Luís Antônio Martinez Corrêa

Luís Antônio Martinez Corrêa (Araraquara, 24 de junho de 1950Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 1987) foi um diretor de teatro, um dos colaboradores do Teatro Oficina.

Luís Antônio Martinez Corrêa
Nascimento 24 de junho de 1950
Araraquara
Morte 23 de dezembro de 1987 (37 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Irmão(ã)(s) Zé Celso
Ocupação encenador
Causa da morte Perfuração por arma branca

Origens

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Sétimo filho de José Borges Correia e Angela Martinez, Luís Antônio nasceu no interior de São Paulo numa família de ascendência portuguesa, espanhola e italiana. Era irmão mais novo de José Celso Martinez Corrêa.[1]

Carreira

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Em Araraquara, trabalhava como diretor, ator, cenógrafo e tradutor no teatro amador. Em 1970, mudou-se para São Paulo e estreou como profissional em 1972. Assistente e ator de em Gracias, Señor, criação coletiva, e As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, no Teatro Oficina, com direção de José Celso Martinez Corrêa, seu irmão.

Fundou o Grupo Pão e Circo e sua primeira direção foi O Casamento do Pequeno Burguês, de Bertolt Brecht. A encenação lhe rendeu o Prêmio Revelação da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Com o desmembramento do grupo, Luís Antônio parte para o trabalho individual. Em 1978/79, dirige A Ópera do Malandro, de Chico Buarque, com Marieta Severo, Elba Ramalho, Ary Fontoura, Maria Alice Vergueiro, Otávio Augusto, Emiliano Queiroz, Claudia Gimenez entre outros.

Em 1981,Encena O Percevejo de Vladimir Maiakovisk, com Cacá Rosset no papel de Prissípkin, com cenografia de Helio Eichbauer, música de Caetano Veloso, com o Grupo Klop, Troféu Mambembe, como melhor diretor de 1981.

Entre 1983 a 1986, Luis Antônio torna-se professor da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) onde realiza com os alunos espetáculos como "UBU" de Alfred Jarry, com música tema Rock da Descerebração de Cazuza e Frejat e 12 Metemorfosesde Ovídio, com Otavio Muller, Helena De Lamare, Critina Benthecourt, Rodrigo Mendonça entre outros, O Elefantinho de Bertolt Brecht com Anabel Albernaz, Helena De Lamare entre outros, Ataca Felipe de Arthur Azevedo com Duda Mamberti, Beth Lamas, Luiz Maçãs entre outros, e também da Universidade do Rio de Janeiro (Unirio) onde encenou, A Disputa de Marivaux com Lorena da Silva e Taniko - O Rito do Vale de Zenchiku entre outras montagens.

Ainda em 1985 encena Theatro Musical Brasileiro I (1860-1914) com Vera Holtz e Fabio Pillar, ganhando novamente o Troféu Mambembe (1985) como melhor diretor. E em 1986 realiza como diretor e adaptador Mahagony de Bertolt Brecht e Kurt Weill com Mario Borges, entre outros atores.

Em 1987, no auge da sua carreira ,realiza a continuação de sua pesquisa Theatro Musical Brasileiro II (1914-1945 com Anabel Albernaz, Marshal Netherland, Andrea Dantas, Jose Mauro Brant, Luis Carlos Buruca, Jorge Maia entre outros. Este espetáculo continuou sua temporada no Rio/SP mesmo após a sua morte, recebendo oito indicações para o Prêmio Mambembe, ganhando novamente como melhor diretor e também o Prêmio Molière de 1987.

Luis Antônio deixou ainda duas adaptações prontas LOULOU (A Caixa de Pandora) de Frank Wedekind e BALL de Bertolt Brecht, esta usada sob direção de Moacyr Góes em 1988.

Assassinato

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No dia 23 de dezembro de 1987, Luís Antônio Martinez Corrêa morre brutalmente assassinado. Seu corpo é encontrado amarrado de pés e mãos com um golpe na cabeça, estrangulado e mutilado com 107 facadas em seu apartamento em Ipanema. Alguns pertences do diretor (uma secretária eletrônica, um videocassete e 17 mil cruzados) foram roubados.

Devido as tenebrosas caraterísticas do crime e outras ocorrências similares no Brasil da época, se deduz que o assassinato teria sido um crime de intolerância e preconceito com relação a sua homossexualidade.

Dois dias após o homicídio, o então surfista Gláucio Garcia de Arruda é identificado pelo porteiro do prédio como a última pessoa em sair do apartamento do diretor. Garcia foi preso e posteriormente julgado, foi absolvido em primeira instância e condenado em segunda instância a 20 anos de prisão por roubo seguido de morte.

Referências

  1. Ofício de registro civil de Araraquara (30 de junho de 1950). «Talão de registro de nascimento de Luís Antônio Martinez Corrêa». Consultado em 3 de setembro de 2021 
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