Estudo Sobre Idolatria
Estudo Sobre Idolatria
Estudo Sobre Idolatria
Esse termo refere-se adorao ou venerao aos dolos ou imagens, quando usado em seu sentido primrio. Porm, em um sentido mais lato, pode indicar a venerao ou adorao a qualquer objeto, pessoa, instituio, ambio etc, que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos. Assim, idolatria consiste na adorao a algum falso deus, ou a prestao de honras divinas ao mesmo. Esse deus falso pode ser representado por algum objeto ou imagem. A idolatria m porque seus devotos, em vez de depositarem sua confiana em Deus, depositam-na em algum objeto, de onde no pode provir o bem desejado; e, em vez de se submeterem a Deus, em algum sentido submetem-se valores representados por aquela imagem. Na idolatria h certos elementos da criao usurpadores da posio cabvel somente a Deus. Podemos fazer da autoglorificao um dolo, como tambm das honrarias, do dinheiro, das altas posies sociais (Gol 3.5). Praticamente, tudo quanto se torne excessivamente importante em nossa vida pode tomar-se num dolo para ns. A idolatria no requer a existncia de qualquer objeto fsico. Se algum adora a um deus falso, sem transformar esse deus em alguma imagem, ainda assim culpado de idolatria, porquanto fez de um conceito uma falsa divindade. Nesse caso h diferena entre dolo e imagem. Deus condenou os dolos (Ex 32; Lv 26.1; II Rs 21.11; Si 115.3-9; 135.15-18; Is 2.18; At 15.20;21.25; II Co 6:16), e tambm condenou as imagens para adorao (Ex 20.1-6, Nm 33.52; Lv 26.1; Dt 27.15; Is 41.29; Ez 8.942). Era expressamente proibido ao povo de Israel fabricar imagens esculpidas ou fundidas para adorao. (ver Ex 20.4; Dt 5.8). Imagens ou representaes de deuses imaginrios eram feitas em materiais como pedra, madeira, pedras preciosas, argila, mrmore etc. A lei mosaica proibia tal ao (Ex 34.17; Lv 19). Os profetas condenaram a prtica, juntamente com qualquer forma de idolatria (Is 30.22; Qs.13.2; Hc 2.18). Essa legislao, como obvio impedia que Israel se tornasse uma nao que cultivasse as artes plsticas, embora, estritamente falando, estas no fossem proibidas por lei. Tais leis no se aplicam s artes enquanto os produtos dessa atividade no forem venerados ou adoradas. Ainda, sobre a imagem, h de se entender que em Ex 25.18-22, 37.7-9, Deus ordenou que se fizesse como ornamento e representao algumas figuras, mas no para adorao ou culto, e nem para olhar para elas e homenagear ou admirar seus feitos poderosos. Trata-se de figuras de ornamento artstico e no objetos de culto ou adorao. Sobre a serpente de bronze, no hebraico nachasb necbosbetb, a expresso empregada exclusivamente em II Reis 18.4 para denotar a serpente feita de bronze; ou melhor, de cobre, por Moiss (Nm 21.4.9). O motivo para a fabricao da serpente de bronze foi o incidente no qual os israelitas se queixaram diante de Moiss do tratamento imposto por Deus. O povo de Israel, evidentemente, sem se importar muito diante das suas anteriores tragdias, queixou-se de que es tava recebendo uma alimentao inadequada. E Deus os castigou com as serpentes venenosas, que j haviam matado a muitos israelitas. Quando o povo se arrependeu, Deus ordenou a Moiss fazer uma serpente de bronze. Aos israelitas foi prometido: todo aquele que tivesse sido picado por uma serpente e contemplasse a serpente de bronze, movido pela f, seria curado da picada da serpente e no morreria. Isso no culto a serpente, nem venerao e nem adorao, e evidentemente Deus jamais admitiria. Prova disso foi que, posteriormente, indivduos idlatras e supersticiosos entre os israelitas comearam a adorar a serpente de bronze, quando, nos dias do rei Ezequias, essa figura de bronze foi destruda, por haver-se tornado um objeto idlatra (II Rs 18.4). Ezequias a chamou de Neust (pedao de bronze), dando a entender que a tal serpente era metal e nada mais. O fato do prprio Senhor Jesus comparar a sua morte na cruz ao levantamento da serpente de metal no deserto, por Moiss, no significa idolatria ou justificativa para colocar objetos ou imagens para venerao ou adorao, j que o uso aqui figurado. Assim, como tantos foram curados de seu envenenamento fsico, assim tambm, em Jesus Cristo, aqueles que olharem para ele, impelidos pela f, so salvos das eternas conseqncias do pecado e da morte . Assim em Joo 3.14, nas palavras de Jesus, a serpente de metal torna-se um smbolo de Cristo como nosso Remidor, portanto, ao ser levantado (o que sucedeu na cruz, no caso de Jesus), ele atrairia todos os homens a si (Jo 12.32), e a redeno por ele preparada prov cura para o pecado e para a morte espiritual. Usualmente, a serpente serve de smbolo do mal, representando o prprio Satans; e essa circunstncia se tornou bom smbolo da condio de perdio dos homens, cujas almas, por estarem alienadas de Deus, esto enfermas at morte. As novidades da serpente permeiam, como seu veneno, o arcabouo inteiro de suas vtimas, e outro tanto sucede no caso do pecado, que entremecia a personalidade humana. No tempo de Moiss, a serpente de metal foi dependurada em um poste a fim de mostrar aos israelitas que, embora o pecado houvesse atrado o julgamento, todavia lhes era oferecida a cura, cura essa verdadeiramente eficaz. Na cruz, embora no houvesse iniqidade alguma em Cristo, Jesus se fez pecado por ns, e na cruz foi que ele derrotou o inimigo, e fez dele um espetculo pblico, o que nos ensina Paulo em Colossences 2.14-15. H tambm casos de ornamentao do templo de Deus ricamente construdo por Salomo, como 1 Rs 6.17-36; II Cr 3.5-17; 4.122, ou, ainda, a profecia da restaurao do templo (Ez 41.17-26). Porm, todos esses objetos e imagens no eram para invocao, intercesso, ou para adorao, mas apenas ornamentao. Assim, um dolo representa alguma divindade, ou ento aceito como se tivesse qualidades divinas por si mesmo. Em qualquer desses casos, aquele objeto recebe adorao. Contudo, possvel haver imagem, sem que seja adorada, como no caso dos querubins que havia no templo de Jerusalm. Sem dvida, esses querubins no eram adorados, nem eram padroeiros dos hebreus, nem intercediam por eles, nem eram recordaes de pessoas que eles ama-varri, formando assim exceo acerca da
proibio de imagens. Urna imagem tambm pode ser um amuleto que concebido como dotado de alguma forma de poder de proteger, de ajudar, ou de permitir alguma realizao. E, naturalmente, possvel a posse de uma imagem esculpida ou pintada, representando algum santo ou heri, religioso ou no, sem que a mesma seja adorada, por ser apenas um lembrete de que se deveria emular as qualidade morais e espirituais de tal pessoa. Por outro lado, quando tais imagens so veneradas, provvel que, na maioria dos casos, esteja sendo praticada a idolatria. As esttuas dos heris no Brasil so comuns, mas nunca veneradas como deuses ou com poderes divinos, nem se faz elaboradas cerimnias ou procisses com elas. Eles so relembrados como grandes mestres, cidados, lderes, e suas imagens so apenas memoriais desses fatos. O catolicismo romano cr na intercesso feita por aquele santo, representado na imagem, pensa que o esprito daquele santo pode ajudar, proteger, guardar etc, da que todo tipo de objeto e representao material daquele santo passa a ser venerado, cultuado, adorado, e isso idolatria. Alm disso, as imagens desses santos so veneradas ou adoradas mediante alguma forma de cerimnia, que, supostamente, lhes transmitem a honra e reverncia do povo. Ora, se as imagens so apenas recordaes dos flC)5505 irmos de f, ento porque se presta consagrao, procisso, oferecimento de flores de beijos e curvam-se diante delas? Por que se ora a elas, faz-se pedidos, poesias e cnticos? Ora, se ajoelhar diante de uma imagem, orar olhando para ela, toc-la, beij-la, curvar-se diante dela, fazer oferendas, fazer procisso e elaboradas cerimnias, e se isso no for adorao, e conseqentemente idolatria, ento fica difcil definir o que adorao e o que idolatria. Assim sendo, a declarao catlica romana de que a honra devolvida nas santas imagens uma venerao respeitosa, no uma adorao, parece mais com uma charada teolgica. A Igreja Romana tem ensinado h sculos que os santos e Maria intercedem pelos fiis; ora, se eles esto mortos e seus espritos so invocados, isso invocao de pessoas que j morreram e isso pecado (Is 8.19). E essa prtica, parece mais com o espiritismo do que com o cristianismo. Alm do mais, h um s mediador ou intercessor entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem (1 Tm 2.5). Os catlicos romanos insistem em dizer que no adoram nenhuma imagem, nenhum objeto e nenhuma pessoa humana, mas s a Deus porm, na prtica no isso que se verifica. Os intelectuais romanistas, tal como seus colegas budistas, dizem que as imagens de escultura so apenas memrias de qualidades dignas de emulao, de santos ou heris espirituais, o que, presumivelmente, ajudaria os religiosos sinceros a copiarem tais virtudes. Entretanto, o povo comum no sofisticado o bastante para separar a imagem da adorao, autntica distino entre a adorao e venerao. O resultado disso que a idolatria tornou-se muito comum na Igreja Catlica, tanto no Oriente como no Ocidente. Para a teologia catlica, a imagem seria apenas um memorial de alguma verdade ou pessoa espiritual; e a venerao assim prestada seria dirigida quela verdade ou pessoa, e no imagem propriamente dita. Entretanto, popularmente, as pessoas realmente veneram s prprias imagens, e a cuidadosa distino entre adorao e venerao forada ao mximo, para dizermos o mnimo. Na verdade, a venerao de imagens, nas igrejas do Ocidente e do Oriente, que foi to vigorosa e corretamente repelida pelo Reforma Protestante, precisamente aquilo que os judeus e os islamitas diziam idolatria. Esse um dos maiores escndalos da cristandade. Telogos catlicos romanos tm chegado ao extremo de afirmar que os objetos materiais assemelham-se a entidades dotadas de esprito, capazes de atuar como pontes de ligao entre o que material e o que espiritual. Assim, no se trata apenas da imagem em si, mas o que est por detrs delas. Se os que morreram no podem interceder pelos que esto vivos, e nem voltar para a terra (Lc 16.19-31; 1 Tm 2.5; Hb 9.27), como fica a situao dos romanistas que pedem ajuda, proteo e mediao aos santos e Maria? No estariam eles invocando espritos? Se os mortos em Cristo esto com Cristo, e os que morreram em pecado esto no Hades, quem pode responder essas invocaes e oraes? No seriam os espritos deste mundo, conforme nos escreve o apstolo Paulo em 1 Co 8.4-6 e 1 Co 10.14-24? E inevitvel, proporo do crescimento espiritual dos homens, (orao e estudo da palavra de Deus), que sua abordagem pessoa de Deus torne-se cada vez mais mstica e cada vez menos materialista. Os ritos vo perdendo mais e mais a sua importncia, e as imagens terminam por ser abertamente rejeitadas. E, quando se obtm o contato direto com o Esprito Santo de Deus, de tal modo que se estabelece uma comunho viva entre o Esprito de Deus e o esprito humano, ento os homens no mais sentem qualquer necessidade de agncia intermediria. Mesmo no tendo acontecido isso no caso dos catlicos romanos e outros, aps tantos sculos de existncia da Igreja Romana, somente demonstra o fato de que os homens, a despeito de tantas vantagens, no tm progredido muito em sua espiritualidade. Assim, por trs do ensinamento romanista de que, a honra devolvida nas santas imagens uma venerao respeitosa, est a inteno de se ver protegido, guardado, ou que o santo representado na imagem venha interceder pelo pedinte, e isso pecado de idolatria, e de feitiaria, pois o esprito do morto no deve ser invocado pelos vivos (1 Tm 2.5; Is 8.19). Filhinbos, guardai-vos dos dolos. Amm. (1 Jo 5.21).