As Quatro No Bres Verdade S
As Quatro No Bres Verdade S
As Quatro No Bres Verdade S
Enio Burgos
BODIGAYA
Editora Bodigaya Ltda Caixa Postal 847 Porto Alegre/RS CEP: 90001-970 www.bodigaya.com.br [email protected]
Este livro eletrnico no gera dano ecolgico. Ainda assim, ao ler um livro, plante uma rvore.
As chamadas Quatro Nobres Verdades constituem uma fabulosa e impressionante sntese do Darma, os ensinamentos proferidos pelo Buda Sakiamuni. Curiosa e infelizmente, no entanto, a maioria das pessoas quase desconhece (ou conhece superficial e incompletamente) este ensinamento to fundamental. Vivo comentando que os ensinamentos e orientaes contidos nos Sutras, no fundo, fazem-nos penetrar numa imensa sala de espelhos e, em geral, as pessoas correm um srio risco de, examinando o contedo da sala, sarem dali desencantadas, sem terem encontrado o que desejavam e procuravam tanto... Ento, precocemente, elas tendem a concluir que o Darma no pode promover qual-
quer benefcio, ou que no tem utilidade no mundo em que vivemos. Digase, de passagem, que alguns indivduos mais atilados, mesmo dentro de escolas e linhagens budistas estabelecidas, podem descobrir maneiras diversas de se beneficiarem e de tornarem o Darma, de algum modo, rentvel aos seus propsitos mundanos, mas isso s confirma o fato de estarem vendo, ali, a sua prpria mente ordinria. Tais atitudes impressionantes apenas demonstram e confirmam o fato de que a mente mesmo a poderosa jia realizadora dos desejos, sejam eles quais forem... Um outro claro exemplo do efeito especular dos ensinamentos transparece, geralmente, quando um tradutor cristo, ao ler um determinado Sutra, enxerga ali um cristianismo muito elevado. Um tradutor esprita, ao ler o mesmo Sutra, enxerga ali um espiritismo muito elevado e assim por diante. E os Sutras sequer tratam de religio! Mesmo
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um tradutor ateu, por sua vez, ao examin-los, enxerga neles o atesmo mais elevado! Por conseguinte, os Sutras operam como se fossem espelhos extremamente sutis daquela mente que os l e devem ser abordados e apreciados com plena conscincia disso, sob pena de sua funo precpua ser desperdiada, perdida, pois as pessoas no esto conscientes de que, quando examinam o Darma, olham para dentro de si mesmas. Elas observam, mas, no percebendo o que, de fato, est ocorrendo, deixam de persistir pelo tempo mnimo necessrio para que sua prtica de meditao realmente acontea. As entrelinhas, os bastidores das suas correntezas mais profundas, deixam de ser acessados e reconhecidos. Nenhum despertar atingido. Portanto, a maioria acaba perdendo a chance potencial de autoconscincia e auto-realizao, latentes e verdadeiramente presentes ali ou de realizarem um encontro com sua es5
sncia feliz. Ento, veremos aqui que o Darma do Buda atua numa dimenso extremamente sutil, imaterial, qual seja: a mente. Poucos so os que chegam, algum dia, a flagrar-se diante desse incrvel espelho, especialmente quando no combinam, junto leitura, ou ao estudo acadmico, a prtica meditativa necessariamente associada. Espero contribuir para melhorar tal processo. Mesmo os assim considerados conselhos externos, como os Cinco Preceitos, por exemplo, apesar de parecerem, no so meras normas de boa conduta e comportamento tico. So vistos assim pelas pessoas, ou seja, como um conjunto de normas prticas de boa convivncia a ser empregado no trato com os demais. Claro que isso extremamente positivo, especialmente num mundo cada vez mais populoso, egosta e violento, mas no suficiente, nem se restringe a isso. Quando realmente considerados e corporificados pela pessoa, tais conse6
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lhos, na verdade, atuam conservando e redirecionando uma energia mental (que se torna extra, adicional, e de qualidade incomum) que capaz de impulsionar o praticante atravs de novos e surpreendentes estados mentais, mais sutis e elevados, antes completamente inacessveis, inalcanveis e at mesmo invisveis e indescritveis. A funo que o Darma exerce e que se realiza subjacentemente, a ampliao da liberdade e domnio no nico mbito em que isso pode ser efetivo, verdadeiro e real, qual seja, no mbito interno. Por mais que desejemos obter mais liberdade exterior, por exemplo, de ir e vir num mundo sem fronteiras, isso seria uma quimera, pois, em ltima instncia, mesmo que vivssemos num mundo sem crceres, ainda assim, estaramos presos ao nosso corpo e, sobretudo s demandas, limites e restries impostos por nossa mente ordinria e seu carma associado. Uma mera liberdade exterior, sem limites geo-pol7
ticos ou econmicos, sonho que tantos acalentam, proclamam e enaltecem, s uma fantasia de quem no percebe, ou no tem sequer noo da verdadeira priso mental em que vive e habita. As pessoas querem ser boas, fazer o bem e evitar o mal, mas sua mente no as deixa realizar isso. Mesmo num mundo sem fronteiras, quem estaria livre da sua mente obssessivo-compulsiva, que arrasta, faz arder e acorrenta a todos no sofrimento? Sofrendo, espalhamos mais sofrimento. Sofrendo, fazemos os outros sofrerem por nossa causa, e este um efeito que se propaga alm das nossas vidas, pelas geraes sem fim, num ciclo vicioso atemporal e incessantemente. (Alis, sobre este prisma e base de anlise, eu gostaria muito de tentar reescrever e dar nova luz influncia espiritual estabelecida no famoso Livro dos Espritos, de A. Kardec, pois penso que ele, involuntariamente, equivocou-se, tomando, digamos assim, a sombra do ps8
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saro como se fosse o prprio pssaro mais detalhes em Medicina Interior, A Medicina do Corao e da Mente, segunda edio, Enio Burgos, Ed. Bodigaya, 2006 ). Sem termos conscincia, vivemos aderidos nossa mente, escravos dos nossos pensamentos compulsivos, presos e algemados ao vis de observao e interpretao que fazemos acerca de tudo o que vivenciamos. As energias de hbito que cultivamos diuturnamente, nos dominam por completo. Nem fazemos uso do direito de espernear, pois obedecemos aos reclames da mente como fantoches ou marionetes. Nossa mente todo o problema. Todos os obstculos e empecilhos verdadeiros que enfrentamos so imateriais e esto dentro de ns. No h obstculos exteriores verdadeiros, as grades no existem no mundo mesmo, pois so subprodutos da mente, por mais que nosso dedo indicador insista em apontar para algum responsvel fora
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de ns mesmos. Os reais problemas, dificuldades, limitaes e inimigos so fantasmas criados e sustentados apenas pela nossa prpria imaginao e criatividade descontrolada. Nossa mente reina absoluta, incontestada. Diante dela, somos como crianas indefesas. Ela nos seqestra e, usando seu pleno poder, faz-nos cumprir a todas as suas exigncias e caprichos, por mais insanos e hediondos que possam ser. Tente, apenas como um exerccio, por exemplo, imaginar o que seria ir contra a sua mente, e j ter uma noo do tamanho do ponto cego ao qual estamos atrelados. (Tudo o que voc pensar em realizar para ir contra ela, ainda ser a sua mente comandando e decidindo o que voc deve fazer!) Simplesmente nos parece impossvel deix-la de lado, falando e ordenando sozinha, por um instante sequer, qui abandon-la em seu tagarelar incessante, pois ela nos agarra e subjuga com uma fora terrvel, mas..., felizmente, no
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completamente irresistvel. Quando Simbad, o marujo, aportou numa ilha que lhe era totalmente desconhecida e misteriosa, resolveu dormir um pouco para descansar. Porm, isso lhe custou caro. No momento em que acordou, havia um ser demonaco, um animal muito estranho, monstruoso, meio macaco, meio cabra, meio javali, meio gente, fortemente agarrado ao seu pescoo pelas patas traseiras e rabo. Quando Simbad levantou, tentando livrar-se, tinha o animal bem sentado em seus ombros, agarrado sua cabea, sem que nada pudesse fazer... Ao menor sinal de reao, as pernas do monstro estrangulavam Simbad como um torniquete fortssimo e irresistvel. Ento, o homem viu-se completamente refm, merc, como se fosse um verdadeiro cavalo humano, tendo de obedecer a todas as ordens da fera e realizar seus desejos: Faa isso! V por aqui! Quero comida! Agora, gua! Ande! Vamos! Quero mais! Quero
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Maaaiiiss!!! Caso ele se negasse a cumprir, era imediatamente estrangulado, sufocado... Esta uma estria muito interessante! Porm, mais interessante ainda, foi a maneira como Simbad conseguiu libertar-se. Certo dia, enquanto a besta o fazia desbravar o lugar em busca de diverso e alimentos, Simbad avistou uma parreira carregada de uvas num canto da ilha e teve uma grande idia: disse ao seu amo que sabia fazer um bebida deliciosssima, maravilhosa, com aquelas frutas. A princpio, o monstro recusou, mas, diante dos incrveis elogios feitos bebida, finalmente concordou que ela fosse preparada. Ento, deixando fermentar bastante o suco extrado das uvas, Simbad preparou o vinho mais forte de sua vida, uma bebida encorpada que, para sua sorte, era desconhecida daquele ser. Tendo adorado o sabor e o efeito, totalmente embriagado, o parasita quedou para um lado, inconsciente, quase em coma alcolico, e Simbad aprovei12
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tou para escapulir dali rapidamente... Muito interessante, no? Este mtodo, alis, bem semelhante ao que muitos de ns utilizamos quando um sofrimento muito agudo invade nossas vidas. Sufocados por nossa prpria mente, procuramos uma sada de emergncia... No nosso caso, rarssimo encontrar algum consciente de que j est dominado, escravizado, refm, pois o monstro insacivel est instalado por dentro, naquilo que denominamos de minha mente, e no agarrado externamente ao nosso corpo. Isso muito interessante, no? Tentamos nos livrar da mente (samsrica), usando todos os meios e artifcios, amortecendo nossas faculdades psquicas, nosso discernimento e juzo, com todo tipo de substncias e expedientes. Colocamos o crebro em stand by, como se isso fosse solucionar nossas mazelas ou, enfim, pudesse aplacar ou apagar a dor psicolgica que sentimos. Tentamos calar a voz tagarelante que nos aflige dia e noite.
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Nossa mente nos reprime, adula, xinga, pragueja, perturba, inquieta e, sobretudo, deseja e demanda, ordena e exige, incontrolvel e livremente, sem freios nem limites, exatamente como a fera da estria de Simbad. Porm, mesmo empregando todos os expedientes possveis e imaginveis geralmente muito nocivos, como beber, fumar, ingerir calmantes, antidepressivos, ou, ento, entregarse autogratificao ou, igualmente, autopunio descobrimos, a duras penas, que nada disso resolve! Os problemas no diminuem nem desaparecem e at se ampliam. Nossa dor e desespero permanecem, e ainda ficamos presos a medicamentos, compulses, neuroses e hbitos que afetam nossa ateno, sade e equilbrio psquico. A nossa lucidez e capacidade natural de ver e compreender ficam obliteradas. Em resumo, adiamos a paz e a felicidade que almejamos. Atuamos sempre fora de ns, na periferia, como se a fonte ou a causa de
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nossas dificuldades estivesse exclusivamente no mundo exterior. Temos a iluso de que devemos mudar o mundo, transformar as pessoas, quando a nossa verdadeira tarefa seria a de prospectar o centro do nosso ser com plena ateno; at desvend-lo, ou seja, at desatar a venda que recobre nossos olhos o que nos faria acordar do pesado sono da nossa ignorncia e estupidez. Uma nica tarefa para uma nica pessoa. A quantidade de energia gasta nisso seria apenas uma frao da que j empregamos para manter nosso sofrimento e mergulho na existncia condicionada. Jesus e Buda atuaram sobre si mesmos, eles no pretendiam mudar o mundo exteriormente, mas at hoje, milhares de anos depois, milhares de pessoas ainda so transformadas e influenciadas pelo exemplo deles. Mas, como perceber isso se nem suspeitamos de que uma instalao artificial e egica opera nos bastidores, por trs dos olhos e no na frente deles? Re15
quer muita maturidade ver, aceitar, compreender e buscar meios de liberaco real, diante dessa constatao. apenas bom senso, no religio. no sutil que devemos procurar a verdade, o real e o causal. na mente que se engendram todas as situaes. Ali elas principiam, definem-se e terminam. ali que todos os eventos de nossa vida nascem, crescem e morrem. ali que eles aparecem, perduram e desaparecem. O mundo material to concreto e real quanto um arco-ris ou uma aurora boreal. Devido a certas causas e condies, ele surge, mantm-se por certo tempo, para desaparecer em seguida. O mundo material um reflexo, uma apario fantasmagrica mais densa, aparente, o fentipo que expressa a base ou o cho sutil subterrneo, subjacente e que, infelizmente, escapa viso embaada e contaminada. Se voc assiste a uma pessoa beijando outra na rua, a cena pode ser tocante e linda, mas quem garante a
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inteno, o que est acontecendo internamente, sutilmente? Ser um beijo de amor puro e verdadeiro? Um beijo fingido? Um beijo fatal? Voc v uma mulher oferecendo uma ma para uma criana pobre. A cena tocante, mas, pode ser uma traficante tentando viciar mais um inocente, tentando roubar mais uma conscincia e um dos nossos filhos... na dimenso sutil, invisvel, interior, que est a realidade e a verdade do que est se desenrolando externamente... O que vai na mente o que importa. ali que se fixam as nossas verdadeiras razes e onde se arquiteta o carma. Quando se atua nessa dimenso sutil, a vida externa da pessoa, em si, pode no apresentar nenhum sinal de melhora no sentido mundano e buscar alvio financeiro, material, ou mesmo pscolgico no significa, de fato, melhora alguma no que se refere ao supramundano. Isso seria apenas mais iluso, ou a prtica j consumada e dis17
seminada de estelionato espiritual. Sim, talvez essa tenha sido, exatamente, a motivao maior para que fossem dados os primeiros passos at os portais do Darma... o desejo de que o sofrimento e as agruras materiais da existncia se arrefeam... mas, voltar a mente para o Darma, buscar este contato auspicioso, conduz a uma realidade que pode diferir muito do reino dos desejos mundanos. O fluxo da verdade maior pode ser indecifrvel, insondvel, decepcionante e irritantemente impessoal. Mesmo o praticante sincero pode desalentar-se, desencantar-se e desistir rapidamente da sua prtica se tiver objetivos, desejos sutis (ter mais calma, pacincia e sabedoria no cotidiano) ou concretos, como conquistar transformaes objetivas, dentro do mundo. Olhando para a sua situao, a pessoa pode sentir-se muito frustrada. Talvez o(a) namorado(a) pudesse tornar-se mais atencioso(a), talvez os pais pudessem tor18
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nar-se menos exigentes e autoritrios, talvez o custo de vida devesse cair; talvez no devesse ser despedido(a), talvez devesse ganhar na loteria, ou deixar de sentir-se sempre deprimida, desanimada, estressada e cansada de tudo... afinal, ela est meditando e tentando controlar-se como nunca! As condies podem at piorar! No Damapada, o Buda diz, com todas as letras, que o caminho fcil para o corrupto, o enganador, mas no o para aquele que persevera na senda da virtude. Mas, o corrupto, em sua avidez, colhe frutos verdes demais e provar seu sabor mais adiante, quando eles mostraro o seu intenso amargor... importantssimo dizer, especialmente num momento em que proliferam lderes e gurus, que nenhum ensinamento verdadeiro jamais vinculou a realizao interior a conquistas financeiras, estabilidade econmica, viver em palacetes, obter fama, reconhecimento, ou outras vantagens dentro do mundo convencional,
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muito antes pelo contrrio. Buda e Jesus sempre apontavam para a insubstancialidade, para a qualidade onrica desse mundo e dos apegos que os homens tendem a estabelecer com aquilo que efmero e provisrio. Buda e Jesus no acreditavam na concretude absoluta do mundo, seus objetos e coisas. A concretude que o mundo possui aquela atribuda a ele pela mente que o v. A realidade ltima, por seu turno, possui apenas qualidades e riquezas que no so palpveis nem passveis de serem guardadas em cofres. Buda preferiu palmilhar as empoeiradas estradas a viver nos palcios de seu pai ou nos que lhe eram ofertados. Jesus disse-nos para dar a Csar o que de Csar... Por conseguinte, diante das presses e reclames da sociedade, diante das necessidades objetivas de subsistncia que se impem ao homem na atualidade, primeira vista, o caminho prescrito pelo Buda pode assemelhar-se mais a um
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grave empecilho, a um estorvo ou retrocesso, do que a via de liberao. Incapaz de olhar internamente, depois de algum tempo, o ocidental comum pode sofrer uma grande desiluso ao concluir que nem o Darma pode ajud-lo... Infelizmente, essa uma situao cada vez mais freqente e uma das razes que levam as pessoas a estancarem, no avanarem suficientemente e, por fim, desistirem. Dificuldades dessa ordem esto ocorrendo com muitas pessoas que entram em contato com o Darma sem a preparao adequada. Ressalvo que excees ocorrero devido extrema compaixo do Buda, gritante nos Sutras. Quando o intelecto exaure suas foras diante da porta do Darma, exatamente essa pausa nos pensamentos far com que a pessoa perca as chaves, s quais tanto se apegava, e resolva simplesmente bater... Ento, o Buda intrnseco vir abri-la graciosa21
mente e sem esforo... Voc pode ser incrivelmente miservel e desejar ardentemente possuir bens, ser rico, mas se no tem qualquer noo do que seja o ouro, ainda que tenha a sorte de encontrar uma pepita maravilhosa, pode simplesmente jog-la fora como uma pedra qualquer, e ainda est sujeito a ser enganado por algum que lhe oferea ouro falso. S. S. o Dalai Lama vive afirmando que o propsito da vida a felicidade. Todos os seres buscam a felicidade, mas nunca a encontram, pois no sabem no que ela consiste, o que , quais as suas verdadeiras causas, nem onde ou como encontr-la. Este o tema central aqui, mas o estudo meramente acadmico, lgico-filosfico do Darma, por si s, no conduz sua essncia, nem realizao daquilo que ele expressa, nem faz com que o estudante encontre o ensinamento verdadeiro e intrseco dentro de si (o que, aps profunda assimilao e amadurecimento, tornaria estu22
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do e prtica totalmente dispensveis!). claro que o estudo do Darma muito importante e necessrio. Contudo, sem o aprofundamento da prtica meditativa e da Mente Atenta, concomitantemente, no podemos esperar alcanar aquilo que subjaz s palavras contidas nos diversos e, s vezes, abissais discursos do Buda. Vivo insistindo em que os ensinamentos do verdadeiro Darma so absolutamente infalveis, mas apenas se praticados. Sem a prtica, o Darma no faz sentido algum e pode ter efeitos adversos sobre os indivduos incautos. O caminho do corao depende da unio entre prtica e estudo, compaixo e sabedoria, unidas a um grande discernimento e capacidade de caminhar com os prprios ps, sem externos falsos mestres. As Quatro Nobres Verdades Os comentrios a seguir tm a in23
teno de que o praticante sincero no se esquea de adotar uma ampla e aberta perspectiva do Darma, sem permitir que a mente ordinria (gosto disso-no gosto daquilo) discrimine este ou aquele ensinamento em particular. Espero que esta abordagem possa ser til auxiliando no sentido de uma viso mais coesa e integrada entre os vrios pontos do Darma tanto aos leigos interessados quanto aos praticantes mais adiantados. Antes de mais nada, o leitor deve lembrar que a transmisso dos ensinamentos ocorreu oralmente. O Buda jamais escreveu seus discursos ou Sutras, de modo que a tradio oral usou de um mtodo mnemnico bastante simples para garantir que cada ponto pudesse ser sempre evocado e recuperado completamente; ela utilizou-se da enumerao ou quantificao dos ensinamentos. Deste modo, os monges tinham de lembrar de quatro nobres verdades, oito passos do caminho, cinco preceitos, seis (ou dez) per24
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feies, doze elos da originao interdependente, cinco desejos humanos, e assim sucessivamente. Se o monge lembrasse de apenas trs nobres verdades, ou de apenas cinco passos do caminho ctuplo, naturalmente o ensinamento estaria incompleto. Por esta razo, o Darma est cheio de enumeraes e, tambm por isso, permaneceu relativamente ntegro, passando de gerao gerao, durante vrios sculos. As Quatro Nobres Verdades so: 1. A verdade (acerca) da Existncia do Sofrimento. 2. A verdade (acerca) da Causa do Sofrimento. 3. A verdade (acerca) da Cessao do Sofrimento. 4. A verdade (acerca) do Caminho que conduz cessaco do Sofrimento. A seguir, vamos olhar cada uma delas mais de perto.
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1. A Existncia do sofrimento Muitos afirmam que o ensinamento do Buda seria um tanto masoquista, ou teria um carter negativista, triste, deprimente, pois se detm a examinar os pormenores do sofrimento. A resposta para tal crtica vem com uma outra pergunta: Como superar algo que desconhecemos completamente? Como poderamos imaginar a remoo do nosso prprio sofrimento sem reconhecermos a sua existncia, sem sabermos no que ele consiste, quais elementos o compem, como o sofrimento surge ou tecido, construdo, enfim, como e por que se instala? Como seria possvel venc-lo se no conhecemos quais so as suas causas, a sua origem ou raiz ltima, ou mais fundamental? Em uma guerra, qualquer bom general sabe que deve obter o mximo de informaes (se possvel todas) sobre o inimigo a fim de traar uma estratgia que possa derrot-lo. Qualquer
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bom general sabe que, sem um conjunto completo de informaes muito precisas e meticulosas, pode ser muito arriscado deflagrar uma guerra. Agentes secretos, espies, escutas telefnicas, fotos de satlites, inspees por terra, e etc., enfim, um tremendo aparato utilizado com esse cuidado inicial e cuja finalidade crucial e decisiva. Sem conhecer profundamente o sofrimento, suas causas e origem, impossvel imaginar que possamos elimin-lo e justamente por isso que o sofrimento permeia todos os confins desse mundo. Por conseguinte, a primeira Nobre Verdade afirma a existncia do sofrimento. Pode parecer uma afirmao bvia demais, mas no . A grande maioria dos seres no enxerga o prprio sofrimento e, quando o percebe e v, no o compreende em profundidade. uma viso muito superficial. Para o ser que sofre, a experincia do sofrimento real. No se pode alcan27
ar a liberao do sofrimento ignorando indefinidamente a sua existncia e a sua natureza. Reconhecendo a sua existncia e compreendendo profundamente a sua natureza, o sofrimento pode ser finalmente eliminado, removido e, conseqentemente, podemos alcanar a verdadeira liberao. Para iniciarmo-nos nesta arte de dissecar o sofrimento, podemos apontar nele, algumas caractersticas gerais: a) O sofrimento sempre pode aumentar ou ampliar-se. O sofrimento nunca deve ser subestimado. Ou seja, voc pode ter um dia bem ruim no trabalho, perdendo negcios importantes e, descobre que foi despedido. Quando vai para casa, sofre um acidente de carro. Quando pensa que o pior j passou, descobre que sua esposa o abandonou e foi para a casa da sogra... Muitas comdias cinematogrficas so
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feitas em cima desta caracterstica bsica do sofrimento. Por conseguinte, se nada for feito, se negligenciarmos completamente sua existncia, caractersticas e bases, o sofrimento permanecer nos afligindo e certamente se ampliar e se espalhar, tomando conta de nossas vidas. Devido a esta caracterstica, muitas pessoas, ao longo da vida, desenvolvem a indiferena, imaginando que, assim, podem livrar-se ou afastar o sofrimento das suas vidas. Todavia, a indiferena tambm uma emoo aflitiva muito prejudicial e um grave obstculo felicidade verdadeira. b) O sofrimento pode no estar aparente, mas existe mesmo que no estejamos conscientes dele. H muitas pessoas que desfrutam de uma vida muito confortvel, muito favorvel, sem atribulaes, sem problemas financeiros, e que vivem suas vidas
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sem levar em conta a existncia do sofrimento. Essas pessoas no atinam quanto ao sofrimento delas mesmas nem dos outros e, estando tudo indo to maravilhosamente bem, no lhes ocorre fazer qualquer coisa a respeito, nem prepararse para quando tiverem de enfrent-lo, ou conhec-lo melhor, ou em maior profundidade. Algumas chegam a dar as costas ao sofrimento alheio, pois tm a superstio de que envolver-se com a dor dos outros possa contaminar a vida perfeita que levam. Ento, quando o sofrimento finalmente apresentar-se, quando mostrar a sua face, elas sero pegas de surpresa, e a natural troca de condio privilegiada ser vivenciada como um sofrimento muito excruciante. c) O sofrimento depende da viso da mente que o experimenta, depende da interpretao dada a ele. Portanto, o sofrimento relativo, no absoluto.
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Aquilo que perturba sobremaneira uma determinada pessoa visto naturalmente por outra. As pessoas podem reagir de modo bastante diferente diante das mesmas circunstncias, pois cada uma interpreta a sua situao a partir de um prisma psquico particular. Uma pessoa pode atravessar uma grave doena e v-la sob uma perspectiva espiritual e positiva, enquanto outra v um simples resfriado muito negativamente, sofrendo muito mais... Uma pessoa perde o emprego e v nisso uma oportunidade de fazer mudanas necessrias em sua vida. Outra, perde o emprego e pensa em suicdio... Algo semelhante pode ocorrer quando se trata de relacionamentos entre pessoas: algum perde um ente querido e aquiesce; uma outra pessoa, ao perder algum, torna-se melanclica pelo resto de sua vida. O modo como lidamos com o sofrimento depende do estado mental e da viso que cultivamos. Se voc est mui31
to deprimido, at o canto dos pssaros pode deix-lo mais irritado. A comida mais saborosa perde o gosto e o dia mais lindo pode ser muito aborrecido. Se voc cultiva uma mente com uma viso pacfica e aberta, mesmo grandes obstculos podem ser enfrentados com disposio e alegria. Um grande lama tibetano, Jamgon Kongtrul Rimpoch, disse que as pessoas pretendem no sofrer evitando as situaes que provocam sofrimento, como se o sofrimento fosse uma causa em si mesmo, o que absolutamente no verdade. Tal comportamento no funciona. A causa do sofrimento o carma, os obscurecimentos (cognitivos e emocionais) e as aes no-virtuosas. Ou seja, enquanto a causa no for tratada, removida, o sofrimento encontrar as pessoas onde quer que estejam ou pretendam esconder-se. O sofrimento as acompanhar estejam elas vivas ou mesmo mortas... Devido ao fato de no estarmos iluminados, a escurido provocada por nos32
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sa ignorncia bsica nos faz correr atrs das coisas por apego, larg-las por averso e, em seguida, recairmos na indiferena. Nosso apego bloqueia ou distorce a viso dos defeitos ou falhas dos objetos do nosso desejo, enquanto s vemos neles qualidades. Nossa averso (raiva, dio, irritao) bloqueia ou distorce a viso das boas qualidades dos objetos da nossa averso. J a indiferena impede ou distorce nossa viso em ambos os sentidos. sobre a gide da ignorncia que vivemos nossa vida nesse mundo e nos demais. (Maiores detalhes no livro Medicina Interior, a Medicina do Corao e da Mente). Esta caracterstica mostra a base sutil sobre a qual o sofrimento se apia e da qual se nutre, bem como o espao onde ele pode ser dissecado e tratado. d) O sofrimento tambm impermanente. A maior parte do sofrimento que
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experimentamos advm do fato de que tudo nesse mundo transitrio, provisrio, efmero. Suponha que voc est faminto e tem um saboroso banquete sua inteira disposio. Voc saliva, sente intenso impulso por comer. As primeiras garfadas so indescritivelmente saborosas. Porm, depois de algum tempo, cada garfada j no to estupenda assim... at que a ltima, depois de vrias repeties, pode ser at repugnante. Se voc for forado a prosseguir comendo, ver como tudo muda. Todo deleite e atrao iniciais do lugar a uma sensao de enjo, asco, e provocam vmito! De um momento para o outro, aquilo que era irresistvel, torna-se totalmente repulsivo. Assim, devido impermanncia, o momento seguinte de nossas vidas uma incgnita, pois tudo muda, tudo se transforma incessantemente, enquanto, no recndito de nossas mentes, desejamos que as coisas sejam perenes, ou durem para
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sempre. E, certamente, isso inclui a ns mesmos... Entretanto, no podemos esquecer que, por mais difcil e insuportvel que seja a nossa situao atual de sofrimento, ela tambm ir mudar e transformarse um dia. Um ditado muito sbio diz: No h bem que sempre dure nem mal que no se acabe. Graas impermanncia, podemos ter certeza de que a nossa condio atual, seja ela qual for, ser ultrapassada. Ela se transformar inexoravelmente. Logo, a impermanncia no fonte de sofrimento apenas. Ela pode nos ajudar na liberao tambm. Neste ponto, toda a questo saber se temos, ou no, conscincia de para onde nossa mente, caprichosamente, est nos conduzindo, e se vamos, ou no, tentar alcanar pleno domnio e liberdade diante dela. Portanto, tambm no basta ficarmos esperando que o nosso sofrimento se acabe (por si), ou que a situao mude para podermos, ento, ser fe35
lizes. Na verdade, podemos e precisamos agir de modo a criar as verdadeiras condies que promovero o afloramento e o encontro com a nossa essncia feliz. Se voc quer uma ma, precisa plantar e cultivar uma boa semente de ma. Seno... Os Oito Sofrimentos Podemos listar os diferentes tipos de sofrimento aos quais estamos submetidos. Quatro deles se referem ao fato de possuirmos ou sermos dotados de um corpo fsico, ou seja, so relacionados ao nascimento, ao adoecimento, ao envelhecimento e morte. Nestas quatro situaes, experimentamos algum tipo de desconforto ou dor fsica. Os outros quatro sofrimentos se referem ao fato de possuirmos ou sermos dotados de uma mente. So eles: estarmos separados daqueles a quem amamos; estarmos na presena daqueles a quem detestamos; no conse36
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guirmos obter aquilo que desejamos e, finalmente, a dissoluo dos elementos da nossa mente durante o processo do morrer. (No vou me deter no exame desses pontos, pois j esto no livro Medicina Interior, a Medicina do Corao e da Mente e no haveria espao para isso num pequeno livreto como esse). Portanto, pelo fato de sermos criaturas dotadas de um corpo e de uma mente, vamos experimentar (todos ou quase todos, pois, se morrermos precocemente, no passaremos pela velhice, por exemplo) os oito sofrimentos, quer queiramos ou no. Esta a primeira Nobre Verdade, ou a verdade acerca da existncia do sofrimento em nossas vidas. O caminho do Buda, o Nobre Caminho ctuplo, assim como tambm o verdadeiro e nobre caminho ensinado por Jesus (no pelas seitas, igrejas e instituies que se estabelecem em seu nome), representam justamente o antdoto para essa nossa condio aparentemente inso37
lvel, sem sada. 2. A Causa do Sofrimento Muito resumidamente, podemos dizer que o Buda constatou que os seres esto em samsara (na existncia cclica e no sofrimento) devido Ignorncia com relao a sua verdadeira natureza (plenamente iluminada), ou Natureza de Buda. Todos os seres so inerentemente dotados dessa condio imaculada, perfeita e essencial. No importa se voc tem um corpo ou no, qual a forma do corpo que voc possui, ou se est velho, doente, vivo ou morto. No importa se voc depressivo, neurtico, esquizofrnico, excepcional, oligofrnico, louco ou no. No importa se voc est em coma ou no. No importa se voc bom ou mau, se mente ou diz a verdade, se ladro, estelionatrio, se presta ou no flor que se cheire. Em todo e qualquer caso, bem l no fundo, sem ter plena
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conscincia disso, saiba que voc e todos os seres possuem uma Natureza Iluminada, sbia, intacta e perfeita. Ela no pode ser tocada nem maculada por maldades, vcios ou desvios. Mesmo Osama Bin Laden ou George W. Bush, nas profundezas, so portadores de uma Semente Feliz intocada por suas maldades. Porm, eles desconhecem isso e no conseguem ter nenhum contato ou acessar esse ncleo essencial. O que os impede, bloqueia, a densa escurido da prpria ignorncia. Ou seja, por no verem, no perceberem, no reconhecerem, no lembrarem, por desconhecerem e no conseguirem dar-se conta da sua verdadeira essncia, espontaneamente pacfica, sbia e feliz, os seres se distraem e se perdem, atrados pelo falso brilho das aparncias, e se afastam cada vez mais do caminho da felicidade suprema. Alis, exatamente por ser dotado, em ltima instncia, de uma Natureza de Buda, que mesmo o pior assassino, ainda que
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nunca seja flagrado ou se sinta envergonhado (publicamente), no foro mais ntimo do seu ser, ele sabe exatamente o que cometeu. Por mais que justifique suas aes, ele sabe a verdade e, embora consiga obter tudo aquilo que deseja, ele no consegue sentir-se feliz, pois age em desacordo e descompasso com sua essncia e verdade maior. Voc v? Voc compreende a importncia disso? Mesmo o poltico mais ardiloso, no auge financeiro das suas falcatruas, no fundo, por mais que possa se rir dos demais, no feliz, no tem paz intimamente! O resumo de todo este artigo talvez pudesse ser: A felicidade impossvel para aquele que age sem ouvir a sua voz mais profunda, original e interior, proveniente da nossa verdadeira natureza ou Essncia Feliz. Se voc no se sente feliz, precisa contactla urgentemente, e engajar-se em aes virtuosas. O crime no compensa, no porque um dia pode ser descoberto, ou os responsveis, punidos de acordo com
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a lei dos homens. Sempre que nossas aes estiverem em desacordo com a nossa verdadeira natureza, que sbia, luminosa e imaculada, estaremos plantando as amargas sementes da infelicidade. Ningum infeliz ou amaldioado porque desagradou aos pais, a Deus (ou a alguma concepo de Deus), Igreja, sociedade ou a qualquer coisa ou fora externa, mas sim, se pensa, sente, fala e age em desarmonia com sua centelha ou chama interior. Nossa essncia bdica tem critrios, s vezes, discordantes dos critrios humanos, ou dos tantos deuses que criamos... Ns possumos, nas guas mais profundas do nosso corao, uma essncia pura, feliz, sbia e luminescente, capaz de dissolver toda ignorncia. Ela contm, em si mesma, o remdio para todos os nossos males e tambm o caminho que conduz sanidade e felicidade verdadeiras. Por causa dessa Natureza de Buda, ns podemos ter esperana, podemos
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crer em nossa completa e total recuperao, podemos estar certos da superao do sofrimento, nessa ou noutra vida, seja qual for a nossa dificuldade, fsica ou psicolgica, ou por mais que tenhamos nos perdido, desviado ou afastado do caminho. No nosso centro, a pureza, a beleza e a verdade ainda esto vivas. A chama permanece acesa. No se desespere, persevere, pois voc pode atravessar o oceano do sofrimento com os ps firmes no cho. O Buda soube ilustrar de diversos modos, atravs de muitas parbolas, essa verdade. Uma das mais conhecidas aquela em que o Buda afirma que a condio dos homens como a de um mendigo que possua uma pepita de ouro escondida no forro de seu casaco, mas, ignorando isso, levava uma vida miservel, lamentando-se o tempo todo, aonde quer que fosse... Noutra situao, a Natureza de Buda ou Condio Iluminada da Mente comparada ao mel numa col42
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mia de abelhas. As abelhas e a estrutura (favos) da colmia representam, respectivamente, as nossas energias aflitivas (raiva, dio, irritao, apego, etc.) e a ignorncia, que escondem e impedem o acesso ao interior da colmia (como uma casca). Mas, no centro, h o mel. Para chegar at ele, precisamos superar as emoes aflitivas e, tambm, dissipar a nossa ignorncia. Assim, ele identificou a causa mais sutil, mais profunda e fundamental para o nosso estado de sofrimento cclico e incessante, ou samsara. A causa dos nossos males e padecimentos a nossa prpria Ignorncia. Sim, uma afirmao dura, severa, mas profundamente iluminada e sbia. Com esta assero, o Buda retira de ns as costumeiras desculpas e justificativas esfarrapadas, quando culpamos os outros ou as circunstncias externas pelo nosso sofrer. Sartre afirmou com sarcasmo: O inferno so os outros!.
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Justamente porque experimentamos o sofrimento desse modo, precisamos urgentemente remover a nossa Ignorncia, pois ela que nubla, obstrui, impede que alcancemos a viso clara, lmpida e desobstruda, a viso da nossa verdadeira condio feliz e livre. No podemos remover a Ignorncia alheia, mas sim, a nossa prpria e, sem dvida, esse o verdadeiro trabalho e sentido dessa nossa vida. Devido Ignorncia presente em nossas mentes, sequer nos damos conta do modo como construmos, como fabricamos, passo a passo, o nosso prprio sofrimento e o daqueles que nos rodeiam, alm de no vermos, tambm, o quanto nos apegamos ao nosso sofrer. Devido escurido da Ignorncia, no nos ocorre que a capacidade que demonstramos ao criar tantas formas de sofrimento, de modo to concreto, amplo e completo , em si mesma, a prova cabal da extraordiria fora e poder existentes e disponveis dentro de ns. E, ainda, que
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tal poder advm (do mau emprego ou uso que fazemos) das qualidades insuperveis e ilimitadas da nossa verdadeira natureza... 3. A Cessao do Sofrimento A terceira Nobre Verdade pode parecer algo muito bvio e simples, pois apenas nos diz que o sofrimento pode cessar. Contudo, neste ponto o Buda nos transmite uma paz e uma confiana realmente importantes. Olhando para tudo o que vemos e sofremos enquanto vivemos nossa vida samsrica, muitos de ns sentimos que talvez no haja sada alguma. Para muitas pessoas, de tantos padecimentos, o sofrimento lhes parece algo totalmente insupervel. Elas imaginam que esto condenadas ao sofrimento de modo eterno. Infelizmente, esta uma concluso muito fcil de ser feita, e muitos so os que desistem de buscar uma soluo para seus dilemas existen45
ciais. Isso amplia ainda mais o sofrimento. Ento, um ser desperto como o Buda, do centro de sua pura e plena compaixo, profere palavras assim to singelas. Aqui o Buda usa as palavras como uma chuva de bnos sobre aqueles tantos seres que possam ter exaurido suas foras e se entregado, de pura exausto, ao seu sofrer. Ele vem at ns, toca em nosso ombro com uma das mos e nos assegura, com os olhos e o corao de quem v alm do horizonte, que podemos descansar, revigorar e renovar nossas foras e esperanas, pois, seja qual for o problema, ser superado. Nosso sofrimento pode ser vencido e derrotado completamente. Esta nobre verdade como um elixir para aliviar nossas dores, ferimentos e cansao existencial. Ela nos encoraja, nos d a energia que pensvamos no possuir mais. Ela nos enche de coragem e alegria, pois algum muito sbio, olhando e examinando com muita ternura e ateno a nossa condio, diz
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que, com certeza absoluta, ns ainda temos uma chance. Nada est perdido, por pior que parea. Assim, esta Nobre Verdade como um maravilhoso blsamo para todos os que esto desesperanados e desvalidos. No importa quanto voc sofra ou tenha j sofrido, nunca desista: voc ainda pode ser feliz! Esta Nobre Verdade, aparentemente assim to sem importncia, crucial. Ela ressoa em nossas mentes como o arauto de uma grande boa nova. Podemos no confiar em nosso discernimento, mas podemos confiar no discernimento de um grande sbio. E ele nos brinda com uma notcia magnfica. Como mdico, vivi situaes muito semelhantes a essa e gostaria de dar um exemplo que nos d uma idia disso. Certa vez, eu tive sob meus cuidados uma menina de onze anos de idade. Era uma menina encantadora, meiga, inteligente e linda. Seus pais a amavam profundamente e demonstravam isso em seu olhar e maneiras para com ela. Ela
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retribua o amor de seus pais, pois espelhava isso em seu sorriso. Ela era doce e educada, mas tambm delicada e frgil como um pequeno cervo. Estava magra e quase sem vida. Seus pais estavam tremendamente preocupados, pois a menina estava muito, muito doente. A vida dela se esvaa rpido, pois, infelizmente, seu corpo estava sendo devorado por um cncer terrvel. Ele espalhouse por vrios rgos, pois demoraram bastante a diagnosticar sua presena no corpo dela (que era praticamente s pele e osso). Os mdicos j haviam tentado vrios tratamentos infrutferos e ela fora, ento, desenganada. Desse modo, quando chegaram at mim, eu simplesmente no sabia o que fazer e s orava por ela e por seus pais. Procurei toda ajuda que pude, pois a medicina est sempre avanando... Entramos em contato com um dos melhores centros de oncologia do pas e, ento, muitos exames foram refeitos, alm de novos exa48
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mes tambm. Havia toneladas de apreenso e ansiedade a cada segundo, minuto e a cada hora... Todos que se envolviam com aquilo sentiam um grande peso sobre os ombros, como se estivessem sendo espremidos dos ps cabea por uma prensa gigantesca. Era dilacerante olhar nos olhos daquela menina. Entrementes, um certo dia, o resultado de um exame chamou a ateno de um dos especialistas e ele, reunindo-se aos pais da menina, disse: Depois de estudarmos meticulosamente a situao, nossa equipe concluiu que o cncer em sua filha, apesar de muito avanado, tem ainda uma pequena chance de ser removido. No ser nem um pouco fcil. Ela ainda corre grande risco de morte, mas acreditamos que devemos tentar salvla. Os pais daquela criana tinham recebido muitas negativas e, internamente, estavam sem esperanas, de modo que aquelas palavras brilharam em suas mentes como o sol que penetra por uma
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fresta na escurido. Eles choraram muito ao ouvir aquilo, mas sorriram tambm, pois representava muito. Finalmente, depois de tanta dor e sacrifcio, a menina ficou curada. Esta histria ilustra muito bem o que significa a terceria Nobre Verdade proferida pelo Buda. Mas, talvez s saibamos o que ela significa quando temos plena conscincia acerca do sofrimento, no ? Tendo encontrado e definido, com exatido e clareza, a existncia e a causa do sofrimento, o Buda nos diz que podemos confiar na sua cessao, pois possvel dissipar as trevas da nossa Ignorncia. A concluso do Buda , seguramente, um maravilhoso alvio, mas no basta sabermos que h um remdio eficaz para nossa enfermidade. necessrio, sobretudo, tom-lo.
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4. O Caminho para a Cessao do Sofrimento (o Caminho ctuplo) Se estamos doentes, precisamos de um mdico que possa diagnosticar o problema e prescrever o remdio ou tratamento correto. Para recuperarmos a nossa sade, o mdico precisa ser competente e o medicamento deve ser eficaz. Sem um mdico competente e um remdio eficaz, o tratamento no funcionar. Porm, ainda que tenhamos encontrado um mdico competente e um remdio plenamente eficaz, ainda assim temos de seguir adequadamente todas as recomendaes, sob pena de desperdiarmos a oportunidade da cura. Se no seguirmos a dieta recomendada, os horrios corretos da medicao e as doses prescritas, poderemos pr tudo a perder. Qualquer pessoa compreende isso. No nosso caso, podemos imaginar o Buda como sendo o nosso mdico competente. O medicamento eficaz para nossa doena, a escu51
rido provocada pela Ignorncia, prescrito por nosso mdico, chamado Darma, mais especificamente, o Caminho ctuplo. Por conseguinte, temos de seguir o tratamento adequadamente, caso contrrio, no poderemos ser beneficiados pelas descobertas que o Buda fez. O Buda prescreveu o Caminho ctuplo salientando que cada um dos oito passos do caminho deveria ser visto como mutuamente dependente em relao aos demais. Ento, cada passo se relaciona intimamente a todos os demais. Eles no existem separadamente. Por isso, prefiro representar o Caminho ctuplo na forma de um crculo, sem comeo, meio, ou fim, pois desta maneira que precisamos visualiz-lo, compreend-lo e percorr-lo, num andar contnuo e infinito. Percorremos cada um dos oito passos de modo que, a cada volta no crculo, paulatinamente, ampliamos e aprofundamos nossa viso e compreenso. Se examinarmos bem o Caminho
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O Caminho ctuplo
7. Mente Atenta
3. Fala
4. Ao
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Em primeiro lugar, preciso que o Buda no criou nada alm daquilo que ocorre naturalmente, ou seja, j se manifesta corriqueiramente. Ele compreendeu, com sua mente plenamente desperta, o caminho exato que os seres normalmente percorrem para penetrar em samsara, desde a Ignorncia at o sofrimento. Segundo esse caminho (acompanhe os passos de um a oito na figura acima), vamos examinar a nossa viso mental habitual. Certamente que no estamos iluminados ainda, portanto, nossa viso no clara, ntida, iluminada ou desobstruda. Ela se encontra contaminada, obscurecida, nublada, velada, obstruda por nossa Ignorncia. Se a nossa mente no se encontra clara, limpa, desobstruda, a nossa viso acerca de qualquer coisa igualmente assim tambm. Em outras palavras, enquanto no alcanamos a iluminao, nossa viso se encontra equivocada, iludida, no ntida, a respeito de qualquer coisa. Por exemplo, pode54
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mos considerar que o uso de drogas seja bom de algum modo, que a vingana seja aceitvel, ou que roubar, ou mentir, possa ser positivo. Estes so apenas exemplos simples e concretos para se ter uma idia clara do que estamos falando quando empregamos o termo viso equivocada, iludida. A viso mental que possumos muito importante, vamos consider-la como sendo o primeiro passo do caminho. Se temos pouca viso, ou esta se encontra obscurecida, confusa ou equivocada, conseqentemente, o passo seguinte ser emitirmos pensamentos naturalmente confusos, iludidos, equivocados... Seguindo os passos, vamos concluir facilmente que, tendo viso e pensamentos contaminados, nossa fala (passo 3) ser contaminada, nossa ao ser contaminada (passo 4), nosso modo de vida se contaminar (passo 5), sucessivamente... cada passo seguinte, sendo dependente do anterior, ser igualmente contaminado, iludido e equivoca55
do. semelhante propagaco de erros numa cadeia seqencial, compreende? Conseqentemente, todos os nossos esforos (passo 6) sero ilusrios, sem sentido, vos, contraproducentes, pois se baseiam na viso iludida, contaminada, desde o princpio; (mas, infelizmente, no temos conscincia clara disso)... Em seguida, vem a Mente Atenta (passo 7); neste ponto, percebemos que, se a viso for estreita, obtusa, ignorante, totalmente presa e iludida com aparncias mundanas, etc., para uma tal mente jamais ocorrer a idia, ou a concepo de praticar plena ateno quer aos processos internos da mente, quer ao momento presente! Tal sutileza s concebida ou imaginada por mentes mais amadurecidas e avanadas. A mente ordinria, comum, sob circunstncias normais, sequer imagina tal coisa e, portanto, muito dificilmente praticar, por livre e espontnea vontade, coisas como a autoconscincia, a introspeco, a concentrao, ou a ple56
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na ateno. Lembre-se sempre da estria de Simbad: ele foi agarrado pelo demnio apenas porque distraiu-se e adormeceu. Sem Mente Atenta aos eventos que se processam em nossa mente, adormecemos e viramos refns. A ignorncia se instala, e sua escurido domina. Praticar Mente Atenta como entrar na escurido da mente com uma lanterna acesa nas mos! Atravs dela, comeamos a discernir, a ver e a dissipar a escurido. Sem praticar Mente Atenta (passo 7), muito difcil que ocorra a algum praticar, assdua e adequadamente, a meditao (passo 8). Quantas pessoas voc conhece que praticam meditao? E quantas praticam meditao sob condies e orientao adequadas? Muito freqentemente, a meditao preconizada e praticada por escolas religiosas, culturais e filosficas que tentam incutir dogmas e doutrinas particulares em seus adeptos. Tal prtica, em si mesma, no pode ser considerada adequada. O Buda
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nunca prescreveu tal coisa aos seus ouvintes. Praticada adequadamente, a meditao dissolve os ns crmicos, as energias de hbito instaladas desde muitas vidas e faz com que toda a penumbra provocada pela Ignorncia se desvanea, ampliando a nossa capacidade de viso que se torna, ento, menos obscurecida (passo 1). Examinando estes fatos todos, podemos ter uma idia do quanto incomum que, baseadas numa viso iludida, equivocada, obstruda desde o princpio, as pessoas pratiquem um caminho verdadeiro. Em geral, as pessoas esto bastante perdidas nesse mundo. Elas no seguem o caminho preconizado pelo Buda; elas seguem na direo e no sentido da ampliao da sua confuso. Sem praticar (os passos 7 e 8) Mente Atenta e, conseqentemente, sem meditar adquadamente, voltamos ao primeiro passo, ou seja, a viso se torna ainda mais turva! Assim, sucessivamente,
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samsara vai se tornando mais denso. A escurido se aprofunda. As pessoas sofrem sem saber por qu... No de se admirar que o mundo esteja na situao em que se encontra! Portanto, na verdade, se voc puder olhar bem para esse Caminho ctuplo, ver que, nele, o Buda no criou nada de extraordinrio ou especial. Esse caminho no nenhuma revelao sobrenatural. Nada disso. algo muito palpvel e visvel nesse mundo em que vivemos. algo de extremo bom senso. Ele constatou que as pessoas seguiam um caminho ctuplo na direco e no sentido do afundamento em samsara (o ciclo condicionado de existncia), ou no sentido da ampliao da iluso e do sofrimento. Para sair de tal condio, devem as pessoas inverter o sentido do percurso e, incluindo os dois passos ausentes, praticar de modo completo, na direo da iluminao de suas prprias mentes. Se uma pessoa tomar a firme de59
ciso, o firme propsito, de praticar cotidianamente os passos no efetuados em samsara (Mente Atenta e meditao), seus obscurecimentos iro se dissolver. Com o passar do tempo, a mente do praticante comea a tornar-se, paulatinamente, mais clara. Assim, a viso comea a ficar tambm mais iluminada. Por conseguinte, os pensamentos tambm sero mais iluminados. Sendo a viso e os pensamentos mais iluminados, a fala, a ao, o modo de vida, tambm o sero. Os esforos sero mais efetivos, aplicados no lado certo da alavanca... bem, creio que o leitor j compreendeu. A vida comea a espelhar a iluminao gradativamente, de modo que a escurido da Ignorncia vai sendo dissipada pelo brilho cada vez mais radiante da nossa Natureza de Buda (ou Jesus). O contato com a essncia feliz (ou talvez com o esprito santo) que h em ns, foi restabelecido. Finalmente acordamos dos nossos tantos pesadelos, enquanto fe60
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licidade, paz, amor e compaixo genunas eclodem das profundezas do nosso corao mais original, agora to leve, sereno e liberto, como se fossem a gua pura e cristalina a jorrar de uma fonte inexaurvel...
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2. As Sete Chaves do Cdigo Galileu Galilei Autor: A. Z. Adonai 256 pginas Muito alm de uma bela aventura, onde bem e mal se confundem, ou de um livro sobre a histria secreta da Igreja Catlica seus dogmas; a desmistificao da Bblia; os Evangelhos Apcrifos; o Tribunal do Santo Ofcio da Inquisio; as heresias; O Martelo das Feiticeiras; a vida, a obra e os processos contra Galileu Galilei e Giordano Bruno; a vida ntima dos papas e seus filhos; a Companhia de Jesus e a Mnita Secreta ou o manual interno dos jesutas para a expanso e a dominao mundial; os Templrios e seus invejveis tesouros; as Cruzadas e guerras santas; o Opus Dei; o Vaticano, seu Banco e suas riquezas acumuladas, entre vrios outros temas , esta obra , na verdade, uma homenagem dedicada ao gnio italiano Galileu Galilei, especialmente ao que sua mensagem de vida representa e ensina s futuras geraes. Este livro o maior avano desde o Cdigo da Vinci. Enio Burgos 3. Medicina Interior - A Medicina do Corao e da Mente O Caminho pelo qual pensamentos e emoes causam as doenas e as dificuldades da vida.
(2Edio revista e ampliada)
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As Quatro Nobres Verdades e o Caminho ctuplo Medicina Interior, A Medicina do Corao e da Mente, detalha todos os aspectos do caminho atravs do qual pensamentos e emoes geram os desequilbrios psquicos que apresentamos, assim como as doenas que desenvolvemos. Este livro funciona como um espelho, no qual podemos ver refletidas as sutilezas da mente, em especial as energias associadas ao apego, raiva, indiferena, orgulho, inveja, e suas conseqncias sobre o nosso bem-estar. A partir de um maior autoconhecimento, vemos como transformar as emoes perturbadoras em sabedoria e plenitude de vida. Atravs do reconhecido poder de medicamentos sutis e prticas meditativas curativas, podemos prevenir ou superar enfermidades, alcanando um estado de maior compreenso, sade, felicidade e harmonia. 4. Paisagem de Pessoa Autor: Paulo Emmel 64 pginas
Paisagem de Pessoa traz os versos mais representativos do autor. So poemas repletos de imagens fulgurantes, que levam o leitor por uma viagem multifacetada de sentimentos e novas percepes da realidade. Paulo Emmel nasceu em Santa Cruz do Sul/ RS. Freqentou os crculos universitrios ligados aos cursos de jornalismo, cincias sociais e letras. Buscou novos caminhos experimentando a biodana, a meditao, a introspeco e o autoconhecimento.
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Todas estas atividades ajudaram-no em seu caminho, que culmina agora com a publicao desta bela obra. 5. A Bssola do Zen - A Essncia da Espiritualidade para o Mundo Atual Autor: Seung Sanh 432 pginas Este o livro mais completo sobre os ensinamentos Zen-budistas j publicado no Brasil. Com seu estilo bem-humorado, lcido e brilhante, o autor, mestre zen coreano da linhagem rinzai, esclarece praticamente todos os Sutras do Darma ensinado pelo Buda Shakiamuni. A Bssola do Zen o livro que mais se aproxima de uma bblia budista.
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BUDA - O FILME Em 22 de maio de 2006, em Cannes, foi assinado o contrato que possibilitar a filmagem 65
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Editora Bodigaya, que j os havia solicitado h quase dez anos, sendo a primeira editora nacional a reconhecer o valor inestimvel do texto. Teremos a imensa honra, portanto, de traduzir e publicar fielmente o texto original, na ntegra, para o pblico brasileiro. , um trabalho de flego, muito alm da capacidade financeira e estrutural da Editora Bodigaya. Nosso editor, Enio Burgos, ao considerar tais dificuldades, declarou: Os Budas sabem o que fazem. Se nos confiaram tal tarefa, na verdade, um desafio maravilhoso, nosso dever buscar meios para cumpri-lo dignamente. Que os Budas nos ajudem.... As pessoas que acharem por bem auxiliar na publicao do livro, podem adquirir exemplares antecipadamente, em pr-venda, atravs do site www.bodigaya.com.br. Do fundo do corao, somos imensamente gratos pela ajuda inestimvel.
Todos os lanamentos apresentados neste livro, entre outros ttulos, podem ser encontrados no site: www.bodigaya.com.br
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