Plano Do Sistema de Gestão Integrada de Segurança
Plano Do Sistema de Gestão Integrada de Segurança
Plano Do Sistema de Gestão Integrada de Segurança
Osvaldo Alencar Billig Administrador Universidade de Passo Fundo-RS Mestrando em Engenharia de Produo e Sistemas Unisinos [email protected] Srgio Paulo Camilato Contador Faculdade Moraes Junior-RJ Mestrando em Engenharia de Produo e Sistemas Unisinos [email protected] Sistema de Gesto da Qualidade PPG Engenharia de Produo e Sistemas UNISINOS
RESUMO
Este artigo tem o objetivo de apresentar um sistema de gesto integrada de qualidade, segurana, meio-ambiente e sade QSMS, aplicado em uma organizao do ramo petrolfero, em conformidade com os requisitos das normas NBR ISO 9001:2000, NBR ISO 14001:2004 e BSI OHSAS 18001:1999. Como vantagens competitivas podem ser destacadas a oportunidade de manter-se em um mercado altamente competitivo, que cada vez mais exige a responsabilidade com o meio ambiente e com o seu entorno, responsabilidade com o bem estar de toda a sua fora de trabalho, certificao da qualidade dos produtos por ela comercializados e os seus colaboradores, bem como o acesso s fontes de financiamentos diferenciadas
ABSTRACT
This article aims to provide a system of integrated management of quality, safety, environment and health - QSMS, applied to an organization of the oil industry, in accordance with the requirements of ISO 9001:2000 standards NBR, NBR ISO 14001: BSI 2004 and OHSAS18001:1999. How competitive advantages can be highlighted the opportunity to remain in a highly competitive market, which increasingly requires the responsibility to the environment and its surroundings, responsibility with the welfare of its entire workforce, certification of quality of products it marketed and their collaborators as well as access to sources of funding differentiated. To achieve this goal, it is critical that all employees, own and outsourced, which corresponds to the entire workforce, understand and have the quality to the security industry, with their health, their families and have a concern and are concerned with the quality of the environment. Key-words: Quality, Safety, Half-Environment, Health.
1. INTRODUO Com o avano tecnolgico, o crescimento mundial desenfreado e o aumento da perspectiva de vida do ser humano, o conceito de desenvolvimento industrial mudou. Esta mudana tem exigido que a direo das empresas amplie a gesto sobre os seus negcios, no focando somente o produto, mas atentando para os seus colaboradores, para a sua sade fsica e proporcionando condies de trabalho em ambiente seguro. As prticas difundidas na empresa, alm de proporcionar um ambiente de trabalho melhor, tem o objetivo de serem absorvidas pelas pessoas, para serem praticadas, tambm, fora do local de trabalho, quer sejam por empregados prprios ou terceirizados, proporcionando o bem estar da famlia e, enfim, multiplicando-se para toda a sociedade. A preocupao das organizaes com o meio-ambiente, com uma maior e crescente conscientizao das pessoas e toda a sociedade, tem levado as empresas a adotar uma atitude pr-ativa ou compulsria, com o objetivo de realizar investimentos, visando compensar e minimizar o impacto causado no meio ambiente, na execuo das suas atividades operacionais. Esta tem sido a prtica adotada pela Fundao Estadual de Proteo Ambiental Henrique Luis Roessler (FEPAM) nas autorizaes para projetos que se relacionem com o meio ambiente, no estado do Rio Grande do Sul. A qualidade dos produtos comercializados, certificados pelas normas reguladoras proporcionam para as empresas oportunidades de atuarem em mercados extremamente competitivos, dinmicos e cada vez com maior grau de exigncia, proporcionando uma vantagem competitiva em relao aos novos entrantes do setor, alm de permitir a manuteno no altamente competitivo mercado internacional. Outra vantagem competitiva para as organizaes que os mercados financeiros mundiais oferecem melhores condies e taxas quando a organizao candidata a obteno de financiamentos adota prticas e participe de projetos que visam minimizar o impacto ao meio ambiente, de tal relevncia que, mesmo tendo solidez financeira, o financiamento no autorizado se no for comprovada a participao da organizao nestes projetos.
A gesto isolada dos sistemas de Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade, podem significar uma srie de desvantagens para a organizao nos mais variados nveis, podendo dar origem a um sistema de gesto demasiado complexo, confuso. Alm destes aspectos a manuteno isolada dos sistemas, representa custo, alocao de pessoal para atender os requisitos de cada sistema. Um sistema integrando a Gesto da Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade, uma vez implantado corretamente, minimiza e aperfeioa os processos e os componentes dos vrios sistemas, criando um nico sistema de gesto, centrando as atenes para um conjunto nico de procedimentos, que associam as reas de interesse. A empresa analisada est situada na cidade de Canoas, Estado do Rio Grande do Sul e desempenha atividades de refino de derivados de petrleo e foi desenvolvida e definida a Poltica do Sistema de Gesto Integrado de Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade (QSMS), visando fornecer aos clientes da organizao produtos e servios de qualidade, buscando a sua satisfao, atuando sempre de modo seguro, saudvel e com responsabilidade ambiente. A empresa declara que a sua Misso Fornecer produtos e servios na indstria do refino do petrleo e de energia, atuando de forma rentvel, sendo reconhecida pela qualidade, segurana e preservao do meio ambiente. Para subsidiar o cumprimento da sua Misso foram pautados os seguintes princpios: 1. A gerncia responsvel direta pela Qualidade, Segurana, Meio Ambiente e Sade QSMS. 2. Todos os acidentes e incidentes e no-conformidades so evitveis. 3. Todos na REFAP se comprometem a atender a legislao, as normas e os padres de Qualidade, Segurana, Meio Ambiente e Sade. 4. As auditorias e as aes preventivas, a investigao de todas as anomalias e o comprometimento com a melhoria contnua dos processos, fundamental para a anlise crtica e o aprimoramento do Sistema de Gesto Integrada de QSMS. 5. A gerncia responsvel por conhecer todos os aspectos de QSMS no ambiente de trabalho. 6. A comunicao interna e externa com os clientes e demais partes interessadas e o treinamento e a capacitao dos trabalhadores so fundamentais para o sucesso em QSMS. 7. Trabalhar conforme os padres de QSMS condio de empregabilidade. 8. As pessoas so fatores crticos para o sucesso em QSMS. 9. A satisfao dos clientes, o desenvolvimento sustentvel e preveno da poluio, atravs do uso racional de recursos naturais e otimizao do controle de resduos slidos, efluentes lquidos e emisses atmosfricas, so os focos de gerenciamento responsvel na REFAP. 10. Estes princpios so tambm aplicados nas atividades fora do trabalho. O QSMS busca garantir a eficcia da organizao, com reduo simultnea dos riscos associados sua atividade e reduo dos respectivos impactos ambientais. Para a organizao, qualidade a capacidade de um conjunto completo de caractersticas inerentes do produto, sistema ou processo em atender aos requisitos do cliente e outras partes interessadas, com as caractersticas fsicas (focando a densidade, viscosidade dos produtos); sensoriais (focando o cheiro e aspecto); comportamentais (focando, dentre outros, cortesia, honestidade); temporais (focando, dentre outros, pontualidade, disponibilidade); ergonmicas e funcionais. Assim, espera-se que a integrao da gesto de QSMS, proporcione: Processos de QSMS integrados; Uma nica poltica de QSMS;
Auditorias internas e externas integradas de QSMS; Documentao otimizada para QSMS; Anlise crtica integrada de QSMS; Definio dos objetivos de QSMS.
Ao implantar a gesto integrada de QSMS, a organizao tem os seguintes objetivos: Aumentar a satisfao das partes interessadas; Aumentar a capacidade de fornecer produtos que atendam aos requisitos dos clientes; Eliminar e reduzir riscos sade e segurana; Eliminar ou reduzir impactos ambientais. A fim de garantir os resultados do cumprimento dos objetivos traados, a organizao desenvolveu um sistema de acompanhamento e medio de um conjunto de indicadores, dentre os quais, destacamos: CPED - Cumprimento do prazo de entrega de Derivados IAS - ndice de Atos Seguros IEA - ndice de Emisses Atmosfricas IEH - ndice de Efluentes Hdricos ndice de Resduos ISC - ndice de Satisfao dos Clientes ISE - ndice de Satisfao dos Empregados Lucro Lquido Mdia Impressa Realizao PCMSO TFCA - Taxa de Freqncia de Acidentes
2 MTODO DE PESQUISA Por se tratar de uma averiguao dos propsitos conceituais das ferramentas de Qualidade evidenciados pela organizao, a preocupao com o Meio-Ambiente, o bem-estar dos seus colaboradores, que a pesquisa descrita neste artigo teve como objetivo principal analisar a aplicabilidade dos processos de gesto integrado da Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade. A tcnica de pesquisa foi o estudo de caso exploratrio. O mtodo de trabalho foi centrado em entrevistas com os gestores de cada processo, buscando-se conhecer as condies e exigncias da organizao, bem como as suas estratgias de mercado e competio, alm da coleta dos dados histricos, a criao e a evoluo do sistema integrado ora analisado. Vale ressaltar que a anlise se limita ao material analisado, como, por exemplo, a divulgao para toda a fora de trabalho, disponvel na intranet da empresa, bem como no Manual do Sistema de Gesto de Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade, que editado no sistema corporativo para controle de documentao, em que esto definidos: o rgo aprovador, que a presidncia da empresa; o rgo gestor, que a gerncia de controle e gesto. Neste sistema tambm definido e controlado os prazos para revises e listas de distribuio. Assim o presente trabalho no foi comparado com outras aplicaes realizadas em outras empresas, que integraram os sistemas de Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade.
3 REFERENCIAL TERICO 3.1 Sistemas de Gesto FROSINI & CARVALHO (1995) conceitua um sistema de gesto como o conjunto de pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nvel de complexidade, cujos componentes associados interagem de uma maneira organizada para realizar uma tarefa especfica e atingem ou mantm um dado resultado. No conceito de CHIAVENATO (2000), o sistema um conjunto de elementos interdependentes, cujo resultado final maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam caso operassem de maneira isolada. Analisando-se sob o aspecto empresarial, os objetivos de um sistema de gesto so o de aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente nos produtos ou servios oferecidos, o sucesso no segmento de mercado ocupado (atravs da melhoria contnua dos resultados operacionais), a satisfao dos funcionrios com a organizao e da prpria sociedade com a contribuio social da empresa e o respeito ao meio ambiente VITERBO, (1998). Para que tais objetivos sejam alcanados, importante a adoo de um mtodo de anlise e soluo de problemas, para estabelecer um controle de cada ao. H diversos mtodos sendo utilizados atualmente. A maioria deles est baseada no mtodo PDCA Plan, Do, Check, Act, que se constitui em um referencial terico bsico para diversos sistemas de gesto. A figura 1 apresenta o processo do ciclo do PDCA, onde assim est disposto: Planejar (P - Plan) - Estabelecer objetivos e processos; Fazer (D - Do) - Implementar os processos; Verificar (C Check) - Monitorar / Medir Processos e produtos (requisitos produtos); Agir (A Act) - Agir para melhorar continuamente o desempenho dos processos.
Figura 1: Esquema geral do ciclo PDCA Fonte: DEMING (1990) 3.2 Sistemas de Gesto da Qualidade
3.2.1 Conceituao de qualidade A preocupao com a qualidade de bens e servios no recente, segundo OLIVEIRA (2004), o Cdigo de Hamurabi em 2.150 a.C., j era ntido a percepo com a durabilidade e funcionalidade das moradias, tanto que o responsvel pela obra seria sacrificado caso ocorresse desabamentos. Para CARVALHO & PALADIN (2005), a necessidade da busca pela qualidade dos artesos em tempos remotos, estava centrada no foco do controle da qualidade era o produto e no os processos. A preocupao com a qualidade, no sentido mais amplo da palavra, comeou com Walter. A. Shewhart, estatstico norte-americano que, j na dcada de 20, tinha um grande questionamento com a qualidade e com a variabilidade encontrada na produo de bens e servios. CARVALHO & PALADIN (2005), relatam que Shewhart props o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action), mtodo essencial da gesto da qualidade, que melhorado e difundido em conjunto com W. Edwards Deming. No entendimento de OLIVEIRA (2004), a evoluo da qualidade passou por trs fases marcantes, que so elas: Era da inspeo, a era do controle estatstico e por ltimo a era da qualidade total. Qualidade, enquanto conceito, um valor conhecido por todos e, no entanto, definido de forma diferenciada por diferentes grupos ou camadas da sociedade, ou seja, de carter espontneo e intrnseco a qualquer situao MARSHALL (2006). Nos relatos do mesmo autor, a percepo dos indivduos diferente em relao aos mesmos produtos ou servios, em funo de suas necessidades, experincias e expectativas. Da gesto da qualidade total depende a sobrevivncia das organizaes que precisam garantir aos seus clientes a total satisfao com os bens e servios produzidos, contendo caractersticas intrnsecas de qualidade, a preos que os clientes possam pagar, e entregues dentro do prazo esperado. Para PALADIN (2004), o pice da Gesto da Qualidade tem como indicativos claros dos resultados atravs do grau de fidelidade do consumidor e a possibilidade de transformas clientes em consumidores. Sendo que fundamental atender e, preferencialmente, exceder s expectativas dos clientes. A obteno da qualidade total parte de ouvir e entender o que o cliente realmente deseja e necessita, para que o bem ou servio possa ser concebido, realizado e prestado com excelncia. A escolha de um sistema de gesto de qualidade para a criao de um Programa Setorial da Qualidade deve levar em conta duas perspectivas principais: a estratgia da empresa e as competncias para a melhoria contnua. IKEDA & PIOVEZAN (2006). Na perspectiva de BESSANT et al. (2001), exige que se desenvolvam competncias para a melhoria contnua e gerenciar esse processo efetivamente depende em ver a melhoria contnua no como um estado binrio ou uma atividade de curto prazo, mas a evoluo e a agregao de um conjunto de rotinas comportamentais bsicas dentro da empresa. 3.2.2 Certificaes de conformidade ISO 9001 A ISO a organizao com a mais vasta representatividade na emisso de normas internacionais de mbito global, alcanando hoje 148 pases. Foi criada oficialmente no dia 23 de fevereiro de 1947 com o objetivo de facilitar a coordenao internacional e a unificao de padres tcnicos, porm atualmente est ligada tambm normalizao de padres de gesto, com alta repercusso econmica e social, tendo impacto no somente no setor de produo de bens tangveis, mas tambm na rea de servios, contribuindo para a sociedade como um todo, principalmente nos aspectos de segurana e atendimento s exigncias legais.
Conforme FROSINI & CARVALHO (1995), ISO no uma sigla, e sim um nome. Como International Organization for Standardization pode ser abreviada de diversas formas, em diversos idiomas (OIN em portugus, IOS em ingls, OIN em francs etc.), optou se por utilizar uma palavra curta e simples, derivada do grego isos, que independente do idioma poderia preservar seu significado (International Organization for Standardization ). A ISO 9001 um conjunto de requisitos que tem como objetivo orientar as empresas no sistema de gesto da qualidade, com o objetivo de satisfazer os clientes, buscar a melhoria contnua e assegurar a competitividade da empresa. Esta norma pode ser aplicada a qualquer tipo e porte de empresa. A NBR ISO 9001 no especifica requisitos para bens ou servios os quais sero comprados. Cabe a empresa definir, tornando claras as suas prprias necessidades e expectativas para o produto. Sua especificao pode se dar atravs da referncia a uma norma ou regulamento, ou mesmo a um catlogo, bem como a anexao de um projeto, folha de dados, etc. 3.3 Sistema de Gesto Ambiental SGA esse item pode ser reduzido O Sistema de Gesto Ambiental consiste em um conjunto de atividades planejadas, formalmente, que a empresa realiza para gerir ou administrar sua relao com o meio ambiente. a forma pela qual a empresa se mobiliza, interna e externamente, para atingir e demonstrar um desempenho ambiental correto, controlando os impactos de suas atividades, produtos e servios no meio ambiente. A figura 2 representa os elementos pertinentes do Sistema de Gesto Ambiental, na melhor ordem cronolgica.
Melhoria contnua
Poltica Ambiental
Figura 2: Elementos de um Sistema de Gesto Ambiental Fonte: ABNT / ISO (1996) 3.3.1 Poltica ambiental da organizao A poltica ambiental uma declarao da empresa e o seu "termo de compromisso ambiental". O compromisso ambiental da empresa deve ser adequado ao seu porte, natureza de suas atividades, s tendncias ambientais do mercado em que atua, alm de levar em conta as caractersticas especficas da sua regio. A Poltica Ambiental dever atender s seguintes exigncias:
Ter compromisso com a melhoria contnua; Explicitar compromisso com o atendimento aos requisitos legais; Ser documentada e comunicada a todos; Ser compatvel com outras polticas e normas internas (qualidade, sade do trabalhador e segurana); Incluir um compromisso com a preveno da poluio; Revista ao final de cada ciclo; Imutvel dentro do ciclo. 3.3.2 Planejamento O planejamento um conjunto de etapas importantes para a implementao, operao e manuteno do SGA na empresa, que visa atingir os objetivos e as metas definidas na poltica ambiental. Deve conter, no mnimo, os seguintes itens: Identificao dos aspectos ambientais da empresa; Identificao dos requisitos legais corporativos; Estabelecimento de indicadores internos de desempenho ambiental; Estabelecimento de objetivos e metas alinhados com o compromisso ambiental; Elaborao de planos e programas de gesto para o cumprimento dos objetivos e metas estabelecidos. Para identificao dos aspectos ambientais, levam-se em considerao todas as atividades e tarefas do processo produtivo, incluindo todas as entradas e sadas do processo produtivo. Logo a seguir, devem-se identificar aspectos ambientais associados s atividades: Emisses atmosfricas; Efluentes lquidos; Resduos; Contaminao da terra; Impacto nas comunidades; Uso de matria-prima e de recursos naturais; Outras emisses ambientais. 3.3.3 Implementao e operao a implementao do programa de gesto ambiental e de todas as atividades necessrias para garantir que os objetivos ambientais da empresa sejam atingidos, devendo garantir principalmente: Estrutura e Responsabilidades - A definio das pessoas sejam responsveis pelos objetivos ambientais (QUEM do item planejamento), que tenham a autoridade e os recursos necessrios para a realizao das suas atividades (O QUE PRECISO do item planejamento); Treinamento, Conscientizao e Competncias - Que todas as pessoas que executam tarefas que podem criar impactos ambientais sejam treinadas sobre a importncia e operao do SGA, sobre os impactos ambientais que suas tarefas podem causar, ao meio ambiente e como agir em situaes de emergncias, evitando prejuzos ao meio ambiente; Comunicao - Uma boa comunicao dentro da empresa sobre o SGA; Documentao - Que todas as informaes sobre do SGA estejam documentadas; Controle de Documentos - Que os documentos sejam elaborados, aprovados e alterados por pessoas com conhecimento e autoridade, no podendo existir documentos desatualizados na empresa e todas as pessoas devem ter acesso aos documentos necessrios para a execuo de suas tarefas;
Controle Operacional - Que todas as atividades, operaes e processos que possam causar impactos ambientais, estejam identificados junto com os parmetros (valores) aceitveis de trabalho, devendo ser constantemente controlados, ou seja, supervisionados; Preparao e atendimento a emergncias - Que todas as aes para atender a acidentes e emergncias, com impactos no meio ambiente, j estejam planejadas, padronizadas e documentadas em procedimentos. 3.3.4 Monitoramento e aes corretivas Monitoramento e Medio - A empresa deve monitorar e medir, com instrumentos calibrados, todas as caractersticas das operaes e atividades que possam causar impactos ambientais, devendo sempre, as medies serem registradas e, constantemente, comparadas com a legislao ambiental No conformidade e aes corretivas e preventivas - Toda vez que se identificar algum problema nas atividades que podem causar impactos ambientais, deve-se: a. Adotar medidas para amenizar qualquer prejuzo ao meio ambiente; b. Tomar aes corretivas para eliminar as causas do problema; c. Aes preventivas para evitar que o mesmo problema se repita. Auditoria Ambiental - Periodicamente, a empresa deve realizar auditorias internas do SGA, para verificar se o que foi planejado e implementado est de acordo com os requisitos da norma ISO 14.001 e se realmente est sendo cumprido. Os resultados das auditorias ambientais so informaes importantes, para que a administrao da empresa possa realizar a anlise crtica do SGA. 3.3.5 Anlise crtica pela administrao Periodicamente, a administrao da empresa deve realizar uma anlise crtica do SGA para verificar se ele est adequado s caractersticas da empresa e se est tudo funcionando como foi planejado. atravs das anlises crticas que a administrao garante que o SGA estar sempre sendo melhorado. 3.3.6 Melhoria contnua A empresa deve estar sempre melhorando seu desempenho ambiental, ou seja, diminuindo os impactos negativos que causa ao meio ambiente e, consequentemente, sociedade. 3.4 Sistemas de Gesto da Segurana e Sade Ocupacional 3.4.1 Aspectos Conceituais de Sade e Segurana do Trabalho Acidente do trabalho conceituado como: O que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause morte, a perda ou a reduo da capacidade para o trabalho permanente ou temporria, ou Acidentes tpicos, decorrentes da caracterstica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado, acidentes de trajeto, quando ocorridos no trajeto entre a residncia e o local de trabalho e viceversa e doenas profissionais, que so as desencadeadas pelo exerccio de trabalho peculiar a determinada atividade, de acordo com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) (1991). Os riscos ou agentes ambientais constituem um captulo importante de acidentes e doenas do trabalho. Esto includos nas condies inseguras e definido na NR n 9 Portaria 3214/78 Ministrio do Trabalho e Emprego. So estudados no ambiente interno do trabalho. So eles: agentes fsicos, qumicos e biolgicos. Os riscos mecnicos (ou riscos de acidentes) e
ergonmicos no so descritos na NR 9, mas so agentes que tambm podem causar acidentes e doenas. 3.4.2 Certificaes da Srie de Avaliao da Segurana e Sade Ocupacional - OHSAS 18001 Especificao para Sistemas de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho: (sigla significa Occupational Health and Safety Assessment Series) uma especificao que tem como objetivo fornecer s organizaes os elementos de um Sistema de Gesto da Segurana e Sade no Trabalho (SST) eficaz, passvel de integrao com outros sistemas de gesto (qualidade e meio ambiente, principalmente), de forma a auxili-las a alcanar seus objetivos de segurana e sade ocupacional. Esta especificao define os requisitos de um Sistema de Gesto da SST, tendo sido redigida de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de empresas, e para adequar-se diferentes condies geogrficas, culturais e sociais. Ela no prescreve critrios especficos de desempenho da Segurana e Sade Ocupacional, nem fornece especificaes detalhadas para o projeto de um sistema de gesto. o documento que a acompanha OHSAS 18002. A especificao OHSAS ser analisada criticamente ou revisada quando for considerado apropriado. As anlises crticas sero realizadas quando forem publicadas novas edies da ISO 9001 ou da ISO 14001, para assegurar a continuidade da compatibilidade. Termos e definies: Para os propsitos desta especificao da OHSAS, aplicam-se os seguintes termos e definies. Acidente: evento indesejvel que resulta em morte, doena, leso, dano ou outra perda. Auditoria: exame sistemtico para determinar se as atividades e os resultados relacionados esto conforme as disposies planejadas e tambm se estas disposies esto implementadas efetivamente e so adequados para atender a poltica e os objetivos da organizao. Melhoria contnua: processo de aperfeioamento do sistema de gesto de SSO, para alcanar a melhoria de segurana e sade ocupacional como um todo, em acordo com a poltica de SSO da organizao. Perigo: fonte ou situao com o potencial de danos em termos de leso, doena, dano propriedade, prejuzo ao ambiente de trabalho, ou a combinao desses. Identificao de perigo: processo de reconhecimento que um perigo existe e de definio de suas caractersticas. Incidente: evento que acarretou em acidente ou tinha o potencial de levar a um acidente. Partes interessadas: indivduo ou grupo preocupado com, ou afetados pelo, desempenho de SSO de uma organizao. No-conformidades: qualquer desvio em relao s normas de trabalho, prticas, procedimentos regulamentos, desempenho do sistema de gesto etc. que poderiam direta ou indiretamente levar a leso ou doenas, dano a propriedade, danos ao ambiente de trabalho, ou a combinao destes. Objetivos: metas, em termos de desenvolvimento de SSO, que uma organizao estabelece para ela atingir. Segurana e Sade Ocupacional: condies e fatores que afetam o bem estar dos empregados, trabalhadores temporrios, pessoal contratado, visitantes e qualquer outra pessoa no local de trabalho. Sistema de gesto de SSO: parte de um sistema de gesto que facilita o gerenciamento dos riscos de SSO associados aos negcios da organizao. Isto inclui a estrutura de organizacional, planejamento das atividades, responsabilidades, prticas, procedimentos,
processos e recursos para desenvolv-lo, implementar, alcanar, analisar criticamente e manter a poltica de SSO da organizao Organizao: companhia, operao, firma, empresa, instituio ou associao, ou parte destas, incorporadas ou no, pblica ou privada, que tem suas prprias funes e administrao. Desempenho: resultados mensurveis do sistema de gesto de SSO, relacionados com o controle da sade e dos riscos da organizao, com base em sua poltica e objetivos de SSO. Riscos: combinao da probabilidade e conseqncia(s) de um determinado evento perigoso. Avaliao de riscos: todo processo de estimativa da magnitude dos riscos e deciso se os mesmos so ou no tolerveis.
Melhoria contnua
Planejamento
Verificao e ao corretiva
Implementa o e operao
Figura 3: Elementos da gesto bem-sucedida da SSO Fonte: BSI (1999) 3.5 Sistemas de Gesto Integrada Sistema de Gesto Integrada - (SGI) pode ser definido como a combinao de processos, procedimentos e prticas utilizados em uma organizao para implementar suas polticas de gesto e que pode ser mais eficiente na consecuo dos objetivos oriundos delas do que quando h diversos sistemas individuais se sobrepondo DE CICCO (2004). O SGI visa unir o atendimento s normas de forma simultnea para os pontos comuns, como, por exemplo, no processo de aquisio deve ser verificado tanto as especificaes tcnicas, como as especificaes ambientais e de sade e segurana no trabalho. E incluir os valores no contemplados em alguma norma de forma que sejam visto como um s processo de garantia de qualidade. Sendo que conceito de qualidade desta forma se amplia, pois o cliente no leva somente em conta as caractersticas do produto ou servio, mesmo que esse j contemple um valor agregado. Ele tambm busca uma maior coerncia ambiental e uma garantia que no est comprado de empresas que no respeitam os seus funcionrios e o meio ambiente.
A figura 3 demonstra a integrao dos sistemas, onde o SGI interage com os demais nveis : Sistemas de Gesto de Qualidade SGQ, Sistema de Gesto Ambiental SGA e Sistema de Gesto de Sade e Segurana do Trabalho SGSST.
MEIO AMBIENTE
ISO 14001
S GI
ISO 9001
QUALIDADE
OHSA S 18001
SADE E SEGURANA
Figura 3: Elementos de um Sistema de Gesto Integrado SGI. Fonte: Adaptado de QSP (2003). Segundo DE CICCO (2004), a Gesto Integrada apresenta a sistemtica e as diretrizes do Sistema de Gesto de Qualidade, Segurana, Meio Ambiente e Sade do local de implantao da Gesto, as quais provem confiana a todas as partes interessadas em seu desempenho em relao aos requisitos especificados e procurando superar as expectativas do cliente. Gerenciamento SMS : Medidas Preventivas: atividades e produtos devem ser, constantes e continuamente, supervisionados e acompanhados, com o enfoque de identificar possveis riscos que possam provocar efeitos adversos ao meio ambiente e ao colaborador. Informaes ao pblico: todas as informaes sobre os controles e as condies ambientais e trabalhistas da unidade, devero estar sempre disponveis e abertas ao pblico e aos clientes da unidade. Novos processos, produtos e servios: quando da implantao de novos processos, atividades ou produtos, deve-se avaliar e identificar as possveis interaes com o meio ambiente e com a segurana do trabalho e definir aes de controle e de contingncia quando necessrio. Escolha de novas tecnologias: medidas para evitar ou eliminar riscos potenciais de agresses ambientais, ao trabalhador e ao patrimnio devem ser escolhidas utilizando-se as melhores tecnologias disponveis com base na disponibilidade financeira e no critrio de custo benefcio que a situao representa, sempre tomando como referencial, uma situao existente que tenha obtido bons resultados prticos. Comprometimento dos funcionrios: continua e constantemente, para todos os funcionrios da unidade, deve-se fomentar a conscincia, a responsabilidade e a motivao sobre a relao entre as atividades e os produtos com a condio de segurana, meio ambiente e sade ocupacional.
Recebimento de reclamaes: solicitaes, reclamaes e outros posicionamentos de Autoridades Ambientais e do Trabalho e Emprego, clientes, vizinhos, etc., devero ser sempre aceitas e se procedentes, Planos de Ao devero ser providenciados para que na maior brevidade possvel, as irregularidades sejam sanadas. Plano de Emergncia: medidas para evitar e para controlar incios de emisses acidentais de substncias ou de energias e de acidentes de trabalho, devem ser definidas, estabelecidas e desconhecimento absoluto e inequvoco por parte de todos que com elas estejam envolvidos. Registros: registros e procedimentos para o atendimento das Metas, dos Objetivos e da Poltica de Segurana, Meio Ambiente e Sade SMS devero ser constantes e continuamente documentados e atualizados. Funcionrios de Terceiros: devem-se prever mecanismos para que funcionrios de empresas contratadas e visitantes apliquem as normas sobre SMS e que estejam sempre disponveis, existentes e aplicveis. 3.5.1 Tipos de Implantao do Sistema de Gesto Integrada Conforme as caractersticas da empresa que est implementado o SGI, diferentes caminhos podem ser percorridos durante as etapas de implementao. Diversos fatores influenciam na deciso de como a mesma ser conduzida, como a existncia ou no de sistemas de gesto j implantados, sejam quais forem, a cultura de gesto em vigor na empresa, o planejamento da direo, considerando objetivos, prazos e motivaes. Os recursos financeiros e humanos tambm tm grande influncia neste processo. Para Labodov (2003) existem duas formas de integrao verificadas em empresas na Europa, que so elas: a) Implementao seqencial de sistemas individuais qualidade, meio ambiente e sade e segurana so combinados, formando o SGI; b) Implementao do SGI, sendo que apenas um sistema engloba todas as trs reas. Para essa forma de implementao, a metodologia escolhida est baseada nas teorias da anlise de risco, cujo significado pode ser usado como um fator integrador risco para o meio ambiente, para a sade e dos empregados e populao ao redor e risco de perdas econmicas decorrentes a problemas no produto. No entanto, segundo Soler (2002), existem diversas formas de implantao de SGI. Tais formatos dependem de caractersticas prprias da Organizao que ir implant-los. Desta forma, antes da implementao, deve-se definir a forma de desenvolvimento do SGI mais adequada e eficiente, que atenda s necessidades da Organizao. Alguns dos formatos de implementao: Sistemas Paralelos: Os sistemas so separados e, para suas diferentes especificidades (sade e segurana do trabalho e meio ambiente), apenas os formatos quanto numerao, terminologia e organizao so semelhantes. Representantes da administrao; Programas de treinamento; Conjuntos de documentos; Programas de controle de documentos e dados; Instrues de trabalho; Sistemas de gesto de registros; Sistemas de calibrao; Programas de auditoria interna; Controles de procedimentos para no-conformidades; Programas de aes corretiva e preventiva; Reunies para anlise crtica pela administrao.
Sistemas Fundidos: Neste caso, h o compartilhamento de algumas partes dos sistemas de gesto relacionadas com procedimentos e processos, porm continuam sendo sistemas separados em vrias outras reas. O grau de integrao, em geral, depender da prpria organizao como: Sistema de registros de programas de treinamento; Programa de controle de documentos e dados; Sistemas de calibrao; Sistema de gesto de registros. Sistemas Totalmente Integrados: A proposta do SGI envolve um sistema de gesto homogneo, adequado tanto aos requisitos da ISO 14001 e aos da BS 8800 / OHSAS 18001. Todos os elementos dos sistemas de gesto so comuns. Conjunto de documentos; Poltica abrangendo os diferentes requisitos; Representante da administrao; Sistema de gesto de registros e de treinamentos; Sistema de controle de documentos e dados; Conjunto de instrues de trabalho; Sistema de calibrao de equipamentos; Programa de auditoria interna; Plano de reao s no-conformidades especficas; Programa de aes corretiva e preventiva; Sistema de gesto de registros; Reunio para anlise crtica pela administrao. Soler (2002), diz que o principal argumento que tem compelido as empresas a integrar os processos de qualidade, meio ambiente e de segurana e sade no trabalho o efeito positivo que um SGI pode ter sobre os funcionrios.
4. CONSIDERAES FINAIS As empresas industriais esto sendo desafiadas a encontrar novas formas de organizao e administrao do processamento de produtos e servios que atendam s exigncias de qualidade, segurana e as questes ambientais e de sade. Neste sentido, na empresa analisada foi desenvolvida e definida a Poltica do Sistema de Gesto Integrado de Qualidade, Segurana, Meio-Ambiente e Sade (QSMS), com o seguinte objetivo: Fornecer, aos nossos clientes, produtos e servios de qualidade, buscando a sua satisfao, atuando sempre de modo seguro, saudvel e com responsabilidade ambiental (REFAP Poltica de QSMS). Tais procedimentos, referenciados na empresa analisada, vem de encontro com a realidade da importncia de estar alinhado com a qualidade como um todo e proporcionando assim um diferencial competitivo visvel ao mercado e a sociedade. A integrao entre os sistemas mostrou-se importante para a empresa, unificando esforos em termos de mo de obra, reduzindo os custos de manuteno de distintos sistemas, permitindo iniciar um processo sistmico para os gestores da empresa. Destaca-se que este um processo que precisa de um monitoramento contnuo, que patrocinado e estimulado pela alta administrao da organizao, com o objetivo que todos os colaboradores assimilem e coloquem em prtica no seu ambiente de trabalho, diariamente. Este processo precisa fazer parte do seu desempenho dirio e no simplesmente um cumprimento de normas e procedimentos, para que no corra o risco de um engessamento da organizao, mas um processo dinmico e evolutivo.
REFERNCIAS ABNT / ISO, NBR ISO 14004 Sistemas de Gesto Ambiental Diretrizes Gerais Sobre Princpios, Sistemas e Tcnicas de Apoio, Rio de Janeiro, 1996. BESSANT, J., CAFFYN, S. & GALLAGHER, M. An Evolutionary Model of Continuous Improvement Behaviour Technovation, n.21, 2001. BSI, OHSAS 18002 Sistemas de Gesto de Sade Ocupacional e Segurana Diretrizes para a implementao da especificao OHSAS 18001, Reino Unido, 1999. CARVALHO, Marly M. PALADIN, Edson P. Gesto da Qualidade: Teorias e Casos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CHIAVENATTO, I. Introduo Teoria Geral da Administrao. Rio de Janeiro: Campus, 2000. DE CICCO, Francesco, Sistemas Integrados de Gesto: Agregando Valor aos Sistemas ISO 9000, QSP, So Paulo. 2004. Disponvel em www.qsp.com.br, acesso em 10/05/2008. DEMING, W. E. Qualidade: A Revoluo da Administrao. Rio de Janeiro: Saraiva, 1990 Documentos Orientativos sobre Certificao ISO www.inmetro.gov.br/qualidade, acesso em 10/05/2008. 9001:2000, disponvel em
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