Priscila Rezende

artista brasileira

Priscila Rezende (Belo Horizonte, 1985) é uma artista plástica afro-brasileira. Graduada em Artes Visuais[1] com habilitação em Fotografia e Cerâmica pela Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), seu trabalho possui como principal tema a inserção e presença do indivíduo negro na sociedade brasileira. [2]

Priscila Rezende
Nome completo Priscila Rezende
Nascimento 1985
Belo Horizonte - Minas Gerais
Nacionalidade Brasileira
Ocupação Artista Plástica
Principais trabalhos “Bombril”, “Barganha”, “Deformação”, “Gênesis 09:25”, “Vem… Pra ser infeliz”, “Re-education”, “Purificação I”, “Purificação II”, “Purificação III”, “Na luta”, “Laços”, “Desenhos de incandescência e noite”, “Corpo”, “Diálogos com Arnold”, “Urbanográfico”
Prêmios 2012 - 3º lugar Categoria Profissional Concurso Retratos de Minas BDMG, Minas Gerais, Brasil, 2013 - 7º lugar no Concurso de Fotografia SESC MG, Minas Gerais, Brasil
Website http://priscilarezendeart.com/

A partir de seu trabalho em performance a artista evidencia questões sobre identidade, raça e gênero, com foco na promoção do feminismo negro e a luta antirracista.[3]

Ainda, a prática artística de Priscila Rezende aborda padrões hegemônicos de beleza na sociedade e sua construção baseada nos processos de colonização.[4]

Performances & Exposições (seleção)

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  • Deformação, Mulheres na Arte Brasileira – Entre Dois Vértices, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil
  • Nau Frágil, Ballhaus Naunynstrasse, Berlim, Alemanha[5]
  • 131, Festival de Arte Negra, Belo Horizonte, Brasil
  • Laços, exposição Estratégias do Feminino, Farol Santander, Porto Alegre, Brasil
  • Nau Frágil, Malta Festival, Poznan, Polônia
  • November 29, 1781, Centraal Museum, Utrecht, Holanda
  • Vem… para ser infeliz, Festival Internacional de Teatro y Artes de Calle, Valladolid, Espanha
  • Gênesis 03:16, Sesc Pompéia, São Paulo, Brasil
  • Reeducação, Conservatório de Música UFMG, Belo Horizonte, Brasil
  • Bombril, Washington Square Park, Nova Yorque, Estados Unidos
  • All of which are american dreams, Art Omi, Nova Yorque, Estados Unidos
  • Bombril, Leicester Square, Londres, Inglaterra
  • November 29, 1781, Central Saint Martins, Londres, Inglaterra
  • £20m, Central Saint Martins, Londres, Inglaterra

Prêmios

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Coleções

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Carreira

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A artista parte de suas próprias experiências e faz uso de seu corpo para tratar da temática da discriminação e estereótipos, principalmente:

(...) meu corpo tem sido meu principal objeto e mídia para criar e expressar perguntas, dúvidas, minha visão sobre o mundo em que vivemos e, especialmente, minha condição específica à frente deste mundo (...). Vejo o meu trabalho como uma arma de luta contra situações de discriminação, para trazer reflexões e dar voz a algumas discussões que ainda não estão resolvidas em nossa sociedade.[6]

Duas de suas obras são emblemáticas nesse sentido: “Bombril” (2010) e “Vem...pra ser infeliz” (2017).

Em “Bombril” a artista explora a experiência traumática vivida por meninas negras durante o período de formação escolar, contexto em que é comum que cabelos crespos recebam nomes depreciativos, como o da famosa marca de esponja de aço para polir panelas de alumínio.[7] Renata Felinto, também artista afro-brasileira descreve a performance:

Os cabelos crespos, assim, são conexos à aspereza e subalternidade que a sociedade brasileira reservou às negras como numa continuidade perversa dos afazeres do lar durante o extenso período de escravidão. Também se metaforiza a escravidão, que na performance passa a ser estética, mas que ainda trata de corpos presos. O figurino trajado pela artista durante a apresentação cita os panos com os quais vestiam as escravizadas no passado. Durante a performance com duração de 01 hora, Priscila esfrega sofregamente suas madeixas contra panelas e outros utensílios. A tensão que se apresenta nesta ação repetitiva equivale à vivida por negras durante a infância na qual a beleza de seus cabelos, e por extensão de seus corpos, é colocada em dúvida constantemente. [8]


Em “Vem... Pra Ser Infeliz”, a artista expõe ironicamente a reprodução estereotipada da sexualização e fetichização do corpo da mulher negra, um símbolo do carnaval, dançando ao som de samba-enredo ininterruptamente até a exaustão, encontrando-se seminua e utilizando uma máscara de Flandres. [9]


Referências

  1. «Diário Oficial do Estado do Espírito Santo 25/11/2015». Escavador. 25 de novembro de 2015 
  2. «Biografia». Site oficial 
  3. Biancalana, Gisela Reis; Santos, Camila Matzenauer dos (12 de dezembro de 2019). «Tecituras ético-sociais na arte de Priscila Rezende:». Conceição/Conception. 8 (2). ISSN 2317-5737 
  4. PEREIRA, Aline Alessandra Zimmer da Paz (Julho 2019). «Rompendo Silêncios: As Performances de Priscila Rezende» (PDF). "Revista DESVIO". Consultado em 21 de julho de 2020 
  5. «An Interview with Priscila Rezende». Berlin Art Link (em inglês). 6 de dezembro de 2019. Consultado em 21 de julho de 2020 
  6. Central Saint Martins e Sesc São Paulo: conheça Priscila Rezende, selecionada para a Residência Artística em performance. Sesc São Paulo. 30/11/2017 Consultado em 10 de março de 2018
  7. Priscila Rezende, Bombril Miriane Figueira. Consultado em 10 de março de 2018.
  8. FELINTO DOS SANTOS, Renata Aparecida (2017). «Rapunzel: a arte contemporânea como tratamento cosmético/estético a partir das performances de Juliana dos Santos e de Priscila Rezende» (PDF). Revista Estúdio, artistas sobre outras obras  Consultado em 10 de março de 2018
  9. LACERDA, Priscila Fernandes; ANTONACCI, Célia Maria (2017). «Priscila Rezende:um corpo-arte em Protesto» (PDF). 27º Seminário de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Santa Catarina  Consultado em 10 de março de 2018

Ligações externas

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