Paulo Mendes Campos
Paulo Mendes Campos (Belo Horizonte, 28 de fevereiro de 1922 — Rio de Janeiro, 1 de julho de 1991) foi um escritor, poeta e jornalista brasileiro.[1] Fundou uma escola em Belo Horizonte chamada Colégio Paulo Mendes Campos.
Paulo Mendes Campos | |
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Paulo Mendes Campos, 1958. Arquivo Nacional | |
Nascimento | 28 de fevereiro de 1922 Belo Horizonte, MG |
Morte | 1 de julho de 1991 (69 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | |
Cônjuge | Joan Abercrombie |
Filho(a)(s) | Gabriela e Daniel |
Ocupação | Jornalista e escritor |
Principais trabalhos | O domingo azul do mar Homenzinho na ventania O cego de Ipanema Diário da Tarde |
Biografia
editarFilho do médico e escritor Mário Mendes Campos e de Maria José Lima Campos, Paulo Mendes Campos herda de sua mãe, amante da literatura, o hábito da boa leitura. Era o terceiro de oito irmãos: Carmen, Marino, SIlvio, Marilia, Eunice, Aluizio e Mauricio. Sua mãe tinha por hábito ler poesias para os filhos reunidos, inclusive em francês. Reprovado nos primeiros anos de estudo, foi internado no Colégio Dom Bosco, na cidade de Cachoeira do Campo, onde surgiu o interesse pelas letras (1933). Conclui o curso secundário em 1939, em São João del-Rei e ingressa, sucessivamente, nos cursos de odontologia, veterinária e direito, mas não concluiu nenhum deles. Nessa época (1940), de volta a Belo Horizonte, participa da vida literária como integrante da geração mineira a que pertencem Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Hélio Pellegrino, João Etienne Filho e Murilo Rubião. Publica no suplemento literário da Folha de Minas que chegou a dirigir durante algum tempo.[2] Seu sonho de ser aviador também não se concretizou. Diploma mesmo, ele gostava de brincar, só teve o de datilógrafo.[3]
Em 1945, vai para o Rio de Janeiro a fim de conhecer o poeta Pablo Neruda. Permanece no Rio, onde já estava morando o amigo mineiro Fernando Sabino e para onde depois também se mudaram Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino. Colaborou nos principais jornais cariocas, mais assiduamente em O Jornal, Correio da Manhã – do qual foi redator durante dois anos e meio – e Diário Carioca – onde manteve uma coluna diária intitulada "Primeiro Plano". Foi, durante muitos anos, um dos três cronistas efetivos da revista Manchete [2][3] e Diretor de Obras Raras da Biblioteca Nacional (In: Dicionário Enciclopédico Koogan - Larousse).
Em 1947, é admitido como fiscal de obras e chega a redator, no extinto Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado - Ipase[4]
Em 1949, vai pela primeira vez à Europa; em 1951, casa-se com Joan Abercrombie, de origem inglesa[2] e lança seu primeiro livro, A palavra escrita.[5]
Como tradutor de prosa e poesia, traduziu Júlio Verne, Oscar Wilde, John Ruskin, Jane Austen, Shakespeare, William Butler Yeats, C. S. Lewis, Charles Dickens, Gustave Flaubert, Guy de Maupassant, H. G. Wells, Pablo Neruda, Rosalía de Castro, Verlaine, T. S. Eliot, Emily Dickinson, James Joyce, Cummings, William Blake, Umberto Saba, Jorge Luis Borges, entre outros.[2]
Muitas das traduções em prosa foram adaptações para o público infanto-juvenil, boa parte delas publicadas pela primeira vez na década de 1970 pela Ediouro/Tecnoprint. Atualmente também há traduções-adaptações suas editadas pela Scipione e pela Martins Fontes. Quanto à poesia, a maior parte das traduções pode ser encontrada nos livros Trinca de copas e Diário da Tarde. De Neruda, traduziu os livros Canto Geral, Residência na Terra I e Residência na Terra II.[6]
Obras
editar- Poesias
- A Palavra Escrita, 1951
- Forma e Expressão do Soneto, antologia, 1952
- Infância
- O Domingo azul do mar - 1958
- Testamento do Brasil e Domingo azul do mar - 1966
- Transumanas - 1977
- Poemas - 1979
- Diário da tarde (poesia e prosa) - 1981
- Trinca de copas (poesia e prosa) - 1984
- Crônicas
- O Cego de Ipanema – 1960
- Homenzinho na ventania – 1962
- O Colunista do morro – 1965
- Antologia brasileira de humorismo – 1965
- Hora do recreio - 1967
- O Anjo Bêbado - 1969
- Rir é o único jeito: supermercado – 1976 (reedição de Hora do Recreio)
- Os bares morrem numa quarta-feira – 1980
- O Amor acaba - Crônicas líricas e existenciais — 1999
- Brasil brasileiro — Crônicas do país, das cidades e do povo – 2000
- Alhos e bugalhos — 2000
- Cisne de feltro — Crônicas- 2000
- Murais de Vinícius e outros perfis — 2000
- O gol é necessário — Crônicas esportivas — 2000
- Artigo indefinido — 2000
- De um caderno cinzento — Apanhadas no chão — 2000
- Balé do pato e outras crônicas — 2003
- Quatro histórias de ladrão — 2005
- Infanto-juvenil
- A arte de ser neta – 1985
Prêmios
editar- 1959 - Ganha, com seu livro O domingo azul do mar, o Prêmio Alphonsus de Guimaraens do Instituto Nacional do Livro - Ministério da Educação e Cultura (melhor livro de poesia de 1958). O prêmio foi dividido com o poeta Homero Homem (Calendário Marinheiro)[4]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Universidade Federal de Campina Grande -Só Biografias por Carlos Fernandes - "Paulo Mendes Campos (1922 - 1991)"». Consultado em 26 de junho de 2014. Arquivado do original em 17 de outubro de 2014
- ↑ a b c d Elenco de Cronistas Modernos, pgs.22-24. Editora José Olympio S.A. Rio de Janeiro (1974). Também foi realizada pesquisa no site da Estante Virtual: http://www.estantevirtual.com.br/
- ↑ a b Enciclopédia Itau Cultural - "Biografia"
- ↑ a b Fonte: jornal Diário Carioca, 24 out. 1959. http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=093092_04&PagFis=47731
- ↑ "Paulo Mendes Campos: Biografia" (Página visitada em 23/11/2012)
- ↑ «Paulo Mendes Campos». Portal da Crônica Brasileira. Consultado em 18 de fevereiro de 2022