Susana Chávez Castelo (Cidade do México, 5 de novembro de 1974c. 6 de janeiro de 2011) foi uma escritora e defensora dos Direitos Humanos em sua Cidade natal Juárez, no norte do México. É-lhe atribuída a autoria da frase "Nem uma morta mais", que foi usada por organizações civis e seus simpatizantes que têm lutado por esclarecer os feminicídios em Ciudad Juarez. Foi encontrada morta e mutilada no dia 6 de janeiro de 2011, na colônia Cuauhtémoc da cidade, onde viveu toda a sua vida. A identificação de seus restos mortais não aconteceu até o dia 11 de janeiro desse mesmo ano.

Susana Chávez

Susana Chávez em 2008.
Nascimento 5 de novembro de 1974
Ciudad Juárez
Morte 6 de janeiro de 2011
Ciudad Juárez
Causa da morte feminicídio
Nacionalidade mexicana
Ocupação poetisa, ativista pelos direitos humanos, escritora, jornalista

Biografia

editar

Susana Chávez iniciou sua incursão na poesia desde que tinha onze anos. Participou em vários festivais literários em Ciudad Juarez e em outros centros culturais no México. De acordo com o perfil de seu blog pessoal, Primera Tormenta, havia entrado para a licenciatura em Psicologia da Universidade Autónoma de Cidade Juárez (UACJ) e estava trabalhando em um livro de poemas.

Chávez participava do movimento de defesa dos direitos humanos de Ciudad Juárez, que tem como finalidade o esclarecimento dos feminicídios cometidos nessa cidade, cujo número ultrapassa os quatrocentos casos, dos quais a maioria segue impune. A participação de Chávez nas manifestações civis incluía a leitura de sua obra, a realização de curtas, documentários e outras atividades.[1]

Assassinato

editar

No dia em que foi assassinada, Chávez estava indo visitar umas amigas, mas não chegou a seu destino, de acordo com a declaração de sua mãe. Na manhã do dia 6 de janeiro de 2011, foi encontrado o seu corpo, com a cabeça coberta por um saco preto e a mão cortada. Como não tinha identificação, seus restos mortais foram transferidos para o Serviço Médico Forense (Semefo) da Procuradoria-Geral do Estado de Chihuahua. Na segunda-feira, 10 de janeiro, os familiares de Chávez, foram ao Semefo para identificar o corpo, mas até o dia seguinte não se havia divulgado a sua identidade, foi anunciado quando houve três detidos por sua provável participação no assassinato.[2]

O procurador-geral do estado de Chihuahua, Carlos Manuel Salas, disse que o assassinato de Chávez não teve relação com o seu papel como ativista. De acordo com ele, Chávez se encontrou com um grupo de jovens com o que "foi divertir-se", mas como estavam drogados e alcoolizados, perderam o controle e a assassinaram. Salas disse que os responsáveis foram detidos em flagrante.[3]

Organizações defensoras dos Direitos Humanos declararam então que se queria culpar a vítima de seu assassinato. Norma Ledezma, coordenadora da organização Justiça para nossas filhas, disse que a morte de Susana Chávez é parte do clima de impunidade que se vive em Ciudad Juarez. Na mesma linha, a fundadora da organização Nuestras Hijas de Regreso a Casa, Marisela Ortíz denunciou que a cultura de intolerância e impunidade fazem com que qualquer pessoa possa cometer um crime.[4] A Anistia Internacional exigiu uma atuação ágil e transparente.[5]

Gustavo da Rosa, Visitador da Comissão Estadual de Direitos Humanos (CEDH) de Chihuahua mostrou a sua preocupação perante os fatos acontecidos, destacando que a maioria das pessoas em Juárez acha que não há crime e só existe crime organizado. No entanto, ele sustenta, junto a outras pessoas, que se está vivendo uma fase de anarquia criminal em que os marginais se apossaram dos espaços.[6] Precisamente, os três menores detidos pertencem a grupos sociais marginalizados, com os que Susana estava acostumada a tratar por seus esforços humanitários.[7]

Após a detenção dos jovens, soube-se que faziam parte da perigosa e extremamente violenta gangue "Los Aztecas" [8][9] e admitiram o consumo de álcool e drogas. De acordo com sua confissão, começaram uma discussão quando disseram que eram membros da gangue e Susana ameaçou denunciá-los à polícia, e então a mataram. [10]

No ano de 2013 os três assassinos de Susana Chávez Castelo foram condenados à pena máxima de 15 anos de prisão por um Tribunal Especializado em Justiça para Menores Infratores. [11]

Ver também

editar

Referências