Resumo de Dir. Falimentar
Resumo de Dir. Falimentar
Resumo de Dir. Falimentar
( o que está com essa letra/ cor foi retirado do livro do Ricardo Negrão)
I- INTRODUÇÃO
- O Direito Comercial nasceu nas cidades italianas com a troca de bens
- criou-se uma casta de trocadores que foi chamada de mercadores . Essa casta
cresceu tanto que ficou do tamanho dos senhores feudais
- surge, assim, a Letra de Câmbio, para que os mercadores não levassem grande
quantidade de dinheiro, correndo o risco de serem assaltados
- nessa época existiam Tribunais Arbitrais que solucionavam os conflitos de forma
extrajudicial
A- Aspecto Subjetivo
- “é o Direito Comercial o direito aplicado aos mercadores e comerciantes”: esse é
o aspecto subjetivo da lei antiga já que os atos com aspectos mercantis praticados
por não comerciantes, não eram considerados Direito Comercial e sim Direito Civil.
B- Aspecto Objetivo
- o Código Napoleônico, que é a base do Direito Brasileiro, defendendo a tese da
liberdade, acabou com as castas e passou a disciplinar os atos mercantis. Os atos
passam a ser discriminados: aspecto objetivista. Comerciante era aquele que
exercia alguma das atividades descritas(ou praticava os atos discriminados)
- nessa época os atos( atividades) discriminados eram:
• de compra, venda, circulação e permuta de coisas móveis ou semoventes(
imóveis sempre ficaram a cargo do Código Civil)
• atividades bancárias( “entrou no Banco é direito Comercial, com exceção do
Direito Trabalhista dos empregados)
• depósito comercial
• consignação
• atividades securitárias( seguro e transporte)
• letras de Câmbio( títulos pertinentes a compra e venda)
• atividade teatral( atividade do artista em relação ao público)
• o que era produzido nas fábricas
• O Medico, cientista, artista não vai pra falência a não ser que ele monte uma
empresa (empresa maior do que ele). É a exceção da exceção do 966 que
vira regra. A sociedade sendo civil, não tem falência.
. Sociedades civis
. Sociedades agrícolas que não tem registro na junta comercial
. Advogados
. Sociedades cooperativas: estas, (com exceção dessa sociedade que faz a
compensação financeira de bancos) podem ir pra falência se for propostas pelo
interventor ou pelo liquidante ou pelo administrador provisório na hipótese de
ocorrer uma chamada intervenção branca ( Lei Salomão ).
1. Ser empresário. E ser empresário, é estar capitulado no art. 966, CC: empresa
que objetiva o lucro. Sócios, empresários ou não, que criem a empresa
mercadológica ou prestadora de serviço é obrigada a produzir lucro. Não importa se
não der lucro, basta o “animus lucrandi”. Se não tem “anumus lucrandi”, não é
empresário.
(Ex1: A Associação atlética de futebol que tem vários acionistas que contribuem
com esse clube. É empresário? Lógico que não! Porque a atividade não é de lucro.
Ex2: Três médicos se unem e montam uma sociedade civil objetivando minimizar os
valores do IR. Não é empresa porque não está objetivando lucro. Ganha na
consulta mais o lucro é indireto e não direto, portanto é empresária)
2. Insolvência. A insolvência está ligada à inadimplência: E é
insolvente/inadimplente quem não tem ativo para pagar o passivo. Isto no plano
econômico tem o nome de insolvência econômica. A doutrina dá o nome de
insolvabilidade.
- Quando o passivo da empresa é maior do que o ativo ele está insolvente.
- Art.756, II CPC: No momento de embargar o devedor civil (nada a ver com
falência), um dos requisitos é se ele demonstrar que o ativo é maior que o passivo
os embargos devem ser acolhidos- adotaram a insolvência econômica.
- A insolvência da falência( insolvência presumida) é outra, que é a pior que existe.
É a insolvência jurídica( ou financeira). É a chamada impontualidade injustificada:
não pagou obrigação liquida e certa no prazo legal, quebrou!
- Art. 94 da lei 11101/05 – “É insolvente aquele que não paga no prazo legal
obrigação liquida e certa representada por titulo devidamente protestado”.
- não cabe falência abaixo de 40 salários mínimos , ou seja, para requerer a
falência do devedor comerciante a divida tem que ser igual ou acima de 40 salários
mínimos. Mas pode entrar com dois ou três credores e entrar com litisconsórcio.
- A insolvência no Brasil tem outro problema,ela tem duas vertentes(é um sistema
hibrido):
Com relação aos títulos: Títulos que sejam obrigação líquida e certa devidamente
protestados(se não pagar titulo representativo de quantia liquida e certa no prazo
legal devidamente protestado= impontualidade injustificada). T
Mas também é insolvente por atos falimentares(quando ele pratica atos de falência)
( Obs: atos de falência são todos presumíveis)
- A impontualidade injustificada é só para os títulos, que é a chamada insolvência
presumida.
Mas também o é presumida os atos de falência. Se presume porque: liquidação
precipitada.
- O injustificado aqui está representado pelo art. 96 porque lá tem vários fatos que
impedem a decretação da falência no caso da insolvência. Portanto deve haver
justificativa para o não pagamento( ex: prescrição do título, obrigação nula, etc)
- se o credor propõe pedido de falência por dolo, além de o credor perder, o juiz
deve condenar o credor no dolo. Ocorre só no dolo, não na culpa.
(Quando o juiz percebe que o credor propõe falência pra pressionar o credor pode
ser condenado sem reconvenção. Basta o devedor pedir na Contestação. Só no caso
de dolo que é a intenção de prejudicar o devedor propondo falência do devedor por
titulo prescrito, obrigação nula ou paga, etc.)
- no Brasil, geralmente, a insolvência não é injustificada porque tem uma ação
cautelar chamada sustação de protestos (também aplicada no civil) que todo
devedor que leva seu titulo a protesto, ele propõe a cautelar. Nessa cautelar de
sustação de protesto se o juiz percebe que o titulo está prescrito, que houve
decadência, pago ou nulo, ele susta o protesto sem necessidade de fazer depósito.
Nesse caso não cabe falência.
3. Decretação da falência pelo juiz
.- Ação cautelar (ou processo cautelar) objetiva o processo principal: após a Ação
Cautelar é obrigado a propor o processo principal em trinta dias (Ação declaratória
de inexistência de divida cambiaria - quando é cambial/ Quando não é cambial -
Ação declaratória de nulidade de titulo. Ou Ação declaratória de inexistência de
divida).
- Se não propõe em trinta dias o processo principal, o processo cautelar cai porque
ele é dependente do processo principal.
- Se o juiz susta, se ele propõe uma ação declaratória de inexistência da divida por
nulidade do titulo, NÃO CABE FALENCIA.
Obs: Condenação por dolo só existe no processo de falência. No processo civil é
litigância de má-fé.
2. Se o réu apresenta motivo justificado para ficar insolvente: o juiz tem que
apurar a defesa. A defesa, portanto, se torna praticamente uma ação. Se a defesa
não tem meios de provar via prova documental, o juiz deverá abrir a instrução.
Esta instrução na falência é uma instrução chamada probatória sumaria. Três
testemunhas pra cada lado, e o juiz abre a instrução, apura a verificação da
procedência da defesa. Se a defesa for procedente o juiz dá a seguinte
sentença:“Julgo improcedente o pedido e procedente a defesa e em conseqüência,
condeno o autor ao pagamento das custas e honorários advocatícios”.
- Determinando ao devedor que levante o depósito com todos os seus consectários
legais.
- Esclarecendo: O autor ganhou a ação. Então o juiz julga procedente a ação e
improcedente a defesa. Ele julga os dois como se fosse reconvenção e manda o
autor levantar o depósito. Ele converte o depósito em pagamento e extingue o
processo.
3. O réu se defende, faz o depósito e alega que o autor agiu com dolo: ou o juiz
verifica o dolo pela prova apresentada ou ele abre instrução para apurar o
dolo(para o prof ele é obrigado a apurar o dolo porque a lei no artigo 101
determina que o juiz julgue o dolo no próprio pedido de falência).Nesta hipótese o
juiz diz:“Julgo improcedente o pedido e julgo procedente a defesa condenando o
autor a pagar o dolo no valor de tanto. Determino que o réu levante a quantia
depositada devendo o processo prosseguir em execução para apurar o valor do
dolo”. Que é o processo sincrético.
- Não dá pra acabar aí porque o depósito feito não é do autor, mas do réu. Como o
réu levantou o depósito e como o autor foi condenado isso é ação de cobrança.
- O juiz fixa o dolo, e na minha ótica, o juiz não pode fixar um dolo genérico,
porque se ele julgar genérico ele tem que mandar para as vias ordinárias, o juiz
fixa o dolo e o processo prossegue. O réu levanta o valor depositado e o processo
continua contra o autor. O autor vira réu porque é ação de cobrança contra o autor.
Se ele não pagar, penhora os bens do autor.
- Se quiser apurar culpa e dano moral, não pode ser no processo de falência, tem
que ser por vias ordinárias, vias próprias: é uma ação de responsabilidade civil por
ato ilícito decorrente de culpa e ato ilícito decorrente de dano moral.
- Como o juiz fixou o dolo, se por acaso o réu entender que o dolo fixado é pouco,
ele pode pleitear em ação própria o aumento do dolo. Não no processo falimentar
em estudo, porque o dolo é fixado pelo juiz porque é um tipo de litigância de má-fé.
O dolo é matemático. A coisa julgada é “secundum eventus lites”. E o juiz não pode
dar o dolo se não tiver o pedido. Tem que pedir.
- Na falência só pode apurar o dolo. Se ele quer mais terá que ser em ação própria.
O juiz não pode julgar dano moral e nem culpa, caso contrário será nula a
sentença.
( não esquecer que o depósito não é obrigatório!!)
- Portanto, o juiz tem três vertentes:
• Decretar a falência
• Julgar improcedente
• Transformar a demanda em ação de cobrança e mandar o devedor pagar, ou
melhor, se o devedor fez o depósito, o juiz manda pagar o credor e acaba o
processo.
( tem a 4: quando o autor age com dolo)
b)NATUREZA JURÍDICA: é um processo individual preparatório do processo
principal, entre credor e devedor que tem por objetivo decretar ou não a falência ou
transformar esse processo em ação de cobrança.
c)TITULOS– se tem titulo, tem que ter protesto. Se não tiver protesto, juiz não
pode decretar a falência com base em titulo. A não ser nos casos de atos de
falência Art. 94, III e seguintes da lei de falência.
- Protesto, portanto é o instrumento formal que é tirado no cartório dos títulos não
pagos no prazo legal, ou no caso de falência, nos casos que são levados a protesto
para efeito de falência.
- Tem titulo que não precisa de protesto para mover ação executória.
Ex: cheque que a câmara de compensação faz as vezes do protesto. Art. 47, II da
lei 7537/97.
- Tem titulo que não pode ser protestado: quando o credor perdeu o prazo de 24
horas (promissória e cheque) ou de trinta dias (duplicata) para o protesto.
- Nada disso importa na falência (com relação ao protesto na falência). Se por
acaso se perdeu o prazo para propor o protesto e se quiser propor ação de falência,
obrigatoriamente você tem que protestar.
(Se por acaso você perdeu este prazo e a lei de falência diz que tem que protestar,
você não perdeu o protesto, basta levar o titulo no cartório e pede para protestar
para efeitos falimentares- O escrivão não pode protestar por outro efeito porque
você perdeu o prazo legal)
- efeito do Protesto: Ação regressiva executória contra avalista e seus endossantes.
Mover ação contra outros avalistas e endossantes.
- lei do cheque: Não precisa do protesto para mover ação contra seus endossantes
e avalista. Mas se você quiser propor a falência da empresa emitente, desde que a
empresa seja empresaria você é obrigado a propor o protesto. Você será carecedor
de a ação de falência.
- Os efeitos do protesto falimentar são diferentes dos efeitos do protesto dos
títulos, muito embora o protesto seja obrigatório na falência.
- Se você não quer mover ação contra o devedor principal tem que pedir ao cartório
para que proteste duas vezes o titulo: Primeira vez para garantir o regresso, mas
como eu não quero regresso e sim pedir a falência do avalista, proteste a segunda
vez porque o avalista tem que ter ciência total do protesto para ser sujeito passivo
da falência. Portanto são dois protestos. Essa é uma questão resolvida pelo STF.
- Na duplicata cabe falência com a prova da entrega da mercadoria mesmo que o
titulo seja protestado. O prof acha que também tem que ser protestada duas vezes:
por falta de pagamento e por falta de aceite porque vai mover ação de falência.
- não é só nos títulos cambiários que cabe a falência: todo e qualquer título desde
que a obrigação seja liquida e certa. Não precisa ser titulo judicial, extrajudicial,
basta que a obrigação seja liquida e certa. Ex: recibo de condomínio apesar de não
caber ação executória, mas se tem contrato de locação escrito, determinou pagar, o
locador pagou e levou o recibo junto com o contrato ao cartório de protesto, a
jurisprudência determina que existe falência.
- Cabe também falência na sentença estrangeira. A sentença estrangeira tem que
ter o “exequator” do STJ. Traduzida e com o exequator, a necessidade de liquidar a
sentença, se o réu mora no Brasil liquida aqui, protesta a sentença e pede-se a
falência.
a) balanço patrimonial;
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva
estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
4.Qualquer credor
- Porém,
Credor hipotecário NÃO PODE – pela lei anterior (Art. 9º, III “d”) não podia
requerer a falência do devedor a não ser se renunciasse a hipoteca. Essa regra
persiste.
Ex: Se o credor hipotecário tem hipoteca, então ele tem Ação de Execução
Hipotecaria. Se tem essa ação, a penhora recai sobre a hipoteca. Se ele renuncia a
hipoteca, ele se torna credor quirografário e esse tipo de credor é o ultimo a
receber. Então o direito não permite. Se ele tem ação de execução hipotecaria, não
vai pedir a falência. A jurisprudência é tranqüila nesse sentido.
Credor tributário NÃO PODE – Quase pelas mesmas razoes. Ele tem uma via mais
rápida. Pelo Art. 6º da lei de falência, todos os créditos ficam suspensos. Todas as
penhoras suspensas, todas as ações suspensas aguardando a habilitação. O crédito
tributário são se sujeita a qualquer habilitação, quer seja de execução individual
quer seja execução coletiva. Então o crédito tributário não está sujeito a concurso
na execução coletiva.
Então como cobra o crédito tributário? Pela penhora. Se já decretou a falência, o
credor tributário entra com ação executória fiscal e a penhora cai nos autos da
falência.
Essa penhora tem valor em termos. Ela só é eficaz se por acaso sobrar dinheiro
depois que pagar os credores trabalhistas e acidentes do trabalho e os credores
hipotecários (pela lei nova) porque o crédito tributário está em 3º lugar.
( Se é assim, e você tem uma via executória, qual é a razão de o credor tributário
requerer a falência do devedor? Nenhuma.)
- os credores requerentes da falência podem ser empresários ou não, e o
título que apresentarem em juízo para legitimar seu pedido não precisam
ter natureza negocial.
1. Título
- Proposta a execução comum por qualquer credor, este tem direito de propor a
falência ou a execução. A lei não difere quanto a isto.
- É uma exceção ao principio da unicidade da ação( pela unicidade: pode apenas
propor uma ação pra resolver o conflito): na falência o principio pode ser o da
duplicidade da ação, ou seja, pode propor ação de falência contra o devedor
principal e concomitantemente propor ação executória contra o avalista. Pode
propor as duas juntas. Pode propor também contra o fiador.
- Como se propôs a ação contra o avalista junto com o pedido de falência, ela é
feita com base na xérox dos títulos. Se o juiz exigir o original, o credor declina que
o titulo está no outro processo, o juiz faz vista e confirma que é o mesmo.
- Pode propor as duas ações. O que não pode é receber duas vezes: se por acaso, o
avalista pagar, há necessidade de, na falência proposta contra o empresário,
descontar o valor pago.
- Neste caso, o avalista torna-se sucessor de acordo com os artigos 45 e 46 do
CPC. Ele torna-se sucessor do credor e para ele, avalista, receber, tem que habilitar
na falência( se a falência for decretada).
“Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,
quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
- O avalista tem que habilitar o crédito porque, se for decretada a falência, ele
passa a ser credor por sucessão, porque ele pagou na ação de execução então tem
direito de receber na ação de falência. Isso porque o devedor principal é o
empresário, se esse faliu ou a empresa faliu, o avalista que pagou na ação de
execução tem que receber o valor pago.
- O avalista que pagou deve tirar certidões ou cópias do valor pago e habilitar seu
crédito que é crédito quirografário.
- Se não decretada a falência, porque o credor e devedor fizeram acordo, o avalista
tem direito a assumir o pleito e pedir a falência do devedor por falta de pagamento
do titulo dele. Há, portanto, a sucessão no processo.
-artigo 94: “Será decretada a falência do devedor que: II – executado por qualquer
quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes
dentro do prazo legal”.
2- Atos de Falência
- O credor propõe ação de execução de títulos contra o devedor empresário.
- Proposta a ação, se o devedor empresário se esconde da citação, é ato de
falência, ou seja, o credor pode, com base nisso, mover ação de falência contra ele.
Ou seja, o credor tira uma certidão a respeito do ocorrido na ação de execução(
que o devedor não cumpriu com sua obrigação executória) e propõe a ação de
falência sem a necessidade de protesto.
- Se o titulo for contestado o protesto é um dado apenas para caracterizar a
insolvência do devedor porque a lei não exige protesto para mover ação de
execução contra devedor principal.
- Movida ação de execução contra o devedor principal, o devedor (supondo que ele
seja citado), deve apresentar bens à penhora. Se não apresentar os bens à penhora
ou se não pagar no prazo legal o credor, se não tem bens a ser penhorado, ou se o
ele, devedor, sumir com os bens penhorados, o credor tira certidão do ocorrido e
promove a falência no devedor principal. É possível isso sem a necessidade do
protesto.
- É um tipo de execução de titulo sem protesto. Porque o devedor não cumpriu
com sua obrigação executória que é pagar. A execução aí é para defender-se do
titulo. Sendo assim, é obrigado a apresentar bens a penhora e se não pagar enseja
pedido de falência.
- A lei nova de execução não exige mais a penhora para os embargos (na
execução). Ou seja, pode-se embargar o devedor executado sem penhora.
- O STJ , em vários acórdãos, tem dito: Não há necessidade de extinção do
processo executório para propor pedido de falência.
- O credor pode até suspender o processo executório e mover ação de falência. Ou
seja, suspende o processo executório, pega uma certidão do escrivão e vai move a
ação de falência, se na falência não der certo, volta-se para o processo executório.
- Não há restrição alguma com relação a esse dado.
- O que não pode, neste caso, é cobrar honorários.
- Os atos de falência são muito importantes porque tem um relacionamento
umbilical com a revogação dos atos do falido: na falência, o juiz quando a decreta,
é obrigado retrotrair a falência para a data do primeiro protesto e marcar um prazo
até noventa dias que ele entenda que o falido estava falido. Por isso que é tudo
presunção.
Ex: O juiz dá a sentença hoje, vai no processo e verifica quando ocorreu o primeiro
protesto. O 1º ocorreu dia 31/12/08. O juiz, na sentença tem que dizer o seguinte:
O termo legal da falência ocorre quarenta dias antes do 1º protesto. Ora se o
protesto foi feito dia 31/12/08, volta-se pra trás quarenta dias. Sendo, portanto dia
21/11/08. Do dia 21 até esta data, todos os atos praticados pelo falido de
transferência de bens e de gravar créditos, não produzem efeitos com relação a
execução e a massa.
- Esses atos valem para todos os efeitos, menos para o processo da falência. Se por
acaso a falência não for decretada, vale. Se o devedor pagar todas as dividas, vale.
- Se por acaso for doação ou renuncia de herança, o prazo é maior: 2 anos.
- Portanto, existem dois prazos: Um que é chamado de termo judicial que o juiz
fixa. O outro que é chamado de termo legal, que é esse de 2 anos.
- Havendo estes dados, não há necessidade de o juiz exigir uma ação de fraude a
execução ou de fraude chamada ação pauliana falencial para impor a ineficácia.
Ex: se o juiz fixou dia 21 de novembro como a data que ele retroagiu para o efeito
de tornar ineficaz os atos praticados e descritos no artigo 129, do dia 21 de
novembro pra cá, não há necessidade de ação porque é a fraude chamada in ré
ipsa = é fraude que não se discute. Não há necessidade de provar o animus
fraudandi.
- Pode-se mover processo no caso de fraude contra credores. Aí sim o caso seria:
No dia 22 de novembro o falido deu a uma senhora, que era credora quirografária
teve seu crédito transformado de quirografário para hipotecário( ou seja teve
direito a receber seu pagamento antes): se decretada a falência, não vale. O juiz,
“com uma canetada só”, torna essa transformação ineficaz. A senhora volta a ser
credora quirografária porque violenta o principio vetor do direito falimentar que é o
da igualdade na falência.Todos têm que ser iguais de acordo com seu crédito e no
patamar do seu crédito.Portanto o quirografário não pode ser agraciado com
hipoteca, porque está violentando o outro credor quirografário(no caso da hipoteca
há a necessidade de ir ao cartório de imóveis para tornar ineficaz o registro da
hipoteca).
- Mas, se a hipoteca foi dada dia 18 de novembro( antes do prazo) tem que mover
a ação pauliana, Tem que provar o “animus decandi” que é o animo de causar
dano.
- O prazo para o juiz fixar é 90 dias, ou seja, não pode retroagir mais que 90 dias.
- Pode considerar também a data da proposta da recuperação transformada em
falência. Ou da data que o espólio pleiteou a autofalência, aí da data da
distribuição.
- Se o juiz não fixar a data, cabe agravo: neste caso, o tribunal é obrigado a fixar. E
se por acaso não for aceito o agravo, cabe mandado de segurança(Para o Rezende
também cabe liminar).
- O desembargador relator não pode fixar o prazo. A lei deu esta competência
vinculativa ao juiz de 1º grau. O desembargador tem que, do provimento ao
agravo, determinar imediatamente o magistrado de fixar o prazo.
- Se mesmo assim o juiz não fixar, cabe reclamação para órgão especial do tribunal
de justiça e representação para o conselho superior da magistratura para o juiz ser
punido.
- No caso de o juiz transformar a falência em recuperação, a doação, durante o
prazo fixado, é perfeita.
- A ineficacia da falencia nao é erga omnes e sim ad omnes, para a falencia apenas.
- Se por acaso resolveu o problema da falencia, a doação é perfeita e vale.
- A lei diz: Se o juiz decratar a falencia, deve retrotrair os efeitos dela, do primeiro
protesto, da distribuiçao ou da data que foi proposta a açao.
- Antes, na hipótese de do termo legal( quando a lei fixa o prazo) cabia ação de
ineficácia parcial (os atos praticados naquele período não produzem efeitos na
falência). No caso do termo judicial cabia Ação Pauliana falêncial.
- Agora não há mais necessidade dessa ação, como não há necessidade da fraude a
execução(a fraude a execução e a ineficácia parcial são idênticas, a pauliana
falencial e a pauliana civil tem os mesmos pressupostos, são iguais): O problema
que existe é situar-se no processo. Se tem falência, é falencial, se não tem falência,
é Pauliana civil, se tem falência, é ineficácia parcial, se não tem falência (vender
bens depois da penhora) só tem fraude à execução depois da execução( neste caso
o STJ exige a penhora).
(Obs1- Transferir estabelecimento a terceiro - Para fazer isso tem que ter o
consentimento de todos os credores. Se por acaso, os credores abrirem mão, pode.
Ou se fizer uma novação de dividada com os credores e eles concordarem com a
novaçao, pode).
(Obs3:A ação pauliana consiste numa ação pessoal movida por credores com
intenção de anular negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que
seriam usados para pagamento da dívida numa ação de execução. A ação pauliana
pode ser ajuizada sem a necessidade de uma ação de execução anterior.
A ação pauliana é movida contra todos os integrantes do ato fraudulento:
- devedor insolvente
- pessoa que com ele celebrou o negócio
- terceiro adquirente que agiu de má-fé).
a) Depósito elisivo
“Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta
Lei, não será decretada se o requerido provar:
I – falsidade de título;
II – prescrição;
IV – pagamento da dívida;
- Defesas:
II- Prescrição –o juiz pode, de oficio, apreciar a prescrição. A prescrição dos títulos
é diferente porque os prazos prescricionais em alguns títulos são muito curtos. Ex:
cheque que prescreve em sete meses. Quer dizer que, se passar oito meses, e
propôs a falência, está prescrito. O juiz pode apreciar de oficio. Se o réu se tornar
revel, também pode o juiz apreciar de oficio. A prescrição é, portanto, bem
reduzida.
- Na lei anterior tinha também a figura da decadência (hoje não mais) e ninguém
nunca conseguiu fazer a distinção entre prescrição e decadência. Isso porque a lei
sempre foi dúbia.
- Temos que ver prescrição ou decadência de acordo com as ações: Toda ação
condenatória é uma ação prescricional e toda ação constitutiva é uma ação
decadencial e todas as ações declaratórias são imprescritíveis. É uma regra
genérica, talvez em um ou outro caso não dê para aplicar, mas em 90% dos casos
sim.
Ex: Direito de família – decadência porque é constituição do direito. Casamento
constitui e divorcio desconstitui.
- O Novo Código Civil têm, item por item, as hipóteses de prescrição. Quando
houver dúvida é só olhar no código.
- Ação monitoria – é titulo judicial. Desde que seja julgada procedente a monitoria,
protesta e pede falência (o réu tem que ser empresário).
VIII- Cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido
de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o
qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.Tomar
cuidado com esse Inciso!
- Na lei anterior, nas sociedades de responsabilidade ilimitada, o réu nunca foi para
falência. Ele sofria os efeitos da falência. Quando o juiz decretava a falência da
empresa, o sindico era obrigado a arrecadar os bens da empresa e também de cada
devedor solidário.
- Na nova lei acontece o seguinte: Vai pra falência também por responsabilidade
solidária.
- Vai pra falência também nas sociedades de responsabilidade solidária quando o
solidário não paga o titulo no prazo legal.
- Vai pra falência tanto a empresa quanto o solidário. Nesse inciso VIII diz o
seguinte: O solidário não vai pra falência quando ele deixa a sociedade e fica por
dois anos fora dela. Nesse espaço de tempo até dois anos, o solidário é
responsável. E se a empresa também cessou as atividades a mais de dois anos
também não tem falência. Mas essa cessação, tem que ser registrada na junta
comercial.
- A cessação que ocorre normalmente aqui é a DE FATO aonde vai todo mundo para
falência.
- Não é o sócio de toda sociedade que vai para falência. Na sociedade limitada e
S/A, o sócio está fora porque não tem responsabilidade solidária e sim limitada.
- Vai pra falência o sócio da sociedade irregular, conta de participação, sociedade
em comandita (sócio comanditado e não o comanditário) e também na sociedade
comandita por ações.
- Sociedade anônima não vai pra falência na hipótese de ser dissolvida, liquidada e
partilhado o ativo. Justifica-se a elisão da falência, pois a sociedade anônima
caracteriza-se como uma sociedade exclusivamente de capital, de modo
que, uma vez liquidado e partilhado seu ativo, não haverá mais ativo a ser
atingido por uma eventual falência.
“outras defesas que podem ser alegadas e que não estão elencadas no art.
96:
• Etc”