Hereditariedade

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Hereditariedade Conjunto de processos biolgicos que presidem transmisso das

caractersticas dos pais sua descendncia. Agentes responsveis pela transmisso gentica

Clulas germinais, reprodutoras ou gmetas: vulo (me) Espermatozoide (pai)

Primeira clula do indivduo, resultante da fecundao

Mitose ( multiplicao celular)

Cromossomas Elementos integrantes do ncleo de cada clula, transportadores de


genes, que so as unidades bsicas da hereditariedade. Encontram-se no ncleo de cada clula Transportam genes So unidades bsicas da hereditariedade O nmero e o tipo de cromossomas so constantes nas clulas do mesmo indivduo e nas dos indivduos da mesma espcie.

Caritipo- Constante numrica e tipolgica de cromossomas caracterstica de cada


espcie.

Cromossomas homlogos-So pares de cromossomas que apresentam formam e


estrutura semelhante.

Genes-Unidades biolgicas elementares que contm informao responsvel pela


constituio orgnica do ser vivo. Esto alojados nos cromossomas So as unidades bsicas da hereditariedade Tem por funo armazenar o patrimnio gentico bem como a sua transmisso aquando da diviso celular Combinam-se uns com os outros de modo a constituir um programa informativo que biologicamente responsvel pelo aparecimento das caractersticas fsicas no indivduo.

Genes alelos
Nenhum carater resultam de um s gene, sendo necessrio pelo menos um par (1 da me e 1 do pai) para se poder manifestar. Chamam-se ALELOS os genes responsveis por essas caractersticas. H uma mltipla combinao possvel de genes alelos o que torna difcil a previso de determinados caracteres e explicam a diversidade entre os seres humanos, espcie em que, h exceo dos gmeos monozigticos, no existem indivduos de idntica constituio.

ADN-Os genes so uma espcie de agentes qumicos, constitudos por ADN (cido
desoxirribonucleico) que a matria prpria da hereditariedade.

Bases
Adenina A Timina T Guanina G Citosina C Estas bases combinam-se com o acar e o fsforo, existentes no ADN e formam o Nucletido.

Influncias genticas e epigenticas no comportamento


Gregrio Mendel(1822-1884)
Fundador da gentica Foi o abade Mendel que pela 1 vez explicou como se transmitem os caracteres de pais para filhos, atravs de experincias de cruzamento feitas com ervilhas

Thomas Morgan
Nos comeos do sc. XX, e realizando experincias com moscas, Morgan continuou a pesquisar no sentido de estabelecer leis de hereditariedade. Nota: As moscas proliferam muito rapidamente e as geraes so de curta durao

James Watson e Francis Crick Segunda metade do sc. XX


Impulsionam o desenvolvimento das investigaes no campo da hereditariedade, ao descobrirem a estrutura da molcula do ADN

Hereditariedade
Especifica:
Caractersticas comuns a toda a espcie; Todos os descendentes herdam dos seus progenitores as caractersticas da espcie.

Individual:
Caractersticas prprias de cada individuo (com exceo dos gmeos monozigticos); Conjunto nico de caractersticas herdadas por um individuo e que o distingue de todos os outros da sua espcie.

Transmisso gentica da cor dos olhos


Genes dominantes:
Aquele que produz efeito mesmo que esteja presente em apenas um dos cromossomas do par;

Castanho. Genes recessivos Aquele que s produz efeito quando est presente nos dois cromossomas do par; Azul.
Nota: A cor dos olhos depende apenas de um par de genes, por isso fcil determinar as probabilidades do seu aparecimento. J, por ex. a espessura dos lbios, a estatura, como dependem da combinao de vrios pares de genes, o esquema combinatrio mais complexo.

Gentipo e Fentipo
Gentipo ou genoma:
Conjunto de genes (constitudos por ADN) que constituem o patrimnio hereditrio de cada individuo; No so visveis, mas de natureza qumica, cuja combinao pode vir a originar determinadas caractersticas.

Fentipo :
Conjunto de caractersticas fisiolgicas, psicolgicas e comportamentais que se manifestam como resultado do gentipo em interao com o meio ambiente; So observveis.

Preformismo e Epignese Colocam-se as questes:


Compreender porque que no h coincidncia entre gentipo e fentipo? Que elementos afetam a concretizao nos indivduos do seu patrimnio gentico?

Preformismo e Epignese
Preformismo:
Sustenta a ideia de que no ovo j esto presentes todas as caractersticas futuras do individuo, independentemente do meio; Assume uma posio determinista do desenvolvimento; Admite que o ser humano obedece a um programa geneticamente estabelecido.

Epignese:
Assume uma posio construtivista do desenvolvimento, considerando-o como resultante da combinao integrada de fatores genticos e ambientais; Os genes no so exclusivos na determinao das caractersticas humanas; Os fatores epigenticos correspondem a modificaes da expresso dos genes, mas que, no provocando alteraes nas sequncias do ADN, no se transmitem s geraes seguintes.

Genoma Humano- Designa-se genoma humano o nosso cdigo gentico, isto , a


informao que os genes disponibilizam para a construo e funcionamento do nosso organismo. Esta informao reside no ADN

Mutao e Variao
Variao:
Alteraes no individuo provocadas pelo meio; So processadas a nvel do fentipo; No afeta o cdigo gentico. Ex: surdez por se viver em locais barulhentos.

Mutao:
Alteraes do patrimnio hereditrio que se transmitem s geraes futuras; Processam-se ao nvel do gentipo. Ex: os raios X podem alterar o programa gentico que ser transmitido aos descendentes.

Ambiente e desenvolvimento epigentico


Muito daquilo que nos constitui resulta da interao de fatores ambientais e fatores hereditrios, nos quais se incluem as aprendizagens que fazemos em contacto com o meio.

Influncias dos fatores ambientais: Meio pr-natal: Ingesto de talidomida pela me;
O contacto da me com pessoas com rubola pode levar a que a me desenvolva a doena o que pode provocar cardiopatias, cegueira, entre outras doenas, no feto; Radiaes atmicas; Toxicodependncia; Etc

Meio ps-natal:
O aumento da estatura explica-se pela melhoria das condies de vida; O nvel intelectual (os meios economicamente pobres e intelectualmente pouco estimulantes o nvel de QI mais baixo; IMP. Existe um potencial gentico para as nossas caractersticas. Porm estes fatores s adquirem expresso no indivduo com a interveno dos elementos epigenticos

Clonagem Humana-Processo assexuada de produo de clones ou cpias


geneticamente idnticas ao ser vivo que se pretende reproduzir.

Est presente:
1- Na multiplicao de bactrias; 2- Reproduo de seres unicelulares; 3- Disseminao de certas espcies de relvas de jardim. No sobre este tipo de clonagem que nos vamos debruar.

Clonagem artificialmente induzida


Consegue-se pelo recurso a uma tcnica conhecida nos meios cientficos por transferncia da clula somtica. Clulas somticas so quaisquer clulas dos organismos multicelulares que no estejam diretamente envolvidas na reproduo.

A complexidade do ser humano


Inacabamento biolgico

Filognese e Ontognese
Filognese-Trata da origem e evoluo das espcies, desde as formas mais
elementares de vida at ao aparecimento dos seres mais complexos como o ser humano. Charles Darwin (1809/1882) - Bilogo e naturalista ingls; - Escreveu o livro A origem das espcies; - Pressups a teoria do evolucionismo. - O conceito de evoluo o fulcro da sua teoria.

Teoria de Darwin Os seres vivos no so todos iguais apresentando-se com caracteres que os
individualizam; Os mais fortes manifestam aptides que os podem levar ao sucesso; Os menos aptos desaparecem antes de se reproduzirem, ou reproduzem-se menos; Quando ocorrem alteraes nas condies naturais, s se mantm vivos os que se conseguem adaptar; A luta pela sobrevivncia leva seleo natural (segundo Darwin, a mola impulsionadora da evoluo).

Seleo natural-Eliminao dos seres vivos que no se adaptam a novas condies.


Transmitidas s geraes futuras, as capacidades adaptativas dos resistentes permitem a continuidade da espcie.

O desenvolvimento individual Ontognese: Refere-se ao desenvolvimento do individuo, desde a conceo at idade


adulta; Passa por vrios estdios de desenvolvimento (Piaget, por exemplo).

Lei da recapitulao ontofilogentica Ernest Haeckel Investigador na rea biogentica estabeleceu, no sc XIX,
uma relao entre filognese e ontognese.

O que pressupunha essa teoria?


A ontognese uma espcie de reproduo da filognese. A histria da evoluo dos peixes at ao homem, ocorrida ao longo dos milnios, era recapitulada na ontognese de cada ser humano. As fases do desenvolvimento do embrio humano, assemelhavam-se s fases percorridas na filognese.

JAY GOULD
Alterou a teoria da recapitulao: No a filognese que determina a ontognese, mas a ontognese que determina a filognese; Cada um de ns no um ser limitado pelos condicionalismos da espcie, mas um ser aberto capaz de se superar, resolvendo de forma inovadora as dificuldades.

Programa aberto/fechado
Aberto:
Homem tem de aprender; Possui criatividade e originalidade para a resoluo de problemas; Possui liberdade; O seu saber resulta da interao do cdigo gentico com o meio ambiente.

Fechado:
Animais conseguem saber instintivamente o que fazer Este saber fazer est inscrito na sua natureza, resultado do cdigo gentico prprio de cada espcie; No tem originalidade; Os seus comportamentos so estveis e uniformes; Tem um comportamento preestabelecido .

Os seres humanos esto programados como seres mas no como humanos (Savater)
Seres:
Possuem um programa gentico; H processos inerentes maturao e ao desenvolvimento do organismo que so previsveis; Sob o ponto de vista biolgico o homem obedece s leis da vida.

Humanos:
Dispomos de capacidade inata de levar a cabo comportamentos inatos; Como ser humano no determinado pela espcie; capaz de ter comportamentos nicos; Aprende e corrige coisas novas .

Prematuridade e neotenia
O Homem um ser inacabado: Enquanto os animais so precoces na manifestao de adultez, o ser humano demora muitos anos; O Homem prematuro quando nasce, destitudo de capacidades desenvolvidas e, mesmo em adulto continua a manifestar traos juvenis.

Neotenia-Atraso do desenvolvimento que determina que as caractersticas juvenis se


mantenham na idade adulta. (H um certo retardamento na evoluo, no desenvolvimento do crebro, prolongando a sua morfologia juvenil at idade adulta).

Possuir carter neotnico significa:


1- Que o desenvolvimento se processa lentamente, o que provoca atrasos na maturao de competncias. 2- A maturao nunca est completamente terminada. 3- Ao chegar idade adulta continua aberta a novas aprendizagens.

Consequncias de neotenia: Durao interminvel da infncia. Aprendendo, o ser humano compensa em abertura
e liberdade o que no animal existe de rgido e padronizado; O carter inacabado confere plasticidade ao ser humano abrindo-o a mltiplas possibilidades; Cada ser humano possui a capacidade cerebral de descobrir estratgias adequadas vida em qualquer ambiente. a plasticidade neuronal, aliada diversidade comportamental que nos facilita a resoluo bem sucedida de um grande nmero de problemas; A sociabilidade humana, isto , a capacidade de desenvolver relaes estveis com os outros, pode ser vista como um espelho da prolongada dependncia juvenil.

Elementos estruturais e funcionais do sistema nervoso humano


H uma relao entre as estruturas fisiolgicas e o comportamento humano

Sistema nervoso
Funes: 1- Conduo das informaes provenientes dos rgos sensoriais at aos centros nervosos; 2- Processamento dessas informaes, descodificando-as; 3- Deciso dos comportamentos que melhor se ajustam s informaes; 4- Envio de ordens de execuo; 5- Circulao dessas ordens pelas vias que selecionou como sendo as mais adequadas.

Sistema nervoso Central (SNC) : Tem funes de processamento e coordenao; Espinal medula Crebro

Sistema nervoso Perifrico (SNP) Tem funes de conduo e circulao das informaes; Nervos: - sensoriais - motores - mistos

Neurnio-Clulas nervoso que so Unidades bsicas de todo o sistema nervoso.

Composio de um neurnio

Propriedades dos neurnios


1- Excitabilidade- permite reagir a estmulos o que permite aumentarem a corrente eltrica. 2- Condutibilidade- transmite as excitaes a outra clula nervosa.

Sinapse- Os impulsos nervosos transitam das telodendrites de um neurnio para as


dendrites de outro neurnio. No entanto no existe contacto fsico ou continuidade entre as dendrites de um neurnio e as telodendrites do neurnio seguinte.

Conceitos:
Sinapse: Ligao funcional entre neurnios para passagem do influxo nervoso. Neurotransmissores: Substncias qumicas segregadas pelas vesculas sinpticas que, preenchendo a fenda entre os neurnios, possibilitam a comunicao entre eles, de modo a transitar a informao Nervos sensoriais: Transportam as informaes dos rgos sensoriais ate espinal medula e ao crebro Nervos motores: transportam as impresses dos rgos centrais para os rgos perifricos, msculos e glndulas Nervos mistos - Transportam a informao da periferia para os rgos centrais e destes para os rgos perifricos.

Como se processa a comunicao nervosa?


R:A comunicao faz-se atravs dos nervos entre o SNC, os rgos sensoriais, os msculos e as glndulas.

Cronaxia-Tempo de reao de um neurnio. Os neurnios que ficam com a mesma


rapidez de excitabilidade so aqueles por onde passa o influxo nervoso. Os neurnios que ficam com rapidez de excitabilidade diferente so aqueles por onde o influxo nervoso no pode circular.

Funcionamento Global do crebro humano

Espinal medula: 1- principal centro das atividades reflexas 2- As respostas so diretas e automticas 3- Principal rgo para a defesa contra agresses do meio. 4- Centro condutor das informaes para o crebro. Crebro: 1- Assegura a superioridade humana 2- Processa informaes 3- Atribui significado s situaes

Hemisfrios cerebrais
O crebro dividido em duas metades, hemisfrios. O processamento da informao distinto em cada um deles.

Esquerdo
especializado em: 1- Simbologia e lgica 2- Ocupa-se do pensamento mais analtico 3- Verbal 4- Faculta ao homem a cincia e a tecnologia

Direito
Responsvel por: 1- Organizao das percees espaciais 2- Trabalha o pensamento mais sinttico 3- Holstico (encontra as relaes num s passo, intuitivo) 4- Rege-se por imagens 5- dele que brota a imaginao e a arte

Funes

Complementaridade dos hemisfrios


Estudos revelam que os hemisfrios trabalham coordenadamente. Esta sintonia funcional deve-se, em parte, ao corpo caloso que unifica o estado de conscincia e de ateno, permitindo que ambos os hemisfrios partilhem a responsabilidade em funes superiores complexas como as de aprendizagem e memria. Apesar das diferenas estes hemisfrios so complementares (embora uma leso no hemisfrio direito no seja to dramtico como no hemisfrio esquerdo).

Lobos cerebrais

reas
Os lobos so semelhantes entre si, existindo em cada um deles dois tipos de reas:

Primrias:
Tambm chamadas de reas de projeo funcionam como estaes recetoras de informao sensorial ou como centro de transmisso de ordens motoras. Recebem as mensagens vindas dos rgos dos sentidos e de onde partem as ordens para os msculos efetuarem os movimentos

Secundrias:
Tambm chamadas de reas de associao, coordenam e integram a informao recebida nas reas primrias. No provocam respostas, mas interpretam e integram a informao recebida nas reas primrias.

Funcionamento sistmico do crebro


Atendendo existncia de lobos e reas cerebrais com funes especficas coloca-se o problema de saber se o crebro funciona como um todo ou se h departamentos cerebrais isolados.

Teoria das localizaes cerebrais


O crebro compartimentado em seces estanques cada uma das quais com funes especificas. Esta teoria surgiu nos finais do sc. XVIII com Franz Joseph Gall

Teoria da unidade funcional

O crebro trabalha como um todo, em especial quando as funes so de maior complexidade, como o caso da linguagem, da aprendizagem e da memria, Em caso de emergncia cada rea capaz de suprir as atividades da responsabilidade de setores especficos incapacitados.

Especializao e integrao
A unidade funcional do crebro permite explicar o que se passou em relao aos casos de retoma de atividades. Operou-se como uma transferncia de funes para outras reas que as assumiram como tarefas suas. A isto chama-se Funo de Suplncia ou Vicariante

Princpios bsicos do crebro (Antnio Damsio)


1- Especializao- o crebro no trabalha como um todo indiferenciado, h reas
especificas para os comportamentos;

2-

Integrao- funes complexas como a linguagem a memria, a

aprendizagem, envolvem a coordenao de vrias reas do crebro

O que significa funcionar de forma sistmica?


R:Significa que todas as reas do crebro trabalham de modo diversificado, embora coordenadamente, com vista a uma finalidade comum.

O crebro e as capacidades de autonomia e de adaptao do ser humano

Lentificao e Individuao:

Lentificao- Evoluo prolongada do nosso sistema nervoso, devido s aprendizagens variadas que vai sofrendo ao longo do tempo; Individuao- Processo de singularidade e autonomia que permite a cada ser humano escapar padronizao especfica, comportando-se de modo original.

Plasticidade e aprendizagem:
Plasticidade- Alteraes fisiolgicas dos neurnios, resultantes da aprendizagem e da memria. O exerccio provoca alteraes nas clulas nervosas. O crebro humano suscetvel de maior ou menor desenvolvimento dependendo dos estmulos.

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