Trácia
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A Trácia é uma região histórica do sudeste da Europa. Antiga região macedônia, era habitada por populações de raça pelásgica. Atualmente é dividida entre a Grécia, Turquia e a Bulgária. É banhada, a leste, pelo mar Negro e pelo estreito do Bósforo; ao sudeste, pelo mar de Mármara; e ao sul, pelo estreito do Dardanelos e pelo mar Egeu.
Fronteiras da Trácia
editarNa antiguidade helenística, teve por limites terrestres o rio Nestos (que deságua próximo à ilha egeia de Tasos) e as margens do Danúbio. Mais tarde, com o estabelecimento da província da Mésia Inferior pelos conquistadores Romanos, os limites setentrionais da Trácia foram recuados às montanhas do Haimos.
História
editarA Trácia foi um grande corredor natural para os povos Indo-Europeus que passavam em direção à Grécia (Aqueus, Jônios, Eólios e Dórios) ou à Anatólia (Hititas, Frígios, Celtas). Foi povoada pelos Trácios, que deram o nome ao país, e sofreu invasões pelos Citas. Os trácios segundo Heródoto são descritos como tendo uma população considerável, apenas comparada com a Índia na mesma época.[1]
Foi conquistada pelo general aquemênida Mardônio que a incorporou ao império de Dario I em 512 a.C.. Segundo Heródoto, a Trácia formou a satrapia III-B do Império Aquemênida, até ser abandonada pelos iranianos em meados do século V a.C.. Formou-se aí então um reino, no leste do país, o Reino Odrísio, sob os governos, consecutivos, de Hebrizelmis, Cótis I e Cersobleptes; este último tentou unificar todos os Trácios sob seu domínio, mas foi derrotado por Filipe II da Macedónia, que lhe conquistou o país.
Com a morte de Alexandre, o Grande (filho de Filipe II) em 323 a.C., a Trácia foi legada ao seu general Lisímaco após a partilha do Império Macedônico.
Tardiamente anexada ao Império Romano (no ano 43 a.C., isto é, quase duzentos anos após a conquista da vizinha Macedônia por Roma), a Província da Trácia acabou por tornar-se na região mais importante do império, em função da transferência da capital para Constantinopla. Nos estertores do Império do Oriente, o tardio Tema da Trácia era, além de alguns exclaves e ilhas, tudo o que restava do velho império.
Para os Otomanos, Trácia e Rumélia (nome relativo a Roma, isto é, ao Império do Oriente) eram topônimos que se confundiam. Da Rumélia Otomana também fazia parte a Macedônia.
A Trácia contemporânea
editarAs fronteiras internacionais que actualmente cortam a Trácia foram definidas em 1923 pelo Tratado de Lausanne:
- A região sudoeste integra a Grécia e forma a maior parte da periferia de Macedônia Oriental e Trácia;
- A região centro-sul/sudeste forma a Trácia turca ou Turquia europeia que se subdivide em quatro províncias: Kirklareli, Tekirdag, Edirne e Istambul;
- A região norte (Trácia Setentrional) se divide entre diferentes províncias da Bulgária: Burgas, Sliven, Yambol, Stara Zagora, Haskovo, Plovdiv, Kardzhali, Pazardzhik e Smolyan.
Istambul, antiga Constantinopla, sem dúvida, é a cidade mais importante da Trácia; foi capital do Império Romano, do Império do Oriente e do Império Otomano; e a cidade histórica de Edirne, antiga Adrianópolis, é outra importante cidade, tendo sido capital do Império Otomano entre 1365 e 1453.
Referências
- ↑ Herodotus, History, 2008, London: The Folio Society
Bibliografia
editar- BOYER, Orlando S. Pequena enciclopédia bíblica. 7ª edição, Deerfield, Flórida – E.U.A.: Editora Vida, 1978, 16ª impressão, Belo Horizonte – MG – BR: Editora Betânia, 1991.
- BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário escolar da língua portuguesa. 11ª edição/15ª tiragem, Brasília: Ministério da Educação e do Desporto/Fundação de Assistência ao Estudante-FAE e São Paulo Indústria Gráfica e Editora S/A, 1995.
- FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI. S/local: Lexikon Informática Ltda. e Editora Nova Fronteira, Novembro de 1999.