Dissertacao Leandro Erthal

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LEANDRO ERTHAL

ATMOSFERAS POTENCIALMENTE EXPLOSIVAS: Um


estudo de caso como contribuio para a classificao de reas
na atividade da indstria do Petrleo, Qumica e Petroqumica.

Dissertao apresentada ao Curso de


Ps-Graduao em Engenharia de
Produo da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial
obteno do Ttulo de Mestre. rea de
Concentrao: Gesto de Segurana do
Trabalho.

ORIENTADOR: Prof. Dr. GILSON BRITO ALVES LIMA

Niteri
2004

AGRADECIMENTOS

A DEUS: pela minha sade fsica e mental, pelas experincias vividas, pelas
possibilidades e caminhos que me ofereceu, pelas inmeras oportunidades no campo
pessoal e profissional e por tudo que ainda h por vir.

Ao meu orientador, Prof. D.Sc. Gilson Brito Alves Lima, amigo e incentivador desde
os tempos de ps-graduao em engenharia de segurana de trabalho. Colaborador
que possibilitou a abertura de inmeros caminhos profissionais, me incentivando e me
dando oportunidades. Acompanhou meu despertar para a engenharia, desde a minha
ps-graduao ao ingresso na Petrobrs e neste mestrado. Modelo de profissional que
merece o meu reconhecimento, acima de tudo um mestre no sentido amplo da palavra,
ensinando e possibilitando o crescimento profissional e pessoal.

Ao meu mestre, engenheiro Dcio de Miranda Jordo, autor, professor e lutador


obstinado no despertar de geraes de profissionais sobre o tema e de quem tive a
honra de ser discpulo, participando de cursos e grupos de trabalho. Tenho orgulho
de ter sido seu aluno, onde iniciei meus conhecimentos sobre o assunto. Neste
mestrado, tive muitas orientaes e informaes sobre as histrias, as experincias e as
tcnicas sobre atmosferas explosivas. Registro o meu carinho e admirao por este
brasileiro que construiu uma vida profissional pautado na correo e decncia.

Aos meus pais e irmos, por ter me dado o apoio e dedicao para que pudesse trilhar
por tantos caminhos, apoiado e sustentado, confiante e protegido, para que pudesse ser
capaz de alar vo e buscar minha luz prpria e novos horizontes.

A minha esposa Rita e a minha filha Las, pelo tempo de abdicao dos muitos
momentos no compartilhados e vividos frente de livros, papers, apostila, palestras,
cursos e principalmente, de um teclado de um computador, buscando alcanar a
realizao de um trabalho acadmico e acima de tudo, de um grande sonho pessoal.

Aos meus companheiros de trabalho do CENPES, pela confiana, apoio e pelos


inmeros compromissos que tive que assumir para aprender e poder realizar este
trabalho.

RESUMO

Esta dissertao teve por objetivo demonstrar de maneira clara e objetiva, atravs da
estruturao de um estudo de caso, a importncia de se realizar os estudos tcnicos para
classificao de reas atravs de grupos multidisciplinares de trabalho. Neste aspecto,
apresento uma abordagem nos principais referenciais tericos, regulatrios e normativos. No
que tange ao campo de aplicao da classificao de reas, apresento sua conceituao e os
principais fundamentos tcnicos de projeto. Em um outro momento, foram propostos um
mtodo de formao de trabalho e algumas condies estruturais a serem seguidas para o
sucesso deste tipo de atividade, buscando propostas e analisando um projeto de rea
classificada, atravs de um estudo de caso realizado em uma planta industrial da indstria do
petrleo. Na concluso so apresentadas as consideraes finais quanto hiptese-chave
formulada na dissertao com a aplicao dos conceitos e tcnicas adquiridas e os principais
pontos de reflexo.
Palavras-chaves: Atmosferas explosivas e classificao de reas.

ABSTRACT

This dissertation had the intention to demonstrate in an objective and clear mode, through the
structure of a study of case, the importance to do the technical studies for area classification
by multidisciplinary groups of work. In this case, I present an approach with the main
theoretic and regulatory characteristics. In the area classification field, present the concepts
and main technical fundaments for projects. In another moment, there were proposed a
method of work formation and there were presented some structures conditions to be followed
to the accomplishment in this type of activities, looking for proposal and analyzing a
classification area project, through a study of case in an industrial plant of the petroleum
industry. In the conclusions there are presented the final considerations of the hypothetical
key formulated in this dissertation with the application of the concepts and technical acquired
and the main reflections points.
Keywords: explosion atmosfere and area classification

LISTA DE ABREVIAES, SIGLAS E SMBOLOS


ABIQUIM
ABNT
AIA
AGA
ANSI
API
ABNT
CBC
CENELEC
CENPES
CMA
CONMETRO
CONTEC
COPENE
Ed.
EPIAEx
Ex
EUA
H2
H2S
INMETRO
ISA
IEC
IEEE
IP
ISO
MERCOSUL
MSHA
NEC
NEMA
NFPA
NR
NR 10
OCA
OCC
OCDE
OCP
OMC
OSHA
Petrobras
SBC
SEGEN
SINMETRO
SMS
UL

Associao Brasileira da Industria Qumica


Associao Brasileira de Normas Tcnicas
American Insurance Association
American Gas Association
American National Standization Institute
American Petroleum Institute
Associao Brasileira de Normas Tcnicas
Comit Brasileiro de Certificao
European Committee for Electrotechnical Standardization
Centro de Pesquisa Leopoldo Miguez A. de Mello da PETROBRAS
Chemical Manufacturing Association (antigo Manufacturing Chemists
Association)
Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial
Comit de Normas Tcnicas da PETROBRAS
COPENE Petroqumica do Nordeste S.A (atualmente BRASKEM)
Edio
Encontro PETROBRAS sobre Instalaes Eltricas em Atmosferas Explosivas
Simbologia que representa exclusivamente equipamentos eltricos adequados a
atmosferas explosivas
Estados Unidos da Amrica
Hidrognio
Gs sulfdrico ou sulfato de hidrognio
Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial.
Instrument Society of America
International Eletrotechnical Commission
Institute of Electrical and Electronic Engineers
Institute of Petroleum
International Standards Organization
Mercado Comum do Cone Sul
Mine Safety and Health Administration
National Electrical Code
National Electrical Manufactures Association
National Fire Protection Association
Norma Regulamentadora do Ministrio do Trabalho e Emprego
Norma que versa sobre Instalaes Eltricas na Norma Regulamentadora do
Ministrio do Trabalho e Emprego
Organismo de Certificao Acreditado pelo INMETRO
Organismo de Certificao Credenciado pelo INMETRO
Organizao da Comunidade Europia
Organismo de Certificao de Produto pelo INMETRO
Organizao Mundial de Comrcio
Occupational Safety and Health Administration.
Petrleo Brasileiro S. A.
Sistema Brasileiro de Certificao
Servio de Engenharia da Petrobras (atualmente ENGENHARIA da Petrobras)
Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial.
Segurana, Meio ambiente e Sade.
Underwriters Laboratories Inc.

UNESCO
USA
USCG

Organizao das Naes Unidas para a Educao


United State of America
United State Coast Guard

SUMRIO

________
Pg
1 INTRODUO ..................................................................................................................10
1.1 O PROBLEMA .................................................................................................................10
1.2 SITUAO PROBLEMA ................................................................................................17
1.3 APRESENTAO ........................................................................................................... 25
1.4 QUESTO A SER RESPONDIDA ................................................................................. 27
1.5 OBJETIVOS ......................................................................................................................28
1.5.1 Relevncia ......................................................................................................................28
1.6 REFERENCIAL TERICO ..............................................................................................28
1.7 QUESTIONAMENTO DO TRABALHO .........................................................................29
1.8 MTODO A SER UTILIZADO ........................................................................................29
1.9 DELIMITAO DO ESCOPO DESTE ESTUDO DE CASO ........................................ 30
1.10 O QUE NO SO REAS CLASSIFICADAS .............................................................31
1.11 ENTENDENDO OS TERMOS EMPREGADOS COMO UM LOCAL PERIGOSO.33
1.12 O QUE SO REAS CLASSIFICADAS .......................................................................34
1.13 HISTRICO PARA ENTENDER A NORMA AMERICANA ......................................35
1.14 RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL .................................................................... 37
1.14.1 Responsabilidade civil .................................................................................................37
1.14.2 Pressuposto da responsabilidade civil .......................................................................38
1.14.3 Responsabilidade civil e responsabilidade criminal ................................................39
1.14.4 Responsabilidade civil objetiva e responsabilidade civil subjetiva ........................41
1.14.5 Responsabilidade civil do empregador nas relaes de trabalho ...........................43
1.14.6 Responsabilidade civil do empregador por ato do empregado ...............................44
1.14.7 Responsabilidade administrativa ...............................................................................46
1.14.8 Penas passveis de aplicao .......................................................................................46
1.14.9 Engenharia ...................................................................................................................47
1.14.10 Engenheiro e tcnico eletricista ...............................................................................47
1.14.11 Laudo ..........................................................................................................................47
1.14.12 Responsabilidade tcnica ..........................................................................................47
1.14.13 Sociedade de economia mista ...................................................................................48
1.14.14 Jurisprudncia ...........................................................................................................48
1.14.15 Ao policial relacionada ao acidente de trabalho .................................................48
1.14.16 Concluso ...................................................................................................................49
2 REVISO DA LITERATURA ..........................................................................................51
2.1 ATMOSFERAS INFLAMVEIS OU EXPLOSIVAS .....................................................51
2.2 CLASSIFICAO DE REAS ........................................................................................55
Figura 1- Distncias de zonas para tanques de teto fixo sugerido por codes e
Standards estrangeiros.........................................................................................60
Tabela 1 Resultado de pesquisa realizada na internet......................................................61
2.2.1 Gesto de uma rea classificada ..................................................................................62
2.2.1.1 A aplicao da gesto para o processo de classificao de reas ................................63
2.2.1.2 A gesto como processo de melhoria............................................................................67
2.2.2 Conceitos para uma rea classificada ......................................................................... 73
2.2.2.1Caractersticas que influenciam a anlise de uma rea classificada ............................. 74
2.2.2.2 Classificao dos ambientes na viso das normas CONTEC ...................................... 74
2.2.2.2.1 Para as normas CONTEC N-2154 e CONTEC N-2167............................................ 74

2.2.2.2.2 Para a norma CONTEC N-2166 .............................................................................. 74


2.2.2.3 Classificao dos ambientes na viso das normas americanas para reas
classificadas ................................................................................................................ 76
2.2.2.4 Classificao dos ambientes na viso da norma internacional para reas
classificadas .................................................................................................................77
2.2.2.5 Conceitos bsicos ......................................................................................................... 79
Tabela 2 Fontes de risco de magnitude relativa.............................................................. 82
2.2.2.6 Recomendao prtica ................................................................................................. 82
2.2.3.7 Definies tcnicas ...................................................................................................... 83
3 METODO DE CLASSIFICAO DE REAS .............................................................. 85
3.1 UM MTODO PROPOSTO ............................................................................................. 85
3.1.1 Dados necessrios .......................................................................................................... 85
3.1.2 Equipe ............................................................................................................................ 85
3.1.3 Treinamento de nivelamento ....................................................................................... 85
3.1.4 Classificao de reas ................................................................................................... 86
3.1.5 Inspeo ......................................................................................................................... 86
3.1.6 Dificuldades que podem ser encontradas pela equipe de trabalho ......................... 86
3.1.7 Apresentao esquemtica do mtodo ........................................................................ 87
3.1.8 Observaes pertinentes .............................................................................................. 88
4 CERTIFICAO .............................................................................................................. 89
4.1 REALIDADE DO SISTEMA DE CERTIFICAO ....................................................... 90
4.2 SEGMENTO DOS FABRICANTES ................................................................................ 92
5 - ESTUDO DE CASO: UMA PLANTA INDUSTRIAL DA INDSTRIA DO
PETRLEO ........................................................................................................................... 94
5.1 HISTRICO ...................................................................................................................... 94
5.2 MTODO UTILIZADO .................................................................................................... 95
5.3 ANLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................... 97
5.4 APLICABILIDADE DO MTODO ...............................................................................103
5.5 CONCLUSES DESTE ESTUDO DE CASO ...............................................................103
6 CONSIDERAES FINAIS ...........................................................................................106
6.1 QUANTO AOS OBJETIVOS E QUESTES DO TRABALHO....................................106
6.2 SUGESTES DE TRABALHOS FUTUROS ................................................................109
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...............................................................................110

10

1 INTRODUO
1.1 O PROBLEMA
Acidentes ocorridos em vrias partes do mundo, segundo BOSSERT (2001), tiveram
como origem um equipamento eltrico indevidamente especificado para trabalhar em uma
rea cuja presena de substncias inflamveis no ambiente, criava condies especiais para
sua ocorrncia.

Desde o incio da utilizao da eletricidade pelas indstrias, no final do sculo XIX,


equipamentos eltricos foram instalados em ambientes com presena de substncias
inflamveis. Ainda nessa poca, segundo OBE e MCLEAN (1999), surgiram os primeiros
debates sobre o potencial dos equipamentos eltricos em se tornarem fontes de ignio de
atmosferas explosivas. Percebeu-se que as mquinas eltricas, to necessrias para a indstria
emergente, tambm poderiam provocar exploses dentro de uma rea industrial.
comprovado, afirma Jordo (2002, p.2), que:
A energia necessria para causar a inflamao de uma atmosfera explosiva , em
geral, muito pequena. Por outro lado, sabe-se que a quantidade de energia eltrica
usual na indstria para fins de acionamento de mquinas, iluminao, controle,
automao etc muitas vezes superior ao mnimo necessrio para provocar
incndios e exploses.

At chegarmos ao estgio de desenvolvimento que estamos atualmente, a histria


registrou acidentes fatais provocados por equipamentos eltricos operando em atmosferas
explosivas que no incorporavam os requisitos construtivos de segurana, declara
JORDO (EPIAEx, 2002). Faz-se necessrio lembrar que um dispositivo eltrico de custo
muito baixo, como por exemplo, uma simples lmpada incandescente, pode ser capaz de
causar um incndio ou exploso.

No incio do ano de 1905, segundo MACMILLAN (1998), dois conceitos de proteo


foram desenvolvidos, um logo aps o outro. A primeira tcnica desenvolvida foi a que hoje
conhecemos como invlucro prova de exploso. Esses invlucros acondicionavam, de forma
adequada, equipamentos que trabalhavam com nveis de energia suficientes para ignitar uma
mistura explosiva. Os mesmos eram robustos o suficiente para suportar uma exploso interna
e evitar que essa exploso se propagasse para o meio externo. Essa tcnica foi concebida em
uma poca em que os recursos tecnolgicos no eram capazes de impedir que o gs
inflamvel penetrasse nos equipamentos eltricos. Existe controvrsia sobre onde se inventou

11

este invlucro, se na Inglaterra ou Alemanha, entretanto o primeiro documento conhecido foi


produzido pelo Dr. Ing. Carl Beyling, referindo-se a motores eltricos, em 1908. Em 1938,
este engenheiro foi agraciado com uma medalha do United Kington Institute of Mining
Engineers. A segunda tcnica foi concebida para os aparelhos de sinalizao das minas. Esse
tipo de proteo baseava-se na introduo de caractersticas especiais a equipamentos
(conceito de segurana intrnseca) que manipulavam pequenas quantidades de energia, que
uma vez liberadas, no eram suficientes para causar uma exploso. Este conceito s foi aceito
nos Estados Unidos em 1996, atravs da reviso do NEC, que a partir desta data passou a
admitir, nos EUA, o uso dos tipos de proteo reconhecidos pelas normas internacionais.
Estas tcnicas ou conceitos de proteo foram inicialmente desenvolvidos para a indstria de
minerao, onde o metano e poeiras combustveis estavam presentes quase que
continuamente. Porm com o surgimento da indstria de superfcie, notaram-se duas
diferenas significativas nesse tipo de abordagem:
1. As substncias inflamveis eram oriundas de equipamentos instalados nas plantas
industriais e, portanto, era possvel prever, com relativa facilidade, a quantidade e
com que freqncia poderia ocorrer liberao dessas substncias; e
2. A enorme variedade de materiais inflamveis presentes na indstria de superfcie, de
caractersticas prprias, e no mais apenas o metano e as poeiras do tipo combustvel.

A constatao desse fato levou ao desenvolvimento da tcnica conhecida hoje como


classificao de reas. Esta avalia a probabilidade de ocorrncia de uma mistura explosiva e
determina sua extenso, ou seja, as reas so classificadas em conformidade com a
possibilidade de formao de atmosfera explosiva, sendo dividido em locais de maior ou
menor potencialidade. Dessa forma, novos tipos de proteo foram desenvolvidos, os quais
podiam refletir os diferentes nveis de risco presentes nesse tipo de indstria.

Nos idos de 1912, segundo JORDO (2002, p.371), ocorreu uma exploso em uma
mina subterrnea de carvo. Houve suspeita de que uma campainha causou o acidente. Assim
sendo, iniciou-se uma pesquisa no sentido de se determinar at que ponto um sinal eltrico
poderia ser considerado seguro sem estar num invlucro prova de exploso. Esta
investigao utilizou primeiramente circuitos de sinalizao de campainhas alimentadas por
transformadores de baixa tenso, do tipo utilizado atualmente como campainha residencial.
As pesquisas sobre estes circuitos trouxeram como resultado a certificao do primeiro
dispositivo de conceito de segurana intrnseca (Inglaterra, 1917). Este dispositivo consistia

12

de uma combinao entre um transformador e uma campainha. O transformador por si s no


era de segurana intrnseca, mas to somente a sua sada, uma vez que o mesmo era
alimentado pela tenso do sistema. Por isto, se o transformador fosse instalado no interior de
uma mina, era necessrio coloc-lo em um invlucro prova de exploso. Alm disto, esse
transformador somente era considerado seguro se fosse utilizado com um determinado
modelo de campainha, devido capacidade que tem a bobina de armazenar energia.

Um dos primeiros relatos de um grande acidente dessa natureza ocorreu na carvoaria


Senghennyd, em Glamorganshire, na Inglaterra no dia 14 de outubro de 1913. Segundo OBE
e MCLEAN (1999), o relatrio concluiu que, muito provavelmente, que a centelha de um
aparelho eltrico de sinalizao foi o agente ignitor do metano, substncia comumente
encontrada em minas de carvo. Cerca de 400 mineiros ficaram impedidos de sair das
galerias, sendo que a maioria deles morreu asfixiada. Esse relatrio reconheceu o trabalho de
alguns pesquisadores daquela poca, destacando o trabalho do professor W. M. Thornton do
Armstrong College, da cidade de Newcastle upon Tyne, pela sua contribuio no
entendimento de mecanismos de ignio de gases inflamveis e na identificao de meios
para preveni-los. Na Inglaterra, a primeira norma de significncia sobre invlucros prova de
exploso data de 1926, com o nmero BS 229.

Para NEIVA (1993), o petrleo em estado natural uma mistura complexa de


hidrocarbonetos compostos de diversos tipos de molculas formadas por tomos de
hidrognio e de carbono. Conta ainda, em propores bem menores, com derivados
oxigenados, nitrogenados e sulfurados, combinados de forma infinitamente variveis. Foi e
continua sendo um material indispensvel para o desenvolvimento do mundo moderno, sendo
que, a partir do incio do sculo XX, a sua utilizao tornou-se cada vez maior e em maior
escala, nas mais diversas reas industriais. Porm a extrao, operao, transporte, refino e
utilizao vm associados a reas com capacidade de formao de atmosfera explosiva. Assim
sendo, fundamental que os equipamentos eltricos sejam especialmente projetados,
construdos, instalados, mantidos e operados adequadamente.

As refinarias e plantas qumicas tpicas dos anos 30 e incio dos anos 40 nos Estados
Unidos, segundo MAGIRON (1980), eram equipadas com muitos instrumentos de medio
mecnica, tais como medidores de fluxo, medidores de presso etc. Muitos eram de medio
manual ou pneumtica. Estas instalaes possuam poucos problemas de segurana com

13

equipamentos eltricos. Na prtica, as poucas instalaes de risco de exploso eram


protegidas por equipamentos com proteo do tipo prova de exploso. Apesar desta
prtica no ser tima, no existia motivao alguma para reduzir o custo de certos
equipamentos de segurana ou para aumentar a classe de segurana que poderia resultar em
mesmos custos.

Durante a dcada de 40, os sistemas de instrumentao tornaram-se mais complexos,


requerendo grandes painis e salas de controle. Iniciou-se ento a necessidade de reduo e
melhor aproveitamento dos espaos. Os novos equipamentos com potencimetros eletrnicos
eram instalados nas salas de controle. Onde havia as preocupaes com segurana, os usurios
mais conservativos instalavam equipamentos a prova de exploso. Os usurios menos
conservativos usavam os equipamentos de instrumentao nas suas condies normais de
operao. Como a maioria da instrumentao era pneumtica ou mecnica, no houve real
incentivo para o desenvolvimento de um conceito sofisticado de segurana eltrica.

Na dcada de 50, contudo, a tendncia na direo de sistemas de controle, cada vez


mais rpidos e mais versteis, continuava e iniciou-se a introduo de pequenos gabinetes
com sistemas de controles eltricos. Este sistema de controles encontrou grande demanda
devido alta velocidade e eram mais compatveis com a interligao dos sistemas.
Concomitantemente, houve aumento considervel de equipamentos com propriedades
analticas para complementarem os sistemas pneumticos de fluxo, presso, temperatura e
controle de nvel de lao, tais como colormetros, analisadores infravermelho, cromatgrafos,
medidores de pH entre outros. A integrao dos equipamentos e sistemas eltricos iniciava-se.
Assim sendo, a existncia de centenas de equipamentos eltricos em locais considerados
perigosos j era lugar comum.

Certas plantas industriais j demandavam consideraes dos mtodos utilizados para


garantir a segurana das instalaes eltricas. O excessivo custo das prticas passadas, quando
multiplicados algumas vezes, no podia mais ser ignorado. Novas prticas necessitavam ser
desenvolvidas com vista segurana. Muitos analisadores no permitiam serem
enclausurados em sistemas prova de exploso, pois necessitavam serem abertos
continuamente para calibrao rotineira e para sua manuteno. Novos mtodos eram
necessrios para garantir a segurana e tornar as operaes de rotina mais adequadas, seguras
e baratas. Quando acessibilidade no era o fator preponderante, o custo era. O gasto adicional

14

em invlucros prova de exploso eram insignificantes comparados com os custos de


instalao de tubulaes, montagem de selantes, caixas de passagem, caixas de ligao do tipo
a prova de exploso, entre outros, para garantir uma instalao eltrica adequada que
pudessem ser utilizadas com os invlucros deste tipo de proteo. Adicionalmente, com a
motivao econmica por segurana, instalaes mais eficientes e melhores prticas de
operao, houve um movimento em direo normalizao de procedimentos de segurana.
Com o passar dos anos, muitos usurios desenvolveram suas prprias prticas e padres. No
existia padro industrial algum de segurana aceito em comum acordo. As indstrias
necessitavam encontrar prticas e padres individuais e no havia condies de normalizao
naquele momento industrial. Como a quantidade de equipamentos eltricos aumentava,
tambm aumentava a magnitude dos problemas de segurana e a necessidade de padronizar as
caractersticas dos equipamentos eltricos para reas classificadas.

Antes de 1960, a indstria de equipamentos industriais de medio raramente


utilizava-se dos laboratrios tipo Underwritters Laboratories (UL) para testar, cadastrar ou
classificar seus equipamentos. Nos Estados Unidos, a maioria das prticas de instalaes
eltricas baseada diretamente ou indiretamente no Cdigo Nacional Eltrico (NEC/USA),
embora Municpios, Estados e companhias seguradoras possam ter seus prprios padres
(codes) para instalaes eltricas, eles so freqentemente baseados nas exigncias deste
cdigo. Este originalmente concentrava suas atenes nas questes de: fornecimento de
energia, iluminao pblica e iluminao residencial. Exigncias de instrumentos
direcionados para painis de controle e servios de suprimento de energia existiam, mas no
para medidores industriais e instrumentao de controle. Muitos usurios de medidores
industriais e equipamentos de controle de instrumentao desenvolveram praticas de
instalao que eram comprovadamente seguros pela experincia, mas que no seguiam as
diretrizes da NEC. Com o advento da Occupational Health and Safety Administration
(OSHA) e a ameaa de processos judiciais por instalaes fora das normas da NEC,
organizaes como a American Petroleum Institute (API), Manucfating Chemists Association
(MCA) e Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) comearam a propor
emendas e acrscimos para o cdigo, de forma a reconhecer prticas seguras que
anteriormente no eram reconhecidas. A NEC lentamente comeou a se adaptar para
identificar e atender necessidade de sistemas de instrumentao assim como os industriais e
usurios reconheciam a NEC como um documento dinmico que poderia ser capaz de ser
alterado para encontrar novas circunstncias ou reconhecer novas tecnologias. A National

15

Fire Protection Association (NFPA) teve a responsabilidade de manter e revisar a NEC,


atravs do Comit do Cdigo Eltrico Nacional, relacionando sub comits a um nmero de
painis de trabalho, cada um com jurisdio sobre um ou mais sees do cdigo. Estes grupos
eram e so formados por representao das partes interessadas e qualquer pessoa ou
instituio podia e pode propor alteraes na NEC.

Em 1954, segundo BORGES (1997, p.44), foi emitida a norma BS 1259, primeira
norma definindo o termo segurana intrnseca e regras de operao, ensaios e certificao
de equipamentos intrinsecamente seguros. Para GARSIDE (1995/2, p.37), esta norma teve sua
primeira publicao em 1945 e foi revisada em 1958, datas confirmadas para este trabalho
atravs de consulta s fontes primrias desta norma.

Em 1956, o NEC reconheceu o conceito de segurana intrnseca e em 1960 inicia-se o


trabalho de normalizao internacional no Comit Internacional de Eletricidade (IEC), com a
participao de vrios pases industrializados.

Em 1964, conforme GARSIDE (1995b, p. 62), foi desenvolvido a primeira barreira


zener por Towle, que revolucionou o uso e a aplicao da segurana intrnseca e em 1965 foi
emitida pela ISA a recomendao RP 12.2 sobre segurana intrnseca. Neste mesmo ano, foi
publicada na Alemanha a primeira norma sobre o assunto, que contribuiu decisivamente para
normalizao internacional, atravs dos equipamentos propostos para a realizao de ensaios.

Aps 1971, com a regulamentao da OSHA, os usurios passaram a atender as


exigncias para instalaes em reas classificadas, atravs do atendimento do artigo 500 da
NEC. A OSHA passou a determinar a aprovao prvia dos equipamentos nos laboratrios
certificados credenciados.

Em 1977 publicada a primeira norma internacional com a codificao IEC 79-11 e


no ano de 1981 foi publicada a norma CENELEC EN 50 039 sobre sistemas de segurana
intrnseca, embora o IEC produza as normas internacionais, dentro da Europa, as normas
CENELEC so de igual importncia, pois so freqentemente chamadas por vrias diretivas
dos Comits Europeus. Esta norma foi publicada no Reino Unido em 1982 como BS 5501:
parte 9.

16

Em 1994 foi publicada a Diretriz 94/9/EC do Parlamento Europeu, aproximando as


leis dos diversos Estados-Membros com respeito a equipamentos e sistemas de proteo com
o objetivo de uso em atmosferas explosivas.

Em 2001 foi publicada a norma IEC-60079-2, onde foram revisados os conceitos de


pressurizao de invlucros, adotando nova terminologia, similar ao procedimento americano.
Em setembro de 2002 ocorreu a 59 IEEE PCIC, na cidade de New Orleans, Lousiana,
conferncia tcnica do comit da indstria do petrleo e da indstria qumica, que ocorre
anualmente nos EUA. Tambm em 2002, ocorreu uma exploso de hidrognio em uma sala
de baterias de uso contnuo (no-break) em um centro de processamento de dados na cidade de
Sacramento, nos Estados Unidos da Amrica. Segundo JORDO (INFORM-Ex n.36, 2002),
este acidente ocorreu devido paralisao da ventilao na sala de baterias, ocasionando
concentrao de hidrognio dentro de sua faixa de inflamabilidade, associado ao
centelhamento gerado por um equipamento eltrico. A exploso causou um rombo de 400 ps
quadrados, aproximadamente 37 metros quadrados no teto, desmoronaram vrias paredes e
tetos do prdio, e causou danos significativos em uma rea de 50.000 ps quadrados,
aproximadamente 4700 metros quadrados. No houve vtimas devido ao fato de que o prdio
estava vazio no momento da exploso.
Em setembro de 2003, ocorreu o 60 IEEE PCIC, na cidade de Houston, Texas. Os
prximos eventos esto programados para as seguintes cidades: San Francisco
(Califrnia, setembro de 2004), Denver (Colorado, setembro de 2005), Philadelphia
(setembro de 2006), Calgary (2007), Cincinatti (2008), Anahein (2009) e San Antonio (2010).

Tambm em 2003 foi publicada a primeira norma MERCOSUL sobre o assunto, a


NM/IEC 650426/2002, abordando a terminologia para reas classificadas. Existem mais trs
normas em elaborao, como por exemplo: a NM/IEC 60079-10 para classificao de reas.
A norma NM/IEC 650426/2002 cancelou automaticamente a norma NBR 8370, devido ao
acordo de prevalncia de normas do MERCOSUL.

Normas em elaborao:

17

Norma IEC sobre fontes de ignio de equipamentos de origem no eltrica em reas com
atmosferas explosivas (IEC EN 13463-X); e

Norma internacional de marcao e certificao nica, denominada IEC-Ex


Scheme, visando promover uma certificao com validade internacional, sendo
que o Brasil, segundo RPKE (2001), tem participado como observador.

Para

maro

de

2004

est

previsto

realizao

da

EXPLORISK

(http://www.explorisk.de), em Nuremberg, Alemanha. Este evento ocorre a cada dois anos,


sendo o maior evento europeu sobre o assunto.
1.2 SITUAO PROBLEMA
A indstria do petrleo no Brasil inicia-se em 27 de janeiro de 1939, com a descoberta
do primeiro campo de petrleo, na regio de Lobato, Bahia, prximo a Salvador, conforme
NEIVA (1993).

O processo de industrializao do Brasil, em especial no campo da indstria do


petrleo, inicia-se em 1950, com a inaugurao da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em
Mataripe, Bahia, que segundo NEIVA (1993), foi inaugurada com capacidade de produo de
400 m/dia. Esta refinaria foi construda pelo Conselho Nacional de Petrleo (CNP criado
em 1939). Em 1953, com a criao da PETROBRS, esta passa a ser sua primeira refinaria.

Os projetos eram comprados prontos e mal se sabia a real funo de certos


equipamentos e dispositivos. Sistemas eram mantidos baseados apenas nas recomendaes
contidas nos manuais, sem nenhum questionamento ou conhecimento de importncia e
necessidade dos mesmos. Como exemplo, existia um sistema trocador de calor de uma
refinaria, que anualmente tinha seu lquido de arrefecimento trocado e adicionado um
determinado aditivo, conforme descrio do manual. Passados anos com esta prtica de
manuteno quando foi percebido que este aditivo era para evitar o congelamento do lquido
de arrefecimento, condio inicial do projeto para locais com temperatura abaixo de 0o C,
porm sem necessidade para o local, cuja temperatura dificilmente est abaixo de 21o C
(informao verbal).1

Comunicao pessoal ao autor na palestra proteo de instalaes eltrica para atmosferas potencialmente
explosivas proferida no curso de preparao de engenheiros de segurana da Petrobras, em fevereiro de 2001.

18

Estes projetos, em geral, tinham como origem industrial o EUA e por conseqncia
direta, traziam todos os conceitos de proteo baseados nas normas americanas, com
aplicao preferencial do conceito de proteo por invlucros prova de exploso.
A indstria petroqumica no Brasil inicia-se devido a algumas iniciativas ligadas
Refinaria Presidente Bernardes (RPBC: refinaria inaugurada em 1955), Cubato, SP, segundo
NEIVA (1993), com a entrada em operao da unidade de amnia e cido ntrico, proveniente
dos gases da refinaria; e com a recuperao de eteno da unidade de craqueamento trmico.

Em 1967, atravs do decreto no. 61.981 de 28 de dezembro de 1967, segundo DIAS


(1993, p.176), criada a PETROBRS QUMICA (PETROQUISA), subsidiria qumica da
holding Petrobras.

Em 1968, inicia-se a produo off-shore no Brasil, com a entrada em operao do


campo de Guaricema, Sergipe, segundo DIAS (1993, p.126), cinco anos aps sua descoberta.
Os projetos desta poca ainda so comprados e baseados na tecnologia americana de proteo.

No incio da dcada de 70, durante a fase de elaborao dos projetos da COPENE,


segundo UZEDA etal. (III EPIAEx, 2002), a normalizao tcnica americana foi utilizada
amplamente, principalmente nos projetos de eletricidade em reas classificadas. Naquela
poca, havia uma grande lacuna nas normas tcnicas brasileiras no que diz respeito a
instalaes eltricas da indstria do petrleo e suas correlatas. Portanto, os conceitos e
terminologia empregados basearam-se no uso simultneo do National Electrical Code (NEC)
e das prticas recomendadas pelo American Petroleum Institute (API).

Em 1973, atravs da Lei no. 5.966, de 11 de dezembro de 1973, foi criado o


SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial),
formado pelo CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade
Industrial), rgo responsvel pelo estabelecimento da poltica e diretrizes que devem ser
adotadas para o pas, com relao a Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial e pelo
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial),
responsvel pela execuo desta poltica.

Na dcada de 80, foram instaladas as primeiras plataformas de explorao de petrleo


da bacia de Campos, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, sendo que a primeira

19

plataforma fixa foi instalada em 1983, no campo de Namorado, conforme DIAS e


QUAGLINO (1993, p.130). As luminrias prova de exploso que foram instaladas nestas
deviam atender aos princpios de proteo em atmosferas explosivas, porm associadas a um
ambiente extremamente agressivo quanto corroso. Desta forma, as mesmas foram
produzidas com diversos materiais, como: liga de alumnio fundido (tipo copper free), ao
inoxidvel e at mesmo de bronze naval, sendo estas ltimas extremamente pesadas e todas
com custo elevado, compatvel a situaes especiais (informao verbal).2 Neste momento, os
projetos das plataformas j eram nacionais, criados pelo Centro de Pesquisa (CENPES) em
parceria com o Servio de Engenharia SEGEN (atual ENGENHARIA), rgos da Petrobras.
Assim sendo, muitos projetos de proteo de equipamentos eltricos comearam a ser
desenvolvidos e aplicados pelos engenheiros da Petrobras, de forma a tentar adequar os
mesmos s necessidades dos novos ambientes gerados por estes projetos.

Estes projetos eram desenvolvidos baseados nas normas americanas, em especial as


do API e as do NEC. Um dos primeiros nomes brasileiros envolvidos com o assunto foi o do
engenheiro Alberico Couto Ferraz, que criou, em 1974, o primeiro curso sobre instalaes
eltricas em atmosferas explosivas, para o curso de engenheiros eletricistas recm admitidos
na Petrobras (CENEL) (informao verbal).3

Na dcada de 80, o sub comit denominado SC-03:31 (equipamentos e instalaes


eltricas em atmosferas explosivas), do comit brasileiro no. 3 (CB-03 comit brasileiro de
eletricidade) da ABNT foi criada com a finalidade de elaborar e manter atualizada as normas
brasileiras sobre o assunto, tendo o engenheiro Dcio de Miranda Jordo sido designado como
coordenador deste sub comit, por ser o principal especialista brasileiro sobre o assunto. Com
os acordos internacionais de padronizao assinados pelo Brasil, esta comisso recebeu a
orientao de produzir as normas brasileiras em conformidade com os textos da IEC.

A tomada de conhecimento destas normas, que apresentam uma evoluo tecnolgica


muito significativa, mudou de maneira radical os conceitos que eram aplicados no Brasil, pois
estas normas da IEC possuam uma forte influncia da tecnologia alem, o que gerou

2
3

Comunicao pessoal ao autor, em novembro de 2003, no seu escritrio.


Comunicao pessoal do Dcio Miranda de Jordo ao autor, em novembro de 2003, no seu escritrio.

20

profundas mudanas na construo dos equipamentos, na classificao de reas e na maneira


de executar as instalaes eltricas (informao verbal)4.

Em 1991, o assunto instalaes eltricas em atmosferas explosivas, passou a ser


tratado como pertencente ao grande tema segurana industrial, e a partir da, foi ento criado
um programa para informar, qualificar, formar instrutores e inspecionar instalaes. Esse
programa se intensificou e passou a ser coordenado pelo rgo corporativo de SMS da
Petrobras. Comeava um importante processo de divulgao e conscientizao de trabalho em
atmosferas explosivas.

Atravs da Portaria 164 de 1991, do INMETRO, torna-se obrigatrio que todos os


equipamentos eltricos e/ou eletrnicos utilizados em atmosferas explosivas, das indstrias
que processam, manuseiam e/ou armazenam produtos inflamveis, esto sujeitos
certificao compulsria. Conforme JORDO (III EPIAEx - 2002), vrias outras Portarias se
sucederam aps essa primeira, com o fim de: ajustar a legislao s mudanas organizacionais
que impactaram o Sistema Brasileiro de Certificao; ou outras medidas tomadas para no
inviabilizar o mercado, principalmente considerando casos especiais que no estavam
previstos nas Portarias anteriores.

A COPENE, segundo UZEDA etal (III EPIAEx, 2002), continuou utilizando prticas
americanas para elaborao dos desenhos de classificao de reas at 1999 e delegava essa
tarefa invariavelmente aos seus projetistas. Neste ano, aps um curso ministrado por um
especialista brasileiro sobre o assunto, foram percebidos os inmeros avanos das normas
internacionais e a conseqente diminuio da utilizao das normas e prticas americanas. A
partir dessa data mudanas significativas ocorreram. O processo de especificao de produto,
de compra e recebimento de equipamentos Ex foi aperfeioado como tambm os mtodos de
instalao, comissionamento e manuteno dos equipamentos eltricos em reas classificadas.
Assim, os desenhos de classificao de reas foram atualizados e foi adotada a terminologia
internacional. Programou-se uma sistemtica de reviso de desenhos de classificao de reas
e utilizao de equipes multidisciplinar para a sua anlise.

Comunicao pessoal do Dcio Miranda de Jordo com o autor no III Encontro Petrobrs sobre instalaes
eltricas em atmosferas explosivas (III EPIAEx), 2002

21

Em 1995 publicado o primeiro livro, em portugus, sobre o assunto: Manual de


Instalaes Eltricas em Indstrias Qumicas, Petroqumicas e de Petrleo, do engenheiro
Dcio de Miranda Jordo.

Atualmente existe uma tendncia mundial para a utilizao das normas internacionais,
onde o principal documento americano para este assunto, a NEC, em sua reviso de 1996
introduziu um novo artigo, de nmero 505, que admite que a instalao eltrica em atmosferas
explosivas nos EUA possa ser feita utilizando os conceitos previstos na norma internacional;
na reviso de 1999, a NEC tornou o artigo 505 ainda mais detalhado.

Com a evoluo tecnolgica, as normas sobre classificao de reas esto tendo que
sofrer alteraes e mudanas para a sua adequao devido introduo de novos riscos
gerados pelas novas tecnologias, produtos e conhecimentos.

A determinao dos limites de rea classificada sempre objeto de estudos e


preocupao por todos os profissionais envolvidos neste assunto. Algumas grandes empresas
da indstria do petrleo, qumica e da petroqumica desenvolveram padres aplicveis s suas
condies particulares, tentando diminuir a probabilidade de erro ao estabelecer os limites das
reas classificadas.

Segundo WOODS (1998), aps o acidente de Flixborough, Inglaterra, em 1974, nas


instalaes da Du Pont, envolvendo ciclohexano em uma indstria de nilon, foi iniciado um
trabalho de reviso das normas internas de instalaes eltricas em relao atmosferas
explosivas. O estudo visava determinar se as normas existentes atendiam adequadamente
classificao de reas e as fontes de ignio eltrica que se situam dentro destas reas, e
principalmente, aquelas fontes de ignio eltrica que esto fora, porm muito prximas de
reas classificadas, consideradas como de alto risco.

Os novos produtos e novas tecnologias que vem sendo introduzido no mercado


consumidor em velocidade cada vez maior, tambm agregaram reas de risco nunca antes
imaginadas. Em dezoito de dezembro de 1996, foi publicado o Decreto no. 15408, no Dirio
Oficial do Municpio do Rio de Janeiro, que probe a utilizao de aparelhos telefnicos
celulares em reas potencialmente explosivas no Municpio, definindo os locais onde
proibido o uso de telefones celulares, e entre estes esto: os postos de gasolina e qualquer

22

local de abastecimento de automveis, embarcaes, avies e outros veculos; depsitos de


gs liquefeito de petrleo; locais de armazenamento de produtos qumicos inflamveis; locais
que apresentem alta concentrao de oxignio e solventes no ar, locais de grande acmulo de
partculas como poeira, gros, farinhas e limalhas em p.

A questo de classificao de reas deve ser encarada como uma questo real que
extrapola as situaes consideradas como industriais. Como exemplo, o Fire Protection
Handbook da NFPA (NFPA, 2002, p. 2-49), traz recomendaes especficas para ambientes
mdicos que utilizam anestsicos inflamveis, definindo que cuidados especiais devem ser
aplicados em salas de operao de hospitais e outros locais onde anestsicos inflamveis so
ou podem ser administrados em pacientes. O NEC define que rea (classificada) de
anestesias qualquer rea na qual qualquer agente de inalao inflamvel ser administrado.
Estas reas incluem salas de operao, salas de emergncias, salas de anestesias e outras reas
quando usados para induo de anestesias com agentes anestsicos inflamveis. Estas reas
so classificadas como classe I, diviso I (que ser definido adiante) com extenso de 1,5
metros acima do cho. Estas reas mdicas so tratadas no captulo 3 da NFPA 99 (Health
Care Facilites).

Outro exemplo real ocorreu em primeiro de agosto 1978. O jornal O GLOBO in


JORDO (1998, introduo), publicou em sua edio diria que O intestino de um paciente
explodiu em uma sala de cirurgia do Hospital de Velle, na Dinamarca, quando o mdico que o
operava empregou um bisturi eltrico, baseada nas denncias dos cirurgies Niels Jentoet
Osnen e Vagn Berg, atravs da revista Boletim Mdico de Copenhague. Segundo estes, a
operao transcorria normalmente at o momento em que os cirurgies iniciaram o uso do
bisturi eltrico, [...] cuja fasca em contato com os gases armazenados no intestino o fez
explodir imediatamente. Depois de uma srie de operaes secundrias, o paciente morreu
[...].

Mesmo com a padronizao e melhores prticas, os acidentes no so apenas


acontecimentos ocorridos no passado, pois em 1991, em uma plataforma off-shore da
indstria do petrleo brasileira, conforme Espostes etal. (III EPIAEx, 2002) durante uma
liberao de trabalho em um vaso tipo flare da plataforma, com a presena de
hidrocarbonetos, foi chamado um tcnico de segurana de grande experincia, mas que nunca
havia participado de curso algum sobre instalaes eltricas em atmosferas explosivas, e

23

portanto no sabia reconhecer a marcao de um equipamento prova de exploso, nem


sequer sabia que esses equipamentos eram objeto de certificao compulsria. Para iluminar o
interior do vaso, o mesmo pediu uma luminria do tipo prova de exploso. Foi utilizada
uma luminria que no tinha marcao de equipamento especfica para atmosferas explosivas
(Ex) e nem certificado de conformidade, logo no adequado para utilizao em atmosferas
explosivas. A seqncia de eventos culminou com uma violenta exploso que causou a morte
de uma pessoa e ferimentos em mais sete pessoas, sendo que uma em estado grave.

Devido ao fato da indstria brasileira no ter conseguido se adequar portaria


INMETRO 164/91, foi publicada a portaria INMETRO no. 39, de 05 de maro de 1993,
prorrogando para 31/12/1994 a validade dos relatrios ou certificados de ensaios emitidos
antes de 18/02/1992.

Em 1994, foi emitida a portaria INMETRO no. 238 de 29 de dezembro de 1994,


alterando o Regulamento de Certificao de Equipamentos Eltricos para Atmosferas
Explosivas e seus Anexos, criando a necessidade de reavaliao dos certificados emitidos
antes desta portaria por um Organismo de Certificao Credenciado (OCC). Outra importante
deciso foi obrigatoriedade de os usurios manterem cpias dos certificados disponveis na
unidade industrial onde os equipamentos so utilizados.

No final da dcada de 90, ocorrem exploses em postos de servio de abastecimento


de combustveis do Brasil por inadequao de equipamento eltrico aplicado em filtros-prensa
de leo diesel. Neste perodo, o leo diesel passou a ter em sua composio produtos que
diminuram seu ponto de fulgor, aumentando sua capacidade de gerar vapor inflamvel e sua
faixa de inflamabilidade. Os motores eltricos no estavam dimensionados e preparados para
atuarem em atmosferas com estas caractersticas. Eles passaram a ser fonte de ignio destas
atmosferas explosivas provocando aes do INMETRO (Portaria INMETRO 103, de
16.06.98), assim surgiram portarias, encontros, cursos, sobre o tema como est relatado a
seguir:

A portaria INMETRO n 121, de 24 de julho de 1996, determina que: aps esta


data, s sero vlidos os certificados emitidos pelos Organismos de
Certificao Credenciados pelo INMETRO (OCC), e somente aqueles que
tenham sido emitidos com base na realizao de ensaios do tipo e na avaliao
do sistema de garantia da qualidade do fabricante;
Em 1997, a portaria CONMETRO no. 2/97, de 11 de dezembro de 1997,
considerando a necessidade de atualizar o Sistema Brasileiro de Certificao

24

(SBC), no que concerne a defesa do consumidor, s questes relativas ao


credenciamento, a avaliao de conformidade e ao seu reconhecimento
internacional, como forma de facilitar as trocas comerciais, determina que o
SBC deva estar harmonizado com os sistemas de outras economias, em
atendimento aos critrios estabelecidos pelo Acordo de Barreiras Tcnicas da
Organizao Mundial de Comrcio (OMC). Em seu anexo, determina no item
3.3: normas e guias, que os critrios e procedimentos adotados ao nvel do
SBC devem ser baseados nas normas e guias da ABNT, nas normas e guias
regionais ou nas normas e guias da ISO/IEC, dentro do conceito de nveis de
normalizao;
Para corrigir inmeras irregularidades que continuavam a ocorrer, foi emitido a
portaria INMETRO n 176, de 17 de julho de 2000, conforme JORDO
(2002), incluindo de forma clara a obrigatoriedade de certificao para todos os
equipamentos eltricos, acessrios e componentes, para atmosferas
potencialmente explosivas, comercializados e utilizados no Brasil. Na rea da
indstria de petrleo, em especial a da produo martima de petrleo, o
assunto classificao de reas ganhou destaque no Brasil, inclusive junto ao
grande pblico, atravs da divulgao em jornais de grande circulao
nacional, em decorrncia da possibilidade do acidente de uma plataforma
martima na costa brasileira no ano de 2001, ser originada por equipamentos
eltricos;
No ms de maro de 2002 ocorreu o III EPIAEx (Encontro PETROBRS
sobre Instalaes Eltricas em Atmosferas Explosivas), em Fortaleza, Cear,
reunindo os principais especialistas brasileiros sobre este assunto, tais como
Dcio de Miranda Jordo (PETROBRS), Rudiger Rpke (BASF,
coordenador da comisso de automao da ABIQUIM e consultor), Aloysio
Costa. Silva Jr. (representando o INMETRO), Carlos Azevedo Sanguedo
(CEPEL) entre outros;
Em novembro de 2002, foi realizado no Centro de Convenes da Federao
da Indstria do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Rio Grande do
Sul, o II Encontro Nacional de Tecnologia de Vlvulas, Controles Industriais e
Instalaes Eltricas em Atmosferas Explosivas;
Em novembro de 2003, na cidade de Cabo Frio, Rio de Janeiro, foi realizado o
I curso de formao de facilitadores em instalaes em reas classificadas da
Petrobras, tendo como instrutores Dcio de Miranda Jordo e Hlio Kanji
Suzuki.
A Feira Sul-Americana e o III Congresso Internacional de Automao,
Sistemas e Instrumentao ocorreu em So Paulo, Brasil, entre 18 a 20 de
novembro de 2003, com destaque para a palestra internacional Hazardous
area approches for todays control systems, proferida por Anton Heinskill da
empresa CEAG Aparatebau Hundsbach (Alemanha) e da palestra Unidades
Remotas para E/S de sinais para reas potencialmente explosivas, pelo mesmo
palestrante em conjunto com Peter Strimber da empresa FT Automao.

Esta prevista a emisso de uma nova portaria do INMETRO, para maro de 2004,
alterando a Regra Especfica de certificao de equipamentos eltricos para atmosferas

25

explosivas (Comunicao verbal).5

Estes fatos corroboram para a afirmao de

Jordo (1998, p.19), de que:


Os equipamentos eltricos, por sua prpria natureza, podem se constituir em fontes
de ignio quando operando em uma atmosfera potencialmente explosiva. As
energias desprendidas no acionamento destes muitas vezes, superior necessria
para dar incio a uma combusto.

Assim sendo, as medidas construtivas que so aplicadas aos equipamentos eltricos


para que os mesmos possam operar numa atmosfera explosiva, so, de modo geral, baseados
na quebra do que conhecido como ciclo do fogo. Este definido como os elementos que
devem estar presentes simultaneamente para a ocorrncia de fogo, sendo: elemento
comburente, elemento combustvel, a fonte de ignio e a reao qumica entre estes
elementos. Desta forma, os equipamentos eltricos no podem funcionar como fonte de
ignio, visto que as outras duas condies j so esperadas estarem presentes no ambiente.

Estas condies especiais dos equipamentos eltricos requerem especificao


apropriada para o ambiente em que ser instalado, alm de montagem, manuteno e operao
adequadas e realizadas por pessoal qualificado. Para garantir que estes equipamentos atendem
aos requisitos normativos e so, portanto adequados para aquela aplicao, eles devem ser
submetidos, previamente, a ensaios em laboratrios credenciados, que emitiro um
certificado de conformidade.

1.3 APRESENTAO
Este estudo apresenta a pesquisa desenvolvida, no perodo de novembro de 2001 a
janeiro de 2004, sobre classificao de reas para atmosferas explosivas quanto instalao
de equipamentos eltricos, equipamentos estes que podem ser fontes de energia capazes de
fazer inflamar estas atmosferas.

Atravs de consulta bibliogrfica, de comunicao oral com especialistas, de


participao interativa em seminrios e pelas concomitantes aplicaes prticas em unidades
da indstria do petrleo, buscou-se desenvolver um olhar mais especializado assim como a
clara percepo do imenso risco associado a este tema que pode existir para a segurana de

Comunicao pessoal do Dcio Miranda de Jordo ao autor, em fevereiro de 2004, em curso no CENPES.

26

pessoas, para a preservao de instalaes e para a capacidade competitiva da empresa, pela


no adoo de medidas e prticas de proteo para atmosferas potencialmente explosivas.

Com foco no necessrio servio da preservao da sade dos trabalhadores, da


segurana de pessoas e do meio ambiente e em uma atitude prevencionista, buscou-se
verificar quais as prticas, tcnicas e mtodos que poderiam dar uma contribuio sobre o
tema para a atividade das indstrias qumica, petroqumica e do petrleo. Foi verificado que
existe um nmero limitado de livros sobre classificao de reas em atmosferas explosivas
quanto a equipamentos eltricos em lngua portuguesa.

A literatura disponvel em lngua estrangeira e no est facilmente disponvel. Parte


das informaes contidas nesta dissertao teve sua origem na comunicao oral com o
professor e engenheiro Dcio Miranda de Jordo, de quem recebi orientao quanto a
questes tcnicas e sanei dvidas sobre o assunto, alm de obter informaes das experincias
vividas por tantos outros obstinados pela temtica atravs dos encontros, papers e seminrios.

Com formao bsica de engenheiro eltrico de habilitao industrial e ps-graduado


em segurana do trabalho, lotado em uma unidade na indstria do petrleo, busco
informaes e orientaes sobre este assunto que, antes de tudo, tema associado segurana
industrial. As informaes recebidas nos cursos sobre classificao de reas geraram
aplicaes prticas. Passei a me interessar mais pelo assunto, percebendo que havia a
possibilidade de pontos passveis de outros esclarecimentos e boas oportunidades de
aprendizagem e de melhorias na conduo da aplicao das normas sobre o tema.

O principal problema detectado no incio das pesquisas era a dificuldade na aplicao


pura e simples dos modelos pr-estabelecidos das normas existentes, porque particularidades
de minha unidade industrial geraram a necessidade de buscar alternativas e estudos para
garantir que a aplicao que estava sendo realizada era segura e dentro dos limites de
aceitabilidade reconhecida pelas normas tcnicas e prticas internacionais. Assim, levantar
historicamente o desenvolvimento do tema no Brasil e no mundo, ajuda compreenso de
todo o caminhar percorrido pela humanidade sobre o tema, desde o incio da fase industrial,
pois a partir do meio do sculo XX passaram a ocorrer grandes acidentes.

27

Nos pases denominados desenvolvidos ainda verificamos acidentes e perdas de vidas


devido a este assunto. A mesma realidade ocorrem nos pases denominados em
desenvolvimento, pois temos o desconhecimento e inobservncia das normas e
procedimentos para a adequao de atividades industriais quanto classificao de reas,
gerando perdas e vitimando pessoas. Trabalhadores, que poderiam estar regressando s suas
casas e famlias, nas mesmas condies que adentraram no seu trabalho, no mais o faro.

As empresas multinacionais ou sob autoridade dos governos nacionais mantm o


controle das grandes indstrias qumicas, petroqumicas e do petrleo do mundo, de forma
direta ou indireta. Desta forma, o tema classificao de reas fica restrito aos grupos que esto
envolvidos neste assunto. Como as atividades destes segmentos industriais ultrapassam os
limites destas empresas, verifica-se o desconhecimento deste tema, gerando situaes com
pessoas sob condies de risco sem que isto seja claramente percebida. Como exemplo, pode
ser citado a presena de mquinas de refrigerantes, do tipo auto-atendimento, nos postos de
servio, junto a reas de abastecimento.

No mbito de Brasil, com as alteraes previstas na legislao brasileira,


principalmente na norma regulamentadora n 10 (NR-10, 2004) do Ministrio do Trabalho e
Emprego, esta situao tende a ser do interesse e do conhecimento de um nmero maior de
legisladores, fiscalizao, empresas e empregados envolvidos em atividades com
possibilidade de formao de atmosferas explosivas.

A contribuio que esta pesquisa oferece sobre o assunto viabilizar a atualizao


sobre a classificao de reas e verificar atravs de um estudo de caso a aplicao de mtodo
de classificao de reas atravs de gesto por grupo multidisciplinar, pois pesquisando
normas, legislao e procedimentos, observaram-se possibilidades de melhoria da segurana e
do custo nas instalaes industriais.
1.4 QUESTO A SER RESPONDIDA
O foco deste trabalho foi responder a seguinte pergunta:
Qual a gesto de processo de anlise a ser adotada para uma classificao de
reas quanto a atmosferas explosivas de uma determinada rea ou equipamento de uma
indstria qumica, petroqumica ou do petrleo?

28

1.5 OBJETIVOS

Verificar, atravs de um estudo de caso, a forma de aplicar o conceito de


classificao de reas, baseado nas prticas de gesto recomendada pela
norma IEC 60079-0; e

subsidiar os profissionais que atuam em unidades da indstria qumica,


petroqumica e de petrleo e que precisam de uma referncia para a execuo
deste tipo de servio, alm de fornecer novas ferramentas aos profissionais
desta atividade profissional, quanto s condies de segurana operacional, de
forma a obter um elevado padro de qualidade e segurana quanto ao assunto.

A aplicao destas diretrizes estar em conformidade com a legislao brasileira,


particularmente NR-10 das normas regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e Emprego
do Brasil e as portarias do INMETRO.
1.5.1 Relevncia
O resultado deste trabalho permitir agregar e aumentar a segurana de instalaes
industriais, evitando custos desnecessrios. Sendo um programa prevencionista, contribuir
para a minimizao de perdas geradas por eventos no desejados proveniente das atividades
executadas em reas com atmosferas explosivas devido a equipamentos eltricos. Atender
tambm legislao pertinente sobre o assunto, diminuindo os riscos inerentes ao negcio,
que coloquem em risco as pessoas, o patrimnio e a imagem da empresa.

1.6 REFERENCIAL TERICO


As duas principais vertentes de pensamento quanto a procedimentos para a
classificao de reas, na qual o estudo se basear so, segundo JORDO (1998):
1. a americana, que utiliza um modelo matemtico de reas pr-definidas. Suas
principais deficincias so: o no atendimento a certas situaes particulares,
aplicabilidade somente a figuras padres e amplo uso de equipamentos do tipo
prova de exploso. Estes equipamentos so eficientes, porm so pesados, exigem
instalaes especiais, instaladores mais qualificados e so muito caros em relao aos
novos equipamentos existentes, principalmente na Europa. So desenvolvidos com
base na legislao americana; e
2. a europia, que utiliza com maior liberdade em relao aos volumes utilizados. Suas

29

principais deficincias so: maior custo para dimensionamento no aspecto da


realizao da classificao de reas, pois as solues so individualizadas. Exige
maior qualificao dos profissionais envolvidos. Dificuldade por no possurem
detalhamento quanto aos volumes. Vantagens: seus equipamentos so mais leves,
possuem grau de segurana similar aos americanos e o custo final muito menor. Suas
instalaes so mais simples e de menor investimento. So baseados em normas
internacionais.
1.7 QUESTIONAMENTO DO TRABALHO
Este trabalho tambm busca responder a certos questionamentos hoje existentes, face
s vrias normas aplicadas, qual o mtodo que se adapta indstria qumica, petroqumica e
do petrleo nacional, quanto a:
1. Menor rea classificada, mantendo os mesmos nveis de segurana;
2. Melhor relao custo X benefcio nos resultados obtidos, independentes das normas
de classificao de reas aplicada;
3. Facilidade de aplicao para a execuo das plantas de rea classificadas;
4. Ser que os volumes utilizados para a classificao de reas esto adequados e dentro
de parmetros aceitveis?
5.

Ser que as condies locais da unidade afetam os volumes definidos para outras
unidades? e

6. O que pode ser feito para tornar os volumes menores, mantendo o mesmo nvel de
segurana? Isto possvel?
1.8 MTODO A SER UTILIZADO
O trabalho tcnico ser desenvolvido atravs de um estudo de caso de uma rea
industrial da rea do petrleo, que apresente, sob condies normais de operao,
possibilidade de formao de atmosferas explosivas. O desenvolvimento ser pela aplicao
das normas brasileiras e internacionais e com o auxlio das figuras tpicas de classificao de
reas do documento americano API RP 505.

Sero levados em considerao os princpios bsicos de uma rea classificada tais


como: o tipo de substncia inflamvel que pode estar no ambiente, a probabilidade dessa
substncia estar presente no meio externo e quais os limites esperados de rea com risco de
presena de mistura explosiva.

30

Ser de fundamental importncia a avaliao dos fatores que minimizaro estes


eventos, tais como: proteo adequada; ventilao natural; correta classificao de sua fonte
de risco de magnitude relativa; tipos de proteo dos equipamentos eltricos envolvidos
nestas reas e sua conformidade quanto especificao tcnica; instalao adequada;
manuteno do sistema alm de sua certificao de conformidade de equipamentos, como por
exemplo: no Brasil, pelos organismos credenciados.

Dever-se- levar em conta que, assim como em outros campos da cincia, o mundo
vem experimentando mudanas rpidas, tambm nesta atividade; este dinamismo gera que:
outras literaturas e fontes de consulta sejam cada dia mais necessrio. Sistematicamente novas
normas e tecnologias ampliam o horizonte tcnico e tornam urgente o conhecimento da
melhor forma de aproveit-las. Somente com uma classificao de reas bem executada, ser
possvel obter a segurana adequada dos equipamentos e das novas tecnologias.

O exerccio de pesquisa, segundo DEMO (2000), o processo de reconstruo do


conhecimento e alma de todo trabalho cientfico e feito atravs do questionamento crtico,
aprendendo a reconstruir conhecimento com a prpria mo, a participao em congressos,
encontros e eventos so importantes, assim como a consulta a fontes da internet, revistas e
literaturas estrangeiras, diretriz que determinante neste trabalho.

1.9 DELIMITAO DO ESCOPO DESTE ESTUDO DE CASO


Este trabalho no pretende discutir:
1. As diferenas entre as vrias normas existentes. Algumas sero citadas apenas de
modo a demonstrar a variabilidade de possibilidades existentes e a dificuldade de
aplicao pura e simples de seus conceitos, figuras padronizadas e recomendaes;
2. A adequao ou aplicabilidade das normas;
3. As premissas tericas e tcnicas que influenciam o comportamento dos gases e
vapores em uma determinada circunstncia ambiental, tais como ventilao, barreiras,
densidade etc;
4. Os equipamentos eltricos, seus acessrios, sua forma construtiva, ensaios, protees
e limitaes para aplicao em atmosferas potencialmente explosivas;

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5. Diferenas entre os procedimentos e normas para instalao, manuteno e


certificao de produtos e pessoas para trabalhar neste tipo de ambiente de risco;
6. Aderncia ou adequao da legislao brasileira aos conceitos de outras legislaes
estrangeiras ou transnacionais; e
7. A conceituao tcnica dos fatores, em seus detalhes, que so utilizados para a
execuo de uma planta de rea classificada, tais como ventilao, barreiras,
densidade relativa dos gases, volume, presso, vazo etc.

Pretende-se atravs de reviso bibliogrfica e estudo de caso verificar a forma de


aplicar o conceito de classificao de reas, baseado nas prticas recomendadas por algumas
das normas existentes e em modelo de gesto interdisciplinar.
1.10 O QUE NO SO REAS CLASSIFICADAS
Para entender o que uma rea classificada, faz-se necessrio compreender o que no
. Segundo SCHRAM (1993), a simples presena ou possibilidade de presena de materiais
inflamveis ou combustveis no classifica automaticamente uma rea como rea classificada.
Como exemplo, poder-se-ia entender que um ambiente de moradia familiar com aplicao de
gs liquefeito de petrleo (GLP) ou gs natural pode ser classificado como uma rea
classificada. A linha de gs pode vazar atravs de vlvulas de fechamento e de conexes, seja
nas linhas de alimentao internas, seja nas linhas de alimentao subterrneas fora das
residncias, com a entrada do gs atravs da face externa da linha de gs ou por abertura
subterrnea nas fundaes das paredes e pisos etc. Da mesma forma, isto pode ocorrer com a
alimentao das linhas de gs atravs de botijes de gs. Existe de fato um nmero de falhas
deste tipo com possibilidade de resultar em incndio e/ou exploso em moradias familiares.
Porm, o nmero de acidentes em residncias pequeno comparado ao nmero de residncias
totais. Por outro lado, quando, ocasionalmente, uma mistura inflamvel de gs natural/ar se
forma, pode ocorrer um incndio ou exploso em residncias como resultado de um
vazamento deste gs. A ignio desta mistura usualmente de outra fonte de energia que a
eltrica, tais como chama piloto do equipamento de gs, cigarros, fsforos etc. Assim sendo,
as residncias familiares no so classificadas como uma rea classificada porque a exigncia
de equipamentos eltricos apropriados para reas classificadas em residncias no iria
diminuir de forma significativa o problema exposto.

32

Outro exemplo temos a norma CONTEC N-2166 (2002), que define em suas
condies gerais, pg 6, item 4.2 , reas que so consideradas como reas no classificadas,
mesmo existindo a presena de materiais inflamveis. Neste caso, porm, com caractersticas
prprias que influenciam decisivamente esta deciso. Estas so:
a) reas adequadamente ventiladas onde as substncias inflamveis esto contidas em
sistemas de tubulao fechados sujeito a boa manuteno e nos quais esto includos apenas
tubos, vlvulas, flanges, medidores e acessrios de tubulao;
b) reas com ventilao limitada ou impedida onde as substncias inflamveis esto contidas
em sistemas de tubulao fechados sem vlvulas, flanges e acessrios de tubulao;
c) reas onde as substncias inflamveis so armazenadas e/ou transportadas em recipientes
especificamente aprovados para tal fim por entidade certificadora credenciada;
d) reas ao redor de uma fonte de ignio permanente de origem no eltrica, como fornos,
aquecedores, bico de Bunsen, etc.

Outra condio importante se refere aos locais com possibilidade de presena do gs


de amnia, produto que possui caracterstica de toxicidade elevada. Neste caso, a rea pode
ser no classificada ou como de menor risco, para efeito de classificao de reas. O motivo
que, para o NEC in JORDO (2002), este gs exige medidas de proteo adequadas contra
vazamento, alm de ser mais leve que o ar, ou seja, o risco para o ser humano na ocorrncia
de um vazamento muitas vezes maior pela sua prpria caracterstica do que pelo risco de
incndio que um equipamento eltrico pode agregar. Este produto, sob condies previstas de
operao, no esperado estar no ambiente. Assim sendo, so necessrias todas as aes de
controle e preveno para ambientes industriais que possuem equipamentos ou sistemas que
operam com este gs, porm a rea no ser classificada em funo dele. Por condio
correlata, em um trabalho desenvolvido para a classificao de reas de uma unidade com
sistemas e equipamentos com presena de H2S (Sulfeto de Hidrognio ou cido sulfdrico),
mesmo este gs, nas condies normais de temperatura e presso, sendo mais pesado do que o
ar, a rea foi considerada como no classificada. Segundo ARAJO (2002), a tabela do limite
de tolerncia da NR-15, define o gs sulfdrico com valor de 8 ppm (partes de vapor ou gs
por milho de partes de ar contaminado) para exposio de 8 horas dirias. Desta forma, o
risco associado a este muitas vezes superior ao seu risco de inflamabilidade, assim sendo,
mereceu especial ateno e tratamento quanto aos riscos inerentes ao produto.

33

Para GARSIDE (1995a, p.6), se uma rea considerada no perigosa, ela conhecida
como rea segura ou rea no classificada. Para a ABNT/IEC, a rea considerada, ento,
como rea no classificada.
1.11 ENTENDENDO OS TERMOS EMPREGADOS COMO UM LOCAL PERIGOSO.
Conforme SCHRAM (1993), locais perigosos so algumas vezes citados como um
local classificado ou ainda como rea classificada. Os diferentes cdigos, normas,
padres e manuais utilizam termos diferentes. Alguns utilizam o termo locais perigosos;
outros, o termo rea classificada ou local classificado e em alguns outros, ambos. Deve
existir a preocupao de saber se todos os locais perigosos podem ser descritos como locais
perigosos ou reas classificadas, porque s os so aqueles que forem classificados como
tais. Em funo desta observao, muitos preferem no usar o termo perigoso e outros
preferem no utilizar o termo classificado.

O artigo 500 do NEC (National Electrical Code) utiliza o termo Locais Perigosos
(Classificados) como um de seus ttulos. Nos manuais e padres da NFPA e da NEC, estes
termos so intercambiveis.

Os locais perigosos ou classificados, se corretamente tratados, no so


necessariamente mais perigosos para trabalhar do que outras reas ou locais. Muito mais
pessoas so mortas em acidentes de automveis e em acidentes industriais gerais do que o so
como resultado de exploses em reas classificadas. Desta forma, reas classificadas no
so to perigosas para a sade se precaues adequadas forem tomadas, conforme apresenta
SCHRAM (1993). Da mesma forma, muitos materiais combustveis e inflamveis, com
exceo para gases tipo hidrognio, so perigosos para a sade se permitidos no ambiente de
trabalho em concentrao elevada, mesmo estando abaixo dos seus limites inferiores de
inflamabilidade. O termo hazardous (perigoso) mantido nos manuais da NEC porque ele
determina, por causa do seu nome, uma escala maior de aviso de ateno. Em alguns pases o
termo perigosamente explosivo utilizado. J a ABNT/IEC, o termo utilizado rea
classificada.

Os termos locais ou reas so tambm utilizados de forma intercambivel, e em


vrios manuais e normas eles so retratados pelos termos espao ou espaos. Desta
forma, todos estes termos usados tm como inteno definir que estes espaos so

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volumtricos (tri-dimensionais) e no planos (bi-dimensionais). Nas normas CONTEC


N-2167 (pg. 5), N-2166 (pg. 5) e N-2154 (pg. 6), existem a seguinte nota: Os termos reas
e regio aqui mencionada se referem aos espaos tridimensionais e so mantidos por serem
de uso consagrado.

Para efeito deste trabalho, ser utilizado o termo rea classificada, definida como
volumes de locais previamente classificados como tal.
1.12 O QUE SO REAS CLASSIFICADAS?
reas classificadas, segundo SCHRAM (1993), podem ser definidas como: locais,
reas e espaos onde existe o perigo (a possibilidade de) de fogo ou exploso pela presena de
gases ou vapores inflamveis, lquidos inflamveis, poeiras combustveis ou fibras
inflamveis em suspenso.

Classificar uma rea significa, para JORDO (EPIAEx-2002), elaborar uma planta
arquitetnica ou segundo o prprio, um mapa, com o objetivo principal de identificar o
volume de risco dentro do qual provvel ocorrer uma mistura inflamvel. Com base nesta
planta, outras aes tero que ser tomadas para aumentar a segurana das instalaes.

O artigo 500 da NEC define que quaisquer locais onde gases e vapores combustveis
esto presentes ou podem estar presentes na atmosfera em concentrao suficiente para
produzir uma mistura inflamvel um local classificado. Sendo importante ressaltar que a
classificao de uma rea no necessria, a menos que, estes gases e vapores possam estar
presentes no ar em quantidades explosivas ou inflamveis, sob condio normal ou anormal
de operao. Neste caso, o termo anormal refere-se a situaes previsveis e possveis de
ocorrer numa situao de operao, no incluindo situaes de emergncia.

Para a norma Petrobtas N-2154 (2001), reas classificadas so as regies geradas pelas
fontes de risco e classificadas como zona 0, zona 1 e zona 2.

Nos manuais e normas pela NEC, o termo vapor utilizado significando gases
inflamveis emitidos de uma superfcie de um lquido combustvel ou inflamvel. Segundo

35

SCHRAM (1993), esta no a definio cientfica6, mas a forma mais comum de expressar
este termo. Os materiais, segundo o mesmo autor, no tm que estar no estado gasoso para
uma exploso ocorrer. Seu exemplo mais bvio so as poeiras combustveis. Lquidos
inflamveis pulverizados, mesmo abaixo do seu ponto de fulgor, queimam extremamente
rpidos.

Quanto menor o tamanho das partculas, maior ser sua velocidade de queima. A
ignio de partculas muito finas destes lquidos, mesmo abaixo de seu ponto de fulgor, pode
resultar em uma velocidade de queima compatvel com a exploso do mesmo material em
estado gasoso. A velocidade de chama, ou seja, a velocidade de queima ou taxa de queima,
dos materiais varia com sua constituio fsica e com sua concentrao. Quanto mais alta for a
sua taxa de queima, mais violenta ser a exploso resultante, isto , maior ser a presso de
exploso e a taxa de exploso.

Atmosferas inflamveis podem ser formadas onde lquidos inflamveis so


manuseados abaixo de seu ponto de fulgor, na forma de neblina ou pulverizado, segundo o IP
- parte 15 (2002). Certos lquidos inflamveis, normalmente definidos como no perigosos,
devero ser tratados como tais, quando eles so bombeados ou esto trabalhando sobre
presso e so capazes de produzir neblina ou ser pulverizados como, por exemplo, na
possibilidade de vazamento atravs de um pequeno orifcio de uma tubulao ou atravs de
uma falha de flange. Neste caso, eles devem ser tratados como um lquido perigoso, gerando
uma rea classificada adequada ao risco. J para a norma Petrobras N-2166 (1999) as
substncias inflamveis incluem os gases, os lquidos altamente volteis (LAV) e os vapores
de lquidos inflamveis ou combustveis.

1.13 HISTRICO PARA ENTENDER A NORMA AMERICANA.


Antes da publicao do NEC de 1937, a Classe I no era dividida em Grupos. Todos
os gases e vapores inflamveis eram classificados em uma escala simples de perigo. Era
reconhecido, porm, que a escala de perigo variava, e que o equipamento preparado s para o
uso de gasolina no possua o mesmo risco de quando o mesmo trabalhava com hidrognio ou

Segundo Quagliano (1979), as molculas que possuem energia cintica acima de certo valor mnimo, que
depende do lquido considerado e que so capazes de escapar do estado lquido e passar para o estado gasoso,
constitui o vapor do lquido, sendo esta uma definio cientfica.

36

acetileno. Tanto era realidade, que os equipamentos e suas protees para utilizao em
atmosferas de hidrognio eram muito mais sofisticados e conseqentemente mais caros.

Assim, no era lgico que um engenheiro projetista especificasse um equipamento


para estaes de bombeamento de gasolina de postos de servio com protees adequadas
para uso em atmosferas de hidrognio. Tanto seria desnecessrio aumentar o custo das
instalaes eltricas de um dos tipos mais comuns de reas classificadas quanto poderia tornar
certos equipamentos inviveis. A soluo foi dividir as reas classificadas do tipo Classe I em
grupos, com cada grupo contendo materiais de caractersticas de explosividade similar. Isto
permitiu que as caractersticas de construo dos equipamentos de protees contra exploso
no se tornassem mais caros do que o necessrio para sua aplicao particular. A diviso
destes grupos foi baseada nos produtos comerciais de uso freqente, tais como: acetileno,
hidrognio, ter etlico e gasolina. Em 1937, a publicao do NEC definiu a classe I em
grupos como se segue:

Grupo A: Atmosfera contendo acetileno;

Grupo B: Atmosfera contendo hidrognio ou gases ou vapores de perigo equivalente


como gs manufaturado;

Grupo C: Atmosfera contendo vapor de ter etlico;

Grupo D: Atmosfera contendo gasolina, petrleo nafta, lcool, acetona, vapores de


solventes ou vernizes e gs natural;

Com a passagem dos anos a lista de materiais se expandiu com mais testes e
informaes, sendo necessria a classificao de materiais adicionais. Na edio de 1968 do
NEC, os grupos foram expandidos para:

Grupo A: Atmosfera contendo acetileno;

Grupo B: Atmosfera contendo hidrognio, ou gases ou vapores de perigo equivalente


ao hidrognio, como certos gases manufaturados;

Grupo C: Atmosfera contendo vapor de ter etlico, etileno, ciclopropeno ou gases e


vapores de risco equivalente;

Grupo D: Atmosfera contendo gasolina, hexano, nafta, benzeno, butano, propano,


lcool, benzol, acetona, gs natural, vapores de solventes ou vernizes ou gases e
vapores de risco equivalente.

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Em 1969, o Underwriters Laboratories (UL) publicou o boletim de Pesquisa no. 58,


onde este trabalho envolvia as sugestes do comit seccional de equipamentos eltricos para
atmosferas qumicas da NFPA, atual comit de equipamentos eltricos para atmosferas
qumicas, com o suporte financeiro e cooperao tcnica do American Insurance Association
(AIA), do American Petroleum Institute (API), do Manufacturing Chemists Association, atual
Chemical Manufacturing Association CMA; e do National Electrical Manufacturing
Association (NEMA). O trabalho inclua o desenvolvimento de equipamento de testes
especiais. Como resultado destas pesquisas, na edio do NEC de 1971, foi feita a expanso
desta lista, incluindo um nmero adicional de materiais qumicos nos grupos B, C e D.

Pesquisas adicionais resultaram em expanso desta lista de materiais qumicos,


includos na edio de 1981, com 45 novos produtos identificados somente no grupo D.

Por causa desta enorme expanso da lista de produtos qumicos, o NEC decidiu em
sua edio de 1984, especificar somente os maiores grupos qumicos, como era feito no
passado.

Em 1983, o Comit de Equipamentos Eltricos para Atmosferas Qumicas do NFPA,


que tinha a responsabilidade de classificar os produtos qumicos em grupos de acordo com a
padronizao do NFPA, publicou a primeira edio do NFPA 497 M. Este manual, que foi
referendado pelo NEC em 1984, incluiu a expanso da lista de produtos qumicos. Esta
mudana permitiu ao comit do NEC responsvel por este assunto, ter o controle da lista, e
revis-la anualmente, se necessrio, incrementando a lista do NEC, que publicado a cada
trs anos.
1.14 RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
1.14.1 Responsabilidade civil
A Responsabilidade tem sua origem no verbo latino respondere, significando a
obrigao que algum tem de assumir com as conseqncias jurdicas de sua atividade.

Nos primrdios da humanidade, o mal sofrido pelo indivduo, em sua pessoa ou bens,
ensejava como reao natural vingana privada, afinal, reconhecida pela coletividade, ao
instituir-se a pena de Talio: olho por olho, dente por dente.

38

No direito romano, a reao contra o delito passou a ser exercido exclusivamente pelo
Estado. Confere-se ao ofendido o direito de acionar o ofensor independentemente da punio
penal que se lhe pudesse aplicar. O jurista comeou a distinguir a pena e a reparao. A culpa
surgiu como a fonte inspiradora das aes de indenizao. Sendo o ser humano um ser
racional e livre, deve responder pelos seus atos. Assentou-se ento, a noo clssica da
responsabilidade.

Foi, no entanto, no direito francs, com a edio do cdigo Napoleo, que o instituto
da responsabilidade civil ganhou suas linhas definitivas, seja na forma contratual, seja na
extra contratual, tambm denominada aquilina.

Com a Revoluo Industrial, sobreveio a responsabilidade objetiva, tambm conhecida


como Teoria do Risco. O acidente se tornara annimo e os operrios, dificilmente tinham
meios de provar a culpa do empregador. A causalidade puramente material surgiu da forma
como resolver esse problema.

No estgio atual do direito, a responsabilidade civil apresenta tendncias diversas de


acordo com o desenvolvimento cultural e social dos povos. Nos pases do primeiro mundo,
assim considerados aqueles economicamente desenvolvidos, verificam-se o fenmeno da
diminuio do campo da responsabilidade, com o conseqente agigantamento de rgos
coletivos de reparao e dos seguros sociais e voluntrios. Nos pases chamados de em
desenvolvimento, ao contrrio, aumenta a rea da responsabilidade civil, com uma legislao
que, de forma a proteger as vtimas, tem todo o seu processo baseado nas leis, com impacto,
principalmente, sobre a pequena empresa.
1.14.2 Pressuposto da responsabilidade civil
Pressuposto, conforme ensina o dicionrio Aurlio (2004), consiste na circunstncia
ou fato considerado como antecedente necessrio de outro.

A responsabilidade civil, para ser caracterizada, impe a ocorrncia de 03 (trs) fatos


ou circunstncias, indispensveis simultaneamente, sem os quais no h como se falar na
aplicao desta sano. Esses pressupostos so os seguintes:
1. Ao ou Omisso;

39

2. Dano; e
3. Elo de causalidade entre ao/omisso e dano.

Para que algum seja responsabilizado civilmente por um dano, preciso que algum
ato tenha sido praticado ou deixado de praticar, seja pelo prprio agente ou por pessoa ou
animal de que ele seja responsvel. necessrio, portanto, a ocorrncia de um ato humano do
prprio responsvel ou de um terceiro, ou ento o fato de um animal ou coisa inanimada,
afastando-se, de logo, a responsabilidade por danos causados em funo de caso fortuito, algo
que no poderia ser previsto, ou fora maior, algo que, mesmo que pudesse ser previsto, seria
inevitvel.
J o dano, tem de ser efetivo, seja na esfera do patrimnio material, seja no campo dos
danos morais ou extra patrimonial, como prefere denominar uma parte da doutrina moderna.
No h como se responsabilizar civilmente uma pessoa, sem a prova real e concreta de
uma leso certa a determinado bem ou interesse jurdico. Por fim, exigida a prova do elo de
causalidade entre o dano e a ao/omisso, pois se h um dano, mas este se deu, por exemplo,
em funo de culpa exclusiva da vtima, que agiu com dolo, ou ento por motivo de fora
maior ou caso fortuito, no h como se responsabilizar, via de regra, o ru.
1.14.3 Responsabilidade civil e responsabilidade criminal
Uma classificao bastante relevante a que diz respeito distino entre
responsabilidade civil e responsabilidade penal.

Um primeiro ponto que deve ser enfocado o fato de que, pela responsabilidade civil,
o agente que cometeu o ilcito tem a obrigao de reparar os danos causados, buscando
restaurar o status quo ante, ou seja, situao idntica a que existe antes do fato, obrigao
esta que, se no for mais possvel, convertida no pagamento de uma indenizao, na
possibilidade de avaliao pecuniria do dano ou de uma compensao, na hiptese de no se
poder estimar o valor patrimonial este dano, enquanto, pela responsabilidade penal ou
criminal, deve o agente sofrer a aplicao de umas cominaes legais, que pode ser privativa
de liberdade, como por exemplo: priso; restritiva de direitos, como por exemplo: perda da
carta de habilitao de motorista; ou mesmo pecuniria, como por exemplo: multa.
Nas palavras de Bittar in Oliveira (III EPIAEx, 2002,s/p.),
A reparao representa meio indireto de devolver-se o equilbrio s relaes
privadas, obrigando-se o responsvel a agir, ou a dispor de seu patrimnio para a

40

satisfao dos direitos do prejudicado. J a pena corresponde submisso pessoal e


fsica do agente, para restaurao da normalidade social violada com o delito.

Assim sendo, o princpio que governa toda essa matria o do neminem laedere,
um dos princpios gerais do direito, consoante o qual a ningum se deve lesar, cujos efeitos
em concreto se espraiam pelos dois citados planos, em funo do interesse maior violado, de
pessoa, ou de pessoas, de um lado; da sociedade ou da coletividade, de outro; e conforme a
tcnica prpria dos ramos do Direito que a regem, a saber: a) Direito Civil, para as violaes
privadas; b) o direito Penal, para a represso pblica.

A responsabilidade civil e a responsabilidade criminal decorrem de um fato


juridicamente qualificado como ilcito ou, em outras palavras, como no desejado pelo direito,
pois praticado em ofensa ordem jurdica, viola o direito subjetivo individual.

Desta forma, conforme aponta Valler in OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002), baseado em
Nelson Hungria, a ilicitude jurdica uma s, do mesmo modo que um s, na sua essncia,
o dever jurdico. Em seus aspectos fundamentais h uma perfeita coincidncia entre o ilcito
civil e o ilcito penal, pois ambos constituem uma violao da ordem jurdica, acarretando, em
conseqncia, um estado de desequilbrio social. Mas, enquanto o ilcito penal acarreta uma
violao da ordem jurdica, quer por sua gravidade ou intensidade, a nica sano adequada
a imposio da pena, no ilcito civil, por ser menor a extenso da perturbao social, so
suficientes as sanes civis, tais como: indenizao, restituio em espcie, anulao do ato,
execuo forada, etc. A diferena entre o ilcito civil e o ilcito penal , assim, to somente,
de grau ou de quantidade.

Esta distino tem grande importncia para o entendimento do tema, tendo em vista
que o dano moral implica responsabilizao tanto na esfera civil, quanto penal, pelo que se
conclui que as sanes tambm se consubstanciaro de formas jurdicas distintas, de acordo
com o respectivo ramo do Direito. Por isso, explicite-se que a diferena entre estes institutos
de grau, e no de substncia, do que resulta a possibilidade de sua aplicao conjunta, em
funo de um mesmo fato.

Entretanto, a bem da verdade, na busca de uma viso globalizada da questo, h de se


lembrar que este entendimento de ilcito, proposto pelos ilustres doutrinadores citados, como
gerador da responsabilidade, deve ser complementado pela noo de responsabilidade

41

decorrente de imposio legal, em funo do risco da atividade, que, de acordo com o


princpio metodolgico adotado, pode no ser considerado um ato ilcito, mas que tambm
gera uma responsabilizao, independentemente de culpa.

Nesse sentido, num caso tpico de execuo que s faz confirmar a regra, existe o
disposto nos arts. 160, 1519 e 1520 do Cdigo Civil (2002), cuja anlise sistemtica faz
vislumbrar uma hiptese de indenizao por ato lcito.
Sendo assim, para fins de fixao de entendimento, adota-se o conceito de
responsabilidade penal de Fragoso in OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002), para quem a
responsabilidade penal o dever jurdico de responder pela ao delituosa que recai sobre o
agente imputvel.

J no que diz respeito ao conceito de responsabilidade civil, segundo a professora


M Diniz in OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002), para quem a responsabilidade civil a aplicao
de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a
terceiros, em razo de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por
alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposio legal.

Deste modo, constata-se que a idia de reparao algo inerente noo de


responsabilidade civil. A referida autora cita a reparao obrigatria pela pessoa em razo de
ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela
pertencente ou de simples imposio legal, de onde se conclui efetivamente que a
responsabilidade civil no decorre somente de atos praticados de forma pessoal pelo indivduo
responsvel, sujeito da obrigao de reparar.
1.14.4 Responsabilidade civil objetiva e responsabilidade civil subjetiva
A responsabilidade civil subjetiva a decorrente de dano causado diretamente pela pessoa
obrigada a reparar, em funo de ato doloso ou culposo.

Em outras palavras, a

responsabilidade civil subjetiva implica necessariamente a incluso de um quarto pressuposta


caracterizador, decorrendo, portanto, da conjugao dos seguintes elementos:
1. Ao ou Omisso;
2. Dano;
3. Elo de causalidade entre ao/omisso e dano; e

42

4. Dolo ou culpa do agente causador.

Esta culpa, por ter natureza civil, se caracterizar quando o agente causador do dano
atuar com negligncia ou imprudncia, atravs da interpretao da primeira parte do art.159
do Cdigo Civil (2002)7.

Do referido dispositivo normativo supra-citado, verifica-se que a obrigao de


indenizar, reparar o dano, a conseqncia juridicamente lgica do ato ilcito. Conforme se
refere tambm dos artigos. 1518 a 1532 do Cdigo Civil (2002), de seu Ttulo VII (Das
obrigaes por atos ilcitos).

Entretanto, hiptese h em que no necessrio ser caracterizada a culpa. Nesses


casos, est-se diante do que se convencionou chamar de responsabilidade civil objetiva.

Segundo tal espcie de responsabilidade, a conduta do agente causador do dano,


conquanto dolosa ou culposa, irrelevante juridicamente, haja vista que somente ser
necessria a existncia do elo de causalidade entre o dano e o ato do agente, para que surja o
dever de indenizar.

As teorias da objetividade da responsabilidade civil procuram encar-la como uma


mera questo de reparao de danos, fundada diretamente no risco da atividade exercida pelo
agente. de se ressaltar que o movimento objetivo surgiu no final do sculo XIX, quando o
Direito Civil passou a receber a influncia da Escola Positiva Penal.

O vigente diploma material civil brasileiro abraou a teoria da subjetividade, conforme


se observa na leitura do referido art. 159, que fixa uma regra geral da responsabilidade civil.
Entretanto, as teorias objetivas no foram de todo abandonadas, havendo diversas disposies
esparsas que as completam.

Conforme Valler in OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002), que apesar do Cdigo Civil
Brasileiro ter adotado a teoria clssica, a teoria objetiva se estabeleceu em vrios setores da
atividade, atravs de leis especiais. Assim , por exemplo, que o Decreto n. 2681, de 1912,
7

Art. 159: Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia, ou imprudncia, violar direito, ou causar
prejuzo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.

43

disciplina a responsabilidade civil das estradas de ferro, tendo em vista o risco da atividade
exercida. Em matria de acidente do trabalho, a Lei 6367, de 19 de novembro de 1976, se
fundou no risco profissional e a reparao dos danos causados aos trabalhadores passou a se
fazer independentemente da verificao da culpa, e em valores prefixados. Tambm o Cdigo
Brasileiro do Ar (Decreto Lei 32, de 18 de novembro de 1966), tendo em conta o risco da
atividade explorada, estabelece em bases objetivas a responsabilidade civil das empresas
areas. A Lei 6453, de 17 de outubro de 1977, em termos objetivos, disps sobre a
responsabilidade civil por danos nucleares.

Esta concepo de que a regra geral de responsabilidade civil a responsabilidade


subjetiva, mas que possvel haver hipteses de responsabilidade objetiva, em funo de
previso legal, tornar-se- muito importante, pois essa classificao da responsabilidade, em
relao ao seu fundamento, exerce relevante funo para a caracterizao e reparao do dano
moral decorrente da relao de emprego.
1.14.5 Responsabilidade civil do empregador nas relaes de trabalho
Diante do exposto acima, existe apenas uma premissa: a responsabilidade patrimonial
do empregador, e no direito positivo brasileiro, no foge regra da responsabilidade civil
subjetiva, a qual no prescinde do dolo ou culpa do agente.

Assim sendo, no possvel se imputar a qualquer empregador uma responsabilidade


por ato seu, sem que estejam presentes os quatro pressupostos bsicos da responsabilidade
civil subjetiva, quais sejam:
1. Ao ou Omisso;
2. Dano;
3. Elo da causalidade entre ao/omisso e dano; e
4. Dolo ou culpa do agente.
Desta forma, por exemplo, a previso do art. 7, XXVIII8, da Constituio Federal de
1988 traz, em verdade, duas regras distintas de responsabilizao:
a) Uma objetiva (referente ao seguro contra acidentes de trabalho), por conta direta do
rgo previdencirio (e de forma indireta, somente, pelo empregador); e
8

Constituio Federal, 1988. Art. 7, XXVIII :seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

44

b) A outra de natureza subjetiva, com base no antigo art. 159 do cdigo civil brasileiro
(2002), quando, a sim, a responsabilizao integral do agente patronal que provoca a leso.
Esta regra somente diz respeito responsabilidade civil do empregador por ato seu.
Este fato importante pelo fato de que, tratando-se de ato do empregado, alm da
responsabilidade civil objetiva do empregador.
1.14.6 Responsabilidade civil do empregador por ato do empregado
importante ser realizada a seguinte pergunta: qual a responsabilidade do
empregador pelos atos de seu empregado?

A resposta a esta questo se encontra expressa na previso legal dos artigos 1521 a
1523 do Cdigo Civil Brasileiro (2002), que dispem:
Art.1521: So tambm responsveis pela reparao civil:
I - Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob seu poder e em sua companhia;
II - tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas
condies;
III - patro, amo ou comitente, por seus empregados, serviais e prepostos, no
exerccio do trabalho que lhes competir, ou por ocasio dele (art. 1522);
IV - Os danos de hotis, hospedarias, casas ou estabelecimentos, onde se albergue
por dinheiro, mesmo para fins de educao, pelos seus hspedes, moradores e
educandos;
V - Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, at a
concorrente quantia.
Art. 1522. A responsabilidade estabelecida no artigo antecedente, n III, abrange as
pessoas jurdicas, que exercerem explorao industrial.
Art.1523. Excetuadas as do art.1521, V, s sero responsveis s pessoas
enumeradas nesse e no art. 1522, provando-se que elas concorreram para o dano por
culpa, ou negligncia de sua parte.

Essa previso legal afasta qualquer alegao de no responsabilidade do empregador


pelos atos dos seus prepostos, no havendo motivo para no se incluir tambm em relao a
leses extra patrimoniais.

A redao do art. 1523 demonstra que esta responsabilizao independe do dolo


especfico do empregador, satisfazendo-se com a culpa, in vigilando, quando decorre da
falta de ateno com o procedimento de outrem, ou in eligendo, decorrente da m escolha
do preposto, que, inclusive, engloba a negligncia.

Contudo, a jurisprudncia simulada do Supremo Tribunal Federal, smula 341 in


OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002), sobre a matria interpreta os dois dispositivos no sentido de
que presumida a culpa do patro ou comitente pelo ato culposo do empregado ou

45

preposto, o que demonstra esta responsabilizao legal por ato de terceiros, o que responde a
uma responsabilidade objetiva, ou, no mnimo, a uma responsabilidade civil com culpa
presumvel.

De qualquer forma, deve-se resguardar da possibilidade de ao regressiva do


empregador, pelos atos de seus empregados. Alguns ordenamentos jurdicos, no Direito
Comparado, trazem situaes, por exemplo, de responsabilidade patrimonial do empregado
assediador, independentemente da responsabilidade patrimonial da empresa.

No Brasil, a sistemtica do direito positivo trouxe situao de responsabilizao direta


e com presuno de culpa do empregador pelos atos dos seus prepostos. Todavia, isto no
exclui a possibilidade de uma ao prpria, ainda que regressiva, do empregador contra o
empregado, para ressarcimento dos gastos que teve pelo ato realizado por este empregado.

Havendo situao contratual especfica, seja na admisso, seja na eventual apurao do


fato na vigncia da relao jurdica de direito material, que plenamente possvel se tiver
ocorrido um procedimento reclamatrio interno srio, a denunciao da lide do empregado, na
ao promovida pelo empregado contra a empresa, de forma a verificar especificamente a
delimitao de responsabilidade pelo ato discutido em juzo.

Este posicionamento, inclusive, est respaldado pela previso do pargrafo 1 do art.


462 consolidado, que traz a regra geral sobre a possibilidade de descontos no salrio do
trabalhador

que expressamente preceitua: Em caso de dano causado pelo empregado, o

desconto ser lcito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrncia de
dolo do empregado.

Assim sendo, os advogados recomendam, inclusive, a insero nos contratos


individuais e/ou coletivos, convenes ou acordos coletivos, de clusula especfica sobre esta
matria, de forma a resguardar a responsabilidade da empresa pelo ato imputvel diretamente
ao empregado.

Consolidao das Leis Trabalhistas, art. 462, pargrafo 1 Ao empregador vedado efetuar qualquer desconto
nos salrios do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato
coletivo.

46

1.14.7 Responsabilidade administrativa


A Responsabilidade do servidor a que resulta do descumprimento de normas internas
da entidade a que est vinculado, da violao do correto desempenho do cargo ou da infrao
de regras. Qualquer comportamento omisso praticado no desempenho do cargo ou funo
gera o ilcito administrativo e est sujeito aplicao da pena disciplinar. Tal como as demais
situaes, no dependem do resultado dos processos civil e criminal, eventualmente
instaurados em razo do mesmo fato. Portanto, apurada a infrao administrativa, cabe
autoridade competente aplicar a pena, sem qualquer preocupao com o desfecho dos
processos que tramitam nas demais esferas de responsabilidade.

A responsabilidade do servidor acusado do cometimento de infrao funcional


depende da apurao desse ato ilcito pelos meios adequados, previstos pelo ordenamento
jurdico. Os meios adequados apurao da falta funcional so: os processos administrativo e
judicial os nicos que se afeioam com o esprito e a letra do disposto. 10

Com efeito, no se tem como observar esse direito do acusado se a infrao apurada
mediante sindicncia ou outro meio sumrio, que pelas suas caractersticas so incompatveis
com os institutos do contraditrio e da ampla defesa.

Logo, nula a pena, qualquer que seja ela, aplicada a servidores em que esses direitos
no lhes foram assegurados, mesmo que tenha sido precedida de sindicncia, ou decorra da
aplicao dos princpios da verdade sabida ou da flagrncia.

1.14.8 Penas passveis de aplicao


1. Advertncia;
2. Suspenso;
3. Demisso;
4. Cassao da aposentadoria ou disponibilidade;
5. Destituio de cargo em comisso; e
6. Destituio de funo comissionada.

10

Constituio Federal do Brasil, art. 5o., inc. LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral so assegurados os contraditrios e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

47

1.14.9 Engenharia
Engenharia, segundo OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002), consiste na arte de aplicar os
conhecimentos tcnicos e cientficos inveno, objetivando a correta aplicao tcnica
individual em todas as dimenses e nos mais variados campos de ao.

Observada a condio de profissional vinculado arte, os engenheiros so sempre


nomeados pela justia para funcionar com Expertos Judiciais, sob compromisso, nos
processos onde o ponto controvertido da discusso esteja relacionado matria
correspondente tcnica de que so detentores de ttulos, no mais das vezes, de reas
especializadas.
1.14.10 Engenheiro e Tcnico Eletricista
aquele que elabora e dirige estudos e projetos de engenharia eltrica e afim, segundo
OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002), correspondente :
- Caracterstica, especificao, preparo de plantas, tcnicas de execuo e recursos;
- Orientao sobre construo, instalao, funcionamento, manuteno e reparao de
instalaes, aparelhos e equipamentos eltricos.
1.14.11 - Laudo
Laudo, derivado do latim Paus, Iaudis de Inando, louvar, estimar, a pea em que os
Expertos Judiciais e assistentes das partes, em conjunto ou em separado, emitem parecer
tcnico e respondem aos quesitos que lhes so articulados pelo juiz, autor, requerido e
Ministrio Pblico, segundo OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002).

Para uma boa elaborao pode-se atender ordem genrica que se prope, com
possveis documentos, fotos, etc que instruam o trabalho tcnico, sem embargo de elementos
outros que sejam fundamentais, sem fugir advertncia de que cada caso possa exigir uma
conotao prpria.
1.14.12 - Responsabilidade Tcnica
O perito que, por dolo ou culpa, prestar informaes inverdicas, responder pelos
prejuzos que causar parte, ficar inabilitado a funcionar em outras percias por dois anos, e
incorrer na sano que a lei penal estabelecer, segundo OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002).

48

O Cdigo Penal pune a falsa percia no Art. 342, ao dizer: Fazer afirmao falsa,
negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou intrprete em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juzo arbitral.

Pena: recluso, de um a trs anos e multa.


1.14.13 Sociedade de economia mista
Smula 39 do Supremo Tribunal de Justia in OLIVEIRA (III EPIAEx, 2002):
Prescreve em vinte anos a ao para haver indenizao, por responsabilidade de sociedade de
Economia Mista.

1.14.14 - Jurisprudncia
Comprovada desdia imputvel empresa estatal que, tendo contratado empreiteira
para execuo de servios em uma de suas plataformas de explorao de petrleo,
deixou de tomar as providncias que lhes incumbiam para garantir proteo e
segurana aos trabalhadores, impem-se lhe carrear a obrigao de reparar os danos
causados em razo de tal conduta. (Supremo Tribunal de Justia 4 Turma
Responsvel: Relator Slvio de Figueiredo J.30.11.93 Rio de Janeiro 700/268)

1.14.15 Ao policial relacionada ao acidente de trabalho


Em 24.11.1997, foi assinada pelo Delegado Geral de Polcia do Estado de So Paulo, a
Portaria DGP n. 31, que dispe sobre a atuao policial civil na represso s infraes penais
relacionadas a acidentes do trabalho, e d providncias corretivas. Naquela Portaria (1997,
p.9), mencionado:
Considerando os elevados ndices de acidentes verificado[...].
Considerando que essa persistente forma de violncia, alm de macular a prpria
dignidade do trabalho, atenta contra a incolumidade das pessoas trabalhadoras, por
vezes resultantes de aes ou omisses penalmente relevantes, cujas apuraes,
como constitucionalmente previsto, afiguram-se dever da Policia Civil, assim no
contexto geral das suas funes de defesa e de promoo dos direitos
individuais[].

No documento emitido pela FUNDACENTRO e Delegacia Regional do Trabalho/So


Paulo, segundo JORDO (EPIAEx 2002), lembrado e comentado o art. 132 do Cdigo
Penal Brasileiro, sendo mencionado o seguinte: Artigo 132: Expor a vida ou a sade de
outrem a perigo direto ou iminente
Pena deteno de trs meses a um ano se o fato no constitui crime mais grave .

49

Ainda o autor menciona que a Delegacia de Polcia da Diviso de Comunicao


Comunitria DCS, do Estado de So Paulo (FUNDACENTRO, 1998, p.23), faz
interessantes comentrios a respeito do art. 132 do Cdigo Penal Brasileiro:
A aplicao deste artigo constitui verdadeira medida prtica visando a ocorrncia de
acidentes de trabalho [...]. Oportuno aqui comentar que o Artigo 132 do Cdigo
Penal pune a simples exposio a ttulo de perigo para a vida ou sade de outrem a
perigo direto e iminente.

Discorrendo sobre este crime, Delmanto (2000, p.262) enfatiza que tal infrao:
Visa proteo da indenidade de qualquer pessoa. Ela foi instituda em virtude,
principalmente, dos acidentes do trabalho sofridos por operrios em razo do
descaso na tomada de medidas de proteo por parte dos patres. Esse importante
aspecto no vinha sendo lembrado na aplicao deste artigo.

Os acidentes e doenas do trabalho constituem hoje no Brasil um grave problema de


Sade Pblica. As estatsticas oficiais, segundo ARAJO (2002), elaborados pelo INSS e
Ministrio do Trabalho, indicam que no Brasil, em 1996, ocorreram mais de 5000 mortes
oriundas de acidentes do trabalho. Segundo a Organizao Internacional do Trabalho, no seu
anurio de 1997, ocorreram 427.072 acidentes fatais e com leses incapacitantes no Brasil, no
perodo de 1991 e 1996. Segundo JORDAO (EPIAEx 2002), ocorrem no Brasil, cerca de 3
mil acidentes do trabalho por dia, dos quais 12 resultam em morte.
1.14.16 - Concluso
Ante o exposto, pode-se, a ttulo de concluses, sistematizar o seguinte:
- Embora existam previses legais de responsabilidade civil objetiva, a regra geral no
ordenamento jurdico Brasileiro a responsabilidade civil subjetiva;
- No Direito do Trabalho, esta regra no diferente, sendo a responsabilidade civil subjetiva o
parmetro bsico para aferio da responsabilidade patrimonial do empregador;
- No que diz respeito responsabilidade civil do empregador por ato do empregado, a culpa
presumida, por fora dos arts. 1521/1523 do vigente Cdigo Civil (2002) e da Smula 341 do
Supremo Tribunal Federal;
- Embora reconhecida responsabilidade objetiva do empregador por ato de seus prepostos, a
responsabilizao subsidiria do empregado medida da mais legtima justia, devendo ser
admitida, inclusive, a sua separao da pendncia judicial.

50

- Tcnicos e engenheiros encarregados por preparo de plantas, especificao de equipamentos,


funcionamento e manuteno de instalaes eltricas em atmosferas explosivas, tem
responsabilidade civil e penal, sempre que no atenderem as normas tcnicas e procedimentos
que regem a matria.
- A Responsabilidade administrativa s cabvel para os profissionais vinculados a uma
entidade.

51

2 REVISO DA LITERATURA
Este captulo tem por objetivo esclarecer os principais conceitos pela viso de diversos
autores e normas, de modo a estabelecer um referencial terico sobre o assunto.
2.1 ATMOSFERAS INFLAMVEIS OU EXPLOSIVAS
O processo industrial, segundo GARSIDE (1995b, p.2), freqentemente envolve o
uso, processamento ou armazenamento de materiais perigosos (inflamveis). Evidentemente
as plantas industriais associadas com estas operaes necessitam ser dispostas e controladas
de modo que estes materiais no se inflamem ou causem exploso, gerando danos s pessoas
ou a prpria planta. Deste modo, pode ocorrer em determinadas locais a mistura de gases,
vapores, poeiras e fibras inflamveis que associadas com o ar, em adequadas propores,
formam o que denominada atmosfera explosiva. Do ponto de vista qumico, a oxidao,
combusto e exploso so reaes de diferentes velocidades, sendo iniciadas por ignio ou
detonao.

Na definio do IP parte 15 (2002), em conformidade de utilizao e princpio com a


IEC 60079-10, h uma distino tcnica entre estes termos, sendo que uma atmosfera
inflamvel definida como uma mistura de gases ou vapores inflamveis com o ar em tais
propores que, sem necessidade de mistura alguma, ela queimar quando inflamada. J uma
atmosfera explosiva a mistura com o ar, sob condies atmosfricas, de substncias
inflamveis na forma de gases, vapores, neblinas ou poeiras, na qual aps a ignio ter
ocorrido a combusto ir se espalhar rapidamente para a queima completa da mistura. Desta
forma, esta norma recomenda o uso do termo atmosfera inflamvel de modo preferencial,
visto que o termo explosivo um caso especial de inflamvel onde, ou por bloqueio ou
por confinamento, conduz para uma criao de sobre presso quando a nuvem inflamada.
No caso das normas brasileiras, embora seja tecnicamente correta esta recomendao, ela no
prev esta distino, sendo de uso j consagrado o termo explosivo.

considerada rea perigosa, na acepo da diretriz 1999/92/CE do Parlamento


Europeu, em sua observao preliminar, item 1, a rea na qual pode formar-se uma atmosfera

52

explosiva em concentraes tais que exijam a adoo de medidas especiais, a fim de garantir a
proteo da segurana e da sade dos trabalhadores afetados. De forma idntica, uma rea em
que improvvel a formao de atmosfera explosiva tal que exija a adoo de medidas de
preveno especiais considerada rea no perigosa. A mesma diretriz define que as
substncias e/ou combustveis so consideradas substncias susceptveis de formar atmosferas
explosivas, exceto se a anlise de suas caractersticas qumicas demonstrarem que, em
misturas com o ar, essas substncias no podem propagar espontaneamente uma exploso.

Antes da ocorrncia de fogo ou exploso de uma substncia inflamvel, segundo


GARSIDE (1995a, p.4), dever existir um oxidante (normalmente o ar) suficiente para
suportar a combusto e uma fonte de ignio. Estes trs elementos formam o conhecido
tringulo da ignio ou do fogo. O ar contm aproximadamente 20,95 % de oxignio. No caso
de atmosferas que contenham mais de 21 % de oxignio ou onde a presso parcial do
oxignio exceda a presso de 12 bar, deve ser considerado como uma atmosfera de oxignio
enriquecida. Desde que a ignio possa ser mais acelerada nestas atmosferas, deve existir
precauo especial. Nestes casos, o fator de segurana deve ser, no mnimo, dobrado.

Existe um grande nmero de fontes de ignio em potencial, segundo GARSIDE


(1995b, p.2), tais como o uso no autorizado do fumo, de chamas abertas, superfcies quentes
do prprio processo, faiscamentos, centelhamentos, energia esttica, incluindo as geradas de
roupas; e por descargas eltricas. Muitas destas fontes podem ser controladas ou minimizadas
atravs de um bom arranjo, gerenciamento e controle. Existe, porm, um problema adicional.
Os equipamentos eltricos necessrios para operar uma planta industrial, tais como: bombas,
ventiladores, luzes, instrumentao e outros equipamentos so elas prprias fontes de ignio
potenciais.

Para JORDO (2002, p.19), em unidades de processos, vrios so os equipamentos


que podem ocasionar uma onda de choque, centelhas ou produzir um efeito trmico. Da o
cuidado com instalaes eltricas, que essas plantas industriais requerem em sua operao e
manuteno, pois a eletricidade uma fonte de risco, normalmente, presente. Em
equipamentos eltricos, so vrios os fatores que podem vir a ser fonte de ignio de uma
atmosfera explosiva. Estes podem ser ocasionados por condies normais de operao do
equipamento, tais como: centelhamentos provenientes da abertura e fechamento de contatos,
centelhamento das escovas de motores eltricos, temperatura elevada proveniente das

53

caractersticas de projeto do equipamento e arcos volticos devido abertura e fechamento de


contatos dos equipamentos de controle e proteo dos equipamentos eltricos, tais como:
rels, contactores, disjuntores etc, entre outros. Da mesma forma, podem ser ocasionados por
condies anormais de operao tais como: correntes de defeito, travamentos de motores, mau
contatos, falhas de montagem e manuteno, falta a terra, curtos-circuitos etc.

Assim sendo, para JORDO (1998, p.20), fundamental o conhecimento das


peculiaridades de cada ambiente quanto ao aspecto da possibilidade da presena de uma
atmosfera potencialmente explosiva, para uma correta especificao tcnica de um
equipamento eltrico.

Para que o processo de especificao, instalao, manuteno e seqncia operacional


de uma determinada rea industrial, que possua caractersticas consideradas explosivas, seja
possvel dentro de normas de segurana reconhecidas internacionalmente, fundamental o
desenvolvimento de uma planta de arquitetura denominada planta de classificao de reas,
conforme JORDO (III EPIAEx, 2002). A partir desta, possvel definir quais as melhores
solues tcnicas para a especificao e instalao de um equipamento eltrico nesta rea ou
at se, a melhor soluo, for a instalao deste equipamento a uma distncia segura, fora da
rea desta atmosfera explosiva. Quanto a este tpico, a DIRECTIVA 1999/92/CE estabelece
que: A instalao, os equipamentos, os sistemas de proteo e respectivos dispositivos de
ligao s sero postos em servio se o documento sobre a proteo contra exploso indicar
que podem ser utilizados com segurana na presena de atmosferas explosivas, ou seja,
imprescindvel uma planta de classificao de reas para a obteno dos conceitos de
segurana da planta industrial. Outro ponto importante que a DIRECTIVA 1999/92/CE (1999,
anexo II, p.11, item 2.4), determina que as mesmas condies acima citadas devem:
[...]. Tal igualmente aplicvel aos equipamentos de trabalho e respectivos
dispositivos de ligao que no sejam considerados equipamentos ou sistemas de
proteo na acepo da diretiva 94/9/CE, se a respectiva incorporao numa
instalao puder, por si s, originar um risco de exploso. Devero ser tomadas as
medidas necessrias para evitar qualquer confuso entre dispositivos de ligao.

Nas instalaes e servios em eletricidade, segundo ARAJO (2002), a legislao


determina atravs da NR-10, que, devem ser observadas no projeto, execuo, operao,
manuteno, reforma e ampliao, as normas tcnicas oficiais estabelecidas pelos rgos
competentes e, na falta destas, as normas internacionais vigentes.

54

A afirmativa de JORDO (III EPIAEx, 2002) de que alm das solues tcnicas que
viabilizam o equipamento para operar neste tipo de atmosfera, deve-se observar que nada
disto resultar em uma operao segura se a montagem, operao e manuteno das
instalaes no forem feitas por pessoal qualificado e com conhecimento comprovados sobre
este assunto, o que est em consonncia com a preocupao observada na DIRECTIVA
1999/92/C (1999, anexo II, p.11, item 2.5), que determina como medida de proteo contra
exploses que:
Devero ser tomadas todas as medidas necessrias para garantir que o local de
trabalho, o equipamento de trabalho e os respectivos dispositivos de ligao postos
disposio dos trabalhadores foram concebidos, construdos, montados e instalados,
e sero mantidos e utilizados de forma a minimizar os riscos de exploso.

J a legislao Brasileira, segundo ARAJO (2002, p.229), determina atravs da NR10 norma regulamentadora do Ministrio do Trabalho e Emprego, que:
item 10.3.2.7: As instalaes eltricas devem ser inspecionadas por profissionais
qualificados, designados pelo responsvel pelas instalaes eltricas nas fases de
execuo, operao, manuteno, reforma e ampliao.
item 10.3.7.1: Deve ser fornecido um laudo tcnico ao final dos trabalhos de
execuo, reforma ou ampliao de instalaes eltricas, elaborado por profissional
devidamente qualificado e que dever ser apresentado, pela empresa, sempre que
solicitado pelas autoridades competentes.

Preocupada com a segurana dos trabalhadores em reas classificadas, a DIRECTIVA


1999/92/CE, ao tratar da formao dos trabalhadores, amplia a concepo da necessidade de
treinamento ao prprio operador envolvido na atividade em reas classificadas e determina
que o empregador proporcionar aos trabalhadores afetados a locais onde possam ocorrer
atmosferas explosivas uma formao adequada proteo contra exploses. Outra deciso
importante a exigncia de instrues escritas e autorizaes para a execuo de certos
trabalhos, determinados atravs de que o trabalho em reas classificada ser realizado de
acordo com as instrues escritas emitidas pela entidade patronal, ressaltando que a
autorizao para a execuo de certos trabalhos deve ser emitida antes do incio dos trabalhos
por uma pessoa responsvel para o efeito e que ser aplicado um sistema de autorizaes
para a execuo de certos trabalhos perigosos e para as operaes que possam causar perigo
por interao com outros trabalhos. No Brasil, a NR-01 determina no seu item 1.7, segundo
Arajo (2002, p. 54), que:
cabe ao empregador:
a) cumprir e fazer cumprir as disposies legais e regulamentares sobre segurana e
medicina do trabalho;

55

b) elaborar ordens de servio sobre segurana e medicina do trabalho, dando cincia


aos empregados;
c) informar aos trabalhadores:
sub item I- os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;

De forma a melhorar o nvel de segurana, a NR-10 est em fase de modificao,


tendo como proposta, no item 10.8.8.2, que o trabalho em reas classificadas deve ser
precedido de treinamento especfico de acordo com o risco envolvido. Conforme JORDO
(EPIAEx, n 31), nesta mesma norma existe a proposta de determinar a obrigatoriedade e
especificar o treinamento dos profissionais autorizados a intervir nas instalaes eltricas,
assim como de definir o entendimento de profissional qualificado e habilitado, trabalhador
capacitado e pessoa autorizada.
2.2 CLASSIFICAO DE REAS
Na viso de Jordo (INFORM-Ex, n. 34/2002, p.2), a:

Classificao de reas um procedimento pelo qual a unidade industrial identifica:


os tipos de substncias inflamveis possveis de ocorrerem no ambiente de processo,
define em que probabilidade essas substncias podem estar presentes no meio
externo para formar mistura inflamvel, fornece os volumes de risco gerados pelos
equipamentos de processo que contm estes produtos inflamveis e com que
extenso essa probabilidade esperada, definindo os limites da rea com risco de
presena de mistura explosiva. Por conseqncia, a classificao de reas
profundamente conceitual e fornece informaes a respeito de um risco, entendendo
neste caso, o risco como a probabilidade de presena de mistura inflamvel no
ambiente de trabalho.

Na definio do IP parte 15 (2002), uma rea classificada definida como um


espao tri-dimensional na qual uma atmosfera inflamvel pode estar presente em certa
freqncia que requeira precaues para o controle das fontes potenciais de ignio, incluindo
equipamentos eltricos fixos. Assim sendo, todas as outras reas so no perigosas neste
contexto, apesar delas serem, em parte ou todo, particularizada em uma rea restrita nas quais
todos os trabalhadores esto sob controles especiais, como por exemplos as instalaes de
distribuio de derivados de petrleo e plataformas de produo off-shore.

Segundo GARSIDE (1995a, p. 4), as reas classificadas so aqueles locais, em reas


comuns ou industriais, onde uma atmosfera explosiva possa existir. A substncia inflamvel
usualmente um gs ou vapor, mas poder ser tambm uma poeira ou fibra. Estas reas so
classificadas por tipo de perigo e com que probabilidade esta poder estar presente no
ambiente.

56

Para (RANGEL, III EPIAEx, 2002, p.1), rea na qual uma atmosfera explosiva de
gs est presente ou na qual provvel sua ocorrncia a ponto de exigir precaues especiais
para a construo, instalao e utilizao de equipamento eltrico. Nota-se nesta definio,
que o autor limita em atmosfera explosiva de gs, porm este um caso especfico entre as
atmosferas inflamveis. Esta limitao conceitual foi definida no foco do trabalho apresentado
sobre o aterramento do neutro de sistemas de fora instalados em reas classificadas zona 1 e
zona 2.

Na viso de (BORGES, 1997, p.19-20), atmosfera potencialmente explosiva uma


mistura de gases ou vapores inflamveis com o ar, sob condies atmosfricas, onde so
consideradas condies atmosfricas as misturas sob presso de 0,8 a 1,1 bar e temperaturas
de (-20 a +60) C e que uma mistura considerada de risco se sua exploso puder causar
danos s pessoas, sejam por aes diretas ou indiretas. Este autor define adiante que:

Toda rea onde possa existir uma atmosfera potencialmente explosiva necessita ser
classificada para se determinar as possveis substncias que podem presente
bem como a freqncia com que tais substncias ocorrem; da o termo rea
classificada, s vezes erroneamente denominada por rea perigosa.

O prprio autor cita na p. 36 que importante mencionar que riscos de exploso


existem com outras atmosferas que no sejam de gases ou vapores, como, por exemplo,
poeiras combustveis.

O objetivo da classificao de reas prevenir a ignio de vapores e lquidos


inflamveis, para o IP parte 15, que podem ser gerados de tempos em tempos na operao
de equipamentos que utilizem estes produtos. Esta para reduzir os nveis mnimos de
aceitabilidade a probabilidade de coincidncia de uma atmosfera inflamvel e a ocorrncia de
uma fonte de ignio gerada por um equipamento eltrico ou por qualquer outra forma. Nesta
definio, por ser esta norma especfica para a indstria do petrleo, no houve a preocupao
conceitual de caracterizar o caso das poeiras e fibras inflamveis.

Para o IEC 60079-10 (1996), no objetivo da classificao de reas proteger contra a


ignio de liberaes maiores de materiais inflamveis sob falhas catastrficas da planta
industrial, tais como, ruptura de vasos de presso ou de oleodutos ou tanques de lquidos
refrigerados, que em equipamentos corretamente operados, tem uma probabilidade de

57

ocorrncia muito baixa. As ocorrncias de certas falhas devem ser mantidas em limites
estritas de aceitabilidade por: correto projeto, construo, manuteno e operao do
equipamento.

Os cdigos e normas trazem, na verdade, orientaes para a classificao de reas em


torno dos equipamentos onde: esto em movimentao, esto contidos ou que armazenam
lquidos inflamveis e forneam um fundamento tcnico para uma adequada correlao com
os equipamentos eltricos fixos e os locais de outras fontes de ignio destas reas. As
restries das zonas das classificaes de rea devem ser tambm consideradas quando da
introduo e
uso temporrio de equipamentos eltricos ou equipamentos mveis com capacidade de serem
fontes de ignio.

Pela IP - parte 15 (2002), a rea classificada no deve ser utilizada como a principal
ferramenta na determinao de um leiaute. Contudo, aspectos de reas classificados devem
ser considerados na determinao das distncias de separao entre os equipamentos. Os guias
devem ser tomados como recomendaes de espaamento de segurana entre equipamentos,
acessos de pessoas e outras mquinas, incluindo fontes de ignio.

A tcnica de classificao de reas, conforme o IP - parte 15 (2002), descritas nas


normas, assume que os equipamentos na qual esto sendo aplicadas estas, esto os projetos,
construdos, mantidos e operados de acordo com as melhores prticas da indstria, de forma a
reduzir as falhas em nveis mnimos. Os equipamentos e linhas devem ser projetados por
normas internacionais ou nacionais equivalentes. De forma idntica, devem: ser respeitadas as
boas condies de operao e as prticas de manuteno e serem devidamente seguidas.

O aperfeioamento da classificao de reas associado necessidade econmica de


reduo de custos, segundo JORDO (2002), gerou uma nova gerao de produtos, onde
vrios tipos de protees diferentes foram desenvolvidos, refletindo os diversos nveis de
risco presentes nesse ambientes.

Por

muitos

anos,

observa

MACMILLAN

(1986)

em

seu

estudo,

in JORDO (2002, p.215), uma enorme quantidade de tempo e dinheiro foi empregada por
governos, instituies de normalizao e pela prpria indstria com o objetivo de estabelecer

58

regras claras para a classificao de reas e aplicao de equipamentos eltricos nestas reas.
Desta forma, o resultado que muitas situaes apresentam riscos similares, mas so
classificadas de maneiras completamente diferentes por diversos grupos encarregados deste
trabalho. Alm disto, continua o autor, muitas empresas desenvolveram normas prprias para
orientar e desenvolverem a planta de classificao de reas, que variam conforme a filosofia
de segurana utilizada e a origem quanto ao seu pas gerador ou detentor do conhecimento.
Essas tcnicas foram adotadas por usurios, ora obrigados por determinao legal, ora na
ausncia de legislao pertinente, pela prpria concepo de seus projetos originais. Todas
so estrangeiras e, portanto, com caractersticas prprias.
Levando em considerao que a classificao de reas no uma cincia exata, que
depende de fatores externos at mesmo de carter subjetivo, a determinao da forma e
extenso das reas classificadas torna-se uma tarefa difcil, conforme JORDO (1998).
Corroborando com esta viso, segundo COX et allii (1990), como as teorias de
classificao de reas foram desenvolvidas de forma independente, com muitas filosofias e
conhecimentos diferentes, at hoje inexiste uma prtica comum. Na verdade standards e
codes foram desenvolvidos por diferentes entidades, ao longo do tempo, e possuem suas
prprias especificidades.

Em outras situaes, normas de uma mesma empresa podem apresentar diferenas


conceituais ou de formatao, dependendo da interpretao do assunto, da formao da equipe
geradora, do enfoque ou da necessidade de detalhamento ou compreenso da mesma.

A norma Petrobras CONTEC N-2166, por exemplo, foi criada com o fim especfico de
auxiliar na seleo e aplicao dos equipamentos, dispositivos e materiais eltricos para uso
em atmosferas inflamveis ou explosivas em refinarias de petrleo. Nestas, gases e lquidos
inflamveis so processados, manuseados, armazenados e submetidos a operaes de
carregamento e descarregamento. Da mesma forma, nestes locais, as substncias inflamveis
so continuamente processadas sob condies de elevadas presses, vazes e temperatura em
equipamentos, em sua maioria, de grande porte. A norma Petrobras CONTEC N-2167, tem
como objetivo fixar as condies exigveis para a classificao de reas para unidades de
transporte de petrleo, gases e derivados. Entendendo como unidades de transporte quelas
que contenham estaes de bombeamento, estaes de compresso, parque de

59

armazenamento, plataformas para carregamento e descarregamento e tubovias. J a norma


Petrobras CONTEC N-2154, tem como objetivo fixar as condies exigveis para a
classificao de reas em sondas de perfurao, instalaes de produo em terra e
plataformas martimas fixas e mveis onde gases e lquidos inflamveis so processados,
manuseados e armazenados. Todas estas normas seguem o mesmo princpio conceitual, que
orienta sua aplicao, segundo a norma IEC. Entretanto pode-se observar a interferncia da
norma americana API, principalmente na aplicao das figuras padronizadas, conjugando sua
influncia, conforme indicao dos documentos relacionados como base para a execuo das
mesmas. Como h uma enorme diversidade de aplicaes, ocorrem muitos casos especficos,
onde as figuras padres no possuem aplicabilidade imediata, gerando variabilidade de
solues.

A respeito da classificao de reas, existem vrias normas e recomendaes


internacionais que tratam do assunto, como a IEC 60079-10, a americana API 500, a alem
EX-RL e o projeto de norma Mercosul NM/IEC 60079-10, conforme RPKE (2001).

Estas discrepncias na elaborao das reas classificadas, segundo JORDO


(III EPIAEx, 2002), no tem sido causa de maiores acidentes, provavelmente motivado pelo
fato das anlises serem conservadoras, contemplando enormes margens de segurana, porm
acarretando aumento de custos significativos. Diversos so os fatores que influenciam as
dimenses da extenso das reas classificadas, tais como: taxa de liberao inicial, vazo de
ar, propriedades do material inflamvel, obstrues prximas do ponto de liberao e
gradientes de temperatura. Estas variveis tornam a tarefa desta determinao muito difcil e
as tentativas de impor um maior grau de preciso tem levado a debates sem fim, conclui
JORDO (2002, p.218), complementando que para a mesma situao, os diversos cdigos
possuem classificaes diferentes, como no caso de classificao de reas de uma sala
contendo lama utilizada na perfurao de poos de petrleo.

Pela viso americana, segundo SCHRAM e EARLEY (1993), para se determinar


extenso de uma rea classificada e sua apropriada classificao em divises pode ser bem
simples se esta um local comum, onde considervel experincia foi construda, de forma
que, informaes dimensionais especficas esto definidas em padres estabelecidos e
normalizados. Contudo, pode ser bem difcil em outras situaes especficas para determinada

60

empresa ou locais, com caractersticas to peculiares que inexista conhecimento prvio e


muito menos figuras padres pr-estabelecidas em normas e padres.

Certos locais, onde s so manuseadas pequenas quantidades de lquidos inflamveis,


podem, segundo o IP - parte 15 (2002), dentro do contexto de rea classificada ser
denominada como no perigoso. Isto pode ser aplicado para laboratrios que testam
pequenas amostras de petrleo, por exemplo. Porm no existe um limite de corte definido
entre o seguro e o risco, devendo ser julgado de acordo com as circunstncias. Por exemplo, o
risco de retirar gasolina de um tanque de combustvel de um veculo no espao de uma
garagem fechada ou a inspeo de um buraco no subsolo exige rgido controle de todas as
fontes de ignio e somente: equipamentos eltricos, projetos e certificados para zona 1 so
permitidos. Nestes casos, necessrio que precaues devam ser tomadas para prevenir
possibilidade de ignies por qualquer tipo de fonte de ignio. Algumas figuras dimensionais
so mostradas abaixo, onde so percebidas as diferenas na aplicao das diversas normas e
cdigos.
ICI/RoSPA

API
500

SS 421 08
20 (Sucia)

10 m

Escala
zona 1

zona 2

Figura 1: Distncia de para tanques de teto fixo sugerido por codes e standards
estrangeiros. Fonte: UZEDA etal. (III EPIAEx, 2002).

61

Como no existe uma padronizao de mtodos e processos, a grande dificuldade


existente de como adequar as plantas industriais que manuseiam ou processam fluidos
inflamveis quanto ao aspecto da classificao de reas.

Uma pesquisa realizada ao grupo HAZLOC, na internet, grupo este de discusso


internacional especializado em atmosferas explosivas, atravs do seu moderador, em agosto
de 2002, obteve os resultados abaixo:
Assunto: [hazloc] Pesquisa sobre classificao de reas com a seguinte pergunta: Qual o
mtodo voc usaria para definir a extenso da rea classificada, considerando reas do
tipo Classe I (EUA) ou Grupo II ABC (IEC)?
As escolhas e os resultados foram:

Norma a ser utilizada

Nmero de votos

Percentual de votos

API-RP-500 (USA) ou outro baseado nesta

18.18

Somente API-RP-505 (USA)

9.09

IP-15 (UK) ou outro baseado nesta

9.09

Um software de modelagem de disperso de gs

NFPA 499 ou outro baseado nesta

Um mix de todos os acima, dependendo de cada caso.

27,27

Eu no estou envolvido com estes estudos

18.18

Algumas vezes eu sinto que algum dado foi perdido

Eu copio por comparao com outro projeto similar

18.18

Total

11

100

Tabela 1 Resultado de pesquisa realizada na internet.


Fonte: Site da internet hazloc em http://groups.yahoo.com/group/azloc
Reforando tese que, mesmo entre especialistas de vrias partes do mundo, no existe
consenso sobre o assunto.
As instalaes eltricas de uma planta industrial que possua produtos com capacidade
de originar uma atmosfera potencialmente explosiva, atravs do manuseio, produo,
processamento ou armazenamento de produtos inflamveis, devem estar de acordo com as
melhores prticas, recomendaes e atendimento aos requisitos de um conjunto de normas
tcnicas especficas.

62

A simples aplicao de uma norma ou conjunto de normas, mesmo estas sendo


reconhecidas internacionalmente, segundo JORDO (INFORM-Ex, 34, 2002), de forma
mecanicista, no garante que o resultado seja bom. Fatores particulares da instalao, aliados
s influncias externas, tais como: ventilao, tipo do equipamento de processo e parmetros
do processo, pode interferir bastante na soluo final, afetando de forma significativa na
planta final de classificao de reas.

Devem ser evitados, segundo UZEDA etal.(EPIAEx, 2002), desenhos de classificao


de reas genricas, com a simples transposio de figuras de orientao do API RP 500. Os
desenhos, sempre que possvel, devem conter a identificao dos equipamentos e adequao
das figuras API planta representada. Essa prtica permite a visualizao das particularidades
das plantas, o que facilita a comunicao dos desenhos. Desenhos em corte da planta devem
ser elaborados, o que inibe possibilidade de erros de interpretao.
Desta forma, conclui Jordo (INFORM-Ex n 34, 2002, p.2),
Podemos afirmar que:
a) a classificao de reas um documento de carter conceitual e faz parte do tema
segurana industrial;
b) por isso, todas as pessoas que transitam na unidade de processo (da planta
industrial), devem ter conhecimento dele;
c) a simples aplicao de figuras padronizadas pelas normas no garante que o
resultado refletir o risco real que a unidade apresenta.

Baseado na dificuldade apresentada para a definio dos volumes de uma


classificao de reas, sabendo que no uma cincia exata, que os prprios especialistas
divergem sobre questes importantes, pode-se fazer a seguinte pergunta: para que serve afinal
a classificao de reas? Segundo JORDO (2002), a classificao serve para orientar na
especificao, montagem, manuteno e operao de equipamentos eltricos e eletrnicos,
bem como para abalizar qualquer trabalho na planta industrial, mesmo que seja de outras
disciplinas que no a eltrica ou eletrnica.
2.2.1 Gesto de uma rea classificada
Gesto, para LUND (2003), um termo genrico que sugere, tanto quanto seus
sinnimos: administrao e gerncia, a idia de dirigir e de decidir.

Segundo Motta in LUND (2003, p.14),

63

Administrao, como profisso, nasceu na rea pblica para expressar uma funo
subordinada aos conselhos, s assemblias ou ao poder poltico. A expresso mais
nobre da administrao tem origem no sculo XVII, com a institucionalizao mais
clara do cargo de ministro; do latim minus (menos), que se contrape magis
(mais), de magister ou magistrado. O administrador era assim o executor das
decises emanadas dos rgos polticos superiores ou dos parlamentos e das
assemblias legislativa.

A palavra gerncia, segundo LUND (2003), passou a ser utilizada na rea privada para
significar a funo subordinada queles que esto nos conselhos superiores. Desta forma, o
administrador, no cargo de gerente ou de executivo, a pessoa encarregada de executar as
ordens de diretores, proprietrios ou membros dos conselhos de administrao das empresas.

rea classificada, como j foi visto , segundo GARSIDE (1995), aqueles locais, em
reas comuns ou industriais, onde uma atmosfera potencialmente explosiva pode existir. A
substncia inflamvel usualmente um gs ou vapor, mas pode ser tambm uma poeira ou
fibra. Estas reas so classificadas em termos do tipo de perigo e com que probabilidade esta
pode estar presente no ambiente.
2.2.1.1 A aplicao da gesto para o processo de classificao de reas
A classificao de reas deve ser incorporada dentro do programa de gerenciamento de
segurana, meio ambiente e sade da empresa, conforme recomendao da norma
IP parte 15 (2002).
Em consonncia com o citado, segundo JORDO (2002), a classificao de reas
tradicionalmente um documento da especialidade eltrica. No entanto, ele um resumo das
informaes das diversas especialidades envolvidas, tais como: de processo, ventilao,
arranjo, eltrica, instrumentao, operao, segurana e manuteno. Em resumo, a planta de
classificao de reas um documento multidisciplinar. Mais do que isto, nela est inserida
parte importante da segurana da unidade, independente de seu porte. Completa JORDO
(INFORM-Ex, n 34, 2002), as informaes contidas na classificao de reas tm carter de
segurana industrial, pois a falta de conhecimento dessas informaes pode levar pessoas a
cometer atos que podem por em risco de exploso ou incndio a planta industrial e por
conseqncia, a vida de pessoas que estejam diretamente ou indiretamente envolvidas, seja
empregados, visitantes ou at mesmo as pessoas da comunidade.

A pessoa responsvel pela coordenao de um gerenciamento do processo de


classificao de reas deve se identificar e ser reconhecida com este campo tcnico, conforme

64

o IP parte 15 (2002). O trabalho de classificao de reas requer que este objetivo possua
uma viso interdisciplinar. recomendvel que esta equipe seja integrada por pessoas que
possuem total conhecimento dos processos e dos equipamentos, e ser assessorada pelas reas
de segurana industrial, de preveno de perdas e pela equipe de engenharia eltrica. Os
entendimentos alcanados sobre a classificao de reas devem ser formalmente registrados,
continuamente revisados e mantidos atualizados.

Para que serve tudo isso? Pergunta JORDO (EPIAEx, 2002), respondendo em
seguida: uma questo de SEGURANA! pois nada disso teria sentido caso no se
estivesse trabalhando em prol da preservao de vidas, instalaes e meio ambiente.

Na viso do IP parte 15 (2002), na instalao de um novo equipamento ou em


qualquer modificao de processo da planta industrial, a tcnica de anlise da rea
classificada deve ser executada antes do projeto e do leiaute estar finalizado. Neste estgio,
possvel fazer consideraes de modificao a um baixo custo. A classificao de reas deve
sempre ser revisada e as modificaes desenhadas, se necessrio, com um novo desenho
completo, de forma a que, antes do incio de qualquer obra na planta industrial, j estarem
prontas as mudanas nos desenhos existentes das reas que lidam com lquidos inflamveis. A
empresa que opera os equipamentos tem a primeira responsabilidade de assegurar que a
classificao de reas seja um processo contnuo na atualizao das instalaes que operam
com lquidos inflamveis. No caso da Europa, esta exigncia est contida na diretriz ATEX
(1999/92/EC). Para os equipamentos e leiautes que tenham sido projetados e construdos
sobre conceitos fechados, contrato de turn key compra de projeto completo, do projeto
instalao; os responsveis das plantas devem providenciar o estudo e a obteno das
documentaes pertinentes dos proprietrios do projeto para fins de responsabilidade legal.

A boa prtica recomenda, segundo UZEDA etal. (EPIAEx, 2002), que o desenho de
classificao de reas seja revisado logo aps a entrada em operao de uma planta nova.
Possveis desvios das premissas adotadas no projeto podem ser encontrados, e o desenho deve
ser revisado adequando-o realidade operacional da planta. O bom senso tambm recomenda
que revises peridicas ocorram para garantir que no haja ocorrncia de desvios durante as
manutenes, alterando as premissas de proteo estabelecidas na classificao de reas.

65

Alguns especialistas, segundo MCMILLAN (1998) recomendam que a atualizao dos


desenhos de classificao de reas no ocorra num prazo superior a dois anos. Vale lembrar
que mudanas operacionais na planta devem ser precedidas por uma reavaliao do grau de
risco, ou seja, precedida por uma avaliao da classificao de reas, independente da
existncia ou no de uma reviso recente. Neste caso, uma inspeo de rea deve, conforme a
Norma IEC 60079-17 (2002), ser feita para verificao da conformidade das instalaes
eltricas em face de uma nova classificao de reas.

Outra questo importante refere-se ao processo de contratao do servio de


classificao de reas de outras empresas, prtica atualmente conhecida como terceirizao
de servios. Aps o afundamento de uma plataforma de petrleo na costa brasileira, tm sido
travadas inmeras discusses a este respeito, inclusive no mbito das empresas certificadoras
de sistemas integrados de SMS. Dado s peculiaridades de cada empresa, das dificuldades
para a aplicao dos conceitos e normas, da necessidade de conhecimento intrnseco do
processo a ser analisado, verifica-se que, conforme JORDO (INFORM-Ex n 34, 2002), as
contrataes desse trabalho por terceiros tem tido resultados que demonstram: total falta de
conhecimento conceitual e das particularidades da instalao, com erros grosseiros e
principalmente sem agregar valor algum ao pessoal que opera a unidade. Desta forma, as
equipes responsveis por este assunto na planta industrial continuam cometendo os mesmos
erros, seja na instalao, montagem, manuteno e inspeo dos equipamentos eltricos
instalados nas reas classificadas, pois no foram envolvidos nas discusses a respeito das
questes relativas ao problema, causando uma falsa impresso de que o item relativo
classificao de reas esteja resolvido. Outro questionamento : compensa ter desenhos de
classificao de reas em um prazo curto atravs de contratao, mas tendo como resultado
um desenho puramente terico, sem consistncia, que no expressa a realidade da planta
industrial? Ou t-los num prazo mais longo, mas como resultado de consenso e da
participao da equipe da unidade industrial, expressando solues que so oriundas das
condies particulares desta, alm de promover uma capacitao interna muito importante
para a conscientizao e melhoria do nvel de segurana da unidade. Outro aspecto a ser
ressaltado que atravs deste procedimento, existe a motivao e comprometimento da
equipe referente ao assunto e a capacitao e crescimento profissional dos mesmos. Da
mesma forma, pode especialistas de empresas sem conhecimento das particularidades do local
e de seus processos definir reas classificadas adequadamente? Ser que os volumes
propostos sero adequados quela planta industrial? Como este assunto , fundamentalmente,

66

de segurana industrial, que depende de condies especficas da planta industrial e possui


conceitos variveis e sem padronizao total, ser possvel ser realizado atravs deste tipo de
terceirizao? A resposta a esta questo pode ser dada atravs da experincia ocorrida em uma
refinaria de petrleo11, que de forma inteligente, adotaram os procedimentos em consonncia
com o proposto acima, de formao de grupo interdisciplinar e envolvimento amplo de
empregados diretamente com o processo.

A empresa contratada assumiu apenas a questo da coordenao do processo,


fornecendo especialista quanto ao assunto e orientando o grupo quanto aos fundamentos
especficos das normas internacionais.

Outro ponto chave foi a de resguardar as necessidades contratuais de realizao dentro


de prazos pr-definidos e por conseqncia direta, impondo a prioridade necessria de
liberao de pessoal da refinaria para a realizao do servio. Todos os processos e registros
foram feitos adequadamente, seguindo as normas internas da empresa.

Aps observao, anlise e comunicao oral com especialistas sobre as mudanas que
vm ocorrendo na forma de administrao de pessoas e empresas, podem-se perceber a
tendncia holstica que se implanta no gerenciamento de projetos e em especial, as novas
propostas para a realizao de classificao de reas.

Ouso dizer que, como cita FERGUSON in TAVARES (1993, p.110), [...] uma nova
tica transcendental, social e de comrcio, caracterizada pela autodeterminao,
preocupao com a qualidade de vida, tecnologia apropriada, iniciativa, descentralizao,
tica ecolgica e espiritualidade se torna necessria na empresa do sculo XXI.

Uma

revoluo se processa, lentamente, nos costumes, atitudes, aes e administrao, com


reflexos claros nos trabalhos das equipes. O foco antes centrado na atividade especialista vem
dando lugar aos grupos de trabalho, como reproduzido no relato acima de Jordo. Embora a
ao interdisciplinar seja recomendada por norma internacional, se observa que ainda
aplicada, pontualmente, como multidisciplinar, mesmo dentro de grandes corporaes, no
estando consolidada sua aplicao para a atividade de anlise de classificao de reas. Faz-se
necessria a transmutao para prticas interdisciplinares, com o objetivo final de atingir a

11

Relato pessoal do engenheiro. Dcio Miranda de Jordo, em 04/12/2003, durante um trajeto de viagem.

67

compreenso da utilidade das interfaces em uma ao transdisciplinar, tema que exploraremos


no tpico a seguir.
2.2.1.2 A gesto como processo de melhoria
As palavras: administrador e gerente so utilizadas no Brasil para significar
qualquer posio de direo e chefia, sendo palavras com definies parecidas. Conforme
FERREIRA (1999), administrador origina-se do latim administratore, significando como
adjetivo que administra; administrante e como substantivo masculino pessoa que tem a
seu cargo a administrao de bens e servios pblicos ou particulares.

A palavra gerente origina-se do latim gerente, particpio do presente da palavra em


latim gerere, do verbo gerir (ter gerncia sobre; administrar, dirigir, reger; gerenciar),
significando Que ou quem gere ou administra negcios, bens ou servios. Segundo MOTA
in LUND (2003), at a dcada de 70, o termo administrador era preferencialmente utilizada
para administradores de alto nvel. Com o desgaste do termo pelas sucessivas falhas na prtica
da administrao, este foi substitudo pelo termo gerncia. Mota enfatiza ainda que na
dcada de 90, o termo gesto passou a ser utilizado para definir o campo da administrao e
da gerncia, mais para compensar desgastes terminolgicos e acrescentar algumas novidades,
do que para significar uma mudana conceitual.

A gesto, segundo FOLLET in LUND (2003 p. 16), uma funo, uma disciplina e
no pode ser tratada como uma caixa de ferramentas, com procedimentos, tcnicas, mtodos e
prticas, como algumas empresas tentam enquadr-la, em busca somente de crescentes
resultados econmico-financeiros. necessrio integrar interesses, pois integrao a
conexo entre a relao de duas atividades, sua influncia interativa e os valores assim
criados. A realidade est na relao, na atividade mtua, no processo comportamental onde
o sujeito e o objeto so igualmente importantes, de modo que quando uma situao muda,
no tem uma nova variao de um fato antigo, mas um fato novo.

Analisar , segundo WEIL (1993, p.131), fracionar um todo nos seus elementos
constituintes. o mtodo de decomposio, centrado nas partes, desenvolvido por Descartes.
Graas a este processo, foi possvel superar o paradigma aristotlico medieval, que mesclava
religio com cincia, em uma simbiose obscurecista, caracterizada pelo fator subjetivo. Nos

68

seus momentos mais sombrios, essa mistificao revelou-se como um pavoroso terrorismo
consciencial. O Iluminismo, desta forma, foi um saudvel movimento compensatrio, de
resgate da razo e da objetividade cientfica. Este enfoque disciplinar analtico gerou a
especializao. A sua necessidade deveu-se vastido do conhecimento humano e da diviso
do trabalho, especialmente a partir da Revoluo Industrial.

Em 1963, ao criar o conceito de paradigma, no livro A Estrutura das Revolues


Cientficas, KUHN (1998), focando a influncia do meio social e dos diversos grupos de
especialistas no desenvolvimento da cincia, veio contra os conceitos dos efeitos quantitativos
preconizados por Descartes como o nico processo vlido, dentro da escola positivista,
gerando o caminho para a anlise qualitativa nos mtodos das cincias. Completa KUHN
(1998, p.255), ao analisar a repercusso do livro, que este gerou uma mudana no porque
ele ilumina a natureza da cincia, mas porque consideraram suas teses principais aplicveis a
muitos outros campos. E conclui que Na medida em que o livro retrata o desenvolvimento
cientfico como uma sucesso de perodos ligados a tradio e pontuados por rupturas nocumulativas, suas teses possuem indubitavelmente uma larga aplicao. Segundo ALVESMAZZOTTI e GEWANDSNADJER (1998, p.114), As posies de Kuhn causaram
profundo impacto nos meios cientficos e filosficos, pois atingiram no s o positivismo,
mas tambm as principais idias da poca proposta e vieram junto com o reaparecimento das
idias da Escola de Frankfurt. Para MASTERMAN (1979) in ALDA-MAZZOTTI (1998,
p.107), no seremos capazes de voltar para onde estvamos antes de Kuhn.

Assim sendo, ao se pensar em gesto, deve-se lembrar que KUHN (1998) cita que toda
revoluo cientfica uma revoluo de transformao dos princpios organizadores do
conhecimento. Ele cria o famoso conceito da necessidade de mudar de paradigmas como
forma de evoluo. No campo da classificao de reas este princpio atual e correto. Existe
um paradigma a ser quebrado, que a idia de que este assunto referente atividade
eltrica, quando na verdade, estamos dentro de uma conscincia de segurana industrial, que
envolve conhecimentos que transcendem a uma determinada especialidade.

De forma a esclarecer o que trandisciplinaridade, importante ter uma definio a


respeito dos termos ligados s relaes entre disciplinas. Segundo proposio de MICHAUD
(1972), a disciplina o conjunto especfico de conhecimentos que possui caractersticas
prprias no plano do ensino, da formao, dos mecanismos, dos mtodos e das matrias. A

69

multidisciplinaridade a justaposio de disciplinas diversa, s vezes sem relao aparente


entre elas. A pluridisciplinaridade a justaposio de disciplinas diversas, mais ou menos
prximas, no domnio do conhecimento. J a interdisciplinaridade a interao existente entre
duas ou vrias disciplinas, e estas podem ir da simples comunicao de idias at a integrao
mtua dos conceitos diretores, da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos
procedimentos de dados e da organizao da pesquisa e do ensino a que esses se relacionam.
Desta forma, como apresenta WEIL (1983), pode-se definir a transdisciplinaridade como a
efetivao de uma axiomtica comum a um conjunto de disciplinas. Este comenta que o termo
transdisciplinaridade

foi

forjado

por

Jean

Piaget,

em

um

encontro

sobre

interdisciplinaridade promovido pela Organizao da Comunidade Europia (OCDE), em


1970. Segundo formulao de PIAGET (1970), dentro do conceito de transdisciplinaridade,
na etapa das relaes interdisciplinares, pode-se esperar que se suceda uma fase superior que
seria transdisciplinar, a qual no se contentaria em atingir interaes ou reciprocidades entre
pesquisas especializadas, mas se situaria tal ligao no interior de um sistema total, sem
fronteiras estveis entre as disciplinas. Esta idia est consolidada na declarao de Veneza,
da UNESCO in WEIL (1993, p. 34), reconhecemos a urgncia de uma pesquisa
verdadeiramente transdisciplinar, em um intercmbio dinmico entre as cincias exatas, as
cincias humanas, a arte e a tradio. Idia complementada que O estudo conjunto da
natureza e do imaginrio, do universo e do homem, poderia nos aproximar melhor do real e
nos permitir enfrentar de forma adequada os diferentes desafios de nossa poca. O
conhecimento, para se aproximar de uma verdade, deve ser trabalhado de forma a ser sntese
da fragmentao do saber das diversas especialidades tcnicas, humanas, da percepo e da
formao dos indivduos. Ao contrrio do que supe o senso comum, na atividade cientfica, a
crtica no uma forma de destruir o conhecimento e sim uma forma de constru-lo, conforme
afirma ALVES-MAZZOTTI e GEWANDSNADJER (1998, p.145). Concluindo que, e no
reconhecer a interao das vrias filosofias ou escolas de pensamento dentro de um mesmo
escopo seria reduzi-lo a uma simplificao longe da realidade dos acontecimentos da cincia
social.

Segundo a definio da Universidade Holstica Internacional in WEIL et allii (1993, p. 132),


a transdisciplinaridade o encontro de vrias reas do conhecimento em torno de uma
axiomtica comum, ou princpios comuns subjacentes, podendo ser parcial, quando conjuga
um nmero limitado de reas ou disciplinas, ou geral, envolvendo uma axiomtica comum
entre cincia, filosofia, arte e tradies de sabedoria. Para isto necessrio ter uma viso

70

holstica sobre o assunto. Segundo WEIL et allii (1993, p.38), o termo holstico, utilizado
pela primeira vez por Jan Christian Smuts, em 1926. Isto implica numa viso resultante de
uma experincia, que por sua vez, geralmente o resultado de uma combinao da prtica
experimental com o estudo intelectual. Complementando que pode ser visto como um
enfoque analtico e sinttico, de uma mobilizao das funes ligadas ao crebro direito e
esquerdo e da sua sinergia, de um equilbrio entre as quatro funes psquicas, ou seja, a
sensao, o sentimento, a razo e a intuio.

impossvel em um estudo onde os parmetros so sujeitos a alteraes constantes,


seja de processo, seja do ambiente, no explorar o que WEIL etal. (1993, p.38) chama de
viso holstica, utilizando todo o potencial tcnico e criativo da equipe que compe os grupos
de trabalho. Na proposio de WEIL etal. (1993, p.44), esta viso no retrata um novo dogma
cientfico ou religioso, contudo, resulta em uma revoluo de paradigma dentro da prpria
cincia, e de uma necessidade pragmtica de salvar a vida das espcies, humanas ou no,
ameaadas pelas conseqncias das aplicaes tecnolgicas da cincia, nos seus aspectos
destrutivos, do antigo paradigma. Para ele, o isolamento da inteligncia dentro do prprio
homem e a prevalncia do raciocnio lgico-formal na procura do conhecimento so fatores
essenciais da crise contempornea.

Em WEIL etal. (1993, p.131), transdisciplinaridade, na sua acepo literal significa


transcender a disciplinaridade. J para (LUND, 2003, p. 16) a gesto holstica, se
Pressupe um conjunto de valores, conhecimentos e costumes ligados a uma viso
no fragmentada do mundo em que uma organizao considerada um organismo
vivo em constante movimentao, constituindo um sistema de eventos com uma
constante interao e interdependncia de sistemas maiores ou menores.

Como conseqncia, temos o Homem com plena conscincia, a cada momento, de


todos os fatores envolvidos em cada situao ou evento, permitindo que seja possvel a
tomada de decises com maior grau de segurana, e responsabilidade, objetivando aes
corretas, nos momentos adequados, com responsabilidade social, tica pessoal e profissional,
respeito vida, segurana dos trabalhadores e comunidade e do meio ambiente.
A gesto holstica, atualmente considerada, segundo WEIL (1995), como um novo
paradigma de gerenciamento de pessoas nas empresas e comunidades. LUND (2003), cita o
conceito largamente abordado por FOLLET (1865-1933), em seus trabalhos. Na dcada de
20, esta realizou diversas palestras nos Estados Unidos e Inglaterra sobre gerenciamento para

71

comunidades empresariais. Defendia que uma empresa no era meramente uma unidade
econmica, mas uma instituio social, sendo parte significativa da sociedade. Este conceito
no teve grande aceitao. As sociedades e empresas deste perodo, de um modo geral,
adotaram as teorias de administrao de Taylor12, que buscava somente a efetividade de
negcios e lucros em detrimento do ser humano.

Ao descrever uma srie de procedimentos para a ordenao de um processo de


pesquisa-ao em uma empresa, THIOLENT (1997) criou um conceito que pode ser
expandido para a prtica de um trabalho transdisciplinar. Ele props um mtodo com muitas
semelhanas com o sistema da Qualidade denominado PDCA (planejamento, ao, controle e
avaliao). Ainda segundo THIOLENT (1997, p.55), para a obteno de resultados concretos,
quatro fases devem ser vencidas: a) fase exploratria; b) fase de pesquisa aprofundada; c) fase
de ao e d) fase de avaliao. Como em qualquer ao envolvendo sistemas humanos, o
comprometimento fundamental. Dentro deste princpio, montado um sistema onde as
pessoas devem ser participativas ao sistema, integrando as vrias equipes formadas.

O processo inicia-se com uma fase exploratria que consiste na obteno de dados
primrios ou bsicos, capazes de orientar a pesquisa e servir como um diagnstico do
problema. So realizadas em grupos amostrais. necessrio um planejamento adequado dos
objetivos a serem alcanados, da preparao das equipes, do material a ser utilizado, da
aplicao dos procedimentos, da analise e interpretao dos resultados, dos relatrios a serem
gerados e de como os relatrios sero divulgados.
Os dados da fase exploratria serviro para focar os principais pontos de pesquisa,
sempre atravs de amplo consenso e participao de grupos de estudo e apoio, que geram um
grupo permanente com funo principal de decidir e propor aes. As questes, depois de
analisadas e separadas, sejam em discusso em grupo, sejam em seminrios, pode sofrer
tratamento por grupos satlites.

Aps estas anlises, inicia-se a fase de pesquisa aprofundada. Um processo de


pesquisa de maior abrangncia desenvolvido, com linguagem adequada ao grupo ao qual
ser aplicada, formulada a partir dos problemas encontrados. Para maior facilidade de

12

Frederick Taylor: Principal mentor do movimento da administrao cientfica, no incio do sculo XX. No
livro Os princpios da Administrao Moderna, publicada em 1911, definiu as idias centrais do que seria
conhecido como perodo de administrao taylorista.

72

processamento dos dados, podem-se utilizar diversas ferramentas de pesquisa nos


questionrios para a obteno de dados consolidados.

Consolidados os dados, inicia-se um processo de debates e de propostas de mudanas


das incorrees. necessrio que as gerncias estejam atuantes no processo para que as aes
decididas, em comum acordo, sejam postas em prtica. Aps estas, inicia-se a fase de
avaliao, onde se busca analisar os resultados alcanados e as correes que se faam
necessrias. Somente com a participao dos membros da organizao possvel a obteno
de resultados satisfatrios e duradouros. Com a estruturao proposta, o processo pode se
manter de forma contnua.

Em consonncia com a proposio acima, (WEIL etal., 1993, p.69) afirma que, de
forma a que haja um progresso na pesquisa transdisciplinar, a metodologia de
pesquisa/trabalho deve ser aperfeioada em vrios planos, sendo necessrio:
1- Elaborar princpios de trabalho para as equipes interdisciplinares;
2 Formar as equipes interdisciplinares para uma atuao de alta qualidade ao
aplicar estes princpios;
3 - Definir as axiomticas transdisciplinares dentro do novo paradigma holstico.

Segundo FOLLET in LUND (2003), o conflito o aparecimento da diferena, de


opinies e que se o conflito existe e no podemos evit-lo, o melhor a fazer que trabalhe a
nosso favor, complementando que a utilizao do conflito para a criatividade tem como
resultado final criao de uma soluo nova ou de uma nova proposta.

Alguns aspectos tm que ser tratados para serem superadas algumas barreiras que
impedem parcial ou completamente o trabalho interdisciplinar. importante, segundo (WEIL,
1993, p. 69), alguns destes princpios lingsticos, psicossociolgicos, psicolgicos:
cognitivos, afetivos e conativos; metodolgicos e transdisciplinares, a saber:
1 - O princpio lingstico diante da complexibilidade dos vocabulrios, quando
no de jarges e grias intradisciplinares, os participantes devero fazer um esforo
mtuo para simplificar ao mximo a linguagem, sem, no entanto, perder a preciso
terminolgica.
2 - O princpio psicossociolgico para facilitar a comunicao e a elaborao de
hipteses de trabalho ou concluses em grupo, indispensvel desenvolver uma
cultura altamente participativa, onde a sinergia e a cooperao sejam realadas ao
mximo. E se faa um esforo recproco para respeitar e compreender
profundamente o ponto de vista de cada disciplina e do seu representante, assim
como do limite de cada disciplina.
3 - O princpio psicolgico do ponto de vista cognitivo, muito importante que
haja um conhecimento mnimo das outras disciplinas, assim como ter informaes

73

bem precisas sobre relaes entre as disciplinas e a transdisciplinaridade e suas


funes. Do ponto de vista afetivo, os membros da equipe interdisciplinar precisam
desenvolver caractersticas emocionais construtivas de uma relao harmoniosa,
mais particularmente a modstia de reconhecer os limites e as vezes o carter
reducionista da sua disciplina: a empatia ou a capacidade de se colocar no lugar do
outro; a pacincia de ouvir, principalmente opinies contrrias s suas prprias; a
abertura, ou a disposio para mudar de opinio; a amizade em relao a cada um
dos membros da equipe. Do ponto de vista conativo, isto , da atuao afetiva, os
participantes devero se esforar no sentido de dar a palavra e a oportunidade de
expresso, de colaborar com idias ou contribuies escritas ou bibliogrficas.
4 - O princpio metodolgico uso de uma abordagem holstica, com a
subjetividade do conhecimento, participao do Ser na sua inteireza, integrao da
contradio e no contradio, uso do quantificvel, o conhecimento a servio dos
valores ticos, equilbrio inter-hemisfrico, equilbrio entre metodologias prprias e,
enfim, a busca de uma axiomtica comum s disciplinas.
5 - O princpio transdisciplinar descobrir os axiomas subjacentes s disciplinas
e/ou interdisciplinas em foco e em jogo, objetivando ser um trabalho supra
disciplinas, com resultados alm do esperado ser obtido com a simples ligao ou
participao entre as diversas disciplinas.

O enfoque holstico na evoluo do conhecimento consiste basicamente de uma


anlise crtica da gerao e produo destes, da sua organizao e transmisso, da
institucionalizao e da difuso dos mesmos. Segundo WEIL etal. (1993, p.85), A cincia
moderna, ao propor teorias finais, isto , explicaes que seriam definitivas quanto origem
e evoluo das coisas naturais, esbarram em uma postura arrogante, complementando que
procuramos substituir a arrogncia do saber absoluto que tem como conseqncias
inevitveis os comportamentos indiscutveis e as solues finais, pela humildade da busca
incessante, cujas conseqncias so a tolerncia e a solidariedade.

O instrumento ideal para efetivar uma gesto transdisciplinar a reunio de estilo


opinativo deliberativo, que segundo (WEIL etal., 1993), proporciona:

1.
Gerar cooperao de todos os envolvidos, graas aceitao despertada pela
participao no processo decisrio;
2.
Procurar consenso, ou melhor, a soluo integrada; e
3.
Dar oportunidade a cada especialista ou disciplina a mostrar o seu enfoque
especial.

Visto que a gesto deve ser transdisciplinar, importante reconhecer que, conforme
FREIRE (1999, p.52), Saber que ensinar no transferir conhecimentos, mas criar as
possibilidades para a sua prpria produo ou a sua construo.
2.2.2 Conceitos para uma rea classificada
2.2.2.1 Caractersticas que influenciam a anlise de uma rea classificada

74

a) Tipo de substncia inflamvel (gs, vapor, poeira, fibras);


b) caractersticas dessas substncias, tais como: ponto de fulgor, ponto de ignio, limites de
inflamabilidade, ndice de explosividade (no caso de poeiras), energia mnima de ignio etc;
c) condies ambientais (ventilao, altitude, temperatura ambiente, presena ou no de
agentes corrosivos na atmosfera etc);
d) tipo e caracterstica dos equipamentos de processo onde estas substncias se encontram
presentes (bombas, compressores, tanques, vasos etc), bem como condies operacionais
(temperatura, volume e presso) e de manuteno destes equipamentos; e
e) Adequao dos equipamentos ao sistema de certificao nacional.
2.2.2.2 Classificao dos ambientes na viso das normas CONTEC
Zona 0 - zonas geradas por fonte de risco contnuo;
Zona 1 - zonas geradas por fonte de risco de grau primrio ou secundrio localizadas em
ambiente com ventilao limitada ou impedidas; por fontes de risco tais como: separadores,
vlvulas de segurana, de drenagem de esferas, situadas em ambiente adequadamente
ventilado; ou ainda, por reas adjacentes zona 0; e
Zona 2 - zonas geradas por fonte de risco de grau primrio ou secundrio localizadas em
ambiente adequadamente ventilado; reas adjacentes zona 1; e ainda por ambientes com
ventilao limitada contidos integralmente ou parcialmente em rea classificada como zona.
2.2.2.2.1 Para as normas CONTEC N-2154 e CONTEC N-2167:
Fonte de risco Ponto ou local no qual uma substncia pode ser liberada para formar uma
atmosfera inflamvel e/ou explosiva;
Fonte de risco de grau contnuo A liberao ocorre continuamente por longos perodos ou
freqentemente por curtos perodos;
Fonte de risco de grau primrio A liberao ocorre periodicamente ou ocasionalmente,
em condies normais de operao, ou causada por operao de reparo, manuteno
freqente, rompimento, falha no equipamento de processo, condies que sejam anormais,
porm previstas, e onde aparecem simultaneamente, mistura explosiva e fonte de ignio
eltrica; e
Fonte de risco de grau secundrio A liberao da substncia ocorre em condies
anormais de operao ou causadas por rompimento, falha de equipamento de processo, que
sejam anormais, porm previstas, ou no freqentes por curtos perodos.
2.2.2.2.2 Para a norma CONTEC N-2166:

75

Fonte de risco As fontes de risco abaixo mencionadas so consideradas como fontes de


risco de grau, primrio ou secundrio, no se limitando s abaixo relacionadas;
Fonte de risco de grau contnuo Espao contido interna e acima da superfcie de lquido
inflamvel em tanques de armazenamento ou em vaso de processo;
Fonte de risco de grau primrio:
a) Equipamentos de processo e suas partes, destinadas produo, manuseio ou
armazenamento de substncias no qual a liberao desta substncia para a atmosfera se d
com elevada freqncia e em grandes quantidades, tais como: - equipamentos abertos; respiros (vents); - tanques abertos de armazenamento de substncias inflamveis; separadores;
b) mquinas e equipamentos associados, destinados produo, manuseio ou armazenamento
de substncias inflamveis com possibilidade de liberao destas substncias em condies
normais de operao, porm em menor quantidade que os indicados nos item a) tais como: gaxetas de vedao de mquinas; - outros.
c) mquinas e equipamentos ou a suas partes, destinadas produo, manuseio ou
armazenamento de substncias inflamveis que podem ser liberadas durante operaes de
controle ou manobra, por um perodo total entre 5 a 20 minutos a cada 24 horas, tais como: bocas de visita e janelas de inspeo para acesso parte interna das mquinas e recipientes
manualmente fechados; - outros.
Fonte de risco de grau secundrio A liberao da substncia ocorre em condies
anormais de operao ou causadas por rompimento, falha de equipamento de processo, que
sejam anormais, porm previstas, ou no freqentes por curtos perodos.
Fonte de risco de grau secundrio:
a) mquinas, equipamentos e suas partes associadas destinadas produo, manuseio ou
armazenamento de substncias inflamveis que possam liberar tais substncias apenas em
condies anormais de operao dos dispositivos de vedao e segurana tais como: dispositivos de controle de vidro (visores de vidro, rotmetros, indicadores de nveis); dispositivos de conexo (flanges, juntas flexveis, unies), - outros.
b) mquinas, equipamentos e suas partes destinadas produo, manuseio ou armazenamento
de substncias inflamveis que podem ser liberar durante operaes de controle ou manobra,

76

por um perodo total de 5 minutos em cada 24 horas, tais como: - portas para acesso a parte
interna de mquinas e recipientes normalmente fechados; - outros.13

2.2.2.3 Classificao dos ambientes na viso das normas americanas para reas classificadas
O National Eletrotecnical Code define em seus manuais as reas classificadas, para os
padres americanos, da seguinte forma:
Classe I locais onde vapores ou gases inflamveis esto ou podem estar presentes no ar em
quantidade suficiente para produzir misturas inflamveis ou explosivas. Estes locais so por
sua vez subdivididos em: diviso I e diviso II.
Diviso 1: a) locais cuja concentrao inflamvel de gases e vapores inflamveis podem
existir sob condies normais de operao; ou b) locais cuja concentrao inflamvel de
certos gases e vapores inflamveis podem existir freqentemente por causa de reparos e
manutenes ou por motivos de vazamentos; ou c)onde paradas e falhas de equipamento ou
processo podem gerar concentraes inflamveis de gases ou vapores , e pode tambm causar
falha simultnea de equipamento eltrico. importante ressaltar que em cada caso,
concentraes inflamveis so mencionadas. Isto significa concentraes entre o limite
inferior e superior de inflamabilidade ou explosividade. A NEC define atravs de uma nota de
seu material explicativo a descrio de um nmero de reas e locais que so normalmente
classificados como local do tipo Classe I, Diviso I. Ele usa a expresso: lquidos volteis
inflamveis. Este item especificamente definido no artigo 100 da NEC. Basicamente, eles
so lquidos inflamveis que tem um flash point abaixo de 100F (38C) ou lquidos
combustveis ou inflamveis raised abaixo de seu ponto de fulgor.
Diviso 2 Locais que:
a) onde lquidos volteis inflamveis ou gases inflamveis so manuseados, processados ou
usados, mas cujos lquidos, vapores ou gases, sero normalmente confinados em recipientes
fechados ou sistemas fechados de onde eles somente podero escapar no caso de ruptura
acidental, quebra ou colapso de seu invlucro ou sistema, ou ainda de operao anormal do
equipamento, ou;
b) cuja concentrao inflamvel de gases e vapores so normalmente protegido por ventilao
mecnica positiva, e que pode tornar-se perigoso atravs de falha ou operao anormal do
equipamento de ventilao; ou c) Aqueles locais que so adjacentes a Local Class I, Diviso I,
13

Observao: No foram citados todos os itens existentes na norma. Os tpicos foram para efeito
demonstrativo.

77

e que concentraes inflamvel de gases e vapores podem ocasionalmente se deslocar para


estes locais, atravs de comunicao fsica, a menos que protees contra esta comunicao
seja feita por ventilao positiva adequada, de uma fonte de ar limpo alm de que sejam
garantidas salvaguardas efetivas contra falhas de ventilao. O NEC define em nota
explicativa no seu manual explicativo, dando informaes de locais tpicos que so
classificados como classe I diviso II.
Diviso 3 Algumas empresas tm individualmente, para seus prprios interesses,
estabelecendo locais definidos como diviso III. Estes locais so, usualmente, adjacentes aos
locais da diviso II, e o seu nico requisito bsico o uso de equipamentos enclausurados.
Classe II locais que so perigosos devido a presena de poeira combustvel.. Estes locais
so definidos como:
Grupo E Atmosferas contendo poeiras de metais combustveis independente de sua
resistividade, ou outra poeira combustvel de caracterstica de periculosidade similar tendo
resistividade menor do que 0.00001 ohm por centmetro;
Grupo F Atmosferas contendo poeiras de carbono negro, carvo ou poeira de coque;
Grupo G Atmosferas contendo poeiras combustveis de caracterstica de resistividade de
0.00001 ohm por centmetro ou maior;
Classe III locais que perigoso devido a presena de fibras ou fibras flutuantes facilmente
inflamvel, mas em cujas fibras e fibras flutuantes no parecem estar em suspenso no ar em
quantidade suficiente para produzir misturas inflamveis.
2.2.2.4 - Classificao dos ambientes na viso da norma internacional para reas classificadas.
A IEC estabeleceu e foi adotado pela Comunidade Europia, um sistema de
classificao por zonas, em funo da freqncia e da durao da presena de atmosferas
explosivas. Segundo a diretiva 1999/92/CE, a classificao das reas perigosas so
classificadas nas seguintes zonas:
Zona 0 rea onde existe, permanentemente. Durante longos perodos de tempo, ou
freqentemente, uma atmosfera explosiva constituda por uma mistura com o ar de
substncias inflamveis, sob a forma de gs, vapor ou nvoa. Para o IP parte 15 (2002) a
parte de uma rea perigosa na qual uma atmosfera inflamvel est continuamente presente ou
presente por longos perodos.
Zona 1 rea onde provvel, em condies normais de funcionamento, a formao
ocasional de uma atmosfera explosiva constituda por uma mistura de substncias

78

inflamveis, sob a forma de gs, vapor ou nvoa. Para o IP parte 15 (2002) a parte da rea
perigosa na qual uma atmosfera inflamvel esperada ocorrer em operaes normais.
Zona 2 - rea onde no provvel, em condies normas de funcionamento, a formao
ocasional de uma atmosfera explosiva constituda por uma mistura de substncias
inflamveis, sob a forma de gs, vapor ou nvoa, ou onde, caso se verifique, essa formao
seja de curta durao. Para o IP parte 15 (2002) a parte da rea perigosa na qual uma
atmosfera inflamvel no esperada ocorrer em operaes normais e, se ocorrer, s existir
por curtos perodos.
Zona 20 rea onde est presente no ar permanentemente, durante longos perodos, ou
freqentemente, uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira combustvel.
Zona 21 - rea onde provvel, em condies normais de funcionamento, a formao
ocasional no ar, de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira
combustvel.
Zona 22 - rea onde improvvel, em condies normais de funcionamento, a formao no
ar, de uma atmosfera explosiva sob a forma de uma nuvem de poeira combustvel ou onde,
caso se verifique, essa formao seja de curta durao.
Como nota explicativa, a referida DIRECTIVA completa:
1. As camadas, os depsitos ou as concentraes de poeiras combustveis devem ser
considerados como qualquer outra fonte susceptvel de produzir atmosferas
explosivas; e
2. Por condies normais de funcionamento, entende-se a situao em que as instalaes
so utilizadas de acordo com os parmetros que presidiram a respectiva concepo.

A norma IP parte 15 (2002) faz as seguintes definies:


1. rea no perigosa [rea no classificada], que a rea na qual no cai em definio
alguma de classificao de zona anterior. Esta norma define as graduaes das
condies de liberao do produto inflamvel em modo contnuo, modo primrio e
modo secundrio; e
2. A taxa de liberao depende somente da freqncia e durao da liberao. Ela
completamente independente da taxa e da quantidade da liberao, da taxa de
ventilao ou das caractersticas do fluido, embora estes fatores determinem a
extenso da viagem do vapor e, em conseqncia, os limites dimensionais da zona
perigosa.

79

2.2.2.5 Conceitos bsicos


1. Fonte de risco de grau contnuo (norma CONTEC): liberao da substncia ocorre
por longos perodos ou freqentemente por perodos curtos;
2. Liberao de modo contnuo (norma IP): idntico fonte de risco de grau contnuo;
3. Fonte de risco de grau primrio (norma CONTEC): a liberao da substncia ocorre
periodicamente ou ocasionalmente, em condies normais de operao, ou por
condies de manuteno, por rompimento ou falha no equipamento em que aparece
simultaneamente, mistura explosiva e fonte de ignio eltrica;
4. Liberao de modo primrio (norma IP): a liberao que esperada ocorrer,
periodicamente ou ocasionalmente, em operaes normais, isto , liberaes que, em
procedimentos operacionais, antecipado a ocorrncia;
5. Fonte de risco de grau secundrio (norma CONTEC): a liberao da substncia ocorre
em condies anormais de operao ou causadas por rompimento ou falha no
equipamento de processo, que sejam anormais, porm prevista, ou no freqente por
curtos perodos;
6. Liberao de grau secundrio (norma IP): uma liberao inesperada pode ocorrer em
operao normal e, em qualquer evento, ser somente de modo no freqente e por
curtos perodos de tempo, isto , uma liberao que, nos procedimentos de operao,
imprevisvel de ocorrer;
7. Zona 0: so geradas por fonte de risco de grau contnuo, ou por liberao de modo
contnuo;
8. Zona 1: so geradas por fontes de grau primrio ou secundrio, localizadas em
ambientes com ventilao limitada ou impedida. Fontes tpicas, separadores, vlvulas
de segurana e de drenagem de esferas, situadas em ambientes adequadamente
ventilados. Adjacentes a zona 0, ou por liberao de modo primrio;
9. Zona 2: so as geradas por fontes de risco de grau primrio e secundrio, localizadas
em ambientes adequadamente ventilados, so adjacentes aquelas da zona 1, ou por
liberao de modo secundrio. Como exemplos de Zona 1 e de Zona 2:

Canaleta Fonte de risco primrio, com ventilao impedida. Zona 1.

Bomba Fonte de risco de grau primrio, em ambiente adequadamente ventilado.


Zona 2; e

10. Tipos ou conceitos das principais protees aplicveis a equipamentos eltricos


(segundo JORDO (2002) e IP parte 15 (2002))

80

a - Segurana aumentada Ex-e: desenvolvido na Alemanha. A letra e da simbologia


oriundo da palavra alem erhohtesichereit). Mtodo de proteo baseado na supresso da
fonte de ignio, aplicados em materiais que em condies normais de operao no
produzam arcos, fascas ou superfcies quentes. Em sua fase construo so tomadas medidas
visando proteo sob condies de sobrecargas previsveis. So aplicveis a: bornes de
ligao de motores eltricos, solenides, luminrias, botes de comando terminais e blocos de
conexo. As normas tcnicas internacionais permitem sua instalao em zona 1 e 2, onde
inclusive os cabos podem ser conectados atravs de prensa cabos sendo dispensvel a
utilizao de eletrodutos metlicos e suas unidades seladoras. So proibidos para zona 0.
Normas aplicveis: ABNT NBR 9883 e IEC 60079-7.

b - Prova de exploso Ex-d: (termo desenvolvido na Alemanha, significando druckfeste


kapselung, o que suporta presso interna) todo equipamento que est no interior de
invlucro capaz de suportar uma exploso interna e impedir que essa exploso se propague
para o meio externo. Segundo o IP, este tipo de proteo proibido para zona 0. Normas
aplicveis: ABNT NBR 5363 e IEC 60079-1.

c - No acendvel Ex-n: Neste tipo de proteo o equipamento no possui energia suficiente


para provocar ignio de uma atmosfera explosiva em condies normais de operao e
tambm improvvel que, em condies de falha especificadas, seja capaz de causar a
inflamao desta atmosfera. So construdos apenas para instalao em zona 2. Norma
aplicvel: IEC 60079-15 Electrical apparatus for explosive gas atmosferes part 15 Type of
protection n (2001);

d - Segurana intrnseca Ex-i: Um circuito , intrinsecamente, seguro quando incapaz de


liberar energia suficiente para, sob condies de ensaios pr-definidos, em condies normais
ou anormais, causar a ignio de uma atmosfera. Esta tcnica depende, prioritariamente, da
limitao da quantidade de energia que pode ser enviada para a rea classificada. Desta forma,
pode-se afirmar que um conceito que tem aplicao nos conceitos do projeto do dispositivo
ou instalao. Como por exemplo:
Categoria Ex ia: Permitido para aplicao em todas as zonas, inclusive a zona 0;
Categoria Ex ib: Permitido para aplicaes em todas as zonas, exceto a zona 0.

81

Os equipamentos associados, segundo BORGES (1997, p.45), so aqueles instalados


normalmente fora das reas classificadas, associadas aos equipamentos intrinsecamente
seguros e que devem, de alguma forma, limitar a energia que enviam rea classificada,
assegurando que o sistema seja intrinsecamente seguro. Podem ser citadas como exemplo, as
interfaces instaladas em uma sala de controle em rea no classificada, ligadas aos sensores
intrinsecamente seguros que atuam no campo.
Norma aplicvel: ABNT NBR 8447 Equipamentos Eltricos para Atmosferas Explosivas.
Construo e Ensaio de Equipamentos Eltricos de segurana Intrnseca e do Equipamento
Associado Especificao e IEC 60079-11.

e - Pressurizados Ex-p: Este conceito de proteo consiste em manter presente, no interior do


invlucro, uma presso positiva superior presso atmosfrica, de modo que, se houver
presena de mistura inflamvel ao redor do dispositivo, este no entre em contato com partes
que possam causar uma ignio. Norma aplicvel: IEC 600079-2 (2001)

f - Imersos em leo Ex-o: Tipo de proteo na qual o equipamento eltrico ou parte deste
esto imersas em um lquido de proteo de tal modo que, se houver uma atmosfera
inflamvel acima do lquido ou na parte externa do invlucro, esta no possvel de ser
inflamada. Ateno especial deve ser dada a que, para a norma NEC, esta permite a aplicao
desta tcnica a dispositivos que, em condies normais de operao, produzam arcos,
centelhas ou altas temperaturas, isto , dispositivos que sejam capazes de inflamar uma
atmosfera explosiva. A restrio que somente poder ser utilizada em reas de diviso 2
(zona 2). No Brasil, por fora das normas internacionais, somente poder ser especificado este
tipo de proteo para dispositivos no centelhantes em condies normais de operao, porm
estes podero ser aplicados em zona 1. Norma aplicvel: Norma ABNT NBR 8601 e IEC
60079-2.

g - Imersos em areia Ex-q: Conceito de proteo no quais as partes, que so capazes de


inflamar uma atmosfera potencialmente explosiva, so fixas em posio e completamente
circundados por um material de enchimento para evitar a ignio da atmosfera externa. O
material externo pode ser quartzo ou partculas de vidro. Norma aplicvel: ABNT NBR 9518

h - Encapsulados Ex-m: Conceito de proteo no quais as partes capazes de causar a ignio


de uma atmosfera explosiva so encapsuladas por uma resina suficientemente resistente s

82

influncias ambientais e de tal modo que a atmosfera explosiva no pode ser inflamada quer
seja por centelhamento, quer seja por alta temperatura que possa ocorrer no interior do
encapsulamento. O IP recomendada o seu uso em zona 1 e zona 2. Norma aplicvel: IEC
60079-18 e BS EN 50028

i - Proteo especial Ex-s: Este conceito de proteo reconhecido pela IEC e pelas normas
de muitos pases. Este tipo de proteo no possui nenhum tipo de definio ou meno a
qualquer norma sobre o assunto. A idia de se prever este tipo de conceito de proteo devese ao fato de no bloquear a criatividade dos fabricantes e inventores e permitir o
desenvolvimento de novos tipos de proteo que no sejam nenhuns daqueles que so
previstos em normas, ou ainda, possibilitar a combinao de tipos de proteo; Para estes
casos, necessrio que uma entidade certificadora credenciada emita um certificado de
equivalncia, em que atestado que aquele equipamento ou dispositivo possui um nvel de
segurana equivalente queles definidos em normas. A entidade certificadora dever
identificar no certificado o local adequado para a aplicao do dispositivo. Pelo IP, certos
tipos de protees Ex-s podem ser especialmente certificados para zona 0. Norma aplicvel:
IEC 60079-0.
11- Fontes de risco de magnitude relativa: a quantificao da fonte de risco em
funo de valores de volume, presso e vazo. Segundo JORDO (2002, p.89), esta
pode ser quantificada conforme tabela abaixo:
Equipamento de
Processo
Volume
Presso
Vazo

Unidade

Pequena/Baixa

m
kg/cm

< 19
<7
< 6.5. 10-

m/s

Mdia/Moderada Grande/Alta
19 a 25
7 a 35
6.5. 10-
a 32.5. 10-

> 95
> 35
> 32.5. 10-

TABELA 2 Fontes de risco de magnitude relativa. Fonte: JORDO (2002, p.89)

2.2.2.7 Recomendao prtica


Uma prtica, segundo TOKIKAWA (2002), a diferenciao do pino de terra das
tomadas prova de exploso, modificando-se no plug o dimetro deste, de maneira que o plug
padro do fabricante no possa ser inserido na tomada, sendo necessrio o prestador de
servio solicitar empresa para substituir este pino. Neste momento, os empregados

83

responsveis ficam sabendo quem ir executar os servios. Isso d mais segurana quanto
aplicao do material adequado.

Outra tcnica a integrao atravs de Curso de Capacitao no incio dos contratos e


fornecimento dos plug Ex ed apropriados, fornecido pela empresa, que deve manter um
controle atravs de ficha com a anotao do nome do eletricista, ramal, nome da empreiteira,
nome do fiscal e previso de trmino do servio. fundamental executar uma inspeo, aps
montagem, para verificar a conformidade com as normas em vigor.

2.2.2.8 Definies Tcnicas


- Ponto de fulgor ou Flash Point: Menor temperatura na qual um lquido libera vapor em
quantidade suficiente para formar uma mistura inflamvel.
- Ponto de combusto: Menor temperatura na qual os vapores de uma substncia, misturados
em propores adequados com o ar, so inflamados por uma fonte externa de ignio e
continua a queimar constantemente acima da superfcie do lquido.
- Temperatura mxima de superfcie: Mxima temperatura que atingida em servio,
sobrecarga ou defeitos previstos em normas, por qualquer parte ou superfcie de um
equipamento eltrico que seja capaz de provocar a ignio de uma atmosfera inflamvel ao
redor do equipamento.
- Marcao da etiqueta de um equipamento: Ex: Identifica o tipo de proteo dos
equipamentos, conforme exemplo a seguir:
Br Ex Ib T3 I IC
Br - informa que a certificao Brasileira e segue as normas tcnicas da ABNT (IEC).
Ex - indica que o equipamento possui algum tipo de proteo para ser instalado em reas
classificadas.
I - indica que o equipamento intrinsecamente seguro e possui uma das categorias:
Categoria a - os equipamentos desta categoria apresentam altos ndices de segurana e
parmetros restritos, qualificando-os a operar em zonas de alto risco como na zona 0, onde a
atmosfera explosiva ocorre sempre ou por longos perodos.
Categoria b - Nesta categoria o equipamento pode operar somente na zona 1, onde
provvel que ocorra a atmosfera explosiva em condies normais de operao; e na zona 2,
onde a atmosfera explosiva ocorre por curtos perodos em condies anormais de operao.

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IIC indica qual o grupo para o qual o material permitido a instalao segura, segundo a
classificao de reas da IEC, sendo:
Grupo I - ocorre em minas onde prevalecem os gases da famlia do metano.
Grupo II - indstrias de superfcie e subdivide-se em:
IIC - predominam os gases da famlia do acetileno e hidrognio;
IIB - predominam os gases da famlia do etileno;
IIA - predominam gases da famlia dos hidrocarbonetos entre C1 a C5, tais como propeno etc.
T3 - indica classe de temperatura da superfcie do equipamento, devendo ser menor que a
temperatura de ignio dos gases presentes neste ambiente.

85

3 MTODO DE CLASSIFICAO DE REAS


Este captulo aborda um mtodo de gesto de processo para ser aplicado para a
classificao de reas. Ser utilizado no estudo de caso proposto para esta dissertao, o modo
de verificar sua aplicabilidade e eficcia. Para este caso, a planta de classificao de reas
deve ser elaborada pela prpria equipe da planta industrial, em forma de reunio de trabalho
com dedicao exclusiva. Devem participar tcnicos de diversas especialidades, tais como:
projeto, manuteno, processo, segurana, operao entre outros, sob a coordenao de um
profissional experiente sobre o assunto.
3.1 MTODO PROPOSTO
3.1.1 Dados Necessrios

O trabalho inicia-se com a coleta dos seguintes documentos: os desenhos de arranjos


gerais ou planos diretores (leiautes) atualizados, o desenho de classificao e a lista de
equipamentos com dados de processo: fluido, temperatura, presso e dimenses principais.
3.1.2 Equipe
A equipe deve ser composta de, pelo menos, um profissional de cada uma das
seguintes especialidades: operao, eltrica, instrumentao, da manuteno, do projeto, da
segurana industrial. Esta equipe deve ser disponibilizada por um perodo de trs dias, para
execuo da programao (reunio de trabalho com dedicao exclusiva).
3.1.3 Treinamento de nivelamento
Deve-se fazer uma reviso dos conceitos de classificao de reas com a conceituao
e aplicao do assunto perante as normas a serem adotadas.

Este treinamento consome em torno de 8 a 12 horas da reunio de trabalho, com


contedo mnimo de: conceitos tericos da classificao de reas, tipos de equipamentos
adequados a atmosferas explosivas, certificao dos equipamentos e cuidados de manuteno.

86

3.1.4 Classificao de reas


No segundo dia, de posse dos desenhos do arranjo final da planta industrial, dos dados
de processo, dos conceitos de classificao de reas e, principalmente, com a experincia da
equipe da planta industrial, executada a classificao de reas. Para um melhor rendimento
do trabalho e se o tamanho da equipe permitir, a equipe deve ser dividida em vrios grupos.

Na sala de reunio, o desenho feito com os recursos disponveis, geralmente, cuja


execuo manual. Ao final, cada grupo apresenta seu desenho. As diferenas so apontadas
e feito um consenso. Finalmente a classificao de reas est pronta e consolidada.
3.1.5 Inspeo
No terceiro dia feita uma inspeo. Esta inspeo realizada por amostragem para
verificar a adequao da planta industrial classificao de reas revisada e consolidada.
3.1.6 Dificuldades que podem ser encontradas pela equipe de trabalho
A aplicao deste mtodo tem apresentado algumas dificuldades cujo conhecimento
antecipado pode ser de grande auxlio. Tais dificuldades podem ser listadas tais como:

A obteno de documentos, realmente, atualizados da planta industrial. Durante a


vida til desta planta, alteraes e adaptaes so, geralmente, realizadas. A
atualizao dos documentos, no entanto, pode no ser executada e mantida ao longo
do tempo;

Manuteno de toda a equipe disponvel para este trabalho durante os dias


necessrios;

Soluo das no-conformidades levantadas durante a inspeo; e

Dependendo do porte da planta industrial, da magnitude das no-conformidades e do


comprometimento gerencial de sanar as no-conformidades, a situao da planta
industrial pode estar adequada ou pode apresentar pendncias de vrios graus de
importncia.

A adequao da planta industrial deve ser executada pelas informaes da nova


classificao de reas obtida pelo grupo de trabalho. Por tratar-se da segurana da planta
industrial, torna a todos responsveis pela sua implementao. O trabalho para adequao da
planta industrial pode ser dividido em trs etapas:

87

1. De posse do novo original, uma inspeo geral deve ser realizada, para
verificao das instalaes eltrico-eletrnicas da planta industrial;
2.

As no conformidades encontradas devero ser registradas; e

3. Efetiva eliminao das no-conformidades encontradas na planta industrial.


Devem ser obtidos ou recuperados os certificados dos equipamentos eltricoeletrnicos, os quais comprovam a sua adequao rea classificada na qual
foram instalados. Um equipamento que sofreu manuteno inadequada pode
ser declarado no conforme, perdendo assim sua certificao inicial.
Conseqentemente, todos os equipamentos considerados como no adequados
devem ser substitudos.

3.1.7 Apresentao esquemtica do mtodo

1 Fase: Preparao:

1 etapa Um especialista que conhece as normas de classificao de reas, os tipos


de proteo de equipamentos eltricos e suas normas construtivas, prepara uma
apresentao de reviso de conceitos para os especialistas de eltrica e uma viso geral
para as outras disciplinas envolvidas na reunio de trabalho. Este especialista dever
estar habilitado para responder s dvidas dos participantes do grupo;

2 etapa Estar disponvel cpias do arranjo (leiautes) da planta industrial atualizada;

3 etapa Preparar uma lista de equipamentos que manuseiam ou operam ou estocam


material inflamvel. Utilizar um formulrio preparado para tal finalidade,
complementando os dados das substncias; e

4 etapa Fazer agenda da reunio de trabalho e principalmente confirmar com os


responsveis da rea a liberao da equipe;

2 Fase: Reunio de trabalho:

1 etapa Parte terica apresentao da palestra para os integrantes da reunio de


trabalho;

2 etapa dividir a equipe em grupos de trs a quatro, orientando cada grupo, de


forma que cada um chegue sua prpria concluso e execute os croquis da
classificao de reas. O tempo funo do tamanho da planta industrial analisada e
da experincia do grupo; e

88

3 etapa As equipes com os croquis da classificao de reas prontos, apresentam os


resultados. realizada uma avaliao das discrepncias e os grupos buscam um
consenso do ponto divergente.

3 Fase: Inspeo:

1 etapa Inspeo propriamente dita - Executa-se uma inspeo, buscando na planta


industrial a conformidade com a classificao de reas. Em funo do perodo da
reunio de trabalho, s h tempo hbil para uma inspeo por amostragem. O relatrio
desta inspeo deve ser assinado por um profissional habilitado como preconizado
pela NR-10. As no-conformidades encontradas devero ser registradas e
encaminhadas ao setor/gerncia responsvel por sua implementao. No caso de
plantas industriais certificadas pela ISO 14000 devero usar os mecanismos de registro
de no-conformidades adotado pelo sistema;

2 etapa Acompanhamento da correo das no-conformidades. Deve-se garantir a


rastreabilidade da soluo das no-conformidades; e

3 etapa Realizar uma inspeo em 100% da planta industrial e estabelecer uma


periodicidade para inspeo peridica.

3.1.8 Observaes pertinentes

O assunto classificao de reas complexo, pois uma cincia inexata. Existe um


grande nmero de normas de classificao de reas, as quais abrangem vrios segmentos da
indstria e apresentam variados graus de exigncia. Um aspecto importante na classificao
de reas o grau de ventilao da rea considerada, que contribui decisivamente nas
consideraes finais sobre a classificao de reas.

As distncias a serem aplicadas podem ser reduzidas ou aumentadas conforme


avaliao do grupo interdisciplinar. Pode acontecer que o grupo no concorde com a figura
proposta, em face de peculiaridades e condies especiais do equipamento, como por
exemplo: caractersticas, protees, forma, operaes, interaes etc; localizao na planta
industrial, condies do ambiente, como por exemplo: paredes, divisrias, entranas etc; e/ou
as condies ambientais, como por exemplo: direo, variabilidade, velocidade do vento
etc....

89

4 CERTIFICAO
Este captulo aborda a obrigatoriedade de verificao e guarda da documentao
tcnica que os equipamentos eltricos projetados, construdos e certificados para operarem em
atmosferas potencialmente explosivas, devem possuir para serem comercializados e instalados
no Brasil.

Desde 1991, atravs da Portaria 164 do INMETRO, todos os equipamentos eltricos


e/ou eletrnicos utilizados em atmosferas potencialmente explosivas das indstrias que
processam, manuseiam e/ou armazenam produtos inflamveis, esto sujeitos certificao
compulsria. Vrias outras Portarias se sucederam aps essa primeira, com o fim de: ajustar a
legislao s mudanas organizacionais que impactaram o Sistema Brasileiro de Certificao;
ou outras medidas tomadas para no inviabilizar o mercado, principalmente considerando
casos especiais que no estavam previstos nas Portarias anteriores.

Toda a infra-estrutura necessria para atingir a capacitao da certificao no Brasil


foi necessria ser realizada, ou seja: normas tcnicas harmonizadas com as normas
internacionais e laboratrios com capacitao e reconhecimento internacional para executar
todos os ensaios previstos por essas normas. Houve um investimento grande em qualificao
de pessoal, bem como em mquinas, equipamentos e construes. Segundo JORDO (III
EPIAEx, 2002), temos trs Organismos de Certificao Credenciados pelo INMETRO, para
atuar nessa rea, sendo que um deles (LABEX do CEPEL) possui reconhecimento
internacional, com convnios assinados para a aceitao recproca de resultados de ensaios, o
que tem real valor para a agilizao desse processo e que nos coloca em posio de destaque
no cenrio mundial.

O objetivo principal do sistema de certificao a Segurana. Os fabricantes de


equipamentos no so detentores absolutos da tecnologia e, portanto, necessitam do apoio de
um laboratrio especializado para o desenvolvimento de seus produtos. Por outro lado, o
usurio desse produto, a indstria de processo, necessita ter garantia de que o equipamento
que est sendo adquirido foi construdo em conformidade com as respectivas normas, por no
ser ele o prprio fabricante do equipamento eltrico. Mundialmente reconhece-se que essa
garantia pode ser obtida pela aplicao de um sistema de certificao, baseado em

90

metodologia aceita internacionalmente, que compreende, principalmente, na execuo de


ensaios nos produtos e na avaliao do sistema da qualidade do fabricante.

Essa primeira Portaria, segundo JORDO (2002), causou um impacto no mercado,


gerando muitos problemas de fornecimento, tendo havido uma grande perda de energia na
administrao desses conflitos, mas o principal resultado que a compulsoriedade foi
mantida, a despeito de todos os problemas para sua implantao.

A Resoluo CONMETRO n 2, de 11.12.97, legislao ambiental de interesse do


setor eltrico, em seu item 3.1.1, menciona:
A certificao compulsria, no mbito do Sistema Brasileiro de Certificao, deve
dar prioridade s questes de segurana, de interesse do Pas e das pessoas
individualmente, abrangendo tambm as questes relativas a animais e vegetais,
proteo da sade, proteo do meio ambiente e temas correlatos.

No item 1.3 do mesmo documento l-se: [...]. cada vez mais usual o carter
compulsrio da certificao para a comercializao de produtos que se relaciona com sade,
segurana e meio ambiente.
4.1 REALIDADE DO SISTEMA DE CERTIFICAO
A portaria do INMETRO em vigor a de n 176, de 17 de julho de 2000. Segundo
JORDO (2002), vivemos hoje um cenrio que est exigindo de todos ns aes enrgicas e
urgentes, pois h evidncias que demonstram o seguinte:
a) Alto percentual dos equipamentos eltricos para atmosferas explosivas comercializado
sem o Certificado de Conformidade;
b) Existem fabricantes que sequer conhecem os conceitos primrios para a fabricao desses
equipamentos. So meros repetidores de processos industriais lucrativos, mas que no tem
significado algum especial para eles;
c) Na indstria qumica em geral, ainda grande o desconhecimento, tanto sobre aspectos
tcnicos, quanto sobre a legislao que obriga certificao.
d) Alguns usurios bem como alguns fornecedores tentam justificar sua inadimplncia
alegando desconhecimento da lei.
e) O INMETRO, em que pese o grande nmero de denncias e solicitaes de fiscalizao,
no tem conseguido desenvolver aes mais fortes e efetivas;

91

f) Existem usurios que descumprem os preceitos legais simplesmente porque acham que o
sistema de certificao se constitui em ato cartorrio, burocrtico, que emperra o fluxo de
suprimento;
g) Existem fabricantes srios que investiram em certificao de seus produtos e esto
perdendo concorrncias para outros que no tm compromisso algum com a lei e muito
menos com a segurana;
h) Outros fabricantes, apostando na impunidade, abusam ao veicularem propaganda em meios
de comunicao sobre equipamentos

sem terem os Certificados de Conformidade dos

mesmos;
i)Aconteceram exploses em postos de servio por inadequao de equipamento eltrico
aplicado em filtros-prensa de leo diesel, provocando aes do INMETRO (Portaria
INMETRO 103, de 16.06.98).

S podemos considerar uma instalao eltrica em atmosfera potencialmente


explosiva, completamente adequada caso as aes estejam integradas e envolvendo as trs
partes principais e convergindo todas para a normalizao tcnica, que o ponto comum,
sendo:

- Segmento da normalizao tcnica


Quanto s Normas Tcnicas elaboradas pelo SC-31 do COBEI, segundo JORDO
(2002), embora no estejam completamente em dia com as publicaes da IEC, podemos
afirmar que grandes partes das mesmas, pelo menos as principais, esto disponveis para uso,
e no caso das que no foram ainda elaboradas, podem-se utilizar as da IEC, conforme previsto
pela resoluo CONMETRO.

- Segmento da certificao dos laboratrios e Organismos Certificadores Credenciados


Segundo JORDO (III EPIAEx, 2002), esse ramo da atividade Ex, a nosso ver, est
operando razoavelmente, uma vez que temos trs OCCs e dois laboratrios credenciados.

- A filosofia de Certificao.

Os modelos de Certificao, adotados pelo CONMETRO para o Brasil, no so


adotados por todas as empresas que comercializam produtos Exs, pois, como um todo, so

92

pouco conhecidos no Brasil, com exceo, talvez, da certificao de sistemas da qualidade


baseada na srie ISO 9000, que bastante praticada em nosso pas.

- Segmento dos usurios atravs de projetos, montagens, operaes e manuteno.


Na viso de JORDO (III EPIAEx, 2002), aqui aparece um cenrio muito crtico
pois os usurios dos diversos segmentos que utilizam equipamentos Exs, como por exemplo:
indstrias qumicas, petroqumicas, farmacuticas, de alimentos, de petrleo; no exigem dos
seus fornecedores as certificaes que garantem a especificao do produto e por
conseqncia, exerce papel preponderante na manuteno do Sistema de Certificao. O
sistema ser implantado em sua plenitude na razo direta da conscientizao dos seus usurios
quanto importncia de s possuir equipamentos Exs com o devido Certificado de
Conformidade em suas instalaes.

Para JORDO (2002), o usurio , portanto, o grande parceiro na consolidao do


sistema de certificao Ex. Dentro da viso deste autor, as razes que contribuem para o
desconhecimento de nvel elevado quanto classificao de reas so:

Assunto no tratado como parte integrante da segurana industrial;

Assunto no contemplado nas escolas de engenharia e de formao tcnica;

Dcadas utilizando filosofia americana sem ter normas Brasileiras;

Falta de legislao e conseqentemente falta de fiscalizao;

Cursos sobre a matria praticamente somente na PETROBRAS. Com pouca


freqncia, abertos ao pblico externo, quase que exclusivamente pelo IBP - Instituto
Brasileiro de Petrleo; e

Falta de uma ao mais efetiva da ABIQUIM, que congrega grande parte dos
usurios, para a disseminao desse conceito.

4.2 SEGMENTO DOS FABRICANTES


Para Jordo (III EPIAEx, 2002), esta parte do processo de Certificao de
Conformidade tem sido extremamente crtica para a manuteno do sistema. Ainda para este
autor:
com algumas excees que merecem toda a nossa considerao, a maioria dos
fabricantes nacionais de equipamentos eltricos Ex no tem respeitado a
legislao e tm abusado da incapacidade que tem os rgos de fiscalizao de
atuarem de maneira enrgica.

93

Esses fabricantes, tradicionalmente, de equipamentos de invlucros do tipo prova


de exploso, projeto de concepo americana, tm constantemente desafiado as estruturas de
proteo do trabalhador, apostando na desinformao do usurio e na fraqueza dos rgos de
fiscalizao.

Em futuro prximo os Organismos de Certificao de Produtos (OCPs) para


atmosferas explosivas, denominados de Organismos de Certificao Credenciados (OCCs)
mudaro sua terminologia para Organismos de Certificao Acreditados. O motivo que
internacionalmente o processo denominado acreditao e no certificao. Com isto o
INMETRO estar adequando a terminologia para o padro internacional.

94

5 ESTUDO DE CASO: UMA PLANTA INDUSTRIAL DA INDSTRIA DO


PETRLEO.
Este captulo aborda o estudo de caso realizado, iniciando por um histrico das
necessidades da planta industrial que geraram a demanda do trabalho. Com uma proposta de
gesto de processo e a demanda industrial, pode-se aplicar o mtodo e verificar sua
aplicabilidade, abrangncia, eficincia e eficcia. Ao final deste, so consolidados os
resultados obtidos.

5.1 HISTRICO
Uma unidade industrial necessitava ampliar suas instalaes e para isto, precisava
construir uma nova planta industrial14 de tratamento, para obter o produto comercial desejado
dentro de padres e qualidade exigido pela legislao e pelo seu mercado consumidor. Esta
unidade industrial no possua outra planta de tratamento similar.

Para atingir seu objetivo, houve a contratao de uma empresa de engenharia


especializada, com experincia e corpo tcnico qualificado para a realizao do projeto
executivo, especificao e montagem da unidade. Dentro das atribuies contratadas, estava a
realizao da classificao de reas para subsidiar a compra e instalao dos equipamentos
eltricos.

A classificao de reas foi realizada pelos profissionais da empresa de engenharia


contratada, seguindo as normas internas sobre o assunto informadas pela empresa contratante
e baseadas nas normas ABNT/IEC.

Para a consolidao do trabalho realizado por esta empresa contratada, diversos


profissionais de segmentos distintos da empresa contratante foram reunidos para realizar a
anlise da classificao de reas apresentada.

14

Conjunto de equipamentos necessrios para a realizao industrial de uma atividade

95

5.2 MTODO UTILIZADO


Baseado no exposto nos captulos anteriores temos:

Objetivo do estudo de caso: Verificar atravs de comparao a classificao de reas


realizada por esta empresa de engenharia contratada com o trabalho de classificao de reas
realizado por uma equipe interdisciplinar da contratante;
Local: A equipe interdisciplinar foi reunido na sede da empresa de engenharia onde se
realizou a primeira classificao de reas;
Cenrio: Planta industrial de tratamento de uma unidade da indstria de petrleo;
Cronologia: O trabalho foi realizado em vinte e quatro horas, divididos em trs encontros de
oito horas;
Personagens: Equipe composta de:

Um especialista no assunto classificao de reas;

Um engenheiro de segurana;

Um engenheiro de processo, responsvel pela implantao da planta industrial;

Um tcnico de operao, responsvel pela operao da futura planta industrial;

Um engenheiro eltrico, responsvel pelo projeto da empresa contratada;

Um engenheiro civil, coordenador do projeto de ampliao da empresa contratante.

Ao:
1 Fase: Preparao. Realizada em 3 etapas, a saber:
1 etapa O especialista realiza uma explanao sobre as normas de classificao de reas
aplicadas, os tipos de proteo de equipamentos eltricos que sero aplicados neste ambiente
e uma viso geral para as outras disciplinas envolvidas na reunio de trabalho. Algumas
dvidas conceituais em relao primeira classificao de reas so explanadas para o grupo,
como ponto de partida do trabalho;
2 etapa As plantas atualizadas de leiautes da planta industrial, com seus respectivos cortes
e arranjos, foram, previamente, elaboradas; e
3 etapa Foi elaborado previamente um formulrio para esta reunio com a lista completa
dos equipamentos que operam com material inflamvel.
Observao: Em colunas distintas foram colocados os equipamentos, as substncias que iro
estar presente ou sero produzidas nestes equipamentos, seus dados de projeto, tais como:

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fluido, temperatura, presso, vazo, temperatura, presso, volume, dimenses principais e um


campo de observao;

2 Fase: Reunio de trabalho. Realizada em 6 etapas, a saber:


1 etapa A cada equipamento da lista realizada uma explanao sobre o funcionamento
deste, suas interligaes e particularidades. verificada sua dimenso, o produto que contm
seus dados de projeto, e se em condies normais de operao ele ser capaz de liberar vapor
ou gs para a atmosfera e de sua magnitude relativa (VOLUME X PRESSO X VAZO);
2 etapa verificado se a substncia, em funo de seu ponto de fulgor, de sua faixa de
inflamabilidade, de sua toxicidade, ventilao do local e caracterstica do equipamento deve
classificar a rea;
3 etapa No caso de necessidade de classificar a rea, baseado na magnitude relativa,
aplica-se figura de volume de risco para a situao. Caso haja algum dado importante que
tenha gerado uma no classificao da rea ou uma classificao mais restritiva, devem ser
anotadas na coluna observaes, de modo a registrar a situao encontrada como se fosse uma
memria de clculo ou memria de projeto;
4 etapa Por consenso da equipe, consolidado se o volume de risco est adequado. Alguns
parmetros caractersticos do local so analisados e decidido se o volume de risco padro
ser aplicado ou ser feito alteraes para a adequao destes volumes a este equipamento;
5 etapa Havendo consenso, analisa-se o equipamento seguinte, voltando 1 etapa. Ao
termino das anlises dos equipamentos, verificar se no existe a presena de ilhas, pequenos
espaos, entre os volumes de risco representados, situao no recomendada pelas normas.
Neste caso, completar o espao vazio com a classificao de um dos volumes representados; e
6 etapa Aps serem representados os volumes de risco nas plantas, uma nova reunio deve
ser realizada para a consolidao da classificao de reas.

3 Fase: Inspeo. Deve ser realizada em 5 etapas, em plantas ou unidades j em operao.


Para efeito deste estudo, esta fase no foi realizada, sendo explicitada abaixo apenas para
ilustrar este estudo acadmico.
1 etapa Realizada uma inspeo buscando na planta industrial verificar se as observaes e
anlises do grupo esto em conformidade com a classificao de reas;
2 etapa Deve ser realizada uma inspeo de conformidade dos equipamentos instalados em
conformidade com a nova classificao de reas. O relatrio desta inspeo deve ser assinado
por um profissional habilitado como preconizado pela NR-10;

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3a. etapa - As no conformidades encontradas devero ser registradas e encaminhadas ao


setor/gerncia responsvel por sua implementao. No caso de plantas industriais certificadas
pela ISO 14000 devero usar os mecanismo de registro de no-conformidades adotado pelo
sistema;
4 etapa Acompanhamento da correo das no-conformidades. Deve-se garantir a
rastreabilidade da soluo das no conformidades; e
5 etapa Realizar uma inspeo em 100% da planta industrial e estabelecer uma
periodicidade para inspeo peridica.
Intercorrncias:
1. Devido a fortes chuvas que ocorreram na regio do aeroporto de onde deveriam se
deslocar parte da equipe, causando alagamento do mesmo, uma das reunies
programadas sofreu atraso de algumas horas, tornando o cronograma apertado; e
2. Uma das reunies foi cancelada por motivo de outros compromissos de alguns
membros da equipe.

Mtodo utilizado: Anlise da planta industrial para a classificao de reas atravs de equipe
interdisciplinar, seguindo os preceitos da norma IEC 60079-10, com utilizao de figuras
padro da norma americana. API 505, conforme tratado nos captulos anteriores desta
dissertao.

5.3 ANLISE DOS RESULTADOS


Motivado pelo fato de ser uma instalao em fase de projeto e da unidade no possuir
experincia com o tipo de planta industrial em desenvolvimento, foram associados aos
profissionais da unidade profissionais de outras unidades da companhia para a realizao da
classificao de reas.

O grupo contou com a diversidade proposta, com a presena de profissionais com


bastante conhecimento da operao e das caractersticas de projeto da nova instalao, alm
de profissional ligado atividade de segurana, engenharia eltrica e de especialista no
assunto classificao de reas. Todos j possuam conhecimentos prvios do assunto, sendo
necessrio apenas um nivelamento terico.

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O resultado obtido pela equipe interdisciplinar foi diferente daquele obtido pela
execuo de um nico profissional contratado para tal finalidade, principalmente nos
seguintes pontos:
1. A rea classificada foi reduzida, diminuindo o custo de compra, instalao,
manuteno e operao, mantendo o mesmo nvel de segurana;
2. Mesmo tendo a primeira classificao de reas sido realizada aplicando as normas
indicadas pela empresa contratante, ocorreram erros conceituais por no contemplar
situaes que somente as pessoas que esto envolvidas diretamente no processo
podem analisar e consolidar;
3. A tarefa realizada individualmente acrescentou margens de segurana demasiadas
(que aumentam os custos operacionais do projeto);
4. A norma API RP 505 traz em seu prprio nome que : prtica recomendada
(RP = recommended practice), significando que deve servir como parmetro, mas
necessita de anlise individualizada para aplicao;
5. Para efeito de densidade relativa do produto, o grupo de trabalho considerou que:
produtos mais leve do que o ar so aqueles que possuem densidade relativa ao ar
menor que 0,8. Os que possuem densidade relativa entre 0,8 e 1,1 foram considerados
com o comportamento similar ao ar e os que possuem densidade relativa maior que
1,1 foram considerados como pesados;
6. Foram considerados que todos os locais da instalao so bem ventilados. Em uma
anlise de ventilao, os nmeros encontrados de velocidade dos ventos, tendo como
referncia o nvel do solo, foram sempre acima de 0,5 m/s. Houve predominncia de
ventos em torno de 3 m/s, com variaes at 6 m/s;
7. Diversas reas foram definidas como no classificadas por apresentarem significativa
presena de H2S. Esta definio no est escrita em nenhuma norma comnhecida,
mas por similaridade ao recomendado na norma API RP 505 para a amnia, o grupo
de trabalho, por consenso, validou que esta situao poderia ser aplicada. O H2S,
conforme j exposto anteriormente, um gs que apresenta alta toxicidade para o ser
humano e apresenta densidade relativa ao ar de 1,19, considerado como um gs
pesado. Em condies normais de operao, o principal risco est nesta caracterstica
do produto e a presena de equipamentos eltricos no acrescenta riscos maiores
instalao. Desta forma, houve a recomendao de instalao de conjunto de sensores
deste gs para identificao de nveis de presena de H2S muito inferiores queles
necessrios para ocasionar uma atmosfera explosiva;

99

8. As regies em torno de equipamentos no eltricos, tipo forno, so definidas como


no classificadas em virtude de que as correntes de conveco produzidas por estes
equipamentos no permitem que gases ou vapores se aproximem em condies
adequadas de volume e concentrao capazes de gerar uma atmosfera potencialmente
explosiva. Para os tipos de fornos a serem instalados, por suas caractersticas
construtivas, de operao e pela sua posio fsica na instalao, com ventilao
adequada, a probabilidade de formao de atmosfera potencialmente explosiva
extremamente remota. O grupo definiu que ao redor destes equipamentos fossem
reas no classificadas, mas que era importante que protees adicionais de segurana
fossem implantadas. Assim sendo, sensores de H2S foram recomendados devido
possibilidade de vazamento desta substncia, que poderia gerar risco para a sade das
pessoas;
9. Nos equipamentos que operam somente com hidrognio em condio abaixo de 30%
em volume, as reas ao seu redor foram consideradas como no classificadas. Isto se
deve ao fato que, nestas circunstncias, a experincia acumulada da empresa
demonstra que as emisses que podem ocorrer dentro das condies normais de
operao, no so capazes de formar atmosferas potencialmente explosivas dentro da
faixa de inflamabilidade. Como este no um limite fixo entre o seguro e o no
seguro, sendo simplesmente um limiar de anlise, caso este nmero se aproximasse
de 30%, o grupo foi conservativo, classificando a rea;
10. Nos equipamentos que operam com uma mistura de produtos, a anlise era voltada
para cada produto individualmente, verificando seus dados. No caso em que operava
com hidrognio abaixo de 30% e em pequenos volumes, com boa ventilao, as reas
foram consideradas no classificadas e foi recomendado sistema de deteco de
gases;
11. Muitos equipamentos foram consideradas pelo grupo como fontes de risco de
magnitude relativa pequena/baixa, mesmo sendo uma planta de uma refinaria de
petrleo, o que no estava sendo contemplado. Desta forma, as figuras padronizadas
foram aplicadas como se fossem instalaes de transporte e armazenamento de
petrleo e derivados e no as figuras padronizadas para refinarias de petrleo. Isto
diminuiu os volumes das reas classificadas, significando que vrios equipamentos
eltricos passaram a situar fora destas, facilitando a compra, manuteno e operao,
e com isto, gerando reduo de custo;

100

12. Em torno de alguns equipamentos, as figuras de volumes de risco padronizadas foram


diminudas em funo de caractersticas de ventilao do local: como exemplo: altura
do equipamento; e da densidade relativa da substncia analisada;
13. Algumas construes ou posicionamento de equipamentos podem ser ajustados para
que os volumes de classificao de reas permitam que elementos eltricos
importantes sejam projetados e construdos sem necessidade de caractersticas
especiais para reas classificadas. Este item importante para a diminuio dos custos
da instalao. Como exemplo de sua aplicao tem a rea denominada casa de
compressores, com a situao de aplicao para gases mais leve que o ar, que possui
figura tpica para refinarias de petrleo consolidada e amplamente utilizado. Neste
projeto, era necessria a colocao de uma ponte rolante dentro desta. Na aplicao
pura e simples de figuras padro, esta ponte rolante deveria ser toda especificada e
certificada para rea classificada, o que significa projeto especial, tempo de
construo, pagamento em moeda estrangeira, tempo e custo operacional e
administrativo para a importao, instalao e manuteno especial, significando,
principalmente, custo elevado. Atravs da experincia e consenso da equipe de
trabalho, utilizando a mesma norma e conceitos de rea classificada, foram alteradas
as caractersticas fsicas da construo em funo do tipo de gs presente no local,
gerando aumento da ventilao. A figura tpica foi adaptada situao e aplicada,
porm a ponte rolante passou a se situar fora da rea classificada. Desta forma, passou
a ser do tipo convencional, de fabricao nacional, apenas com especificao de caixa
remota de comando de botoeiras de operao apropriada para operar em atmosfera
potencialmente explosiva. Isto resultou em substancial diminuio de custos e
facilidade operacional;
14. Foi solicitado que a simbologia aplicada fosse refeita de modo que facilitasse a
compreenso da planta de classificao de reas. O padro utilizado estava em
conformidade com as normas internacionais, porm no era a simbologia aplicada
dentro da empresa. As normas definem simbologia prpria para cada zona
(ABNT/IEC), mas no existe diferena para a simbologia entre grupos. Como havia
reas classificadas do tipo: zona 2, grupo IIC e zona 2, grupo IIA, foram adotadas
simbologias diferenciadas, mantendo o mesmo padro adotado pelas normas
internacionais. Para zona 2 as hachuras so diagonais, segundo ABNT/IEC, sendo
adotado para grupo IIC hachuras diagonais contnuas e para grupo IIA hachuras
diagonais com trao e ponto intercalados;

101

15. Na classificao de reas original, a instalao era definida como grupo IIC em
virtude da presena de hidrognio em todos os locais. Na anlise do grupo de
trabalho, muitas reas passaram a ser definidas como IIA. O motivo que o produto
qumico de maior concentrao, possibilidade de vazamento e risco associado ser
hidrocarbonetos e no hidrognio. A simples presena do elemento qumico com
possibilidade de formao de gs ou vapor inflamvel no classifica uma rea.
necessrio, alm da presena do produto, existir as seguintes condies: risco de
vazamento e possibilidade de concentrao (em volume) capaz de gerar a
probabilidade de formao de atmosferas potencialmente explosivas;
16. Algumas reas foram consideradas no classificadas devido a suas caractersticas
construtivas tornavam a probabilidade de vazamento remota, s ocorrendo em caso
de catstrofe, situao esta no prevista para efeito de classificao de reas. Como
exemplo, temos o caso de equipamentos que foram construdos em ao inox, com
flanges soldados. Neste caso, no previsto o vazamento de produto sob condies
normais ou anormais de operao. Este um caso tpico em que as caractersticas
construtivas do equipamento s eram conhecidas pelo especialista de equipamentos e
que influenciaram na deciso do grupo de trabalho sobre a no classificao da rea
em torno deste equipamento;
17. Considerou-se, para determinar que uma rea em torno de determinado equipamento
como no classificada, a impossibilidade de vazamento de um equipamento pelo
motivo de que ele trabalha em regime de presso negativa. Assim sendo, em caso de
vazamentos, ao invs de haver a possibilidade de sada de produtos qumicos,
ocorrer a entrada de ar no sistema. Esta outra situao onde somente o
conhecimento especfico de um profissional de equipamentos pode gerar informao
apropriada para a no classificao desta rea;
18. A presena de especialista em sistema de processo dos equipamentos e o seu
conhecimento especfico da formao de produtos qumicos residuais geraram
informaes importantes para o grupo de trabalho. Como exemplo, temos o caso de
determinado equipamento que gera como resduo um grande volume de H2S em seu
topo. Este dado no estava disponvel na planilha prvia, por no fazer parte dos
insumos de produtos qumicos com que o equipamento trabalha. Somente durante a
explanao da operao do equipamento, atravs das perguntas do grupo de trabalho,
em suas variadas vises profissionais, foi percebido que esta situao no altera a

102

classificao de reas, mas fundamental para a segurana e proteo das pessoas


atravs de aplicao de sistema de deteco;
19. Alguns equipamentos no foram considerados com possibilidade de geraram uma
rea classificada devido ao fato que mesmo contendo gs inflamvel e tendo
possibilidade de vazamento sob condio normal de operao, as condies de
ventilao do local associadas concentrao (em volume) e sua densidade relativa
gerem uma probabilidade muito remota de formao de atmosferas potencialmente
explosivas. Este gs, nas condies citadas, dificilmente estar em condio de
concentrao que atinja sua faixa de inflamabilidade;
20. No caso de equipamentos que operam com o gs hidrognio, cuja densidade relativa
ao ar muito baixa, (0,07); e considerado produto muito leve, com volume de
concentrao baixa ou mdia, instalados em local de ventilao adequada, em torres
elevadas, com presena de ventos, sem cobertura ou laje que possa conter gases,
foram consideradas as reas ao seu redor como no classificada;
21. Discutiu-se sobre o caso de algum equipamento com sistemas de instrumentao
capaz de detectar alteraes no processo e realizar sinalizao, bloqueios,
intertravamentos e interrupes do processo poder em uma anlise, justificar a no
classificao de uma determinada rea. Percebeu-se o cuidado especial a ser tomado
quanto ao volume que pode vazar antes que as protees tenham atuado ou o volume
de produto que o equipamento contenha no instante da condio de contingncia e
que poder vazar, mesmo tendo ocorrido os intertravamento ou paralisao das
operaes. Caso estas condies sejam significativas e conhecidas, a rea deve ser
considerada como classificada;
22. Equipamentos que operam com produtos qumicos com ponto de fulgor igual ou
superior a 60 C e, a menos que haja uma fonte de calor prxima de modo a elevar a
temperatura ambiente acima da temperatura de seu ponto de fulgor, no so capazes
de formar atmosferas potencialmente explosivas. Assim sendo, a rea ao seu redor
no classificada. Como exemplo, temos equipamentos que operam com leo diesel no
seu estado puro de craqueamento, na parte do processo onde ainda no ocorreu a
adio de outros produtos qumicos de baixo ponto de fulgor, tipo nafta. Neste caso, a
rea foi considerada no classificada;
23. Ateno especial foi dada aos equipamentos que, embora operem com produtos com
baixo percentual em volume (rea no classificada), apresentam quantidades
suficientes para representar risco para a segurana e para a sade dos trabalhadores.

103

Neste caso podemos citar os equipamentos que operam com gases tipo H2S e H2. Foi
recomendado, nestes casos, o uso de sistema de deteco de gases;
24. Em algumas situaes, equipamentos que operam com produtos considerados como
LAV (Lquidos Altamente Volteis), tiveram suas reas classificadas expandidas,
conforme as figuras padro para estas situaes;
25. O estudo da lista de produtos, suas caractersticas, seus dados de operao e processo,
assim como da planta de classificao de reas, gerou a aplicao de conjuntos de
sensores de gases no previstos originariamente no projeto; e
26. Baseado no item anterior foi reformulada a planta de sensores de gases da instalao,
alterando

nmero

de

sensores

instalados,

suas

caractersticas

seus

posicionamentos fsicos.

Observao: No foi realizada a fase de inspeo, por se tratar de um projeto ainda a ser
construdo.
5.4 APLICABILIDADE DO MTODO
O mtodo proposto demonstra ser eficiente e eficaz, com capacidade de aplicao para
todas as situaes propostas de estudo de classificao de reas.

No foi percebida restrio alguma ao mtodo ou situao em que ele no possa ser
aplicado. Sua base conceitual slida, baseada em modernas tcnicas de gesto de pessoas e
de processos. Sua base prtica apoiada na aplicao de norma internacional de classificao
de reas e o estudo de caso demonstrou sua consistncia e aplicabilidade.

Os resultados alcanados no estudo de caso foram reais e com possibilidade de ganhos


financeiros significativos atravs de reduo de custos.
5.5 CONCLUSES DESTE ESTUDO DE CASO
A primeira pergunta que pode ser feita quando da anlise deste estudo de caso sobre
classificao de reas : O profissional que estava desenvolvendo este trabalho
individualmente possua capacitao e experincia suficiente para esta aplicao? Neste caso,
sendo este profissional altamente qualificado e experiente, no ser ele capaz de aplicar as
normas recomendadas de maneira mais apropriada do que reunindo um grupo de profissionais
em forma de grupo de trabalho?

104

A resposta categrica: O profissional especializado para realizar a classificao de


reas para atmosferas explosivas, quanto a equipamentos eltricos, por mais qualificao e
experincia pode desconhecer certos detalhes, particularidades e especificidades da unidade,
que somente com a presena de profissionais ligados operao e profissionais dentro de seus
campos especficos de atuao so conhecedores e capazes de gerar subsdios para a execuo
deste trabalho. As unidades industriais no so projetadas e executadas de modo nico. Cada
unidade necessita que suas plantas executem tarefas e gerem resultados peculiares. Somente
estas equipes interdisciplinares conhecem as formas que so realizadas as manutenes, as
culturas locais de comportamento e operao, atendimento a procedimentos operacionais,
disciplina operacional entre tantas outras particularidades que determinam a forma que a
classificao de reas deve ser executada.

Desta forma, este estudo de caso mostra que para a obteno da menor rea
classificada possvel, mantendo os mesmos nveis de segurana, deve haver o envolvimento
de equipes de trabalho dentro das caractersticas profissionais propostas. Este ponto
fundamental para que a melhor relao custo/benefcio seja obtida, independente das normas
de classificao de reas que foram aplicadas. Como visto no decorrer deste trabalho, somente
com a experincia destas equipes de trabalhos, os volumes utilizados para a classificao de
reas podem ser adequados para a realidade individual daquela unidade e dentro de
parmetros aceitveis, evitando ser conservativo em excesso ou no contemplando situaes
que possam gerar riscos desnecessrios. Este processo interdisciplinar possui grande
facilidade de aplicao para a execuo das plantas de reas classificadas, tornando o
processo mais rpido, objetivo e confivel. Outro ponto a ser destacado o envolvimento de
profissionais da unidade com a responsabilidade de divulgar, inspecionar, manter e revisar as
plantas de classificao de reas dentro das propostas das normas especializadas. Este estudo
de caso mostra que as condies locais da unidade afetam os volumes definidos nas normas
de forma significativa, diferenciando sua aplicao para outros projetos similares.

No foi possvel a formao de mais de uma equipe interdisciplinar, motivado pelas


particularidades deste projeto, com a realizao de uma consolidao por consenso do
trabalho final de classificao de reas da instalao. Esta prtica visa agregar vises
diferentes de mais de um grupo de trabalho.

105

A integrao de grupos de profissionais da unidade com profissionais de outras


unidades da companhia acrescentou conhecimento e foi uma experincia positiva, que pode
ser aplicada sem comprometer o mtodo.

O cronograma de reunies deve prever a ocorrncia de atrasos devido a situaes


adversas.
Outra concluso importante observada que atravs da classificao de reas
possvel reconhecer as reas e atividades que devem ser protegidas por sistema de deteco e
monitoramento de vapores e gases com risco sade do trabalhador e da segurana da
instalao. Este aspecto importante e confere realizao do processo de classificao de
reas, desde o projeto, passando pelas alteraes at atingir a prtica de reviso peridica,
mais um valor agregado. A aplicao e manuteno das plantas de classificao de reas
ajudam no atendimento da aplicao de sensores apropriados aos produtos manuseados e
gerados pelos equipamentos, seja no tipo de sensor especificado seja no nmero necessrio.

106

6 CONSIDERAES FINAIS
6.1 QUANTO AOS OBJETIVOS E QUESTES DO TRABALHO
Este estudo permitiu a abertura de novos horizontes, conhecendo novos autores e
outras vises sobre o tema classificao de reas quanto formao de atmosferas explosivas,
consolidada a importncia da realizao de trabalho interdisciplinar nesta atividade.

Atravs da reviso bibliogrfica foi possvel correlacionar o tema estudado com outros
campos de conhecimento, atravs das interfaces dos vrios segmentos profissionais.

Durante a realizao deste estudo de caso, foi percebida que a classificao de reas
uma poderosa ferramenta para a anlise e execuo de protees preventivas complementares
de uma unidade industrial quanto a riscos provenientes dos gases emanados em seus
processos industriais, atravs de proteo por sensores de gases. Este aspecto no est
informado em nenhuma norma ou recomendao, no sendo ainda utilizada pelos
profissionais envolvidos em projetos de proteo por sensores de gases.

Quanto custar a adequao da planta industrial a classificao de reas? Independente


do custo, as plantas industriais devero adequar-se os requisitos da NR-10, principalmente as
j certificadas pelas srie BS 8800, OSHAS 18000 e ISO 14000. No entanto, a segurana das
pessoas que trabalham na planta industrial, a reduo de risco para a comunidade
circunvizinha e para o meio ambiente devem ser as maiores motivaes.

Em certas situaes, normas de outros pases ou organismos, diferentes das que esto
sendo aplicadas como referncias, podem servir de subsdio complementar.

Vale ressaltar que o propsito inicial de minha pesquisa era responder ao seguinte
questionamento:
Qual a gesto de processo de anlise a ser adotado para uma classificao de
reas quanto a atmosferas potencialmente explosivas de uma determinada rea ou
equipamento de uma indstria qumica, petroqumica ou do petrleo?
Esta questo foi plenamente respondida, visto que, o estudo de caso permitiu clareza

107

sobre a importncia da formao de equipes interdisciplinares para o tema classificao de


reas. Os resultados obtidos permitem concluir que, em uma anlise a priori, atravs do
mtodo apresentado, pode-se atingir um grau maior de confiabilidade para a empresa quanto
aos aspectos de segurana e sade dos trabalhadores e de suas instalaes. Outro ponto
importante que com este mtodo, possvel, mantendo o mesmo nvel de segurana, reduzir
os custos do projeto, aumentando desta forma seus lucros, objetivo final de toda e qualquer
organizao empresarial.

Independentemente das dificuldades, que venham acontecer na aplicao do mtodo


de grupo de trabalho, obtm-se uma planta industrial segura sob a tica de classificao de
reas.

A utilizao de figuras padronizadas, de modo mecnico, de uma norma para


classificao de reas, sem anlise minuciosa das particularidades e peculiaridades da planta
industrial, produz resultados duvidosos, que podem levar a erros por excesso, como o que foi
evidenciado neste trabalho, aumentando o custo do projeto, pelo prprio desconhecimento da
operao ou interpretao errnea da norma, poder gerar a falsa impresso de segurana,
criando situaes de riscos desnecessrias, colocando em perigo a vida de pessoas e o
patrimnio da empresa, conforme afirma JORDO em seus trabalhos entre 1995 e 2002.

No caso de projeto de plantas industriais novas, a interao das disciplinas desde a


fase de concepo do projeto at a sua construo, aumenta a garantia de uma planta
industrial segura desde que todos tenham um conhecimento mnimo do assunto classificao
de reas.

A classificao de reas da planta industrial deve ser reavaliada a cada dois anos,
segundo MCMILLAN (1998) e a cada trs anos pela IEC 60079-17 (2002). O nmero de noconformidades poder ser muito reduzido se todos participarem da manuteno da adequao
da planta industrial, inclusive com a guarda dos certificados dos equipamentos.

Atravs da pesquisa realizada, constatou-se se que este tema ainda do campo de


conhecimento restrito a grupos de profissionais especializados, que a literatura brasileira
possui limitado nmero de publicaes, que as escolas profissionalizantes, escolas tcnicas,
universidades e cursos de ps-graduao, que deveriam estar formando o corpo de

108

profissionais especializados brasileiros, no possuem este assunto em sua grade de ensino.


Nem mesmo as escolas de engenharia eltrica abordam este tema, to importante e necessrio
para a especificao de equipamentos eltricos. Assim sendo, como contribuio deste estudo,
sugere-se a proposta de maior envolvimento das instituies de ensino no pas na divulgao e
formao de profissionais sobre este tema.

Como reflexo direto do desconhecimento e da desinformao a respeito deste tema, os


gerentes e administradores das empresas que trabalham no setor de indstrias qumicas,
petroqumicas e do petrleo, no do a devida ateno e cuidado, pois no possuem respaldo
tcnico nem informao adequada. Desta forma, a classificao de reas, item indispensvel
da segurana das pessoas e instalaes de uma empresa, fica muitas vezes esquecida ou
relegada ao segundo plano. Esta situao, em caso de acidente, traz complicadores, que
conforme foi visto anteriormente, envolve questes de responsabilidade civil e criminal, tanto
para os profissionais responsveis pela parte tcnica, atravs dos laudos que devem ser
realizados em conformidade com os requisitos das normas regulamentadoras do Ministrio do
Trabalho e Emprego, quanto aos nveis gerenciais, legalmente responsveis perante o Poder
Pblico.

Embora os produtos sejam vendidos como apropriados para a instalao em


atmosferas potencialmente explosivas, porm, como mostra este estudo, projetos que no
possuem uma classificao de reas confivel no tornam o ambiente de trabalho seguro.
Outro ponto importante que fabricantes utilizam todos os recursos comerciais para realizar a
venda, assim sendo, deve ser verificado pelo usurio se os equipamentos esto em
conformidade com a legislao brasileira. Somente com esclarecimento e formao de corpo
tcnico capacitado que melhorar a segurana de nossas instalaes.

Percebe-se que nas empresas onde a gesto gerencial est fragmentada, com estrutura
em forma vertical, baseada em valores e crenas antigas e com as relaes de poder no
compartilhadas, ocorre dificuldade em criar oportunidades de solues criativas. Este tipo de
gesto no permite que a empresa tenha uma estrutura flexvel, onde as pessoas possam
explorar toda a sua potencialidade. Com isto, no h comprometimento pessoal nem estmulo
ao interesse pela melhoria contnua das condies de trabalho e da segurana da coletividade.

109

A empresa quando gerida dentro de princpios ticos e morais, com respeito


liberdade individual e respeito ao ser humano, levando em considerao as aptides
individuais de cada um, possibilita a criatividade e a inspirao, estimulando as pessoas a
ultrapassarem o seu egosmo, e desenvolverem dentro de si a plenitude, a beleza e a
descoberta do verdadeiro sentido da vida. Dentro destes princpios, a compreenso da
responsabilidade compartilhada por todos dentro da empresa gera a conscincia sobre os
riscos envolvidos nas atividades profissionais.

Na classificao de reas no diferente, pois somente profissionais responsveis,


habilitados, formados e conscientes, podem produzir condies de trabalho que permitam aos
trabalhadores a segurana necessria para a realizao de suas atividades, devolvendo-os com
sade e segurana a seus lares.

Pretende-se com este trabalho, colaborar com os profissionais envolvidos com este
tema, de modo a melhorar a conscientizao sobre o assunto de forma a permitir aumentar a
segurana de nossas instalaes da indstria qumica, petroqumica e da indstria do petrleo.
6.2 SUGESTO DE TRABALHOS FUTUROS
Como oportunidade para o desenvolvimento e aprofundamento no tema, sugere-se um
estudo de caso comparativo entre as vrias normas existentes, de modo a verificar se
possvel a reduo dos volumes das reas classificadas de uma unidade industrial, mantendo o
mesmo nvel de segurana. Este estudo dever servir de modelo para a aplicao de uma
norma que seja mais adequada para a realidade brasileira.

110

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