Silas Malafaia

pastor protestante brasileiro

Silas Lima Malafaia (Rio de Janeiro, 14 de setembro de 1958) é um pastor protestante neopentecostal brasileiro, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.[2] Malafaia também é televangelista, graduado em psicologia,[3] presidente da editora Central Gospel, além de ser vice-presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB), entidade que agrega cerca de oito mil pastores de quase todas as denominações evangélicas brasileiras.[4]

Silas Malafaia
Silas Malafaia
Nascimento 14 de setembro de 1958 (66 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Cônjuge Elizete Malafaia
Ocupação Pastor
Prêmios
Religião Protestante (neopentecostal)

Malafaia é bastante conhecido por sua atuação política e pelo discurso de ódio[5] sobre temas como homossexualidade e aborto[6], bem como por defender a chamada teologia da prosperidade. Em 2002 e 2006, apoiou Lula (PT) [7]na suas campanhas vitoriosas a presidente, chegando a ser indicado a um Conselho informal da Presidência da República. Em 2010, transita para a oposição, apoiando José Serra (PSDB)[7]. Nas eleições de 2012, foi cabo eleitoral evangélico do candidato José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo e ajudou a eleger 24 prefeitos e 16 vereadores em sete estados.[8] Nas eleições de 2014, fez campanha para Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.[9]

Em janeiro de 2013, a revista Forbes o classificou como o terceiro pastor mais rico do Brasil, com um patrimônio estimado pela publicação em 150 milhões de dólares.[10] No entanto, ele negou a informação no programa De Frente com Gabi, no qual afirmou que seu patrimônio girava em torno de 6 milhões de reais.[11][12]

Carreira

Silas Malafaia é formado em teologia pelo Instituto Bíblico Pentecostal e em psicologia pela Universidade Gama Filho.[13]

Conferencista convidado em várias igrejas no Brasil e também em outros países, também organiza eventos como o Congresso Pentecostal Fogo para o Brasil, "Cruzadas Evangelísticas" e etc. Pastor Silas também é o vice-presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), entidade que abriga pastores de diversas denominações evangélicas do Brasil e foi membro da mesa diretora da Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB).[carece de fontes?]

Presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Malafaia é um conferencista e organizador de eventos de repercussão nacional, como o Congresso Pentecostal Brasileiro Fogo para o Brasil, realizado anualmente.[carece de fontes?]

Televangelismo

Coordena e apresenta o Vitória em Cristo, que anteriormente era chamado "Impacto". Este programa está há mais de 29 anos ininterruptos na televisão, sendo transmitido por várias emissoras em rede nacional.[14] Nos Estados Unidos, é transmitido pela CTNI, e na Europa e África, pela TV ManáSat 1. Hoje, um dos seus maiores objetivos é transmitir o Programa Vitória em Cristo nos horários nobres de rede de televisão do Brasil.[carece de fontes?]

Em entrevista feita a Revista Igreja em novembro de 2010, Silas Malafaia, da igreja e programa de televisão, Vitória em Cristo, chamou os pastores que não pregam a teologia da prosperidade de "idiotas" e que deveriam "perder a credencial de pastor", além de voltar a ser um simples membro para aprender melhor sobre as Escrituras.[carece de fontes?]

Controvérsias

Silas Malafaia é conhecido por suas manifestações polêmicas através de textos e vídeos em que se posiciona de forma extremamente crítica em relação a temas como o aborto e a homossexualidade.[15]

Em agosto de 2011, Malafaia chamou um vereador do município de São Luís, no Maranhão, de "vagabundo", "bandido" e "idiota", após este ter se oposto ao projeto de lei que concederia o título de "Cidadão Ludovicense" ao pastor por considerá-lo "homofóbico". Em resposta à reação de Malafaia, a câmara de vereadores da cidade arquivou a homenagem e aprovou uma moção de repúdio contra o religioso, considerando-o persona non grata.[16]

O pastor chamou a jornalista Eliane Brum, colunista da revista Época, de "vagabunda" durante uma entrevista concedida ao jornal norte-americano The New York Times, em novembro de 2011. A ofensa foi proferida após a publicação de um artigo de Brum onde ela relatava a intolerância vivida por pessoas ateias no Brasil. Em resposta ao comentário de Malafaia, Eliane Brum disse: "A afirmação do pastor é autoexplicativa: ao atacar minha honra por discordar de minhas ideias, ele proporciona a maior prova do acerto e da relevância do meu artigo."[17][18] O religioso, no entanto, classificou o episódio como um "mal-entendido" e afirmou que usou um termo "inapropriado" para se referir ao artigo que Brum escreveu e não ao caráter da jornalista.[19]

No dia 8 de janeiro de 2023, apoiou a invasão das sedes dos Três Poderes por radicais bolsonaristas, chamando-a de "manifestação do povo".[20]

Teologia da prosperidade e patrimônio

Em 2009, o pastor anunciou em um culto que realizou em Boca Raton, na Flórida, Estados Unidos, comprou um avião particular que, conforme classificado pelo próprio Malafaia, seria uma "galinha morta", visto que o preço pago foi de 12 milhões de dólares, enquanto o avião valeria cerca de 16 milhões de dólares.[21]

Em outubro de 2012, após Malafaia ter chamado de "palhaço" um pastor cearense que diz renegar a teologia da prosperidade ao afirmar que é pobre e não tem carro, o grupo virtual Anonymous declarou guerra ao pastor por "pregar a prosperidade usando a Bíblia".[22]

Uma reportagem pela revista norte-americana Forbes em 2013, o classificou como o terceiro pastor mais rico do Brasil, com um patrimônio estimado pela publicação em 150 milhões de dólares,[10] Malafaia, no entanto, negou a informação no programa De Frente com Gabi, quando apresentou um extrato da Receita Federal de que seu patrimônio seria em torno de quatro milhões de reais, além de uma participação empresarial em torno de 2 milhões, e chegou a dizer que iria abrir um processo judicial contra a revista por conta da reportagem.[11][12] Malafaia também afirmou, durante uma entrevista concedida à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, que iria "ferrar esses caras [da Forbes]" e afirmou não possuir tal patrimônio.[11]

Um vídeo editado e postado no YouTube em 29 de julho de 2013 mostra Malafaia pedindo aos crentes que não se pronunciem contra pastores, dizendo que "ninguém deve se meter com os ungidos de Deus". Em trechos do vídeo, o pastor diz:

Em um culto realizado por Malafaia durante a Escola de Líderes Associação Vitória em Cristo e que foi exibido no programa Vitória em Cristo do dia 20 de abril de 2014, o pastor aparece instruindo os fiéis sobre o caminho "até chegar ao lugar da vitória", quando diz: "Hoje eu levo minha família toda (a hotéis quatro estrelas) e não tô nem aí. Não tô roubando. Não tô nem aí pra você, ô mané, que tá me assistindo (…) Eu não vou deixar de usufruir do lugar vitória porque eu sei o preço que eu paguei e que eu tenho pago", afirmou. Em outro momento, Malafaia também diz: "Você quer saber o valor do meu anel? Quatro mil dólares. Com meu dinheiro. (...) Tá vendo o Mercedes e500, blindado na Alemanha? Foi um parceiro meu que me deu de presente de aniversário", continuou. A Mercedes-Benz blindada do pastor vale cerca de 450 mil reais, veículo que ele afirma ter ganho de um parceiro de seu ministério.[carece de fontes?]

Declarações sobre homossexuais

 
Malafaia durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado

Em 25 de junho de 2008, liderou uma manifestação diante do congresso nacional, contra o projeto de Projeto de Lei 122 (PL 122). Ele afirma que o projeto não protege os direitos dos homossexuais, mas sim lhes dá privilégios pois suas condutas não poderiam ser mais criticadas ou desestimuladas.[28] Além disso, ao se referir ao projeto em questão, afimou que este seria a "primeira porta para a pedofilia."[29] Em 1 de junho de 2011, no programa Manhã no Parlamento da Rádio Câmara, o pastor acusou o PL 122 de criar "privilégios" para os homossexuais de forma inconstitucional, dizendo que "existe uma diferença gritante entre criticar uma determinada conduta e discriminar pessoas" e ainda que "o que eles não suportam é a crítica".[30]

Na Marcha para Jesus de 2011, Silas Malafaia criticou a aprovação da união estável entre pessoas de mesmo sexo, orientando seus fiéis a não votarem em parlamentares defensores do PL 122. "Ninguém aqui vai pagar de otário, de crente, não. Se for contra a família não vai ter o nosso voto", afirmou Malafia; O pastor fez uso de um vocabulário que foi considerado "vulgar" pelo Portal iG, por conter termos como "otário" e "lixo moral".[31] Segundo Malafaia, este dispositivo (o PL 122) abre um precedente que criminaliza a conduta de um pastor que, por questão de princípios, impedisse a ocorrência ou o prosseguimento manifestações homoafetivas no interior de seu estabelecimento religioso.[32] No mesmo evento, em 2011, criticou a decisão de liberar a Marcha da Maconha e o PL 122.[33]

Em 2012, Silas foi denunciado ao Ministério Público (MP) pela TV Bandeirantes por fazer comentários que foram considerados homofóbicos, de ódio e que poderiam "incitar a violência em relação aos homossexuais" durante um dos seus programas transmitidos pela emissora. Durante o programa, Malafaia disse: "Os caras na Parada Gay ridicularizaram símbolos da Igreja Católica e ninguém fala nada. É para Igreja Católica 'entrar de pau' em cima desses caras, sabe? 'Baixar o porrete' em cima para esses caras aprender (sic). É uma vergonha!" O religioso, porém, afirmou que as expressões "baixar o porrete" e "entrar de pau" significam apenas "formular críticas, tomar providências legais".[34] O processo acabou extinto pelo juiz federal Victorio Giuzio Neto, que o considerou uma forma de censura.[35][36]

Em 3 de fevereiro de 2013, durante uma entrevista concedida ao programa de De Frente com Gabi, apresentado por Marília Gabriela, Malafaia causou uma forte polêmica[37][38][39] ao afirmar: "Eu não acredito que dois homens e duas mulheres tenham a capacidade de criar um ser humano. Se tiver pastor homossexual, ele perde o cargo. Não tenho nada contra homossexuais, mas amo homossexuais assim como amo bandidos."[40] O geneticista Eli Vieira, doutorando na Universidade de Cambridge publicou um vídeo de resposta às afirmações de Malafaia na entrevista citada, refutando, com base em publicações científicas, as afirmações do religioso.[41][42]

Repreensão do Conselho Federal de Psicologia

Em 7 de fevereiro de 2013, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou uma nota de repreensão a Silas Malafaia, que é graduado em Psicologia, em razão de suas declarações na entrevista ao programa de Marília Gabriela. Segundo o Conselho, a "atitude desrespeitosa de Malafaia com homossexuais ressalta um tipo de comportamento preconceituoso que não se insere, em hipótese alguma, no tipo de sociedade que a Psicologia vem trabalhando para construir com outros atores sociais igualmente sensíveis e defensores dos Direitos Humanos". O CFP explicou que, na visão corrente da Psicologia, a homossexualidade não pode ser considerada doença, desvio ou perversão. Nesse sentido, o pastor "agrediu a perspectiva dos direitos humanos a uma cultura de paz e de uma sociedade que contemple a diversidade e o respeito à livre orientação". O CFP considerou "lamentável que exista um profissional que defenda uma posição de retrocesso que chega a ser quase inquisitório, colocando como vertentes do seu pensamento a exclusão e o preconceito na leitura dos direitos humanos."[41]

Na sequência da nota de repreensão do CFP, Malafaia virou objeto de dois abaixo-assinados no site Avaaz. O primeiro, criado no dia 8, pedia que seu registro de psicólogo fosse cassado. Dias depois, um evangélico do Rio Grande do Sul lançou uma petição pela "não cassação" do religioso.[43] A moção a favor de Malafaia, no entanto, foi retirada do site quando registrou 65 mil assinaturas e ultrapassou o primeiro pedido, contrário ao religioso, que registrava 55 mil adesões.[44]

Em 18 de fevereiro, o religioso afirmou que iria processar judicialmente o Avaaz e seu coordenador de campanha, Pedro Abramovay, por campanha difamatória e assédio moral. Ao jornal Folha de S.Paulo, Abramovay declarou: "estamos muito orgulhosos dessa decisão democrática para rejeitar este tipo de lobby para continuar práticas homofóbicas."[45][46]

Discussão com Ricardo Boechat

Na sexta-feira de 19 de junho de 2015, Ricardo Boechat e Malafaia protagonizaram uma discussão de grande repercussão. Tudo começou quando no dia 17 de junho, o jornalista decidiu comentar em seu programa na rádio BandNews FM, sobre a 'onda de crimes causada pela intolerância religiosa'[47][48], afirmando que: "Os evangélicos são uma massa monumental de brasileiros, sempre ficam muito sensíveis quando se faz alguma crítica que generalize a abordagem. E nesse sentido, eu quero deixar bem claro que essa crítica é uma crítica muito dirigida a pastores e algumas igrejas neopentecostais, e alguns grupos específicos dentro de algumas agremiações religiosas que estão estimulando e levando a cabo ações de hostilidade contra outras religiões, especialmente as religiões de origem africana". Esse trecho despertou a fúria de Silas Malafaia, que sentiu-se ofendido e, através do twitter, escreveu que o jornalista estava falando asneira e também o chamou de idiota. Ao ver as mensagens do pastor, enquanto falava ao vivo pela BandNews FM Fluminense, Boechat resolveu responder às acusações: “É no âmbito de igrejas neo pentecostais que estão acontecendo atos de incitação a intolerância religiosa, mais do que em outros ambientes.[49]

Silas Malafaia passou o dia tweetando mensagens a Ricardo Boechat, além de ter gravado um vídeo para retrucar o jornalista. No vídeo ele acusa Boechat de perder a linha, dizendo que ele não foi imparcial aos ataques contra os cristãos na Parada Gay de São Paulo. O pastor também ameaçou processar o jornalista, bem como desafiou Boechat para um confronto cara a cara em algum programa. Malafaia também acusa o jornalista de não ter moral e alegou que a mãe da menina atacada na saída do terreiro seria frequentadora da sua igreja. Para completar, diz que Boechat “dá chilique no microfone quando não gosta de alguma coisa”. Ele também reafirmou que iria intimar o jornalista na Justiça.[49]

Royalties da mineração

Em 16 de dezembro de 2016, Malafaia foi alvo de um mandado de condução coercitiva durante a Operação Timóteo, nome que se baseia em um dos livros do Novo Testamento da Bíblia, a primeira epístola a Timóteo. No capítulo 6, versículos 9-10, está escrito: "Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males".[50] A Polícia Federal transcreveu o trecho na representação judicial que deu origem à operação.[50] Malafaia se apresentou na sede do Departamento de Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento. Segundo a PF, o líder religioso é suspeito de emprestar contas bancárias de sua instituição para ajudar a ocultar dinheiro. A suposta organização criminosa agia junto a prefeituras para obter parte dos 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) repassada aos municípios. Malafaia negou todas as acusações e declarou estar "indignado" com a condução coercitiva da qual foi alvo.[51][52][53]

Em 17 de fevereiro de 2017, a PF indiciou Silas Lima Malafaia por lavagem de dinheiro e corrupção. De acordo com a PF, o pastor "se locupletou com valores de origem ilícita", conforme relatório de conclusão de inquérito por lava. A investigação detectou que um cheque do escritório de advocacia de Jader Pazinato, no valor de 100 mil reais, foi depositado na conta de Malafaia. Pazinato, segundo a PF, teria recebido recursos ilícitos desviados de prefeituras e repassado propina, sendo que também foi indiciado por corrupção ativa e peculato. O indiciamento significa que a autoridade policial encontrou elementos para caracterizar a ocorrência de crimes. Além de Malafaia, a PF indiciou outros 49 investigados, dentre eles o ex-diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) Marco Antônio Valadares e Alberto Jatene, filho do governador do estado do Pará, Simão Jatene.[50]

Segundo o relatório da PF, contratos fraudulentos com prefeituras eram usados para desviar recursos de arrecadação da mineração. Para isso, eram usadas empresas e escritórios de advocacia. "Considerando toda a engrenagem criminosa, com estrutura ordenada que passa por quatro etapas distintas – da captação dos contratos até o branqueamento dos valores – tendo os personagens de cada uma delas funções específicas, concluímos que são fartos os indícios da existência de verdadeira ORCRIM (organização criminosa), responsável pelo desvio de pelo menos R$ 66 milhões", escreveu o delegado. Outra associação religiosa, a Igreja Embaixada do Reino de Deus, também recebeu 1,7 milhão de reais de Pazinato, segundo a PF.[50]

JBS

Em depoimento que integra acordo de delação premiada, o advogado Francisco de Assis e Silva, do grupo JBS, confirmou que a empresa fazia pagamentos ao procurador da República Ângelo Goulart Villel, que fazia parte da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga a JBS e subsidiárias em esquema de uso irregular de dinheiro de fundos de pensão. Segundo o advogado Silva, Villela teria sido apresentado a ele e a Joesley Batista, empresário dono do grupo J&F, por intermediação dos advogados Willer Tomaz e Juliano Costa Couto, presidente da OAB no Distrito Federal. No vídeo do depoimento, ocorrido em 10 de maio de 2017, Silva diz que "o relacionamento do grupo com o advogado Willer Tomaz começa no finalzinho do ano passado, quando um amigo do Joesley, preocupado com as operações Greenfield e Sepsis, indica o advogado Juliano Costa Couto, que teria relacionamento próximo com a 10ª Vara Federal", afirma. Segundo o advogado, para ilustrar sua intimidade com o magistrado responsável pelas operações, Willer lhe disse que o juiz teria aceitado se encontrar informalmente com o pastor Silas Malafaia, que desejava estreitar relações com o Judiciário após ter sido alvo de condução coercitiva.[54]

Investigações por envolvimento com atos antidemocráticos

 
Malafaia ao lado de Jair Bolsonaro

Após ato político com Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, onde criticou publicamente o STF, Malafaia disse não temer prisão.[55] O pastor passou a ser investigado pela PF para determinarem de onde veio o dinheiro que financiou o ato. Ele teria entrado na mira dos investigadores por ter organizado o ato e radicalizado o tom contra as instituições democráticas. A avaliação é de que Bolsonaro 'terceirizou' os ataques ao pastor. Apesar de ter adotado uma postura mais moderada, investigadores afirmam que o ex-presidente acabou confirmando a participação dele no esquema da elaboração de um golpe de Estado; e, que, se tivesse adotado o tom de Malafaia, ele estaria preso, uma vez que policiais federais acompanharam o ato presencialmente, com esquema montado no local.[56]

Em agosto de 2024, Malafaia foi acusado foi denunciado à Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a acusação de envolvimento em atos antidemocráticos e por proferir ofensas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A denúncia foi apresentada por Leonardo Bastos, integrante do conselho de ética do Partido dos Trabalhadores (PT) de Sapucaia do Sul. De acordo com Bastos, a iniciativa busca responsabilizar figuras públicas que, segundo ele, incitam desordem e desrespeitam as instituições democráticas. “A denúncia contra Silas Malafaia visa a manutenção do estado de direito e o respeito às autoridades constituídas”, afirmou o denunciante em declaração pública.[57]

Processo por Vera Magalhães

Em agosto de 2022, a jornalista Vera Magalhães ajuizou ação após Malafaia afirmar no Twitter que ela receberia meio milhão de reais por ano do "governo Dória" para "atacar sucessivamente" o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em primeiro grau, o juízo determinou que ele pagasse uma indenização de R$15 mil e também proibiu-o de espalhar fake news sobre Vera em suas redes sociais. Malafaia recorreu da decisão.[58]

Em março de 2024, porém, Malafaia foi condenado pela segunda instância da Justiça a pagar uma indenização de R$ 15 mil à jornalista Vera Magalhães, com juros e correção monetária.[59]

Processo por Marcelo Freixo

Em 2016, Malafaia foi processado pelo ex-deputado federal por dizer que Freixo distribuiria "cartilhas eróticas nas escolas" se eleito prefeito do Rio de Janeiro. Na ocasião, Freixo concorreu ao cargo de prefeito pelo PSOL e foi derrotado no segundo turno pelo também religioso Marcelo Crivella (Republicanos), aliado e apoiado por Malafaia. Em agosto de 2020, o juiz Rossidelio Lopes da Fonte, da 36ª Vara Cível do Rio de Janeiro, condenou Malafaia a pagar R$ 15 mil de indenização. Tanto o pastor quanto Freixo recorreram. A defesa do presidente da Embratur disse, à época, que o baixo valor acabava "premiando o causador do dano com esse comportamento".[60]

Em 2022, Malafaia foi condenado em segunda instância a pagar indenização de R$ 100 mil a Freixo. Em 2020, o pastor já tinha sido condenado no valor de R$ 15 mil. Tanto Malafaia, quanto Freixo recorreram. "Apenas R$ 15 mil por esse tipo de conduta acaba premiando o causador do dano com esse comportamento", afirmou o advogado de Freixo à época. O valor foi revisto para R$ 100 mil e, como não foi pago, é atualizado mensalmente, atingindo R$ 280 mil em setembro de 2024. O STJ entendeu que Malafaia queria "protelar" o cumprimento da condenação e aplicou uma multa no valor de 2%. Para o tribunal, ficou "evidenciado o seu caráter manifestamente protelatório". Em setembro de 2024, o valor da indenização mais multa chegava a R$ 286 mil.[61][62]

Condenação por divulgação de informações falsas contra o PT

Em novembro de 2026, Malafaia foi condenado pela Justiça de São Paulo devido a uma declaração feita durante um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em fevereiro do mesmo ano. Malafaia afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) invadiu o Congresso Nacional em 2017 para derrubar o então presidente Michel Temer. O partido argumentou que Malafaia fez uma comparação infundada para minimizar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, além de tentar responsabilizar o PT injustamente. Na ação, pediu uma indenização de R$ 20 mil por danos morais. O juiz Valdir Queiroz Junior rejeitou o pedido de indenização financeira, mas determinou que Malafaia se retrate publicamente em suas redes sociais. Caso não cumpra a decisão, o pastor enfrentará multa diária de R$ 1.000, limitada a R$ 100 mil.[63][64][65]

Honrarias

Recebeu o título de cidadão benemérito do estado do Rio de Janeiro, concedido pela Assembleia Legislativa, e a Medalha do Pacificador, entregue pelo Exército Brasileiro.[66]

Em agosto de 2012 foi selecionado por votação aberta ao público, como um dos 30 brasileiros mais importantes da história do País através do programa do SBT denominado de O Maior Brasileiro de Todos os Tempos.[67]

Em dezembro de 2022, recebeu a Ordem de Rio Branco, no grau de Grande Oficial do quadro suplementar.[1]

Livros

Referências

  1. a b «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Edição extra | Nº 225-A , quinta-feira, 1 de dezembro de 2022». Imprensa Nacional. 1 de dezembro de 2022. p. 1. Consultado em 4 de fevereiro de 2024 
  2. http://www.vitoriaemcristo.org/_gutenweb/_site/gw-pr-silas-detalhe/?cod=406 Arquivado em 27 de agosto de 2015, no Wayback Machine. Perfil Pr. Silas Malafaia
  3. «Pastor Silas Malafaia: "Tenho pastores que ganham entre R$ 4 mil e R$ 22 mil». iG. 19 de maio de 2012. Consultado em 4 de fevereiro de 2013 
  4. «Diretoria». Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB). Consultado em 31 de maio de 2024. Arquivado do original em 27 de maio de 2010 
  5. Sponholz, Liriam; Christofoletti, Rogério (2018). «From preachers to comedians: Ideal types of hate speakers in Brazil» (requer pagamento). Global Media and Communication (em inglês). ISSN 1742-7665. doi:10.1177/1742766518818870. Brazilian hate preachers come from evangelical churches, which have increased in the country in the last three decades (Almeida, 2006). One of the most prominent examples in Brazil is neo-pentecostal pastor Silas Malafaia, the founder of the Assembly of God ‘Victory in Christ’ Church. 
  6. «Malafaia se revolta com aborto em menina de 10 anos: "Pior que estupro é assassinato"». observatoriog.bol.uol.com.br. Consultado em 18 de novembro de 2021 
  7. a b COSTA, POLIANA (31 de julho de 2015). «Evangélicos na Mídia: a atuação dos novos agentes evangélicos midiáticos no Brasil.». Universidade Federal de Sergipe. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  8. «Pastor Silas Malafaia se consolida nas eleições como líder político nacional». iG. 11 de outubro de 2012. Consultado em 27 de maio de 2015 
  9. «"Edir Macedo apoia a Dilma, eu apoio Aécio", diz Silas Malafaia». Época. 8 de outubro de 2014. Consultado em 27 de maio de 2015 
  10. a b «The Richest Pastors In Brazil» (em inglês). Forbes. 17 de janeiro de 2013. Consultado em 4 de fevereiro de 2013 
  11. a b c «Sila Malafaia diz que vai 'ferrar' a Forbes». Revista Época. 9 de agosto de 2012. Consultado em 4 de fevereiro de 2013 
  12. a b Video da entrevista com Marília Gabriela - nos cinco primeiros minutos da entrevista é questionado sobre matéria da Forbes
  13. Amanda Gigliotti (23 de outubro de 2012). «Silas Malafaia planeja inaugurar mil templos até 2020, 'Vou abrir igreja no Brasil inteiro'». Christian Post. Consultado em 31 de maio de 2024 
  14. Renato Cavallera (22 de agosto de 2011). «Pastor Silas Malafaia concede entrevista a Revista Época da Globo e diz que amaria seu filho se ele fosse gay». Golpel+. Consultado em 31 de maio de 2024 
  15. «Editorial Sobre o Homossexualismo». Ministério Silas Malafaia. Consultado em 20 de Agosto de 2010 
  16. «Pastor chama vereador de vagabundo e é declarado 'persona non grata'». iG. 16 de agosto de 2011. Consultado em 4 de fevereiro de 2013 
  17. «Pastor Silas Malafaia ofende jornalista Eliane Brum em entrevista ao The New York Times». Universo Online. Portal Imprensa. 28 de novembro de 2011. Consultado em 4 de fevereiro de 2013 
  18. «Evangelical Leader Rises in Brazil's Culture Wars» (em inglês). The New York Times. 25 de novembro de 2011. Consultado em 4 de fevereiro de 2013 
  19. «Silas Malafaia pede desculpas à Eliane Brum por ofensa em entrevista ao New York Times». Universo Online. Portal Imprensa. 29 de novembro de 2011. Consultado em 30 de julho de 2013 
  20. «Pastores que apoiaram Bolsonaro condenam vandalismo em Brasília; Malafaia diverge». Folha de S. Paulo. 9 de janeiro de 2023. Consultado em 20 de agosto de 2023 
  21. Gospel+, ed. (29 de dezembro de 2009). «Silas Malafaia compra em dólar um avião mais caro que o de R. R. Soares e Samuel Câmara juntos». Consultado em 25 de junho de 2016 
  22. «Anonymous contra Malafaia: guerra contra "teoria da prosperidade"». Felipe Patury. Revista Época. 20 de outubro de 2012. Consultado em 4 de fevereiro de 2013 
  23. «Pastor Silas Malafaia intimida fiéis para NÃO denunciarem Pastores Ladrões» (em inglês). Vimeo. 2 de agosto de 2013. Consultado em 4 de agosto de 2013 
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  31. «Marcha para Jesus vira ato contra união homoafetiva». Malafaia ameaçou orientar seus fiéis a não votarem em parlamentares que defendem o Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a homofobia no País. "Ninguém aqui vai pagar de otário, de crente, não. Se for contra a família não vai ter o nosso voto", ameaçou. O pastor defendeu a desobediência por parte de pastores caso o PL 122 seja aprovado. "Eles querem aprovar uma lei para dizer que a Bíblia é um livro homofóbico e botar uma mordaça em nossa boca. Se aprovarem o PL 122 no mesmo dia, na mesma hora, tudo quando é pastor vai pregar contra a prática homossexual. Quero ver onde vai ter cadeia para botar tanto pastor.". IG. 23 de junho de 2011. Consultado em 23 de junho de 2011. Arquivado do original em 1 de fevereiro de 2020. Com palavreado vulgar, usando termos como "otário" e "lixo moral", Malafaia atacou duramente a decisão do STF de legalizar a união estável entre pessoas do mesmo sexo. "O STF rasgou a Constituição que, no artigo 226, parágrafo 3º, diz claramente que união estável é entre um homem do gênero masculino e uma mulher do gênero feminino. União homossexual uma vírgula", disse o pastor. [… 
  32. Silas Malafaia (14 de maio de 2011). «Porque o PL-122 é inconstitucional». Isto significa dizer que se um pastor, ou padre, ou diretor de escola — que por questões de princípios — não queira que no pátio da igreja, ou escola haja manifestações de afetividade, irão para a cadeia. Boa Vista Agora. Consultado em 12 de outubro de 2011. Arquivado do original em 14 de agosto de 2013. Não serão os pais que vão determinar a educação dos filhos — porque se os pais descobrirem que a babá dos seus filhos é homossexual, e eles não quiserem que seus filhos sejam orientados por um homossexual, poderão ir para a cadeia. [… 
  33. «Marcha para Jesus vira ato contra união homoafetiva». Malafaia ameaçou orientar seus fiéis a não votarem em parlamentares que defendem o Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a homofobia no País. "Ninguém aqui vai pagar de otário, de crente, não. Se for contra a família não vai ter o nosso voto", ameaçou. O pastor defendeu a desobediência por parte de pastores caso o PL 122 seja aprovado. "Eles querem aprovar uma lei para dizer que a Bíblia é um livro homofóbico e botar uma mordaça em nossa boca. Se aprovarem o PL 122 no mesmo dia, na mesma hora, tudo quando é pastor vai pregar contra a prática homossexual. Quero ver onde vai ter cadeia para botar tanto pastor.". IG. 23 de junho de 2011. Consultado em 23 de junho de 2011. Malafaia. Com palavreado vulgar, usando termos como "otário" e "lixo moral", Malafaia atacou duramente a decisão do STF de legalizar a união estável entre pessoas do mesmo sexo. "O STF rasgou a Constituição que, no artigo 226, parágrafo 3º, diz claramente que união estável é entre um homem do gênero masculino e uma mulher do gênero feminino. União homossexual uma vírgula", disse o pastor. Na sequência, Malafaia passou a atacar a decisão do STF de liberar as marchas da maconha no Brasil. "Amanhã se alguém quiser fazer uma marcha em favor da pedofilia, do crack ou da cocaína vai poder fazer. Nós, em nome de Deus, dizemos não." [… 
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