Harmonicas Nocoes

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Harmnicas

Noes Bsicas sobre Distores Harmnicas Introduo

A qualidade da energia tem sido alvo de muito interesse e discusso e nos ltimos anos. Cada vez mais, plantas industriais tem descoberto que tem de lidar com o problema da "energia suja". Esta a expresso popular usada para descrever uma grande variedade de contaminaes na corrente e na tenso eltrica.

<>Distoro harmnica um tipo especfico de energia suja, que normalmente associada com a crescente quantidade de acionamentos estticos, fontes chaveadas e outros dispositivos eletrnicos nas plantas industriais.

O que so harmnicas?
Tecnicamente, uma harmnica a componente de uma onda peridica cuja freqncia um mltiplo inteiro da freqncia fundamental (no caso da energia eltrica, de 60 Hz). A melhor maneira de explicar isto com a ilustrao ao lado. Nesta figura, vemos duas curvas: uma onda senoidal normal, representando uma corrente de energia
"limpa", e outra onda menor, representando uma harmnica.

harmnica.

Esta segunda onda menor representa a harmnica de quinta ordem, o que significa que sua freqncia de 5 x 60 Hz, ou 300 Hz.

Na segunda ilustrao, vemos como ficaria a soma das duas curvas. Esta curva resultante mostra bem a distoro harmnica da curva de tenso, que deixa de ser perfeitamente senoidal na presena de harmnicas.

Harmnicas so um fenmeno contnuo, e no devem ser confundidas com fenmenos de curta durao que duram apenas alguns ciclos. Transientes, disturbaes eltricas, picos de sobre-tenso e sub-tenso no so harmnicas. Estas perturbaes no sistema podem normalmente ser eliminadas com a aplicao de filtros de linha (supressores de transientes). Entretanto, estes filtros de linha no reduzem ou eliminam correntes e tenses harmnicas.

Quem causa as distores harmnicas?

Os principais equipamentos causadores das harmnicas so: inversores de frequncia, variadores de velocidade, acionamentos tiristorizados, acionamentos em corrente contnua ou alternada, retificadores, "drives", conversores eletrnicos de potncia, fornos de induo e a arco, "no-breaks" e mquinas de solda a arco.

A natureza e a magnitude das harmnicas geradas por cargas nolineares dependem de cada carga especificamente, mas algumas generalizaes podem ser feitas: As harmnicas que causam problemas geralmente so as harmnicas mpares. A magnitude da corrente harmnica diminui com o aumento da frequncia.

Quais so as consequncias de altos nveis de distores harmnicas?

Da mesma forma que a presso alta pode causar srios problemas ao corpo humano, altos nveis de harmnicas numa instalao eltrica podem causar problemas para as redes de distribuio das concessionrias, para a prpria instalao, e para os equipamentos ali instalados. As consequncias podem chegar at parada total de equipamentos importantes de produo.

Segue uma lista de consequncias que as harmnicas podem causar em diversos tipos de equipamentos: Capacitores: queima de fusveis, e reduo da vida til. Motores: reduo da vida til, e impossibilidade de atingir potncia mxima. Fusveis/Disjuntores: operao falsa/errnea, e componentes danificados. Transformadores: aumento de perdas no ferro e no cobre, e reduo de capacidade. Medidores: medies errneas e possibilidade de maiores contas. Telefones: interferncias. Acionamentos/Fontes: operaes errneas devido a mltiplas passagens por zero, e falha na comutao de circuitos.

Distores harmnicas causam muitos prejuzos a plantas industriais. De maior importncia, so a perda de produtividade, e de vendas devido a paradas de produo causadas por inesperadas falhas em motores, acionamentos, fontes ou simplesmente "repicar" de disjuntores.

O que os capacitores para correo de fator de potncia tem a ver com as harmnicas?

Em uma planta industrial que contenha capacitores para correo de fator de potncia, as distores harmnicas podem ser amplificadas em funo da interao entre os capacitores e o transformador de servio. Este fenmeno comumente chamada de ressonncia harmnica ou ressonncia paralela. Muitos dizem, erroneamente, que os causadores das harmnicas so os capacitores. Na verdade, capacitores no geram harmnicas, e sim agravam os problemas potenciais das harmnicas. Eles so os equipamentos mais sensveis s harmnicas, e os que mais sofrem na presena delas. Talvez por esta razo, problemas de harmnicas frequentemente no so conhecidos at que so aplicados capacitores para correo de fator de potncia.

Como as harmnicas podem ser eliminadas?

Normalmente, a soluo mais confivel e acessvel feita com o uso de filtros de harmnicas. Um filtro de harmnicas essencialmente um capacitor para correo de fator de potncia combinado em srie com um reator (indutor).

Noes Bsicas sobre Demanda e Fator de Potncia

O que demanda?

Demanda o consumo de energia da sua instalao dividido pelo tempo no qual se verificou tal consumo. Para faturamento de energia pela concessionria, se utilizam intervalos de integrao de 15 minutos. Assim, a sua demanda de energia (medida em kW), igual ao consumo a cada 15 minutos (medido em kWh) dividido por 1/4 (15 minutos igual a 1/4 de hora). Em um ms, ocorrem quase 3000 intervalos de quinze minutos (clique aqui para exemplo de um dia). Assim, a sua demanda ser medida quase 3000 vezes ao longo do ms, e a concessionria de energia eltrica escolher o valor mais alto, ainda que tenha sido verificado apenas uma nica vez.

O que fator de potncia?

Fator de Potncia envolve uma relao entre potncia ativa e potncia reativa: a relao entre a potncia ativa e potncia total numa instalao, num intervalo de tempo. Como a maioria das cargas de uma instalao eltrica so indutivas, elas exigem um campo eletromagntico para funcionar. Com isso, uma instalao qualquer necessita de dois tipos de energia:

Potncia Ativa, que realiza o trabalho propriamente dito, gerando calor, iluminao, movimento, etc., e medida em kW. Potncia Reativa, que mantm o campo eletromagntico, e expressa em KVAr.

Clique aqui e conhea detalhes da medio de energia reativa.

A Potncia Total ou Aparente dada em KVA, e a soma vetorial das potncias ativa e reativa, como mostra a figura acima.

O fator de potncia sempre um nmero entre 0 e 1 (alguns o expressam entre 0 e 100%) e pode ser capacitivo ou indutivo, dependendo se o consumo de energia reativa for capacitivo ou indutivo. Para faturamento de energia, o fator de potncia registrado de hora em hora (clique aqui para exemplo de um dia).

Assim como no caso da demanda, os mecanismos de tarifao levaro em conta o pior valor de fator de potncia registrado ao longo do ms, dentre os mais de 700 valores registrados.

Como cobrada a energia eltrica?

A energia eltrica pode ser cobrada de diversas maneiras, dependendo do enquadramento tarifrio de cada consumidor. Resumidamente, a classificao dos consumidores feita conforme abaixo:

Grupo A: Engloba os consumidores que recebem energia em tenses acima de 220V. Possui trs tipos de tarifao: convencional, horo-sazonal azul e horo-sazonal verde. Nesta categoria, os consumidores pagam pelo consumo, pela demanda e por baixo fator de potncia.

Grupo B: Engloba os demais consumidores, divididos em trs tipos de tarifao: residencial, comercial e rural. Neste grupo, os consumidores pagam apenas pelo consumo medido.

A maioria das pequenas e mdias empresas (industriais ou comerciais) brasileiras se encaixa no Grupo A, onde so cobrados pelo consumo, pela demanda e por baixo fator de potncia. Estes consumidores podem ser enquadrados na tarifao convencional, ou na tarifao horo-sazonal (azul ou verde).

Os custos por kWh so mais baixos nas tarifas horosazonais, mas as multas por ultrapassagem so mais pesadas. Assim, para a escolha do melhor enquadramento tarifrio (quando facultado ao cliente) necessria uma avaliao especfica.

Tarifao Convencional
Na tarifao convencional, o consumidor paga concessionria at trs parcelas: consumo, demanda e ajuste de fator de potncia. O faturamento do consumo igual ao de nossas casas, sem a diviso do dia em horrio de ponta e fora de ponta. Acumula-se o total de kWh consumidos, e aplica-se uma tarifa de consumo para chegar-se parcela de faturamento de consumo. A parcela de faturamento de demanda obtida pela aplicao de uma tarifa de demanda demanda faturada, tal qual detalhadamente explicado abaixo (Tarifao Horo-Sazonal).

Para o clculo da parcela de ajuste de fator de potncia, o dia dividido em duas partes: horrio capacitivo e o restante. Se o fator de potncia do consumidor estiver fora dos limites estipulados pela legislao, haver penalizao por baixo fator de potncia. Se o fator de potncia do consumidor estiver dentro dos limites prestabelecidos, esta parcela no cobrada.

Tarifao Horo-Sazonal (Azul e Verde)


Clique aqui e conhea o porqu da tarifao horo-sazonal, e suas principais definies.

Na tarifao horo-sazonal (azul ou verde), os dias so divididos em perodos fora de ponta e de ponta, para faturamento de demanda, e em horrio capacitivo e o restante, para faturamento de fator de potncia. Alm disto, o ano dividido em um perodo seco e outro perodo mido.
Assim, para o faturamento do consumo, acumula-se o total de kWh consumidos em cada perodo: fora de ponta seca ou fora de ponta mida, e ponta seca ou ponta mida. Para cada um destes perodos, aplica-se uma tarifa de consumo diferenciada, e o total a parcela de faturamento de consumo. Evidentemente, as tarifas de consumo nos perodos secos so mais caras que nos perodos midos, e no horrio de ponta mais cara que no horrio fora de ponta.

Na tarifao horo-sazonal azul, o faturamento da parcela de demanda ser igualmente composto por parcelas relativas cada perodo: fora de ponta seca ou fora de ponta mida, e ponta seca ou ponta mida. Para cada perodo, o clculo ser o seguinte: Caso 1 - Demanda registrada inferior demanda contratada. Aplica-se a tarifa de demanda correspondente demanda contratada. Caso 2 - Demanda registrada superior demanda contratada, mas dentro da tolerncia de ultrapassagem**. Aplica-se a tarifa de demanda correspondente demanda registrada. Caso 3 - Demanda registrada superior demanda contratada e acima da tolerncia**. Aplica-se a tarifa de demanda correspondente demanda contratada, e soma-se a isso a aplicao da tarifa de ultrapassagem correspondente diferena entre a demanda registrada e a demanda contratada. Ou seja: paga-se tarifa normal pelo contratado, e tarifa de ultrapassagem sobre todo o excedente.

Na tarifa verde, o consumidor contrata apenas dois valores de demanda, um para o perodo mido e outro para o perodo seco. No existe contrato diferenciado de demanda no horrio de ponta, como na tarifa azul. Assim, o faturamento da parcela de demanda ser composto uma por parcela apenas, relativa ao perodo seco ou ao perodo mido, usando o mesmo critrio acima. Para o clculo da parcela de ajuste de fator de potncia, o dia dividido em trs partes: horrio capacitivo, horrio de ponta, e o restante. Se o fator de potncia do consumidor, registrato de hora em hora ao longo do ms, estiver fora dos limites estipulados pela legislao, haver penalizao por baixo fator de potncia. Se o fator de potncia do consumidor estiver dentro dos limites pr-estabelecidos, esta parcela no cobrada. **Observaes: A tolerncia de ultrapassagem, dada aos consumidores das tarifas horo-sazonais para fins de faturamento de demanda, de: 5% para osconsumidores atendidos em tenso igual ou superior a 69 kV. 10% para os consumidores atendidos em tenso inferior a 69 kV (a grande maioria).

O perodo mido aquele onde, devido estao de chuvas, os reservatrios de nossas usinas hidreltricas esto mais altos. Como o potencial hidrulico das usinas cresce, existe um incentivo (tarifas mais baixas) para que o consumo de energia seja maior neste perodo. Os meses midos so: dezembro, janeiro, fevereiro, maro e abril.

O perodo seco aquele onde, devido falta de chuvas, os reservatrios de nossas usinas hidreltricas esto mais baixos. Como o potencial hidrulico das usinas diminui, existe um acrscimo nas tarifas para que o consumo de energia seja menor neste perodo. Os meses secos so: maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro e novembro.

Por que controlar a demanda?

Qualquer que seja o seu enquadramento tarifrio dentro do Grupo A, a sua demanda registrada (para fins de faturamento) ser, a cada ms, a maior demanda de cada um dos intervalos de integrao de 15 minutos ao longo do ms. Se sua empresa estiver enquadrada na tarifa horosazonal azul, ter uma demanda registrada para o horrio fora de ponta, e outra demanda registrada para o horrio de ponta. Estes valores, quando elevados, podem ocasionar pesados acrscimos sua fatura de energia.

Por que controlar o fator de potncia?

A Portaria DNAEE 1569/93 estabeleceu novas regras para o fator de potncia dos consumidores do Grupo A. Em linhas gerais, eles devero manter o fator de potncia de suas instalaes acima de 0,92 indutivo durante os horrios fora de ponta indutivo e de ponta, e devero manter o fator de potncia acima de 0,92 capacitivo no horrio capacitivo.

Como o fator de potncia medido pela concessionria de hora em hora, h que se control-lo continua e automaticamente, de modo a evitar multas por baixo fator de potncia.

Como a concessionria mede a demanda e o fator de potncia?

Assuma, como fato quase que certo, que a sua concessionria possui instalados, junto sua entrada de energia, todos os medidores e registradores de energia necessrios cobrana das grandezas eltricas que o seu enquadramento tarifrio permite a ela cobrar.

Para isto, so medidos e registrados a demanda ativa e reativa a cada 15 em 15 minutos, durante todos os dias entre as leituras de energia. Durante a leitura, esses dados so transferidos para um coletor de dados, e posteriormente, eles so descarregados no computador da concessionria que faz o faturamento de cada um dos clientes.

O que um controlador de demanda pode fazer por mim?

Um controlador pode: 1. monitorar o comportamento da demanda e do fator de potncia continuamente. 2. fornecer grficos e relatrios que permitem a anlise do comportamento da demanda e do fator de potncia, e a tomada de medidas corretivas cabveis. 3. controlar automaticamente as cargas e os capacitores, impedindo a ocorrncia de multas. Com isso, voc pode conseguir boas economias (clique aqui para exemplo) na sua conta de energia eltrica.

Como o equipamento controla a demanda e o fator de potncia?


Resumidamente, o modo de funcionamento do controlador o seguinte:

Entrada de Dados: Os pulsos emitidos pelo medidor REP, utilizado pela concessionria para fazer os registros que serviro ao faturamento de sua energia, so os mesmos que o controlador utililiza para fazer clculos e controles. Isto torna o controle 100% compatvel com a sua medio. Estes pulsos so recebidos pela placa de interface do sistema, especialmente desenhada para este fim.

Clculos da Concessionria: A concessionria registra a DEMANDA ATIVA consumida a cada 15 minutos, o chamado intervalo de integrao. A concessionria registra, igualmente, DEMANDA REATIVA a cada 15 minutos, e com base nestes valores, calcula o FATOR DE POTNCIA mdio da instalao em cado intervalo de uma HORA, ao longo do ms. Clculos do controlador: O controlador faz constantemente vrios clculos que permitem alcanar um valores de demanda e fator de potncia (figura ao lado), a cada intervalo de integrao, dentro dos limites estabelecidos pela legislao em vigor, sem desligar inutilmente as cargas, sem sobrecarregar os capacitores, e sem prejudicar a produo. Atuao do controlador: O controlador atua sobre as cargas e sobre os capacitores obedecendo aos critrios definidos pelo usurio, e garante que a demanda e o fator de potncia alcanados no final de cada intervalo estaro dentro do limites prefixados.

Diagrama Funcional do Sistema


A instalao de um controlador pode ser realizada de vrias maneiras, dependendo do ambiente industrial e do modo de operar desejado pelo usurio.

Normalmente, as distncias entre o controlador e a cabine de medio da concessionria, e entre o controlador e as cargas que determinam com maior preciso o tipo de instalao que ser implementada. Consulte a engenharia da Engecomp para uma avaliao do seu caso especfico.

Qualidade de Energia - Causas, Efeitos e Solues


Autor: Edgard Franco - ENGECOMP TECNOLOGIA EM AUTOMAO E CONTROLE LTDA. 1. Introduo 2. Normas e Organizaes Relacionadas com Qualidade de Energia 3. Terminologia e Definio dos Itens de Qualidade 4. Transitrios 5. Interrupes e Sags

6. Sobretenses 7. Desequilbrios de Tenso 8. Distores na Forma de Onda 9. Distores Harmnicas 10. Flutuaes ou Oscilaes de Tenso 11. Vairaes na Freqencia do Sistema Eltrico 12. Resumo: Causas, Efeitos e Solues Voltar ao Topo

1. INTRODUO

O conceito de Qualidade de Energia est relacionado a um conjunto de alteraes que podem ocorrer no sistema eltrico. Uma boa definio para o problema de qualidade de energia : "Qualquer problema de energia manifestado na tenso, corrente ou nas variaes de freqncia que resulte em falha ou m operao de equipamentos de consumidores". Tais alteraes podem ocorrer em vrias partes do sistema de energia, seja nas instalaes de consumidores ou no sistema supridor da concessionria. Estes problemas vem se agravando rapidamente em todo o mundo por diversas razes, das quais destacamos duas:

instalao cada vez maior de cargas no-lineares. O crescente interesse pela racionalizao e conservao da energia eltrica tem aumentado o uso de equipamentos que, em muitos casos, aumentam os nveis de distores harmnicas e podem levar o sistema a condies de ressonncia. maior sensibilidade dos equipamentos instalados aos efeitos dos fenmenos (distrbios) de qualidade de energia. Em alguns ramos de atividade, como as indstrias txtil, siderrgica e petroqumica, os impactos econmicos da qualidade da energia so enormes. Nestes setores, uma interrupo eltrica de at 1 minuto pode ocasionar prejuzos de at US$ 500 mil. E diante deste potencial de prejuzos possveis, fica evidente a importncia de uma anlise e diagnstico da qualidade da energia eltrica, no intuito de determinar as causas e as conseqncias dos distrbios no sistema, alm de apresentar medidas tcnica e economicamente viveis para solucionar o problema.

2. NORMAS E ORGANIZAES RELACIONADAS COM QUALIDADE DE ENERGIA

A Europa a regio do planeta mais avanada no quesito normas de qualidade de energia, uma vez que a norma EN50160 foi oficialmente adotada por vrios pases. Nos EUA, muitas concessionrias tem usado normas
como a IEEE 519 apenas como referncia, raramente incluindo clusulas sobre este assunto nos contratos com clientes.

Entretanto, o clima de desregulamentao pode significar que contratos com clusulas de qualidade de energia possam vir a ser comuns no futuro. Segue lista de normas e entidades:

EN50160: uma nova norma que cobre flicker, interharmnicas, desvios/variaes de tenso, e muito mais.
IEC 61000-4-15: uma norma de medio de flicker que inclui especificaes para medidores. IEC 61000-4-7: descreve uma tcnica de medio padro para harmnicas. IEEE 519 (1992): uma prtica recomendada pela IEEE, utilizada principalmente por concessionrias de energia nos EUA. Descreve nveis aceitveis de harmnicas para o ponto de entrega de energia pela concessionria. IEEE 1159 (1995): uma prtica recomendada pela IEEE para monitorao e interpretao apropriada dos fenmenos que causam problemas de qualidade de energia. CBEMA: Computer and Business Equipment Manufacturers Association. A CBEMA virou ITI em 1994. A curva CBEMA define os nveis de suportabilidade de equipamentos, em funo da magnitude da tenso e da durao do distrbio. Distrbios que caiam fora da curva podem causar danos aos equipamentos. ITI: Information Technology Industry Council. Grupo trabalha para defender os interesses da indstria de informtica.

3. TERMINOLOGIAS E DEFINIES DOS ITENS DE QUALIDADE

Na tica do consumidor, talvez seja mais simples e adequado utilizarmos simplesmente a palavra "distrbios" para englobar todos os fenmenos que afetam a qualidade da energia eltrica.

Estes "distrbios" podem ter origem na energia eltrica entregue pela concessionria de energia, ou na rede interna de distribuio (incluindo equipamentos ali instalados) do prprio consumidor. A figura ao lado mostra a origem dos problemas de qualidade de energia, quando analisada sob a tica do consumidor.

Os acadmicos e especialistas, no entanto, classificam os itens de qualidade ("distrbios") conforme segue:


TRANSITRIOS, dos tipos impulsivos ou oscilatrios. VARIAES DE TENSO DE CURTA DURAO, que podem ser instantneas, momentneas, ou temporrias. VARIAES DE TENSO DE LONGA DURAO, que podem ser de trs tipos: interrupces, subtenses ou sobretenses sustentadas. DESEQUILBRIOS DE TENSO, causados por m distribuio de cargas monofsicas, e que fazem surgir no circuito tenses de seqncia negativa. DISTORES DA FORMA DE ONDA, que podem ser classificadas em cinco tipos: nvel CC, harmnicos, interharmnicos, "notching", e rudos. OSCILAES DE TENSO, que so variaes sistemticas dos valores eficazes da tenso de suprimento (dentro da faixa compreendida entre 0,95 e 1,05 pu), e que podem ser aleatrias, repetitivas ou espordicas. VARIAES DA FREQUNCIA DO SISTEMA, que so definidas como sendo desvios no valor da freqncia fundamental deste sistema (50 ou 60Hz).

A figura abaixo mostra as formas de onda tpicas dos itens de qualidade mais comuns:

4. TRANSITRIOS
Os transitrios so fenmenos eletromagnticos oriundos de alteraes sbitas nas condies operacionais de um sistema de energia eltrica. Geralmente, a durao de um transitrio muito pequena, mas de grande importncia, uma vez que submetem equipamentos a grandes solicitaes de tenso e/ou corrente. Existem dois tipos

de transitrios: os impulsivos, causados por descargas atmosfricas, e os oscilatrios, causados por chaveamentos.
Um transitrio impulsivo (normalmente causado por descargas atmosfricas) pode ser definido como uma alterao repentina nas condies de regime permanente da tenso, corrente ou ambas, caracterizando-se por apresentar

impulsos unidirecionais em polaridade (positivo ou negativo) e com freqncia bastante diferente daquela da rede eltrica.

Em sistemas de distribuio o caminho mais provvel para as descargas atmosfricas atravs de um condutor fase, no primrio ou no secundrio, causando altas sobretenses no sistema. Uma descarga diretamente na fase pode gerar tambm subtenses de curta durao ("sag") e interrupes. Altas sobretenses transitrias podem tambm ser geradas por descargas que fluem ao longo do condutor terra, causando os seguintes problemas:

Elevao do potencial do terra local, em relao a outros terras, em vrios kV. Equipamentos eletrnicos conectados entre duas referncias de terra, tais como computadores conectados a modems, podem ser danificados quando submetidos a altos nveis de tenso. Induo de altas tenses nos condutores fase, quando as correntes passam pelos cabos a caminho do terra.

Um transitrio oscilatrio caracterizado por uma alterao repentina nas condies de regime permanente da tenso e/ou corrente possuindo valores de polaridade positiva e negativa. Estes transitrios normalmente so decorrentes de energizao de linhas, corte de corrente indutiva, eliminao de faltas, chaveamento de bancos de capacitores e transformadores, etc. Os transitrios oscilatrios de mdia-frequncia podem ser causados por: energizao de capacitor "back-to-back" (resultando em correntes transitrias de dezenas de kHz), chaveamento de disjuntores para eliminao de faltas e tambm como resposta do sistema a um transitrio impulsivo.

5. INTERRUPES E SAGS

As variaes de tenso de curta durao podem ser caracterizadas por alteraes instantneas, momentneas ou temporrias. Tais variaes de tenso so, geralmente, causadas pela energizao de grandes cargas que requerem altas correntes de partida, ou por intermitentes falhas nas conexes dos cabos de sistema. Dependendo do local da falha e das condies do sistema, o resultado pode ser uma queda de tenso temporria ("sag"), uma elevao de tenso ("swell"), ou mesmo uma interrupo completa do sistema eltrico.

Chama-se interrupo de curta durao quando a tenso de suprimento cai para um valor menor que 0,1 pu por um perodo de tempo no superior a 1 minuto, o que geralmente ocorre por faltas no sistema de energia, falhas de equipamentos e mal funcionamento de sistemas de controle. Algumas interrupes podem ser precedidas por um "sag" quando estas so devidas a faltas no sistema supridor. O "sag" ocorre no perodo de tempo entre o incio de uma falta e a operao do dispositivo de proteo do sistema.

Vamos analisar, por exemplo, o caso de um curto-circuito no sistema supridor da concessionria. Logo que o dispositivo de proteo detecta a corrente de curto-circuito, ele comanda a desenergizao da linha com vistas a eliminar a corrente de falta. Somente aps um curto intervalo de tempo, o religamento automtico do disjuntor ou religador efetuado. Entretanto, pode ocorrer que, aps o religamento, o curto persista e uma seqncia de religamentos pode ser efetuada com o intuito de eliminar a falta. A figura abaixo ilustra uma seqncia de religamentos com valores tpicos de ajustes do atraso. Sendo a falta de carter temporrio, o equipamento de proteo no completar a seqncia de operaes programadas e o fornecimento de energia no interrompido.
Assim, a maior parte dos consumidores (principalmente os residenciais) no sentir os efeitos da interrupo. Porm, algumas cargas mais sensveis (ex: computadores e outras cargas eletrnicas) estaro sujeitas a tais efeitos, a menos que a instalao seja dotada de unidades UPS (no-breaks), que evitaro maiores conseqncias na operao destes equipamentos.

Alguns dados estatsticos revelam que 75% das faltas em redes areas so de natureza temporria. No passado, este percentual no era considerado preocupante. Entretanto, com o crescente emprego de cargas eletrnicas, como inversores, computadores, etc., este nmero passou a ser relevante nos estudos de otimizao do sistema, pois , agora, tido como responsvel pela sada de operao de diversos equipamentos, interrompendo o processo produtivo, e causando enormes prejuzos s indstrias. Uma queda de tenso de curta durao, tambm chamada de "sag", caracterizada por uma reduo no valor eficaz da tenso, entre 0,1 e 0,9 pu, na freqncia fundamental, com durao entre 0,5 ciclo e 1 minuto. A figura ao lado ilustra uma subtenso de curta durao tpica, causada por uma falta fase-terra. Observa-se um decrscimo de 80% na tenso por um perodo de aproximadamente 3 ciclos, at que o equipamento de proteo da subestao opere e elimine a corrente de falta.

6. SOBRETENSES

Uma sobretenso de curta durao ou "swell" definida como um aumento entre 1,1 e 1,8 pu na tenso eficaz, na freqncia da rede, com durao entre 0,5 ciclo a 1 minuto. Os "swells" esto geralmente associados com condies de falta no sistema.

A figura abaixo ilustra um "swell" causado por uma falta fase-terra. Este fenmeno pode tambm estar associado sada de grandes blocos de cargas ou energizao de grandes bancos de capacitores, porm, com uma incidncia pequena se comparada com as sobretenses provenientes de faltas fase-terra nas redes de transmisso e distribuio.

As sobretenses de curta durao so caracterizadas pelas suas magnitudes (valores eficazes) e suas duraes. A severidade de um "swell" durante uma condio de falta funo do local da falta, da impedncia do sistema e do aterramento. Sua durao est intimamente ligada aos ajustes dos dispositivos de proteo, natureza da falta (permanente ou temporria) e sua localizao na rede eltrica.

Como conseqncia das sobretenses de curta durao em equipamentos, podese citar falhas dos componentes, dependendo da freqncia de ocorrncia do distrbio. Dispositivos eletrnicos incluindo ASD's, computadores e controladores eletrnicos, podem apresentar falhas imediatas durante estas condies. Transformadores, cabos, barramentos, dispositivos de chaveamento, TPs, TCs e mquinas rotativas podem ter a vida til reduzida. Um aumento de curta durao na tenso em alguns rels pode resultar em m operao, enquanto outros podem no ser afetados. Um "swell" em um banco de capacitores pode, freqentemente, causar danos no equipamento.

Dentro do exposto, a preocupao principal recai sobre os equipamentos eletrnicos, uma vez que estas sobretenses podem vir danificar os componentes internos destes equipamentos, conduzindo-os m operao, ou em casos extremos, completa inutilizao. Vale ressaltar mais uma vez que, a suportabilidade de um equipamento no depende apenas da magnitude da sobretenso, mas tambm do seu perodo de durao, conforme ilustra a figura ao lado, que mostra as tolerncias tpicas de microcomputadores s variaes de tenso (curva CBEMA). Diante de tais problemas causados por sobretenses de curta durao, este item de qualidade sugere que seja mantida uma ateno por parte de consumidores, fabricantes e concessionrias, no intuito de eliminar ou reduzir as conseqncias oriundas deste fenmeno.

7. DESEQUILBRIOS DE TENSO

Os desequilbrios podem ser definidos como o desvio mximo da mdia das correntes ou tenses trifsicas, dividido pela mdia das correntes ou tenses trifsicas, expressado em percentual. As origens destes desequilbrios esto geralmente nos sistemas de distribuio, os quais possuem cargas monofsicas distribudas inadequadamente, fazendo surgir no circuito tenses de seqncia negativa. Este problema se agrava quando consumidores alimentados de forma trifsica possuem uma m distribuio de carga em seus circuitos internos, impondo correntes desequilibradas no circuito da concessionria.

Tais fatores fazem com que a qualidade no fornecimento de energia seja prejudicada, e alguns consumidores tenham em suas alimentaes um desequilbrio de tenso. Estes desequilbrios de tenso podem apresentar problemas indesejveis na operao de equipamentos, dentre os quais destacam-se:

Motores de Induo: Para as anlises dos efeitos de tenses desequilibradas aplicadas a um motor de induo, considera-se somente os efeitos produzidos pelas tenses de seqncia negativa, que somados aos resultados da tenso de seqncia positiva, resultam num conjugado pulsante no eixo da mquina (vide figura), e no sobreaquecimento da mquina. Como conseqncia direta desta elevao de temperatura tem-se a reduo da expectativa de vida til dos motores, visto que o material isolante sofre uma deteriorao mais acentuada na presena de elevadas temperaturas nos enrolamentos.

Mquinas sncronas: Como no caso anterior, a corrente de seqncia negativa fluindo atravs do estator de uma mquina sncrona, cria um campo magntico girante com velocidade igual do rotor, porm, no sentido contrrio ao de rotao definido pela seqncia positiva. Consequentemente, as tenses e correntes induzidas nos enrolamentos de campo, de amortecimento e na superfcie do ferro do rotor, tero uma freqncia igual a duas vezes da rede, aumentando significativamente as perdas no rotor. Retificadores: Uma ponte retificadora CA/CC, controlada ou no, injeta na rede CA, quando esta opera sob condies nominais, correntes harmnicas caractersticas (de ordem 5, 7, 11, 13, etc). Entretanto, quando o sistema supridor encontra-se desequilibrado, os retificadores passam a gerar, alm das correntes harmnicas caractersticas, o terceiro harmnico e seus mltiplos. A presena do terceiro harmnico e seus mltiplos no sistema eltrico extremamente indesejvel, pois possibilita manifestao de ressonncias no previstas, causando danos a uma srie de equipamentos.

8. DISTORES NA FORMA DE ONDA

A distoro da forma de onda definida como um desvio, em regime permanente, da forma de onda puramente senoidal, na freqncia fundamental, e caracterizada principalmente pelo seu contedo espectral. Existem cinco tipos principais de distores da forma de onda:

Harmnicos: tenses ou correntes senoidais de freqncias mltiplas inteiras da freqncia fundamental (50 ou 60 Hz) na qual opera o sistema de energia eltrica. Estes harmnicos distorcem as formas de onda da tenso e corrente e so oriundos de equipamentos e cargas com caractersticas nolineares instalados no sistema de energia.

Interharmnicos: componentes de freqncia, em tenso ou corrente, que no so mltiplos inteiros da freqncia fundamental do sistema supridor (50 ou 60Hz). Elas podem aparecer como freqncias discretas ou como uma larga faixa espectral. Os interharmnicos podem ser encontrados em redes de diferentes classes de tenso. As suas principais fontes so conversores estticos de potncia, cicloconversores, motores de induo e equipamentos a arco. Sinais "carrier" em linhas de potncia tambm podem ser considerados como interharmnicos. Os efeitos deste fenmeno no so bem conhecidos, mas admite-se que os mesmos podem afetar a transmisso de sinais "carrier" e induzir "flicker" visual no display de equipamentos como tubos de raios catdicos.
Nvel CC: a presena de tenso ou corrente CC em um sistema eltrico CA denominado "DC offset". Este fenmeno pode ocorrer como o resultado da operao ideal de retificadores de meia-onda. O nvel CC em redes de corrente alternada pode levar saturao de transformadores, resultando em perdas adicionais e reduo da vida til.

"Notching": distrbio de tenso causado pela operao normal de equipamentos de eletrnica de potncia quando a corrente comutada de uma fase para outra. Este fenmeno pode ser detectado atravs do contedo harmnico da tenso afetada. As componentes de freqncia associadas com os "notchings" so de alto valor e, desta forma, no podem ser medidas pelos equipamentos normalmente utilizados para anlise harmnica. Rudos: definido como um sinal eltrico indesejado, contendo uma larga faixa espectral com freqncias menores que 200 KHz, as quais so superpostas s tenses ou correntes de fase, ou encontradas em condutores de neutro. Os rudos em sistemas de potncia podem ser causados por equipamentos eletrnicos de potncia, circuitos de controle, equipamentos a arco, retificadores a estado slido e fontes chaveadas e, normalmente esto relacionados com aterramentos imprprios.

9. DISTORES HARMNICAS

Tecnicamente, uma harmnica a componente de uma onda peridica cuja frequncia um mltiplo inteiro da frequncia fundamental (no caso da energia eltrica, de 60 Hz). A melhor maneira de explicar isto com a ilustrao ao lado. Nesta figura, vemos duas curvas: uma onda senoidal normal, representando uma corrente de energia "limpa", e outra onda menor, representando uma harmnica. Esta segunda onda menor representa a harmnica de quinta ordem, o que significa que sua frequncia de 5 x 60 Hz, ou 300 Hz. Na segunda ilustrao, vemos como ficaria a soma das duas curvas. Esta curva resultante mostra bem a distoro harmnica da curva de tenso, na presena de harmnicas. As distores harmnicas vm contra os objetivos da qualidade do suprimento promovido por uma concessionria de energia eltrica, a qual deve fornecer aos seus consumidores uma tenso puramente senoidal, com amplitude e freqncia constantes. Entretanto, o fornecimento de energia a determinados consumidores que causam deformaes no sistema supridor, prejudicam no apenas o consumidor responsvel pelo distrbio, mas tambm outros conectados mesma rede eltrica.

No passado no havia maiores preocupaes com harmnicos. Cargas com caractersticas no lineares eram pouco utilizadas e os equipamentos eram mais resistentes aos efeitos provocados por harmnicas. Entretanto, nos ltimos anos, com o rpido desenvolvimento da eletrnica de potncia, e a utilizao de mtodos que buscam o uso mais racional da energia eltrica, o contedo harmnico presente nos sistemas tem-se elevado, causando uma srie de efeitos indesejveis em diversos equipamentos, comprometendo a qualidade e o prprio uso racional da energia eltrica. Assim, de grande importncia citar aqui os vrios tipos de cargas eltricas com caractersticas no lineares, que tm sido implantadas em grande quantidade no sistema eltrico brasileiro:

circuitos de iluminao com lmpadas de descarga;


fornos a arco; compensadores estticos tipo reator saturado, etc. motores de corrente contnua controlados por retificadores; motores de induo controlados por inversores com comutao forada;

processos de eletrlise atravs de retificadores no-controlados;


motores sncronos controlados por cicloconversores;

fornos de induo de alta freqncia, etc.


fornos de induo controlados por reatores saturados; cargas de aquecimento controladas por tiristores; velocidade dos motores CA controlados por tenso de estator; reguladores de tenso a ncleo saturado; computadores; eletrodomsticos com fontes chaveadas, etc. Como j foi dito, as distores harmnicas causam muitos prejuzos s plantas industriais. De maior importncia, so a perda de produtividade, e de vendas devido a paradas de produo causadas por inesperadas falhas em motores, acionamentos, fontes ou simplesmente "repicar" de disjuntores.

Segue relao mais detalhada destes prejuzos:


Capacitores: queima de fusveis, e reduo da vida til. Motores: reduo da vida til, e impossibilidade de atingir potncia mxima. Fusveis/Disjuntores: operao falsa/errnea, e componentes danificados. Transformadores: aumento de perdas, causando reduo de capacidade e diminuio da vida til. Medidores:possibilidade de medies errneas e de maiores contas.

Telefones: interferncias.
Mquinas Sncronas: sobreaquecimento das sapatas polares, causado pela circulao de correntes harmnicas nos enrolamentos amortecedores. Acionamentos/Fontes: operaes errneas devido a mltiplas passagens por zero, e falha na comutao de circuitos. Carregamento exagerado do circuito de neutro, principalmente em instalaes que agregam muitos aparelhos eletrnicos e possuem malhas de terra mal projetadas.

Os principais problemas causados por harmnicos, no entanto, se do junto a bancos de capacitores, que podem originar condies de ressonncia, caracterizando uma sobretenso nos terminais das unidades capacitivas.

Em decorrncia desta sobretenso, tem-se uma degradao do isolamento das unidades capacitivas, e em casos extremos, uma completa danificao dos capacitores. Alm disso, consumidores conectados no mesmo ponto ficam submetidos a tenses perigosas, mesmo no sendo portadores de cargas poluidoras em sua instalao. Mesmo sem uma condio de ressonncia, um capacitor sempre um caminho de baixa impedncia para as correntes harmnicas, e sempre estar sempre sujeito a sobrecarga e sobreaquecimento excessivo.

10. FLUTUAES OU OSCILAES DE TENSO

As flutuaes de tenso correspondem a variaes sistemticas dos valores eficazes da tenso de suprimento dentro da faixa compreendida entre 0,95 e 1,05 pu. Tais flutuaes so geralmente causadas por cargas industriais e manifestam-se de diferentes formas, a destacar: Flutuaes Aleatrias: causadas por fornos a arco, onde as amplitudes das oscilaes dependem do estado de fuso do material e do nvel de curto-circuito da instalao. Flutuaes Repetitivas: causadas por mquinas de solda, laminadores, elevadores de minas e ferrovias. Flutuaes Espordicas: causadas pela partida direta de grandes motores. Os principais efeitos nos sistemas eltricos, resultados das oscilaes causadas pelos equipamentos mencionados anteriormente so oscilaes de potncia e torque das mquinas eltricas, queda de rendimento dos equipamentos eltricos, interferncia nos sistemas de proteo, e efeito "flicker" ou cintilao luminosa.

11. VARIAES NA FREQENCIA DO SISTEMA ELTRICO

Variaes na freqncia de um sistema eltrico so definidas como sendo desvios no valor da freqncia fundamental deste sistema (50 ou 60Hz). A freqncia do sistema de potncia est diretamente associada velocidade de rotao dos geradores que suprem o sistema. Pequenas variaes de freqncia podem ser observadas como resultado do balano dinmico entre carga e gerao no caso de alguma alterao (variaes na faixa de 60 0,5Hz). Variaes de freqncia que ultrapassam os limites para operao normal em regime permanente podem ser causadas por faltas em sistemas de transmisso, sada de um grande bloco de carga ou pela sada de operao de uma grande fonte de gerao.
Em sistemas isolados, entretanto, como o caso da gerao prpria nas indstrias, na eventualidade de um distrbio, a magnitude e o tempo de permanncia das mquinas operando fora da velocidade, resultam em desvios da freqncia em propores mais significativas.

12. RESUMO: CAUSAS, EFEITOS E SOLUES


Distrbio Interrupes Descrio Interrupo total da alimentao eltrica Causas Curto-circuitos, descargas atmosfricas, e outros acidentes que exijam manobras precisas de fusveis, disjuntores, etc. Descargas atmosfricas Manobras da concessionria Manobras de grandes cargas e bancos de capacitores Queda/Partida de grandes equipamentos Curto-circuitos Falha em equipamentos ou manobras da concessionria Efeitos Queda do sistema Danificao de componentes Perda de produo Solues UPS Geradores de emergncia (interrupes de longa durao)

Transientes

Distrbio na curva senoidal, resultando em rpido e agudo aumento de tenso

Travamento, perda de memria e erros de processamento Queima de placas eletrnicas, danificao de materiais de isolao e de equipamentos Perda de dados e erros de processamento Desligamento de equipamentos Oscilaes em motores com reduo de vida til

Supressores de transientes UPS com supressores de transientes Transformadores de isolao UPS Reguladores de tenso

Sag / Swell

Subtenses (sags) ou sobretenses (swells) curtas (meio ciclo at 3 segundos) Sags respondem por cerca de 87% de todos os distrbios eltricos

Rudos

Sinal indesejado de alta freqncia que altera o padro normal de tenso (onda senoidal) Alterao do padro normal de tenso (onda senoidal), causada por freqncias mltiplas da fundamental (5060Hz)

Interferncia de estaes de rdio e TV Operao de equipamentos eletrnicos UPS, Reatores eletrnicos, inversores de freqncia, retificadores e outras cargas no-lineares.

Travamentos, perda de dados e erros de processamento Recepes distorcidas (audio e video) Sobreaquecimento de cabos e equipamentos Diminuio da performance de motores Operao errnea de disjuntores, rels e fusveis Desligamento de equipamentos Sobreaquecimento de motores e lmpadas Reduo de vida til ou de eficincia dos equipamentos

UPS Transformadores de isolao Filtros de linha

Harmnicos

Filtros de harmnicas Reatores de linha Melhorias na fiao e no aterramento Transformadores de isolao

Variaes de Tenso de Longa Durao

Variaes de tenso com durao acima de 1 minuto

Equipamentos e fiao sobrecarregados Utilizao imprpria de transformadores Fiao subdimensionada ou conexes mal feitas

UPS Verificar conexes e fiaes eltricas Transferncia de equipamentos para outros circuitos

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