McLaren
A McLaren Racing Limited, competindo como McLaren F1 Team, é uma equipe de automobilismo, mais conhecida por competir na Fórmula 1, com sede na cidade de Woking, Reino Unido. É uma das equipes de maior sucesso na categoria, tendo conquistado 8 títulos mundiais de construtores e 12 títulos mundiais de pilotos. O Brasil é o país que mais vezes teve campeões pela McLaren, com Emerson Fittipaldi em 1974 e Ayrton Senna nos anos de 1988, 1990 e 1991. Além da Fórmula 1, destaca-se a sua participação nas 500 Milhas de Indianápolis durante um período histórico, onde o time atravessou o Atlântico para competir e vencer a famosa corrida, mais o campeonato da Can-Am.
Nome completo | McLaren F1 Team |
Sede | Woking, Reino Unido |
Fundador(es) | Bruce McLaren |
Chefe de equipe | Zak Brown (diretor executivo) Andrea Stella (chefe de equipe) |
Diretor técnico | Rob Marshall (projetista chefe) Neil Houldey (diretor técnico – engenharia) Peter Prodromou (diretor técnico – aerodinâmica) Mark Temple (diretor técnico – performance) |
Site oficial | mclaren.com/formula1 |
Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2024 | |
Pilotos | 4. Lando Norris[1] 81. Oscar Piastri[2] |
Pilotos de teste | Patricio O'Ward[3] Ryō Hirakawa[4] |
Chassis | MCL38[5] |
Motor | Mercedes[6] |
Pneus | Pirelli |
Combustível | BP |
Histórico na Fórmula 1 | |
Estreia | GP de Mônaco de 1966 |
Último GP | GP de São Paulo de 2024 |
Grandes Prêmios | 971 (967 largadas[7]) |
Campeã de construtores | 8 (1974, 1984, 1985, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998) |
Campeã de pilotos | 12 (1974, 1976, 1984, 1985, 1986, 1988, 1989, 1990, 1991, 1998, 1999, 2008) |
Vitórias | 188[7] |
Pódios | 522[7] |
Pole Position | 163[7] |
Voltas rápidas | 170[7] |
Pontos | 6 884,5[7] |
Posição no último campeonato (2023) |
4º (302 pontos) |
Hoje é uma organização que vai muito além da equipe de Fórmula 1. Produziu o esportivo de rua McLaren F1, com motor BMW, até hoje um dos carros de série mais rápidos já feito. Produziu também em sua sede em Woking o esportivo Mercedes-Benz SLR McLaren, em parceria com a Daimler-Chrysler. Construiu um esportivo totalmente independente da Mercedes-Benz: a McLaren MP4-12C, lançada em 2011. O prédio de sua sede, o Mclaren Technology Center, é uma construção de última geração, que foi finalista num prêmio de arquitetura.
História
editarFórmula 1 (1966-presente)
editarFoi criada em 1963 pelo piloto neozelandês Bruce McLaren, mas sua estreia foi apenas no Grande Prêmio de Mônaco de 1966.
A McLaren permaneceu por ter uma boa estrutura de mecânicos, técnicos, pilotos. Teddy Mayer dirigiu a equipe por uma década, após a morte de Bruce. Ron Dennis então assumiu a direção da McLaren, onde esteve por quase 30 anos, retirando-se em 2009 e voltando em 2013.
1984-1993 Tempos de ouro
editarEntre 1984 e 1993 ocorreram os tempos de ouro na McLaren pelos ótimos resultados obtidos. Porém, durante 1994-1997 a equipe não rendeu o esperado, somente voltando a ser competitiva ao seu verdadeiro nível em 1998, vencendo também o campeonato de 1999.
Década de 2000
editarNo período de domínio da Ferrari, de 2000 a 2004, a equipe inglesa foi a que chegou mais perto de superar a rival, com a excelente performance de Kimi Raikkonen, chegando muito próximo do título mundial em 2003.
O modelo MP4/21 teve alguns problemas em 2006, acabando a temporada em terceiro lugar com 110 pontos.
Em 2007, a equipe se viu envolvida num caso de espionagem industrial envolvendo Mike Coughlan (projetista chefe da McLaren, afastado) e Nigel Stepney (ex-chefe dos mecânicos da Ferrari). Devido às evidências, a McLaren foi punida com a perda de todos os pontos conquistados no Mundial de Construtores de 2007, o que resultou na perda do título de construtores e uma multa de $ 100 milhões de dólares. Os pilotos, porém, não sofreram nenhuma punição.
Em 2008, Lewis Hamilton foi campeão da temporada com o modelo MP4-23, e a equipe ficou em segundo lugar no Campeonato de Construtores.
Em 16 de novembro de 2009, a montadora alemã Mercedes-Benz anunciou a venda da sua parte da equipe e a compra da Brawn GP, passando a ter sua própria equipe a partir de 2010: a Mercedes GP.[8][9] Apesar da venda das ações que detinha da McLaren, a Mercedes continuou a fornecer motores para a equipe por mais seis anos.[10]
A era Honda (2015-2017)
editarEm 16 de maio de 2013, a McLaren confirmou oficialmente a reedição da parceria com a japonesa Honda, marcando o retorno da montadora à Formula 1, ausente desde 2009, quando vendeu sua equipe à Ross Brawn, que prosseguiu o projeto sob o nome Brawn GP. A escuderia inglesa passou a usar os motores Honda a partir da temporada 2015 na esperança de retomar o sucesso que a parceria rendeu entre 1988 e 1992, período em que acumularam 44 vitórias, 91 pódios e 53 poles na categoria.[11]
A temporada 2015, porém começou com dificuldades para a equipe, tendo enfrentado diversos problemas na implantação dos motores japoneses no novo modelo MP4-30.[12][13] Tudo isso levou a McLaren a terminar o campeonato de construtores na penúltima colocação, conquistando apenas 4 pontos, um dos piores resultados da história.[14]
Em 2016, a McLaren abriu mão do prata e colocou seus carros na cor predominantemente preta, com alguns detalhes em laranja, na esperança de que isso impulsionasse uma melhora da equipe no campeonato.[15]
Após três anos de parceria, um longo histórico de falhas, abandonos e nenhum sinal de evolução na confiabilidade dos motores Honda, a McLaren decide não renovar seu contrato e assina com a Renault como nova fornecedora de motores.[16] O desempenho foi um pouco melhor, com a equipe conquistando 76 pontos e ficando em sexto lugar dentre os construtores, mas ainda era muito inferior ao que se esperava. E no final daquela temporada, o chefe Ron Dennis deixou a equipe mais uma vez.
Em 2017, a McLaren se despediu de Jenson Button e abandonou a nomenclatura MP4, com o carro deste ano recebendo o nome de MCL32. O novo companheiro de Fernando Alonso passou a ser o jovem piloto belga Stoffel Vandoorne, que já tinha substituído o espanhol no GP do Bahrein, no qual conquistou seu primeiro ponto na categoria. Button ainda retornou para substituir Alonso no GP de Mônaco. Contudo, a equipe teve um resultado ainda pior do que o ano passado, conquistando apenas 30 pontos e retornando à penúltima posição no campeonato de construtores.
A era Renault (2018-2020)
editarPara a temporada 2018, a equipe decide adotar o laranja-papaia que era utilizado na época de sua fundação,[17] e contratando o ex-piloto franco-brasileiro Gil de Ferran como diretor esportivo.[18] Quanto aos pilotos, a McLaren optou por manter Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne,[19][20] porém mesmo com a nova unidade de potencia da Renault, a equipe faz uma péssima temporada e continuou a andar nas ultimas posições lutando por 1 ou 2 pontos a cada corrida.
Depois de um 2018 muito difícil, Stoffel Vandoorne é dispensado e Alonso deixa a equipe, que passa por uma reestruturação, aposta na dupla Carlos Sainz Jr. e Lando Norris para a temporada seguinte,[21][22] além das chegadas de Andreas Seidl e James Key, com isso, a equipe consegue dar a volta por cima na temporada 2019 e se impõe como 4° força do campeonato e conquista um pódio no Grande Prêmio do Brasil, algo que não acontecia desde o Grande Prêmio da Austrália de 2014.[23]
Em 13 de dezembro de 2020, a McLaren confirmou oficialmente a venda de 15% das ações de sua unidade de Fórmula 1 para o consórcio estadunidense MSP Sports Capital, que deve aumentar sua participação na equipe para 33% até 2022.[24][25]
A nova era Mercedes (2021-presente)
editarEm setembro de 2019, a McLaren confirmou que voltaria a usar motores Mercedes a partir da temporada de 2021, após o término do acordo com a Renault.[26][27] A McLaren já havia tido anteriormente uma parceria com a Mercedes-Benz de 1995 a 2014.[28] Com Daniel Ricciardo se transferindo da Renault para a equipe de Woking para disputar, ao lado de Lando Norris, a temporada de 2021, em um contrato de vários anos.[29] Ricciardo substituiu Carlos Sainz Jr., que se mudou para a Ferrari.[30] Nessa temporada, a McLaren conquistou sua última vitória, com a dobradinha liderada pelo australiano no GP da Itália.[31] Na corrida seguinte, o GP da Rússia, Lando Norris fez a sua primeira pole da carreira e chegou muito perto de vencer, mas uma chuva nas votas finais, aliada a uma decisão do próprio britânico de não parar para trocar pneus, o fizeram cair para o sétimo lugar. O ex-McLaren Lewis Hamilton ficou com a vitória.[32]
No final de 2022, a McLaren anunciou Andrea Stella como novo chefe de equipe,[33] decidiu demitir Ricciardo por conta de seus maus resultados,[34] e colocar o jovem australiano Oscar Piastri em seu lugar para a temporada de 2023. A contratação dele foi cercada de polêmicas, pois a Alpine, equipe que apadrinhou o piloto nas categorias de base, tinha chegado a anunciar Piastri como novo contratado para substituir Fernando Alonso, que migrou para a Aston Martin. Com a negação do jovem australiano e sua ida para a equipe britânica, a Alpine ameaçou entrar na justiça, alegando que Piastri já tinha um pré-contrato com eles, mas a Junta de Reconhecimento de Contratos deu parecer favorável à McLaren.[35]
Em 2023, a equipe teve um começo difícil, mas foi evoluindo aos poucos, com a ajuda de pessoas como Gil de Ferran, que retornou à equipe como consultor,[18] e em outubro, conquistou a sua primeira vitória numa corrida sprint, com Oscar Piastri fazendo a pole e faturando a vitória na sprint do Catar.[36] Os dois renovaram com a McLaren: Piastri tem contrato até 2026,[37] e Norris, que tinha contrato até 2025, renovou por um período não divulgado.[38]
Em 2024, o Grupo McLaren anunciou sua venda para o Fundo Soberano do Bahrein, assumindo controle majoritário das ações da equipe da Fórmula 1.[39]A temporada começa um pouco mal para a Mclaren mas logo na sexta corrida, com um carro completamente diferente, Norris ganha seu primeiro GP em toda a sua carreira.
500 Milhas de Indianápolis (1970-1979, 2017, 2019-2022)
editarA McLaren na primeira vez desde que compete como equipe decide investir nas 500 Milhas de Indianápolis pela competição conhecida como USAC, em 1970,[40] a chegada da McLaren nessa corrida foi incentivada pela Goodyear, pois esta não queria que a rival Firestone tivesse influência nas corridas da competição norte-americana.
Durante tal tempo a equipe inglesa conseguiu vencer em 1974 e 1976, em 1977 em diante a equipe não conseguiu resultados bons, e no fim de 1979 a McLaren termina o seus serviços na corrida.
Em 2017, o espanhol Fernando Alonso decide não participar do Grande Prêmio de Mônaco para competir na corrida,[41] a McLaren então, contrata a Andretti, a fim de que o piloto espanhol corresse, porém apesar de Fernando liderar a corrida por algumas voltas o motor falha e ele abandona a corrida.
A McLaren confirma sua participação como equipe independente nas 500 Milhas de Indianápolis de 2019, porém falha na classificação, por tanto não pôde disputar as 500 milhas.[42]
Em 2020 Patricio O'Ward classificou em 15º terminou em 6º e Fernando Alonso classificou em 26º terminou em 21º e Oliver Askew classificou em 21º terminou em 30º.[43]
Em 2021 Patricio O'Ward classificou em 12º terminou em 4º e Juan Pablo Montoya classificou em 24º terminou em 9º e Oliver Askew classificou em 14º terminou em 27º.[44]
Motores
editarDurante os anos a McLaren apresentou motores diferentes.
Usou motores Ford-Cosworth, Alfa Romeo, e permaneceu por toda a década de 1970 e início de 1980 com motores Ford-Cosworth.
- Em 1984 muda para motores TAG (motores Porsche rebatizados) turbo V6.
- Em 1988 troca os motores TAG pelo motor Honda Turbo V6. Ano que coincide com a chegada de Ayrton Senna.
- Em 1989 usa os motores 3,5 L Honda V10.
- Em 1991 passa a adotar os motores 3,5 L Honda V12
- Em 1993 usa 3,5 L Ford-Cosworth V8.
- Em 1994 usa motores 3,5 L Peugeot V10.
- Em 1995 passa a usar motores 3,0 L Mercedes V10. Permanecendo até 2014 com os motores Mercedes.
- Em 2006 os motores sofreram mudanças no regulamento passando a ser utilizado motores 2,4 L V8, que no caso da McLaren foi produzido pela Mercedes-Benz.
- Em 2015 reeditou a parceria com a japonesa Honda, com fornecimento de motores 1,6 L V6 Turbo que foram adotados a partir de 2014.
- Em 2018 depois de 3 anos de fracasso, a McLaren rescindiu com a Honda e assinou um contrato de 3 anos com a Renault até 2020.
- Em 2021 com a não renovação do contrato com a Renault, a McLaren volta a usar os motores Mercedes.
Pilotos
editar† Pontos contados sem os pontos conquistados no Grande Prêmio da Hungria.
‡ Desclassificada por espionagem.
Galeria
editar-
McLaren M2B utilizada na temporada de 1966 em exposição em Donington Park.
-
Denny Hulme pilotando a McLaren M7A no Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1968.
-
Niki Lauda pilotando a McLaren MP4/2 no Grande Prêmio de Dallas de 1984.
-
Mika Hakkinen pilotando a McLaren MP4-13 em um evento.
-
Jenson Button pilotando a McLaren MP4-27 no teste de pré-temporada em Jerez no inicio de 2012.
-
Fernando Alonso pilotando a McLaren MP4-30 no Grande Prêmio da Espanha de 2015.
-
Jenson Button pilotando a McLaren MP4-31 no Grande Prêmio do Barém de 2016.
Séries e Filmes
editar- Série Grand Prix Driver - 2018
Campeões Mundiais
editarCampeonatos | Pilotos | Temporadas |
---|---|---|
3 | Alain Prost | 1985, 1986, 1989 |
Ayrton Senna | 1988, 1990, 1991 | |
2 | Mika Häkkinen | 1998, 1999 |
1 | Emerson Fittipaldi | 1974 |
James Hunt | 1976 | |
Niki Lauda | 1984 | |
Lewis Hamilton | 2008 |
Vitórias por piloto
editarPilotos | Vitórias |
---|---|
Ayrton Senna | 35 |
Alain Prost | 30 |
Lewis Hamilton | 21 |
Mika Häkkinen | 20 |
David Coulthard | 12 |
James Hunt | 9 |
Kimi Räikkönen | 9 |
Niki Lauda | 8 |
Jenson Button | 8 |
Denny Hulme | 6 |
Emerson Fittipaldi | 5 |
Fernando Alonso | 4 |
John Watson | 4 |
Lando Norris | 3 |
Gerhard Berger | 3 |
Juan Pablo Montoya | 3 |
Peter Revson | 2 |
Oscar Piastri | 2 |
Bruce McLaren | 1 |
Jochen Mass | 1 |
Heikki Kovalainen | 1 |
Daniel Ricciardo | 1 |
Notas
editar- ↑1 Em 11 de julho de 2006 Juan Pablo Montoya deixou a McLaren para correr na NASCAR nos EUA. Isso só iria acontecer em 2007. Pedro de la Rosa (que era o terceiro piloto da McLaren) fez os testes para correr a partir do Grande Prêmio da França.[47]
Ver também
editarReferências
- ↑ «F1: Norris renova contrato com McLaren até final de 2025». motorsport.uol.com.br. Consultado em 26 de agosto de 2022
- ↑ «F1: Piastri prorroga contrato com a McLaren até 2026». motorsport.uol.com.br. 20 de setembro de 2023. Consultado em 20 de setembro de 2023
- ↑ «F1: O'Ward substitui Palou como reserva em meio a processo da McLaren contra Álex». motorsport.uol.com.br. 23 de novembro de 2023. Consultado em 23 de novembro de 2023
- ↑ «F1: McLaren anuncia vencedor das 24 Horas de Le Mans e campeão do WEC como piloto reserva». motorsport.uol.com.br. 22 de setembro de 2023. Consultado em 22 de setembro de 2023
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- ↑ «Mercedes compra Brawn GP e vende a sua parte da McLaren». UOL Esporte. Consultado em 12 de abril de 2019
- ↑ «Mercedes vende sua parte na McLaren e compra equipe Brawn GP Folha Online.» 🔗
- ↑ «McLaren anuncia volta de parceria histórica com a Honda»
- ↑ «McLaren volta a sofrer problemas nos testes da F1»
- ↑ «Barcelona, dia 1 - Nasr lidera manhã; Lewis passa mal; Mclaren abandona»
- ↑ «Por que a McLaren foi um fiasco na temporada de 2015 da F-1?». www.uol.com.br. Consultado em 12 de abril de 2024
- ↑ Janeiro, Por GloboEsporte comRio de (21 de fevereiro de 2016). «Na esperança de dias melhores, McLaren lança modelo para 2016». globoesporte.com. Consultado em 12 de abril de 2024
- ↑ «McLaren oficializa saída da Honda e parceria com a Renault». Motorsport.com. 15 de setembro de 2017. Consultado em 15 de setembro de 2017
- ↑ «Laranja-papaia de volta: McLaren volta às origens nas cores de seu novo carro na F1». ge. 23 de fevereiro de 2018. Consultado em 12 de abril de 2024
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