mosh disse a Aharon que andasse no centro, onde em geral
Mosh anda.
O povo estranhou o porqu de Aharon receber honra especial. Supuseram que Aharon
recebera profecia em vez de Mosh.
Quando o cortejo chegou ao Tabernculo. Aharon quis entrar para realizar o Servio matinal
dirio.
"Espere," disse Mosh. "D'us ordenou que voc no realize o Servio hoje."
"O que Ele ordenou?" - perguntou Aharon.
"Subamos ao Hor Hahar, e eu lhe direi," retrucou Mosh.
Ao sop da montanha, Mosh ordenou aos nessiim (lderes das tribos) que esperassem.
Apenas ele, Aharon e Elazar subiram.
Aharon indagou novamente: "O que D'us ordenou?"
"Meu irmo," introduziu Mosh o assunto cuidadosamente, "voc est consciente de guardar
um depsito que o Todo Poderoso pode querer de volta?"
"Meu irmo Mosh," replicou Aharon, "O Tabernculo inteiro e seus utenslios sagrados esto
sob minha responsabilidade. Ser que falhei no Servio?"
Mosh tentou uma aproximao mais direta: "O Todo Poderoso confiou-lhe uma luz?" perguntou a Aharon.
"No apenas uma," replicou Aharon, "Todas as sete luzes da Menor so de minha
responsabilidade."
"Isto no o que quero dizer," disse Mosh. "Talvez Ele confiou-lhe algo que se parece com
luz?"
"A alma do homem a vela de D'us." (Mishl 20:7), replicou Aharon. "Voc est insinuando
que a hora de meu passamento chegou?"
"Sim," disse Mosh, colocando a mo no corao e gritando: "Meu corao di e sofre dentro
de mim, e o temor da morte caiu sobre mim." (Tehilim 55:5).
No topo da montanha uma caverna estava preparada, e nela uma cama e uma vela acesa.
D'us instruiu Mosh: "Transfira os trajes sacerdotais de Aharon a seu filho Elazar, que o
suceder como Sumo-sacerdote." Quando Mosh ouviu a ordem, no sabia como agir.
proibido vestir o Sumo-sacerdote em qualquer outra seqncia a no ser a prescrita: primeiro,
as roupas de baixo; e depois as outras. A fim de vestir Elazar na ordem correta, deveria despir
Aharon de todas as suas roupas, inclusive as de baixo.
"No tema," disse D'us a Mosh, "Faa, e Eu farei minha parte."
Os milagres que D'us realizou para Aharon quando este estava prestes a falecer foram maiores
que os da vida inteira de Aharon. Toda vez que Mosh removia uma das tnicas sacerdotais de
Aharon, encontrava-o vestido por baixo com um traje Celestial correspondente, de maneira que
o corpo de Aharon nunca ficou nu. Depois que Mosh despiu todos os oito trajes sacerdotais,
Aharon vestia oito trajes Celestiais correspondentes.
Ento Mosh disse a Aharon: "Deite-se no div!" Aharon assim o fez.
"Feche os olhos," ordenou Mosh. Aharon fechou-os.
"Estique as pernas!" - mandou Mosh. Aharon obedeceu.
A Shechin desceu, e a alma de Aharon foi atrada em sua direo com alegria e jbilo,
retornando lentamente a sua origem.
Sendo que a partida da alma atravs de "um beijo Divino" um espetculo sagrado e solene, a
alma de Aharon partiu isolada numa caverna. Ningum, exceto Mosh e Elazar podiam
observar a grande cena.
Mosh exclamou: "Quo afortunada a pessoa que falece desta maneira!"
Mais tarde, D'us concedeu o desejo de Mosh, de experimentar esta morte.
O Anjo da Morte no teve poder sobre seis tsadikim, cujo passamento deu-se atravs de "um
beijo Divino":
Avraham
Yitschac
Yaacov
Mosh
Aharon
Miriam
O Todo Poderoso ordenou ento a Mosh e Elazar: "Agora deixem a caverna." Assim que
saram, a entrada se fechou.
Quando Mosh e Elazar retornaram, o povo no conseguia compreender o que acontecera.
Viram trs pessoas ascenderem montanha, e agora s duas esto descendo.
Todos os tipos de rumores e desconfianas acerca do destino de Aharon foram levantadas.
"Onde est Aharon?" - inquiriram Mosh.
"Ele faleceu," respondeu Mosh.
Esta afirmao encontrou descrena total. O povo disse ameaadoramente a Mosh: "No nos
diga que o Anjo da morte tinha poder sobre Aharon, que o controlou e impediu-o de matar os
judeus! Traga Aharon de volta imediatamente, ou o apedrejaremos!"
"Conhecemos seu carter irascvel. Aharon deve ter dito ou feito algo que voc considera
pecaminoso, e voc decretou-lhe pena de morte!"
A falsa suspeita lanada sobre Mosh invocou o castigo do Cu. Imediatamente depois, os
judeus foram atacados por Amalec.
Mosh orou a D'us para ficar livre de suspeitas.
O Todo Poderoso ordenou aos anjos que trouxessem o caixo de Aharon e mostrassem-no ao
povo. Tiveram uma viso do caixo de Aharon flutuando no ar. Por conseguinte, aceitaram sua
morte.
O luto por Aharon foi pesado. Durou trinta dias e incluiu todos os membros da nao; homens,
mulheres e crianas.
Os cus tambm se enlutaram. D'us e Suas Hostes Celestiais fizeram sua elegia,
proclamando: "A Tor da Verdade estava em sua boca, e a iniqidade no se encontrava em
seus lbios; ele andou Comigo em paz e retido. Pois os lbios do cohen [Aharon] guardavam
conhecimento e eles buscavam Tor de sua boca, pois era como um anjo do Eterno das
Hostes." (Malachi 2:6-7).
Por que Aharon foi to vastamente pranteado?
Aharon gozava de enorme popularidade, pois amava a paz e perseguia a paz.
Enquanto andava atravs do Acampamento, cumprimentava qualquer judeu que via com um
amplo sorriso e palavras calorosas, mesmo se a pessoa fosse um perverso. Imediatamente,
qualquer pessoa que cometera, ou estava prestes a cometer um pecado, pensava: "Por que
Aharon (o Sumo-sacerdote, o maior dignitrio dos judeus) cumprimentou-me? Obviamente,
pensa que sou um tsadic." Envergonhado por seu verdadeiro carter no encaixar-se na
imagem percebida por Aharon, a pessoa resolvia melhorar seus caminhos.
Sempre que Aharon ouvia que dois judeus discutiram, visitava um deles e dizia: "Sabe o
quanto seu antigo amigo est arrependido de no se dar mais bem com voc? Est sentado
em casa, batendo no peito com o punho e rasgando as roupas de arrependimento, por causa
da discrdia entre vocs dois, mas est envergonhado demais para lhe dizer!"
Aharon ento visitava o outro amigo, dizendo-lhe as mesma coisas. Da prxima vez que se
encontravam, abraavam-se, beijavam-se e uniam-se novamente, reatando a amizade.
Se Aharon ouvisse acerca de uma rixa entre marido e mulher, no descansava enquanto no
os tivesse reconciliado. Como Aharon resolvia desavenas entre marido e mulher? Caso
ficasse sabendo que algum brigara com a esposa e a expulsava de sua tenda, ia at ele e
dizia: "Soube que voc quer divorciar-se. Pense bem, talvez voc no encontre uma melhor!
Talvez sua futura esposa o far lembrar constantemente que voc foi o culpado, que voc est
sempre provocando brigas, como fazia com a primeira esposa. melhor fazer as pazes e
contentar-se com a situao." As palavras sinceras de Aharon tocavam profundamente o
homem zangado e acalmavam seus sentimento de irritao.
Cada vez que Aharon fazia as pazes entre marido e mulher, o casal dava o nome de Aharon ao
filho nascido aps sua reconciliao. Foram esses meninos que renderam as maiores honras
ao irmo de Mosh, que s nasceram porque Aharon conseguiu reunir seus pais. Oitenta mil
crianas chamadas Aharon acompanharam o esquife de Aharon, que eles viram se movendo
no cu.
Aharon faleceu com a idade de 123 anos, a primeiro de Av de 2488 (1312 AEC). At o dia de
hoje, ningum conhece o local exato dos tmulos de Mosh e Aharon. O Prprio D'us juntou-os
a Si.
Amalec ataca o povo judeu
Durante a vida de Aharon, as Nuvens de Glria protegiam o povo judeu, pelo
seu mrito. Quando ele faleceu, as Nuvens desapareceram. Por no terem mais
a proteo das Nuvens, a arca preenchia a funo das Nuvens, matando as
cobras e escorpies por onde os judeus passavam.
Enquanto as Nuvens cercavam o Acampamento de Israel, as outras naes
temiam atac-los. Os amalequitas eram antigos inimigos de Israel, que
esperavam uma oportunidade para atacar. Diziam: "Ataquemos os judeus.
Mosh e Elazar esto de luto, os judeus choram, e j no h Nuvens de Glria
para proteg-los."
Os amalequitas mobilizaram seu exrcito e atacaram o povo judeu.
Amalec derrotado
Amalec temia que os judeus rezassem a D'us para que o derrotasse; por isso,
resolveram enganar os judeus.
Eles falaram entre si no idioma canaaneu, esperando que o povo judeu
pensasse que eram canaanitas. Assim, rezariam para que D'us os salvasse dos
canaanitas, enquanto que eles, os amalequitas, que atacariam.
Mas o estratagema no logrou. Apesar de falarem o idioma canaaneu, os judeus
reconheceram sua indumentria amalequita.
A Parash Balac muda das viagens do povo judeu no deserto para contar a histria de Bilam, o
profeta pago que tentou amaldioar os Filhos de Israel.
Contratado por Balac, o rei de Moav, Bilam concorda em embarcar numa jornada at o
acampamento israelita; entretanto, primeiro pede permisso a D'us, e vai com a condio de que
falaria apenas aquilo que D'us colocasse em sua boca.
Durante a viagem, um anjo brandindo uma espada bloqueia o caminho de Bilam, fazendo que sua
montaria desvie-se repetidas vezes da estrada. Incapaz de ver o anjo, Bilam reage golpeando o
jumento desobediente por trs vezes. Milagrosamente, D'us faz com que o animal fale com Bilam,
e D'us desvela os olhos do humilhado profeta, para que possa ver o anjo de p em seu caminho.
O anjo ento lembra a Bilam uma vez mais que ele pode apenas falar as palavras que o Criador
colocar em sua boca.
Chegando prximo do acampamento dos judeus, Bilam tenta amaldio-los repetidamente; todas
as vezes D'us o impede, e em vez disso ele termina por pronunciar vrias bnos e preces, para
consternao de Bilam.
A Poro da Tor termina com a licenciosidade dos homens judeus com as filhas promscuas de
Moav e Median, e o indecente ato pblico de Zimri, um prncipe da Tribo de Shimon, com uma
princesa medianita. Pinechas, neto de Aharon, reage zelosamente furando-os at a morte com
uma lana, detendo uma peste que D'us havia feito irromper no acampamento.
Mensagem da Parash
O Talmud (Tratado Berachot 12b) declara que os Sbios queriam incluir a poro Balac desta
semana da Tor em nosso recital dirio da prece fundamental Shem. A questo, claro: por
que? O que h de to especial na Poro Balac da Tor para justificar que seja recitada
diariamente em uma de nossas preces mais importantes? A resposta pode ser encontrada em um
versculo em particular - "Eles so uma nao que se levanta como um jovem leo" (Bamidbar
23:24).
O Sfas Emes explica que os rabinos consideraram este versculo to importante porque
representa uma das mais elevadas aclamaes do povo judeu. Como o leo, somos uma nao
que sempre se levanta; no importa o quanto camos, sempre nos levantamos. Isso o que so
os judeus, e o trao de carter do qual mais nos orgulhamos. Somos um povo que se ergue das
cinzas. Essa uma qualidade expressa por qualquer um que tenha alguma ligao com uma
famlia que passou pelo Holocausto, e sobrevive hoje para chamar-se judeu.
Nos campos de concentrao, Eichmann tirou a cortina de uma Arca Sagrada e colocou-a sobre a
entrada da cmara de gs. Sobre ela estava escrito o versculo: "Este o porto para D'us; os
justos passaro por ele." Fez isso como zombaria - zombando de D'us, do povo judeu, e de tudo
aquilo alm do reino deste mundo fsico. Porm a mensagem era bem verdadeira - os judeus que
passaram por aquela cortina tornaram-se justos.
Eichmann e os nazistas desapareceram h muito tempo, mas colocamos de volta aquela cortina
em nossas arcas. Erguemo-nos novamente como um leo, e existem agora mais cortinas e mais
sinagogas para coloc-las do que jamais houve antes. No importa quantas vezes possamos cair,
judeus por causa deles. Por qu foi esta sua primeira maldio?
Duas pessoas entraram na floresta para derrubarem uma rvore. O mais tolo comeou a podar
um galho aps o outro, um trabalho bastante tedioso. O mais esperto raciocinou: "Se pudermos
encontrar as razes desta rvore e fizermos um esforo supremo para cort-la, conseguiremos
tambm podar todos os seus galhos."
Assim, Bilam, o perverso, pensou: "Em vez de amaldioar cada tribo separadamente, erradicarei
as razes. Se encontrar alguma impureza na origem deste povo, eu a amaldioarei, e desta forma,
prejudicarei o povo inteiro."
Em seguida Bilam concentrou seus pensamentos em nossos patriarcas, com o a inteno de
encontrar neles alguma jaa. Mas ao contrrio, uma bno brotou de seus lbios, pois a origem
dos judeus era pura:
"Do topo das rochas eu o vejo e das colinas eu o contemplo."
Vejo os judeus descenderem de patriarcas sagrados, chamados de "rochas", e das sagradas
matriarcas, chamadas de "colinas". (Como as rochas no mundo fsico, os patriarcas so a
fundao espiritual do mundo.)
Desde a origem este povo santo, suas almas anseiam por santidade. Por isso, nunca se
assimilaro totalmente como os no-judeus (mesmo se ficarem associados temporariamente.)
Eles guardam e cuidam cuidadosamente de sua origem:
"Eis que o povo viver na solido e no ser contado entre as naes."
O povo judeu no se casar com no-judeus, tampouco adotaro as crenas e culturas dos no
judeus sua volta. Recusam-se a profanar o Shabat, a abolir o berit mil (circunciso), ou a
adorar as divindades dos no-judeus.
"Quem pode contar o p de Yaacov?"
Quem pode contar o nmero de mitsvot que um judeu realiza desde a hora em que nasce at a
hora em que retorna ao p?! J est circunciso na tenra idade de oito dias. Se for um primognito,
redimido por um cohen quando atinge a idade de trinta dias. Aos trs anos, seus pais comeam
a educ-lo em Tor e mitsvot; aos treze, toma sobre si a responsabilidade de todas as mitsvot.
Um judeu nunca se senta para uma refeio sem a bno de "hamotsi"; e aps a refeio,
novamente recita bnos.
Quem pode amaldioar uma nao cujos membros dedicam suas vidas a cumprir os
mandamentos de D'us?
Quem pode contar o nmero de mitsvot que um judeu realiza, mesmo com materiais inferiores,
como terra e p?
Quando o judeu ara, observa a proibio de "No arars com um boi e um burro juntos," e quando
semeia, "No semears teu campo com duas espcies de sementes." Ele utiliza cinzas para a
mitsv da vaca vermelha, e p para as guas de Sot.
Quem pode amaldioar uma nao que cumpre at mesmo a mais pequena das mitsvot de D'us?
Quem pode contar as pequenas crianas judias que, como D'us predisse, "multiplicar-se-o como
o p da terra"? (Todas as contagens no deserto excluam os vares com menos de vinte anos de
idade.)
Atravs da bno de Bilam podemos discernir a maldio que elaborara em seu corao; ele
desejava diminuir o nmero de judeus.
"E o nmero da quarta parte de Israel."
Quem pode contar a populao de mesmo uma das quatro divises de estandartes dos judeus?
De acordo com outra interpretao, Bilam disse: "D'us conta a semente dos judeus, esperando
que nasa um tsadic."
Quando Bilam pronunciou estas palavras profticas, comentou intempestivamente: "Como pode
D'us, Que santo, e seus anjos, que so santos, mesmo olhar para tais assuntos?"
Como punio, Bilam ficou cego de um olho.
"Que eu morra a morte dos justos e que meu fim seja como o deles!"
Ao perceber que em vez de amaldioar os judeus estava involuntariamente abenoando-os
repetidamente, Bilam decidiu que seria melhor morrer a continuar sofrendo tal agonia!
Entretanto, o esprito de profecia que falava atravs de seus lbios tambm elevou esses
pensamentos, e ele encontrou-se pedindo a morte dos judeus justos e virtuosos, que entrassem
no Paraso depois de partir deste mundo.
Este um dos versculos nos quais a Tor Escrita expressa a crena fundamental de que a alma
continua a existir depois da morte fsica, e que os tsadikim experimentam a plenitude e felicidade
eternas do Paraso. Por isso, Bilam teria desejado a morte dos judeus justos.
Balac ficou escutando as palavras de Bilam com cada vez mais assombro e consternao.
"O que voc fez comigo?" - censurou-o. "Eu lhe convoquei para amaldioar meus inimigos, e voc
os abenoa!"
"No posso fazer nada a esse respeito," replicou Bilam, "pois sou forado a falar o que D'us
coloca em minha boca."
Quando os prncipes de Moav ouviram essas palavras, perceberam que Bilam no conseguiria
amaldioar os judeus. A maioria partiu, apenas alguns permaneceram com Balac, na v
esperana de que Bilam ainda obtivesse xito.
Balac disse ento a Bilam: "Deixe-me lev-lo a outra colina, onde estou tendo a viso, atravs de
meus poderes mgicos, que os judeus, um dia, sofrero uma trgica perda. Talvez essa
calamidade seja resultado de minha maldio!"
Balac levou Bilam montanha sobre a qual Mosh estava destinado a falecer.
"Medite sobre os perversos do povo," aconselhou Balac a Bilam, "e no sobre os tsadikim. Talvez
voc consiga prejudic-los."
Bilam instruiu Balac a erguer novamente sete altares, e a sacrificar um touro e um carneiro sobre
cada um.
"Permanea aqui para oferecer os sacrifcios," disse Bilam a Balac. "Eu ficarei mais adiante, para
que D'us se dirija a mim."
Ao ser instrudo por D'us para conceder mais bnos sobre os judeus, no quis voltar a Balac.
lder?"
"Impossvel," replicou Bilam. "O sucessor de Mosh, Yehoshua, batalhar contra os inimigos to
vigorosamente quanto Mosh. Quando tocar trombetas perante D'us, os muros de Jeric
esfacelar-se-o e desmoronaro!"
"D'us tirou-os do Egito com o poder da Sua elevao."
Voc, Balac, disse-me: 'Veja, um povo saiu do Egito." Estas palavras no eram acuradas. O povo
no poderia ter deixado o Egito sozinho, mas deve ter sido tirado de l por D'us de maneira
sobrenatural. Eu, Bilam, enfeiticei todas as fronteiras do Egito com meus poderes mgicos, a fim
de impedir a fuga dos escravos hebreus. No obstante, minha feitiaria foi ineficaz, pois D'us, Ele
prprio tirou-os de l.
"Pois no h adivinhaes em Yaacov, tampouco h qualquer feitiaria em Israel."
Este versculo pode ser compreendido de duas maneiras:
1. Nenhuma adivinhao efetiva contra Israel (uma vez que D'us est em seu meio); portanto,
as ferramentas de magia que os sbios de Midyan trouxeram a mim so completamente inteis.
Pois, diferente das naes, este povo no regido por anjos encarregados, mas esto sob
Superviso direta de D'us.
Quando meu av Lavan estava sequioso por destruir seu patriarca Yaacov com sua artes
mgicas, D'us no deixou que tivesse xito. Similarmente, no posso derrotar os descendentes de
Yaacov.
2. No podero ser encontrados adivinhos e feiticeiros entre os judeus. No praticam magia como
as outras naes, porm consultam D'us diretamente, atravs de seus profetas, e atravs da
placa peitoral do Sumo-sacerdote. Portanto, este grande povo certamente merece ser abenoado.
"Chegar uma poca na qual diro a Yaacov e a Israel: 'O que D'us operou?'"
1. Na poca de Mashiach, D'us realizar milagres para os judeus, que ultrapassaro todos os que
foram feitos no passado. As naes gentias ento viro e indagaro aos judeus sobre os grandes
feitos de D'us.
2. Na era que se seguir ressurreio dos mortos, o amor de D'us pelo povo judeu se tornar
evidente a todos. D'us, pessoalmente, ser seu professor de Tor. Os tsadikim sentar-se-o na
frente de D'us como estudantes ante seu mestre, e Ele lhes revelar os profundos significados da
Tor.
3. No ser permitido aos anjos entrarem, porm precisaro perguntar aos judeus: "O que D'us te
ensinou?"
"Vejam, o povo levantar-se- como um filhote de leo, e se levantar como um leo."
1. Este povo ergue-se to forte quanto um leo, e no descansar at ter destrudo seus inimigos
e tomado os esplio de Cana.
2. No h nao na terra que serve o Criador com tanta energia quanto o povo judeu. Quando um
judeu se levanta de manh, ele se fortalece como um leo para agarrar as mitsvot, para vestir
tsitsit e tefilin, e para recitar o Shem na hora certa.
"No se deitar at que tenha comido de sua presa, e beba o sangue da caa."
1. Bilam predisse que Mosh no faleceria antes de vingar-se dele e dos cinco reis midyanitas.
2. Um judeu no se deita noite at ter recitado o Shem. Ao pronunciar as palavras: "D'us
Um," reconhecendo assim que no h outro poder que o Todo Poderoso. D'us destri agentes
prejudiciais.
Depois de aprender da segunda profecia de Bilam que os judeus conquistariam Cana e
matariam os reis das naes, Balac aconselhou Bilam: "Melhor ir para casa em silncio! No
preciso nem de suas maldies, nem de suas bnos!"
Bilam replicou: "J no lhe disse que preciso seguir as instrues de D'us?"
Balac decidiu fazer mais uma tentativa. "Afinal de contas," pensou, "Sei que esta nao no
invencvel. Foram atacados, no passado, pelos amalequitas e canaanitas. Mesmo que eu no
consiga destrui-los totalmente, ou impedi-los de entrar em Cana, deve haver algum modo de
prejudic-los."
Balac levou Bilam a um local diferente, onde, no futuro, os judeus adorariam o dolo Bal Peor.
Balac previu que os judeus seriam punidos l, mas era incapaz de adivinhar detalhes. Pensou:
"Talvez sua punio ser o resultado da maldio de Bilam."
Balac e Bilam ergueram novamente sete altares e ofereceram um touro e um carneiro sobre cada
um.
Desta vez, Bilam no tentou utilizar seus poderes de impureza, uma vez que admitira em sua
ltima profecia que os judeus eram imunes mgica. Em vez disso, concentrou seus poderes em
seus pecados. Virou sua face em direo ao deserto, para lembrar D'us do pecado do bezerro de
ouro. No obstante, ao erguer os olhos, percebeu que a Shechin pairava sobre as tendas dos
israelitas. Soube ento que D'us perdoara seu pecado.
Em honra ao povo judeu, o esprito de profecia penetrou Bilam. D'us forou-o a pronunciar novas
bnos.
top
A terceira profecia de Bilam: os judeus habitaro em segurana em Israel,
governados por seu rei
"A irrevogvel proclamao de Bilam, filho de Beor, e a irrevogvel proclamao
do homem com boa viso (shetum haayin)."
Bilam estava, profeticamente, louvando a si mesmo, dizendo que era maior
profeta que seu pai Beor, e que sabia segredos ocultos a todos os outros
profetas.
De acordo com esta explicao, shetum haayin significa que Bilam tinha uma
viso proftica superior.
Contudo, as palavras shetum haayin comportam ainda outras interpretaes:
1. Shetum haayin significa "aquele cujo um olho foi tirado." D'us puniu Bilam
cegando-o de um olho, pois a sarcstica observao que fez ao pronunciar a
profecia: "Ele conta a semente de Israel."
2. Alm disso, Bilam chamou a si mesmo "o homem com mau olho." Bilam podia
lanar as foras do mal sobre uma pessoa concentrando seu olhar sobre essa.
Ergueu os olhos com o intuito de prejudicar os judeus, mas ficou impotente para
prejudic-los.
ficasse de frente uma para a outra. Isto possibilitava que cada famlia
conduzisse todos os seus assuntos em particular. Mais que isso, ningum ficaria
tentado a olhar ou cobiar a mulher ou os pertences do vizinho. Percebendo
isso, Bilam exclamou: "Quo boas so tuas tendas, Oh, Yaacov!"
Este versculo implica:
Quo boas so as tendas da Shechin, os Santurios e os dois Templos" todos
vistos profeticamente por Bilam.
Quo boas so as Casas de Oraes e Estudos de Tor, as miniaturas do
Templo no exlio!
Da bno de Bilam fica evidente que maldio queria falar; que os judeus no
exlio no tero mais Casas de Oraes e Estudos, intensificando sua conexo
com o Todo Poderoso. Contudo, D'us fez com que Bilam concedesse uma
bno de que nossas Sinagogas e Casa de Estudos permaneceriam conosco
para sempre.
Essas bnos so to significativas que os sbios incorporaram-nas s
oraes dirias. D'us queria que estas bnos sublimes viessem ao povo judeu
atravs do perverso e imoral Bilam. Assim, o mundo saberia que ningum tem
poder de prejudicar os judeus contra a vontade de D'us.
"[Os judeus so] como os riachos que fluem, como jardins s margens do rio,
to fragrantes quanto os alos que D'us plantou, como as rvores de cedro
beira da gua."
Bilam descreveu poeticamente a grandeza dos judeus, um povo que estuda
Tor e cumpre as mitsvot. Os judeus que entram nas Casas de Estudos so
comparados aos riachos dos quais a gua (Tor) flui, e s plantas nas margens
do rio, uma vez que o estudo da Tor purifica como a gua. So comparados s
belas e fragrantes plantas que produzem frutos, como as que D'us plantou
originalmente no Paraso.
Seu estudo eleva-os, do mesmo modo que as rvores de cedro so muito mais
altas que outras rvores.
"A gua fluir de suas nascentes, e sua semente estar em muitas guas."
Este versculo inclui grande nmero de significados, dentre eles:
1. Bilam exclamou: "A Tor fluir dos pobres."
Nossos sbios declararam: "Ensine Tor aos filhos dos pobres, pois o versculo
afirma que sero estudantes de Tor."
Por qu o estudo da Tor mais comumente disseminado entre os judeus
pobres que entre os ricos?
Os ricos esto preocupados com seus negcios, e por isso perdem tempo do
estudo da Tor.
Os pobres so mais humildes que os abastados, por isso sentem necessidade
de estudar.
Pessoas pobres no possuem os meios de passar seu tempo de lazer da
maneira que os ricos (viajando nas frias, fazendo compras, dando festas, e
assim por diante). Em vez disso, preenchem seu tempo livre com o estudo da
Tor.
2. Bilam profetizou que o povo judeu ter seus prprios reis poderosos, dizendo:
"Um grande rei, Shaul, surgir dos judeus; mais tarde, David e Salomo
governaro muitas naes."
Por que a realeza descrita como "gua que flui de uma nascente"?
Os reis judeus eram ungidos com gua da nascente, como smbolo de que sua
monarquia perdurar, assim como a nascente emana continuamente.
"E seu rei ser mais forte que Agag, e seu reinado ser elevado."
Bilam profetizou que o primeiro rei judeu, Shaul, batalhar contra Amalec e
derrotar seu rei, Agag. Mais tarde, David e Salomo derrotaro poderosos
monarcas, e seu reinado, assim, se elevar.
As palavras de Bilam indicam claramente as maldies que queria pronunciar que sua monarquia no ser forte, e que no perdurar.
"D'us, que tirou-os do Egito, protege-os com Sua fora e elevao."
Quem conquista todas essas vitrias para o povo judeu? Certamente D'us,
Que com Sua fora e grandeza luta em seu lugar.
"Ele [D'us] consumir as naes, suas adversrias, e quebraro seus ossos e
Ele dividir sua terra [entre os judeus]."
No pense que pode impedir os judeus de conquistar Cana. O mesmo D'us
Que tem a fora para redimi-los do Egito tambm matar os reis canaanitas e
dar suas posses aos judeus.
"Ele [este povo] se agachar e descansar como o leo e um filhote de leo:
quem ousa levant-lo [quando est descansando]?"
Os judeus se instalaro firme e seguramente na terra, nenhuma nao
conseguir expuls-los.
"Os que te abenoam so abenoados, e os que te amaldioam so
amaldioados."
Contra si mesmo, Bilam foi forado a repetir a antiga promessa de D'us a
Avraham, que continha a ameaa de que se Bilam amaldioar os judeus, ele
trar maldio apenas sobre si mesmo.
Agora, a ira de Balac contra Bilam fora acesa. Rangia os dentes e esfregava as
mos em desespero e lamento pelo desencadear dos eventos.
"Voc j abenoou meus inimigos trs vezes," vituperou. "Eu lhe avisei para
correr para casa antes de mandar meus servos lhe executarem. Vejo que D'us
no quer que voc seja honrado."
Bilam respondeu: "Mesmo se me der todo seu dinheiro, devo abenoar os
Bilam profetizou que o exlio edomita (nosso exlio atual) ser finalmente
terminado por Mashiach.
"Outro governar de Yaacov e ele destruir quaisquer vestgios da cidade
[de Roma]."
Mashiach destruir todos os remanescentes da casa de Essav.
"E ele previu [a punio] de Amalec, e ele declamou sua parbola e disse:
O primeiro a lutar contra os judeus [aps o xodo] foi Amalec, e seu fim
ser a destruio eterna."
Bilam descreveu profeticamente o destino de duas naes - uma, Amalec,
que escolheu ser inimiga do Todo Poderoso e do povo judeu; e a outra, a
famlia de Yitr, sogro de Mosh, (descrita no prximo versculo), que
escolheu unir-se a D'us. Amalec recusou-se a se arrepender, mesmo
depois de ter perdido a guerra contra os judeus, e foi condenado
destruio eterna. A famlia de Yitr, os Kenim, mereceram bnos
eternas.
"E ele previu [o destino] dos Kenim [descendentes de Yitr], e declamou
sua parbola e disse: Quo firme seu local de habitao desde que voc
colocou seu ninho sobre a rocha."
Bilam exclamou: Vejo que voc escapou das artimanhas do ytser har
(m inclinao) tal um pssaro escapa de uma armadilha. Voc fez
teshuv, converteu-se e uniu-se firmemente a Rocha, o D'us do povo
judeu.
Prevejo que colher bnos por isso, pois seus descendentes sentaro
no San'hedrin (Corte Suprema) junto com a elite dos judeus.
"Mesmo se os Kenim se desencaminharem, quo longe a Assria te
carregar cativo?"
Bilam continuou a dirigir-se aos Kenim, afirmando: Vocs fizeram bem em
unirem-se firmemente ao povo judeu. Mesmo se forem exilados por
Sancheriv, rei de Assria, junto com as Dez Tribos, no ficaro perdidos
eternamente. Voltaro do Exlio, para Israel junto com os judeus.
"E declamou sua parbola e disse: Oh!, quem viver quando D'us
conceder redeno a Seu povo, recompensando os tsadikim e punindo
os perversos."
A profecia de Bilam refere-se ao grande e temvel Dia do Julgamento na
poca de Mashiach, quando D'us impor justia humanidade.
"E uma flecha das mos dos Kitim [romanos] afligir Assria e afligir Ever
[os judeus], porm eles [os romanos] tambm sero destrudos para
sempre."
Bilam profetizou que os assrios seriam atacados pelos romanos, que
afligi-los-o, e a seus judeus cativos. Finalmente, no fim dos dias, Roma
cair nas mos de Mashiach, e nosso exlio chegar a um fim.
Quando Bilam terminou essas profundas declaraes profticas, levantouse, pois estava deitado, prostrado, enquanto D'us comunicava-se com ele.
O esprito de D'us que imbuiu-Se nele em honra aos judeus partia dele
para sempre. Passou o resto de sua vida como um mgico comum.
Bilam partiu para retornar a sua terra, Aram Naharayim. Antes de partir,
supervisionou a construo de grande nmero de tendas e barracas, nas
quais postou as filhas de Midyan, com o propsito de seduzir os homens
judeus.
O perverso conselho de Bilam para fazer os judeus pecar com imoralidade
Bilam disse a Balac: "Existe um meio seguro de destruir os judeus: se
pecarem D'us os castigar. D'us proibiu-os de se relacionarem com
mulheres no judias, pois no quer que se misturem outras naes.
Envie mulheres aos judeus, e diga-lhes para persuadir os homens judeus a
pecar. Se conseguirem D'us far com que os judeus desapaream."
Balac e os nobres de Midyan decidiram levar a cabo o plano de Bilam para
fazer os homens judeus pecarem. Ordenaram que suas filhas se
adornassem para atrarem e seduzirem os judeus. Balac ordenou a sua
prpria filha que atrasse ningum menos que Mosh.
Os moabitas encorajaram o plano vil de Midyan permitindo-lhes utilizar
seu territrio para esse propsito.
Bilam sugerira que um enorme bazar fosse erguido nas vizinhanas do
Acampamento judeu. "Venda artigos de vesturio para atrair os judeus,"
aconselhou. "Coloque mulheres velhas fora das bancas, mas coloque as
jovens dentro das barracas."
Naquele momento os judeus estavam acampados em Shitim, uma estao
na margem leste do Jordo, nas plancies de Moav.
Acampados em Shitim, os judeus sentiram-se seguros e autoconfiantes.
D'us rechaara todos os seus inimigos, incluindo o famoso feiticeiro
Bilam, que foi forado a louv-los e abeno-los. Uma certa
despreocupao e leviandade permeava o Acampamento.
Mais que isso, a prpria parada de Shitim conduzia lascvia. A cada
parada no deserto D'us confrontava os judeus com um teste especial. Ele
imbuiu Shitim com o forte apelo da imoralidade.
Porm, D'us preparara muito antes do pecado um outro agente para salvar
Seu povo da destruio. Ordenou que a Arca Sagrada do Santurio fosse
feita de madeira conhecida como Shitim, accia, para expiar pelo pecado
que os judeus mais tarde cometeriam em Shitim.
Os judeus, famosos por sua moralidade superior at mesmo na decadente
sociedade do Egito, foram agora apanhados num teste difcil.
O pecado comeou com os menos importantes do povo. Aps terminarem
a refeio, decidiram relaxar um pouco visitando o bazar fora do
Acampamento.
As mulheres velhas paradas fora das barracas mostravam as mercadorias
e cotavam o preo, comentando: "Sei que esses artigos so caros, mas
temos uma variedade de artigos baratos l dentro."
O judeu entraria na barraca e encontraria uma jovem e atraente midyanita,
que pedia um preo bem baixo pelas mesmas mercadorias que vira do
culpados.
D'us ordenou a Mosh que indicasse os lderes do povo como juizes para
punir os que adoraram Bal Peor.
"Como posso determinar quem estava entre os idlatras?" - perguntou
Mosh. "Os que adoraram Peor fizeram-no em privacidade, no na
presena de testemunhas vlidas que possam testemunhar contra eles."
"Eu revelarei os pecadores," respondeu D'us.
As Nuvens de Glria retiraram-se de sobre os que eram culpados, de
maneira que o sol brilhou sobre eles, e ficaram expostos.
D'us tambm ordenou a Mosh: "Aqueles que adoraram Bal Peor sero
condenados morte."
Os juizes se reuniram, examinaram o caso e concluram que muitos
homens da tribo de Shimon adoraram Bal Peor. Foram condenados. Os
demais membros da tribo de Shimon estavam revoltados. Apresentaramse perante seu lder, Zimri, e disseram: "Como voc permite que Mosh
mate tantos dos nossos? Faa algo!"
Zimri traz uma mulher no judia ao Acampamento
Zimri reagiu arrogantemente, desafiando Mosh em pblico.
Ele fez uma proposta indecorosa a filha do rei Balac, Cozbi, que replicou:
"Meu pai mandou que me oferecesse apenas a seu lder, Mosh."
Balac esperava que se sua bela filha pudesse seduzir Mosh, por
conseguinte, o povo judeu inteiro cairia em suas mos.
"Sou maior que Mosh," disse-lhe Zimri, "Ele descendente da terceira
Tribo, Levi, e eu sou da segunda, Shimon. Para provar que estou em p de
igualdade com Mosh, te levarei livremente ao Acampamento."
Descaradamente, Zimri levou a gentia perante Mosh e indagou: "Filho de
Amram (Mosh), esta mulher me permitida ou proibida?"
"Ela proibida," replicou Mosh.
Zimri observou: "D'us disse que voc confivel. Desde que declarou que
no posso viver com esta mulher, deve admitir que, da mesma forma, sua
mulher proibida, pois filha de um sacerdote midyanita."
Mosh ficou em silncio. (Na verdade, seu caso era diferente. Casara-se
com Tsipora antes da Outorga da Tor, e alm disso, sua esposa
converteu-se ao judasmo.)
Quando os judeus viram que Mosh falhara em responder, os grandes
dentre eles irromperam em choro.
Os juizes estavam discutindo se Zimri merecia ser executado por um
tribunal humano, ou se estava sujeito a pena de morte decretada pelo Cu.
Por qu Mosh no sabia como lidar com Zimri? D'us ocultou a lei dele.
Mosh aprendeu no Monte Sinai que algum que coabita com uma mulher
gentia deve ser executado por homens devotos. Contudo, ele no
conseguia lembrar-se da lei, pois D'us desejava que Pinechas punisse
Zimri em seu lugar.
Por que Mosh no implorou ajuda a D'us?
Vestida em seu traje nupcial, a princesa estava pronta para entrar no plio
nupcial. Naquele momento, descobriu-se que ela j houvera se associado
a outro homem anteriormente. As notcias desgostaram tanto seu pai e a
famlia que ficaram impossibilitados de reagir. O choque e desespero no
conheciam fronteiras.
Similarmente, quando, depois de quarenta anos de andanas pelo deserto,
os judeus finalmente chegaram s margens do Jordo, e estavam prestes
a entrarem na Terra Prometida, foram apanhados na armadilha de pecarem
com as filhas de Moav. Zimri teve a audcia de trazer uma mulher
midyanita ao Acampamento em pblico. Mosh ficou atordoado demais
para reagir.
Durante toda sua carreira, Mosh foi um corajoso homem de ao. Depois
do pecado do bezerro de ouro, confrontou, sem hesitao, seiscentas mil
pessoas, esmagando o bezerro ante seus olhos, e ordenando que os
idlatras fossem executados. Agora, no entanto, estava to dominado pelo
desapontamento que no rezou nem organizou um tribunal para julgar
Zimri.
Mosh temia que desta vez D'us no perdoasse o povo. No eram mais o
povo jovem e imaturo que fizera o bezerro de ouro, durante o segundo ano
no deserto. Agora, ao findarem quarenta anos, a nao atingira excelncia
em Tor e mitsvot. A regresso foi, por conseguinte, to imensa que
Mosh ficou incapacitado, por causa do desespero.
Entrementes, Zimri levou a mulher midyanita sua tenda e aos olhos de
todos.
O ato corajoso de Pinechas
O neto de Aharon, Pinechas, observava a cena, fervendo de indignao.
Dirigindo-se a Mosh, inquiriu: "Meu tio-av, voc no nos ensinou, ao
descer do Monte Sinai, que aquele que coabita com uma mulher gentia
pode ser atacado por um devoto?!"
Mosh respondeu: "Aquele que se lembra da lei que seja nosso agente e
execute-a!"
"Se eu matar Zimri, na certa os membros de sua tribo me mataro, como
vingana. Contudo, D'us espera que eu d minha vida por Ele."
Pinechas, que trabalhava no Tabernculo como levi, no estava
acostumado ao manejo de armas. No obstante, pegou uma lana para
matar Zimri. Pinechas sabia que estava arriscando sua vida. Zimri era uma
pessoa importante, um lder. E a famlia de Cozbi tambm vingaria sua
morte.
Pinechas ainda hesitava, pois sabia que os membros de Shimon no
permitiriam que entrasse na tenda de Zimri, ao redor da qual postaram
guardas. A fim de obter entrada, teria de fingir que queria ser admitido
porque tambm tinha propsitos pecaminosos. Ento, se matasse Zimri,
ou se Zimri o matasse, o povo pensaria que os dois lutaram pela posse de
Cozbi. Desta maneira, isto resultaria numa profanao do Nome de D'us
ainda maior.
Todavia, suas deliberaes chegaram a um repentino fim, pois uma praga
comeara a afligir o povo. A ira de D'us acendera-se contra os judeus por
causa do pecado pblico de Zimri. Agora Pinechas sabia que precisava
agir, a fim de salvar o povo da punio Celestial.
Tomou a lana de Mosh, escondeu a ponta de metal em suas roupas e
usou o cabo de madeira como uma bengala. Ao se aproximar da tenda, os
guardas lhe perguntaram: "O que voc quer aqui?"
Pinechas replicou: "No sou pior que seu lder. Meu pai, assim como
Mosh, casou-se com uma mulher midyanita. Gosto das midyanitas."
Permitiram-lhe que entrasse. Uma vez l dentro, Pinechas arremeteu a
lana contra ambos, Zimri e Cozbi.
D'us realizou doze milagres para proteger Pinechas e demonstrar que este
agira corretamente. Por exemplo, a ponta de ferro da lana alongou-se de
forma que os dois pecadores foram trespassados juntos. D'us fechou as
bocas de Zimri e Cozbi, de forma que no podiam gritar. Se tivessem
gritado, membros da tribo de Shimon correriam imediatamente, para matar
Pinechas. Eles no expiraram imediatamente, se no Pinechas ficaria
impuro. Tampouco sangraram, nem o impurificaram como conseqncia
disso. Foi-lhe concedida fora extra para ergu-los e mostr-los ao povo.
Assim que Pinechas matou Zimri a praga cessou.
Quando Pinechas exps o casal assassinado ao povo, os membros da
tribo de Shimon quiseram mat-lo. D'us renovou a praga, e quem quer que
atacasse Pinechas, perecia.
Cnscio disso, Pinechas atirou ao cho o casal morto e comeou a rezar
em prol da tribo de Shimon, como est escrito (Tehilim 106:30): "E
levantou-se Pinechas e suplicou." D'us ouviu sua orao, e a praga
chegou ao fim.
Similarmente, o ato zeloso de Pinechas impediu a destruio do povo
judeu.
Vinte e quatro mil judeus morreram na praga (todos da Tribo de Shimon),
comparados aos trs mil que foram executados depois do pecado do
bezerro de ouro. O pecado em Shitim foi mais grave; uma vez que envolvia
imoralidade, alm de idolatria, mais que isso, degradou a honra dos
judeus, pois cometeram devassido com mulheres gentias.
Atravs da histria subseqente de nosso povo, todas as tribos
produziram grandes lderes, com a exceo de Shimon. As conseqncias
do crime de Zimri em Shitim demonstram o quo seriamente D'us
considera o pecado da imoralidade.
Atravs de seu ato corajoso, Pinechas restaurou a honra de D'us. Ignorou
a importncia de Zimri, que era um lder, e a de Cozbi, uma princesa
midyanita, demonstrando, desta feita, que a honra de D'us est acima de
A Parash Pinechas comea com D'us concedendo sua bno de paz e sacerdcio a Pinechas,
o neto de Aharon, por assassinar um prncipe da tribo de Shimeon e uma princesa medianita
enquanto estavam envolvidos em um ato licencioso em pblico (ao final da Poro da Tor da
semana passada).
A reao zelosa de Pinechas salva o povo judeu de uma peste que havia irrompido no campo.
D'us ordena a Mosh e Eleazar (filho e sucessor de Aharon como Sumo sacerdote) a conduzir um
novo recenseamento de toda a nao, o primeiro feito em quase trinta e nove anos.
A Tor ento relata a reivindicao feita pelas cinco filhas de Tslofchad por uma parte da herana
na terra de Israel, pois no tinham irmos e o pai morrera no deserto. D'us concorda, e pelo mrito
destas mulheres justas muitas das leis sobre herana so ensinadas. Depois que D'us mostra a
terra de Israel do topo de uma montanha, Mosh recebe ordens de transmitir seu manto de
liderana a Yeoshua, colocando a mo sobre sua cabea, pois Mosh no entraria no pas.
A poro da Tor conclui com uma completa descrio dos corbanot, sacrifcios, especiais a
serem ofertados nos vrios dias festivos durante o ano, acima e alm do sacrifcio (corban tamid)
que trazido toda manh e tarde. Estas sees so tambm lidas na Tor por todo o ano, nos
dias festivos apropriados.
Mensagem da Parash
Ao final da Poro da Tor da semana passada, aprendemos sobre as mulheres medianitas que
tentaram seduzir os homens judeus a adorar Ba'al Peor, um abominvel dolo pago. A estratgia
para seduzir os homens surtiu efeito e j provocara a morte de 24.000 pessoas por uma peste
divinamente enviada. A histria tem seu clmax quando Zimri, um prncipe da tribo de Shimeon,
flagrado tendo relaes pecaminosas com Kazbi, uma princesa Medianita, bem no meio do
acampamento israelita. Pinechas, o neto de Aharon, reage tomando de uma lana e golpeando os
dois parceiros pecadores, pondo um fim praga.
E assim iniciamos a poro desta semana da Tor, que recebe o nome de Pinechas por seu ato
destemido. Aqui lemos sobre a recompensa de D'us a Pinechas - uma bno de paz e eterno
sacerdcio. Estranhamente, embora esta discusso ocupe apenas parte de uma curta seo da
Poro da Tor, mesmo assim a poro inteira recebe o nome de Pinechas. No somente isso, se
a poro da Tor tem de receber o nome de uma pessoa, aparentemente faz mais sentido incluir
todo o episdio de Pinechas - de seu ato herico at a recompensa de D'us - tudo em uma
poro. Por que seu ato corajoso foi discutido na semana passada na Parash Balac e sua
recompensa descrita esta semana na Parash Pinechas?
Talvez, a diviso da Tor do episdio em duas pores seja uma tentativa de ensinar-nos uma
lio. Pinechas matou Zimri por uma razo e apenas por uma razo - ele sabia que era a coisa
certa a fazer. Algum tinha que tomar uma atitude e impedir que as mulheres medianitas
causassem a morte de toda a nao judaica. A ao de Pinechas foi motivada no mais alto nvel.
Pinechas no agiu por auto-gratificao. No o fez porque desejava que uma Poro da Tor
recebesse seu nome. Ele o fez apenas pela santificao do nome de D'us e Seu povo. Ao separar
a ao de Pinechas de sua recompensa, a Tor est nos ensinando que Pinechas no previu, ou
mesmo se preocupou, em receber uma recompensa de D'us. Sua ao foi realizada por si, por
seu prprio mrito.
Quantas vezes achamo-nos fazendo algo no porque a coisa certa a se fazer, mas porque
desejamos receber algum tipo de recompensa? Quantas vezes fazemos algo apenas para
destacar nosso ego? O que a Tor est nos ensinando atravs de Pinechas que devemos tentar
fazer as coisas com mais empenho e simplesmente porque sabemos que isso o certo. Nossa
recompensa vir na hora certa. No devemos fazer boas aes apenas para ver nosso nome
brilhar.
Pinechas
D'us recompensa Pinechas
Os sacrifcios de Mussaf
fundador de sua tribo, Levi. Seu antepassado Levi arrasou a cidade de Shechem porque era um
zelote da imoralidade. Pinechas agiu da mesma maneira. Seu ato inspirou-se pelos mesmos
motivos nobres que inspiraram as aes de seu pai Elazar, e as de seu av Aharon."
Aharon destacou-se na realizao de atos de bondade e em estabelecer a paz. Aharon jamais
proferiu uma palavra spera. Mesmo sua censura era gentil. Superficialmente, pareceria que
Pinechas agira de maneira diametralmente oposta filosofia de seu av, pois certamente
assassinato algo indiscutivelmente cruel de se fazer. Portanto, D'us explicou que Pinechas na
verdade realizou um ato de bondade, parecido com os atos misericordiosos de seu av Aharon.
Ao matar Zimri, resgatou o povo inteiro da morte atravs das mos celestiais, pois eram todos
culpados por tolerarem o mal em seu meio. Daqui, que o ato de Pinechas beneficiou o povo
inteiro.
D'us continuou: "Pinechas merece uma grande recompensa. No pensou em sua prpria
segurana ao matar Zimri, o lder, e Cozbi, a princesa midyanita, porque seu nico objetivo era em
pr um fim a profanao do nome de D'us.
"Recompens-lo-ei neste mundo e no Mundo Vindouro. At agora, Pinechas foi apenas um levi.
Tornar-se- um cohen a partir de hoje."
Antes de matar Zimri, Pinechas no era cohen, apesar de ser neto de Aharon. D'us nomeou como
cohen apenas Aharon, seus filhos e futuros descendentes. Os netos de Aharon nascidos antes da
uno dos cohanim no estavam includos. Agora, Pinechas tornava-se cohen por seu prprio
mrito.
D'us completou: "Muitos Sumo-sacerdotes originar-se-o de Pinechas."
A promessa de D'us tornou-se realidade. Na poca do Primeiro Templo, dezoito Sumo-sacerdotes
descendiam de Pinechas, e na poca do Segundo, oitenta.
D'us tambm prometeu: "Pinechas ter uma vida muito longa." De fato, sabemos que Pinechas
ainda vivia na poca dos Juzes, quase quatrocentos anos aps os judeus entrarem em Israel!
Nossos sbios explicam que a promessa de D'us significava: "Pinechas jamais morrer." Pinechas
transformou-se num anjo e viveu para sempre. Conforme os ensinamentos da Cabal, Pinechas e
Eliyahu o Profeta so a mesma pessoa. Eliyahu no morreu. Foi levado vivo para os cus.
Em sua morte, Eliyahu no despiu-se completamente de seu corpo fsico, todavia reteve alguns
atributos fsicos de forma sublimada, a fim de poder visitar esta terra de tempos em tempos.
D'us proclamou: "Mais que isso, porque Pinechas trouxe paz entre os judeus e seu Pai no Cu,
ele estabelecer a paz no futuro. Aparecer como o profeta Eliyahu, de quem est escrito (Malachi
3:23): "E ele transformar os coraes dos pais atravs dos filhos, e os dos filhos atravs dos
pais."
Sua recompensa foi moeda por moeda. A ira Celestial acendeu-se contra os judeus ao ponto de
aniquil-los. Ao atenuar a ira do Todo Poderoso, Pinechas assegurou a sobrevivncia do povo
judeu. Por conseguinte, ele mesmo sobreviveu para sempre.
A Tor especifica a ascendncia de Pinechas, para enfatizar que este seguiu seus passos.
Tambm menciona a ancestralidade de Zimri e Cozbi. Por qu?
O elevado status de lder de Zimri citado para tornar pblico que ele trouxe vergonha eterna
sobre si e sua tribo. Apesar do fundador de sua tribo, Shimon, destruir zelosamente a cidade de
Shechem pelo crime de imoralidade, Zimri afastou-se das nobres sendas de Shimon, agindo, em
realidade, de maneira oposta.
O grau de princesa de Cozbi motivo para vergonha e desgraa eternas. Seu pai, o maior dos
reis midyanitas, ofereceu sua filha prostituio.
Diz-se em louvor a Pinechas que ele no deteve-se de matar Zimri e Cozbi por causa de seus
status elevados.
D'us instruiu Mosh a atacar Midyan
Imediatamente depois da praga que abateu os judeus que pecaram com as filhas de
Midyan, D'us deu a Mosh instrues concernentes a guerra contra Midyan, dizendo:
"Os midyanitas esto furiosos porque a princesa Cozbi foi morta. Esto tramando
perversas vinganas. Uma vez que planejam trazer mais destruio sobre voc, levante-se
e ataque-os, a fim de protegerem-se."
Esta guerra ser regida por leis extraordinrias:
1. No lhes d opo de fazerem paz. Apesar de outras naes no poderem ser atacadas
sem aviso prvio, ataque os midyanitas imediatamente.
2. Ao sitiar suas cidades, destrua as rvores frutferas.
A Tor probe os judeus de cortarem as rvores frutferas dos inimigos, ao sitiarem uma
cidade (Devarim 20:19). Os territrios pertencentes a Midyan so excees.
3. No tocante a Midyan, D'us fez outra exceo s regras de combate, dizendo: "Na Tor, Eu
ordenei que vocs sitiem uma cidade apenas de trs lados, deixando o quarto para escapar.
Na guerra contra Midyan, contudo, seus exrcitos devem sitiar as cidades completamente."
Por que a Tor ordenou leis excepcionais para Midyan?
Enquanto outras naes aspiravam exterminar os judeus fisicamente, essa nao tentou
destruir a alma judaica seduzindo o povo a pecar.
Induzir outros a pecar um crime pior que assassinato. Um assassino priva outrem de vida
fsica. Aquele que leva outros a pecar, contudo, priva-os da vida no Mundo Vindouro.
A Tor probe o casamento com homens descendentes de convertidos de Amon e Moav,
enquanto permite o casamento com descendentes de egpcios e edomitas convertidos. Os
ltimos ameaaram os judeus apenas com a espada, enquanto os anteriores colocaram em
perigo nossa existncia espiritual, um crime muito mais srio.
Apesar de D'us ter declarado estado de guerra contra Midyan imediatamente depois da
morte de Zimri, Ele no ordenou a mobilizao do exrcito judeu at que os judeus
tivessem sido contados.
D'us advertiu Mosh para que no participasse da batalha contra Midyan. "Este pas outrora
j te acolheu," disse-lhe, "No atire pedras num poo do qual bebeu."
D'us no declarou guerra contra Moav, apesar de tambm serem culpados (por terem
contratado Bilam e incitado os judeus a pecarem).
D'us poupou-os agora porque:
1. Os moabitas tentaram exterminar os judeus pois temiam que os judeus os roubassem,
enquanto que os midyanitas no tinham razes para prejudicarem os judeus.
2. D'us poupou-os em prol de uma preciosa alma, Ruth, que viria a descender dos
moabitas.
A ltima contagem dos judeus no deserto
Conforme explicamos na Parash Bamidbar, o povo judeu foi contado um ms aps a
consagrao do Santurio. Agora, quase quarenta anos depois, D'us novamente ordenou a
Mosh: "Conte o povo de Israel!"
Quais eram Suas razes para este censo?
1. Este censo aconteceu pouco antes do falecimento de Mosh.
Um fazendeiro contratou um pastor para cuidar de seu rebanho. Contou suas reses ao
confi-las ao pastor, e contou-as novamente antes de serem devolvidas.
Similarmente, Mosh foi encarregado de cuidar dos judeus no deserto, espiritual e
fisicamente, exatamente como um pastor guarda os rebanhos.
Ao contar os judeus antes de seu falecimento, Mosh demonstrou a todas as futuras
geraes que ele no falhou em sua tarefa. Deixou seiscentos mil homens, todos fiis a
D'us e Sua Tor.
2. D'us conta os judeus depois de cada praga.
Um rebanho de ovelhas foi certa vez atacado por um lobo. A fera conseguiu matar inmeras
ovelhas. Aps livrar-se do lobo, o pastor queria saber quantas ovelhas haviam restado,
porque eram-lhe to caras. Assim, contou-as.
Da mesma forma, "lobos" como os perversos Bilam e Balac fizeram o povo judeu pecar.
Por causa disso, muitos judeus acabaram morrendo.
Agora D'us desejava estabelecer quantos judeus sobreviveram peste. Estes judeus
estavam livres do pecado, por isso eram preciosos para D'us. Foram, ento, contados.
3. Os judeus estavam quase na fronteira de Israel. Logo a terra seria dividida entre eles. A
contagem era necessria para saber quantas pessoas receberiam um pedao de terra. As
pores foram distribudas apenas aos que atingiram a idade de vinte anos na poca deste
censo.
D'us ordenou a Mosh e Elazar, o filho de Aharon, para efetuarem a contagem. Todos os
homens entre as idades de vinte e sessenta anos foram contados, cada um entregando
uma moeda de meio-shekel. Os levitas foram contados separadamente; a partir de um ms
de idade.
O que ficou demonstrado pela contagem
Elazar somou os nmeros de cada tribo. O total foi de 601.730 homens. Este nmero foi um
pouco mais baixo que o da Parash Bamidbar.
A tribo Shimon totalizou 59.300 homens na contagem de Bamidbar. Agora restavam apenas
22.000. Muitos membros de Shimon morreram na peste aps o pecado de Zimri. D'us os
punira por terem servido ao dolo Bal Peor.
A tribo que mais crescera era Menash, e os levitas ainda eram poucos. Apenas mil
herdeiro homem receber uma poro em Israel que esteja associado a seu nome. Uma vez
que no temos irmos, reivindiquemos a poro da Terra de nosso pai, de maneira que seu
nome seja perpetuado."
Aproximaram-se dos juzes responsveis pelas dezenas e apresentaram a reivindicao.
Sendo esta uma questo legal sem precedentes, os juzes no puderam decidir. Levaram a
questo das filhas de Tselofchad aos juzes responsveis por cinqenta pessoas.
"Deixaremos a deciso aos maiores que ns," disseram tambm estas autoridades mais
elevadas. As filhas de Tselofchad, ento, aproximaram-se dos juzes centuries; porm, de
l, foram enviadas aos juzes responsveis sobre os milhares. Nenhum juiz sentia-se
competente para decidir o assunto.
Uma das irms visitava a Casa de Estudos todos os dias para ouvir os ensinamentos de
Mosh. Certo dia, disse s irms: "Hoje Mosh ensinou as leis de yibum (levirato). Se um
homem morre sem deixar filhos, sua mulher casa-se com o irmo do marido. O filho que
nascer deste casal uma lembrana para perpetuar o nome do primeiro marido."
As outras irms sugeriram: "Nosso pai morreu sem deixar um filho. Deixe que nossa me
se case com nosso tio! Se nascer um filho homem, este herdar a propriedade de nosso
pai, e o nome dele no ser esquecido."
"Nossa me no poder fazer isto," explicou a irm instruda, que havia ouvido a palestra
de Mosh. "Apenas uma mulher que no tem filho algum pode casar-se com o irmo do
marido. Como nossa me teve filhas, no poder casar-se com nosso tio!"
As outras irms retrucaram: "Se somos consideradas descendentes de nosso pai, assim
como filhos vares, ento devemos receber nosso quinho da terra, tambm!"
Decidiram todas: "Vamos falar com Mosh."
As filhas de Tselofchad foram Casa de Estudos. Os lderes da nao - Mosh, Elazar, o
Sumo-sacerdote (que ocupou o lugar de Aharon aps a morte do pai), e os juzes do
San'hedrin estavam todos l. As moas estavam constrangidas por falar diante dos ilustres
lderes. Mas isso no as refreou. Superaram seu recato natural, pois a questo era
fundamental. Apresentaram-na de maneira estudada e acadmica.
A filha mais velha principiou: "Nosso pai faleceu no deserto (e no no Egito. J que faz
parte da gerao que deixou o Egito, tem direito a uma poro em Israel.)"
A segunda filha continuou: "No fez parte da perversa congregao de seguidores de
Crach (todos eles perderam suas pores de terra)."
A terceira tomou a palavra: "No induziu outros a pecar, o que o faria perder sua poro,
porm morreu por causa de seu prprio pecado."
Tselofchad era o homem que profanou o Shabat recolhendo gravetos, na parash Shelach.
A quarta filha concluiu: "Por que o nome de nosso pai deveria se esquecido por no ter
deixado filhos? Que ns, suas filhas, herdemos as pores que lhe so devidas!"
Mosh replicou: "A terra ser dividida apenas entre homens."
As filhas de Tselofchad ento argumentaram: "Permita ento que nossa me faa um
casamento levirato com nosso tio. Se tiverem um filho, ele herdar a terra de nosso pai."
"Isto no pode acontecer," respondeu Mosh. "Sua me no pode casar-se com seu tio. Ela
tem filhas."
As moas replicaram: "Se as filhas carregam o nome do pai, no deveriam tambm receber
sua herana?"
"Espere at que eu pergunte a D'us," respondeu Mosh.
Imediatamente, Mosh voltou-se para consultar D'us que confirmasse a reivindicao das
filhas de Tselofchad.
Por que Mosh no reconheceu, ele mesmo, a veracidade dos argumentos, preferindo
esperar pela deciso de D'us?
Mosh sabia a deciso halchica correta. Contudo, quando ouviu que os juzes sobre as
dezenas deferiram a causa a uma autoridade superior, e que cada tribunal, sucessivamente,
evitou expedir uma deciso, Mosh pensou: "Que eu aja da mesma forma. H Um maior que
eu. Que eu Lhe pergunte."
Assim, Mosh ensinou a todos os juzes de todas as futuras geraes a no hesitarem em
consultar uma autoridade maior, quando necessrio.
D'us ento respondeu a Mosh: "As filhas de Tselofchad esto certas! Esta lei est escrita
na Minha Tor no cu, exatamente como elas disseram. D-lhes a poro do pai em Israel a poro dupla que ele merecia como primognito."
"Esta a lei para todas as geraes: se um homem no tem filhos, suas filhas herdaro a
propriedade."
D'us tambm disse a Mosh que aconselhasse as filhas de Tselofchad a casarem-se com
membros da sua prpria tribo, a tribo de Menash. Assim as terras herdadas
permaneceriam propriedade desta tribo.
Com o passar do tempo, todas encontraram maridos dignos, se casaram e tiveram filhos.
Geralmente, uma mulher que no teve filhos antes dos quarenta anos tem mais dificuldades
em t-los depois. D'us realizou um milagre com essas tsidcaniyot, mulheres justas, e todas
foram abenoadas com filhos.
A histria das filhas de Tselofchad nos mostra o quanto todas as mulheres da gerao de
Mosh amavam a Terra de Israel. Por isso, D'us recompensou no apenas estas moas,
mas todas as mulheres, concedendo-lhes o mrito de entrarem na Terra Santa. Ao contrrio
dos homens, as mulheres da gerao de Mosh no morreram no deserto.
D'us ordenou a Mosh que ensinasse aos judeus as leis de herana que ouvira de D'us no
Monte Sinai.
As leis bsicas da Tor sobre heranas so:
Os filhos do falecido dividem suas posses igualmente; o primognito, todavia, recebe uma
poro dupla.
Se h herdeiros, as filhas no tm direito a um quinho. Todavia, se no houver filhos, as
filhas herdam as posses do pai.
Se no h filhos vivos, porm estes deixaram descendentes, os descendentes herdam da
mesma maneira que a descrita acima. Por exemplo, se h descendentes homens e
mulheres, os homens herdam as posses do ancestral.
completa se meramente acumula sabedoria em Tor. Apenas aquele que se une Tor com
grande devoo colher os frutos.
Yehoshua era conhecido como "Yehoshua bin Nun," que significa Yehoshua, o filho de
Nun.
H uma explicao mais profunda para este nome: A palavra "Nun" em aramaico significa
"peixe". Assim como o peixe nunca abandona a gua, assim Yehoshua nunca deixou a
Casa de Estudos, mantendo-se imerso nas guas da Tor.
Nosso Patriarca, Yaacov, j sabia com esprito de profecia que Yehoshua, "o peixe,"
descendente de Efrayim, lideraria os judeus Terra Santa. Deu a seus netos Menash e
Efrayim a seguinte bno: "Que se multipliquem na Terra como os peixes [na gua]."
As palavras tambm podem significar: Aquele cujo nome "peixe" - Yehoshua da tribo
Efrayim - liderar os judeus at a Terra Prometida.
D'us tinha ainda outra razo para escolher Yehoshua como lder: ele era o mais humilde
dos alunos de Mosh.
D'us disse a Mosh: "Yehoshua entra na casa de estudos cedinho pela manh e sai tarde
da noite. Ele arruma os bancos para os professores e as cadeiras para os alunos. Como ele
serviu a voc com todas suas foras, tornou-se maior que todos os outros eruditos de
Tor. E ser recompensado com a liderana."
D'us consolou Mosh: "Muito embora seus filhos no se tornaro lderes, Yehoshua
honrar sua famlia. Ele vir at seu sobrinho Elazar, para consultar os urim vetumim."
O urim vetumim continha o sagrado nome de D'us dentro do peitoral portado pelo Sumosacerdote. Isso fazia com que as letras da placa acendessem em resposta s perguntas
feitas.
"Yehoshua possui todas as qualidades para tornar-se um lder. Est imbudo de esprito de
profecia, sabedoria, compreenso e temor a D'us. No perder a pacincia se as pessoas
discutirem com ele, mas sim as guiar gentilmente com sabedoria para que enxerguem a
verdade.
"Uma vez que Yehoshua ainda no atingiu seu nvel de sabedoria, transfira-lhe algo de sua
sabedoria. Desta maneira, voc o imbuir da sabedoria de que necessita como lder."
D'us ordenou que Mosh invista Yehoshua com sabedoria adicional em vez de d-la, Ele
Prprio, como uma demonstrao pblica de que Yehoshua era o escolhido sucessor de
Mosh.
Na frente de Elazar e do San'hedrin (Tribunal Superior), Mosh pousou ambas as mos
sobre Yehoshua, e atravs disso a glria de Mosh foi transferida duplamente a Yehoshua:
1. Externamente - Da mesma forma que a face de Mosh era iluminada pelos Raios da
Glria da Shechin (Divindade), a face de Yehoshua comeou a brilhar com os raios da
Shechin. O brilho de Yehoshua, contudo, no podia ser comparado ao de Mosh; era
apenas um reflexo, assim como o luar meramente o reflexo dos raios brilhantes do sol.
2. O ato de Mosh fez com que alguma de sua sabedoria e esprito de profecia passasse a
Yehoshua. Tambm nesse aspecto, Yehoshua pde receber apenas uma diminuta frao da
grandeza de Mosh.
Apesar de D'us ter dito a Mosh que colocasse a mo direita sobre Yehoshua, ele
generosamente pousou ambas as mos sobre o aluno. Nomeou Yehoshua de boa vontade,
com esprito alegre e elevado, no tendo rancor algum pelo fato de que nenhum de seus
filhos ou sobrinhos fossem seus sucessores.
D'us ordenou a Mosh que Yehoshua ensinasse o povo em pblico enquanto Mosh ainda
estava vivo, para que depois ningum pudesse reivindicar: "Yehoshua no ousaria ensinar
enquanto Mosh estava vivo."
O propsito das oferendas, e por que a Tor acrescenta aqui as leis dos sacrifcios
Ao final desta parash, so explicadas as leis dos sacrifcios dirios e as oferendas
adicionais (Mussaf). Por qu este assunto foi inserido aqui?
Uma esposa incomodava o marido freqentemente. Sempre que percebia que seu marido
ficava aborrecido, chamava o casamenteiro, que era um cavalheiro idoso. Este costumava
ir quela casa e sempre conseguia restaurar a paz.
Quando o casamenteiro ficou mais velho e sentiu que seu fim estava prximo, convocou o
marido e implorou-lhe: "Seja complacente com sua esposa! Breve no estarei mais aqui
para estabelecer a paz entre vocs. Por isso, imploro que releve os defeitos de sua
esposa."
O marido replicou: "Em vez de convocar-me, voc deveria ter chamado minha esposa. Se
voc puder ensin-la a comportar-se de maneira respeitosa comigo, no haver
necessidade de futuras reconciliaes."
Similarmente, Mosh implorou ao Todo Poderoso que nomeasse um novo lder antes de
seu falecimento, algum que rezasse em prol do povo e defendesse-os se pecassem.
Disse-lhe o Todo Poderoso: "Em vez de preocupar-se com a falta de um lder aos judeus
aps sua morte, assegure-se de que eles Me sirvam bem. Ensine-lhes as leis dos sacrifcios
Tamid. Estes sacrifcios os uniro, pois cada judeu doar uma moeda de meio-shekel para
adquiri-los, e trar uma radiao e esplendor de bno sobre eles."
D'us disse a Mosh: "Enfatize ao povo que Eu no necessito de sacrifcios. O mundo todo
Meu. Eu criei todos os animais que oferecem para Mim. Alm disso, tampouco necessito de
comida e bebida. Sou totalmente afastado do mundo fsico e no necessito de oferendas
terrenas como nutrio."
"Mesmo se Eu necessitasse de alimentos, no confiaria Meu sustento a seres cruis."
(Todos os seres humanos so considerados cruis, comparados a D'us, a Fonte de
Misericrdia).
"Por qu, ento, Eu ordenei que vocs oferecessem sacrifcios? Desejo seu doce aroma, a
satisfao de que vocs cumprem Minha mitsv. Ao cumprirem as leis de sacrifcio, vocs
se unem a Mim."
D'us ordenou as oferendas dirias como Seu "po." Isto significa que em mrito de nossos
sacrifcios a Ele, Ele nutre o mundo. Nossos presentes de alimentos abrem as fontes
Celestiais de nutrio e trazem um supervit ao mundo. Algum que d tsedac (caridade)
para sustentar uma alma, concomitantemente, abre as fontes Celestiais de abundncia.
Os sacrifcios dirios de Tamid
D'us ordenou: "A cada manh, os cohanim devem oferecer um cordeiro sobre o altar. Aps
ser abatido, o cordeiro completamente queimado. Deve ser acompanhado de uma
oferenda de farinha (minch) e oferenda de vinho (nessech). Esta a oferenda Tamid da
manh."
"Os cohanim oferecem outro cordeiro com minch e nessech tarde. Esta a oferenda de
Tamid da tarde".
Estas duas oferendas eram oferecidas sobre o altar todos os dias, incluindo Shabat. A
comunidade pagava pelo Tamid com moedas de meio-shekel, que eram coletadas uma vez
ao ano.
O que as oferendas de Tamid nos lembram
Nosso patriarca Avraham quis sacrificar seu filho Yitschac no monte Moriy, como D'us lhe
havia ordenado. Mas ao final ele no teve de abater seu filho como uma oferenda. Procurou
por um animal para tomar o lugar de Yitschac.
D'us tinha preparado um cordeiro numa moita prxima. Avraham o encontrou e ofereceu-o
sobre o altar. Enquanto o abatia, rezava: "Por favor, D'us, considere-o como se eu tivesse
abatido meu filho." Ao queimar o cordeiro, rezava: "Por favor, D'us, considere como se eu
tivesse queimado meu filho."
Naquela poca, D'us disse: "Ordenarei ao povo judeu que oferea dois cordeiros
diariamente como sacrifcios. Assim, lembrarei o mrito do sacrifcio de Yitschac e
perdoarei o povo judeu por seus pecados."
O Tamid matinal reparava os pecados que os judeus tinham cometido na noite anterior. O
Tamid vespertino expiava os pecados cometidos durante o dia.
Maamadot - os enviados que permaneciam ao lado quando os sacrifcios eram oferecidos
D'us ordenou que algum que oferea um sacrifcio esteja presente enquanto este
elevado ao altar.
Uma vez que era impossvel que a nao inteira estivesse presente s oferendas dos
sacrifcios comunitrios, em vez disso nomeavam-se representantes da comunidade.
Os primeiros profetas, Shemuel e David, dividiram os cohanim e levitas em vinte e quatro
grupos, bem como escolheram vinte e quatro grupos de israelitas que representavam a
nao inteira. A cada semana um grupo diferente de cohanim e levitas viajava a Jerusalm
para oferecer os sacrifcios dirios, e para cantar durante as oferendas, respectivamente.
Representantes dos israelitas, que moravam em Jerusalm, faziam turnos ficando de p ao
lado das oferendas dirias observando-as. Ao mesmo tempo, grupos adicionais de
representantes de cidades de todo Israel participavam dos sacrifcios dirios, reunindo-se
para ler a Tor e rezar para que D'us aceitasse as oferendas.
Os sacrifcios de Mussaf
Agora a parash explica as leis dos sacrifcios de Mussaf. O termo "Mussaf" significa
"adicional". Alm dos sacrifcios dirios de Tamid, a Tor ordena que sacrifcios adicionais
sejam oferecidos em Shabat e Yom Tov (Festividade).
Esses sacrifcios especiais fazem com que nos lembremos e apreciemos a santidade do
Shabat, Yom Tov e Rosh Chdesh.
Mosh disse aos judeus: "Antes de cada Yom Tov vocs devem estudar as leis daquele
Yom Tov. Devem ter o cuidado de oferecer os sacrifcios apropriados. Atravs destas
oferendas, D'us lembra-Se de seus mritos."
O Mussaf de Shabat
Alm dos sacrifcios de Tamid, mais dois carneiros eram oferecidos como sacrifcio de
Mussaf de Shabat.
O Shabat reclamou a D'us: "Por que minhas oferendas de Mussaf consistem de apenas
dois carneiros, um nmero menor de animais que os que so oferecidos em todas as
outras Festas?!"
D'us respondeu: "O nmero dois lhe apropriado, pois todos os assuntos relacionados a
voc tm duplo significado:
Seu cntico tem nome duplo, pois denominado mizmor e shir. (Tehilim 92:1)
Seu prazer dobrado, como est escrito: "E voc chamar o Shabat um deleite, um dia
sagrado..." (Yeshayhu 58:13)
Em Shabat recita-se uma bno sobre dois pes inteiros.
"Por isso, o sacrifcio de mussaf mais apropriado a voc consiste de dois carneiros."
Todos os assuntos concernentes ao Shabat so duplos, como indicao de seu duplo
carter. Apesar do Shabat ser um dia de descanso fsico e deleites culinrios, este aspecto
representa apenas metade de seu significado. O feriado fsico deve ser conjugado e
conectado outra metade, seus contedos espirituais - descansar e deleitar-se em honra a
D'us, e estudar Tor. Mencionamos o carter duplo do Shabat quando rezamos na Amid de
Minch: "Um dia de descanso e santidade deste a Teu povo."
O Mussaf de Rosh Chdesh, incio do Novo Ms
Rosh Chdesh, o comeo do ms judaico, considerado um feriado menor. Apesar de no
possuir a mesma santidade que Shabat e Yom Tov, os judeus costumavam tratar este como
um dia especial, no qual reuniam-se para estudar Tor.
D'us disse: "Originalmente, Eu fiz o sol e a lua de tamanhos iguais. A lua reclamou: '
impossvel a dois reis reinarem simultaneamente.' Ordenei ento lua: 'Se assim, diminua
sua luz. Mais ainda, todo ms voc diminuir e depois se renovar.'"
Ao ouvir a censura de D'us, a lua compreendeu seu erro e ficou envergonhada. A fim de
enaltec-la, D'us decretou: "Sua luz ser vista tanto de dia quanto noite. No apenas isso,
como tambm os judeus fixaro o calendrio baseados em voc."
A lua ainda se sentia inferiorizada. D'us acrescentou: "Ordenarei aos judeus a oferecerem
um sacrifcio todo ms, quando voc estiver renovando-se."
Ao ouvir que seria to honrada, a lua ficou radiante.
A fim de que no nos equivoquemos pensando que esses sacrifcios so oferecidos lua, a
Tor declara explicitamente que o cabrito oferecido a D'us (28:15).
O Mussaf de Pssach e Shavuot
D'us ordenou que os sacrifcios de Mussaf fossem oferecidos durante todos os sete dias de
Pssach.
"Seus toques repetidos tambm confundem o anjo acusador. No Dia do Julgamento o promotor
celestial tem permisso de percorrer o mundo, apontar os pecados das pessoas e apresentar
acusaes perante o tribunal Divino. Contudo, ao ouvir os diversos toques do Shofar soarem
durante as vrias preces, ele silenciado. obrigado a concordar que os judeus cumprem os
mandamentos de D'us com grande devoo e cuidado."
Apesar de ser um Dia de Julgamento, Rosh Hashan tambm celebrado como Yom Tov,
completado com refeies festivas e roupas finas.
Que motivo h para jbilo neste dia to solene?
Duas pessoas pediram um emprstimo a um homem milionrio. A cada um concedeu um
emprstimo substancial a longo prazo.
Passou-se um ano, e nenhum dos comodatrios pagou um centavo sequer. Sendo que um dos
comodatrios era um velho conhecido, o emprestador decidiu telefonar-lhe lembrando-o de seu
dbito: "Sabe que voc me deve uma soma enorme?" - perguntou. "Aconselho-o a pagar ao
menos uma parte. Assim no ficar sobrecarregado ao expirar o prazo."
Grato pelo lembrete, o amigo prometeu remeter-lhe parte de seu dbito. Com grande
dificuldade conseguiu juntar algum dinheiro e pagou seu credor parcialmente.
Um ano depois o credor percebeu que no recebera mais nenhum pagamento. Ligou ao amigo
novamente. O comodatrio apertou-se e devolveu mais uma parte do dbito. sua maneira, no
decorrer de vrios anos, conseguiu pagar o dbito inteiro.
O que aconteceu ao outro comodatrio? No ensaiou tentativa alguma de reembolsar o
emprstimo. Finalmente, o prazo expirou e o credor exigiu o pagamento. O comodatrio
precisou declarar falncia e, segundo as leis do pas, foi preso.
Agradecemos e nos alegramos com a misericrdia do Todo Poderoso em conceder-nos Rosh
Hashan como uma oportunidade de quitar nossos dbitos para com Ele. No decorrer do ano,
uma pessoa acumula diversos maus hbitos e pecados. Se essa jamais tentar purificar-se
deles, pode ser merecedor de alguma punio severa. Rosh Hashan a Festa na qual os
judeus revalidam a autoridade de D'us sobre si e retornam a Ele. Ficamos felizes com o
lembrete anual e com a oportunidade de aceitarmos novamente o Reinado de D'us.
Alm disso, nossa felicidade origina-se da convico de que D'us, aps testemunhar nossa
teshuv, anular os maus decretos contra ns e nos inscrever para um ano bom.
Yom Kipur
Fazem-se sacrifcios de mussaf em Yom Kipur.
Yom Kipur o Dia da Expiao, o dia mais sagrado do ano.
Qualquer trabalho proibido em Shabat tambm proibido neste dia. Alm disso, abstemo-nos
de comida e bebida, de nos lavarmos para refrescarmo-nos, usar cosmticos, calar calados
de couro e manter relaes conjugais.
uma mitsv receber Yom Kipur cedo e termin-lo tarde. Assim, comeamos o jejum mais
cedo, e protelamos sua concluso.
Desde a Criao, este dia era destinado a ser um dia de teshuv e splica a D'us por perdo.
Foi nesta data, dez de Tishrei, que Mosh desceu do Monte Sinai com as Segundas Tbuas,
dadas por D'us aos judeus como sinal de perdo pelo pecado do bezerro de ouro.
Nossas preces de Yom Kipur incluem o vidui (confisso oral de nossos pecados), um dos
principais elementos da mitsv de teshuv.
Neste dia o Todo Poderoso diz aos anjos: "Vejam meus virtuosos filhos!"
"Apesar de Eu exp-los a todos os tipos de sofrimentos e perseguies, culpam apenas a si
mesmos. Oram: 'Pecamos e agimos errado; Voc Fiel, e somos perversos; Voc tsadic, e
somos perversos.' Onde posso encontrar outra nao como eles?"
Exatamente como mitsv jejuar em Yom Kipur, assim deve-se banquetear-se na vspera de
Yom Kipur, e a Tor considera quem o faz como tendo observado um jejum de dois dias.
Um pobre alfaiate judeu de Roma foi ao mercado comprar um peixe para a refeio festiva da
vspera de Yom Kipur.
Chegando barraca de peixes, viu que sobrara apenas um peixe. Exatamente naquele
momento o servo de um nobre chegou para comprar peixe para o almoo de seu amo. Ambos
comearam a fazer ofertas, at que finalmente o alfaiate gritou: "Vinte dinares!" Este era um
preo inaudito para um peixe, e o servo do nobre reconheceu a derrota.
Quando no serviram ao nobre o prato de peixe esperado para o almoo, convocou o servo.
"Por que no comprou um peixe, como lhe mandaram?" - repreendeu-o.
"Fui comprar," replicou o servo, "porm havia apenas um peixe. Algum alfaiate judeu comprouo por vinte dinares. O senhor gostaria que eu tivesse pago preo to exorbitante?"
"Esta uma histria estranha," comentou o nobre. "Desde quando um simples alfaiate pode
despender tal quantia com comida? Encontrem esse homem e digam-lhe para vir aqui
imediatamente. Quero investigar o assunto."
O servo perguntou para s pessoas sobre o pobre alfaiate e logo descobriu seu endereo.
Apressou-se casa dele e ordenou-lhe que se apresentasse perante o nobre.
O alfaiate foi recebido asperamente: "Por que voc cobriu a oferta de meu servo?" - berrou o
nobre.
"Asseguro-lhe, meu mestre," desculpou-se humildemente o alfaiate, "que no agi por desdm.
Deixe-me explicar porque precisava deste peixe. Ns, judeus, temos um dia por ano no qual o
Todo Poderoso perdoa os pecados que cometemos durante o ano inteiro. Voc no acha que
devemos honrar a chegada deste Grande Dia com as melhores comidas?"
O nobre ficou satisfeito com a explicao e dispensou-o.
A histria no acaba aqui. D'us recompensou o alfaiate por ter honrado Yom Kipur. Ao abrir o
peixe, descobriu dentro deste uma prola valiosa, cuja venda permitiu-lhe viver
confortavelmente pelo resto da vida.
O mussaf de Sucot
Em cada um dos sete dias de Sucot oferecemos um nmero de sacrifcios de Mussaf diferente.
A soma das oferendas de Mussaf durante Sucot d um total de 70 touros, e 98 cordeiros.
Os setenta touros representam as setenta naes do mundo, uma vez que touros so notrios
por sua fora fsica. Similarmente, as naes gentias so caracterizadas por seu poderio fsico.
Os cordeiros fracos e indefesos simbolizam o povo judeu entre os outros povos.
O nmero de touros diminui a cada dia, simbolizando que as naes que no servem D'us
diminuiro. O nmero de cordeiros, contudo, permanece imutvel, indicando que o povo judeu
sobreviver firmemente a todas as pocas da histria.
Por que D'us ordenou que os judeus oferecessem setenta touros?
Os sacrifcios expiam pelas setenta naes. Como os judeus oferecem sacrifcios pelos outros
povos, estes so protegidos de infortnios.
Quando o Templo Sagrado foi destrudo, as naes do mundo tambm sofreram grandes
perdas, uma vez que os judeus costumavam oferecer sacrifcios para promover o bem estar do
mundo inteiro.
Shemini Atsret - o oitavo dia de Sucot, uma Festa parte
Durante os sete dias de Sucot os judeus ofereciam sacrifcios para que as setenta naes do
mundo fossem abenoadas. Disse D'us aos judeus: "Eu lhes darei um Yom Tov adicional,
Shemini Atsret, no oitavo dia de Sucot, no qual ofertaro apenas seus prprios sacrifcios."
Os sacrifcios de Mussaf de Shemini Atsret consiste meramente de um touro.
Durante sete dias o rei deu um banquete pblico, apreciado por todos os sditos.
Ao terminar, o regente chamou seus melhores amigos e pediu-lhes: "Por favor, no partam!
Cumpri meu dever para o pblico, porm peo-lhes que fiquem comigo mais um dia.
Jantaremos juntos amanh. Mandarei que sirvam um prato simples, alguma carne, peixe ou
vegetais. No me importa o que comamos, contanto que fiquemos juntos."
Similarmente, as oferendas de Shemini Atsret so levadas apenas pelo povo de Israel, e no
pelas setenta naes, como era o caso em Sucot. Shemini Atsret era o dia em que D'us, por
assim dizer, encontra-se com os judeus em particular. Por conseguinte, seus sacrifcios so
menores que os de Sucot.
Ele tambm no quer que o povo judeu pense: "D'us nos manteve no Templo Sagrado por
mais um dia porque Ele quer mais oferendas!" Por isso, o Mussaf Shemini Atsert pequeno.
Qual o significado da palavra Shemini Atsret - A parada do oitavo dia?
1. Como explicado, o Todo Poderoso impede os judeus de deixarem o Templo Sagrado.
2. D'us nos impede de realizarmos trabalho. O trabalho proibido em Shemini Atsret como o
nos outros dias de Yom Tov.
Em realidade, D'us pretendia que Shemini Atsret comeasse cinqenta dias depois de Sucot,
assim como Shavuot acontece cinqenta dias depois de Pssach. Contudo, desistiu de fazer
assim para que no sejamos incomodados. Isto esclarecido pela seguinte histria:
Um imperador oriental escolheu duas esposas para si, uma da capital onde residia, e outra de
um pas distante.
Anunciou noiva local: "Celebraremos nossa festa de noivado agora, e nosso casamento em
trs meses."
Informou noiva do pas distante: " muito difcil para mim viajar duas vezes a seu pas natal.
Celebraremos nosso noivado e casamento numa nica festa."
Desta maneira, na primavera, quando o clima est ameno e agradvel, e as pessoas no se
importam de viajar, D'us deu ao povo judeu duas Festividades - Pssach e Shavuot - quando
so obrigados a comparecerem ao Templo.
Todavia, no deseja incomodar-nos, e por isso ordenou que a Festa de Shemini Atsret siga
imediatamente a de Sucot, poupando-nos assim uma viagem extra a Jerusalm durante a
estao fria e chuvosa.
D'us proclama: "Quando as naes no judias tem feriados, elas cometem abusos. Comem
demais, bebem at embriagarem-se, tornam-se frvolas e beligerantes, e em geral, agem de
maneira que Me so odiosas."
"Para o povo judeu, contudo, posso dar um Yom Tov adicional sem receios. Comem e bebem
refeies festivas de Yom Tov em esprito elevado, a fim de cumprirem a mitsv. Ento vo
para as casas de estudos e oraes, recitam preces, e (na poca do Templo) oferecem
sacrifcios adicionais para Mim."
As oferendas na atualidade
O que fazemos hoje em dia, quando no podemos trazer as oferendas Mussaf no Shabat,
Rosh Chdesh e Yom Tov?
Temos dois substitutos:
1. Rezamos uma Amid (orao) extra que chamada Mussaf. Nela, mencionamos as
oferendas que eram trazidas naquele dia ao Templo Sagrado. Por exemplo, no Mussaf de
Shabat, dizemos: "A oferenda Mussaf de Shabat consiste de dois cordeiros perfeitos, com
menos de um ano de idade."
Pedimos a D'us que aceite nossa orao no lugar do sacrifcio de Mussaf.
2. Em Rosh Chdesh, Pssach, Shavuot, Rosh Hashan, Yom Kipur, Sucot, Shemini Atsret e
Simchat Tor, lemos passagens desta parash que tratam do sacrifcio de Mussaf do dia (em
Maftir, o ltimo a ser chamado para a leitura da Tor). D'us aceita nossa leitura da Tor no
lugar da oferenda de Mussaf.
Estamos aguardando o dia quando o Templo Sagrado ser reconstrudo. Ento, a cada
Festividade viajaremos a Jerusalm e assistiremos aos cohanim oferecerem os sacrifcios
daquele Yom Tov.
Matot (Bamidbar 30:2 - 32:42) inicia-se com uma discusso das leis sobre nedarim (promessas) e
shevuot (juramentos). A Tor ento descreve a batalha do povo judeu e a vitria sobre Midyan,
seguida por uma narrativa detalhada da distribuio dos despojos de guerra.
Antecipando a prxima chegada Terra de Israel, as tribos de Reuven e Gad adiantaram-se para
requerer que sua herana fosse a leste do Rio Jordo, ao invs de exatamente na Terra Santa, pois a
margem leste seria mais apropriada para seus abundantes rebanhos.
Aps alguma discusso, Mosh concorda, mas apenas sob a condio de que ajudassem o restante
da nao a conquistar toda a Terra de Israel, antes de retornarem para estabelecer-se no seu legado.
Mensagem da Parash
Assassino impiedoso
por Ranon Cortell
Duas pores atrs, ao final da Parash Balac, uma praga terrvel e destruidora assolou os filhos de
Israel, devido aos pecados instigados por nossos inimigos, os Moavitas e Medianitas.
Na mesma poro, toda nossa existncia foi tambm perigosamente ameaada por um hbil e
poderoso feiticeiro no-judeu, Bilam, que foi contratado pelas foras conjuntas de Median e Moav para
amaldioar o povo judeu, esperando torn-lo uma vtima indefesa para seus selvagens inimigos.
Mesmo assim, na poro desta semana, quando D'us decide que chegou a hora de vingar a honra de
Israel e destruir seus inimigos, Ele ordena a Mosh que destrua apenas os medianitas, permitindo que
os moavitas escapem ilesos.
Por que os medianitas foram escolhidos para a destruio, enquanto que os moavitas, que lideraram a
extrema intruso, foram poupados?
Para responder esta questo, Rashi explica que os moavitas agiram puramente por razes de autodefesa contra um inimigo avultado e potente em suas fronteiras, enquanto que os medianitas haviam
se engajado em uma disputa que no lhes dizia respeito, pois no foram ameaados pelos judeus por
viverem longe da rota para a Terra de Israel. Foi pela ao de dio infundado dos medianitas que D'us
quis vingana.
Rashi explica que tal dio e envolvimento nas disputas de outro povo especialmente perigosa
espiritualmente porque mesmo quando as partes chegam a um acordo, o dio daquele que est de
fora da disputa conservar seu vigor pois, afinal, no era baseado em coisa alguma.
Esta mensagem especialmente fundamental para nossa gerao, para quem dio infundado um d
nossos maiores erros e desafios. O Talmud (Tratado Yoma 9b) exorta-nos que no caso do insuportve
pecado de dio ftil e infundado para com um irmo judeu, a esposa e o filho de quem odeia morrer,
D'us no o permita. Rashi explica que esta punio mid k'neged mid, pois assim como a pessoa
falhou em amar o prximo, aqueles que ama sero tirados de seu convvio. Portanto, devemos
enxergar este pecado de dio injustificado como um assassino impiedoso, e combat-lo com fervor.
Rabi Yechiel Weinberg relata uma conversa que teve com o Alter de Slabodka. Certo dia, o Alter
estava falando sobre as "Trs Semanas", o perodo de luto pela destruio dos Templos. Resumindo,
ele explicou que a razo para a instituio deste perodo de luto foi despertar-nos de nossa rotina de
pecado e incitar-nos ao arrependimento, para que possamos nos tornar merecedores da reconstruo
do Templo. A destruio do Primeiro Templo foi devida ao envolvimento do povo judeu em
assassinato, idolatria e relacionamentos imorais, e mesmo assim o exlio durou apenas setenta anos.
O Segundo Templo, por outro lado, apesar do envolvimento dos judeus na Tor e boas aes, foi
arrasado principalmente por causa do pecado ameaador do dio infundado, e infelizmente ainda no
merecemos v-lo reconstrudo.
"Fique atento," ordena o Alter, "esta influncia sinistra ainda espreita entre ns, e infelizmente no
temos o nvel de boas aes e Tor que envolveu nossos antepassados." " Honestamente,"
pergunta ele, "quantos de ns, ao ver um colega elevado a uma posio de honra que acreditamos se
nossa por merecimento, no fervemos face a to horrvel insulto, e imaginamos porque nossos amigos
no correram a defender nossa honra? E mesmo assim, quantos de ns simplesmente passam pelos
impulsos e leis deste perodo sem agir sobre sua mensagem essencial erradicar o dio injustificado
de nosso corao?"
Devemos instilar esta mensagem dentro de ns, arrepender-nos de nossos pecados cometidos, e
aprendermos a praticar o amor injustificado.
Matot
Anulao de promessas
O fim de Bilam
Anulao de promessas
A ltima parash terminou com as leis das sacrifcios de Yom Tov, e esta comea com as leis
sobre promessas. A justaposio ensina que quem promete oferecer um sacrifcio est obrigado a
cumprir sua promessa no Yom Tov vindouro, quando visitar o Bet Hamicdash.
s vezes achamos que as palavras que dizemos no so importantes. Afinal, no podemos v-las
ou toc-las, por isso parecem que no deixam marcas.
A Tor nos ensina o contrrio. Palavras so importantes, e um judeu deve sempre ser cuidadoso
com as palavras que usa. Deveria ser especialmente cauteloso sobre fazer promessas, porque
ser responsvel por cumpri-la. A pessoa jamais deve fazer um juramento descuidadamente.
Aquele que os faz sem a devida ateno e mais tarde falha em cumpri-los, comparado ao
indivduo que pega uma espada para golpear a si mesmo; est propenso a ferir-se.
uma boa idia, quando dizemos que cumpriremos uma mitsv, adicionar as palavras: "bli neder
no uma promessa." Se algum declara: "Amanh pretendo visitar meu amigo doente," ou,
"Darei R$ 100,00 para tsedac," deveria completar: "bli neder" para evitar que torne-se uma
promessa.
Se algum faz um juramento ou promessa e ento percepe que ser muito difcil cumpri-los, pode
dirigir-se a um talmid chacham, perito em halach (Lei Judaica), ou a trs leigos. Eles podero
absolv-lo, com base em sua declarao que quando fez a promessa, no estava plenamente
consciente de todas suas implicaes. Se tivesse percebido todas as dificuldades de mant-la,
no teria agido desta forma. Por isso, a promessa foi um erro de sua parte. Explica os detalhes de
sua promessa ao juiz (ou juzes) que ento determina se as circunstncias permitem que seja
absolvido. Se o juiz encontra um pormenor que o incomode do qual a pessoa no tenha se
apercebido quando fez a promessa, pode absolv-la.
"Teria feito esta promessa se soubesse que mais tarde se arrependeria?" pergunta-lhe o juiz.
"No," responde a pessoa que fez a promessa.
"Mutar lecha - voc est livre dela", declara o juiz.
Isto se chama em hebraico "Hatarat Nedarim", anulao das promessas.
A Guemar nos d o seguinte exemplo sobre como anular uma promessa:
Uma histria:
Rav Manna aborrece seu pai
Rav Manna certa vez fez uma promessa: "Nunca beberei o vinho de meu pai."
Quando o pai soube da promessa do filho, ficou aborrecido. Por sua vez, Rav Manna sentiu-se
mal por entristecer o pai e arrependeu-se da promessa.
O pai perguntou-lhe: "Se voc tivesse pensado que eu ficaria aborrecido por causa de sua
promessa, ainda assim a faria?"
"No.",replicou Rav Manna.
"Neste caso, est livre dela," declarou o pai. Este era um talmid chacham. Por isso, podia liberar o
filho da obrigao de cumprir a promessa, porque achou uma boa razo para cancel-la.
Validade
Antes da idade de bar ou bat-mitsv, no preciso ir ao Bet Din se algum fez uma promessa
descuidada da qual se arrepende. Estas promessas no tm validade.
Mesmo assim, uma boa idia treinar a criana a no fazer promessas.
Quando podem ser feitas
H algumas situaes em que nossos sbios recomendam que se faa promessas. Por exemplo,
se uma pessoa encontra-s em extremo perigo ou desgosto, Dus no o permita, pode prometer
dar tsedac ou cumprir alguma mitsv na esperana de que Dus a salve.
Exemplos de pessoas renomadas que fizeram promessas e seus motivos:
Chana Na poca posterior aos juzes, havia uma mulher justa chamada Chana. No tinha filhos.
Sempre que seu marido viajava ao Mishcan em Yerushalayim, ela o acompanhava. L, rezava a
Dus, implorando-Lhe que lhe desse filhos.
Quando Chana completou dez anos que estava casada, fez uma promessa a Dus: "Se Tu me
deres um filho, no o guardarei para mim mesma, mas ele Te servir por toda a vida."
Chana teve um menino, a quem chamou de Shemuel. Ela manteve a promessa. Levou Shemuel
ao Cohen Gadol no Mishcan, quando ele estava com dois anos de idade e havia acabado de
amament-lo.
"Eis aqui o filho pelo qual rezei a Dus," disse. "Deixe-o ficar aqui e servi-lo."
Desde ento, Chana via seu filho apenas uma vez ao ano quando ia ao Mishcan em
Yerushalayim. O menino cresceu e tornou-se o famoso profeta Shemuel, lder de Ben Yisrael.
O Rei David David no tinha desejo maior que o de construir o Bet Hamicdash para Dus. Fez
uma promessa: "No dormirei mais que o absolutamente necessrio at que encontre o lugar
apropriado para construir a Casa de Dus."
David cumpriu sua promessa. Quando visitou o profeta Shemuel, estudou com ele os versculos
que falam da localizao do Bet Hamicdash. Aps passar muito tempo estudando, o Rei David
concluiu que Dus queria que o Bet Hamicdash fosse construdo numa colina na cidade de
Jerusalm.
David Hamelech manteve sua promessa. Tinha esperana de que lhe seria permitido construir o
Bet Hamicdash. Mas primeiro tinha que livrar a nao judaica dos inimigos ao seu redor. Passou
muitos anos envolvido nestas guerras, at que finalmente a paz chegou para os judeus.
"Agora," pensou David, "est na hora de construir o Bet Hamicdash! Como posso viver em um
lindo palcio, enquanto a Shechin de Dus mora numa tenda?"
A arca de Dus ainda estava no Mishcan, uma tenda, assim como havia estado quando Ben
Yisrael caminhava pelo deserto.
Naquela noite, Dus enviou um profeta para contar ao Rei David: "Dus no quer que voc
construa o Bet Hamicdash. Seu filho Salomo o construir. Voc no a pessoa certa para
construir o Bet Hamicdash, porque derramou tanto sangue durante as guerras que travou com
seus inimigos."
Isto deixou David preocupado.
"Dus," pediu ele, "sou culpado por ter lutado em tantas guerras?"
"No tema, David," Dus assegurou-lhe. "Voc derramou sangue apenas em nome dos cus. A
Meus olhos, suas batalhas valem tanto como se voc tivesse feito oferendas no altar."
"Ento, por que no tenho permisso para construir o Bet Hamicdash?" perguntou David.
Dus replicou: "Um Bet Hamicdash construdo por voc seria to sagrado que Eu jamais poderia
destru-lo."
"timo," disse David. "Deixe que permanea para sempre."
Dus explicou: "Sei que no futuro os judeus cometero pecados. Ou Eu os destruirei, ou destruirei
o Bet Hamicdash, deixando-os sobreviver. Se voc construir o Bet Hamicdash, jamais poderei
destru-lo. Terei que aniquilar os judeus em vez disso."
O Rei David ento entendeu que no poderia realizar seu sonho de construir uma Morada para
Dus. Assim mesmo, devotou o resto da vida a conseguir ouro, prata e os outros materiais
necessrios para a construo do Bet Hamicdash. Seus esforos foram to grandes que Dus
considerou como se ele tivesse de fato o construdo!
Outra maneira de cancelar uma promessa
Aprendemos h pouco que somente um talmid chacham ou Bet Din podem cancelar a promessa
de algum se encontrarem para isso uma razo vlida.
A Tor nos ensina uma outra maneira de cancelar uma promessa: Se um pai escutar a filha de
doze anos, ou doze anos e meio, fazer uma promessa que ele no aprove, pode dizer: "Sua
promessa invlida." Isto cancela a promessa.
Um pai pode anular a promessa da filha apenas at o pr-do-sol do dia em que ele a ouve. Se
esperar alm disso, ser tarde demais.
Um marido tambm pode cancelar algumas das promessas de sua esposa. Ele deve tambm
faz-lo no mesmo dia em que a escutou. Se esperar at depois do pr-do-sol, ela obrigada
cumprir a promessa.
assassinadas.
Os soldados que voltavam da batalha haviam tocado nos
corpos dos mortos. Por isso, estavam impuros. Receberam a
ordem: "No entrem no ptio do Mishcan (o acampamento da
Shechin) por sete dias. Nesse nterim, purifiquem-se com
gua misturada s cinzas de uma vaca vermelha."
Hagalat kelim
Entre os despojos dos midianitas havia panelas, potes e outros
tipos de vasilhas. Haviam sido usados pelos midianitas para
comida no-casher. Como os judeus poderiam us-los?
O filho de Aharon, Elazar, ensinou o povo as leis aplicadas
estas vasilhas.
Elazar ensinou: "Se um judeu quiser usar uma vasilha que foi
utilizada previamente para comida quente e no-casher, deve
primeiro casheriz-la." possvel casherizar vasilhas feitas de
todos os tipos de metal (prata, ouro, cobre e assim por diante),
mas no loua. Se vasilhas de loua foram usadas para comida
quente e no-casher, um judeu jamais poder us-la.
Como se "casheriza" um utenslio?
Primeiro, deve ser completamente lavada, at que esteja livre
de toda sujeira. colocada ento num caldeiro com gua
fervente. Imergir a vasilha em gua fervente a casheriza.
Entretanto, se for um objeto usado diretamente sobre o fogo,
como uma grelha ou espeto para assar carne, deve ser colocada
no fogo para tornar-se casher.
Tevil
Elazar ensinou tambm:
"Todas as panelas de metal, travessas, xcaras, copos ou
talheres que foram fabricados por um no-judeu ou comprados
dele, devem ser mergulhados num micv. Isto faz com que o
utenslio mude de um estado original para um de kedush
(santidade)."
Nossos sbios decretam que vasilhas de vidro tambm
necessitam de imerso num micv. Por isso, sempre que
comprarmos utenslios, devemos mergulh-los num micv
antes de us-los.
Os despojos de guerra so divididos
Os soldados, aps a guerra, deram uma poro aos cohanim, e
que era grande demais apenas para as duas tribos. Por isso
procurou outra tribo para morar com eles. Escolheu metade da tribo
de Menash.
Por qu?
Dessa maneira, Dus acertou com Menash um antigo dbito.
Menash, filho de Yossef, (e fundador da tribo que leva seu nome)
fez com que os seus tios (e fundadores das demais tribos)
rasgassem suas vestes.
No livro de Bereshit, na parash de Mikets, a Tor nos relata como
Menash, incgnito, e a mando de seu pai, perseguiu as tribos para
exigir de volta a taa de Yossef, ento o vice-rei do Egito,
supostamente "roubada" por eles. Desesperados por serem
acusados falsamente pelo roubo, rasgaram suas vestes. Portanto, a
poro da tribo de Menash na Terra Santa foi dividida. Metade de
sua herana estava em Erets Yisrael e a outra metade na margem
leste do Jordo.
As tribos de Gad e Reuven estavam certas ao requisitar terra a
leste do Rio Jordo?
Quando as duas tribos requisitaram terra a leste do Jordo,
cometeram um erro. Pensaram que no haveria pasto suficiente
para seu rebanho em Erets Yisrael. Isso no era verdade. Dus
criou Erets Yisrael de forma tal que fosse grande o suficiente para o
povo judeu e seus pertences. Poderia ter "esticado" Erets Yisrael
para incluir estas duas tribos e seus rebanhos.
Gad e Reuven abriram mo de viver em um pas de kedush
(Santidade). O lado leste do Jordo no possui o mesmo nvel de
santidade que Erets Yisrael. A Shechin no repousa l, e o Bet
Hamicdash no pode ser construdo naquele local.
Estas tribos se separaram do restante de Ben Yisrael. No outro
lado do Jordo, havia o perigo de que abandonassem a Tor e
imitassem as naes que os rodeavam. De fato, a tribo de Menashe
percebeu isso.
As duas tribos e meia mantiveram sua palavra. Eles e seus
descendentes seguiram a Tor. Para os dias santificados, viajavam
ao Bet Hamicdash em Jerusalm. Entretanto, como viviam to
afastados do restante de Ben Yisrael, seu cumprimento da Tor
tornou-se mais fraco que o da maioria dos judeus vivendo em Erets
Yisrael. Quando mais tarde a nao judaica pecou e foi levada ao
exlio, estas tribos foram exiladas em primeiro lugar.
Dos fatos sucedidos s duas tribos e meia, aprendemos como
importante associar-se com judeus verdadeiramente cumpridores
de Tor.
Todos ns somos influenciados pelos que nos cercam. Se
estivermos prximos a judeus que so Ben Tor, nos fortalecemos
e crescemos em nossa observncia da Tor.
A Parashat Mass (Bamidbar 33:1 - 36:13) inicia-se com um resumo de toda a rota viajada
pelo povo judeu durante seus quarenta anos no deserto, comeando com seu xodo do
Egito e concluindo com sua chegada s margens do Rio Jordo.
Aps ordenar ao povo para expulsar todos os habitantes da Terra Santa, a Tor delineia as
fronteiras exatas da terra de Israel. J que os levitas no receberiam uma poro como os
demais, cidades especiais foram separadas para eles. Alguns destes locais serviriam
tambm como cidades de refgio para algum que, sem inteno, tenha matado uma
pessoa, e ento fugiria para uma destas cidades para buscar abrigo e evitar a vingana de
um parente prximo da vtima, l permanecendo at a morte do atual Cohen Gadol.
Aps estabelecer os parmetros para as vrias categorias de assassinato, o livro Bamidbar
conclui com informao mais completa a respeito das filhas de Tslofchad e as leis sobre
herana.
Mensagem da Parash
Uma rota para o equilbrio
por Rabi Yonason Goldson
sua persistncia pessoal no estudo e prtica da Tor, guiam-nos de volta ao caminho certo
pelo exemplo que estabelecem. Dessa maneira, aps "nos afastarmos" de um lugar, eles
"acampam" no prximo, significando que eles restabelecem o balano celestial do universo,
e restauram a direo do povo judeu sua correta orientao.
Quem so estes tsadikim?
Ningum deveria ficar satisfeito com suas conquistas, dizem nossos sbios, at que tenha
atingido o nvel de nossos antepassados Avraham, Yitschac e Yaacov. Esta no uma
tarefa impossvel? Assustadora, talvez, mas no impossvel, pois os sbios com suas
palavras pretendiam transmitir-nos que assim como os Patriarcas aperfeioaram-se ao
perceber o completo potencial que D'us lhes concedeu, assim tambm seremos como eles
se desenvolvermos ao mximo nosso potencial.
Dessa maneira, pedimos trs vezes ao dia ao Criador em nossas preces para "colocar
nosso quinho junto deles os justos para sempre".
Ele nos guie e nos ajude a desenvolvermo-nos at o limite de nosso potencial, para que
possamos ser contados juntos com os justos neste mundo e no vindouro.
Mass
Mosh e os locais do acampamento
As filhas de Tselofchad
encontram maridos
A parash de Pinechas nos conta a
histria das filhas de Tselofchad:
Haviam pedido a Mosh que as
deixasse herdar o quinho da terra
que pertencia ao seu pai, j que
ele no tivera filhos homens.
As filhas de Tselofchad eram da
tribo Menash. Os chefes desta
tribo foram a Mosh e
reclamaram: "As filhas de
Tselofchad poderiam casar-se
com homens de uma tribo
diferente. Mais tarde, seus filhos
herdaro sua terra. Em resultado
disso, nossa tribo perder
propriedades."
Mosh respondeu em nome de
Dus: "Sua reclamao justa. As
filhas de Tzelofchad devem
escolher maridos de sua prpria
tribo, Menashe, para que esta tribo
no perca propriedades.
Esta lei era eficaz apenas durante
a gerao de Mosh, para
estabelecer os limites de cada
tribo.
Machl, Chogl, No, Milk e
Tirrs seguiram o conselho de
Mosh. Todas encontraram
timos maridos em sua prpria
tribo. Nenhuma delas tinha menos
que quarenta anos quando se
casou. Como eram grandes
tzidkaniyot ( mulheres ntegras),
Dus realizou um milagre para
elas. Todas tiveram filhos, mesmo
tendo se casado em idade
avanada.
A lista de locais no deserto nos d
chizuc (encorajamento)
Nesta Parash, Dus listou todos
os lugares no deserto pelos quais
Ben Yisrael viajou.
Aps a destruio do Bet
Hamicdash, o povo judeu tornouse andarilho novamente. Foram
exilados de seu pas. Aps a
Primeira Destruio, foram
levados a Babilnia, e aps a
Segunda Destruio, para Roma e
outros paises. H milhares de
lugares pelos quais nossa nao
viajou pela galut. E em muitos
deles os judeus foram oprimidos,
maltratados e mortos.
Podemos pensar que Dus
esqueceu o quanto Ben Yisrael
sofreu por todos esses anos. Mas
no assim. Como Dus disse a
Mosh para escrever a lista de
locais no deserto, da mesma
forma cada parada deste exlio
anotada perante Ele no cu. Ele se
lembra de todo o sangue que foi
vertido e de todas as lgrimas que
foram derramadas.
Estamos no fim de nossa jornada.
Dus, em Seu grande amor pelo
povo judeu, Quem est nos
dirigindo atravs do exlio em