Sistema de classificação da Marinha Real Britânica

sistema histórico usado pelo Almirantado Britânico para categorizar os navios de guerra da Royal Navy Sailing

O Sistema de classificação da Marinha Real Britânica é um sistema que a Marinha Real Britânica utilizou para categorizar os navios de guerra entre os séculos XVII e XIX. Inicialmente, esta classificação tinha por base o número de homens; mais tarde, aquela base passou a ser o número, e o peso total, de canhões a bordo.

Diagrama com um navio de 1ª e 3ª categorias

Quadro de categorias (durante as Guerras Napoleônicas)

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Tipo Categoria Armamento Armanento de Convés Tripulação Tonelagem aproximada em BOM N° ativo em 1794 N° ativo em 1814
Navio de linha 1ª Categoria 100 a 120 3 850 to 900 2.500 5 7
2ª Categoria 90 a 96 3 700 to 750 2.200 9 5
3ª Categoria 64 a 86 2 500 a 650 1.750 71 87
4ª Categoria 48 a 60 2 320 a 420 1.000 8 8
Fragata 5ª Categoria 32 a 44 1 ou 2 200 a 300 700 a 1.450 78 123
6ª Categoria 20 a 28 1 140 a 200 450 a 550 32 25
Sloop-of-war Sem categoria 16 a 18 1 90 a 125 380 76 360
Brigue ou Cutter 6 a 14 1 5 a 25 220
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HMS Victory em 1884

Descrição

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Os navios de 1ª categoria eram os maiores dentre os navios de linha da marinha britânica, com mais de 100 canhões divididos por 3 cobertas. Transportavam mais de 800 homens e podiam atingir um peso de mais de 2.500 toneladas.

 
Diagrama de um carronade

Do sistema original de classificação, datado de 1670, os navios de 1ª categoria tinham exatamente 100 canhões. No entanto, com o passar dos anos, os navios foram equipados com mais armamento, mantendo-se a sua designação. Para além destes canhões, habitualmente do maior calibre possível, estes navios dispunham de carronades, um tipo de canhão de menor dimensão, destinado a aumentar o poder de fogo de curto alcance.

Embora fossem dos navios de guerra mais potentes, os de 1ª categoria eram lentos e difíceis de manobrar. Para ter estabilidade, a coberta de nível mais baixo tinha que se situar ao nível do mar e, em águas mais agitadas, as portas por onde os canhões saíam tinham que estar fechadas, limitando o uso desta coberta.

Os navios desta dimensão eram muito caros. Como tal, os únicos cinco navios desta categoria de que a marinha britânica dispunha, em 1794, estavam apenas a serviço do Almirante.

Sendo estes os navios mais poderosos da frota, era habitual compará-los a outros navios de outros Países, dando-lhes a mesma designação, embora esta classificação fosse apenas usada na Marinha Real Britânica.

Atualmente (2009)

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Existem apenas 2 destes navios, sendo o mais famoso o HMS Victory, do Almirante Horatio Nelson, que fez parte da frota da Batalha do Cabo Trafalgar.

Dois outros navios famosos foram o HMS Royal Sovereign, abatido em 1841, e o HMS Britannia, abatido em 1825.

Bibliografia

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  • BENNETT, G. The Battle of Trafalgar, Barnsley (2004). ISBN 1-84415-107-7
  • RODGER, N. A. M. The Command of the Ocean: a Naval History of Britain 1649-1815, London (2004). ISBN 0-713-99411-8