O Plano Astral-C W Leadbeater
O Plano Astral-C W Leadbeater
O Plano Astral-C W Leadbeater
O PLANO ASTRAL
C. W. Leadbeater
SUMRI O
I NTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
PREFCI O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
APRESENTAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
APRECI AO GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
CENRI O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
OS HABI TANTES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
I Humanos.......................................................... 20
B Os Mor t os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
I I No- Humanos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
I I I Ar t i f i ci ai s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
FENMENOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
CONCLUSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
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saber di st i ngui r ent r e as super i or es e as i nf er i or es, as per manent es e as
t r ansi t r i as, as segur as e as per i gosas. E com chave de our o o encer r a
i ndi cando aos i nt er essados o mt odo mai s nat ur al e segur o par a uma
pr ogr essi va e honest a conqui st a dos super i or es poder es subj et i vos e uma
bem sucedi da sondagem dos meandr os e l abi r i nt os do mi st er i oso mundo ou
pl ano ast r al . Di f i ci l ment e se poder encont r ar , por mui t o t empo, uml i vr o
mel hor no gner o, acess vel gr ande mai or i a das i nt el i gnci as e capaz de
sat i sf azer t ant o a espi r i t ual i st as como a ci ent i st as pesqui sador es.
A pr i mei r a edi o dest e l i vr o apar eceu em Londr es em 1895, e por t ant o,
numa poca emque Wi l l i amCr ooks. coma sua i mensa aut or i dade de pr of undo
ci ent i st a, abal ava o mat er i al i smo or t odoxo dos ci ent i st as com as suas
pesqui sas ps qui cas, cuj os r esul t ados expunha na Royal Soci et y de
Londr es, pel os mt odos r aci onai s pr econi zados pel a Ci nci a. O aut or ,
consumado cl ar i vi dent e, l eva as pal mas de haver si do o pr i mei r o
i nvest i gador ps qui co abal i zado a apr esent ar ao mundo uma obr a dest e
est i l o, expondo suas obser vaes di r et as do mundo ast r al por mt odos
obj et i vos r i gor osament e ci ent f i cos. E t o f el i z e bem acabada f oi a sua
exposi o que, segundo nos r el at a o emi nent e t esof o e escr i t or hi ndu C.
J i nar aj adasa na I nt r oduo, umdos gr andes Mest r es da Sabedor i a sol i ci t ou
do aut or o manuscr i t o or i gi nal par a f i gur ar nos ar qui vos per pt uos da
Gr ande Fr at er ni dade Br anca. S est e gest o, par t i do de quem par t i u,
bast ar i a par a aqui l at ar - se o al t o val or de t o pequeno l i vr o, que no
i n ci o o aut or nem sequer pensava em publ i car , poi s escr ever a a mat r i a
com ender eo cer t o: par a ser expost a a um r eduzi do audi t r i o de sua Loj a
t eosf i ca em Londr es. Desde ent o mui t as out r as edi es e t r adues se
segui r am e mui t as out r as obr as sobr e o mesmo assunt o f or am escr i t as por
mui t os aut or es. Por mat hoj e, na chamada er a ci ent f i ca, O Pl ano Ast r al
Ast r al conser va a sua pr i mazi a or i gi nal , dest acando- se como uma obr a
cl ssi ca na mat r i a, si nt t i ca, cl ar a e de f ci l assi mi l ao, e t i da por
mui t os pr i nci pi ant es como um val i oso vadem- cum par a uma i nt r oduo no
mundo ast r al e seus mi st r i os. Const a o l i vr o de um pr ef ci o da Dr a.
Anni e Besant , que conheci a bemde per t o a ser i edade e r i gor das pesqui sas
do aut or ; uma i nt r oduo por C. J i nar aj adasa, que dat i l ogr af ou as
anot aes f ei t as pel o mesmo aut or , e depoi s se seguem ci nco cap t ul os:
Apr eci ao Ger al , o Cenr i o, os Habi t ant es vi vos e mor t os ( humanos, no-
humanos, e ser es ar t i f i ci ai s) ; os Fenmenos Ast r ai s, e f i nal ment e a
Concl uso. O aut or f i nda o l i vr o consi der ando nor mal o desenvol vi ment o
das f acul dades ps qui cas no ser humano, sendo, por m, i mpr esci nd vel
I NTRODUO
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PREFCI O
Poucas pal avr as bast ampar a of er ecer est e l i vr i nho ao mundo. Vi sa at ender
demanda pbl i ca de uma exposi o si mpl i f i cada dos ensi nament os
t eosf i cos. Tm- se quei xado al guns que nossa l i t er at ur a , ao mesmo
t empo, excessi vament e abst r usa, t cni ca e di spendi osa par a o l ei t or
comum. Com est a obr a esper amos l ogr ar supr i r t o evi dent e necessi dade. A
Teosof i a no se dest i na apenas a er udi t os, mas a t odos. Tal vez ent r e os
que nest as pgi nas obt enham vi sl umbr es de seus ensi nament os, haj a uns
poucos que ser o por el es gui ados a penet r ar mai s pr of undament e em sua
f i l osof i a, sua ci nci a e sua r el i gi o, abor dando os seus mai s abst r usos
pr obl emas com o zel a do est udant e e o ar dor do nef i t o. Todavi a, est a
obr a no f oi escr i t a apenas par a o est udant e sequi oso, que nenhuma
di f i cul dade i ni ci al pode det er , mas t ambm par a os homens e mul her es
envol t os nos af azer es cot i di anos do mundo. A t odos el es pr ocur a expl i car
al gumas das gr andes ver dades que t or nam a vi da mai s agr advel e a mor t e
menos t em vel . Escr i t a por um dos ser vos dos Mest r es, que se di zem os
" i r mos Mai s Vel hos" de nossa r aa, seu ni co escopo ser vi r a
humani dade.
ANNI E BESANT
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APRESENTAO
Na ext ensa l i t er at ur a sobr e Teosof i a, est e pequeno l i vr o se dest aca por
cer t as car act er st i cas especi al ment e mar cadas. uma t ent at i va par a
descr ever a Mundo I nvi s vel da mesma manei r a que um bot ni co descr ever i a
al gum novo t er r i t r i o nest e gl obo, no expl or ado por qual quer bot ni co
ant er i or . A mai or i a dos l i vr os que t r at am de Mi st i ci smo e Ocul t i smo se
car act er i za pel a f al t a de uma apr esent ao ci ent f i ca, t al qual se f az em
t odo depar t ament o ci ent f i co. Mai s nos do a si gni f i cao das coi sas do
que descr i es das coi sas em si . Nest e pequeno l i vr o o aut or abor da o
Mundo I nvi s vel do pont o de vi st a da ci nci a. Como t enho cer t a l i gao
com est e l i vr o, por t er si do o amanuense que o copi ou par a a i mpr esso,
posso descr ever como vei o a ser escr i t o. Na poca em que f oi escr i t o, em
1894, C. W. Leadbeat er er a o secr et r i o da Loj a de Londr es da Soci edade
Teosf i ca, e o seu pr esi dent e er a o Sr . A. P. Si nnet t . A Loj a no f azi a
pr opaganda pbl i ca nem r eal i zava r euni es aber t as; por m t r s ou quat r o
vezes por ano se ef et uava uma r euni o na r esi dnci a do Sr . Si nnet t , e
car t es de convi t e er am envi ados aos membr os da Loj a e aos poucos das
" cl asses super i or es" que o Sr . Si nnet t j ul gava pr ovavel ment e i nt er essados
em Teosof i a. O Sr . Si nnet t desej ava que o Sr , Leadbeat er ( como er a ent o
o seu t r at ament o) f i zesse uma pal est r a na Loj a. Nosso aut or escol heu como
t ema " O Pl ano Ast r al " . Cabe ci t ar aqui a descr i o que el e pr pr i o f ez do
seu t r ei nament o em cl ar i vi dnci a, que o habi l i t ou a f azer uma
i nvest i gao ci ent f i ca dos f enmenos do Pl ano Ast r al . Em seu l i vr o Como
Mc Vei o a Teosof i a, descr eve assi m o seu t r ei nament o: Desenvol vi ment o
I nesper ado Deve- se compr eender que naquel a poca eu no possu a nenhuma
f acul dade cl ar i vi dent e, nem j amai s me havi a j ul gado ser um sensi t i va.
Lembr o- me que er a mi nha convi co que a homem devi a nascer com al guns
poder es ps qui cos e um cor po sensi t i vo ant es de poder t omar qual quer
i ni ci at i va nessa espci e de desenvol vi ment o. De sor t e que nunca eu havi a
conj et ur ado que me f osse poss vel qual quer pr ogr esso desse t i po nest a
encar nao, por m nut r i a a esper ana de que se eu t r abal hasse t o bem
quant o soubesse nest a vi da, eu poder i a nascer na pr xi ma com ve cul os
mai s adequados par a essa l i nha par t i cul ar de pr ogr esso. No ent ant o, um
di a, quando o Mest r e Kut humi me honr ou com uma vi si t a, El e me per gunt ou
se havi a al guma vez t ent ado uma cer t a espci e de medi t ao r el aci onada
com o desenvol vi ment o do mi st er i oso poder chamado Kundal i ni . Eu t i nha
ouvi do, cer t ament e, f al ar desse poder , mas mui t o pouco sabi a a seu
r espei t o, e de qual quer modo o supunha absol ut ament e f or a do al cance par a
os oci dent ai s. Todavi a, El e me r ecomendou f azer al guns esf or os em
det er mi nadas di r et r i zes ( que me compr omet i a no di vul gar a ni ngum mai s
a no ser com Sua aut or i zao di r et a) e me di sse que El e vi gi ar i a esses
esf or os par a ver que nenhum per i go r esul t asse. Nat ur al ment e acei t ei a
sugest o, e t r abal hei f i r mement e, e, penso poder di zer , i nt ensament e,
nessa espci e par t i cul ar de medi t ao di r i a. Tenho que admi t i r que f oi
um t r abal ho mui t o r duo e s vezes di st i nt ament e penoso, mas por cer t o
per sever ei , e no devi do t empo comecei a obt er os r esul t ados que t i nha
si do l evado a esper ar . Cer t os canai s t i nham de ser aber t os e cer t as
di vi ses el i mi nadas; f oi - me di t o que quar ent a di as er a uma boa est i mat i va
da mdi a do t empo r equer i do, se o esf or o f osse r eal ment e enr gi co e
per sever ant e. Tr abal hei nesse sent i do dur ant e quar ent a e doi s di as, e a
mi m me par eci a est ar bei r a da vi t r i a f i nal , quando o pr pr i o Mest r e
i nt er vei o e execut ou o at o f i nal de r ut ur a, que compl et ou o pr ocesso e me
capaci t ou da emdi ant e a usar a vi st a ast r al ao mesmo t empo que mant i nha
pl ena consci nci a na cor po f si co. I st o eqi val e a di zer que a
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consci nci a ast r al e a memr i a se t or nar amcont nuas, quer o cor po f si co
per manecesse acor dado ou ador meci do. Foi - me expl i cado que com meus
pr pr i os esf or os eu pr pr i o t er i a consegui do a r ut ur a vi nt e e quat r o
hor as mai s t ar de, por m que o Mest r e i nt er f er i u por que El e desej ava
empr egar - me i medi at ament e num cer t o t r abal ho. Tr ei nament o ps qui co No
obst ant e, no se deve supor nempor ummoment o que a obt eno dest e poder
par t i cul ar f osse a f i nal i dade do t r ei nament o ocul t o. Ao cont r r i o, apenas
pr ovou ser o i n ci o de um ano do mai s r duo t r abal ho que j amai s eu
conhecer a. Ter de se compr eender que eu vi vi a al i na sal a oct ogonal ,
j unt o mar gem do r i o, sozi nho e dur ant e l ongas hor as di r i as, e
pr at i cament e pr ot egi do de qual quer i nt er r upo, excet o das hor as de
r ef ei o que menci onei . Di ver sos Mest r es f or am bast ant e magnni mos par a
vi si t ar - me dur ant e esse per odo e of er ecer - me vr i as sugest es; mas f oi o
Mest r e Dj wal Kul que me pr opor ci onou a mai or i a das i nst r ues
necessr i as. Possi vel ment e El e f oi movi do a est e at o t o amvel por causa
de mi nha est r ei t a associ ao com el e em mi nha l t i ma exi st nci a, quando
est udei sob sua or i ent ao na escol a pi t agr i ca que el e f undou emAt enas,
e mesmo t i ve a honr a de di r i gi r depoi s de Sua mor t e. No sei como
agr adecer - l he t o gr ande soma de cui dados e i ncmodas que assumi u em
mi nha educao ps qui ca. Paci ent e e r epet i dament e El e cr i ava uma v vi da
f or ma- pensament o, e me per gunt ava: " Que est vendo voc?" E quando eu a
descr evi a com t oda a mi nha mel hor habi l i dade, vi nha r epet i dament e o
coment r i o: . " No, no, voc no est vendo cer t o; voc no est vendo
t udo; apr of unde- se mai s, use a sua vi st a ment al j unt o coma ast r al ; f or ce
um pouco mai s par a adi ant e, um pouco mai s al t o. " Est e pr ocesso t i nha de
ser ami de r epet i do mui t as vezes ant es de meu ment or se dar por
sat i sf ei t o. O di sc pul o t em de ser t est ado de t odas as vr i as manei r as e
sob t odas as condi es conceb vei s; com ef ei t o, pel o f i m da i nst r uo,
esp r i t os da nat ur eza br i ncal hes so especi al ment e chamados e or denados
de t odas as pass vei s manei r as par a que se esf or cem por conf undi r ou
desnor t ear o vi dent e. I nquest i onavel ment e um t r abal ho dur o, e a t enso
que el e i mpe , suponho, quase t o gr ande quant o a que um ser humano
pode segur ament e supor t ar ; mas o r esul t ado obt i do sem a menor dvi da
mai s do que compensador , poi s l eva di r et ament e uni o do eu i nf er i or com
o Eu super i or e pr oduz uma i mensa cer t eza de conheci ment os baseados na
exper i nci a que acont eci ment os f ut ur os j amai s podem abal ar ( 1) . Na
ocasi o em que a conf er nci a par a a Loj a de Londr es est ava sendo
pr epar ada, eu r esi di a com o Sr . Leadbeat er e f r eqent ava cur sos par a
exames. Er a hbi t o do Bi spo Leadbeat er ( par a dar - l he o t t ul o que el e
passou a usar depoi s de sua consagr ao como Bi spo da I gr ej a Cat l i ca
Li ber al em 1916) , nunca j ogar f or a os envel opes em que r ecebi a car t as.
Abr i a- os nos l ados e ut i l i zava suas f aces i nt er nas par a escr ever
memor andos. Est e hbi t o el e o conser vou at o l t i mo ano de sua vi da.
Depoi s de dar a conf er nci a segundo as not as, em 21 de novembr o de 1894,
sua t ar ef a segui nt e f oi escr ev- l a par a publ i cao, i nt i t ul ando- a
Tr ansact i on N. 24 da Loj a de Londr es. Comeou a escr ever um pouco por
vez, em r et al hos de papel que er am os envel opes aber t os. Meu t r abal ho
ent o consi st i a em f azer a t r anscr i o dos f ar r apos de papel par a um
vel ho di r i o de est udant es, t amanho of ci o. Por i sso o manuscr i t o est
f ei t o em mi nha cal i gr af i a. O t r abal ha de escr ever l evou de t r s a quat r o
semanas, poi s el e se achava ocupado em vr i os t i pos de at i vi dades par a a
sua subsi st nci a, e por i sso s podi a escr ever em hor as di spon vei s.
Quando as pr ovas do i mpr essor dos Anai s da Loj a de Londr es vi er am ao
Bi spo Leadbeat er , o manuscr i t a ( que est ava em mi nha cal i gr af i a) f oi por
cer t o, devol vi do pel o i mpr essor . Est e manuscr i t o most r ava as mar cas do
composi t or e do r evi sor , ca br ancur a l mpi da das pgi nas desapar eceu no
pr ocesso do manuscr i t o. I st o no t er i a i mpor t nci a, poi s uma vez i mpr esso
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o manuscr i t a, est e at i r ado na cest a de papi s usados. Mas ei s que
acont eceu umdesusual e i nesper ado i nci dent e, que evi dent ement e at ur di u a
Bi spo Leadbeat er . Uma manh el e me i nf or mou que o Mest r e K. H. l he havi a
pedi do o manuscr i t o, poi s desej ava deposi t - l o no Museu de Ar qui vos da
Gr ande Fr at er ni dade Br anca. O Mest r e expl i cou que O Pl ano Ast r al er a uma
pr oduo f or a do comum e um mar co na hi st r i a i nt el ect ual da humani dade.
Al egou que at ent o, mesmo numa ci vi l i zao t o gr ande como a dos
At l ant es, os sbi os das escol as ocul t as no havi am abor dado os f at os da
Nat ur eza segundo o moder no pont o de vi st a ci ent f i co, por m de um ngul o
di f er ent e. Os i nst r ut or es ocul t os do passado havi am pr ocur ado mai s o
si gni f i cado i nt er no dos f at os, o que se poder i a chamar o " l ado vi da" da
Nat ur eza, e menos o " l ado f or ma" da Nat ur eza, t al como se car act er i za o
mt odo ci ent f i co da at ual i dade. Conquant o at ent o os Adept os houvessem
r euni do um vast o cabedal de conheci ment os pr ovi ndos de ci vi l i zaes
passadas, concer nent es aos mi st r i os da Nat ur eza, t ai s conheci ment os
havi am si do si nt et i zados no segunda uma det al hada anl i se ci ent f i ca,
mas medi ant e r eaes da consci nci a ao " aspect o vi da" . Por out r o l ado,
pel a pr i mei r a vez ent r e os ocul t i st as, havi a si do f ei t a uma por menor i zada
i nvest i gao do Pl ano Ast r al em conj unt o, de manei r a si mi l ar que numa
sel va amazni ca t er i a f ei t o um bot ni co a f i m de cl assi f i car suas
r vor es, pl ant as e ar bust os par a escr ever uma hi st r i a bot ni ca. Por est a
r azo o l i vr i nho O Pl ano Ast r al f oi def i ni t i vament e ummar co, e o Mest r e,
como guar da dos Ar qui vos, desej ou col ocar no Gr ande Museu o escr i t o desse
pl ano. Est e Museu cont m uma cui dadosa sel eo de vr i os obj et os de
i mpor t nci a hi st r i ca par a os Mest r es e seus di sc pul os, em conexo com
seus est udos super i or es, e especi al ment e um r egi st r o do pr ogr esso da
humani dade em vr i os campos de at i vi dade. O Museu cont m, por exempl o,
gl obos model ados par a most r ar a conf i gur ao da Ter r a em vr i as pocas.
Foi dest es gl obos que o Bi spo Leadbeat er t r aou os mapas que f or am
publ i cados em out r a t r ansao da Loj a de Londr es, o do l i vr o At l ant i s de
W. Scot t - El l i ot . Ent r e out r os obj et os si gni f i cat i vos o Museu cont m uma
pea de Mer cr i o sl i do, que umi st opo. Conser va vr i os t ext os ant i gos
r el at i vos a r el i gi es ext i nt as e at uai s, bemcomo out r os, mat er i ai s t ei s
par a uma compr eenso da obr a da " Vaga de Vi da" nest e gl obo, a nossa
Ter r a. A ni ca ocasi o que possa r ecor dar - me em que se poder i a descr ever
o Bi spo Leadbeat er como " exci t ado" f oi quando r ecebeu do Mest r e est e
pedi do de seu l i vr i nho, poi s o manuscr i t o est ava manchado mel hor se
poder i a descr ev- l o " suj o" depoi s do manusei o do i mpr essor . No
obst ant e, o pedi do do Mest r e t i nha de ser at endi do. Sur gi u ent o a
quest o de como t r anspor t ar o manuscr i t o par a o Ti bet e. Todavi a, i st o no
o apoquent ou, poi s o Bi spo Leadbeat er possu a cer t os poder es ocul t os que
no r evel ou a out r os, embor a eu os t enha obser vado em di ver sas ocasi es.
O manuscr i t o . t eve de ser t r anspor t ado por desmat er i al i zao, e ser
r emat er i al i zado no Ti bet e. Acont eceu t er eu uma f i t a de seda amar el a de
t r s pol egadas de l ar gur a, e dobr ando o manuscr i t o em quat r o, enr ol ei - o
com a f i t a, que est i quei par a f or mar uma f ai xa. Eu me achava exci t ado,
poi s havi a al i uma not vel opor t uni dade par a consegui r pr ova de um
" f enmeno" . Se o manuscr i t o f osse f echado numa cai xa e a chave est i vesse
em meu poder t odo o t empo, e depoi s se ver i f i casse haver desapar eci do o
manuscr i t o, eu t er i a uma pr ova espl ndi da par a nar r ar . Mas por est r anho
que par ea, ent r e os per t ences do Bi spo Leadbeat er e meus daquel a poca
no t nhamos nada pr opr i ament e com f echo. Havi a uma vel ha canast r a
cober t a de cour o, mas sua f echadur a est ava quebr ada. T nhamos ai nda
mui t as mal et as, mas t odas com f echadur as def ei t uosas, e no havi a
absol ut ament e nada com f echadur a apr ovei t vel . Exi st i a uma pequena cai xa
de madei r a com uma car apaa de t ar t ar uga embut i da, que er a uma cai xa de
t r abal hos de sua me, mas sua chave se havi a per di do h mui t o t empo. Nada
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r est ava a f azer seno col ocar o manuscr i t o dent r o dest a cai xa e empi l har
sobr e el a um mont e de l i vr os, na f al t a de coi sa mel hor . Na manh
segui nt e, ao acor dar , r emovendo a pi l ha de l i vr os e ol hando dent r o da
cai xa de t r abal hos, o manuscr i t o no est ava mai s al i . Meu pesar por
per der a opor t uni dade de demonst r ar um f enmeno no se sent i u consol ado
por me di zer em que eu pr pr i o havi a l evado ast r al ment e o manuscr i t o ao
Mest r e. Tal vez sej a i nt er essant e t r anscr ever aqui o que escr evi al gur es
dest e t ema e da i mpossi bi l i dade de encont r ar um exempl o da ao de
f acul dades super f si cas que a cpt i ca ment al i dade ci ent i f i ca pudesse
consi der ar i nsof i smvel : " Sempr e que poder amos t er dado um exempl o de
pr ava, com r ef er nci a a f at os ocul t os, sem qual quer poss vel obj eo,
sempr e al go acont eci a par a f r ust r ar a f i nal i dade da pr ova. bem sabi do
que, nas pr i mr di os do Espi r i t i smo, mui t os obj et os r ar os f or am
t r anspor t ados de pont os di st ant es, demonst r ando que os esp r i t os podi am
empr egar poder es ext r aor di nr i os. Mas em cada exempl o f al t ava um el o
f i nal na cadei a. De manei r a semel hant e, nos f enmenos pr oduzi dos pl os
Adept os em conexo com o t r abal ho de Madame Bl avat sky em Si ml a, t er i a
si do par a El es coi sa f ac l i ma t r anspor t ar de Londr es par a Si ml a o Ti mes
da di a, como cer t a vez f oi suger i do. Mas em t odos os casos de f enmenos
havi a a omi sso, por i nadver t nci a ou out r a r azo qual quer , de al gum
i mpor t ant e f at o compr obat r i o" . Quando i ndagamos do Mest r e sobr e est e
assunt o, f omos i nf or mados que El es pr oposi t al ment e evi t ar am qual quer
f enmeno que pudesse ser absol ut ament e " compr ovado" em mat r i a de pr ava.
Er a Seu pl ano que, enquant o a humani dade est i vesse no pr esent e est gi o,
em que a um gr ande nmer o de ment al i dades poder osas f al t a um adequado
desenvol vi ment o mor al , nenhuma opor t uni dade se dar a est as i nt el i gnci as
i nescr upul osas par a t er emuma conf i ana compl et a na exi st nci a de poder es
ocul t os. Enquant o houver cept i ci smo nest a mat r i a, a humani dade est ar
pr ot egi da de ser expl or ada por i nescr upul osos. J sabemos quant o a
humani dade t em si do expl or ada econmi ca e i ndust r i al ment e pel as
ment al i dades ego st as que cont r ol am os r ecur sos da nat ur eza. Quo gr ande
cal ami dade ocor r er i a se essas mesmas ment al i dades pudessem t ambm
ut i l i zar poder es ocul t os par a a expl or ao, no di f ci l de conceber ,
mesmo a al gumdot ado de pequena i magi nao. O Bi spo Leadbeat er encont r ou
a Dr . Anni e Besant pel a pr i mei r a vez em 1894. No ano segui nt e el a o
convi dou e a mi mpar a r esi di r mos na Sede Cent r al Teosf i ca de Londr es, 19
Avenue Road, Par que dos Regent es, onde H. P. B. f al eceu em 1891. Est a casa
er a sua, e da o seu convi t e a ns. Dest e per odo em di ant e comeou uma
mui t o est r ei t a col abor ao ent r e a Dr . Besant e a Bi spo Leadbeat er , a
qual cont i nuou i ni nt er r upt a at o f i m de suas vi das. Em 1892 el a i ni ci ou
uma sr i e chamada " Manuai s Teosf i cos" , consi st i ndo de pequenos l i vr os
sumar i ando ensi nament os t eosf i cos sobr e vr i os assunt os. Os quat r o
pr i mei r os, r espect i vament e, Set e Pr i nc pi os do Homem, Reencar nao,
Kar ma, Mor t e, Depoi s? havi amsi do edi t ados quando el a sol i ci t ou per mi sso
do Bi spo Leadbeat er par a publ i car a Tr ansao da Loj a de Londr es como um
manual da sr i e, o qual apar eceu opor t unament e como o Manual n. 5. Foi
em 1895 que ambos f i zer am em conj unt o i nvest i gaes sobr e a est r ut ur a do
Hi dr ogni o, Oxi gni o e Ni t r ogni o ( e um quar t o el ement o bat i zado por ns
" Occul t um" , ai nda no descober t o) . Nesse mesmo ano ambos f i zer am
ext ensas i nvest i gaes da est r ut ur a, condi es e habi t ant es dos Pl anos
Ment ai s i nf er i or e super i or . Tomando por model o a obr a f ei t a pel o Bi spo
Leadbeat er quando i nvest i gou o Pl ana Ast r al , a Dr . Besant e el e
exami nar am exempl os e mai s exempl os de egos em " Devachan" , naquel e
per odo de sua exi st nci a depoi s da mor t e no est ado de f el i ci dade chamado
o Mundo Cel est e. Como ant es, f oi o Bi spo Leadbeat er quem escr eveu as
i nvest i gaes, poi s a Dr . Besant t i nha mui t as ocupaes; est a f oi a
or i gemdo Manual Teosf i co n. 6, The Devachani c Pl ane. Est as duas obr as,
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O Pl ano Ast r al e O Pl ano Devacni cof ow Ment al ) , r enem uma i nvest i gao,
de manei r a t o obj et i va e ci ent f i ca quant o a Dr . Besant e o Bi spo
Leadbeat er puder am f azer , e o r esul t ado uma soma mui t o pr eci osa de
f at os concer nent es ao mundo i nvi s vel . Uma acur ada anl i se e est udo
dest es f at os por qual quer est udant e ar dor oso, dat ado de uma ment e
i mpar ci al e sem pr econcei t os, no podem dei xar de l he pr opor ci onar o
sent i ment o de que, embor a possa ser i ncapaz de cr er nas exposi es
f ei t as, h, no ent ant o, uma car act er st i ca acer ca del es. que par ecem
ser descr i es de obj et os e acont eci ment os vi st os obj et i vament e, como que
por mei o d um mi cr oscpi o ou t el escpi o, e no subj et i vament e, coma o
caso de um novel i st a cont ando os i nci dent es de uma v vi da est r i a. Est a
, em r esumo, a hi st r i a da escr i t a dest e pequeno mas pr eci oso manual : O
Pl ano Ast r al . C. J l NARAJ ADASA
(1) Em seu livro de contos, The Perfume of Egypt, o autor faz a descrio
de uma prova final em seu treinamento, no captulo "A Test of
Courage".C.J.
10
APRECI AO GERAL
Todos ns, embor a na mai or par t e no t enhamos dado por i sso, vi vemos no
sei o de um vast o, i nvi s vel e popul oso mundo. Quando dor mi mos ou quando
no est ado de xt ase, os nossos sent i dos f si cos ent r am moment aneament e
num est ado de i nao. podemos at cer t o pont o t er a consci nci a desse
mundo e mui t as vezes acont ece t r azer mos, ao desper t ar , r ecor daes mai s
ou menos vagas, do que l vi mos e ouvi mos. Quando, por ocasi o dessa
t r ansi o a que vul gar ment e chamamos mor t e, o homemse despoj a t ot al ment e
do cor po f si co, nesse mundo i nvi s vel que el e i ngr essa e l f i ca
vi vendo dur ant e os l ongos scul os que medei am ent r e as suas encar naes
nest a exi st nci a t er r est r e. A mai or par t e dest es l ongos per odos, a sua
quase t ot al i dade mesmo, passada no mundo- cu, ou Devachan. O pr esent e
t r abal ho dedi cado par t e i nf er i or desse mundo i nvi s vel , ao est ado em
que o homem i ngr essa i medi at ament e aps a mor t e o Hades ou mundo
i nf er i or dos gr egos, o pur gat r i o ou et apa i nt er mdi a dos cr i st os, e que
os al qui mi st as da I dade Mdi a chamavam " pl ano ast r al " . obj et o dest e
manual col her e t or nar compr eens vei s t odos os el ement os r ef er ent es a
essa i nt er essant ssi ma r egi o, el ement os que se acham di ssemi nados um
pouco ar bi t r ar i ament e por t oda a l i t er at ur a t eosf i ca, e ao mesmo t empo
j unt ar - l hes casos novos, r ecent ement e chegados ao nosso conheci ment o.
Quant o a est es, vi st o que so apenas r esul t ados da i nvest i gao de al guns
est udi osos, cl ar o que os apr esent amos como t ai s, sem que exi j amos que
os consi der emcomo af i r maes cat egr i cas e da mai or aut or i dade. Todavi a,
t omamos t odas as pr ecaues em nosso poder par a gar ant i r a sua exat i do,
par a o que houve o cui dado de apenas se admi t i r em nest e manual os f at os
obser vados e compr ovados por , ao menos, doi s de nossos obser vador es mai s
per i t os e t r ei nados, e al m di sso conf i r mados por i nvest i gador es mai s
ant i gos, de exper i nci a evi dent ement e mai or do que a nossa. Nest as
condi es, de se esper ar que a pr esent e descr i o do pl ano ast r al ,
embor a necessar i ament e i ncompl et a, possa, dent r o dos l i mi t es que l he
i mpusemos, i nspi r ar absol ut a conf i ana aos nossos l ei t or es. A pr i mei r a
i di a a f i xar nessa descr i o a absol ut a r eal i dade do pl ano ast r al . O
pl ano ast r al exi st e. Mas, cl ar o, quando f al o de r eal i dade, no par t o do
pont o de vi st a met af si co que di z nada haver de r eal , por que t udo
t r ansi t r i o, a no ser o Absol ut o no mani f est ado. A pal avr a empr egada
no seu sent i do vul gar , de t odos os di as, e quer si gni f i car que os obj et os
e habi t ant es do mundo ast r al so r eai s, pr eci sament e como os nossos
cor pos, a nossa mob l i a, casas e monument os t o r eai s como qual quer
l ugar que est amos habi t uados a ver e a f r eqent ar di ar i ament e: Char i ng
Cr oss, por exempl o, par a nos ser vi r mos da expr essi va compar ao de uma
das obr as t eosf i cas mai s ant i gas. Tudo o que exi st e nesse pl ano no
dur a, nat ur al ment e, mai s do que os obj et os do pl ano f si co, mas,
pr eci sament e como est es, no dei xa de ser uma r eal i dade cuj a exi st nci a
no t emos o di r ei t o de i gnor ar , si mpl esment e pel o f at o de a gr ande
mai or i a da humani dade no t er por enquant o consci nci a del a, ou, quando
mui t o, apenas a pr essent i r vagament e. Ni ngum pode t er uma compr eenso
n t i da das dout r i nas da Rel i gi o- Sabedor i a, se no souber e no
compr eender consci ent ement e que no nosso si st ema sol ar exi st em pl anos
per f ei t ament e def i ni dos, cada um f or mado pel a sua mat r i a de di f er ent es
gr aus de densi dade, e que al guns desses pl anos est o aber t os vi si t a e
obser vao dos que consegui r amobt er os r equi si t os necessr i os par a i sso,
exat ament e como qual quer pa s est r angei r o est ao al cance do t ur i st a. E
ai nda que, da obser vao compar ada dos que t r abal ham nesses pl anos, se
podem i nf er i r pr ovas suf i ci ent es da sua exi st nci a e da sua nat ur eza,
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pr ovas em nada menos concl udent es do que as subsi st ent es par a pr ovar a
exi st nci a da Gr oenl ndi a ou Spi t zber g. E assi mcomo qual quer umpode, se
qui ser dar - se a esse t r abal ho e t i ver par a i sso os mei os necessr i os,
conhecer pessoal ment e a Gr oenl ndi a ou Spi t zber g, assi m t ambm qual quer
i nvest i gador , se qui ser dar - se ao t r abal ho de adqui r i r , l evando uma cer t a
vi da, os r equi si t os necessr i os, pode conhecer pessoal ment e os pl anos
super i or es em quest o. Est es se chamam, por or dem decr escent e de
densi dade da mat r i a que os f or ma, r espect i vament e, f si co, ast r al ,
ment al ou devachni co, bdhi co e ni r vni co. Aci ma dest es h ai nda doi s,
mas t o al mdas nossas at uai s f acul dades de per cepo que, por enquant o,
no nos ocupar emos del es. A mat r i a que f or ma est es pl anos
absol ut ament e a mesma; a sua densi dade em cada um del es que di f er e:
como se houvesse umf or mado de gua- gl o, out r o de gua- l qui do, out r o de
gua- vapor , et c. , e r eal ment e os est ados de mat r i a a que chamamos
sl i do, l qui do e gasoso, no so mai s do que as t r s subdi vi ses
i nf er i or es da mat r i a per t encent es ao pl ano f si co. mat r i a ai nda mai s
r ar ef ei t a a que f or ma os out r os, mas, na essnci a, a mesma mat r i a. A
r egi o ast r al , que vou t ent ar descr ever , f or ma o segundo dest es gr andes
pl anos da nat ur eza o i medi at ament e super i or ( ou i nt er i or ) a est e mundo
f si co, t o conheci do de ns t odos, e onde vi vemos. Tem- se l he chamado " o
r ei no da i l uso" , no por que em si sej a mai s i l usr i o do que o mundo
f si co, mas por que as i mpr esses que del e t r azem os obser vador es pouco
t r ei nados so ext r emament e vagas e i mpal pvei s, of er ecendo, por t ant o,
pouco cr di t o, f at o devi do a duas causas pr i nci pai s: em pr i mei r o l ugar ,
os seus habi t ant es t m o poder mar avi l hoso de mudar const ant ement e de
f or ma com uma enor me r api dez, e de exer cer , por assi m di zer , uma espci e
de magi a ocasi onal sobr e aquel es cust a de quem se quer em di ver t i r ; e em
segundo l ugar , a f acul dade de ver nesse pl ano mui t o di f er ent e da
f acul dade vi sual que nos dada no pl ano f si co. , al m di sso,
ext r aor di nar i ament e mai s desenvol vi da, poi s, um obj et o , por assi m
di zer , vi st o por t odos os l ados ao mesmo t empo. Ol hando par a um sl i do
com a vi st a ast r al , o ol har abr ange no s o ext er i or mas o i nt er i or do
cor po; compr eende- se, por t ant o, que sej a ext r emament e di f ci l par a um
obser vador compouca pr t i ca t er compr eenso n t i da do que v, ext r ai r da
i magem conf usa, que pel a pr i mei r a vez se l he apr esent a vi st a, a noo
ver dadei r a do seu si gni f i cado, e, aci ma de t udo, - l he quase i mposs vel
t r aduzi r o que r eal ment e v, ser vi ndo- se da pobr e l i nguagem de que usa
di ar i ament e. Um bom exempl o do gner o de er r o que se comet e com
f r eqnci a a t r oca dos al gar i smos de um nmer o vi st o l uz ast r al : 139
em vez de 931, por exempl o. cl ar o que um est udant e de ocul t i smo,
di r i gi do por umMest r e capaz, no comet er nunca umer r o t o gr ossei r o, a
no ser por uma quest o de pr eci pi t ao ou f al t a de cui dado, vi st o que os
di sc pul os seguem um cur so r egul ar onde apr endem a ver com pr eci so na
l uz ast r al . O Mest r e, por vezes um di sc pul o j mai s adi ant ado, t em o
cui dado de apr esent ar const ant ement e t odas as f or mas de i l uso poss vei s,
acompanhadas da per gunt a o que i st o? , cor r i gi ndo t odos os er r os nas
r espost as, expl i cando as r azes dos enganos, at que o nef i t o adqui r e
gr adual ment e uma cer t a conf i ana em si mesmo e passa a haver - se
cor r et ament e com os f enmenos do pl ano ast r al , com uma cer t eza
i nf i ni t ament e super i or que poss vel t er - se na vi da f si ca. Mas no se
t r at a s de apr ender a ver cor r et ament e; necessr i o t ambm apr ender a
t r ansl adar o que v, de um pl ano par a out r o. Par a i sso, t r ei na- se
cui dadosament e em t r anspor t ar a sua consci nci a do pl ano f si co par a o
ast r al ou ment al , e vi ce- ver sa, par a evi t ar que, ant es da aqui si o dest a
f acul dade as suas r emi ni scnci as se per cam ou se adul t er em no hi at o que
separ a a f i xao de sua consci nci a nos vr i os pl anos. Adqui r i do est e
poder de desl ocament o e f i xao da consci nci a, o di sc pul o pode ser vi r -
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se de t odas as f acul dades ast r ai s, no s quando mer gul hado no sono, ou
em xt ase, mas ai nda quando se ache per f ei t ament e acor dado e no mei o da
sua vi da f si ca nor mal . H, ent r e os t eosof i st as, quem t enha f al ado com
cer t o despr ezo do pl ano ast r al , consi der ando- o menos di gno de at eno;
mas, a meu ver , l abor amemer r o. evi dent e que o que aspi r amos a vi da
do esp r i t o, e que ser i a um ver dadei r o desast r e f i car mos sat i sf ei t os com
a obt eno da consci nci a ast r al , desi st i ndo de um desenvol vi ment o mai s
el evado. H, cer t o, quem t enha um Kar ma t al que, por assi m di zer ,
di spensado do pl ano ast r al , podendo l ogo de pr i nc pi o comear pel o
desenvol vi ment o das f acul dades ment ai s mai s el evadas. Mas no esse o
pr ocesso ger al ment e segui do pl os Mest r es da Sabedor i a comos di sc pul os.
Sempr e que poss vel , est e pr ocesso evi dent ement e empr egado, por que
poupa t r abal ho e t empo, mas, em ger al , o pr ogr esso aos sal t os - nos
i nt er di t o pel as nossas f al t as ou l oucur as passadas. Devemos, por t ant o,
cont ent ar - nos emabr i r o nosso cami nho passo a passo, l ent ament e, e vi st o
que esse pl ano ast r al o i medi at ament e a segui r ao nosso mundo de
mat r i a mai s densa, nel e que devemos comear as nossas pr i mei r as
exper i nci as super f si cas. E vi st o i st o, do mai or i nt er esse o seu
conheci ment o par a os que comeamest es est udos, t ant o mai s que e da mai or
i mpor t nci a, uma compr eenso cl ar a dos mi st r i os ast r ai s, no s par a se
t er uma i di a r aci onal acer ca de mui t os dos f enmenos das sesses
esp r i t as, das casas em que apar ecem as chamadas al mas do out r o mundo,
et c. , que de out r o modo ser i am i nexpl i cvei s, mas t ambm par a que com
conheci ment o de causa nos possamos, pr ecaver cont r a cer t os per i gos
poss vei s. A pr i mei r a i nt r oduo consci ent e nest a r egi o not vel vem aos
homens por vr i as manei r as. Al guns sent i r am na sua vi da, uma vez
uni cament e, uma i nf l unci a qual quer , vaga e i nvul gar , que l hes comuni cou
o gr au de sensi bi l i dade suf i ci ent e par a r econhecer ema pr esena de umdos
seus habi t ant es; mas como a exper i nci a no se r epet i u, vemumdi a emque
se convencem que f or am apenas v t i mas de uma al uci nao. Out r os t m a
i mpr esso de que em cer t os moment os, cada vez mai s f r eqent es, podem ver
e ouvi r coi sas par a as quai s os que os cer cam so cegos e sur dos, e
out r os ai nda t al vez est e o caso mai s vul gar comeam a r ecor dar - se,
comuma ni t i dez sucessi vament e mai or , do que vi r ame ouvi r amnesse pl ano,
dur ant e o sono. A vi so ast r al pode obt er - se por vr i os pr ocessos, e
ent r e el es, o mui t o conheci do de f i xar l ongament e um cr i st al . est e um
dos pr ocessos segui dos por mui t os que se dedi cam i sol adament e a est es
est udos. Mas os que possuem a i ni gual vel vant agem da di r eo de um
Mest r e exper i ment ado, so ger al ment e t r anspor t ados a esse pl ano pel a
pr i mei r a vez, gr aas Sua pr ot eo especi al que se mani f est ar at que
um cer t o nmer o de pr ovas convenam o Mest r e de que o di sc pul o est em
condi es de segui r desacompanhado, i st o , est pr ova dos per i gos ou
t er r or es que comt oda a pr obabi l i dade encont r ar no seu cami nho. Mas sej a
como f or , no r est a a menor dvi da de que o pr i mei r o moment o em que um
homem adqui r e a consci nci a, cl ar a e i ndubi t vel , de que vi ve no mei o de
um vast o mundo r epl et o de vi da exuber ant e, que a mai or par t e dos seus
semel hant es no pr essent e, deve mar car na sua exi st nci a uma poca
memor vel e de gr ande i nf l unci a do seu f ut ur o. To exuber ant e e t o
var i ada est a vi da do pl ano ast r al , que a pr i nc pi o o nef i t o se sent e
per ant e el a absol ut ament e est upef at o, no sabendo por onde comear o seu
est udo. E mesmo par a o i nvest i gador com mai or pr t i ca, ext r emament e
di f ci l o t r abal ho da sua cl assi f i cao e cat al ogao. Se a umexpl or ador
de qual quer r egi o t r opi cal desconheci da f osse exi gi da, no s uma
descr i o compl et a da r egi o expl or ada, com t odos os det al hes r i gor osos
acer ca de suas pr odues mi ner ai s e veget ai s, mas ai nda por ci ma se l he
exi gi sse um t r at ado dos gner os e espci es de cada uma das mi r ades de
i nset os, aves, mam f er os e r pt ei s car act er st i cos da r egi o, el e decer t o
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r ecuar i a apavor ado per ant e a magni t ude de t al empr esa. Poi s bem: esse
t r abal ho ser i a apenas um pl i do r ef l exo dos embar aos que esper am o
i nvest i gador ps qui co, por que a nat ur eza dos assunt os a est udar
mui t ssi mo mai s compl i cada, pr i mei r ament e pel a di f i cul dade de t r anspor t ar
com exat i do do pl ano ast r al par a o nosso a memr i a do que vi u, e em
segundo l ugar , pel a i mpr opr i edade da l i nguagemvul gar par a a expr esso do
que se t em de r el at ar . Todavi a, assi m como o expl or ador no pl ano f si co
comear i a pr ovavel ment e a descr i o de uma r egi o por uma espci e de
descr i o ger al do cenr i o e r espect i vas car act er st i cas, t ambm ns, ao
empr eender mos t or nar conheci do o pl ano ast r al , comear emos est e l i gei r o
esboo por t ent ar dar uma i di a do cenr i o que f or ma o f undo das suas
at i vi dades mar avi l hosas e sempr e di f er ent es. Mas, l ogo no comeo sur ge-
nos uma di f i cul dade quase i nsuper vel , der i vada da ext r ema compl exi dade
do assunt o. Todos aquel es que admi r am o poder de ver cl ar ament e no pl ano
ast r al , so unni mes em r econhecer que a t ent at i va de evocao de uma
pi nt ur a chei a de vi da desse cenr i o per ant e ol hos i nexper i ent es, eqi val e
a quer er f azer admi r ar a um cego, por uma si mpl esescr i o or al , a
r equi nt ada var i edade dos mat i zes de umpr de sol ; por mai s expr essi va,
mai s det al hada e mai s f i el que sej a a descr i o, nunca se pode obt er a
cer t eza de que no esp r i t o do cego se r epr esent e comcl ar eza a ver dade.
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CENRI O
Ant es de mai s nada, pr eci so no esquecer que o pl ano ast r al t em set e
subdi vi ses, e cada uma dest as t em um gr au de mat er i al i dade que l he
pr pr i o e cor r esponde a um cer t o est ado de agr egao de mat r i a. Embor a,
por causa da pobr eza da nossa l i nguagem, sej amos f or ados a chamar a
esses subpl anos " super i or es e i nf er i or es" , no se j ul gue que esses
subpl anos ( ou ant es os pl anos mai or es de que est es, so apenas
subdi vi ses) so l ocal i dades separ adas no espao, uns por ci ma dos out r os
como as pr at el ei r as de uma est ant e, ou uns ext er i or ment e aos out r os como
as camadas de uma cebol a. No: A mat r i a de cada um del es i nt er penet r a a
mat r i a do i medi at ament e super i or , de modo que aqui super f ci e da t er r a
exi st emt odos no mesmo espao, embor a as var i edades super i or es de mat r i a
se est endam par a mai s al m da t er r a f si ca do que as i nf er i or es. Assi m,
quando se di z que um homem se el eva de um pl ano par a out r o, no quer emos
de modo nenhum di zer que haj a uma mudana de l ugar no espao, mas, si m,
uma t r ansf er nci a do f oco da consci nci a de um n vel par a o out r o . O
homem vai - se t or nando, por assi m di zer , opaco s vi br aes de uma or dem
de mat r i a e adqui r i ndo uma sensi bi l i dade cr escent e par a as de uma or dem
mai s el evada. Dest a f or ma, o pr i mei r o mundo vai - se desvanecendo a pouco e
pouco da consci nci a, com os seus habi t ant es e pai sagens, dando l ugar a
out r o de or dem mai s el evada, que se vai t or nando sucessi vament e mai s
n t i do. No ent ant o, h um pont o de vi st a segundo o qual h cer t a
j ust i f i cao par a o uso dos t er mos " super i or es" e " i nf er i or es" , e a
compar ao dos pl anos e subpl anos a camadas concnt r i cas. A mat r i a de
t odos os subpl anos t emde encont r ar - se aqui na super f ci e da t er r a, por m
o pl ano ast r al e mui t o mai or do que o f si co, e est ende- se al guns
mi l har es de qui l met r os aci ma da sua super f ci e. A l ei de gr avi t ao
oper a na mat r i a ast r al , e se f osse poss vel dei x- l a i nt ei r ament e
i mper t ur bada, pr ovavel ment e el a se est abel ecer i a emcamadas concnt r i cas.
Mas a t er r a est em movi ment o per pt uo, t ant o de r ot ao como de
r evol uo, e t odas as espci es de i nf l unci as e f or as est o em cont nua
pr eci pi t ao; assi m, est a condi o de r epouso i deal j amai s al canada, e
h mui t a mi st ur a. Todavi a, cer t o que quant o mai s ascendemos t ant o menos
mat r i a densa encont r amos. Temos uma boa anal ogi a no pl ano f si co. Ter r a,
gua e ar o sl i do, o l qui do e o gasoso t odos exi st emna super f ci e,
por m, ampl ament e f al ando, exat o di zer - se que a mat r i a sl i da na base,
a l qui da l ogo aci ma del a, e a gasosa aci ma de ambas. A gua e o ar
i nt er penet r ama t er r a numa pequena ext enso; a gua t ambmse er gue no ar
sob a f or ma de nuvens, mas apenas at uma al t ur a l i mi t ada; a mat r i a
sl i da pode ser ar r emessada ao ar por vi ol ent as convul ses, como na
gr ande er upo da i l ha de Cr acat au, I ndonsi a, em 1883, quando a l ava
vul cni ca at i ngi u a al t ur a de dezesset e mi l has, e l evou t r s di as par a
deposi t ar - se de novo; mas deposi t a- se f i nal ment e, t al como a gua at r a da
par a o ar por vapor ao r et or na a ns como chuva. Quant o mai s al t o nos
el evamos, mai s r ar ef ei t o se t or na o ar , e a mesma ver dade se apl i ca
mat r i a ast r al . As di menses de nosso mundo ast r al so consi der vei s e
podemos det er mi n- l as com al guma apr oxi mao de exat i do do f at o de que
nosso mundo ast r al t oca o da l ua no per i geu, por m no no apogeu; mas
nat ur al ment e o cont at o se conf i na ao mai s el evado t i po de mat r i a ast r al .
Ret or nando consi der ao dest es subpl anos e numer ando- os desde o mai s
el evado e menos mat er i al par a bai xo, not amos que compr eendemnat ur al ment e
t r s cl asses: as di vi ses l , 2 e 3 f or mando uma dessas cl asses, e 4, 5 e
6 a out r a, ao passo que a st i mae nf i ma de t odas const i t ui a t er cei r a. A
di f er ena ent r e a mat r i a de uma dest as cl asses e a i medi at ament e
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super i or ser i a comensur vel com a ent r e um sl i do e um l qui do, enquant o
que a di f er ena ent r e a mat r i a das subdi vi ses de uma mesma cl asse se
assemel har i a exi st ent e ent r e duas espci es de sl i do, como, di gamos,
ao e ar ei a. Abst r ai ndo, por enquant o a di vi so 7, podemos di zer que o
f undo das di vi ses 4, 5 e 6 do pl ano ast r al f or mado por est e pl ano
f si co, emque vi vemos, e por t udo o que l he acessr i o. A vi da na sext a
di vi so em t udo semel hant e vi da na t er r a, com a di f er ena, cl ar o,
de que no exi st e o cor po f si co, e por t ant o, no se sent emas r espect i vas
necessi dades; enquant o que, medi da que ascende at r avs da qui nt a e
quar t a di vi ses, a vi da se t or na sucessi vament e menos mat er i al e menos
dependent e do nosso mundo i nf er i or e seus i nt er esses. Por t ant o, o cenr i o
das di vi ses i nf er i or es o da t er r a, nossa conheci da; mas ai nda mai s,
por que, ao cont empl - l o com vi st a ast r al , t odos os obj et os, mesmo os
pensament os f si cos, t omam um aspect o di f er ent e. Como j se di sse, os
ol hos ast r ai s vemumobj et o, no s sob umcer t o pont o de vi st a, mas por
t odos os l ados ao mesmo t empo i di a, que em si bast ant e conf usa. Sc
acr escent ar mos, ai nda, que t odas as par t cul as exi st ent es no i nt er i or de
umcor po sl i do se
apr esent am t o ni t i dament e vi s vei s como as da super f ci e,
compr eender emos f aci l ment e que mesmo os obj et os que nos so mai s
f ami l i ar es apr esent em uma apar nci a que os t or na i nt ei r ament e
i r r econhec vei s. Cont udo, r ef l et i ndo um moment o, ver emos que est a vi so
est mai s pr xi ma da ver dadei r a per cepo do que a vi st a f si ca. Assi m,
se ol har mos, l uz ast r al , as f aces de um cubo de vi dr o, el as nos
par ecer o per f ei t ament e i guai s, como r eal ment e o so, ao passo que no
pl ano f si co vemos a f ace mai s af ast ada emper spect i va, e por t ant o, mui t o
menor do que r eal ment e o , o que evi dent ement e no passa de uma i l uso
do sent i do vi sual . est a car act er st i ca da vi so ast r al que concor r eu
par a que est e t i po de vi so t enha si do chamado " vi st a na quar t a di menso"
expr esso r eal ment e mui t o sugest i va. No ent ant o, ai nda h mai s causas
de er r o: assi m, est a vi st a super i or di st i ngue f or mas de mat r i a
i nvi s vei s em out r as condi es, como por exempl o, as par t cul as
const i t ui nt es da at mosf er a, t odas as var i ad ssi mas emanaes que os
cor pos, que t m vi da, const ant ement e l i ber t am de si , e ai nda mai s quat r o
gr aus de uma or dem de mat r i a bem mai s r ar ef ei t a, a que, por f al t a de
desi gnao di st i nt i va, chamar emos et r i cas. Est as f or necem, por si , uma
espci e de si st ema, que i nt er penet r a l i vr ement e t oda a out r a mat r i a
f si ca. Bast ar i a a i nvest i gao da nat ur eza das suas vi br aes e a
manei r a como cer t as f or as de or dem super i or as af et am, par a const i t ui r
um vast o campo de est udo chei o de i nt er esse par a qual quer homem de
ci nci a dot ado dos r equi si t os vi suai s necessr i os ao seu exame. Todavi a,
mesmo que o pouco que acaba de di zer - se est ej a per f ei t ament e
compr eendi do, ai nda assi m, no se pode aval i ar bem a compl exi dade do
pr obl ema que t emos t ent ado abor dar . Por que, al m dest as f or mas novas da
mat r i a f si ca, h ai nda out r as subdi vi ses, mui t o mai s numer osas e mai s
mi st er i osas, da mat r i a ast r al . Em pr i mei r o l ugar , cada obj et o mat er i al ,
cada par t cul a mesmo, t em o seu dupl i cado ast r al . Est e dupl i cado, por
vezes, no um cor po si mpl es; um cor po ext r emament e compl exo,
const i t u do de vr i as espci es de mat r i a ast r al . Al m di sso, t odos os
ser es vi vos est o r odeados de uma at mosf er a, que l hes pr pr i a,
vul gar ment e chamada " aur a" , que no caso do homem um assunt o de est udo
ext r emament e f asci nant e. Est a aur a humana t em o aspect o de um oval de
vapor l umi noso, de uma est r ut ur a al t ament e compl exa, e da sua f or ma
der i va o nome por que ger al ment e conheci da, de " ovo ar i co" . Podemos
dar aos l ei t or es de Teosof i a a boa not ci a de que, mesmo nos pr i mei r os
est gi os da sua apr endi zagem, quando comea a adqui r i r a vi so compl et a,
o di sc pul o t em j a f acul dade de se cer t i f i car di r et ament e da exat i do
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dos ensi nament os apr esent ados pel a nossa f undador a, Madame Bl avat sky,
acer ca de, pel o menos, al guns dos " set e pr i nc pi os do homem" . Ao
cont empl ar um dos seus semel hant es, o di sc pul o v mai s do que a sua
apar nci a ext er i or ; envol vendo- l he o cor po f si co, v cl ar ament e o dupl o
et r i co, v di st i nt ament e o f l u do vi t al uni ver sal ser absor vi do e
espal hado pel o cor po, ci r cul ar l i vr ement e sob o aspet o de uma l uz r sea,
e i r r adi ar per pendi cul ar ment e do cor po da pessoa, quando se t r at a de um
i ndi v duo embomest ado de sade. Mas a aur a mai s br i l hant e e t al vez mai s
f ci l de di st i ngui r , apesar de f or mada por mat r i a num gr au ai nda mai s
el evado de r ar ef ao a mat r i a ast r al a que expr i me com os seus
r pi dose vi vos r el mpagos de cor os di ver sos desej os que ver t i gi nosament e
at r avessam o ser humano, de moment o a moment o. i st o o que f or ma o
ver dadei r o cor po ast r al . At r s dest e, e f or mado por um gr au de mat r i a
ai nda mai s sut i l a das f or mas do pl ano devachni co est o cor po
ment al ou aur a do eu i nf er i or , cuj as cor es, mudando apenas gr adual ment e
medi da que o homem vai vi vendo a sua vi da, most r am a l i nha ger al do seu
pensament o e a di sposi o e car t er da sua per sonal i dade. Ai nda aci ma,
mui t o mai s el evada e i ncompar avel ment e mai s bel a, onde at i ngi u o seu
compl et o desenvol vi ment o, est a l uz vi va do cor po causal , ve cul o do Eu
super i or , que most r a o exat o gr au de adi ant ament o a que chegou o Ego
ver dadei r o, na sua passagem de nasci ment o em nasci ment o, i st o , de vi da
em vi da. Mas par a ver est es cor pos necessr i o que o di sc pul o t enha
adqui r i do a f acul dade de ver com vi st a especi al de cada um dos pl anos a
que cada cor po per t ence. Est as aur as no so si mpl es emanaes; so a
mani f est ao r eal do Ego nos di f er ent es pl anos. Est a noo
i mpor t ant ssi ma; a sua aqui si o poupar ao est udant e mui t as di f i cul dades
e o l i ber t ar de mui t os er r os. O ovo ur i co que o homem, e no o
cor po f si co que na vi da t er r ena se cr i st al i za dent r o del e. Enquant o o
Ego r eencar nant e per manece no pl ano que a sua ver dadei r a mor ada nos
cor pos " semf or ma" , el e habi t a no cor po causal e est e o seu ve cul o
mas medi da que el e desce par a os cor pos " com f or ma" , v- se obr i gado,
par a poder f unci onar no novo pl ano, a r evest i r - se da mat r i a dest e. E a
mat r i a que el e assi m at r ai a si que l he f or nece o cor po devachni co, ou
o cor po ment al . Anal ogament e, ao descer par a o pl ano ast r al , r evest e- se
do cor po ast r al , ou cor po de desej os. Mas, cl ar o, os out r os cor pos
super i or es, de que se f oi sucessi vament e r evest i ndo nas suas passagens de
pl ano par a pl ano, per manecem t odos, at que em sua l t i ma desci da par a o
pl ano f si co, se r evest e f i nal ment e do cor po mai s gr ossei r o, o nosso de
car ne e osso, que se f or ma no sei o do Ovo ur i co. E assi m t emos o homem
compl et o, encer r ado no Ovo ur i co. Quem qui ser mai s ampl os det al hes a
r espei t o das aur as, pode encont r - l os nos Anai s da Loj a de Londr es ou em
meu l i vr o O Homem Vi s vel e I nvi s vel . Mas o que acabo de di zer bast a
par a most r ar que t odas as aur as ocupam o mesmo espao, as mai s sut i s
penet r ando as mai s gr ossei r as, de modo que o nef i t o car ece de mui t o
est udo e de mui t a pr t i ca par a as poder di st i ngui r ao pr i mei r o gol pe de
vi st a. No ent ant o, a aur a humana, pel o menos em par t e, ger al ment e o
pr i mei r o obj et o pur ament e ast r al per cebi do pel o i gnor ant e e, como
nat ur al , sempr e mal i nt er pr et ado e pessi mament e compr eendi do. Apesar de
ser a aur a ast r al , emvi r t ude do br i l ho dos seus r el mpagos de cor , a que
mai s sal t a vi st a, o t er do si st ema ner voso e o dupl o et r i co so
r eal ment e f or mados de mat r i a mai s densa, vi st o est ar em dent r o dos
l i mi t es do pl ano f si co, conquant o i nvi s vei s aos ol hos vul gar es. Se
exami nar mos, por mei o da f acul dade ps qui ca, o cor po de umr ecm- nasci do,
ver emos que est i nt er penet r ado, no s por mat r i a ast r al de t odos os
gr aus de densi dade, mas t ambmpl os di ver sos gr aus de mat r i a et r i ca. E
se nos di spuser mos a r emont ar at or i gem, ver emos que dest e l t i mo
que os agent es dos Senhor es do Kar ma f or mam o dupl o et r i co, que o
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mol de segundo o qual se or gani za o cor po f si co, ao passo que a mat r i a
ast r al vai sendo r ecol hi da aut omt i ca e i nconsci ent ement e pel o Ego na sua
passagem pel o pl ano ast r al . Na composi o do dupl o et r i co ent r am t odos
os di f er ent es gr aus da mat r i a et r i ca, mas mui t o var i vel a pr opor o
em que cada um ent r a, por ser f uno de vr i os f at or es, t ai s como, a
r aa, a sub- r aa, o t i po do i ndi v duo, al m do Kar ma que l he pr pr i o.
Se j unt ar mos a i st o a consi der ao j sabi da de que est as quat r o
subdi vi ses de mat r i a so const i t u das por i nmer as combi naes que, por
sua vez, f or mam agr egados const i t ui nt es do " t omo" do chamado " el ement o"
qu mi co, poder emos aval i ar a ext r ema compl exi dade dest e segundo pr i nc pi o
do homem, a i nf i ni dade das suas var i aes poss vei s. Compr eendese, poi s,
que por mai s compl exo que sej a o Kar ma de qual quer i ndi v duo quel es a
cuj a j ur i sdi o per t encem essas f unes sempr e poss vel f abr i car um
mol de per f ei t ament e adapt vel ao cor po a que se dest i na. Quemqui ser mai s
ampl a i nf or mao a est e r espei t o, poder consul t ar com vant agem a
sugest i va obr a de Anni e Besant o Kar ma. Ai nda a r espei t o da apar nci a
t omada pel a mat r i a f si ca quando vi st a l uz ast r al , out r o pont o h que
mer ece meno: o f at o de est a vi so super i or ast r al t er o poder de
aument ar os obj et os, l evando qual quer par t cul a, por mi nscul a que sej a,
gr andeza que se desej e, t al qual um excel ent e mi cr oscpi o, se nos
per mi t i da t o gr ossei r a compar ao, poi s na r eal i dade no h nem poder
haver nenhum desses i nst r ument os, capaz de possui r um poder de aument o
t o ext r aor di nr i o. A mol cul a e o t omo, cr i aes hi pot t i cas par a o
homem de ci nci a, so par a o ocul t i st a r eal i dades vi s vei s, e de uma
compl exi dade i nt r nseca mui t o mai or do que par a os f si cos e qu mi cos do
nosso mundo. ant es um vast ssi mo campo de est udo do mai s absor vent e
i nt er esse, cuj a anl i se mer ecer i a um vol ume. Qual quer i nvest i gador
ci ent f i co que consegui sse adqui r i r uma vi st a ast r al per f ei t a, no s
ver i a f aci l i t ar em- se- l he enor mement e as suas exper i nci as sobr e os
f enmenos vul gar es, j conheci dos, mas ver i a di ant e de si um campo novo
de conheci ment os par a cuj o est udo r i gor oso no chegar i a a cur t a vi da
humana na t er r a. Por exempl o, uma das mai s cur i osas novi dades que se l he
r evel ar i a, ser i a a exi st nci a de mai s cor es, per f ei t ament e vi s vei s al m
daquel as que el e pode ver no espect r o, como os r ai os ul t r a ver mel hos e
ul t r avi ol et as, que a ci nci a descobr i u por mei os i ndi r et os e que par a o
ocul t i st a dot ado de vi st a ast r al so per f ei t ament e vi s vei s. Mas no nos
dei xemos f asci nar por est es i nt er essant ssi mos at al hos e pr ossi gamos em
nosso obj et o de dar uma i di a ger al da apar nci a do pl ano ast r al . Do que
acabamos de di zer compr eende- se que, embor a sej am r eal ment e os obj et os
vul gar es do mundo f si co que f or mam o f undo do cenr i o do pl ano ast r al ,
apar ecem, cont udo, com um aspect o t o di f er ent e, pel o mui t o mai s que
del es se v, que se nos t or nam quase i r r econhec vei s e j ul gamos est ar em
pr esena de obj et os novos, t ant o e t o pr of undament e modi f i cados, na
i nf i ni t a var i edade dos seus por menor es, nos apar ecem os obj et os nossos
conheci dos. Par a mel hor compr eender a nossa af i r mao, t omemos um
exempl o, qual quer coi sa de mui t o conheci do e de mui t o si mpl es, sej a uma
r ocha. Ol hada comvi st a ast r al , essa r ocha dei xa de ser umcor po i ner t e e
i mvel . V- se- l he t oda a mat r i a f si ca e no apenas uma pane. Per cebem-
se t odas as vi br aes das par t cul as f si cas que a f or mam. Ver i f i ca- se a
exi st nci a de um dupl i cado compost o de vr i os gr aus de mat r i a ast r al ,
r i gor osament e i gual ao f si co, cuj as par t cul as- est o i gual ment e em
movi ment o. At r avs da sua massa sent e- se pal pi t ar a vi da uni ver sal .
Tor na- se vi s vel a aur a envol vent e, embor a est a no t enha a ext enso nem
a compl exi dade das aur as que cer cam os cor pos dos r ei nos mai s el evados.
Fi nal ment e, per cebe- se, at i va e f l ut uant e, a essnci a dement ai que l he
pr pr i a. t r at amos de uma r ocha; se em vez de um bl oco de pedr a
escol hssemos um exempl o do r ei no veget al , ani mal ou humano, a
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compl exi dade dos f enmenos obser vvei s ser i a mui t o mai or e, sem dvi da,
mui t o mai s i nt er essant e. Poder o al guns l ei t or es obj et ar que nenhum
desses f enmenos apar eceu at agor a descr i t o com esses por menor es de
compl exi dade, pel a mai or par t e dos i nvest i gador es que di zem t er t i do
al gum vi sl umbr e do mundo ast r al , nem nas sesses esp r i t as j amai s
qual quer mdi um r ecebeu comuni cao a t al r espei t o. O f at o t em sua
expl i cao. Poucas pessoas, vi vas ou mor t as, chegam a ver as coi sas como
el as so, a no ser depoi s de l onga exper i nci a. Mesmo as que j sabem
ver , sent em- se mui t as vezes per pl exas e conf usas, i ncapazes de
compr eender ou de r ecor dar o que vi r am. E a pequen ssi ma mai or i a dos que
no s vem, mas r ecor dam, acha- se i mpot ent e par a t r aduzi r as suas
i mpr esses na l i nguagem do nosso pl ano, t ant o mai s que a mai or par t e dos
obser vador es esquece o l ado ci ent f i co da quest o e pode, por t ant o, obt er
uma i mpr esso cor r et a, s vezes, mas, e ger al ment e, compl et ament e
er r nea. Em abono dest a l t i ma hi pt ese, bast a t omar em consi der ao as
" par t i das" que os ci dados do out r o mundo t mgost o empr egar nas sesses
espi r i t i st as, sem que os obser vador es pouco pr t i cos t enham mei o de se
def ender cont r a a " gr aa" dos evocados. Al m di sso, no se deve esquecer
que os habi t ant es r egul ar es do mundo ast r al , sej am humanos ou dement ai s,
apenas t m, emger al , consci nci a dos obj et os do seu pl ano, passando- l hes
desper cebi da a mat r i a f si ca, pr eci sament e como aos habi t ant es do mundo
f si co passa desper cebi da a mat r i a ast r al . Par ece, pr i mei r a vi st a, que
est a di st i no supr f l ua, vi st o t er mos di t o que cada obj et o f si co t em
o seu dupl i cado ast r al que o habi t ant e dest e pl ano deve ver , mas no
podemos dei xar de f az- l a, por ser uma par t e essenci al da concepo
si mt r i ca do assunt o. Se, cont udo, uma ent i dade ast r al se ser ve
const ant ement e de um mdi um, os seus sent i dos ast r ai s podem embot ar - se
gr adual ment e a pont o de se t or nar em i nsens vei s aos gr aus mai s el evados
de mat r i a do seu pr pr i o pl ano, e i ncl u r em no seu dom ni o, em vez do
mundo ast r al , o mundo f si co t al qual ns o vemos. E no que di z r espei t o
aos habi t ant es da t er r a, apenas os mui t o exer ci t ados, que t enham
consci nci a absol ut a nos doi s pl anos, podem t er a cer t eza de t er
si mul t aneament e t ant o em um como no out r o, com cl ar eza e per f ei o.
Fi que, poi s, bem assent e que essa espant osa compl exi dade exi st e
r eal ment e, e que s depoi s de mui t o bem compr eendi da e, por assi m di zer ,
ci ent i f i cament e dest r i nada, que podemos t er uma gar ant i a per f ei t a
cont r a er r os e decepes. O nosso mundo f si co, pode di zer - se, f or ma o
f undo da st i ma subdi vi so do pl ano ast r al apesar de t udo que se v
f or mar apenas uma par t e del e, onde as coi sas apar ecemdef or madas, vi st o
que t udo que l umi noso, bom e bel o, par ece i nvi s vel . H mai s de 4000
anos descr eveu- a assi m, numpapi r o eg pci o, o escr i ba Ani : Que espci e de
l ugar est e, emque me encont r o, semar , semgua, pr of undo, i nsondvel ,
negr o como a mor t e mai s negr a, onde er r am mi ser avel ment e os homens? Em
t al l ugar nenhumhomempode vi ver de cor ao t r anqi l o. Par a o desgr aado
ser humano nesse pl ano, cer t o que " t oda a t er r a est chei a de t r evas e
de mor adas cr ui s" . Mas essas t er r as vm do seu nt i mo e so el as que
l hes r odei am a exi st nci a de uma noi t e per pt ua de mal e de t er r or ,
ver dadei r o i nf er no, r eal ment e, mas um i nf er no, como t odos os out r os,
ni cae si mpl esment e cr i ado pel o pr pr i o homem. A mai or par t e dos
est udant es de ocul t i smo consi der a a expl or ao dest a r egi o uma r dua
t ar ef a, por que nel a se sent e como que uma sensao de densi dade e de
mat er i al i dade gr ossei r a que se t or na i mensament e r epugnant e ao cor po
ast r al , que al canou a l i ber t ao. Um cor po nessas condi es t em a
i mpr esso de t er de abr i r f or a um cami nho at r avs de uma espci e de
f l u do, negr o e vi scoso, r odeado de habi t ant es e i nf l unci as ext r emament e
desagr advei s. A pr i mei r a, segunda e t er cei r a subdi vi ses, apesar de
ocupar em o mesmo l ugar no espao, do, cont udo, a i mpr esso de um mai or
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af ast ament o do mundo f si co e, por t ant o, par ecem t er mat er i al i dade mui t o
menor . As ent i dades que as habi t am per dem de vi st a a t er r a e as coi sas
t er r est r es; encont r am- se, em ger al , pr of undament e absor vi das em si
mesmas, e cr i am, at cer t o pont o, o seu ambi ent e, ambi ent e que, cont udo,
suf i ci ent ement e obj et i vo par a se dar a per ceber s out r as ent i dades e
t ambm vi so do cl ar i vi dent e. Est a r egi o sem dvi da a " Summer l and" ,
de que t ant o est amos habi t uados a ouvi r f al ar nas sesses esp r i t as
amer i canas, e aquel es que de l vme del a nos f al am, decer t o a descr evem
com ver dade, pel o menos, t ant o quant o o seu conheci ment o l hes per mi t e.
nest es pl anos que os " esp r i t os" chamam a uma exi st nci a t empor r i a as
suas casas, escol as e ci dades. Tempor r i a por que, se cer t o que est as
coi sas apar ecem por al gum t empo com um car t er de r eal i dade, quai squer
ol hos mai s habi t uados a ver , ach- l as- o sem di f i cul dade t r i st ement e
di f er ent es daqui l o que os seus ent usi st i cos cr i ador es j ul gam que o so.
Cont udo, mui t as das cr i aes f ant asi st as que a t omam f or ma, so de uma
bel eza r eal , embor a t empor r i a, e qual quer vi si t ant e que no conhecesse
nada de super i or , passar i a bast ant e agr adavel ment e o seu t empo vagueando
pel as f l or est as e mont anhas, l agos e apr az vei s j ar di ns f l or i dos, bem
mai s bel os do que t udo o que exi st e no mundo f si co. E poder i a mesmo dar
l ar gas sua f ant asi a, que el a pr pr i a f ar i a desenr ol ar di ant e de si
t odas essas pai sagens. Quando t r at ar mos em par t i cul ar dos habi t ant es
desses t r s subpl anos super i or es, ent r ar emos nos det al hes r el at i vos s
di f er enas exi st ent es ent r e el es. Par a no dei xar i ncompl et a est a
descr i o, embor a r pi da, do cenr i o do pl ano ast r al , no podemos dei xar
de nos r ef er i r qui l o a que mui t as vezes se t em chamado, embor a
er r adament e, os Regi st r os da Luz Ast r al . Est es r egi st r os, ar qui vos, ou
memr i as ( que so af i nal uma espci e de mat er i al i zao da memr i a Di vi na
f ot ogr af i as ani madas de t odos os acont eci ment os passados) vo- se
i mpr i mi ndo i ndel evel ment e numpl ano mui t o super i or , de f or ma que apenas
de manei r a i nst vel , por assi mdi zer , espasmdi ca que el es se r ef l et emno
pl ano ast r al . Da r esul t a que apenas aquel es cuj o poder de vi so se el eve
aci ma do cor r espondent e a est e pl ano, que podem obt er uma i mpr esso
segui da e conexa dest a espci e de f i l mes; os out r os pouco mai s obt er o
que uma sr i e de quadr os i l gi cos e desconexos. Todavi a, est as i magens,
que r ef l et em t odos os acont eci ment os passados, sej a qual f or a sua
espci e, so obj et o de uma r epr esent ao const ant e no pl ano ast r al , e
nel e f or mam uma par t e i mpor t ant e do ambi ent e do expl or ador . No meu l i vr o
Cl ar i vi dnci a, cap t ul o VI I , encont r a- se mai s det al hadament e f ei t o o
est udo dest e assunt o, que por f al t a de espao no posso desenvol ver nest e
manual .
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OS HABI TANTES
Esboado assi m, embor a l i gei r ament e, o f undo do nosso quadr o, devemos
agor a col ocar - l he as f i gur as, descr ever os habi t ant es do pl ano ast r al .
No f ci l t ar ef a cl assi f i c- l os e or den- l os, t o compl exa a sua
var i edade. Par ece- nos mel hor comear por di vi d - l os em t r s gr andes
cat egor i as: os humanos, os no- humanos e os ar t i f i ci ai s.
I Humanos
Os ci dados humanos do mundo ast r al separ am- se nat ur al ment e em doi s
gr upos: os vi vos e os
mor t os, ou, f al ando commai s pr eci so, aquel es que ai nda t mcor po f si co
e aquel es que j o
abandonar am.
A OS VI VOS
Podem cont ar - se quat r o cat egor i as de homens que se mani f est am no pl ano
ast r al , dur ant e a vi da
f si ca:
1. O Adept o e os seus di sc pul os. Os membr os dest a cat egor i a empr egam
ger al ment e, como
ve cul o, no o cor po ast r al , mas o cor po ment al , compost o da mat r i a que
f or ma os quat r o n vei s
i nf er i or es, ou r upa, do pl ano i medi at ament e super i or ao ast r al . Est e
ve cul o t ema vant agemde
per mi t i r a passagem i nst ant nea do pl ano ment al par a o ast r al , e vi ce-
ver sa, e o empr ego, em
qual quer moment o, do poder mai or e agudeza de sent i dos do pl ano ment al .
Por nat ur eza, o cor po ment al no vi s vel l uz ast r al ; por i sso, o
di sc pul o que oper a nesse ve cul o t em de apr ender a r odear - se de um vu
t empor r i o de mat r i a ast r al , quando se t or ne necessr i o, par a mai or
ef i cci a da sua obr a de aux l i o aos habi t ant es do pl ano i nf er i or , e est es
o possamver . Est e cor po t empor r i o a pr i nc pi o f or mado ger al ment e pel o
Mest r e par a o di sc pul o, at e que est e apr enda a f or m- l o por si s, f ci l
e r api dament e. Embor a sej a uma r epr oduo exat a da f i gur a de quem o usa,
esse ve cul o no cont ma menor par t cul a da mat r i a do seu cor po ast r al ;
pode di zer - se que est par a est e como uma mat er i al i zao est par a o
cor po f si co. Encont r am- se t ambm di sc pul os menos desenvol vi dos,
r evest i dos do cor po ast r al ; mas o i ndi v duo que pr epar ado nest e pl ano
por um gui a compet ent e, pode oper ar sempr e com a mai or f aci l i dade em
t odos os subpl anos e em pl ena consci nci a, sej a qual f or o ve cul o
empr egado. , de f at o, el e mesmo, exat ament e como os seus conheci dos o
vi r am na t er r a, menos os quat r o pr i nc pi os i nf er i or es ( 1) no pr i mei r o
caso, ou os t r s pr i nc pi os i nf er i or es no segundo, mai s os poder es e as
f acul dades i ner ent es sua nova condi o, o que l he per mi t e o
pr ossegui ment o, em sonhos, com mai s f aci l i dade e ef i cci a, dos t r abal hos
t eosf i cos que l he ocupam as suas hor as de vi g l i a. A mai or ou menor
exat i do da r epr oduo no pl ano f si co das suas i mpr esses no ast r al
depende, cl ar o, da mai or ou menor f aci l i dade com que i ni nt er r upt ament e
possa t r ansf er i r a consci nci a de um pl ano par a out r o. comum o
i nvest i gador encont r ar no pl ano ast r al ocul t i st as de t odas as par t es do
mundo ( per t encent es a Loj as sem l i gao com os Mest r es mai s conheci dos
dos t esof os) , que ger al ment e buscam a ver dade com uma convi co e um
esp r i t o de abnegao sur pr eendent es. conveni ent e, por m, not ar que
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t odas essas Loj as conhecempel o menos a exi st nci a da gr ande conf r ar i a do
Hi mal ai a e r econhecem que est a cont a no seu gr mi o os mai s el evados
Adept os hoj e conheci dos na t er r a.
2. I ndi v duos psi qui cament e adi ant ados que no est o sob a di r eo de
um Mest r e. Est es podem est ar ou no desenvol vi dos espi r i t ual ment e, poi s
adi ant ament o ps qui co e adi ant ament o espi r i t ual no andamnecessar i ament e
j unt os. Os poder es ps qui cos que al gum t r aga ao nascer , so os
r esul t ados de esf or os l evados a cabo em encar nao pr ecedent e. Tai s
esf or os podem t er si do nobr es e al t r u st as, mas t ambm podem t er si do
cegos, mal di r i gi dos e at de car t er ext r emament e condenvel . Os
i ndi v duos psi qui cament e desenvol vi dos so em ger al per f ei t ament e
consci ent es f or a do cor po f si co, mas, por f al t a do necessr i o t r ei no,
est o suj ei t os a enganos na apr eci ao do que vem. Por vezes poder o
per cor r er t odas as subdi vi ses do pl ano ast r al , como os da cl asse
pr ecedent e, mas mui t os del es haver que, sent i ndo- se at r a dos por uma
del as, r ar as vezes vo a qual quer out r a onde a i nf l unci a da pr i mei r a no
se f aa sent i r . As r ecor daes do que vi r am podem, por t ant o, var i ar
segundo o gr au de desenvol vi ment o que adqui r am, desde a mai s per f ei t a
ni t i dez at a mai s compl et a def or mao da ver dade ou mesmo esqueci ment o
compl et o. O seu ve cul o ser sempr e o cor po ast r al , vi st o no saber em
f unci onar no ve cul o ment al .
3. A pessoa vul gar i st o , semnenhumdesenvol vi ment o ps qui co que
f l ut ua no seu cor po ast r al dur ant e o sono, num est ado mai s ou menos
i nconsci ent e. No sono pr of undo do cor po f si co, os pr i nc pi os super i or es
que se encont r am no ve cul o ast r al desl i gam- se i nvar i avel ment e del e e
acol hem- se nas pr oxi mi dades, apesar de, nas pessoas sem o mai s pequeno
desenvol vi ment o, se encont r ar emnumest ado de sono t o pr of undo como o do
cor po. Cont udo, emal guns casos o ve cul o ast r al est numl et ar go menor e
ent o f l ut ua daqui par a al i , semi - ador meci do, nas vr i as cor r ent e
ast r ai s, r econhecendo por vezes out r as pessoas que se acham no mesmo
est ado, passando por t oda espci e de avent ur as, umas agr advei s, out r as
desagr advei s, cuj a l embr ana, necessar i ament e conf usa e por vezes
t r ansf or mada numa gr ot esca car i cat ur a do que r eal ment e acont eceu, as
f azempensar , ao desper t ar , nos di spar at es do sonho que t i ver am. Todas as
pessoas cul t as, per t encent es s r aas mai s el evadas do gl obo, t mj hoj e
os sent i dos ast r ai s bast ant e desenvol vi dos, de modo que, se est i vessem
suf i ci ent ement e at ent as par a poder exami nar as r eal i dades que as cer cam
dur ant e o sono, est ar i am em condi es de as obser var e de t i r ar del as
pr ovei t osas l i es. Mas, na mai or par t e dos casos, t al no sucede, por que
quase t oda gent e, emvez de f i xar a sua at eno no sonho, passa as noi t es
numa medi t ao pr of unda, dei xando- se i r at r s de qual quer pensament o que
mai s absor vent e se l he t or nou ant es de ador mecer . Est es i ndi v duos t mas
f acul dades ast r ai s, mas quase no se ser vem del as; est o evi dent ement e
acor dados no pl ano ast r al , mas no est o acor dados par a o que nel e sucede
c, por t ant o, a consci nci a que t em do mei o onde se encont r am
ext r emament e vaga, se que t m al guma. Quando um i ndi v duo nest as
condi es se col oca sob a di r eo de um dos Mest r es da Sabedor i a, comea
ger al ment e por se sent i r sacudi do desse est ado de sonol nci a e acor da
ent o compl et ament e par a as r eal i dades que o cer cam no pl ano. Ocupado em
apr ender o mui t o que del as h par a apr ender , comea a oper ar no mei o
del as, de f or ma que as hor as de sono dei xam de ser hor as vazi as; ant es,
pel o cont r r i o, est o r epl et as de t r abal ho at i voe t i l , sem que essa
at i vi dade r oube ao cor po f si co, cansado da l abut a do di a, o necessr i o e
hi gi ni co r epouso. No caso de um i ndi v duo das r aas i nf er i or es, ou, em
ger al , de qual quer i ndi v duo mui t o at r asado, est es cor pos ast r ai s so
mui t o vagos de f or mae mal def i ni dos nos seus cont or nos, mas medi da que
vai havendo mai or desenvol vi ment o de i nt el ect o e de espi r i t ual i dade, o
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cor po ast r al vai - se def i ni ndo e adqui r i ndo mai or semel hana com o cor po
f si co. Tem- se per gunt ado f r eqent ement e como se compr eende que se possa
r econhecer o homem vul gar , quando r evest i do do cor po ast r al , vi st o est e
ser t o vago de f or ma, e a gr ande mai or i a da humani dade est ar t o pouco
desenvol vi da. Tent ando r esponder a est a per gunt a, devemos no esquecer
que aos ol hos do cl ar i vi dent e o cor po f si co humano apar ece cer cado pel a
aur a espci e de nvoa, l umi nosa e col or i da, apr oxi madament e ovi de,
que se est ende a par t i r do cont or no do cor po f si co, pr oxi mament e mei o
met r o emt odas as di r ees. Todos os i nvest i gador es sabemque est a aur a
ext r aor di nar i ament e compl exa e cont mmat r i a de t odos os di ver sos pl anos
que pr esent ement e podem f or necer ao homem ve cul os; mas, por enquant o,
l i mi t emo- nos a consi der - l a t al qual el a apar ecer i a a um obser vador
possui dor apenas da vi st a ast r al . Par a um obser vador nest as condi es, a
aur a no passar i a de um cor po de mat r i a ast r al , e por t ant o, ser i a um
obj et o de est udo r el at i vament e mai s si mpl es. Essa mat r i a ast r al , por m,
no s r odei a o cor po f si co, mas i nt er penet r a- o, podendo ver i f i car - se
que est mui t o mai s condensada dent r o da per i f er i a daquel e do que na
par t e da aur a que o ci r cunda. poss vel que est e f at o sej a devi do
at r ao da gr ande massa de mat r i a ast r al que a se acumul a como
dupl i cado das cl ul as do cor po f si co; mas, sej a qual f or a r azo,
i ndubi t vel que a densi dade da mat r i a que est dent r o dos l i mi t es da
f si ca mui t o mai or do que a da que est f or a del es. Dur ant e o sono,
quando o cor po ast r al se desl i ga do f si co, d- se pr eci sament e o mesmo, e
qual quer i ndi v duo dot ado de cl ar i vi dnci a poder ver i f i car , t ambmnest e
caso, a exi st nci a de uma f or ma semel hant e ao cor po f si co, ci r cundada
pel a aur a. Est a f or ma, por m, const i t u da apenas por mat r i a ast r al ;
mas a di f er ena de densi dade ent r e el a e a nvoa que a envol ve
suf i ci ent ement e acent uada par a que a possamos di st i ngui r cl ar ament e,
apesar de no passar de uma f or ma de nevoei r o mai s denso. Vej amos agor a a
apar nci a da aur a no homem desenvol vi do e no homem psi col ogi cament e
at r asado. Mesmo nest e, as car act er st i cas e a conf i gur ao da f or ma
i nt er na so sempr e r econhec vei s, apesar de conf usas e mal def i ni das; mas
o Ovo ur i co envol vent e, se que mer ece t al nome, apenas mer a gr i nal da
i nf or me de nvoa, sem a menor r egul ar i dade ou const nci a de l i nhas. No
i ndi v duo mai s desenvol vi do, o caso out r o. A f or ma envol vi da pel a aur a
mui t ssi mo mai s di f er enci ada e def i ni da const i t ui ndo uma r epr oduo
mai s apr oxi mada do homem f si co. Em vez da t al i ndeci sa gr i nal da de
nvoa, v- se uma f or ma ovi de per f ei t ament e def i ni da, que se conser va no
mei o do t umul t o das cor r ent es que cont i nuament e per cor r emo mundo ast r al .
Vi st o as f acul dades ps qui cas do homem se achar em no decur so da sua
evol uo, e haver em cada gr au dest a um cer t o nmer o de i ndi v duos que
vo segui ndo r egul ar ment e as di f er ent es et apas de desenvol vi ment o,
concl ui - se que as duas cl asses se f undem uma na out r a por uma gr adao
i nsens vel .
4. O mago negr o e os seus di sc pul os. Est a cl asse semel hant e
pr i mei r a, com a di f er ena de que o seu desenvol vi ment o se deu par a o mal
e no par a o bem, donde r esul t a que os poder es e f acul dades adqui r i das
so ut i l i zados par a f i ns ego st as, em vez de s- l o em benef ci o da
humani dade. Ent r e as suas or dens mai s i nf er i or es, cont am- se os membr os da
r aa negr a, que se ent r egams pr t i cas f ei t i cei r as das escol as de Obeahe
Voodoo, e os cur andei r os de mui t as t r i bos sel vagens. Mai s i nt el i gent es e
conseqent ement e mai s r ecr i mi nvei s, so os magos negr os do Ti bet e,
t ambm dest a cl asse, chamados er r adament e Dgpas eur opeus desi gnao
que per t ence pr opr i ament e, segundo a absol ut ament e cer t a expl i cao do
Ci r ur gi o- Mor Waddel l , no seu l i vr o O Budi smo na Ti bet e, subdi vi so
bhot anesa da gr ande sei t a dos Kar gyus, que f or ma uma par t e do que se pode
chamar a Escol a semi - r ef or mi st a do budi smo t i bet ano. Os Dgpas ( 2)
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pr at i cam sem dvi da a magi a t nt r i ca, mas a ver dadei r a sei t a no
r ef or mada dos bar r et es ver mel hos a dos Ni n- Mpa, sect r i os da r el i gi o
abor gi ne, que no qui ser am nunca acei t ar qual quer f or ma do budi smo. No
se suponha, por m, que t odas as sei t as do Ti bet e, excet o os Gel ugpas ( 3) ,
so necessar i ament e dedi cadas ao mal . Ser i a mai s j ust o di zer - se que as
nor mas de out r as sei t as per mi t em um af r ouxament o mui t o mai or na pr t i ca,
e por i sso a pr opor o de i nt er essei r os ent r e el es pr ovavel ment e mui t o
mai or que ent r e os r ef or mador es, mai s r i gor osos.
B Os Mortos
Em pr i mei r o l ugar , deve- se ent ender que a desi gnao " mor t os"
absol ut ament e er r nea, vi st o que as ent i dades nel a engl obadas est o t o
vi vas como ns a mai or par t e das vezes t m mesmo uma vi t al i dade mui t o
mai or . Quando di zemos mor t os, quer emos apenas r ef er i r - nos quel es
i ndi v duos que moment aneament e se l i ber t ar am do cor po f si co.
Di st i ngui mos nove espci es pr i nci pai s:
1. Os Ni r mnakyas. ( 4) Ref er i ndo- nos a est a cl asse t o- soment e par a
no dei xar a enumer ao i ncompl et a, por que mui t o r ar o que Ser es t o
el evados se mani f est em nos pl anos, i nf er i or es. No ent ant o, quando por
qual quer f or t e necessi dade, der i vada da mi sso subl i me que l hes f oi
conf i ada, uma dest as Ent i dades j ul gue necessr i o descer ao pl ano ast r al ,
t r at a de se r odear de umcor po dessa mat r i a, pr eci sament e, como vi mos, o
f az umAdept o que, r evest i do do cor po ment al , no poder i a ser per cebi do
l uz ast r al . Par a poder mani f est ar - se i medi at ament e em qual quer dos
pl anos, r et m sempr e dent r o de si al guns t omos de cada um del es, em
vol t a dos quai s, como ncl eo, pode i nst ant aneament e agr egar out r a mat r i a
e assi m t er sempr e sua di sposi o o ve cul o que desej a. Acer ca dos
Ni r mnakyas pode consul t ar - se, par a mai s ampl a i nf or mao, o l i vr o de
Madame Bl avat sky, A Voz do Si l nci o, e o meu pequeno vol ume Auxi l i ar es
I nvi s vei s.
2. Os Di sc pul os esper a da r eencar nao. Na l i t er at ur a t eosf i ca
est escr i t o emvr i as obr as que quando o di sc pul o chega a umcer t o gr au
de desenvol vi ment o, est em condi es de, com o aux l i o do Mest r e,
l i ber t ar - se da l ei da nat ur eza que f az passar t odos os ser es humanos,
depoi s da mor t e, par a o mundo- cu, par a a gozar os r esul t ados
espi r i t uai s das aspi r aes el evadas que t eve dur ant e a vi da t er r est r e.
Gomo, na hi pt ese consi der ada, o di sc pul o deve ser uma cr i at ur a de
gr ande pur eza de vi da e de gr ande nobr eza de pensament os, nat ur al que
est as f or as espi r i t uai s t enham uma i nt ensi dade anor mal . Por t ant o, se
el e, ser vi ndo- me de uma expr esso t cni ca, " t omar o seu Devachn" ,
pr ovvel que est e sej a de l onga dur ao; mas se, em vez de se conser var
no Devachn, . pr ef er i r o " Cami nho da Rennci a" ( comeando assi m, embor a
em gr au mui t o i nf er i or e pel os cami nhos, mai s humi l des, a segui r as -
pegadas do Gr ande Mest r e da Rennci a, que f oi o pr pr i o Gaut ama Buda) ,
pode despender essa r eser va de f or a numa di r eo opost a; empr eg- l a em
benef ci o da humani dade, e, por a mai s i nf i ni t esi mal que sej a a sua
cont r i bui o, t omar a sua mi nscul a par t e na gr ande obr a dos
Ni r mnakyas. Segui ndo est e cami nho de abnegao, sacr i f i ca, cer t o,
scul os da mai s i nt ensa bem- avent ur ana, mas, em compensao, f i ca com a
enor me vant agem de poder cont i nuar a sua vi da de t r abal ho e de pr ogr esso
sem i nt er r upo. Quando o di sc pul o, que escol heu est e cami nho, mor r e,
est a mor t e apenas mai s uma sa da do cor po, al m das muhas que j
pr at i cou, e uma esper a no pl ano ast r al at que o Mest r e l he dest i ne uma
r eencar nao conveni ent e e mer eci da. I st o s pode ser f ei t o comper mi sso
de uma aut or i dade de cat egor i a mui t o el evada, por que, const i t ui ndo uma
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exceo l ei ger al , ni ngum deve t ent - l o sem obt er essa aut or i zao. E
mesmo depoi s de consegui da est a, a f or a da l ei nat ur al t o gr ande, que
se o di sc pul o no se conf i nar est r i t ament e no pl ano ast r al , e por um
moment o t ocar o pl ano ment al , ser de novo ar r ast ado por uma cor r ent e
i r r esi st vel par a o cur so nor mal da evol uo. Em al guns casos, embor a
mui t o r ar os, pode- se l he evi t ar um novo r enasci ment o, dando- se- l he
i medi at ament e um cor po de adul t o cuj o ant i go habi t ant e j no pr eci se
del e. , por m, di f ci l encont r ar di spon vel umcor po apr opr i ado, de modo
que a mai or par t e das vezes t em de esper ar no pl ano ast r al , at que se
l he apr esent e a opor t uni dade de um r enasci ment o apr opr i ado. Ent r et ant o,
enquant o esper a, no per de o seu t empo, por que no dei xa de ser quem er a
e est em mel hor es condi es par a cont i nuar a obr a que l he f oi at r i bu da
pel o Mest r e. Di go em mel hor es condi es por que, despoj ado do cor po
f si co, no t ema ent r av- l o a possi bi l i dade da f adi ga. Coma consci nci a
al er t a e absol ut ament e pl ena, pode vaguear vont ade e f aci l ment e por
t odas as di vi ses do pl ano. O di sc pul o esper a da r eencar nao no ,
evi dent ement e, umdos habi t ant es mai s comuns do pl ano ast r al , mas pode l
encont r ar - se ocasi onal ment e. For ma, por i sso, uma das nossas cl asses, que
se hoj e r eduzi da, h de aument ar em nmer o medi da que a evol uo da
humani dade v avanando no seu cami nho pr ogr essi vo.
3. dos - mor t os vul gar es. Escusado di zer que est a cl asse mi l hes
de vezes mai or do que as j est udadas, e que o car t er e condi es de
seus membr os osci l am ent r e l ar gu ssi mos l i mi t es. E t ambm dent r o de
l ar gu ssi mos l i mi t es que var i a a dur ao da sua est ada no pl ano ast r al ,
poi s, enquant o uns a passam apenas al gumas hor as, out r os podem l
per manecer dur ant e anos e at scul os. O homem que l evou na t er r a uma
vi da de pur eza, cuj os sent i ment os e aspi r aes pr edomi nant es f or amsempr e
al t r u st as e espi r i t uai s, pouca at r ao sent e pel o pl ano ast r al , e, no
havendo nada que l o pr enda, a sua at i vi dade no chega a ser desper t ada
dur ant e o pequeno per odo da sua vi da ast r al . A r azo di st o r esi de no
f at o de que depoi s da mor t e o homem ver dadei r o r ecol he- se em si mesmo.
Logo ao pr i mei r o passo dest e pr ocesso, ar r oj a de si o cor po f si co, e
quase l ogo a segui r o dupl o et r i co, par a que possa l i ber t ar - se t o cedo
quant o poss vel do cor po ast r al ou de desej os, e i ngr essar no mundo- cu,
que a ni ca r egi o onde as suas aspi r aes espi r i t uai s podemf r ut i f i car
de uma f or ma consent nea comos sent i ment os el evados que t eve na t er r a. O
homem nobr e, de esp r i t o el evado, pode f azer i st o, por que soube domi nar
t odas as pai xes t er r enas dur ant e a vi da f si ca. Sua f or a de vont ade f oi
di r i gi da par a canai s el evados e pouca ener gi a de desej os i nf er i or es t em
di spon vel par a ser ut i l i zada no pl ano ast r al . Por t ant o, a sua
per mannci a a ser de br eve dur ao, e segundo t odas as pr obabi l i dades,
passar a sua cur t a vi da ast r al num est ado l et r gi co de semi - consci nci a
at mer gul har no sono pr of undo, dur ant e o qual os seus pr i nc pi os
el evados se l i ber t am do i nvl ucr o ast r al e i ngr essam na vi da bem
avent ur ada do mundo- cu. Par a aquel es que ai nda no ent r ar am no cami nho
do desenvol vi ment o ocul t o, como no caso que est amos consi der ando, o que
acabamos de descr ever r epr esent a o mai s que se pode consegui r , e na
mel hor das hi pt eses. Mas, ger al ment e, poucos o at i ngem, por que o homem
medi ano r ar as vezes consegue l i ber t ar - se na t er r a de t odos os desej os
i nf er i or es, de modo que sempr e necessr i o uma demor a mai s ou menos
l onga nas vr i as subdi vi ses do pl ano ast r al , par a que as f or as ger adas
na t er r a possamconsumi r - se mut uament e e pr eml i ber dade o Ego super i or .
Todos, sem exceo, t m de passar por t odas as subdi vi ses do pl ano
ast r al no seu cami nho par a o mundo- cu, mas al guns h que os per cor r em
i nconsci ent ement e. Pr eci sament e como necessr i o que o cor po f si co
cont enha dent r o da sua const i t ui o mat r i a f si ca em t odos os est ados
sl i do, l qui do, gasoso e et r i co i ndi spensvel t ambm que o ve cul o
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ast r al cont enha par t cul as per t encent es a subdi vi ses si mi l ar es da
mat r i a ast r al , embor a em pr opor es var i vei s segundo o caso. Or a, no
devemos esquecer que, j ust ament e na mat r i a do seu cor po ast r al , o homem
col he a essnci a el ement al cor r espondent e, e que dur ant e a vi da est a
essnci a segr egada do oceano de mat r i a semel hant e, e t r ansf or ma- se no
que se pode chamar uma espci e de el ement al ar t i f i ci al . Dur ant e al gum
t empo, est e el ement al t em uma vi da sua, separ ada, e segue
i ndependent ement e o cur so de sua evol uo pr pr i a, descendent e par a a
mat r i a, sempr eocupaes e mesmo semconheci ment o da conveni nci a ou
i nt er esse do Ego a que est l i gado. i st o que d l ugar per pt ua l ut a
ent r e a vont ade da car ne e a vont ade do esp r i t o, de que t ant o f al am os
escr i t or es r el i gi osos. Cont udo, se cer t o exi st i r " uma l ei dos membr os
cmguer r a coma l ei do esp r i t o" , e se cer t o que se o homemceder emvez
de t ent ar domi nar - se, o pr ogr esso da sua evol uo se r essent i r
ext r aor di nar i ament e, nada nos aut or i za, por m, a consi der ar i sso um mal ,
por que apenas e sempr e a Lei o et er no f l ui r do poder Di vi no no seu
cur so r egul ar , embor a nest e caso esse cur so sej a descendent e par a a
mat r i a em vez de ascender em sent i do cont r r i o, par a l onge del a, como
o nosso. Quando o homem, ao mor r er , abandona o pl ano f si co, as f or as
desi nt egr ant es da nat ur eza comeam a exer cer a sua ao sobr e o cor po
ast r al ; est e el ement al se v ameaado da per da da i ndependnci a da sua
exi st nci a, e nat ur al ment e r eage, pr ocur ando def ender por mai s t empo
poss vel a i nt egr i dade do cor po ast r al . Par a i sso t r at a de l he modi f i car
a est r ut ur a, t ent ando di spor - l he a mat r i a em camadas concnt r i cas, das
quai s a ext er na per t ence ao subpl ano mai s i nf er i or e , por t ant o, a mai s
espessa, a mai s gr ossei r a e a mai s r esi st ent e dest r ui o. Mas o homem
no pode abandonar o st i mo subpl ano seno depoi s de t er l i ber t ado o mai s
poss vel o seu eu r eal da mat r i a dest e subpl ano. Fei t o i st o, a sua
consci nci a vai f ocar - se na camada concnt r i ca i medi at ament e a segui r
( que f or mada pel a mat r i a da sext a subdi vi so) ou, expr i mi ndo a mesma
i di a por out r as pal avr as, o homem passa par a o pr xi mo subpl ano. Em
suma, quando o cor po ast r al esgot ou t odos os at r at i vos of er eci dos por uma
cer t a di vi so, quase t oda a mat r i a dest a se sol t a del e e ent r a num mai s
el evado est ado de exi st nci a. A sua gr avi dade espec f i ca, por assi m
di zer , vai di mi nui ndo const ant ement e, e el e vai - se el evando gr adual ment e
dos est r at os mai s densos aos mai s sut i s, demor ando- se apenas onde se
si nt a sob a ao de um per f ei t o equi l br i o. evi dent ement e est a a
expl i cao par a o f at o de os mor t os que apar ecemnas sesses espi r i t i st as
di zer em que est o par a i ngr essar numa esf er a super i or , da qual l hes ser
i mposs vel , ou pel o menos mai s f ci l , a comuni cao com a t er r a por mei o
de mdi um. E r eal ment e um f at o posi t i vo que quando um mor t o chega
subdi vi so super i or dest e pl ano, - l he absol ut ament e i mposs vel
comuni car - se com qual quer mdi um vul gar . Assi m, vemos que a dur ao da
per mannci a de um i ndi v duo em qual quer das subdi vi ses do pl ano ast r al ,
r i gor osament e em f uno da quant i dade de mat r i a dessa subdi vi so,
subsi st ent e no seu cor po ast r al , e por sua vez, depende do gner o de vi da
que l evou na t er r a, dos desej os que acal ent ou e da espci e de mat r i a
que, como seu pr ocedi ment o, at r ai u par a si . , poi s, poss vel r eduzi r ao
m ni mo a quant i dade de mat r i a das subdi vi ses ast r ai s i nf er i or es, por
mei o de uma vi da chei a de pur ezae de pensament os nobr es e, em t odos os
casos, el ev- l a ao que se pode chamar o pont o cr t i co, no qual bast a o
mai s l eve t oque de f or a desi nt egr ant e par a l he r omper a coeso,
r eduzi ndo- a ao seu est ado or i gi nal e dei xando ao homem a passagem l i vr e
par a o pr xi mo subpl ano. Est a passagem , como j se di sse, ext r emament e
r pi da par a as pessoas de esp r i t o el evado, poi s at i ngem f aci l ment e esse
pont o cr t i co, de f or ma que se pode di zer que t ai s pessoas s r ecuper ama
pl eni t ude da consci nci a no pl ano ment al . cl ar o que, sempr e bom
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i nsi st i r , esses subpl anos no ocupamespaos di f er ent es; i nt er penet r am- se
mut uament e, de modo que di zer - se que uma pessoa passa de umsubpl ano par a
out r o, no quer di zer que r eal i ze qual quer desl ocament o no espao, mas
t o s que o f oco da sua consci nci a t r ansi t a da camada ext er na par a a
que i nt er nament e l he f i ca mai s pr xi ma. As ni cas pessoas que nor mal ment e
desper t am no st i mo subpl ano do pl ano ast r al , so as de aspi r aes
gr ossei r as e br ut ai s os br i os, os sensuai s e quej andos. A sua
per mannci a depende da i nt ensi dade dos seus desej os; ger al ment e o seu
sof r i ment o hor r vel pel o f at o de, conser vando vi vos os gr ossei r os
apet i t es que os domi nar am na t er r a, l hes i mposs vel agor a sat i sf az-
l os, excet o, uma vez por out r a, quando conseguem apoder ar - se de uma
cr i at ur a vi va, com v ci os i guai s aos seus, e obcec- l a compl et ament e. As
pessoas de mor al i dade medi ana no t er o de per manecer mui t o t empo nest e
st i mo subpl ano. ger al ment e no sext o que a sua demor a se acent uar ,
pr i nci pal ment e se os seus desej os e pensament os pr edomi nant es gi r ar am em
t or no de coi sas mundanas, por que nessa subdi vi so que encont r ar o os
l ugar es e pessoas com quem na t er r a andar am mai s l i gadas. O qui nt o e o
quar t o subpl anos so semel hant es ao sext o. medi da que ascendemos
at r avs del es, as associ aes de i di as pur ament e t er r est r es per dem
gr adual ment e sua i mpor t nci a, e h uma t endnci a par a mol dar mos o
ambi ent e emconcor dnci a comos mai s per si st ent es dos nossos pensament os.
Chegados t er cei r a subdi vi so, r econhece- se que est a car act er st i ca
subst i t ui u i nt ei r ament e a vi so das r eal i dades do pl ano. Por que, aqui , os
seus habi t ant es cr i ar amci dades i magi nr i as par a si mesmos, e nel as vi vem
com a sua f ant asi a cr i aes no excl usi vas da i magi nao de cada um
del es, como no mundo- cu, mas cal cadas sobr e a her ana dos pensament os e
f ant asi a dos seus pr edecessor es. nest a subdi vi so que se encont r am as
t ai s i gr ej as e escol as e " habi t aes na Summer l and" de que f al am os
espi r i t i st as amer i canos, embor a menos r eai s e mui t o menos magni f i cent es
par a qual quer obser vador sem pr econcei t os do que par a os seus
ent usi st i cos cr i ador es. O segundo subpl ano par ece ser o habi t at dos
devot os ego st as e pouco espi r i t uai s. l que el es usam as cor oas de
our o e ador am a r epr esent ao mat er i al e gr ossei r a da di vi ndade pecul i ar
da sua t er r a e do seu t empo. A subdi vi so mai s el evada especi al ment e
dest i nada quel es que emvi da se dedi car ama t r abal hos de or demmat er i al ,
mas de car t er i nt el ect ual , e que os segui r am no com o f i t o de comel es
bem ser vi r e aj udar os seus semel hant es, mas i mpel i dos por mot i vos
ego st as ou si mpl esment e por exer c ci o i nt el ect ual . Tai s cr i at ur as
est aci onam nest a di vi so por bast ant e t empo del i ci ados por poder
pr ossegui r na ocupao dos seus pr obl emas i nt el ect uai s, mas semf azer bem
a ni ngum e pouco pr ogr edi ndo no cami nho par a o mundo- cu. Repi t o mai s
uma vez que a est es di f er ent es subpl anos no deve l i gar - se a i di a de
l ocal i zao no espao. Qual quer ent i dade que f unci one num del es poder i a
ser r epent i nament e t r anspor t ada dal i par a a Aust r l i a, ou par a onde quer
que qual quer pensament o moment neo se l embr asse de a l evar . Mas o que no
l he poss vel t r ansf er i r a consci nci a de um subpl ano par a o
i medi at ament e a segui r , sem t er - se dado o pr ocesso de l i ber t ao de
mat r i a, a que j nos r ef er i mos. No h, que se sai ba, exceo a est a
r egr a, apesar de as aes de um homem, quando se acha consci ent e num dos
subpl anos, poder em, at cer t o pont o, abr evi ar ou pr ol ongar a sua
per mannci a al i . Mas o gr au de consci nci a que um i ndi v duo t er num
det er mi nado subpl ano, no obedece mesma l ei . Tomemos umexempl o ext r emo
par a mel hor compr eenso. Suponhamos um homem que t r ouxe da l t i ma
encar nao t endnci as que exi gem par a a sua mani f est ao gr ande
quant i dade de mat r i a do st i mo ou l t i mo subpl ano, mas que na vi da
pr esent e t eve a f el i ci dade de se convencer , l ogo de pr i nc pi o, da
possi bi l i dade e da necessi dade de domi nar essas t endnci as. No
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pr ovvel que os seus esf or os sej am i nt ei r ament e bem sucedi dos; mas se o
f ossem, a subst i t ui o no cor po ast r al das par t cul as gr ossei r as pel as
mai s sut i s, dar - se- i a r egul ar ment e, embor a coml ent i do. Est e pr ocesso ,
na mel hor das hi pt eses, sempr e l ent o e gr adual , de modo que nada mai s
nat ur al que o homememquest o mor r esse ant es t - l o mei o t er mi nado. Nest e
caso l he r est ar i a ai nda bast ant e mat r i a gr ossei r a na const i t ui o do
cor po ast r al , suf i ci ent e par a l he pr ol ongar a sua est ada no pl ano ast r al .
Mas como a sua consci nci a no chegou a se habi t uar a f unci onar nessa
mat r i a, e como no l he er a poss vel adqui r i r esse hbi t o, o r esul t ado
ser i a que, embor a a sua per mannci a nesse subpl ano dependesse do t empo
que essa par t e de mat r i a l evasse a desi nt egr ar - se, el e est ar i a sempr e
num est ado de i nconsci nci a. I st o , el e f i car i a como se est i vesse a
dor mi r dur ant e o per odo dessa per mannci a, e por t ant o, passar i a
absol ut ament e i l eso, no se sent i ndo af et ado por nenhuma cont r ar i edade
nem pel as mi sr i as do subpl ano consi der ado. Di ga- se de passagem que, no
pl ano ast r al , a ext enso das comuni caes det er mi nada, como na t er r a,
pel o conheci ment o da ent i dade. Ao passo que um di sc pul o, r evest i do do
cor po ment al , pode comuni car os seus pensament os mai s f aci l ment e e mai s
r api dament e que sobr e a t er r a, por mei o de i mpr esses ment ai s, s
ent i dades humanas que habi t am o mundo ast r al , est as no t m ger al ment e a
mesma f acul dade e par ecem mesmo est ar suj ei t as a r est r i es i guai s s
nossas, ou t al vez menos r gi das, mas pouco menos. Resul t a da que est as
se r enem, como na t er r a, em gr upos, l i gados por uma comunho de i di as,
de cr enas e de l ngua. A i di a pot i ca de que a mor t e ni vel a t odos no
passa de um absur do, f r ut o da i gnor nci a, por que, na gr ande mai or i a dos
casos, a per da do cor po f si co no t ema menor i nf l unci a no car t er e na
i nt el i gnci a da pessoa, e, ent r e aquel es a que chamamos mor t os, h t ant as
var i edades de i nt el i gnci as como ent r e aquel es a que chamamos vi vos. As
t eor i as cor r ent es no Oci dent e a r espei t o do dest i no do homem post - mor t em
est o t o l onge da ver dade que mesmo pessoas mui t o i nt el i gent es se sent em
ext r emament e conf usas e pasmadas ao desper t ar em no pl ano ast r al . A
si t uao em que o r ecm- vi ndo se encont r a t o r adi cal ment e di f er ent e
daqui l o que o l evar am a acr edi t ar , que no r ar o encont r ar em- se l
cr i at ur as que se r ecusam obst i nadament e a cr er que j t r anspuser am os
por t ai s da mor t e. Real ment e, a nossa t o gabada f na i mor t al i dade da
al ma t o pouco f i r me, que a mai or i a das cr i at ur as v no si mpl es f at o de
ai nda se achar em consci ent es uma pr ova absol ut a de que no mor r er am.
Tambm a hor r vel dout r i na da puni o et er na a cul pada da gr ande dose
de t er r or , gr andement e l ament vel e pr of undament e i nj ust i f i cado, com que
os mor t os i ngr essam na vi da super i or . Em mui t os casos passam l ongos
per odos de um sof r i ment o ment al de i nt ensa agudeza enquant o no
consegueml i ber t ar - se dest a monst r uosa bl asf mi a, e convencer - se de que o
mundo gover nado, no segundo o capr i cho de qual quer demni o, vi do de
angst i as humanas, mas segundo a gr ande l ei da evol uo, pr of undament e
benvol a e mar avi l hosament e paci ent e. Mui t os dos que est amos est udando
no chegam a apr eender est e f at o da evol uo, mas cont i nuam a f l ut uar ao
acaso no mundo ast r al , t al qual i mpel i dos por i nf l unci as do que f i zer am
na vi da f si ca pr ecedent e. Qual quer que sej a o n vel i nt el ect ual da
ent i dade, a sua i nt el i gnci a var i a sempr e em vi gor , t endendo mesmo a
di mi nui r , por que a ment e i nf er i or do homem l evada em di r ees opost as,
pel a nat ur eza espi r i t ual super i or que at ua de ci ma e pel as i nt ensas
f or as de desej os, que vm de bai xo. Por i sso, el e osci l a ent r e as duas
at r aes, comuma t endnci a cr escent e par a as super i or es, medi da que os
desej os i nf er i or es se vo consumi ndo. Temaqui cabi ment o uma das cr t i cas
que se f azem s sesso espi r i t i st as. Evi dent ement e um homem i gnor ant e ou
degr adado pode apr ender mui t o, depoi s da mor t e, em cont at o com
assi st ent es sr i os, di r i gi dos por pessoa compet ent e, e ser assi m aj udado
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e er gui do da sua degr adao. Mas no homem comum, a consci nci a se el eva
const ant ement e da par t e i nf er i or da nat ur eza par a a super i or ; e,
evi dent ement e, nunca pode ser t i l e f avor vel sua evol uo o
r edesper t ar - l he est a consci nci a i nf er i or , ar r ebat ando- o do seu est ado
at ual e ar r ast ando- o de novo ao cont at o com a t er r a por mei o de um
mdi um. Compr eender emos mel hor o per i go dest e desper t ar i nopor t uno, se
nos l embr ar mos de que o homem r eal , r et i r ando- se cada vez mai s em si
mesmo, t or na- se cada vez menos apt o par a i nf l uenci ar e gover nar a sua
par t e i nf er i or que, t odavi a, separ ao compl et a, f i ca em condi es de
ger ar Kar ma, e abandonado s suas pr pr i as f or as, mai s pr ovvel que
cr i e mau Kar ma e no bom. I ndependent e de qual quer quest o de
desenvol vi ment o por mei o de um mdi um, h uma out r a i nf l unci a, bast ant e
f r eqent e, que pode r et ar dar consi der avel ment e o cami nho do mundo- - cu
ent i dade desencar nada: so as mani f est aes i nt ensas de exager ados
desgost os dos sobr evi vent es por causa da par t i da do seu par ent e ou ami go.
As i di as do Oci dent e sobr e a mor t e, vel has de scul os, mas f al sas e,
di r ei mesmo, i r r el i gi osas, do o t r i st e r esul t ado de no s nos causar em
um sof r i ment o mor al t o i nt enso quo desnecessr i o pel a par t i da
t empor r i a dos ent es quer i dos, mas de nos f azer emcont r i bui r , como nosso
desgost o i nt i l , par a o mal daquel es que t ant o amamos. Ao passo que o
nosso i r mo desapar eci do cai sossegada e nat ur al ment e no sono
i nconsci ent e que pr ecede o desper t ar magn f i co nos espl endor es do mundo-
cu, ns o obr i gamos por vezes a sai r dos seus sonhos vent ur osos,
chamando- o r ecor dao da vi da t er r est r e pel a vi ol nci a do desgost o e
das saudades apai xonadas dos seus mai s pr xi mos, que l he desper t am-
vi br aes cor r espondent es no cor po de desej os e l he causam assi m uma
aguda sensao de mal - est ar . Ser i a de gr ande ut i l i dade que aquel es cuj os
ent es quer i dos a mor t e separ ou, apr endessem nest es f at os i ndubi t vei s a
r ef r ear , por amor dos seus mor t os quer i dos, as suas mani f est aes de um
desgost o, que embor a nat ur al , na sua essnci a um si nal de ego smo. No
que as dout r i nas ocul t as aconsel hem o esqueci ment o dos mor t os. Longe
di sso. O que el as sust ent am e def endem que a r ecor dao af et uosa de um
ami go que a mor t e l evou, uma f or a que devi dament e canal i zada por mei o
de convi ct os e si ncer os vot os pel o seu pr ogr esso par a o mundo- cu, e pel a
t r anqi l i dade da sua passagem pel o est ado i nt er medi r i o, l he pode ser de
al t ssi ma vant agem. Ao passo que essa r ecor dao, t or nada pel o desgost o
mor al ment e doent i a, exager ada com l ut os e l gr i mas, pode i mpedi r - l he o
cami nho, f azendo- o r duo e penoso. pr eci sament e por i sso que a r el i gi o
hi ndu pr escr eve acer t adament e as cer i mni as Shr ddha pel os mor t os e a
r el i gi o cat l i ca manda que se f aam or aes por el es. Acont ece, s
vezes, o cont r r i o, i st o , o desej o de f azer comuni caes vem do out r o
l ado, eco mor t o que desej a ar dent ement e comuni car - se com aquel es que
dei xou. Por vezes se t r at a de uma mensagemde i mpor t nci a, por exempl o, a
i ndi cao do l ugar onde est escondi do umt est ament o desapar eci do; por m,
na mai or i a das vezes, so mensagens t r i vi ai s. Mas sej a como f or , sempr e
da mxi ma i mpor t nci a que o mor t o comuni que o mai s depr essa a sua
mensagem, pr i nci pal ment e se a t em f or t ement e gr avada na ment e, par a que
no se d o caso de, conser vando- a, mant er - se num est ado de ansi edade,
que l he desvi ar i a const ant ement e a consci nci a de novo par a a t er r a,
i mpedi ndo de se f ocar nas esf er as super i or es. Nest e caso, um mdi um por
i nt er mdi o de quem o mor t o possa f al ar ou escr ever , ou um ps qui co que o
compr eenda, pr est a- l he evi dent ement e um gr ande ser vi o. E por que no
pode el e f al ar ou escr ever sema i nt er veno de ummdi um? A r azo r esi de
no f at o de um est ado de mat r i a poder ger al ment e at uar apenas sobr e o
est ado que l he est i medi at ament e i nf er i or , e como no seu or gani smo
apenas h a mat r i a gr ossei r a que t ambm ent r a na composi o do cor po
ast r al , t or na- se- l he i mposs vel envi ar vi br aes subst nci a f si ca do
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ar ou mover o l pi s, t ambm de mat r i a f si ca, sem pedi r empr est ada
mat r i a vi va da or dem i nt er mdi a cont i da no dupl o et r i co, e gr aas a
est a que qual quer i mpul so se t r ansmi t e de um pl ano par a out r o. E a
qual quer out r o i ndi v duo que no f osse um mdi um, no l he ser i a f ci l
ut i l i zar a mat r i a, por causa da ext r ema j ust eza em que se acham os
pr i nc pi os numa cr i at ur a vul gar , di f i ci l ment e separ vei s pel os mei os
ger al ment e ao al cance dos mor t os, ao passo que num mdi um, e
pr eci sament e est a a car act er st i ca essenci al das suas f acul dades, os
pr i nc pi os podem separ ar - se r api dament e e f or necer a mat r i a par a a
desej ada mani f est ao. Quando no v possi bi l i dade de est abel ecer a
comuni cao por mei o de um mdi um, ou por que no o ache, ou por que no
sai ba f azer - se compr eender por mei o del e, o mor t o r ecor r e mui t as vezes a
si mesmo, f azendo t oda a espci e de t ent at i vas gr ossei r as e desast r adas,
pondo em ao, numa at i vi dade desor denada, f or as el ement ai s. t al vez
por i sso que t ant as vezes se vem nas sesses espi r i t i st as essas
i ncompr eens vei s mani f est aes de esp r i t os, der r ubando mesas, at i r ando
pedr as, pondo campai nhas a t ocar , et c. Pode acont ecer que um mdi um que
se encont r e no l ocal onde se do est as mani f est aes, compr eenda e venha
a descobr i r o que a ent i dade que as or i gi na quer di zer , pondo f i m aos
di st r bi os. Mas i sso r ar o, vi st o que essas f or cas el ement ai s so
ger al ment e post as em ao por causas ml t i pl as e var i ad ssi mas. 4. As
Sombr as. Quando a ext i no dos pr i nc pi os num i ndi v duo compl et a,
i sso si nal de que acabou a sua vi da ast r al e, como se di sse, de que el e
passa par a o pl ano devachni co. Mas, assi mcomo ao passar do pl ano f si co
par a o ast r al , h um abandono do cor po f si co, assi m t ambm na passagem
do ast r al par a o ment al h uma desi nt egr ao do cor po ast r al , que por
sua vez abandonado. Se o i ndi v duo em quest o se depur ou compl et ament e,
dur ant e a vi da, de t odos os desej os e i nst i nt os t er r est r es, e di r i gi u
t odas as ener gi as num sent i do de aspi r aes espi r i t uai s e al t r u st as, o
seu Ego super i or est em condi es de absor ver em si mesmo t oda a ment e
i nf er i or que pr oj et a em cada encar nao. Nest e caso, o cor po abandonado
no pl ano ast r al umver dadei r o cadver , como o cor po abandonado no pl ano
f si co, e no per t ence a est a cl asse, mas segui nt e, a dos i nvl ucr os.
Par a um homem que l evou uma vi da f si ca um pouco menos per f ei t a, o
r esul t ado pode ser quase o mesmo, se o que l he r est a de desej os
i nf er i or es pde esgot ar - se no pl ano ast r al . Mas a mai or par t e da gent e
poucos esf or os f az par a se l i ber t ar das t endnci as i nf er i or es da sua
nat ur eza, cr i ando par a si mesma uma per mannci a pr ol ongada no mundo
i nt er mdi o, e, ai nda mai s, per dendo ai nda, por assi mdi zer , uma por o de
sua ment e i nf er i or . Embor a i st o sej a uma f or ma mui t o mat er i al par a
r epr esent ar o r ef l exo da ment e super i or na i nf er i or , poder emos t er uma
i di a mai s per f ei t a e bast ant e apr oxi mada do pr ocesso, admi t i ndo a
hi pt ese de que o pr i nc pi o mansi co envi a, a cada encar nao, uma par t e
de si mesmo par a a vi da f si ca, com a esper ana de a r eaver no f i m de
cada vi da, enr i queci da da vr i as exper i nci as por que passou.
I nf el i zment e o homem vul gar dei xa- se domi nar a t al pont o por t odas as
espci es de desej os i nf er i or es, que uma par t e da ment e i nf er i or se f unde
como cor po de desej os, e t o est r ei t ament e que, quando chega a separ ao
no f i mda vi da ast r al , o pr i nc pi o, por assi mdi zer , r asga- se, dei xando a
por o degr adada dent r o do cor po ast r al desi nt egr ado. Est e cor po se
compe ent o das par t cul as da mat r i a ast r al , de que a ment e i nf er i or
no consegui u sol t ar - se, e que, por t ant o, a mant m pr i si onei r a; por que,
quando o homem passa par a o mundo- cu, est es f r agment os pendent es ader em
a uma por o de sua ment e, e, por assi m di zer , ar r ast am- na par a l onge. A
mat r i a ast r al de cada subpl ano encont r a- se no cor po ast r al em
decomposi o, na pr opor o em que a ment e se dei xou absor ver e i nvadi r
pel as pai xes i nf er i or es. E, por t ant o, vi st o a ment e, ao passar de
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subpl ano par a subpl ano, no poder l i ber t ar - se compl et ament e da mat r i a de
cada um del es, o r emanescent e ast r al most r ar a pr esena de cada espci e
mai s gr ossei r a que consegui u mant er uma est r ei t a conexo comel e. Apar ece
assi m uma out r a cl asse de ent i dades a que se chama " sombr as" . Deve,
por m, obser var - se que uma sombr a no o i ndi v duo r eal , vi st o que est e
j passou par a o mundo- cu; mas conser va absol ut ament e a semel hana
f si ca, a memr i a e at as pequenas i di ossi ncr asi as daquel e de quem a
i magemf i el , de manei r a que f ac l i ma uma conf uso, como acont ece mui t as
vezes nas sesses espi r i t i st as. No que a sombr a t enha consci nci a de se
t er per sonal i zado, poi s que, na sua i nt el i gnci a l i mi t ada supe- se ser o
pr pr i o i ndi v duo, mas i magi ne- se qual ser i a o hor r or e o desgost o dos
ami gos do mor t o se por ummoment o compr eendessemque t i nhamdi ant e de si ,
no aquel e que amavam, mas umsi mpl es f ar r apo das suas pi or es qual i dades.
A dur ao da vi da de uma sombr a var i a segundo a qual i dade de ment e
i nf er i or que a ani ma; mas como est a vai di mi nui ndo sempr e, a sua
i nt el i gnci a di mi nui t ambm, embor a possa conser var uma espci e de
ast ci a i nst i nt i va, ani mal , a t al pont o que mesmo no f i m da sua car r ei r a
pode comuni car - se ai nda por mei o da i nt el i gnci a que o mdi um l he ceda
t empor ar i ament e. A essnci a da sua nat ur eza ceder a t odas as
i nf l unci as ms, e, como se acha separ ada do Ego super i or , j no cont m
em si el ement os que l he per mi t am r esponder s boas. Pr est a- se, por t ant o,
f aci l ment e s mesmas oper aes dos magos negr os de cat egor i a i nf er i or .
Tudo o que em si encer r e de mat r i a ment al acaba por se desi nt egr ar e
r eabsor ver no r espect i vo pl ano, mas no em qual quer ment e i ndi vi dual e
a sombr a vai - se degr adando i mper cept vel at cai r na cl asse segui nt e. 5.
Os i nvl ucr os ( cascas ou casces ast r ai s) . O i nvl ucr o apenas o
cadver ast r al nas suas l t i mas f ases de desi nt egr ao, quando o est o
abandonando as l t i mas par t cul as ment ai s. Despr ovi dos de qual quer
espci e de consci nci ae de i nt el i gnci a, vaguei am passi vament e nas
cor r ent es ast r ai s " como nuvens i mpel i das por vent os cont r r i os" . Mas,
gal vani zadas pel o cont at o da aur a de ummdi um, podem, cont udo, ani mar - se
ai nda, por i nst ant es, de um si mul acr o bur l esco e car i cat ur al de vi da.
Nest e caso uma per f ei t a semel hana t m com o mor t o e podem mesmo
r epr oduzi r at cer t o pont o as suas expr esses f avor i t as e at mesmo a sua
cal i gr af i a. Cont udo, i st o apenas um at o aut omt i co das cl ul as, que
t endem, l ogo que so suj ei t as a qual quer exci t ao, a r epet i r
mecani cament e os movi ment os habi t uai s; e se al guma i nt el i gnci a par ece
haver nest as ent i dades, no pr ocede do mor t o, mas , por assi m di zer ,
empr est ada do mdi um ou dos seus " gui as" ocasi onai s. Mas a sua
vi t al i zao t empor r i a d- se mai s f r equent ement e por out r o pr ocesso, que
est udar emos no par gr af o segui nt e. Conser vam t ambm a qual i dade de poder
r esponder cegament e s vi br aes, ger al ment e gr ossei r as, que l hes er am
f ami l i ar es dur ant e o seu per odo de exi st nci a como sombr as.
Conseqent ement e, as cr i at ur as em que pr edomi navam os desej os i nf er i or es
e as pai xes gr ossei r as sent em por vezes est as ext r aor di nar i ament e
i nt ensi f i cadas, quando assi st em a sesses espi r i t i st as, como se o
i nvl ucr o f i zesse i nci di r sobr e t odas as suas ms qual i dades. H uma
out r a var i edade de cadver que se deve menci onar nest e par gr af o, embor a
per t ena a uma f ase ant er i or da vi da post - mor t em. J se di sse que, depoi s
da mor t e do cor po f si co, o ve cul o ast r al r eor gani zado com uma
r el at i va r api deze que o dupl o et r i co abandonado e expost o a uma l ent a
desi nt egr ao, pr eci sament e como acont ece ao i nvl ucr o ast r al na l t i ma
f ase do pr ocesso. Est e i nvl ucr o et r i co no vaguei a daqui par a al i , como
a var i edade que acabamos de descr ever ; conser va- se a uma di st nci a de
al guns met r os do cor po f si co em. vi a de decomposi o. Cor no f aci l ment e
per cept vel por qual quer pessoa, mesmo l evement e sensi t i va, el e a
or i gem das hi st r i as cor r ent es sobr e espect r os e f ant asmas que apar ecem
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nos cemi t r i os. Qual quer cr i at ur a psi qui cament e desenvol vi da, ao
t r avessar um dos nossos gr andes cemi t r i os, pode obser var s cent enas
essas f or mas azul adas, com a apar nci a de vapor es, f l ut uando sobr e as
campas daquel es que r ecent ement e dei xar am. E no se pode di zer que o
espet cul o sej a mui t o agr advel , vi st o el as se achar em, como os seus
dupl i cados f si cos ent er r ados, nos vr i os gr aus de decomposi o. Como o
i nvl ucr o ou casca ast r al , est a espci e de i nvl ucr o absol ut ament e
despr ovi da de i nt el i gnci a e de consci nci a, e apenas pode ser t r azi da a
uma espci e de si mul acr o de vi da. sempr e hedi onda, por um desses
r epugnant es r i t os de uma das pi or es f or mas da magi a negr a, de que
mel hor no f al ar mos. Resumi ndo: em cada et apa do seu cami nho da Ter r a ao
Cu, o homemar r oj a par a l onge e abandona t r s cadver es: o cor po f si co,
o dupl o et r i co e o ve cul o ast r al , que se r esol vemgr adual ment e nos seus
el ement os const i t ui nt es, e cuj a mat r i a ut i l i zada de novo nos pl anos
r espect i vos pel a admi r vel qu mi ca da nat ur eza. 6. Os i nvl ucr os
vi t al i zados. Pr opr i ament e, no devi am cl assi f i car - se ent r e os
" humanos" , vi st o que apenas o seu r evest i ment o ext er i or , um i nvl ucr o
passi vo e i nsens vel , que t eve out r or a qual quer coi sa de humano. A
vi da, i nt el i gnci a, desej os e vont ade que possuem so os que l hes vm do
dement ai ar t i f i ci al que os ani ma. Embor a devamos cur var - nos ant e a
t er r vel ver dade de ser em cr i aes dos maus pensament os do homem, no
podemos consi der - l os i nt r i nsecament e humanos. Par ece- nos, por t ant o, mai s
sensat o abor d- l os com mai s desenvol vi ment o quando t r at ar mos da cl asse
das ent i dades ar t i f i ci ai s, vi st o que a sua nat ur eza e gnese ser o mai s
f aci l ment e compr eendi dos quando o nosso est udo chegar a essa al t ur a.
Bast a, por enquant o, di zer - se que o i nvl ucr o vi t al i zado um ser
mal vol o ver dadei r o demni o t ent ador , que f az t odo o mal que est no
seu poder , e se mai s no f az, por que est e r el at i vament e l i mi t ado.
Como a sombr a, mui t as vezes ut i l i zado nos hor r vei s des gni os das
f or mas de magi a do Voodoo e do Obeah. Al guns escr i t or es t m- l hes dado a
desi gnao de " el ement ar es" , mas est e t er mo, que se t em apl i cado em
vr i as pocas a quase t odas as var i edades de ent i dades post - mor t em,
t or nou- se t o vago e de sent i do t o pouco pr eci so, que pr ef er i mos evi t -
l o t ant o quant o poss vel . 7. Os sui ci das e as v t i mas de mor t e sbi t a.
Compr eende- se f aci l ment e que umi ndi v duo que f oi ar r ancado vi da f si ca
r epent i nament e, em pl eno gozo da sua sade e ener gi as, se ache, no pl ano
ast r al , em condi es consi der avel ment e di f er ent es daquel as a que est o
suj ei t os os que mor r em com a i dade ou por doena. Nest es casos, os l aos
de desej os t er r est r es que l i gavam o vel ho ou o doent e t er r a, est o
nat ur al ment e mai s ou menos enf r aqueci dos; as par t cul as mai s gr ossei r as
est o, com cer t eza, j l i ber t as, de modo que a sext a ou qui nt a
subdi vi so, e t al vez a uma mai s el evada do pl ano ast r al , a que deve
passar . Os pr i nc pi os f or am por um pr ocesso gr adual , pr epar ados par a a
separ ao, e por t ant o, o choque mui t o menos vi ol ent o. Mas no caso de
sui c di o ou de mor t e por desast r e, no se r eal i zar am est es pr epar at i vos
gr aduai s, e a sa da br usca dos pr i nc pi os do seu est oj o f si co pode
compar ar - se, com f el i ci dade, como al gum j o f ez, ao ar r ancar r epent i no
do car oo de um f r ut o ai nda ver de. Gr ande quant i dade de mat r i a ast r al ,
da cat egor i a mai s densa, est ai nda suspensa em vol t a da per sonal i dade,
que, por consegui nt e, f i ca pr esa na st i ma ou l t i ma subdi vi so do pl ano
ast r al . J vi mos, pel a descr i o que del a t ent amos f azer , que est a
subdi vi so no r eal ment e uma est nci a mui t o agr advel ; mas os seus
ef ei t os no so os mesmos par a t odos os que so obr i gados a habi t - l a. As
v t i mas de mor t e sbi t a, cuj as vi das na t er r a f or am pur as e nobr es, no
t m af i ni dade por esse subpl ano, de modo que o t empo da sua per mannci a
l passado, ci t ando as pal avr as de uma car t a a esse r espei t o, ou " num
f el i z al heament o e esqueci ment o compl et os, ou num est ado de t r anqi l a
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sonol nci a, povoado de sonhos cor de r osa. " Se, por m, a vi da na t er r a
f oi bai xa, br ut al , ego st a, chei a de sensual i smo, haver da par t e dos que
por qual quer mei o f or am vi ol ent ament e ar r ebat ados vi da, pl ena
consci nci a dest a pouco hospi t al ei r a r egi o, e est ar o suj ei t os a
t r ansf or mar - se em ent i dades t er r i vel ment e mal f azej as. I nf l amados por
apet i t es hor r vei s, de t odas as espci es, que de modo nenhum podem
sat i sf azer di r et ament e, por no t er em cor po f si co, t ent am apl acar suas
r evol t ant es pai xes ser vi ndo- se de um mdi um ou de qual quer pessoa
sensi t i va que obsedam. E no h mai or al egr i a par a el es do que se
ser vi r em de quant os ar t i f ci os o pl ano ast r al l hes pode i ncor r er , par a
i l udi r os vi vos, l evando- os a esses mesmos excessos que t o f at ai s f or am
par a el es pr pr i os. A mesma car t a di z t ambm, nout r a passagem, " so os
Pi s- chas, os ncubos e scubos dos escr i t or es da i dade mdi a, os
demni os da embr i aguez, da gul a, da l uxr i ae da avar eza, poder osament e
ast uci osos, cr ui s e maus, cuj as v t i mas so i nci t adas por el es, com uma
al egr i a c ni ca, a comet er os pi or es cr i mes. " So el es que f or necem, - com
a cl asse ant er i or , os t ent ador es, os di abos dos l i vr os r el i gi osos, mas
f al hamcompl et ament e per ant e umesp r i t o pur o e r et o, nada podendo cont r a
qual quer i ndi v duo que j amai s t enha acal ent ado em si semel hant es
t endnci as cr i mi nosas. Aquel es que t m a vi st a ps qui ca desenvol vi da,
podem ver mul t i des dest es desgr aados j unt o de aougues, t aber nase
out r os l ugar es ai nda mai s ver gonhosos, onde encont r am a at mosf er a
gr ossei r a que l hes convm e os i ndi v duos de ambos os sexos, de hbi t os
semel hant es aos seus. Par a uma ent i dade dest as, uma ver dadei r a desgr aa
encont r ar em um mdi um com quem t enham af i ni dade. I sso concor r er par a o
pr ol ongament o da sua vi da ast r al , al mde a pr emcondi es de ger ar mau
Kar ma, dur ant e um per odo t al vez i ndef i ni do, e, pr epar ando assi m, por
suas mos uma encar nao f ut ur a da pi or espci e, acr esci da do per i go da
per da de gr ande por o de poder ment al . Mas, se a ent i dade emquest o t em
a sor t e de no encont r ar um sensi t i vo at r avs do qual possa sat i sf azer
suas pai xes, est as, no encont r ando sat i sf ao, vo- se consumi ndo a
pouco e pouco, e o sof r i ment o que da r esul t a concor r e t al vez par a i r
desf azendo o seu mau Kar ma da l t i ma vi da. A si t uao do sui ci da ai nda
compl i cada pel o f at o de a vi ol nci a do seu at o t er di mi nu do enor mement e
o poder que o Ego Super i or t em de r eabsor ver em si mesmo a sua par t e
i nf er i or , o que o col oca sob a ameaa de novos e var i ados per i gos. Mas
necessr i o que se not e que nem t odos os sui ci das so i gual ment e
condenvei s. As ci r cunst nci as det er mi nant es do at o var i am desde o at o
r ef l et i do e i r r epr eens vel de um Sneca ou de um Scr at es at ao do
mi ser vel que se mat a par a f ugi r s conseqnci as das vi l ani as a que o
seu mau car t er o l evou, e conseqent ement e, a si t uao depoi s da mor t e
var i a i gual ment e. Est a cl asse, assi m como a das sombr as e dos i nvl ucr os
vi t al i zados, f or mam o que se poder i a chamar " os vampi r os menor es" , vi st o
t odos pr ocur ar em pr ol ongar a exi st nci a subt r ai ndo a vi t al i dade
necessr i a aos ser es humanos submet i dos sua i nf l unci a. est a a r azo
por que t ant as vezes os mdi uns e os assi st ent es se sent em compl et ament e
esgot ados no f i mde uma sesso de espi r i t i smo. Os est udant es de ocul t i smo
so ensi nados a def ender - se dos seus at aques. Mas o i ndi v duo que sem
esse conheci ment o se avent ur e a cr uzar - se com t ai s ent i dades no seu
cami nho, di f i ci l ment e as evi t ar , ou pel o menos no dei xar de mai s cedo
ou mai s t ar de vi r a sof r er os r esul t ados da sua i nf l unci a. 8. Os
Vampi r os e os Lobi somens. Rest a- nos ai nda f al ar de duas espci es de
ent i dades, ai nda mai s r epel ent es, mas f el i zment e mui t o r ar as. Embor a
di f i r am mui t o e t enham vr i as car act er st i cas, podemos t al vez j unt - l as
no mesmo gr upo, vi st o t er em em comum car act er es de hor r or sobr enat ur al e
de ext r ema r ar i dade, devi do ao f at o de ser eml egados de r aas pr i mi t i vas.
So anacr oni smos monst r uosos, r el qui as hor r or osas de um t empo em que o
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homem e o seu ambi ent e er am, sob mui t os pont os de vi st a, di f er ent es do
que o so hoj e. Ns que per t encemos qui nt a gr ande r aa ( *) dev amos
est ar , at endendo ao nosso est ado de ci vi l i zao, absol ut ament e l i vr es de
umt o t er r vel dest i no, e r eal ment e assi mo , t ant o que essas ent i dades
so hoj e consi der adas apenas como f bul as da I dade Mdi a. Cont udo, h
exempl os do seu apar eci ment o, pr i nci pal ment e em povos onde h ai nda uma
f or t e cor r ent e de sangue da quar t a r aa, como na Rssi a e na Hungr i a. As
l endas popul ar es so evi dent ement e exager adas mas, no f undo, h qual quer
coi sa de ver dade, de i mpr essi onant e r eal i smo, nas est r anhas hi st r i as que
ai nda hoj e cor r em de boca em boca ent r e os camponeses da Eur opa Cent r al .
Os t r aos ger ai s dessas hi st r i as so bem conheci dos par a que val ha a
pena f azer - l hes mai s do que uma r ef er nci a de passagem. Como exempl o
t pi co, embor a pr odut o de i magi nao, encont r a- se um em Car mi t t a, de
Sher i - dan l Fanu, e a descr i o de umvampi r o de espci e r ar a cmemI si s
Unvei l ed, vol . I , pg. 454. Os l ei t or es de l i t er at ur a t eosf i ca sabemque
poss vel vi ver - se de manei r a t o degr adant e e ego st a, t o cr i mi nosa e
br ut al , que a ment e i nf er i or se encont r e por compl et o encar cer ada nos
desej os e absol ut ament e separ ada da sua or i gem espi r i t ual no Ego
super i or . E mui t os haver que supem que est e aci dent e mui t o vul gar e
que est amos expost os a encont r ar pel as r uas dezenas dessas " cr i at ur as sem
al ma" ; mas, f el i zment e, i sso no ver dade. Par a at i ngi r t o bai xo n vel
no mal , a pont o de per der compl et ament e a per sonal i dade, ser i a necessr i o
que um homem t i vesse abaf ado at ao l t i mo est er t or o seu al t r u smo e
espi r i t ual i dade, e no t i vesse nem a mai s pl i da sombr a de uma boa
qual i dade. Or a, se at no mai s nf i mo dos pat i f es se encont r a
f r equent ement e qual quer coi sa que no de t odo m, compr eende- se que
essas per sonal i dades abandonadas pel o Ego const i t uem pequena mi nor i a.
Todavi a, embor a r ar as, exi st em; e ent r e el as que se encont r a a
cat egor i a ai nda mai s r ar a dos vampi r os. A ent i dade per di da achar - se- i a
pouco t empo depoi s da mor t e i ncapaz de se demor ar no mundo ast r al , e
ser i a l evada i r r esi st i vel ment e par a o " seu l eg t i mo l ugar " , a mi st er i osa
oi t ava esf er a, onde se desi nt egr ar i a compl et ament e depoi s de passar por
pr ovas que val e mai s no descr ever . Se, cont udo, a ent i dade em quest o
per eceu de sui c di o ou mor t e sbi t a, pode, em cer t as ci r cunst nci as,
especi al ment e se sabe al guma coi sa da magi a negr a, escapar a essa
t er r vel sor t e, t r ocando- a por uma no menos hor r vel , a vi da na mor t e,
que t al se pode chamar a hor r or osa exi st nci a do vampi r o. Como oi t ava
esf er a s t em di r ei t o ao def unt o consi der ado depoi s da desi nt egr ao do
seu cor po f si co, el e o mant m num est ado cat al pt i co, ser vi ndo- se par a
i sso do r epugnant e expedi ent e da t r ansf uso de sangue r oubado a ser es
humanos pel o cor po ast r al par ci al ment e mat er i al i zado, e assi m r et ar da o
seu dest i no f i nal f or a de assassi nat os. E pr eci sament e o r ecur so
apont ado pel a super st i o popul ar a exumao e cr emao do cor po o
mel hor r emdi o par a t ai s casos, vi st o que assi m se pr i va a cr i at ur a do
seu pont o de apoi o. Quando se pr ocede aber t ur a do cai xo, vul gar
encont r ar - se o cor po f r esco e sadi o, mer gul hado num l ago de sangue. Nos
pa ses onde exi st e a cr emao, est a espci e de vampi r i smo nat ur al ment e
i mposs vel . O l obi somem, apesar de i gual ment e r epugnant e e hor r vel ,
r esul t ado de um kar ma um t ant o di f er ent e. Dever i a, t al vez, ser i ncl u do
na segunda e no na pr i mei r a das di vi ses dos habi t ant es humanos dest e
pl ano, vi st o quee sempr e dur ant e a vi da t er r ena de um homem que el e se
mani f est a pel a pr i mei r a sob est a f or ma; uma habi l i dade que i mpl i ca
necessar i ament e cer t o conheci ment o de magi a negr a suf i ci ent e pel o menos
par a se poder pr oj et ar o cor po ast r al . Quando umi ndi v duo, absol ut ament e
cr uel e br ut al , f az i st o, h cer t as ci r cunst nci as que per mi t em que o
cor po possa ser ar r ebat ado por out r as ent i dades ast r ai s, e mat er i al i zado,
no na f or ma humana, mas na de qual quer ani mal per i goso, e mai s
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ger al ment e o l obo. Sob est a nova f or ma devast a a r egi o em r oda, mat ando
out r os ani mai s, e mesmo ser es humanos, sat i sf azendo assi m no s sua
nsi a de sangue, mas ai nda a dos demni os que o est i mul am e exci t am.
Nest e caso, como acont ece f r equent ement e na mat er i al i zao vul gar ,
qual quer f er i da i nf l i gi da nessa f or ma ani mal r epr oduz- se no cor po f si co
humano, gr aas ao ext r aor di nr i o f enmeno da r eper cusso. Depoi s da mor t e
dest e cor po, o ast r al que pr ovavel ment e cont i nuar a apar ecer sob a
mesma f or ma apr esent a- se menos vul ner vel . Ser , por t ant o, menos
per i goso, vi st o no poder , a no ser que encont r e um mdi um apr opr i ado,
mat er i al i zar - se j compl et ament e. Nest as mani f est aes h pr ovavel ment e
mui t a mat r i a do dupl o et r i co e sem dvi da t ambm uma par t e dos
el ement os const i t ui nt es do cor po f si co, como acont ece nout r as
mat er i al i zaes. Em qual quer dos casos, est e cor po f l u di co par ece poder
af ast ar - se do cor po f si co, mui t o mai s do que ger al ment e acont ece a um
ve cul o que encer r a, pel o menos, cer t a quant i dade de mat r i a et r i ca.
moda emnosso t empo escar necer daqui l o a que se chama " super st i es t ol as
da gent e r ude" ; mas o est udant e de ocul t i smo descobr e nest as t r adi es, e
em mui t as out r as, sob a capa de absur dos, vest gi os de ver dades
esqueci das da nat ur eza e apr ende a ser caut el oso na sua acei t ao ou
r ej ei o. Os que desej amexpl or ar as r egi es ast r ai s no devemt er r ecei o
de encont r ar as ent i dades cuj os nomes enci mam est e par gr af o, por que,
como j di sse, so ext r emament e r ar as e o seu nmer o t em di mi nu do
consi der vel e const ant ement e. E de r est o, a sua ao, a j ul gar pel a sua
nat ur eza const i t uci onal ext r emament e mat er i al , l i mi t a- - se s pr oxi mi dades
i medi at as dos seus cor pos f si cos. 9. Os magos negr os ou os seus
di sc pul os. Per t encem, no out r o ext r emo da escal a, nossa segunda
cl asse de ent i dades def unt as: di sc pul os que aguar dama sua r eencar nao.
Mas est es, eml ugar de obt er per mi sso par a adot ar ummt odo no comumde
pr ogr esso, t r at am de vi ol ar as l ei s da evol uo, mant endo- se no mundo
ast r al , por mei o de ar t es mgi cas por vezes de car t er hor r or oso.
Poder - se- i am subdi vi di r as ent i dades dest a cl asse, segundo o pr ocesso
empr egado e segundo a dur ao poss vel das suas exi st nci as nest e pl ano.
Mas o assunt o no de mol de a f asci nar - nos e o que o ocul t i st a pr eci sa
saber a manei r a como as h de evi t ar . Par ece- nos, por t ant o, mai s
i nt er essant e passar mos ao est udo de out r a par t e do nosso assunt o. Deve,
no ent ant o, f r i sar - se que qual quer cr i at ur a humana que t ent e pr ol ongar
assi m a sua vi da no pl ano ast r al , al m dos l i mi t es nat ur ai s, s o pode
consegui r cust a de out r as, absor vendo- l hes de uma f or ma ou out r a as
suas l eg t i mas exi st nci as.
I I No-Humanos.
Mesmo a um obser vador que super f i ci al ment e l anasse um ol har casual par a
a di sposi o das coi sas t er r est r es, deve t er si do sempr e evi dent e que
est as no f or am di spost as t al como exi st em, excl usi vament e par a nosso
benef ci o, nem mesmo par a nossa vant agem f i nal , f oi cont udo i nevi t vel
que a r aa humana, pel o menos na sua i nf nci a, i magi nasse que est e mundo,
e t udo nel e encer r ado, exi st i a soment e par a nosso uso e pr ovei t o.
I ndi scut i vel ment e, j chegado o t empo de ar r ancar mos o vu dessa i l uso
i nf ant i l e de compr eender mos a nossa ver dadei r a si t uao e os dever es que
el a compor t a. I nf el i zment e nem t odos o compr eender am; e pr ovam- nos
cent enas de f at os da nossa vi da di r i a, pr i nci pal ment e essa cr uel dade
par a com o r ei no ani mal , a qual sob o nome de espor t e pr at i cada por
pessoas que se j ul gam, decer t o, r equi nt adament e ci vi l i zadas. O mai s
at r asado pr i nci pi ant e na ci nci a do Ocul t i smo sabe, cl ar o, que t odas as
vi das so sagr adas, e que sem uma gr ande e vast a compai xo por t udo e por
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t odos, o ver dadei r o pr ogr essoe uma bur l a. soment e depoi s de um pouco
mai s avanado nos seus est udos que el e r econhece a compl exi dade da
evol uoe o modest o l ugar que, compar at i vament e, o homem ocupa na
economi a da nat ur eza. E r econhece ent o que, assi mcomo a t er r a, o ar e a
gua nut r em mi r ades de f or mas de vi da que, apesar de i nvi s vei s a ol ho
nu, se nos r evel amao mi cr oscpi o, assi mt ambmos pl anos super i or es, que
t m l i gao com a t er r a, est o chei os de uma densa popul ao, de cuj a
exi st nci a ger al ment e no nos aper cebemos. Chegado a um gr au mai s
adi ant ado de conheci ment o, vai ver i f i cando que, de uma f or ma ou out r a,
t odos os mei os que podem cont r i bui r par a a evol uo so apr ovei t ados e
que, quando j ul gamos ver na nat ur eza f or as per di das ou ocasi es no
apr ovei t adas, o def ei t o no do pl ano do uni ver so, mas de nossa f al t a de
compr eenso de seus mt odos e i nt enes. Em nosso est udo dos habi t ant es
no- humanos do pl ano ast r al , dei xar emos de par t e aquel as f or mas
pr i mi t i vas da vi da uni ver sal , que se vo desenvol vendo de manei r a pouco
compr eens vel par a ns, encer r ando- se sucessi vament e emt omos, mol cul as
e cl ul as. Por que, se comessemos pel o i nf er i or dos chamados r ei nos
dement ai s, t er amos de agr upar sob est a ep gr af e ger al um nmer o enor me
de habi t ant es do pl ano ast r al , que mal poder amos t ocar seno mui t o de
l eve, poi s uma descr i o det al hada f ar i a est e pequeno manual t omar as
pr opor es de ver dadei r a enci cl opdi a . Par ece- nos mai s conveni ent e
agr upar as ent i dades no- humanas em quat r o cl asses, ent endendo- se que
est as cl asses no const i t uem subdi vi ses r el at i vament e pequenas, como as
do cap t ul o ant er i or , por mcada uma del as abr ange, pel o menos, umgr ande
r ei no da nat ur eza; t o vast o e compl exo como, di gamos, o ani mal ou o
veget al . Dessas cl asses, umas est o consi der avel ment e abai xo da
humani dade, out r as so nossas i guai s e out r as ai nda est o mui t o aci ma de
ns em per f ei o e poder . Umas per t encem nossa l i nha de evol uo, i st o
, f or amou ho de vi r a ser homens como ns, ao passo que out r as evol uem
numa di r eo di st i nt a da nossa, por vi as que l hes so pr pr i as. Ant es,
por m, de se ent r ar no seu est udo, devem f azer - se duas decl ar aes, par a
que no se acuse est e manual de ser demasi ado i ncompl et o. A pr i mei r a, a
de que no se f ar o r ef er nci as aos Adept os de or dem mui t o el evada,
per t encent es a out r os pl anet as do si st ema sol ar , nem a out r os ai nda mai s
august os vi si t ant es, vi ndos de di st nci as ai nda mai or es, vi st o que t ai s
assunt os no podem ser t r at ados como cumpr e num ensai o de vul gar i zao
como est e. De r est o, no pr at i cament e admi ss vel , embor a t eor i cament e
sej a poss vel , que ser es de t ant a gl r i a desam a vi r mani f est ar - se num
pl ano t o i nf er i or e t o bai xo como o pl ano ast r al . Mas se por qual quer
r azo t i vessem de o f azer , f or mar i am da mat r i a ast r al do nosso pl anet a
um cor po t empor ar i ament e apr opr i ado, t al qual o f azem os Ni r mnakyas. A
segunda obser vao que, compl et ament e par t e das quat r o cl asses
consi der adas e sem a menor r el ao com el as, h out r as duas gr andes
evol ues, coexi st ent es com a humani dade do nosso pl anet a. Mas nest a
al t ur a no per mi t i do dar quai squer i nf or maes sobr e el as, por que no
est no pl ano ger al que o homem t enha consci nci a da sua exi st nci a nem
el as da exi st nci a do homem. Se al guma vez, por acaso, vi ssemos a t er
cont at o com el as, ser i a ant es no pl ano f si co, por que os l aos que as
l i gam ao ast r al so mui t o f r acos, vi st o que a ni ca pr obabi l i dade do seu
apar eci ment o l pode apenas ser devi da a um aci dent e, ext r emament e
i mpr ovvel , num at o de cer i mni a de magi a, cuj a cel ebr ao, f el i zment e,
apenas um r eduzi do nmer o de f ei t i cei r os sabe pr oceder . No ent ant o, esse
aci dent e i mpr ovvel j se deu uma vez, pel o menos, e pode dar - se out r a
vez, de modo que, se no f osse a pr oi bi o aci ma menci onada, dever i amser
i ncl u das emnossa l i st a.
1. A Essnci a El ement al per t encent e nossa evol uo. Assi m como se
t m agr upado sob a desi gnao de " el ement al " , i ndi st i nt ament e quai squer
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ou t odos os est ados poss vei s do homem depoi s da mor t e, assi m o t er mo
" el ement al " se t em usado em pocas di f er ent es par a si gni f i car quai squer
ou t odos os esp r i t os no- humanos, desde os esp r i t os di vi nos dos Devas,
t odas as var i edades de esp r i t os nat ur ai s, at a ci nci a amor f a que
per mei a os r ei nos i nf er i or es ao mi ner al . Est a ampl i t ude dada
er r adament e ao t er mo d l ugar a enor mes conf uses. Por i sso, nest e l i vr o
f i ca assent e que a desi gnao essnci a dement ai se apl i car apenas a
cer t as et apas da evol uo da essnci a mondi ca, ent endendo- se por est a
" uma i r r adi ao da f or a ou esp r i t o di vi no at r avs da mat r i a. " J se
sabe que est a i r r adi ao, ou emanao di vi na, ant es de chegar ao gr au de
i ndi vi dual i zao em que ani ma o homem ent endendo- se por " ani mar " dar
uma al ma passou e ani mou sei s f ases mai s i nf er i or es da evol uo a
ani mal , veget al , mi ner al e t r s r ei nos el ement ai s. Dur ant e as suas
mani f est aes em cada um dest es r ei nos, t em- se- l he chamado
r espect i vament e mnada ani mal , veget al ou mi ner al , mas est e t er mo
absol ut ament e er r neo, vi st o que mui t o ant es de chegar a qual quer dest es
r ei nos, j a chamada mnada ani mal ou veget al , et c. , no er a uma mnada,
mas const i t u a mui t as mnadas. Adot ou- se, por m, esse nome par a i ndi car
que, embor a j se t i vesse dado h mui t o a di f er enci ao na essnci a
mondi ca, essa di f er enci ao ai nda no chegar a a t omar o car t er de uma
i ndi vi dual i zao. Semel hant ement e, essnci a mondi ca que age nos t r s
gr andes r ei nos el ement ai s que pr ecedem o mi ner al , chama- se " essenci al
el ement al " . Mas ant es de f al ar da sua nat ur eza e do gner o da sua
at i vi dade, necessr i o r ecor dar mos a f or ma como o esp r i t o se r evest e de
mat r i a na sua desci da par a est a. Di zer que o esp r i t o desce de um pl ano
( chamemos- l he n. 1) par a o pl ano i medi at ament e i nf er i or ( chamemos- l he
n. 2) , o mesmo que di zer que el e se r evest e da mat r i a dest e l t i mo,
i st o, , se enr ol a numvu de mat r i a do pl ano n. 2. Da mesma f or ma, se
cont i nuar a descer e passar ao n. 3, t em de se r evest i r da mat r i a do
pl ano n. 3, e t er emos, ent o ( chamemos- l he assi m) umt omo cuj o cor po ou
i nvl ucr o ext er i or f or mado por mat r i a do pl ano n. 3. A f or a que o
ani ma, a al ma, por assi mdi zer no est per f ei t ament e no mesmo est ado
emque se achava no pl ano n. l , vi st o que t er , al mda f or a di vi na que
possu a, o vu de mat r i a do pl ano n. 2. Se cont i nuar a desci da at o
pl ano n. 4, o t omo ai nda mai s compl exo, por que t er um cor po de
mat r i a n. 4, ani mado por um esp r i t o, j duas vezes vel ado pel as
mat r i as do n. 2 e do n. 3. Compr eende- se, poi s, f aci l ment e, que, coma
cont i nuao dest e pr ocesso, o qual se r epet e em cada subpl ano de cada
pl ano do si st ema sol ar , quando a f or a or i gi nal chega ao nosso pl ano
f si co, acha- se j t o compl et ament e vel ada por t ant os gr aus de
decr escent e mat r i a, que no de admi r ar que os homens no sai bam
r econhecer nel a um esp r i t o. Suponhamos agor a que a essnci a mondi ca
sof r eu est e pr ocesso de r evest i ment o sucessi vo at chegar a r odear - se da
mat r i a do pl ano ment al e que, emvez de i r segui ndo t odas as subdi vi ses
dest e pl ano, mer gul hou di r et ament e no ast r al , ani mando ou agr egando em
vol t a de si um cor po de mat r i a ast r al at mi ca. A combi nao r esul t ant e
ser a essnci a el ement al do pl ano ast r al , per t encent e ao t er cei r o dos
gr andes r ei nos el ement ai s que pr ecede i medi at ament e o mi ner al . No
decur so das suas duas mi l quat r ocent as e uma di f er enci aes no pl ano
ast r al , at r ai a si numer osas e var i adas combi naes das vr i as
subdi vi ses dest e. Mas so t odas t empor r i as e no f undo o que f i ca um
r ei no cuj a car act er st i ca ser const i t u do por essnci a mondi ca que, na
sua desci da, evol ui u apenas at ao n vel at mi co do pl ano ment al e se
mani f est a at r avs da mat r i a at mi ca do pl ano ast r al . Os pr i mei r o e
segundo r ei nos el ement ai s ant er i or es exi st em e f unci onam,
r espect i vament e, nos n vei s super i or e i nf er i or do pl ano ment al ; mas no
nos ocupar emos del es agor a. Fal ar , como f r equent ement e se f az, de um
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el ement al , quando nos r ef er i mos ao gr upo que est amos consi der ando, um
t ant o er r neo, por que pr opr i ament e coi sa que no exi st e. O que achamos
um vast o r eser vat r i o de essnci a el ement al ext r aor di nar i ament e
sens vel ao mai s f ugi t i vo pensament o humano, e r espondendo com
i nconceb vel r api dez, numa i nf i ni t si ma f r ao de segundo, a qual quer
vi br ao que a af l or e, mesmo que essa vi br ao sej a o pr odut o
i nconsci ent e de qual quer desej o ou vont ade do homem. Mas a par t i r do
i nst ant e em que, sob a i nf l unci a de t al pensament o ou mani f est ao da
vont ade, el e se t r ansf or ma numa f or a vi va, i st o , com vi da naqui l o
que nest e caso se pode chamar com pr opr i edade um el ement al
i medi at ament e dei xa de per t encer cat egor i a que est amos est udandoe passa
a per t encer cl asse dos ar t i f i ci ai s. Est a exi st nci a separ ada , al i s,
em ger al , ext r aor di nar i ament e passagei r a; mal a f or a i mpul si onador a se
esgot a, o el ement al vol t a massa no di f er enci ada da subdi vi so
par t i cul ar de essnci a el ement al de onde vei o. Ser i a enf adonho cat al ogar
t odas est as subdi vi ses, mas ai nda que or gani zssemos uma l i st a compl et a,
est a s ser i a compr eens vel par a quem as conhea por exper i nci a, e pode
evoc- l as e compar - l as. Pode- se, no ent ant o, sem gr ande t r abal ho,
esboar as l i nhas ger ai s da cl assi f i cao, o que no dei xa de ser
i nt er essant e. Vem em pr i mei r o l ugar a vast a di vi so que deu o nome aos
dement ai s, baseada na espci e da mat r i a que habi t am. Aqui , como emt udo,
r evel a- se o car t er sept enr i o da nossa evol uo, por que apar ecem set e
gr upos pr i nci pai s, r el aci onados com os set e est ados da mat r i a f si ca
" t er r a, gua, ar e f ogo" , ou, t r aduzi ndo o si mbol i smo medi eval na
cor r eo de expr esso moder na, sl i do, l qui do, gasoso e os quat r o
est ados et r i cos. comumf al ar - se compi edade e despr ezo dos al qui mi st as
da I dade Mdi a, por dar em o nome de " el ement os" a subst nci as que a
Qu mi ca moder na r econheceu ser em compost as. Todavi a, no h r azo par a
i sso, por que o seu conheci ment o dest e assunt o er a mai or , e no mai s
r est r i t o, do que o nosso. Podem ou no t er cat al ogado as sessent a ou
set ent a subst nci as a que agor a chamamos cor pos si mpl es, mas decer t o no
l hes der am esse nome por que bem sabi am, dos seus est udos ocul t os, que
nesse sent i do da pal avr a havi a apenas um el ement o, do qual os nossos
cor pos si mpl es de hoj ee t odas as out r as f or mas de mat r i a er am apenas
modi f i caes ver dade de que al guns dos mai or es qu mi cos moder nos
comeam a suspei t ar . O f at o que nest e caso par t i cul ar a anl i se dos
nossos despr ezados ant epassados f oi mui t o mai s al m do que a nossa.
Compr eender am e chegar am a obser var o t er que a moder na ci nci a apenas
admi t e por uma quest o de necessi dade absol ut a par a as suas t eor i as.
Sabi am que o t er const i t u do por mat r i a f si ca em quat r o est ados
di st i nt os aci ma do gasoso f at o que no t or nou ai nda a ser descober t o.
Est avam ci ent es de que t odos os obj et os f si cos so f or mados de mat r i a
em qual quer um dest es set e est ados, e que na composi o dos cor pos
or gni cos ent r a mai or ou menor por o de mat r i a de t odos esses set e
est ados. Da o f at o de f al ar em el es dos seus humor es gneos e aquosos,
ou el ement os, expr esses que t o gr ot escas nos par ecem. Mas evi dent e
que a pal avr a " el ement o" er a apenas usada como si nni mo de " par t es
const i t ui nt es" , sem se l he quer er l i gar a i di a de subst nci as
i nsuscept vei s de mai or r eduo. Sabi am ai nda que cada uma dest as or dens
de mat r i a f or nece uma base de mani f est ao a uma gr ande cl asse de
essnci a mondi ca em vi a de evol uo e chamar am a essa essnci a
" el ement al " . O que devemos t ent ar compr eender e que em cada par t cul a de
mat r i a sl i da, enquant o sl i da, r esi de, ser vi ndo- nos da pi t or esca
expr esso dos escol ar es da I dade Mdi a, um el ement al t r r eo i st o ,
cer t a por o de essnci a el ement al vi va que l he pr pr i a, e i gual ment e
em cada par t cul a de mat r i a, no l qui do, gasoso, ou et r i co, r esi dem os
" dement ai s" espec f i cos, r espect i vos. Deve- se not ar que est a pr i mei r a
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l ar ga di vi so do t er cei r o dos r ei nos dement ai s , por assi m di zer , uma
di vi so no sent i do hor i zont al i st o , as suas cl asses r espect i vas est o
quase no mesmo n vel de mat er i al i dade, passando- se de umas par a as out r as
por decl i ve quase i mper cept vel . E pode- se compr eender como cada uma
dest as cl asses pode ai nda ser di vi di da " hor i zont al ment e" em out r as set e,
vi st o haver , como not r i o, mui t os gr aus de densi dade ent r e sl i dos,
l qui dos e gasosos. H, cont udo, uma out r a di vi so a que se pode chamar
" per pendi cul ar " . Tal vez est a sej a um pouco mai s di f ci l de compr eender ,
sobr et udo por causa da gr ande r eser va mant i da pel os ocul t i st as emr el ao
a al guns dos f at os par a cuj a compr eenso ser i a necessr i a uma expl i cao
det al hada. O que se pode di zer de mai s cl ar o que em cada uma das
cl asses e subcl asses hor i zont ai s se acham set e t i pos per f ei t ament e
di st i nt os de el ement al , cuj as di f er enas j no so uma quest o de gr au
de mat er i al i dade, mas, si m, de car t er e af i ni dade. Cada um dest es t i pos
r eage sobr e os out r os a t al pont o que, embor a no possa haver i nt er cmbi o
de essnci as, em cada um se encont r am set e subt i pos di st i nt os uns dos
out r os pel a col or ao que l hes d a i nf l unci a a que obedecem mai s
pr ont ament e. V- se bem que est a di vi so per pendi cul ar , e as suas
subdi vi ses, di f er em i nt ei r ament e das hor i zont ai s no f at o de ser em
f undament ai s e mai s per manent es, vi st o que, em vi r t ude das l ei s da sua
evol uo, t odo o r ei no el ement al deve passar com espant osa l ent i do
at r avs de t odas as suas cl asses e subcl asses hor i zont ai s, de modo a
per t encer sucessi vament e a cada uma del as, ao passo que os seus t i pos e
subt i pos f i cam par a sempr e i mut vei s nessa l onga j or nada. necessr i o
no per der de vi st a, par a bemse compr eender est a evol uo el ement al , que
el a se est r eal i zando no que se t emchamado " a cur va descendent e do ar co
da evol uo" , i st o , cami nha em di r eo mat er i al i zao compl et a que
obser vamos no r ei no mi ner al em vez de se af ast ar del a como acont ece em
quase t odas as evol ues de que sabemos al guma coi sa. E assi m, o
pr ogr esso nest e caso quer di zer desci da par a a mat r i a e no ascenso
par a pl anos mai s el evados; e i st o d- l he, a nossos ol hos, uma apar nci a
si ngul ar de anomal i a enquant o no se l he compr eende o obj et i vo.
necessr i o que o est udant e t enha est e f at o sempr e bem pr esent e em sua
ment e, se no quer t r opear a cada passo com anomal i as semel hant es que o
dei xar o por vezes l egi t i mament e per pl exo. A despei t o dest as numer osas
subdi vi ses, t odas as var i edades dest a essnci a, de vi da t o est r anha,
t m cer t as pr opr i edades comuns, mas de t al modo di f er em de t udo que
est amos habi t uados a ver no pl ano f si co, que se t or na ext r emament e
di f ci l expl i c- l as a quem nunca as vi u em ao. Admi t amos, pr i mei r o,
que, ' quando qual quer por o dest a essnci a se encont r e moment aneament e
ao abr i go de qual quer i nf l unci a ext er na ( o que al i s di f i ci l ment e se
pode r eal i zar ) , no possui nenhuma f or ma par t i cul ar apesar de se mant er
num movi ment o cont nuo de gr ande r api dez. Mas menor per t ur bao,
pr ovocada, por exempl o, por qual quer cor r ent e de pensament o que passe,
pr eci pi t a- se i medi at ament e numa conf uso de f or mas, cont i nuament e mvei s,
que mudam const ant ement e; pr eci pi t am- se e desapar ecem, como as bol has de
vapor super f ci e da gua em ebul i o. Embor a est as apar i es f ugi t i vas
se assemel hem de or di nr i o a cr i at ur as vi vent es, humanas ou no, no
const i t uem ent i dades separ adas, como acont ece s vagas i gual ment e
mut vei se var i vei s que af l or am moment aneament e super f ci e de um l ago
t r anqi l o aout ado por um f ur aco. Par ece que so si mpl es r eaes das
vast as r eser vas da l uz ast r al ; mas um exame mai s at ent o per mi t i r
descobr i r nel as uma cer t a r el ao com o pensament o que as evocou, quase
sempr e gr ot escament e desf i gur ado, com um aspect o r epel ent e e
desagr advel . Mas qual ser o gner o de i nt el i gnci a que deci de da
f or mao ou def or mao? Como no se t r at a aqui do el ement al , per si st ent e
e poder oso, cr i ado por um pensament o f or t e e def i ni do, mas do r esul t ado
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pr oduzi do pel a cor r ent e de pensament os i nvol unt r i os e semi consci ent es,
que t odos ns dei xamos per cor r er o cr ebr o, sem saber por que nem par a
que, essa i nt el i gnci a no pr ovm, evi dent ement e, da ment e do pensador .
essnci a el ement al , em si , no podemos t ambm at r i bu - l a, vi st o que essa
per t ence a um r ei no ai nda mai s af ast ado da i ndi vi dual i zao do que o
mi ner al , semqual quer coi sa do desper t ar das qual i dades ment ai s. Cont udo,
possui uma t o ext r aor di nr i a capaci dade de adapt ao que, mui t as vezes,
par ece apr oxi mar - se de qual quer coi sa ment al , e f oi sem dvi da est a sua
pr opr i edade que f ez que os el ement ai s f ossemcl assi f i cados numdos nossos
pr i mei r os l i vr os como " cr i at ur as semi - i nt el i gent es da l uz ast r al " . Quando
nos ocupar mos da cl asse dos ar t i f i ci ai s, achar emos mai s pr ovas dest a
f acul dade. Quando se di z que umel ement al bomou mau, por que se t r at a
ou de uma ent i dade ar t i f i ci al ou de uma das var i edades dos esp r i t os
nat ur ai s, por que os r ei nos el ement ai s no admi t emconcepes de qual quer ,
espci e do que bome do que mau. Apesar di sso not a- se, emquase t odas
as subdi vi ses, uma t endnci a par a as t or nar host i s ao homem. Todos os
nef i t os sabem i st o, por que a pr i mei r a i mpr esso que t odos t m do pl ano
ast r al a pr esena de hor das i mensas de espect r os pr ot eus que se
pr eci pi t am ao seu encont r o com um ar ameaador , por m que r ecuam ou
desapar ecem quando encar ados cor aj osament e. E, poi s, a est a t endnci a
host i l que se devem at r i bui r as def or maes e o aspect o r epel ent e de que
se f al ou, e di zem- nos os escr i t or es medi evai s que se el as exi st ema cul pa
excl usi vament e do homem. Nas i dades de our o que pr eceder am est a nossa
poca chei a de sor di dez, os homens er am, na sua t ot al i dade, menos
ego st as e mai s espi r i t uai s, e por i sso os " dement ai s" er ammai s amvei s.
Se agor a j o no so, devi do i ndi f er ena e f al t a de si mpat i a dos
homens par a com os out r os ser es vi vos. Pel a ext r ema pr eci so com que a
essnci a el ement al r esponde menor sol i ci t ao dos nossos pensament os e
dos nossos desej os, concl ui - se que est e r ei no, no seu conj unt o, um
pr odut o do pensament o col et i vo da humani dade. Or a, car ecendo est e
pensament o de el evao, sendo na sua gener al i dade bai xo, ego st a e
mesqui nho, no par a admi r ar que essa essnci a, despr ovi da de r ecepo
consci ent e, que r ecebe e r ef l et e cegament e t udo o que nel a se pr oj et a,
most r e um car t er t o pouco hospi t al ei r o: col hemos o que semeamos, ei s
t udo. Tudo l eva a cr er que em f ut ur as r aas, quando a humani dade t i ver
pr ogr edi do e al canado umn vel super i or , os r ei nos dement ai s, sob a ao
const ant e da i nf l unci a do nosso pensament o pur i f i cado, dei xar o a sua
at ual at i t ude de host i l i dade e se t or nar o dcei s e ser vi ai s, como se
pr ev t ambm par a o r ei no ani mal . Fosse como f osse o passado, t emos o
di r ei t o de esper ar uma i dade de our o no f ut ur o, se vi er umt empo emque a
mai or i a dos homens se t or ne gener osa e al t r u st a, e chame a si dessa
manei r a a cooper ao vol unt r i a e benevol ent e das f or as nat ur ai s. O f at o
de ns poder mos i nf l uenci ar t o acent uadament e os r ei nos dement ai s,
pr ova- nos que somos r esponsvei s pel a manei r a como usamos essa
i nf l unci a. E r eal ment e, quando se ol ham at ent ament e as condi es da sua
exi st nci a, evi dent e que o r esul t ado pr oduzi do sobr e el es pel os
pensament os e desej os de t odos os ser es i nt el i gent es que habi t am o mesmo
mundo que el es, deve t er si do cal cul ado no pl ano ger al do nosso si st ema,
como um f at or da sua evol uo. Apesar da i nsi st nci a dos ensi nament os de
t odas as gr andes r el i gi es, a gr ande massa da humani dade no se pr eocupa
com as r esponsabi l i dades que t em no mundo dos pensament os. Qual quer
i ndi v duo que se possa gabar de nunca t er pecado por pal avr as ou por
obr as, consi der a- se i nocent ee i nof ensi vo, e j ul ga t er f ei t o pel os out r os
t udo o que del e se pode exi gi r , sem se l embr ar que dur ant e anos exer ceu,
com os seus maus pensament os, uma i nf l unci a depr i ment e e degr adant e no
esp r i t o dos que o cer cam, e encheu o seu ambi ent e com as cr i aes
mal f azej as de esp r i t o sr di dos. Est a quest o r evest e ai nda um car t er
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mai s sr i o a pr opsi t o dos dement ai s ar t i f i ci ai s, como ver emos; mas par a
a essnci a el ement al , suf i ci ent e acent uar que t odos ns t emos a
f acul dade de l he r et ar dar ou acel er ar a evol uo, segundo o uso
consci ent e ou i nconsci ent e que del a f i zer mos. Os est r ei t os l i mi t es dest e
manual no nos per mi t emexpl i car os di f er ent es usos que umhomemt r ei nado
no seu manej o pode f azer das f or as i ner ent es s var i edades de essnci a
el ement al . quase excl usi vament e no seu apr ovei t ament o que se f unda a
mai or par t e das cer i mni as de magi a, quer pel a apl i cao di r et a da
vont ade do f ei t i cei r o, quer por i nt er mdi o de qual quer ent i dade ast r al
que el e evoque par a esse f i m. So el as ai nda as i nt er medi r i as de t odos
os f enmenos f si cos pr ovocados nas sesses espi r i t i st as, e os agent es que
pr ovocam o l anament o de pedr as e o r essoar de campai nhas nas casas em
que se di z apar ecer em f ant asmas, f at os mui t as vezes devi dos aos esf or os
desast r ados de qual quer def unt o, ai nda mui t o l i gado t er r a, par a
desper t ar a at eno dos que l he i nt er essam ou as si mpl es gar ot i ces dos
esp r i t os menor es de que f al amos na t er cei r a cl asse. No nunca o
" el ement al " que pr ocede por si mesmo, por que no passa de uma f or a
l at ent e que, par a at uar , pr eci sa absol ut ament e de umpoder ext er i or que o
ponha em ao. Deve not ar - se que, embor a t odas as cl asses da essnci a
el ement al t enham a f acul dade de r ef l et i r as i magens da l uz ast r al , como
se di sse, h, cont udo, umas que r ecebem mai s f aci l ment e um cer t o nmer o
de i mpr esses que out r as, par ecendo t er f or mas f avor i t as que, em caso de
per t ur bao, pr ocur ampar a se r evest i r , a no ser que sej amabsol ut ament e
f or adas a t omar out r as, que, nest e caso, so ai nda mai s f ugi t i vas do que
cost ume. Ant es de dei xar est e r amo do assunt o, necessr i o pr eveni r o
est udant e cont r a qual quer conf uso ent r e a essnci a el ement al , de que
acabamos de t r at ar , e a essnci a mondi ca que se mani f est a no r ei no
mi ner al . A essnci a mondi ca, na sua mar cha evol ut i va par a a humani dade,
comea por se mani f est ar no r ei no- el ement al , e s mai s t ar de, num gr au
mai s adi ant ado de evol uo, que se mani f est a no mi ner al . E o f at o de
doi s cor pos di st i nt os de essnci a mondi ca nest es doi s gr aus di f er ent es
se mani f est ar em no mesmo moment o, i st o , uma dest as mani f est aes, um
el ement al t r r eo, ocupar o mesmo espao que a out r a mani f est ao, f i xar
mesmo r esi dnci a numa r ocha, por exempl o, no const i t ui de modo nenhumum
obst cul o evol uo de qual quer del es, nem i mpl i ca qual quer espci e de
conexo ent r e os cor pos de essnci a mondi ca que exi st em dent r o del es. A
r ocha acha- se t ambm i mpr egnada da var i edade do oni pr esent e pr i nc pi o
vi t al que l he pr pr i o, que, por sua vez, nada t emde comumcomas duas
essnci as aci ma menci onadas. 2. Os Cor pos Ast r ai s dos Ani mai s. Apesar
de ext r aor di nar i ament e numer osa, est a cl asse ocupa uml ugar r el at i vament e
subal t er no no pl ano ast r al , vi st o ser sempr e mui t o cur t a a per mannci a
nesse pl ano dos membr os que a compem. Os ani mai s, na sua gr ande mai or i a,
no adqui r i r amai nda, at hoj e, uma i ndi vi dual i zao per manent e, e quando
mor r em, a essnci a mondi ca que os ani mava vol t a ao st r at um especi al
donde vei o, l evando com el a a exper i nci a ou o desenvol vi ment o que pde
adqui r i r dur ant e a vi da do ani mal . I st o, por m, no se f az i medi at ament e;
o cor po ast r al do ani mal sof r e o mesmo pr ocesso que o do homem, e
conser va no pl ano ast r al uma exi st nci a r eal cuj a dur ao, nunca l onga,
var i a segundo a i nt el i gnci a que o ani mal desenvol veu. Ger al ment e, essa
exi st nci a no passa de uma espci e de sonho i nconsci ent e, i mpr egnado, ao
que par ece, de per f ei t a f el i ci dade. Quant o aos r ar os ani mai s domst i cos
que j at i ngi r am a i ndi vi dual i zao e que, por consegui nt e, no mai s
vol t ama est e mundo sob a f or ma de ani mal , esses t muma vi da ast r al mai s
l onga e mai s at i va, cai ndo, por f i m, a pouco e pouco, num est ado
subj et i vo que, cer t ament e, dur a por mui t o t empo. Os macacos ant r opi des,
de que se f al a na Dout r i na Secr et a ( vol . I , pg. 184) , que j at i ngi r ama
i ndi vi dual i zao e em br eve, na pr xi ma r onda, se r eencar nar o na
41
humani dade, f or mam uma das subdi vi ses mai s i nt er essant es dest a cl asse.
3. Os esp r i t os nat ur ai s, emger al . Compr eende est a cl asse subdi vi ses
t o numer osas e t o var i adas que, se l hes pudssemos dar o l ugar que
mer ecem, s sobr e el as t er amos de escr ever um enor me t r at ado. Li mi t ar -
nos- emos, par a poder f azer uma i di a, a i ndi car as que t m
car act er st i cas comuns. Par a comear , di r emos, o que al i s evi dent e,
que est as ent i dades di f er emr adi cal ment e de t odas as out r as, que at aqui
t emos consi der ado. Apesar de t er mos o di r ei t o de cl assi f i car a essnci a
el ement al e o cor po ast r al dos ani mai s como no- humanos, cer t o t ambm
que a essnci a mondi ca que os ani ma h de, com o t empo, at i ngi r o n vel
de evol uo emque possa mani f est ar - se numa humani dade f ut ur a, compar vel
nossa. E se pudssemos r ever o cami nho per cor r i do pel a nossa pr pr i a
evol uo, at r avs dos ci cl os mundi ai s passados, ver amos que aqui l o que
somos hoj e passou i gual ment e por et apas semel hant es. No sucede, por m, o
mesmo no vast o r ei no dos esp r i t os nat ur ai s; nem nunca f or am, nem so,
nem ho de ser membr os de uma humani dade, como a nossa, vi st o a l i nha da
sua evol uo ser compl et ament e di f er ent e da nossa; e se al guma r el ao
t m conosco, pr ovm si mpl esment e do f at o de ambos ocupar mos,
t empor ar i ament e, o mesmo pl anet a. cl ar o que, vi st o ser mos vi zi nhos,
embor a por pouco t empo, devemos mant er com el es as mel hor es r el aes de
boa vi zi nhana; mas o nosso desenvol vi ment o r eal i za- se por cami nhos t o
di f er ent es que pouco ou nada podemos f azer uns pel os out r os. H
escr i t or es que cl assi f i cam est es esp r i t os ent r e os el ement ai s, e
r eal ment e so os dement ai s ( ou, mai s pr opr i ament e, os ani mai s) de uma
evol uo super i or . Apesar de mai s desenvol vi dos do que a nossa essnci a
el ement al , t m, cont udo, al guns car act er st i cos que l hes so comuns;
assi m, por exempl o, est o di vi di dos em set e gr andes cl asses, que ocupam,
r espect i vament e, os mesmos set e est ados de agr egao da mat r i a, a que
nos r ef er i mos di zendo que cada um del es er a per meado pel a var i edade
cor r espondent e de mat r i a. H, por t ant o, par a nos r ef er i r mos quel es que
mel hor poder emos compr eender , esp r i t os da t er r a, do ar , da gua, e do
f ogo ( ou do t er ) ent i dades ast r ai s, dot adas de i nt el i gnci a,
def i ni das, que habi t am e f unci onam em cada um desses mei os. No par a
admi r ar a est r anheza de mui t a gent e que no compr eende como se pode vi ver
num mei o t o sl i do, como, por exempl o, uma r ocha ou a cr ost a t er r est r e.
Mas f ci l de ent ender se compr eender mos que esses esp r i t os so
f or mados de mat r i a ast r al , e por t ant o, a subst nci a const i t ui nt e da
r ocha no obst cul o ao seu movi ment o nemmesmo sua vi so. Ai nda mai s,
pr eci sament e na mat r i a f si ca no est ado sl i do que el es se acham no
seu el ement o, mesmo aqui l o a que est o habi t uados e onde se sent em,
por assi m di zer , como cm sua casa. E o mesmo se poder i a di zer dos que
vi vem na gua, no ar ou no t er . Na l i t er at ur a medi eval , a est es
esp r i t os da t er r a davam o nome de gnomos; aos da gua, ondi nas; aos do
ar , si l f os, e aos do t er , sal amandr as. Na l i nguagem popul ar t m uma
gr ande var i edade de nomes: f adas, pi xi es, br owni es, duendes, t r ol l s,
st i r os, f aunos, et c. , t er mos que or a se apl i cam apenas a uma var i edade,
or a a t odas. Apr esent am- se sob mui t as e var i adas f or mas, por m mai s
ger al ment e sob a f or ma humana, comest at ur a r eduzi da. Como quase t odos os
habi t ant es do pl ano ast r al , podem t omar a apar nci a que qui ser em, mas
t m, evi dent ement e, f or mas def i ni das, que l hes so pecul i ar es e pr pr i as,
ou ant es, f or mas pr edi l et as de que se r evest emquando no t mnecessi dade
de t omar qual quer out r a especi al . Em ger al , so i nvi s vei s vi so
f si ca, mas t em a f acul dade de mat er i al i zar - se e t or nar - se vi s vei s
quando i sso l hes convm. Ent r e el es h numer os ssi mas subdi vi ses ou
r aas, di f er i ndo os i ndi v duos per t encent es a cada uma del as em
i nt el i gnci a e em di sposi o, pr eci sament e como os ser es humanos. Em sua
mai or i a evi t am o homem, vi st o que l hes r epugnam os hbi t os e emanaes
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humanas, e os v ci os e desej os desor denados da humani dade pem em ao
cor r ent es ast r ai s que os per t ur bam. No ent ant o, no f al t am exempl os de
casos em que os esp r i t os nat ur ai s se t m i nt er essado ami gavel ment e por
ser es humanos, aj udando- os e pr ot egendo- os, como nas conheci das hi st r i as
das " br owni es" escocesas e nas f adas acendedor as de f ogo menci onadas na
l i t er at ur a espi r i t i st a. Est a at i t ude de benevol nci a , cont udo,
r el at i vament e r ar a, e, em ger al , quando ent r am em cont at o com o homem,
most r am- - se ant es i ndi f er ent es ou cont r ar i ados, e t m mesmo cer t o pr azer
em engan- l o ou em f azer - l he ver dadei r as par t i das i nf ant i s. A est e
r espei t o cor r em mui t as hi st r i as ent r e gent e de campo, sendo r ar o o
di st r i t o mont anhoso af ast ado que no t enha uma f ecunda t r adi o acer ca
dos " esp r i t os mal i gnos" . E t odos os que t em assi st i do a sesses de
espi r i t i smo demonst r at i vas de f enmenos f si cos, devemt er pr esenci ado os
gr acej os t ol os e as br i ncadei r as, al i s sem mal dade, que quase sempr e
i ndi cam a pr esena de al gum r epr esent ant e das or dens i nf er i or es dos
esp r i t os nat ur ai s. O que pr i nci pal ment e os aj uda, nest as f ar sas, a
mar avi l hosa f acul dade que possuem de l anar um " encant o" sobr e os
i ndi v duos que cedem sua i nf l unci a, de modo que as suas v t i mas apenas
vem e ouvem, enquant o o encant o dur a, o que os esp r i t os l hes i mpr i mem,
t al qual acont ece s cr i at ur as hi pnot i zadas, que apenas vem, ouvem,
sent em e cr em naqui l o que o magnet i zador desej a. Todavi a, os esp r i t os
nat ur ai s no t m, como os hi pnot i zador es, a f acul dade de domi nar a
vont ade humana, a no ser quando se t r at e de t emper ament os exager adament e
f r acos ou de vont ades par al i sadas por um gr ande t er r or . Apenas podem
pr oduzi r i l uses dos sent i dos, ar t e emque so i ndi scut i vel ment e mest r es,
e h mesmo casos cm que esse " encant o" t em si do exer ci do
sat i sf at or i ament e sobr e uma assi st nci a numer osa. Assi m, evocando o seu
aux l i o que os pr est i di gi t ador es hi ndus conseguem f azer mui t as das suas
sor t es, vi st o que o esp r i t o evocado al uci na de t al modo os espect ador es
que est es se convencem de que ouvem e vem coi sas que r eal ment e no
passam de i l uses dos seus sent i dos e nunca acont ecer am. Poder amos
consi der ar os esp r i t os nat ur ai s como uma espci e de humani dade, se no
f osse o f at o de nenhum del es nem o mai s el evado possui r uma
i ndi vi dual i dade per manent e que se r eencar ne. Por i sso mesmo, e pel o f at o
de a pr opor o de desenvol vi ment o da i nt el i gnci a, ant es de se dar a
i ndi vi dual i zao, ser mui t o mai or do que a nossa, que podemos af i r mar
que a nossa evol uo di f er ent e da del es; mas quai s sej am as et apas
dessa evol uo, quer passadas, quer f ut ur as, pouco ou nada sabemos. Os
per odos de exi st nci a das di f er ent es subdi vi ses var i am mui t o, desde
mui t o cur t os, at mui t o mai or es que o de nossas vi das. Mas est amos t o
l onge do seu gner o de vi da que nos i mposs vel compr eender como el a
sej a; por mt em- se a i mpr esso de que deveml evar uma exi st nci a si mpl es,
al egr e e despr eocupada, como l evar i a um gr upo de cr i anas r odeadas de
condi es f si cas excepci onal ment e f avor vei s. Apesar de br i ncal hes e
mal i ci osos, r ar o ser em maus, a no ser que sej am pr ovocados a f azer
mal ; mas, no seu conj unt o, par ecem par t i l har do sent i ment o uni ver sal de
desconf i ana, i nspi r ado pel o homem, e ger al ment e com a mai or f r i eza, e
sob um aspect o que causa cer t a r epugnnci a e i nf unde t er r or , que r ecebem
os r ecm- chegados ao pl ano ast r al . Mas se o nef i t o se most r a
despr eocupado di ant e del es e no se dei xa amedr ont ar com o mal que
apar ent ement e l he quer em f azer , em br eve acei t am o novo companhei r o como
ummal i r r emedi vel e nunca mai s f azemcaso del e, e at al guns acabampor
vi ver comcer t os habi t ant es ast r ai s na mel hor das har moni as, mani f est ando
pr azer no seu encont r o. Ent r e as numer osas subdi vi ses dest a cl asse, h
al gumas menos i nf ant i s e mai s r espei t vei s do que as ent i dades de que
t r at amos at aqui . So essas que t m i nspi r ado as ent i dades vener adas
como as " f adas dos bosques" , os " anj os bons" das al dei as, et c. Essas
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ent i dades cost umam ser absol ut ament e sens vei s s homenagens e l i sonj as
que se mani f est amno cul t o que os seus admi r ador es l hes pr est am, e no se
r ecusar i am a pr est ar aos seus f i i s qual quer pequeno ser vi o que l hes
f osse pedi do ( o " anj o bom" das al dei as t ambmmui t as vezes uma ent i dade
ar t i f i ci al , e especi al , de que nos ocupar emos na pg. 107 e segs. ) . O
Adept o pode e sabe ut i l i zar os ser vi os dos esp r i t os nat ur ai s, quando
desej a, mas os f ei t i cei r os vul gar es apenas podem obt er da par t e del es
al gumaux l i o por mei o da i nvocao ou evocao i st o , supl i cando- l hes
a sua at eno em t r oca de qual quer pr omessa, ou t ent ando manej ar
i nf l unci as que os r eduzam obedi nci a. Qual quer dos pr ocessos
ext r emament e condenvel , e o segundo mesmo per i goso, vi st o que o
oper ador , par a se f azer obedecer , r ecor r e a mei os que pr ovocam da par t e
do esp r i t o coact o um sent i ment o de host i l i dade e de r essent i ment o que
l he pode ser f at al . desnecessr i o acent uar que a ni ngumque se dedi que
ao Ocul t i smo sob a di r eo de um Mest r e per mi t i da t al pr t i ca. 4. Os
Devas. O mai s al t o si st ema de evol uo que t em r el ao com a Ter r a ,
que se sai ba, a dos ser es a que os hi ndus, chamam" devas" , e no Oci dent e,
" anj os" , " f i l hos de Deus" , et c. podem ser consi der ados como f or mando o
r ei no i medi at ament e super i or ao r ei no humano, assi m como est e est
i medi at ament e aci ma do ani mal , mas coma di f er ena i mpor t ant ssi ma de que
o ani mal no t em, que sai bamos, possi bi l i dade de evol uo e no ser par a
o homem, que o ni co a ver abr i r - se di ant e de si , l ogo que al cana um
cer t o n vel , vr i as sendas de pr ogr esso, uma das quai s a da gr ande
evol uo dos Devas. Compar ada coma subl i me r enunci ao dos Ni r mnakyas,
a escol ha dest a l i nha de evol uo por vezes cl assi f i cada com a
expr esso " ceder t ent ao de vi r a ser um deus" , mas ni st o no h a
menor sombr a de censur a. No o cami nho mai s cur t o, mase evi dent ement e
um dos mai s nobr es, e se a i nt ui o, l ar gament e desenvol vi da, de um ser
humano o i mpel e a segui do, por que cer t ament e o cami nho que mai s
convm s suas capaci dades. No devemos nunca esquecer que, semel hana
do que acont ece com uma ascenso f si ca, nem t odos os que desej am subi r
espi r i t ual ment e t em a f or a e a cor agem de escol her o cami nho mai s
ngr eme. Pode haver mui t os par a quem o ni co cami nho pr at i cvel sej a o
mai s l ent o e demor ado, e ns no ser amos di sc pul os di gnos dos nossos
gr andes Mest r es se, em nossa i gnor nci a, nos dei xssemos domi nar por
qual quer pensament o de despr ezo por aquel es cuj a escol ha di f er e da nossa.
Sej a o que f or que a nossa i gnor nci a nos f aa pensar hoj e acer ca das
di f i cul dades do f ut ur o, no at ual est ado de adi ant ament o da evol uo, -
nos i mposs vel saber o que ser emos capazes de f azer quando, depoi s de
mui t as vi das de esf or os, al canar mos o di r ei t o da escol ha do nosso
f ut ur o. Com ef ei t o mesmo os que " cedem t ent ao de vi r a ser deuses"
t m per ant e si uma car r ei r a suf i ci ent ement e gl or i osa, como vamos ver .
Par a evi t ar poss vei s mal - ent endi dos, di ga- se, ent r e par nt eses, que em
mui t os l i vr os se d um sent i do compl et ament e mau f r ase " t or nar - se um
deus" , mas nessa f or ma no poder i a haver qual quer espci e de " t ent ao"
par a o homemdesenvol vi do, e emqual quer caso no t ema menor r el ao com
est e assunt o. Na l i t er at ur a or i ent al , a pal avr a " Deva" ami de usada
vagament e par a desi gnar quase t oda espci e de ent i dades no- humanas, de
modo que mui t as vezes se r ef er e, por um l ado, s gr andes di vi ndades e,
por out r o, aos esp r i t os nat ur ai s e aos el ement ai s ar t i f i ci ai s. Ns,
cont udo, empr egamo- l a soment e em r ef er nci a aos membr os da gr andi osa
evol uo, obj et o do nosso est udo. Apesar de r el aci onados com est a t er r a,
os devas no est o conf i nados aos seus l i mi t es, poi s o conj unt o da nossa
pr esent e cadei a de set e mundos f or ma par a el es ummundo s, emvi r t ude de
a evol uo del es t er de per cor r er um gr ande si st ema de set e mundos. As
suas host es t m at aqui si do r ecr ut adas pr i nci pal ment e ent r e out r as
humani dades do si st ema sol ar , umas super i or es, out r as i nf er i or es nossa.
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Dest a, apenas uma pequen ssi ma mi nor i a t em at i ngi do o n vel a que
pr eci samos chegar par a ser - nos poss vel per t encer a t o el evada
cat egor i a. Mas par ece cer t o que al gumas das suas numer osas cl asses no
passar am, no cami nho do seu pr ogr esso ascensi onal , por nenhuma humani dade
compar vel nossa. No est amos cm est ado de compr eender mui t o acer ca da
evol uo dos devas, mas aqui l o que supomos ser a met a da sua evol uo
consi der avel ment e mai s el evada que a nossa. I sso , ao passo que o
obj et i vo da evol uo humana er guer a por o da humani dade que no
desper di ou os seus esf or os, a cer t o gr au de desenvol vi ment o ocul t o no
f i m da st i ma r onda, o obj et i vo da evol uo dvi ca er guer as suas
cl asses mai s adi ant adas, as suas cat egor i as super i or es, dent r o do per odo
cor r espondent e, a um gr au ai nda mai s el evado. Per ant e el es, como per ant e
ns, est pat ent e um cami nho mai s ngr eme, por m mai s cur t o, que conduz
aquel es que t r abal har am com sr i a convi co e esf or o per si st ent e, a
al t ur as ai nda mai s subl i mes; por m que al t ur as so essas, - nos
i mposs vel pr eci sar . Em r el ao com o pl ano ast r al , apenas podemos
menci onar as cat egor i as i nf er i or es dessa august a l egi o. A t r s gr andes
di vi ses i nf er i or es ( comeando de bai xo) chamam- se ger al ment e Kmadevas,
Rpadevas e Ar padevas. O cor po mai s i nf er i or de que um Kmadeva se pode
r evest i r o ast r al , como par a ns o f si co. De f or ma que est numa
si t uao anl oga quel a em que est ar a humani dade quando at i ngi r o
pl anet a F. Por t ant o, vi vendo nor mal ment e no cor po ast r al , do ment al que
se r evest e quando quer passar a esf er as super i or es, t al qual ns ao
passar mos do f si co par a o ast r al . E se qui ser ent r ar num cor po causal ,
pouco mai s esf or os t er a f azer ( est ando, cl ar o, suf i ci ent ement e
desenvol vi do) do que ns par a ent r ar mos no ment al . Da mesma f or ma, o
Rupadeva vi ve nor mal ment e no cor po ment al , vi st o que o seu habi t at nos
quat r o n vei s i nf er i or es, ou subpl anos r pa do pl ano ment al ; por sua vez
o Ar padeva per t ence aos t r s subpl anos super i or es e o seu cor po mai s
mat er i al o causal . Mas a mani f est ao dos Rpadevas e dos Ar padevas no
pl ano ast r al t o ext r emament e r ar a como a mat er i al i zao no pl ano
f si co das ent i dades ast r ai s, de f or ma que no h necessi dade de nos
r ef er i r mos a el es nest e t r abal ho sobr e o pl ano ast r al . Com r espei t o
di vi so i nt er i or os Kmadevas ser i a um er r o gr ossei r o consi der - l os
i ncomensur avel ment e super i or es a ns, vi st o que mui t os vi er am de uma
humani dade a mui t os r espei t os i nf er i or es nossa cm desenvol vi ment o. A
mdi a dos Kmadevas , em ger al , super i or nossa, por que t udo que nel es
poder i a haver de mau, h mui t o que f oi expur gado das suas f i l ei r as; mas
sua di sposi o var i a mui t ssi mo, de modo que pode haver ent r e ns
i ndi v duos que, pel a sua nobr eza, al t r u smo e el evao espi r i t ual , ocupem
na escal a da evol uo um gr au mai s el evado do que al guns del es. Pode- se
at r ai r - l hes a at eno por mei o de cer t as evocaes mgi cas, mas a ni ca
vont ade humana que os pode domi nar a de uma cl asse el evada de Adept os.
Tm em ger al pequena consci nci a de ns, no pl ano f si co, mas acont ece
uma vez ou out r a que umdel es, t endo conheci ment o de qual quer di f i cul dade
humana, que l hes exci t a a compai xo, venha em aux l i o do homem, como
qual quer de ns f ar i a a um ani mal que v ssemos af l i t o. Mas no est ado
pr esent e da evol uo, qual quer i nt er f er nci a da par t e del es ser i a,
ent enda- se bem, mai s pr ej udi ci al que benf i ca. Aci ma dos Ar padevas h
ai nda quat r o out r as gr andes di vi ses, e ai nda aci ma e par a al m do r ei no
dos devas est o as gr andes host es dos Esp r i t os Pl anet r i os, esp r i t os
gl or i osos, cuj a consi der ao est ar i a desl ocada nest e manual . Conquant o
no possamos af i r mar que per t enam exat ament e a qual quer uma de nossas
cl asses, est e , t al vez o mel hor l ugar par a menci onar os admi r vei s e
i mpor t ant es ser es, que so os quat r o Devar j as. Nest e nome a pal avr a
" Deva" no deve ser t omada no mesmo sent i do em que a t emos usado at
aqui , poi s no o r ei no dos devas mas si m dos quat r o " el ement os" , da
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t er r a, gua, ar e f ogo, com seus i nt er nos habi t ant es, os esp r i t os
nat ur ai s e as essnci as, que est es quat r o Rei s gover nam. Acer ca das
et apas de evol uo que el es segui r amat chegar pr esent e cul mi nnci a de
poder e sabedor i a, nada sabemos; apenas podemos af i r mar que o cami nho da
sua evol uo no t em nada de cor r espondent e em nossa humani dade. Chama-
se- l hes t ambm Regent es da Ter r a, e Anj os dos quat r o pont os car deai s, e
os l i vr os hi ndus chamam- l hes os Chat ur Mahr j as, dando- l hes os nomes de
Dhr i t ar sht r a, Vi r udhaka, Vi r upaksha e Vi shr vana. Nos mesmos l i vr os as
suas host es el ement ai s so chamadas Gandhar vas, Kumbhandas, Ngas e
Yakshas, r espect i vament e, sendo os pont os car deai s pr pr i os de cada um,
Est e, Sul , Oest ee Nor t e, e as r espect i vas cor es si mbl i cas br anco, azul ,
ver mel ho e dour ado. A Dout r i na Secr et a descr eve- os como " gl obos al ados e
r odas de f ogo" , e at na B bl i a cr i st , Ezequi el , ao t ent ar descr ev- l os,
ser ve- se de expr esses mui t o semel hant es. No h r el i gi o nenhuma que na
sua si mbol ogi a no se r ef i r a a el es, t endo si do sempr e obj et o da mai s
f er vor osa r ever nci a como pr ot et or es da humani dade. So el es os agent es
do Kar ma do homem dur ant e a vi da t er r ena, r epr esent ando, por i sso, um
papel da mai s al t a i mpor t nci a nos dest i nos humanos. As gr andes
di vi ndades kr mi cas do Cosmos ( chamadas na Dout r i na Secr et a " Li pi kas" )
pesam as aes de cada per sonal i dade quando, no f i m da vi da ast r al , se
r eal i za a separ ao f i nal dos seus pr i nc pi os, e d, por assi m di zer , o
mol de par a um dupl o et r i co, exat ament e apr opr i ado ao kar ma dessa
per sonal i dade par a o pr xi mo nasci ment o f si co. Mas so os Devar j as,
senhor es dos " el ement os" , de que esse dupl o se compe, que os combi nam
nas pr opor es conveni ent es, de modo a r eal i zar r i gor osament e as
i nt enes dos Li pi kas. So el es t ambm que dur ant e a vi da i nt ei r a est o
vi gi l ant es, par a cont r abal anar as mudanas que o l i vr e ar b t r i o do homem
e dos que o cer cam i nt r oduzem cont i nuament e na sua si t uao, af i m de que
o kar ma possa esgot ar - se de uma f or ma ou out r a, mas sempr e sob a ao da
mai s r et a j ust i a. Na Dout r i na Secr et a, vol . I , pgs. 122 a 126, ed.
i ngl esa, encont r a- se uma er udi t a di sser t ao sobr e est es ser es
mar avi l hosos, que podem mat er i al i zar - se vont ade em f or mas humanas,
conhecendo- se al guns casos que i sso t em sucedi do. Todos os esp r i t os
nat ur ai s super i or ese l egi es de el ement ai s ar t i f i ci ai s so seus agent es
na est upenda t ar ef a que l hes est di st r i bu da, mas so os Devar j as que
t mt odos os f i os nas mos e os ni cos r esponsvei s pel a sua obr a. Poucas
vezes se mani f est amno mundo ast r al , mas quando o f azem, so, decer t o, os
mai s not vei s dos seus habi t ant es no- humanos. Qual quer ocul t i st a
adi vi nhar que, assi m como h set e cl asses de esp r i t os nat ur ai s e de
el ement ai s, deve haver t ambm set e e no quat r o Devar j as; mas par a al m
do c r cul o dos I ni ci ados pouco ou nada se sabe dos t r s pr i mei r os, c,
al mdi sso, no se pode f azer r evel aes a seu r espei t o. Fi car emos, poi s,
por aqui e passar emos a ocupar - nos dos habi t ant es ar t i f i ci ai s do pl ano
ast r al .
III Artificiais
Excl usi vament e pr odut o da cr i ao do homem, est a cl asse, a mai s numer osa
das ent i dades ast r ai s, t em uma excepci onal i mpor t nci a, vi st o a sua ao
sobr e o homemse mani f est ar di r et a e i ncessant ement e gr aas aos est r ei t os
l aos kr mi cos que o acor r ent am a el a. uma massa enor me, mal def i ni da,
de ent i dades semi - i nt el i gent es, t o di f er ent es umas das out r as como os
pensament os, e pr at i cament e i nsuscept vei s de qual quer combi nao ou
ar r anj o met di co. A ni ca di vi so que se pode f azer pondo de uml ado os
el ement ai s ar t i f i ci ai s cr i ados i nconsci ent ement e pel a mai or i a da
humani dade, e do out r o, os cr i ados com qual quer i nt eno pel os
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f ei t i cei r os ou magos, e ai nda do out r o o pequeno nmer o de ent i dades
cr i adas ar t i f i ci al ment e e que no ent r amna cat egor i a de el ement ai s.
1. El ement ai s cr i ados i nconsci ent ement e. J se di sse que a essnci a
el ement al que nos r odei a por t odos os l ados , nas suas i nmer as
var i edades, si ngul ar ment e suscept vel i nf l unci a do pensament o humano.
J nos r ef er i mos mesmo ao f at o de qual quer pensament o, por mai s vago,
i mpr eci so e ocasi onal , obr i gar essa essnci a a t omar f or mas nebul osas e
ef mer as que se agi t am como nuvens em const ant e movi ment o. Rest a- nos
agor a consi der ar a f or ma como essa essnci a af et ada quando o esp r i t o
humano f az i nci di r sobr e el a um pensament o, ou um desej o pr eci so e
i nt enci onal . O ef ei t o pr oduzi do f l agr ant e. O pensament o apoder a- se da
mat r i a pl st i ca e mol da- a i nst ant aneament e num ser vi vo de f or ma
apr opr i ada ser que uma vez cr i ado, no f i ca de modo nenhum sob a
i nf l unci a do seu cr i ador , mas vi ve uma vi da sua, cuj a dur ao
pr opor ci onal i nt ensi dade do pensament o, ou desej o, que o ger ou. De
f at o, dur a enquant o a f or a- pensament o que o cr i ou l he mant m a coeso.
Assi m, os pensament os da humani dade so emsua mai or i a t o i mpr eci sos - e
f ugi t i vos que os dement ai s por el es cr i ados vi vem apenas mi nut os ou
hor as; mas um pensament o r epet i do ou um desej o convi ct ament e f or mul ado,
ger am um el ement al cuj a exi st nci a pode dur ar di as. Como a mai or par t e
dos pensament os do homem di zem, em ger al , r espei t o ao pr pr i o homem, os
dement ai s que f or mam f i cam em suspenso em vol t a del e, e t endem a
pr ovocar a r epet i o da i di a que r epr esent am, vi st o essas r epet i es em
vez de cr i ar novos dement ai s, concor r er em par a f or t i f i car os ant i gos e
out or gar - l hes, por assi m di zer , mai s t empo de vi da. Um homem que, por
exempl o, acal ent e demor adament e um desej o, f or ma par a si mesmo uma
espci e de companhei r o ast r al que, al i ment ado const ant ement e pel o
pensament o pr edomi nant e, pode acompanh- l o dur ant e anos, ganhando
pr ogr essi vament e f or a e i nf l unci a sobr e o seu cr i ador . Quando o desej o
um desej o de mau car t er , a i nf l unci a sobr e a nat ur eza mor al do homem
pode vi r a ser de desast r osas conseqnci as. Mai s f ecundos ai nda em
r esul t ados bons ou maus so os pensament os do homem acer ca do seu
semel hant e, por que nest e caso no em t or no del e que f l ut uam, mas em
t or no do obj et o do pensament o. Qual quer desej o ou pensament o de
f el i ci dade pr oj et ado sobr e um i ndi v duo, cr i ar par a el e um el ement al
ar t i f i ci al ami gvel . Se o desej o f or per f ei t ament e def i ni do, por exempl o,
o desej o de mel hor as de uma doena, o el ement al pai r ar sobr e o doent e,
par a l he pr omover o r est abel eci ment o ou par a af ugent ar qual quer
i nf l unci a t endent e a i mpedi - l o. Nest e t r abal ho desenvol ver o que pode
par ecer pr i mei r a vi st a uma gr ande por o de i nt el i gnci a e
adapt abi l i dade, mas r eal ment e no mai s do que uma f or a que at ua
segundo a l i nha de menor r esi st nci a sempr e na mesma di r eo,
apr ovei t ando qual quer canal que possa achar , pr eci sament e como a gua num
t anque se pr eci pi t ar por um t ubo aber t o, exi st ent e ent r e uma dzi a de
f echados, e o esvazi ar at r avs del e. Se o desej o f or si mpl esment e um
desej o vago de seu bem ger al , a essnci a el ement al , na sua mar avi l hosa
pl ast i ci dade, r esponder t ambm a essa i di a menos di st i nt ae a ent i dade
cr i ada desenvol ver a sua f or a na di r eo de que sur j a l ogo uma ao
par a vant agem do homem. Em qual quer dos casos a quant i dade de ener gi a a
despender e a dur ao do t empo de vi da que a ent i dade t empar a despender ,
dependem da i nt ensi dade do pensament o ou desej o or i gi nal , embor a, no
demai s l embr - l o, a ent i dade possa ser nut r i da e f or t i f i cada, e
pr ol ongada a dur ao de vi da por out r os bons desej os ou pensament os
ami gos pr oj et ados na mesma di r eo. Al m di sso, par ece que a ent i dade
assi m f or mada at uada por um desej o i nst i nt i vo de pr ol ongar a vi da,
r eagi ndo sobr e o seu cr i ador como f or a t endent e const ant ement e a
pr ovocar a r enovao do pensament o que a or i gi nou. E de uma f or ma anl oga
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vai i nf l uenci ar out r as com quem ent r e em cont at o, embor a a sua r el ao
com est as no sej a nat ur al ment e t o per f ei t a. Tudo o que acaba de se
di zer dos pensament os bons, por t ador es de f el i ci dade, i gual ment e
ver dadei r o no caso de pensament os por t ador es de desgr aas e de desej os de
mal aos nossos semel hant es. Bast a at ent ar par a o que exi st e no mundo de
i nvej a, de mal dade, de di o e out r os sent i ment os i gual ment e condenvei s
par a se compr eender que ent r e os dement ai s exi st e um ver dadei r o mundo de
ent i dades per i gosament e mal f i cas. O homemcuj os pensament os sej amchei os
de despei t o, de sensual i dade, de avar eza, numa pal avr a, gr ossei r os,
ar r ast a consi go at r avs do mundo uma at mosf er a pest i l ent a, que l hes
pr pr i a, povoada com os ser es r epel ent es que a sua br ut al i magi nao
cr i ou. E no s el e que se encont r a nessa t r i st e si t uao, poi s t odos
aquel es que t m a i nf el i ci dade de se apr oxi mar del e est o suj ei t os ao
gr ande per i go do cont gi o mor al , pel a i nf l unci a das abomi naes que el e
se compr az em l anar ao r edor de si . Qual quer sent i ment o de di o, i nvej a
ou ci me, di r i gi do a out r a pessoa, envi ar um el ement al par a at or ment -
l a, e est e pr ocur ar qual quer pont o f r aco por onde possa concr et i zar a
sua ao mal f i ca. Se esse sent i ment o per si st ent e, o el ement al
cont i nuar a ser al i ment ado e poder pr ol ongar por mui t o t empo a sua
exi st nci a, e por t ant o, a sua per ni ci osa at i vi dade. Pode, cont udo, no
pr oduzi r qual quer ef ei t o sobr e a pessoa par a quem di r i gi do, se est a no
t em nenhuma t endnci a que p nut r a, se no t em, por assi m di zer , nenhum
f ul cr o par a a sua al avanca. Assi m, t odas essas i nf l unci as, por t ador as do
mal , r ecuam e so r echaadas ant e a aur a de um homem de pensament os
pur os, de exi st nci a honr ada, vi st o no achar em onde f i xar - se. Nest e
caso, obedecendo a uma l ei bem cur i osa, el as r eagem com t oda a f or a
sobr e o seu cr i ador or i gi nal . E nel e que a pr pr i a ent i dade que el e
cr i ou vai consumi r o kar ma de seu mau desej o, na hi pt ese de nel e
encont r ar uma esf er a congni t a. Acont ece t ambm, por vezes, que um
el ement al ar t i f i ci al dest a espci e no consegue, por vr i as r azes,
descar r egar a sua ener gi a nem sobr e o seu cr i ador nem sobr e o obj et o dos
maus sent i ment os dest e. Ent o, t r ansf or ma- se numa espci e de demni o
er r ant e, f ci l e pr ont ament e at r a do por qual quer i ndi v duo que acal ent e
em si sent i ment os semel hant es quel es que l he der am or i gem, e est
i gual ment e pr epar ado par a est i mul ar esses sent i ment os nesse i ndi v duo,
gr aas f or a nut r i t i va que nest e acham, ou par a exer cer sobr e el e
qual quer m i nf l unci a t o l ogo par a i sso se l he pr opor ci one uma ocasi o.
Se t em a f or a e o poder suf i ci ent e par a se al oj ar em qual quer i nvl ucr o
t r anseunt e, cer t o que o f az, vi st o que essa mor adi a t empor r i a l he
per mi t e economi zar os seus t er r vei s r ecur sos com mai s cui dado. Sob est a
f or ma pode mani f est ar - se at r avs de ummdi um, e sob o di sf ar ce de umdos
seus ami gos nt i mos pode, s vezes, vi r a exer cer i nf l unci a sobr e
cr i at ur as que, a no ser assi m, nunca poder i a exer cer o menor poder . O
que acaba de se di zer vemconf i r mar ai nda mai s a i mpor t nci a que t empar a
ns e par a os out r os a r i gor osa obser vao dos nossos pensament os. H
cent enas de cr i at ur as bemi nt enci onadas que nunca, quer por pal avr as quer
por obr as, dei xar amde ser escr upul osament e obser vador as dos seus dever es
par a com os seus semel hant es, e que, consi der ando que o pensament o
l i vr e e ni ngum t em nada a ver com o que pensam no seu f or o nt i mo,
dei xam r evel i a os seus pensament os, semt er ema consci nci a dos enxames
de cr i aes f unest as que desencadei am por esse mundo a f or a. Par a um
i ndi v duo nest as condi es, deve ser t er r vel a r evel ao de que os seus
pensament os e desej os podem pr oduzi r el ement ai s ar t i f i ci ai s; e por out r o
l ado, deve ser al t ament e consol ador a par a aquel es que, sendo bons,
dot ados de uma al ma gr at a e aper f ei oada, t enham a i mpr esso dol or osa de
que so i mpot ent es par a de qual quer modo r et r i bui r as bondades dos seus
benf ei t or es. E r eal ment e, pensament os ami gose desej os si ncer os de
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f el i ci dade podem ser f or mul ados t ant o pel os mai s r i cos, como pel os mai s
pobr es, poi s nada h de mai s f ci l , sej a par a quem f or , do que mant er um
anj o da guar da j unt o do i r mo ou i r m, do ami go ou do f i l ho, de quemmai s
se ame, sej a qual f or o pont o da t er r a onde se encont r e o ent e quer i do.
Quant as vezes as pr eces, os pensament os de amor e de car i nho de uma me
ext r emosa se t m t r ansf or mado num anj o da guar da par a um f i l ho, e a no
ser no caso quase i mposs vel emque o f i l ho no encer r e cmsi umi nst i nt o
que possa r esponder a uma i nf l unci a boa, quant as vezes esses pensament os
l he t m pr opor ci onado aux l i o e pr ot eo! No so ut opi as esses anj os da
guar da, poi s mui t os cl ar i vi dent es os t mvi st o. Tmmesmo havi do casos em
que al guns desses anj os t m a f or a suf i ci ent e par a se mat er i al i zar ,
t or nando- se vi s vei s moment aneament e si mpl es vi st a f si ca. di gno de
not a o f at o cur i oso de, mesmo depoi s da passagemda me par a o mundo- cu,
o amor que el a der r ama sobr e os f i l hos que j ul ga est ar em emvol t a de si ,
i r ai nda r eagi r sobr e el es apesar de est ar em ai nda na t er r a, al i ment ando
o el ement al pr ot et or por el a cr i ado, quando na t er r a, at seus f i l hos
quer i dos abandonar em, por sua vez, a vi da f si ca. Como mui t o bem obser va
Madame Bl avat sky, " o amor de me ser sempr e sent i do pel os f i l hos
encar nados; mani f est a- se- l hes nos sonhose por vezes em vr i os casos da
vi da, f or necendo uma pr ot eo e mei os de sal vao pr ovi denci ai s; por que o
amor umescudo f or t e, e no l i mi t ado pel o espao nempel o t empo" ( 5) .
Cont udo, no se j ul gue que t odas as hi st r i as de i nt er veno dos anj os da
guar da, devam ser at r i bu das ao de dement ai s ar t i f i ci ai s, por que em
mui t os casos esses " anj os" so apenas as al mas ou de cr i at ur as ai nda
vi vas ou mor t as r ecent ement e, e ai nda, em al guns casos, embor a mui t o
r ar os, o papel r epr esent ado pel os devas ( 6) . est e poder que t em um
desej o chei o de convi co, pr i nci pal ment e se f or mui t o r epet i do, de cr i ar
um el ement al at i vo, que const ant ement e t r abal ha pel a r eal i zao desse
desej o, o que const i t ui a expl i cao ci ent f i ca daqui l o a que as
cr i at ur as, chei as de devoo mas al hei as f i l osof i a, j ul gam ser as
r espost as f avor vei s s pr eces at endi das. H ocasi es, embor a
pr esent ement e r ar as, cm que o Kar ma da supl i cant e t al que per mi t e a
pr ot eo i mpl or ada l he sej a f or neci da di r et ament e por um Adept o, ou
di sc pul o dest e, e ai nda h o caso, bast ant e mai s r ar o, da i nt er veno
pr ovi r de um deva ou de qual quer esp r i t o nat ur al . Mas, em t odos est es
casos, o mei o mai s f ci l e mai s evi dent e de pr opor ci onar esse aux l i o,
ser i a sempr e o f or t al eci ment o e di r eo i nt el i gent e do el ement al j
f or mado pel o desej o. Um exempl o cur i oso e i nst r ut i vo da ext r ema
per si st nci a dest es el ement ai s ar t i f i ci ai s, dadas as ci r cunst nci as
f avor vei s, f oi r ecent ement e obser vado por um dos nossos i nvest i gador es.
Todos os que se i nt er essam por l ei t ur as acer ca dest es assunt os sabem que
em mui t as f am l i as ant i gas h a cr ena da exi st nci a de avi sos f nebr es
t r adi ci onai s, i st o , de qual quer f at o que pr edi z, ger al ment e com
ant ecednci a de poucos di as, a apr oxi mao do f al eci ment o do chef e da
f am l i a. Temos umexempl o bemf r i sant e no pssar o br anco dos Oxenhamque,
desde o r ei nado da Rai nha I sabel , pr essagi a coma sua apar i o a mor t e de
qual quer membr o da f am l i a; e ai nda out r o no cl ebr e car r o espect r al que,
di z- se, pr a por t a de cer t o cast el o do nor t e da I ngl at er r a, quando est
i mi nent e uma cal ami dade semel hant e. um f at o dest a or dem, embor a menos
f l agr ant e e mai s vul gar , que se pr oduz na f am l i a de um dos nossos
consci os: t r s di as ant es da mor t e ouve- se no ar uma r i a sol ene de
msi ca f nebr e. O nosso col ega, t endo ouvi do duas vezes esses m st i cos
acor des, e t endo r econheci do a exat i do do avi so, o que, al i s, el e sabi a
ser t r adi o secul ar da sua f am l i a, t r at ou de ver se descobr i a pel os
mt odos ocul t os qual a ver dadei r a causa de t o est r anho f enmeno. O
r esul t ado das suas i nvest i gaes t eve t ant o de i mpr evi st o quant o de
i nt er essant e. Acont eceu que pel os meados do scul o XI I , o chef e da
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f am l i a f oi , como t ant os out r os br avos caval ei r os, par a as cr uzadas, e
l evou consi go, par a que ganhasse cm t o sagr ada causa as suas espor as de
our o, o f i l ho mai s novo, que er a o seu f avor i t o e um mancebo pr omi ssor ,
cuj a f el i ci dadee sucesso na vi da er a o mai s ar dent e desej o do cor ao
pat er no. I nf el i zment e, por m, o caval ei r o moo mor r eu em combat e e o pai
f i cou mer gul hado no mai s pr of undo desesper o, l ament ando no s a per da do
f i l ho quer i do, mas, pr i nci pal ment e, o f at o de el e t er si do subi t ament e
ar r ancado vi da, numa i dade em que as pai xes domi nam e em que no se
est espi r i t ual ment e pr epar ado par a i ngr essar no out r o mundo. E t o
pr of unda e pungent e f oi a sua dor que, pondo de l ado a ar madur ae o
gl di o, pr of essou numa or dem r el i gi osa, j ur ando vot ar o r est o da vi da
or ao, pedi ndo pel a al ma do f i l ho. E al m di sso, par a que, de f ut ur o, a
nenhumdos seus descendent es vi esse a acont ecer o que el e, na sua si mpl es
e pi edosa i magi nao de cr ent e, consi der ava um per i go t er r vel , i st o ,
ser ar r ebat ado pel a mor t e ant es de est ar par a el a devi dament e pr epar ado.
E di a aps di a canal i zou, em pr eces f er vor osas, t oda a ener gi a da sua
al ma no sent i do do seu desej o, cr endo f i r mement e que, f osse como f osse, o
r esul t ado das suas pr eces haver i a de ser o que ar dent ement e desej ava.
Qual quer est udant e de ocul t i smo t er a mai or f aci l i dade emadi vi nhar qual
f oi o ef ei t o dessa cor r ent e de pensament o t o f i r me e per si st ent e. O
nosso monge caval ei r o cr i ou assi mumel ement al ar t i f i ci al de i menso poder
e r ecur sos i nesgot vei s, e acumul ou dent r o dest e uma r eser va de f or a que
per mi t i u a est e a r eal i zao dos desej os do seu cr i ador por l ar go espao
de t empo. Um el ement al uma per f ei t a bat er i a de acumul ador es em que
pr at i cament e no h esgot ament o de ener gi a. Se at ender mos ao val or da sua
pot nci a or i gi nal e r ar i dade das ocasi es par a a despender , no nos
admi r ar emos de a ver mos mani f est ando uma vi t al i dade, absol ut ament e
i nt act a, avi sando os descendent es do cr uzado do f i m pr xi mo, por mei o da
est r anha mel odi a que f oi out r or a, h set ecent os anos, na Pal est i na, o
cant o f nebr e que l evou sepul t ur a o j ovem e her i co guer r ei r o. 2.
El ement ai s cr i ados consci ent ement e. Vi mos, no exempl o ci t ado, como um
i ndi v duo, mesmo sem saber o que f az, pode or i ent ar a f or a do seu
pensament o. I magi ne- se agor a o que pode f azer qual quer Adept o da magi a
que, conhecendo per f ei t ament e o assunt o, sabe cl ar ament e o ef ei t o que
pode pr oduzi r como pensament o. f at o assent e que t ant o os ocul t i st as da
sei t a br anca como os da negr a se ser vem f r equent ement e de el ement ai s
ar t i f i ci ai s nos seus t r abal hos, e poucas t ar ef as h que no possam ser
l evadas a cabo por essas cr i at ur as, quando ci ent i f i cament e pr epar adas e
habi l ment e di r i gi das. Os i ndust r i ados no assunt o podem est abel ecer uma
r el ao com o seu el ement al e gui - l o, i ndependent ement e da di st nci a em
que se mani f est a, de f or ma que o el ement al agi r como se est i vesse dot ado
com t oda a pl eni t ude da i nt el i gnci a do seu cr i ador . Tm- se vi st o anj os
da guar da ext r emament e at i vos e ni t i dament e def i ni dos, cr i ados dest a
f or ma, mas r ar o que o Kar ma per mi t a i nt er veno t o di r et a na vi da i de
um homem. Todavi a, acont ece que al guns di sc pul os dos Adept os que, no
decur so da r eal i zao da mi sso que por el es l hes f oi conf i ada, t m de
af r ont ar per i gos pr oveni ent es do at aque de f or as mui t o super i or es s
suas, t m a seu l ado um dest es pr ot et or es, cuj o poder f or mi dvel e
i ncansvel vi gi l nci a t m t i do pl ena conf i r mao. Por mei o dos pr ocessos
mai s adi ant ados, os cul t or es da magi a negr a conseguemt ambma cr i ao de
el ement ai s ar t i f i ci ai s, e no t m si do pequeno o mal que t ai s ent i dades
t mespal hado por est e mundo. Mas t ambmest es esbar r amcoma r esi st nci a
daquel es cuj a pur eza de vi da e de car t er os t or na opacos sua
i nf l unci a, e, por cur i osa i nver so, vo r eagi r com t r emenda f or a sobr e
o seu cr i ador . A vel ha hi st r i a do f ei t i cei r o medi eval esf acel ado pel os
demni os por el e i nvocados, no de t odo uma f bul a i nvent ada; pode
mesmo encer r ar umt r i st e f undo de ver dade. Semel hant e ao que acont ece com
50
as ent i dades ar t i f i ci ai s est udadas no par gr af o ant er i or , t ambm est as
podem, por vr i as r azes, escapar ao dom ni o daquel es que t ent amut i l i z-
l as, conver t endo- se em demni os er r ant es. Mas os el ement ai s f or mados
consci ent ement e so dot ados de i nt el i gnci a e de poder mui t o mai or es; t m
mesmo dur ao de vi da mui t o super i or aos out r os, e por i sso so mui t o
mai s per i gosos. Buscam const ant ement e mei os par a pr ol ongar a exi st nci a,
quer al i ment ando- se, como vampi r os, da vi t al i dade de ser es humanos, quer
i nf l uenci ando- os a que f aam of er endas, t endo consegui do mesmo em t r i bos
semi - sel vagens que a i gnor nci a dos negr os os l eve a r econhec- l as como
deuses de uma povoao ou de uma f am l i a. Toda di vi ndade que exi ge
sacr i f ci os que i mpor t em a ef uso de sangue, pode ser consi der ada como
per t encent e s cl asses mai s i nf er i or es e mai s r epugnant es dest a
cat egor i a. Out r os t i pos menos condenvei s cont ent am- se com of er endas de
ar r oze de al i ment os cozi nhados, de vr i as espci es. Na ndi a ai nda hoj e
se encont r a em al gumas r egi es qual quer das duas var i edades, mas
nat ur al que na f r i ca sej amr el at i vament e mui t o mai s numer osas. Gr aas ao
al i ment o que col hem das of er endas e sobr et udo vi t al i dade que subt r aem
aos seus f i i s, podemcont i nuar a pr ol ongar a exi st nci a por mui t os anos,
ou mesmo scul os, conser vando em si a f or a suf i ci ent e par a de vez em
quando pr oduzi r cer t os f enmenos i nsi gni f i cant es, comque vo est i mul ando
a f e o zel o dos seus ador ador es, ou par a os mol est ar e cont r ar i ar
sempr e que se descui dam na r eal i zao dos sacr i f ci os do cost ume. Por
exempl o, r econheceu- se r ecent ement e que numa povoao da ndi a, sempr e
que por qual quer mot i vo di vi ndade l ocal no er a of er t ado o al i ment o de
cost ume, r ebent avament r e as cabanas i ncndi os espont neos, al gumas vezes
t r s ou quat r o si mul t aneament e, em ci r cunst nci as em que er a i mposs vel
suspei t ar se de qual quer i nt er veno humana. A qual quer l ei t or que
conhea al guma coi sa dos r ecndi t os cant os dessa admi r vel r egi o da
ndi a, a mai s mar avi l hosa e est r anha de t odas as r egi es do Uni ver so,
decer t o ocor r em out r as hi st r i as dest e gner o. A ar t e de f abr i car
el ement ai s ar t i f i ci ai s de ext r emo poder e gr ande vi r ul nci a par ece t er
si do uma das especi al i dades dos f ei t i cei r os da At l nt i da " os Senhor es
da f ace negr a" . Um exempl o das suas f acul dades encont r a- se na Dout r i na
Secr et a ( vol . I I , pg. 427) , em que se l dos est r anhos ani mai s que
f al avame que t i ver amde se apazi guar comuma of er enda de sangue par a que
no f ossem acor dar os donos e pr eveni - l os da sua pr xi ma dest r ui o. Mas
al mdest es est r anhos ani mai s cr i avamt ambmout r as ent i dades ar t i f i ci ai s
cuj a ener gi a e cuj o poder er am t amanhos que se pr et ende ai nda exi st am
al guns del es, apesar de se t er em passado mai s de onze mi l anos desde que
o t er r vel cat acl i smo dest r ui u os seus cr i ador es or i gi nai s. t er r vel
di vi ndade hi ndu cuj os f i i s er am i mpel i dos a comet er em seu nome os
hor r or osos cr i mes de Thuggee a espect r al e hedi onda Kl i , ai nda hoj e
ador ada com r i t os cuj o hor r or de por menor es no t emos cor agem de
descr ever t al vez uma r el qui a de um si st ema que t eve de ser
ani qui l ado mesmo cust a da submer so de um cont i nent e i nt ei r o que
ar r ast ou consi go sessent a e ci nco mi l hes de vi das humanas. 3.
Ar t i f i ci ai s humanos. Rest a- nos consi der ar uma cl asse de ent i dades que,
apesar de ser pouco numer osa, adqui r i u, pel a sua nt i ma conexo com um
dos gr andes movi ment os dos t empos moder nos, uma i mpor t nci a absol ut ament e
despr opor ci onada par a o nmer o dos seus membr os. Poder o susci t ar - se
dvi das se as dever amos i ncl ui r na pr i mei r a ou na t er cei r a das nossas
di vi ses pr i nci pai s. Mas, apesar de humanas, est o di st anci adas do
cami nho r egul ar da nossa evol uo, e so t o acent uadament e pr odut os de
uma vont ade est r anha pr pr i a vont ade, que nos par eceu no er r ar
i ncl ui ndo- as ent r e os ser es ar t i f i ci ai s. A mel hor manei r a de as est udar
comear mos pel a sua hi st r i a, que nos f az vol t ar at r s, gr ande r aa
at l nt i ca. Ao pensar mos nos Adept os e nas escol as ocul t i st as desse
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not vel povo, os nossos esp r i t os vo i nst i nt i vament e par a as pr t i cas
condenvei s dos seus l t i mos di as. Mas no esqueamos que ant es dessa
poca de ego smo e degr adao, a poder osa ci vi l i zao da At l nt i da
pr oduzi u mui t a coi sa nobr e e di gna de admi r ao, e que ent r e os seus
chef es al guns houve que hoj e ocupam os pi ncul os mai s el evados at agor a
at i ngi dos pel o homem. Ent r e as Loj as de est udo ocul t o, pr el i mi nar par a a
i ni ci ao, f or madas pel os Adept os da boa Lei , exi st i a uma que er a ent o
t r i but r i a de um dos gr andes monar cas at l nt i cos " O Di vi no Senhor da
Por t a de Our o" . E apesar das mui t as e est r anhas vi ci ssi t udes por que t em
passado, apesar de se t er vi st o f or ada a mudar a sua sede de pa s par a
pa s, vi st o que t odos est es i am sendo, por sua vez, i nvadi dos pel os
el ement os di scor dant es de uma ci vi l i zao mai s r ecent e, essa Loj a exi st e
ai nda hoj e, obser vando ai nda o mesmo r i t ual pr i mi t i vo desse mundo
desapar eci do ensi nando mesmo, como l i nguagemsecr et a e sagr ada, a mesma
l ngua da At l nt i da, que se f al ava quando da sua f undao h mui t os
mi l har es de anos. ai nda hoj e o que f oi no pr i nc pi o: uma Loj a de
ocul t i st as de i nt enes pur as e f i l ant r pi cas, que pode l evar os
est udant es que acha di gnos ao cami nho do ver dadei r o conheci ment o e,
depoi s de vr i ase r i gor osas pr ovas das apt i des e qual i dades do
candi dat o, conf er i r - l he cer t o nmer o de poder es ps qui cos ao seu al cance.
Os Mest r es dessa Loj a no est o no mesmo n vel que os Adept os, mas
cent enas dos seus di sc pul os t m apr endi do l a di r eo do Cami nho que
l eva ao Adept ado em vi das subsequent es. E embor a no f aa par t e da
I r mandade dos Hi mal ayas, h ent r e est es al guns i r mos que, emencar naes
passadas, t i ver aml i gaes comel a, e por i sso se i nt er essamcomi nvul gar
si mpat i a por suas at i vi dades. Os Di r i gent es dessa Loj a, embor a se t enham
mant i do, el es e a sua soci edade, sempr e em pl ano secundr i o, t em f ei t o o
que l hes t em si do poss vel em pr ol do pr ogr esso da ver dade no mundo. H
pouco mai s ou menos mei o scul o, par a cont r abal anar a onda r ast ej ant e de
mat er i al i smo que ameaa af ogar t oda a espi r i t ual i dade na Eur opa e na
Amr i ca, r esol ver am combat - l o por mt odos um t ant o ou quant o i ndi t os
de modo que of er ecessem a qual quer i ndi v duo dot ado de r aci oc ni o
opor t uni dade par a a obt eno da pr ova absol ut a da exi st nci a de uma vi da
i ndependent e da do cor po, exi st nci a que a Ci nci a se compr azi a emnegar .
Os f enmenos exi bi dos no er am em si absol ut ament e novos, vi st o que a
hi st r i a aqui e acol , dest a ou daquel a manei r a, nos f al a del es; mas a
sua or gani zao def i ni da e o f at o de poder em ser pr ovocados, por assi m
di zer , or dem, der am- l hes um car t er compl et ament e i ndi t o par a o mundo
moder no. O movi ment o assi m i ni ci ado f oi - se est endendo gr adual ment e at
dar esse vast o edi f ci o do espi r i t i smo moder no. Se cer t o que no ser i a
j ust o at r i bui r aos i ni ci ador es do pl ano a r esponsabi l i dade di r et a de
mui t os dos r esul t ados que se segui r am, cer t o que r eal i zar am o seu
obj et i vo sob o pont o de vi st a da conver so de gr andes massas de gent e,
desvi ando- as da descr ena absol ut a par a a f sl i da em qual quer espci e
de vi da nova f ut ur a. E i st o , s por si , um r esul t ado mar avi l hoso,
apesar da opi ni o daquel es que sust ent am que f oi obt i do por um cust o
demasi ado al t o. O pr ocesso usado const i t ui u em t omar uma cr i at ur a vul gar
depoi s da mor t e, t or n- l a pl enament e consci ent e, no pl ano ast r al ,
most r ar - l he, dent r o de cer t os l i mi t es, os poder es e as f or as desse
pl ano, e emsegui da conf i ar - l he a di r eo de umc r cul o espi r i t i st a. Essa
cr i at ur a, por sua vez, " desenvol vi a" da mesma f or ma out r as per sonal i dades
f al eci das, e t odas r euni das at uavam sobr e as pessoas que assi st i am s
sesses e as " desenvol vi am" como mdi uns. Assi m cr esceu e pr ogr edi u o
espi r i t i smo. Sem dvi da, al guns membr os vi vos da Loj a or i gi nal
mani f est ar am- se por vezes na f or ma ast r al , em al guns desses c r cul os
t al vez ai nda o f aam hoj e; mas na mai or par t e dos casos l i mi t ar am- se a
di r i gi r e a gui ar aquel es a quemt i nhamconf i ado a di r eo. No h dvi da
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que o movi ment o se pr opagou mui t o mai s r api dament e e t omou i ncr ement o
mui t o mai or do que esper ava, e t ant o assi mque embr eve se subt r ai u sua
di r eo. Por i sso af i r mamos que no se l hes devem at r i bui r
r esponsabi l i dades di r et as em mui t os dos r esul t ados desse movi ment o.
Evi dent ement e, a i nt ensi dade anor mal da vi da ast r al susci t ada nesses
" gui as" , r et ar dava- l hes consi der avel ment e o pr ogr esso nat ur al . E, embor a
a i di a de que o kar ma bom ger ado com o aux l i o que el es davam aos
i nvest i gador es da ver dade devi a, em par t e, compensar esse at r aso, vei o,
cont udo, a r econhecer - se que no se podi a empr egar o mesmo " esp r i t o-
gui a" por mui t o t empo sem que i sso l he f osse al t ament e pr ej udi ci al .
Recor r eu- se s subst i t ui es; mas, por vezes, quando qual quer mot i vo no
per mi t i a a t r oca, r ecor r eu- se a um expedi ent e not vel , e f oi del e que
nasceu a cl asse a que chamamos " ar t i f i ci ai s humanos" . Per mi t i u- se que os
pr i nc pi os super i or es do " gui a" or i gi nal pr ossegui ssem na sua evol uo
r et ar dada e passassem par a o mundo- cu, mas l anou- se mo da sua sombr a
abandonada, vi vi f i cando- a de manei r a a que " o gui a" apar ecesse no c r cul o
dos seus admi r ador es apar ent ement e como ant es. Par ece que i st o a
pr i nc pi o f oi desempenhado pel os pr pr i os membr os da Loj a, mas chegou- se
concl uso, t ant o quant o nos l ci t o af i r mar a esse r espei t o, que t al
di sposi o er a, no sabemos se mui t o penosa e cont r apr oducent e, ou se
dava l ugar a gr ande desper d ci o de f or a e mesmo se obj et ava cont r a a
cr i ao de um el ement al ar t i f i ci al . De modo que se deci di u que a pessoa
desi gnada par a suceder ao gui a pr ecedent e se desempenhar i a do seu
t r abal ho, mas apoder ando- se da sombr a, ou do i nvl ucr o, do ant ecessor
t endo, por t ant o, dest e, apenas a apar nci a. Di z- se que al guns membr os da
Loj a se opuser ama i st o, por que, apesar da pur eza da i nt eno, a execuo
envol vi a qual quer coi sa de f r aude. Mas a opi ni o ger al par ece t er si do a
de que, vi st o a sombr a per manecer a mesma e cont i nuar a cont er uma par t e
da ment e i nf er i or , no havi a af i nal uma ver dadei r a f r aude. Foi est a a
gnese das ent i dades humanas ar t i f i ci ai s. Par ece que na mai or i a dos casos
est as subst i t ui es no l evant ar am a menor suspei t a. Mas houve casos em
que al guns i nvest i gador es do espi r i t i smo not ar am, passado bast ant e t empo,
cer t as di f er enas, que subi t ament e se r evel ar am, na manei r a e di sposi o
do " esp r i t o" . i nt i l di zer que nenhum dos membr os da I r mandade dos
Adept os cont r i bui u em qual quer ocasi o par a a cr i ao de ent i dades
ar t i f i ci ai s dest a espci e, mas no podi am evi t ar que al gum, com
condi es par a i sso, se l embr asse de o f azer . O pont o f r aco dest e
pr ocesso consi st e na f aci l i dade com que out r os o podem adot ar e na
di f i cul dade em se evi t ar que os magos negr os cr i em " esp r i t os" de
comuni cao sua vont ade, e nunca com boas i nt enes que o f azem. E
sabe- se que j o t mf ei t o. Ter mi na aqui o est udo dos habi t ant es do pl ano
ast r al . Com as r eser vas j menci onadas al gumas pgi nas at r s, pode
consi der ar - se bast ant e compl et o o cat l ogo apr esent ado. Mas no demai s
i nsi st i r no f at o de que est e manual no passa de um esboo, a t r aos
l ar gos, de um assunt o de gr ande vast i do, que exi gi r i a uma vi da i nt ei r a
de est udo e de r duo t r abal ho par a del e se f azer um t r at ado compl et o e
semomi sses.
(1) So sete os princpios constitutivos da natureza humana. Para
elucidao do leitor, damos a seguir uma relao dos mesmos, segundo os
compndios teosficos mais fidedignos: Trada Superior, a espiritual:
Atma., ou Esprito; Buddhi, ou Intuio o principio crstico; Afanas, ou
o Pensador, a Inteligncia. Quaternria Inferior, a Personalidade Mortal:
Kama, ou natureza passional e emocional; Prana, ou Vitalidade, energia
vital; Duplo Etrico, ou Veculo de Prna; e o Corpo Etrico.
(2) "Barretes vermelhos".
(3) "Barretes amarelos".
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(4) Os grandes Mestres das esferas nirvnicas, que guiam a evoluo da
humanidade. (N. do T.)
(5) A Chave da Teosofia
(6) Ver Auxiliares Invisveis de C.W. Leadbeater
(*) A raa Ariana. (N. do T.)
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FENMENOS
De um pont o de vi st a, est e dever i a t er si do o pr i mei r o cap t ul o de nosso
l i vr o, e no o l t i mo, poi s f oi da consi der ao de t ema que l he ser ve de
t t ul o que t udo o mai s sur gi u. Devo mi nha i nt r oduo Teosof i a nest a
encar nao ao nosso ent o Vi ce- - Pr esi dent e da Soci edade Teosf i ca, o Sr .
A. P. Si nnet t , que sempr e f oi excepci onal ment e gent i l par a comi go, e com
quemeu usava encont r ar - me t odo domi ngo de manh, emsua bi bl i ot eca, par a
di scut i r mos assunt os t eosf i cos. Numa dessas ocasi es el e casual ment e
coment ou que pensava que os ensi nos t eosf i cos at ent o t r ansmi t i dos a
ns no abr angi am ou no comput avam mui t os dos f enmenos esp r i t as que
ambos hav amos pr esenci ado r epet i dament e. Um t ant o sur pr eendi do por est a
hi pt ese, eu sust ent ei vi gor osament e a opi ni o de que er am
sat i sf at or i ament e abr angi dos, e passei a dar exempl os. O Sr . Si nnet t
par eceu- me f avor avel ment e i mpr essi onado, e pedi u- me que f i zesse uma
conf er nci a na Loj a de Londr es, expondo meus pont os de vi st a. Concor dei
em f az- l o, mas quando comecei a pr epar ar essa conf er nci a, l ogo not ei
que par a me t or nar i nt el i g vel dever i a pr i nci pi ar por uma descr i o ger al
do mundo ast r al como um t odo, com suas condi es e os poder es e
possi bi l i dades de seus habi t ant es. Compr eendi que havi a assumi do um
compr omi sso mai or do que o i nt ent ava; mas cl ar ament e er a uma t ar ef a que
t i nha de ser f ei t a, e assi mpude pr ossegui r e l ev- l a a cabo coma mel hor
de mi nhas habi l i dades. O r esul t ado f oi uma conf er nci a nessa Loj a, que
apar eceu em sua At a n. o 24. A Dr . Besant , que ent o est ava publ i cando
uma sr i e de Manuai s Teosf i cos, f oi bast ant e gent i l par a i ncl ui r est e
ensai o como um desses manuai s; da o seu apar eci ment o na f or ma pr esent e.
Embor a no decur so dest e manual t enhamos menci onado, e at cer t o pont o
expl i cado, vr i os f enmenos super f si cos, no quer emos t er mi n- l o sem
f azer , quant o mai s no sej a, uma enumer ao dos f enmenos que
f r equent ement e se apr esent am ao i nvest i gador , e most r ar quai s so, das
que descr evemos, as ent i dades que mai s ger al ment e os or i gi nam. E di zemos
" mai s ger al ment e" , por que os r ecur sos do mundo ast r al so t o var i ados e
compl exos que quase t odos os f enmenos a que vamos r ef er i r podem ser
pr oduzi dos de mui t as manei r as. Est a pecul i ar i dade t or na i mposs vel a
apr esent ao de r egr as f i xas sobr e t al assunt o. As apar i es ou f ant asmas
f or necem uma espl ndi da conf i r mao do que acabamos de af i r mar , vi st o
que, at endendo manei r a vaga e l at a como esses t er mos t m si do usados,
el es se podem apl i car i ndi st i nt ament e a qual quer habi t ant e do pl ano
ast r al . Escusado ser di zer que as pessoas psi qui cament e desenvol vi das
vem esses f ant asmas const ant ement e; mas par a que a uma cr i at ur a vul gar
possa " apar ecer um f ant asma" , segundo a expr esso cor r ent e, necessr i o
ou que esse f ant asma se mat er i al i ze ou que essa cr i at ur a t enha
moment aneament e um r el mpago de per cepo ps qui ca. apenas devi do ao
f at o de nenhum dest es doi s casos ser vul gar que ns t odos no est amos
const ant ement e a encont r ar espect r os nas r uas, coma mesma f r eqnci a com
que encont r amos gent e de car ne e osso. Espect r os no Cemi t r i o. O
espect r o que pai r a sobr e uma sepul t ur a ger al ment e o i nvl ucr o et r i co
de umr ecm- ent er r ado, mas pode t ambmser o cor po ast r al de umvi vo que,
dur ant e o sono, v par a j unt o de um ami go mor t o; ou ai nda uma f or ma-
pensament o mat er i al i zada i st o , um el ement al ar t i f i ci al cr i ado pel a
ener gi a com que um homem pensa de si mesmo como pr esent e num det er mi nado
l ugar . Par a qual quer pessoa habi t uada a ser vi r - se da vi so ast r al ,
f ac l i mo di st i ngui r a qual das t r s espci es per t ence o espect r o; por m,
par a quem pouco pr t i co, apar i o chamar vagament e " um espect r o" .
Apar i es de Mor i bundos. As apar i es no moment o da mor t e no so de
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t odo r ar as, e mui t as vezes so ver dadei r as vi si t as f ei t as pel o cor po
ast r al do mor i bundo no moment o que pr ecede i medi at ament e mor t e, e que
ns chamamos o moment o da di ssol uo. Tambmnest e caso podemser f or mas-
pensament os chamadas vi da pel o desej o ar dent e do mor i bundo em ver um
ent e quer i do, ant es de i ngr essar num mundo desconheci do. H exempl os
dessa vi si t a ser f ei t a l ogo depoi s da mor t e, e no i medi at ament e ant es, e
nest e caso o vi si t ant e r eal ment e um espect r o; mas, devi do a causas
vr i as, est a f or ma de apar i o mui t ssi mo menos f r eqent e que a out r a.
Lugar es Assombr ados. As apar i es num l ocal onde se comet eu um cr i me
so ger al ment e f or mas- pensament os pr oj et adas pel o cr i mi noso, que, vi vo ou
mor t o, mas especi al ment e depoi s de mor t o, r evol ve const ant ement e na ment e
as ci r cunst nci as do del i t o. Como , em ger al , nos ani ver sr i os do cr i me
que esses pensament os so mai s v vi dos, mui t as vezes nesses di as apenas
que os dement ai s ar t i f i ci ai s que el e cr i a t m a f or a suf i ci ent e par a se
mat er i al i zar vi st a or di nr i a f at o que expl i ca a per i odi ci dade das
apar i es em cer t os l ugar es. Os cr i mi nosos i nvet er ados est o
f r equent ement e demasi ado endur eci dos par a se comover em ant e um cr i me
par t i cul ar , mas nesse caso out r os f at or es poder i am i nt er vi r . Ai nda a
r espei t o de apar i es em cer t os pont os, obser va- se que em qual quer par t e
onde uma comoo ment al de gr ande vi ol nci a, medo, dor , di o, ou qual quer
pai xo i nt ensa, se f ez sent i r , gr ava- se na l uz ast r al uma i mpr esso t o
f or t e que qual quer pessoa, mesmo f r acament e dot ada sob o pont o de vi st a
ps qui co, no pode dei xar de se sent i r f or t ement e i mpr essi onada ao
vi si t ar esse l ugar . Bast ar i a umpequeno aument o de sensi bi l i dade par a que
t oda a cena se desenvol vesse par a se ver o acont eci ment o apr esent ar - se
em t odos os seus det al hes como se r eal ment e est i vesse se dando naquel e
moment o e nesse caso no f al t ar i a quemdi ssesse que aquel e l ocal est ava
assombr ado, e que t i nha vi st o uma " al ma do out r o mundo" . cer t o que h
pessoas que no t ma vi so ps qui ca desenvol vi da, por mque, no ent ant o,
se sent em f or t ee dol or osament e i mpr essi onadas quando passam por l ocai s
dest e gner o gent e, por exempl o, que se sent e pouco vont ade ao passar
por l ugar es onde se f i zer amexecues capi t ai s, como a Tybur n Tr ec, ou ao
ent r ar na Sal a dos Hor r or es de Madame Tussaud, e que no i magi na que esse
mal - est ar devi do s cenas t r gi cas i mpr essas na l uz ast r al , emvol t a de
l ocai s e de obj et os i mpr egnados de cr i me ou de hor r or , e t ambm
pr esena das r epugnant e ent i dades ast r ai s que povoam em mul t i do esses
l ocai s. Espect r os de f am l i a. O espect r o de f am l i a, per sonagem cer t o
nas hi st r i as t r adi ci onai s dos cast el os f eudai s, pode ser ou uma f or ma-
pensament o, ou uma i mpr esso de r ar a vi vi dez na l uz ast r al , ou mesmo o
espect r o de um ant epassado que, ai nda l i gado s coi sas t er r est r es, se
compr az em ver r evi ver as cenas em que em vi da cent r al i zou os seus
pensament os e esper anas. Soar de campai nhas, r emessa de pedr as, et c.
Ouvi r de r epent e o r u do de uma pedr a ar r emessada, no se sabe donde, ou
o soar sbi t o e i nexpl i cvel de campai nhas, umout r o f enmeno, a que j
nos r ef er i mos, e que quase i nvar i avel ment e obr a das f or as el ement ai s,
quer post as em ao cegament e pel os esf or os mal or i ent ados de qual quer
i gnor ant e t ent ando at r ai r a at eno dos ami gos que l he sobr evi ver am, ou
ai nda i nt enci onal ment e pel a mal ci a i nf ant i l de qual quer esp r i t o
nat ur al . Fadas. So t ambm os esp r i t os nat ur ai s os r esponsvei s pel o
que pode haver de ver dadei r o nessas est r anhas hi st r i as de f adas, t o
comuns em cer t as r egi es. Umas vezes, um acesso t empor r i o de
cl ar i vi dnci a, que no nada r ar o ent r e os habi t ant es das r egi es
mont anhosas, per mi t e a um vi andant e r et ar dado pr esenci ar as al egr es
br i ncadei r as das f adas. Out r as vezes so ver dadei r as par t i das f ei t as a
qual quer v t i ma, chei a de t er r or , como por exempl o, quando, por ef ei t o de
um encant o, a f azem ver casas e gent e em l ocai s onde se sabe nada di sso
exi st i r . Por vezes, i st o ul t r apassa a si mpl es i l uso de um i nst ant e,
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por que um homem passa f r eqent ement e por uma l onga sr i e de avent ur as,
t o i magi nr i as como si ngul ar es e f l agr ant es par a de r epent e ver que t odo
o br i l hant e cenr i o das suas avent ur as se esvai num i nst ant e, e
encont r ar - se sozi nho, em qual quer val e sol i t r i o ou numa pl an ci e bat i da
pel o vent o. Mas no devemos dar cr di t o a t odas as l endas popul ar es a
est e r espei t o, por que na mai or par t e dos casos h a j unt ar aos
pr econcei t os da gent e do campo a mai s gr ossei r a super st i o, como s
vezes t emacont eci do comt er r vei s casos de assassi nat o. So est as mesmas
ent i dades a or i gem dos chamados f enmenos das sesses esp r i t as e
r eal ment e mui t as sesses t m si do i nt ei r ament e dadas pel a mal ci a dest as
cr i at ur as. As habi l i dades r eal i zadas nest as sesses so mui t o var i adas:
r espost as a per gunt as, ent r ega de pseudo- mensagens por mei o de pancadas
ou de osci l aes de uma mesa, exi bi o de cl ar es e de l uzes, r emessas de
obj et os de l onge, l ei t ur as de pensament os dos ci r cunst ant es, pr eci pi t ao
de escr i t os ou desenhos e at mat er i al i zaes. Tudo i st o pode ser f ei t o
por um esp r i t o nat ur al , sem o m ni mo aux l i o; bast ar i a que um del es se
qui sesse dar a esse t r abal ho par a nos dar uma sesso que exceder i a as
mai s not vei s que se conhecem. Por que, embor a al guns dos f enmenos f ossem
par a el e de di f ci l execuo, emcompensao, o seu poder de i l uso t al
que l he per mi t i r i a f azer cr er sem di f i cul dade aos assi st ent es na
r eal i dade desses f enmenos, a no ser que ent r e est es houvesse al gum
obser vador compet ent e, conhecedor dos pr ocessos dos esp r i t os nat ur ai s e
capaz de os conf undi r . Como r egr a ger al , podemos i nf er i r que sempr e que
numa sesso espi r i t i st a apar ecemesses t r uques t ol os e essas t r avessur as,
cer t a a i nt er veno ou de umesp r i t o nat ur al de cat egor i a i nf er i or , ou
ent o de ser es humanos cuj a degr adao chegou a t al pont o que, dur ant e a
vi da, se sent i am f el i zes nesses espet cul os r i d cul os. Comuni caes por
mei o de ent i dades ast r ai s. Quant o s ent i dades que podem" comuni car - se"
numa sesso ou obsedar e f al ar at r avs de um mdi um em xt ase, pode
di zer - se que const i t uem er dadei r a l egi o. Di f i ci l ment e se achar uma
cl asse de ent i dades ast r ai s que no possa f or nec- l as, mas, pel o que j
se di sse, compr eende- se bem que r ar as vezes essas ent i dades per t encem s
cat egor i as el evadas. Um " esp r i t o" que se mani f est a, al gumas vezes o
que se j ul ga ser , mas out r as vezes no nada di sso; e no qual quer
assi st ent e que pode di st i ngui r o t r i go do j oi o, por que so t ant os e t o
var i ados os r ecur sos par a i l udi r de que di spem os habi t ant es do pl ano
ast r al , que nem sequer se pode conf i ar naqui l o que por vezes par ece uma
pr ova i r r ef ut vel . Se apar ece qual quer coi sa que se anunci a, por exempl o,
como o i r mo h mui t o t empo mor t o de um i ndi v duo, est e nunca pode t er a
cer t eza de que assi m sej a. Pode o esp r i t o cont ar um f at o apenas
conheci do dos doi s i r mos, mas i st o noe convi ncent e, por que a i nf or mao
pode t er si do l i da em sua pr pr i a ment e ou na l uz ast r al ci r cundant e. Se
o pseudo- i r mo vai ai nda mai s l onge e cont a qual quer por menor da sua
vi da, desconheci do do out r o, mas cuj a exat i do est e pode em segui da
ver i f i car , t ambml he l ci t o duvi dar , por que t odos os f at os de t odas as
vi das est o gr avados nos ar qui vos ast r ai s, ou pode ser a sombr a do i r mo,
e por t ant o, possui a sua memr i a, e no el e pr pr i o. Ni ngum nega que em
mui t as sesses espi r i t i st as t m si do f ei t as comuni caes por pessoas que
so r eal ment e as pr pr i as. Mas o que qui semos af i r mar f oi que par a
qual quer pessoa i nexper i ent e que assi st e a uma dessas sesses, nunca
poss vel saber quant as vezes est r eal ment e sendo cr uel ment e enganada ou
no, e por que manei r as post a pr ova a sua boa f . Em um nmer o
l i mi t ado de casos, al guns membr os da Loj a ocul t a a que nos r ef er i mos
der am, por i nt er mdi o de um mdi um, uma sr i e de ensi nament os pr eci osos
sobr e i nt er essant ssi mos assunt os, mas sempr e cm sesses est r i t ament e
par t i cul ar es e nunca em r euni es pbl i cas e mui t o menos pagas. Recur sos
ast r ai s. Par a se f azer uma i di a dos pr ocessos pel os quai s se pr oduz a
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mai or par t e dos f enmenos f si cos, necessr i o conhecer os var i ados
r ecur sos menci onados aci ma, que est o di sposi o de um i ndi v duo que
oper e no pl ano ast r al . , no ent ant o, um r amo do assunt o que no f ci l
escl ar ecer compl et ament e, t ant o mai s que h a est e r espei t o cer t as
r est r i es, cuj a necessi dade evi dent e. Ser vi r - nos- de aux l i o r ecor dar
que o pl ano ast r al pode ser consi der ado, sob mui t os pont os de vi st a, uma
ext enso do pl ano f si co, e a i di a de que a mat r i a pode passar ao
est ado et r i co que, apesar de i nvi s vel e i nt ang vel no dei xa de ser
pur ament e f si ca pode f azer - nos compr eender como um pl ano se f unde no
out r o. Segundo a manei r a como os hi ndus concebem J gr at , " o est ado de
vi g l i a" , os pl anos f si cos e ast r al est o combi nados, cor r espondendo as
set e subdi vi ses dest e aos quat r o est ados da mat r i a f si ca e s t r s
gr andes di vi ses da mat r i a ast r al , a que j nos r ef er i mos. Assent e i st o,
podemos avanar mai s um passo e compr eender que se pode def i ni r a vi so
ast r al , ou ant es, a per cepo ast r al , como " a f acul dade de r eceber um
nmer o mui t o mai s consi der vel de di f er ent es espci es de vi br aes" .
Fi si cament e, somos sens vei s a cer t o nmer o de vi br aes que nos af et am
como som e a out r o gr upo de vi br aes mui t ssi mo mai s r pi das que nos
af et am como l uz, e ai nda h a espci e de vi br aes el t r i cas. Mas exi st em
ai nda vi br aes i nt er medi r i as que em nada nos af et am os sent i dos e de
que nem sequer t emos conheci ment o. Compr eende- se bem que se t odas est as
vi br aes i nt er medi r i as, ou mesmo apenas al gumas del as, com t odas as
compl i caes r esul t ant es das di f er enas poss vei s dos r espect i vos
compr i ment os de onda, so per cept vei s no pl ano ast r al , a nossa
compr eenso da nat ur eza deve aument ar consi der avel ment e nesse mei o, e por
i sso nos ser o r evel adas mui t as noes que no pl ano f si co nos so
i nacess vei s. Cl ar i vi dnci a. Admi t e- se que al gumas dessas vi br aes
at r avessem f aci l ment e a mat r i a sl i da, o que per mi t e expl i car
ci ent i f i cament e as par t i cul ar i dades da vi so et r i ca; mas par a a vi so
ast r al , a mel hor expl i cao f or neci da pel a t eor i a da quar t a di menso.
cl ar o que bast a possui r a f acul dade da vi so ast r al par a se poder
r eal i zar coi sas que par ecer o ver dadei r os mi l agr es, como, por exempl o, a
l ei t ur a de um t r echo de um l i vr o f echado. Se a i st o acr escent amos que
est a f acul dade i ncl ui o poder de l er os pensament os, e ai nda, quando
combi nada como conheci ment o de pr oj eo de cor r ent es na l uz ast r al , o de
obser var umobj et o desej ado emquase qual quer par t e do mundo, compr eende-
se bem que ext r emament e f ci l a expl i cao de mui t os dos f enmenos de
cl ar i vi dnci a. Quem desej e mai s por menor es acer ca dest e assunt o,
encont r - l os- no meu l i vr o sobr e Cl ar i vi dnci a, em que, a par de mui t os
exempl os, se encont r am cat al ogadas t odas as suas var i edades. Pr evi so e
segunda vi st a. A cl ar i vi dnci a ver dadei r a, t r ei nada e absol ut ament e
segur a, i ncl ui a at i vi dade de uma sr i e de f acul dades t ot al ment e
di f er ent es; mas como est as per t encem a um pl ano mai s el evado do que o
ast r al , est o f or a do nosso assunt o. A f acul dade da pr evi so r i gor osa
per t ence t ambm a esse pl ano super i or ; cont udo, apar ecem s vezes pur a
vi st a ast r al al guns r ef l exos ou r el mpagos seus, pr i nci pal ment e ent r e
gent e de esp r i t o si mpl es, que vi ve em condi es apr opr i adas,
const i t ui ndo o que se chama " segunda vi st a" , que, como not r i o, se
encont r a mui t o ent r e os habi t ant es das mont anhas da Escci a. Out r o f at o
que no deve esquecer - se que qual quer habi t ant e do pl ano ast r al , dot ado
de i nt el i gnci a, pode per ceber est as vi br aes et r i cas, e al m di sso
se apr endeu a f az- l o adapt - l as aos seus f i ns ou p- l as em ao.
For as ast r ai s. Compr eende- se cl ar ament e que no t empo pr esent e no se
possa escr ever mui t o acer ca dest as f or as super f si cas e dos pr ocessos da
sua ut i l i zao, embor a haj a r azo par a supor que no t ar dar o t empo em
que mui t as das suas apl i caes se t or nem do dom ni o pbl i co. Podemos, no
ent ant o, sem t r anspor os l i mi t es do que per mi t i do, dar del as uma i di a
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ger al suf i ci ent e par a que, a t r aos l ar gos, se possa compr eender a gnese
de cer t os f enmenos. Todos aquel es que t m assi st i do com f r eqnci a a
sesses espi r i t i st as t m, decer t o, not ado uma vez ou out r a o empr ego de
f or as ver dadei r ament e i r r esi st vei s, como, por exempl o, no l evant ament o
i nst ant neo de pesos enor mes. Mui t os, pr i nci pal ment e aquel es cuj as ment es
r aci oci nam e buscam nos f enmenos uma r azo ci ent i f i cament e pl aus vel ,
ho- de dar t r at os i magi nao par a saber donde vei o essa f or a, agi ndo
como poder osa al avanca. Dent r e os vr i os mei os pel os quai s est es
f enmenos de car t er ast r al podem ser obt i dos, par ece- nos suf i ci ent e
ci t ar quat r o:
1. Cor r ent es et r i cas. Per cor r endo o mundo, em gr andes ondas,
var r endo- o de pl o a pl o, em gr andes massas, o que as t or na t o
i r r esi st vei s como as mar s mont ant es, exi st em gr andes cor r ent es
et r i cas, cuj a i r r esi st vel f or a pode ser ut i l i zada sem per i go, embor a
as t ent at i vas i nbei s, em que no se consi ga domi n- l as compl et ament e,
possamr edundar emver dadei r as cat st r of es.
2. Pr esses et r i cas. Cor r espondent e em par t e, mas de i nt ensi dade
i mensament e super i or , pr esso at mosf r i ca, exi st e t ambm uma pr esso
et r i ca. Or di nar i ament e ni ngum d por el a, pel o mesmo mot i vo de que
ni ngum se aper cebe da exi st nci a da pr esso at mosf r i ca; e se f osse
poss vel f azer o vcuo compl et o, i st o , ext r ai r t ambm o t er de um
det er mi nado espao, como poss vel f azer - se ao ar , a exi st nci a dessa
pr esso et r i ca se t or nar i a t o evi dent e como a da out r a. Esse i sol ament o
do t er t m si do i mposs vel at hoj e aos f si cos, at endendo f acul dade
que el e t emde i nt er penet r ar t oda a mat r i a numest ado de menor r ar ef ao
que o seu. Mas o Ocul t i smo sabe f az- l o, e gr aas aos seus pr ocessos
que a pr esso et r i ca pode ser vi st a emao,
3. Ener gi a l at ent e. H vast as r eser vas de ener gi a pot enci al que,
dur ant e a evol uo do sut i l par a o gr ossei r o, se acumul ar amna mat r i a no
est ado l at ent e. Essa ener gi a pode ser l i ber ada e ut i l i zada, semel hana
do que se f az com a mat r i a f si ca, a cuj as mudanas de est ado
cor r esponde uma l i ber ao de ener gi a l at ent e, sob a f or ma de cal or .
4. Vi br ao si mpt i ca. H casos f l agr ant es que se pr oduzem por uma
ext enso do pr i nc pi o a que se pode chamar " vi br ao si mpt i ca" . Mai s uma
vez vamos apr esent ar um exempl o el uci dat i vo, t i r ado do mundo f si co,
embor a mui t o ami de t ai s exempl os si r vam mai s par a dar uma i di a f al sa
dos f enmenos ast r ai s do que ver dadei r a. Cont udo, al guns f at os
ext r emament e si mpl es podem aj udar - nos a compr eender est a ao
i mpor t ant ssi ma, cont ant o que no l evemos a anal ogi a demasi ado l onge.
sabi do que, f azendo vi br ar uma cor da de uma har pa, as cor das
cor r espondent es de quant as har pas est ej am j unt o da pr i mei r a vi br ar o
t ambm, se est i ver em na mesma af i nao. I gual ment e, f at o conheci do que
sempr e de passo t r ocado que uma gr ande cor por ao do exer ci t e at r avessa
uma pont e suspensa, por que, do cont r r i o, a r egul ar i dade da mar cha
or di nr i a comuni car i a pont e uma vi br ao osci l at r i a que i r i a
aument ando a cada passo, at vencer a r esi st nci a do f er r o e f azer
r ebent ar a est r ut ur a met l i ca. Comest as duas anal ogi as bememment e ( sem
esquecer que no passam de anal ogi as par ci ai s) , compr eende- se que aquel e
que sai ba bem qual a espci e de vi br aes a pr oduzi r que, por assi m
di zer , conhea a t ot al i dade da mat r i a sobr e a qual quer agi r pode,
f er i ndo a not a j ust a, desper t ar uma gr ande quant i dade de vi br aes
si mpt i cas. Quando i st o se f az no pl ano f si co, no se desenvol vem
ener gi as supl ement ar es; mas no pl ano ast r al , vi st o a mat r i a que o compe
ser mui t o menos i ner t e, e assi m, quando at i vada por est as vi br aes
si mpt i cas, adi ci ona sua f or a vi va ao i mpul so or i gi nal , que assi m pode
ser mul t i cent upl i cado. E por uma r epet i o r t mi ca dest e pr i mei r o i mpul so
como na passagem da pont e as vi br aes podem t omar uma i nt ensi dade
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ver dadei r ament e despr opor ci onal causa i ni ci al . Pode mesmo di zer - se que,
nas mos de um gr ande Adept o, que l he conhea pl enament e os r ecur sos,
est a f or a no t em l i mi t es, vi st o que a pr pr i a const r uo do Uni ver so
no mai s do que o r esul t ado das vi br aes desper t adas pel o Ver bo
Fal ado.
Mont r as. A cl asse de mant r as, ou f r mul as mgi cas, que pr oduzem ef ei t o
sem aux l i o de um el ement al , mas apenas pel a r epet i o de cer t os sons,
deve a sua ef i cci a a est a ao das vi br aes si mpt i cas.
Desi nt egr ao. Est e f enmeno pode ser obt i do t ambm pel a apl i cao de
vi br aes ext r emament e r pi das, que dest r oem a coeso das mol cul as do
obj et o que sof r e a desagr egao. A decomposi o das mol cul as emt omos
devi da a vi br aes de um t i po di f er ent e, de vel oci dade ai nda mai or . Um
cor po r eduzi do por est e mei o ao est ado et r i co, pode ser desl ocado de um
pont o par a out r o, com i ncr vel vel oci dade, pel as cor r ent es ast r ai s, e
l ogo que cessa de at uar a f or ma que o et er i zou, a pr esso et r i ca
r econd- l o ao est ado pr i mi t i vo. Mui t os pr i nci pi ant es t m di f i cul dade em
per ceber como que se consegue, nest as exper i nci as, que o obj et o
r et ome, cessada a f or a desi nt egr ador a, a f or ma pr i mi t i va. Real ment e,
obser va- se com r azo que, quando um obj et o met l i co uma chave por
exempl o f undi da pel o cal or , umabai xament o conveni ent e de t emper at ur a
f - l a vol t ar , cer t o, ao est ado sl i do, mas r eduzi da massa i nf or me, em
que nada exi st e da pr i mi t i va chave. A obj eo par ece de val or , mas a
anal ogi a que no compl et a. A ener gi a el ement al , que ani ma a chave,
di ssi pa- se r eal ment e nessa mudana de est ado, no por que sof r a
di r et ament e a i nf l unci a do cal or , mas por que, dest r u do o seu cor po
sl i do t empor r i o, vol t a ao gr ande r eser vat r i o comum, donde sai t oda a
essnci a el ement al . Tal o que acont ece aos pr i nc pi os super i or es do
homem, que, apesar de i nsens vei s aos ef ei t os do f r i o e do cal or , se
l i ber t am do cor po quando o f ogo o dest r i . Por conseqnci a, quando
aqui l o que er a uma chave passa de novo, por um r esf r i ament o, ao est ado
sl i do, a essnci a el ement al ( da " t er r a" , ou da espci e sl i da) , que
r ef l ui par a el a, no a mesma que a chave cont i nha, e por t ant o, no h
r azo par a que a massa met l i ca sol i di f i cada r et ome a f or ma que t i nha.
Mas um oper ador que quei r a desi nt egr ar a chave com o f i m de a f azer
t r anspor t ar por uma cor r ent e ast r al , t er o cui dado de mant er na sua
f or ma a essnci a el ement al , at que se r eal i ze o t r anspor t e. E ao
suspender o esf or o da sua vont ade, essa essnci a el ement al const i t ui r
uma espci e de mol de em que f l ui r o as par t cul as em vi a de
sol i di f i cao, ou ant es, emvol t a do qual el as se r eagr egar o. E assi mse
conser var a f or ma pr i mi t i va sempr e que o poder de concent r ao do
oper ador se mant enha f i r me. dest e modo que se consegue o t r anspor t e
quase i nst ant neo dos obj et os de gr andes di st nci as, nas sesses
esp r i t as, e evi dent e que, uma vez desi nt egr ados, passam per f ei t ament e
at r avs de qual quer subst nci a sl i da como, por exempl o, uma par ede ou
uma cai xa f echada chave. De f or ma que a chamada " passagem da mat r i a
at r avs da mat r i a" t o si mpl es de compr eender como a passagem da gua
at r avs de um f i l t r o, ou, como se v em mui t as exper i nci as qu mi cas, a
passagemde umgs at r avs de uml qui do.
Mat er i al i zao. Tal como poss vel , por uma al t er ao de vi br aes,
f azer passar um cor po do est ado sl i do ao est ado et r i co, i gual ment e
poss vel o i nver so. O pr i mei r o pr ocesso expl i ca o f enmeno de
desi nt egr ao, e o segundo o de mat er i al i zao. Assi m como no pr i mei r o
caso necessr i o um esf or o cont i nuando de vont ade par a evi t ar que
obj et o r et ome o est ado pr i mi t i vo, t ambmno segundo f enmeno necessr i o
um esf or o cont nuo par a evi t ar que a mat r i a mat er i al i zada r ecai a no
est ado et r i co. Nas mat er i al i zaes espi r i t i st as, a mat r i a necessr i a ao
f enmeno f or neci da pel o dupl o et r i co do mdi um, com gr ave pr ej u zo
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sua sade e out r os i nconveni ent es ai nda mai s per i gosos. por i sso que a
f i gur a mat er i al i zada se mant m sempr e nas pr oxi mi dades do mdi um, e est
suj ei t a a uma at r ao t endent e a af ast - l a del e par a o cor po donde vei o.
De sor t e que, se per manecer mui t o t empo l onge do mdi um, a f i gur a esvai -
se e a mat r i a que a compunha, vol t ando ao est ado et r i co, pr eci pi t a- se
i nst ant aneament e par a a sua or i gem. Em al guns casos no h dvi da de que
est a mat er i al i zao t empor r i a se f az cust a da mat r i a densa e vi s vel
do cor po do mdi um, t r ansf er nci a de mat r i a de expl i cao e de
compr eenso r eal ment e di f cei s. Eu pr pr i o j vi est e f enmeno, em
condi es t ai s que no me er a l ci t o duvi dar , compr ovado por uma
di mi nui o consi der vel de peso do cor po f si co do mdi um. Exempl os
semel hant es podem ver - se no t r abal ho do Cor onel Ol cot t Peopl e f r om t he
Ot her Wor l d ( 1) e emUmCs de D- mat r i al i sat i on ( 2) de M. A. Aksakow.
Vant agens da escur i do. Compr eende- se a r azo por que os ser es que
di r i gem uma sesso pr ef er em oper ar na escur i do, ou pel o menos, sob uma
l uz ext r emament e t nue. Ef et i vament e, no t er i am o poder suf i ci ent e par a
mant er mat er i al i zada uma f i gur a, ou mesmo " a mo de umesp r i t o" , mai s do
que dur ant e al guns segundos, se se oper asse sob a ao das vi br aes
i nt ensas de uma l uz br i l hant e.
Fot ogr af i as de esp r i t os. Os f r eqent ador es das sesses esp r i t as ho
de t er not ado que h t r s espci es de mat er i al i zao: 1. , as quai s so
t ang vei s, mas i nvi s vei s; 2. , as vi s vei s, mas i nt ang vei s; 3. a, as
t ang vei s e vi s vei s. pr i mei r a, que a mai s numer osa, per t encem as
mos i nvi s vei s, que t ant as vezes acar i ci amos assi st ent es ou t r anspor t am
obj et os de pequenas di menses de um l ugar par a out r o da sal a e os r gos
vocai s que pr oduzem a " voz di r et a" . Nest e l t i mo caso, empr ega- se uma
modal i dade da mat r i a que no i nt er cept a, nem r ef l et e a l uz, mas
suscet vel de desper t ar na at mosf er a vi br aes que af et am como som. Uma
var i ant e dest a cl asse a espci e de mat er i al i zao par ci al que, no
podendo r ef l et i r nenhuma l uz vi s vel , af et a, cont udo, os r ai os
ul t r avi ol et as e pode sensi bi l i zar uma chapa, dando- - nos as chamadas
" f ot ogr af i as de esp r i t os" . Quando o poder i nsuf i ci ent e par a pr oduzi r
uma mat er i al i zao per f ei t a, obt m- se f or mas vapor osas que const i t uem a
cl asse dos vi s vei s mas no t ang vei s, e nest e caso os " esp r i t os"
pr evi nem sempr e os ci r cunst ant es de que no devem t ocar nas apar i es.
Quando, o que mai s r ar o, a mat er i al i zao compl et a, que a f or a
suf i ci ent e par a mant er , pel o menos dur ant e i nst ant es, f or mas que podem
ser ao mesmo t empo vi s vei s e t ang vei s. Se umAdept o ou umdi sc pul o t em
necessi dade de mat er i al i zar o seu ve cul o ast r al ou ment al , no pr eci sa
r ecor r er mat r i a do seu dupl o et r i co, nem ao de ni ngum, por que sabe
como ext r ai r a mat r i a de que necessi t a do t er ci r cundant e.
Redupl i cao. out r o f enmeno que t em nt i mas r el aes com est a par t e
do nosso assunt o. Resume- se em f or mar uma i magem ment al per f ei t a do
obj et o a copi ar e a. r euni r em vol t a dest e mol de a mat r i a ast r al e
f si ca necessr i as. Nat ur al ment e, par a se chegar a i st o, necessr i o que
t odas as par t cul as i nt er i or es e ext er i or es est ej am sempr e
si mul t aneament e pr esent es na ment e, o que exi ge um poder de concent r ao
consi der vel . Cr i at ur as i gnor ant es da manei r a como se pode ext r ai r
di r et ament e a mat r i a do t er ci r cundant e, t em- na i do buscar mui t as vezes
ao obj et o pr i mi t i vo, que nest e caso sof r e a di mi nui o de peso
cor r espondent e.
Pr eci pi t ao. Em mui t as obr as t eosf i cas f al a- se em pr eci pi t ao de
car t as e de i magens, ( 3) que se pode obt er por vr i os pr ocessos. Um
Adept o que desej e comuni car - se com al gum, l i mi t a- se a col ocar di ant e de
si uma f ol ha de papel em br anco e f or mar uma f or t e i magem ment al do que
desej a que l apar ea escr i t o, e depoi s ext r ai r do t er a mat r i a
necessr i a comque mat er i al i zar essa i magem. Ou se o pr ef er e, pode, coma
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mesma f aci l i dade, obt er r esul t ado i dnt i co sobr e uma f ol ha de papel
col ocada em f r ent e do seu cor r espondent e, sej a qual f or a di st nci a que
os separ e. Umt er cei r o pr ocesso, que por sua si mpl i ci dade o mai s usado,
consi st e emi mpr i mi r t odo o cont edo da car t a na ment e de umdi sc pul o, e
dei x- l a f azer o t r abal ho pur ament e mecni co de pr eci pi t ao. O di sc pul o
t omar a f ol ha de papel e i magi nando que v a car t a nas mos do Mest r e,
pr oceder mat er i al i zao das pal avr as, t al como se di sse. E se achar
di f ci l r eal i zar si mul t aneament e as duas oper aes ext r ao da
mat r i a. , do t er e pr eci pi t ao da escr i t a poder pr j unt o del e, em
ci ma da mesa, uma pequena quant i dade de t i nt a ou de p col or i do, que
ser o de mai s f ci l empr ego, vi st o est ar emj no est ado de mat r i a densa.
Um t al poder se t or nar i a, evi dent ement e, mui t ssi mo per i goso nas mos de
uma cr i at ur a semescr pul os, vi st o que t o f ci l i mi t ar a cal i gr af i a de
um i ndi v duo como a de out r o qual quer , e ser i a i mposs vel pel os mei os
comuns descobr i r uma f al si f i cao comet i da dest a f or ma. Um di sc pul o que
t r abal he def i ni t i va e r egul ar ment e com um Mest r e, possui sempr e um si nal
i nf al vel par a r econhecer se uma mensagemvemdest e ou no, mas ou out r os
no t m out r as pr ovas al m das f or neci das pel o cont edo da car t a e pel o
esp r i t o que a ani ma, por que a cal i gr af i a, por mai s par eci da que sej a,
no t m o menor val or como pr ova. Quant o r api dez da pr eci pi t ao, um
di sc pul o pouco t r ei nado apenas poder i a ment al i zar al gumas pal avr as por
vez, de sor t e que l evar i a o mesmo t empo a ment al i zar a car t a que se a
escr evesse compena e t i nt a, mas umi ndi v duo mai s exper i ment ado f or mar i a
si mul t aneament e a i magemde uma pgi na i nt ei r a e desempenhar - se- i a da sua
t ar ef a comgr ande f aci l i dade e r api dez. dest a manei r a que s vezes numa
sesso espi r i t i st a se pr oduz uma car t a em apenas al guns segundos. Se se
t r at asse da pr eci pi t ao de umquadr o qual quer , o pr ocesso ser i a o mesmo,
com a di f er ena que, nest e caso, necessr i o um poder de vi so que
abr anj a si mul t aneament e t oda a cena. E caso haj a a empr egar mui t as cor es,
o t r abal ho compl i ca- se com o acr sci mo da sua composi o, separ ao e da
r epr oduo exat a dos t ons. Evi dent ement e, num t r abal ho dest a or dem ent r a
a bossa ar t st i ca do oper ador e no se j ul gue que qual quer habi t ant e do
pl ano ast r al pode i gual ment e f azer umt r abal ho per f ei t o. Umi ndi v duo que
na vi da t er r ena t i vesse si do ar t i st a, t em, evi dent ement e, f acul dades mai s
desenvol vi das nest e pont o, e est , por t ant o, em condi es de ser mui t o
mai s f el i z num t r abal ho dest e gner o do que qual quer out r o que, nunca se
t endo dedi cado a quest es ar t st i cas no pl ano f si co, t ent asse, quando no
ast r al , f azer uma dest as pr eci pi t aes. Escr i t a em ar dsi as. A escr i t a
em ar dsi as, execut ada com gar ant i as que excl u am qual quer i di a de
f r aude t emf ei t o a f ama de mui t os mdi uns e pode t ambmser execut ada por
est e pr ocesso de pr eci pi t ao. Mas o mt odo mai s segui do consi st e em
f azer gui ar o l pi s pel a mo de umesp r i t o, da qual est o mat er i al i zadas
apenas as pont as dos dedos, est r i t ament e necessr i as par a o segur ar .
Levi t ao. A l evi t ao, i st o , suspenso de um cor po no ar , sem
qual quer apoi o apar ent e, mui t o f r eqent e nas sesses esp r i t as, e mai s
ai nda ent r e os yogues or i ent ai s. Quando r eal i zada por um mdi um, o seu
cor po mui t as vezes segur o por " mos de esp r i t os" , mas h um pr ocesso
mai s ci ent f i co que t ambm usado no Or i ent e e ocasi onal ment e ent r e ns.
Consi st e apenas no empr ego da f acul dade que a ci nci a ocul t a descobr i u,
de neut r al i zar , e por assi m di zer , mudar o sent i do da at r ao da
gr avi dade, o que per mi t e a execuo si mpl i c ssi ma de t odos os f enmenos
de l evi t ao. Foi sem dvi da o conheci ment o dest e segr edo que per mi t i u
que as naves ar eas do ant i go Egi t o e da At l nt i da se el evassem da t er r a
e adqui r i ssem aquel a l eveza que as t or nava f ac l i mas de manej ar e
di r i gi r . pr ovvel t ambm que f osse o conheci ment o das f or as sut i s da
nat ur eza o que f aci l i t ou o t r abal ho daquel es que el evar am os enor mes
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bl ocos de pedr a empr egados na ar qui t et ur a ci cl pi ca ou na const r uo das
maj est osas pi r mi des do Egi t o.
Luzes de esp r i t os. Com o conheci ment o das f or as da nat ur eza que os
r ecur sos do pl ano ast r al col ocam di sposi o de seus habi t ant es,
f ac l i ma e a pr oduo das chamadas " l uzes de esp r i t os" , quer se t r at e de
uma si mpl es l uz f osf or escent e ou da desl umbr ant e var i edade el t r i ca, ou
ai nda desses cur i osos gl bul os l umi nosos, danant es, em que cer t as
cl asses de dement ai s se t r ansf or mamf aci l ment e. Vi st o que a l uz, sej a el a
qual f or , o r esul t ado de vi br aes do t er , evi dent e que quem quer
que sai ba pr oduzi r essas vi br aes, obt ma espci e de l uz que desej a.
Manej o do f ogo. com a aj uda da essnci a el ement al et r i ca que t ambm
se pr oduz esse not vel f enmeno de manej ar o f ogo sem se quei mar , embor a
haj a out r os mei os de o consegui r . Uma camada de t er , por mai s sut i l que
sej a, pode ser pr epar ada de manei r a a t or nar i nsens vel ao cal or a mo
cober t a por el a, no sendo, poi s, par a admi r ar que qual quer i ndi v duo
assi m pr ot egi do possa pegar num car vo ar dent e ou num f er r o ao r ubr o sem
o menor r i sco. Em adi o s f or as especi ai s aci ma menci onadas, usa- se
f r equent ement e a al avanca comum par a pr oduzi r f enmenos menor es, t ai s
como i ncl i nao de mesas ou bat i das sobr e el as. Nest e caso o f ul cr o o
cor po do mdi ume a al avanca uma bar r a de ect opl asma pr oj et ada do cor po.
( Ver Psychi c St r uct ur es, pel o Dr . W. J . Cr awf or d) .
Tr ansmut ao. Temos ci t ado quase t odos os f enmenos espi r i t i st as, mas
al m del es h mai s um ou, mel hor , doi s, que, apesar de mui t ssi mo mai s
r ar os, no devem dei xar de ser menci onados. A t r ansmut ao dos met ai s
ger al ment e consi der ada um pur o sonho dos al qui mi st as da I dade Mdi a, e
r eal ment e, na mai or par t e dos casos, a descr i o do f enmeno no passa de
um s mbol o da pur i f i cao da al ma. Todavi a, par ece est ar suf i ci ent ement e
pr ovado que o f enmeno f oi pr oduzi do al gumas vezes por el es. E ai nda hoj e
h na ndi a f ei t i cei r os que pr et endem f az- l o em condi es que ser i am
concl udent es. Sej a como f or , evi dent e que, vi st o o t omo or i gi nal ser o
mesmo em t odas as subst nci as, di f er i ndo est as apenas segundo' as
di f er ent es combi naes desse t omo, quemquer que sai ba r eduzi r umpedao
de met al ao est ado at mi co e em segui da combi nar os t omos de di f er ent es
manei r as, pode, , a seu bel - pr azer e sem di f i cul dade mai or , pr oceder
quant as t r ansmut aes qui ser .
Reper cusso. O pr i nc pi o das vi br aes si mpt i cas, j ci t ado, d- nos a
expl i cao do f enmeno est r anho, no mui t o conheci do, da r eper cusso,
pel a qual qual quer f er i ment o i nf l i gi do ou qual quer si nal f ei t o na
ent i dade mat er i al i zada se r epr oduz no cor po f si co. Temos exempl os di sso
nas pr ovas r ecol hi das nos pr ocessos por f ei t i ar i a da I dade Mdi a, emque
se v que qual quer l eso f ei t a na f ei t i ar i a quando sob a f or ma de co ou
de l obo, se r epr oduzi a na par t e cor r espondent e do seu cor po f si co. A
mesma est r anha l ei mot i vou, por vezes, i nj ust as acusaes de f r aude a
mdi uns, quando, por exempl o, se l hes encont r ava na mo mat r i a cor ant e
i gual quel a com que se t i nha esf r egado a mo da ent i dade mat er i al i zada.
A expl i cao, nest e caso, como em mui t os out r os, que a " ent i dade" er a
apenas o dupl o et r i co do mdi um, f or ado pel as i nf l unci as di r et or as a
t omar uma f or ma di f er ent e. Na ver dade, est as duas par t es do cor po f si co
est o t o i nt i mament e l i gadas que i mposs vel f azer soar numa del as a
not a t ni ca sem desper t ar na out r a as vi br aes exat ament e
cor r espondent es.
(1) "Gente do Outro Mundo".
(2) "Um caso de Desmaterializao"
(3) Vide O Mundo Oculto, de A. P. SINNETT.
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CONCLUSO
de esper ar que aquel es dos nossos l ei t or es que achar am a mat r i a
cont i da nest e vol ume suf i ci ent ement e i nt er essant e par a o l er em at ao
f i m, possam agor a f azer uma i di a ger al do pl ano ast r al e das suas
possi bi l i dades, que l hes per mi t a compr eender e pr nos r espect i vos
l ugar es quai squer f at os que se l hes depar em em l ei t ur as subsequent es.
Apesar de apenas t er mos dado um esboo, si mpl es demai s par a t o
i mpor t ant e assunt o, cr emos t er di t o o necessr i o par a most r ar a ext r ema
i mpor t nci a da per cepo ast r al no est udo da Bi ol ogi a, F si ca, Qu mi ca,
Ast r onomi a, Medi ci na e Hi st r i a, e o gr ande i mpul so que o seu
desenvol vi ment o poder i a vi r a dar a est as ci nci as. Cont udo, a aqui si o
das f acul dades ast r ai s no deve consi der ar - se como o l t i mo f i m a
at i ngi r , vi st o que t udo o que se t ent asse apenas com esse obj et i vo
l evar i a i nevi t avel ment e ao mt odo do desenvol vi ment o a que no Or i ent e se
d o nome de l uki ka si st ema que per mi t e, cer t o, a aqui si o de
al gumas f or as ps qui cas, por mque no passamda per sonal i dade at ual . De
r est o, essa aqui si o, f ei t a sem as necessr i as pr ecaues e gar ant i as,
pode dar l ugar a que o pr i nci pi ant e venha a f azer del as um empr ego
abusi vo. o que sucede a t odos os que se ser vem de dr ogas, da i nvocao
de dement ai s e, em ger al , os que seguem as pr t i cas da Hat ha yoga. O
out r o mt odo, chamado l okot t ar a, consi st e na Raj a Yoga, ou pr ogr esso
espi r i t ual . Embor a est a sej a umpouco mai s l ent a do que a pr i mei r a; t ema
vant agem i mpor t ant ssi ma de gar ant i r uma aqui si o de poder es ps qui cos
que f i cam par a sempr e na posse da i ndi vi dual i dade per manent e, sem que
nunca mai s se possam per der . E como, nest e caso, h sempr e a di r eo
acur ada de um Mest r e, no h r ecei o de que o di sc pul o abuse dos poder es
adqui r i dos, sempr e que cumpr a escr upul osament e as or dens r ecebi das. A
aber t ur a da vi so ast r al deve, por t ant o, ser consi der ada como si mpl es
et apa no desenvol vi ment o de qual quer coi sa i nf i ni t ament e mai s nobr e um
si mpl es passo, um cur t ssi mo passo, no Gr ande Cami nho Ascenci onal que
conduz os homens s al t ur as subl i mes do Adept ado, e, mai s al m ai nda, a
esses espl endor osos panor amas de poder e de sabedor i a, que nossas ment es
f i ni t as no podem ai nda conceber . Cont udo, que ni ngum consi der e como um
dom, um bem sem espi nhos, a posse da vi so ast r al , por que a mi sr i a, o
mal , a dor e t odas as amar gur as do mundo se conver t em num f ar do sempr e
pr esent e, a pont o de se t er a t ent ao de r epet i r a apai xonada abj ur ao
de Schi l l er : " Por que me l anast e de ol hos aber t os na t er r a dos cegos,
par a l hes pr ocl amar o vosso or cul o? Levai - me de novo est a agudeza de
vi st a, que me enche de t r i st eza! Ti r ai - me dos ol hos est a l uz cr uel !
Rest i t u - me a ceguei r a as bem- avent ur adas t r evas dos meus ol hos; l evai -
me, l evai - me est e dom f at al ! " Tal vez no dei xe de ser nat ur al est e
sent i ment o nas pr i mei r as et apas da Senda; cont udo, a vi so super i or e
conheci ment os mai s pr of undos t r ar o ao est udant e a per f ei t a cer t eza de
que t odas as coi sas cooper am j unt as par a o bem f i nal de t odos, poi s: De
hor a em hor a, qual desabr ochar - se de uma f l or , a ver dade e sempr e a
ver dade se r evel ar ; que pode o sol empal i decer e as est r el as apagar - se,
mas a LEI DO BEM per manecer . El a r ef ul ge em espl endor e cr esce em
i nf l unci a, segundo se expande o l ent o t r abal ho da Nat ur eza, desde os
mi nscul os zof i t os at os SERES excel sos, ao l ongo de mi l hes e mi l hes
de scul os.
C. W. Leadbeat er - O PLANO ASTRAL
FI M
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