Barbosa 1956 Curso
Barbosa 1956 Curso
Barbosa 1956 Curso
org
Barbosa, Pe. A. Lemos. 1956. Curso de Tupi Antigo: Gramtica, Exerccios, Textos. Rio de Janeiro: Livraria So Jos. Permalink: http://biblio.etnolinguistica.org/barbosa_1956_curso O material contido neste arquivo foi escaneado e disponibilizado online com o objetivo de tornar acessvel uma obra de difcil acesso e de edio esgotada, no podendo ser modificado ou usado para fins comerciais. Seu nico propsito o uso individual para pesquisa e aprendizado. Possveis dvidas ou objees quanto ao uso e distribuio deste material podem ser dirigidas aos responsveis pela Biblioteca Digital Curt Nimuendaju, no seguinte endereo: http://biblio.etnolinguistica.org/contato O presente trabalho, escaneado por Alexandro Ramos (Curitiba), foi disponibilizado pela equipe da Biblioteca Digital Curt Nimuendaju em dezembro de 2009.
CURSO
DE
TUPI ANTIGO
DO MESMO
AUTOR
Pequeno Vocabulrio TupiPortugus. Livrar;a So Jos. Rio. 195I. O Auto de So Loureno. Uma pea teatral de Anchieta em tupi, caste1hano e portugus. Rio. 1950. O "Vocabulrio na Lngua Braslica". Ministrio de Educao e Sade. Servio de Dacumen tao. Rio. 1948. Estudos de Tupi. O "Dilogo de Lry" na restaurao de Plinio Ayrosa. Rio. 1944. Catecismo na Lngua Braslica do P. Antnio
de Arajo S. J. Reproduo fac-similar da l.a ed. (1618). Rio. 1952.
L.
1"\.
Lt:..iVl
uS .t)AKt:>U::)A
CURSO DE
TUPI
ANTIGO
GRAJJ1TICA
EXERCCIOS TEXTOS
LIVRARIA SO JOSE
RIO
__ .-------IiiI--- ...
-._I~
o (
PONTlFCIA
UNIVERSIDADE
CATLICA Rio
BAStUO DE MAGALHES
Famlia
tupi
(LRY)
PREFACIO
~ste CURSO DE TUPI ANTIGO pretende facilitar o conhecimento do idioma falado pelo grupo mais importante de ndios do Brasil. Lngua vulgar prevalente nos primeiros tempos da Colnia, falada na catequese e nas bdndeiras, instrumento das conquistas espirituais e territoriais da nossa histria, o seu conhecimento, sequer superficial, faz parte da cultura nacional. Adotada como lngua "geral" ou "comum" por ndios de outros grupos tnicos e lingiisticos, pelos prprios pc>rtugnses e, ao que parece, at por muitos negros, tornou-se lao de unio entre os vrios povos que formaram . o Brasil, e destarte contribuiu para fortalecer, na Amrica Portugusa, De sua aquela unidade poltica que faltou Amrica Espanhola. antiga preponderncia so vestgios os nomes geogrficos que semeiam o territrio naional e os milhares de palavras incorporadas ao lxico . brasileiro. Fazia-se notada a falta de um compndio moderno desta lngua. Os at aqui publicados ou foram escritos ao tempo em que o tupi era ainda vivo, e no so, portanto, apropriados para as atuais circunstncias (ANCHIETA, FIGUEIRA), ou se referem mais de perto ao dialeto guarani, seja o antigo (MONTOYA, RESTIvo, BATISTA CAETANO), seja o moderno (MONREALE, BOTTIGNOLI,GUASCH, etc.), ou ao nheengatu (GCUTO DE MAGALHES,SYMPSON, P ARISSIER,STRADELLI,T ASTEVIN, etc.), ou, enfim, so demasiado superficiais, quando no mal informados. Esta obra, denominamo-Ia CURSO: um misto de gramtica, vocabulrios, exerccios e textos, desenvolvidos no pela clssica ordem gramatical, mas em pequenos ciclos, com a preocupao de possibilitar ao estudioso o assenhoreamento prtico da lngua, pela imediata formao de frases, gradativamente mais complexas. Lies a princpio mais simples, relegadas para o fim do volume as maiores dificuldades. N os exemplos gramaticais, houve o cuidado de evitar grande variedade de vocbulos, para no distrair a ateno do fito principal: a aprendizagem do mecanismo da lngua. Essa pobreza e monotonia
IIIJ!,,'~ "
B<'.
CUl{:;O lJ.t.
~u.t'i ANllGU
11
Particul::Jrmente, afastamo-nos da nomenclatura e mesmo da tcnica gramatical em uso entre os indig'enistas n,)rte-americanos. Conquanto 8dmirvel pela precis2.o e obietividade, tornou-se de tal forn1a especializada, que reouereria um prvio estudo, no menos rduo que o prnrio estudo da lngua tUDi. Dess-erv;ria.::Jssim. ao obietivo de divulgado desta <obra, destinada no a linf?istas mas ao grande pblico brasileiro, que dedica ao assunto um inte-esse cres,eente mas sem preocuDa,o de cunh0 cientfico. N a escrita obedecemos ao mesmo critrio: um alfabeto simples, evitados, quanto possvel, os caracteres exticos. Fioue o rigor fontico para as obras tcnicas, de carter linO'stico. Nenhum g-ramtico portugus, espanhol, ingls, nenhum latinista se lembrou de usar o alfabeto fontico internacional nas suas obras de divulgao. S abrimos uma exceo para as semivogais, que foram gravadas sempreI, l, y. Dada a absoluta necessidade de distinguir entre ditongos e hiatos, aps madura reflexo pareceu-nos essa a melhor alternativa. O embaracoso problem9. da div;so das palavras compostas, dos elementos incorporados, principalmente das partculas tonas, procuramos resolv-Io ecE~ticamente. Fugindo tanto das palavras incomensurveis dos antigos gramticos, quanto da fragmentao em pequenas particulas tonas ou integrantes silbicas de 'Outros morfe .. pareceumas. O hfen (de que algum pensar que abusamos), -nos solucionar suficientemente o duplo problema: da deconmosi3o semntica (importante para quem comea a estudar), sem prejuzo do feitio incorporativo da lngua e sem quebra da unidade fonolgica das palavras. Por outro lado, visto o carter prevalentemente didtico do hfen, no cause espcie se a'cas-o, neste CURSO, uma mesma palavra figure ora com, ora sem le. Estuda-se aqui o tupi antigo, no o guarani nem os dialetos modernos, cujo contado com o portugus se circunscreveu a regies relativamente pequenas do territrio nacional. N osso estudo versa sbre a ln!2'ua doct1mentada nos dois sculos que medeiam entre 1550 e 1750. Nessa poca j o tupi se distinguia sensivelmente do guaran, embora as divergncias no fssem profundas. Mas mesmo no domnio do tupi havia Eg-eiros matizes regionais, sobretudo no campo da fonologia (v. n. 26, 39). N esta obra, salvo indicao em contrrio, trata-se do dialeto falado na Costa, desde o Rio de Janeiro at o lVIaranho. Respeitamos o tradicional apelativo "tupi", que, entretanto, de inicio s cabia tribo e lngua dos "tupis" (de S8.0 Vicente), tendo-se estendido
.i
posteriormente s tribos e subdialetos costeiros e setentrionais. Por um contras senso histrico, o dialeto dos legtimos "tupis" era o que mais se distanciava entre as tribos irms, aproximando-se bastante do guarani. Portanto, a lngua tupi que se estuda neste CURSO, mais exatamente a dos tupinambs, tupiniquins, etc. do que a dos legitimos "tupis". Apesar disso, conservou-se o nome "tupi", j consag-rado como genrico por uma tradio de vrios sculos. Os prprios autores Que recentemente o substituram por "tupinamb", vez por outra voltam ao velho etnnimo. Pelo demais, ste CURSO no seno a sistematizao de quanto nos legaram os antigos gramticos, ANCHIETA e FIGUEIRA, aproveitac1as, auando ,compatveis com o tupi, as observaes de MONTOYA e RESTIVO sbre o guarani. H, sim, por vzes, uma nova concepo gramatical, luz dos exemplos dos mesmos mestres e de outros documentos preciosos, como o Vocabulrio na Lngua Braslica, as obras de ARATO, VALENTE, BETTENDORFF,etc., e, principalmente luz da lingstica moderna, mas de uma lingstica monesta, mais de concluses elo que de citaes. Alis em geral citamos quase s exemplos, raramente opinies de gramticos. IDispomos dos elementos para defender cada uma de nossas afirmaes. mas no caso de ser provado rro nosso, prazeirosamente ser corrigido. Como compensao pela esrassez de citaes, ter o leitor, no fim de cada Lio, a respectiva bibliografia. Desde o ttulo da ohra excluiu-se a expresso "lngua tupi-g'uarani", que nos parece inexata. Conhecemos sim as lnguas tupi e guarani, em, melhor, os dialetos tupi e guarani, estreitamente aparentados, mas com caracteres diferenciais bem ntidos. Conhecemos tambm o arupo (c1e lnguas ou, melhor, dialetos) tupi-guarani. 1\1as dizer "lngua tupi-guarani", s pelo fato de serem irmos e parecidos os dois di'lletos. to inaceit,'ivel como o seriam as expresses "lngua luso-espanhola" ou "luso-galega".
Nos exerccios, demos preferncia s peaueninas oraes, sbre assuntos vrios. s vzes at desconexos. Mediante elas, o estudioso estar em condies de formar outras.
A citao elos exemplos e textos em tupi sempre feita na ortografia dste CURSO. Dada a extrema variedade ele sistemas grficos e a finalidade didtica dste compndio, seria 'contra-indic8da oualquer outra orientao. Quando, por motivo didtico, ou na citao de
~L.ll!lull.KI[I~~I!IIUI!lII!l1J1!Il:!,IIIIl!lU~l:'1jI1.~A~.N!!II II1111111j1\.:r!llll--------~1'!!'311111l1--. 1
textos guaranis, fr necessria alguma adaptao que no atinja apenas a ortografia, logo depois do nmero da pgina citada ir a abreviatura "ad.", p. ex. (REST. 120 ad.). - Fique esta advertncia bem clara, para conhecimento da crtica honesta. Pareceu-nos de utilidade juntar obra um ndice remissivo dos prefixos, sufixos, palavras gramaticais e de todos os outros trmos que a qualquer ttulo tenham sido particularmente estudados neste
CURSO.
Complemento necessrio da obra, esto vindo a lume os Pequenos Vocabulrios Ttipi-portugus e Portugus-Ttipi, enquanto se prepara um mais completo Dicionrio da Lngua Tupi. Para outra oportunidade reservamos uma investigao de carter mais especializado sbre a ndole da lngua tupi. Estamos que trabalho dessa natureza, estritamente lingstica, ser mais fcil de realizar do que um curso de divulgao, ,como a presente obra.
ste CURSO encontra-se concludo h quase dez anos, e nesse intervalo no sofreu retoques de monta. Porventura, se o fssemos redigir de no.vo; dar-lhe-amos outro feitio, mais tcnico. Tal como est. porm, quer-i70s parecer que ser mais accessvel ao grande pblico. Muito raras alt('raes fizemos ao texto durante a 111Presso, que levou mais de trs anos. Acrescentou-se apenas a Lio 60a. e tudo o que se lhe segue. Tambm a bibliografia aps cada Lio. Mas as obras mais recentes, inclusive nossa reproduo do Catecismo de ARAJO (l.a ed.), no interferiram e1n nada no corpo da obra, excetuados dois ou trs passos. Nesse nterim, tm-se acentuado alguns mal-entendidos, entre fillogos brasileiros, a respeito de estudos de tupi. Tratando-se de nomes conceituados, justo que nos detenhamos um pouco num exame sereno de suas posies. Comecemos pelo prefcio do recente tomo II do Dicionrio Etimolgico da Lngua Porhtgusa de ANTENOR NASCENTES (Rio, 1952), p. X: "Tupi no se faz no asfalto. Faz-se na selva, em COntactocorn o ndio, com o desconforto, com o mosquito, com as cobras e outros animais perigosos, numa verdadeira vida
1'+
de missionrio. Precisamos fazer tbua rasa de tudo que se tem produzido em matria de tupi e mandar aos Estados Unidos meia dzia de rapazes, ou mesmo algum professor, que tenham gsto por stes estudos, para com os discpulos de Boas aprenderem os process()s de estudarem lnguas de se1~ vagens, processos estes to ligados filologia quanto antropologia".
o ilustre professor mostra-se no bem informado do assunto, !aborando em alguns equvocos. mas no "Tupi no se faz no asfalto" diz NASCENTES mato. Ora, o tupi da costa (precisamente o dialeto que contribuiu para o vocabulrio comum e para a toponomstica geral do Brasil, de que NASCENTES faz os seus estudos etimolgicos) lngua morta e, como tal, j no se fala em mato algum. Seu estudo tem de ser histrico e filolgico, documental, e em hiptese nenhuma ser estudo de campol. Os co-dialetos vivos podem trazer luz a algumas questes, mas indiretamente, como o galego atual talvez esclarecesse aIg-o do portugus do scu10 XVI. Certo lingista americano estranha que os investigadores brasileiros se dediquem tanto ao tupi antigo, lngua morta, e no se voltem para as lnguas indgenas ainda vivas. Reparo compreensivel, ste
(1) A simples idia de "trabalho de campo" parece fascinar alguns espritos, a ponto de menoscabarem os estudos "de gabinete". bvio que qualquer estudo sbre ndios OU suas lnguas deve basear-se em observaes diretas do ndio ou de sua lngua. Mas estas podem ser tanto as do prprio teorista .como as de outro informante fidedigno. Negar isto seria admitir a experincia pessoal como fonte nica de conhecimento certo, deitando por terra todo o edifcio da cincia. Verdaele isto ela etnologia, muito mais o ela lingstica. Pois se no possvel trazer uma tribo para a cidade. fcil ter mo informantes nativos e mesmo textos autnticos gravados. Veja-se. p. ex. o uue diz FLOYD G. LOUNSBURY (UJ:liversidaele de Vale) no seu artigo Field JI,/[ ethods and T ecniques 1'fI Linguistics, na recente e mais que autorizada publicao Anthropology Today, All Ellcyclopedic 11lventory The University of Chiprepared 1mder the Chair1l1anshiJ7 of A. L. Kroeber. cago Press (Chicago, 1953), p. 406: .A complete gra1l1uzatical analysis need not be carried ont while in the field. 1n faet, if a large enough wllection of texts is available, this can be done 'luitho1d access to a native infoY1nanfJ, Por onde se cor:.clui que a convivncia pessoal com o povo inelgena no ele to dbsoluta importncia como pretende A. NhSCENTES. e que o seu rigor quanto tcnica ele trabalhos lingsticas no est ahmliza,elo nem mesmo para o estudo das lnguas vivas.
DI
SIm. le no exige que se v selva estudar uma lngua morta; pelo contrrio, porque a sabe morta, pede que se d ateno tambm s vivas ... Talvez um lingista americano no alcance o que significa o tupi antigo para os estudos histricos, filolgicos e etimolgicos brasilianos, pois nada de semelhante se deu com as lnguas norte-americanas. Entretanto, seguindo a mesma linha de pensamento, um americanista europeu, que no tem oportunidade de vir Amrica, poderia lamentar que os lingistas do Novo Mundo no consagrem ao trabalho de campo todo o tempo que dedicam ao latim ... ou crtica. Surpreende, porm, que um renamado etimologista brasileiro, que h anos vem prometendo um dicionrio etimolgico de brasileirismos, lamente a falta de estudos dos dialetos vivos, que pouca ou nenhuma atuao tiveram na lngua do Brasil, e por essa falta explique as deficincias de seu dicionrio. No h o que opor ao alvitre de mandar estudiosos para o .. '. asfalto americano, a estudar com os "discpulos de BOAS"2 - muito embora no nos conste que para estudar lnguas ele "selvagens" haja algum mtodo diferente do das outras lnguas vivas. Mas quem conhea por dentro as obras dos discpulos de BOAS} sabe que nem tdas foram preparadas no mato e que algumas foram redigi das ,com ndios residentes na cdade. Tanto mais que para esclarecer as dvidas etimolgicas de NASCENTES}e nada serve estudar os diad letos atuais dos Tapiraps ou dos Tembs, nem o guarani platina ou o nheengatu amaznico. O que importa conhecer o tupi antigo, lngua que subsiste apenas na documentao histrica. A vida inteira entre os Apiacs ou entre os Parintintins, com cobras e lagartos, no explicaria uma letra das palavras Niteri} Maca} Bertioga,} Araru.amo} nem de tacape} carioca} inbia} pindaba ou per. Diante de tudo isso, fica-se a imaginar o que poder ser o Dicionrio Etilnolgico de Brasileiris1'l1os} que NASCENTES 110S vem (2) Para alguns fillogos brasileiros, BOAS continua a ser a ltima palavra em matria de lingstica indgena. incontestvel a influncia que exerceu o grande cientist;;t na direo dsses estudos, sobretudo pelo seu "descobrimento" de que as categorias lingsticas no so universais nem tm correlao com os diferentes tipos de cultura. Os modernos lingistas continuam a nortear-se pelo princpio de BOAS de que cada lngua deva ser estudada em si mesma e no pela comparao com a estrutura de outras. 1:bs o "mtodo" de BOAS para o trabalho lingstico hoj e antiquado e insuficiente. Cfr. FLOYD G. LOUNSBUjlY, op. cit., p. 408. Quc:m fr Amrica aprender com os discpulos de BAS os processos de estudar lnguas de ndios (ou " selvagens" - como diz NASCENTES), verificar que exatamente nisso le~ so menos discipulos do mestre.
I I
-~
-- - - - ~-
- -~
~~ -.
- ---~
..
--
-.
prometendo h tantos anos. Grande contingente de brasileirismos so de origem tupi. NASCENTES condena o estudo citadino do tupi. Acha que se deve fazer tbua rasa de tudo o que j se escreveu at hoje sbre o assunto. Por outro lado, nunca foi estud-Io no mato. De que fonte sero as origens tups que nos oferecer, e para as quais "j esto devidamente ordenadas as respectivas fichas"? POdemos fazer idem por algumas amostras. Assistlmos a uma defesa de tese de concurso para livre docncia de portugus na na Faculdade .l'-<aclOnal de llosona, em que A. NASCENTES, argio, ailrmou que a palavra "inubia", tlrada da zanylJia de J EAN de LERY e vUlganzaaa pelas romantlcos, provm de uma transcrio deleituosa ua palavra 1'lmnuy "tlauta" (o m inicial teria sido tomado por m) 3. Ura nao se faz mister ir ao Xingu para ver que os tupis no podiam chamar com o mesmo nome (m1mby) dois instrumentos natlvos tao dl1erentes como a !lauta e a trombeta. basta lr a p. 65 do lJzczonno Fortugus e .Hras1,Lwno, onde vem ]o'mlJy na aecepo de "buzma". CtI. amda p. 24b e ARRONCHES (Jumi), ;:'TRA~b DELLI 1.54 (iumi). O problema se resolve no no mato mas na bibllOteca. "",,,." Uara compreenso do assunto demonstra o proL ARION DALL' IGNA KODRIGUES (Universidaue de Luritiba), em seu recente artigo Ana/1se 'IJl,orfologzca de um texto tupi, Logos, VIl, n.o 15 (Curitlba, 1952):
1<
"Sendo o Tupi antigo (scs. XVI-XVII) uma lngua morta, apenas atestada documentalmente, todo o estudo que dela se taz h de ser baseado em documentos: gramticas, vocabulrios e textos; sse estudo , pois, de um cunho nitidamente filolgico". No estranhe o leitor se nos estendemos nesses esclarecimentos. Ao lado de arremetidas francas, como a de A. NASCENTES, sente-se uma guerra fria aos estudos de lngua tupi, por parte de alguns fillogos brasileiros. Como essa OpOSlO diz feita ora em se nome da lmgstica ora em nome da filologia portugusa, tempo de colocar as cousas nos seus lugares.
(3) Em publicaes, NASCENTES j veiculara essa explicao, que BATISTA CAETANO, Apontamentos sbre o Abanheen.ga, 2. opsculo, vem p. 4.
de
Do equvoco primrio de supor o tupi colonial uma lngua viva, que possa ser estudada pelo mtodo etnolgico-lingstico, surge outro mal-entendido, evidenciado na assertiva de NASCENTES de que "a transcrio s com Tastevin tomou algum jeito. esta a transcrio que sigo ... ". Dir-se-ia que a lngua documentada por T ASTEVIN o mesmo tupi antigo. Ora, o nheengatu amaznico das obras de T ASTEVIN um dialeto >Civilizadoou "crioulo", falado por descendentes de arauaques, e que do tupi mal conserva o vocabulrio, muito alterado e reduzido, tendo simplificado inteiramente a morfologia e a sinNAscENTEs taxe, tOlnando-se uma lingua analtica ao extremo. navega na esteira de T ASTEVIN, que cuidou estar tratando com o mesmo tupi colonial, apenas mal apreendido pelos antigos gramticas. Prossegue NAscENTEs: "numa poca em que se dispe de aparelhos de gravao, palatos artificiais, olivas nasais, quimgrafos, etc., no nos podemos contentar mais com informa,es tericas". Consigne-se aqui sse paradoxo de exigir para o estudo do tupi um rigor "cientfico" que no se aplica ao estudo da lngua portugusa. Em valiosa obra, ainda h pouco reimpressa, sbre lngua viva (o linguaj ar carioca), o sr. A. NAscENTEs no se serviu de nenhum' dsses aparelhos que declara indispensveis para observao do tupi, lngua morta. O linguajar carioca, e mesmo a fala brasileira em geral, to nitidamente diferenciados da fala portugusa, j foram objeto de observaes atravs de palatos, olivas ou quimgrafos? A filologia brasileira, to erudita e rigoros'l com os indigenistas, contenta-se, para uso interno, com informaes "tericas" ? Ser a tcnica moderna menos til ou accessvel para a caracterizao fonolgica dos dialetos romnicos? Sejamos sinceros. Certa filologia brasileira est mais bem informada sbre a dialetologia portugus a (continental e colonial) do que sbre a lingua que se fala no Brasil. Mais voltada para o portugus arcaico e clssico do que para a realidade lingstica nacional. Trata mais das construes de GIL VICENTE e do Palmeirim da Inglaterra do que do vocabulrio brasileiro. Condena indistintamente tudo o que se tem escrito sbre tupi, tachando de antiquados, lricos, artificiais os mtodos seguidos, mas no d exem-
pIo de objetividade cientfica enquanto persiste nas velhas preocupaes de tica lingstica, do que ou no "correto", tomando como ponto de referncia no os fatos atuais mas o uso dos "bons autores", portuguses e clssicos de preferncia 4. Outro ponto para o qual se volta o zlo lingstico de alguns crticos: a "artificialidade" dos antigos documentos tupis. Diz-se que os textos dos jesutas S3.0 ficticios, versam assumos estranhos cultura indgena (p. ex. nos catecismos, sermes, poesi.as, eto.), aceitam neologismos inventados pelos Padres, no se sabe se com real penetrao na lngua, etc. Longe de ns contestarmos o que h de verdade nessas observaes5 Os antigos missionrios pagaram tributo mentalidade dominante na poca. Considerando a cultura europia e as lnguas clssicas o tipo ideal de cultura e de linguagem humanas, no lograram compreender o intersse de registrar produes espontneas de uma lngua de ndios. Deixaram-nos inmeras tradues de livros europeus, de composies ocidentais; no nos legaram uma s lenda ou narrao autntica no idioma nativo. Dessa natureza restam-nos apenas frases esparsas. Segue-se que aqueles textos no tm intersse para a etnologia, por isso que no traduzem o pensamen(4) Compreende-se que a gr,amtica normativa da lngua literria "o que se pode ou se dev'C ou no dizer" - procure conservar seu lugar ao sol, tanto quanto os cdigos de etiqueta social ou das mods de vero. Mas que no se considere menos artificiosa do que ).uu texto de catecismo indgena, mil vzes burilado soa o controle da lngua viva. Nem mais digna de ser objeto da cincia lingstica. Cfr. LEONARD BLOOMFIELD, Language (N. Y ork, 1945), p. 3-4; 496 s; J. MAROUZEAU, La Linguistique (Paris, 1950), p. 51 ss; 112; 120-121. . (5) Faamos, porm, uma ressalva . .0;o justo que se aplique indiscriminadamente sse juizo crtico. Na literatura indgena dos antigos missionrios (gramticas, vocabulrios, serlnes, po~sias, etc.), cabem tambm as variedades e as graduaes. Houve observadores mais e menos cultos, mais e menos perspiczes. E houve Hnguas mais favorecidas que outras. A literatura em Hngua tupi (e o rnesn10 -I/ale da guarani) ocupa Ulna posio singular entre tdas. Durante dois sculos .. uma srie ininterrupta de cultos jesutas, oriundos de vrias naes, consagraram-se ao estudo dos dialetos tupi e guarani, th'Cgando a encetar um movimento literrio, filolgico e editorial em plena selva, sem paralelo mesmo nos Andes e no Mxico. A ortografia, atravs de sucessivos aperfeioamentos, chegou a uma exatido prtica em nada inferior portugusa e castelhana do tempo, - para no falar da inglesa e francesa atuais.
.-!!!!!!!!!.-------------_I!I! ..
1..- ...... ..1-"... '.--'
.1J.J....J
....... ~..:..-
...
~~.-
__ ~
__
(CTC'
to ne"! a cultura do -ndi06 :\Ias dai a recusar-lhes qualquer valor documentos filolgicos e lingisticos s seria justo se a Linfsse mera disciplina auxiliar da Etnologia, destinada to 2. desvendar aos olhos do etnlogo o pensamento e a cultura dos Ora o objeto da Lingstica no o pensamento nem a lltt;, ~", mas a expresso simblica e vocal do pensamento ou emo-- Um catecismo em lngua indgena no mais artificial do lue ,mIa lenda indgena escrita em portugus. Nem do que uma . de Sfoc1es, representada em. ingls. que artificial na literatura missionri" o pensamento ou cultura que se pe na lngua do ndio. no necessriamente em que se expressa aqule pensamento. As palavras, o sonoro empregado, os conceitos gramaticais expressos, os 'usos que os exprimem, os prefixos, os sufixos, a ordem das enfim tudo o que material estritamente lingistico (e 6;" renas cultural) tudo ali autntico e legtimo -- excetuado ou outro neologismo ou rro acidental - e no um artifcio como seria, p. ex., um discurso em esperanto ou uma ','m volapuque.
T';ca maior clareza, suponhamos que um ndio narre a lenda em tupi, em portugus e em esperanto. Nos trs casos, o ccn~c'do etnolgico o mesmo. genuno e autntico. O modo 1;'2.Ltico) de expressar sse contedo tambm genuno nos dei" "";meiros casos, artificial apenas no caso do esperanto. Por Qu: ':lorque no esperanto, tanto o material sonoro sistematizado ,,;l2".' o convencionalismo do sinal semntico no vm de uma
(1'"
J tivemos ocasio de estudar textos tupis que no s registram ;wtnticas da vida indgena, mas conservam o prprio torneio do dilogo 'fi o seu sabor agreste. Cfr. A. LEMOS BARBOSA,O Auto de So (Verbum, t. VII. Rio. junho 1950). O Pe. GUILLERMOFURLo:NG ) 2(;:ba de reimprmir em fac-smle a primeira parte dos Sermones J' h.xe1i!j 10,' en lengua guarani, obra de um ndio das Redues, NICOL.'\.SY APUGUio, :<.n Francisco Xavier, 1727). No prefcio, prova que YAPUGUAYfoi r, verdaC.iro autor, redigindo por pl-pria conta o que ouvia na igreja. "Ne"hin;, lc-'Jta escreveu cousa mais elegante" atestou o Pe. Jos PERA:/,L;..S. ';-e !r.esmo YAPUGUAY servia constantemente de intrprete a REsTIVo tda TJe ste tratava de se explicar com mais elegncia em guarani. ~7} A lngua parte integrante da cultura (entre os contemporneos, apenas \-OEGELINconsiderou discutvel sse princpo). Entretanto, um fenmeno 1ing stico nem sempre atinge os outros setores da cultura. E vice-versa.
"fi)
herana social, mas de uma iniciativa de criao consciente e artificial. Quase tudo o que se sabe da lngua gtica o que contm os fragmentos da traduo da Bblia, feita pelo bispo WULFILA no sculo IV. Mera verso de um texto hebreu-greco-latino, que nada representa da cultura gtica, texto "artificial", ningum entretanto lhe recusar o mximo intersse lingstico: l est eternizado o mecanismo gramatical, o material sonoro e grande acervo vocabular de um idioma extinto. Tambm nos documentos missionrios, a artificialidade no atinge a medula da lngua. Confina-se dentro do vocabulrio, e isto mesmo s em casos excecionais. Tendo sido indispensvel aos Padres fazerem-se entender, em assunto inteiramente novo para os ndios, no crvel que se dessem ao trabalho de compor, corrigir, limar por anos fio, e afinal imprimir, com tantos sacrifcios, cousas que no tivessem sentido para os destinatrios. Convimos apenas que, no a organizao interna das oraes, mas sim a seqncia dos perodos, a trama ou tcnica do discurso obedecem s tradies literrias ocidentais. A distino entre vocabulrio e material gramati,cal familiar aos fillogos patrcios e por les invocada quando querem contestar influncia tupi no portugus do Brasil. o que diz, p. ex., o proL ERNESTO DE FARIA neste parecer tpico: "Quanto pretensa influncia lingstica do Tupi no Portugus tambm, pelo menos at hoje, lirismo lingstica, pois tal estudo ainda no foi feito objetivamente. Alis, influncia lingstica pode afirmar-se no ter havido, por no se ter ela manifestado nos processos gramaticais, isto , na fontica, morfologia e sintaxe. Algumas dessas inculcadas influncias fonticas, morfolgicas e sintticas tm sido, uma por uma, desmascaradas pelo estudo da dialetologia portugusa, que aponta os mesmos fenmenos em regies de Portugal, onde suas populaes no tiveram o menor contacto com o indgena". Observem-se as seguintes .confuses: 1.0) chama-se fontica, morfologia e sintaxe "processos gramaticais"; 2.) considera-se o vocabulrio algo estranho lingua e lingstica: portanto uma penetrao de dez mil v0cbulos de uma lngua em outra lngua
no seria influncia lingstica; 3.) nega-se influncia lingstica (entenda-se "gramatical"), depois de reconhecer que assunto ainda no foi estudado objetivamente; 4.) admite-se que o simples fato da existncia de um mesmo fenmeno num dialeto portugus bastante para" desmas'carar" a influncia tupi no caso do portugus do Brasil; 5.) o que implica uma premissa de que dois fenmenos lingsticos idnticos s possam provIr de uma mesma causa8. No se sente necessidade "cientfica" de provar "obj etivamente" que houve atuao histrica daquele dialetQ na lngua do Brasil. Reconhecemos a precipitao de alguns brasileiristas. Mas no so menos patentes os sintomas de lirismo lingstica em certo reacionarismo lusfilo.
importante sublinhar que os documentos missionrios, se no satisfazem pelo mtodo seguido e pelos objetivos procurados, tm a seu favor a experincia de vidas inteiras no convvio das aldeias. Neste sentido superam a quase totalidade dos trabalhos realizados por especialistas modernos ,com tda a tcnica e recursos atuais. Vale das lnguas o que diz LOWIE da religio e da vida de familia:
"N o tocante a temas como stes, os missionrios, os mercadores de peles e outros, cuja profisso exige longa permanncia num determinado lugar, tornam-se amide superiores aos prprios especialistas modernos. A religio dos aborgines do Brasil se depreende com maior clareza das crnicas dos primeiros pmtuguses, franceses e alemes, que visitaram aquelas regies, do que dos trabalhos de etngrafos to prestigiosos como Karl von den Steinen e Fritz Krause ... "9. Eis por que, apesar do progresso dos mtodos lingsticas, as informaes que temos sbre a lngua dos antigos tupis e guaranis no foram superadas pelas de nenhuma outra lngua indgena atual do pas .
v ._~"." (S;) ,._" ..._""._ .... ....._._~ _O<."
~:1~:sn:~e;~~~~ SObr,tudo ao c.a P?.... f....o.1.g,".,:~a, vartdades no sao ..... m., da. O . .. i as 2 (9) ROBERTH. LotE, Histria d~ Ia f~:t~I~I;~f~f (1\1Xi\ 1946), p. 16.
~",....".-'>!irl,C<""" __ ~~_.-""".. -~---~ _
Alega-se que nas gramticas houve a preocupao os dialetos e de subordinar a lngua gramtica latina.
de mvear
A primeira assero inteiramente inexata, e precisa ser desmentida de uma vez por tdas. Tanto ANCHIETA como o V occLulrio na Lngua Braslica e os dicionaristas guaranis registram as variantes locais e chamam para elas a ateno dos leitores. O PI::. PAULO RESTIVO na sua obra indita Frases selectas y modos de hablar tem um apndice de 5 pginas em duas colunas para consignar "Varios vocabulos, y modos de hablar no vsados en San Xauier, ni en Santa Maria; pero por si acaso fueren vsados en alguma parte destas Reduciones ... ". J a segunda afirmativa verdadeira. Os velhos gram'Lt1cos, defrontando-se com idiomas de ndole totalmente estranha, no souberam caracteriz-Ios seno em relao com as lnguas e gram.ticas clssicas. No h por que admirar, se as gramticas ponugusas da poca eram moldadas na latina, da qual, alis, at hoje 11ftO se libertaram inteiramente, como ainda no se libertaram da I:";C(\ lstica 10 e de outros defeitos tradici.onais 11. Acrescente-se que os gramticas e missionrios, desde ; ,,x .. CHIETA at RESTIVO, mostraram clarividncia e intuio dell1u1tc fenmenos especficos da' lngua, e neste ponto superam a w8ioria dos modernos gramticos do tupi amaznico e do guara,,J du (10) Veja-se, p. ex., a diviso entre substantivos abstratos e concre1:)s em quase todos os compndios. Ao lado dessas distines filosficas (("21" sempre bem conceituadas) de pouco ou nenhum interesse liugstico, nem uma palavra se l sbre realidades lingsticas, como a dilerena de tom, ascendente e descendente, nos dois t:pos de interrogao: a alternativa, que pede um;, resposta sim-ou-no (o navio chegou?) e a especificativa (quem chegJu?, quando chegou?, como chegou?, quantos chegaram?). Feitura fonn+:a de nossas lnguas ocidentais, mas que merece apontada, pois que no uni\ersa! na linguagem humana. (11) A gramtica francesa, p. ex., continua a dizer que o feminino de haut, chaud, sourd, froid se obtm pelo acrsc:mo de um e. Ora. n.a lngua viva, no desfigurada por uma escrita obsoleta, o que caracteriza o Lminino daqueles nomes no um e - que no existe (pois no se pronuncia) _'0 mas o acrscimo de uma consoante: masco , X, sur, frw, tu; fem. t, xd. surd, frwad. A gramtica ensina que o plural do artigo le se faz com o simples acrscimo de um S. Ora, na realidade h duas formas de plural, n"lmma com s, ambas com mudana da vogal para e aberto; a primeira (Z .. ) prconsonantal, a segunda (lz-) pr-vocLca: les jours [ljur], le:; tres [lztr] .
Prata. Atente-se, p. ex., nestas observaes de RESTIVO sbre a falta do conceito gramatical de nmero no nome: "Todo nome indec1invel na lngua ... O plural no se distingue do singular; das circunstncias se h de conduir quando singular e plural. Sendo necessrio distinguir o plural do singular, po,pe-se-Ihe a partcula het que significa muitos ... Disse: sendo necessrio, porque quando no h necessidade, deixam-na ... " 12. Por onde se v que a subordinao gramtica latina apenas externa e aparente, no forando em nada o contedo da lngua. Conserva-se o quadro formal latino, e comparam-se a le, sem violncia, os fatos indgenas. Confiava-me, com algum humor, famoso etnlogo francs, de passagem pelo Rio, que, embora admirando a sabedoria dos lingi.stas indgenas americanos, quando buscava noes acessveis sbre a lngua de determinada tribo, no recorria a les mas s artes dos que' certas anlises tomaram carter tcnico tal e missionrios. so vasadas em linguagem to esotrica que se di.riam destinadas a serem lidas s pelos seus prprios autores. Algumas valiosas monogrfias nem puderam ser impressas, to restrito o nmero de pessoas capazes de aproveit-Ias ou interessadas nisso. E mesmo um bom lingista, com aquelas anlises espectroscpicas mo, no traduziria uma linha de um texto indigena. Esperar aprendei por elas uma lngua seria como querer ter uma idia do corpo hu mano pela sua anlise qumica. bom que se diga isso queles que Ibatem caixa lingstica indgena americana e menosprezam todo estudo que no venha acompanhado de quimgrafos, olivas nasais, etc., ou que no siga os moldes tcnicos da anlise descritiva -
(12)
1892) p. 11.
Cir. tambm, a pp. 30-31. como a seu modo sabe dizer que no existe a
categoria de tempo no verbo guarani. No Suplemento da Breve Noticia de ia Lenglla Guarani (Stuttgard, 1890), p. 65, do mesmo autor, vem um paradigma de conjugao verbal guarani, paralelo ao latino, precedido desta justificativa que diz tudo: "Porque ias principiantes no se consueian, no teniendo ia conjt~gacln del verbo por todos sus modos y tiempo$, va ta .siguiente ... ".
muito embora ningum at hoje tenha tentado a anlise estrutunJ da lingua portugusa 13. Sina essa dos estudos lingsticas indgenas: dles s se pOde tratar com todo o rigor tcnico. Sbre ingls, sbre latim, sbn: biologia, geografia e at sbre fsica nuclear, um sbio pode escrever artigos leves ou livros de divulgao. Quem fizer isso com idiomas indgenas, tachado de ufanismo, diletantismo, lirismo, falta de c6 trio lingstico. Como a filologia brasileira ignora tanto as lhi' que se falaram como as que ainda se falam entre os ndios do o nico critrio de que dispe para julgar os trabalhos r1; o aparato externo com que les se apresentam: citac, nomenclatura, maquinrio, etc.
(13) Os verdadeiros lingistas sabem distinguir objetjvos e mtodos. ~note-se, por ex., o que diz um dos mais conceituados autores contemporneos U FVhether Dne emPloys one or another type of terminology is depende;,' '!ery largely upon the prospective readers of any gra1mnar. lf one' is writi,,? For a scientific journal read by professional linguists, then the terminoloy'" be as technical as the subfect matter warrants. On the other hand, ii description of the language is intended for peoPle who have had 01 h} 'he traditional orientation to gra111mar, then it is essential that the technicd ~ocabulary be 1'cduced to a minimmn. FU1'thermore, for such readers it 1.< :mpossible to 1"el})entirely upon the concise descriptions of 11l0rphe11ledistribu,ion by classes. One must cite 1111merous paradigms. Despite the fact tT:tit ,raditional grammars have many uneconomical ways of describing featur}s, :here are certain pedagogical features which must lWt be overlooked ... The tYfC Jf scientific description which we have been studying in this book is not lesigned to be applied to constructing a textbook to be "sed by people learni::g language. It is the type of orgal1ization of data which should underlie the construction of a good pedagogical grammar, but it is no substitute for OIU" ,EUGENE A. NIDA, },Ilorphology, the descriPtive analysis of words. Ann Arb University of Michigan Press (Michigan, 1953), p. 240. Justifica-se, pois, a norma tradicional, que preferimos, de descrever lngua tupi no em si mesma e para lingistas, mas comparando-a com os idiomas familiares maioria dos leitores. Pela mesma razo, evitaram-se as grandes snteses, que difeririam por demais dos esquemas de nossas lnguas. Jcidentais.
nmero nome mulher inclusivo ib. nomes intr. exclusivo cousa animal negativo gente indo guarani gernio ex;ceo idem h. infinito infinito ibidem inferior homem agente locativo invisvel iterativo obs. ido isto i. literalmente indireto indicativo direto intransitivo indico invis. n. locat. nd. fit. corrigido indeterminado ns. indet. mo ativo ndice irr. diminutivo composto compara afetivo gero defectivo durativo condicional classe confere continuao inf. contrao dubitativo observao imperat. futuro interj irregular imperativo rvore objeto eio complemento guar. freqentativo freq. demonstrativo t. ABREVIA TURAS infin. futuro-passado iter. f,-p. expletivo obj. intj. g. adaptado objetivo nego apcope conjugao determinao fut. adjetivo
opt(at.)
p.
LEMOS
BARBOSA
q. v.
rec. redpl. refl. reg.
optativo pessoa paralelo passado paciente permissivo passado-futuro plural portugus possessivo pessoas prprio predicativo prefixo preposio pronome pronunciar partcula quod vide recproco reduplicao reflexivo regido relativo retransitivado
s.
subent. s1tbjet.
S1tf,
seguinte semelhante singular substantiV0 singular seguintes subordinado subentende-se subjetivo sufixo sujeito superior transitivo traduzir vide verbo variante verbo
vi de
sujo
sup.
tr.
trad.
'V.
varo
visvel vocativo portuguesismo mais forma forma que provm de de que provm
rel.
retr.
t + + +
DE
NOMES
PRPRIOS
Conq. Crest.
FIG. MONT.
Esp.
NIc. S. Lour.
REsT.
Auto
de S. Loureno
RESTIVO
Tes.
VT.B
ERRATA Na pgina 282 linha 18 onde l-se : ere-kuab-pe seja ere--kuab-pe Na pgina 363 linha 22 onde l-se : r-e-mi-uk-pyr-amo seja r-e-mi-uk-per-amo
..
LI/iO
l.a
LEITURA
1. O tupi no tinha escrita. Cada gramtica ou observador europeu procurou transcrev-lo no alfabeto de sua lngua nativa, com adaptaes. N osso alfabeto aqui ser o seguinte:
a) b)
(d)
e)
(g)
h) i) t) k)
111.)
n) nh) o) p) r) s) t) u,
{;j.,
x) }') Y
Segu~-se uma exposio sumria e didtica da pronunciao tupi, tomando como referncia o alfabeto. No fim do volume encontrar-se- uma anlise fonolgica.
CONSOANTES
2.
no como z:
frio
%
(pron. moingu,
no tnoinj):
O m e o n nasalizam as vogais vizinhas, mas devem ser articulados claramente, embora no fim da palavra:
a-sern, py-teem
GRUPOS DE CONSOANTES
Alm de nh (que som simples, como em portugus), s h mb, nd) ng. No princpio da palavra, seria rro faz-Ias acompanhar de alguma vogal:
3.
nd' o--z: no o comem; 1nba: cousa (pronuncias indoi, undoi, emba, u1nba)
errneas:
Dispem,a-se o m ou n quando, em palavra composta, precede vogal ou ditongo nasal: pysyr-byra = pysyr-mbyra: salvo; nhu-blera = nh-mblera: o que foi campo; taklar-e-ndyba: canavial
O d no prinpio da palavra sempre precedido de n, ainda que acaso, nos antigos documentos, esta letra no venha escrita; mas pode-se pronunciar s o n sem o d:
de ou nde (pronunciar nde ou ne, nunca de) : tu
Em seguida a pausa (ponto, vrgula, etc.), b sempre precedido de m) ainda que esta letra no figure:
ba (leia-se 1nba):
(pron. ngatu):
S se abre e~ceo quando vem seguido da semivogal t'l: glasll. O g a se introduziu por falsa percepo dos portuguses e espanhis: glasll corresponde a wasll (dando ao w o som que tem em ingls). Encontra-se g medial em escassas palavras como ygapema "clava ", ygapemmga "onda", ygap "pntano", ygapnkni "remar", ygara "canoa", yg "ventre", e seus compostos. Como nEm' todos os documentos registram o g (v. variantes yapema, yap, yapll/mJ, }', etc.), e como vem amide depois de
CUK~V
D~
y, mais parece vestgio. da representao. da :v, que algum t-=mpa se grafava ig u yg para precisar que no. era au y comum seno. o. au y "gutural"
o.u "grass ". Cpr. as grafias A rarig boia, IPeroig, em que o. 9 se passu a pranunciar. - De qualqu-=r far:na, a 9 intervaclico no. oc!usiva mas fri. cativa, variante do. hiato. au oclusa glatal.
VOGAIS
4.
Obtm-se, apraximadamente, o sam da y, dispondo pranunciar i, mas" tentando." pranunciar u. (O contrria do para li e lngua em pasia de i).
fi,
SEMIVOGAIS
H trs: i) ) y. Foneticamente, assemelham-se e correspondem s vogais i) 'U) y) mas formam ditongo com a vogal que antecede ou que se segue:
5. au, eu, iu, ai) ei, ii, etc. (pron. u, u, u) i, i) i) {'Ia, ue) ia,e, ya, ye, etc. (pron. u, u,i, i) y, y)
Nos ditongos crescentes e nos tritongos, i se pronuncia como o y espanhol (em "ayer", "yo") ou ingls (em "yes", "beyond"), p. ex.:
iasy: lua; lwia: arder; kai: caj
jasy, kaj.
Alguns autares,
decrescentes,
pegar fogo
se pronunCIa
como '/,
Quanto azt) nos ditongos crescentes e nos tritongos, equivale a w ingls (em "toward"), Quase sempre vem precedido de um g; mas essa no era a primitiva pronncia. N os ditongos decrescentes, u se profere como li portugus:
eu (pron. u):
arrotar
herdade,quinta
As' semivogais podem ser nasais. Mas dispensa-se indic-Io na escrita: subentende-se que o sej am tda vez que (e s quando) formam ditongo com vogal nasal:
aana (pron. ana) : bracelete de penas
DITONGOS 6.
Mu:tas vzes sses ditongos so compostos de dois elementos semnticamente distintos - e por isso se escrevem separados por hfen C -U, -u). Mas pronunciam-se numa s emisso de voz.
D e c r e s c e n t e s: a vogal.
vogal
vem
depois da
semI-
Orais: ia, ie, i, ia, u, i)l,' a, e. {, o, u, y; ya, ye, etc. Nasais: i, ie, ii, i.. i, iy; . ,e. Ri, , , y,' y, ye, etc.
HIATO
Quando se encontram duas vog'ais (no se fala das semivogais), d-se entre as duas um hiato. Deve-se separ-Ias na pronncia, o que no se faz como em portugus,
7.
"suavizando a pranncia da segunda vagal, mas, ao cantrria, cartanda em sca a pranncia da primeira, deixando. tensas as cardas vacais durante um breve instante, para acall1Dd-las. assim tensas, pranncia da segunda" (MARTNEZ129).
Reatando-se a emisso do ar, forada a: sua passagem pela gltis, h uma exploso, verdadeira consoante oclusiva, entre as duas vogais. Cpr.
PORTo
TUPI
fara ca
Maca 8.
mba
(mba
++ ) ++ )
O hiato se distingue, na escrita, dos ditongos e tritongos, porque stes incluem sempre uma semivogal iJ {i, ou y:
, , (manosslabos, ditongos);
hiatos);
kU1,a
u, u, u (disslaoos,
beba gua
(tritanga)
cuia,
a-y-
(trisslaba)
OBS.: Parece que em algumas palavras no havia verdadeira ocluso glotal. mas simples hiato tipo portugus. No presente trabalho, pode-se descurar essa distino.
A vogal final, quando tona, no forma hiato com a inicial seguinte. Embora se escreva, na conversa viva a final se e1ide.
o hia- G, ou ocluso glotal, quando a vogal inicial tnica: : com-Io; : ;;e : meu fruto; : o .seu fruto; : tap- D. seu dizer; 9. O sinal ' indic a queda de um ou mais sons. E' ntido
lide aba: teu cabelo;
v_
LC1V1V':'.
J::PI.Kl::lU;:'A
10. O hfen separa os elementos da palavra. leitura no se faz caso dle: eym-i, nd' o--i (leia-se: eYlni, ndoi)
Mas na
11.
EXERCCIO
puam:
a-: digo e-: diz akang-era: caveira poti: peito kiara: buraco !noema: mentira r-es: por apyaba: macho koema. manh tapi: mano (vocat.) p~: filho (vocat. ) !no-pu--bo: tocando mo-pu-ara: o que toca py: entranhas g--bo: comendo gu-ara: o que come mo-ngu: moer -: le o comeu o-zo-puai: le o mandou nd' o-ka: no pegou fogo
erguer-se
u: tosslr
aku: abalado u: farinha u-at: farinha de guerra gyr: passarinho roy: frio mo-ngu: abalar kapyaba: quinta iaguara: ona zundi: esp. de peixe k-ys: crca de defesa i.k aib: viver mal py-aba: instrumento de spro g-aba: modo ele comer ku: fareIo s-upi: vo -: ( le ) o disse karz: arranhar karaiba: homem branco
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 1-6v; FIGUEIRA 1-2; ARAJO*-**iij; ID. l.a ed. 1-2v; ECKART 3; MONTOYA 1-2; 98-100; RESTIVO 7-10; Ul'SON CLARK 122-123; CAETANO 1-4; ID. Apontamentos I, 43-60; ADAM 4-16; MARTNEZ 127-136; CABALLERO 138-162; MORNIGO 31-39; DALL'IGNA, Difer,nas 336-348; EDELWEISS 75-83; 87-93,105-109; 119-120; 128-140; TOVAR 115-118; L. BARBOSA 175.
ACENTO
1;:;~
(*)
So oxtonas tdas as palavras terminadas 1) em consoante, 2) na vogal JI} 3) em vogal nasal, 4) em ditongo decrscente, 5) em e} i} o} 1[ (exceto algumas partculas
, )
-,
ou paraxtonas.
Mas o
13.
H algumas partculas e sufixos enc1ticos termiem a} e~. i} o ou u. Foneticamente, formam uma s com o vocbulo anterior. Em nosso sistema. conhecem-se essas partculas por serem precedidas As principais so:
,". -c, -'/', -u, -pc, -me, -be. -te, -nc, -mo, -bo, -no, -(r)eme,
::eto
pronunClar
"
"
:m:;.:
-'11;( ,.:};!,
acentuadas
-te, -ne, -mo, -no, -reme, -ramo, -bae: em certos autores ocorrem s
na vogal' final.
canw
iniciante pode contentar-se com uma rpida leitura desta lio, bem seguinte, voltando a elas quando necessrio.
I
i11
.5'1'
L-CIV.lU.:>
Dnn.UVJ.n.
i!! ~fi
m
As part~cuias podem-se unir numa s slaba, e at num s ditongo, com o vocbuo anterior:
nd' o-s-epiak-i iuk eym-e
'/'uk-
~I '
~, 1
pronunCIar
,I
~r
i!i1
" "
"''I
\,
/Ij
il!..
,I
"
Tda palavra terminada em e) i) o ou u tonos contm algum sufixo. Mas em nosso sistema ortogrfico tais partculas ou sufixos vm separados por hfen.
14.
:/
i:
a) b) c)
nos oxtonos terminados em a, e, o: glat, beb, r-ek em todos os monosslabos tnicos, terminados em vogal: k", p na vogal tnica final, quando o oxtono termina em mais de uma vogal ou em ditongo crescente: U, pa, mba, ka, ku - exceto se a vogal final y: roy, ay
2)
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA
7-9;
FIGUEIRA
167 ;~RAJO
**ij;
MONTOYA
99-100.
15. Os sons da lngua, ao entrarem em contacto intimo - na composio, derivao, incorporao, prclise, nclise, etc. (v. n. 1105 ss.) - podem sofrer alteraes ou metaplasmos.
Conforme a ligao seja menos ou mais profunda, os elementos se escrero separados, ligados por hfen ou simplesmente juntos.
N os casos de composio, incorporao e derivao. primeiro elemento, sendo paroxtono, diante de consoante, perde a ltima slaba; diante de vogal, perde a ltima vogal:
16.
ybaka:
cu
ybak-una: cu negro; yb' -piranga: cu vermelho iag1'-g11yr: ona-pssaro ePi'-katu: ver bem a-i-nheeng-endub: ouvi a voz dle pmdob-'J1: rio da palmeira; pind' -taba: aldeia da palmeira
Podem cair os grupos mb) nd) ng; mas a vogal anterior continua nasal:
nheenga: voz akanga: cabea poranga: bonito iuba: amarela nhee'-poranga: voz bonita ak' -uba: ca!bea amarela
OBS.: O a tono que termina inmeros substantivos (ex. 3,baka), adj eti vos (ex. una) e pronomes (ex. ak1?eia) um verdadeiro indice nominal. Sufixa-se aos temas terminados em consoante, pois o nome (substantivo, adjetivo, pronome) deve acabar sempre em slaba ab~rta (vogal) e o mesmo d~do aoinfinitivo,final (quandoverdadeiro acabado Em consoante ~. _ que um sufixa-se se ap~s tema ste nome. em composio, -a Para efeitos descritivos, porm, neste curso de divulgao, trata-se o -a como se fizesse parte integrante do tema.
leitura
desta lio,
r, '~i
.Hr i'
1::1
JU
L..L~IV1U0 D..L"'-l:.ITD\J0L~
Fenmeno semelhante se d, mas raramente, quando se encontram duas vogais iguais, uma, tnica, no fini primeira palavra, a outra, tona, no princpio da segm.,c!;:;'
17.
ob: ak:
rosto
galho
Cisab:
cruzar
apyra:
ponta
OBS, : 1. Quando as vogais so diferentes, possvel (embora normal) a eliso de UTIla, em geral a tona: ao: abrir i' -ao: abrir-se, desabE Cik, ie- (rdlexivo): se
2. Mas sendo a segunda vogal ou fora de slaba tnica, co, c., haver ditongao: :>:e api -{- 1b = .1:e atirou-me pcdra Afora sscs casos de eliso e ditongao, h sempre hiato (n. 7).
18.
('
I
~""l
Junto
uba:
de nas"
an1arelo,
aJI-d
prerenao
tara:
espinho,
1/ha-n:
correr,
+sup
v. n. 28 d).
Entre a consoante final de uma palavra e a inicial da outra (sobretudo se h nc1ise), ouve-se uma vogal e t[ (ANCHIETA ouviu y) : dbia, entre
20.
a-pb (i) -ne; olc-IJe k (i) -fJe ou' l, (1l) -pe; p}'tun-li'il ou pytn(u) -me; i .1:ok-pyra = :>:ok, i) -pyra ( Dada a natureza incerta dessa vogal, deixamos de anot-la na escrito.
e 1nb s~",'permutam. As vzes tambm b: a) P inicial, "'~o antecedido de genitivo nem complemento, torna-se 'mo:
21. F)Jn
ab py:
entranhas de homem;
mby:
entranhas
(de gente);
b
b)
l1([b
inicial
= 11~:s
vzes s se escreve
(n. 3)
3i'\~
= tymb-aba
d)
= t}'mb-ara ou tYl1L-ara: o que enterra; t:ym+aba ou tym-aba: o modo de enterrar; sellz-+ = semb- ou sem-: sair parte; nhallllma: barro+oka: casa = nhauull1b-oka: casa de barro; kalna: seio+y: lquido kamb-y leite
tym+ara
xc r-ub!
h entre
nhan+ara nhand-ara ou nhan-ara: o que corre; nhan+aba nhand-aba ou nhan-aba: o modo de correr; nhan+ nhand- ou nhan-: correr parte; al1wna+y amand-y ou aman-y: gua
da chuva
23. P e ln iniciais podem converter-se em b) quando se encontram com o b filal da slaba anterior, com que se compem: s-oba+peba s-'-beba: folha larga ou chata; kabureyba + potyra kaburej'-botyra: flor de cabreva; aba + puku a-buku: cabelQf!llll!l5mprido; kuab+meeng ku' -meeng ou ku' -beeng: mostrar
:.r
duas
consoantes
ausu'-
epiak+pab nheeng-porang
epiak-pab ou ep' -pab: ver tudo; nheeng+porang ou nhee' -porang: falar bonito
26. No tupi meridional (i. , O de S. Vicente), e muito mais no guarani, a tendncia para a queda de tda consoante que no se encontre apoiada em vogal seguinte da mesma palavra ou da imediata (quando no h pausa) :
TUPI SETENTR. TUPI MERID. GUARANI
ab xe sy xe r-ayra xe r-ayr-et
ab xe sy xe r-ay xe r-ayr-et
Como se v, o guarani tende a eliminar a consoant~ (e a vogal tona) at dos nomes paroxtonos, exceto quando seguida de outra vogal. Excecionalmente, em tupi, as consoantes velares k e (u) g podem resistir na incorporao: a-i-pysyk-potar eu o quero apanhar. OBS.: Em pausa, costumam cair todas as consoantes finais, exceto as velares.
As slabas tonas finais -11'La e -na) ao se comporem com uma vogal tnica, podem transformar-se em -mb- e
27.
-nd-:
ka111a y kam.b-y: lquido do seio leite; ka111a kamb-: beber ( d) o seio mamar; a111ana y a111and-y:
+ =
fim da palavra, ou mesmo na penltima. slaba, pode alterar a slaba inicial da palavra ou partcula seguinte, com que se compe: a)
B e p mudam-se em m ou mb:
gerndio: nup bo parto passivo adj. : nup parto passivo subst.: mi verbais (se perdem os):
= 111end-uba: pai
+ =
do marido
= sogro
= nup-1110: aoutando
+ pyra = nup-byra: aoutado + puaia = 1ni-nl,baia: mandado nup + (s) aba = nup-ma: aoute
CURSO DE TUPI
ANTIGO
passado: nhu p1"lera = nhu-bera: o que foi campo prepos. -pe: paran -pe = paran-me: no mar pref. causativo: mo pab = mo-mbab: acabar, destruir compostos: mina puku mi' -1nbuku ou l1liJ-muku: lana
+ +
b)
K muda-se em g ou ng:
parto passivo subst.: mi ka = mi-nga: feito papas; mingau pref. causativo: mo ker = mo-nger: despertar k akanJ -g: quebrar a cabea compostos: akanga poranga katu poran' -gatu: muito bonito
+ + + = + = +
c)
T muda-se em d ou nd:
parto passivo subst.: 1ni typyr = mi-ndypyr: ensopado, piro tykyr = mo-ndyk)iY: distilar pref. causativo: mo compostos: takar-ee tyba = takiar-ee-dyba: canavial
+ + +
am-tiri
raio;
mas tendem
a perder
d)
S e
mudam-se em nd:
pref. causatvo: l1W s)lk = mo-ndyk: fazer chegar; mo + syryk = mo-ndyryk: fazer deslisar parto passivo su!bst.: mi (su -,>-) %u = mi-ndu: mordido sy = mendy: sogra (da mulher) compostos: mena
e% ce
o:
Tup-sy
Me
de Deus
(neologismo
colonial).
e)
R muda-se em n:
.~ partcula -reme: nup-neme: quando aoutar partcula -ramo: iru-namo: como companheiro ver;bal (s) ara: ar-ana,o fut. ar-an-ama: futuro salvador
OBS. : .1) JJ10- e 11li-no soem alterar as slabas que so nasais: mo-sem, mo-pym, mo-sam, mo-si, mo-sym, mo-ting, mo-kong, n-tyma, mi-pana. 2) 111bo- e mbi-, variantes de mo- e mi-, no ocasionam metaplasmos. Como nos autores antigos havia certo descuido quanto ao grupo 1nb, que s vzes se escrevia s b ou s 112 (como n ou d, em lugar de nd), fica incerto em. que casos 1no- se deva pronunciar mo- e em que outros se deva pronunciar mbo-. 3) No se usa mbi- e mbo- antes de nasal: 11li-mbo- "discpulo" (nunca mbi-mb-o-), mi-.tjima "enterrado, plantado" (no 11lbi-tyma); 11l0-ku,
40
LEMOS
BARBOSA
Fenmeno sembo-kw ou mo-ngu "moer", "pulverizar" (nunca mbo-ngu). melhante se d com nd em slaba que preceda nasal. Cpr. nda xe maenduar-i , "no me lembro"; na nde maenduar-i "no te lembras", etc. Caso de nasalao regressiva encontra-se nos metaplasmos ro = no (n. 501) e 'i = nh (n. 18): ia- = nha- (n. 112); 'ie- = nhe- (n. 294); 'io- = nho- (n. 295); i = nh (n. 299).
O pronome pe parece ter sido nasal, guarani, modifica o y inicial seguinte para nd:
29.
pc r-es pe nd-es vossos olhos; pe r-es pe r-oby pe nd-oby vs sais azuis
pOlS,
em
DO
guarani,
desconhecida no tupi.
seguido de nasal:
Seguido de nasal, o y chega mesmo a diluir-se num som confuso entre r e (Cfr. guarani moderno) :
11,
31.
32.
mo-sa-si -0;- mo-s-si: espalhar; mo-su-sung __ mo-su-sung: sacudir; um? __ um?: onde?; mar-t-ek __ mar-t-ek: trabalho; mar--tenha -0- mar--tcnha: fbula, patranha; a-pysy(dr. guarani): consolado; h gu -- he ka -- an(ga)-pys'yka gu: ol; pys-lJema __ p}ls-pema: unha do p; a111-f:iri...,,-- am-tiri: raio; T~tp -E- Tup: t Deus
"+1..
tendia a converter-se em 'U. Na era histrica, era facultativo 11 em lugar de y em muitas vozes, particularmente quando vizinho de labiais:
33. y
pytu, putu,' pytuura, putuura; pytU'na, putuna; ymlt, umu
Unindo-se duas palavras, das quais a primeira acabe e a segunda comece por ou )', aparece no raro entre as duas um eufnico:
34.
35.
+ y = syry--y: rio do siri + y = abati-i-y: rio do milho possessivo: i + it = i- it: a pedra dle i + ypy = i-i ypy: o princpio dle pron. objetivo: i + yb = i-i yb: frech-Io O eufnico pode aparecer, mesmo que seja
compostos:
syry abati
outra
a vogal seguinte:
i + aet = i-i
36.
*a-i-iuk
i + ap = i-
=
i pelo :
eu o matei
Na proximidade de um som nasal, pode o eufnico ser substitudo por nh (n. 18):
a-i-yb ou a--ami ou a-nh-yb: a-nh-arni:
eu o frecho eu o espremo
37. R final se permuta, por t (pron. comum dos tamoios; entre as outras tribos, elegante mas rara) :
mosapyr mosapyt: a-ur a-ut: vim
trs
.~-_,....------------~~-~~~~~-~~-----...
p'
n'
39. A consoante final das palavras um tanto indecisa, sobretudo (no exclusivamente) quando seguida de partculas iniciadas por consoante. Do Norte para o Sul at os tamoios (E. do Rio), a tendncia para a conservao. Dos tupis (E. S. Paulo) para o Sul, prevalece .a apcope. Entre os carijs ou guaranis, regra geral a apcope. Excetue-se a final k (em guarani g), que normalmente se conserva. O mesmo se diga de ng. Em composio com elemento de vogal inicial, a norma persistir a consoante final, mesmo em guarani. Quando cai a ltima consoante de slaba nasal, continua nasal a vogal am-pyttma "nuvem carregada", pinim(a) precedente: amana +pyttma pinima = pini-pinima "pintadinho"; akanga iuba ak-iuba "cabea
amar/ela".
40.
H casos de mettese:
kupY-l,urar pyku-urar: laar a perna a ykeyra ek:nra: irmo mais moo (de h.) kysy s'Jikyi: temer
= =
BIBLIOGRAFIA
ANC;aIETA 1-6; 8v-9; FIGUEIRA 92; MONTOYA 93-98; CAETANO, mentos I, 60-68; ADAM 5-19; TOVAR 115-118; L. BARBOSA 192-199.
Aponta-
LIO
4.a
SUBSTANTIVOS
O substantivo tupi pode ser monossilbico ou polissilbico. Termina sempre em vogal tnica ou em -a tono. Pode ser simples, composto, derivado:
41.
y: gua, rio
oka: casa nhandLi :ema akanga: cabea potyra: flor ai: bolsa
kamby: leite atuasaba: mmpadre 11Zorubixaba: cadque py: p pys: dedo do p p}'sapema: unha (do dedo) do, p
o substantivo no sofre alteraes de nmero, gnero e caso. Recebe, porm, sufixos de tempo, de neg;lo, prefixos de referncia pessoal (possessivos, etc.), alm das partculas pospositivas.
OBS.:
Em tupi no ~artigo
GNEROS
No h gnero gramatical. Apenas alguns nomes de parentesco, e semelhantes, divergem para cada sexo:
42.
t-uba: pai mena: marido ab: ndio, homem apyaba: macho sy: me t-e-mi-r-ek: mulher kunli: ndia, mulher kunh: fmea
Os nomes de animais servem para os dois sexos. Sendo estritamente necessrio esclarecer, podem servir apyaba e
maraka:
As lnguas dos povos pastres e criadores costumam dispor, quando no de masculino e feminino, de nomes diferentes para cada sexo, naquelas espcies em que o macho apresenta utilidade diversa da fmea. Assim, boi, vaca; cavalo, gua; galo, galinha, etc. Chega a haver nome especial para o filhote, e at para as suas vrias idades, quando tm utilidade especfica: bezerro, tourinho, bezerra, novilha, pinto, frango, leito, marro, etc. Os tl1pis no eram criadores, e as poucas espcies de animais que domesticavam (patos, pombos, papagaios, caninds, macacos) no ofereciam intersse diverso segundo o sexo ou idade. No houve, pois, diferenciao lingstica. Os torneios giak apyaba ou gak klmh, tanto quanto em portugus "gaivota macho" ou "gaivota fmea", no implicam gnero gramatical; exprimem o sexo real por meio de adjetivo ou apsto, como poderia;n exp~ir uma qualidade: "gaivota gorda", "gaivota magra", "boi preto", "boi branco". S se devem usar sses circunlquios quando h necessidade de precisar o sexo. - Espordicamente tinham nomes diferentes macho e fmea, quando pela forma, tamanho ou cr aparentavam diversidade de espcies: us (macho), kunduru (fmea),
no:
"tio", irmo do pai., o mesmo irmo da me, j tutyra.
Alis tda a nomenclatura li verso do nosso. do parentesco
que "pai":
(t)uba,o
"tio",
NMEROS
46. No h nmero !Famatical. As palavras correspondem igualmente ao nosso singular e ao plural:
t-es-y lgrima, lgrimas; ypeka pato, patos; ygapenunga
onda,
ondas
O sentido se colher do c.ontexto.
No tupi colonial, passou-se a empregar et "muitos", para realar a pluralidade (com apcope do a final dos parox tonos) :
47.
pir: peixe syry: siri paka: paca guyratinga: gara-branca pir et: peixes syry et: siris pak' et: pacas guyrating' et: garas-brancas
No era sse, porm, o primitivo sentido, e sena errneo abusar daquele indefinido, principalmente se o plural j se subentende:
mok% pir: dois peixt's (nunca mok% pirr et)
A reduplicao pode oferecer uma modalidade de plural; v. Lio
50,11.
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS
No h nomes abstratos de qualidades e semelhantes, como beleza, bondade, cr, tamanho, etc.
48.
Na verso, deve-se dar s frases tupis uma forma concreta. P. ex., "A pacincia ganha da aflio" se verter "O homem paciente ganha do homem aflito", ou cous,a equivalente._
= amor
~/
que
BIBLIOGRAFIA
Gneros _ REsTIVO 16-17; CAETANO7-8; ADAM 20; L. BARBOSA168. Nmeros - ANCHIETA 8v-9v; FIGUEIRA3-4; MONTOYA2; RESTIVO11-12; ADAM 20-21; L. BARBOSA168-169.
---
..
LIO
5:'J
QUALIFICATIVOS
So invariveis. Pospem-se ao substantivo. se oxtono, no sofre alterao:
49.
it: pedra y: no tinga,: branco puku: comprido
ste,
Se paroxtono, - antes de vogal, perde a ltima vogal; antes de consoante ou semivogal, perde a ltima slaba:
taba: aldeia ybaka: cu aoba: veste Mas v. n. 16 ybat: alto piranga: vermelho tinga: branco
OBS.
tab' ybat: aldeia alta 'yb' piranga: cu vermelho a' tinga: veste branca
OBS.: Pode tambm deixar de dar-se a apcope, quando no h incorporao mas apenas a justaposio transitria de um substantivo com um adj,etivo, o que alis inslito em tupi.
toby: verde, azul set: muitos tuna: negro toby: verde, azul
oby: rio verde ab et: muitos homens ybak' una: cu negro t-es oby: olhos azuis
figuram
entre parnteses,
aps o adjetivo:
et (s),
una (t)
EXERCCIOS
53.
kururu: sapo pira: pele akanga: 'cabea nambi: orelha uru: bca apek: lngua pereba: ferida paran: mar ka: mato oka: casa at (t): duro una (t) : preto aa (t): cido, azdo peba: chato puku: comprido panema: aziago, intil
54. Panema: infeliz, sem sorte, imprestvel, intil: ka panema: mato sem caa; y panema: rio sem p.esca; ab panema: homem intil, caipara, imprestvel para a guerra; ara panema: dia aziago, perdic!o.
55. luru una. Nambi peba. Ka panema. Oka puku. Yg' peba. Mbo una. Akang usu. Akang at. Pir' una. Paran puku. Paran oby. YPanema. T-at Piranga. Ybyat. Kururu peba. Tatu peba. Pir una. Paran tinga. Paran sununga. luru a1,a. Pir tininga.
CURSO DE TupI
56.
ANTIGO
azeite: nhandy resina: ysyka flauta: mimby serra: yb'j.>tyra vento: ybytn prato: nhae menino: kumf1ni estril: pane11'w brilhante: beraba
rvore; madeira: ybyr flor .. ybotyra amarelo: uba viscoso: p01nonga sco: tininga frio: roy, roy-sanga cheio: ynysenw (t) pintado: Pinima llonito: poranga
57. A flauta comprida. A orelha chata. As ondas verdes. Casas brancas. Muitas casas brancas. Azeite amarelo. Resina viscosa. Menino bonito. Vento frio. Lgrima brilhante. Flor sca. Flor amarela. Mato branco. Peixe sco. Rio vermelho. O rio bonito. Rio grande. Prato cheio. Rio estril (sem peixe). Rio brilhante. rvore vermelha. Madeira sca. A serra negra. Madeira pintada. Peixe pintado. Peixe amarelo. Azeite branco. Azeite azdo.
BIBLIOGRAFIA
ANmETA
8v-9;
FIGUEIRA 69;
MONTOYA 2-3.
LIO
6.a
POSSESSIVOS
58. Precedem sempre o substantivo. pronomes possesslVOS:
No h os chamados
xe: meu, minha, meus, minhas nde: teu, tua, teus, tuas (relativo): seu, sua, seus, suas; dle, dela, dles, delas o (reflexivo): seu, sua, seus, suas; dle, deJa, dles, delas and (incl.): nosso, nossa, nossos, nossas or (excl.): nosso, nossa, nossos, nossas pe: vosso, vossa, vossos, vossas as: da gente
59. Or empregado nos casos em que "nosso" no inclui a pessoa ou as pessoas com quem se fala. N os outros casos, iamd:
f
iand
=~
"meuH ou
r
[
"teu"
ou or
mais
"nosso"
"vosso"
and ygara: nossa canoa (dizem entre si os donos da canoa). or ygara: nossa canoa (diz um ou vrios donos da canoa a um
irmo).
land
GOJ:\.;:)V~
VJ:<.,
n:r.el
Al\111LrU
51 "-
O)
possessivo reflexivo ou
61. "Seu" referente ao sujeito da orao principal se verte por o) ainda que esteja em orao subordinada de sujeito diferente:
Japi quebrou anzol (de Japi quebrou anzol (de o arco de Itajib, porque (Japi) quebrou J api mesmo) : o pind (sujeito idntico) o arco de Itajib, porque Itajib quebrou J api) : o pind (sujeito diverso) o seu o seu
J api se zangou, porque Itajib pind Japi se zangou, porque Itajib o pind Sbre 62. I)
pc,
quebrou o seu anzol (de J api) : o quebrou o seu anzol (de Itajib) :
v. n. 29.
antes de outro
(n. 34):
i-z ygara: a sua canoa i- ini: a sua rde
i ou de y)
recebe um i euf6nlCO
Mas iru "companheiro" no admite o possessivo i: xc irii meu co:npanheiro, ndc irii teu companheiro, irii o companheiro dle, o iru, etc.
o s que se segue ao i)
sy:
me sama: corda
i xy:
xa111~a: a
52
I e o servem para
i py,
o py: seu p (dle, dela, dles, ddas) seus ps (dle, dela, dles, delas)
64. As "da gente", como em portugus, pode equivaler l.a p. pl.: as anga: a sombra da gente; a nossa sombra as" nambi: a orelha da gente; a nossa orelha
EXERCCIOS
65.
p: py:
mo p iyb: brao py-s: dedo do p po-: dedo da mo aiura: pescoo ri: nariz, focinho, bico aba: cabelo
nhy: entranhas, t-at: fogo yby: terra nhu: campo yb: fruto oieP: um moki: dois mosapyr: trs
corao
66. Xe p. Xe py. Xe py-s. I-i yb')l. Or yboty' piranga. O ti piranga. Pir o-gue-ra-s (levou) or pind. T -at o-s-apy (queimou) iand po-. P e nhu. O-gue-r-ur (trouxe) iru. As aba. Nde k. 1-1,ygara. Nde aura. Or aiura. Xe aiura. Pe aiura. I ai~tra. O aiura. land aiura. As aura. I yb. I-i yb. Pe nhy. Pe moki p. Mosapyr pind. OeP ybotyra.
67.
guerreiro: guarini chefe: morubixaba senhor, dono: iara arco: guyrapara, machado: y
faca: kys mato, planta: ka fava: kumand feijo: kumand-i leite: kamby (n. 99)
53
68.
A vossa roa. O nosso parente (meu e teu). Joo cortou o seu (prprio) p. Caiu na cabea da gente. Os nossos calnpos (no teus). P. roubou a canoa dle (de J.). Traze o meu machado grande. Olha as nossas belas flores (nossas e vossas). Os teus cabelos vennelhos. ~'\ 7)O.\"Sa faca amarela. O nosso (meu e teu) cu azul. Os chefes chamaram os seus dois guerreiros e mandaram que les trouxessem os seus arcos (dles dois). Os meninos tiraram com suas mos o leite dela (da cabra). O nosso senhor pediu aos seus guerreiros que nos dessem o seu feijo (dle). J. comeu as suas favas e os seus frutos. O guerreiro tomou o seu machado e cortou o brao dle (de J.). Meu senhor) com seus 1nachados) cortou os braos dela. O comf)anheiro dle me deu os seus trs arcos verdes.
BIBLIOGRAFIA
A:nCHIETA REsnvo 23-24;
10v-12v; FIGUEIRA 66, 69, 80, 83-84; MONTOYA 115-116; 118; CAETANO 10-11; ADAM 21-26; L.
BARBOSA
LIO
7.a
DEMONSTRATIVOS
69.
e a visibi-
lidade:
esse, -a, -es, -as, -o; aqule, -a, -es, -as, -o; eis a ou l:
kuea, ke, k ebo-kuea, ebo-ke, ebo-k ebo-uinga, a-P a- a-k a-kuea, a-ke, a-k 70. Note-se a evidncia de dois prefixos,
a-
etc. O mesmo prefixo ebo- figura em eb-ap "a", eb-ani "da banda da" e, nasalizado, em emo-ni "dessa maneira" (cpr. ni "desta maneira"). 71 . As formas terminadas em a tono so preferidas como "pronomes". Nesta funo, a tdas as demais formas se pode sufixar -bae) que apenas lhes refora o sentido: k-bae, ik-bae, -bae, etc.
CURSO DE TUPI
ANTIGO
55
72. H ainda a, ah, aa e erika "sse mesmo, aqule mesmo, -a, etc.". Valem para ambos os gneros e nmeros. Excetua-se ah, masculino e singular (s de h.); tambm significa "ste".
se pode seguir
k a: ste mesmo, ak a ou ak' a: aqule mesmo, etc. 74. O substantivo, quando expresso, demonstrativo:
vem depois do
PRONOMES
76
PESSOAIS
ns: iand (incl.), or (excl.) vs: pe (pee) les, elas:
a gente: as
As formas entre parnteses se usam quando o pronome no est seguido imediatamente de verbo predicativo.
A, erii?a,aa e ah so demonstrativos.
No h, propriamente, pronome pessoal da 3.a p.
prefixo
pessoal.
i marangatu,. i
karaiba
77.
ou a: mesmo
ix , ix a, xe , xe a: eu mesmo, eu mesma end , end a, nde , nde a: tu mesmo, tu mesma a a: le (aqule) mesmo, -a, -os, -as and , and a: ns mesmos, ns mesmas (incl.) or , or a: ns mesmos, ns mesmas (excl.) pee , pee a, pe , pe a: vs mesmos, vs mesmas
BIBLIOGRAFIA
nemonstrativos - VLB passim; FIGUEIRA 5, 85; MONTOYA 5; RESTIVO 26-28; CAETANO 70; ADAM 32-34; L. BARBOSA, N uva Categoria 67-74. Pronomes pessoais - ANCHIETA 10v-12v; FIGUEIRA 66; 69; 80-84; MONTOYA 4-5; RESTIVO 23-25; 115-116; CAETANO 10-12; 70-71; ADAM 21-26;
L.
BARBOSA
170.
ANCHIETA
~ ou a RESTIVO 117-120.
53v-54;
FIGUEIRA
140;
MONTOYA,
Tesoro
17:
--
78. Os verbos ser e estar) como verbos de ligao, no tm correspondentes em tupi. Junta-se simplesmente o pronome sujeito ao predicado. ste pode ser substantivo, adjetivo, pronome ou advrbio: xe marangatu:
and
i marangatu:
nde marangatu:
ou or marangatu: ns (somos) bons pe marangatu: vs (sois) bons marangatu: les (so) bons
Quando o predicado um adjetivo: 1) vem depois 79. do sujeito; 2) e se paraxtono, perde a ltima vogal:
piranga: vermelho angaipaba : ruim kagu-ara: bebedor xe pirang: sou (ou estou) vermelho angaipab: ruim or kagu-ar: somos bebedores
Mas se o sujeito um substantivo ou pronome da 3.a p., mais comum pospor-se ao predicado:
80.
81. Quando o complemento predicativo um substantivo ou advrbio, 1) pode vir antes ou depois, preferivelmente antes; 2) no perde nunca a vogal tona: Y Piranga aP-bae y-ek-aba:
82. Se o predicado vem antes do sujeito, o pronome toma as formas ixJ endJ pe (n. 76). Nas outras pessoas, nenhuma diferena:
ab ix: sou ndio; kunh end: s mulher; morubixaba chefes; kunh and: somos mulheres pee: sais
83
endJ
84. O prefixo pessoal da 3.a p. imprescindvel antes do predicado, embora o sujeito seja substantivo ou pronome e2Gpresso:
y
comprido;
i pirang: o rio vermelho; y piranga i puku: o rio vermelho i pirang Y piranga: o Ipiranga vermelho
85. Mas nunca se usa quando o 'predicado substantivo ou advrbio: ab: (le) ndio; so: so bichos; e111on: assim, dessa maneira; kunh ebokeia: essas so mulheres; paka so ou melhor so paka: a paca bicho; Tata111iri ab ou melhor ab Tata111i6: Tatamirim ndio
86. Os verbais formados com o sufixo (s)am e os nomes de profisses portam-se indiferentemente como substantivos ou como adjetivos:
s chefe: morubixaba end ou end morubixab ou nde 1110rubixab ou end morubixaba ou nde 111orubixaba,o les so comedores de ostras: reri-g-ara ou reri-gft-ar ou reri-gu-ar a
Os verbais que comeam pelo prefixo poro- (n. 380') 87. mudam-no para moro- ou mboro-:
poro-mbo--sara: mestre; 111orO-111bo--sara ix, :re 111orO-111bo--sar, etc.: eu sou mestre
88.
finssimo;
i %Y11~: liso
Irregularidades
Os mesmos adjetivos de t- ou s- mveis (n. 50): 1) tm s- como prefixo da 3.a p.; 2) levam r- nas outras pessoas, aps o pronome:
89.
as r-oby: a gente azul s-oby ybaka ou ybaka s-oby: o cu azul s-ar yb ou yb s-ar: a fruta est azda (n. 78). Tamb:n os adjetivos tirados do infinito de verbos intransitivos (n. 52).
9'1.
90. Nos qualificativos tinga, tininga, t~li-bae, tunh-bae, tek-kttaba, syma, o t e o s fazem parte do tema (n. 51). Seguem marangatu
taigaiba.
T-ynyse11w.
s)
lugar de
-a, etc.
pe r-ynyse11~: sais cheios, -as t-ynysem: cheio, -a; so cheios, -as y t-ynysem: o rio est cheio Sbre
t-UrlISU;
v. n. 99. EXERCCIOS
92.
roba: amargo
akaiu: caju marakui: maracuj kyr: gordo angaibara: magro ky: sujo asy (s) (xe): doer mara' -bora: doente aiba: ruim; intransitvel poxy: nojento poxy-aiba: feio abait: medonho
ee (s) : spido (doce ou salgado) aruru: tristonho por-ausub-ara: compassivo nhe-ran-eyma: cordato osanga (t): paciente angaipaba: mau, ruim katu: bom angaturama, marangatu: bom ays: formoso aet: timo matuet: timo
93. Por afinidade, aiba "ruim (fisicamente), estragado, impraticvel" e poxy "nojento" tomam o sentido de "mau (moralmente)". Poxy tambm o de "feio" . 94. Ee (s) "que tem sabor", seja doce ou salgado (contrrio J<: "ins pido") : y ee gua salgada (do mar) ; yb ee fruta doce; pi1' ee peixe salgado. 95 . Certos verbos, transitivos ou relativos em portugus, so predicativos em maenduar, etc. eu me lembro, tu tupi. Assim %e maenduar, nde maenduar, te lembras, etc. (Cfr. latim "memor sum"); %e r-asy, nde r-asy, s-as:y, ete.: di-me, di-te, di-lhe (Ht. sou dolorido, s dolorido, etc.).
angaibar. N de porang, ah 'I: 96. AiP ab kyr, k-bae Or marangatu; pe angaiPab. Marakui s-ee; akaiu rob. kunh angaibara angaturam. I-i aet ik nde iy puku. I /?'y .~ ini. Mara'-bora antru. S-asy akanga. Eboklei y aib. Xc por-ausub-ar. N de r-osang. I nhe-ran-eym. Or katu. Pe l1'rafuet. abait. I poxy-aib ik kunu1n. I ays aiP yboty' iuba. Pai
197.
quente: akuba (t) redondo: aPl forte, duro, firme: at (t) rijo: iyka
98. Eu sou ndio. Ela mulher. Tu s paj. tle bebedor. Eu sou chefe. Ns somos guerreiros. Vs sois bonitos .. tle vermelho. Nosso chefe bom. A pedra alta. Vossa canoa ' comprida. Eu sou bom chefe. Giraguau um chefe forte. Os nossos guerreiros so imprestveis. A lua redonda. A cachoeira redonda. A
cachoeira branca. Os montes so altos. A barata chata. O cu azul. A rvore firme. A carne (s-o) est rija. O fogo quente. Esta fruta amarela amarga. Aquela fruta vermelha doce. Aquela minha fruta preta est azda. Aquela cachoeira alta bonita. Esta minha flor bonita. Aquela feia. BIBLIOGRAFIA
AKCHIETA
46-50;
BOSA
RESTIVO
20-21; 38; 46-47v.; FIGUEIRA 36-53; 65-68; VLB 390; MONTOYA 42-44; 46-47; CAETAKO 10-11; ADAM 38~39; 78-81; L. BAR-
170.
9.G
ATIVO
"Grande" traduz-se por t-urusu) que s usado quando se trata da 3.a p. A l.a e a 2.a se servem de s--eburusu_ que comum tambm 3.a. S-riburusu segue t-oby (n. 89) :
99.
xe r-eburusu:
sou grande
100.
Mas o sufi_1:o aumentativo gasu para os nomes acabados em vogal tnica, e usu para os outros. Os paroxtonos perdem a ltima vogal:
kurulni: menino paran: rio volumoso, mar y: no lnboa: cobra araraka: jararaca
101
kurulni-guasu: moo paran-guasu: oceano y-guasu: rio grande 1nbo'-usu: cobra grande ararak'-usu: jararaca grande
S -e1J1trusu e gasu incluem a idia de "grande e grosso". Com adjetivos e verbos, gasu (ou usu) significa "muito"; com os verbos transitivos, faz de objeto; com os mtransitivos, de sujeito:
a-r-ur-usu: trouxe muitos a-peb-usu: achatado a-sang-usu : rechonchudo o-ur-ustt: vieram muitos ran-usu: grosseiro o-abab-usu: fugiram muitos
V,j
a-peb-usu-guasu
achatado,
a-sang-v-su-guasu
aumentativo
entra em numerosas
DIMINUTIVO
alcunhas.
i ou . e i so
sufixos . .Ll/firi
pir miri, pir-: peixinho aur-z, anhur-z: pescocinho, colo pitang-i: criancinha kumand-: f ei j o
a-sang-z: rechonchudinho
Significam tambm" pequeno, mido":
PARTiCULAS EXPLETIV AS
103 H duas principais: separado:
k-ne a %e r-e111,bi-ekara: isto o que procuro mba-pe'! K -ne: o que? Isto 104. Unem-se com os a) com o advrbio p)
demonstrativos etc.:
a!c) a) i) k) ak'
n' ak, n' a, n' i, n' i7i?, n' ip, n' ip' a, r' ak, r' a, r' ak' a, que tambm so partculas demonstrativas de realce (exceto n' ip e n' ip' a)
EXERCCIOS 106. ybyty-guaa: vale yby-peba: vargem kuara; toca, cova 1nund: armadilha. tapiti: coelho peyba: trilhado ktt-guasu: grosso e !"Glio ubixGba \.t) : enorme
107. H alguma confuso entre "rio" e "mar". No guarani "mar" par, "rio" y ou, quando volumoso, paran. No tupi, "mar" paran e "rio" y ou y-gasu. Os vocabulrios no mencionam par no tupi, mas pelos nomes geogrficos v-se que tanto paran como par foram empregados para designar o mar e os rios mais caudalosos.
108. I a-peb-usu n' ak kururu. S-ubixab n' ak ybyty-gaia. Yby-peb-usu n'ik. I peyb n' ak tapiti kiara (VLB 388). S-ubixab-usu n' ik ybyr. I a-sang-usu-gasu n' ik pe iru. I a-sang-i k pitang-i. I aib-ne y-guasu. S-eburus~t r' ak nde mund. I aib xe mund-gasu. 1, ku-gasu-ne aP ybyr una. N de r-ubixab; ix, xe miri. I katu n' ak nde iy miri. N de iy-giasu aib. 109. regato: y-ek-aba tacape: ybyr-pema espigo: aPi-pema ladeira: yby-ama
110. O mar grande. O regato pequeno. Teu nariz pequeno. Teu Orelha grande. Tua orelha grande; a minha pequena. irmo "orelha grande". Passarinho. Teus ps so pequenos. Eu sou pequeno; tu s grande. Aqule pau achatado. Meu tacape grosseiro. ste homeJU rechonchudo. Aquela criana achatadinha. Aqule teu machadinho est ruim. enorme sse homem. uma ladeira enonne aquela. achatadiio aqule espigo. BIBLIOGRAFIA Aumentativo 'Diminutivo ECKART TIVO ANCHIETA ANCHIETA
13-13v; FIGUEIRA 80; RESTIVO 19-20. 54; FIGUEIRA 140; MONTOYA 7; RESTIVO 57v;
VLB
21:
REs-
8.
ANCHIETA
passim;
MONTOYA
19;
112.
segunda:
(p)
voei, vo voaste, voas voou, voa voamos, voamos (ind. ) voamos, voamos (exd.) voastes, voais voaram, voam
Os pronomes entre parnteses s aparecem quando se quer dar maior realce ao sujeito. Os prefixos a-, ere-, 0-, etc. so, em geral, imprescindveis.
OES.:
(n. 59).
2. Quando o tema do verbo com~a por ou 11 pr-tnicos, estas vogais podem semivocalizar-se, formando ditongo com a vogal do prefixo pessoal (n. 17 OES. 2). No sendo fenmeno claro nem constante, no se indica na escrita.
--.--.---------------------------------------.------
LEMOS
BARBOSA
TEMPOS
DO VERBO
~ O verbo tupi no conhece a noo de tempo: exprime apenas um processo ou ao (ou lIma equao, S' o verbo vredicativo). Na sua forma geral, o indicativo aplica-se a qualquer tempo. mais comum traduzir pelo passado. O nosso presente gramatical supe sempre algo de passado. O futuro, como em nossa linguagem familiar (" eu vou e trago-o"), pode ser expresso pela forma geral. Quando o futuro implica resoluo ou desejo .de quem fala, confunde-se com o modo deliberativo ou permissivo. usada tambm a partcula -ne, guando h uma expectativa de quem fala:
FUTURO
PRIMEIRA CONJUGAO
xe nde i iand or pe i
eu me lembrarei tu te lembrars le se lembrar ns nos lembraremos (incl.) ns nos lembraremos (excl.) vs vos lembrareis les se lembraro
CONJUGAO
voarel voars le voar voaremos (incl.) voaremos (exc1.) voareis voaro ser assim; xe r-osangentre o temo
marangatu-ne: le ser bom; emon-ne: -ne: serei paciente; ix-ne: serei ,eu
Alguns autores costumam registrar o eufnco (n. 20) terminado em consoante e a partcula -ne: xe maenduar~i-ne.
- --~CUKSO
DE--r'UPlANTIGO EXERCCIOS
114.
Conjugar no futuro:
fiuk: matar ker: dormir man: morrer nheeng: falar pab: acabar-se
pak: pyt:
s-efiar: deixar sem: sair s-endub: ouvIr s-eni: chamar s-ePiak: ver s: ir ytab: nadar nhan: correr
rel%:
ser fedorento
Pindobuu viu o mar: Pindobusu o-s-epial? paran ou Pindoou paran Pindobusu o-s-ePial? ou o-s-epak
117. Neste caso, se substantivo paroxitono, diante de consoante ou semivogal perde a ltima slaba; diante de vogal verde a ltima vogal (n. 16): matou uma ona: o-fiagt1'-iuk (agItara. ona) ; arrancou cabeIas: o-ab' -ok (aba: cabelo; ok: ~"rancaJ)
118. O objeto indireto e os outros complementos tm a mesma variedade de colocao do portugus. Evita-se, por:n, coloc-Ia entre o verbo e o obj,eto direto.
6S
LEMOS
BAJ{BUSA
PRONOMES
119.
OBJETIVOS
nao Sempre que o substantivo que objeto direto deve est entre o prefixo agente e o verbo, nesse lugar ficar o pronome objetivo da 3.a p.
120
i (ou
aps vogal):
ou
o--pysyk
o-y-pysyk
J!
ou
ou ere-s-epak
paran ou paran
%0-
escondemos frutas: oro-yb-mim ou oro-nho-l11im yb, etc. arrancaram as flechas: o-uub-ol? ou o-o-ok uuba, etc. enterrastes as cabeas: pe-ak' -tym ou pe-nho-tym akanga 123.
%0-
no de rigor:
enterrou a mulher: o-nho-tYl11 'unh ou o-tym kunh pilou o milho: o-o-sok abati ou o-sok abati 124. Os verbos que comeam por r ( o) - ou no- no le\cc pronome objetivo da 3a. p,; na Ia. excl. pl. e nas 3as. inserem ge-:
f-ek: ter
a-r-ek: eu o tenho ere-r-ek: tu o tens
no-sem:
retirar
CURSO DE TUP! o-ge-r-ek: le o tem ia-r-ek: ns o temos oro-ge-r-ek: ns o teiros pe-r-ek: vs o tendes o-ge-r-ek: les o tm
ANTIGO
69
--
o-ge-no-sel1~: le o retira ia-no-sem: ns o retiramos oro-ge-no-sel1~: ns o retiramos pe-no-sem: vs o retirais o-ge-no-sem: les o retiram
125. sses verbos, quando o objeto est depois do pronome agente, levam mais um e-:
a-uub-e-r-ek,
ere-uub-e-r-ek,
o-uub-e-r-ek:
tenho
frechas,
126. Rarssimos verbos transitivos irregulares no usam o pronome objetivo da 3.a p., C'mbora l'vem prefixo agente: a- "digo" ( "dizer"), a-l " como" (l "comer"). V. Lio 48.a.
127. O verbo iuk "matar" e outros comeados por t perdem o pronome objetivo da 3a. p., quando precedidos de prefixos agentes:
ta, etc.
a-iuk, ere-iuk,
o-uk,
128. Em alguns vocabulrios e gramticas, os verbos transitivos aparecem com o pronome objetivo, como se ste fizesse parte do tema verbal. _ Desta lio em diante, indicaremos entre parnteses o pronome objetivo, quando fr s ou io, dispensando-nos de faz-Ia quando fr i. EXERCCIOS 129. t-obaiara: inimigo (subst.) kybyra: irmo (de m.) tut';,wa: tio materno akuti: cutia iepeaba: lenha ama na: chuva kanhem: sumir mo-aku: enxugar (o mido) mo-kang : enxugar (o moyg-pema: tacape karasy: sol py-banga: torto dos ps are: aleijado (sola para cima) py-teema: ido (que pisa com a
ponta do p) r-ur: trazer ar: apanhar : comer, beber mim (nho): esconder
anama: parente
lhado)
mo-akym:
molhar
70
LEMOS
BARBOSA a11iL am ... : um ... outro ... ... gu: ptc sujo indet. 3.a p. pl. pyt: ficar
Ab o--monhang o taba. Kunm/,i o-y-e-ra-s. K1mh o-iepeabtining. A1nana o--mo-akym epeaba. Karasy o--mo-ar. lepeaba -aku epeaba. K ,arasy o-iepe-mo-aku. Yb'jltu o--mo-ngu ybr!. T-at o--11tO-kang aoba. T-obaiara %e anam.a o-iuk. Irfi (n. 62) o-ge-r-elc uub-et. Xe kybyra am py-teem, %e lcyb'j'r' a1n py-bang. Xe tutyra arc .. O-l?anhem %e y. O-mim g nd,ygapem,a-ne. O-gtie-r-ur g1~ nde sy. Akuti o- akaiu. Y pek_: o-y-. Gyratinga o-pir-. O-pyt g[-ne.
Cenas
de um
acampamento
de ndios
em expedio
guerreira
(DE
BF__ .
~-----CU:R~
DE
TUPI
ANTIGO
71
131.
entrevado: apara coxo: par- coxear: par-r (xe) mudo: nheeng-, nheeng-e'jl1na
surdo: apys-eyma veado: s'asu mais para c: kyb, kyb ngoty mais para l: am, am ngoty tambm: ab
comida: 1nbi-
132. A mulher apanha lenha sca, faz a comida. Os passarinhos comem a comida. Minha me escondeu o machado dela. Tu trouxeste o seu tacape. O veado comeu as frutas. Ns trouxemos o vosso companheiro. Eu vi muita J.enha sca. A chuva molhou a lenha. Esconderam os nossos machados. Perdi (sumiu) o meu machado. Traze mais para c sse entrevado. Leva mais para l sse coxo. le surdo. mudo tambm.
BIBLIOGRAFIA
Verbos - ANCHIETA 17v-22; FIGUEIRA TIVO 28-33; CAETANO 14-16; ADAM 40-42; BARBOSA 171-173.
TOYA
149-153; 52-54;
MONTOYA DALL'IGNA,
13-18; RESp,assim; L.
Ordem das oraes simples - ANCHIETA 36-37; FIGUEIRA 87-89; MON34-35; REsTIVO 74-75; CATANO 86-87. ANCHIETA 37v-40; FIGUEIRA 87-89; MONTOYA Pronomes objetivos 38-40; RESTIVO 74-78; CAETANO 39-40; ADAM 40; L. BARBOSA, J1IM 74-77.
LIO
11.CI
PREPOSIES
133.
Colocam-se
depois
da
palavra
que regem.
So
posposies.
134.
su
"de" (provenincia e separao): a-sem taba su (ANCH. 43): sa da ldeia; a--pe xu: apartei-o de sua me
1) 2) 3)
"fora de": oro-ik taba su: estamos fora da aldeia "sem" (neg. de companhia), "e no": t' a-s nde sU'-ne: irei sem ti (e tu no) ; ere-s-en xe r-$tba xe sy su': chamaste a meu pai sem minha me "para no": a-s nde r-epak-a sw: vou para no te ver " (por causa) de": xe r-un t-at-tinga su (VLB 177) : estou negrc de fumaa; t-oryba S$t'a-popor (VLB 385) : salto de alegria comparativo; v. n. 173 s. "a" (raro) : o-kanhem ygara xe su (VLB 337) : desapareceu-me a canoa; s-asy xe akanga xe sU' (VLB 194) : di-me a cabea
4) 5) 6) 7)
135.
r-upi
"por" (lugar) : oro-nhan yby r-upi: corremos pelas terras "conforme, segundo": pe-gat xe sy r-upi: andais como minha me; a-ik-b nde r-ek r-upi: vivo segundo a tua norma
1) 2) 3) 4)
casei-me com
.t1..l'f.L.~\.JV
I,)
--
136.
sup
"a, para" (dativo): a--meeng nde r-uba suP: dei-o a teu pai "em busca de, buscar": e-or nde r-uuba sup: vem buscar tuas flechas "contra": tapyya o-J-ereb xumar sup: os tapuias se voltaram contra os inimigos dle; a-nheeng nde r-uba sup (FIG. 122): pelejei contra teu pai
1) 2) 3)
137.
1)
2)
"em": ik yby pup (AR. 24) : nesta terra; or taba pup: em nossa aldeia; ara 1110sapyra pup (AR. 3) : no terceiro dia; T -uba r-era pup (AR. 1) : em nome do Pai 2) "dentro": maraM pup: dentro do marac; a-ar nde ygara pup (ANCH. 4Ov.): embarco em (dentro de) tua canoa 3) "com" (dentro de alguma causa) : o-ur ix pup: veio comigo (p. ex. na canoa) ; a-ar nde ptp (ANCH. 4Ov.) : embarco contigo; caio em teus costumes 4) "com" (instrumento): o-uk ygape111a ptp: matou-o com o tacape; t-esa pup (AR. 137): com alegria 5) "entre, juntamente com": o-gue-ra-s xe r-uuba o mba ptp: levou minhas flechas entre seus objetos
OBS.: pup "junto com isso, com tudo isso, alm disso": o-uk o-l, pup: mataram-no e ainda o comeram; pup nd' ere-abab-i-pef: e ainda no fugiste?, ab byk-ag-uer-eY1n-a1110 s-ek pup nzenz (AR. 4): juntamente com ser ela tambm virgem
139. 1)
res ou r
"por (causa de)": xe sy r-es a-por-abyky: trabalho por causa de minha me; xe r-oryJ -katu, nde r-ura r (LRY 262): alegro-me muito por teres vindo; nde xe r-ayra r-ausuba r-es, ix ab oro-ausub: por amares a meus filhos, eu tambm te amo "com" (companhia), v. n. 144 s. prep. que rege muitos verbos e adjetivos relativos: xe 11'wenduar xe r-etama r-es: lembrei-me de minha terra; o-mendar xe r-ykera r-es: casou-se com minha irm; e~T'up-mo-nget or angaipJ -bae r-es (AR. 2): roga a Deus por ns, pecadores; o nheenga o-ityk: xc r-es: falou contra mim; o-iJ-cpyk xe r: vingaram-se de mim; a-p-ar nd r-es-ne (FIG. 124) : hei de te espancar; a-ro-bar nde r-cs: creio em ti; nda xe rayJ-lJotar-i ndc r-cs (FIG. 124) : no te quero ter por filho
2) 3)
140. -pe (aps nasal -me) 1) "em" (lugar) : o-man xe k-pe : morreu na minha roa; oro-pyt I t-pe: ficamos em H 2) "a, para" (direo) , "at": o-s I t-pe: foi a H; pc-s or k-pe: fostes a nossa roa; tJ ia-s xe iru-mo Nhoesemb-pc nh-te (VLB 117) : vai comigo s at Ilhus 3) "a, para" (dativo): a-i-l11eeng it nde r-uba-pe: dei a pedra c. teu pai 4) "por, em busca de": a-s nde r-uba-pe: vou em busca de te',: pai, traz-Ia 5) "por, porque": xc r-en'i-dag-' -pcJ a-iur: venho por me terec chamado
141
142.
vogal.
Regidos de -pe) os paroxitonos perdem a ltim" Tenha-se presente, entretanto, a eufonia (n. 20)'
abrigo, ang-me: ao abrigo:
Se a slaba .final tona ba~ cai. Se ma~ cai e h nasalizao. Se na~ cai s a vogal:
taba: aldeia, t' -pe: na aldeia; t-etmna: regio, t-et' -me: na regio; koema: manh, koe' -me: de manh; pytuna: noite, pytun-me: de noite 143. Nas acepes 3) e 4), -pe no causa alterao aos paroxtonos. Mas pode nasalizar-se aps oxtonos nasais: morubi:caba-pe:
ao chefe
sumar-me:
ao inimigo
CONECTIVOS
144. A preposio "com" de (de companhia) se pode traduzir por pab~ nd~ nd-b~ r-es~ l'-es-b~ iru-namo ou
iru-mo.
N o sujeito, estas preposies ou ir-mo prefere o singular: levam o verbo para o plural. Mas ir-namo
pe-ur-pe :ce sy ndU' : viestes com minha me?; oro-mar-'monhang Tau,bysy r-es ou nd (VLB 335) : lutei com Taubici; oro-e-byr nde r-es-b: voltei contigo; :ce-r-uba pab oro-s (VLB 269): fui com meu pai; t' ta-s :xe ir-namo Nhoesen"b-pe nh-te (VLB 117): vai comigo s at Ilhus; a-e-b:yr nde sy ir-na'lno: voltei com
tua me
145
No h a conjuno "e". Os substantivos e pronomes, quando estritamente necessrio, se unem pelas preposies p,ab~nd~ etc. :
oro-s nde r-ayra nd: fomos eu e tua filha; a-s-eptak r-ayra nde tutyra r-es-b: vi tua filha e (com) teu tio 146. nde
sses advrbios em geral se pospem. Mas -no pode-se colocar no fim da frase (antes de -ne~ no futuro) :
t' a-r-ur am t-e-mbi-ara, am akang-uera b, muam-baba -no-ne: trarei, do combate, uns prisioneiros e umas cabeas 147.
s::-
Os verbos e oraes ligadas pela conjuno "e" ou 1 se justapem simplesmente, ou 2) se servem de b) aoetc., ou 3) do gerndio (n. 425) :
vi-o e matei-o: a-s-ePiak, a-iuk (lit. vi-o, matei-o); a-s-epa,~ uk-bo (lit. vi-.: a-iuk b (lit. vi-o, matei-o tambm) ; a-s-epiak,
matando-o)
148. membyra:
filho, filha (de m.) ttpaba: lago andyr: morcego mandioka: mandioca koema: manh karuka: tarde pytuna: noite
guasern [suP) : achar, chegar: ar: caIr kuab: passar asab (s): atravessar meeng: dar karu: comer (intr.) ybat: alto (subst. e adj.)
149. Y -ek-aba o-ar y-guasu-pe; y-guastt o-ar paran-me. Aku o-i-pysyk akau o p-pe. la-pyt ka-pe. N de sy ix a-iuk. nheenga a-s-endttb marak pup. O-gue-ra-s mboa pai Sttp A-nheeng-endttb. Akuti O-11-wnkoe' -me. Oro-ytab up' -pe; pee p," -ytab paran-me. Guyr o-beb ybat koty. Kttnharnbeba o-ker P:,tttn-me xe inicme-ne. Xe 111e1nbyra o-mendar ko guarini r-es-nc. Andyr xe py o--pyter ko pytttn-me. O-sem kuarasy. A-i-meen," xe guyrapara nde membyra-pe. Koe' -me oro-sem, nde membyr ~ r-es-b, taba stt, oro-s ttpaba koty, oro-nhan nhu r-upi, ybyt)!J',: r-upi-b, oro-ytab, oro-s-asab ab y-guasu-no. Oro-s pa r-es x,' membyra su-ne. O-kanhem xe ini. A-guasem nde ini sttp, a-i-meen" nde sy-pe. Y peka O- Pir, mandioka ab. Guyr o-ker ybyr yba~ t-pe. 150.
II bolsa do gamb: sab-ai quati: k1ati sombra: anga brincar: nhe-1no-sarai descer: gfiCi:yb hoje: ie, oie (pass.), kori (fut.) ontem: kues amanh: oir, oirand aqui: ik algum.: am aM
---
151. [Perdi] (Sumiu) o meu ta cape e o meu machado. Eu encontrei teu machado dentro da nossa canastra. Ns samos da taba ontem de tarde; atravessamos o lago; chegamos ao mar de noite, e voltamos hoje de manh para a taba. Nossos companheiros saram Cunhambeba foi ontem de hoje e voltaro hoje mesmo (kori-). noite minha taba, escondeu minha rde dentro da canastra dle e atirou-a (o-tyk) ao mar. Por vossa causa passei por esta taba. Os meninos embarcaram comigo; as meninas embarcaro com Cunhambeba. .os passarinhos voam no cu; os peixes nadam no lago; o veado corre pelos campos. O gamb leva os seus filhos numa bolsa. O quati desceu da rvore, subiu na pedra [e] atirou-se gua. Os meninos brincam sombra das rvores.
BIBLIOGRAFIA
Preposies RESTIVO 11-16; Conectivos CAETANO 68. ANCI-IIETA 40-46; FIGUEIRA 120-126; CAETANO 64-69; ADAM 29-32. ANCHIETA 41-46; FIGUEIRA 123-148; MONTOYA 70-76; MONTOYA
74-81;
Fabricao
do fogo
(STADEN)
GENITIVO Para verter em tupi a idia de posse, expressa erL portugus pela preposio "de", basta juntar os dois sub~tantivos em ordem inversa do portugus:
152. guyr: ave ty: canrio
fi:
Como no h artigo, gyr pep tanto signific::. "asa de ave", como "a asa da ave", etc.
153. Como em portugus, o processo serve para a posse prpriamente dit~
pai kys "a faca do paj"; para a posse integrante (partes do sujeito) : pcp "a mo do paj"; para a posse de relao (parentesco, de.) : pai sy .. m1uedo paj"; para a posse de subjetividade: pai sema "a sada do paj"
Neste CURSOdiremos que o 1.0 nome ou pronome est no "genitivo' Os possessivos (n. 58) no so mais do que pronomes em genitivo; kys "minha faca" (lit. a faca de mim); nde p "tua mo" (Iit. a mo C~ ti); xy "a me dle"; o sema "a sada dle" (ref!.).
154. Segue-se o mesmo processo para expnmlr o con> plemento restritivo ou determinativo: abati u: farinha (feita ou tirada) de milho it y: gua (tirada) da pedra (te) -s-y: gua (que sai) dos olhos it nhae: prato (feito) de pedra
Do-se vrios metapIasmos (n. 15 s.) e as mesm2.: 155. alteraes dos qualificativos:
marana :
guerra
iru: companheiro
y:
maran-~ru :
akanga:
p:
lquido cabea mo
companheiro de guerra kamb-y: leite iagtrar-akanga: cabea de anca iag' -p: mo de ona
Isto, porm, s quando da juno dos dois substantivos surge uma terceira palavra, composta. 156.
No fcil estabelecer com preciso em que casos os dois elementos se devam escrever separados ou juntos. V. n. 15. Muitos substantivos aparentemente simples so co:npostos de genitivo.
INTERROGATIVOS
157. s perguntas junta-se uma partcula de interroglao; quase sempre -pe: a-s-pe P: eu fui?; ere-iuk-pe P: tu o mataste?; o-man-pe-ne P : morrer?; o-beb-pe gyrP: voou o passarinho?
Se sse trmo for inseparvel do seguinte, deixa-se a partcula para depois, ou, possivelmente, repete-se o trmo:
xe s-reme-pe P: quando eu fr?; ix-pe xe iukP: mata-me a mim?; nde-pe nde iukt: mataram-te a ti?
-,<l,ii01-------------~"'i'L
158.
J:'.1'1'''lV~'1'l'CJ'j:=:;:,~'i'.b~ni'U.I:\.'U'D;'\u''''';:);'j
'l'""----~---------._-
por-
comuns
(=
no fui)
final da palavra anterior a -pe ou -te pode cair. Sem ser um~ freqente a queda de b, facultativa a de r, m e n, muite (n)g. Quando a consoante no cai, aparece um ou 2 que no se escreva (n. 20).
-pe}
a interro-
mar-pe?,
160.
37): acasc
mar sere
Deus constituiu sua me como me nossa tambm?; t-ur-eym-i? (VLB 260) : por que ser que no vem?
Raramente,
OBS.
o prprio
Em numerosas lnguas, tanto civilizadas como primitivas, h diferena de tom ou de estrutura entre dois tipos de interrogaes: 1.0) o pergunta de afirmao-negao, alternativa (sim ou no?), 2.) a pergurc de especificao (quem?, quando!', como 1'). Em portugus, p. ex., a pergunt; do 1.0 tipo pede elevao final de tom. A do 2.0 tipo, queda de tom. Cpr. 1.0) O vieviante j chegou!' 2.) Quem que chegott!' Alguns autores, para o 2.0 tipo, usam o sinal reverso de interrogao (' Em tupi, h ligeira diferena entre os dois tipos. Para ambos pode-,~ usar a partcula interrogativa -pe. J as partculas h e ser so mais comt:::, no 2. tipo. - Ignora-se se havia diferena de tom.
CURSO -DE TUPI ANTIGO 161. abf: quem? mba?: que? qual? que causa? ab mbat: de quem? mar?: que? como? quais? por que? mar-namo?: por que? mar ngatu?: como? de que maneira? mar ngoty?: aonde? para onde? mar-bae?: qual? de que espcie? mn-bae t: qual? mba r-es?: por que? mba-reme?: em que hora? 162. Mar, como? " 163.
81
mam t: onde? aonde? ebap: l, a karuk-eme: de tarde kunh-ta'i: menina pirauba: dourado (peixe) P: escama okara: praa gab'i: velha por-anduba: novidades p-ok: escamar mar-neme t: em que hora?
"que (disseste)?
Um-bae, em geral, vem sem substantivo. Mba, com ou sem -pe, ora modifica substantivos, ora no: mba okal' qual casa?, mbai' que?, um-bael' qual dles? 164.
Ab-pe k kunh-ta'i? Ap kunh membyra n'ik kunh-ta'i. Um-bae? AiP kunh angaibara. l'v!ba kunh angaibara? Mar-namo-pe ere-porandub t - Ai am-pe kes ere-ik? K es ebap a-iMo M am r-upi-pe ere-kab? Ik r-upi. Mba-reme-pe? Pytun-me. Mart Pytun-me. - Ab sy-p' ik gabl? Nde membyr' iru sy n'ik guab'i. - Mar-bae Pir ere-s-epiakt Piraiuba. Mba'! Piraiuba. Mar-bae p-p' ik6? Pirau' p. Ab-pe o-i-p-ok piraiuba? I x a-i-p-ok., M ar-neme-pet K es, karuk-eme. M am-pe? Okar-pe. Ab nd-b-pe ere-i-p-ok? Xe iru nd-b. Mba pup.pet Kys pup. Ab kys pup-pet Xe kys puP. Mar ngatu-pet - Ab mba-pe k ygapemat AiP g'Lab'imembyra mendy mba; o-s-eiar ik, karam puP. O-s-ear ser, Ro-ip o-kanhem? M ar ngoty-pe x- (foi)? - Ab mba k epeabat Xe mba. Mba r-es-pe ere-s-eiar ik, okar-pet A-s-ear-te-pe? Ab--te-pe o-s-eiart - Mar-pe morand~lba? Ix-te-pe a-i-kuabt!
165.
fruto, gro, semente: rvore, p: yba fruto, fruta: yb gostoso: (s) pintado (quase maduro) -paraba, u:-baraba : ai-
82
LEMOS
BARBOSA
anans: nan ibiraigara: ybyraygara (rv.) casca (de rv.) : p, yp maduro: aui verde: kyra de vez: tyar ftido, fedor: nema cheiroso: yapuana (t) 166. 167.
dar flor, intr.: potyr (xe) dar fruto, intr.: (xe) descascar: p-ok no: aan sim: p (h.) j: ym(u), um(u)
Fora dela, ybyr e yb.
Ybotyra composto de yba "p" e potym "flor". No se usa, poio quando o nome da rvore composto de yba ou ybyr: kaburey' bot}""~ "flor de cabreva". O mesmo se diga de yp, composto de yba e p "casca" Yb compe-se de yba e "fruto, gro", mas pode figurar ao lado de . 168 . l:'il propriamente significa "bom, no ponto (de comer)". "Madure tambm se traduz pela cr ou feio que toma cada fruta:
un: a jaboticaba est [com a] fruta preta; iabotikaba yb (MONT. 198v) : est querendo ficar amarela a fruta; marakui: est mole o maracuj
i i'-potci pub
1{n:-
169. Um,
"i ";
170. Vistes j uma flor? Sim. Vimos hoje no mato uma linda flo:, Que flor vistes? Vimos uma linda flor de maracuj. J cheirast~ uma flor de maracuj? Sim. H tempos cherei. cheirosa? Nc _ O cajueiro (akau. yba) deu flores e frutos. Os seus frutos est: verdes. - O anans cheiroso, bonito e gostoso. - Esta fruta che:rosa; aquela fede. J sentiste o fedor daquela fruta? Qual: Aquela fruta preta. Como? Aquela fruta preta. - A flor do C2.jueiro branca. Onde viste o cajueiro? L mesmo. - A flor de cajueiro caiu no poo. - Que flores vistes no mato? - Que casca ~ esta? casca de ibiraigara. Quem descascou a ibiraigara? Eu r f que] a descasquei. Em que hora? Hoje, de manh. Onde? FOE da praa. Com quem? Com um companheiro. Com que? Commachado. Com o machado de quem? - Quais so as novidades? BIBLIOGRAFIA
Genitivo - ANCHIETA 9-9v; FIGUEIRA 6; MONTOYA 3; RESTIVO 12: ADAM 22-23; L. BARBOSA 179. Interrogativos - ANCHIETA 24; 3Sv-36; FIGUEIRA 144; 127-133; 166 MONTOYA 69; RESTIVO 109-111: CAETANO17; ADAM 36-37.
SUPERLATIVO 171.
mamngatu-et: muito bom; poyang-et: muito bom; poy' -ngatti: muito bonito
Et e seus compostos et-et) et-katu) )t-katu-nh "muitssimo", modificam tambm substantivos, advrbios e verbos:
O-11tba-kuab-et: le sabe muito; apu-katu-et: o--et-et alze-bae: fulano come demais; ybot')w'
muito longe;
yapuan-aib-et:
Rana) oposto de et) significa "semelhante, parecido, o que parece mas no igual, pseudo", e da "mal feito, tosco, grosseiro": ab mna: causa que parece (mas no ) homem; Pi11dobusu Yana A kangusu: Akanguu parecido (apenas) com Pinddbuu; xe
--;:84:--------~L"iE~M~O~SC' -'ti'B"AA':'::R':'::B~O~SAA--------rana end: s parecido comigo; uuba rana: flecha mal feita, tsca, que (mal) parece flecha; giyraP'-ran-usu: arco grosseiro COMPARATIVO
173. O conceito gramatical de comparativo era pouco conhecido. Desenvolve~-se mais sob a presso das lngurl,s europias.
S u p e r i o r i d a de: O segundo trmo da comparao regido da preposio su ou sos "acima de". Ao primeiro trmo pode-se juntar et "muito", b "mais", b-i ou pyryb "um pouco mais", pyryb-i ou pyr'jJb-i-te "um pouquinho mais": .
174 .
.xe katu-et nde su ou .xekatu nde su ou nde sos: sou melhor que tu; nde sos i.x (V LB 119) : sou mais (alto, valente, etc.) do que tu; nde r-ayra marangatu-et .xe r-ai-:yrasu: tua filha melhor que a .xos-mo n' ak' i.x r-e (VLB 296) : melhor seria morrer minha; ere-ik kunh su (AR. 2): bendita s eu; mO-11f~be-katu-pyr-amo mais do que as mulheres
175. n f e r i o r i d a de: No h. Supre-se, quando estritamente necessrio, convertendo para superioridade: minha filha menos boa do que a tua: nde r-ayra marangatu-et .xe r-aiyra su (lit,: tua filha melhor que a minha) 176.
I g u a 1d a de:
177. OBSERVAES. No h superlativo relativo. Supre-se com o comparativo de superioridade ou com o superlativo absoluto:
---
<--
---
CURSO DE TUPI
ANTIGO
85
taPiira suasu ab s-ebur-usu-et oP-katu so sos: a anta e o veado so os maiores de todos os animais; porang-et n' ik ybyr: esta rvore muito bonita ou a mais bonita
i modificando
adjetivos, v. nn.
101-102.
Com a locuo g{iyr-i "abaixo de", formam-se vrios comparativos correspondentes a "menor", "menos":
xe guyr-i guyr-i nh-te, b "menor do que eu, mais abaixo de mim"; id.; xe gyr-i pyryb-i "um pouquinho menor xe
do
que eu".
"Menor em idade, mais moo" diz-se guyr-i-guana "o que est abaixo de" ou aky-puer-i-guana (t) "o que est atrs de". "Maior em idade, mais velho" diz-se enotar-uera (t) "o da frente, o dianteiro".
EXERCCIOS 179 11l,boyra: conta kia: gmeo, gmeos apu (s), atyra: monto, mo-atyr, mo-apu: amontoar kanga " aku: enxuto r-endyra: irm p'Jwyb: um pouco mais
monte
180. N dr guyr-i-guana-pe k nde r-endyraF Aan. X e guyr-i pyryb-i nhote. Nde rana. Kia or. I angaturam-et oP-katu xe r-endyra sos. Um-bae o--kuab-et xu? Ab-pe o-i-mo-atyr ik k mboyraF Mam-pe s-apuF S-et-pe mboyraF S-et mboy' rana/ oiep mboyr-et nh-te. O-ge-r-ur-pe b am-neF O-gue-r-ur b am mboyr-et-neF I-i aet-peF I matuet 't-katu-nh. Um-bae-pe i-i aet: nde u, k-ip xe uF N de u aku pyryb-i. Um-bae s--et-etF
86
LEMOS
BARBOSA
Tinhar: Tinhar
182. So altas as montanhas da tua terra (r-etama)? So muito altas. So muito mais altas do que as nossas, ou so pouco mais altas? So menos altas. As nossas so as mais altas de tdas as montanhas? No. A Mantiqueira to alta como as vossas n1ais altas serras. Qual mais alto: o Tinhar ou a Mantiqueira? Qual flor a mais bonita? A flor do maracuj a mais bonita de tdas as flores. muito bonita a flor do maracuj. As flores do cajueiro so muito bonitas e cheirosas. A flor do cajueiro a mais cheirosa das flores. O caju muito gostoso; mais gostoso que o maracuj. A flor do maracuj mais bonita que a flor do cajueiro. A flor do cajueiro mais cheirosa que a do maracuj. O anans mais gostoso que o caju e que o maracuj. O anans a mais gostosa de tdas as frutas.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 43-43v; FIGlJElRA 79-80; 122; 123; ECKART 12; 15-16; MONTOL'. 6-7; RESTIVO 20-21.
--
LIO
14.a
CONJUGAO
183.
NEGATIVA
A conjugao negativa forma-se da afirmativa, juntando, antes do verbo, o prefixo nday e, depois do verb0', 0' sufixo tono -i (depois de vogal, i). N da perde o a antes de vogal e de ty e perde o dantes de nd: beb: voar
nd' nd' nd' nd' a-beb-i: no voei ere-beb-i: no voaste o-beb-i: no voou ia-beb-i: no vomos
maenduar:
lembrar-se
nda x maenduar-i: no me lembrei na nde maenduar-i: no te lembraste nd' maenduar-i: no se lembrou nd' iand maenduar-i: no nos lem-
bramos
nd' oro-beb-i: nda pe-beb-i: nd' o-beb-i:
nd' or moenduar-i:
mos
nda pe maenduar-i: nd' (t):
i maenduar-i:
(ser) azul
mos azUIS
tes
oby
nda xe r-oby-i:
no sou azul
no so-
N da reduz-se a n' quando h mb na slaba seguinte: n' a-mbo--i "no o ensinon; n' ia-lnbo-i-i .. no o ensinamos"; nJ 0-l1tbo-- H no o ensinou". N' aparece tambm em outros casos, como n' a-i-kuab-i, n' o-pyk-i, etc.
88
LEMOS
BARBOSA
184.
Quando o verbo predicativo e o complemento um substantivo, pronome, particpio ou advrbio, em vez de -i coloca-se nL entre o sujeito e o complemento:
nda it ru ix: no sou pedra; nda so ru end: tu no s bicho; nda pai ru aMf: le no paj; nda ix ru.: no fui eu; nda emon ru: no foi () assim; nda pe ru pe-iuk: no fostes vs que o matastes
efr., porm, n. 352.
185.
FUTURO
186.
nda xe r-oby-i x--ne: no serei azul na nde r-oby-i x--ne: no sers azul
CURSO DE TU
o decrescente, dispensa-se
i'al: no pegou fogo
nd' porang-i x-ne: no ser be aqule no ser paj ; nda ix ru-i nda pai-i x or-ne: no seremos p no ser assim; nda ix ru-i x-ne:
te pode desaparecer:
-endub-i ou nd' a-s-endu-i:
OUVI
187. no
Aos advrbios negativos --ne ou -i z-ne: . " aan: nunca: aan-~ xo-e-ne: nunc
EXERctc
188.
nunca mais
apu-katu: longe a-pe: l mesmo mbegu: de vagar e: sim (de m., em geral) s!: interj. sei l! ypeka: pato
ou
:0
5--ne:
nda na xe nde maenduar-i maend~tar-i x--ne: x--ne :
189. Ere-s-endub-pe guyraponga sap: ere-s-endub t' S! N d' ere+endub-i-p N d' o-nheeng-i ik guyr. M ar-nami Mba r-es-pe nd' ere-ker-i xe ygara r-es-pe 11d' ere-i-potar-it' N de ygc Nd' ere-s-ePiak-pe k ypeka? Nda yp Mba r-es-pe nd' ere-iuk-i x ag pe-karu-t x--pe-ne? A-karu um. am. Gyratinga o-ik-b yp' r-emi
190
jaboticaba: zabotikaba
s: nh, nh-te
assim, sim: ai, anh no: eama, eama (de m.)
191. Aan-i vem muitas vzes reforado aan-i r' ak,, aan-i re (h.), aan-i rei (m
--- -----CURSO----DE~TlJPf ANTIGO nd' porang-i x-ne: no ser bonito; aqule no ser paj ; nda ix ru- x- nda pa-i x or-ne: no seremos pajs; no ser assim; nda ix ru-i x-ne: no 187.
89
nda pai ru-i x- a-ne: _ pai-ne: no serei o paj; nda emon ru-i x--ne: serei eu
--ne ou -i :c-ne:
aan: nunca: aan-i x--ne: nunca h de ser; aan-i x koy-te-ne: nunca mais EXERCCIOS
188.
aP'V1-katu: longe a-pe: l mesmo mbeg: de vagar ee: sim (de m., em geral) s!: interj. sei l! ypeka: pato
s-upi, s-upi-katu: na verdade -te: seno, mas sim, mas g'V1yraponga:araponga sapukaia: grito ik-b: viver gt1at: andar
189. Ere-s-endub-pe gyraponga sapukaa? P. A-s-endub. End-pe ere-s-endub? S! N d' ere-s-endub-i-pe? N da gyraponga ru, ab-te. N d' o-nheeng-i ik gyr. M ar-namo-pe? N da gyr ru, andyr-te. Mba r-es-pe nd' ere-ker-i xe ygara puP? N d' a--potar-i. Mba r-es-pe nd' ere-i-potar-it N de ygara pup nd' oro-ker-i x--ne. N d' ere-s-epiak-pe k ypeka't N da ypeka ruk gyr, gyratinga-te. Mba r-es-pe nd, ere-iuk- x agara-ne? O-abab um. N da pe-karu- x--pe-ne? A-karu um. Mba h pe-? A- yb l am. Gyratinga o-ik-b yp6/ r-el1tb-y-pe (s margens dos lagos).
190
jaboticaba: abotikaba s: 1th, nh-te assim, sim: ai, anh no: eama, eamae (de m.)
absolutamente no: erim ou: k-ip, k-n/-ip nada, no: aan-i de maneira nenhuma: aan ang-i
191. Aan-i vem muitas vzes reforado por outras partculas: aan-i nh, aan-i r' ak,, aan-i re (h.), aan-i rei (m.).
90
192. Ai ou anh pode vir acompanhado de outras partculas como r-a::. kat~t, r' ak, ip, r'ak re, rei, r'ak rei. Ocorrem tambm os composto anh-' t, anh-'t-katu., anh-'t-katu-nh, anh-' t-' t-katu-nh.
No viste minha me aqui? Sim. Eu a vi. Por onde fostes ao rio dos jacars? Ns no fomos ao rio dos jacars. Quem foi, pois: No o sabeis? No amarga a fruta desta rvore? Sim: amarga. Por que no comeste o caju? O caju muito amargo. Que vistes dentro do marac? Vimos umas pedrinhas apenas. Que ouvistes dentro dle? Minha me ouviu uma voz. Tu que ouviste? Nada. De vagar no chegareis taba dos vossos parentes. Que fruta maiO' gostosa: a jaboticaba ou o anans? A jaboticaba. No a jaboticaba, mas sim o anans a mais gostosa de tdas as frutas. Que fruta maior: o maracuj ou o caju? No o maracuj? BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA
46-47; 49-50;
RESTlVO
ADA:vr
LIO
15.a
IMPERATIVO
AFIRMATIVO' NEGATIVO
pysyk:
e-i-pysyk: pe--pysyk: apanha-o apanhai-o
apanhar
(transitivo)
e--pysylc U'Hi: no o apanhes pe-i-pysylc um: no o apanheis
maenduar:
nde maenduar: pe maenduar:
lernbrar-se
nde pe
(predicativo)
maenduar um: no te lembres maenduar um: no vos lembreis
lembra-te lembrai-vos
A l.a e a 3.a pp. se tomam do permissivo. Em vez de um se diz tambm ym (forma primitiva) ..
de s "ir" e de
lur: "vir";
PERMISSIVO
196.
beb
(intr.)
pysyk (tr.) t' a-i-pysyk t' ere--pysyk t' o-i-pysyk t' ia--pysyk t' oro-i-pysyk ta pe--pysyk t' o-i-pysyk maenduar (predicat.)
"\
t' a-beb "\ t' erebeb t' o-beb r -ne ~ um t' ia-beb t' oro-beb \ um-ne tape-beb t' o-beb
il um~
-ne
ume-ne
-ne
um um-ne
Forma-se do indicativo, juntando-lhe ta, que perde c a antes de vogal e de i. No futuro, acrescentar -ne; negativo: um; futuro negativo: wm-ne.
t' and maenduar-ne: que venhamos a lembrar-nos; t' um-ne: que le no se venha a lembrar
i maenduc'
O permissivo designa urna deliberao da pessoa que fala: pedindo, convidando, mandando, permitindo ou decidindo. Por isso, corresponde, s vzes, ao nosso futuro (no absoluto, mas resultante de deliberao):
197. t' a--pysyk;
tu; apanh-Io-s;
apanhe-Io
198. Tambm equivale a "para que"; e pode-se juntar -te, se o verbo afirmativo:
e-r-ur pir t' a--ne: traze peixe, com-Io-ei (para que o coma) ; a--ap pab, o-putu-te: fao tudo, para que le descanse
Nesta accepo, -ne comum nas Ias. pp., excecional nas outras:
t' a-uk-ne;
um-ne:
no o ma-
taremos
Largamente empregada a partcula de determinao k (a mulher diz ky; plural: p). O verbo pode levar -ne ou -pc. Mas k, ky e p s se aplicam aos casos em que o sujeito fala consigo mesmo. Vm sempre depois do verbo e mesmo de -ne. Pode-se omitir ta:
199. t' a-s k, t' a-s-ne k, t' a-s-pe k, a-s-ne k, a-s-pe k:
irei; t' a--pysyk (-ne) k: tr-Io-ei; t' a-r-ur-ne ky: tr-Io-ei (diz a mulher)
94
LEMOS
BARBOSA
ta pe-iuk
Ala.
a t;
i se vacaliza:
t' ia-i-pysyk t' ia-ra-s
Se
proname
muda-se em
(n. 19) :
t' ia-s-ausub
201. T' i, que tambm se pronuncia .'\:'i. pode ser usado parte no sentido de "vai tu, ide vs antes" : nei, t' i :eia, vai tu primeiro; pei, t' i: eia, ide vs primeiro, na frente 202.
QuandO' se canvida uma pessaa a participar de uma aO',serve a ta. incl. pl., nO' a 2a.:
t' ia-karu xe iru-naJ'HO: come ou comei comigo (lit. comamos comigo) ; t' ia-s iand iru-mo : vai ou ide comigo (lit. vamos conosco)
PRONOMES
203.
OBLQUOS
INDIRETOS
dativa
Os pranames pessaais, reg"idas das prepasies de -pe e s1Jtp) assumem estas farmas equivalentes:
ix-be, ix-bo, xe-bo, xe-bo: a mim end-be, end-bo, nde-be, nde-bo: a ti xup: a le, a ela, a les, a elas iand-be, iand-bo, nhand-be, nhand-bo: or-be, or-bo: a ns (excl.) p-me, pee-mo: a vs as-be, as-bo: gente
a ns (ind.)
OU A
204.
a sentida.
A partcula ) paspasta a qualquer palavra, reala-H",:: Carrespande a " que", "s", "mesma", etc
LUK~U1J1:<-
101'1
A.N"llGU
95 --
a)'
junto de pronome,
(n. 77) :
ik-: aqui mesmo, aqui que; a-reJ11e-: ento que; Kunhambeba a: Cunhambeba mesmo; ie-: hoje mesmo, hoje que; kori-, kori-i-: hoje que (fut.); a-iur-: eu que vim (no que me chamem) ; a-iub-: estou deitado (sem dormir nem fazer outra causa) ; xe s rir - : depois que eu fui que; xe k-: tenho roa prpria (sem parceria de outro); xe , xe a, nde , nde a, a a: eu mesmo. tu mesmo, etc.; am a: outro mesmo, outro que
Assim:
NH E
205.
Estas partculas, sufixadas a verbos, indicam fazer-se a ao sem finalidade, s por fazer, toa, sem inteno, sem compromisso, etc.:
a-iur-i ou a-iur-nh ou a-iur-i-nh: vim toa, porque vim, porque quis; a-i-meeng-i: dei-o toa, por dar, de graa; a-i-l1lo-nhang-i: fiz toa, por fazer, por distrao; nde r-uba nd' o--potar-i. teu pai no o quer. Fao-o assim mesmo; o-s-e]'Jiak-i: A-i-mo-nhang-i: le (apenas) o v (e nada faz) : consente-o EXERCCIOS 206. poti: peito Jnimb: fio uuba: flecha pi-i: filhinho (vocat.) mo-mbe: contar kyriri: silencioso; (xe) pep: asa, pena da asa mar--tenha: bravata p apytera: palma da mo Nhoesemb: n. pr. Ilhus ekar (s) : procurar r-ek: ter, segurar a-: disse, digo enei: eia, sus (2a. p. s.) penei, pei: eia, sus (2a. p. pI.) kuritei: depressa
calar-se
96
LEMOS
BARBOSA
207. Angaba ou muru angaba, com v. afirmativo, expresso de louvor, afeto, carinho, compaixo, nem sempre traduzvel: o-man angaba "morreu, coitado": a-s angab' ik ou xe angab' ik a-s "estou indo, querido"; o-s ip, a- ang' -n' i ix "foi-se, de certo, pensei eu inocentemente"; pe angaturam, e- xe r-uba mltru angaba "sde bons disse o bom do meu pai". Com imperat. e permiss., corresponde a um pedido: e-ker angab "dorme, - peo-te"; ta pe-s angab "ide, por favor". - Com v. negat., equivale a "absolutamente ": nd' a-~-potar angab-i ou ang-~ "absolutamente no o quero". Idem com aan-i e com katu-'t-nh: nd' a-i-potar-i katu-'t-nh ou nd' a-i-potar-i ang-i katu-'t-nh. Aan ang' -~ "absolutamente no". 208. Para aconselhar, etc. (n. 194), ser~e tambm o imperat., seguido de k: "olha que ... ": e-ra-s k r (h.) rar (m.): "olha que o leves"; e-ra-s r-a k r (h.) : "olha que o leves, vamos ver" ; e-ra-s ('t) k nhandu,: "olhe. j que o leves"; e-ra-s ('t) k nhandu ru: "olha que no o leves": e-ra-s 't k h: "ol, olha que o leves"; e-ra-s 't k nhandu 11u hi!: ol, olha j que no o leves... !" 209. E-p~tam, pi-, e-r-ek k inimb nde p apyter-pe. T' ere-i-meeng r ix-be, t' a-r-ek-ne. E-nh-b! nde-bo- a--meeng-ne O-kanhe11~ xe ygapema. I -x-ekar r. N ei t'. ((E-y-e-ra-s, e--meenf mara-bora sup-ne" - a- muru angaba xup. Ab suP-pe? M ara-bora sup" _ a-. Pe-or-, pe-guapyk ik. Penei, fia-s xe iri-mo. Nei, t' . E-or angaba! Ix a-s-ne. Nde iru r-es-be Uni,' e-ki! Mba r-es-pe? X e iru a r-es-b t' a-s-ne. E-or, e-ra-s. k giyr pep piranga pa sup t' o-s-epak-te. K11,rite! E-nh.-bi ranh. E-ki! E-ra-s um k rar! (m.). E-nheeng mbegi P e-kyriri! M ar--tenha um nd' ere--111O-mbe- x- ix-bo-ne .. " E--aso-ab-ok nde karamei t' a-s-epak ne 111!ba(LRY). E--tl1C-in uuba xe poti sup. T' a-s xe iru-namo Nhoese11l!b-pe nh-;, (VLB 117).
210.
roupa: aoba osso: kanga osso (fora do corpo): kang-iera grande e grosso: t-urusu (n. 99) grosso e chato: anama vigiar (espiando): mainan [es] olhar: mae [es] mostrar: ku-meeng
gritar: asem (t) (xe) dizer o nome de: en (s), tr. eia, outra vez!: nei b! basta: ai! basta assim: n nh (ranh) toma, tomai: k logo mais: korol1t outras causas: am
CURSO
DE TUPl
ANTIGO
97
Mulheres
colhem e transportam
a mandioca
(STADEN)
Que peixe sse? Mostra-mo para que eu o veja. Grita para que ouam a tua voz. Que isto? Sei l! Que trazes em tua canastra? Roupa; [De] que espcie? Roupa vermelha. Que outras cousas? Machados. So muitos? Sim, so muitos. Isso s? Absolutamente no. Dize o nome de outras cousas. Logo mais. Eia, depressa! dize! Espera um pouco 1 D-me sse osso" Toma. Destampa a tua canastra para que vejamos as tuas cousas. Basta! Basta assim! Vigiai a cutia para que ela no fuja.
98
LEMOS
BARBOSA
Vigi-la-emos, pois. Olha aqule homem gordo. Absolutamente: le no gordo. Os ossos dle que so grossos. No. a roupa dle que grossa. BIBLIOGRAFIA
Imperativo _ ANCHIETA 18; 22; FIGUEIRA 15; 26; 34; 40; MONTOY.; REsTIVO 34; 44; CAETANO 18-19; ADAM 55-56. Permissivo _ ANCHIETA 18-19; 22v-23v; FIGUEIRA 15-19; 26; 29; 30: 40; 44-47; MONTOYA 15; 23-24; RESTIVO 35-38; 44; CAETANO 17-19; ADA~~
Pronomes oblquos i!1diretos ANCHIETA 10v-ll; FIGUEIRA 6; Mo-:\"TOYA 4; RESTIVO 23-24; CAETANO 11; ADAM 29; 31. : ou a _ A~CHIETA 23; 53v-54; FIGUEIRA 140; MONTOYA, Tesoro 17' RESTIVO 66-68; 117-120. Nh e ANCHIETA 54; FIGUEIRA 140-141; 144.
i-
LIO NUMERAIS
212.
16.CL
Cardinais
um: o7eP, mo7eP dois: mok7 trs: mosapyr, ntosaP}'t quatro: irundyk
No h exata traduo para "quatro". Irundyk e suas variantes o-~o-irund:yk) o-~e-il/undyk) lno-nhe-)rundyk) etc. so pouco usados. "Cinco" e nmeros maiores no h. No caso em que seja necessrio exprimir nmeros maiores de quatro, faz-se um circunlquio:
cinco: -mb ou melhor mb "mo da gente"; n1o" dez: oP k mb "tdas estas mos" vinte: xe p xe py "minhas mos e meus ps"
xe p "minha
Pode-se dizer ainda n "tantos, assim" e mostrar tantos dedos (ou outras cousas) quantas forem as unidades.
Ordinais
ypy: primeiro mokia: segundo mosapyra: terceiro irundyka: quarto
100
LEMOS
BARBOSA
i mo!,a:
ab moka:
xe mosapyra:
(des)de
significam Os numerais mokia) mosapym) irundyka caso o paroNeste tambm "dois, trs, quatro juntos". xtono perde a slaba final:
ab moka: dois homens juntos, num s; o dois-homens ak' mosapyra: trs cabeas juntas; o trs-calbeas V. tambm n. 827. 214.
Distributivos
oep-eP: um a um mok' -1110k: dois a dois mosapy' -sapyr: trs a trs trundy' -nmdyk : quatro a quatro
215.
Advrbios numerais
OBS.: A falta dos r,espectivos nomes no significa que os tupis no tivessem a idia de nmeros superiores a quatro. Numa economia e comrcio primitivos, pouca utilidade havia de maior preciso matemtica. Quando fsse o caso, entendiam-se por sinais ou circunlquios. - Assim, s nossas lngua; falta s vzes o nome exato de uma cr, qt1ioentretanto distinguimos de qualquer outra.
TEMPOS
216.
DO SUBSTANTIVO
~,-
Formam-se
CUR:SUU lJE
101
fruta, futura fruta fruta, ex-fruta vasilha, futura vasilha vasilha, ex-vasilha
temporais, a rigor, so
217.
218.
1. ok-aHla,op. ok-l1era
219.
f. morubi:cag-al11,a,op. morubi:cag-era
220. Se temm, no futuro perde-o e junta..;se g{lama;no passado no o perde e junta-se bera: tyma: enterrar 221.
Se tem n ou r, no futuro junta a1Jla)' no passado, os que tm r) juntam era (s vzes era) ; os que tm n) juntam dera (s vzes d12era) :
mena: marido . men-a'l11a,op. 1nen-dera ou men-dera w.ra: senhor f. ar-ama; p. ar-era ou ar-era pira: pele f. pir-anw; p. pir-era ou pir-era uk-pyra: morto, matado f. k-gta1na,o p. k-gtera p. uk-pyr-era: o que foi morto
nasal per-
gmeo
f.
i uk-pyr-ama:
--1~O~2--------"'-"'il'j~E':':i'MiArU~~i' "hK:"'i'1:lITUJ:::,:;':Ar-----------1:lKAA'
223.
(passad:-
t-at: fogo
o que foi futuro fogo; ex-futuro fogo; (mas no fOl) o que ser ex-fogo; o futuro ex-fogo; ser fogo -
O futo-passo inslito. O pass.-fut. s aparece s,:duas formas: depois de oxitonos: 1'am-btte1'a; de paroxtonos (com apcope): a-m-buera:
xe kys-rmn-bera: a que ia ser minha faca; nde r-e-mi-r-: -ram-buera: a que ia ser tua mulher; or r-eta111-am-bera: a que : ser nossa terra; pe tab-mJl-bera: a que ia ser vossa taba; ok-a" -bera: a que ia ser casa
com o sufixo e31112(c 225 o H as formas negativas, que se coloca aps a partcula de tempo, ou, excecionalmen:~ antes destas: xe r-eyntbaba: minha criao
f. xe r-eY11'1bag-aI11-eY1na xe r-eymbab-eg-gama, ou a que r_~ ser nossa criao po xc r-eymbag-er-e')mw ou xc r-eymbab-eynt-b,era. a '~-no foi minha criao pf. xc r-eymbab-am-bcr-eym,a ou xe r-eymbab-eYl1t-am-berc que no ia ser minha criao 226
103
Empregam o futuro sempre que falam de urna cousa da qual se far outra.
Mostrando, p. ex., um galho, podem dizer ire guyrapar-ama meu arco (futuro); falando de um menino, xc men-ama meu futuro marido, .ete.
cabe a mm-bera.
De um prisio-
AcanguGu, o meu senhor, me deu um anzol 1) Akanqusu, xe iam, o-i-meeng Pind ix-be 2) Akangusu, xe iar-ama, o-i-meeng pind ix-be
Cabe a 2.a tradu co (futuro). se Aeal1guu ainda no era meu senhor Quando me deu anzol. mas foi depois (lit.: Aeanguu. que havia de ser meu senhor. me deu um anzol). S se usa a l.a traduo, se j era meu senhor e ainda . Cfr. mais stes exemplos:
nde r-uba, xe iar-ama, k guvrapara o-s-eiar ix-be: teu pai. que havia de ser meu senhor (e 0 foi). d"ixou-me ste arco: ahrf slt-Pe Cristos aiP o -rama r-ar-i? Jand Jara Jesus Cristo su (AR. 16 ad.) : de quem tomaram os crist0s sse que havia de ser (e foi) o seu nome? De N. S. J. Cristo
229
pitera
equivale,
-pyr-am muam-b' -pe t-obaiara garini-me o-man-bae-puera: sero (ho de ser) devorados no campo de batalha os guerreiros que morrerem (liL: que morreram) na guerra
,, .
i
foram
(AR.
89):
as
roupas
que
230.
predicativos:
pue1' um 1'oy: j passou o frio; puer pai: est velho o paj; ab-pe pa rama? Xe rmn: quem ser o paj? Eu; nde ram-buer: tu devias ser (mas no foste) ; nd' ram-bier-i xe r-e-1ni-n10ta1'-uera : no falhou o que eu quis; ratl1-b'cr-/Jc or qia1'ini-nei': falhar a nossa guerra?; t'i ram-bue1' xe r-e-mi-porar-rmna, xe r-ub gu! (AR. 72 ad.) : no se realize sse meu futuro sofrimento, meu pai!
231. Dessas partculas se formam tambm verbos transitivos: mo-mbel' "tornar velho, conservar velho, conservar, habituar, deter", 11lo-ram-buer "frustrar, impedir, estorvar, desfazer, inutilizar".
EXERCCIOS
232.
a1'aberi: lambari pir-akamuku, a: peixes (esp.) iundi, mandi~: " " taraira, paba: " " prisioneiro de e-mbi-ara ( t): guerra tuiuka: atoleiro morasefa: dana
akY1na: molhado py-kuab (xe): atolar-se eky (s): pescar (com anzol) ityl<: atirar fora : quantos? tiru: sequer, ao menos mba rama r-es?: para que: por que? (fut.)
CURSO DE TUPI
ANTIGO
105
233. Ab-pe t-e-1'nbi-ara iuk-sar-alna (o que matar)? X eram. Na nde ram ru: nde per um. Aan-ang-: nda xe per-i. A-i-mecng xe membyr-ama nde r-uba-pe-ne. lYIba ranza r-es-pe? lJ,lam-pe morase-pera? I, ram-ber morasea. Iv!ar-namo-pe? Amana o-i-mo-ram-buer: okara akym-et: or py-kuab tuuk-pe. 11,1 obyr so-pe pe--nh-yb (frechastes)? M o],i akuti, mosapyr paka, oieP suasu. M obyr pir-pe pe-s-eky? S-et-katu. Mba Pir? Araberi, piab-et, A[ obyr pir-pe jJe-i-nh-yb? Piraiuba pir-akamuku-et-et ab. oeP, nhundi mosapyr, taraira irundyk. M obyr-pe 1a? OeP tiru nd' a--nh-')Ib-i. 11'1ob')r-penwndii? N. 11;[ obyr-pe pir-akamuku? X e p xe py. O pab (tdas) xe ramyi mba- (causas dos meus avs) -pera a-ityk (LRY 25 ad.).
234.
lmmlgo:
picar: p (1,0) queimar: apy (s) quem: ab para c: k koty levar: ra-s
235. Mataste a araponga? No. Mata-a. Mat-la-ei, pois. (Olha) no a mates ... No a matarei, pois. Por que no a matars? Quantas abelhas vivem naquela colmeia? Sei l! So muitissimas. Onde estais vs? Morrestes? No. No morremos. Estamos vivos. Quantos so les? Dois s. Vs quantos sais? Somos muitos. Quantos ndios trouxeste? S um. Os outros fugiram para o lado do mato. Quais? Quantos? Por que? Chamai-os para c. Quem queimou minha roa (pass.)? A tua segunda mulher. Quantas abelhas picaram teus dedos (da mo)? Muitssimas. Quantos Jambaris trouxeste do rio? N em ao menos um [trouxe]. Meu primeiro marido (pass.) matou a que ia ser a sua mulher. Acanguu, que ia ser [e ] meu companheiro, deixou os seus antigos companheiros. Quem comeu a que ia ser a nossa comida? Levaram-na aos que eram nossos companheiros [e] que agora so nossos inimigos. Tambm ste o que no ia ser chefe ns, pois, sejamos .seus inimigos (fut.). [e foi]. Por que no ia ser chefe? Ia ser paj. Por que ia ser paj
106
LEMOS
BARBOSA
osso de anta.
BIBLIOGRAFIA
Numerais _ ANCHIETA 9v-10v; FIGUEIRA 4-5; MONTOYA 7-9, RESTIVJ 21-23; ECKART 4-5; CAETANO 7. Tempos do substantivo - ANCHIETA 33-34; MONTOYA 29-30; RESTI\'c' 48-50; CAETANO 19-20; 46-50; ADAM 68-72; L. BARBOSA 189-190.
Guerreiros,
adornados
e armados
(STADEN)
LIO
17.a
GENITIVOS
236.
POSSESSIVOS
IRREGULARES
O t- e o s- mveis, que vm no incio de muitos substantivos (e tambm de adjetivos, verbos e preposies), no fazem parte do tema. So prefixos, ndices da classe a que as palavras se referem: t- o ndice quase geral da classe superior (gente); s- o da classe inferior (animais, vegetais, sres inferiores).
237.
Com substantivo, t- e s- funcionam como possessivos, no individuais (como "meu", "teu", "seu", etc.) mas de c 1a s se: gente ou cousas:
t-et:
s-et:
~sses substantivas (de t- o.u s-), quando. no. precedidas de genitiva nem de passessiva, dev-=m trazer sempre a ndice da classe a que se referem. Maiares esclarecimentas, v. n. 852.
Primeira Classe
238.
et: corpo
cl. sup.: t-et: corpo (de gente) cI. inf.: s-et: corpo (de cousa)
giar r-et: xe r-et: meu corpo nde r-et: teu corpo s-et: seu corpo (dle, -a) o et: seu corpo (refI.)
corpo de gara
iand ou or r-et: nosso corpo pe r-et: vosso corpo s-et: seu corpo (dles, -as) o et: seu corpo (refI,)
108
rEMOS
-BARBOSA.
Se o genitivo um pronome da l.a ou Z.a pp. ou um substantivo, o t- substitudo por r-o O possessivo da 3.a p. no i) mas s-. O refl. regular: o ou og (antes de u.: sempre og)' antes de o: og ou o) nos demais casos: o).
Em alguns autores se encontra ogo-et; e g antes de '11 : g-Hba. g, go, og, ogo: giet, go-et, ogu-et.
OBS.: E' obscura a origem dss,e prefixo r-, que tem na lngua histrica a h'no de subordinativo ou relativo. No improvvel fsse a principio uma preposio, tal como ri (n. 620).
239. No se conhece, em tupi, nenhum exemplo prefixo pessoal pe-, fenmeno comum no guarani
do y- pelo
EXCEO
240.
ayra:
filho
el. sup.: t-ayra: filho (de gent.e) cl. inf.: t-ayra: filho (de animal) ab r-ayra: filho do ndio
xc r-ayra: meu filho nde r-ayra: teu filho t-ayra: seu filho (reI.) o ayra: seu filho (refI.) iand ou or rayra: nosso filhc pe r-ayra: vosso filho t-ayra: seu filho (reI.) o avra: seu filho (refI.)
A nica diferena do paradigma et que o possessh-: da 3.a p. e o ndice da cl. infer. o prprio t-.
241.
derretida fundura
OBS. 1 _ H tambm as formas amyia e amiia. 2. - YhH e ypy ;~ compostos de y. 3. - Y, no sentido de "gua" ou "rio", raramente 1',-: prefixos. Alguns compostos, como y-aiba "tempestade martima", y-katu "'::nana", y(g)-apenunga "onda", s admitem o prefixo r-o 4. - Ybytyra "r-.:tanha:' segue stes ltimos.
109
EXCEQO 242.
II
atuuba:
el. sup.: t-atuuba
ab r-atuuba: :re} nde r-atuuba s-atuuba ou t-atuuba o atuuba
ou s-atuuba
243.
(de h.)
Aix
e ai1!uba preferem
EXCEO
244.
IIr
yapira: mel
el. sup.: t-yapira e' -r-uba r-yapira: cl. inf.: t-)Iapira mel de abelha and ou or} pe r-yaPira t-yapira o )lap'G
i t-yapirai
o yaPira
245.
Gramaticalmente no diferem da l.a cl. Se no tm o t- da cl. sup., que, por sua prpria natureza (raiz, rabo, etc.), s podem referir-se a sres inferiores. possvel, entretanto, encontr-Ios com t- em sentido figurar!? Assim, em MONTOYA t-~!guai(a) "cauda" no sentido de ".a.companhamento" (de filhos).
110
LEMOS
BARBOSA
Terceira Classe
246.
c1.
mi-nga: mingau
sup.: mi-nga el. inf.:
s-e-mi-nga
ab 1'-e-mi-nga: mingau do ndio iand ou o1', pc 1'-e-mi-nga xe, 'lide 1'-e-mi-nga s-e-mi-nga s-e-mi-nga o e-mi-nga o e-mi-nga
Os principais
so:
mi-ap, myap: po moema: mentira caado mbetara: tembet -a m (b)i-: comida nimb, inimb: fio nhae (e comp.) : prato piro nhmtuma: barro panaku: cesto (esp.) horta tym: perna ou mi-xira: assado
kua: cuia ku: canteiro m (b ) i-ara: pescado, mi-ausuba: escravo, mi-ma: cozido mi-mbuaa: servo mi~ndypyr: papas, mi-nga: mingau mi-tyma: plantao, mi-xyra
248. H tambm, -mbi-ara, t-e-mbi-,
facultativas, as formas para a el. sup.: t-e-mbetara. t-,t-emi-ausuba, t-e-moema, t-e-t3Jm (mais uso que tym'
249. No raro aparecerem sob forma regular essas palavras, mormer:t quando indicam a "matria" de que feito o objeto: it mimby (VLB 320' it nha (VLB 123).
Quarta Classe
Tm formas
250.
especiais:
ab 1'-oka: casa do ndio and, or, pe r-oka, s-oka, o o:;
TIl
~
Seguem oka as palavras okena "entrada ", okendaba "porta, madeira que tampa a entrada". 251.
252.
P "caminho" em relao ao que passa (do ndio, da anta, do inimig0, ta chuva, etc.). Em relao ao trmo, usa-se piara, regular: k Piara "caminho da roa", yb' piara "caminho do cu". Segue p o composto P-YP3' "entrada da aldeia, antes das primeiras casas".
253.
iyra: sobrinho
ab r-iyra: xe, nde r-iyra, i'jl1'a, o iyra
OBS. -
sobrinho
do ndio
114
LEMOS
BARBOSA
263
O t e o s iniciais dos substantivos formados de v. intransitivos (de pref. agente) so sempre fixos:
sen1,: SaIr
sem-a: sada syk-a ou syk-ab-a: chegada tykyr-a: gota, goteira tatak-a: palpitao
Z64. Em alguns substantivos, o s inicial faz parte da palavra. So regulares. S na 3.a p., ao contado con: i, h mudana de s em x:
sy: me
xe sy, nde sy,
1,
.xy, o 'sy
x~'
265.
Eis os principais:
sama: corda s-bae: condimento suguaraiv: meretriz sumar: inimigo syyra: susu: inchao sy: me syb: testa svra: enxada tia materna
Sama s se usa em composio: pind-sama "corda de anzol", urap' -Sai; "corda do arco".
EXERCCIOS
266.
embeyba (t): margem etama (t) : terra asema (t): grito e-huera (t): cadver e-mi-r-ek (t): esp/'lsa endyra (t): irm (de h.) era (t): nome endy (t): chama c1nhyra (t) : sobra
aba (s): pena e-mbi- (t): comida pepu : corda para carga, '-' omoro panakil-sama: corda de CE": (pela testa) kyti: cortar no-sem: tirar aui-b!: muito bem!
\...U-K.::>V
lJ~
~1. U.t'1.
lU~ lltl-V
antes de nomes de criaes nem de animais apanhados em caa ou p~sca. Antes dos primeiros deve-se juntar mi-mbaba (n. 254), e dos segundos mbi-ara (n. 247) : meu porco: xe r-e-imbaba taiasu (no xe taiasu) meu papagaio: xe r-e-mbi-ara aiztru (no .re aiuru) ere-i--pe so nde r-apixara r-eymbaba iag{j"ra r-e-mi-iuk-p,era? (AR. 239): apanhaste caa morta pelo c.achorro de [propriedade de] teu proximo?
268. N d' ere-s-endub-i-pe xc r-uba? A-s-epzak nde r-e-m'i-r-ek-rama. N d' o-J-ausub-i og-~(ba ~k kunumi. Mba-pc ere-r-ur t' X e r-atr-uba o-1nendar nde r-am:yza rendyra r-es. -rama a-r-ur. X e r-a111y1.a X e r-azx nde r-e-mi-r-ek nd' o-ge-ra-s-. M ar-pe nde r-era? Akangusu. A1.-b! T-era poranga! Mar-pe nde r-etama r-era? Akarl1Y porang-pe nde r-etamat' P. poran'-gatu. T-urusu-pet, T -urusu-kat~t. Tagaiba-pe k-ip t-e-bera taper-pe ere-s-ePak? Ab r-e-bera. N d' ere-s-endub-i-pe xe r-aswma? N de r-ayra xe X e r-e-imbaba gyr o- nde r-etybytaba o-s-apy t-at r-endy-pe. -mbi- r-embyr-ttera. Ab-pe o-gue-no-sem xe r-e-panak smna xe r~oka su? N da ix ru. h a-ra-s nde pepu. S-oby ap gyr pep r-aba. X e tutyra o e-111bi-ara pir o-zuk ybyr pup. N de r-ayra nde r-embi--ram-bera o-ge-ra-J o epuru puP. Ere-zur-pe xc r-oka para r-upi? Mam-pe ere-s-ezar ab r-uuba? A-s-eZar xe r-ok-pe. Q-'Hlan paran r-embey'-pe xe r-e-mbi-ar-era pir. Pe-s-ausub pe sy! N d' oro-s-ausub-i-te-pe or sy? Ab-pe nd' o-s-ausub-i o S31? T'1.a~s-ekar nde r-e-kua xe ir-mo-ne. Q-man xe r-e-im[;aba
tapiira. Xe tut3IYa nd' o--i t-o. T-uba i xy ab i - (comem-na). Ta pe-kyti um xe r-e-imbaba gyr r-aba-ne. N de r-atuuba o c-mbi--rama o-gue-no-scm xe r-e-mi-uru sU'. 269.
lbios: emb (t) dente :a (t) veia: a1.yka (t) unhas da mo: p-aP moo: kunumi-gasu ter mdo de: syky [su] arrancar: ok (1.0) morar: ik-b
mudar-se: ie-akas, intr. agredir: epenhan (s) furar: kutuk reluzir: endy-puk (s) (xe) partir-se: sok, pen, intr. rachar-se: bok, intr. chamuscar: apek (s) expenmentar: aang (s)
270. Os tapuias antigamente moravam beira do mar.M l\C~ ram-se agora de pouco. A ona com as suas unhas e com os se> dentes dilacerou o corpo do moo. Ouvistes os gritos dle? Me_ tia agrediu o seu (prprio) pai com um pau. Tua filha veio com ~ sua irm (mais velha) e voltou com a sua sogra. Os espinhos furara::minha veia. Tenh mdo dos olhos da ona. les reluzem de noi': Quem arrancou os olhos c1ste cadver? Boliu a perna do cadvE:~ Teus filhos cortaram as raizes elestas rvores. A ona, com os se,:, filhotes (filhos), cortou, com os (seus) dentes, as raizes destas rvcres. Partiu-se a corda do vosso arco? De (r-es) que est cheio: vosso cesto? Est cheio de couve. De que sse cesto? ces:: de frutas. De quem? o cesto do ndi;. Vero o sair do sol c: prisioneiros? Teu filho matou os seus avs nas suas casas. Partiu-S a minha corda. As chamas do fogo chamuscaram os meus lbio Rachou-se a tua casa de barro. Experimenta a sobra da comida d" vasilha de teu sobrinho. Experimentei j. No gostosa" BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA CAETANO 43; ID.,
12-17; FIGUEIRA 71-79; 84; MONTOYA 9-12; RESTIVO 17-2C, 45; passim; ADAM 22-29; lOVAR 118-119; L. BARBOSA 173-17'; Os lndices; DALL'IGNA 62-64.
LIO
18.11
PRONOMES
PESSOAIS
(Sntese)
e prenxos
C'
1 peSSOalS InClUem-se
no
end j a, ete. xe
'z,xe
III
IV I
Iaorope-
e0iaorope-
i a,
ete.
I eu
I ns tIl
vs
(excL) (ineL)
I ns
and
0Sbre
0os pronomes
I pe
I
S-J
o)
etc.
objetivos,
272. As formas da l.a COLUNA: Prefixam-se aos verbos, indicando o sujeito. So de rigor no indicativo, permissivo, optativo e condicional. Exceto quando os verbos levam pronomes objetivos da l.a ou 2.a pp. 273. As formas da 2.a COLUNA s se empregam prefixos de gerndio de verbos intransitivos. 274. a) As formas da 3.a COLUNA: Juntam-se ao complemento predicativo, dispensando os verbos "ser" e "ter" (n. 78 e 350). So de rigor em alguns modos do verbo (n. 336). So as nicas formas que recebem preposies tnicas: como
*
~.
d)
Os possesivos n2.Servem de possessivos (tl. 58). funo de genitiyc passam de pronomes pessoais em
.re py: meu p (o p de mim)
e)
275.
COLUNA:
a)
Usam-se, raramente, com as das outras co1. para da:realce ao pronome. As 3.as pp. no tm pron. propriamente pessoal (n. 76) separvel do verbo:
ix a-beb: eu que) voei; end ere-beb: tu ( que) voaste ande ia-beb: ns ( que) voamos; ar angaipab ar (A.E 38) : ns somos pecadores
b)
I x) end e pee se usam antes dos correspondente~ da 3.a co1., tambm para realar-lhes os vric ~ sentidos:
ix xe su: de mim; end nde r-upi: por ti; p pe pup: co::vosco; ix xe maenduar: eu me lembrei; peG pe maenduar vs vos lembrastes; ix xe s-reme: se eu fr
c)
I x e iand servem, facultativamente, quando sep:.rados do verbo por algum complemento da 2.a p.
CURSO DE TUPI
ANTIGO
119
,~
ix oro-iuk:
276. A forma da 5.a COL UN A: No ' mais do que um demonstrativo: aqule mesmo, aqules mesmos (n. 72).
a)
Supre raramente
a o-s: aqule (le)
b) c)
277.
Posposto, a serve de sujeito a oraes predicativas, com substantivo por complemento (n. 80). a 'nica forma usada com as preposies tonas:
a-pe: nle, naquilo; ento; l
RESUMO:
As for:nas
da
E pronomes agentes. 1.a CaL. precedem os verbos. So prefixos. Z.a CaL. precedem os verbos intransitivos. no gerndio. 3.a CaL. prf'cedem complementos predicativos. preposies, suhstantivos (como possessivos), verbos trans. (como obj. dir.). So pronomes pacientes. 4.a CaL. so enfticas.
S.a
COLo
so demonstrativos
em funo
de pronomes
pessoais.
EXERCCIOS
YBYRA:
278.
ak (s) : galho oba (s): flha potyJ -kyt: boto aynha (s): caroo potyra: flor (n. 167)
A rvore
ara (s): espiga aryba (s): cacho opjlt (s): tronco ap-ok (s): arrancar (de raiz) 111o-ndok: quebrar pakoba: pacova
279. Ybytu o-s-ap-ok ybyr, o--mo-ndok ab s-ak. - M ar-bae-pe ko ybjlY r-opjit? - S-eburusu-et. - Mar-bae-pe s-oba? p;tku, s-obV ab-no. Nlar-bae-pe P? -- S-vaptt ngatu _ Mar-bae {potyra? iub, s-}Iapa ab. - Nlar-b~e-pe i-i yb? _ porang ab i-i yb-na. -- Mar-pe ko }'byr r-era? MobyrS-katu, -pe i-i yb r-aynha? - A-r-ur nde-bo abati r-ara am, pakoba r-aryba em ab. E-z-ku-rneeng ix-be ik poty'-kyt.
120
LEMOS
BARBOSA
"'"""'"
o
280.
cho: \Iby jeqllitih: ~lk'IJtvb derruhar: mo-nqu levantar-se: pUa111" ntr. cessar: pik quehrar: mo-pen partir-~e: pen, intr. murchar: nhynhyng
]EQUITIB
estar sco: tininq (xe) sacudir: mo-susunq continl1ar de p: am--te todo. tonos, tl1do: op-kattt debalde: tenh apenas: nh-te com o temDO: 111heni ir tempestade, ventania: ybytu su, - aiba
giic.-
281. Levantou-se
a temDestade. clerruhol1 tAdas as rvores e arranC011-aselo ch1o. O ieouitih, s()mente, contimlO11 ele p. A ventani2quebrol1 os galhos das outras rvores (e) atirou-os (o-ihlk) ao rie No atirou os troncos (pass.) apenas. Os galhos do jeauitib. a ventania os sacudiu debalde: no se partiram. O ventou levou as flore das outras rvores. espalhou os seus frutos e as suas flhas. O j.equitib mesmo continua de p. Cessou o vento. As outras rvores esto deitadas (o-ub) po:As fsuasl flhasi murcharam. EstClro sc2- terra (vbv-bo). amanh mesmo. Com o tempo as rvores morrero (s-e-tt-ne). O jequtb, smente, contnua de p!
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA
80-85: 85-86;
MONTOVA CAETANO
10v-12v: 20-21: 28v-29: FTGUEIRA 1.0-11; 2~: 37-39: 65-6S: 4-5: 11-12; 40-43: 45-50: RESTIVO 2.1-25: 28-2Q: 42-43: 8:-8.1: 8-14; ADAM 21: 38-44: L BARHOA 170: DALL'IGNA 62-63; 6'5.
DOS
VEH.BOS
neste CURSO.
Precisemos
a nomenclatura
adotada
283. Quanto
ao agente
o verbo ati'0'o) se o sujeito o prprio agente; passivo) se o paciente; refle%ivo) se agente e paciente; neutro o verbo que no conota prpriamente uma ao mas um estado do sujeito.
Cpr. 1tk: matar, por: pular, nhan: correr (ativos); morrer, ar: cair, syr'}k: deshsar, ik-b: viver (neutros)
OBS. -
man:
Em tupi no h verbo
passivo.
284.
Quanto ao complemento
Intransitivo) se no exige complementos; transitivo, se exige objeto ou complemento direto; relativo) se exige complemento indireto (regido de preposio); bi-transitivo, se exige dois complementos diretos (no h o caso em tupi); bi-relati'vo) se exige dois complementos indiretos; transitivo-relativo) se exige um complemento direto, outro indireto; intransitivado) se um verbo transitivo leva objeto direto incorporado, o que o equipara gramaticalmente a intranstivo (!2.:..._~~8.11;.t.et}:aJ1.jliYQq.9.J, ..~,e_d7 intran~ sitivado se torna nO\ta111ell~~ trq.).sitivo"coUl; novp objeto ua .. .. direto mas apenas pre~;~4q:,.(~Ef:W~~~nte nrminal), verbo, (n. 531); predicativo)q . ll 9.Q.ll.@.",;i1PrPtiamente
-""lt~C,Z------------iLi7Fl:'-c:iI\iiVlilU"T:'''''ljp,;:l'-\KRtlji1Urr:,,''"}i,,-~----------------
que modifica o sujeito; copulativo} se h verbo de liga,o com um predicado que modifica o sujeito:
nhan :ccrrer, man: morrer (intr.); potar: qnerer, ep~ak: ver (tr.) ; maenduar [es]: lembrar-se de, poir [sui]: deixar de (rel.); ierur [es] e [sup]: pedir cansa a (bi-rel.); meeng [suP): dar a (tr.-rel.) ;lnba-: comer [consa (s) ), y-: beber gua; por-: comer [gente), akang-oh: cortar ou arrancar cabea (s) .(intransitivado) ; (i-) akang-ok : arrancar a (s) cabea (s) a ou de (retransitivado) ; katu: (ser) bom; oby : (ser) azul, (predicativos) ;ik: estar (copulativo).
285.
(a mais
temer
garini [es]: guerrear nheeng [sup): falar com mae [es): olhar para lur [sui) : vir de o-sykyz
nzaenduar [es): lembrar-se de nhar [es) : investir contra gaseln [sup) : achar, chegar a iar [es] : estar pegado a
s [-pe):
ir a
286.
[es):
colocar-se contra,
(xe) [sui]: esquecer (alguma causa passada) II esquecer de (trazer algum objeto)
11
ik (intr., copul.) : estar oro-ik-katu: estamos bem [es) entender-se com, ter o que ver com; nd' a-ik-z nde r-es; no me entendo contigo; nd-oro-ik-z aP-bae r-es (AR. 81): no temos (nada) que ver com isso [upi): casar com: nd' ere-ik-z ap kunh r-upi-ne: no te cases com aquela mulher [sup]: servir: ab suP-pe oro-ik-ne'?: a quem serviremos? [es-katu): perseguir, estar de ponta com: morubixaba o-ik paz r-es-katu: o cacique est de ponta com o feiticeiro [-ramo]: estar como, ser: xe sy-ramo ere-ik: ests como minha me; s minha me
11 11 I1 1I
T23
nhe-ang-
(tr.-reI.): recear i I [su] (pessoa): a-nhe-ang- xc r-u17a su: receio meu pai I [es] (causa): a-nhc-ang- nde 1'-14170. nlzeenga r-es: receio as palavras de teu pai (intr. ou reI. [cs]): doer a: s-asy xe akanga ou s-asy xe akanga xc su: di-me a cabea I [ [sup]: pesar a: s-asy xe r-u17a sup: psa disso a meu pai
nhe-ran: tr.-rel.: resistir a [sup]: ( defendendo-se) ; II [esl: (atacando) por-epy-an: intr. ou tr.: contratar, resgatar: a-s gi-por-epy-an-a (VLB. 163): vou contratar ou resgatar; a-s apya17a por-epy-ana (ib.): vou contratar com os ndios p-epyk (tr.: pessoa ou causa): replicar, responder, retribuir, nheenga: repliquei s suas palavras; revidar: a-i-p-epyk a-i-nhee' -p-epyk id.; a-'l-pcepyk Kunhal1117e17a: repliquei a Cunhambeba
287.
As regncias
tupi e portugusa
cordam:
mo-nget: tr.: falar com: nd' oro-l-mo-nget-i nde r-a.r: no falamos com a tua sogra mbo-: tr.-reI.: ensinar (dir. de pessoa, indo de causa [es]): nda pe-i-m17o--i xe r-ayra a17 nheenga r-e s: no ensineis o tupi a meus filhos ro-iyb: tr.-reI.: descer com, descarregar (dir. de c., indo de p, [suP]; de animal ou cousa [su]): e-ro-iy17 kumusi ab sup: descarrega o pote ao ndio; e-ro-i}I17 kamusi 'mim17aba su: descarrega o pote ao animal nhyr
(.re): bi-reI.: perdoar (p. [sup] C. [es]): nde nhyr or angaipa17a r-es or-be: perdoa-nos as nossas ruindades
ierur: bi-reI.: pedir (p. [suP] C. [es]): or summ sup-pe pe-ierur y r-es-ne?: pedireis gua OS nossos inimigos? mondar, mundar: tr.-reI. [es]: suspeitar mal de; tomar por, julgar que seja; ter cimes de: a-l-mondar ahe xc itaiuba r (VLB 396) : suspeito de fulano a respeito de meu dinheiro; oro-mondar Pindobusu r-es: pensei que eras Pndobuu
1~4
288. Certos verbos intransitivos em tupi so reflexivos em portugus: noong ajuntar-se, reunir-se. Com o prefixo 1170- (n. 481), tornam-se transitivos: mo-noo11g ajuntzr, reunir; e com ie- (n. 294), rdlexivos: ie-mo-11oo11g juntar-se, reunir-se. A diferena entre 110011g e ie-mo-noong que o primeiro se diz das causas que se renem naturalmente, sem responsabilidade consciente do sujeito (v. ne~ttros) : y o-noong yp' -pe: as guas se reuniram na lagoa; morubixab-et o-ie-mo-noong okar-usu-pe: reuniram-se muitos chefes no terreiro.
289.
H verbos de pronome pacicJiLte (n. 78), que levam sempre como sujeito um dos pronomes xc) ndc) i) etc., e (n. 112), que no verbos de pronome ou prefixo agente indicativo, etc., levam os prefixos pessoais a-, ere-) 0-) etc.
BIBLIOGRAFIA
FIGUEIRA 10-11; 22-23; 66-68; 85-92; MONTOY A 13; 45-48; TIVO 28-29; 42-43; 82; RESTIVO 28-29; 42-43; 82; 142; CAETANO ADAM 38-40; 79-81.
LIO 20.Q
PRONOMES
290.
OBJETIVOS
Quando o pronome pessoal objeto direto, 1) vem logo antes do tema verbal, 2) determina a queda do pronome agente (exceto se o objeto direto da 3.a p.), 3) assume formas diversas, conforme a pessoa gramatical do sujeito:
291.
'~ 8 12a.s.
U
~--1!:"
I r;; ';.-.
I I
i.
o
j3a.p1. , -e
{
j2a.p1.
li ~xe
lie
li," S, !'1nd ia
'~"-I' >-"!~I
Q~
t-'\2a.s. !~ ;.I; 13 I a. s. , 1, S,
11a,e.
tO
i,-~--.~_~.~ __
,
l~~
Ipe
I~e
! I
li, s, liand
lor
lor
J -
,----,!
!oro
S, 10
""~\;and
F. s, tO
"
li. s, ia 1-~
fi--A A
r-lor
~'lJ S, 'LO
A
'l~'-~~' r'
!,
L
re
A
t:
1"1'
1-:-" -'io
s, 10
fi}
s,
r'
S, 1,0, 'te
i (n. 120).
292. a-~-pysyk: eu o seguro, eu os seguro; ere-~pysyk: tu o ou os seguras; o-i-pysyk: le o segura, le os segura; les o seguram, les os seguram; a--pysyk, oro--P3'syk: ns o ou os seguramos; pe--p}'s'yk: vs o ou os segurais; oro-p}'s'Y/?: eu te seguro; ns te seguramos; opo-pysyk: eu vos seguro; ns vos seguramos; xe pysyk: le me segura; les me seguram; nde P3!S}!k: le te segura; les te seguram; and pysyk ou oT Pys}'k: le nos segura; les nos seguram; pe-pys}!k: le vos segura; les vos seguram
li
-~12h'6:---------"'jL:iJ<.:~-MNITVJ:;:;:;-- 'Hi1Ar:KR'HBl:Ui:'~ifAt"
=~---------__
293. Quando o objeto da l.a p. de qualquer nmero e o sujeito da 2.a p., depois do verbo vem o pronome sujeito
iep
"tu" ou
peiep
"vs";
.t:e pysyk iep: tu me seguras; segura-me; i-and ou or pysyk ep: tu nos seguras; segura-nos; xe pysyk peieP: vs me segurais; segurai-me; iand ou or pysyk peieP: vs nos segurais: segurai-nos 294.
nasal: nhe-):
a-ie-pysyk: ere-e-pysjlk: tu te seguras o-e-pysyk: le se segura e-nhe-nup: aouta-te (tu) 295. 10oro-e-pysyk: ns seguramos pe-ie-pysyk: vs vos segurais o-e-pysyk: les se seguram oro-nhe-nup: ns nos aoutamos
oro-io-pysyk: ns nos seguramos (mutuamente); pe-io-pysyk. vs vos segurais; segurai-vos (mutuamente); o-nho-nup: les se aoutam (mutuamente); pe-nho-nup: vs vos aoutais; aoutai-vos (mutuamente) 296. 01'0- e opo- s se empregam no indicativo, imperativo, optativo e permissivo, i. , nos modos que levam prefixos agentes (a-, e1'e-, 0-, etc.). Nos outros modos, usa-se de nde e pe: o-i-potar g ix lide !uk: querem que eu te mate. 297.
ndJ a-i-pysyk-i: no o ou os segurei; nd' a-i-pysyk-i x--ne: no o ou os segurarei; nd' Oyo-pysyk-i: no te segurei ou seguramos; opo-pysyk-ne; segurar-vos-ei, segurar-vos-emos; nd' opo-pysyk-i x--ne: no vos segurarei; no vos seguraremos; nda xe pysyk-i: le no me segura; les no me seguram; na nde pysyk-i x--ne: no te segurar ou seguraro; nda xe pysyk-i ep; no me seguraste; nd' iand pysyk-i x- peiep-ne: no nos segurareis; nd' or pysyk-i
_---~~=~~-=--TC'flITiR~S;(OnDF)'ERTT'fjufFpifIAA"KNf1 T~I(;G~01-----1;12;7-~
x- peiep-ne: no nos segurareis; .1:e pys}}k ep: segura-me tu; ar p)'s},'k u11l reP: no nos segures; ta :1:'epysyk um peiep-ne: segurai-me, pois (fut.): t' ar pJ'sJ'k um eP-ne: no nos segures, pois (fut.)
298. Quando o sujeito dessas oraes da l.a ou Z.a pp., pde-se acrescentar xe, nde, iand, or,. pee antes ou depois do verbo: xe oro-pysyk ou o1'o-pysyk ix: eu te segurei
299.
O pronome objetivo da 3.a p., amide, antes de vogal recebe um/,: antes de nasal, 1111 (n. 34 s.) :
ap: fazer J'b: frechar ami: espremer ilP: fazer a---ap: eu o fao ere-l-l-J'b ou ere-l-nh-yb: o-l-nh-alll: Ie o espreme i-i aP: faz-Ia tu o frechas
300.
O ou
a-i-ap
11/1
:
o-nh-ami
301. Os verbos irar "irritar, atacar .., iru1Il "acrescentar, aumentar o nmero", ytar "fartar," e ityk "atirar, derribar, vencer" nunca levam o pronome nos modos e tempos de pronome agente: a-iru1II- "eu o ajunto ", etc.
302. Os verbos formados com o prefixo mo- (n. 480) ou mbo- em geral levam o pronome objetivo da 3.a p., mas podem dispens-Io: a-i-mo-sem, ere--mo-sem ou a-mo-sem, ere-11w-sem, etc.
com o prefixo
1'0-
Sbre os pronomes objetivos dos verbos formados no-, v. n. 503. Sbre iuk e outros comeados por i, v. n. 127.
ou
303.
Os verbos cujo tema comece por s) mudam sse s para x) ao contacto com o (ou i):
suban:
a-i-xuban: eu o suguei ere-i-xuban: tu o sugaste o-i-xuban: Ie o sugou oro-suban: eu te suguei
sugar
a--xuban, oro-i-xuban: ns o sugamos pe--xuban: vs o sugastes o--xuban: Ies o sugaram nde suban: Ie te sugou
Se a ao de um verbo subordinado recai sbre o sujeito (da 3.a p.) da orao principal, o pronome no i mas o. ste o chama-se reflex'L'o subordinado:
304.
o-s o et' -me, o eni 'r: foi para sua terra, depois que o chamaram; o-pyt, o pys'y,i?-eme: fica, se o seguram; knnh o-s, morubt);aba o mo-nd-reme: a mulher vai, se o maiOral a mandar; kunh-muku o-s, ix o lIw-na-reme: a moa vai, se eu a mandar
EXERCCIOS
305.
nhyr (xe): perdoar mo-yr; agastar nda ab ru; ningum pes-ong: partir aman, maman: enrolar,
1!iCHlhyr: ajJar
acalmar
amarrar
porandub
tar
[es];
pergun-
asy-ab: mbo-ir;
cortlr
partir
(i) ; entortar u,var-oR (i); desentortar so; convidar (para festa, etc.) mo-mbe; contar mo-morandub: avisar ok:yt; esteio ysyp: cip 1 '-" ma-e; pOIS se ... mem-t' ip: quanto maIS
306. Bi, posposto, subentende uma adversativa: a-s-ausu' bi "bem que eu o a;nava (mas nem por isso me correspondia) , a-i-mo-nhang ok:a bi "bem que fiz a casa (mas ignoro se .a teu gsto, ou se saiu bem; ou: mas caiu)". - No fut. no se usa bi, mas iep, que serve tambm para todos os tempos: a-s ieP-ne "irei contudo (embora, sei, sem resultado) ". 307. A-i-maman okyt ysyp pup (VLB 209). A-i-mmnan ysyp okyt puP (ib.) - Ab-pe o-i-apar :ce r-unba? - N da ix ru. E-porandub um ix-bo. - Ab-pe? e-i-11W-ntbe, neU - E-nh-b, e-nhe-mo-yr um. T' a-i-apar-ok, t' oro-11w-nhyr-ne. Mba r-es-pe k ybyr r-ak? - O kyt rama r-es. N de r-ayra o--mo-pen xc gyra-para, o-i-asy-ab xe r-uubo, o--pes-ong ab-no. E--mbo-ir
CURSO DE TUPI
ANTIGO
129
mandioka. So bi- o ayra o-ge-r-ek k:atu, mem-t' ip ix xe r-ayra r-au-sup-a-ne (amarei). Ab-pe xe ybr - Iz, oro-yb. _ Mba r-es-pe ere-l-ybr - Ta nde ab oro-yb-ne. Mba r-es-pe ere-lur (vieste)? Nda ab ru oro-so. Oro-l-xo. _ Mba 1'-es-pe nda xe mo-momndub-i pelep? Or oro-mo-morandub. ,bi. Pe-so. Pe-z-xo. Oro-l-xo. Oro-so. Ia--xo. 308.
puxar (por corda) : samys"}/k escolher: porab-oR, f)(wah-nk espantar: mo-ndyz, mo-syk'J'l abrir: pirar salvar: p'Jlsyr laar: lUr-ar algum: ab am
beliscar: pixam escolher: katu-ok ajudar: P3!t'yb errar: aby (z) tocar: pokok r esJ apontar: mo-in r suPJ, tr.-re1. caracar: karakar
309. Ajuda-me. Eu te escolho. No o escolhas. Escolhi-o. No vos mateis uns aos outros. Ns os salvamos. Eu te salvarei. Livra-me. No me toques. Conheces rr.inha me? Sim, conheo-a. E (a-pe) tu conheces a minha (me)? Abre o teu arco. A ona me mordeu. Eu a lacei. Meus companheiros a seguraram. Eu a matei. Meus companheiros puxaram-na. Algum tocou em mim. No: nin..;. gum te tocou. O caracar [ que J (te) te beliscou. Por Que no frechastes a gara? Ns bem que apontamos a frecha para ela. Ela fugiu? No. Espantaram-na? No. Eu [ que] (a) errei. BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA CAETANO 39-40;
37v-40;
ADAM
40; L.
38-40;
RESTIVO
74-78;
LIAO
21.a
PRONOMES OBJETIVOS
(Continuao)
s310.
O pronome objetivo da 3.a p., antes de muitos verbos que comeam por vogal, s- (n. 121) :
eu o ou os amo
a- ou oro-s-ausub:
a-s-attsub:
311.
312.
as sy r-ausuba: amar a me da gente; a-s-epak morubixaba mar r-ena: vi o chefe chamar o inimigo
313.
vi o cu
314.
de
01'0-)
no
oro-allsub: amo-te; amamos-te; opo-allsub: a11?-0-vos;amamo-vos; a-ze-ausllb: amo-me; ere-le-ansllb: amas-te; o-e-allsub: le se ama; les se amam (a si mesmo cada um) ; o-zo-ausub: les se amam (reciprocamente) ; nd' oro-io-allsll b-i: no nos amamos (reei procamente) 315. K O infinito e nos demais modos que se conjugam com pronomes pacientes (n. 336), o pronome objetivo da 3.a
p.
S-.
epr.:
quero que o vejas: a-i-potar lide s-epiak-a,. quero ver-te: a-i-potar lide r-epiak-a ou oro-epi' -potar; quero que vejas a meu pai: a-i-potar xe rouba nde s-epak-a ou a-i-potar lide xe rouba r-ep'iak-a.
subordinado
(n. 304)
o)
mas antes de
kunh o-man, o-enz- me: a mulher morreu, quando (outro) a chamou; kUllh o-malt, s-elli-1I1e: a mulher morreu, quando (ela) o chamou; 0-1 pir. s-ekar-eme: comer peixe, se o procurar; pir o-nhe-mim, o ekar-eme: o peixe se escondeu, quando o procuraram; nde r-uba o-i-potar nde og-upir-a: teu pai quer que o levantes (a le) ; nde rouba o-i-potar nde s-upir-a: teu pai quer que o levantes (a outro). Cpr.: nde r-uba o-i-potar nde r-upira ou nde r-uba oro-upi' -potar; teu pai quer levantar-te
10317.
ou nho-
(antes
a-o-ok:
lv~
L.t.LJl.l''-.J~
.1J.l.l...i. .. .l.-O'--'...;.l-~
318.
agentes:
opO-ntiH/: eu V(lS escondo; ns vos escondemos; nde mim: le te esconde; les te escondem; nd' oro-rab-i x--ne: no te soltarei
319.
Neste caso, o pron. objetivo da 3.a p. sera sempre e o reflexivo subordinado (11. 304) ser o:
o-i-potar nde 1uiJn-a: le quer que o escondas (a outro) o-i-potar nde o 111iJn-a:le quer que o escondas (a le mesmo)
s)
muda-se ste
para
:F,
i xok-a:
321.
O pronomeo- cai tambm quando o objeto est incor porado, seja substantivo, seja partcula:
a-akang-ok: arranquei uma cabea; oro-nho-nong: ns nos colo camas; e-nhe-1nim: esconde-te; a-poro-rab: desamarro (gente)
Nas 3.as pp., estando o prefixo agente, tativo. Mais elegante omiti-Ia:
322.
1:0-
facul-
10-8323.
ou nho-s-
Alguns verbos monossilbicos, comeados por vogal, tm, alm do pron. objetivo s- (n. 310), o pronome 1:0(aps nasal, nho-) (n. 317) :
ORAL:
ei
lavar
ns o ou os lavamos
a-io-s-ei:
eu o ou os lavo
1,a- ou oro-io-s-e:
-J
escaldar
le o, os escaldas
324.
Nos seguintes verbos o s pertence ao tema; portanto, nunca se muda para Y- nem cai:
a-o-sok:
eu o pilo, chuo
a-o-syb:
a-o-sub: eu o revisto
eu o limpo
1:)
325.
Mas, ao contacto de
a--kuab pe xyg-ama: sei que o limpareis; nd' a-i-potar-i xok-a: no quero que o piles
326.
: tapar
. P:
tirar; cortar esquentar; iluminar pi: picar piar: cercar; defender po: alimentar
ok1:
s?prar; tocar instrumento de sopro pyk: apertar; tapar rab: desatar, soltar sok: chuar; pilar, socar sub: revistar; visitar syb: limpar ti: atar; armar (rde )
py:
134
L~MU;:'
.bh.K.tlU;:'h. nho-
guang: tingir de urucu man: enfeixar mim: esconder nwng: grudar; lambusar mun: cuspir nong: pr; colocar
nhang: juntar; entrouxar pan: lavrar; bater pern: tranar pin: raspar; lavrar pian: passar frente de pun: ferir; avivar (ferida etc.) lo-s-
(fI,:
lavar
ab2:
abrir;
partir;
'cortar
escaldar;
queImar
1. O verbo ok (o-) casos que ei e fii. Mas nde r-ok ou nde iep: tira-me tu NOTA. _ Sbre os
"tirar", embora no tenha S-, recebe r nos mesmos o r fa~ultativo: ok: 1e te tira; 1es te tiram; xe r-ok ieP ou xe ok verbos l'eversivos, formados de o.k, v. n. 372.
2. Ab defectivo, em tupi: s se usa com obj eto incorporado ou na forma reflexiva (n. 897). Mas deve ter existido *a-o-s-ab, *erc-o-s-ab. etc., pois em guarani antigo se registrou a-o-h-a(b). :MOXTOYA, rte 90; Tesoro A 133v.; dr.
OBS. _ FIGUEIRA
136;
VLB
166, 422.
MONTOYAacrescenta cinco verbos: ga(r) (io) "pegar, apanhar, tomar"; pa(r) (io); "desviar, apartar do caminho" "ke11da(b) (nho) "fechar a porta"; pali (nho) "atar as extremidades"; tan (nho) "estrear". Mas 1. em tupi o verbo ar (n. 891) que assume a forma giar, e apenas quando precedido de o: a-i-aF, ere-i-ar, o-gar, oro-guar, opo-giar. 2. da documentaco tupi no consta o verbo Piar naquele sentido. Segundo MONTOYA, Tesoro 289/283, seria tanto transitivo como intransitivo. 3. a decomposio no nho-kendab mas nh'-okend-ab ",fechar a porta para si mesmo": nh(e) reflexivo. 4. a decomposio no nho-pali mas nh' -op-ti ou melhor nh' -up-ti "atar a prpria rde (upaba)": nh (e) reflexivo. 5. em tupi s se conhece a forma reflexivaie-tai1.oJ!g.
EXERCCIOS
327.
ygasaba: talha (de fazer vinho) aar (s): esperar mo-pen: quebrar (vara, pau, etc.)
CURSO DE TUPI
ANTIGO
135
nhar:
intr.: bravo
avanar,
ficar
ido (c. arredondada, ca, etc.) apar-ar (xe) : cair (do lugar) t;:m (nlzo): plantar
k6 (to):
328. Quando o sujeito e o objeto direto so da 3.a p., o prefixo agente pode ser ia-: iagtiam sfiasll o-iuR ou ia-l/IR: a OI'a matou o veado; Rrtg-uara paU nheenga nd' o-s-endub-i ou nd' ia-s-endub-i: os bebedores de vinho no ouviram a palavra do paj; iagiara ias}' o-l ou ia-l: ecliusou-se a lua (lit.: a ona devorou a lua). - Embora raro, ia- ocorre sobretudo quando o sujeito de menor valor que o objeto.
329. Orn-aar. X e r-aar iep-ne r IV d' iand r-aar- x--ne. Pe-s-aar-pe? Ab-pe xe r-aar? Opo-aar ix. A-nlze-'mint. Xe mim, u111 peieP-ne. T' or mim U11l ieP-ne. jYlboia kunTz a-z-xu. Jaaara iasv a-1. End-Pe ere-~o-k k '\).aasaba? Nda ix ru, nde sywa-te,' o-bokok it r-es, apar-ar ),gasaba, o-ie-pese-ong. E-s-eh' pese-M/era ik suL Ab-pe O-i-1110-pen xe r-uuba? N da ab ru o--11l0-pen. O-pen nh-te. Ix a-o-ok ~etvka,o end ere-nho-tym abati. Ab pir o-z-vb; kunlz ieh'ka o-tym; kunumi o-s-ar ietyka ka111usi puP. Jagara or r-aar, or r-epenhan ab. Gu,w xe r-e-nlbi-1 la--pL1:am. O-nlzar i xe 1'-e-imbaba. E-nh-b. T' oro-i-111onhyr-ne. IV da pe-nlzo-non' -grrtu- x--ne: pe r-epenhan-ne. T' oro-epenlzan iep-l1e, oro-l-mo-nhyr-ne. Ai am-pe ere-nho-nonq xe yb r-uru[ A-nlzo-nonq nde r-oka ar-pe (em cima de). Ab-pe nde r-upir?' T' oro-s-eiy or r-oka y-embe;/-pe.
330.
furar: mo-mbuk revistar, visitar: sub (io) vingar: eP'l.lk (s) [es] tapar: (io) . ferir, picar: kutuk chucar: sok (io) peneira: urupenla
manar, entornar-se: en, nhe-en entornar: en (nho-s), tr. borbotar: bur, bltbur apascentar: mo-ngaru estar furado: Miar (xe) desamarrar: rab Cio) para onde?: mar ngoty? mam?
331. Para onde levaste tua me? No a levei. Ela que me levou. No te vejo; e tu me vs? No. No te vejo: ouo a tua voz. Onde deixaste teu arco? Deixei-o na canoa. Eu encontrei teu arco na canoa. No me deixeis. No nos firais. ltles se amam. Desamar-
136
LEMOS
BARBOSA
rai-me. Salvai-me. Arrancai-me daqui. No me visitaste. Ns tambm no te visitaremos. Algum me chuou. No fui eu, seno teu sobrinho. Eu te deixarei aqui mesmo (). Ns o levaremos. Para onde? Para o lado do mar. Furaram a minha peneira. A minha talha tambm est furada: entorna o cauim. Eu taparei o buraco. Entornai na talha o cauim. Quem vingar os nossos parentes dos inimigos? It, tu me amas? Sim, Senhor meu, tu sabes tudo (Pab); tu sabes que te amo. Apascenta as minhas criaes. BIBLIOGR.t\FIA
ANCHIETA 37v-40; FIGUEIRA 87-89; MONTaVA CAETANO 39-40; ADAM 40; L. BARBOSA, ht.k, 74-77.
38-40;
REsTIVo
7";-78;
Preparao do cauim
(THEVET)
LIO
22.11
INFINITIVO
332.
beb: voa.r
beb: voar beb-ranza: haver de voar beb-ptiera; ter voado beb-ralll-Miem: haver tido de voar
Positivo
preso ; fut. : passo :
p.-f. ; Negativo
preso ; fut. ; passo :
p.-f. ; 333.
beb-eyma; no voar beb-raln-eyma ou beb-eJ/-gailza: no haver de voar beb-p,er-eyma ou beb-eym-b,era: no ter voado beb-ram-buer-eymG: no haver tido de voar
maenduar: lembrar-se
maenduar-a: lembrar-se lnaenduar-ama; haver de se lembrar maenduar~era: ter-se lembrado p.-f. : lnaenduar-.am-buera: haver tido de se lembrar preso ; fut. ; passo :
Positivo
Negativo
preso : maenduar-eyma: no se lembrar fut. ; maenduar-am-eyma ou maenduar-e'[/ -guama; de se lembrar no haver
passo: maenduar-uer-eyma ou maenduar-cym-buera: no se ter lembrado p.-f.: maenduar-am-bl1er-eyma: no haver tido de se lembrar 334.
F O r m a o: - a) Toma-se o tema do verbo. Se ste termina em consoante, acrescenta-se -a. O mesmo se faz, se termina em ditongo decrescente:
s pab
= s:
=
ir
pab-a: acabar
ker ka
= ker-a:
dormir
kai-a: arder
b) c) d)
Os infinitivos oxtonos seguem beb)' os paroxtonos: 111Gendlla1/ . Os tempos se formam como com os substantivos,
(n. 216).
O negativo se forma do tema com eym (seguido de -a). No passado e no futuro, e)'J1t pode ficar antes ou depois de ram e p.er. 335. S i n t a x e: O infinito nunca est s. Se intransitivo, requer, antes, o sujeito; se transitivo, requer tambm o objeto:
xe ker-a: dormir eu nde iuk: matar-te (le) xe nde iuk: matar-te eu iuk: mat-Io (le)
336. O infinitivo s admite pronomes pacientes. O pronome ou substantivo que precede um infinito intransitivo equivale ao sujeito; o que precede um transitivo objeto direto. Havendo dois substantivos ou pronomes diversos, ou um substantivo e um pronome, o que estiver imediatamente antes do verbo transitivo o objeto direto:
nde xe iuk: matares-me; ;re nde uk: eu matar-te; xe uk matares-me; nde uk ix: eu matar-te; nde r-uba xe iuk ou xe nde r-uba: matar-me teu pai; xe nde r-uba iuk ou nde r-uba iuk eu matar a teu pai; iaguara akuti iuk ou akuti uk aguara: a matar a cutia nde; uk ix:
ona
'CURSO
DE TPI
ANTIGO-
139'
Assim, X'e r-allsul>-a deve-se traduzir "o amar-me (le)" ou "amarem-me (les) ", nunca "amar eu" ne;n "o meu amar". Para isto h outra forma (n. 384).
contanto
que o pronome
eu; akuti 1:agara
nde r-uba xe uk: lit.: teu pai mat-Ia luk: Iit.: a cutia a ona mat-Ia 337.
O infinito tem funo de substantivo, e como tal poder muitas vzes ser traduzido. Podem reg-Io preposies e conjunes adverbiais:
xe ker-a: dormir eu, meu dormir, meu sono; .Te ker-pe: no meu dormir, no meu sono; xe nde r-allsub-a r-es: pelo meu amor a ti, por eu te amar; xe r-ausub-a: o amar-me, o amarem-me, o amor que me tem ou tm; -reme: no seu dizer, quando le disse
a-1:-potari pyt: quero que le fique; quero teu ir (fut.), quero que vs
O infinitivo
sair?
i porang
s-epak-a:
i xem-a?:
viste-o
No passado
saba. V. n. 810.
e no futuro,
mais empregado
que o infinitlvo
o infinito de verbos intransitivos ou intransitivados (n. 284) funo de complemento atributivo: abar beb: padre qu~ voa kun,u'mi nhe-mbo- (AK'H. 32): menino que aprende ab kunumi-iuk (ib.): homem mata-meninos
ausub-a,
r-ausub-a:
tr., de pron.
amar-me, ama-
agente
s-ausub-a: am-Ia rem-no, -no:') ou -]os: ama-
rem~me
140
LEMOS
BARBOSA
-no, -nos
iand ou or r-ausub-a: amar-nos, amarem-nos pe r-ausub-a: amar-vos, amarem-vos poro-ausub-a: amar ou amarem (gente) s-ausub-a; mba r-ausub-a: amar ou amarem (causas, ab r-ausub-a: amar ou amarem ao ndio
animais)
339.
xe r-oby: ser eu azul nde r-oby: sres tu azul s-oby: ser le azul o oby: ser le azul (refI. bord.) t-oby: ser azul (gente)
I ~
ii:
su-
341.
OBRAS DE MISERIC6RDIA
P. ANTNIO DE ARAJO (1566-1632) (adaptao ortogrfica)
Catorze1 as ab r-ausub-J-saba2
Sete1
ab r-et r-es-nduara3
n e-4:
3. I ka1 Amb}lasy-bora5 po'i-a6 2. Usei-bora7 mo-y-8 5. Atara tu-pe nduara9 mo-aob-a10 4. Mba-asy-borap r-epiak-a. mo-mbyt. 6. I mo-mi-ausub-pyra12 r-e-no-sem-a13 7- T-eQ-buera
tym-o"
,-"
141
1. Ab sup r-ek-katu-saq-ilama14 mo-mbe. 2. I tek-kuab-eym-bae15 mo-tek-kuab-a16. 3. O-ik-teb-bae17 mo-apysyk-a. 4. O-ik-mem-bae18 r-e-no-nhen-a19 5. Oq1-e-r-ek-1nem-sara20 7. sup nhir21. 6. Ab mar s-ek-aq-er-i22 r-es nhe-ran-eym-a. O-ik-b-bae23 r-es, o-1Jwn-bae-pa,era24 r-es b Tup mo-nqet. 1 - Portuguesismo (n. 1093). 2 - misericrdia. 3 - referentes. 4assim rezam. 5 - famintos. 6 - dar de comer a. 7 - sedentos. 8dar de beber. 9 - nus. 10 - vestir. 11 - doentes. 12 _ cativos. 13rdimir. 14 - bom conselho. 15 - ignorantes. 16 _ ensinar. 17 _ aflitos. 18 - os que erram. 19 ~ corrigir. 20 - os que os injuriam. 21 _ perdoar. 22 - fraquezas. 23 - os vivos. 24 - os mortos.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA
MONTOYA
18v-19; 20; 26v-27v; FIGUEIRA 20-21; 31-32; 35; 48-51; 15-16; 24; RESTIVO 83-84; CAETANO 21-31; ADAM
LIO APSTO
23.a
342. o substantivo que modifica outro substantivo, como complemento atributivo. Pospe-se:
ab: homem it: pedra
p:
mo
Mas t e s
Deus
filho
Tup
de Deus
343. Por vzes, o apsto inclui a relao "o - de -", que tem":
"o
y:
cabaa
anhur-i:
colo
y-anhur-i:
cabaa de colo
ab mua111.-baba: o ndio do assalto (p. ex. que estve -,- sabes no assalto) ; ab ti-gasu: o ndio do nariz grande; lcunh ygasaba: a mulher do pote (p. ex. que vimos com o pote) ; ybyr : rvore de fruta, que tem (d) fruta; kunh 1nen-e: mulher viva (lit. do marido morto) ; pir akJ -iuba: peixe da cabea amarela; liag'l1J p-peba: ona (ou co) da mo chata (lontra) ; ybyr p-gas: rvore de fibra grossa; aJ p-anama: roupa de fibra grossa (ao tacto)
345. P: "superfcie, casca. casco; escama": p-k, abrir, romper (a parte de fora); p-ok, descascar; p-p, asa (mo da casca?) ; p-symG, liso, escorregadio (de sup'rc:e). \'. -p (n. 3-+9). 346. tem tambm uma funo semelhante, por vzes intraduzvel. Do sentido de "gro, semente, fruto, cabea" (que ainda conserva), parece ter-se originado a funo de quase-prefixo na o.ccepo de "arredondado": 1. a-pi, ferir a cabea de; a-pan, no atingir em cheio a cabea de; a-l~in, rapar a cabea de; a-kok, abraara cabea de; a-p}'Ya, ponta, pice, cume, cabea; a-p}'r-asab, .passar por cima; a-pyr-am, mergulhar (a cabea de); a-P/ -ru, acrescentar; a-py-ti, atar as pontas a; a-p}'-mi1ll (ou a-pn-mim), afundar, mergulhar; a-py-pema (ou a-pi-pema), espigo. ponta angulosa; o-py-peba, agachado, abaixado, etc. 2. a-p}'tera, centro (de cousa arredondada) (cfr. pytera, meio de c. extensa ou superfcie); a-syma, causa lisa e arredondada (cfr. S}'l11a, liso); a-giaci, salincia arredondada (cfr. gia, salincia, reentrnda, concavidade). a-pyra, a-lyka, a-p-monga., a-p, a-peba, etc. Assim a-sura, a-sanga, N estes e noutros exemplos, patenteia-se a ndole concreta e classificatria do idioma. DaCue muitos adjetivos s se possam traduzir por dois ou mais em portugus. P: "grossura" [de objetos compridos (como rvores, fios, varas, tiras, homens, etc.)]: a p-beb, pano fino; ybyr p-giasn, rvore grossa; ybyr p-i, rvore fina; yb}'r p-at, rvore direita, reta; p-peba, largo (aplica-se a objetos compridos e largos, p. ex. fitas); mbol' pir-u' p-peba, pek larga de cobra; mo-p-i, adelgaar; 1I1O-p-gasn, engrossar; p-k, torcer (c. comprida) ; mo-p-k'yriri, torcer (at que se enrole) ; p-'ban, fiar; P-1I10-mbyk, torcer (cordas, e s.) ; p-ung, adelgaar, igualar o fio; 1tlO-p-io-ybyr, dobrar o fio. Etc. 348. Py: "largura, fundura, capacidade, interior, vo, centro" : oka py-gaslI, casa de grande largura, larga, ampla; i py k ygara, tem largura, larga esta
347.
canoa; y py ou t-y py, fundura ou fundo do rio ou mar, rio fundo; t-y py, o rio fundo; py ou ipy, o avsso ou a parte interna; a-i-py-i nhae, lavei (a parte de dentro d) o prato; a-i-py-pirar alak, alarguei (o interior d) o cesto; a-i-py-t,:,'byr-ok, espanei-o por dentro. 349. A-p: "superfcie; direito (contrrio de "avsso"); casco, casca [de cousa arredondada (como vo, noz, fruto duro)], escama; concha"; a-p-aob, forrar (por fora); a-p-ara, superfcie; a-pe-k, lngua; a-p-!m, som co; a-p-piera, crosta, concha, casca (sem contedo); a-p-ok, descascar; a-p-rer, raso, tosado; a-p-uban, forrar (por fora); a-p-bura estufado; a-p-banga, envolto, embuado. Sbre a-p, v. n. 666, 1107, 110R
VERBO "TER)) Para traduzir o verbo "ter", junta-se simplesmente o sujeito, substantivo ou pronome, ao complemento. Os substantivos paroxtonos perdem o a final. Irregularidades, as mesmas que com os genitivos e possessivos:
350.
xe k: minha roa ou tenho roa s-etym: a perna dle ou tem perna
epr.
nde r-uba: teu pai nde t-uba ou ab r-ayra: o fi.lho do ndio ab t-ayra ou 11de r-e-mi-r-ek-pe? nde me' -pe?
tens marido?
nde r-ub: tens pai t-uba nde: s pai ab t-ayr: o ndio tem filho t-avra ab: o ndio filho (AR. 220): tens mulher?
351.
Os nomes que comeam pelo prefixo poromudam para l1WYO- e no perdem o a final:
ix:
nao o
352.
N e g a t i v o:
rs filho
no sers filho le no
nda t-ayra 1'lt- .1:--ne: le
ANTIGO
353. H
O verbo r-ek "ter" (ou melhor "estar com"), mas no se aplica aos casos em que a posse mais um estado natural ou permanente do sujeito'
tenho p: xe py (no a-r-ek py); no tenho filho: nda xc membyr-i (m.); le tem muitos parentes: anam-et; no tenho cabelo: nda xe ab-i; le tem o rosto risonho: s-ob esi; no tens o rDsto risonho: na nde r-ob es,' a rvore teve (deu) flores, no teve ( deu) fmtos: potyr ybyr, nd' - " a rvore no tem ponta: nda s-akp'yr-i 3lb3w. as abelhas tm (do) mel: t-yapir' eF-r-uba; esta fruta no tem caroo: nda s-aynh-i k 31b; aquela rvore no dar (ter) frutos: nd' -z x- aP ybjw-ne,' os passarinhos no tm leite: nd' kamby-i gilyr
354. Frases
predicativas (de "ser" ou "estar"), que incluem genitivo ou possessivo no sujeito, podem-se verter tanto pelo processo de "ter" como de "ser" (como em portugus) :
pikeP' ti s-un ou s-un Pikep' ti: o bico da rolinha preto pikepeba fi un: a rolinha tem o bico preto
tenho os olhos tortos, sou vesgo: xe r-es-bang; o pescoo da gara comprido (e) as pernas so amarelas: guyratinga aiu' puku, s-etym ub (lit.: a gara tem o pescoo comprido (e) [tem] as pernas amarelas) ; minha cabea est dolorida (di -me a cabea) : .re akang' asy (lit.: tenho a cabea dolorida) ; um lho meu negro (e) o outro azul: .re r-es amu'n, xc r-cs am oby (lit.: tenho um lho negro e o outro azul).
Como se v, o adjetivo, se paroxtono, perde a vogal final. O substantivo paroxtono perde a ltima vogal diante de vogal, a ltima slaba diante de consoante. Mas esta ltima no norma absoluta.
r46
355.
tukana: tucano liaia (s) : rabo ka: caj sliasu-apara: veado (esp.) atu-kuP: costas kuP: costas aka: chifre kaba: gordura banga: virado, torto asyka: cortado, maneta oby-una (t) : azul-escuro pysasu: novo pamba, par' -pamba: bicolor, muIticor piriana, piri' -piriana: listado (ao com~
prido)
pini-pinima: pintadinho, malhadinho pitanga: pardo, avermelhado aemb (s) : spero ranh: ainda
356. Tukana s-et)lm un, pep un, s-ai -nn, atukuP r-ab oby-un, ipoti r-' iub, ti iub, tin({ ab,o ak' miri, ti 111buku, s-eburusupv, ~'hvr s-ap. da s-ar-i abati ranh. Ka -et-et ab. So i-i ybohlY yapan, poranq ab-no. Sliasu-apam aka poranq. py poxv. N de P aemh. M araha s-ef pirin-hirirln. X e ali' Pwas. Nde a' p-L I a' pinr-pinim. Nd' t-y'apir-i-pe aip eir-uba? I M akab xe r-e-i111baba taiasu. Anh. N d' anqaibar-i .. kyr-te. nambi asvk. Xe py banq. Nde par-r. I asyk. Nde ivb rakai nambi k1ar-i k ygara (MONT. aparo O-k gli nhae-pep. N d' Tes 173v). K so kup par-parab, py pitang.
i i
i i
1'"T
357.
casco: p, a-p louro: iuba cgado da terra: iaboti queixo: end~'b (t) cgado dgua: iurar barba: endyb-aba (t) liso: S)l111a,a-syma cs: ' -tinqa mole: puba curto: a-sanga, a-kyt, a-poar 358. O veado tem os cornos grandes e r tem 1 os ps pequenos. As aves tm penas; os peixes tm escamas. Tem caroo esta fruta? No. No tem caroo. Qual a rvore mais (verta-se "muito") bonita? Qual rvore tem a flor mais ("muito") bonita? o p de maracuj. As rvores no tm ps, mas (-te) razes. A jaboticabeira no deu flor ainda. O caj tem a casca grossa, a madeira mole. a flor branca. o fruto amarelo e o caroo grande. As plantas no tm alma? As mulheres no tm barba. Eu tambm no tenho barba; e tu? Eu tenho rbarba 1. De que jeito (1nar-bae) tens a barba? Tenho a barba comprida, curta, !!rossa, negra, loura, branca. Eu tenho cs. Meu cabelo branco. Tenho os cabelos ,brancos. O homem tem os
ps; as aves tm os ps e as asas. Tua roupa est muito curta. No tenho [roupa] comprida. O jurar no tem o casco liso. O jaboti tem o casco muito duro. Viste o homem da barba branca? No. Vi a mulher da roupa azul. BIBLIOGRAFIA
o Apsto 5-6.
MONTOYA ANCHIETA
9-9v; L.
BARBOSA
180;
DALL'IGNA, FIGUEIRA
Composi-
"ter" ANCHIETA 46-47; 47v-48; 49-50; RESTIVO 42-43; DALL'IGNA 63. Verbos predicativos - ECKART, passim.
Verbo
38-39; 66-68;
Os
chefes
fumam,
reunidos
em
conselho
(STADEN)
LIO
24.($
INFINITO
359.
OBJETIVO
ou
360. Quando objeto direto de um verbo da mesma pessoa, o infinito se coloca antes do tema daquele verbo:
a-karu-potar: quero comer; ere-karu-potar: queres comer; e-kacomeamos a comer; nd' ru-ypy!: comea a comer!; a-karu-ypy: o-karu-potar-i x--pe-ne?: no querer comer?; nda pe-karu-ypy-potar-i x--te-pe-1~e?: no querereis, pois, comear a comer?
OBS.: Alguns verbos intransitivos ou intransitivados (n. 381) seguem processo anlogo: e-karu-iebyr! torna a comer!; a-karu-poir: cessei de falar o-karu-iepotab:
continuou a comer;
a conjugao
se faz
xe maendu' -potar: quero lembrar-me; nde r-ory' -potar: queres alegrar-te; s-asy-poir: deixou de doer; nd' and r-ory-ie-byr-i x-no -ne: no nos tornaremos a alegrar; nda pe r-esara-kuab-i-pe?: sabeis esquecer-vos?
362. Se o infinito
363. Pode
haver metaplasmos:
o infinito,
misa r-enduba r-e (AR. 93) : deixando de ouvir missa; tnba r-es-pe x-? S-e-bera r-e-ro-yp-a, tyma mot (ib.): para
que foram?
Para
descerem
o seu cadver,
i por
quererem
enterr-Io
Quando o infinito tem objeto direto, ste pode vir incorporado ou no, como nos modos finitos (n. 116). Mas no estando incorporado, antes do infinito deve ficar o pronome objetivo da 3.a p.:
364. o-y--lJoir: deixou de beber gua; ere-i-p-kutu' -potar: queres as mos dle; ere-it-kutu' -potar; queres furar a pedra; ere--. -kutu' -potar it: queres furar a pedra; nd' a-kunh-ep' -potar-i: no quero ver a mulher; nd' a-s-ep'-potar-i kunh: no quero ver a mulher; nd' ere-ab-nup-nup-ep'_potar_i_p{;! nu nd' ere--nup-nup-ep' -patar-i-pe ab.?: no queres ver aoutarem o ndio?; nd' a--nheen,q-endu'-potar-i ou nd' a-s-endw'potar-i nheenga: no queremos ouvir a. voz dle; pe-'i-mo-nhan'-guab: vs sabels faz-Io,; ybyr a--pysy' -potar: quero pegar um pau; nd' a-so-r-es-ep' -P04 bicho ou nd' a-s-epJ -potar-i so r-es: no quero ver os olhos do tar-i
furar
365. O objeto direto pode ser um pronome: oro-ep' -potar: quero chamar 366.
ver-te;
nde r-eni-e-byr:
tornou
a tP.
no h in-
a-sem-botar taba su: quero sair da aldeia; maendu' -pair Xc r-es: deixou de se lembrar de mim; nda xe maenduJ -potar-i or r-etamo r-es: no quero lembrar-me de nossa terra 367. Se o infinito objeto direto de verbo de outra pessoa, no h incorporao: a-i-potar nde s: quero tua ida, quero que vs; morubixaba o-i-kuab x-rama: o chefe sabe que le ir; o-i-potar xe nde uk-rama: le quis que eu te matasse
.l.4JV
368.
Tambm
o infinito
a--kuab as mba r-es nde mond-puera: sei que cousas da gente; nd' a-i-potar-i taba su nde sema: no saias da aldeia; a-erur xe r-es nde maenduar-ef/ -guama que no te lembres de mim; a-erur-potar nde-bo mba quero pedir-te uma cousa 369.
O infinito plementos:
no incorporado
C0111-
a--potar nde kuaba: quero que o saibas; a--kuab nde uk-ram-bcra: sei que o terias matado; nda pc 1nacnduar-i-pe xe potar-cym-bucra r-cs t: no vos lembrais de que eu no o queria?; ere--kuab xc nde r-ausuba: sabes que te amo; erc-~kuab xe nde i"-ausug-era: sabes que te amei on amava; ere--kuab xe s-ausub-mn-bera: sabes que o amaria; o--l,uab xe s-aust~b-am-ber-eyma: le sabe que eu no o amaria (relat.); o--k1tab xe o ausub-am-ber-eyma: ido (reflex., n. 316); ere-z-kuab xe nde r-ausub-ey-gama: sabes que
r-es:
I . .
gatria.
Encontram-se
a-z-potar xc s: quero ir; o-i-potar 370. quero matar-te' iuk: A incorporao do infinito
. '..
Tal construo, em geral rara, torna-se qnando a traduo portugusa pede "que":
a-i-kuab xe r-e: sei que morro; a-i-kuab xe r-e-nam-eyma: sei que no morrerei; a--kllab .re nde sug-11am-eyma: sei que no te visitarei
Cpr. xe r-e-guab: sei morrer
r
j
151
particpio verbal saba (n. 810). 371. Com muita freqncia, o infinito
no incorporado
substitudo
pelo
VERBOS COMPOSTOS DE OK
372. H um sem nmero de verbos formados de substantivo ok "tirar" (n. 326): p-ok tirar a casca ou escama, descascar, esfolar; aP-ok tirar a casca [grossa], descascar; pir-ok tirar a pel~, esfolar; aob-ok frar a rouna, despir; er-ok (s) tirar nome (pr nome novo); guyr-ok tirar a parte inferior; roar por baixo; por-ok tirar o contedo, despejar, esvaziar; ob-ok (s) tirar as bordas, alargar; aYf-ok (s) escaroar; h'byr-ok espanar, escovar; v1li-ok (t) escuma r ; ar-ok tirar a parte de cima, d~sgastar; kamby-ok ordenhar; y-ok (s) estripar; ek-ab-ok (t) tirar o modo de ser ou estar; mudar; despejar; asof-ab-ok tirar a cobertura ou tampa, d~scobrir; pese- ou pese-ong (nasal. de ok) tirar ped8co, parfr; katu-ok tpr o(s; melhor(es) ou hons, eocolh~r, selecionar, etc. Na forma refI.: -ek-ab-ok tornar-se ou ficar diferente ou mudado; fe-aib-ok tirar o luto; i' -up-ab-ok retirar ou levantar o pouso; partir d~ viagem, etc. - Com alguns adjetivos e verbos, ok parece ter uma funco reversiva: apar-ok (rar o curvo 011 curvatura; endireitar, retificar; ape (g) -ok tirar o torto; desentortar; mam-r-ok desenrolar; ub-r-ok desembrulhar; parab-ok escolher ou d~terminar entre vrios; i' -nk despr~nder-se. separar-se; mo-f' -ok apartar; repartir; okend-ab-ok (s) abrir a porta. Cfr. okend-ab (s) fechar a porta.
EXERCCIOS
373.
mba a t: qual outro? opab: todos, tudo tat: fora do destino pirar: abrir (o arco) mo-nd6: atirar
gi'tyr-pe: sob ar-pe: sbre e)Jnz-e-b: antes que mo-ang: julgar esarai (s) (xe): esquecer (n. 286)
374. Tat, tat-, tat-nh (preposi~s); "fora do destino, ao contrido do que devia ser, no no objeto, errado": guyr tat: (a frecha deu) fora do passarinho; xe r-uba tat a-f-meeng xe mba: dei minhas COl1~~S ;1 r'lf-o Que no meu pai (por rro) ; ahe mor-apiti-ar-uera tat-nh iby o-i1lk (VLB 265) : mataram-no em lugar do assassino (por engano).
375. Ere-s-ePiak-pe xe guyrapara? - Aan-i. Nd' a-s-epiak-i. Ere-s-ePi'-potar-pe? P. Mmn-pe ere-s-etar! -- Kunnambeba o-nho-nong it ar-pe. - E-r-ur t' a-s-epiak-te. - N d' a-r-ur-i x6-ne. - Mba r-es-pe nd' ere-r-ur-i .r6--ne t - E-r-ur 1nosap'Vr uuba ab. - OfJab a-r-ur-ne. - Mba r-es-pe ere-~-potart - A-:Z--yb-botar pir am. - Mba pirt - Iang-bae. - Mba-ratlia r-es-fJe ebo-kt7ei pir ere-~--yb-botart - X e r-e-mbi--rama r-es. - Mba
152
LEMOS
BARBOSA
b-pe a-r-ur-ne? - Na mba b ru. - Mar? - Na 1nba b ru. E-z-pirar nde giyrapara. E-z-mo-nd uuba. - A--mo-nd uma uuba
m",ap,~.
H ypy
a-~aby.
sapyra o-ge-ra-s ybytu. - Uuba nde mo-nd eynt-e-b, a-z-kuab um nde mo-nd-katu-ram-cY111a. - I x a-z-mo-ang xe mo-nd-katu-ram-buera. X e r-esara xe g11yrapara r-es ybyr guyr-pe. A-z-kuab pee xe r-ear-am-eyma b. Nd' or r-esara nde r-ena r-es-ne. - N d' opo-ei' -potar-i. N d' opo-eiar-i x--ne. Xe r-ausub-pe eP? - P. Ere--kuab, xe iar g, xe nde r-ausuba. T' oro-ausub auz-rama-nh (para sempre). M ar-pe nde r-era?
tati.-~ I
,.o-i
I
r:
376.
volt"" tom",
deixar falar basta: nada:
ao
LUl<SOnE!Qp,
;r-byr
153 ,
377. Queres ir a Acara? - Sim. Quero. Quero que vs comigo. - Tu queres ir comigo?! Que queres fazer l? - Nada. Quero apenas passear. E tu? - Quero nadar. - Eu no sei nadar. _ A que horas queres voltar? - Alta noite. E tu? - De dia. _ Quem mais te prometeu ir? - Ningum. - Por que no falaste com Timbeba? - Tornarei a falar com algumas pessoas! - No. Basta! Para de falar (e) comea a andar! Eia, vamos! No. No quero ir contigo. - No deixes de ir! BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA ADAM 66-67.
27v; 52;
FIGUEIRA
87; 157;
MONTOYA
24;
RESTIVO
51-52; 84;
,
~:
LIO
25.a
COLETIVOS Os principais so tyba e eyia (t). T'Jlba (n. 259) implica "abundncia, lugar em que h muito". Muito usado com nomes de plantas e minerais:
378.
tak' -k}'s: taquara aras: ara
l~t:
(espcie)
tak' -k:ys-tyba:
aras-ty(m:
taquaral
ard\~d.Lal
pedra
zt-tyba: pedreira reri-tyba: jazida de ostras mba-tyba: terra frtil mba-tyb-eyma: terra estril taktwr-ee-ndyba: canavial
379.
Eya (t) significa "multido, bando, cardume", etc. Muito usado com nomes de animais. Segue et (n. 238) :
gyr r-eya: passarada maraka l'-eya: bando de gatos-do-mato it r-eyia: multido de pedras
PREFIXOS DE CLASSE
380.
Todo verbo transitivo, que no tenha outro objeto direto, deve levar um dos prefixos de classe, que so regularmente poro- (classe superior) e lnba (classe inferior).
Assim, uma frase portugusa como "eu mato" tem de ser traduzida em tupi ou por a-poro-iuk "eu mato (gente)" ou por a-mea-iuk "eu mato (ser inferior) ".
'CURSO DE TUPIANTIGO
381.
155
Para efeitos gramaticais, o verbo com prefixo de classe equiparado a intransitivo. O mesmo se d quando o verbo leva pronome reflexivo ou objeto incorporado. O verbo, claro est, perde os pronomes objetivos
a-poro-pysyk: seguro (gente) a-1Ilba-pysyk: seguro (coUSS) a-porv-ePiak: vejo (gente) a-mba-ebiak: vei o (causas) a-poro-tym: enterro (gente) a-mba-tym: enterro (causas) a-pcyo-kuab: conheo (gente) r:-mba-kuab: conheo (causas)
Os verbos com poro- e mba se conjugam s vzes com pronomes pacientes. Incluem neste caso a idia de hbito, estado permanente, potncia, conhecimento:
382.
xe poro-ausub:
amar
xe poro-iuk:
matar
xe mba-mo-asy:
-me algo
383 . Alis que o que se d com todos os verbos intransitivos: {J-llheng: falo, falei %e nheeng: falo, sei 011 costumo falar a-ytab: nado, nadei .re }'tab: nado, sei ou costumo nadar
384. Como em tupi no h verbos transitivos sem objeto direto, com poro- ou mba que se traduziro frases co:no estas: eu quero matar: a-poro-uk-potar; le quer que eu mate: o-i-potar xe poro-iuk-rama; eu sei cortar: a-mbatJ-mo-nd-kuab ou a-i-kuob mba mo-ndoka
156
LEMOS
BARBOSA
poro385.
Se o verbo comea por r( 0)- ou no-) depois de poro-. vem a slaba (g) e-:
a-poro-ge-ra-s: levo gente, levo os outros; ere-poro-ge-ra-s: levas gente, levas os outros; o-poro-ge-ra-s: leva gente, leva os outros.
386.
s vzes, antes de vogal poro- perde a ltima vogal; e, mais raramente, antes de consoante perde a ltima slaba:
a-t:
eu o como
a-por-u: como gente (carne humana) a-por-apiti: mato gente, os outros a-po' -sub: visito gente, os outros a-p-suban: sugo gente, sugo os outros
387.
Se o verbo se substantiva e no h possessivo antes, nem genitivo, poro- se torna mboro- ou l1wro-:
a-por-m~sub: amo (gente) . xe por-ausubrt: eu amar, meu amar, meu amor (aos outros) m ( b ) or-ausv ha: amar (gente); amor (aos outros), etc. 388. Dos verbos abyky manusear, mo-nhang fazer, e pysyk apanhar, formam-se por-abyky trabalhar, paro-mo-nhang gerar, e poro-p3'syk apanhar (caa ou prsa), que se aplicam tambm aos sres inferiores.
389.
Poro- se prefixa tambm a verbos intransitivos, no infinito, traduzindo-se como sujeito ou genitivo:
sen,ta: sair esaraia (t) (xe):
cer-se
esque-
sair gente, sada (de gente) moro-esaraia: esquecer-se (gente), esquecimento da gente
moro-sema:
mba
390.
r ( o) - ou no-
BIBLIOGRAFIA
RESTIVO
Coletivos - tyba: FIGUEIRA 76; VLB 142; MONTOYA, Tesoro 387/381; 324; CAETANO 76-77; DRUMOND, Notas Gerais 57-70; L. BARBOSA, Tradues 30-31; eyia: FIGUEIRA 5; VLB 94; 124; 145; 304; MONTOYA, Tesoro 376/370; ADAM 99.
14v-15; 49v-50; 51-52: FIGUEIRA 86; 90; Pref'xo, de classe - ANCHIETA 282; 290; 321; MONTOYA 53-54; ID. Tesoro 318/312-319/313; RESTIVO 52-55; 277; CAETANO 38; ADAM 9; 22-27; L. BARl30SA 173-174; ID. Os lndices.
VLB
TIPO
I;
394.
)
FINAL
VOGAL ORAL:
1. Os verbos acabados em ,
uk-bo: matando e-pe-bo: separando-se mo-nd-bo: mandando mbo--bo: ensinando
recebm -bo.'
395.
Excees:
so: convidar
1)
3) SykY2 "ter mdo de", ik "entrar" e seus compostos mo-sykY2 "assustar", mo-ing "introduzir" e ro-ik "entrar com", fazem respectivamente;
-CURSO DE TU!'
syky.l-~b~ ou syk;>-,~~b~, ik--bo, -bo, mo-tnge-a-b'iJ e rO-tke-a-bo
1'lto-sykyi--bo
ou mo-syky-bo,
396.
e o
i ou
recebem
apiti--bo: por--bo:
su:
comer morder
398. -bo;
3. Os verbos acabados em }' acrescentam -bo ou neste caso, o J' passa para y:
queimar
apy-bo ou apy--bo:
apy:
queimando
399. Excees: Alguns verbos acabados em mais de uma vogal oral, Que no formem ditongo, podem fazer o gerndio de outros modos: a6: injuriar ag--bo ou a6--bo: injuriando ie-pe: esquentar-seie-pe--bo, ie-pe-bo, ie-peg--bo ou ie-pe-g--bo Outros s podem receber -bo: c: impelir, limar
: tapar 400.
acrescentam
nup:
FINAL
1. Os acabados em
nup-mo:
e ou
aoutar
aoutando
cortando
gerndio era em consoante. contacto com semiconsonannome
Nota. - ADAM 63 opina que primitivamente o indice de sabo e aba, respectivamente para verbos terminados em vogal e Pelo menos a ltima parte da afirmativa aceitvel: aba, em a vogal . anterior, sofre-lhe ou causa-lhe alteraes (contrao, tizao) Quer-nos parecer, alis, que o gerndio em verbal (s)aba (n. 798) regido de -bo (n. 643). -bo
o prprio
LtMU~ 1:P"'-\I<""K""''''''c-.'',,~----------------_401.
402.
-a:
O b final muda-se em p:
ausub: amar gueyb: descer ausup-a: amando gueyp-a: descendo
em
perdem
sse
y)
e nada
acres-
Forma Negativa
405. potar ausub uk
Forma-se
juntando
e:ym-a
ao tema do indicativo:
potar-eym-a: no querendo ausub-eym-a: no amando uk-eym-a: no matando
TIPO
II:
Verbos de Pronome
Paciente
tnica, recebe -ramo. Se nasal, -namo. Nos demais casos, -amo. No negativo, sempre eym-mno:
(xe) (xe) (xe)
bom
katu-raJno:
sendo
(eu)
(xe) ( x e) (xe)
katu-eym-amo:
no sendo no
do-me duro
Jnaenduar-amo: r-at-naJno:
me lembrando
r-at-eym-amo:
sendo (eu)
no sen-
do (eu) duro
407.
levam
do futuro. con-
ab bi- o ayra o-ge-r-ek-katu, mem-t' ip Tup, mba tetiru iar-amo o-ik-bae, as r-ausub-ne (AR. 22): pois se os homens tratam bem a seus filhos, quanto mais Deus, que o senhor
SUJEITO E COMPLEMENTOS
TIPO
I:
1.0
Transitivos
o objeto direto (substantivo ou pronome) logo antes do tema. Os pronomes objetivos so xc. nde) etc., nunca porm oro-J apa-.
409. Requerem
pysyk: apanhar
xe pysyk-a: apanhando-me (tu, vs, le ou les) nde pysyk-a: apanhando-te (eu, ns, le ou les) pysyk-a: apanhando-o on -os (eu, ns, tu, vs, le ou les) o pysyk-a: apanhando-o ou -os (eu, ns, tu, vs le ou les)
(refI. subord.)
:tand pysyk-a: apanhando-nos (le ou les) orPysyk-a: apanhando-nos (tu, vs, le ou les) pe pysyk-a: apanhando-vos (eu, ns, le ou les)
!
Quando o objeto substantivo e se acha distanciado do gerundio, antes dste deve ficar o pronome objetivo (n. 119):
comi, segurando o prato com minhas mos: a-karu, :re p-pe
nha pysyk-a ou a-kant, nha .re p-pe
i pysyk-a
Se o verbo dos que tm s- como pronome objetivo da 3.a p., o s- se conserva nas 3as. pp.; mas depois de substantivo ou pronome da 1.a ou 2.a pp., vem r-:
xe r-e-botar, .ye sy r-epiak-a:
epiak: ver
xe r-ePiak-a: vendo-me nde r-epiak-a: vendo-te s-ePiak-a: vendo-o ou -os o epiak-a: vendo-o ou iand ou or r-epiak-a: vendo-nos pe r-epiak-a: vendo-vos s-ePiak-a: vendo-o Ott -os o epiak-a: vendo-o ou -os (refI.)
-os
(refI. )
411.
Se o pronome objetivo
1,0-)
o verbo perde-o:
tym: enterrar
t' ia-s xok-a: vamos pil-Io a-iur i-i ok-a: venho tir-Io
412.
Se o pronome objetivo
tO-S-
ep1,ak:
ei: lavar
xe r-ei-a: lavando-me
nde r-ei-a; lavando-te iand, or r-ei-a: lavando-nos pe r-ei-a: lavando-vos
s-ei-a: lavando-o
o e~-a: lavando-o (refI.)
(refI.)
Gaba. r-e-a: lavando a roupa a-r-ur s-e-a: trouxe-o para lav-Ia a-ur nde r-oka: vim para tirar-te
Os verbos comeaos por 1'(0)- ou 110- (n. 124) recebem na 3.a p. a slaba s-e-y e depois de substantivo ou de pronome da l.a ou 2.a pp., r-c-;
413.
ra-s: levar
xe 1'-e-ra-s-bo: levando-me iand, or 1'-e-ra-s-bo: levando-nos pe 1'-e-1'a-s-bo: levando-vos s-e-ra-s-bo: levando-os o e-ra-s-bo: levando-os (refI.) caiu levando a talha
Sbre os verbos reflexivos, verbos com ndices de classe, com objeto incorporado, v. n. 294,. 417 e 418.
2. 414.
Intransitivos
e relativos
2a.
01'0-
p.: 0-
pak: acordar
gui-pak-a: acordando eu e-pak-a: acordando tu o-pak-a: acordando le a-pak-a, oro-pak-a: acordando pe-pak-a: acordando vs o-pak-a: acordando les ns
esteja
se muda em:r
saindo eu
(n. 19):
gi-xem-a:
Os verbos transitiyos na forma reflexiva (n. 294) podem seguir o paradigma pak} mas podem tambm ficar invariveis:
416.
Assim se podem conjugar tambm os verbos transitivos que levem os pronomes de classe poro- ou mba. Mas, se ficarem invariveis, poro- se muda para mbo1'oou moro(n. 387):
ou " m (b) oro-pysyk-a: gui-poro-pysyk-a e-poro-pysyk-a o-poro-pysyk-a apanhando eu
"
"tu
"
"le.
Etc.
418.
Os' verbos de objeto incorporado (n. 116) podem seguir pak ou ficar invariveis:
ou 1nimby-py-bo: tocando
"
"
"
eu flauta
tu
"
"
le
"
TIPO
419.
SING.
lI:
Requerem
os pronomes pacientes:
PL.
Ia. p.: xe
2a. p.: nde 3a. p.: o
p.: p.:
pc o
420. Os que na 3.a p. tm s como pronome sujeito do indicativo, no gerndio recebem um g} na mesma pessoa, aps o o:
oby: (ser)
xe r-oby-ramo: nde r-oby-ramo: sendo eu verde sendo tu verde
verde
and, or r-ob3,-rmno: sendo ns verdes pe r-oby-ramo : sendo vs verdes o (g) -oby-rmno : sendo les verdes
421. Os .substantivos, pronomes e advrbios, quando funcionam como complemento predicativo, seguem katu ou maenduar, mas no levam prefixos:
ix-ramo: sendo eu it-ramo: sendo pedra emonan-amo: sendo dessa forma zxe-eym-amo: no sendo eu it-eYl11,-amo: no sendo pedra emonan-eym-amo : no sendo dessa torma
mo
422.
NOTA. - O gerndlO pode ter, incorporado, corno objeto direto, outro verbo no infinito. Neste caso, a terminao depender do segundo verbo, e os prefixos e pronomes acompanharo a natureza do verbo que est no infinito:
lnk-ypy-bo: comeando a mat-Io; xe s-epl-Ie-by: tornando eu a v-Io; nde s-el-Ie-pot-b-bo: continuando tu a Iav-Io; gui-kJ-pot: querendo eu dmmir, o-nheeJ -ngnap-a: sabendo le falar; land r-esaral-Ie-by: tornando-nos a ~squecer
Gerndios irregulares:
423.
ik: estar
p1. la-ik-bo,
1ub:
estar deitado
sg. gui-t-ttp-a, e-Inp-a, o-np-a; pl. ia-Inp (1J oro-up-a, pe-~up-a, o-ttp-a.
l,ur;
vir
p1.
424.
mostrar
(s):
p)
: comer
s:
esarai (s)
(xe):
esquecer-se
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 19; 27-29v; FIGUEIRA 16; 24-29; RESTIVO 85-86; 145-147; Anlise 64-66. CAETAXO
22-23; 33; 35; 52-53; 110-114; MONTOYA 31-35; ADAM 58-65; DALL'IGNA,
27.a
O gerndio tem, em tupi, vrias funes correIa tas: 1) gerndio teleolgico (causa final) ; 2) gerndio simulfactivo (ao simultnea.); 3) gerndio conectivo ou seriativo (ao em srie, pelo menos lgica):
425.
1)
2) 3)
o-ur %e r-uba r-epak-a: veio para ver a meu pai o-ur o-porase-a: veio danando o--pysyk uk-bo: apanhou-o (e) matou-o
quando
tem
a-s-epak
Na frase "indo (le) , avistei-o", o verbo vai para o infinito, seguido da x-reme, a-s-e-piak, i. , "quando le ia, avistei-o". conjuno -reme:
aplicao
J'
com os verbos
de
Mas sendo distintos o sujeito da orao principal e o da subordinada, ter-se- de recorrer ao verbal saba (n. 799), que alis serve tambm para os casos em que o sujeito o mesmo.
Locues Gerundivas
427. As locu:es "estou caminhando", etc. se traduzem:
"estou ensinando",
a-gat gi+ek-bo,
a-poro-mbo-
gi-t-ek-bo,
etc.
Isto , 1) o verbo que vai para o gerndio o auxiliar, 2) a ordem inversa portugusa. Literalmente: "eu ,caminho estando", etc.
conforme a po(p.
G-lnan gi-t-up-a: estou (deitado) morrendo; t' o-por-abyky o-in-a: que le esteja (continue) trabalhando; oro-s oro-ik-bo: estamos indo; pe-poro-epak pe-am-a-pe?: estais (de p) olhando?
429.
sentado 430.
Por vzes se combinam dois dsses verbos em uma locuo. Um dles desaparece na traduo:
o dia ociosos? 431.
mba r-es-pe ara pe-ik tenh pe-kup-a?:
nd' a-gat- gi-t-ek~bo : no estou andando; nd' o-ker-i o-up-a: le no est dormindo; nd' oro-ar- x gi-t-en-a-ne: no te estarei esperando; xe r-epak um e-up-a: no me estejas (deitado) olhando
432.
ests-te lembrando
e-ik-bo:
--,.,'v. ----------433.
__
Havendo dois verbos da mesma pessoa, coordetlados em portugus, um dles se pode traduzir pelo gerndio:
o-7,-pysyk guyr, 7,uk-bo: segurou o pssaro e matou-o; gft:yr pysyk-a, a-7,uk: segurei o pssaro e matei-o
ai) rumby) erutnby) eruJnby nh) te) te-ne) te-ip) koyt (esta posposta ao verbo), te ... koyt) rumby ... Royt: enfim, finalmente, seno quando; eis que, at que enfim:
te ix gui-x-bo: eis que nisto eu me vou; te-ne o-s'l)k-a: eis que chega; rumby xe r-uba o-base111-a: eis que chega meu pai; au7, o-man-mo: finalmente morreu; rumby ahe o- koyt: seno quando vem le; te alie s-e-ra-s-bo koyt: at que enfim le o levou H tambm
k-oyte.
emon ou emonan:
emonan
assim (raramente
com gerndio)
i pot:
assim o quis le
102):
ainda bem que morreu, ainda bem que adoeceu; i7,-n' alie (V LB 263) : ainda bem por ti, por le
me111-t' ip:
quanto
mais.
com
v.
ex. n.
408.
eia, sus
eia, matai-o
(s nas
i uk-bo:
i uk-bo:
Admite o permissivo, mas no sentido de concesso: nei t' ere-iuk: mata-o pois (j que o pedes ou queres)
-/.J
(s nas
f e--nhJ
(falando
de 3as. pp.):
t' e--nh o-k: deixa-o que durma; t' e- nh o-ik-bo, o-up-a, o-in-a: deixa-o estar, estar deitado, parado
- Com o permissivo, sc;pe que ~inda no se estej a realizando a ae:. verbal: te-nh Cristos Tup-n t' o-i-mo-et, e-i o boi-e l sup,; (AR. 140): deixai que os cristos honrem ao Deus verdadeiro - disse ( Constantino ) aos seus sditos
t-um ou et-um: (sing.), pe-t-um (pI.) : guarda-te de; ... olha no ...
t-um s-e-ra-s-bo: no o leves, olha l; t-um ang-ir emonan e-ik-bo (AR. 221): olha, doravante no faas mais assim; t-um e-s-bo: guarda-te de ires; pe-t-um xe r-apir-mo (AR. 88) : no me lamenteis
Por vzes t-um acompanhado da partcula k, podendo o gerndio levar ainda nhandu e ru (n. 208) :
t-um k guyr pysyk-a: guarda-te de apanhares o passarinho; t-um k s-e-ra-sbo nhandu ru (VLB 253) : guarda-te de o levares
Igual sentido tem o imperativo negativo com aquelas partculas (n. 208).
435. Nota: Nem tdas essas partculas exigem o gerndio com a mesma obrigatoriedade. Encontram-se exemplos em contrrio: mem-t' ip ix a-i-nz.o-nhang-mo (FIG. 143): quanto mais eu faria isso
'Te"
l/L
LC.iVl.V.:J
DIi...I\..DV.:)1"\.
__
EXERCCIOS
436.
(a) b-rame, rame-b: parecer ia-sar( -) ou (-et rn): parecer maraar (xe); estar doente e-kuab: ser visvel mo-ap: entortar aP-ok (i): desentortar m(b)o-s-k: ferir Oil olhos a
anga; alma sobrinho (de m.) obaiara (t): cunhado glariba: macaco (p.spcie) rana: parecido com (n. 172) garini--me: na guerra ser, su, s (suL): por pouco que
penga:
437. B-ramei, i-suar, etc. nunca levam o prefixo verbal: it b-ramei ix-bo (VLB 89): afigurou-se-me ser pedra. B-ramei compe-se de ramei "igual, semelhante, como": ramei como le, igual, semelhante a le (em tamanho, qualidade, etc.); aip ramei como aquilo, daquela maneira. O mesmo significa nttngara: k mmgara como isto, porang mmgar-eyma belo sem igual; o-mendar o mmgara desta maneira; r-es: casou-se com uma igual a le; nd' mmgar-i: no tem igual. Com o gerndio, b-ramei, mmgara, etc. equivalem a "como se": gi-ie-byr-eym-a b-ramei, %e sy %e r-apir-pir-: como se eu no voltasse, minha me me chorava.
438. Xe maraar-amo, xc r-esarai mba sn. Mba-pe ere-r-ap e-in-a1' Xe gyrapar-ama a-r-apar gi-t-ek-bo. Nd' a-s-r nde r-ar-mo. A-iur nde r-ePi-pot. Xe anama o;...mangarini--1ne, o-iabab-eyrn-a. Ix gi-man-potar-eym-a, a-iabab. Mba r-es-pe ere-iabab c-ik-bo1' T -um k e-iabap-a nhandu ru. N d' a-iabab-i gi-t-ck-bo. A-ker gi-am-a. O-man o-. Mba-pe ere- e-in-a1' A-pir- gi-t-en-a. Xe penga o-s s-obaara r-e-ra-s-bo. A s-e-ra-s-bo. J s-e-ra-sbo. A-pe gi-xyk-a, a-man-ne. S-oby ybaka. Nhfi s-oby. S-oby paran ab. Mba r-es-pe1' Ik-bae r-es: moroby nh-te nd' and 1nos-ka-i, - b-rame ix-bo. A-ur nde pytyb-1no. Mba-pe ere-s-epak e-ik-bo1' Gizriba b-rame i.1:-bo. Um-pe? O-abab um, rame-b. Ere-man ser-l, xe sy g. O-e-kuab-pe as anga1' N d' o-ie-kuab-i. l11ar-namo-Pe? O et-eym-amo. Ere--mo-ap xe r-uuba: a--ap-ok-ne.
439,
acender: mo-ndyk apagar: m(b)o-geb, apagar: geb, intr. tr. rir: puk deitar-se: nhe-nong recolher: ey-nhang
(s)
cu.t{~u lJ~lUl'lAl'nnjO soprar: pezu zombar: mo-aru, tr. falar mal de: zuni-ar (xe) [es] espalhar: mo-sz apanhar: po - quebrando o talo: mo-ndok debulhar: yky (l) despertar: mO-l1'lbak talo: Gzuru-py vagem: op (s) verde, novo: kyra maduro: tininga logo: koritei por si: nh-te
1/3
440. Que ests fazendo? Estou desentortanto minhas flechas (fut.). Teu irmo que est fazendo? Est dormindo. Onde est dormindo? Queres que o desperte? No. Deixa-o estar dormindo. Quase que morreu de cansado, e deitou-se querendo dormir. Agora, que ests comendo? Estou bebendo leite. Que outra cousa ests fazendo? Vim para te ajudar a acender o fogo. O fogo apagou. Eia, !pois, acende-o. Quem o apagou? Parece-me que ningum: apagou por si mesmo. No: eu o soprei e apaguei. Que ests fazendo a parado? Estou esperando o meu av. Por que esto rindo aqules homens? Esto zombando de ns. Guardem-se de falar de mim (V LB 284). Por que no foste ontem roa? Ontem estava doente. Por que no vieste visitar-me com teu cunhado? Eu estava apanhando jaboticaba. Jaboticaba no tem talo? Tem [talo]. Que outra cousa apanhaste? Estive apanhando vagens de feijo. Esto verdes, ou j esto cheias? J esto maduras. Traze-as para que as debulhemos. J as debulhei com meu cunhado, e j espalhei os gros no cho. Recolhe-os logo: vai chover de tarde. Dizes, como se eu no soubesse ... BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA
85-90; 145-153;
29v; 56-57v; FIGUEIRA 155; 158-164; MONTOYA 24-25; RESTIVO CAETANO 31-35; ADAM 58-65; L. BARBOSA, Tradues 31-32.
LIO 28.a
NOMES PRPRIOS
Antropnimos
441.
Apenas nascida urna criana, o pai lhe dava um nome, ouvindo para isso o conselho da tribo.
Aos homens davam-se, amide, nomes de animais f~rozes; s mulheres, nomes de pssaros, peixes ou frutas. :Mas no era norma rigorosa: para ambos os sexos se escolhiam nomes de antepassados, e sobretudo alcunhas, tiradas de defeitos ou particularidades da criana. N ornes de homens N ornes de mulheres
442. Cada inimigo que matassem, em batalha ou pnslOneiro, os ndios tornavam novo nome, prpria escolha.
Tambm os que ajudassem a matar ou a capturar em guerra. Condio principal: quebrar a cabea do inimigo. Assim, tomavam nome, mesmo quando quebravam a cabea de algum contrrio que desenterrassem ao se apossarem de aldeia inimiga. A mulher s adquiria novo nome, se o marido matasse algum escravo.
Etnnimos
443.
Tanto corno nas lnguas indo-europias, em tupi os nomes de povos e tribos tm origem muito remota e mostram-se por vzes indecifrveis. Eis alguns:
karaiba: branco; europeu; estrangeiro; portugus per: portugus (alcunha) maira: branco, estrangeiro; francs; ingls atur2{tuba: francs, ingls (alcunha) 1nboaba: portugus (alcunha) kasiana: castelhano
No tupi primitivo, tanto maira como karaiba aplicam-se a sres mais ou menos sobrenaturais. Maira (seguido ou no de eptetos, como Mon, At, Sum) designa vrios deuses da mitologia tupi. THEVET, Cosmographie Universelle 914, traduz por "transformador". Est ligado a uma noo de divindade portentosa, ao passo que karaiba qualifica os taumaturgos humanos. M aira e karaiba foram os nomes com que vieram a designar os estranhos e poderosos brancos aportados ao Brasil. Fenmeno geral entre os primitivos sse de sobrenaturalizar o estrangeiro, sobretudo se mais civilizado. Posteriormente, maira (ou mair nos autores franceses) ficou reservado aos franceses, enquanto karaiba se generalizava em duas direes: 1) branco, europeu; portugus; 2) santo, batizado, bento, cristo. tambm apdos: aiuruiuba, usado no Auto de S. Loureno e no de "francs", mas que MARCGRAVE afirma aplicar-se tambm ao "ingls" e em geral ao estrangeiro de cabelos ruivos (aiuru-iuba "papagaio amarelo"). Apdo tamb~m per "portugus", generalizao do antropnimo "Pero", popular na poca. Tal como no Mxico certos ndios chamam a todos os brancos homens "Jos" e mulheres "Maria". Explica-se assim por que os tamoios, aliados dos franceses, chamavam a stes maira (nome de respeito) e aos inimigos portuguses per (alcunha); ao passo que os temimins chamavam aos portuguses, seus aliados, karaiba (nome de respeito) e aos adversrios franceses aiuruiuba (alcunha). Mais tarde, com o despertar do nacionalismo, surgiria outra alcunha para o portugus: mboaba "mo peluda".
VLB no sentido
Corriam
Kasiana
adaptao
tupi de "castelhano"
(S.
Lour.
860-863).
Topnimo:s
Os topnimos e outros nomes geogrficos tUplS tem a mais variada procedncia: particularidades do lugar,
444.
~~
"r' . ~I;;.
-176
L.t.l\1U;:'jj
.t\.IG:lU;:,.t\.
. ..----"
.fauna ou flora locais, fatos acontecidos na regio, cousas ali encontradas, etc.:
Yguasu: rio grande (Rio da Prata; Rio Doce) P araupaba: rio das lagoas (apsto) (em S. Paulo) lurumiri: bca estreita (Rio dos Patos) I takuatiara: pedra escrita, pintada (Ilha da Canania) Nhauuma: barro (Ilha de Vitria) Akaray: rio, mar ou gua dos cars (na baa do Rio) Rerityba: jazida de ostras (aldeia no Esprito Santo
Era comum um nome geogTfico estender-se para denominar outro: p. ex., o nome do rio passar para a aldeia constru da ao lado. E vice-versa. De tantos em tantos anos costumavam os ndios transferir as aldeias, com todo o material. Mas conservavam sempre os mesmos nomes.
445. NOTA. - Nem sempre o conhecimento da lngua bastar para" explicar o sentido" de todos os nomes geogrficos de origem tupi. Muitos dles foram adulterados pelos brancos. Outros, antigos, os mesmos ndios j no os sabiam decompor. Antes de qualquer explicao - ainda que esta nalgum caso parea bvia - convm investigar quais as variantes populares e, principalmente, sob que formas aparece o nome nos mais antigos documentos. Note-se a pouca variedade silbica do tupi, que possibilita vrias decomposies para a mesma palavra. Assim Y panema poderia ser dividida de duas maneiras: y-panema "gua (rio ou mar) estril" ou yp' -nema "lagoa fedorenta". O estudo filolgico s ter valor, se aliado a uma simultnea pesquisa histrica e geogrfica. ~ Sirva a observao de acautelar, no de esmorecer os curiosos, sfregos de "etimologias ". Pois o mais exmio latinista, s com os seus conhecimentos filolgicos, no saberia dar razo de numerosos topnimos latinos, nem de muitos outros, romnicos, de origem latina.
VOCATIVO
446. Diz-se estar no vocativo o nome com que chamamos a ateno de outrem. 447.
Se paroxtono, perde a ltima vogal. A consoante final, sendo r ou b) pode mudar-se para t ou p, respectivamente:
CORSO DE TUPIAN'TrGO
177 .
:t"er-ayr ou xe r-ayt: meu filho or r-ub ou or r-up: nDSSO pai ltayb ou ltayb: Itajiba morubixab ou morubixap: chefe
Os nomes de parentesco e semelhantes levam sempre 449. possessivo. Excetuam-se certos vocativos de carinho, como:
pai: papai, senhor; a: mame; pi, pi-i: filho, filhinho; ai, tapi: mano (h.); p, gaplra: mana (h.); ai, tapi, tang: mano kyi, kynai, na, pe, guapira, to: mana (m.); it, tit, (m.); guat: sobrinha (h.); ta, xe (h. e m.) : senhor; taup, mi (h.); tap (m.): senhora
450. NOTA. - Os ndios chamavam de preferncia de relao social; raramente pelo nome prprio. pelo nome de parentesco ou
EXERCCIOS 451.
[su]: descarregar asuk: intr.: banhar-se pytyb: tr.-rel., indir. de c. no infin. (reg. ou no de es) ou no ger.: ajudar pu-rn'im, a-pu-1nim: afundar nh'-a-pu-1nim: afogar-se, afundar-se Karaguatagasu, Ybyrapitanga:
ns. prs. 452.
no-sem: tr.-rel.
ygar-upaba: ancDradouro (yg- ) puku: remar (yg-) puku-tara: remeiro yg-puku-taba: remo kuab apuan: correr veloz korom: logo mais epy (s): aguar eky (s): puxar
Pi! M ar, pai? E-s-epy xe r-e-mi-tY111a.A -asuk g-t-ek-bo. A-pe nde, Karaguataguasu? A-nhe-nong gi-t-up-a. Ybyrapitang g! M ar? E-s-epy xe r-e-mi-tyma. T' a-s-epy korom. N d'
1/8
Lb:MUS--EARFOS:A
erc-i-am xc 1nba! Xc r-ub ! Mba, xc r-ayt? Kurum1o-nh'-a-pu-mim" o-bur-eym-a. N e1ygara r-ekyia, t' ere--pysyr-ne. N da xe puku. M ar? N d' a-pukui-kuab-i. E-s-eni yg-puku-tara, xup yg-pukui-taba meeng-a. Ta, ma1n-pe ere-s-dar xe ygara? A-i-pu-mim ygar-upaba su, t' o-s-epiak um t-obaiara-ne. A-pe nde ygara mam-pe s-en-i (est)? A-s-ekyi yby-pe. X e pytyb peep y-pe s-e-ityk-a (lan-Ia). Pe-no-sem pe mba xu t' o-kab apuan-gatu. E-nheeng-poir, e- koyt! O-nhe-pu-mim ygara!!!
Batalha naval
(STADEN)
453 ilha: y-pau terra (de origem): aupaba caminho: p) p'iara (n.252) irm mais moa (da m.): pykyyra tomar novo nome: 'ie-er-ok mudar para: sem [-pe] cabo: apo terra (residncia,: batalha: mar-t-ek6 chamar-se: er (s)
t'fta1>1U
~t)
(xe)
454. Aonde foste, meu filho? Fui guerra. Onde foi a batalha (pass.)? (Foi) em Itacuatiara. Mataste algum inimigo? :sim. Matei um. E tu? Eu no fui guerra. Qual era o nome do inimigo? Maracaj aguau. E no tomaste novo nome? Sim. Tomei. Qual o teu nome? Caramuru. Belo nome. - De onde vens, mano? Venho de Sapopema. Por onde passaste? Passei por Piraguau. l. A quem viste em PiraOnde o caminho de Piragua,u? guau? Vi o Pindobuu e o Cururupeba. [Como se chama] (qual o nome d) aquela cidade? Acara. E qual o nome daquela ilha e daquele cabo? O nome da ilha Ipauguau. O nome do cabo no sei. - Qual o nome de tua terra (de origem)? Itapemirim. E o teu lugar de residncia? Reritiba. Como se chama aqule morro? Tinhar. - Quem nasceu em Aiuruoca? Eu (bi), [mas] mudei-me de l para Piratininga. - Como se chama a irm mais moa de Guarapiranga? Piracanjuba. E o irmo dela? Patim. Onde mora le? [verta-se; onde a sua residncia?l Em Nhauma. BIBLIOGRAFIA
Antropnimos Etnnimos 207-276. STADEN CRONISTAS,
149-151; passim;
CRONISTAS) CARDIM
CAETANO,
Notas 13;
Topnimos - CRONISTAS passim; SAMPAIO, V ocativo - ANCHIETA 9-9v; FIGUEIRA 9; DALL'IGNA, Anftlise 68.
MONTOYA
2-3;
RESTIVO
LIO 29.a
VERBO "DIZER"
455 .
E' irregular:
NEGAT.:
a-, er-, e-" ia-, oro-, pe-i-, e-: digo, dizes, etc. nd' a--i, nd' er--i, nd' e-,' nd' ia--i, nd' oro--, nda pe-i--i, nd' e-: no digo, no dizes, etc. PERMIS.: t' a-, t' er-, t' e-,' t' a-, t' oro-, ta pe-i-, t' e: diga, etc. NEGAT. : t' a- um, t' er- um , t' e- um, etc.
INDICAT.: IMPERAT. : INFIN.: : NEGAT. :
er-" pe-i-: dize; dizei er- um " pe-i- um: no digas; no digais dizer
-eym-a: no dizer GER.: gui-i--bo, 6-i--bo, o---bo " a---bo, oro---bo, pe---bo, o-~bo: dizendo eu, tu, le, etc. NEGAT.: gui--eym-a, e--eYl1t-a, o--eym-a,' a--e~vm-a, oro--eym-a, pe---eym-a, o--eY1J1-a: o dizendo eu, tu, le, etc. n
NEGAT. :
456.
Embora se conjugue como verbo intransitivo - sem pronome objetivo da 3.a p. - exige sempre, antes do sujeito, o obieto direto ou pelo menos o demonstrativo aiP "isso", "aquilo", "o":
aiP e- nde-be: isso te diz le; ap t' a-: di-lo-ei pois; a-s, er-: dizes que vais (lit.: vou, dizes tu) ; a-uk-pe k, a-: mat-Io-ei, disse (deliberei) ; ap nd' a--kuab-i: no sei que le diga (dissesse) isso; ere-man-ne, a-: digo que morrers; ere-man, a-ne: direi que morreste; aP nd' a-- ou mesmo nd' aP nd' a--: no o digo
181
Idiotismos
457. Ao referir um perodo longo, repete-se e- (diz, dizem, disse, disseram) aps cada frase de sentido completo:
e--nlOndeb itangapenza s-uru-pe, e-i; nd' ere-i-potar-i-p' i ,'re r-uba r-e-1ni-1Jlotara r-upi xe r-e?, e- (AR, 76): enfia a
espada na sua bainha (disse); no queres que eu morra. segundo a vontade de meu pai? (disse)
pc-t-unz xe r-apir-11zo, e-; pee a-et pe-e-apir, e-; pe 1nembyra-te pe-s-apir, c- (AR. 88) : no me choreis (disse) ; cho-
pab vras (disse); vs mesmos ouvistes as suas ms palavras (disse) . Que vos parece? (disse). Que diz a vossa opinio? (disse, rasgando as suas vestes, enfurecendo-se)
Quem transmite um recado, repete ao destin3-1:rio a frase tal corno a ouviu, juntando apenas: e- nde-be "diz-te Fulano" :
Itajib diz a Tinguau: "Dize a Caramuru que no venha": T'o-ur u1n Kara11luru-ne - er- i :r.uP (lit.: No venha Caramuru - dize-lhe) Tinguau diz a Caramuru: "Itajib te manda dizer que no vs": T' o-ur unz Karamuru-ne - e-i nde-be Itaiyb, _ er- xup (lit.: No venha Cann;uru, diz-te Itajib, dize-lhe)
dos outros,
no ouvi meu pai dizer que o chamasse: xc r-en fept!, xc r-uba -ag-era, nd' a-s-endub-i (lit.: chama-me, dito de meu pai, no o ouvi)
458. O verbo pode indicar a inteno ou o motivo, sobretudo no gerndio. Explicando-se, p. ex., a urna pessoa o perigo de ir a tal lugar, ela responde:
ap gui-i--bo, dizendo, irei) a-s-ne: por isso mesmo que irei (lit.:
ISSO
Neste sentido o gerndio nega-se com nda e rll (n. 184) e no com eY111,-a:
nda ap e-i--bo ru, aiP er-: no o disseste teno (lito: no dizendo isso, o disseste) com essa in-
459.
errada-
o-s ip, a- aub-n' i ix (VLB 171) : cuidei que le tivesse ido; nda xe r-epiak-i x--ne, e---b' aup-a) ere-s-en: supondo erradamente que le no te veria, chamaste-o
V. ainda no 572.
rI
CURSO DE"TpIANTGO
183
Verbo
"dizer", auxiliar
a outro verbo no gerndio
s-epiak-a:
a~ s-epzak-a: eu o vejo er- s-epzak-a: tu o vs e-i s-epzak-a: le o v a- nde r-epzak-a: eu nd' a--z s-ausup-a: no o te amaremos; nda pe---i wm xe r-es pe-zase-bo:
v-Io
za- ou oro- s-epzak-a: ns o vemos pe-i- s-epzak-a: vs o vdes e-i s-epak-a: les o vem
te vejo; nd' er--i s-epak-a: tu no o vs; amo; nd' ia-- x- nde r-ausup-a-ne: no or r-ausup-a: vs no nos amais; pe-z- no choreis por mim
Usa-se essa perfrase, em geral, para exprimir as decises do momento; prefere-se ento no permIssIvO:
a- gi-x-bo
461.
v eu
Corno auxiliar, junta-se tambm a outras partculas e palavras, formando locues que levam o verbo ao gerndio:
katu: poder,
a- katu: posso er- katu: podes e-i ou o- katu: pode
saber
za- ou oro- katu: podemos pe-- ou melhor pe- katu: pocieis e-i ou o- katu: podem
a.- katu gi-:c-bo: eu posso ir; er- katu e-k: podes dormir; o- ou e- katu o-yg-pukuz-a: ele pode ou sabe remar; e-i katu nde r-uba iuk-bo: le pode matar teu pai; nd' oro-- oro-e-by: no podemos voltar; nda pe-- x t-obaam uk-bo-ne: no podereis ma-
tar os inimigos
184
462.
significa
a- katu ebouinga r-es: sei fazer isso; er- katu s-es: sabes faz-Io; nd' e- katu mba r-es: le no sabe fazer nada
Outras partculas:
463.
oro- byter 11lo-nhang-a: ainda o estamos fazendo; e-i b)lter pysyk-a: continuou segurando-o; a- bytqr aP gui-i--bo: ainda o digo; nd' er-i byter-i-pe e-iup-a?: no continuas deitado?; e- byter-i ahe xe amotar-eYl11,-a (VLB 339): le continua a me odiar; e- byter le continua doente o-mba-asy-ramo:
ainda, continuar
i kuap-a-ne
(VLB
403):
i: ainda, continuar
a- i s-epiak-a:
dormindo
(e, p. ex.,
no te teriam desprezado)
te:
(com
Vo
nego) :
nd' a--i te gui-ie-by: por isso mesmo voltei; nd' e- te o-man-mo: por isso mesmo morreu; nd' e- te o poxy-eym-amo, o angaturam-et-ramo (AR. 137): por isso mesmo ela foi bela, santssima
185
mente
pe-i- tenh pe-abap-a: fugistes toa, sem necessidade; e- tenh o-pyt-bo: ficou em vo; a- tenh nde nup-1'Iw-ne (VLB 382) : toa te baterei; er- tenh :re r-ausup-a: debalde me amas; oro- tenh oro---bo: dissemo-Ia toa; de mentira; t' e-i tenh u1n o-nheeng-a (V LB 254) : guarde-se le de falar toa; t' e-i tenh 1l11lahii aP o---bo (ib. 306) : guarde-se de dizer isso toa, de gracej o; e-i tenh ip o---bo: le disse isso por caoada
465.
acabar de fazer
i mo-nhang-a
a- uman-i gi-gat-bo: levo tempo para andar; e-i ymuan-i (VLB 347): no acaba nunca de o fazer
seja o
i mo-nhang-eym-a
Para ANcIHETA, quando u;n dos verbos negativo, o sentido algo diverso: "no acabar de comear". Cpr.: a- uman- mba g--bo (ANCHo 57v) : detenho-me muito em comer nd' a--t 1I.man- mba gu--bo ou a- lIman-i mba -eJ'm-a (ibo): ainda no acabo de comear a comer
466
ranh:
(com v. afirm.):
primeiro, adiante
467.
(ranh
vai no fim)
Cpr. nd) o-ur-i ranh: no veio ainda;! nda s-ar-i abati ranh: o milho ainda no tem espiga
186
LEMOS
BARBOSA
nd' a--i nde r-epiak-a ranh: ainda no o vi; nd' a-- uman-i mba gu--bo ranh (ANCH. 56v): ainda no acabei de comear a comer; nda pe---p pe maenduar-amo ranh1': ainda no vos lembrais?; nd' e- o-iyp-a ranh: ainda no est assado; nd' e- o ck-rama r-upi o-ik-bo ranh yb: a fruta ainda no est como deve (lit.: segundo o seu futuro ser) ; nd' er--i kuap-a ranh-pe?: ainda no o conheces?; nd' e- nde pysyk-a ranh-pe gur: ainda no te prenderam?
468.
Nas respostas,
e mesmo
ranh:
ainda no o conheces?: nd' er--i kuap-a ranh?,o ainda no: nd' a-- kuap-a ranh ou nd' a--i ranh ou nd' a--i kuap-a ou nd' a--i ou aan ranh
469.
Com ranh, o verbo pode deixar de ir ao gerndio: no est ainda deitado: na' e- o-Hp-a ranh ou na' e- o-ub ranh; ainda no vos lembrais?: nda pe--i-pe pe maenduar-amo ranh'! ou
nda pe--i-pe pe-maenduar ranh'! Ranh,
470.
claro ou subentendido, d fra!;e, amide, o sentido de "ser cedo", "ser muito cedo": t' ia-s-ne. N d' e- ang-i: vamos! muito cedo; N d' e- ara (VLB 148): ainda r.esta grande parte do dia. ainda -cedo.
ten a-, er-, e-, etc.: estou firme, ests firme, est firme, etc. ten nd' a--i, nd' er--i, etc.: no estou firme, etc.; ten a--mo- (ou a-i-mo-ten) : eu o firmo, encaixo, etc.
tek:
quebrar-se
estalando,
estalar
r
j
187
mng) nmg-nmg:
tatejar"
a- nh ou
g'J!11~ a-:
sa .s pressas, voando
Verbo
472.
impessoal
Os documentos tupis no no atestam, mas por analogh com o guarani conclumos que o verbo devia ter tambm a funo impessoal de "fazer":
,
li
roy e-: faz frio (efr. MONT.) Voe. 286); asy e-i: faz lua ou luar (id., Tes. 185); pirya' e-i: faz calor oustior (id., Voe. 130); aman' e- ou amand-y e-: chove (ib. 355) ; am' -pytun' e-: est nublado (ib. 389); y t-ypyak' e-: congelou-se a gua (ib. 435); t-ypyak' e- kamby: coalhou-se o leite (ib.); pytu-y e-: faz ou deita vapor (id., Tes. 301vj295v)
I I
i
188
~
.1
474. Tinguau diz a Akangat: Akangat, e-k iakar y-pe, o-man xe sy, er- Abatiuna suP. Akangat diz a Abatina :O-nwn xe sy, e-i nde-bo TIguasu, er- xup. T o-i-kuab, g{i,i-i--bo, a- xup. A-s-epak ip xe r-ayra-ne, o-i--bo, Abatiuna kes Auruok-pe x- (foi). AiP .t"e nd' a-i-kuab-i. O-s ip, oro-i--bo, nd' oro-s-ekar-i. Xe iuk-ne, pe-i--bo, nda pe-ker-i. Nd' e-i o-pak-a ranh, gui-i--bo, nd' a-s-eni. kuap-a ranh. N d' e-i o-man-111,O ranh-pe t-obaiara? N d' a- katu- N d' a- katu-i gui-x-bo ranh-pe? N d' e-i ranh. X e r-t~b gt1! oro- katu-pe paran-me ytap-a? N da pe- katu-i. Mba-pe e- nhand-be? Nda pe- katj;,,'-i,e-i. N d' .oro- katu-i oro-k-pe? Aan-i. Mba-pe e-? Aan-i, e-i. M.ba e-i--bo-pe, aan-i er-? T o-man un1,-ne, gui---bo, aan-i a-. N da aiP e---bo ru, aan-i er- or-bo. Mba-te-pe gi-i--bo, aan-i a- pec-1no? Ere-nhe-nong e-up-a? Ec. A-nhe-nong gui-t-up-a.
aub
475.
477.
478.
cuido ir;
mba
kuap-ara
1no-anga:
sbio tido
como tal
CU:RSD DE TPI
ANffGO
189
mo-ang-aub:
a-s-mo-ang-aub: finjo que vou; o-s ip re mo-ang-aup-a, a-: eu disse isso, pensando erradamente que tivesses ido
479. Posso dormir? Sim. Podes dormir. Que me disse le? Disse-te que sim, que podes dormir. Podes vir tu tambm comigo? Posso. Vem, pois, comigo. Ainda no vou. Por que, pois, disseste que vinhas? Disse que ia, supondo erradamente que pudesse ir. Agora ainda no podes vir? J vou. Finges que no queres vir ... Traze tambm o teu amigo. Lev-Io-ei e deix-Io-ei a. Abatina ainda continua doente? No. le est s deitado. Est fingindo que dorme. Ainda no se levantou? Levantou-se dormindo. Por que se levantou dormindo? N em bem se tinha deitado ... - A ona fingiu que morreu. - No finjas que no me ests vendo. - No finjas que no sabes fazer isso. - No digas que no fingiste que no me vias. ~ Com que inteno fingiste que estavas dormindo? BIBLIOGRAFIA
Verbo "dizer" - ANCHIETA 54-57; FIGUEIRA 54-56; 159-163; MONTOYA 55-59; RESTIVO 122-133; CAETANO 40; 78-79; ADAM 72-74; L. BARBOSA, O Vocabulj'io 17-18. Modismos onomatopicos - guym: VLB 120; 302; ning: VLB 273; tak: 204; tek: RESTIVO 126; ten: ANCHIETA 57; VLB 118, 204; 238; MONTOYA 58-59; ID. Tesoro 378v/372v; RESTNO 126; tyk: ANCHIETA 57; VLB 264; 304; 395; 417; MONTOYA 390/384. ANCHIETA 35; FIGUEIRA 138-139; VLB 291; 237; 382; 414; aub passim.
VLB
De verbos intransitivos ou intransitivados, de substantivos, adjetivos, partculas, etc., formam-se, com o auxlio dos prefixos mo- e ro-) muitos verbos transitivos. H freqentes metaplasmos (n. 28).
1\;1 (b)
481.
usadssimo:
s, ir: mo-nd: mandar, tocar sok, quebrar-se: mo-ndok, quebrar ie-byr, voltar: mo-ie-byr, fazer voltar, devolver maenduar, lembrar-se: mo-maenduar, fazer lembrar-se ker, dormir: mo-nger, fazer dormir geb, apagar-se: mo-geb, apagar endy, aceso: mo-endy, acender, iluminar sem, sair: mo-sem" tocar, despedir pak, acordar: mo-mbak, despertar ab, homem: mo-ab, fazer ser ou ter filho ayra, filho: mo-ayr, fazer ser ou ter filho ram-bera, suf. pass.-fut.: mo-ram-buer, frustrar et, muito, etc. (n. 171) : mo-et, honrar, engrandecer, estimar ie-iuk, matar-se: mo-~e-uk, fazer matar-se io-iab, igualarem-se: 111O-o-ab, fazer igualarem-se por-ausub, amar: mo-por-ausub, fazer amar (gente) mba-kuab, saber (as cousas) : mo-mba-kuab, fazer saber (as
cousas) 482.
Antes de verbos intransitivos ativos, pode-se sempre verter por "fazer"; antes de intransitivos neutros, mais adequado um transitivo:
TUPIA]'t'fIGO
mo-syk: fazer chegar mo-e-byr: fazer voltar mo-akub: esquentar 'mo-mbab: acabar, destruir
191
483. Prefixa-se tambm a substantivos modificados por complementos atributivos: ~ -iuba~ cabelo louro ab ab
J -uba:
J -ub:
a--mo-J
homem de cabelo louro (n. 344) o hom-em tem o cabelo louro -u b ab: fiz o homem ter cabelo louro
pir-kae:
peixe moqueado
pir ou a--111,O-pirmo-ka:
a--111o-pir-ka ou a--mo-ka
moqueeI o peIxe
'484. Entre o prefixo agente e o prefixo II!O- ou mbo-, em geral vem o pronome oblquo da 3.a p. i) mas no de rigor: a-i-mo-sem ou a-mo-sem. No tupi de So Vicente menos usado. No guarani no se usa.
485. Mbo- O mesmo que mo-~ mas menos empregado. No dialeto tupi, ocorre especialmente antes de monosslabos e sons oraIS:
mbo-ur: fazer vir, mbo-: pintar de preto).
ensinar;
(mas mo-in:
pr, mo-un:
No ocasiona metaplasmos: cpr. mo-mbab e mbo-pab, etc. (n. 28, obs. 3).
Os verbos intransitivos de pronomes pacientes podem tomar o reflexivo ie-~ e, novamente, o prefixo JnO-:
486.
akub: ser quente a-e-mo-akub: esquento-me a-ie-111o-pi'-roy : a--111o-akub: esquento-o a--111o-e-111o-akub: fao-o
es-
quentar-se refresquei-me
a--mo-e-111o-piJ
frescar-se
li
192
LEMOS
BARBOSA
487. Antes de mo-, pode vir a partcula poro-: ensino (gente) a-poro-mbo-: a-poro-mo-ie-mo-pi' -roy: fao com que se refresquem
Irregulares
488. mo-y
A -ytar (n. 301) transitivo, mas admite o prefixo sem alterao de sentido:
a--mo-ytar:
farto-o
490. O causativo de
trar"
ik "estar" mo-ing "colocar, pr"; de ik "en mo-ing "introduzir"; de iur "vir" mbo-ur "fazer vir"; de atyr "arranjado, enfeitado" ma-ngatyr "arranjar, enfeitar", etc. l'vfan "morrer" no admite o prefixo 1110-.
491. Repetido mo- antes de mo-sem "fazer sair, tocar para fora", forma-se mo-ma-sem "acossar, correr atrs de".
492. Em alguns verbos de prefixo mo-) o segundo elemento na fase histrica da lngua j no tinha uso em separado, tornando-se difcil conhecer o seu sentido pr-
pno:
mo-nhang
kaui: cauim
---.".,....~~~~=>="""""'~rC'f'UITR)CS'7\O'"l)E TUPI ANTIGO blha (da pele); empolado piru-pera: calo; caloso mO-'J'nbeb: esmagar nhe-mo-mbeb: esmagar-se, agachar-se i ou iab: igual, do tamanho de o-io-iab: iguais; igualmente ar-bo: encima
piru: endy (t) (xe): i' -at-py: fazer as' -as em a (t) at-tinga (t):
193
fumegar
b-nh, b-no: tornar a ik: eis que, aqui, agora, j
de
(vis. )
494. O-nhe-mo-pytun. asy-t-at s-endy ybak-pe. asy i-ne karasy. Aan. N d' o-o-ab-i. - Ybytu o--mo-y-roysang, kuarasy O--l1w-aku' b-nh. - Xe uru kane .xe r-as-r-asem-amo. O--moX e 11w-apys-kane nde r-ase-kane .xe apys nde r-as-r-asnna. -r-asel1za. - A-i-mbo-ar t-at. E--mo-endy t-at ta s-at-ting um-ne. Mba r-es-pe nd' [re-i-11zo-endy- nde a-ne? T-at e- byter og-endy-ramo. N d' er--i t-at mo-endy--bo .xe ini g11yr-pe ranh-pe? N d' a--i. Nd' a--i xe syl?-a. - Ybytu t-at O--11zo-gebik. E-'-at-py b-nh. - Mba r-es-pe ere--peiu t-at? T o-geb u1n-ne, gi---bo, a--peu. T-at o-poro-ap~y. - Xe r-amyia o--mo-mbeb t-obaara akanga, iuk-bo. - Paka o-nhe-mn ybyr gyr-pe, o-nhe-mo-mbep-a. - A-i-mo-nhe-mn .xe r-aiyra. - Na nde iab-i i.x. O-io-iab and. Oro-o-ausub o-o-ab. Ta pe-nho-mo-io-ab-ne. _ E--mo-ing-katu .xe ini t-at ar-bo. - Y g-puku-taba .xe mo-p-piru o-ik-bo. I:c ab .xe p piru-puer' -n' ik.
495.
pedao: asyk-era bocado: iuru acompanhamento: tyra, s--bae fome: ambyasy sde: -seia ter sde: -sei (xe) querer comer ou beber: -sei, tr. querer comer: karu-se, intr. arrancar (rebentando) : nw-ndorok engordar: mo-ng'yr, tr. suor: yaa (t) suar: ya (t) (xe)
responder: farto: a-pysyka moqueado: ka, mo-ka moquear: mo-ka enjoar: mo-ting sujo: ky cru: pyra antigo: Y1,nana, um'i.ana verde (no sco) : ybyra fresco: pysasu - [carne, fruta, etc. J : ybyra no h: nd' i por-i
194
LEMOS
BARBDSA
496. S --bae "acompanhamento", "condimento" que torna mais gostoso um alimento, p. ex., do po: peixe, carne. T}lra" companh<eiro ": xe tyra ah: meu companheiro; xe t}lr: tenho companheiros. Aplicado a comidas, significa tanto o alimento principal como o acompanhamento: Kaaob}l o--meeng Pir ix-be; end kO}lr e--meeng ix-be tyr-ama; Caobi me deu peixe; tu agora d-me o acompanhamento (po, farinha, etc.); u t3!Y-eyma r-es a-karu: como (s) farinha, sem acompanhamento (peixe. carne).
[me) emagrecer, cansei-me muito, arrancando mato. O sol me fez suar. Assim eu [me) emagrecerei logo. - Queres beber gua? No. No tenho sde. Tenho fome. Eu quero comer. Para que (n. 198) queres comer? Para [me] engordar, e para me tornar forte. Que queres comer? Queres carne crua? Quero carne moqueada. Moqueiar-a, pois, para que (n. 198) a comamos. No. Fala com meu irmo e pede-lhe que a moqueie para mim. Por que no a moqueias tu mesmo? Porque no sei fazer isso (n. 462). J falei com le, (mas) le respondeu que no a moqueia. Por que no a quer moquear? Porque a carne est muito nojenta. - Por que no comestes ainda os vossos prisioneiros? Ns os estamos engordando primeiro. Como queres comer a carne dles? Quero q'Je faas a carne moqueada. No posso fazer a carne moqueada: no h lenha sca: o sol secou s as folhas das rvores; a madeira ainda est muito verde. E as frutas, por que no as comes? Ainda no esto maduras. Por que no as apanhas para amadurec-las? Elas esto ainda muito verdes. - Queres mais um pedao ainda? No. Comida eu ainda tenho; agora quero o acompanhamento [dela). Dou-te dois bocados apenas. Tu me fazes (ficar com) [ter J os braos cansados! E tu, queres farinha? No. Estou farto. E maracujs? No. ~les me enjoam. - Vim [para) conversar contigo. - ~le est conversando consigo mesmo. - Quem te sujou a cara? Minha cara no est suja! - Tua casa est velha. Eu a renovarei. Eu tambm era novo e [me) envelheci. 498.
497. Para
mongaru :
dar comer a
de
499.
lise 64-65.
48-49; FIGUEIRA 91-92; MONTOYA 48-49; 39; ADAM 47-48; L. BARBOSA 172; 184;
RESTIVO DALL'IGNA,
59-61 i
An-
Prisioneiros
e consumao
Como 11W-) forma verbos transitivos, mas tem de especial que 1) o sujeito tambm participa da ao do objeto) ou 2) pelo menos, entre o sujeito e o objeto h alguma conexo especial. Exs.: 1) a-ro-e-byr xe r-ayra: fiz meu filho .valtar comigo; trouxe
meu filho 2)
a-ro-ker aoba: durmo com roupa a-ro-man t-ek-katu: morro com virtude a-no-ti .t'e sy: envergonho-me de (com) minha me
11tO-:
a--mo-mbyt ygara: fiz parar a canoa (em que eu no ia) a-ro-pyt ygara: fiz parar a canoa (em que eu ia) ; parei com a canoa a--mo-ing mimbaba: fiz entrarem as criaes (tocando-as) a-ro-ik xe l1iba: recolhi, levei comigo para dentro as minhas causas
501.
N 0- variante de
a-no-sem
ro-)
Irregularidades
502. s: Ir ur: vir a-ra-s: fao-o ir comigo; levo-o a-r-ur: fao-o vir comigo; trago-o
n'lI--"l-iGCJ
"jY7
---....
ild:
estar a-r-ek: fao-o estar comigo; 'tenho-o ub: estar deitado a-r-ub: estou deitado com; deitei-o comigo ro-bar: crer em (no h o simples Mar)
objetivo da 3.a p. antes de 1'0- '::m 110- nos modos e tempos de prefixos agentes. Nas pp. e na Ia. excl. pl., insere-se (g)e-:
a-"o-beb) ere-ro-beb) o-gl/e-ro-beb 7cz.ro-beb) oro-ge-ro-beb) pe-ro-beb) o-ge-ro-beb
504,
~\
ela L2,
xc r-e-r-ur
.505
Ex
formas reflexi \'as e recprocas (e-) nhe-; io.-) J1lzo-) e quando o yerbo leva objeto direto incorporado eu as partculas poro- ou mba (n. 280), introduz-se um e- antes do prefixo 1'0- ou Jl 0-.'
a-z>c-ro-bak: eu me YIreI e;'c-,nba-e-r-ek: tu tens causas
01'0-
as ::\~
(gente) confia-
com o reflexivo
e-, o primeiro
e pode
desa-
~ ..
''c,c,",Cc a-"-Ho-bak
a-'C-Ho-bak
Nos modos de pronomes pacientes (n. 336), o prefixo ro- ou no-) precedido de objeto direto, recebe um e-, que varia desta sorte:
508.
e-ro-kera
dormir com (g.) ; fazer (g.) dormir com dormir com (c.); fazer (c.) dormir com
Ie dormir Ies le 1) :ce r-e-ro-ker-a:dormircom; fazer-te criana dormir dormir faz-Io comigo faz-Ias convoscocom; fazer-medormir criana confazer-noscom les com; a fazer-vosconosco dormir 1) faz-Ios contigo com; dormir dormir f~zer a com com; com; 2) 2) SigO; 2)
nde :ce r-e-ro-ker-a: tu me fazeres dormir contigo; dormires comigo; pa :ce r-e-ro-ker-a: fazer-me o paj dormir consigo; dormir o paj comigo; i:c s-e-ro-ker-a: eu faz-Io dormir comigo; dormir eu com le; pai s-e-ro-ker-a: o paj faz-Io dormir consigo; o paj dormir com le; Pindobusu nd' o-s-ePiak-i paU o e-ro-ker-a: Pindoibuu no viu o paj faz-Io (a Pindolbuu) dormir consigo (com o paj); Pindobuu no viu o paj dormir com Ie (com Pindobuu) ; Pindobusu nd' o-s-epiak-i pa s-e-ro-ker-a: Pindobuu no viu o paj faz-Io (p. ex., a Caobi) dormir consigo (com o paj) ; Pindobuu no viu o paj dormir com Ie (com Caobi)
,
I
CURSO DE TUPI
ANTIGO
1<)9
--.
t.
509.
O gerndio
segue o infinito,
exceto na desinncia.
510. Como mo-) o prefixo 1'0- ou no- no se antepe a verbos transitivos. Se stes, porm, esto na forma reflexiva, ou se levam as partculas poro- oumba ou objeto incorporado, equiparam-se a intransitivos: a-ro-por-ausub xe sy: fiz minha me amar (g.) comigo; oro-e-ro-por-ausub: eu te fiz amar (gente) comigo; o-ge-ro-e-pe: f-Ias separarem-se com le; pe-ro-y- pe r-e-imbaba: fazei as vossas criaes beberem gua convosco; bebei gua com as vossas criaes; ere-ro-ybak-epak-pe mitanga?: fizeste a criana yer o cu contigo?
O prefixo 1'0- ou no- no muito usado com substantivos, culas e mesmo com os verbos de pronome paciente. EXERCCIOS 511. adjetivos, part-
bak: intr. ~}rar (de direo) e-reb: virar-se (rodando) bur: surgir, emergir
ti
[sz]:
ter vergonha
ele
(com o ato) de ro-yr: . detestar ro-e-b')'r: voltar com mo-ing: recolher ro-ik: recolher ro-ar: irruir sbre, arrebatar
ro-gueiyb, ro-iyb: fazer descer 1no-asy: arrepender-se de amotar: tr. querer bem a apyama: inclinado kapiigftara: capivara ka-ys, ka-ys: crca de ramos anama: raa angaiPap-aba: ruindade obak (t): diante de Koema: n. pr. k ara puku-i: para sempre
512. Ybytu o-bak paran su- ybytyra r-cs, ygara r-e-ro-bak-a. Koema o-gc-ro-bak o ek-pera. - N d' oro-ge-r-ek- or r-e-mbi--rama. O-bur kapiigara. - Ab o-ge-ro-bur kunumi r-etakang' apyam. - Ybytu amana o-ge-ra-s. - Xe r-ayr, -puera. t-obaara r-obak e-aseg--bo, xe mo-ti ep-ne. Na nde nh-te ru - e- morubixaba - oP-katu Tupinamb-te k ara pu.ku- o-ge-no-ti nde rayra-ne. - Kunh o-s-eni t-ayra s--e-ro-k. - Taguat (o gavio) inambu o-gue-ro-ar. - M ar-namo-pe nda pe--11iO-ing- or r-e-mbi-ar-era ka-ys-pe? Oro-ge-ro-ik bi ... M am-te-pe s-e-k-u (esto)? O-abab, ix o e-ro-ik rir. N d' o-abab-i. Ogue-
-no-sem gft. N d' o-gue-no-sem-i: o-ie-upir ybyr-pe. E-i-lno-geyb. N d' o-gueiy' -potar-i. E-ie-upir ')'byr-pe t' ere-ro-geiy' -te. E-i-mo-e-reb so, t' ere--11iO-ka ngatu. E-i-mo-ap')'aln! Or r-e-ro-yr-pe eP? N' aan-i. N d' opo-e-ro-yr ang-. Opo-amotar. _ Ere-i-mo-asy-pe nde angaiPap-ag-uera? A-i-nw-asy katu, s-e-ro-yr-mIO', s-e-ro-ie-by' -potar-eym- b. 513.
chegar: guasem apartar: ie-potar passar com: ro-kftab passarem juntos: o-e-ro-kuab _ sucessivos: kftakaar, kiake _ - com: ro-kal?aar, ro-kake
desviar-se do caminho: pi, intr. desviare-se com) : ro-pi dirigir (barco): kok (io) saltar com: ro-por passar ( frente de): pftan
(nho)
tocar em: syk ou byk [es ] aproximar-se: kakar, intr. juntar-se a: ro-byk errar o caminho: opar (s) (xe) acreditar: ro-biar
514. Kakar por si s significa "estar em vsperas de" (p. ex. ir, chegar). 515. Aproxima-se a festa do cauim. Aproxima-se tambm a minha ida. Estamo-nos aproximando da Ilha dos Frades. A canoa j apartou, j tocou em terra. Desembarquemos (e) retiremos os nossos objetos. Absolutamente no. No aqui a Ilha dos Frades. Erramos o caminho. No dirigimos bem as nossas canoas (e) desviamo-Ias (ger.). Isso eu j tinha dito. V s no acreditastes em mim ... - Vistes passar por aqui outras canoas? Elas nos passaram frente. Sim. Elas passaram por aqui com muitos homens. Passaram juntas? No. Passaram sucessivamente. A primeira encalhou (o-ar) na margem do rio . .os homens saltaram com suas causas. Receio por les: os inimigos os mataro e comero. - Fazei que se juntem as outras canoas, para (n. 198) aportarem na marger.1 do rio. Que les desam com as suas cemoas para aquela herdade, Ainda no chegaram. BIBLIGRAFIA
ANCH!ETA
48-49;
ADA:M:
FIGUEIRA
92;
MONTOY A
37<,8; 39;
4748; L.
BARBOSA
RESTlVO
61-63;
CAETANO
LIO 32.a
VERBOS CAUSATIVOS
ukar
516. Posposta aos verbos transitivos, a partcula ukar tem o mesmo valor que o prefixo 1110- com os no transitivos. Em geral supe que o efeito se verifique, e traduz-se por "mandar, fazer, obrigar". A pessoa a quem se manda regida pela preposio sup:
a--p}lsyk: oro-pys)'k:
segurei-o segurei-te
a--p},syk-u,kar: oro-pysyk-ukar:
nd' oro-pys)'k-i: no te seguramos; nd' oro-pysyk-u,kar-i :c--ne: no mandaremos segurarem-te; :ce uk-ukar ep Itaiyba sup: mandaste que Itajiba me matasse; ta :ce iuk-ukar um peieP I tayba sup: no mandeis que L me mate; gttariba ta pe-i-pysyk-ttkar um peeP i:c-be-ne: no me obrigueis a apanhar o macaco; o-iuk-ukar i:c-be: fizeram com que eu o matasse; Po. a emon :ce mo-ing-ukar (V LB 264) : Pero me fz fazer isso 517
permitir":
a-ra-s-ukar uuba: deixei-o levar as frechas; YPOrtt sup mo-kanhem-ukar-e}'1n-a (AR. 237) : no permitindo que o dilvio os destrusse; e-i-poru-ukar i:c-be nde gyrapara: deixa-me usar (empresta-me) teu arco; o 11ie1nbyra Tup, as angaipaba r-es as-be i-nhe-mo-}w-bae, o-i-mo-nhyr, anhanga r-at-pe as mo-nd-ukar-eym-a (AR. 37): (Santa Maria) aplaca o seu filho Deus, agastado conosco
518.
por L;
d uma significao
ere-ie-pysyk-ukar nde r-tiba sup: deixaste-te segurar pelo teu pai; mar o-ik-bo-pe as anhanga su nhe-pysyr, ybak-pe o-e-e-ras-uk? (AR. 40) : como que a gente se livra do demnio, para se fazer levar (= ser levado) para o cu?; nd' ere-e-ausub-ar-i, xe r-es e-e-uk-uk (AR. 316) : no tiveste d de ti mesmo, deixando-te matar por minha causa
nd' o-s-epak-ukar-i:
Ocorre a partcula tambm com verbos transitivados por mo- ou ro-. Se o verbo ao qual se prefixou mo- no ativo, ukar equivaler a "fazer, mandar"; se ativo, Hkar no passar de partcula de realce:
522. NEUTROS
akub (t) (xe):
ser
mo-akub: mo-mbab:
esquentar acabar
mo-akub-ukar:
mandar man-
quente
pab: acabar-~e
esquentar
mo-mbab-ukar:
dar acabar
2lJ3
-1:;
mo-ndyk mo-ie-byr
ou ou
f
suP:
524. mo-tnboi: ameaar kuakub: ocultar mo-e: temperar r-ek-ukar: entregar r-ek-memti:
525.
maltratar
ie-pot-b-t-b: contmuar (muitas vzes) Uubatyba: n. pr. Ubatuba ateyma: preguioso mn) n) am: ptc ser costume erim: absolutamente no
E-i-mo-endy t-at. N d) a-i-mo-<endy-i z--ne: e-i-mo-endy-ukar ze r-ayra suP-ne: ateym-et. - T-at ka o-mo-mbab. Ybytu o-i-mo-mbab-ukar ka t-at sup. N d) ere-i-kuakub-i nde r-e-mbi-ar-uera ... X e r-ykeyra o-i-kuakub-ukar iz-be. N de ab ere-ie-kuakub-pe? X e r-ybyra ze mo-ie-kuakub. - Ere-s-potar-pe or r-e-mbi--rama r-ek? Aan-i: a-s-ekar-ukar um ze r-aiyra suP. - Uubatyba r-e-ro-kak) ((A-iur-ne iz pe r-e-mbi- rama)) - e-<-ukar gtt t-e-mbi-ara suP) s-e-r-ek-uk a rir kunh-et suP. Ab o-gue-ra-s o ok-pe) mo-ie-nong-a inz-me. O-ie-byr kunh) nup)
s-6-r-ek-memu e-pot-b-t-bJ i -nw-mbo-a. - E--11w-e-ukar so nde r-e-mi-r-ek sup. Erim. So nJ amJ ix ndJ a+rno-ee-- K ab o e-mi-r-ek ndJ o-pua epeaba r-es. 526.
nascer (astro): sem resplandecer: endy-puk (t) (xe) dar luz: melnbyr-ar (xe) sentar-se: guapyk alegre: oryba (t) buraco (no cho) : yb}'-kuara
cachoeira: }!t1t fresco: l'oysanga mole: 1nelnbeka enfadado: pieraa enfadonho: poro-111o-pemia onde?; um?J um?J UllZ.:-;;:C?
527. A ona fz a paca esconder-se no buraco. Onde? - A mulher, dando luz, faz o marido deitar-se na rde. - Deitei-me com meu arco. Fiz meu irmo deitar-se com o arco. Fi-Ia beber gua. -- O doente mandou chamar os seus filhos. Mandou que se sentassem. Os filhos no o quiseram. O velho mandou que a me se sentasse com les. - A lua, nascendo no cu, faz a cachoeira resplandeceL O sol, nascendo, nos alegra. - O cauim aquece o nosso corpo. A gua refresca a gente. Tambm o vento refresca. - Fiz as velhas mastigarem (su-su) o cauim. No mandaste tambm as moas mastigarem com elas? - Manda matar o prisioneiro. Ko sei mandar. s muito mole. - O sol amoleceu a resina das rvores. - EstoLl enfadado de te ver! No te enfadas de me enfadar? s enfadonho! Mandai-me fazer alguma causa. - Hoje estou toa (nh-te).
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 49-49v; FIGUEIRA TANO, V ocabu'[rio 550-551; ADAM
64-66;
C.\E-
INCORPORADO
-A:
'H
."
antes do tema do verbo transitivo deve vir sempre o objeto direto. Se substantivo, pode vir noutra parte da orao - e o mais comum -, mas antes do tema deve ficar o pronome objetivo da 3.a p. (i-) s-) 10-) n. 120-122), representando o substantivo:
no vos quero ver matar a meu filho: nd' a-s-epi'-potar-i pee xe r-ayra luk ou nd' a-s-epi'-potar-i xe r-ayra pe iuk
529. A incorporao do substantivo nunca obrigatria. Raramente se d quando um polisslabo ou vem modificado por adjetivo ou complemento.
530. Com a incorporao, o verbo perde os pronomes objetivos. O objeto incorporado, paroxtono, perde a ltima vogal diante de vogal, e a ltima slaba diante de consoante
(n. 16).
531. Os verbos transitivos,
com a incorporao, equiparam-se a intransitivos (n. 381). Mas podem tornar-se novamente transitivos e ter novo objeto direto. Chamemo-Ios verbos r e t r a n si t v a dos.
o pronome objetivo da 3.a p. ser o mesmo que serviria ao substantivo incorporado: i, S, t (n. 236 ss.). lndul?: furar
de possessivo
a-i-kutuk: furo-o; a-na11~bi-kutuk:furo orelhas; a--nambi-kutuk ::cer-e-imbaba: furo as orelhas (da) minha criao; oro-nambi-kutuk: furo-te as orelhas; a-t-es-kutuk: furo olhos (de gente);
206
. L'MOSBARBOSA
a-s-es-kutuk: furo olhos (de animal) ; 01{ furo os seus olhos (dle) ; a-s-es-kutuk xe r-e-imbaba guyr: furo os olhos a meus passarinhos; oro-emb-kutuk: furo-te os lbios; xe-r-emb-kutuk: furou-me os lbios
uPir: erguer
a-s-upir: ergo-o; a-mba-upir: ergo uma causa; a--i:yb-upir 11Wra-bora: ergo os braos ao doente; nde-yb-upir: levantou-te os braos
ok: cortar
a-io-ok: corto-o; a-akang-ok: corto calbeas1 a--akang-ok mboa: corto a cabea (da) cobra; a-s-ap-ok: corto raizes; ou corto as raizes dela; a-s-ap-ok ybyr: corto as raizes da rvore
mo-nhang:
fazer
a-i-mo-nhang: fao-o; a-k-mo-nhang: fao roa; a--k-mo-nhang xe r-uba: fao a roa a (de) meu pai; xe k-1no-nhang: fazem-me a roa; oro-k-mo-nhang: fao-te a roa; nde k-mo-nhang: fazem-te a roa; ou faz-te a roa; a-'-mo-nhang: fao casa; a-ie--mo-nhang ou a-i'-'-mo-nhang: fao casa para mim mesmo; a-s-'-mo-nhang: fao a casa a (de) meu filho; a-p-mo-nhang: fao caminha; a-s-ap-mo-nhang amana: fao o caminho (da) chuva; xe r-a-p-mo-nhang peep: fazei-me o caminho
meeng: dar
a-i-meeng: dou-o; a-k-meeng: dou a roa; a--k-meeng xe r-uba: dei a roa a meu pai; oro-k-meeng: dei-te a roa; a-t-ay'-meeng: dei filhos; a-t-ay' -meeng xe mena: dei filhos a meu marido; xe r-ay' -meeng: deu-me filhos 532.
Repetido o pronome antes do verbo meeng "dar" (e qui de algum mais), o sentido muda. Cpr.:
a-i-i-k-meeng xe r-uba: dei a roa de meu pai (a outro) ; a-i-t-ay' -meeng xe mena: dei os filhos de meu marido (a outro)
CUKSU DE TUPI
ANTIGU
207
~-"
533.
a analtica:
a--kutuk xe r-e-imbaba nambi,o a--monhang xe r-uba k " a--kutuk xe r-e-imbaba gu}w r-es,' o--kutuk xe r-es. Etc.
537. No se incorporam determinativos (numerais, demonstrativos, etc.): passei ste rio: a-s-asab k y ou mesmo k a-y-asab passei dois rios: a-s-asab y 11toki ou mesmo a-y-asab 1110ki
O verbo, intransitivado, torna-se novamente transitivo com mo- (n. 480): a-y-: bebi gua: /
538 a--mbo-y-: fi-Io beber gua; a-i-mbo-y- xe membyra: fiz meu filho beber gua; a-mit' -l1~bo-y-: fiz a criana beber gua; xe mbo-y-: fz-me beber gua
Quando o objeto modificado por um possessivo (em portugus) da mesma pessoa que o sujeito, pode-se incorporar o objeto, precedido de reflexivo e- (nhe- antes de nasal) :
539.
a-nhe-elnb-s%l: mordo-me os (meus) lbios; t-obaiara o-e-ygar-ok: os inimigos a,bandonaram as suas canoas; a-s gi-nhe-tung-ok-a: vou tirar ( -me) o bicho-da-p; e-ie-py-s-peln-ok: arranca a tua unha do p
T
I
freqente essa construo, sobretudo quando o objeto direto nome de uma parte do corpo ou de vesturio.
540 Parece haver, tambm no dialeto tupi, casos rarssimos de incorporao de complementos indiretos com preposio: a-mba-r-es-i' -e-r-lIr-: pedi (por) uma cousa
o
Sbre O verbo no infinito incorporado, como objeto direto, v. n. 360 e ss. SUJEITO INCORPORADO
5410 Os veJ:4bos o transitivos admitem s vzes a incorn porao do sujeito.
Tanto os intransitivos de prefixo agente (s "ir",puk "rir"), os de pronome paciente (11laendum' "lembrar-se", as)' "doer")
o
como
Incorporado, o sujeito liga-se diretamente ao tema verbal. esta construo corrente, quando o sujeito modificado por possessivo:
542 escorregou meu p: xe py o-syryk)o o-syryk xe py)o xe py-syryk (mais uso) perde-se-me o sangue: xe r-ugy o-kanhem ou xe r-ugy-kanhem (id.) perde-se-lhe o sangue: s-ugy o-kanhem ou s-ugy-kanhel1~ (ido) secou a gua (do rio, e so) : t-y-pab e na l.a e Zoa pp. xe r-y-pab) nde r-y-pab
543.
Os substantivos paroxitonos perdem a ltima vogal antes de vogal, e a ltima slaba diante de consoante:
caem-me os cabelos: xe aba o-kui ou xe ' -kui caem-lhe as penas: s-aba o-kui ou s-' -kui caem-te as penas: nde r-aba o-kui ou nde r-' -kul,
Do-se casos de incorporao nas frases que referem fenmenos naturais, atmosfricos ou outros, independentes da vontade do homem:
544.
ysapy kui: cai o orvalho t-yai syryk (MONT., Tes. 388/382): corre ybytu pu~ iasy pirang-eme (id., 185 ad.): vermelha, sopra vento yboty' iab: abre-se a flor suor quando
a lua est
545. O prefixo mo-, do sujeito e verbo incorporados, forma um novo verbo transitivo: mo-ugy-syryk: fazer escorrer
I
,
f ,
s-et i-katu-pe g{i mo-per' -pereb-i mo-ugy-syryk-a? (AR. 85): chagaram-Ihe todo o corpo, fazendo escorrer dle sangue? EXERCCIOS
546.
sangue de ou a:
petek: bater (com a palma da mo) pan (nh): lavrar py (io): tocar (soprando) peir: varrer apiar ( s): obedecer, cumprir mo-maran: tr. desobedecer ek-1'11,O-nhang (t): tr. e intr. fazer lei ysy (t) (xe): estar em fila
armar cisco ysy (t): fila endy (t) : saliva endy-syryka: baba; (xe): babar iu-ati-emb apynha: coroa de espinhos mo-mbor: atirar atu-saba: t compadre
547. Rung s se emprega com o objeto incorporado: a-mund-nmg: armei o alapo; o-koty-nmg s-es: armou cilada contra le; e-f-k-rung nde mena: :faze a roa para teu marido; oro-l,-i-YPy-mng or r-oka: pusemos princpio (co:neamos) a nossa casa; pe-ysy-rung kurumi: ponde [em] fila (a)os meninos; o-nharybob-nmg: fao ponte; a-t-up-' -rung abati: arranjamos (seu) lugar [para] o milho (p. ex., preparando a terra); amandi'-mng: preparo a mandioca (p. ex., pondo-a a curtir) ; a-l,-ty'-rzmg so: pus acompanhamento carne; iag' -p-peba o-p'}'-nmg poti r-es: a lontra pISOU cano maro. - Por vzes equivale ao pref. 1110-: a-s-}'sy-rung ou a-f-1I10-ysy: pu-Ios em fila. 548. Mba r-es-pe ere-nhe-nong e-iup-a? Er- byter-pe nde mba-asy-ramo? P. A- byter xe py-asy-rmno. Ab-te-pe o-m1nby-py-ne? Mba-rem.e-pe? Kori-, pyt~m-me. Xe r-ayra ip-ne. Aan-i. Nd' katu-i. mba-asy ab o-~tp-a. Enei, e-pItam t' ere-s mimby-py-bo-ne. Aan-i. Mba r-es-pe xe mo-maran iep, xe nheeng' -apar-eym-a? N d' a- katu-i. A- byter ;t'e py-asy-ramo. X e r-uguy-kanhem-et. Mba r-es-pe nd' ere-i-mbo-ur-i pai ta nde py suban-ne? T a-ie-py-suban ix a-ne. Na nde xe r-ek-mo-nhang-i ... ! Tia-s mund-rung-a. P. Tia-s. EneT r. Ta pe-o-j!sy-rung. mo-mb uk nde E-i--yt'J'-peir okara. Ai. Koyr, e-yty-mo-noong, r-e-mi-r-ek suP. - Mba-pe ere-i-ap e-ik-bo? A-ybyr-pan gi-t-ek-bo. Er- katu-pe k-bae r-es? A- katu. - Mba r-es-pe nde r-endy-syryk-amo ere-ik-bo? - ((Mba-pe o-nong akanga ar-bo? lu-ati-emb apynha, akanga kutu' -k1t'tuk-a (para esfuracar), s-asap-a. S-uguy-syryk ser s-ob r-uPi, atu-kuP r-upi b? S-uguy-syryk" (AR. 86). A-t-ay'-nup Xi? at'-saba.
549.
ab, 11'10guai raspar: Pin ( nho ) - a cabea de: -pin (i) entrouxar: nhang (nho) fazer feixe de: man ( nho ) fechar a porta: okendab (nfI') -aoude:okendab (s)
nd'
ma-
550. "Cortar" com faca, tesoura, serra: kyti; sem instrumento: mo-ndok; rasgando: mo-ndorok; raspando: pin (nho); com cunha, machado ou a golpes: mo-g{iai ou ab. ~ste propriamente significa "abrir, rachar ", e s se usa com o objeto incorporado ou com reflexivo: a-yb;yr-ab: corto, racho madeira; ere-'j!by-ab: abriste a terra; o-asy-ab: cortou um pedao, partiu (intr.); o-i-asy-ab: ido (retr.).
551.
"Comear a" (com infin.) em geral se traduz por ypy: a-ker-ypy, comecei a dormir. "Comear" (com substantivo), em geral ypy-r1lng ou ypy-mo-in, ypy-mo-nhang. fechar a porta da prpria casa. S-oken-dab A mesma distino se faz com o-kendab-.ok,
I
I
!
553. Faze um feixe de fIores e traze-o para dar ao francs. - Afia a faca e corta aquela carne para tost-Ia. No. Manda outra pessoa afi-Ia. Comea tu a afi-Ia; eu [o] acabarei. Enquanto isso, comecemos a cortar lenha. Traze-me dois feixes de lenha. No h muita carne. Pe a armadilha. - "Veio uma mulher (e) rapou minhas pestanas com uma navalha (e) queria raspar tambm a minha barba (mas) isso no quis suportar (e disse-Ihes) [dizendo-Ihes] que me matassem com [minha] barba e tudo" (STADEN, ad.) Faamos uma aldeia para os nossos parentes. Sim. Ponhamo-nos em fila. Comecemos uma aldeia para nossos parentes. Trazei a madeira (que eu farei) [para que eu faa] as portas (da) [] casa. Fecha a porta. Agora abre-a. Por que abriste a porta da tua casa? E tu por que me fechaste a porta? - O marido entrouxou as suas cousas, a mulher dle entrouxou seu cesto, indo-se embora.
BIBLIOGRAFIA
Objeto direto incorporado - ANCHIETA 8v-9; 50-51; FIGUEIRA 87-88; MONTOYA 53; REsTIVO 50-52; CAETANO 83; 86-88; L. BARBOSA 172; ID., JuM 74-76; DALL'IGNA, A Composio 8. Sujeito incorporado ANCHIETA 51; REsTIVO 51-52; CAETANO 83; L. BARBOSA172.
LIO 34.0
CONJUGAO
554.
SUBORDINADA
O verbo da orao principal assume forma especial - derivada do infinito - quando precedido, no mesmo perodo, por advrbio, preposio, gerndio ou conjuno subordinativa.
555. 1.0 -
Perdem os prefixos agentes. Se o verbo termina em consoante, junta-se-lhe -i (tono) ; se termina em vogal, junta-se -ti)" se termina em ditongo, nada se acrescenta:
matou: o-uk despertou-o: o--mo-mbak pegou fogo: o-ka tem vergonha: o-ti 556.
uk-{{
i mo-mbak-i
ka ti-tt
Se o verbo transitivo, deve ser precedido pelo objeto direto (substantivo ou pronome); se no transitivo, pelo sujeito:
dormindo, a mulher matou seu filho: o-k, kunh o membyra uk-{{,. antes de nascer o sol, le me acordou: kfiarasy sem' anondJ xe 111,o-mbak-i,' de noite o mato regou fogo: pytun-me ka ka 557
Os pronomes objetivos so os mesmos do infinito (n. 336 e 338); os verbos irregulares no infinito sofrem aqui as mesmas irregularidades:
erimba-pe pysyk-i?: quando o capturaram?; a-i-b pysyk-i: logo ento o capturaram; mar-nanlO-pe ie-iuk-ut: por que se ma-u: nem por isso eu o disse; mba r-estaram?; ndJ a- rai-z -pe xe r-ausub-it: por que me ama le?; mba-reme-pe xe r-ayra s-epzak-i?: em que ocasio o viu meu filho?; Fnba-reme-pe xe r-ayra r-ePiak-i?: em que ocasio le viu meu filho?; mar ngoty-pe xe r-c-ra-s-: para onde me levaram?; taba su s-e-no-sen1-i: tiraram-no da aldeia; mam-pe tym-i?: onde o enterraram?; 111mn-pe xok-it: onde o pilaram?
558.
o-man-bae-pera su s-ek-b-ie-byr-i (AR. 3): ressurgiu mortos; xe r-ausu' -poir-eym-i: no deixou de me amar
559. Quando o sujeito do v. no transitivo ou o objeto do v. transitivo se acham afastados, antes do verbo deve ficar o pronome correspondente: koritei kunh pitanga mo-mbak-i ou koritei pitanga kunh mo-mbak-i: a mulher despertou depressa a criana; koritei pitanga kunh mo-mbak-i: a criana despertou mo-mbak-i ou koritei hmh pitanga depressa a mulher; ka r-upi ab guat-relneJ mboza xu-u ou ab ka r-upi gat-reme, mboia xu-: passeando o ndio pelo mato, a cobra mordeu-o; ka r-upi guat-remeJ mboza ab su-: id.; ybaka r-es gi-ma-mo, zasy-t-at-beb xe s-epiak-i ou ybaka r-es gfi-ma-moJ ix zasy-t-at-beb r-epiak-i: olhando para o cu, vi uma estrla cadente; mar ngoty-pe gari1if XI1' gfyrapara r-e-ra-s-u?: para onde levou o guerreiro o meu arco?; mar ngoty-pe xe guyrapara guarini s-e-ra-s-u?: id.; og-ok-pe s-e-ra-s-u: levou-o para sua casa; pytun-me pitanga pak-i: a criana acordou de noite
i i
560.
No se usa da conjugao subordinada nas 2as. pp. Nas las. pp. facultativa. Nas 3as. pp. obrigatria:
eis que vou: eis que vais eis que vai: eis que vamos: " " (excl.) eis que ides: eis que vo:
nde i-b ix k a-s k ere-s k ia-s k oro-s k pe-s
ou
ou ou
i kuab-i
eu o sei
exemplos em contrrio: s-upi nde r-ek-reme ..... anhanga r-at-pe ere-s--ne (BET. 105-106): se viveres de acrdo com (as leis dos teus avs) ... , irs para o inferno Mas o tupi do Catecismo de BETTENDORFF est ligeiramente alterado. j Apresenta construes como estas, incompatveis com as normas de ANCHIETA e FIGUEIRA: A-pe o-111an-t1? 0-l1ZCW- (p. 46): e ~le morreu? Morreu; h.p ru o-man, s-et nh o-man-u (p. A-pe Tup o-man-? Na 47): e Deus morreu? No morreu a sua divindade, mas s o corpo (d~le), que tomou de S.ua me ~rro de BETTENDORFF?Evoluo da lngua? No improvvel a segunda hiptese: nas pp. 46 e 47, BETTENDORFF segu)'O perto a ARAJO: se lhe faz essas de alteraes, deve ter tido motivos. - Em guarani, a conjugao subordinada, conquanto pouco desenvolvida, atingia tamb;n a 2.a pessoa (Cfr. REST. 121-122).
Usa-se a conjugao subordinada ainda que haja outras palavras depois da preposio, gerndio, etc. e antes do verbo. Mas se o sujeito est antes da preposio, gerndio, etc., pode-se seguir a conjugao normal:
562. ab ybyr pup 1nboa o-uk: o ndio matou a cobra com um pau; pitanga koyr o-ker: a criana agora dormiu; ab-pe erimba a pitanga r-et-rama o--n10-nhang-i? (AR. 53): quem fz outrora o corpo daquela criana? 563 Vem tambm a conjugao subordinada, quando a preposio, gerndio, etc., j expressos num perodo, se subentendem no seguinte: a-i-b-pe t-obaiara nde r-uba uk-u? P. I uk-u:
logo n-
Sim. Mataram-no
------:"~~~~~~-C-=U~R=-=-S-=-O-=D-=E=---=T=U~P=I=--A=N~T=-IG=-O~~~----2-""15~c 564. Na conjugao subordinada, o verbo transitivo coloca regularmente depois dos complementos.
=""O!""""'I
se
tt""l'.'"
565. F o r ma n e g a t i v a: Substitui-se o -i ou - por eym-i) que se acrescenta tambm aos ditongos: paran r-es o-ma-mo, pai uuba r-ePak-eym-i ou paran r-es o-ma-mo, uuba pa s-epiak-eY111,-i: estando a olhar para o mar, o paj no viu a flecha; mar-namo-pe x-eym-i?: por que le no foi?
566
F u t u r o: Acrescenta-se
-}te:
iuk-i-ne, s-e-i-ne, uk-eym-i-ne, s-e-eym-i-ne ybat koty s-e-ra-s-eym-i-ne: no o levar para cima 567. NOTAS: Caso o verbo esteja modificado por alguma partcula, o -i ou - se colocam depois da partcula: mar-namo-pe s-en'-et-?: por que o chamaram muitas vzes? ; ep-mo xe s uman-i (ANCH. 24) : ainda que eu j fsse; mam-pe gi s-e-ra-s-ukar-i?: aonde o mandaram levar?; mam-pc s-e-ra-s-uk-iebyr-i? (AR. 84): aonde o mandaram levar de novo? 568. Nem todos os advrbios pedem conjugao subordinada. Alguns requerem o gerndio (n. 434). Mas emonan, a--b e a podem tambm servir-se da conjugao subordinada.
569. rndio A infinito. e conjugao subordinada no se estende ao permissivo, imperativo, ge-
570.
2: -
VERBOS
DE
PRONOMES
PACIENTES
como no resnd' a-
nd' a- ro-i xe kafu-ramo: nem por isso sou bom; xe katu-eym-amo: nem por isso no sou bom
ANCHIETA faz exceo para e (s) "morrer": xe r-e, nde r-e, s-e, s etc., o qual na conjugao subordinada segue os verbos de pronome agente: koyr s-e-: morreu agora; kori tu-bae r-e-tt-ne: hoje o velho morrer; nd' a- ro- xe r-e-eym-i: nem por isso eu no morri 94 fixo Para FIGUEIRA S5., os verbos de pronome paciente seguem os de preagente:
216
LEMOS
BARBOSA
rI
I
koyr kUllh-111llku r-or:yb-e}'m-i: agora a moa no est alegre; koyr xe r-oryb-i: agora estou alegre; koyr s-oryb-eym-i: agora no est alegre Talvez as duas formas fssem usuais. Mais ponderosa e antiga a informao de AXCHIKcA, que confirmada pelos exemplos de AR.".Jo.
EXERCCIOS 571. nhar: intr. estar bravo 11w-por: cumprir nhe-mo-p)'tun : eclipsar-se mo-asy: sentir ax: tia (paterna) syyra: tia (materna) moro-pysyr-ana: salvador um?: onde est? ek-mo-nhang-aba (t): leI; mandamento e-mi-motara (t) : desejo k-mo-n' -ip: ou tetiru: todos nh: ptc afirmativa (n. 1088) 111aro-ik-bo?: como? de que maneira? que
de?
572. Para pedir ou dar o sentido ou a traduo de um trmo, usa-se do verbo "dizer", nos seguintes modismos: mar o-i--bo-pe as Y gasu" -.?: que quer dizer Y gasu"? Clit.: que dizendo, a gente diz "Y giasu"?) Rio Grande" o-i--bo, as Ygiasu" -. ou melhor Rio Grande" o-i--bo: quer dizer "Rio Grande" CHt.: dizendo ou significando "Rio Grande", a gente diz "Y g.as1>") mar o-i--bo-pe, as "clmva" -?: como se diz "chuva"? que significa "chuva"? como se traduz "chuva"? Clit.: a gente diz "chuva" significando o qu?) "a1nanaN o---bo: diz-se "aut.ana)) significa amana". Etc. mar o-i--bo-pe, as eb-ui" -.? - "Ebo-kei" o-i--bo: que significa eb-ui"? - Significa "ebo-kei"
J"
mar o-i--bo-pe, emon s-ek-? - Ta xe iuk llm-ne, o---bo: cem que inteno le fz isso? - Para que no o matassem O verbo pode ir para outras pessoas, conforme o caso: mar pe-i--bo-pe, morllbixaba pe-i-? - Chefe" ia-i-a-bo: dizeis m01'1Ibixaba)) dizendo Csignificando) o qu? que significa "morubixaba" (subentende-se: na vossa lngua)? - Significa "chefe"
574. Mam-pc gu nde syyra r-e-ra-s-u, pys)'k-ir'! O k-usu a111-pe s-e-ra-s-u, s-e-ro-ik--bo. M ar-na1'no-pei pysyk-i? - "M arE . , "f o-~-a-b o-pe ase' ] esus ~ e-tu 111 'oro-pysyro-ana o-~-a- b o)) (A R.. 17)" m Q<
A , A Q A ,
CURSO DE TUPI
ANTIGO
r e--pe am-a as r-ek-mo-nhang-abaf' E-i-mo-et nde r-uba, nde sy ab, e-. Iv!ar o-il?-bo-pe as aip-bae mo-par-i?" (AR. 100-101). Xe aix r-e-Itoome-,xc tutyra or mo-apysyk-eym-i. - Mar pe-i--bo-pe, Ut-uba r-endyra" pe-i-? "Aix" ia-i--bo. - Garini--me (na guerra), t-obaiara am r-e-ro-ar-eme, ab mo-ngyr kat-u ranh-u, s-et r-e-mi-motara tetl:ru meeng-a xup, "t' kyr katu" o-1,--bo. kyr katu rir , iuk-" (Conq. Esp., 109 ad.). - Ybak-pe 1,aguara r-ek-u (h), e- ab; nhar-neme,iasy k-iP karasy -, e-. AiP r-es iasy k-llw-n' ip karasy nhe-1no-pytun-eme, ab tno-as'y-et-, "lagara karasy ia-", o-i--b' Qup-a. - O e-mi-11Wtara r-upi nh-pe, mba tetiru porar-bo s-e 11lotar-i, ab o e-ro-bi pot? O e-mi-motara r-upi nh. 575.
adoecer :mar-ar (xe) esquentar: p (io) jejuar: 1,e-kuakub (lit. esconder-se) mentir: iuraraga1, (xe) reconhecer: kuab atacar: epenhan (s)
576.
alma (separada): ang-era forasteiro: atara borboleta: panama cigarra: iakyrana besouro: unauna grilo: g:yiu
De aub (n. 475) .com partculas negativas, forma-se a locuo n(d)-a-s-aub-i "no sem razo, no toa que, por isso que".
577. Quando o sol no esquenta a terra, no chove. - Maracan, no mato, encontrou um machado. No sabendo qual o seu dono, usou-o. ~le ficou alegre. Por que ficou alegre? Porque encontrou o machado, ficou alegre. - Pelo fato de suas mulheres darem luz (infin. com prepos. es), ou de seus filhos adoecerem, os ndios jejuam. Tambm les mesmos, quando adoecem, jejuam. Ento ningum fala com les. No sem razo les jejuam, quando adoecem. - Como se diz "borboleta"? \Diz-se panama". - Que quer dizer U1,akyrana"? Quer dizer "grilo". No. Por que mente teu companheiro? ~le no quer ensinar ao forasteiro a lngua dos ndios? "lakyrana" no significa "grilo", seno (-te) cigarra. "Grilo" se diz "giyiu". E besouro? Diz-se una una" . - Quando os ndios matam um inimigo, tomam novo nome. Com que inteno fazem isso? Para que (n. 572) fazem isso? Para que (n. 572) a alma do inimigo no os reconhea. - Quantas vzes a ona te atacou? Uma s Ve1:.De
~218
LEMOS
BARBOSA
pois disso no me atacou mais. - Quando chega taba um forasteiro, os ndios lhe dizem: "Vieste ?". O forasteiro responde: "Sim. Vim." Que significam essas palavras? (trad. assim: que dizendo, essas palavras dizem?)
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 39v-40; FIGUEIRA 94-98; RESTIVO 121-122; CAETANO 22; ID., Cantos passim; ADA11: 45; L. BARBOSA 172; DALL'IGNA, Anlise 70-71.
Guerrilhas
s margens
de um rio (STADEN)
--~~~~-~---~-------~
-~--------
E RECPROCO
O reflexivo ie- ou nhe- e o recproco io'- ou nhopara tdas as pessoas. Antepem-se ao terna do verbo, que perde os pronomes objetivos:
a-i-pysyk: seguro-o ere-s-ausub: tu o amas o-s-ausub: le o ama nha-nho-s-i: escaldamo-Io pe-s-e-kar: vs o procurais o-iuM: les o matam oro-io-p~1ai: ns o mandamos o-iuM: les o matam Formam as vozes reflexiva 579 a-ie-p)fsyk: seguro-me ere-ie-ausub: tu te amas o-ie-ausub: le se ama nha-nhe-: ns nos escaldamos pe-io-ekar: vs vos procurais o-ie-iuk: les se matam (refI.) oro-o-pa: ns nos mandamos (rec.) o-o-uk: les se matam (rec.) e recproca.
ns nos levamos
REFLEXIVO
Em orao principal:
le- ou nhe-
[se] cortou o p
(=
220
LEMOS
BARBOSA
arrancai-vos os
a a o-e-uru-meengi a71Lotar-eYlnb-ara snP: 1e mesmo entregou sua ibca aos seus inimigos (i. , falando d1es, deu ocasio a que fizessem o mesmo com le)
582.
o-e-eP' -kat% k piara: v-se bem o caminho da roa; o-e-- so k ara: no se come carne ste dia
Se o verbo modificado por llkay, tem sentido passivo sempre
(n. 520).
583.
'-ek-sub
'-ekyz
'-apuaP3'k
584.
Como intransitivos (n. 381), os reflexivos admitem os prefixos mo- e ro-: recear (lit. comer a prpria alma)
tr.: recear por
oro-e-ro-nhe-ang-: ti ro-nhe-ang-:
nhe-ang-:
receio por
nhe-ang-ePiak:
01.:.
reflexo)
mo-nhe-ang-ePak
fazer
a--mo-nhe-ang-epzak
paran-111 : c
mirar-se
CURSO DE TUPI
ANTIGO
221
2.0 586.
Em orao subordwda:
o ou ie-, nhe-
Quando a ao de um verbo subordinado recai sbre o sujeito da 3.a p. da orao principal, o reflexivo o, no
e- (n. 304) :
o chefe o mandar 587.
xe r-ayra o-s-ne, morubixaba o 111o-nd-rC7ne:meu filho ir, se
Mas se a ao do verbo subordinado recai sbre o prprio sujeito da orao subordinada, o reflexivo 'ie-, no o:
o sol se escondeu detrs da montanha, a lua saiu
Tambm as preposies podem ter reflexivos.
kt?arasy ybytyra
r-aky-puer-i
inlle-11liln-eme,
V. n. 623.
RECPROCO
588.
o-o-py-kyfi: les se cortaram os ps (uns aos outros); oro-o-es-ok; arrancamo-nos os olhos (uns aos outros); ta pe-o-es-ok: id.; ta pe-io-ob-petek um-ne: no vos esbofeteeis; oro-o-endyb-'(!ec...2~.,.,.,. _ -Pin oro-ik-bo; estamo-nos faze}l.cbL9:..12arb-.
::antivo verbal:
'.' "
'. c"
.,,~
589. oramor recproco pode vir el1tre orio~(l~~ ;>f:~';~?or nos o p mutuo O o-ausuba: nosso amor m~tuo; u~poss7~s,iy?;t',~i~ sUbi-
222
LEMOS
BARBOSA
a ao recproca,
pode-se repetir
tO-
nos
ar 'ia-p-pc ara-l,o-kutuk:
591. 10- s vzes significa" comum", e, como qualificativo. modifica at substantivos: l,andnha-111ba: nossas cousas comuns; pc nha-mba: vossas cousas comuns; nha-111ba: cousas comuns, de vrios donos; l,o-aka: as casas comuns dles; atara a nho-111ba a-s-ekar a-ik-bo: os viajantes esto procurando as suas cousas (dles mesmos) ; atara nha-mba a-s-ckar a-ik-ba : os viajantes esto procurando suas cousas (de outros); a-l,a-c-r-ek-b-bae: os que vivem em comum
592. Mas a 3.a p. refI. (o-o-) demais: t' l,a-ra-s nhand nha-mba
pode substituir
tdas as
levemos
nossas cousas
causas
(no a nha-mba):
levou nossas
593. Por vzes- io- exprime u;na relao entre dois sres, tomados em conjunto, mas sem reciprocidade. V. exs. n. 629.
"igual";
ad-
semelhante
Assim pode-se dizer de um ndio que est em casa de outro ndio: o io-ok-pe ab r-ek-: o ndio est em casa de seu igual Outro tanto no se diria se estivesse em casa de um branco, de =2mulher, de um contrrio, etc.
r
.
CU1{::;O DE
TUPI
ANTIGO
223
Raramente, "nosso" :
595. nho-taba: 596.
1,0-
equivale a "todos",
"da
gente",
597. Segundo FIGUEIRA, tamhm os verbos que j tm a- como pronome objetivo (n. 317) podem usar do recproco: ara-a-rab: ns o desatamos; ou ns nos desatamos um ao outro tivo Mas ANCHIETA restringe a-: a-a-pa: Tambm o uso aos modos em que perdem o pronome objea-pa-a:
ou:
eu o alimentei
as preposies
EXERCCIOS 598. eyi (s): tr. mudar 1,'-eyi [-pe]: mudar sem [-pe]: mudar-se ie-akas: intr. ir de iab: intr. abrir-se mo-iab: abrir 1,' -ltpi-mo-mbor: pr de lugar para para mudana i'-ub-111o-mbor: desovar mo-fi' -upi-e-r-ub: pr a chocar mO-111bierab: curar ayty (s): ninho upi (s) vo uba (s): 6va y apyra koty: rio acima
regies;
vo
600.
ab se diz das cousas que se abrem naturalmente, como a flor, o vo; nos outros casos: e-ab. Mas ocorre um verbo pelo outro.
601. O-iab um-pe maraku ybotyra? N d' e-i o-ap-a ranh. _ A h-pe o-s-ayty-mo-nhang giyr? N da ab ru: giyr o-ie-ayty-mo-nhang-. S-upi-et-pe? S-et nh. O-iab uman-pe s-upi? N dJ e- uman-i giyr o-i' -upi-e-r-up-a ... Ab-pe o-i-mo-ab s-upi-ne? Guyr a o-i-mo-ab-ne. Aan-i. S-upi a o-iab-. Mar o-i--bo-pe; giyr ie-ayty-mo-nhang-i? T' a-ie-upi-mo-mbor-neJ o-i--bo, mo-nhang-i. Mar e---hcl-pe, s-ayty ndJ ere-no-sem-i! Guyr t' a-i-mo-1,'-upi-e-r-ub-ne, gii---bo} ix ,-ayty-mo-mbab-eym-i. _
LEMOS
BARBOSA
Guyr o-1,e-wyty-e;/i am a yoyr-pe nh-te, Mba rama r-pe gyr nhe-J1lO-nhang-i? A-pe pir? o-s-ek-l1w-nhang gttyr, so ab? Ab-pe as r-ek-nlO-nhang ab? As r-amya as r-ek-mo-nhang. Jl[ar-namo-pe as r-ek-mo-nhang-i? As o aPiara pot. - Mar o---bo-pe, pir sem-i y apyra koty? T' a-1,' ub-m01nbor-ne, o---bo. - Roy mosapyr k-ip irundyk kab 'ir (depois), ab, o-ik-b-bae-pera (que moravam) I taty'-pe, o-sem am-a yby-pe, e-akas-bo. - Tupina111b mar-ar-eme, i e-suban-ukar-i pa sup, ta xe 1J1.o-mberab-nc, o-1,--b'-aup-a.
(STADEN)
tosse: u tossir: u (%e) espirrar: atiam ( % e) engasgar-se com: p'J!tym (suj.: c.; obj.: p.) assoar o nariz: ambu'-ok, tr. assoar-se: nhe-ambu-ok cuspir: mun (nho), tr. cuspir: no-mun, nhe-no-mun, intr. respirar: pytu (%e) rolar: ap-ze-reb cair rolando: apar' -ze-reb (%e) cair de sono: ker-apar (%e) ofegar: aybu (%e) - ao de leve: ukuar (%e) estar so: ik-b firmar-se em: ze-pyt-sok [es] preocupar-se: nhe-ang-e-r-ek dar ateno a: ze-apys-l: [es] oar: eyz (s)
piscar: -
nhe-111o-es-bik s-pumi-pumim,
(t)
suspirar: nhe-ang-e-r-ur escorregar: py-syryk (%c) tropear: py-sakang (%c) ; yby-aPi .. intrc vergar-se: aparar (%e) vomitar: gieen fumo: petyma monco, moncoso: ambuba barranco: ybyama cansado, sem flego: pytubara deparar-se a: ze-sub [suP] deparar: 'mo-ze-sub [sup]
603. Quem que est roncando? No me dais ateno, meus filhos? Quem que est roncando? - disse eu. meu filho: est cochilando. Acorda-o para que assoe o nariz. Acorda, menino moncoso! No. Deixa-c lormir. Ainda bem que est cochilando: le e\St doente. No o ov'{es ofegar? :ttle se est coando. As mscas no cessam de o picar e [no cessam de] o fazer piscar tambm. _ O vento frio me faz tossir e o sol me faz espirrar. E o fumo no te faz espirrar? Sim, [me] faz espirrar. - Que vej o? Que foi o que cuspiste? Cuspiste [o teu prprio] sangue? No te preocupes por mim: no estou doente (nda %e maran-i): estou so. No te vi pois vomitar? - O menino no pode comer nem respirar: engasgou com a batata. No foi com a hatata: foi com a espinha de peixe. - Tu tambm ests coclJilanuo e bocejando? Firma-te para que no tropeces e caias de sono. Meu fillho, ontem, cochilando, escor-
226
LEMOS BARBOSA ~ regou e caiu rolando pdo ban""o". - Achei urr.oinho. deparou? Ningum. Deparou-se-me no caminho da roa. - Por que ests ofegando? Ests sem flego? No estou ofegando: estou suspirando.
Q= ,
'
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA RESTIVO
55-59;
FIGUEIRA
80-84;
MONTOYA
12-13; 40-43;
45-47.
Homens danando e cantando em trno de trs carabas, que sopram fumo sbre les (DE BRY)
LIO 36.
PREPOSIES
(C.ontinuao)
I
:PREPosrES
604.
DE PREFIXOS
T OU S
O t- e o s- mveis, que aparecem antes de muitas preposies, so prefixos, ndices de classes (n. 846, 867).
605.
Segue et (n. 238). Mas a 3a. p. refI. irregular, e oindice da classe superior 111oro- (e no t- ) : CI. sup: 111oro-es)' c1. inf.: s-es
xe r-es) ne r-es) s-es) o-lo-es: por mim, por ti, por le, por si land ou or r-es) pe r-ils) s-es) o-lo-es: por ns, vs, etc. as r-es: pela gente ab r-es: pelo ndio
es.
o
606.
campo
es-b
"por"
111oro-
tand ou or r-upi, pe r-upi, s-ttpi, og-upi: por ns, por vs, por les, etc. as r-upi: pela gente k r~upi: pela roa
O comp. upi-b 607_ segue upi.
:re r-enond,
nde r-enond,
s-enond,
o-enond: s-enond,
ab r-enond:
antes do ndio
obak: "em frente de, diante de" Segue et (n. 238). Cl. sup.: t-obak)' cl. inf.: s-obak
o(g)-obak: s-obak,
dle, etc.
tand ou or r-obak, pe r-obak,
ns, etc.
as r-obak:
diante da gente
ab r-obak:
diante do ndio
Il
PREPOSIOES
DE T LNICIAL
o t inicial no prefixo.
i tat,
Os comp. tat-, tat-nh seguem tat: ah mor-apiti-ar-era tat-nh anh ibi o-iuk em vez do assassino (por rro)
TIl
PREPosrOES
610.
DE
S INICIAL
Nas trs preposies sos, S1,t, s1,lp, o 's- inicial no prefixo. So, portanto, preposies regulares. Mas depois de 1:, mudam o s em X' (n. 19). A 3a. p. refI. tem formao especial:
611 ,,,. sose:
xe sos, nde sos, xos, o o-sos: sobre mim, sbre ti, etc. and ou or sos, pe sos, xos, o o-sos: sbre ns, sbre vs, etc.
612.
su
(11.
xe su, nde su, xu, o o-sw ou o e-su: de mim. de ti, dle, etc. xuij o o-su ou o ie-su: de ns, de and ou or sloi, pe su, vs, etc.
as swi: da gente
O cqmp. su-b (n. 648) segue suL
ah suE: do ndio
613
i xup:
as
V-se
sup (n.136):
"a, para"
(dativo)
a ou para le, ela, les ou elas o o-uP ou o e-uP: a ou para si (refI.) sup: gente a ou para a
o s era
ah sup:
prefixo.
a ou para
ndio
que primitivamente
614.
Na 1.a e 2.a pp. do sing. e pl., serve a mesma forma. do dativo (n. 203) :
ix-be, xe-be, ix-bo, xe-bo : a mim, para mim end-be, nde-be, end-bo, nde-bo: a ti, para ti and-be, nhand-be, and-bo, nhand-bo, or-be, or-bo: a ns, para ns pe-me ou pe-mo: a vs, para vs as-be, as-bo ou as sup: gente, para a gente
615. Entretanto, um maioral de muita importncia pode dizer ix sup: construo majesttica. 616. Em frases como a seguinte, o o-up equivale a "reciprocamente":
o. rir o o-up nhyr o-i' -e-r-ek-o.b-o.m-o, kues-nheym- o-o-o.moto.reym' 'ir (R. 84): depois daquilo, les se perdoaram mutuamente,
reconciliando-se, depois de se terem odiado (desde) muito tempo. 617. Precedida de o-e-, o-o- ou moro-, a preposio perde os: (AR. 3) ou mor-up.
moro-up
IV
PREPOSIES
618.
DE R
INICIAL
-ramo
(com queda do a final dos paroxtonos); aps
habitantes da terra?
C_U_R_S_O_D_E_T_U_P_I_A_N_T_IG_O
"_"_23_1
"por (causa.)"
Alterna-se no uso com es (n. 605). preferida dos pronomes da l.a e 2.a pp.:
si, etc.
xe r, nde 1",and r, or r, pe r: por mim, por ti, por le, por
621.
Precedido de paroxtono, rir perde o primeiro r: (ir); o paroxtono perde a vogal final:
.re r . ear' 'ir: depois de me deixar; ar' 'ir: depois do dia; ka ka pab' )ir: depois que o mato arder todo
Precedido de tritong-o, rir perde a slaba inicial; e o tritongo perde a vogal final:
kaa: incendiar-se ka' 'r: depois de se incendiar
nde s roir: depois de tua ida Roir e r so variantes de rir: ybyt1t-guaw r: depois do furaco; Rir-b segue rir.
v
pup (n. 138): "com, em, dentro de" regular. Mas nas 3as. pp. refI. tem mais duas formas:
622.
xe pup, nde pup,
i pup,
o puP ou o o-pup
ou o lie-pup: ou
i pup,
() pup ou o o-puP
232
VI
PREPOSIOES
623.
REFLEXIVAS
E RECPROCAS
Reflexivas
624.
por mim mesmo, etc. em ti mesmo, por ti m., etc. a o-pup; o io-es,o a ia-su,' a a-ujJ: em si mesmo, por si mesmo, de si m., etc.
nde ia-pup,o nde o-es " nde ia-s,o nde a-up: and io-f:ntfJ.. iand a-es,o iand o-sn,o and a-uP: em
ns mesmos, etc.
or o-pup: or to-es.: or a-su,o ar a-np:
em ns mes-
mos, etc.
pe a-pup .. pe o-es,o pe o-su .. pe O-1!;p: em vs mesmos;
por vs mesmos, etc. o io-pup .. a o-es,o o o-su; o o-up: mesmos, etc. 625.
em si mesmos. por si
Troque-se io- por ie-, e tm-se outras tantas formas equivalentes no uso e no sentido:
xe e-pup: xe e-es,o xe te-sul,' xe ie-up:
por mim mesmo, etc. 626. Mas tdas as preposies (exceto es, sos, sup) podem formar as 3as. pp. refI. sem ie- nem io- (e o mais comum): o
pup:
o (g)~obak: diante de si mesmo, mesma, mesmos, mesmas og-upi: por si mesmo, mesma, mesmos, mesmas
CURSO DE
TUPI
ANTIGO
233
627.
Usa-se da forma reflexiva, quando o complemento se refere ao prprio sujeito da frase (principal ou subordinada) :
a-r-ur xe o-up (no ix-be) : trouxe-o para mim mesmo; ere-r-ur nde o-up : tu o trouxeste para ti mesmo; a--patar nde xe o-up (no ix-be) uuba meeng-a: quero que me ds a flecha; a--potar Tingusu o o-es uuba 1neeng-a Pindobusu sup: Quero Que Tinguu,
1,0-:
and o-sz: no queremos separar-nos uns o-o-es: pisaram uns nos outros
Quando o sujeito da mesma pessoa, a forma reflexiva da 3a. p. pode substituir tdas as outra-s:
t' a-o-pe UilL and o-su ou t' a-o-pe um o o-su: no
Nem sempre h verdadeira reciprocidade, mas apenas relao consecutiva entre dois ou mais sres tomados como um todo (n. 593) :
o-io-akyper-i
VII
nUAS
630.
PREPosrOES
ktte-pe su (VLB 180) : de por ai ;mar ngoty su? (ib.) : de yue parte?; mam ngoty su? (ib.): ido
EXERCCIOS 631. 1/e-ro-bar [es]: confiar em n' aan-i: no nhe-mo-motar [es]: cobiar ek-bara (t): substituto puerab: sarar o-ypyra (s): zelador da casa aryb: cessar au-rama-nh: para sempre poir [su]: separar-se i-b (com infin.) : assim como pore-ausub-ok : tr. compadede ausente cer-se ku: meio aru'kanga: costela am,-neme: algumas vzes 632. Atar-am-amo nh, nda au-rama-nh tapiar-amo ru oro-ik k yby-pe. land o-es nd' a-'-e-ro-bar-i ... - Nde o-su nde mba potar-eym-a i-b, 't-um~ ab mba r-es r-es ab mo-ndar nde e-mo-ndar-mo, k-ip s-es e-nhe-mo-Nzot (AR. 239). - Mar-pe nde amotar-eymb-ara r-ek-u (deve fazer), o o-up nde nhyr-mot? - Mba-rama r b-pe gu andy nvng-i as r-es? As puerab-a pot, as mba-asy aryb pot. O puer' -te-pe g o o-es nong-eme epi? O-puerab am-neme (AR. 159-160 ad.). - E- katu-pe mena o .e-1",1,1-r-ek sui o-poi? N' aan-i. N d' e-i katu- o o-su o-pai O (AR. 165 ad.). - Mar-pe morubixaba as r-e-r-ek-u-ne? o-uP as '-e-r-ur--reme, as r-ausub-ar-i-ne, as pore-ausub-ok-i-ne (AR. 37 ad.) . - M ar-pe as mo-nhmvg-i? Na mba ru o-i-mo-nhang as ang-amo, o nheenga pup mo-nhang-i (AR. 21). - Kamusi ku r-upi nh-te kai r-en-i (est) (VLB 291). - Oro-dar xe r-ek-b1ar-amo. - Na nde r-o-ypyr-i-pe? - Mba-pe Tup o-i-mo-nhang iand r-ub' ypy r-e-mi-r-ek r-et-ramo? I antkanga anh (AR. 48).
633. converter-se: nhe-mo-nhang linha de anzol: pind sama beija-flor: guainumby sulbstituto: ek-bara (t) com; es-b (s) (n. 144) verdade: s-upi; anh predecessor: enotara (t) o que est em busca de; Piara
634. Enotara (t): o que est ou vai frente, antes, predecessor. Diz-se p. ex. do irmo mais velho, do mensageiro que precede um viaj ante, da comida com que se espera um hspede, etc.: ka'i xe r-enotara: o cauim com que serei recebido; nde r-enotar-era: teu irmo mais velho. Aparece tambm com moro- (n. 387): mor-enotara, mor-enotar-l?era, etc.
CURSO DE TUPI
635.
ANTIGO
235
Piara:
que lhe disseram os Judeus, que estavam sua procura? Piar-amo: em busca de; cata de; buscar, trazer: a-s ybyr piar-amo (VLB 147) : vou em busca de lenha; a-s it par-amo (VLB 266): vou catar pedras; a-iur nde sy piar-amo: vim em busca de tua me; nde piar-amo ie-b}>r-i: voltou no teu encalo; a-s " y piar-amo (VLB 415): vou buscar gua
.1:uP?:
a-s-epiak nde piara: vi quem est em tua busca; 0-111'nde piara (VLB 267) : veio o que est tua procura; nwr e--pe Jude1ls, piar-et,
636.
Ek-biar-amo
(t):
637. O mensageiro que estava minha procura j foi? Sim. O teu irmo o mndou antes dle (refl.), como (n. 619) seu (refI.) substituto. Com le foi tambm o viajante. Vs, tambm, ide uns com os outros. - O prisioneiro viu diante de si muitos inimigos. - Vieste? Sim. Venho em busca dgua. Meu principal me mandou tambm levar carne para le. No. No para le que a pediu mas para dar aos viajantes que vieram sua procura. - Pindobuu no reconheceu depois daquilo a sua maldade? Reconheceu-o, quando eu olhei (i:r maen-eme) para le. E quando lhe disseste (nde -reme) "fizeste mal" (ere-ik memu), que te respondeu? Disse: verdade: fiz mal. - A borboleta se converte em beija-flor? ou o beija-flor se converte em borboleta? - (De) que (passado) fizeste esta linha de anzol (fuI. com -ramo)? BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA RESTIVO 11-16;
15v-16; 43-46; FIGUEIRA 80-83; 120-126; 117-120; CAETANO 64-69; ADAM 29-32.
MONTOYA
70-76:
LIO
37.a
PREPOSIES
-i:" em, a" (locat1:va)
638.
Mais usada que -pe (n: 140) para indicar a parte do objeto:
ai (s):
corte, atalho
ai-i (s):
Outros exs.:
(b) y-i: ao lado, sob o brao anh-: na ponta, no cabo at1{-i: s costas, aos ombros
al1't
639.
Os paroxtonos perdem a ltima vogal, e, se terminam em aia, eia) etc., nada acrescentam:
aiur-i: no pescoo apyr-i: na ponta ou cume a-pyter-i; na parte superior, l~yr-i) YP}IY-i; perto de, junto de pyter-i: no meio, entre esi (s): em frente, diante de obi (t): ido akypuer-i (t): atrs de ybyr-i: ao longo de
sbre
So palavras formadas, respectivamente, dos substantivos: aiura pescoo. apyra ponta, cume, a-pytera vrtice, parte superior ou alta, meio, centro, ar" parte superior, aseia costas, gt1yra parte inferior, pyra ou ypyra parte prxima. pytera meio, eseia (s) parte oposta, frente, akypera (t) parte posterior, obaiJ (t) parte oposta, frente, ybyra extenso.
CURSO DE TUPI
ANTIGO
237
640. A preposio -i s se usa com os substantivos acima mencionados. Alguns tambm admitem -pe. no mesmo sentido:
a.pyr-pe, apyter-pe,
641.
642. 1. - Cyr-i indica especialmente o "tamanho" s-el,-: est abaixo de mim (tamanho); xe giyr-pe de mim (posio, lugar).
2. - Apyr-i significa tambm "no pice da cabe~.' e "ao lado, iunto, pegado, parede meia, vizinho": xe aP,'r-i s-ek-: est a meu lado, meu vizinho; "atrs de" (na mesma canoa, ou garupa no cavalo, s ancas) : nde ap)'T-i t-ur-i-ne: vir contigo, garupa, etc. 3. pyr-i: a-pyt gurar - Pyr-i significa tambm "estar ou ter com" (pessoa): a-s .re r-uba fui ter com meu pai; o-ur nde pyr-i: veio estar contigo; nde pyr-i t' nde r-uuba r-e-r-ek-bo (REST. 298 ad.): quero ficar contigo para setuas flechas.
4. - Ybyr-i, por si s, significa tambm "ao longo da costa": ybyr-i t' ia-s: vamos ao longo da costa. Pode-se referir tanto terra como ao mar. 5. - O pronome a "aqule, le" forma com a preposio b a locuo a-i-b "l!Jgo naquele ponto, momento, etc." 643 -i e o advrbio
Como upi (n. 135), indica extenso (no lugar ou no tempo), mas reala melhor a incleterminao ou pluraliclacle.Cpr.
k-pe: na roa
k r-~tpi:
k-bo: k-bo:
pela noite, pelas noites; tda noite xe kup-pe: em minhas costas, detrs de mim (num ponto) xe kup-bo: por detrs de mim (em vrios pontos); onde no estou
xc p guyr-pc s-ek-: est debaixo de minha mo ou poder xc p guyr-bo s-ek-ft: est (constantemente) debaixo de minha
mo
ott
poder
644. 1. - Ar-bo "sbre, por cima de, em cima de" mais usado que ar-pc, mesmo no singular. 2. - Os nomes terminados no sufixo aba ou saba (n. 798) usam de -bo mesmo no sentido de singular: tek6-kuop-alm "conhecimento": tek6-kllap-' -pe ou t-ek6-kuap-' -bo
Locues
645
Com o possessivo reflexivo, -bo forma muitas locues. N este caso, pode nasalizar-se:
de, o pe-mo: de lado, de esquina o puku-bo: ao comprido, ao lon-
pelas costas
o endypy-e}J-bo: de joelhos o es popy-ba: com o rabo do
go. de comprido
o fi-ap-mo: de ponta o tT-ap}'r-bo: de ponta o yb-bo: de travs, de atra-
lho
pelo meio
B OU AB
646.
B ou ab "tambm,
Trem funo
o-ik-b b.. vive ainda nei b: eia, outra vez!
(n. 146).
outra
vez, e"
i -kyr
CURSO-DE-TUPI 647.
ANrTIGO
Com o infinito, particpio saba, gerndio, substantivo ou pronome, corresponde a "logo", "desde". Outros exs.:
a-puer'
ento
ab:
logo ou desde
gi-x-bo
b :
de
caminho
(indo)
gi-t- ab: de caminho (indo)
648. Pospe-se tambm a vrias partculas, no sentido de "logo". Muitas vzes, simples refro: reme-b enquanto, desde que, logo quando; eym-e-b antes que, logo sem; nd-b ou es-b (s) com; i-b como; llpi-b (s) logo depois que; conforme, perfeitamente; rir-b logo em, logo depois que; i-bJ ou i-b logo em; gyr-i-b logo abaixo de; a-i-b logo naquilo, logo ento; akypuer-i-b ou atu-i-be logo atrs; kes-nh' -ym-b desde antigamente, de,de muito tempo; ko}w-b hoj e em dia. Etc.
EXERCCIOS
649.
amy oka: vizinhana (de casa) 'iasy: ornato do peito, crescente l?'-saba: lugar de dormir, rde mo-ndeb: pr, vestir por-upi, po-s: ao longo de
atnyi-ndaba . ck-pot'-saba
1'-ck:
ou Gmu-ndaba: (t):
650. Por-llpi e po-s exigem complemento de pessoa. Po-s est "ao longo" esteja na mesma rde, etc. Assim tambm se diz do que est "ao longo", mas no na mesma rde: o sy po-s Pitanga r--i (ANCH. 44): a criana est longo de) sua me; ze por-upi ze r-ayra nhe-nong-i: -se ao longo de mim
supe que quem ybyr-i. Por-upi deitada com (ao meu filho deitou-
651. A-ie-a' -mo-ndeb O a'iur-bo. X e lno-ndeb iusana r-es o aur-bo. O-i-mo-ndeb 'iukyra ab xe 'iuru-pe. E-am xe r-esi. O 'io-apyr-i or r-oka r-- (V LB 426). Guaibi pytun-bo s-e-u. N' aan-i. O-ik-b b. Pe r-ek-pot-s'-bo pe-r-ek (AR. 87 ad.). A-ik xe r-amya r-ek-bo. X e kup_-bo xe mO-lnbe-. E-io-ti nde k-saba xe por-upi. Xe ybyr-i t--i (deitou-se), o-k. O o-akyper-i taba r-en-i (est). So am ar-bo ker-i, pytun-bo gat-22, karu-b-. Or amy ok-et: nd' or amundab-i. Mba r"es-pe nd' ere-e-asy-mo-ndeb-i?
652
ponta, concluso: apyra cumieira da casa: ok-apyra nascente do ri): y-ap:yra ponta de galhJ: ak-' pyra (s) armao da ct,mieira: apyr-yt
Ilhus: Nhoesemb saltar: por vista de: ob-bo (s) flor dgua: y ap ar-bo de dia: ar-bo
653. Por que no vestis roupa aos ndios? :les no se vestem [roupa]. - Os peixes passaram saltando flor dgua, vista de Ilhus. - O macaco subiu na ponta do galho, no querendo mais descer. - Na concluso de minha fala (Passado), le falou. - Onde est a nascente do rio? Est no meio daquelas montanhas. Por onde passa le? Passa por aqui, por stes campos. - A cumieira da casa caiu. Caiu de atravessado ou de ponta? Caiu de comprido. De dia ou de noite? De dia. Apanhai II armao e coloca-a ao longo da casa. - A mulher carregou o marido s ancas, para visitar o francs ... BIBLIOGRAFIA
Indefinidos 11-16; AXCHIETA CAETANO 64-69; 40-46;
ADA},I FIGUEIRA
120-126;
DLL'IGNA
MOXTOYA
70-76;
RESTIVO
29-32;
71-73.
B ou ab - ANCHIETA 41v; 43v; 45v-46; 184; 279; 400, 175; passim; MONTOYA 81; RESTIVO
T
LIO 38.a
INDEFIN IDOS
654.
am:" algum, um, certo, outro, -a, -s, -as; vrios, diversos, -as" Pode preceder ou seguir o substantivo. pronome e adjetivo:
am am: vrios, diversos; am(b) -a: outro, outros (e no ste nem stes) ; am ahe, am ab. ab ab: algum, certa pessoa, certas pessoas; nda ab ru, nda ab mn ru, nda am ab ru: ningum; am ... am ... : um ... outro ... ; alguns ... outros ... ; mba am, am mba: alguma cousa, algo; na 11lba ru, na mba ru, nda am mba ru: nada; or am: alguns de ns 655.
Pospe-se ao substantivo.
pronome e adjetivo:
ara tabi: cada dia, todos os dias; tand abi: cada um de ns; cada vez que disseram ou dizem ou
656. mobyr ou mbobyr: "alguns, poucos (4 a 6, mais ou menos); algumas vzes" Precede o substantivo. E' pronome e adjetivo: mobyr 1110byr: alguns; nda 1nobyr ru: muitos (no poucos); mouyr-t: alguns, poucos (para FIGUEIRA: muitos); mobyr--aub:
alguns, pouquinhos
OBS.: O interrogativo mobyr-pe?
H
"quantos?"
traduz-se ao p da letra
~lguns?". A resposta p "sim" significar qt1~ "~o alguns ou vrios", i, , at 6 mais ou menos. A resposta aan-i "no" significar (so)
242
LEMOS
BARBOSA
657.
et (s): "muito, muitos, muitas vzes" No sendo complemento predicativo, segue o substantivo. Pronome e adjetivo:
et-et (s), et-kat1t (s), et-nh (s), et-katu-nh (s), et-t-katu-nh (s):
escassos, raros
658.
opab ou op: "todo, -a, -os, -as, tudo" Pode antepor-se ou pospor-se ao substantivo. nome e adjetivo:
659. op so ou so op: todos os bichos 660. Perdendo o ou como objeto: o)
pro-
oro-i-mo-iaok-pab t-e-tnbi-: repartimos tda a comida; oro-~repartimos tudo; o-bobok-pab ygasaba: racharam-se -mo-iaok-pab: tdas as talhas; a-ra-s-pab ou op a-ra-s: levei todos 661.
No gerndio, pode ficar antes ou depois de -bo, mas sempre sob a forma P:
o-ur pe ~uk-bo P ou o-ur pe uk-p-bo:
todos
Quando opab vem antes do verbo, pede a conjugao subordinada. Mas entre opab e o verbo deve vir sempre o substantivo ou o pronome sujeitos:
662.
op kunumi r-e-: morreram todos os meninos; op kai pab-i: acabou-se todo o cauim; op ah xe sub-i (VLB 217): revistou-me todo; pitanga op pir - : a criana comeu todo o peixe; oP pyt-{i
(nunca op pJ't-): todos ficaram; op - (nunca oP -): comeram tudo; op t-e iand 11Zo-ndyk-<i(AR. 315): a morte a todos nos destri
663.
a tdos? 664.
i iuk-?
mataram
H muitos compostos:
opab-, opab--nh, opab-l, opab-i-nh, opab-e-l1[fatu,
oP-katu, opab-i-ngatu
mba tetiru: qualquer, quaisquer, tdas as causas; mba tetiru sos: acima de tdas e quaisquer cousas
oeP so nle1'n-pe?: um la-tik me111,aP iara, e-i; t' disseram ento? IVlatemos, todos, aqule que disse isso (disseram); morra! (disseram)
669.
vez"
Seus compostos: oieP-katu, oieP-giasu, oep-bo: igual sentido; oieP-rem-, ozop-rem, ozep-rem: todos os de uma espcie ou qualidade
670.
Seus compostos:
671.
mokonh:
mokonh-i:
"poucos"
poucochinhos
pouquinhos ;mokonh-i-aub:
urusu (t): "muitos" irregular (n. 99). Alm do sentido de "grande;:, "grosso", tem o de "muitos":
672. or r-eburusti: somos muitos; a-r-ur-usu (ANCH. 13v): trago muito ou muitos; a-o-poi-usu (ib.) : dou muito de comer; xe peu-us (ib.): tenho muito pus; o-ur-usu (Tes. 406/400): vm muitos: o-abab-usu (ib.): fogem muitos
673. ey:
(t):
"muitos"
s-e},i: so muitos s-ey nh: so muitos EXERCCIOS
674.
mo-tin: tingir de preto mo-ting: tingir de branco 111o-ngatyr: enfeitar e-giak: pintar-se, enfeitar-se pittib: tingir (com urucu etc.) pitu' -pirang: ido etaptiru (s): pintar o rosto 2.: longo do cabelo, ou do C2.belo ponta do nariz (o:,: d.: pessoa) uruu: pintar o rosto, das orelhas aos cantos da cabe2.
CURSO DE TUPI mo-ngy: untar (obj. dir.: a c. que se passa) guang (nho): tingir (com urucu) ro-ap-r-ar: derrubar caindo
ANTIGO
245
ob-glang (s): pintar o ros[o (com urucu) anj'paba: j enipapo tiru: at mesmo mar-t-ek-ara: guerreiro
675. T-obaara am as uk abi, as e-ob-guang-i. Mar-t-ek-ara o-ie-g1ak. S-e-mi-r-ek o--anyp-l1lO-ngjl. Kunh oP-katu-pe e-anYP-rNo-ngjJ-u? Kunh P-katu, kunh-1nuku tiru. Abnlena. A-pe kunh-muku, marfi' xy -pe o--mo-e-gtak kunh? o--mo-e-glak. - Mobyr-pe ere-ie-pit~,b? S-et-katu-nh. - Ab am oro-l1lo-ngat,:yr. Aan-ang-. x -te a-e-etpurfi. M ar~namo-pe nd' el'e-e-uruu-ulwr-i nde r-e-1i1i~r-e-k sup fi' N d' o--Izuab-'i. Opab--nh xe r-aY1'a kuab-i. S-et-pe nde r-ajwa? Mobyr:;,; '"---Mb ata o-ze-apa-puar pe'b) A A " A '. ' 4~ 'O A' r-Cn,l,;ey-pe 0-111-a (T eS.:Ja 'd)" :'>-=-,", ' ,;,gI18c,'" -1'o-ap-1'-ar xe r-okiJ;.xeilitba-(Tes. 46v ad.). - -Yboak9-ge-1'o-aP-1'-ar (ib .adJ.
enquanto
246
LEMOS
BARBOSA
676.
arrancar
plumas ou plos a :
abo (s)
(s),
r: iu
- o corpo: -mo-ngy (s) -aba, ar-asoi-aba aparar: etab (s) manto: asoi-aba, gua,r- -b-nku esfolar: pir-ok bracelete: auana aparar o cabelo a: -pir-etab galinha: t guJ'r-mpukaia colar: mo-iar ema: nhandu untar: pizyb guedellha: atybaia ndio: apyaba guar: gar criar: mo-ngakuab cercado: okaia (t) 677. Os ndios criam guars em seus cercados. Depenam-nos, de suas penas (pass.) vermelhas fazendo (n. 619, 2) seus diademas e seus mantos. Criam tambm algumas araras e caninds. Arrancam~lhes as penas amarelas, fazendo delas suas carapuas. Das penas de ema fazem as rodelas de penachos. (De) que fazem os seus braceletes (tut.)? Os guars, caninds, araras, sendo raros (tyb-eym-e), criam talTIibm galinhas brancas e outras aves; tingem as suas penas as de vermelho, em lugar (n. 636) das penas vermelhas dos guars. Depenam tambm todo um papagaio, untam-no com sangue de r. As 'penas novas que saem (o-sen1-bae), tornam-se vermelhas. - Esfolam tambm o papo dos tucanos; colam a pele dles nas faces, com cera. _ Todos os guerreiros tm muitas penas de aves, estimando-as muito. _ Os mantos tm muitas penas finssimas. So feitos no com as penas de quaisquer aves, mas das mesmas. - Os ndios arrancare: todos os plos do corpo. Rapam a cabea, aparando s o cabelo po:' baixo, deixando uma guedelha. Pelam [-se J a testa. tambm. Alguns deixam ~1ll. ~.o.:ete .outros no .. -,Com mel, ouam resina les se . emplumam.' Empumam tambim a ca&;acon)'ceraou 'resina. - Os
papagaio: aittru topte: e-tob-py-aP1t (t) carapua: asoiaba, akang-aoba diadema: akangitara rodela de penachos: nhandu-
CURSO DE .TUPI
ANTIGO
247
guerreiros esto dansando todos juntos. Alguns poucos vestem [em si mesmos J mantos; alguns vestem carapuas; outros vestem braceletes; muitos vestem rodelas de penachos; tdos vestem diademas. Cada um dles traz o seu enfeite.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIET<\
8v; 54;
FIGUEIRA
4-5;
MO::\TOYA
7;
RESTIVO
21;
AD-"M
35-36.
LIO 39.a
subordinadas adverbiais se vertem pelo infinitivo regido de conjunes ou preposies. Como o infinito equivale a substantivo (n. 337), as conjunes subordinativas funcionam como preposies.
Seria estrangeirismo abusar das oraes s.ubordinadas.
Os perodos devem ser breves, e de conexo mais lgica do que gramatical (como na conversa viva em qualquer lngua).
679. -reme:
"quando,
Usadissima. Serve para todos os tempos: "quandc mato. matei. matar". Precedida de nasal, -ne'me,o de consoante, -el11.e,o de 111. -e (tambm s vzes -cme); de b) -eme (s vzes -me) ento cai o b) ; de ditongo, -1ne. O infinito parox1tC'no perd: o a final.
INFIN. zuk puk nup SUBORD. TEMPOR. xe r zuk-re111e: quando, se, porque, como
E:
mato, -ei, -ar puk-reme: quando, se, porque, como le ri, ril; rir nde nup-neme: quando. etc. me bates, bater3 bateste
(*)
ou pelo particpio
saba
(n. 810).
AXTIGO
249
nde minz-e: quando, etc., o escondes, -este, -eres or r-ePialc-ellle: qtando, etc. le nos vir, v, viu or s-ePiak-emc: quando ns o vemos, vimos,
z:
virmos, etc.
pe r-eni-me: quando, se, etc., vos chama, -ar, -ou xe ker-eme: quando eu durmo, dormi, dormir, etc. llde sem-c ou ndc SC!iZ-Ci1le: quando, se, porque
saiS, ele.
(s)
ou pe s-cl1du-me: quando o ouves, -iste. etc. i-ekJ1i-me: quando, se eu morro, morri, morrer, etc. xe usei-me: quando, como, porque. se tenho spe s-endub-eme de,
ek
011 xe pore-a1!sub-enre: quando. porque, como, era. fui, sou, serei um coitado ar-et-reIlle: quando dia grande, (santo): nos dias santos
.re pore-al'SU'-llle
y emana
n
~y-Yel1!~:
porque ou h ~gua; quando, se, como houve, houver agua e1'llOn-ne7ilc: quando, se. porque, como , foi. ser assim n-ne1I1e: quando assim: a estas horas ha,
680. xe
1 iuk-re171e:
nde
i 1mm-c:
y-eni-eY111-e:
aan-eY111-e:
se no, do contrrio
681. O verbo regido de -reme equivale ao gerndio. de rigor quando o sujeito da orao principal e o da subordinada so diversos. Quando so iguais, facultativo, mas de escasso uso:
de dois particpios,
v. n. 957.
eym-e-b, :anond, enond (t): "antes de, antes que" Janond e enond (t) supem que a ao do verbo subordinado se verificar. E}'I1'l-e-b serve para todos os casos:
682. antes que me batas, eu te mato: nde :re nup-eym-e-b, oro-uk: antes que mo dissessem, j eu sabia: :re o-up anond, (ou eym-eb) a--kuab u11t; antes que lhe dssemos o arco, le levou: o-ge-ra-s gyrapara, o o-up or lneeng-eym-e-b,o meu filho saiu antes de ns (que depois tambm samos): .1:e r-ayra o-sem o1'
r-enondi
Eym-e-b
lndio saiu dela
taba ka anond, ab
i :ru i :rem-i:
683. Com o prefixo de classe, enoJld equivale ao advrbio ranh "antes", " primeiro", e prescinde do xito ou no da ao verbal: llde boi o-s t-enond ou llde boi o-s mnh: teu criado foi primeiro
684. 685.
ab, b: "logo que, logo depois de, aSSim que. apena,s, desde que, ao mesmo tempo que"
i x
ab, a-ur-ne:
(=
Com o mesmo sentido, junta-se ao gerndio. ste perde o a tono final, se o tem. Se termina em -ba, ab que perde o a inicial:
687. gui-x-bo b, a-s-ePak: logo em indo, eu o vi; gui-kuap' ab, uk-u: em passando, matei-o; gui-t-' ab, a-s-ekar nde pindix -ne: logo que vier, procurarei teu anzol; e-nheeng' ab, ere-ar: em falando, caste
688.
upi-b (8): "logo que, depois de, a,penas; juntamente com" (n. 606)
aSSIm que,
"enquanto,
durante
o tempo
a-reme-b: enquanto isso; ix s-e-ra-s-reme-b, e-putw: enquanto o levo, tu descansa!; o mendar-ag-ttera r-ek-b-re111.e-b, nd'e- katu-i o-mend am-a r-es (AR. 278) : enquanto viver seu espso, no pode casar com outro; ara-puku/i ou k ara-puku- (VLB 408) : todo o dia; ix s-e-r-ek puku:-, ar-eym-i: enquanto o tive comigo, no caiu; ab e-por-akar-a pu,ku-i, klmh k-Pir-i; enquanto o homem pescava, a mulher roava
690.
temos!
ebap ta pe-ik, pe-e-byr-ag-uama r-es ix nde mo-morandub-eym-a puku-i (AR. 140) : ficai l, enquanto eu no te avisar para volkyr eJl11t-e-b, t' a-1nba-tym: enquanto no chove, plantardes;
692
h 0_ lepl, merne: ... Ia, Ao,. 1" laulO, A Ia-De, vez que, sempre que" .
A~ A
"
nde s iabi, xe s-zt-ne (VLB 367) : quantas vzes fores, irei; ebo-ui-l1~e s-en-a i (AR. 124) : tda vez que (enquanto) estiver l; xe sempre que me encontra, me injuria r-obaiti iabi, xe r-e-r-ek-aib-i:
O mesmo significam os compostos i-,i-b-, iabi-, iabinh-, mem-nh, iepi-nh, iepi 11lem, iepi 1ne11l-nh, mem-nh ... iepi: mem-nh xe ker-a iepi, 11lar-t-ek r-es :re posausllb-i: cada vez que durmo, sonho com a guerra
693.
ieperi-b-i:" ainda
eperi-b-i as 1nar
i -u, o-nhe-mo-')'1'
EXERCCIOS
bem no ...
e; ma.! ..
uJlI'lan
"
694.
er-ok (s): pr nome (novo) em cousa, bicho (qualquer emoiJ1n (s) (xe): mentir ser inferior ao homem) 1no-1nbukab: derramar penga: sobrinho, -a (de m.) i' -e-ro-ky: inclinar-se aso (1,) : cobrir nh: ptc afirmativa (n. 1058).
ti: proa
mba:
695.
de"
mar-pe as r-ek-tt O nhe-111o-ngaraib' ianond? (AR. 145 ad.) : que se deve fazer, antes de ser batizado? (lit. que se faz ... ?) ~ o-i'-e-ro-ky-pe as JESUS -reme? O-i'-e-ro-ky (AR. 17): a gen::: deve inclinar-se quando diz JESUS? De've (lit. inclina,-se); o-~; nh-mo nh-mo angaip' -bae, ((Or r-ub" o---bo Tup sup? 0-:; ser anh ... (AR. 21-22): deveria o pecador envergonhar-se Co':
696.
697. T-obaara am ah i uk:-renlc, i '-er-ok-i. Nli-ausuba am uk-reme, aM o e-171i-r-ek r-er-ok-i-ne. - Lru r-aang eym-e-bJ ere--mo-mbulwb. - 1\'de penga nheengaabi, s-e-1noem-amo. Tupinamb garinl-mlllo s-reme, )'gara ti-me lnarak 1110-ingo-ft. Ias}' ki'iaras}' aso-reme, ab a Mba as}' 0-(;" -1'1. - Mar i-b-pe Tup aip-aae r-e-rek-zt,i xuP O ie-epak eym-e-b? Anhang-amo nh i 1Iw-nd-1 (AR. 45). - J1!lar -b-pe erimba Tup and r-ub 'SP}' anga r-e-r-ek-'zt (fz com) mo-nhang' ab? (AR. 48). - lJI ar-pe as r-ek- (deve fazer), Tup r-e-mi-motara mo-por-ag-ama r-es (para cumprir), Tup o pytyb mot? O-pakJ ab, s-es o-maenduar-amo, xup o-i' -e-r-ur--bo-ne, a T a--abv ~{111-nekori nde nheenga)) - o---bo (AR. 111-112). - ~Mar e~ nh-te-pe as, 171balllO-71lbegz--bo? ((Anh, Anh-t" - e- nh-te (AR. 99).
698.
beber cauim ou vinho: ka, intr. ir caa: s ka-bo fazer festa: nhe-mo-saraa vestir: aob, tr. enterrar: at}'b, tr. -nhang festa: nhe-lno-saraa fazer roa: k-pir, intr. todo o dia: ara puku-i
mo-
699. Quando a gente tem sde, que deve beber? gua. E se no houver gua, que? - Por que no se vestem os ndios? - Onde pus meu arco? As crianas, vendo-o no cho, enterraram-no. - O dia todo os homens vestem [em si mesmos] os mantos de penas? Absolutamente no. S quando vo guerra ou quando fazem festa . ....:.... Quem deve trabalhar: o homem ou a mulher? Os brancos dizem (que ) o homem; ns dizemos (que ) a mulher. A mulher deve fazer a roa; o homem deve ir guerra e (ab) caa. E quem deve fazer a comida? - Quando o 'ndio come, no bebe gua. Quando bebe vinho, no come. Depois que come, que bebe gua. Enquanto come, no fala; s depois de comer. '- Os brancos bebem comendo e comem falando (am). BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 26-27; 43'1'-46; 158; FIGUEIRA 127-129; 155; 158; MONTOYA 22-23; 76-77; 35; 64-69; AD.o\M 56-57, RF.STIVO
LrO PARTICPIO
40.a
-BAE
700.
-bae) (s)ara)
e um prefixo: t-e-mi-.
Os principais so: -bae, (s)am (ativos), (circunstancial). - Usaremos indistintamente "particpios", de preferncia a ltima. OBS. O a final sufixo nominal:
(s)ar-a,
(s)ab-a,
pyr-a, etc.
701.
702. -Bae particpio ativo. Indica o a g e n t e O~ sujeito. Forma-se da 3.a p. do indicativo de qualque:verbo. Traduz-se quase sempre pelo nosso relativo "que" (sujeito), e s vzes pelos verbais terminados em "dor" "nte" :
O-$-pysyk-bae: o que o apanha O-$uk-bae: o que o mata Ol-$-pysyr-bae: o que o salva o-s-ePiak-bae: o que o v O-$o-s-e$-bae: o que o lava maenduar-bae : o que se lembra t-}'nysem-bae: s-asy-bae:
o que (lhe) di: que sente dor mba-bae: o que tem COlE~
o riCO =-:-
CURSD
DE-TUPIl\NTIGO
o-s-ausub-bae ou o-s-ausu' -bae: o Que o ama angaipab-bae ou angaip' -bae: o que mau; pecador
703. Forma os tempos como o substantivo (n. 216); no negativo, intercala eym depois do tema verbal.
Todos os verbo~ se podem servir de -bae. -transitivos quase s se servem dste particpio.
704. 705.
Os no
O prefixo verbal sempre o da 3.a p., ainda que u sujeito seja de outra pessoa:
o-s-bae ix e no a-s-bae ix: sou eu que vou ix, o-s-bae-pera, nd' a-s-ePiak-i: eu, que fui, no o vi 706. Assim os gramticos tupis. Mas, pelo menos no guarani, a regra no parece ter sido absoluta. o que diz RESTIVO 155 e o que se induz de alguns exemplos esparsos. As mais antigas frmulas guaranis do Padre Nosso rezam cre-i-bae "que ests".
O substantivo ou pronome correlativo pode prepor-se ou pospor-se ao particpio. De preferncia se prepe, '!uando o particpio complemento predicativo:
707. pitanga, o-ar-bae-pera, o-man: a criana que nasceu, morreu mar-ar-bae ab meLhor que ab 11wr-ar-bae: o ndio que est doente
Nas oraes predicativas, o particpio ter como 708 advrbio negativo nda ... ru (n. 184). Cpr.:
o-man-bae-pera ix: fui eu quem morreu o-man-eym-bae-pera ix: fui eu quem no morreu nda o-man-bae-pera ru i-1."{j: o fui eu quem morreu n nda o-1nan-eym-bae-pltera ru ix: no fui eu quem no morreu
109.
O particpio -bae no admite objeto direto seno da 3.a (substantivo ou pronome). Para a 2.a ou 3.a p. re-
255
o-s-ausub-bae ou o-s-ausu' -bae: o Que o ama angaipab-bae ou angaip' -bae: o que mau; pecador
703. Forma os tempos como o substantivo (n. 216); no negativo, intercala eym depois do tema verbal.
Todos os verbo~ se podem servir de -bae. -transitivos quase s se servem dste particpio.
704. 705.
Os no
O prefixo verbal sempre o da 3.a p., ainda que u sujeito seja de outra pessoa:
o-s-bae ix e no a-s-bae ix:: sou eu que vou ix, o-s-bae-pera, nd' a-s-ePak-i: eu, que fui, no o vi 706. Assim os gramticos tupis. Mas, pelo menos no guarani, a regra no parece ter sido absoluta. o que diz RESTIVO 155 e o que se induz de alguns exemplos esparsos. As mais antigas frmulas guaranis do Padre Nosso rezam crc-i-bae "que ests".
O substantivo ou pronome correlativo pode prepor-se ou pospor-se ao particpio. De preferncia se prepe, '!uando o particpio complemento predicativo:
707. pitanga, o-ar-bae-pera., o-man: a criana que nasceu, morreu mar-ar-bae ab melhor que ab mar-ar-bae: o ndio que est doente
708 Nas oraes predicativas, o particpio ter como advrbio negativo nda ... ru (n. 184). Cpr.: o-man-bae-pera ix: fui eu quem morreu o-man-eym-bae-pera ix: fui eu quem no morreu nda o-Ntan-bae-pera. ru ixe: no fui eu quem morreu nda o-man-eym-bae-pera ru ix: no fui eu quem no morreu
O particpio -bae no admite objeto direto seno da 3.a p. (substantivo ou pronome). Para a 2.a ou 3.a p. re709.
256
LEMUSHAKBOS}\
- ---
(s) ara.
o ama: o-s-ausn'-bae te ama: nde r-ausup-ara que frechou o peixe: pir o-i-yb-bae-pera vai atravessar o rio: y-gasu o-s-as' -bae-mma
como predicativo,
ab ase-bae nda ab ru: o hmnem que chora, no homem; guarini 11iembek-bae t-obaara r-oba k i abab-i: o guerreiro (que ) mole diante do inimigo foge 711. -Bae se junta ainda a substantiyos, no leva prefixo verbal: k-bae kunh: (a que ) esta mulher
pronomes,
mas
podem
(11.
receber
sufixo
71)
Havendo algum advrbio ou outra palavra que mo713 difique o verbo, o adjetivo ou o substantivo, o sufixo de particpio fica para depois:
o-ur-' am-bae: os que ab marangatu-bae: os ybytyra, ybat-et-bae, nhas muito altas vieram neste instante que so homens bons o-nhe-mim ybytinga p~yter-pe: as montaescondem-se em meio das nuvens
714. Muitos verbos de pronome agente tm duas form2.~ no particpio: uma com o pronome o) outra com i. D:vergem em que a primeira indica simples ato, ao pass: que a segunda conota hbito, capacidade, conhecimenE
(n. 383):
CURSO DE TUPI
ANTIGO
257
aM o-nheeng-bae:
abi nheeng-bae:
o homem que falou, que fala (no momento) o homem que costuma falar, que sabe falar ou pode falar (que fala) kun1l1l1i o-}'fab-e)'11Z-bae: menino que no nada, que no nadou (que no est ou no estve nadando y kunumi i- yfab-eym-bae: menino que no nada (que no sabe, no costuma, no pode nadar)
715. Assegura RESTI\'O 155 que o sufixo -bae era muito usado na funo de complemento objetivo, lJod-cndo ento levar os prefixos verbais das trs pessoas: a-y-qua'-bae [tupi * a-i-ku'-bae] "o que eu sei"; a-mbo--bae [tupi * a-i-mbo--bae] "aqule que eu ensinei". ~os documentos tupis no parece haver nada de semelhante.
EXERCCIOS
716.
mor-e-r-ek-ara: chefe .ase-pap' -saba: lamentos kyreymbaba: valente mar-ara: doente grave a.m-11ie: algumas
717. lvfam-pe Atzs land laTa r-e-Ta-s-uJwr-i?' Mor-e-r-ek-ara Kaifs s-er-bae sup (AR. 78). - M ar-pe g mar-ar-bae r-e-r-ek-u (tratam)? Nd' o-nhe-mo-sainan s-es, - o-man ip-ne o---bo. - A-pe s-e rir, mar? Gabi, kunh ab, o-s-apir. Tu-bae ab-pe o-s-apir fu-bae am o-man-bae-puera? Tu-bae ab. - Am-me kunh o-ase-paP' -saba 111o-pau-u - C( O-man k'\,Jreynlbab-bae-pueTa, o--ukar-bae-Pilera or-be t-obaar-et!" -u? Mba ab-pe, o mendara re-neme, s-e-mi-r-ek-bae-puera {{ e r-e-mi-mofar-uera ym! eh h h h h h! eh h h h h !z!" X - e-L - Ap maiTa anqaipaba, ik o-e-potar-bae-pera, ybytu-gasu o--1nbo-ur. O-man-bae-rmna-pe op and? O-man-bae-rama. O-man-bae-Ta1ll-buera-n' ikt-e-mbi-ara. M ar-pe pe-r-ek6 atara pe r-oka o-ik-bae? Kunh o-s-afrir. A-pe ab? Kunh pook-eme, ab, o--mo-mbyt-bae-p{{eTa, 1I1o-nget-u,{{ Ere-ur-pe?'" xup::. - Ab, guarini-ramoi x-eym-bae, nda fupinamb6 o---bo ru.
LEMOS
BARBOSA
(xc)
719. Aqule que come carne de 'bicho-preguia, toma-se vagaroso. Aqule que come carne de veado, torna-se veloz. Os ndios no comem carne de veado, enquanto no Ihes cortam as pernas. - Quem faz um vaso, deve requeim-Io. De outra maneira (marand--reme), o vaso racha. - Onde ficaram os viandantes que deviam vir? Os que deviam vir no vieram. Vieram os que no deviam vir. - As almas dos ndios, que devoraram muitos inimigos, vo ter com (n. 642,3) as almas dos seus avs, alm das grandes montanhas. Que fazem (s-ek-i) todos os que l esto? Danam smente. - Aqules que so ricos, dem-me alguma cousa! BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA
30-31;
CAETANO
FIGUEIRA
92-94; 155-156;
115-117; :NIONTOYA 17; 30; 31; 50-53; 55; 57; 58-60; ADAM 37-38; 65,
RESTIVO
(S)ARA
NEGAT.
ou eymb-ara
"eym-ar-ama "eym-ar-uera " eyn1-ar-am-buera " eY11't-ar-uer-ama
-bae.
722 Sara partic.pio de verbos transitivos. se encontra com outros verbos.
723
Ao contrrio de -bae) no leva prefixo verbal. Por via de regra, sendo transitivo, exige a anteposio do objeto direto. Os pronomes objetivos so os mesmos do infinito (n. 336) :
pind mo-nhang-ara: o que faz anzis, fazedar de anzis; mo-nhang-ara: a que o. ou os faz ou fz; os que o ou os fazem etc.; o mo-nhang-ara: ido (refl., n. 304); s-apir-sara: o que o pranteia; xe r-apir-sara: a que me pranteia; t-e-buera r-apir-sara: o que pranteia os mortos; xe pi-sara: o que me pica ou picou; xe pi-sar-uera end: tu que me picaste
Se o objeto direto pessoa ou causa indeterminada. deve-se recorrer a poro- (moro-) ou mba (n. 380) :
724.
nde poro-apir-sara: s carpidera; 1noro-posanong-ara: curador; mo-e-r-ek-ara: guarda, protetor, encarregado; mba 111o-nhang-ara:
fazedor
725
Com verbos no transitivos, o particpio (s) ara no leva pronome algum. Mas o participio sara em tais verbos excecional. Normalmente o prprio infinito dos verbos intransitivos serve de particpio ou adjetivo verbal (n. 731).
Sbre o particpio sara como complemento predicativo. v. n. 86.
726.
FORMA'O.
Junta-se
(s)ara
ao tema do verbo.
o que mata
iuk
iuM-sara:
Se o verbo termina
pysyk mo-nhang
em k ou ng) (s)ara
perde os:
Se termina
tym
junta-se-lhe
b)
e calOS:
d ou
Se termina em
syb 727.
muda-se o
para
p)
e cai o s: junta-se-lhe
syp-ara:
limpador
1:)
t,
o que d alimento
-ZT
Mas pode tambm perder o Sy caso o verbo no acabe em a. O i) 1[ e j' finais passam para y 11 e y:
mo-ngaral{ aby uk 11l0-ngara-sara ou mo-ngara-ara aby-sara ou aby-ara: o que erra uk-sara (nunca uk-ara): matador
Se o verbo termina em
potar
cai o
r:
Pode tambm cair o S de saray contanto que a ltima vogal de verbo no seja a. Mas pouco comum:
mo-mbor potar
mo-mbY -sara ou mO-1nb' -ara: atirador pot) -sara (nunca pot) -ara)
sse
passo fut. passo fut.
729.
manter
Muitos verbos terminados em vogal tnica, no precedida de consoante, perdem essa vogal, e acrescentam g11ara:
e-pe: esquentar-se so: convidar (para anga: vituperar : comer su: morder festas) e-peg-ara sog-ara angag-ara g-ara sug-ara
eym-(a))
731.
Sbre nda- ru e nda- -i, v. n. 184, 185, 352. Cfr. n. 708. O infinito dos verbos intransitivos SINTAXE. -
intransitivados (n. 381) equivale aos particpios -bae. Traduz-se como nome verbal, quase sempre:
ou sara e
kanhem: fugir;! kanhema (infin. e partic.): fugitivo; kanhem-Miera: pass.;' kanhem-gaJlla: fut.; ab kanhema ou ab o-kanhe1n-bae; ou ab kanhemb-ara: homem que foge; ab mond: (homem) ladro; .i:e mond: sou ladro; ab por-: ndio comedor de gente; ab yby-: ndio comedor de terra; ab kam ou ab mba-: comedor, guloso; xe karu ou xe mba-: sou comedor, sou guloso 732.
O infinitivo-particpio
mba mond: ladro
aparece
muito
nas alcunhas:
(n. 392)
733. Com o verbo ttr "vir" (n. 884), o particpio sara traduz os nossos circunlquios "vir de (infin.) ", "acabar de (infin.) " : mam su-pe ere-iur t K -pir-ar-uera a-iur: de onde vens? Venho de roar mba-tym-ar-uera a-iur: venho de plantar (acabo de plantar, fui plantar) yb po-ar-1{era a-i1w: vim de (fui) apanhar frutas EXERCCIOS
734.
mo-s-k-' ra: homem hospitaamotar-eyrn-bara: inimigo per: portugus leiro, fidalgo nheenga: lngua ie-koty-' -saba: amigo, camarada akok: fazer [sal] berab: intr. brilhar karaiba: (homem) branco kar: tr. arranhar 735. Per vem da palavra portugusa "Pero" (="Pedro").
A--mo-nget-potar karaiba am, ab nheenga kuap-ara. -. Ab-pe akue~ karaiba? lukyr' akok-ar-uera. - Ybyr mo-ndo-sok-ar-l1era
CURSO DE TUPI
ANTIGO
ik a-iur. A-pe end, mam su-pe ere-iur? Ah r-epak-ar-uera ik a-ur. Pir r-ekyi-ar-uera a-ur. - Or e-koty-'-saba, or amotar-eYJn-bar-uera 3'm. - Ab-pe nde kari-dar-era r-ek- (esto)? Ap mo-s-k-'ra r-ok-pe s-ek-u (esto). - M am-pe xc r-obaif7i-sar-am-buera S-l'ij' - S-es-berab ik pa. S-ob-puk.
736. sobrinho: Inembyr-ays m.) peixe-boi: guarag empurrar: mo-anhan derribar: ityk (n. 301)
( de
atirar pedras (acertando): api atirar (com flecha) : yb - (com arpo ou lana) : kutuk
737. Quem que me viu? - Quem que vir? - Sabes quem me empurrou? Eu que te empurrei: quem te derribou, foi o teu camarada. - Quem que matou o prisioneiro? No o mataram ainda. Teu sobrinho quem o matar. E quem que o deveria matar? Quais os que nos atiraram (pedras)? Quais os que [nos] erraram? Quais os que vieram de atirar flechas aos peixes? stes so os que deviam arpoar o peixe-boi. - Quais os que quiseram matar-me? Qt{ais os que no quiseram matar-me? - So comedores de gente stes ndios? No. So comedores de terra.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA RESTIVO 90-92;
19;
CAETANO
16;
BARBOSA
BORA
E PORA
PASSo
FUT.
afirmo negat.
afirmo negat.
Alguns verbos intransitivos ou intransitivados (n. 381) podem formar um particpio com o sufixo bora, que indica o agente ou sujeito, conotando, porm, a continuidade de ao ou estado:
kanhem-hara:
kanhem-bora:
fujo
gitivo 740.
Bora se sufixa tambm a substantivos e adjetivos, em sentido semelhante ao do sufixo "oso" portugus:
mor-ausu' -bora: amoroso amby-asy-bora: faminto
des-
741.
mar-ara: doente useia: sde akuba: quente pir-akuba: pele quente 742.
A falar com preciso, bom significa "o que tem", "o que est cheio de", "o continente", em oposio a para, que significa "o que tido", "o que est em", "o contedo", etc. :
k ara-pora: o que est neste mundo roy-bora: o que tem frio kamusi-pora: o contedo do pote akang-asy-bora.; o que tem dor de cabea xe iuru-pora: o que est em minha bca xe k-bora: a extenso de minha roa xe k-bora-pora: o que est na (extenso da) minha roa 743.
744. Mas paran-bora no o mesmo que paran-pora. o que esteja no mar; aquele s a sres marinhos.
da; py-pora ou py-por-uera: smal dos pes, Pgada; ko taba xe nhee -bora: esta aldeia resultado de minhas palavras (p. ~eita porque foi ex. pela eSP~-.I it-ngape11w-pora 0AU it-n,gape1n-bo:a: (ferida) feita por ordem minha); pind-pora: efeito do anzol (p. ex. peixe apanhado com anzol) ; xe y-pora r' ak nde g{iyrapara: teu arco efeito de meu machado; xe iy-apara-pora pe- pe-ik-bo: estais comendo o resultado de minha foice (p. ex. o que foi plantado depois
.. . .
que rocei o mato) ; xe p-pora ik guyr: ste passarinho foi pgo com minha mo; 11lmn-pe nde r-uu' -bora r-ek-u?: onde est o resultado de tuas flechas? (p. ex. os inimigos feridos)
smalS ou Clca-
it-pora ou it-por-uera: sinal de pedra ou de pedrada; kys-pora ou kys-por-uera: facada, sinal de faca; mina-pora ou 11li-bora: sinal de lana; p-ape-bora: unhada, sinal de unhada; -bora (t): dentada, sinal de dentada 746. Pora pode ser conjugado como verbo, com pronomes pacientes. ]VIas quase s aparece na 3.a p.: h, est cheio de, rico em, abunda em; nd' por-i ott no h, est vazio, pobre, no contm nada; nd' por-i xe r-oka ou por-eym xe r-oka: minha casa est vazia; t-e-mbi- am por-eym-e, a- s-o: no havendo outra comida, comi carne; t' por aP and '-e-r-ur--saba (AR. 66) : haja, realize-se, faa-se, cumpra-se sse nosso pedido
i por: i por-eym:
747. Com o prefixo mo-, pora forma o verbo 1no-por "encher, enriqu-ccer, fazer que tenha efeito, realizar, cumprir, executar" : a-i-mo-por ygasaba: enchi a talha a-nhe-mo-por: eu me enriqueci nd' ere-i-'l1'lo-por-pe xe nde pai-taba?: no cumpres o que te mandei? e-'1-mo-por nde nheenga!: cumpre a tua palavra! 748. Tanto bora como pora podem levar o sufixo -baeJ se assim o pedir o sentido:
i mba-bor-bae
750.
749. Na proporo em que bora e pora perdem a funo clara de partculas, formando novas palavras, sofrem e ocasionam mais freqentes metaplasmos.
EXERCCIOS yg (t): barriga p-as' -bora: sinal de pancada nambi-pora: orelheira (com as mos) ou de peek-aba (t): lugar de estar drada : um pouco de
ANTIGO
267
t" um pouco de", "uma pouca de" (gua, comida, etc.) : e-fi-meeng :li "d-me um pouco dgua"; e-r-1~r f "traze-me um pouco". - Seguido do gerndio de "comern (g--bo), ste se modifica para r-ll--bo ou r-a-g-bo: e-ki~ y fi r-a-g--bo "vai beber um pouco dgua 1"; fior-i ui fi r-u--bo "vem comer um pouco de farinha !".
f ix-bo
752. Ab-pe o--ap ybaka pora ab? Tup. ((Mam-pe Tup r-ek- (est)? Ybak-pe, yby-pe, op-katu 111bamo-por-i)) (AR. 22). N d' as r-etama ru-te-pe ik yby as r-ek-aba? N' aan-i. Ybaka-par-ama r-es Tup as mo-nhang-i; atar-ama as r-ek-u (estamos) ik yby puP)) (AR. 23). - N da X6 r-yg-por-i. E-or- y i r-a-glt--bo. A- y uman. N d' a--i u i r-u--bo ranh. M ar-namo-pe nd' ere-i-mo-ndeb-i nmnbi-pora? N da ix ru nambi-par-bae, xe r-ybyra-te. - Mba-pe aip-bae? Mb-as'-bora.
753
Entre os tupinambs,
mar-ara
D de ,comer qule faminto. Vai, d-lhe (permiss.) um pouco de farinha. Quero tambm um pouco dgua. No h. Bebe um pouco de cauim. No. Estou febricitante. Ests doente? Que isso no teu rosto? Foi uma facada. - Vai ao poo e enche uma talha. J cumpriste minha ordem? - Que significa, na lngua dos ndios, e-mi--e-ro-kab? Significa "servir a comida a". E como se diz "dar de comer"? Diz-se poi ou mo-ngartt ou mO-1nba-. E que significa usei-bora mo-y~? Significa "dar de beber aos que tm sde". E como se diz" dar de comer aos que tm fome"? Diz-se an'Vby-asy-bora
755. pai-a.,: .
BIBLIOGRAFIA
299;
ANCHIETA CAETANO
MONTOYA
30-31;
RESTIVO
241;
278;
1$7,
PYRA
PASSo
FUT.
a.
pyr-ama pyr-am-eyma
pyr-era pyr-er-e,:yma
FUT.-PASS.
pyr-er-ama pyr-er-am-ej1ma
particpio passivo, de agente indeterminado. Indica o paciente da ao verbal. Traduz-se pelo nosso particpio passado. S o podem ter os verbos transitivos. 758. FORMAO. Junta-se ao tema do verbo, precedido do pronome objetivo da 3.a p. (o mesmo do infinito) :
i iuk-pyra:
i
s-ausub-pyra: s-e-r-ur-pyra:
amado trazido
759.
O verbo de final nasal nasaliza o sufixo, ocasionando metaplasmos : tym-byra: enterrado i mo-si-byra: espalhado
20).
760. O negativo
i iuk-pyr-eynw: no morto, o que no morto i iuk-pyr-ama: o que ser morto i iuk-pyr-am-eyma: o que no ser morto i iuk-pyr-era: o que foi morto i iuk-pyr-er-eyma: o que no foi morto i iuk-pyr-am-bera: o que ia ser morto (e nc o foi) i iuk-pyr-am-ber-eyma: o que no ia ser morto (e no
, < -'
o foi
morto
O sufixo pyraJ sobretudo no futuro, corresponde, por vzes, s terminaes portugus as "vel" ou "ndo". Traduz-se tambm com "eleve" (fut.) e "devia" (pass.-fut.):
s-ausub-pyr-ama o que amvel, o que deve ser amado
762.
Quando complemento predicativo, ste particpio pode antepor-se ou pospor-se ao sujeito. Mas o pronome sempre o da 3.a p.:
uk pyr-anw ix: eu que devo ser morto; end: tu que devias ser morto
i uk-pyr-am-bera
leva, na forma
ne-
nda uk-pyr-ftera ru ix ou nda ix ru uk-p}'Y-1era: no sou eu que fui morto; nda u!::-p}!}'-ama ru aP-bae : no sse que deve ser morto
764.
atributivo,
partipio
pode
o-abab t-obaara uk-pvr-am-bera ou o-abab t-obaara l!kd-pyr-am-bfwra: fugiu o inimi-go que devia ser morto
765.
Incluindo o sentido de "ter", nega-se com nda e -i. Forma que aparece por vzes na 3.a p. impessoal:
nd' comer
i -pyr-i:
no h (meio de)
Com ste particpio se esclarece a dviela que possa 766. haver acrca elo paciente ele uma frase:
kunh mboa o-uk; kunh
i uk-pyra
A l.a frase pode significar tanto "a cobra matou a mulher" como "a mulher matou a cobra"; a z.a frase esclarece: "a mulher a que foi morta".
270
LEIvIOS
BARBOSA
767. Pyra supre, em parte, a falta da voz passiva. Mas em geral no admite expresso o agente ou complemento de causa eficiente. No se traduzir com o particpio pyra uma frase como esta: "o homem morto por mim". Devendo-se exprimir o agente, usa-se o particpio t-e-mi- (n.773). Excetua-se apenas o caso em que o agente seja o pronome pab ou um dos seus derivados, os quais podem ficar incorporados ao verbo, antes de Pj'rG: i ku' -pab--bjwa: conhecido de todos. Como pjwa particpio de objeto direto, para seu correto emprgo importa conhecer bem a regncia do verbo tupi, nem sempre igual portugusa. Assim mbo--pyra "o ensinado ", plai-pjwa "o mandado" se referem sempre pessoa que recebe o ensino ou a ordem, nunca cousa que se ensina ou manda, pois mbo- e piiai exigem complemento direto de pessoa e indireto de causa. O particpio de obj eto indireto saba (n. 798).
768.
Com o verbo ur "vir" (n. 884), o particpio pyra traduz as nossas locues "vir de ser (+ partic. passado)", "acabar de ser (+ partic. passado)": a-lur n1~p-byr-1era: venho de ser batido, aoutado
EXERCCIOS 769. ybygu: ventre (inferior) uba: coxa guarakaP: escudo 1J1O-ie-guak: enfeitar 1l1o-ruru: pr de mlho air (s): riscar, fazer incises em
770. Guarini-sara o-ge-r-ek o guarakaP> o gyrapara> og-uuba guyr pep-p~lera puP lno-e-guak-pyra. - I lno-ruru-pyra-p' ik so pir-uera? Aan-i. I l11o-ruru-pyr-eyma. I mo-ruru~pyr-ama. Ab-pe uk-pyr-ama? N da l:x ru> end-te uk-pyr-ama. O-abab uk-pyr-am-buera. Aan-i. N d> o-abab-i uk-pyr-am-buera> uk-pyr-am-hler-e}'11'w-te. - Apyaba o et-pe s-air-pyra am. Kunh og-u>-pe> o ybygil-pe> o yk ab-pe nh-te s-air-p}'ra. Ab-pe s-air-pyr-ama? Apyaba t-obaiara am o-iuk-bae-pera. I mo-mbeb-pyr-era-pe nde lnemb:/ ti?
771.
772. No ser chorado aqule que no chora os que morreram. Onde as frutas colhidas esto (r-ek-)? - Arcos quebrados. Maracs furados. Milho espalhado. Mandioca ralada. Foram as cousa5 encontradas nas antigas aldeias. - Est coado ste caldo? - Quem
esperado hoje aClui? J foi visto aqule qlie esperado? No muito estimado quem no muito esperado. - No devia ser morto o filho do prisioneiro? E o filho da escrava? -' Quem que deve matar (o que matar) o prisioneiro? No sou eu o que o deve matar. No h quem o mate. O que o devia matar foi morto. - No deve ser amassado o po? - Que o que foi esmagado? - J vistes a pedra escrita?
BIBLIOGRAFIA
AXCHIETA TIVO
98-100;
19v; 32; FIGL"EIRA 107-109; 116; jfOXTOYA 31; 43-45; 158-160; C~ETAXO 50-60; ADA:lI 65; L. BARBOSA 187.
REs-
Preparao
do -cauim (STADEN)
LIO 44.a
PARTICPIO
i111- OU illBI-
773. particpio passivo, de agente expresso. Indica o objeto direto do verbo transitivo. Corresponde ao relativo "que" ( objeto direto) ou ao particpio passado portugus. 774. Prefixa-se ao verbo na forma do infinito, despido de pronomes. Em geral, requer os prefixos de classe t-e- e s-e- (n. 236, 238) :
AFIRMATIVO NEGATIVO
t-e-mi-uk:
t-e-mi-uk-eyma:
morto
t-e-mi-uk-pera:
morto
t-e-mi-uk-pller-eyma:
no foi morto
t-e-mi-uk-rama:
t-e-mi-uk-ram-eyma:
no ser morto
t-e-1ni-uk-ram-bz1era:
t-e-mi-uk-ram-ber-ej1ma:
mi-luk: morto
Cl. sup.: Cl. ~pf.:
por
CURSO DE TUPI
ANTIGO
273
ti
iand ou ar r-e-mi-uk: morto por ns pe r-e-mi-iuk: morto por vs s-e-mi-uk: morto por les o e-mi-iuk: morto por les (refI. ) as r-e-mi-uk: morto pela gente
s-e-tni-iuk: morto por le a e. mi-i1lk: morto por le (refI. ) ab r-e-mi-iuk: morto pelo ndio
Outros exs.:
nde r-e-mi-uk-rmn-eyma: o, a, os, as que no matars, que no ser morto (O1l no sero mortos) por ti; s-e-Jni-mo-nhang-liera: o que le fz, o feito por le; a e-11zi-tym-am-M2era: o que le ia enterrar; mboa r-e-1ni-xu-pera: o que a cobra mordeu; mordido i)or cobra
Nisto se distingue t-e-mi- de P3Jra: em que requer o agente expresso, ou pelo menos o ndice da classe.
775 OBS.: U:na mesma palavra no pode levar os dois afixos (t-e-)mie pyra. Parece lapso o nico ex. em contrrio. no rosto da l.a ed. do Catecismo de ARAJO: xe l'-e-mi-p)'syr-byra "o(s) que eu salvei"
Nas oraes predicativas, o particpio de preferncia vem depois, e na forma negativa pede nda e ru:
777.
a ti que eu vejo: nde xe r-e-11ti-epaka; melhor: xe r-e-mi-ePiaka nd,o a ti que no vejo: nde xe r-e-mi-epiak-eynw; melhor:
274
LEMOS
BARBOSA
xe r-e-mi-epiak-eYlna nde,o no a ti que vejo: na nde -ePiaka,o melhor: xe r-e-lni-epiaka na nde ru,' ou ne -epiaka ru,o melhor: nda xe r-e-mi-epiaka nt nde " no vejo: trad. iguais s da frase anterior, substitudo -ePiaka por r-e-mi-epiak-eyma 778.
H tambm a forma (t-e-)mbi-) que ocorre com muitos verbos monossilbicos ou comeados por vogal. Nunca com verbos de inicial nasal:
(t-e- ) mbi-ausuba ou (t-e-) l1ii-ausuba: amada (escrava) (t-e-)mbi-ara ou (t-e-)mi-ara: apanhado (prisioneiro ou animal) (t-e- ) mbi- ou (t-e-) mi-: o que comido (comida) (t-e- ) mbi-poia on (t-e-) mi-poia: o que sustentado (t-e- )mi-nup (no t-e-mbi-nup) : o que batido, aoutado ''/79.
mi-mby: soprado; (flauta) lni-mbuaa: mandado; (servo) mi-nga: feito papas; (mingau) mi-ndypyr: ensopado; (piro) mi-ndu: mordido (t-e- )mi-1notara ou (t-e- )mi-mbotara: o que se quer porar: sofrer (t-e- ) mi-porar ou (t-e-) mi-mbo-rar: o que se sofre De esyr (s) "assar", mi-:>:yra "assado". A palavra mimbaba "criao" (n. 254) composta de mi-. O 2. elemento duvidoso: talvez algum verbo transitivo extinto. 780.
py: soprar puai: mandar . ka: fazer papas typyr: ensopar su: morder potar: querer
As vzes
particpio se substantiva:
t-e-mi-r-ek: a que tida, possuda (a mulher) (t-e- ) mbi-ausuba: a amada (a escrava; por extenso: o escravo) (t-e- ) mbi-ara: o que apanhado (em caa ou guerra) (animal ou prisioneiro) (t-e- ) mbi-: o que se come (a comida) V. outros exs. n. 247. OBS. - Como se v, o prefixo t-e-, de c!. sup., tendia a desaparecer.
particpio o e:
se substantiva
t-e-mi-e-1'-ek: o que tido, possudo, o que est com (gente) t-e-mi-r-ek: espsa s-e-mi-e-r-ek: o que le tem s-e-mi-r-ek: a mulher dle
783. A tendncia para pios, especialmente quando 11li-mby: o que 11li-tyma: o que
11lar-na111o-pe as
chama "comida"?
a mi-"
i -fi i X1i/J?
(AR.
27):
o particpio
so mi-ma: carne cozida 785. Precedido de genitivo ou possessivo, o particpio, mesmo substantivado, segue o paradigma et (n. 238) : xe r-e-mi-mia: meu cozido xe r-e-mi-1nb3!: minha flauta
Mas v. n. 249.
786. O reflexivo
787.
e do Vocabulrio na Lngua Braslica parecem se fizessem verbos intransitivos: tocar (instrumento de spro) ficar assado
788.
Precedidos de pronome pessoal, os particpios podem incluir o sentido de "ter" (n. 350):
1nbo-: ensinar
(t-e- ) mi-mbo-: discpulo xe r-e-nzi-mbo-: tenho discpulo (e meu discpulo) nda xe r-e-mi-1nbo--: no tenho discipulo s-e-mi-mbo--bae: os que tm discpulos s-e-mi-mbo--bae-p[ier-eY11la: os que no tiveram discpulos
porar: sofrer
(t-e- )m,i-mborar: o que se sofre, a--mo-e-mi-mborar: fao-o sofrer a-nhe-11w-e-mi-mborar: causo-me o-nhe-mo-e-mi-mborar-bae: os que xe r-e-11zi-mo-e-11zi-mborar-pera: sofrimento sofrimento, fao-me sofrer se causam sofrimento aqule que eu fiz sofrer
a1;~sub:
amar
i
790. 791.
(t-e- ) mi-ausuba: escravo mo-mi-ausub: escravizar, tomar cativo mo-mi-ausub-pyra: os cativos O parcpio t-e-mi- supre parcialmente a falta de voz passiva (n. 767).
Com a preposio -ramo (n. 619) e o particpio t-e-mi-) forma-se um modismo de largo emprgo na lngua, correspondente ao ablativo absoluto latino:
or r-e-mi-endub' -anw, aiP -li.,: isto le disse, estando ns a ouvi-Ia; o-ie-p-i t-e'j'a r-e-mi-epak'-amo (AR. 87) : lavou as mos vista da multido; s-e-1ni-ePiak-pab-e-namo-pe 11zba tetiru ku' -i i' (Al;. 43) : acontecem tdas as causas, [sendo] vistas por le? (i. : v le (Deus) tdas as causas que acontecem?)
792 Como t-e-m- particpio de objeto direto, para seu correto emprgo mister conhecer bem a regncia do verbo tupi (n. 767).
793, No tupi colonial encontram-se inexatamente tr,aduzidas, por vzes, as palavras e frases formadas com t-e-mi-: f-e-mi-lnborar: sofrimento t-e-mi-mbotara: vontade A verso precisa concreta, ., a cousa sofrida" no abstrata; obj etiva, no subjetiva: "a cousa desejada"
EXEF:CCIOS
794.
11!o-syryk, 111o-syryryk: fritar es)'r (s): assar (em brasa) mi-xyr: intr. assar-se
1ni-1nia: cozido
atJb:
tostar ( fumaa e ao fogo) mbi-ar-')'b'jl: carne assada em covas mo-e-1nbi-ar-yb'jl: assar carne em covas ka: tr. fazer papas de (obj. dir.: farinha) puku: mexer tuuk: intr. apodrecer (carne, fruta, etc.) iuk (xe): ido (madeira, corda, etc. ) uky' -taia: sal com pimenta iukyr-aPi: bolota de sal ybyra-pese: colher de pau
mo-ka:
795. Ab o e-mi--rama nd' o--1no-ee-i am. A-pe karaiba? O--mo-ee am. - Ab o- s-o o e-mi-mo-kae-biera. Karaiba o- s-o o e-mi-mo-syryryk-uera. - Mba-pe s- katu-et: mi-nga, 1niS-o -ndy/,yr, s-o mi-ma, s-o mo-ka-byra, k-n'ip mi-xyrat
18
~7
1nbi-ar-yby s- katu-et. Mar-ngatu-pe as mo-e-mbi-ar-yby-t As atyp-a b. - E--mo-yb yby Miar-pe imo-in-i, ka pup pokek-a, s-o. O-j'b um. - N d' er---pe xe r-e-mbi--rama mo-in-a ranh? Nd' a--, Nd' er--i-pe 11Lo-ee-mo ranh? - S- katu-pe t-e-mb4i xe r-e-mbi-ap-pera? S- katu-et n'am op t-e-1nbi- nde r-e-mbi.-ap. - S- kattb' ser iukyra t-e-mbi- r-es mo-n'-byra? - Mmn-pe t-o nde r-e-mi-xyr-am-bera r-ek-u (est)? O-tuuk. - E-a-i-puku uL I uk um! - J.lIIba-pe -meeng ix-be ybyr-pes, s- katu-et: uky-taa k-p iukyr-apu?
i i
796.
nascer [planta] : enh (s) (xe) crescer: kakuab deixar-se vencer por: mo-e-111,bi-ar-ar [es]
tocar: ab'ykJ', tr.; p-kok [es] fazer bolir: mo-kan levar de vencida: nhe ( -mo) -e-mbi-ar-ar [es]
797. Os ndios no salgam a comida antes de a comerem, mas (-te) misturam o sal com a comida (6s) na [sua] bca. - A chuva faz crescer o que plantamos. - Quando chove, as plantas nascem e crescem. Quando se arrancam (n. 582) (as plantas) [o que plantado], elas logo murcham. - Nasceu a rvore que eu plantei. - Falhou o que eu queria fazer. -.- Estando ns a cham-Io, passou e no parou (ger. neg.). - Misturastes os peixes que eu tinha separado? - No toqueis naquilo que eu tocar. - No faambolir os filhotes do passarinho, que esto no ninho. - A quem que eu devia ensinar a lngua dos 'ndios? No a mim. Quem que me ensinar a lngua dos brancos? - Onde esto os inimigos que escravizastes? - Como os levastes de venci da ? les que se deixaram vencer por ns.
BIBLIOGRAFIA
,ANCHIETA RESTIVO 94-98;
FIGUEIRA
50-60;
ADAM
32-33;
(S)ABA
NEGAT. ab-eyma ag-am-eynza aq-i1er-eYJ1za ab-am-ber-eyma ag-er-mn-e:Yl'na ou eynlb-aba "eynl-ag-ama "eYln-ag-era " eym-ab-am-buera ,. e'ynz-ag-er-ama
preso
fut.
(s) aba (s)ag-ttama passo (s) ag-era pass.-fut. (s) ab-mn-bera fut.-pass. (s) ag-fier-ama 799.
NOO GERAL.
forma nomes verbais, substantivos e particpios, que indicam as circu.nstancia:; do processo verbal ou o prprio processo z'erbal abstrato:
(S)aba iuk-saba:
1) 2)
lugar, tempo, ocasio, modo, meio, instrumento, companheiro, causa, motivo, fim, efeito, poder de matar
a ao de matar, o matar, a matana
gat-saba :
1) 2) o lugar, tempo, meio, companheiro, etc. de passear o passear, o passeio
280
LEMOS
BARBOSA
801.
(n.
726):
Iyvs~,k-I!ba. h'mb-nba. pobnn-daha. s~'p-aba, poi-taba, mo-ngarau-saba ou 1110-ngarau-aba, aby-aba 802. kyt1-saba,
Mas (s )aba pode perder o s depois de qualquer vogal; depois de a e e, pode perder tda a slaba sa:
ab'V-saba ou uk-saba ou ab;';-aba uk-'ba -ba sykvi-saba t-ek-b-saba ou ou t-ek-b-'ba syk}'U-ba
803.
E se a vogal nasal,
se nasaliza em
ar-saba afnJti-saba t-ek-tebe-saba
ou iuk-'ba
(nunca
uk-aba)
qualquer verbo,
e kyt-ag-11era
N os documentos en-
kyt-ag-uama
g-ama.
807.
Encontram-se
sykyi-saba,
':'01
808. SUJEITO E OBJETO DIRETO. Como O 111finito, (s)aba requer geralmente a anteposio do sujeito, se o verbo no transitivo. Sendo transitivo, exige antes do tema o objeto direto ou pelo menos o ndice de classe (n.
380):
nhand nheeng-aba:
fala
xe r-ausup-aba:
que me tm
xe por-ausup-aba: o modo como amo, o amor que tenho; meu amor ou amar mor-ausup-aba: Q amor, o arnar (aos outros) nho-nw-noong-aba: reunio, conselho (da tribo)
809. TRADUO.Confonne O caso, (s)aba se traduzir por um substantivo, pelo infinito ou por uma orao:
nd' a-s-ePak-i tymb-aba: no vi o seu entrro, ou enterrarem-no; no vi o lugar em que ou o modo como o enterraram, etc., nd' o--potar-i as o epak-aba: no quer que a gente o veja; xe e-por-ak-saba r-upi .kab-i, xe r-en-eY1Il-a: passou por onde eu pescava, karu-sag-era: no sei quando ou e no me chamou; nd' a--kuab-i onde, como, com quem, com que, para que, le comeu; nde r-ePak-ag-alJW nh-te r-es xe ie-byr-i: voltei somente para te ver; a--l1w-ang nde xe kuab-ag-uam-e'j'IJUl: cuido que no me reconhecers; kesta a ocasio em que devias ter ido; -bae nde s-sab-am-buera: nhand pysyr ybyr sui glieyp-ag-iera: desceu da rvore para salvar-nos (lit. salvar-rios foi a causa de ter le descido ... )
810. Dos exemplos se infere que (s) aba pode substituir o infinito, sobretudo no passado e no futuro, em que o infinito no quase usado (n. 337). Os verbos oxtonos quase no se empregam no futuro do infinito:
eu o vi matar o papagaio: a-s-epiak atum uk-Piera ou uk-sag-era, quero que no o mates: a-i-potar nde uk-raln-eym-a " melhor: tuk-sag-ftmn-wj'l1'l-a
_.,~
i.o~
Assim como t-e-n- e p'J'ra indicam o objeto direto e se traduzem por "que", (s)aba pode indicar o objeto direto ou os complementos circunstanciais, e traduz-se por "que", regido de preposio:
811. SINTAXE. -. ara :x-saba: o dia em que le vai; t-obaiara o-iuk :xe r-ayra, pysyk-ag-era: os inimigos mataram a meu filho, com iagara nde o qual apanl1aste a ona
(S )aba O particpio prprio dos verbos que tm objeto regido de preposio. Para seu correto emprgo mister conhecer bem a regncia do verbo em tupi, nem sempre igual do portugus:
812. se'J11,[su]: mendar [es]:
:
1naenduar [es J
mae [es]:
o-kai taba or sem-ag-uera: a taba de que samos, pegou fogo a nde 1nend' -sab-am-bera: com le que devias ter-te casado nzaendu' -saba: o de que (a gente) se lembra; lembrana cre-kuab-pe :xe maendu' -saba?: sabes de que me lembro? t' a-i-ku' -111eeng nde-bo :xe rnae-saba-ne: mostrar-te-ei o que estou olhando
813. Os verbos que tm complemento direto e indireto, exigem o complemento direto antes do particpio: meeng [sup]: ab p ini 1neeng-ag-i-era o-y-asab ou ab ini pe meeng-ag-uera o-')I-asab: o homem a quem destes a rde, atravessou o rio
1nbo- [cs]:
or r-a1nui-et nd' o--kuab-i pe or mbo--saba: nossos antepassados no conheceram o que nos ensmalS
Os verbos que tm dois complementos indiretos, podem levar o particpio (s)aba em qualquer dles, conforme o sentido:
814.
porandub [es] e [sup]: ndJ a-l,-kuab-i kunUllvi lnorubi."Caba sup kunh porandup-ag-era ou nd> a-l,-kuab-i kmnlmi kunh morubiporandup-ag-fiera: no conheo o menino ,"Cabo.sup pelo qual a mulher perguntou ao chef e; nd' a-i-kuab-i morubixabaJ kunumi r-es kunh porandttp-ag-era ou ndJ a-l,-kuab-i morubixaba kunh kttnU1l1i r-es parandup-ag-uera:
Tambm os verbos retransitivados (n. 531) usam do partic pio (s) aba> para se rei erirem ao substantivo incorporado, e no ao novo objeto direto. Cpr. as frases:
815,
snP: deu roa a Itajiba; o--k-1l1ccng I tay(obj. dir. em tupi: Itajiba); xe k-l11ceng: deu-me roa (obj. dir.: xe) ; Itaiyba k-lneeng-aba: a que dada por roa a Itajiba; xe k-meel1g-aba: a que me dada por roa o-k-rneeng Itayba ba: deu roa a Itajiba
Donde
a
i k-meeJ-byr-a:
817.
O substantivo a que se refere o particpio pode estar regido de preposio: esta se coloca aps o particpio. Cpr.:
ndJ a--kuab-i x-sag-a111a: no conheo o lugar a que le ir; a-ik-b x-sag-fi-111e: vivi no lugar ao qual le ir; o-man ab nde r-uuba nde 111eeng-ag-era: morreu o homem ao qual deste tuas flechas; e-i-mceng k gfiyrapara ab nde r-uuba nde meeng-ag-ftera sup: d ste arco ao homem ao qual deste tuas flechas; xc r-esarai nde maendu' -sag-fiera r-es pa sup xc porandub-am-bera r-es:
PARTICPIO
818.
SABA
PREPOSICIONADO
xe porandup-ag-ama r-es nde-be, a-iur: vim para te perguntar; nde i'-e-r-ur--ag-era r-es xe o-up, aiP a-: digo-o, porque mo
pediste 820.
muamb-' -pe: no assalto, no lugar da batalha, etc.; ab am o anam-bcra o-tym am s-ok-cr-pe; ab am, o-nho-tym-bae okar-pe, tymb-ag-er-pe tapy-i mo-nhang-i am: uns ndios enterram seus
parentes em suas (dos parentes) antigas casas; outros, que os enterram fora, constroem uma pequena choupana no lugar em que os enterraram
3. -
"porque, por":
xe mar-ar-ag-' -pc, xe pyt-: fiquei porque estava doente; end xe sy r-ausup-' -pe: pelo amor que tens a minha me
4. -
"com, -mente":
apressadamente, com pressa
koritei-s' -pe:
5. - Seguido de lt1n: "j est em (tempo)": karu-s' -pe um: j (est na) hora de comer; yb -s' -pe ~tm: j est em tempo de se comer a fruta; 111uamb-'-pe xe s-si -pe um: j est em tempo de eu ir batalha
nd' e-i t-e-mbi-ara r-e-s' -pe ranh : ainda no hora de morrer o prisioneiro; nd' er--i nde mend' -s' -pe ranh: ainda no ests em
822. (S) aba aparece tambm junto a substantivos, pronomes, advrbios e at frases:
ka mbo-et-saba r-upi a-giat: passei por um mato em que h muita cobra; nde-s' -pe xe r-uba r-e-tt: no lugar em que ests, meu paI morreu
184):
nda xe porandup-ag-iera
o'u
a quem perguntei
824.
Incluindo o sentido de "ter", nega-se com nda ... -'[, (n. 352):
nda xe porandup-ag-ier-i: no tenho pelo que perguntar; a quem perguntar; nd' porandup-ag-ier-i: no tem pelo que perguntar; a quem perguntar; nda xe s-ausup-ab-i: no tenho como am-Ia; nda xe r-ausup-ab-i: no h meio de le me amar
825.
nd'
826. SUBSTANTIVOS ABSTRATOS, - No tupi colonial, principalmente literrio, deineava-se a tendncia para dar accepo abstrata s palavras formadas com
(s) aba: L, _ .~CL
maendu' -saba: lembrana porang-aba: beleza mo-as}'p-aba: contrio i' -e-ro-bi' -saba: confiana 112or-ausup-aba: amor s}'k-aba: chegada A tendncia se acentuou mais no guarani antigo e no tupi moderno. o terceiro
imo-sapy'
-saba (AR., P
ed., l54v.):
EXERCCIOS
828.
p-ypy
830. Pind mo-nhang-aba. - Pir syk-aba. - Sorok-aba. - Pamn epak-aba. - Ka asap-aba. - Mba nhi-pe nhand nho-obait'i-ag-ual1'la? Ap y-ek-aba nde nlze-mo-akym-ag-uer-pe. - I katu-pe jl-tororoma nde y gu-aba? - Ere-kab-pe mn taba or s-sag-uama tatobapy Htpi ab. - Nd' e- karur-upi? A-kiab UJn s-ap-ypy, -s'-pe-pe ranh? Nd' e-i ranh. - Ab-pe nde r-e-mi-k-meeng-a? Pindobusu. - Na Pindobusu ru k-tneen' -bjw-am-bera. 11,t[ ar-namo-pe? - Mba-}'Je Pindobustt k 11leeng-ag-uera? Aip-bae pe M ar-pe mo-ngaraib-p'jlra r-eni-dab-et?)) r-e-mi-asag-uera. (AR. 16). - (( S-et-pe erimba aiP i-ara? S-et: n' pap'-sab-i iand-be)) (AR. 45). '-' Xe r-a'yt, a-i-nw-ang nde r-e-ag-ftama lwyte.
baa, enseada: ku Via-Lctea: TapiiraP Angra dos Reis: O karusu ser fundo: 'j'py (t) (xe) 241)
(n.
832. funda a enseada pela qual passaram as jangadas? - O branco em que bateste chamou os seus companheiros para te matar na casa em que dormes. - Como se chama aquela estrla, perto da qual passou a lua? a Estrla-clalva? No. Ela no tem nome. E como se
r
"
\.."U.l\"UV VI:. .t rtl'l...L.lUV ~~<'j/ chama aquela multido de estrIas?urJ.Chama-se Via-Lctea. - Por --..... que dissestes que a chuva vai chegar? Porque (-reIne) j apareceu ( o-e-kuab) no cu o SetestreIo. - Conheces a aldeia para a qual ests olhando? Conheo. Angra dos Reis. - J sabes o nome daquela estrIa pela qual me perguntaste? - Dou-te esta rde em (como) paga (trco) da que me deste e que me furtaram.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 19; 28v-29; 16; 18; 25; 33-34; RESTI\'O 58-65; L. BARBOSA 188.
FIGl'EIRA CAETAKO
Saudao
lacrimosa
(THEVET)
LIO
46Y
l
41
:1
II
PARTICPIO
833. AFIRM. suara suar-ama suar-uera suar-mn-buera suar-uer-ama NEGAT. preso fut. passo pass.-fut. fut.-pass. suar-eyma suar-mn-eytna suar-uer-eyma suar-am-buer-eyma suar-uer-atn-eyn~a
SuARA
834. Em geral significa "o que costuma ser", "o que costuma estar".
Sufixa-se a complementos circunstanciais, isto , a substantivos, pronomes, infinitos preposicionados, ou a advrbios e locues adverbiais.
835. Assume tambm a forma nduara) que chega a ser mais usada que sara, sobretudo quando precede nasal. Depois de i) em geral se converte em xuara. Depois de consoante, ixuara. Depois de y e mesmo de i) torna-se
guara.
marak pHp-suara ou nduara: t-enond-suara (ANCH. 10): o que est dentro do chocalho o que est (ou vai) frente
r.-..
CURSO DE TUPI
ANTIGO
289
ara abi-nd$tara: (o que ) de cada dia, quotidiano iepi-ndara: (o que ) de sempre erimba-ndar-fiera: o que foi de antigamente, antigo, antiquado kori-ndtiara: (cousa) de hoje, hodierno k{2es-ndar-uera: cousa de ontem oir-ndar-ama: cousa de (para) amanh:i 11-lv111ara: o Que assim ik-ndara n' ik: ste daqui ybak-i-guara ou ybak-'v-guara: o que est no cu
Nos documentos aparecem as formas soara. ndoara, xooro .. (10 ara. etc; mas o tem a um som surdo como na antiga grafia portugusa "agoa" (gua).
II
-pe: o que est em, o que mora em; o que de (lugar, nao) etc.) :
'Vb'V-pe-S1taraou ndiara: o que est na terra, terreno; paran-me-nd12ara: o Que est no mar, m::lrtimo: nhf-11Je-nrl{:ara: o Ol1emora no campo: ~,bak-pe-suara ou ndiara: o Que est no cu, celeste: xe r-et' -me-ndiara: o que est na (ou da) minha terra: p-pe-sI'1.nra: o que est nas mos: armas; ti-lne-ndl1ara (ANCH.) ib.) : o da frente
ou dianteira
O
pup:
y pup-st1ara ou ndt1ara: o que est dentro dgua; karamemu-me-nduara: o que est dentro da caixa
sup:
til a le
Mbooby sup-ndar-ama: o que se destina a Mboiobi; mba ix-be-siara: cousa (que ) (til) para mim; xup-sar-era i:c: fui
-bo:
ka-bo-ndara : (animal) que anda pelos matos, monts; ar' -bo-ndwra: o que de cada dia, quotidiano; y'by-bo-ndt1ara: o que anda
pelo cho
290
LEMOS
BARBOSA
es ou r: o que referente,
de
pertencente,
tocante a; o que
xe r-es n.duara ou ixlara ~ o que se refere a mim; Pindobusu r-es ndar-ama ou ixar-aJlfia: o que est destinado a Pindobuu; xe r-es-nduara ebokifcia (VLB 339 ad.) : isso est destinado a mim Aparece tambm a forma
es-lduara.
nde pind-rml1o-ndar-ama:
-reme: o que de
em que:
011
xe s-re111e-nduara: tocante ao tempo de eu vir; xc s-reme-ndar-era: tocante ao tempo em que fui; xc s-reme-ndar-a11lLa: tocante ao
upi:
s-upi-ndt1ara: 837.
Para exprimir nacionalidade, o sufixo se apresenta amide sob a forma guara ou qttana) precedido da preposio -i) que muitas vzes se elide se vem depois de y:
tatobapy-guara: natural ou morador da fronteira; ka--guana: o que mora no mato, natural do mato; nhu--gana: o que mora no campo, natural do campo; Pakat y-glara: natural ou morador de Porto-Seguro; ybytyr-i-guara ou ybytyr-i-gt1ana: morador ou natural da serra; ybak-i-gtara: o que mora no cu, celestial; mam--gftara: morador de outra parte, forasteiro No caso, h certa indeciso entre -i
e
y, nos autores.
CUR~U~ DE'TUPl
ANTfuD
PARTICPIO'
838.
SOBRA
te". S se usa com os verbos no transitivos. Exige os pronomes pacientes. Precedido de nasal: ndftera; de consoante :ixera:
at-siera: andejo; nheeng-ixera: falador; abab-ixera: fujo; nheeng-at-ndera: o que costuma falar aos gritos; po-sub-ixer: le amigo de fazer visitas; nde nhe-1no-yr-nder: s rabugento, zangado
839.
i nhe-mo-yr-nder
aby:
: rabugento, s vingativo
est sempre
zangado;
nde
O mesmo sufixo sera tem tambm o sentido de "quase que", "por pouco que". Neste sentido no forma nomes verbais, mas pode modificar a,t verbos transi\'os:
oro-uk-ser: por pouco te
PARTICPIO
841.
TYBA
O sufixo tyba) modificando os verbais formados de (s ) ara, (s )aba e (t-e- )lni-) junta-lhes a idia mais acen-
292
LJ:;.MU;:'
l:5.\K.t5U;:'f\
moro-u' -byk-ara: o que enforca, enforcador, moro-u' -byk-' -t~lba: o que costuma enforcar, algoz xe r-ek-aba: lugar em que estou, meu lugar XI? r-ek-' -tyba: lugar em que costumo estar xe s-aba: lugar ao qual vou xe s-' -tyba: lugar ao qual costumo ir e-por-ak' -saba: lugar ou tempo de pescar e-por-ak' -s' -t~'ba: lugar ou tempo em que se costuma up-aba (t) : lugar de (a g.) se deitar xe r-up-' -tyba: lugar em que costumo deitar-me xe r-e-mbi-: minha comida, o que eu como xe r-e-mbi--t~lba: o que costumo comer xe r-e-mi-mborar: o que eu sofro xe r-e-mi-mborar-t,:yba: o que costumo sofrer yg-asap-aba: lugar de atravessar o rio yg-asap-a -tyba: lugar em que se costuma atravessar sagem do rio 842.
T'jlba
]JC~,car
no; pas-
estar, abundar": i tyb:pode-see-i ,conjugar como verbo: i"haver, no h, pode (outra.hpessoa. h, est, h abundncia; nd' tyb-i: no est, falte:, h pouco; katu, Abar tyb-e}'111-e (AR. 147) : batizar), se que no h padre "fazer caso ou muito de"
EXERCCIOS
843. pa: padre mam--gara?: de onde?
morador
844. Mam--gara-pe nde? Pakat y-gara. Mam-jJe nde r-ek-'-tyba? Nde s-'-ty'-pe. - K mba ik-ndara. Aip-bae a-pe-sara. Na ik-nd1tara ru-n' 1:k, a-pe-ndara-te. -- O-ldi por-mn-bera? Y nh-te. -- lvlba g{i, ke kmnusi. Mba-pe r-cs-pe nd' ere-- pir? N da xe r-e-mbi--tyba ru. --sup-ndar-ama-pe aP posanga? Na nde-bo-ndar-ama ru, mba-asy' -bor-era-ndftara-te. - E--Jl1eeng ix-bo kafti . N d' tyb-i. Na kori-ndar-ama ru kai pepyra, oir-ndar-ama-te. A-iJe
CURSO DE TUPI
ANTIGO
293
ka11iusi-para, mar? AP-bae ar t-aba-ara uk-re1ne-ndar-ama nh-!p. - N de nhe-1no-J'T-nder-et! - M am-pe cre-s? A -s "Pai, mar-pe gftarin'i-me na nde p-pe-sar-i?" guarin'i-ramo.
( CARDIM
339) .
845 fazer caso: 1na-tyb por isso: nd' e- te (n. 463) resto: kurub-f que ocasio?: lnba-retne?
846.1\ nossa comida de cada dia dai hoje a ns. - Dai-me um pouco de papas. No. As papas no so para hoje. So para que ocasio? So Fara quando acabarem as danas. Qual o prato em que costumas pr de mlho o po? o de c? No. O de l. Qual o em que costumas comer? - Que o que costumas comer? S o resto? ~ Como se chama a ilha em que costumavas pescar? Tepotiguau. Que significa Tepotiguau? L h muito peixe? H. Por isso no se raz muito caso dles. Quem o moo com quem costumavas pescar naquela ilha? Era Pindobuu. Por que no le com quem costumas pescar agora? le muito falador e rabugento. s morador de onde? De Pacat? No. De Ibitirapu. Por isso s falador. No so raladores os moradores de Ibitirapu? Sim. So faladores, mas s dizem o que verdadeiro. - Aqule bicho da terra ou dgua? do mar.
BIBLIOGRAFIA
- ANCHIETA 10-11; FIGUEIRA 139; MONTOYA, Tesoro 128'1-130; 13-15; 153-155; CAETANO 61-62; ADA?cI 71-72; L. BARBOSA 188. zlhra - ANCHIETA 51'1; FIGUEIRA 139-140; MONTOYA, Tesoro 113-113'1; E., ,;., o 69; CAETANO 63; L. BARBOSA 188. FIGUEIRA 76; VLB 97; 142; 160; 259; 340; MONTOYA, TesorrJ ; RESTIVO 324; CAETANO 76-77; DRUMOND, Notas Gerais 57-70; L._>ARBOSA 189: ID. Tradues 30-31.
:RESJiiCJ
suara
LIO 47.a
NDICES DE CLASSES
847 PALAVRAS ABSOLUTAS} RELATIVAS.E Palavras absolutas S8.0 aquelas que por si ss tm sentido perfeito, p. ex. "homem", "sol", "morrer". Relativas so as que exigem outra palavra para completar-lhes o sentido: objeto direto, complemento terminativo ou outro complemento.
848. Em tupi so palavras essencialmente relativas, entre outras, os nomes de partes do corpo, de parentesco, e semelhantes. Tambm os verbos transitivos e relativos.
849 FORMAABSOLUTA. Nesta gramtica diz-se estar na forma absoluta a palavra que no modificada nem por possessivo, nem por outro complemento.
Muitos autores dizem estar na forma absoluta certas palavras precedidas do prefixo t-: t-o, t-ugy, t-akuba, etc. Nomenclatura inaceitvel: t-o, t-ugy, etc. so formas relativas aos sres humanos, em geral (n. 236). A forma absoluta o, ugy, etc.
850. Em tupi as palavras relativas nunca podem ficar na forma absoluta dentro de uma frase. Se no estiver determinado o indivduo a que se referem, devem ser indicada ao menos a classe a que le pertence: superior ou inferior. 851 CLASSESSUPERIORE INFERIOR. duas classes de sres:
Cl. sup.: Cl. inf.:
O tupi distingue
gramaticalmente
CL. SUPERIOR
CL. INFERIOR
moro-
t-
mba s-
A frase portugusa "vejo olnos", na qual no est determinado qual o indivduo possuidor dos olhos (no se diz se le, tH, ou ett) , em tupi se verter de dois modos, conforme os olhos se refiram a pessoas ou a sres inferiores:
a-s-epzk t-es: vejo olhos (de gente) a-s-epzak s-es: vej o olhos (de animal)
Nunca se poder dizer na forma absoluta: a-s-epak es.
OBS. 1. -
A forma
primitiva
OBS. 2. T-, S-, moro e mba poder-se-iam chamar tambm pronomes pessoais indefinidos, sendo t- e moro- humanos, s- e mba no-humanos, com o sentido (no a funo) dos nessas "algum" e "algo": t-es: olho(s) de algum; s-es olho (s) de algo; moro-ti: nariz de algum; mba-t nariz (ou bico) de algo; moro-ausub-a amar a algum; mba-kuab-a saber algo.
DE
SUBSTANTIVOS
DE CLASSE
PREFIXOS
t-
E S-
Com os substantivos que tm s- ou t- como possessivos da 3.3l p. (n. 238 e 240), o prefixo da classe superior em geral t-> e o da inferior, s-:
t-ugy: sangue (de gente) t-umby: cadeiras (de g.) t-en~b: beio (de g.) t-erapana: fama (de g.) t-akuba: calor {de g.) s-ugy: sangue (de animal) s-umby: cadeiras (de animal) s-emb: beio (de an.), borda
296
LEMOS
BARBOSA
t-aiyba: queixo (de g.) t-anh-api: prsas (de g.) t-ysy: fila (de g.)
n
~
._
854.
I
..
855. Nos nomes que seguem a,yra (n. 240), t- e no s- o ndice de ambas as classes, como tambm o possessivo
da 3.a p.
856. Nos que seguem atuuba (n. 242), o ndice da cl. inferior pode ser tanto t- como s-) de preferncia $-.
Sbre os substantivos da 3.a e 4.a classes, v. n. 246 e 250-257.
857. Certos substantivos no tm ndice da classe superior: so nomes que por sua prpria natureza s se referem a sres inferiores:
s-ap:
1) raiz dle
2) 2) 2)
raiz (de vegetal ou de outra causa) rabo (de animal, etc.) galho (de rvore, etc.)
Mas empregados em sentido figurado, com referncia ao homem, levam o MONTOYA no Tesoro arrola as palavras tugai "cauda" e tacang "galho". Mas o m~smo autor fala de "cauda" no sentido figurado de "acompanhamento", p. ex., de filhos.
858.
EXCEO.
S-aba significa
"plo"
tanto
859. OBS. - Os substantivos de que se trata neste 1.0, nunca se empregam na forma absoluta. Ainda quando incorporados, devem levar algum determinante ou ndice de classe;
id. (de animal) ; quero beber o sangue dle, -a, -es, -as; a-e-u guy--potar: quero beber meu prpri.o sangue; a-o-py t-at ou a-t-at-py: a-t-ugUy--p"ar~ -q,::- "obcc~angu:( d: g_); a-HguY--pot"r, fogo a, chego ou fao fogo para; a-s-at-py nde r-e-mi-xira: chego sopro afogo assado; a-e-at-p}' faoa-i'-at-py: g.) ; a-s-at-py: fogosopro fogo teu (de g.) ; chego ou ou fogo (de sopro ou fao tr. para mim; e-s-at-py nde r-e-mi-1nia (VLB 118) : atia o fogo a teu cozido
~Tt ...
..
2.0 860.
PREFIXOS
DE CLASSE
moro-
mba
Os outros substantivos, isto , os que tm como possessivo da 3.a p., no levam ndice da classe superior, mas subentende-se que se refiram a esta classe, desde que no se achem precedidos do possuidor ou da palavra mba} que o ndice geral da classe inferior:
kang-uera: osso, assada (subentende-se: de gente) ; ay kang-uera: assada de bicho-preguia; mba kang-era: ossada (de animal ou animais)
861.
Correspondente a mba} h para a classe superior prefixo 'moro- ou l1tboro- (n. 380), que se aplica a q u a 1 q u. e r substantivo relativo, mesmo aos que tm scomo possessivo da 3.a p., como etrf (ri. 238) :
moro-ti: nariz (de gente) : mba ti: nariz (de animal) ; mOTO-boi ou boi: sdito (de gente) ; moro-iara ou iara: senhor (de gente) ; mba ara: senhor (de causas) ; anama ou moro-anama: parente (de gente); mba anmna: parente (de animais); mor-e kobiara ou t-ekobiara: substituto (de gente); mba r-ekobara ou s-ekobara:
SUBSTANTIVOS
COMEADOS POR
p
xe py, nde py, py, etc.: meu p, teu p, seu p, etc. ab py: p do ndio mby: p (de gente)
poranga: , ;mp"Miivel p""~" 1i1oranga: beleza ,01".," A mesma cousa belo dos adjetivos ",mum" , (Immm,) (de gente) vale substantivados:
,= 1/
......
":1.
possuidor (substantivo ou possessiyo) ou do ndice da Referingo-se classe inferior, deyem ser precedidos do classe inferior, l11,ba:
agara p'J/: p de ona
py:
1nba py:
863 OBSERVAO. Os possessivos individuais se aplicam indiferentemente a qualquer classe de sres, superior ou inferior:
a--kut~tk s-es: furei os olhos dle (do homem, do jaguar, etc.)
ANTES
DE
ADJETIVOS,
VERBOS
PREPOSIES
1.0 -
PREFIXOS DE CLASSEt- E S-
864. No s os substantivos, mas tdas as palavras relativas, que tm como complemento da 3.a p. os pronomes tou s-) so susceptveis de levar os ndices de classes: adjetivos, verbos transitivos, preposies. 865. Com ver b o s t r a 11, s t 'li o s) t- e s- funcionam como objeto direto. S se d o caso no infinito, gernJio e formas derivadas. S nos verbos que tm s- como pronorrie objetivo da 3.a p. (n. 310), no v. irregular ityk (n. 922) e nos compostos de ro- ou 11,0- (n. 508, 509, 413):
t-ausub-a: amar (g.) t-ausup-a: amando (g.) t-e-ityk-a: atirar, -ndo (g.) t-e-no-sern-a: retirar, s-ausub-a: amar (causa) s-ausup-a: amando (causa) s-e-ityk-a: atirar, -ndo (causa) s-e-no-seH~-a: retirar, -ndo
ii
,I
-ndo (g.)
(causa)
866. Com a d j e t
i n t r a n si
t-oh:V:
t i vos)
i vos)
verbos p r e d c a ti vos
(g.)
t-e-ik: entrar (g.) t-ek: estar (g). t-en-a: estar parado (g.) t-e: morrer (g.)
:'
s-e-ik: entrar (c.) s-ek: estar (c.) s-en-a: estar parado (c. ) s-e: morrer (c.)
867
Com p r e p o s e s) complemento:
t-akyper-i: atrs de (g.) t-enol1d: antes de (g.)
t- e s- funcionam
como
868.
moro-:
por (g.) por, segundo (g.)
s-es: por (c.)
s-llpi:
869.
S- pode pois exercer duas funes: 1) a de pronome da 3.a p.; 2) a de pronome ou ndice da classe inferior:
s-aus~{b-a: s-oby: s-ek: s-ak'yper-i:
2) amar (causas) 2) (causa) azul; ser (causa) azul 2) estar (causa) 2) atrs de (causa)
o pronome objetivo da 3.a p. do infinito, gerndio e formas derivadas: intr. ; t-uba (n. 885); 1) estar le deitado; 2) estar deitado (g.); 3) ido (c.) tr.: t-ara (n. 921); 1) tom-Ia; 2) tomar (g.); 3) tomar (c.) t- (n. 891); 1) tomando-o; 2) tomando (g.); 3) tomando (c. )
871. Todos sses adjetivos, verbos intransitivos, transitivos, preposies, devem vir acomapnhados respectivamente do seu sujeito, objeto direto ou trmo regido, ainda que estejam incorporados.
2.0 872.
PREFIXOS
DE CLASSE
moro-
mba
JY[01'0- e mba so os ndices de classe que se empregam com os verbos, adjetl,ros e pl-eposies no includos no pargrafo anterior. Servem alis tambm para todos (n. 380):
moro-pysyk-a;
tr. apanhar
711bap'J!syk-a: apanhar (cousa) mba sem-a: sair (causa) 111ba ausub-a: amar as cousas mba-asy:
moro-sem-a; moro-ausub-a:
intr. sair tr. amar (aos outros) 111Oro-esara: intr. esquecer-se (g.)
(gente)
doer (causa)
873. Ao contrrio de t- e s-) os ndices '11201'0- e mba se usam tambm fora do infinito, do gerndio e dos derivados. lVIas neste caso, moro- assume a forma poro-: a-poro-pys,:/k
874.
11101'0-
a-poro-ausub
o branco, a cr branca (de g.); ser (g.) amarelo, a cr amarela (de g.), etc azul, a cr azul, etc. o preto, a cr preta, etc.
r
.
~stes nomes de cres parece terem sido empregados tambm com relao a sres inferiores. Mas escusado anotar que no se diz xe moro-ting nem nde I1zor-oby, etc., mas xe ting, nde r-ob}', etc: sou branco, s azul, etc. ,-,ULX..JV LI.c, .L\JJ: ~ .n..l"l.L~UV "::;l
......
EXERCCIOS
875.
azpi y:
Kati
cauim (feito) de
porasei: danar paresar [sup]: meen' -ga:
. convidar (por
kag-aba:
camm
ungu obaara ou obaxuara: mo de pilo tepiti: prensa (de espre-
mer)
sabeypor:
intr.
embebe-
dar-se
mensageiro) tr. dar de beber vinho a so' -sok : socar mo-in: tr. cozinhar mo-pupur: ferver en (nho-s): despejar ap (i): fazer sU-su: tr. mastigar
876. Mar ngatu-pe pe--ap kai? Knnh. o-io-sok akmu ungu pup, o-ty-ami o p pup, k-ip tePiti pup, t3!-pera ygasaba pup s-en-a. Mba-pe kai s' -sok-aba? Ungu; obaiara. - M ar ngatu-et-pe o--ap am gft api y? O--p-ok g api, o--mo-in,o a rir kunh-muku poranga xu-su-', ygasaba y r-es t-ynysem-bae pup mun-a. Kttnh o--mo-nan abati r-es, mo-in e-by, mo-pupu' nha ku r-upi aty-pyr-era pup, pup. O-nho-s-en ty-pera ygasaba ygasaba aso--bo, s-e nM-te mok ara a-pe. Mar-et--pe kai g-abat O-ka anond, ab pysar o-porase, o-nheeng'. Koem-e o-ka ypy, o_nheeng" o-porase ab. Kunh-muku o--mecn'-ga. Ab ka-ren1e-b, karu-eym-i. O-ka-ka o-ar eym-a puku-, o-sabeyp'. - T'-pe-sara nh-te-pe ka-? N' aan-i. O-i-xo xuP o-pares'. - Kurumi, pitanga ab ser amundaba pora ab, o-kat N' aan-ang-: ab nh-te, o-mend rir. A-pe kunh-tait N' aan-i-b.
plantao de milho: abati furar: mo-bok ter nojo de: e-garu [su] mensageiro: paresara
tr.
.)UL,
Em que ocasies fazeis cauim? Quando nasce uma criana, antes e depois de uma guerra, quando matamos algum prisioneiro, quando vamos trabalhar na plantao de milho do chefe. Em que ocasio mais? Quando furamos o lbio inferior de um rapaz. De que maneira bebeis o cauim? Vestimos [em ns] o manto de penas e o diadema. Por que que muitos vomitam? Vomitam o cauim porque tm nojo dle? Porque as moas o mastigaram, misturando-o com a sua saliva? No absolutamente. Porque os outros esto arrotando ftido. Qual a vasilha de beber cauim? uma cabaa ou cuia. O mensageiro est bbado? No. O cauim ainda no est azdo ...
877.
(STADEN)
P e-ior-i, apyab-et,
OeP t' a--1ilo-et land Kara-beb.
X e su nd' ere-syryk-i2,
Na xe 1no-py-tytyk-i Anhanga xe r-apek-bo3 N d' e- te nwxy4 o-s-bos O at-pe xe 1"-e, N de p gyr-pe xe 111O-ing-bo.
COPLA
Xe r-ar-ana ybak-y-gtiara, Kara-beb pomnga, E-i-mbo- katu xe anga, T' o-i-kuab ybaka piara. Xe r-uba, xe r-e-r-ek-ara N de r-es nh t' a-gftat. E-i-pe xe r-aang-ara1
X e iru-na11z,o mem
N de ' -me xe r-ausub-' -bo6 N d' a-- katu-i nhe-mo-ngy-bo T-ek angaipaba pup: N d' o-ti-i ser7 as l1iar8 o-ik-bo9 ara i O ar-ana r~obak.
ARAJO, Catecismo Cedo 1898), *V-*Vv.
31 - tentador, t demnio. 2 - Imperat. negat.: no te afastes .. visitando-me, procurando-me, quando me procurar. 4 - Imprecao: maldito! 5 - Ger., exigido por nd' e- te (n.463). 6 - Ger. de allsub"ar (s). Mais regular seria r-allsllb- (n. 404). D,,: acrdo com as gramticas, aqui no seria o caso de gerndio, visto como o sujeito da orao principal de outra pessoa (n. 425). 7 - Com verbo negat., ser equivale a "certamente, sem dvida", e o verbo em port. passa para a forma afirmat.: "a gente se envergonha sem dvida". 8 - Alguma cousa, nada. Pod,,:-se entender tambm como" o mal". 9 - fazendo. Dando aos trs ltimos versos a forma interr., seria possvel outra trad.: "no se envergonha a gente acaso, fazendo algo (o mal) diante de seu guarda?".
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 14v-15; 49v-50; 51-52; FIGUEIRA 86; 90; VLB 282; 290; 321; J\fONTOYA53-54: ID. Tesoro 318/312-319/313; RESTIVO52-55; 277; CAETANO 38; ADAM 9; 22-27; L. BARBOSA173-174; ID. Os ndices.
LIO 48.a
VERBOS
879.
IRREGULARES
303), por (n. 127) e as irregularidades aparentes dos pronomes objetivos (n. 299 ss).
Dos verbos que se seguem, indica-se apenas o que tm de irregular.
O gerndio, os particpios, as formas da conjugao subordinada que levam ndices de classe, sofrem as mesmas alteraes do infinito.
880
881.
: " dizer"
1)
Apesar de trans., conjuga-se como intr.: os prefixos e pronomes que precedem, imediatamente, so subjetivos: g~ti-i-.-bo: "dizendo eu", "dizer le".
::>
882 .
S:
"ir"
CURSO DE TUPI
ANTIGO
305
883.
"comer"
regular.
Campastos. O-sei "querer comer" a-i--sei H "quero comer farinha". (n. 897, 2) admite pron. obj.:
884.
INDIC.:
ur:"
IMPERAT.:
or-; z.a pI.: pe-or, pe-or- INFIN.: xc r-ur-a, nde r-ur-a, t-ur-a (tambm refI.). Etc. C1. sup. e inf.: t-ur-a CONJUGo SUBORD.: xe r-ur-i, nde r-ur-i, t-ur-i, etc. GERNDIO: gi-t-, e-, o-; a-, oro-, pe-, o- PARTICPIOS: o-ur-bae; t-u-sara; t-u-saba (fut.: t-u-sag-ama ou t-ur-ag-uama,o pass.: t-u-sag-era ou t-ur-ag-era)
Compostos., O comp. r-ur (ro-,ur) e-r-m'-~; pe-r-ur ou pe-r-ur-~. "trazer" faz no imperat. e-r-ur ou
885.
INDIC.:
a-ub, ere-ub, o-ub,o a-ub, oro-ub, pe-ub, o-ub IMPERAT.: e-ub,o pe-ub INFIN.: xe r-ub-a, nde r-ub-a, t-ub-a, og-ub-a ou g-ub-a. Etc. CI. sup. e inf.: t-ub-a C0111 -reme: xe r-u' -me, nde r-u' -me, t-u' -me, og-u'-me ou g-u' -me CI. sup. e inf.: t-u' -me CONJUGo SUBORD.: xe r-ub-i ou xe r--, nde r-ub-i ou nde r-' -, t-ub-i ou t--. Etc.
GERNDIO:
gui-t-up-a, e-up-a, o-up-a,o a-up-a, oro-up-a, pe-iup-a, o--bae; t-up-ara (raro); t-up-aba
o-up-a
PARTICPIOS:
306
LEMOS
BARBOSA
Compostos. Os comp. 111O-UU "colocar deitado" e ro-ub ou r-uu "deitar-se com" so regulares. luu-i" estar deitado quieto", illu- "estar vivo" e "estar deitado acordado, sem se mexer", uu-i-te id., iu' -katu "acomodar-se, deitar-se bem" e outros compostos por sufixao seguem a iuo nas modificaes da l.a slaba.
886.
Ik: "estar",
"fazer"
INFIN.: xe r-ek, nde r-ek, s-ek, o ek. Etc. Cl. sup.: t-ek " inf.: s-ek CONJUGo SUB.: xe r-ek-u, nde r-ek-u, s-ek-u. Etc. GERNDIO: gui-t-ek-bo, e-ik-bo, o-k-bo,o a-ik-bo, pe-ik-bo, o-ik-bo PARTICPIOS: o-ik-bae,o t-ek-a1'a,o t-ek-aba
o1'o-ik-bo,
..1
Compostos. Os con1TJostos de s;lfixos, como ik-o "viver" e ik-teb "estar aflito, necessitado;', seguem l:k. R-ek (de 1'O+il,) "estar com, ter . fazer com, tratar" segue os compostos com ro- (n. 503). klo-ing "colocar" s irregular na sua formao.
887.
O verbo
ik
a-ik cmon, ix a em,on a-ik, emon a-ik, a-ik l1w1' (VLB 232) : fiz isso: nd' a-ik 1nar (ib.) : no fiz nada; ma1' ndeip e1'e-ik (ib.) : alg'uma causa deves ter feito; xc 1'-llba r-upi el1lOn a-ik (id. 388): fao-o, imitando a meu pai; mar-pe s-ek-u?: que fz le?; Pero a el11,onxe mo-ng-ukar (VLB 264) : Pedro mesmo me fz fazer isso
888.
889.
1n: "estar
INFIN. : xe 1'-en-a, nde r-en-a, s-en-a, o en-a. Cl. sup.: t-en-aj inf.: s-en-a
------
307
gi-t-en-a, e-in-a, o-in-a; ia-in-a, oro-in-a, pe-in-a, o-m-a PARTIcPIOS: o-in-bae; t-en-dara; t-en-daba
Compostos. Os compostos in-i ;, estar sentado, quieto ", in-i-te "id., sem se bolir", ind- "estar parte", in-b ou im-b "estar" e na 3.a p. "haver", tm a l.a slaba como in. N o-in regular. lvIo-in s irregular no particpio (tc-) mi-: (te-) mi-m-i-a. 890. INFIN.:
Ik: "entrar"
xe r-e-ik, nde r-e-ik, s-e-ik, o e-ik. Cl. sup.: t-e-ik; inf.: s-e-if:: Etc.
gi-t-e-ik-bo ou gi-'k-bo, e-ik-bo. o-ik-bo ,. ia-ik-bo, oro-ik-bo, pe-ik-bo, o-ik-bo ou gi-'k--bo, e-ik--bo, o-ik--bo; ia-ik--bo, etc. o-ik-bae; t-e-ik-sara ou t-e-ik-am; t-e-ik-saba
regular.
PARTIcPIOS:
ou
t-e-ik-aba
Compostos. lvDJ-illg s irregular na formao. Ro-ik
891.
INDIC.:
a-i-ar, ere--ar, o-g-ar; ia-i-ar, oro-g-ar, pc-i-ar, o-g-ar xe r-ar: le me toma, les me tomam; tu me tomas, vs me tomais ndc r-ar: le te toma; les te tomam oro-g-ar: eu te tomo, ns te tomamos opo-g-ar: eu vos tomo; ns vos tomamos INFIN.: .re r-ar-a, nde r-ar-a, t-ar-a, o ar-a. Etc. Cl. sup. e nf.: t-ar-a
CONJUGo SUB.: xe r-.ar-i, nde r-ar-i, t-ar-i. Etc; GERNDIO:' xe r-, nde r-, t-; and r-, or r-, pe r-, t-
t-
t-a-saba; t-ar- (i) -pyra; t-e-
OBS. - G vem sempre depois de o tono; no prefixo objetivo. mas ligao eufnica entre o e a vogal seguinte. Cfr. o-g-et (n. 238), o-g-e-ro-beb (n. 503), o-poro-g-e-r-ur (n. 506). No se confunda ste verbo com lar "estar unido, aderir", relativo [es], regular.
3mrm-
LEMOS
BARBOSA
892.
Ityk: "atirar,
vencer"
o-ityk
pe-ityk,
xe (ou nde, iand, or, pe) r-e-it)1k: joga-me (-te, -UOS,\'os oro-ityk: jogo-te; jogamos-te; opo-ityk: jogo-vos; jogamos-vos a-e-ityk: jogo-me, etc. a-it-ityk: jogo pedra
,
INFIN.: xe r-e-ityk-a, nde r-e-it}'k-a, s-e-ityk-a, o e-ityk-a. Cl. sup.: t-e-ityk-a,o inf.: s-e-ityk-a CONJUGo SUB.: xe r-e-ityk-i, nde r-e-ityk-i, s-e-ityk-i. Etc. GERNDIO: xe r-e-it)Jk-a, nde r-e-ityk-a, Cl. sup.: t-e-ityk-a,o inf. : s-e-ityk-a PARTICPIOS: o-ityk-bae,o t-e-ityk-ara,o t-e-11~i-e-ityk-a 893. s-e-ityk-a. Etc.
Ete.
t-e-ityk-aba,o
t-e-ityk-pyra,o
Poti: "defecar"
Mas a 3.a p. pode ser o-poti ou o-gue-poti o e-poti. s-e-poti-u. Etc. Etc.
INDIC.: Regular.
INFIN.: xe r-e-poti, nde r-e-poti, s-e-poti, Cl. sup.: t-e-poti, inf.: s-e-poti CONJUGo SUB.: xe r-e-poti-u, nde r-e-poti-u,
GERNDIO: gui-poti--bo e-poti--bo, o-e-poti--bo,o ia-pori- ,.{;.} {}ro-pati--bo, pe-poti~-bo, o-e-poti--bo PARTICPIOS: o-poti-bac,o pati-ara (cl. inf.: s-e-poti-ara); (el. inf.: s-e-poti-aba)
894.
INDIC.: Regular. Mas a 3.a p. pode ser o-pyn ou o-gue-pyn INFIN.: xc r-e-pyn, nde r-e-pyn, s-e-pyn, a e-pyn. Etc. Cl. sup.: t-e-pyn,o inf.: s-e-pyn CONJUGo SUB.: xe r-e-pyn-u, nde r-e-pyn-u, s-e-pyn-u. Etc. GERNDIO: gi-pyn-ma, e-pyn-nw, a-e-p)!n-mo ia-pyn-ma, oro-pyn-ma, pe-pyn-mo, o-e-pyn-mo PARTICPIOS: o-pyn-bae,o pyn-sara (c1. inf. s-e-pyn-sara), -saba (el.' inf. s-e-pyn-saba)
pJmi3'-
CURSO DE TUPI
ANTIGO
309
895.
Man: "morrer"
GERNDIO:
regulare;; Etc.
xe r-e, nde r-e, s-e, o e; iand r-e, or' r-e. C1. sup.: t-e; inf.: s-e CONJUGo SUB.: xe r-e-, nde r-e-u, s-e-i"i. Etc.
PARTICPIOS:
o-man-bae;
t-e-saba ou t-egu-ama
e-man-pot? (AR. 229): co-
896.
Nomun:
"cuspir"
VERBOS
897. '1.
DEFECTIVOS
Trans. Era originalmente lo-s-ab (n. 326). No tupi histrico defectivo. S se emprega, quando leva subs tantivo ou pronome reflexivo incorporados:
yby-ab: abrir a terra, cavar ybyr-ab: morubixaba yb-ab: cortar as vergnteas, po-
dar
cortar madeira
ybyr-gy-pe
ie-ab ou
i'-ab:
wbrir-se, rachar
(VLB
aM s-li. )Ib)'r-ap-a
422): le
2. Sei:" ter vali tade de", " querer" Trans. S se usa com objeto incorporado:
I~
I
310
~t~
11'
de comer; o-karu-sei:Leb" gua; BARBOSA a-y--,,;, qu,"o id.; pitanga o-l?an~b--se: a criana quer m~aba6--s", "ts com vontade., LEMOS mamar; a-i--sci so: qtoe:"o ceDer carr:e: xc -sei -. *y-sei: estou com sde
Aplica-se, propriamente, aos apetites fisiolgicos. Mas, em sentido figurado, a quaisquer desejos: xe TlI,~ 1'-ck a-i-l-sei: (ANCH., Poesias Tupis 21): "eu desejo (lit. tenho fome da) a lei de Deus". 3. Rung: v, n. 547.
1
,I
~!!
"li
"
VERBOS
898.
EXCLUSIVOS
DO PLURAL
etc.
(t):
estar de p
900. Vrios verbos traduzem "estar". Os principais so: ik, in, u~, am. Am significa" estar (de p) ". In" estar (sentado ou de qualquer forma quieto
no lugar)". ub "estar (deitado)". Ik significa, em geral, "estar", e particularmente usado com verbos de movimento. Usam-se am, in, 1:ub, mesmo que acaso em portugus no se exprima "de p", "sentado", "deitado": gi-t-Ul"-a "(desde que o sujeito esteja "estou doente" traduz-se xe mba-asy realmente na cama); "estou rezando": a-tup-mo-nget gi-t-en-a (se est ajoelhado ou sentado) ; "estou-te esperando": oro-a1' gi-a111-a (se est de p). _ As vzes iuntam-s'~ dois verbos com o s,ontido de> "estar": ik oro-ik 01'0-kup-a: " aq~iestamos". H tambm os derivados mo-ing colocar (geral). 1110-am colocar de p, 111O-in colocar sentado ou quieto, 1110-lIb colocar deitado, 1'-ek estar com ou ter (geral), 1'o-am ido causa que est de p, 1l0-in ido causa que ,est quieta, 1'o-ub ou 1'-110 ido causa que est deitada; 1'o-kllb ido (geral, plural). 901. Gi-t-1. T-. Ndc r-. O . E-in-a. T-cn-a. E-iup-a. Nen-i. Xc r-ek. Xc r-e-r-ek. S-e-r-ek. S-e-r-ek-bo. S-e-r-ek-u. O-ik-bo. O-. T-om. - Xe kutuk iu-atr. Ning-ning e-i ,orepy. E-io-ok
CURSO DE TUPI
ANTIGO
311
u-ati nde py su. Ten e-! - lvfar-pe nde r-e-lni-ausuba r-ek-uJ' Xe r-e-mi-ausuba o-nhe-n01nun nde iam r-ob r-es. 1\11 ar-pe xe ara s-e-r-ek-1 a-reme l' "O-pik o-am-a, nheeng obaixuar-eyn~-a" (AR. 78 ad.). - "11/[ r-pe Iudas r-ek-ft a-reme l' AiP o o-up ab, o a iara r-epy-pftera r-e-ityk-i TufJ r-ok-pe: a o-s-bo, o-ie-au'-byk-a, - n? nhyr-i x- Tuj) i.r-bo-ne - o---bo". (AR. 81). - Mam-pe ere-ik a-reme l' Tuba" Rerit:\'ba" i-' -pe.
902
903. Estando eu sentado, tu (estando) deitado, e les (estando) de p, o branco entrou, tomou a aljava e atirou-a fora, com as frechas. A aljava, caindo no cho, deu um estalo (n. 471). As frechas quebraram-se. E eram muitas. - Que fz le depois disso? Quando viu que ns amos para o lado dle, para apanh-Io, saiu voando (n. 471). E que fizestes vs? No fizemos nada. - Quando o branco entra em nossa casa, ns no nos sentamos. o nosso costume. Quem aqule que apanhou o meu bracelete? - Por que atiraram fora a minha pedra de beio? - Sabes tocar tambor, (estando) deitado? No. Sei tocar (estando) sentado ou (estando) de p. _ Por que no trouxeram les o meu basto de ritmo? Quem que o trar?
904
AO
(1566-1627)
ortogrfica)
ESTRIBILHO
312
LEMOS
BARBOSA
COPLA
X e amby-asy posanga, Xe r-ck-teb r-upi-ara2, E-s-ePiak %e mar-ara3, T' ere-s-ausub-ar %e anga, lor-"', %e r-ek-mo-nhang-a4,
Xe anga taygayba5, Xe anga '-e-ro-b'-saba, Yby-pora mo-es-baba6, Ybaka-pora r-oryba, M ore-ausub-ara yba7,
N de angatltrmna ri8, E-ior- %e pore-ausub-ok-a, E--py+j1byr-ok9 %e r-oka, N de P3t-saba epi, T' a-gat nh nde r-upi, I angaturam-bae suP MyiaP t-ek-b ara; I po%y-bae, t-' -saralO, T-e o-g-arll o o-up12. OeP mbi- pup Pe-s-epiak t-ek paraba!13
ARAJO, Catecismo
1 - homem que voa, tanjo. 2 - inimigo, afugentador. 3 - doena, fraqueza. 4 - governar-me, tomar conta de' mim. 5 - fortaleza. Prpriamente: forte, valente. Como subst. abstrato, o uso forado. 6 ~ causa de alegria, alegria. Melhor seria mo-esi-daba: 7 - arrimo dos infelizes. 8pela tua bondade. Melhor: por sres bondosa. 9 limpa (imperat.) por dentro. 10 - os maus que o recebem. 11 - tomam. 12 - para si mesmos. 13 - vde (que) diversidade!
BIBLIOGRAFIA
Verbos irregulares ANCHIETA 54v-58v; FIGUEIRA 53-64; MONTOYA 55-68; RESTIVO 122-139; CAETANO 40-43; 78-80; ADAM 72-79; DALL'IGNA 66-67. Verbos defectivos MONTOYA 68-69; RESTIVO 139-141. Verbos exclusivos do plural _ MONTOYA68; RESTIVO139-140; ADAM 79.
49.11
No h pronomes relativos. As frases que os incluem, em portugus, se vertem pelos particpios, de acrdo com a funo sinttica.
905. 906.
que; o ou a qual; os ou as quais; o ou a que; aqule, -a que, etc. Sendo su J.: -bae ou sara " SUJ.: de v. passivo: pyra ou 'm(b)i" " OEJ. DIR.: m(b )i- ou pyra COMP. REL. ou CIRCUNSTANCIAL:
saba
907.
quem
"
ORJ. DIR.:
"
ab s-e-mi-iuk-p{iera: ab
OBJ. IND.:
i l1iend' -sag-era:
.)1'1'
LC1V1V;:O bfiKbU;::>rl.
908.
cujo, -a,. -os, -as; do qual, da qual, dos quais, das quais
Sujeito
e do obj.
nd' ere-i-kuab--i-pe ab i k o-kai-bac-pera?: no conheces o ndio cuja roa pegou fogo? (lit. o ndio que sua roa pegou fogo); ab, s-e-m-i-r-ek i me1nbyr-ar-bae-pera, o-nhe-nong o-up-a o inT-rne-ne: o ndio, cuja mulher deu luz, ficar deitado em sua rde; kunh i rnena mi-ausuba o-iuk-bae-pera, o-c.-er-ok: a mulher, cujo ma-
i v o:
pyra,
precedido
do sujeito
com possesslVO:
ab yb kutuk-pyr-1era o perab u1n (REST. 188 ad.): j sarou o ndio cujo brao foi sangrado
Se o verbo passivo tem complemento de caw:a eficiente, verte-se como ativ0
910
pora) bora) suara) suera: vi a mulher cujo filho matou ou matava meninos
5endo complemento,
911. rido chefe
com um substantivo
por
i mena-bae:
o complemento
nd' -i nheeng-i:
JT5
912.
em geral se
kunh 1nena uk-p'.yr-mn-buera o-abab : fugiu a mulher cujo marido devia ser morto; mam-pe g kunh-tai yb aguara r-e-mbi--pera s-ear-if' ou mam-pe gi'l kUl1h-tai yb ag11ara r-e-mbi- -pera s-ear-if': onde dei.xaram a menina cujo brao foi devorado pela ona?
913.
encontra-se a construo:
memby' -kambu-bae (nd' o--aby- Tup nheenga, o-e-kuakub-eym-a) (AR. 117) : aquelas cuj os filhos esto mamando (no desobedecem lei de Deus, no jejuando) ; kunh men-e-bae-pera o-mendar t-ykeyra r-es-ne: a mulher cujo marido morreu, deve-se casar com .o irmo mais velho dle
Objeto 914.
direto
(T-c-)mi-)
o-man agara or r-e-1ni-')!b-yb-bera: morreu a ona cujo brao flechamos; a-s-epal? tu7wna nde r-}'bjwa r-e-mi-a'yr-ar-era: vi o tucano cujos filhotes teu irmo apanhou
como esta:
ou r-e-mi--yb-
i yb or r-e-mi--'jJb-bera
Complemento
915
relativo
ou
circunstancial
Pindobusu o--ku' -meeng ix-be gabi memb}wa o mend' -sag-era: Pindobuu mostrou-me a velha com cuja filha se casou; ab, o oka gat-sara r-e-ik-ag-era, ((Ere-ur-pe f''' e- xup-ne: o ndio em cuja casa entrar um viandante, dir-lhe- "Vieste?"
LEMCJS-BARBOSA 916. Observao: Como se v, nas frases de "que", "cujo", etc., h casos do possessivo em lugar de o, referindo-se embora ao sujeito da orao principal. Ainda que anormal (n. 61), tal sintaxe se explica por certa independncia (se no gramatical, pelo menos de sentido) dsse gnero de frases.
EXERCCIOS 917 kurupysayba: rvore amY11,iu: algodo po: colhr (obj.: rvore)
918.
(espcie)
a flha ou a
1nbo-ar: apanhar ug; visgo (para caar passarinhos) a (-11,') ip ... -rC1ne: se por acaso
O-ma11, ybyr s-oba nde r-e-mi-po-pera. - N da s-asy-i-pe 11,dep nde yb po-sag-era? - N d' ere-ityk-i :r--pe kurupysayba iug 11,degyr mbo-' -sag-era-ne? N d' a-ityk-i, kutuk-a nh-te. - Mba gyr-pe nde r-e-1ni-1nbo-ar-era? - Ab, o oka gat-sara r-e-ik-ag-era, Ere-iur-pe?)) e-i :ruP-ne. Gat-sara" P. A-ur)) - ab s-oka o e-ik-ag-uera sup e-i ab-11,e.- Mar-pe aP ka s-aY11,ha ab r-e-mi-ap mi-11,ga-ramo r-era? AmY11,iu. - E-s-e11,gaibi t-aiyra s-e-111i-uk-pera,o a ip s-ek-eym-e (VLB 214), membyra e-s-e11, t-ayra. - K u11,h men-e-bae kybyra o-mendar r-es-11,e. - Ku11,h, memby' uk-pyr-era, o-ase 11,h-te o-i11,-a" (REST. 188 ad.) - Mba kunh-muku 11,demend'-sag-ama?
919. ferro; dente de cobra: popiaba filhote: ayra (t) (n. 43) andorinha: taper cocar: akangitara mundo: ara envenenar: mo-poPab pear: mo-puku-sam, puku-s'-1110-Z}t soltar; desatar: sa111b-ok apanhar (com a mo): ar (n.
891)
920. As almas vm aquilo que ns vemos? Que o que ns vemos? Ns vemos tudo aquilo que tem corpo. O que no tem corpo no vemos. - Quem que fz os nossos olhos, com os quais ns vemos o mundo? - Morreu o guar, de cujas penas fiz o cocar com que me viste. - Mostra-me a [tua] perna [em] que a cobra te envenenou.Soltaste o passarinho cujos filhotes apanhastes? (Foi) aquela andorinha cujas penas te mostrei. - Em quem bateste? - O prisioneiro. com o qual vieste do combate, que foi morto.
A GUERRA
921.
amarrar: aP3}-ti dar combate a: p-kok [es] cercar: aJ1ian cercar, sitiar: Piar (io) dividir-se em bandos: e-pe-pe
recuar (resistindo) : syry' -syryk ido (em fuga) : syi resistir (na defensiva): 1'1he-ran [sup]
ido
(na
[es]
ofensiva):
nhe-ran
ap-ar
fazer fortificaes:
-nhang
ybyr-1no-
id.: okesym (s) render-se: ai (,t"e) [suP] vencer: 111o-a, ityk atacar pela retaguarda: kup-ab batalha, combate: mar-mo-nhanga, o-ge-r-ek
matar muita gente: por-apiti pegar: ie-potar tomar cativo: pysyk queimar: mo-ndyk quebrar a cabea a: akan' -g
(nh)
crca (dos sitiantes) : ka-ys estacada (defesa): 'J'byr ido (a de fora) : ybyr p-ka1'1ga ido (a de dentro): 31byr patag
flecha
(t)
incendiria:
at-uuba
koty,
ku-
s se diz de grandes
[Mas] antes que chegsse923. De manh avistamos os inimigos. mos sua taba, chamada (n. 881) Itacuatiara, les (se) fizeram fortificaes, escondendo-se detrs das estacadas. Ns cercamos a taba com uma crca de ramos. les mandaram recado a seus parentes residentes em Guacarioca para que se juntassem contra (r) ns. Vieram e quiseram atacar-nos (bi), mas ns nos dividimos em bandos, armando-lhes uma cilada: enquanto alguns de ns simulavam fugi-Ias, outros (de ns), que os esperavam no caminho, os atacaram pelas costas. [les] quiseram recuar (bi), ns os encurralamos. No nos resistiram [e] se renderam. Ns os vencemos.
318
LEMOS
BARBOSA
V oltamos ento para ajudar os outros a atacar a taba. Os inimigos esconderam-se dentro de suas casas. Quisemos queimar uns galhos de rvores (bi) para que (n. 458) a fumaa os obrigasse a sair, [mas] estando verde a lenha, o fogo no pegou. Ento atiramos flechas incendirias contra as (suas) casas. O fogo pegou, queimando tudo. Os inimigos saram para o terreiro. Ks tornamos a dar-Ihes combate. [les] quiseram fugir (bi), [mas] ns lhes tomamos a dianteira. Ento fizemos [uma] destruio, matando muita gente, e quebrando-Ihes a cabea com o tacape. Os outros, que no matamos, ns os tomamos cativos, amarramo-Ios e trouxemo-Ios para a nossa taba, depois de termos quebrado a cabea a todos os cadveres que deixamos no lugar do assalto.
BIBLIOGRAFIA
RESTIVO 187-191; Lies 40.a a 46.a CAETAXO
88;
ADAM
37-38. -
V.
Biliografia
das
LiO 50.a
REDUPLICAO
924. As slabas tnica e pr-tnica de uma palavra, repetidas, do a idia de iJ lu r a 1 (se a palavra substantivo ou pronome), de S Il P e r 1 a t i 'c' o (se adjetivo ou advrbio) ou de continuidade ou durao (se verbo) : ab ab: nmltido de homens nhandu-ct-et: muitas emas, muitssimas emas mbegi Jnbcg: muito devagar, devagarinho o-puk-puk: riu-se muito, demoradamente, ficou rindo
Cpr. :
esbofeteei-o estive-o esbofeteando a--nup: bati-lhe a--nup-nup: estive-lhe batendo, demorei-me batendo-lhe
a-s-ob-pctek:
a-s-ob-pctY
-pctck:
literalmente,
e melhor:
ab-ab: homens, hOll1ens; nhandu-ct-et: muitas, muitas emas; o-puk-puk: riu, riu; a--nup-nup: bati, bati nle
Quase sempre os verbos assim reduplicados locuo composta de "ficar", "ir" ou "andar" -nhccilg ";cou falando".
termina em ditongo ou tritongo, perde no primeiro elemento as vogais tonas; se termina em slaba tona, perde tda a slaba (e repetem-se a penltima e a antepenltima); se termina em consoante, costuma tambm perder a consoante:
925. Se a palavra
320
LEMOS
BARBOSA
ybyty' -byt'Jlra: serranias, outeiros o-sapuk' -puka: grita continuamente o-sapuk' -puka-a: gritando continuamente o-paP' -papar: estiveram contando
No se repetem as outras partculas (futuro, gerndio, etc.) : '--o or-u' 'r-ur-eme: quando ficarmos vindo
nhand 1n7' 'nd mim-ne:
ir-nos-o escondendo
926. s vzes repete-se apenas a ltima slaba no tona do verbo. E' o que se chama reduplicao Jnonossilbica, em oposio anterior, que dissilbica. Exprime-se ento a ao muito reiterada, uma atrs da outra. Cpr.:
oro-s' ro-sem: ficamos saindo oro-s-sem: samos sucessivamente, um aps outro a-uru-py' -ru-pyk pitanga: tapei a bca da criana (para no
chorar)
a-uru-py' -pyk mar-' -bora: tapei a bca do doente (dando-lhe
comida)
"Tapar a bca criana" supe certa c o n t i nu i d a d e ou d u r a o (enquanto a.criana tenta chorar). Ao passo que "dar de comer ao doente" implica r e p e t i o ou d i v i so (bocado a bocado). 927.
Ir
929. Embora nem sempre a distino entre os dois caSO:1 sejai clara, pode-se dizer que, em geral, a iterao das duas slabas indica a c o n t n ui d a d e ou d ti r a o de um
ato, ao passo que a reduplicao da slaba final cano ta a J11,1fl t do de agentes ou pacientes, ou a s u b d v so do processo verbal:
i i
o-se o-sem: les no param de sair, ficam saindo o-se' -sem: saem muitos; um contnuo sai-sai o--nup-nup: estiveram-lhe batendo ou espancando-o o-i-nupZ-p: bateram em muita gente, a torto e a direito; deram muita pancada tasyba se' -senl,-eme-b o kara su, sabi mo-k' -kong-i: medida que as formigas iam saindo do (seu) formigueiro, o sabi as foi engolindo
ab s-aynha o-z-mo-s' -mo-si; s-al?yper-i auru mo-k' -kong-i: o ndio ia espalhando as sementes; por trs dle o papagaio as foi engolindo sukurizu o-zuk sasu, mo-k' -mo-kong-a: a sucuri matou o veado, e o ficou devorando sabi arab p-katu mo-k' -kong-i: o sabi engoliu tdas as baratas (uma a uma) koem-e ix epeaba mo-ndok-i: cortei a lenha de manh koema ab ix epeaba mo-ndok-i: desde manh estou cortando
"_0
+.
a ~5~11;;l: L
"""""-"<~-~~"1
. ,~;c)
o aspecto ite:ativo, te a reduplicao; ..a reduPIi&d5 ...da:..C?ilPas;oexprime Usando da nomenclatura mOderna: das dua?B!Hl11ts sl.ab.a'.'.r...'.'h.aI exprirnt . .. aspecto duratlvo da ao verbal. '._ . .__.~_~_ ,__ .._--
322
LEMOS
BARBOSA
930. Tanto a reduplicao monossilbica como a dissilbica, no verbo, do o sentido de processos que no se efetua (m) em um s momento ou lugar.
Mas a reduplicao dissilbica implica ao ou aes prolongadas(s), ao passo que a monos,ilbica diz respeito a ao ou aes i!lcxtensa(s) ou discreta (s), 110tenl')o ou no espao.
Durativo e iterativo so ambas formas lnperfecti'uas: denotam aes ou estados em via de se perfazerem ou realizarem. O que expEca tambm certa funo depreciati'va. So inmeras as abonaes de formas reduplicadas para desig-nar aes fracassadas ou erradas (mesmo moralmente):
meJ'-111eel1(f:
(VLB
-mbe:
315):
entreQ";lr. T'or rro. uma causa a ouem no o dono di7er e desdizer (Vu 193); 171o-mbetornar pblico o que secreto (VLB 357) ; etc.
r-ek-r-ek:
ostentam
um
Em oDosios formas imperfectivas (durativo e 1terativo). h~ a forma perfect1:'Z'a - o verbo no rer\1mlicado - que denota um processo ou estado no extenso nem subdividido. nem em vias de realizao, mas visto como um todo completo ou perfeito, seja no passado, no presente ou no futuro.
Observe-se Que tanto a forma perfectiva C0tJ10 as imperfectivas so d~ pelOsi indiferentes noo de tempo relativo (n. 113). As partculas temporai> se lhes agrega:n acidentalmente. O tempo, em ldimo tupi, categoria mai, nominal do que verbal.
931.
t 'lia:
sok: intr. quebrar-se s' -sol,: iterat. quebrar-se mo-ndok : tr. quebrar
Pode-se
dar
uma combinao
it e r a t iv
Q-d
u r a-
em vrios pedaos,
espedaar-se
323
daos
quebrar em vrios pedaos, espedaar duro ficar quebrando iter.-dur. ficar quebrando em vrios pe-
932. X ote-se que, no havendo nas lnguas neolatinas processo regular para. exprimir os aspcci'oo, muitas vzes a traduo no leVe"em conta sses matizes do tupi; K ara pup pe-puk-fmk A-re111e pe-r-ase-r-ascm (Crcst. 147 conig. e ad.): .. Neste mundo rides Clit. ficais rindo) "Ento (no outro mundo) chorareis (lit. ficareis chorando) " Por isso mesmo, na verso para o tupi, mister no esquecer a reduplicao, tda vez que a ao fr contnua ou refJetida, aInda mesmo que em portugus sses aspectos no sejam gr:tmaticalmente' expressos.
933. 1. O adjetivo ou verbo predicativo segue os verbos, no que se refere reduplicao. Prevalece a funo intensiva, superlativa ou plural no j da ao mas do estado:
pininw: pintado; pin1:-pini111a: todo pintado, muito pintado, cheio de pintas; xe j'a: estou carregado: xe p' .re pa: estou s)brecarregado; mil-'i: mido; mir'i-mir'i (\TLB 297) : muitas causas midas
I
f
2. O nome verbal segue o verbo. O adjetivo nominal acompanha a natureza elos substantivos. Nestes, a reduplicao conota sempre certa multiplicielaele ou mesmo pluralielade.
A monossilbica d idi8. de distribuio ou multiplicao; a dissilbica, de extenso ou difuso (no espao ou no tempo). A monossilbica serve a uma modalidade de coletivo ou plural discreto, i. , a uma multido de sres subdivididos, que conservam entre si alguma relao de unidade - como as estrIas de uma constelao ou as pintas de um animal. J a reduplicao dissilbica serve melhor para exprimir o coletivo ou plural ele cousas extensas ou contnuas - como as listas na pele de um animal, as fibras de uma madeira, etc.: myt: estrado; myt-17vj!t: escada (conjunto de vrias estrados ou degraus); mutuka: 111utuca; 111utu-11lutuka: broca, pua V-se, pois, que nem sempre ao nosso plural. a reduplicao no substantivo corresponcle
324
LEMOS
BARBOSA
com
Ti-tinga j implica certa pluralidade (a dos inmeros pontinhos que formam uma mancha). Titi-titinga. acrescenta o conceito de pluralidade ou multiplicidade das manchas difundidas ou estendidas pelo corpo.
A reduplicao dissilbica dos numerais forma os distributivos, ou melhor, o plural dos nmeros:
4.
11Wki: dois; 11lok'-1/tokI; dois a dois, i. , vrios grupos de
dois
5. Algo semelhante se d com os recprocos. J incluindo les a noo de pelo menos dois sres (um ao outro) etc.), a reduplicao vem acrescentar a idia de plural, de "vrios" um ao outro) etc.
E como o prefixo ia no supe necessriamente reciprocidade (n. 629), a reduplicao de elemento a que se afixe ia- pode significar uma srie (ou plural) de sres ligados, sej a recproca sei a consecutivamente:
recproca: consecutiva:
9 -:;:'10
Nas partculas (adv,rbios, preposies, etc.) prevalece a reduplicao dissilbica. A funo no difere muito das dos verbos e nomes: alm do conceito de repetio-distribuio (redp!. de 1 slaba), continuao, durao ou extenso (redpl. 2 slabas), tendncia para o superlativo ou intensivo e para o depreciativo ou pejorativo:
o-io-akyper-i: um atrs do outro (2) o-io-akyp'-kypfter-i (VLB 257) : uns atrs dos outros (mais de
2, p. ex. em fila)
o-Io-yb'yr-i
outro
a--lno-in
(VLB 352):
CURSO DE TUPI
ANTIGO
325
o-io-up (V LB 257): um ao outro o-o-up-up (id., ib.): um ao outro, e o outro ao outro, etc. a-mo-io-akyper xe nheenga (id., ib.): repeti minhas palavras
(1 vez)
a-mo-o-akypl1'-kyper xe nheenga (id., ib.):
repeti minhas
6.
(AR. 158): quais (as causas que so) os motivos de se recear a morte?
934. OBS.: Certos verbos, primitivamente iterativos, perderam a forma simples. So vocb.ulos que indicam aes extensas, no porm contnuas e iguais, seno compostas de partes repetidas: beb "voar", papar "contar", pepek "bater asas, revoar" e "cordear as velas" (VLB 371), frnpur "ferver", ryry1: "tremer", t}'tyk "palpitar", rurn "estar inchado, embebido, prenhe"; etc.
Vai certa divergncia nos antigos gramticas quanto reduplicao monossilbica. ANCHIETA parece supor que o processo aplicvel a quaisquer verbos. lVIONTOYA e RESTIVO afirmam que s uns poucos verbos (uma meia dzia) conhecem o processo, que alis stes autores no distinguem funcionalmente da reduplicao dissilbica.
935.
Curioso que os verbos que servem de exemplos a ANCHIETA, ao VOCABUNA LNGUA BRASUCA, etc. seiam Cl1ase os mesmos de 1i(ONTOYA e RESTIVO. Tudo indica as seguintes soues': 1. Em numerosos verbos, no h reduplicao monos silbica, porque o sentido no se presta a iteraes: "querer", "dormir", etc. 2. Noutros, iterativos por natureza, como" voar", "contar", etc. (n. 934), extinguiu-se, por intil, a forma no iterativa. O iterativo j era, pois, um processo decadente na lngua. Conservava-se em alguns poucos verbos, cujo sentido mais se prestava.
LRIO
326
LEMOS
BARBOSA
EXERCCIOS
936.
pau, nho-pau: intervalo pau-pau: s vzes, a intervalos mo-pau, mo-nho-pau: fazer de mo-py-koe; tornar cncavo peki: cutucar (s escondidas) endy-ab (s) (xe): luzir end~y-a'-ab (s) (xe): reluzir
vez em quando
ro-byk; tr. chegar-se a ' -ab; gretar-se todo py-ko, py-guaa:
(estrIas, etc. )
endy (s) endy
guas,
(s)
fogos,
cncavo
-ab (xe):
937. A-i-i1lO-pa-pau nh-te Tup olG-pe xe r-e-ik (VLB 266) ~ "A-ik pau-pau nh-te Tup ok-pe" (ib.). ~ "Nde-be oro-sapuk'a-reme pe-r-asF-puka" (AR. 2) - "K am pup pe-puM-puk,' -r-ase1n" (Crest. 147 corrig.e ad.) - X e s-ekyi-me, pir r-endy-r-endy-ab-amo". - 11Iond"-sara g11ympam r-e-ro-by'-ro-byk-eme . ab am morubixaba pek'-pek. O-sapuk'-pukai, or r-en'-r-en-c.. Oro-se-sem or r-oka su mond'-sara mo-mO-Se11~-q. - Pe--mo-py-koe-koe ik :-;b}'r pese-bem. O-i'-i'-pab! ... - Pe-no-se-sem '1(: nhae su, aip pitanga uru-py' -pyk-a. - "1]1[ ar-pe as r-ek-u RCruk-eme o-ker zanond'!' 1'v1ar mar-p' ak ie xe r-ek-i1 - e-I" (AR. 112). "Ab ab-pe as r-es Tup mo-nget-sar-a1:c s-ek-u'!''' (AR. 18). EXERCCIOS
938
mo-o-aky-
fazer ccegas em: pokixyk, ti. apressadamente: anh apressar: l11,o-anh soluar: ie-kok (xe) toma!: k! com fra: at se no, do contrrio: aan-e)'m< brayateiro: apepu
939. Em que ocasies a gente se deve (n. 695) confessar? Quais as cousas que a gcnte contar, confessando-se? A gente no deve ficar
CURSO DE TUPI
ANTIGO
327
repetindo sempre as mesmas palavras. - Um peixe beliscou o anzol. No foi s um, mas um cadume que estve ,beliscando. Deixe-os ficar beliscando ainda. les esto' repetindo, uns atrs dos outros. Dois peixes grandes esto beliscando tambm, com fra, o meu anzol. Dem-me {)arco que os hecharei de uma s vez. Toma! s um bravateiro! - No me estejas fazendo ccegas, do contrrio no atirarei. Eu no atiro, porque estou soluando. Erraste, porque atiraste apressadamente. Tu que me ficaste apressando.
940.
SUCESSOS
EM CASA DE
CAIFS
ARAJO
(1566-1632)
M mn-pe Ans and ara r-e-ra-s-ukar-i? - M or-e-r-ek-ara1 Caifs s-er-bae sup. 111[ ar e--pe Judens xup mO-1nbegu--b02? uk-1{k'O-nheena-mo-nh-mo-nhana3 tenh o-e-moe111-amo. -pot nh. Mar-pe land la;~ r-eM-u a-reme? - O-pik o-a1n-a4, nheeng-obaxuar-eym-a. Mar e--pe Caifs xup o-porandup-a? - Tup-et r-es a-porandub end-bo, e-, e-i-mo-mbe katu Tup R-a')l1'-amo nde r-eh, or-bo, e-L Mar e--pe land lara xup? - Nde ap er-, e-; anh-'t, pe-s-ePak ir Tup T-uba -katu-aba koty xe gi"iaP')'h-a xe r-en-a-ne, e-; yby-tinga ar-bo xe r-]{J'-a ab-ne, e-. Mar e--pe Caifs Judeus-et sup, land lara aP -reme? Tup r-es tiru k nheenga 1'-e-it')ll?-i,e-; pe-s-endu' -n' ah nheenga poxy, e-. Mar-et-i-p'-ip pee-11io? e-. Mar e--pe pe nheenga? e-; o aob-]Isu 111O-ndo-r' ndo-rok-a, o mar-motar-amo. M ar e-I-pe Judeus a-reme? !a-uk mem ap 'l-ara. e-; t' o-man, e-. Mar ab-pe marana r t-eM-aras s-e-r-ek-u a-reme? - O--x-misyk6 s-e-ro-am-a a-a-a7, s-ob r-es o-nhe-no-mu-no-lmm-a, aoba ibi8 puP s-ob uban-a, s-ob pet' -petek-a, aypy atyk-tyk-bo9, e--ku r-aIO nde r o-p-ar-bae", o---bo xup.
Catecismo
(ed.
1 - chefe, prncipe. 2 - para acus-lo. 3 - ficam discursando. estve calado. 5 - gu~rreiros, soldados. 6 - amarrdram-ilO. De sam-bisyk, alis, mais correto sa1l1-bysyk (de sama "corda" e pysyk "apanhar").
4-
328
LEMOS
BARBOSA
seria 10 o cacho do
i 'iai-a.
7 -
ficando a escarnec-Ia. De 'ia'i ('ia), durat. Mais correto 8 - aoba ybi (melhor que ibi) : vu. 9 - a esmnrrar-Ihe pescoo. 10 - ptc. que denota desprzo ou enfado.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 52v-53v; VLB 208; 220; 280-281; 300; 401; 406; 412; 413; 86; 151; 249; 257; 262; 352; 361; 410; passim; MONTOYA51-52; RESTrvo 72-74; L. BARBDSA 168-169; 171; DALL'IGNA, A ReduPlicao,o ID., Anlise 69-70.
corpo do prisioneiro
moqueado (STADEN)
LIO
51.a
CONDICIONAL
941.
Forma-se do indicativo, acrescentando-lhe -mo. Na forma negativa, intercala-se x- ou x (n. 186). A partcula interrogativa -pe antepe-se a -mo:
a-i-p')!syk-1no: eu o apanharia; ndJ iand 1nacnduar-i x-e-mo: ndJ oro-pysyk-i x-pc-mo?: no te apanhano nos lembraramos; ramos?
o
942
a-iuk-mo-mo
Havendo na frase algum advrbio, deve-se repetir depois dle o sufixo -11W. Mas pode-se tambm omitir o que estiver por ltimo:
eu iria hoje: ou kori-mo a-s a-s-mo kori-mo ou a-s-mo kori; kori-mo a-s-1no
943.
944.
O prprio infinito, acompanhado de -reme (n. 679) ou rir (n. 684), pode receber o sufixo -mo.
JJU
L.l-lVlU::' lH\KJ:jU::'A
Ao infinito regido pela conjuno -reine) o sufixo -mo d o sentido do nosso subjuntivo imperfeito ou futuro ("lnatasse" ou "matar").
945.
Os pronomes objetivos so os mesmos do infinito (n. 336). de largo uso a conjug-ao subordinada (11. 554) :
xe s-epak-eme-mo, a-uk-mo: se eu o visse (tut.), mat-Io-ia; ou: se eu o visse (pass.), t-Ia-ia matado; lwab-eme-mo, s-e-ti-11l0: se le o soubesse, morreria; nde s-rem e-mo, s-e-eym-i-mo : se fsses, le no morreria; nde s-e}'m-e-1no, s-e--mo: se no tivesses ido, le teria morrido: emoJl-neme-mo: se fsse assim; eJllon-eym-e-l1zo: se no fsse assim
946.
-ir-J1lO
a "se
tivesse";
negat.:
ej'711-
nde kirirz r--1no, nde r-ePak-eym-i x-mo: se te tivesses calado, le no te teria visto; nde puk-e'j'l1z-o-lno, nd' oro-endub-i x--mo: se no tivesses rido, le no te teria ouvido 947. P~ra eXFimir partlcula be ou me:
O
nde xe r-eni-eme-111o, oro-endu: be-mo: se me tivesses chamado, eu te teria ouvido; nde s-reme-11w, nd' a-P3't- x- be-mo: se tivesses ido, eu no teria ficado; xe ie-byr-eym-c-mo, pyt be eym-i-mo: se eu no voltasse, le no teria ficado
ocorrem particularmente
nas res-
nde r-oka ar-pc uuba ar-i: caiu uma flecha em cima de tua casa l1d' a-s-ePiak-i x- 1ne-l1w?: no a teria visto (se tivesse cado) ? o-iuk g nde r-'j'keyra: mataram a teu irmo 111arangat me-mo: tivesse le sido bom (e no o matariam)
Be-mo ou 111e-111o fica sempre depois do primeiro elemento da frase, e no admite outro -mo no perodo: o-pyt me-mo ik ou ik me-mo pyt-u: le teria ficado aqui-
1 Url
lU'llluV
a mba, sem diferena de sentido: 11Le-mo a-s: eu teria ido; 1nba me-mo ik
i pyt-u:
le teria
ficado aqui 948. Com o mesmo sentido, em lugar ou antes de be, pode-se empregar advrbio 'ltm ou ym:
llde s-rellle-1nO, a-ie-byr 'ltl/l-lIlO
ou a-ie-byr
1I1n be-mo:
quando
obrigao:
ere-s-mo-ne kori(
-1110)
hoje
com freqncia
a partcula
de
ere-s-te-mo-ne kori: tu que deverias ir hoje; horj-te-lllO-nc. ereo-s-mo (VLB 327) : -s: hoje que deverias ir; ahe ranh-te-mo-n' le que deveria ter ido primeiro 950.
-1110)
Assim tambm be (ou me), seguido de -mo ou -tepode equivaler a "deveria ter":
be-te-mo aiP er-: a le que o deverias ter dito
i xup
951.
nda .t"er-ausub-i, xe poi be-mo: no me ama, (pois) deveria ter-me dado de comer (i. , do contrrio, ter-me-ia dado de comer) ; nda xe r-ayra ru end, nd' ere-iase-i x- be-lno: no s meu fi]ho, (pois) no deverias ter chorado (i. , se o fsses, no chorarias) ; nd' -a-gasem ang~ lnar biri ik ab r-ck-peya am sup, e-i; H crodes me-mo k o-i-mceng t-e sup, angaipaba kuap-a, e- (AR.
84) : eis que no encontro sequer a menor falta na vida passada dste homem - disse; (do contrrio) Herodes, conhecendo os crimes dle, o teria condenado morte - disse
L1:<,iVlU::;BA.KBUSi\.
"---
952. Havendo dois verbos no condicional, um subordinado ao outro, pode-se omitir um dos sufixos -mo:
i -reme (-mo),
953.
xc o-up nde -rem e-mo , oro-p)'tyb ( -lno) ou xe o-uP nde oro-pytyb: se me dissesses, eu te ajudaria
-11'lO:
xe o-up nde -reme, oro-pytyb 1ne-mo ou xe o-up nde -reme-mo, oro-pyt:yb: se me dissesses, eu te teria ajudado 954.
entendessem
956.
EXORTAOANTES
(adaptao
DA ABSOLVIO
P. ANTNIO DE ARAJO (1566-1632) ortogrfica)
Ere--ku' katu ip nde angaipaba, Tup su ndc sy.ky-eym-a, nde mo-ab-et-eym-a1, anhanga r-at su nde nhe-ang--eym-a. Tup r-es-pe katu nde angaipaba r-ek-u. Emon t-katu-et-pe nde nhe-mo-mbe abi, abar2 sup "Tup nheenga r-upi katu a-ik ang-ir-ne" nde cag-era nd' ere-i-mo-por-i? Erimba-pe aiP nde -aba
Oep nh ngatu ernba kara-beb4 Tup nheenga aby-u bi5, s-es nh Tup mo-ing- anhang' -a1no t-at-pe s-e-ityk-a, N d' erenheenga -syky- ip6 Tup su: e-syky--bo-mo7, ere-ik katu-mo, ere-s-ap' -katu-mo, Anhanga su ere-sykyi; nd' er-- te8 nheenga ere-s-ap-bo; s-e-mi-1notara r-upi ere-ik s-at-pe nde s anond. I ang nde angaipaba kuap-a, a-nh-andub anhanga r-at-pe nde s potar-a, Na nde angaipab-i x--1no, ybak-pe e-s-pot-mo: na s-aub-i9 nde r-ek poxy nde r-ek-reme, nde r-es Tup 1,' -epyk-eym-e10; ap kuap-a-111o, ere--mo-ra1n-b11; Tup nheenga aby ram-buera-mo, nd' ere-rum'-rum- x--mo nde angaipaba-mo, nde nhe-ang--aba b irum-1no. N d' a--kuab-i xe angaipaba xe nhe-mo-1nbeg-' -pe xe r-e-1ni-1J1,o-mbe-pera r-es i_1:-bo Tup nhyr-ag-uera, e---bo-mo, nd' ere-ro-e-byr-i x--mo. Oep nh Tup nheeng-aby roir abi12 ab o-nhe-ang--et, s-e-ro-e-b'yr-eym-a, lne112-t'-ip o angaipaba irum-sara o-nhe-ang--et-tl-mo.
Catecismo
1 - de mo-ab-et "honrar". 2 - t padre. 3 - uma s vez. 4os anjos. 5 - n. 306. 6 - certamente. 7 - se o temesses. Ger. seguido de -mo (n. 955). No original vem ecyk'],'bomo, ao que parece, rro. 8por isso mesmo (n.463). 9 - no sem razo. 10 - Devia ser i'-epyk-eym-i. 11 - impedirias. 12 - se... (quanto mais).
LOCUES GERUNDIVAS
As locu:es compostas de dois parti6pios presentes traduzem-se levando os dois verbos ao infinito (em ordem inversa do portugus), e, no fim, acrescentando -reme. Sendo paroxtono, o primeiro verbo perde a ltima slaba, ou, se termina em ditongo, a ltima vogal:
957.
:re ker :re r-u' -me, xe nup-: estando eu dormindo, le me bateu; nde s-ar nde r-en-eme, nd' oro-en-botar-i: estando tu esperando-o, no te quis chamar; xe mba :re r-en-eme, xe ' xe o-ik-bo:
334
LEMOS
BARBOSA
fr o mesmo da principal, a locuo se poder traduzir de dois outros modos: 1) com dois gerndios (mais usado); 2) com o 1.0 verbo no infinito, regido de -reJne, e o 2.0 no gernclio:
levantei-me, (estando) dormindo: gi-k gi-t-up-a, xe puam-i ou
xe ker-eme gi-t-up-a, xe puam-i cpr. xe k' xe r-u' -me, xe puam-i
GERNDIO
EXPLETIVO
959. Por vzes aparecem locues verbais em que o gerndio mero expletivo, nem sempre traduzlvel em portugus. D-se isso com o gerndio dos verbos que significam "estar" (n. 900) :
(ANCH.
s-yg-pe o et-rama Tup t-ar-i puk-eY'frn-e nh o-' o-up-c Poesias Tupis 27) : no ventre dela Deus tomou o seu (futu-
ro) corpo, (estando) nascendo sem que ela se corrompesse 960. Locues semelhantes
se fazem com os mesmos verbo:, no gerndio, quando compostos com os prefixos 1'0- ou no-, mo- ou mbo- (n. 480) :
o-ka o-up-a a-rama-nh o ek-b r-e-r-ek-bo (AR. 248 :
esto ardendo, eternamente vivendo (conservando a sua vida) : arde=-_~ sempre vivos; o-py-rung nde akanga r-es, mo-mbep-a tnUrulL',' r-e-r-ek-bo (Nre. apud REST. 151 ad.) : pisou tua cabea, esmag2.-:do-a (maldita!); o -katu-aba koty o--mo-gap,:)k 1J1o-in-a (RE;::-:: 151 ad.) : f -Io assentar (colocando-o) sua direita
962. I nhyr nh-pe-mo land tara xup, aNde nhyr ix-.~.:; o-o-up -reme-mo? I nhyr nh-mo (AR. 81) - Ere--ab:)-e~,' Tup nheenga, nde angaipaba kuakup-a, anhangasuP e-nhe-meellg-
LUKS
TISU
-et-bo. T-U1U ang-ir emo-n e-ik-bo. Abar Tup r-ek-bara sup as nhe-mo-1nbe: nd' e- katu- oep-"i tiru Tup nheeng-aby-ag-uera o o-up mO-1'ltbe-pyr-uera mO-1nbegu--bo ab sup: ab o uk potar-cmc tiru n' o-i-mo-mbe- x--mo: o--porar-111O t-e mO-lllbe pousup-a-1no (AR. 221 ad.). - l'Ia nde angaipab-i x--mo, Jbak-pe e-s-pet' -JilO (AR. 248).
963. estar acomodado: u' -1;;0 , intr. tu como pois havia de ser?: 1nar-te-pe-l1w/, mar-mo-te-pe?
964. Estando eu acomodado, le ficou (n. 932) me chamando. Se le soubesse que estavas acomodado, no te teria icado chamando. - Se fsses tupinamb, no terias chorado. - Por que (n. 573) no comeis carne, depois que nasce um vosso filho? Ficaramos doentes - dizendo - no a comemos. - O velho guerreiro, estando morrendo, mandou chamar os seus filhos, e lhes disse: eu no vos teria chamado, se no soubesse que vou morrer. 965. SUCESSOS EM CASA
P.
DE
CAIFS
DE ARAJO
ANTNIO
(continuao
(1566-1632) da p. 327)
u palJ-e-nn ser erimba a-pe t-ek-ara i-a -a-u, s-ob pet-petek-a1' - Opab--nh, pysar s-e-r-ek mC1'l1u b r-e-ro-koema2 O-ik mn-pe3 So Pedro Caifs r-ok-p a-re1ne? O-ik um. Mar-pe s-ek-? - T-ey-pe4 nh gfwp}'k-i, t-at ipy-pe o-e-pe-g--bo. 11;1ar e--pe g xup, - Jesus bo ik, e-. Mboby-u xup! Mok. Mar e--pe So Pedro?-pe ap N d' a--kuab-i a aM, e-, Tup r-es o---bo tenh5, o e-moem-amo, Tup r-era r-en-a. O--aby-et katu ser Tup nheenga, aP o-i--bo? - O--aby-et katu. N d' o--kuab-i-pe aP roir o angaiMar s-ek6 r-es-paba1' - O--kuab, o io-es fand fara ma-ne1ne. -b-pe kuab-i? Guyr sapukaa r-es b. M ar ab-pe? fand Jara nheeng-uera r-es b o-maend1wr-amo. M ar e--pc xuP? - M osapyr ip 7 xc bo-ramo nde r-ek um Jand Jara ere--kuakub, mok g}'r sapuka eym-e-b-ne, e-. Mar-pe So O-sem. okar-pe o-asePedro r-ek-, o angaipaba kuab' 'ir1' -asy-kati--b08 A-pe Judeus n' o-ik-teb-, Judeus suP o ara
336
LEMOS
BARBOSA
meeng-ag-uera r-esr O-ik-teb. Mar-pe s-ek-u t-ek-teb iar-era sup. suif - O--meeng ie-by' s-epy-pera 11wrubixab-et - "AJi-aby-et ik Tup nheenga, xe iara angaturam-et meeng-a", xupf - N d' oro-ik-i9 aiP-bae o-i--bo. M ar e-i-pe Judeus r-es, e-i; nde a 1:P emo-n ere-ik9, e-i; ere-i-ku' ranh me-mo10 eino-n nde r-ek-rama, e-i. Mar-pe fudas r-ek-u a-remef AiP o io-up ab, o iara r-epy-puera r-e-ityk-i Tup r-ok-pe: aui o-s-bo o-ie-aiu' -byk-a, ({ n: i nhyr-i x- Tup ix-bo-ne", o-i--bo. I ku-pok ser l1W:ry o-i-atimung-af I ku-pok. Op-katu ser s-yg-apu11 kui-al1w ku sor'saba r-upif Op-katu. A-pe i anga, 1nmn-pe x-u? xup, ({ de N Anhanga r-at-pe. I nhyr nh-pe-mo land ara nhyr ix-bo" o io-up i -l'el1%-1nof - I nhyr nh-mo.
Catecismo
1 - De a "injuriar ". 2 - v. n. 960. 3 - j havia entrado ... ? diante de todos, publicamente. 5 - jurando falso, por Deus. 6 - por que acontecimento... ? 7 - v. n. 1046. 8 - para chorar sentidamente. 9 - v. n. 286. 10 - v. n. 950. 11 - intestinos.
4-
BIBLIOGRAFIA
Condicional
29-30; 45-46;
ADAM
18v; 22; 23v-24; 25-25v; 26; FIGUEIRA 18-19; 22-23; RESTIVO 39-42; 120-121; CAETANO 19;
ANCHIETA 26v; RESTIVO 148-151. RESTIVO
57..
87-88.
OPTATIVO
966.
Forma-se do indicativo, seguido de uma das paro tculas: -mo m) -te-mo 111)m 'm) bei m) 111ei-mo m) bei-mo mo No negativo, intercala-se x- ou x (n. 186),
-.1.11
as outras apenas no
passado.
967,
Af
Algumas
vzes se omite m: anh-te-l11o: oxal fsse assim anh-te-1I1o-ne: oxal seja assim
968.
Por sua vez, as partculas -mo) -te-mo) mei) mei-mo ;e pospem sempre ao primeiro elemento ir:dependente da frase:
ix mei-mo nd' a-iabab-i x- ka-pe m!: oxal eu no tivesse fugido para o mato!; koritei~mo Tingusu o k su ie-byr-i m!: oxal Tinguu volte logo da roa
338
LEMOS
BARBOSA
969. Segundo ANCHIETA, o optativo nunca empregado ,com as 2as. pp., mesmo que elas sejam objeto direto. Substituem-se pela 3.a p., expresso ou subentendid.o o EC!11-:=:'. de: 2.~ p. ~om ql:e se fala. /~ssirn.' falando C0111 Pindobuu: oxal eu te ouvisse!: a-s-endu' -te-mo m! ou a-s-endu' -te-nlO Pindobusu m! Clit. ah se eu o ouvisse!, ou a Pindobou!); oxal me tivesses visto I: xe r-ePlak mel m! ou xe r-epiak mel Pindobusu m! Cah se le me visse!; se Pindobou me visse I) Mas encontram-se exemplos em contrrio nos outros gramticas e no prprio ANCHIETA,
970.
advrbios:
emon-te-mo m!: oxal fsse assim!; a ou anh-te-mo m!: oxal fsse verdade!; anh-te-111o t-ur-i m! (VLB 320): assim le viesse!
Muito usado, para exprimir o nosso futuro do optativo, mar taSara-1Ho "oxal", seguido de verbo, e, fa-te-11'W m, -mocultativamente, de uma das partculasm,
971.
-ne 111)-te-mo) -mo) -l1w-ne: mar iasuara-mo a-s ou xe s-u: oxal eu v
tambm no passado:
aJ-iar,h
/l~e
abiYG?11-H01+7,?
'1"'('
anna1"/1f1b-e-,\'111-
(xe) "aleg-rlr-se. fol~T1r".e ,) superlativo et. a frase que leva a intejeio m) fica com o sentido de "Oh quanto folgo!, folgo muito!":
xe r-oryb-et nde r-ur-a r-es
mE':
l!Di
."-
33Y"
M, precedido de 't-i, exprime espanto: 't-i pir m!: oh que peixe! (gra:1de, bravo, etc.) , oh quanto peixe 't-i k ahi m!: 011 que homem ste! (enfadonho, ou grande, etc.).
975. A interj eio t! expressa tambm espanto pelo tamanho causa ou pessoa. Mas, explicada, atribui-se a tudo: t! 't-i k pir r-ek m! (VLB 318): oh qU" quantidade EXERCCIOS
de alguma de peixes!
976. M ar e--pe as o py-pe, ybaka r-es o-ma' -mo-ne? ((Ybak-pe Tup xe r-ub-et r-ek-lt 11l!" e--ne; ((A-s-te-mo xe r-ub'a p}!r-i, xe r-etam-et-pe 1n!" e--nc. N' as r-etmna ru-te-pe ik yby as r-ek-aba? N' aan-i, ybalw-por-ama r-es Tup as 1110-nhang-i: atar-amo as r-ek-l/' ik yby pup (AR. 23). - T ! 't-I aP gyr r-ek m! - Tf 't-I ygam m! Maim ygar-usu-nJ porei. Na nde r-or}!b-et- t-ur-a r-es? X e r-oryb-et m! -ausub-I m!
977
navlO: ygar-usu
regressar (indo):
-by'
regressar
-e-byJ
(vindo):
978 . .oh quanto folgo com a chegada dos portuguses! - Oh quanta gente! - Como so enfadonhos sses portuguses! les regressaro dentro de pouco s suas terras! Oxal eu fsse com les! No terias saudades de tua terra. Eu no ficaria saudoso. Oxal fsses para l: ento quererias regressar, e no poderias. - Eu irei. Queres ir. Falta s ires. Eis que vou. Finges apenas que vais (bi), mas no vais. - Oh que enormidade de canoa! o navio em que chegaro os portuguses.
979.
J. (1534-1597)
6.0
(adaptao ortogrfica)
1.0
X e r-etama mo-oryp-a,
ere-iu', %e r-ub gu. Xe ab nde r-obak a-tt' gi-ie-l11,bo-ry'-mbo-ryp-a.
Guarapari, s-er' Ulmtana, %u. oro-ityk-pot' Santa Maria koy' porang, mo-era-puan-a.
2.
K nde Xe nde xe anamar-ur-i p r-a-P-pe nde r-ePak-a. ab %e mo-ie-guak-a, mo-ory' katu pot'. Tup sy or anga N de ab or anga
3.
Tapyyi' pepyra g--bo, %e r-amuia porasei. Xe Tup r-ek a-i-usei, %e r-uba r-ek pe-bo.
8.
Pecado amotar-eym-a5, a-s-ausu' Pai esu, ta %e pytyb ngatu, o py pup %e mim-a. 9.0 b. E-s-eiyi-ukar-u111, ik su %e r-etama, t' o-ik pab- %e anama Tupana r-ek 1'-es. 10.0 lor-i, Pa Maras6, ik taba 111O-ngatu--bo7, Pai lesu mo-nget-bo8, %up s-ausub-uk.
Poesias t1!pis, pp. 21"23.
4.
X e r-uba %e 11tO-nhang-ara
nde r-ausu' %e iru-mo End-te1 %e r-ub-et, Pai 1esu r-ekoMara.
5.
Koy' k taba r-e-r-up-a2, oro-ik-katu b-i. S-era-puan3 Guarapari,4 Tup oka r-e-ro-kttp-a.
1 - mas. 2 - r-ub (de ro+ub): a) deitar-se com; b) ter ou estar com cousa que jaz ou est deitada. Aqui, no sentido b). 3 - famosa. 4 - n. pr. de aldeia. 5 - odiando. 6 - Padre Maral. 7 - abenoar; tambm: melhorar. 8 - rezar a.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA TOYA 14; 22;
18;
21;
RESTIVO
34; 41-44;
MON-
LIO 53.a
ORAES
980.
SUBORDINADAS
ep)
"ainda que, embora, psto que, apesar de (que), mesmo que, ainda quando, por mais que"
981.
FINAIS
"para que, afim de que" Traduzem-se, conforme o caso, pelo perlnissivo, seguido ou no de -te (n. 198); pelo verbo "dizer", no gerlldio (n. 458); pelo particpio saba (n. 799). Quando o sujeito o mesmo da orao principal: gerndio (n. 393, 425).
982.
CONDICIONAIS
.::...::._---------------------------_._------_.~-342
983.
A ..) / -' /' ,..,
"con10 se":
a-lnOJ
) /' ,...., ) /'
aramJ arawz-JtJ asUara-17l0-nJ aJ asuara-mo-nJ ~asua -mo-n aeJ seJ'a-l1w-n aeJ sera-mo-lt ae-lIlO:
kyreymbab aram, a i11ba 111,embeka" - i,"C-be: como se le fsse valente. chamou-me mole;' o-s ip-l1e re gi---bO-171O-n' a (V LB 268 corr.) : como se eu pensasse que le podia ir
N O futuro, etc. :
acrescente-se
ram ao verbo:
1'a1Jl :iaram;
ix t-obaara uk-ram asara-1no-n' a, ybyr-pema x-be 111eeng-i: como se eu que tivesse de matar o inimigo, deu-me a mim o tacape
No negativo:
e'J}m-et-111/ a:
ejim aramJ
etc., e tambm:
eym-etJ
xe kyreymbab cym ser-mo-n' a, ah xc kur' -kurab-i: como se eu no fsse valente, le me fica chamando nomes injuriosos; xe p-eky ybyr-pcma r-es, ix t-obaara uk-ram eym-ct: arrebatou-me das mos o tacape, como se eu no tivesse de matar o inimigo; cmonan eym-et-mo: como se no fsse assim 984 .
"no
o-s ah aby-no 111! (VLB 389) : no fsse fulano ter ido ... ! ah r-ur-(!. aiP-no 111!: no fsse ter le vindo ... !
CAUSAIS
985.
"porque, visto que, pois que, j que, uma vez que, desde que, como"': -reme (n. 679) ou p (n. 1012), es (n. 605) ou -pe (n. 140).
Estas duas ltimas regendo ou no a p.articua saba (n. 819, 820).
CURSO
DE
TUPI
ANTIGO
343
986.
j\10DAIS
LOCAIS
EXERCCIOS
lE-POR-AK)-SABA
988.
e-por-ak' -saba: caada so: caa so aiba: animal que no se come yee: fojo mund-gttasu: armadilha para onas pota: pinguelo (de corda) poe: ido (de esteira) etym-kang-uP-ara (t): ido (de vara) nong (nho) ou upir (s) : armar gttyaPi tenh: cair, sem apanh3.r pot' -mo-in: armar mund-rung: intr. fazer armadilha
myt, myt-ura, oka' (t) ybat: casinha na rvore (para esconder-se) boi: servo ar: intr. cair (armadilha ou caa) ka mo-mbyr: caar, cercando, com muita gente ka 1no-nd: fazer caada ka-bo ik ou s: caar so r-es ik: caar 1no-pot-ar: tr. armar, para que no caia 1+w-pot-g: id., para que caia 1no-gttyapi: tr. desarmar
j44
989. M ar-namo-pe
pe--ap aP ye? Oro--ap, ag~1ara xe bo r-ayra gu-ar-uera mbo-'-sag-uama r-es. O-ar um-pe? Nd' e- ranh. - Pe mund-gasu nong-eme, aguara ar-i-ne. Oro-nho-nong ep, o-guyapi tenh. Pe-s-upir b-nh. Ix mund r-upi' -r-upir ra11J't aramet ... Emonan-eme , pe--mo-gyapi b-nh.
Nata: Com auxlio do vocabulrio acima, formar outras frases.
Pesca
flecha
(STADEN)
CURSO DE TUPCXNTIGD
345
"""lIlIIII
A
990.
pesca: e-por-ak' -saba barragem: pari cardume: eya (s) vara de pescar: pind-yba isca: potaba barbasco: timb-guasu, timb-pirana
por-akar,
tr.
ido (para si) : e-por-akar pescar com anzol: pind-e-ityk, intr. estar ta: ik nh-te embarbascar (peixe ou rio):
tingy-ar,
entorpecente vegetal: tingy covo: eke, eke parati (peixe): parati linha de anzol: pind sama arisco: es-et (t)
991.
tr.
ficar tonto: guau atirar-se a: nhe-mo-mbor [-pe] pr: mo-in dar um puxo: mo-syk, tr.
Vamos pescar! No quereis tambm pescar para mim, j que estais toa? Como se no estivssemos pescando para ns mesmos ... - Atirai a rde ao mar, para apanharmos aqule cardume de peixes. Ns no a trouxemos. E por que no a trouxestes? Para que to dissemos? !... Como se eu tivesse de [ficar sabendo] (saber) ... Como se fsses apanhar muito peixe ... - Dai-me pois a vara e a isca, j que no trouxestes a rde. Eu vou pescar no pari, porque (-reme, no fim da frase), por mais que lano o anzol, os peixes no beliscam. Mesmo que no belisquem, deves de vez em quando dar um puxo na vara: h peixes que no beliscam. Os peixes daqui so muito ariscos. Vamos entontec-Ios com entorpecentes, para apanh-Ios com a (nossa) mo? - J cortei o barbasco. Atiremo-nos gua, porque os peixes j esto tontos. - E tu que ests fazendo? Estou pondo covos para (ger.) apanhar paratis. 992. CANTIGA A NOSSA SENHORA
(1534-1597)
P. Jos DE ANCHIETA
(adaptao ortogrfica)
1.
land kanhem' 'ir and r-ausup-a, Tup am kunh ngatu mo-nhang-i, 1no-morang-i1, ab sos pab- t-ek katu2 r-es mo-' -ek-sup-a3
5.
i
9.
"X e sy-ramo ngatu4 t' o-il?" - o-i--bos, am kunh S1{ mo-ing--bo6, 11w-et-bo, s-ausub-a r-e-r-ek-bo7, angatur'8 ngatu mo-ebu'rusll--b9
Santa lvIaria s-era, anhang-uPiara, Tup r-endrzb-et, Tup r-aiyra, Tup sy-rama r mo-nhang-byra, t-e r-upara nh, t-ek-b iara.
13. S-}'g-pe
o et-rama
Tup t-ar-i.
o-up-a11
r puk-eym-e10 nh o-'
17.
Maria, Tup sy, 11wro-ityk-ara12, anhanga sumar, ::cykysyi-'ba13, iand maran' iru, iand abait-'ba14, t-ek katu r-es iand mo-ing-ara.
21.
T ia-s-ausu' pab- Santa Maria, iand py pup s-ek mo-ndep-a. T' o-p-ar anhanga r, muru1S 11w-1nbep-a16, s-ek poxy su and r-eiyi-a.
Poesias tupis,
pp. 26-27.
1 - embelezou-a, adornou-a. 2 - virtudes. 3 - concedendo (obj. dir. de p., indo de c.). 4 - realmente. 5 - dizendo (i. : formando inteno, n. 45&). 6 - fazendo-a diferente, separando-a. 7 - tendo-lhe amor. Ger. expl. n. 960. 8 - bondade, santidade. Abstrato, por influncia porto (n. 1093). 9 - engrandecendo. 10 - sem qu~ ela se corrompesse. 11 - nasceu. Ger. expl. (n. 959). 12 - vencedora, vitoriosa. 13 - receio, motivo de receio. De kysyi h, por mettese, a var. s},lI}Ji. Aqui, inslitamente, juntam-se as duas var.: sykysyi, no verbal ,aba (t'. '802). 14 - Parece parto saba de abait: causa de nossa coragem ou temibilidade. 15 - o maldito (n. 1049). 16esmagando.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 23v-24; 26-26v; 81-82; passim; CAETANO 89. 27v; FIGUEIRA 148-149; 162-163; MONTOYA
ADVRBIOS
993.
Dispensa-se uma resenha de todos os advrbios. Apre sentam-se aqui as observaes necessrias para o seu correto emprgo.
SINTAXE
Em que casos os advrbios exijam o gerndio ou a conjt!gao subordinada,
v. nn. 434, 554, 568.
ADVRBIOS
DE MODO
994. Todo adjetivo, verbo intransitivo ou intransitivado, pode fazer de advrbio de modo) pospondo-se a verbo. adjetivo ou advrbio:
puku: longo at: fo:rte py-at: forte katu: bom
poxy:
feio, torpe
ik-b puku: viver longamente ar at: segurar com fra Pys'j!k py-at: segurar com firmeza ik katu: viver bem 11iO-mbe katu: louvar (declarar bem) ik poxy: viver mal
katu
1no-nhang
+ katu =
+ memi =
eP' katu
111o-nhan' 111cmfi
at ngatu
apressado
anh: apressadamente
nheif' porang: falar bonito nhe-lnn: s escondidas nheeng e-ase: falar com m-
dignao bom
r-ek angaturam:
tratar bem
ADVRBIOS
DEMONSTRATIVOS
Os adjetivos ou pronomes demonstrativos funcionam tambm como advrbios demonstrativos (de lugar ou de tempo) (n. 75):
k s-ek-fI,: ei-lo, aqui est (vis.); k t-'-: ei-lo, aqui est deitado (vis.); ap x-fI, ou t-ur-i: ei-lo a vai ou vem (invis.); o-s ui: eis que vo (vis.); ebok ou ebokfl,e x-fI,: ei-lo que l vai (vis.); eboku .re so-u ou a-s: eis que a vou, eis l vou (vis.); eboku-'t-i t-ur-i.: eis que vem a pertinho (vis.).
ADVRBIOS
Os adjetivos ou pronomes numerais servem de advrbios numerais (n. 215), mas antepem-se ao verbo:
oeP e-byr-i: voltou uma vez mosapyr nhe--pu-mim-i: mergulhou trs vzes
997.
ADVRBIOS
DE
TEMPO
INTERROGA TIVOS eri1nba?: quando? mba-reme?: ou hora? AFIRMA TIVOS araka, erimba, kes-nhe}wn: ak-me: antigamente, em tempo passado kes: ontem; h poucos dias zei, ozei, zeH, ei-b, ozc-b: hoje (passado) ram: agora de pouco, recentemente um, um~, ym, ym: j (passado) koyr, koy': agora, hoje koy' -te: j, finalmente kori: hoje (fut.), mais logo, depois
998.
em
que
ocasio
mm, oirand: amanh kori koem,-e: amanh de manh ir, 11tir, karamos, erimba, am-neme: futuramente bi-pe, ambi-pe: em alguma ocasio, algum dia (fut.) kor01n: daqui a pouco, logo logo apyr-i: daqui a pouco, logo logo koritei: logo, depressa, ligeiro taz, kd-et: logo az-rama, az-ram,a-nh: sempre, para sempre
ADVRBIOS
DE
LUGAR
AFIRMA TIVOS k[, ik: aqui eb-ap: l m: acol kyb: para c ap, ap-katu: am: para l bi-pe: algures ebo-k: por a, por l eb-anz: da anz: de l no alto
longe ybat:
em oma,
350
LE.MOS BARBOSA
a. l
1000.
diversas
OBS.:
a, l, no lugar de que falamos k koty: para a outra banda kei-bo: por alguma parte k-pe: em ou a alguma parte
akei-pe:
pode t~r
i i
Conforme a posio na frase, o mesmo elemento funes: iuk-py' katu: o morto (ql.'e era) bom ittk-katu-pyra: o (que foi) bem morto xe r-e-mi-mbo--p' katll: o bom que eu ensinei xe r-e-mi-mbo--katu-puera: o que eu ensinei J1tim
EXERCCIOS
1001.
manh-ana
espia
nhecng ap: falar aos brados nheff' ngatu: falar bem matu-et: muito a'-nh: inconsideradamente
sm: apenas ape: torto JJYY'-pyyi: depressa pysa?': durante tda a noite nhe' -bik: parar de falar
1002. Oro-ik Tup r-ak-pe. Ik na' ia--i katu a-nheeng-a. Ja- katupe ia-nheen' 1iibeg? Aan-i. K mitanga o-nheeng apu o-in-a. E-i-1110-nhe'-bik. - Ab-pe ak ab oe Tup r-ok-pe o-nhe' ngatu-bae-pera? Abar r' ak, nda pai ru: pai nd' nhe ngatu-. Mba-pe nheenga? O-i-mo-mbe-mbe porang Tup sy angaturama, o nheff' ngatu-ramo. Kori-pe nhfeng iebyr-i-ne? N' aan-i, nheeng ara puku-i, p'Ysar .. karaiba nd' kori koem-e-te. - Ab nhe' mbuku-i. Maira nhe' si. Per nheeng ai nh. - Pysai xe pak-i, nde nheeng at r-endup-a. - Ere-i-kuab-pe or nheenga? Aan-i. Pe nhe' 'fnb'YY'-1.nbyyi. - Pysar ebaP manh-ana in aP-L
1003.
pr de mlho: mo-mbub apodrecer: pub (xe) defumar: mo-ka joeirar: mo-guab fazer bolotas de: mo-ap'/Jtam, tr.
ralar: kyty
CURSO DE TUPI
ANTIGO
;'-!:"l
1004. Que estiveste fazendo aqui ontem? No estivemos aqui, seno l. Em que ocasio estivestes l? Estivemos tda a noite fazendo farinh~. Como fazeis farinha? A farinha branca (ui tinga) fazemos assim: ralamos a mandioca, esprememo-Ia na prensa; (do) seu p fazemos bolotas, assamo-Ias em panelas ou em pratos de barro. Outras vzes misturamos typ'yoka com essa farinha, e assim fazemos a farinha dura (ui at), que levamos guerra. Tambm pomos a raiz de mlho. Quando apodrece, descascamo-Ia, deixamo-Ia defumar em grelhas. Esta a mandioca kariuz. Pilando-a, fazemos a farinha karim, e desta (n. 619,2) fazemos o mi-nga. A gente pode tambm espremer a mandioca podre (mandi-puba), coz-Ia: assim a gente faz o mbeiu. O Jnbeti a gente faz tambm da mandioca fresca, depois de ral-Ia. E a peneira que eu vi hoje l, para que ? para joeirar a farinha podre. Como se chama a farinha crua? Chama-se typy r-aty. Como se diz "caldo de mandioca crua coalhado"? Diz-se tambm typy-aka. E" farinha do caldo de mandioca"? Typy-ok' ui ou tJ'p')'-ak' ui. Como se chama a farinha de mandioca, que se espreme com as mos e que no se joeira com a peneira? Chama-se farinha tina ou lnix-kuruba. Conheces mais alguma farinha? Sim. Conheo tambm a farinha es-k' -tinga.
1005.
EXORTAO
ANTES'
P.
DA ABSOL VrAO
ANTONIO DE ARAJO
(continuao
(1566-1632) da p. 333)
Nde uru-pe nh-te ser1, "A-ik katu ang-ir-ne" - er- e-nl1e-111O-mbeg--bo epi, na nde py-pe ru: o py-pe katu ap --ara o--1l1o-por aiP o -ag-uera. Anhanga r-at-pe koyr o-ik-bae, a-pe o-s anond, "A-s-potar ybak-pe" e-i biB ,. "N d' a-s-potar-i anhanga r-at-pe" e-i bi. I pup nh3 a-pe koyr r-ek-, o-leai o-up-a5 ai-rama-nh o ek-b r-e-r-ek-bo6, o uru nh-te ap o -ag-e-ra r-epy-ramo. N de maendu' katu7 Tup r-e-mi-mo-nhang-er' -amo nde r-ek8 r-es, nde r-es Tup T-ayra nhe-mo-kunumi-ag-uera9 r-es, nde anga r-epyl0-ramo og-ugy t-katu11 1'neeng-ag-era r-es. N de maenduar nde r-es ybJw o-asaba12 pup mo-iar13-1byr-amo, nde r-es s-e-agera r-es. Tup nheenga aby-reme, anhanga sup ere-nhe-meeng-et, s-emo-et-bo nh ,. -mi-ausub' -amo e-nhe-J1w-ing-bo: s-ausup-a nh14,
lIIIIIM
352
Tup nde mo-nhang-ara) nde pysyr-ana r-e-ro-yr-mo) mo-et-eym-a) Tup nde r-ausub-a SU15 e-te-pe-bo. Na s-aub-i16) ik .t'e r-obak nde r-ur eym-e-b) nde tuk-eym-i) nde r-es o-)-epyk-a: o angaturam)-amo17 nde nhe-no-nhen-a18 r-ar-mo .
Catecismo (ed. 1898), pp. 248-249. 1 - n. 1045. 2 - bem que (n. 306). 3 - n. 1058. 4 - esto. 5esto ardendo. 6 - sempre vivos (n. 960). 7 - imperat. 8 - sres tu. 9 - ter-se feito menino. 10 - preo, resgate. 11 - todo. 12- - cruz. 13 - pregar. 14 - (n. 1058). 15 - do amor de Deus para contigo. 16 ~ no , sem razo (n. 576). 17 - por ser bondoso 18 - corrigires-te.
BIBLIOGRAFIA
327-330:
ANCHIETA 2; CAETANO
FIGUEIRA
126-144;
MONTOYA
76-80;
RESTIVO
32-35.
I
Preparao do repasto sacrific1l1 (DE BRY)
----------
(Sntese)
1006
Acrescenta-se ao:
(n. 183 e 184) nda - -i x- ou nda
INFIN.
ru- x-
PERMISS.: (n.
(n. 186)
-
IMPERAT.)
u1n (n.
193)
PARTICPIOS:
344), GER. (n. 405), CONJ. SUBORD. (n. 565), - eym- (n. 701, 730, 738, 760, 773, 798, 833)
1007.
rua
RlI serve tambm para negar frases inteiras e membros da orao; s vzes, prescinde de nda:
na mba--pot ru; a-ur: venho no com inteno de comer; nda xe r-uba sup ru ere--meeng: no foi a meu pai que o deste; xe r-es-b ru t-ur-i: no foi comigo que le veio; nda xe -reme ru; nde ab er--ne: no porque eu o disse, tu tambm o dirs
au ru-pe? a1 ru-te-pe? au ru-pe ?: no basta? no parece que chega?; o-s ru-pc ? (h.); o-s ru-pe ri? (m.) (V LB 255) : certo ou ser certo que le foi? le n5.o foi?; k ab bo ru-te-p; ik nde? (AR. 77) : pois no s discpulo dste homem?
354
LEMOS
BARBOSA
1008.
eymc')'m-
t-ek-et-eym-a: falta de valentia (covardia) ; mba-eym-a: falta de bens (pobreza); pab-eYl1i-a: sem fim, infinito; t-er-eym-a: sem nome; t-ub-w)'ln-a: sem pai, rfo ele pai; sy-eym-a: sem me, rfo de me
Qualquer, verbo, mesmo no indicativo, condicional e optativo) pode-se negar com e3'm em lugar de nda - -i, etc. :
1009. a-iuk-eY1n, ere-iuk-eym, etc.: no mato, no matas, etc.
Mas esta forma de raro uso, a no ser com os verbos de pronome paciente:
xe katu-evm, nde katu-eV11i, etc.: no sou bom, no s bom. etc.: . xc ytab-eym, nde~!tab-e'!1n, etc.: n'1o sei nadar. no sabes nadar, etc.
-
(n. 383)
1010.
nda
nd' a-i-potar-eym-i: no deixo de o Querer, quero-o; nda pe maenduar-e'Ym-i s-es: no deixastes de vos lembrar dle: nd' oro-endub-eym-i-x--ne: n.o deixarei de te ouvir; e-i-meeng-evm um i xuP-ne: no deixes de lho dar: nd' ii ~!tllb-eym-i: le no deixa de saber nadar: sane nadar: nda xc r-enduh-eym-i x- 111ei-mo r-aiyra m: oxal minha filha no tivesse deixado de me ouvir 1011.
nda -
nda s-epiak-eYJn-a ru, ix s-en: no deixando de o ver, eu G chamei; nda :;.:-eym-e ru, nde s-epak-eym-i-ne: no porque le
deixou de vir, no o vers; nela x-reme i'li, na nele s-ePiak-eym-i-ne ru: no porque Ie vai, no deixars de v-Io; nela gui-x-eym-a ru, a-s-epiak: no porque no fui, eu o vi
1:
OBS. Junto a VerGO negatIvo, a partlcu a pe/ ou ' . '1 p- (aps nasal b) supre a conjuno reme. O verbo perde a consoante final oral. A pospositiva negativa -7:) no ru:
101. ". 2
nela xe que Ie me s-epak-c:/Jn porque eu n:10 porque s p-: no porque eu v; nela xe r-cPi' p-: no porveja; nela tym b-i: no porque o enterraram; na xe b-: no porque no o visses; aP nela xe p--: no dissesse isso; nela xe sem b-i, nd' oro-cPak-i x--nc: no saio, que no hei de te ver
tr.
ido
dar
a beber
VI-
nho a
eYln (s):
1014. M.ba-f)e pe-s-elwr? - c-; nela s-c-mi-elwr-a kuab-eYi11-a ru (AR. 7S). O-i-aby-pc ab Tup nhecnga s-o gu--bo s-o g-ab-eym-a pup, o e-mi--m71la r-es o-ik-tcb-bo nh? N el' -cym-amo" o-i-ab}!-i, A-l71an, k-ip xc mar-ar-mo o-'i--bo . 111aT o-ik-bo b-pc ab aiP-bae o-i-aby? S-o g-ab-e'j'm-a pup ab suP s-o -uk. Mar o-i!?-bo b-pe? O 'l nh-te 1nba -eym-a, o-sabeipor-amo, sabeipora sui ara 111o-sabeip', mo-kanhem-a, ab mo-ngagu--bo, k-ip s-eym-a, k-ip "t' o-sabeip" o---bo nh-te tiru. O i nh-tc kag-ara-pe, 1nar? N d' o-'i-aby- Tup nheenga (AR. 118). - MaT e-i-pe am-a TliP as T-ek-mo-nhang-aba? " Anh-'t" eT- tenh um, Tup r-era r-en-a, e-i. Ab-pe ap-bae o-'i-aby? I por-e}'ln-bae, k-ip o e-mi-ngu-k:atu-eym-a o--mo-mbe-bae, Emon k, Tup r-es" - o-'i--bo tenh (AR. 98). illba katu 111o-nhang-ag-11ama r-es Tltp r-en'i-elara, na mo-p'-pot ru, 11wT-pe? O-i-aby b (AR. 99). - O-'-ek-ab-oh-bae-mma-pe t-ek puhu ybak-pe s-e-mi-e-r-ek-rama? Nd' o-'-ek-ab-ok-bae-rama ru (AR. 63).
356
1015.
LEMOS
BARBOSA
certo
que?:
!: nda ...
1016. Quantos guerreiros vieram? No so poucos (mobjlY). Ser assim? certo isso? Quem aqule que vem rente dos outros? Deve ser teu pai. Oxal no sse meu pai. No vais encontr-Ios? No por que veio meu pai, irei encontr-Ias. No s bom ilho, pois no vais (n. 951). Tu tambm vais? No porque vais, deixarei eu de ir. - De que z Deus antigamente ste mundo? De nada (lit.: no de causa). De nada o cu e a terra le z? De nada. (Or. AR. 43). 1017.
DANA DA PROCISSO
P. Jos DE ANCHIETA (1534-1597)
(,adaptao ortogrfia) 1.
K oro-ik oro-nhe-11ibo-'ryp-a nde ara mo-morang-' -pe. T-o-', nde e-'-r-ur--s-pe, Tup or mo-oryp-a, o-pyt-bo or py-pe. Oro-i'-e-ro-bi' nde ri, S. Loureno angaturama, e-s-ar or retama or sumar Stt. T -oro-ityk or po.xy, pai r-e-ro-bar-eyma, morasea, mbyryryma,l cara-monhanga2 nd. Tup r-e-ro-bi' katu nde py stt nd-o-ir-i: t-oro-gue-ro-b' nde pyr-i and rub-et Jesus.
18.
Or anga t-o-io-su', s-ek po.xy mo-sa-si-a, N de ab i-mo-esi-a, J esu iru-mo t-ere-iu'. T -ynysem Tup r-ausuba nde nhy-me eri111,ba. E-mae or r-es, t-oro-s-ausu' and r-uba iand mo~nhang-ar-et. Ere-s-aPi! ia'nd ara, nheenga mo-p' p. E-ior- or r-ausub-', t-oro-i-11w-morang ko ara, nde r-ek poranga r-'.
22.
6.
27.
10.
14.
----'--CuRSO
DE TVPI
ANTIGO
357
37.
land lara 11l0-mbeg--bo, t-e ere-i-porar, t-or-py-at ang 1nba-asy porar-bo Tupana r-es nde i. O-sykyi nde su anhanga, nde mo-abaet-bo. E-'lor-i imo-syky-bo, t-o-ik um oka r-upi or anga mo-ngu-bo. Tup mo-rnbun-ar-et t-at pup nde r-esyr-i, op nde 1'-et r-air-i it-tiia pup.
55.
O-ryryi, nde 'luk r, Tup sumar r-eyia. E-'lor- or r-ekyi-a, t-oro-ik nde ipy-pe nh, or suma r mo-ndyi-a.
lV de 'luk-sar-era o-s
42.
60.
o-kai-a anhanga r-at-pe. End Tup r-oryp--pe aii-ranza nh ere-ik. 64. N de 'lab t-oro-s-ausu' Pai Tup or nh}!-11'le, t-oro-gte-r-ek s-et-me nde pyr-i t-ek puku. Or r-e-r-ek-ar-et, nde p-pe or anga r-u-i. Oro-by'3 nde r-es. Or r-ausub' iep, or r-ek-b puku-i.
de S. Loureno, p. 89-92
47.
68.
51.
Auto
1 - duvidosa palavra, quanto ao sentido. Parece indicar algum uso supersticioso relacionado com "girar" ou com "mover-se velozmente", seno com o uso do "catavento". Cfr. MONTOYA,Tesoro 299/293: Pyryri; RESTIVO, V ocabulrio 535: "Veloz"; VLB 425 "Ventoinha". 2 - ceremnias de "santidade". Cfr. VLB 385. 3 - bYa1', intr. acomodar-se; ficar; permanecer; estar bem. Cfr. :MONTOYA, Tesoro 79v; VLB 288.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 17v-20; 22-23v; 26v-30v; 34-35v; 39v-40; 46-48; FIGUEIRA 23-35; 36-53; 100; 105-106; 108; 113; 114; 143; MOmOYA 13-18; 21; 43-44' 46-48' 49-50' RESTIVO 45-47' 86' 92' 93' 95, 99' 104-105' 108' 141; '160: 1'63-169;' 211-213; CAET~XO' 15-i; l; 9; 25-26; 3( 35; 46; 48; 50; 51; 58; ADA~I 51; passim; TovAR 125-126.
VERBAIS
H diferenciao de 6 pessoas: l.a, z.a s., z.a pl., 3.a, l.a s. + z.a (s. ou pl.) (+ 3.a),1.a s. + 3.a.
Em alguns casos,
Na 3.a p., no se distingue o singular do plural. opem-se a 3.a reflexiva e a no-reflexiva (n. 304).
MODOS
1019. Exprimem modolgicamente as diferentes atitudes de quem fala, diante da ao ou estado referidos.
H os seguintes: indicati'l/O) imperativo, perlnissivo) infinito) gerndio) particpios) condicional e opta.tivo. o infinito e os particpios (exceto -bae) so formas nominais.
Ademais dsses, a lngua tup conhece outros modos, como o neg<ltivo, u interrogativo, o dubitativo, o potencial (n. 1028). Tambm certas partculas tm funo modal: ra d um sentido de quotativo, i. , de afirmativa baseada apenas em informao (n. 1043); re (h.) e rei (m.), de opinativo (n. 1044); anga(b), de e%ortativo (n. 459); etc.
oxal le venha!: o-ur-te-mo nw! ( optat.) oxal le tivesse vindo!: O-UY mei m! (optat.) quando le vier: t-uY-eme (infin.) se viesses: nde Y-uY-eme-mo (condicion.) se tivesses vindo: nde r-ur' ir-mo (condicion.) quero que me mates: a-i-potar nde xe iuk (infin.) quero que me mates: a-i-potar nde xe iuk-sag-ama (particpio) le manda que vs: e-ki! - e- nde-be (imperat.)
359
que le v: t' o-s (permiss.) deixa que le v: t' e- nh o-s-bo (gerndio, n. 434) no venhas: e-ior um (imperat.) disse para que o ouvsseis: pe s-endup-ag-anw-n' ik a- (partic. )
As conjunes que em portugus levam o verbo para o subjuntivo presente, pedem indicativo em tupi. As que levam o verbo para o subjuntivo imperfeito, pedem condicional:
ainda que eu v: ai-b-te a-s ainda que eu fsse: a-b-te-1no a-s ainda que me bata, eu falarei assim mesmo: af-b-te xe nup-,
a-nheeng-z
ainda que me batesse, eu falaria assim mesmo: ai-b-te-1no xc nup-, a-nheeng-z-mo (VLB 93) por mais que o chame, no me ouve: a-s-eni tep, xe r-endub-eym-i
TEMPOS
1021.
Em lugar do tempo ou ocasio, relativos, em que se verifica o processo verbal (antes, depois ou durante o tempo em que se f a I a), o tupi procura descrever o a s p e c t o ou maneira da ao: se instantnea ou prolongada; 'repetida, subdividida, ou contnua (n. 920 s).
tempo pode ser indicado atravs de partculas independentes, como koyr agora, oiei hoje (pass.), kori hoje (fut.), kes on.. b tem, oirand amanh, ir futuramente, eri111 a ou araka antigamente, um j, etc.
NOTA.
que mesmo
Para 'urna comparap C<1ItH nossas lnguas, deve-se lembrar nestas a distino gramatical (presente, passado, futuro) nem
360
LEMOS
BARBOSA
sempre objetiva . .o futuro s existe na lngua literria: "eu vou=irei"; "domingo te pago=pagarei". Ainda:" vai chover"; "hei-de voltar"; "vou trazer". Cfr. a origem do futuro nas lnguas neolatinas, anglo-germnicas, O present~ e o passado so empregados para um acontecino latim, de. mento futuro: "quando ela vier, eu sigo", "quando le voltar, eu j fui". Por outro lado, o presente pode implicar noes diferentes da de t~mpo: "ste avio voa 800 kms. por hora", i. , tem capacidade para isso (ainda que nunca o tenha f~ito, e mesmo que no momento presente esteja parado); "a terra gira em derr~dor do sol"; "aqule menino nada", i. , sabe nadar; "aquela moa no dana", i. , no sabe danar ou no usa danar. O mesmo se diga dos outros tempos gramaticais: "stenovo tipo de avio voar 1.000 kms. horrios"; "por esta rua passava bonde". Nas duas frases "Galileu afirmou que a terra roda em derredor do sol" c "Galileu afirmou que a terra rodava em derredor do sol", roda e rodava significam absolutamente a mesma cousa. Apenas rodava, da orao subordinada, obedece a uma espcie de concordncia com o tempo gramatical da orao superordinada ou principal.
1022. Na maiaria das casas, a indicativa das verbas de prefixa agente (a-J cye-J O-J etc.) carrespande ao. passada real, que se exprime em nassas lnguas ara pelo passada ara pela presente gramaticais:
o-pak so: o bicho acorda
0%
melhor
acordou
o-man xc
sy:
morreu minha me
O nosso presente gramatical uma abstrao, com pouca realidade objetiva. Se o acontecimento se est realizando no momento presente, temos ou o aspecto durativo ou o iterativo. P. ex.: "Pedro dorm~", i. , "est dormindo" - um processo que vem do passado, cobre o momento presente e perde-se no futuro. Se o acontecimento j est realizado, temos o passado.
O indicativa traduz tambm a nassa futura. Mas quando. 'ste envalve inteno. au yesoluo de quem fala, traduz-se pela permissivo (n. 197). Quando. denota expectativa de quem fala, pede -ne (n. 113).
1023.
Em tupi, o futuro mais um modo do que tempo, no verbo.
iJ etc.)
O indicativa dos verbas predicativas (de afirma urna equao., indiferente de per si de tempo..
1024.
xeJ
.
ndeJ
nao.
Mesmo quando, na maioria dos casos, se traduz por nosso presente, reflete no o momento presente' absoluto, mas resultante de um passado remoto ou imediato:
pa marangatu: o feiticeiro bom (j o era antes, tanto assim que justifica a afirmao presente).
As precises ficam a cargo das partculas ou espectativas (n. 1023). temporais (n. 1021), resolutivas
1025. A noo de processo habitual, costumeiro, exprime-se com partculas como i) iaby (n. 382) ou pela conjugao com prefixos pacientes (xe) nde) i) etc.), aplicvel a quaisquer verbos.
Apenas, os verbos transitivos devem levar poro- ou mba (n. 382).
ferem da (parecem-se ) cobra 1026. A capacidade fsica, intelectual ou moral ( modo potencial) traduz-se tambm pela conjugao predicativa
o verbo (n.
1027. A prpria conjugao perifrstica, normalmente, no se refere ao presente em particular, mas ao prolongada ou contnua, em qualquer tempo, conotada a posio do sujeito (n. 900) :
o-nheeng o~nheeng o-nheeng o-nheeng o-nheeng o-in-a: estve, -ava, -, -ar (parado) falando o-up-a: estve, -ava, -, -ar (deitado) falando o-aJn-a: estve, -ava, - -ar (de p) falando o-ik-bo: estve, ,-ava, -, -ar falando o-kup-a: estiveram, -avam, -o, -aro falando
temporais que acompanham, se depreender
----"-
- - -- -~~-'-"~'" '-'
Nos documentos ocorre amide o advrbio ir "futuramente, tempo vir, algum dia":
1028.
e--asoab-ok nde karamem t' a-s-epak ne mba. A-nhe-mo-sainan,. a-s-epak-ukar ir nde-be. N d' a-r-ur-i .t:-p' ir 1nba nde-be? :
l
I i
I
(LRY 24 ad.) : abre a tua caixa, para que eu veja os teus objetos. Estou ocupado; algum dia tos mostrarei. Pois eu no te trarei presentes qualquer dia?; a-r-ut ir, xe r-ek a rir (id. 38 ad.) : eu os trarei quaudo os meus negcios estiverem concludos; a-s ir-ne (id. 42 ad.) : irei qualquer dia
1029. Nos documentos coloniais nota-se a tendncia (europia) de dar o sentido de presente : forma geral. Para reforar a noo de J7assado, aparece s vzes erimba "antigamente" ou um "j": mam-pe eri1nba t-ey katu pab-e Jand Jara r-e-ra-s-u Kaifs r-okasu xem' ir? (AR. 82) : aonde a multido levou a N. S., de-
Os verbos apresentam-se ora sob a forma perfectiva ora sob a forma imperfectiva.
A primeira exprime um processo realizado ("perfectum") e visto como um todo ou unidade indivisa e inextensa (seja no presente, nO' passado ou no futuro). A segunda exprime um processo em vias de realizao (no presente, no passado ou no futuro) e que se estende ou subdivide no tempo ou no espao.
A forma perfectiva pode ser atual ou habitual. A atual expressa pela forma comum do verbo. Sbre a habitual, v. n. 1925. As principais modalidades de formas imperfectivas, em tupi, so o iterativo, o durativo e o iterativo-durativo, que se obtm pela reduplicao (n. 924).
OBS. A lngua tupi conhece outros aspectos, obtidos pela adio de xos, .como b (continuativo ou permansivo), b-nh (repetitivo), i ( -by) ou (habitudinal), apyr-i ou ser ( -i) (iminentivo), katu ou et (intensivo), (freqentativo), ou (te- )nh (remissivo ou distensivo), (restritivo), (morosivo-progressivo), etc. Com,p em tdas as lnguas, h circunlquios
expressar aspectos: puk-ypy, puk-epotab, pnk-ebyr, pnk-pik: comear. a, continuar a, tornar a, parar de rir, Etc.
VOZES 1031. Alm das vozes ativa, refle."Civa e recproca (n. 578), h a voz causativa e a causativo-comitativa. A causativa indica que o sujeito causa uma ao (ou estado) a um objeto, e obtm-se oom o acrscimo do prefixo mo- ou mbo- (n. 196) aos verbos no-transitivos (e nomes) e do sufixo ukar (n. 516) aos verbos transitivos. A voz causativo-comitativa acrescenta que o sujeito participa de certo modo do efeito que causou, e obtm-se com () prefixo ro- ou 11,0- (n. 500).
e- e
O verbo pode estar simultneamente em vrias vozes. Mas os modernas 1.0- por um lado e 1Il0- e 1'0- por outro so incompatveis entre si.
No h conjugao passh'a. 1032. passivos p)'ra e t-e-;111i-. O primeiro vem expresso o agente (n. 767) :
por mim;
) morto; xc r-e-mi-uk: o (que ) morto e11,d: tu s o (que ser) morto; xe r-e-mi-uk-raJna e11,d: tu s o (que ser) morto por mim
1033. N os documentos figura tambm um circunlquio: o verbo ik precedido do particpio pyra (raramente t-e-lni-), modificado pela preposio -ramo:
-ik: su;
dita acima das mulheres; bendito tambm o teu filho Jesus EXERCCIOS 1034.
posanga: remdio at-' p'ynha ( t): carvo, brasa - o-ik-b-bae: brasa - o-g' -bae: carvo ek-aba ou nh (s) (xe): ser posano11,g: curar mo-timbor: defumar mo-ga: ferir suban: chupar, sugar pyter: chupar
i uk-pyr-anto ere-ik: foste morto; xe r-e-mi-uk-pyr-amo erefoste morto por mim; i mo-mbe-katu-pyr-amo ere-ik ku11,h i 1no-mbe-katu-pyra b nde membyra Jesus (AR. 2): s ben-
costume
1036. Pai poro-posanong-ar-a111o nhe-mo-zng-. Mba-asJI-bora peitt at rir, mo-ti1l1oor-i. O-i-xuoan 1noa-asy-oora r-et, xu mba asy r-e-no-sem-a 1no-ang-aup-a. Ap rir, o o-iuru su t-at-'pynha ogu' -bae-puera, M-ip pir kang-uera, o e-mi-mima, r-e-ityk-i, 111un-a, Ang-bae a-no-sem nde r-et su" - o-i--bo 11zar-'-bora - 1.,,[ar-' -bora, O asy su s-as-s-ase111-e sup, O uraraguai-amo. ( anga s-as-s-asem o-ik-bo" - ab -I{. - Kunh, maT-' -bora mo-mbueT' -pot', iU'Tu-pe amyniiu T-e-nimb mo-ndeo-i, xuoan-a, T' oro-mo-mberab-ne" - o-i--b' -aup-a. - N da ab Tu mar-'-bom mo-nget-u. M aT-pe emon s-ek-z?? S-ek-aba . - Ab am, O-i-1110-ga-bae-puera, o-1-xub-xuban perab eym-e-b-ne.
~I
Tratamento
de um doente
(THEvET)
,-,U.I\...:JV
.LJl..J
.l.ur.l.
.r.l....:.'II.J.~\,.....I\.J
1037.
morador da aldeia: tapiiara febre: akuba (t) agasalhar bem (o hspede) : iedisenteria: eikar-ug'y (t) -mbo-ryryi [es] corruo (doena): yg-aba ( t) espantar, expulsar: mo-ndyi tosse maligna: u asy (para) longe: mam 1038. Como vai o doente? Tem melhorado? - O paj o estve sugando tda a noite para cur-Io. - E o doente sarou? - Ainda no. - Que o que o paj, sugando-o, tirou do corpo dle? - Um carvo. - E que disse o paj, depois de ter ficado a sug-Io? - Disse que le sararia. - Quais as doenas que o paj costuma curar aqui? _ Febres, disenterias, corrues, tosses malignas. - E o carvo est de verdade no corpo dos doentes? - No. o paj que finge tir-Io. _ E ainda que o carvo estivesse no corpo do doente, poderia o paj tir-Io? _ Que mais costuma o paj fazer com os doentes? - :le fica defumando-os. 1039.
A NOSSA SENHORA
QUANDO SUA IlVIAGEM FOI LEVADA A RERITIBA
P. Jos DE ANCHIETA (1534-1597)
(adaptao ortogrfica) E-ior-, V irgem Maria, Tup sy, k taba sup-a, 1nam anhanga mO-11dy-a, t' e--katu nde r-ausup-a nde r-es o-e-1nbo-ryryi-a. E--pe P 111araara: t-akuba, t-eik'ar-uguy, t-yg-aiba, u asy t' o-ie-ro-bi' t-apiiara Tup nde '1nembyra r.
Poesias tupis, p. 33.
1040.
DO JU2JO UNIVERSAL
P. ANTNIO DE ARAJO (1566-1632)
(adaptao ortogrfica) O-ur b-pe ir Jesus Cristo ybaka su-ne? Mba-reme-pe t-ur-i? - Yby kai pab 'ir-ne. A-pe O-ur b-ne. op ir mba
ka-ne? Opab--nh. O-kab--pe1 ir so, gyr, pir, ka, oka, k-ip 1nba am-ne? - N' aan-i %--ne. Op-katu-pe as ab as pab-i-ne? - Op-katu. O-ik-b e-b}'r-pe as a rir-ne? O-ik-b ie-byr-ne. M ar ab-pe1' O-ik e-b}" as anga as r-e-bera pup, mo-ing-b-bo-ne. Ab-pe and r-en'i-ne? nheenga r-upi as r-e-bt'lera - Kara-beb. A-nh-nh-pe2 ir puam pab-i-ne? A-nh-nh. Op-katu-pe ab ang-era r-ur-i ybaka su, Purgatrio Stt, anhanga r-at su, og-et-pera mo-ing-b-bo-ne1' Op t-ur-i-ne. I poran' gatu-pe angatHmm-bae r-et-ne? - I poran' gatu, karas:y o-berap-a-ne. Emon ab-pe angaip'-bae r-et-ne? - N' aan-i: PO%y katu-ne. Um-me-pe as nhe-ynhang-i3, land lam Jesus Cristo r-ur-eme-ne? - JosafJJ ybyty-guaia s-er-ba.e-pe. Mar-pe land lara r-ur-i-ne? Yb'ytinga ar-bo. Ab-pe iru-namo t-ur-i-ne1' Op-katu ybaka-pora r-u;r-i-ne. I abaet4 katu-pe ir angaip' -bae sup o-' -ne? angaip'-bae tup5 t-ur-emeI abaet katu-ne. O-s-epak-pe ir -ne? - N! aan-i,' s-et anh o-s-epak-ne. S-et beraba6 tim-pe nd' o-s-epiak-i %--ne? N d' o-s-epak-i x--ne, abaetP angaturam-bae s-epak-a-ne? -anh o-s-epiak-ne. S-or'jlb-et-pe S-oryb-et-ne.
Catecismo
(ed. 18(8),
pp. 60-2.
1 - escaparo? 2 - imediatamente. 3 - se juntar. Melhor: l1he-ynhang-i. 4 - terrvel. Melhor aba' -t (de ababa et). 5 ~ divindade. No tupi colonial, Tup significa "Deus". Aqui est em sentido forado: "natureza divina". 6 ~ o resplendor do seu corpo. 7 - o seu terror.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA 17v; 21-22; p.assim; FIGUEIRA 101-116; passim; MONTOYA18; passim; RESTIVO30-47; passim; CAETANO14-19; 19-27; 31; 35; 46-50; 50-58; ADAM 51-58; DALL'IGNA, Anlise 67, ID. A Categoria 50-53.
LIO
57.a
P ART1CULAS
1041. A frase tupi se caracteriza pela abundncia de partculas. Idioma concreto, o tupi procura com as partculas exprimir os pormenores tanto das aes e estados descritos na frase, como dos sentimentos com que a-pessoa, que fala, acompanha a sua fala ou elocuo: enfado, desgsto, raiva, desprzo, carinho, louvor, saudade, dvida, interrogao, certeza, meia certeza, opinio baseada em informao de outrem, etc. Grande nmero de partculas tm essa funo, por vzes intraduzvel noutra lngua: expresses da linguagem afetiva.
INTERROGA
1042.
TIV AS
-Pe, ser" h (n. 157) indicam que a pessoa que fala est perguntando. Normalmente no se traduzem.
AFIRMATIVAS
Algumas 1043. j foram indicadas, n. 103.
Ra, usadssima, parece servir para afirmar a concluso daquilo que se ouviu, sem maior responsabilidade de quem fala. Equivale a "de maneira que"; outras vzes no se traduz:
o-s ra: de maneira que foi; diz que foi; a g-e-mi-tyma ays pyter-pe b-pe Tup am yb t-ek-b tara 11Wa1tL-i? Emo-n ra (AR. 49) : colocou Deus tambm no meio daquele seu formoso jar-
- -
---- ~~~~
o-s-te-pe
le foi?
Por vzes ra substituda ou acompanhada por ) que mais claramente exprime a palavra de terceiros (i. : dito dle ou dles) :
emon
i ou emon
ra ou emon
i ra:
Re (de h.) e rei (de m.) so afirmativas sentenciosas, principalmente para os casos em que no h ce1rteza absoluta. Com freqncia vm acompanhadas de ip ou ser) dubitativas. Correspondem s vzes a "deve ser", "h de ser":
1044.
1and 1ara I esus Cristo r-e-ag-aera: s-es ip Tup xe r-ausub-ar-i re (AR. 31) : a morte de N. S. J. c.: por ela Deus se h de compadecer de mim; o-s-ap'i' katu, X e r-e-r-ek-ar-T a xe 1nena, xe r-uba r-ekob'iara a reT)) o---bo (AR. 167) : (a espsa) deve obedecer
a seu marido, pensando "Meu marido deve de ser meu guarda querido (i diminutivo de afeto), o substituto de meu pai" DUBIT ATIV AS 1045.
"talvez",
k su ser asab-i (sic) lndia Tapy1: tinga r-et'-me (AR. 138) : daqui le passou para as ndias, a terra dos Tapuitingas; o-s ip re (V LB 190) : deve ter ido; bi-p) et-i iP ahe r-ek-u (VLB 339 corr.) : deve de estar por a pertinho; a ip (ou r/ ip) s-ek-eym-e (V LB 214) : e no caso que no esteja; a-n' ip ou a-n'ip' a ou a-n) ip ... ra ou a ser-ne ou a ser-ne ... ra: e parece que ... (narrao); a-n) ip N. p-ar-i s-es ra (VLB 214) : e parece que N. deu nle
CURSO DE TUPI
ANTIGO
369
(AR. 139): Deus, em prmio do grande amor que (S. Joo) lhe teve, provvelmente o levou com seu corpo para o cu
1046. O sentido principal de ip afirmativo: "certamente", "de verdade". Evolui para dubitativo, como,' no portugU(~S,"certamente1'. Exs. como afirmativa:
a-s iP (FIG. 121): vou, resolutamente; "a-i' -epyk ip ser s-es-ne" - er--pe? (AR. 229) : disseste: "hei de me vingar dle de
verdade"
1047. Ser) com verbo negativo, toma sentido contrrio: "sem dvida", "certamente" (e o verbo se traduz na forma afirmativa) : nd' o-ti-i ser as mar o-ik-bo ara i c ar-ana r-obak nd' Oc1nan'ser-i x--ne
a gente se envergonha, sem dvida, de fazer isso cada dia diante de seu (anjo da) guarda
(VALENTE, Poema
!II)
(MONT.
vida
DEPRECIATIVAS
1048.
mar-mo-te-pe ra?: pois como havia de ser?; e-i-ku' ra nde r o-p'-ar-bae (AR. 79) : adivinha quem te bateu
1049.
.t'ere-s muru!:
370
LEMOS
BARBOSA
t' o-p-ar anhanga r,, muni 11iO-111,bep-a, s-ek poxy su iand r-eiyi-a.
[para] que ela vena o demnio, esmagando o maldito, desviando-nos de sua m lei.
(ANCH., Poesias 27)
1050. s vzes, na paradoxal linguagem afetiva, podem tomar tonalidade de carinho ou louvor: e-i-meeng ra xe-be: d-mo, pela tua vida!; a pe-i pa"G-!" - e- xe sy murn al1gaba: "vinde todos" - disse a boa de mi:1~a '1le DELIBERA TIV AS 1051.
(OU
o-ik-potar s-es nhandu (AR. 240) : j est a querer pecar com ela (subent.: como tem o costume de fazer); ir nhandu ou ir nhandu he ou ir nhandu g (VLB 258): j comea! (repreenso)
Ocorre com freqncia no imperativo, No se usa com verbo negativo. com o sentido de "j" (n. 208).
costume",
n-neme am anhanga ie-uk-'ib-et- moro-es, ab og-e-ro-bi'-pot' (AR. 316): nessa ocasio o demnio costuma esforar-se
ensinavas?
CURSO DE TUPI
ANTIGO-
371
1054.
Tup -n' am' as o--mo-et (VLB 167): a Deus que se costuma adorar (i. , que se deve adorar); mar e--p' am as abar {(hstia)) r-upir-eme? (AR. 153) : que se costuma (deve) dizer quando o padre ergue a hstia?
1055.
mba kuap-ara a am ahi! (VLB 359): que fulano para saber! (i. , que no sabe nada) ; mba angaba a am! (VLB 85,268): isso falta ora!; mba angaba a am y! (V LB 85): oh cousa (m lugar) para ter gua (i. , em que no h gua nenhuma); y angaba a am ebok y-pau! (ib.): oh ilha para ter gua!
pode estar no diminutivo angab-i-11ie 1056. Angaba ento se encarece ainda mais a falta:
ybyr ang' -pe am ou ybyr angab-i-me am (VLB
, e
268):
oh lugar para ter paus (i. , que no tem pau algum) 1057.
pes:
ir ou ir hi (VLB 316): veja s (bem eu o disse); ir (ib.): olhe bem, preste ateno (e mais tarde ver que tive razo) ; ir b, ir nhandu (5. Lour. 75) : veja, outra vez j comea!; ir, -ir-no, ir nhandu (VLB 316) : olhe isto, olhe o que j est fazendo (zanga ou queixa) ; ne" r ou nei-ne r (VLB 197): eia pois (j que o quer)
1058. Nh. U sadssima. s vzes significa " toa", "sem mais", "sem razo especial", "por fazer", etc. Na maioria dos casos, dispensa traduo: vem apenas reforar o sentido de determinada palavra ou partcula. muito corrente aps o gerndio, conjunes, advrbios, preposi'es; ou em frases predicativas:
a--pe nh aP-bae, aJonr-es mo-mond (AR. 281) : sses ns os separamos, fazendo-os casar com outros; Tup nheenga aby-reme, anhanga sup ere-nhe-meeng-et, s-e-mi-ausub' -amo e-nhe-mo-
!I""=.
:5{!:
Ll:MU:::;
Hi\KBUSA
--
_I
-ing-bo: s-ausup-a nh, mo-et-bo nh. " (AR. 249) : faltando aos mandamentos de Deus, tu te entregaste inteiramente ao demnio, transnhyr formando-te em seu escravo: amando-o, estimando-o ... ; nh-mo (AR. 81) : perdoaria sem mais; ik nh pe-ik xc r-ar-mo angaturam-et nh Santa Ma1"ia (AR. 72) : ficai aqui esperando-me; (AR. 64): santssima Nossa Senhora; s-ek-aba nh (VLB 167,420, 308; AR. 42) : seu natural; foi sempre assim; nhusana aby-ar-wyma nh ser tentao" ... ? (AR. 29) : acaso a tentao semelhante a um lao?
1059. Muitas vzes se alterna no uso com (n. 204-205) : guat ou guat nh (VLB 102): andar a p
1060.
No tupi no h coordenativa para ligar frases ou membros de oraes (n. 145). Mas aparece a abrindo perodos que tenham alguma conexo com os anteriores. Corresponde a "e ":
a ip s-ek-eym-c (VLB 214): e, caso le no esteja ... ; a-n' ip N. p-ar-i s-es ra (ib.) : e parece que N. deu nle
a-pe ... ?: e porventura ... ? " a-pe 1nar?, a-te-pe mar?: e que h com isso?; a-pe mar ere-ik s-es? (V LB 214): e que tens com isso?; a-te-pe?, ae-te-pe ah!!'!, a-te-p' ahe r-ek-fd (VLB 159) : e como est le (ou fulano) ?; a-te-pc nde1' (ib.) : e tu (que dizes) ? qual o teu parecer?; a-te-pe nde nheenga1' (ib.): idem; a-1/LO-P' (ou ser) ix s-e-ra-s-aub-i1' (VLB 348): e por que haveria eu de o levar?; xe porang-et-te-mo m! a-1no ab ..xe potar-i rei!" er--pe1' (AR. 235): "oxal eu fsse muito bonita, (e) os homens me cobiassem!" - disseste (pensaste) isso?
GRUPOS
DE
PARTCULAS
1061. As partculas, to abundantes na lngua, juntam-se s vzes em grupos. Nem sempre fcil separ-Ias, principalmente nos antigos documentos, que as unem quase sempre numa s palavra. Alguns exs., separados j os elementos:
1062.
aan:
aan-i, n' aan-i, aan i, aan nh, aan-i re, aan-i re~ ou r~, aan-i r' ak, aan ip, aan ip bi, aan um , aan 3!m, aan ym-ne, aan-i x--ne, aan-i x- ip-ne, aan-i x- koy-te-ne, aan-de, aan ang'-i, aan gatu tenh, aan-ang- katu tenh, aan-eym-e, aan-e3'm-e 1063.
anh ou ai:
anh k, anh r'ak, anh-n' ak, anh-'t, anh katu, anh 't katu, anh 't katt~ nh, anh 't 't katti nh, anh ra-pe, manh ra-pe, anh ra-pe , anh ra-pe ri, anh-te-mo, anh ip, anh-p' anh1', anh1', anh ru-p' anh1', anh r' ak re, anh re, anh r' ak re~, anh re~ 1064.
aUi:
a , ai u!" at/i ranh, m katu, a katLi nh, a katLi 't nh, a ip, a katu 't nh ip ou -n' ip, a-rama, a-rama-nh, a nh, a , a -mo, a-b-te, a-b-ramo, a-b-ramo-te, a-b-te-lnD, al-'t, a-'t-pe , a1-'t-ramo. a-'t-ranw-pe 1065.
n:
n-te, n-te-ne, n nd, n nd-te, n nd-te-ne, n-bo, n-mo, n-mo, n-mo nho-te, n-mo nho-t' a1Jb, n-t, n-~ b-~, n-t b-t nh te, n-t b-t nh-t' aub, n-nelne, n nh, n nh ranh 1066.
mar:
mar-pe1', 1nar-te-pe1', mar-te-pe-mo1', mar-mo-pe1', mar-mo-te-pe1', mar-mo-te-pe ra1', mar-te-pe-ne1', mar-te-p' i-ne1', 1nar-namo-pe1', mar ser?, mar ngatLi-pe1', 1'nar ngatu-et-pe1', mar ab-pe1', mar ngoty-pe1', nwr ngoty s1i-pe1', mar he1', mar-p' ip1', mar et--pe1', mar t-t-pe1', mar-n(511te-pe1', mar-neme-te-pe1', mar-11w-pe1', mar-pe-mo1'
mar nd, mar ngatu, mar ngatu-et, mara wsuara-mo, mar aSara-lnO-mO, lnar asttara-mo mii, mar asttara-mo-te-mo m, mar asara-l1w-ne m, mar wsara-mo-te-mo
1067.
-te
anh, -te-n'ip, -te-mo, -te-mo "t,
A LINGUAGEJVI
DOS
HOMENS
E A DAS
MULHERES
1068.
re: parto afirmo (h.) (n. 1074) r: em verdade (afetiva) (h.) e-ra-s k rar! (VLB
(h. e principalmente m.) eam, eama, eamae (s de m.) rei (m.) rar (m.)
ee
ab-p' ak ? (VLB 319) : quem seria aqule? a-s-p' ix-ne r? (VLB 319) : no sei se me v emon ru-pe (VLB 190): assim deve de ser akA'h" o ., aI. (d'o, dar, me o, zomb am. 'f 'd ak, aky
(m.)
ria) (h.) ku, ahe: oh! upa! (espanto) (h.) gu, g, guey: (vocat., n. 448) (h.)
hEi J:
he g
CURSO
DE TUPI
ANTIGO
375
Acrescentem-se
p (h.)
e ma (m.)
1069.
DO JUZO
UNIVERSAL
P. ANTNIO DE ARAJO (1566-1632) (continuao da p. 366)
I
~
Mba mo-nhang-a-pe Iand Iam r-' ie-byr-il 'IIbaka su-ne? O-i-pe-pe O-ik-b-bae, o-man-bae-pttera pab- r-ek mo-ndyk-a2 angaiP-bae angaturam-bae su-ne? - O--pe-ne. M ar ngoty-pe angaturam-bae mo-in-i-ne? - O -katu-aba kot~y3. A-pe angaipangaturam-bae -bae mam goty-pe? - O asu goty4 . ].i[ar-pe ir r-e-r-ek--ne5? - Ybak-pe s-e-ra-s--ne. M ar-pe s-ek-6 'jlbak-pe-ne? - Tup o-s-epiak-ne. Mba et-pe Tup r-epak-a? - Mba et a anh oP-katu potar-pyra sos. O-i' -ek-ab-ok-bae-rama-pe7 t-ek-puku8 ybak-pe s-e-mi-e-r-ek-rama? - N d' 0-1,' -ek-ab-ok-bae-rama ru9 O--ku' katu-pe '-el?-ab-ol?-eym __g-ama10? - O-a -ku' katu. O--porar ab-pe mba mn, ebo-ui-lne o-ik-bo-ne? N' aan-i x--ne. A-pe ir angaip-bae mar s-e-r-ek--ne? Anhanga r-at-pe mo-nd--ne. O-sem" b-pe ir ebouinga su-nc? - N d' o-sem-i x--ne. A{-rmna-nh-pe s-ek- t-at porar-bo-ne? - Al-ra1na-nh. Mba s-as'jl-et a-pe t-ek-am sup oP-kattt s-e-mi-porar sos? - A{l-mma-nh Tup o mo-nhang-ara r-ePak-eym-ag-ama.
i i
i i
Catecismo 1-
(ed.
1898),
pp. 62-63
tornar a vir. Conjugo subord. 2 - para julgar. 3 - sua dire1!a. 4 - sua esquerda. 5 - que far com os eleitos? 6 - que faro no cu? 7 - mutvel? ou: fica diferente? 8 - vicia eterna. 9 - no mutvel. 10 - que no se mudar?
BIBLIOGRAFIA
Partculas ~ ANCHIETA 54; 57v; FIGUEIRA 126-137; 144; MONTOYA19-20; RESTIVO31-32; 202-327; L. BARBOSA,Tradnes 42. Linguagem dos homens e das mulheres - ANCHIETA 14v; FIGUEIRA9; 133-134; 139; MONTOYA 78; 80-81; RESTIVO 216-327; L. BARBOSA 168.
( -bae) .
No tupi escrito pelos missionrios, e mais ainda no guarani, os perodos so calcados nos moldes europeus: -longos, tecidos de frases coordemdas e subordinadas.
1073. Como no nos foi conservada nenhuma narrao espontnea em tupi. no estamos em condies de precisar qual seria a tcnica do discurso, devendo contentar-nos com vagas aluses dos autores antigos e com a analogic. dos codialetos vivos.
AFIRMATIVAS
1074.
INDIRETAS
(*)
i'
Os ndios apreciavam e empregavam largamente o processo de afirmar perguntando. Isso principalmente nas respostas (Cfr. no espanhol ((como lW?') = sim). Subentendia-se ligeira repreenso ou admirao pela pergunta.
(*) A maioria dos exemplos que se seguem, so tirados de RESTIVO (51.:plemento, Capo IX, "De Ias oracionesenfticas"), com adaptaes ao dialet'2
tupi.
nd' o-ur-i :re r-ybyra. - O-' -te-mo-p' a?: meu irmo no veio. - Pois le tinha de vir? (subent.: no) ; karaiba nd' o-gue-r-ur-i-pe o e-mbi-a;,-uera? - N d' o-gue-r-ur-i :r--te-mo-p' a?: o branco no trouxe o que caou? - Pois le no tinha de trazer? (subent.: claro que trouxe); ere--pytyb-p' ik mar-' -bora? - A -s-epak tenh-1no-p'i?: socorreste a ste enfrmo? - (Acaso) eu o veria debalde?; ab -te-mo-p' a?: pois quem outro havia de ser?; nda :re kys- :r--te-mo-pe?: pois eu no havia de ter faca?; nda :re kys ru- :r--te-11w-pe?: pois no havia de ser minha faca?
As vzes a resposta a repetio da pergunta: erimba-pe? - Erimba-pe'?: quando? - Quando? sei quando) 1075. (i. : to pouco eu
Havendo dois verbos, um no gerndio (ou no infinito com -rel11e) outro no condicional, a traduo inclui a locuo "como se":
:re mbo--reme-n1o-p' a, a--kuab? ou :re mbo--te-mo-p' a, a--kuab?: como se mo houvessem ensinado, eu o havia de saber?; :re mbo--eym-e-mo-p' a, nd' a--kuab-i?: como se no mo tivessem ensinado, eu no havia de o saber?; pe r-ausub-eym-e-te-mo-p' ip, i:r pe r-epak-aub-eym-i?: como se no vos amasse, no havia de desejar ver-vos?; mar nde r-ek-eym-e-p' a, Pa nde nup-ukar-eym-i ra? ou mar nde r-ek-eym-e-mo-p' a, Pa nde nup-ukar-e'J'm-i ra?: como se no tives6es feito nada, havia o Padre de mandar bater-te?
o
1076.
roy-ef/ -te-mo-p' a?: como se no estivesse fazendo frio (no havia de me aquecer ou abrigar) ?
no dizes "o demnio meu inimigo", obedecendo s snas ordens? ou: dizes "o demnio no meu inimigo ", obedecendo s suas ordens?); "xe r-ayra ikn - nd> er--i-te-p> i> s-ausub-eym-a? ou "nda xe r-ayra ru ikn - er--te-p>i> s-a1,f,sub-eym-a?: como se no fsse teu filho, no o amas?
1077 .
emon aiP gfLi-i--bo-mo-p> ix?: havia eu de entender que isso era assim?; mba poran> gatu-et gi---bo-mo-p' i, xe nhe-mo-ndyi tenh gi-t-ek-bo?: como se eu pensasse que era uma coisa muito bonita, havia de me admirar toa?; "t' marangatun gui-i--bo-mo-p'
r-es opo-mbo--mbo--aub
gi-t-ek-bo
ra?:
como se eu esperasse que visseis a ser bons, havia de vos estar a ensinar as palavras de Deus?; korom t> a-base1n - nda o-i--bo ru - ahiJ r-anh r-anh o-ikbo: le est todo apressado, como se fsse chegar log<;l(lit.: no dizendo" chegarei logo" : sabendo que no chegar logo. Subentende-se: faz mal em se apressar, pois no chegar mesmo logo) ; "korom t' a-basem>' - o---bo-mo-p' a - ahiJ r-anh r-anh o-ik-bo: havia le de se apressar, como se fsse chegar logo? (como se soubesse ql'.e ia chegar logo? Subent.: faz bem em no se apressar, pois bem sabe que no chegar logo); "t' a-r-ek mban - e-i--bo ru-pe - nde kane tenh e-ik-bo ra: ests-te cansando toa, como se fsses conseguir alguma causa (lit.: no dizendo "terei a causa": sabendo que no ters ... ) ; nda xe amotar-eymb-ara ru-n' ik anhanga" - e-i--bo ru-p> i ~ ere--nheeng-ap> tenh?: como se o demnio no fsse teu inimigo, cumpres as suas palavras? ; nda xe amotar-eymb-ara nf, -n>ik anhanga!' - e-i--bo-te-mo-p~ a, ere--nheeng-ap' tenh?: como se o demnio no fsse teu inimigo, havias de cumprir as suas palavras?; mba aby-ara nhe-mo-nhanga ix - e-i--bo ru-pe mba ere-i-mo-nd ep?: como se fsses filho de mau atirador, deixas escapar a caa?; a-s-epiak'> - e---bo ru-te-pe - aip er- ix-be? ou nde s-epiak ir-11W-P> a>aP er- ix-be?: como se o tivesses visto, dizes-me isto?; (.xC' r-ayra ik - e---bo-11W-P>i - ere-i-mo-ngaru?: como se dissesses " meu filho", havias de dar-lhe de comer?; "nda xe r-ayra ru il?n - e-1,--bo-p>i - nd' ere-~mo-ngaru-i x-?: como se dissesses "no meu filho", no lhe havias de dar de comer?; "nda .xe amotar-eymb-ara ru ik - e-i--bo-mo-p' i - nd> ere-S-a1,LS1fb-i x-?: como se dissesses " meu inimigo", no o havias de amar?;
CURSO DE TUPI
ANTIGO
379
--
"nda xe mo-mbor-i x- anhanga r-at-pe-ne Tup" - e---bo ru-pe - ere--nto-maran tenh katu as r-ek-mo-nhang-aba e-ik-bo ra?: no dizendo "no me atirar Deus ao inferno" (sabendo que ar-etno me atirar), ests desobedecendo aos mandamentos?; -g,asu-n' ik" - e---bo ru-pe - nd' ere-porabyky-potar-i?: sabendo que no dia de festa, no queres trabalhar?; "nda xe sy ru ik" nheenga nd' ere-s-aPar-i?: sabendo que tua - e---bo ru-pe
1078. Do cotejo dsses exemplos conclui-se que, quando h uma repreenso, o verbo fica no gerndio negativo (gtii-i--bo rn, e-i--bo ru) ; caso contrrio, leva o sufixo do condicional -mo.
s suas ordens?
(bem sabes
De acrda c~m a regra geral (n. 681), em lugar da gerndia pade tambm estar a infinito seguido de -reme:
gui-i--bo ou e-i--bo ou o-i--bo ou
"xe r-e-mi-tym-buera r' ah" xe -reme ru-te-pe, na nde r-e-mi-tym-buera ru" er- ix-be,. ou xe r-e-lni-tym-bera r-ah" xe -reme-l1w-p'a, na nde r-e-mi-tym-buera ru" er- ix-be: dizes-me "no semeei"
o que semeaste",
" o que eu
380
Sepultamento 1081 .
(THEVET)
(1566-1632) (continuao
da p. 352)
Emon-namo Tup nheenga aby-ag-{tera kuap-a, nde r-e-mi-l1lOmo-asy-pyra, -'/'nbe-pera, nde r-esarai-ag-era ab, opab-e-nh s-e-ro-yr-byra sos, mo-asy--bo, s-e-ro-:yr-mo, enei e-iaseg--bo, nde pore-ausuba r-apir-mo. "A-s-mo ix a-pe, T~tP xe pysyr-eyrn-e-nto re" - e-i--bo. M ar iasara-111o-te-'/'no abar xe apir-am-neme, xe angaipab eym-e-b, xe r-e m!" - e---bo, nde anga '/'no-aky', nde r-es-y-ramo, Tup mo-i' -e-ro-kuap-a, anhanga su, s-at su b e-nhe-ang-u--bo. Enei, anhanga mo-sem-a koy-te, nde angaiPaba mo-asy~-bo, s-e-ro-yr-mo, au-rama-nh s-e-ro-e-by' -potar-eym-a; emon o-ik-
-----~--.--
381
.....
-bo J as s-e-ityk-i re. O koty stt mba pozy r-e-ityk Jir abJ ndJ l1w-si-aJ mo-nem-botar-eym-a. Ti o-ge-ro-ie-b'})r-i a koty-peJ a-pysyk nde angaJ Tup o ausub-J rir. Tup anh tJ o-ik por-amo ang-ir. N de r-ek meln-ag-era r-epy-meenJ -gatu roirJ t' ere-i'-ek-sttb-et t-ek poranga r-es. Catecismo (ed. 1898), pp. 249-250
1-
abrandando.
5-
BIBLIOGRAFIA
Perodos - CAETANO 84-90. Afirmativas indiretas - RESTIVO 191-202; 207-211.
LIAO 59.a
o
1082.
TUPI
COLONIAL
= Deus
Tup-r-ar: tomar a Deus: comungar Tup-mo-nget: falar com Deus: rezar Tup sy: me de Deus: Nossa Senhora Tup r-era r-en: chamar o nome de Deus: jurar
Tup-ara):
cu (firmamento)
ybaka-pora: morador do cu ybak-)I-gara: celestial M aira: personagem mitolgica abar: abar-gasu: bispo nhe-l1w-abar: ordenar-se ybyr io-asaba: paus cruzados ('\"1\?: yby a-pytera: centro da terra infernos, limbo mo-nhang: fazer criar moro-pysyr-ana: salvador Salvador ek-mo-nhang-aba (t): regra de vida mandamento apixara (t): semelhante (adj.) prximo (adj. e subst.) karaiba: grande paj ; taumaturgo estrangeiro, (ser sobrenatural) ;
batizar-se batizar-se
nhe-111-0-ngaraiba: batismo nhe-m( b) o-iasu;k: lavar-se, banhar-se nhe-m (b ) o-iasuka: nhe-mo-mbe: declarar-se mo-nhe-mo-mbe: mend-ar:
batismo
Anhanga:
diabo
lurupari: gnio mau das matas (mais conhecido no Norte) ob-' sab (s): atravessar o rosto a benzer
diabo
'-ob-' sab:
benzer-se
marana 1' t-ek-ara: guerreiro soldado misa mo-nhang: dizer missa angaipaba; angaipap-aba: ruindade pecado
felicidade
no cu
ek-katu (t): vida boa, honesta virtude mi-tyma: plantao, horta Hrto e-kuakub: ocultar-se, recolher-se para o j ej um ( moda indgena) Jejuar
it: pedra
ferro
metal
itaiuba: pedra amarela ouro moeda dinheiro prata itaiutinga: ouro branco itaiuncma: ouro (ou moeda) fedorento cobre
itaiyka: pedra rija (mas malevel) itamembeka: pedra mole esponja cobre itanema: pedra fedorenta
= estanho = chumbo
Algumas palavras, ficando substancialmente idnticas, vestiam porm o sentido europeu ou cristo:
1085. anga: alma alma ro-bar: acreditar em '-e-ro-biar: confiar em epy (t): trco, revide 1086.
Por vzes tornou-se necessrio um rodeio para tra' duzir o conceito europeu:
CURSO DE TUPI
ANTIGO
385
crismar; crisma
antes de morrer
1087. Algumas palavras portugusas, aceitas pelo tupi, sofreram adaptaes fonticas:
t t t t t t t t t t
10&8.
per ( +-- Pero) pereru ( ferreiro) kabaru ( cavalo) sapatu ( sapato) kabar ( cabra) kurusu ( +-* cruz) kasiana ( ~* castelhano) saraaa ( ~<* salvage) kamarara ( _ camarada) Ror ( _ Loureno)
portugus ferreiro cavalo sapato cabra cruz espanhol selvagem amigo Loureno
Apesar de contrariada, uma tendncia incoercvel fazia com que os europeus forassem um tanto a ndole da lngua, para adapt-la aos conceitos e processos gramaticais latinos e neolatinos: O indefinido (s) et evolui pouco a pouco para moderna de plural (n. 47). Chega-se a encontr-Io junto de palavras portugusas j no plural:
1089.
Santos et (AR. 18) : os Santos
O C O 1n P a r a t vo) conceito gramaticalmente inexistente em tupi, desenvolve-se custa de vrios recursos (n. 173).
1090 .. 1091. A partcula de s u p e r I a t v O) et) vem esclarecer confuses,' nascidas aps o contacto com as lnguas
386
LEMOS
BARBOSA
europias. Certos objetos, e principalmente certos animais domsticos desconhecidos aos ndios, tinham sido batizado:: com nomes de sres semelhantes:
vinho: kaui (cauim) to: iaguara (ona) boi: taPiira (anta)
I
t
Para exprimir n 'U 111, e r a s superiores a "trs", or(] se adotavam as palavras portugusas, ora se recorria a vrios circunlquios (n. 212):
1093 .
xe p, xe py, ab p
i py
(AR.
1 ,
i
.
No havendo no m e s a b s t r a tos de qualidades (n. 48), os missionrios procuravam imprimir tal accepo primeiro a adjetivos, ao infinito, a substantivos, posteriormente ao particpio saba (n. 825):
1095.
taigaiba: gil, vivo kunusia: modesto mor-ausub-ara: .benigno
= =
- CUK-;:'V De rnoranga: formoso angaturama: bom, afvel, virtuoso osanga (t): paciente Tup: Deus o-ausuba: amarem-se mutuamente mba--et-et: comer demaIS angaipap-aba: modo de ser mau mba poxy: cousa feia
.L VYI1'UYT.LuV formosura bondade, afabilidade, tude pacincia divindade concrdia, gula ruindade desonestidade amizade
.:lljl
__
VIr-
No de crer que tais inovaes tivessem penetrado profundamente na lngua viva. Exceto a nova funo de saba, que vingou, domina as obras do sculo XVIII e persiste no tupi moderno do Amazonas.
No domnio da to n ti c a) acentuava-se lentamente a evoluo de y para lt ou i) que devia provir j do tupi pr-colonial. Etc.
1096. 1097. Quanto aos te1npos) modos e vozes verbais, pronunciava-se a tendncia para enquadr-Ios nas frmas neolatinas, em substituio ao conceito de aspecto (n. 1021). 1098. Os n d c e s d e c l a s s e em geral no haviam sido compreendidos pelos europeus. Da a crescente confuso no seu uso. As alternncias t-at) r-at) etc., parece terem sido tomadas posteriormente como meros fenmeno::; fonticos ou mesmo flexionais. 1099. A conjugao subordinada) aps uma fase de confuso, da qual j testemunha o Catecismo de BETTENDORFF) desapareceu totalmente da lngua, apesar de ter persistido mais tempo que no guarani.
1100.
Os perodos) sob a influncia europia, tornaram-se mais complicados, cheios de oraes incidentes e subordinadas, em desacrdo com a tendncia indgena (n. 1070).
1101.
Em compensao, foram rareando mais e mais as partculas) to abundantes na lngua primitiva (n. 1041).
1102. 1103.
DE UM NDIO
(adaptao ortogrfica)
X e r-ayt, k nde r-amyia r-ek-pera r-upi nde r-ek n' katuA; s-upi nde r-ek-reme, ere-mo-kanhe-ne1, anhanga r-at-pe ere-s--ne2, ai-rama-nh b Tup nde r-ePiak-i3 x--ne. Emon-na1110 xe lnbo--saba r-upi e-ik, e-ro-biar katu xe nheenga,. t' ere-ik Tup r-ayr-amo, t' ere-s ybak-pe Tup r-oryba r-ePiak-a. Ere-ik-potar-pe ap xe nheenga r-upi? - A-i-potar.
M osapyr 11tbapup nh-te aiP-bae r-u-i: Tup r-e-ro-b) pup, Tup r-es i' -e-ro-bi pup, Tup r-ausuba p~{p, Tup nheenga r-upi t-ek-potara pup, nhe-mo-iasuka pup b. Ere-i-potar-pe ap mosapyr mba? - A-i-potar katu. N de r-e-mi-e-ro-biar-ama koyr t' a-s-aang4 nde-bo-ne. Tup and iam op-katu mba tetiru mo-nhang-ara. Tup oiep nh, ab-ramo o-ik-bo mosapyr ab, Tup T-~tba, Tup T-aym, Tup Esprito Santo, 11tOSapyr ab o-ik-, oiep Tup me111. Ere-ro-bar-pe ap-bae Tup r-e-mi-mo-mbe-ag-er-amo s-ek-reme5, opab-i-nh mo-ngamib-pyra angatura111-et nhe-inhanga6, Santa Madre Igreja Catlica i-aba, as mbo--sag-er-amo s-ek-reme?7 - A-ro-bar-et.
Tup T-ayra iand r-es apyab-amo as ab o-nhe-mo-nhang8, iand r-es-b ybyr o-asaba r-es mo-iar-pyr-amo, uk-pyr-a11w
389
s-ek-, iand angaipaba r-epy-meenga pot, ybak-pe and r-e-ra-s pot-b-no. Ere-ro-bi' -pe ap-bae Tup r-e-mi-mo-mbe-ag-er-amo s--ek-reme? - A-ro-biar-et. As anga n' o-1nan-b-e9 ru. Ik ara pab-me10 opab~i-nh as r-e-k-b-ie-b}w-nell: a-reme Iand Iara Tup opab-i-nh as iabi r-ek-ag-uera r-upi s-epy-meeng-ne12: angaturam-bae o-s-u13 ybak-pe Tupana14 pyr-i, a-rama-nh t-ek-katu r-es o-i'-ek-sup-a, o anga, og-et pup-b-ne. I angaip'-bae anhanga r-at-pe i X-15 a-rama-nh opab-i-nh t-ek-aiba porar-bo o anga, og-et pup-b-ne. Ere-ro-bi' -pe aiP-bae Tup r-e-mi-mo-mbe-ag-uer-amo s-ek-reme16? - A-ro-biar-et katu.
Ere-e-ro-biar-pe Tup por-ausub-ar-et r-es, land Iara Jesus Crto r-e-ag-uera r-es b, opab-i-nh nde r-ek-angaipag-uera nhir-ag-ama, nde ybak-pe s-ag-ama b? - A-e-ro-biar-et. Ere-s-aus'-pe Tup nde Iar-et-rmno, nde pys}w-an-et-ramo, nde r-ub-et-ramo b, oP-katu mba tetiru sos angaturam-et r-es ? - A-s-ausub xe py-pe katu. Xe r-ayt, Tup r-ausup-ar-et o-i-mo-e-kuab-1tkar o T1tp r-ausuba, Tup as r-ek-mo-nhang-aba r-upi o-ik-bo. Tup nheenga nde r-e-mi-por-ama17 n e-,18: 1. T' ere-i-mo-et oeP Tup. 2. Anh-'t er- tenh um Tup r-era r-enia. 3. T' ere-11lo-et19 ar-et. 4. T' ere-mo-et nde r-uba nde sy ab. 5. T' ere-por-apiti um. 6. T' ere-poro-potar um. 7. T' ere-mo-ndar um. 8. N de r-e-moem um ab r-es. 9. T' ere-nhe-mo-motor um nde r-aPixara r-e-mi-r-ek r-es (se fr mulher, diga: nde r-apixara mena r-es). 10. T' ere-nhe-mo-motar 1t1nab mba r-es.
-,
Ere-ik-potar-pe aip Tup as r-ek-mo-nhang-aba r-upi, nde r-ek-b i-katu? - A-ik-potar katu s-upi. Nhe-1no-ngaraiba r-es t' oro-mbo--ne koy' -t20 K nhe-mo-ngaraiba Tupana r-ayr-amo as mo-ing-u, ybaka r-okendab-ok as-bo. Iand angaipaba, iand anga ky-saba. Emo-n-namo nd' e~i katu- as Tup r-ayr-amo o-ik-bo, Tup ok-pe21 o-ik-bo o anga r-ei eym-e-b. Nhe-mo-ngaraiba y karaiba pup as nhe-mo-iasyk-a22, as anga o-io-s-ei, o--mo-iasyk kyi23 ok-a. Ere--potar-pe xe nde mo-ngaraiba, y karaiba pup nde mo-iasyk-a, t' ere-ik Tup r-ayr-amo (se fr mulher, dir: r-aiyr-amo), t' ere-ik Tup ok-pe? _ A-i-potar-et ..
N de nhe-nw-ngamiba e3Jm-e-b, t' ere--mo-nhir gatu Tup nde o-up, angaturam-et r-es nde r-ek-angaipag-uera l1w-asy--bo, nde py su katu s-e-ro-yr-l1tO, s-e-ro-e-bl-potar-e3'm-a b. Ere--mo-asy-pab--pe nde r-mnyw r-ek r-upi nde r-ek-pfi,era? ere-mo-asy' -pe, ere-ro-yr-pe opab-i-nh nde r-ek-angaipag-uera Tup r-es, s-e-ro-e-by' -potar-eym-a au-rama-nh? A--mo-asy-et xe py su katu, s-e-ro-e-by' -potar-eym-a au-rama-nh. I x oro-lno-as3'k, T-uba, T-ayra, Esprito Santo r-era pup. Ere--potar katu-pe ix nde mo-asyk-a, Tupana r-ayr-mno nde mo-ing-ag-timna ri? - A--potar katu.
ComPndio, pp. 105-115 NOTA _ BETTENDORFFo dominava com perfeio a lingua. Algumas de n suas construes devem ser levadas conta de rros e no da evoluo do tupi. 1 _ Devia estar ere-kanhe-ne "tu te perders", nw-kanhe seria trans.: "deitars a perder", "perders". 2 - n. 561. 3 - Devia estar nd' ere-s-ej/iak-i .1'--ne. 4 - recitarei. 5 - A conjuno -reme no tem cabimento, e perturba o sentido. 6 - unio, comunho. 7 - v. nota 5. 8 - v. n. 562. 9 _ Devia estar (em nossa ortografia t). 10 - Mais comum: p' -pe. 11Devia ser: r-ek-b-ie-byr-i-ne, na conj. subo 12 - Devia ser: s-epY-111eeng-i-ne. 13 _ Devia ser: o-s; v. n. 561. 14 - Deve ter sido esta a forma primitiva tupi: Tllpana. Por que prevaleceu Tllp? Talvez por influncia do guarani (ou do tupi de S. Vicente). Palavra capital na catequese, no de admirar que se tenha uniformizado. 15 - v. n. 562. 16 - v. nota 5. 17 - Devia ser re-mi-mo-por-ama. 18 - assim dizem, rezam. 19 - v. n. 484. 20Aparecem ambas as formas: koy' -te e koy' -t,o V. n. 16. 21 - No texto est: pu, em vez de pe: rro tipogrfico. 22 - No mesmo texto figuram as duas var.: ias3'k e asllk. 23 - Devia estar: k3,.
1104.
CANTIGAS, OU VERSOS
AUTOR DESCONHECIDO (adaptao' ortogrfica)
1.
Pe-or- Tup pyr-i, Pabinh angaip' -bom. P e-ik ym iaM' -bora Tup su. T enh3 pe-i-kuakub P e angaipag-uera: S' et aM o-kanh gtie-
5.
Pe py pe-11w-ku1 1and 1ara r-obak~ I py-pe pe-ik A pe-s-ausub. T enh pe-mo-sara5, Pe nhe-mo-lnbe rem6 Pe-e-reragti7 ym Pe Pa8 sup.
9.
13.
CURSO
DE
TUPI
ANTIGO
391
17.
21.
semll
Pe py-pe.
FERREIRAFRANA, Crestomatia, _NOTA - Esta poesia, mais recente, j documenta a fase de decadnci do tupi. 1 - humilhai. 2 - Na Cresto111atia vem tobak, evidente engano. No oculteis. O verbo deveria ir para o gerndio (n. 434). 4 - "Muitos homens se perderam". O suf. de passado junto ao verbo no indicat. inslito. 5. - No vejo usado seno o refI. nhe-mo-sarai, com duas accepes "brincar" e "esquecer-se". Qualquer das duas caberia no contexto. A existir mo-sarai, a trad. s pode ser "No os (pecados) esqueais". 6 - Aqui rem oxtono, 8 - "pai, padre, para rimar. Em geral tono. 7 - corr. de iuraragiai. Padre". H dvida sbre se palavra de origem tupi. 9 - de acrdo com a verdade, verdadeiro. 10 - Nome de gnio malfazejo das matas, aplicado mais tarde ao diabo. 11 - gasem era verbo relativo, regido de snP. Mas AR. 82 e aqui, figura como transito Alm disso, devia estar n' o-i-gasem-i. aqules. 13 - Na Cresiomatia, por rro vem oimoeyb.
3-
12-
BIBLIOGRAFIA
BETTENDORFF passim; ECKART passim; ANNIMO, Dicionrio ,Portugus e Brasiliano, passim; ARRONCHE: passim; FERREIRA FRANA p,assim; BARBOSA RODRIGUES X-XV; ID. Vocabulrio passim; SAMPAIO 23-25; 59-167.
LIO 60.a
Chamam-se modernas os ltimos elementos de sentido prprio _ embora nem sempre de uso autnomo - que integram palavras e frases.
RADICAIS E AFIXaS
1106.
O radical denomina um ser (nome) ou um processo (verbo) . Os afixas 1.0) acrescentam precises de gnero, nmero, grau, tempo, modo, pessoa, caso, etc., 2.0) formam novos temas de verbos e nomes.
H afixos. 1107. ainda as partculas independentes, com funo semelhante l.a dos
"yj
Os derivacionais dizem respeito a conceitos concretos do mbito da palavra. Os paradigmticos referem-se a conceitos de relao do mbito da orao.
Ir.
Os mcdiais supem sempre algum sufixo posterior. So indlcad{)s, aqui, com um travesso oblquo: eym/, per/, ram/, (s)ab/, (s)ar/, t}'b/, sfwr/, serl, pari, bor/, etc. Os finais nunca antecedem os mediais, e podem concluir palavras: -a, -i, -ti, -ne, --mo, -pr, -te, etc.
IIr.
H 4 tipos de afixos
derivacionais
em tupi.
1) os nominais, que de nomes formam nomes: pref. , ap, ap, p, py, etc., suf. 1" gtiasu ou tiSti, et, tyb, etc. 2) os nominais, que de nomes formam verbos: pref. mo-, 1'0-. 3) os verbais, que de verbos formam nomes: pref. mbi-, suf. sar/, sab/, -bae, sarl, ser I, pari, bor/. 4) os verbais, que de verbos formam verbos: pref. tno-, 1'0-, suf. ukar e a reduplicao.
Paradigmticos so, alm dos afixos pessoai.s, os afixas verbais de modo (ta-, -1110), de tempo (-ne), de negao (nda-, -i), de interrogao (-fJe?), de ilao (-te), de conexo (-no), de subordinao (-i, -), e os nominais de tempo (ram/, pe1'/), de negao (e}ltn/), ele nmero (et), ele abundncia (tyb/).
1108. A distino verbo-nome no ntida, pois todo nome pode tornar-se verbo predicativo, e todo verbo no infinitivo verdadeiro nome. Os mesmos modernas parece terem dois "status": o verbal e o nominal. Alguns afixos esto no limite entre afixos e radicais, p. ex. , aP, aP, p, py, et: so quase-afixos. Caso especial o sufixo nominal, ou melhor nomin;alizante, -a, no-vocativo, sempre final, e que s aparece junto a temas terminados em consoante ou semivogal.
1109. Em alguns casos, a palavra consta de um s morfema, que o mesmo ;-adical, p. ex., em port., boi.
confundir radical (o elemento principal, quando isolado de todos com tema. ste pode constar de afixos. N a frase-palavra nd' ere-nhe-mo-akub-i-pe? "no te a,queceste ?", o radical akub, mas o tema verbal inclui um afixo causativo: 111o-akub. ns afixos)
1110. Moderna independente aqule que pode ter uso autnomo. Caso contrrio dependente. Assim, na frase 11wbyr pir-pe ere-s-epiak paran-11ie ko)"r? "quantos peixes viste hoje no mar ?", so independentes mobyr, pir, ePiak, paraM, koyr,. dependentes, -pe, ere-, S-, ,-me.
OBS. 1. - A distino concide em parte com a anterior (radical e afixo). Mas h alguns radicais que so sempre dependentes, p. ex. eng, bar, que s se usam nos derivados nhe-e1?g, mo-nhang e ro-bar. (Cpr. porto -ceb- de conceber" receber, perceber, etc.). 2. - Um moderna independente pode ser etimolgicamente composto: mendy "sogra" (de men- e sy: "me do marido"). 3. - Alguns modernas independentes exigem a presena de outro moderna (p. ex. o verbo transitivo exige o objeto direto).
Tanto radical corno terna no tm uso seno com algum afixo ou com outro morferna (em composio ou incorporao) :
1111.
ab "ca;belo" e 1no-nhang "fazer" (temas) pedem sempre outro elemento: ab'-a "cabelo" (nome), ' -ting-a "cabelo branco", mo-nhang-a "fazer" (infinito), a-i-mo-nhang "fao-o", etc.
Excetuam-se as palavras-morfemas (n. 1109).
1112.
A ordem de seqncia dos afixos, ainda maIS que a das palavras, tem funo gramatical, obedecendo a normas preCIsas.
Assim, dos' prefixos verbais, o negativo nda e o permissivo ta (que so mutuamente exclusivos) ocupam a posio 1; os subjetivos a-, ere-, 0- (com v. no-predicativos) ou xe nde, i, etc. (com v. predicativos) ocupam a posio 2; os objetivos xe, nde, i, S-, o, oo-s-, or, and, pe, e-, oro-, opo-, poro-, mba, t(e)-, a posio 3. Segue-se o tema, i. , o radical precedido e seguido dos afixos temticos (como mo-, ro-, Hkal',. eym) ou do objeto ou adjetivo incorporados. Vm em continuao os sufixos negativo -i ou subordinado -u ou -i na posio 1; o ilativo -te na posio 2; o interrogativo -pe na posio 3; o condicional -mo na posio 4; o conectivo -no na posio 5; o futuro -ne na posio 6. Dos prefixos nominais, os possessivos e t(e)-, s(e)-, poro-, mba, l-e(mutuamente exclusivos) ocupam a posio 1; mbi- a posio 2. Aps o radical, con: os prefixos e sufixos temticos primrios, os sufixos (s)ab/,
395
--
(s)ar/, pyr/, -bae/, por/, bor/, suer/, na posio 1; tyb/ na posio 2; ram/, puer/ na posiQ 3; -a na posio 4 (sempre final). O suf. negativo eY11l/ pode vir antes ou depois de qualquer sufixo (exceto -a, que sempre final) . claro que nem todos os afixos so simultneos. Esta, porm, a ordem em que les se dispem. V., p. ex.: verbais: nd' ere-ie-p-mo-pi' -roy-po tar-i-te-pe? nominais: xe ie-por-ak' -sa' -tyg-uam-eym-a 1113. importante conhecer no apenas a ordem de colocao dos modernas, seno tambm a ordem de tempo com que se organizam, i. , os "imediatos constituintes" da palavra. Assim, na palavra mo-nhang-ara "criador", h trs modernas: um radical nhang e dois afixas mo- e -ara. Jvfas -ara afixou-se a mo-nhang, e no mo- a nhang-ara, nem -ara a nhang. Em resumo, os sufixos de nomes verbais pressupem o verbo j com os afixas temticos. - A reduplicao monossilA bica anterior prefixao de mo- ou ro-; a dissilbica posterior. ordem no sok, mo-ndok, mO-lldo'-sok, mas sok, so'-sok, mo-ndo'-sok, 1110-ndo'-s'-ndo'-sok. S assim se explica por que mo-ndo'-sok e no mo-ndo' -ndok.
-1
TIPOS DE PALAVRAS
1.
2.
Palavras-morfel1ws. Consistem em um s morfema: y, , pir (epr. porto sol, homem, azul) Palavras derivadas primrias. Contm -mais de um elemento dependente: ro-bar, mo-nhang (epr. porto re-ceb-er, per-ceb-er)
B. 3.
Palavras Secundrias
Palavras derivadas secundrias. Contm um elemento independente e outro(s) dependente(s): uk-sara, a--pysyk (epr. porto dorm-i, velh-inh-o) Palavras compostas. Contm mais de um elemento independente: mba-t-at, gyr-aguara (epr. porto ponta-p. couve-flor)
4.
L.C1V.iV.5"
CLASSIFICAO DAS PALAVRAS Podem-se reunir as palavras tupis em duas classes morfolgicas: variveis e invariveis, subdivididas as primeiras em nomes (denominaes de sres ou qualidades) e verbos (denominaes de processos ou equaes).
1115.
No se incluem os afixos, pois n.o formam palavras parte, antes integram nomes e verbos. A presena ou no de determinados afix0s que precisa se tal palavra nome ou verbo.
1116. O nome compreende o substantivo (portanto tambm o infinito e os verbais), o adjetivo, o pronome independente, os numerais, indefinidos, demonstrativos e interrogativos.
So susceptveis de morfemas de tempo, de negao, de nmero ou aspecto (reduplicao), de vocativo e de referncia (possuidor, sujeito, objeto). Os demonstrativos podem levar ou no afixo de invisibilidade (a-). Os pronomes independentes, os indefinidos e os interrogativos no levam muitos afixos, e so quase invariveis. Os numerais e os demonstrativos podem levar ou no o sufixo -a, conforme .a funo.
As partculas dividem-se em 1) independentes, p. ex. os advrbios de tempo, lugar, etc.: koyr "hoje"; il? "aqui"; 2) partculas-sentenas: p "sim"; 3) temticas, p. ex. , ~: semb- "sair parte" ; eptak-~ "fazer vista grossa"; 4) ,coordenativas, raras: p. ex. a "e ... " (n. 1060); 5) preposies-conjunes subordinativas, p. ex. -pe, -reme; 5) interjeies e partculas afetivas: p. ex. tu!, t!, mund, moxy!.
Tdas as palavras, includas as partculas, so capazes de reduplicao.
Como a lngua tupi exprime algumas relaes sint- ticas por meio de afixas paradigmticos - p. ex. o objeto direto no verbo (a--Pys}Jk t-obaara "apanhei-o o inimigo") - 'Pode-se chamar lngua flexiva, embora de tipo diferente das clssicas.
1117. O nome termina sempre em vogal. Quando o tema termina em consoante ou semivogal, toma o sufixo -a. O verbo Enito pode terminar em consoante, s~mivogal ou vogal tnica, no em vogal tona. O mesmo vale das partculas independentes, demonstrativos, indefinidos e numerais. Mas os ordinais e os demonstrativos, desacompanhados (stes) de substantivos, levam -a aps consoante final: kIei-a, al1g-a, 111oki-a, mosapyr-a, etc.
DIVISO
DAS PALAVRAS
1118. Pela prpria ndole fontica e sinttica da lngua, os pronomes e as numerosas partculas tendem a reunir-se estreitamente ao verbo, formando densos complexos. Da se origina a maior indeciso e dificuldade para a escrita.
Devem-se separar numerosos elementos, outros polissilbicos? prtica ecltica. Com totalmente, unir de todo, ou ligar pon hfens sses alguns tonos, outros tnkos, alguns monos silbicos, Depois de muito estudo, decidimo-nos por uma soluo algumas incoerncias, inevitveis.
1119.
Usa-se
o hfen:
depois de
prefixos agentes: a-, ere-, 0-, 1,a-, oro-, pe-, gi-, eprefixos objetivos oro-, opo-, i-, S-, 1,0-, nho-, 1,-, nhreflexivos: 1,e-, o-, nhe-, nhocausativos: mo-, mbo-, r(o)-, noprefixos de classe: poro-, por-, po-, m(b)oro-, m(b)or-, 111(b)0prefixos de classe, possessivos e pronomes pessoais: t (e) - e s (e)partcula rslaba (gu)e-, que precede s vzes certos nomes e os verbos come,ados por r( o) - e no- (n. 502-505). possessivos og-, ogu-, guprefixo passivo mi- ou mbiobjeto direto ou sujeito incorporados: a-y-, xe py-syryk
antes de
sufixos (s)ar, (s)ab, pyr, tyb, por, bor, (s)uar, sufixos negativos: eym e -i
(s)uer
r-'""3ii'9ii'i8~~~~~~~~~~"L-;~~JVl;r:Ui'i
i"::::,"'-
todos os sufixos, partculas e preposies tonas: -pc, -be, -i, -1{, -mo, -no, -te, -a, etc. sufixos de tempo: (p) er, ram, (p )er-am, ram-ber partculas que se unem mais intimamente ao verbo, substantivo, etc.: et, b, , i, ', nh apsto: jaga' -gyr
entre
os dois ou mais elementos que entram em composio ou incorporao, desde que ainda conservem alguma autonomia semntica.
1120. Pode-se deixar de separar os elementos com hfen, quando da composio nasce um terceiro vocbulo com significado prprio: marangatu, angaturama, mcndy, pos, porupi, etc.
APSTROFE
1121.
excusado, porm, assinalar a queda do a final de substantivos, adjetivos e infinitos: o fenmeno por demais comum e normal. efr. n. 16 OBS.
POSIO,
1122.
COMPOSIO,.
DERIVAO
o qual cada moderna, palavra, membro da orao ou orao deve (ou pode) ocupar determinado lugar relativo dentro do perodo, para desempenhar dada funo. 1123. Justaposio o processo pelo qual se colocam em seqncia imediata, sem pausa, dois ou mais morfemas, para exprimirem um ou mais conceitos gramaticais:
morubixaba py: o p do chefe ypeka ti: o bico do pato xe r-ayra r-ura: a vinda de meu filho nheeng-a kuab-a: saber falar
1124.
sentido prprio, ::::e:d:~ l:O::~:,"~n:r:rneiro J -tinga: cs (aba + tinga) pir-: comer peixe (pir + ) pir-sem-a: sair peixe (pir + seJn) J -kul-a: cair cUbelo (aba + kui) ang-eplak-a: ver a imagem ou reflexo nheJ -nguab-a: saber falar
qnan:: ~
o tem - o sufixo -a (nominal ou infinitivo), ou, diante de consoante, a ltima slaba tona:
(anga
epak)
1125.
CO1nposio uma justaposio ainda mais ntima de dois elementos no-dependentes, da qual resulta um terceiro elemento no-dependente, de sentido prprio, que se comporta na frase como elemento simples:
eir-uba: abelha (eira mel + uba pai) men-dy: sogra do homem (mena marido sy me) iur-ar: laar (iura pescoo + ar prender) petY111b-: fumar (pet':/1na fumo + comer) u' -katu: acomodar-se (ub jazer + katu bem)
N em sempre ser fcil distinguir os casos de composio e de incorporao. 1126. Derivao o processo pelo qual da justaposio de dois ou mais morfemas, um radical, o( s) outro ( s) afixo (s), se forma uma terceira palavra independente, relacionada pelo sentido com o elemento independente formador:
: comer
mo-nhang-GYa: o que faz syk-aba: lugar de ,chegar syk-aJ -tyba: lugar em que costume chegar l1l-bi-: comida
Derivao gramatical ou intle:co) ao contrrio da 1127. anterior, que lexeolgica, o processo pelo qual a um morfema independente se junta outro dependente para precisar relaes gramaticais.
r""" ..
;.:vi'tv'J------------LC:;:.::'
"l"iVJ.j';:V~0::;__;:.u'j:":_.~"~,::1.u~~r....,:n":';:="--------------------.-
Assim, em ere-s-epiak-lle "tu o vers", o morfema independente ePiak exprime o processo de "ver". O prefixo ere- indica que o agente o interlocutor; s- dedara que o objeto do processo da 3.a p.; o sufixo -lI! precisa que o processo se h de verificar no futuro. OBS. Por vzes, mesmo neste CURSO, d-se derivao e incorporao o nome genrico de composio.
1128. Composio, incorporao e derivao lexeolgica supem pelo menos um elemento (o primeiro) nominal (inclusive o infinitivo). O segundo elemento pode ser substantivo, adjetivo ou verbo.
O primeiro elemento perde sempre o sufixo nominal -a, quando o tem, e tambm a consoante final diante de consoante ou semivogal. O segundo elemento perde todos os prefixos que no pertenam ao tema. Verificam-se metaplasmos.
1129.
1130.
SUBSTANTIVO
Determinante
RESTRITIVO
+ determinado
1.
COMPLEMENTO
+ ELEMENTO
PRINCIPAL
abati u: farinha (feita) de milho it y: gua (tirada) da pedra (t) -es y: gua (que sai) dos olhos it nhae: prato (feito) de pedra COMPLEMENTO POSSESSIVO
+ ELEMENTO
+
PRINCIPAL
3.
COMPLEMENTO
RELATIVO
ELEMENTO
PRINCIPAL
CURSO DE TUPI
ANTIGO
401~
4.
COMPLEMENTO
SUBJETIVO
ELEMENTO
PRINCIPAL
Os prefixos pessoais podem substituir minha mo (mo de mim) nde sy: tua me (me de ti) ::cem-a: sua sada (sada dle)
OBS. p:
lI. ELEMENTO
Determinado
PRINCIPAL (O ...
determinante
ATRIBUTIVO
COMPLEJ\fENTO
1.
APSTO
que ... )
ab-so: homem-bicho (o homem que bicho) gyr-agara: pssaro-ona (pssaro que tambm ona)
2.
COMPLEMENTO
DE
REFERNCIA
(o ... do ... ;
1131.
OU VERBO
ATRIBUTIVO
COMPLEMENTO
1.
ADJETIVO
2.
it
VERBO INTRANSITIVO
Pir sununga:
rulhento regadia
peixe
ba-
syryka:
ybyr
dorme
kera:
it man:
pedra morta
402
LEMOS
BARBOSA
1132.
ADJETIVO
OU VERBO
ADVRBIO
1.
poxy
2.
man
VERBO katu:
mem{i:
mo-mbe
louvar morrer
bel1l
VERBO
1.
TRANSITIVO comer peixe pysyh: segurar (as) causas ur-ar: prender o pescoo laar 1 p,,;,s')!k-a: apanh-Ia (infin.) mba
pir :
2.
INTRANSITIVO
i xem-a:
+
O)
' ku-a:
PREPOSIAO
1.
y-pe: no rio y su: elo tio (procedncia) pa r-es: por causa d.o paj
quando)
2.
PRONOME
lId e-be: a ti. i xup: a le 1x-reme : se fr eu
causa
(01t
quando)
CURSO
DE
TUPI
ANTIGO
3.
fr
1135. Em geral, h incorporao 1) do complemento atributivo ao substantivo, 2) do obj~to direto ao verbo, 3) do advrbio de modo ao adjetivo ou verbo, 4) r,aramente, do sujeito ao verbo intransitivo. ~ normal a simples justaposio 1) do complemento restritivo e semelhantes (n. 154), 2) da preposio ao complemento. Pode dar-se composio 1) do complemento restritivo, 2) atributivo, 3) do objeto direto, 4) do advrbio de modo.
1136. Entre a composio e a incorporao no h diferena de forma, seno apenas semntica. O composto um terceiro vocbulo, e no apenas um conjunto de dois.
1137., Diferena material pode haver entre a justaposio de um lado e a incorporao e composio de outro, quando a) o primeiro elemento dos que pedem o sufixo nominal 0-,' b) o segundo elemento dos que levam os prefixos t-, S-, r-o Na justaposio, o -a do 1.0 elemento permanece, e o 2. elemento assume r-o Na incorporao e composio, -a e y- desaparecem:
nheeng-a
r-endub-a
(justap.);
nheenlg-endub-a
(incorp.):
ouvir
falar (infin.)
t-at r-endy (j ustap.); t-at-endy (compos.): chama do fogo men-a sy (justap.); men-dy (compos.): sogra do homem (me
do marido)
1139. S o complemento aposlt!vO conserva o t- ou s-. Mas o complemento de referncia perde-o: :)Ib s-o: fruta-carne (de animal); yb t-o: fruta-carne (de gente); Tltp T-ayra: Deus-Filho; mba-t-at: cousa-fogo (de gente); it-s-upi: pedra-vo; cpr. kunh r-ob: rosto de mulher (justapos.); kunh-t-ob: mulher-rosto (incorpor., atribut.); kunh-ob: a mulher do rosto (incorpor., referncia).
Ademais, na simples justaposio no costuma dar-se 1139. a nasalizao do 2.0 elemento pelo 1.,
404
LEMOS
BARBOSA
EXPRESSES
1140.
CONCRETAS
Os fenmenos psquicos, estados dalma, qualidades ou hbitos dos sres vivos costumam ser expressos concretamente pela descrio das resultncias perceptveis nas partes ou rgos do corpo: - olhos, rosto, ouvidos, bca, lngua, corao, ps, mos, cabelos, pele, etc.:
es-kane (t) py-gapy!?a iuru-puk-~ pir-at ob-iuba (t) ab-eb apys-byra nambi-beb p-iababa py-at
olhos cansados = preocupado corao assentado = sossegado bca aberta = espantado pele dura firme, resistente rosto amarelo = medroso apressado cabelo eriado ouvido erecto = atento orelha que voa veloz mo fugidia = ligeiro p duro forte, anin10so
1141 As locues tendem a estereotipar-se, perdendo-se a conscincia ntida dos seus elementos componentes:
xe p p}l-at: tenho o brao forte (lit. tenho o brao p-duro) ar ob-ky: dia encoberto (lit. dia rosto-sujo) es-kanga (t): olhos(s) daro(s) (lit. o1ho(s) ou vista sca)
.------
..
4U5
.~
De todos os nomes de rgos, o que forma locues em maior nmero, (e)s (t), irregular (n. 217):
1142.
es-gj!1"j'ba (t): olho(s) vista) baralhado(s) tonto xe T-es gj'T;'b: estou com vertigem es-banga (t): olhos (s) torto (s), vesgo (s) trvo, odioso xe T-es-gjwj'b: eu olho com dio, torvamente
(=
esku
(t):
olho(s)
bulioso(s)
gi-t-ek-bo:
preocupado, preparado,
apercebido
xe r-es-ku es-et es-et (t): (t):
olhar)
es-p1kt~ (t):
olho (s) muito (s) = atento, cuidadoso, solcito olho (s) comprido (s), longo (s) preocupado, cuidadoso xe T-es-puku s-es: cuido muito dle es-tinga (t): olho (s) branco (s) = desfalecido xe T-es-ting mnbyasy su: estou desfalecido de fome ('sei-una (t): olho(s) negro(s) reanimado a-nhe-1nbo-es-un nde r-ePiak-a: voltei a mim quando te vi
Algumas palavras so certamente compostas de mas o 2.0 elemento de origem ou sentido incertos ou ignotos:
1143
(e)
sJ
esc<!aia
(t):
nhe-mo-sarai; brincar, jogar (distrair-se, fazer-se esquecido) esia (t): alegre, alegria; alegrar-se mo-esi: alegrar sapukaia: grito, gritar xe r-es-pukaia: meu grito a-sapukai: eu grito sabe:ypom: embriagado; embriagar-se a-sabeypor: eu estou embriagado
(e) sapy (t): presteza; de repente; (s) apanhar de surpresa %e r-esapy ahe (VLB 184): le tomou-me de surpresa a-nhe-mbo-esapy gui-t-e-ik-bo: entrei de repente o-e-esapy xe r-e-mi-tYl1'W: saiu-me antes de tempo minha
plantao
e-ra-s (s)sapy (VLB esainana (t): preocupado,
dissoluto
nhe-mo-sainana [es]:
com; prover-se
preparar
1144. O VOCABULRIO NA LNGUA BRASLICA registra muitos compostos de (e) s: s-inana, s-ku, s-py, es-bika, es-py-s, es-et, es-kanga, e's-koria, es-kuruba, es-kyt, es-kGr-asy, es-k' -tinga, s-raia, es-et, es-ku [-k1.], es-g'yryba, e'sia, esang, es-ek-ab-oka, e's-p, es-k-rori, es-k' -s, es-p3,tumbyka, es-kar-umbyka, es-gyr-mnbyka, es-'ynh-llsu, es-rori!, es-banga, es-pitanga, es-tinga, es-illba, esaba, es-'tyk, es-aru-aiba, es-t3,ba, es-Miara, etc., alm de inmeros derivados. 1145.
Tanto no VOCABULRIO NA LNGUA BRASLICA como no T esoyo de MONTOY A vm arrolados inmeros compostos dsse tipo:
tirtHnbegu: bca vagarosa = lento na fala; uru-piru: bca cansado de repetir; UYt-kyr: bca gorda mentiroso, sca loroteiro; uru-t-at: bca fogo = violento na fala;' uru-tat: ibca errada palavra ou comida errada; nhee' -kyr: palavra gorda
I
,I
m:ntir~so, pele suada = suado; pt.pele grossa fresca loroteiro; pir-ana111a: -roy: pele = firme, fresco; des-! obstinado; ptr-yata: cansado, aliviado; p-pind: mo anzol ladro; p-et: muitas mos atarefado, trabalhador; apys-anama: ouvido-grosso mouc{); nm}ibi-o-obak: orelhas uma diante da outra aturdido; ob-uba (t): rosto amarelo plido, medroso; (xe): empalidecer; ob-'sy (t) ou es-kuar-asy (t): rosto ou olhos dolentes carranrisonho, alegre; py-beraba: 'cudo ~ ob-puk (t): rosto risonho cDrao reverberante conturbado; alvoroado; py-saing: entrafaminto; -biJ -ryrya: gengivas trmulas nhas dependuradas risonho; putu-: engolir a respirao descansar; putu-pab:
t
i~
CURSO DE TUPI
ANTIGO
407
Ver es olho(s), apys ouvido, nambi orelha, un. bca, a dente(s), (ap- ) k:u lngua, ob rosto, t nariz, aura pescoo, p mo, py p, py corao, entranhas, yb brao, nheenga fala, etc.
Dstes e de outros exemplos infere-se que o nome da parte do corpo exprime tambm o sentido interior, a faculdade ou qualidade respectiva, bem como o seu exerccio:
1146.
so.
uru bca = palavra; apetite; es olho (s) = vista; vigilncia; apys ouvido = ateno; p mo = poder; yb brao = fra; py p= estabilidade, firmeza, resistncia; ob rosto = expres-
Etc.
Algumas palavras, aparentemente simples, so compostas dsses nomes de partes do corpo ou semelhantes. Oblitera-se-lhes o sentido primitivo, e tomam uma funo de quase-prefixos classificadores:
1147
VISCOSO
pixyb: esfregar, untar; comp. de pira piroy: fresco; .camp. de pira pele e roy piryaa: suor, suar; campo de pira pele pipok: beliscar; comp. de pira pele e pipo1nonga: pegajoso, viscoso; comp. pirakubora:
pele e syb limpar fresco, frio e yaa suado pok torcer (n. 347) de p'ira pele e p01nonga
;i
quente
piringa: pitinga:
branco
estremecer, arrepiar; comp. de pira pele e ninga latejar mancha branca da pele:' comp. de pira pele e tinga
OES. Parecem compostas de Pira outras palavras, cujo ltimo elemento, entretanto, de origem duvidosa, tendo perdido sua funo de moderna independente: pisam beliscar; pi% chamusco; pub untar (com pitanga avermelhado; piria1la listado (ao comprido); pinima pintado, malhado. Etc.
azeite,
pirallga
408
LEMOS
BARB.oSA
(*)
1148.
(1566-1632)
N de maenduar ndereco cicagoma, nde rec paba goma "Nde maenduar nde r-ek syk-ag-uama1, nde r-ek pab-ag-uama recr ic am Tup bo:sa,o ynheenga lnon~begora, yandbe> r-es r2" - e- k3 am Tup boi, i nheenga mo-mbegu-ara, iand-be, opabinhe ab moteccuba pot: yde monhemoacoipot: yande o-pab--nh ab mo-t-ek-kuab-a pot, iand mo-nhe-mo-s-ku pot4, iand nhemoainnamota, yane anga recrmarece yande putupba nhe-mo-s-inan-a mot5, iand anga r-ek-rama r-es iand putu-pab-a pot. Oyoirondic tec ccba yyeP. pot7 O-io-irundyk t-ek syk-aba. li ypy:
Tiecbe yandebe T,p rel11lneenga cicb, te yande moauieo, T -ek-b iand-be Tup r-emi-meeng-a syk-ab, t-e iand mo-aui-u, are iucbo, are lnocanhema j1ande anga yand ret ui jlxemeb as iuk-bo, as mo-kanhem-a. iand anga iand r-et sd i xem-e-b, Tp cec8 monhang-i, coiPo Anhanga ratpe, tecocat abiTup s-ek-mo-nhang-i, ko-ip Anhanga r-at-pe, t-ek-katu abyrePiramo ymondbo auyeramanh,o coipo onheenga r-upi cec r-epy-ramo, i mo-nd-bo aui-rama-nh, k-ip o-nheenga r-upi s-ekagoera repiramo igbacupe ogoriPpe, tatpe tec angaipba -ag-uera r-epy-ramo ybak-(u-) pe og-oryp-' -pe t-at-pe t-ek angaipaba repi mondicpe cec cic-ire, 'Vmoingou. r-epy mo-ndyk-'-pe s-ek syk ir, 'i mo,ing-u. Catecismo (P ed.), pp. 154-154 v. (*) No intito de familiarizar o leitor com os antigos textos tupis, apresentaremos alguns na grafia original. O desta Lio vai acompanhado da transcrio no sistema dste CURSO. - Para a traduo, consultar nosso Pequeno Vocabulrio TuPi-Portugus (Livraria So Jos, 1951), advertida a diferena de ortografia.
~--------~
---~~~
- .----.
1. syk "chegar; bastar", syk-aba "chegada limite; fim", syk-ag-uama "futuro fim". 2. r ptc afetiva "em verdade" (de h.) (n. 1068). 3. Cfr. S. Lour. 61v, a- k. 4. "querendo fazer com que nos preparemos". Sbre s-ku, v. n. 1142. 5. "desejando que nos alertemos". Sbre s-inan, v. n. 1143. 6. "querendo que cuidemos do futuro (ser) de nossa alma". Sbre putu-pab *" pytu-pab, v. n. 1145 e VLB 89, 109, 356, 395; AR. 227; P ed. 69; S. Lour. 66v. 7. mosapy' -saba "o terceiro dles" (n. 827). 8. "o fim (ou o ltimo) dles".
Septlltamento (DE
BRY)
LICO ~ FONOLOGIA
61.a
1149 Sendo o tupi antigo lngua morta e o seu estudo documental e filolgico, para conhecer-lhe a estrutura fontica devemos basear-nos nas informaes dos antigos gramticos. Infelizmente estas no so completas quanto a vrios pormenores. O estudo da fonologia tupi no mais nem menos seguro que o das lnguas clssicas. Pouco nos pode valer o conhecimento dos co-dialetos vivos, que seguiram seu prprio caminho evolutivo. Menos ainda o estudo dos dialetos civilizadDS do Amazonas e do Prata, que sofreram forte impacto do bilingismo portugus ou espanhol. O b medial guarani, p. ex., no oclusivo mas fricativo, tal como no espanhol. Influncia do castelhano, ou fenmeno primitivo e independente?
A exposio que se segue, fruto de estudos textuais de correes ou de dvidas quanto a alguns pontos. e consultas, passvel
,
\
VOGAIS t
e
a
Y
u
o
1150 1151.
E as correspondentes
n3.salizadas:
c, 1,
, U,
y.
~~
I
i~
li
articulao) em pr-palatais, (i) e), mdia (a) e ps-palatais (o) 14) y); 2) de acrdo com o grau de abertura da bca,
em abertas
(a) e)
o) e fechadas
(i)
14)
y),
ou em abertas,
-~
r
!
,
,
meio abertas (e) o) e fechadas (i) tt) y); 3) de acrdo ~l\.;rV -,-11 com a disposio LUK:::>U .LJl:!. em arredondadas (o) u) e no dos lbios) ~ u.t'~ ./"\.1'1 arredondadas ( a) e) i) y).
(a),
No h diferena entre claro, o caso de nfase. vogais longas e breves, excetuado,
1152. As vogais tm o som que nos alfabetos fonticos se costuma representar pelos respectivos caracteres. A como o de "caco"; e o como os de "mesa" e moa", "lgo menos fechados (e no como os de "vela" e "mola"). 1153. Os antigos gramticas esforam-se por descrever o som do
:y.
ANCHIETA diz que "se pronuncia spero com a garganta". FIGUEIRA explica que " como entre ~f e i ... e forma-se na garganta como ig". Para ARAJO (1.a ed., 1618), "se pronuncia com um som grosso ou spero no cu da bca, como se depois dle estivera g". BARTOLOMEU LEO (2.a ed., 1686) de esclarece: "voz gutural, que se forma na garganta, dobrada a lngua com a ponta inclinada abaixo e lanado o hbito oprimido na garganta, com um som misto e confuso entre e 14 e que, no sendo nem 14, envolve a ambos". MONTOYA: "pronunciao gutural, que se forma in gutture, contraindo a lngua para dentro". RESTIVO: "gutural que se h de pronunciar no vo (gueco) da bca, onde se pronuncia o j ota [caste1hi>no], contraindo um pouco a lngua para dentro". - Tambm os autores modernos traam diretivas prticas. Demos o exemp10 de COUTO de MAGALHES: "Para pronunci-Io, abra-se a bca, encolha-se a lngua, contraiam-se os lbios, e pronuncie-se o na ga~ganta, e ser o som".
1154. Dessas descries empricas, bem como da observao dos dialetos vivos, conclui-se que y vogal faucal, i. , articulada na 2) que se pronuncia com os lbios contrados (como Z()na larngea, para i, e no arredondados como para u), 3 ) com a lngua recuada (como para u) e a sua base ergui da em direo ao vu do palato. Portanto, vogal ps-palatal, no arredondada, alta, i. , fechada.
CABALLERO 147-148 tentou uma anlise experimental do y.
1155. O som do y conserva-se inalterado no guarani moderno, sendo fcil aprend-Io de um paraguaio ou correntino. Fonema igual h em outras lnguas americanas (como o kiriri) se no igual, assaz parecido, no turco, mongol, etc. (sem ou com um Em tupi tem sido grafado de inmeras maneiras: ponto em baixo), ig (sem ou com ponto sob o i), ih, 14, i, r, "i, y, hy, etc. Aps a indeciso do sculo XVI, criou-se a tradio do y, por iniciativa feliz de Figueira (1621). Nos estudos especializados para lingistas, prevalece "i.
t,
1156. Tdas as vogais podem ser iniciais, mediais ou finais. As vogais no s predominam sbre as consoantes, como tm mais possibilidades de colocao e de agrupamentos.
SEMIVOGAIS
1157. As trs vogais fechadas i) ti) y) (que se articulam com o dorso da lngua elevado em direo ao cu da bca) podem fcilmente perder a silabicidade, dando origem s chamadas semivogais t) ti) y. A rigor, so consoantes fricativas. O carter consonantal mais ntido nos ditongos crescentes. Mas podem juntar-se a outra consoante. P.ex., t' ~a-s "vamos!", ndJ ia-s-i "no vamos", H, porm, casos em ,contrrio: 1) Em ditongo crescente predominar o carter voclico (t' ia-s, com apcope do a de ta, como nas iniciais voclicas t' a-s, t' ere-s, etc., e no como na inicial consonantal ta pe-s). 2) Em ditongo decrescente predominar o carter consonantal (sy-syi, redupl., com apcope do i, tal como das finais consonantais: pa-par). Por tudo isso, interessante dar um tratamento parte s semivogais.
CONSOANTES
1158.
Bilabiais
I'
Velares
Faucais
1159. 2' a oc1uso glotal. No se costuma escrever, mas precedia quase tda vogal que no se seguisse a outra conSDante. Nunca final de slaba, nem inicial de palavra.
OBS. A julgar pelo guarani moderno, no haveria ocluso glotal aps prefixos proclticos, como rno-, ro-, poro-, e-, o-, mbi-, ire, nde, i, a-, etc., a menos que o tema seja monossilbico e, portanto, tnico (rnbi-, rnbo-, e-ab, xe ab-a, com ocluso). Nem em compostos de final tnica inicial no-tnica, como t-at-upaba, t-at-endy, t-es-e't, etc. Nem em algumas palavras avulsas, como eira, t-es-y, aiba, etc.
1160.
p
Mas
1161.
O velar, ,que no se cDstuma distinguir, na escrita, do epr. espanhol "cinco" (velar) e "cinta" (alveolar). S aparece no grupo *ng.
1162.
*N
n alveolar.
1163.
*N g final de radical (p. ex. em 11w-nhang-a, ang-a, ang-ek, pomong-a) parece ser o mesmo *n velar. Pronuncie-se mo-nhaY]-a, aY]-a, aY]-ek, pomoY]-a.
Cpr. ingls king, alemo geslmgen. Da falta de conhecimento e transcrio exata dsse som, em portugus e espanhol, vem a diferente grafia, p. ex., das palavras a'l1 (t) "pressa, apressado" e r-all "antes, primeiro; ainda", que os espanhois escreveram ange, range, os portugueses anh, ranh.
1164. Mb e nd podem ser iniciais ou mediais de palavra; nunca finais. *N g pode ser medial e final, nunca inicial (s excees aparentes, como ngatu, so casos de incorporao ou composio). Divergem os autores, quanto caracterizao de mb, nd, *ng. Para
alguns, so grupos de sons: m+b, n+d, *n+g. Para outros, so sons simples, monofonemas: b, d, g pr-nasalizados. A rigor, devia-se es.crever -b, ~d,
414
mdu'ba,
kby',
k'ga, mba'ka,
r-
inicial e medial.
1166. S o mesmo s portugus da pronncia padro, p. ex. de "sabado", e no o s palatal, final de silaba (p. ex. de "aspas", na pronncia portugusa ou carioca) . Pode ser inicial ou medial, nunca final. X som secundrio, resultante de palatizao de s pelo i. Pode ser inicial e medial, nunca final. 1167.
medial.
Em guarani
1168. R alveolar, como o nosso r "brando" de "cara". inki.al, medial ou final. Junto a nasal, pode nasalizar-se.
Pode ser
1169. Em resumo, as consoantes que podem comear slaba ou palavra so: p, t, k, ?, m, n, *n, nh, mb, *ng, s, x, h, r, i, u, y As que podem ser mediais de palavra (iniciais de slaba medial ou final) : p, t, k, '; b, *b, *g; m, n, nh, *n; 111b,nd, *ng,o s, x, h; r; i, {i" Y As que podem ser finais de palavras: k,o b,o 111, n, *ng,o r; i, u (excecionalmente: p, t) 1170. Tanto o nome e o venbo como as partculas independentes podemcomear por vogal ou por consoante ( ou semivogal). Os verbos transitivos comeam ou por vogal ou por uma das seguintes consoantes: nh r nong ik 9111nhang tkn s u 111un iai rab 90k s'\'b tY111 P (g) fiang consoantes: uma das seguintes
U b nh s r nd i t k 9 111 bak nhar (g)ueb syi ryryi nduruk ase pak tui kai 'ar myt Nos modos finitos. o verbo pode terminar em vogal tnica ou em uma das seguintes consoantes: P
111
ng
pok.
111un mong ir puai 111o-ngarau excecionalmente t (var. de r) ul = ur N os modos no finitos (inclusive gerndio, particpio), pode acabar vogal tnica ou tona, nunca m consoante ou semivogaI.
kub
a111
1
em
As partculas independentes terminam ou em vogal tnica ou em consoante ou semivogal. O tema tanto nominal como verbal termina ou em vogal tnica ou em consoante ou semivogal.
Em pausa, as consoantes costumam carro No, porm, as semivogais nem as velares k e ng. O mesmo se passa na incorlXlrao e composrao. Em incorporao, espordica a persistncia das velares. Na reduplicao, caem as sermvogars.
1171.
SLABA
1172. Os nicos fonemas silbicos, em tupi, sa as vogais. Tda slaba contm alguma vogal. A slaba tupi pode ser dos seguintes tipos (\7=vogal; C=consoante; S=semivogal) : V vc cv cvc VS sv svc csv CVS
a ab
ba
bab
ai
ia
iab
bia
bai
SVS
iai
CSVC
b'iab
CSVS
bia
1173.
No h casos de ec. Mb, nd, ng, para alguns estudiosos, so fonemas simples. A nica exceo seria a das semivogais, se consideradas consoantes: t' ia-nhan "corramos"; nd' ia-nhan-i "no corremos".
1174. A palavra tupi pode constar de uma ou mais slabas. Tambm os temas. Os monossilbicos so, via de regra, irredutveis. Quanto aos polisslabos, em alguns casas podem-se isalar as seus elementos componentes:
tema afixo; subst. subst.; subst. + adjet.; verbo; verbo + advrbio; tema reduplicao; etc.
subst.
1175. Grande nm,ero de verbos so compostos de verbos monossilbicos, sejam intransitivos como am, ar, in, bak, bok, bur, byr, byk, ir, etc., sejam transitivos como , , ar, ab, , ok, rung, etc. (dr. n. 326). 1176. Em outros casos, a identificao j no fcil. Mas na medida em que progride a anlise lingstica, revelam-se elementos mais simples.
Apenas um exemplo. O verbo r, extinto na lngua, mas que deixou inmeros compostos, como apir, ar1, ar2 (s), asyr (t), atyr, egyr (t), ekobiar (s), irar, mo-mb:;w, mo-ngatyr, mo-yr, nhar, nhyr, Piar, poro-yr, pysyr, ro-yr, tyar, typyr, etc.
1177 . Apesar dos casos impenetrveis, tem algum fundamento a impresso de que o tupi se compe de razes monossilbicas.
ACENTO TNICO
1178, A lngua tupi conhece o acento tnico ou de intensidade. Os temas so oxtonos. As palavras podem ser paroxtonas, proparoxtonas, ete., quando se agregam ao tema afixas ou partculas enclticas. o caso dos nomes (substantivos, adj etivos, infinitos, demonstrativos, numerais) terminados em consoante ou semivogai, os quais recebem o sufixo nominal -a. E dos sufixos -i, -, -l1e, -mo, -te, -pe, -110, das preposies-conjunes -pe, -i, -bo, -reme, etc. H tambm alguns afixos enclticos, como os prefixos e pronomes pessoais (em funo de possessivos ou de objeto direto, etc.)
Em composio, incorporao, derivao, h acentos subtnicos, que recaem sbre a slaba tnica do 1.0 elemento componente.
ACENTO MUSICAL
1179.
mrio.
ANCHIETA 35v informa que havia diferena de tom na interrogao. No esclarece qual fsse nem nos adianta nada sbre a pausa final (.), a medial (,), a exclamao (I), os dois tipos de interrogao (? e i) (n. 160 OBS.).
PROCESSOS FONOLGICOS
1180. Foram
1181 estudados sob o ttulo de Metaplasmos (Lio 3.a).
So os seguintes os principais contactos possveis (em composio, incorporao e derivao), com as respectivas modificaes:
MODIFICAES s-o'-beba EXEMPLOS t'nhu+pera) C s silabao:a-s V: *asausu- nhu-bera : DE TUPI(de ybak+pe) 417' a-s-ausu' nasalta+a-s) gyr-'1i (dea-s-ausub ab palatizaoocluso glotal: : CURSO pa a-s-ausub+ a-u.kao de)Tupybak- ANTIGO (noguyr+i) a+i+pysyk) 1) i-xups-ob+peba) insero (y- ) pe (pron. h) i+suP) (inalterad0s (de py+ara)
TuP) bab)
1182.
Resta esclarecer
melhor os contactos
de V
+V
(n. 17).
I
1
Para os diferentes efeitos - oc1uso glotal, apcope e ditongao - entram em linha de conta: 1.0) a tonicidade ou no de ambas as vogais, 2.) o seu grau de abertura. Os princpios mais gerais so:
1183.
L glotal) :
1. Er-
i' -ab
-+-
ie-ab;
*i' -ar
*ie-ar;
i' -ub
-+-
2. No gerndio, ante a desinncia abo (n. 394-400), procedem diferentemente as vogais abertas e as fechadas. Estas (i, ti, y) se semivocalizam; aquelas (a, e, o) elidem o a inicial do sufixO': Fechadas Abertas iuk. mbo- mo-nd A
aPiti abo = apiti-abo mo-p~1 abo mo-pu-abo apy abo apy-abo tambm nos vef1bais (s) ara e aPiti-ara, aPiti-aba mo-p-ara, mo-p-aba py-ara, py-aba (s) aba:
+ + = + =
semivocalizao
LEMOS
BARBOSA
4.
Nos contados + y + y, y + akuti y akuti-t-y rio da cotia y = siri-t-y rio do siri siri
+ +
i i,
=
i, i + y, pode-se
inserir um
t:
1184.
11. - Quando nem a l.a nem a z.a vogais so tnicas: A) - Se ambas so abertas (a, e, o) : apcope da l.a.
Quando a l.a vogal a, a apcope obrigatria: quando li ou o, facultativa e pouco usual. Exceto se as duas vogais so iguais (e e; o o) ~ neste caso, mais freqente a apcope.
+a=
a:
ere-s t' por-en le benzer-se ere-s ob-'sab t' '-akas sab v ' que eu en e a-s a-s expirar ta poro akas moro o-sobv t' -ekv -ob-'partirv vs (gente) eky= abyky ' o-s que oue trabaJ.har 111or-oby azul tu por-abvky chamar
+ + === + == =
OBS. -Quando a l.a vogal e ou o (mdia), pode haver apcope com qualauer vogal seguinte: t' -upi-mo-mbor: pr vo E.rcees. _ Os prefixos e pronomes pessoais a-, ere-, 0-. xe, nde, i, etc. e os prefixos 1110-, ro-, tO- no sofrem apcope. Casos como er-, m' -oryb, r-ek, r-ub, r-ur. no h muitos.
a e+i=e: o
+ i = ai: + i = oi:
B) -
Se a Z.a vogal
a--pysyk e--pysyk o--pysyk
i:
semivocalizao:
C) - Se a l.a vogal i, pode inserir-se um i antes da z.a vogal, mormente quando esta ou y: + a = ia: ii-ap faz-Io; i aet finssimo; mbi--am ou
~+ i = i + = frechado
o i
(u,
y),
y)
e em todos os demais
bebo gua, etc.
a}':
a-y-
O caso C).
1185.
III. A) -
Em geral no h hiato:
asab
Quando a o ou li se justape a ou e (tnicos ou no), pode inserir-se um u ou g{i eufnico: o-gil-ar: le o toma o et ou ,ogu-et: seu corpo poro-gu-e-ra-s: levar puar ou puguar: atar; enrolar
1186.
MONLOGO
DE GUAIXAR
P.
Jos
(DIABO)
(1534-1597)
E A SAUDAO LACRIMOSA
DE ANCHIETA GUAIXAR
6.
1.
Xe anho co taba pu'pe aico erecoaramo uitecobo. xereco rtlpi imoingobo, que UJ ao mamo amo taba rapecobo.
L}~lY.lVJ
.lJr1..n ..DV'::>L1..
12.
42.
17.
Angari ayoub aba coti, taxererobiar, uijabo. Outenhe Xi? peabo abare yaba cori Tup reco ntol1weguc:bo, Oicobe xepitiboanalnete xe piri mara tecoara xe irunamo ocaibae tubixacatu Aimbire apiaba moangaipapara.
Senta-se numa cadeira, e vem uma velha a chor-Io, e le ajuda-a, como fazem os ndios, e ela, depois de o chorar, achando-se enganada, diz: VELHA
48.
22.
27.
54.
32.
lu, Anhanga pico ri! xe moafute inema m xe menduera ipo rei Piraca amiri aeco ixupe bi.
Fala com le:
59.
37.
Yemoir, morapiti, you, tapuija rara, aguaa, l11,Oropotara manhana, iguaragi naipotari aba ejara.
De poxi ui, dereuixo cori xerelninduune, xenho aupacatune queiebe naco airU1JLO, taone gui, tacaune.
E foge.
De acrdo com a reproduo fotogrfica, fazem-se aqui igeiras es edio diplomtic do Museu Paulista: tec,oPiatl, q!wiebe, mais insignificantes, de acentuao e pontuao.
LIO
62.11
NOMENCLATURA
1187
arv:';nas
DE PARENTESCOS
Para os povos naturais, o parentescO' baseia-se nO' nos laos de sang-ue, mas tambm na funo sociaL A nomenclatura reflete essa maneira de ver. Levam o mesmo nome todos os parentes que ocupam mesma o que se chama par~ntescO' classificaposio relativa. trio. A nomenclatura depende, em grande parte, da organizao social de cada pOVO'.
Os tupis observavam a descendncia patrilinear. O seu sistema de parentesco era !bilateral, i. , implicava relaes simtricas de ambos os lados, paterno e materno. De acrdo com o esquema de LOVIIE, era um sistema bifurcado misto, pois identificava metade da linha colateral com a linha reta: o irmo do pai tem o mesmo nome (e funo social) que o pai; enquanto que o irmo da me tem nome (e funo) diverso. A irm da me tem o mesmo nome que a me, diverso do nome da irm do pai. O irmo do pai chama a seus sobrinhos "filhos" (como o pai.). A irm da me chama a seus SOiJflll h OOS "f 1 10S "( como a mae. ) E te. - . '11 LD'NIE 84 distingue quatro sistemas de parentesco, conforme os nomes q'Je se df:,oao pai, ao irmo do pai e ao irmo da me: 1.0) Sistnna de gera0a: os trs tm o mesmo nome de "pai"; 2.) Sistema bufurado misto: os dois primeiros tm o nome de "pai": o terceiro tem nome diferente; 3.) Sisi(!'filII bifurcado colatertl: cada um dos trs tem nome diferente; 4.) Sistem-lI! linear: os dois ltimos tm o mesmo nome, diferente do de "pai".
E:m geral,
'::'~-,":';i,>-"
<,;;~~!:
,"''>
~,'"
o::
L
27
1188.
So os seguintes bs e1ern~l1tp? (Ie', cJssf'ficao: sexo do ego)' 2.0) sexjo do pa,rie; '3.0) :'~~xo do pa~
L_h""
i
>~~=~~_~~=_~_._
r::;~~~4~'2~2------------:::L""-E-M70~S-B""-
~-A-R~B-O-S~A------~---
rente intermedirio; 4.0) gerao do parente; 5.0) idade do parente em relao do ego.
1.0)
Sexo do ego:
O homem chama ao neto e neta emi-lliin; a mulher chama aos mesmos e1}ii-arir. O homem chama a seu filho ayra e sua filha ayra; a mulher chama a ambos 11lembyra. O homem chama a seu irmo mais velho 'Jlkeyra e ao mais moo ybyra; a mulher chama a O homem chama sua irm, tanto a mais velha ambos kybyra. como a mais moa, end}'ra; a mulher chama mais velha ykera, mais moa pykyyra. Etc.
OBS. -
do ego.
2.0)
Sexo do parente:
O homem chama seu filho ayra e sua filha ayra (mas a mulher chama membyra tanto ao filho como filha). Tanto o homem como a mulher chamam a seu pai uba e sua me sy. O homem e a . mulher chamam a seu av a11lua e sua av arya (mas o av chama tanto ao neto como neta emi-min, e a av chama tanto ao neto como neta emi-arir). Etc.
3.0) Sexo do parente intermedirio: ,o homem e a mulher chamam ao irmo ou primo de seu pai com
o mesmo nome de pai uba; e irm ou prima de sua me com o Vice-versa, o homem chama ao mesmo nome de me sy (ou syyra). filho ou filha de seu irmo com o mesmo nome de filho ou filha ayra ou ayra. Ao passo que tanto o homem como a mulher chamam irm de seu pai a::c e ao irmo de sua me tutyra. Igualmente, o homem chama ao primo mais moo (filho do irmo do pai) com o mesmo nome de irmo mais moo ybyra; ao primo mais velho (filho do irmo do pai) ,com o mesmo nome de irmo mais velho ykeyra; prima (filha do irmo do pai) com o mesmo nome de irm endyra. Assim tambm, a mulher chama a seu primo (filho do irmo do pai) com o mesmo nome de irmo kybyra; prima de mais idade com o nome de irm mais velha ykera, e de menor A noidade com o mesmo nome de irm mais moa pykyyra.
---------,--------------,---------------- ....
CURSO
DE
TUPI
ANTIGO
423
menclatura diferir se o primo ou prima forem filhos da irm da me, da irm do pai, ou do irmo da me.
OBS. Parentesco paralelo aqule em que entram em jgo dois.irmos do mesmo sexo. Irmos paralelos so dois ou mais irmos (vares) ou duas ou mais irms. Tios paralelos so o tio paterno e a tia materna. Primos paralelos so os filh0s ele eloisirmos homens ou ele duas irms. Quando os irmos so de sexo diferente._ h: parentesco cruzado; p. ex. tio materno: tia paterna; "rimo ou nrima) filho (ou filha) do irmo da me ou da irm do pai. - Os Tupis distinguiam o parentesco paralelo do cruzado. No se pode contestar, porm, que davam certa nfase ao parentesco paralelo com intermedirio masculino, - de acrdo com a sua concepo de que s o homem era verdadeiro Drog-enitor. e no a mulher, mero receptculo do grmen masculino. Essa distino importante no casamento. O tio paterno Cu.ba) substitui o irmo falecido, casando-se com a viva. Em nenhuma hiptese se casa com a filha (I" s~u irmo. a Que tan+m chama "filha" aiyra. J o tio materno (tt~tyra) o candidato natural filha de sua irm ou prima (ietipera), podendo inclusive dispor dela e ced-Ia a outrem. E deve ser ouvido a respeito de seu caS8.mento. Em Cd.SO de orfandade, tem o dever de desDos-la. Em segundo plano, vm os seus irmos mais moos, os filhos dstes e os outros parentes cruzados. 2) Tio paralelo = pai; tia p. = me; sobrinho p. == filho; sobrinha p. = filha; primo p. = irmo; prima p. = irm.
C
-1)
4.0)
Gerao do parente:
O homem chama a~Jra a seu. filho, ao filho do irmo e a0' filho do primo (ste, filho do tio paterno), e a~'\Jra sua filha~ filha de seu irmo e ao filho do primo (ste, filho do tio Daterno); a mulher chama 111embyra ao seu filho ou sua filha e ao filho ou filha de sua irm ou de sua prima. O homem e a mulher chamam uba a seu pai e ao irmo ou primo do pai, e sy sua me e irm ou prima da me. O homem chama emi-min a seu neto ou neta e aos tretos ou netas de' seu irmo ou primo. A mulher chama emi-arir a seu neto ou neta e aos netos ou netas de sua irm ou prima. O homem e a mulher chama ary~a sua av (paterna Y e irm ou prima tanto do av como da av.
5.)
O homem chama ykeyra a seu irmo 011 primo (filho do tio -paterno) mais velhos que le: ybvra ao irmo ou nrimo (filho do tio paterno) mais moos que le; endyra irm ou prima (filha do tio paterno) . A mulher chama kyb'Vra a seu irmo ou Drimo (filho do tio paterno) : 'Vkera sua irm ou prima de maior idade que ela; pykyyra sua irm ou prima de menos idade que ela; pykyyra :sua irm ou prima de menos idade que ela.
_':c",";'
-:':'":---------....,....,.-..-.----------------------_-
424
LEMOS
BARBOSA
OBS. Dentro do respectivo sexo, havia uma gerao entre a do ego e a dos pais, e mais uma entre a do ego e a dos filhos, i. , a gerao dos irmos mais velhos (para o homem) ou das irms mais velhas (para a mulher) e a gerao dos irmos mais moos (para o homem) ou das i1ms mais moas (para a mulher). No havia diferenciao lingstica, ba-
o comportamento de qualquer irmo para sexo irm vice-versa) era seada na id,ade, quando os irmos eram de com adiferente. (e O que se explica:o mesmo, sbre as irms. independentemente rdade da idade. Todos os irmos tinham grande auto-
I,i
':1'
raa
(da mulher)
1. anama. Em guar., h tambm am "parente prximo" (MONTOYA, T esoro 32v). Falta documentao para o tupi. 2. m. - "aliana; aliado; amizade, amigo; contrato; trato; troca; scio". A princpio aplicar-se-ia ao parente por adoo ou aliana (costume tupi), estend~ndo-se depois a todo parentesco. - M deve ter sido v. trans. "aliar, contratar; pactuar", pois subsiste o reflexivo nhe-m "aliar-se; fazer pazes; fazer troca, comprar, vender", etc: a-nhe-m nde aoba r-es-ne (MoNTOYA, Tesoro 230): darei outra cousa em troca de tua roupa; a-nhe-mu s-es (ib.): fao troc.a com le. H tambm o substantivo nhe-m "aliana; pazes". O verbo mondar ou melhor mundar "furtar" composto de m ar, lit. "tomar ou retirar o MONTOYA, Catetrato". Tambm mundar "suspeitar; ter .cime de". cismo 320, define mu "pariente lej ano, y amigo, com quin trata y conversa". 3. atuasaba e (ie-) kotyasaba. - LRY 258 acentua a distino entre atuasaba e kotyasaba. O primeiro "significa perfeita aliana ... tanto que os haveres ... so comuns. Todavia no podem haver a filha nem a irm dos seus aliados. No assim o outro trmo, maneira delicada de chamar algum por outro nome ... ". Mas VREUX 142, 242 diz positivamente que atuasaba o "compadre" ou "aliado por hospitalidade" com direito filha da casa. Era chamado tambm ayra "filho" ou aiybe'na "genro". O que acolhia um hspede chamava-s~ mosakara.
CURSO DE'rUPINTIGO
425
CONSANGINIDADE
1190.
EGO
HOMEM
EGO
HOMEM OU MULHER
EGO
MULHER
tutyra: irmo da me; primo da me; primo (filho do irmo da me) ai:r : irm do pai; prima do pai syyra:
irm do pai;
do pai
(t): irm, filha da irm da me; filha da irm (tdas mais velhas que o ego) ykera kybyraS
e6 :
prima
ykyra
irmo; filho do irmo do pai; filho do irmo (todos mais velhos que o
(t):
ego)
endyra
( t):
irm;
asykuera4:
irmo;
prima
ybyra6 (t): irmo; filho do irmo do pai
426
LEMOS
BARBOSA
EGO
EGO
MULHER
ayra (t): filho; filho do irmo; filho do primo p. paterno a1,yra (t): filha; filha do irmo; filha do primo p. paterno iyra7: filho da irm; filho da irm ou do irmo do pai; filho da prima; filho da av 1,etipera: filha da irm; filha da prima; filha da tia e-mi-min9 (t): neto, neta; neto ou neta do irmo ou irm e do .. pnmo ou pnma
BSERVACES
penga:
e-mi-arir9
No h designao para primos cruzados. Os paralelos se confundem com os irmos (por vzes, com os sobrinhos). O parentesco paralelo mais preciso, sobretudo o masculino, O parentesco cruzado, especialmente com intermedirio feminino, imediato do ego, nem sempre claro. Nesta abra, "primo" ou "prima" entendem-se paralelos, salvo indicao contrria. 1. ou amyfa (t) , Em guarani, para o irmo ou primo do pai reserva-se ubyra (t), correlato de syyra. 3. Os autores no estendem sy irm e prima da me. Mas REsTIvo, Frases 597, registra o uso. Entende-se melhor, assim, o paralelismo com uba. 4. Lit. "o que foi pedao"'. Aplica-se aos verdadeiros irmos, de ambos os sexos. 5, Quando o irmo casado, pode-se dizer uke-mena, lit. "marido da cunhada". 6. yby-kyra (t), "irmo ,caula (do homem)"; kyby-k}'ra "irmo caula (da mulher)". 7. Iyra (n. 253) engloba vrios graus de parent'sco cruzado do homem: sobrinho, tio, primo. Usa-se tambm para enteado do homem, 8, O VLB e o Catecismo de ARAJO do membyr-ays para sobrinho (filho da irm ou prima) da mulher, e memby-kunh para a sobrinha correspondente. Mas MONTOYA, Tesoro 219-220, traduz tambm como "filho" e "filha". 9. e-mi-min e e-mi-arir originam-se de particpios passivos (n. 773). Donde *min e *arir devem representar verbos alterados. Desde logo, compostos de r ou n(ng), que figuram em nUm'rosos verbos transitivos (n. 1176). interessante aproximar, por um lado, men "fornicar" e ar "nascer" (p. ex. membyr-ar "dar luz"), por outro, amyfa (min, alis min) e aryfa (arir).
CURSO DE TUPI
ANTIGO
AFINIDADE
1191.
ECO HOMEM
atuuba1 (t):
ECO HOMEM OU
MULHER
ECO MULHER
menduba2: pai do espso; irmo do pai do espso; primo do pai do espso
pai da espsa; irmo do pai da espsa; primo do pai da espsa ax (t): me da espsa; irm da me da espsa; prima da me da espsa esps,a mcengaba: psa aty5 ( t): espsa g,"1am~6: espsa
e-mi-reko4 (t):
espso, esmena:
espso
tutyra : espso da irm do pai ou da prima do pai ax: espsa do irmo do pai ou do primo do pal
yk-mena
ykyyr-aty (t): espsa do irmo ou primo ou sobrinho paternos mais velhos que o ego ybyr-aty (t): espsa do irmo ou primo ou sobrinho paternos mais moos que i() ego e-mi-rek-ykera (t) :
(t): espso da irm ou prima .ou sobrinha mais velhas que o ego pykyy-mena: espso da irm ou prima ou sobrinha mais moas que o ego uke: espsa do irmo; ou do filho do irmo da me; espsa do irmo do marido 11I/,en-ykeyra: irmo ou primo (filho do ir-' mo) mais velhos do espso
L~.MOS
EGO
HOMEM (t) :
EGO
MULHER
e-rni-rek-pykyyra
espsa do filho da irm; espsa do filho da irm ou do irmo do pai; es, psa do filho da pri\ ma; espsa do filho I da av
iyr-aty: ,I etip mena: espso da
-1
peng-aty:
fi
,1
.I
1. Composto de aty (t) e 'uba (t) "pai da espsa", com assimilao do y. 2. Composto de men (a) e uba (t) "pai do marido". 3. Composto de men (a) e sy "me do marido". 4. Etimolgicamente, "a que possuda" (n. 782). 5. No tupi histrico, parece que s se empregava em composio. Mas devia ser a forma primitiv8. para "espsa", suplantada pelo circunlquio e-mi-r-ek . . No dialeto tapirap, ainda corrente che-ranty "minha espsa". 6. lit. 1 "velha", forma afetivo-jocosa: xc guaimi "minha velha". 7. Em alguns lu1
I prima .. espso da irm como da mulher)". So ou aiy-mena "marido irmfilha gares (tanto do homem ou prima". Em ou 8. Vicente "espso da da (do h.)". 9. ou ay-taty.
~iI========
CURSO
DE~Upr
ANTIGO
4:
VOCATIVO
1192.
Alm dos nomes descritivos de parentesco, h algumas formas vocativas, especialmente para os graus mais prximos:
ECO
HOMEM ECO HOMEM MULHER OU ECO MULHER
pai1:
a2:
mame!;
pi8:
.:re 4:
mi:
mano! mana!
so-
ta6:
senhor!
taPll:
senhora!
"
4jU
LEMDS . BARBOSA
verde", temos kyra "gente nova, criana, garoto" (VLB 403). Em composio com ai e nasalizado: k:yn-ai; por afrese n-ai. Ky- seria diminutivo. Hipteses, que no explicam por que sses trmos se reservam ao ego mulher. 11. tauP, taP: ANCHIETA distingue "senhora" taup (ego h.) e taP (ego m.). VLB ignora taP: refere-se a taup no sentido de "mana" e de "senhora". 12. it, tit, gua: no sabemos se se aplicavam sobrinha paterna. No provvel.
1193. Os nomes de parentesco, em geral arcaicos, so de difcil decomposio, mesmo porque aludem a conceitos sociais que no nos foram transmitidos com suficiente clareza. 1194.
Observe-se que alguns dles apresentam flagrantes relaes com nomes de partes do corpo humano.
GABRIEL SOARES 370 j anotara que, para os tupis, o filho sai "dos lombos do pai". As:-;k-uera "irmo, irm" literalmente significa "o que foi pedao". Xe "minha glande" em sentido figurado "meu irmo" (CASTILHO 27; VLB 287; cfr. MARCGRAVE77). MONTOYA,entre outras tradues 2 para "parente" serve-se de derivados de i' -aok "separar-se, dividir-se": xe 'i'-aok-ag-uera (Tes. 182v. ad.) : "eu sou parente dle"; %e r-u' i'-aok-ag-u' nde Ob.): "s meu parente prximo, por parte de meu pai". Cfr. ib. 401v.j395v. LRY informa que havia o costume dehc.ado do chamar os outros por nomes como "minha perna", "meus olhos", "minha orelha", etc. Xenambi, lit. "minha orelha" 'era o nome do filho de um principal de Tapuitapera, refere EVREux 349..
1195. Urna anlise etimolgica anotar a freqncia do elemento yra: ayra, ayra, membyra, ykcyra, ybyra, endyra, kybyra, pykyyra
em guarani kypyy(ra) tutyra, syyra, ubyra, yra, alm de ykera, e tp era, que bem podem provir de ykeyra, etipe'yra.
-----~-
CDR--~'-h
TYI?
'l'TTDT
A "T'r'lf
n-
43'1
~
e ub-ym. Quase isolado, figura em iyra, nome vago de vrios parentescos cruzados do homem: tio, sobrinho, primo. O inicial poderia ser o prefixo da 3.a p. - que de fato no se repete antes de iyra (n. 253) - no fsse a existncia das, formas :ce r-iyra, nde r-iyra, etc. A soluo talvez dependa do modo de encarar a origem do r-o Se vestgio de uma preposio, como ri (n. 238 Obs.), temos :ce ri :yra, "minha parte", "meu parente", lit. "parte referente a mim" (h exemplos de lnguas que pedem o possessivo regido de preposio).
o elemento
Tem-se a impresso que yra devia significar algo como "parte, poro, fragmento, complemento, acompanhamento", etc.:
:ce sy-yra "parte ou pedao de minha me" (=tia); :ce r-yk-yra "parte do meu lado" (=irmo, etc. mais velhos). Ayra, alm de "smen" e "filho", significa "cousa pequena ou tenra" (MONTOYA, Tes. 351/345; VLB 297, 344). Membyra, apesar de certa dificuldade fontica, deve provir de men(a) e yra "parte do marido", consoante o conceito tupi de que s o pai tem parte efetiva no filho. Mais incerta a decomposio de ayra. Sem querer lembrar "glande" - pois no leva prefixos de classe - observe-se que todos os nomes de partes sexuais, tanto do homem como da mulher, comeam por a- e levam prefixo de classe, excetuados precisamente os ,compostos de .
Assim, iyra seria a "parte" ou "parente" no seu sentido mais vago e distante - ,coincidindo exatamente com o parentesco cruzado, o menos importante - em confronto com os parentescos mais prximos, relacionados com as partes do corpo.
(1566-1632)
1196.
Conserva-se a ortografia ~ a pontuao original. Tanto esta como a acentuao so, por vzes, duvidosas. A traduo de ARAJO, atualizadas apenas a ortografia e a pontuao.
1. Abar morececoramo, ymoingoPra, am ab abe mocoi robaqu omend.reimbae: nomendar. I catub ab omed amoa Abar robaqu, Abare ogoerecora remil1l,otra rupi.
No ficaro casados os que se receberam diante do clrigo que no era seu pastor; com licena dste, podem casar diante de outro. 2. Gomimotareimgtu ojuc u, coipo b ogoerec!J memo ete u onheangobo omendarba: coipo oguba, oc, omut1 ogoere-
*) V. nota p. 408.
N o111endari: emo-
que casa com mdo da morte ou de algum grave e ruim tratamento, ou contra sua vontade, por fazer a do pai, me ou parente, que o faz casar, no fica casado: h-se de apartar.
3. Cunh reryabapara eemi1notarema rupi, cece mend potnhe, ndeicatui cece omend, 1nimbpe cerec pucui, coipo ceroyebireima pucu.
o que furtou alguma mulher, contra a sua vontade, com inteno de casar com ela, no pode com ela casar, enqu.anto assim a tiver e a no restituir.
4. Omendaragora recberemebe, ndeieatui omend amoae rece coepe ce agorareraponeme Abare cerecora a tececocu'ab.
Nenhum dos casados pode tornar a casar, enquanto correndo fama de sua morte, o cura far seu ofcio. o outro for vivo;
6. Oendra, oquibra, oaccoera reee ndeieatui ab omend: arubib3 oe11dra4, oquibra5, oaccoera remimonhanga rece ab mendra, oy irunundic6 yeapic cicpe.
No pode uma pessoa casar com seu irmo, nem com algum descendente no quarto grau.
7. N deicatubei tbra, tquera piqura poromonhanga oyoara, oyo ara rec omend: anga poromonhanga abe oyoirundic7 yeaPc cicpe, ndeicatubei omend, oya c.
No podem casar os primos ou primas com irmo (sic) irms, at o quarto grau. filhos de irmos ou
omend
gomierwera
rere,
com o por
le batizado,
9. Abar, coipo a111ab pri morerocarora, ndeictui goemierocora rec, Tuba, coipo y xi ret tiru ndeicatui.
omend
CURSO DE TUPI
ANTIGO
com seu afilhado
433
O padrinho ou madrinha da pia no pode casar afilhada, nem com seu pai e me. 10.
ou
omend.
reraora
ndeicatui
cece
nem com
11. Tiaiue xemena, coipo xeremiree, coipo tiaiucauear, ereme tiam~ndar yande yoce, yara omna, coipo goemiree iueareme, eoipo ynheengarupi am ab yit~croire, ndeicattt oyoc omend: noiC' yxoe yepe, oyoee, aypo tee angomna8 reee onhenwng-et emebe, eoipo aroire.
Os que se concert,aram para matar ou mandar matar a mulher ou marido de um dles mesmos, seguindo-se a morte, no podem casar um com o outro, ainda que no houvesse cpula precedente ou subseqente ao tal concrto.
12. M endra ymongaraibiprema tiajue xe11iLna, coip, xeremireeo eoipo tiaiucaucar,. aereme tanhemongaraibuene, nde reee xe1nend yanonde ymongaraibPra upe, jra9 ndeicatui eeee omend, yiuepiroeramo eeeroire, ndoi coixoe yepe oyoe aypo tee agoma rece onhemong-et emebe, eoiPo ae roire.
O mesmo impedimento para com o gentio ou gentia, infiel, que, por se converter 'e ,casar com algum fiel, se concertou com le para a morte do marido ou mulher, seguindo-se a tal morte, no podero casar um com o outro, ainda que no houvesse cpula, etc.
13. Omna, eoipo gomiree jueara eoiPo yjueueata10, tamendne nderece, oyo oee obic-ba upe opiapenhote tiru ejara, ymomburuba yiuepiroramo eeeroir, ndeicatt oyoc omend. N doieuabixo yepe eeee obebae poetall, coipo oyoece teeorora, omena, coiPo gomirec jt,'caroramo, coipo juc vcaaroeramo c?C.
O casado que matou ou fz matar a mulher ou marido, para se casar com o que foi seu cmpli.ce no adultrio, no pode casar com le, ainda que o tal cmplice no soubesse nem desse consentimento para a tal morte.
14. M endra oyo e obcbae pora up xemena, coipo xeremirec rere, timendar yande yoe, eiba, eenhe roire, ndeieatui ce omenda.
O casado que, depois do adultrio, prometeu ao cmplice de casar com le depois da morte de seu marido ou mulher, no pode casar com o tal cmplice.
!,,"'-"7~t!.iI''<.:{~'J)---------~----Y'~,i"~"'C1''''~=;7rl'--~''--==~~~~----~-----434
LEMOS
BARBOSA
15. M endra omendba rec oicei11lebe,o y xui am rece omend ymend yebira na. mendra ru,o ymeda moeya, ree ibie-ire : onwntenhemo y medriPiagora, ndeicatui omend omend moeoi agora reee. o casado que, antes de consumar o matrimnio, se casou e .consumou com outra, nem ainda depois da morte da primeira pode casar com a segunda. 16, Omend tenhe reroe-ipira12 eeroe-ipireima reee: rir y aipenhe cenonhenetebo, emon eee agora rece.
ymenda
17. Oj!Oe omendaragoma reee nhemong-etara Tup, caipo oanga, eoipo Cruz, eoipo anhete renya ndeietui aroir arlt ae rece omend, nobie-ixoyepe oyo e.
Os que prometeram casar com outro. ou juraram de casar um com o outro, no podem
18.
rece.
Omeengabet
reneme
ab ndeieatui
omend yacieoraamo
do espso
Nenhum dos esposados pode casar com o irmo ou irm carnal ou espsa que morreu.
19, Mendra oyoe obic eimebe, am re ne11ie, ofJitbae ndeieatui omend omendabambra acieora am reee: o'\loee obic-ir, am reneme ndeieatui opitbae pora muet13, taira, taiim, eemirh-, eemimin, yepie oyoinmdic eiepe.
Morto um dos casados, antes do matrimnio consum2.c1,), no p"']e o outro casar com nenhum dos irmos ou irms do morto: se depois ,.lr. l~.atrimnio consumado, no pode casar com o parente do morto dentf-o do c,l:1rto grau.
20. M orpotrariteeara, ndeicatui omend, pora aeicora ree,o eoipo yacieara remimanhanga y xi rece.
Nenhum dos fornicantes pode casar com os parentes do outro nos primeil'os dois graus: convm a saber, com o pai e me, irmo ou irm do outro.
21. Omeengabet Piquiira, eaipo tiquem, coipo y :d, 1'3ce obie-ba neicat1 omend O meegabet rece tiru, eaiPo ~~ Xl, Y piquiir'a, tiquem rece, temiarir eoipo temimina yeapicabah2c0 o}'oirundie ccpe.
CRSO
DE
TUPI
ANTIGO
435
O frroque casa com a escrava, ou viceversa, cuidando que frra, no fica casado; apartamos aos tais, e casamo-Ios com outras.
23. Ogoerema pupe oyabe cerema rece omdrire ab am re ema pucui ndeicatui amoarece o11wnd Tup ocupe tiru'.
O que, sendo gentio, casou com outro enquanto um dles fr vivo. tal, no pode casar com outro
24. Apba cunh rece oc oag yePbac ndeicatu omd rire, oyepeanhe.
O impotente no pode casar; se casar, h-se de apartar. Catecismo
omend
(P
A 2.a ed. (1686), alm do progresso da ortografia, da pontuao e da diviso das palavras, e do acrscimo de um impedimento (o de idade), apresenta as seguintes alteraes textuais (pp. 277-281): 1. oanamet. 2. tecora. 3. Iababib. 4. okybyra. S. oendyra. 6. oiorrundyc. 7. oie'irundyc. 8. agoma. 9. l,P eira. 10. iiucaiicaara. 11. poera. 12. cerokiPyra. 13. anmet.
BIBLIOGRAFIA
ANCHIETA, Cartas 448-456; ARAJO 267-274; ID., ed. 113-117; THEVET, La Cosmographie 129-130 ed., 932-932v); SOARES DE SOUSA 367-368; 374-375; EVREUX 139-143; MARCGRAVE 276; MONTOYA, Catecismo 318-329; GARCIA 179-189; DRUMOND, Designativos 328-354; PHILIPSON 7-31; ID., O parentesco 7-17; HWAGLEY e GALVO 1-24; ID., O parentesco 305-308; FERNANDES 129-220.
(P
L/C -O 6,):'1 u, ~A
Os dicionrios podem dizer que anga significa "alma". Mas o conceito de "alma" difere do de anga tanto em compreenso como em >extenso. Ns atribumos "alma" notas caractersticas (p. ex. a imaterialidade) que no cabem no conceito indgena de anga. Por outro lado, um ndio, animista, falar na anga do vento. Etc. - Diga-se outro tanto de causas como ybaka "cu", ias'} "lua", ara "dia", "tempo"; 111an "morrer", etc.
1199. Na terrenO' sacial, j vimas cama a parentescO' abedece a princpias tatalmente diversas das nassas.
Se, p. ex., a palavra uba (t) denomina tanto o "pai" como o "irmo do pai", dar{) que ela no tem correspondente preciso em portugus. Do mesmo modo, "filho" no tem equivalente em LUP1, desde que por um lado ayra (t) significa tambm "filho do irmo sobrinho paterno" e por outro lado no abrange o filho pela materna.
437
1200 A comparao fica facilitada pelo fato de que grande nmero de conceitos culturais nossos no eram conhecidos. dos tupis.
Povo de comrcio rudimentar, baseado na troca, no desenvolveu a arte de contar, e muito menos a respectiva nomenclatura lingstica, que mal chegava a 4. Ignorava verdadeiras medidas, pesos e moedas. Incipiente noo de "paga?' epy (t), ou melhor "troca", "resgate", que ainda distava do conceito de "preo" ou "valor".
Ao procurarmos traduzir um nome ou uma frase para o tupi ( o que se pede a c,ada passo de quem estuda a lngua), a preocupao inicial deve ser a de verificar se o povo que falou tupi teve conhecimento dos elementos culturais que desejamos traduzir. Seria um contra-senso verter para o tupi nomes de causas intdramente ignoradas por aqules ndios, como "rdio", "automvel", "bom dia", "viva!", etc. "Campo de aviao" por exemplo, no tem traduo em tupi, 'Pois os ndios tupis no conh'Cceram o "avio". :!'vIas, no se pode encontrar }!g'-beb "canoa-voadora"? A uma traduo para "avio"" suponhamos: expresso compreensvel e talvez os ndios a viessem a usar, se tivessem tido conhecimento do avio. Como tambm poderiam traduzir de outra forma, p. ex., giyr-giasu "pssaro-grande", ou adaptar a palavra portugusa. O certo que essas expresses, no sentido que se lhes d, no so tupi. Podem divertir, mas carecem de valor lingstico. Estudar tupi investigar a lngua que os ndios realmente falaram e no excogitar como a falariam hoje. Proceder de outro modo falar portugus ... com palavras tupis.
SRES DELIMITADOS E INDELIMIT Anos Alm dessas divergncias, mais culturais, h inmeras outras que, embora de cunho lingstico, so condicionadas por uma tradio conceptual prpria. Assinalamos aqui apenas algumas.
1201
As lnguas ocidentais costumam distinguir lingistkamente duas espcies de, nomes: 1.O) nomes de sres delimitados ou indivduos (p. ex., homem, cu, arco, etc.); 2.0) nomes de massas ou sres indelimitados (p. ex., gua, carne, farinha, ar, madeira, cabelo), cujas partes podem verificar tambm a natureza do todo.
Para individuar ou delimitar stes ltimos nomes, nossas lnguas recorrem a locues em que entra um nome de cousa limitada (p. ex. copo, poro, feixe, litro, gro, fio, etc.), ligado ao nome da "massa" pela preposio "de";
"43'S
eMOS
BARBOSA
.,
"copo dgua", "feixe de lenha", "um pouco de ar", etc, Se a "massa" se compe de unidade indivisveis como tais (p. ex. feijo, integrado por gros; cabelo, integrado por fios, etc.) , o primeiro trmo dessas locues ser o nome da unidade (gro de feijo; fio de cabelo). Se a "massa" homognea (gua, carne, ar, etc.) , o primeiro trmo pode ser um nome de "parte" ou "continente" ou "medida" e a massa figurar como "todo" ou como "contedo": "pedao de carne", "punhado de farinha", "litro de leite", etc. Por um processo anlogo, formam-se expresses como: "um pouco de espao", "um metro de largura", "um instante de tempo", etc.
Em tupi, como em geral nas lnguas indgenas, os nomes de "massas" significavam tambm, de per si, as partes delimitadas, sem necessidade de recorrer quelas locues formais. Y significa "gua" em concreto, tanto a "fonte", como o "rio", a "lagoa", o "mar" e a "vazilha dgua". Abati tanto significa "milho" como "gro de milho". A ba tanto abrange "c3!belo", i. , "cabeleira", como" fio de cabelo". U" farinha" e "gro de farinha". Ignoram-se expresses como "copo dgua", "vazilha de farinha", etc.
Existiriam expresses como "pedao da ,carne", "feixe de lenha", "cesto de frutas", "gro de milho", no seu sentido literal e descritivo, no como partitivos.
TEMPO
E ESPAO
1202. Nossas lnguas costumam objetivar e substantivar noes mais ou menos abstratas ou acidentais como tempo, esp.ao, distncia, direo, fra, inrcia, tamanho, poca, etc., equiparando-as gramaticalmente aos outros nomes de sres concretos ou independentes. Nornes como "primavera" podem ser sujeito e objeto de afirmao. Dizemos: "a primavera chegou", "aprecio o vero", "o inverno frio", ,como diramos "o barco chegou", "aprecio o orador", "o glo frio". Dizemos: "a distorso da lmina causou a ruptura da ala", como quem diria "o boi derribou o toureiro". Contamos meses e anos, dias e horas, metros e lguas, como se fssem sres indivduos. O tempo e o espao nos aparecem lingsticamente como uma "massa" indelimitada, que preenche o vcuo do nada anterior e posterior ao movimento e para l da ltim,a realidade material; massa que se compe de dias, horas, metros, quilmetros. 1203 Em tupi, a palavra ara abarca confusamente nossas noes de "tempo, temporada, quadra, dia; sol; luz (solar); mundo, espao; entendimento, jUzo".
Ara o tempo-espao real, no parecendo estender-se ao imaginrio. Aplica-se tambm s partes ou delimitaes do tempo-espao
r-,
"massa", como "temporada" ("tempo das guas", etc.), "dia", norama", etc. O "tempo-espao" no , porm, segmentado em anos, horas, metros, etc.
1204.
CURSO DE TUPI
ANTIGO
Os missionrios aproveitaram-se de conceitos conexos, como a volta do "inverno" ou "frio" roy (tupi meridional e guarani), a colheita do "caju" akau (tupi setentrional), o aparecimento das "Pliades", Seixu (tupi meridional e setentrional). daro, porm, que os ndios no tinham noo do ano solar. Conheciam os fenmenos peridicos do ano, <comoas estaes, as quadras de plantio e colheita, mas no seccionavam o tempo base delas.
HANS STADEN 102, 157 refere-se duas vzes a pir-kae "peixe-sco", i. , poca da seca do peixe, quando o parati, saindo do mar, sobe os rios para a desova, o que a,contee no fim do inverno. O acontecimento esperado com preparativos vrios e marca o tempo de expedies de pesca e guerra.
OBS, V-se que, para os tunis, o tempo est concretizado em acontecimentos, diferena dos nossos hbitos de regular os acontecimentos e agenda por uma prvia diviso do tempo.
Dicionrio
Brasiliano
e Portugus
158 informa:
"Acaj-royg - o ano. Como esta rvore s d uma vez fruto ao ano, contra o costume das outras >Quedo sempre ou repetem, mOveu os ndios a contarem a sua idade pelos caroos que todos os anos se colhem e guardam, com muito cuidado, em um pequeno cesto :feito para ste fim, onde cada ano lanC'am uma castanha. Tambm ,contam o ano pela constelaC'(to das Pliades. Veia-se a palavra Ceixu. Como talvez os de agora no contem a sua idade com os caroos, bem ser que se fale em pretrito."
reflete
influncia
europia,
visvel
1205
A peridiocidade rigorosa das fases lunares no podia passar despercebida. Entretanto, nenhum, nome corresponde nossa "semana", seja como parte do ms, seja como conjunto de sete dias.
,-...-
. 440
LEMOS
BARBOSA
1206.
Ara "dia" no abrangia a noite, mas apenas o lapso de tempo entre o nascer e o pr do sol.
Ara tambm significava" sol" (VLB 203), tanto quanto k-ara ou kuara "ste dia" (VLB 305, 346). A seqncia de accepes parece ser: dia, luz (do dia), sol, tempo, mundo (visvel luz do dia), espao; luz mental (com que vejo ou entendo o mundo), juzo, entendimento. A noo indgena de "mundo" era modesta, de acrdo com a limitao dos seus conhecimentos geogrficos. Mas os documentos afirmam que os tupis tinham grande conhecimento do serto e at avanadas noes corogrficas. - Existem os nomes do "oriente" kiara (sy) semb-aba, e do "poente" kuara(sy) r-e-ik-aba. No h os conceitos de "norte" e "sul".
1207. intil acrescentar que no se distinguiam segmentos menores de tempo, como "hora", "minuto", etc. Assinalavam-se certas fases caractersticas do dia ou da noite, como a manh, a tarde, o meio-dia, etc., baseando-se nos fenmenos visveis, tal como ficou dito do ano. Mas essas fases no dividiam o dia em partes; apenas, acentuavam os seus momentos mais perspcuos.
Pode-se dizer que o tupi no objetiva tanto o tempo, quanto as cousas no tempo.
1208 O tempo, mais adjuntivo do que substantivo. Exprime-se menos por nomes do que por partculas "temporais" ou por sufixos adjuntivos, como saba (n. 799). O mesmo-vale do espao e lugar, que figuram de preferncia como "locativos".
1209. No parece que em legtimo tupi se concretizassem nomes de lugar a ponto de us-Ias como sujeito e objeto de orao. Frases como "Reritiba formosa", "Gosto de Reritiba", no s.o de feitio nativo. Os nomes de lugares aparecem tambm, mais como adjuntivos: "Estou em Reritiba", "Vou para Piratininga", "Venho de J aguari", etc.
1210. Pelo seu prprio sentido, correspondente a "em", U a", "para", a preposio -p? acompanha freqentemente os toPnimos. O que contribuiu para
~._--_._-
- - ._~_.-
-- -'---.'~-;a.~~_._-~'.~-~...L~",-:.o.~~-"""~'"""...-:r","""
.. ,,,,: "
..... _____..._
que fsse tomada como parte dles pelos colonos. Eis por que inmeros nomes geogrficos brasileiros a trazem incorporada: Acampe, Amuape, AratuPe, Caupe, C.Otegipe, Guararape, Iguaguaitpe, Iguape, Inhambupe, Itapc, Itapagipe, lacnPe, laguaripe, Mamanguape, Manguape, Mapendipe, Maracape, Maragogpe, Mwrangilape, MeguaPe, MeruPe, Mucuripe, Sergipe, Suaupe, etc., alm dos casos em que houve abrandamento do p: Beberibe, Cama" ragibe, Capiberibe, laguaribe, Penlbe, Piragibe, Pirangibe, etc.
12110 Para referir as causas no tempo, falta de maior preClsao lingstica, deviam servir aos tupis os mesmos recursos usados pelos atuais tapiraps, que falam um co-dialeto puro:
.. Como no smente as computaes, mas tambm as denominaes diretas do tempo nunca deixam de ser abstratas, convm mentalidade dos Tapirap usar, principalmente, designaes indiretas baseando em fenmenos concretos a indicao de trmos passados e futuros. Assim marcam o tempo do dia, estendendo a mo em direo posio que o sol ocupava ou ocupar no momento em questo [ ... ] Se acontecimentos se deram h semanas ou meses, os tapirap os determinam cronolgicamente, demonstrando com a mo o grau. do desenvolvimento de certas plantas nas pocas em questo, por exemplo, a altura do milho ou da cana de acar. Tendo passado j anos, o narrado r tapirap estende a mo na altura que certa pessoa tinha alcanado naquele tempo, sendo esta pessoa, em geral, o prprio narrador, quando sua idade o habilita para tal demonstrao. Se le tem crca de cinqenta anos, tendo deixado de crescer, por isso, h decnios, mas queira indicar um trmo passado h .cinco anos, servir-lhe- uma criana de cinco anos para cima."
(BALDUS
93).
Para caracterizar a impreciso lingstica do tempo em tupi, baste lembrar que as palavras kes "ontem" e oirand "amanh" podem ser empregadas vagamente no sentido de "h tempo" e "futuramente". H, em cmbio, a distino entre oie "hoje (passaMas ste aparece na lodo)" e kori ou kuri "hoje (futuro)"o cuo kori ko-me "amanh de manh", lito "hoje (futuro) de manh". BIBLIOGRAFIA
BALHUS
HOIJER
554-573.
EDIES
CITADAS
(*)
ABBEVILLE
(CLAUDE D') Histria da Misso dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranho e Terras Circunvizinhas; em que se trata das singularidades adl1iirveis e dos costumes estranhos dos ndios habitantes do pas. Trad. de Srgio
(S.
(LUCIEN) Matriau::c pour servir l'tablissement d'une gra'Jlfimaire ocmpare des dialectes de la famille tupi. Bi-
J. Maison-
NOGUEIRA (BATISTA CAETANO) Esbo- gramatical do Abne ou lngua guarani, chamada tambm, no Brasil lngua tupi ou lngua geral, prPriamente Abaneen,qa. Anais da Bi-
blioteca Nacional do Rio de Janeiro, voI. VI, pp. 1-90 (Rio de Janeiro, 1879).
- Apontamentos sbre o Abanenga, tambm chamado guarani ou tupi ou Lngua Geral dos Brasis. Pri11ieiro Opsculo: Proleg'tncno. Ortografia e prosdia. MetaPlasmos. Advertncia com um e::ctrato de Laet. I n Ensaios de Cincia.
I
i
(Rio de Janeiro,
Idem. Segundo Opsculo: O Dilogo de Lry. preliminar. O dilogo. E::cPlanaes. 1n Ensaios de Cincia. Julho. F. lI. Brown & Evaristo, Editres
vU.l~--D.D
~ U.L.L
L1..L"t .L-ruv
- Vocabulrio das palavras gu;aranis ttsadas pelo tradutor da a Conquista EsPiritual)) do Padre. A. Ruiz de M ontoya. Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vaI.
a CARDIM, . v. q
- Manuscrito g1wrani da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro sbre a primitiva catequese dos ndios das misses,
composto em castelhano pelo P. Antnio Ruiz Montoya, vertido para o guarani por outro padre jesuta, e agora publicado com a traduo portugusa, notas, e um esbo gramatical do abfie. Anais da BibliDteca Nacional do Rio de Janeiro, vaI. VI (Rio de Janeiro, 1879). ANCHIETA (JOSEPH DE) Arte de Gramtica da Lngua mais Ed. fac-simiI. da Biblioteca Nausada na Costa do Brasil.
J a-
- Auto representado na festa de So Loureno. Pea trilnge do sc. XVI, transcrita, comentada e traduzida, na parte tupi, por M. de L. de Paula Martins. Museu Paulista. Documentao Lingstica, 1. Boletim L Ano I (So Pau-
lo, 1948).
Publicao da Academia Brasileira de Letras. Livraria Civilizao Brasileira, S. A. (Rio de Janeiro, 1933). - Poesias Tupis. Vi de PAULA MARTINS. ANNIMO- Vocabulrio na Lngua Braslica. Manuscrito portugus-tupi do sculo XVII coordenado e prefaciado por Plnio Ayrosa. Coleo do Departamento de Cultura, vaI. XX (So Paulo, 1938).
mes. Cartas, Informaes, Fragmentos Histricos e Ser-
ARAJo (ANTNo DE) - Catecismo Braslico da Do%trina Crist. Ed. fac-similar de Jlio Platzmann. B. G. Teubner (Leipzig,
1898).
_ Catecismo na Lng%a Braslica. Reproduo fac-similar da l.a edio (1618), com apresentao pelo Pe. A. Lemos Barbosa. Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro (Rio, 1952). ARRoNcHEs (Joo DE) O Caderno da Lngua. ou Vocabulrio Portugus- Tupi. Notas e comentrios margem de um manuscrito do sculo XVIII por Plnio Ayrosa. Imprensa Oficial do Estado (So Paulo, 1935). BALDUS (HERBERT) - O conceito do tempo entre os ndios do Brasil. In Revista do Arquivo Municipal de So Paulo, voI. LXXXI (So Paulo, 1949), pp. 87-94. BARBOSARODRIGUES(JOO) - Porand%ba Amazonense (Kochiymaura porandb). n Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, voI. XIV (1886'-1887) fascculo n.o 2 (Rio de Janeiro, 1890).
_ Vocabulrio indgena comparado, para mostrar a adulterao da lngJa. (Complemento do Poranduba amazon Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, nense) . voI. XV, 2. fasckulo (Rio de Janeiro, 1892).
BETTENDoRFF (Joo FELIPE) - ComPndio da Doutrina lngua portug%sa e braslica. Miguel Deslandes
Crist na (Lisboa,
1678).
CABALLERO(R. V.) - Contribution a Ia connaissance de Ia phontique guarani. In Revue de Phontique, t. I, fase. 2 (Paris,
CASTILHO (PERO DE) -- Os Nomes das partes do corpo httmano pela lngua do Brasil. Edio de Plnio A yrosa. Revista dos Tribunais (So Paulo, 1937). DALL' IGNA RODRIGUES (ARION) Anlise morfolgica de u,/% te:rto t%pi. In Logos, ano VII, n.O 15. Tip. Joo Haupt & Cia. Ltda. (Curitiba, 1952), pp. 55-57.
- Diferenas Fonticas entre o tupi e o guarani. ln Arquivos do Museu Paranaense, vaI. IV (Curitiba, 1945), pp. 333-354. - A categoria da voz em Tupi. ln Lagos, ano lI, n.O 6 (Curitiba, 1947), pp. 50-53. - A reduplicao em Tupi. ln Gazeta do Povo (Curitiba, 31-lII-1950). - Esbo de uma Introduo ao estudo da Lngua Tupi. ln Lagos, ano VI, n.o 13 (Curitiba, 1951), pp. 43-58. - A co111posioem Tupi. ln Lagos, ano VI, n.o 14 (Curitiba, 1951), pp. 63-70. DRUMOND (CARLOS)- Notas gerais sbre a ocorrncia da partcula tyb, do tupi-guarani, na toponmia brasileira. ln Boletim XLVI da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras (So Paulo, 1944), pp. 55-76. - Designativos de parentesco e1n lngua Tupi. In Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vaI. LXIV (Rio, 1942), pp. 179-189. ECKART (ANsELMo) - Specimen linguae brasilicae vulgaris. Ed. Jlio Platzmann. B. G. Teubner (Leipzig, 1890). EDELWEISS (FREDERICO - Tupis e Guaranis. Estudos de etnoG.) nmia e lingstica. Publicaes do Museu da Bahia - n. 7 (Bahia, 1947). EVREUX (IvEs D') - Viagen~ ao Norte do Brasil. Traduo do Dr. Csar Augusto Marques (Rio de Janeiro, 1929). FERNANDEs(FLOREsTAN)- A organizao social dos Tupinamb. Instituto Progresso Editorial (S.o Paulo, 1948). FERREIRAFRANA (ERNESTO) - Crestomatia da Lngua Braslica (Leipzig, 1859) .. FIGUEIRA (Lus) - Arte de gramtica da lngua braslica. Miguel Deslandes (Lisboa, 1687). Ed. de Julio Platzmann, sob o ttulo: Gramtica da lngua do Brasil. B. G. Teubner (Leipzig, 1878). - Arte da lngua braslica. Manuel da Silva (Lisboa, 1621). HOIJER (HARRY) - The Relation of Language to Culture. In Anthropology Today (Chicago, 1953), pp. 554-573.
LEMOS BARBOSA(A.) Pequeno Vocabulrio Tupi-Portugus. Livraria S!()Jos (Rio, 1951). - J uk o paradgma da conjugao tupi. Estudo etimolgico-gramaticaI. In Revista Filolgica, ano lI, n.o 12 (Rio, 1941), pp. 74-84. - Os ndices de classe no tupi. In O Estado de S. Paulo (25-VIII-40) . - Nova categoria grmnatical tupi. In Verbum, t. IV, fase. 2, junho (Rio, 1947), pp. 67-74. _ Tradues de poesias tu'pis. - In Revista do Arquivo Municipal, voI. 128 (So Paulo, 1949), pp. 27-44. O (( V ocabulrio na Lngua BraslicaJ). Ministrio da Educao e Sade. Servio de Documentao. Imprensa Nacional (Rio, 1948). LRY (JEAN DE) - Viagem terra do Brasil. Biblioteca Histrica Brasileira, VII, Livraria Martins (So Paulo, 1941). LOWIE (ROBERTH.) - Relationship terms. In Encyclopaedia Britannica. 14.a ed., vaI. XIX, p. 84 5S. MARCGRAVE (JORGE) - Histria Natural do Brasil. Traduo de Mons. Dr. Jos Procpio de Magalhes. Imprensa Oficial do Estado (So Paulo, 1942). MARTNEZ(T. ALFREDO) Orgenes y leyes del lenguaje aPlicadas al idioma guarani. Imprenta de Coni Hermanos (Buenos Aires, 1916). MONTOYA (Antonio Ruiz de ) - Arte de la lengua guarani, ms bin tupi. (Viena - Paris, 1876). V ocabu'lario, de la lengua guarani (Viena-Paris, 1876). Tesoro de la lengua guarani (Viena-Paris, 1876). Catecismo de la lengua guarani. Ed. de Jlio Platzmann. B. G. Teubner (Leipzig, 1876). _ Manuscrito guarani, da Biblioteca N rr,cional do Rio de Janeiro sbre a primitiva catequese dos ndios das Misses,
vertido para guarani por outro padre jesuta, e agora publicado com a tradu'o portugusa, notas e um esbo gramatiAnais da Biblioteca Nacional do Rio de cal do ({ Abanee".
Janeiro, voI. VI (Rio de Janeiro, 1879). MORNIGO(MARCOSA.) - Hispanismos en el guaran. Facultad de Filosofa y Letras de Ia Universidad de Buenos Aires. Instituto de Filologa. Coleccin de Estudios Indigenistas. L (Buenos Aires, 1931). NmA (EUGENE A.) Bible translating
PAULAMARTINS(M. DE L.) - Poesias Tupis (Sculo XVI). Boletim LI da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de S. Paulo. Etnografia e Lngua Tupi-Guarani. N.O 3 (So Paulo, 1941). PHILIPSON (]) designativos Nota sbre a interpretao sociolgica de alguns de parentesco do tupi-guamni. Boletim LVI da
Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras da Universidade de So Paulo. Etnografia e Lngua Tupi-Guarani.. N. 9 (So Paulo, 1946). - ({O parentusco tuPi-guarani". Boletim LXIII da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras da Universidade de So Paulo. Etnografia e Lngua Tupi-Guarani, N.o 11 (So Paulo, 1946). E. de C. F. RESTIVO (PAULO) - Arte de la lengua guarani. Seybold. Guilherme Kohlhammer (Stuttgard, 1892). - V ocabulario de Ia lengua guarani. Ed. de C. F. Sey'bold. Guilherme Kohlhammer (Stuttgard, 1892).
Breve Noticia de Ia lengua guarani.
Ed. de C. F.
1890).
Seybold.
Guilherme Kohlhammer
(Stuttgard,
- Frases selectas, y 11i!odosde hablar escogidos y usados un Ia lengua gurni. Sacados deI Tesoro escondido que compus o el venerable Padre Antonio Ruiz de nuestra Compania de esus para consuelo y alivio de los fervorosos misioneros principiantes en Ia dicha lengua (1687) [Manuscrito,
633 pp. em 2 colunas]. SAMPAIO (TEODORO)- O Tupi na Geografia Nacional. 3.a ed. In Revista do Instituto Geogrfico e Histrico da Bahia, n.O 54 (Bahia, 1928), pp. 1-400.
1587. 3.a ed. Companhia Editra Nacional (So Paulo, r'~ s"ARES 1938). DE SOUSA (G'":~:"--~::t::O descritivo Brcuilem do ~.
STADEN(HANS) - Viagem ao Brasil. Verso do texto de Marpurgo, de 1557. Publicaes da Academia Brasileira. Oficina Industrial Grfica (Rio d Janeiro, 1930). PreffHEVET (ANDR) - Singularidades da Frana Antrtica. cio, traduo e notas do ProL Estvo Pinto. Companhia Editra Nacional (So Paulo, 1944). _ La Cosl1wgraphie Univilrselle. Pierre I'Huillier (Paris, 1575), tomo lI. In Les Franais en Amrique pendant
la deuxi(m~e moiti du XVle. siecle. Le Brsil et les brChoix de textes et notes par Suzanne Lussagnet. siliens.
Julien.
Presses
Universitaires
TOVAR(ANTONIO) - Ensayo de caracterizacin de la lengua guarani. In Anales deI Instituto de Lingstica, tomo IV. Universidad Nacional de Cuyo. Facultad de Filosofia y Letras (Mendoza, 1950), pp. 114-126. UPSON CLARK (CHARLES) languages and customs. 19suit letters to Hervs on american I n J oumal de Ia Socit des Amri-
(nouvelle srie)
(Paris, 1937),
YAPUGUAY (NICOLAS) - Sermones y exemPlos en lengua guarani. Con direccin de un religioso de Ia Compafiia de Jesus. Ed. fac-similar (Buenos Aires, 1953). \iVAGLEY (CHARLES) e GALVO(EDUARDO)- O parentesco tupi-guarani1. Boletim do Museu Nacional. Antropologia. N. 6 (Rio, 1946). - O parentesco tupi-guarani2. In Sociologia, vol. VIII, n.o 4 (So Paulo, 1946), pp. 305-308.
OBS. 1. A resenha bibliogrfica inclui apenas as obras citadas ou ndicadas no CURSO. De acrdo com a advertncia do prefcio, tomamos como norma citar to s as fontes primrias de documentao antiga e, entre os
modernos, apenas os autores que apresentem alguma interpretao gramatical prpria, de real valor. Mas a incluso de uma obra no implica em aceitao de tdas as idias defendidas pelo seu autor. 2. Na escolha das edies, demos preferncia s de mais fcil consulta, embora reconhecendo que nem sempre so as melhores. 3. Atualizamos a ortografia dos ttulos. 4. Quem desejar mais amplas informaes bibliogrficas, poder consultar, entre outros, os seguintes trabalhos:
'49
AYROSA (PLNIO) - Apontatl1entos para a bibliografia da lngua tupi-guarani. Boletim XXXIII da F3Jculdade de Filosofia, Cincias e Letras (So Paulo, 1943). CASTRO (EUGNIO DE) Relao Bibliogrfica de Lingstica Americana. Fasc. 1.0, 1 - Amerndia (Ia. srie). Publ. do Instituto Cair. Ministrio da Educao e Sade (Rio de Janeiro, 1937). DALL'IGNA RODRIGUES (ARION) lqica, v. supra. EDELWEISS (FREDERICO G.) Guaranis, q. v. Esbo ... Anlise morfoe
Bibliografia
Crtica.
1n Tupis
FURLONG (GUILLERMO) - La imprenta en Las Reducciones deI Paraguay 1700-1727 ... 1n Histria y Bibliografia de Ias primeras imprentas rioplatenses, tomo r. Editorial Guarania (Buenos Aires, 1953). LEITE (SERAFIM) Histria da C0111Panhia de Jesus no Brasil. 10 tomos (Lisboa-Rio, 1938-1950). LEMos BARBOSA (A.) - Ara poru. 1n Provncia n. 9. Editra Globo (Porto Alegre, 1947), de So Pedro, p. 39-42.
LOUKOTKA (CESTMIR) - Les langues de Ia Famille Tupi-guarani. Boletim CIV da Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras (So Paulo, 1950). MAGALHES (BASLIO DE) - ((Curso de Tupi Antigo". Prefcio obra do Padre Antnio Lemos Barbosa. 1n Jornal do Comrcio (16-II-1947). MASON (J. ALDEN) - Tho Languages of South American 1ndians. ln Handbook af South American lndians. Smithsonian
"
'450
--'tMOS "BARBO'SA Institution. Bureau VoI. 6 (Washington, of american ethnology. 1950), pp. 241-243. Bulletin 143.
MITRE (BARTOLOM) - Catlogo razonado de la seccin - Lenguas Americanas. Museo Mitre (Buenos Aires, 1909-1910).
- Lenguas Americanas. Catlogo ilustrado de la Seccin X de la Biblioteca. Museo Mitre (Buenos Aires, 1912).
PEDRO II (DoM) - Qualques notes sur la langue tupi. Apresentao e notas de A. Lemos Barbosa. n Anurio do Museu Imperial, VI (Petrpolis, 1945), pp. 169-188.
RIVET (PAUL) - Langues de l' Amriqu'e d~t Sud et des Antilles. 1n Les langues du Monde, par un groupe de linguistes (Paris, 1924), pp. 687-693. RIVET (P.) et LOUKOTKA (C.) - Langues de l' Amrique du Sud 1n Les langues du Monde, par un groupe de linguistes. N ouvelle dition. C NR S (Paris, 1952), pp. 1143-1148.
et des Antilles.
Bibliografia da, lngua tupi ou guarani, tambm cha111ada lngua geral do Brasil. 1n Anais da
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Janeiro, 1880), pp. 143-214. voI. VIII completam (Rio de
Os teriores.
estudos
mais
recentes,
naturalmente,
aos an-
V ALE CABRAL e MITRE so de primordial importncia no que se refere a obras antigas, impressas ou inditas. PEDRO II traz tambm informaes interessantes, sobretudo para a bibliografia. O mais completo A YROSA. No inclui, porm, inditos nem artigos de jornais, e menos coerente na crtica; p. ex., faz muitas restries a LUCIEN ADAM. ao passo que cobre de elogios autore 'fantasiosos como MANUEL DOMNGUEZ e literatos como LEOPOLDO A. BENTEz, etc. Precisamente o que recomenda as breves monografias de EDELWEISS e DALL'IGNA: o juzo crtico sereno e seguro. SERAFIM LEITE exaustivo no que se relacione com os antigos autores jesutas do Brasil. O mesmo se diga de FURLONG para a bi-
CURSO DE TUPI
ANTIGO
451
bliografia das Redues. As referncias de LOUKOTKA) MASON e RIVET visam mais classificao lingstica, pelo que insistem nos dialetos menos conhecidos. BASLIO DE MAGALH.:\ES faz sucinto apanhado da bibliografia dos dialetos tupi, guarani e nheengatu. O artigo de LEMOS BARBOSA passa em revista a antiga literatura guarani das Misses. EUGNIO DE CASTRO colige informaes de vrias fontes, sem apresentar nenhuma contribuio pessoal.
Consumao da vtima
(STADEN)
INDICE
DOS
ASSUNTOS
ablativo absoluto 791 absolutos - v. palavras; formas abstratos 48; 1095 acabar de 733, 768 ao contnua 932 - repetida 932 acento 12 - agudo 14 - musical 1179 - subtnico 1178 - tnico 1178 adjetivo 79, 49, 156 - qualificativos 49 - substantivados 48 advrbio 993 - de lugar 998 - de modo 994 - demonstrativos 75, 995 - de tempo 997 ~ numerais 215, 996 - que pedem gerndio ou conjugao subordinada 434, 554, 568 afetiva - v. linguagem afirmativa - v. p.artculas afirmativas indiretas 1074 afixos 1106 - derivacionais 1107 - exclusivos entre si 1112 - nominais 1107, - verbais 1107, - paradigmticos 1107 v. posio
apsto 342, 1130 1 apstrofe 9, 1121 artigo 41 obs. aspecto 113, 932, 1021, 1030 assimilao 300, 1181 - regressiva 28 obs. 3 ativo - v. verbo; particpio atual - v. forma aumentativo 99 cardinais 212 carij 39 carinho 449 caso 41 categorias verbais 1018 classes 380 - superior 380, 851 - inferior 380, 851 classificao das palavras 1115 - dos verbos 282 classificatrio - v. prefixos; nomes; parentesco coletivos 933 coletivos 378
com 144
comear 551
ainda 467
comrcio 1200 complemento 118 - apositivo 1130 1 - atributivo 1130 n, 1131 - de referncia 1130 II 2 - possessivo 1130 I 2 - predicativo 184, 196 - relativo 1130 I 3 - restritivo 62, 63, 154, 534, 1130
I 1
- subjetivo 1130 I 4 - terminativo - V. restritivo composio 15, 155, 1125, 1147 comparativo 173, 1090
comum 591
CURSO DE TUPI
ANTIGO
453
condicional 941 conjugao 111 _ de pronomes pacientes 78 _ de prefixos agentes 112 _ de verbos intrans. por pron. pacientes 382, 383 _ negativa 183, 1006 _ perifrstica 1027 ~ subordinada 554, 662, 945 conjunes coordenativas 145, 1060 _ subordinativas 678 consecuo 593, 629 consecutivos 933 5 consoantes 2, 1158 _ finais 39, 158, 1169, 1171 _ homorgnicas 24 contactos fonticos 1181 contar 1200 continuativo 1030 continuidade 924 coordenao 1071 cortar 550 costumar 696 cres - v. nomes criaces - v. nomes de (restritivo) 62 deixar 517 deliberar 457 deliberativo 113 demonstrativos 69 depreciativo 930 desejo 952 desnasalao 32, 928 derivao 15, 1126 _ gramatical 1127 determinado 1130 I determinante determinado + determinante 1130 II dever 695, 761, 950, 1054 dia 1206 diminutivo 102 distensivo 1030 distributivo 933 - v. numerais ditongos 5, 6 diviso 926 _ das palavras 1118 dizer 455, 981 dubitativo 158 durao 924 durativo 929, 1030
enclticos 13 nclise 15 espao 1202 estar 428, 900, 959 estrutura das palavras 1105 etimologias de topnimos 445 _ de nomes de parentesco 1193 etnnimos 443 exclamao 1179 exclusivo 38, 59 exortativo 1019 expectativa 1023 faculdades 1146 jazer 887 _ (causativo) 482, 516 - (impessoal) 472 fenmenos atmosfricos etc. 472, 544 ficar parto preso 924 fingir 475 fontica - v. fonologia fonologia 1096, 1149 - v. contados; processos forma absoluta 849 - atual 1030 - haibitual 1030 _ imperfectiva 930, 1030 - perfectiva 930, 1030 freqentativo 1030 frutas - V. nomes futuro, no nome 216 _ no verbo 113, 197. 1023 futuro-passado 216, 223 gnero 41, 42 genitivo 152 _ irregulares 236 gerndio 147, 393, 425, 647, 981 _ conectivo ou seriativo 425 _ dos verbos reflexivos 416 _ dos de objeto incorporado 413 _ dos de prefixo ro- ou no- 509 _ exigido por partculas 434 _ expletivo 959 _ irregular 423
_ + _ + - +
(a)b p 661
687
.coNdicional 955
e 145
454
LEMOS
BARBOSA
v. locues graus do adjetivo 171 - substantivo 99 guarani 26, 39, 484, 561, 691, 706, 827, 1099, 1204 habitudinal 1025, 1030 hiato 7 hfen 10, 1119 homorgnicas 24 idiotismos de "dizer" 457 igual 594 igualdade 176 iminentivo 1030 imperativo 193 - irregulares 195 imperfectivo - v. forma inclusivo 58, 59 incorporao 15. 541, 1100, 1124 - do objeto 116, 313. 321, 528 - do sujeito 541 indefinidos 654, 852 obs 2 indeterminao 643 indicativo 113, 1022 ndices de classe 236, 604, 847, 852, 1098 inferioridade 175 infinitivo - v. infinito infinito 315. 332, 647 - dos verbos de pref. t- ou s- 333 - dos verbos de pref. ro- ou no- 508 - em funo de complemento atributivo 337 -- em funo de substantivo 337 - incorporado 360 - negativo 334 d) - objetivo 359 particpio 731 - regido 678 - sulbstantivado 48 tempos do - 334 c) sntaxe do - 335 inflexo 1127 insero de vogal 1181 intensivo 646, 930, 1030 interj eies 1116 interrogao 1179 tipos de - 160 obs., 1179 interrogativos 157, 656, 663 iterativo 929, 1030 iterativo-durativo 931, 1030
- =
julgar que 458 justaposio 1123 leitura 1 lngua e cultura tupis 1197 linguagem afetiva 1041 - de cada sexo 44, 1068 - de maiorais 615 locativo 638 - em topnimos 1210 locues de -bo 645 - de dois parto .pres. porto 957 - gerundivas 427, 957 maioral - v. linguagem majesttico - v. maioral mandar 516, 523 - fazer 516, 523 mar 107 massas 1201 matrias anorgnicas v. nome, medidas 1200 ms 1205 wetaplasmos 15, 49, 155 mettese 40 modismos onomatopaicos 471 modos do verbo 1097, 1019 moedas 1200 morfema 1105 - dependentes 1110 - independentes 1110 morosivo-progressivo 1030 mundo 1206 nacionalidade 837 nasalao - v. nasalizao nasalizao 2, 28-30, 1181 neologismos 1083, 1084, 1087 norte 1206 Norte 39 nomes 1115 - classificatrios 344 - de animais 42, 261 - de animais caados ou pescados 267 - de criaes 267 - de cres 874 - de frutas 261 - de lugar - v. topnimos - de matrias anorgnicas 261 - de parentesco 449 - de plantas 261 - de profisses 86, 185
i
!I
~
II~
!, I1
I ~
r~
:
CURSO DE TUl'I
ANTIGO
455
_ de qualidades 48 _ prprios 441 _ verbais 185, 700, 799 numerais 212, 1093 _ cardinais 212 _ distributivos 214, 933 4 _ ordinais 213, 827 v. advrbios nmero 41, 46 nmeros 212 ,objeto direto 115 '_ incorporado 116, 313, 321, 506, 528 _ indireto 118 obrigao 949 obrigar 516 ocluso glotal 7, 1181 onomatopias 471 opinativo 1019 optativo 966 oraes - v. ordem - adverbiais 678 - causais 985 - concessivas 980 - condicionais 982 - finais 981 - integrantes dubitativas 982 - locais 987 - modais 986 ~ subordinadas 980 ord~m 1122 - das oraes 115 - de posio dos afixos 1112 - de tempo dos afixos 1113 ordinais 213, 827 rgos do corpo 226 oriente 1206 pa1atizao 19, 1181 p.alavra 1105 - absolutas 847 - compostas 1114, 1147 - derivadas 1114 - invariveis 1115 - primrias 1114 - relativas 847 - secundrias 1114 __ variveis 1115 pa1avras-morfemas 1109, 1111 v. classificao; diviso; tipos parentesco 42, 449, 848, 1187
- classificatrio 1187 - cruzado 1188 - paralelo 1188 - vocativo 1192 paroxtonos 16 partes do corpo 226, 848, 1140 - do discurso 48 particpios 700 - ativos 702, 720 - abundanciais 738 - circunstanciais 799 - passivos 756, 773, 1031 v. tempos partculas 1041, 1102 - afetivas 1116 - afirmativas 103, 1043 - coordenativas 1116 - delib~rativas 1051 - depreciativas 1048 - dubitativas 1045 - expletivas 103 - independentes 1106, 1116 - interrogativas 1042 - temticas 1116 - que exigem gerndio 434 grupos de - 1061 partculas-sentenas 1116 passado, no nom~ 216 - no verbo 1022 passado-futuro 216, 223 passivo 582 v. verbo; particpio pausa 26 obs. - final 1179 ,- medial 1179 pensar 458 - erradamente 459 perfectivo ~ v. forma perodos 1070, 1101 permansivo 1030 permissivo 113, 196, 981 permi6r 517 pesos 1200 pessoas gramaticais 1018 plantas - v. nomes - de subjetividade 153 plural 46-47; 643; 657; 924; 933; 1089 poder 461 poente 1206
-I
~~~~~~~~~~~J
456
LEMOS
BARBOSA
reake 103 recado 457 recproco 295, 506, 578, 588, 933 n. 5 - preposicionado 623, 628 reduplicao 924 - dissilbica 926 - monos silbica 926 - mono-dissilbica 933 referncia 457 reflexivo 58, 60, 294, 304, 578, 580 - na funo de possessivo 580 _- preposicionado 623, 624 - subordinado 304, 316 regncia verbal 284-288 relativo 58, 60, 230 v. pronomes remissivo 1030 resoluo 1023 resolver 457 repetio 926 repetiti vo 1030 resgate 1200 restritivo 1030 reversivos - v. verbos rio 107 saber 461 - fazer 462 saudao lacrimosa 1186 semivocalizao 1181 semivogais 5, 1157 sentido interior 1146 ser 88, 274, 354, 888 sres delimitados 1201 - indelimitados 1201 sexo 42 - do ego 43 - do parente intermedirio 43 v. linguagem significar 572 slaba 1172 silab.ao 1181 singular 46 status nominal 1108 - verbal 1108 subjuntivo 1019 subordinao 1071 subordinativo 238 obs. subordinativas - v. conjunes ~ temporais 678
posse 152 - de relao 153 - de subjetividade 153 - int~grante ou natural 153, 353 portuguesismos 1083, 1087, 1088 posio 1122 possessivos 58, 580 - irregulares 236 - reflexivo ou recorrente 58, 60 - relativo 58, 60 potencial 1026 pro 1200 predicativos - v. verbos prefixos 1106 - agentes 111; v. verbos - classificatrios 344 - de dasse 380 preposies 133, 604, 638 - com ndice de classe 604 - de t inicial 609 - de s inicial 610 - de r inicial 618 - exigi das por verbos 285 - recprocas 623, 628 _ reflexivas 623, 624 duas - 630 preposies-conjunes subord. 678. 1116 presente, no verbo 113 processos fonticos 1180 profisses - v. nomes pronomes 76, 271 _ demonstrativos 71 _ indefinidos 654, 852 obs 2 _ objetivos 119, 290, 310 _ oblquos indiretos 203 _ pacientes 111 _ pessoais 76, 271 - relativos 905 propsito 952 proximidade 69 prclise 15 propsito 952 qualidades - v. nomes qualificativos 49 quase-afixos 1108 querer 360, 897 n. 2 querer dizer 572 quotativo 1019 radical 1106
I
I
I
I,
I
\
I I
l
I.
I !
TJ
",-;)1
substantivo 41 - abstratos 48, 826, 1095 sufixos 1106 - finais 1107 II - mediais 1107 II - nominais 1107 III, 1108 - verbais 1107 III sujeito 115 - de menor valor 328 - incorporado 541 sul 1206 superioridade 174 superlativo 171, 924, 930, 1091 - relativo 177 tamios 37, 38 tema 1109 tempo 1202 - do nome 216 - dos particpios 703 - do verbo 113, 1021, 1097 - do verbo nas lnguas ocidentais 1021 - relativo 113, 930 ter 274, 350, 354 terminativo v. complemento tipos de interrogao 160 obs - de palavras 1114 tom 1179 - da interrogao 160 topnimos 444, 1209 etimo1ogias de - 445 traduo para o tupi 1201 tritongos 5 troca 1200 tupi colonial 826, 1029, 1072, 1082 - de Bettendorff 561 - de So Vicente 484 - literrio 826, 1072 - meridional 26, 1204 - moderno 826 - pr-colonial 33 - setentrional 26, 1204 tupinambs 754 tupis 39 z'a/or 1200 velares 26
verbais 86, 87, 700 verbos 78, 111, 1108, 1116 - ativos 283, 522 - auxiliar 460, 1026 - bi-transitivos 284 - causativos 480, 516 - causativo-comitativos 500 - compostos de ok 372 - copulativos 284 - de objeto incorporado 116, 313, 321, 418 - de prefixos agentes 111, 289, 394, 409 - de pronomes paciel).tes 111, 289, 406, 419 ,.",/ - de regncia especial 287, 288 - de regncia mltipla 286 - defectivos 897 - impessoais 472 - intransitivados 284, 381, 531 - intransitivos 284 - irregulares 879 - monossilbicos 122, 317, 1176 - neutros 283, 522 - passivos 283 - plurais 898 - predicativos 78, 184, 284, 354 - reflexivos 283, 416, 510 - retransitivados 284, 5,)1 - reversivos 372 - transitivo-relativos 284 classificao dos - 282 verbo-nome 1108 vir de 733, 768 visibilidade 69 vocativo 446 - de carinho 449 - de parentesco 1192 vogais 4, 1150 - finais tonas 8 vozes 1031, 1097 - causativa 1031 - passiva 767, 790, 1032 - recproca 1031 -- reflexiva 1031
Consignam-se aqui apenas as palavras, afixas e locues que tenham sido estudados no CURSO. Para os demais vocbulos, -o leitor poder recorrer s listas que precedem os exerccios. Ou tambm ao nosso Pequeno Vocabulrio Tupi-Portugtis, desde que se tenha presente a diferena de grafia. Dos nomes e verbos, registra-se no apenas o tema, seno tambm o sufixo nominal (e infinitivo) -a, quando o tm. O leitor no ignora em que casos sse -a persiste ou desaparece. Entre parnteses figuram os elementos ocasionais da palavra ou locuo. Assim, %( -) -ne significa que correm as duas formas %--ne e %-ne. Entre colchetes vm os pronomes obj etivos menos usuais [io-, s-] e os prefixos de classe [t, s]. Quando a palavra admite os dois prefixos, vem apenas t. Quando admite apenas o de c. inferior, vem s. Levam dois tt a5 que tm o mesmo t como ndice de ambas as classes (V. Lio 17.a). Quando duas ou mais palavras ou afixos so inteiramente homfonos, acrescenta-se breve diferenciao em portugus. O asterisco designa as palavras de origem portugusa, bem como as formas duvidosas em grafia antiga. Os afixos tonos so precedidos do hfen. Posposto, o hfen indica que. o afixo ou tema nunca est em posio final de palavra mas supe outro elemento ou sufixo. A referncia aos nmeros marginais. O estudioso deve consultar tambm os nmeros seguintes ao indicado. Quando o assunto tratado em vrias lies, grifam-se as indicaes mais importantes. Segue-se esta ordem: a b (d) e g h
a- pref. subj.
iik
m mb n nd ng nh o p r s t
li
112, 271 a- quase-pref. 344, 346, 66, 1107, 1108 a- invis. 70 -a nomin. 13, 16 obs, 41, 1108, 1116, 1117 -a ger. 13, 402 166, 167, 344, 346, 449, 1192 v. %e tomando 891 69 aan( -i) 44, 190, 670, 1062, 1068 ab-a v. (s) ab-a ab-a 326, 550, ab-a vb 897 n. 2 ab-a sb 256, 858, 1140, 1201 ab-a vb 326, 550, 897 n. 2
ab 654, 907 ab? 161, 933 n. 7 ab ab? 933 n. 7 abait 1040 abar 1084 abati 1201 ab 146, 646, 686, 691 ab-rame 436 -bo 396, 400 abyky 388 a pron. e demo 38, 69, 72, 76. 104, 271 a mesmo 73, 77, 204 a V. a-no
I
a
T'ITI
e 1060 a ip-no (m) 984 a-i-b 434, 568, 642, 648 a-no 984 a-pe 188 aet 35, 88 ag- 798, 805 flga 346 ag--bo 399 ag-a1Jl-a 805 (g)-am-a 805 agy 1068 ag-er-a 805 ahe demo 72, 76 ahe intj. 45, 1068
a 449
ami
36
ai 449, 1192 aib-a 93 ai-a [t] 262 i-a [t] 1145 -bir-a [t] 1145 ai ptc 190, 192, 1063 ai [s] 638 ai-i [s] 638 a-P 69, 456 a-iub-a 483 a-iur -a 1145 aiuruiub-a 443 aix 1190, 1191 aix [t] 243, 1191 ai3J-ben-a [t, t] 1191 a-iyk-a 346 a-iyr-a [t, t) 241, 1190 ak' V. aM ak [s] 17 aI?' a 38, 104 alcai 1068 akaiu 1204 akan'-g 28 b) akang-ok-a 284 ak 1068 ak 38, 69, 104 a-kok-a 346 a-k(i)( -a) 69 aky 1068 akyper-a [t] 639, 648 am-a fut. 221 am-a 803 V. (s)ab-a am-a costume 794 am-a vb 428, 900
amo 13, 619 -amo gero 13, 406, 570 am 654 am 131 am ab 150 am am 129, 933 n. 7 amlli-a [t, t] 241, 1190 amyi-a [t, t] V. amui-a amyi-pagam-a [t, t] 1189 mb 212 am(b)y-1, 638 an-a 727 anam-a 1189 anan-gatll 638 ang-a sb 64, 142, 1198 ang-a vb 69 ang V. angab-a angab-a 207, 459, 1019, 1056 flngab-a 207, 1056 angaipab-a 1084 ang-1, 190 anhang-a 1084 anh 190, 192, 1063 a 399 aa 72, 76 aama 805 aob-a 49 a-p- 349, 666, 1107, 1108 ap (g ou g) 1068 a-pan-a 346 a-p- 349, 1107, 1108 a-P-aoba 349 a-p-ar-a 349 a-peb-a 346 a-p-bang-a 349 a-p-bur-a 349 a-P-k 349, 1145 a-p-ok-a 349, 372 a-p-p~1 349 a-p-per-a 349 a-P-rer 349 a-p-uban-a 349 a-pi 346 a-pin-a 346 apiti 386
l
I
I
1
i{
1\ 11
apixar-a [t] 1084 ap vb 35, 299 ap [s] sb 245 a-pomong-a 346 a-pu-mim-a v. a-py-mim-a a-pu 97, 346 apu, [s] 179 apu-kat1f 188 apy [s] 398 a-py-mim-a 346 a-py-peb-a 109, 346 a-py-pem-a 109, 346 a-pyr-a 346, 639 a-pyr-i 639, 642 apyr-i 1030 a-py' -r 346 apys 1140 a-pysyk-a 32 a-pyter-a 346, 639 a-pyter-i 639 a-py' -ti 346 apyab-a 42 ar-a dia 1203, 1206 ar-a parte sup. 639 ar-a suL 726 v. (s)ar ar-a tomar 326 n. 2, 891 ar-i 639 ar(i)-bo 644 ar 28 e) ar-ok-a 372 aryi-a 1190 a-sang-a 346 as 58, 64, 76 as-i 639 asoi-ab-ok-a 372 a-sur-a 346 asy [s] 95, 286 asyk-uer-a 1190 a-sym-a 346 asy-ab-a 550 at1ro-i 638 atu-i-b 649 atuasab-a 1189 atu-ub-a [t, s] 43, 242, 1191 aty [t] 1191 atyr 490, 1176 aub-a 459, 475 ausub-a [s] 21 e) 310, 338 ausup- [s] 21 e) auU 168, 210, 434, 568, 1064
aui-b-(-)(-te) (-ramo) (-te) 980, 1020 1020 aui-b-te(-mo) aui- 980 aui-nh 1001 ai-parab-a 165 ayr-a [t, t] 43, 240, 1190, 1199 ayr-aty [t, t] 1191 ayr-i [t, t] 102 ays [t] 1189 ayt [t, t] 37 ay-taty [t, t] 1191 n. 9 -'b-a 802 bab-a 801 -bae 13, 71, 700, 906, 1107 bar-a 726 -be 13, 203, 614 b 146, 174, 646, 686, 691, 1012 beb 112, 183, 193, 196, 332, 934 be 947 be(-te)-mo 947, 950 b-i 174, 967 b-no 146, 493 b-nh 24, 493, 1030 b-ramei 436 bi 306 biar 1030 biar-a 1110 obs 1 -bo locat. 13, 203, 394, 643, 836 -bo gero 400 -bo (=-be) 13, 614 bar-a 700, 738, 910, 1107 bor-bae 748 buer-a 217 byt(r)(-i) 463 dab-a 801 dar-a 726 der-a 221 duer-a 221, 838 e- pref. subj. 193, 271, 414 -e- 125, 390, 413, 501, 505, 506, 579 -e 13, 679 mesmo 77, 204 vir tempo 463 r deve de ser 1068 dizer 126, 455, 881, 1076
li
[s]
165
r,
I ,
ee
eb-ap
70, 161
I
69
cI!lA.~JIl ._p_JIIIII
en-i eni-a [sI
ebo-kue(i)(-a)
114
399
ei sim 44, 1068 egu-am-a [tI 895 eg-t!i 69 e-i 455 e--bae 881 ei-a [io-s-] 323, 326, 412 e-i--bo 455, 881 eiar-a [sI 114 e-i-ar-a 881 e-ior(-) 195, 884 e-i 423, 884 e-itip-a 423, 885 ekar-a [sI 37, 103 ekat [sI 37 katti 461 ek [tI 886 ek-ab-ok [sI 372 ek-b [tI 886 ek-biar-amo [tI 636 ek-kattt [tI 1084 ek-ktiab-a [tI 260 ek-mo-nhang-a [sI 546 ek-teb [tI 886 ekyi-a [sI 232 -em e 13, 679 e-mi- [tI Y. mie-mi-arir [tI 1190 e-mi-ausub-a [tI 248 e-mi-e-no[tI 781 e-mi-e-r-ek [tI 780, 782 e-mi-e-ro[tI 781 e-mi-min [tI 1190 e-mi-r-ek. [tI 780, 782, 1190 e-mi-tirt! [tI 255 emo- 70 e-mo-em-a [tI 248 emo-n(n) 70, 434, 568 e-mbi[tI v. mbie-'m(b)etar-a [tI 248 e-m(b)i-(i)[tI 248, 891 e-m(b)i-1 [tI 248 en-a [tI 889 en-a; [nho-s-] 326 ene 434
eno- 501 fflondl li] 607, 682 enotar-a [tI 634 ,.J' 7 ? nu.,e 6, 8~ endt!b-a [sI 114 endyr-a [tI 1190 eng-a* 1110 obs 1 e [tI 217, 570, 895 ePiak-a [sI 114, 284, 410, 460 ep-!wu [s] 255 e-pyn [tI 894 er-a suf. 221 er-a [tI 138 ere- 112, 271 er- 455 erika 72, 76 erim 190 erimba 1029 ero- 501 er-oF.-a [sI 372 erumby 434 es [tI 257, 1140 esab-a [tI 1144 es-' ga [tI 1141 es-et [tI 1142 es-et [tI 1142 es-inan-a [tI 1143 esi-a [tI 1143 es-kang-a [tI 1141 es-ktii [tI 1142 es-ng [tI 1144 es-puku [tI 1142 es-py [tI 1143 . es-pys [tI 1144 es-rai-a [tI 286, 1143 es-rai-tab-a [tI 816 es-ting-a [tI 1142 es-un-a [tI 1142 es [sI 139, 144, 462, 605, 620, 641,
"'iCl'
~)
et suf. 171, 174, 1091, 1107 et [t] 238 e't-et 171 et-i 972 et-katu( -nh) 171 et-um 434 eti 1068 etun-a [s ] 165 c-tym [t] 248 e-tti 69 eumae 1068 -12 881 ey-a [t] 379, 673 ey-nh [s] 673 eym-a 225. 334, 405, 798, 1006, 1008, 1107 eym-amo 406 eym-a nh 977 eym-a puku-i 690, 691 eym-a rir 685 eym-aub-a 478 eym-e 680 eym-e'-b 648, 682, 690, 691 eym-et( -m' a) 982 eY111-i 565 eY111-ir 685 eY111-ir-111o 946 eY111-bab-a 798 eY111-bae 701 eY111-bar-a 720 eY111b-ir 685 eym-iaram 982
g12arini 67, 285 glasem-a 148, 285 gasl, 100, 1107 g12a12pir-a 449, 1192 (g12)e- 124, 385, 503, 506 g12 448, 1068 g12er-a 222 g12ey 1068 g12i- 271, 414 g12 v. g12Y g12i-i--bo 455, 881 g12i-k(-)-bo 890 g12i-t-ek-bo 423 g12i-t-e-ik-bo 890 g12i-t-en-a 423 g12i-t- 423, 884 g12i-t-up-a 423, 885 g12Y 448 g12Y111 471 g12yr-a 639 g12yr-i 178, 639, 642 g12yr-i-b 178, 648 g12yr-i-g12an-a 179 g12yr-ok-a 372 he! 45, 159, 1068
hU 157, 1042
he (g12 ou g12) 32, 1068
-i prep. 638, 836 -i nego 13, 183, 1006, 1107 -i conjug. sub. 555, 1107 -i = i 28, 112, 120, 127, 183. 484 -i- 20 113 -i di~in. v. -i -i dimin. 102, 1107 -i suf. verbal 205
-i (-et 69 648 m)
gi
129
436, 437
g12a 346 g12--bo 397 g12ai 1192 g12aibi 1191 g12ait 449, 1192 g12ak 42 g12a111-a 220 g12an-a 837 g12ang-a [nho-] 326 g12ar 326 n 2, 891 g12ar-a 835 g12-ar-a 86, 729
--
i 38,69,
iang -i-b
104
i-b 889 i 881, 1043 ig* 3 i-i- 34, 36, 62, 299
ii V. i
ih 150, 395, 480, 890 ih dem. 38, 69, 104, 493 ik vb 284, 286, 428, 886-888, 900, 1033
ik-b 283, 188, 886 ik mar 887 ik ... -ramo 887 ik-tebe 886 im-b v. 'i-b in 423, 428, 889, 900 in-b 889 inimb 247 in-i-te 889 ind- 889 i-nh- 299 ip 38, 982, 1044 ipy 348 Ir 1028 irar 301 ir 621, 684 ir 1057 'iri 62, 144 iri-(na)mo 140, 144 irmn 301 ~nm-dyk 212 isii [s] 102 it 1084 it 449, 1192 it}Jk 301, 865, 892, 922 i;:r 82, 271 iyr-a 253, 1190 iyr-aty 1191 -i- pref. pessoal 35, 36, 120, 290, 484 -i prep. 638, 836 -i nego 183 -i- eufnico 34-36, 1183 exc. 4 i' - 507 ia- pref. P pL 28 obs 3, 112, 271, 414 ia- pref. 3.a p. 328 i como 176, 382, 692, 986, 10Z5 i ainda bem 434 i um pouco de 751 i .costumar 839, 1030 iab-a 600, 897 n. 2 i-ab-a 897 ia-b(-nh) 176, 648, 692, 986 iabi 655, 692 ia-by 382, 839, 1025, 1030 ia-by(-no) m 984 iai-a [io-] 326 ia-i-bo 881 ia-i 423, 884 ia-iu.p-a 423, 885
ia-katu(-'t)(-nh) 176, 986 ianond 682 iand 18, 58, 59, 76, 271, 291, 419 iandu V. nhandu i' -ok-a 372 i'-ar-a 285 i-ar-a 881 iaram(-'t) 982 ia-sft( r-a)( -mo-n' a)( -mo) 982 iasuk-a 1084 iasy 1205 -i-b 648 ie- 28 obs 3, 288, 291, 294, 314, 539, 578, 625 i 463 ie-ab-a 600, 897 n. 2 ie-aib-ok-a 372 i( e)-akas 599 ie-byr-a 360 obs, 1030 ie 150 i' -eiyi-a 599 i' -ek-ab-ok-a 372 (ie-) koty--sab-a 1189 ie-lwakub-a 1084 ie-mo- 486 ie-mo-noong-a 288 i' -e-no- 506 ie-oi-a 898 ieP ainda que 306, 980 ieP pron. 293 iep-mo 1020 ie-pe 399 ieperi-b-i 693 iepi 692 ie-pot-b 360 obs, 1030 i' -e-ro- 506 1;' -e-r-ur- 284 287 ie-tanong-a 326 n. 2 ietiper-a 1190 ie-up 625 ie-upir-a 150 io- recpr. 295, 314, 558, 624 io- pron. obj. 28 obs 3, 122, 291, 317, 323, 411, 578, 629 i 448, 1068 io-asab-a 1084 io-ausub-a 48 ior 195, 884 ior- 195, 884 io-s- 323, 326, 412
~~i~
pte 448, 1068kunumi gero 423, 884 -ub 423, 428, 885, 900 -~Ib-i 881 i-ub-i 881 i-ub--te 881 uk 36, 127, 283 -u' -katu 881 -up- 423, 885 i-up-ab-ok-a 372 -~tr 37, 195, 285, 423, 490, 884 uru 1140 urupari 1084 -ut 37 iyb 1145 k pte 199, 1051 k [io-] 326 kabar* 1087 kabaru* 1087 kae 483 kag-dr-a 79 kai-a 114, 334 kakar-a 514 kamaral/'-a* 1087 kamb-y 21 e) karaib-a 443, 1084 kasian-a* 443, 1087 kat~1 92, 171, 284, 419, 1030 ki 208, 434, 463 ker-a 114, 334 k 69, 210 k-ip 190 ki-a 179 kok-a [io-] 326 ko-n'ip 190 kOl/'i 150, 1192 kOl/'om 210 koty-'-sab-a 1189 koty 137 . I koyr-~-be 648 i koty-~unfl-a 547
: i
'1
k~W
83 kunduru 42 . kunh 42 hpy-iur-ar-a 40 kuri 1192 kuri-'ti-i 206 kurmni 83 kurusu* 1087 kutuk-a 531 Mi 195, 882 kab-a 148 ka-gasll, 106 k 195, 882 Miar-a 106, 1206 karasy 129, 1206 ki(i) (-a) 69 ki (i) -bo 999 ki (i) -P 999 kesi 150, 1192 kuesi-nhi-'ym-bi 648 ky 199, 1051 ky 92 kyb 131 kybYI/'-a 1190 kyi 1192 kynai 1192 kYI/'-a 165, 1190 n. 6 kysyii 40 kyti 400, 550 -'ma 803 m 967 mae pte 1068 mae vb 285 maenduar-a 95, 183, 193 196 284 333, 816 ' ., , ma.in-an-a 210 mail/'-a 443, 1084 mam 161 mam-r-ok-a 372 manem-a 862 man-a [nho-] 326 manhan-a 1101 490, 895 man 283, 395, mar? 162 mar-' -bar-a 92 mar-baef 161 mar-ar-a 754 mar 162, 1066 mar ia-sar-a-mof
~!
H'
i
li
ku-meeng-a 23 I I kub-a 428, 898 kui 499 kub- 898 ku-beeng-a kui-a 247 23
'l i
971
1IIIIIi
~.~~
mar mar? 933 n. 7 mar mO-1~hang-a 144 maran-a 155 mm--namo? 161 maran-a r t-ek-ar-a 1084 mar-neme? 161 maranungar-a 1189 mar ngatu 161 mar o-i-~bo-pe? 572 mar-t-ek 32 mat~t-et 78 -me prep. 13, 140, 614 -me 679 v. -reme me (-mo) 947 me-te-mo 950 meeng-a 284, 531 meeng-ab-a 1191 mei(-mo) (m) 967 mem 434, 668, 692 mem-nh 463 mem-te (-ne) 434 mem-t' ip 434 membyr-a 42, 43, 1190, 1195 membyr-aty 1191 men-a 1191 men-ybyr-a 1191 men-ykeyr-a 1191 mend-ar-a 1084 mend-ub-a 43, 1191 mendy 43, 1191
1032
mi 449, 1192 mi-aP 247 mi-ar-a 247, 779 mi-ausub-a 247, 780 mi-e- 781 mi-iuk 774 mim-a [nho-] 317, 326 mi-mo-e-mi- 789 mi-mi-a 247, 784 mi-mbab-a 254. 267 mi-m(b) otar-a 779 mi-mbai-a 247, 779 mi-mby 249, 799, 783 mi-ndu 779 mi-nga 246, 779 mi-pan-a 28 obs 1 miri 102 mi-tym-a 28 obs 1, 247, 783, 1084 mi- v. mbi-
mi-uru 255 mi-xir-a v. mi-xyr-a mi-xyr-a 247 mo- 28 obs 3, 288, 302, 480, 500, 519, 538, 545, 584, 960, 1107 1031, 1112, 1113 -mo condic. 13, 941, 1107 -mo optat. 13, 966 -mo prep. 13, 203, 614 -mo gero 400 -mo varo de -ramo 202 mo-' -iub-a 483 mo~am-a 900 mo-ang-a 478 mo-ang-mtb-a 478 mo-bok-a 478 mobyr 656 mobyr? 232, 656 mobyr-i 656 mo-em-a 247, 248, 852 obs 1 mo-e-m(b )i- 789 mo-e-mbi-ar- (i-) iar-a 796 mo-gai-a 550 mo-in-a 206, 900 mo-ing 395, 490 mo-ing 490, 887, 900 mo-i' -ok-a 372 mo-ie- 486 mo-ie-mo- 486 mo-iep 212 mo-ka 483 mo-ki(-a) 65, 212 mo-kong-a 28 obs mo-k-nh 671 mo-ku 28 obs 3 mo-mi- 798 -mo m 967 -mo-mo 941, 966 mo-mo-sem-a 491 mo-motar-a 489 11!o-mbab-a 481 mo-mba- 498 mo-mbak-a 481 mo-mbe 492, 1084 mo-mbor-a 150 mo-mbotar-a 489 mo-mbub-a 498 mo-mb~tk-a 498 mo-mber-a 231 mo-mb;yt 498
m,
LEMOS -mo-ne 949 m.o-noong-a 288 -mo-ndar-a 287 mo-ndeb-a 492 mo-ndok-a 481, 550, 927 mo-nd' -mo-ndok-a 931 mo-ndorok.-a 550 mo-nd' -sok-a 927 mo-nd' -s' -nd' -sok-a 931 mo-ndyi-a 498 mo-ndy' -syk-a 927 mo-ndyk-a 927 mo-ng-a [nho-] 326 mo-ngaru 498 l1w-ngatyr 490 mo-nger-a 481 mo-nget 287 mo-nglt 28 obs 3 mo-ngui-a 129 mo-nhang-a 388, 492, 531, 1084 mo-nhe- v. mo-iemo-nhe-ang-epiak-a 584 mo-nhe-'rundyk-a 212 mo-Pir-kae 483 mo-pi' -roy 483 mo-p-guasu 347 mo-p-i 347 mo-p-io-ybyr-a 347 mo-p-kyryr 347 mo-por-a 747 mo-pym-a 28 obs 1 mor- v. moromo-ram-buer-a 231 morang-a 862 mor-asei-a 232 moro- 87, 351, 387, 724, 852, 860, 872, 1107 moro-es 605, 868 moro-upi 868 mor-ubi:mb-a 67 mor-upi 606 mo-si-a 28 obs 1 mosakar-a 1189 mo-sam-a 2~ obs 1 mo-sapyr(-a) 37, 65, 212 mo-sapyt 37, 212 mo-sa-si-a 32 mo-su-sung-a 32 mo-sykyi 395 mo-ting-a 28 obs 1
BARBOSA mo-t3'b-a 842 mo-ub-a 885, 900 moxy 1049 mo-ytar 488
mu
1189
1 ,
mun-a [nho-] 326 mundar-a 287, 1189 mund-rzmg-a 547 muru 1049 l1ntrU angab-a 207 myiaP 247 mymbab-a v. mi-mbab-a (m)bab-a 801 mba 163, 380, 390, 417, 724, 852,
947
mba1' 161 mba-e-ro- 506 mba mba1' 933 n. 7 mba-reme1' 161 mba r-es1' 161 (m)bar-a 284 mbeg 179 mbetar-a 248, 852 obs 1 mbi- 28 obs. 773, 1031, 1107 mbi-ar-a 247, 267, 779 mbi-mlsub-a 248, 779 mbi- 247. 779 l1~bo- 302, 480, 485, 960 mb 21, 212 mbo-ab-a 443 mbobyr 656 v. mobyr mbo- 287, 788, 881 mbo-ku 28 obs 3 mboro- 87, 387 v. 111orombo-ur-a 490 mbo-y- 538 mburu v. 111urzt mby 852 mby 21 -n' 104 v. -ne n' 183
na 183 n 212, 1065
n'a 38, 104 na 1192 n'ak'am 1068 n' ak 38, 104 n'am-a 217, 794 n' a111524, 794, 1053 -na1110 28 e), 406, 619
566, 1107
n 434
nei b 210 -neme 28 e) V. -reme n' iJ 38, 104 n'ik 38, 104 nimb 247 ning 471 ning-ning 471 n'ip'a 104 n'ip 38, 104, 292, 1045 no- 28 obs 3, 30, 124, SOO, 579, 865, 1107 m, 1112, 1113 -no 146, 1107 no-in-a 900 no-mun-a, 896 nong-a [nho-] 326 no-nhe- 584 n,o-sem-a 124, 501 no-ti 30 mmgar-a 437 nup 400 nd' 183 v. nda nda 183, 1006, 1107 (n)dab-a 800, 801 nd: a-,-i .463, 845 nd a-e rMa-t 570 nda eym-i 1010 nda eym- ... ru 1011 nda -i 183, 1006 (n)dar-a 726 nda ... ru 184, 1006 nda s-aub-i 576 11de 58, 76, 271, 419 11d 144 ndi-b 144, 648 nd' por-i 495, 746 nd' tyb-i 549, 842 (n)dar-a 835 (n)der-a 838 11gat1l 28 b) ngoty 137 -nh- 36, 299 11ha- 28 obs 3, 112, 271 nhae 56, 150, 247 nhi-a 142 nhan-a 114, 283
t:~
i
i
nhand 28 58, 291 nhand- 22 nhandu 208, 434, 1052 nhang-a [nho-] 326 nhang-a 1110 obs 1 nhar 285 nhazmm-a 21 c), 247 nhe- 28 obs 3, 294, 539, 578, 786 nh 205, 463, 1030, 1058 uize-ang-epiak-a 584 nhe-ang- 286, 584 nheeng-a 114, 285, 1145 nheeng-eym-a 131 nheeng- 131 nhe-mi- 786 nhe-mo-e-mi- 789 nhe( -mo) -e'-mbi-ar( -i)-iar-a 796 nhe-mo-m(b )i- 786 nhe-mo-sarai-a 786 nhe-mo-yr 48 nhe-mii 1189 nhe-no-mun-a 896 nlu-ran-a 286 uhe-ran-eym-a 92 nho- pron. obi. 28 obs 3, 122, 317, 326 nho- refI. 295, 578 nh 190 nh'-okendab-a 326 n. 2, 552 nho-s- 323, 326, 412 nh-te 190 nhii 65, 217 nh' -up' -ti 326 n. 2 nhy 65 nhyr 287 0- pref. vb 112, 271, 340, 414, 419 o refI. 58, 60, 238, 316, 319, 586, 916 [io-] 326, 399 ob [t] 1140 obi(-a) [t] 639 ob-iar-a [t] 129, 1191 obk [t] 608 ob-ok-a [s] 372 ob-'sab-a [s] 17, 1084 oby [t] 50, 89, 183, 284, 339, 420 ogo-* 238, 240 og()- 238, 240, 316, 420 0-ge-P3m 894 og-1I'-me 885 oir 150
oirand 1211 oi-a 898 o-i--bo 455, 881 oie 150, 1211 oieP 65, 212, 215, 669 o-ie-irundyk(-a) 212 o-io- 592 c-io-irundyk(-a) 212 o-io-up 916 o-io-up-up 933 ok-a casa 21 c), 250 ok-a [io-] 317, 326, 372, 441, 531 oken-a 250 ckend-ab-a 250, 372, 552 okend-ab-,ok-a 372, 552 o-nho592 o [t] 97, 1201 o-p(b) 664 o-pab-e {-nh)( -ngatu) 664 o-pab-~( -nh)( -ngatu) 664 o-p-!wtu 179 o-p k mb 212
opo-
419 -pe determo 199 -pe locat. 13, 38, 140J 203, 640, 643,
53, 107 par-~ 129 pe- pref. vb 112, 193, 271, 291, 414,
paran
i,
!
ptc
[io-]
985, 1012
326
or 58, 76, 271, 291. 419 oro- subj. 112, 271, 291, 296, 314,
414
oro- obj. 409, 505 om-i--bo 455 881 oro-i 423, 884 oryb-a [t] 1084 oryb-et ... mii [s] osang-a [t] 48
o-
972
423, 884
p (b) 334, 660, 665 pab-a 114 pab-e {-gatu) v. p(b) p' a 38 pai 449, 1192 pak-a 114, 414 p'ak 38 pan-a [nl1o-] 326 panak 247 panem-a 49, 54 papar-a 934 par 107 parab-ok-a 372
-pe-b* 691 p- 1012 pe 76, 82 pe~ vb 434, 449 pe~ vocat. 1192 pe-i--bo 455, 881 pe-i- 455 peieP 293 pe-ior( -) 195, 884 pe-i 423, 884 pe-k 345 pe11l-a [nho-] 326 penei 434 peng-a 1190 peng-aty 1191 p-ok-a 345, 372 pepek-a 934 p-p 152, 345 pereru* 1087 per* 443, 735, 1087 pese-(ng-a) 372 p-sym-a 345 pe-t(-pe)-um 434 peum-a 1191 p-ypy 829
p [io-]
234, 326
pi 206, 449, 1192 p' i 38 p-~ 449 pik-a 1030 p' ik 38 pin-a [io-] 326, 550, 928 Pinim-a 56, 1148 pipin-a 928 p' ip 38 pi-p-k 1147 pi-p-mong-a 1147
jJ
~ ..~.J.~ .
I
j?ir-a
r.
CURSO
DE
TUPI
ANTIGO
469
1140, 1147
1147
114, 1148
1142 f'Ji;'ian- 1148 pi"-ril1ei-a 1147 >ir-o!i:a 372 pi'-roy A83, 1147 pir-:yai-a 1147 lJitallg-a 102, 1148 Pi-ting-d 1147 ritub-o 1148 :bixam-a 1148 pix 1148 pi-xvb-;c 1147 PI'::IY-Cl L'W_ .'-] 376
tim r-cs
252, 635 635 iio' ~ 386 v. parap mo 1107, 1140 p qu;.,,.se-preL 344, 347
p-ri 65 p-at .347 N-'ban-a 347 p-beb 347 p-eP:'ii,-a 286 p-gz?oS:t 347 po- 347 P-ii" o 284
j'oi-(} [Xo-] 326
poro-m,o-ie487 poro-mo-'le-mo487 poro-1110-nhang-a 388 poro-pysyk-a 388 por- 284, 386 p01'-upi 650 po' -s 650 po' -sub-a 386 po' -suban-a 386 potar-a 120, 284, 489 poti 893 potyr-a 165, 167 p-ung 347 poxy 93 puam-a 206, 286 puku 53, 638 puku-'l 638, 689, 691 pun-a [nho-] 326 pup 138, 662, 836 pupnr-a 934 Plltu 1145 Plltu-J 33 plltu-ur-a 33, 193 pai-a [io-] 317, 326, 523 pan-a [nho-] 326 par-a [io-] 326 per-a 216, 334, 1107 per-am-a 223 py [io-] 326 py p 344, 1107, 1140
py
fundo 348
347
56
p-i;,!;::
1)0/0;"'-(( t'Oi""
347
134
2;03, 386
po!"!!
por-andub-a
P01'C1/Silb-a j?01'-cpy- an-a
783
286
poro-
py 21, 1140, 1144 py-e'l-a 348 p'y-gasu 348 pyk-a ['lo-] 326 pyku-'lur-ar-a 40 py-kab-a 232 pvkyyr-a 1190 pyn 894 py-Pirar-a 348 sb 639 pyr-a p}w-a suL 756, 906, 1032 pyr-i 639, 642 py-nmg-a 547 pyryb(-'i) ou (-'l-t) 174 py-s 41 py-s-pem-a 32, 41 pysyk-a 193, 196, 292, 388, 409 pyter-a 346, 639 pytu v. putu
b-.'f!l;";"--"'IIIIIIIII;'~ .
4O
.:,,,<;II>t,.,
"li"
c:;.., .
LEMOS
BARBOSA
~.4I.J.ft;,,--_J-,. .. ...=,,
.
1'-
py-tyb:yr-ok-a 348 r- v. r-r o) r- 89, 238, 239, 311 r 38, 103, 208, 1068 r- 89 rab-a [~o-] 31, 326 r' a 38, 104, 954, 1019, 1043 r'ak'a 38, 104 r'ak 38, 104 ram-a; 216, 334, 1107 ramei 437 ramei-b 436 ram ~aram 982 -ramo prep. 13, 619, 791, 821, 836, 1033 -ramo gero 13, 406, 570 ram-ber-a 223, 230 ran-a 10, 172 ranh 210, 466, 683, 820 r-ar-a 891 rar 208, 1068 r-ar-i 891 ra-s 129, 413, 502 r-a 192, 1048 r-e- 504 V. rr 621, 684 re 44, 191, 1019, 1044, 1068 rei 44, 191, 1019, 1044, 1068 r-e-ityk(-a) 892 r-ek ter 124, 353, 502, 782, 886, 900 r-eM V. ek rem-a 31, 114 -reme 13, 679, 836, 957, 985, 1012 -reme-b 648, 689, 691 -reme-mo 944 r-es v. es r prep. 139, 238 ohs, 620, 819, 936 r ptc 1068 rir 621, 684, 691 rir-b 621, 648 rir-mo 944 r( 0)- 28 obs 3, 30, 124, 385, 390, 413, 500, 579, 584, 781, 865, 960, 1112, 1113 1031, 1107
ro-ik 500 roir 621, 684 ro-~e- 584 ro-~yb-a 287 ro-kub-a 900 ro-nhe- 584 ro-nhe-ang-l 584 ro-pyt 500 rcre* 1087 rc-sem-a 501 ro-ti 30 ro-ub-a 885, 900 ro-ttr-a 884 roy 56, 1204 ru 184, 434, 1007
nt?
1015
199 r* 1176
IlI,
r-ub-a 502, 885, 900 r-u' -~ 885 r-t,' -me 885 rmnby 434 nmg-a 547, 897 r-upi V. ttpi r-ur-a 502, 884 r-ur-i 884 r-ur- 884 ruru 934 ryry~-a 934 s- pron. e pref. 89, 121, 238, 271, 291, 310, 854, 869 s- pref. de cI. 236, 338, 342, 343, 604, 852, 869 s 257, 852 obs 1 (s)ab-a suf. 33, 371, 400, 426, 647, 700, 798, 858, 906, 981, 987, 1095, 1107 sabeypor-a 1143 sabo* 400 (s)ag- 798 (s)ag-am-a 805 (s)ag-er-a 805 sa~ 928 sam-a 62, 264 sapatu* 1087 (s)' -pe 820 (s)'-pe ranh 820 (s)'-pe 1t1n 820 n. 5 sapt(ka~-a 1143 sapy 1143 (s)ar-a 86, 709, 720, 906, 1107 sar-a sar-a 833, 1107
CURSO sarauai-a* 1087 sasi-a 928 (s)' -tyb-a 841 s-e- 774, 853 s! 188 s-gu 1068 seixtt 1204 sei-a 897 n. 2 sem-a 114, 263, 599 s-e-m(b )i- 700, 773 ser 1044, 1045, 1047 ser? 157, 160, 1042 ser-mo-n' a(-mo) 982 s-e-r,o- 508
s-es v. es
DE
TUPI
ANTIGO
471
s 114, 195, 285, 334, 882 sok-a [io-] 320, 324, 326, 411 so 85, 395 sos 174, 611 sub-a [io-] 317, 324, 326 sttban-a 303, 1035 sugu--bo 397 suguaraiy 264 su 134, 174, 610, 612 stt-b* 691 sumar 264 sttp 136, 203, 516, 613, 836 s-upi 188, 606, 868 v. upi s-Zlpi-kat% 188 susu 264 susttng-a 928 su 234, 397 suar-a 700, 833, 910, 1107 su(r) 436 suer-a 700, 838, 910, 1107 ser(-i) 1030 sy 62, 264, 1190 syb-a rio-] 325, 326 syi-a 498 s],'k-a 28 d), 263 sy!,yi 40, 285, 395 sym-a 51, 90, 346 syryk-a 28 d), 283 sy-yr-a 264, 1190 t' v. ta t- pref. de cl. 236, 338, 342, 343, 604, 852 t- pron. 240, 855, 870 ta 196, 200, 1067 ' t 891
ta 499, 1192 tab-a suf. 801 t' a 38 taguaib-a 259 tak 471 t'ak 38 taigaib-a 51, 90 tai-a 262 taiao b-a 260 takuar-a 260 tang 1192 taP 449, 1192 taper-a 259 tapi 449, 1192 taptti-a 259 tapyi-a 259 tapyyi-a 259 t-ar-a 891 tar-a suf. 727 t-ar-i 891 tatak-a sb 259 tatak-a vb 52, 259, 263, 471 tat 258, 374, 609 tat- 374. 609 tat-nh 374, 609 tatobapy 829 taty 1191 tauP 449, 1192 t-e- 774, 853 -te 13, 38, 158 -te mas 13, 188 -te para que 13, 198, 981 -te que 13, 38, 949, 1067 t 434 tebir-a 259 te 463 't-' ... m 974 t' e- nh 434 t-ip 434 t' e- tenh um 434 tek 471 't-katu (nh)(-'t)(-i) 171, 973 tek-araib-a 259 tek-ara' -bar-a 259 tek-kuab-a 258, 260 -te-mo 967 -te-mo m 967 -te-mo-ne 949, 967 t-e-m(b)i- 773, 906 ten 471
472
LEMOS
BARBOSA
te-ne 434 te-nh 434, 464, 1030 tenha 259, 260 t-e-no- 508 t-e-ro- 508 tetiru 667 t-um 434 ti 1068 ti [io-] 326 ti 65, 150, 259, 1145 t' ik 38 tining-a 51, 56, 90 ting-a branco 51, 90, 262 ting-a enjoativo 51, 90, 262 t' ip 38 tiru 232 tiru-mo 980, 1020 tit 449, 1192 t' i 201 t 975 toi 449, 1192 tubyr-a 259 t--i 885 tui-bae 51, 90 M-bae 51, 90, 259 tunh-bae 51, 90, 259 tup 32, 259, 1084 tup mo-nget 1084 tupan-a 1084 tup r-ar-a 1084 tup sy 1084 t-ur-a 884 t-ur-i 884 tutuk-a 52, 259 tutyr-a 258, 1190 ty 259 tyar 52, 165, 1176 tyb-a 259, 378, 700, 841, 1107 tybyr-a v. tubyr-a tybyr-ok-a 372 tybytab-a 259 tyk 471 tykyr-a 28 c), 259, 263 tym-a [nho-] 326, 411 tym 247, 248, 852 obs 1 typyr 28 c), 1176 tyr-a 259, 456 tyr 259 ty'-rlmg-a 547
~ i"I.?1f-"i?i",r;:t
comer 126, 397, 883 gero 423 ub-a [t, t] sb 21 d), 43, 241, 1190, 1199 ub-a [t, t] vb 885 ub-r-ok-a 372 ub-i [t] 885 lfbixab-a [t] 106, 242 ltb-yr-a 1190 n. 2 ugai-a [t] 245 1-i [t] 885 ll 154, 1201 ui 69 i-a [nho-s-] 323, 326 ukar-a 516, 582, 1031, 1107 uke 1191 mn 169, 465, 948, 1029 1tm? 32 um? 32 um-bae? 163 '-me 885 um 193, 196, 1006 ltm 33, 465 uman-i 465 lfP vb 423, 885 ltP vocat. 21 d), 446 u' -p' -rung-a 547 up 613, 624, 625 upi [s] 135, 606, 836 upi-b [s] 606, 648, 688 l[pir-a 531 ur-a [t] 884 ur-i 884 um [s] 255 u}'-usu [t] 91, 99, 672 u' -sab-a [t] 884 u'-sar-a [t] 884 -sei-a 897 n. 2 usu 100, 1107 l[ub-a v. lfyb-a uyb-a 122, 206, 251 -1f, 13, 555, 1107 1f,am-a 218 er-a 218 -x- 200 xam-a 62 xe 58, 76, 271, 419 xe 449, 1192 .1'e p 212
~,
Q34
xe lJ6 xcfJ1I
212
=-
.r'i 201 x v. x--ne x(-)-ne 186, 941, 966 xok-a 320 xttban-a 19, 303 xu 19 v. su x!lp 19 xy 19, 62 y fonema 4, 33, 1096, 1109 y gua 49, 107, 241, 1201
y
[t, t] 241
ir
~\
... . ;.
y-aiba 241 obs 3 }'apir-a [t] 244 yb-a 166 yb 166 ybak-a 1084 ybat 148 yb 34, 36 ybotyr-a 167 ybyr-a 639 ybyr-a [t, t] 241, 1190 ybyr 56, 166 ybyr-aty 119 ybyr-i 639, 642 ybytyr-a 241 obs 4 y-ek-ab-a 81 ygapem-a 3, 129 ygapenung-a 3, 241
ygap 3 yg-pukui-a 3 ygar-a 3, 59 yg 3 y(g) 3 y-giasu 107 y-katu 241 obs 3 yker-a [t, t] 241, 1190 ykeyr-a [t, t] 40, 241, 1190 yku [t, t] 241 ykyyr-a v. ykeyr-a ym 169, 464, 948 yman-~ 465 ym 194 ymi 33, 465 ymian-~ 465 ynysem-a [t, t] 56, 91
yp
167
ypek-a 46 ypy 34, 213, 551 ypy [t, t] fundo 241, 348 ypyr-a 639 ypyr-i 639 ypy-rung-a 547 ytab-a 114 ytar 301, 488, 1176 y- 284 y fonema 5, 1157
, I
, I
I
f
NDICE
DAS GRAVURAS
Aldeia tupi, .com suas casas, praa e dupla crca - STADEN Famlia tupi - LRY Dana dos carabas - DE BRY ..................................... Acampamento de expedio guerreira - DE BRY ................... Fabricao do fogo STADEN Ataque a urna aldeia, e sua defesa - DE BRY ..................... Colheita da mandioca - STADEN ................................... Guerreiros, adornados e armados ~ STADEN ....................... Preparao do cauim - THEVET .................................... Reunio do conselho STADEN Pesca flecha e mo - STADEN ............................... Aldeia e cenas da vida tupi - DE BRY Batalha naval - STADEN Prisioneiros conduzidos. Execuo e consumao - DE BRY ......... Guerrilhas s margens de um rio - STADEN Grande festa. Cauim e dana - STADEN : Pinta-se o prisioneiro e a ybyrapema - STADEN Grande festa. Cauim e dana - THEVET Preparao do cauim STADEN Saudao lacrimosa - THEVET Fases de um sacrifcio de prisioneiro - STADEN Sacrifcio de um prisioneiro ~ THEVET Pesca flecha e com rde, em barragem - STADEN Preparao do repasto sacrifical DE BRY Tratamento de um doente - THEVET Sepultamento - DE BRY Sepultamento .,,- THEVET moqueado - STADEN O corpo do prisioneiro Consumao da vtima STADEN .................................
capa
8
26
70 77
90 97
106 136
147
152 167
178
195 218
224 245 258 271 287
302
318
344
352
364
409 380 328 451
NDICE GERAL
9
25 27 33 35
43 43
PREFCl'O
o o o o o o o o o o o o o
o o o o
"
o o
ABREVIATURAS
1-11
o o o o o o
125-170
o
78
o o 79
..
o o o o o ;
o o o o o o o o
12-14
o o o o o o o o o o o
Lio l3.a 171-182 Graus do adjetivo Lio l4.a 183-192 Conjugao negativa .
83 87 91 92 94
94
o o o o o o
o o
o o o o o o o o o o o
o. o o
o o o
o o
43 46
47
o o
Nh e
i ...
o o o o
o o o o
o o
95
o o 99
49-57
o o o o o o o o
58-68
o o o o o o o o o
100
50 54 58 60
62 63
107
112
Lio Pronomes
o.
117
Lio 19.a 282-289 Classificao dos verbos . Lio ZO.a 290-309 Pronomes objetivos ..
o
o o o o o o
65
66 68
o o
332-341
o , o o
o o o
o o o o
o o o o o
72 75
Obras
de 140
Misericrdia
t
I I I
478
LEMOS
BARBOSA
638-653
. . 654-677 .
241 236
Lio 23.a 342-358 Apsto Nomes classificatrios Verbo "ter" Verbos predicativos Lio 24.a 359-377 Infinitivo objetivo Verbos compostos de ok .. Lio 25.a 378-392 Coletivos Prefixos de classe Lio 26.a Gerndio 393-424
142 143 144 145 . 148 151 154 154 158 168 174 176 180 188
238
Lio 39.a 678-699 Subordinativas temporais Lio 40.a 70Q!-719 Particpio -bae . Lio 41.a 720-737 Particpio (s)ara Lio 42.a 738-7550 Particpios bora e pora .... Lio 43.a 756-772 Particpios pyra Lio 44.a 773-797 Particpio mi- ou mbi- .... Lio Particpio 45.a 798-832 (s)aba
.
248
254 259
264
Lio 27.a 425-440 Sintaxe do gerndio Lio 28.a Nomes prprios Y ocativo
441-454
268 272 279 288 291 291 294 303 304 309 310 311 313 319
Lio 30.a 480-499 Verbos causativos (mo- ou mbo-) Lio 31.a 500-515 Verbos ,causativos-comitativos (roou 1z,o-) ......... Lio 32.a 516-527 Verbos causativos (~tkar) .. Lio 33.a 528-553 Objeto direto incorporado .. Sujeito incorporado Lio 34.a 554-577 Conjugao subordinada .... Lio 35.a 578-603 Reflexivo e recproco Lio 36.a Preposies 604-637
190
Lio 46.a 833-846 Particpio suara Particpio suera Particpio tyba Lio 47.a 847-878 ndices de .classes VALENTE - Ao Anj o Guarda Lio 48.a 879-904 Verbos irregulares Verbos defectivos V erbosexclusivos do plural VALENTE - Ao SSmo. Sacramento Lio 49.a 95-923 Pronomes relativos Lio 50.a Reduplicao
ARAJO -
924-940
Em casa de 327
Caifs
- -.
"~
--"-
'
.'--
,,-,,. n~-~~',r""~
.
DE
CURSU 941-965
o o o o ooooo. oo.
TUl:'1 ANTIGU
1070-1081
o o o ..
4/'01
Lio Condicional
51.a
Lio
58.a
Perodos Afirmativas
Antes
o o
da
absolvio'
gerundivas expletivo ARAJO -
. oo. o o o . o o o ..
Antes
(cont.)
da
..
absolvio
Lio O tupi 59.a colonial BETTENDORFF
Em
casa
lO82-1104 382
de
Lio Optativo
C aifas 52.a
(cont.)
ooo. ooooo. o.
966-979
o .. o o .. o .. o o o .... ANCHIETA
o para
AUTOR
Instruo batismo
_
o o
388
390
Dana de
o. o .. o ..
DESCONHECIDO
dez meninos
Lio Oraes
Cantigas
Lio 60.a das das das
53.a
980-992
....
1105-1148
palavras palavras o. o o o .. o o. o o o .
subordinadas ANCHIETA -
341 345
A Nossa
993-1005
o o .. o .. o o o .
Senhora
Lio Advrbios ARAJO
palavras
54.a
..... -
Antes
(conto)
da
oo
absolvio
Lio Conjugao
Novissimos 1149-1186
410 419
-
do
Lio Fonologia
homem
61.a
55.a
1006-1017
o o o . o .. -
negativa
ANCHIETA
Dana da
ooo.
o o . o o o o o . o o o o. o o
procisso
Lio Categorias
ANCHIETA
56.a
verbais
1018-1040
o. o ..... Lio
M,onlogo de Guai:rar . o o o
62.a de -
1187-1196
parentescos
ANCHIETA
A Nossa
(em Reri-
Nomenclatura ARAJO
421
o
Senhora
tiba) ARAJO -
365 O
tos
Lio Lngua e
Impedimenmatrimoniais . 1197-1211
tupis . o ..
431
Juizo
o oo
Universal
Lio Partculas
. o.
365
63.a cultura
57.a
dos -
1041-W69
367 374 O
(conto) homens
A linguagem
das mulheres ARAJO
ea
Juizo
..
EDIES CITADAS o o o o o .. o o . NDICE DE ASSUNTOS .. o o o o o NDICE DE PALAVRAS E AFIXaS TUPIS o o o o o .. o o . o o . o o ... NDICE DAS GRAVURAS . oooo. XDICE GERAL .. o
Universal
375
.,
*
:,
I
t
STE' LIVRO FOI COMPOSTO E IMPRESSO NAS OFICINAS DA EMPRSA GRFICA DA "REVISTA DOS TRIBUNAIS" LTDA . RUA CONDE DE SARZEDAS, 38, SO PAULO, EM 1956.
I
I