Apostila Completa Usinagem
Apostila Completa Usinagem
Apostila Completa Usinagem
DE
USINAGEM
2013
ndice
1. Introduo aos Processos de Usinagem ........................................................................ 1
1.1. Breve Histrico ........................................................................................................ 3
1.2. Princpios de Usinagem com Ferramentas de Geometria Definida .......................... 8
1.3. Princpios de Usinagem com Ferramentas de Geometria No-Definida ................ 12
2. Velocidades na Usinagem............................................................................................ 13
2.1. Conceitos Auxiliares .............................................................................................. 16
2.2. Superfcies Definidas Sobre a Pea ...................................................................... 17
2.3. Grandezas de Avano ........................................................................................... 18
2.4. Grandezas de Penetrao ..................................................................................... 19
2.5. Grandezas de Corte .............................................................................................. 21
2.6. Anlise Simplificada das Grandezas ...................................................................... 22
3. Geometria da Cunha de Corte ..................................................................................... 24
3.1. Sistemas de Referncia ......................................................................................... 27
4. Foras e Potncias de Corte ........................................................................................ 39
4.1. Foras Durante a Usinagem .................................................................................. 39
4.2. Potncias de Usinagem ......................................................................................... 42
4.3. Clculo da Fora de Corte ..................................................................................... 44
4.3.1. Clculo da Fora e da Potncia de Corte no Torneamento ............................. 48
4.3.2. Clculo da Fora e da Potncia de Corte na Furao ..................................... 51
4.3.3. Clculo da Fora e Potncia de Corte no Fresamento .................................... 53
5. Mecanismo de Formao de Cavaco ........................................................................... 60
5.1. A Interface Cavaco-Ferramenta ............................................................................. 61
5.2. Controle da Forma do Cavaco ............................................................................... 63
5.3. Classificao dos Cavacos .................................................................................... 64
5.4. Alterao da Forma do Cavaco ............................................................................. 66
5.5. Temperatura de Corte ........................................................................................... 72
6. Desgaste de Ferramentas ............................................................................................ 75
6.1. Medio dos Desgastes da Ferramenta ................................................................ 79
6.2. Mecanismos Causadores do Desgaste da Ferramenta ......................................... 82
6.3. Sumarizando ......................................................................................................... 86
7. Materiais para Ferramentas ......................................................................................... 87
7.1. Descrio dos Materiais ........................................................................................ 88
8. Fluidos de Corte ........................................................................................................... 97
8.1. Funes do Fluido de Corte ................................................................................... 97
8.1.1. O Fluido de Corte como Refrigerante .............................................................. 98
8.1.2. O Fluido de Corte como Lubrificante ............................................................... 99
8.2. Classificao dos Fluidos de Corte ...................................................................... 100
8.2.1. Ar .................................................................................................................. 101
8.2.2. Tipos Aquosos .............................................................................................. 101
8.2.3. leos ............................................................................................................ 102
8.3. Seleo do Fluido de Corte ................................................................................. 104
9. Usinagem com Ferramentas de Gumes de Geometria Indefinida .............................. 107
ii
iii
Lista de Figuras
Figura 1.1 Classificao dos Processos de Fabricao (Fonte: Adaptado de DIN 8580). 1
Figura 1.2 Ferramentas de Pedra ................................................................................... 3
Figura 1.3 Plaina Neoltica .............................................................................................. 4
Figura 1.4 Furadeira a Arco Egpcia ................................................................................ 4
Figura 1.5 Torno a Arco, 1565......................................................................................... 5
Figura 1.6 Torno de Senot, 1795 ..................................................................................... 6
Figura 1.7 Tornos de Maudslay, 1800 e 1848 ................................................................. 6
Figura 1.8 Movimento da cunha de corte em relao pea (Fonte: YOSHIDA,1979). .. 8
Figura 1.9 Movimentos de Corte e Avano. .................................................................... 9
Figura 1.10 Movimentos Ativos de Usinagem no Serramento Alternativo. .................... 10
Figura 1.11 Movimentos Ativos de Usinagem no Torneamento Cilndrico. .................... 10
Figura 1.12 Movimentos Ativos de Usinagem na Furao............................................. 11
Figura 2.1 Direo dos movimentos de corte, de avano e efetivo no torneamento.
ngulos da direo de avano , da direo efetiva e plano de trabalho (Fonte: DINIZ et
al, 2000). .......................................................................................................................... 14
Figura 2.2 Direo dos movimentos de corte, de avano e efetivo na furao. ngulos
da direo de avano , da direo efetiva e plano de trabalho (Fonte: DINIZ et al,
2000)................................................................................................................................ 15
Figura 2.3 - Direo dos movimentos de corte, de avano e efetivo no fresamento
discordante. ngulos da direo de avano , da direo efetiva e plano de trabalho
(Fonte: DINIZ et al, 2000)................................................................................................. 15
Figura 2.4 Percurso de corte lc, de avano lf e efetivo le na operao de fresamento
discordante (Fonte: DINIZ et al, 2000). ............................................................................ 16
Figura 2.5 Superfcies, Grandezas de corte, ponto de referncia D e largura nominal de
corte bD no torneamento cilndrico (Fonte: DINIZ et al, 2000). ......................................... 18
Figura 2.6 Avano por dente fz, avano de corte fc e avano efetivo no fresamento
discordante (Fonte: DINIZ et al, 2000). ............................................................................ 19
Figura 2.7 Largura de usinagem ap, penetrao de trabalho ae e penetrao de avano
af no fresamento tangencial (Fonte: DINIZ et al, 2000). ................................................... 20
Figura 2.8 Profundidade de usinagem ap, penetrao de trabalho ae e penetrao de
avano af no fresamento frontal (Fonte: DINIZ et al, 2000). ............................................. 20
Figura 2.9 Grandezas de corte para arestas de corte retilneas. Exemplo: torneamento
cilndrico com ferramenta com = 0; o ponto de corte escolhido neste caso encontra-se
na ponta de corte da ferramenta (Fonte: DINIZ et al, 2000). ............................................ 22
Figura 3.1 Cunha de corte da ferramenta de torneamento (Fonte: DINIZ et al,2000). ... 24
Figura 3.2 Arestas de corte e superfcies da parte de corte de uma ferramenta de
torneamento (Fonte: DINIZ et al, 2000). ........................................................................... 25
Figura 3.3 Arestas de corte e superfcies da parte de corte de uma fresa frontal (Fonte:
DINIZ et al, 2000). ............................................................................................................ 26
Figura 3.4 Arestas de corte e superfcies da parte de corte de uma broca helicoidal
(Fonte: DINIZ et al, 2000)................................................................................................. 27
iv
vi
Figura 9.16 Rebolos com reduo nica para dentro (Fonte: STEMMER, 2005). ....... 130
Figura 9.17 Rebolos ebolos montados (Fonte: STOETERAU, 2007). ......................... 130
Figura 9.18 Perfil dos bordos dos rebolos (Fonte: STEMMER, 2005). ........................ 131
Figura 10.1 Tempo de Produo por Pea X Velocidade de Corte (Fonte: FERRARESI,
1977).............................................................................................................................. 143
Figura 10.2 Custo de Produo por Pea X Velocidade de Corte ............................... 148
Figura 10.3 Intervalo de Mxima Eficincia ................................................................. 149
Figura 11.1 Esquema da evoluo das mquinas ferramenta para torneamento. ....... 150
Figura 11.2 Esquema de controle manual de um torno mecnico. .............................. 151
Figura 11.3 - Tomo com controle mecnico. .................................................................. 152
Figura 11.4 - Torno com controle numrico. ................................................................... 153
Figura 11.5 Modos de armazenamento e transmisso de programas. ........................ 155
Figura 11.6 - Correlao entre componentes dos controles manual e numrico. ........... 156
Figura 11.7 - Malha de controle numrico. ..................................................................... 157
Figura 11.7 Representao dos eixos em uma mandriladora e em uma fresadora. .... 158
Figura 11.8 Sistema de movimentao de uma mesa. ................................................ 159
Figura 11.9 - Fusos e guias usados em mquinas-ferramenta CNC. ............................. 160
Figura 11.10 - Modelos de trocadores de ferramentas e magazines utilizados em tornos e
centros de usinagem. ..................................................................................................... 160
A norma alem DIN 8580 classifica os processos de fabricao conforme pode ser
visto na figura 1.1, e coloca os processos de usinagem todos dentro de um grande grupo
chamado separar.
Figura 1.1 Classificao dos Processos de Fabricao (Fonte: Adaptado de DIN 8580).
A figura 1.5 mostra um torno do sculo XVI utilizando um mtodo similar para
transformar o movimento alternativo em rotativo.
SC. XVIII - Primeiras obras conhecidas sobre torneamento Jacques Plumier LART DE TORNEURS.
A esse movimento dado o nome de Movimento de Corte, e ele garante que ser
retirado cavaco at que acabe a pea naquela direo.
Para que, aps a primeira retirada de cavacos, a pea possa continuar sendo
usinada necessrio que haja um outro movimento, que chamado de movimento de
avano. Esse movimento garante que a ferramenta seja re-posicionada a fim de realizar
um novo movimento de corte, como mostra a figura 1.9.
Movimento
de Avano
Movimento
de Corte
10
Movimento de
Avano
Movimento
Efetivo de Corte
Movimento de
Corte
Movimento
Efetivo de Corte
Movimento de
Corte
Movimento de
Avano
11
Movimento de
Corte
Movimento de
Avano
Figura 1.12 Movimentos Ativos de Usinagem na Furao.
Movimetos Passivos
Movimento de Ajuste o movimento entre a ferramenta e a pea, no qual prdeterminada a espessura de material a ser removida.
12
13
2. Velocidades na Usinagem
Cada movimento realizado durante o processo de usinagem realizado em um
determinado intervalo de tempo. Esse deslocamento em um intervalo de tempo resulta em
uma velocidade.
As velocidades principais que devem ser consideradas so a velocidade de corte e
a velocidade de avano.
Velocidade de Corte
onde
os
movimentos
de
corte
de
avano
ocorrem
vc
d n
1000
Velocidade de Avano
14
vf f n
1000 vc
f
d
Figura 2.1 Direo dos movimentos de corte, de avano e efetivo no torneamento. ngulos da direo de
avano , da direo efetiva e plano de trabalho (Fonte: DINIZ et al, 2000).
O tempo de corte (tc) resume a totalidade dos tempos ativos, pois ele
representa o tempo em que os movimentos de corte e / ou de avano esto
efetivamente ocorrendo.
15
tc
lf
vf
lf
f n
d lf
1000 f vc
Figura 2.2 Direo dos movimentos de corte, de avano e efetivo na furao. ngulos da direo de
avano , da direo efetiva e plano de trabalho (Fonte: DINIZ et al, 2000).
lf
. Nestes casos,
clculo do tempo de corte depende de uma integrao da relao d
v
f
Figura 2.3 - Direo dos movimentos de corte, de avano e efetivo no fresamento discordante. ngulos da
direo de avano , da direo efetiva e plano de trabalho (Fonte: DINIZ et al, 2000).
16
Figura 2.4 Percurso de corte lc, de avano lf e efetivo le na operao de fresamento discordante (Fonte:
DINIZ et al, 2000).
Tempos Passivos
17
tg
sen
vc
cos
vf
18
Avano por Dente (fz) o percurso de avano por dente e por volta ou curso da
ferramenta, medido na direo do avano. Corresponde distncia entre duas
superfcies em usinagem consecutivas, considerada na direo do avano (figura
2.6).
fz
f
z
Figura 2.5 Superfcies, Grandezas de corte, ponto de referncia D e largura nominal de corte b D no
torneamento cilndrico (Fonte: DINIZ et al, 2000).
19
Figura 2.6 Avano por dente fz, avano de corte fc e avano efetivo no fresamento discordante (Fonte:
DINIZ et al, 2000).
20
Figura 2.7 Largura de usinagem ap, penetrao de trabalho ae e penetrao de avano af no fresamento
tangencial (Fonte: DINIZ et al, 2000).
21
Seo Transversal Nominal de Corte (ADtot) a soma das reas das sees
transversais nominais de corte, geradas por arestas de corte que estejam em ao
simultaneamente, quando se empregam ferramentas multicortantes.
hd
AD
bD
22
Figura 2.9 Grandezas de corte para arestas de corte retilneas. Exemplo: torneamento cilndrico com
ferramenta com = 0; o ponto de corte escolhido neste caso encontra-se na ponta de corte da ferramenta
(Fonte: DINIZ et al, 2000).
23
A ap f b h
ap
sen X r
h f sen X r
A
b
24
25
Figura 3.2 Arestas de corte e superfcies da parte de corte de uma ferramenta de torneamento (Fonte:
DINIZ et al, 2000).
26
Figura 3.3 Arestas de corte e superfcies da parte de corte de uma fresa frontal (Fonte: DINIZ et al, 2000).
27
Figura 3.4 Arestas de corte e superfcies da parte de corte de uma broca helicoidal (Fonte: DINIZ et al,
2000)
28
Figura 3.5 Planos do sistema de referncia da ferramenta de torneamento (Fonte: DINIZ et al, 2000).
29
Figura 3.6 Planos do sistema de referncia da ferramenta numa fresa cilndrica (Fonte: DINIZ et al, 2000).
30
Figura 3.7 Planos do sistema de referncia da ferramenta numa broca helicoidal (Fonte: DINIZ et al,
2000).
31
32
33
Figura 3.8 ngulos de localizao das arestas de corte no sistema de referncia da ferramenta, para
torneamento cilndrico (esquerda) e torneamento de faceamento (esquerda) (Fonte: DINIZ et al, 2000).
34
Figura 3.9 ngulos de sada, de cunha e de folga da ferramenta, representados no plano admitido de
trabalho (Fonte: DINIZ et al, 2000).
35
Figura 3.10 ngulos de uma ferramenta de torneamento (Fonte: DINIZ et al, 2000).
36
Figura 3.11 ngulos da ferramenta numa fresa de faceamento (Fonte: DINIZ et al, 2000).
37
Figura 3.12 ngulos da ferramenta numa broca helicoidal (Fonte: DINIZ et al, 2000).
38
39
Componentes de Fu
Inicialmente, Fu decomposta em uma componente que est no plano de trabalho,
chamada fora ativa (Ft) e uma componente perpendicular ao plano de trabalho, chamada
fora passiva ou fora de profundidade (Fp).
40
Figura 4.1 Fora de usinagem e suas componentes na operao de torneamento (Fonte: DINIZ et al,
2000).
41
Figura 4.2 Fora de usinagem e suas componentes na operao de fresamento (Fonte: DINIZ et al,
2000).
Ft Fap2 Ff2
Fapt Ft 2 F f2
Ft Fc2 F f2
Fc Ft 2 F f2
42
Fu Fp2 Ft 2
Uma mquina ferramenta gera potncia para girar seu eixo-rvore e executar o
movimento de corte e para executar o movimento de avano. Assim, pode-se estabelecer
as seguintes relaes para as potncias de corte e de avano:
a) Potncia de corte
Pc
Fc vc
60 10 3
Pf
Ff v f
60 10 6
43
Pc 1000 Fc vc
Pf
Ff v f
como;
vf f n
vc
d n
1000
tem-se:
Pc
F d n
F d
c
c
Pf
Ff
f n
Ff f
Ou seja, a potncia de avano, em uma situao extrema, 140 vezes menor que
a potncia de corte. Esta diferena entre a potncia de corte e potncia de avano,
permite desprezar a potncia de avano no dimensionamento do motor da mquina,
naquelas mquinas em que somente um motor responsvel tanto pelo movimento de
44
avano quanto pelo movimento de corte. Quando a mquina possui motor independente
para o movimento de avano, verifica-se que este motor sempre muito menor que o
motor responsvel pelo movimento de corte.
Pm
Pc
45
Mtodo de Kienzle
Figura 4.3 Variao da presso especfica de corte com a espessura de corte para diversos processos de
usinagem (Fonte: FERRARESI, 1977)
46
y b ax
ou seja
ks
k s1
hc
Onde: ks1 a presso especfica de corte para uma seo de corte de 1 mm2, em N/mm2
c o coeficiente angular da reta da figura 4.5.
h a espessura do cavaco, em mm
Figura 4.4 Variao da presso especfica de corte com a espessura de corte (Fonte: FERRARESI,
1977).
47
Figura 4.5 Representao bi-logartmica da presso especfica de corte em funo da espessura de corte
(Fonte: FERRARESI, 1977).
Exemplo:
Deseja-se determinar, pelo mtodo de Kienzle, a presso especfica de corte para a
usinagem de um ao ABNT 4140 (equivalente ao SAE 4140, na norma norte-americana)
para uma espessura de cavaco (h) de 0,7 mm.
Soluo:
Pela tabela do fabricante Iscar o ao SAE 4140 pode ser classificado tanto no grupo 6
quanto no grupo 7, com ks1 de 1775 e 1675 N.mm-2, respectivamente. Em casos como
esse prudente utilizar o maior valor, visto que, caso haja erro, esse ser direcionado
para a segurana da operao.
O valor de c para ambos os casos 0,24.
Calculando:
ks
k s1
1775
1933,64 N .mm 2
c
0, 24
h
0,7
48
Mtodo Sandvik
O mtodo Sandvik parte de valores tabelados para uma espessura de corte fixa h =
0,4 mm. Para a correo desse valor utilizada a relao da equao a seguir.
0,4
k s k s 0, 4 .
0 , 29
Da mesma forma que o mtodo anterior, o anexo B traz uma tabela com valores de
ks(0,4) para algumas aplicaes de ferramentas Sandvik (www.sandvikcoromant.com ).
Exemplo:
Determinar, pelo mtodo Sandvik, o valor da presso especfica de corte para a usinagem
de um ao ABNT 1045 (equivalente ao SAE 1045, na norma norte americana) para uma
espessura de cavaco (h) de 0,5 mm.
Soluo:
Pela tabela da Sandvik Coromant, o valor da presso especfica de corte do ao SAE
1045, para h = 0,4 mm, 650 N.mm-2.
Calculando:
0,4
k s k s 0, 4 .
0 , 29
0,4
650.
0,5
0, 29
609,27 N .mm 2
49
A ap. f
h f .sen r
50
Pc
Fc .vc
60.10 3
Para calcular a potncia que a mquina precisa ter para realizar uma determinada
operao necessrio conhecer o seu rendimento.
51
Pm
Pc
f 30
Dd
HB
Como uma broca uma ferramenta multicortante , para poder calcular a espessura
do cavaco necessrio calcular o avano por gume.
fz
f
z
52
Para o clculo da espessura do cavaco, o ngulo que deve ser considerado igual
metade do ngulo da ponta da ferramenta.
h f z .sen
2
Fc
Dd
. f .k s
2
Como uma broca uma ferramenta rotativa, deve ser calculado o seu momento
toror para do clculo da potncia.
M Fc .
Dd
4000
53
Pc
M .n
60.10 3
Pm
Pc
54
ap
sin
55
s 2 1
cos 1
cos 2
l1
D
2
l2
D
2
hm
57,3
56
ze
z. s
360
Pc
z e .Fcz .vc
60.10 3
57
Figura 4.7 Dimenses caractersticas no fretamento cilndrico tangencial (Fonte: WITTE, 1998).
cos s 1
ap
D
2
hm
57,3
.fz.
ap
D
2
58
ze
z. s
360
59
Pc
z e .Fcz .vc
60.10 3
60
Figura 5.1 Esquema da formao do cavaco mostrando o plano de cisalhamento (Fonte: DINIZ et al,
2000).
61
Na usinagem de materiais dcteis, que tem grande zona plstica e, por isso,
deformam-se bastante antes da ruptura, essas quatro fases so bem pronunciadas. J
em materiais frgeis, que possuem zona plstica bem pequena e, por isso, rompem-se
com pouca deformao plstica, as fases a e b so bem curtas, na fase c a ruptura
do cavaco total e a fase d praticamente inexistente, j que o pequeno cavaco
formado pula fora da regio de corte, no atritando com a superfcie de sada da
ferramenta.
62
63
Figura 5.3 Zona de fluxo dentro do cavaco (Fonte: DINIZ et al, 2000).
64
exemplo, quando o cavaco se enrola sobre a pea, ele tenta penetrar entre a interface
pea-ferramenta, podendo causar a quebra da ferramenta. Em operaes de furao um
cavaco em fita pode entupir o canal helicoidal da broca e causar tambm sua quebra.
3 Manuseio e Armazenagem do Cavaco logicamente, um cavaco longo em forma de
fita, muito mais difcil de manipular e requer um volume muito maior para ser
armazenado, que um cavaco curto com o mesmo peso.
4 Foras de Corte, Temperatura e Vida da Ferramenta ao se procurar deformar mais o
cavaco visando aumentar sua capacidade de quebra, pode-se aumentar bastante os
esforos de corte, com conseqente aumento da temperatura e diminuio da vida da
ferramenta.
65
processo utilizado. Assim, por exemplo, o cavaco em lascas preferido quando houver
pouco espao disponvel, ou quando o cavaco deve ser removido por fluido refrigerante
sob presso, como no caso da furao profunda. Em fresamento frontal de faceamento,
quando a remoo de material elevada, prefere-se a formao de cavacos helicoidais,
pois estes saltam fora do bolso de armazenamento de cavaco entre os dentes da fresa,
no tendo o risco de entupimento deste espao.
Figura 5.4 Formas do cavaco: a) em fita; b) helicoidal; c) espiral; d) em lascas (Fonte: DINIZ et al, 2000).
66
Figura 5.5 Variao da forma de cavaco atravs da curvatura vertical, curvatura lateral e do ngulo de
inclinao do cavaco (Fonte: DINIZ et al, 2000).
67
68
Figura 5.6 Diferentes tipos de quebra de cavacos (Fonte: DINIZ et al, 2000).
69
Figura 5.7 Condio limite para a quebra do cavaco (Fonte: DINIZ et al, 2000).
70
Figura 5.8 Influncia da relao ap/r na curvatura e quebra do cavaco (Fonte: DINIZ et al, 2000).
Figura 5.9 Quebra cavacos postios e moldados na superfcie de sada (Fonte: DINIZ et al, 2000).
71
72
Figura 5.10 Variao da distribuio da energia de corte com a velocidade de corte (Fonte: DINIZ et al,
2000).
73
Figura 5.11 Distribuio tpica de temperatura na ponta de uma ferramenta de metal duro (Fonte: DINIZ et
al, 2000).
74
O percentual do calor total que dissipado pelo cavaco aumenta com o aumento
da velocidade. Em velocidades de corte muito altas, a maior parte do calor carregado
pelo cavaco, uma pequena quantia pela pea e uma quantidade menor ainda pela
ferramenta.
Com relao influncia do material da pea nas porcentagens de calor dissipado
por cada meio, quo melhor condutor de calor for o material da pea, mais calor
dissipado por ela.
A quantidade de calor gerada na usinagem aumenta com a velocidade de corte,
avano e profundidade de usinagem. Este aumento da gerao de calor e
conseqentemente da temperatura, acelera e acelerado pelo desgaste da ferramenta, o
qual aumenta o valor do coeficiente de atrito e conseqentemente a fora de corte. A
temperatura da zona de corte tambm influenciada pelo comprimento de contato entre
cavaco e ferramenta e pelos esforos de corte. Por outro lado, para aumentar a
produtividade do processo deve-se aumentar a velocidade, o avano e a profundidade de
usinagem. Portanto, deve-se tentar todos os meios para se diminuir a temperatura gerada
ou para se conviver com ela sem grandes danos, sem perda de produtividade do
processo. Os meios que atualmente tm sido tentados com estes fins so:
75
6. Desgaste de Ferramentas
Desgastes e avarias em ferramentas de usinagem podem se apresentar sob
diversas formas e devidos a diversos motivos. Neste captulo sero vistas algumas das
maneiras como isso pode ocorrer bem como algumas aes que podem ser tomadas para
procurar minimizar a sua ocorrncia e os seus efeitos.
Os tipos de desgaste mais comuns so os seguintes:
a) Desgaste Frontal ou de Flanco ocorre na superfcie de folga da ferramenta, causado
pelo contato entre ferramenta e pea. o tipo de desgaste mais comum, todo
processo de usinagem causa desgaste frontal. Ocasiona deteriorao do
acabamento superficial da pea e, por modificar totalmente a forma da aresta de
corte original, faz com que a pea mude de dimenso, podendo sair de sua faixa
de tolerncia. incentivado pelo aumento da velocidade de corte.
76
Figura 6.3 Deformao plstica da aresta de corte (Fonte: DINIZ et al, 2000).
77
d) Lascamento -
e) Trincas so causadas pela variao da temperatura e/ou pela variao dos esforos
mecnicos.
Quando
as
trincas
tm
origem
trmica,
elas
ocorrem
78
Assim,
quando
interface
pastilha-porta-ferramentas
atinge
temperatura alta, que tenta dilatar os dois corpos, o ao se dilata mais que o metal
duro, gerando tenses na interface que levam trinca do material mais frgil, o
metal duro.
79
80
81
Tabela 6.1 Causas e aes para minimizao de avarias e desgastes da ferramenta (Fonte: DINIZ et al,
2000).
82
83
Figura 6.10 Desgaste Frontal X Velocidade de Corte (Fonte: DINIZ et al, 2000).
84
Figura 6.11 Desgaste frontal com e sem a presena da aresta postia de corte (Fonte: DINIZ et al, 2000).
b) Abraso Mecnica
85
c) Aderncia
d) Difuso
e) Oxidao
86
nesta regio, sendo esta uma possvel explicao para o surgimento do desgaste de
entalhe.
6.3. Sumarizando
87
88
Aos Rpidos
Coronite
Metal Duro
Material Cermico
Diamante
+ Dureza a Quente
+ Resistncia ao Desgaste
+ Tenacidade
89
a) Aos Rpidos
Elevada dutilidade
Quimicamente inerte
Espessura de 1 a 4 m
tima aparncia
A figura 7.1 mostra duas curvas de profundidade total usinada durante uma vida de
brocas de ao rpido versus velocidade de corte e avano, mostrando a melhoria que o
90
revestimento TiN provoca no desempenho da ferramenta. A tabela 7.2 mostra que este
revestimento tambm eficiente quando aplicado em fresas.
Figura 7.1 Influncia da cobertura na vida da broca de ao rpido (Fonte: DINIZ et al, 2000).
Tabela 7.2 Comparao da vida til de fresas revestidas e no revestidas (Fonte: DINIZ et al, 2000).
91
c) Coronite
92
d) Metal Duro
Figura 7.2 Influncia do percentual de cobalto e da temperatura na dureza do metal duro (Fonte: DINIZ et
al, 2000).
Pode-se ter metais duros de elevada tenacidade, como tambm pode-se conseguir
metais duros com alta resistncia ao desgaste ou dureza a quente mudando a
composio qumica destes materiais. A figura 7.2 apresenta a variao da dureza em
funo da temperatura para metal duro com diferentes teores de cobalto.
93
Tabela 7.3 Composio qumica e caractersticas dos metais duros (Ferraresi, 1977).
94
Uma ltima caracterstica do metal duro que deve ser analisada o tamanho de
gro das partculas duras. Partculas grandes produzem maior tenacidade, enquanto
partculas pequenas auxiliam na obteno de um metal duro mais duro e resistente.
95
f) Material Cermico
g) Diamante
96
composto
BN
tem
uma
estrutura
de
grafite
hexagonal
com
De uma maneira geral pode-se dividir os CBNs em duas categorias, segundo suas
aplicaes:
97
8. Fluidos de Corte
A utilizao de fluidos de corte na usinagem dos materiais foi introduzida por F.W.
Taylor em 1890. Inicialmente Taylor utilizou gua para resfriar a ferramenta, depois uma
soluo de gua e soda, ou gua e sabo para evitar a oxidao da pea e/ou da
ferramenta. Mas a gua tem duas desvantagens principais: a) promove oxidao e b) tem
baixo poder lubrificante.
Os leos possuem melhor poder lubrificante que a gua, podendo assim reduzir a
gerao de calor devido ao atrito entre cavaco-ferramenta e ferramenta-pea e assegurar
um melhor acabamento superficial pea. Assim, foram desenvolvidos os leos
emulsionveis (solveis) com gua (1 a 20% de leo) e os leos de extrema presso,
cujos aditivos reduzem o perigo de solda do cavaco com a ferramenta, interpondo entre
esses um extrato de xidos.
Como j foi visto, durante o corte se desenvolve uma grande quantidade de calor
devido energia necessria para deformao do cavaco e energia devida ao atrito
ferramenta-pea e cavaco-ferramenta, principalmente a fim de se minimizar o desgaste da
ferramenta, a dilatao trmica da pea (e com isso se obter tolerncias apertadas na
pea) e o dano trmico estrutura superficial da pea.
A gerao do calor pode ser reduzida com a diminuio do coeficiente de atrito. Se
isto acontecer, no somente a gerao de calor diminuda, mas tambm os esforos e a
potncia de corte. Isto tem sido levado a cabo com o desenvolvimento de novos materiais
para ferramenta, com o desenvolvimento de materiais de pea com usinabilidade
melhorada ou com a utilizao de fluidos de corte com capacidade lubrificante.
Mesmo com todo esforo para reduo do calor gerado no processo de usinagem,
o calor continua sendo gerado, em maior ou menor escala, dependendo das condies de
usinagem, material da pea e da ferramenta, etc. Assim, esse calor deve ser extrado da
regio de corte, da pea e da ferramenta (refrigerao), para evitar seus efeitos danosos.
98
Alm de ser capaz de lubrificar e/ou refrigerar o corte, algumas vezes se deseja
que o fluido de corte possua algumas outras funes, como:
a) preveno contra a soldagem cavaco-ferramenta esta uma funo de lubrificao
e bastante necessria quando o material sendo cortado tem tendncia
formao da aresta postia de corte e as condies de usinagem utilizadas
propiciam esta formao (baixas temperaturas de corte);
b) retirada do cavaco da regio de corte em algumas operaes de usinagem, como
furao profunda, o nico meio de se retirar o cavaco da regio de corte via fluxo
de fluido de corte. Para isto, este fluxo deve ser de alta presso e baixa
viscosidade e o cavaco formado deve ser pequeno;
c) proteo contra a corroso;
d) reduo da dilatao (distoro) trmica da pea, com o fim de facilitar a obteno de
tolerncias apertadas;
e) evitar dano estrutura superficial e o crescimento exagerado de tenses residuais na
superfcie da pea usinada (principalmente em processos de retificao).
Mesmo tendo algumas vezes estas outras funes, o fluido de corte est presente
num processo de usinagem principalmente para lubrificao e/ou refrigerao. Por isso,
algumas consideraes sero tecidas sobre estas duas funes.
Os requisitos que um fluido de corte deve possuir para retirar eficientemente o calor
da regio de corte, da pea e da ferramenta, so:
a) baixa viscosidade a fim de que flua facilmente;
b) capacidade de molhar bem o metal para estabelecer um bom contato trmico;
c) alto calor especfico e alta condutividade trmica.
99
refrigerante utilizado para que nenhum dano possa ser causado pea. Um exemplo
tpico deste caso o processo de retificao, onde o rebolo no danificado pelo calor
gerado, pois refratrio e, na maior parte das vezes, muito grande, o que faz com que o
acrscimo de temperatura no seu corpo seja muito pequena. Porm, a pea tem que ser
protegida neste tipo de processo, pois se deseja timas qualidades dimensionais,
geomtricas e de superfcie, sem dano trmico estrutura metalrgica superficial da
pea.
Alguns materiais de ferramenta, com pr exemplo os cermicos base de xido de
alumnio, por serem muito duros e frgeis, no suportam a variao de temperatura, que
os leva a trincarem ou mesmo quebrarem. A utilizao de fluidos de corte nestes casos
evitada, pois em geral, devido ao fato de que muitas vezes no se consegue que o fluxo
permanea com vazo constante e tambm que a direo dele seja constante (muitas
vezes o cavaco modifica a posio da mangueira de fluido de corte), no se consegue
manter a temperatura do corte constante. Como estes materiais de ferramentas suportam
altas temperaturas, a no utilizao de fluido no crtica. Porm deve-se tomar cuidados
para que a pea no seja danificada com o calor em excesso, principalmente quando a
pea em usinagem for pequena e com alta condutividade trmica (em geral, realizando
um corte bem leve, onde a gerao de calor pequena).
100
Ar
Tipos Aquosos:
a) gua
b) emulses
leos:
a) leos minerais
b) leos graxos
c) leos compostos
d) leos de extrema presso
101
8.2.1. Ar
Em certos cortes a seco o ar utilizado para a remoo de cavacos da regio de
corte e para fornecer ao refrigerante (seu poder refrigerante pequeno). muito
empregado na usinagem de ferro fundido cinzento, pois quando se utiliza lquido como
fluido de corte deste material, os minsculos cavacos formados so conduzidos pelo
lquido s partes de atrito da mquina-ferramenta, danificando-a. Na usinagem de
materiais que produzem cavacos em forma de p prejudiciais sade, muitas vezes se
promove uma aspirao do cavaco formado.
gua
Emulses
102
8.2.3. leos
Como j visto, em operaes de usinagem onde o calor gerado por atrito muito
grande, d-se preferncia ao uso de leos puros ao invs de emulses.
Estes leos puros tm calor especfico de cerca de metade do da gua e, por isso,
tem capacidade de refrigerao muito menor que as emulses. Por outro lado, suas
qualidades lubrificantes so bem melhores que as das emulses o que resulta em uma
menor quantidade de calor.
Quanto mais baixa a viscosidade destes leos, maior o seu poder de
refrigerao. Os leos leves so, por isso, indicados para operaes de usinagem com
altas velocidades, onde o calor deve ser rapidamente dissipado. Os leos mais viscosos
so preferidos em operaes onde a velocidade de corte menor e o avano e a
profundidade de usinagem so maiores, o que resulta numa alta taxa de remoo de
cavaco e alta gerao de calor. A se necessita de um leo que adira ferramenta,
103
leos Graxos
leos Compostos
104
Material da Pea
O alumnio, o lato, o bronze e o cobre devem ser usinados a seco ou com leos
inativos sem enxofre. No se pode utilizar fluidos com gua devido ao risco de
combusto, causada pela liberao de hidrognio. Na usinagem do nquel e suas ligas
usa-se, em geral, emulses.
Na usinagem do ao carbono pode-se usar qualquer tipo de leo (a escolha se d
baseada em outros fatores que no o material da pea). Para o ao inoxidvel austentico
bom que se utilize leos do tipo EP para dificultar o empastamento do cavaco na
ferramenta.
O ferro fundido cinzento deve ser usinado a seco ou com ar (s vezes com
aspirao do cavaco), para evitar dano mquina-ferramenta j citado anteriormente. No
torneamento de aos endurecidos com ferramentas de CBN ou cermicas prefervel que
no se use fluido de corte, a fim de que o calor gerado possa diminuir um pouco a dureza
do material da pea e, com isso, facilitar o corte. Isto no traz prejuzos s ferramentas, j
que estes materiais so extremamente resistentes temperatura.
105
Condio de Usinagem
Operao de Usinagem
Material da Ferramenta
106
107
108
Figura 9.2 Usinagem com ferramenta de gume de corte indefinido pelo princpio da ao de energia
(Fonte: STOETERAU, 2007).
Figura 9.3 Usinagem com ferramenta de gume de corte indefinido pelo princpio da ao de posio
(Fonte: STOETERAU, 2007).
109
Figura 9.4 Usinagem com ferramenta de gume de corte indefinido pelo princpio da ao de fora (Fonte:
STOETERAU, 2007).
Figura 9.5 Usinagem com ferramenta de gume de corte indefinido pelo princpio da ao de trajetria
(Fonte: STOETERAU, 2007).
110
111
112
113
114
115
ao corndon extra, produz rebolos de cor entre rosa claro e vermelho escuro, nos
quais o corndon mantm sua dureza (K100 = 2150), ao mesmo tempo que sua
tenacidade aumentada. So usados na afiao e retificao de ao rpido e aos
duros. A adio de cobalto leva a rebolos de cor morango, usados na afiao de
preciso, onde o rebolo deve manter o perfil (brochas, filetes, estrias, etc.).
Outro desenvolvimento a do Al2O3 zirconado, obtido pela fundio conjunta
de xido de alumnio com 10 a 40% de ZrO2. Os rebolos tem eficincia equivalente
aos de corndon, porm so mais durveis. O xido de alumnio amolece em torno
de 1750C e funde a 2050C.
Sinterizao: em que gros finos (at 5 m) de xido de alumnio so
transformados numa massa plstica, pela mistura com um ligante. Esta massa
extrudada atravs de uma tubeira de forma redonda, prismtica ou mesmo tubular
formando-se barras continuas que so picadas em pedaos de tamanhos iguais.
Estes pedaos so levados ao forno e sinterizados. A vantagem est na estrutura
de cristais pequenos e uniformes, bem como na eliminao do processo de
peneiragem. Os gros sinterizados so usados principalmente na retificao de
desbaste em rebolos com ligante resinide. A forma de varetas assegura uma
ancoragem mais forte do ligante e, portanto, menos desgaste do rebolo. A estrutura
cristalina, bem fina, assegura uma melhor resistncia dos gros.
Cristalizao: corndon mono-cristalino obtido pela cristalizao do mesmo, no
forno eltrico, numa matriz fluida ou soluo, por exemplo, de sulfeto de alumnio.
A pureza elevada, como no corndon extra, porm os limites dos gros so
formados pelo crescimento dos cristais e no pela quebra da massa de corndon
fundido. A matriz uida removida por um complexo processo qumico e os gros
resultantes so lavados e peneirados. No necessria qualquer operao de
moagem. No ocorrem, pois, falhas e defeitos, o que assegura tenacidade bem
maior dos gros mono- crstalnos.
A vantagem qualitativa , porm, obtida com acrscimo grande de preo.
Corndon de esferas ocas uma forma de corndon obtida pela pulverizao de
uma massa liquida de Al2O3, resultando em esferas uniformes. A utilizao de
corndon de esferas ocas com ligante resinide leva a um alto grau de porosidade.
Carboneto de Silcio (SiC) - um produto sinttico, obtido por fuso em forno
eltrico de resistncia, de uma mistura de areia de slica e coque. Ele foi
116
117
118
Figura 9.9 Composio qumica dos rebolos de carboneto de silcio (Fonte: STEMMER, 2005).
119
Este processo s
120
Nitreto cbico de boro - CBN - O mais novo abrasivo onitreto cbico de boro,
sintetizado por R.H. Wentorf em I957 e introduzido comercialmente a partir de
1968. O CBN tem uma dureza K100 = 4700, portanto pouco abaixo da do diamante.
A diferena que esta dureza independe da orientao dos cristais e o abrasivo
estvel, sob presso atmosfrica, at 2000C. Somente acima desta temperatura
ocorre a transformao de nitreto de boro de estrutura cbica para a hexagonal. Os
rebolos CBN so usados na retificao de materiais duros, como aos rpidos e
aos liga temperados.
Fabricao: o nitreto de boro de estrutura hexagonal obtido pela pirlise do
amonaco de boro e cloro, BCI3.NH3 BN + 3HCI.
O produto um p branco, macio de estrutura semelhante do grafite. A
transformao para uma estrutura cbica obtida em reatores, sob presses de 50
a 90 kbar (5000 a 9000 MPa), temperatura entre 1800 e 2700C, na presena de
um catalisador (em geral ltio).
9.2. Granulometria
As dimenses dos gros e sua uniformidade so uma caracterstica importante nos
processos de usinagem com abrasivos. A classificao mais usual a da norma norteamericana ANSI Standard B 74.12-1977 Specification for Size of Abrasive Grain", que
especifica o tamanho dos gros em "mesh, que representa o nmero de fios por
polegada linear da peneira na qual os gros ficam retidos no processo de seleo. Os
gros mais grossos so usados em rebolos para operaes de corte e limpeza, enquanto
que os gros mais finos, at 1200, so usados para polimento e lapidao. O quadro ds
figura 9.10 d uma classificao aproximada.
121
9.3. Ligantes
O Iigante ou aglutinante tem a funo de unir os gros de abrasivo entre si e
tambm, se for o caso, com o suporte. Os Iigantes se dividem em dois grandes grupos:
Iigantes inorgnicos e ligantes orgnicos.
122
123
124
9.4. Dureza
a resistncia oposta ao arrancamento dos gros. A capacidade de reteno dos
gros abrasivos depende: a) do tipo de Iigante; b) do tamanho dos gros e dos vazios; c)
da espessura das pontes de Iigante, que unem os gros entre s, ou seja, do volume do
Iigante usado na fabricao do rebolo. A fora de sujeio dos gros deve ser suficiente
para que estes, enquanto com arestas vivas, possam remover material da pea. Esta
fora deve ser, porm, insuficiente para reter gros desgastados e arredondados. A
liberao destes gros deve expor novos gros de arestas vivas para a continuao do
processo de retificao. Um rebolo macio (suave) solta facilmente os gros e gasta mais
rapidamente. Um rebolo duro retm fortemente os gros de abrasivo. A dureza ideal
aquela na qual os gros gastos e arredondados so arrancados de por si, de modo que o
rebolo se reafia por si, sem necessidade de uma operao denominada dressagem.
Esta consiste na remoo dos gros gastos pela ao de uma ferramenta de "dressar*',
que pode ser uma ponta com diamante ou um rolete.
Como regra, quanto mais duro o material, mais macio o rebolo, e vice-versa. A
dureza de um rebolo verificada: a) pela raspagem com chave de fenda; b) por aplicao
de jato de areia por tempo determinado e comparao da profundidade do furo obtido; c)
por volume de material removido por um rolete, que comprimido com presso uniforme
contra um rebolo girante. A dureza especificada por letras maisculas, significando:
125
Extra-macio A-B-C-D-E-G
Macio H-I-J-K
Mdio L-M-N-O
Duro P-Q-R-S
Extra-duro T-U-W-Z
9.5. Estrutura
Refere-se ao espaamento entre os gros. No tem relao direta com a
densidade ou com a porosidade, pois dois rebolos, com idntico volume de poros,
podero t-los, num, grandes e poucos e noutro, pequenos e numerosos. No primeiro
rebolo a estrutura aberta, enquanto que no segundo mais fechada (figura 9.11).
Material
126
Acabamento
Tipo de Trabalho
127
Figura 9.12 Marcao de rebolos com abrasivos convencionais (Fonte: STEMMER, 2005).
A norma DIN 69100, tem uma padronizao um pouco diferente, como mostrado
no exemplo da figura 9.13.
Figura 9.13 Exemplo de marcao de rebolos com abrasivos de Al 2O3 ou SiC (Fonte: STEMMER, 2005).
128
Figura 9.14 Exemplo de marcao de rebolos com abrasivo de diamantes ou CBN (Fonte: STEMMER,
2005).
129
Rebolo do tipo de pires (para afiao de serras circulares e de fita) PI (ISO n o 13).
Rebolos do tipo faca (para ferramentaria) FA.
Rebolos montados em haste de ao. So usados na retificao interna e de locais
pouco acessveis.
130
Figura 9.16 Rebolos com reduo nica para dentro (Fonte: STEMMER, 2005).
131
Os bordos dos rebolos podem ter diferentes formas padronizadas, como mostra a
figura 9.18.
Figura 9.18 Perfil dos bordos dos rebolos (Fonte: STEMMER, 2005).
132
descolorao,
"queima"
do
material,
empenamento
133
leos, apesar de seu efeito lubrificante, so pouco empregados, pelo seu alto
custo, perigo de incndio e problemas potenciais sobre a sade dos operadores. O uso de
meios no miscveis na gua hoje geralmente restrito retificao em cheio de formas e
na retificao de materiais de difcil usinabilidade. Mesmo nestas duas aplicaes, tm
encontrado aplicao meios miscveis na gua, quer usando concentraes mais altas (10
a 20%) quer usando aditivos EP.
Solues e emulses tm encontrado grande aplicao na retificao. As
concentraes usuais variam de 1,5 a 2%, valores que crescem para 4-8% na retificao
de alto rendimento e alta velocidade. A incorporao de aditivos de extrema presso, tais
como leos graxos e compostos orgnicos de cloro, enxofre e fsforo tem ampliado o
campo de utilizao destas solues e emulses.
Na retificao de alumnio e suas ligas so usados querosene e emulses de leos
leves, para permitir a decantao dos cavacos de pouco peso.
Detalhes sobre os meios lubri-refrigerantes, sua seleo, utilizao, aplicao e
manuteno, podem ser vistos no captulo 8.
134
b) Fatores variveis, que podem ser modificados no cho da fbrica, pela equipe
de fabricao:
o Velocidade do rebolo
o Velocidade de avano ou presso entre pea e rebolo
o Estado de retifica
o Caractersticas pessoais do operador
135
Resinide,
borracha ou goma-laca,
para acabamento
136
Operao
Ao Macio
Ao Temperado
Ferro Fundido
Bronze
Desbaste
15
7,5
12
18
Acabamento
22
12
18
22
137
b.3) Estado da retifica, influi na dureza do rebolo, que deve ser tanto maior quanto
pior a rigidez e estabilidade da retifica (mancais e guias com folga, vibraes, avanos
desuniformes, etc.).
Causas
Desgaste excessivo
lisa,
com
gros
com
cavacos
de
138
139
comentado em que situao cada condio deve ser utilizada diante das demais
condies de usinagem e de qualidade da pea. Tambm comentar-se- como os novos
paradigmas da manufatura influenciam no equacionamento das condies econmicas de
usinagem.
Alm destas fases, tomam parte indiretamente no ciclo de usinagem (para um lote
de Z peas)
6. Preparo da mquina
7. Remoo da ferramenta para sua substituio
8. Recolocao e ajustagem da nova ferramenta
Cada uma das fases acima vai ser denominada como segue:
tt = tempo total de usinagem de uma pea
tc = tempo de corte (fase 3)
ts = tempo secundrio (fases 1 e 5)
ta = tempo de aproximao e afastamento (fases 2 e 4)
tp = tempo de preparo da mquina (fase 6)
tft = tempo de troca da ferramenta (fases 7 e 8)
140
tt t c t s t a
tp
Z
Nt
t ft
Z
(10.1)
Z N t 1 Z t N t 1
Nt Z
T
tc
tc
1
T
(10.2)
(10.3)
tp 1
t
tt tc t s ta t ft c t ft
Z Z
(10.4)
Pode-se ver na equao 10.4 que o tempo total de usinagem de uma pea pode
ser dividido em 3 parcelas, isto :
tt tc t1 t2
(10.5)
141
l f v f tc f n tc
Onde, a rotao da pea d pode ser dada por: n
1000 vc
d
tc
l f d
(10.6)
1000 f vc
142
tt
l f d
tp 1
l f d
t s t a t ft
t ft
1000 f vc
Z Z
1000 f vc T
(10.7)
(10.8)
K
x
vc
x 1
t p l f d vc
tt
t s t a
t ft
1000 f vc
Z 1000 f K
Z
l f d
(10.9)
tc
l f d
1000 f vc
t1 t s t a
t2
tp
Z
l f d vc
t ft
Z
x 1
1000 f K
t ft
143
Figura 10.1 Tempo de Produo por Pea X Velocidade de Corte (Fonte: FERRARESI, 1977)
x 1.l f .d .vc
l f . .d
dt t
dvc
1000. f .vc
1000. f .K
x2
.t ft
1
vcmxp
x 1.vcmxp x2
K
.t ft 0
vcmxp x
K
x 1.t ft
(10.10)
144
Tmxp x 1.t ft
Onde:
Kp Kus Kum Kuf
(10.11)
145
Kus tt .
Sh
60
(10.12)
Kum
tt
m
Vmi
Kmc Em Ke
Vmi Vmi j
H 60
M
M
(10.13)
Assim,
Kum
tt
Sm
60
(10.14)
Kft
Vsi Kpi
N fp Ns
(10.15)
146
Kuf
(10.16)
K ft
Zt
Kp tt
t
t
Sh
Sm K ft
tt
t Sh Sm c K ft
60
60 Z t
60
T
(10.17)
t
t
1
t
Kp 1 Sh Sm c Sh Sm c
60
T
60 Z
t ft
K ft Sh Sm
60
(10.18)
Ou ainda:
Kp C1
tc
t
C2 c C3
60
T
(10.19)
147
tc
l f d
1000 f vc
Kp C1
d l f
60 1000 f vc
C2
d l f
1000 f vc T
(10.20)
C3
Kp C1
d l f
60 1000 f vc
C2
d l f vc x 1
1000 f K
(10.21)
C3
x 1 d l f vc
d l f
dKp
2
2
dvc
1000 f K
60 1000 f vc
x 2
C3 0
148
vco x
C2 K
60 x 1 C3
(10.22)
A figura 10.3 mostra as curvas de custo total de usinagem por pea (Kp) e de
tempo total de confeco (tt) contra a velocidade de corte. Define-se intervalo de mximo
eficincia (IME) o intervalo compreendido entre as velocidades de mnimo custo e de
mxima produo.
149
H que se ressaltar que toda a anlise feita foi baseada na escolha prvia do
avano, da profundidade de usinagem e da ferramenta. Estes devem ser escolhidos
previamente, baseados nas condies de contorno do processo, quais sejam: tipo da
operao (operao de desbaste ou de acabamento), potncia da mquina, rigidez do
sistema mquina-ferramenta-pea-dispositivo de fixao, etc.
Para concluir este item, deve-se afirmar um princpio que nem sempre bem
entendido no meio produtivo, que resulta da anlise feita acima: Nem sempre aumentar a
velocidade de corte significa aumentar a produo horria de peas e, nem sempre
diminuir a velocidade de corte significa diminuir os custos de produo.
150
151
A informao chega ao seu crebro atravs dos olhos. Tambm atravs dos olhos,
o crebro recebe informaes da dimenso desejada, contida no desenho da pea.
No crebro, ambas as informaes so comparadas: a dimenso desejada e a
dimenso real. O resultado dessa comparao - o desvio - uma nova informao,
enviada agora atravs do sistema nervoso aos msculos do brao e da mo do torneiro.
O torneiro, ento, gira o manipulo do torno num valor correspondente ao desvio,
deslocando a ferramenta para a posio desejada e realizando um novo passe de
usinagem.
A seguir, mede novamente a pea, e o ciclo se repete at que a dimenso da pea
corresponda requerida no desenho, ou seja, at que o desvio seja igual a zero.
Mas o homem percebeu que quando tinha que usinar vrias peas iguais, o
trabalho tomava-se montono e cansativo. Repetir diversas vezes as mesmas operaes,
alm de ser desestimulante perigoso, pois a concentrao e ateno do operador da
mquina diminuem ao longo do dia.
Que bom seria se o tomo pudesse funcionar sozinho! Bastaria ao operador
supervisionar o trabalho, corrigindo algum, imprevisto surgido durante o processo.
Assim, o controle manual, exercido pelo homem, foi substitudo pelo controle
mecnico. Esse controle era realizado por meio de um conjunto de peas mecnicas,
constitudo principalmente de carnes. Todos esses componentes mecnicos tinham a
funo de transformar a rotao de um motor eltrico numa seqncia de movimentos
realizados pela ferramenta.
152
A existncia desse controle mecnico fez com que a mquina conseguisse maior
independncia em relao ao ser humano. Ela passou a ser uma mquina automtica.
No entanto, o homem no ficou completamente satisfeito, pois ainda havia um
problema a ser solucionado. A cada novo tipo de pea, os carnes precisavam ser
trocados por outros com perfis diferentes. Os demais componentes da mquina
precisavam ser novamente ajustados. Tudo isso era trabalhoso e demorado. A mquina,
sem dvida, era automtica, mas adapt-la a um novo servio exigia muitas modificaes.
Era uma. Mquina "rgida''.
Que bom seria se tivssemos uma mquina "flexvel", capaz de se adaptar
facilmente a uma mudana no tipo de pea a ser produzida!
Mas esse problema ficou sem soluo at o desenvolvimento dos computadores na
dcada de 1950. Os computadores, entre outros benefcios, possibilitaram indstria
automatizar suas mquinas de uma maneira que pudessem se adaptar mais facilmente a
uma mudana no tipo de produto. Alm de automticas, eram mquinas flexveis.
0s computadores utilizados para controlar movimentos de mquinas receberam um
nome especial: comandos numricos computadorizados ou controles numricos
computadorizados. Abreviadamente, CNC. Eles foram utilizados, pela primeira vez, em
1952, para automatizar uma fresadora destinada a produzir peas para avies e
helicpteros. Naquela poca, o comando numrico era muitas vezes maior que a prpria
mquina; Falhava freqentemente e possua uma capacidade de clculo ridcula quando
comparado aos atuais CNC. A bem da verdade, nem era um computador como os de
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Voc ainda pode estar, se perguntando por que o controle chamado numrico.
A resposta parece bvia: Porque utiliza nmeros. Certo! Mas quais nmeros?
Bem, um comando numrico, como j vimos, um computador com a misso
especial de controlar movimentos de mquinas. E os computadores so mquinas
eltricas. Logo, essas mquinas s so capazes de distinguir duas situaes ou estados:
existncia, ou no, de um certo valor de tenso eltrica. Se houver tenso, podemos
indicar esse estado com o nmero um. Se no houver tenso, usamos o nmero zero.
A esto nossos nmeros. Controlamos a mquina usando combinaes de zeros e
uns.
Mas imagine-se escrevendo um programa usando apenas zeros e uns. Coisa de louco,
no? Da a necessidade das linguagens de programao dos comandos numricos. Elas
permitem que a tarefa do programador fique um pouco mais fcil, pois essa linguagem
acaba sendo intermediria entre a linguagem de mquina (aquele punhado de zeros e
uns) e a linguagem natural do ser humano (portugus, no nosso caso).
Vejamos um trecho de um programa:
O2000;
T05;
G97 S1200;
M3;
M8;
GO X20. Z2.
O2000
T05
G97S1200
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M3
M8.
No entanto, voc deve estar pensando; "Tudo bem; mas como o comando
numrico toma conhecimento dessas instrues?".
O jeito mais fcil seria conversar com o comando numrico, contar-lhe todas as
instrues e mand-lo obedecer. Bem, talvez um dia cheguemos a esse estgio de
desenvolvimento. Atualmente, no entanto, temos que nos valer de outros modos de
entrada de dados, como os apresentados abaixo.
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Embora uma mquina possa apresentar vrios movimentos, nem sempre ela
capaz de realizar todos ao mesmo tempo. Assim, a mandriladora da figura, embora
possua trs eixos, pode, devido a restries de hardware e software, ser capaz apenas de
realizar dois movimentos ao mesmo tempo. Assim, costuma-se dizer nesse caso que,
embora a mquina possua, fisicamente trs, ela na realidade uma mquina de dois
eixos. Logo, "eixo" pode ser um conceito relacionado a quantos movimentos a mquina
tem ou a quantos movimentos ela pode realizar, ao. mesmo tempo. O significado depende
da situao descrita naquele momento.
A cada um dos eixos da mquina associa-se um servomotor, com velocidade e
acelerao que podem ser controladas pelo comando numrico e por drivers. O
servomotor representa o elo de ligao entre a mecnica e a eletrnica.
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